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CAFÉ
PECUÁRIA
Que café nós bebemos
Bem-estar de bezerros
Página 86 LEilão
Especial leilões
Leilão Querença
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r$ 7,90 | nº 38 | outuBRO de 2010 | ANO 4
Projeto Educação no Campo
Empresas investem nos pequenos produtores e apresentam novas tecnologias em dia de campo em Uberlândia Página
Programa mais Alimento
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Irrigação por aspersão em malha Pasto verde o ano Inteiro 50 Página
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editorial
P
ra você que acompanha as notícias do agronegócio, a edição deste mês destaca importantes assuntos, que vão de encontro aos interesses dos produtores de diferentes segmentos e de várias regiões do país. Acompanhamos a realização da 39º EXPOINEL - exposição internacional do nelore, que mais uma vez mostrou a força da raça líder em produção de carne. Pecuaristas se reuniram em Uberaba - MG, e colocaram em pista, para julgamentos, animais de alta qualidade genética, que não deixam nada a desejar, nem mesmo para os países considerados de primeiro mundo. A feira movimentou cerca de 31 milhões de reais e uma das novidades foi à transmissão ao vivo pela internet das provas de julgamento, no site da interural. Em Inhaúmas, dois eventos mereceram destaques em setembro. O 11º Leilão Brahman da Querença, onde foram ofertados 21 lotes que movimentaram os negócios
entre os criadores de uma das raças que mais apresentam crescimento em termos de criatórios; Outro grande acontecimento foi o Dia de Campo de Fazenda São João. A fazenda é a terceira maior produtora de leite do país e tem projeto para aumentar a produção e subir no ranking. O evento já virou referência para quem procura informações de ponta da pecuária leiteira. Uma importante matéria desta edição mostra a forma de combater a mosca do estábulo. Com a expansão das lavouras de cana-de-açúcar, o inseto encontrou ambiente propício para se reproduzir e passa a atacar os animais das fazendas próximas. Em outra direção, a Nestlé anunciou investimentos da ordem de 500 milhões de reais para o ano que vem. Com o projeto, o estado do Rio de Janeiro vai ganhar uma nova indústria e outras fábricas vão passar por reforma. Isso significa que a demanda pela matéria prima da empresa vai aumentar. Bom para os produtores de leite. O mercado de leilões foi bem no mês de setembro e mais uma vez, as leiloei-
ras fecharam com faturamento positivo, apesar do longo período de seca que atingiu várias regiões produtoras. Em nosso caderno de leilões você confere algumas médias de vendas. A revista aborda a instabilidade de alguns produtos como café e feijão; e em nossa matéria de capa, você tem detalhes do projeto Educação no Campo, da Prefeitura de Uberlândia, que foi apresentado na Fazenda Bonsucesso, em um dia de campo, com a participação de empresas privadas e outras entidades que desenvolvem ações de conhecimento técnico, para aumentar a produção e qualidade dos alimentos, entre os pequenos produtores. BOA LEITURA. Wolney Domingos jornalista
www.interural.com expediente Direção Geral e Comercial Mário knichalla Neto mario@interural.com
Revisão Luiz Fernando revisaodoluiz@gmail.com
Consultoria Jurídica Breno Henrique Alfonso de Arruda
Impressão Gráfica Brasil
Jornalista Responsável Wolney Domingos Mtb 04847-MG
Diagramação Thaís Guetta diagramacao@interural.com
Fotógrafos Colaboradores Clécio Duarte / Francisco César
Diretora Executiva Layse Bento layse@interural.com
Consultoras de Venda Lydiane Caixeta lydiane@interural.com Daiane Lemes daiane@interural.com
Colaboradores Agripoint / ReHagro
InteRural Uberlândia - MG Rua Rafael Marino Neto nº 600 Bairro Karaíba, Ubershopping, loja 56 contato@interural.com (34) 3210-4050
Pré-impressão
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A revista InteRural é uma publicação mensal. Todos os anúncios, imagens e artigos publicados e assinados são de responsabilidade de seus autores. É estritamente proibida a reprodução parcial ou total sem autorização de seus autores.
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sumário
Projeto Educação no Campo
Empresas apostam na força dos pequenos produtores e apresentam novas tecnologias em dia de campo em Uberlândia
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NOTAS 06
Brahman | Notas
agricultura 24 | 26 |
Que café nós Bebemos Irrigação por Pulsos
52 | Fazenda Uberlandense ganha destaque nacional na mídia especializada 65 | FarmTour
34 | Mercado da Carne 36 | Eficiência Reprodutiva em Rebanhos Leiteiros
EVENTOS 76 | 82 |
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Abertas inscrições de Girolando para a Feileite 2010
EXPOINEL Dia de campo São João
lEILÕES
GIROLANDO ovinos
pECUÁRIA
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86 | 90 |
Leilão Querença Território Senepol
NEGÓCIOS
cLASSIFICADOS
74 | O Produtor Rural e a Recuperação Juducial
94 | Fique por dentro dos preços e realize bons negócios nos classificados da InteRural
Anúncio Estância Milagre
NOTAS
Brasil vai importar feijão de Estados Unidos e Canadá O Brasil deve iniciar uma nova rota na importação do feijão, com Canadá e Estados Unidos a partir deste mês, para suprir uma possível falta do produto na safra 2010/2011. Geralmente, o País já compra da Bolívia e da Argentina e, em algumas situações, da China. A entrada desses dois novos países no caminho brasileiro aconteceu em função de fenômenos climáticos como o La Niña, que será intenso, principalmente, no centro-sul. Com isso, já existe produtor vendendo o feijão carioca a R$ 200,00 a saca - preço considerado alto pelo setor, nos postos de São Paulo e Rio de Janeiro - com a intenção de tirar o prejuízo futuro. O feijão preto custa entre R$ 110,00 e R$ 115,00 quando o preço do mercado está firme. Segundo previsões de Marcelo Lüders, presidente do conselho de administração do Instituto Brasileiro de Feijão e Legumes (IBRAFE), o País deve comprar de Estados Unidos e Canadá entre 80 mil a 90 mil toneladas da leguminosa. Os estoques de feijão do governo, ainda de acordo com Lüders, não são suficientes para atender a forte demanda interna. “Faltará feijão no mercado interno”, disse. Lüders comentou que, no total, o País compra entre 70
mil e 80 mil toneladas de feijão de Argentina e Bolívia. O presidente do IBRAFE comentou também sobre a alíquota de importação. Não há tarifa quando o País negocia com o Mercosul, no caso da Argentina. A situação se altera, contou Lüders, quando o País for adquirir feijão do Canadá e Estados Unidos, uma vez que a Receita Federal cobrará uma taxa de 10% pelo produto. “O ideal seria que (a Receita Federal) reduzisse esta taxa a 0%, para que não haja repasse do
preço para o consumidor final”, disse. De acordo com Lüders, em São Paulo, mais de 70% da lavoura é de feijão de sequeiro, que depende exclusivamente da água da chuva e não é irrigado. “A falta de chuva pode causar uma situação catastrófica para a cultura”, falou. Segundo dados do IBRAFE, o Brasil consome, aproximadamente, 5 milhões de sacas de feijão - de todas as variedades - por mês. A cada ano, o consumo brasileiro chega, em média, a 3,5 milhões de toneladas.
ABCZ apresenta a pecuária brasileira ao Ministro da Agricultura da Índia
A
pecuária brasileira, bem como a contribuição das raças zebuínas indianas para o agronegócio do Brasil, foram alguns dos temas apresentados ao ministro da Agricultura da Índia, Sharad Pawar, pelo gerente de Relações Internacionais da ABCZ, Gerson Simão, durante
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reunião realizada na primeira quinzena de setembro, em São Paulo/SP. Na oportunidade, Sharad Pawar, também recebeu informações sobre o potencial do agronegócio brasileiro, em especial do setor sucroenergético, através do etanol. Durante a reunião, o ministro indiano se dispôs a colaborar com o
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intercâmbio de material genético zebuíno oriundo da Índia, além de demonstrar interesse em ampliar o intercâmbio técnico e comercial entre os dois países. A reunião foi promovida pela Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
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A NOVA PEC está no mercado há 3 anos com revenda no varejo e atacado de produtos agropecuários e veterinários. No dia 21 de agosto inauguramos a COUNTRY SHOP, com o objetivo de oferecer produtos de marcas consagradas na linha country. O novo point country na cidade de Uberlândia oferece produtos de qualidade para você e sua família. Oferecemos uma linha completa para eqüinos.Trabalhamos com grandes marcas: M Reis, Smith Brothers, Radade, Tassa, Master, Bridle, Universidade do Cavalo, Austin Western, Nogueira... “O estilo country tem muita influência americana e para nós brasileiros é fonte de inspiração no design de moda e estilo de vida. É impressionante a força desse universo, não só através dos meios de comunicação, mas também do cinema americano e dos faroestes antigos que influenciaram o estilo no mundo inteiro. O que podemos observar é que a cada dia. O estilo country ganha mais adeptos, não apenas praticantes de esportes equestres ou gêneros afins como também virou uma tendência de moda urbana para homens e mulheres.” Segundo Vitor Pessanha, proprietário da Country Shop.
“Alguns preferem um estilo mais discreto, com apenas alguns detalhes que remetem ao estilo country, outros já são mais adeptos ao estilo cowboy – ou cowgirl – e aí vale usar e abusar dos elementos que estão na moda; o importante é se sentir bem. Quanto aos acessórios para cavalos: selas, cabeçadas, protetores... Há uma grande oferta no mercado, mas o cliente está cada vez mais exigente e a Country Shop Novapec procura oferecer o que há de melhor, estamos abertos a buscar com os nossos clientes os produtos que os atendam.”Afirma Jéssica. O estilo Country surgiu no Velho Oeste Americano: WES-
TERN STYLE, marca com o uso da bota,da calça jeans,cinto com fivela de metal,camisa xadrez, chapéu , colete e é um conjunto harmonioso aos acessórios de cavalos: selas, mantas,rédeas, cabeçadas e muitos outros. Esse universo que envolve a natureza, animais, paisagem, esportes eqüestres, eventos é maravilhoso e a COUNTRY SHOP quer oferecer aos amigos clientes produtos de qualidade e quem faz parte desse universo, reconhecerá que estamos trabalhando com qualidade a preços justos PARA VOCÊ E QUEM VOCÊ AMA Venha fazer parte desse UNIVERSO!
NOTAS
Nestlé deve investir R$ 500 milhões no Brasil em 2011
O
presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita, disse na segunda quinzena de setembro que a companhia fará investimentos entre R$ 450 milhões e R$ 500 milhões no Brasil em 2011. O montante será destinado a ampliações e construções de fábricas, tecnologia e inovações. “Nosso objetivo é sempre crescer o dobro do PIB a cada ano, queremos duplicar a companhia em cinco anos e pretendemos incrementar nosso faturamento em cerca de 12%”, afirmou o executivo. Este ano, essa receita deve ficar perto dos R$ 18 bilhões. A expectativa é avançar para ganhar solidez no segmento de bebidas. “Esse ramo representa cerca de 7% dos negócios da Nestlé no país. Somados os lácteos, este percentual chega a 25% do nosso faturamento”. Atualmente, de acordo com Zurita, o Brasil é o país onde a Nestlé mais cresce no mundo. Atualmente, a empresa possui 30 fábricas no Brasil. O presidente da empresa confirmou a abertura de uma nova fábrica de bebidas no Rio de Janeiro, a segunda no Estado, com aportes entre R$80 milhões a
R$100 milhões. “Estamos mapeando o Estado para encontrar uma região adequada, tanto em termos de captação da matéria-prima quanto em capacitação profissional. A planta da multinacional será na cidade de Nova Friburgo “Além disso, o Rio de Janeiro é um grande consumidor de bebidas e a descentralização nos traz custo de logística mais acessível”, disse o presidente da Nestlé. Outro investimento anunciado pela companhia, que deverá alavancar o seu crescimento no setor de bebidas, é a segunda ampliação da fábrica da empresa em Feira de Santana (BA). A planta recebeu, nos últimos anos, aporte de R$ 50 milhões para triplicar sua capacidade de produção. Com a ampliação, a produção passou de 40 mil toneladas para 120 mil toneladas anuais. Novas linhas foram adicionadas à produção, quatro das quais são de bebidas. Especificamente, as lácteas - receberam duas novas linhas, bebidas achocolatadas e iogurte. A fábrica passou de 80 mil metros quadrados para 14 mil
metros quadrados. Em Minas Gerais a fábrica em Ibiá, no Alto Paranaíba, terá um projeto de ampliação. De acordo com Zurita, a prioridade de investimentos do grupo está relacionada com o forte consumo da população. “Durante a crise global, os governos investiram nos bancos. No Brasil, o investimento foi para estimular o consumo, o que fez toda a diferença para o nosso negócio”, explica. Zurita reafirma o compromisso da companhia de que, a cada 3% de crescimento, será construída uma nova unidade de produção. “Temos que ser agressivos pelo tamanho do nosso negócio”, diz. O nordeste desponta como um dos principais mercados da multinacional, as vendas na região contribuem com 33% do faturamento da empresa. Diante deste cenário, Zurita afirma que a Nestlé tem foco nos produtos voltados para as classes C, D e E. “Uma alternativa para baratear os preços dos produtos é criar embalagens diferenciadas, com quantidade reduzida. Assim todas as camadas da população têm acesso aos nossos produtos” conta.
Preço do cordeiro está aquecido em todo o Brasil Na segunda quinzena de setembro, Sorocaba apresentou o maior preço do kg vivo de cordeiro (R$ 5,31) enquanto Marília teve o menor valor registrado (R$ 4,00). As cotações para o cordeiro continuam aquecidas. No Paraná existem ofertas que variam de R$ 4,00 o kg vivo até R$ 6,00. No Rio Grande do Sul, os produtores que participam do programa Cordeiro ARCO, estão recebendo propostas de até R$ 5,00 o kg vivo, dependendo do animal. Conforme o veterinário Alex Brito, no Vale do Rio São Francisco, região de Petrolina e Juazeiro, a carcaça está valendo em média R$ 8,50. 12
“Mas está em falta, o pessoal tem que percorrer muitas léguas para achar um produto que possa abater”, salienta. Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos, ARCO, Paulo Schwab, esta elevação de preços fará surtir um efeito muito positivo em toda a cadeia produtiva. “Creio que agora o produtor vai se entusiasmar e voltar a investir no seu rebanho. E também será mais fácil colocar em prática todos os programas que temos para o setor, pois o criador está entusiasmado com o seu retorno financeiro e vai participar mais ativamente destes processos”, ressalta o dirigente.
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NOTAS
Produtores e usinas de MS buscam alternativas para mosca do estábulo A chegada da época das chuvas pode agravar um problema que atrapalha a pecuária, a mosca do estábulo. Com o objetivo de buscar soluções, principalmente através da prevenção de focos do inseto, a Federação da Agricultura e Pecuária (Famasul) e a Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) procuraram a Embrapa para discutir técnicas que possam ajudar no combate a mosca, que pode causar perdas de 15% a 20% no peso dos animais de corte e diminuição de 40% a 60% no volume de leite produzido. Um workshop sobre o problema reuniu pesquisadores, médicos veterinários, representantes dos produtores rurais e técnicos de usinas, na Embrapa Gado de Corte em Campo Grande. O setor de bioenergia busca alternativas porque a mosca pode se desenvolver tam-
O
ca do estábulo é muito dolorida e pode causar feridas. Ela ataca principalmente as pernas do animal que, em uma tentativa de se ver livre do incômodo, fica inquieto”, explica. A proximidade das usinas sucroalcooleiras com áreas de pecuária oferece um ambiente mais propício ao desenvolvimento da mosca, mas segundo o professor Paiva, é possível conciliar as duas atividades sem prejuízo, principalmente porque, segundo ele, o controle de focos do inseto é o responsável por 90% do sucesso no combate ao problema. O presidente da Biosul, Roberto Hollanda, ressaltou a importância de unir produtores rurais e as usinas para ações de prevenção. “Nós estamos aqui, em parceria com a Famasul, buscando alternativas. O apoio técnico da Embrapa oferece medidas que, aplicadas, trarão benefícios para as duas cadeias produtivas, a do boi e a da cana”, conclui.
Rebanho capixaba contabiliza 64 casos de raiva
Espírito Santo registra 64 casos de raiva no rebanho capixaba, entre bovinos, suínos e eqüinos. A ocorrência, identificada este ano em pelo menos 23 municípios do Estado, alerta para a necessidade de vacinação dos animais. “Os animais vacinados mantêm a imunidade em nível suficiente para se proteger da doença”, alerta Abdo Gomes, presidente do Sindicato Rural de Viana, município que contabiliza quatro casos da doença. Ele ressalta que cabe aos produtores adquirirem a vacina e aplicarem no rebanho. A imunização exige dos criadores alguns cuidados no transporte, armazenamento e aplicação. Para manter a eficácia, a vacina deve ser conservada em temperatura de 3° a 8° graus e o aplicador deve utilizar luvas para tratar o animal doente, como forma 14
bém nos resíduos orgânicos liberados pelas usinas. De acordo com o presidente da Comissão de Bioenergia da Famasul, Luiz Alberto Novaes, a solução está em envolver todos os interessados pelo fim do problema para que seja encontrada uma solução em conjunto. “Nossa ideia é resolver a questão. Pedimos a ajuda da Embrapa, pois é ela quem tem o conhecimento técnico para ajudar o campo”, aponta. Além das perdas de produtividade com os animais parasitados pela mosca do estábulo, esses insetos podem transmitir doenças como a brucelose e a tripanossomíase. O médico veterinário e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Fernando Paiva, explica que as moscas incomodam muito o animal, que passa a se mexer mais e a comer menos tentando se livrar do inseto, por isso ocorre a perda de peso. “A picada da mos-
de evitar o contágio. A vacinação deve ser feita anualmente em bovinos e equinos com idade igual ou superior a três meses. Animais que receberem a vacina pela primeira vez devem ser vacinados novamente 30 dias após a primeira aplicação. Em caso de qualquer suspeita de raiva no rebanho e de mordidas nos animais por morcegos, os produtores devem procurar o IDAF (Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do ES) e fazer a notificação. A entidade é responsável por fazer o controle da doença por meio do monitoramento dos abrigos dos animais transmissores, da colheita de material e do diagnóstico da raiva. A doença é cíclica e manifestase a cada cinco ou oito anos. “O que se observa hoje em nosso Estado é exatamente uma das fases
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deste processo, com um gradativo aumento do número de casos de raiva, principalmente em bovinos de diferentes municípios capixabas”, ressalta Heloísa Helena Monteiro, chefe da seção de epidemiologia e análise de risco do IDAF. A doença no rebanho pode acarretar prejuízos aos produtores rurais. Os animais contaminados apresentam apatia, perda de apetite, sensibilidade, prurido na região de mordedura, mugido constante, salivação abundante e viscosa, e dificuldade para engolir. Aos poucos, o animal passa a apresentar também movimentos desordenados da cabeça, tremor na musculatura e andar cambaleante. A evolução da doença faz com que o animal não consiga mais se levantar, tenha dificuldade respiratória e sofra episódios de asfixia, causando posteriormente a morte. www.interural.com
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NOTAS
Infraestrutura e tecnologia, os grandes desafios do agronegócio brasileiro
O
Brasil continuará beneficiando-se do avanço das economias emergentes para internacionalizar seu agronegócio, mas o desafio do setor nos próximos anos será investir em infra-estrutura e tecnologia para manter sua competitividade no mundo, afirmam os especialistas. Dados do Ministério da Agricultura apontam que, até agosto de 2010, as exportações do agronegócio brasileiro cresceram mais fortemente para os países da Europa Oriental (36,2%), Mercosul (31,5%) e Oriente Médio (29,9%). Nos primeiros oito meses do ano, a Ásia absorveu 32,5% das exportações brasileiras do agronegócio, enquanto a participação da União Européia reduziu-se de 29,6%, no período de janeiro a agosto de 2009, para 25,8% no mesmo período de 2010. A crise econômica de 20082009 também representou uma mudança na pauta das exportações brasileiras, já que, no ano passado, pela primeira vez em 30 anos, o Brasil passou a exportar mais produtos agropecuários do que manufaturados. Os agropecuários chegaram a 42,5% das vendas externas de 64,75 bilhões de dólares, enquanto os manufaturados foram 40%,
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segundo o ministério. “Essa mudança ocorreu porque a turbulência econômica atingiu mais duramente os clientes de produtos manufaturados, os países desenvolvidos, enquanto os países emergentes, que demandam mais soja e carnes, continuaram crescendo”, afirma Carlos Guanziroli, consultor do Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola (IICA), ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA), acrescentando que essa tendência deverá continuar, já que as potências ainda não conseguiram superar a crise. Guanziroli lembra que em toda a América Latina e, especialmente no Brasil, está ocorrendo uma espécie de “retorno à agroindústria”. “As multinacionais brasileiras vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado mundial. A JBS Friboi, por exemplo, está na Nova Zelândia, Austrália, Argentina, EUA”, afirma. “Depois vem a Brasil Foods, importante líder no mercado de carne de frango e suína.” Segundo ele, o aumento da importância do agronegócio brasileiro está diretamente ligado à forte demanda chinesa. Atualmente, o Brasil é o primeiro exportador mundial de carne bovina e segundo maior de soja, atrás apenas dos Estados Unidos. Na soja, o país tomou parte do mercado de grandes
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concorrentes como Argentina e Austrália, afirma Geraldo de Barros, professor titular da USP/ESALQ. “China, Índia e Rússia, além de uma série de países da África, são mercados com crescimento muito grande pela frente. Vão demandar grandes quantidades produtos do agronegócio, além de minérios”, diz Barros. “O protecionismo existente hoje na União Européia não existe nesses países, que precisam dos produtos brasileiros para sustentar seu crescimento.” Para fazer frente a essa demanda, no entanto, os especialistas lembram que existe a necessidade de mais investimento em novas tecnologias no campo, especialmente na pecuária, para que não haja avanço para áreas protegidas. “Para conseguirmos aumentar a produtividade sem aumentar a área de produção, precisaremos de novas tecnologias”, avalia Barros. Ele frisa que esse investimento já vem ocorrendo. “Estamos melhorando, pois conseguimos aumentar a produtividade com técnicas amigáveis do ponto de vista ambiental. Existem propriedades incorporando sementes melhoradas, máquinas mais eficientes, técnicas menos agressivas”, opina. No entanto, na opinião de Guanziroli, ainda há muito a ser feito. “O agronegócio brasileiro precisa adequar-se melhor às exigências internacionais, tanto fitossanitárias como ambientais. Caso contrário o país poderá ter seus produtos recusados por compradores externos, além criar problemas para o próprio mercado interno . O especialista também aponta a necessidade de investimento em infraestrutura logística. “A ineficiência dos portos, das estradas é muito grande. O Brasil é eficiente na produção, mas o transporte encarece o produto”, diz. Ele lembra que, por conta da intensa demanda chinesa, esses problemas estruturais são esquecidos, mas precisam ser resolvidos em longo prazo. www.interural.com
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NOTAS
A
Cresce a produção de leite de búfala no Vale do Ribeira/SP
produção de leite de búfala no Vale do Ribeira cresce de forma vertiginosa desde 2001, passando de dois mil litros diários, para 20 mil litros no pico de lactação. “É um crescimento gigante que a cadeia de bovinos não acompanhou”, diz o presidente da Associação dos Criadores de Búfalo do Vale do Ribeira (Acribuvar), Pedro Paulo A. Delgado. A criação destes animais foi tema do I Simpósio de Ruminantes, realizado na cidade de Registro pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e pela Empresa de Consultoria Agropecuária Júnior (Ecap Jr), com apoio do Sebrae-SP e de várias outras instituições . O Vale do Ribeira é o maior criatório do rebanho de búfalos do estado de São Paulo. As 25 mil cabeças concentradas nas mãos de 220 produtores de búfalos da região correspondem a 25% do total do Estado. A região sedia a única fazenda experimental de búfalos do País. Durante o simpósio, sistemas de produção, nutrição, genética, qualidade da carne e do leite, novidades do mercado
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agropecuário, forma e perfil de colocação dos produtos no mercado mundial, estiveram na pauta de discussão. Entre os problemas enfrentados pelos produtores de búfalos estão a falta de informação sobre nutrição/alimentação dos animais e a sanidade e ambiência (conforto e bem-estar) dos mesmos. Os produtores reivindicam também aumento do preço do leite, fixado entre R$ 1,10 e R$ 1, 25. Outra dificuldade é a comercialização da carne do animal no mercado, vendida como bovina no Brasil, o que prejudica a criação de uma cultura de consumo da carne, que tem menos colesterol e mais vitaminas. “O Vale do Ribeira está procurando sua vocação e o búfalo é uma alternativa econômica viável. É extremamente importante estimular e trabalhar a espécie”, disse Otávio Bernardes, presidente da Federação Americana de Criadores de Búfalos, um dos palestrantes do evento. “Há produtores que já iniciaram a exportação de animais para países como Venezuela e Filipinas, Colômbia, Argentina, Peru
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e Venezuela”, informou. O Escritório Regional do SEBRAE-SP no Vale do Ribeira atua no desenvolvimento da cadeia de búfalos em parceria com instituições como a Coordenadoria de Assistência Técnica e Integral (Cati/Vale do Ribeira). Exemplo disso é o apoio ao Programa de Melhoria da Pecuária Leiteira do Vale do Ribeira, por meio do qual os 50 integrantes da Associação dos Pecuaristas e Produtores de Leite do Vale do Ribeira (Proleite), em Barra do Turvo, ampliaram em 500% a produção de leite de búfalas desde 2005. Ainda assim, eles encontram dificuldades para suprir a grande demanda do mercado pelos derivados do leite. O Brasil possui o segundo maior rebanho de búfalos do Ocidente - três milhões de animais - e é um potencial exportador. Rústico e mais resistente a climas e solos desfavoráveis do que a espécie bovina, o búfalo é uma opção viável para o sistema de produção agropecuário. Com o aumento populacional no mundo, crescerá o consumo de produtos derivados do búfalo, prevê o presidente da Federação Americana de Criadores de Búfalos.
