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VESTIR · Nº 74 · MODATEX · Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário, Confecção e Lanifícios · Agosto 2015 · Publicação Semestral · Distribuição Gratuita

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NOTA EDITORIAL Sónia Pinto · DIRETORA MODATEX

Os desafios e oportunidades criados pelo Portugal 2020 estão a marcar este ano e serão determinantes também para o sector têxtil e do vestuário e, no caso concreto da formação, apresentam um enorme desafio. A formação de qualidade, a aprendizagem ao longo da vida e a aposta na certificação estão entre os nossos princípios e os artigos publicados nesta revista revelam bem que o Modatex tem sido pioneiro na forma como encara e desenvolve o processo formativo. O reconhecimento internacional dos nossos formandos e ex-formandos, que têm sido selecionados e premiados nos eventos mais importantes da moda nacional e mundial (da London Fashion Week ao World Skills, passando pelo Portugal Fashion ou Fashion Clash), mostra que temos seguido o caminho certo. Mas a exigência pelo rigor e pela excelência não se limita ao que ensinamos: começa no nosso dia-a-dia, como demonstra a aplicação do modelo de gestão BSC, explicado nesta edição pelo Dr. Fernando Rodrigues. A organização interna de uma instituição como o Modatex é fundamental não só para dar aos formandos todas as ferramentas para que possam construir uma carreira sólida e bem-sucedida, mas também para que as empresas e os parceiros do sector têxtil possam ter recursos humanos qualificados, capazes de contribuir para que em 2020 Portugal ocupe o merecido lugar de destaque no sector têxtil mundial. Um sector têxtil ainda marcado por preocupações como a escassez de mão-de-obra, como revela a entrevista ao presidente da ANIL mas que, simultaneamente, tem beneficiado de projetos inovadores como o Formar para Empregar que, em 2015, continua a criar emprego e a responder às necessidades das empresas. O ano de 2020 pode parecer distante, mas o futuro começa a ser construído hoje. E nesta edição da Vestir, ao olharmos para o presente, percebemos que estamos a dar os passos certos para que, dentro de cinco anos, estejamos ainda mais orgulhosos do nosso percurso.

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Ficha Técnica · Propriedade MODATEX – Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário, Confecção e Lanifícios Rua Professor Augusto Nobre, 483 4150-119 Porto geral@modatex.pt www.modatex.pt Registo na ERC Inscrição Nº 113412 Editor MODATEX – Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário, Confecção e Lanifícios Diretora Sónia Pinto Coordenação técnica Sónia Pinto, Rosário Araújo, Ricardo Moura e QI-Porto de Ideias Conselho Editorial José Manuel Castro, João Costa, José Robalo, Jaime Regojo, Américo Paulino Redação e Publicidade QI – Porto de Ideias Design Gráfico Ricardo Moura Colaboração QI – Porto de Ideias, CENIT, ANIL, Fernando Rodrigues, Ana Rita Gaspar, Patrick de Pádua, Carla Pontes, Ana Marques, Joana Cardinal, Tiago Silva, Sara de Sousa, Helena Quinan, Oleksandra Voloshchuk, Ana Catarina Garrudo, Antonina Buhryk, Kátia Costa, Hugo Courinha, Joana Caetano, Vânia Fraga, René Alan, Lurdes Alves, Rogério Martins e Técnicos do Modatex. Publicação Periódica Periodicidade Semestral Tiragem 3000 Exemplares Impressão Greca Artes Gráficas Rua do Tronco 984, Armazém A 4465-274 S Mamede de Infesta Depósito Legal 345913/12

Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário, Confecção e Lanifícios

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ATUAL Formação e implementação da metodologia BSC · 4 Entrevista com José Robalo, presidente da ANIL · 12 Comércio externo português de têxteis e vestuário · 16 Participação PORTUGUESA no WorldSkills · 18 Formação do Modatex conquista a Europa · 21 Prémio Europeu de Promoção Empresarial · 28 Formar para Empregar continua a crescer · 32 · ORGANIZACIONAL Plano de Actividades 2015 · 34 Notícias Breves · 38 · INSPIRACIONAL Portugal Fashion Internacional · 42 ModaLisboa: Sangue Novo com a marca Modatex · 45 Editorial de Moda: Supersurfaces · 48 Intercolor primavera/verão 2017 · 60 Cartaz · 64

www.modatex.pt


Formação e implementação da metodologia BSC Fernando Rodrigues Professor Adjunto Convidado do Ensino Superior Público Presidente da ABPMP Portugal Chapter Formador INA em Gestão Estratégica e BSC Gestor de Projetos nas áreas de Administração e Gestão

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Quais as etapas do processo de aplicação do modelo BSC? Como se desenvolveu o processo? As etapas do processo passaram por uma fórmula de desempenho do negócio bem-sucedida. Em primeiro lugar, foi definido um planeamento ajustado à organização que envolveu a totalidade dos colaboradores. Num universo de 100 profissionais, com funções e perfis tão diversos, incluíram-se análises de desempenho nos níveis operacional, tático e estratégico. O objetivo geral foi o de acrescentar valor ao resultado final da formação que decorreu ao longo de 3 meses. Em suma: Planeamento + Desempenho = Resultados. A estratégia, embora estivesse definida pelo Conselho de Administração, era nitidamente desconhecida pela grande maioria dos colaboradores, como na maior parte das organizações. A cultura organizacional que foi identificada estava alinhada com os propósitos da Direção Executiva. Sucede que o necessário alinhamento à estratégia teve de ser reforçado com as chefias envolvidas, tendo sido determinante a sua inclusão nos grupos de trabalho como meros participantes. Os projetos-piloto não foram liderados por qualquer chefia. Este modelo de governação implicou riscos mas os resultados finais foram excelentes. Na prática, o pilar de sucesso da aplicação do modelo BSC deveu-se a uma sólida gestão de inovação a nível dos trabalhos de grupo, particularmente, a um envolvimento de todos os colaboradores acima de todas as expectativas inicialmente criadas. Em termos de operação foram concretizados 29 projetos-piloto distribuídos por três locais; Lisboa, Porto (integrou os polos de Barcelos e Vila das Aves) e Covilhã. No âmbito da metodologia BSC o processo foi desenvolvido percorrendo as tradicionais etapas que alguns colaboradores, em teoria, já dominavam. A semântica e terminologia técnica foram trabalhadas por todos os colaboradores, uma vez que os perfis encontrados em ambiente presencial, apesar da enorme experiência profissional que detêm, estavam bastante desalinhados com as regras e as grelhas de preenchimento. Exemplos práticos: saber que existe uma análise SWOT é diferente de saber trabalhá-la individual e coletivamente. Uma análise PEST é importante relevar numa organização sob tutela pública como o MODATEX. De referir ainda que a partilha de conhecimento foi amplamente discutida e generalizada, independentemente do grau de instrução, baixa escolaridade, nível secundário ou superior que cada colaborador possui. Todos deram o seu melhor num esforço coletivo de melhoria organizacional e aprendizagem inovadora. Para ilustrar o processo de aplicação do modelo BSC apresenta-se de seguida uma modelação realizada na notação BPMN:

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Processo de aplicação da metodologia BSC

Totalmente Integrado

Missão, Visão, Lema, Valores

Diagnóstico Organizacional

Formulação da Estratégia Re do su Pi lta lo d o to

Reformular Estratégia

Parcialmente Consolidado

Esta modelação resume o processo de aplicação do modelo em que foram validadas as seguintes etapas: i. Reformular e propor, piloto a piloto, uma renovada estratégia de forma livre e orientada ao negócio; ii. Rever a Missão, Visão, Lema e Valores da Organização, na óptica do colaborador: Estas reformulações, propostas recolhidas, revisões e repensamento da estratégia existente deram origem a contributos que largamente ultrapassaram a (in)compreensão inicial de tal obrigatoriedade. Os índices elevados de satisfação e de motivação geral em contexto de trabalho, reverteram na prática em benefícios diversos para a própria organização. Tudo de uma forma clara, com uma linguagem simples e, ao mesmo tempo, envolvente. O refrescar do modelo culminou numa explosão de criatividade. iii. Validar o diagnóstico organizacional orientado a análises técnicas desconhecidas pela maioria: Neste domínio, quando se ensina em termos práticos a construção de grelhas para sustentar uma análise de stakeholders, análise SWOT e análise PEST, o que importa trabalhar são as ações a tomar e oportunidades de melhoria que a organização vai consolidar. As grandes questões que são fonte de preocupação generalizada dizem respeito aos seguintes pressupostos: · O que queremos para nós é o mesmo que pedimos aos outros; · Como é que a coopetição (colaboração e concorrência cruzadas) pode andar de mãos dadas? Por exemplo, ao serem identificados pontos fracos, fortes, ameaças e oportunidades, naturalmente que vão sempre existir conflitos nos grupos. Nunca foi fácil viver em sociedade, em família, em grupo. Equilibrar egoísmo-competição e solidariedade-cooperação não é tarefa simples. iv. Antecipar os fatores críticos de sucesso, também ignorados pela grande maioria dos colaboradores: Antecipadamente ao fazer evoluir o projeto devem ser trabalhados elementos que podem vir a gerar constrangimentos. Devemos estar sempre conscientes que o ser humano não é fácil de convencer. A introdução desta condição foi importante para garantir que o projeto de implementação vai ser bem-sucedido. Passar da fase de

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análise e desenho para a transformação dos processos de negócio é a chave para um novo sistema de gestão orientado a novos desafios. É importante clarificar os pontos de controlo que podem determinar o sucesso ou o fracasso de qualquer projeto. Inúmeros especialistas recomendam uma necessária “Gestão da Mudança”. Todavia, onde reside o sucesso de um projeto BSC é na capacidade de lidar e trabalhar com as pessoas. v. Desenhar a formulação da estratégica, criar vetores estratégicos, objetivos, indicadores e iniciativas: O processo desenvolveu-se baseado numa folha branca A4. Independentemente de os objetivos estarem definidos, alguns colaboradores conhecerem em detalhe os indicadores e métricas que suportam as suas avaliações; o desenho dos mapas estratégicos foi dos momentos mais estimulantes que se registaram. Algumas regras foram definidas à partida. Por exemplo, por que razão os colaboradores não podem ser tratados como meras máquinas de produção? Qual a importância de diferenciar satisfação de motivação? De referir que o resultado final de 29 pilotos iniciais, parcialmente consolidados, traduziu-se em apenas 6 projetos-piloto BSC a consolidar/implementar, totalmente integrados. vi. Definir o acompanhamento estratégico – mapa de indicadores, iniciativas e consolidado. Um novo modelo de gestão estratégica está entretanto consolidado. Os colaboradores deram o máximo da sua disponibilidade e contributos à organização. Ficaram com um pensamento mais estratégico, saíram da sua zona operacional (e de conforto), procurando mais valorização pelas suas ideias e conhecimento acumulado ao longo do tempo, em vez da sua capacidade na execução da tarefa, ação, execução (trabalho braçal). Assim, estigmas antigos foram substituídos por colaboradores esclarecidos – passando a ser reconhecidos por profissionais do conhecimento.

Qual foi a recetividade por parte dos colaboradores envolvidos? Inicialmente foram colocadas diversas questões na procura de um entendimento geral sobre a importância de um projeto desta dimensão. As resistências iniciais no empenhamento e dedicação ao trabalho rapidamente foram ultrapassadas. Sem embargo de terem sido registadas reações e problemas de comunicação, procurou-se melhorar a perceção pessoal em detrimento da consciência social, empatia, orientação ao serviço e até mesmo da gestão de relacionamentos existentes. Alguns exemplos trabalhados: · As chefias não têm uma noção clara da divisão e responsabilidades assumidas dos seus colaboradores; · Não existem incentivos para melhorar o desempenho dos colaboradores e equipas; · Muitos colaboradores não cumprem as suas responsabilidades ou quando algo lhes é solicitado; · As decisões tomadas são subjetivas e baseiam-se na intuição e no palpite; · Não existe ou é reduzida a integração (falta de comunicação) entre os departamentos da organização; · Alguns colaboradores foram/são colocados em tarefas para as quais não mostraram aptidão.

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Gerir todas estas emoções pode ser tarefa considerada impossível. No entanto, a cultura MODATEX sobrepõe-se, baseada numa enorme generosidade entre as pessoas, no trato diário verificado, sentimentos como compaixão, sensibilidade e gentileza. Foram trabalhadas algumas situações de pouca abertura às opiniões e às ideias dos outros. Registou-se também um equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional. A questão salarial emergiu como fator fundamental nas discussões, uma vez que estava a ser pedido, a todos sem exceção, aumentos de produtividade.

