Estudo
RECRUTAMENTO ONLINE A FERRAMENTA DIGITAL NO COMBATE AO DESEMPREGO
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Índice
Introdução.......................................................................03 Análise dos Gráficos – Mídias Sociais ..........................06 Análise dos Gráficos – Mídia Online..............................10 LinkedIn..........................................................................12 Método de pesquisa........................................................13 Ficha Técnica do Estudo.................................................14
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RECRUTAMENTO ONLINE – A FERRAMENTA DIGITAL NO COMBATE AO DESEMPREGO
Vemos diariamente a imprensa noticiar que o Brasil nunca esteve com uma taxa de desemprego tão baixa quanto a atual. Desde 2002, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) iniciou as pesquisas sobre o assunto, a porcentagem não chegava a um patamar igual ao de 6,2% encontrado em setembro de 2010. O otimismo também se mantém quando se fala no salário médio real, que subiu 1,4% na comparação mensal e 5,5% frente a agosto do ano passado, passando a valer R$ 1.472,10. Confira abaixo o gráfico decrescente do desemprego no último ano em nosso país: Mercado de trabalho
Veja o desempenho da taxa de desemprego 9 8 7
8
8,1
7,7
7,5
7,4 6,8
7,2
7,4
7,6
7,3
7,5 7
6,9
6,7 6,2
6 5 4 3 2 1 0 jul/09 ago/09 set/09 out/09 nov/09 dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10
jul/10 ago/10 set/10
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
Depois de passada a – segundo o presidente Lula – “marola” da crise de 2008, os índices vêm retrocedendo e o Brasil desponta com um valor abaixo do encontrado no panorama geral da América Latina, cuja taxa estabelecida é de 7,9% no primeiro semestre de 2010 (dados da OIT - Organização Internacional do Trabalho). Logo ao sul, o Uruguai também comemora a menor taxa da história do país, que é de meio ponto percentual abaixo da brasileira. Enquanto isso, em 3
um quadro comparativo de amplitude mundial, percebe-se bem as sequelas deixadas pela crise na Europa e Estados Unidos: Quadro comparativo da taxa de desemprego mundial:
20,50%
9,60% 6,20%
Alemanha***
7,70%
6,20%
5,10%
Reino Unido**
Estados Unidos***
7,20% 3,50%
Japão****
Uruguai*****
Alemanha***
Espanha******
Noruega******
*IBGE – Setembro de 2010. **Organização Internacional do Trabalho (OIT) – Agosto de 2010. *** Dados do Governo do país – Setembro de 2010. ****Dados do Governo do país – Agosto de 2010. *****Instituto Nacional de Estatística (INE) – Agosto de 2010. ******Eurostat, agência de estatísticas da União Européia – Agosto de 2010. Fonte: MITI.
No último ano, o número de desempregados aumentou em 890 mil em toda a UE e em 560 mil entre os países da zona do euro, fixando-se em 9,6%. A Espanha amarga a pior taxa de desemprego da União Européia, superando a casa dos 20%. Do outro lado da ponta, a Noruega mantém números exemplares, de 3,5% - curiosamente, a maior porcentagem de desempregados da história do país foi de 6,8%, apenas 0,1% acima da margem conquistada pelo Brasil agora em 2010. Quadro comparativo da taxa de desemprego continental: 9,6% 7,9%
América Latina*
União Euroéia** *Organização Internacional do Trabalho (OIT) – Agosto de 2010. **Eurostat, agência de estatísticas da União Européia. Fonte: MITI.
