SER MISERICÓRDIA #5

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Cristina Farinha Ferreira Provedora da Misericórdia da Amadora

Embora não tenhamos força para ter destaque nos grandes meios de comunicação e ser notícia (nem isso é o mais importante…) a verdade é que existem boas notícias. Por isso preparámos para si mais um número da nossa revista “Ser Misericórdia”, porque queremos que saiba o que fazemos no nosso dia a dia , quando cumprimos da melhor forma que sabemos e podemos, aquela que é a nossa Missão: a de Bem Servir. DEPOIS DE UM CAMINHO MUITO DIFÍCIL, REPLETO DE MOMENTOS DE INDECISÕES, DÚVIDAS E SOBRESSALTOS, TIVEMOS A PROVA QUE MUITAS VEZES, O SEGREDO ESTÁ EM NÃO DESISTIR. Um exemplo concreto desta forma de agir é o termos em pleno funcionamento uma nova valência na nossa Misericórdia... contra todos os ventos e marés. Inaugurada há pouco mais de 6 meses, a nossa Unidade de Cuidados Continuados Sagrada Família é hoje um equipamento que dá resposta a 30 doentes que nela encontram a dedicação e profissionalismo de uma equipa que a eles dedica o seu tempo, cumprindo dia após dia uma das 14 Obras de Misericórdia: "Cuidar dos doentes". Também a obra de Misericórdia "dar de comer a quem tem fome" nos fez aderir ao programa cantinas sociais, o que nos permite fornecer refeições diárias a 80 pessoas que

vivem momentos particularmente difíceis, procurando minimizar desta forma o seu sofrimento. A nossa vontade? É a de querer mudar o país e o mundo. A realidade? Diz-nos que grandes sonhos, não sustentados, podem traduzir-se em verdadeiros problemas em organizações como a nossa, que muitas vezes colocam em causa a sua sustentabilidade e a sua viabilidade. Por isso, não deixaremos de sonhar... com a certeza, porém, que os nossos pés estão bem assentes na terra. Os nossos funcionários, os nossos voluntários, os nossos utentes e as suas famílias, as nossas entidades parceiras, os órgãos sociais, a comunidade em que estamos inseridos, os nossos governantes.. e os tempos que vivemos... assim o exigem... e esta é sempre a nossa bússola, no rumo que diariamente traçamos. Todos somos chamados a contribuir para um mundo melhor, naquilo que à nossa escala, está ao nosso alcance... e para muitos... um mundo melhor é ter que comer, é o alívio da dor na doença... é muitas vezes um simples sorriso.. que nos revela que apesar da crise... há sorrisos que aquecem o nosso coração e que nos segredam: “VALE A PENA … BEM SERVIR!”

FICHA TÉCNICA | Revista Ser Misericórdia nº5 PROPRIEDADE E EDIÇÃO Santa Casa da Misericórdia da Amadora Estrada da Portela - Quinta das Torres Buraca - 2610-143 Amadora Tel: 214 722 200 - Fax: 214 722 212 E-mail: santa.casa@misericordia-amadora.pt

DIREÇÃO Manuel Girão DESIGN E ARRANJO GRÁFICO IMAGINARQ

TIRAGEM 2.000 Exemplares

DEPÓSITO LEGAL 299826/09


A 9 DE ABRIL DE 2012, A SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA AMADORA ABRIA PORTAS À SUA MAIS RECENTE VALÊNCIA, – A UNIDADE DE CUIDADOS CONTINUADOS SAGRADA FAMÍLIA. FORA CONSTRUÍDA NUM PERÍODO RECORDE, SEM DERRAPAGENS ORÇAMENTAIS, CUMPRINDO OS PRAZOS INICIALMENTE DELINEADOS.

Depois de um período conturbado pela incerteza da sua abertura, inicialmente prevista para o início do mês de setembro de 2011, com adiamentos sucessivos por indisponibilidade orçamental da tutela, o protocolo com a ARSLVT e a Segurança Social foi finalmente assinado a 27 de março de 2012, permitindo a concretização deste projeto. Integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), que fora criada pelo Decreto Lei 101/2006 de 6 de junho, é uma unidade de longa duração e manutenção, vocacionada para integrar pessoas com elevado grau de dependência e fragilidade social que requeiram cuidados de saúde e apoio psicossocial ou descanso do cuidador. Sem responsabilidade direta na referenciação e na seleção dos seus utentes, destina-se a uma população-alvo cujo período de internamento previsto seja superior a 90 dias. Localiza-se no Complexo Social da Sagrada Família, na Buraca, e é dotada com 30 camas, distribuídas por 6 quartos individuais e 12 duplos, em dois pisos. A prestação de cuidados é desenvolvida por uma equipa multidisciplinar, composta por um conjunto de mais de 40 colaboradores que diariamente asseguram a continuidade dos mesmos. Admitiu o seu primeiro utente no dia da abertura, tendo vindo a concluir a ocupação da totalidade das suas camas no dia 15 de maio, na véspera do dia da sua inauguração. Foi no dia 16 de maio que decorreu a sua inauguração pública, na qual tivemos a honra de receber os ministros da Tutela, o Dr. Paulo Macedo, Ministro da Saúde, e o Dr. Pedro Mota Soares, Ministro da Solidariedade e da Segurança

Social, bem como o Presidente da Câmara Municipal da Amadora, Dr. Joaquim Raposo, para além de outras individualidades, representantes de organismos públicos e parceiros da SCMA. Já com mais de seis meses de existência, esta unidade passou por diversas fases e algumas dificuldades iniciais, mas que com a consolidação das equipas e do seu processo organizativo, tem conseguido dar uma resposta bastante positiva às necessidades e expetativas dos seus utentes e familiares. Esta unidade já teve um total de 48 utentes, incluindo os que ainda permanecem internados, com uma média de idades de 60 anos e uma taxa de ocupação em média superior a 97%. O elevado grau de


dependência dos seus utentes e a complexidade das suas situações clínicas implicam uma dotação de recursos humanos alargada e experiente, apesar dos constrangimentos orçamentais decorrentes do modelo de financiamento da RNCCI.