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Pergunta fundamental: Qual é o valor justo da minha colaboração para com a organização, após uma vida inteira com dedicação à causa? Este aparente boicote na recetividade dos colaboradores envolvidos, centrou-se na satisfação e motivação para o trabalho. Trata-se de aspetos distintos e têm origens diferentes nas organizações. A satisfação – ou insatisfação – está relacionada com os fatores ligados às condições de trabalho. O que ficou demonstrado com a aplicação do modelo BSC (ainda que possa ter gerado dúvidas aos mais pessimistas na sua futura implementação) foi o facto de fatores motivacionais que envolvem o conteúdo do trabalho, o exercício da responsabilidade individual, a oportunidade de crescimento, o reconhecimento pelo trabalho bem feito, o orgulho e o sentimento de prestígio que o MODATEX desenvolve, são na verdade o sentido de realização coletivo de algo importante. Este entendimento originou uma clara recetividade geral, pois ficou definido que trabalho é trabalho. Fazer a mesma coisa todos os dias, mas de forma mais eficiente, são as regras do jogo. Seja apertar um parafuso, tirar um café, elaborar um relatório ou fazer uma apresentação pública, é uma auto realização que cria laços, em diferentes tipos de personalidade, em que o importante é o trabalho de equipa e de colaboração. O resultado final pode ser discutível. Comunicar com eficácia é uma zona a trabalhar. Ser participante de um grupo de trabalho e compartilhar objetivos comuns foi mais importante do que alcançar o máximo dos objetivos individuais. Negociar, compreender a mudança, criar e implementar um plano, definir tarefas, dar poderes, motivar as pessoas, superar a resistência, são outros imperativos a ter em atenção. Quais os maiores desafios encontrados? Desde logo a gestão do tempo. Foi realizado um questionário individual aos 100 colaboradores. As respostas recolhidas não se configuraram numa simples leitura, tão construtiva quanto possível, nem se esgotaram em considerações que se possam fazer sobre o assunto. Foram tratadas em prol da atenção que a ciência da gestão do tempo merece de todos nós. Temas diagnosticados: · Preocupa-se com a gestão do seu tempo? · É pontual? · A quem dá prioridade na gestão do seu tempo? · A que componente do seu dia-a-dia dedica maior atenção? · A que tipo de assuntos e tarefas dá prioridade? · Planeia a sua vida? · O que são, para si, prioridades? · Está satisfeito com a gestão que faz do seu tempo? · Quando se encontra a executar uma tarefa e alguém se aproxima, solicitando-o para outro assunto, como procede? · Ao planear tarefas ordena-as por prioridades? · Respeita as prioridades que definiu previamente? “O tempo que você gosta de perder não é tempo perdido”. Esta foi a frase, da autoria de Bertrand Russel, com que terminou o documento. Este desafio foi lançado às equipas justificando-se a sua importância pelo facto de o projeto ter tido uma pausa entre o Natal e o Ano Novo, datas que, por tradição, afastam as pessoas de compromissos laborais e profissionais. Antecipando a retoma de fraca inspiração, progressos no desenvolvimento dos pilotos que tinham datas para ficar concluídos, criou-se através deste instrumento um clima de apoio orientado. Outro desafio que desde o início foi trabalhado diz respeito ao Sistema de Gestão da Qualidade. O enorme benefício que o MODATEX tem em funcionamento, com auditorias permanentes aos vários processos de negócio existentes, foi evidenciado sempre que o (des)crédito da obrigatoriedade de cumprir os normativos se sobrepunha às novas ferramentas de gestão. Foi transmitido claramente a todos os colaboradores que a aplicação da metodologia BSC não iria anular, substituir ou seguir um caminho alternativo à Norma NP EN ISO/IEC 17025 implementada.

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Sendo verdade que todas as regras de funcionamento estão documentadas e acessíveis ao pessoal que as aplica, incluindo o Conselho de Administração que está obrigado a cumprir os requisitos inerentes à satisfação dos clientes, regulamentares quando aplicável, nas definições, orientações e nos procedimentos de gestão e técnicos que os requisitos obrigam a que sejam cumpridos, o BSC não irá ser redundante. A monitorização conjunta do BSC e da ISO está garantida na 2.ª fase do projeto. O seu acompanhamento dedicado e personalizado é fundamental para que no MODATEX seja criado um Estudo de Caso.

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Em que medida esta metodologia de gestão pode ser aplicada a uma instituição pública? O processo de desenvolvimento de um BSC para a avaliação de desempenho de uma instituição como o Modatex tem semelhanças com o que é aplicado à gestão empresarial? Compreender a estratégia é o ponto de partida. Mesmo a existência de um plano estratégico não é garantia de sucesso. Seja uma instituição pública ou privada, falta a comunicação das metas aos envolvidos. Na grande maioria dos casos, a má gestão do tempo é responsável pela falência dos planos. Muitos planos (sobretudo nas empresas privadas) envolvem a análise de dados de pouca ou nenhuma relevância. Acontece que, preocupados com o crescimento e expansão, as empresas desenvolvem várias táticas sem chegar a um plano que mereça ser chamado de estratégico. Em concreto, escassos gestores incluem uma componente estratégica nos seus processos. Mas há pior. Os planos de expansão das organizações podem resultar em perdas, em vez de gerar o retorno esperado. A estratégia consiste em garantir que o negócio chega onde se pretende numa determinada altura. Como gestores de topo, precisamos de saber quais as boas estratégias e de compreender como podem ser usadas para o futuro das nossas equipas. A metodologia BSC assenta num mapa estratégico que não é mais do que uma representação visual da estratégia de uma organização. Ilustra como essa organização planeia realizar a sua missão e visão através de uma cadeia de valor relacionada com a melhoria contínua. Para uma empresa privada, o mapa estratégico mostra o plano de negócio a longo prazo ou a estratégia competitiva para alcançar uma maior rentabilidade. Para uma organização pública ou sem fins lucrativos, ilustra o plano pelo qual a organização pretende melhorar o desempenho da sua missão. Em qualquer dos casos, caracteriza as relações de causa-efeito entre diferentes objetivos estratégicos e as suas medidas, ou principais indicadores de desempenho (KPIs) que estão incluídos na metodologia BSC. Uma referência que merece destaque para a avaliação de desempenho de uma organização como o MODATEX, cuja semelhança com o que é aplicado à gestão empresarial, pode ser dada com detalhe nas quatro conhecidas perspetivas; Financeira, Clientes, Processos e Aprendizagem. Numa perspetiva Financeira, enquanto nas organizações privadas esta perspetiva contém os resultados financeiros, como o lucro, o retorno sobre o capital próprio, fluxo de caixa e margens, numa organização pública ou sem fins lucrativos descreve a receita de impostos ou taxas obtidas diretamente dos contribuintes, a captação de investimento por parte de patrocinadores, fluxo de caixa, os resultados do controlo de custos, entre outras fontes de financiamento, como por exemplo formação. Noutra perspetiva, a de Clientes, o cliente/utente/cidadão está preocupado com fatores como o tempo, a qualidade, o desempenho e o serviço prestado, o preço ou a taxa em vigor. Uma das mais importantes, a perspetiva de Processos, sendo que no caso do MODATEX é mais relevante pelo envolvimento com a política da Qualidade, envolve operações de gestão de processos, processos de gestão de clientes, os processos de inovação, a componente social e os processos de regulamentação.

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Alguns exemplos trabalhados: ·· Desenvolver e manter relacionamentos com fornecedores; ·· Desenhar novos conteúdos formativos e serviços; ·· Aumentar as ações de marketing público e notoriedade internacional; ·· Gerir riscos, entre outros mecanismos associados de controlo de gestão. Na quarta perspetiva, consensualmente definida de Aprendizagem (Crescimento) e Inovação, a inclusão de quatro capitais é determinante para uma boa definição de prioridades. ·· Capital Humano – são as pessoas, os recursos humanos; ·· Capital Informação – trata a informação, as aplicações de suporte e as infraestruturas de retaguarda; ·· Capital Organizacional – inclui os níveis de motivação, liderança, entre outros; ·· Capital Infraestruturas – são as infraestruturas físicas. Na gestão empresarial moderna, faz sentido registar uma brevíssima introdução a uma área da teoria económica que, na década de 1950, procurava analisar as tendências ao egoísmo ou à cooperação. É a conhecida Teoria dos Jogos, criada pelo matemático húngaro John Von Neumann (1903-1957). O exemplo mais célebre dessa teoria é o conhecido “Dilema do Prisioneiro”. Trata-se de uma história que pode ensinar bastante sobre cooperação entre as pessoas de uma mesma organização. Atualmente há inúmeras variações deste exemplo. Centremos a nossa atenção numa delas. Dois suspeitos de um furto, Beltrano e Fulano, foram presos e mantidos incomunicáveis em celas separadas. Não havia prova contra eles e a única maneira de incriminá-los era um dizer mal do outro. Se nenhum dos dois confessasse o furto, seriam libertados. Interrogados separadamente, ambos receberam a mesma proposta. A proposta feita aos dois suspeitos foi a seguinte: ·· Se um deles trair e entregar o outro, além da liberdade, ganha um prémio pela sua colaboração com a justiça. O outro fica preso (a tentação é trair). ·· Se ambos traírem um ao outro, a pena para os dois é de um ano de detenção (punição pela traição mútua). ·· Se nenhum dos dois confessar, ambos são libertados (recompensa pela cooperação). Aplicando a Teoria dos Jogos ao MODATEX, recomenda-se que todos devem concentrar a maior parte do natural espírito competitivo, no intuito de garantir a sobrevivência da organização dentro do ambiente selvagem do mercado. Cooperar internamente para competir externamente. Quais as principais conclusões resultantes deste processo? Mudanças numa organização não são fáceis. Temos de trabalhar contra hábitos e comportamentos que se formaram durante um longo período de tempo... e que envolve pessoas. Sucede que sendo um fator de risco elevado, uma “Gestão da Mudança” apoiada e devidamente comunicada não tem que ser difícil. Partilham-se cinco conclusões resultantes deste processo (de mudança organizacional): # 1: Comunicar é uma necessidade imperiosa para a mudança Se as pessoas entenderem que comunicar é um problema e que existem razões objetivas para não continuar no erro (porque sempre foi assim) a grande maioria vai aceitar a necessidade de mudança. # 2: Envolver as pessoas em propor e fazer alterações Uma das piores coisas que se pode fazer é as pessoas sentirem como a mudança está a ser feita para elas. Se queremos alinhar as pessoas com a organização devemos fazer

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com que todos acreditem na mudança. Envolver os colaboradores com novas ideias e soluções. Deixar as pessoas exporem as suas preocupações. # 3: Estar preparado para adaptar os nossos próprios planos com base no feedback É especialmente crítico obter feedback de pessoas mais próximas da zona operacional. As chefias fazem um enorme esforço junto das suas equipas para melhor compreender os reais problemas e impacto de qualquer mudança. Devemos entender o feedback e não ter medo de adaptar os nossos planos com base em novas informações. # 4: Comprometer a organização com a mudança através de ação e não apenas palavras Fazer evoluir a mudança no interior de uma organização passa por, essencialmente, substituir velhos por novos hábitos. Pensemos no quanto é difícil seguir um regime de dieta ou como é fácil desrespeitar uma obrigação de fazer exercício físico diariamente. Mudar comportamentos individuais dentro de uma organização é um desafio. # 5: Esperar que a organização tenha o seu tempo No limite, apesar das mudanças verificadas, podemos encontrar pessoas que continuam a fazer coisas que nós não acreditamos que ainda são feitas. A intenção com que o fazem resulta num padrão de comportamento que está enraizado. Mesmo pequenas mudanças podem levar algum tempo a serem filtradas e realmente adotadas. As palavras-chave são: pessoas, organização e reputação. Como foi feita a concertação dos projetos apresentados pelas diversas equipas e a implementação do Plano Estratégico do Modatex definido para o triénio 2015-2017? O objetivo geral da concertação dos projetos apresentados pelas diversas equipas foi cumprido. A criação de um modelo adaptável a partir de qualquer fonte de dados e informação existente que suporte o MODATEX, no âmbito dos seus processos de execução e das suas novas iniciativas e necessidades – uma avaliação e desempenho rumo à excelência, tem como pressuposto o MADRE®. O MADRE® - Modelos de Avaliação e Desempenho Rumo à Excelência, torna possível a implementação de várias metodologias, técnicas e naturalmente, o Plano Estratégico do MODATEX definido. É assim possível criar uma visão única sobre um ou vários modelos de gestão do desempenho que, após a caracterização do status do conhecimento e do contexto da organização, permite à gestão de topo selecionar a melhor solução estratégica (reunindo a missão, visão, valores, confiança e expectativas de valorização pessoal e profissional dos seus colaboradores) para a tomada de decisão. Sai reforçada a credibilidade local, regional e nacional, sendo aumentada a notoriedade internacional num setor altamente competitivo onde o MODATEX opera. Quaisquer que sejam as metodologias implementadas na organização, o modelo permite reunir todos os instrumentos de gestão existentes, associando numa única visão, objetivos, indicadores, iniciativas, independentemente da sua origem ou estrutura de dados. Trata-se de uma abordagem inovadora, independente da tecnologia que a suporta, numa orientação à Gestão por Processos de Negócio, sendo transversal a toda a organização.

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MADRE® · Modelos de Avaliação e Desempenho Ruma à Excelência

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Regras (Negócio)

Redesenho

Execução

Excelência

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Entrevista com José Robalo, presidente da ANIL — Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios

“ A formação é essencial na recuperação do nosso sector” O sector dos lanifícios, que representa cerca de 10% das exportações têxteis nacionais, debate-se ainda com as consequências da crise provocada pela abertura do mercado europeu a produtos asiáticos e com a escassez de mão-de-obra qualificada. A dificuldade em fixar jovens no interior do país continua a ser grande, mas José Robalo, presidente da ANIL — Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios, acredita que “se forem adotadas medidas políticas e económicas que obriguem um comércio justo e leal, e se a formação profissional no interior for uma prioridade”, o futuro poderá trazer boas perspetivas.

