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O desenvolvimento de uma metodologia replicável para a criação de novos pólos produtivos no semi-árido, poderá tornar a mamona não só insumo para produção de biodiesel, mas também para desconstrução de um cenário de desigualdade e fome na região.
O Projeto "Mamona, Energia e Cidadania" tem como objetivo principal promover o desenvolvimento socioeconômico de comunidades rurais de baixa renda no semi-árido do Piaui, por meio da recuperação da cultura da mamona, para agricultores familiares e, futuramente, pela produção de biodiesel para a utilização local como fonte de energia e também para comercialização.
Complementarmente, uma série de processos que favoreçam o desenvolvimento local serão instalados, como a ampliação da produção de alimentos para o consumo doméstico (feijão, amendoim, mandioca) e promoção de inclusão social, baseado na organização comunitária, capacita* de lideranças e inclusão digital com a implantação de Telecentros de informática.
Este projeto referenciará a definição de metodologia para o desenvolvimento de pólos de produção de mamona no semi-árido, sendo implantado, como piloto, em quatro municípios do sertão do Piaui (Anisio de Abreu, São Braz, São Raimundo Nonato e Jurema), com duração prevista para 24 meses.
A partir das ações propostas, temos em foco uma série de resultados que convergirão para o alcance do objetivo geral do projeto — o real desenvolvimento socioeconômico das comunidades.
Assim, podemos destacar: Fortalecimento da organização comunitária, com a criação de grupos gestores locais; Revitalização da produção da mamona, com a transferência de novas tecnologias de sementes, uso do solo e processamento; Criação de escala de produção de mamona, via agricultura familiar; Acesso à informação e inclusão digital, através do uso de Telecentros Comunitários e outros canais de educação complementar; Divulgação da iniciativa; Acesso 'a informações indispensáveis para o desenvolvimento humano como igualdade, direitos humanos, cidadania, saúde, educação sanitária e educação ambiental; Consolidação das informações de forma coletiva, através de reuniões para discussão de temas supracitados, com orientação das professoras da rede pública. Mudança positiva na economia local, através do desenvolvimento de novos canais de comercialização da produção; Inclusão social, consciência para intervir e elaborar projetos de desenvolvimento local, reivindicar infraestrutura básica, como água, escolas, estradas, telefone e correios; Impacto ambiental positivo, através de uso adequado do solo e de defensivos agricolas; Impacto econômico positivo, com diversificação e agregação de valor ao produto primário, gerando pólos que possam irradiar desenvolvimento para outros espaços;
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PEDITÓRIO DE DARDES COEP
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Autonomia das comunidades, inclusive politica, através de tecnologias sociais que estimulem a participação, o trabalho conjunto com a rede de Comunidades COEP e fortalecimento de laços sociais locais.
. Telecentros Comunitários:
Após anos de elaborações e concretizações de projetos sociais no semi-árido nordestino, tais como os projetos "Algodão: Tecnologia e Cidadania" e "Pólos de Produção de Algodão no Nordeste", que atuam em cinco Estados, o COEP Nacional constatou, por meio de observações empíricas, que a população das comunidades participantes apresentavam uma enorme deficiência para o acesso ás novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), em particular a informática.
Somado a isso, temos os dados obtidos no PNUD2, em seu Atlas do Desenvolvimento Humano no BrasiI3, que revelam o Nordeste como a região do pais onde é apresentado o maior indice de pessoas sem acesso às TICs. Enquanto a média nacional se situa em torno de 10,27% de pessoas vivendo em domicílios com computador, a região Nordeste apresenta uma média ainda menor, de aproximadamente 4,21%.
Não obstante, os municípios onde as comunidades participantes estão inseridos apresentam indices ainda piores, variando, por exemplo, entre 0,17%, em São José de Piranhas— PB, e 1,63%, em Surubim — PE; na média, o indice é de 0,92%. Como agravante, devemos ressaltar que todas as comunidades beneficiarias do projeto se localizam na zona rural de seus respectivos municípios. Dessa forma, os indices que já são baixos tornam-se ainda menores.
Uma parceria do COEP com o Programa GESAC (Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão), do Ministério das Comunicações, viabilizou a instalação de Telecentros Comunitários em todas as comunidades integrantes do projeto, promovendo, assim, a inclusão digital da população que nelas habitam. Atualmente existem oito Telecentros Comunitários em funcionamento, mais especificamente nas comunidades/ assentamentos de: Boi
2 Disponivel em: http://www.pnud.org.bdatlas/ , no dia 03/03/2005.
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Torto, no município de Bezerros — PE; Engenho velho, no municipio de Barro — CE; Furnas, no municipio de Surubim — PE; José Rodrigues Sobrinho, no município de Nova Cruz — RN; Lagoa de Dentro, no município de São José de Piranhas — PB; Margarida Maria Alves, no municipio de Juarez Távora — PB; Pilões, no municipio de Cumaru — PE; e Quixabeira, no municipio de Água Branca — AL. Existe ainda uma unidade em implementação na comunidade de Cacimba, em Anisio de Abreu-PI, que irá funcionar no âmbito do Projeto Mamona Energia e Cidadania.
Ainda que os Telecentros Comunitários de Informática não estejam no corpo do Projeto Pólos de Desenvolvimento Comunitário Integrado, foram elaborados projetos e atividades relacionadas aos microcomputadores. Foram realizados cursos de informática básica e estão previstos diversos cursos de capacitação à distância para as comunidades do Projeto Pólos de Desenvolvimento Comunitário Integrado, por meio dos computadores dos Telecentros.
O Telecentro Comunitário atua diretamente no fortalecimento das estruturas básicas intrinsecas a um desenvolvimento local, tais como: (1) emprego e empreendimentos local; (2) saúde e educação; (3) fortalecimento da auto-estima e organização comunitária; (4) fortalecimento das minorias; (5) informação e conhecimento; e (6) comunicação e cultura.
Assim, a construção dos Telecentros Comunitários nas comunidades participantes dos projetos executados pelo COEP se apresenta como uma das maneiras de realizar o desenvolvimento das localidades de forma sustentável. Dessa forma, o tão buscado desenvolvimento integrado está sendo alcançado por meio da inter-relação entre organização comunitária, trabalho, geração de rend'a e inclusão digital, pois além de propiciar a troca de informação entre comunidades, e sua ligação com o mundo, os computadores abrem um canal direto com o COEP, nos permitindo avaliar os anseios, as potencialidades e as demandas das comunidades.
3 Estudo baseado nos microdados dos censos de 1991 e 2000 do IBGE.
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Projeto Universidades Cidadãs
O Projeto Universidades Cidadãs iniciou-se em novembro de 2003 tendo como meta a participação das Universidades em projetos de desenvolvimento comunitário, no periodo de 36 (trinta e seis) meses, visando a transformação da realidade social, econômica e cultural das populações de baixa renda da periferia das cidades nos estados onde o COEP atua, através da criação de oportunidades de geração de renda pelas próprias comunidades.
No periodo 2003/2005 foram feitas as contratações de um Coordenador Geral do convênio e um Coordenador Local para a Paraiba.
Dois protocolos de Cooperação técnico-cientifica e pedagógica foram assinados com a Universidade Federal Rural de Pernambuco e com a Universidade Federal de Campina Grande.
Está sendo efetivado o processo de contratação de um bolsista professor, que atuará no Estado de Pernambuco.
Encontra-se em fase de implementação a contrafação de novos bolsistas para os estados: Alagoas, Ceará, Paraiba, Pernambuco, Piaui, Rio Grande do Norte e Sergipe, para atuação em projetos sociais junto aos COEP Estaduais.
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