No dia 10 do mesmo mês, na unidade, realizámos um lanche convívio, com os nossos utentes e seus familiares. Durante o mês de setembro aplicámos também um inquérito aos nossos clientes, com o intuito de avaliar o seu grau de satisfação.

NO PASSADO DIA 9 DE OUTUBRO ASSINALÁMOS OS SEIS MESES DE FUNCIONAMENTO, NO QUAL REALIZÁMOS UM ENCONTRO COM OS SEUS COLABORADORES NO AUDITÓRIO DA SCMA, NO CENTRO RAINHA SANTA ISABEL, ONDE SE PROCEDEU A UMA AVALIAÇÃO DA SUA ATIVIDADE, SEGUIDO DE UM JANTAR CONVÍVIO.

Foi com muito agrado que verificámos o elevado grau de satisfação verificado nas respostas obtidas e a pertinência das sugestões dadas. Este facto reflete o excelente trabalho desenvolvido pela equipa que a compõe e pelo modelo organizacional adotado. A concretização deste projecto tem sido matizada pela dedicação, pelo empenho e pelo profissionalismo de todos os colaboradores, que contribui, deste modo, para a qualidade de vida dos seus utentes e a satisfação dos seus familiares. SE SERVIR É A MISSÃO DE TODOS OS COLABORADORES DESTA MISERICÓRDIA, CUIDAR TEM SIDO A INSPIRAÇÃO DE TODOS OS QUE, DIARIAMENTE, PARTILHAM O SEU SABER E A DEDICAÇÃO A ESTA CAUSA.


A Santa Casa da Misericórdia da Amadora (SCMA) orgulhase dos resultados que tem vindo a alcançar com o Programa Aprender & Brincar (A&B). Efetivamente, são 10 anos de intenso esforço em prol das famílias que, em alguns casos, sendo economicamente desfavorecidas contam inteiramente com o apoio dado por este Programa aos seus filhos, mantendo-os em guarda, em horários compatíveis com o seu horário de trabalho. O A&B surgiu no ano letivo de 2002-2003 através de um protocolo estabelecido entre a SCMA e a Câmara Municipal da Amadora (CMA), com o objetivo de apoiar as escolas e as famílias, durante os horários não-letivos dos alunos. Acresceu desde 2005-2006, a incorporação do modelo de Escola a Tempo Inteiro nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC). Neste momento, apoia 910 utentes em ATL e 1428 alunos de 1º Ciclo, através da AEC de Expressões. Está presente em 5 Agrupamentos Escolares e representa-se em 19 respostas sociais (RS), com uma estrutura de 46 técnicos e envolvendo 139 Professores do Ensino Básico e Educadores de Infância. De referir a abertura de uma nova RS de ATL Juvenil na Escola Roque Gameiro. A sua capacidade de intervenção educativa e de investimento nas relações institucionais propícias à criação de redes/parcerias tem permitido assumir níveis de compromisso e de responsabilidade, na integração, por convite, nos Conselhos Gerais dos Agrupamentos Escolas: Almeida Garrett, Miguel Torga, Cardoso Lopes e Roque Gameiro.


Mencionar indicadores de desempenho, certificações formativas de capacitação ou a consolidação das RS, através de uma gestão planeada e rigorosa, que identifica objetivos prioritários e realistas, não espelha a totalidade do trabalho que carateriza o A&B. Os melhores indicadores de desempenho, numa instituição de afetos, são a CONFIANÇA e a HUMILDADE em prestar um serviço que dignifique a qualidade humana. A disponibilidade relacional com os seus utentes, na permanente missão consciente de servir com qualidade, que tem sido reforçada, por inerência social, ao longo destes 10 anos de trabalho. A MELHOR MARCA DEIXADA POR TODOS AQUELES QUE PASSAM PELO A&B – SOBRETUDO DAS SUAS FAMÍLIAS E DOS SEUS UTENTES, É O RECONHECIMENTO EM PEQUENOS GESTOS DE GRATIDÃO PELO TRABALHO DESENVOLVIDO. OBRIGADO! São os laços afetivos criados junto dos que mais precisam e daqueles que o A&B apoia, que orgulhosamente perduram no tempo e que a perseverança na ação solidária vai consolidando a missão de BEM SERVIR. «Apenas a unidade e o trabalho com e através dos outros fazem nascer grandes coisas.» Antoine de Saint-Exupéry


2,345% 1,408%

25,553%

No âmbito da implementação do Sistema de Gestão de Qualidade, foram aplicados durante os meses de setembro e outubro de 2012, 742 questionários num universo de 2000 clientes da Instituição.

GRAU DE SATISFAÇÃO ÁREA DA TERCEIRA IDADE

GRAU DE SATISFAÇÃO ÁREA DA INFÂNCIA 2,542% 1,649%

1,828% 0,775% 12,520%

Os questionários foram aplicados nas várias respostas sociais, diretamente aos utentes e familiares, com o objetivo de avaliar o grau de satisfação dos mesmos face às instalações, segurança e vigilância, colaboradores, atividades socioculturais, atividades pedagógicas, refeições e cuidados prestados.

30,514%

INSATISFEITO POUCO SATISFEITO SATISFEITO MUITO SATISFEITO 84,877%

65,295%

DE SALIENTAR QUE MAIS DE 97% DOS NOSSOS UTENTES RECOMENDARIA A NOSSA INSTITUIÇÃO, O QUE REVELA UM GRAU ELEVADO DE SATISFAÇÃO NO SERVIÇO PRESTADO. Os resultados são bastante animadores e fazem-nos acreditar que vale a pena apostar na qualidade e no bem servir.