Qual a importância do sector dos lanifícios no contexto da indústria têxtil nacional? A Indústria Têxtil pode ser dividida em vários sectores, tendo por base, em alguns casos, as matérias-primas trabalhadas (lã, algodão, etc.), noutros casos, o mercado final dos seus produtos (têxteis-lar, têxteis hospitalares, etc.) e, noutros ainda, a classificação é feita pelo tipo de artigos que produz e quais as operações efetuadas (têxteis para automóveis, confeções, etc.). A Indústria de Lanifícios é, pois, um sector da Indústria Têxtil que se caracteriza por utilizar, como a matéria-prima, a lã, tanto em artigos em que a lã é a única matéria-prima, como quando é misturada com outras fibras naturais, artificiais e sintéticas.

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A sua cadeia de fabricação vai desde a lavagem das lãs até à tecelagem, passando pela cardação, penteação, fiação, tinturaria e ultimação. É, portanto, um sector muito importante da Indústria Têxtil, com grande valor acrescentado dos seus produtos, recurso a uma mão-de-obra especializada e com a necessidade constante de inovação, tanto na moda, como no tipo de matérias-primas que utiliza nas suas coleções, apresentadas de seis em seis meses. Este sector representa quase 10% das exportações da Têxtil portuguesa. Sendo a principal indústria da região Centro-Interior, os postos de trabalho diretos e indiretos por ela criados são essenciais para o desenvolvimento e coesão social destas zonas.

Qual o seu peso nas exportações? Esse valor tem crescido? Quais os principais países de destino? Em 2014 a Indústria de Lanifícios exportou perto de 300 milhões de euros. Este valor representa cerca de 70% da facturação do sector. Os principais destinos das nossas exportações são a Espanha, Alemanha, França e Itália. A União Europeia representa cerca de 80% do total das nossas exportações. As empresas desta área sentiram a crise dos últimos anos? Em que medida? Tal como a Indústria Têxtil em geral, a Indústria de Lanifícios portuguesa entrou numa crise profunda com a abertura sem regras do mercado europeu aos artigos asiáticos. Esta concorrência des-

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leal provocou o encerramento de muitas empresas e a diminuição do número de trabalhadores nas que conseguiram continuar a trabalhar. O volume de facturação em 2014 ainda é inferior ao do início da década de 2000. O que fizeram para superar essas dificuldades? O sector de lanifícios teve de se tornar mais competitivo, aumentando a sua produtividade, fazendo da qualidade nos produtos e serviços uma mais-valia e inovando, tanto nos artigos, como nos métodos de produção e minimização de resíduos. Tem-se investido na renovação dos quadros técnicos, na investigação aplicada em produtos com novas funcionalidades e ecofriendly, de forma a diferenciar os produtos em relação à concorrência. Tem sido importante a interação com centros de investigação e universidades. Qual a importância que a formação tem tido na requalificação de recursos humanos na indústria dos lanifícios? A competitividade da nossa Indústria assenta em vários pilares, sendo a formação dos recursos humanos um dos mais importantes. A formação é essencial na recuperação do nosso sector. Em que medida o Modatex tem contribuído para essa requalificação? O Modatex é o organismo que tem as competências necessárias para formar e requalificar os trabalhadores para a Indústria de Lanifícios. O trabalho do Modatex tem sido decisivo no relançamento da Indústria Têxtil em Portugal. Ao continuar o trabalho do CILAN, a importância do Modatex na Covilhã não pode ser de forma alguma descurada, sendo necessário continuar a investir nos recursos humanos nas regiões interiores, por forma a contribuir para o desenvolvimento e diminuir as assimetrias regionais. Há uma apetência por parte dos mais jovens para fazerem o seu percurso profissional nesta área? Apesar da crise económica em que estamos mergulhados, a Indústria Têxtil tem sido dos poucos sectores económicos nacionais que tem criado emprego. Ao melhorar a sua imagem como sector

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com inovação e futuro, tem tido a capacidade de atrair a camada jovem para renovar o sector. A indústria dos lanifícios tem capacidade para gerar emprego e fixar os jovens no interior do país? A capacidade de criar postos de trabalho que os Lanifícios têm tido nos últimos anos não é suficiente para fixar os jovens no interior do país. Esse objetivo só pode ser conseguido com a implementação de medidas políticas pelo Governo de Portugal. Algumas medidas por forma a tornar actractivo o investimento no interior, como a isenção do IRC e uma diferenciação nas tabelas do IRS, por exemplo, seriam um contributo para uma solução. Os investimentos na educação, saúde e cultura são também prioritários. A problemática dos transportes teria também de ser reequacionada. Sem estas medidas sociais é cada vez mais difícil contrariar a tendência para o envelhecimento do interior. Os industriais do sector sentem o chamado “peso da interioridade”? Em que medida? Como a maioria da Indústria de Lanifícios se situa geograficamente no interior do país, é natural que sejamos das indústrias mais afetadas pelo peso da interioridade. O peso da interioridade manifesta-se em vários pontos que vão desde a falta de mão-de-obra jovem e qualificada ao aumento do custo dos transportes e energia, etc. Como foi a adaptação da Indústria dos lanifícios às novas tecnologias e métodos de produção? A adaptação tem sido um processo contínuo e que se transformou numa vantagem competitiva desde que Portugal abriu as suas fronteiras. Como já referi, o investimento em I&D tem sido muito valorizado. O que tem afetado negativamente os lanifícios tem sido a concorrência desleal a que as nossas empresas têm estado submetidas pelas empresas, principalmente as asiáticas, que não cumprem as mais elementares regras sociais, ambientais e comerciais.

Como é possível conciliar um sector que é visto como tradicional com essas novas tecnologias? Com a entrada de Portugal na União Europeia alguns políticos e governantes anunciaram o fim dos sectores económicos tradicionais, que, segundo eles, seriam substituídos pelas novas tecnologias. Criou-se um estigma sobre as indústrias tradicionais que afetou negativamente a imagem do nosso sector. Obviamente, esses senhores enganaram-se, e o que se veio a verificar foi que as indústrias tradicionais incorporaram as novas tecnologias, transformando-se e adaptando-se face aos novos desafios que a globalização e a inovação tecnológica e científica vieram trazer. Quais as perspetivas para o futuro desta indústria? Temos a consciência de que o futuro da Indústria de Lanifícios não é fácil, mas também sabemos que estamos a recuperar de uma crise económica que condicionou negativamente a nossa atividade. Assim, acreditamos que o futuro poderá ser melhor e mais favorável para o desenvolvimento dos Lanifícios. Mas é indispensável, para isso, que a Têxtil não seja novamente dada como moeda de troca nas negociações na Organização Mundial do Comércio, e que os nossos concorrentes cumpram as regras que são exigidas, e muito bem, às empresas europeias. Refiro-me essencialmente às condições de trabalho com mão-de-obra a lembrar os tempos da escravatura e mão-de-obra infantil, à observação das mais elementares regras de protecção ambiental e sustentabilidade, aos artifícios económicos de modo a não subsidiar as empresas que exportam para a Europa, etc. Não pretendemos regras protecionistas da nossa indústria, mas não é admissível fechar de olhos a todos estes incumprimentos de a que a UE e Portugal são responsáveis. Não duvido de que, se forem adotadas medidas políticas e económicas que obriguem um comércio justo e leal, e se a formação profissional no interior for uma prioridade, o futuro da nossa indústria poderá ser risonho.

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“ O trabalho do Modatex tem sido decisivo no relançamento da Indústria Têxtil em Portugal” “ Apesar da crise económica em que estamos mergulhados, a Indústria Têxtil tem sido dos poucos sectores económicos nacionais que tem criado emprego” “ Se forem adotadas medidas políticas e económicas que obriguem um comércio justo e leal, e se a formação profissional no interior for uma prioridade, o futuro da nossa indústria poderá ser risonho”

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Uma história que começou no século XIX A ANIL - Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios é uma associação que representa as empresas têxteis que exercem a sua atividade no âmbito do subsector dos Lanifícios em Portugal. A primeira associação do sector nasceu em 1820 com a designação de Grémio da Covilhã, embora a sede fosse em Lisboa. Em 1889 deu lugar à Associação Industrial e Comercial da Covilhã, onde foi criada a primeira Escola Industrial em Portugal, que durante cerca de 80 anos formou técnicos para a indústria dos lanifícios. Em 1936 deu lugar à Federação Nacional dos Industriais de Lanifícios que, entre outras atividades, criou a Caixa de Previdência da Indústria de Lanifícios, foi responsável pela construção de um bairro social para os trabalhadores da indústria e de um edifício para armazenamento, condicionamento de lãs e outros laboratórios de análise. A ANIL surgiu em 1974 e tem sede na Covilhã.

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Comércio externo português de têxteis e vestuário Maio/2015 CENIT

Os produtos têxteis e vestuário representaram, em 2014, uma proporção de 10% do total das exportações portuguesas de bens, cifrando-se nos 4,62 mil milhões de euros. Apesar da recuperação que tem sido registada no valor das exportações de têxteis e vestuário, a quota no total das exportações de bens tem decrescido, tendo-se verificado uma quebra em relação aos 19% de 2000 e aos 13% de 2005. De referir que as exportações totais de bens cresceram 54,7% entre 2005 e 2014, enquanto as exportações de têxteis e vestuário aumentaram 12,7% em igual período. Exportações de têxteis e vestuário De acordo com os dados do INE, o valor das exportações portuguesas de têxteis e vestuário evidenciou uma subida de 7,7% em 2014 relativamente ao ano anterior. Este resultado surge na sequência de um aumento de 8,0% nas exportações destinadas ao mercado Intra-UE, enquanto as exportações para os mercados Extra-UE registaram um aumento de 6,2%. A análise aos dados para as exportações em quantidade revela uma subida de 4,7% no volume das exportações de têxteis e vestuário em 2014 relativamente a 2013. As exportações destinadas ao mercado Intra-UE representaram 82% do valor exportado, ficando cifradas nos 3,81 mil milhões de euros, enquanto as exportações destinadas ao mercado Extra-UE representaram 18% do valor exportado e ascenderam aos 0,81 mil milhões de euros. O valor das exportações portuguesas de têxteis e vestuário registou uma evolução positiva no primeiro trimestre de 2015, evidenciando uma subida de 2,0% relativamente ao período homólogo de 2014. Este resultado surge na se-

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quência de um crescimento de 1,8% nas exportações para os mercados Intra-UE, enquanto as exportações para os mercados Extra-UE registaram um aumento de 2,6%. De salientar que a análise aos dados para as exportações em quantidade mostra uma descida de 3,7% no volume das exportações de têxteis e vestuário no primeiro trimestre de 2015, relativamente ao período homólogo de 2014. Analisando a evolução ao longo de 2014 nas duas principais categorias de produtos (com uma quota conjunta acima dos 60% das exportações), verifica-se que as exportações de vestuário de malha (categoria 61) cresceram 7,8%, enquanto as exportações de vestuário exceto malha (categoria 62) registaram uma subida de 10,8%. No caso do vestuário de malha, o mercado Intra-UE aumentou 8,4% (representou 93% do total exportado, cifrado em cerca de 1,70 mil milhões de euros) e o mercado Extra-UE aumentou 0,7% (representou 7% do total, cifrado em 0,13 mil milhões de euros) em 2014 relativamente ao ano anterior. As exportações de vestuário exceto malha destinadas ao mercado Intra-UE cresceram 11,3% (representaram 87% do total, cifrado em cerca de 0,82 mil milhões de euros), enquanto as exportações destinadas ao mercado Extra-UE cresceram 7,5% (representaram 13% do total, cifrado em 0,12 mil milhões de euros). Relativamente ao desempenho das duas principais categorias no primeiro trimestre de 2015, verificou-se uma descida de 3,1% nas exportações de vestuário de malha (categoria 61), enquanto as exportações de vestuário exceto malha (categoria 62) aumentaram 8,0%, relativamente ao período homólogo do ano anterior. No caso do vestuário de malha,

o mercado Intra-UE registou uma quebra na ordem dos 2,1%, enquanto o mercado Extra-UE caiu 14,7%. As exportações de vestuário exceto malha destinadas ao mercado Intra-UE subiram 9,3%, enquanto as exportações destinadas ao mercado Extra-UE desceram 0,7%. No que se refere às exportações de outros têxteis confecionados (categoria 63, terceira principal com uma representatividade de 13% das exportações), que incluem a grande proporção dos têxteis-lar, foi registada uma subida de 3,8% em 2014, resultante de uma subida de 5,8% no mercado Intra-UE (representou 69% do total, cifrado em cerca de 0,41 mil milhões de euros) e uma descida de 0,5% no mercado Extra-UE (representou 31% do total, cifrado em 0,18 mil milhões de euros). Isolando as quatro subcategorias de produtos associadas aos têxteis-lar (i.e., 6301 a 6304), verificou-se que o aumento observado foi na ordem dos 4,5%. Durante os primeiros três meses de 2015 as exportações de outros têxteis confecionados (categoria 63) evidenciaram uma perda de representatividade no conjunto dos produtos têxteis e vestuário (12% das exportações), registando um crescimento de 5,0%, resultante de uma subida de 5,3% no mercado intracomunitário e de 3,9% no mercado extracomunitário. Para além das três principais categorias de produtos, salienta-se entre as categorias com maior representatividade (quota na ordem de 3% do valor total das exportações de têxteis e vestuário), o desempenho das pastas, feltros, falsos tecidos e cordoaria (categoria 56) com uma subida de 12,5% em 2014 (+ 6,9% no primeiro trimestre de 2015); dos tecidos impregnados e revestidos (categoria 59) com

