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TRIMESTRAL Jan/Fev/Mar 2015 EDIÇÃO N.º 26 Gratuito

Misericórdia de Gaia homenageou colaboradoras no Dia da Mulher


Índice Editorial | 2 Anos de história | 4 Opinião |6 O que Aconteceu |7 Projeto VIDAS na Misericórdia de Gaia | 15

Misericórdias assinam Protocolo | 17 FICHA TÉCNICA:

Entrevista | 18 Maria Luísa Dantas é Mesária da Misericórdia de Gaia | 18

PROPRIETÁRIO: Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia; DIRETOR: Dr. Mário Fontemanha EDIÇÃO E COORDENAÇÃO: Dr.ª Marisa Pinho; COLABORADORES: Dr.ª Manuela Pinto

Saúde | 21 Histórias que Marcam | 23 Helena Mota conhece a Misericórdia desde que nasceu | 23

DESIGN GRÁFICO: Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia; TIRAGEM: 750; PERIODICIDADE: Trimestral; SEDE DA REDAÇÃO: Rua Teixeira Lopes, n.º 33, 4400-320, Vila Nova de Gaia;

Núcleo Museológico |25 Voluntaria-te | 26 Arquivo e Centro de Documentação | 27 Curiosidades | 27 Agenda|27

PRODUÇÃO: Gráfica São Miguel, Rua Norton Matos, 731, Gulpilhares, 4405-671 Vila Nova de Gaia NOTA: Publicação isenta de registo na ERC ao abrigo da Lei de Imprensa 2/99 de 13 de janeiro, artigo 9 Os artigos foram escritos com base no novo acordo ortográfico


Editorial

Dr. António Carlos Teixeira (Vice-Provedor da Misericórdia de Gaia)

Quando verifico a generosidade, empenho, amor e solidariedade na ação que a grande família da Santa Casa de Misericórdia de Vila Nova de Gaia (SCMG) concretiza todos os dias, reconheço que tais factos devem ser publicitados para compreender e avaliar a sua importância. A grandiosidade da sua ação vai para além dos Laços de Amor daí, o sentido de alterarmos o nome das nossas publicações para MG - Misericórdia de Gaia, associada com o tipo das mesmas, p. ex., Notícias; TV; Newsletter… Queremos uma nova imagem, grafismo e secções para a MG - Misericórdia de Gaia –Notícias com o propósito de dar mais vida aos contributos de quem aposta na ação da SCMG. Temos pois, neste 1º trimestre de 2015 de realçar as atividades levadas a efeito nos nossos equipamentos sociais e unidades de formação e lúdica. Revivemos com o contributo da Academia Sénior os Cantares dos Reis, nos Equipamentos Sociais o Carnaval, e realçamos o Dia da Mulher na M. G.. Salientamos a concretização do Projeto Vidas, como projeto piloto na demência, que se desenvolve com a participação da nossa instituição e União das Misericórdias. Assinalar o protocolo de cooperação entre a Misericórdia de Gaia e a Misericórdia do Porto para boas práticas de saúde, recursos humanos e formação profissional, cultura, geriatria, infância e deficiência. Por fim, congratularmo-nos com a realização da Assembleia Geral ordinária com a aprovação do relatório e contas do ano de 2014, bem como, da Assembleia Geral Extraordinária em que dignificamos como irmãos honorários os ex –provedores Dr. Valdemar Teixeira Castro Chaves, Bernardino de Andrade Maia, Dr. José Tavares Pinto Brandão e ex-presidente da assembleia geral Prof. Eng.º Joaquim Manuel Veloso Poças Martins A todos que contribuíram, acarinharam, e que concretizaram com o seu empenho, zelo e criatividade a missão da Misericórdia de Gaia, bem hajam.

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Anos de História

Luís Marques Gomes (Mesário e Tesoureiro da Misericórdia de Gaia)

Acolher no Lar Salvador Brandão... • Em 12 de agosto de 1974, a Direção-Geral da Assistência enviou um ofício a comunicar que “parece ser viável e oportuna a alteração do artigo segundo do seu Regulamento, apesar das disposições testamentárias do Instituidor Salvador Ferreira Brandão, porquanto há que ter em conta as disposições legais que regulam o exercício da tutela administrativa de instituições particulares de assistência, nomeadamente o número dois do artigo quadragésimo quarto do Decreto-Lei número quatrocentos e treze, traço, setenta e um, de vinte e três de Setembro, que determina: ´A tutela administrativa respeitará inteiramente a vontade dos Instituidores, sem prejuízo, porém, da actualização técnica dos serviços e coordenação indispensável à maior eficiência das suas actividades´. A disposição testamentária que impõe a limitação na admissão no estabelecimento de pessoas residentes na freguesia de Gulpilhares, dificulta exactamente a coordenação dos serviços desta Misericórdia indispensável à maior eficiência das suas actividades, pois não lhe permite suprir as carências de um estabelecimento, recorrendo às disponibilidades de outro, situado em freguesia diferente. Julga-se que a intenção do fundador continuará a ser respeitada nos seus aspectos essenciais, se ao iluminar-se a impossibilidade de admissão no estabelecimento de pessoas não residentes na freguesia de Gulpilhares, se estabelece, porém, preferência na admissão aos residentes naquela freguesia”. Assim, em face do exposto e tendo em conta a necessidade de atualização da redação do artigo segundo do Regulamento, sugeria aquela Direção-Geral que este passe a ter a seguinte redação: “O Lar Salvador Brandão tem por fim manter pessoas idosas ou diminuídas de ambos os sexos, que se encontrem em situação de impossibilidade de angariar meios de subsistência e que residam no Concelho de Vila Nova de Gaia, com preferência absoluta para os residentes na freguesia de Gulpilhares”.

Lar Salvador Brandão A partir setembro de 1974 passou a acolher pessoas de todo o Concelho, mas com preferência absoluta para os residentes na freguesia de Gulpilhares

A Mesa Administrativa manifestou a sua concordância a esta proposta, mas deliberou submeter o assunto à Assembleia Geral dos Irmãos, realizada em 27 de setembro de 1974, que aprovou por unanimidade essa proposta, facto que foi depois comunicado à Direção-Geral da Assistência, e que foi sancionado por aquela entidade. •A extraordinária colaboração que as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Portuguesas prestaram a esta Misericórdia desde 1933 constituiu uma das principais razões para o bom funcionamento de todos os equipamentos sociais e assistenciais da nossa Irmandade. Na verdade, essa colaboração iniciou-se no Asilo Salvador Brandão, desde o dia 10 de outubro de 1933, depois prosseguiu no Hospital da Misericórdia, primeiro, entre abril de 1935 até 16 de julho de 1940, e mais tarde, a partir do dia 1 de junho de 1966. No Asilo-Creche e Hospital D. Emília de Jesus Costa não temos elementos que nos permitam saber a data exata em que começaram a colaborar nas secções do Asilo e da Creche, mas admitimos que terá sido em setembro de 1936, enquanto no Lar José Tavares Bastos, essa colaboração começou em outubro de 1971. 4|MG Notícias


