TFG2018 UNICAMP | Espaço entre nós

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rede de espaços de convivência do Bom Retiro


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poesia de VirgĂ­nia Guitzen, travesti e militante.

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[

] REDE DE ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

TFG 2018 Maren Lury Sonoda | RA: 119857 Orientadora: Prof ª. Dr ª. Sílvia Aparecida Mikami Pina Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

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AGRADECIMENTOS aos meus pais, Ademar e Marina (e a Yuna), por todo o carinho, apoio e compreensão. Por todo o esforço para eu pudesse estar onde estou, mesmo nas horas mais difíceis.

à minha orientadora Sílvia Mikami, por toda a paciência e ajuda. Por sempre tentar me fazer chegar mais longe do que eu achei que seria possível felipe, lari, marélia, dedeia, camela, bia, gi, lai, thai, fer, walts, yuri, johny, diogo, atlia, carlo, natan, rato, lele, mizo, ryu, fafa, erid, reixo, vica, tutu, kenzo, marcelo, giboshi, suzana, mari.

aos demais familiares, amigos da arquitetura, do etapa e dos jogos. Por todas as conversas, festas, viagens, abrigos, apoio. Por todo companheirismo, não só durante esse trabalho, mas em todos esses anos.

vocês me tornaram a pessoa que sou hoje. muito obrigada.

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sumário INTRODUÇÃO PG 013

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CIDADE-MERCADORIA PG 017

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O DIREITO À CIDADE PG 025

3 DIVER(CIDADE) PG 029

4 ANÁLISE: MACROESCALA PG 039


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PROJETO: CONEXÕES PG 135 REFERÊNCIAS PROJETUAIS PG 125

5 ANÁLISE MICROESCALA PG 097

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10 9 ANEXOS PG 193

bibliOGRAFIA PG 181

PROJETO: O CONVÍVIO PG 157

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apresentação

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Uma vez eu li um artigo que dizia que Arquitetura e Urbanismo tem tudo a ver com aprender a ter empatia. Como o projeto influencia as relações, comportamentos e humores, ter empatia é necessário para entender o seu usuário e não fazer suposições ou impor uma ideia. Ao invés disso, trata-se de ter a vontade de aprender com a vida de seus usuários, levando a muitas vezes, perceber detalhes que não havia reparado antes. A empatia nos permite ver o que não é sempre óbvio, pensar no que realmente precisam ou querem, e propor uma real experiência para a vida do usuário. Pensando nisso, pude perceber o quanto tem a ver com o que eu pretendo fazer no meu trabalho final de graduação. Desde quando criança, eu percebi que eu era tratada como diferente, justamente por ter características marcantes de outra etnia – a japonesa. E tive que passar por um extenso processo de entender o que isso significava tanto para mim como para as outras pessoas. Demorei um tempo para entender que além de ser necessário me aprofundar na cultura japonesa, também poderia aprender com todas as outras que compõe o nosso país, e o que é viver em um lugar composto por etnias diferentes.

uma pequeníssima parcela de classe privilegiada, e que nunca convivi realmente com toda a diversidade que é esse país. Apenas depois de um bom tempo, após ter entrado na faculdade e participado de grupos como o Centro Acadêmico e Escritório Modelo, entendi que eu só aprenderia de verdade se eu estivesse disposta a entender esses outros modos de pensar e como eles influenciam na formação de um coletivo.

Talvez por isso durante o intercâmbio em Groningen, na Holanda, eu tenha me interessado tanto em pesquisar sobre como funcionavam suas políticas de planejamento. E assim, quais os benefícios que projetar visando à diversidade trariam para a cidade e como uma boa coesão social poderia impactar na vivência de cada indivíduo. Por isso eu acredito que esse projeto final de graduação seja um meio de se entender qual é o papel do arquiteto e urbanista, em relação ao encontro das diferenças que existem e fazem parte de nossa identidade. Afinal, para se aprender a conviver com o outro, você precisa conviver com o outro.

Além disso, percebi que por ter estudado em escolas particulares e morado por um tempo em condomínios fechados, fiz parte de 11


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INTRODUÇÃO

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introdução

“MOST PEOPLE THINK ARCHITECTS DESIGN BUILDINGS AND CITIES, BUT WE DESIGN RELATIONSHIPS.” [TRECHO DO TED TALK “BUILDINGS THAT BLEND NATURE AND CITY” COM A ARQUITETA AMERICANA JEANNE GANG / 2016]

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Atualmente vivemos em uma realidade em que, se já era comum transitar de um lugar para o outro, agora é muito mais fácil. E isso implica em uma intensa variedade de pessoas, em todos os lugares. Sempre existiu uma diversidade enorme, e com as mudanças nas políticas, e avanços tecnológicos, isso é cada vez mais presente e visível no nosso cotidiano. A heterogeneidade deixa de ser escondida, e limitada a um mesmo espaço - e nem deveria ser. Ainda mais considerando o processo de formação das cidades brasileiras como um todo. Se tem um país que representa bem essa diversidade, é o Brasil. A miscigenação é uma característica que faz parte de nossa essência, com sucessivas imigrações de povos das mais variadas etnias. É um leque de costumes, particularidades, contextos e culturas. Além disso, o nosso país também teve um crescimento pautado na desigualdade social, pela má distribuição de riqueza, renda, poder, e pelas próprias oportunidades que possibilitam a obtenção desses recursos. O que se reflete em pouquíssimas pessoas de classe alta, em comparação a grande quantidade de indivíduos marginalizados e esquecidos pela nossa sociedade. Essa disparidade entre os grupos é decorrente da busca pelo prestígio e status social [KATZMAN e RIBEIRO, 2008],


onde ao mesmo tempo em que a humanidade se torna mais diversificada, parece que o ser humano se torna mais individualista. São pequenas, e grandes, rupturas no tecido social, visíveis pelo contexto urbano. Tanto pelo afastamento e encerramento residencial, como pela privatização dos serviços coletivos [KATZMAN e RIBEIRO, 2008]. Chega a ser contraditório como essa desordem urbana alimenta esses modelos segregacionistas, da mesma forma que o inverso também acontece. É um ciclo, cujo resultado é um isolamento social. Esse isolamento – e até medo da diferença – é um dos catalisadores de vários problemas presentes no nosso dia a dia. Por isso vêem o convívio, e a criação de laços, como uma das formas de combater esses problemas. Ao conviver com o “outro”, é possível criar uma maior empatia que ameniza as diferença sociais. Entende-se, portanto, que o encontro com o “outro” é essencial, já que a diversidade faz parte de nosso contexto. Por isso é importante entender a influência que os espaços físicos, têm na promoção desses encontros e convívios. Afinal, o espaço urbano é correlacionado com o conteúdo social, da mesma forma que a sociedade é com o conteúdo espacial. Morar, trabalhar, comprar e passear são experiências urbanas dependentes do ambiente construído

– que, por sua vez, é decorrente do acúmulo de histórias e costumes da sociedade que nele está inserido [SILVA, 2015]. É muito comum ver projetos que direta ou indiretamente previnem a diversidade, ou que não considerem o contexto em que se está sendo inserido. Se existem esses projetos, então é de se pensar que é possível fazer um que tenha o efeito oposto, que sustente a memória e o significado cultural, ao mesmo tempo em que seja acessível para todos.

Por isso, o objetivo deste projeto final de graduação, é: promover um conjunto de espaços públicos, que estimulem e favoreçam a diversidade existente na área escolhida, e, dessa forma, atuem como conectores sociais.

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Para a fundamentação teórica do meu trabalho, pretendo utilizar principalmente os conceitos presentes nos trabalhos de Neil Smith, David Harvey, Jane Jacobs, Emily Talen, Susan Fainstein, Ermínia Maricato, Marina Tonelli Siqueira, Ray Forrest; Ade Kearns; Ruben Katzman e Luiz César de Queiroz Ribeiro. Apresentados nos seguintes capítulos: A Cidade-Mercadoria; O Direito à Cidade; e A Diver(cidade).

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A CIDADE-MERCADORIA

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“Assim, O urbanismO cOntempOrâneO impulsiOna a prOduçãO capitalista, aO invés de impulsiOnar a reprOduçãO sOcial.” [TRECHO DE MÁRCIO VALENÇA, NA APRESENTAÇÃO DO CADERNO METRÓPOLE 32 / 2014]

Para entender a conformação das cidades, e como elas funcionam atualmente, é necessário entender os aspectos históricos e políticos que a moldaram com o decorrer do tempo. Dessa forma, como esses aspectos impactam no cotidiano de seus habitantes, e quais foram as relações sócio-espaciais estabelecidas. Uma das mudanças que mais afetou, e ainda afeta as cidades, é a questão econômica. Houve uma crescente preocupação com o capital, e com isso, a chamada “financeirização da vida cotidiana”, uma veneração sobre os lucros, ações, capital financeiro [MARTIN, 2002. Apud. SMITH, 2009], gerando uma maior preocupação com o status social, e consequentemente um aumento do individualismo. Isso é o reflexo da doutrina neoliberalista, que a partir da década de 1970, começou a se estabelecer e influenciar as cidades glo-

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balmente. Essa teoria econômica tem como suas principais características a absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, através da implementação de políticas de oferta para aumentar a produtividade. A partir das crises financeiras e mudanças políticas da década de 1990 o neoliberalismo perdeu forças. Ainda assim, suas ideologias permanecem ativas [Smith, 2009], pautando-se na ideia de que mercados livres, abertos e competitivos são o melhor mecanismo para o desenvolvimento econômico [HARVEY, 2007. Apud. SIQUEIRA, 2014]. Essa lógica econômica acaba por influenciar as formas de produção do espaço, tornando as cidades uma das bases para a sua evolução. A cidade age de forma empresarial, sendo planejada e governada por iniciativas tanto privadas como públicas – onde o Estado tem o papel de um membro ativo da produção capitalista, e não apenas um regulador do mercado. É comum, por exemplo, ver ações públicas que usem bandeiras sociais ou ambientais como divulgação, mas que em sua maioria não priorizam esses fatores. O que comprova que a principal visão para mover essas políticas públicas é justamente econômica.


No caso do Brasil, ao ser orientado pela ideologia neoliberalista, suas cidades tiveram um crescimento pautado por um modelo de planejamento urbanístico modernista e funcionalista. O que fez com que questões como centralidades; uso e ocupação do solo; distribuição de recursos; entre outros, fossem determinados através de uma lógica racional e apenas para uma parte das grandes cidades – a chamada cidade legal, ou também, cidade formal [MARICATO, 2000]. Um dos reflexos dessas políticas, presentes na cidade legal, é a defesa pela propriedade privada. Privatizando a saúde; educação; transporte; trabalho; entre outros. Dessa forma, o acesso às necessidades básicas tornou-se cada vez mais restrito [SMITH, 2009], afinal, é acessível apenas para os membros que já pertencem a esse sistema econômico, já que eles são os próprios investidores [HARVEY, 1989]. Um dos primeiros exemplos de espaços privados que se vem à cabeça, quando se pensa nas cidades brasileiras, são os condomínios fechados. Habitados apenas por aqueles que conseguem arcar com seus custos, é um conjunto de habitações – e praticamente apenas habitações – de acesso restrito e controlado, normalmente de difícil acesso, caso não se tenha um carro. Características que afastam um movimento constante

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em suas ruas, tanto de dia como a noite, ajudando a contribuir com uma grande insegurança. O que torna necessário criar muros altos, grades e uma vigilância constante. Além disso, muitas vezes são projetos cuja tipologia construtiva é muito semelhante, provocando até uma monotonia. Seus moradores – sempre os mesmos – se fecham cada vez mais, dentro de paredes e paredes. Outro exemplo são os shoppings. Um incentivo a formação de nichos de mercado – que visam a cultura, ou lazer, mas sempre através do consumo. O que faz com que por mais que não sejam espaços privados, exista um controle do tipo de usuário que o frequenta. Oferecem uma liberdade de escolha, mas apenas para aqueles que conseguem pagar [HARVEY, 2008], e que, assim como os condomínios, contribuem para o esvaziamento e precarização das ruas, à medida que concentram dentro dos edifícios os comércios, serviços e equipamentos que inicialmente eram agentes urbanos. Entende-se, portanto, que esses modos de planejamento urbano formaram um mercado imobiliário restrito e especulativo, que isola cada vez mais a cidade formal [MARICATO, 2000]. Ao mesmo tempo em que existem esses espaços padronizados, cercados e vigiados – para aqueles que conseguem arcar com seus custos – existem

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os grupos marginalizados. Como estão em ocupações ilegais de solo urbano, que não se encaixam dentro do contexto de mercado, são excluídos da cidade formal [MARICATO, 2000].


Essas ocupações geralmente ocorrem em áreas desprezadas pelo mercado imobiliário, por serem áreas ambientalmente frágeis, vetadas de acordo legislação. É nesses lugares que a população pobre vai se instalar – encostas dos morros, áreas de mangue, beira dos córregos [MARICATO, 2003]. Nessas regiões ocupadas ilegalmente, ao mesmo tempo em que não há uma legalidade urbanística, não há julgamentos formais – não há lei, e não há Estado. O que torna esses espaços marcados pela violência e segregação. Além disso, são também vinculados a dificuldade de acesso a serviços de infra-estrutura urbana, como: transporte; saneamento ambiental; serviços de saúde, educação, cultura, lazer; maior exposição à ocorrência de enchentes e desabamentos; menores oportunidades de trabalho; entre outros [MARICATO, 2003]. É importante entender que essa invasão de terras não é devido a um desapego à lei, ou por uma afronta. Mas sim, pela falta de alternativas dessas pessoas [MARICATO, 2003]. A exclusão é totalitária – social, econômica, cultural, ambiental e jurídica.

Outra estratégia urbana, reflexo dessa desenfreada busca pelo capital, decorrente do neoliberalismo nas cidades – e que é o enfoque para o meu trabalho final de graduação – é o processo de gentrificação. Vindo do original em inglês “gentrification”, se refere às transformações socioeconômicas características do processo de enobrecimento urbano *1 [SIQUEIRA, 2014]. Visando aumentar a competitividade urbana, realizam investimentos para remover os usos antigos – como indústrias, e moradias de grupos empobrecidos – e abrir espaço para usos mais lucrativos para a economia neoliberal – como residências, serviços e comércios de luxo. A cidade torna-se um agente econômico, valorizando apenas as atividades que interessam à lógica neoliberal [SMITH, 2002. Apud. SIQUEIRA, 2014]. Esse enobrecimento de certas áreas da cidade alavanca a especulação imobiliária [SMITH, 2009]. Como existe uma má distribuição de investimentos, rendas e oportunidades, novamente, quem tem dinheiro consegue ter acesso a essas terras, enquanto os mais pobres são deslocados. Eles acabam por abandonar as áreas tanto por não serem capazes de arcar com os novos custos locais, como também por receberem ofertas irre-

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cusáveis de compra de seus imóveis – culminando

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em uma elitização da área. Esse é o processo de “gentrificação”, que se reflete em um desenvolvimento desigual das cidades contemporâneas. É importante entender que a gentrificação ocorre através de agentes tanto privados como públicos. Novamente, é importante entender o papel do Estado, que legitima e dá suporte às ações – com o direcionamento de investimentos, e suporte à remoção de residentes, por exemplo. Além disso, utiliza-se de termos velados como regeneração, revitalização e reurbanização, pois são termos que geram mais apelo à população, e despolitizam a questão da elitização e expulsão dos grupos sociais vulneráveis [SIQUEIRA, 2014]. Esse cuidado em se despolitizar a população e gerar uma opinião pública favorável às operações é essencial, justamente por ser algo que, inserido nessa cidade-mercadoria, depende da aceitação e “compra” por parte daqueles que irão consumir esse novo espaço. Afinal, se esses novos clientes não forem convencidos, a intervenção não ocorreria.


Essa necessidade de se atrair e acumular capital conformou cidades cujo desenvolvimento desconsidera as suas consequências políticas, ambientais e sociais. E, por isso, construiu uma das sociedades mais desiguais e segregadas do mundo [MARICATO, 2000]. Já que ao mesmo tempo em que a ideologia exerce influencia na produção do espaço, delimita as pessoas que podem utilizar esses espaços. Afinal, a partir do momento que a cidade não é igualitária, e, portanto, não há um número igual de oportunidades para todos, prejudica-se apenas quem não tem condições financeiras suficientes. Como resultado, esse método de desenvolvimento culminou em uma fragmentação das cidades, com bruscas transições entre onde mora um grupo social ou outro. E o que mais impressiona, no final, é o quão visíveis são essas diferenças.

Um bairro é rico, outro é pobre, aquele é branco, aquele é preto, aquele é hispânico [TALEN, 2008]. Entende-se, portanto, quando Neil Smith [2009] diz que o pensamento neoliberalista provoca “um rastro de destruição humana, tanto nos barracos e favelas do mundo, como no meio ambiente, ou então nas pessoas despojadas por razões de classe, gênero, raça, nacionalidade ou por pertencerem a um povo indígena”. Afinal, ao manter e estimular esse desenvolvimento segregacionista é praticamente impossível imaginar algum tipo de melhoria. Dessa forma, é visível a necessidade de uma luta pela permanência e pela oportunidade, não apenas de viver em um espaço com melhor qualidade de vida, mas de participar da construção da cidade. Ou seja, é necessária uma luta pelo direito à cidade, que é o próximo assunto do meu trabalho.

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O DIREITO À CIDADE

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“The freed0m t0 make and remake 0ur cities and 0urselves is, I want t0 argue, 0ne 0f the m0st preci0us yet m0st neglected 0f 0ur human rights.” [TRECHO DE DAVID HARVEY, NO TEXTO “DIREITO À CIDADE” / 2008]

O conceito de direito à cidade foi desenvolvido em 1968, pelo sociólogo francês Henri Lefebvre, em seu livro “Le droit à la ville”. Ele critica o modelo progressista e racionalista do planejamento recorrente na época, o urbanismo modernista e funcionalista. Afinal, ele via os problemas urbanos serem tratados de forma meramente administrativa, técnica e científica, o que fazia com que os cidadãos fossem encarados mais como objetos, do que como sujeitos do espaço social [LEFEBVRE, 1968]. Assim, através de relações econômicas e políticas urbanísticas, o estado exercia um controle sobre a população [LEFEBVRE, 1968]. Onde as pessoas são forçadas a viver nas periferias, longe dos centros das cidades, e consequentemente de uma melhor infra-estrutura urbana. Gerando problemas que Lefebvre critica em seu livro, e estão presentes 26

em nossa realidade, como a segregação – e desigualdade – econômica. Durante um século e meio, as cidades brasileiras tiveram seu planejamento orientado de acordo com os modelos modernistas e funcionalistas europeus, seguindo as ideias presentes nas políticas higienistas, o que está diretamente relacionado com a questão da segregação. Sempre houve um preconceito com as classes mais pobres, mas esse preconceito ficou mais descarado, com o surgimento da ideologia da higiene. Afinal, as classes pobres passaram a ser vistas como perigosas, não apenas porque poderiam oferecer problemas à manutenção da ordem pública, mas porque ofereciam um perigo de contágio [CHALHOUB, 2006. Apud SOBRINHO, 2013]. Em ambientes insalubres, como os de cortiços, as contaminações eram realmente perigosas, e em uma época onde os estudos da medicina não eram tão avançados, a pobreza tornou-se associada às doenças causadas pela falta de higiene. Mais do que isso, houve uma identificação do “outro” – o pobre, o imigrante [MATOS, 1996. Apud. SOBRINHO, 2013]. Esse medo generalizado permitiu o estabelecimento de uma ordem higienista, através de discursos progressistas de ordem e disciplina. Onde essas ações de higiene, eram na verdade ações de limpeza social, que seguiam ideologias elitistas. Ex-


cluindo cada vez mais as classes mais pobres, das áreas centrais de discussão. Mesmo que atualmente não haja a mesma visão, devido aos avanços dos estudos e um maior entendimento do público geral, ainda assim, mesmo que mascarada ela é reproduzida. A própria questão da gentrificação, abordada anteriormente, é um tipo de limpeza social. Portanto, entende-se que as cidades brasileiras foram construídas através dessa obsessão pela ordem, eficiência, e proteção da propriedade, pautadas sob a ideologia higienista e econômica – elitista. É uma construção determinada pelo individualismo possessivo [HARVEY, 2008], que tem como resultado a monotonia, a discriminação [FAINSTEIN, 2005], e a consequente fragmentação das cidades. Mais do que isso, a existência de megaprojetos que não consideram os valores históricos do lugar, ou relação com a comunidade [TALEN, 2008]. Formando bairros onde prevalece a homogeneidade, frequentemente rompendo com características simbólicas, e perdendo a sua identidade. Ou seja, é possível perceber que esse modelo de produção priva as pessoas de serem os sujeitos da construção de sua própria cidade. Perante esse cenário, Henri Lefebvfre [1968] demanda o direito à cidade – o direito da sociedade a todas as qualidades e benefícios da vida urbana.

“The city is man’s most successful attempt to remake the world he lives in more after his heart’s desire. But, if the city is the world which man created, it is the world in which he henceforth condemned to live. Thus, indirectly, and without any clear sense of the nature of his task, in making the city man has remade himself”, Robert Park, [HARVEY, 2008]. Para essa recuperação dos espaços urbanos, e consequentemente a construção da cidade, não basta garantir que um único indivíduo tenha acesso aos recursos. É necessária uma ação conjunta, uma vez que essa transformação depende do coletivo. Ou seja, é mais do que um direito individual, é um direito de todos. É o direito de mudar a nós mesmos ao mudar a cidade [HARVEY, 2008] – e isso é um direito de todos os grupos sociais. Portanto, um dos modos para se alcançar a garantia desse direito, e por consequente, ir contra essa desigualdade, é através do estímulo a diversidade nas cidades.

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DIVER(CIDADE)

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“dO QUE É FEITA AS CIDADES, SE NÀO DOS SUJEITOS QUE A HABITAM?” [TrechO dO dOcumentáriO “TerritóriO VivO”, realizadO pelO Museu de Arte Sacra / 2017] (ANEXO 9)

Como foi dito antes, a cidade modifica as pessoas, e as pessoas modificam as cidades [HARVEY, 2008], portanto uma das formas de se alcançar o direito à cidade é através da diversidade – representada tanto pelas pessoas como pelas oportunidades. Ou seja, diferentes grupos sociais dividindo o mesmo espaço – classes, raças, etnias, gênero, idades, tipologias familiares, entre outros. E diferentes atividades que são necessárias na vida cotidiana dessas pessoas – escolas, mercados, trabalho, lazer, esportes, cultura [TALEN, 2008]. Dessa forma, a diversidade pode ser estimulada e favorecida pelo projeto arquitetônico e urbano de diversas maneiras. Seja a partir de tipologias construtivas, mistura de usos, espaços de domínio público, e principalmente, permitindo que diferentes grupos sociais convivam, interajam e se 30

identifiquem com esse lugar. São mais do que espaços onde ocorre o encontro de estranhos, mas que permitam uma vida coletiva [TALEN, 2008]. Desde os anos 60, existe um apelo para o re-desenvolvimento de estratégias urbanas, que estimulem uma heterogeneidade tanto física como social [FAINSTEIN, 2005]. Um dos argumentos mais influentes é da escritora Jane Jacobs. Em seu livro “Morte e vida das grandes cidades”, critica as políticas de planejamento modernistas. Para ela,


a diversidade existe através de espaços que permitam interações humanas [TALEN, 2008]. Até por isso, uma das suas maiores críticas está na separação de usos – residencial, comercial e industrial. Afinal, isso gera um maior isolamento e com isso, problemas de insegurança. Por outro lado, como a diversidade estimula a criatividade, uma mistura de usos promove uma maior variedade de oportunidades, para mais usuários [JACOBS, 1961]. Afinal, o que torna os espaços urbanos interessantes, atraindo o público, é essa diversidade de atividades [YOUNG, 1990. Apud. FAINSTEIN, 2005]. Sendo que essas servem como um apoio mútuo e constante, beneficiando os bairros, tanto econômica como socialmente [JACOBS, 1961].