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uma subida de 8,8% em 2014 (+ 8,6% no primeiro trimestre de 2015); dos artigos de algodão (categoria 52) com uma subida de 6,8% em 2014 (- 11,5% no primeiro trimestre de 2015); das fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (categoria 55) com uma subida de 6,1% em 2014 (+ 5,0% no primeiro trimestre de 2015); e dos tecidos de malha (categoria 60) com uma subida de 0,4% em 2014 (+ 0,5% no primeiro trimestre de 2015). Principais mercados de destino Considerando o conjunto das exportações portuguesas de têxteis e vestuário, verifica-se que o principal mercado de destino é a Espanha, com uma proporção de 31,4% em 2014 e um valor na ordem dos 1,45 mil milhões de euros. O segundo lugar é ocupado pela França, com uma proporção de 13,6% e um valor na ordem dos 0,63 mil milhões de euros. Nas posições seguintes surgem o Reino Unido com uma proporção de 9,2%, a Alemanha com 8,6% e os EUA com 4,9%. De salientar ainda que, entre os 10 principais destinos das exportações portuguesas de têxteis e vestuário, apenas dois são mercados extracomunitários: EUA (5.ª posição) e Angola (9.ª posição). A listagem dos principais destinos das exportações de têxteis é encabeçada pela Espanha, seguida pela França, EUA, Alemanha, Reino Unido, Itália, Países Baixos, Roménia, Angola e Bélgica. Em termos das alterações entre os principais destinos das exportações portuguesas de produtos têxteis, o destaque vai para a conquista de posição por parte de Angola (subiu da 21.ª posição em 2005 para a 9.ª posição em 2014) e da Roménia (subiu da 17.ª posição em 2005 para a 8.ª posição em 2014). De salientar também a quebra verificada no caso da Suécia (que passou da 8.ª posição em 2005 para a 13.ª posição em 2014). A lista dos principais destinos das exportações portuguesas de vestuário é também liderada pela Espanha, seguida pela França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Países Baixos, Suécia, Bélgica, EUA e Angola. Entre as alterações destaca-se a subida da França para a 2.ª posição desde 2007 e a descida da Alemanha para a 4.ª posição desde 2012. De destacar também o ganho de representatividade de Angola (que passou da 17.ª posição em 2005 para a 10.ª posição em 2014).

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Importações de têxteis e vestuário A balança comercial portuguesa é tradicionalmente excedentária no conjunto das matérias têxteis e suas obras, apresentando em 2014 uma taxa de cobertura de 128%. De referir que ao longo do período de 2005 a 2014, a taxa de cobertura nas matérias têxteis e suas obras registou a proporção mínima em 2010 (112%) e a máxima em 2005 (136%). De acordo com os dados do INE, observou-se em 2014 uma subida de 8,1% no valor das importações portuguesas de produtos têxteis e vestuário, ficando estas cifradas nos 3,61 mil milhões de euros. Esta subida resultou do aumento de 8,9% nas importações provenientes de origens Intra-UE (78% do total, ficando cifradas nos 2,83 mil milhões de euros) e do aumento de 5,2% nas importações de origens Extra-UE (22% do total, ficando cifradas nos 0,78 mil milhões de euros). A análise aos dados para as importações em quantidade revela uma subida de 4,0% no volume das importações de têxteis e vestuário no ano 2014, relativamente ao registado em 2013. No período de janeiro a março de 2015 observou-se uma subida de 0,6% no valor das importações portuguesas de produtos têxteis e vestuário, resultado conjunto da subida de 2,3% nas importações de origem intracomunitária e da descida de 5,3% nas importações extracomunitárias. A análise aos dados para as importações em quantidade mostra uma descida de 7,8% no volume das importações de têxteis e vestuário no primeiro trimestre de 2015, relativamente ao período homólogo de 2014. A representatividade das importações no ano 2014 e no primeiro trimestre de 2015 foi composta, por ordem decrescente, pelas seguintes categorias de produtos: o vestuário exceto malha representou 25,7% do valor total das importações em 2014 (27,3% nos primeiros três meses de 2015); o vestuário de malha representou 24,5% em 2014 (23,5% nos primeiros três meses de 2015); os artigos de algodão representaram 13,7% em 2014 (12,5% nos primeiros três meses de 2015); filamentos sintéticos ou artificiais representaram 9,3% em 2014 (9,8% nos primeiros três meses de 2015); e fibras sintéticas ou artificiais descontínuas representaram 6,9% em 2014 (7,2% nos primeiros três meses de 2015).

Principais mercados de origem As três principais origens das importações portuguesas de têxteis permaneceram inalteradas entre 2005 e 2014, com a Espanha a ocupar a 1.ª posição, seguida pela Itália e pela Alemanha. Em 2014, as posições seguintes entre os principais mercados de origem das importações de têxteis foram ocupadas pela Índia, Países Baixos, China, Turquia, França, Paquistão e Reino Unido. O destaque ao longo do período de 2005 a 2014 vai para a conquista de posição por parte da Índia (evoluiu da 10.ª posição em 2005 para a 4.ª posição em 2014), Países Baixos (evoluiu da 7.ª posição em 2005 para a 5.ª posição em 2014) e China (evoluiu da 11.ª posição em 2005 para a 6.ª posição em 2014). Entre as quebras, o destaque vai para a França (caiu da 4.ª posição em 2005 para a 8.ª posição em 2014) e o Reino Unido (caiu da 6.ª posição em 2005 para a 10.ª posição em 2014). As três principais origens das importações portuguesas de vestuário mantiveram-se as mesmas entre 2005 e 2014, com a Espanha a assumir a liderança, seguida pela Itália e pela França. Na quarta posição encontra-se em destaque a Irlanda, que evoluiu da 29.ª posição em 2005. Os lugares seguintes são ocupados pela China, Alemanha, Países Baixos, Bélgica, Bangladesh e Índia. Entre as alterações nas principais origens das importações de vestuário destaca-se também o ganho de representatividade do Bangladesh (evoluiu da 12.ª posição em 2005 para a 9.ª posição em 2014).

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De Lisboa a São Paulo: meses de treino intenso a pensar numa medalha Rita Gaspar prepara participação portuguesa no WorldSkills 2015

A preparação de Rita Gaspar para o WorldSkills, que terá lugar em Agosto, em São Paulo, começou no início do ano. São muitas horas de treino intenso, de repetição de tarefas cronometradas ao minuto, sempre com um único pensamento: fazer um bom resultado no Brasil e manter a excelente reputação que o Modatex tem neste campeonato.

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ita Gaspar, aluna do curso de Design de Moda do Modatex / Lisboa, sabe que só com muito trabalho e dedicação conseguirá ter bom desempenho do WorldSkills (Campeonato Mundial das Profissões), que terá lugar entre 11 e 16 de Agosto em São Paulo, no Brasil. Por isso, os últimos meses têm sido preenchidos com treinos intensos e sessões de trabalho diárias, a um ritmo semelhante ao dos atletas de alta competição que se preparam para as provas mais importantes. A VESTIR esteve com Rita Gaspar no Modatex/Lisboa e acompanhou alguns passos desta preparação. A aluna do Modatex, que vai competir na área de Artes Criativas e Moda / Tecnologia da Moda, já conhece bem a pressão deste tipo de eventos: venceu o Campeonato Nacional das Profissões, que decorreu em Maio de 2014, no Porto e em Outubro conquistou a medalha de prata no EuroSkills, em Lille. Nestas duas provas fez dupla com Joana Caetano, mas agora estará por sua conta. “Esta prova vai ser muito diferente do Campeonato Europeu, onde cada país tinha uma equipa com duas pessoas e 18 horas para terminar a

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tarefa. Agora sou só eu e tenho 22 horas para concluir os trabalhos. Nas provas anteriores tinha alguém para tirar dúvidas, para trocar impressões e para decorar as medidas. Agora tudo vai ser diferente”, reconheceu. Enquanto decorre a preparação, Rita Gaspar tem a orientação e os conselhos da formadora Lurdes Alves, uma “treinadora” com vocação para descobrir potenciais campeões e que acompanhou já Rúben Damásio (Medalha de Excelência em Leipzig 2013) e Leandro Costa (Medalha de Ouro, Londres 2011). O acompanhamento é diário, com conversas de 30 minutos no final de cada dia, algumas trocas de impressões durante a hora do almoço e alguns sábados dedicados a treinar. A concorrente e a formadora têm acompanhado as instruções que lhes são dadas pela organização internacional da prova e a alguns meses de distância já sabiam quais as tarefas que Rita Gaspar terá que desempenhar. Todos os concorrentes partem do mesmo patamar. Ou seja, têm seis horas para desenhar, moldar, cortar e confecionar um vestido em piquê e 10 horas para criar e confecionar um casaco em crepe que terá de ter obrigatoriamente gola, bolsos, mangas e uma prega. Além destes dois tecidos, os concorren-

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“Nestas provas não há tempo para errar”

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tes têm também um metro de renda, que terá de ser incluído numa das peças. Mas não só. O WorldSkills tem sempre um “Fator surpresa”, que surge na forma de uma “caixa mistério” cujo conteúdo deve ser trabalhado durante 2 horas. Lá dentro pode estar um top de malha, materiais para embelezar o casaco ou qualquer outra peça ou material inesperado. Nestas provas, o tempo é cronometrado e cada minuto é fundamental para o resultado final do projeto. A criação, moldagem, corte e confeção têm tempos específicos que não podem ser ultrapassados e mesmo que o concorrente seja mais rápido numa das primeiras etapas não ficará com mais tempo para concluir as seguintes. “A avaliação objetiva representa 60% da classificação final e a subjetiva 40%. Ou seja, a apresentação final é determinante e o facto de se terminar o trabalho é muito importante. Uma bainha por coser penaliza o concorrente, mesmo que a peça tenha todos os elementos pretendidos. O aspeto final é fundamental”, explica Lurdes Alves. Rita Gaspar recorda o caso dos concorrentes belgas no EuroSkills, que foram penalizados porque não tiveram tempo de colocar o trabalho final no manequim: “Nestas provas não há tempo para errar. Por vezes mais vale perder 5 minutos a pensar do que desmontar e montar outra vez. Parar para pensar é muito importante”, admite.

WorldSkills terá lugar entre 11 e 16 de Agosto em São Paulo, no Brasil. 20

O gosto pela perfeição

Rita Gaspar, que está na fase final da sua formação em Design de Moda, reconhece que a preparação para o WorldSkills está a contribuir para o seu crescimento profissional: “Esta preparação faz com que eu adquira o gosto pela perfeição e o aplique também na minha coleção final”. O tempo é escasso, mas Rita está consciente de todas as dificuldades que terá de ultrapassar e sabe que a margem para erro é mínima e que vai diminuindo à medida que se aproxima o mês de Agosto: “Na última etapa já não podem existir grandes dúvidas”. Por isso, a participação em eventos como a Futurália ou a Qualifica, onde esteve a treinar em locais públicos, foi determinante para que aprendesse a gerir melhor o tempo e a pressão. A repetição contínua de processos e a cronometragem de cada uma das etapas têm marcado os dias de Rita, que será a primeira mulher a representar o Modatex nesta competição internacional. O objetivo está traçado: “Quero pelo menos sentir que fiz o meu melhor, que dei tudo e quero fazer o melhor pelo Modatex. Seria gratificante no final de tantos meses de trabalho ter algum retorno e, por isso, ambiciono no mínimo a Medalha de Excelência”. “No Campeonato Nacional a meta passava por chegar ao Europeu e eu sabia que o Modatex tinha ficado sempre no 1º lugar e sentia essa pressão. Já no Europeu, penso que o 2º lugar foi muito bom; mas o mais importante foi sentir que tínhamos dado tudo e que tínhamos feito o nosso melhor”, recorda. Lurdes Alves lembra-se de ter saído da prova a pensar “no 3º lugar”, mas acabou por ser surpreendida pela Medalha de Prata. Talvez o mês de Agosto traga mais uma surpresa para Rita Gaspar e para a sua formadora. Até lá, ainda há muito trabalho para fazer. VESTIR 74


Formação do Modatex conquista a Europa

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Fotografia cedidas por Carla Pontes


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nome do Modatex já ultrapassou as fronteiras geográficas e a formação dada no Centro tem já um reconhecimento internacional. Os prémios e distinções para formandos e ex-formandos sucedem-se, contribuindo também para que a Moda Portuguesa conquiste um lugar de destaque a nível mundial. Carla Pontes, Patrick de Pádua ou a dupla Marques’ Almeida, formada por dois antigos alunos do Modatex, são alguns bons exemplos deste reconhecimento. Formada em Design de Moda pelo Modatex, Carla Pontes tem feito um percurso de sucesso, tendo já mostrado o seu trabalho em feiras e showrooms em Londres, Paris, Copenhaga e Xangai e também no Portugal Fashion. Em fevereiro deste ano, foi a vencedora portuguesa do Concurso Europeu de Jovens Designers Porto Fashion Show 2015, somando assim mais uma distinção ao seu curriculum. “Depois de toda a jornada de defesa e apresentação de cada trabalho, acabou por ser inesperado, mas foi também muito gratificante sentir o reconhecimento, sobretudo quando se reconhece talento nos restantes concorrentes”, admite, deixando também elogios às outras concorrentes nacionais: “Tanto a Mafalda Fonseca como a Cristina Real têm um trabalho muito bem desenvolvido e suportado, por isso sabia que o prémio português estaria sempre bem entregue”. Após ter concluído a formação no Modatex, em 2012, Carla Pontes realizou o estágio de final de curso no atelier de Nuno Baltazar, passando a integrar a sua equipa como Júnior Designer até finais de 2013. Ainda em 2012 participou pela