Anos de História Entretanto, a grave crise da falta de vocações religiosas começou a produzir os seus efeitos, pois a Congregação foi forçada a abandonar alguns equipamentos que lhe estavam confiados, por falta de novas Irmãs. Foi dentro desse contexto que a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Portuguesas comunicou à Misericórdia, em maio de 1973, que era com profunda mágoa que davam conhecimento que iam cessar as suas atividades na Creche e Jardim de Infância em 31 de julho desse ano. Como veremos mais adiante, a esta saída foram-se sucedendo as saídas das Irmãs de todos os equipamentos da Misericórdia. • Entretanto, a Mesa Administrativa começou a viver um período difícil por força de vários acontecimentos que foram surgindo, nomeadamente, com as suas figuras principais: - o Senhor Provedor, Comendador Manuel Moreira de Barros, foi submetido a uma delicada intervenção cirúrgica, na Ordem do Carmo, em outubro de 1973. Após a sua recuperação, reassumiu as suas funções em finais de dezembro, mas, em março de 1974, o seu estado de saúde agravou-se, tendo vindo a falecer em 1 de setembro de 1974; - o Senhor Vice-Provedor, Dr. João Alves Pereira, faleceu, inesperadamente, em 2 de novembro de 1973; - o Irmão, Sr. Guilherme Augusto Leal, que desempenhava as funções de Primeiro Secretário, faleceu a 2 de fevereiro de 1974. - por força das vacaturas geradas, a Mesa Administrativa elegeu por escrutínio secreto, na sua reunião de 25 de julho, o Irmão Senhor João Reinaldo Luís Pacheco para o lugar de Vice- Provedor e o Irmão Senhor Lívio Joaquim de Meireles Rocha, como Primeiro Secretário, mas, o lugar de Provedor não foi preenchido. As dificuldades não se ficaram por aí: em fevereiro de 1974, a Direção Clínica entregou ao Senhor Vice-Provedor um abaixo-assinado subscrito por um numeroso grupo de Médicos, a manifestar o seu descontentamento pelo atraso que se estava a verificar no pagamento dos seus honorários relativos aos serviços prestados aos doentes que nos eram enviados pelos Serviços Médicos Sociais das Caixas de Previdência, pelo que pediam autorização para deixar de prestar assistência a esses doentes, salvo em casos urgentes, a partir de 1 de março, e exigindo ainda, como condição para retomarem o seu serviço normal, o pagamento dos quatro meses em atraso e ainda a garantia de que, no futuro, jamais se repetiriam atrasos superiores a dois meses. O Senhor Provedor comunicou na reunião da Mesa de 28 de fevereiro que negara tal autorização, remetendo

uma tomada de posição para a reunião da Mesa. A Mesa Administrativa deliberou o seguinte: “1.º Chamar a atenção dos Excelentíssimos Clínicos deste Hospital para o facto de que os doentes devem ser admitidos e tratados sem a menor discriminação quanto aos organismos ou entidades que por eles se responsabilizem; 2.º Esclarecer que o Digno Corpo Médico deste Hospital se encontra vinculado por contrato com esta Misericórdia, não podendo, por isso, tomar atitudes perante terceiros, relativamente aos serviços que aqui prestam como Médicos, devendo tratar sempre e somente com a sua Administração, observando as disposições hierárquicas aplicáveis; 3.º Afirma ao mesmo Digno Corpo Médico que, embora compreendendo perfeitamente a sua inquietação pelo atraso no pagamento de honorários, esta Misericórdia lhes garante o seu recebimento, pedindo, por isso, a sua colaboração no sentido de aguardarem calma e serenamente que se possam vencer as dificuldades presentes; 4.º Ratificar a decisão da Provedoria que negou autorização aos Médicos de fazerem discriminação entre os doentes, de forma a que o Corpo Clínico do Hospital de Gaia cumpra com o seu dever de forma ordeira e irrepreensível como o tem feito até agora; 5.º Reiterar à Excelentíssima Direcção Clínica do nosso Hospital toda a confiança que ela sempre mereceu, solicitando-lhe ainda e como esforço suplementar às suas obrigações, que procure, sem quebra da disciplina indispensável, sanar todos os diferendos que, neste momento de desorientação, tenham surgido; 6.º Apelar para todos quantos colaboram, interna e externamente, na obra assistencial desta Misericórdia, obra essa que tem a sua extensão mais significativa na construção do Hospital de Gaia – levada a efeito com incalculáveis sacrifícios – para que ela não seja prejudicada ou possa mesmo vir a soçobrar perante humanamente ser vencidas, para o que apenas bastará que todos trabalhem em harmonia com o maior espírito de compreensão e abnegação”.

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Opinião

É recorrente evocar o modelo de gestão e as virtualidades dos agentes privados na gestão de equipamentos e serviços públicos, diminuindo a capacidade do Estado, seja a nível central, seja a nível local de fazer uma gestão de excelência, como demonstram tantos casos em Portugal e imensos casos nos países apontados como exemplos de desenvolvimento, por exemplo os do norte da Europa. Esta defesa do setor privado é feita, muitas vezes, esquecendo conveniente a existência de um forte setor de economia social em Portugal, que tem sido um pilar fundamental na construção de um estado social democrático. O setor da economia social, as Misericórdias em particular, pela sua antiguidade e experiência, são o âmago da economia social e representam um modelo cultural português que é estudado pela sua capacidade de perduração no tempo e pela sua influência social e económica nas comunidades em que se inserem. É com grande satisfação que verifico que a Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia continua a dedicar-se às causas públicas, à defesa dos valores da solidariedade e da democracia, à proteção dos mais frágeis dos nossos concidadãos. A Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia evolui à medida das necessidades dos tempos. Esta nova revista é um exemplo dessa evolução e, por certo, um motivo de grande satisfação para os seus Irmãos e para todos os gaienses, porque traduz a capacidade de inovação e de intervenção de uma das mais importantes instituições do concelho. Desejo os maiores sucessos à Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia e manifesto a disponibilidade da Câmara Municipal para colaborar nos novos projetos e nos novos desafios, dignificando o setor da economia social local e regional. Cordialmente Eduardo Vítor Rodrigues (Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia)

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O Que Aconteceu

Visitas, brincadeiras e as festividades típicas do primeiro trimestre de 2015 estiveram ao rubro no CAT.

A Casa da “Bia”

O Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia recebeu no passado dia 24 de março a visita das crianças do Jardim de Infância da Escola Básica das Devesas, onde se encontra integrada uma das crianças acolhidas pelo CAT. Os meninos tinham o desejo de conhecer a “casa da Bia”, desejo que foi concretizado. A “Bia” e a sua família CAT receberam as crianças de forma muito divertida em que não faltou música, lambarices e muita brincadeira, ou seja, tudo o que qualquer criança tem direito por ser criança. Durante o primeiro trimestre, as crianças do CAT viveram de forma bastante empenhada as ocorrências deste período, como o Carnaval ou o Dia do Pai, assim como a equipa do centro preparou várias atividades para preencher de forma divertida as férias da Páscoa dos meninos.

I.R.S.

Sabe como pode ajudar?

O Estado permite que 0,5% do imposto liquidado de I.R.S. possa reverter para uma Instituição de Utilidade Pública (Lei n.º 16/2001 de 22 de junho). Para isso é só necessário colocar na declaração de I.R.S. uma cruz no Quadro 9, Anexo H, seguido do número de contribuinte 500 874 751, sem qualquer prejuízo para o declarante. Desta forma está a apoiar a Misericórdia de Gaia a ajudar quem mais precisa e sem qualquer custo.

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O Que Aconteceu

Novas experiências

O primeiro trimestre de 2015 foi de muita agitação positiva na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa (CJI). O ano arrancou com o “Cantar das Janeiras”, no Dia de Reis, aos utentes e residentes no Complexo António Almeida da Costa. Em fevereiro, a CJI recebeu a empresa ZENIUS que proporcionou às crianças uma experiência de cinema imersivo, com projeção a 360.º, em que as crianças puderam ver o céu estrelado, os planetas, a chuva a cair como se da realidade se tratasse. Para além das atividades pedagógicas, nunca descuradas, este trimestre fica marcado pelas iniciativas “Desfile de Penteados Malucos” e “Desfile de Roupa XXL”, organizado pela CJI e com a forte participação e empenho dos encarregados de educação. As crianças desfilaram de forma bastante profissional, como autênticos “adultos”, vivendo-se momentos divertidos que envolveram toda a comunidade escolar. No mês de março, os papás dos meninos tiveram um Dia do Pai muito especial com as surpresas preparadas pelas crianças.

