Revista InteRural - Fevereiro 2010

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safra 2009/10

Interural

Dólar continua sendo o grande vilão deste mercado

revista do Agronegócio

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Vacas Leiteiras

Erros mais frequentes no manejo nutricional de vacas leiteiras confinadas Página 44

EsPEcial lEilõEs Vida de LeiLoeiro

Entrevista com Eduardo Vaz

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r$ 7,90 | nº 30 | FEVErEIrO dE 2010 | AnO 4

www.interural.com AnO 4 | FEVErEIrO dE 2010 | nº 30

11° Congresso Pan-Americano do Leite Belo Horizonte será a capital mundial do leite em 2010 Página 30 www.interural.com

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editorial

E

ntre os dias 22 e 25 de março, Belo Horizonte será a capital pan-americana do leite. Durante esse período, será realizado o 11º Congresso Pan-Americano do Leite, o maior evento lácteo da América Latina, que vai acontecer no Minascentro e deve atrair cerca de 2,5 mil pessoas, superando as edições anteriores. Pensando na grandeza desse evento, a InteRural destaca, nesta edição, tudo o que será apresentado no evento. As palestras, visitas técnicas, concursos, enfim, um geral do maior evento da pecuária leiteira mundial, que vamos conferir em março/2010. O megaevento do mercado leiteiro vai contar com a presença de compradores internacionais, expor-

tadores, pesquisadores e técnicos, produtores, profissionais do setor leiteiro, comerciantes, cooperativas, entre outros. São esperados também, 600 estrangeiros de, aproximadamente, 40 países, que buscam entender melhor o mercado lácteo mundial. O mês de fevereiro de 2010 será marcado pelo início da colheita da safra 2009/10. Agricultores estão apreensivos com os preços, e a InteRural foi atrás de especialistas de mercado para nos dizer o que podemos esperar para os próximos tempos na agricultura brasileira. A InteRural resolveu sofisticar a culinária e criar o “Espaço Gourmet InteRural”. Nesta edição, o Espaço Gourmet esteve na Fazenda Morro Alto II, do pecuarista Aldo Va-

lente, que nos serviu um delicioso bacalhau à Gomes de Sá. Além de tudo isso, a InteRural ainda traz várias outras matérias sobre: a agricultura, a pecuária, tanto no leite quanto no corte, e o caderno especial da raça Brahman, que já em sua segunda edição apresenta informações valiosas para a raça, bem como a cobertura da posse do presidente José Amauri Dimarzio. Certamente, vocês irão apreciar esta edição. Até março. Uma ótima leitura!

Renata Paiva Diretora de Jornalismo

www.interural.com expediente

SAFRA 2009/10

InteRural

Dólar continua sendo o grande vilão deste mercado

VACAS LEITEIRAS

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Diagramação Carolina Messias da Silva

Consultoria Jurídica Breno Henrique Alfonso de Arruda

Colaboradores Agripoint ReHagro Link Comunicação Rural Business

Impressão Gráfica Brasil

Estagiários Thainã Neves Davi Thielmann

InteRural Uberlândia - MG Rua Rafael Marino Neto nº 600 Bairro Karaíba, Ubershopping, loja 56 contato@interural.com (34) 3210-4050

InteRural Itumbiara - GO Av. Beira Rio, 1001, sala 07 Itumbiara-GO interural.go@hotmail.com www.interural.com A revista InteRural é uma publicação mensal. Todos os anúncios, imagens e artigos publicados e assinados são de responsabilidade de seus autores. É estritamente proibida a reprodução parcial ou total sem autorização de seus autores.

R$ 7,90 | Nº 30

30

Revisão Ivone Assis e Ione Mercedes

Editora e jornalista responsável Renata Paiva Mtb 12.340 Mg

Pré-impressão CTP Registro Digital

ANO 4 | FEVEREIR O DE 2010 | Nº

Diretor Comercial Mário Knichalla Neto

Consultoras de Venda Fabíola Paiva fabiola@interural.com Lydiane Caixeta lydiane@interural.com Daiane Lemes daiane@interural.com

Fotógrafos Colaboradores Paulo Sérgio (Churrasquim) Luciene (Flash fotografias)

| FEVEREIRO DE

2010 | ANO 4

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Direção geral Mário knichalla Neto mario@interural.com Renata Paiva renata@interural.com

11° Congresso Pan-Americano do Leite

Belo Horizont e mundial do leiteserá a capital em 2010 PÁGINA 30

ESPECIAL LEILÕE

VIDA DE LEILOEIRO

Entrevista com Eduardo Vaz

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Erros mais frequentes no manejo nutricional de vacas leiteiras confina das

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sumário matéria de capa

11° Congresso Pan-Americano do Leite

Belo Horizonte será a capital mundial do leite em 2010 20 |

InteRural News

agricultura 22 | Safrinha: Produção deve aumentar 24 | Cafezais: Mato danifica lavouras 28 | Mercado: Preço da Soja

Brahman 56 | ACBB: José Amauri Dimarzio toma posse novamente da associação

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eSPAÇO GOURMET 70 |

Bacalhau a Gomes de Sá

EVENTOS 72 |

PRODUTOR DE SUCESSO ovinos 42 |

Entrevista com Eduardo Dessimoni

ovinos 64 |

pECUÁRIA

TRCOF: Contagem de ovos nas fezes

44 | Manejo nutricional de vacas leiteira 48 | Cuidados com bezerros 50 | Produção de leite higiênico 54 |

Expoinel 2010

lEILÕES 76 | Vida de Leiloeiro 78 | II Leilão virtual Fazenda Valinhos e Java Pecuária 86 | Leilão Fazenda Nossa Senhora do Carmo

Influência do período de “Pré´terminação” no confinamento

NEGÓCIOS 68 |

Sistema de certificação de armazenagem

cLASSIFICADOS 90 | Fique por dentro dos preços e realize bons negócios nos classificados da InteRural



NOTAS

Notas

Amazônia só tolera mais 3% de desmate Aquecimento Global destrói cobertura mínima necessária para proteção do solo

O

desmatamento da Amazônia, atualmente, cobre uma área de 17% da floresta. Se o desmatamento contínuo, futuramente, destruir um pouco mais e completar a marca de 20%, estudos sobre a região, feitos pelo Banco Mundial, afirmam que todo o resto da floresta será destruído a curto prazo pelo aquecimento global. O documento, que reúne conclusões de vários estudos publicados nos últimos anos, simula o comportamento da Amazônia em diferentes cenários projetados pelo IPCC (painel do clima da ONU). Cientistas descobriram que o efeito da unção de incêndios, desmatamentos, e mudanças climáticas, levam a floresta a um ponto em que o bioma perde sua “massa crítica”, necessária para sua sobrevivência. As árvores tropicais revelamse de grande importância para a regulação do clima e do regime de chuvas,

sem elas, forma-se um efeito dominó, que prejudica todo o bioma. Na pior das expectativas, a floresta Amazônica encolherá 44% de sua extensão até o ano de 2025, pois o volume das precipitações tende a aumentar durante o período de chuvas e diminuir nos períodos de seca, afetando toda a natureza dos rios e toda a bacia. Na parte contínua do leste amazônico ao Nordeste, as consequências serão mais graves. O período da seca aumentará, trazendo um clima mais quente e o avanço da vegetação típica do semiárido. Essa mesma região poderá perder 74% de sua área atual. Já a parte Sul da floresta terá, pelo menos, 30% de sua região tropical substituída por cerrado até 2025. Esse tipo de vegetação, assim como a caatinga, tem árvores menores, que absorvem menos gás carbônico da atmosfera. O Aquecimento Global, portanto, aumentará, com mais carbono no ar, espalhando-se para o resto do país. A região Nordes-

te sofrerá estiagens mais prolongadas, que prejudicarão a agricultura e a geração de energia elétrica da região. “É a primeira vez que um trabalho avalia esses abalos [aquecimento global, incêndios e desmatamento] conjuntamente. A situação é grave. Precisamos tomar medidas imediatas”, avalia Thomas Lovejoy, presidente do Comitê Científico Consultivo Independente do relatório do Banco Mundial. Apesar de as pesquisas indicarem que parte das perdas amazônicas sejam inevitáveis, o documento propõe soluções como ações de reflorestamento. Lovejov, que estuda a região há mais de 30 anos, afirma que elas são “imprescindíveis” e devem iniciar-se pela Amazônia Oriental. Carlos Nobre, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), dá ênfase a ideia de que o reflorestamento é importante, entretanto, insuficiente. “Não adianta nada se os países não diminuírem as emissões de gases-estufa” afirma.

Rio Grande do Norte continua vacinação contra peste suína até 18 de Março Com início em 18 de Janeiro, o rebanho rio-grandense será vacinado até Março Com doses adquiridas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, fiscais do serviço oficial realizam a vacinação contra a peste suína clássica no rebanho do Rio Grande do Norte desde 18 de janeiro, com término em 18 de março. O órgão oficial de defesa animal, sob coordenação e supervisão técnica da Superintendência Federal de Agricultura, e o Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado, fazem a aplicação de maneira exclusiva. A meta oficial, durante dois meses, é proteger 120 mil animais contra a doença. Os municípios de Mossoró, Macaíba, Ceará – Mirim e Arêz –, áreas de grande concentração de suinoculturas, foram os

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primeiros a receber as dosagens. Em breve, o atendimento será estendido a todo o estado, contando com a parceria das prefeituras municipais e a mobilização das comunidades rurais, além da cessão de funcionários para auxiliar na campanha. Ana Cristina Duarte, responsável técnica pela área animal do Serviço de Sanidade Agropecuária, informa que o plano estratégico de vacinação contra a peste suína no Rio Grande do Norte prevê a contenção da doença e a execução de mais duas etapas. “A vigilância permanente é a melhor forma de prevenção”, afirma Ana. Um foco da doença ocorreu no ano de 2001, e, durante dois anos, foi realizado o programa de vacinação ofi-

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cial, que imunizou 90% dos suínos. Na campanha desempenhada em 2009, foram aplicadas cerca de 92 mil doses, e 11.080 propriedades criadoras foram cadastradas e mapeadas.

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Banco do Brasil e JBS ampliam crédito para pecuarista Acordo firmado promete financiar fornecedores de carne bovina A equipe JBS Friboi e o BB (Banco do Brasil) anunciaram o resultado de um acordo entre as partes. A união das empresas resultou em um convênio com o intuito de ampliar a oferta de financiamento aos fornecedores de carne bovina do frigorífico. O convênio vigorará por dois anos, e pode ser prorrogado pelo mesmo período. O JBS revela que a expectativa é de acolher propostas que totali-

zem, ao menos na fase inicial, R$ 10 milhões. Reforma de pastagens, recuperação e construção de áreas rurais, além de investimentos em infraestrutura, são pontos de assistência de crédito ao pecuarista que o projeto executa. O banco JBS, que é braço financeiro da companhia, será responsável pelas operações, o grupo possui, atualmente, cerca de 30 mil fornecedores de carne bovina no Brasil.

Bagaço da cana prolifera mosca-dos-estábulos e causa prejuízos de US$ 100 milhões Brasil sofre com prejuízo milionário

Em 2009, a mosca-dos-estábulos trouxe prejuízo de US$ 100 milhões para todo o Brasil, nos municípios de Caarapó e Angélica, no Mato Grosso do Sul. Os danos ultrapassaram os prejuízos financeiros, afetando a saúde do rebanho e de funcionários das fazendas que foram picados pelo inseto. Com o intuito de ajudar a preservar o meio ambiente, o bagaço da cana deixou de ser queimado para evitar a emissão de gás carbônico na atmosfera. As constantes chuvas acima da média, entre os meses de junho e novembro, revelam-se como causa principal para o aparecimento da mosca, que se desenvolve em usinas de cana-de-açúcar. A Umidade proveniente destas dessas faz com que a mosca se prolifere com maior intensidade nas fezes de animais e restos de alimentos. Geralmente, as moscas se dirigem a um rebanho próximo, em especial, de gado leiteiro. As picadas causam mal-estar ao animal, irritação na pele, perda de 20% de seu peso e diminuição drástica de até 60% na produção de leite. “A picada do inseto, além de ser muito dolorida, provoca estresse com alterações no comportamento dos animais, o que contribui para a redução de ganho de peso e da produção www.interural.com

de leite, além de ser capaz de atuar na transmissão de vários patógenos de importância em bovinos e equinos, tais como bactéria das mastites e da brucelose, ovos de alguns vermes intestinais e o vírus da febre aftosa”, afirma o Engenheiro Agrônomo Fabrício Borges Ruzafa. Até então, nenhuma solução permanente foi encontrada. Pesquisadores e representantes da cadeia produtiva se reúnem desde dezembro de 2009 a fim de descobrir ações preventivas para essa praga. Pesquisadores da (UFGD) Universidade Federal de Grande Dourados e da Embrapa estão responsáveis pelas recomendações técnicas, e a Famasul, Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, será responsável pela educação do produtor rural. A Embrapa orienta os produtores a deixar as instalações limpas, além de drenar a água da chuva, já nas usinas, a dica é misturar a palha da cana-de-açúcar ao solo, em lugares sem umidade.

equinos e bovinos, mas pode atacar outros animais domésticos e o homem; - Onde se prolifera: ocorre em diversos países do mundo, principalmente em áreas ao redor de estábulos e confinamentos; - Como Evitar: Manter a higiene das instalações; utilizar, quando necessário, inseticidas registrados para o controle da mosca e para o uso em animais e sempre com a orientação de um profissional técnico qualificado; distribuir de forma fracionada a vinhaça, obedecendo a um intervalo entre aplicações, permitindo sua rápida absorção pelo solo; incorporar a palha de cana pós-colheita ao solo após a primeira aplicação de vinhaça; e manejar a pastagem que vedada, com abundância de forragem seca e palhada, também, pode-se, em condições de muita umidade, permitir o desenvolvimento de moscas.

Características da Mosca: - Nome científico: Stomoxys calcitrans; - Nome popular: Mosca-dos-estábulos ou mosca-do-bagaço; - Vítimas: ataca, preferencialmente, InteRural - Revista do Agronegócio | Fevereiro 2010

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NOTAS

Fazenda Cutrale sofre perdas para MST Diversos materiais da Cutrale são encontrados com o grupo sem-terra

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o dia 29 de janeiro de 2010, fertilizantes, defensivos agrícolas, furadeiras e galões de lubrificantes foram apreendidos pela Polícia Civil em ação policial na região de Laras, São Paulo. O material estava com pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, o MST, e pertence à Cutrale. A ação, com nome de Operação Laranja, resultou em 20 mandados de prisão a suspeitos de envolvimento em invasão e depredação da Fazenda Cutrale, entre os meses de setembro e outubro de 2009. Cerca de nove sem-terras foram presos, dois deles em flagrante por porte ilegal de armas. O responsável pelo inquérito, delegado da cidade de Agudos (SP), Jader Biazon, declarou que o material apreendido na operação, em assentamentos e em residências de alguns dos presos, foi identificado por meio de números de lotes por

um representante da Cutrale. Os indivíduos presos em flagrante pagaram fiança e já estão soltos, entretanto os sete presos por suspeitas de participação nas invasões continuam detidos. Cerca de outros 13 sem-terras estão foragidos. Um dos coordenadores do MST assegurou não acreditar que o material tenha sido realmente furtado pelos sem-terra. “Precisa ver se isso é verdade ou não”, afirmou Gilmar Mauro. Durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, o Líder do MST, João Pedro Stedile, argumentou que a operação da Polícia teve motivações políticas. Segundo ele, a ação foi estimulada pela proximidade da reabertura dos trabalhos do Congresso, em que está em curso uma CPI que investiga as atividades do MST. Stedile chegou a mencionar que Jader Biazon é “pau mandado do governo”. O dirigente revelou ainda que

haverá movimentos sociais, campanhas contra sucos da Coca-Cola, que é principal compradora da Cutrale, como maneira de expressar o sentimento de injustiça e repressão. Em resposta, Biazon assegurou que seu trabalho é baseado na lei e que não é influenciado pela política. Ele afirmou que vai tomar conhecimento das declarações oficialmente para, depois, decidir quais providências irá tomar.

Gir da Tropical Genética produz mais de 1.000 litros de leite por dia Cerca de 71 animais são ordenhados todos os dias

A associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), em seu último controle oficial, do dia 13 de janeiro de 2010, reconheceu que a Tropical Genética, em seu rebanho Gir leiteiro, alcançou a produção total de 1.280 litros de leite, sendo que 71 vacas da raça Gir foram ordenhadas com a média de 18,03 litros de leite vaca/dia. O equipamento de ordenha mecanizada é moderno, com sacador automático e medidor de fluxo, realizam-se 2 ordenhas por dia. O temperamento dócil do Gir Leiteiro é evidenciado na fácil adaptação à produção intensiva focada na sustentabilidade econômica. Dividida em dois sistemas, a produção de leite da Tropical Genética separou em partes que se dedicam somente à raça Girolando, que abriga o Gir Leiteiro e as doadoras Girolando, que permanecem no local para facilitar as coletas de oócitos destinados à fecundação in vitro (FIV). Os melhores animais para a reprodução por meio de FIV 10

e TE (Transferência de Embrião) são selecionados para o processo de fecundação. A central Alta Genetics e a equipe Tropical Genética são responsáveis por todo o processo. “A vaca Gir Zebuína se revela com mais rusticidade, diferente das raças taurinas, que não estão adaptadas ao nosso clima e às nossas forragens. Além disso, a raça Gir se destaca na produção de sólidos, outras raças produzem mais

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sólidos do que leite, e o Gir proporciona leite, gordura e proteína em quantidade vantajosa, explica Milton Neto, um dos proprietários da Tropical Genética. “Em relação às vantagens quanto à qualidade do leite, Milton salienta a importância de se consumir um produto saudável:” Por serem Gir zebuínos, o animal não sofre tanto com o uso de agentes químicos, a ação dos medicamentos é menor, resultando em um leite com menos agrotóxicos e mais saudável.

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NOTAS

Minas tem o maior número de propriedades aptas a exportação para a UE Minas alcançou o primeiro lugar no Brasil com o título de estado que possui o maior número de propriedades autorizadas a comercializar carne para a União Europeia, são ao todo 640. Atender à demanda europeia não é algo fácil de conquistar. É necessário cumprir rigorosos padrões de mercado, por isso, são feitas auditorias que avaliam o trabalho realizado pelos produtores. Para que haja uma auditoria, é pertinente fazer a rastreabilidade de seu plantel, pela qual são avaliadas pelo IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) as condições dos animais. A propriedade também é avaliada por uma certificadora escolhida pelo criador. Estando todos os quesitos aptos, um órgão oficial fará a auditoria e autorizará a venda para exportação. Paulo Roberto Nascimento foi o primeiro proprietário no estado a ter o certificado de exportação, para ele, manter a rastreabilidade do animal é um fator de extrema importância para estabelecer relação com o animal e abrir portas para a comercialização. Proprietário do confinamento Elite, em Capinópolis (MG), confina por ano, aproximadamente, 12.000 animais, “Manter cuidados sanitários, um

bom trabalho de manejo, utilizar produtos de qualidade, tudo isso fez com que mais uma vez ganhássemos a autentificação para exportar carne a UE”. O IMA gerencia o Projeto Estruturador Certifica Minas, que prioriza a rastreabilidade do boi, criando uma nova cultura entre os pecuaristas. Minas Gerais conta com 21 equipes do IMA para fazer o trabalho de auditoria nas fazendas. O Instituto possui 42 profissionais que trabalham com auditorias do Sisbov, o que permite a realização de cerca de 100 auditorias por mês. Em 2 de março, integrantes do Departamento de Alimentação e Veterinária da União Europeia chegam ao Brasil para verificar se o país está cumprindo as regras de rastreabilidade da carne exportada para a Europa. Até o dia 15 de março, o grupo percorrerá propriedades, frigoríficos, laboratórios, portos e estruturas de inspeção de animais. Os visitantes verificarão sistemas de rastreamentos do gado, controle do trânsito, vacinação, certificação, legislação sobre focos e controle da febre aftosa. O roteiro das visitas será definido em 15 de fevereiro, nove estados poderão recebê-los. Atualmente, quase 2.000

fazendas brasileiras estão habilitadas a atender à demanda dos europeus, sendo 112 no Rio Grande do Sul. O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério de Agricultura (Mapa), Inácio Kroetz, afirma que o intuito da auditoria não é cortar ou incluir propriedades na lista de fazendas, é, sim, de analisar o processo brasileiro em seu todo. “Essa missão não auditará nada de novo, mas o que está vigente, a Instrução Normativa 17”. Antes do Brasil implantar as regras do novo Sistema de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos, receberá a inspeção da UE.