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primeira vez no espaço BLOOM / Portugal Fashion e esteve ainda no Matadero de Madrid, no âmbito do Young Designers Fashion Show. Em 2014 e 2015 expôs em Londres durante a London FW, integrando o grupo de designers que representaram Portugal no Internacional Fashion Showcase. Carla Pontes reconhece que o Modatex teve um papel fundamental para que se afirmasse no mundo da moda: “O Modatex introduziu a minha entrada no Portugal Fashion com a apresentação em representação da escola de formação. Logo na edição que se seguiu fui selecionada para apresentar uma mini coleção em formato concurso. Este concurso tinha como objetivo captar jovens designers para integrar a plataforma BLOOM e é desde então que aí apresento, regularmente, as minhas coleções”. A passagem pelo atelier de Nuno Baltazar foi outra etapa num percurso que conhece agora novos desafios: “ Neste momento decidi agarrar o desafio da indústria, investir mais no meu projeto pessoal e estou de volta ao Modatex, agora como formadora”. O balanço dos últimos anos tem sido extremamente positivo e o facto de apresentar regularmente as suas coleções em plataformas nacionais e internacionais está a contribuir de forma decisiva para que a sua carreira tenha evoluído. “Sem dúvida que os concursos e a já regular apresentação de coleções no Portugal Fashion têm sido a grande alavanca de promoção do meu projeto pessoal. Se pela minha vida não tivessem passado estas oportunidades, com certeza que nesta altura da minha vida eu ainda não me estaria a dedicar a um projeto em nome próprio. Sempre foi um objetivo, mas não o imaginava para os meus primeiros anos após a formação”, admite. Estas presenças regulares em eventos de moda em Portugal e no estrangeiro têm também sido fundamentais para que consiga chegar aos mercados internacionais. “A internacionalização da minha carreira já está a acontecer através da marca e o feedback tem sido muito positivo”, revela. E os próximos meses prometem continuar a trazer boas notícias: “A coleção deste verão já está à venda em Paris e estamos a trabalhar no sentido de conseguir chegar a mais cidades internacionais com a coleção de inverno”. Modatex, símbolo de primazia pelo rigor e excelência No futuro Carla Pontes pretende continuar a fazer crescer a sua marca e, sobretudo, continuar a aprender: “Os meus objetivos profissionais passam por continuar a acreditar no crescimento do meu projeto pessoal, que pretendo solidificar tanto em mercado nacional como internacional. Pretendo também explorar mais as áreas das novas tecnologias têxteis e trazer esses conhecimentos tanto para o meu projeto como para novos desafios que me possam aparecer”. Primeiro como formanda e agora como formadora, Carla Pontes acaba por ser um dos símbolos do sucesso do Modatex, reconhecendo que os conhecimentos adquiridos no centro foram determinantes não só em termos técnicos, mas também no que respeita à própria forma de abordar cada desafio: “A formação no Modatex surgiu após uma formação académica e revelou-se um importante complemento, sobretudo por me ter dado grandes mais valias de componente técnica e prática. Conceptualmente equilibro a influência da licenciatura em design de equipamento com a formação em Design de Moda

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“A formação no Modatex surgiu após uma formação académica e revelou-se um importante complemento, sobretudo por me ter dado grandes mais valias de componente técnica e prática. Conceptualmente equilibro a influência da licenciatura em design de equipamento com a formação em Design de Moda no Modatex. Contudo, quando passo para a criação, sinto que o Modatex me deixou todos as ferramentas que preciso para explorar, desenvolver, inovar e criar coleções consistente e fisicamente reais. Sinto que o Modatex, Citex ainda na minha altura, também me trouxe a primazia pelo rigor e exigência, que todos os dias aplico nas diferentes vertentes da minha profissão”.

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no Modatex. Contudo, quando passo para a criação, sinto que o Modatex me deixou todos as ferramentas que preciso para explorar, desenvolver, inovar e criar coleções consistente e fisicamente reais. Sinto que o Modatex, Citex ainda na minha altura, também me trouxe a primazia pelo rigor e exigência, que todos os dias aplico nas diferentes vertentes da minha profissão”. Patrick de Pádua, que também concluiu o curso de Design de Moda no Modatex, tem estado igualmente em destaque, tendo sido escolhido para participar no Fashion Clash, que decorreu em Maastricht, na Holanda, nos dias 12 e 13 de junho. O jovem português recebeu também o prémio da Kaltblut Magazine para melhor designer do evento. A notícia de que tinha sido selecionado para estar presente na Holanda foi um momento de grande emoção, como confessou à VESTIR: “É uma sensação que não se explica! Se eu for descrever o momento até parece que foi tirado de um filme. A preparação para um desfile de coleção é sempre bastante emocional, envolve muito trabalho, muito tempo e é um investimento de todas as formas. Já tínhamos passado a coleção, já estávamos a arrumar as coisas quando escuto: ‘Patrick! Tens de ir!’. No momento não pensei em nada e nem sabia ao que ia. A única coisa que recordamos são em frames”, relembra, acrescentando: “É muito bom quando o nosso trabalho e esforço são reconhecidos pela positiva e é melhor ainda se nos dá força e alento para continuar”. Patrick de Pádua tem aprendido bastante com as participações na ModaLisboa. Na sua opinião “é a oportunidade que os jovens criadores têm de mostrar o seu trabalho”. “É uma plataforma de moda muito bem conseguida e que nos fornece, não só ferramentas, mas os meios e mecanismos de mostrar o nosso trabalho e aquilo que somos capazes de fazer. Ninguém faz carreira em moda se não começar por fazer colaborações e a integrar, de alguma forma, plataformas como esta”. “Aprendemos acima de tudo de que ter uma estrutura e método de trabalho é o que nos permite seguir em frente. Planear, ver opções, dedicar tudo aquilo que temos para os 8 - 10 minutos de desfile. Há mais oportunidades de ver a coleção em seguida, mas aqueles 8 - 10 minutos são dos mais importantes”, sublinha. E a presença no Fashion Clash foi mais uma etapa importante para o seu crescimento enquanto designer de moda: “Ir ao Fashion Clash é mais uma escada escalada. É uma plataforma semelhante à ModaLisboa, desta vez fora do país e assim sendo, dá-nos ainda mais visibilidade e permite-nos ver os trabalhos de outras pessoas, outros métodos, materiais. Trabalhar em moda é definitivamente um trabalho e estudo contínuos. Isso é claro”.

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Fotografia cedidas por Carla Pontes

Fotografia cedidas por Carla Pontes


Fotografia ModaLisboa Fotografia ModaLisboa

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“A formação nunca está terminada” Na sua opinião, os anos passados no Modatex foram essenciais para que criasse bases seguras para o futuro: “O Modatex foi o espaço físico onde todos os recursos podiam ser encontrados. É parte essencial da formação saber usar o processo criativo também como processo de resolução de problemas. Criar, em design, é acima de tudo ‘juntar o útil ao agradável’: criamos algo bonito, belo e funcional, que mais tarde possa ser vendível. Esta última parte é muito importante”, salienta. No entanto, Patrick de Pádua defende que, mesmo depois de concluída a formação, há que continuar a aprender e que só essa atitude lhe permitirá evoluir: “É como se a formação nunca estivesse terminada. Esse é o meu slogan diário. Não podemos entender que temos tudo garantido, temos que correr atrás do que queremos, mentalizar-nos de que o investimento é sempre nosso. Investimento pessoal, de horas de trabalho, em pesquisa, criação, investimento monetário, etc. Em Portugal, infelizmente, ainda não temos um mercado que queira novos criadores e que lhes permita lançarem-se com algum fundo de manobra, mas tudo se vai conseguindo a par e passo. O mais importante é entender que nada se consegue sozinho, temos que estar sempre atualizados e entender que temos que estar dispostos a fazer sacrifícios e investir. O resto é vocação e um bocado de sorte”. O seu futuro pode passar pela internacionalização, embora admita que este é um caminho que tem de ser feito devagar: “ Hoje em dia, e durante toda a nossa formação, vamos percebendo que se conseguirmos lançar o nosso produto a nível internacional as coisas funcionam de melhor forma. Há países europeus e cidades americanas onde existe um conjunto de ferramentas e há mercado. Entrar no mercado é o mais difícil, num curto prazo, depois disso o desafio é manter-se no mercado - a um nível positivo, claro. Todas as oportunidades são positivas e devemos aproveitar tudo, com peso e medida e há que saber dizer que não vai ser possível quando realmente não é”. O seu objetivo para o futuro passa, acima de tudo, “pela sustentabilidade”: “Posicionar a minha marca, vincular o meu conceito. Não quero ser conhecido nem ganhar rios de dinheiro, quero que as pessoas associem a minha marca a uma marca de confiança, dentro do meu estilo, que sigam o meu trabalho, o meu percurso... e que fique por cá muito tempo e com qualidade”. “Acima de tudo as marcas, ou quem está a tentar criar uma marca, tem que mostrar consistência. Eu não espero que toda gente goste das minhas roupas ou das formas como trabalho. Se isso acontecesse, possivelmente, estaria a fazer algo de errado. Quero continuar a mostrar o meu trabalho, a mostrar do que sou capaz e a partilhar com os outros a minha visão. Fazer todo este percurso permite-me ganhar experiência para daqui a uns tempos poder dar um salto maior e aterrar em segurança”.

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A dupla Marques’ Almeida, formada por dois antigos alunos do CITEX (anterior designação do Modatex), venceu em Maio o prémio internacional LVMH. Paulo Almeida e Marta Marques, que trabalham em Londres, foram escolhidos por um júri constituído por nomes como Karl Lagerfeld ou Marc Jacobs e outros diretores criativos das marcas do Louis Vuitton-Moet Hennessy. Para além de um prémio no valor de 300 mil euros, os dois criadores nacionais vão também ser acompanhados durante um ano por mentores do grupo LVMH. Em dezembro do ano passado a Marques’Almeida tinha recebido o prémio da categoria de Talento Emergente – Moda feminina dos British Fashion Awards. Após a formação no CITEX, os dois criadores prosseguiram a formação na Central Saint Martins. Apresentaram-se pela primeira vez na Semana da Moda de Londres em 2012. Com criações onde a ganga predomina e inspiradas na estética “grunge”, criaram também uma coleção-cápsula para a lojaTopshop.

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Dupla Marques’Almeida soma prémios

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Projeto Formar para Empregar do Modatex conquistou 2º lugar a nível nacional nos Prémios Europeus de Promoção Empresarial 28

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O projeto Formar para Empregar, promovido pelo Modatex, concorreu aos Prémios Europeus de Promoção Empresarial, uma iniciativa da Comissão Europeia que tem como objetivo potenciar a divulgação de atividades reconhecidas como boas práticas no âmbito da promoção da iniciativa empresarial na Europa, tendo obtido o 2º lugar nacional na respetiva categoria. A divulgação dos vencedores nacionais ocorreu no passado dia 15 de Julho na sede do IAPMEI, em Lisboa. Entre os projetos vencedores em cada categoria, são selecionados dois que representarão Portugal a nível europeu. A classificação obtida pelo Modatex é um excelente reconhecimento da importância deste projeto, que esteve bem perto de representar Portugal no concurso internacional. O Modatex concorreu a estes prémios na categoria Empreendedorismo Responsável e Inclusivo, tendo levado a concurso o Formar para Empregar. Este projeto foi lançado pelo Modatex em 2012 e regista índices de empregabilidade superiores a 90%. Esta aposta na “formação à medida” feita em contexto de trabalho tem contribuído para o sucesso da iniciativa, que se alargou já a vários concelhos portugueses, abrangendo toda a fileira têxtil em áreas como a costura e a confeção industrial, tecelagem e estamparia. Inspirar empreendedores

Estes prémios foram lançados em 2005 pela Comissão Europeia e são dinamizados pela DG Mercado Interno, Indústria, mpreendedorismo e PME, em parceria com entidades nacionais de coordenação em cada Estado-Membro. O IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, I.P. é o coordenador da iniciativa em Portugal. Os Prémios Europeus de Promoção Empresarial pretendem contribuir para identificar e reconhecer atividades e iniciativas de sucesso que visem a promoção de empresas e do empreendedorismo. Têm também como objetivos divulgar e partilhar exemplos de melhores políticas e práticas de iniciativa empresarial, sensibilizar para o papel desempenhado na sociedade pelos empresários e pelos empreendedores e incentivar e inspirar potenciais empreendedores.