Dia da

"Roupa XXL" Dia do Pai

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O Que Aconteceu

50 anos de companheirismo Rosa e Joaquim Simões viveram 50 anos de vida em conjunto. As muitas fotos dos álbuns de fotografias do dia 11 de fevereiro de 1965 não escondem a felicidade do casal, cuja união foi celebrada na Igreja do Bonfim. A Estrutura Residencial Conde das Devezas preparou uma celebração eucarística e um encontro festivo de comemoração das Bodas de Ouro do casal, no passado dia 11 de fevereiro. Apesar da doença e fragilidade do residente Joaquim Simões, os votos de amor e dedicação foram renovados na presença do padre Silvério Rato e de muitos amigos do casal. “Gostava que vissem uma fotografia que está num dos álbuns do dia do nosso casamento em que sem contarmos, estamos os dois a olhar para a mesma direção”, referiu emocionada a residente Rosa Simões. O dia foi de emoções fortes, de apelo por saúde e longevidade, mas também de belas recordações do dia que marcou o meio século de vida do casal Simões.

Carnaval é na Residencial

A Estrutura Residencial Conde das Devezas (ERCD) organizou um desfile de Carnaval, no passado dia 16 de fevereiro, para os seus residentes. As colaboradoras da ERCD surpreenderam não só os residentes, como também os jurados com as suas apresentações. Músicas, adereços, trajes e performance foi tudo pensado ao pormenor para proporcionar um grande espetáculo de Carnaval. O júri foi constituído pelo provedor e esposa, Artur Leite e Fátima Fragoso, pelo mesário da ERCD, Luís Gomes, e pela psicóloga clínica da instituição, Ana Costa, que teve a difícil tarefa de escolher os vencedores do desfile. MG Notícias|9


O Que Aconteceu

Inter

ação geração

No primeiro trimestre do 2015 os utentes do Equipamento Social António Almeida da Costa (AC) tiveram vários dias preenchidos com muita música e interação. Os utentes do AC passaram uma tarde na Escola das Devesas em que a interação esteve ao rubro. Crianças e utentes conversaram, jogaram, lancharam e ainda assistiram a várias interpretações musicais. A mais valia deste tipo de atividades intergeracionais é visível pela satisfação no rosto dos utentes. Ao longo do primeiro trimestre de 2015, o AC recebeu o projeto educativo a “Casa vai a Casa” em que os utentes aceitaram o desafio de participarem nos exercícios musicais e de cantarem e encantarem os convidados. Mas música e animação também não faltaram no AC, quer nos espaços mais sociais do equipamento, quer nas enfermarias que não deixou nenhum visitante indiferente. Os utentes do equipamento participaram ainda em várias atividades em conjunto com os demais equipamentos sociais da instituição, entre as quais se destaca a festa de Carnaval, a palestra sobre a importância da mulher na sociedade e o Torneio Inter-Lares.

Portal Decor Solidário O Portal Decor, da empresa Portal do Sucesso, no âmbito do seu projeto Portal Decor Solidário, contemplou a Misericórdia de Gaia na requalificação de um espaço utilizado pelos utentes. O espaço escolhido foi uma das salas de refeições do Equipamento Social António Almeida da Costa que sofreu uma grande alteração, desde a cor das paredes, um novo cortinado, mesas e cadeiras requalificadas, bem como nova decoração. Os utentes do equipamento gostaram muito do seu novo espaço, fazendo agora as suas refeições num local mais elegante, requintado e moderno.

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O Que Aconteceu

Torneio Inter-Lares 2015

Arrancou no passado dia 4 de fevereiro o Torneio Inter-Lares de 2015 no Equipamento Social Salvador Brandão.

Dezenas de utentes de várias Instituições de Solidariedade Social do Concelho estão a participar ativamente no Torneio deste ano nas modalidades que mais gostam: Dominó, Sueca e Bingo. A pares, as equipas jogam e competem por passarem cada eliminatória até chegarem à fase final e conquistarem as tão desejadas medalhas. Esta iniciativa que se tem revelado um grande sucesso de ano para ano estimula a componente cognitiva, motora e social dos idosos, proporcionando-lhes objetivos concretos – vencerem – mas também promove agradáveis momentos de convívio entre os utentes de diferentes instituições. Em 2015 as instituições participantes são o Equipamento Social Salvador Brandão, o Equipamento Social António Almeida da Costa, o Equipamento Social Tavares Bastos, a Santa Casa da Misericórdia de Espinho, o Centro Social de Vilar do Paraíso, o Centro Social S. Miguel, o Centro Social de Pedroso, a Associação Humanitária de Canelas, o Lar Santa Isabel e o Centro Social de Oliveira do Douro. "Uma Boa Notícia" O Equipamento Social Salvador Brandão teve o privilégio de receber, no dia 6 de janeiro, Isabel Oliveira, do Secretariado da Diocese do Porto, no âmbito do momento de reflexão “Uma boa notícia”. Esta atividade teve como principal objetivo sensibilizar os utentes para a importância que cada pessoa assume nas relações, alertando para a necessidade do autorrespeito e do respeito para com o outro. Música e mais música O Equipamento Social Salvador Brandão entrou em 2015 a dar música aos seus utentes. Nas segundas-feiras de janeiro recebeu o projeto “A Casa vai a Casa”, da Casa da Música, no dia 8 foi a vez do Grupo de Cavaquinhos da Universidade Sénior e no dia 27 recebeu a atuação da Academia Sénior de Canelas. MG Notícias|11


O Que Aconteceu

“Rir” foi o remédio no Dia do Doente O Dia Mundial do Doente foi assinalado de diversas formas pelos vários Equipamentos Sociais da Misericórdia de Gaia, no passado dia 11 de fevereiro.

O Equipamento Social Tavares Bastos marcou o Dia do Doente com uma reflexão, cujo tema foi “Rir é o melhor remédio”, da responsabilidade dos psicólogos da instituição Ana Costa e Diogo Duarte. Os psicólogos começaram por questionar os utentes sobre a diferença entre “estar doente” e “ser doente”. Para o psicólogo Diogo Duarte ser ou estar doente é “tudo uma questão de postura” e referiu que uma boa terapia para combater a doença é rir. A esse propósito os psicólogos apresentaram aos utentes imagens de crianças com várias expressões que suscitaram muitas interpretações dos utentes, bem como expressões de riso, de carinho e ternura sempre que uma nova imagem de criança era projetada. “Ai que engraçado”, “Oh, o meu menino” ou “Eu queria aquele menino” foram algumas das frases prenunciadas pelos utentes sempre acompanhadas pela boa disposição. No final, todos concordaram que aquele momento “foi muito bom” e que rir “não tem idade, e não é difícil”. Os psicólogos clínicos afirmaram que rir é importante para a saúde do ponto de vista fisiológico e psicológico: “O riso consegue mesmo diminuir a dor física”. Atelier de pinturas manuais Utentes dos Equipamentos Sociais Salvador Brandão e Tavares Bastos juntaram-se para criarem sabonetes perfumados como oferta para o Dia da Mulher.

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Dia do Pai Os utentes comemoraram o Dia do Pai com a visita dos seus filhos e com a atuação do Grupo Musical da Alameda do Cedro no dia 20 de março.

Passeio da Primavera No dia 27 de março, os utentes dos Equipamentos Sociais visitaram Cabeceiras de Bastos.


O Que Aconteceu

Homenagem aos que cuidam dos doentes

A Estrutura Residencial Conde das Devezas (ERCD) marcou o Dia Mundial do Doente, no passado dia 11 de fevereiro, com uma eucaristia dedicada aos que estão doentes, mas o momento espiritual, da responsabilidade do padre Silvério Rato, foi ainda de transmissão de mensagens de força e de esperança.