Queda de energia elétrica provocou morte de 20 mil frangos e grande prejuízo em SP Granja em Porto Feliz perdeu R$ 90 mil Devido a fortes ventos e chuvas no domingo de 10 de janeiro, postes caíram rompendo cabos elétricos na região próximo de Sorocaba, cerca de 118 km da Grande São Paulo. A falta de energia elétrica provocou a morte de 20 mil frangos em uma granja de Porto Feliz. Após 12 horas sem eletricidade e cerca de 15ºC acima do suportável, as aves não resistiram. A mortalidade atingiu mais de 60% das aves do barracão, as 20 mil aves que morreram já estavam em ponto de abate e seriam entregues ao frigorífico em breve. O proprietário calcula que os prejuízos cheguem a R$ 90 mil reais. A ausência de eletricidade ma12

tou os frangos de calor, pois o barracão funciona no sistema de pressão negativa, o ar entra por tijolos furados, e um conjunto de exaustores forma uma corrente de vento que refrigera o ambiente. Sem energia elétrica, as cortinas caem, entretanto o sistema só continua funcionando por mais duas horas, a partir daí já há mortandade das aves. “A temperatura de criação dessas aves é em torno de 21º a 22º. Com a falta de energia e o não-resfriamento do barracão, essa temperatura interna chega de 35º a 36º. A fisiologia da ave não aguenta”, explicou Marcelo Pequini, gerente de operações agropecuárias. O produtor Romeu Melicardi tra-

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balha com frango de corte há 14 anos. “Você tem uma vida, uma produção. Você conta com esse dinheiro para pagar as contas. E, por uma falta de energia, você vê todo o trabalho perdido”, lamentou. “De acordo com o código de Defesa do consumidor e as resoluções do Aneel, a distribuidora de energia deverá responder perante o consumidor pelos prejuízos causados em função da interrupção do fornecimento da energia elétrica. Portanto, a responsabilidade da distribuidora poderá ser afastada, caso seja comprovada que a interrupção tenha ocorrido por força maior.” Afirma Vanêssa R. C. Pereira Fialdini, advogada do escritório de Advocacia Fialdini. www.interural.com


Maior evento da agricultura mundial será em Natal Umas das cidades praianas mais bonitas do Brasil sediará o mega evento No ano de 2011, o maior evento da agricultura mundial será sediado em um dos mais belos cartões postais do nosso país. World Aquaculture Society ou Was, como é popularmente chamado, acontecerá ao mesmo tempo que a 8ª Feira Nacional do Camarão (Fenacam), que terá lugar entre os dias 6 e 10 de junho de 2011. Apesar de o evento não estar tão próximo de ocorrer, os executivos estrangeiros da Was se reuniram com empresários e autoridades potiguares no Hotel Quality, Ponta Negra, no dia 25 de janeiro, para iniciar os preparativos. A expectativa é de reunir pelo menos 2,5 mil participantes, entre técnicos, profissionais e estudantes de Agricultura na Was, destaca o coordenador do comitê e diretor executivo da Fenacam, Paulo Henrique Nunes. “É o maior evento do mundo do gênero. Todos os profissionais, técnicos, estudantes e interessados terão acesso às ultimas tecnologias e novidades do setor”, diz. A organização espera que cerca de dez mil pessoas passem pelo evento, que contará com stands de produtos e serviços do mundo todo. A (ABCC) Associação Brasileira dos Criadores de Camarão, os Governos do Estado e Federal, e Sebrae são alguns dos principais apoios que o evento recebeu. De acordo com Nunes, o encontro do dia 25/01 serviu para selar o suporte dos órgãos governamentais e detalhar o evento. Itamar Rocha, presidente da

ABCC, comemorou o fato do evento ser sediado em Natal. Ele informa que todo o material de apoio tecnológico, nutrição, controle de doenças e genética será trazida dos Estados Unidos e União Europeia, o que resultará ao Brasil oportunidades de resolver vários problemas do cultivo de frutos do mar e peixes. “É um avanço muito grande que vamos ter. Teremos condições de tomar conhecimento ao vivo desses avanços tecnológicos e fazer com que o Brasil ultrapasse vários entraves de manejo”, afirmou Itamar. Embora ainda não haja estimativas a respeito do volume de negócios gerados pela Was, Itamar Rocha garante que as expectativas são as melhores. Cerca de quatro mil pessoas participa-

ram do último evento da Associação em parceria com a ABCC, em 2003, na Bahia. O evento vem para o Rio Grande do Norte em uma boa fase da aquicultura potiguar. Segundo o presidente da ABCC, o setor segue bem apostando no mercado interno. “Tivemos quatro anos seguidos de problemas, mas hoje podemos dizer que estamos muito bem”, acrescentou. A Was foi criada em 1969, e já passou por vários países, no intuito de possibilitar a troca de informações, modernizar e profissionalizar agricultura em todo o mundo. A primeira edição brasileira aconteceu no ano de 2003, em Salvador (BA).

4ª Semana de Agronegócios Cooprata promete grandes novidades e grandes atrações O evento na cidade do Prata, em Minas Gerais, que está em sua 4ª Edição acontecerá entre os dias 13 e 16 de Maio. Dia de campo, atividades com as comunidades, shopping de animais, prova de team peanning, e shows com as duplas sertanejas João Bosco e Vinícius e Zezé Di Camargo e Luciano completam a grade www.interural.com

de grandes atrações da programação. A semana de agronegócios também prepara uma homenagem as mulheres no dia 15, com o dia do encontro da mulher cooperativista. Outra grande atração da feira é o primeiro leilão realizado durante as feiras da Cooprata, com transmissão ao vivo

pelo AgroCanal, dia 14, às 20h. O leilão será realizado pela InteRural Leilões. “A 4ª Feira de Agronegócios Cooprata, será uma grande oportunidade de encontro de produtores regionais. Esperamos bater os números de 2009”, afirma Adelino José Pereira Neto, organizador da Cooprata.

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NOTAS

Mapa fiscaliza 100% de Experimentos com Organismos Geneticamente Modificados Em 2009, todos os experimentos e pesquisas de campo feitos por diversas empresas foram fiscalizados. Empresas de biotecnologia, universidades e empresas públicas, como a Embrapa, tiveram cem por cento de seus experimentos e pesquisas de campo fiscalizados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento no ano de 2009. Com atenção especial voltada para as OGMs (Organismos Geneticamente Modificados), essas pesquisas e experimentos testaram a variedade de sementes com maior tolerância a herbicidas e resistência a insetos e pragas. A fiscalização é feita por fiscais federais agropecuários das Superintendências Federais de Agricultura dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e no Distrito Federal. “Essa ação é fundamental para prevenir o uso de OGMs ainda não autorizados para a cadeia produtiva agrícola”, afirma o coordenador de Biossegurança de Organismos Geneticamente Modificados da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, Marcus Vinícius Coelho. O Brasil é um dos maiores produtores e fornecedores de soja geneticamente modificada autorizada, voltada para a exportação. A fiscalização sistemática dos experimentos nessas áreas busca melhorar a credibilidade e a qualidade do produto brasileiro no mercado internacional. O Ministério da Agricultura fiscalizou 350 lavouras comerciais de milho em 2009, para evitar o não cumprimento das regras de coexistência entre o grão geneticamente modificado e também o convencional. “Essa ação garante a produção dos dois tipos de culturas sem problemas de polinização cru14

zada entre milho convencional e o modificado, que pode prejudicar o produto convencional”, explica Marcus Vinícius. No caso de descumprimento, o agricultor é autuado, com multas entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão. Como treinamento, a Coordenação de Biossegurança de OGM da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa orienta os fiscais sobre as técnicas relacionadas a cada experimento. A sinalização do local do experimento, a destinação de grãos e as sementes produzidas, a limpeza dos equipamentos e o monitoramento pós-colheita são alguns dos pontos que passam pela fiscalização. A Diretoria Geral para saúde

e Consumidores da União Europeia enviou ao Ministério da Agricultura um relatório favorável a respeito do controle das atividades com OGMs no Brasil. O resultado apresenta que o país é capaz de atender às exigências nas cultivares ainda não liberadas e no uso comercial. “A União Europeia é um importante parceiro comercial e grande comprador de grãos brasileiros. O reconhecimento significa atendimento às regras europeias relativas às OGMs, o que facilita o comércio”, reconhece Marcus Coelho. A coordenação de Biossegurança de OGM assegura que a meta é manter a fiscalização de 100% dos experimentos em 2010.

Agrishow 2010 promete novidades! Apesar de grandes montadoras terem ficado de fora do evento no ano de 2009, a Agrishow 2010 contará com a presença garantida das grandes marcas de máquinas agrícolas. O evento, que está na 17ª edição, será realizado no Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológicos do Centro Leste, em Ribeirão PretoSP, entre os dias 26 e 30 de Abril. Ainda não foram revelados detalhes, entretanto as assessorias do ramo asseguram que o mistério valerá a pena, pois grandes novidades surpreenderão o público de 2010. Uma delas é a participação da John Deere em uma nova área do evento, destinada à irrigação, onde será exposta a John Deere Water. Neste ano, a feira terá um espaço 50% maior receberá uma nova configuração. Terá uma planta assimétrica, com os pontos de interesse dos visitantes mais

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concentrados, facilitando a circulação. As áreas de alimentação serão descentralizadas, com mais praças de lanchonetes e restaurantes espalhadas por toda a feira, assim como novos e mais confortáveis sanitários. As principais avenidas serão pavimentadas com um material especial, que evita poeira e acúmulo de água de chuva. Já foram comercializados 145 mil metros quadrados para a instalação de estandes. Entretanto a organização do evento esclarece que, se necessário, haverá configuração da nova planta, permitindo aumento da área expositora. Até então, 730 expositores já confirmaram presença no evento. Para Facilitar o acesso, os estacionamentos foram reformulados e ampliados e comportarão 8.200 veículos, além da opção vip de estacionamento, com manobrista.

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NOTAS

Produtos veterinários sem licenciamento oferecem riscos a animais e população

Uberlândia sediará XIV Curso Novos Enfoques na Produção e Reprodução de Bovinos

Produtos veterinários, quando usados sem licenciamento, podem causar problemas para todos os usuários, desde animais, aplicadores e população. Consumidores de leite, ovos, carnes, pescado e mel, devem ficar atentos quanto à procedência desses alimentos. Todos os testes que garantem a qualidade e a segurança desses produtos são executados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). De acordo com o coordenador de Fiscalização de produtos Veterinários da Secretaria de Defesa Agropecuária, Marcos Vinícius Júnior, é de suma importância que os consumidores observem e adquiram apenas produtos registrados pelo Mapa. Atualmente, cerca de 7 mil produtos estão licenciados pelo ministério para utilização em bovinos, suínos, aves, equinos, pássaros, cães e gatos. Entre os produtos liberados, estão antibióticos, antiparasitários (para controle de carrapatos e verminoses), vacinas, xampus, sabonetes e produtos para diagnósticos de doenças. Como incentivo para utilização desses produtos, o Ministério da Agricultura fiscaliza os processos de fabricação, manipulação, exportação, importação, comércio e controle de qualidade. “Produtos veterinários que não possuem registro junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento são considerados clandestinos para o Serviço de Defesa Sanitária Animal de Fiscalização. Como são produtos sem registro, não se apoiam em um estudo quanto à sua eficiência e eficácia, não sabemos quais serão os benefícios e também efeitos colaterais para os animais e manipuladores”, afirma Ivone Vieira Marcondes, Fiscal Agropecuária e Médica Veterinária do IMA Uberlândia. O produtor que utiliza esses produtos clandestinos pode ter perdas financeiras diretas e indiretas, pois, além de não obter a resposta desejada com o tratamento, muitas vezes, sofrerá a perda do animal. Já naqueles animais destinados à alimentação humana, surgirão complicações e danos à saúde, que podem variar desde uma simples intoxicação até o óbito. A fiscalização do comércio de produtos de uso veterinário é feita, periodicamente, pelo IMA – Instituto Mineiro de Agropecuária –, cumprindo rigorosamente as legislações. Em casos de produtos clandestinos no comércio, o estabelecimento infrator é autuado, e os produtos apreendidos, instaurando-se um processo administrativo, o qual poderá gerar multa e a incineração desses, respondendo o fabricante pela infração. O fabricante, o comerciante e o usuário de produtos clandestinos, além de responderem na esfera administrativa também responderão civil e criminalmente. O produtor, para não ser responsabilizado também, deve ser criterioso ao adquirir produtos veterinários, observando se estes possuem registro junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, prazo de validade, sem fracionamento, com bula e rótulo íntegros (não rasurados ou danificados), a fim de garantir saúde aos seus animais e à população.

Evento voltado a pecuária acontecerá em Março

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Nos dias 18 e 19 de março de 2010, a cidade de Uberlândia (MG), receberá profissionais da área, produtores e estudantes para a realização de cursos na área de produção e reprodução de bovinos. Com a organização da CONAPEC Jr, e coordenação do Professor José Luiz Moraes Vasconcelos, os participantes serão recebidos no espaço do Centro de Convenções do Center Shopping. Com palestrantes vindos de várias partes do mundo, as apresentações se dividem em palestras de leite, corte, manejo e sanidade. Na décima quarta edição do evento, a expectativa é de 400 participantes, média do evento de 2009. “Não sabemos informar quantos já estão inscritos, entretanto, cerca de 800 instituições já patrocinam o evento, e os patrocinadores têm direito a inscrições”. Informa José Luiz Vasconcelos, o Zequinha. O coordenador ainda reforça que o evento deste ano tem um foco maior para parte de confinamento e corte, estresse térmico, sanidade e doenças na reprodução dos animais. “Aguardamos uma participação efetiva do público, já que os palestrantes são de alto nível e o evento muito bem organizado, espero que as pessoas aproveitem”, destaca Zequinha. www.interural.com


Fábrica da Tortuga recebe certificado Feed & Food Safety Documento reforça a qualidade dos produtos fabricados no mais novo complexo de indústrias Tortuga Empresa pioneira em nutrição e saúde animal, Tortuga acaba de receber o certificado do programa Feed & Food Safely – Gestão de alimento seguro – Nível 3 – para sua unidade Pecém. O documento foi instituído pelo Sindicato Nacional de Indústrias de Alimentação Animal (Sindirações), e reconhecido pelo GlobalGap. A aplicação desse certificado é voltada para a fabricação de suplementos minerais, premixes, núcleos, concentrados e rações animais. Todo esse processo envolve um grupo de regras e procedimentos que asseguram ao cliente a conformidade do produto, se ele está dentro das especificações, se cumpre a legislação e se mantém segurança para a saúde animal, do homem e

meio ambiente, por exemplo. O nível que a fábrica possuiu representa que, além de atender às normas internacionais, exige a implantação do sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), que se define em uma sequência de passos com o intuito de identificar e avaliar os perigos de contaminação de um alimento, desde a fabricação até o consumidor final. O objetivo maior é controlar estes perigos, eliminandoos, reduzindo-os, prevenindo-os ou até mesmo para agir de maneira corretiva rápida. O presidente da Tortuga, Max Fabiani, afirma: “Esta certificação atesta que a unidade de Pecém, inaugurada no ano passado, tem infraestrutura, processos e equipamentos adequados, para produzir produtos

seguros e de qualidade. Corrobora também que as práticas e políticas da Tortuga são eficazes nas fases de pesquisa, desenvolvimento e produção”. Um dos destaques na construção da fábrica é a preocupação com a preservação do Meio Ambiente, pois, com aquecimento solar de água no restaurante e nos vestiários e com sistemas de separação e reciclagem dos resíduos, tais como embalagens plásticas, papel e papelão, orgânico, madeiras e metais, o desgaste do bioma será menor. A Unidade Pecém fica a 45km da capital Fortaleza, foi inaugurada em 7 de abril de 2009, e recebe pela primeira vez esse certificado.

Conservação e manejo do solo em destaque “Não é a toa que Patos de Minas sediou, no dia 19 de janeiro de 2010, o Seminário de Práticas Conservacionistas”, argumenta a pesquisadora da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minhas Gerais) Eliane Maria Vieira. “As cidades que se encontram na Bacia do Rio Paranaíba sofrem com o processo de erosão, e Patos está num grau elevado deste processo”. A prática conservacionista vem com o intuito de conscientizar os produtores que utilizam o solo de maneira incorreta inviabilizando o conceito de sustentabilidade. O processo de erosão é causado naturalmente pela quantidade e distribuição das chuvas, a declividade, o comprimento, a forma das encostas, o tipo de cobertura vegetal e, também, as ações antrópiwww.interural.com

cas, que, geralmente, aceleram o processo erosivo. As ações antrópicas estão ligadas ao retiramento vegetal de um solo, pois as raízes das plantas absorvem a água da chuva e a utilizam para sua nutrição, e, quando retiradas, o solo não consegue absorver a quantidade de água existente, portanto, surgem sulcos que desestabilizão o solo, assim como a construção, seja de qualquer âmbito que esteja ligada ao solo, causará alguma instabilidade. A erosão tratada no evento foi a laminar, e, nas palavras da pesquisadora, “a erosão laminar ocorre quando o solo sofre uma limpeza natural da chuva, abrindo espaço para as ravinas, consequentemente, o solo apresentará uma quantidade menor de nutrientes, sendo ele inutilizado para

plantio”. Para manter o solo estável, devemos manter práticas de prevenção como conservar a vegetação natural do solo, principalmente, em regiões montanhosas, não construir rodovias, prédios, hidrelétricas, túneis etc. perto de barragens, monitorar o solo constantemente, realizar o reflorestamento de áreas já devastadas.

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Notícias em Alta Notícias em Alta é uma publicação da Alta Genetics do Brasil Jornalista responsável: Luiz M. Pereira | Fotografia: Francisco Martins

Parceiro Alta é destaque na revista Mundo do Leite A edição de dezembro/2009 - janeiro/2010 da revista Mundo do Leite, publicada pela DBO Editores, traz a notícia de que a fazenda Rhoelandt (que utiliza 100% de sêmen de touros Alta e que é de propriedade de Ronald Rabbers) atingiu sua capacidade máxima de produção de leite e chegando a 13 mil litros de leite por dia, com 320 vacas em lactação e média de 41 litros de leite por animal.

Menge Gado Holandês é destaque por Tratamento de Efluentes A edição de dezembro/2009 - janeiro/2010 da revista Mundo do Leite, publicada pela DBO Editores, apresenta o trabalho realizado com o tratamento de efluentes na fazenda Santa Maria, de propriedade do criador Armando Menge. Essa ação reflete na redução de custos na adubação, gerando uma economia de até R$14 mil reais por ano. O que garante a sustentabilidade na produção leiteira já que os residuos oriundos da atividade são reaproveitados. Armando Menge é parceiro e cliente do programa de Contas Elite da Alta Genetics, onde através dos serviços do programa de acasalamento Alta Mate potencializa a escolha dos melhores reprodutores Alta para cada uma das vacas do rebanho Menge.

Recorde Nacional

2712 matrizes inseminadas em 48 horas

A fazenda Rio Preto de propriedade do criador Romão Ribeiro Flor bateu o recorde nacional de inseminação. Em apenas dois dias de trabalho a equipe de inseminadores da fazenda e da Cria Fértil, representante regional da Alta em Goiânia, inseminaram 2.712 matrizes. A Fazenda possui um projeto de melhoramento genético para cruzamento industrial com a raça angus utilizando matrizes da raça nelore há cerca de 10 anos. Durante esse período o Sr. Romão conta com os serviços e produtos oferecidos pela Cria Fértil, coordenada pelo gerente regional da Alta Ricardo César dos Passos O recorde foi estabelecido nos dias 15 e 16 de janeiro e foi coordenado por Cleverson Machado que comemorou com sua equipe “para se ter um bom resultado e sermos eficazes na reprodução, toda a equipe precisa estar muito bem integrada e feliz” e completa “quando temos uma propriedade organizada e com um foco muito bem esclarecido o trabalho flui muito positivamente”. Desde 2000 a Cria Fértil vem desenvolvendo uma parceria de resultados com a fazenda: “A escolha de bons reprodutores faz com que suas filhas e filhos tenham uma padronização de longe reconhecida. Isso traz ganhos na balança e no frigorífico para nosso cliente. Isso é criar valor, construir confiança e entregar resultados”, afirma Ricardo. Para o gerente de corte Europeu da Alta, Marco Antonio Oliveira, a qualidade dos animais é a prova do sucesso genético “Ficamos animados com a qualidade e a homogeneidade da progênie de nossos touros. Por exemplo, o touro Mile Maker apresenta filhas compridas e com muito volume de carne e musculatura” avalia. A Alta parabeniza o criador Romão Ribeiro Flor e a Fazenda Rio Preto pela conquista do recorde.

Cruzamento industrial = progênie do touro Mile Maker

Romão Flor, Sebastião “Capataz Geral”, Cleverson Machado, Ricardo César dos Passos

Retiro 4 fazenda Rio Preto 18

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Consultoria ReHAgro é o novo reforço ao programa de atendimento aos clientes elite da Alta

Novos enfoques na produção e reprodução de bovinos A Alta participa como parceira do XIV Curso “Novos Enfoques na Produção e Reprodução de Bovinos”que acontece nos dias 18 e 19 de março na cidade de Uberlândia, MG. O evento reunirá diversos nomes da genética mundial.

Leilão Bomar Prime é sucesso no Ceará

O exclusivo Programa de Contas Elite da Alta, que atende aos criadores progressistas, acaba de receber um importante reforço. A partir de agora, além dos técnicos da própria empresa, a Alta irá oferecer aos seus clientes elite visitas de um dos mais experientes técnicos da equipe ReHAgro - Robson Vilela. Robson Vilela é mestre em Clinica de Ruminantes pela UFMG e Especialista em Manejo e Produção de Gado Leiteiro pelo ILMS - Kemptiville, Ontario - Canadá. No ReHAgro, é um dos coordenadores da equipe de pecuária de leite, com grande experiência em diversos sistemas de produção de leite e com uma visão ampla do negócio. No Programa de Contas Elite Alta, Robson passa a atender clientes em todo o pais e dar seguimento ao projeto da Alta de sempre oferecer aos seus clientes, além da melhor genética, serviços que auxiliam nas decisões para o sucesso da propriedade. Através da atuação de Robson Vilela, o ReHAgro leva para o programa sua experiência técnica e prática, consolidando ainda mais o sucesso e credibilidade no atendimento aos clientes Alta. O envolvimento do ReHAgro no Programa de Contas Elite é um plano antigo das duas empresas. “Temos certeza que esse é um primeiro passo e que juntos podemos oferecer muitas outras oportunidades para os clientes da Alta”, afirma Clóvis Corrêa, diretor do ReHAgro. “Para a Alta, isto é a realização de um sonho, uma vez que o Robson já participava dos treinamentos de nossa equipe, e agora o teremos envolvido mais profundamente no atendimento especial aos clientes elite. Mais uma vez, trazemos um dos mais importantes técnicos deste pais para se juntar a nosso time de técnicos especiais”, diz Heverardo Carvalho, diretor da Alta. Robson mantêm suas outras atividades no ReHAgro, atuando nas consultorias em pecuária de leite da empresa e coordenando e ministrando aulas nos cursos de pós-graduação, papéis que já exerce atualmente. Essa é mais uma importante ação da parceria entre Alta e ReHAgro, que completa em 2010 seu oitavo ano de existência. A cada ano, as empresas se reúnem para oferecer aos seus clientes inovações e melhorias decorrentes da parceria. Em sete anos juntos, mais de 1600 pessoas foram capacitadas em mais de 50 cursos oferecidos pelo ReHAgro com apoio da Alta. www.interural.com

Aconteceu no dia 30 de janeiro o 2º leilão Bomar Prime. O evento aconteceu na cidade de Fortaleza, Ceará e contou com 28 lotes comercializados, totalizando mais de R$ 700.000,00 em remates. Entre os lotes estavam cotas de dois dos melhores raçadores do Brasil: Catolezinho Calendário TE 333 e C.C. 295 Bandido. Os dois animais são também os novos reforços da bateria de Santa Inês da Alta. Catolezinho Calendário TE 333 de propriedade de Gentil de Lima Leite e C.C 295”Bandido” que faz parte de um condômino composto por: Churchill Cavalcanti César(Haras Ponta Negra);Oscar Adelino(Rebanho Gravatá);AC.Agromercantil ;Clovis Sobral e Marambaia. Felipe Benedini, técnico em Caprinos e Ovinos da Alta participou do evento, onde falou da qualidade de sêmen dos reprodutores aos participantes. No leilão, também foi realizada a reserva de sêmen desses reprodutores, que estará disponível a partir de abril. Mais de 360 doses já foram reservadas.