VESTIR 74

A iniciativa privilegia o papel do setor público, a nível local, regional e nacional para a criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento das empresas e do empreendedorismo, através de projetos ou iniciativas que já tenham sido desenvolvidos ou que estejam em fase de desenvolvimento. Os projetos devem existir há pelo menos dois anos e podem ser financiados por fundos da União Europeia. Os prémios estão abertos às entidades públicas na União Europeia e a um conjunto de países associados como a Islândia, Noruega, Sérvia e Turquia. A participação está aberta a organizações nacionais, municípios, regiões e comunidades, bem como parcerias público-privadas entre entidades públicas e empreendedores, programas educativos e organizações empresariais. Os projetos apresentados deveriam estar incluídos numa das seguintes categorias: promoção do espírito de empreendedorismo, investimento em competências empreendedoras, desenvolvimento do ambiente empresarial, apoio à internacionalização das empresas, apoio ao desenvolvimento de mercados ecológicos e à eficiência dos recursos e empreendedorismo responsável e inclusivo. Foi nesta última categoria - que abrange Iniciativas de âmbito nacional, regional ou local, que promovam a responsabilidade social nas empresas e incentivem o empreendedorismo junto de segmentos específicos de população, como desempregados, imigrantes, pessoas portadoras de deficiência ou minorias étnicas - que se inseriu a participação do Modatex, através do projeto Formar para Empregar. A sua implementação permitiu a criação de emprego e a qualificação e requalificação de mão-de-obra, respondendo às necessidades de recursos humanos das empresas. Ao trabalhar em conjunto com os serviços de emprego do IEFP a nível local e com as autarquias, o Modatex promove o regresso ao mercado de trabalho de uma faixa da população que, sem a formação adequada, teria dificuldade em voltar à vida ativa. Em Portugal já foram distinguidos quase uma centena de projetos. Nos últimos três anos várias iniciativas nacionais venceram prémios europeus em diversas categorias. Em 2012 e 2013, foram vencedores na categoria Apoio à internacionalização das empresas os projetos “Douro Boys” e “Portuguese Shoes – The sexiest industry in Europe”, duas iniciativas destinadas, respetivamente, à promoção internacional dos vinhos e calçado português. Em 2014 existiram mais projetos portugueses entre os vencedores europeus: o projeto “AMS – Thinking Ahead”, uma parceria da AMS-BR Star Paper com a AICEP, arrecadou o primeiro prémio na categoria Apoio ao desenvolvimento de mercados ecológicos e à eficiência de recursos, e angariou ainda uma menção honrosa para o concurso “FAZ – Ideias de Origem Portuguesa”, desenvolvido pela Fundação Calouste Gulbenkian, numa parceria com o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Portugal foi também vencedor na primeira edição do concurso em 2006, com o prémio para o melhor projeto europeu na categoria “Redução da Burocracia”. A cerimónia de entrega dos prémios aos vencedores terá lugar durante o Encontro de PME de 2015 no Luxemburgo, a 19 de novembro, sob a Presidência Luxemburguesa do Conselho da União Europeia.

29


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30

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VESTIR 74


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Formar para Empregar continua a crescer 32

VESTIR 74


O

projeto Formar para Empregar, criado pelo Modatex em finais de 2012, continua em franco crescimento, com um aumento no número de ações realizadas, certificados emitidos e nos níveis de empregabilidade. Os dados mais recentes indicam que as ações que terminaram no primeiro semestre deste ano tiveram um índice de inserção profissional de 93,4%. Os objetivos que levaram à criação do Formar para Empregar estão a ser atingidos com grande sucesso. Este projeto, que tal como a designação indica pretende dar formação que conduza à empregabilidade, tem vindo a crescer, tornando-se num caso exemplar de combate ao desemprego e de resposta às necessidades das empresas no que diz respeito a recursos humanos. Nos primeiros dois anos de implantação do projeto foram emitidos 615 certificados de formação (303 em 2013 e 312 durante o ano de 2014), que levaram à integração profissional de mais de 500 formandos. A taxa de empregabilidade tem vindo a aumentar: em 2014 alcançou os 90% e as ações concluídas nos primeiros meses deste ano atingiram números bastante animadores, ultrapassando os 93%. Em 2015 foram já emitidos 91 certificados de formação em áreas como a Confeção de Peças de Vestuário ou Confeção Industrial, contribuindo assim para a criação de emprego e para a qualificação profissional do sector do têxtil e do vestuário. O projeto, que se iniciou em Barcelos, foi entretanto alargado a concelhos como Viana do Castelo, Porto, Póvoa de Varzim, Braga, Vila Verde, Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Vila Nova de Gaia, Lisboa, Viseu, Seia, Covilhã e Castelo Branco, abrangendo toda a fileira do sector têxtil. As solicitações por parte das empresas têm igualmente aumentado, prevendo-se por isso que o Formar para Empregar possa crescer em todos os indicadores, alargando também o seu âmbito geográfico.

VESTIR 74

As razões do sucesso

O sucesso deste projeto pode ser explicado pelo seu carácter inovador, mas também pela forma pragmática como é aplicado e desenvolvido no terreno. O Formar para Empregar pode ser encarado como uma “formação à medida”, criada para satisfazer as necessidades de recursos humanos das empresas. O atual contexto de recuperação do sector têxtil, em que se assiste a um aumento das encomendas para consumo interno e para exportação, está também a ser marcado pela escassez de mão-de-obra qualificada, pelo que é cada vez mais importante dar uma resposta adequada às necessidades específicas de cada empresa ou área geográfica. O Modatex, através deste projeto, está a colmatar essas lacunas, adequando a oferta à procura e apostando numa formação personalizada e orientada para a empregabilidade. Após solicitação das empresas, os técnicos do Modatex fazem o diagnóstico das necessidades de cada empresa e preparam um plano de formação que permita responder de forma eficaz a essas necessidades. A seleção de candidatos é feita em conjunto com as unidades locais do IEFP e cada ação formativa tem características próprias, adaptando-se às necessidades da empresa, ao contexto em que esta se insere e ao local onde vai decorrer a formação. Estas ações têm a duração de 320 horas, são feitas em contexto de trabalho e no final são emitidos certificados. Ou seja, terminada a formação, o formando estará totalmente preparado para ocupar o seu posto de trabalho. Conhece perfeitamente as tarefas a desempenhar, a empresa e o empregador, pelo que a integração na vida profissional é bastante facilitada. O Formar para Empregar tem contribuído também para a requalificação de profissionais, atraindo para o sector do têxtil e do vestuário profissionais de outras áreas que encontram neste projeto formativo um caminho para regressar à vida ativa. Para além disso, pode também ser um ponto de partida para novos percursos formativos, que permitam uma evolução na carreira.

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plano de atividades MODATEX · 2015 Polo de Barcelos Curso

Modalidade

Destinatários

Duração

Início

Técnico/a de Marketing

Aprendizagem

IV

Faixa etária<=25 anos

3150 h

06 de julho

Modelista de Vestuário

Aprendizagem

IV

Faixa etária<=25 anos

3675 h

14 de setembro

Técnico/a de Logística

Aprendizagem

IV

Faixa etária<=25 anos

3075 h

05 de outubro

Técnicas de Comércio Externo - Têxtil e Vestuário

Vida Ativa

IV

Faixa etária>18 anos · 12º ano (preferencialmente) · Ativos desempregados

1520 h

08 de junho

Técnicas da Qualidade Aplicada à ITV

Vida Ativa

IV

Faixa etária>18 anos · 12º ano (preferencialmente) · Ativos desempregados

1770 h

15 de junho

Técnicas de Tinturaria e Acabamentos - Laboratório

Vida Ativa

IV

Faixa etária>18 anos · 12º ano (preferencialmente) · Ativos desempregados

1120 h

01 de julho

Técnicas de Tinturaria - Iniciação

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

150 h

08 de junho

Planeamento e Gestão da Produção (Lean Manufacturing) - Têxtil e Vestuário

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

75 h

15 de junho

Eletricidade e Eletrónica

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

150 h

15 de junho

Colorimetria

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

100 h

06 de julho

Controlo de Qualidade Laboratorial - Ensaios Têxteis

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

50 h

07 de julho

Tecnologia Têxtil, Vestuário e Confeção

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

125 h

14 de setembro

Mandarim

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

100 h

15 de setembro

Alemão

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

100 h

22 de setembro

Espanhol

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

100 h

05 de outubro

Técnicas Comerciais

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

150 h

05 de outubro

Técnicas de Liderança e motivação de equipas - "team building"

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

50 h

06 de outubro

Inglês

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

150 h

06 de outubro

Lean Six Sigma

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

250 h

19 de outubro

Logística de Armazém

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

125 h

02 de novembro

Determinação de Custos de Produção de Vestuário

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

75 h

02 de novembro

Técnicas de Acabamentos

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

125 h

02 de novembro

Modelação de Vestuário

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

300 h

09 de novembro

Técnicas de Tinturaria - Avançado

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano · Ativos empregados e desempregados

50 h

16 de novembro

34

Nível

VESTIR 74


Delegação da Covilhã Curso

Modalidade

Destinatários

Duração

Início

Modelista de Vestuário

Aprendizagem

Nível IV

Faixa etária <=25 anos· 9º ano

3625 h

14-Set-15

Técnico de Logística

Aprendizagem

IV

Faixa etária <=25 anos· 9º ano

3075 h

09-Nov-15

Alfaiate *

Aprendizagem

IV

Faixa etária <=25 anos· 9º ano

3675 h

07-Dez-15

Técnico de Mecatrónica

Aprendizagem

IV

Faixa etária <=25 anos· 9º ano

3625 h

14-Set-15

Modelação de Vestuário

Formação Modular Certificada (VA)

IV

Desempregados · Faixa etária>18 anos · 9º ano

1820 h

07-Set-15

Costura Industrial

Formação Modular Certificada (VA)

II

Desempregados · Faixa etária>18 anos · 9º ano

920 h

07-Set-15

Serralheiro Mecânico

Formação Modular Certificada (VA)

II

Desempregados · Faixa etária>18 anos · 9º ano

2020 h

07-Set-15

Técnicas de Comércio Externo - Têxtil e Vestuário

Formação Modular Certificada (VA)

IV

Desempregados · Faixa etária>18 anos · 9º ano

1520 h

01-Jul-15

Tinturaria e Acabamentos Têxteis

Formação Modular Certificada (VA)

IV

Desempregados · Faixa etária>18 anos · 9º ano

1470 h

05-Out-15

Alfaiate

Formação Modular Certificada (VA)

IV

Desempregados · Faixa etária>18 anos · 9º ano

1500 h

05-Out-15

Preparação e Tecelagem

Formação Modular Certificada (VA)

II

Desempregados · Faixa etária>18 anos · 9º ano

770 h

09-Nov-15

Destinatários

Duração

Início

3425

Set-15

* Para decorrer na extensão de Pinhel

Delegação dE Lisboa Curso

Modalidade

Design de Moda

Educação e Formação de Adultos-Profissional

IV

Faixa etária ≥ 23 anos · 12º ano

Modelista de Vestuário

Aprendizagem

IV

Faixa etária ≥ 25 anos · 9º ano

3675

Out-15

Acessórios de Moda

Formação Modular Extra CNQ

Faixa etária ≥ 18 anos · com conhecimentos de confeção

100

Set-15

Modelação Especialização

Formação Modular CNQ

Faixa etária ≥ 18 anos · ≥ 9º ano · profissionais da área da modelagem

100

Jul-15

Moulage

Formação Modular Extra CNQ

Faixa etária ≥ 18 anos · > 6º ano · domínio das técnicas de modelagem e confeção

100

Nov-15

Indesign

Formação Modular CNQ

Faixa etária ≥ 18 anos · ≥ 9º ano · domínio de informática na ótica do utilizador

50

Out-15

VESTIR 74

Nível

IV

IV

35


plano de atividades MODATEX · 2015 PORTO Curso

Modalidade

Destinatários

Duração

Início

Métodos e Tempos de Trabalho Aplicado à ITV

VIDA ATIVA

4

Desempregados / 12º ano (preferencialmente) / ≥ 18 anos

1395 horas

Julho

Vitrinismo

VIDA ATIVA

4

Desempregados / 12º ano (preferencialmente) / ≥ 18 anos

1445 horas

Setembro

Técnicas da Qualidade Aplicado à ITV

VIDA ATIVA

4

Desempregados / 12º ano (preferencialmente) / ≥ 18 anos

1770 horas

Setembro

Técnico de Logística

APRENDIZAGEM

4

Jovens (≤ 25 anos) / 9º ano

3075 horas

Setembro

Modelista de Vestuário

APRENDIZAGEM

4

Jovens (≤ 25 anos) / 9º ano

3675 horas

Outubro

Técnico de Malhas - máquinas rectas

APRENDIZAGEM

4

Jovens (≤ 25 anos) / 9º ano

3675 horas

Outubro

Técnico Especialista em Design Têxtil para Malhas

CET

5

Ativos e Desempregados (≤ 35 anos) / 12º ano

1585 horas

Outubro

Iniciação ao Desenho de Moda

Extra CNQ (Workshop)

---

Jovens (≤ 25 anos)

70 horas (2 semanas)

Julho e Agosto

Língua Inglesa Aplicada à Indústria Têxtil e Vestuário

MODULAR

4

Ativos

50 horas

Julho

CAD - Modelação Assistida por Computador

MODULAR

4

Ativos

300 horas

Setembro

Determinação de Custos de Produção de Vestuário

MODULAR

4

Ativos

75 horas

Outubro

Técnicas de Liderança e Motivação de equipas - "Teambuilding"

