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Aiwaska
Daft Punk, Claptone, Deadmau5, Boris Brejcha, SNTS… do House ao Techno, não faltam exemplos de que existem vários projetos musicais mascarados que fazem sucesso pelo globo, seria Aiwaska mais um deles? É o que está se desenhando pela frente.
Com mais de 20 anos de experiência na música, o artista decidiu dar vida no ano passado ao seu novo projeto batizado de Aiwaska, que faz uma fusão de sons espirituais hipnóticos dentro do Techno com elementos orgânicos e linhas de baixo atmosféricas.
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O produtor já soma lançamentos por Bar 25 Music, Crosstown Rebels de Damian Lazarus e Exploited Ghetto; a faixa ‘Medicine’, que recebeu remix de Eelke Kleijn, permaneceu por 3 meses no top 5 de Melodic Techno no Beatport.
Antecipando seu novo lançamento, nós descobrimos algumas informações a mais sobre este mascarado que vem prometendo ser uma grande revelação.
Mixmag Brasil: Aiwaska! Tudo bem? Estamos felizes por conhecer o som de Aiwaska, um DJ e produtor misterioso que prefere esconder seu verdadeiro rosto... gostamos disso! Mas queremos saber: como surgiu a ideia de criar esse ‘personagem’?
Aiwaska: Produzo música eletrônica desde 1996. Inicialmente eu tocava Techno e House clássico. Em 2000, comecei a produzir diferentes gêneros musicais e a trabalhar com grandes gravadoras. Tudo isso durou 18 anos.
Desde 2018, decidi voltar às origens e criar um novo projeto musical, sob novo pseudônimo, nova imagem e com elementos sonoros do House clássico e Techno.
Analisei por muito tempo o que as pessoas ouvem, gostam, que imagens e ideias as tocam e o que realmente se aproxima de mim.
A ideia era criar um projeto não só para lançar música, mas que também trouxesse ajuda para o planeta e criasse um mundo ao seu redor. Assim nasceu Aiwaska.
Música mística com elementos étnicos, uma imagem misteriosa que complementa tudo e chama atenção para fotos e vídeos, além de movimentos especiais durante a apresentação.
Faço isso por um motivo e é claro que a coisa mais importante é que todos conheçam a árvore Ayahuasca. Também refleti que é importante ajudar o planeta e as árvores através de doações.
Não escondo meu rosto, meu lindo rosto não mostra a essência desse projeto e só vai distrair enquanto você pode entrar nessa viagem musical mágica.
Vimos que a máscara em si possui uma ligação com rituais xamânicos do Peru. Você pode se aprofundar e contar um pouco mais sobre essa história?
Sim, é claro! Tenho feito práticas energéticas há mais de 13 anos e entendo a essência com muita clareza. No meu caso, a máscara carrega um componente visual forte, ela também me permite entrar na imagem do projeto e estar com o público durante meus shows. Quando me apresento tenho uma energia que conduz as pessoas e a música nos faz mergulhar ainda mais nessa viagem.
No texto de apresentação você cita ter mais de 20 anos de experiência na indústria musical… seus projetos no passado eram diferentes deste seu atual? No que se envolveu anteriormente?
Sim, como disse anteriormente, faço música desde 1996. Como parte do meu outro projeto, escrevo e lanço House. Esses dois projetos são fundamentalmente diferentes e carregam diferentes ideias. Desde a infância, eu gosto de ouvir rock no estilo de Slipknot, clássicos como Wagner e, claro, música eletrônica de Aphex Twin para o mainstream. Eu sou uma pessoa criativa e se você é assim, muitas vezes não consegue criar música em apenas um estilo. Além de tudo isso, enquanto praticava meditação, comecei a me envolver mais detalhadamente com o que é o som e como ele afeta uma pessoa. Dessa forma, comecei a fazer minhas meditações, e há mais de 5 anos, escrevo minhas meditações, tais como: ondas binaurais, meditações hertz, etc.
E o que te levou a idealizar Aiwaska? Foi algum desejo pessoal que estava adormecido? Eu queria criar um projeto com um som musical mais clássico, que fosse direcionado para pessoas que amam música espiritual, lugares bonitos e que são personalidades próprias. Quero e vejo essas pessoas ao meu redor, estou muito feliz por isso, esse projeto foi criado para elas. Além da imagem, ideologia e música, tento escolher os lugares certos para os shows, assim consigo criar o máximo de imersão visual e auditiva.
Pelo curto tempo de carreira, seus lançamentos já são, no mínimo, impressionantes. Primeiro
Bar 25 Music, depois Crosstown Rebels de Damian Lazarus e, por último, Exploited Ghetto. Ao que você credita essas conquistas de forma tão rápida?
