Nossa cultura

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Rede

COMUNIDADES SEMIÁRIDO

Nossa cultura


Realização

Rede

COMUNIDADES SEMIÁRIDO

Apoio


Coordenação Marcos Carmona Concepção editorial Marcos Carmona Luiz Eduardo Lomba Rosa Projeto gráfico e diagramação Luiz Eduardo Lomba Rosa

NOTA Nos textos de legenda das fotos, em todas as páginas, o nome em destaque é o do autor da foto e da legenda.


Sumário Apresentação...........................................................7 O Programa Comunidades Semiárido...................9 Sonho que se sonha junto...................................11 Brincadeiras tradicionais.......................................25 Nossos saberes.....................................................37 Água e vida...........................................................49 Trabalho e produção.............................................61 Nosso ambiente.....................................................75 Festas e celebrações............................................89 Ervas medicinais.................................................103 Culinária típica.....................................................107 Nossos falares.....................................................111


Apresentação De janeiro a outubro de 2016, as comunidades da Rede Comunidades Semiárido participaram de uma gincana virtual, a Jornada Juntos e Misturados. Realizada no âmbito do Projeto Rede de Correspondentes do Semiárido, por meio das redes sociais, a Jornada teve como objetivo a formação de jovens lideranças comunitárias e a capacitação destes para exercerem a atividade de correspondentes das suas comunidades, ampliando as possibilidades de comunicação, divulgando e valorizando suas realidades locais, os elementos culturais das suas comunidades e as boas práticas de desenvolvimento local. Como resultado, a Jornada trouxe, além da grande mobilização e engajamento dos jovens, o fortalecimento dos laços entre as comunidades da Rede - que recentemente foi ampliada, de 30 para 85 comunidades - em um processo colaborativo em que as participantes mais antigas trabalharam para mobilizar e integrar novas comunidades ao grupo. Essa publicação traz das belas e expressivas imagens produzidas pelos comunitários, retratando o ambiente em que vivem, os costumes, as tradições e os conhecimentos locais.


O Programa Comunidades Semiárido

O Programa Comunidades Semiárido originou-se da conjução de diversos projetos de desenvolvimento comunitário executados pelo COEP desde 1999 no Semiárido nordestino. Abrange atualmente quase 90 comunidades localizadas em sete estados: Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Atua em cinco eixos principais: Organização Comunitária, Geração de Trabalho e Renda, Convivência com o Semiárido, Meio Ambiente/Mudanças Climáticas e Educação e Cidadania. O Programa conta com o valioso apoio dos seus parceiros, Fundação Banco do Brasil, Embrapa, CNPq e Furnas.


As comunidades da Rede ALAGOAS Município Água Branca Campo Verde Covões de Baixo Mercador Moreira de Baixo Papaterra Quixabeira Serra das Viúvas Salgadinho Serra do Meio Tabuleiro Tingui Município Mata Grande Cacimba Cercada Município Pariconha Capim Campinhos Caraibeira dos Teodósios Luciano CEARÁ Município Aurora Barracas Coxá Espinheiros Franklândia Grossos Município Barro Engenho Velho Monte Alegre Renascer Sítio Novos Município Mauriti Anauá Sto. Antônio Posseiros Município Milagres Catolé Oitis Município Missão Velha Olho D`Água

PARAÍBA Município Bonito de Santa Fé Bartolomeu Pereiros Município Cachoeira dos Índios Angical Baixa Grande Marimbas Redondo Redondo I Tambor Município Cajazeira Baixio Barreiros Cachoeirinha Cocos Patumaté Queimadas Município Gurinhém Uruçu Município Juarez Távora Margarida Maria Alves Município Monte Horebe Batalha Município Remígio Paulo Freire I Queimadas Oziel Pereira Município São José de Piranhas Lagoa de Dentro PERNAMBUCO Município Cumaru Campos Novos Lagoa de Aninha Pedra Branca Riacho do Boi Riacho de Pedra Município Lagoa de Itaenga Camboa Marrecos Município Surubim Capim de Cima Furnas Mocotó

PIAUÍ Município Fartura do PI Baixa do Morro Valério II Município S. Braz do PI Lagoa de Cima Lagoado Solidão Tanque Velho I Tanque Velho II Município S. Raimundo Nonato Pé do Morro Quixó Município Várzea Branca Pão de Açúcar Município Paulistana Barro Vermelho Itaizinho Quilombola Contente Sitiozinho RIO GRANDE DO NORTE Município Goianinha Limoal Município João Câmara Baixa do Novilho Modelo I Modelo II Município Pureza Bebida Velha Município Serrinha Jacumirim Município Vera Cruz Araça II SERGIPE Município Canindé de São Francisco Cuiabá Serra Azul Município Nossa Senhora da Glória Cachoeirinha - Agrovila I Cachoeirinha II José Ribamar N. Sra. Aparecida - Retiro II


O conceito de cultura é bastante amplo e não existe uma resposta correta ou uma única resposta. Para você, cultura é o quê? Paula Lima, Oitis/CE “Para mim, cultura é uma forma de preservar.” Givaldo Silva Santos, Cachoeirinha – Agrovila I/SE “Cultura para mim é manter viva as tradições de uma comunidade e, assim, ir passando de geração para geração.” Vanessa Oliveira, Olho D’Água do Comprido/CE “Cultura é tudo aquilo que é produzido pela humanidade, é um conjunto de modos de vida, que inclui danças, músicas, técnicas de trabalho, culinária, crenças, vestimentas, etc.” Cícera Soares, Covões de Baixo/AL “Eu acredito que cultura são determinados costumes que um determinado grupo de indivíduos tem que, de alguma forma, foi deixado por seus ancestrais e que foi passado de geração em geração, mantendo viva suas tradições.” Fátima Amaral, Covões de Baixo/AL “Cultura é tudo de nossos antepassados que precisa ser resgatado e socializado com essa nova geração.” Gabriela Cardoso “Cultura é tudo aquilo que traz conhecimento e que trata do que nossos antepassados vivenciaram. Por isso, a cultura não se especifica apenas a uma coisa ou palavra.” Mônica Nascimento, Campos Novos/PE “Cultura são as histórias dos nossos antepassados, que são contadas até hoje. São diversas atividades realizadas para o bem, costumes que são preservados.”


Aldair Santos, Caraibeira dos Teodósios/AL “Cultura é você manter viva as tradições que nossos antecessores praticavam. Como a própria palavra diz, cultivar essa tradição nos corações jovens, para não se perder. João Vieira, Cuiabá/SE “Cultura para mim é saber respeitar e oferecer conhecimentos, compreendendo cada indivíduo e sua maneira de agir e pensar, além de ser uma forma de se expressar no meio em que vivemos, a partir de costumes e crenças que têm sido passadas desde os antepassados.” Daniel Caldeira, Batalha/PB “Cultura são tradições de um determinado local, que estão ligadas aos costumes de uma região, que muita vezes estão relacionados à músicas, danças e rituais.” Fabio Pereira, Serra do Meio/AL “Para mim, cultura é o resultado das relações socionaturais, ou seja, a própria sociedade.” Cida Santos, Capim/AL “Cultura é tudo que nos identifica e que dá forma à nossa identidade como pessoa na sociedade. Somos seres “diferentes” e só nos tornamos iguais a partir do momento que nossa cultura é respeitada.” Aliedson Lima, Cuiabá/SE “Cultura são as manifestações que identifica, caracteriza e representa os povos de uma determinada época. Ela é instável, pois, enquanto criada pelo ser humano, é continuamente transformada. É a capacidade de criar cultura uma das coisas que nos diferencia dos outros animais, visto que estes agem segundo um instinto estável por natureza.” Vanielli Geilson, Baixio/PB “Cultura é a preservação dos costumes de um povo, que são repassados ao longo dos anos.”


Helena Rodriguês, Cacimba Cercada/AL “A cultura é um conceito que está sempre em desenvolvimento, pois, com o passar do tempo, ela é influenciada por novas maneiras de pensar inerentes ao desenvolvimento do ser humano.” Paulo Sérgio Dias, Quixó/PI “Cultura é criatividade, preservação e renovação de costumes.” Adalton Crescêncio, Barro Vermelho/PI “Cultura para mim é característica da maneira de cada comunidade se comportar, até de falar.” Oclácio Silva, Cocos/PB “É uma música que eu canto, que aprendi com meu avô e ele aprendeu com o avô dele... histórias, lendas, cantos, dança, coisas passadas oralmente de geração em geração.” Luzenira Gomes, Pedra Branca/PE “Cultura é tradição de um povo, onde podemos adaptar a nossa realidade, de onde vivemos, sem esquecer a origem. POVO SEM CULTURA É POVO SEM RUMO.” Lia Araujo, Serra das Viúvas/AL “É também tudo aquilo que se vive no dia dia de acordo com sua realidade.” Lindomar Alexandra, Camboa/PE “São os costumes, as crenças, as comidas variadas, as danças, as festas tradicionais, o aprendizado com os mais velhos, o passar do saber e a história da comunidade.” Dyovany Otaviano, Riacho de Pedra/PE “Cultura é a própria vivência do povo, ou seja, o dia a dia daquele povo (costumes, linguagens, hábitos, crenças, comidas, festejos, danças, vestuários...).” Cleonete Cavalcante Lima, Baixa do Morro/PI “Cultura é tudo aquilo, que você faz no dia-dia, como os costumes, a dança, linguagem, comidas típicas, etc.. Tudo aquilo que você conserva como costumes da comunidade é uma cultura.”


Rosimere Beu, Mocotó/PE “Cultura é aquilo que vem de geração em geração. É a preservação dos custumes e hábitos que temos, como danças, comidas típicas, festas junina, carnaval, novenas de santo padroeiro, mês mariano, etc. Cultura é a convivência e o respeito que temos uns com os outros, cultura é tudo.” Maria Andrade, Maxi/AL “Cultura é tudo aquilo que lembra o costume de um povo.” Francisca Santos, Maxi/AL “Cultura são costumes, crenças de um povo, tradições mantidas vivas de gerações em geraçoes, o que não se deixa ser esquecido.” Amélia Lima, “Cultura é o modo de vida de cada povo/comunidade. Seja a religiosidade, as crenças, modos de viver. Tudo isso está atrelado ao que é cultura.” Verônica Dionízio, Araça II/RN “Cultura é o modo, forma ou jeito característico no qual se vive uma comunidade.”


Nosso ambiente

O meio ambiente que envolve as comunidades, os solos, ĂĄguas, clima, as espĂŠcies da flora e da fauna local, as riquezas naturais.


NOSSA FAUNA Jonicleisson Morais, Modelo I/RN “A fauna na comunidade é bastante diversificada, com a presença de insetos, aracnídeos, lagartos, cobras e serpentes, aves e mamíferos. Dentre as espécies encontradas no ambiente, podem ser destacadas aves como o galo de campina, azulão, periquito, caboré, algumas espécies de aves de rapina como o gavião, carcará, rolinha branca, entre outras. Também encontramos espécies que não são do nosso bioma, mas que aparecem nessa área como a garça.”


MATA SECA Cleonete Cavalcante, Baixa do Morro/PI “Aqui na comunidade, apesar de estarmos passando por uma estiagem muito grande, que deixa a mata seca, ainda existem lugares lindos e verdes, um lugar para respirar ar puro.�


CARDEAL-DO-NORDESTE Christian Baldoino, Quixó/PI “Espécie nativa da nossa caatinga.”


RODEADOS POR SERRAS Jailma Gonçalves, Tabuleiro/AL “Como estamos situados no alto sertão de Alagoas, nosso clima na maioria do ano é de muito sol e seca. No entanto, nos períodos de chuva, de março à junho, é quando encontramos nossos barreiros e lagoas cheios de água. Rodeados por serras, nossos solos são férteis nesse período para o cultivo, principalmente de feijão e milho. Em época de calor, chama a atenção que na madrugada o clima baixa e no raiar do sol a neblina toma de conta. No entanto, após às seis da manhã, o sol reina e o calor prevalece até o anoitecer.”


NOSSA FLORA E FAUNA Maria Lizandra, Pereiros/PB “A flora da nossa comunidade é típica do Nordeste, sendo predominante a caatinga onde a vegetação é composta por poucas folhas, galhos retorcidos, muitas vezes com espinhos adaptações para enfrentar o grande período de estiagem. Há também uma espécie de alga que tomou conta das margens do açude. A fauna tem grande diversidade de pássaros, abelhas e cupins, tendo também muitos jumentos.


O PINGA, PATRIMÔNIO NATURAL Paula Lima, Oitis/CE “O Pinga, balneário natural de água mineral, lugar de belas paisagens! Esse lugar é perfeito, recebe pessoas de várias localidades com o intuito de passarem um dia de lazer diferente. É um bem preciosíssimo que possuirmos. Essa fonte nunca secou, independente de inverno ou verão!”


UMA PAISAGEM MAIS LINDA QUE A OUTRA Dyovany Otaviano, Riacho de Pedra/PE “Para qualquer canto que você olhe, existe uma paisagem mais linda que a outra. O amontoado de serras e vales dá um charme a mais à comunidade de Riacho de Pedra. O relevo acidentado torna-se uma atrativo para a ocorrência de trilhas de moto. Os lugares mais visitados na comunidade e que podem ser considerados pontos turísticos são os sítios de jabuticabas e a Barragem de Seu Elmo.”


NOSSA FLORA Josias Ribeiro, Solidão/PI “Em nossa comunidade temos a flora predominante que é a caatinga, composta pelas espécies de caju, manga, umbuzeiro cajá, manga, juazeiro mandacaru e ninho, que são especide de plantas que ficam verde o ano inteiro. Umburana de cheiro, marmeleiro, entre outras espécies, só ficam verdes no período que chove. Em geral, é vegetação que se adaptou ao nosso clima semiárido.”


SERRA DOS TRÊS IRMÃOS Romar de Né, Santo Antônio dos Posseiros/CE “Nossa comunidade possui uma serra de grandezas imensas, uma paisagem apaixonante. Muitos são loucos para conhecê-la e já recebemos visitantes de vários lugares. Escolas fazem passeios até ela para conhecer. A serra é chamada de Serra dos Três Irmãos, dizem que antigamente três irmãos se perderam nestas redondezas e ninguém mais os viu. Falam que eles foram petrificados.”


FAUNA DE OLHOA D’ÁGUA Valéria Rélvia, Olho D’Água/CE “A fauna da comunidade do Olho D’ água é composta de muitas espécies diferentes de aves, reptéis, insetos e roedores.”


FAUNA RICA Guilherme Angelo, Sítio Alegre/CE “A flora é rasteira, com vegetação espinhosa e rala, devido ao desmatamento em algumas áreas. A fauna é rica, apesar de muitas espécies se encontrarem em risco de extinção.”


FLORA DA COMUNIDADE Monica Santos, Cachoeirinha II/SE “Nossa natureza típica dominada de árvores nativas da caatinga: umbuzeiro, catingueira, aroeira, cacto mandacaru cinzal e algarobas. Temos também a palma forrageira, principal aliada na alimentação animal. E árvores frutíferas e ornamentais.”


SOLO AVERMELHADO Vanielli Geilson, Baixio/PB “Solo argiloso e avermelhado, terras em sua grande maioria planas e com leves depressões. Formado basicamente por rochas sedimentares. Clima quente e seco. O abastecimento de água é feito a partir de poços profundos, cacimbões, cisternas e açudes (para consumo animal).”


QUANDO CHOVE FICA VERDINHO Mônica Nascimento, Campos Novos/PE “A vegetação daqui é basicamente a caatinga, uma paisagem predominante em quase todo o Nordeste. Mas, quando chove, as árvores ficam assim verdinhas. As árvores que se situam na minha região são: umbuzeiro, marmeleiro, jurema-preta, jurema-branca, catingueira, baraúna, avooador, pau d’arco, algaroba, juá, feijão-de-boi, aveloz, cumaru (planta que deu início ao nosso município), bom-nome, fré jorge, jurema-capa-garrote, jucá, pinhão, eucalipto, arueira, entre outras.”


SOLO RICO PARA PLANTAR Rozi LS, Serra do Meio/AL “Nossa comunidade tem um dos solos mais ricos do município de Água Branca. É um solo capaz de produzir qualquer cultura agrícola. Cultivamos feijão, o milho, a mandioca, batata doce, vários tipos de verduras. Tudo isso, sem nenhum produto químico. Esse é uma das maiores riquezas da nossa comunidade.”


PAISAGEM MODIFICADA Ana Patricia, Baixa do Novilho/RN “Nos últimos anos a paisagem natural desse lugar vem sofrendo modificações, devido à chegada dos parques eólicos e à implantação dos aero-geradores. No entanto, isso veio ofertar muitas oportunidades de emprego aos moradores da comunidade.”


PONTO TURÍSTICO Otacio Oliveira, Cocos/PB “Um dos pontos turísticos da nossa comunidade é essa cachoeira, que, infelizmente, por falta de chuvas atualmente está seca. Mas, na época de inverno, várias famílias se reúnem para visitar e também para tomar aquele delicioso banho.”


PREPARO DA TERRA Givaldo Silva, Cachoeirinha – Agrovila I/SE “Nos últimos anos, o preparo da terra para o plantio tem mudado e está contribuindo para recuperar e preservar os solos da comunidade. Antes era feito morro abaixo, o que causava a erosão do solo pelas águas das chuvas e aterrava as barragens. Hoje é feito acompanhando o jeito da terra, o que ajuda na retenção da água e no melhor desenvolvimento das plantas.”


VEGETAÇÃO DIVERSIFICADA Eduardo Reis, Furnas/PE “A nossa vegetação é diversificada, desde a palma e a mancambira, que servem de alimentação animal e de cerca, até nossos coqueirais, que nos hidratam e alimentam.”


AÇUDES DE ENORME BELEZA Nalri Pereira, Barreiros/PB “Os açudes da comunidade são conhecidos por sua enorme beleza, além de serem também usados para o lazer, onde as pessoas se reúnem principalmente nos finais de semana para banhos.”


ESPANTA BOIADA Ronaldo Aragão, José Ribamar/SE “Aqui em nossa comunidade existem variados tipos de aves que enfeitam nossa fauna, como é o caso do quero-quero, conhecido aqui na nossa comunidade e na região como espanta boiada.”


FALTANDO SANEAMENTO Arleyde Santos, Campinhos/AL “Em nossa comunidade a falta de saneamento básico vem colocando em risco a saúde dos habitantes e do meio ambiente. Restos de dejetos escorrem a céu aberto, provocando diversos tipos de doênças.”


AÇUDE Cláudia “Temos para os

SECANDO Lunna, Retiro II/SE um açude, que pertence à comunidade, onde criamos peixes que servem de alimento moradores. Por causa da falta de chuva, o açude aos poucos está secando.”


PAISAGEM AlĂŞnicon de Souza, Redondo/PB Linda paisagem de Redondo.


DIVERTIMENTO E LAZER Ewerthon Silva, Limoal/RN “Temos na nossa comunidade um grande ponto turístico que é o açude, do qual os moradores usufruem muito. É o principal ponto de divertimento e lazer dos comunitários. Também temos uma cachoeira, que só fica cheia quando o açude sangra, isso é, enche até transbordar. Infelizmente, ela está seca agora porque o açude não está totalmente cheio. Todavia, quando está cheia, muitos moradores vão tomar banho nela. Outra coisa que temos na nossa comunidade é uma cacimba. Antigamente, antes da água encanada, os moradores bebiam água de lá. Mas, depois da água encanada, os moradores a abandonaram.”


DIAS COM SOL E NOITES FRIAS Iraneide Santos, Salgadinho/CE “Em nossa comunidade o clima é agradável. Durante o dia faz sol, já à noite, o clima é muito frio.”


TUDO QUE SE PLANTA DÁ Verônica Dionízio, Araçá II/RN “Nossa comunidade tem solo fértil e água em abundância. A água servida à comunidade vem de um poço artesiano. Nosso solo é arenoso e bastante fértil, que propicia a produção agrícola, onde tudo que se planta dá. O nosso clima é muito agradável.”


PAISAGENS NATURAIS Maria Andrade, Maxi/AL “Paisagens naturais da nossa ambiente.”


FONTES BEM CUIDADAS Eronilda Ventura, Mercador/AL “Belas fontes existentes na nossa comunidade, preservadas e cuidadas pelos moradores.�


TURISMO E TRILHAS ECOLÓGICAS Aldair Santos, Caraibeiras dos Teodósios/AL “Temos nas redondezas da nossa comunidade alguns pontos turísticos, como a Serra do Cruzeiro, com vista para vegetação e para nossa comunidade, a Furna da Niquileta, um dos esconderijos do famoso lampião, e abrigos para os animais locais. Temos ainda, em tempos de chuva, um riacho conhecido como Bica. Esses são alguns dos roteiros para turistas e visitantes que buscam trilhas ecológicas.”


PAISAGEM Helena Rodriguês, Cacimba Cercada/AL “Um pouco da paisagem de nossa comunidade, temos mamoeiro, acerola, etc.”


Água e vida

A questão do acesso à água é um problema grave em muitas comunidades. O semiárido sofre com a escassez, a falta ou a irregularidade das chuvas e com as altas temperaturas, que dificultam a sustentabilidade de muitas comunidades.


ALEGRIA DOS MORADORES Otacio Oliveira, Cocos/PB “Com a falta de chuvas, a nossa comunidade também sofria com a seca que acomete todo o Nordeste. Os açudes, cacimbões e cisternas estavam todos secos e estávamos nos virando com os poços artesianos, que também diminuíram seus volumes de água por falta das chuvas. Mas, graças à Deus, as chuvas voltaram e atualmente temos açudes cheios, cacimbões, poços artesianos e cisternas.”


NA LAGOA DE SEU VICENTE Dyovany Otaviano, Riacho de Pedra/PE “A comunidade de Riacho de Pedra, por localizar-se numa região considerada brejeira do município de Cumaru, apresenta um grande potencial hídrico. Encontra-se nela cacimbas, cacimbões, poço artesiano, lagoa e praticamente a maioria dos moradores tem em sua propriedade um açude ou barreiro. Antes a água que a população utilizava para beber e cozinhar vinha de barreiros e açudes, hoje a comunidade utiliza a água de cisterna, que é captada da chuva. Somente para o consumo dos animais e dos afazeres domésticos que água de açudes e barreiros é utilizada. Uma das fontes hídricas mais utilizadas pela população, principalmente em época de seca, é a lagoa de Seu Vicente. Quando está cheia, vem muita gente a pé, de jumento, de carroça e de carro buscar água, tanto para consumo próprio, quanto para os animais.”


NOSSA MAIOR PREOCUPAÇÃO Cleonete Cavalcante, Baixa do Morro/PI “Baixa do Morro vem sofrendo com grandes estiagens desde do ano 2010. É a preocupação maior de seus moradores e dos moradores vizinhos. As fontes que nos abastecem são poços artesianos, poço cacimbão e uma cacimba de gado. Devido à grande seca que vem assolando, essas fontes só tem diminuído suas vazôes. As chuvas são muito poucas e não tem dado para repor as águas que são retiradas dos lençóis. No ano de 2016, a dificuldade de água ainda vai ser maior, pois só choveu 350 mm de chuva, sendo a média anual de 600 mm. As cisternas e as barragens não encheram e a defesa civil cortou pela metade o programa de água potável que abastece a comunidade. Muitos dos criadores já estão abrindo mão de seus rebanhos por causa da grande escassez de água. Só Deus pode solucionar o problema de água no nosso semiárido.”