É notável que a diversidade tornou-se uma ferramenta fundamental do planejamento, pois a partir dela é possível atrair capital, incentivar inovações e garantir justiça, através de um acesso igualitário para diferentes grupos sociais [FAINSTEIN, 2005]. Entretanto, é importante entender em quais contextos isso é possível, para não cair em problemáticas e efeitos negativos.

Como foi dito antes, a diversidade estimula a criatividade. Estimula a tolerância, e dá espaço a estilos de vida normalmente pouco valorizados. Entretanto, ainda que na maioria das vezes gere uma compreensão, existem limites a serem trabalhos. Caso os estilos de vida sejam incompatíveis, então é possível que apenas se aumente o preconceito [FAINSTEIN, 2005]. “A história do Tompkins Square Park, localizado no East Village (Nova Iorque, EUA) é um bom exemplo. O parque se encontra em uma vizinhança extremamente heterogênea: europeus orientais mais velhos, brancos e de classe trabalhadora; autointitulados anarquistas; artistas; boêmios; estudantes; motociclistas; diferentes grupos que marcavam o lugar. Entretanto, além deles, também havia usuários de drogas e moradores de rua, que durante toda a noite, eram fonte de barulho. Segundo a narrativa de Neil Smith, autoridades intolerantes, responderam as queixas, e deram início ao processo de gentrificação: expulsando desumanamente os moradores de rua do parque [SMITH, 1992]. Quando o conto é narrado por David Harvey, os comportamentos dos diferentes usuários eram incompatíveis [HARVEY, 1992]. O que não quer dizer que Harvey era a favor da expulsão, mas sim que ele não conseguia enxergar um cenário onde haveria aceitação mútua.“ [FAINSTEIN, 2005].

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pichação encontrada no Bom Retiro

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Esse exemplo reflete quando alguns hábitos ou costumes entram em conflito com a vida dos outros – como citado no texto. Ainda assim, essa questão não pode ser generalizada. Mesmo no caso abordado, o limite visto era muito específico. Ainda havia uma possibilidade de conversa entre os grupos, para que a convivência entre eles fosse aceitável. Sendo assim, a expulsão parece ser uma questão mais de intolerância, do que uma situação sem resolução. O que reflete como em geral, ocorrem essas intolerâncias – um preconceito pelo preconceito. Seja em relação à cor da pele, origem étnica, ou crenças religiosas. Nesse caso, fica claro que se deve apoiar a todos, de modo que não haja detrimento de alguns grupos sociais em relação a outros. Além disso, nós estamos acostumados com lugares onde existe o controle pré-determinado de: como, quando e quem pode utilizar. Tanto nos espaços privados como os públicos. Isso faz com que mesmo que sejam ambientes compartilhados, não há uma interação social. Você não “vê o outro” [LOFLAND, 1998. Apud. FAINSTEIN, 2005]. Portanto, para uma diversidade, como fora proposto, o mais comum é que ocorra através de apropriações e criações de lugares, que satisfaçam as necessidades. Mas essas apropriações acontecem


de forma espontânea [FAINSTEIN, 2005]. Então a questão é: se esse é o caso, como planejar para que o que deveria ser espontâneo aconteça? Mais do que isso, como fazer com que esses espaços planejados não sejam artificiais? Para responder essas questões, vou utilizar o exemplo de como funciona o estímulo à diversidade nas cidades holandesas – e a ambiguidade entre esses dois olhares.

Existe um padrão nas construções holandesas, que é reconhecido globalmente. Uma homogeneidade arquitetônica, que não reflete a diversidade urbana dessas cidades. Apesar dessa uniformidade, existem lado a lado: oficinas, mercados, espaços de entretenimento e lazer, residências e escritórios. É uma mistura de usos que reflete o que Jane Jacobs quis dizer, como diversidade urbana [FAINSTEIN, 2005]. Mas novamente, a questão que fica é: os diferentes usos e/ou as diferentes tipologias construtivas são o suficiente para estimular uma diversidade social? Em suas cidades de maior porte e reconhecimento, como Amsterdam, Rotterdam e Eindhoven, existe diversidade social mesmo naquelas

partes das cidades onde a uniformidade arquitetônica domina. Isso acontece porque o estado holandês fornece subsídios para reduzir os custos, e assim, permitir o sustento de famílias em moradias que não poderiam pagar normalmente. Isso é um dos principais reflexos das mudanças de políticas de planejamento habitacional da Holanda – que eu estudei sobre, como dito antes. A partir de 1995, o enfoque se dava no reconhecimento da importância da cooperação e do consenso [DOLATA, 2008]. Apesar de existirem as necessidades individuais, pensou-se na abrangência da comunidade de forma inclusiva e mais equilibrada, reforçando a importância da qualidade de um bairro, e não do edifício por si só. Dessa forma, as novas políticas visavam alcançar uma melhor relação entre os moradores, já que isso geraria melhor confiança e solidariedade; permitiria um maior ativismo nas comunidades; diminuiria problemas de preconceito e segregação; aumentaria a sensação de segurança; e traria um senso de identidade e pertencimento. Ou seja, a criação de uma coesão social no bairro, impactando de forma positiva na qualidade de vida de seus moradores [FORREST; KEARNS, 2001]. Dentro dos conceitos das novas políticas holandesas, acreditava-se que para alcançar uma boa coesão seria necessário investir em um maior

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mix social, ou seja, diferentes tipos de moradores em um mesmo bairro convivendo juntos no dia-a-dia [FORREST; KEARNS, 2001]. Afinal, a concentração espacial de pobreza, desemprego e insegurança, gerava – e ainda gera – um estigma social que dificulta a possibilidade de mudanças, criando cada vez mais espaços segregados [PRIEMUS, 2003]. Buscando evitar essas concentrações de classes baixas, propuseram diversas reformas pela Holanda, investindo principalmente em habitações sociais – permitindo uma maior diversidade social, em suas cidades. Portanto, observa-se que a fonte dessa diversidade não está na forma física da cidade, mas sim, em programas sociais. A hostilidade entre os diferentes grupos sociais é atenuada pelo papel do estado, é o “welfare state”, que diminui as diferenças econômicas. Ou seja, existe uma política nacional de habitação que iguala o acesso à moradia pelos diferentes grupos sociais. Apesar da administração de moradias não impedir o agrupamento por etnia, ela garante que nenhum bairro seja completamente homogêneo. Evitando, portanto, que haja um isolamento de seus habitantes, do resto da cidade. Segundo Musterd e Salet [2003] mesmo nas partes mais guetizadas da cidade, existe uma mistura de etnias e classes sociais. A eficácia dessas estratégias, entretanto,

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depende da política nacional. Afinal, se eles não estiverem comprometidos com esse crescimento visando à equidade poderia ocorrer uma polarização de certos grupos, por exemplo. Ou seja, a diversidade poderia resultar em uma maior rivalidade, ao invés de uma tolerância. Para evitar isso, o sistema de governo é aberto e participativo. Essa preocupação com a comunidade, e o planejamento do bairro como um todo, foram princípios que fizeram com que me interessasse tanto pela pesquisa. Porém, era necessário avaliar se essas reformas foram bem sucedidas ou não e, se essas teorias se confirmassem seria possível aplicar essas ideias de planejamento em outros lugares – por exemplo, trazendo esses conhecimentos para o Brasil.

O objeto de estudo foi o bairro Pendrecht, em Roterdã, que passou por um processo de reconstrução após tais mudanças nas políticas holandesas. Infelizmente, o resultado da pesquisa não correspondeu à hipótese. Após visitas de campos e questionários aplicados aos moradores, a conclusão foi que o mix social não foi o suficiente


para proporcionar uma boa coesão, principalmente em aspectos culturais e econômicos. No primeiro caso, os conflitos eram visíveis. Segundo os dados obtidos durante a pesquisa, existem mais migrantes do que holandeses no bairro estudado, sendo a maior parte de origem não-ocidental, entretanto, o projeto fora pensado seguindo os padrões de construções holandesas, sendo difícil para os moradores de outras origens se identificarem. Um exemplo eram as grandes janelas – culturalmente comuns nas habitações holandesas – que possuem vista para ambientes íntimos da casa, o que para estes moradores de outras nacionalidades gerava uma falta de privacidade, levando-os a cobrir os vidros com jornal. Já pelo lado socioeconômico, de acordo com as respostas dos questionários, pode-se perceber que as regiões onde predominavam as classes mais altas, havia uma satisfação maior com as reformas que aconteceram pelo bairro, o que se reflete em outra questão: em geral, resultou-se em uma falta de representatividade e participação nas decisões do projeto, sendo ainda mais aparente nas regiões com predominância de classes mais baixas, ou de nacionalidades diferentes. Como dito antes, as teorias que estudei durante essa pesquisa chamaram muito minha atenção, o que me fez querer entender o os moti-

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vos delas não serem bem sucedidas em Pendrecht, um lugar reconstruído com o objetivo de proporcionar a melhor coesão entre seus moradores. A princípio, a hipótese era de que apenas colocando pessoas diferentes para morar em um mesmo bairro, seria o suficiente para proporcionar uma melhor integração entre elas. Então, o meu questionamento é: o que mais seria necessário para que este projeto pudesse abraçar essa diversidade de fato?

Fica claro que o estímulo à coesão social depende de um conjunto de propostas. Ao mesmo tempo em que é necessário que haja políticas públicas que suportem a diversidade, e por consequente, permitam o direito à cidade de todos os grupos sociais. Também é crucial uma consciência política, que apoie esses movimentos sociais – em nível tanto local como nacional – seja a partir de apoio do governo, quanto na existência de organizações da própria comunidade. Sempre em direção a um maior respeito pelos outros, e maior igualdade [Fainstein, 2005], portanto, a criação de uma consciência coletiva de aceitação ao “outro”. E por fim, também é necessário um projeto que suporte essas políticas.

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coesão | grupos holandês Invertuals

Por isso é possível perceber que sim, o planejamento e o desenho de projeto – tanto em escala urbana, como arquitetônica – exercem influ-


ência sobre o estímulo à diversidade. Afinal, mais do que a existência da diversidade, por si só, é essencial que essas pessoas, de múltiplas origens e condições – ou seja, contextos diferentes – tenham a chance de conviverem juntas, e estabelecerem relações. Mais do que isso, terem uma empatia sobre esse “outro”, já que é a falta de contatos informais que estimula a aversão à diferença [Kaztman e Ribeiro, 2008]. Por isso é necessário o investimentos em soluções espaciais que apoiem essa coesão social, portanto, espaços públicos e coletivos, que permitam interações, como: praças, hospitais, escolas, áreas esportivas, bares, meios de transporte e as ruas. A segregação e segmentação desses serviços, incentivam os comportamentos individualistas e auto-defensivos, enfraquecendo os sentimentos de empatia, e elevando os níveis de intolerância e desigualdade [Kaztman e Ribeiro, 2008]. Ao se mudar a abordagem, e investir nesses espaços coletivos, é possível melhorar a proximidade entre seus usuários. De acordo com as experiências estudadas, entende-se, portanto, que é uma questão de visão sobre o papel do arquiteto e urbanista. Que pode tanto assumir um papel de autoridade, criando megaprojetos – uma arquitetura do espetáculo, que não se relaciona com as questões locais. Quanto

pode agir com um papel transformador, sendo sujeito a críticas, e aberto ao processo participativo. Percebe-se, portanto, que para ir contra a segregação e a desigualdade que permeiam a cidade-mercadoria, é necessário o direito à cidade – sendo que este não se baseia simplesmente em seu uso, mas também em como é a sua construção. Como pode ser visto no caso das janelas com jornais, não basta apenas impor um projeto para a comunidade, ao mesmo tempo em que não basta inserir uma diversidade que não pertença ao local – tem que ser algo que já faça parte de sua identidade. É uma questão de se voltar o projeto para as pessoas que já estão lá. Afinal, são as pessoas que fazem a cidade. Ao fazer um projeto que não é para quem reside nesse lugar, mas para outras pessoas, essas outras pessoas vão se apropriar e tomar o espaço para elas. Pensando em um lugar em que a diversidade já seja parte de sua identidade, e através de metodologias que levem em consideração as necessidade e vontades de quem existe – e convive – nesse lugar, eu acredito que seja possível pensar em um projeto que funcione na minha área de estudo.

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04

leitura do lugar: MACROESCALA

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0

5KM

distritO distritO BOM RETIRO BOM RETIRO

O O DISTRITO DISTRITO

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O

O DISTRITO A área escolhida para o meu trabalho final de graduação, está localizada no distrito Bom Retiro, em São Paulo. Como pode ser observado na imagem ao lado, o distrito está na centralidade da cidade. Sendo considerado um centro estratégico de conexão, tanto metropolitana como regional. Esse distrito abrange o bairro da Luz, e o enfoque desse trabalho,

o bairro do Bom Retiro, um bairro de dinâmicas particulares, que o dissociam do resto da cidade, além de ser um marco, tanto no cenário econômico como cultural.

BOMBOM RETIRO RETIRO LUZ LUZ luz luz

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0

1KM

santa cecília limite REPÚBLICA

CONSOLAÇÃO

BELA VISTA

CAMBUCI LIBERDADE

ÁREA :

DADOS:DADOS:

BELA POPULAÇÃO:VISTA

ZONA CENTRAL DE SÃO PAULO 42

densidade:BOM renda média:RETIRO idh:BRÁS


O

(...) relativamente aos espaços residuais e a partir das permanências que guardam (...) de alguma forma permanece terida a história inteira, vivida e experimentada com sua riqueza e pobreza, com seus impasses e contradições, porque eles são acumulação de tempos sociais e históricos.

[Seabra, 2004. Apud. Chi, 2016]

RELAÇÃO COM O CENTRO

DADOS (seade/2018) DISTRITO: 4 km² MUNICÍPIO: 1.521,11 km² DISTRITO: 38.024 MUNICÍPIO: 11.735.659

É importante entender a relação que esse bairro tem com o centro de São Paulo. Afinal, ele é o limite com esse velho centro, ao mesmo tempo em que é tão diferente deste. E o que o diferencia – e é a justificativa da escolha desse bairro para o projeto – é que ele é marcado pelos diversos grupos sociais que o habitam. É um bairro fragmentado, com diferentes universos criados pela acumulação de tempo e histórias. E até hoje se mantém como um bairro múltiplo e heterogêneo, “um bairro que como tal até hoje persiste, resiste e nega o padrão da urbanização existe em São Paulo”. O padrão da sociedade capitalista que segrega as classes e as funções [Feldmam, 2011].

distritO: 71,48 hab/ha distritO: $ 1.358,39 distritO: 0,847

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AVENIDA RUDGE

LINHA FÉRREA

RIO TIETÊ

AVENIDA TIRADENTES

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500M

RIO TAMANDUATEÍ

DIFÍCILDIFÍCIL DE CRUZAR DE CRUZAR A PÉ A PÉ


A PÉ

AS FRONTEIRAS O Bom Retiro está no limite com o velho centro da cidade, tendo a ferrovia, a Estação da Luz e o Parque da Luz como marcos, que simbolizam a “porta de entrada da cidade” – ao mesmo tempo em que permanece isolado em relação a essa cidade, justamente por ser cercado tanto pela ferrovia, como pelas Avenidas Tiradentes e Rudge, e os rios Tietê e Tamanduateí. São barreiras que marcam o isolamento do Bom Retiro, difíceis de se cruzar a pé, o que demonstram a necessidade de uma melhor transposição.

BOM BOM RETIRO RETIRO luz

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PARTE BAIXA

SETOR COMERCIAL

PARTE ALTA

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500M


OS SETORES É importante entender que o modo de ocupação do Bom Retiro, tem reflexos até os dias de hoje. O processo iniciou-se a partir das estações, que estabelecia uma conexão entre o bairro e o centro da cidade. Muitos imigrantes vinham de navio para o Porto de Santos, e de lá, viajavam de trem até a Estação da Luz. Apesar da maioria estar apenas de passagem, buscando diferentes bairros, muitos se fixaram por essa região, justamente pela proximidade com a área central. Portanto, as ruas de fácil ligação a esse centro eram mais valorizadas, e assim, as mais densamente ocupadas. Em compensação, a área perto da várzea do Rio Tietê foi pouco povoada, devido aos problemas de assentamento em áreas de várzea. Assim que o rio foi retificado, essa região foi mais ocupada, mas ainda assim era desvalorizada, pelos risco de inundações frequentes. Com isso, o Bom Retiro foi dividido entre a parte “alta”e a parte “baixa”, e continua assim até hoje, apresentando características que a diferem muito – ocorre uma segregação, antes socioeconômica do que étnica.

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Parte da “Planta de cidade de São Paulo de 1868”.

A HISTÓRIA DO BAIRRO

INÍCIO DA OCUPAÇÃO Em decorrência do crescimento da cidade, através da crescente economia cafeeira, no fim do século XIX, chegaram as primeiras ruas do Bom Retiro. Por sua localização privilegiada, perto das margens dos rios Tietê e Tamanduateí, tornou-se um atrativo. De 1828 a 1872 essa zona serviu de área de lazer para a elite pauslitana, sendo ocupada por sítios e chácaras [Dertônio, 1971], assim como ocorria em bairros próximos como a Luz, Lapa, Brás, entre outros. Além de ser um “retiro” de fim de semana, especula-se que o nome “Bom Retiro” seja em homenagem a alguma chácara que existia alí.

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APENAS ALGUMAS RUAS NA ÁREA E O PARQUE DA LUZ

1868

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Parte da “Planta da Capital do estado de São Paulo e seus arrebaldes, desenhada e publicado por Jules Martin em 1890”.

A HISTÓRIA DO BAIRRO

AS INDÚSTRIAS Entretanto a ocupação do Bom Retiro realmente começou a partir das estradas de ferro e estações. Com implantação das ferrovias Santos-Jundiaí-Sorocabana, houve um avanço no fluxo de pessoas e mercadorias, tornando as estações como pontos estratégicos. A partir de 1880, houve uma proliferação de pequenas indústrias nos entornos das estações, gerando uma demanda de trabalho, e consequentemente oferta moradia barata – o que serviu de atração, e intensificou a imigração européia. Caracterizando o Bom Retiro como um bairro essencialmente operário. Sendo que a grande maioria dessas indústrias se encontra na parte “alta” do bairro.

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1890 APARECE O NOME DO BAIRRO E A ESTRADA DE FERRO

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o bom retiro dos PORTUGUESES E ITALIANOS Os primeiros imigrantes que marcaram a região, foram os portugueses. Sendo um movimento populacional comum para a cidade como um todo, e não específico do Bom Retiro. Em seguida, a partir de 1880, vieram os italianos, que se tornaram a etnia predominante do bairro. De acordo com o Boletim do Departamento Estadual de Trabalho [1912], sobre uma indústria de fiação e tecelagem, a mão de obra era 70% composta por italianos [Truzzi, 2001].

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Mas quem dominava o comércio eram os portugueses, especialmente na antiga Rua dos Imigrantes (anexo 5) – representada no mapa ao lado. Eles tinham os armazéns de secos e molhados, e eram conhecidos como “português de venda” [Dertônio, 1971].

vendedor de cannoli – doce italiano

rua dos imigrantes, 1901


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RUA DOS ITALIANOS

RUA DOS imigrantes [atualmente ruaJOSÉ PAULINO]

italianOS SÃO PREDOMINANTEs ATÉ OS ANOS

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... italianOS OCUPAVAM A PARTE BAIXA DO BOM RETIRO

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A HISTÓRIA DO BAIRRO

O COMÉRCIO

Com as obras da nova Estação da Luz, a partir de 1900 o bairro começou a se expandir comercialmente. O cenário político da Europa, de geurras e fechamento de imigração para países como os Estados Unidos e a Argentina, junto da oportunidade de se construir negócios próprios, atraiu muitos imigrantes - especialmente os judeus. Com isso, o Bom Retiro deixou de ser um bairro operário para se tornar uma zona comercial. Muitos produziam o que vendiam, fazendo com que as pequenas oficinas e indústrias fossem conectadas a loja, criando edifícios de uso misto – também concentradas na parte “alta”do bairro.

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1930

Mapa de São Paulo de 1930, Sara. [Geosampa, acessado em 14 de Março de 2018]

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o bom retiro dos

JUDEUS

Fugindo dos nazistas, e das gurras, a partir do anos 20, vieram diversas famílias de origem judaica, atraídos não só pelo trabalho, mas também pela oportunidade de recriar seu modo de vida com suas famílias. Os judeus que vieram para o Brasil (São Paulo e Rio) eram, em sua quase maioria absoluta, vindos do Shtetl, pequenas cidades ou aldeias da Europa Orienral e Cenrral -Polônia, Bessarábia, Galícia, Lituânia -e pouquíssimos eram os judeus das grandes cidades, Varsóvia, Moscou, Paris, Vilna, Riga. [Febrot, 1990: 215. Apud. Truzzi, 2001]

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mercearia paris - estabelecimento kosher

sinagoga da rua da graça

A escolha do Bom Retiro se deu pela proximidade com o centro da cidade, que era muito conveniente para seus trabalhos como mascate e pequeno comerciante. Além da perpectiva de ter um negócio próprio, tornando o bairro muito atraente. Suas habilidade econômicas combinaram com o crescimento do mercado urbano da cidade, levando a um rápido enriquecimento dos judeus. Esse acúmulo de capital permitiu a construção de sinagogas, escolas em ídiche, comércios de produtos kosher, etc - também a Casa do Povo. A partir da deçada de 40 era visível o enclave étnico, tanto que estima-se que até 40% da população residente eram judeus [Truzzi, 2001].


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DONOS DE GRANDE PARTE DOS EDIFÍCIOS

JUDEUS SÃO PREDOMINANTEs ATÉ OS ANOS

70

... OCUPAVAM PRINCIPALMENTE A PARTE ALTA DO BOM RETIRO

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o bom retiro dos SÍRIOS, LIBANESES, TURCOS, GREGOS, ...

Os italianos, a partir de 1880, e os israelitas, a partir de 1900, encontraram, para si, um “bom retiro” no bairro. E, graças ao poder de assimilação daqueles e de adaptação ao meio destes, formaram um ambiente proprício a outras nacionalidades, no que tiveram o apoio dos portugueses pre-existentes. Assim também outros povos vieram encontrar nesse lugar o seu “bom retiro”: sírios, libaneses, turcos, russos e outras nacionalidades em menor escala. [Dertônio, 1971]

acrópoles, restaurante grego desde 1959

Os turcos, sírios e libaneses vendiam roupas e armarinhos. Como a maioria não tinha um ponto fixo de venda, passavam batendo de porta em porta, sendo conhecidos como os “turcos de prestação”. [Dertônio, 1971]. Apesar de serem minoria, esses povos também deixaram sua marca no Bom Retiro. O que pode ser visto na existencia de estabelecimentos como restaurantes, por exemplo - Casa Búlgara (Bósnia); Acrópoles (Grécia); Effendi (Armênia); Miss Saigon (Vietnã); entre outros.