RECOMENDARIA A SCMA 2,613%

MUDARIA DE INSTITUIÇÃO 8,635%

Após análise e avaliação, os resultados dos inquéritos serão o ponto de partida para melhorarmos a intervenção junto dos nossos utentes.

97,387%

91,365%

RECOMENDA NÃO RECOMENDA

MUDARIA NÃO MUDARIA


O VOLUNTARIADO NA SCMA TEM SIDO UM EIXO FUNDAMENTAL DA ATIVIDADE INSTITUCIONAL. DESDE SEMPRE QUE A MISERICÓRDIA ACOLHE VOLUNTÁRIOS QUE, DIARIAMENTE, PRESTAM APOIO NAS DIVERSAS ÁREAS, NOMEADAMENTE 3º IDADE E INFÂNCIA.

No âmbito da contínua melhoria do serviço prestado e em consequência da crescente identificação da SCMA enquanto Instituição de referência para desenvolvimento de atividades de Voluntariado, a Mesa Administrativa, em 2011, avaliou como importante a necessidade de estruturar o seu Voluntariado, por forma a dotá-lo do melhor acompanhamento possível. Foi assim que, no último semestre de 2011, à tipologia do Voluntariado Tradicional, foram acrescentadas as tipologias do Voluntariado Social (desenvolvido por beneficiários de RSI) e do Voluntariado Académico (desenvolvido por estudantes). O diagnóstico de necessidades Concelhias, nomeadamente no que diz respeito ao envelhecimento populacional e, por inerência, às crescentes situações de isolamento social, conduziu à concretização de um sonho antigo partilhado pela SCMA e pela CM da Amadora: assegurar que os Seniores que se encontram em situações de maior isolamento social e afetivo, tivessem, por companhia, Voluntários que, consoante a sua disponibilidade, pudessem contribuir ativamente para a redução desses momentos de maior solidão. O Projeto Mais Perto surge neste contexto e resulta de uma Parceria entre a CM da Amadora e algumas Instituições Concelhias que tivessem identificadas essas situações de isolamento social, nomeadamente famílias ou indivíduos beneficiários de Serviço de Apoio Domiciliário (SAD). A este convite, a SCMA respondeu afirmativamente em duas dimensões: participação enquanto Instituição referenciadora de situações de vulnerabilidade social e enquanto entidade promotora de Voluntariado, identificando e referenciando Voluntários para desenvolvimento das Atividades contempladas no Programa: auxiliar os seniores nas atividades da vida diária (AVD's) e idas ao exterior (consultas

médicas, farmácia e compras domésticas), bem como atividades lúdico recreativas no domicílio. Na linha da promoção da coesão social da Comunidade, foi avaliada a pertinência de que as Atividades de Voluntariado de Proximidade nos territórios da Mina e Venteira fossem desenvolvidas por beneficiários de RSI, enquadrados no âmbito do Voluntariado Social da Instituição e que tivessem já percursos de Voluntariado sólidos, em conjunto com Voluntários sinalizados pelo Banco de Voluntariado da CM da Amadora. No sentido de ser dado corpo a este Projeto, foi definido um Grupo Piloto de 16 Seniores beneficiários de SAD, nos territórios referidos, que passarão a ser visitados por outros 16 Voluntários, organizados em Equipas de dois, de forma a poderem sentir-se mais acompanhados e poderem prestar o melhor Serviço possível. Cada Equipa terá à sua responsabilidade duas Famílias/Indivíduos, que visitarão, neste fase inicial, uma vez por semana. A Formação a estes Voluntários teve lugar no passado dia 11 de outubro, no CASSA, e foi monitorizada pela SCMA e pela CM da Amadora. A primeira sessão de Supervisão teve lugar no dia 15 de outubro, altura em que, para além do esclarecimento de dúvidas e reciclagem de conteúdos, foram constituídas as Equipas e aferida a disponibilidade horária para o Voluntariado, que arrancou no passado dia 22 de outubro, com a visita aos domicílios dos Seniores referenciados e apresentação dos Voluntários. A Supervisão, durante os primeiros três meses acontecerá no CASSA, quinzenalmente, passando a ser mensal a partir do quarto mês.





> Pedro Mota Soares é… Luís. De primeiro nome. > É casado e pai de dois filhos. > Gosta de andar de motorizada, mas o cargo exige que se desloque de carro. > A caminho do gabinete, pela manhã, ouve a rádio “para saber as mais recentes notícias”. >Numa pausa durante o trabalho, prefere o chá ao café. > Riu-se quando quisemos saber se preferia a praia ou o campo para quebrar a rotina. “Qual rotina?”, disse.


Pe. Maurício e Pe. Albino Missionários da Consolata

APÓS NOVE ANOS DE CAMINHADA, “CRIANDO LAÇOS” NO BAIRRO ZAMBUJAL, OS MISSIONÁRIOS DA CONSOLATA – INSTITUTO MISSIONÁRIO COM MAIS DE 100 ANOS DE FUNDAÇÃO E PRESENTE EM 29 PAÍSES, ENTRE OS MAIS POBRES DO NOSSO MUNDO - DECIDIMOS, EM SETEMBRO DE 2012, VIR MORAR NO BAIRRO PARA NOS FAZERMOS MAIS PRÓXIMOS DAS PESSOAS QUE AQUI MORAM E, ASSIM, INSERIDOS NESTA REALIDADE, PODERMOS DESENVOLVER, DESDE DENTRO E COM MAIOR EFICÁCIA, NOVOS PROJETOS DE PROMOÇÃO HUMANA E DE EVANGELIZAÇÃO.