QUANDO A SECA CHEGA Josiel Alves, Cacimba Cercada/AL “Quando a seca chega, barragens e riachos secam e aí começa a luta pela vida e pela busca de água. Mas há na comunidade um poço de minação, que é um dos nossos grandes recursos, no qual os habitantes encontram água durante a seca, que é utilizada principalmente para os animais, apesar de ser salobra. Ao lado do poço, há uma fonte que os próprios moradores cavaram, para que pudesse ser utilizada nos trabalhos domésticos. A água na comunidade é transportada principalmente por carros de bois, carroças, baldes e algumas pessoas utilizam caminhonetes. Mas, insatisfeitos com a qualidade de água, imprópria para o consumo, os moradores optam pela compra de água potável que é transportada pelos caminhões pipas. Tempos depois, a comunidade passou a buscar água de melhor qualidade, através da água encanada, que amenizou um pouco o sofrimento dos moradores.”


ABASTECIMENTO DEPENDE DE CAMINHÕES PIPAS Josias Ribeiro, Solidão/PI “A comunidade Solidão conta com cisternas de placa, que servem para armazenar água quando chove, que é usada para beber e cozinhar. Mas as famílias dependem do abastecimento por caminhões pipa. A água chega pelo menos três vezes por semana, garantindo água na cisternas de todos. Também temos um poço com água salobra, que serve para os animais e para regar algumas mudas de planta, e uma lagoa, que no período de chuva fica cheia.”


ÁGUA ENCANADA RARAMENTE CHEGA Sirleide Manoel, Moreira de Baixo/AL “A água em nossa comunidade é obtida através de carro pipa, que coloca água nas cisternas. Temos também água encanada, que raramente chega, e os barreiros que as pessoas usam para o consumo animal, para lavar e tomar banho.”


A ROTINA DE BUSCAR ÁGUA Nonata Lopes, Tanque Velho I/PI “Como não temos água encanada, a população tem como rotina sair para buscar água de bicicleta, de moto e em cariola, mais conhecido por nós como carrinho de mão. Tem dia que o poço não tem água suficiente para todos, mas mesmo assim somos gente de muita fé. É um local onde todos se encontram e aproveitam para colocar o papo em dia.”


HOJE É SÓ ABRIR A TORNEIRA Givaldo Silva, Cachoeirinha-Agrovila I/SE “Temos água com abundância, mas nem sempre foi assim. Há alguns anos atrás, não tínhamos água encanada e as pessoas pegavam água nas barragens, o que era muito cansativo para as pessoas e para os animais que puxavam carroças, pois havia muitas ladeiras e às vezes os animais não aguentavam subir. Mas em 2003 chegou a rede de água para a comunidade. Mesmo assim, não atendia todas as casas. Em 2010 foi inaugurada a adutora vinda do Rio São Francisco e a nossa rede de água foi ligada a essa adutora, o que fez chegar água a todas as casas. Hoje dificilmente falta água e, quando falta, é porque o volume é muito forte e estoura os canos. Sobra mais tempo para os outros afazeres do dia-a-dia, pois é só abrir a torneira e a água sai para suprir as nossas necessidades.”


CACIMBÕES Guilherme Angelo, Sítio Alegre/CE “A comunidade é abastecida em sua maioria por cacimbões privados. A outra parcela é abastecida através de carro pipa. ”


SITUAÇÃO DELICADA Joseane Teodoro, Furnas/PE “Atualmente a situação é delicada quando se fala em água. A barragem que nos abastece é a maior da região, mas se encontra com menos de 2% de sua capacidade. E já fomos informados que não teremos mais abastecimento a menos que as chuvas apareçam. Diante desta situação, as medidas paliativas encontradas são: usar água do açude comunitário, que também encontrase com o nível baixo, e a compra de carro pipa, onde a parte financeira dificulta, pois temos como principal renda o Bolsa Família e a aposentadoria. Nossos reservatórios, como as cisternas, ainda não são suficientes, pois nem todos possuem. Mesmo com essa dificuldade, acreditamos que teremos um ano produtivo, com bom acúmulo de água e com a agricultura fortalecida, pois o homem do campo já conhece essa dificuldade e não desanima nunca.”


NOSSAS FONTES Paula Lima, Oitis/CE “Nossa comunidade tem como fonte principal o Riacho dos Oitis, que deságua no Riacho dos Procos, em Milagres. Porém temos outras fontes, como barragens, cacimbas, olho d’água, cisternas, poços profundos e o famoso Pinga. Essas fontes abastecem as famílias em suas atividades diárias.”


A POLÍTICA E O ACESSO À ÁGUA Cícera Soares, Covões de Baixo/AL “Em nossa comunidade, durante alguns anos, até os dias atuais, há dificuldade para ter acesso à água, devido a problemas relacionados à forma como a mesma é distribuida. Aqui a água não chega, mas em outras comunidades vizinhas todos os dias tem. Segundo alguns moradores, isto está ocorrendo por causa de política.”


UM GRANDE DESAFIO Daniel Caldeira, Batalha/PB “A comunidade de Batalha, localizada no alto sertão Paraibano, vem sofrendo com o El Nino, fenômeno que vem gerando grandes consequências aos comunitários. Os agricultores daqui não geraram colheita, pois a falta da chuva vem se tornando um grande desáfio para os mesmos. Os reservatórios não conseguiram adquirir água, fazendo com que os moradores tenham que buscar os carros pipas da cidade para abastecer as cisternas, que são o meio mais comum de captação de água para os comunitários, Mesmo a comunidade possuindo barreiro, cacimbão e poço artesiano, ainda não é suficiente para suas necessidades de consumo. Isso é uma grande preocupação para os que aqui residem.”


A ÁGUA E A GENTE Raylla Ramos, Sitiozinho/PI “Sitiozinho possui várias fontes de água, principalmente o açude que abastece nossa comunidade. O açude tem água doce para beber, mas infelizmente ele não sangrou! Temos também o poço que serve para nosso consumo em casa e para os animais beberem. Por causa do poço, tem várias casa com água encanada, com plantio de capim e hortas.”


SOFRIMENTO AINDA GRANDE Wendell Leite, Campinhos/AL “Hoje nós temos água encanada, que chega dois dias por semana, mas a população depende das cisternas. Na comunidade, temos dois açudes que atendem toda a população, na criação de gado e de outros animais. Mas, apesar disso, o sofrimento ainda é muito grande, pois quando chega a época da seca a dependência por água é muita grande. Dependemos muito dos carro pipas particulares para matar a sede dos animais.”


DISTRIBUIÇÃO PROBLEMÁTICA Railka Sá, Itaizinho/PI “Antes de tudo, é sempre bom lembrar que sem água não haveria vida em nosso planeta. E principalmente na nossa comunidade, levando em conta a quantidade de famílias que continua crescendo. A distribuição de água é problemática na comunidade, que é abastecida por um poço privado e a água é encanada até chegar nas casas. Porém, a distribuição não é feita diariamente, sendo que algumas casas possuem cisternas como reservatórios, podendo atender suas necessidades diárias com água das chuvas. A comunidade também já viveu a escassez de água, devido à falta de chuvas na região, fazendo com quê os agricultores e criadores fossem prejudicados. Hoje temos o açude que serve como auxílio, as cisternas e a água encanada, no entanto, nosso maior desejo é que a água chegasse aos nossos baldes todos os dias.”


RESERVATÓRIOS NATURAIS Eva Dantas, Quixabeira/AL “Antigamente não existia água encanada, as pessoas consumiam água através dos reservatórios naturais, como açudes e rochas que acumulavam água das chuvas. O senhor Manoel João da Silva, já saudoso, construiu uma cisterna com recursos próprios. Dessa forma, quando chovia, a água era acumulada e os moradores dessa localidade pegavam no balde para o uso doméstico e, para os animais, pegavam nos açudes. Hoje, existe água encanada do Rio São Francisco, porém nem todas as pessoas tem condição financeira de pagar a taxa que é estabelecida.”


ÁGUA EM ABUNDÂNCIA Jucilania Aragão, Retiro II/SE “Graças à Deus hoje temos água em abundância. Depois da construção da adutora, que passa próxima à comunidade, dificilmente falta água e quando falta temos as cisternas. As cisternas chegaram à comunidade através de projetos do Ministério de Desenvolvimento Social, cada morador foi beneficiado pelo projeto. Na época em que viemos morar aqui, sofríamos muito, porque tínhamos dificuldade de encontrar água potável para consumo humano.”


RIACHOS E AÇUDES CHEIOS Vanielli Geilson, Baixio/PB “A água não era grande problema antes desses quatro anos de seca. Mas, devido a essa estiagem, quase todos os cacimbões secaram e os acudes também estavam secos. A comunidade se uniu, fez campanhas e, graças às doações, foi feito o desassoreamento do açude de médio porte e também veio o projeto das cisternas. Nessa estiagem, várias pessoas se sentiram ameaçadas pela seca e fizeram perfurações de poços particulares em seus terrenos, alguns sem sucesso. Como tem as cisternas, algumas casas eram abastecidas com carro pipa, que, dependendo da necessidade, vinham duas vezes por mês. Agora, com as chuvas, está tudo cheio e a falta de água não é mais problema, nem para as pessoas nem para as plantas e os animais. Com riacho e açudes cheios, as pessoas os usam como fonte de lazer.”


ABASTECIMENTO DA COMUNIDADE Ewerthon Silva, Limoal/RN “A água que abastece a comunidade, com cerca de 55 famílias, vem por meio do poço que possuímos. É armazenada numa caixa d’água de 15 mil litros. Há distribuição de água na comunidade diariamente e o abastecimento é por setores. Ao todo, são quatro setores e cada um tem uma liberação de uma hora e meia de água por dia. A liberação da água começa às seis horas da manhã e termina ao meio-dia, tempo suficiente para abastecer todas as casas da comunidade. O presidente da associação é o encarregado de ligar e desligar a água todos os dias para o abastecimento da comunidade. Desde 2001 temos água encanada na comunidade, graças à ajuda da prefeitura municipal de Goianinha, que nos presenteou com um poço para a comunidade. Cada casa paga mensalmente dez Reais, para ajudar na manutenção da caixa d’água.”


DIFÍCIL PROCURAR Natalia Santos, Cachoeirinha II/SE “Precisamos dos caminhões pipas para colocar água na comunidade e sem tratamento adequado. É essa água que utilizamos para cozinhar, tomar banho e para todas a tarefas domésticas. Inclusive, nesses dias a água está insuficiente para o consumo e até chegamos a comprar. É muito difícil procurar água para nossos afazeres.”


VOLTARAM AS BELAS PAISAGENS Nalri Pereira, Barreiros/PB “A comunidade de Barreiros fica localizada no sertão nordestino e, como muitas outras comunidades sertanejas, vinha enfrentando algumas dificuldades com a água. Principalmente nesses últimos cinco anos, que foram marcados por chuvas abaixo da média. Os açudes, cisternas e cacimbões que abasteciam a comunidade já estavam secos, as únicas alternativas eram os poços artesianos e a água trazida por carros pipas. Para os criadores de animais a situação ainda era pior, pois tinham dificuldade para matar a sede de seu rebanho. Os comunitários relatam a tristeza de ver os açudes secos, mas nunca perderam a fé, principal aliada do povo sertanejo. O ano de 2016 começou com pouca chuvas, mas a partir do mês de março houve chuvas significantes. Hoje todos os açudes e cisternas da comunidade estão cheios. Junto com a chuva também voltaram as belas paisagens que há muito tempo as pessoas não contemplavam. A comunidade terá água por um bom tempo, não precisará mais receber água dos carros pipas, além de ter também os açudes como uma ótima opção de lazer.”


O RONCO DO TROVÃO Alênicon de Souza, Redondo/PB “Com as chuvas caídas no nosso município, a vegetação se vestiu de um verde exuberante, resultando em pastagens para os animais. A colheita de milho e feijão já começou. Nas residências já se comemora com as tradicionais comidas típicas como pamonha e canjica. Apesar de uma estiagem em fevereiro, houve uma compensação do volume de chuvas em março e os principais açudes estão cheios, o que garante o abastecimento dágua, a pesca, o lazer e o plantio durante todo o ano. Algumas cheias trouxeram um considerável volume para o rio que banha a nossa comunidade. Os agricultores estão felizes e enquanto escrevo, ouço o ronco do trovão, anunciando mais chuvas agora à noite.”


DIAS DIFÍCEIS Maria Helena, Serra das Viúvas/AL “Nossa comunidade dispõe de pouca água e necessita de auxilio dos carros pipas para o abastecimento. Utilizamos também os animais para buscar água na fonte. A comunidade vem vivenciando dias difíceis por conta da falta d’água. Como dispomos de uma fonte na comunidade e algumas nas comunidades vizinhas, compartilhamos entre nós e utilizamos a água das fontes para beber, pois esta é natural e própria para o consumo. A água que é trazida pelos caminhões pipas é utilizada para os demais usos. Dentro da comunidade, através do projeto Caminho Verde, realizamos oficinas de conscientização das crianças sobre a preservação da água e os benefícios que a mesma nos traz.”


USO DA ÁGUA NO DIA A DIA Silvaney Ribeiro, Modelo I/RN “A água dos poços abastece a caixa d’água e outros poços são destinados às implantações e desenvolvimentos de projetos: irrigação, criação de peixes, cultivo de plantios, etc. A água que é distribuída para as casas é utilizada para todos os serviços domésticos: lavar roupa, tomar banho, lavar louça, regar plantas, etc. A água doce, tanto colhida da chuva, como a dessalinizada, é utilizada para beber e cozinhar. Hoje não só as famílias, mas as crianças da escola estão tomando água boa e tratada. Para coletar água doce, as famílias vão com vasilhames usando transportes pessoais até o local onde ocorre a dessalinização. A sobra da água, que não serve para o consumo, é destinada ao tanque do concentrado. Não há nenhum planejamento de procedimentos sobre como e em que utilizar essa água. Enfim, hoje a comunidade está bem suprida no que se refere ao abastecimento de água para o consumo e as necessidades básicas familiares. Porém, ainda é preciso projetos e recursos para a utilização da mesma para o desenvolvimento econômico, de geração de trabalho e renda e o desenvolvimento da agricultura para melhorar a qualidade de vida da população local.”


CINCO ANOS DE ESPERA José Netto, Redondo l/PB “Depois de 5 anos de grande seca no sertão, a chuva chegou. E, no caso, muita, graças à Deus, enchendo os açudes, riachos, cacimbãos e rios. Enfim, água para ninguém mais se preocupar por um período. Todos os açudes sangraram, rios com muitas cheias, muitos legumes, milhos, feijão e outros produtos agrícolas. Até nas cachoeiras não pararam de cair tanta água assim, acabando com a tristeza de muitos agricultores. Assim eu e meus amigos, e todos da comunidade, aproveitamos os rios e a cachoeira como lazer e nos divertimos bastante. Só temos a agradecer a Deus pelas chuvas. Que nunca mais falte! Não sou eu, mas a natureza que agradece.”


SEM PREOCUPAÇÃO Maria Lizandra, Pereiros/PB “A comunidade de Pereiros, nos dias atuais, não se preocupa com a seca que testa a coragem dos nordestinos. O açude local supre as necessidades dos moradores e dos seus vizinhos, sustentando uma agricultura irrigada para consumo familiar. Há também as atividades pesqueiras, onde os pequenos piscicultores criam os peixes em pequenos tanques escavados. Com uma pequena observação se vê que 99% das casas possuem cisternas de placa, que no período de chuvas são utilizadas para que armazenem água da chuva. Como as chuvas que molham o nosso chão são espaçadas, as cisternas armazenam a água do açude para que as famílias tenham água perto de casa. Todas as atividades realizadas na comunidade dependem totalmente do açude Pereirão, seja a agricultura, a pesca, a irrigação do plantio e do pasto ou o consumo dos próprios moradores.”


ABASTECIMENTO PRECÁRIO Márcio dos Santos, Cuiabá/SE “O abastecimento de água em Cuiabá é feito pela Deso, rede de abastecimento de água tratada do Rio São Francisco. Mas a comunidade tem dificuldades com a água principalmente nos períodos de verão, onde o abastecimento fica precário, ficando muitos dias faltando água. O que ajuda são as cisternas, construídas para atender a comunidade no período de verão.”


POÇOS ARTESIANOS E CISTERNAS Genilson Germano, Baixa do Novilho/RN “A água na nossa comunidade é obtida através de poços artesianos, que são perfurados na terra com uma máquina, até ser alcançado o lençol freático, que varia de profundidade de região para região, alguns chegando aos 150 metros e outros ultrapassando esse patamar. É introduzida uma bomba para sugar a água até um reservatório e, dai por diante, é distribuída por gravidade ou em carroças puxadas por animas. Outra forma para obtermos água são as cisternas de placas, que captam chuva através de bicas.”


SABER MANUSEAR Jailma Gonçalves, Tabuleiro/AL “Sabemos que a água é um líquido vital para todos. É com ela que suprimos algumas de nossas necessidades como cozinhar e beber. No entanto, temos que saber manusear o consumo dela, pois, principalmente em nossa região, semiárida, sofremos com a escassez desse líquido. No dia a dia nem sempre temos água na torneira, como na cidade. Por isso, utilizamos como principal meio de reservatório as cisternas. Essa água das nossas cisternas vem da chuva, quando chega o período das chuvas, ou do sistema de encanamento, que traz água uma vez por mês e olhe lá, ou pelos carros pipas, que a prefeitura fornece ou que os moradores muitas vezes compram. Essa água das cisternas normalmente é utilizada para o nosso consumo. Para a criação de animais e para as plantas, temos as fontes de água salobra, os riachos, barragens e barreiros. Quando chega o período da seca, esses reservatórios naturais secam e os criadores de animais e de plantas ou vendem a criação e deixam de regar as plantas, ou compram a água que chega pelos carros pipas.”


FORNECIMENTO DE ÁGUA Maria Andrade, Maxi/AL “O açude da comunidade é utilizado para o consumo dos animais. Hoje na comunidade existem outras formas de fornecimento, como água encanada, cano da Casal em um local estratégico para as pessoas da comunidade buscarem e, às vezes, o carro pipa fornecido pela prefeitura.”


A FALTA D’ÁGUA CASTIGA Cida Campos, Capim/AL “A falta de água em nossa comunidade está sendo muito castigante nos últimos tempos. Os pequenos agricultores são os que mais sofrem suas conseqüências, muitos deles chegam a perder suas plantações e seus animais e acabam vendendo por um preço mínimo, somente para manter a subsistência de sua família. Não só eles, mas toda comunidade sofre com a falta d’agua e, apesar de termos água encanada, infelizmente nem todos tem esse privilégio e sofrem sem ter água potável. Os criadores de animais dão água aos animais em uma barragem da comunidade e moradores se beneficiam da mesma para construir casas, tijolos, regar as plantas etc. É necessário que a comunidade preserve suas fontes para que possam ser utilizadas por muito tempo.”


DISTÂNCIA ENCURTADA Fabio Pereira, Serra do Meio/AL “A comunidade fica a poucos quilômetros do Rio São Francisco e recentemente a distância entre a água e a comunidade tem encurtado, devido à construção do Canal do Sertão. No entanto, em tempos de estiagem a comunidade passa por sérios problemas relacionados a esse bem essencial para a vida. Atualmente, o abastecimento na comunidade é feito por águas das chuvas armazenadas em cisternas de placas e cisternas calçadão. Também usamos as águas das barragens e barreiros, essas direcionadas a outros serviços domésticos (lavar roupas, calçadas, limpeza de casas, para os animais, etc.). A senhora Noemia Lima tem uma cisterna calçadão em sua propriedade e diz que “o calçadão mudou muito a minha realidade, agora posso plantar verduras, macaxeira, pé de frutas, sem ter que me preocupar com a água”. A fala de Noemia é um exemplo do valor que a água tem em nossas comunidades. Apesar das dificuldades, sempre estamos buscando outras alternativas de melhorias.”


HOJE ESTÁ MELHOR Romar de Né, Santo Antônio dos Posseiros/CE “Nossa comunidade tem várias fontes de acesso à água, poços artesianos, bica, cacimbas e cisternas. Temos dois poços artesianos públicos que abastecem caixas d’água que são distribuídas para as casas. Nem todas as casas possuem água na torneira, no entanto já passamos por períodos muito precários, que nem se igualam aos dias de hoje. Contamos hoje com as cisternas, que muitos utilizam para armazenar água e satisfazer suas necessidades. Alguns moradores afirmam, principalmente os mais velhos, que hoje está um “céu”, comparado com tempos anteriores, quando dependíamos apenas de cacimbas e bicas e tínhamos que passar horas esperando a água para sanar nossas necessidades. Muitas mulheres lembram que antigamente tinham que sair de casa às 5 horas da manhã para ir lavar roupa, pois se chegassem depois das 8 horas da manhã já não tinham mais como lavar, porque a bica já se encontrava seca. Felizmente hoje nos encontramos não 100%, porém com maior facilidade e melhor acesso à água.”


Trabalho e produção O trabalho, a produção e a agricultura, relacionados ao modo de vida das comunidades. A organização do trabalho, as unidades de produção, a exploração do meio natural.


CRIAÇÃO DE GADO Cleonete Cavalcante, Baixa do Morro/PI “Esse é um trabalho que os moradores tem no período no qual as vacas têm bezerros novinhos. Eles separam os bezerros para tirar leite no outro dia.”


PRODUÇÃO DE SILAGEM Claudia Luna e Edivaldo Cardoso, Retiro II/SE “Em nossa comunidade, nessa época do ano a palha do milho é utilizada para a produção de silagem, que será armazenada para o consumo dos animais no tempo da estiagem.”


AGRICULTURA FAMILIAR Fabio Pereira, Serra do Meio/AL “A nossa comunidade tem como base de trabalho e produção a agricultura, especialmente a agricultura familiar. Nosso destaque é a produção de mandioca, o feijão e o milho, produtos comercializados nas feiras locais das cidades de Água Branca e Delmiro Gouveia. Também produzimos diversos tipos de hortaliças, a exemplo do alface, da cebolinha e do coentro, entre outros produtos que são comercializados na própria comunidade.”


PRODUÇÃO DE ALGODÃO Eva e Manuela Dantas, Quixabeira/AL “O agricultor transporta o algodão com o uso da carroça-jegue até a miniusina, onde é realizado o trabalho coletivo de vários agricultores.”


PRODUÇÃO ARTESANAL DE QUEIJO Natalia Santos e João Edson, Cachoeirinha II/SE “Produção de queijos na fabriqueta vizinha à comunidade. Feito de forma manual.”


ARTESANATO Lia Araujo, Serra das Viúvas/AL “Nosso artesanato possui um grande potencial na divulgação e geração de renda em nossa comunidade. Através da nossa arte e cultura local, recebemos turistas, estudantes e redes de televisão, valorizando assim a nossa comunidade.”


CONSTRUÇÃO CIVIL Otacio Oliveira, Cocos/PB “Uma área que tem crescido muito na nossa comunidade é a construção civil, que vem gerando emprego e renda para os moradores.”


