Ivens Fontoura
uma leitura de seus trinta anos
ALTERNATIVA EDITORIAL Curitiba | 2007
© ALTERNATIVA EDITORIAL LTDA., 2007 Edição, produção e fotolitos Alternativa Editorial Ltda. Av. Sete de Setembro, 6810 - 3º andar - Seminário CEP 80240-001 - Curitiba - Paraná - BR Tel./Fax: (41) 3340-4646 www.emobile.com.br Edição de texto e preparação de originais: Ivens Fontoura Revisão de texto: Alternativa Editorial Ltda Capa e Projeto Gráfico: Michael A. Catunda Diagramação: João P. Zago Impressão: Graficap Editoria e Gráfica Ltda.
Todos os direitos reservados ao autor É proibido a reprodução total ou parcial do texto deste livro, por quaisquer meios empregados (eletrônicos, fotográficos, mecânicos, digitais, gravação) sem a autorização prévia por escrito do autor, salvo em artigos ou trabalhos acadêmicos. A violação dos direitos de autor (lei 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Fontoura, Ivens. ABIMÓVEL - Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário: uma leitura de seus trinta anos. Curitiba: Alternativa, 2007. 1 v.: il. Inclui bibliografia. Conteúdo: história, opiniões. ISBN 1. _____ CDD ___.___ CDU ___.___
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Este livro é dirigido a todos que se dedicam à fabricação do móvel brasileiro, desde o solitário trabalhador em sua pequena marcenaria até os inúmeros trabalhadores da maior empresa totalmente automatizada e industrializada.
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Copyright by Ivens Fontoura
SUMÁRIO Apresentação do Presidente da CNI
1ª edição 2007
Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto ............. i Apresentação do Presidente da ABIMÓVEL, Domingos Sávio Rigoni ....................................................................... ii Nota do editor, por Valcídio Darci Schneider Perotti . ......................... iii Resumo............................................................................................... iv Abstract ................................................................................................ v Uma leitura dos trinta anos da Abimóvel ............................................ vi
INTRODUÇÃO Por que a humanidade usa objeto? .................................................... 01 Porque o mundo mudou? .................................................................. 04 Porque a Abimóvel mudou?................................................................ 07 Entidades Regionais . ......................................................................... 13
1ª parte ANTECEDENTES Alguns cases da indústria moveleira anterior à fundação da Afam .......................................................................... 19
A FUNDAÇÃO DA AFAM Associação dos Fabricantes de Móveis do Brasil . ............................... 32
ONZE PRESIDENTES 1ª Gestão 1977-1979 – Começo promissor: Elino Periolo................................................................................ 34
Direitos desta edição:
2ª Gestão 1979-1981 – A diagnose do setor: Manuel Leite Magalhães............................................................ 36 3ª Gestão 1981-1983 – O brabo da crise: Jether Soares Gouvêa................................................................. 37
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4ª Gestão 1983-1985 – Crise e esperança: Mário E. D. Pacheco Fernandes................................................ 39 5ª Gestão 1985-1987 – O trabalho como superação: Lourenço Darcy Castellan ...................................................... 42
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6ª Gestão 1987-1989 – O olhar para os Estados: Luiz Antonio Pastore ................................................................. 43 7ª Gestão 1989-1991 – A necessidade da associação: Alexandre Branco....................................................................... 44 8ª Gestão 1992-1994 – A mudança de nome: Pedro Wajnsztejn . ....................................................................... 45 9ª Gestão 1994-1996 – A valorização do móvel: Giorgio Nicoli . ............................................................................ 46 10ª Gestão 1998-2000 – Criação do Promóvel: Nestor Bergamo........................................................................... 47 11ª Gestão 2000-2006 – A grande virada: Domingos Sávio Rigoni . ........................................................... 48
2ª parte Brazilian Furniture – PROMÓVEL ...................................................... 50 Design . .............................................................................................. 51 Direitos do consumidor....................................................................... 52 Ergonomia........................................................................................... 53 Exportações ........................................................................................ 54 Matéria-Prima .................................................................................... 55 Normatização .................................................................................... 56 Prêmios............................................................................................... 56 I Prêmio Nacional Abimóvel de Design do Mobiliário......................... 57 II Prêmio Nacional Abimóvel de Design do Mobiliário........................ 58 III Prêmio Nacional Abimóvel de Design do Mobiliário....................... 59
DISCUSSÃO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Glossário (???) ............................................................................. Índice remissivo ...................................................
Anexo Novos Estatutos da Abimóvel ...............................................................
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Atual Presidente da ABIMÓVEL (Gestão 2007-2010)
José Luiz DIAZ FERNANDEZ
Ao iniciarmos este novo ciclo, em janeiro deste ano, tínhamos em mente uma série de planos, alguns audazes, outros formais, mas todos eles, sem exceção, voltados para a mudança, o crescimento e o desenvolvimento do setor moveleiro no País. Como todos poderão observar no decorrer das próximas páginas, os números exibidos pelo Panorama Moveleiro indicam a pujança de um segmento, que, cada dia mais, organiza-se e se reinventa na busca incessante de sua verdadeira grandeza. É preciso muita criatividade, perseverança e um alto grau de associativismo para superarmos eventuais diferenças e vislumbrar o futuro como promissor. Nestes três primeiros meses de gestão, com espírito crítico e foco nos objetivos traçados pela diretoria, pudemos cumprir integralmente o que nos propusemos. Renovamos nosso contrato com a Apex, permitindo desta forma a inserção por um período de mais dois anos de 150 empresas brasileiras no mercado de móveis internacional. Esta parceria de aproximadamente R$ 40.000.000,00 consolida o Projeto Brazilian Furniture como um marco em nossos 30 anos de história. Da mesma forma, demos início as primeiras tratativas na direção de se formar uma frente parlamentar que seja representativa e que transmita aos órgãos governamentais e agências de fomento os nossos anseios, nossas dificuldades e nossos interesses. Com o advento da Fenavem, em agosto, nos preparamos com o Congresso Moveleiro Abimóvel-Sebrae, certamente, um divisor no estilo de se apresentar e discutir inovações, gestão, marketing, e contemporaneidades. Apenas como um diferencial, vale a pena lembrar que os sócios da Abimóvel terão acesso livre a todos os eventos, sem nenhum ônus. Basta estar em dia com a entidade. Vamos procurar fazer disto uma constante e valorizar de todas as formas nossos associados. Reforçamos nossas parcerias e reafirmamos nossos compromissos com os pólos moveleiros, os organismos de fomento e ministérios, órgãos públicos e gestores deste grande processo de crescimento. Nosso esforço agora é o de aumentar nossa base de associados e proporcionar a todos uma interlocução rápida, eficiente e que atenda ao anseio de todos. Afinal, este é o mínimo que se pode oferecer àqueles que nos honram com sua confiança e, assim como nós, lutam por uma entidade forte e representativa. 2.000 mil caracteres.
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PRESIDENTE DA ABIMOVEL – Gestão 2002-06 Domingos Sávio Rigoni VICE-PRESIDENTE NACIONAL Álvaro Weiss, Irineu Munhoz, Ivanor Scotton, José Luiz Fernandez, Orlando Ferreira Maia Júnior, Pierre Alain Stauffenegger, Rogério Gazolla e Valdemarino Alecrin. VICE-PRESIDENTE REGIONAL Agnaldo Álvaro Giolo, Alcides Pasquali Filho, Antonio Alves, Carlos Alberto Vieira Soares, Cláudio Grineberg, Denise de Lima Farah, Elison Cattaneo Estrada, Geraldo Bastianello, José Jales Sobrinho, José Raimundo Sarmento, Luciano Mandelli, Luiz Rigoni, Ortêmio Locatelli, Pedro Jackon Figueiredo, Renato Cacciola, Ronaldo Duschenes, Marcus Vinicius da Silva Lima, Valdir de Nez e Vikentius Kakakis. DIRETOR SECRETÁRIO Ronaldo Duschenes DIRETOR TESOUREIRO Alcides Paquali Filho CONSELHO FISCAL Maristela Longhi e Cláudio Grineberg DIRETOR REGIONAL Ademar Brumatti, Carlos Alberto Homem, José Marcelo Rigoni e José Lopes Aquino SUPERINTENDENTE EXECUTIVO Miguel Sanchez Júnior
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Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
Presidente Anterior da ABIMÓVEL (Gestão 2002-2006)
Domingos Sávio Rigoni
Ao iniciarmos este novo ciclo, em janeiro deste ano, tínhamos em mente uma série de planos, alguns audazes, outros formais, mas todos eles, sem exceção, voltados para a mudança, o crescimento e o desenvolvimento do setor moveleiro no País. Como todos poderão observar no decorrer das próximas páginas, os números exibidos pelo Panorama Moveleiro indicam a pujança de um segmento, que, cada dia mais, organiza-se e se reinventa na busca incessante de sua verdadeira grandeza. É preciso muita criatividade, perseverança e um alto grau de associativismo para superarmos eventuais diferenças e vislumbrar o futuro como promissor. Nestes três primeiros meses de gestão, com espírito crítico e foco nos objetivos traçados pela diretoria, pudemos cumprir integralmente o que nos propusemos. Renovamos nosso contrato com a Apex, permitindo desta forma a inserção por um período de mais dois anos de 150 empresas brasileiras no mercado de móveis internacional. Esta parceria de aproximadamente R$ 40.000.000,00 consolida o Projeto Brazilian Furniture como um marco em nossos 30 anos de história. Da mesma forma, demos início as primeiras tratativas na direção de se formar uma frente parlamentar que seja representativa e que transmita aos órgãos governamentais e agências de fomento os nossos anseios, nossas dificuldades e nossos interesses. Com o advento da Fenavem, em agosto, nos preparamos com o Congresso Moveleiro Abimóvel-Sebrae, certamente, um divisor no estilo de se apresentar e discutir inovações, gestão, marketing, e contemporaneidades. Apenas como um diferencial, vale a pena lembrar que os sócios da Abimóvel terão acesso livre a todos os eventos, sem nenhum ônus. Basta estar em dia com a entidade. Vamos procurar fazer disto uma constante e valorizar de todas as formas nossos associados. Reforçamos nossas parcerias e reafirmamos nossos compromissos com os pólos moveleiros, os organismos de fomento e ministérios, órgãos públicos e gestores deste grande processo de crescimento. Nosso esforço agora é o de aumentar nossa base de associados e proporcionar a todos uma interlocução rápida, eficiente e que atenda ao anseio de todos. Afinal, este é o mínimo que se pode oferecer àqueles que nos honram com sua confiança e, assim como nós, lutam por uma entidade forte e representativa. 2.000 mil caracteres.