Nesta desafiante missão não estamos sozinhos: as nossas parceiras diretas são as Irmãs Missionárias da Consolata, que já residem no Bairro há mais de um ano. Os padres missionários da Consolata, que antes já fazíamos um trabalho no bairro, mas, menos sistemático porque feito a partir da comunidade do Cacém, onde residia a comunidade mais próxima, queremos, agora, inserir-nos plenamente na vida e no coração do Zambujal. Além das atividades ligadas à evangelização, tais como: a catequese, a visita aos doentes, a celebração da Eucaristia, a escola de formação cristã, a alfabetização e a promoção da mulher e entre outras formas de presença na ação pastoral e na promoção humana, temos também desenvolvido trabalhos ao serviço da população do Bairro em parceria com algumas instituições. RECENTEMENTE CONSEGUIMOS CONCRETIZAR O INÍCIO DE UM SONHO LIGADO À FORMAÇÃO E ACOMPANHAMENTO JUVENIL. GRAÇAS À AJUDA E PARCERIA COM A DIREÇÃO GERAL DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA AMADORA - QUE NOS CEDEU UM ESPAÇO FÍSICO NO BAIRRO - COMEÇARÁ A FUNCIONAR BREVEMENTE O PROJETO CAZA, DESTINADO AO TRABALHO COM OS JOVENS DO BAIRRO. O CAZA visa transmitir valores úteis para o crescimento e maturidade humana, através das artes (música, canto, teatro, pintura, expressão escrita, dança).

À medida que vamos entrando no coração do bairro deparamo-nos com novos sonhos e desafios; desafios esses que queremos transformar em propostas de ação na senda de um mundo melhor que todos almejamos. Sabemos que não estamos sós nesta grande aventura; as portas da nossa missão estão sempre abertas para todos aqueles que quiserem ajudar-nos a construir “um novo céu e uma nova terra” neste pedacinho do mundo que é o Zambujal. Um mundo novo é possível? Porque acreditamos que sim, queremos fazer a nossa parte, que ninguém fará por nós. Sabendo que não somos ilhas, vamos construir pontes, com outros. Em rede!


O FILÓSOFO MÁRIO SÉRGIO CORTELLA BALIZA AS GRANDES TENSÕES DO COMPORTAMENTO HUMANO ENTRE O “QUERO”, O “DEVO” E O “POSSO”. HÁ COISAS “QUE EU QUERO MAS NÃO DEVO, HÁ COISAS QUE EU DEVO MAS NÃO POSSO, HÁ COISAS QUE EU POSSO MAS NÃO QUERO”. O HOMEM SÓ CONSEGUE A “PAZ DE ESPÍRITO” QUANDO “O QUE QUER É O QUE PODE E DEVE”. AS RELAÇÕES CONSTROEM-SE NESTE EIXO DE DILEMAS, OS CRITÉRIOS DA DEMANDA ÉTICA. O PAÍS QUE QUEREMOS SER TERÁ DE SER TAMBÉM O QUE PODEMOS E DEVEMOS SER COM OS POVOS E PAÍSES QUE PARTILHAM O NOSSO “ESPAÇO”, COM OS QUE NOS SÃO MAIS PRÓXIMOS EM CONTEXTO REGIONAL E CULTURAL, NAS DIFICULDADES E INCERTEZAS, COM O DEVIDO ENQUADRAMENTO POLÍTICO E, CONSEQUENTEMENTE, DE ÉTICA

Mas um país que “quer ser”, nos parâmetros da liberdade e da justiça, tem de ser capaz de pensar e repensar o futuro de forma soberana, com a cidadania como alicerce intransmissível. Salienta a economista Manuela Silva que as políticas públicas se inverteram. O objetivo é o défice e não o desenvolvimento económico-social e o bem-estar das populações. “Passaram as condicionantes a objetivos”. Acentuou-se o desequilíbrio. O país tende a ser o que podemos ter e é cada vez menos o que queremos e devemos ser, perdendo o azimute da justiça social. Reformar, neste contexto, pode pôr em risco a já debilitada confiança na democracia. Ora, a confiança é o fator mais importante para o sucesso. Qualquer sucesso. No diálogo político e social, ganhar confiança exige a coerência e o exemplo. É difícil obtê-la e muito fácil perdê-la. Alain Peyrefitte (Sociedade de Confiança, 1995, Instituto Piaget) reflete sobre o “ethos de confiança” sustentado no exemplo das estruturas de inspiração religiosa, mobilizadoras da sociabilidade de grupo, da proximidade e da partilha, da escuta e da “verdade”, capazes de contrariar o individualismo liberal ou os pragmatismos pessimistas e cortantes. Uma dinâmica com a salvaguarda do eterno “abstrato” e “inatingível”, enquadrada

numa “procura” que se concretiza nas relações entre as pessoas e das pessoas com o “desconhecido”, desencadeando uma orientação ética e moral. O “quero”, mediado pelo “posso” e pelo “devo”. Vislumbra-se a cultura da ação na base da gratuidade, que acaba por ir além da própria dinâmica religiosa, contagiando uma cidadania ativa e direta, que encontra soluções onde a criatividade teórica não chega, que não prescinde do olhar, do encontro e dos afetos. C R I O U - S E U M PA R A D I G M A D E V I V Ê N C I A E CONVIVÊNCIA ALICERÇADO NA DIMENSÃO DO CONSUMO, NA TENTAÇÃO DO SUPÉRFLUO. O GOZO PONTUAL E VICIOSO DE “TER” SOBRE O PRINCÍPIO DO “SER”. O QUE SE EXIGE AGORA É MUITO MAIS PROFUNDO E DIFÍCIL DO QUE O ACERTO NAS CONTAS DO DÉFICE OU DA DÍVIDA “SOBERANA”. O "ajustamento" não se mede apenas com argumentos financeiros. Há que rever ritmos e prioridades, individualmente e em comunidade, influenciando a política e os políticos, as empresas e o “mercado” – com a “rédea solta” do lucro insaciável e transformado em “deus intocável” por uma geração de académicos –, construindo plataformas de coresponsa-bilidade e de solidariedade. A ambição, entre a utopia e o desafio de humanidade, é a de fazer com que este conceito de desenvolvimento, integral e sustentável, que começa numa opção individual, se sobreponha aos gráficos estatísticos de um qualquer crescimento económico, numa qualquer conferência de imprensa, de um qualquer ministro e qualquer que seja o governo. Esta é a mais importante “refundação” que um povo pode fazer. Pode e deve. Mas será esse o país que queremos ser?