A diretora da Estrutura, Dália Esteves, marcou o dia, com uma sentida homenagem aos profissionais de saúde da ERCD presentes como foi o caso do médico Américo Sousa, da psicóloga clínica Ana Costa, do enfermeiro Fernando Araújo, do fisioterapeuta Bruno Santos, da enfermeira Sandra Viana e da ajudante de enfermagem Maria Armanda, assim como focou a importância das auxiliares da estrutura que são “muitas vezes as mãos dos profissionais de saúde junto dos residentes”. Mas Dália Esteves fez ainda questão de homenagear com uma rosa amarela, todos os residentes que na sua vida ativa se dedicaram aos cuidados de saúde como o médico Carlos Lima Torres, a enfermeira Maria Manuela Sadio, a enfermeira Sofia do Céu Cruz, a enfermeira Isaura Pereira de Castro, a enfermeira Filomena Brites, a enfermeira Rosa Santiago e a doutora Maria de Lurdes Mira Paulo. O Equipamento Social Salvador Brandão comemorou o Dia Mundial do Doente com a presença de Rui Ferreira, aluno da Sociedade Missionária da Boa Nova. O palestrante refletiu com os utentes sobre o tema “Mensagem do Coração”. Já o Equipamento Social António Almeida da Costa lembrou este dia ao proporcionar momentos de música e de uma atenção especial aos utentes que se encontram nas enfermarias do equipamento. O Dia Mundial do Doente foi criado pelo Papa Bento XVI em 1992. MG Notícias|13


O Que Aconteceu

Academia Sénior cantou as Janeiras Os Serviços Centrais da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia tiveram a honra de receber, no passado dia 13 de janeiro, os alunos da Academia Sénior de Gaia que cantaram as Janeiras. O provedor, o vice-provedor, o mesário José Urbano Soares, bem como os colaboradores dos Serviços Centrais e alguns visitantes que se encontravam no local naquele momento tiveram o privilégio de assistir ao Cantar das Janeiras com muita satisfação. O provedor da Misericórdia de Gaia, Artur Almeida Leite, agradeceu aos alunos da Academia Sénior a visita à Sede da instituição, formulando votos do melhor para todos os alunos e revelando o desejo de no próximo ano serem muitos mais. A Misericórdia e o Município estabeleceram uma parceria para a gestão e organização da Academia Sénior de Gaia que se tem revelado um grande sucesso. A Academia Sénior de Gaia é um projeto social e educativo que visa contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos seniores. A Academia disponibiliza várias disciplinas que vão de encontro aos interesses dos alunos, entre as quais se encontra o Folclore.

Dia da Poesia - 30 de março

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O Que Aconteceu

PROJETO VIDAS: Valorização e Inovação na Demência A Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia foi umas das Misericórdias convidadas a realizar algumas das sessões de formação do VIDAS – Valorização e Inovação na Demência. A Misericórdia de Gaia reuniu vários técnicos e dirigentes de Misericórdias e IPSS´s que estão inseridas no VIDAS para as sessões de formação que se realizaram nos dias 16 e 17 de janeiro, assim como nos dias 5, 6 e 7 de fevereiro. Ao longo das sessões, os formandos colocaram questões, fizeram comentários e partilharam experiências da realidade que contactam todos os dias nas suas instituições.Um dos principais objetivos deste grande projeto é capacitar os profissionais nas suas áreas de atuação para o reconhecimento da problemática das demências e indicar-lhes as respostas adequadas para com as pessoas com demência e seus familiares e cuidadores. A formação do VIDAS centra-se em três eixos fundamentais: compreender a pessoa com demência, avaliar as necessidades e intervir. O VIDAS é um projeto financiado pelo POPH e conta com a parceria da Direção Geral de Saúde, da Alzheimer Portugal, da CNIS, do Hospital do Mar e do Hospital de Magalhães Lemos.

Breve Salvador Brandão vence concurso “Quem sabe, sabe” O Equipamento Social Salvador Brandão foi convidado pela Misericórdia de Espinho a participar no concurso “Quem sabe, sabe”, no passado dia 25 de fevereiro. A equipa constituída pelos utentes Maria Chaves, Aníbal Valdemar Guedes, Filomena Mota e Ilda Sousa ficaram no 1.º lugar. A concurso estavam várias equipas de quatro elementos que tinham de responder corretamente a perguntas de vários temas, como os de gastronomia, geografia, música tradicional portuguesa, provérbios, entre outros… MG Notícias|15


O Que Aconteceu

Especial

Dia da Mulher: Misericórdia de Gaia homenageia as mulheres da instituição A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia decidiu homenagear todas as Mulheres que, diariamente, e por diferentes razões, se cruzam na instituição. No dia 8 de março, domingo, as utentes/ residentes, bem como as colaboradoras que estiveram ao serviço receberam uma flor e uma mensagem de agradecimento por fazerem parte da vida da Misericórdia de Gaia. “Ficamos todas muito surpreendidas, porque não estávamos à espera”, “Lembraram-se de nós…” ou simplesmente um “muito obrigada” foram algumas das expressões mais ouvidas durante estes dias, 8 e 9 de março, nos equipamentos e unidades da Irmandade.

A mulher na sociedade

Os equipamentos sociais da terceira idade e a Estrutura Residencial Conde das Devezas comemoraram o Dia da Mulher, no passado dia 9 de março, com uma reflexão sobre a evolução do papel da mulher na sociedade.

A oradora Isabel Ferreira falou sobre a mulher e a sua ação na época de Cristo, no Islão, mas também na modernidade. A desigualdade nos direitos das mulheres, nomeadamente, no que se refere aos salários, a violência doméstica, os casamentos frustrados/forçados, os abusos sexuais, o isolamento, o facto da maioria das pessoas portadoras do vírus de HIV serem mulheres, entre outros, foram alguns dos problemas do universo feminino abordados. Mas nem tudo são espinhos. Isabel Ferreira referiu também exemplos de mulheres de sucesso no mundo em vários campos como a ex-dirigente política Maria de Lourdes Pintassilgo, as campeãs portuguesas dos Jogos Olímpicos Rosa Mota e Aurora Cunha, assim como foi mencionado o caso de muitas cantoras, atrizes e artistas que se destacaram. A oradora referiu ainda que, para além de tudo o que foi dito, as mulheres são também mães, professoras, médicas e enfermeiras, porque “educam os filhos e cuidam deles quando estão doentes”. “As mulheres trabalham 365 dias por ano, sem salário, sem horários, sem intervalos e fazem tudo isto de boa vontade”, referiu, pedindo uma grande salva de palmas de louvor para todas. Os utentes e residentes ouviram com atenção e foram bastante interventivos nas questões e comentários apresentados. Uma tarde de reflexão de e para as mulheres da Misericórdia de Gaia. 16|MG Notícias


O Que Aconteceu

Misericórdias do Porto e Gaia parceiras

As Santas Casas da Misericórdia do Porto e de Gaia assinaram um protocolo de cooperação no passado dia 19 de fevereiro.

Conscientes da importância que ambas as instituições assumem nos respetivos concelhos, as Santas Casas demonstram vontade em construir uma parceria ativa no sentido de desenvolverem modelos de coesão económica e social para a população que servem. O presente protocolo, assinado pelo provedor da Misericórdia do Porto, António Tavares, e pelo provedor da Misericórdia de Gaia, Artur Leite, visa a troca de informação sobre as boas práticas desenvolvidas nas áreas da Saúde, Recursos Humanos e Formação Profissional, Cultura, Geriatria, Infância e Deficiência.