RAÇÃO DE MANDIOCA Josias Ribeiro, Solidão/PI “A mandioca que seu Raimundo pega e corta para fazer ração para os animais.”


TRABALHO MANUAL Paula Lima, Oitis/CE “É com muita satisfação que essa senhora, apesar da muita idade, ainda realiza as atividades artesanais que tanto fazia em seu tempo de juventude. Tia Zefinha faz todo o trabalho manual, descaroça o algodão, deixando só a pluma. Utiliza um fuso e assim confecciona o fio que é dividido em quartas, estando pronto para ter transformado em varandas de parede.”


PRODUÇÃO DE ALIMENTOS Robson de Jesus, Barro Vermelho/PI “A senhora Gilberta tem um plantio de bananeiras que, além de ajudar na sua subsistência, ajuda a obter uma renda a mais para a família. Além de banana, tem também batata, milho, feijão, hortaliças, caju, macaxeira, etc.”


PENEIRANDO Cícera Soares, Covões de Baixo/AL “Como nem todos aqui em nossa comunidade tem acesso às máquinas, que facilitam na produção da agricultura, o trabalho muitas vezes é feito de forma braçal mesmo. Quando o vento está ventando forte, as pessoas sacodem o feijão para tirar areia, talos, pedras… usando uma peneira.”


EXTRAÇÃO DE MEL Aldair Santos, Caraibeira dos Teodósios/AL “Temos em nossa comunidade a fantástica, bela e desafiadora extração de mel de abelha em seu habitat natural. Usam apenas as fezes de gado secas com fogo para fazer fumaça para espantar as abelhas e, assim, retirar seus favos sem prejudicar suas fabricantes. Assim, elas poder refazer sua casa em outro local.”


PRODUTOS DO LEITE Deja Feitosa, Mercador/AL “A vida do agricultor começando seu dia, tirando leite para seu consumo e para fazer derivados como queijo, doces e qualhada. Além de ser tudo natural e gostoso, também gera renda.”


ARMAZENANDO A PRODUÇÃO Rafael Rufino, Paulo Freire I/PB “Agricultor em sua antiga casa próxima ao roçado, que serve agora de local para o armazenamento da produção.”


CRIAÇÃO DE OVELHAS Edvânia Souza, Capim/AL “Os criadores da nossa comunidade criam ovelhas tanto para geração de renda, como para o próprio consumo.”


CRIAÇÃO DE ANIMAIS Vanielli Geilson, Baixio/PB “Um dos trabalhos das pessoas da comunidade é a criação de animais.”


EDUCANDO Jailma Feitosa, Tabuleiro/AL “Professora dando aula na comunidade.”


BOTA E ENXADA Verônica Dionízio, Araça II/RN “Um pouco de nossa agricultura, o que se é produzido em nossa comunidade, como batata, macaxeira, mandioca, milho, feijão, banana e outros. Os meios de transporte para o trabalho mudaram com o tempo e aqui é muito comum ir trabalhar de moto. Os objetos de trabalho não mudaram, se modernizaram. Para matar a sede, uma garrafa térmica; para proteger os pés do chão quente, a bota; e para limpar o mato, a boa e velha enxada.”


ALIMENTO PARA OS ANIMAIS Givaldo Silva, Cachoeirinha-Agrovila I/SE “Assentado cortando palma forrageira para o arraçoamento do gado leiteiro.”


TRABALHO DOMÉSTICO Janilda Rodrigues, Sítio Alegre/CE “Preparando o milho para a cangica.”


CAPINANDO Nalri Pereira, Barreiros/PB “Agricultores limpando o mato da sua roça.”


AGRICULTURA IRRIGADA Maria Lizandra, Pereiros/PB “Hoje em dia, com a escassez de chuvas, a agricultura irrigada é o único meio de manter a produção de milho e feijão, além de garantir pasto para os animais.”


TUDO ORGÂNICO Abigaill Isaura, Camboa/PE “Frutas para consumo próprio: siriguela, maracujá, goiaba, mamão e coco. Tudo orgânico.”


MANDIOCA E MACAXEIRA Dyovany Otaviano, Riacho de Pedra/PE “O cultivo da mandioca e da macaxeira sempre fez parte da agricultura da comunidade. Os seus derivados, a farinha, a massa de tapioca e o beiju de coco, além de serem consumidos pela população, são vendidos para o comércio da cidade. Antigamente, se produzia tanto que a comunidade tinha várias casas de farinhas manuais funcionando e tais produtos abasteciam cidades como Limoeiro, Passira, Salgadinho e Cumaru.”


FRUTAS Alênicon de Souza, Redondo/PB “Plantação de frutas na nossa comunidade.”


COLHEITA DE FEIJÃO Ewerthon Silva, Limoal/RN “Esse é Reginaldo Cruz, um dos agricultores da comunidade. Nessa imagem, ele está colhendo feijão para o próprio consumo e também para vender, tanto na comunidade em que mora, como fora dela.”


DESASSOREAMENTO DO AÇUDE Mônica Nascimento, Campos Novos/PE “Algumas de nossas atividades agrícolas são as plantações de feijão e milho. Nos últimos anos, a maioria das colheitas foi perdida, por conta da falta de chuvas.


FINALIZANDO O FEIJÃO Edenilton Silva, Cacimba Cercada/AL “Esta é a finalização do feijão. Depois de batido, tem que limpar, sacudindo-o conforme a velocidade do vento.“


FAZENDO RAÇÃO Jonicleisson Morais, Modelo I/RN “Preparação de ração para alimentação de bovinos.”


PALHA DE MILHO Ronaldo Vaqueiro, José Ribamar/SE “A imagem mostra um pouquinho de como é feito o aproveitamento manual da palha do milho. A quantidade aproveitada é tão pouca que não recompensa colocar as máquinas para colherem. O milho aproveitado vai junto com a palha para fazer o rolão ou para a produção de silos.”


SEM PERDER A ESPERANÇA Raylla Ramos, Sitiozinho/PI “O ano de 2016 foi de poucas chuva para plantio. Mesmo assim, nossa comunidade não perde a esperança de produzir milho, feijão, cuentro e banana.”


CARREGANDO O MILHO Rosa Caldeira, Batalha/PB “Agricultores carregando o milho da roça.”


PRODUÇÃO DE RAÇÃO Maria Andrade, Maxi/AL “Um dos trabalhos dos produtores é aproveitar a palha do milho para fazer o silo que serve de ração os animais e também a criação da palma para os animais no período de estiagem.”


HORTA ORGÂNICA Carla Dias, Papa Terra/AL “Horta orgânica feita após um curso na comunidade. A produção é utilizada para o uso doméstico.”


CASA DE FARINHA Amanda Silva, Tanque Velho I/PI “A casa de mandioca foi construĂ­da pelos associados da comunidade. As mulheres passam a massa para tirar a tapioca e os homens secam a massa no forno para fazer a farinha.


Sonho que se sonha junto Quando a comunidade decide agir em busca de um objetivo comum, desejado por todos, fica mais fácil alcançar o objetivo. Conheça experiências coletivas das comunidades que foram bem sucedidas e deram bons resultados.


SAÚDE E ESTÉTICA Dayara Gomes, Riacho de Pedra/PE “Em novembro de 2015, a comunidade mobilizou-se para a realização de uma ação para prestação de serviços nas áreas da Saúde e Estética. A escolha dessa ação deu-se em função da falta de atendimento médico e do fechamento do posto de saúde já há quatro anos na comunidade, da falta de informação e da necessidade da população deslocar-se para o centro da cidade ou para cidades vizinhas para receber atendimento médico. Além de beneficiar a população de Riacho de Pedra, a iniciativa também beneficiou as comunidades vizinhas.”


COMUNIDADE LIMPA Sirleide Manoel, Moreira de Baixo/AL “Como não existe coleta de lixo na comunidade, a associação resolveu se unir para catar o lixo uma vez por mês. Com a comunidade limpa, evitamos várias doenças, como a dengue, etc. Todos os associados se dividiram para realizar essa tarefa. Os resultados foram a comunidade limpa e livre das doenças relacionadas ao lixo.”


DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Maria Helena, Serra das Viúvas/AL “O dia 20 de novembro de 2015 - Dia da Consciência Negra - na nossa comunidade foi lindo, parecia sonho! Todos estavam reunidos participando ativamente de tudo. As oficinas renderam aprendizados, trocas de experiências e muitas lágrimas de desabafo, gratidão e felicidade. Vieram pessoas de muitos estados e municípios, diversos grupos culturais e pessoas queridas na comunidade.”


LIMPEZA DA FONTE DE ÁGUA NATURAL Paula Lima, Oitis/CE “Temos em nossa comunidade um bem precioso conhecido como Pinga, uma fonte natural de água, uma área de lazer. É um lugar público e, por isso, recebe pessoas de várias localidades. Por isso, vimos a necessidade de fazer um mutirão para uma limpeza geral.”


ASSOCIAÇÃO DOS APICULTORES Robson de Jesus, Barro Vermelho/PI “Todos os apicultores tinham o mesmo sonho, só faltava oportunidade e capital para desenvolver esse sonho. Cada um produzia individualmente e, muita vezes, por falta de instrução, produzia até de forma errada. Um grupo de apicultores começou a trabalhar em grupo em busca do mesmo objetivo. Os trabalhos ficaram mais fáceis com um ajudando o outro. Todos sonhavam em ter uma casa de mel, com isso a produção aumentaria e os produtos iriam ter mais qualidade. No ano de 2010, foi aceito um projeto do Programa de Combate à Pobreza Rural e o sonho de ter uma casa do mel se concretizou. Hoje, contamos com vários equipamentos de alta qualidade, duas casas de mel, um triciclo, uma C10 e um trator, e 23 famílias são beneficiadas.”


VIVEIRO EM MUTIRÃO Jázia Almeida, Queimadas/PB “Nosso sonho foi fazer um viveiro com o grupo de jovens do assentamento Queimadas - sonhado em maio de 2015 e realizado em maio de 2016. O viveiro foi um projeto junto ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Remigio e o polo sindical. Jovens se reuniram, participaram de oficinas e de visitas de intercâmbio. O objetivo é o reflorestamento das áreas desmatadas com plantas nativas e frutíferas. O viveiro foi construído em mutirão com os jovens.”


MINI FÁBRICA DE DOCES Andressa Silva, Solidão/PI “Os moradores faziam doces e pães caseiros, mas não tinham um lugar apropriado para essas atividades, que era tradição dos mais velhos. Um morador da comunidade doou o terreno e os sócios da associação se reuniram e começaram a sua limpeza. Fizemos tijolos e demos continuidade à construção. Levantamos a mini fábrica e, logo em seguida, o COEP doou a cobertura, com as portas de pia, tachos, formas, espátulas e gamelas de pau. E fomos atrás do poder público do município de São Braz do PI, que nos doou o piso, o forro e o muro da mini fábrica. O resultado é que está gerando renda para quem trabalha na mini fábrica.”


CAPELA DO MENINO JESUS Alênicon de Souza, Redondo/PB “A capela do Menino Jesus foi iniciada em 1994 e concluída em 1998. Durante esse tempo, as pessoas se empenharam, fizeram os tijolos, doaram dias de serviço, organizaram bingos e rifas para a construção. A nossa capela tornou-se local especial para o exercício da fé, da confraternização social, ponto de referência e cartão postal do Sítio Redondo, mas, sobretudo, a certeza de que, unidos, os nossos comunitários podem muito mais.”


PONTO DE ENCONTRO E LAZER Janilda Rodrigues, Sítio Alegre/CE “Em 1990, a associação dos agricultores dessa comunidade, hoje extinta, teve a ideia da construção de uma quadra, que foi abandonada longe de sua conclusão. Em 1997, o Grupo Jovem Renascer e a associação comunitária deram continuidade à construção da quadra, pela necessidade de um polo de lazer para a juventude e a comunidade em geral. Hoje temos um ponto de encontro e a comunidade ganhou vida nova, com entretenimento, teatro, dança, encontros culturais, educativos e reuniões onde discutimos todos os assuntos relacionados à comunidade.”


ACOLHIDA DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE Daniel Caldeira, Batalha/PB “A comunidade recebeu a missão de acolher a imagem de Nossa senhora da Piedade, padroeira da catedral de Cajazeiras/PB, que estava comemorando seu centenário. Como era uma festa de grande importância, os comunitários se reuniram para organizar uma comemoração à altura, onde todos se mobilizaram. Foi um trabalho árduo, porém houve a participação de todos, o que facilitou uma bonita festa.”


CONSEGUIMOS NOSSO AÇUDE Raylla Ramos, Sitiozinho/PI “Antes era o maior sofrimento. Por causa da falta de água, tínhamos que ir buscá-la na comunidade do Curipatir, a 6 km de distância, a pé, com baldes, cabaças ou nos animais. Saíamos de casa umas 5 h da manhã e retornávamos ao meio-dia, para fazer o almoço. O açude foi criado no ano de 1992. Na época, nossa comunidade entrou em parceria com os politicos. Todos na comunidade se juntaram para roçar o local, foi usado um trator e o açude ficou muito fundo. Depois de uma grande luta, o sonho foi realizado, o açude fica cheio e demora de dois a três anos pra secar! De 1992 até hoje só secou um ano!


AVICULTURA CADA VEZ MAIS FORTE Ronaldo Aragão, José Ribamar/SE “Em março do ano 2013 foi lançado na comunidade José Ribamar um projeto de avicultura que previa a construção de uma granja. Esse projeto buscava envolver as mulheres do assentamento na criação de galinhas para abate, procurando ampliar a renda produzida pelas mulheres. No começo, a granja era pouco espaçosa, mas, por meio da renda gerada pela criação das aves, foi se fazendo alguma economia e, assim, a granja foi crescendo e melhorando sua capacidade. Hoje já existem dois espaços na granja: o dos frangos que já estão quase preparados para o corte e o lugar onde ficam os pintos a serem alimentados para crescerem. As mulheres dizem que essa granja foi a construção de um grande sonho, pois, além da ajuda financeira, também torna o grupo de mulheres da comunidade cada vez mais forte.”


INCLUSÃO DIGITAL Edivânia Souza, Capim/AL “Em pleno século XXI, a nossa comunidade ainda não possuía acesso digital. A gente tinha que se deslocar até a cidade mais próxima quando precisávamos fazer trabalhos escolares, entre outras coisas. Na reunião mensal, foi lançada a proposta de fazermos um bingo para arrecadar dinheiro para a instalação da internet na comunidade. Recebemos doações dos associados, e a renda seria para ajudar na instalação da antena. Conseguimos, através da participação e da mobilização de todos, o dinheiro para instalação e concluímos nossa ação. Em seguida, solicitamos, através de um ofício, uma parceria com o poder público de Pariconha, uma impressora e um computador para nossa associação.”


SALÃO COMUNITÁRIO Jailma Gonçalves, Tabuleiro/AL “O salão comunitário do Distrito Tabuleiro é um dos sonhos que foi construído em conjunto na comunidade. Foi erguido em 1990 pelos moradores, com os materiais conseguidos através de verbas que eram administradas pelos dois freires que aqui moravam, da entidade Cáritas Brasileira. Os freires, juntos com os moradores, decidiram construir esse espaço por não haver nenhum outro para fazer encontros. Antes os encontros religiosos e culturais eram feitos simultaneamente nas casas dos moradores. O terreno, que fica próximo ao campo de futebol, foi doado por um morador. Após a construção esse espaço foi muito útil, os encontros foram feitos lá. Também serviu como banco de sementes e até aulas foram dadas no salão comunitário.”


CAPELA DE SANTO ANTÔNIO Nalri Pereira, Barreiros/PB “Barreiros, que sempre foi uma comunidade muito religiosa, formada basicamente por católicos, sonhava em ter sua própria capela. No fim da década de 90, por conta da dificuldade de se locomover para ir à missa em outras comunidades, o pessoal decidiu dar ínicio à concretização desse sonho. Foram formadas equipes para iniciar campanhas de arrecadação e de contribuições de comunidades vizinhas e cada pessoa ou grupo contribuiu da forma que podia. A capela tem como padroeiro Santo Antônio, em homenagem a Antônio Pereira de Oliveira, antigo morador e um dos líderes da comunidade em sua época. Nossa igreja tornou-se a maior paróquia da nossa região e sua festa tem a participação de centenas de pesssoas, das comunidades vizinhas, da cidade de Cajazeiras e ate de outras cidades.”


CAPELA DE SÃO JOSÉ Nonata Lopes, Tanque Velho I/PI “Por volta dos anos 1960, a nossa comunidade era habitada por cerca de 30 famílias, a maioria católica. Famílias muito pobres, mas de muita fé. Na comunidade não tinha missa ou qualquer outro tipo de celebração, as pessoas se deslocavam para outras comunidades, muitas vezes muito longe, para participarem das missas. Nossa comunidade tinha uma grupo de sócios, que com muito esforço e luta conseguiu construir um clube. Em uma assembléia realizada no ano de 1985, os sócios decidiram doar o clube para a comunidade, para que essa realizasse terços e celebrações no local. Mas como tudo na vida não é fácil, a comunidade não tinha nenhum recurso para transformar o clube em igreja. No ano de 1994, um grupo de líderes da comunidade foi em busca de recursos, conseguindo que o prefeito do município de São Braz do Piauí doasse uma reforma para o clube. A própria comunidade realizou a reforma, que logo deu ao clube uma aparência de igreja. A partir desse momento, a comunidade foi se mobilizando para adquirir recursos para melhorar a igreja, pedindo doações, realizando bingos, rifas, leilões, etc. Por meio da mobilização dos moradores e de novas doações, hoje temos a Capela de São José, realizando culto dominical e celebração de missa de quinze em quinze dias.”


NOVA SEDE DA ASSOCIAÇÃO Josiel Alves Sandes, Cacimba Cercada/AL “No ano de 1995 foi fundada a Associação de Agricultores Rurais no Sítio Cacimba Cercada, cujos encontros eram realizados em um espaço disponibilizado por um dos fundadores. Com a chegada de mais sócios, o espaço ficou pequeno. Por isso, decidimos lutar para construir uma nova sede. Realizamos rifas e bingos, conseguimos uma parceria com o poder público e fomos à luta para a construção de uma sede, fazendo um mutirão com os próprios agricultores, que utilizavam areia e água da própria comunidade. Hoje, temos uma nova sede que comporta toda a comunidade.”


ASSOCIAÇÃO DOS PEQUENOS PRODUTORES RURAIS Cláudia Lunna, Retiro II/SE “No dia 29 de novembro de 1997 foi fundada a Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Povoado Retiro II. Um dos primeiros benefícios que recebemos através da associação foi um motor à diesel. Em seguida, vieram algumas pessoas de Aracaju que nos apresentaram o projeto Banco da Terra, voltado para a compra de terras. Conseguimos comprar uma fazenda, beneficiando trinta sócios que fizeram parte do projeto. Depois vieram projetos para cerca, barragem e roça. Logo em seguida, projetos para bovino e cabrino! Das trinta familias que pegaram a terra, vinte e duas delas ainda moram na comunidade.”


PELA ÁGUA ENCANADA Givaldo Silva, Cachoeirinha - Agrovila I/SE “A água sempre foi uma das maiores dificuldade nas comunidades do Semiárido e o assentamento Cachoeirinha - Agrovila I não estava de fora desse sofrimento. Tínhamos que buscar a água nas barragens, que servia para beber, cozinhar, lavar os utensílios domésticos, tomar banho e ainda para os animais beberem. E sempre pedindo a Deus para que viessem as trovoadas para encher as barragens. Mas, no ano de 2002, muito antes de termos a associação, ficamos sabendo que haveria uma ampliação de uma rede de água que passava em um povoado próximo. As condições para chegar água na comunidade eram as seguintes: depois que o trator abrisse uma valeta, teriam que tirar a terra e, onde o trator não podia trabalhar, teriam que cavar e tirar essa terra para colocar os canos. Como a comunidade estava ansiosa por água encanada, foi formado um grupo com aproximadamente 20 assentados que se organizaram e trabalharam coletivamente por três semanas.”


ÁGUA ENCANADA Ewerthon Silva, Limoal/RN “Nossa comunidade era carente de água. Por ser longe da cidade, não tínhamos como ter água encanada em nossas casas e era grande o sofrimento na busca desse bem tão precioso. Então, a comunidade se reuniu e buscou uma maneira de obtê-la. O presidente, juntamente com a associação, buscaram diversos meios para a construção de um poço na comunidade e, depois de várias tentativas, em 2001 conseguiram uma parceria com a prefeitura para a implantação de um poço na comunidade. O poço foi construído em 2002. Depois da construção, as coisas melhoraram muito na comunidade. Conseguimos ter água encanada em nossas casas, pois antes do poço retirávamos água de cacimbas que não tinham nenhum tipo de tratamento e saneamento. O poço facilitou muito o transporte para obter água e fez com que o número de doenças por água contaminada acabasse. Graças a Deus e à força de vontade da nossa comunidade temos água encanada e hidratada em nossas casas.”


TODOS JUNTOS Maria do Socorro Caetano, Margarida Maria Alves/PB “Todos juntos, a comunidade conseguiu um galpão para a mini usina, um carro e um trator, adquirido através do projeto Cooperar.”


UM LUGAR PARA A ASSOCIAÇÃO Maria Juliana, Marrecos/PE “Nossa comunidade sonhava em ter um lugar para fazer as reuniões da associação. Quando conseguimos o terreno, todos os sócios ajudaram na construção. Depois os sócios queriam uma área para fazer festas e, com a ajuda das pessoas, estamos conseguindo terminar o primeiro andar.”


TODOS CONTRIBUÍRAM DO SEU JEITO Cícera Soares, Covões de Baixo/AL “A comunidade Covões de Baixo tem costumes e hábitos religiosos e tinha interesse de construir uma capela para realizar suas orações e comemorações religiosas. Tudo começou quando foi criado um grupo de oração, em meados de 2016, e não havia um local apropriado para ensaiar os cânticos e realizar encontros com outros grupos de outras comunidades. Diante disso, surgiu a ideia de construir uma igreja. Então, a comunidade toda se mobilizou e todos contribuíram, com doações de telhas, blocos, cimentos e cerâmicas. Também foram realizados bingos, rifas e sorteios, onde o dinheiro arrecadado foi usado para comprar assentos e materiais para instalação da energia. Depois das doações, com todo o dinheiro arrecadado, o grupo mobilizou a comunidade para construírem a igreja em mutirão. Assim, todos contribuíram do seu jeito e ofereceram o seu trabalho. Desse modo, construímos a nossa capela, que tem como padroeira a Virgem de Guadalupe, onde são celebradas as missas todos os meses e as novenas todos os anos.”