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Em meio à situação favorável ao emprego, há também uma ebulição de vagas. Assim sendo, não há como deixar de prestar atenção em uma prática já consolidada e que vem crescendo a passos largos junto à expansão do acesso à internet no Brasil: a procura e a oferta de empregos na rede. Hoje em dia, boa parte das grandes empresas como TIM, Oi, Ambev e Unilever realizam várias etapas do seu processo seletivo de trainees via internet, algo que reduz o tempo e diminui os custos. A pró-atividade daqueles que dão continuidade aos testes e a capacidade de interagir de modo efetivo com a internet já ajudam a eliminar aqueles que não conseguem acompanhar tão bem o processo. Além das áreas de cadastro de currículos em sites corporativos, dos já tradicionais sites de recrutamento online e dos bancos de vagas disponibilizadas em portais de notícias, atualmente as empresas têm à mão a possibilidade de estender seu procedimento de recrutamento até os seus canais dentro das mídias sociais. No Twitter, Facebook e Linkedin, elas conseguem difundir suas vagas para candidatos em potencial e também para aqueles que podem repassar o anúncio para terceiros que poderiam se interessar. Nessa dinâmica, o profissional que está atento aos perfis de empresas nas quais tem interesse em desenvolver uma carreira profissional tem mais chances de garantir uma vaga. A Ambev mantém um Twitter (@traineeambev) exclusivamente para os programas de trainee da empresa, informando sobre prazos de inscrições, dicas de carreira e notícias sobre o mercado. No setor de comunicação, a dinâmica de utilização das redes sociais é alta, tanto por parte dos contratantes quanto dos interessados em vagas. A última vaga para estágio publicada pelo Twitter da DM9DDB, além de atingir os mais de 26 mil seguidores, gerou cerca de 200 RT’s. Ou seja, através de um único tweet de 140 caracteres a empresa consegue um contingente imenso de currículos, tornando até dispensável a utilização de outros canais para divulgação da vaga. Vale lembrar, entretanto, que as redes sociais servem para divulgação de vagas com uma ponte para o filtro de candidatos para entrevistas - dificilmente uma empresa contrataria alguém só por “simpatizar” pelos perfis da pessoa nas redes sociais, mesmo que a vaga ofertada seja para trabalhar com o meio digital.
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Para acompanhar um pouco do buzz relacionado ao mercado de trabalho, realizamos um monitoramento de quatro dias dentro das principais redes sociais. Veja abaixo um panorama geral, dividido em dias:
Interações x período - plataforma postX 1400 1178
1200 1000 838
800 597
600
504
400 200 0 15/out
16/out
17/out
18/out Fonte: postX
Observa-se uma curva crescente entre domingo (17/10) e segunda-feira (18/10). A correspondência se deve ao fato de que vários perfis empresariais – principais fornecedores de vagas – encontram-se inativos durante o final de semana, retomando as atividades nos dias úteis.
Embora a maioria das interações seja relacionada à oferta de trabalho, o número total de interações não diz respeito ao número total de vagas abertas, pois existem também discussões e outras formas de interação sobre o tema emprego. Além de que alguns posts se referem a várias vagas.
O universo também considerou retweets e casos de compartilhamento a partir do Facebook. Então, uma única vaga pode ter sido contabilizada mais de uma vez caso tenha sido re-compartilhada.
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Indo mais além e desmembrando as vagas entre os termos “Emprego”, “Estágio”, “Vaga” e “Concurso Público”, temos o gráfico representado abaixo:
Interações por palavras-chave x dia - plataforma postX
Fonte: postX
Assuntos e vagas relacionadas a emprego foram os mais comentados/ofertados, refletindo o atual desempenho do setor brasileiro, que criou mais de 246 mil vagas formais só no mês de setembro de 2010.
Em contrapartida, pesquisamos também por “Desemprego”. O termo bastante utilizado esteve vinculado principalmente a notícias e conteúdo eleitoral, envolvendo mais propostas dos presidenciáveis do que expressões espontâneas dos usuários.
O número expressivo acerca da palavra “estágio” diz respeito quase que em sua totalidade a vagas ofertadas e repassadas. Tendo em vista que universitários demonstram grande atividade e presença em redes sociais.
A palavra-chave “Vaga” foi vinculada aos termos “emprego”, “free-lancer”, “currículo (um)”, “estagiário (a)”, “júnior”, “sênior”, “pleno”, “trabalho”, “estágio”, “trainee” e “oportunidade” para garantir resultados restritos ao tema pesquisado e evitar discrepância de números.
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Dividindo-se o resultado total por um panorama de separação em mídias sociais, temos a seguinte situação:
Mídias sociais x porcentagem - plataforma postX (posts)
(comentário)
Fórum
Reclamações
Youtube
Blog
Fórum
Youtube
Blog
4,45% 0,88%
0,34% 0,34% 34,34%
5,09%
28,46%
94,03% 32,07%
Fonte: postX
O Facebook apareceu, surpreendentemente, como o principal propagador de assuntos relacionados ao universo monitorado. A capacidade de integração da rede social com outras mídias e páginas garantem facilidade na capilarização do conteúdo.