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INTERURAL NEWS
Interural News por Reila Rodrigues
1ª semana acadêmica da UNIPAC
Dia de Campo Fazenda São João
Com o intuito de fornecer conhecimentos direcionados à pecuária leiteira de alto rendimento a Fazenda São João fez o dia de campo “São João em Setembro” no dia 11 de setembro, que foi considerado pelos participantes um dos melhores eventos do agronegócio. Participaram do evento produtores, veterinários, zootecnistas, agrônomos, estudantes e empresas ligadas ao agronegócio entre elas a Revista InteRural.
A Revista InteRural marcou presença na 1ª Semana Acadêmica da Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Presidente Antonio Carlos realizada em Uberlândia nos dias 23 e 24 de setembro de 2010, reuniu estudantes dos cursos de veterinária, agronomia e tecnólogos em gestão em agronegócios, oferecendo palestras e minicursos com o intuito de melhorar a capacitação dos profissionais da área.
A 11ª edição do “Leilão Querença: o melhor da raça”, que aconteceu no dia 11 de setembro em Inhaúma – MG reuniu empresas e pessoas com grande interesse na criação da raça Brahman, teve lotes compostos com grandes campeões da raça chegando a um grande faturamento no final do leilão. Contando com a participação da Revista InteRural, nesse importante evento da raça Brahman.
CAT
Leilão Território Senepol A 2ª edição do Leilão Território Senepol, que aconteceu na Estância Goudard em Uberlândia – MG no dia 18 de setembro, foi um sucesso contando com mais de 350 convidados entre eles a Revista InteRural, que registrou todos os momentos do leilão.
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Leilão Querença
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O Clube Amigos da Terra organizou no Sindicato Rural de Uberlândia no dia 28 de setembro, um ciclo de palestras que envolveram pessoas do agronegócio. A Revista InteRural presenciou esse evento que eleva o desenvolvimento de campos de experiência com o intuito de obter resultados regionais, além de proporcionar uma maior troca de informações entre produtores e empresas do setor.
Expoinel
Foi realizada nos dias 16 a 26 de setembro de 2010, no Parque de Exposições Fernando Costa em Uberaba, a 39º Exposição Internacional do Nelore – Expoinel 2010. A Exposição cresceu 49% com relação ao ano passado e a Revista InteRural esteve presente no evento além de transmitir ao VIVO pela internet todos os julgamentos que ocorreram no mesmo.
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NOTÍCIAS EM ALTA
Notícias em Alta
Alta inova em remate de Girolando Guilherme Marquez de Rezende Gerente de Comunicação gmarquez@altagenetics.com http://www.altagenetics.com.br/
A
través de seu programa de Acasalamento Computadorizado, o AltaMate, a empresa Alta realizou uma ação diferenciada em remate que acontece no dia 26 de setembro em Passos/MG. A Fazenda ZBR Limeira, de propriedade dos irmãos José Marcio e Carlos de Simoni, estarão pela primeira vez comercializando 200 animais da raça Girolando, assim, a Alta sendo a mais forte parceira genética da ZBR, apartou as vacas em lactação, cerca de 60 animais e as classificou através de seu Gerente Regional Claumi Pio Villela Junior. “Todas as matrizes adultas foram avaliadas e acasaladas pelo programa de acasalamento computadorizado da ALTA, o AltaMATE. Nesse programa nós avaliamos o pedigree dos animais e cerca de 17 características lineares, essas informações são então processadas pelo programa e encontra-se então os melhores touros para cada animal. Essa ação que fizemos demonstra o trabalho sério da ZBR Limeira, bem como a forte preocupação de oferecer sempre as melhores opções de vacas para seus clientes. Cada matriz comercializada terá a sua avaliação e sugestão de acasalamentos anexada a sua pasta do leilão. Os touros escolhidos pela Alta são de extrema qualidade e de provas com altíssimos méritos genéticos. Tenho a certeza de que os compradores de cada lote estarão levando para seus rebanhos confiança, produção e muita lucratividade.” Afirma Claumi Junior. Além do programa AltaMate, as vacas Girolando com grau de Sangue 5/8 foram avaliadas e acasaladas com touros 5/8 para que não se quebre o trabalho de seleção de vários anos da ZBR Limeira na raça. A Alta, reconhecida como a central com maior e melhor bateria de touros da raça Girolando, utilizou os mesmos critérios para que não haja consanguinidade de sangue e que a presença de touros provados seja mais fortificada. 24
“Conheço o rebanho da ZBR Limeira a muitos anos. O processo de seleção do José Marcio e do Carlos é muito concreto em seus princípios de estar sempre usando animais melhoradores. Conhecendo dessa maneira contratamos o touro Ébano Gordon da Limeira, um reprodutor diferenciado da raça Girolando. Afirmo aqui, para todos que estarão lendo essa notícia da oportunidade de adiquirir animais dife-
renciados nesse leilão. Ainda mais com a chancela da ALTA.” Comenta Guilherme Marquez – Gerente de Comunicação da ALTA O remate acontece no dia 26 de setembro, as 14:00 no Parque de Exposições de Passos /MG. A empresa leiloeira será a Embral, e o leilão tem assessoria da Beef Milk Brasil (Celso Menezes), BOI Assessoria (David Oliveira).
Alta lança ferramenta de busca avançada para o corte zebu Os departamentos de Comunicação, Corte Zebu e Serviços de Informação, lançaram no dia 24 de setembro a “Busca Avançada por Sumários”. A ferramenta que está disponível no site da Alta (www.altagenetics.com.br) realiza a busca de reprodutores levando em consideração os resultados obtidos pelos reprodutores em provas dos sumários. Para acessar, basta que o usuário clique na guia “Busca Avançada”, localizada na parte superior do site da empresa e então
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selecionar por qual sumário deseja procurar. Após selecionar o sumário, o usuário poderá buscar animais determinando parâmetros de prova e filtrando os touros pela seu desempenho. Inédita no mercado de inseminação, a ferramenta proporciona aos usuários a economia do tempo gasto na pesquisa por touros no site. Inicialmente disponível apenas para as raças de corte zebu, a ferramenta será, em breve, estendida a todos os produtos da empresa. www.interural.com
Fazenda Bom Sucesso garante audiência em seu dia de Campo
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conteceu no dia 25 de setembro o Dia de Campo Fazenda Bom Sucesso, o evento organizado pela família Zancaner contou com transmissão ao vivo pelo Canal do Boi. O Dia de Campo contou com a presença de Roberta Gestal, consultora de corte da Alta, Filipe Oliveira, técnico de gado de corte da empresa e Tiago Carrara, gerente de mercado que participaram de uma mesa redonda com o tema “Perspectivas para o Melhoramento Genético”. Além da participação dos representantes da Alta, o evento contou também com Élio Michel, da ICAP Corretora; André Perroni, da TecPec consultoria; Michel Caro da fazenda Bom Sucesso; Argeu Silveira, da Genética Aditiva; Flávio Aranha, da fazenda Bela Alvorada; Eduardo Penteado, da fazenda Mundo Novo;
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Luciano Borges, do Rancho da Matinha; Leonardo Souza, do Qualitas; Fabiano Araújo, da Aval; Pablo Paiva, da Pfizer; Daniel Biluca, do Conexão Delta G, Fernando Saltão, da JBS e Fernando Garcia, da UNESP. Os telespectadores puderam participar enviando perguntas sobre os temas “Ferramentas de avaliação”, “Produção dos melhoradores” e “Melhoramento e mercado da carne”. A audiência foi tamanha que a previsão de duração de 4 horas foi estendida por mais 30 minutos para que os participantes conseguissem responder a todas as perguntas enviadas. Para Felipe Oliveira, a realização do evento contribui para melhorias no setor de corte brasileiro “uma discussão que reúne pessoas importantes de todo o segmento da carne, pôde trazer aos telespec-
Luiz Mauricio Pereira Assessor de Comunicação MTB 14.657/MG – JP lpereira@altagenetics.com
tadores respostas pertinentes, criar expectativas, e mostrar-nos que há muito a fazer em nosso setor, no sentido da conscientização do pecuarista sobre mensurações, mudança da imagem da nossa carne para os consumidores, maior união da cadeia, entre outros. Iniciativas como essa são muito importante para pecuária”, avalia. O reprodutor Fraque da Bela, filho de Avesso em vaca Eslavo, de propriedade da Fazenda da Bela Alvorada, nelore Zan, integra a bateria de touros da Alta e é um reprodutor jovem que participa da reprodução programada, sendo Top 0,5%, com 17,47 de MGT e que em breve terá sêmen disponível.
Alta e Ida Vale firmam parceria e disponibilizam reprodutores Dorper geneticamente provados
parceria entre a Alta e a Ida Vale foi consolidada no dia 16 de setembro, com a chegada na central dos reprodutores, Pacote da raça Dorper e Imperador da raça White Dorper. Ambos são jovens animais do criatório, mas com um grande diferencial, ambos possuem DEPs geradas pelo LAMBPLAN, programa Australiano de melhoramento ovino com mais de 3 milhões de registros no banco de dados. Os dois reprodutores são nascidos na Ida Vale - Brasil, frutos de embriões importados da Austrália, onde se encontra a matriz da Ida Vale realizando a seleção e o melhoramento dos animais, totalmente orientada por DEPs. Atualmente a
Ida Vale detém os melhores reprodutores dos sumários de ambas as raças, além de também liderar o de matrizes da raça White Dorper e possuir quatro entre as dez melhores matrizes Dorper. No Brasil a Ida Vale busca difundir o conceito de DEPs criando e disponibilizando animais comprovadamente de genética superior. “A parceria com a Ida Vale permitirá que disseminemos animais com avaliações genéticas consistentes por todo o Brasil. Nossos pensamentos em relação a avanço genético caminham no mesmo sentido e certamente propiciaremos os avanços na ovinocultura brasileira, gerando cada vez mais qualidade
nos nossos produtos”, afirmou Edson Siqueira Filho, gerente de caprinos e ovinos da Alta. De acordo com as DEPs dos dois jovens reprodutores, eles estão acima da média dos animais da Austrália. E mostram que são um excelente indicativo de alta produtividade, para rebanhos multiplicadores e rebanhos que pretendem utilizar o cruzamento industrial. Em breve o sêmen de ambos estarão disponível, façam suas reservas. Novamente a Alta sai na frente com os seus reprodutores e disponibiliza dois animais com DEPs, garantindo genética de qualidade para os nossos clientes.
As DEPs dos reprodutores estão disponíveis abaixo:
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AGRICULTURA
Café
Que café nós bebemos
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Marcelo Fagioli - professor de Agronomia/UnB
A safra 2009/2010 de café no Brasil indica uma produção de 47,2 milhões de sacas de 60 quilos que é quase 20% superior a 39,5 milhões de sacas do ano passado, de acordo com o terceiro levantamento da Conab. O café tipo arábica (76,4% da produção total) está projetado em 36 milhões de sacas. O café tipo conilon, ou robusta, representa 23,6% da produção brasileira, com 11,2 milhões de sacas. Minas Gerais é o maior produtor, com 52,3% do total nacional, sendo 99% do tipo arábica. O Espírito Santo vem em segundo lugar, com 21,3% da colheita de conilon do País.
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O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo e o segundo maior consumidor, em 2009 foram 18,4 milhões de sacas, o consumo interno vem crescendo aproximadamente 700 mil sacas por ano e em 2010 a previsão é de um consumo de 19,1 milhões de sacas. Os principais compradores do café brasileiro são Alemanha, Estados Unidos, Itália e Japão que, em 2009, renderam US$ 4,27 bilhões ao Brasil. A demanda exterior maior é pelo café verde, seguido do solúvel e do torrado e moído. Nas exportações do agronegócio brasileiro o café está em quinto lugar no ranking. Em pesquisa de mercado
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realizada, nos últimos 6 anos o consumo da classe C aumentou 14% e o consumo de café fora de casa do brasileiro aumentou 170%. O perfil geral avaliado do consumidor de café pelo tipo foi de 93% no café coado/filtrado, 14% no solúvel, 13% no cappuccino e 11% no expresso. Também ficou constatado que independente da classe social e faixa etária crescem o consumo dos cafés especiais, isto é, cafés de altíssima qualidade classificados como de bebida estritamente mole. Dentro do conceito de qualidade esperado pelo consumidor brasileiro da bebida café, o principal quesito apontado foi a preocupação com a pureza do produto ofertado no mercado nacional. É justamente essa qualidade da bebida que torna um dos aspectos de maior relevância na composição do preço final da saca e do lote de café. Cafés diferenciados quanto à bebida, adquirem melhores preços na comercialização da produção, tanto no mercado interno quanto para exportação. Em artigo de Paulo Peixoto, publicado no Caderno Agrofolha do Jornal Folha de São Paulo, em 28 de abril de 2009, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café - ABIC, Almir José da Silva Filho, informou que uma em cada quatro marcas de café comercializadas no país apresenta problemas com impurezas. Na pesquisa nacional de qualidade da ABIC, realizada em 2008, foram identificadas fraudes em 583 de um total de 2400 marcas comercializadas no Brasil, praticamente 25% das amostras. As análises das amostras foram feitas em laboratórios credenciados por órgãos oficiais que constataram a presença de impurezas como cascas de café, milho, centeio, caramelo (açúcar), sementes de açaí e até www.interural.com
pau. Segundo Silva Filho, em Minas Gerais o problema é ainda maior, as fraudes na torrefação dos grãos atingem 47% das marcas do Estado. Fraudes em amostras de café num total de 31% foram observadas em outra pesquisa em Minas no ano de 2008, realizada pela Vigilância Sanitária de Minas, segundo a gerente de alimentos do órgão, Claudia Parma Machado. Na pesquisa da ABIC, foi encontrado até 10% de pau e até 31% de milho torrado misturados ao café. Além dos materiais inertes (paus e cascas) encontrados, o caramelo (açúcar) é usado para disfarçar o gosto estranho produzido pelo café de baixa qualidade. Contudo, esse açúcar, quando misturado ao pó de café, pode prejudicar diabéticos, lembrou Silva Filho. Os prejudicados são os consumidores, mas, especificamente, a população de baixa renda pode estar consumindo mais o café fraudado, em razão do baixo preço ofertado. A fiscalização deveria ser feita por órgãos em nível federal, estadual e municipal, atuando nas empresas torrefadoras e de moagem até a comercialização varejista, que compra o café impuro. Para acabar com essa forma de enganação com o consumidor brasileiro que aprecia e tem o hábito de tomar cafezinho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, elaborou uma nova legislação, a primeira feita para o café torrado consumido no país, que levou três anos para ficar pronta e teve a participação de técnicos do governo e de representantes do setor privado. A Instrução Normativa No. 16 do MAPA, assinada dia 24 de maio de 2010, pelo ministro Wagner Rossi e publicada no Diário Oficial da União (25/05/2010), estabelece critérios rígidos para garantir a qualidade do produto oferecido ao consumidor. As novas regras são válidas para o café torrado em grão e para o café torrado e moído. www.interural.com
A medida IN-16 começará a vigorar em nove meses (270 dias), isto é, no final de fevereiro de 2011. De acordo com Laila Muniz, jornalista do MAPA, com a medida o consumidor terá a segurança de saborear um café mais puro e com um nível mínimo de qualidade. Isso porque, o café produzido no Brasil ou o importado só poderá ter, no máximo, 1% de impurezas. A umidade no grão torrado ou moído não poderá ultrapassar 5%. Também foram definidos critérios para características sensoriais do café: aroma, sabor, fragrância e sabor residual. O nível de acidez, amargor ou adstringência e até se a bebida é encorpada serão avaliados por um classificador credenciado pelo MAPA. Um dos testes que deverão ser realizados nas amostras coletadas no comércio ou na indústria será a degustação do produto chamada “prova da xícara”, em que o classificador emitirá um laudo técnico de classificação. Conforme a legislação, o cumprimento desses critérios resultará na “Qualidade Global da Bebida” e, para ser comercializado, o
produto deverá ter, no mínimo, nota igual ou superior a quatro pontos em uma escala que vai de zero a dez. Como visto, o aumento de consumo também está influenciando a exigência de cafés diferenciados. A ampliação dos cafés especiais força uma diversificação da oferta e a melhora da qualidade no varejo tradicional. Uma dessas tendências é a produção de “Cafés Sustentáveis”, no campo, com certificação de boas práticas agrícolas e preservação do meio ambiente produtivo. Junto com uma indústria que tem certificação na torrefação, controles, segurança, higiene e avaliação do produto obtêm-se a qualidade. Associando os dois componentes, o campo e a indústria, têm-se um café na xícara originário de um produto sustentável e com qualidade certificada, em outras palavras, isso nos dá o que tanto se quer qualidade de bebida com sustentabilidade. Ganham o produtor rural, o industrial, o comerciante e o consumidor, todos os elos da cadeia produtiva.
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AGRICULTURA
Irrigação por pulsos Autor: André Luís T. Fernandes Doutor em Engenharia de Água e Solo, professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE) e coordenador do Núcleo de Cafeicultura Irrigada da Embrapa Café.
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agricultura brasileira busca constantemente diminuir seus custos de produção e aumentar a qualidade do produto colhido, mantendo assim a competitividade no mercado nacional e internacional mesmo em momentos de crise. Neste contexto, o aumento de produtividade é o fator que mais contribui para redução de custos e a irrigação é considerada a tecnologia de produção agrícola mais eficiente para esta finalidade, pois também contribui para a estabilidade da produtividade. O Brasil já irriga 240.000 ha de todo o seu parque cafeeiro, o que representa quase 10% da cafeicultura nacional. O que chama a atenção é que esta fatia irrigada responde por 25% da produção nacional, mostrando a grande competitividade da cafeicultura irrigada nacional (SANTINATO; FERNANDES; FERNANDES, 2008).
Os cafezais irrigados estão mais concentrados nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e, em menor proporção, em Goiás, Mato Grosso, Rondônia e São Paulo. A irrigação tem sido utilizada mesmo nas regiões consideradas tradicionais para o cafeeiro, como o sul de Minas Gerais, Zona da Mata de Minas Gerais, Mogiana Paulista, Espírito Santo, etc. Trabalhos de pesquisa demonstram que o aumento de produtividade média com o uso da irrigação (médias de pelos menos 3 safras) tem sido de 50%, quando comparada com as lavouras de sequeiro, trabalhos estes desenvolvidos nas regiões de Lavras e Viçosa, Minas Gerais, regiões consideradas aptas climaticamente ao cultivo do cafeeiro, sem a necessidade de irrigação. Convém salientar que, embora a irrigação seja viável nestas regiões, o benefício do uso desta
tecnologia é mais evidente em regiões mais quentes, onde a temperatura média mensal dificilmente fica abaixo dos 19º C, como as novas fronteiras do café, como Barreiras, Luiz Eduardo Magalhães e Cocos, na Bahia. Na Tabela 1, é possível verificar a divisão da cafeicultura brasileira em regiões, de acordo com a temperatura. As regiões podem ser classificadas, segundo Santinato; Fernandes (2002) em “frias”, “médias” e “quentes”. A irrigação tem proporcionado melhores resultados de produtividade nas regiões quentes, seguido pelas médias e, por último, nas frias. Vários experimentos têm sido conduzidos nas diferentes regiões cafeeiras, objetivando, principalmente, avaliar o efeito da irrigação na produtividade e qualidade do cafeeiro, sendo vários deles relacionados a estresse hídrico x produtividade/qualidade do café. Existem diferentes sistemas
Tabela 1 Classificação das regiões cafeeiras do Brasil de acordo com as temperaturas médias mensais.
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de irrigação que podem ser utilizados, sendo que a escolha do sistema de irrigação mais adequado depende de uma série de fatores, destacando-se o tipo de solo, a topografia, o tamanho da área, os fatores climáticos, os fatores relacionados ao manejo da cultura, o déficit hídrico, a capacidade de investimento do produtor e o custo do sistema de irrigação. Além disso, deve-se ter em mente também que é grande o volume de água exigido na irrigação e, por isso, a necessidade de otimizar a utilização deste recurso é um dos aspectos mais importantes que deverá, também, ser considerado no momento de decidir pelo método e pelo sistema de irrigação a ser utilizado. O uso de métodos de irrigação mais eficientes no consumo de água está cada vez mais disseminado no Brasil e a irrigação por gotejamento em café é uma realidade em todas as principais regiões produtoras. Um sistema inovador de produção de café foi proposto por uma grande empresa multinacional de gotejamento em 2005 em caráter experimental. Hoje, já existem áreas comerciais em São Paulo e no Triângulo Mineiro usufruindo desta tecnologia exclusiva. A técnica consiste basicamente em usar um sistema de gotejamento por pulsos para aplicar a água seguindo a curva de transpiração da planta ao longo do dia. Nesta água, também são aplicados os fertilizantes, buscando desta for-
Figura 1 – Consumo de água por uma planta de café, ao longo do dia.
ma suprir a necessidade momentânea de água e nutrientes da planta, realizando-se várias irrigações pequenas apenas durante o dia (pulsos) e aplicando sempre solução nutritiva (nutrirrigação). Nesta revolucionária forma de suprir as necessidades hídricas e nutricionais da planta, não se usa o solo como reservatório de água e sim como um suporte à planta. Desta forma, aplica-se a solução nutritiva para a demanda horária da planta, várias vezes ao longo do dia (pulsos) à medida que a radiação do sol aumenta e consequentemente, a transpiração da planta (Figura 1). Nesta técnica, objetiva-se
aumentar o desenvolvimento radicular em superfície, para que se potencialize a absorção de água e nutrientes, proporcionando menores perdas destes elementos pela pronta assimilação pela planta (Figuras 2 e 3). Em trabalho realizado por Paiva; Sanches (2010) na Estação Experimental de Varginha pertencente ao Procafé observam-se resultados significativos em aumento de produtividade nas duas primeiras safras de café Catuaí Vermelho no expaçamento de 3,5 x 0,7m, conforme pode ser visto na Tabela 2: Para compor um sistema de nutrirrigação por pulsos, não basta
Figuras 2 e 3 – Exemplos de grande desenvolvimento radicular com a utilização da nutrirrigação por pulsos.
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AGRICULTURA
Tabela 2 – Primeiras safras da lavoura de Catuai Vermelho no sul de Minas Gerais, Varginha/MG, Fazenda Experimental da Fundação Procafé.
somente utilizar gotejadores antidrenantes. É necessário que todo o sistema de gotejamento seja antidrenante, pois pequenas variações topográficas dentro do bloco de irrigação farão o sistema drenar e, quando os pulsos forem aplicados – que são irrigações de curto espaço de tempo, 5 a 15 minutos-, o tempo de pressurização causará desuniformidade na aplicação da solução nutritiva. Portanto, este sistema tem uma engenharia específica e componentes específicos, além dos gotejadores, que são válvulas de retenção, válvulas antidrenantes de linhas de tubogotejadores e um sistema
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de fertirrigação automatizado. Outra peculiaridade deste sistema é a necessidade de uma manutenção mais específica para prevenir crescimento microbiano, pois, como todo o sistema está sempre cheio de solução nutritiva, há um estímulo para crescimento de algas, bactérias e protozoários que podem causar desuniformidade. Isso é controlado com injeções mais frequentes de oxidantes, como o hipoclorito. Até o momento, os resultados em produtividade que o sistema de nutrirrigação por pulso tem proporcionado justificam o inves-
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timento. Em média, tem-se obtido incremento de 5 a 10 sacas por hectare comparando-se com o sistema de gotejamento convencional. Esta diferença custeia o diferencial de investimento já na primeira safra. Com a participação de produtores, pesquisadores e consultores, esta tecnologia tem-se adaptado às condições brasileiras tecnologias de ponta no uso da água que já são consagradas em Israel, Europa e África do Sul, cumprindo assim sua função de líder em prover tecnologias inovadoras para o uso de água na agricultura. Referências bibliográficas: SANTINATO; R.; FERNANDES, A.L.T.; FERNANDES, D.R. Irrigação na cultura do café. 2. ed. Belo Horizonte: O Lutador, 476p., 2008. SANTINATO; R.; FERNANDES, A.L.T.; FERNANDES, D.R. Cultivo do cafeeiro irrigado em plantio circular sob pivô central. Belo Horizonte: O Lutador, 252p., 2005. PAIVA, R.N.; SANCHES. C. E. J. Efeito da nutrirrigação por pulsos e convencional na produtividade do cafeeiro no sul de Minas Gerais. In: XII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA EM CAFEICULTURA IRRIGADA. Araguari, Anais cd rom, 2010.
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AGRICULTURA
Café
Silagem: uma breve história
Autores: Thiago Fernandes Bernardes; Engenheiro agrônomo, PhD, Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) Rafael Camargo do Amaral; M.Sc. Rafael Camargo do Amaral, zootecnista e doutorando em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP.