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No entanto, no que se refere aos trinta anos da ABIMÓVEL, o problema é outro, por conseguinte, mais complexo. Não obstante, o convite efetuado pelo editor Valcidio Perotti, presidente da Alternativa Editorial, não poderia ser recusado por dois motivos. Primeiro, porque confiança depositada deve, antes de tudo, ser honrada e respeitada; jamais descartada. Segundo, porque Perotti edita regularmente a revista da ABIMÓVEL, desde 1998 e as revistas Móbile, desde 1981, importantes fontes de consulta para a realização do texto deste livro. Logo, se há algum mérito neste trabalho, ele é dos editores e repórteres que registraram os acontecimentos da vida moveleira ao longo da história. Coube a mim, apenas, colocar em prática uma parcela da vivência universitária e retribuir um pouco do que o setor moveleiro nacional me tem proporcionado. Portanto, agradeço a todos, particularmente, à ABIMÓVEL por meio da atual Diretoria nas pessoas de seu presidente Domingos Rigoni e de seu Superintendente Miguel Sanchez Júnior por terem transferido a responsabilidade de escrever sobre uma leitura de seus trinta anos. Agradeço ao empresário Valcidio Perotti e aos tantos quanto puderam colaborar com a realização deste livro e ao designer José Merege pela colaboração. A aqueles que gostaram, muito obrigado! Aos que não gostaram, também; lembrando que se trata apenas de uma leitura dos trinta anos da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário. Afinal, a leitura é um ato fundamental para o processo do estudo e para a produção de conhecimento. Obviamente, lê-se, também, o que não está no texto, pois o texto reflete determinado contexto. Logo, lê-se, o que não está escrito, por conseguinte, o que não é verbal. Por fim, inclui-se no texto o resultado dessa leitura. Evidentemente, cada um poderá fazer a leitura que quiser. Para isto, basta seguir o mesmo caminho trilhado na pesquisa que norteou a elaboração do livro; ou não! Então, desejo a mais variada gama de leituras. Ivens Fontoura Curitiba, Julho de 2007.
x Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
INTRODUÇÃO O mundo mudou; a ABIMÓVEL, também! O efeito geral tem causa definida e se chama globalização; o particular, é conhecido como empreendedorismo. A globalização atual tem sido responsável por mudanças radicais, cujos fatores principais são a informática e o transporte inter modal. As atividades empresariais têm sido muito rápidas e tratadas em tempo real; em outras palavras, on-line. O empreendedorismo tem seus fundamentos estabelecidos pela capacidade de perceber e interagir com a dinâmica do mundo. As mais diversas formas de ação resultam da vontade de fazer e de vencer. A mudança do mundo e da ABIMÓVEL tem muita coisa em comum neste imenso universo de constante transformação, o qual se torna cada vez menor e amplamente interligado. Na virada dos anos sessenta para os anos setenta, Marshall McLuhan preconizava o nascimento de uma aldeia global. Coincidentemente, acontecia na mesma década de fundação da AFAM - Associação dos Fabricantes de Móveis do Brasil, atual ABIMÓVEL - Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário. Sobre o termo ‘aldeia global’, cabe rever que ‘aldeia é a espécie de grupamento pré-urbano em que ninguém é estranho e em que todos os atos e fatos são instantaneamente sabidos por todos’ e ‘global’ significa algo integral, isto é, por inteiro. Em outras palavras, é um núcleo de seres humanos perfeitamente integrados, não por se apresentarem de forma homogênea ou semelhante, mas por estarem fisicamente próximos uns dos outros. Passado quase quarenta anos, é sabido que tal proximidade física não significa estar lado-a-lado nos termos da palavra, mas frente-a-frente a um ordenador de idéias, de atos e de fatos, denominado PC - Personal Computer. “Quando a informação roça com informação os resultados são surpreendentes
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e efetivos, onde a busca constante da participação e do pertencer
independente das formas de conhecimento, a cultura material tem
toma diferentes formas” (McLUHAN, 1969). É movimento puro!
se transformado em importante ferramenta no processo de evolução da humanidade. Afinal, o objeto*, em particular, o mobiliário, é o
A afirmação de que o universo está em constante movimento, ou
principal elemento de conexão entre o ser humano e a natureza,
melhor, de que sempre esteve em movimento, não é nenhuma
desde o mais remoto período da história até os dias atuais.
novidade. Mas, para os historiadores, particularmente, aqueles que se dedicam à História da Filosofia, não teria havi-
Porém, pode significar, também, tudo que é perceptível por qualquer
do pensamento antes de Tales de Mileto, séc. VI a.C.,
dos sentidos. Em outras palavras, coisa, peça ou artigo de compra e
fato de outorgar-lhe o título de primeiro filósofo da hu-
venda: objeto barato. Em Filosofia, trata-se de o que é conhecido,
manidade, defendido por Aristóteles em sua Metafísi-
pensado ou representado, em oposição ao ato de conhecer, pensar
ca. Foi na Grécia antiga, onde nasceu a Filosofia, que
ou representar. Para a Economia, os objetos de trabalho, em par-
Heráclito de Éfeso afirmou que, ‘tudo é movimento, e
ticular, é tudo aquilo que, no curso de sua produção, o trabalho
que tudo está em fluxo, onde a realidade possui uma
humano se transforma em bens materiais, e que compreendem, ba-
unidade básica, uma unidade na pluralidade, a qual pode ser
sicamente e propriamente, as coisas que resultam da transformação
entendida como a unidade dos opostos’. Para ele, branco e preto,
e dominação da natureza pelos homens. Os dicionários de antôni-
dia e noite, frio e quente, vida e morte são opostos que se comple-
mos e sinônimos trazem objeto como artigo, coisa, peça. Agente,
mentam entre si. Foi ele quem disse em um de seus fragmentos,
causa, móvel, motivo, pretexto; assunto, matéria. Objetivo, alvo,
“não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio
fim. Intenção, designação, intuito, mira, propósito. O objeto está
não é mais o mesmo”. É verdade, quando se entra em determi-
em todos os lugares.
nada curva de determinado rio pela segunda vez, a água não é a mesma; é outra. Logo, o rio não é o mesmo; é outro!
Por que a humanidade usa objeto? Não obstante, por mais que os fenômenos naturais tenham cha-
Porque é cultural! Para a maioria dos antropólogos e historiadores,
mado à atenção daqueles pensadores da antiga Grécia, o dinamis-
o ser humano adornou-se mesmo antes de vestir-se. Logo, usou
mo continua. A dinâmica do universo é influenciada pelos aportes
objetos naturais como dentes de animais, espinhas de peixes,
teóricos dos pensadores e pelas relações entre os indivíduos e os
ossos, pedaços de madeira ou pedras e sementes, entre outros
grupos sociais, inclusive, entre empresas e entre povos e nações.
elementos naturais.
Evidentemente, o dinamismo continua. Mas, comparada à questão do rio, a dinâmica é outra, isto é, ela extrapola os limites naturais, estendendo-se a parâmetros de ordem cultural, econômica, política e social, entre outras formas do conhecimento humano. Mas,
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* A palavra objeto é originaria do latim objectu, particípio de objicere, ou seja, ‘diante’, ‘expor’, ‘lançar’, ‘por’... Tanto pode significar tudo o que é aprendido pelo conhecimento, que não é sujeito do conhecimento, como tudo que é manipulável o manufaturável.
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Durante milhões de anos, percorrendo o longo caminho entre a
destinadas exclusivamente para iluminar. Em ambos os casos,
caverna e à conquista espacial, o ser humano tem usado objetos.
estes produtos estão capacitados para desempenhar as mais
Usa objetos como adorno ou como forma de apresentação
diversas funções indo além da observação, alcançando inclusive,
hierárquica, ou ainda, como símbolo de poder econômico,
níveis superiores como à admiração e a sublimação. Uma vela,
político, religioso e social em seu meio; usa objetos para
por exemplo, é um objeto, assim como a música e o perfume
alimentar-se e trabalhar, para divertir-se e dormir; usa objetos
também são. Então, a discussão parece não se fixar na função
para a locomoção e a proteção; usa objetos, também, para que se
ou nos mais diferentes níveis de relação com o homem. Pois,
possam criar novos objetos. Para o filósofo catalão Jordi Llovet, “a
o objeto é inerente ao próprio homem. Afinal, este fenômeno é
posição que os objetos têm ocupado no contexto da civilização
resultado de sua observação da natureza e a conseqüente criação
tem variado notavelmente desde o momento em que o homem
dos objetos. Por estas e outras razões, as pessoas usam objetos. É
do Paleolítico construiu um machado de sílex até a sociedade
por este fator que a humanidade usa objeto!
industrializada de nossos dias, na qual o homem se encontra materialmente rodeado de um bosque de objetos e um entorno
As pessoas usam objetos baratos e caros, objetos grandes e
entupido de mensagens e sinais gráficos”.
pequenos, objetos industrializados em grandes fábricas ou manufaturados em pequenos locais de trabalho. Elas
Desenhar um objeto significa dar sentido às coisas, isto é, designar.
usam objetos feitos em cerâmica, fibras naturais,
Em outras palavras, significa transformar coisas em objetos. Objeto
madeira, metais, plásticos e tecidos. Usam objetos
não nasce sozinho. O design, portanto, é responsável pela criação
produzidos a partir de matéria-prima natural ou de
e produção da cultura material da humanidade. A cultura material
matéria-prima derivada das primeiras, isto é, de novos
tem sido a mais fiel testemunha concreta da capacidade de
materiais. Usam objetos para satisfazer necessidades
identificar necessidades, criar, gestar ou gerar produtos; de criar,
e objetos para criar novas necessidades que, por sua
inclusive, novas necessidades para a criação e geração de novos
vez, exigem novos tipos de objetos. A humanidade saiu de sua
produtos. A humanidade desenha e produz objetos.
fase naturalista para conquistar a fase inventiva, chegando a atual fase consumista com rapidez ascendente (LLOVET, 1981).
Sob a luz da Semiótica, todo objeto, antes de qualquer coisa, tem um significado e faz parte de um sistema de linguagem.
Na primeira, isto é, na fase naturalista, só havia lugar para objetos
Há, portanto, o objeto para deitar-se ou sentar-se, o objeto para
úteis, caracterizados por elevado valor de uso, quase nenhum valor
acondicionar e transportar, objeto para iluminar e objeto para
de câmbio e algum valor de signo. Os objetos eram
ser admirado simplesmente, sem que tenha que cumprir ou
preponderantemente úteis à sua sobrevivência e às
responder a outras e diferentes funções. Obviamente, uma cadeira
primeiras conquistas, fossem para a melhoria de
ou uma cama não serve apenas para sentar-se ou para deitar-se,
qualidade de vida, fossem de caráter territorial. O
como também, fruteiras, potes e vasos não servem somente para
homem do Paleolítico procurou responder ao ataque
acondicionar e transportar flores e frutos, ou ainda, luminárias
de animais com a defesa; à fome, com alimentos; ao frio, com
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roupa, etc. Afinal, a natureza marcava o ritmo da contingência.
Ele teve que descobrir uma série de fenômenos da natureza que
Jean Baudrillard, em sua ‘Crítica da economia política do signo’,
o permitiu organizar, por analogia, uma pequena e determinante
foi quem estabeleceu a diferença e a dialética entre valor de uso
cultura de seu entorno e dos objetos. Por outro lado, Robinson
e valor de signo. O valor de uso de um objeto equivale ao seu
só se interessou por parte do que a ilha lhe oferecia, preferindo
valor funcional, enquanto que o valor de signo se refere ao valor
inventar o meio ambiental e objetual que lhe permitia sobreviver
incorporado ao objeto, pelo qual tal objeto passa a ter um valor
naquela situação. Logo, também por analogia, não criou apenas o
de significação de uma ordem diferente ao valor de uso. Este
natural, mas o cultural.
valor tem conotação de status e definidor do denominado gosto. Atualmente, os empresários, em particular os do setor moveleiro,
“Logo pude dedicar-me a fabricar aquelas coisas que mais falta me
costumam referir-se ao valor agregado de um produto. Quando
faziam, como por exemplo, uma mesa e uma cadeira, sem as quais
isto ocorre, genericamente, estão se referindo à carga estética
não poderia gozar da poucas comodidades que tinha no mundo,
incorporada ao objeto. Isto é valor de signo, também chamado de
considerando que era difícil escrever ou comer agradavelmente
valor de câmbio/signo por Baudrillard.
sem uma mesa. Nunca havia manejado uma ferramenta em minha vida, porem com o tempo, engenho, aplicação e perseverança
A segunda fase, conhecida como fase inventiva, é caracterizada
descobri, que, se tivera tido os elementos necessários havia podido
pela superação da natureza. Trata-se, portanto, da necessidade de
fabricar tudo o que me faltava”, escreveu Robinson Crusoe sobre
se desenhar e produzir artefatos a fim de ajudar no processo de
a necessidade dos móveis. Dispondo de pouquíssimas ferramentas
exploração do meio ambiente. A fase inventiva foi
pôde construir seu novo mundo, vingando-se da natureza que
a mais dinâmica das três, estabelecendo-se como
gerou o naufrágio, demonstrando autoridade e poder cultural sobre
a mais promissora. No entanto, foi também a que
ela. Com o auxilio de um enxó e de um machado construiu seu
permitiu o aparecimento dos primeiros objetos
entorno e converteu a ilha em Estado, procurando demonstrar à
inúteis. Para Llovet, o personagem Robinson
natureza que sua cultura e seu engenho eram mais poderosos que
Crusoe, do novelista inglês Daniel Defoe (1660-
o furacão enfurecido ou a seca mais indomável. Para isso, usou a
1731) exemplifica com propriedade esta dicotomia formada entre
memória e a reflexão. Para Llovet, este é o ponto de partida da fase
o domínio da natureza real e natureza superlativa.
inventiva, particularmente, a memória histórica.