Campeonato Nacional

Começando de início com cerca de 15 judocas, mas crescendo ano após ano o número de praticantes na modalidade que hoje conta com cerca de 70 judocas desde os 4 aos 15 anos. E foi em 2001, com 4 anos de idade que se inscreveu no JUDO uma criança, que por ventura já se destacava da restante classe de pré-escolar devido à sua altura e envergadura física, mas sempre com um sorriso e patente boa disposição de nome Guilherme Salvador. E foi com vários anos de prática da modalidade na Escola Luís Madureira, já inscrito como judoca federado desde 1998 e graduado com um cinto azul, que este aluno, finalista este ano na nossa escola, foi o primeiro atleta a representar a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia da Amadora a sagrar-se campeão nacional de JUDO no escalão Juvenil na categoria dos 73 kg no dia 6 maio de 2012. Vamos então conhecer melhor este judoca através de uma breve entrevista… SM (Ser Misericórdia) - A que se deveu a tua entrada no JUDO? GS (Guilherme Salvador) - Quando fui para a escola pela primeira vez, tinha 4 anos, não tinha nenhuma atividade desportiva. Os meus pais inscreveram-me no Judo da Escola Luís Madureira. SM - Qual a tua técnica de JUDO preferida? GS - A minha técnica preferida é o TOMOE NAGE, porque é bastante diferente das outras.

SM - Lembras-te da tua primeira participação num torneio de JUDO? GS - Lembro-me. Foi num Torneio em Coimbra em que lutei com dois colegas da minha turma da ELM. Nessa altura a minha irmã também praticava Judo na Escola e quando viemos para Lisboa, vínhamos todos contentes porque correu bem aos dois. SM - Quantas medalhas de JUDO já ganhaste? Alguma com um sabor especial? GS - Já ganhei várias medalhas, nos dez anos em que pratico Judo. Há uma medalha especial – a que ganhei em Junho deste ano no Campeonato Nacional. Fiquei em primeiro lugar e essa medalha foi muito importante para mim porque já pensava nela há muito tempo.


Guilherme Salvador

SM - Por falar nisso, que sentiste quando te sagraste campeão nacional? GS - Senti uma grande alegria porque já estava a trabalhar para esta prova há muito tempo e é sempre bom quando alcançamos os nossos objetivos. Receber esta medalha foi muito diferente das outras vezes em que recebi medalhas, porque fui ao Torneio mesmo para ganhar e senti-me muito feliz por ter conseguido. SM - Gostaste da homenagem da direção da Santa Casa da Misericórdia no dia da festa final de ano letivo? GS - Foi uma enorme surpresa, que eu não estava nada à espera. Na altura não consegui agradecer essa homenagem como devia ser, porque fui mesmo apanhado de surpresa, mas o que gostaria de ter dito é que se não fosse o apoio e trabalho da Escola Luís Madureira, durante estes anos, eu também não teria conseguido estes resultados. Por isso um “muito obrigado” à Escola, à SCMA e especial ao Professor Nelson.

Duarte Brás

SM - Queres deixar alguma mensagem aos colegas da tua escola? GS - Descubram o que gostam de fazer e trabalhem muito para ser os melhores. O Judoca Guilherme Salvador, foi às várias classes de JUDO da Escola Luís Madureira mostrar a medalha conquistada, onde falou do seu trajeto como judoca, respondeu às perguntas dos judocas , demonstrou técnicas de Judo, e ainda teve tempo para fazer um “Randori” (luta com resistência) com todos os judocas.

Duarte Coutinho

EX-ALUNOS JUDOCAS DA ESCOLA LUÍS MADUREIRA Duarte Brás Praticante de Judo no Sport Algés e Dafundo Conquistou o 3º lugar no Campeonato Nacional de Juvenis de 2012 na categoria de 60kg Duarte Coutinho Praticante de Judo no Sport Algés e Dafundo Conquistou o 2º lugar no Campeonato Nacional de Cadetes de 2012 na categoria de 50kg Manuel Sousa Praticante de Judo no Sporting Clube de Portugal Conquistou o 2º lugar no Campeonato Nacional de Juniores de 2012 na categoria de 60kg O QUE É O JUDO? É uma modalidade de desporto de combate que nasceu no Japão, fundada por um homem franzino de nome Jigoro Kano, (tinha apenas 1,50m e 48 Kg de peso). Esta modalidade é um dos principais desportos do Japão e conta hoje em dia com cerca de 10 mil praticantes em Portugal, tendo conquistado muitos adeptos por todo o mundo. “Ju” significa suavidade e “Do” significa via, portanto é a via da suavidade, onde o objetivo é projetar ou imobilizar o nosso adversário com a máxima eficiência conjugada com o minímo de esforço.