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s primeiras fontes seguras sobre a ensilagem das forragens provêm de papiros egípcios, os quais relatam o processo entre os anos de 1500 – 1000 anos a.C., usando a planta inteira de cereais (Foto 1). Silos tipo torre, parcialmente enterrados, da época de 1200 a.C. foram encontrados em escavações arqueológicas próximas à cidade de Cartago (Tunísia – norte da África). Na época dos romanos (234 – 149 a.C.) houve a utilização de fossas para a conservação de forragens verdes, as quais eram cobertas com terra de onde viviam tribos germâ32
nicas originadas da Dinamarca e da península Escandinava. Fontes medievais indicam que a ensilagem de forragens pré-secadas era algo corriqueiro na península itálica e que o uso de silagem, em barris de vinho, usada para alimentação dos animais durante o inverno foi uma prática usada até 1700. A primeira origem de uma gestão racional no processo de ensilagem ocorreu na Alemanha e na Áustria por volta de 1830, onde eram usadas fossas na conservação das forragens. Após a fermentação, a massa ensilada alcançava determinada acidez, a qual estimulava o
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apetite dos animais, relatavam os produtores da época. As primeiras notícias sobre o uso de silagem de milho ocorreram por volta de 1860 na Hungria e, em poucos anos a técnica se difundiu pela Alemanha e pela França. Um grande impulso ocorreu em 1875 com a publicação da obra de Auguste Goffart, um produtor francês, que após alguns anos de experimentação da silagem de milho na sua fazenda escreveu “Sur la culture du mais-fourrage”, com 61 páginas. Esse livro foi traduzido para a língua inglesa em 1879, o que alavancou a prática da ensilagem www.interural.com
na América do Norte. Em 1888, em Nova Iorque, já ocorria o 5º Congresso de Silagem devido ao sucesso do processo nos Estados Unidos, ligado à praticidade e economicidade do sistema. O Dr. Smith de St. Albans declarou que: “...mediante a ensilagem as nossas fazendas são capazes de quadruplicar a produção delas..., ...a manteiga de qualidade superior pode ser preparada quando for conveniente..., os nossos bois podem ser mantidos pelo ano inteiro, em maior número por unidade de superfície, gastando-se menos...” No Brasil, a prática da ensilagem teve seu início no final do século 19. Esta notícia está em um artigo da primeira edição da Revista Agrícola, de junho de 1875, escrita por Luiz de Queiroz, que seria o fundador da Escola Superior de Agricultura (ESALQ/USP), o qual relatou que os melhores fazendeiros do Brasil já usavam silagem de milho na alimentação do rebanho leiteiro, como Carlos Botelho, em sua estância situada no Jardim da Aclimação, hoje um dos bairros centrais da cidade de São Paulo. Eduardo Cotrim, em 1913, lançou A Fazenda Moderna: Guia do Criador de Gado Bovino no Brasil, obra com apenas 12 exemplares, os quais foram numerados e assinados pelo autor. Em seu livro, ele relata a experiência Norte Americana no processo de ensilagem e descreve
brevemente como ocorre a fermentação da massa, quais as culturas que podem ser ensiladas e como deve ser construído um silo torre (principal modelo da época). Em 1915, os missionários do Instituto Gammon, fundadores da Escola Agrícola de Lavras (hoje Universidade Federal de Lavras) decidiram introduzir a técnica na Escola e construíram o primeiro silo torre de alvenaria do Estado de Minas Gerais, quiçá do Brasil, uma estrutura com 7,5 metros de altura (Foto 2). Abastecia-se o silo usando máquina movida por trator e esvaziava-se por meio de grandes janelas ao longo perfil. A partir de 1920, quando a importação de máquinas e tratores criou força no nosso país a técnica se difundiu ao longo dos anos, inicialmente com milho, como foi relatado, e, posteriormente, com o sorgo e o capim-Elefante (década de 60). Nos últimos anos, outras forragens foram ganhando destaque, como outros capins de clima tropical (Tanzânia, Mombaça, Braquiarão, Tifton e Coastcross), as gramíneas de clima temperado (aveia, azevém e triticale), a cana-de-açúcar e os grãos de cereais. Infelizmente, não há estatísticas que mostram quantas toneladas de silagem são produzidas e utilizadas anualmente no nosso país, mas, seguramen-
Foto 2. Silo tipo torre, construído em 1915 nas imediações da Escola Agrícola de Lavras
te, essa técnica permite aos nossos produtores que o custo da dieta seja reduzido e que a arte de se produzir animais possa ser competitiva com outras alternativas de uso do solo.
Milho transgênico está crescendo nas lavouras de Minas Gerais
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utilização de milho transgênico está crescendo nas lavouras de Minas Gerais. Segundo a Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, a expectativa é que na safra 2010/2011 a parcela de sementes modificadas fique próxima de 40% do total das sementes utilizadas. A opção de investir no grão modificado deve-se à maior resistência às pragas, o que garante maior produtividade e menos gastos nos tratos culturais. Na safra 2008/2009, menos de 10% da área total plantada do cereal no estado era de transgênicos. “O nível www.interural.com
do uso das sementes transgênicas cresceu rapidamente no estado e no país. O Brasil levou três anos para alcançar o índice de 30% de utilização, enquanto nos Estados Unidos foram gastos cerca de seis anos”, diz o pesquisador José Carlos Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo. A tendência é que a cada ano a participação das sementes geneticamente modificadas aumente. O maior esclarecimento dos produtores em relação aos benefícios proporcionados pelo cereal transgênico e a maior resistência às pragas são os principais fatores responsáveis por este aumento. InteRural - Revista do Agronegócio | Outubro 2010
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PECUÁRIA
Bem-estar de bezerros: Nutrição e Sanidade Autores: Carla Maris Machado Bittar; Professora do Depto. de Zootecnia, ESALQ/USP Gustavo Guilherme Oliveira Nápoles; Mestrando em Ciência Animal e Pastagem, Depto. de Zootecnia, ESALQ/USP
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bem-estar e a saúde dos bezerros estão se tornando cada vez mais importantes, visto que bezerros saudáveis tem maiores chances de expressar seu potencial produtivo, quer seja para a produção de carne ou de leite. Para garantir o bem estar destes animais, é necessário considerar não somente aspectos relativos ao ambiente, instalações e transporte, mas também relacionados à nutrição e sanidade. Um programa satisfatório de nutrição deve assegurar que o bezerro tenha crescimento positivo, em reposta ao fornecimento de dieta líquida e dieta sólida, e acesso diário à água. Além disso, bezerros recém nascidos devem receber uma dieta líquida que forneça energia e proteína suficientes para garantir sua manutenção e seu crescimento satisfatório. Existem muitas dietas que são adequadas para o crescimento do bezerro, mas para assegurar seu bem-estar é necessário avaliar os resultados do programa de alimentação adotado ao invés de analisar rações específicas. O crescimento é considerado satisfatório de acordo com o sistema de produção com taxas de ganho de peso variadas. Fêmeas de reposição devem apresentar uma condição de escore corporal entre 2,0 (ao nascer) e 3,75 (no pré-parto) durante todo seu período de crescimento. O fornecimento do colostro
tem papel crucial na prevenção de doenças e na nutrição do bezerro na sua fase inicial de vida. O colostro é uma fonte de proteína e energia altamente digestíveis, possui anticorpos que garantem imunidade ao animal até que seu próprio sistema imunológico passe a ser funcional, além de ter enzimas que auxiliam no desenvolvimento do trato gastrointestinal. Existem três maneiras de fornecer o colostro aos bezerros recém nascidos: aleitamento natural, aleitamento através de mamadeira ou por sonda oroesofágica. Estudos recentes demonstram que bezerros deixados para mamar o colostro diretamente da mãe apresentam maiores falhas na transferência de imunidade passiva (em torno de 60%), 20% de falha quando foram alimentados por mamadeira e menor falha (10%) quando alimentados por sonda oroesofágica. No entanto, vale ressaltar que o procedimento de alimentação pelo método oroesofágico cria certo desconforto ao animal, havendo necessidade de treinamento para sua realização de forma a minimizar os danos à laringe e esôfago do animal. O principal problema com a mamada natural é que não se tem garantia de consumo em quantidade adequada, além da qualidade do colostro, o que resulta em falha na transferência de imunidade passiva. Do ponto de vista de bem-estar animal, o colostro é necessá-
rio para o funcionamento adequado dos processos fisiológicos do bezerro, além do seu consumo ser um evento natural na sua vida. Para assegurar o bem-estar do bezerro, o colostro pode ser fornecido através de vários métodos desde que sejam asseguradas quantidades adequadas de energia, proteína e anticorpos ao animal. No manejo do colostro também é importante que sua ordenha seja realizada de forma a minimizar as contaminações com bactérias e outros patógenos, como Mycobacterium paratuberculosis (bacilo de Johne) ou Mycoplasma que causam doenças que podem aumentar as taxas de mortalidade. Para isso, o úbere da vaca deve estar limpo durante as primeiras amamentações do bezerro, no caso da colostragem natural; ou no momento da ordenha, no caso do fornecimento através de mamadeira ou sonda. Após a coleta, o colostro deve ser imediatamente armazenado sob refrigeração ou congelado para evitar o desenvolvimento de agentes infecciosos, podendo-se utilizar garrafas plásticas ou sacos plásticos como recipiente. O fornecimento de água a vontade, desde os primeiros dias de vida, é um requisito básico para o sucesso do programa de alimentação de animais jovens. A disponibilidade de água é importante para
Figura 1. Consumo de colostro através de mamada direta, fornecimento através de mamadeira ou sonda oroesofágica. 34
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Figura 2. Animais jovens com acesso a água e concentrado desde a primeira semana de vida.
o bem-estar do bezerro primeiramente para saciar a sede do animal e segundo porque a sua ingestão tem alta correlação positiva com a ingestão de alimentos sólidos como o fornecimento de concentrado, que auxilia no desenvolvimento do rúmen. Pesquisas demonstram que bezerros recém nascidos, recebendo água à vontade desde o início do seu nascimento, têm apresentado consumo normal de leite e promovido uma diminuição nos hormônios indicadores de estresse crônico. Bezerros podem ser alimentados com a dieta líquida (leite ou sucedâneo) através de mamadeiras ou balde. Além disso, a dieta líquida pode ser fornecida em quantidades controladas ou à vontade, divididas em duas a três refeições. Embora os requerimentos nutricionais do bezerro possam ser atendidos por qualquer um dos métodos de fornecimento, os aspectos comportamentais e sociais do bezerro são afetados pelo sistema de alimentação. Isto é observado em bezerros alimentados através de mamadeiras que, após serem aleitados, apresentam o hábito de descansar mais cedo que bezerros aleitados por balde. Bezerros criados em grupos e aleitados através de alimentadores automáticos apresentam maior interação social. No entanto, deve existir a preocupação com a relação de bicos disponíveis por bezerro, pois isso pode resultar em maior interação competitiva entre os animais, o que poderia acarretar em maior disputa no momento do aleitamento, havendo assim diminuição do tempo de alimentação e ingestão de leite. www.interural.com
A disponibilidade de alimentos sólidos também contribui para o bem-estar do bezerro, pois está correlacionado não só com o atendimento das exigências protéicas e energéticas para crescimento adequado, como também com processos fisiológicos como o desenvolvimento do rúmen. Em bezerros recém-nascidos este é um processo fisiológico normal e é, por sua vez, considerado necessário para seu bem-estar. O acompanhamento do desenvolvimento ruminal é importante para o bezerro leiteiro, pois quando ocorrer o desaleitamento, o bezerro deve ter um rúmen funcional para a digestão de dietas sólidas e, assim, manter um bom estado nutricional e adequadas taxas de crescimento. Bezerros alimentados com dietas sólidas e consumindo mais grãos, são desaleitados mais cedo, confirmando que a disponibilidade de alimento sólido é importante para o desenvolvimento do rúmen e o crescimento do animal. Além do manejo alimentar, o programa de bem-estar deve promover a saúde dos animais com práticas de prevenção de doenças, como a colostragem e as vacinações, auxiliados por uma rotina de diagnóstico e tratamento precoce de animais doentes. O programa de saúde do bezerro leiteiro inclui: nutrição, higiene, vacinas, treinamento de tratadores e protocolos de tratamento. A eutanásia também é um requisito do programa de bem-estar: bezerros gravemente debilitados e feridos devem ser criteriosamente avaliados para a tomada de decisão da utilização ou não da eutanásia. O programa de saúde deve
ser específico para cada fazenda leiteira ou rebanho e deve ser desenvolvido por um médico veterinário dentro de um relacionamento válido entre cliente/paciente. Vacinas e tratamentos adequados são determinados pelo veterinário e proprietário dentro de cada sistema de produção, lembrando que um programa de bem-estar não requer produtos específicos. Para manter a sanidade do rebanho é necessário um sistema funcional de monitoramento constante. Os componentes básicos para garantir a sanidade dos bezerros em um programa de bem-estar incluem: treinamento de funcionários para executar tarefas e reconhecer doenças e lesões, observações diárias das instalações para manutenção de limpeza e eventuais reparos que possam surgir para prevenir lesões e, finalmente, desempenho de tarefas como vacinação, tratamentos veterinários, descorna e, se necessário, eutanásia. Produtores que atenderem à maioria dos requisitos dos programas de nutrição e sanidade terão maiores probabilidades de serem bem sucedidos na condução do programa de bem-estar de seus bezerros. Programas de manejo que consideram o bem-estar de bezerras e novilhas de reposição garantem adequadas taxas de crescimento e a entrada destes animais em lactação mais precocemente e com maiores chances de expressar seu potencial de produção. Referências Carolyn Stull & Jim Reynolds. Calf Welfare. Veterinary Clinical Food Animal, v.24, p.191-203, 2008.
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Carne
O Mercado de Carne bovina no mundo, com enfoque no Brasil Estevão Margotti de Carvalho Graduando em Medicina Veterinária, UFMG Estagiário ReHAgro – Pecuária de Corte
N
ão é objetivo deste artigo abranger detalhadamente todos os segmentos do mercado de carne bovina no mundo, nem mesmo no Brasil, mas despertar as pessoas, principalmente os jovens estudantes, para a necessidade de conhecermos o mercado no qual estamos inseridos, ou melhor, no qual estamos nos tornando um grande protagonista.
Mercado mundial Segundo projeção do USDA/ FAS, a produção mundial será de pouco mais que 46 milhões de toneladas de carne bovina em equivalente-carcaça no ano de 2010. Deste total, vale destacar que apenas os EUA, Brasil, União Européia e China, juntos, somam mais de 34 milhões de toneladas em equivalente-carcaça, representando aproximadamente 75% da produção mundial. O interessante é que dos quatro maiores produtores, apenas o Brasil e os EUA figuram entre os grandes exportadores, já que UE e China possuem alto consumo interno de carne bovina. Na contramão destes países se encontra a Austrália, país que ocupa apenas a 7ª posição em produção, porém é o segundo maior exportador de carne bovina do mundo, ficando atrás apenas do Brasil. Em resumo: Os EUA são o maior produtor de carne bovina do mundo e, mesmo com alto consumo interno, ocupam a terceira posição em exportações. Na realidade, os EUA são, inclusive, grandes importado36
res, principalmente para produção de hambúrgueres. A China produz muito e consome praticamente toda sua produção. A UE produz muito e também tem consumo alto, figurando também como importante importador. A Austrália tem produção
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mediana, porém ocupa a posição de segundo maior exportador do mundo. Já o Brasil, produz muito, tem consumo interno alto e ainda exporta o suficiente para ser o maior exportador de carne bovina in natura do mundo. Os maiores importadores de carne bovina do mundo são EUA,
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Rússia, Japão e UE.
América Latina A América Latina é sem dúvida um continente com vocação para a pecuária de corte. Grandes áreas, com abundância de água, de pastagens e com clima no qual as gramíneas tropicais e os bovinos, principalmente os zebuínos, estão plenamente adaptados. Como prova de sua capacidade, a América Latina é hoje o continente que mais exporta carne bovina no mundo, somando 41% do total de carne bovina exportada em 2009. Observando o gráfico 3, podemos observar que deste total, o Brasil participa com 53,5% das exportações, seguido pela Argentina, com 19,3% e, então, do Uruguai, com 10,7%. O Paraguai participa com 7,2 % e Colômbia com 6,2%. Juntos, estes países representam mais de 95% da exportação de carne bovina na America Latina. A demanda por carne bovina na América Latina vem crescendo 2,5% ao ano, enquanto nos países desenvolvidos o crescimento é de apenas 0,5%. Sabe-se que o setor cresceu por volta de 4% ao ano nos últimos anos, o dobro da média mundial de 2%.
Brasil No ano de 2004, o Brasil se tornou o maior exportador de carne bovina do mundo, ultrapassando a Austrália, país que até então ocupava este posto. www.interural.com
Partindo-se da crescente demanda por carne no mundo e da atual baixa produtividade por área do Brasil, pode-se concluir que não será fácil outro país tomar a primeira colocação nas exportações de carne. Pelo contrário, é provável que o Brasil solidifique esta posição com o passar dos anos. Para que isto ocorra, é necessário que haja aumento de eficiência na produção, através de sistemas menos extensivos do que os observados em grande parte do país, seja com terminação em confinamento ou não, de modo que os animais sejam abatidos mais cedo. Desta forma, além de aumentarmos a produtividade por área, a tendência é que diminua a degradação dos solos e recursos naturais, os quais estão sendo alvo constante de barreiras impostas por países importadores de carne brasileira. No caso do uso do confinamento, nos sistemas de produção, além dos benefícios já conhecidos pelos pecuaristas, esta pode se tornar a chave para a abertura de novos mercados compradores de carne, os quais exigem características no produto que normalmente são obtidas através de confinamento. A questão sanitária também recebe grande importância, principalmente quando se é um grande player no mercado internacional, já que os holofotes sempre estarão voltados para o país. A qualquer sinal de irregularidade ou de algum surto sanitário, uma grande
onda de embargos e pressão pode se iniciar, causando prejuízos no mínimo financeiros e até sociais.
Consumo interno Quando observamos o consumo interno (gráfico 4), podemos ver que há certa estabilidade, provavelmente representando um equilíbrio entre a tendência de queda no consumo de carne bovina e o fator econômico, o qual possui correlação positiva com consumo per capta de carne. O crescimento econômico e o aumento dos salários estão impulsionando a demanda interna por carne e outros produtos derivados. A demanda por alimentos e, especialmente por carne, está aumentando mais rápido em países em desenvolvimento com maiores taxas de crescimento populacional e aumento de renda. (FAO, 2009) Referências bibliográficas USDA-FAS. “Livestock and Poultry: World Markets and Trade.” Foreign Agricultural Service, United States Department of Agriculture, October 2009a. USDA-FAS. “Livestock and Poultry: World Markets and Trade.” Foreign Agricultural Service, United States Department of Agriculture, April 2010. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - www.ibge.gov.br Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - www.mdic.gov.br FAO. “The State of Food and Agriculture: Livestock in the Balance.” Rome, 2009. Foi consultada bibliografia fornecida pelo Prof. Derrell Peel, Universidade de Oklahoma, EUA.
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Avaliação da Eficiência Reprodutiva em Rebanhos Leiteiros - Fazenda São João Ubiratan Tadeu Lima Souza, graduando em medicina veterinária – Equipe ReHAgro
A
econômica na produção de leite exige que os produtores operem com máxima eficiência, para manter a sua rentabilidade na atividade. Assim sendo, o elevado nível de produção de leite e alta eficiência reprodutiva devem ser sempre as metas dos criadores para alcançarem alta produtividade obtendo, assim, o retorno econômico (VASCONCELOS, 1999). O aumento na produção nacional de leite nas últimas três décadas, de 5 bilhões de litros/ano em 1960, para cerca de 21 bilhões de litros de leite/ano se descreve, principalmente, pelo aumento no número de vacas ordenhadas e não pelo aumento na produtividade dos animais. (LEITE, et al 2001; WOLFF, el al 2004). Desta forma, quando se tem uma baixa eficiência no desempenho reprodutivo dos animais esta se correlaciona de maneira negativa, resultando uma menor produção de leite. (LEITE, et al 2001). Segundo, Garcia (2005), há um grande desafio nas fazendas leiteiras, onde devemos ter um menor número de vacas secas em relação às vacas em produção, mantendo estas últimas, de preferência, no terço inicial da lactação, fase onde há maior produção de leite. Quando se busca um diagnóstico da situação reprodutiva e sua eficiência, alguns dados analisados são: intervalo entre partos, período de serviço, número de doses por vacas prenhes, intervalo entre parto e primeiro cio e idade ao primeiro cio, taxa de inseminação, taxa de concepção, taxa de prenhez (CAMPOS, 2007; LEITE, et al 2001; GARCIA, 2005; GARCIA, 2008; VIELLA, 2007; CARVALHO, 1998). 38
Diagnóstico da situação reprodutiva Intervalos Entre Partos (IEP) É o período em meses decorrente da data do parto anterior até o presente parto. Deve ser sempre próximo de 12 meses, sendo 12 meses o período ideal. Isto significará um maior número de vacas em lactação e, consequentemente, maior produção de leite e de crias (NETTO, et al 2006). Santos et al. (2001) relataram que a redução do intervalo de partos está relacionada ao nascimento de mais bezerras, permitindo uma seleção mais aprimorada e um maior número de novilhas para descarte. A análise deste índice fornece avaliação geral da situação reprodutiva do rebanho, mas segundo Campos (2007), avaliar o desempenho reprodutivo em função dos partos não é
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uma boa estratégia, pois para isto os partos precisariam ocorrer, tornando a avaliação tardia, ou seja, o índice obtido hoje refletirá uma condição vivida há pelo menos 9 meses. Garcia (2005) e Viella (2007) também relatam que, ao abordar esta metodologia, estaremos incluindo somente os animais que pariram mais de uma vez, excluindo, entretanto, categorias como primíparas e vacas secas que não emprenharam (com problemas reprodutivos), descartando assim a eficiência da avaliação. Período de Serviço (PS) É o período, em dias, do parto até a primeira cobertura ou IA, confirmada pela gestação. O período de serviço (PS) é classificado como o número de dias requerido pela vaca para conceber após a parição (CALVALCANTE, et al 2001). O alongamento do período de serviço, em conseqüências de distúrwww.interural.com
bios reprodutivos, acarreta em um maior intervalo de partos, que, por sua vez, afeta a economicidade do sistema pelo seu reflexo em alguns aspectos produtivos tais como: redução na produção, menor número de novilhas de reposição, redução no potencial genético e eliminação de animais superiores (FERREIRA et al 1992). Exemplo: Observamos que uma vaca pariu no dia primeiro de janeiro de 2010, sendo que teve sua prenhez confirmada por palpação retal ou ultrassom em primeiro de maio de 2010, ou seja, o período de serviço foi de 152 dias. Número de doses por Prenhez (NDP) Este método avalia quantas doses de sêmen foram necessárias para emprenhar uma vaca. O resultado dá um indício da fertilidade da vaca, do sêmen e da qualidade da técnica de inseminação. Entretanto, este dado não pode ser avaliado isoladamente, pois podemos gastar um baixo número de doses de sêmen para emprenhar as vacas, entretanto podemos demorar muito tempo para inseminá-las. (GARCIA, 2005); (GARCIA, 2008) Exemplo: Primeiro dia: Observamos que em 10 vacas prenhes foi necessária a utilização de 20 doses de sêmen. Média de ampolas por vaca: 20/10, ou seja, foram necessárias 2 doses
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por vaca prenhe.
Avaliação da eficiência reprodutiva de vacas leiteiras Um bom índice para ser avaliado no que tange ao desempenho reprodutivo de vacas de leite é a taxa de prenhez. Este índice dá uma idéia de velocidade com que as vacas ficam gestantes em função do número de vacas aptas do rebanho (CAMPOS, 2007). De acordo com Viella (2007), a forma mais correta de se avaliar a eficiência reprodutiva de um rebanho é a taxa de prenhez, que considera também a eficiência de detecção de cio. Dois índices compõem essa taxa: o primeiro é a taxa de inseminação e o segundo é a taxa de concepção (GARCIA, 2005; GARCIA, 2008).