Resumindo, o jovem Robinson Crusoe naufragou e alcançou
Por fim, a terceira, a fase consumista é a responsável pela exploração
sozinho, a nado, uma ilha deserta, a qual não apresentava o
excessiva de matéria-prima e produção desordenada de bens.
mais remoto vestígio de presença da cultura humana. Havia
Llovet afirma que duas coisas separam o mito de Robinson Crusoe
apenas uma exuberante natureza, inesgotável e solidária, além
da fase consumista da humanidade. De um lado, seus objetos
de alguns objetos recuperados após o naufrágio. Assim sendo,
não possuíam nenhum valor de câmbio, nem valor de câmbio /
teve a oportunidade de reproduzir as condições de vida de um
signo, preconizado por Baudrillard; pois, não havia ninguém com
homem primitivo. Porém, Robinson não era um homem primitivo.
que pudesse estabelecer alguma relação de negócio. De outro,
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É neste quadro internacional de mudanças, que o Brasil tem que
Santo e, Ubá, em Minas Gerais, apresentados em negrito (bold)
se posicionar, levando em conta que o comércio mundial de
no quadro a seguir. Segundo a MOVERGS - Associação das
móveis envolve cerca de 50 países. No ano 2000, por exemplo,
Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul, somente alguns são
registrou-se o montante de US$ 55 bilhões de comercialização
considerados pólos moveleiros consolidados. Os assinalados
internacional. De um lado, o conjunto formado pelos maiores
com asterisco (*) são apenas potenciais.
importadores: Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América do Norte, França, Japão e Reino Unido. De outro, os maiores exportadores: Alemanha, Canadá, China, Estados Unidos da América do Norte, França, Itália e Polônia. A Itália, por exemplo, manteve o posto de maior exportador de móveis do
principais pólos moveleiros do país NORTE Nordeste
mundo, participando com 20% do total exportado, ainda que os valores de suas vendas externas permaneçam constantes, perdendo recentemente para a China. Comparativamente, os valores das exportações dos países emergentes, Indonésia, Malásia, México e Polônia, aumentaram consideravelmente. Não obstante, a situação brasileira do setor moveleiro nos últimos dez anos é relativamente confortável. Basta analisar o gráfico de faturamento da indústria brasileira de móveis em bilhões de reais para o período de 1994 - 2001. No caso de
Centro-Oeste
considerar o aumento como pouco significativo, cabe comentar sua pertinência uma vez comparado com o crescimento da economia brasileira.
SUDESTE
Principais Pólos (Bold/Negrito)
O resultado do trabalho intenso dos pólos moveleiros localizados, em sua maioria, nas regiões sul e sudeste do país,
Pólos Cidades potenciais (*)
SUL
os quais responde por 90% da produção nacional, responsáveis por 70% da mão-de-obra empregada pelo setor. Entre outros, são considerados como principais pólos moveleiros do país: Arapongas, no Paraná; Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul; São Bento do Sul, em Santa Catarina; Mirassol, São Paulo e Votuporanga, em São Paulo; Linhares, no Espírito
18 Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
Fonte: Abimóvel.
NORTE Cidades 1 - ACRE Rio Branco* 2 - AMAPÁ Macapá* 3 - AMAZONAS Manaus* 4 - Roraima Boa Vista* 5 - Pará Belém*
Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
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NORDESTE Cidades 6 - MARANHÃO Imperatriz* 7 - CEARÁ Fortaleza*, Marco e Bela Cruz 8 - RIO GRANDE Natal* DO Norte 9 - PERNAMBUCO Recife*
O perfil destas empresas é considerado como empresas familiares com forte tradição e, na grande maioria, constituídas de capital inteiramente nacional. A entrada de empresas estrangeiras na fabricação de móveis no Brasil é muito recente, primeiramente, no ramo específico de móveis para escritórios; depois, estofados e móveis em geral.
10 - BAHIA Salvador*
CENTRO-OESTE
Cidades
11 - Distrito Federal
Brasilia*
12 - Goías
Gagnati e Goiânia
SuDESTE
Cidades
13 - ESPÍRITO Colatina, Linhares e Vitória SANTO 14 - MINAS GERAIS Bom Despacho, Carmo do Cajuru, Governador Valadares*, Martinho Campos, Ubá, Uberaba, Uberlândia e Vale do Jequitinhonha* 15 - RIO DE JANEIRO Duque de Caxias* e Nova Iguaçu*. 16 - SÃO PAULO Bálsamo, Jaci, Mirassol, Neves Paulista, Região Metropolitana, Tupã
A produção de móveis residenciais ocupa 60%, enquanto que 25% correspondem aos móveis de escritório e 15% a móveis institucionais, escolares e médico-hospitalares, além de móveis para hotéis, restaurantes e similares.
e Votuporanga.
Em relação ao tamanho, as empresas brasileiras fabricantes de móveis se classificam por faixas de pessoal ocupado, conforme fontes fornecidas pelo MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC / SDP / DMPNE, 05/12/ 02).
Classificação
Critério
Quant.
1
Micro empresas
até 9 empregados
11.992
2
Pequenas empresas
entre 10 e 49 empregados
3.372
3
Médias
entre 50 e 99 empregados
436
4
Grandes
acima de 100 empregados
304
Total:
16.104 Fonte: RAIS, 2004
Sul
Cidades
17- PARANÁ Arapongas, Cascavel, Curitiba, Francisco Beltrão e Londrina. 18 - SANTA Chapecó*, Coronel Freitas*, Pinhalzinho*, CATARINA Rio Negrinho, São Bento do Sul e São Lourenço do Oeste*. 19 - RIO GRANDE Bento Gonçalves, Canela, Caxias do Sul, DO SUL Erechim, Flores da Cunha, Gramado, Lagoa Vermelha, Passo Fundo e Santa Maria. Fonte: ABIMÓVEL e MOVERGS.
Mesmo concentrado no centro sul, já se percebe a difusão por todo o território nacional.
20 Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
Sobre o critério de avaliação, tem-se o seguinte: Fontes
Micro
Pequena
Média
Grande
SEBRAE Comércio e Serviços
0 a 9
10 a 49
50 a 99
Mais de 100
SEBRAE Indústria
0 a 10
20 a 99
100 a 499
Mais de 500
RAIS/TEM Número de empregados
0 a 10
20 a 99
100 a 499
Mais de 500
Semelhante aos cases internacionais, a indústria brasileira de móveis é bastante fragmentada, caracterizando-se por meio de dois aspectos fundamentais:
Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
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1) elevado número de micro e de pequenas empresas, participando de um setor de capital majoritariamente nacional; 2) grande absorção de mão-de-obra. Estabelecimento
Zero
até 4
5 a 9
10 a 19
20 a 49
50 a 99
Predomínio de madeira
0
13.789
16.486
21.914
30.971
24.001
Predomínio de metal
0
969
1.660
3171
4.909
2.434
Outros materiais
0
1.027
1.617
2.073
3.282
1.940
Colchões
0
249
346
613
932
1.968
Total:
0
16.034
20.109
27.771
40.094
30.343
Em relação ao geral
%
7,77%
9,74%
13,45%
19,43%
14,70%
Fonte: RAIS 2004 - MTB
Estabelecimento
Zero
100 a 49 250 a 99
500 a 999
+1.000
Total
nos últimos anos, a indústria brasileira de móveis desenvolveu consideravelmente sua capacidade de produção e conquistando níveis elevados de qualidade de seus produtos. O potencial deste conjunto é capaz de transformar ____ metros cúbicos de chapas de aglomerado e MDF em ___ peças de mobiliário por ano. A título de ilustração, uma indústria como a Móveis Carraro, produz 10 mil cadeira por dia ou a SCA, produz 14 mil peças de quarto por dia. Conforme afirmado anteriormente, o faturamento do setor ultrapassa a 14 bilhões de reais em 2006. O quadro a seguir mostra com clareza a evolução deste processo entre 2000 a 2006.
Predomínio de madeira
0
23.263
15.284
9.394
3.151
158.253
Ano
2000
2001
Predomínio de metal
0
2.691
1.850
726
0
18.410
8.631
10.095 10.756 12.543 12.051 14.133
Outros materiais
0
2.657
947
1.782
0
15.325
Produção/faturamento 7.599 Milhões de Reais
Colchões
0
5.379
2.467
2.410
0
14.364
consumo Milhões de Reais
6.918
7.738
8.767
8.934
10.060
9.901
13.314
Total:
0
33.990
20.548
14.548
3.151
206.352
479
533
662
941
991
945
%
16,47%
9,96%
6,94%
1,53%
100,00%
Exportação Milhões de Reais
485
Em relação ao geral
Importação Milhões de Reais
113
99
78
70
92
108
136
Balança Comercial Milhões de Dólares
372
380
455
592
849
883
819
Exportação/Produção (%)
10,1
11,6
15,4
17,2
22,0
18,3
14,55
Inportação/Consumo (%)
2,1
2,6
2,6
2,3
2,6
2,3
2,2
Fonte: RAIS 2004 - MTB
A partir do quadro anterior mostrado em duas partes, têm-se os seguintes resumos. Empresas
Micro
Pequena
Média
Grande
Total
11.992
3.372
436
304
16.104
74,47%
20,94%
2,71%
1,89%
100,00%
%
2002
2003
2004
2005
2006
Fonte: Abimóvel
Fonte: RAIS 2004 - MTB
Empresas
Micro
Pequena
Média
Grande
Total
36.143%
67.865
30.343
72.001
206.354
17,52%
32,89%
14,70%
34,89%
100,00%
%
Fonte: RAIS 2004 - MTB
A partir do incremento de novas tecnologias, do uso de matériasprimas sofisticadas e o aumento das exportações, em particular,
22 Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
Um único marceneiro proprietário de uma micro empresa ou qualquer operário de uma indústria com 500 empregados podem, talvez, não dominar tais informações, mas, com certeza, não são alheios ao caso. Mesmo indiretamente participam com os demais do status quo gerado pelo ambiente moveleiro do país, conquistado lenta ou rapidamente e de forma gradativa durante os últimos trinta anos. Daí a importância das empresas e entidades regionais de serem associadas e participarem diretamente deste processo de desenvolvimento. Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
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Tanto as exportações como o consumo interno é resultado do trabalho de aproximadamente 16.000 empresas fabricantes*, as quais empregam mais de 200 mil trabalhadores.