Manuel Sousa


ANO EUROPEU DO ENVELHECIMENTO ATIVO... O envelhecimento ativo é a possibilidade de um indivíduo envelhecer de uma forma saudável e autónoma, mantendo a sua participação ativa na sociedade. Imbuídos deste espírito, durante o ano de 2012 na área da 3ª idade, foram especialmente desenvolvidas atividades com o objetivo de aproveitar da melhor forma o potencial que cada um conserva, proporcionando-lhes uma boa qualidade de vida. No dia 26 de maio, sábado, realizou-se na Escola Luís Madureira, um evento denominado I Rock na Ribeira onde decorreram diversas palestras, aulas de ginástica, Ioga, Taichi, atuações de grupos de animação musical (Bombrando; Orquestra Geração) e de entretenimento, bem como um almoço partilhado/piquenique. O evento decorreu no bar (palestras) e no espaço exterior da escola, onde simultaneamente estiveram presentes: empresas que fornecem à instituição produtos direcionados para a área da 3ª idade (Tena, Hartmann, Nívelfarma, Nutrícia, STAPA), instituições do concelho (CMA, PSP, PT, CESIS), stand de conselhos de auto-imagem, stand de mostra de arte de defesa pessoal (Kenpo) e um stand de venda de artesanato realizado pelos utentes das valências da 3ª idade.

...E DA SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES Entre os dias 22 e 26 de outubro realizou-se uma colónia para todas as valências da 3ª idade (Lar, SAD e Centro de Dia), na colónia de férias «O búzio», da Fundação António Silva Leal, em Albufeira. Foi uma semana cheia de animação, desde os passeios matinais à ginástica, ao passeio no comboio turístico, aos jogos lúdicos e a uma noite de despedida com direito a Karaoke e bailarico. As atividades foram realizadas juntamente com o grupo CERCI Póvoa, que também se encontrava alojado na colónia, salientando-se o bom convívio e acolhimento por ambos os grupos. Destacando sempre a possibilidade de envelhecer com saúde, a ginástica é uma atividade presente em todas as Valências da 3ª Idade, envolvendo a animadora, as colaboradoras, fisioterapeutas e voluntários.

Durante todo o ano foram realizadas atividades de acordo com as necessidades e vontades dos nossos utentes, tais como: comemoração de diversas datas com a realização de festas temáticas (carnaval, natal, aniversários, magusto, etc) e atividades lúdicas (ateliers de costura, ateliers de reciclagem de materiais, jogos tradicionais, etc). Considerando que, para muitos dos nossos utentes, o único contato que têm com o mundo exterior é feito exclusivamente através dos eventos que lhes proporcionamos, são sempre de destacar as atividades realizadas no âmbito social e comunitário (idas ao teatro/cinema/museus, visita a um jornal, passeio no elétrico turístico de sintra, entre muitas outras atividades).


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LUÍS MADUREIRA A Escola Luís Madureira, valência da Santa Casa da Misericórdia da Amadora, realizou, na semana de 15 a 19 de outubro, uma Campanha de recolha de alimentos para ajudar uma série de famílias carenciadas. Esta campanha esteve inserida no âmbito: -dos dias mundiais da Alimentação e da Erradicação da Pobreza, 16 e 17 de outubro; -do Projeto Educativo de Escola, que este ano se intitula: “Uma Consciência Sustentável, um Caminho a Seguir”, -da vertente cristã, à semelhança do que dizia S. Paulo nos Atos dos Apóstolos, 4,34-35; “Não havia entre eles necessitado algum. Distribuía-se a cada um, segundo as suas necessidades ”. Os alimentos recolhidos foram entregues, no dia 7 de novembro, por um grupo de alunos do 9º ano, em representação de toda a Escola, aos Vicentinos da Amadora/Confraria de São José dos Pobres, situada no bairro de Santa Filomena. Estes alimentos serão distribuídos a mais de 80 famílias carenciadas, devidamente identificadas pela mencionada Confraria.

ESCOLA LUÍS MADUREIRA A 1ª NO RANKING DO CONCELHO DA AMADORA Mais uma vez a ELM distingue-se no ranking que ordena a prestação dos alunos nas provas finais de ciclo do ensino básico. Dentro do Concelho da Amadora, num universo de escolas com mais de 50 provas realizadas, a ELM posiciona-se em 1º lugar, tanto nos resultados de 6º ano (num universo de 14 escolas) como de 9º ano (de entre 16 escolas), posição que tanto nos orgulha.

Estes últimos dados validam a qualidade pedagógica do nosso ensino. Parabéns também por isso aos docentes e restantes profissionais da Instituição. Dentro do universo de escolas com mais de 50 provas realizadas, o ranking de 2012 seleciona a Escola Luís Madureira, atribuindo-lhe o 114º lugar no 6.º ano e o 82º lugar no 9.º ano a nível nacional.


No dia 28 de setembro, a equipa de Coordenadores da nossa Instituição deslocou-se até à Ericeira, para uma jornada de trabalho “ fora de portas”. As atividades dinamizadas tiveram como objetivo reforçar o espírito de equipa e o trabalho em parceria. Cooperação, comunicação, liderança e espírito de organização, foram as palavras chave deste dia de trabalho.

CONGRESSO INTERNACIONAL DAS MISERICÓRDIAS PORTO | GAIA - 2012 Foi na bonita cidade invicta que decorreu o X Congresso Internacional das Misericórdias. O congresso contou com 500 congressistas, representantes de centenas Misericórdias espalhadas pelo Mundo. A nossa Instituição fez-se representar pela Mesa Administrativa e pela Direção Geral. Num espírito de cooperação além fronteiras, partilharam-se vivências e experiências. Este congresso serviu também, para eleger a nova Direção da Confederação Internacional da Misericórdias, sendo eleito António Brito para o cargo de Presidente. O congresso contou com a participação do Governo Português, que partilhou com os presentes a importância das Misericórdias no contexto nacional. A nossa delegação aproveitou a oportunidade para estabelecer contactos e pontes com outras Misericórdias, no sentido de potenciar novas estratégias e dinâmicas de intervenção.