Em um panorama geral, os blogs tiveram mais discussões sobre emprego, vagas e concursos públicos do que propriamente anúncios de contratações. Os assuntos estiveram principalmente ligados à política e o 2º turno das eleições.
As poucas interações envolvendo sites de reclamação referem-se à perda do emprego, problemas com documentação e nome, todas em decorrência indireta, ou seja, a partir de juros abusivos ou suspensão do pagamento de um produto que estragou.
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O Twitter também mostra sua força, com conteúdo inicialmente divulgado por agências de empregos e outros perfis dedicados ao ramo. A seguir está um quadro sobre alguns perfis influentes na publicação de vagas: EMPRESA Catho Manager Online
SEGUIDORES 5980 3230
PERFIL twitter.com/catho_online twitter.com/managerempregos
Info Jobs
1133
twitter.com/infojobscombr
EmpregoCerto
2347
twitter.com/uolempregocerto
Vagas
87285
twitter.com/vagas
Vaga Emprego
11747
twitter.com/EmpregoBrasil
Trampos*
40162
twitter.com/trampos
FREQUÊNCIA Média de 5 vagas/dia Média de 5 vagas/dia Quase não publica vagas Quase não publica vagas Média de 3 a 5 vagas/dia Mais de 50 vagas por dia Média de 20 vagas/dia
TIPO Pago Pago Pago Pago Gratuito Gratuito Gratuito
*vagas apenas para a área de comunicação.
O Twitter do site vagas.com.br tem larga vantagem em número de seguidores quando comparado com os concorrentes. A facilidade com que o usuário encontra o canal ajudou bastante a conquistar a legião de seguidores, pois tanto no Google quanto no username do Twitter “vagas” é um resultado bastante intuitivo. Outra tendência natural é a do sucesso de perfis gratuitos, que repassam vagas diretamente para os seguidores, ou seja, com telefone, e-mail ou website do contratante na mensagem. A preferência por estes canais em relação aos pagos se mostra evidente – pelo menos no que concerne à quantidade de followers. Entre os portais de recrutamento pagos, o Catho é o mais popular. O sucesso na atração de novos cadastros de usuários interessados em vagas é garantido ao passo que oferece um serviço de teste de 7 dias gratuitos. Para as empresas, o grande atrativo é o banco de currículos, que é um dos mais completos hoje disponíveis e a agilidade em buscar os candidatos dentro de perfis bem específicos, sobrepondo a efetividade das agências de emprego convencionais. Contudo, os grandes portais de comunicação continuam com toda a força na divulgação de vagas de emprego. Durante um acompanhamento de um dia na seção “Concursos e Empregos” do site G1 foram contabilizadas, entre concursos públicos e oportunidades em empresas privadas, quase 40.000 vagas anunciadas.
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A oferta de classificados de emprego foi um dos primeiros elementos do jornal impresso a passar integralmente para o meio online e rapidamente as pessoas aderiram à facilidade de buscar vagas pela web. O gráfico abaixo demonstra o monitoramento – agora dentro das mídias online – de alguns termos relacionados ao mercado de trabalho:
Palavras-chave x notícias - plataforma Clipping Express
870
720
573
350 263
108 12 Acidente de Trabalho
Ministério do Trabalho
Demissão
Desemprego
Emprego
Greve
Salário
Fonte: Clipping Express
Durante os quatro dias monitorados, a palavra-chave “Emprego” registrou 870 notícias, reforçando a eficácia da imprensa. Não só vagas, como tudo o que cerca a palavra-chave aparece nesse contingente.
Outros termos, como “Greve” e “Salário” também estão constantemente nas pautas. O grande número de notícias envolve quase sempre política, com opiniões, críticas e expectativas em relação às propostas (ou a falta delas) dos candidatos à presidência.
O desemprego, entretanto, é um assunto mais relacionado com os Estados Unidos e Barack Obama do que com a conjuntura nacional. As manifestações na Itália contra Berlusconi durante o período também ganharam destaque.