MODULAR

4

Ativos

50 horas

Outubro

Lean Six Sigma - Management

MODULAR

4

Ativos

175 horas

Outubro

Tecnologia Têxtil, Vestuário e Confecção

MODULAR

4

Ativos

125 horas

Novembro

36

Nível

VESTIR 74


Polo da vila das aves Curso

Modalidade

Destinatários

Duração

Início

Técnico/a de Logística

Aprendizagem

IV

Faixa etária<=25 anos

3675 h

06 de julho

Técnico/a Máquinas de Confeção

Aprendizagem

IV

Faixa etária<=25 anos

3675 h

12 de outubro

Técnicas de Tinturaria e Acabamentos - Laboratório

Vida Ativa

IV

Faixa etária>18 anos· 12º ano

1120 h

06 de julho

Costureira de amostras

Vida Ativa

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

500 h

07 de setembro

Métodos e Tempos de Trabalho Aplicados à ITV

Vida Ativa

IV

Faixa etária>18 anos · 12º ano

1575 h

14 de setembro

Mandarim

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

100 h

06 de julho

Colorimetria

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

100 h

06 de julho

Técnicas Comerciais

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

150 h

13 de julho

Técnicas de Debuxo II

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

100 h

07 de setembro

Técnicas de Tinturaria - Avançado

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

50 h

07 de setembro

Automação Industrial

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

100 h

14 de setembro

Tecnologia Têxtil, Vestuário e Confeção

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

125 h

14 de setembro

Tear de Projétil

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

125 h

25 de setembro

Espanhol

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

100 h

05 de outubro

Máquinas de Costura Aperfeiçoamento

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

300 h

12 de outubro

Logística de Armazém

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

175 h

12 de outubro

Controlo de Qualidade Laboratorial - Ensaios Têxteis

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

50 h

19 de outubro

Lean Six Sigma

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

175 h

02 de novembro

Alemão

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

100 h

09 de novembro

Técnicas de Liderança e Motivação de

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

50 h

09 de novembro

Inglês

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

150 h

16 de novembro

Técnicas de Acabamentos Têxteis

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

100 h

16 de novembro

Estruturas de malhas

Formação Modular Certificada

IV

Faixa etária>18 anos · 9º ano

175 h

01 de dezembro

VESTIR 74

Nível

37


Conselho Setorial da MODA reuniu-se no Modatex

notícias breves

Realizou-se na sede do Modatex, no Porto, no dia 4 de junho, o Conselho Setorial para a Qualificação “MODA”, gerido pela ANQEP. Estiveram presentes vários membros deste Conselho Setorial, composto pela ATP, CTIC, CTCP, CFPIC, CITEVE, UGT, ANESPO e Modatex. A agenda de trabalhos tinha como ponto único a apresentação, pelo Modatex, de uma proposta de revisão de Qualificações para o sector. Esta proposta está relacionada com o desenvolvimento estratégico que o sector tem vindo a seguir, com base nos novos investimentos realizados pelas empresas, nas novas tecnologias, no valor acrescentado do produto e sua inovação e criatividade, nos novos modelos relacionais de negócio e na penetração em novos mercados, nos novos paradigmas no que respeita à qualificação de novos técnicos para as empresas, bem como na especialização dos seus atuais ativos. O Catálogo Nacional de Qualificações como instrumento da formação profissional saiu reforçado para a área 542 “Têxtil, Vestuário, Calçado e Couro” com a realização deste Conselho Setorial e com a consequente aprovação de propostas que entram agora em fase de desenvolvimento.

Modatex abre extensão em Pinhel O Modatex e o Município de Pinhel assinaram, no passado dia 2 de junho, um contrato de comodato para a instalação em Pinhel de uma extensão deste Centro de Formação Profissional. A cerimónia de assinatura teve lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal de Pinhel, com a presença do Presidente do Conselho de Administração do Modatex, José Manuel de Castro. O acordo é válido por cinco anos, podendo ser renovado por períodos sucessivos de dois anos, prevendo que o Modatex desenvolva ações de formação em áreas como o têxtil, o vestuário e o artesanato. No entanto, e se as necessidades formativas a nível local assim o exigirem, poderão ser realizadas outro tipo de formações.

38

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Para além de contribuírem para a qualificação e requalificação dos recursos humanos no sector têxtil e do vestuário, estas ações formativas poderão também ter um papel importante na criação de postos de trabalho e na captação de novas empresas para Pinhel e concelhos limítrofes. O Presidente da Câmara Municipal de Pinhel, Rui Ventura, mostrou-se bastante satisfeito com instalação deste novo polo, considerando que “se o Modatex for bem-sucedido em Pinhel, será benéfico para o Modatex, logo, será benéfico para o Município, mas também para as instituições e empresas e, mais ainda, para as pessoas do concelho de Pinhel”.

Modatex e Dielmar assinam protocolo No passado dia 12 de Maio o Conselho de Administração do Modatex assinou o protocolo de parceria para a qualificação com a empresa Sociedade Industrial de Confeções DIELMAR, SA, tendo como objetivo o desenvolvimento de competências técnicas e profissionais para a área de confeção de vestuário de moda masculina. Integrada na celebração dos 50 anos da empresa, esta cerimónia contou com a presença do Ministro da Economia, António Pires de Lima, que descerrou uma placa comemorativa da data, tendo também presidido à sessão de encerramento de uma convenção de alfaiataria que contou com um painel intitulado “A alfaiataria numa perspetiva contemporânea” e que teve intervenções de diversos especialistas. Foram também entregues 8 certificados de qualificação em “Costureira Industrial de Tecidos” às formandas que concluíram com aproveitamento o seu percurso formativo e que foram integradas na empresa.

Apoio a projetos da Acreditar O Modatex e a Associação Acreditar, Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, assinaram no passado dia 27 de Março um protocolo de cooperação destinado a apoiar os projetos e atividades desta associação. O acordo foi assinado na Delegação de Lisboa do Modatex pelo Presidente do Conselho de Administração, José Manuel Castro, e pela diretora-geral da Acreditar, Margarida Cruz.

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Este acordo prevê o Modatex realize iniciativas que apoiem a construção da Casa Acreditar no Porto, nomeadamente através de ações que visem angariar fundos ou contribuir para a divulgação deste projeto. O Modatex, fazendo uso da sua vocação formativa, vai também colaborar com os pais das crianças apoiadas pela Acreditar, ajudando-os a encontrar ações de formação que lhes permitam um regresso à vida ativa quando já não for necessário acompanhar as crianças que estão internadas ou a ser submetidas a tratamentos. Por outro lado, o protocolo prevê também que o Modatex promova atividades pontuais, como workshops e oficinas, destinados aos pais e às crianças, para que estes possam ocupar o tempo livre e encontrar uma atividade que possa contribuir para que se abstraiam dos momentos difíceis que atravessam.

Modatex abre extensão em Lousada O Modatex e a Câmara Municipal de Lousada assinaram no dia 23 de fevereiro um contrato de comodato para que o Centro de Formação Profissional possa abrir uma extensão naquele concelho. O acordo prevê que o Modatex passe a utilizar as instalações de uma escola primária desativada, localizada na freguesia de Santa Margarida, para a realização de ações de formação em áreas como a Costura e Modelação de Vestuário, bem como em outras áreas transversais. O contrato a assinar terá a validade de 5 anos, considerando-se sucessivamente renovado por períodos de dois anos. Durante a assinatura do protocolo, José Manuel Castro, presidente do Conselho de Administração do Modatex, considerou que a abertura deste polo de formação em Lousada vai ao encontro aos desígnios fundamentais da instituição, já que se insere na política de fazer com que “as oportunidades de qualificação estejam mais perto das pessoas”. O dirigente do Modatex sublinhou também que “a reconversão do têxtil tem de ser feita com os jovens”. Já o presidente da Câmara Municipal de Lousada, Pedro Machado, recordou que o tecido empresarial é frequentemente confrontado com a escassez de mão-de-obra e considerou que a abertura de um polo de formação em Lousada vai ser essencial para a “dinamização empresarial, criação de emprego e desenvolvimento económico e social do concelho”. A abertura deste centro de formação num con-

celho onde o setor têxtil ocupa grande parte da população ativa será uma forma de apoiar a atividade económica não só em Lousada, mas também em toda a região do Tâmega e do Sousa. Por outro lado, a existência de oferta formativa adaptada às necessidades da indústria local, permitirá também a qualificação e requalificação da mão-de-obra existente, aumentando assim os índices de empregabilidade na região.

Colaboração com a Associação de Defesa do Património de Beja Realizou-se no dia 9 de maio, no Convento de São Francisco, em Beja, um desfile de Moda que contou com a participação dos alunos da turma de Design Moda do Modatex Lisboa. O projeto resultou de uma colaboração com Associação de Defesa do Património de Beja (ADPBeja), tendo como objetivo primordial dar relevância aos azulejos tricentenários e bicentenários que cobrem parte das fachadas da cidade de Beja. Foi a partir de azulejos selecionados por cada um dos alunos envolvidos que se desenvolveu o projeto intitulado “SuperSurfaces”, em que os azulejos foram transformados em peças de vestuário numa interpretação mais conceptual e livre do tema.

Formandos criam fatos para o Grupo de Dança BDE Os formandos da ação de Modelistas de Vestuário da Delegação do Modatex da Covilhã, desenharam e confecionaram os fatos dos jovens do Grupo de Dança BDE - “Best Dancers Ever” - no decurso das sessões de formação inerentes à formação tecnológica. A formação de base também colaborou nesta atividade, sendo que em Sociedade, Tecnologia e Ciência, foram elaborados questionários, que foram aplicados aos jovens e, posteriormente, tratados estatisticamente. A aplicação e análise dos questionários foram da responsabilidade de Cidadania e Profissionalidade e, por último, em Cultura, Língua e Comunicação foi efetuada uma

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apresentação final num programa informático específico. Depois de muito empenho, dedicação e colaboração dos formandos e da Equipa Formativa do Modatex, o Grupo de Dança BDE - “Best Dancers Ever” pôde finalmente atuar em público com os novos fatos. O Modatex, que faz parte consórcio do projeto Quero Saber + E5G, deu uma preciosa ajuda ao Grupo de Dança Folclore São José Operário do Projeto Quero Saber + E5G e ao Grupo de Dança “BDE - Best Dancers Ever”, ao criar os trajes e os fatos que os jovens destes grupos usam.

Sardinha embaixadora e manjerico gigante O Modatex aceitou o convite da ex-formanda Vera Correia e apoiou um grupo de artesãs que se propuseram realizar um trabalho que simbolizasse Lisboa, valorizando o artesanato português e o espírito empreendedor do nosso país. O projeto visou a confeção de uma Sardinha Gigante (8mx1.60m), feita com quadrados de crochet vindos de todo o país. O Modatex colaborou com o tecido e a confeção do corpo da Sardinha. Devido à grande adesão ao projeto, propõem-se, agora, a um recorde no Guiness. Ainda no âmbito das festas populares, o Modatex Lisboa decorou o exterior do centro com um manjerico gigante, confecionado com vários tecidos, em patchwork e produzido por formandos e formadores. Tal como é tradição, o manjerico continha várias quadras populares alusivas ao Modatex.

Modatex em Moçambique O Modatex marcou presença na Feira Internacional de Educação, que decorreu de 21 a 23 de maio, em Maputo, Moçambique. O Modatex participou neste evento integrado na comitiva Portuguesa organizada pela AIP. Na sessão de abertura o stand do MODATEX foi visitado pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, acompanhado pelo Embaixador de Portugal em Moçambique. O certame conta com a presença das organizações moçambicanas de relevo do ensino superior e ensino profissional.

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Modatex promoveu Semana Aberta O Modatex promoveu, de 13 a 17 de abril, mais uma Semana Aberta, uma oportunidade de dar a conhecer as atividades do centro, de divulgar a oferta formativa junto dos mais novos, mas também de fomentar o convívio e o espírito de grupo entre todos os que trabalham na instituição. Na sede do Modatex, no Porto, as atividades realizadas incluíram os workshops de Costura Criativa e Estampa a tua T-shirt. No primeiro os participantes tiveram oportunidade de evidenciar as suas habilidades na área da costura e dar asas à imaginação, construindo várias peças em tecido. No workshop “Estampa a tua T-Shirt” foram dados a conhecer os principais tipos de estampados e as suas características singulares, como a mudança de cor do estampado perante alguma fonte de calor. Todos os participantes estamparam a sua t-shirt sob orientação do formador, enquanto partilhavam dúvidas e curiosidades sobre a área. Quem participou no workshop “Bijuteria em Tecido” usou a sua criatividade para elaborar acessórios de moda, como colares e pulseiras feitos em materiais têxteis. O Modatex Porto recebeu ainda uma sessão sobre Luta Contra o Cancro, dinamizada pela Dr.ª Cristiana Fonseca da Liga Portuguesa Contra o Cancro, em que os participantes tiveram a possibilidade de desmistificar a doença e de perceber de que forma a Indústria Têxtil poderá intervir neste contexto. Semana ativa na Covilhã A delegação da Covilhã recebeu um “Atelier de Costura”, que permitiu aos participantes a execução de pequenos arranjos de costura, como subir bainhas de cortinados e efetuar outros arranjos. Alguns quiseram ainda aprender a técnica para executar bainhas originais em calças de ganga. Nesse mesmo dia teve também lugar um Workshop de Artes Têxteis – découpage em madeira. Découpage é um termo francês que significa recortar e colar, sendo esta uma das técnicas mais populares das artes decorativas; tem por objetivo o revestimento de superfícies de objetos com diversos materiais. O workshop pretendeu estimular a criatividade de todos

os participantes, através da ornamentação de uma caixa em madeira para bolinhos, chás ou doces, pintada com tinta acrílica e ornamentada com a colagem de tecidos, cartolinas, fitas decorativas e peças em madeira. No segundo dia da Semana Aberta, a Delegação da Covilhã contou com uma sessão de esclarecimento dinamizada pela Engª Susana Baptista acerca da metodologia dos CQEP´s – Centros para a Qualificação e Ensino Profissional. Esta sessão permitiu transmitir um conjunto de informações pertinentes e úteis sobre várias ferramentas na área da qualificação e ensino profissional e que poderão ser relevantes para as pessoas que se encontrem em situação de desemprego ou que estejam ativas, mas que procurem uma certificação profissional e aumentar a escolaridade. Na tarde do dia 15 de abril cerca de 60 pessoas assistiram a uma palestra liderada pelo Prof. Doutor Jorge Sequeira, que deu a conhecer quais os principais ingredientes para construir equipas de excelência, assentes nos 7 Cês - Comunicação, Compromisso, Comunhão de objetivos, Cliente, Coesão, Coordenação e Confiança. Ainda no âmbito da Semana Aberta, decorreu workshop Intercolor “Atualização da Informação de Cor para a estação de Verão 2016”, que teve como objetivo principal apresentar a proposta portuguesa de cor para esta estação. A semana terminou com o percurso da “Rota da Lã”, onde cerca de uma centena de participantes calcorrearam trilhos e veredas do Vale da Carpinteira, numa viagem pela memória ao encontro das marcas de uma atividade que modelou a identidade desta região: os lanifícios. No polo do Modatex na Vila das Aves decorreu o workshop “Construção de uma bolsa”, uma iniciativa que permitiu que os visitantes pudessem interagir com os formandos dos cursos de Modelação de Vestuário – Aprendizagem e Costura Industrial. Neste workshop tiveram oportunidade de realizar atividades de modelação, onde aprenderam a desenhar um molde para uma bolsa, procedendo depois ao corte do tecido e à respetiva confeção. Durante a realização da atividade cada participante desenhou e confecionou as bolsas destinadas a diferentes fins; uns optaram para bolsas para colocar o telemóvel e outros por saquinhos de cheiro. Cada bolsa foi alvo de transformação consoante a criatividade dos participantes. Este polo abriu também as portas à Escola Secundária de Vizela. Os alunos deste estabelecimento de ensino puderam interagir com formandos e formadores do centro e