TOCANTINS
36 197
AMAPÁ RORAIMA
10 58
17 78 PArá
109 1.699
AMAZONAS
Ceará
328 4.126
Rio Grande do NORTE
127 943
Maranhão
81 1.481
Paraíba
87 658
Piauí
298 3.287
40 460
ENTIDADES REGIONAIS Atualmente a Abimóvel conta com vinte e duas entidades associadas regionais, distribuídas nas cinco regiões do país, Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte, respectivamente. Oito na região Sudeste, sete na região Sul, duas na região Centro-Oeste, quatro na região Nordeste e uma na região Norte. A seguir, apresenta-se cada uma delas por meio de sua razão social, endereço completo e nome de seu presidente com o respectivo período do atual mandato.
Pernambuco
298 3.287
Acre
43 295
alagoas
62 734
SINDICATOS E ASSOCIAÇÕES
RONDÔNIA
128 833
Bahia
355 4.816
Mato Grosso
235 1.648
Minas Gerais
2.126 24.717
Mato Grosso do sul
131 602
Espirito Santo
313 5.402
Goías
398 3.334
Distrito Federal
108 770
Rio de Janeiro
583 5.367
Rio Grande do sul
2.443 33.479
Santa Catarina
2.020 32.273
Empresas Trabalhadores
São Paulo Paraná
2.133 29.079
? ?
Fonte: RAIS /2004
* O conjunto destas empresas faz parte das entidades regionais, isto é, sindicatos patronais e de trabalhadores distribuídos nas cinco regiões geográficas do país.
26 Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
Região SUDESTE: 1- AIRVO - Associação Industrial da Região de Votuporanga Presidente: Adélia Aparecida Porto Gestão: 2007 / 2008 End.: Av. Nasses Marão, 2513 - Distrito Industrial I - 2843 CIDADE/ESTADO: Votuporanga /SP CEP: 15503-005 Fone/fax: (17) 3421-4077 E-mail: airvo@airvo.com.br Site: www.airvo.com.br
2- AMOESP – Associação das Indústrias do Mobiliário do Estado de São Paulo Presidente: Pierre Alain Stauffenegger Gestão: 2005/em aberto End.: Praça Dom José Gaspar, 30 - 5º andar - República CEP: 01047-901 CIDADE/ESTADO: São Paulo - SP Telefone/Fax: (11) 3255-8011 E-Mail: ronaldosatoris@sindimov.org.br Site: moveis@sindimov.org.br
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19 - SINDIMIR - Sindicato das Indústrias de Madeiras de Imperatriz e região Presidente: José Raimundo Sarmento Gestão: 2005/2008 End.: Rua Bahia, 611 - 1º andar - sala 05 - Centro CEP: 65903-350 CIDADE/ESTADO: Imperatriz /MA Fone/ Fax: (99) 3524-8624 E-mail: movelnorte@movelnorte.com.br
Região Centro-oeste: 20 - SINDIMóVEIS - Sindicato das Indústrias de Móveis e Artefatos de Madeira do Estado de Goiás Presidente: Carlos Alberto Vieira Soares Gestão: 2003/2007 End.: Av. Anhanguera, 5440 - Sala 406 CEP: 74043-010 CIDADE/ESTADO: Goiânia /GO Fone/Fax: (62) 3224-7296 E-mail: sindmoveis@fieg.org.br
21 - SINDIMAM - Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário do Distrito Federal Presidente: José Maria de Jesus Gestão: 2007/2010 End.: CIA - Trecho 03 - Lt 225 • CEP 71200-030 CIDADE/ESTADO: Brasília /DF Fone: (61) 3362-3851 • Fax: (61) 3234-3863 E-mail: sindimam@fibra.org.br Site: www.sindimam.org.br
Região Norte: 22 - Sindicato da Indústria de MarcenAria Do Estado do Pará
Presidente: Jadir Seramucin Gestão: 2006/2008 End.: Trav. Quintino Bocaiúva, 1588 - Nazaré CEP: 66035-190 CIDADE/ESTADO: Belém /PA Fone: (91) 3212-3718 • Fax: (91) 3212-3318 E-mail: sindmoveis@fiepa.org.br Site: www.fiepa.org.br
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Móveis Gelli A partir do pioneirismo de Filipo Gelli, em 1897, a Gelli Indústria de Móveis S.A. iniciou em Petrópolis, Rio de Janeiro, sua produção de móveis sob medida. A centenária Gelli obteve o primeiro lugar na exposição nacional, em 1908; em 17, incendiou; em 22, inaugurou suas novas instalações, fabricando a ‘cômoda secretária machetada’, recebendo medalha de ouro do presidente Epitácio Pessoa. Os filhos Aldo e João contiuaram o empreendimento. Contudo, os antecedentes da fase atual da produção brasileira se estabeleceram durante a primeira metade do século XX. A Móveis Cimo, em Santa Catarina; a Thonart do Rio Grande do Sul e a Fábrica de Móveis Carrera, a Indústria Cama Patente L. Liscio S.A., a Móveis Teperman e a Bergamo Companhia Industrial, em São Paulo; a Móveis Ronconi, no Paraná e a Marcenaria C. Laubisch, Hirth & C., no Rio de Janeiro, são alguns excelentes exemplos de empreendedorismo pioneiro.
WALTER GERDAU João Gerdau, o fundador do verdadeiro império siderúrgico atual, chegou ao Brasil em 1869, vindo da alemanha. a história da fábrica de prego é a mais conhecida dos gaúchos, mas houve uma segunda atividade econômica a que se dedicou a família que não é tão famosa, mas foi igualmente inovadora. Em 1907, João comprou a indústria de móveis Vergados, cuja direção ficou com o filho Walter Gerdau. Foi essa indústria que introduziu no Rio Grande do Sul os móveis Vergados ao estilo dos desenvolvidos pelo austríaco Michel Tonet no século XIX.
44 Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
A indústria viria depois a ser vendida e se transformou na marca Thonart.
Thonart Em 1984, a empresa mudou sua razão social de Gerdau para THONART MÓVEIS VERGADOS S/A, (Thonet-Art) identificando-se ainda mais com o mestre Thonet. Um dos pouquíssimos estilos que nunca saíram de moda há mais de 150 anos, os móveis vergados deixam registrados na história da arte e do valor humano, seus traços puros, versáteis e eternos. Um móvel com estilo de viver. Seus produtos ainda estão em sintonia com o gosto brasileiro pelas características dos móveis fabricados pelos irmãos Thonet.
Santos Dumont Todos sabem que Alberto Santos Dumont brilhou no mundo aero-espacial, construindo balões e dandolhes dirigibilidade. Todos sabem de seu sucesso com o 14-BIS, cujo centenário de um vôo a 60 metros de distância e a 3 metros de altitude comemorouse no dia 23 de outubro de 2006, assim como o exuberante Mademoiselle. Todos sabem, também, de seu conceito para o primeiro relógio de pulso, fabricado pela Cartier. Mas, poucos sabem que Santos Dumont inovou na Arquitetura e no Design de Móveis. Primeiro, na ‘Encantada’, casa construída por ele em Petrópolis. Segundo, com seu móvel para café com pernas alongadas, permitindo que o olhar do garçom e do usuário ficassem na mesma altura, se tornando precursor da Ergonomia.
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Móveis Cimo
Móveis Teperman
A abertura para a imigração européia proporcionou o pioneirismo empreendedor. Em abril de 1913, a família de imigrantes alemães Zipperer fundou a empresa de móveis em Rio Negrinho, distrito de São Bento do Sul, Santa Catarina, começando com a produção de tábuas de pinho e imbuia. A pujança da Cimo era responsável pelo ciclo completo da industrialização do mobiliário, abrangendo desde o plantio de árvores até a embalagem do produto, transformandose na maior indústria de móveis da América Latina. As fábricas de Rio Negrinho e de Curitiba mobiliaram os principais auditórios, cinemas e repartições públicas de todo o país e, praticamente, todas as salas de aula das escolas secundárias e os principais escritórios do país. A cadeira giratória da década de trinta conquistou fama nacional. O Colégio Estadual do Paraná, por exemplo, inaugurado em 1950 e com capacidade para 5.000 alunos, têm até hoje as poltronas do auditório, os móveis das instalações administrativas e as carteiras escolares das salas aulas fabricados em imbuia com o tradicional selo CIMO S.A., um losango sobre uma circunferência. Após o falecimento de Martin Zipperer, em 1979, a empresa foi vendida para o grupo paulista Lutfalla, entrando em crise em seguida. A falência foi decretada em 1981.
A família de imigrantes Teperman fundou a Móveis Teperman em 1914, no bairro do Brás, em São Paulo. Foi a primeira loja de varejo de móveis finos do país, trabalhando com móveis residenciais até 1930. A Casa Teperman tornou-se conhecida nacionalmente pelo lançamento do Art-Déco no Brasil. A partir dessa data, ampliou seu mercado, abrangendo desde as residências até balneários, hotéis e sedes de governo e tribunais. Na década de cinqüenta participou ativamente dos maiores acontecimentos do pais, a instalação da indústria automobilística e da construção da capital federal em Brasília. A partir do desenvolvimento de eficiente processo de fabricação de molas para bancos estofados, os produtos Teperman marcaram presença nas fábricas da DKW, Volvo, Volkswagen e Willys Overland. Em Brasília, a Teperman instalou os móveis do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, além das residências oficiais. Na mesma época, trouxe para o Brasil os modelos criados por Herman Miller, influenciando o comportamento e a formulação de novos conceitos do mobiliário brasileiro. Os móveis de escritório Herman Miller mudaram o ambiente de trabalho, tanto pela configuração como pela ergonomia, destacando-se a linha Action Office, cujas mesas em forma da letra ‘L’ estão presentes até hoje.
Móveis Guelmann No mesmo ano de 1913, Salomão Guelmann fundou a empresa homônima. Comparada com a Cimo foi mais longe, encerrando suas atividades em 1985. A Guel Maison, parte do grupo atuou com bastante destaque no setor de móveis com bom design. Quanto ao seu porte, cabe comentar que em suas antigas instalações no bairro do Portão, em Curitiba, funciona atualmente um condomínio industrial com quase uma dúzia de empresas de médio porte.
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Fábrica de Móveis Carrera e a Cama Patente A Grande Fábrica de Móveis Finos, de Censo Martinez Carrera, com sede em Araraquara SP, foi um marco histórico na produção de móveis em série no Brasil. A partir de um projeto do próprio Carrera, de 1915, começou-se uma nova mentalidade em
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relação à produção moveleira no país. Era o começo da indústria racionalizada. A solução adotada nas camas inglesas a partir de tubos de aço fabricadas a partir da primeira metade do século XIX foi absorvida no sentido de explorar novas potencialidades do uso da madeira torneada. Por outro lado, registrou-se o resgate dos móveis de madeira vergada dos Irmãos Thonet. A Fábrica de Móveis Carrera produziu armários, cadeiras, camas e mesas, além da Cama Patente fabricada em três modelos. Porém, o paradoxo é que a Cama Patente não foi patenteada, ficando desprotegida em condições que outros o fizessem. Não tardou para aparecer a patente da Cama Patente.
A Indústria Cama Patente L. Liscio S.A. Coincidentemente, a Indústria Cama Patente L. Liscio S.A. também começou em Araraquara, mudando-se para a capital paulista, em 1919, quando foi registrada. Primeiramente, produzia móveis sob encomenda. Depois, passou para a fabricação de móveis seriados, em particular, camas. A patente no 23.351 garantia a maneira peculiar de fixação das molas de suspensão para o colchão. A malha de arame com módulo quadrado para sustentar o colchão era fixada nas laterais do estrado de madeira por meio de pequenas molas, apoiando-se em um conjunto de seis molas espirais sobre três travessas constantes no próprio estrado. A combinação de madeira clara e escura era uma autêntica assinatura. Até seu fechamento em 1968 produziu-se seis modelos de Cama Patente, inclusive, o infantil, fazendo parte do habitat brasileiro. A linha Patente constituía-se de aparador, armário, cama e mesa de cabeceira.