CAPELA DO SÍTIO COCOS Otacio Oliveira, Cocos/PB “O Sitio Cocos, compreendendo Balanço e Cachoeira de Cocos, compõe-se aproximadamente de 182 famílias. E, como nem todos podem se deslocar para outras comunidades a fim de participarem de missas e celebrações, sempre conservou em seu coração o sonho de construir uma capela. No ano de 1999, o Padre Francivaldo, durante uma celebração da eucaristia no grupo escolar da comunidade, lançou a proposta da construção da capela do Sítio Cocos e passou a incentivar o povo a doar o terreno. Os senhores Dorival Manuel e o Francisco Agostinho, que estavam presentes na missa, fizeram a doação do terreno. Antonio Zezinho e Derneval Andrade, que exerciam a profissão de pedreiro, comprometeram-se em ajudar na mão de obra juntamente com os serventes. O sr. Crispim Ferreira e sua filha Nilvanda, com muita força de vontade, começaram a pedir contribuições na própria comunidade e em cidades circunvizinhas. Já Dedé de Pereira e Geraldo doaram seus carros para ajudar nos deslocamentos. E o sr. Antônio Agostinho e sua esposa Marina Andrade, não medindo esforços, se dispuseram a transportar os materiais e também água e lanche até o local da construção. Enfim, em 180 dias foi levantada e coberta a Capela do Sitio Cocos.“


DESAFIOS E OPORTUNIDADES Hiarly Ferreira, Catolé/CE “Hoje a comunidade de Catolé acordou cedo para a realização de um mutirão, contando com a participação de aproximadamente 32 homens, trabalhando voluntariamente na escavação de uma vala, onde será colocada parte do novo encanamento de água que vai abastecer a comunidade. Isso mostra o quanto a comunidade unida tem força diante das dificuldades, transformando desafios em oportunidades.”


GRANDES RESULTADOS Natalia Santos, Cachoeirinha II/SE “No ano de 2009, as mulheres de Cachoeirinha II reuniram-se e decidiram fazer algo diferente do cotidiano da comunidade. A idéia foi fazer cursos preparatórios de costura. Então foram atrás de empresas que podiam viabilizar isso e o Instituto Don Helder decidiu ajudá-las. Foi aí que começou tudo, fizeram o prédio, compraram máquinas e materiais como tecidos, agulhas e linhas e começaram a praticar com as professoras. Algumas aprenderam um pouco mais, porque já tinham o aprendizado passado pela mãe e avó, mas foi ótimo que aprimoraram o que sabiam. Hoje as mulheres trabalham duro para fazer muitos produtos para atender a demanda. Houve grandes resultados, trazendo aumento da renda e fazendo com que famílias da comunidade tenham melhor vida financeira. Outro benefício foi o de reunir a comunidade para conversar e trocar ideias e experiências.


DESASSOREAMENTO DO AÇUDE Vanielli Geilson, Baixio/PB “Chegando ao Sìtio Baixio, o sr. Manoel Cândido e sua esposa Tereza compram uma área de terra, onde passam a viver com a família. Decidem, no ano de 1902, iniciar a construção de um açude de médio porte. Um trabalho braçal que, com muita garra e força de vontade, utilizando carroças de madeira e boi carregando terra num coro, conseguiu concluir. Esse açude passou a servir não só à família, mas aos demais da localidade e sítios vizinhos. Servindo como bebedouro para os animais e também consumo humano, lugar onde as mulheres iam lavar roupas, lazer para as crianças e adultos e melhorando a fertilidade das terras baixas, onde ele fez grande plantio de cana-de-açúcar, construiu engenhos e casa de farinha. Segundo informações dos mais idosos, era um açude com grandes profundidades e se encontrava com uma média de dois metros de aterro. Toda essa quantidade de aterro dificulta a manutenção da água por um período mais longo de tempo. Em todos esses 113 anos após sua construção, poucas foram as vezes em que foi visto seco. No entanto, com ele seco, diminui a fertilidade das terras baixas e com isso não é possível fazer a plantação de vazantes e os animais não tem onde beber água. Em 2013, após muita luta para fazer o desassoreamento do açude comunitário, finalmente conseguimos. Todos os meios de negociação disponíveis para que os órgãos públicos pudessem colaborar foram tentados, mas não conseguimos nenhuma resposta positiva. A comunidade, vendo mais um final de ano se aproximando e o açude seco, decidiu mobilizar-se e pagar por todo trabalho de desassoreamento do açude. Foram feitas doações em dinheiro e uma rifa, que presenteava com um carneiro o ganhador, para ajudar na arrecadação do dinheiro. O trabalho do açude foi realizado por uma retroescavadeira e caçamba, totalizando 50 horas. Não conseguimos concluir o trabalho por falta de recursos financeiros, no entanto o que foi feito já é de grande valia. Hoje o açude se encontra quase cheio, beneficiando a todos.”


CAPELA NOSSA SENHORA APARECIDA Maria Andrade, Maxi/AL “Em abril de 2009 inicia-se o sonho dessa comunidade, a construção da Capela Nossa Senhora Aparecida. Iniciamos com a formação de uma associação, embaixo de um umbuzeiro foi feita uma reunião, para, com o povo organizado, dar início à construção da capela, além de buscar melhorias para a comunidade. A partir dessa reunião, formamos um grupo que ficava à frente da realização de bingos, sorteios de prêmios e busca de doações. O grupo foi até a prefeitura para buscar ajuda de material e assim se concretizou o sonho. No final de semana se fazia mutirão, com toda a construção sendo feita pela ajuda da comunidade. Em 2011, finalizou-se a construção. Se vê hoje a alegria das pessoas, com a missa mensal, o movimento do terço dos homens, das mulheres, catequese e reunião da associação. Vê-se também a alegria dos jovens, por participarem do movimento de oração dos jovens.”


MUITOS BENEFÍCIOS Cleonete Cavalcante, Baixa do Morro/PI “Em Baixa do morro, Fartura do piauí, existe um grupo de pessoas que não mede esforços para tornar os seus sonhos em realidade. E foi assim na construção da sede da associação. Por vários anos elas se reuniram no Colégio Targino Ribeiro Viana, onde fazia as assembléias e discutiam todos os assuntos importante da comunidade. Numa dessas reuniões, decidiram que iam fazer sua própria sede e começaram a mobilizar todos da comunidade. Fizeram os tijolos, começaram o alicerce e pararam. Em 2007 recebemos a visita do COEP, juntamente com o pessoal da comunidade Solidão. Através dessa reunião, com os moradores da comunidade e sócios da associação, formaram uma parceria e decidiram terminar a sede da associação. Com a ajuda dos sócios, do COEP e dos parceiros, terminaram a construção da sede. Foi inaugurada com o nome de Adelino Ribeiro Viana e começou a receber os benefícios: telecentro, impressora com escaneamento,viveiro de mudas, kits de manejo sanitário para animais, cisterna calçadão, etc. Com isso, temos uma facilidade maior para desenvolver nossos trabalhos na comunidade. Com a internet gratuita, nossos jovens fazem cursos online e pesquisas sobre suas atividade escolares. Não só os jovens da comunidade, mas jovens de comunidade vizinhas também se beneficiaram.”


ESCOLA DA COMUNIDADE Romar de Né, Santo Antônio dos Posseiros/CE “Um sonho que virou realidade e hoje semeia grandes frutos em nossa comunidade é a escola de ensino fundamental Jarbas Passarinho. Ela foi construída pela população de nossa comunidade, que saiu pedindo ajuda aos coronéis para arrecadar fundos para comprar os materiais para a construção. Nesse empenho conseguiu os materiais e construiu duas salas de aula. Atualmente a escola conta com cinco salas de aula, um laboratório de informática, cozinha, secretaria e banheiros. Esse ato emblemático foi realizado em meados dos anos 50. Segundo algumas pessoas de idade, para o funcionamento da escola inicialmente eram prestados serviços voluntários de ensino e limpeza. Antes que a escola fosse aberta, as pessoas que quisessem estudar tinham que se deslocar 4 km a pé para a comunidade da Solta, onde tinha uma casa para ensino de alfabetização. Assim os moradores decidiram ir em busca de uma escola para a comunidade e conseguiram por meio do suor de todos juntos.”


TRABALHO COLETIVO, NOSSO PONTO FORTE Eduardo Reis, Furnas/PE “A Comunidade de Furnas juntamente com a Associação Beneficente dos Agricultores de Furnas (desde sua fundação no ano de 1997) sempre busca realizar trabalhos em conjunto para que possa beneficiar o maior número de pessoas. As dificuldades eram muitas no período de 1996 e 1997, quando a seca castigou o nordestino. Sem chuvas, não tinha plantações e os que tentavam perdiam seus investimentos. Assim surgiu o Projeto da Emergência lançado pelo governo na tentativa de amenizar os efeitos. Foi a partir daí que coletivamente a associação foi saindo do papel. No decorrer dos anos ela foi se fortalecendo, sempre com o objetivo de ajudar as pessoas carentes de nossa comunidade. Essa união de forças resultou em várias conquistas coletivas. No ano de 1999 deu início à construção da capela de Dom Bosco, onde são realizadas missas, festas e também reuniões da Associação e da comunidade. A igreja é um espaço importante na comunidade e foi construída em sistema de mutirão, onde até os tijolos foram fabricados pelos moradores. Além desse exemplo, temos outros que foram realizados da mesma maneira e que prosperaram, como a construção da sede do Telecentro e da Usina de beneficiamento do algodão. Com esse empenho mútuo, conseguimos mudar a cara da comunidade, hoje com toda dificuldade, somos modelo de associação no Município.”


MOBILIZAÇÃO PARA AMPLIAR A SEDE Valéria Rélvia, Olho d’Água do Comprido/CE “Faz algum tempo que os comunitários da comunidade do Olho D’Água nutrem o desejo de ampliar o prédio da associação, para que sejam realizadas atividades culturais e sociais e para acomodar melhor os seus membros durante as reuniões. Bom, o espaço já existe, mas faltam recursos para realizar o projeto. Pensando em resolver essa problemática, os associados se uniram para elaborar um projeto que possa proporcionar a realização desse sonho. A reunião foi realizada no dia 6 de maio de 2016 e, durante essa assembléia, foi planejado um bingo beneficente, com venda de comidas típicas que serão revertidas em materiais de construção para iniciarmos a ampliação do nosso prédio. Sabemos que esse é apenas um primeiro passo, mas caminhando juntos iremos mais longe.”


TELECENTRO COMUNITÁRIO Eva Dantas, Quixabeira/AL “O sonho que virou realidade na nossa comunidade foi o telecentro, à base da união, luta e trabalho coletivo.”


MOBILIZAÇÃO PARA AMPLIAR A SEDE Maria Lizandra, Pereiros/PB “A comunidade de Pereiros pode ser considerada modelo de união e solidariedade. O mês de maio ou Mês Mariano é o escolhido para 31 dias de oração onde a fé e união se demonstram mais fortes. Os resultados podem ser vistos estampados no sorriso de cada um, na demonstração de união que eles são capazes de conseguir tudo o que querem. E deixa viva a solidariedade e o amor ao próximo dentro de cada coração. A união faz a força e com uma pitada de fé aos poucos podem mudar o mundo.”


CONSTRUÇÃO DE IGREJA MOBILIZA A COMUNIDADE Fabio Pereira, Serra do Meio/AL “A comunidade Serra do Meio tem, nesses últimos dois anos, se organizado e mobilizado em torno de um objetivo comum, a construção de uma igreja na comunidade. Um sonho muito antigo, que começou a ser realizado no final do ano de 2014. Inicialmente foi feito uma reunião com a comunidade. As pessoas apoiaram a causa e não mediram esforços para realizá-la. Foram feitas inúmeras campanhas, recebemos doações de muitas pessoas, realizamos bingos, torneios de futebol beneficentes, novenas com leilões, etc. Tudo como o objetivo de arrecadar dinheiro para as obras. O apoio da Prefeitura Municipal de Água Branca também fortaleceu nosso trabalho. A comunidade é exemplo de fé e união. Ficamos muito felizes em saber que um sonho de mais de 50 anos se tornou realidade. Atualmente já estamos fazendo os últimos acabamentos, mas já estamos usufruindo desse lugar sagrado. Aprendemos que sonhar é muito bom, mas sonhar em conjunto é melhor ainda.


A FORÇA DA COMUNIDADSE Wendell Leite, Campinhos/AL “As reuniões da associação eram realizadas na escola da comunidade. Mas, durante o período de provas ou de trabalhos escolares, não tinha espaço para os sócios realizarem a reunião mensal, devido à correria na escola, pois na época só tinham duas sala de aula. Devido à grande quantidade de sócios, viu-se a necessidade de construir uma sede para a associação. Teve início o primeiro passo, a compra do terreno. Arrecadamos o necessário para a compra através de bingos, sorteios e da ajuda dos associados. Para a construção da sede, foram feitas muitas doações de pessoas e parceiros que deram blocos de cimento, areia e água. Os próprios associados trabalharam como voluntários. A sede foi construída em 2005 e depois foram feitas algumas reformas, como a cobertura para proteção da lage, a sala do telecentro, o aprisco do reprodutor e a colocação da cerâmica. Hoje, nossa sede está assim devido à força da comunidade inteira e dos parceiros.”


HOMENAGEM ÁS MÃES Railka Sá, Itaizinho/PI “As mães representam todo o amor e algumas das coisas mais importantes das nossas vidas. Por isso, na hora de presenteá-las queremos sempre acertar e, claro, o mais importante de tudo, garantir que elas fiquem ainda mais felizes. E foi como todo amor que preparamos essa festa linda, para, de alguma forma, homenageá-las. A noite de domingo foi diferenciada, por ser um dia tão especial. Contou com homenagens de todas as formas, com declamação de poesias, peça teatral, apresentação de vídeos e paródias cantadas pelos pequeninos. Além de um momento de oração, contamos também com várias brincadeiras para alegrar a noite das nossas mães, com direito a brindes para todas elas.“


Brincadeiras e jogos Muitas brincadeiras e jogos passam de geração em geração e conseguem sobreviver ao tempo e à concorrência da tecnologia.


BRINCADEIRA DA JIBÓIA Raylla Ramos, Sitiozinho/PI “Na nossa comunidade existem várias brincadeiras que foram passando de geração em geração. Entre elas, está a brincadeira da jiboia, na qual se brinca com o maior números de pessoas possivel. Começa formando uma fila, da pessoa maior para a menor, e a fila vai fazendo curvinhas, como se fosse uma cobra andando, e cantando a música “Sindó lê lê,sindó lá lá”. Termina quando o círculo fechar e a cabeça encontrar com o rabo da cobra.”


CABRA-CEGA (COBRA-CEGA) Jeane Melo, Baixa do Novilho/RN “Reúne-se um grupo de crianças e uma é escolhida para ser a cobra-cega e tem seus olhos vendados. Em seguida, a mesma tenta pegar outra criança, para assim deixar de ser a cobracega, e assim sucessivamente.”


BILA DE GUDE (BOLA DE GUDE) Romae de Né, Santo Antônio dos Posseiros/CE “Inicia-se com todos jogando a sua bila para acertar o buraco, que é chamado de primeiro. Quem se aproximar mais ou acertar o buraco começa o jogo. São quatro buracos, quem acertar os quatro ganha o direito de ser o matador e a bila que bilar tira a pessoa do jogo. Esta brincadeira é, desde muito tempo, o passatempo das crianças em nossa comunidade. O interessante é que essa brincadeira trabalha a coordenação motora, a estratégia de jogo e o pensamento.”


PIÃO Rozi Correia, Serra do Meio/AL “ É feito pelos pais das crianças com galhos da goiabeira. A brincadeira pode acontecer de maneira individual ou em grupo. Inicialmente, é feito um circulo no chão e, no centro, é colocado um pião. Os jogadores devem retirar o pião do cento. Para isso, é necessário utilizar a ponteira (cordão retirado de redes velhas). Assim, após enrolar a ponteira no pião, o mesmo deve ser arremesado contra o pião que esta no centro do círculo, tentando retirá-lo. O jogador que fizer isso ganha o jogo.”


PAU DE SEBO Paula Lima, Oitis/CE “Aqui na nossa comunidade temos o costume de fazer essa brincadeira na época da Semana Santa. O nome dela é pau de sebo e funciona da seguinte forma: pessoas se reúnem e vão na mata procurar um caule de árvore, de preferência o mais alto e reto. Depois é colocado sobre esse caule o sebo, uma espécie de gordura que deixa a superfície lisa. Feito isso, o caule é fixado no chão e uma quantia em dinheiro é colocado no topo do tronco. A pessoa que conseguir subir até o final ganha o prêmio. Vai uma pessoa de cada vez e não é permitida a ajuda de outras pessoas. Se no final da brincadeira ninguém conseguir, pode-se fazer uma escadinha, igual a essa da foto.”


PATA DE CAVALO Dyovany Otaviano, Riacho de Pedra/PE “A brincadeira patas de cavalo consiste em você andar sobre quengas de coco unidas por uma corda ou cordão. A brincadeira recebe esse nome devido ao som que é emitido das quengas de coco ao baterem no chão, lembrando a pisada do cavalo. Geralmente, as crianças apostam carreiras para ver quem chega primeiro a um determinado lugar. Às vezes, na aposta, é preciso chegar ao lugar determinado sem que se coloque os pés no chão, pois, se colocar, é eliminado da brincadeira.”


AVIÃO OU AMARELINHA Cícera Soares, Covões de Baixo/AL “Uma brincadeira muito comum aqui é o avião, que é desenhando no chão. O ideal é que tenha dois jogadores ou mais. Erra quem pisar na risca e jogar o caco na casa errada, assim dando a oportunidade para outro jogador. Quem conseguir jogar o caco em todas as casas primeiro, deve tomar distância e jogar o caco de costas em uma das casas. Se acertar, marca um x na mesma e começa tudo de novo.”


ELÁSTICO Edivânia Souza, Capim/AL “Em nossa comunidade, umas das brincadeiras tradicionais que foi passada de geração por geração é o elástico. Pode ser usado de várias formas, como a brincadeira do triângulo. Ela é formada por seis pessoas, sendo que três pessoas seguram e três pulam de várias formas. E vai aumentando o nível do jogo, porém que errar sai do jogo e dá a chance para outra pessoa brincar.”


CADÊ O GRILO? Josias Ribeiro, Solidão/PI “Forma-se uma fila e uma pessoa fica de fora. Ela pergunta: “Cadê o grilo?”. O primeiro da fila responde: “Está lá atrás”. A pessoa corre até o final da fila para pegar o último colega, que deve correr até o início da fila para fugir do pegador. Se chegar ao início antes do pega, está a salvo. Senão, sai da brincadeira. O próximo a perguntar “Cadê o grilo” é o que estava no final da fila e foi para o início.”


ADEDOLA Larissa Carvalho, Bebida Velha/RN “A brincadeira consiste em um jogo com cinco pedras. Os jogadores lançam uma pedra ao ar, enquanto tentam pegar outra no chão. Lançam e pegam uma pedra de cada vez, depois duas, depois três, depois quatro, e, por último, posicionam uma das mãos em forma de arco e lançam uma das pedras para cima, enquanto empurram as outras para dentro do arco. A brincadeira pode ter dois ou mais jogadores, sendo que algumas pessoas também jogam sozinhas.”


PASSAR O ANEL Francisco Pereira, Lagoado/PI “Um grupo de crianças se reúnem, sentadas na calçada, e uma vai passar o anel entre as mãos dos outros que estão sentados. E, quando passar por todos, aí pergunta-se onde está o anel? A criança que passou vai perguntar para o grupo que está sentado. Se não estiver com a criança que recebeu a pergunta, passa-se a vez para outra pessoa.” ”


CARRINHO DE LATA Jalima Gonçalves, Tabuleiro/AL “Para fazer o carrinho de lata é necessária uma lata vazia de sardinha, quatro tampas de garrafas, um cordão, dois palitos, um prego e um martelo. Os palitos podem ser de churrasco e, caso não tenha martelo, pode improvisar com uma pedra. Faça um furo na lata, em um dos dois lados mais curtos, e faça dois furos nos dois lados mais extensos. Amarre o cordão no furo do lado mais curto e coloque os dois palitos entre os furos dos lados mais extensos. Em seguida, faça um buraco em cada tampa e encaixe nas pontas dos palitos, que devem ultrapassar um pouco da largura da lata para que as tampas sejam encaixadas.”


PETECA Francimária Santos, Itaizinho/PI “A brincadeira da peteca vem passando de geração em geração em nossa comunidade e é muito divertida. Para se brincar, a peteca deve ser feita. Materiais necessário para a construção da peteca: 2 círculos de tecido jeans, 1 tesoura, 1 gole de vidro hipoclorito de sódio, algodão, penas de galinha, linha e agulha. Depois de feita, é só reunir os amigos e se divertir. Em um círculo, um participante segura a peteca com uma das mãos e com a outra dá um tapa, de baixo para cima. Todos os jogadores precisam manter a peteca no ar dando-lhe tapas para impedí-la de chegar ao chão. Nenhum participante pode deixar a peteca cair no chão e o que deixar é eliminado. O vencedor da brincadeira é o que ficar por último na roda.”


CORRIDA DO OVO Eronilda Ventura, Mercador/AL “Para brincar, somente é necessário marcar um ponto de largada e outro de chegada. As crianças terão que atravessar de uma linha a outra segurando uma colher na boca, sobre a qual se equilibra o ovo.Para evitar sujeiras, é nescessario que o ovo esteja cozido. Vence a criança que chegar primeiro à linha de chegada sem derrubar o ovo. Brincadeira que usamos muito na nossa comunidade.”


PULAR CORDA Cleonete Cavalcante, Baixa do Morro/PI “Essa brincadeira funciona com três pessoas: duas seguram a corda e outra pula. Quando a corda bate na perna da que está pulando, ela passa a vez para outra pessoa, que fica na espera. E assim vai atá acabar a brincadeira.”


TRÊS PASSARAM Robson de Jesus e Ricardo Rodrigues, Barro Vermelho/PI “A brincadeira vem desde os tempos antigos até hoje. Essa brincadeira é frequente na nossa comunidade.”


BEYBLADE CASEIRO Ewerthon Silva, Limoal/RN “Ferramentas necessárias: uma tampa de detergente e um ferro de bicicleta. Confecção: corte a tampa do detergente até o ponto que caiba no ferro da bicicleta escolhido; depois pegue um cordão e uma caneta e já pode começar a brincar.”


NA PRAÇA Nonata Lopes, Tanque Velho/PI “Crianças e adolescentes de nossa comunidade reunem-se para brincar na praça.”


PIÃO Josiane Gomes, Marrecos/PE “São duas as principais formas de brincar com o pião. No jogo sem desafios, os participantes apenas mostram suas habilidades botando o pião para rodar. Para isso, enrola-se a corda no pião segurando uma ponta do barbante e lançando o brinquedo no chão. A ação é mais complicada do que parece e dificilmente se obtém êxito nas primeiras tentativas. Já os mais experientes exibem o domínio sobre o brinquedo colocando o pião para rodar na palma da mão ou na unha do dedo e o pegando no chão. No jogo com desafio, os participantes desenham um círculo no chão e todos precisam arremessar seus piões no centro do círculo. Quem não conseguir, deita o seu pião dentro do círculo. Os piões deitados são disputados pelos outros jogadores que conseguirem atingir o centro do círculo. essa brincadeira também se chama pinhão, carapeta ou carrapeta.”


SOLTAR PIPA Joseane Teodoro, Furnas/PE “A brincadeira de soltar pipa é antiga, mas todo ano ela tem seu tempo. Brincadeira simples onde a criançada confecciona seu próprio brinquedo. A nossa comunidade é adepta dessa brincadeira que deixa crianças e jovens felizes.”