Resultado Positivo em 2014 O Relatório de Atividades e Contas de 2014 foi apresentado no passado dia 27 de março, em Assembleia Geral, tendo sido aprovado por unanimidade. A crise financeira com repercussões ao nível do desemprego e os elevados impostos foram referidos pelo provedor Artur Almeida Leite como sendo das principais razões que contribuíram para os “valores em falta das comparticipações familiares não pagas e, em simultâneo, o aumento de rendas por liquidar”. O provedor agradeceu aos utentes, colaboradores, voluntários, entidades públicas e “que colaboraram para que o ano de 2014 fosse um ano positivo”. O diretor-geral da instituição, João Paulo Coelho, apresentou e explicou as contas referentes ao exercício do ano transato que contribuíram para um resultado positivo na ordem dos 75 mil euros. De seguida, realizou-se uma assembleia geral extraordinária em que foram apresentadas as propostas da Mesa Administrativa para a concessão da Dignidade de Irmãos Honorários aos ex-provedores Valdemar Teixeira de Castro Chaves, Bernardino de Andrade Maia, José Tavares Pinto Brandão, e ao ex-presidente da Mesa da Assembleia Geral, Joaquim Manuel Veloso Poças Martins que foram aprovadas de pé por unanimidade e aclamação. MG Notícias|17


Entrevista Maria Luísa Dantas é Mesária da Misericórdia de Gaia

Sempre vivi a minha profissão com muita intensidade

Maria Luísa Dantas é mesária da Mesa Administrativa da Misericórdia de Gaia e tem a corresponsabilidade dos pelouros relacionados com a Ação Social. É casada, mãe de três filhos e, apesar de morar há duas décadas em Vila Nova de Gaia, conhece muito bem o distrito do Porto onde trabalhou a maior parte da sua vida. Desde que foi criada a Segurança Social, Maria Luísa Dantas integrou o Centro regional do Porto, tendo trabalhado em todas as áreas da ação social deste organismo. Ao longo da sua carreira assumiu vários cargos de coordenação e de chefia e tem um conhecimento profundo sobre as problemáticas e intervenções da área da ação social. A MG Notícias esteve à conversa com a mesária que nos contou sobre o seu percurso profissional e alguns dos seus principais pontos de vista.

A Saber sobre Maria Luísa Dantas Dança? Pouco Canta? Não O que a encanta? O sol, o mar, ler e ouvir música Uma Música… há tantas que não consigo mencionar, mas gosto muito de música clássica. Um livro… também são tantos os livros da minha vida…

Maria Luísa Fernandes Dantas da Silva, mais conhecida por Maria Luísa Dantas… Quer contar-nos porquê? O nome Dantas vem da parte do meu pai. Talvez por ser um nome menos vulgar, no Liceu, eu e as minhas irmãs éramos conhecidas pelas “Dantas”. Não fomos nós que escolhemos, as pessoas é que nos chamavam assim, por isso, foi acontecendo naturalmente. Mora em Gaia, mas nasceu no Funchal. Como aconteceu esta viagem? 18|MG Notícias

Um Prato Preferido… sou bom garfo, gosto de cozido à portuguesa O que não tolera… a deslealdade O que faz sentido para os “dias bons” é… ir ver o mar com um livro numa esplanada O que faz sentido para os “dias maus” é… ouvir música Daqui a 10 anos está… por aí

Sou natural do Funchal acidentalmente. Quando nasci, o meu pai era secretário das finanças, tendo pouco tempo antes sido colocado no Funchal. Tenho cinco irmãos e mais nenhum nasceu lá. Vim da Madeira com 16 meses, e o prémio que os meus pais me deram quando fiz a admissão foi levar-me ao Funchal. Não me sinto, obviamente, madeirense, mas consta do meu bilhete de identidade.


"Ainda me lembro dos casos que me passaram pelas mãos e das dúvidas que tinha" O Serviço Social escolheu-a a si ou foi a Dr.ª Maria Luísa Dantas que escolheu o Serviço Social? Fui eu que escolhi o Serviço Social. O percurso profissional foi sempre ligado à área social? Sim. Saí do Instituto Superior de Serviço Social e comecei logo a trabalhar no Serviço Social de Desenvolvimento Social Comunitário que, ao tempo, era um serviço pioneiro. O início do meu percurso foi em Trás-os-Montes, no Complexo Agroindustrial do Cachão que pretendia ser um motor de desenvolvimento da região e de fixação da população naquele local. O grande obreiro foi o engenheiro Camilo Mendonça, que pretendia que a riqueza de Trás-os-Montes não se perdesse em intermediários. O engenheiro era uma pessoa com tal visão que pediu aos serviços de Lisboa apoio para ajudarmos a interpretar sociologicamente o que se passava na região. Comecei por realizar um estudo sobre o movimento cooperativo. O nível de desconhecimento local era tão elevado que as pessoas chamavam às cooperativas “comprativas” e queixavam-se que as “comprativas não lhes pagavam a tempo”, porque não percebiam o que era o movimento cooperativo. Teve alguma preparação especial para este trabalho? Tive um período de integração nos Serviços Centrais em Lisboa e como frequentei também o Instituto de Ciências Sociais e Políticas ganhei um conhecimento a nível sociológico que me dava uma mais-valia nesta matéria. Em 1973 o Serviço de Desenvolvimento Social Comunitário foi extinto e surgiu o Instituto da Família e Ação Social (IFAS), no qual fui integrada. Estes dois serviços eram completamente pioneiros para a época. Exerci funções neste Instituto até 1978, altura em que se começam a dar os primeiros passos para a criação da Segurança Social. Fiquei toda a minha vida na Segurança Social e dentro da área da ação social tive experiência em todas as áreas de intervenção: Fui técnica de terreno, coordenadora, chefe de divisão, diretora de serviços… Dirigir uma área de tanta responsabilidade como a área da Segurança Social não deve ser fácil. Que estratégias usava para enfrentar os casos mais complicados? Sempre vivi a minha profissão com muita intensidade,

Entrevista

o que não é mérito nenhum, é uma característica pessoal. Considero que uma pessoa que trabalha uma vida inteira no contacto direto com certas realidades ganha uma “carapaça”. É inevitável. Não podemos ir a chorar todos os dias para casa. Muitas vezes dizia, a brincar, que quando me reformasse só queria trabalhar com ricos (risos), porque no meu trabalho passavam os dramas todos da sociedade. Teve ainda uma experiência direta com a área das adoções, certo? Sim, mas foi uma experiência curta. Lembro-me que durante alguns meses substituí uma colega, na altura, recém criada equipa de adoções e não gostei da experiência, devido à minha dúvida permanente relacionada com a entrega de uma criança a uma família e pensar que se aquela mãe tivesse, mais tarde, outras condições, se não se arrependeria de ter dado aquela criança para adoção. No entanto, reconheço que não se pode hesitar muito, porque às vezes está em jogo o futuro de uma criança. Ainda me lembro dos casos que me passaram pelas mãos e das dúvidas que tinha. Pode partilhar connosco algum caso que a tenha chocado particularmente por algum motivo especial? A ação social é muito complexa e não há nada que não caiba na Segurança Social. Tudo o que é problema social vai lá parar. Posso dizer que marcou-me muito o meu primeiro contacto com pessoas deficientes. Não estava preparada. Já trabalhava há muitos anos, mas uma coisa é trabalharmos no atendimento, com IPSS´s, com equipas de adoção, com toxicodependentes, com portadores de HIV, com os tribunais, outra coisa é o contacto com um mundo de cidadãos com deficiências muito profundas. Não me esqueço do meu primeiro contacto com a paralisia cerebral. Mas com o tempo percebi que era capaz de trabalhar com deficientes e percebi que as mínimas conquistas que se fazem naquela área têm tanto ou mais valor do que aquelas que se têm noutras. Entretanto, fui logo ocupando cargos de chefia e quando se começa a assumir cargos com esse tipo de responsabilidades, passa-se a adquirir um conhecimento mais global das situações.