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turco e italiano


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OUTRAS NACIONALIDADES CHINA, JAPÃO, GRÉCIA, ARMÊNIA, TURQUIA, SÍRIA, LÍBANO

ELIE (ARMÊNIA): O POVO AO MESMO TEMPO QUE É FECHADO, É RECEPTIVO, FESTIVO ... DON (GREGO): COMUNIDADE É MUITO ABERTA, ABRAÇA OUTRAS CULTURAS

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DOCUMENTÁRIO “BOM RETIRO DE MUITOS POVOS”/ IPHAN, 2008


A HISTÓRIA DO BAIRRO

OS NOVOS COMERCIANTES

O Bom Retiro se consolidou como um centro de confecções, tanto pela produção como pela venda de seus produtos. Logo em seguida, houve uma evasão da colônia judaica, principalmente por dois motivos: eles enriqueceram com seus negócios próprios, o que aumentou seu status social, e possibilitou que eles procurassem outros bairros para morar – como o Higienópolis, por exemplo. O segundo motivo foi que houve uma recusa da segunda geração, em se assumir os negócios deixados pela primeira geração. Como seus filhos tiveram uma melhor educação, eles buscavam assumir outras posições no mercado, deixando de lado as confecções. Com isso, a partir dos anos 70, houve

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uma oportunidade para os imigrantes coreanos se estabelecerem na região. Eles ocuparam as oficinas e comércios de costura, e instalaram seus próprios negócios.


1972

Mapa do Novo Traรงado de Zoneamento de 1972, Folha de Sรฃo Paulo. [CESAD-USP, acessado em 06 de Junho de 2018]

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o bom retiro dos

COREANOS Os coreanos são um grupo que chegou no bairro não para residir, mas para trabalhar. Apesar de muitos deles nunca terem trabalhado com a costura, era fácil a adaptaçao, já que o risco era pequeno, por demandar pouco capital. À medida que foram enriquecendo, surgiur a oportunidade de abrir pequenos negócios próprios, e aos poucos, foram conquistando o setor comercial. Pode-se dizer que eles seguiram a trajetória dos judeus, atraindo ainda mais coreanos para esse bairro. Eles criaram uma estrutura de recepção à esses recém-chegados, muito através de instituições religiosas – também utilizadas para fins culturais. Com isso, mesmo os que não tinham tanta fé, se costumaram a frequentá-las, justamente para permanecer

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judeus e coreanos no Bom Retiro

banda K-Pop NU-EST no Brasil

dentro de seus círculos sociais. Assim como cita Truzzi [2001], as igrejas passaram a cumprir um papel mediador entre a cultura original e a adquirida. A primeira vista, a colônia coreana apresenta uma vida social fechada e segregada, sendo, portanto, facilmente vista como um grupo de caráter homogêneo. Mas isso acontece muito pela falta de informação sobre a sua própria diversidade [Chi, 2016]. Entretanto, é importante notar que e as pessoas tem abraçado cada vez mais, a cultura coreana. Através de alimentos, mas principalmente pela música – o estilo k-pop se tornou um fenômeno cultural. Isso representa uma abertura tanto para difundir, como aprender a dos outros povos que convivem junto.


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RUA (ANX 6) prates

COREANOS SÃO PREDOMINANTEs ATUALMENTE ...OCUPAM PRINCIPALMENTE A PARTE ALTA DO BOM RETIRO

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A HISTÓRIA DO BAIRRO

A MÃO DE OBRA

Como o setor vestuário gera um bom retorno, ao mesmo tempo que tem uma demanda de pouco investimento, permite que a mão de obra seja flexível e informal. Tornando-se um atrativo para os imigrantes, principalmente de países vizinhos. A partir do anos 90, chegaram imigrantes hispano-americanos, vindos da Bolívia, Paraguai, Peru, Colômbia, entre outros. Eles vieram para se tornar a mão de obra barata, dessas oficinas de costuras. Ainda hoje o Bom Retiro é considerado atrativo, pelas suas vantagens de moradia e trabalho, o que continua incentivando a vinda de outros imigrantes.

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1988

Publicação de 1988 da vegetação de São Paulo. [Geosampa, acessado em 14 de Março de 2018]

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o bom retiro dos BOLIVIANOS, COLÔMBIANOS, ... A proximidade com a estação, e a necessidade de mão-de-obra, atraíram os hispano-americanos para o Bom Retiro. Diferente das outras etnias, você percebe a ocupação desses grupos, pela existência de estabelecimentos voltados para seu uso. Isso demonstra a demana existente, por comércios e serviços característicos de seu cotidiano, sempre próximos a suas moradias. Como cabelereiro, lan house – com atendimento em espanhol – comidas típicas, local de transferência internacional de dinheiro, e cartões telefônicos para chamadas internacionais. E em sua grande maioria, vendendo diferente produtos dentro das próprias residências. Eles ocupam a parte baixa do Bom Re tiro,

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festa boliviana no Glicério

imigrante costureira, peça “Bom Retiro 958 metros”

que por ser uma área desvalorizada, tem o aluguel muito menor, comparando com a parte alta do bairro. Habitam cortiços, antigas vilas operárias e até fábricas. Mesmo com uma grande quantidade de hispano-americanos no bairro, diferente dos judeus e coreanos, é visível a falta de espaços e equipamentos coletivos – principalmente culturais – ficando confinados no movimento casa-trabalho. Eles realizam algumas atividades, mas se apropriando de espaços públicos. Além disso, é necessário entender que dentro desse grupo existe uma grande diversidade, já que são diferentes etnias, com costumes e características particulares – algumas com mais, e outras com menos oportunidades.


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hispanO-AMERICANOS BOLÍVIA, COLÔMBIA, PARAGUAI, PERU

... OCUPAVAM PRINCIPALMENTE A PARTE BAIXA DO BOM RETIRO

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O BAIRRO DA DIVERSIDADE

“Bom Retiro, Bó Ritiro dos italianos, o ’pequeno shtetl’ dos judeus, bairro dos letreiros em coreano, do foot-ball dos ingleses, dos sinos da igreja armênia, da identidade sul-americana dos bolivianos, da ’Acrópole’ dos gregos, dos nordestinos, dos comerciantes e dos sacoleiros, do café e da ferrovia que tornaram São Paulo uma metrópole – o Bom Retiro é um mapa-mundi encravado na cidade de São Paulo”.

[Projeto IPHAN, 2005]

O Bom Retiro foi, e continua sendo, marcado por uma sucessão de colônias de imigrantes – o que confere a característica de bairro multicultural [ Chi, 2016]. Essa identidade – não referida em outros bairros de São Paulo, também tradicionalmente ocupados por grupos estrangeiros – não se deve a uma predominância numérica. Pois, por exemplo, tanto os judeus como os coreanos, nunca chegaram a constituir a população maioritária de moradores do bairro. Também não se deve a uma exclusiva localização desses grupos étnicos na cidade, que se instalaram e continuam se instalando em outros bairros [Feldman, 2013. Apud. Chi, 2016]. Mas sim, por que cada uma dessas etnias que passou, deixou marcas de seus costumes e culturas, que influenciam e complementam a vida de quem convive no bairro hoje em dia.

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Essa multiculturalidade foi reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), tendo um projeto intutulado “Inventário de referências culturais do Bom Retiro: multiculturalismo em situação urbana”, lançado em 2005.

Para entender a relação que essas etnias estabelecem com o bairro, vou analisar os três grupos culturais em destaque: os coreanos, judaicos e hispano-americanos. Os coreanos são os que tem mais “representatividade” – de acordo com os estabelecimentos visíveis, com sucessões de lojas com letreiros em coreano, muitas vezes nem traduzido para o português – e o único de base estritamente étnica. Em sua maioria são localizados na parte alta do Bom Retiro, onde antigamente era a área ocupada pelos judeus. Apesar de terem alguns equipamentos coletivos, de vez em quando eles se apropriam de espaços públicos para realizar eventos culturais, ou então atividades físicas, por exemplo no Parque da Luz (anexo 4). Os judaicos, a união das etnias vem de suas tradições e costumes religiosos, como pode ser visto. Eles foram os protagonistas na

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construção da parte alta do Bom Retiro, e na formação da economia de confecções. Gradativamente foram perdendo a ligação com o bairro, tendo se mudado para outras áreas mais valorizadas da cidade. Ainda assim, existe uma identidade simbólica, por ser onde muitas famílias nasceram, cresceram e se consolidaram. Muitos estabelecimentos que criaram ainda existem no bairro, entretanto, são mais discretos do que o dos coreanos. São fachadas discretas, sem letreiros, ou fortificados com portões de ferro, por exemplo. Isso faz com que seja invisível para quem não faz parte de seu círculo social [Chi, 2016]. Apesar de existir muitos esses espaços exclusivos, que afastam os estranhos, existem alguns poucos estabelecimentos,


cujo objetivo é o contrário: é abrir e mostrar a sua cultura, ao mesmo tempo em que recebe e aprende com as outras – como a Casa do Povo (anexo 1). Os hispano-americanos são os que menos aparecem no bairro – apesar de serem de grande população. A união de seus grupos vem apenas por compartilharem a mesma língua, tendo costumes diferentes entre si. Seus estabelecimentos são, em grande maioria, de necessários no dia-a-dia. Sendo que muitos desses lugares não são nem pontos comerciais fixos, mas apenas residências sinalizadas por pequenos anúncios [Chi, 2016]. Além disso, como foi dito antes, não existem equipamentos coletivos ou instituições, voltadas para esse público. Na ausência desses equipamentos, as atividades de lazer e confraternização ocorrem em áreas abertas e públicas, como praças. Um exemplo está na feira bolivianaque acontece todos os domingos na Praça Kantuta.

O que ocorre, portanto, é uma apropriação invisível dos espaços públicos. Apesar de existirem certas organizações, em sua maioria são apropriações que ocorrem de forma espontânea. Um exemplo visto no Bom Retiro foi o uso da Praça Coronel Fernando Prestes pelos bolivianos, em dias de fim de semana, para atividades em grupo de dança.

Segundo Zanforlin (2012, p83-84), desde 2002, ano em que a feira boliviana foi expulsa da praça Padre Bento do bairro do Pari por causa de um abaixo-assinado da vizinhança, ela passou a ser realizada na tal praça, e a escolha da localização foi em razão do esvaziamento do seu entorno predominantemente industrial nos fins de semana, fazendo dela um “lugar perfeito para não serem incomodados, nem incomodarem a população local” [Chi, 2016]

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O SER ESTRANGEIRO Para esse trabalho, é necessário entender o que é esse sentimento de ser estrangeiro, mais do que isso até, de ser o “outro”. Mais do que isso, sobre a capacidade adaptativa que eles têm. O que se conecta com um conceito da psicologia, chamado “resiliência”, um processo dinâmico de ajustamento ou adaptação face à circunstâncias ou condições adversas [Luthar, Cicchetti e Becker, 2000. Apud. Roberto, Moleiro, 2015]. Ou seja, é a capacidade do indivíduo de lidar com problemas, adaptar-se as mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas. No caso, do imigrante, resultado da chegada e permanência no país de acolhimento. O que é essencial, é a criação de laços com o lugar em que eles estão atualmente, resultando em um pertencimento, e, consequentemente, uma identidade. Para isso, é necessário a oportunidade de se estabelecer relações com quem já se sente pertencente. Ser estrangeiro é um conceito muito amplo, afinal, cada vivência é uma vivência. Mas existem certos sentimentos, dúvidas, medos e prazeres comuns. Como comenta a coreana Yun Jae Hung, no documentário “Bom Retiro de muitos povos”, a vida dos imi- grantes é muito parecida. Então mesmo que haja dificuldades em conversar, pela diferença de línguas, existe um reconhecimento e um entendi72

mento de ambas as partes. O que acontece é uma fragilidade, onde você não pertence realmente a nenhum dos dois mundos: você é um estrangeiro no lugar onde vive, ao mesmo tempo que é um estrangeiro para o lugar que nasceu. Ainda assim, pelo Bom Retiro ser marcado pela sucessão de imigrantes, tornou um ambiente acolhedor para outros povos – o bairro é reconhecido por isso, o que incentiva a vinda de novas etnias. Como disse o judeu abrão Bernardo Zweiman, nesse mesmo vídeo, o brasileiro naturalmente tem um espírito mais aco-


lhedor, em comparação a outros povos, o que facilita o recebimento, e cada um vai agregando mais características a esse bairro, ao mesmo tempo que se apropria de outras. O coreano Hyeon Num Lee, também comenta que Brasil é um símbolo, em relação a essa harmonização com outras culturas, algo que a Coréia deveria aprender. Para expandir essa relação, não só nesse contexto, de etnias, mas de lidar com a diferença de modo geral, é importante o entendimento coletivo, sobre que é esse “outro”.

É no dia-a-dia que existem as possibilidades de interações, e como é explicado no primeiro capítulo do livro “urbanidades”: “Cidades são resultados e projeções de relações humanas. Ao nos expor constantemente a tal diversidade social, têm o potencial de naturalizar as diferenças. Quando cidades ou áreas da cidade falham nesse papel de exposição mútua, temos a diluição da presença dos socialmente diferentes emnosso campo de percepção, um afastamento que os invisibiliza e que pode constituir um progressivo alheamento entre sujeitos - um alheamento que os definem como “outro”. Quando diferenças se acirram, temos uma coexistência não mais pautada pelo convívio, mas relação restritas entre grupos que se parecem

estranhos; relações que passam facilmente a serem interpretadas como potencialmente hostis e a demandarem mecanismos de atenção e controle: os sistemas e aparatos de vigia em exercícios fortemente assimétricos de poder.” [Netto, 2008]

O medo do desconhecido gera mais desagregação do que o contrário, justamente por não haver a possibilidade de uma relação e entendimento. O que torna mais necessário a existência de um espaço capaz de superar essas restrições, e evitar essa separação social, que existe hoje em dia – onde o desentendimento do “outro” faz com que não exista um conhecimento ou uma interação, tornando-nos cada vez mais medrosos e segregados [Netto, 2008]. Para evitar isso é necessário que o espaço exerça sua função pública, de suporte e reconheça a presença das diferenças, potenciando a capacidade de interação entre os grupos – o que reforça a importância do papel do arquiteto e urbanista, ao pensar e projetar esses espaços, e consequentemente, as relações que ele propicia.

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PARQUE DO GATO

FAVELA DO MOINHO

OCUPAÇÃO MAUÁ

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500M

CRACOLÂNDIA


OS MORADORES INVISÍVEIS Além das etnias diferentes, essa área é marcada por outros grupos sociais, importantes para esse trabalho. São os moradores marginalizados, que vivem tanto no Bom Retiro como na Luz. Além das comunidades e grupos em destaque, existem também muitos cortiços na região – marcados em rosa, no mapa ao lado. Muitas vezes sem condições mínimas, de qualidade de vida, essas pessoas são excluídas da sociedade. Isso é decorrente da falta de espaços e programas de assistência; e também do crescimento urbano orientado sob lógica econômica, ou seja, da ausência de políticas públicas eficazes para sua reabilitação e reinserção social. Quando não os removem – seguindo a ideologia das políticas higienistas – ou criam situações para que seja insustentável sua permanência, eles são apenas esquecidos e ignorados – são moradores invisíveis.

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MORADORES MARGINALIZADOS

A CRACOLÂNDIA

intervenção em quadra que será demolida.

BOM RETIRO LUZ

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Esse é um dos espaços de maior debate, quando se discute sobre os moradores marginalizados de São Paulo, principalmente pela contradição entre as duas representações da Luz: a de bairro cultural ou a de cracolândia. Essa é a denominação popular – muito utilizado pelas mídias – para se referir a essa área que é marcada pelo estigma de degradação e criminalidade, decorrente dos usuários de crack. O perímetro representado no mapa, foi definido pela prefeitura, e é onde acontece a Operação Urbana Nova Luz (Lei Municipal 14.918/2009) [Prefeitura do Município de São Paulo, 2015. Apud. Frugóli e Spaggiari, 2010]. Mas essa delimitação é meio incerta, pois já houveram tanto remoções e demolições de edifícios, como a expansão dessa área. Em 2005 ocorreu a Operação Limpa, cujo objetivo era “limpar” a cracolândia, ou seja, retirar os usuários de crack, através de um conjunto combinado de ações – como intervenção policial. Entretanto, existem muitas críticas quanto a essa intervenção, pois com vários estabelecimentos foram fechados, muitos usuários migraram para outras áreas como a Barra Funda, Vale do Anhangabaú, Santa Cecília, Bom Retiro - são os “exilados da cracolândia” [Sampaio, 2009. Apud. Frugóli e Spaggiari, 2010].


grade separa usuários de crack e uma obra.

Além disso, muitos desses usuários que saíram, acabaram voltando para a área. Existem alguns movimentos e projetos que trabalham com essas pessoas, mas além de serem muito poucas, tem espaços e recursos limitados. Como, por exemplo o Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (CRATOD), que atend no Bom Retiro; a “Fundação Projeto Travessia” (1995) e o “Projeto Quixote” (1996), ambos voltados para crian- ças e jovens em situação de risco; e também o “É de Lei” (1998), uma ONG que trabalha pela redução de danos sociais e de saúde, onde além de atender os usuários em campo, tem um centro de convivência para eles. O que é importante ressaltar, é que além desses usuários, existem diversas outras pessoas na Cracolândia - como comerciantes, moradores, prostitutas e travestis. Todos eles são afetados pela forma como as mídias e o poder público tratam a região, o que acarreta em uma criminalização não pelo uso de crack, mas pela pobreza.

77


MORADORES MARGINALIZADOS

AS PROSTITUTAS “VOcês tem vOz, vOcês precisam ser unidas”. - grupO DE MULHERES DA LUZ [TRECHO DE UMA REPORTAGEM DO SITE ALMA PRETA: “OUTRA FACE DA PROSTITUIÇÃO: IDOSAS, NEGRAS E ANALFABETAS” / 2017]

“Elas são mulheres envergonhadas dessas que não conseguem olhar nos olhos das outras pessoas (...) e não se sentem à vontade ainda que estejam em um lugar acolhedor e belíssimo como é este Jardim da Luz. (...) basta olhar em seus rostos cansados para saber que têm mais de 60 anos de idade embora mintam de um jeito tão simplório, dizendo que tem menos, que até fingimos acreditar e fazemos isso para não magoá-las porque elas devem ser magoadas ao menos umas 20 vezes por dia.” [Equipe do Portal Plena, 2017].

BOM RETIRO LUZ

78

As mulheres ainda não vistas como sujeitas, especialmente as negras, pobres e analfabetas – ignoradas e desprezadas pela sociedade, muitas delas são profissionais do sexo. Além das que atuam pela Cracolândia, existe um outro grupo, cuja análise é necessária: as mulheres que trabalham no Parque da Luz.

Se você passa despercebido, acha que são apenas mulheres sentadas pelo parque, mas se observa atentamente, é possível perceber que existem muitas prostitutas. Nessa região existem mulheres de 21 a 70 anos - mas a grande maioria são mulheres entre 40 e 50 anos. E é chocante encontrar mulheres com


seus 70 anos, se prostituindo e sustentando seus filhos e netos dessa forma. De acordo com dados da fundação francesa Scelles, 75% das mulheres que se prostituem estão entre 13 a 25 anos. Então é possível perceber que as mulheres da Luz fogem dessas estatísticas mundiais [Stephanie Ribeiro, da equipe Alma Preta, 2017]. Entender essa diferença é necessária para compreender a vulnerabilidade delas. Além de física, existe uma extrema vulnerabilidade psicológica – muitas têm doenças mentais – o que piora, ao se considerar o sofrimento e realidade marginalizada que elas vivem. Existem uma organização chamada Grupo Mulheres da Luz, cuja sede fica no Parque da Luz, que auxiliam essas mulheres prostitutas. Permitindo que elas tenham acesso a aulas, e também servindo de apoio e acolhimento. A ideia dessa iniciativa não é vitimizar essas mulheres, mas mostrar que elas existem. Entretanto, o espaço é pequeno, e os recursos são poucos. Elas não recebem muito apoio, pelo pelos grupos de emancipação feminina - muito devido à divergência de realidades, por se tratarem de mulheres de idade. Muitas dessas prostitutas são inteligentes e cheias de capacidades, mas elas tem medo, culpa e não quase não existem oportuni-

dades para elas. Segundo uma das mulheres do grupo, ex-prostituta, “só haverá empoderamento se as mulheres conseguirem estudar, ter acesso a políticas públicas, mas também buscar uma forma de ter uma outra alternativa” [Stephanie Ribeiro, da equipe Alma Preta, 2017].

cartaz colado na sede do Grupo Mulheres da Luz.

79


BOM RETIRO LUZ

A FAVELA DO MOINHO A Favela do Moinho, localizada sob o viaduto Orlando Miguel, é a única favela que restou no centro de São Paulo. A comunidade reside na área a mais de trinta anos, entretanto nenhuma de suas reivindicações por melhorias foi autorizada até hoje - como questões de saneamento básico, luz e energia. Existe uma disputa na justiça, pela posse desse terreno, e houveram diversas tentativas de remover a comunidade dessa área. A principal justificativa dessa limpeza, é que essa favela abastece a Cracolândia. Em nome ao combate ao tráfico de drogas, o poder público invade o território através da polícia, e transforma todos os moradores do lugar em criminosos, e portanto, sujeitos a serem eliminados do meio social. Entretanto, nem todos os morado-

80

res tem a ver com a produção e venda de drogas. Além disso, essa remoção não é acompanhada de ações que possam garantir uma melhor qualidade de vida a essas pessoas. Dessa forma, essas limpezas parecem ser voltadas a apenas atrair incorporações imobiliárias, do que realmente melhorar a área [Rolnik, 2017].


BOM RETIRO LUZ

A OCUPAÇÃO MAUÁ A Ocupação Mauá é uma das mais antigas da capital paulista. É um edifício localizado em frente à Estação da Luz. Em 2007, os sem-teto ocuparam o Hotel Santos-Dumont, que após entrar em decadência,

foi abandonado pelos seus proprietários em 1980, sem exercer qualquer função social. A comunidade limpou o lixo e entulho acumulado após esses tantos anos, e hoje em dia moram 237 famílias. Além disso, os moradores fizeram melhorias como pintura, reestruturação da parte elétrica e hidráulica. Em 2017 a justiça determinou reintegração de posse, entre tantos protestos, realizaram até um festival cultural contra essa reintegração. Em alguns meses, conseguiram que suspendessem o pedido. “Só queremos um direito básico: moradia”, afirmou Ivanetti, líder do Movimento de Moradia na Luta pela Justiça [Projeto Mauá 340, 2012].

81


BOM RETIRO LUZ

O PARQUE DO GATO Diferentes dos outros grupos sociais abordados, o Parque do Gato se encontra em uma situação muito menos marginalizada, justamente por ter havido um projeto na área, para a construção do conjunto no lugar do Favela do Gato. Ainda que atualmente exista uma favela em formação no lado leste dos edifícios. De qualquer modo, a compreensão da existência desses moradores é necessária para esse estudo.