48 Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
Ronconi Móveis Em Curitiba, no dia 21 de outubro de 1921, Guilherme Ronconi associou-se a dois colegas de trabalho, Alberto Foloni e Luis Notto, que permaneceu apenas um ano na sociedade. Primeiramente, a Móveis Ronconii, dedicou-se fazer móveis sob encomenda. Em 1946, Foloni e Ronconi se separaram e em 1958, Vittorio Meneghini passou a ser sócio. Por volta de 65 passou a dedicar-se também no ramos de estofados, seu carro-chefe até hoje. Atualmente, o Grupo Ronconi é formado pela Ronconi Móveis e Ronconi Indústria de Polímeros, que produz espumas para uso industrial e os colchões Ronconi e móveis para a classe média e média alta. Ambas estão sediadas no município de Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba.
O Modernismo A presença do Modernismo foi marcada pela Semana de Arte Moderna de 1922, realizada em São Paulo por Mário de Andrade e outros intelectuais, com significativos desdobramentos por todo o país. A significativa atuação do artesão e designer luso brasileiro Joaquim Tenreiro demonstra com clareza como o país deu início á uma produção moveleira com identidade nacional. Em seguida, registra-se a participação de Lina Bo Bardi e de José Zanine Caldas. Por fim, comenta-se brevemente sobre alguns movimentos como a Móveis Artesanal - Forma e Mobilínea, Móveis Preto & Branco, Oca, Unilabor, L’Atelier Móveis, Forma Móveis e Interiores Ltda. e Mobília Contemporânea, Escriba, Móveis Hobjeto, e Probjeto, entre
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outros cases de sucesso. Contudo, seu início no setor moveleiro tem início registrado com a produção pioneira de móveis por Flávio Rezende de Carvalho e vários integrantes do movimento modernista. O próprio Mário de Andrade projetou móveis, assim como Cássio M’Boi, Gregori Warchavchik, John Graz, Lasar Segall e outros intelectuais da época, a fim de romper com a tradição instalada. Afinal, a influência do Modernismo europeu chegou ao Brasil. Tanto na Arquitetura como no Design de Produto, a elite brasileira tomou conhecimento de escolas e movimentos como o Art-Déco, De Stijl, Liberty e Bauhaus, além do trabalho de Henry Van de Velde e de Le Corbusier. Aída Boal, Ana Maria e Oscar Niemeyer, Artur Lício Pontual, Carlo Benvenuto Fongaro, Lucio Costa, Sergio Bernardes compõem os bons exemplos do movimento modernista no Rio de Janeiro. Em São Paulo, Abrahão Senovicz, Bernardo Rudofsky, Gabriel Borba, Enzo Grinover, Henrique Mindlin, João Batista Villanova Artigas, Jorge Zalszupin, Julio Roberto Katinsky, Oswaldo Arthur Bratke, Paulo Mendes da Rocha e Rino Levi. Excelente exemplo é a Casa Modernista, de Gregori Warchavchik, 1923. Mas, por outro lado, Mário de Andrade foi quem mais criticou o movimento de 22, ao dizer que se tratava de uma elite e que nada representava da realidade brasileira. Assim sendo, realizou o I Concurso de Mobília Proletária do Brasil (1936), por ocasião de sua passagem pelo Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de São Paulo.
Zipperer Outra empresa pioneira foi a Ziperrer S.A., da mesma família que construiu a Móveis Cimo, fundada no dia 13 de maio de 1923.
50 Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
Pioneira na produção de artigos de madeira em Santa Catarina conquistou amplo mercado na Alemanha, Estados Unidos da América do Norte, França, Holanda, Porto Rico e Portugal. Além de exportar elevado volume foi a primeira empresa catarinense a fabricar móveis com pinus, cuja matéria-prima foi sempre fornecida pela empresa coligada Ziprinho Agro-Florestal, com reflorestamento de pinus e plantiu médio de 100 mil árvores por ano. Tudo começou com Carlos Zipperer Sobrinho, fundador da empresa, iniciando suas atividades com apenas 11 anos de idade, montando uma marcenaria com capital inicial de 25 mil reis. Inicialmente, produzia artefatos de madeira e esquadrias, cujo conhecimento era aprofundado por meio de livros provenientes da Alemanha. A partir de 1975, a Ziperrer passou a dedicar-se exclusivamente no fabrico de móveis.
Móveis Pastore Luiz Pastore fundou a empresa em 1926. Seu principal produto foi uma linha de dormitório, que lhe deu inúmeros prêmios em exposições entre 1926 e 40. A partir de 1935, experimentou o setor de eletrodoméstico produzindo caixas para radio, tipo capelinha. A fábrica produziu também instalações comerciais e públicas, inclusive, áreas de passageiros em aeroportos. Após o fim da Segunda Guerra Mundial continuou com instalações de magazines e grandes supermercados. Não obstante, diversificou para o ramo de máquinas de costura, fabricando os gabinetes de madeira. No setor de eletroeletrônico, por exemplo, atendeu a Philips durante 23 anos; depois, também a CCE, Gradiente, Evadyn, Philco, Polivox, Sharp e Telefunken. Em 1950, instalou sua fábrica no bairro do Limão. Em 82, a filial
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Madeirit Em 1946, foi fundada em São Paulo a Indústria Madeirit, produzindo chapas de madeira compensada, as quais ficaram conhecidas nacionalmente pelo nome da empresa. Além da fábrica de Barueri SP, sua maior fábrica está localizada em Guarapuava, região centro-oeste do Estado Paraná.
J. Parma & Cia A história da J. Parma & Cia., de Ubá, confunde-se com a história moveleira de Minas Gerais e, evidentemente, está ligada à cultura mineira. Após o fim da segunda Guerra Mundial, João Rosignoli instalou sua marcenaria em Lavapés, em 1946, que além de fabricar móveis, foi especialista em ferrar e colocar eixos em carros-de-boi. Em 1947, os irmãos Teixeira Pinto iniciaram suas atividades fabricando vassouras. Hemetério Martins Carneiro contratou vários marceneiros para fabricar esquadrias, entre eles, José e Raimundo Carneiro; em 1951, vendeu a Aristóteles Alves de Souza. Na mesma época, Francisco Chico Parma trocou uma carroça e um cavalo por três máquinas, presenteando a seus filhos Luiz e José Francisco, iniciando uma fabricação de móveis, sendo a primeira a produzir móveis em série como armários, guarda-roupas e sofás. Depois de abrir a primeira fábrica, foi a vez de Edgar e Edvar Cruz juntarem-se a Luiz Parma, formando a Parma & Cruz. O terceiro, foi Mauricio Singulare. José Francisco Parma incentivou seus amigos e parentes a fabricarem móveis. Assim sendo, associou-se a Agostinho Sales (Jorge Amato) e Louro Parma, cuja união culminou na J. Parma & Cia. Depois. Fez uma sociedade com Vivaldino Teixeira Soares e José Durso, criando a Indústria de Móveis Parma & Soares. Mas, Luizinho parma deixou a Parma & Cruz e comprou a parte de Vivladino
54 Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
na Parma & Soares, convidando Joanito para ser um dos sócios, transformando a firma Parma & Soares em Parma & Serrano. Atualmente, a Parma Móveis é diriga por Silber Silveira.
Lina Bo Bardi Archilina Lina Bo Bardi foi um caso a parte. Em 1947, projetou o mobiliário para o auditório da primeira sede do Museu de Arte de São Paulo. Cada uma das cadeiras em madeira maciça com assento e encosto manufaturados em couro era dobrável, permitindo o empilhamento e racionalizando o uso do espaço. Diante da falta de marceneiros para executar o projeto, ela e o marido Pietro Maria Bardi recorreram a um tapeceiro italiano. O resultado foi a criação do Studio de Arte Palma com as mesmas características do Studio D’Arte Palma, de Roma, bem com a fábrica de Móveis Pau Brasil Ltda. A fim de produzir mobília moderna. Lina projetou durante sua vida profissional uma quantidade significativa de móveis de qualidade. A Bard’s Bow, ou simplesmente, Cadeira Bow, foi um sucesso. Contudo, costumava dizer que o verdadeiro móvel brasileiro era de autores desconhecido e do sul do país. Enaltecia a cadeira de palha de Santa Catarina, produzida por famílias italianas e conhecidas no Paraná como ‘cadeira de polaco’.
Moveis Artesanal - Forma e Mobilínea Em 1949, os irmãos Carlos e Ernesto Hauner fundaram a empresa Móveis Artesanal, produzindo móveis com características européias. Em 1952, associou-se a Knoll International, passando a chamar-se Forma. Sua primeira loja ocupou um prédio da Rua
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55
Onze Presidente + Um
ONZE PRESIDENTES + UM Desde a fundação da AFAM - Associação dos Fabricantes de Móveis do Brasil, em 1976, com primeira diretoria eleita em 1977 e transformada na ABIMÓVEL, em 1992, a entidade teve onze* empresários do setor em sua presidência. No final do último mandato de Domingos Sávio Rigoni foi completado o período de 30 anos. É impressionante o número de ações dedicadas à defesa dos fabricantes brasileiros de móveis e a favor do desenvolvimento da indústria nacional, bem como da melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro. Foram três décadas de batalha, mais fora do que dentro do ambiente fabril e do conhecido chão-de fábrica. De um lado, na luta por menores índices de taxação de impostos e melhoria das condições referentes à insumos, matéria-prima, transporte e das possibilidades de exportação. De outro, na luta, nada menor, a fim de elevar o conceito do mobiliário como um produto de maior necessidade para se viver. Registra-se, portanto, a dedicação e o trabalho de Elino Periolo, de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul; Manuel Leite Magalhães, do Rio de Janeiro RJ; Jether Soares Gouvêa, de Cruzeiro, São Paulo; Mário E. D. Pacheco Fernandes, São Paulo SP; Lourenço Darcy Castellan, de Flores da Cunha, Rio Grande do Sul; Luiz Antonio Pastore, de São Paulo SP; Alexandre Branco, de Belo Horizonte, Minas Gerais; Pedro Wajnsztejn, de Barueri, São Paulo; Giorgio Nicoli, de São Paulo SP: Nestor Bergamo, de Guarulhos, São Paulo; e Domingos Sávio Rigoni, de Linhares, Espírito Santo. A distribuição geográfica referente à procedência dos onze presidentes da ABIMÓVEL traduz com facilidade a ação da entidade nas principais áreas da produção moveleira do país. Pois, vêm desde o Rio Grande do Sul até São Paulo e do Rio de
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Janeiro até o Espírito Santo, passando por Minas Gerais. Isto, sem contar com a participação de empresários do setor nos demais cargos da Diretoria, provenientes de outros Estados como Goiás, Maranhão, Paraíba, Paraná, Pernambuco e Santa Catarina, além do Distrito Federal. Aparentemente, parece pouco. Afinal, são apenas onze pessoas. Mas, há que considerar as dezenas de empresários envolvidos diretamente na Diretoria e seus Conselhos e, indiretamente, por meio de inúmeras comissões, grupos de trabalho, missões comerciais no exterior e demais funções. Mesmo assim, percebese a força da Geopolítica, demonstrando maior força de alguns pólos de produção, sendo representados por empresários destes lugares. A somatória de ideologias, opiniões e posicionamento político foi a responsável pelo crescimento da entidade, com perspectiva de bom futuro. No quadro a seguir, além do nome de Oswaldo Merlo, mentor da Afam, apresenta-se, em ordem alfabética, a relação de nomes dos empresários que ocuparam os cargos de presidente, 1º e 2º vice-presidentes, inclusive, da reunião responsável pela aprovação do Estatuto da entidade, indicados na coluna Zero. Outra observação a fazer é que a partir da décima gestão, no lugar dos primeiro e segundos vice-presidentes surgem os vicepresidentes nacionais, aumentando gradativamente de cinco para oito vice-presidentes.