AMARELINHA Leo Andrade, Quixabeira/AL “Duas pessoas pulam na amarelinha, sendo uma de cada vez, com uma pedra, onde vai jogando.�


BILA Nalri Pereira, Barreiros/PB “Não tem número certo de participantes, quanto mais pessoas participarem da brincadeira, mais divertida ela fica. O objetivo da brincadeira é acertar (matar) com a sua bila a bila do adversário. Quando a bila de um participante for acertada, este sairá da brincadeira. Vence quem consegue não ser atingido por nenhuma bila.”


CABO DE GUERRA Otacio Oliveira, Cocos/PB “Uma brincadeiras da nossa comunidade que passou por gerações é o cabo de guerra, que é também uma atividade física, assim promovendo força e resistência. Funciona da seguinte forma: divide-se duas equipes, marca-se o centro da corda com um pano e o chão com um traço. Ganha a equipe que conseguir primeiro puxar a equipe adversária até ultrapassar a linha tracejada no chão.”


PASSAR O ANEL Vanielli Geilson, Baixio/PB “Passar o anel é uma brincadeira em grupo, onde uma pessoa fica com o anel na mão e vai passando de mão em mão dos colegas, deixando-o aleatoriamente na mão de alguém. E outra pessoa tem que adivinhar onde ficou o anel. Se adivinhar, é a vez dele passar o anel.”


AMARELINHA Rosaliny Caldeira, Batalha/PB “Amarelinha funciona da seguinte maneira: com um giz branco, desenhe o diagrama composto de 10 quadros, e depois numere-os de 1 a 10, com giz. Feito isso, para começar a jogar a pessoa deve se posicionar de costas para o primeiro quadrado e atirar o marcador. A casa onde cair o marcador será o quadrado em que ela não poderá pisar. O objetivo é que a criança percorra pulando a amarelinha até o número 10, sem pisar na casa onde está o marcador, pegue o marcador e volte. Se a errar, ou seja, não conseguir se equilibrar para pegar o marcador, então será a vez do próximo jogador. Será vencedora a pessoa que consiga completar todo o percurso primeiro, ou seja, que vá e volte trazendo o marcador, sem se desequilibrar.”


PULAR CORDA Joyce Silva, Campinhos/AL “Duas pessoas giram a corda enquanto outra pula.”


AMARELINHA Silvaney Ribeiro, Modelo I/RN “Desenha a academia e com um pataco (pedaço de telha) vai jogando e pulando o percusso só com um pé.”


CABRA CEGA Claudia Lunna, Retiro II/SE “A cabra cega é uma das brincadeiras que as crianças gostam de brincar. Para brincar, é preciso ter mais de duas pessoas. Venda-se uma pessoa e os outros ficam em volta e quem estiver vendado deve tentar pegar os que estão em volta. O que for pego primeiro é quem vai ser vendado na próxima rodada. Essa brincadeira vem desde os nossos antepassado.”


Festas e celebrações As festas e celebrações são momentos muito especiais e contam com a participação de toda a comunidade. Na maioria das vezes, estão associadas às tradições religiosas.


MISSA DO VAQUEIRO Eronilda Ventura, Mercador/AL “Todo ano na comunidade Mercador é realizada a tradicional Missa do Vaqueiro, no mês de junho. A missa reúne vaqueiros de todos os povoados vizinhos. Logo em seguida à missa vem a cantoria e disputas de corrida com premiações. À noite, temos animações com bandas culturais.”


CARETAS Paula Lima, Oitis/CE “Brincar de Caretas na Semana Santa é tradição aqui no Oitis. Homens, crianças e meninos se caracterizam com roupas femininas, máscaras, chicotes e chocalhos. Todos procuram ficar irreconhecíveis. Daí percorrem as residências pedindo esmola, que após arrecadada será “cobiçada” pelas demais pessoas, com o intuito de “roubar”. Porém, na hora da brincadeira, guardas ficam “vigiando” para que nada seja retirado. Quem conseguir “roubar’ o Judas que fica no interior de uma casa ganha o valor que arrecadaram em dinheiro. Lembrando que essa é uma brincadeira e todos conhecem como ela funciona.”


DIA DE SÃO JOSÉ Rosa Caldeira, Batalha/PB “A comunidade de Batalha realiza todos os anos o Dia de São José, no dia 19 de março, que é comemorado com muita fé e devoção. São cantadas músicas que fazem referência ao mesmo, companhadas por um triangulo e outros equipamentos, numa caminhada com a imagem e, depois, acontece o terço. Logo depois é oferecido um lanche para todos os fiéis.”


TERÇO DO MÊS MARIANO Dyovany Otaviano, Riacho de Pedra/PE “No mês de maio a Comunidade de Riacho de Pedra celebra o Terço do Mês Mariano. A população se reúne todas as noites para rezar os mistérios, cânticos e os benditos. Durante o mês todo a comunidade vai se preparando para o último dia, o dia 31. Esse tem um rito todo especial, começa-se com a grande procissão. No momento da procissão, os juízes vem na frente do andor carregando sua bandeira pintada manualmente em uma mão e na outra vem com a vela branca acesa, amarrada com uma fita branca dando um laço.”


ARRAIÁ DO BIRINO Silvaney Ribeiro, Modelo I/RN “Como forma de resgate à cultura popular, anualmente vem acontecendo no assentamento Modelo I o Arraiá do Birino. Festa essa que acontece no mês de junho, na casa do seu Birino, um dos moradores da comunidade. Essa foi uma brincadeira realizada por sua família, que já estamos considerando tradição, uma vez que agora, em 2016, foi realizado o sexto ano dessa festa típica nordestina.”


ROMARIA DO SANTO CRUZEIRO Wesley Kayke, Baixa Grande/PB “A Romaria do Santo Cruzeiro é um marco missionário para a nossa região. Todos os anos a romaria para o alto do Cruzeiro reúne vários fiéis. Esse é mais um dos símbolos mais conhecidos da nossa comunidade.”


FESTEJOS JUNINOS Aldair Santos, Caraibeira dos Teodósios/AL “São comemoradas no mês de junho as festividades de Santo Antônio, São João e São Pedro, com novena, procissão, fogos pirotécnicos, quadrilhas realizadas pelo grupo de jovens da comunidade, as tradicionais fogueiras - que em tempos antigos era uma forma de avisar que havia nascido uma criança na região em que São João nasceu, guloseimas, comidas tipicas e muito forró pé de serra.”


LAÇO DO CARNEIRO Josias Ribeiro, Solidão/PI “Aqui em nossa comunidade temos como tradição o Laço do Carneiro, que acontece no mês de junho. Essa festa teve início no ano de 2016, em um bate-papo de amigos que tiveram a ideia de organizar o evento. A partir daí, passou a ser feito todos os anos! Esse ano a festa aconteceu no domingo, dia 26/6/2016, com laçadores de várias comunidades da nossa região.”


SÃO JOÃO Josiane Gomes, Marrecos/PE “Aqui na nossa comunidade as festividades acontecem sempre, com a ajuda do pessoal da comunidade.“


NOVENÁRIO DE SANTA CECÍLIA Maria Helena, Serra das Viúvas/AL “A comunidade Quilombola Serra das Viúvas recebeu por padroeira a Santa Cecília. Escolha de um antigo professor que atuava na escola local, pelo fato de, naquela época, a mais antiga moradora da comunidade se chamar Cecília. A comunidade se mobilizou para a construção de uma capela e dentro três anos conseguiu erguê-la por meio de doações. Após a inauguração da capela em 2012, a comunidade começou a organizar o novenário de Santa Cecília, que sempre tem inicio no dia 12 de novembro, com o levantamento da bandeira, e vai até o dia 22 de novembro, dia de Santa Cecília. São nove noites de novena, que é considerada uma das mais populares da região, pois reúne pessoas de diversos povoados, municípios e estados. A capela chega a não suportar a quantidade de devotos que vem prestigiar o novenário.”


CAVALGADA DA SERRA DO BENTO Nalri Pereira, Barreiros/PB “A Cavalgada da Serra do Bento já acontece háseis anos, sempre no mês de junho. Muitos cavaleiros da região de reúnem na casa do senhor Evangelista, morador do Sítio Barreiros, e de lá saem para subir a Serra do Bento. Chegando lá, há um momento de oração, depois acontece o churrasco e, em seguida, descem a Serra. A cavalgada finaliza na casa do senhor Irineu, onde todos aguardam a chegada dos cavaleiros e acontece um grande forró.”


SÃO JOÃO COM FLOR DE MANDACARU Gabirela Cardoso, Anauá/CE “As apresentações do grupo “Flor de Mandacaru” foram um verdadeiro show, homenageando o nosso Luiz Gonzaga e apresentando várias músicas do mesmo. As apresentações vieram acompanhada de comidas tipicas, dando um gostinho diferente ao nosso São João.


MÊS MARIANO Verônica Dionísio, Araça II/RN “Mês Mariano na comunidade do Araça ll Vera Cruz RN. Encerramento do terço com a queima das flores, que é algo cultural da Igreja Católica. E fechando o mês com a tradicional missa e coroação de Nossa Senhora da Conceição.”


VAQUEJADA Otacio Oliveira, Cocos/PB “Uma grande tradição em todo o Nordeste é a vaquejada. Na nossa comunidade não é diferente, temos o Parque São Bernardo, onde todos os vaqueiros da região vêm participar da festa. Geralmente os bolões duram dois dias. Muitas pessoas participam, tem vários tipos de comidas típicas e muito forró.”


NOVE NOITES DE NOVENA Cícera Soares, Covões de Baixo/AL “Aqui em Covões de Baixo, no mês de novembro comemoram-se nove noites de novena. São realizados bingos, rifas e sorteios, com participação da maioria da população e de pessoas das comunidades vizinhas. Ao término das novenas, são servidos lanches e, em seguida, realizados leilões. No outro dia, após o emceramento, é celebrada uma missa com presença dos noiteiros.”


FESTA DA PADROEIRA Maria Andrade, Maxi/AL “No mês de outubro, toda a comunidade se reúne para realizar a festa da padroeira Nossa Senhora Aparecida. A festa teve início nessa comunidade em 2011. Todas as famílias se reúnem na capela para louvar e agradecer à Deus pela bênçãos derramadas em suas famílias. São nove noites de novenas, cada noite organizada por duas ou três famílias e ficando a missa de ação de graças à Nossa Senhora Aparecida para acontecer um dia após a última noite. Acontecendo nesse dia a realização da missa, a primeira comunhão das crianças da comunidade e a procissão com a imagem.”


FESTA DAS CRIANÇAS Edivaldo Melo, Retiro II/SE “No último sábado, dia 24 de dezembro, tivemos em nossa comunidade a terceira festinha das crianças. Tiveram brincadeiras como quebra-pote, corrida de saco e corrida do ovo. Houve também a entrega de doces, lanches e brinquedos.


DIA NACIONAL DA JUVENTUDE Fabio Pereira, Serra do Meio/AL “Sabemos da importância de trabalharmos com os jovens da comunidade, que muitas vezes são privados de tantos sonhos, de alegrias e de renovação de esperanças. Assim, nós da comunidade Serra do Meio passamos a realizar o Dia Nacional da Juventude. O evento normalmente acontece no mês de agosto e tem uma semana de duração. É realizado pelos jovens, para os jovens e conta com apoio da comunidade e da Prefeitura Municipal de Água Branca. O evento é pensado para atender a nossa comunidade e as comunidades vizinhas. São realizadas palestras, rodas de conversa (onde discutimos temas ligadas à juventude e à contemporaneidade) e fazemos a recitação do terço.”


SÃO JOÃO Eronaldo Rosa, Modelo II/RN “O São João é uma data muito importante, tanto cultural quanto religiosamente para nós cristãos. E nossa comunidade Modelo II não poderia deixar de expressar esse momento tão bonito e cultural. Apresentação do casamento, quadrilha... tudo perfeito.”


SÃO PEDRO Ivanessa Gonçalves, Moreira de Baixo/AL “No dia 28 de junho comemora-se o dia de São Pedro, uma de nossas tradições, com festas juninas, com a dança da quadrilha e a fogueira.”


NOSSAS FESTAS RELIGIOSAS Carla Diaz, Papaterra/AL “Na comunidade Papaterra as festas tradicionais, que acontecem todos os anos, são de caráter relogioso. São três, a festa da padroeira da comunidade, Nossa Senhora de Aparecida; a Festa de São João; e a Novena de Santo Antônio. A festa de Nossa Senhora de Aparecida é realizada durante nove dias, tendo seu encerramento no dia 12 de outubro. Cada noite de festejo da padroeira tem um noiteiro (pessoa que arca com as despesas do dia de festejo). A Festa de São João é realizada em junho, tendo seu início no de 16 e encerramento no dia 24. E a de Santo Antônio é uma novena que acontece no dia 13 de junho. Esse é realizada por uma pessoa da comunidade ter feito promessa ao santo.”


FESTA DO PADROEIRO Luzenira Gomes, Pedra Branca/PE Todos os anos a comunidade de Pedra Branca se reúne para juntos comeramos a Festa do Padroeiro São João. Iniciamos a novena rezando o terço e lendo um texto bíblico, que relata a historia e a missão do padroeiro São João. Em seguida, fazemos uma reflexão e, após o novenário, encerramos com uma procissão. A missa e a festa acontecem na semana de São João. E, em seguida, acontecem os festejo juninos,como quadrilha matuta e arrastapé para abrilhantar a nossa festa, que concentra comunidades vizinhas e autoridades, para prestigiar nossa cultura.”


TODOS JUNTOS PELO ARRAIÁ Maria Lizandra, Pereiros/PB “A comunidade de Pereiros sempre conservou a tradição da comemoração em homenagem a São João, São Pedro e Santo Antônio. Este ano os moradores se reuniram pra assistir filmes, utilizando os equipamentos do telecentro, e naquela roda de conversas surgiu a ideia de fazermos todos juntos o arraía. Começamos os preparativos dividindo as tarefas e cada um se disponibilizou a fazer uma comida típica. E logo começou os ensaios da quadrilha tradicional. A decoração foi confeccionada pelos jovens. Com muito trabalho conseguimos juntos realizar o arraía, no dia 22 de junho.”


VENERADA SANTA CRUZ Josiel Alves, Cacimba Cercada/AL “Todos os anos, no dia 24 de maio, acontecem os novenários da Venerada Santa Cruz na comunidade de Caraíbas/Cacimba Cercada, tendo o encerramento com a Santa Missa, logo após a procissão.”


AQUI NÃO É DIFERENTE Natalia Santos, Cachoeirinha II/SE “No dia 23 de junho, como em muitos lugares, tem aquela festinha e aqui na Cachoeirinha não é diferente. No dia de São João tem a quadrilha formada por jovens e crianças da comunidade e também aquele forrozinho pé de serra que ninguém abre mão.”


IDENTIDADE NORDESTINA Guilherme Angelo, Sítio Alegre/CE “Além da tradicional fogueira de São João e São Pedro, existe na comunidade o Grupo Jovem Renascer que há vários anos promove o arraiá, com apresentações de quadrilhas, coreografias, casamento matuto e muito mais. A comida mais típica dessa comemoração é o famoso mungunzá, bolo de milho, bolo de macaxeira e baião de dois com queijo. O apadrinhamento de roda de fogueira e as apresentações juninas são feitas com trajes tradicionais juninos. Enfim, é uma festa de identidade nordestina muito bem festejada. Não esquecendo os artefatos (festejos) como chuvinhas, bombas, traques, rabo de saia e outros mais que deixam as festas e o povo ainda mais alegres.”


SÃO PEDRO APÓSTULO Adriel Luis, Uruçu/PB “A festa de São Pedro Apóstolo é a mais tradicional em nossa comunidade. Nesse ano de 2016, realizamos o novenário em homenagem a São Pedro, padroeiro da Capela de Uruçu, que aconteceu do dia 20 a 29 de junho. Todas as comunidades do município de Gurinhém são convidadas a participar e contribuir nas celebrações e missas que acontecem durante o período.”


FESTAS JUNINAS Vanielli Geilson, Baixio/PB “Sempre no mês de junho, não pode faltar nas festas juninas o momento da quadrilha. Num salão, num terreiro, no clube, na escola, todo mundo quer fazer sua quadrilha junina. Antigamente os jovens da minha comunidade e comunidades vizinhas se reuniam para formar a quadrilha, tanto para diversão como também para competições. Hoje, as danças estão sendo realizadas mais nas escolas, mas não pode faltar. Nas festas também há muitas comidas típicas tradicionais, como a pamonha, canjica e bolo de milho.”


NOVENAS DE NOSSA SENHORA Vanessa Oliveira, Olho D’Água/CE “No mês de maio é tradição na comunidade Olho D’água do Comprido a realização das novenas de Nossa Senhora. São 31 dias de novenas com cânticos e orações, em que são ofertadas flores à Maria. No último dia do mês, acontece a coroação da santa, com apresentações, louvor e ofertórios, queima das flores ofertadas e fogos. A coroação de Nossa Senhora é uma das festas mais importantes para os católicos da comunidade, um verdadeiro momento de fé e tradição.”


NOSSAS FESTAS Ewerthon Silva, Limoal/RN “A comunidade Limoal tinha a tradição de comemorar três festas: o carnaval, a festa junina e a festa da Santa Luzia. A festa da Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro, quando seus devotos expressam o seu respeito, amor e devoção à Santa. Todo ano essa festa é comemorada em nossa comunidade. A festa junina é comemorada no mês de junho, quando os moradores da comunidade fazem fogueiras e assam milhos nelas. A comunidade também possuía um bloco carnavalesco, cujo nome era “Os foliões do Rock”. Entretanto, não possuímos mais porque seus organizadores saíram da comunidade e foram morar em outros lugares.”


FESTA JUNINA Cleonete Cavalcante, Baixa do Morro/PI “Uma das culturas mais tradicionais daqui é a festa junina, onde tem apresentação de quadrilhas de várias comunidades diferentes e dos colégios. Com trabalhos em grupo e com a ajuda de todos são realizada as quadrilhas.”


FESTA DAS CRIANÇAS Larissa Carvalho, Bebida Velha/RN “Todos os anos, tradicionalmente, a APABV (nossa associação comunitária) realiza a Festa das Crianças, com a participação dos sócios e a ajuda da comunidade, numa amostra real de voluntariado e trabalho coletivo. Na festa, que é toda construída sob doações e parceria, tem brincadeira, danças, lanches e distribuição de brinquedos. É importante ter um dia para aqueles que serão o nosso futuro, as crianças são a esperança de um mundo melhor e nós devemos mostrar o caminho da solidariedade e do respeito!”


COMIDAS FESTEIRAS Givaldo Silva, Cachoeirinha - Agrovila I/SE “Como de costume, nas festas juninas comemoramos com várias comidas típicas à base de milho, que, de acordo com a tradição, sempre era plantado no dia de São José. Hoje em dia, com a mudança dos tempos e com a falta de chuvas, nem sempre é possível colher milho na época dessa festa. Mas sempre que dá os assentados se reúnem para fazer canjica, pamonha e milho assado ou cozido, que são servidos para todos presentes.”


TRADIÇÃO Edivânia Souza, Capim/AL “A comunidade Capim tem como cultura e tradição festejar o dia de Santo Antônio com a novena na associação e São João com apresentação de quadrilha comida tipica.”


FESTAS JUNINAS Romar de Né, Santo Antônio dos Posseiros/CE “Os festejos juninos são uma tradição muito esperada e pertinente em nossa comunidade. As apresentações das quadrilhas é um fator cultural de grande venereção, sempre com a organização dos jovens da comunidade e com trabalho em equipe. Nas festas juninas acontecem apresentação da quadrilha, concursos e venda de comidas típicas, como muncunzá, pamonha, galinha caipira cozida, bolo de milho, bolo de goma e carne de sol assada nas brasas da fogueira. Se consolida como um período marcado por muita comemoração e festejos.”


NOSSO ARRAIÁ Raylla Ramos, Sitiozinho/PI “Foi realizada no dia 19 de junho a nossa festa junina, na sede da associação, com a nossa quadrilha, mistura caipira, etc. Nossa arraiá homenageou os dizimistas, com o sanfoneiro Nilson de Zé Domingo trazendo animação a todos. Tinha várias comunidades assistindo nossa festa junina, com comidas típicas, bolos, bebidas, canjica, pudim, doces, etc. O dinheiro arrecadado foi para ajudar na construção da igreja. No final da apresentação teve brindes para quem participou da nossa quadrilha. Foi um arraiá maravilhoso, tranquilo e muito alegre.”


FESTEJOS JUNINOS Jailma Gonçalves, Tabuleiro/AL “Diferente de alguns locais, no Distrito Tabuleiro há quadrilha somente na fogueira do São João (23/jun), véspera do Dia Santo (24/jun). Vale destacar que não há comidas típicas, a não ser nas comemorações particulares dos moradores. Os jovens se organizam aproximadamente um mês antes para os ensaios. Na fogueira do São João acontece a dança e, após a apresentação, temos o bingo do balaio. A arrecadação do dinheiro serve para custear os gastos da organização da quadrilha. Após o bingo do balaio, temos o forró que dura a noite toda. Na fogueira de São Pedro temos apenas o forró, agora sem quadrilha, que dura a noite toda como no São João. Em nossa tradição, ascendemos a fogueira de São João no dia 23/jun e a de São Pedro no dia 28/ jun, às vésperas dos dias santos. Reza a lenda que quem não ascende a fogueira frente à porta de casa o diabo passa seu rabo no responsável da casa.”


NOVENAS DE NOSSA SENHORA DAS DORES Wendell Leite, Campinhos/AL “A comunidade de Campinhos já está em festa! Dia 29 de agosto foi o estiramento da bandeira de Nossa Senhora das Dores. Dia 30, a primeira noite das novenas, foi dos índios da aldeia karúazu de Campinhos. São 9 noites mais a Santa Missa no dia 8 de setembro.


SÃO JOÃO Amanda Silva, Tanque Velho/PI “Hoje, dia 29 de julho, foi feita uma quadrilha de crianças e jovens da comunidade Tanque Velho, com danças típicas de São João.”


Saberes e simpatias Saberes populares e conhecimentos que nascem nas comunidades a partir da criatividade das pessoas ao lidar com problemas do cotidiano


TRADIÇÃO DAS CURANDEIRAS Larissa Carvalho, Serra do Meio/AL “Aqui na comunidade ainda é mantida forte a tradição das curandeiras. Essas mulheres rezam dizeres que são curas para diversas doenças. Muitas vezes mais creditadas do que alguns médicos. Geralmente as pessoas vão se curar de olhado, espinhela caída e outras tantas curam até os cabelos!


REZADEIRA DE DORES MUSCULARES Adriel Luis, Uruçu/PB “Este tipo de reza é indicada quando se machuca alguma parte do corpo (contusão), principalmente nas articulações dos pés e das mãos. Nesse caso, a rezadeira manda ofertar as orações para São Frutuoso, Nossa Senhora e Jesus Cristo. Utiliza-se uma agulha com linha e um pano virgem e vai-se costurando a contusão.”


PLANTIO DA PALMA Givaldo Silva, Cachoeirinha Agrovila I/SE “Para o plantio da palma forrageira, os agricultores daqui recomendam se quebrar a palma três dias antes ou depois da lua nova, pois quando plantadas nesses dias ela terá bom desenvolvimento.”