82

O conjunto habitacional Parque do Gato teve sua concepção pela COHAB-SP, sendo que o projeto foi desenvolvido pelo escritório Peabiru – suprindo a demanda da Favela do Gato, que ocupava essa área. Consiste em 486 unidades habitacionais, divididas em nove blocos residenciais, sendo estes em quatro condomínios independentes. Ele é composto por diferentes tipologias, desde kitnets à apartamentos de dois dormitórios. Como grande parte dos moradores serem “catadores de lixo reciclável”, eles consideraram essa característica no projeto, criando áreas destinadas para a guarda das carroças, e guarda dos materiais.


1

2

3

AS VILAS OPERÁRIAS Com uma realidade completamente diferente das que já foram abordadas – mas que também é necessária a compreensão – são os moradores das antigas vilas operárias: a Vila de Sá Barbosa (1), Vila Economizadora (2) e Vila dos Ingleses (3). Construídas por causa das indústrias e comércios que chegaram na região – sendo portanto, moradia de muitos dos imigrantes. “A vila operária, é um dos bens em que o capital privado investe para tornar possível armazenar a força de trabalho livre necessária à produção” [Blay, 1985. Apud. Vianna, 2004]

Essas vilas representam uma massificação de moradia – observada, por exemplo, na uniformidade das habitações [Marins, 1998. Apud. Vianna, 2004] – são casas enfileiradas com janelas que abriam para as ruas. Além disso, denunciavam a segregação, já que não eram construídas em áreas nobres, sendo sempre afastadas dos locais de interesse da burguesia.

Chega a ser contraditório sua importância para a história do bairro, ao mesmo tempo em que são abandonadas e descaracterizadas atualmente. São patrimônios invisíveis e memórias esquecidas.

LUZ

BOM RETIRO

1

3

2

83


7.500

15.000 22.500 30.000

Favelas 93%

Moradores de rua

51,6%

1200 1000 800 600

Mulheres Homens

100 75 50 25

200 0

48,4%

fundação seade 2010

400

84

fundação seade 2018

Residências particulares

POPULAÇÃO

5% 2%

HOMENS E MULHERES

Pessoas residentes Domicílios particulares e coletivos

RAZÃO DE SEXOS

fundação seade 2018

0

IBGE 1996-2000 | spbairros fundação seade 2010

DOmicíliOs e POpulaçãO MORADIAS RENDA PER CAPITA

Q

2010

Distrito Estado Município

0

Estado Município

Distrito


QUEM MORA NO BOM RETIRO? 100 ou + 90 a 94 75 a 79 60 a 64 45 a 49 30 a 34 15 a 19 0a4 6%

4,5%

3%

1,5%

..

HOMENS (% da pOPULAÇÃO)

0%

1,5%

3%

4,5%

..

MULHERES (% da pOPULAÇÃO) fundação seade 2018

10%

7%

23% 42% 18%

1º grau Incompleto 2º grau Completo 1º grau Completo 3º grau Completo Menos de 1 ano de escola

IBGE 1996-2000 | spbairros

EMPREGOS

ENSINO

IBGE 1996-2000 | spbairros

29% 47% 19% 5%

Indústria Serviços Comércio Construção civil Agropecuária Extração mineral Indus. Utilidade pública

85


0

500M

ZONEAMENTO

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

ZEIS-3 ZEIS-5 ZDE-1 ZC ZEM AC-1 PRAÇA / CANTEIRO ZM

86

ZOE


0

500M

CADASTRO FISCAL USO PREDOMINANTE DO SOLO

PREDOMINANTEMENTE RESIDENCIAL PREDOMINANTEMENTE INDUSTRIAL PREDOMINANTEMENTE COMERCIAL EQUIPAMENTOS PÚBLICOS SEM PREDOMINÂNCIA

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0

500M

VULNERABILIDADE SOCIAL

ÍNDICE PAULISTA DE VULNERABILIDADE SOCIAL (2010)

IPVS: 6 IPVS: 5 IPVS: 3 IPVS: 2 IPVS: 1

88

IPVS: 0

1


0

IMÓVEIS TOMBADOS

500M

TOMBAMENTOS PELO CONDEPHAAT

9 8 7 1

ESTAÇÃO DA LUZ

2

MUSEU DE ARTE SACRA

3

OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE

4

QUARTEL DA LUZ

5

COLEÇÃO NEMIROVSKY

6

ANTIGA ESCOLA POLITÉCNICA

7

COLÉGIO DE SANTA INÊS

8

DESINFETÓRIO CENTRAL

9

ESCOLA EE MARECHAL DEODORO

6

3

2 4

5

12 11

1

10

10 IGREJA DE SÃO CRISTOVÃO 11 ANTIGO DOPS 12 ANTIGA ESTAÇÃO JÚLIO PRESTES

IMÓVEIS TOMBADOS

ENVOLTÓRIA

891


0

EQUIPAMENTOS

500M

EDUCAÇÃO, SAÚDE, CULTURA E ESPORTES

educaçãO ESPORTES cultura

90

saúde

COREANO

JUDEU

HISPANO-AMERICANO

OUTRAS NACIONALIDADES


A DIFERENÇA DE ESPAÇOS Para esse estudo, foquei na minha área de influência. E como pode ser observado no mapa ao lado, é visível a diferença de equipamentos públicos e coletivos - ou seja, de oportunidades - entre as etnias. Existem vários edifícios com atividades coreanas das mais diversas, entretanto, de longe a que mais se destaca são as igrejas evangélicas. Ainda assim, pude encontrar atividades como associação de idosos; casa de meditação; escola de taekwondo; instituição de ioga; entre outros. Também é possível perceber os equipamentos dos judeus, além das várias sinagogas tem algumas instituições beneficientes. Por isso é tão notável a falta de espaços dos hispano-americanos no bairro. Foi indicado apenas uma quadra de futebol, mas que aparentemente se encontra inativa.

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0

FLUXOS

500M

VIAS, ACESSOS E TRANSPOSIÇÕES

av. TIRADENTES

r. prates r. JOSÉ PAULINO

m

m F FERROVIA m METRO TRANSPOSIÇÕES

ESTAÇÃO JÚLIO PRESTES

LINHA FÉRREA VIAS REGIONAIS VIAS PRINCIPAIS DO BOM RETIRO VIAS PRINCIPAIS PARA O PROJETO

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VIA À SER EXPLORADO NO PROJETO

m

ESTAÇÃO TIRADENTES

F F ESTAÇÃO DA LUZ

ESTAÇÃO ARMÊNIA

m ESTAÇÃO DA LUZ


A CAMINHABILIDADE “ANTES NÃO SE TRANCAVA A PORTA DE CASA. ERA OFENSA AOS VIZINHOS” - SOBRE O ANTIGO BOM RETIRO. [TrechO dO dOcumentáriO “TerritóriO VivO”, realizadO pelO Museu de Arte Sacra / 2017] (ANEXO 9)

Outra questão importante a ser abordada sobre o Bom Retiro, é que devido a como os espaços foram construídos, com o decorrer do tempo, o que se percebe é que o bairro foi concebido de modo a favorecer os pedestres – o que distingue bastante de muitos lugares da cidade, movimentada e caótica, como São Paulo. O bairro apresenta uma grande diversidade de usos e funções, cuja distância permite o andar a pé, principalmente em relação a moradia e o trabalho. Ao mesmo tempo em que o espaço favorece o pedestre, ele dificulta a mobilidade com automóveis. Como disse Jung Yun Chi [2016], é incômodo locomover-se no bairro usando um carro, já que além das ruas serem estreitas, os antigos prédios construídos nos anos 50 e 60, em sua maioria não tem garagem, e os novos não comportam a grande quantidade de automóveis

da nossa atualidade. Foram projetadas poucos pontos que transpõe as barreiras que cercam o Bom Retiro, como a linha férrea e os rios, o que causa grandes engarrafamentos. Isso é decorrente do modo de produção de cidade da época, que reproduziam a relação de vizinhança. Com os edifícios residenciais voltados para as ruas e para os espaços públicos – ao contrário de como funciona hoje em dia, com áreas de lazer internas e privativas. Dessa forma, o bairro faz com que os moradores a circulem pelas ruas, propiciando ainda mais, os encontros com o “outro”.

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O ENCONTRO Os espaços públicos são fundamentais para a vida urbana, justamente por propiciarem o encontro. Como deveriam ser livres de barreiras, permitem a circulação, interação e conexão entre as pessoas – sendo parte essencial do cotidiano. Entretanto esses espaços costumam ser defasados, mal utilizados ou mal projetados. Apesar do Bom Retiro ter uma construção que remeta a esse contexto, perdeu-se a relação de vizinhança que existia antigamente. Nos anos 40 e 50, os bairros operários estabeleciam uma maior relação com a vida pública, era uma “sociedade de bairros” [Seabra, 2004. p187. Apud. Chi,2016], enquanto atualmente as pessoas estão cada vez mais fechadas em grupos privados. Atualmente, muito da convivência interétnica se restringe ao âmbito do trabalho, já que a maioria dos imigrantes participa, de alguma forma, da economia local. Por isso é importante entender que a distância cultural entre esses povos, não é apenas uma questão de etnicidade, mas da falta de ambientes que propiciem essas interações. Tanto os judeus como os coreanos, tiveram um rápido enriquecimento e ascensão, e por serem grupos favorecidos economicamente, puderam construir a sua volta um muro fortificado e se retirar dos espaços públicos. É possível perceber vários estabelecimentos de alto padrão, como 94

igrejas, escolas e centros culturais, apenas voltados para o uso desses grupos e isoladas atrás de muros e grades [Chi, 2016]. Portanto é mais do que necessário a existência de espaços públicos, que façam parte de suas vidas cotidianas, e possibilitem o encontro. Não somente para essas etnias, mas também os grupos marginalizados, que economicamente tem menos acesso às poucas oportunidades de encontro que existem. É a partir desses espaços que é possível que esses indivíduos tenham uma interação, e com isso, criem uma rede de relações sociais, que ultrapassem os limites de seus povos.


A PERMANÊNCIA “Tem gente que dança, luta, vibra. querendO ser Ouvida.” [TrechO dO dOcumentáriO “TerritóriO VivO”, realizadO pelO Museu de Arte Sacra / 2017]

Para esse trabalho também é importante abordar a questão da permanência e da identidade, justamente por lidar com uma área tão marcada por diferentes grupos, seja de etnias ou também aqueles marginalizados pela sociedade. Por ser um bairro central; por ter sido um bairro operário; e por ter sido a antiga periferia da centralidade da cidade, existem estigmas no Bom Retiro. Que podem ser vistos, por exemplo, nos aspectos de moradia, onde ao mesmo tempo que é vantajosa para os imigrantes, afasta os paulistanos de classes economicamente favorecidas – ou seja, quem vive no Bom Retiro, são os pobres. Frente às operações que tem ocorrido pela cidade, como foi dito antes, torna a questão da permanência ainda mais relevante. Uma notícia recente exemplifica essa situação: existe uma proposta trazida pela gestão do Prefeito João Dória em revitalizar a área através de empresas – como a LG, Samsung e Hyundai – e renomeá-la para “Little Seul” (anexo 2). O que

reforça a presença dos coreanos no bairro, ao mesmo tempo que exclui todas as outras etnias existentes. É difícil encontrar lugares que representem essa multiculturalidade como o Bom Retiro, e isso é um valor que deveria ser mantido, já que faz parte de sua identidade. Além disso, como é dito na própria proposta da prefeitura, o intuito é “revitalizar” o bairro – é o processo de gentrificação, que não só ignora os sujeitos que já vivem neste lugar, mas também estabelece condições que esses sujeitos não são capazes de alcançar. Essa fragilidade, perante os processos e acontecimentos atuais, reforça a necessidade da luta pela permanência desses povos nesse bairro, e não somente dos indivíduos, mas também das marcas e características que constituem o bairro.

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96


05

leitura do lugar: MICROESCALA

97


0

98

500M


ÁREA DE INFLUÊNCIA x ÁREA DE PROJETO Para o meu projeto final de graduação, defini uma área de projeto e uma área de influência. Por trabalhar com os diferentes grupos étnicos, decidi escolher a parte alta do Bom Retiro, por ser a de maior concentração de atividades. Além de estar próxima de duas ruas movimentadas, a Rua José Paulino, a Rua Prates e a Rua Três Rios. Devido ao alto fluxo de pessoas vindo da Luz – grande parte por moradores que trabalham no Bom Retiro – e da importância em se tratar dos grupos marginalizados, também irei propor uma melhor transposição para a Avenida Tiradentes. Para a área de influência, irei propor redes e suas conexões, de acordo com a minhas problemáticas. E então, irei focar em uma parte do projeto, que compõe a minha áre principal. Para as diretrizes mais gerais, pretendo considerar como área de abrangência os bairros do Bom Retiro e Luz, e a parte superior do Campos Elíseos.

99


0

100 100M

CHEIOS E VAZIOS


JUDEUS HISPANOAMERICANOS OUTRAS NACIONALIDADES

EDUCAÇÃO ESPORTES CULTURA

USOS PELAS ETNIAS

COREANOS

SAÚDE IGREJA EVANGÉLICA SINAGOGA

0

100M

101


R. AFONSO PENA

R. TRÊS RIOS

da

ni ave ade

tir

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R. PRA TES

s nte

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PA U

parque da luz

LIN

O

VISTA AÉREA | NORDESTE ALTURA < 5 5 - 10 10 - 15 15 - 25 25 - 40 40 > ALTURA 102


gabarito

VISTA AÉREA | SUDOESTE

av e

ni d

at

ir

ad

en

te

s

R. AFONSO PENA

R. PRATES 103


análise morfológica

O Bom Retiro é composto por diferentes tecidos urbanos que tem em suas ruas e construções, as marcas de sua formação. É uma rede intrincada de ruas que o caracterizam como eminentemente industrial. Dessa forma, a configuração morfológica é majoritariamente composta por lotes de testada estreitas e extensos comprimentos. O que possibilitava a instalação e das oficinas de confecção em conjunto com as residências dos imigrantes que se instalaram nesse bairro. Com o tempo, houve um decréscimo de tipologias residenciais horizontais, e um expressivo aumento de tipologias comerciais/serviços verticais. Apesar de ser em sua maioria de médio e baixo padrão, também houve um discreto aumento do alto padrão - marcando o aumento da verticalização do bairro, que vem ocorrendo desde 1991 (Bernardini e Venituccio, 2015). A partir de 2002 é notável que a quantidade de tipologias industriais (moradia padrão horizontal) começaram a diminuir, em comparação com a expansão do setor de comércio e serviços. Além de um aumento populacional - ainda que a densidade populacional continue baixa (Bernardini e Venituccio, 2015).

104


105


paróquia nossa senhora auxiliadora

comércio de têxtis

edifício residencial

comércios coreanos

residencial horizontal indústria abandonada 106

EQUIPAMENTOS PÚBLICOS PREDOMINANTEMENTE COMÉRCIO E SERVIÇOS (TÊXTIL) PREDOMINANTEMENTE COMÉRCIO E SERVIÇOS, COM EVIDÊNCIA DA PRESENÇA DAS ETNIAS. PREDOMINANTEMENTE RESIDENCIAL VERTICALIZADO DE MÉDIO E ALTO PADRÃO, BEM CONSERVADO. PREDOMINANTEMENTE RESIDENCIAL HORIZONTAL DE BAIXO PADRÃO, EM MAU ESTADO DE CONSERVAÇÃO. PREDOMINANTEMENTE INDUSTRIAL, EM MAU ESTADO DE CONSERVAÇÃO E EDIFÍCIOS ABANDONADOS.


R. AFONSO PENA

tes

aden

ir av. t

parque da luz r. SÉ

jO U PA O

LIN

LINHA FÉRREA

ESTAÇÃO DA LUZ

107


marcos

legenda legenda ATIVIDADES ATIVIDADES CONSOLIDADAS CONSOLIDADAS ATIVIDADES POTENCIAL ATIVIDADES COMCOM POTENCIAL ÁREAS DEFICIENTES ÁREAS DEFICIENTES SUBUTILIZADAS SUBUTILIZADAS / / VAZIO VAZIO URBANO URBANO

DE ZEIS ÁREAÁREA DE ZEIS 0 100m

108

500M

ACESSO ACESSO AO BAIRRO AO BAIRRO

ILU OBA ILUDEOBA MIN EDUCAÇÃO EDU CULTURAL CUL NEGRA


PARQUE DO GATO

AVENIDA TIRADENTES

RUA PRATES METRO ARMÊNIA

M

RUA JOSÉ PAULINO INST. BENEFICIENTE ISRAELITA TEN YAD

RUA TRÊS RIOS

RUA AFONSO PENA

CASA DO POVO

PRAÇA CEL. FERNANDO PRESTES

OFIC. CULT. OSWALD DE ANDRADE

ILU OBA DE MIN EDUCAÇÃO CULTURAL NEGRA

M TV CULTURA

MUSEU DE ARTE SACRA

M METRO

TIRADENTES

PARQUE DA LUZ

ESTAÇÃO JULIO PRESTES

PINACOTECA MEMORIAL DA RESISTÊNCIA TEATRO CONTAINER

ESTAÇÃO DA LUZ

M METRO LUZ

109 CORTIÇOS


01

A ESTAÇÃO DA LUZ A estação da luz é um principais marcos do Bom Retiro. Sendo responsável por grande parte do fluxo de pessoas na região. Ela foi naugurada em 1867, e o projeto foi feito pelo arquiteto britânico Charles Henry Driver. A estação integra a rede de transportes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, e tem transferência para o Metrô de São Paulo. A estação também abriga o museu da língua portuguesa, uma instituição cultural inaugurada em 2006.

110


01

A PINACOTECA A Pinacoteca de São Paulo é um dos principais museus do Brasil, e também o mais antigo da cidade. Foi fundada em 1905, e projetado por Ramos de Azevedo e Dominizano Rossi. Em 1990 passou por uma reforma conduzida por Paulo Mendes da Rocha. É uma instituição dinâmica, cujo foco principal são as artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até a contemporaneidade. O museu incorporou o edifício do Largo General Osório, que passou a ser conhecido como Estação Pinacoteca. Além de receber parte das exposições temporárias, tem no térreo o Memorial da Resistência de São Paulo, o Centro de Documentação e Memória e a Biblioteca Walter Wey.

111


02

O MUSEU DE ARTE SACRA O Museu de Arte Sacra de São Paulo foi inaugurado em 1970, e ocupa a ala esquerda térrea do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz. O museu é responsável por recolher, classificar, catalogar e expor objetos religiosos cujo valor estético ou histórico recomende a sua preservação. Além disso, é responsável por outras atividades culturais, como o Território Vivo (anexo 1).

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03

A OFICINA CULTURAL OSWALD ANDRADE A Oficina Cultural Oswald de Andrade é uma das quatro oficinas que integram um programa da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, atuante desde 1986. Localizado no antigo edifício da Escola de Farmácia de São Paulo e da Escola de Música do Estado de São Paulo, um prédio de estilo neoclássico projetado por Rosa Martins e Fomm, e inaugurado em 1905.

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04

O PARQUE DA LUZ Como pode ser observado nos antigos mapas de São Paulo, o Parque da Luz é um dos parques públicos mais antigos da cidade. Também conhecido como Jardim da Luz, foi criado em 1800, possui 113.000m² de área, contém jardins de de estilo francês e construções de estilo ingles. Em 1981 foi tombado como patrimônio histórico, além de abrigar a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Auditório Franco Zampari. São realizados diversas atividades, contendo espaço para apresentações, coreto, equipameno de ginástica, pista de cooper, entre outros. Apesar de ter algumas partes sujas, é bem cuidada e conservada, também em comparação com outras áreas de lazer. É um respiro verde, público – mas apenas acessível durante o dia – que abriga grande parte das atividades físicas dos moradores da região.

114


01

A PRAÇA CEL. FERNANDO PRESTES A Praça Coronel Fernando Prestes é uma das principais entradas para o Bom Retiro, atualmente, já que é onde se localiza o Metro Tiradentes. Antes chamada “Praça Visconde Congonhas do Campo”, ela abriga construções históricas como o edifício Ramos de Azevedo – antes a Escola Politécnica, e atualmente o Arquivo Histórico de São Paulo – e o Quartel da Polícia Militar. Bem arborizada e bem cuidada, em comparação com outras áreas de lazer, ainda assim poderia ser melhor aproveitada. Além da importância de sua localização, esse é um dos lugares que foi observado uma apropriação por parte dos hispano-americanos, demonstrando seu potencial e a necessidade de um projeto que planeje melhor sua utilização.

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02

A Casa do Povo é uma associação cultural sem fins lucrativos, que existe a mais de 60 anos. O projeto se iniciou logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, através da comunidade judaica progressista, que tinha acabado de chegar no Bom Retiro – e precisava de um lugar em que pudessem expressar e dar continuidade a sua cultura silenciada na época; como também homenagear seu povo que morreu nos campos de concentração nazistas. Portanto, a Casa do Povo é um monumento vivo, “um lugar onde lembrar é agir” [Casa do Povo, 2016]. É um centro cultural e um lugar de memória, voltado para o pensamento e produção artística contemporânea. Sua programação é flexível e adaptável e, além de suas próprias atividades, procura acolher diferentes iniciativas e eventos, que dialoguem com seu eixo de trabalho e atuação – tanto incluindo em sua programação, como apenas cedendo o espaço. As contribuições são revertidas para manu-

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tenção e obras estruturais [Casa do Povo, 2016]. Localizado na Rua Três Rios, o edifício foi projetado pelo arquiteto Ernest Mange. Atualmente, abriga várias atividades no primeiro e segundo andar, mas tem muitas áreas que se encontram em estado degradado. É importante entender o potencial dessa instituição, e a abertura que os judeus deram, tanto para expandir sua cultura como abrigar outros povos. Portanto, é um lugar que pretendo incluir na minha rede de espaços.


03

A TV Cultura é uma rede de televisão pública. A emissora tem um caráter cultural e educativo, e foi fundada em 1960 e reinaugurada em 1969 pela Fundação Padre Anchieta - uma fundação sem fins lucrativos que a mantém. Em 1980 a fundação comprou um teatro da Caixa Econômica Estadual, e sua emissora adaptou-o como estúdio para gravações de programas musicais e educativos. Esse é o teatro localizado no Parque da Luz. É o Auditório Franco Zampari, situado na Avenida Tiradentes 451, é um terreno de 4.001,50 m² e de 1627,10m² de área construi-

da. Possui equipamentos para gravação e edição, e tem uma capacidade para 202 lugares. É nesse local que gravam programas como “Prelúdio”, “Manos e Minas”, entre outros.

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01

A RUA JOSÉ PAULINO A antiga Rua dos Imigrantes se tornou a famosa Rua José Paulino. Essa é uma das principais ruas do Bom Retiro, reconhecida por ter uma imensa quantidade de lojas – especialmente de vestuário. É lá que vão tanto compradores fazer estoque para suas lojas, sendo o foco principal a venda em atacado, mas também a procura de boas oportunidades para compras a varejo. Essa grande influência e atração muitas vezes faz com que a imagem do Bom Retiro se limite a essa zona de comércio, deixando de lado todo o outro potencial que esse bairro tem, e as necessidades não só de quem visita, mas principalmente de quem vive e convive lá diariamente – a imagem acima contrasta as lojas, e todo o capital que gira em torno delas, com um morador de rua, também muito presentes na área.