Taxa de Inseminação O período cíclico de uma vaca ocorre a cada 21 em 21 dias em média, sendo que este pode ocorre de 18 a 23 dias nos animais não-prenhes (CAMARGO, 2006). Taxa de inseminação é o percentual de vacas inseminadas em um período de 21 dias em função do total de vacas aptas (CAMPOS, 2007); (GARCIA, 2005; GARCIA, 2008). Vacas inseminadas também são aptas, já que podem repetir cio (GARCIA, 2005; GARCIA, 2008). Este índice nos permite uma maior ação em um menor espaço de tempo para correção de possíveis
falhas, pois conseguimos analisar o desempenho das últimas 3 semanas (CAMPOS, 2007). Ao final do período de 21 dias, devemos levantar quantas vacas foram inseminadas neste período. Exemplo: Primeiro dia: Levantamos que temos 100 vacas aptas. Do primeiro ao vigésimo primeiro dia: Observamos que inseminamos 40 vacas. Taxa de Inseminação: 40/100 = 40%, ou seja, inseminamos apenas 40% das vacas que poderiam ser inseminadas. Adaptado (GARCIA, 2005; GARCIA, 2008). Taxa de Concepção A taxa de concepção determina o número de vacas que ficaram prenhes em relação ao número de vacas que foram inseminadas ou cobertas durante um determinado período. (GARCIA, 2005; GARCIA, 2008). Segundo Viella (2007), a taxa de concepção do primeiro serviço pode fornecer uma melhor visão da situação do rebanho, principalmente na questão de manejo nutricional. Lozano et al. (2002) afirmaram que o anestro após o parto está ligado a nutrição, uma vez que a fertilidade dos bovinos está diretamente ligada a esta variável. Este dado permite também a avaliação de diversas variáveis, diagnosticando o provável fator responsável por sua eventual diminuição, seja ela na fertilidade das vacas e o sêmen, seja na técnica da inseminação e do inseminador propriamente dito. (GARCIA, 2005; GARCIA, 2008). Porém, a velocidade de obtenção dos resultados é um pouco mais lenta em função do limite mínimo para o diagnóstico de gestação (CAMPOS, 2007). Exemplo: Das 40 vacas inseminadas 12 ficaram prenhes ao diagnóstico de gestação. Taxa de Concepção: 112/40 = 30% de concepção, ou seja, a cada 100 vacas inseminadas apenas 30 fica-
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ram prenhes. Adaptado (GARCIA, 2005; GARCIA, 2008). Taxa de Prenhez Segundo Viella (2007), um dos principais índices a serem avaliados para certificar-se da eficiência reprodutiva de um rebanho se baseia na taxa de prenhez, pois toma-se como nota uma elevada detecção de estros, (eficiência na detecção de cio) e a concepção após o animal permanecer em um período voluntário de espera. A taxa de prenhez representa o número de vacas que ficaram prenhes em relação ao número de vacas aptas a ficarem prenhes em intervalo de 21 dias, entre a taxa de inseminação e a taxa de concepção (GARCIA, 2005; GARCIA, 2008). De acordo com Campos (2007), o índice reflete o resultado de dois parâmetros já estudados, que devem ser avaliados independentemente: a taxa de inseminação e taxa de concepção, com isso, uma boa taxa de prenhez reflete bons resultados na taxa de inseminação e na taxa de concepção. Exemplo: Primeiro dia: Levantamos que temos 100 vacas aptas. Primeiro ao vigésimo primeiro dia: Observamos que inseminamos 40 vacas. Dia do diagnóstico de gestação: Levantamos que 12 vacas ficaram prenhes. Taxa de Prenhez: 12/100 = 12%, ou seja, a cada 21 dias apenas 12% das minhas vacas aptas ficaram prenhes. Adaptado (GARCIA, 2005; GARCIA, 2008). Referências Bibliográficas 1. ANDRADE, J. R. A.; SILVA, N.; SILVEIRA,W.; TEIXEIRA, M.C.C. Estudo epidemiológico de problemas reprodutivos em rebanhos bovinos na bacia leiteira de Goiânia. Arq. Brás. Med. Vet. Zootec., vol. 57, n. 6, p. 720-725, 2005. 2. CARNEIRO, T. S.; ALVES, A. A.; AZEVÊDO D. M. M. R.; BEZERRA, E. E. A.; CATALANO, D.; Caracterização e Eficiência Produtiva de Rebanhos Bovinos Leiteiros Participantes do Programa Infoleite no Baixo Parnaíba, Piauí. Rev. Cient. Prod. Anim., vol. 8, n. 2, 2006. 40
3. CAMARGO, L. S. A.; Identificação de cios de bovinos, manual técnico para o produtor. Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite, CNPGL. Disponível em: http://www.cnpgl.embrapa.br/nova/informacoes/pastprod/textos /30Inst rucao. pdf Acessado: Acessado em 25 julho de 2008. 4. CAMPOS, E.; Avaliando o desempenho reprodutivo de matrizes leiteiras. Disponível em: http://www.rehagro.com. br/siterehagro/publicacao.do?Cdnoti cia=1585. Acessado: 23 de julho de 2010. 5. CARVALHO, M. P.; Como calcular e monitorar os índices reprodutivos. Balde Branco, São Paulo, n. 399, p.32-37, 1998. 6. FERREIRA, A. DE M.; FERREIRA DE SÁ, W.; VILLAÇA, H. DE A.; ASSIS, A. G.; Diagnóstico da situação produtiva e reprodutiva em rebanhos bovinos leiteiros da Zona da Mata de Minas Gerais. Pesq. Agropec. Bras., Brasília, 27(1):91-104, jan. 1992. 7. GARCIA, P. H. M. Como incrementar a eficiência reprodutiva em rebanhos leiteiros. Disponível em: http://www.rehagro.com.br/siterehagro /publi cacao.do? cdnoticia=1005. Site do ReHAgro, 2005. Acessado em 28 julho de 20010. 8. GARCIA, P. H. M. Como incrementar a eficiência reprodutiva em rebanhos leiteiros. Disponível em: http://www.ideagri.com.br/siteideagri/site/noticias/ler ?noticia=36 Site do Ideagri, 2008. Acessado em 28 julho de 2010. 9. GUIMARÃES, J. D.; ALVES, N. G.; COSTA, E. P.; SILVA, M. R.; COSTA, F. M. J.; ZAMPERLINI, B. Eficiências reprodutiva e produtiva em vacas das raças Gir, Holandês e cruzadas Holandês x Zebu. Rev. Brás. Zootec., vol. 31, n. 2, p. 641-647, 2002. 10. GROSSI, S.F.; FREITAS, M. A. R. Eficiência reprodutiva e produtiva em rebanhos leiteiros comerciais monitorados por sistema informatizado. Rev. Brás. Zootec., vol. 31, n.3, p. 1362-1366, 2002. 11. LEITE, T. E.; MORAES, J. C. F.; PIMENTEL, C. A. Eficiência produtiva e reprodutiva em vacas leiteiras. Rev. Ciência Rural, Santa Maria, vol. .31, n.. 3, p. 467-472, 2001. 12. LEMOS, A. M.; MADALENA, F. E.; TEODORO, R. L.; BARBOSA, R. T.; MONTEIRO, J. B. N. Comparativo performance of six Holstein-Friesian x Guzera grades in Brazil 5: age at first calving. Revista Brasileira de Genética, Ribeirão Preto, v. 15, n. 1, p. 73-83, mar. 1992. 13. LOZANO, D. M.; PAIVA, P. C. A.; BANYS, V. L.; SOUZA, J. C.; SAENZ, E. A. C.; OLIVEIRA, E. R. Índices reprodutivos de vacas primíparas red-angus x zebu suple-
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mentadas no pós-parto: taxa de prenhêz e concepção ao primeiro serviço. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 39. Recife. Anais... Recife: UFPE, 2002. 14. NETTO, F. G. S.; BRITO, G. L.; FIGUEIRÓ, M. R. Manejo da vaca leiteira. Comunicado técnico, ISSN 0103-9458 Novembro, 2006. Porto Velho, RO. 16. POLAQUINI, L. E. M.; SOUZA, J. G.; GEBARA, J. J. Transformações técnicasprodutivas e comerciais na pecuária de corte brasileira a partir da década de 90. Rev. Bras. Zootec., vol. 35, n. 1, p. 321327, 2006. 17. RIBEIRO, A. M. C.; ALLISTER, A. J. M.; QUEIROZ, S. A. Efeito das taxas de descarte sobre medidas econômicas de vacas leiteiras em Kentucky. Rev. Brás. Zootec. vol. 32, n. 6, p. 1737-1746, 2003. 18. SILVA, L. A. F.; SILVA, E. B.; SILVA, L. M.; TRINDADE, B. R.; SILVA, O. C.; ROMANI, A. F.; FIORAVANTI, M. C. S.; SOUZA, J. N.; FRANCO, L. G.; GARCIA, A. M. Causas de descarte de fêmeas bovinas leiteiras adultas. Rev. Brás. Saúde Prod. An., vol. 5, p. 9-17, 2004. 19. SILVA, L. A. F.; COELHO, K. O.; MACHADO, P. F.; SILVA, M. A. M.; MOURA, M. I.; BARBOSA, V. T.; BARBOSA, M. M.; GOULART, D. S. Causas de descarte de vacas da raça holandesa confinadas em uma população de 2.083 bovinos (2000-2003). Rev. Ciênct Anim Brás, vol. 9, n. 2, p. 383389, abr./jun. 2008 20. SARTONI, R. Manejo reprodutivo da fêmea leiteira. Reprod Anim, Belo Horizonte, v.31, n.2, p.153-159, abr./jun. 2007. Palestra apresentada no XVII Congresso Brasileiro de Reprodução Animal, 31 de maio a 02 de junho de 2007, Curitiba, PR. 21. VALLE, E.R.do; ANDREOTTI, R.; THIAGO, L.R.L. de S. Estratégias para aumento da eficiência reprodutiva e produtiva em bovinos de corte. Campo Grande: EMBRAPA-CNPGC, 1998. 80p. (EMBRAPA-CNPGC.Documentos, 71). 22. VILELA, R.; ARTUNDUAGA, M. A.; Eficiência reprodutiva, patologias reprodutivas e protocolos de reprodução. Disponível em: http://www.rehagro.com.br/siterehagro/publicacao.do?cdnoticia=1434. Acessado no dia 22 de julho de 2010. 23. VASCONCELOS, J. L. M. Manejo reprodutivo de vacas leiteiras. Cad. Tec. Vet. Zootec. n. 29, p. 51-70, 1999. 24. WOLFF, M.C.C.; MONARDES, H.G.; RIBAS, N. P. Fatores ambientais sobre a idade ao primeiro parto, dias abertos e intervalos entre partos em vacas da raça Holandesa na bacia leiteira de Castrolanda, Estado do Paraná. Archives of Veterinary Science vol. 9, n. 2, p. 35-41, 2004. www.interural.com
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CAPA
Projeto Educação no Campo Empresas apostam na força dos pequenos produtores e apresentam novas tecnologias em dia de campo em Uberlândia
No dia 22 de setembro foi realizado um dia de campo na Fazenda Bonsucesso, localizada nas proximidades do km 20 da MG 455 (Uberlândia/Campo Florido) em parceria com a Secretaria Municipal de Agropecuária e Abastecimento (SMAAB), Maqnelson, Emater, Adubos Paranaíba e Orcol Construtora. O objetivo do evento foi levar novas informações, tecnologias e idéias que possam contribuir para uma melhor qualidade de vida e maior retorno financeiro ao homem do campo. Dentro da programação do dia de campo, a Secretaria Municipal de Agropecuária e Abastecimen-
to (SMAAB) fez uma palestra sobre Reestruturação da Propriedade da Agricultura Familiar, que reuniu cerca de 150 produtores das regiões de Miraporanga, Água Limpa, Douradinho, Morada Nova e Cabaçal. A palestra foi ministrada pelo consultor em administração rural, Walmes Batista Mendonça, que falou sobre cooperativismo e vertentes da atividade econômica. “Todos querem ganhar dinheiro. Para isso, tem que ser, no mínimo, empresário. O empresário rural não é diferente do urbano, quer ganhar dinheiro e manter a família”, contou. A ação faz parte do Programa Educação no Campo,
que leva capacitação, conhecimento e habilidades tecnológicas, gerenciais e ambientais, para tornar as atividades agropecuárias mais produtivas e rentáveis. De acordo com a secretária de Agropecuária e Abastecimento, Walkíria Borges Naves Loreno, a iniciativa leva informação para que o produtor se sinta estimulado a planejar e a se tornar um empreendedor. “A propriedade familiar tem que se adequar às necessidades e acompanhar a evolução do agronegócio”, disse. Para o Diretor de Agricultura e Pecuária, Romes Fernandes Dias, os eventos realizados junto aos produtores rurais, dentro
do programa educação do campo, torna-os capacitados a aderir as inovações tecnológicas, dentro de seus empreendimentos, gerando melhor qualidade de vida, renda e respeitando o meio ambiente. Este ano o programa completa três anos de execução. Na oportunidade, a Sementes Adriana, juntamente com a Katec-Lallemand, lançou o projeto de plantio dos milhetos ADR 500 + ADR 7010 - muito mais leite e carne. O projeto consiste no plantio do ADR 500 a lanço em área de 2 ha com 25 kg de sementes por ha em outubro para o pastejo, que poderá ser feito até 15 de janeiro de 2011, conforme orientação dos técnicos da prefeitura de Uberlândia. A partir desse período, será dessecada a área do ADR 500 e, em seguida, o plantio do híbrido de milheto peletizado ADR 7010 em linha, com foco na produção de silagem, obedecendo as orientações técnicas da PMU. A silagem do milheto ADR 7010, além de ser um material muito rústico, possibilitará a colheita por volta dos 75 a 80 dias de germinação. Na confecção da silagem, esse material será inoculado com o Bacto Silo Master para obter uma melhor conservação e melhor fermentação. As informações são do representante Wellington Olveira (Katec, Lallemand / Sementes Adriana). Segundo Edmundo Benedetti - Professor
Titular, Doutor da FAMEV/UF (Idealizador e Consultor do Projeto Leite à Pasto Educação Continuada), as condições tropicais exercem forte influência na expressão do potencial genético dos animais. O clima afeta diretamente a disponibilidade das forrageiras e seus nutrientes, sendo a alimentação fator trabalhoso na produção e na composição do leite, na reprodução e na saúde animal, o seu déficit limita a genética animal, formando, assim, um grande elo: o quadrinômio: clima, planta,
solo e animal, dependentes uns dos outros para o sucesso. O milheto é de caráter rude, forrageira de clima tropical e entra com uma forte posição, sendo superior ao milho no teor de proteína bruta, na rusticidade, ou seja, suporta solos de baixa fertilidade e presença de veranicos, tornando-se destaque nas áreas de Cerrado. Devido ao seu sistema radicular profundo, o milheto consegue atingir níveis de água e de nutrientes nas partes mais profundas do solo, portanto, tendo boa adaptabilidade em déficits hídricos. Em solos férteis e de bom índice pluviométrico, ele pode alcançar surpreendente produção, livre de agentes toxicológicos. Exerce efeito tampão, ocasionando amortização de custos, quando utilizado como forrageira. Pode ser usado para ensilagem e como pasto, este último tem destaque na Região Sul e Cerrado; ainda se tem a produção de grãos para fabricação de ração, com especial atenção aos teores de aminoácidos, principalmente os sulfurados. O Pennisetum glaucum, conhecido por pasto italiano ou milheto, é originário da África e da Índia. Foi domesticado na África Ocidental há cerca de 5000 anos. Durante esse período, a cultura vem pas-
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sando por um intenso processo de seleção, tornando-se resistente ao estresse hídrico, a solos com baixa fertilidade natural, à baixa capacidade de retenção de água, ao baixo pH e às altas temperaturas. A pecuária brasileira está estreitamente relacionada à exploração das pastagens naturais e cultivadas, logo, a alta produtividade das gramíneas forrageiras se torna um dos principais fatores responsáveis pelo sucesso desta atividade. Gramíneas anuais de estação quente, como o milheto (Pennisetum glaucum), têm função assegurada em sistemas de pastejo, que visem à alta produtividade de forragem e animal/área. A cultura do milheto passou a se destacar no cerrado após os trabalhos de seleção iniciados em 1981, que resultaram no lançamento das variedades BN-1 e BN-2 em 1986 e 1991, respectivamente. Essas pesquisas contribuíram de forma decisiva para o crescimento da forrageira em questão. Hoje, sob uma seleção vigorosa a Sementes Adriana, juntamente o Bonamigo têm alcançado índices muito satisfatórios. De acordo com a revista Plantio Direto, três novas variedades de milheto – ADR 300/ADR 500, Super Massa . ADR 7010,7020 e ADR 8010 híbrido peletizado Super Grão –, criadas a partir de materiais antigos, mas com maior capacidade de crescimento, formação de massa, grãos e reciclagem de nutrientes, são as principais responsáveis por essas mudanças. Essa gramínea tem sido utilizada, no Brasil, de diversas formas: como planta forrageira, como pastoreio para o gado, na produção de grão para a fabricação de ração e também como planta de cobertura do solo para o sistema de plantio direto. Nos cerrados brasileiros, é uma boa opção na safrinha em rotação com soja, algodão e milho. A região centro-oeste se salienta a utilização desse grão, uma vez que suas características agronômicas e nutritivas o qualificam como possível substituto energético na alimentação animal. Embora o milheto tenha um curto período de utilização (90 a 100 dias de pastejo), re44
presenta uma excelente alternativa, dentro de um programa forrageiro, para valorizar as categorias animais que melhor respondam a dietas de qualidade, como vacas em lactação, animais para engorda em terminação e bezerros pós desmama. Também utilizado na produção de feno e pré-secado, a suplementação energética em pastagem de milheto é uma alternativa viável para que novilhas desmamadas aos 60-90 dias apresentem desempenho individual satisfatório no período inicial pós-desmama. A época de semeadura ocorre em função da finalidade do uso da cultura. Para a cobertura do solo no plantio direto, pode-se realizar a semeadura, como safrinha, após a colheita do milho ou da soja, no período que compreende do final de janeiro até meados de abril. Nessa situação, plantios efetuados mais cedo produzem mais massa e mais grãos; já plantios tardios produzem menos massa e podem produzir muito pouco grão. A profundidade de semeadura influi no estande, uma vez que as sementes são muito pequenas, podendo ter problemas na germinação e na emergência. O milheto é uma excelente alternativa para a produção de silagem, principalmente em regiões com problemas de veranico ou seca. Presta-se, ainda, para o plantio tardio ou de safrinha, para regiões nas quais não ocorram geadas e que tinham preci-
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pitações até o mês de maio, podendo alcançar uma produção superior ao sorgo, com melhor qualidade e também proporcionar boa cobertura do solo. A Maqnelson, especializada em revenda de máquinas e implementos agrícolas foi uma das principais empresas de Uberlândia a participar do dia de campo da Fazenda Bonsucesso, em Uberlândia. Na oportunidade, a equipe de venda e consultores apresentaram várias novidades na linha de maquinários, fizeram importantes sugestões sobre a utilização dos mesmos e sobre a compra de produtos da empresa. A Maqnelson tem um atendimento especial para quem aderiu o Programa Mais Alimentos, do Governo Federal. O programa facilita a compra de tratores pelos agricultores familiares através de condições muito favoráveis de financiamento. O objetivo do programa é o fortalecimento da agricultura familiar através do aumento da produtividade proporcionada pela mecanização da produção. Para isso, ele oferece financiamento com prazo de até dez anos, com carência de até três anos e juros de 2% ao ano. E para os produtores que não se enquadram no Programa Mais Alimentos ,a Maqnelson dispõe de outras linhas de crédito para quem deseja ampliar e renovar sua frota. O Consórcio Nacional John Deere é a forma mais prática, econômica, acessível e se-
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gura para a aquisição de tratores, colheitadeiras e plantadeiras.O Finame PSI apresenta taxas de 5,5% ao ano( até março de 2011) com prazo de seis anos de carência para trator e oito para colheitadeiras. Juntamente com a John Deere, a Maqnelson promove periodicamente cursos de reciclagem e operação de maquinários para clientes e operadores, para que eles possam se atualizar e obter a melhor desempenho de seus equipamentos. A cada dia a empresa fica mais próxima de seus clientes, seja através do pronto atendimento no campo, de visitas de cortesia e também em períodos de grande demanda de serviços. Como exemplo, no período de plantio e da colheita, onde o resultado dos clientes depende do suporte e do perfeito funcionamento de seus equipamentos. A empresa também utiliza os eventos para fazer entrega de equipamentos adquiridos pelos produtores. Nas lojas Maqnelson é fácil perceber que os setores de serviços recebem atenção especial, as oficinas dispõem de estruturas físicas adequadas, ferramentas especiais, além de softwares que fazem diagnósticos precisos e eficazes em menos espaço de tempo. A Adubos Paranaíba de Uberlândia, apresentou aos participantes informações sobre as atividades da empresa que está no mercado há 27 anos produzindo fertilizantes de qualidade, tanto com elementos simples quanto
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formulados. De acordo com explicações do engenheiro agrônomo José Roberto Pereira da Silva, é importante o produtor adquirir produtos com qualidade e garantia, visando a obtenção de resultados positivos na fertilização das áreas. Durante o evento a Adubos Paranaíba apresentou os produtos indicados para fertirrigação de pastagens, além de nova tecnologia em fertilizantes denominada Kimcoat. São fertilizantes que recebem tratamento com polímeros específicos que permitem redução de doses e melhor eficiência. Mesmo tendo custo maior em comparação com adubo convencional, a redução de doses permite economia de 15% a 25% no custo de adubação, mantendo a produtividade. A Adubos Paranaíba que atende pequenos produtores da região com menores custos e entrega imediata reconhece a importância do evento. A Orcol Construtora, que desenvolve e executa projetos de sistemas de irrigação, através de seu engenheiro responsável Vinícius de Oliveira Rezende, fez uma ampla palestra sobre irrigação de pastagem com importantes dados técnicos e apresentou a Fazenda Bonsucesso aos participantes: Sem nenhum volumoso fornecido no cocho e com 170 dias sem chuva significativa, a fazenda Bonsucesso passou pela a pior seca dos últimos 24 anos com pastos verdes e produtivos. Graças aos sistemas de irrigação por aspersão em malha, implantado na propriedade. De acordo com Vinícius de Oliveira Rezende os mais de 150 convidados ficaram surpresos ao ver os três módulos irrigados da propriedade. O primeiro módulo de 10 ha com Tifton 85, com uma lotação 70 vacas leiteiras. O segundo modulo de 5,8 há com Tifton 85 com uma lotação atual de 65 novilhas (8,86UA/há) destinadas ao corte. A terceira gleba começou a ser irrigada a menos de três meses e seus 5,6 ha com Xaraes (MG5) está com uma lotação de 8,7UA/ha. www.interural.com
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Irrigar
Pastagem: Irrigar?
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Vinícius de Oliveira Rezende, Eusímio Felisbino Fraga Júnior e André Luís Teixeira Fernandes
m decorrência do bom momento por que passam algumas commodities, tais como o açúcar, o álcool, oleaginosas, o suco de laranja e o café, houve incremento do custo de oportunidade (renda que se pode obter com alternativas de uso da terra) da produção animal. Nesse sentido, a intensificação da produção animal vem sendo necessária para o aumento da renda de propriedades rurais. Perspectivas sugerem que num horizonte de 20 a 30 anos, não haverá espaço para a produção animal extensiva e com baixo uso de tecnologia no Brasil, pois existem alternativas de uso da terra mais atraentes. Os pecuaristas que se prepararem terão maior chance de sucesso na atividade. Muitos já vêm utilizando diversas técnicas de intensificação, tais como a gestão administrativa da propriedade rural, melhorias na genética e na sanidade do rebanho, correção da fertilidade do solo e adubação e irrigação de pastagens. Há diversos tipos de equipamentos de irrigação que podem ser utilizados em pastagens. Como proprietários rurais envolvidos na produção animal possuem pouco
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conhecimento sobre irrigação, podem confundir-se e ter grande dificuldade para optar pelo sistema mais adequado a utilizar, sendo o parâmetro baseado na escolha do sistema de irrigação apenas no preço do equipamento, o que pode ser um erro trazendo sérios prejuízos ao invés de otimizar o sistema de produção. Em razão disso, observa-se que alguns fatores pouco divulgados podem ser fundamentais na decisão, tais como o custo de operação (mão-de-obra e energia) dos sistemas de irrigação e o tipo de manejo de água. Portanto, é necessário aprofundar o conhecimento sobre a irrigação de pastagens, para obter melhores resultados com custos aceitáveis, de modo a aumentar a rentabilidade das atividades de produção animal. É sabido que os pastos produzem menos em uma determinada época do ano (inverno) na região centro-sul, a chamada estacionalidade produtiva. Na literatura, contempla-se que a mesma acontece devido ao tripé: temperaturas mais baixas, menor luminosidade e deficiência hídrica (Oliveira et al., 2005). Portanto, a irrigação não resolve
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todo o problema da estacionalidade. Porém, a irrigação colabora para encurtar o período de estacionalidade, sendo observado que a deficiência hídrica tem efeito limitante sobre 55% da área, o que mostra o grande potencial que a suplementação hídrica pode ter sobre a produção de forrageiras. Rolin (1994) cita que, em trabalhos realizados entre 1966 e 1978, pesquisadores obtiveram aumento de produção de forragem, de até 70% nas áreas irrigadas, durante um período de 150 dias, nas estações de outono-inverno da região do Brasil Central.
Manejo da Irrigação O tema manejo da irrigação deve ser entendido como um importante tema a ser aprofundado por todos aqueles que pretendem dominar o assunto “irrigação”, considerando qualquer tipo de cultura. À escolha de bons equipamentos, à elaboração de projetos de qualidade e ao treinamento de pessoal soma-se a necessidade de aplicar corretamente o manejo da irrigação. Não basta utilizar equipamentos com tecnologia de ponta, é
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preciso saber o momento certo de irrigar e o quanto irrigar. O manejo tem sido aplicado de forma negligente, a partir de suposições e “profecias”. Acontece de o pecuarista irrigante definir o momento da irrigação de uma forma conhecida como “na ponta da bota”. No entanto, o manejo envolve a interação de vários fatores, como solo, planta, água e atmosfera. Não se pode realizar um manejo adequado sem um devido embasamento. A demanda hídrica da pastagem pode ser determinada basicamente por três vias: planta, solo e clima. A determinação via planta exige equipamentos caros e sofisticados, tornando este procedimento inviável para a maioria dos produtores rurais. As determinações via solo exigem, na maioria das vezes, equi-
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ções inteligentes para sua aplicação. Para uma agricultura irrigada sustentável é essencial a busca pelo equilíbrio entre a engenharia da irrigação e seu manejo. A partir desse pressuposto, busca-se aumentar sua competitividade, ao se levar ao mercado produtos de boa qualidade, garantindo o respeito ao meio ambiente e aos recursos naturais. FONTE: OLIVEIRA, P. P. A.; PRIMAVESI, A. C.; CAMARGO, A. C.; RIBEIRO, W. M.; SILVA, E. T. M. Recomendação da sobressemeadura de aveia forrageira em pastagens tropicais ou subtropicais irrigadas. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2005. 7 p. (Embrapa Pecuária Sudeste. Comunicado Técnico, 61). ROLIM, F. A. Estacionalidade de produção de forrageiras. In: PEIXOTO, A. M.; MOURA, J. C.; FARIA, V. P. (Ed.). Pastagens: fundamentos da exploração racional. Piracicaba: FEALQ, 1994. p.533-66.