Apenas tento fazer música moderna com abordagem clássica e as pessoas que estão nesse gênero há muito tempo claramente lembram de que eu não sou um novato e que estou profundamente envolvido com a música.
Toquei faixas de Plastikman, Jeff Mills, Carl Cox em vinil, ainda em 1996. Eu conheço, respeito essa cultura e faço música com uma abordagem que mesmo depois de 10 anos poderia ser tocada, tento fazer por séculos e não pelo hype.
Além disso, a ideia do projeto e a ideologia estão próximas das pessoas que me ajudaram e fui notado no início. Sou muito grato a todas essas pessoas por terem me ajudado, especialmente meu empresário Aleksandr Tsyrin.
E, claro, a criatividade não pode ser limitada, mas é preciso dividi-la e intensificá-la adequadamente para não confundir o ouvinte. Então faço isso e separo claramente os projetos entre mim.
No ano passado você também teve a oportunidade de tocar no Burning Man, um festival que tanto sonoramente quanto conceitualmente combina bastante com a essência de Aiwaska, certo? Como foi essa experiência?
Para mim esse é um dos melhores festivais do planeta. É um mundo inteiro no qual você mergulha e se torna parte. Visitei o festival por 3 anos antes de me apresentar pela primeira vez. Não foi longo, mas foi um set memorável. Foi no “PlayAlchemist”.
Todos os anos me apresento na abordagem do meu outro projeto, em todo o planeta, de eventos privados para 200 pessoas a raves de 50.000 pessoas. Mas lembro claramente desse set no Burning Man, foram emoções incríveis, o local e as pessoas criaram uma atmosfera incrível. Espero muito que em 2021 possamos estar lá!
Imagino que essa mistura de sons orgânicos e melódicos dentro do Techno deva se basear em algumas referências… quais artistas influenciam no seu DNA sonoro?
Nas minhas músicas combino os clássicos do som alemão com elementos do clássico detroit electro, no estilo do projeto “drexciya”, em geral, tudo o que foi publicado na época pela Underground Resistance. Dos artistas do nosso tempo, eu gosto muito de Adam Port, Damian Lazarus, Rufus Du Sol, WhoMadeWho. Quanto aos elementos étnicos, sim, eu uso nas minhas faixas, mas com muito cuidado. Frequentemente faço os meus sets em 432Hz (informação para quem compreende) e uso elementos ASMR. É assim que eu descreveria as partes principais do meu som.
Aproveitando: nos fale um pouco sobre seu próximo lançamento, Eclipse. O que você já pode adiantar? Ele será mais sombrio ou mais iluminado?
Fiz a faixa original com uma linha de baixo profunda e um texto xamânico para criar a atmosfera de uma dança mágica, o que acho que aconteceu. Fizemos um vídeo clipe especial, onde eu e uma famosa dançarina criamos uma dança energética - ginástica - vitoriosa em várias competições mundiais.
Haverá também dois remixes espaciais irrealistas: Fake Mood entregou um remix muito profundo e inteligente e Jenia Tarsol & Kino Todo entregaram um filme de ação da pista de dança no estilo de Indie Dance. O single será lançado pelo selo Parallel Lives, não poderia deixar de destacar a capa feita por um artista muito brilhante, Sami Galetto.
Sobre os remixers que estão fazendo parte: você os escolheu
por algum motivo específico?
Estou sempre muito atento às pessoas com quem trabalho em termos de música. Eu aprecio muito e agradeço as pessoas que aceitaram fazer esses remixes. Fake Mood são meus amigos próximos, eles são músicos e produtores muito talentosos, todas as suas faixas têm um clima mágico e misterioso, simplesmente perfeito para mim.
Jenia Tarsol e Kino Todo são muito legais produzindo Indie Dance, eles sempre fazem o que fazem de maneira muito bem feita e bonita, esse remix prova isso. Esse
som é muito legal, tem muito groove e é inovador. Para o próximo lançamento na Exploited, em janeiro de 2021, terei um remix impressionante de Patrice Baumel. Fique de olho no que está por vir!
E para finalizar: o que você conhece a respeito da cena musical brasileira? Deixe um recado para o público daqui.
Gosto de ouvir diferentes tipos de música e ao longo dos anos, tenho escutado e me apresentado no mesmo palco que alguns artistas brasileiros muito legais. Mas foi Amon Tobin que deixou um forte sentimento e música em mim, ele toca tudo perfeitamente, é o melhor.
Quero que todos os amantes da música eletrônica escutem mais músicas legais e com o coração. Para mim, música é como o amor, e claro, em breve espero encontrar todos vocês no Brasil em um de meus shows.
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