MEDIÇÃO DA CHUVA Jose Netto, Redondo I/PB “Quando chove, é só ir no pilão pela manhã e ver o total de água após a chuva. Dependendo do tanto de água que tem no pilão, a gente descobre quantos milímetros choveu. Se o pilão fica meio cheio de água, é porque choveu 50 mm. Se encher todo, é porque choveu 100 mm. Aí vai variando o total de água e vai-se descobrindo quantos milímetros deu de chuva!”


PREVER SITUAÇÕES DO COTIDIANO Alênicon de Souza, Redondo/PB “Há uma sabedoria oral popular passada de muitas gerações, que, através da observação das aves da caatinga, é possível prever algumas situações do cotidiano. Urubu – a tradição afirma que “um é gosto, dois é desgosto”. Ou seja, avistar um urubu voando no céu pode ser sinal de que o observador terá boa surpresa. Avistar dois, é sinal de desgosto. Vim-vim – o canto dessa ave perto de casa é sinal de que os moradores receberão visita. Rasga-mortalha – essa ave de hábito noturno e de canto horripilante raramente é vista. No entanto, ouvir o seu canto enquanto sobrevoa uma residência, é aviso de morte. João de barro – o joão de barro é conhecido pela sua engenharia ao construir o ninho, utilizando gravetos e argila. Quando, ao terminar sua “casa”, a porta fica para o nascente (leste), lado em que vêm os ventos de chuva, é sinal de seca, quando fica para o poente (oeste) é sinal de chuva favorável, e consequentemente, de boa colheita.”


MÃE HELENA, PARTEIRA MÃE HELENA, PARTEIRA Edivânia Souza, Capim/AL Edivânia Souza, Capim/AL “Essa é a Mãe Helena, parteira da comunidade. Há mais de vinte anos atuando como parteira, “Essa é a Mãe Helena, vendo parteira da comunidade. Há mais de até vinteconseguir anos atua como parteira nela e adquiriu adquiriu experiência outras parteiras fazendo parto, que confiassem e experiência vendo outras parteiras fazendo parto, até conseguir que confiassem nela e passassem seus passassem seus conhecimentos, auxiliando para que ela continuasse com seu trabalho voluntário.” conhecimentos, auxiliando para que ela continuasse com seu trabalho voluntário.”


SINAIS DE CHUVA Vanessa Oliveira, Olho D’Água do Comprido/PE “A chuva é algo muito esperado e muito clamado no sertão. Talvez por isso, muitos saberes populares se relacionam à previsão desse fenômeno natural. Segundo esses saberes, a presença de insetos como cupins de asa e tanajuras são sinais de chuva. Caso não chova em 3 dias, haverá um período de estiagem de 15 dias. O barulho das rãs “rapando” também é um bom sinal de chuva, segundo os saberes populares.”


CANTO DA CASACA DE COURO Romar de Né, Santo ANtônio dos Posseiros/CE “Segundo os mais velhos contam, em nossa comunidade há uma grande crença quanto ao inverno, depositada no pássaro chamado Casaca de Couro. Ele recebe esse nome pois suas penas são da cor das casacas de couro que o vaqueiros utilizam para juntar gado no mato. Os mais velhos falam que, se esse pássaro realizar uma sinfonia grande, isso é, cantar muito, próximo ao período do inverno, teremos uma inverno chuvoso e cheio de fartura. Porém, se ele não realizar esse canto harmonioso, teremos um inverno fraco.”


CHUVAS NO INVERNO Maria Helena, Serra das Viúvas/AL “A senhora Maria Isabel, conhecida como Mãe Bela, matriarca da comunidade, conta que, de acordo com suas experiências, se o dia de Santa Luzia (13 de dezembro) e também os dias 14 e 15 de dezembro, forem nublados, os três primeiros meses de inverno serão chuvosos. Se, porém, forem dias de sol, certamente os três primeiros meses de invernos serão com pouca chuva.”


OS DONS DA DONA MARIA JOVELINA Josiane Teodoro, Furnas/PE “Dona Maria Jovelina, agricultora, aposentada e mãe de 4 filhos, sempre viveu em Furnas. Mulher de fé, desde jovem, incentivada por sua mãe, tem ajudado pessoas da comunidade com seus dons. A mesma tem sido procurada por comunitários que sofrem com dores, mal olhado e lesões, a fim da melhora desses sintomas. A comunidade agradece e deseja que Deus a ilumine com muitos anos de vida para que possa continuar ajudando a quem precisa.”


CURAR MAU OLHADO Dyovany Otaviano, Riacho de Pedra/PE “Quizante, quebrante, quizila, quizanda o olho mau arrenegado arretira Paizão vindo do mar sagrado”. É assim que dona Bia de Preto reza o mau olhado, além é claro do Pai Nosso, da Ave Maria e do nome da pessoa que está sendo rezada. No momento da reza, dona Bia faz gesto com o galho da planta em direção à pessoa que está sendo rezada. Se o galho da planta ficar murcho, logo assim que a reza acabar, é porque a pessoa está com mau olhado. Para saber se o mau olhado vem de um homem ou de uma mulher, dona Bia afirma que, se os olhos começarem a lacrimejar e se houver abrimento de boca no momento em que está se rezando o Pai Nosso, é porque vem de homem. Se isso acontecer durante a Ave Maria, é porque vem de mulher. O mau olhado sempre é rezado com mato de folha verde, no caso da foto foram utilizados galhos de vassourinha.”


HORTA Ewerthon Silva, Limoal/SE “Coentro: do plantar ao colher é um mês Pimentão, pimenta, berinjela, tomate ,repolho e cenoura: do plantar ao colher é 120 dias Macaxeira: planta-se no mês de janeiro e a colheita é somente depois de 6 meses. Batata: planta-se no mês de maio e a colheita é somente depois de 4 meses. Feijão quarentinha: a colheita é somente depois de 40 da plantação. Feijão joaquim: a colheita é somente depois de 60 dias da plantação. Milho: planta-se no mês de abril e a colheita é somente depois de 3 meses. Mandioca: planta-se em janeiro e a colheita é somente depois de um ano. Inhame: planta-se no mês de janeiro e a colheita é somente depois de um ano.”


SINAL DE SECA Cinthia Gomes, Caraibeira dos Teodósios/AL “O senhor Oséias é um morador da nossa comunidade que compartilha conhecimentos que aprendeu com seus pais, que vão passando de geração em geração. Ele conta que na caatinga tem uma árvore que é conhecida como imburana de cheiro, que quando floresce e dá frutos é sinal que o ano vai ser ruim, de pouca chuva, ou seja, de seca.”


PLANTAR PARA COLHER Jonicleisson Morais, Modelo I/RN “Agricultores da comunidade mantem viva essa tradição e esse saber que vem de seus antepassados. Ao plantar o milho no dia de São José - 19 de março, tem-se o milho maduro no dia de São João, 24 de junho. Assim a festa está garantida, muito milho e muita comida para festejar a fartura em suas mesas.”


REDUZIR O VENTO Maria Luiza, Quixabeira/AL “Para que a velocidade do vento seja reduzida, é necessário pegar uma cruz benta, feita de palha de coqueiro, e colocar atrás da porta.”


MADRINHA EXPEDITA, BENZEDEIRA Paula Lima, Oitis/CE “A benzedeira também é um saber que possuímos na nossa comunidade. Esse dom é passado de geração em geração. Madrinha Expedita reza em pessoas com vento caído, mau olhado, enxaqueca, feridas que não cicatrizam, etc. Fé, cada um tem a sua!!”


REZA PARA PÉ TORCIDO Cleonete Cavalcante, Baixa do Morro/PI “Dona Tereza sabe rezar em pessoas que torceram o pé. Ela me explicou que, quando uma pessoa esta com pé torcido, ela reza no pé e na perna toda, nos ossos e na carne, e a pessoa fica curada.”


MÃE DORINHA, PARTEIRA Stive Araruna, Anauá/CE “Maria das Dores de Sousa, mais conhecida como Mãe Dorinha, possui mais de 50 anos de trabalhos comunitários como parteira tradicional do povoado. Por falta de oportunidade, fez apenas a alfabetização. Hoje tem 80 anos de idade.”


SABÃO CASEIRO Daniel Caldeira, Batalha/PB “Domésticas da comunidade de Batalha fazem sabão caseiros, para utilizar em seus usos do dia a dia, reaproveitando restos de óleo usados.”


PREVISÃO DE CHUVA Guilherme Angelo, Sítio Alegre/CE “A previsão do tempo popular é feita no dia 13 de dezembro (Dia de Santa Luzia). Procedimento: coloca-se, em uma tábua, 5 pedras de sal grosso, que representam os 5 primeiros meses do ano. Coloca-se a tábua com as pedras em cima da casa, no começo da noite do dia 13. No dia seguinte retira-se a tábua e observa-se qual a pedra que ficou mais molhada pelo sereno. Segundo a tradição popular, a pedra que estiver mais molhada é o mês que terá mais chuva. Caso não molhe nenhuma, será mais um ano de seca.”


CARANGUEJEIRAS E A CHUVA Nalri Pereira, Barreiros/PB “Na região de Barreiros existe a crença de que, quando as caranguejeiras começam a aparecer com uma maior frequência, é sinal de chuva, pois elas moram em buracos e, quando o local fica mais quente, elas saem.”


DONA ERNESTINA, REZADEIRA Raylla Ramos, Sitiozinho/PI “Na comunidade do Sitiozinho tem várias rezadoras. Uma delas, dona Ernestina, já está com esse dom há mais de 72 anos. Ela reza em crianças e adultos, com três ramos de vassourinha. Ela se interessou através da sua avó, que era muito rezadeira e todos admiravam seu dom. Hoje, ela reza em todos que precisarem de ajuda, se estiverem doentes, e todos têm bons resultados. Mas só pode rezar antes do sol se pôr.”


PROTEGER DO MAU OLHADO Cícera Soares, Covões de Baixo/AL “Aqui geralmente quando há um bebê recém nascido, o pessoal coloca uma fita vermelha no braço para evitar o mau olhado. Também é comum colocar em animais, como cachorro, bode e cabrito.”


SAÚDE DOS ANIMAIS Natalia Santos, Cachoeirinha II/SEW “Como contam os mais velhos, há anos atrás não havia tantos medicamentos ou a maioria não podiam comprá-los. Então, utilizavam o que tinha, improvisavam. Sal e água de joão mole para despachar a placenta das vacas, crista de galos para quando a ponta das vacas adoecia, e até gasolina nos cascos quando tinha algum machucado. E alguns mais iam pela fé e rezavam a vaca, o boi, ou qualquer outro animal doente.”


SOL NA CABEÇA Claudia Lunna, Retiro II/SE “Maria José, moradora da nossa comunidade, ajuda muita gente com seu dom. Quando as pessoas estão com dor de cabeça forte, a procuram para rezar. Perguntei a ela como ela rezava nas pessoas. Ela disse que usava uma garrafinha com água e um pano branco na cabeça. Se a água começar a borbulhar, e porque tem sol e serreno.”


INSETICIDA NATURAL Vanielli Geilson, Baixio/PB “Usa-se folhas de marmeleiro, cascas de árvore e uma bacia de zinco como inseticida natural, para espantar mosquitos, morissocas e pernilongos. Como preparar: coloque as cascas no fundo da bacia, ponha fogo e depois coloque as folhas em cima. Quando tiver saindo bastante fumaça, coloque a bacia dentro de casa e feche as portas. Aguarde uns 25 minutos e pronto. Com certeza, espanta esses bichinhos voadores que icomoda tanto. Muito usado em tempos passados na minha comunidade.”


PÉ DE JUAZEIRO Wendell Leite, Campinhos/AL “Esse é um pé de juazeiro. Dizem que essa árvore só deruba as suas frutas no chão molhado e nunca no chão seco, sempre na terra molhada pela chuva.”


PREVENDO O SEXO DA CRIA Otacio Oliveira, Cocos/PB “Um dos saberes populares da nossa comunidade é para descobrir o sexo da cria de uma vaca. Quando uma vaca está prenha, o senhor José Bernardo descobre se a cria será macho ou fêmea. Se a vaca ficar com a cara mais escura, a cria será fêmea. Se permanecer com a cor normal, a cria será macho. Também dá pra saber se será fêmea através das tetas, pois as tetas da frente ficam maiores.”


HORÁRIO PELA SOMBRA Ronaldo Aragão, José Ribamar/SE “Os mais idosos da comunidade utilizavam esse método porque segundo eles, ganhavam tão pouco no trabalho, que não dava nem para comprar um relógio. Daí, eles olhavam para o sol e para a sombra para saber a hora de almoçar e de ir embora. Quando o sol está bem centralizado no meio de uma forma que projete a sombra em baixo dos pés, como se o indivíduo estivesse pisando nela, aí eles sabiam que já eram 12 horas (meio-dia).”


LEVANTANDO ARCA CAÍDA Carliane Alves, Tanque Velho/PI “Uma das sabedoria regionais é levantar arca caída. É quando a pessoa se sente cansada, com dores nos braços, no peito, etc. A dona Maria mede a pessoa com um pano branco, do dedo mindinho ao cotovelo. Se essa medida der maior que a largura de seu tórax, é sinal que suas arcas estão caídas. Aí, dona Maria aprendeu com seus antepassados uma reza que melhora todos esses sintomas. Depois de rezar ela volta a medir de novo para ver se a medida já ficou justa no tórax, sem faltar ou diminuir.”


LAGARTIXA CURA IMPINGEM Jailma Gonçalves, Tabuleiro/AL “Um dos nossos saberes populares é a lagartixa como remédio para curar as impingens. Segundo moradores, para ficar bom de uma impingem é só pegar uma lagartixa e esfregar as costas dela na impingem, até a pele da lagartixa não estar mais carrasquenta como estava antes de ser esfregada. Apesar da dor, devido às costas da lagartixa ser arranhenta e ter que esfregar até ficar lisa, a simpatia dá resultado. Após o feito, a lagartixa deve ser solta para que a impingem suma também.”


A BENZEDEIRA AUTELINA Fabio Pereira, Serra do Meio/AL “É muito comum em nossa comunidade as pessoas reclamarem de uma dor no peito e nos ombros, essa dor é conhecida como espinhela caída. Para diferenciar esse tipo de dor, a benzedeira faz uma medição no corpo do doente. Utiliza-se para isso um pano (tem que estar limpo), o doente se posiciona em frente a benzedira e inclina a mão próximo ao rosto. A benzedeira mede a distância entre o cotovelo e a pontinha do dedo mindinho. Após esse procedimento, a benzedeira coloca o pano com a distância obtida sobre os ombros da pessoa com dor. Se a medida for maior que a largura dos ombros, a pessoa esta com a espinhela caída, se for do mesmo tamanho, a dor está sendo causada por outro motivo. Vale ressaltar que a medida nunca vai ser menor que a largura dos ombros. Se for identificada a doença de espinhela caída, a benzedeira faz a reza (durante três dias) e a dor vai embora.”


FORMIGAS SINALIZAM CHUVA Josias Ribeiro, Solidão/PI “Seu Raimundo Gomes Braga fala que, quando as formigas começam a carregar os filhotes de uma baixa para o alto, é sinal de chuva em breve.”


PÉ DESMENTIDO Josiane Gomes, Marrecos/PE “Quando a pessoa está com o pé desmentido, a rezadeira reza com uma agulha virgem, com uma linha na agulha e um pedaço de pano branco em cima do pé. A rezadeira fica colocando e tirando a agulha no pano e fala: carne criada. E a pessoa que está com o pé desmentido responde: eu te cozo. A rezadeira diz: carne criada, nervo conjuntado defeituoso, eu te cozo. A rezadeira fica repetindo isso e reza durante três dias. No quarto a pessoa oferece a reza.”


Comidas tipicas

Receitas tradicionais, segredos culinรกrios revelados, os pratos preferidos nas comunidades, os ingredientes, modos de preparo...


ANGU COM CARNE DE GALINHA Paula Lima, Oitis/CE “Ingredientes: galinha caipira,temperos,massa de milho. Cozinhe a galinha com todos os temperos que você desejar. De preferência cozinhe em fogão a lenha, pois assim fica mais gostosa. Depois faça o angu, usando a massa de milho em água fervente e com sal. Espere cozinhar e pronto! Coma bastante porque é uma delicia.”


TORRESMO DE PORCO Nalri Pereira, Barreiros/PB “O torresmo pode ser servido como acompanhamento no almoço ou no jantar ou como petisco. Ingredientes: 1kg de torresmo; sal e pimenta do reino; 3 dentes de alho amassados; 1/2 xícara de oleo; limão para acompanhar. Modo de preparo: tempere o torresmo com o sal, pimenta e alho. Coloque o alho pra aquecer e, em seguida, coloque o torresmo no fogo. Tampe e frite até os torresmos ficarem sequinhos. Escorra em papel toalha e sirva com limão.”


UMBUZADA Cícera Soares, Covões de Baixo/AL “Ingredientes: 2 quilos de umbu, 1 litro de leite (de coco ou em pó, fica a critério); 2 xícaras de açúcar; 4 litros de água. Modo de preparo: cozinhe os umbus. Depois de cozinhados, deixe esfriar e retire os caroços do mesmo. Coe e bata no liquidificador, juntamente com o leite e o açúcar. Em seguida, ponha na geladeira, ou se preferir sirva na hora em que foi feita. Na minha comunidade geralmente o pessoal mais idoso acrescenta farinha na umbuzada. Já a galera mais jovem prefere acompanhada de biscoitos e pães. Esse é um prato tradicional aqui, principalmente na época da Semana Santa.”


BOLINHA DE FRANGO COBERTA Vanielli Geilson, Baixio/PB “Comida tradicional do fim de semana e que não pode faltar em festas de casamento. Ingredientes da bolinha de frango: 1Kg de filé de peito de frango; sal a gosto; coloral (corante de urucum); pimenta a gosto; cominho a gosto; alho a gosto; 25 ml de óleo. Cobertura: 6 ovos; 1 e 1/2 xícaras de farinha de trigo fermentada; sal a gosto; coloral; pimenta a gosto; cominho a gosto; alho a gosto; óleo. Modo de preparo: cortar em cubos o filé de peito de frango. Colocar em uma panela para escaldar por cerca de 20 minutos. Depois de escaldado e frio, moer - se não tiver moinho pode ser em liquidificador ou multiprocessador. Logo após, temperar com sal, pimenta, cominho e alho a gosto. Misturar bem, em uma panela colocar 25 ml de óleo e colocar a carne para dourar. Agora é só modelar as bolinhas. Cobertura: em uma batedeira, bater a clara dos ovos para que fiquem como neve. Juntar as gemas, sal, pimenta, cominho, alho e a farinha e bater até ficar uma massa homogênea. Para cobrir as bolinhas, pegue uma panela e coloque óleo para que fique cobrindo 2 cm a partir do fundo e coloque no fogo para esquentar. Enquanto esquenta, pegue as bolinhas e coloque dentro da tijela da massa, cubra elas e coloque na panela com o óleo já quente. Espere dourar todos os lados da bolinha, retire e coloque em um refratário com papel toalha para que o excesso de óleo seja absorvido e sirva-se bem. Pode ser comido quente ou frio.”


TAPIOCA Adriel Luis, Uruçu/PB “Essa comida típica da nossa região é feita da goma da mandioca e o recheio é tradicionalmente com coco ou queijo coalho, mas fica a critério de cada um, podendo ser doce ou salgada.”


CUSCUZ Vanessa Oliveira, Olho D’Água do Comprido/CE “O cuscuz é uma comida típica da culinária nordestina, muita saborosa e fácil de preparar. Basta molhar a massa, colocar sal, deixar descansar por uns 10 minutos e colocar na cuscuzeira. Deixe por uns 20 ou 25 minutos e é só servir de várias formas.”


GALINHA CAIPIRA Francisco Pereira, Lagoado/PI “Comida tipica e tradicional da comunidade Lagoado é a galinha caipira, que é feita dessa maneira. Galinha e ingredientes: óleo, alho, cebola, pimenta do reino, coloral, cheiro verde e sal. Colocar para cozinhar.”


CANJICA DOCE Josias Ribeiro, Solidão/PI “A canjica é uma das comida típicas da comunidade Solidão, sempre feita em confraternização de colégio, igreja, festas e jogos. Comida pronta para eu vender.”


CANJICA SALGADA Joyce Silva, Campinhos/AL “Ingredientes: grãos de quatro espigas de milho; 1 litro de leite de coco; 1 xícara de chá de açúcar; sal a gosto. O preparo é rápido com a ajuda de um liquidificador. Junte todos os ingredientes e bata bastante, até formar um creme. Depois, passe em uma peneira para retirar o bagaço e leve apenas o caldo ao fogo médio. E mexer sempre, por aproximadamente 30 minutos, até engrossar. Quando virar um mingau, a canjica está pronta.”


BUCHADA DE BODE Robson de Jesus, Barro Vermelho/PI “Uma comida que se destaca na comunidade Barro Vermelho é a famosa buchada ! Ingredientes: vísceras de 1 cabrito (bucho, tripas, fígado e rins); 4 limões grandes; sal e pimenta-do-reino a gosto; 3 dentes de alho esmagados; 4 cebolas picadas; 1 maço de cheiro verde picado; 2 folhas de louro picadas; 2 ramos de hortelã picados; 1 xícara de vinagre; 2 colheres de sopa de azeite; 200 g de toucinho fresco picado; sangue coagulado do cabrito. Modo de preparo: limpar as vísceras, retirando a cartilagem e o sebo. Limpar o bucho e esfregar o limão por dentro e por fora. Deixar de molho em água fria com o suco de 1 limão por 5h. Picar em tirinhas as tripas e demais vísceras. Temperar com sal, pimenta-do-reino, alho, cebola, cheiro verde, louro e hortelã. Juntar o vinagre e deixar descansar. Aquecer o azeite e adicionar o toucinho, deixando em fogo baixo até derreter, formando torresmos. Retirar os torresmos e na gordura que se formou refogar todas as vísceras. Juntar o sangue coagulado já picado e retirar do fogo. Retirar o bucho do molho de limão, aferventar inteiro. Colocar o refogado de vísceras e os torresmos no interior do bucho e costurar com agulha e linha. Levar ao fogo uma panela com bastante água e sal e deixar ferver. Colocar o bucho e cozinhar em fogo brando durante 4h. Servir com molho de pimenta forte e farinha de mandioca crua.”


SARAPATEL DE PORCO OU BOI Rodolfo Aragão, José Ribamar/SE “Um dos pratos mais famosos preparados aqui em nossa comunidade é o tão falado sarapatel de porco ou boi. Ingredientes: fígado; sangue de porco ou de boi (refogado na água quente); coração; rim; banha; sal; tempero e coloral. Preparo: cortar o fígado, sangue, coração e rim em pedaços bem pequenos e, logo após, juntar em uma panela a banha e os demais ingredientes. Acrescentar um pouco de água e levar ao fogo até que esteja cozinhado. Depois é só misturar com farinha ou comer como desejar.”