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02 03

R. TRÊS RIOS

AS RUAS PRATES E TRÊS RIOS

R. PRATES

Ambas as ruas Prates e Três Rios também são de grande importância para o Bom Retiro, justamente por concentrar um grande número de estabelecimentos comerciais e de serviços diversos. Além disso, são essas ruas e as de seu entorno, que mais representam o caráter multicultural do bairro. Anteriormente ocupadas pelos judeus, atualmente abriga os comércios e atividades dos coreanos, concentrando um grande número de estabelecimentos orientais – como pode ser visto na imagem acima. A existência desses lugares trouxe o interesse em tornar o Bom Retiro um “bairro coreano”, gerando discussões acerca dessa proposta (anexo 2). Por isso, é necessário entender quais os espaços que as outras etnias tem – como os hispano-americanos, que existem em grande número, mas quase não tem atividades que os representem.

119


04

A AVENIDA TIRADENTES A Avenida Tiradentes é uma das principais vias arteriais de São Paulo, dividindo os bairros Bom Retiro e Luz. Com aproximadamente 1.800m, faz a ligação entre a Estação da Luz com a Marginal Tietê. Têm em sua extensão diversas atividades marcantes para a cidade, como a Pinacoteca do Estado; Parque da Luz; Museu de Arte Sacra de São Paulo; Mosteiro da Luz; Rondas Ostensivas Tobias Aguiar; entre outros, além da própria estação. De grande movimento, torna difícil o cruzamento para os pedestres, sendo melhor acessível apenas pelo metrô Tiradentes. É uma das principais barreiras para o meu projeto, sendo, portanto, necessário uma melhor transposição.

120


05

R. JORGE VELHO

R. SALVADOR LEME

A RUA AFONSO PENA

R. AFONSO PENA

A Rua Afonso Pena é mais estreita em comparação com as outras abordadas. Paralela com a Rua Prates, essa rua faz a ligação entre o Parque da Luz e o vazio urbano – um grande estacionamento atualmente – passando pela Praça Coronel Fernando Prestes. Depois, a Afonso Pena se encontra com as ruas Salvador Leme e Jorge Velho, que a conectam com a Avenida Tiradentes e por sequente o bairro da Luz. Logo após a avenida, existe uma área verde subutilizada com a estação de metro Armênia, entretanto, a avenida movimentada torna seu acesso difícil. Em vista disso, tanto a rua Afonso Pena, como as duas seguintes, formarão importantes meios de conexão para o meu projeto.

121


122


06

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

123


O SUPERKILEN

O primeiro projeto referencial a ser analisado, é o Parque Superkilen (2012), que fica em Copenhagen, Dinamarca. Esse é um espaço urbano que celebra a diversidade, através de suas formas e cores. Localizado em Nørrebro, no subúrbio da cidade, é uma das áreas mais distintas da cidade. Ele é reconhecido por ser uma região de grande diversidade étnica, com mais de 60 nacionalidades diferentes. O projeto foi feito em parceria com o escritório de arquitetura BIG Architects; a empresa de paisagismo Topotek 1; e o grupo de artistas Superflex. O objetivo era criar um ambiente de convivência, onde as pessoas pudessem interagir e conviver, e principalmente, se reconhecer no espaço. Criando um lugar de arte, música, esportes, café, playground, picnic, ciclovia e que você pode passear com seu animal de estimação. Pensando em criar essa multi-identidade, inseriram objetos do cotidiano, característicos de diferentes lugares do mundo. Tem um playground japonês, ao lado de palmeiras chinesas, com bancos brasileiros e mesas de piquenique bulgárias, além de churrasqueiras argentinas, sinalização americana, entre ou-

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tros. Além disso, do lado de cada objeto, tem uma explicação do que é, e de onde é, em dinamarquês e em sua língua de origem. O parque é dividido em três setores, de acordo com suas atividades: a “Praça Vermelha”, que tem playground para as crianças e áreas esportivas; o “Mercado Negro”, que é um espaço de convivência com bancos, churrasqueiras e mesa de jogos; e o “Parque Verde”, onde fica um extenso gramado, para piqueniques e atividades ao ar livre.

O projeto impressiona pela sua estéti-ca, com uma abordagem visual atrativa, mas principalmente, pela sua importância social, já que reflete e incentiva a multiculturalidade da região, em contraste com a aparente imagem homogênea da Dinamarca. Ao mesmo tempo em que se torna referência, ele unifica essas diferentes etnias, permitindo que elas se sintam parte do lugar que moram e convivem.

125


A EXPERIÊNCIA DE PORTLAND

A cidade de Portland – localizada no noroeste dos Estados Unidos, em Oregon - é considerada peculiar e criativa. Justamente por estimular a produção DIY; um planejamento urbano progressivo; ser amistoso à bicicleta; e possuir bairros “vivenciáveis”. Uma de suas características marcantes, é a existência de incríveis artes de rua pela cidade, tanto em seus centros culturais, como nos bairros residenciais, em espaços escondidos. Sendo produzidos tanto por artistas reconhecidos, como cidadãos anônimos. Uma das produções que mais chamou a atenção, foi o tratamento dados nas ruas dos bairros residenciais: pinturas nos cruzamentos e meio de quarteirões, idealizados e realizados pelos próprios moradores. É um projeto comunitário, que é feita de seguinte forma: 1) a comunidade propõe um desenho e um local; 2) o engenheiro de tráfego aprova o projeto; 3) é feita uma petição, devendo ter 100% das assinaturas das propriedades em torno do local de projeto, e 80% das propriedades ao longo da ruas em até 120m; 4) as ruas são fechadas para que iniciem a pintura; 5) ocorrem manutenções pelos próprios moradores, realizadas de 1 a 3 anos.

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rainbow dragon | NE 32nd Ave. e Sumner St.

Utilizando temas como os animais que são frequentemente vistos na área, ou em homenagem à alguma personalidade marcante do bairro, Após a finalização, os moradores comemoram com uma festa no quarteirão, dançando e brincando nessa nova e melhorada rua. Além de aproximar os moradores, de todas as idades, também conseguiram aumentar a segurança, ao diminuir a velocidade dos carros, nas áreas em que se tem a pintura.

Essa é uma atividade criativa, que proporcionou uma melhor relação entre os moradores, pois eles puderam se conhecer melhor, enquanto trabalhavam juntos, e também criar algo que os representasse. Assim como disse certa vez o ator Fred Armisen, no programa de TV Portlandia, “Eu me sinto como parte de Portland, quando eu estou nesse lugar” [The Guardian, 2013].

jarrett grove | NE 28th e NE Jarrett St.

127


QIAN’AN SANLIHE GREENWAY

O Sanlihe Greenway foi inaugurado em 2006 e está localizado na cidade Qian’an, na China. Anteriormente era uma área abandonada, utilizada como lixão e despejo de esgoto. Além de ter sua paisagem natural recuperada, apresenta um espaço funcional tanto para residentes quanto visitantes. A infraestrutura combina vias para pedestres e ciclistas através de uma identidade visual marcante. O “Red Folding Paper” é um mobiliário urbano que combina arte com recreação e funcionalidade. Inspirado nas dobraduras, é feito com fibra de vidro e de cor vermelha, marcante para o país Chinês. Conforma bancos, abrigos, marcação de piso e iluminação. A linguagem marcante, de fácil identificação, a flexibilidade de seus usos e a conectividade entre os espaços são importantes referências desse projeto.

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O PARQUE DE LEITURA

A Biblioteca Publica Municipal e Parque de Leitura foi projetada por Martin Lejarraga em 2007, e está localizada na cidade de Murcia na Espanha. É um marco da região que abriga equipamentos públicos, sendo uma alternativa urbana, cultural e de lazer. Visando aproveitar as condições climáticas e sociais (relação multiétnica) da cidade, teve seu programa construído sob um parque - biblioteca, sala de reuniões, quadras poliesportivas, jardins, área de jogos, entre outros. Além de uma galeria de arte que une os seus volumes. A conexão e uso de suas áreas abertas e fechadas, através de diferentes níveis, marca essa referência.

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CENTRO CULTURAL DE SEDAN

O Centro Cultural de Sedan foi projetado por Richard + Schoeller Architects em 2012, e está localizado no privilegiado centro da cidade de Sedan, no norte da França, às margens do Rio Meuse. Conformado por quatro volumes suspensos que enquadram a paisagem a partir do espaço central do teatro. É composto por salas de dança e movimento, além do Centro da Juventude e da Cultura. Os blocos elevados liberam o solo urbano, permitindo o passeio e a conectividade entre o exterior e o interior, sendo um espaço dinâmico que abre a cultura para a cidade. É um projeto que retém a dimensão humana e respeita o ambiente urbano, graças à sua flexibilidade, acessibilidade e transparência, utilizando-se de cores que marcam e atraem o olhar do público.

130


INSTITUTO HOLANDÊS DE IMAGEM E SOM

O Instituto de Imagem e Som da Holanda foi projetado pelos arquitetos Willem Jan Neutelings e Michiel Riedijk em 2006, e está localizado em Hilversum, Amsterdam. O instituto abriga o acervo de rádio e TV da Holanda, e um museu de memória e comunicação. O que mais marca esse projeto é a sua fachada de vidro colorido, cuja função é mais do que puramente estética, sendo uma crítica ao excesso de informação que vivemos hoje. São imagens de TV originais, retiradas dos arquivos do Instituto, que contém toda a história da televisão holandesa em painéis de vidro coloridos e sustentáveis. Pensando em sua durabilidade, é uma pasta de cerâmica aplicada nos painéis de vidro através de uma impressora desenvolvida especialmente para este efeito.

131


OS MANEQUINS

Em 2010 foi realizada a exposição beneficente “Sidewalk Catwalk”, uma instalação de moda ao ar livre em Nova York, Estados Unidos. Composta por 30 manequins espalhadas pela Broadway, cortando o Fashion District. Vestidos por designers famosos como Kenneth Cole, Nanette Lepore, Anna Sui, entre outros. Sendo representações criativos dos estilistas, mostra “a vitalidade e o espírito criativo da indústria de moda em um ambiente externo”. Além de marcar o percurso, as instalações conformam nichos urbanos de uso público, através de seus mobiliários.

132


AS ESCRITAS

Um dos maiores marcos culturais está nas escritas. O artista americano Jim Sanborn fez uso de mensagens secretas, códigos e enigmas em suas esculturas. Apresentando belos poemas, romances e prosas de várias partes do mundo, através de iluminações e projeções de sua estrutura de cobre. Criando uma exibição impressionante de línguas como árabe, russo, espanhol, chinês Outro exemplo é o Written Garden em Berlim, Alemanha. Um projeto que brinca com a paisagem e a percepção de seus usuários. Os percursos são marcados pela estrutura de madeira feita com letras e escritas, que permite a visibilidade, além de se utilizar das sombras que essas imagens formam. O texto apresenta a criação e a morte, em ordem temática e cronológica, desde o Antigo Testamento até os dias de hoje.

133


134


07

PROJETO: CONEXÕES | AS TRÊS REDES

135


fragilidades as etnias nãO TEM O MESMO ESPAÇO POUCOS EQUIPAMENTOS SÃO UTILIZADOS POR MAIS DE UMA UMAS ETNIAS TEM MUITOS ESPAÇOS, OUTRAS NÃO TEM NADA

BARREIRAS

FALTA DE OPORTUNIDADES PARA MORADORES INVISÍVEIS

FERROVIA

ATIVIDADES INSUFICIENTES

MARGINAL TIETÊ E

AS QUE TEM SÃO PRECÁRIAS

AVENIDA TIRADENTES MUDANÇA BRUSCA: PARTE ALTA E PARTE BAIXA rio tiete

avenida tiradentes

parte baixa linha férrea

rio tamanduateí parte alta

ESPAÇOS MAL APROVEITADOS, SEM CUMPRIR FUNÇÃO SOCIAL 136

PROBLEMAS DE LIMPEZA E SEGURANÇA

RELAÇÃO LIMITADA À REDE MORADIA-TRABALHO


potenciais diversidade faz parte da identidade

ALTO FLUXO DE PESSOAS

REDE MORADIATRABALHO INCENTIVA A VINDA PARA O BAIRRO

MARCAS DAS ETNIAS CULTURAS E COSTUMES

VOLTADO PARA O PEDESTRE

EVIDÊNCIA NO CENÁRIO ECONÔMICO

OBJETIVOS

PESSOAS JÁ CONVIVEM LÁ, PRECISAM INTERAGIR

estacionar em outro lugar é culturalmente aceito

- DAR ESPAÇO PARA QUE TODAS AS ETNIAS POSSOAS MOSTRAR E APRENDER COM OUTRAS CULTURAS (Música; Comida; Arte; Línguas; Expoisção; Memória; ... ) - DAR OPORTUNIDADE PARA MORADORES INVISÍVEIS PODEREM SE RECUPERAR E SE REINSERIR NA SOCIEDADE - AMPLIAR REDE MORADIA-TRABALHO (Lazer; Cultura; Saúde; Educação; Esportes; ... ) - MELHORAR QUALIDADE DOS ESPAÇOS URBANOS - MELHORAE QUALIDADE DE MORADIAS - TRANSPOSIÇÃO DE BARREIRAS E ACESSO 24H

ALGUMAS TÁTICAS - Design for diversity | Emily Tallen - Urbanismo tático | Street plan NY - Active Design - 12 Critérios | Jan Gehl

137


proposta REDE DE INFRaestrutura e servçOS

REDE DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA

REDE DE ENCONTRO, CULTURA E LAZER

138

COnexãO entre as redes


ExtensãO: Casa e TrabalhO permitir USOS DIVERSOS PELAS DIFERENTES ETNIAS, POSSIBILITANDO A CONSTRUÇÃO E A MUTABILIDADE

reafirmar A PERMANÊNCIA DESSES DIFERENTES GRUPOS.

ValOrizar e prOpOrciOnar lOcal de encOntrO para as culturas COnvidativa para Os diferentes públicOs.

Estimular a cOnvivência entre elas

Distâncias caminháveis: ImpOrtância da rua

REAFIRMAR A IMPORTÂNCIA DO BOM RETIRO COMO UM BAIRRO QUE REPRESENTA A DIVERSIDADE

139


LEGENDA

REDE DE INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS PROBLEMÁTICAS

Instituto Dom Bosco Faculdade Sumaré EE Prudente de Moraes FATEC São Paulo Escola Lubavitch CEI Indir Ponte Pequena Creche Betty Lafer ETEC Cursinho Escola Doce Folia Metro Armênia Metro Tiradentes Metro Luz

- BARREIRAS: AV. TIRADENTES, FERROVIA E MARGINAL - FALTA DE CICLOVIA/CICLOFAIXA - SUJEIRA TANTO NAS RUAS COMO NOS ESPAÇOS VERDES - FALTA DE ILUMINAÇÃO À NOITE - HABITAÇÕES PRECÁRIAS - DESCUMPRIMENTO DE FUNÇÃO SOCIAL - INSEGURANÇA

diretrizeS TRANSPOSIÇÃO NOVO ACESSO PARA A ESTAÇÃO ARMÊNIA

A

EQ. EDUCAÇÃ0 EXISTENTE

ACESSO AO METRO

ZEIS 1

ZEIS 2

MELHORIA DE RUAS E EQUIP. URBANOS ciclOVIA / SHARED STREETS / bicicletárIOS

6

9

B 5

USO DAS RUAS / MOVIMENTO

140

PR

4 3

2

TES

1

DEN

USO, ACESSO E ILUMINAÇÃO À NOITE

8

IRA

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS VERDES / CONSCIENTIZAÇÃO

LINO

LIMPEZA E SEGURANÇA

2

R.

B

É PAU R. JOS

MELHORIA DE HABITAÇÕES: CORTIÇOS DEVEM SEGUIR ZONEAMENTO: APLICAR ZEIS

A

7

AT ES

C

AV. T

PERMANÊNCIA

3

C

1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3


LEGENDA

REDE DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA

1 Posto de Saúde Bom Retiro 2 Assistência Médica Ambulatória

- FALTA DE ESPAÇOS/OPORTUNIDADES PARA MORADORES MARGINALIZADOS - POUCOS CENTROS DE SAÚDE

nó 1: a mulher

PROPOSTAS A

ASSISTÊNCIA A MULHER (APOIO; PROTEÇÃO; INFORMAÇÃO) Proximidade com o Parque da Luz, a Cracolândia e a área de cortiços.

EQ. SAÚDE EXISTENTE

PROBLEMÁTICAS nó 2: as dROGAS

B

CENTRO DE REABILITAÇÃO PARA USUÁRIOS DE DROGAS (APOIO; TRATAMENTO) Proximidade com a Cracolândia e a Favela do Moinho

nó 3: O OFÍCIO

C 2

D

C

CENTRO DE REINSERÇÃO SOCIAL (CURSOS; OFICINAS; INFORMAÇÃO) Proximidade com a parte baixa do Bom Retiro e o Parque do Gato ESPAÇO VERDE DE LAZER E ÓCIO (EXTENSÃO DO EQUIPAMENTO)

1

D

CENTRE FOR CANCER | NORD ARCHITECTS Escala humana; acolhedor; confortável. Linguagem: identidade e atenção ao problema

D

A

REFERÊNCIA PROJETUAL

0M

50

B

141


REDE DE ENCONTRO, CULTURA E LAZER PROBLEMÁTICAS

PROPOSTAS

- FALTA DE ESPAÇO/OPORTUNIDADES PARA INTERAÇÃO ENTRE AS ETNIAS - FALTA DE EQ. CULTURAIS PARA ALGUMAS ETNIAS - FALTA DE ÁREAS PÚBLICAS PARA EVENTOS - ESPAÇOS OCIOSOS E MAL APROVEITADOS - ATIVIDADES LIMITADAS A REDE MORADIA-TRABALHO - FALTA DE espaçOS PARA VIDA NOTURNA NÃO HÁ: MERCADO/HORTIFRUTI, BIBLIOTECA E CINEMA

NÓ 1: O CONVÍVIO

+ COMÉRCIO E EXIBIÇÃO (vitrine das etnias. Comidas; vestimentas; instrumentos; folclore; costumes; entre outros. Apresenta suas tradições e permite que todos possam experimentá-las.) + OFICINAS e aprendizadO (atividades de dança, música, culinários, costura e artesanatos podem ser ensinados e praticados.) + APRESENTAÇÃO E EXIBIÇÃO (mostra das atividades realizadas nas oficinas) + esPORTES E PLAYGROUND (onde todos se divertem da mesma forma. Tanto à ceu aberto, como cobertas. Esportes com bola; skate; jogos de tabuleiro; artes marciais; ginástica; circo e escalada para crianças) +PRAÇA e rua ELEVADA (flluidez; conexão; visibilidade)

142

a +DESFILES; MARCOS (o bairro é reconhecido pelas indústrias e comércios voltados para a produção textil. Espaço para apresentação e desfile, tanto de Moda como de festivais culturais. Manequins que marcam o caminho, conduzem o fluxo e formam pequenos espaços de encontro)

NÓ 2: O CAMINHO + identidade (mobiliários, cobertura e marcos visuais que permitam uma fácil identificação da rede.) rua Afonso Pena, principal conexão entre os nós

b


rEFERÊNCIA rEFERÊNCIA C Biergarten: Integração; Biergarten:Arte; Integração; Arte; nó 3: a memória nó 3: a memória Iluminação; Criatividade. Iluminação; Criatividade. C

+ MARCO DA ENTRADA + MARCOPARA DA ENTRADA O BAIRRO PARA O BAIRRO Quartyard, San Quartyard, Diego e The San Diego e The (acesso principal (acesso ao Bom principal Retiro,aopelo BomMetro Retiro, pelo Metro Pennsylvania Pennsylvania Horticultural Horticultural Tiradente). Tiradente). Society, PHiladélphia. Society, EUA. PHiladélphia. EUA. + feira de rua+ feira (produtos de rua das/para (produtos as das/para as etnias. Local de etnias. encontro Localede permanência). encontro e permanência).

LEGENDA

1 da Luz Parque da LuzParque 2 Cultural Oficina Cultural Oficina Oswald de Andrade Oswald de Andrade Museu de ArteMuseu Sacrade3Arte Sacra Pinacoteca 4Pinacoteca Teatro de Container Teatro de5 Container EQ. CULTURAL EQ. CULTURAL EXISTENTE EXISTENTE CONEXÕES CONEXÕES

+ área verde’;+ impORTÂNCIA área verde’; impORTÂNCIA HISTÓRICA (área HISTÓRICA (área de lazer e descanso, de lazerpróximo e descanso, a edifícios próximo a edifícios importantes para importantes a cidadepara de São a cidade Paulo,de como São Paulo, como o Arquivo Histórico o Arquivo e a Igreja Histórico Blá.e a Igreja Blá.

NÓs 4: O óciO NÓs 4:DO óciO

D

USO DE ESPAÇOS USOSUBUTILIZADOS DE ESPAÇOS SUBUTILIZADOS PARA ATIVI- PARA ATIVIDADES ITINERANTES: DADES ITINERANTES: (cinema,; biblioteca; (cinema,; horta biblioteca; comunitária; horta comunitária; meditação; exposição; meditação; esportes; exposição; playground; esportes;...)playground; ...) URBANISMO ESPAÇOS DE DESCONTRAÇÃO ESPAÇOS DE DESCONTRAÇÃO E CONVERSA E CONVERSA TÁCTICO, (DESCANSAR; BRINCAR; (DESCANSAR; INTERAGIR; BRINCAR; PAISAINTERAGIR; PAISASTREET GEM URBANA)GEM URBANA) PLANday; NY (ruas abertas;(ruas play streets; abertas;park(ing) play streets; day;park(ing) comércio e café comércio pop up;eparklets; café popfood up; parklets; food trucks; ... ) trucks; ... ) INCORPORAR EINCORPORAR EXPANDIR O E EXPANDIR O PROGRAMA; PROGRAMA; REFORMA DOSREFORMA EDIFÍCIOSDOS EDIFÍCIOS DESGASTADOS/INACABADOS DESGASTADOS/INACABADOS Casa do Povo CasaEdo Povo e Teatro TV Cultura e Teatro TV Cultura F

F

URBANISMO TÁCTICO, STREET PLAN NY

A

e

d

2

B

d

d

4 5

c d

e

d

BB

F1

1 E

3 4 5

A

d

d

2

1 2

c

c

5

LEGENDA

d

c 3

B

3

F 4

143


REDE DE SERVIÇOS E INFRAESTRUTURA

REDE DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA

REDE DE ENCONTRO, CULTURA E LAZER 144


as redes

145


o adensamento

Como dito anteriormente, a densidade populacional do Bom Retiro é baixa, com 71,48hab/ha (Fundação Seade/2018). Acredita-se que para cidades sustentáveis, o ideal é ter um adensamento e 600hab/hec, já que maiores quantidades de pessoas, usos e área construída estão direta e naturalmente relacionadas a uma maior quantidade de pessoas utilizando e interagindo nas ruas. Sendo que isso não significa apenas a quantidade de moradores, mas também a quantidade de empregos e consumo que eles demandam. Em outras palavras, áreas com mais densidade populacional tendem a possuir maior vitalidade em seus espaços Jacobs (2000).