Alta e Ciale se unem para formar uma nova empresa na Argentina A diretoria da Alta Genetics Inc. anunciou neste mês de janeiro o estabelecimento de um acordo com a Ciale para criar uma nova empresa com o objetivo de unir forças em suas atuações nos mercados argentino e mundial. O foco desta nova empresa será a criação de valor para clientes progressistas de corte e leite através da prestação de serviços de melhoramento genético e de programas reprodutivos. “O acordo é um passo natural em nosso forte e crescente relacionamento” afirma o presidente da Alta Genetics Cees Hartmans. “ Juntos criamos uma reputação de liderança e ganhamos a confiança da maioria dos clientes progressistas da Argentina. Este acordo é de muita alegria pois iremos contar com um time de muito talento e experiência para criar valor para produtores de leite e corte”, finaliza. A nova organização combina a força de duas grandes empresas de genética e reprodução, e captura uma oportunidade única de complemento de linhas de produto. Liderança Nacional. A Ciale é a líder do mercado argentino para melhoramento genético de raças de corte e atua em alguns países da América do Sul. Durante vários anos a Ciale foi distribuidora da genética dos touros Alta na Argentina e hoje as duas empresas preparam um plano estratégico de crescimento e prospecção de futuro aliando inovação e reforçando seu time. InteRural - Revista do Agronegócio | Fevereiro 2010

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Informe Publicitário | INTERURAL NEWS

InteRural News

InteRural participa do Rali Giro Talstar promovido pela FMC Empresários Rurais do Brasil inteiro se reuniram para curtir um dia de campo esportivo. No dia 4 de fevereiro, a capital de Goiás recebeu participantes e visitantes em mais uma edição do rali promovido pela FMC, que viaja por todo o país desde 14 de Janeiro. A equipe InteRural seguiu até o estado goiano para conferir de perto o dia de campo diferente, e capturar informações para a próxima edição da revista InteRural, que terá matérias exclusivas voltadas para o evento. Ao todo serão sete etapas, a serem realizadas em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Maranhão – sempre com percurso traçado dentro das fazendas de soja. Em cada uma delas, serão convidados a participar os principais conhecedores do território, os próprios produtores de soja. Cada carro terá um piloto e um navegador, que receberão GPS e cronômetros para controle de tempo e percurso para controle da prova. O evento que está em sua segunda edição, promete ser um sucesso, assim como foi em 2009. Em cada trecho, cerca de 250 participantes percorrerão 400km. “O evento é muito interessante, pois saímos da rotina e ainda conseguimos trocar informações com 20

os demais produtores, tirarmos dúvidas com os consultores FMC e passar um dia diferente”, avalia José Tarso Rosa, produtor de Mato Grosso do Sul. Os resultados, assim como a fiscalização e elaboração das provas são feitos pela equipe Chão Batido, que

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é especializada em organização de Ralis. O grupo fará levantamento de percursos, instalação de computadores de bordo e apuração das provas. Agora é só aguardar os resultados do Rali, e a cobertura completa e exclusiva da InteRural na próxima edição. www.interural.com


InteRural Visita sede do SBA No mês de Janeiro a InteRural visitou a sede do Sistema Brasileiro do Agronegócio, SBA, na capital do Mato Grosso do Sul. Com o intuito de discutir novos projetos, e novos rumos para os leilões do ano de 2010, a visita à Campo Grande revelou-se relevante para o balanço do ano que passou, e importante na renovação desta parceria.

Haras Bela Vista Capa da última edição, os proprietários do Haras Bela Vista, Keila Miguel e Arthur Florentino, receberam exemplares da Revista InteRural do mês de janeiro. O casal esteve no escritório da revista e bateu um papo com a equipe, “Eu adorei a revista como num todo, a capa, a matéria, o resultado final superou minhas expectativas, recebi vários elogios de amigos e conhecidos, e a procura aumentou bastante, desde o pessoal que já freqüentava e também novos clientes”, Afirma Keila.

Diretoria da ABCGIL realiza sua primeira reunião de 2010 A diretoria da ABCGIL – Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro – se reuniu no dia 8 de fevereiro, para a primeira reunião do ano de 2010. Vários assuntos foram discutidos, dentre eles, as mudanças das regras em exposições, “Discutimos novas adequações do regulamento de exposições, para buscar melhorias a todas as partes envolvidas”, destaca Milton Magalhães Júnior, diretor de Marketing da associação.

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Assogir e InteRural reafirmam parceria No dia 8 de fevereiro, o diretor comercial da Revista InteRural, Mário Kinchalla Neto, se reuniu com o presidente da Assogir, José Sab Neto, para discutir a parceria entre InteRural e Assogir. Dentre o assuntos, conversaram sobre o planejamento de mídia e distribuição da Revista InteRural, para os associados, no ano de 2010, “A InteRural reafirma o compromisso de continuar enviando exemplares da Revista InteRural para todos os associados Assogir, gratuitamente”, declara Mário Neto.

Zebu para o mundo entrevista InteRural Um dos diretores da Revista InteRural, Mário Neto, foi entrevistado pelo apresentador do programa Zebu para o Mundo, Crozara. Na oportunidade, eles conversaram sobre o crescimento da Revista e sua atual distribuição gratuita para os associados da ABCGIL, Assogir, Girolando e Brahman. Além da distribuição dirigida ao meio agropecuário, em todo Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. A equipe InteRural agradece ao amigo Crozara, pela oportunidade de apresentar a revista ao seu público.

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AGRICULTURA

Safrinha

Preços baixos do milho desestimulam produtor e área para milho inverno terá um ligeiro aumento em relação à safra 2008/09 Flávia Sologuren, Eng. Agrônoma, Analista de Mercado da Céleres

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ressionados pelos elevados estoques nacionais, no curto prazo, os produtores brasileiros de milho assistem, sem alternativa, à queda da cotação interna e externa do grão. Os preços do milho ainda se mostram desanimadores para 22

os produtores domésticos, que seguem relutando em comercializar o produto nos níveis atuais praticados pelo mercado, devido à baixa liquidez na comercialização e ao preço desfavorável, pois, em algumas praças o grão chega a ser cotado abaixo do preço mínimo proposto pelo governo.

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Na tentativa de amenizar os prejuízos, o cenário atual está apontando para uma redução da área plantada na safra de verão 2009/10, porém com um leve crescimento de área cultivada na safrinha, quando a comparamos com a área da safra 2008/09. Por outro lado, mesmo www.interural.com


com a menor área plantada com milho na safra total do ano agrícola 2009/10 (-6,7%), ainda assim, poderá superar a produção registrada no ano agrícola 2008/09. É importante lembrar que, na safra passada, o país registrou quebra de produção tanto no verão quanto na safrinha. A área de milho inverno para o Brasil só não registra uma queda generalizada, visto que o estado do Mato Grosso, que hoje é o maior produtor da 2.ª safra do cereal, deverá ter um aumento de 8,0% na área, já que os produtores de soja anteciparam seu plantio e têm sua área maior que na campanha passada. Com essa janela de plantio excelente para a segunda safra, o produtor deverá investir na cultura, apesar dos baixos preços praticados no presente. Já no estado do Paraná, o quadro é de estimativa de redução de área para o milho inverno. De acordo com o último levantamento da Céleres, estima-se um recuo de 6,3% na área para a região. Com a queda na área cultivada com milho na safra verão 2009/10, provavelmente, teríamos o primeiro semestre de 2010 com preços médios melhores em relação aos preços praticados no mesmo período de 2009. Entretanto, o que estamos vendo é a desvalorização dos preços do milho ainda maior que no mesmo período do ano passado. Ou seja, os estoques ainda estão influenciando a dinâmica de comercialização. No mês de janeiro, a saca de 60 quilos saiu, em média, por R$ 15,08 nas principais praças de comercialização do país pesquisadas pela Céleres, ante R$ 18,82 em janeiro do ano passado. No Paraná, o mês de janeiro fechou com a média de preço de R$ 16,38, ante os R$ 20,44 em janeiro de 2009. Para o estado do Mato Grosso, a média mensal dos preços no primeiro mês do ano fechou a saca sendo cotada em R$9,35, ante os R$13,83 no mesmo período do ano passado. No curto prazo, ainda hawww.interural.com

verá pressão nos preços do milho. Mesmo que os produtores estejam segurando o produto com intuito de recuperação nos preços, o estoque do grão ainda é suficiente para abastecer o mercado no primeiro semestre. Para que ocorra a recuperação nos preços do milho, o bom desempenho das exportações apresentado nos últimos 4 meses terá que permanecer. Neste cenário, a pressão negativa sobre os preços poderá ceder parcialmente com o crescimento das exportações e pela valorização do dólar dos últimos dias, o que, de certa forma, ajuda a escoar o produto. A divulgação do excesso de oferta mundial de milho, pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, também ocasionou queda generalizada nos preços do cereal no mercado internacional. Sendo assim, os mercados futuros de grãos devem continuar sob pressão negativa nas próximas semanas. Sazonalmente, os preços do milho e da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) tendem a cair entre janeiro e fevereiro, o que se explica por uma combinação de fatores. Na América do Sul, é o período em que os produtores começam a colher suas safras de

soja e milho, reabastecendo as vias de comercialização da região. Nos Estados Unidos, a tendência é que mais agricultores saiam do mercado à espera de condições mais atraentes durante a primavera, quando Brasil e Argentina tiverem comercializado o grosso de sua colheita. Além do que, em março, começam as especulações envolvendo o plantio da nova safra americana, período em que os preços tendem a subir em Chicago. A queda no preço internacional da commodity não é favorável ao Brasil, que continuava com um pouco de fôlego nas exportações no mês de janeiro. Porém a desvalorização do Real frente ao dólar minimiza parcialmente a queda dos preços no mercado internacional. Provavelmente, este ano ainda necessitaremos das intervenções do governo com novos leilões. Contudo a situação pode se inverter. Caso as exportações não sejam comprometidas, no segundo semestre de 2010, poderá haver uma menor oferta futura do grão, elevando os seus preços. Porém, se o volume escoado do cereal for baixo, necessitaremos novamente da ajuda governamental para sustentar os preços do grão.

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AGRICULTURA

Café

Concorrência e perdas pelo mato em lavouras de café

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uando se pensa nos diversos fatores que influenciam a produção dos cafezais brasileiros, temos que levar em consideração a relação entre mato e cafezais. O mato é formado por plantas herbáceas, chamadas de ervas ou plantas daninhas, ou plantas invasoras do cafezal. Corresponde às ervas que crescem no meio das

lavouras de café, aproveitando as áreas livres, principalmente em lavouras de formação e podadas. Por um lado, o mato representa uma concorrência em água, luz e nutrientes com os cafeeiros, por outro, também traz benefícios, como proteção do solo contra erosões e excesso de temperatura, promove maior infiltração de água, reciclagem de nutrientes e, em lavouras de formação, também atua

como quebra-ventos, por meio da manutenção de mato em uma faixa central da rua da lavoura, sobretudo em áreas onde incide muito vento. Para conseguir que as plantas daninhas atuem como quebra-vento, pode-se trabalhar com capinas mecânicas alternadas, ou seja, roçar uma rua e pular outra. Veja-se o exemplo na foto a seguir:

Lembrando que é muito conveniente deixar a linha do cafeeiro limpa, e o controle do mato nessa faixa é chamado de trilhação. A trilhação pode ser feita com enxadas ou com herbicidas. É

essencial deixar essa faixa limpa, porque ali são feitas as adubações e as aplicações de defensivos de solo e qualquer mato que esteja lá concorre com o cafeeiro. A época mais oportuna

para o controle do mato, quando se estabelece maior concorrência entre essas plantas e o cafeeiro, é entre outubro e março. Porém, sem um controle adequado, as plantas daninhas se multiplicam e

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crescem de forma rápida, retirando do solo os nutrientes e a água necessários ao crescimento do cafeeiro. Estudos mostram que lavouras onde o mato não foi controlado o ano todo tiveram uma perda de até 43% da produção, e lavouras sempre limpas não tiveram perdas e com capina de outubro a março 7% (fonte: Miguel et all, Anais do 8º CBPC, p. 44-6). O mato pode abrigar pragas do cafeeiro, como adultos bicho-mineiro, nematoides e cigarrinhas, dificultando o controle. Por outro lado, atrai vespas inimigas, naturais das pragas. Quando se fala de mato em lavouras de café, cada um tem o seu posicionamento a respeito da condução. O importante é estar aberto às novidades e fazer testes para que as lavouras de café paguem os custos e tenham produtividade.

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Referências Bibliográficas

MATIELLO, GARCIA, ALMEIDA. Controle de Mato em Cafezais. MATIELLO, SANTINATO, GARCIA, ALMEIDA, FERNANDES. Cultura de café no Brasil. Novo Manual de Recomendações. Ed 2005. ALCARDI J. C.; GUIDOLIN J. A.; LOPES A. S. Boletim Técnico nº 3.

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AGRICULTURA

Solo

O solo no Brasil e seu (mau) uso Maria Sylvia Macchione Saes, professora do Departamento de Administração da USP e pesquisadora do PENSA Bruno Varella Miranda, Bacharel em Relações Internacionais pela USP e pesquisador do PENSA

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ano mal começou e tristes eventos nos obrigam a refletir acerca de um problema nacional bastante antigo. As chuvas torrenciais no Sudeste brasileiro, e as cenas de destruição vêm chamando a atenção de todos nos últimos dias. Em meio a uma sucessão de histórias dramáticas, é impossível não se perguntar: Por que a impressão é a de que esse tipo de evento está acontecendo com frequência cada 26

vez maior? Respostas para a questão acima não faltam. Debater as razões para o acontecimento de desastres, como o observado em Angra dos Reis, leva a conclusões das mais variadas. Fazendo um apanhado geral das explicações ouvidas, em rodas de conversa ou análises técnicas, podemos citar: a fúria de Deus, o desenvolvimento das telecomunicações (e a consequente rapidez com que as notícias, boas ou ruins, che-

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gam aos nossos lares) e a utilização inadequada do solo, entre outros. Evidentemente, essa lista é resumida, entretanto, para os presentes fins é mais do que suficiente. Comecemos, então, pela explicação religiosa. Argumentos baseados na fé, por definição, não dependem de validação científica. De fato, testar essa hipótese seria impossível! A citação a esse comentário, porém, é útil para resgatarmos um aspecto do imaginário coletivo www.interural.com


nacional, que, certamente, contribui para o clima de relativa incompreensão ante os acontecimentos recentes. Ao longo de nossas vidas, acostumamo-nos a ouvir que o Brasil, país abençoado, está longe da rota de furacões e não sofre com terremotos. De certa maneira, inexiste, no imaginário do brasileiro, o alerta constante em relação aos riscos trazidos pela natureza. Se, por um lado, desastres, como o ocorrido em Angra dos Reis, são capazes de motivar a solidariedade das pessoas, são poucos os que se perguntam como evitar tais eventos. Inclusive, muitos consideram que não há muito o que fazer para impedir as tristes cenas do início de 2010. Chuvas torrenciais sempre existiram, argumentam, e, se hoje sabemos o que ocorre em cada parte do mundo, é porque a tecnologia nos permite. Assim, é como se estivéssemos cada vez mais ligados uns aos outros, tanto do lado bom quanto do ruim. Certamente, tragédias semelhantes ocorreram em outros tempos, ponderam essas pessoas, sem que nossos antepassados tenham tido conhecimento. Para outro grupo, no entanto, as explicações para os trágicos deslizamentos não só estão em variáveis terrenas como podem ser usadas para evitar desastres futuros. Os geólogos, por exemplo, insistem em salientar as diversas particularidades de cada tipo de solo encontrado em nosso território, e o quanto tais características foram desrespeitadas ao longo do tempo. Outros autores, ainda que

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por vias distintas, igualmente perceberam esse fato. Apenas para citar um caso, Sérgio Buarque de Holanda, em seu Raízes do Brasil, compara a colonização de portugueses e espanhóis com base nas imagens do semeador, no primeiro caso, e do ladrilhador, no segundo. Mais especificamente, o pai de Chico Buarque queria demonstrar que, se, por um lado, a Espanha se preocupava com cada detalhe da organização das cidades em suas colônias, por outro, a coroa portuguesa deixava que as aglomerações em seus domínios crescessem sem maior planejamento. Desde aquele tempo, muita coisa mudou. No lugar dos pioneiros, uma população de cerca de 200 milhões de habitantes. Em vez da exploração limitada ao litoral, a ocupação crescente do território brasileiro. Isso não quer dizer, entretanto, que tudo tenha mudado. De fato, seguimos incapazes de organizar adequadamente a nossa presença no Brasil. Em outras palavras, graças ao despreparo de nossa elite política, da ausência de regras (ou seu descumprimento) e de uma postura ingênua ante o meio natural, seguimos desrespeitando recorrentemente os limites impostos pelo lugar onde moramos. O problema é que, neste início de século XXI, um número crescente de brasileiros tem ocupado lugares não recomendados pelo bom senso (derivado, obviamente, do conhecimento dos geólogos). O resultado: manchetes tristes e mortes desnecessárias. Não que a solução seja fácil. Em grande parte, é preciso reco-

nhecer a influência de variáveis econômicas no aprofundamento desse problema. A ocupação de morros, ou da beira das estradas, reflete a dificuldade de milhões de brasileiros em adquirir um lugar seguro para morar. Faz falta, entretanto, maior atenção e, principalmente, um planejamento mais adequado para o tema. Indicador da escassez de diretrizes é o fato de que não apenas moradias precárias têm sido afetadas pelas chuvas torrenciais; os prejuízos observados em regiões com recursos suficientes para garantir uma ocupação urbana mais segura, como o Sul do Brasil, demonstram essa realidade. Como não poderia deixar de ser, muitos podem estar se perguntando: E o que a agricultura tem a ver com isso tudo? A resposta é, tudo! Indo além do fato óbvio de compartilharmos todos a mesma sociedade, cabe salientarmos que o problema da ocupação nas áreas rurais é tão grave quanto nas áreas urbanas. Por absoluta falta de planejamento, temos perdido terras para a erosão, acumulado prejuízos em regiões onde as condições são as mais adequadas e temos, também, semeado incerteza entre os agentes econômicos. Pior, não raramente, deixamo-nos levar por argumentos simplistas e baseados em interesses momentâneos, a fim de manter um status quo que, provavelmente, nos trará prejuízos no médio prazo. Por tudo isso, a clarificação das regras de ocupação do solo nas áreas rurais é igualmente fundamental. Desde que, claro, respeitem-se os parâmetros técnicos, e não apenas a conveniência política.

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AGRICULTURA

Mercado

Dólar continua sendo o grande vilão deste mercado Mesmo com forte demanda da China, safra recorde e queda do câmbio derrubam rentabilidade do produtor

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esmo com forte demanda da China, safra recorde e queda do câmbio derrubam rentabilidade do produtor. Os produtores brasileiros se preparam para acelerar os trabalhos de colheita da maior safra de soja da história, prevista em 65 milhões de toneladas, temerosos com a forte queda nos preços do grão em todo o país, que prometem gerar mais prejuízos ao setor. Preocupam ainda os boatos que inundaram o mercado nos últimos tempos, dando conta de que a China pararia de comprar soja do Brasil por conta do arrocho na liberação do crédito imposto pelos bancos locais, agravando a crise no campo. “É impressionante como a mídia repete como papagaio algumas frases, muitas vezes, ouvidas pela metade ou mal interpretadas, e o setor produtivo rural assimila sem questionar os inúmeros interesses que existem por trás de cada informação plantada neste mercado”, alerta Tânia Tozzi, analista chefe e estrategista da Rural Business. Desde que a bolha especulativa explodiu no segundo semestre de 2008, “gurus” surgem de tempos em tempos divulgando que a China vai parar de comprar, ou, pelo menos, diminuir seu ritmo de compras no mercado da soja, notícia que sempre gera intensa preocupação e tendência baixista nos preços, já que os chineses respondem, hoje, por mais da metade de toda a comercialização da oleaginosa no mundo. Entretanto os números mostram que o país nunca comprou tanta soja como nos últimos anos, devendo encerrar a safra 2009/10 com aquisições de 42 milhões de toneladas do grão, respondendo por mais de 53% das importações mundiais da commodity. “O aperto no crédito colocado em prática pelos principais bancos estatais da China pesou sobre o mercado financeiro, que viveu dias de intenso mau 28

humor e expressiva queda de preços ao final de janeiro”, enfatiza Tozzi. Seguindo este raciocínio, “muita gente que se diz analista, mas que, na verdade, é corretor e precisa defender com unhas e dentes os interesses da sua carteira de clientes, composta basicamente de grandes empresas, aproveitou para anunciar que isso afetaria diretamente a disponibilidade de empréstimos aos importadores de grãos do país, com possibilidade, inclusive, de cancelamentos de linhas de crédito, derrubando a demanda exatamente num momento em que Brasil e a Argentina se preparam para colher a maior safra da história”. Entretanto, avalia Tânia Tozzi, “o empréstimo mais controlado pode até gerar algum impacto sobre as pequenas empresas, mas, para as grandes, não deverá sequer ser percebido”. Isso porque “a finalidade deste controle é limitar o volume de dinheiro nos mercados de ação e, sobretudo, a especulação, evitando ainda uma possível bolha no mercado imobiliário, mas não reduzir um comércio vital para o país, como é o caso do setor

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importador de grãos”. Para Tozzi, a China sabe que precisa refazer seus estoques aproveitando a boa safra que o mundo está colhendo, já que seu abastecimento de soja depende basicamente de 2 países, Estados Unidos e Brasil. “Mesmo colhendo uma safra histórica, os Estados Unidos devem fechar mais um ano com estoques muito baixos, já que suas exportações vêm extrapolando em muito as expectativas. Por outro lado, o Brasil, mesmo colhendo 8 milhões de toneladas a mais, poderá chegar ao final de 2010 com estoques próximos ou até abaixo de 3,5 milhões de toneladas, garantindo pouco mais de 30 dias de consumo. Isso nos mostra que qualquer quebra na produção nos próximos anos colocará novamente em risco o abastecimento mundial, e, certamente, a China deverá ser o país mais afetado”. Os dados históricos do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostram que, na última década (2000/01 a 2009/10), já contabilizando a safra histórica deste ano, o mundo conseguiu ampliar sua produção www.interural.com


em 78,30 milhões de toneladas, enquanto o consumo cresceu em 62,9 milhões, deixando as reservas de soja do planeta apenas 29,2 milhões de toneladas acima de 10 anos atrás. Tal comparação fica mais preocupante ainda quando se olham os dados dos Estados Unidos, maior produtor, exportador e consumidor da commodity no planeta. Mesmo colhendo hoje 16,4 milhões de toneladas a mais, os americanos têm projeção de encerrar a temporada 2009/10 com estoques idênticos a 2000/01, de 6,7 milhões de toneladas, “e isso se as vendas externas do país não voltarem a surpreender”, alerta Tânia Tozzi, que reforça a possibilidade de um saldo muito abaixo desse patamar, entre 3,5 e 4 milhões de toneladas apenas. Já no caso da China, mesmo importando 28,8 milhões de toneladas a mais, o país conseguiu aumentar seus estoques em menos de 5 milhões de toneladas em 10 anos, volume que já embute a possibilidade de compras recordes na atual temporada 2009/10, de 42 milhões de toneladas. “O produtor brasileiro precisa ficar muito atento, pois não será fácil fechar as contas este ano. Mas isso não tem nada a ver com um recuo da China nas compras ou mesmo com os preços da soja em si, balizados pela Bolsa de Chicago, que, a nosso ver, permanecem muito acima das expectativas, tendo em vista o forte aumento de produção que teremos este ano na América do Sul”. “O grande vilão desse mercado continua sendo o dólar, que, mesmo apontando recuperação, encerrou janeiro valendo R$ 1,885, ou quase 18% a menos que um ano atrás. É isso que vem deprimindo fortemente os preços aos produtores”, enfatiza Tânia Tozzi. Não há mais espaço para amadores neste mercado, reforça a analista. “É preciso muita atenção à informação profissional e investigativa para se traçar uma estratégia para o curto prazo, aproveitando, o mais breve possível, as oportunidades. Fora isso, podemos ter, sim, uma mudança expressiva dos preços no mercado internacional no segundo semestre, mas são as informações que virão pela frente que nos darão subsídios para afirmar se valerá ou não a pena reservar parte da produção para comercialização nos últimos meses do ano, e só vai aproveitar esta chance quem se mantiver antenado”. Tozzi lembra que uma tomada errada de decisão pode comprometer os resultados de toda a safra, enquanto uma www.interural.com

estratégia eficiente, levando em consideração fatos e não boatos, pode “salvar literalmente a lavoura”, num ano que promete muitas dificuldades. “Vale lembrar que a realidade do mercado está muito longe dos jornais, da TV e das informações gratuitas. Gerar informação profissional e investigativa para um determinado setor

balizar estratégias de negócios e ter mais lucro custa caro e dá muito trabalho! No grátis, há sempre alguém pagando a conta, ou apenas repetindo o que parte do mercado quer que você acredite ser verdade. Resta ao produtor optar de que lado quer ficar para não perder mais uma safra!”