QUEIJO COALHO Eronilda Ventura, Mercador/AL “Ingredientes: leite, coalho e sal. Modo de preparo: colocar o leite em um recipiente de dois litros, para um queijo de um quilo. Colocar uma colher de chá de coalho dentro do leite e, com uma colher de pau, ir mexendo para que eles se misturem completamente. Deixar ficar por meia hora e depois escorrer o soro para preparar o queijo.”


ARROZ DOCE Claudia Lunna, Retiro II/SE “Ingredientes: 2 xicaras de arroz; 6 copos de água; 1 coco ralado; 500 g de açúcar; canela em pó a gosto. Modo de preparo: coloque o arroz e água no fogo até cozinhar. Acrescente o açúcar e o coco e deixe no fogo mais 10 minutos para que os ingredientes se misturem. Após cozinhado, sirva colocando a canela por cima. O arroz doce é um prato muito usado em nossa comunidade, tanto para o consumo das familias como para ser vendidos em festas.”


BAIÃO DE DOIS Maria Estela, Sítio Alegre/CE “Ingredientes: sal, óleo, alho, feijão, arroz, xeiro verde e queijo. Modo de preparo: refogue o alho no óleo e adicione o feijão cozido. Quando o feijão estiver fervendo, adicione o arroz e o xeiro verde. Quando o baião estiver quase pronto, adicione o queijo. Agora é só servir. Tradicionalmente, é acompanhado de frango e porco frito. Esse é nosso almoço tradicional aos domingos.”


BEIJU NA PALHA DE BANANEIRA Fabio Pereira, Serra do Meio/AL “O beiju na palha de bananeira é uma comida tradicional em nossa comunidade. É servido tanto no café da manha, quanto no lanche da tarde. Ingredientes: goma da mandioca (tapioca), sal a gosto, coco ralado (coco natural) e palha de bananeira. Modo de preparar: peneire a goma em usa panela, coloque o sal e o coco e misture bem. Em outra panela, levemente aquecendo, coloque as palhas de bananeiras (obs: duas camadas de palha). Quando as palhas estiverem levemente aquecidas (murchas), coloque a goma e vá fazendo o desenho do beiju (formato circular). Após esse procedimento, vá fechando as palas até a goma ficar totalmente coberta. Coloque um objeto pesado sobre as palhas para que estas não se soltem e espere uns 15 muitos. Após os 15 minutos, inverta a posição do beiju, para a parte superior cozinhar. Espera mais uns 10 minutos e pronto.”


BOLO DE PÉ DE MOLEQUE Josiane Gomes, Tanque Velho II/PI “Ingredientes: 1 kg massa de mandioca; 200 g de castanha; 200 g de amendoim; 1 xícara de café solúvel forte; 3 xícaras de açúcar; 1 coco seco passado no liquidificador; 2 margarina de 250 g cada; 10 ovos; 50 g de cravo da Índia; 50g de erva doce triturado. Modo de preparo: bata bem o açúcar, os ovos inteiros e a margarina. Depois coloque a massa já lavada e peneirada e triture a castanha o cravo e o amendoim. Despeje dentro da massa e coloque o café, o leite de coco e a erva doce. Reserve castanha para enfeitar o bolo. Leve para a forma untada e enfeite com as castanhas. Forno quente (180º graus), quando o palito estiver limpo, está no ponto de retirar do forno. Tire da forma com ele quente.”


MANJONGOME Luzenira Gomes, Pedra Branca/PE “Esse é famoso e gostoso manjongome. Essa planta é uma planta que nasce naturalmente no campo nas primeira chuva. Para praparar, a planta não deve estar madura, só presta fazer com ela verdinha. Coloque para escaldar e depois coloque todos os temperos, principamente coentro verde e uns pedacinho de charque picada, depois de escaldada. Olhe, vou dizer para tormar com um pituzinho, não tem tiragosto melhor.”


COZIDO DE MAXIXE NO COCO Ewerthon Silva, Limoal/RN “Ingredientes: maxixe, 2 cocos, coentro, cebola, batatinha, cenoura e sal. Modo de preparo: corte a cebola, batatinha, cenoura e o coentro. Coloque água e depois um pouco de sal e coloque no fogo. Demora de 4 á 5 minutos na panela de pressão.”


PAMONHA Otacio Oliveira, Cocos/PB “A pamonha é feita do milho verde. Esse milho é moído, formando assim uma massa, onde são acrescentados o açúcar ou o sal. Esta massa é colocada para cozinhar na própria palha do milho. E estará pronta assim que essa massa fique firme e macia. As pamonhas também podem receber um recheio do seu gosto, é muito comum usar queijo, nata ou manteiga. E ela costuma ser servida no café da manhã.”


FARINHA DE MANDIOCA Ivanessa Gonçalves, Josy Reis/PE “A mandioca foi uma grande fonte de renda em nossa comunidade, mais precisamente nos anos 80 e 90. Juntamente com o algodão, se transformou em nosso principal meio de subsistência. Além da farinha, dela extraimos a goma da tapioca, casca para ração animal e a massa que serve para bolo e beiju. Em nossa comunidade temos uma casa de farinha que funcionava de dia e à noite durante toda semana. Hoje ela serve de local para reuniões e festas. Quando queremos fazer farinha vamos à comunidade vizinha, “Cajá”, que fica bem pertinho. Mesmo sem nossa casa de farinha, as comidas tradicionais da mandioca continuam em nossas mesas. Entre elas podemos destacar o beiju. Modo de preparo: prepare a massa apenas com sal. Coloque uma camada de massa na assadeira, coloque uma camada de coco ralado e depois outra de massa. Quando assar um lado, vire para assar o outro e está pronto para ser degustado.”


DOCE DE LEITE EM CALDA Carla Diaz, Itaizinho/PI “Ingredientes: leite de vaca, açúcar e canela em pó, para dar um sabor especial. Modo de preparo: leve o leite ao fogo, de preferência no fogão a lenha. Quando o leite ferver, coloque o açúcar. Não pode parar de mexer, para não derramar. Depois de algumas horas o doce está pronto e, para finalizar, coloque uma pitada de canela. Depois é só degustar desse saboroso doce de leite.”


TORTA DE SARDINHA Edivânia Souza, Capim/AL “Ingredientes: 4 cenouras raladas; 2 cebola grande ralada; 3 colheres de manteiga; 2 tomates picadas; 1 pimentão picado; 2 latas de sardinha; 3 copos de farinha de trigo sem fermento; sal; orégano; coentro a gosto. Modo de preparo: colocar 2 cenouras, 1 cebola ralada, 2 colheres de manteiga e o coentro e sal a gosto na panela, para refogar até ficar dourado. Retirar do fogo, deixar esfriar e colocar a farinha de trigo e bater a massa sem deixá-la muito grossa. Recheio: coloque 2 tomates, meio pimentão picados, 2 cenouras, 1 cebola ralada, 2 latas de sardinha, 1 colher de manteiga e refogue até se formar uma calda grossa. Retire do fogo e monte a torta. Montagem da torta em 3 camadas: 1 de massa, 2 com o recheio, 3 colocar o restante da massa para cobrir o recheio. Colocar em forno preaquecido por 25 minutos, dependendo do tamanho da forma, pode acrescentar alguns minutos a mais. Para saber se a torta esta pronta, é só verificar com um garfo para ver se a massa ainda gruda. Se não grudar, sua torta estará pronta para ser servida.


FEIJÃO MEXIDO Romar de Né, Santo Antônio dos Posseiros/CE “Uma das comidas tipicas dos antepassados, que até hoje é feita e degustada por várias pessoas. Ingredientes: cuscuz, feijão, cebola, coentro, alho, pimentão, sal a gosto, uma colher de sopa de óleo (ou manteiga), pimenta e corante. Modo de fazer: coloque a panela no fogo com o óleo (manteiga), uma pitada de corante e sal a gosto. Depois coloque alho, cebola, coentro, pimentão e pimenta, tudo picado. Deixe passar um minuto no fogo, depois tire do fogo e misture tudo juntamente com o cuscuz e o feijão já cozido. Pode ser servido com a macaxeira, que também é conhecida por mandioca, ou com arroz.”


IMBUZADA Jailma Gonçalves, Tabuleiro/AL “Popularmente chamada na nossa comunidade por imbuzada (ou umbuzada), a bebida torna-se um prato na Semana Santa. Vocé já comeu imbuzada? Isso mesmo, comer. Apesar da imbuzada ser uma espécie de vitamina de imbú, quando chega na Semana Santa ela é preparada como sobremesa, após a ceia. Alguns saboreiam sem nenhuma mistura e outros comem misturado com farinha de mandioca. Os igredientes são: 1,5 kg de umbú; 300 gramas de açucar; 1 litro de leite; 270 gramas de leite condensado. Modo de preparo: cozinhe o imbú com água por aproximadamente 15 minutos. Assim que o imbú mudar de cor, pode desligar o fogo e espere esfriar. Separe o caroço da poupa e bate esta no liquidificador com todos os ingredientes. Deixe 1 hora na geladeira e está pronta para consumo.“


CABEÇA DE GALO Silvaney Ribeiro, Modelo I/RN “Ingredientes: 2 copos (americano) de água, 2 ovos, 1 xícara (chá) de farinha de mandioca fina, coentro, cebolinha, sal, pimenta do reino (a gosto) e colorau para dar uma cor. Modo de preparo: em uma panela, ferva a água com o sal, a pimenta pisada no pilão, o colorau, o coentro e a cebolinha picados. Ao atingir a fervura, quebre os ovos dentro da panela. Quando a clara dos ovos estiver bem firme, retire com uma espumadeira e reserve. Acrescente a farinha aos poucos, mexendo com uma colher de pau até virar um pirão ralo. Despeje o pirão em uma recipiente e coloque os ovos por cima. Sirva morno. Variações: podem ser acrescentados na panela tomate e cebola picadinha. Os ovos podem ser retirados como descrito acima, ou mexido junto com os demais ingredientes. Obs: essa receita pode ser usada como tira gosto para quem gosta de tomar uma biritinha - dizem que levanta os caídos.”


TAPIOCA Larissa Carvalho, Bebida Velha/RN “Ingredientes: 1kg de goma de mandioca fresca, 1 coco médio raspado e sal a gosto. A tapioca é o embalo dos jantares e café da manhã em Bebida Velha. Além de ser prático e rápido, é uma delícia.”


BOLA DE CARBE DE FRANGO Rosaliny Caldeira, Batalha/PB “A bola de carne de frango é uma das comidas mas ingeridas da comunidade. Os ingredientes são: ovos, massa de trigo, peito de frango, coentro, cominho, colorau e sal. Modo de preparo: bata a clara e a gema dos ovos. Depois de batida, adicione a massa até ficar macia e adicione o colorau, coentro, cominho e sal. Depois disso, pegue o peito de frango, ponha para escaudar e desfie. Coloque sazon e amasse em pequenos formatos de bolinhas, sendo cobertas pela massa ao ser levadas para fritar.”


CARNE DE BODE Cleonete Cavalcante, Baixa do Morro/PI “Aqui na comunidade a carne do bode é uma comida tradicional. É muito simples de fazer, você corta ela em pedaços pequenos e, depois de colocar numa panela, tempera com todos os temperos a seu gosto. Aí você passa ela na panela por alguns minutos, até que fique dourada. Coloca um pouco de água e deixa ferver alguns minutos na panela de pressão. Se não quiser com caldo, pode deixá-lo secar. Coloca mais um pouco de óleo e deixa ela assar. Assim fica pronto para servir no almoço ou na janta, com arroz, macarrão, feijão, etc.”


COZIDO DE MAXIXE Natalia Santos, Cachoeirinha II/SE “Ingredientes: 1 porção de maxixe (quantidade de sua preferência), cortado em rodelas; 1 pimentão; 1 cebola pequena; 1 tomate; 2 colheres de óleo ou azeite; coentro a gosto; sal a gosto; colorifico (corante) a gosto. Modo de preparo: após cortado, deixar em molho na água por 10 minutos. Após o repouso, troque de água e ponha no fogo para escaldar. Depois tire a água fora e coloque os temperos (pimentão, cebola pequena, tomate, óleo ou azeite, coentro e o colorifico) e água. Ponha novamente no fogo por 30 minutos. E então e só comer gente. Aqui comemos no almoço.”


BEIJU DE COCO Dyovany Otaviano, Riacho de Pedra/PE “Quando é dia de farinhada, também é dia de beiju de coco. Comida tradicional, o beiju de coco normalmente é feito nas casas de farinha, quando tem farinha para se fazer por alguma família da comunidade. Os ingredientes utilizados são a massa de mandioca/macaxeira, goma de mandioca/macaxeira, coco e sal (a quantidade vai depender de quem estiver fazendo). Para preparar o beiju de coco primeiro tritura-se no motor a mandioca/macaxeira que foi raspada, depois leva-se a massa obtida para a prensa. Esta massa é utilizada para extrair a goma. Na extração da goma coloca-se um pouco da massa com água em uma bacia, espreme-se a mistura em um pano e o líquido que escorre é armazenado em uma outra bacia, onde deixa-se descansar por algumas horas e então, por decantação a goma fica depositada na bacia separando-se da água. Enquanto, espera-se a obtenção da goma peneira-se um pouco da massa que sai da prensa e raspa-se os cocos. Com os ingredientes em mãos mistura-se todos eles e em seguida peneirase a mistura novamente. Leva-se a massa que ficou pronta para o formo que é de lenha e lá espalha-se a mesma. A partir daí observa-se o tempo de virar o beiju para não deixá-lo queimar. O beiju de coco na casa de farinha é a última coisa a ser feita pelo dono da farinhada, depois de um ou mais dias de trabalho. Às vezes, o beiju é feito ainda com farinha no forno. Costuma-se dividir os beijus que foram feitos por todos aqueles que ajudaram e trabalharam na farinhada desde da colheita até o processo final. Servindo como uma espécie de pagamento e agrado. Come-se o beiju em qualquer hora do dia, mas é no café da manhã ou no lanche da tarde que é comumente servido. Também há quem não resista a um beiju quentinho na hora em que sai do forno.


CUSCUZ RECHEADO Jeane Melo, Baixa do Novilho/AL “Ingredientes: 500 gramas de flocos de milho, 1 cebola (picada), 1 tomate (picado), 1 pimentão (picado), 50 gramas de cheiro verde (picado) e 500 ml de água. Ingredientes para recheio: 1 peito de frango (desfiado), 100 gramas de milho verde, 100 gramas de ervilha e 1 tablete de caldo de galinha. Modo de preparo: em um recipiente, coloque as 500 gramas de flocos de milho. Acrescente a cebola, tomate e o pimentão. Adicione a água e o sal a gosto e leve ao fogo por 10 minutos. Junte todos os ingredientes que serão usados no recheio e leve ao fogo por três minutos. Logo após, adicione ao cuscuz, mexendo aos poucos para que o recheio una-se ao cuscuz.”


QUEIJO NA MANTEIGA José Neto, Redondo I/PB “Ingredientes: 4 litros de leites ou mais. Modo de fazer: deixe o leite qualhar, coloque num saco de pano e deixe escorer o soro do leite. Depois bata bastante em uma garrafa, coloque no fogo, tire a manteiga e misture. Está pronto. Obs: quando estiver fazendo não pode chegar ninguém, pois isso coloca a perder, segundo dizem os mais velhos. É uma simpatia da comida, pois só tirei foto depois de pronto!”


BUCHADA DE BODE Carla Amanda, Queimadas/PB “Receitinha típica, super boa e fácil de fazer! Ingredientes: vísceras de bode (tripas, rins, figado). sal a gosto, 4 pimentões, 4 cebolas, 4 tomates, coentro, 5 dentes de alho e 6 folhas de hortelã picadas. Modo de preparo: limpe o bucho de dentro pra fora com vinagre e deixe de molho por 5 minutos. Depois corte o bucho do tamanho que desejar e corte também os demais ingredientes. Coloque dentro do bucho e custrure com linha e agulha. Depois de feito, coloque no fogo por aproximadamente 4 horas. Depois e só servir à sua preferência com arroz mole, não podendo faltar uma pimentinha para aconpanhar.”


ANGU OU POLENTA Maria Lizandra, Pereiros/PB “1o passo: reserve a quantidade de milho que desejar e, em seguida, coloque uma quantidade suficiente de água para ferver; 2o passo: após a água ferver, apague o fogo e adicione o milho, deixando-o descansar até o dia seguinte; 3o passo: escorra o milho e coloque-o para secar, deixando em um ponto úmido. Chegou a hora de processar (pode ser processado em um moinho ou em uma forrageira); 4o passo: pegue a massa obtida após o processamento e, em seguida, peneire, obtendo-se duas massas diferentes, uma fina (a que será utilizada) e outra mais grossa (esta pode ser utilizada em outras receitas); 5o passo: chegamos aos procedimentos finais. Coloque uma panela com a quantidade de água que se deseja fazer o angu. Quando ferver, comece a mexer e vá colocando a massa aos poucos, sem deixar de mexer. Quando obter uma consistência cremosa, deve-se deixar cozinhando até que exale o cheiro de cozido. Pode ser servido acompanhado de diversos tipos de caldo, com leite ou até mesmo numa combinação doce.”


MUGUNZÁ Raylla Ramos, Sitiozinho/PI “Na nossa comunidade a culinária típica e tradicional é o mugunzá. Pode ser servido no almoço ou no jantar. O melhor mugunzá é preparado assim, pegue um pouco de milho e pise no pilão. Quando estiver todo quebrado, junte o milho pisado com um pouco de feijão de corda, lave-os e coloque na panela de pressão. Adicione 1 alho, toucinho e mocotó de porco, um pouco de nata ou creme de leite e o sal pode ser colocado na quantidade que a pessoa desejar. Leve ao fogo e deixe no maximo 30 minutos e, quando estiver mole, está pronto.”


BOLINHA DE CARNE Alênicon de Souza, Redondo/PB “A bolinha de carne é um tradicional prato nordestino, geralmente servido em festas de casamento, batizado, etc. Consiste em uma bolinha de carne moída. A cobertura é feita com ovos batidos em neve, acrescido de farinha de trigo e assado em óleo de soja.”


BUCHADA DE BODE Maria Andrade, Maxi/AL “Ingredientes: tripa de carneiro, sangue do bode, arroz, sal a gosto, buxo do bode, colorau, alho, tem peito, cebola e coentro. Receita: corte as tripas em pedaços pequenos, misture com os temperos e encha os bichos com os temperos e as tripas. Costure com uma linha o buxo e leve ao fogo.”


BOLINHO DE TAPIOCA Nonata Lopes, Tanque Velho I/PI “Esse bolinho de tapioca faz o maior sucesso em minha comunidade, todos gostam e faz parte do café da manhã e do chá da tarde de todos. E é uma fonte de renda, pois nem todos sabem preparar. Ingredientes: ovos, tapioca, óleo/margarina, fermento e açúcar. Dica: esse bolinho fica muito mais gostoso quando é assado no fogão a lenha.”


Ervas medicinais O uso de plantas medicinais nas comunidades.

ATENÇÃO!

1) Mesmo sendo naturais, o uso de ervas e plantas podem causar danos à saúde - não as utilize sem conhecimento. 2) O nome das ervas pode variar de acordo com a região do país - lembre-se de consultar o nome científico para se certificar que está usando o produto correto.


SAMBACAITÁ Fabio Pereira, Serra do Meio/AL “A planta sambacaitá é nativa da região. Ela nasce nos quintais das casas, especialmente nos períodos chuvosos. Tem um cheiro muito forte e faz muito bem para a saúde. Uso: O sambacaitá é uma planta que ajuda na cicatrização de feridas, cortes e cirurgias. Pode ser usado de duas maneiras: 1 – A planta é machucada (sumo) e colocada sobre os ferimentos. 2 – Pode ser feito o chá caso tenha algum ferimento interno. As crianças costumam utilizar com mais frequência, devido aos leves ferimentos que sofrem, seja por queda ou outros motivos.”


ÁGUA DE AMEIXA Ana Patricia Souza, Baixa do Novilho/RN “Pegue as cascas da ameixa e coloque em um recipiente com água. Ponha para ferver até a água ficar com uma coloração avermelhada. Após esfriar, coe para retirar as cascas e guarde a água, para tomar duas ou mais vezes ao dia. Sua utilidade é no tratamento de inflamação e cicatrização de ferimentos.”


CASCA DO CUMARU Dyovany Otaviano, Riacho de Pedra/PE “O chá do da casca do cumaru é muito usado para banhos mornos, quando a pessoa está com o corpo febril, ou terapêuticos e em lavagens de ferimentos e lugares do corpo que estão inchados. A casca também é usada na fabricação de lambedor para combater a tosse e a gripe.“


AÇAFRÃO-DA-TERRA Nonata Lopes, Tanque Velho I/PI “O açafrão-da-terra é uma planta clássica das medicinas asiáticas (indiana ou chinesa), mas nos últimos anos fez uma aparição midiática no ocidente, devido à sua ação antioxidante na prevenção do câncer.”


FOLHA DE PITANGA Karinny Xavier, Itaizinho/PI “A dona Martina, moradora da comunidade há muitos anos, nos repassou um de seus grandes dotes na medicina tradicional, que é o chá de folha de pitanga, diretamente do seu quintal. O chá ajuda a minimizar a dor de cabeça e a gripe. Pode tomar com algum comprimido, a pessoa que for ingerir o chá que escolhe. O modo de preparo é fácil e rápido: coloca as folhas dentro de um bule com água – tem que deixar ferver bem. Após isso, pode tomar. Dona Martina conta que foi um dos remédios que deu para seus filhos e é super indicado por ela.”


MENTRUZ Cícera Soares, Covões de Baixo/AL “Modo de preparo: bata no liquidificador com um pouco de água, depois coe e beba. Serve para machucados.“


GARRAFADA Leo Andrade, Quixabeira/AL “Ingredientes: castanhola, pega-pinto, quebra-pedra, vassourinha de botão, hortelã e cachaça. Modo de preparo: misturar todos os ingredientes e chacoalhar. Serve para as seguintes doenças: anemia, pedra nos rins, tontura, dor de urina e problema cardíaco.”


CHÁ DE LOURO Silvaney Ribeiro, Modelo I/RN “Indicado para dor de barriga e comida que ofende. Como se faz: em uma panela com água, ferva as folhas de louro. Deixe descansar e pode tomar.“


BOLINHA DE BABOSA Paula Lima, Oitis/CE “Ingredientes: babosa e goma. Usando esses dois ingredientes, faz-se pequenas pílulas e toma-se uma todas as noites. É eficaz no tratamento de vermes e hemorróidas. Esse é um dos produtos da farmácia homeopática produzidos pela senhora Gilza Gonçalves.”


CHÁ DE EUCALIPTO COM ABACATE Ewerthon Silva, Limoal/RN “Ingredientes: três folhas de abacate, cinco folhas de eucalipto e um litro de água. Modo de preparo: coloque as folhas do eucalipto e do abacate para cozinhar e espere entre cinco a oito minutos. Indicado para febre e dor de cabeça. “


TRANSAGEM Francisco Pereira, Lagoado/PI “Essa é transagem, da qual é feito o chá para a cura de câncer da próstata. Modo de preparo: um litro de água, colocar para ferver com três folhas. Abafar depois de fria, colocar na geladeira e beber como água, na hora que estiver com sede.“


CHÁ DE DE SAMBA CAITÁ CHÁ SAMBA CAITÁ “Serve paraSantos, grastiteCachoeirinha e infecções. II/SE Natalia Ingredientes: 1 maço daeplanta samba caitá e 500 ml de leite gelado. “Serve para grastite infecções. Modo de preparo: no liquidificador, coloquecaitá o samba e oleite leite. Bata até triturar tudo. Ingredientes: 1 maço da planta samba e 500caitá ml de gelado. Obs: retitar talo da planta, usar somente a folha. Modo deopreparo: no liquidificador, coloque o samba caitá e o leite. Bata até triturar tudo. Beber após o preparo ou planta, levar à use geladeira.” Obs.: Retire o talo da somente a folha. Beber após o preparo ou levar à geladeira.”