Durante a manhã desenvolveram-se atividades de team building. À tarde tiveram lugar as reflexões e a determinação de estratégias e metodologias da Instituição para os tempos que se avizinham. A avaliação global foi bastante positiva.


A EQUIPA RSI, ALINHADA COM O LEMA DE BEM SERVIR AS COMUNIDADES E, DE IGUAL FORMA, AS INSTITUIÇÕES, TEM VINDO, EM 2012, A SEDIMENTAR AQUELE QUE É UM DOS SEUS EIXOS ESTRATÉGICOS DE ATUAÇÃO: A DISSEMINAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS, ENQUADRADA EM PROCESSOS DE CONSULTORIA EM ÁREAS ESPECÍFICAS. O VOLUNTARIADO SOCIAL, ATIVIDADE DESENVOLVIDA POR BENEFICIÁRIOS DE RSI EM PROL DA COMUNIDADE, REVESTIDA DO SEU CARÁTER INOVADOR E PRÓ-SOCIAL (NA DIMENSÃO DA MAXIMIZAÇÃO DOS PERCURSOS ACOMPANHADOS DOS DESTINATÁRIOS DESTA MEDIDA SOCIAL), FOI IDENTIFICADA ENQUANTO BOA PRÁTICA PELA INSTITUIÇÃO E PELO CENTRO DISTRITAL DE LISBOA DO ISS,IP, EM CONSEQUÊNCIA DA METODOLOGIA DEFINIDA E RESULTADOS ALCANÇADOS.

O Voluntariado Social enquadra-se no Programa de Voluntariado da SCMA que a Equipa gere desde junho de 2011 e contempla, para além dessa tipologia, o Voluntariado Tradicional (desenvolvido por cidadãos que reconheceram a Misericórdia da Amadora enquanto Instituição de referência para desenvolverem os seus percursos de Voluntariado); o Voluntariado Académico (desenvolvido por estudantes) e, mais recentemente o Voluntariado de Proximidade (desenvolvido por Beneficiários de RSI em prol da Comunidade, mais especificamente junto de Seniores em situação de isolamento social). O processo de Disseminação desta Prática Social teve início com o envio ao Centro Distrital de Lisboa do ISS, I.P. do Programa de Voluntariado Social da SCMA que contemplava já os resultados alcançados após um ano de implementação e através do qual a Equipa se disponibilizava para ser Consultora junto de outras Instituições do 3º Setor, tendo em vista a transferência da Prática para outros contextos territoriais. O Centro Distrital de Lisboa avaliou como muito pertinente o Programa, tendo validado, após proposta da SCMA, a Organização de um Evento de Disseminação da Prática junto de outras Equipas de Protocolo do Distrito de Lisboa. O I Encontro de Voluntariado Social RSI em Ação na Comunidade, teve lugar no dia 6 de junho, no Auditório do Centro Rainha Santa Isabel e contou com a participação do Centro Distrital de Lisboa, nas pessoas da Senhora Diretora Dra. Susana Branco, Dra. Sónia Baltazar, Dra. Milena Martins e Dra. Catarina Magalhães; da Equipa de Famílias e Territórios da Amadora, nas pessoas da Dra. Fátima Salgueiro, Chefe de Setor, e Dra. Marta Feliciano, Coordenadora de NLI, bem como de outras 25 Organizações do 3º Setor e Setor Corporativo, perfazendo um total de 76 participantes.

Equipa RSI

Entre essas 27 Organizações presentes, encontravam-se as 13 Equipas de Protocolos RSI do Distrito de Lisboa, que identificaram a importância de implementarem a Prática do Voluntariado Social nas suas Instituições. O Processo de Consultoria integra as dimensões, numa primeira Fase, da Formação e da Supervisão junto dessas Equipas e, numa segunda Fase, junto das restantes Equipas de Protocolo distribuídas pelo território nacional. A boa Parceria com a FITI (Federação das Instituições da 3ª Idade) conduziu ao diagnóstico da importância da Certificação do processo de Formação, tendo aquela Instituição, uma vez mais, revelado disponibilidade para o fazer, de forma gratuita. A Formação de Agentes Qualificados no âmbito do Voluntariado Social, foi planificada e organizada em 10 Módulos, num total de 44 horas distribuídas por 3 semanas de trabalho e decorreu no Auditório do CRSI entre os dias 5 e 21 de setembro. Este processo formativo foi participado por 11 Instituições do 3º Setor e obteve resultados muito positivos nas dimensões da participação ativa dos Formandos e da avaliação que fizeram dos Módulos Propostos, Estruturação da Intervenção da Equipa e Mais-valias da Prática para os processos de autonomização social dos Beneficiários de RSI. O processo de Supervisão iniciar-se-á em novembro, também no Auditório do CRSI, após implementação da Prática nos contextos Institucionais, que decorrerá durante o mês de outubro e contemplará, para além da Supervisão Presencial, a Supervisão à Distância, com recurso a plataformas online de gestão partilhada entre as várias Equipas. “UNIR-SE É UM BOM COMEÇO, MANTER A UNIÃO É UM PROGRESSO, E TRABALHAR EM CONJUNTO É A VITÓRIA.” HENRY FORD


A Misericórdia da Amadora foi convidada pela PROSALIS e ISCTE, organizadores do XXII Congresso sobre Estilos de Vida, a ter lugar dia 21 novembro 2012, este ano subordinado ao tema Reflexão sobre a Imigração e Exclusão Social em Tempos de Crise, para apresentação de uma Comunicação, no âmbito das Boas Práticas no Rendimento Social de Inserção. A SCMA estará representada através dos Técnicos Adriano Fernandes e Ana Quintais, que dinamizarão a mesa redonda O Acesso ao Trabalho, Saúde, Educação, Proteção Social e

Cidadania. O enfoque da Comunicação assentará na partilha das Boas Práticas da Equipa RSI nas dimensões da Cidadania (Voluntariado; Formações; Mentorização; Grupo de Teatro de Intervenção); Saúde (Educação para a Saúde e Hábitos de Vida Saudáveis); Educação (Formações e Dinamização de Atividades Lúdico-Pedagógicas); Trabalho (Parcerias com Entidades Empregadoras; Formações; Microepreendedorismo e Mentorização) e no âmbito da Habitação (Melhoria das condições habitacionais).