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Em relação à divisão do conteúdo pelos segmentos da imprensa, os meios online concentraram cerca de metade do total de notícias. Porém, grande parte destas notícias tem origem na grande imprensa e meios especializados, repercutindo em vários outros sites:
Notícias x veículos - plataforma Clipping Express 1332
647
381 247
187 44 Agência de Notícias
Blog
Especializado
Grande Imprensa
Online
Regional
Fonte: Clipping Express
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Embora seja mais antigo do que outras mídias sociais como o Facebook (2004), Twitter (2006) e YouTube (2005), o Linkedin surgiu em 2003 e possui cerca de 75 milhões de usuários ao redor do mundo e caminhava tímido no Brasil até pouco tempo atrás. No entanto, a rede social vem ganhando cada vez mais espaço com suas implementações e funcionalidades principalmente devido ao lançamento da versão em português, que abriu horizontes e finalmente emplacou por aqui. Desde então, em um mês, o número de membros cadastrados dobrou:
Fonte: Estadão.
O conteúdo interno do Linkedin não foi monitorado durante essa análise por se tratar de uma mídia menos espontânea e mais formal, voltada ao fortalecimento de elos e expansão do networking. Dessa forma, torna-se difícil mensurar a quantidade de oportunidades oferecidas dentro do site. Atualmente, estima-se que 60% das companhias norte-americanas recorrem ao Linkedin na hora de contratar funcionários. Com a popularização do site aqui no Brasil, a tendência é de que cada vez mais empresas e profissionais tirem proveito dele. Desde que as redes sociais começaram a ganhar visibilidade, existem alertas sobre o cuidado que se deve ter com as informações disponibilizadas dentro desses canais sociais e o quanto isso pode pesar na hora de se procurar um emprego. Perfis no Orkut e Facebook, declarações no Twitter, postagens em blogs pessoais – tudo isso pode ser facilmente acessado por qualquer recrutador ao selecionar candidatos para alguma vaga aberta em sua empresa. Não há dúvidas de que há tempos as melhores vagas não estão em publicações impressas e nesse contexto, o Linkedin pode contar muito a favor de quem busca emprego pela web. Com um perfil completo, informações verídicas, presença em grupos, currículo atualizado na rede, número de vagas disponíveis e o aquecimento da economia, a distância entre o empregador e o empregado só tende a diminuir. 12
Metodologia
As mídias sociais representam uma área movimentada para qualquer debate, principalmente quando se fala no dinâmico mercado de trabalho. Para analisar o buzz gerado pelo tema entre os internautas, realizamos um monitoramento de quatro dias nas mídias sociais envolvendo as palavras-chave de referência. Utilizando a plataforma postX como ferramenta de rastreamento, conseguimos uma cobertura do Twitter, Orkut, YouTube, Blogs, Fóruns e Sites de Reclamação – Reclame Aqui, Reclamão e Reclamando. As mídias online foram utilizadas para mensurar a representatividade do tema estudado perante mais de 4000 veículos de comunicação monitorados, através da plataforma Clipping Express. A plataforma permitiu embasar o conteúdo apresentado como cenário atual sobre o tema e mensurar seu reflexo quantitativo nas mídias online por palavra-chave e por região. Os dados colhidos para este estudo de apresentação são principalmente quantitativos, revelando em números o quanto as palavras-chave tiveram repercussão nas mídias sociais e mídias online. Embora o conteúdo deste estudo seja apresentado com dados exclusivamente quantitativos, as plataformas possibilitam sob vários aspectos e diversos gráficos, avaliações qualitativas e categorizadas sobre toda a captura abrangida.
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Ficha Técnica postX Período monitorado: 15/10 a 18/10 de 2010. Total de interações: 2217 posts e 900 comentários. Palavras-chave monitoradas: - Emprego: 878 posts + 284 cometentários. - Vaga: 600 + 112 comentários. - Desemprego: 430 posts + 140 comentários. - Estágio: 263 posts + 204 comentários. - Concurso Público: 180 + 26 comentários.
Clipping Express Período monitorado: 15/10 a 18/10 de 2010. Total de notícias: 559. Notícias por palavra-chave: - Acidente de Trabalho = 12 - Ministério do Trabalho = 108 - Demissão = 263 - Desemprego = 350 - Emprego = 870 - Greve = 573 - Salário = 720
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Esse estudo foi desenvolvido pela MITI InteligĂŞncia. Acesse nosso site: miti.com.br Siga-nos no Twitter: twitter.com/fontemiti 15