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Entrevista

"Gaia era o parente pobre" Ao longo da sua carreira, e na atualidade, pertenceu ou pertence a algum cargo associativo? Participei nos órgãos diretivos do Centro de Cultura e Desporto (CCD) dos trabalhadores da Segurança Social do Porto. O que a levou a aceitar o desafio de integrar uma lista para a Mesa Administrativa da Misericórdia de Gaia? Desde que me reformei fui colaboradora da Rede Europeia Anti Pobreza e tive uma experiência de trabalho na área dos centros de hemodiálise. Aceitei integrar esta lista, porque entendi que ainda poderia ser útil a uma instituição que sempre considerei importante no concelho de Vila Nova de Gaia. Quando estava na Segurança Social tinha a ideia de que o concelho de Gaia era algo a que os dirigentes davam pouca atenção. Há cerca de vinte anos já achava que Gaia ia crescer muito e que estava a fazê-lo de uma forma muito desorganizada. Existiam diferenças acentuadas entre Gaia e o Porto… Se comparássemos o rácio de respostas sociais que havia no Porto e em Gaia não havia qualquer semelhança. Gaia era o parente pobre. Entendia que as pessoas estavam muito centradas no Porto, que o futuro desta cidade era o envelhecimento e que Gaia era a inclusão de muitos problemas sociais. Achava que deveria ser feito um investimento grande em Vila Nova de Gaia, porque precisava de mais técnicos, de mais equipamentos sociais, de mais atenção, e não consegui. Já tinha tido contacto com a instituição antes? A relação da Segurança Social com a Misericórdia era institucional, através dos Acordos de Cooperação, dos financiamentos para as obras… O que me lembro melhor da Misericórdia é do Equipamento Social Salvador Brandão, porque o equipamento teve um investimento que foi comparticipado pela Segurança Social e, na altura. O que deseja para a área com que está em mãos na instituição para o final deste ano e para daqui a quatro anos? Temos de ir devagar. Se pudéssemos não ter constrangimentos financeiros, seria tudo mais fácil. A minha grande expectativa é começarmos, este ano, a melhorar os equipamentos sociais. Para se conseguir que um equipamento social seja um modelo é preciso que haja obras substanciais, é preciso pessoal e mudar algumas atitu20|MG Notícias

des. E entendo que a Misericórdia tem profissionais dedicados para acompanhar a mudança que se pretende. Não me atrevo a falar muito do futuro, porque estamos num momento do País em que temos de estar atentos aos sinais externos para verificarmos até onde podemos ir. A Misericórdia depende da Segurança Social, dos utentes, dos Irmãos, da comunidade, e também é para ela que existe. Mas se as pessoas têm reformas mais baixas e se a comunidade tem o problema do desemprego não pode haver o mesmo nível de comparticipações que poderia existir noutras circunstâncias… Temos de estar atentos a estes sinais e tentar melhorar mesmo assim. Mas nem tudo se resume ao dinheiro, uma atitude, um conselho pode fazer a diferença. Se o nosso interlocutor perceber que estamos com ele, percebemos a questão que nos colocou, não fazemos mais, porque não temos meios para isso, o nosso interlocutor percebe que está a ser ajudado. As instituições não são os edifícios, são as pessoas. No dia da Mulher, a Mesa Administrativa homenageou as mulheres que trabalham na instituição com uma gerbera laranja, cor da Misericórdia. Acha que a sociedade continua a ser mais exigente com as mulheres do que com os homens? Acho que vai mudando. Naturalmente, que não é o mesmo que era há 40 anos. Atualmente os pais e/ou os maridos ajudam muito mais, mas é “ajudar”. As mulheres continuam a ter um peso maior às costas do que os homens, mas também acho que as mulheres têm mais capacidades do que os homens para serem capazes de intervir em muitas mais áreas e fazê-lo ao mesmo tempo (risos). Sou uma feroz adepta da igualdade na diferença, porque mulheres e homens não são iguais: Têm competências distintas. No que diz respeito às classes mais qualificadas, as pessoas em circunstâncias iguais ganham o mesmo, mas as mulheres têm menos acesso aos cargos de chefia. Nas classes menos qualificadas há descriminação, por exemplo, no trabalho rural paga-se mais a um homem do que a uma mulher, porque valoriza-se mais a força. No entanto, para mim, o que importa é o ser humano e a competência revelada, independentemente do género.


Boa Saúde

Carlos Leite (Assessor para a Nutrição da Misericórdia de Gaia)

A alimentação no mundo Atualmente podemos verificar enormes assimetrias na forma como o acesso aos alimentos é estabelecida pela população do nosso planeta, com tendência a um agravamento sistemático, apesar do atual desenvolvimento tecnológico, ou da existência de uma maior sensibilidade humana para as questões que envolvam a ética ou a dignidade humana. Pode-se constatar o seguinte: - 805 milhões de pessoas com fome no mundo - 100 milhões de crianças com baixo peso - 2,5 milhões de crianças que morrem todos os anos de má nutrição. Por outro lado, são cerca de 500 milhões de pessoas obesas em todo o mundo. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que o mundo desperdiça 35% dos alimentos que produz. Os países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento desperdiçam ¼ dos 4 mil milhões de toneladas de alimentos produzidos todos os anos, o equivalente ao total líquido da África Subsariana. Em Portugal, 17% da comida produzida é desperdiçada antes de chegar à mesa dos consumidores. São 50.000 as refeições que acabam, diariamente, no lixo dos restaurantes de todo o país. Por isso, 20% do nosso lixo é comida. São produzidos 4.600kcal por pessoa todos os dias, mas apenas 2.400Kcal seriam precisas. Face ao aumento da população dos atuais 7,2 mil milhões para cerca de

9 mil milhões em 2050, assim como devido ao fenómeno da urbanização, com cerca de 70% das pessoas a viverem nas áreas urbanas, estima-se que a produção de alimentos terá que aumentar em cerca de 60%. Quer por razões de desigualdade de acesso aos alimentos, pelo elevado nível de desperdício, quer pelas necessidades aumentadas de produção de alimentos nos próximos anos, a humanidade precisa, urgentemente, de intervir através de uma visão estratégia global, com atenção especial para os recursos disponíveis do nosso planeta, a eficiência dos métodos produtivos e a ética de uma mais igualitária distribuição pelas pessoas. A escassez dos solos e da água disponível face às crescentes necessidades para alimentar uma população, obriga a que os ganhos de produtividade deverão vir da tecnologia. A agricultura do futuro tem de ser eficiente e de precisão na utilização da água e dos solos, assim como no desenvolvimento de metodologias de controlo do desperdício e gestão dos materiais de conservação, no armazenamento e distribuição dos alimentos e ainda no desenvolvimento do método produtivo e de produtos alimentares. Segundo a FAO, “os solos devem ser tratados com todo o cuidado. Sem eles não temos agricultura, não temos onde plantar vida e todo o esquema de sustentabilidade colapsa”. Atualmente assiste-se a uma enorme discussão no âmbito da política do recurso aos alimentos transgénicos, na medida em que podem

contribuir significativamente para o aumento de produção de alimentos. Uma polémica travada entre cientistas e ambientalistas, com argumentos válidos de ambas as partes, que por essa razão deverão ser da consciência e da decisão das populações, pelas consequências que uma ou outra opção poderão ter na cultura alimentar das próximas gerações. Por outro lado, os preços dos alimentos não devem estar apenas à mercê das leis do mercado, porque outros valores de ordem psicossocial correlacionam a alimentação ao ser humano, para além do valor intrínseco do produto alimentar e dos custos de produção, assim como a atenção em critérios de sustentabilidade ambiental com respeito pelos ecossistemas. Com o aumento da população mundial e a diminuição do solo disponível, a alimentação vai continuar a ser um negócio que tem mercado garantido. A cadeia de valor do alimento tem aumentado significativamente nas últimas décadas. Anteriormente o alimento saía do campo para a mesa e o prato, enquanto, na atualidade, passa por vários processos desde, a recolha, o transporte, o armazenamento, embalagem, tratamento, etc., até chegar à mesa. A comunidade cientifica, as organizações representantes das comunidades, os Estados e os próprios cidadãos devem ter papel ativo na discussão alimentar, de forma a garantir acesso aos alimentos aos mais desfavorecidos, através de uma boa gestão os recursos disponíveis.