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Leite

11° Congresso

Pan-Americano do Leite Belo Horizonte será a capital mundial do leite, em 2010

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“O evento pretende promover as relações interpessoais e fortalecer os vínculos de amizade e cooperação entre a comunidade técnica e empresarial, além de criar um espaço para reflexão, discussão e intercâmbio de conhecimentos e experiências pan-americanas e mundiais relacionadas com o setor leiteiro.” Vicente Nogueira, presidente da FEPALE.

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“Vamos apresentar as novas tecnologias de produção e debater questões mundiais que afetam o bolso do produtor.” Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e coordenador do evento.

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ntre os dias 22 e 25 de março, Belo Horizonte será a capital panamericana do leite. Durante esse período, será realizado o 11º Congresso Pan-Americano do Leite, o maior evento lácteo da América Latina, que vai acontecer no Minascentro e deve atrair cerca de 2,5 mil pessoas, superando as edições anteriores. “O evento pretende promover as relações interpessoais

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e fortalecer os vínculos de amizade e cooperação entre a comunidade técnica e empresarial, além de criar um espaço para reflexão, discussão e intercâmbio de conhecimentos e experiências pan-americanas e mundiais relacionadas com o setor leiteiro” enfatiza Vicente Nogueira, presidente da FEPALE. Em 2008, o Brasil foi o quinto maior exportador de leite do mundo, e Minas Gerais, atualmente, é responsável pela produção de 28% do leite brasileiro. “O Congresso tem importância ainda mais acentuada em virtude das fortes transformações ocorridas na pecuária leiteira no mundo, nos últimos dois anos. Foram duas situações atípicas, antagônicas e significativas: o aumento do preço do leite no mercado internacional, em função da elevação da demanda, que esvaziou os estoques de lácteos e, logo a seguir, a queda nos preços, que desestimulou a produção em várias regiões, em função da crise mundial, originada nos Estados Unidos”, explica Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e coordenador do evento. Em sua 11ª edição, o Congresso Pan-Americano do Leite retorna ao Brasil para discutir quatro áreas temáticas: 1) Produção Primária; 2) Industrialização de Produtos Lácteos; 3) Economia e Mercado do Leite e seus derivados e 4) Consumo (Mais Leite = Mais Saúde). O megaevento do mercado leiteiro vai contar com a presença de compradores internacionais, exportadores, pesquisadores e técnicos, produtores, profissionais do setor leiteiro, comerciantes, cooperativas, entre outros. São esperadas 2,5 mil pessoas, www.interural.com


sendo 600 estrangeiros de, aproximadamente, 40 países, que buscam entender melhor o mercado lácteo mundial. O Congresso, que é realizado a cada dois anos, é uma realização da Federação Pan-Americana do Leite (FEPALE), em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG). Em sua última edição, no ano de 2008, o congresso aconteceu em San Rosé (Costa Rica). Porto Alegre (Brasil), Miami (EUA) e Havana (Cuba) também sediaram o evento nos últimos anos. A alta do preço do leite nos últimos anos (2007/2008) trouxe um momento atípico, uma vez que não se tinha visto, no mercado, preços acima de 5 mil dólares a tonelada de leite em pó e, consequentemente, preços também altos pagos ao produtor de leite por todo o mundo. Entretanto, a crise de 2009 fez com que os países em desenvolvimento, grandes importadores, saíssem do mercado por questões de custos de importações e de falta de crédito, conseqüência da crise. “Isso fez com que os preços despencassem no mercado, afetando, inclusive, o produtor. Mas, passada a crise,

já em setembro de 2009, os preços voltam a subir, os países em desenvolvimento retomaram as compras e o mercado voltou a se aquecer. Com isso, houve um ganho na produção leiteira, porque, à medida que voltam a exportar, a indústria têm condições de pagar melhor os produtores”, explica o presidente da Federação de Agricultura do Estado de Minas Gerais, Roberto Simões. Entre os objetivos do Congresso, um dos principais,

“Passada a crise, já em setembro de 2009, os preços voltaram a subir, os países em desenvolvimento retomaram as compras e o mercado voltou a se aquecer. Com isso, houve um ganho na produção leiteira, porque, à medida que voltam a exportar, a indústria têm condições de pagar melhor os produtores.” Roberto Simões, presidente da Federação de Agricultura do Estado de Minas Gerais. www.interural.com

segundo Rodrigo Alvim, é o conhecimento, grande investimento do século. “Para isso, vamos apresentar as novas tecnologias de produção e debater questões mundiais que afetam o bolso do produtor. No mundo globalizado de hoje o mercado fica bastante vulnerável, por isso, queremos apresentar oportunidades de entender melhor essa realidade. É uma ocasião ímpar para conhecer novas pessoas, agregar conhecimento e até mesmo fazer novos negócios”, afirma Rodrigo, que completa: “o produtor ainda é muito desorganizado da porteira pra fora. Ele tem que entender que não adianta produzir o leite de melhor qualidade se ele não entende como comercializar esse produto depois. Na cabeça do produtor, da porteira pra fora não é responsabilidade dele. E é isso que queremos mudar”. Meio ambiente, genética, nutrição, novas tecnologias, análise de mercado, desenvolvimento de produtos, além dos benefícios do leite para a saúde humana também estão entre os assuntos que serão discutidos.

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Visitas técnicas Vários eventos acontecem dentro do 11° Congresso Pan-Americano do Leite, dentre eles estão agendadas algumas visitas técnicas em fazendas que são modelo na produção de leite. A visita na Fazenda São João, por exemplo, tem o objetivo de apresentar aos congressistas o sistema de produção da propriedade, que é feito em grande escala, com todo um planejamento de produção de alimentos, buscando sustentabilidade na agricultura. Localizada no município de Inhaúma, a 100 km de Belo Horizonte, a Fazenda São João tem seis setores distintos: Agricultura, Administração, Manutenção, Maternidade, Plataforma e Recria. Em 2008, foi a terceira maior produtora de leite do país, produzindo, no ano, 14.201.422 litros de leite, com uma média diária de 38.908 litros. A produção de leite é em sistema de confinamento em freestall. Outra visita agendada será na Fazenda Santa Maria do Brejo Alegre, localizada no município de Itaúna. A propriedade tem um projeto de produção intensiva de leite a pasto, utilizando vacas ¾ a 31/32 holandês/zebu (H/Z). Sua área útil é de 60 ha, sendo 45 ha de tifton irrigado e 15 ha de cana-de-açúcar irrigada. No ano de 2009, a propriedade 34

atingiu a produção total de 1.860.000 de litros de leite, o que corresponde a 31.000 litros de leite/ha/ano, incluindo a área destinada a recria de 100% das fêmeas nascidas. Durante o verão, a pastagem fica, em média, com 15 UA/ ha, variando de 10 a 20. A fazenda tem uma produção intensiva de leite em uma propriedade de médio porte, com alta produção de leite a pasto e com animais adaptados à condição tropical. É utilizada também a cana-de-açúcar como única forragem para suplementação na seca. A Fazenda Gurita, situada em Bom Despacho, a 180 km de Belo Horizonte também está no roteiro. Atualmente, está com 160 vacas em lactação, produzindo 3.000 litros/dia, em que utiliza pasto como forragem principal no verão e cana-de-açúcar, no inverno. Para viabilizar o projeto, a fazenda ado-

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ta a estratégia de venda de toda recria excedente no desmame. A propriedade realiza gestão por resultados, com avaliações mensais de receitas, despesas, custos e indicadores zootécnicos. Nesta metodologia, as decisões técnicas são norteadas e priorizadas de acordo com os objetivos financeiros. E, por último, a Fazenda Santa Helena, que atende projetos pecuários que necessitam de feno durante todo o ano e com elevado padrão de qualidade. Localizada em Bom Despacho, sua área é de 450 hectares de tifton 85, sendo 200 irrigados por pivô central, produzindo 9.000 toneladas/ano. A propriedade é a segunda maior produtora de feno no Brasil. A cada dia, ela vem buscando cumprir a sua missão, que é produzir feno de alta qualidade de forma sustentável, garantindo a satisfação de seus clientes. www.interural.com


“Um Olhar Sobre o Setor Lácteo”

Em sua primeira edição, o Concurso de Fotografia “Um Olhar Sobre o Setor Lácteo”, pretende divulgar imagens da cadeia produtiva leiteira e as atividades do setor, demonstrando os benefícios do leite e seus derivados, para a economia, a sociedade e a saúde humana. A temática está vinculada à produção primária do leite, industrialização de produtos lácteos, pesquisa, comercialização, consumo de leite e saúde humana. Os participantes preencheram o formulário de dados no site do Congresso e fizeram sua inscrição gratuitamente. O júri irá eleger 15 fotografias finalistas, levando em consideração sua qualidade técnica e artística. As obras serão publicadas no site e serão expostas durante o Congresso.

Apresentação de Projetos Técnico/Científicos O Comitê Organizador do 11º Congresso Pan-Americano do Leite abriu a oportunidade para que pesquisadores, profissionais, empresários envolvidos no setor de leiteiro, apresentem trabalhos de pesquisa e divulgação, com o objetivo de publicar suas experiências no Congresso. Os trabalhos científicos deverão tratar sobre os seguintes eixos temáticos: Produção Primária, Industrialização de Produtos

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Lácteos, Economia e Mercado do Leite e seus derivados ou Mais Leite = Mais Saúde. As inscrições dos projetos foram feitas por intermédio do site do evento, e cada autor pode apresentar até um máximo de três trabalhos científicos. Todos os trabalhos aprovados pelo Comitê Técnico/Científico serão exibidos no espaço reservado para as sessões de pôster, em horários a serem estabelecidos.

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MITOS E VERDADES SOBRE O LEITE

Todo mundo sabe que leite faz bem à saúde. Mas quais são, de fato, esses benefícios? E o que é mito ou verdade quando o assunto é o consumo do leite? Tendo em vista que o Brasil vai sediar o 11º Congresso Pan-Americano do Leite, o momento é oportuno para esclarecer todas essas distorções e responder às principais dúvidas que as pessoas têm sobre o produto. Quem assume essa tarefa é a nutricionista da Láctea Brasil, Dra. Licínia de Campos. Confira:

O leite ajuda a prevenir a diabetes? Resposta: Verdade. A ingestão de produtos lácteos reduz o risco de uma série de sintomas que aumentam a probabilidade de doenças cardíacas e diabetes.

É verdade que grávidas não podem tomar leite durante a gestação? Resposta: Mito. A falta de consumo do leite e derivados durante a gestação coloca em risco o feto em uma série de deficiências nutricionais.

Leite ajuda a combater a osteoporose? Resposta: Verdade. Osteoporose é uma doença na qual os ossos se tornam mais frágeis e suscetíveis às fraturas. Ossos saudáveis necessitam de dieta bem balanceada, incorporando minerais e vitaminas de diferentes grupos alimentares, e as melhores fontes de cálcio são leite e derivados.

Leite ajuda na prevenção do câncer? Resposta: Verdade. Em termos de risco de câncer, laticínios e cálcio demonstraram efeitos protetores e danosos.

É verdade que não se pode tomar leite com manga? Resposta: Mito. A combinação manga com leite representa uma dupla altamente nutritiva.

É verdade que crianças com menos de um ano devem evitar tomar leite de vaca? Resposta: Verdade. O leite de vaca não é recomendado 36

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para crianças com menos de 1 ano. Os bebês alimentados com leite integral de vaca (LIV) não obtêm vitamina E suficiente, ferro e ácidos graxos essenciais. Por outro lado, há a obtenção de muita proteína, sódio e potássio. Estes níveis podem ser muito altos para o sistema da criança suportar.

É verdade que os asmáticos não podem beber leite? Resposta: Mito. Não há evidências associando lácteos com asma. Uma bateria de estudos concluída em 2005 indicou que não há ligação entre o consumo de leite e a produção de muco ou asma.

Leite ajuda no combate da anemia? Resposta: Verdade. A ingestão de carne vermelha e leite fortificado podem combater os níveis diminuídos de ferro.

É verdade que a gordura do leite pode ser saudável? Resposta: Verdade. Leite e seus derivados são fontes importantes de proteínas e gorduras dietéticas das refeições de muitas culturas. Embora considerados alimentos com alto teor em colesterol, o leite e seus derivados não são os maiores contribuidores para o colesterol dietético.

É verdade que leite hidrata? Resposta: Verdade. Beber leite após se exercitar pode ter efeitos positivos na regeneração e construção músculos e hidratação.

O chocolate tira o efeito do leite? www.interural.com


Resposta: Mito. O leite aromatizado contém os mesmos 9 nutrientes essenciais que o leite puro: cálcio, potássio, fósforo, proteínas, vitaminas A, D e B12, riboflavina e niacina (equivalentes).

O café tira as proteínas do leite? Resposta: Verdade. O café interfere na absorção do cálcio contido no leite, o que torna a mistura café-com-leite um alimento pouco eficaz. Vários fatores podem influenciar a biodisponibilidade de um nutriente. O café possui substâncias bioativas e que podem contribuir para as atividades antioxidantes.

Leite engorda?

Leite é bom para os dentes?

Resposta: Mito. A ingestão adequada de alimentos ricos em cálcio, tais como leite, queijos ou iogurte, é considerada importante para a promoção da saúde.

Resposta: Verdade. Os nutrientes do leite tais, como cálcio, fósforo, magnésio, vitamina D e outros, dão suporte ao desenvolvimento dos dentes e tecidos orais em crianças em idade tenra, o que ajuda a proteger contra cáries dentárias.

Leite é bom para gastrite? Resposta: Verdade. Os resultados de estudos clínicos confirmam que o iogurte combate a bactéria causadora de gastrite e úlceras estomacais.

Leite quente auxilia no sono? Resposta: Verdade. Tomar uma xícara de leite quente encoraja o entorpecimento, pois o leite contém propriedades promotoras do sono. Isso é graças ao seu teor em cálcio, o qual os especialistas em sono indicam como ajudante de relaxamento. A sugestão é optar por leite desnatado, pois é menos engordativo, no entanto contém alto teor em cálcio.

É necessário ferver o leite antes de tomar? Resposta: Mito. Ferver o leite não garante que o produto ficará livre de bactérias nocivas, mesmo porque as condições caseiras não permitem a eliminação dos agentes causadores de doenças eventualmente presentes no leite cru.

Leite é importante em todas as faixas etárias? Resposta: Verdade. O leite é considerado como o alimento mais perfeito da natureza por conter quase todas as substâncias essenciais para a nutrição humana.

Produtos lácteos têm as mesmas vitaminas que o leite puro? Resposta: Verdade. Os produtos lácteos contêm muitos nutrientes importantes para a boa saúde e nutrição. Por exemplo, queijos contêm os mesmos nutrientes benéficos que o leite, mas a maioria contém mais gorduras saturadas e altos níveis de sal. O iogurte é rico em proteínas e vitamina B2, essencialmente, os mesmos nutrientes do leite.

É verdade que tomar muito leite na infância faz evitar problemas de saúde quando adulto? Resposta: Verdade. As recomendações para a ingestão dietética de cálcio têm aumentado para crianças e adolescentes para maximizar o pico da massa óssea e reduzir o risco de fraturas osteoporóticas. Os benefícios também se traduzem na redução de doenças muitas décadas depois.

A ingestão de leite causa pedras nos rins? Resposta: Mito. Ao contrário da crença popular, o leite não provoca aumento de depósitos minerais nos rins, o que leva à formação de cálculos renais. www.interural.com

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10 motivos para se beber leite e derivados todos os dias

O que não falta são motivos para beber leite todos os dias. Além de fundamental para o processo de crescimento, o leite é o alimento com a maior concentração de cálcio (mineral essencial para a formação dos ossos), e um dos mais ricos em proteínas. É por isso que o Ministério da Saúde, a OMS (Organização Mundial da Saúde) e tantas outras organizações internacionais recomendam três porções diárias de leite ou de lácteos como iogurte, queijo ou bebidas à base de leite. Como o Brasil vai sediar o 11º Congresso PanAmericano do Leite, em março de 2010, é oportuno sabermos todos os benefícios que o leite pode trazer para a saúde. A nutricionista da Láctea Brasil, Licínia de Campos, listou 10 motivos que provam que o produto é um alimento essencial.

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Leite e derivados são essenciais para a dieta humana O leite tem, entre seus componentes, nove nutrientes essenciais, entre eles: cálcio, vitamina A, vitamina D, proteínas e potássio. Estudos demonstram que os produtos lácteos, quando consumidos como parte da dieta saudável, incrementam a qualidade alimentar e nutricional e ajudam a diminuir o risco de osteoporose, hipertensão, obesidade, câncer de cólon e síndrome metabólica. Leite e derivados ajudam a construir ossos fortes Os produtos lácteos fornecem um mix único de nutrientes, incluindo cálcio, vitamina D, fósforo e proteínas, os quais contribuem para maximizar a densidade óssea e retardam a perda óssea relativa ao avanço etário. A associação positiva entre cálcio dos produtos lácteos e saúde óssea foi bem estabelecida por décadas de estudos clínicos. Leite e derivados ajudam a manutenção do peso Os guias alimentares recomendam o consumo de três xícaras de leite semi ou desnatado ou de produtos derivados a cada dia como parte de uma dieta saudável. Os guias também estabelecem que adultos e crianças não devem evitar leite e derivados por receio de esses produtos

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conduzirem a ganho de peso. Juntos, leite, queijos e iogurtes fornecem componentes únicos de nutrientes essenciais, os quais auxiliam a incrementar a qualidade da dieta, contribuindo mesmo com a perda e manutenção de peso.

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Leite e derivados ajudam a reduzir a pressão Os laticínios estão entre os maiores contribuintes de cálcio, potássio e magnésio, e já demonstraram ajudar a reduzir a pressão sanguínea. Na verdade, um estudo governamental de grande escala, chamado de DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), descobriu que dietas balanceadas, hipolipídicas, ricas em frutas, hortaliças e laticínios de baixo teor gorduroso podem ajudar a reduzir a pressão tão efetivamente quanto os medicamentos. Intolerância à lactose e alergia ao leite são condições muito mais raras e não devem levar à restrição do consumo Infelizmente, alguns indivíduos experimentam sintomas adversos após a ingestão do leite. Intolerância à lactose e alergia à proteína do leite são causas comuns indicadas para a eliminação do leite e outros laticínios da dieta. No entanto existem múltiplas razões, além das duas acima citadas, para produzirem efeitos semelhantes aos provocados por essas patologias. A falha na compreensão das reações aos alimentos pode levar www.interural.com


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a restrições dietéticas desnecessárias, deficiências nutricionais e, embora raras, consequências mais sérias. Por este motivo, é importante que a confusão e as falácias sobre intolerância à lactose e alergia à proteína do leite sejam bem colocadas sob o ponto de vista científico. Na verdade, intolerância à lactose não significa intolerância aos laticínios. Pesquisas demonstraram que a maioria das pessoas intolerantes à lactose pode desfrutar de até duas xícaras de leite por dia, particularmente, se consumido em refeições. Outras dicas para redução dos sintomas incluem o consumo de queijos maturados, naturalmente pobres em lactose, e a ingestão de leite isento de lactose. Leite e derivados são as fontes de cálcio mais biodisponíveis. Nem tudo que se consome é absorvido ou utilizado pelo nosso organismo. O processo digestivo destrói e degrada nutrientes antes que o organismo possa utilizá-lo. A quantidade de nutrientes que é realmente absorvida no nosso sistema é chamada de biodisponibilidade. Alguns tipos de alimentos consumidos em conjugação com outros (ou seja, a harmonização nutricional dos ingredientes) torna-os mais biodisponíveis: por exemplo, o cálcio. Ele é encontrado em maiores ou menores concentrações, dependendo do alimento analisado, sendo, geralmente, mais abundante e biodisponível no leite bovino e derivados. Embora outros alimentos tenham teores razoáveis de cálcio, sua absorção pode ser bastante variável. Mesmo que alguns tipos de plantas sejam ricos em cálcio, como a família das couves (brócolis, acelga, repolho, mostarda e folhas de nabo), alguns componentes estão presentes inibindo a absorção do cálcio.

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realizados no leite para melhora da qualidade e aumento da vida na prateleira. Leite e derivados diminuem o risco de câncer de mama e de cólon O ácido linoleico conjugado (CLA) presente no leite retarda o desenvolvimento de tumores mamários em animais. As mulheres pós-menopausa, com altos níveis de CLA no sangue e de tecidos adiposos, têm 70% de chances de minimizar o câncer de mama. Igualmente, o consumo incrementado de leite e derivados demonstrou diminuir o risco de câncer de cólon em ambos os sexos em 40%, benefício este de grande magnitude, visto a malignidade do câncer de cólon ser uma das maiores causas de óbitos. Leite e derivados: tratamento natural para síndrome pré-menstrual (TPM) Os estudos mostram que mulheres com TPM parecem ter anormalidades no metabolismo do cálcio. Quando essas mulheres ingerem 1000 a 1300mg de alimentos ricos em cálcio, tais como leite, experimentam melhoras significativas no humor, comportamento, dores e inchaços durante o ciclo menstrual. Leite e derivados ajudam a manter a dentição por toda a vida As crianças aprendem que o cálcio do leite ajuda a construir dentes mais fortes. Mas poucos sabem que as proteínas do leite e dos queijos combatem a formação da placa dentária e ajudam a revestir os dentes, diminuindo a quantidade de carboidrato fermentável na boca e o risco de cáries dentárias.