Aula ExtraMurros
odos semestres a FAZU (Faculdades Associadas de Uberaba) realiza uma aula extramuros na Fazenda Bonsucesso sobre irrigação de pastagem com os alunos de agronomia que fazem a matéria de irrigação ministrada pelo professor Dr. André Fernandes. O intuito da visita que foi realizada no dia 22 de setembro de 2010 as 9:00 da manha, foi demonstrar aos futuros agrônomos uma propriedade rural que utiliza um sistema de irrigação com aspersão em malha para produzir volumosos em pastejo com lotação rotacionada. Essa tecnologia permite lotações superior a 7 UA/há/ano, tornando o sistema de produção pecuário mais
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pamentos mais baratos, embora menos sensíveis, mas que se adaptam perfeitamente às condições das propriedades rurais. O manejo via clima é baseado nas condições climáticas e na variação climática ao longo do dia. Este é um método prático, preciso e de grande adaptabilidade em condições de campo. São computadas a evaporação do solo e a transpiração da planta, resultando na determinação da “evapo(transpi)ração” da cultura e em outras informações, que variam conforme a espécie cultivada, o estádio de pastejo e clima regional. Vários pesquisadores vêm dedicando suas vidas na busca de uma tecnologia que facilite e operacionalize essa etapa da irrigação. Vários métodos e metodologias já foram propostos, e seu uso é imprescindível quando se busca solu-
rentável. O custo da tonelada de matéria seca em sistemas intensivos baseados em pastagem é baixo com elevada. O Eng. Responsável pelos projetos Vinicius de Oliveira Rezende da Fazenda Bonsucesso e projetistas da equipe do Dr. André Fernandes conduziu a aula explicando sobre o sistema de irrigação de pastagem pelo método por aspersão em malha abordando as seguintes peculiaridades: • Adaptação a qualquer tipo de terreno e formado de área. • Permite utilizar energia monofásica. • Possibilita subdivisões fixa (cercas). • Pode utilizar águas residuárias. • Facilidade e custo baixo de manutenção • Baixa perda de carga no sistema. • Baixo consumo de energia, se comparado a outros sistemas. • É possível obter o retorno do capital invertido em dois anos. • Durabilidade superior a 10 anos. • Facilidade de Mao de obra. • Maior qualidade de vida ao homem do campo.
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Programa mais Alimento
Maqnelson
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Maqnelson, especializada em revenda de máquinas e implementos agrícolas foi uma das principais empresas de Uberlândia a participar da realização do dia de campo da Fazenda Bonsucesso, em Uberlândia. Na oportunidade, a equipe de venda e consultores apresentou várias novidades na linha de maquinários e fez importantes sugestões na utilização dos mesmos e compra de produtos da empresa. A maqnelson tem um atendimento especial para quem aderiu o Programa Mais Alimentos, do Governo Federal. O programa facilita a compra de tratores pelos agricultores familiares através de condições muito favoráveis de financiamento. O objetivo do programa é o fortalecimento da agricultura familiar através do aumento da produ-
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tividade proporcionada pela mecanização da produção. Para isso, ele oferece financiamento com prazo de até dez anos, com carência de até três anos e juros de 2% ao ano. E para os produtores que não se enquadram no programa mais alimentos ,a maqnelson dispõe de outras linhas de crédito para quem deseja ampliar e renovar sua frota. o Consórcio Nacional John Deere é a forma mais prática, econômica, acessível e segura para a aquisição de tratores, colheitadeiras e plantadeiras. O Finame PSI com taxas de 5,5% ao ano( até março de 2011) com prazo de 06 anos de carência para trator e 08 para colheitadeiras. Juntamente com a John Deere, a Maqnelson promove periodicamente cursos de reciclagem e operação de maquinários para clientes e ope-
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radores, para que eles possam se atualizar e obter a melhor desempenho de seus equipamentos. A cada dia a empresa fica mais próxima de seus clientes, seja através do pronto atendimento no campo, de visitas de cortesia e também em períodos de grande demanda de serviços. Como exemplo, no período de plantio e da colheita, onde o resultado dos clientes depende do suporte e do perfeito funcionamento de seus equipamentos. A empresa também utiliza os eventos para fazer entrega de equipamentos adquiridos pelos produtores. Em todas as lojas Maqnelson as áreas de serviços recebem atenção especial. Com oficinas que dispõem de estruturas físicas adequadas, ferramentas especiais, além de softwares que fazem diagnósticos precisos e eficazes em menos espaço de tempo.
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Entrega Trator Tapuirama Dalvania Pereira Alves e Família
Evento realizado no Distrito de Martinésia. Entrega de Trator John Deere 5603 MDA para Sr. José Elias e Esposa
Evento realizado em Tapuirama
Evento realizado na Tenda do Moreno Entrega de Trator John Deere 5603 MDA para Cleiton Rodrigues dos Santos.
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BRAHMAN
Genética
Fazenda Uberlandense ganha destaque nacional na mídia especializada.
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ocalizado na cidade de Uberlândia-MG, o UberBrahman, criatório da Raça Brahman de propriedade dos selecionadores Aldo Valente e Carlos Balbino, vem ganhando destaque nos ultimos tempos por seus importantes feitos para a pecuária e, em consequência, vem se transformando em referência para outros criatórios da raça. Recentemente, o plantel realizou a mais completa Prova de Ganho em Peso Coletiva, que durou 294 dias e aplicou 13 avaliações zootécnicas em 51 animais da raça Brahman, provenientes de 11 plantéis referência na pecuária brasileira. Em resumo, as PGPs ou provas de 54
ganho em peso tratam-se de um processo de avaliação técnica do desempenho de animais em grupo, para mensurar diversos aspectos que destacam quais animais têm potencial para se tornarem geneticamente melhoradores de plantéis como produtores de carne. A prova foi auditada por dois pesquisadores de uma instituição de renome nacional. Além de todas as avaliações exigidas e constantes nas PGPs oficiais da ABCZ, o UberBrahman adicionou, pela primeira vez, outras provas como: temperamento, ambiência e adaptabilidade, marcadores moleculares, andrológico aos 15 e 18 meses e avaliação de carcaça por ultrasonografia, que
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foram viabilizadas em parcerias com técnicos consagrados e universidades. Todos os animais participantes foram classificados em quatro categorias, sendo elas Elite, Superior, Regular e Inferior, que classificam suas potencialidades genéticas. O selecionador Aldo Valente, idealizador da prova e um dos proprietários do criatório, ressalta a seriedade e a importância dos resultados obtidos através desta PGP, que também é endossada pela ABCZ, instituição responsável por emitir o Certificado Oficial para todos os animais que obtiveram as Classificações “Elite” e “Superior”. Este certificado será chancelado pelo MAPA. Além da ABCZ e MAPA, a www.interural.com
Unipac – Uberlândia e a Universidade Federal de Uberlândia também estiveram envolvidas no acompanhamento da prova e contou também com o apoio e acompanhamento da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil, mostrando que esta prova, sem dúvidas, foi idônea e visa avanços tecnológicos no ramo e que, estes, gerarão frutos ao longo dos proximos anos. “Precisamos divulgar para toda raça Brahman no Brasil e no mundo e, também, para outras raças, pois o trabalho realizado pelo plantel UberBrahman é um diferencial que deve ser visto como exemplo por todos os selecionadores”, ressaltou Amaury Dimarzio, presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil. Os benefícios que esta PGP agregam ao mercado não páram por aí, pois os animais que participaram desta prova serão disponibilizados no Leilão Internacional de Touros que acontecerá no próximo mês, no dia 23 de outubro.
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É importante salientar, também, o convite que o plantel UberBrahman recebeu da ACBB para ser a única fazenda fora de Uberaba que receberá as comitivas internacionais para um Farm Tour promovido pelo IX Congresso Mundial da Raça Brahman e que, em Uberlândia, acontecerá dia 19 de outubro. Este Farm Tour faz parte da programação oficial do XV Congresso Mundial que acontece pela primeira vez no Brasil entre os dias 17 e 24 de outubro no Parque Fernando Costa, em Uberaba-MG. O trabalho UberBrahman Além de aplicar métodos e tecnologia de ponta, UberBrahman chama a atenção pela seriedade de seus proprietários em disponibilizar no mercado pecuário touros melhoradores, que são animais capazes de aperfeiçoar o desempenho do rebanho e capacitados a se desenvolverem sem competir por alimento com o homem, ou seja, nutrindo-se basicamente de capim, e assim contribuir para o melhoramento genético
como um todo na pecuária de corte brasileira. Desde o encerramento da PGP no dia 18 de Agosto a 04 de setembro quando foi divulgado o resultado oficial da prova durante o V Encontro de Criadores, na Fazenda Morro Alto II, foram divulgadas diversas matérias e notícias sobre o Uberbrahman, valorizando o trabalho desenvolvido e mostrando que a cidade de Uberlândia acolhe bem os empreendedores e visionários em seu seio, mas sobretudo preocupa-se com os rumos da pecuária brasileira. Vejam nos links abaixo: h t t p : / / w w w. yo u t u b e . c o m / watch?v=95KWMkk3eZI h t t p : / / w w w. yo u t u b e . c o m / watch?v=ADx93LcAJNs Fonte: MGR Assessoria Comunicação & Eventos/ Marcilélia Guimarães.
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BRAHMAN
Produção sustentável do Brahman na Colômbia será apresentada no Congresso Foto: Touro JDH Marri Manso, um dos principais genearcas da raça Brahman, terá vários descendentes participando do PROBRAHMAN. Crédito: JMMatos
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contribuição do Brahman para a consolidação de uma pecuária sustentável será apresentada durante o XV Congresso Mundial da Raça Brahman, que será realizado pela primeira vez no Brasil, entre os dias 17 e 24 de outubro, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. O responsável pela apresentação será o diretor técnico da Asocebu, German Augusto Gomez Serrano. O zootecnista é especializado em mercado, com ampla experiência no direcionamento, promoção e execução dos programas de seleção, melhoramento genético, produtivos e de manejo, em rebanhos de zebu puros e comerciais. Desde 1992, está ligado a criação e seleção de gado Brahman na Colômbia. A palestra “Gado Brahman: Produção Sustentável para o Baixo Trópico” abordará a sustentabilidade produtiva do Brahman na Colômbia, apresentando um contexto geral sobre a raça no país, a investigação aplicada sobre a raça Brahman como suporte técnico e científico para a seleção e posicionamento na Colômbia e no mundo, bem como a produção sustentável da raça na Colômbia como eixo fundamental para o melhoramento da competitividade da cadeia da carne. Para Germán Augusto Gomez Serrano, o fortalecimento das raças, qualquer que sejam, se fundamenta no conhecimento total de suas potencialidades emolduradas em aspectos básicos para sua exploração como rusticidade, fertilidade, habilidade materna e componente genético. “Na Colômbia, estamos convencidos que o conhecimento profundo da raça Brahman nos posicionou nacional e internacionalmente como o país que conta com 56
o melhor e maior núcleo desta raça no mundo, razão pela qual compartilhar nossas experiências com os criadores e selecionadores desta raça em nível mundial, é convertida em uma grande oportunidade técnica, científica e comercial”, explica. Germán já participou como conferencista de outros congressos da raça Brahman. Em 2004, ele esteve em Mérida, no México e, em 2006, em Medellín, na Colômbia. Além da Colômbia, Germán conhece bem a realidade da criação do Brahman no Brasil. O director técnico da Asocebu Colômbia foi o primeiro promotor da seleção colombiana em exposições brasileiras, como Londrina, Uberaba e Goiânia, em 1998. “Isto me permitiu conhecer novos criadores da raça e evidenciar durante os julgamentos o nível de qualidade e seleção do que para essa época, permitia projetar a força que a raça tinha e seu impacto dentro da pecuária brasileira. Com satisfação evidencio hoje o fortalecimento e o crescimento exponencial da raça no Brasil”, comenta. A palestra “Gado Brahman: Produção Sustentável para o Baixo Trópico” será realizada no dia 22 de outubro, às 11h10, no Palanque Oficial, do parque Fernando Costa.
Raça Brahman terá banco de germoplasma exclusivo Em breve, a raça Brahman passará a contar com um mecanismo específico para conservação de material genético. A Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB) está iniciando um trabalho que resultará na formação de um banco de germoplasma com material genético de touros Brahman. Este tipo de banco, nada mais é do
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que uma unidade conservadora de material genético para uso imediato ou com potencial de uso futuro. O banco de germoplasma da raça Brahman será formado com o sêmen de touros participantes do PROBRAHMAN (PROGRAMA BRAHMAN DE AVALIAÇÃO DE TOUROS), que irá avaliar através de um teste de progênie o desempenho produtivo e reprodutivo dos animais. O programa prevê a coleta de 350 doses de cada touro participante. Destas, 300 doses serão utilizadas em rebanhos colaboradores do programa para coleta de dados, enquanto outras 50 doses serão estocadas no banco de germoplasma, que ficará sob supervisão da Associação. “A formação deste banco de germoplasma é importante, principalmente, para conservar alguns genes diferenciados que futuramente poderão ser essenciais na manutenção da variabilidade genética do rebanho Brahman do país. Posteriormente, a intenção da associação é desenvolver parceria com entidades de pesquisa renomadas para a geração de pesquisas com este material genético.”, esclarece Lydio Cosac de Faria, diretor executivo da ACBB.
Touros participantes A ACBB e a Alta Genetics já divulgaram a lista com os nomes dos touros escolhidos para participar da primeira bateria do PROBRAHMAN. A lista reúne touros de renomados criatórios de Brahman do Brasil, selecionados pelo Comitê Técnico do programa, formado pelos conselheiros Técnicos da ACBB Fábio Miziara e Mario Carpena, o diretor executivo da associação Lydio Cosac de Faria e por Luis Alfredo Garcia Deragon, gerente da Central Alta Genetics. A Agropecuária Leopoldino, destaque no ranking da ACBB www.interural.com
2009/2010, participará com o touro Azau da Canaã. O criador Aldo Silva Valente Junior, participará com três touros: Mr. Uber POI 153 (Natural), Big Mac e Mr. Uber POI 336. Já a criadora Mary Lúcia Gomes Cardoso disponibilizou o touro MR. BR 77 133 FIV. Os criadores Miguel de Paula Xavier Neto e Osvaldino Xavier de Oliveira, participarão do programa com os touros MR. BR 77 0096 FIV e MR. OXOX FIV 894, respectivamente. O Grupo IMA, tradicional criatório de Brahman do Mato Grosso, participará com três animais: MR. IMA POI 5, MR. IMA POI FIV 78 e GES HOUSTON 1048. Outro criatório importante da raça, a Querença, também disponibilizou três touros para serem avaliados. São eles: MR. Querença 3000, MR. Querença 3034 e MR. Querença 2945. O touro MR. Querença 2345,
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do pecuarista Zaca Shneider, também foi inscrito no programa, assim como dois touros da Casa Branca Agropastoril: CABR EIK 1151 e CABR MR Espirit 1140. Do criatório da fazenda Continental, do pecuarista Bruno Jacintho, foram inscritos GOOD Brahmania 1068 e GOOD Brahmania 967, enquanto do criatório do criador Yuri Semansky Engler foi inscrito o Touro Mr. Br. 77 Onassis 97 FIV. Também participarão do programa animal do criatório do pecuarista Wilson Roberto Rodrigues com o touro Mr. WRS 115. O programa será desenvolvido em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Jaboticabal e Botucatu, e será o primeiro teste de progênie de touros Brahman, cujo objetivo principal é avaliar touros jo-
vens, a partir do desempenho produtivo e reprodutivo dos seus filhos. O teste de progênie em touros da raça Brahman fornecerá informações valiosas a serem utilizadas na seleção de reprodutores de qualidade superior. A partir destes resultados, a Associação disponibilizará avaliações genéticas acuradas dos touros, que permitirão a escolha e utilização do sêmen de reprodutores de acordo com os objetivos de seleção de cada criador. Os touros darão entrada na central durante o mês de agosto deste ano. A entrega do sêmen se dará em outubro. Os nascimentos dos produtos acontecerão em outubro de 2011 e as desmamas em junho de 2012. As últimas pesagens estão previstas para outubro de 2013 e a divulgação das primeiras avaliações genéticas será realizada durante a ExpoBrahman 2013.
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BRAHMAN
Resultado de PGP resulta em importante estudo zootécnico sobre a raça Brahman Laura Pimenta - Matriz da Comunicação
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dentificar animais e famílias que possuem boa genética para produtividade de carne a pasto, com precocidade, adaptabilidade e bom temperamento. Este foi o desafio lançado pelo grupo Uberbrahman, em 2009, quando teve início uma das mais completas Prova de Ganho em Peso da raça Brahman em todo o mundo. A prova foi oficializada pela ABCZ, com supervisão da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil e Associação Mineira do Brahman. Foi realizada na fazenda Morro Alto II, próxima a cidade mineira de Uberlândia, entre os dias 27 de outubro de 2009 e 17 de agosto de 2010, época em que os tourinhos participantes enfrentaram desde o estresse da desmama, em pasto de braquiária no início das águas até o ápice da seca em 2010. Um total de 51 animais oriundos de 11 fazendas de seleção da raça Brahman foram testados neste período. Dentre eles animais representantes dos criatórios da Casa Branca Agropastoril, Brahman Nossa Senhora Aparecida, Querença Empresa Rural, Brahman JLuz, Rancho Itália, Estância Nova Esperança, Fazenda Nova Pousada, Brahman Muzzi, Brahman Interpar, Paulo Jesus Frange e o anfitrião Uberbrahman. O grande diferencial da prova foi a variedade de avaliações realizadas, desde temperamento, resistência a endo e ecto parasitas, ambiência e adaptabilidade, marcadores moleculares, andrológico aos 15 e 18 meses e avaliação de carcaça por ultrassonografia, como características raciais e morfológicas. “Todo este trabalho criterioso transformou esta PGP na mais completa prova já realizada no Brasil”, salienta Aldo Valente, um dos titulares do Uberbrahman. Mr. Querença 4040 foi o 58
campeão da Prova. Produzido pela Querença Empresa Rural, o tourinho é filho do Grande Campeão Nacional Mr. Querença 1670, que lidera o ranking de reprodutores nacionais 2009/2010. Excelente de tipo na avaliação do EPMURAS (Equilíbrio, Precocidade, Musculosidade, Umbigo, Características Raciais, Aprumos e Características Sexuais), ele foi classificado como elite na PGP com um índice de 122,9 e com ganho a pasto de 500 g/dia. “Essa é uma marca excepcional, considerando que nesta época do ano a maioria do gado perde peso”, lembra Valente. CABR Farisco 1363 foi o segundo colocado. Filho do JDH Sir Lawford Manso e cria da seleção de Paulo de Castro Marques, o animal foi classificado como elite com 451 g/dia de ganho médio. O terceiro colocado foi Mr. Nova Pousada POI 1597, do criatório de Wilson Lemos de Moraes Júnior. Muito bom na classificação EPMURAS, com ganho médio diário de 549 g. A grande verdade é que a
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prova teve vários campeões, uma vez que outros animais foram destaque em características específicas como precocidade sexual, área de olho de lombo e temperamento. O Mr. Uber 353 (filho do IMPE 57, também campeão de PGP) foi o mais precoce, seguido do Mr. Esperanza 234 (filho do Mosley) e do CABR Fanti 1340 (filho do JDH Sir Lawford Manso), empatados na avaliação quanto à produção de sêmen aos 15 meses de idade, relacionada à precocidade sexual. No conjunto de todas as características para precocidade, Mr. UBER 405 foi o maior destaque entre os “ELITE”, sendo inclusive o mais jovem nesta classificação. Quanto à área de olho de lombo (AOL – relacionada com maiores quantidades de carne presente na carcaça, e que tem impacto na diminuição de custos fixos de produção de um animal e do processamento de sua carcaça dentro do frigorífico), os animais de melhor performance foram: o Excell (filho do COLF 11), em primeiro; Mr. De Luca (filho do www.interural.com
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JDH Mr. Deeds Manso), em segundo e Mr. Edon JLuz (filho de Bill TE JLuz), em terceiro. Avaliando espessura de gordura (EG – importante parâmetro de avaliação para predizer os níveis mínimos de reservas adiposas, necessárias para fornecer energia para manutenção do metabolismo), os três melhores colocados foram: Mr. De Luca (bem classificado quanto à área de olho de lombo), CABR Farisco 1363 (segundo lugar geral da prova) e Mr. Querença 4040 (que obteve o primeiro lugar geral). Para rendimento de carcaça, analisada através de ultrassonografia, Mr. De Luca liderou e foi seguido de perto por Excell e, depois, Mr. Edon JLuz. E quanto ao temperamento, as avaliações propostas e executadas, enfatizaram os nomes dos seguintes animais: CABR Fanti 340, Mr. Uber 436 (filho do Mr. Imperial 57) e Mr. Uber 391 (filho do Mr. Uber 18). Até mesmo um teste de resistência a endoparasitas foi realizado na PGP Uberbrahman. Foi feita a contagem de ovos de endoparasitas por grama de fezes. Com isso foi possível avaliar o animal mais adaptado e que possui mais resistência com relação ao ganho de peso. O Mr. Uber 393 (outro filho do Imperial 57) provou ser o mais resistente. Mr. Uber 396 (filho do JDH Sir Marri Manso) e Mr. Lorenzo (filho do JDH Mr. Deeds Manso) foram outros dois destaques quanto a essa análise. Adaptabilidade, como o nome diz, avalia o animal mais adaptado em relação ao ambiente submetido, correlacionando temperatura e umidade do ar com a temperatura retal, frequência respiratória e taxa de sudação, além de testes T3 e T4. Isso também foi pesquisado na PGP Uberbrahman e o tourinho Mussi Esparta (filho do JDH Sir Marri Manso) foi o maior destaque. Em segundo e terceiro lugar, respectivamente, Mr. Edyo JLuz (filho de Boss TE JLuz) e Mr. Uber 404 (mais um JDH Sir Marri Manso). Quanto ao desenvolvimento 60
Bruno Jacinto
testicular, Mr. Esperanza 234 (filho de JDH Mosley Manso) e Mr. Nova Pousada 1600 (filho de JDH Karu Manso), empatados em primeiro, e Mr. Uber 405 (filho de JDH Sir Marri), em segundo. Vale destacar, que Mr. Esperanza 234, reuniu melhores características relacionadas a adaptabilidade entre os “ELITE”. Mais de 300 pessoas participaram do dia de campo da Fazenda Morro Alto II, promovido no dia 04 de setembro, juntamente com as entidades que apoiaram tal realização, quando foram anunciados os animais mais destacados e entregues os certificados e troféus. Além disso, os convidados puderam ver as matrizes Uberbrahman e ainda os touros ELITE em PGP
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anteriores, já com produção comprovada e excelente capacidade de transmitir suas características produtivas. A Central Alta Genectis, parceria da iniciativa, estará avaliando os animais que mais se destacaram na prova (ELITE), para contratá-los como doadores de sêmen. “Após identificar estes animais surpreendentes é fundamental compartilhar esta genética”, afirma Aldo Valente. Os maiores destaque da PGP Coletiva a Pasto Uberbrahman serão dispo nibilizados a venda no Leilão Internacional de Touros, durante o XV Congresso Mundial da Raça Brahman, no dia 23, às 13 horas no Tatersal ABCZ e com transmissão pelo Canal Terra Viva.