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Boa Saúde

Fernanda Gouveia (Médica do Equipamento Social Tavares Bastos)

Tonturas do Idoso Tonturas e vertigens são duas das queixas mais comuns nos 65 anos de idade, descrita como sensação de desequilíbrio e alterações na visão, podendo ser acompanhadas ou não de enjoos ou vómitos. Quando as tonturas se tornam mais frequentes, o idoso passa a ter medo de cair, tornando-se mais sedentário, com maior dificuldade para realizar as suas atividades do dia a dia, apresentando baixa de autoestima e tendência a isolar-se. As causas desta sintomatologia é variada, podendo ser: patologia do ouvido interno, central ou periférico, doença cardiovascular, excesso de medicação, patologia dos membros inferiores, processos psicopatológicos, problemas no sistema endócrino (diabetes), alterações de visão (como, por exemplo, glaucoma ou retinopatia diabética). Nos doentes idosos, as tonturas tornam-se, ocasionalmente, mais graves do que nos outros grupos etários, devido à possibilidade de quedas, fraqueza muscular, a uma capacidade mental reduzida ou uma combinação de fatores, tais como a presença de mais que um no processo patológico. Devido às consequências no idoso, as tonturas devem ser cuidadosamente investigadas. Os instrumentos mais importantes disponíveis para ajudar o médico a alcançar um diagnóstico são: história clínica, o exame objetivo e o seguimento. Tratamento para tonturas no idoso O tratamento é complicado, devido às inúmeras causas, portanto só deve ser iniciado após terem sido definidas as causas corretas. Dentre as condutas e orientações gerais é importante destacar: - tratar a doença base, - a toma de medicamentos para controle de sintomas vestibulares, - consultas periódicas com médico para evitar o excesso de remédios, - ter muito cuidado ao levantar da cama ou do cadeirão, - em casos de défice de visão ver indicação de lentes ou óculos, - adaptação da casa a fim de evitar quedas.

Rua Capitão Salgueiro Maia, 311/7, 4430-518 Vila Nova de Gaia - Tel.: 227828971 Fax: 227826246 - email: far.geral@scmg.pt - www.scmg.pt www.facebook.com/misericordiadegaia

Consultas de Nutrição Quintas-feiras (quinzenalmente) Das 15h00 às 19h00 1.º consulta: 10,00€ Restantes consultas: 7,00€ 22|MG Notícias

Consultas de Podologia Quartas-feiras Das 14h00 às 19h00 Consulta: 18,00€


Histórias que Marcam

“Foi a melhor parte da minha vida” Helena Mota tem 56 anos de idade e 42 de Misericórdia de Gaia. Considera-se “filha da instituição", porque a viu nascer e crescer. “Lena” abre-nos o seu baú de recordações.

Pode-se afirmar que a “Lena”, como todos a conhecem, é filha da Misericórdia de Gaia, não pelas décadas de trabalho dedicado à instituição, mas porque a Misericórdia acolheu-a com 5 dias de vida. “Dormia nos tabuleiros da roupa de passar a ferro numa sala, na altura do hospital da Misericórdia”, relata, acrescentando que os seus avós e mãe eram funcionários da instituição. A avó tratava da roupa do hospital, o avô cuidava dos animais nas quintas da Chamorra (atual Complexo Social Salvador Brandão) e do Vale (atual Equipamento Social Tavares Bastos) e a mãe alugava os prédios que pertenciam ao benemérito António Almeida da Costa. Helena Mota recorda quando o provedor de então, Manuel Moreira de Barros, colocou-a a si e aos seus irmãos na creche da Misericórdia, que na altura era no “Castelo”, a Casa de António Almeida da Costa. Depois de frequentar a escola e com 14 anos, Helena Mota regressa à Misericórdia, desta vez para trabalhar como mensageira em novembro de 1973: “Levava a correspondência aos médicos. Nunca podia passar nada para dentro do hospital sem antes passar por mim”. Em fevereiro de 1974 falaram com a avó de Lena e propuseram que fosse trabalhar para a Creche e Jardim de Infância da instituição, porque era “escuteira e estava habituada a cuidar de crianças”. “Fui ganhar novecentos escudos”, lembra. Lena começou por cuidar das crianças da valência de jardim de infância, mas passou o maior período da sua vida enquanto colaboradora da instituição na sala de Atividades de Tempos Livres (ATL) da Misericórdia: “Foi a melhor parte da minha vida”. A voz falha e as lágrimas de emoção e saudade aparecem quando Lena recorda os 30 anos ininterruptos de serviço no ATL: “As pessoas que estavam a dirigir eram muito humanas, gostavam muito do meu trabalho”. As Festas Quando se fala na “Lena da creche” toda a gente a associa às festas, doçarias e petiscos que organizava: “Fazíamos trabalhos manuais e feirinhas com tudo, até com peixe fresco”. A colaboradora foca as noites que dormia na creche nas vésperas dos eventos. Era graças a esta criatividade e trabalho voluntário que Lena diz ter conseguido angariar novos materiais para se realizarem trabalhos com os meninos, dar-lhes alguns “miminhos” extra, assim como para adquirirem alguns equipamentos para as crianças como foi o caso de uma televisão e playstation. MG Notícias|23


Histórias que Marcam As crianças Um outro aspeto que deixa saudades à colaboradora são as crianças que cuidou e os pais que recebeu: “Cheguei a levar os meninos às 19h00 para minha casa, porque os pais não podiam vir buscá-los mais cedo, nunca com interesse”. Atualmente, Lena tem encarregados de educação das crianças da sua sala – a dos bebés – que também já estiveram ao seu cuidado quando eram pequenos e lembra os passeios, visitas de estudo e acampamentos que faziam: “Andavam comigo para todo o lado”. “Temos pais que trazem cá os filhos para nos verem e outros que quando nos encontram na rua falam connosco a recordar outros tempos. É muito gratificante e sabe muito, muito bem”, comenta. Embora com menor frequência, Lena continua a ser requisitada para colaborar voluntariamente em eventos a favor de outros equipamentos da instituição e que nunca recusa. O Voluntariado Embora seja difícil a colaboradora nomear um dos muitos momentos que teve nestas 4 décadas de serviço na Misericórdia, Helena Mota refere a época do início do Serviço de Voluntariado da Creche e Jardim de Infância que diz ter tido “um dedo” seu, uma vez que na altura, a mesária do equipamento, Fernanda Lapa, incumbiu Helena Mota de ficar responsável por receber e distribuir as roupas que davam na creche às crianças e famílias carenciadas, o que diz ter sido um privilégio. A Misericórdia de Gaia viu, praticamente, Lena nascer, crescer e esteve presente em todas as fases da sua vida, as boas e as menos boas. Por isso, e apesar de todas as vicissitudes, Lena sempre defendeu e diz continuar a defender o nome MISERICÓRDIA DE GAIA. A instituição está-lhe no coração e, no final desta conversa, Helena Mota fez questão de mencionar o “gesto espetacular” que este ano o provedor e a Mesa Administrativa tiveram: “No Dia da Mulher deram-nos uma flor. Foi um gesto de carinho e é algo que marca as pessoas”.

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Núcleo Museológico

Luís Marques Gomes (Mesário e Tesoureiro da Misericórdia de Gaia)

Há um conjunto de peças de mobiliário que foram produzidas originalmente para a família da Benemérita D. Celina de Magalhães Tavares Bastos Castelo Branco, que foram oportunamente inventariadas na década de noventa pelas Técnicas Superiores do Museu Soares dos Reis, e que se encontram a uso, quer no Equipamento Social Tavares Bastos, quer na Sala de Reuniões da Mesa Administrativa da Misericórdia, peças essas que merecem ser destacadas. Neste último caso está o móvel que decorava a sala de visitas da Família Tavares Bastos e que, com ligeiras adaptações, serve agora a Sala de Reuniões da Mesa Administrativa, bem como a secretária e cadeira e ainda o candeeiro de teto.

No Equipamento Social José Tavares Bastos, os móveis espalham-se pela sala de refeições, sala de convívio, hall de entrada e hall de distribuição do 1.º andar, bem como outros locais. A saber:

Móvel aparador em castanho (ref.ª 435)

Móvel aparador em castanho (ref.ª 436)

Móvel aparador em castanho (ref.ª 437)

2 Móveis aparadores em castanho (ref.ª 446/7)

Bengaleiro (ref.ª 449) Cadeiras com assento e espaldar em palhinha (ref.ª 439/445)

Mesa oval em castanho (ref.ª 448)

Canapé com espaldar e braços em palhinha (ref.ª 451).