Leite é um alimento seguro Com o aumento do consumo e da produção do leite, surgiu a necessidade de aprimoramento de técnicas e de higienização na obtenção, transporte e conservação do leite, com o objetivo de garantir um produto limpo e saudável e com maior tempo de conservação. Por isso, atualmente, existem diversos processos

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PRODUTOR DE SUCESSO

Entrevista

Eduardo Dessimoni

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ascido no Rio de Janeiro, Eduardo Dessimoni é uma referência para a pecuária nacional. Como o pai, é engenheiro civil, mas encontrou na pecuária a sua satisfação de vida. Atualmente, mora em Uberlândia (MG), que foi onde conheceu sua esposa, Maria Cristina, casou-se e teve dois filhos. Além de pecuarista, é hoje o presidente da Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia, a Calu, “Adotei Uberlândia como minha cidade e a Calu como minha segunda religião”, declara Eduardo. O Senhor vem de uma família tradicional na pecuária? Como foi o início da sua trajetória na pecuária e depois, especificamente, no Girolando? Sim. O meu avô e o meu pai foram produtores de leite. Tradicionalmente, produtores de leite com gado Girolando, 3/4 e 7/8, em Lavras, no Sul de Minas. Meu avô iniciou a produção de leite na década de 1930. Meu pai na década de 1960. Meu 30 40

pai era engenheiro civil e começou a produzir leite na década de 1960 com vacas 3/4 de 7/8. Utilizava-se da Política Café com Leite no Sul de Minas. Lavoura de café e produção de leite, integradas. Com o falecimento do meu pai, em 1989, assumi a produção de leite e café na fazenda da família, no Sul de Minas. Simultaneamente, comecei a adquirir uma fazenda em Uberlândia e comecei a produzir leite aqui. Também com vacas ¾ e

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7/8. Nos últimos 10 anos, introduzi a raça Gersey, fazendo Tree Cross (Gir, Holandês e Gersey), o que vem dando um bom resultado. O senhor sempre está em busca de animais provados, com resultados oficiais. Como é formado o seu plantel hoje? O plantel Tree Cross é constituído de animais com mais de 20 anos de inseminação artificial, utilizando-se das raças Gir e Holandês e, www.interural.com


O O M MA A II O OR R E EV VE EN N TT O O D DO O S S EE TT O OR R N NA AS S A AM MÉ ÉR R II C CA AS S Venha participar do 11º Congresso Pan-Americano do Leite, o evento que vai debater e Venha Congresso Pan-Americano do Leite, o evento que vai debater planejarparticipar os rumosdoda11º cadeia produtiva do leite, reunindo os maiores especialistas da área.e planejar os rumos da cadeiadiversas produtiva do leite,simultâneas, reunindo oscom maiores especialistas da área. Além disso, serão realizadas atividades destaque para a Exposição Além disso, serão realizadas diversas atividades simultâneas, Industrial e Comercial. Faça sua inscrição e construa um setorcom cadadestaque vez maispara forteaeExposição saudável. Industrial e Comercial. Faça sua inscrição e construa um setor cada vez mais forte e saudável.

22 a 25 de março de 2010 22 a 25 de março de 2010

Belo Horizonte MG Belo Horizonte MG Minascentro Minascentro

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PRODUTOR DE SUCESSO

mais recentemente, foi introduzida, também, a raça Gersey, formando, assim, o Tree Cross. O Tree Cross já é uma realidade com sua eficiente produção em pastejos rotacionados irrigados no clima tropical. Já na raça Gir, foram adquiridos animais dos melhores criatórios da raça do país. E a ampliação desse plantel está sendo feita por meio de FIV e TE. Acredito bastante na evolução genética do gado Gir e no seu desempenho no clima tropical, por isso, comecei a investir na raça. Como é a rotina da sua propriedade hoje e quantos funcionários fazem parte da sua equipe? A propriedade tem 35 hectares, sendo 18 hectares em reservas e 17 hectares dedicados à atividade leiteira. Nove hectares em pastejo rotacionado de Tifton 85 e sete hectares em um pasto de braquiária. Os nove hectares, na próxima estação seca, serão divididos em 60 piquetes irrigados. O rebanho será dividido em três lotes de 20 piquetes. A ordenha dos animais é feita três vezes ao dia (de oito em oito horas), com média de 23 litros por animal/dia. Com uma produção total de, aproximadamente, 30 mil litros/mês. Todos os trabalhos da propriedade são executados por três funcionários e a esposa do gerente. O senhor já conquistou vários títulos em pista. Algum em especial marcou mais? Sim. No Torneio Leiteiro do 7º Intercalu, em que ganhei nas categorias: Conjunto de vacas até 5/8 e Conjunto de Novilhas até 5/8 e a Rainha do Torneio. Como presidente da Calu, como o senhor analisa o mercado do leiteiro nos últimos anos? Não só nos últimos anos, o 30 42

“Adotei Uberlândia como minha cidade e a Calu como minha segunda religião”. mercado leiteiro brasileiro tem sido marcado por uma grande instabilidade nos preços do leite ao produtor. Isso se deve, principalmente, à velha falta de uma política governamental para a pecuária leiteira. O descaso no trato da atividade leiteira não é só deste governo. Já vem de diversos governos anteriores. O sistema cooperativo deverá chamar para si a responsabilidade em determinar uma política para o setor. Mas isso só acontecerá quando mais de 70% da captação de leite estiver na mão do sistema cooperativo. A iniciativa da Itambé, Minas Leite, Centroleite, Cemil e Confepar de se unirem é o primeiro sinal positivo para a realização desse objetivo. Não existe produtor forte, sem um sistema cooperativo forte. Vivemos alguns momentos e incertezas no leite, os preços caíram, mas alguns especialistas acreditam na valorização do produto, para o senhor, o que o produtor de leite pode esperar a curto e médio prazo? Este ano, os indicadores são de preços melhores. Nós temos uma recuperação dos preços internacionais, apesar de ter havido queda nos dois últimos leilões da

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Fonterra. As previsões de recuperação das economias mundiais também nos sinalizam a tendência de um crescimento do consumo de lácteos maior que o crescimento da produção de leite. Essa tendência volta a acontecer. Com a melhoria do poder aquisitivo dos brasileiros, vem firmando o aumento do consumo interno dos lácteos. Continuamos no aguardo de uma campanha publicitária sistemática para o aumento do consumo dos lácteos, o que daria uma maior estabilidade ao setor. O que mais te faz sentir realizado no seu trabalho? A implementação dos projetos sociais e de capacitação dos produtores. Os produtores de leite precisarão ter a percepção de que devem ser assistidos por um técnico, enquanto nós, dirigentes de cooperativas, temos que trabalhar essa conscientização e fazer chegar aos produtores toda a tecnologia desenvolvida pelas empresas de pesquisa. O projeto Balde Cheio, implementado na Calu, é um exemplo desse trabalho. E muito me emociona ver que esse projeto tem mudado a vida de diversas famílias. Só isso já basta para qualquer ser humano se sentir realizado. www.interural.com


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PECUÁRIA

Vacas Leiteiras

Erros mais frequentes no manejo nutricional de vacas leiteiras quando confinadas o ano todo ou durante o período seco do ano”

V

ocê se preocupa com o que suas vacas comem? A dieta delas é balanceada por um nutricionista ou você compra o concentrado e ainda está na velha relação 1:3 (1 kg ração: 3 kg de leite)? Mas, independente disso, você acredita que elas estão comendo o que você acha que elas estão? Ou são suas vacas que estão definindo o que comem? Assumir que o que foi colocado diante das vacas é o que foi balanceado pode ser um grande erro. E, assim, não nos certificamos das 3 dietas bases dentro de uma fazenda, sendo elas: 1) Dieta do nutricionista (mesmo que você esteja usando a relação 1:3); 2) Dieta do tratador, e 3) Dieta que realmente a vaca ingeriu. É muito importante que essas 3 dietas estejam bem próximas uma da outra. Um modo prático de avaliar se o que está perante as vacas, em termos de nutrientes, é o que você visualiza na tela do computador é fazer análises bromatológicas da dieta. Você pode pensar que seja loucura, pois, se não tem o hábito de fazer análises das forragens e de insumos (2 grandes erros!!!), quanto mais ter ou fazer análises de dietas. Aí vai um conselho de quem acompanha dietas de vacas há, mais ou menos, 10 anos: O custo de uma análise é muito barato, quando comparado ao seu benefício. A dieta é o item mais pesado da planilha de custo de produção de leite, ou seja, não é permitido amadorismo nesse item. É preciso alimentar as vacas de forma balanceada para que elas expressem todo o seu potencial produtivo, indepen44

dente da raça. Isso significa dizer, por exemplo, em nunca tirar apenas 10 kg de leite em uma vaca com potencial para 15 kg, pois, na maioria das vezes, esses 5 kg de leite a mais não vêm por ter dado mais concentrado para a vaca, e, sim, devido a fatores como: qualidade da forragem, concentrado bem balanceado, que supre as deficiências dessa forragem, mistura bem feita

desse e de outros insumos (subprodutos), com a forragem, quando o gado está confinado (ano todo ou na seca nos sistemas de pasto), linha de cocho adequada, conforto animal, entre outros. A seguir, temos uma tabela com a composição nutricional da dieta de um lote de alta produção balanceada para 32 kg, porém a dieta foi feita manualmente.

Esta tabela mostra que a dieta na frente da vaca (tratador) não é a dieta balanceada (nutricionista) vista na tela do computador. Como podemos observar, a principal diferença está nos carboidratos (FDN e CNF), em que o carboidrato fibroso (FDN) da dieta do tratador está muito alto. No ponto onde foi coletada a amos-

tra, provavelmente, o tratador deixou cair mais silagem (que tem mais fibra e menos concentrado), que é de fibra baixa (Foto 1). Qual a implicação disso para as vacas que comem desse lado do cocho? E para as vacas que comem do outro lado do cocho, onde caiu mais concentrado e menos forragem? (Foto 2).

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Na primeira situação (Foto 1), há o risco da doença metabólica cetose subclínica. As vacas desse lote são de alta demanda de energia, e a dieta, nesse ponto, está com baixa densidade energética, pois a fibra (FDN) está muito alta, e o carboidrato não fibroso (CNF), que gera mais energia por kg de consumo para a vaca, está muito baixo (Tabela1). Essas vacas, principalmente as de baixo DEL (dias em lactação), irão mobilizar muito da sua condição corporal, isto é, irão emagrecer criando o risco de cetose. Entretanto, no outro lado do cocho (Foto 2), teremos o contrário, ou seja, falta de fibra (FDN) e excesso de CNF, levando as vacas a um risco de acidose. Além disso, o tratador não misturou bem a dieta, o que permite que a vaca selecione ainda mais o concentrado, agravando a situação. Pode-se assegurar, então, que, na mesma linha de cocho, criaram-se dois riscos metabólicos: cetose e acidose. A consequência será menor eficiência produtiva e reprodutiva das vacas desse lote. É pertinente salientar que, para cada 1 kg de leite que as vacas perdem no pico de produção (que, normalmente, ocorre entre a 4ª e 8ª semana pósparto), elas irão perder algo entre 200 a 220 kg de leite na lactação total. A melhor maneira de ter uma dieta bem misturada, especialmente em rebanhos grandes, é o uso de uma Totalmix (vagão misturador de dieta). No entanto o uso incorreto dessa máquina também pode proporcionar dietas de riscos. A tabela 2 mostra a análise de uma dieta de vacas também de alta produção, em que houve erros de mistura. Conforme podemos observar, a principal diferença está novamente nos carboidratos (FDN e CNF). Nesse lote, o risco metabólico é acidose, pois a quantidade de fibra (FDN= 25,6%) é baixa para vacas pós-parto. Essa dieta caía, inicialmente, para o lote pósparto, no qual as vacas ficavam por volta de 10 a 20 dias, e as avaliações de consumo mostravam que www.interural.com

as vacas estavam comendo 40 a 50% do recomendado, indicando haver algum problema. Várias estratégias foram buscadas, no sentido de melhorar o consumo, sem êxito, e não se desconfiava da dieta, pois, visualmente, mostrava-se bem misturada e com tamanho de partícula adequado. Após a análise e com os resultados da tabela 2 mais o dado do baixo consumo, foi identificado que as vacas, real-

mente, estavam com acidose. Nesse caso, foi diagnosticado que o vagão não estava misturando bem por excesso de carga. Após consertar esse manejo, e, por precaução, ao entrar na dieta com uma fibra mais longa (na época, tifton picado verde) o consumo desse lote voltou para o recomendado. Foi perceptível que os animais estavam com mais saúde, o que não se via antes.

Outro erro muito frequente acontece nas fazendas que trabalham com fórmulas de concentrados comerciais, utilizando sempre a relação 1:3, ou seja, composição fixa de nutrientes o ano todo. É preciso considerar que as vacas, em um sistema a pasto, não comem o mesmo tipo de forragem durante todo o ano. No verão, temse pasto e, na seca, dependendo da fazenda, pode-se ter cana-deaçúcar ou silagem (de milho, sorgo ou capim elefante). Lembre-se: o concentrado tem de suprir a deficiência da forragem que está sendo dada aos animais. Se a fábrica, ao formular esse concentrado, usa como referência a forragem silagem de milho, esse concentrado estará balanceado para ela e não será um bom concentrado para as outras opções de forragens. Na tabela 3, temos um raciocínio quando se mantém o concentrado fixo e se usa a relação 1:3, mudando apenas o tipo de forragem, mas assumindo o mesmo consumo. Esse é um manejo muito comum nas fazendas: o pasto acaba e, ao entrar na seca, utilizando sila-

gem de milho ou cana-de-açúcar, o mesmo concentrado é mantido. Podemos observar que, no caso do pasto de média qualidade, fecha-se a exigência de proteína, porém, no pasto de alta qualidade, sobra-se proteína (+ 0,700 kg) e, em relação à silagem de milho e à cana-de-açúcar, faltam proteínas (-0,300 e -0,700 kg, respectivamente). Ou seja, esse concentrado fecha somente a exigência de proteína de uma das opções de forragem, que, no caso dessas, faltou energia (CNF) na dieta comparada com as dietas silagem milho e cana. A dieta do pasto de qualidade contém um grande excesso de proteína e, para piorar, falta muita energia (CNF) para otimizar o uso dessa proteína, dentro do rúmem, pelos microrganismos ruminais. O que poderia ajudar nessa energia seria o concentrado, só que este foi formulado com alta fibra (FDN= 31%) e, consequentemente, baixo CNF (35,7%), ou seja, muita incoerência, pois tem-se um concentrado de fibra alta para uma forragem também de fibra alta.

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PECUÁRIA Em um concentrado de 2830% de PB feito à base de farelo de soja, milho, ureia e premix mineral vitamínico, o teor de FDN fica por volta de 13% e o de CNF= 46,7%. É possível ver, na tabela anterior, que esse manejo de manter o mesmo concentrado, usando 1:3, independente da forragem, leva a dietas que não são balanceadas de forma correta, implicando queda de produção das vacas. Deve-se, então, tomar cuidado com esses pontos. Acredito que, dificilmente, as fábricas mudem o conceito da fórmula fixa dos nutrientes. No entanto estratégias de balanceamento devem ser propostas pelo nutricionista da fábrica ao atender seu cliente. Isto é, no verão, reduzir um pouco o uso dessa ração e colocar no lugar uma fonte energética rica em CNF (milho moído ou polpa cítrica, por exemplo), pois o que falta nessa dieta, particularmente quando se usa pasto de qualidade, é energia e não proteína. No caso da seca, como as opções de forragem são ricas em energia e possuem menos proteína (principalmente a cana-de-açúcar), a estratégia é o contrário. Coloca-se menos ração e suplementa-se com uma fonte de proteína (por exemplo: farelo de soja). Dessa maneira, todos saem ganhando: o produtor, porque suas va46

cas dão mais leite, e também a fábrica, que, mesmo vendendo menos ração, tem um cliente com mais eficiência na nutrição do rebanho e menos chance de desistir do seu negócio. No caso da cana-de-açúcar, só a ureia não resolve, pois, para fechar os 0,700 kg de proteína que faltam, é necessário 0,300 kg de ureia por vaca, na dieta, de acordo com recomendação antiga (1% do consumo de cana - 30 kg). Só que essa recomendação é um grande erro, pois a quantidade colocada nesse caso estará em excesso. Isso não irá matar as vacas, mas, para eliminar o excesso de ureia do corpo, ela terá de gastar energia que poderia ser utilizada para produção ou recuperação de condição corporal. Uma ferramenta de monitoramento é a análise de ureia de

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leite. Fazendas que antes usavam essa recomendação chegaram a ter mais de 27 mg/dl de ureia no leite, indicando um grande problema. A recomendação de ureia de leite do rebanho deve ficar entre 12 a 16 mg/dl. Vale lembrar, ainda, que o excesso de ureia circulante no sangue também afeta a reprodução das vacas, aumentando seu período de serviço e, consequentemente, o intervalo entre partos da fazenda. Para finalizar, o último erro está na transição da cana-de-açúcar ou silagem (milho ou sorgo) para o pastejo. Não devemos julgar que alterando a fórmula do concentrado mencionado acima, teremos uma melhora na eficiência da vaca. O erro, mesmo que se tenha reformulado o concentrado, é assumir o mesmo consumo de kg de matéria seca (MS) de forragem, como na tabela 3. A cana e as silagens de qualidade nutricional são de fibra média (FDN de 45% a 50% da MS), e o pasto tropical tem FDN alto (63 a 75 %). Ou seja, a vaca, dificilmente, conseguirá consumir a mesma quantidade na forma de pasto, pois o excesso de fibra deste aumenta a fibra da dieta (Tabela 3), o que reduz o consumo da vaca. Isto é, a vaca irá pastejar menos. Como consequência, a produção de leite cai (Lembre-se de suas vacas nessa época. Não é isso que acontece?). Cem por cento dos produtores para os quais já fiz essa pergunta reclamam dessa queda, mas consideram que ela é normal. O problema é que se está perdendo receita e existe uma estratégia nutricional que pode ser usada para minimizar essa perda ou mesmo não tê-la. Assim, tenha sempre em mente que pequenos detalhes podem impactar todo o sistema de produção.

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PECUÁRIA

Bezerros

Você entende o que seus bezerros estão te falando? Carla Maris Machado Bittar e Lucas Silveira Ferreira

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ão é de se espantar quando se escuta algum técnico de campo dizer que conhece um tratador de animais que, sem muito estudo, rapidamente, consegue identificar um animal doente ou que revele comportamento anormal. E não é somente hoje que tratadores de animais provam suas habilidades na detecção de doenças. Segundo dados históricos, desde os primórdios da agricultura e da criação de animais, essas habilidades já eram valorizadas entre os antigos egípcios. Fragmentos de papiros, datados de 1850 aC., descrevem doenças de bovinos, cães, aves e peixes, mostrando que os antigos egípcios sabiam reconhecer sinais associados a doenças importantes. Ainda no mundo antigo, Hipócrates, o pai da medicina moderna, argumentou que as doenças são produtos de fatores ambientais, incluindo a dieta e os hábitos de vida (Tratado: “Sobre a Doença Sagrada” ~ 400 aC.). Ele também recomendava o uso de cuidadosas observações para identificar indícios de doenças e reconheceu que havia diferenças em como os indivíduos expressam esses sinais (O Livro de Prognósticos ~ 400 aC.). Ao longo das últimas décadas, a relação entre comportamento e saúde animal surgiu como tema de discussão acadêmica, por meio da criação de organizações como a Sociedade de Etologia Veterinária (hoje, Sociedade Internacional de Etologia Aplicada) e a publicação de obras como Abnormal Behavior in Animals (“Comportamento Anormal em Animais”), de Fox (1968). Assim, atualmente, a discussão entre diversos pesquisadores tende a centrar-se sobre como identificar 48

e resolver problemas que tenham como origem alterações simples no comportamento animal. Segundo um grupo de pesquisadores (WEARY e cols., 2008), sinais comportamentais têm sido considerados indicativos de algumas doenças ou distúrbios, como, por exemplo, alterações no padrão de alimentação e, também, a diminuição das atividades normais. Surpreendentemente, são poucas as pesquisas científicas que abordam, especificamente, o valor do comportamento animal como um indicador de doença. No entanto as taxas de detecção de doenças poderiam ser aperfeiçoadas por meio da utilização de critérios mais apropriados e de melhor treinamento do tratador no que diz respeito à observação de alterações de comportamento. De maneira geral, quase todas as avaliações comportamentais

relacionadas a doenças têm sido baseadas em avaliações subjetivas. Normalmente, são considerados como doentes os animais que se apresentam deprimidos, apáticos ou sem se alimentar, e estes indicadores são, muitas vezes, utilizados com base na experiência acumulada pelos tratadores. No caso de bezerros em lotes, o isolamento de animais também pode ser levado em conta como uma alteração de comportamento, muitas vezes, revelando algum problema de saúde de animais. Este é um aspecto importante, principalmente para animais recém-desaleitados, que podem estar com problemas nessa fase de grande estresse para eles. O isolamento também pode revelar problemas de dominância no lote, que, com o tempo, vão resultar em redução no desempenho individual de animais e, em algumas situações, problemas de saúde.

Figura 1. Na sequência, foto de bezerra saudável, bezerra com orelha caída (sinal de morbidez) e animal isolado do lote.