1. Sustentável pela diversidade de usOs.

No caso do Bom Retiro, a densidade construtiva é bem alta, apesar da populacional ser baixa. Dessa forma, entende-se que não tem como aumentar tanto essa densidade sem descaracterizá-lo. Já que essa identidade é proveniente de todo o processo de formação do bairro. Além disso, existem outras duas formas de se encarar o Bom Retiro como um bairro sustentável:

2. Sustentável pela permanência. MínimO deslOcamentO a pé.

146


AV. TIRADENTES O CONVÍVIO

parque da luz

RUA TRÊS RIOS

Pensando nessas características, foi proposto algumas áreas em que esse adensamento pode ser realizado. Tanto por se tratar da parte baixa do Bom Retiro - menos pessoas; por se utilizar de áreas de ZEIS que não cumprem esse papel; e por proporcionar o uso para algumas construções industriais que hoje em dia se encontram abandonaRESIDÊNCIA das. Com isso, existem duas propostas de adensamento para o bairro: uma aplicável em lotes que não MANTER exercem função social (A) ATIVIDADES e outra pensando na verti- EXISTENTES calização dessas quadras, sem que se retire o que já existe no lugar (B).

ÁREAS QUE NÃO CUMPREM FUNÇÃO SOCIAL

A RESIDÊNCIA

ZC = 46M ZEM = 28M ZDE-1 = 28M

b

ZC = 46M ZEM = 28M ZDE-1 = 28M

COMÉRCIO OU TÉRREO LIVRE

147


0

perfil das ruas

100m

m. armênia

O CONVÍVIO

RUA T

FONS

O PEN

A

RUA JORG E VELHO

RUA A

RÊS R

IOS

ATES

Rade

ntes

148

ESTAÇÃO DA LUZ

AVEN IDA T IR

pq. da luz

ADEN

TES

RUA P R

O LIN PAU SÉ

O AJ

RU

M. TI

M. LUZ


SITUAÇÃO ATUAL

0,0m 0,0m 0,0m 0,0m 0,0m 0,0m

PERFIL NOVO 2 (ruas em destaque para o bairro)

0,0m 0,0m 0,0m 0,0m 0,0m 0,0m

e

0,0m 0,0m 0,0m 0,0m

e

e

e

perfil nOVO 3 (ruas do projeto)

0,0m

1,5m

e

0,0m

1,5m

perfil nOVO 1 (ruas conectoras)

0,0m 0,0m 0,0m 0,0m

e

149


Para que se pudesse criar uma fácil identificação e demarcar os percursos que são parte integrante da rede, pensou-se em algumas linguagens que os destacassem dos demais caminhos da região. Foram pensados em 3 elementos para essa função: o uso de cores, de luzes e de fitas, os quais serão explicados abaixo.

- COres Todas as culturas estudadas possuem uma simbologia bastante marcante para as cores, tendo valores tanto estéticos quanto cognitivos atrelados à elas. Para cada uma dessas culturas existe um significado diferente para cada cor, em geral por conta de emoções, religião, política, entre outros, dependendo das influências e valores dessa cultura. Assim, cada uma traz um significado e uma percepção própria para o ambiente que possui aquela cor, com sentimentos e emoções que são definidos por esses valores. As cores escolhidas para o projeto procuraram trazer um pouco das culturas estudadas para o percurso - utilizando-se de tons presentes em suas manifestações culturais. Dessa forma, incluindo-as e trazendo uma identificação para as pessoas, as

150


AS LINGUAGENS

quais podem se sentir acolhidas por essa representação; ao mesmo tempo que se torna um reflexo da diversidade da região, ao ser plural e representar mais de uma cultura por meio de diversas cores que se complementam.

permanência e a segurança no período noturno. Esse jogo também remete às culturas ao ser utilizado para diferenciar os espaços de permanência e de passagem, remetendo à festas culturais e lembranças ao se criar malhas de luzes festivas.

“TemOs que aprender a cOnviver cOm as diferenças cOmO a natureza nOs ensina. A natureza tem diferentes cOres (...) Mas nenhuma dessas cOres fica OrgulhOSO dizendO “eu sOu O melhOr”.”

- Fitas -

- DON ATHANASIOS |

GREGO, MEMBRO DA IGREJA CATÓLICA. [TrechO dO dOcumentáriO “BOM RETIRO DE MUITOS POVOS”, realizadO pelO IPHAN/2012]

- Luzes A iluminação também foi utilizada como uma diretriz do projeto para que se destacasse o uso das cores também no período noturno. O jogo com luz e sombra não só cria um espaço mais interessante e diferente do diurno como também cria a possibilidade de uso em todos os horários para os espaços projetados, ao se reforçar e valorizar a

As luzes e as cores são utilizadas em diversos momentos do projeto como nos mobiliárias e na materialidade em geral. Como uma forma de demarcar ainda mais esse percurso e unir também as cores e luzes com um outro elemento cultural, foi escolhido o uso de fitas. Elas funcionam como uma linha guia do percurso, que conecta e delimita os diferentes espaços pensados. Através de suas dobras, pode ser vista e utilizada por seus ambos lados, apresentando uma variação de cores e usos nesse processo e ainda remetendo à elementos como o origami e o laço. Contínua e flexível, adapta-se às diferentes formas que se apresentam no projeto, como nas rampas, passarelas, mobiliários e demarcação de pavimentação.

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O CAMINHO Visando criar uma identidade que une a rede, tornando fácil para o usuário reconhecer que está dentro dela, foi proposto pavimentação, marcos e mobiliários urbanos, usando a linguagem de fitas, cores e iluminação. (1) Para sinalizar os acessos principais ao projeto, existe o marco composto por fitas nos tons do projeto (azul lápis lázuli, verde água, vermelho cereja, amarelo açafrão, roxo índigo e branco, que é a união de todas as cores), e luzes LED também nessas cores. (2) Em todo a rede foi proposto bancos e mesas que são formados pela fita e suas dobras. Seguindo o conceito do origami, um lado é branco e o outro em um dos tons selecionados. (3) Para finalizar, no percurso principal - da Praça Coronel Fernando Prestes (acesso pelo Metrô Tiradentes), seguindo pela Rua Afonso Pena e Rua Jorge Velho, até a passarela que conecta a Praça Armênia (Acesso pelo Metrô Armênia) - foi proposto uma cobertura de iluminação pisca-pisca (que varia entre branco e amarelo) sustentada por postes com a linguagem das fitas. Junto de uma sequência de placas de paralelepído em tons que combinam com o mobiliário, criam um caminho a ser percorrido.

152

REFERÊNCIAS PROJETUAIS


153


a rede de espaços

de convivência do bom retiro REDE DE SERVIÇOS E INFRAESTRUTURA

REDE DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA

REDE DE ENCONTRO, CULTURA E LAZER

154


CASA DO POVO

NÓ: O ÓCIO

MUSEU DE ARTE SACRA

NÓ: O OFÍCIO

NÓ: O CONVÍVIO

NÓ: O CAMINHO

NÓ: A MEMÓRIA

NÓ: AS DROGAS NÓ: AS MULHERES

RUA JOSÉ PAULINO

ESTAÇÃO DA LUZ

PINACOTECA

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PERCURSO NÓ: O CAMINHO METRÔ ARMÊNIA

PASSARELA ARMÊNIA

NÓ: O CONVÍVIO

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PROPOSTA DE ADENSAMENTO


METRÔ TIRADENTES

NÓ: O ÓCIO CINEMA A CÉU ABERTO

sinagOGA EXISTENTE

ARQUIVO DA CIDADE

nó: a memória

157


158


08

PROJETO: O CONVÍVIO

159


160


A SELEÇÃO DO TERRENO Como apresentado nas imagens anteriores, o tereno escolhido para o projeto “O Convívio” é uma área ampla, com cerca de XXm2. É uma das áreas consideradas como deficientes, por ser um terreno utilizado como estacionamento, e com a previsão de construção de um condomínio fechado de alto padrão. Além de ser um dos poucos vazios urbanos observados na densa região do Bom Retiro, está localizado na Parte Baixa e próximo a Praça Armênia. Sendo, portanto, uma escolha interessante pois reflete as fragilidades da área, como a falta de conexões e de atividades culturais, esportivas e lazer. Em seu entorno existem tanto atividades de pequenos comerciantes, indústrias em funcionamento e abandonadas, dentro de áreas de ZEIS - o que permite um maior adensamento populacional nessa região também. Visando também manter o caráter industrial dessa região, foi adicionad o galpão acima. Por atualmente ser apenas utilizado como depósito de containers, e por permitir uma conexão com a rua Rodolfo Miranda, também foi uma importante escolha para esse projeto.

161


A SELEÇÃO DO PROGRAMA

Como já demonstrado anteriormente, a área é composta por um contexto cultural plural e diverso, com modos de pensar e viver que se modificam em cada uma dessas comunidades. Por isso, foi necessário pensar nas possibilidades de se compreender todo esse novo mundo, com costumes, trejeitos, comportamentos e hábitos diferentes do que comumente se tem na cultura brasileira. Cada cultura dessas traz consigo um extenso compilado histórico de ensinamentos, obras, conhecimentos artísticos, culinários, científicos. Um bagagem de novas referências que agregam e fazem parte da formação do Brasil e principalmente do Bom Retiro. Considerando-se todas essas referências, o programa proposto visa possibilitar o encontro e a convivência desses múltiplos contextos, considerando tanto os habitantes como os visitantes da região. Para se permitir a visibilidade e a celebração de suas diferentes formas, o programa proposto se pauta em quatro pontos:

“O Brasil abriu a pOrta para imigrantes, pra eles MOstrarem um pOucO da SUA cultura. (...) estãO valOrizandO a cultura dOs imigrantes. EntãO eu achO issO uma cOisa muitO bOnita e que incentiva Os imigrantes a viver aqui nO Brasil.” - Yun Jae Huang, dançarina COreana. [TrechO dO dOcumentáriO “BOM RETIRO DE MUITOS POVOS”, realizadO pelO IPHAN/2012]

o Comércio e Exibição; a Apresentação; a Oficina e Aprendizado; e os Esportes e o Brincar. coral ídiche com café colombiano - atividade de encerramento do “Território Vivo”.

162


- O COmérciO e ExibiçãO Nesses ambientes, produtos como comida, moda, música, literatura e instrumentos das diferentes culturas podem não só ser comercializados como também exibidos para todos os transeuntes, permitindo que todos conheçam e experimentem um pouco dessas culturas presentes no bairro (e no país). Com isso, há uma abertura para a manifestação das etnias que conformaram e conformam a história do bairro, mas também abraça outras que existem pela cidade e que podem também comercializar/se expor no espaço, além de possibilitar a inclusão de novas que estão por vir.

feira kantuta

atividades físicas no Parque da Luz

“E issO é O que teremOs, né? Fazer amizade cOM tOdOs Os pOvOs, dividir a nOssa cultura, nOssas tradições. Fazer cOm que venham cOnhecer um pOucO dOs nOssOs cOstumes.” - DOn CarlOs, BOlivianO da feira Kantuta.

[TrechO dO dOcumentáriO “BOM RETIRO DE MUITOS POVOS”, realizadO pelO IPHAN/2012]

163


“COmeça a interagir um cOm O OutrO. E eu já vi Os cOreanO dançandO samba. Eu vi agOra! Entendeu? IssO é muitO bOm.” - AntOinette KOuliOumba, cOmerciante de têxtil Grega.

[TrechO dO dOcumentáriO “BOM RETIRO DE MUITOS POVOS”, realizadO pelO IPHAN/2012]

- AS APRESENTAÇÕES Tem como objetivo o reconhecimento e a participação em manifestações étnicas e culturais, presentes no cotidiano desses povos. Sendo assim, são realizadas no teatro ou na passarela do projeto, e permitem que moradores e visitantes possam vivenciar um pouco da arte que eles produzem.

- AS OFICINAS E O APRENDIZADO Possibilitam a representação e visibilidade das diferentes formas de arte como artesanato, costura, dança, música e culinária das diferentes culturas através de apresentações, workshops, exibições, entre outros. Permitindo que qualquer um que se interesse possa aprender a executá-las e co-

164

nheça um pouco mais sobre elas. Dessa forma, estas atividades são pensados de modo a permitir o mútuo ensinamento desses grupos, colocando-os em contato uns com as outros, possibilitando a manifestação e reafirmando sua permanência nesses espaços. “Os espOrtes sãO uma das pOucas instituições da sOciedade, em que as pessOas cOncOrdam cOm as regras. NãO impOrta da Onde vOcê seja; O que vOcê acredita; que língua vOcê fala. VOcê sempre pOde jOgar futebOl juntO.” sOciólOgO pOlOnês Zygmund Bauman

- OS ESPORTES E O BRINCAR Por fim, existe os Esportes e o Brincar. Nesses espaços, moradores e visitantes podem participar juntos, independente de sua origem, gênero e idade, tanto em jogos mais reconhecidos internacionalmente - como futebol, volei, basquete, etc como em esportes que representam as etnias que convivem no Bom Retiro, como o taekwondo. Sendo


programação da Casa do Povo

complementados por outras formas de lazer, como pista de skate, praça escalonada, circo, etc. Esses espaços servem como os criadores de comunidade entre essas etnias muitas vezes conflitantes. Como dito por Zygmund Bauman, os esportes são um elemento de une culturas e pensamentos e num bairro tão diversificado poder unir todas essas etnias sem diferenciação passa a ser um elemento essencial para que elas possam se sentir como parte de um todo comum. “Nesse últimO fim de anO nós fIzemOs um encOntrO de cOrais e O cOral cOreanO, das mães cOreanas. COral maravilhOsO, sãO umas trinta senhOras já. Inclusive, quandO elas vem, vem cOm aquelas rOupas delas, cOlORIdas, maravilhOsas. VOzes lindíssimas. TrOuxeram um cOnjuntO para aCOmpanhar: dOis viOlinOs, viOlOncelOs, flauta, pianO. E assim, a maiOria… Muitas delas nãO sabem, nãO cOnhecem as letras latinas. Aí ela sentOu cOmigO e eu fiquei sOletrandO cada sílaba juntO” - Hugueta Sendacz, uma das mais antigas Judias. [TrechO dO dOcumentáriO “BOM RETIRO DE MUITOS POVOS”, realizadO pelO IPHAN/2012]

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A RELAÇÃO COM O ENTORNO Pensando na integração entre o projeto e o entorno, foi pensado em diretrizes tanto para pavimentação quanto uso dos edifício - de acordo com as propostas de adensamento e perfil das ruas já apresentadas. (1) Na área em que os edifícios industriais se apresentam sem uso e em estado deteriorado - ou seja, sem cumprir sua função social - foi prosto o edifício residencial com térreo livre e/ou comercial. Para ilustrar, uso como exemplo de inserção o projeto do Copromo do escritório USINA. (2) Para as áreas que são utilizadas, tanto para usos comerciais, serviços ou industriais, pensou-se em reforçar a permanência dessas atividades e verticalizar para promover mais habitações. (3) Pensando na relação entre a área de comércio e exibição do projeto, a Rua Afonso Pena e as atividades da quadra ao lado, foi proposto uma pavimentação com os marcos de manequins. Com o intuito de marcar o percurso, evidenciar a questão da moda e das etnias, criar nichos e espaços de encontro.

166


3,00m

RELACAO COM A RUA

VISIBILIDADE

MOBILIÁRIO DE FITA

COBERTURA ILUMINADA

MANEQUIM 3,00m

MOBILIÁRIO DE FITA

COMÉRCIO E EXIBIÇÃO

CALÇADÃO

EDIFÍCIO EXISTENTE

167


PERCURSO DE MANEQUINS

168


169


O ENTORNO

RESIDÊNCIA

ZC = 46M ZEM = 28M ZDE-1 = 28M

MANTER AT ATIVIDADES EXISTENTES EXISTE

RESIDÊNCIA

MANTER AT ATIVIDADES EXISTENTES

170

ESC: 1-1150

ZC = 46M ZEM = 28M ZDE-1 = 28M

NÓ O CAMINHO ACESSO AO NÓ A MEMÓRIA E METRÔ TIRADENTES


ACESSO À PASSARELA ARMÊNIA E AO METRÔ ARMÊNIA

RESIDÊNCIA

ZC = 46M ZEM = 28M ZDE-1 = 28M

COMÉRCIO OU TÉRREO LIVRE

171


ilum ina

ilum ina

res cores ; co o o; çã çã

fita s; b r

mo du la

mo du la REFERÊNCIAS PROJETUAIS

ontro enc de

172

NÍVEL SUPERIOR NÍVEL SUPERIOR

mi mi chos; niccrhooess;paç croespaç i n os os o; o; çã çã

ontro enc de

NÍVEL TERREO NÍVEL TERREO

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

LOCALIZAÇÃO LOCALIZAÇÃO

fita s; b r

mbras sombras o s ; ; ise ise


roupas, instrumentos, artesanato, etc

PRATELEIRA

0,4m

3,00m

FITAS COLORIDAS E ILUMINADAS

ACESSO À RUA AFONSO PENA

3,00m

ACESSO À PRAÇA

EXPOSITOR

a exibição

restaurante, bar, mercado

MODULAÇÃO

COMERCIO

depósito, vestiário

o comércio e

173


A

PERCURSO DE MANEQUINS

174 ESC: 1-250

0.00m

COMÉRCIO


175


176


177


sshho ow wss; ;

ee ss; ; aarrtt a a ç ç nn ddaa

ddees sffiille e;;

m mooddaa;; ffee ssttiviv rreelala;; a a s s aal l ss a a pp

NÍVEL NÍVELTERREO TERREO

178

NÍVEL NÍVELSUPERIOR SUPERIOR

rraa uuttuu r r t t ss

tteen nssoo --ee

REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS PROJETUAIS PROJETUAIS

LOCALIZAÇÃO LOCALIZAÇÃO


PONTO DE APOIO

rua elevada (comércio)

PALCO H=0,5M

4,00m

PONTO DE APOIO

praça elevada (oficina) PONTO DE APOIO

PALCO H=1,0M

PASSAREL A

PONTO DE APOIO

apresentações

TENSO ESTRUTURA

Visando criar uma cobertura para parte do palco, em uma linguagem que o tornasse atrativo, foi proposto o uso de uma tenso-estrutura. Apoiada tanto na praça elevada sob as oficinas, como também na rua elevada sob bo comércio criando, assim, uma conexão entre eles.

as

179


0.00m

-0.50M PASSARELA

0.00m PALCO

-1.00M

0.00m

180

-1.00M


181


arte sa n

strução con ; o at

nich os ;

o; iluminação laçã i t n ve

NÍVEL TERREO

182

NÍVEL SUPERIOR

or

exp os it

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

LOCALIZAÇÃO


1-150

GUARDA CORPO DE CHAPA-ESCRITA

MOBILIÁRIO DE FITA

TENSOESTRUT URA

ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO

BRISE

EXPOSITOR

3,00m

VISIBILIDADE

o aprendizado

OFICINA

Visando criar uma cobertura para parte do palco, em uma linguagem que o tornasse atrativo, foi proposto o uso de uma tenso-estrutura. Apoiada tanto na praça elevada sob as oficinas, como também na rua elevada sob bo comércio criando, assim, uma conexão entre eles.

as oficinas e

183


ARTESANATO ESC: 1-250

EXPOSITOR

WC

COSTURA

-1.00M

MÚSICA

ESPAÇO DE ENCONTRO

CULINÁRIA

184

0.00m

DANÇA


185


arte sa n

strução con ; o at

nich os ;

o; iluminação laçã i t n ve

NÍVEL TERREO

186

NÍVEL SUPERIOR

or

exp os it

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

LOCALIZAÇÃO


Pensando em cercar a quadra poliesportiva - especialmente atrás da área do gol. E visando utilizar uma linguagem mais interessante, foi proposto um brinquedo infantil em seu entorno: rampas e túneis, para escalada, protegidos por um gradil.

BRINQUEDAO

ÃO PRO

GOL

ACESSO

OL

ACESSO

OP

G RO

OT

à EÇ

PR

o brincar

3,00m

PROTEÇ

os esportes e

187


0.00m

VESTIÁRIO

CIRCO

CANTINA GINÁSTICA ESPAÇO ENCONTRO

JOGO ARQUIBANCADA

0.00m

188 ESC: 1-500

B

PISTA SKATE

PRAÇA ESCALONADA


socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居 , geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi,‫اعمشيعلا‬,socialiser,a 'socrachadh,житьвместе,ho’oponopono, samenleven,socializing,社会化,una viventem, socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, ho oponopono, ho’ samenleven, socializing, 社会化, una viventem,socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven,socializing,社会化, una viventem, socialigante, ‫םייח תורוק‬,convívio,convivere,사회화,saamwoon,jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven,socializing,社会化, una viventem,socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화,saamwoon, jetojnë së

189


190


191


A ESTRUTURA DO GALPÃO Pensando em manter a identidade industrial do Bom Retiro, o projeto inclui a área do galpão localizado ao norte do terreno - por ter uma linguagem interessante e um uso que poderia se aproveitar melhor da construção. Para utilizá-lo como extensão das atividades de esportes e brincar, foi necessário repensar em sua estrutura. Foi proposto uma estrutura metálica composta por pilares, vigas de alma cheia e treliças. Dessa forma, mantém as características externas, e permite um uso mais convidativo. de lazer e recreação, tanto para os moradores como visitantes. Além de permitir a visibilidade de atividades físicas características das etnias - como o taekwondo coreano.

GALPÃO NÍVEL TÉRREO

GALPÃO NÍVEL SUPERIOR

galpão: atualmente depósito de container

192

LOCALIZAÇÃO

comércio, serviços e igrejas no entorno.