Canapé em madeira com estofo em material sintético (ref.ª 438)

Bengaleiro (ref.ª 450) MG Notícias|25


Voluntaria-te

“Monetariamente não ganho nada, mas pessoalmente ganho muito” Joana Godinho tem 27 anos de idade e é a mais jovem voluntária da Misericórdia de Gaia. A jovem dedica-se ao voluntariado no Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia. O que começou por ser um estágio para o curso de Ciências da Educação tornou-se numa prática semanal que não pretende interromper, porque, na hora de dizer adeus ao CAT, no final do estágio, houve algo inexplicável que falou mais alto. “Estava sempre a adiar a hora da despedida. Dizia que ia embora, mas depois voltava a vir”, confessa. Em casa, Joana partilhou esta situação com os familiares que lhe sugeriram a via do voluntariado: “Disse aos meus familiares que não estava a conseguir desvincular-me das crianças e eles sugeriram-me fazer voluntariado. Falei com a diretora do CAT e surgiu essa oportunidade”. Durante o estágio, Joana trabalhou essencialmente com os pais das crianças acolhidas no período das visitas, e dedicou-se ainda a trabalhar a motricidade das crianças com mais problemas de desenvolvimento. “Quando comecei a frequentar o Centro é que tive consciência do bom trabalho que é desenvolvido com os meninos”, refere. Atualmente, Joana colabora no acompanhamento das crianças a atividades externas: “É um tipo de trabalho diferente, mas é uma maneira de ajudar e o voluntariado tem que ser útil e para as crianças. Jovens e o Voluntariado Joana Godinho é perentória ao afirmar que os jovens não se interessam muito por voluntariado: “A maior parte dos jovens acha que tem muita coisa para fazer e que o voluntariado não lhes vai trazer nada de novo”. A própria Joana, inicialmente, entendia que fazer voluntariado “era chato”, que não “teria mais-valias e que era desperdiçar tempo”. No entanto, o maior contacto com as crianças e as outras voluntárias 26|MG Notícias

do CAT fê-la mudar de opinião: “No momento em que me vi neste papel e que percebi como é bom ajudar, senti muito mais vontade de vir. Estou sempre a pensar que na sexta-feira vou estar com os meus meninos” (risos). “Para os jovens, voluntariado é para pessoas mais velhas ou reformadas e a pergunta é sempre a mesma - o que vou ganhar com isso?”, reforça. Mas Joana já tem resposta para esta questão: “Monetariamente não ganho nada, mas pessoalmente ganho muito”. No voluntariado que faz no CAT, Joana diz que aprendeu também a lidar melhor com os seus sentimentos e emoções: “Agora os meus sentimentos são mais maduros, no início, ouvia qualquer coisa e ficava muito frustrada, porque não deveria ser assim”. Joana está feliz com o voluntariado que realiza no CAT e deixa uma mensagem a todos os jovens: “Acho que os jovens deveriam fazer voluntariado, porque é algo gratificante, melhora a nossa autoestima e é um conforto enorme poder ajudar. Aprendemos todos muito”, recomenda.


ARQUIVO E CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO A Biblioteca da Misericórdia de Gaia Sugere... A Senhora do Manto Largo – um olhar contemporâneo, catálogo da exposição, vários artistas, textos de: Amândio Secca, Manuel Lemos, Vítor Melícias e Mário Cláudio, Lisboa: União das Misericórdias Portuguesas, 2014. «Se, como repetidamente se assevera, Alexandre Herculano reconheceu que não é possível fazer a História de Portugal sem as Misericórdias, tão pouco se poderá fazer e entender a história, já pentasecular, destas ímpares instituições sem se conhecerem e perscrutarem as preciosas expressões de arte e cultura que nelas se geraram e os valores que elas transmitem.» P. Vítor Melícias, OFM, Presidente Emérito A parceria com a Árvore – Cooperativa de Atividades Artísticas CRL permitiu a oportunidade de criação pela subjetividade da sensibilidade de vários artistas contemporâneos “oriundos de paisagens que divergem na crença e no gosto, nos propósitos e nas justificações” sobre a dimensão social e cultural do significado da Senhora do Manto Largo.

Curiosidades … Sabia que a Misericórdia de Gaia assinou com o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho um Protocolo de Cooperação para inumação de cadáveres não reclamados? ... Sabia que a Misericórdia de Gaia assinou com o Município de Vila Nova de Gaia um Protocolo de Colaboração para a organização e o funcionamento da Academia Sénior de Gaia? ... Sabia que a Misericórdia de Gaia assinou um Protocolo de Colaboração com o ISCAP que tem por objetivo desenvolver atividades de cooperação que reforcem os mútuos interesses das Instituições, nomeadamente nas áreas da consultoria, investigação, formação e estágios curriculares?

Abril

Maio

Junho

Dia 8 - 16.º Aniversário do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia

Dia 4 - Dia da Mãe

Dia 1 - Dia Mundial da Criança

Dia 15 - Festa da Família

Dia 22 - Festa dos Santos Populares

De 13 a 17 - Semana da linguagem na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa

De 1 a 15 - Semana das Ciências

Dia 26 - Encerramento das atividades letivas

Dia 17 - Entrega de Prémios do Torneio Interlares 2015

Dia 22 - Peregrinação a N.ª Sr.ª de Fátima pelos utentes dos Equipamentos Sociais da Misericórdia de Gaia

Dia 24 - Ação de Sensibilização "Os benefícios do consumo de água" no Equipamento Social Tavares Bastos

Dia 28 - Atuação de Grupo Musical no Equipamento Social Salvador Brandão

Dia 27 - 86.º Aniversário da Misericórdia de Gaia e Centenário do Equipamento Social António Almeida da Costa

Dia 28 - Comemoração dos Aniversários no Equipamento Social António Almeida da Costa MG Notícias|27


EQUIPAMENTOS SOCIAIS E UNIDADES DE EXPLORAÇÃO Equipamento Social Salvador Brandão R. Salvador Brandão 4405-702 Vila Nova de Gaia Tel.: 227622114 / 227625131 lsb@scmg.pt Equipamento Social António Almeida da Costa R. Almeida Costa, n.º 151 4400-013 Vila Nova de Gaia Tel.: 223754299 / 223751069 lac@scmg.pt Equipamento Social Tavares Bastos R. António Francisco Sousa, 216/38 4405-726 Vila Nova de Gaia Tel.: 227130031 ltb@scmg.pt Estrutura Residencial Conde das Devezas R. Particular às Árvores, n.º 96 4400-239 Vila Nova de Gaia Tel.: 223706526 lrcd@scmg.pt Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa R. Almeida Costa, n.º 151 4400-013 Vila Nova de Gaia Tel.: 223799110 Fax.: 223722490 cji@scmg.pt Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia R. Almeida Costa, n.º 151 4400-013 Vila Nova de Gaia Tel.: 227534494 ca@scmg.pt Clínica Fisiátrica R. Salvador Brandão 4405-702 Vila Nova de Gaia Tel.: 227539300 Fax.: 227539301 cft@scmg.pt Arquivo e Centro de Documentação da Misericórdia de Gaia R. Pinho Valente, n.º 106 4400-251 Vila Nova de Gaia Tel.: 22 375 805 9 asarq@scmg.pt Farmácia da Misericórdia de Gaia R. Capitão Salgueiro Maia, 311/7 4430-518 Vila Nova de Gaia Tel.: 227828971 Fax.: 227826246 far@scmg.pt Serviços Centrais R. Teixeira Lopes, n.º 33 4400-320 Vila Nova de Gaia Tel.: 223773350 Fax.: 223773359 geral@scmg.pt Departamento de Ação Social R. Teixeira Lopes, n.º 33 4400-320 Vila Nova de Gaia Tel.: 223773350 sas@scmg.pt Gestão do Património R. Teixeira Lopes, n.º 33 4400-320 Vila Nova de Gaia Tel.: 223773350 astec@scmg.pt

www.scmg.pt - geral@scmg.pt www.facebook.com/misericordiadegaia


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