Infelizmente, avaliações subjetivas podem estar propensas a pouca confiabilidade, ou seja, nem sempre podem ser repetidas sem erros. Isso, geralmente, ocorre quando pessoas diferentes dão opinião sobre um mesmo fator, ou avaliam o mesmo animal com alteração no comportamento. No entanto é comum encontrarmos tratadores bem treinados que, por simples observação do comportamento, dizem, inclusive, que o animal pode estar com febre. Um bom exemplo disso é a fun-

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cionária responsável pelo bezerreiro do Sistema de Produção de Leite da Embrapa Pecuária Sudeste. Por experiência, e também amor pelo que faz, Dona Leni consegue, ao chegar ao bezerreiro, identificar bezerros que possam estar com problemas de saúde. “Não foram poucas as vezes em que, ao chegar ao bezerreiro, pela manhã, juntamente com esta extraordinária funcionária, ela comentou sobre a possibilidade de um determinado bezerro estar com febre. Ao se medir a temperatura do animal www.interural.com


em questão, comprovávamos sua experiência na observação dos animais”. A sensibilidade do tratador, no que diz respeito a perceber qualquer alteração no comportamento dos animais, é crucial para o rápido diagnóstico de problemas e consequente redução, não só no uso de medicamentos e no custo de produção, mas também, nas taxas de mortalidade, que inclusive impactam o custo de novilhas de reposição. Outros tipos de alterações de comportamento podem estar relacionados ao condicionamento animal a uma rotina diária e não necessariamente a um problema de saúde. Um bom exemplo disso é observado em experimentos com alimentadores automáticos de leite para bezerros. Nesse tipo de manejo alimentar, animais saudáveis visitam com mais frequência os alimentadores para as chamadas visitas não-nutritivas, ou seja, sem o consumo de leite, já que o leite somente está disponível em quantidade e horários predeterminados para cada animal. Comportamento semelhante observa-se nas fazendas, onde as

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bezerras saudáveis, ou seja, as que não apresentam quadro de diarreia, ou qualquer doença, manifestam estar mais ativas durante os horários de fornecimento do leite em comparação aos animais adoecidos. O comportamento também pode ser parte de todo o sistema de comunicação dos animais, sendo possível identificar indícios antes mesmo de o animal adoecer. Para isso, é sempre importante a fazenda possuir funcionários de confiança, bem treinados, principalmente na criação de bezerras, que têm a saúde bastante frágil durante as primeiras semanas de vida e também nas semanas de transição (pouco antes e pouco depois do desaleitamento). É oportuno também saber diferenciar atitudes relacionadas a doenças de “comportamentos de dependência”, comuns em animais recém nascidos. Esse sinal, muito comum em bezerras mais jovens, está relacionado à necessidade inerente aos animais de procurar o cuidado da mãe, parecendo, muitas vezes, que estão apáticos

e frustrados. Por fim, técnicos, e principalmente tratadores, que diariamente estão em contato com animais, devem, constantemente, se preocupar em aperfeiçoar seu conhecimento em relação ao comportamento do animal com o qual tem maior contato. Da mesma forma, pesquisas devem ser desenvolvidas para padronizar algumas questões ainda bastante subjetivas e de conhecimento de poucos. A grande dificuldade na criação de animais, para muitos, está no fato de que estes não podem falar quando sentem fome, sede ou dor. Entretanto, apesar da fala não ser possível como forma de comunicação, constantemente, os animais expressam suas vontades e desejos na forma de comportamentos padronizados, permitindo, assim, maior eficiência no trato e contato diário, podendo refletir diretamente no desempenho e, principalmente, em retorno financeiro. Bibliografia consultada - WEARY D.M.; HUZZEY J.M.; von KEYSERLINGK, M.A.G. Using behavior to predict and identify ill health in animals Journal of. Animal Science, v.87, p.770–777, 2009.

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PECUÁRIA

Entrevista

Produção Higiênica do Leite Equipamento de ordenha e tanques de resfriamento de leite Muitos produtores rejeitam o uso de tecnologia na produção de leite. Muitos por falta de informações, abandonam o uso dos equipamentos. Com as informações corretas, uso adequado e treinamento dos funcionários e animais do rebanho, a tecnologia é a grande parceira do produtor rural. Dr. João Mendes, Bioquimico Industrial, Empresário, Diretor Comercial da Westmilk do Brasil, Palestrante, Consultor e Instrutor Técnico nas áreas de Produção Higiênica de Leite, Comportamento de Gado Leiteiro e Técnica em Ordenhadeiras Mecânicas.

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nterural: João Mendes, qual a sua definição sobre ordenhadeira mecânica?

João Mendes: E o processo de extração do máximo do potencial leiteiro de mamíferos com auxilio de máquinas no menor tempo possível, preservando o sistema mamário e mantendo a qualidade do leite.

Interural: Sistemas de ordenha garantem aumento da produtividade leiteira? João Mendes: O equipamento de ordenha consiste em um aparelho desenvolvido para reduzir o trabalho árduo da ordenha manual. O objetivo 50

de tal equipamento é alavancar a produtividade, conciliando redução de custos e o aumento da qualidade e produtividade. Interural: Equipamentos de ordenha são indicados para quais tipos de rebanhos? Como saber qual a combinação de equipamentos mais indicada? João Mendes: O equipamento de ordenhadeira é indicado para todos os tipos de rebanhos leiteiros. A combinação mais indicada para um produtor específico dependerá de alguns fatores tais como número de vacas, número de ordenhas diárias e nível de automação desejado. Os equipamentos balde ao pé são indicados para

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rebanhos menores e o equipamento canalizado é indicado para rebanhos maiores. Interural: Qual é a eficiência do sistema automático de ordenhar rebanhos? E qual a relação custo/benefício, levando-se em consideração o aumento do consumo de energia elétrica e paralelamente elevação da produtividade na propriedade? João Mendes: A eficiência do equipamento é total. Ele possibilita ordenhar maior número de vacas em menos tempo e ainda dá mais conforto e segurança para o ordenhador e para os animais que são ordenhados. Uma ordenha moderna, com a combinação www.interural.com


de tecnologia de ponta e componentes de alta qualidade, pode aumentar a rentabilidade da propriedade, proporcionar maior higiene do leite, melhorar a saúde do úbere e reduzir seus custos com mão-de-obra, o que supera, por exemplo, os gastos com energia elétrica. Interural: Como é composta a unidade de ordenha, e qual é o tipo de material empregado na fabricação dos equipamentos? João Mendes: O equipamento é composto de unidades de vácuo, unidade de ordenha, unidade transferidora. E o material utilizado para sua fabricação é o aço (galvanizado, inox) e borrachas atóxicas, entre outros. Interural: Como se dá a integração entre o ordenhador e a vaca? E como isto influencia a eficiência a mão-deobra e o resultado econômico da atividade? João Mendes: A nossa empresa ao fornecer o equipamento e montá-lo na fazenda, fornece também o treinamento para qualificação da mão-de-obra do ordenhador. Estando o ordenhador capacitado para o trabalho, instruído principalmente sobre a anatomia da vaca e seu comportamento, ele terá ótima integração com o animal, aumentando o rendimento do processo.

consideração a produtividade do rebanho, qual é a freqüência de ordenha recomendada? E que efeitos isso produz sobre a lactação? João Mendes: No Brasil, a prática de duas ordenhas também é largamente utilizada. Entretanto, pode-se haver uma variação nesta freqüência de acordo com cada rebanho. E recomendado, para animais que produzem acima de 23 litros, a realização tres ordenhas diarias. Mudando-se de duas para três ordenhas diárias obtém-se um aumento significativo na produção de leite, além disso a lactação toma-se mais persistente e prolongada. Ordenhas mais freqüentes eliminam um maior número de bactérias da glândula mamária, o que parcialmente pode explicar uma melhor saúde do úbere. A pratica de ordenhar com intervalos maiores que 14 horas pode se reduzir a produção de leite em até 60%. Interural: Quais as etapas devem ser executadas na rotina de ordenha? Que impacto isto provoca em relação

a doenças como a Mastite? João Mendes: Uma boa rotina de ordenha e da preparação do úbere tem um comprovado impacto na redução da incidência de mastite, uma das doenças mais caras em fazendas de leite por causa dos gastos com medicamentos, técnicos , descarte precoce dos animais, descarte de leite, redução na quantidade e qualidade do leite. É necessário portanto que seja efetuada antes da ordenha, o pré-diping (teste de mamite, lavação e enxugamento do teto) e após se coloca as teteiras. Ao término da ordenha é necessário que seja realizado o pós-dip. Com esta rotina, diminuímos os impactos negativos. Interural: A ordenha representa uma seqüência complexa de processos de condicionamento da vaca. O que pode ser feito para estimular o reflexo da ejeção do leite e não produzir a inibição? Que fatores influenciam isto? João Mendes: A ordenha não repre-

Interural: O equipamento de ordenha causa danos a saúde do animal? Como ele age sobre a teta? João Mendes: Quando o equipamento é devidamente utilizado, nenhum dano é causado. Ele age sobre a teta com movimentos de sucção por uma diferença de pressão entre a parede interna do úbere e o insuflador. A teta é exposta a movimentos rítmicos que fazem massagem e impedem qualquer tipo de lesão ou desconforto. Interural: A prática de se ordenhar duas vezes ao dia tem sido comum em alguns países. Levando-se em www.interural.com

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PECUÁRIA

senta uma seqüência complexa do processo, o que representa é o mal condicionamento das vaca. Para se estimular o reflexo da ejeção do leite e, não inibi-lo, é muito importante tratar as vacas da forma mais adequada tanto antes quanto durante e após a ordenha. Há diferentes tipos de inibição, que geralmente são causados pelo maltrato no manejo das vacas, desconforto durante a ordenha, ambientes estranhos à vaca e gerenciamento incorreto. A recomendação é de se manter rotinas as mais consistentes possíveis e os procedimentos devem seguir horários regulares, dia após dia. Interural: Como é o processo de limpeza e manutenção do equipamento? Que produtos devem ser utilizados para garantir a eficiência da desinfecção de teteiras no processo de ordenha mecânica de vacas, a fim de evitar ou minimizar o risco de infecção de patogenias? João Mendes: Para a limpeza do equipamento é necessário o uso de sanitizantes e ácidos específicos. O uso de água quente e depois água fria também é recomendado pois, com o choque térmico conseguimos diminuir a quantidade de bactérias e micro-organismos que agem sobre o equipamento. Segundo o Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite- CBQL é necessário a troca dos insufladores a cada seis meses ou 2500 ordenhas. Interural: Os consumidores de hoje exigem produtos de alta qualidade. Qual é o ganho real na qualidade do leite ordenhado? Essa qualidade é preservada mesmo após o armazenamento em tanques de resfriamento? João Mendes: A qualidade do leite ordenhado depende totalmente da sanitização do equipamento, que eficientemente limpo, garante com certeza, um leite com excepcional qualidade. Pois é necessário também 52

que os animais em produção sejam saudáveis e que tenham um manejo eficiente. O resfriamento em tanques de expansão é aprovado pelo Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite – CBQL. O armazenamento ocorre diminuindo a temperatura em até 4 graus em um tempo menor que três horas, evitando assim, o aumento de bactérias conservando a qualidade do leite ordenhado. Interural: Rotinas de ordenha Quais as etapas da rotina de ordenha? Como deve ser a rotina e a adequação do equipamento de ordenha a fim de se obter uma alta produção de leite? João Mendes: A rotina de ordenha deve ser executada de forma consistente. O tubo de leite deve ser alinhado de maneira correta e também a instalação do equipamento é importante. Uma rotina adequada inclui diferentes etapas tais como: limpeza das tetas, teste com caneca de controle de mastite e pós-dipping. Uma pré-estimulação bem feita facilita a ejeção de leite. As tetas e o úbere devem ser limpos e secos para garantir uma boa qualidade do leite. A contaminação de bactérias do esterco e esporos de-

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vem ser minimizados. As tetas devem ser limpas por toalhas diferentes para cada vaca individualmente de modo a prevenir a transmissão de mastite patogênica entre as vacas. Se possível cada toalha deve ser usado separadamente para cada teta para prevenir a transmissão de patógenos entre elas. Interural: Fale sobre Mastite. João Mendes: O pré-requisito para produzir leite de forma rentável é obter uma produção relativamente alta de leite de qualidade, o que significa alta produção em animais saudáveis que, não sofrem de alguma doença na glândula mamária. A mastite é a doença mais comum e onerosa encontrada em rebanhos leiteiros. Ela consiste em uma inflamação na glândula mamária que pode ser causada por infecções bacterianas ou traumas. As conseqüências patológicas da mastite são os danos provocados no tecido e alteração na função da célula secretora. Isto leva a uma redução na produção de leite e mudanças na sua composição, diminuindo os níveis de gordura e lactose. E aumentando os níveis de proteína total, levando à perda de qualidade no processo de produção de produtos provindos do leite. www.interural.com


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PECUÁRIA

Confinamento

Influência do período “pré terminação” sobre as características de carcaças produzidas Autor: André Alves Souza

A

s influências do período “pré-terminação” sobre os aspectos produtivos do período final de terminação são pequenas, quando temos um período mais longo de confinamento, aproximadamente, 130 dias. Porém os diferentes desempenhos prévios ao período final de terminação, apesar de não terem grandes interferências sobre o resultado econômico final da terminação, podem afetar as características de carcaça e a qualidade dos cortes produzidos, se se alterar o crescimento dos animais. Diferentes intensidades de crescimento podem afetar a composição final de carcaça e, consequentemente, as características organolépticas do cortes. Devido a isso, é importante avaliarmos não só os aspectos produtivos/econômicos, como também as características de carcaça, visto que o pagamento é diferenciado por carcaças de melhor qualidade. Em trabalho realizado por Loken et al. (2009), foram avaliados os efeitos de diferentes desempenhos no período “pré-terminação” sobre as características de carcaça e a qualidade de cortes produzidos. Foram utilizados 80 novilhos Angus x Simental, divididos em dois tratamentos, recebendo dietas para diferentes desempenhos no período “pré-terminação”, sendo: Baixo ganho (BG) com dietas para um ganho de peso diário de 0,91 kg, e Alto ganho (AG), com dietas para um ganho diário de 1,25 kg. Os animais foram mantidos nos tratamentos descritos por um período de 70 dias (préterminação), sendo, posteriormente, alimentados com dietas de terminação (Tabela 1) durante 135 dias até o abate. 54

Tabela 1. Dietas experimentais utilizadas nos diferentes tratamentos

Fonte: adaptado de Loken et al. (2009) / *Decoxx® – coccidiostático

Apesar do tempo de alimentação bem como a estratégia nutricional interferirem diretamente sobre o peso final de carcaça, não

foram observadas diferenças para o peso final de carcaça com diferentes desempenhos no período “préterminação” (Tabela 2).

Tabela 2. Efeitos da taxa de ganho no período “pré terminação” sobre as características de carcaça

Fonte: adaptado de Loken et al. (2009) / * Medida obtida na altura da 12ª costela / ** % de gordura renal, pélvica e cardíaca

Além de não haver diferenças em relação ao peso final de carcaças, também não foram observadas diferenças em relação à espessura de gordura de cobertura, gordura intramuscular (marmoreio) e gordura interna (Tabela 2). Em relação às caracterís-

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ticas organolépticas dos cortes produzidos, foi observada menor perda de cozimento para os cortes oriundos do tratamento AG (Tabela 3). Não foram observadas diferenças em relação à força de cisalhamento, o que evidencia não haver diferenças de maciez entre os diferentes tratamentos. www.interural.com


Tabela 3. Efeitos da taxa de ganho no período “pré terminação” sobre as características dos cortes produzidos

Fonte: adaptado de Loken et al. (2009)

Junto às avaliações laboratoriais, também foram realizadas outras por intermédio de painel de degustação, em que degustadores treinados não conseguiram identificar diferenças para os cortes dos diversos tratamentos em relação à maciez, à suculência e ao sabor (Tabela 3). Os resultados nos mostram que o desempenho dos bovinos “pré-terminação” não interfere nas características de carcaça e na qualidade de cortes obtidos, quando temos um período de terminação de, aproximadamente, 130 dias de confinamento.

Referências bibliográficas:

LOKEN, B.A.; MADDOCK, R.J.; STAMM, M.M.; SCHAUER, C.S.; RUSH, I.; QUINN, S.; LARDY, G.P. Growing rate of gain on subsequent feedlot performance, meat and carcass quality of beef steers. J. Anim. Sci., v. 87, p. 3791-3997, 2009. NEEL, J.P.S.; FONTENOT, J.P.; CLAPHAM, W.M.; DUCKET, S.K.; FELTON, E.E.D.; SCOGLIA, G.; BRIAN, W.B. Effects of winter stocker growth rate and finishing system on: Animal performance and carcass characteristics. J. Anim. Sci., v. 85, p. 2012-2018, 2007.

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BRAHMAN

Entrevista

O Presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil, ACBB, José Amauri Dimarzio, tomou posse do seu segundo mandato na associação no dia 08 de fevereiro. Durante a cerimônia de posse, vários assuntos foram discutidos, dentre eles a decisão da ABCZ de que, a partir de 2014, todas as receptoras deverão ser zebu registrados. O conselho de administração da ACBB votou e decidiu apresentar uma proposta para a ABCZ, solicitando uma assembléia, durante a Expozebu 2010, para discutir os prós e os contras desta medida.

N

a reunião do conselho também ficou definida a mudança de julgamento de progênie de mãe para o próximo ano. Nesse ano, ainda será aceito animais filhos do mesmo pai, para o próximo ano pretende-se aceitar apenas animais filhos de pais diferentes. E ficou estabelecido também que as progênies podem ser do mesmo sexo, antes os animais tinham que ser de sexos diferentes. No dia 14 de dezembro de 2009, a diretoria da associação se reuniu com o conselho técnico para discutir a situação dos expositores que levam poucos animais em pista. Eles acreditavam que os pequenos expositores, por apresentarem poucos animais, não apresentavam condições competitivas, de igual para igual, com os grandes expositores, os quais levam um grande número de animais para estes eventos. Para tentar equilibrar e tornar mais democrática essa si56

tuação, na votação ficou decidido a adoção de uma tabela de bonificação progressiva, em que os expositores que levarem de 13 a 20 animais terão o seu resultado conquistado, multiplicado por 0,8. Para os expositores que participarem com 1 a 2 animais, a sua pontuação na exposição será multiplicada por 2.0. A pontuação

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para melhor criador foi reduzida de 25 para os 20 melhores resultados, em cada exposição. Mediante a polêmica levantada por alguns participantes, foi aprovado que esta tabela progressiva de bonificação será testada e melhor avaliada, para, quem sabe, vir a ser implantada em uma próxima ocasião, não mais para o ano ca-

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BRAHMAN

lendário 2009/2010. A InteRural conversou com o presidente sobre seu último mandato e as expectativas para o próximo, confira a conversa: Como o senhor analisa esses últimos anos na presidência da Associação? Os presidentes que nos antecederam realizaram um excelente trabalho para a divulgação e crescimento da raça, o que de fato ocorreu. O nosso Plano de Trabalho foi aprovado e realizado com o objetivo de um maior fortalecimento da ACBB e, principalmente, das associações estaduais, com uma ênfase de profissionalização e estruturação para uma etapa maior de crescimento da raça no Brasil. Foram muitas exposições com a presença da raça, o que filtrar de toda essa divulgação? Participamos de mais de 50 exposições com a raça nas principais regiões produtoras do país, o que, sem dúvida, colaborou para a sua maior difusão da mesma. A prova de ganho em peso orientada pela associação e a ABCZ é um ponto forte para melhoria genética da raça. Como pretende continuar incentivando os criadores a realizar a prova? Vamos continuar a incentivar a realização de provas, porém nosso maior foco será nos abates técnicos, pelos quais nós conseguimos coletar informação sobre a eficiência produtiva e a qualidade da carne do Brahman. O senhor investiu em alguns cursos para o melhor conhecimento dos associados, como pretende continuar esse trabalho? Nós pretendemos, nesses 2 próximos anos, realizar palestras nas principais regiões produ58

José Amauri Dimarzio

toras, levando aos nossos associados e demais criadores não só informações atuais sobre a raça como também novas ferramentas para o melhoramento genético e da produção pecuária com sustentabilidade. O senhor investiu também em mídia, pretende divulgar mais a raça, como, por exemplo, aumentando o número de exposições oficiais da raça? O foco principal da nossa mídia será nas revistas especializadas e, especialmente, na televisão. Com o advento do XV Congresso Mundial do Brahman, nós

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pretendemos investir, em média, mais que o dobro do que fizemos no último ano, pois isso promoverá uma marca muito forte para maior uso do Brahman no Brasil. Com analisa o mercado da raça nos últimos anos? O crescimento tem sido fantástico tanto na comercialização de animais como de sêmen. O nosso melhor indicador é a venda de touros, por meio de leilões, como, por exemplo, no ano de 2007, quando vendemos pouco mais de 500 animais; em 2008 foram 1.630 e, em 2009, ultrapassamos a casa dos 2.200. www.interural.com


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BRAHMAN

Brahman

Acertando na estação de monta Coleta de dados é essencial para apurar o desenvolvimento produtivo da fazenda Por Adilson Rodrigues

O

retorno dos animais da estação de monta é um momento crucial para a saúde financeira da fazenda pecuária. É quando se conhecem os erros e acertos do projeto. Se tudo correu bem, basta aguardar os nascimentos. Porém, se as prenhezes não se confirmaram, é necessário investigar o porquê. Muitas vezes, o produtor perde dinheiro por ser demasiadamente generoso quanto aos critérios de descarte, investindo na saúde e nutrição de indivíduos que não vão gerar crias. É o caso de touros com cascos e aprumos ruins, caquexia, claudicação excessiva, problemas nas articulações e lesões no prepúcio; ou ainda aqueles de baixa qualidade zootécnica (descaracterização racial, carcaça ruim e desmame de bezerros leves); além dos reprodutores velhos ou reprovados no exame andrológico. Uma seleção mais apurada pode considerar, também, o descarte de animais com ganho de peso insatisfatório. O mesmo destino devem ter as fêmeas vazias e que tenham abortado ou apresentado morte perinatal, aquelas de tetos grandes, despigmentadas, que apresentaram baixa habilidade maternal ou que não conseguiram atingir bom desenvolvimento corporal, com peso entre 400 e 450kg. Independente do sexo, os especialistas recomendam o descarte sumário de animais com idade superior a 12 anos e os de temperamento hostil. “Se os touros terminaram a estação em bom estado físico e o resultado do andrológico for bom, o problema é a vaca e pode estar associado à sanidade, fertilidade, nutrição, adaptabilidade e produção excessiva de leite”, assinala o pecuarista Humberto de 60

Freitas Tavares, proprietário da Fazenda Sucuri, em Jacilândia (GO). Para ele, touros não merecem segunda chance e já devem ser abatidos a partir dos quatro anos e nunca mantidos em atividade até os dez. “Fazendas que fazem uma única estação de monta e descartam as vacas vazias fecham com taxa de prenhez entre 80 e 90%, dependendo da região. Pelo menos, 50% das vacas cheias têm de parir nos primeiros 30 dias da estação, mas o resultado ideal é 70%”, complementa. Os índices de fertilidade são pontos cruciais para o bom desenvolvimento reprodutivo do plantel. Qualquer indicador

abaixo de 75% é considerado ruim, 85% é bom e, acima disso, é excelente. Calcular é simples. Basta dividir o número de vacas prenhes pelo total de vacas expostas à monta. Para perdas fetais (e natimortos) e mortes ocorridas do nascimento à desmama, as taxas máximas aceitáveis são de 1,5% e 3%, respectivamente. Para taxas negativas, são atribuídos, como fatores principais, falta de pasto, causada pelo excesso de lotação; escore corporal baixo das vacas; uso de sal mineral de baixa qualidade; uso de touros sem exame andrológico positivo ou reprodutores/ matrizes que desmamam bezerros pe-

“Habilidade materna é fator de descarte e pode ser avaliada pelo peso dos bezerros ao desmame.”