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Touros Brahman: opção segura para a pecuária de corte Eficiência dos touros Brahman começa a ser verificada na prática por criadores de todo o Brasil. Enquanto o país aumenta o número de reprodutores com as características desejadas, cresce a participação da genética Brahman no rebanho comercial brasileiro e a procura por genética nacional com vistas para a exportação. Na grande maioria das propriedades brasileiras, o mês de outubro representa o período do início da estação de monta. Nesta época do ano, começa a corrida em busca de reprodutores de qualidade, capazes de emprenhar grande número de fêmeas e ainda garantir a impressão de características produtivas em seus produtos. Nas propriedades que se dedicam à produção de touros da raça Brahman, a procura por estes reprodutores cresce a cada ano. Esta grande procura está diretamente ligada à eficiência destes animais e às qualidades que são portadores e transmissores. Após 16 anos de seleção no Brasil, o Brahman começa a consolidar dia após dia a sua contribuição na pecuária de corte. “No início recebemos uma grande contribuição genética dos reprodutores importados em função do pequeno período de ingresso do Brahman no Brasil. Agora já possuímos mais de 200 touros em centrais de inseminação com uma qualidade excepcional. Touros genuinamente brasileiros com excelente umbigo, aprumos e de qualidade diferenciada. Motivo este que tem nos permitido exportar sêmen de touros Brasileiros para a Colômbia, Canadá, Equador e Pa
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Laura Pimenta - Matriz da Comunicação Maurício Faria
namá. Já tivemos vários interesses de criadores americanos, mas infelizmente não tivemos condições de efetivar estas comercializações em função da viabilidade econômica imposta para atendermos o protocolo sanitário”, conta Lydio Cosac de Faria, diretor executivo da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil. Entre as contribuições que os touros Brahman estão atribuindo ao rebanho nacional estão temperamento, habilidade materna, qualidade de carne e carcaça, precocidade de ganho em peso com aumento da produtividade por hectare. “Os touros Brahman sobressaem como uma alternativa interessante no cruzamento com fêmeas de corte e de leite, especialmente para todos aqueles criadores que possuem propriedades maiores ou mesmo não tem condições de trabalharem com IA como uma opção de cruzamento para fêmeas de corte e de leite. Em função do temperamento
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e a habilidade materna do Brahman é possível aproveitar as filhas para continuidade ao processo produtivo de leite”, esclarece Lydio. Alexandre Coccapiller Ferreira é um dos que experimenta os bons resultados com o Brahman. O pecuarista conheceu a raça em 1998, quando inseminou algumas vacas comerciais com touros Brahman. “Comparei os resultados com outras inseminações que usava na época, angus e nelore principalmente, tanto na desmama quanto no abate e vi que a raça Brahman se destacava tanto no peso ao desmame como no peso final de abate, com mais acabamento de gordura, precocidade, rusticidade, docilidade e as fêmeas ótimas materneiras”, lembra. Essa experiência positiva levou o pecuarista aos Estados Unidos, em 2003. No Texas, conheceu o Rancho V8 e Hudgins, e importou fêmeas da raça para começar a produzir alguns touros, já que naquela época a oferta no Brasil era pequena. “Conhecemos então, outro universo que é o do gado de elite. Já no segundo ano de criação, fizemos a grande campeã Nacional em Uberaba, Miss Vitória FIV 20, o que nos deixou ainda mais empolgado, confirmando que estávamos no caminho certo da seleção”, relembra Alexandre. Recentemente, o pecuarista realiwww.interural.com
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zou um dia de campo onde foram ofertados 180 lotes, entre touros, matrizes, bezerros, doadoras e embriões. “Em menos de duas horas, os 30 touros que colocamos à venda já haviam sido vendidos. A média de preço dos touros foi de R$ 6.500,00. A raça brahman é muito nova no Brasil e somente agora o brasileiro está realmente conhecendo as suas qualidades. Quem usa, no ano seguinte vem querendo mais”, comenta Alexandre. Características como maior precocidade, ganho de peso, conversão alimentar, docilidade, acabamento de gordura e, principalmente, funcionalidade tanto nos produtos puros, como nos cruzados, culminam na produção de animais bem terminados e precoces, agregando assim maior valor nos produtos. “Geralmente, os frigoríficos pagam mais por este tipo de produto e este ‘plus’ é dado pelos frigoríficos que exportam. A cruza Brahman consegue preencher todas as características desejadas pela indústria, por isso, chegam a pagar em torno de 3 a 4% a mais no valor por arroba”, explica o pecuarista. As experiências de quem utiliza o touro Brahman na vacada comercial são muito parecidas. O pecuarista Bruno Jacintho começou a criar Brahman em 1999, com a compra de um touro, o BRU 32, oriundo do criatório de Rubico Carvalho, da Fazenda Brumado. “No
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mesmo ano coletamos 1.500 doses desse animal e inseminamos 300 fêmeas Nelore em nossa propriedade em Goiás. O resultado foi surpreendente e animador”, lembra o criador. No ano seguinte, durante a Expozebu, Bruno conheceu melhor a raça, através da Querença e de seu diretor Moisés Fernandes. No mesmo ano, comprou três fêmeas no leilão Brumado. Em 2001, foi firmada uma parceria com a Querença, na qual foram produzidas 420 prenhezes, com as melhores doadoras e que foram divididas 50% para cada parceiro. Juntamente com os produtos das três fêmeas Brumado e, finalmente, um lote de embriões importado da África do Sul, a base genética foi composta de forma bastante aberta, com sangue americano, argentino e sul-africano. “Pudemos fazer um gado com muita funcionalidade, que a nosso ver é o grande triunfo do Brahman para o Brasil”, afirma ele. Para Bruno Jacintho, a primeira característica que um touro precisa ter é libido, em segundo lugar, qualidade de sêmen e, finalmente, qualidades fenotípicas de temperamento, dentre outras. “Na Brahmânia, nossos reprodutores são selecionados pelo seu fenótipo, libido e qualidade de sêmen, sendo que qualquer um dos três quesitos, são suficientes para mandar o touro para o abate, se não for pelo menos
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nota 8, em uma escala de 0 a 10. Com isso, temos conseguido manter nossa funcionalidade em alta. A funcionalidade do reprodutor Brahman, é muito boa, como a de outras raças zebuínas, desde que as medidas para averiguação, melhoramento e ou manutenção desse trabalho sejam seguidas sem paixão, ou seja com alta pressão de seleção”, conclui o pecuarista. Ao contrário da maioria dos criadores brasileiros, o trabalho do Grupo OB com o Brahman é mais antigo, sendo que os primeiros animais foram produzidos por absorção. Hoje, a utilização de touros da raça, bem como os resultados das gerações se dá com base nas informações resultantes de programa de melhoramento genético. O touro Miss OB TE 35 produziu o atual chefe do rebanho, Mr. Denver OB, que foi Campeão Nacional da Expobrahman 2007 e é TOP 0,1% para MGT no Programa Melhoramento Genético da Raça Brahman (PMGRB) 2010. “Tivemos várias fases de gado zebu no Brasil. Conhecer as diversas raças, detectar bons reprodutores e matrizes, ampliar o sangue destes animais no rebanho em geral, melhorar o tipo econômico e funcional: tudo era acompanhado de um certo empirismo. Agora, e muito mais no futuro, importa o uso de reprodutores com menos riscos de resultados não desejáveis. As avaliações genéticas serão mais e mais desejadas e quase uma condição para a compra. Chegaremos, assim como outros países, na compra de reprodutores feita com seu valor baseado em DEP´s ou nos seus méritos genéticos. Na Austrália, por exemplo, já são vendidos touros com DEP para quanto de dinheiro o individuo vai dar a mais no rebanho com a sua utilização”, explica Ovídio Brito Filho, a terceira geração da família a criar o Brahman. Ovídio Filho conta que, a seleção de reprodutores Brahman do Grupo OB segue um princípio básico da adaptação: os animais são submetidos ao meio ambiente. O grupo segue os conceitos do professor sul-africano Jan Bonsma, cuja principal característica a ser atendida por uma raça é a adaptação ao meio-ambiente. “O Brahman por si só já é uma raça adaptada à condição tropical e sub-tropical. A Marca OB apenas reforçou algumas características específicas de adaptação www.interural.com
às nossas pastagens de brachiarão, onde a correção do umbigo é prioridade. Também buscamos animais para desempenhar bem em condições de pastagens mais pobres e às vezes com secas fortes como a deste ano. Isto levou a um frame médio, sobretudo, nas fêmeas. Acreditamos que estas fêmeas poderão ter um desempenho reprodutivo superior”, admite o criador. O grupo OB acredita que a fêmea Nelore é praticamente imbatível nas condições brasileiras. Porém, já comprovou que o touro Brahman é a melhor opção para a pecuária de corte. “Ocorre que cada vez mais o chamado vigor híbrido ou heterose é uma ferramenta utilizada na produção de animais destinados ao abate. São ganhos importantes esses da heterose e a um custo muito baixo. Dizem até que é um dos poucos ”free-lunch” que existem na pecuária de corte. Você não gasta mais e consegue mais produtividade. Como o uso de touros ainda é a principal ferramenta para a produção de bovinos de corte em todo o mundo, buscamos uma raça cujos touros trabalhassem bem nas nossas condições ambientais e que pudessem propiciar a desejável heterose. Esta escolha recaiu sobre o Brahman. E mostrou-se correta”, afirma Ovídio. A escolha correta do grupo não é avaliada apenas na prática. É embasada também por pesquisas científicas. Em uma delas, intitulada “Desempenho e qualidade de carcaça de bovinos da raça Nelore e seus cruzamentos com as raças Aberdeen Angus e Brahman”, pesquisadores da Universidade da Califórnia, Universidade de São Paulo e Embrapa Cerrados, chegaram à conclusão que: “considerando o ganho de peso nas fases de cria, recria e terminação, o cruzamento industrial demonstrou mais uma vez o seu potencial para aumentar a produtividade em relação aos animais Nelore. Esta resposta, em peso vivo ao abate, foi maior no cruzamento Angus x Nelore (+88 kg) de que no Brahman x Nelore (46 kg). Entretanto, os zebuínos apresentaram maior rendimento de carcaça, diminuindo a vantagem do Angus (+2.9 @) sobre o Brahman (+2.1 @). Levando em consideração a maior facilidade na utilização do touro Brahman (monta natural) em comparação ao Angus (inseminação artificial), estes www.interural.com
resultados são altamente promissores para a adoção do Brahman como alternativa para o cruzamento industrial”, com a observação da necessidade de confirmação destes resultados com uma amostra maior de touros. Mas para ingressar na criação do Brahman, o criador deve ser criterioso no momento da escolha do reprodutor. “O pecuarista deverá levar em consideração várias informações ao se escolher um touro, além da parte reprodutiva, características de masculinidade e funcionalidade, ele deverá levar em consideração a qualidade do animal atestada em seu pedigree, desempenho em provas de ganho em peso, marcadores moleculares, avaliações genéticas e andrológico positivo”, lembra o diretor executivo da ACBB, Lydio Cosac de Faria. Ferramenta utilizada por grande parte dos programas de melhoramento genético do Brasil, as Provas de Ganho em Peso, tem se mostrado uma importante alternativa para identificar animais e famílias que possuem boa genética para produtividade de carne a pasto, com precocidade, adaptabilidade e bom temperamento. Este foi o desafio lançado pelo grupo Uberbrahman, por exemplo, em 2009, quando teve início uma das mais completas Prova de Ganho em Peso da raça Brahman em todo o mundo. A prova foi oficializada pela ABCZ, com supervisão da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil e Associação Mineira do Brahman. Foi realizada na fazenda Morro Alto II, próxima a cidade mineira de Uberlândia, entre os dias 27 de outubro de 2009 e 17 de agosto de 2010, época em que os tourinhos participantes enfrentaram desde o estresse da desmama, em pasto de braquiária no início das águas até o ápice da seca em 2010. Um total de 51 animais oriundos de 11 fazendas de seleção da raça Brahman foram testados neste período. Dentre eles animais representantes dos criatórios da Casa Branca Agropastoril, Brahman Nossa Senhora Aparecida, Querença Empresa Rural, Brahman JLuz, Rancho Itália, Estância Nova Esperança, Fazenda Nova Pousada, Brahman Muzzi, Brahman Interpar, Paulo Jesus Frange e o anfitrião Uberbrahman. O grande diferencial da prova foi a
variedade de avaliações realizadas, desde temperamento, resistência a endo e ecto parasitas, ambiência e adaptabilidade, marcadores moleculares, andrológico aos 15 e 18 meses e avaliação de carcaça por ultrassonografia, como características raciais e morfológicas. “Todo este trabalho criterioso transformou esta PGP na mais completa prova já realizada no Brasil”, salienta Aldo Valente, um dos titulares do Uberbrahman. Mr. Querença 4040 foi o campeão da Prova. Produzido pela Querença Empresa Rural, o tourinho é filho do Grande Campeão Nacional Mr. Querença 1670, que lidera o ranking de reprodutores nacionais 2009/2010. Excelente de tipo na avaliação do EPMURAS (Equilíbrio, Precocidade, Musculosidade, Umbigo, Características Raciais, Aprumos e Características Sexuais), ele foi classificado como elite na PGP com um índice de 122,9. “Essa é uma marca excepcional, considerando que nesta época do ano a maioria do gado perde peso”, lembra Valente. CABR Farisco 1363 foi o segundo colocado. Filho do JDH Sir Lawford Manso e cria da seleção de Paulo de Castro Marques. O terceiro colocado foi Mr. Nova Pousada POI 1597, do criatório de Wilson Lemos de Moraes Júnior. A grande verdade é que a prova teve vários campeões, uma vez que outros animais foram destaque em características específicas como precocidade sexual, área de olho de lombo e temperamento. O Mr. Uber 353 (filho do IMPE 57, também campeão de PGP) foi o mais precoce, seguido do Mr. Esperanza 234 (filho do Mosley) e do CABR Fanti 1340 (filho do JDH Sir Lawford Manso), empatados na avaliação quanto à produção de sêmen aos 15 meses de idade, relacionada à precocidade sexual. No conjunto de todas as características para precocidade, Mr. UBER 405 foi o maior destaque entre os “ELITE”, sendo inclusive o mais jovem nesta classificação. Quanto à área de olho de lombo (AOL – relacionada com maiores quantidades de carne presente na carcaça, e que tem impacto na diminuição de custos fixos de produção de um animal e do processamento de sua carcaça dentro do frigorífico), os animais de melhor performance foram: o Excell (filho do COLF 11), em primeiro; Mr. De
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Luca (filho do JDH Mr. Deeds Manso), em segundo e Mr. Edon JLuz (filho de Bill TE JLuz), em terceiro. Avaliando espessura de gordura (EG – importante parâmetro de avaliação para predizer os níveis mínimos de reservas adiposas, necessárias para fornecer energia para manutenção do metabolismo), os três melhores colocados foram: Mr. De Luca (bem classificado quanto à área de olho de lombo), CABR Farisco 1363 (segundo lugar geral da prova) e Mr. Querença 4040 (que obteve o primeiro lugar geral). Para rendimento de carcaça, analisada através de ultrassonografia, Mr. De Luca liderou e foi seguido de perto por Excell e, depois, Mr. Edon JLuz. E quanto ao temperamento, as avaliações propostas e executadas, enfatizaram os nomes dos seguintes animais: CABR Fanti 340, Mr. Uber 436 (filho do Mr. Imperial 57) e Mr. Uber 391 (filho do Mr. Uber 18). Até mesmo um teste de resistência a endoparasitas foi realizado na PGP Uberbrahman. Foi feita a contagem de ovos de endoparasitas por grama de fezes. Com isso foi possível avaliar o animal mais adap-
tado e que possui mais resistência com relação ao ganho de peso. O Mr. Uber 393 (outro filho do Imperial 57) provou ser o mais resistente. Mr. Uber 396 (filho do JDH Sir Marri Manso) e Mr. Lorenzo (filho do JDH Mr. Deeds Manso) foram outros dois destaques quanto a essa análise. Adaptabilidade, como o nome diz, avalia o animal mais adaptado em relação ao ambiente submetido, correlacionando temperatura e umidade do ar com a temperatura retal, frequência respiratória e taxa de sudação, além de testes T3 e T4. Isso também foi pesquisado na PGP Uberbrahman e o tourinho Mussi Esparta (filho do JDH Sir Marri Manso) foi o maior destaque. Em segundo e terceiro lugar, respectivamente, Mr. Edyo JLuz (filho de Boss TE JLuz) e Mr. Uber 404 (mais um JDH Sir Marri Manso). Quanto ao desenvolvimento testicular, Mr. Esperanza 234 (filho de JDH Mosley Manso) e Mr. Nova Pousada 1600 (filho de JDH Karu Manso), empatados em primeiro, e Mr. Uber 405 (filho de JDH Sir Marri), em segundo. Vale destacar, que Mr. Esperanza 234, reuniu melhores
características relacionadas a adaptabilidade entre os “ELITE”. Mais de 300 pessoas participaram do dia de campo da Fazenda Morro Alto II, promovido no dia 04 de setembro, juntamente com as entidades que apoiaram tal realização, quando foram anunciados os animais mais destacados e entregues os certificados e troféus. Além disso, os convidados viram de perto as matrizes Uberbrahman e ainda os touros elite em PGP anteriores, já com produção comprovada e excelente capacidade de transmitir suas características produtivas. A Central Alta Genectis, parceria da iniciativa, estará avaliando os animais que mais se destacaram na prova, para contratá-los como doadores de sêmen. “Após identificar estes animais surpreendentes é fundamental compartilhar esta genética”, afirma Aldo Valente. Os maiores destaque da PGP Coletiva a Pasto Uberbrahman serão disponibilizados a venda no Leilão Internacional de Touros, durante o XV Congresso Mundial da Raça Brahman, no dia 23 de outubro, às 13 horas no Tatersal ABCZ, com transmissão pelo Canal Terra Viva.
Criador Sérgio Rutowitsch será homenageado “in memorian” durante Congresso Mundial O criador de Brahman, Sérgio Santos Rutowitsch, será homenageado “in memorian” pela Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), durante o XV Congresso Mundial da Raça Brahman, que será realizado entre os dias 17 e 24 de outubro, no parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. A homenagem foi definida pelo Conselho de Administração da associação após o falecimento do criador no dia 24 de setembro. Para homenagear o pecuarista foi criada a “COMENDA SÉRGIO RUTOWITSCH”, que será entregue à família durante a cerimônia de abertura do Congresso Mundial, no dia 20 de outubro. “Essa comenda também será o símbolo do Congresso, e será entregue a alguns outros homenagea-
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dos”, ressalta José Amauri Dimarzio, presidente da ACBB.
Sobre o criador
Sérgio Santos Rutowitsch (1944 - 2010) fez parte da zebuinocultura brasileira e foi um dos primeiros importadores de Brahman para o Brasil. Anteriormente, criava animais da raça Nelore. Desenvolveu um trabalho pautado na produção de bons touros para que eles fossem os propagadores de uma genética melhoradora. Produziu grandes campeões nacionais, como o Mr. Pilar POI 75 (o touro nacional maior produtor de campeões até hoje) e a genética com a sua marca foi exportada para outros países nos quais também nasceram filhos campeões. Tem o recorde de venda de sêmen da raça Brahman no Brasil e de número de touros em centrais. Nos últimos anos, esteve totalmente dedicado a produzir animais com altos escores nos Marcadores Moleculares e chegou a ter
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bezerros nascidos em sua fazenda com escore 10 para maciez, fato que teve projeção internacional. Muito estudioso do Brahman e das novas tecnologias para melhoramento animal, ajudou a muitos criadores a investir na raça. Participativo nas entidades de classe atuou como diretor de Marketing, Conselheiro Técnico e Vice-presidente por duas gestões na Associação dos Criadores de Brahman do Brasil e ainda como conselheiro na Associação Brasileira dos Criadores de Zebu e na BrahmanRio. Foi um executivo de sucesso, atuando em empresas internacionais. Do casamento com Maria Beatriz Horta Rutowitsch, teve três filhos André, Paula e Ana Beatriz.
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Plantel UberBrahman abre porteiras para FarmTour Luciene Gazeta - Assessoria de Imprensa luciene@matrizdacomunicacao.com.br
A visita acontecerá dia 19 de outubro e faz parte da programação oficial do XV Congresso Mundial da Raça Brahman
A
ldo Valente e Carlos Balbino, do plantel Uberbrahman, recebem criadores da raça, técnicos, profissionais do agronegócio, estudantes brasileiros e estrangeiros na Fazenda Morro Alto II em Uberlândia/MG, para o Farm Tour Uberbrahman, programação oficial do Congresso Mundial da Raça Brahman que acontece em Uberaba/MG, entre os dias 17 a 24 de outubro. O UberBrahman foi escolhido para integrar os Farm Tours do Congresso Mundial pela relevância de seu trabalho na produção e avaliação de animais Brahman a campo. A recepção aos visitantes será a partir das 10h30. Aldo Valente e Thiago Camargo, Médico Veterinário e Gerente Técnico da Fazenda Morro Alto II realizarão uma apresentação dos animais do plantel com o objetivo de expor aos presentes o trabalho de melhoramento genético e diversos experimentos realizados com a raça Brahman. Também será exaltado os critérios de seleção adotados pelo criatório, que tem como um de seus principais objetivos fortalecer a genética de seus animais, mirando na alta produtividade a pasto e, assim, contribuir com a evolução da pecuária brasileira.
Aldo com Matriz da Comunicação
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“Neste Farm Tour, os visitantes terão a oportunidade de conhecer um renomado criatório brasileiro que tem realizado um ótimo trabalho de seleção a pasto, como também a mais completa Prova de Ganho em Peso do mundo com a raça, levando em consideração características produtivas, reprodutivas, marcadores moleculares, temperamento, qualidade de carcaça e carne, rusticidade e fenotípicas” , afirma o diretor executivo da ACBB, Lydio Cosac de Faria. Para isso, o plantel Uberbrahman lança mão no dia-a-dia de ferramentas de tecnologia de ponta, sem medir esforços no sentido de testar e mensurar seus animais, selecionando indivíduos geneticamente superiores e com potencial melhorador confirmado. Uma destas ferramentas é a PGP Uberbrahman, realizada já há cinco anos pelo plantel como forma de avaliar seus animais, sempre utilizando análises e ferramentas inovadoras, com o apoio de diversas entidades e oficialização pela a ABCZ. Inclusive, no dia 18 de agosto foi concluída a Prova de Ganho em Peso mais completa já realizada com a raça Brahman, a PGP Coletiva UberBrahman. Nesse Farm Tour os visitantes poderão conhecer os resultados da prova e os animais que mais se destacaram. Durante o evento na fazenda Morro Alto II, o plantel Uberbrahman oferecerá aos visitantes um almoço na fazenda e, além de expor ao público os animais ganhadores da PGP Coletiva UberBrahman, serão apresentados também outros reprodutores de destaque, que serão disponibilizados para comercialização no Leilão Internacional de Touros, no dia 23 de outubro, a
partir das 13h no Tatersal ABCZ em Uberaba/ MG. O transporte de Uberaba à Uberlândia será disponibilizado gratuitamente, com saída e retorno programados no Parque Fernando Costa. O participante que realizar inscrição oficial no Congresso não pagará os valores mencionados na ficha de inscrição ao “farm tour”. O prazo limite para inscrição ao Farm Tour Uberbrahman foi dia 4 de outubro. A inscrição pode ser efetuada diretamente no site oficial do evento www.brahmancongress.com, no menu Inscreva-se / Visita às Fazendas. Mais informações sobre a programação do Farm Tour Uberbrahman podem ser adquiridas através do e-mail fazendas@valedent.com.br com Thiago Camargo ou pelo site: www.uberbrahman. com.br . Visite também o twitter do Uberbrahman em www.twitter.com/ uberbrahman .
O XV Brahman Congress Este ano o Congresso Internacional da Raça Brahman está sendo realizado pela primeira vez no Brasil, sob coordenação da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB). Estima-se que o evento receberá 3 mil visitantes, dentre eles 500 estrangeiros. As primeiras comitivas a confirmarem presença são do Equador, Austrália, Venezuela, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Colômbia, Panamá, Argentina, Costa Rica, Guatemala, Paraguai, Namíbia e África do Sul. O evento também oferecerá aos visitantes palestras técnicas, mostra de animais, julgamentos com participação de juízes internacionais, leilões e visitas às centrais de inseminação.
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PRODUTOR DE SUCESSO
Aldo Valente Determinado e dinâmico, o selecionador Aldo Valente, um dos proprietários do plantel UberBrahman é nosso Produtor de Sucesso desta edição. Nesta entrevista, ele nos conta como iniciou seu plantel, seus critérios de seleção, perspectivas para a raça e projetos para o futuro. Acompanhe! Luciana Gazeta - Matriz da Comunicação
Conte um pouco da história do plantel UberBrahman: quando ingressou na raça, quais criatórios o inspiraram para sua seleção de animais e quais foram os primeiros resultados conquistados pelo UberBrahman?
Eu e Tio Balbino iniciamos na raça em 2004, quando fomos apresentados pelo amigo Eduardo Bicalho (Plantel Quitumba) ao Brahman e adquirimos nossos primeiros animais da Querença. Em seguida, continuamos conhecendo os criatórios e, daqueles que admiramos mais o trabalho, adquirimos animais que representam sua melhor genética. Nos facilitou a grande disponibilidade de informações sobre a raça e a boa vontade dos criadores em estarem nos transferindo conhecimento. Alcançamos muitos resultados positivos, mas o maior deles foi conhecermos melhor o nosso rebanho e aprendermos a trabalhar com esta genética, o que nos traz grande segurança e capacidade de oferecê-la também aos nossos clientes, Isso é o que chamam de “Salto Genético”.
seu surgimento.
O objetivo sempre foi produzirmos animais capazes de potencializar os resultados da pecuária de corte. No inicio, procuramos nas avaliações zootécnicas conhecer o rebanho que adquirimos e logo, trabalhar nos acasalamentos para homogenizar o gado, primando pela rusticidade e qualidade do aparelho locomotor, elevando a média geral, assim como, eliminar aqueles animais e acasalamentos que apresentavam características funcionais indesejáveis. Enfim, no início a prioridade era não errar e padronizar o rebanho. Sempre utilizamos touros com destaque em produtividade e nunca compramos uma dose sequer de touros negativos, mesmo aqueles produtores de animais Campeões em pistas.
Sabemos que o plantel UberBrahman já realizava um trabalho diferenciado de seleção genética através das PGPs há 4 anos e, em 2009, expandiu este trabalho agregando 11 plantéis de renome na pecuária brasileira para participar da Defina seu critério de sele- recente PGP Coletiva, com ção aplicado aos animais do resultados divulgados em plantel UberBrahman desde setembro deste ano. Qual 68
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foi seu objetivo em expandir esta prova para animais de outros criatórios?
O Brahman é uma raça globalizada e desenvolvida em várias partes do mundo, inclusive em zonas temperadas e sub-tropicais, onde é comum a suplementação e o confinamento. Apesar de ser essencialmente muito produtivo, imaginamos que existam animais mais e menos exigentes. Principalmente os de origem americana, que são os que mais usamos. Conheci na África animais Brahman lindos, em meio a um areal, aonde a água é racionada e servida uma vez/dia e não se vê pasto! É claro que há uma grande diferença genética, diante do ambiente onde os animais são expostos e selecionados. Para se avaliar qualquer aspecto ligado a eficiência, deve-se saber primeiro o ambiente onde os animais serão desafiados, a manifestar sua produtividade. Por isso, entre inúmeras avaliações, usamos as PGPs e sempre muito duras, pois representa uma recria completa e como a fazenda Morro Alto II está numa região com clima de Cerrado, do Centro-Oeste, entendemos que estamos oferecendo um ambiente capaz de representar onde grande parte da nossa pecuária existe. Diante do Congresso Mundial, dewww.interural.com
senvolvemos uma PGP Oficial que significa um marco na forma de analisar a produtividade, pois tem uma grande ênfase na relação com o ambiente e na manifestação de características produtivas, avaliadas através de diferentes ferramentas e métodos. Analisar as correlações no possibilitará repensar a seleção, assim como a importância das ferramentas quando são vistas isoladamente. Nos faltava diversidade e submeter um grupo de animais que seja utilizado como como amostragem da realidade atual da raça, possibilitando assim, que os estudo prosseguissem, com os dados coletados. Por isso, convidamos outras fazendas e ainda estaremos disponibilizando a venda os animais que mais se destacaram no Leilão Internacional de Touros, no próximo dia 23, em Uberaba, durante o Congresso.