*O mandato de Elino Periolo, primeiro presidente da Afam foi complementado por Gil Grosman, diretor industrial da Celina Indústria e Comércio do Mobiliário Ltda., Rio de Janeiro e, fundador da entidade. Seu vice-presidente foi Garibaldi Malucelli, da João Malucelli e Cia. Ltda., Curitiba.
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Nome Empresa
Cidade UF
Ademar de Gasperi
Carraro
Bento Gonçalves RS
Aldo Cini Madesa
Bento Gonçalves RS
Alexandre Branco Madeirense
Belo Horizonte MG
0
1
Formiplac Rio de Janeiro RJ
Bernardo Hass Oggi
Quatro Barras
PR
Bráulio Zipperrer
Curitiba
PR
Classe
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13
N N 1 2
Álvaro Weiss Artefama São Bento do Sul SC Ammi Poncioni Ferreira
2
S
1
O
N N N N
1 2 1
N
Cláudio Grineberg Ramantec São Paulo SP
N
Domingos Sávio Rigoni Movelar Linhares ES Elino Periolo
Carraro
Bento Gonçalves RS
Garibaldi Malucelli
J. Malucelli
Curitiba
Gil Grosman
Celina Rio de Janeiro RJ
Giogio Nicoli
For-Kit São Paulo SP
PR
Guilherme D. Fonseca Securit São Paulo SP Irineu Munhoz
Caemun Arapongas
Ivanor Scotton
Politorno
José Eugênio Farina Todeschini José Luis Fernandes
2 1 2 2 1 N N
PR
Bento Gonçalves RS Bento Gonçalves RS
Cruzeiro
N
N
PR
Cruzeiro SP
N N
Lincoln C. Costa Itatiaia Ubá MG Lourenço Darcy Castellan
Florense
Flores da Cunha RS
Luis Antônio Pastore
Pastore Santo André SP
Luis Henrique P. Dalul
Casa Verde Mirassol SP
Gestões: 1977 a 2006
2
German Taguatinga DF
José Roberto Santos Santos Andirá Andirá Jether Soares Gouvêa
V
◊ Mentor da fundação da Afam
O
Presidiu a reunião de aprovação do primeiro Estatuto da Afam
S
Secretariou a primeira reunião da Afam
1 2
N
Manuel Leite Magalhães ML Magalhães Rio de Janeiro RJ Mario Pacheco Fernandes
Bergamo São Paulo SP
Michel Henrique Pires
Modercor Tocantins MG
Nestor Bergamo
Bergamo São Paulo SP
Orlando Ferreira Maia Júnior Germai
• Presidentes da Afam/Abimóvel
N
Oswaldo Merlo Danckaert São Paulo SP Pedro Wajnsztejn
Babylandia São Paulo SP
Pierre Alain Stauffenegger
Grupo Vidy São Paulo SP
Rogério Gazolla
Gazolla Ubá MG
Romano Ghisalberti Italma São Paulo SP Sebastião Antônio Batista Azulbrás Arapongas Sergio Dalla Costa
Ferrarte
PR
Bento Gonçalves RS
Waldemarino Alecrim Moduarte Antonio Prado RS
Completou o mandato do 1º presidente
N N
Jaci SP
1 N N 2 N N N
N
V*
Vice-presidente da primeira gestão
11
1º vice-presidentes
22
2º vice-presidentes
N N
Vice-presidentes nacionais
Ordem Alfabética
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Primeira Gestão-1977
Bento Gonçalves, em 1977 e, a fundação de duas entidades de abrangência nacional, respectivamente. No dia 18 de julho de 1972, foi fundada a Associação Brasileira das Indústrias de Madeiras Compensadas; mais tarde, Associação Brasileira das Indústrias de Madeiras Compensadas e Industrializadas, cujo interesse do setor moveleiro é evidente. A outra, foi a AFAM. No dia 27 de dezembro de 1973, no nordeste do Rio Grande do Sul, foi fundada a Associação Profissional das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves. No dia 12 de abril de 1977, no Rio de Janeiro, chegou a vez da AFAM Associação dos Fabricantes de Móveis do Brasil. Ambas, tiveram como primeiro presidente Elino Periolo, que também liderou a 1ª Mostra do Mobiliário de Bento Gonçalves, a qual mudou sua denominação para Movelsul em 1988, por iniciativa de Dorvalino Pozza, vice-presidente de Elino na associação gaúcha, assim como no Comitê Executivo da primeira mostra.
Elino Periolo Primeira Gestão
O começo promissor Elino Periolo Diretor Presidente de Móveis Carraro S.A. Bento Gonçalves RS Atualmente, vive em Caxias do Sul RS, onde trabalha como representante comercial no setor têxtil para decoração e moda por meio de um consórcio de ampresas nacionais e argentinas. A década de setenta foi decisiva para o setor moveleiro do país. Foram realizados quatro grandes acontecimentos, a criação de duas feiras de móveis, a Fenavem, em 1976 e a atual Movelsul, ainda com o nome de Mostra do Mobiliário de
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Junto com Dorvalino Pozza e Valério Pompermayer e, evidentemente, Elino Periolo, o trio de empressários já estava consolidado há muito tempo. Foram eles que toparam com o desafio proposto por um grupo de estudantes universitários, alunos do segundo semestre na disciplina de Metodologia e Pesquisa, do Curso de Economia, da FERVI - Fundação Educacional Região dos Vinhedos, atual campus da UCS - Universidade de Caxias do Sul, lecionada por Sérgio Mathias Fillipon. O objetivo do professor e de seus alunos era a sonhada integração entre escola e sociedade. O grupo conhecido como Terceiro Tempo foi quem propôs a realização de uma feira de móveis em Bento Gonçalves. Contudo, para tudo há antecedentes. No final de década de sessenta e começo dos anos setenta, formou-se na serra gaúcha um movimento classista com a finalidade de defender os interesses do setor moveleiro local. Além de Aldo Cini, Dorvalino
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Segunda Gestão-1979
da Artefama, São Bento do Sul SC, primeiro e segundo vicepresidentes, respectivamente. Manuel Leite Magalhães assumiu a AFAM no mesmo ano em que a Sony lançou o primeiro Walkman e a Xérox lançou a rede de comunicação Ethemet. No Brasil, o presidente João Batista de Figueiredo assinou a Lei de Anistia e no ano seguinte, o país recebeu a visita do Papa João Paulo II. Sobre sua eleição, Manuel Leite Magalhães declarou. “Como primeiro presidente eleito dentro dos Estatutos da AFAM, o primeiro fato relevante se deve à efetiva constituição da própria AFAM, com todos os seus devidos registros, passando a ser uma associação de fato, com poderes jurídicos e, sobretudo, legalmente representativos. Neste aspecto, não podemos omitir o empenho e a dedicação para que esse fato ocorresse da primeira diretoria que, embora não eleita e sim escolhida e nomeada, colocou todos os esforços para que isso acontecesse”.
Manuel Leite Magalhães SEGUNDa Gestão
A diagnose do setor Manuel Leite Magalhães Diretor Presidente da ML Magalhães Rio de Janeiro RJ Continua na Presidência da ML Magalhães. Enquanto o gaúcho Elino Periolo foi eleito no Rio de Janeiro, o carioca Manuel Leite Magalhães foi eleito em São Paulo, no dia 10 de abril de 1979, em reunião realizada nas instalações do São Paulo Center Hotel. Manuel Leite Magalhães, da M.L. Magalhães, Rio de Janeiro, foi o segundo presidente da AFAM, mas o primeiro dentro do Estatudo da entidade. Foram eleitos e empossados também, Guilherme Dutra da Fonseca, da Securit, São Paulo SP, e Álvaro Weiss,
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Ainda era o início da trajetória da AFAM. Uma das principais metas era buscar a adesão de novos associados. Era necessário, portanto, tornar-se conhecida. Assim sendo, deu-se início à publicação da revista Mobília, com edição bimensal e tiragem média de 5.000 exemplares. “A época, embora seja historicamente e politicamente discutível, foi, sem dúvida, de progresso, onde o mercado absorvia praticamente a produção de móveis nacionais, sejam de qualquer estilo e desenho. Assim, nossa maior preocupação foi a sedimentação e o reconhecimento junto às empresas industriais de móveis, para que se associassem e viessem a ter participação efetiva e em maior número dentro da associação, trazendo, via conselheiros estaduais, idéias, sugestões e reivindicações para o crescimento de toda a indústria de móveis brasileira. Neste sentido, uma série de reuniões e encontros foram realizados junto às lideranças estaduais, no sentido de sensibilizar e agregar cada vez mais nossas indústrias junto à AFAM. É preciso esclarecer que, em 1979, São Paulo era o maior centro produtor de móveis do país e, no Paraná, notadamente em Curitiba, a indústria de móveis era bastante forte e representativa, razão pela qual vários encontros foram realizados nesses Estados. (...) Foi o período em que conseguimos praticamente dobrar o número de empresas
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Terceira Gestão-1981
presidentes, Bernardo Haas, da Oggi, Quatro Barras PR e José Eugênio Farina, da Todeschini, Bento Gonçalves RS. A gestão de Jether Soares Gouvêa coincidiu com o momento de lançamento do movimento Menphis, em Milão, liderado por Andrea Branzi e Etore Sottsass. A gestão de Jether Soares Gouvêa sofreu significativo momento de crise, onde inflação e recessão mantiveram-se unidas, criando uma retração no mercado brasileiro. Uma das alternativas para o problema foi promover a união entre as partes envolvidas. Nelton Scarton, presidente do Sindmóveis - Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário, de Bento Gonçalves RS, saiu na frente, promovendo um encontro entre fabricantes de móveis da região. Para ele, “a reunião baseou-se em uma análise conjunta do aumento dos preços da matéria-prima em confronto com a tabela de venda dos móveis, além de um longo e proveitoso debate sobre o momento econômico atual”.
Jether Soares Gouvêa TERCEIRa Gestão
O BRABO DA CRISE Jether Soares Gouvêa Diretor da Móveis Cruzeiro Cruzeiro SP Atualmente, Depois de um gaúcho eleito no Rio de Janeiro, de um carioca eleito em São Paulo, chegou a vez de um paulista ser eleito no Rio Grande do Sul. Curiosidade a parte, Jether Soares Gouvêa foi eleito no dia 9 de maio de 1981, no auditório do Centro da Indústria e Comércio de Bento Gonçalves. A Assembléia Geral Ordinária elegeu Jether Soares Gouvêa, da Móveis Cruzeiro, Cruzeiro SP, presidente e, como primeiro e segundo vice-
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Contudo, o ano de 1981, por exemplo, foi ruim para as indústrias em geral, em particular, para os fabricantes de móveis. Foi o ano de falência da lendária Móveis Cimo S.A. E muitas empresas tiveram que reduzir seus estoques de matéria-prima e racionalizar ao máximo possível suas atividades fabris. Na época, o jornal Folha de São Paulo promoveu uma mesa redonda com a participação de quatro especialistas das áreas de economia e de ciências sociais e políticas. Participaram quatro membros do CLEA - Centro Latino de Altos Estudos, sediado em Brasília DF: Argemiro Procópio Filho, professor de Sociologia da UNB - Universidade de Brasília, onde se doutorou em Ciências Sociais e doutor em Economia pela Harvard University; Benício Viero Schmidt, doutor em Sociologia pela Stanford University e professor da UNB; o professor Joaquim de Andrade e Marco Antônio Campos Martins, doutor em Economia pela Chicago University e presidente do CLEA. É nesta mesma época, que nasceu em Bento Gonçalves RS a Móbile – o jornal do Mobiliário Nacional.