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BRAHMAN

sados/leves demais; além de falhas no momento de apartação das fêmeas. “Vacas primíparas e multíparas precisam ser separadas para evitar conflitos de dominância, e o escore corporal desejado para uma matriz ser coberta é três. Costelas levemente à mostra indicam que ela está pronta”, explica Paulo Loureiro, veterinário especialista em reprodução animal. Segundo ele, não se pode economizar na suplementação mineral. “Muitas vezes, as fêmeas aparentam estar sadias, mas não emprenham por deficiência de fósforo, selênio e demsia. Distribuição no cocho também faz diferença”, lembra. Para Evanil Pires, da Sexing Technologies, atenção no momento de colher as informações no pós-monta é fundamental. “Os dados mostrarão os gargalos e as medidas necessárias para sanar as dificuldades. Um alto número de abortos e mortes perinatais, por exemplo, sugere deficiência no manejo sanitário”, relata. De acordo com ele, a eliminação de animais ineficientes e melhorias em infraestrutura do projeto pecuário precisam ser seriamente analisadas. “E para que isso seja possível, a escrituração zootécnica torna-se uma prioridade no trabalho”, adverte. Esta escrituração nada mais é que a anotação dos índices zootécnicos dos animais, como o desenvolvimento ponderal. A inseminação artificial requer os mesmos cuidados e planejamentos dedicados à monta natural, pois dificilmente se deixará de utilizar touros para repasse, mesmo em programas em tempo fixo. Esses reprodutores devem ser examinados, pelo menos, 30 dias antes do início da estação de monta. O mesmo tipo de avaliação é feito nas fêmeas, com a exclusão dos animais que apresentem problemas reprodutivos, nutricionais ou clínicos, principalmente, doenças infectocontagiosas, como brucelose e tuberculose. O sêmen merece atenção especial. “Uma das falhas mais comuns é o esquecimento de reabastecer o botijão. Da mesma forma, o histórico de desempenho dos animais pode auxiliar na escolha da melhor opção de sêmen”, sugere o especialista. 62

“Aumentar a taxa de prenhez de 60% para 80% significa produzir 28% mais, diz Pires”

“Para Loureiro , muitas vezes as vacas se mostram sadias mas não empr enham por deficiência de minerais”

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OVINOS

Cordeiros

TRCOF: teste de redução da contagem de ovos nas fezes Simone Cristina Méo, Pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste de São Carlos – SP na área de Biotecnologia e Genética Molecular Animal Cecília José Veríssimo, Pesquisadora do Instituto de Zootecnia de Nova Odessa – SP. Marcelo Beltrão Molento, Professor de Doenças Parasitárias da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR.

O

problema da resistência dos vermes de ovinos aos vermífugos existentes no mercado já é bem conhecido há bastante tempo. A principal causa do surgimento da resistência aos anti-helmínticos é a adoção de medidas erradas de manejo no rebanho, como, por exemplo: 1) A administração de vermífugos sem a observação correta do peso dos animais, o que leva à aplicação de doses menores ou maiores que as recomendadas; 2) A aplicação em massa de vermífugos em todos os animais do rebanho, 64

em vez do tratamento seletivo: tratamento somente dos animais que estão com sintomas de verminose (mucosa ocular com a coloração rósea a clara, magreza, pelos arrepiados e sem brilho, presença de diarreia e lã solta). Para o tratamento seletivo, os animais devem ser avaliados por meio da contagem de ovos nas fezes (OPG) ou pela coloração da mucosa ocular, de acordo com o método Famacha, e avaliação do estado geral; 3) A subnutrição dos animais, que favorece o parasitismo. Assim, atualmente, é difícil encontrar uma só propriedade que

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não sofra com o problema da baixa eficácia dos vermífugos no combate dos vermes de ovinos. Se você está nessa situação, o que fazer? Com certeza, a principal medida é consultar um técnico para rever em que etapas podem existir falhas no manejo do seu rebanho e procurar corrigi-las. Além disso, é necessário saber que vermífugo é, realmente, eficaz para ser aplicado nos animais. Para isso, existe um teste que permite determinar qual é o vermífugo mais recomendado para a sua propriedade. Esse teste é chamado de Teste de Redução da Conwww.interural.com


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OVINOS

tagem de Ovos nas Fezes ou, para simplificar, TRCOF. O TRCOF consiste na seleção e no tratamento com antihelmíntico de uma amostra de animais do rebanho. Para a seleção dos animais que serão destinados ao teste, devem ser utilizados alguns critérios, como: contagem de OPG superior a 200; idade superior a 2 meses; escore corporal entre 1,75 e 3,75; grau Famacha entre 1 e 4 e animais que não tenham sido tratados com antihelmínticos recentemente. A seguir, os animais são divididos em grupos, com, aproximadamente, 10 animais cada, e cada um desses grupos é submetido ao tratamento com um produto anti-helmíntico disponível no mercado, de preferência, com os vermífugos utilizados na propriedade. O teste deve ser feito com produtos de princípios ativos diferentes, por exemplo, um só produto à base de ivermectina é empregado, e não várias marcas de produtos à base de ivermectina. Além dos animais tratados com vermífugos, é mantido um grupo de animais sem qualquer tratamento, e esses animais servem de controle para o teste. Após a seleção, os animais são tratados com os vermífugos nas doses recomendadas pelos fabricantes e mantidos nas mesmas condições de manejo que estavam antes do tratamento. Após 14 dias da aplicação dos anti-helmínticos, as fezes de todos os animais, tratados e de controle, submetidos ao teste são coletadas e levadas à contagem de OPG. Com os resultados do OPG, faz-se um cálculo para saber quanto cada tratamento reduziu o OPG em comparação ao OPG observado no grupo controle nãotratado. Quando um vermífugo é capaz de reduzir a contagem de OPG em mais de 90%, ele é considerado eficiente e deve ser o medicamento de escolha a utilizar, com critério, no rebanho. Quando o medicamento apresenta redução entre 80 e 90%, ele indica baixa eficiência, mas quando ele proporciona redução menor que 80%, ele é ineficien66

te no combate de helmintos no seu rebanho. Assim, o TRCOF fornece boa orientação para a escolha do melhor produto a ser empregado no tratamento do seu rebanho ovino ou caprino. As fezes utilizadas para a contagem de OPG podem ser submetidas ao cultivo (coprocultura) para a obtenção de larvas e avaliação das espécies de vermes mais frequentes no rebanho. A metodologia mais detalhada para a realização do TRCOF está disponível numa publicação gratuita da Embrapa Pecuária Sudeste. Resultados parciais de TRCOF realizado em algumas propriedades do estado de São Paulo foram publicados no artigo “Controle da verminose: menos vale mais”, do FarmPoint, da edição de 14 de maio

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de 2009. Vale ressaltar que o TRCOF pode ser aplicado por qualquer técnico capacitado. No estado de São Paulo, existe uma rede de pesquisa em sanidade de ovinos composta por pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste, do Instituto de Zootecnia, do Instituto Biológico e de diversos Centros de Pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). Além desses pesquisadores, o projeto conta com a colaboração do Prof. Marcelo Beltrão Molento, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), de Curitiba (PR). A seguir, há uma listagem dos pesquisadores dessa rede de pesquisa, que podem ser contactados em sua região para a obtenção de mais informações sobre a aplicação do TRCOF.

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NEGÓCIOS

Armazenamento

Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras

O Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras teve origem na Lei n. 9.973/2000, regulamentada pelo Decreto n° 3.855/2001, que instituiu a obrigatoriedade de certificação das unidades que prestam serviços remunerados de armazenagem de produtos de terceiros, inclusive, estoques públicos. A partir de então, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) vem desenvolvendo o sistema de certificação, definindo as condições técnicas e operacionais para qualificação de armazéns destinados à atividade de guarda e conservação de produtos agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico. Apesar de a lei ter sido promulgada em 2000, apenas no início deste ano, com a edição da Instrução Normativa MAPA n° 03/2010, foram divulgados o calendário oficial de implantação e os requisitos técnicos para certificação, bem como os procedimentos a serem adotados pelos armazéns para obtenção do certificado. 68

Prazos para obtenção da certificação A obtenção de certificação é obrigatória para todas as unidades que prestem serviços remunerados de armazenagem, sendo voluntária para as demais. Os prazos variam, contudo, conforme a quantidade de CNPJs das empresas de armazenagem e sua capacidade estática. Para empresas que tiverem apenas uma inscrição no CNPJ (ou um registro na Coordenadoria de Defesa Agropecuária – CDA) e capacidade estática máxima de 20.000 toneladas, o prazo para obtenção da certificação é 31/12/2013. Já para aquelas com dois CNPJs (ou dois CDAs) e capacidade estática máxima total de 20.000 toneladas, o prazo para obtenção da certificação é 31/12/2012, para uma das unidades, e 31/12/2013, para a segunda. No caso de armazéns com três CNPJs (ou três CDAs) e capacidade estática máxima total de 20.000 toneladas, o prazo para obtenção da certifica-

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ção é 31/12/2011, para uma das unidades, e 31/12/2012, para a segunda, e 31/12/2013, para a terceira. Armazéns com quatro ou mais CNPJs ou que ultrapassarem a capacidade estática máxima de 20.000 toneladas devem obter, até 31/12/2010, certificação para 25% dos CNPJs ou da capacidade estática. Até 31/12/2011, mais 25% dos CNPJs ou da capacidade estática devem se sujeitar à certificação. Outros 25% devem ser certificados até 31/12/2012, e o restante deverá obter o certificado até 31/12/2013. É importante ressaltar que os armazéns não certificados não poderão ser utilizados para guarda e conservação de produtos agropecuários, objeto de financiamento à estocagem com recursos do Tesouro Nacional. E, caso os prazos acima não sejam observados, não poderão prestar quaisquer serviços de armazenagem. Procedimento Certificação é, na realidade, o reconhecimento de que entidade certificada atende a um padrão mínimo www.interural.com


de qualidade e aos requisitos técnicos estabelecidos para o exercício de sua atividade. Para obter a certificação no âmbito do Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, o depositário deverá requerê-la junto a um Organismo de Certificação de Produtos (OCP) acreditado pelo Inmetro . A cada cinco anos, é feito um acompanhamento da unidade armazenadora, para verificar se os requisitos obrigatórios continuam sendo cumpridos de forma adequada. Requisitos Técnicos O anexo I da Instrução Normativa MAPA n° 03/2010 traz um rol detalhado dos requisitos técnicos para a certificação de unidades armazenadoras em ambiente natural, inclusive, armazéns refrigerados. Não há ainda regras para armazéns com atmosfera modificada. Os requisitos podem ser obrigatórios ou recomendados. Alguns dos requisitos obrigatórios são de aplicação imediata e devem estar presentes já por ocasião da vistoria da unidade armazenadora pela entidade certificadora. Para outros, no entanto, que dependem de modificações estruturais, foi concedido prazo para adaptação que varia de 12/05/2012 a 12/05/2014. Em todos os casos, é indispensável que a unidade armazenadora tenha normas operacionais que disciplinem e padronizem os métodos e processos utilizados para os serviços prestados. Ademais, além dos requisitos técnicos, as unidades armazenadoras também devem observar as outras regras previstas na legislação e nas normas pertinentes à atividade.

A título exemplificativo, as unidades armazenadoras deverão possuir, no momento da inspeção: • cadastro junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); • infraestrutura viária que permita trânsito permanente; • meios de comunicação permanente, da unidade armazenadora, com o público externo, mediante sistema eletrônico ou outro; • disponibilidade de energia elétrica (própria ou de concessionária); • cerca ao redor dos prédios e instalações, com acesso através de portões; • escritório em ambiente específico, para arquivo de documentos e materiais de almoxarifado, e equipamentos de informática que possibilitem a geração de relatórios; • recinto para análise de amostras; • determinador de umidade do tipo indireto, balança de precisão e jogos de peneiras; • equipamentos para transporte e movimentação de produtos; • sistema de limpeza e higienização da estrutura armazenadora; • equipamentos e acessórios para controle de pragas; • local apropriado para guarda de agrotóxico; • responsável técnico com registro no CREA (engenheiro agrônomo ou agrícola); • programa de capacitação dos empregados, com treinamento ou reciclagem com carga mínima de 24 horas anuais; • registro de ocorrências operacionais; • quadro de pessoal compatível com seu tamanho e operacionalização; e • documentos para registro operacional e controle fiscal.

Até 12/05/2012, as unidades armazenadoras “coletoras” (unidades com capacidade operacional compatível com a demanda local) deverão, ainda, providenciar a pavimentação das vias de rolamento existentes dentro do pátio da unidade armazenadora. Ademais, até 12/05/2014, devem ser implantados, dentre outros: • pavimentação das vias de rolamento existentes dentro do pátio da unidade armazenadora (para unidades intermediárias e terminais); • instalações sanitárias para atendimento a funcionários, clientes e usuários; • sistema de proteção e comando, instalações elétricas, iluminação e força de acordo com as normas vigentes; e • sistema de exaustão de ar, natural ou mecânico, sistema de captação de material particulado e sistema de combate a incêndio. As unidades armazenadoras cuja construção ou ampliação se der a partir de 12/05/2009 devem cumprir, desde já, todos os requisitos obrigatórios, além de outros específicos para novas unidades, como existência de sistema de drenagem adequado e de estacionamento com acesso ao público (este último, exceto para aquelas localizadas na propriedade rural e com capacidade dimensionada para atender apenas ao próprio produtor). Como se vê, as novidades trazidas pelo legislador são muitas e complexas, de modo que é recomendável obter assessoria especializada antes de se iniciar o procedimento de certificação. (Para maiores informações, contate Fialdini Advogados – www.fialdiniadv.com.br)

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53 Brasília Rio de Janeiro Uberlândia São Paulo InteRural - Revista do Agronegócio | Fevereiro 2010


ESPAÇO GOURMET

UberBrahman

Bacalhau à Gomes de Sá O hábito de comer bacalhau veio para o Brasil com os portugueses, já na época do descobrimento. Mas foi com a vinda da corte portuguesa, no início do século XIX, que este hábito alimentar começou a se difundir. Durante muitos anos, o bacalhau foi um alimento barato, sempre presente nas mesas das camadas populares. Era comum, nas casas brasileiras, o bacalhau servido às sextas-feiras, dias santos e festas familiares. Após a 2ª Guerra Mundial, com a escassez de alimentos em toda a Europa, o preço do bacalhau aumentou, restringindo o consumo popular. Ao longo dos anos, foi mudando o perfil do consumidor do bacalhau, e o consumo popular do peixe se concentrou, especialmente, nas principais festas cristãs: a Páscoa e o Natal. Hoje em dia, o bacalhau está totalmente incorporado à cultura culinária brasileira. Todos os bons restaurantes oferecem em sua carta o nobre pescado, e o bolinho de bacalhau é preferência nacional nos bares e botequins. Mas o peixe guarda seus segredos, desde sua escolha até seu preparo e degustação. Mesmo sendo um alimento muito conhecido, poucos sabem das diversas peculiaridades do pescado. Para inaugurar nosso “Espaço Gourmet InteRural”, nada melhor que um bom bacalhau. E foi na fazenda Morro Alto II, em Uberlândia, que a InteRural teve o prazer de iniciar seu roteiro gastronômico. Carioca com muito orgu-

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lho, Aldo Valente, conhecido por seu seleto plantel da raça Brahman, abriu as porteiras de sua fazenda e recebeu a InteRural e vários amigos para degustar um prato típico carioca, “Apesar do bacalhau ser apreciado no Brasil inteiro, esse prato foi criado no Rio de Janeiro. Ao comer bacalhau, tenho ótimas lembranças da minha infância, adolescência, quando reuníamos a família, amigos, enfim, algo que se compara com o dia de hoje”. Em uma tarde muito agradável, ao som de Juninho Bessa e com a organização do Buffet Vila Verde, o criador aproveitou para apresentar alguns de seus animais aos convidados. Um dos grandes destaques do UberBrahman, o touro Mr. Natural, estava na fazenda para a estação de monta, mas já está voltando para a central ABS PecPlan, onde retorna às atividades, devido à grande procura de sêmen do animal. A InteRural agradece a hospitalidade do criador, e aproveita para passar aos leitores a receita desse prato incrível e ilustrar nossa página com algumas imagens do nosso dia na fazenda Morro Alto II.

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Bacalhau

Seu nome científico é Gadus Morhua, mas é conhecido internacionalmente como “Cod”. Este peixe, tão apreciado por suas qualidades nutritivas, é chamado, especialmente nos países de língua portuguesa, de Bacalhau. Pertence à família dos gadídeos e é o mais conhecido dos peixes de águas frias do mar Atlântico Norte, no Círculo Polar Ártico. Dele se aproveita tudo: sua carne é consumida em todo o mundo (seja fresca, defumada ou salgada e seca), do fígado se extrai óleo e da bexiga se faz cola.

Cresce rápido, e a fertilidade das fêmeas é excepcional: põem de 2 a 8 milhões de ovos por ano os que sobrevivem alcançam 40 cm em dois anos, 1m aos vinte. Nesta idade, o peso é de aproximadamente 50 kg. O período de reprodução é entre janeiro e abril, e o principal local de desova é o Arquipélago de Lofoten. Por ser estenoterno – habituado a uma determinada temperatura –, o bacalhau viaja constantemente, a fim de permanecer em águas propícias. Por isso, ele é encontrado nos mares da Noruega, Rússia, Islândia, Canadá e Alaska. bacalhau.com.br

Ingredientes

Preparo

• 500 g de bacalhau • 500 g de batatas • 2 cebolas • 1 dente de alho • 1 folha de louro • 2 ovos cozidos • 1/2 xícara de azeite • Azeitonas • Salsa

• Demolhe o bacalhau, coloque-o num tacho e escalde-o com água a ferver • Tape e abafe o recipiente com um cobertor e deixe ficar assim durante 20 minutos • Escorra o bacalhau, retire-lhe as peles e as espinhas e desfaça-o em lascas • Ponha estas num recipiente fundo, cubra-as com leite bem quente e deixe ficar de infusão durante 1 hora e meia a 3 horas • Entretanto, corte as cebolas e o dente de alho ás rodelas e leve a alourar ligeiramente com um pouco de azeite • Junte as batatas, que foram cozidas com a pele, e depois peladas e cortadas às rodelas • Junte o bacalhau escorrido • Mexa tudo ligeiramente, mas sem deixar refogar • Tempere com sal e pimenta • Deite imediatamente num tabuleiro de barro e leve a forno bem quente durante 10 minutos • Sirva no prato em que foi ao forno, polvilhado com salsa picada e enfeitado com rodelas de ovo cozido e azeitonas

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• Sal • Pimenta

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EVENTOS

Expoinel 2010

Expoinel Minas 2010 Tradicionalmente realizada no mês de julho, a Expoinel Minas foi realizada entre os dias 29 de janeiro e 7 de fevereiro. Promovida pela Associação Mineira dos Criadores de Nelore (AMCN), a Expoinel Minas 2010, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), contou com 1.247 animais em pista e cinco leilões, dois a mais que no ano passado. “O balanço é absolutamente positivo, nós saímos de 881 animais em pista na Expoinel mineira de julho e agosto, para, nesta edição em janeiro, colocarmos 1.247 animais em pista. Com um crescimento também de quase 50% criadores e expositores. Em 2009, foram 99 e, neste ano, 132”, analisa o gestor executivo da associação, Loy Rocha. Os jurados Gilmar Siqueira de Miranda, Horácio Alves Ferreira Neto e Walter Domingues da Silva Júnior, iniciaram suas atividades no dia 1º de fevereiro, que foram até o dia 7, e tiveram duro trabalho de decidir 72

e analisar os principais e melhores animais da raça. Criadores de vários estados prestigiaram a feira, “Agradecemos muito a presença de tantos e tão importantes criadores e expositores que acreditam e investem na raça. Tivemos criadores de 7 estados nessa edição, e é muito gratificante ver que

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eles estão nos prestigiando e abrilhantando a feira”. Para o próximo ano, a pretensão é levar em pista mais de 1.500 animais, “A nossa expectativa para o próximo ano está em torno de 1500 animais na pista, e eu quero mais. Quero que nossa Expoinel Minas torne-se realmente uma referência”.

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Resultados Campeonato Baby Campeã

Campeonato Femea Jovem Campeã HEMATITA III AGHROZ Sylvio Propheta Oliveira e Outra

HARIMAT TE PORT

Reservada

Dorival Antônio Bianchi

ESPANHOLA DA PONTAL

Reservada ITAIPAVA IV DA MIMA

Cassiano Terra Simão

Campeonato Vaca Adulta

Mima Agropecuária Ltda

Campeonato Bezerra Campeã

Campeã PARLA FIV AJJ Antônio José Junqueira Vilela

NACUNA DO COLORADO

Reservada

Marcelo R. Mendonça / Irmãos-Cond.

WELEIRA F MATA VELHA

Estância Colorado

Jonas Barcellos Correa Filho

Reservada

Grande Campeonato

ESSENCIA SANTAREM Olavo Egydio Monteiro Carvalho

Campeonato Novilha Menor

Grande Campeã PARLA FIV AJJ Antônio José Junqueira Vilela

Campeã

Reservada Grande Campeã

BELGICA 8 FIV DA 3R

HEMATITA III AGHROZ

Rima Agropecuária Ltda

Sylvio Propheta Oliveira e Outra

Reservada RALISMA FIV AJJ Antônio José Junqueira Vilela

Campeonato Novilha Maior Campeã MANETE FIV DE RAIZES Jonas Barcellos Correa Filho

Reservada AKRA FJ MATA VELHA Jonas Barcellos Correa Filho

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LEILÕES

CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES

Vida de Leiloeiro

“Sou um bom pai, bagunceiro, gosto muito de sair, vou ao clube regularmente e nado muito”.

Eduardo Vaz:

De Leiloeiro a Locutor Esportivo

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esde pequeno, Eduardo Vaz adorava acompanhar o pai em leilões. Naquela época, no final da década de 1970, Antônio Carlos Vaz de Almeida, pai de “Dudu”, como é conhecido, era um dos melhores criadores de gado Holandês e girolando. Depois dessa fase, Dudu passou por todas as de dentro de uma empresa de leilão. Trabalhou como gerente da Embral Leilões de 1986 a 1997. Em 1989, decidiu fazer o curso 76

de veterinária, mas, como tinha a voz muito boa, a Embral, em nome do Sr. Sebastião Berado, lançou Dudu como leiloeiro, ainda no ano de 1989. “Toquei minha vida como leiloeiro. Quando foi em junho de 1996, resolvi fazer um curso de radialista, porque, até então, não tinha nenhuma profissão, só a de leiloeiro. Em agosto desse mesmo ano, João Carlos Saad, naquela época, vice-presidente do Grupo Bandeirantes, perguntoume se eu não queria ser locutor.