6 MESES DA UCC SAGRADA FAMÍLIA A UCC Sagrada Família comemorou os seus primeiros seis meses de funcionamento. Foram, sem dúvida, seis meses muito intensos, com algumas dificuldades, mas fundamentalmente com muitas alegrias e conquistas. De forma a darmos resposta a esta efeméride organizaramse dois Encontros. O primeiro, no dia 9 de outubro, para os colaboradores, no qual se pretendia proporcionar um momento de análise e avaliação dos primeiros 6 meses do funcionamento da Unidade e, simultaneamente, ser um momento de partilha e de convívio entre todos. Assim, o primeiro momento teve lugar no Auditório da SCMA no Centro Rainha Santa Isabel, com a presença da Sr.ª Provedora, Dr.ª Cristina Ferreira, da Sr.ª Presidente da Assembleia Geral da Irmandade da SCMA, Dr.ª Maria João Ferreira, do Administrador da UCC SF e membro da Mesa Administrativa, Dr. Nuno Corte Real, do Diretor Geral, Dr. Manuel Girão, e da Diretora do Complexo Social Sagrada Família e do Lar Sagrada Família, Dr.ª Teresa Neto. Após o término deste, seguiu-se um jantar convívio, no Centro de Dia Rainha Santa Isabel. O Segundo Encontro decorreu na UCC Sagrada Família, no dia 10 de outubro, no qual realizámos um lanche convívio com os utentes, seus familiares e colaboradores, em que proporcionámos alguns momentos de animação.


Manuel Girão Diretor Geral

"Reconhecemos a necessidade de se conseguir progressivamente a plena realização do direito de todas as pessoas de desfrutar do máximo possível de saúde física e mental… Promoveremos a independência, capacitação dos idosos e incentivaremos todas as possibilidades de participação plena na sociedade. Reconhecemos a contribuição dos idosos para o desenvolvimento através do seu papel como guardiões." ARTIGO 14.º DA DECLARAÇÃO POLÍTICA DA SEGUNDA ASSEMBLEIA MUNDIAL SOBRE O ENVELHECIMENTO.

Quando falamos de envelhecimento, somos tentados a falar de números e estatísticas, colocando sobre o envelhecimento a tónica do lado do problema. O envelhecimento tem de ser visto como uma oportunidade para as sociedades alterarem a forma como conceberam as relações entre as várias gerações. Os idosos não se podem sentir como fardos de uma sociedade individualista, fria nas relações e apenas preocupada com os problemas do curto prazo. SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES, CUMPLICIDADE ENTRE GERAÇÕES, SÃO ESTES OS CAMINHOS PARA UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E FRATERNA. Os mais velhos deverão ser valorizados pelo que foram, mas principalmente por aquilo que são. Por aquilo que podem transmitir aos mais novos. Valores, saberes, conhecimento, enfim, experiência de vida. Idosos, seniores, terceira idade. Muitas vezes temos dificuldade em perceber onde estão os limites e as fronteiras. Atualmente temos até quem fale de uma quarta idade. Prefiro falar dos mais velhos, prefiro falar dos mais experientes, prefiro falar dos mais vividos. Enfim, prefiro falar daqueles que, vivendo neste mundo que é o meu, já viram aquilo que eu não vi e já sentiram aquilo que eu não senti. Promover o envelhecimento ativo é muito mais do que um 'slogan'. É sem dúvida uma mudança de mentalidade e de paradigma. A intervenção tem de ser colocada do lado da promoção, da saúde e do bem-estar, tendo sempre em mente a autonomia. Sabemos perfeitamente que muitas vezes essa autonomia é posta em causa, por motivos de saúde, associados ao fenómeno do envelhecimento. Nessas situações é fundamental a existência de redes de suporte, formais e

informais. Entenda-se por redes informais aquelas que são proporcionadas por cuidadores informais, familiares, amigos, vizinhos. Estes prestam cuidados excecionais e incansáveis e fazem-no de forma abnegada e voluntária. Entenda-se por redes formais aquelas que são dinamizadas por Instituições do setor público, social e privado. Torna-se fundamental a articulação entre as duas redes, bem como entre todos os agentes que intervêm em todo este processo. Só assim se poderá realizar um trabalho de qualidade e sem desperdício de recursos. Exemplos como as universidades seniores, os programas de turismo sénior, os centros de dia e de convívio são fundamentais e deveriam ser mais bem aproveitados pelos mais velhos e respetivas famílias. O serviço de apoio domiciliário, se possível integrado e diversificado, é uma resposta muito positiva e que contribui, sem dúvida, para evitar ou atrasar a institucionalização das pessoas mais velhas. As respostas residências, como lar ou residências assistidas, são em alguns casos as únicas soluções possíveis. No entanto, não devem representar o fim da linha. Estes equipamentos deverão ter sempre como missão trabalhar em prol da autonomia, promovendo atividades socialmente relevantes, que despertem nos mais velhos o gosto pela vida e um sentimento de participação na vida ativa do quotidiano. Termino com uma frase da autoria da equipa da terceira idade da minha Instituição: “DAR VIDA AOS ANOS E NÃO ANOS À VIDA…”



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