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Quinta Gestão-1985
posse contou com a presença de Antônio Delfim Netto, ministro da SEPLAN - Secretaria de Planejamento e de Nestor Jost, ministro da Agricultura. Na mesma assembléia, aprovaram-se modificações do Estatuto da entidade, no qual a partir daquela data permite a entrada de um novo tipo de associado da AFAM. Trata-se do associado ‘participante’, permitindo que as empresas do ramo de máquinas e equipamentos e de matéria-prima participassem, contribuindo, desta maneira, com o desenvolvimento do setor moveleiro.
Lourenço Darcy Castellan QUINTa Gestão
O trabalho como superação Lourenço Darcy Castellan Diretor Presidente da Fábrica de Móveis Florense Ltda. - Flores da Cunha/RS Atualmente,
Lourenço Darcy Castellan permaneceu na presidência até abril de 1985, sendo eleito para um novo mandato no dia 12 de junho de 1985, no Hotel São Paulo Center, São Paulo. Agora, com Gil Grosman, da Celina Móveis, Rio de Janeiro RJ e Luiz Antônio Pastore, da Pastore Indústria de Móveis, São Paulo SP, como primeiro e segundo vice-presidentes, respectivamente. A cerimônia de
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Em março de 1985, Mikhail Gorbachev assumiu o poder na União Soviética, colocando um amplo plano de reformas, que culminaria em 86 com a glasnost – uma política de transparência e abertura e, em seguida, a perestroika – ousado plano de reestruturação econômica, com o abandono do planejamento central, abolição do controle de preços e fim da política de subsídios. No Brasil, sua população havia vivido o movimento das Diretas Já, iniciado em 1983, mas com lançamento oficial ocorrido no primeiro comício popular realizado em Curitiba, no dia 12 de janeiro de 1984, contando com a presença de 50 mil pessoas. Tancredo Neves foi eleito presidente da República e faleceu no dia 21 de abril de 1985 sem assumir. Assumiu seu vice, José Sarney. Na AFAM, Castellan assumiu no meio de duas situações econômicas nacionais diferentes, dando continuidade ao fim do mandato anterior, quando substituiu Mario Pacheco Fernandes. O Plano Cruzado do presidente Sarney foi anunciado no dia 28 de fevereiro de 1986. Com o Plano Cruzado, foram congelados os salários e os preços dos produtos e serviços e, surgiu uma nova moeda, o cruzado, em substituição ao cruzeiro, além do estabelecimento do gatilho salarial a cada vez que a inflação ultrapassasse 20% e instituição do seguro desemprego. Não obstante, Lourenço Darcy Castellan continuou com o lema ‘o
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Oitava Gestão-1991 a 1992
em matéria de crise, mas repleta de mudanças com muitas novidades, tanto na política como na economia. No dia 16 de março, havia sido apresentado à nação brasileira o Plano Collor, que confiscava a poupança dos brasileiros e criando problemas de ordem social. Na Europa, a novidade era outra. Em junho de 1991, depois de um plebiscito, a Eslovênia e a Croácia declararam independência da antiga Iugoslávia do Marechal Tito. Slobodan Milosevic, eleito presidência da Sérvia em 1989, não aprovou a autonomia das duas repúblicas, dando início a sangrenta guerra civil. No mês de agosto, o Kuwait foi invadido pelas tropas iraquianas, dando início ao longo conflito que levaria à Guerra do Golfo. A conseqüência natural foi o aumento do preço do petróleo. Mas, uma boa noticia veio da Europa, com a reunificação da República Federal da Alemanha com a República Democrática Alemã. Na América do Sul, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai constituíram o bloco econômico denominado Mercosul.
PEDRO WAJNSZTEJN OITAVa Gestão
A MUDANÇA DE NOME Pedro Wajnsztejn Diretor da Babylandia - Barueri SP Atualmente, No dia 28 de agosto de 1991, na sede da AFAM ainda no Rio de Janeiro, em Assembléia Geral Extraordinária, Pedro Wajnsztejn, da Babylandia, São Paulo SP, foi eleito presidente da AFAM. Na mesma ocasião, foram eleitos Aldo Cini, da Madesa, Bento Gonçalves RS, e Álvaro Weiss, da Artefama, São Bento do Sul SC, primeiro e segundo vice-presidentes, respectivamente. O início da década não foi diferente das anteriores
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No Brasil, dia 19 de março de 1992, a AFAM passou a denominarse ABIMÓVEL, com a respectiva alteração estatutária e a oportunidade de agragar 64 sindicatos e associações regionais. A nova entidade passou a congregar indústrias que empregavam na época cerca de 400 mil pessoas, com fatura na ordem de US$ 10 milhões por ano. Uma vez incluídas as grandes empresas de produção de matéria-prima e de comercialização, o setor empregava mais de 2 milhões de pessoas. Conforme dados da ABIMÓVEL, o setor moveleiro do país era formado por 14.500 empresas, sendo 4.500 microempresas. Entre as 10 mil fábricas de maior maior porte, mil tinha a maior parcela de faturamento, equivamente a 70% do total. Embora a transferência de razão social de AFAM para ABIMÓVEL tenha ocorrido no final da gestão de Alexandre Branco, teoricamente, Pedro Wajnsztejn foi o primeiro presidente da ABIMÓVEL, assim como foi também o primeiro presidente executivo da Movesp. A mudança de nome ocorreu em Assembléia Geral Extraordinária, realizada no Centro da
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PARTE II A segunda parte reúne alguns assuntos relacionados ao móvel e ao processo de fabricação, distribuição e venda, bem como seu relacionamento como o consumidor. Sem nenhuma pretensão de esgotar cada um dos assuntos relacionados, sua finalidade é esclarecer sobre alguns aspectos que caracterizam o setor moveleiro. Mais que aprofundar cada um deles, procura-se abordar de maneira propedêutica e forma pedagógica, a fim de orientar o leitor para a busca de mais informações por meio de literatura do setor, particularmente, nas revistas especializadas. Assim sendo, têm-se o Brazilian Furniture, conhecido primeiramente por PROMÓVEL, alguns conceitos de design, aspectos sobre ergonomia e sobre os direitos do consumidor, matéria-prima e acessórios, normatização. Estes temas são apresentados por ordem alfabética, demonstrando, desta maneira, a vontade de se respeitar determinada ordem; mas, sem levar em conta qualquer tipo de hierarquia.
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Brazilian Furniture-Promóvel
BRAZILIAN FURNITURE – PROMÓVEL O programa Brazilian Furniture dá continuidade ao trabalho iniciado com o programa denominado Promóvel - Programa de Incremento à Exportação de Móveis. A criação do Promóvel se deve à constatação do potencial do setor moveleiro nacional e de suas dificuldades. De um lado, a disponibilidade de mão-de-obra, matéria-prima e tecnologia desenvolvida. De outro, a prática da cópia e a ausência de um design que a elimine e traduza a cultura brasileira de forma fiel, bem como o desconhecimento das especialidades dos diferentes mercados internacionais.
por meio de 16 projetos. Na época, o parque industrial do setor moveleiro era composto por 13,5 mil empresas, das quais 10 mil micros, 3 mil pequenas e 500 de tamanho médio. A curva representativa das exportações registrava o volume de US$ 20 milhões em 91 para US$ 360 milhões em 97. A proposta inicial era de criar 10 mil novos empregos, 300 empresas inseridas no mercado exterior e 13,5 mil empresas envolvidas.
Sobre o Promóvel, Nestor Bergamo, presidente da ABIMÓVEL na época de sua criação, comentou que em seu término se pretendia atingir um nível de exportações na casa de US$ 2,5 bilhões. Os investimentos globais do programa contava também com o apoio dos fornecedores na ordem de R$ 10 milhões. Mas, antes de tratar diretamente sobre as metas do Promóvel, registra-se o quadro das exportações brasileiras na década de noventa.
Seu Grupo Gestor foi formado por representantes da Diretoria Nacional da ABIMÓVEL, Movergs, Sindimóv Minas Gerais, Sindmovel São Paulo e CTM - Centro de Tecnologia do Mobiliário Senai / Fetep de Santa Catarina. O CIN - Centro Internacional de Negócios, em parceria FIESC / Senai SC, Sebrae SC e ACISB - Associação Comercial e Industrial de São Bento do Sul foi escolhida como sede do programa, mantendo a estrutura logística necessária para suas ações.