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Estreei em 18 de janeiro de 97, narrando jogo de futebol ao vivo do campeonato espanhol”, diz, todo orgulhoso, o locutor e leiloeiro. Hoje sua vida se resume em dividir seu tempo entre leiloar animais, realizar transmissões esportivas e também ser pai. Dudu é pai de dois meninos, Eduardo de 12 anos, Guilherme de 9. “Minha vida é muito corrida, tenho vários leilões durante o mês, além disso, sou locutor e tenho um programa no Bandsports em www.interural.com


que sou locutor do Bandsports e um no Terra Viva. Fico mais com meus filhos durante a semana, que é quando tenho algum tempo e aproveito para ficar próximo deles”, explica Dudu, que ainda completa, “A vida de leiloeiro é muito corrida, é perigosa, porque você está na estrada direto. Mas, quando quis ser leiloeiro e locutor esportivo, tive que abrir mão do final de semana e de outras coisas também”. Leiloeiro tem que saber vender de tudo, certo? Para Dudu, esta afirmação segue realmente a risca. “Meu forte é gado de leite, Brahman, Simental, Magalarga, Puro Sangue Árabe, Puro Sangue Inglês, pônei, mulas e outros”. Mas, no início da carreira, Dudu teve que vender vários outros animais, “Quando comecei a leiloar vendi de tudo. Vendia pequenos e médios animais, vendia gato, cachorro, pa-

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pagaio, curió, passarinho, galinha d’angola, coelho, de tudo”. Dudu fala sobre a importância da qualidade e credibilidade de quem oferta animais em leilões, “É um mercado que se resume na palavra confiança de quem vende, então, se eu conheço quem está vendendo, estarei vendendo algo com qualidade você vai comprar aquilo que está escrito no catálogo. Nada me deixa mais satisfeito que ver o vendedor realizado com a venda, e também quando comprador se surpreende com o gado que acabou de adquirir”. Mas, depois de toda essa vida corrida, dividido entre duas profissões, a família e os amigos, um bom leiloeiro e locutor precisa ter uma vida mais calma, manter cuidados com sua voz, que, afinal, é o seu instrumento de trabalho, “Eu tomo uma cervejinha, mas, nunca depois do

leilão. Tenho que esperar pelo menos meia hora para as cordas vocais entrarem na temperatura normal do corpo. Mas, sem dúvida, o mais importante é o descanso. Sem uma boa noite de sono, pode ter certeza que a voz não amanhece boa, o mais importante é realmente descansar”. Dudu ainda consegue ter um tempinho para uma vida normal, “Sou um bom pai, bagunceiro, gosto muito de sair, vou ao clube regularmente e nado muito. Todas as pessoas normais tiram férias, mas eu não consigo, porque alguns campeonatos não me deixam, mas, como sempre sonhei em ir em copas do mundo, olimpíadas, narrar os jogos e competições, esses eventos tornam-se minhas férias, e eu aproveito para ir trabalhar com vontade, prazer e visitar outros países”, finaliza.

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LEILÕES

CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES

Leilão

II Leilão Virtual Fazenda Valinhos e Java Pecuária Produtores de leite e criadores que queiram adquirir um pacote genético, oriundo de um trabalho de seleção com a seriedade, o compromisso e a atitude de quem, há tantos anos, se dedica ao aprimoramento da raça, tem um encontro marcado com a Fazenda Valinhos e a Java Pecuária no dia 11 de abril, às 14h no AgroCanal.

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Fazenda Valinhos realizará no dia 11 de abril, pelo AgroCanal, às 14h, o II Leilão Virtual Fazenda Valinhos e Java Pecuária. Novamente em parceria com a Java Pecuária, o leilão irá ofertar animais de produção e muita genética. Animais jovens, provenientes de TE e FIV, das grandes doadoras do plantel, acasaladas de forma dirigida com os melhores touros da atualidade. Destaque para animais direcionados para pista, além de vendas de embriões das principais doadoras do plantel da Fazenda Valinhos e Java Pecuária. “O investidor, com certeza, vai encontrar no leilão animais que combinam harmoniosamente muita produção de leite, com elevado tipo funcional e com total garantia reprodutiva e sanitária necessária, incorporandoos de forma positiva ao plantel de cada comprador”, informa Daniella Martins. Daniella é filha de Magnólia Martins, e, há 2 anos, juntamente com o noivo, Paulo Melo, desenvolvem, na Java Pecuária, um trabalho de seleção baseado na multiplicação da genética de grandes doadoras de embriões, com o intuito de produzir produtos diferenciados com o apelo e a modernidade exigidos pelo mercado atual. O plantel da Fazenda Valinhos é formado por Girolando ½, ¾. 5/8 e 7/8 e matrizes 3/8, ¼, 7/16, além de Gir. Já o plantel da Java Pe78

cuária é constituído por matrizes ½, ¾ e 5/8 de alto padrão genético, selecionadas com foco em produção, conformação e tipo funcional. A produção diária da Valinhos é, hoje, de 2500 Kg/leite, “Intensificamos nosso trabalho de FIV, tendo em vista disponibilizar genética diferenciada ao mercado e, ao mesmo tempo, aprimorar nos-

so processo de seleção. Procurando sempre altas produções com boa adaptação, docilidade dos animais e fácil manejo. Buscamos sempre animais altamente produtivos, geneticamente melhorados, para podermos fornecer ao mercado animais de ponta acasalados com os melhores raçadores da atualidade”, finaliza.

Imagem Valinhos

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LEILÕES

CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES

Leilão Virtual Central Castelo Branco O primeiro Leilão realizado no ano de 2010, dia 19, pela WV leilões, destacou animais PH e QM, assessorados por Marcos Geroti. Um dos animais mais valorizados foi o QM macho tordilho Bill Tari Olena (PG Billy Gray x Tai Olena FM), saído da Central Castelo Branco e vendido no valor de R$ 11.100,00 para o atual proprietário, Paulo Henrique Guedes Saide, de Brasília (DF). A média do Leilão Virtual Central Castelo Branco foi de R$ 9.280,00.

Leilão

Estância Bahia Corte Efetuado no domingo dia 24 de janeiro, o Leilão Estância Bahia Corte, Água Boa (MT), leiloado por Adraino Barbosa contou com a média de animais de R$ 554,00. Foram comercializados 1.345 Machos e mais 1.532 Fêmeas, com as respectivas médias: R$ 666,00 e R$ 456,00. Os maiores vendedores foram: Fazendas Entre Rios, 494 animais, recebendo R$ 405.024,00; Fazenda Barreiro Grande, com 551 animais e R$ 241.896,00; e a Fazendo Brasil, com 430 animais e R$ 210.060,00. Os maiores compradores foram: Fazendas Califórnia, investindo R$ 350.720,00; Fazenda Finalmente R$ 221.708,00; e a Fazenda Encato R$ 153.008,00. 80

Foto: Bill Tari Olena

Leilão Virtual Fazenda Jacutinha Bráulio Resende da Cunha vendeu, dia 24 de janeiro, 200 novilhas e bezerras de Girolando da cidade de Juiz de Fora/MG. O Leilão Virtual da Fazenda Jacutinha, realizado pela Nova Sat Leilões e transmitido pelo AgroCanal, obteve médias de: vaca/ novilha prenhe Girolando por R$2.080,00; vaca/novilha prenhe ¾ Gir por R$2.267,00; novilha e bezerra Girolando por R$1.235,00; novilha ¾ Gir R$1.846,00.

Tropical Genética realiza quatro leilões no mês de janeiro Entrando 2010 com pé direito, InteRural e Tropical ofertaram qualidade e retorno garantido no Leilão Virtual Tropical Genética. Foram 4 leilões realizados só no mês de janeiro. Algumas vendas se destacaram nesse período, principalmente em relação a prenhezes. Uma delas foi a venda da prenhez do animal Uberaba TE de Brasília, arrematada pelo valor de R$ 7.000,00 pelo comprador Carlos Eduardo Bezerra Azevedo. Outra prenhez em destaque foi a

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Uberaba TE de Brasília

fêmea adquirida por Gustavo Beduschi, que possui em sua genealogia as três principais linhagens da Fazenda Brasília: Udo, Rajastan e Onassis. www.interural.com


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LEILÕES

CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES

Nova Sat comemora 7° Leilão Virtual Haras Recanto Marina seis anos de O 7° Leilão Virtual Haras te foi a fêmea homozigoto Etiquette mercado do leite Recanto Marina transmitido pelo Ragbrother RS (Ragtime Brother TH AgroCanal, no dia 26, e assessorado por Gian Franco Zanon o leilão, registrou uma média de R$ 15.275,00. O grande destaque da noi-

x Elvis Dotalot), vendida por Carlos Eduardo de Mello Franco, Cordeirópolis (SP), para Walter Vogel, de Boa Vista (RR), com o preço de R$70.000,00 Etiquette Ragbrother RS

Leilão Virtual Fazenda São José

Leilão Virtual Fazenda Beira Rio

José Aparecido Zocal, pecuarista da cidade de Estrela do Oeste (Região de Votuporanga), juntamente com a Nova Sat Leilões realizaram, no dia 24, pelo AgroCanal, o Leilão Virtual da Fazenda São José. Na oportunidade, o pecuarista ofertou 40 vacas prenhes, 20 vacas em lactação e 10 novilhas prenhes ou solteiras. Os animais em lactação da raça girolando atingiram a média de R$2.920,00.

Em São João Del Rey (MG), o Leilão Virtual da Fazenda Beira Rio, do proprietário Júlio Cesar, ofertou 50 vacas em lactação. O leilão ocorreu no dia 24 de janeiro, domingo, quando os animais atingiram uma média de R$3.240,00. A transmissão foi feita pelo Agrocanal, com realização da Nova Sat Leilões.

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Em comemoração aos seis anos do “Mercado do Leite”, a Nova Sat leilões promoveu três leilões no dia 31 de janeiro. O Leilão Virtual Fazenda Adriana, filmado nas cidades de Valetim Gentil e Meridiano no estado de São Paulo, ofertou 35 vacas em lactação e 15 novilhas prenhes ou solteiras. Transmitido pelo AgroCanal, as fêmeas tiveram as seguintes médias: Novilhas prenhes da raça Girolando, média de R$ 3.232,00, Vacas de lactação da raça Jersey, média de R$ 4.609,00; Vacas de lactação da raça Girolando, média de R$ 4.476,00; e Vacas de lactação da raça Holandesa, média de R$ 4.320,00. Já o Leilão Virtual Vedete das Gerais, também transmitido pelo Agrocanal, contou com animais vindos da Zona da Mata de Minas Gerais, das Cidades de Descoberto e Pirapetinga. Foram leiloados 240 animais, sendo 180 Novilhas prenhes ou solteiras e 40 bezerras. A média alcançada nas duas categorias foi de R$ 2.236,00. O último leilão do dia, o Leilão Virtual Fazenda Eldorado teve médias de: Novilhas da raça Girolando de R$ 2.635,00; Bezerras da raça Girolando de R$ 1.990,00; e vacas/novilhas lactação de R$ 3.240,00. www.interural.com


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Leilão Virtual Fazenda São Francisco Comercializando 22 fêmeas, com médias de R$ 2.145,00, o Leilão Virtual Fazenda São Francisco, ocorrido no dia 24 de janeiro, teve como maiores compradores as fazendas: São Luiz, totalizando R$ 17.700,00; Fazenda Estância São Sebastião R$ 7.800,00; e a Fazenda Centenário, com o valor de R$ 7.600,00. O grande destaque do dia foi o lote 4, a Fêmea da raça Girolando, vendida por R$ 17.700,00, adquirida pela Fazenda São Luiz.

2º Leilão Anual

Fazenda Fartura

3° Leilão Sul das Gerais O recinto de Exposições da cidade de Santo Amparo (MG) assistiu, no último dia 24, mais um grande leilão realizado pela Embral Leilões. Transmitido pelo Novo Canal, o 3º Leilão Sul das Gerais comercializou 333 animais, entre as raças Girolando, Holandês e Jersey, da mais alta qualidade. Os leiloeiros Eduardo Vaz e Welerson arremataram R$ 661.392,00, o que gerou uma média de R$ 1.986,16 por animal.

8º Leilão de Sêmen Apoio Genética No dia 31 de janeiro de 2010, deu-se pela Nova Leilões o 8º Leilão Apoio Genética Sêmen. Apresentando linhagens de qualidade, o destaque do leilão foi o pacote de sêmen do gado Nelore Fajardo da GB. O proprietário Helder Henrique Galera e Outros venderam para a Fazenda Nova Modelo Santa Edwiges, conquistando o maior preço do dia. O evento arrematou R$300.000,00, sendo um sucesso, créditos também para a transmissão do Canal Rural. Farjado da GB

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Transmitido pelo canal Terra Viva e realizado pela Embral Leilões, o 2° leilão anual Fazenda Fartura ofertou 117 animais. O faturamento de R$389.232,00, mostrou que a Fazenda realmente está rendendo muita fartura. Levado a efeito na cidade de Goiandira, no estado de Goiás, no dia 31 de janeiro deste ano, registrou média de R$3.326,74. Todos os animais eram da raça Girolando e foram vendidas no evento: 30 bezerras com média de R$1.296,00, destaque para novilha inseminada vendida a R$4.320,00; 25 novilhas P+ com média de R$2.808,00; 8 vacas amojando com média de R$5.103,00; 53 vacas em lactação com média de R$4.457,07; e, para contrastar com as fêmeas, foi vendido um 1 macho no valor de R$3.240,00. www.interural.com


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LEILÕES

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Leilão da fazenda Nossa Senhora do Carmo bate recordes e fatura R$ 1.307.664,00

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Fazenda Nossa Senhora do Carmo, do proprietário Germano Novaes Franco, localizada na cidade do Prata (MG), ofertou no dia seis de fevereiro, às 14h, pelo canal Terra Viva, todos os seus animais de leite, máquinas e equipamentos no Leilão Liquidação Total Rebanho Girolando Registrado. O leilão realizado pela Embral leilões ofertou 271 animais entre fêmeas Girolando livro fechado e vacas Gir leiteiro registradas, gerando uma média de R$ 4.825,33 por animal. “Acredito que esse leilão mudou a história do Girolando. Mostrou que investir em genética, com transparência e seriedade realmente trás bons resultados”, diz o proprietário da fazenda, Germano Franco. O leilão alcançou o Recorde nacional na categoria Vaca ¼, com Azaléia Paladino, livro fechado, vendida por R$ 36 mil. Alcançou também o recorde nacional na categoria Vaca 5/8, com Vitrine GF Emerson, livro fechado, vendida por R$ 52 mil. Esses dois animais foram comprados pelo Grupo Ma Shou Tao. O leilão bateu o recorde na nacional na categoria Novilha 5/8, com Melodia Jintx, livro fechado, vendida por R$ 36.800,00. Quem arrematou Melodia Jintx foi Agenor Afonso do Amaral, da Fazenda Jardim. “O Germano tem uma dedicação em trabalhar com animais de alta qualidade. Uma real concentração de animais que representam as melhores famílias da raça Girolando, hoje. Comprei 16 animais no leilão e fiquei muito satisfeito com os animais”, diz o pecuarista Enéas Brum, de São José dos Campos (SP), que arrematou a novilha Fantástica Vale Ouro. A novilha foi arrematada por 86

Melodia Jintx

R$ 26 mil reais e bateu o recorde nacional na categoria Novilha 1/4. “Gostaria de agradecer muito aos compradores do leilão, aos que acreditaram no meu trabalho, em especial, aos que bateram recordes de preço, ao grupo Ma Shou

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Tao, ao Enéas Brum e ao Sr. Agenor Afonso do Amaral, da Fazenda Jardim. Agradeço também a presença do presidente da associação do Girolando, Sr. Donato e alguns membros da diretoria que também compareceram”, finaliza Germano. www.interural.com


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Próximos Leilões

Leilão integral do plantel Gilberto Berezovsky Nelorista coloca todo o seu plantel à leilão Após 8 anos criando animais da raça Nelore, Gilberto Berezovsky, conhecido pelo trabalho com genética de alta qualidade e linhagens renomadas, leiloará todo seu plantel, segundo ele, devido à falta de tempo para administrar o seu negócio. Mesmo tendo que vender seu rebanho, esclarece que a paixão pela raça continua a mesma. Para ele, “Não há preço algum que substitua o que sinto por esses animais, o único conforto é saber que passarei para frente meu trabalho e compartilharei com outras pessoas este sentimento”, explica. O leilão será levado a efeito pela Nova Leilões e promete ser um destaque no mês de fevereiro. O evento acontecerá no dia 24, a partir das 20h30. Para os produtores de Nelore, será uma grande oportunidade de aumentar seu plantel e adquirir animais de ótima genética. O remate comercializará 92 animais e 8 prenhezes, que serão divididos em 39 lotes individuais, duplos e triplos, sendo apenas de fêmeas e sexadas de fêmeas. Entre as ofertas de destaque, Gilberto ofertará 6 prenhezes sexadas de

Normandia TE J Galera

GABI 148 - Zureta II TE do GABI

Beronha Sta.Filomena

fêmea da Normandia JGAL 3060 (Espanhola x Big Ben). Outros produtos que serão disponibilizados aos investidores serão: uma filha da Flor de Liz X Nambi; uma filha da Zureta X 1646 da MN, e animais das seguintes famílias: Riyaza, MJ do Sabiá, Bilara, Badalada, Indonésia, Ópera da Sta. Cruz, MJ do Sabiá, Jarina da ZEB VR, Pokaharina MJ do Sabia, J.E.N Açuncena, Nadini DC POI, Zureta, Hierarca ED

Arrojo e Flor de Liz. A assessoria pecuária do remate ficará nas mãos de João Faria e Conrado Giraldi. Apresentando o leilão, João Gabriel será o leiloeiro da noite com transmissão ao vivo pelo Canal Rural. Gilberto Berezovsky ainda termina a entrevista, dizendo “estou me afastando do meio por um período de tempo, pretendo no futuro retomar meus negócios como pecuarista”.

Dia de Campo e Leilão Virtual Brahman Yuri Localizada na cidade de Sete Lagoas, no Estado de Minas Gerais, a Fazenda Rancho Verde será palco do primeiro evento do Brahman Mineiro em 2010, o Dia de Campo e Leilão Virtual Brahman Yuri. Há mais de três anos, Yuri Semansky iniciou seu criatório da raça Brahman. O plantel conta com, aproximadamente, 200 animais Brahman registrados. 88

“No dia de campo, teremos a oportunidade de mostrar um pouco do trabalho que estamos fazendo, principais animais, cruzamentos, além de ser uma reunião agradável entre amigos, com presença de pessoas de vários lugares do país”, ressalta Yuri. Já para o leilão, Yuri confirma que irá colocar o melhor da sua seleção: “Vou disponibilizar animais

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representativos, tanto dentro do nosso criatório, quanto importantes também no cenário nacional. Teremos prenhezes de vacas importantes, inclusive, algumas Campeãs Nacionais de Uberaba”, finaliza. O evento acontece no dia 20 de Fevereiro a partir das 10 horas da manhã. À tarde, dá-se o leilão organizado pela Nova Leilões, começa às 14h. e tem transmissão do Terraviva. www.interural.com

Foto Beronha: Fábio Fatori / Foto Normandia: Boy Fotógrafo

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CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES


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21 novilhas girolando 3/4 prenhas Localidade: Uberaba – MG Valor: R$ a combinar

Fazenda de 1280 ha em Santa Fé de Minas Localidade: Santa Fé Minas – MG Valor: R$ 3.000,00 há

Plataforma para colher milho Localidade: indianopolis – MG Valor: R$ 15.000,00

plantadeira Semeato PS 9/10-2F Localidade: indianopolis – MG Valor: R$ 35.000,00

35 novilhotas girolando 3/4 e 7/8 Localidade: Uberaba – MG Valor: R$ a combinar

Novilha Gir PO Localidade: Uberaba – MG Valor: R$ 6.000,00 por animal

Fazenda 96 alqueires em Capinopolis Localidade: Capinopolis – MG Valor: R$ 4.500.000,00

Cobertura Cavalos Manga Larga Machador Localidade: Uberlândia – MG Valor: R$1.000,00

31 novilhas girolando 3/4 e 7/8 Localidade: Uberaba – MG Valor: R$ a combinar

Tourinhos Senepol POI Localidade: Uberlândia – MG Valor: R$ a combinar

Trator Ford 6610 Localidade: Uberlândia – MG Valor: R$ 28.000,00

Escavadora 320D Localidade: Goiania – GO Valor: R$ 200.000,00

15 Novilhas Girolando 1/2 Sangue Prenhas Localidade: Uberaba – MG Valor: R$ a combinar

Fazenda 22.5 alqueires em Uberlândia Localidade: Uberlândia – MG Valor: R$ a combinar

Novilhas GIR PO Localidade: Votuporanga – SP Valor: R$ a combinar

71 excelentes novilhas girolando Localidade: Uberaba – MG Valor: R$ a combinar

Fazenda com área de 1460 ha em Santa Fé de Minas Localidade: Santa Fé Minas – MG Valor: R$ 3.000,00 há

Trator Valtra BM120 Localidade: indianopolis – MG Valor: R$ 75.000,00

Fazenda de 303 alqueires Localidade: Joviania – GO Valor: R$ 60.000,00 alqueire

SEM FOTO

VENDO RESFRIADOR DE LEITE ETSCHEID 1650 LITROS Localidade: Tupaciguara – MG Valor: R$ a combinar

Fazenda localizado entre os municípios de ITUIUTABA e PRATA-MG Localidade: Ituiutaba – MG Valor: R$ 5.500,00 o hectare

Colheitadeira NH TC59 Localidade: Jatai – GO Valor: R$ 240.000,00

Fazenda 550 alqueires Municipio Peixe-to Localidade: Peixes – TO Valor: R$ 4.950.000,00

InteRural - Revista do Agronegócio | Fevereiro 2010

Colheitadeira NH TC59 Localidade: Jatai – GO Valor: R$ 240.000,00

Trator MF 292 Localidade: Ituiutaba – MG Valor: R$ 40.000,00

FAZENDA NO MUNICIPIO DE GURUPI-TO Localidade: Gurupi – TO Valor: R$ 10.000,00 o alqueire

Fazenda Britania 317 alqueires Localidade: Britania – GO Valor: R$ 20.000,00 o alqueire

Trator MF 290 Localidade: Ituiutaba – MG Valor: R$ 40.000,00

Fazenda Bela Vista de Goiás Localidade: Bela Vista – GO Valor: R$ 12.000,00 Ha

34 3210-4050 / cel 34 9962-2266 - 34 8224-6958 Av. Getúlio Vargas nº 1473 - Tabajaras - Uberlândia - MG www.interural.com contato@interural.com


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