PLANTA DE COBERTURA


LOCAÇÃO DE VIGAS

E PILARES

DETALHE ESTRUTURA TELHA TERMOACÚSTICA COM POLIURETANO VIGA DE ALMA CHEIA PERFIL I

A

TRELIÇAS METÁLICAS

A’ PILAR METÁLICO

CORTE AA’: ESTRUTURA METÁLICA DO GALPÃO COBERTURA DE VIDRO

193


194


195


C

0.00m

0.00m

-1.00m

C

0.00m

196


197


ESPORTES

+3.40M

COMÉRCIO

socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio,

convivere,사회화, saamwoon, jetojnë sëbashku,同居,geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, житьвместе,ho’oponopono, samenleven, socializing, 社会化, una viventem, socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio,convivere,사 회 화 , saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono,samenleven, socializing, 社会化, una viventem,socialigante,‫םייחתורוק‬,convívio, convivere, 사회화,saamwoon, jetojnë sëbashku,同居,geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, житьвместе,ho’oponopono, samenleven, socializing, 社会化, una viventem, socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio,convivere,사 회 화 , saamwoon, jetojnë së bashku 同居, geselligkeit,socialització,žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a жить вместе, 'socrachadh, ho’oponopono,samenleven, socializing, 社会化, una viventem,socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit,socialització,žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven, socializing, 社会化, una viventem, socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit,socialització,žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven, socializing, 社会化, una viventem,

0.00m

socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居 , geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi,‫اعمشيعلا‬,socialiser,a 'socrachadh,житьвместе,ho’oponopono, samenleven,socializing,社会化,una viventem, socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, ho ho’ samenleven, socializing, 社会化, una viventem,socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven,socializing,社会化, una viventem, socialigante, ‫תורוק‬ ‫םייח‬,convívio,convivere,사 회 화 , saamwoon,jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven,socializing,社会化, una viventem,socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화,saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven,socializing,社会化, una viventem, socialigante, ‫תורוק‬ ‫םייח‬,convívio,convivere,사회화,saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno,elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a'socrachadh,жить вместе, ho’oponopono, samenleven, socializing, 社会化, una viventem,

RUA ELEVADA

D

198

+3.40M

0.00m

+2.40M

CHAPA METÁLICA CONTÍNUA

setorização nível superior

CHAPA PERFURADA COM ESCRITAS

TENSO-ESTRUTURA

COMÉRCIO E EXIBIÇÃO

ARTES MARCIAIS


n, , o

oo

IOGA, PILATES E ACADEMIA

ESPORTES

ESPAÇOS DE ENCONTRO

TENSO ESTRUTURA

w dn е, soc am zaje ест em, , ‫اعم‬, ialiga a вм nt on , , s e 사회 social nte, ‫ק‬ 화 , živ ить vive wo dno те, ho’ 화, iser, a ‫ח תורו‬ 회 ó m e 사 ci , ж na aa zaj ес so 居, opon saam 'socra ‫םיי‬, co e, litza adh , u , s ive ь вмtem, oon opo wo r g c n h e v e 化, on, adh ívi iv cia ch 化 s 화 , ž ит en soc ov, u ellig no, a j , 회 mw ed ‫اعم‬, ialiga elkar na viv keit, same etojnë жcиoтьn c,onvso ocr 社会 사 ació h, ж viv saa zaj м , n s n i a 사회 social coten,v‫ ק‬rekin entem socia levenio,së bkeвitмес a v'eren g, vere ialitz had , un , žive ть в i l z ív , s ig ash r, те, zi , 사 화 , i c ac и v ho’ 화, idsher,, жa ív‫רו‬io‫תו‬, c‫ ח‬bizi, ‫ لا‬, soc itn avci lol ci seku aliho n회 ó e i c’oopo v ,화, ssosocr 会化사회 ació h, ж na s 居, opon saam и'sтoьcвra o‫י‬n‫םי‬vi,vco ‫م شيع‬, ciaoligages, živce iaaliizin oc, 同 居 z u t a ' n o w , ‫اع‬, s , nte o za , sg, 社io, , g ei op a am , 社 re, lit ad , renv‫י‬í‫ם‬ 化, gesel pono oon мcеhсaтd e‫ח‬ w o a g e oc , s, ‫ ק‬njed ív 会 igk vi회 , o,居 еh, ,hж ‫י‬, 사 l , isseellirg,k nlioz, isna ovoinv, ej soci crach 会化 회화ió, con‫م‬ia‫ع‬li‫ا‬selrev‫רו‬e‫ תו‬onnvo, esel化 elk una v ligkeit , sam jeto‫ו‬j ‫ת‬ 同 화 и o 사 c netë u,’oтpь в ‫ ش‬, vsaiv n , a c‫ םייח‬e lkar iaul na ciaeit, comnen t, etoj 'so a o‫ي‬ con rreki ivent , soci ,en‫ק‬le‫ו‬v‫ ר‬jh os eaemre,‫'םי‬s,oc , g, co ocreki sovive , soc eileve a në s g, 社re, litza adh n e alit esn, kjnëëb‫لا‬sa‫ع‬s nмoaеpсm e r k ë ‫י‬ w s a n o e n , i т n n a 사 n i a i o i v е t , dh, vívio, bizi, m, n b c o v , a g b t , l z ë i n,oh‫ ח‬o회 h‫ا‬ ív n izív eli itezar sloizc avsh oc rach 化, aci izsoi,ci , hbksau ‫ת‬ n居 жи con ‫لا‬i‫ع‬g‫ ي‬asociaël b ,화 ób, ž ao ,solis ccióia iaolin ku s oc 会 jet,o‫م‬s‫ع‬adlhe, жveioo, cnov i, ‫لا‬s‫يع‬elma lizin ‫ו‬s‫ר‬h, ‫ו‬k同u居,uos,a’omp同 s ть c ‫ش‬ i , l v n , z i o , g c ‫ش‬ e v i ‫ش‬ 同 n i s i i jnan an e za ‫ק‬g, ,k同, ‫ع‬e‫ي‬ o v a s , иcть , g вме civaere në‫اعم‬, s kin c ‫ا‬, , asloiga iož,ive enigt, 社a '居, , 社 re, 사 g‫لا‬es nloepvm вме iv, esreo, ‫عم‬n oeneo ëm je,d a社 s c ívnte gzkaje r, 会 ngge ve ci ëwboo 居 sh会i, 居 e eocia nteo, p ‫ם‬ ‫ק‬ ‫י‬ t soстеe, toj, 사a회 r , e a ‫י‬ ‫ا‬ ‫ו‬ n g r i vsiell so asnh, ‫عم‬сте v사e회 on , s, osa 同 iavli l,l‫ק‬i ‫ ו‬sedn iz化 ‫ תור‬bo, iz化, , esllsig ‫ח‬ olise an jj hol’ko 화 p s e k l j e e k m , e e c o ë u g r e ‫ח‬ l l b u l h i , t , l , o k i eto e poo’ siaaa l aë's s ‫םיי‬n, aror n na‫ר‬v‫תו‬igitk,eu aleizn‫ي‬le‫ ش‬, o同jenn o’o, co화,geesr, ac' ia‫ר‬l‫תו‬i ‫ ח‬cioa, elkco, unnait, igkeit'so ë o i c p ek n ‫ ו‬ivehkisto, c‫ علا‬ingvem, 居 pon , saa o soc so‫םיי‬, , arre e vivea , s jnë h nop c mw ,社 i s n, s ‫ח‬,s‫י‬gë‫םי‬ së b soonotojnoorrcerakch noonvív , i‫ק‬ op ‫ا‬, smw n,rachívioconligkkin r, nteizi ebsaes居 izia, nitzeim, soa,lciitazsiaa nc g 会o化 n, j poadh teio, bb eo v adh el vívi isebizi ial m, e a , a c j l , ‫ת‬ z i 同 lhigkku,‫عم‬onole s s ‫ا‬ s i k ‫ل‬ a Pensando em uma passarela leve, tzi‫ו‬óa, , ,liz l‫ش‬ hku eal m ’oeto an ë oaclii ‫רו‬ con b‫ شيع‬no , , sva oonn s, ж ialo, c oc, ‫ علا‬c s ж žói,vue uinn‫ي‬ag eei同 alig cik jng и , 同 heo mce , jetgoe и o‫م‬c‫اع‬,i , ‫ק‬ o nv t,n居 n ‫ع‬ , , s ž o a h que permita a travessia ao mesmo nle, jnësocтьnв,м s nvvivieo,‫شي‬ 社 居, lceviaenli ëosëjnbëтьreвмki iveorep v , ‫ل‬ , o‫ם‬ soc asnte , iv‫ا‬zeaje am s e i g c v e , 会 ‫י‬ t e i , е e v n r ‫י‬ aliste居 e‫ع‬n‫ا‬, svë eb есvт í rlel,ig ges e, tso aarsh oстnе, 사 i z , i g n d n a s 化 b e a ‫ק‬ t l ‫ח‬ z n jedo, ivem, u同 zlalicg ‫ م‬, sloe ason е,she 사 j tempo em que não cubra totalmeneri ‫רו‬o ë화 isb ‫תו‬z, in v, eali, ghoa’o 회 nv , ióke, itn cia, c hku e o’o ia ‫ ת‬ellig eclikal i ’lkoeup eži,veso‫םי‬lizin , g, 同 ocpo i 居,jnëposnki,nsaa ,paco'sionacl‫ק‬i ‫ו‬c‫ירח‬o‫תםיו‬n, hoe,lkkeaulkrre‫ل‬, ns‫ع‬oa‫ي‬cvi‫ش‬ ng, c同 ‫ ורו‬ku, ‫ي‬ke‫ش‬it, s heizon te o téreo, foi proposto uma chapa ‫ק‬ r ‫י‬zcaija 居g, 社‫ا‬, s居, n o o m gesrre op n sow , ,ach ascon , a‫ا‬rkrein saiavliem nat,e ‫ח‬ ‫ع‬ 社 g o g o s , h ‫ل‬ m c t ‫ا‬ i o 会 n e as i, n o , elditnz ‫ عم‬会 vege i k e o e b v b i o a a i a e t a z tme,, s 同 n i t l , í o j d l n i n perfurada. i l 化 v ‫ת‬ s v z i z o p i k t n n í i h g ‫ו‬ i n i b o ë b z l e , o oac, ieó le化 os l , b z , , , k , o , ia, c‫ק‬o‫ו‬n‫ר‬iz‫ا‬i‫ل‬,k‫يلاع‬u‫ק شع‬o‫רعו‬c‫ו‬i‫תي‬al‫ش‬ ga së bi no ‫ תורו‬u, ació‫ش‬,ež hunoal’eveliitg,oasnvsaëmes jeintoj pжиoтcn i l i‫ח‬ga elk,nžairvre , ,,ucna Considerando as múltiplas etnias ь v n , n n n o a h k v c o a ‫ي‬ o n ‫ي‬ ‫ل‬ i j в i ‫م‬ i ë ‫ק‬ ë k ‫ا‬ v i l i i o v s s ‫ش‬ e ‫ع‬ m e c e v e м ‫ع‬ e p c ‫םי‬eekzianje居 c , eentt o iaalirtr vo , n k h n, sënbt еbстa ezrei,, ‫ام‬,,‫ع‬ss‫ا‬,oacg‫יי‬,n‫ם‬t‫ח‬ enn que compões não só o Bom Retiro, so etoj arre ono nte bas zi, ‫ لا‬sam ‫ח‬z‫י‬a‫י‬j‫ם‬ bdiz a asëh е,bhi 사o회zinsoicalvi ,ievc,‫י‬oe‫ק‬n,‫ו‬r‫ר‬v‫ו‬同 , sg ednj emlk, zaocp e o v i i j lk op iga ë bi o, i s ‫ת‬ c ‫شח ת‬ i ’ o ó s l n e ‫ו‬, naleiksreu aliz kiun, 同 ’oopial ‫ו‬화 , o, ‫ش‬ žive nië ‫ר‬ s elk hsoo o,‫יי‬c ‫ת‬ cilae c,ia , ra, ‫ل‬ív‫ع‬i‫ي‬ l mas o Brasil como um todo, essas n e o n ‫ו‬ u p o c i a h k c o s n n ‫ي‬ ë i k ‫ ع‬arre olig ojz eg 社nos居o, , n‫ק‬,op asaam, a‫'ا‬s'os c a ‫רו‬ p ci , tevgieos bono iziwo ,ozrscairacn perfurações são escritas da palavra so etojnarrek ono e, ‫ ק‬bashzi, ‫ لا‬sam ekins b jaentte, l‫ק‬kaajerdrnope, o n会 o o li t j ví, u sëellignk b, sam i ann化 e ‫ורו‬o‫ת‬l’eov, eilg p k o gan së n b ono, ‫ תורו‬u, izi, ‫شا‬ k “convívio” em diversas línguas. ë na ki eit poocennia,n,‫ק‬je‫ו‬t‫ר‬ ‫ل‬ el o a l ‫ع‬ h r n n ‫ח‬ ‫ي‬ c a r ‫ي‬ j i ë ‫ק‬ k ‫ش‬ i e i o , s ‫י‬ ele e a l e ,‫ םי‬o k ev ‫ع‬ p Pensando na segurança e acessibilin, cia etojnarrek ono nte, bashzi, ‫ لا‬sam ‫اיعمח‬,‫י‬sc‫ם‬oc je, tconlkainrbrizipiveoennnt,egmasonctialëi vb v v o i j lk op iga ë bi o, iali e ívio’le, ‫علا‬al ,s s tzac dade, parte da chapa é contínua. o , n s o s i ‫ي‬ ë ‫ת‬ l i n e e c , ‫ش‬ n ‫ش‬ ‫ו‬ h u c r k ‫ يع‬, a e coon o‫م‬j‫ع‬n iealkig ió cia ë in po ‫רו‬ so etojnarrek ono e, ‫ ק‬bashzi, ‫ لا‬sam'socsrac jevivterlek‫ا‬,asorrcia ante j lk op nt ë bi o, ‫ תו‬, had e , 사 liser s ‫ר‬ a n e h, ж 회화 , a lig jnë kin opo e, ‫ וק‬shku ить ,s a i e o aa c et arr on nt ba a j

CHAPA PERFURADA COM ESCRITAS

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ESC: 1-1150

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COMÉRCIO

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RUA ELEVADA

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ESPORTES

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socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居 , geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi,‫اعمشيعلا‬,socialiser,a 'socrachadh,житьвместе,ho’oponopono, samenleven,socializing,社会化,una viventem, socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a ho ho’ 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven, socializing, 社会化, una viventem,socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven,socializing,社会化, una viventem, socialigante, ‫תורוק‬ ‫םייח‬,convívio,convivere,사 회 화 , saamwoon,jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven,socializing,社会化, una viventem,socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화,saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven,socializing,社会化, una viventem, socialigante, ‫תורוק‬ ‫םייח‬,convívio,convivere,사회화,saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno,elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a'socrachadh,жить вместе, ho’oponopono, samenleven, socializing, 社会化, una viventem,

socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere,사회화, saamwoon, jetojnë sëbashku,同居,geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, житьвместе,ho’oponopono, samenleven, socializing, 社会化, una viventem, socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio,convivere,사 회 화 , saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono,samenleven, socializing, 社会化, una viventem,socialigante,‫םייחתורוק‬,convívio, convivere, 사회화,saamwoon, jetojnë sëbashku,同居,geselligkeit, socialització, žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, житьвместе,ho’oponopono, samenleven, socializing, 社会化, una viventem, socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio,convivere,사 회 화 , saamwoon, jetojnë së bashku 同居, geselligkeit,socialització,žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a жить вместе, 'socrachadh, ho’oponopono,samenleven, socializing, 社会化, una viventem,socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit,socialització,žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven, socializing, 社会化, una viventem, socialigante, ‫םייח תורוק‬, convívio, convivere, 사회화, saamwoon, jetojnë së bashku, 同居, geselligkeit,socialització,žive zajedno, elkarrekin bizi, ‫اعم شيعلا‬, socialiser, a 'socrachadh, жить вместе, ho’oponopono, samenleven, socializing, 社会化, una viventem,

CHAPA METÁLICA CONTÍNUA CHAPA PERFURADA COM ESCRITAS

TENSO-ESTRUTURA

ESC: 1-1150

CORTE DD | ESC 1-800

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BIBLIOGRAFIA

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referências das fotos PG013 | Foto 1: Capa da introdução: rede | Natasha Birds <https:// www.natacha-birds.fr/article/atterrir-sur-la-lune> PG017 | Foto 2: Capa da cidade-mercadoria. Is gentrification really a problem? | The New Worker < https://www.newyorker.com/magazine/2016/07/11/is-gentrification-really-a-problem> PG019 | Foto 3: Imagem que representa especualção imobiliária | Tudo interessante <https://www.tudointeressante.com.br/2018/05/ 21-ilustracoes-ironicas-que-mostram-a-dura-realidade-do-mundo. html> PG019 | Foto 4: Charge sobre condomínios fechados | Laboratoire Urbanisme Insurrectionnel <http://laboratoireurbanismeinsurrectionnel.blogspot.com.br/2013/05/usa-privatopia.html> PG020 | Foto 5: Charge sobre a diferença de classes | Pinterest <https://br.pinterest.com/SilviaAlcione/a-imagem-diz-tudo/?lp=true> PG022 | Foto 6: Charge sobre gentrificação. | A story of gentrification. Opinator https://opinionator.blogs.nytimes.com/2014/12/03/a-gentrification-story/ PG023 | Foto 7: Imagem que representa privilégios. | Tudo interessante <https://www.tudointeressante.com.br/2018/05/21-ilustracoes-ironicas-que-mostram-a-dura-realidade-do-mundo.html> PG025 | Foto 8: Capa direito à cidade | <http://goldspirittheory. blog119.fc2.com/blog-entry-314.html> PG029 | Foto 9: Capa diver(cidade): cidade e pessoas | Pinterest <https://www.pinterest.jp/pin/293296994467736098/> PG030 | Foto 10: Miolo de quadra que liga a R. Ribeiro Lima com a R. José Paulino| Acervo pessoal PG032 | Foto 11: Pichação encontrada no Bom Retiro: “cultura suja” | Acervo pessoal. PG032 | Foto 12: Imagem que representa o isolamento | Tudo interessante <https://www.tudointeressante.com.br/2018/05/21-ilustracoes-ironicas-que-mostram-a-dura-realidade-do-mundo.html> PG035 | Foto 13: Foto aérea de Pendrecht | Architecture guide < http://www.architectureguide.nl/project/list_projects_of_architect/ arc_id/12/prj_id/291> PG035 | Foto 14: Moradores de Pendrecht | IPV Delft <http://ipvdelft. nl/portfolio-item/bewegwijzering-kindercampus-pendrecht/> PG036 | Foto 15: Obra de arte que representa coesão | Cohesion. Dutch Invertuals <http://www.dutchinvertuals.nl/exhibitions/cohesion/> PG039 | Foto 16: Capa da macroescala: bem vindo bom retiro | A bús-

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sola quebrada <https://abussolaquebrada.com/2015/10/08/10-maravilhas-de-lazer-e-cultura-no-centro-de-sao-paulo/> PG049 | Foto 17: Planta de São Paulo em 1868 | Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo; São Paulo Antigo Plantas da Cidade; São Paulo; 1954; Ed. Melhoramentos. | Mestrado Karina Jorge, PUCC. PG051 | Foto 18: Planta de São Paulo em 1890 | Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo; São Paulo Antigo Plantas da Cidade; São Paulo; 1954; Ed. Melhoramentos. | Mestrado Karina Jorge, PUCC. PG052 | Foto 19: Estábulo dos burros, na Rua dos imigrantes, atual José Paulino | Foto: Guilherme Gaensly/Acervo FES. Alo Tatuape < http://alotatuape.com.br/memoria-de-sao-paulo-a-luz-cartao-postal-da-cidade/> PG052 | Foto 20: Italiano vendedor de cannoli | Foto: Sérgio Luftgas/ Tudo de bom retiro <http://tudodebomretiro.com.br/historia/781/> PG055 | Foto 21: Mapa de São Paulo de 1930 | Geosampa <http:// geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx> PG056 | Foto 22: Mercearia Paris, estabelecimento kosher da Rua da Graça | Foto: Shalom. Língua franca <http://caiotulio.blogspot. com/2010/12/> PG056 | Foto 23: Sinagoga da Rua da Graça | Foto: Shalom. Língua franca <http://caiotulio.blogspot.com/2010/12/> PG058 | Foto 24: Turco e italiano vendedor de cannoli | Foto: Sérgio Luftgas/Tudo de bom retiro <http://tudodebomretiro.com.br/historia/781/> PG058 | Foto 25: Restaurante grego: Acrópoles | Foto: Cida Souza/ Veja SP <https://vejasp.abril.com.br/estabelecimento/acropoles/> PG061 | Foto 26: Mapa do Novo Traçado de Zoneamento de 1972, Folha de São Paulo. PG062 | Foto 27: Judeu e coreano | Foto: Shalom. Língua franca <http://caiotulio.blogspot.com/2010/12/> PG062 | Foto 28: Grupo k-pop NU’EST no Brasil | Amino < https:// aminoapps.com/c/kpoppt/page/blog/grupos-coreanos-que-ja-vieram-ao-brasil/04G5_W2fkuYE6XEZNNqKvqQ6Mxl4L5MnGB> PG065 | Foto 29: Mapa de São Paulo de 1988: Vegetação. | Geosampa <http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC. aspx> PG066 | Foto 30: Homenagem a Virgem de Copacabana, no Glicério |


Diário <http://diarionline.com.br/?s=noticia&id=78352> PG066 | Foto 31: Imigrante costureira, personagem da peça “Bom Retiro 958 metros”, do Teatro da Vertigem, 06 de 2012 a 03 de 2013 | Teatro da Vertigem <https://www.teatrodavertigem.com.br/bom-retiro-958-metros> PG070 | Foto 32: Comércio coreano do Bom Retiro | Acervo pessoal PG070 | Foto 33: Sinagoga do Bom Retiro | Acervo pessoal PG071 | Foto 34: Bolivianos dançando na Praça Coronel Fernando Prestes | Acervo pessoal PG072 | Foto 35: Imagem que presenta ser o “outro” | Tudo interessante <https://www.tudointeressante.com.br/2015/04/28-imagens-que-criticam-a-sociedade-de-forma-acida-mas-muito-bem-humorada.html> PG076 | Foto 36: Intervenção em uma quadra que será demolida | Foto: Zanone Fraissat/Folhapress <https://www1.folha.uol.com.br/ cotidiano/2018/04/regiao-da-cracolandia-de-sp-busca-nova-cara-em-meio-a-conflitos.shtml> PG077 | Foto 37: Cerca que separa usuários de crack e obra | Marcelo Justo/Folhapress <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/04/ regiao-da-cracolandia-de-sp-busca-nova-cara-em-meio-a-conflitos. shtml> PG079 | Foto 38: Cartaza na sede do Grupo Mulheres da Luz | Foto: Pedro Borges/Alma preta <https://www.almapreta.com/editorias/ realidade/outra-face-da-prostituicao-idosas-negras-e-analfabetas> PG080 | Foto 39: Vista da favela do moinho | Lalo de Almeida/ Folhapress <http://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2017/09/ 1920661-favela-do-moinho-unica-do-centro-vive-sob-ameaca-da-prefeitura.shtml> PG080 | Foto 40: Intervenção policial na Favela do Moinho | Bruno Santos/Mídia ninja <http://midianinja.org/news/em-sp-testemunhas-na-favela-do-moinho-sao-presas-injustamente-como-traficantes/> PG081 | Foto 41: Menino jogando bola na Ocupação Mauá | Danilo Ramos/Arquivo RBA. Sul21 <https://www.sul21.com.br/cidades/2014/05/ prefeitura-de-sao-paulo-faz-deposito-de-compra-do-predio-da-ocupacao-maua/> PG081 | Foto 42: Vista aérea da Ocupação Mauá, durante evento | Paulo Pinto/AGPT. Carta Capital <https://www.cartacapital.com.br/ revista/974/ocupacao-maua-uma-aula-de-resistencia> PG081 | Foto 43: Rapper Rico Dalasan durante evento cultural contra

reintegração de posse da Ocupação Mauá | Marlene Bergamo/Folhapress < http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/06/1895652-ocupacao-maua-promove-evento-cultural-contra-reintegracao-de-posse. shtml > PG082 | Foto 44 Grafites no Parque do Gato | Foto: Darlene Dalto Assessoria em Comunicação/Conexão cultural <http://www.conexaocultural.org/blog/2014/10/projeto-social-cria-galeria-de-arte-ao-ar-livre/> PG082 | Foto 45: Foto de Oficina de desenho e pintura | Mistura Urbana <http://misturaurbana.com/2015/05/revivarte-2015-grafiteiros-levam-revitalizacao-para-as-comunidades-em-sao-paulo/oficina-de-desenho-e-pintura-parque-do-gato-2014/> PG083 | Foto 46: Vila Sa Barbosa | Acervo pessoal PG083 | Foto 47: Vila Economizadora | E agora adoniran <http:// eagoraadoniran.blogspot.com.br/2011/09/vilas-operarias-3-vila-economizadora.html > PG083 | Foto 48: Vila dos Ingleses | O que vi do mundo http://oquevidomundo.com/conhecer-sao-paulo-vila-inglesa/ PG093 | Foto 49: Imagem que representa relação de vizinhança | Província imaginária <http://wordpress.anarusche.com/vizinhanca-procura-se-um-conto-sobre/> PG095 | Foto 50: Imagem que representa o encontro | Pinterest <www.pinterest.com.br> PG097 | Foto 51: Capa microescala: intervenção ao lado da Casa do Povo | Acervo pessoal PG106 | Foto 52: Roxo: Equipamento público: Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora | Acervo pessoal PG106 | Foto 53: Azul: Edifício residencial | Acervo pessoal PG106 | Foto 54: Amarelo: Residencial horizontal | Acervo pessoal PG106 | Foto 55: Vermelho: Edifício Industrial abandonado | Acervo pessoal PG106 | Foto 56: Marrom: Comércios de têxtis da Rua José Paulino | Acervo pessoal PG106 | Foto 57: Verde: Comércios coreanos da Rua Prates | Acervo pessoal PG110 | Foto 58: Estação da luz | Via Trole Bus <http://viatrolebus. com.br/2015/12/a-historia-da-estacao-da-luz/> PG110 | Foto 59: Estação da luz | Blog Pittsburgh <http://blog.pittsburgh.com.br/2010/08/algumas-cenas-estacao-luz/>