O Promóvel foi criado em 1998, na gestão presidida por Nestor Bergamo. Trata-se de um programa contratado pela ABIMÓVEL em conjunto com órgãos governamentais, cujo principal objetivo é fortalecer as empresas moveleiras a fim de capacitá-las para os desafios que a globalização da economia,
Foram propostos os 16 projetos seguintes: ISO 9000, Sensibilização ISO 14000, Selo Verde, Produção de normas técnicas para fabricação de móveis, Programa de gestão de qualidade e produtividade, Aquisição de know how no exterior, Missões empresariais, Estudos de mercados internacionais, Marketing no exterior, Formação de consórcios, Móveis brasileiros em exposições internacionais, Desenvolvimento de
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DESIGN
DESIGN
Na mesma razão e dimensão da arte, filosofia, política ou religião, o design é um ramo do conhecimento humano. Como atividade de caráter técnico e científico ocupa o mesmo nível das diferentes ciências e tecnologias. Contudo, quando se refere ao design, na maioria das vezes, limita-se, apenas, ao universo do industrial design ou design de produto. Talvez, o fato possa ser explicado pela importância que este setor do Design conquistou junto à própria indústria, assim como no comércio, marketing, publicidade e propaganda, ou ainda à opinião pública, particularmente, a crítica, mídia impressa, radio e TV, clientes e consumidores. Historicamente, o design tem a idade da consciência humana, ainda que tenha sido sistematizado como atividade profissional no universo industrial somente a partir do início do século XX. Não obstante, visto por meio de uma ótica mais ampla, trata-se de um ramo do conhecimento humano capaz de resolver problemas no processo da construção do entorno e da manufatura da cultura material da humanidade desde a mais tenra idade. Ainda que empiricamente, o design parece ter sido praticado desde o momento em que o ser humano teve a consciência sobre a adaptabilidade das coisas, isto é, daquilo que existe ou possa vir a existir. Foi necessário, então, manufaturar armas e ferramentas, adornar-se e vestir-se, construir abrigos, transpor obstáculos, conceber e comunicar-se por meio de sinais gráficos. Seu grau de complexidade aumenta de acordo com a necessidade e a capacidade de responder à respectiva causa. Dentro deste marco de referência, tem sido procedido a transformação do entorno onde vive o homem, ou seja, à construção do entorno humano. Primeiramente, entre tantos paus e pedras, depois, peles e outros elementos naturais, por exemplo, deve-se ter optado por alguns deles a fim de usá-los adequadamente como arma ou instrumento de trabalho. O mesmo deve ter se passado com sinais pintados, tanto nas paredes da caverna, como no entorno vital do homem pré-histórico. Na seqüência, construíram-se arados, Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
barracas, barcos, calçados, carroças, fornos, moinhos, móveis, placas, setas, teares, tonéis, roupas, uniformes e diferentes tipos de utensílios e, móveis. O design tem sido responsável pela construção do entorno durante séculos. Ele está presente nas três fases da humanidade preconizada por Jordi Llovet, fase naturalista, fase inventiva e fase consumista. Alcançou os primórdios da Revolução Industrial e viveu sua plenitude durante outras revoluções subseqüentes. Passou por diferentes movimentos e importantes escolas, destacando-se o Arts and Crafts na Inglaterra, Art Nouveau na França e o Deutsche Werkbund na Alemanha ou o Modern Style na Inglaterra, o Modernismo na Espanha, o Sezessionsstil na Áustria e De Stijl na Holanda, no final do século XIX e início do século XX. Porém, notabilizou-se durante a Bauhaus, na Alemanha e, por meio do Wchutemas, na Rússia, na primeira metade do século XX. Finalmente, sistematizou-se como profissão de nível superior a partir da HfG - Hochschule für Gestaltung Ulm 195368 (Escola Superior de Design de Ulm), na Alemanha. Todos, à sua maneira, definiram o que é design. Em 1588, o Oxford English Diccionary, Inglaterra, por exemplo, definiu o termo Design como “um plano concebido pelo homem para algo que se pretende realizar...” Um dos primeiros conceitos de Design Industrial é atribuído a Mart Stam, que em 1948, afirmou sobre o trabalho dos designers: “Designers são aqueles projetistas que trabalham para a indústria em qualquer campo, particularmente, na criação de novos elementos e materiais” (HIRDINA, Heinz, 1988, in BÚRDEK, 1994). Para Bern Löbach, “Design é o processo de adaptação do entorno objetual às necessidades físicas e psíquicas dos homens e da sociedade” (LOBACH, 1976, p.11). Porém, Löbach chama a atenção para o fato de que as pessoas definem as coisas conforme sua maneira de olhar tal coisa. Assim sendo, propõe cinco maneiras de definir design conforme diferentes posições Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
MATÉRIA-PRIMA E ACESSÓRIOS
MATÉRIA-PRIMA E ACESSÓRIOS
A produção de bens está intimamente ligada ao universo da matéria-prima e dos acessórios. É impossível projetar qualquer tipo de móvel sem levar em consideração a natureza da matériaprima e as características de seus acessórios. É impossível, portanto, prozuris qualquer tipo de móvel sem a participação de tão importantes ingredientes. A matéria, vista pela via erudita, é qualquer substância sólida, líquida ou gasosa que ocupa lugar no espaço. No entanto, vista pelo universo do meio produtivo, é qualquer substância capaz de ser plasmada ou dar forma a um objeto, isto é, responsável por sua configuração. Em outras palavras, de participar do processo para transformar coisa em objeto. Afinal, objeto não nasce sozinho. A matéria-prima é a substância bruta essencial e principal com que é fabricado algum objeto. Considerando que objeto é tudo aquilo que pode significar o que é aprendido pelo conhecimento e que não é sujeito do conhecimento, ou ainda, tudo aquilo que é manipulável ou manufaturável, a matéria-prima produzida pela indústria é também objeto. É tudo aquilo que é conhecido, pensado ou representado, em oposição ao ato de conhecer, pensar ou representar. É tudo aquilo que, no curso de sua produção, é resultado do produto do trabalho humano que se transforma em bens materiais, e que compreende, basicamente e propriamente, as coisas que resultam da transformação e dominação da natureza pelos homens. A partir de materiais extraídos da natureza, a humanidade tem transformado-os em matéria-prima a fim de propiciar o desenvolvimento da conhecida cadeia produtiva. Para os pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos, Estado de São Paulo, por exemplo, são três os principais tipos de materiais: o cerâmico, o metal e o polímero. Caso se pergunte, onde se localiza a madeira, a resposta é imediata: trata-se de um tipo de polimerização*; onde se localiza o vidro, a resposta também é imediata: é um material cerâmico. Por fim, caso se pergunte onde estão locali-
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zados os granitos e mármores usados na fabricação de móveis, a resposta é imediata: são rochas. Rocha é o agregado natural formado de substâncias minerais ou mineralizadas resultantes de determinado processo geológico, constituindo a parte essencial da litosfera. Enfim, a transformação de coisa em objeto é cultural, desde que o homem do Paleolítico construiu um machado de sílex até a sociedade industrializada da atualidade. Logo, a matéria-prima é origem da produção do conhecimento e da cultura material da humanidade. Não há móvel algum sem a matéria-prima. Antes de qualquer coisa, toda matéria-prima tem um significado e também faz parte de um sistema de linguagem. Da mesma maneira que há objetos para deitar-se ou sentar-se, objetos para acondicionar e transportar, objetos para iluminar e objetos para serem admirados simplesmente, tem-se matéria-prima para servir para a fabricação e matéria-prima sem que tenha que cumprir ou responder exclusivamente à outras e diferentes funções como a estrutural e mecânica, por exemplo. Obviamente, se existem cadeiras ou camas que não servem apenas para sentar-se ou para deitar-se, assim como fruteiras, potes e vasos que não servem somente para acondicionar e transportar flores e frutos, ou ainda, luminárias destinadas exclusivamente para iluminar, existem matérias-prima capacitadas para desempenhar as mais diversas funções indo além da observação, alcançando, inclusive, níveis superiores como a admiração e a sublimação. Tendo a vela como objeto e a luz produzida por sua chama, a música criada pelos sons produzidos pela vibração das cordas de um violino ou o aroma exalado de um perfume, uma vez aberto seu frasco, o aroma, a cor e a textura da matéria-prima fazem parte integral do móvel.
*Polimerização é o processo em que duas ou mais moléculas de uma mesma substância, ou dois ou mais agrupamentos atômicos idênticos, se reúnem para formar uma estrutura de peso molecular múltiplo das unidades iniciais e, em geral, de caráter elevado.
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NormatizaÇÃO
A fabricação de móveis da atualidade depende de enorme quantidade desses acessórios para abrir e fechar, apoiar e penderar, emendar e fixar, puxar ou empurrar. São os aramados, dobradiças, corrediças, fixadores, puxadores, suportes, rodízios e tantos outros, inclusive, componentes elétricos para os móveis que apresentam este tipo de componente.
NORMATIZAÇÃO
A norma técnica é um instrumento indispensável no processo de otimização da produção de uma empresa e, evidentemente, do lucro. Embora signifique dispor de recursos durante sua elaboração e as necessárias adaptações do processo produtivo, o retorno financeiro é compensador e significativo. Trata-se de uma questão respondida pela consagrada relação custo / benefício. O investimento para a aplicação de normas técnicas é compensado pela facilitação do desenvolvimento operacional. A norma contribui ao diminuir estoques, reduzindo variedades; facilita a administração e comercialização, eliminando barreiras comerciais; e, permite a produção com qualidade a custos mais baixos. A inexistência da norma técnica prejudica o desenvolvimento de qualquer setor, em particular, na exportação. Segundo Maria Cecília Loschiavo dos Santos, “a cama patente foi uma experiência pioneira na racionalização do desenho da produção de móvel no país, desenvolvendo uma nova visão do mobiliário a antecipando a preocupação moderna com o despojamento de linhas”. O projeto de Celso Martinez Carrera é de 1915, estabelecendo um marco fundamental para a evolução do design e produção do móvel brasileiro com responsabilidade. O berço em madeira torneada é o precursor do móvel normatizado, ao definir uma distância máxima entre as varetas de tal maneira que o bebê não viesse a prender sua cabeça entre elas. Até 1984, eram mínimas as normas do setor moveleiro do país. Daí a implantação do Plano Nacional de Normatização no Setor Moveleiro pelo INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial. Em dezembro de 1973, foi criado o SINMETRO - Sistema Nacional d metrologia, Normatização e Qualidade Industrial, o qual constituiu o CONMETRO - Conselho Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial, cuja principal função é executar a política traçada pelo Instituto. Após a realização de um estudo preliminar para o setor moveleiro o Instituto firmou contrato com a FETEB - Fundação de Ensino, Tecnologia e Pesquisa, São Bento do Sul, Santa Catarina,
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PRÊMIO
estabelecendo uma lista de prioridades. Para tal, sugeriu-se quatro temas: 1) Insumos e Componentes da Indústria Moveleira; 2) Mobiliário Infantil, Escolar e Doméstico; 3) Mobiliário Profissional; 4) Terminologia e Métodos de Ensaio. Primeiramente, foram analisadas as principais normas existentes nos países europeus, entre tantas, o conjunto de normas técnicas da ISO - International Standard Organization. Segundo Marcos Alberto von Bahten, diretor da FETEB, foram selecionadas sete normas ISO com 60 ensaios. A título de ilustração, uma cadeira comum foi testada por meio de 25 mil ciclos, submetendo-a a uma carga de 90 quilos sobre o assento e de 30 quilos no encosto. Mas, uma cadeira escolar foi submetida a 200 mil ciclos para o mesmo par de cargas. No início dos anos setenta, foi criado o CB-15 - Comitê Brasileiro do Mobiliário, contando com várias Comissões de Trabalho. Em 1993, a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas publicou as normas sobre tecnologia e classificação. A partir deste fato, cada segmento vem trabalhando no sentido de se elaborar sua normatização. O primeiro, foi o de colchões de espuma, em abril de 96. Em seguida, foram aprovadas normas para móveis infantis (sete.97), móveis escolares (dez.97), cozinhas (mar.98) e acessórios e ferragens (abr.98). Em 96, foi autorizada pelo Conselho Técnico da ABNT a criação do CE-15 - Móveis de Madeira, Revestimento e Acabamento, cuja comissão também faz parte do CB-15, visando normatizar o tratamento de superfícies de móveis de madeira. A norma técnica é um instrumento indispensável na otimização dos lucros de uma empresa. Ainda que sua elaboração signifique gastos, as vezes, elevados, o retorno na aplicação é altamente compensador, tendo em vista que contribui para facilitar o desenvolvimento operacional, reduzir variedades e consequentemente diminuição dos estoques, facilitar a administração e comercialização, além de eliminar barreiras técnicas comerciais, permitindo-se
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produzir com qualidade a custos mais baixos. Os primeiros encontros para debater assuntos relacionados à normatização ocorreram em dezembro de 1983. Durante o período inferior de um ano, onze normas forma elaboradas e postas em prática. Elas abrangem desde a terminologia até a determinação do teor de umidade, de resistência à flexão estática, de resistência da colagem ao esforço de cisalhamento, da absorção de água, classificação e especificação. Para se chegar a este patamar normativo, se levou em consideração oito normas existentes, das quais seis internacionais. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas • APA - American Plywood Association, • ASTM - American National Standard • BSI - Britsh Standards Institution • CS - Commercial Standards • DIN - Deutsche Industrie Normen • ISO - International Organization for Standarization e Resolução 67 do CONCEX. O trabalho foi elaborado sob a coordenação do Dr. Emanuel Istodor Berceanu, especialista em normatização da indústria do mobiliário, enviado pelas Nações Unidas para colaborar com a FETEP. Textos-base: 1. Categorias de Móveis segundo o grau de severidade – Classificação; 2. Avaliação de cadeiras e banquetas quanto à resistência e durabilidade – Procedimento; 3. Cadeiras e banquetas – Determinação da resistência e durabilidade pelo teste de fadiga – Método de Ensaio; 4. Cadeiras e banquetas – Determinação da resistência estática – Método de Ensaio; 5. Cadeiras e banquetas – determinação da resistência ao impacto – Método de Ensaio; 6. Cadeiras e banquetas – Determinação do desgaste de cadeiras
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