Quais benefícios você acredita agregar para a raça Brahman através do trabalho de seleção que você desenvolve com seus animais?
Conhecemos o “tipo funcional” e/ou o “tipo produtivo”, mas isso é muito pouco. Nossos olhos não vêem a qualidade das vísceras, a capacidade de oxigenação, a capacidade cardiorrespiratória, a capacidade digestiva, a fisiologia, o metabolismo e etc. Isso só conseguimos enxergar desafiando e avaliando os resultados. No caso dos animais UBER, queremos entregar ao mercado uma genética que seja um insumo confiável e que com clareza possa atender as necessidades dos nossos clientes. Quanto aos experimentos, visamos estimular e colaborar com os criadores, para que usem as ferramentas disponíveis e trabalhem com elas, afim de extrair o máximo em benefícios da raça Brahman.
pecuária. Minha visão e muito simples: Todo negócio tem que faturar e só faturamos se houverem clientes. Portanto, não existe negócio algum sem pelo menos um cliente. Para qualquer negócio se manter vivo é indispensável que o cliente tenha plena satisfação e o retorno esperado. Resumindo, temos que entregar o que prometemos, seja o que for. Para mim, esta é a premissa. Nos dias de hoje, qualquer negócio onde alguém tenha que necessariamente perder, para outro ganhar, está fadado ao insucesso. Tem que ser ganha - ganha mesmo e real!
pode comprar no caso de seleção de gado, pois a genética dos melhores rebanhos ainda é muito aberta (e geralmente não se paga muito mais por isso). Por fim, usar o apoio dos técnico, evitando assim erros comuns nos “marinheiros de primeira viagem”. Mesmo tomando todos os cuidados, comentemos alguns, que podem ser evitados. Mesmo assim, o criador não deve deixar de dar seu toque pessoal no rebanho, pois precisa ter a sua própria identidade.
A raça já atingiu todos os indicadores de sucesso e ainda é a que mais cresce. Está no topo. Preço, liquidez, crescimento, faturamento, venda de sêmen, satisfação de clientes e etc. É zebu e o mais produtivo. Nossa pecuária fatalmente terá que passar pelo Brahman, cabe a nós criadores produzirmos o Brahman que ela precisa.
especialidade, na pecuária de corte comercial. É aí que ele irá mais se destacar e estamos falando num mercado de bilhões. Ao analisarmos todo o sêmen e animais produzidos, certamente descobriremos que não representamos sequer 0,5% do rebanho nacional (puros e cruzados)! Em todos os países onde o Brahman entrou, ele tornou-se predominante ou até único zebuíno presente. Se no Brasil, chegar apenas a 10% do gado, teremos que crescer ainda 20 vezes. Será uma verdadeira explosão de demanda.
Quais suas perspectivas para o desenvolvimento da raça Brahman no Brasil para os Como você avalia o posicio- próximos anos? Excelente, pois agora o namento comercial da raça Brahman começa a atuar onde é sua Brahman no mercado?
Na sua opinião, como membro da diretoria da ABCB, como você aconselha um novo investidor na raça Brahman na escolha de seus animais e seleção Qual seu sonho como selecionador e o que falta para de um plantel? Definir antes de tudo sua realizá-lo?
proposta, o que pretende fazer e decidir se estará disposto a arcar com o investimento (R$, tempo, estrutura, pessoal e etc). Após isto estar bem claro, sugiro buscar o que há de melhor em genética, pois o tempo é um desafio que o dinheiro
Falta realizarmos a maioria deles, estamos ainda formando nosso rebanho e realizamos somente o primeiro sonho, que é estar criando o Brahman e um Brahman que faz agente se sentir útil ao segmento. O restante está só começando...
É possível para um selecionador empregar na pecuária seu conhecimento e experiência adquiridos do lado de fora da porteira, com os negócios empresariais? Como você realiza isto no dia-a-dia?
Sim. No meu caso, aprendi com o boi primeiro e levei estes ensinamentos para outros negócios que participo e agora trago experiências de outros negócios para a www.interural.com
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Exposições confirmam qualidade genética de touros do Teste de Progênie Girolando
M
ais uma fêmea, filha de touro do Teste de Progênie Girolando, conquistou prêmio em exposições da raça. Concorrendo entre os animais ¾ de sangue, Cinderela 3 Ypês sagrou-se Grande Campeã e Melhor Vaca Jovem da 1º Girolando Cruzeiro Show. A feira aconteceu em agosto na cidade de Cruzeiro (SP). Concorreram em pista 86 animais. A vaca pertence ao criador Fernando Antônio de Macedo, do Sítio 3 Ypês, localizado em São Paulo. É cada vez mais comum filhas de touros do Teste de Progênie ganharem prêmios em exposições. Cinderela 3 Ypês é filha de um dos
reprodutores participantes do 8º Grupo do Teste de Progênie Girolando, cujo resultado das avaliações genéticas será divulgado em 2012. O Teste de Progênie é uma prova zootécnica que permite conhecer o valor genético dos reprodutores para produção de leite e sua capacidade em transmitir essa característica para a progênie. Doses de sêmen dos touros em teste são distribuídas gratuitamente a rebanhos cadastrados pela Girolando. Essas fazendas colaboradoras enviam os dados de produção das filhas dos touros. A Embrapa Gado de Leite realiza as avaliações genéticas dos
animais com base nos dados fornecidos pelas fazendas colaboradoras. Em média, o resultado de um grupo do Teste de Progênie leva seis anos para ser divulgado. Desde 1997, ano em que o Teste foi criado, 36 touros já foram provados e outros 46 animais estão em teste. O número maior de reprodutores provados positivamente tem refletido na venda de doses de sêmen da raça. Entre 1997 e 2009, a quantidade de doses de sêmen comercializada teve aumento de 1.506,3% segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia).
Brasileiro Científico Cultural Girolando (IBCG), cuja entidade mantenedora é a Girolando. A próxima diretoria será eleita para o triênio 2011/2013. Os associados que não estiverem em Uberaba (MG) no dia da votação poderão votar por corres-
pondência. Todos os mais de dois mil associados da Girolando receberão a cédula de votação em casa nas próximas semanas. Eles poderão enviar o voto pelo correio um mês antes da eleição. Somente os votos recebidos até o dia 10 de dezembro serão computados.
Chapa única concorre às eleições na Girolando
Progênie Tropical Genética
GIROLANDO
Feira Pró-Genética
A
Associação Brasileira dos Criadores de Girolando terá eleições este ano para escolher o novo presidente da entidade. O prazo para registro de chapas terminou ontem (04/10). A única chapa registrada foi do atual presidente, José Donato Dias Filho, que concorrerá a reeleição. O pleito acontecerá no dia 10 de dezembro deste ano na sede da entidade. Além de presidir a Girolando, o candidato eleito também será presidente do Estatuto do Instituto 70
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A
Abertas as inscrições de Girolando para a FEILEITE 2010
raça Girolando será uma das atrações da Feileite 2010 (4ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite), que será realizada entre os dias 9 e 13 de novembro, no Centro de Exposições Imigrantes da capital paulista. Durante o evento, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando realizará a 17ª Exposição Interestadual – São Paulo. As inscrições já estão abertas e poderão ser feitas até o dia 22 de outubro, através do site da entidade (www. girolando.com.br). Serão disponibilizadas 230 vagas para a raça. O julgamento da raça Girolando acontecerá nos dias 9 e 10 de novembro e ficará a cargo do jurado Euclides Prata dos Santos Neto. Os exemplares inscritos deverão ser vacinados contra febre
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aftosa pelo menos 15 dias antes do início da feira, no caso dos primo-vacinados, e sete dias para os demais bovinos. Outras exigências podem ser consultadas no regulamento da Feileite, disponível no site da Girolando.
Leilão e Estande A raça também fará parte do calendário de leilões da Feileite 2010. A EMBRAL realizará um pregão de Girolando no dia 10 de novembro, às 20h. Os interessados em participar do evento deverão procurar a leiloeira para efetuar a inscrição. Informações pelo telefone (11) 3864-5533. Os visitantes da Feileite poderão ainda conhecer as novidades da raça no estande que a Girolan-
do está preparando para a feira. No espaço, o público receberá informações sobre o Programa de Melhoramento Genético de Girolando e outros projetos da associação em prol da evolução da raça. Este ano, o evento deve contar com a participação de mais de 2.000 animais de elite de sete raças leiteiras, vindos de 200 criatórios de vários estados. Além de julgamentos, concursos leiteiros e leilões, durante a Feileite, estão programados mais de 100 eventos paralelos, entre palestras, workshops e cursos. A expectativa é receber mais de 22 mil visitantes. Também é esperada a visita de estrangeiros, especialmente das Américas do Sul, Norte e Central, além da Europa, Ásia e África.
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GIROLANDO
Gima
Há 12 anos nascia o Girolando Guima, um projeto planejado na construção de uma atividade leiteira objetiva e lucrativa. Sediada em Uberaba/MG e contando com a direção de Guilherme Marquez de Rezende, o Girolando Guima desde o começo teve como foco a produção de leite da raça Girolando, especificamente no grau de sangue 5/8. Nesses 12 anos a Guima conquistou inúmeros prêmios nas mais diversas pistas brasileiras. Atualmente o rebanho Guima conta
com 100 animais em lactação todos registrados e com controle leiteiro oficial pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. “A raça Girolando vem crescendo em qualidade a cada ano. A melhoria das matrizes e dos touros provados estão nos permitindo enriquecer nosso rebanho rapidamente. Nesse aniversário de 12 anos iremos comemorar com aqueles que um dia nos permitiram entrar em seus rebanhos e escolher indivíduos diferenciados para levarmos para a Guima.
Aqui fica meu grande agradecimento aos criadores, Jonadan Ma (Agropecuaria Boa Fé), Mario José Afonso Caetano (Fazenda Capão Novo), Girolando IAIA (Adolfo Nunes), Sítio Monte Alegre (Nelson Ariza), Seleção das Arabias, Fazenda Cofrarrina, Morada Corinthiana, Centenário Genetics (Copervale), Fazenda Muquem – Tomaz e Ricardo, ZBR Limeira – José Márcio e Carlos Simoni, Luiz Gualberto, Guilherme Ferreira e Ronald Rabbers – Rhoelandt”, finaliza Guilherme Marquez.
Girolando cadastra criadores para Feira do Pró-Genética em MG Para facilitar a aquisição de touros Girolando de alta qualidade genética por pequenos e médios produtores, mais uma feira do programa Pró-Genética será realizada em Minas Gerais. Desta vez, a feira acontecerá no dia 15 de outubro, na cidade de Sacramento (MG). O evento será realizado pela Emater-MG em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e outras entidades. Pequenos e médios pro-
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dutores poderão utilizar linhas de financiamento do Banco do Brasil e de outras instituições financeiras, como as cooperativas de crédito, para adquirir tourinhos. Com taxa de juros baixa e período de carência e pagamento maior que outros tipos de financiamentos, o Pró-Genética tem como objetivo melhorar a qualidade genética dos pequenos rebanhos para aumentar a produtividade nas pequenas e médias propriedades.
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A Girolando está cadastrando os criadores interessados em vender animais na feira. Somente touros Girolando PS, com avaliação genética positiva para produção de leite, controle leiteiro da mãe, entre outras exigências, poderão ser comercializados. Os interessados devem entrar em contato com o Departamento de Provas Zootécnicas da Girolando pelo telefone (34) 33316000.
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ESPAÇO GOURMET
Lombo a moda Debs Maresha Guimarães MGR Assessoria Comunicação & Eventos
A
valorização da propriedade familiar e o resgate da tradição fizeram os irmãos Rossana e Bruno Debs investirem na criação de gado de elite da raça Brahman. Juntos, representam um potencial inovador de empreendedorismo a toda prova. Oriundos de uma tradicional família de criadores de zebu pretendem nesta empreitada articular um grupo de investidores em prol da produção de animais de genética altamente comprovada. Dentro da idéia de desenvolvimento genético em grupo escolheram a raça Brahman por meio de várias pesquisas e visitas feitas à criadores de renome nacional, nascendo assim o condomínio Brahman Pontal,que vem ganhando destaque no cenário nacional. Na noite de 6 de outubro, Rossana e Bruno Debs, receberam amigos e a Equipe InteRural para um jantar especial. Ao som de moda sertaneja e agraciados com uma noite enluarada, a anfitriã pode mostrar que não é só uma mulher de negócios empreendedora como também uma excelente cozinheira. Os Brahmista, titulares do criatório Brahman Pontal, serviram para seus convidados a famosa receita de lombo de porco, herança de sua avó. Na oportunidade Rossana e Bruno puderam falar melhor para os amigos sobre a raça Brahman, sobre seus animais, entre eles o Mr Uber POI 226 – Chumbinho – que atualmente está na central de touros Alta Genetic, e tem seu sêmen disponibilizado para todo Brasil e também do XV Congresso Mundial da Raça Brahman que acontece de 17 a 24/10 na cidade de Uberaba. A Equipe InteRural agradece a hospitalidade da Família Debs, aproveita para partilhar com os leitores a maravilhosa receita e também mostrar algumas imagens do jantar que entrou madrugada a dentro. 74
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Ingredientes
-1 1/2kg de lombo de porco sem gordura -sal -alho socado -cominho a gosto -pimenta-do-reino a gosto -alecrim a gosto -100g de damasco picado grosseiramente -100g de ameixa picada grosseiramente -150g de requeijão cremoso -60ml de óleo de milho
Modo de Preparo Limpe o lombo de porco retirando a capa de gordura e em seguida abra-o em um grande bife.
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Depois de aberto, tempere com o sal, alho, cominho, pimenta, alecrim, enrole-o e reserve. Em um recipiente, coloque os damascos e as ameixas picadas grosseiramente e deite o requeijão cremoso light e misture estes ingredientes. Abra o lombo e espalhe esta mistura de forma homogênea e em seguida enrrole-o e passe barbante enm todo lombo. Pegue uma assadeira de borda alta e forre com papel alumínio e ponha o lombo, polvilhe um pouco de alecrim seco por cim, 60ml de óleo de milho e leve ao forno alto já pré-aquecido durante 40 minutos. Depois tire o papel alumínio e deixe dourar e retire do forno.
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NEGÓCIOS
Recuperação Judicial
A
O Produtor Rural e a Recuperação Judicial
possibilidade de o produtor rural apresentar pedido de recuperação judicial quando se encontre em dificuldades financeiras pode trazer algum fôlego, de forma a possibilitar sua reestruturação e superação da fase de crise sem necessidade de cessar suas atividades. A recuperação judicial foi criada pela Lei 11.101/2005 e tem por escopo justamente preservar a atividade das empresas viáveis, mas que atravessam período de dificuldades. Através da recuperação judicial é possível, por exemplo, que os processos movidos contra a empresa em dificuldades fiquem suspensos por seis meses, enquanto o plano de recuperação é apresentado. As dívidas e obrigações poderão ser negociadas com os credores, estabelecendo-se prazos e condições diferenciados para que sejam quitadas. Mas a controvérsia que ora se comenta gira em torno da possibilidade ou não da extensão dos benefícios da lei de recuperação judicial aos produtores rurais. A referida lei é destinada a sociedades empresárias e empresários. Assim, o produtor rural teria que ser considerado empresário para que
pudesse usufruir dos benefícios legais. O conceito de empresário é estabelecido pelo Código Civil brasileiro, que preceitua que “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”. O artigo 971 do mesmo código equipara o produtor rural a empresário, exigindo, entretanto, que ele tenha requerido sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial) da respectiva sede. Os Tribunais, de uma forma geral, vêm permitindo que os produtores rurais se valham da recuperação judicial, porém somente quando estes estejam devidamente inscritos na Junta Comercial. E não é possível que a inscrição seja feita apenas no momento de ingresso do pedido de recuperação judicial. Isso porque os débitos sujeitos à recuperação são somente aqueles contraídos em período no qual o produtor já poderia ser considerado empresário por equiparação, ou seja, quando ele já se encontrava com a inscrição regularizada na Junta Comercial.
ÁREAS DE ATUAÇÃO AMBIENTAL Contratos - Societário - Investimento Internacional Administrativo - Bancário - Proprietário Intelectual Tributário - Civil - Trabalhista - Imobiliário Consumidor - Securitário - Solução de Controvérsias Regulatório - Medicamentos Av. Brig. Faria Lima 1478, 19º andar, cj.1909 a 1916 CEP 01451-001 São Paulo/SP - Brasil Tel.: 55 (11) 3097-9991 | Fax: 55 (11) 3097-9903 fialdiniadv.com.br 76 InteRuralfialdiniadv@fialdiniadv.com.br - Revista do Agronegócio | Outubro 2010
Brasília Rio de Janeirowww.interural.com Uberlândia São Paulo
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EVENTOS
EXPOINEL 2010 cresce 49% em faturamento Presença maciça de animais em pista, qualidade genética da raça e crescimento expressivo em faturamento marcou a maior exposição do Nelore no país.
A
39ª Exposição Internacional do Nelore – Expoinel 2010, maior feira do Nelore do mundo, foi realizada de 16 a 26 de setembro no Parque de Exposições Fernando Costa, em Uberaba (MG). A promoção é da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). A Expoinel 2010 se configura como uma das grandes oportunidades de interação entre os agentes da cadeia produtiva da carne bovina, desde os representantes do mercado de genética até o consumidor final. A Exposição Internacional do Nelore rompeu todas as barreiras em 2010 e, mais uma vez, superou as expectativas geradas para sua 39ª edição. Com o faturamento de mais de R$ 31 milhões, a exposição registrou um crescimento de 49% em relação a 2009 e contou com a presença de 1.112 animais, de 144 criadores. “A Expoinel 2010 nos dá a certeza que estamos no caminho certo, pela quantidade de animais inscritos, pela qualidade genética que pode ser observada na pista e pelo expressivo crescimento no volume de negócios na exposição”, afirma Felipe Picciani, presidente (ACNB). Este ano uma novidade desta edição é que o período de julgamentos foi ampliado com o objetivo de favorecer o trabalho dos jurados e o acompanhamento por parte dos criadores. Os Grandes campeonatos que aconteciam no último sábado da exposição, desta vez foram realizados no último domingo, dia da feira. O evento de Uberaba, marca o encerramento dos julgamentos que apontam o final do ranking nacional ACNB temporada 2009/2010. Para o coordenador do ranking Marcos Pertegato, o ranking teve um fechamento, coroado de pleno êxito. A 78
Foto:Pitty
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disputa pelos primeiros lugares foi acirrada, em todas as categorias os juízes tiveram muito trabalho para eleger os melhores. “um animal vencedor na Expoinel supervaloriza o criatório de origem, além de transformar o produtor em referência”. Destaca. Em anexo você confere a classificação geral da Expoinel. Os profissionais que trabalharam na Expoinel tiveram o reconhecimento pelo serviço prestado. Para esta edição os organizadores prepararam o campeonato Craques
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da Pista, voltado para tratadores e apresentadores, que teve como objetivo a valorização destes profissionais. Durante o evento, os times de tratadores foram premiados diariamente pela comissão julgadora que vai avaliou os seguintes critérios: apresentação dos animais em pista, habilidade de apresentação, pontualidade e apresentação pessoal. Foram classificados os cinco melhores times e o vencedor foi o que somou o maior número de pontos nas premiações diárias. www.interural.com
Felipe Picciani, presidente da ACNB
Paulo Mesquita, prefeito de Uberaba
Eduardo Biagi, presidente da ABCZ
Marcos Pertegato, Marcelo Vasone, Vilemondes Garcia e Andre Locateli (Marcos: coordenador do Ranking Nacional ACNB, Marcelo: diretor da ACNB, Vilemondes: membro do conselho fiscal e ex-presidente da ACNB e Andre: gerente executivo da ACNB)
Akra Fiv Mata Velha Foto: Fabio Fatori www.interural.com
Jeru Fiv Foto: Fabio Fatori
O time vencedor foi o da Chácara Colorado (Uberaba/ MG), que ganhou o prêmio de R$ 1.500,00. Diariamente, durante os julgamentos, os participantes tiveram a oportunidade de apreciar o sabor e a maciez da Carne Nelore Natural, preparada cuidadosamente e servida aos participantes. Para InteRural - Revista do Agronegócio | Outubro 2010
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EVENTOS
o diretor da ABCN, Marcelo Vasone, a feira, mais uma vez, mostrou a capacidade empreendedora dos criadores de todo país, que trabalham para oferecer um produto de boa qualidade. O gerente executivo da ABCN André Locateli também destaca o empenho dos produtores que, associados à evolução genética, transformaram o Brasil em um dos maiores exportadores de carne do mundo. Este ano, o calendário de leilões ganhou novo formato. A organização do evento, em conjunto com os promotores de leilões e leiloeiras, fez algumas mudanças para que a maioria dos remates acontecessem à noite. Para isso, vários remates fundiram-se e alguns mudaram de data. Entre os destaques dos remates, está a venda de 50% do touro Jeru FIV Brumado, por R$ 1,6 milhão, no Leilão Liquidação Nelore Brumado. Já na comercialização de fêmeas, o recorde veio no primeiro lote do aguardado Leilão Mata Velha. 50% da fêmea Akra FIV Mata Velha foi vendida por R$ 1,5 milhão. O comprador de Akra foi agraciado com uma bezerrinha de poucos dias, POI, uma das primeiras a nascer entre os embriões trazidos da Índia. Um dos novos remates da Expoinel 2010, o Leilão Prenhezes EAO e Fazenda Guadalupe, encerrou a agenda com chave de ouro. A comercialização dos 34 lotes ofertados atingiu o faturamento de R$ 6,4 milhões, com média geral de R$ 188 mil. Este ano, o Projeto Nelore Solidário chegou
José Olavo Borges Mendes, ex-presidente da ABCZ e Raysildo Lôbo, presidente da ANCP.
a 4ª edição e fez a doação de uma tonelada de carne bovina para entidades beneficentes de Uberaba. Entre as novidades apresentadas na Expoinel destaca-se o trabalho da InteRural -empresa do agronegócio que transmitiu ao VIVO, pela internet, o julgamento dos animais, dando oportunidade a milhares de
pessoas acompanharem o que de melhor aconteceu na feira. “Foi uma excelente experiência, durante os dias de transmissão, nosso site recebeu muitas visitas e recebemos contatos de criadores de várias regiões do país e até do exterior” destaca Mário Knichalla Neto, diretor comercial da InteRural.