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PG110 | Foto 60: Estação da luz | São Paulo in Foco <http://www. saopauloinfoco.com.br/um-monumento-no-centro-de-sao-paulo-a-estacao-da-luz-2/> PG111 | Foto 61: Pinacoteca | Guia Melhores destinos <https://guia.melhoresdestinos.com.br/pinacoteca-do-estado-de-sao-paulo-173-4436-l. html> PG111 | Foto 62: Pinacoteca | Seu history <https://seuhistory.com/ hoje-na-historia/e-inaugurada-pinacoteca-do-estado-de-sao-paulo> PG111 | Foto 63: Pinacoteca | Cadeira Voadora <http://cadeiravoadora. com.br/pinacoteca-do-estado-de-sao-paulo/> PG112 | Foto 64: Museu de Arte Sacra | Categero <http://categero. org.br/2-altares-da-fe/5-regiao-sudeste-br/8867-2/o-museu-de-arte-sacra-de-sao-paulo-tem-o-beato-antonio-de-categero/> PG112 | Foto 65: Museu de Arte Sacra | Categero <http://categero. org.br/2-altares-da-fe/5-regiao-sudeste-br/8867-2/o-museu-de-arte-sacra-de-sao-paulo-tem-o-beato-antonio-de-categero/> PG113 | Foto 66: Oficina Cultural Oswald de Andrade | Oficinas Culturais <http://www.oficinasculturais.org.br/noticias/ver.php?id=428> PG113 | Foto 67: Oficina Cultural Oswald de Andrade | Oficinas Culturais http://www.oficinasculturais.org.br/noticias/ver.php?id=428 PG114 | Foto 68: Vista do Parque da Luz | Visite sampa <http://visitesampa.blogspot.com/2013/05/parque-da-luz.html> PG115 | Foto 69: Vista da Praça Coronel Fernando Prestes | Folha uol <https://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2013/02/1230696-moradores-de-pinheiros-tentam-preservar-ruas-de-paralelepipedo.shtml> PG115 | Foto 70: Vista da Praça Coronel Fernando Prestes | Folha uol <https://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2013/02/1230696-moradores-de-pinheiros-tentam-preservar-ruas-de-paralelepipedo.shtml> PG116 | Foto 71: Imagem de divulgação da Casa do Povo | Glamurama <https://glamurama.uol.com.br/casa-do-povo-arma-passeio-sonoro-pelo-bairro-do-bom-retiro/> PG116 | Foto 72: Instalação do artista israelense Yael Bartana | Foto: Edouard Fraipont. Passeios baratos em SP <http://passeiosbaratosemsp.com.br/casa-povo-o-centro-cultural-que-renasce-no-bairro-de-todos-os-povos/> PG116 | Foto 73: Curso na Casa do Povo | Casa do Povo <http://casadopovo.org.br/index.php> PG117 | Foto 74: Espaço público escondido do Teatro TV Cultura | Foto: Lauro Rocha/Facebook <https://www.facebook.com/photo.php?fbi-

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d=1933760856650743&set=br.AbpePOvUFkt7pmQgSCqd6b2kmMTIsqAC82D9kft6GD8t2y7o9eJh95-a2nHNNP_jVKwHJgd3S r0yPEyRSDoBNzLJyg95Id6P422rBbImAFRDJFcC6jeV_u0kCWItflRXl45Uuxjfbs7rTmxzE0xsoK2CFfrRaPgbkjmPA5vPemIihIJXXSO7_PrNUYA5453DHpERV3q2VcAlURMqESrPSTO7SCi42K1GQ3MDIFvGujvPS-QmCDNE_qm7RUrS6N34qY8&type=3&theater> PG117| Foto 75: Símbolo da TV Cultura | TV Cultura <https://www. youtube.com/channel/UCjOJvvYe6tyEHY21OD33h8A> PG117 | Foto 76: Apresentação da Aláfia na TV Cultura | Foto: David Carneiro < https://www.facebook.com/aifalaalafia/photos/ br.AbpLtX7cODuau_9kATke9wSP2A4CHvD3RcIwyuLQyp_qkVxwdWt7s1yrOKxxkWzW3JV3Pgb4uhji-Hai7enlOQ54XcnkTGl1aBOy6cyoOePX9Vu3_nOUc39p1kUiQlERlBaqOAAVXczVWEfeb79KHYT4LelXDGblM82lYCdPzv0uMqOHtPk9dqWRpFBTE4Hl-IPC6FgEWlZNSW7wOGWjySVQojlyg8pBh6OJNnzSto0uv5pZFFBHvW90PKy_4AUw82A/977941378911392/?type=3&theater> PG118 | Foto 77: Morador de rua e loja da rua José Paulino | Lalo de Almeida/Folhapress <http://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2017/09/1920880-bom-retiro-coreano-e-so-uma-ideia-italia-restaura-fonte-na-praca-ramos.shtml> PG118 | Foto 78: Antiga rua José Paulino | Foto: Sérgio Luftglas/Tudo de bom retiro <http://tudodebomretiro.com.br/historia/jose-paulino/> PG118 | Foto 79: Atual rua José Paulino | Foto: Fernando Toda/Pinterest <https://br.pinterest.com/FernandoToda/urban-miscellany/> PG000 | Foto 75: Lojas coreanas na rua Prates | Acervo pessoal PG119 | Foto 80: Comércio coreano no Bom Retiro | Acervo pessoal PG119 | Foto 81: Antiga rua Prates | Foto: acervo AHJB. Eduardo Verderame <https://everderame.wordpress.com/antesdepois/> PG119 | Foto 82: Atual rua Prates | Eduardo Verderame <https://everderame.wordpress.com/antesdepois/> PG120 | Foto 83: Avenida Tiradentes | Good storage <https://www. goodstorage.com.br/blog/roteiro-de-sao-paulo-pelas-unidades-da-goodstorage-avenida-tiradentes> PG120 | Foto 84: Postal antigo da avenida Tiradentes | Mercado livre < https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-711347594-so-paulo-postal-antigo-da-avenida-tiradentes-_JM> PG120 | Foto 85: Vista aérea da avenida Tiradentes | Good storage <https://www.goodstorage.com.br/blog/roteiro-de-sao-paulo-pelas-


-unidades-da-goodstorage-avenida-tiradentes> PG121 | Foto 86: Rua Afonso Pena | Acervo pessoal PG121 | Foto 87: Antiga rua Afonso Pena, nos anos 70 | Foto: Sérgio Luftglas/Tudo de bom retiro <http://tudodebomretiro.com.br/historia/jose-paulino/> PG121 | Foto 88: Rua Afonso Pena | Acervo pessoal PG123 | Foto 89: Capa das referências projetuais: reconstrução | Tudo interessante <https://www.tudointeressante.com.br/2018/05/21-ilustracoes-ironicas-que-mostram-a-dura-realidade-do-mundo.html> PG124 | Foto 90: Superkilen praça vermelha e mercado negro | Archdaily <https://www.archdaily.com/286223/superkilen-topotek-1-big-architects-superflex> PG124 | Foto 91: Superkilen parque verde | Archdaily <https://www. archdaily.com/286223/superkilen-topotek-1-big-architects-superflex> PG125 | Foto 92: Superkilen praça vermelha | Archdaily <https://www. archdaily.com/286223/superkilen-topotek-1-big-architects-superflex> PG125 | Foto 93: Superkilen mercado negro | Archdaily <https://www. archdaily.com/286223/superkilen-topotek-1-big-architects-superflex> PG125 | Foto 94: Superkilen parque verde | Archdaily <https://www. archdaily.com/286223/superkilen-topotek-1-big-architects-superflex> PG126 | Foto 95: Beech street project | The city repair project <http:// www.cityrepair.org/street-painting-examples/> PG126 | Foto 96: Voluntários repintando a Sunnyside plaza | Foto: Daniel Etra/Flickr. The Guardian <https://www.theguardian.com/travel/ gallery/2013/may/28/portland-usa-street-art> PG126 | Foto 97: Ciclistas na Sunnyside plaza | Foto: Flickr . The Guardian < https://www.theguardian.com/travel/gallery/2013/may/28/ portland-usa-street-art> PG127 | Foto 98: Project Brook: Rainbow dragon | The city repair project <http://www.cityrepair.org/street-painting-examples/> PG127 | Foto 99: Project Brook: Rainbow dragon | The city repair project <http://www.cityrepair.org/street-painting-examples/> PG127 | Foto 100: Project Brook: Rainbow dragon | The city repair project <http://www.cityrepair.org/street-painting-examples/> PG127 | Foto 101: Jarrett Grove | The city repair project <http://www. cityrepair.org/street-painting-examples/> PG127 | Foto 102: Jarrett Grove | The city repair project<http://www. cityrepair.org/street-painting-examples/> PG127 | Foto 103: Jarrett Grove | The city repair project <http://www.

cityrepair.org/street-painting-examples/> PG128 | Foto 104: Quian Sanlihe Greeway | Turenscape <https://www. turenscape.com/en/paper/detail/1.html> PG128 | Foto 105: Quian Sanlihe Greeway | Turenscape <https://www. turenscape.com/en/paper/detail/1.html> PG128 | Foto 106: Quian Sanlihe Greeway | Turenscape <https://www. turenscape.com/en/paper/detail/1.html> PG129 | Foto 107: Parque de Leitura | Foto de David Frutos. Archdaily <https://www.archdaily.com.br/br/01-163919/biblioteca-publica-municipal-e-parque-de-leitura-slash-martin-lejarraga> PG129 | Foto 108: Parque de Leitura | Foto de David Frutos. Archdaily <https://www.archdaily.com.br/br/01-163919/biblioteca-publica-municipal-e-parque-de-leitura-slash-martin-lejarraga> PG129 | Foto 109: Parque de Leitura | Foto de David Frutos. Archdaily <https://www.archdaily.com.br/br/01-163919/biblioteca-publica-municipal-e-parque-de-leitura-slash-martin-lejarraga> PG129 | Foto 110: Parque de Leitura | Foto de David Frutos. Archdaily <https://www.archdaily.com.br/br/01-163919/biblioteca-publica-municipal-e-parque-de-leitura-slash-martin-lejarraga> PG130 | Foto 111: Centro Cultural Sedan | Foto de Sergio Graza. Archdaily <https://www.archdaily.com.br/br/01-135742/centro-cultural-de-sedan-slash-richard-plus-schoeller-architectes/51d9f785e8e44ecad70000a6-sedan-cultural-center-richard-schoeller-architectes-photo> PG130 | Foto 112: Centro Cultural Sedan | Foto de Sergio Graza. Archdaily <https://www.archdaily.com.br/br/01-135742/centro-cultural-de-sedan-slash-richard-plus-schoeller-architectes/51d9f785e8e44ecad70000a6-sedan-cultural-center-richard-schoeller-architectes-photo> PG130 | Foto 113: Centro Cultural Sedan | Foto de Sergio Graza. Archdaily <https://www.archdaily.com.br/br/01-135742/centro-cultural-de-sedan-slash-richard-plus-schoeller-architectes/51d9f785e8e44ecad70000a6-sedan-cultural-center-richard-schoeller-architectes-photo> PG130 | Foto 114: Centro Cultural Sedan | Foto de Sergio Graza. Archdaily <https://www.archdaily.com.br/br/01-135742/centro-cultural-de-sedan-slash-richard-plus-schoeller-architectes/51d9f785e8e44ecad70000a6-sedan-cultural-center-richard-schoeller-architectes-photo> PG131 | Foto 115: Netherlands Institute for Sound and Image | Architizer< https://architizer.com/projects/netherlands-institute-for-sound-and-vision-1/media/1141898/> PG131 | Foto 116: Netherlands Institute for Sound and Image | Architi-

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zer <https://architizer.com/projects/netherlands-institute-for-sound-and-vision-1/media/1141898/> PG131 | Foto 117: Netherlands Institute for Sound and Image | Architizer <https://architizer.com/projects/netherlands-institute-for-sound-and-vision-1/media/1141898/> PG132 | Foto 118: Sidewalk Catwalk NY Exhibition | Inhabitat <https:// inhabitat.com/ecouterre/nyc-exhibition-sidewalk-catwalk/> PG132 | Foto 119: Sidewalk Catwalk NY Exhibition | Inhabitat <https:// inhabitat.com/ecouterre/nyc-exhibition-sidewalk-catwalk/> PG133 | Foto 120: Written Garden | Landezine <http://www.landezine. com/index.php/2015/09/the-written-garden-by-relais-landschaftsarchitekten/> PG133 | Foto 121: Written Garden | Landezine <http://www.landezine. com/index.php/2015/09/the-written-garden-by-relais-landschaftsarchitekten/> PG123 | Foto 122: Escritas de luz | Mistura Urbana <http://misturaurbana.com/2013/09/escultura-de-luz-poemas-em-diversas-linguas-por-jim-sanborn/> PG135 | Foto 123: Capa projeto conexões: as três redes | Behance <https://www.behance.net/gallery/41960659/RUBIX-for-KreativesHaus> PG141 | Foto 124: Referência Centro de Saúde Nord Architects <https://www.archdaily.com.br/br/01-153900/centro-de-saude-slash-nord-architects> PG143 | Foto 125: Referência Biergarten Quartyard | Quartyard <https://quartyardsd.com/> PG143 | Foto 126: Referência Biergarten Philadélphia | Philly <http:// www.philly.com/philly/entertainment/Welcome_additions_to_Philadelphia_in_2013_Top_new_things_in_Philadelphia_2013.html> PG150 | Foto 127: Portugal verde | Pinterest <https://www.pinterest. pt/pin/19351473382205034/> PG150 | Foto 128: Bolívia amarela | Pinterest <https://www.pinterest. pt/pin/483011128758424314/> PG150 | Foto 129: Judaísmo azul | Pinterest <https://www.pinterest. pt/pin/263601384419633621/> PG150 | Foto 130: Coréia vermelha | Pinterest <https://www.pinterest. pt/pin/593841900837056314/> PG150 | Foto 131: Itália verde | Pinterest <https://www.pinterest.pt/ pin/135600638764359363/>

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PG150 | Foto 132: Coréia vermelha | Pinterest <https://www.pinterest. pt/pin/450008187739130832/> PG150 | Foto 133: Colômbia amarela | Pinterest <https://www.pinterest.pt/pin/495114552754580477/> PG152 | Foto 134: Ruas pintadas em Vercorin, Suíca | Pinterest <https://www.pinterest.pt/pin/509117932871877816/> PG152 | Foto 135: Bancos do artista Pablo Reinoso, no Parque Gauloup, França | Pinterest <https://www.pinterest.pt/ pin/402790760399704453/> PG152 | Foto 136: Instalação de arco-íris do artista Hottea, em Mineápolis, EUA | Pinterest <https://www.pinterest.pt/ pin/509117932871814562/> PG152 | Foto 137: Luzes de natal em Toulouse, França | Pinterest <https://www.pinterest.pt/pin/339951471845791845/> PG152 | Foto 138: Edifício modular | Pinterest <https://www.pinterest. pt/pin/43558321374190021/> PG157 | Foto 139: Capa projeto: O Convívio | Behance <https://www. behance.net/gallery/46773569/Conceptual-Illustrations-2016> PG159 | Foto 127: Terreno do projeto O Convívio | Acervo pessoal PG159 | Foto 128: Terreno do projeto O Convívio | Acervo pessoal PG159 | Foto 129: Terreno do projeto O Convívio | Acervo pessoal PG159 | Foto 130: Terreno do projeto O Convívio | Acervo pessoal PG160 | Foto 131: Coral ídiche com café colombiano | Acervo pessoal PG161 | Foto 132: Feira Kantuta | Acervo pessoal PG161 | Foto 133: Coreanos se exercitando no Parque da Luz | Vídeo: “Bom Retiro de muitos povos.” IPHAN. <https://www.youtube.com/ watch?v=HVg56upd6JI> PG166 | Foto 134: Iluminação Hassel, na rua Walsh Bay, EUA | Pinterest <https://www.pinterest.pt/pin/509117932871893638/> PG166 | Foto 135: Linguagem de brise | Pinterest <https://www. pinterest.pt/pin/509117932872665479/> PG166 | Foto 136: Urban Umbrella, Nova York, EUA | Pinterest <https:// www.pinterest.pt/pin/21673641929332582/> PG168 | Foto 137: Dança tradicional Coreana com Leques | Aminoapps <https://aminoapps.com/c/vamosaprender/page/blog/danca-tradicional-coreana-danca-dos-leques/j0BW_D6EtKu3JMGK4oXJv0zRGJ31KWK1Elm> PG168 | Foto 138: Festival Boliviano em Virgínia, EUA | Foto: Todd Henson <https://toddhensonphotography.com/blog/2017-bolivian-fes-


tival-prince-william-county-fairgrounds> PG168 | Foto 139: Tenso estrutura de um festival | Foto: Kristina Moravex <https://www.pinterest.pt/pin/509117932872665280/> PG170 | Foto 140: Oficina de artesanato | Ideias e dicas <http://www. ideiasedicas.com/aproveite-as-oficinas-artesanais-para-insercao-no-mercado-de-trabalho/lindos-artesanatos-em-oficina-de-artesanato/> PG170 | Foto 141: Casa SJA, CDM Arquitectos | Archdaily <https:// www.plataformaarquitectura.cl/cl/760942/archivo-terrazas-espacios-intermedios> PG170 | Foto 142: Nichos de madeira | Meu móvel de madeira <https://www.meumoveldemadeira.com.br/produto/estante-8-nichos-nativa-cerezo> PG172 | Foto 143: Quadra de basquete colorida em Paris, França | Pinterest <https://www.pinterest.pt/pin/625507835716805034/> PG172 | Foto 144: Wall-Holla, projetado por Carve | Pinterest <https:// www.pinterest.pt/pin/509117932872318050/> PG172 | Foto 145: Cena de xadrez do filme Harry Potter, A Pedra Filosofal | Observátoria de Cinema <https://www.google.com.br/ url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjO4rGpy-beAhVJvZAKHRN8CIAQjRx6BAgBEAU&url=https%3A%2F%2Fobservatoriodocinema. bol.uol.com.br%2Ffilmes%2F2016%2F11%2Fharry-potter-empresa-cria-xadrez-de-bruxo-da-vida-real-veja&psig=AOvVaw1SSlQzJwnbR1jAjzYUc1qX&ust=1542927584256973> PG174 | Foto 146: Galpão utilizado no projeto | Acervo pessoal PG174 | Foto 147: Entorno do galpão | Acervo pessoa; PG194 | Foto 148: Logo da atividade “Território Vivo” | Allevents <https://allevents.in/s%C3%A3o%20paulo/territ%C3%B3rio-vivo-sonharomundo/1725896607485655> PG194 | Foto 149: Folder da atividade “Território Vivo”| Acervo pessoal

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ANEXOS

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01 APÊNDICE

O Território Vivo foi uma iniciativa do Museu de Arte Sacra, em parceira com o Teatro Container. A atividade se tratava de um percurso e paradas – que pode ser observado no mapa ao lado – onde eles entrevistavam algumas personalidades marcantes ou invisíveis, tanto do Bom Retiro como da Luz. Entre eles têm sujeitos que cresceram e conviveram nos bairros, como: uma das primeiras polonesas; ex-prostituta; morador da ocupação; moradora da vila operária; comerciantes brasileiros e imigrantes; entre outros. A ideia era perceber as múltiplas dinâmicas existentes e redirecionar o olhar para lugares e sujeitos que muitas vezes passam despercepidos na paisagem urbana. Possibilitando, portanto, uma discussão com a comunidade e os participantes sobre o tema “direitos humanos e direito à cidade”, através das experiências e das contradições pre-

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sentes nos projetos de “revitalização” da região da Luz. Foi um evento gratuito que ocorreu do dia 7 a 8 de Dezembro de 2017. Eu tomei conhecimento dessa atividade após ela ter sido realizada, entretanto, pude participar do próximo evento, que foi uma amostra dos depoimentos; conversa com os participantes; coral ídiche e coquetel colombiano – como pode ser visto no convite em anexo. A existência dessa iniciativa foi de grande importância para a minha percepção sobre o bairro, me possibilitando conhecer o olhar desses moradores e a organização por trás do evento. E, portanto, entender melhor quem são os sujeitos que habitam o Bom Retiro e a Luz e quais suas necessidades.


1 VILA SÁ BARBOSA 2 MUSEU DE ARTE SACRA 3 E. E. PRUDENTE DE MORAES 4 LOJA DE CALÇADOS GUADALUPE 5 LOJA DE TECIDOS GUARANI 6 PADARIA BELLAPAN 7 OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE 8 BARBEARIA 9 PARQUE DA LUZ 10 OCUPAÇÃO MAUÁ 11 DISTRIBUIDORA DE LIVROS 12 TEATRO DE CONTAINER MUNGUNZÁ

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[ESPAÇO ENTRE NÓS] REDE DE ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

TFG 2018 Maren Lury Sonoda | RA: 119857 Orientadora: Prof ª. Dr ª. Sílvia Aparecida Mikami Pina

Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

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Se existem projetos que direta ou indiretamente previnem a diversidade, então é de se pensar que é possível fazer um que tenha um efeito oposto, que sustente a memória e o significado cultural, ao mesmo tempo em que seja acessível para todos.

Mas o que é necessário para que o projeto possa de fato estimular e favorecer essa diversidade?

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