AÇAFROA Marineuda Alencar, Baixio/PB “Conhecida como antibiótico natural, muito usada em infecções de garganta e gripe, cultivada na comunidade desde os primeiros moradores. Ingredientes: talo da flor da açafroa, água e açúcar a gosto. Modo de preparo: ferver a água em um copo com a açafroa e o açúcar. Despejar a água no copo e abafar.”


CHÁ DE ATA Josias Ribeiro, Solidão/PI “Indicado para dor de barriga e tontura. Como se faz: Pegue de quatro a seis folhas da ata e dois copos com água, bote no fogo e deixe ferver por por cinco minutos.“


CHÁ DE BOLDO Rosangela Ribeiro, Baixa do Morro/PI ““O chá de boldo serve para dor de estômago, azia, mal estar e ressaca. Como preparar: coloque as folhas em um recipiente com água fervendo até largar o gosto. Depois de bem amargo, coloque no copo e pode servir.“


ERVA-CIDREIRA Ronaldo Aragão, José Ribamar/SE “Dentre as várias ervas medicinais da nossa região, se destaca a erva-cidreira, que é bastante utilizada pelas pessoas da comunidade e, principalmente, pelas crianças, por possuir sabor doce. A erva cidreira é utilizada como remédio para a curar a gripe, resfriado e dores no corpo. Fazer a utilização dessas ervas é essencial, pois é remédio natural e que está ao nosso alcance o tempo todo.“


RAPA DE PAU Maria Andrade, Maxi/AL “Ingredientes: velando, canela do mato e emburana de cheiro. Modo de preparo: raspe todos os ingredientes e coloque dentro de uma jarra com água. Espere 24h e está pronto o remédio mais conhecido como rapa de pau. Serve para inflamação, reumatismo e dor de barriga.“


FOLHA DE JUÁ Rosaliny Caldeira, Batalha/PB “As folhas de juá tem grande importância na comunidade, onde em período de tosse ocasionado pelo virus da gripe é utilizado o chá. Segundo a tradição, o chá deve ser feito em 9 dias, começando com nove folhas e diminuindo 1 folha a cada dia que se passa, chegando ao término com apenas uma folha. Para fazer o chá basta colocar àgua pra ferver, acrescentar açúcar e está pronto para beber.“


CHÁ DE PITANGA Josiane Gomes, Marrecos/PE “Você vai precisar de 5 de folhas de pitangueira e 100 ml de água. Modo de preparo: junte a água e as folhas de pitangueira em uma panela e leve ao fogo. Assim que levantar fervura, desligue e tampe a panela. Mantenha abafado por 10 minutos. Coe e beba. Alguns efeitos de extratos das folhas de pitangueira: antidiarreico, diurético, anti-inflamatório, antifúngico e antimicrobiano, inibição a xantino oxidase, antimalárico e tripanossomicida, hipoglicemiante e hipotensor (diminui a pressão arterial).”


ALFAZEMA BRABA José Netto, Redondo I/PB “Indicado para dor de barriga. Pegue umas três folhas, juntamente com um pouco de água, ferva e espere ficar bem frio e beba. Obs: sem adoçar.“


ERVA-CIDREIRA Jailma Gonçalves, Tabuleiro/AL “Por aqui conhecemos os benefícios desse chá como calmante e, por isso, ele melhora a qualidade do sono e até ajuda a emagrecer, ao combater a ansiedade que pode provocar a vontade de comer mais. Para preparar o chá, é só colocar uma panela no fogo com as folhas dessa erva emergidas na água. Após a água ferver, ela mudará de cor e isso é sinal que o chá já está pronto.“


HORTELÃ COM MALVA SANTA Nalri Pereira, Barreiros/PB “Modo de preparo: colocar algumas folhas de hortelã e da malva em água fervente e deixar cozinhar por alguns minutos. Açúcar a gosto. Usado para combater dor de cabeça e gripe.“


CHÁ DE LOURO Joseane Teodoro, Furnas/PE “A comunidade de Furnas tem uma cultura de usar a medicina natural como alternativa para tratamento de alguns problemas de saúde. Na maioria das casas existe pelo menos um pé de erva para chá ou lambedor. E na horta orgânica não poderia faltar, temos vários tipos de plantas medicinais como, por exemplo, a hortelã que, além de ser saboroso, ajuda em problemas de estômago. O capim santo tem vários benefícios, podemos citar que tem ação calmante. Já o chá de louro, usamos para problemas de gases e digestivos, também é uma planta relaxante e ainda serve como tempero. Modo de preparo do chá de louro: coloque um pouco de água e adicione algumas folhas de louro, deixe ferver alguns minutos e, pronto, pode adoçar a gosto. Lembrando que pode tomar quente ou gelado.”


CHÁ DE MORORÓ Otacio Oliveira, Cocos/PB “Na nossa comunidade existem vários tipos de plantas medicinais, dentre elas o chá de mororó, que serve para o controle da diabetes e também para dores urinárias. O preparo desse chá é muito simples, coloca-se as folhas do mororó em água e leve ao fogo, assim que levantar fervura é só cobrir e esperar amornar. É recomendado tomar duas vezes ao dia.”


LAMBEDOR Edivânia Souza, Capim/AL “Na comunidade Capim são utilizados remédios caseiros, ensinados por nossos antepassados. Para curar a gripe, utilizamos o lambedor de acerola, limão, alho, gengibre, muçambê e açúcar. Ingredientes: uma tigela média de acerola, um copo grande de açúcar, quatro dentes de alho, três limões, três ramos de muçambê e um pedaço de gengibre. Modo de preparo: rale o alho e o gengibre, corte o limão em rodelas e junte todos os ingredientes em uma panela em fogo brando até se formar uma calda. Retire do fogo e passe no liquidificador e depois coe e leve ao fogo novamente, até se formar o lambedor.”


CHÁ DE MILINDRO Maria Lizandra, Pereiros/PB “Cortam-se alguns galhinhos e reserva-se. Em seguida, coloca-se a quantidade de água desejada e a deixa ferver. Após isso, apague o fogo e adicione os galhinhos, abafando até que ganhe um tom amarelado. Agora é só servir. OBS: açúcar a gosto. Serve para cólicas em crianças, calmante e, se tomado com suco de laranja, pode ajudar a melhorar uma gripe ou alergias.”


MACASSA Carla Amanda, Queimadas/PB “O macassa é usado para colocar no ouvido quando você tem dor de ouvido. Amasse uma folhinha e coloque no ouvido.”


CHÁ DE HORTELÃ Robson de Jesus, Barro Vermelho/PI “Vale ressaltar que na nossa comunidade muitas pessoas ainda prezam muito pela utilização de medicamentos naturais, a exemplo da planta hortelã, que vem sendo utilizada desde tempos antigos. A hortelã é uma planta medicinal e aromática, muito utilizada para fazer remédios naturais para tratar problemas digestivos, como má digestão e náusea, por exemplo.”


CHÁ DE SETE MESTIAS Raylla Ramos, Sitiozinho/PI “Aqui na comunidade do Sitiozinho existem vários métodos de medicina tradicional. Entre eles, tem o chá de Sete Mestias, que é indicado e comprovado por pessoas que começaram a ter sintomas de derrame celebral, febre, tontura e dor de cabeça. É feito com os seguintes ingredientes: 1 galinho de hortelã, 1 galho de vick, 1\5 de copo de água, 7 sementes de girassol, 3 cravos, 7 sementes de melância, uma pequena porção de mostarda e uma pequena porção de nós moscada. Modo de preparo: junte todas as sementes, pise e coloque para ferver. Depois, em um copo, machuque as ervas e coloque o chá fervente. Recolha as ervas e está pronto! Pode ser servido em qualquer hora!”


MASTRUZ Claudia Lunna, Retiro II/SE “O mastruz é muito usado aqui na nossa região. Segundo os mais velhos, serve para gripes fortes e pancadas. Para gripe, bata o mastruz com leite crú no liquidificador e tome em jenjum. Para pancada, pise o mastruz e amarre com o pano no local da pancada.”


CHÁ DE SAMBA CAITÁ Heronilda Ventura, Mercador/AL “O famoso chá de samba caitá. Coloque as folhas do samba caitá dentro de um recipiente com água, leve ao fogo e deixe ferver por volta de 2 minutos. E então o famoso chá para inflamação está pronto para ser consumido.”


CAPIM SANTO Maria Amélia, Santo Antônio dos Posseiros/CE “Para baixar a pressão alta. Pegue um copo com água, 5 folhas de capim santo e uma colher de açúcar. Misture tudo em um bule e leve ao fogo por 5 minutos. Depois, é só tirar, colocar em uma caneca e tomar 2 vezes ao dia.”


AROEIRA Cinthia Gomes, Caraibeira dos Teodósios/AL “O senhor Everaldo José um morador da nossa comunidade conta que utiliza remédio do mato de uma árvore chamada aroeira. Ele tira a casca e a coloca de molho na água por 24 horas. É utilizado lavando-se o corpo ou tomando para problemas no estômago, entre outros.”


FOLHA DE AMORA Maria Helena, Serra das Viúvas/AL “A senhora da foto chama-se Maria Isabel, conhecida popularmente como Belinha. Em seus experimentos com ervas medicinais, nos últimos dias descobriu que o chá da a folha da amora, além de servir para cólicas menstruais, prevenir o envelhecimento precoce da pele e prevenir alguns tipos de câncer, também serve para amenizar os efeitos da Dengue, da ZiKa vírus e de doenças do mesmo gênero.


VASSOURINHA DE BOTÃO Jammysom Silva, Cuiabá/SE “A dona San José receita uma planta para cuidados com crianças, chamada de vassourinha de botão. Os cinco botões da planta são usados para fazer chá para aliviar a dor do inchaço da gengiva para crianças que estão com os dentes nascendo. Cozinha-se as folhas para banhar-se quando as crianças estão com manchas ou inchaços na pele.”


Nossos falares

Palavras e expressões típicas usadas nas comunidades. Nossa linguagem varia de região para região e você pode escutar uma mesma coisa sendo falada de diferentes maneiras, de acordo com o local em que você se encontre.


A

Abestaiado / abestalhado / abirobado / abiscoitado – pessoa tola, bobo, doido Abrir as oissas – abrir os olhos Abufelar – agarrar, abraçar Acanaiado – pessoa que come muito Acanalhar – estragar Adiantado – pessoa metida Ai dentro – não aceitar algo, não entrar em acordo com outra pessoa / expressão usada quando se está impressionado com algo estranho Aí vai? – o que é isso? como assim? Afolozado – folgado Alambique – pessoa que bebe muito Ambom – expressão de admiração Amostrado – metido Aperreado / aperriado – aflito, agoniado, preocupado Ar Maria- Espanto Arengar – arrumar confusão Arfando – comeu de mais, barriga cheia Ariado – perdido, desnorteado Arrazô – fez alguma coisa muito bem Arre égua – surpresa Arrengar / Aperriar – atrapalhar Arretado – bravo Arriado os quatro pneus – apaixonado Arriar – ficar doente Arribar – levantar, subir Arribé – muito Arrochar o nó – se apressar Arrudiar – dar a volta Aruar sem tampa – uma pessoa boba Arupemba – utensílio artesanal usado para peneirar Asilado – engraçado

Atinhado – pessoa que incomoda, que tira a paciência, teimoso Atuleimado – pessoa doida Avexado – apressado Avie – ande logo Avuá – voar Azeda – pessoa ativa demais Azogado – com raiva

B Babão – puxa-saco Baixa da égua – lugar longe Balieira – estilingue Batedor – lavador de roupa Bater a bota – morrer Bati cua – forró Bebeu água de chungai – pessoa muito faladora Bem pregado – expressão de confirmação para algo que deu errado como “eu avisei” Beradeiro – pessoa impressionável Besta fera – xingamento Bibi – chupeta Bichim ou bichinha – pessoa que não se sabe o nome Bicho de chifre – corno Bicota – dose de cachaça Bicudo – com raiva, de mau humor, fazendo birraBichinha – tratamento pessoal Bigu – carona Biloto – botão Biqueira – calha para escorrer água da chuva Bita – cabrita Bixigento – expressão usada quando uma pessoa fez alguma coisa ruim Boca aberta – inocente / pessoa que fala o que não deve Boca de cancela – quem tem a boca grande


Boca de coturno – pessoa que fala palavrão Boca de litro – cachaceiro Bocuda – pessoa que não guarda segredo Bojo – vaso sanitário Boqueirão – buraco de uma cerca (falha) Borna – mochila Brocoió – pessoa tímida Bubu – chupeta Bucado – muito Budejar – falar besteira Buota – botão

C

Cabeça pra baixo – desorganizado Cabra – rapaz Cabra da peste – pessoa valente Cabra macho – corajoso Cabra safado – pessoa que apronta Cabueta – fofoqueiro, fuxiqueiro Cacão sapecado – suado Cachimbar formiga – não enche o saco Cachorrada – confusão Cafuçu – pessoa brega Cai de pau – chover Caipora – quem fuma muito Calunga – boneca Cambão – mulher feia Cambota – pessoa que tem a perna torta Canela seca – pessoa magra Cangaia – mulher feia / traição Cangalha – pessoa desajeitada Cangito seco : uma pessoa magra Canguinha – indivíduo seguro Cão da gota – pessoa danada Capando cachorro com faca de pau – pessoa pobre

Capar o gato – fugir Capitão – penico Cara de bunda – pessoa triste ou com raiva Cara lisa – cara- de pau, pessoa que não tem vergonha Caranha – comprar e não pagar Caranheiro – velhaco / mal pagador Carteira – tipo de pão adocicado Casssua – utensílio artesanal feito de cipó, usado na roça para transportar produtos Cata-cavaco – tropeçar Catraia – coisa velha, acabada Catravagem – objetos imprestáveis Catrevagem – algo que não serve, feio Chá de burro – mungunzá (comida típica) Chano – gato Cheio de prega – cheio de rugas Chicote de cabelo – cabelo grande Chumbado – quase bêbado Cibito / cibito baleado– pessoa magra Cintura de pilão – pessoa que tem o corpo bonito Coador de café – calcinha grande Coisinha – metido Coisou – quando não se sabe que palavra usar, ou o nome de um objeto Colar no pé – pessoa que está sempre próximo de outra Combinação – saia usada por baixo do vestido Consolo – chupeta Corno cururu – homem que a mulher põe para fora e ele vem de volta Coroa – homem /mulher que não se casa Corrião – cinto Couro de sapo / couro grosso – pessoa q não sente frio Coxão de porco – pernil Cruzeta – coisa ruim Cuié – talher


Curica – porco Curulepe – chinelo de couro Custermo – coisa difícil Cuviteira – fofoqueira

D Danosse – algo deu errado Dar perdido – enrolar alguém Dar um pitu – enganar Dar uma coça / dar uma pisa – bater em alguém Dar uma corra – procurar algo Dente de cavalo – pessoa com dentes grandes De primeiro – antigamente Desenrolada – pessoa esperta Desgrama – desgraça Desmantelado – desorganizado, descuidado Deus tape suas oiça – quando se fala de alguém que já morreu, pedindo a Deus que faça com que o defunto não escute o que está sendo falado sobre ele Disabe – vai embora Do fé – admiração Dor no espinhaço – dor de coluna

E Ei bichim – chamar alguém Eita gota – quando sai uma briga Em riba – em cima Encarcar – apertar Entufado – amuado Epa d`água – saudação Esbagaçar – destruir, amassar, rasgar

Escorreu – água corrente Estrepada – furada no pé Espinhaço – dor de coluna Esprivitado -pessoa muito ativa Estrupício – atrapalhador Eta mulesta – ficar irritado com alguma coisa

F Fala mais que o homem da cobra – alguém que fala muito Fantido – pessoa que não cumprimenta os outros Fianga – rede Filé – algo bom, bonito Fominha – alguém que quer sempre mais Fininha – dose de cachaça Flau – sorvete Frô ou fulor – flor Fubuia – cachaça artesanal Fuenga – mulher com cabelos assanhados Fuxiqueira / Foxiqueira – pessoa que fala demais, quem fala o que não deve Fuleiro – safado ou afeminado Fuleragem – me deixa queito, não enche

G Gaia – chifre Galego – loiro Galinhota- carrinho de mão Gambiarra – ficante Geladinha – cerveja Gobira – pessoa muito feia Gogó – leite misturado com Mucilon dentro da mamadeira


Hora do moca- café do meio dia

Lavar terem – lavar louça Lazarento – pessoa de má conduta Levar uns gatos – levar bronca Loiça – produtos feitos de barro Levar cangaia – levar chifre Levar uma pisa – apanhar, levar uma surra Língua de gancho / língua de trapo – fofoqueiro Liso – sem dinheiro Lorde – pessoa elegante Lubrinando – chuva fina Lustrosa – uma pessoa bonita

I

M

Goipada – cuspe Grismela – mágoa Grude – sujeira Grosso – barbeiro, alguém que dirige mal Guardar de cor – ser fiel

H Inxu – colméia Infaroso – briguento Infitete – pessoa ruim Intrupicar – tropeçar Invocado – extraordinário Inzibido – pessoa amostrada Ispiar – espiar, olhar

J Jaburu / Jaguru – pessoa gorda Jogo de bila – bola de gude

L Lá nas brenhas – lugar muito longe Laculá – indica uma direção Lascou – deu erado

Macho véio – modo de cumprimentar Mainha – chamar a mãe de forma carinhosa Malamanhado – mal vestido Malarrumada: uma pessoa mal arrumada Malassombro -acontecimentos anormais Malina – criança que não para quieta, que é bagunceira Maluvido – uma pessoa teimosa, que não dá atenção Mangar – dar risada de alguma pessoa Manjar do céu – comida gostosa Mão fechada – pessoa que tem dó de gastar dinheiro Maria Preta – ferida Marminino – espanto ou admiração Maria Izabel – baião de dois (comida típica) Marico – menino travesso Marmota- pessoa desajeitada, desastrada Marraia – bola de gude Marruá – boi Marte – que sofre muito acidente Mei quilo – pessoa magra Mermam / Merimã – minha irmã, meu irmão


Miado – estar sem dinheiro Milindroso – frágil Mió – melhor Miseravi – miserável, pessoa ruim Moer – repetir uma coisa várias vezes Moia – muita gente Molhar o feijão – colocar farinha no feijão Mormota – pessoa ou coisa feia Morreu Maria Preá – assunto encerrado Motar – moto Muamba – preguiça Mufino – que não desenvolve Mulinga – expressão para algo que não deu certo Mundiça – bagunça, confusão Munturo – área próxima da casa destinada para o lixo Muquira – pessoa extrovertida

N Na tora – à força Nariz empinado – pessoa metida, que quer ser melhor que os outros Não dá um prego numa barra de sabão – preguiçoso, vagabundo Não tem um pau pra dar num gato – o indivíduo não possui bens materiais Negoço – objeto Nica – moeda

O

O peneiro vai voar – vai ter confusão Oião – invejoso

Óio – olho Onça – Tratamento de uma pessoa próxima Orelha de abano – orelha grande Oxe – é uma expressão de admiração como “nossa!” ou adversidade Oxente – susto, espanto

P Pá de rabo – bumbum grande Pai d’égua – coisa boa Pai veio – avô Paia – coisa ruim Painho – chamar o pai de forma carinhosa Pançudo – barriga grande ou cheia Pantim – vergonha Pantinho da gota – uma pessoa que não para quieta Pão aguado – pão francês Papel de energia – conta de luz Párea – amigos muito próximos Pastando – esperar muito tempo por algo Pastorar – vigiar Pataquada – pessoa desajeitada Patinho – pessoa pequena Pau com fôia – pessoa de posse Pé da besta – pessoa esperta Pé de prancha – pé grande Pega bebo – bar Pegar o beco – sair de fininho Perna de cambito – uma perna muito fina Perna de pau – pessoa não joga nada de bola Pia – olha isso, espiar Pió – pior Pingo do meio-dia – doze horas em ponto Pinguço – Quem bebe demais Pintura do bicho – quando uma pessoa faz uma


dança ou uma brincadeira feia Pistiado – magro, que não quer comer Por conta do bode / por conta de Zé Américo – algo que está abandonado Pracade – ir para a casa de alguém Preá – mentira Prego – caloteiro Presepeira -pessoa exagerada demais Presepada – palhaçada Pulenga – galinheiro Purrão – objeto grande feito de barro Puxando cobra pro pé- trabalhar na roça

Q Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece – algo de errado acontece Quareta – cuscuz (comida típica) Quisila – algo que não deu certo Quispar – sair

R Rabugento – pessoa suja Racha – partida de futebol Rala bucho ou rala coxa- forró, dança Reca – muita coisa junto, multidão Resenha – algo engraçado Rimbiguda – pessoa mal educada Rimungar – falar baixo Riscar – passar arado com animal Rodia – pano enrolado usado na cabeça para colocarem algo e não doer Rubacão – baião de dois

Rubu – urubu Rumbora – vamos embora

S Salamin – medidor de farinha, milho e feijão Sarrobô – se ferrou Sapecado – loiro ou queimado Seguro – quem não gasta dinheiro Seitica – pessoa magra Ser as pregas / Ser as pregas de Odete – se mostrar, querer ser mais que os outros Serrote – pessoa que não paga nada, só espera que os outros paguem para ela Sibito – pessoas muito magras também são chamadas de sibito, que é o nome de um pássaro Simbora – vamos embora Só quer ser as pregas – quer aparecer, quer ser mais do que os outros

T Tá com a gota serena – irritado Tá puxado – estou ocupado ou apressado Tampo ruim – imprestável Tanjo – raiva Tapué – bacia com tampa Teia – telha Testa de lageiro – testa grande Tipóia – bolsa Tiquim – pouco


Toco de amarrar jegue – pessoa baixinha Toró – chuva forte Trepeça – pessoa que atrapalha ou faz algo de ruim Troncha – pessoa doida, sem juízo Trumento – pessoa trabalhosa

U

Ureia de abano – orelha grande Urso – homem que pega a mulher do outro

V Vá pra cebola – sair de perto de uma pessoa Vala – admirar-se de algo de aconteceu Vasculhar – tirar a sujeira Varapau – pessoa muito alta Vareda – atalho Veaco – pessoa que não paga o que deve Venta de tucano – nariz grande Vexado – apressado Vixi – espanto Voti – estranho, expressão de admiração

X Xovê – deixa eu ver

Z Zanoio /birolho /zarolho – pessoa que tem os olhos tortos Zé Mané – pessoa sem noção Zoiudo – pessoa com olhos grandes Zuada- barulho ou pessoa bêbada Zuera – bagunça Zulive – Deus me livre


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