Público na abertura da Expoinel 2010
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Resultados
Homenagem Durante o 11º leilão da Querença, realizado no dia 11 de setembro em Inhaúmas - MG, o criador Alcides Rios Mazo, foi homenageado pelos anfitriões. O homenageado é colombiano, proprietário da Hacienda Bonga La Grande e mantém em seu país, um significativo criatório, com um grande investimento em genética de ponta e que certamente será utilizada na abertura comercial com outros centros. O jatobá em madeira foi entregue pelo diretor da Querença, Moisés Campos. No centro do tatersal de leilões um jequitibá rosa, que tem assistido toda evolução da raça Brahman, através dos eventos realizados na fazenda portanto a árvore foi escolhida para ser o símbolo da homenagem, pois ela possui raízes profundas e tem produzido infindáveis frutos, uma alusão clara a relação que a Querença mantém com seus amigos e parceiros comerciais www.interural.com
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EVENTOS
CAT O CAT de Uberlândia se constitui em uma associação com mais de 1500 membros formada em março de 2000. O clube surgiu da necessidade de vários produtores, empresas e instituições em criar um canal de comunicação, em função disto nossos objetivos são: • Maior interação entre os membros do Clube; • Maior troca de informações entre os membros do CAT e as empresas do setor; • Promover campos experimentais, para obtermos resultados regionais; Promover reuniões para discussão dos resultados regionais; • Fornecer informações mercadológicas e meteorológicas; • Estabelecer contato entre produtores e empresas fabricantes dos insumos agrícolas, discutindo-se assuntos de interesses dos produtores. O CAT de Uberlândia ainda possui uma estrutura capaz de fornecer informações sobre tudo o que envolve o mercado agropecuário, com a finalidade de propiciar condições para que os nossos membros possam melhorar sua capacidade de gestão de seu negócio. No dia 28 foi realizado no Sindicato Rural de Uberlândia, um ciclo de palestras com a participação de várias pessoas ligadas ao agronegócio. Foram debatidos assuntos relacionados a Tendências de Mercado de Milho e Soja, com Thiago Devós da Apis Investimento. A COSMOAGRO fez uma abordagem Institucional Cosmoagro e trabalho de calibração simultânea de Mn e Glifosato, e em seguida foi a Bayer Cropscience com o tema, Benefícios do Tratamento de Sementes na cultura da Soja... 82
Diretoria Atual (constituída por empresários rurais) Presidente: André de Almeida S. Machado Vice-presidente: Fernando Leite Ferraz 1° Secretario: Paulo Mantuan 2° Secretario: Omar Bonato Guimarães 1° Tesoureiro: Antonius Matheus Wilhelmus Van Ass 2° Tesoureiro: Lucas Johannes Aernoudts Coordenador: Engº Agrº M. Sc. Ademar Maximiano da Silva Junior Diretor Técnico: Maximiano Viotto Ferraz Diretor Marketing: Humberto Guimarães Cardoso Diretor Pesquisa: Fernando Rauscher Diretor Administrativo: Edinaldo Antônio de Oliveira 1°Conselho Diretor: José Luiz da Silva 2°Conselho Diretor: Sebastião Barroso 3°Conselho Diretor: Claudionor Nunes de Moraes 1° Suplente: Getulio Pedersoli Guimarães 2° Suplente: Ângelo Munari 3° Suplente: Marcio Antônio Piassa Atendimento: Crislaine A. Fernandes
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EVENTOS
Interleite
Dia de Campo Fazenda São João
E
ste ano o evento foi denominado “São João em Setembro”. O dia de campo da Fazenda São João, é considerado pelos participantes, um dos melhores eventos do agronegócio, o objetivo do evento é transmitir conhecimentos direcionados a pecuária leiteira de alto rendimento. A fazenda São João, localizada no município de Inhaúma, há 90 km de Belo Horizonte, é a terceira maior produtora de leite do Brasil. A fazenda de 1.170 hectares, tem cerca de 1200 vacas holandesas que produzem, aproximadamente, 35 mil litros de leite por dia. “Quando decidimos pela a implantação da fazenda, nosso objetivo era fazer uma um trabalho de alto rendimento. Graças à colaboração de nossa equipe a meta foi conquistada. Agora nosso planejamento é alçar um vôo mais alto e quem sabe, 84
em um curto espaço de tempo, possamos estar em segundo lugar em produção nacional”. Disse Flávio Guarany dono da Fazenda São João. A informação foi dada, durante entrevista para a Revista InteRural que participou do Dia de Campo. Apesar de o evento ser bastante concorrido, o empresário Flávio Guarany, atendeu a reportagem sem nenhuma distinção. Na entrada da fazenda foi montada a estrutura para receber as empresas participantes. Foram mais de 40 estandes e tendas. Como a fazenda é produtora de leite, as empresas aproveitaram o espaço para divulgar produtos e serviços. Em um centro de ‘competição’, tudo valeu para atrair a atenção dos visitantes. Para o estande da Alta Genetics do Brasil, por exemplo, foram levadas cinco vacas holandesas em plena lactação. Como resultado o
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local foi um dos mais frequentados. A beleza dos animais chamava a atenção. A Tropical Genética (maior produtora de leite da raça Gir no Brasil), empresa de Uberlândia, também prestigiou o Dia de Campo. De acordo com o diretor da empresa Milton neto, o evento tem tradição
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e quem participa realmente está interessado em informação ou em algum tipo de serviço ou produto, por isso é importante estar presente. Além do conhecimento que todos levam, as empresas patrocinadoras ofereceram benefícios como descontos na aquisição de produtos durante o evento, condições facilitadas de pagamento. O Banco do Brasil abriu linhas de crédito exclusivas. Durante todo o dia, os visitantes puderam conhecer a estrutura da maior produtora de leite de Minas Gerais, através visitas direcionadas. Além disso, ainda acompanharam palestras de profissionais da própria fazenda e de convidados, que falaram sobre técnicas de manejo e de gestão empregadas na propriedade. O técnico do ReHAgro, Euler Rabelo, abordou os desafios e vantagens da utilização da cana-de-açúcar na nutrição dos animais. Com exemplos do trabalho desenvolvido na Fazenda São João, Euler Rabelo fez uma ampla demonstração sobre o que representa a utilização da cana como complemento na ração dos animais, dando aos participantes uma noção sobre o que devem levar em conta na hora de decidir entre a cana ou outra forragem. As palestras foram realizadas em tendas espalhadas ao longo da fazenda. De um local pra outro os participantes tiveram oportunidade de conhecer como tudo é feito na propriedade. Desde o plantio de matéria prima que é transformada em ração até o setor de ordenha. “Estou impressionado, nunca vi nada igual. Tudo aqui é muito organizado”. Disse o Estudante de veterinária, Raul Filgueira. Dentre as instalações, o setor que mais chamou a atenção dos visitantes foi o de ordenha. Por uma ordenhadeira mecânica passa 50 vacas simultâneas. O evento também teve entretenimento com a apresentação de músicos da cidade de Inhaúmas tocando grandes sucessos sertanejos. No encerramento houve uma www.interural.com
palestra com o ex-ministro da agricultura Alysson Paulinelli. A tenda central ficou completamente lotada. Todos queriam ouvir um dos principais nomes do agronegócio brasileiro. Atualmente Paulinelli é um dos mais requisitados palestrantes de Minas Gerais quando o assunto é o agronegócio. De uma forma bem mineira e com bom bate-papo, recheado de conhecimento da história agrícola brasileira, Paulinelli destacou a importância do setor no desenvolvimento do país como grande produtor de alimento e gerador de emprego e renda. De acordo com ele, o Brasil tem tudo para ser um dos países mais ricos do mundo e uma parte do futuro avanço está ligada diretamente às atividades da agricultura e pecuária. O Dia de Campo da Fazenda São João é prestigiado, principalmente, por produtores, veterinários, zootecnistas, agrônomos, estudantes e empresas ligadas ao agronegócio, além de profissionais que se dispõem a expor um pouco da suas experiências. De acordo com o empresário Flávio Guarani, a principal atividade da Fazenda São João é a produção auto-sustentável de leite com padrão internacional de qualidade. Ele faz questão de lembrar que o projeto foi iniciado em 1994, com planejamento realizado por vários profissionais que incluíram veterinários, engenheiros agrônomos
e administradores de empresas, e que a fazenda/empresa foi a primeira no segmento a desenvolver um planejamento técnico/operacional no país, antes mesmo da chegada dos animais. Para o empresário a fazenda é um sucesso graças ao trabalho da equipe. “Nesse sentido acrescento e destaco o empenho e a determinação de minha esposa Huguetti Guarani, que desenvolve um importante trabalho voltado para capacitação humana e que é a grande responsável pelo êxito de tudo que acontece na fazenda São João. O próprio Dia de Campo se transformou em um grande sucesso graças ao excelente trabalho dela”.
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LEILÕES
CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES
Vida de Leiloeiro
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essa edição vamos conhecer um pouco da história de João Batista de Oliveira Silva, ou simplesmente João Leiloeiro, como é conhecido no meio dos leilões rurais. Em Uberaba, capital do zebu, nosso personagem dispõe de grande prestigio profissional e conta com um grande número de amigos. A vida de leiloeiro rural começou nos anos 80, quando trabalhava em uma leiloeira de Uberaba com o manejo dos animais, serviços de escritório, operador de som e pisteiro. Como estava envolvido com o negócio, passou a observar e admirar o serviço do leiloeiro. “Então um dia, trabalhando no manejo de um leilão, em uma exposição agropecuária, houve muitas doações para o sindicato rural daquele local e o leiloeiro se recusou a fazer o remate, pois não havia tempo disponível para ele. Foi quando apareceu minha primeira oportunidade e me convidaram para fazer o referido leilão das doações. Então percebi que tinha aptidão para o trabalho, pois além de agradar as pessoas presentes, gostei muito de fazer aquilo. Mas todo começo é difícil em qualquer profissão, no nosso caso temos que conquistar o espaço e a confiança das empresas leiloeiras e dos sindicatos contratantes, mas como eu já tinha conhecimento de como funcionava um leilão, isso me ajudou bastante”. Então desde a primeira oportunidade ele procurou aprimorar o conhecimento, principalmente os relacionados à qualidade dos animais e sobre o mercado de venda e compra, onde estão envolvidos os interesses de quem está investindo. 86
Como acontece com a maioria dos leiloeiros, a profissão demanda tempo e, muitas vezes eles passam vários dias fora de casa. “Mesmo tendo que ficar ausente da família, gosto muito do que faço e quando estou em um evento de casa cheia, o prazer é ainda maior, principalmente se você atinge 100% de liquidez”, destaca. João Batista Oliveira é requisitado para leiloar em várias partes do país e principalmente nas cidades da região próxima de Uberaba. Para ele não existe uma preferência de leiloar uma raça específica, o importante é fazer o leilão com responsabilidade, o que existe são maneiras diferentes de ofertar cada animal. Sobre os leilões virtuais (transmitidos pela TV) João acha importante, pois a prática diminui os custos e também preserva os animais de deslocamentos por longas distâncias. Mas a preferência dele é pelos leilões de
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recinto, onde há um contato direto com os compradores, vendedores e toda equipe de apoio. Nestes quase 30 anos de vida dedicados ao mundo dos leilões, João Batista já viu muitas coisas e presenciou histórias engaçadas. “Uma passagem que não esqueço aconteceu quando eu estava trabalhando em um leilão no sul de Minas, no momento em que os animais começaram a ser apresentados caiu uma chuva pesada e uma descarga elétrica atingiu o microfone. Eu levei um baita choque”. Lembra. Nos momentos de folga gosta de uma boa pescaria, ler jornal, assistir leilões e curtir a família. Paralelo ao trabalho de leiloeiro ele também é locutor nas pistas de julgamento da Expo Zebu, Feicorte e Feinco no Agrocentro em São Paulo. ”Quero agradecer a revista InteRural pelo espaço concedido a nós, profissionais do martelo e parabenizá-la pelo trabalho de divulgação do agronegócio em todo Brasil”, disse João leiloeiro.
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LEILÕES
CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES
Leilão Querença: O melhor da raça Brahman
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ocalizada no município de Inhaúma, há cerca de 90 km de Belo Horizonte, o criatório da Fazenda Querença tem uma das mais importantes reservas da raça brahman. As atividades com esse segmento iniciaram em 1994, quando se deu a liberação da raça no Brasil, o criatório foi um dos pioneiros na implantação do Brahman. Logo, o remate da Querença tornou-se tradicional e é hoje um dos mais respeitados pelos criadores da raça no Brasil. Em uma noite muito especial em que participaram convidados de várias partes do Brasil e também de países da América do sul, foram oferecidos 21 lotes de animais de alta qualidade genética, prenhezes e aspiração. O evento aconteceu na própria fazenda, que dispõe de uma excelente estrutura para receber os participantes, proporcionando conforto e segurança. Na pista, os animais foram apresentados por uma equipe de manejo muito bem 88
treinada, dando aos visitantes oportunidades de avaliarem os animais de forma bem clara. Aldo Valente do criatório UberBrahman começou os remates levando para sua fazenda em Uberlândia-MG, a QUERJ 4343, uma linda bezerra de pista, com um futuro promissor e certamente será uma grande doadora. Outro destaque de venda foi a Miss Querença 2970, de 04 anos. foi vendida por R$ 210.000,00. Miss Querença 2970 é fruto do acasalamento entre QUERJ 1117 “Michelle” com o touro JDH Eliott Manso. O leilão também ofertou 12 prenhezes que atingiram R$ 396.000,00 e uma aspiração por R$ 36.400,00. O faturamento total foi de aproximadamente de R$ 950.000,00. Para o diretor da Fazenda Querença, Moisés Campos, o evento foi um su-
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cesso em todos os aspectos, com destaque para presença de público que demonstra grande interesse na criação da raça Brahmam e sobretudo pela qualidade dos animais. www.interural.com
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LEILÕES
CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES
Animais atingem média de R$ 10,5 mil no
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Leilão Elite de Touros Jovens
10º Leilão Elite de Touros Jovens, promovido pela Embrapa Cerrados, Embrapa Arroz e Feijão e Associação Goiana dos Criadores de Zebu (AGCZ) no dia 11 de setembro, em Goiânia (GO), faturou mais de R$ 460 mil com a venda de 44 animais das raças Nelore Mocho e Nelore Padrão. Os animais comercializados no remate foram selecionados na 12ª edição do Teste de Desempenho de Touros Jovens (TDTJ), realizado de junho de 2009 a abril de 2010, na fazenda da Embrapa, em Santo Antônio de Goiás (GO), que faz parte do Programa de Integração Lavoura Pecuária (PILP). A média de preços dos animais Nelore Mocho foi R$ 11.974,00 e do Nelore Padrão, R$ 9.444,00. O leilão deste ano manteve a tendência crescente de valorização dos animais provados pelo Teste
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de Desempenho da Embrapa, superando o preço médio de comercialização de anos anteriores. Em 2008, a média de preço na venda dos garrotes chegou a R$ 5 mil reais; em 2009, a R$ 8 mil reais e, em 2010, a R$ 10,5 mil reais. “Os resultados do leilão mostram o reconhecimento ao trabalho de seleção rigorosa a que são submetidos os animais que participam do Teste de Desempenho e dos criatórios que participam conosco dessa iniciativa”, destaca o pesquisador em melhoramento genético animal da Embrapa, Cerrados Cláudio Magnabosco. “A valorização dos animais do leilão deve-se às suas excelentes condições corporais, pois apesar da crise forrageira desse ano, os mesmos chegaram ao leilão com média acima de 560 kg de peso vivo”, analisa o zootecnista Fernando José Schalch Júnior, responsável técnico da Minerthal, que faz a suplementa-
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ção de precisão dos animais da Prova de Ganho de Peso da Embrapa. “É interessante destacar que o excelente resultado de ganho de peso obtido pelos animais é considerado baixo, justamente pela possibilidade de explorar todo o potencial produtivo das pastagens de ILPF e o potencial genético dos animais. Podemos considerar o custo de suplementação por volta de R$ 220,00 no período de julho de 2009 a setembro de 2010, com animais saindo de 250 kg aos oito meses e chegando a 560 kg aos 24 meses”, explica o zootecnista. A Prova de Ganho de Peso a Pasto Ano 13, correspondente a 2010/11, está em andamento e conta com a participação de 107 animais da raça Nelore oriundos de 34 criatórios de cinco estados do Brasil (GO, SP, BA, TO e do DF). Os animais selecionados participarão do leilão em 2011.
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Taurinos e zebuínos:
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Fazenda Rio da Paz e Estância Ponche Verde promoveram leilão em Cascavel-PR
Angus e Brangus são destaques no Sul
ealizado em 11 de setembro, a estreia do Leilão Destaque Angus e Brahman vendeu 218 animais tirados das fazendas Água Boa e Renascença; mais a Três Marias e a Cabanha Brasil Floresta. O remate ocorreu na sede da Renascença, que fica em Vargem, SC. Quem recepcionou os convidados foi Nelson Antônio Serpa. Os mais negociados foram os touros, com 41 lotes por R$ 316 mil. Deste grupo, 29 foram Angus e saíram à ótima média de R$ 8 mil. O Brahman também mostrou bom desempenho, com preço médio de R$ 7 mil nos reprodutores. Nas fêmeas, foram 10 lotes e a média ficou em R$ 8 mil. As 12 fêmeas taurinas alcançaram o valor de R$ 12 mil cada. Além dos animais de seleção, os promotores colocaram à venda 160 cruzados. A soma do grupo foi de R$ 188.560. A renda total da estréia foi de R$ 668.560 para 218 lotes vendidos. A organização ficou a cargo da Camargo Peroni, com trabalhos do leiloeiro Delamar Macedo. Pagamentos em 14 parcelas para elite e 60 dias para o corte.
1º leilão ZBR e convidados
Novamente o município de Passos- MG foi o centro da realização de mais um leilão de gado leiteiro. No dia 26 de setembro aconteceu o leilão ZBR e convidados. Na oportunidade foram ofertados 205 animais. Girolando bezerras R$ 3.424,38, novilhas Ins de R$ 3.445,20, novilhas P+ R$ 3.678,54, prenhez R$ 17.280,00, vacas em Lactação, média de R$ 5.334,69 e vacas P+ R$ 3.888,00, Gir Leiteiro novilhas P+ R$ 10.152,00, Vacas Lact. R$ 9.720,00, vaca P+ média de R$ 18.819.00, Aspiração média de R$ 8.532,00. www.interural.com
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4º leilão fazenda dos ipês A presença de criadores de várias regiões agitou o município de Bom Sucesso, MG. O movimento aconteceu para prestigiar o 4º leilão da Fazenda dos Ipês, do pecuarista Sílvio Vieira Costa, que colocou a venda 133 animais, das raças Holandesas, Girolando e Jersolando. O evento teve transmissão do novo canal. A disputa pelos melhores lotes só reforçou a qualidade dos animais. O faturamento total foi de R$ 366.984,00, com as seguintes médias: Bezerras Girolando; média de R$ 1.547,99; Bezerras Mestiças, média de R$ 1.188,00; Bezerras Holandesas, média de R$ 1.725.15; Novilhas Ins, média de R$ 2.352,00; Novilhas P+, média de R$ 2.811,85; Vacas em Lactação média de R$ 4.203,24; Vacas P+, média de R$ 3.456,00; Animal Problema, média de R$ 4.536,00; Jersolando Vacas em Lactação, média de R$ 5.400,00.
O 2º Leilão Produção Rio Da Paz e Ponche Verde ofertou 225 animais Angus no dia 25 de setembro no Parque de Exposições de Cascavel-PR. Foram para a pista 160 machos e fêmeas cruza Angus, 40 machos (36 PO e 04 CA) e 25 fêmeas (19 PO e 06 CA) da raça Aberdeen Angus. A Fazenda Rio da Paz (Cascavel/PR), de Renato Zancanaro, colocou em pista 18 touros e 10 fêmeas Angus, a Estância Ponche Verde (Guaraniaçu/PR), de Cristopher Filippon trouxe outros 17 touros e 10 fêmeas. Os convidados Agassiz Linhares Neto, da Fazenda Três Meninas (Cascavel/PR), Antônio Machado Oliveira Filho, de Estância Márcia Cristina (Ubiratã/PR) participaram com mais 05 machos. Os criadores, que selecionam Angus há mais de uma década, ficaram satisfeitos com o resultado do trabalho de seus criatórios em leilão organizado pela ABA. As condições de pagamento foram em 15 parcelas (2+2+11), com 8% à vista ou ainda em 120 dias direto com vencimento de 24/01/2011. A leiloeira foi a Panomarama Leilões e Max Tedy esteve no martelo. O resultado de reprodutores e matrizes teve um total comercializado de R$ 355.500,00. Média de machos foi R$ 6.870,00 e fêmeas R$ 3.668,00; o lote de maior cotação foi adquirido por Paulo Sérgio Correia Salvador por R$ 9.000,00 (TOURO). As vendas de animais de corte tiveram um total R$ 159.840,00, médias de machos R$ 1.006,00, médias de fêmeas R$ 791,00; o lote de maior cotação (com 35 animais) foi adquirido por Antonio Zancaro por R$ 930,00 por animal.
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LEILÕES
CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES
Leilão Território Senepol 2010
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raça mais uma vez marca seu território, o Território Senepol, em Uberlândia MG. Leilão promovido pelos criatórios Goud Senepol(Gilmar Goudard) e Senepol da Soledade (Ricardo Carneiro), que em sua segunda edição, contou com mais de 350 convidados selecionados e trouxe 9 novos importantes criadores para a raça. Dentre os novos criadores, nomes de peso agora somam forças à família Senepol, como: José Alexandre de Melo, Rubens Debs, Gilmar Dias, Daniel Boner, Keuler Barbosa, Dr. Humberto Estaquio, Julian Balduciel, Paulo Roberto Cunha e José Antônio Grama. Nesta edição os promotores tiveram uma preocupação maior com a pré-apresentação dos lotes, que ficaram expostos desde o CAMARU (Feira Agropecuária de Uberlândia MG, realizada entre os dias 31/08 à 07/09), com um novo conceito de exposição de animais. Já no dia 18 de setembro, a recepção e visitação ao lotes foram abertas aos convidados às 16h na Estância Goudard, novamente cenário deste evento. Cada detalhe foi muito bem planejado para que o evento conquistasse o mesmo desempenho espetacular que teve em sua primeira edição em 2008. O evento foi dividido em 2 momentos distintos porém focados no mesmo objetivo: fazer com que os convidados se sentissem em casa e ofertar animais cuidadosamente selecionados dos principais plantéis da raça Senepol do Brasil. No primeiro momento do leilão, no final do dia com um por do sol típico do cerrado, os convidados puderam analisar cuidadosamente os lotes, trocarem informações e experiências entre criadores, 92
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vendedores e compradores. Um clima familiar, aconchegante e descontraído. No segundo momento, já no começo da noite, os convidados foram se acomodando no recinto do leilão. O qual foi cuidadosamente decorado para que o convidado se sentisse inserido no conceito da rusticidade e da produtividade que a raça Senepol apresenta em suas características. O leilão foi coordenado pela Nova Leilões, representada por José Matuk e equipe. O leiloeiro oficial da raça, Cláudio Gasperini apresentou no início uma oportunidade exclusiva aos convidados, pacotes de doses de sêmen dos principais raçadores dos plantéis ‘Soledade’ e ‘Goud’. Touros em coleta nas centrais: Alta Genetics, CRV Lagoa e Semex. O remate contou com a participação de convidados como: Cond. Nova Esperança, Cond. Boa Fé, Faz. Hortense, Faz. San Francisco, Genetropic Agropecuária, Grama Senepol, Manuel Ávila Chytil, Senepol Água Limpa, Senepol da Agir, Senepol do Cerrado, Senepol GAB, Senepol JAM, Senepol Santa Helena e Tufubarina Senepol, que disponibilizaram o que tinham de melhor em novilhas e doadoras TOP, bases de plantel. Os índices do leilão Território Senepol 2010 foram surpreendentes . O faturamento do leilão foi de R$ 934.800,00 em 25 lotesofertados. Com uma média geral de R$ 37.392,00. Destaque o lote 17, www.interural.com
doadora ‘Guapa da JAJ’ do criatório Tufubarina Senepol, arrematada por R$ 120.000,00 pelo criador argentino Julian Balduciel. E, dentre os compradores destaque a Faz. Santa Rita do Fundão (Dr. Alexandre de Mello), maior comprador do evento. Este Território Senepol foi novamente um encontro de amigos, criadores, uma confraternização da raça, juntamente com os parceiros e patrocinadores (Chopp Brahma, Autus Chevrolet, Alta Genetics, SiloZam, Eurofarma Pearson, CRV Lagoa, Vale do Embrião, Udi Parking, Semex e Agrogado Rações). * Fonte: Território Senepol
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LEILÕES
CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES
Leilão de touros da Jacarezinho tem média de R$ 9,5 mil por animal
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17º Leilão de Touros Jacarezinho, realizado no dia 16 de setembro, em Araçatuba (SP), vendeu 150 touros Nelore avaliados com a excelente média de R$ 9.482,67. O faturamento total – incluindo 04 prenhezes, 30 bezerros de corte e 10 fêmeas de convidados – atingiu R$ 1.422.400,00. Foi o melhor entre todos os eventos comerciais já realizados pela Jacarezinho, e um dos melhores do ano.“Foi um leilão excelente. Todos os lotes foram bastante disputados por vários criadores, o que deu extrema agilidade ao remate. A valorização foi o reconhecimento a nossa melhor safra de
HB Garrucho fatura R$ 485 mil
No dia 12 de setembro a cidade de gaúcha de Esteio serviu de palco para remates da raça Crioula. Foi realizado o 12º Leilão Garrucho e HB. A promoção foi dos selecionadores Hernani Angeli e Hamilton Bulcão. O leilão de cavalos Crioulos HB Garrucho faturou R$ 485 mil com a venda de 46 exemplares. A média geral foi de R$ 10.543,00. As 41 fêmeas foram negociadas por R$ 446 mil, média de R$ 10.878,00 e os cinco machos, por R$ 39 mil, média de R$ 7,8 mil. A organização foi da Crioulo, para pagamentos em 50 parcelas e transmissão no Canal Rural. 94
reprodutores Nelore com CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção)”, ressalta Ian Hill, gerente-geral da Agropecuária Jacarezinho. Mais de 20 projetos pecuários de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pará, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás adquiriram touros Nelore da Jacarezinho. “A pecuária vive um bom momento. Os produtores estão conscientes da necessidade de ampliar a oferta de bois gordos para suprir as necessidades do mercado interno e externo. Com isso, investem em reprodutores com melhoramentos genéticos comprovados”, assinala Ian Hill.
1º Leilão parada da perfeição Foi realizado no dia 16 de setembro, em Barbacena-MG, o 1º Leilão Parada da Perfeição. O evento reuniu os melhores animais de cinco criadores, Aniceto Manuel Aires, Ellos José Nolli, Manuel Jacinto Gonçalves e Raul Pereira de Carvalho, ao todo foram 48 animais com excelentes características leiteiras. A organização foi da Embral e transmissão do Novo Canal. O resultado das vendas atingiu um total de R$ 806.976,00, com as seguintes médias. Bezerras Holandesas, média de R$ 14.183.99; Novilhas a Ins Holandesas, média de R$18.360.00; Novilhas P+ Holandesas, média de R$ 25.326.00; Vacas Lact. Holandesas média de R$ 19.742.40; e Vaca P+ Holandesa, média de R$ 18.819.00.
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30º Semana Nacional do Cavalo Campolina Encontro em BH movimentou R$ 6,5 milhões A ABCCCampolina (Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina) reuniu criadores e apreciadores do cavalo Campolina de todo o Brasil durante a 30ª Semana Nacional do Cavalo Campolina, realizada de 4 a 11 de setembro, no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte. O evento contou com diversos concursos, julgamentos, provas e leilões, teve um público visitante de 12,3 mil pessoas e movimentou cerca de R$ 6,5 milhões. Em constante evolução, a raça Campolina tornou-se altamente valorizada. Os animais foram comercializados em leilões ou diretamente nos haras e exposições que, muitas vezes, funcionam como porta de entrada para novos criadores e proprietários. Os sete leilões realizados movimentaram um total de R$ 6 milhões, com a venda de 250 animais. Os negócios diretos entre criadores totalizaram R$ 500 mil. Entre animais reprodutores, matrizes e embriões, o lote de destaque ficou por conta da venda da matriz Inédita do Oratório, comercializada por R$ 353 mil. Durante o evento, o público vibrou com as provas funcionais e maneabilidade.
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