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experimentar as várias técnicas utilizadas no Enobrecimento Têxtil, como os acabamentos funcionais “cool touch” ou os acabamentos saudáveis de fragrâncias micro encapsuladas, entre outras. Os estudantes ajudaram a tingir e a estampar algumas amostras, levando para casa peças coloridas como recordação deste dia marcado por uma “Miscelânea de Cor”. O Pólo do Modatex na Vila das Aves desenvolveu também uma sessão de esclarecimento sobre a ITV, em que foi apresentado o processo desde a Fiação até à Confeção da Peça de Vestuário, bem como as respetivas saídas profissionais. Durante a sessão os participantes foram esclarecidos sobre as funções desenvolvidas por cada profissional, tendo ainda sido apresentado o modo como poderiam revalidar as suas competências profissionais. A sessão contou com a presença de adultos interessados em aumentar e/ou certificar as suas competências, que puderam assim adquirir alguns conhecimentos úteis em relação a esta matéria. “Descobre o teu lado artístico” (Modelação), “Constrói e personaliza a tua criação” (Corte

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e costura), “Descobre a família dos têxteis” (Materiais têxteis), Métodos e tempos de trabalho, “Otimização em contexto profissional” e a importância da sinalética foram algumas das atividades realizadas no polo de Barcelos do Modatex no âmbito da Semana Aberta. As iniciativas foram antecedidas da apresentação do vídeo institucional, seguindo-se uma série de ações que tiveram como objetivo que os visitantes pudessem descobrir e experimentar diversas atividades. Já o Modatex Lisboa recebeu dois workshops intitulados “O que vestir numa entrevista de trabalho”, promovidos no âmbito da Semana Aberta. Estas ações foram desenvolvidas pela associação Dress for Success que, através dos oradores Miriam Melo e André Barbosa, explicou a 80 formandos de vários grupos de formação das áreas de Modelação e Costura, a importância do vestuário adequado em circunstâncias relacionadas com a vida profissional. No âmbito da Semana Aberta decorreu também workshop “Coaching”, sob orientação de Maggie João, Executive Coach e Certified

Coach Supervisor. Foram convidadas todas as entidades que colaboram nas diferentes atividades do centro. O workshop teve a participação de alguns empresários, bem como de colaboradores das entidades convidadas. O Modatex Lisboa recebeu também a visita dos alunos de ensino vocacional de “Moda, Costura e Marroquinaria” da EPRAL - Escola Profissional da Região do Alentejo, no âmbito da colaboração prestada pelo MODATEX a esta instituição para a área tecnológica. A visita iniciou-se com um percurso pelas nossas instalações, seguido da visualização do vídeo institucional, para que os alunos ficassem a conhecer melhor o MODATEX e o trabalho que aqui é desenvolvido. Num segundo momento os jovens participaram e interagiram com alguns grupos de formação de Design de Moda, Modelista de Vestuário e Costureira Modista. Puderam ainda executar, em conjunto com os formandos, algumas atividades realizadas por estes, tais como costura, modelação e corte, bem como pesquisas para os projetos finais de realização de coleções.

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Madrid, Paris e Londres viram desfilar a moda nacional

Fotografia Portugal Fashion

A moda portuguesa continua a ser divulgada nas principais capitais europeias, que em fevereiro e marรงo deste ano viram desfilar as propostas dos criadores nacionais para o outono/inverno 2015-16.

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A

ntes das apresentações feitas no Porto e em Lisboa o Portugal Fashion viajou até Madrid, Paris e Londres, integrando as propostas dos criadores nacionais nas respetivas Semanas da Moda. A 7 e 8 de março Luís Buchinho, formador do Modatex, e a estilista Fátima Lopes regressaram às passerelles parisienses, num evento que ficou também marcado pela estreia de Diogo Miranda na capital francesa. A Bibliothèque National de France recebeu COMICS, a coleção que assinalou os 25 anos de carreira de Luís Buchinho: “Esta coleção celebra os meus 25 anos de carreira, revisitando as razões que me levaram à escolha da profissão - algo que começou com a minha obsessão desde cedo com a banda desenhada, a ilustração e o design gráfico”, revelou. “A maneira como se consegue contar uma história graficamente foi o conceito base para toda esta coleção, através de técnicas utilizadas ao longo de todo o meu percurso, tais como a mistura de vários materiais, o uso de blocos de cor, e uma paleta de cor inusitada”, explicou. Preto e branco são os tons dominantes das propostas de Luís Buchinho para o outono/inverno, marcadas também por silhuetas fortes e afirmativas e pelo regresso do mohair, em conjunto com lãs em diferentes texturas e densidades, que aparecem misturadas com cabedal, seda, jacquards de dupla face em algodão e uma diversidade de complementos em malha, material que constitui a imagem de marca do criador. Pouco antes, o mesmo espaço tinha sido palco do desfile da coleção Diogo Miranda, que se inspirou nesta sua estreia pari-

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siense para criar “Paris n.º1”, que o estilista define como “uma silhueta couture com um tom subversivo”, criando “um look austero porém estilizado, que nos remete para os filmes de ficção científica” e marcado por ombros acentuados, cinturas definidas e ancas exageradas. Bourdeaux, preto, azul navy, azul Riviera, telha e branco foram os tons escolhidos pelo jovem designer, que apostou em materiais como seda, mikado, brocados, veludo devoré, lã ou crepe de seda. Fátima Lopes apresentou “Black Rainbow” na Torre Eiffel. Uma coleção marcada por silhuetas arquiteturais, desconstruídas, assimétricas e curvilíneas, com uma aposta na conjugação de materiais nobres (couro, seda, caxemira e renda) e em tons púrpura profundos, verdes secos e delicados e azuis orgânicos. A estilista apostou também na sobreposição de peças, com os vestidos a surgirem sobrepostos em calças e os casacos em vestidos, com capas utilizadas sobre os ombros, calças de tamanho curto e vestidos semi-longos. Uma coleção em que Fátima Lopes quis homenagear o “paradoxo feminino”, marcado simultaneamente por força e fragilidade. Paris foi também palco de uma vertente mais comercial da divulgação da moda nacional. Luís Buchinho, Susana Bettencourt e a marca Klar estiveram presentes na Tranoï Femme, enquanto Carla Pontes, João Melo Costa (ambos formados no Modatex) e Daniela Barros integraram o showroom da plataforma Fashion Scout Paris. Londres: João Melo Costa entre os novos talentos

O Modatex esteve também representado em Londres através de Carla Pontes (formanda) e novamente por João Melo Costa (formador e ex-formando) que, juntamente com Hugo Costa, Mafalda Fonseca e a marca Klar participaram numa instalação concebida para a exposição IFS 2015, que teve como curador Miguel Flor, coordenador do projeto Bloom do Portugal Fashion. Esta passagem pela capital britânica ficou também marcada pela apresentação das coleções de João Melo Costa e de Daniela Barros, dois jovens designers que viram o seu trabalho divulgado através da plataforma Fashion Scout, um projeto dedicado a encontrar novos talentos na indústria da moda. Os desfiles aconteceram a 20 de fevereiro no Freemasons Hall e constituíram mais uma excelente oportunidade para divulgar os novos talentos da moda nacional. Daniela Barros apresentou a coleção “NKA_002”, definida pela criadora como “uma viagem ao inconsciente”, traduzida em elementos clássicos masculinos reinterpretados e desconstruídos e em silhuetas desestruturadas e oversized. Lã, seda, pele de peixe e matérias tecnológicas são os materiais usados nesta coleção marcada igualmente por cores neutras iluminadas por brancos. João Melo Costa apresentou em Londres “uma coleção onde a imagem ultrapassa as palavras e a identidade da marca é confirmada”. O designer tem sido presença habitual nas iniciativas realizadas pelo Portugal Fashion em Londres: a estreia aconteceu em setembro de 2013 num desfile realizado na Embaixada de Portugal. Regressou em fevereiro e setembro de 2014, integrado na plataforma Fashion Scout. O trabalho que concebeu para a instalação IFS baseou-se na associação de “diferentes espécies de plantas”, transmitindo a ideia de “preservação, não apenas de espécies e formas, mas também de momentos”.

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Nomes consagrados no 30º aniversário da Semana da Moda de Madrid

Fotografia Portugal Fashion

A “digressão” europeia do Portugal Fashion começou em Madrid e contou com três nomes conceituados da moda nacional. Portugal foi o país convidado da 61ª edição da Mercedez-Benz Fashion Week Madrid e esteve representado por Miguel Vieira, Júlio Torcato e Anabela Baldaque. Esta foi a 10ª vez que a capital espanhola recebeu estilistas portugueses e Miguel Vieira, que já tinha estado presente aquando da estreia, ocorrida em 2003, regressou a Madrid para mostrar uma coleção “minimalista e luxuosa, onde a inspiração vem dos próprios tecidos e outros materiais e do seu processo de implementação”. As propostas concebidas por Miguel Vieira para o outono/inverno têm uma base artesanal e apresentam um corte impecável, algo que resulta do trabalho meticulosamente realizado por alfaiates com os tecidos mais nobres, como tecidos técnicos ricos, jacquard com motivos geométricos, couro trabalhado e lantejoulas bicolores. A aparente simplicidade das peças tem como contraponto detalhes usados em décadas anteriores e pormenores desportivos, mas sempre com uma base clássica. Uma coleção para homem e mulher, complementada com sapatos feitos à mão e em que as cores dominantes são o bege café com leite, o bordeaux vinho, o castanho licor de café, o azul Limoges e o preto carvão vegetal. Júlio Torcato, que fez a sua estreia em Madrid, apresentou “TWO (2) COLLECTION”, um trabalho “sobre a dualidade e duplicidade, sobre nós e o outro, sobre diferenças que aproximam, como uma energia (positivo/negativo) que associa conceitos aparentemente antagónicos: claro/escuro, tradição/modernidade, clássico/street”. Os materiais, a forma e as texturas são a chave do conceito de uma coleção onde se destacam cropped trousers e long jackets, pelos falsos, veludo, pele e 100% lã. As cores dominantes são preto, navy, bordeaux e cinza. “Teatime” marcou a estreia de Anabela Baldaque na capital espanhola. A estilista apostou numa “história de imagens” sobre o que encontrou quando entrou no vestiário de um museu durante um dia de Inverno. A coleção pretende ser “uma mistura de rock romântico com uma audácia gráfica”, tendo como peças-chave casacos e cachecóis camisa em tecidos como brocados, sedas, lurex, lã, jersey tricô, fantasias e lisas. A silhueta é longa e fluida e as cores escolhidas - bege, verde, laranja, azul e preto – evocam o outono.

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ModaLisboa: Sangue Novo com a marca Modatex O Modatex esteve representado no espaço Sangue Novo da última edição da ModaLisboa por Cristina Real, Rúben Damásio e Patrick de Pádua, todos exformandos dos cursos de Design de Moda.

Cristina Real, que fez a sua formação no Modatex Porto, esteve pela segunda vez na ModaLisboa com uma coleção em nome próprio. Mineralis foi um conceito que partiu do impacto de rochas e minerais - como a turmalina e pirite – no meio ambiente que as rodeia. Com uma paleta composta por cores como o preto, cinza, azul, verde, bege, castanho, bordeaux, bronze ou dourado, as suas propostas para o outono/inverno são igualmente marcadas por formas volumosas, com um contraste entre o reto e o afinado, entre as secções quadradas da pirite e as formas ovais e irregulares da turmalina. Os materiais escolhidos representam as várias camadas e partículas da pedra: camurça, organzas de seda, pele, pele envernizada, fazenda, feltro, veludo, denim, neoprene, o pelo e aplicações de tubos metalizados e fios de malhas. Patrick de Pádua apresentou no Pátio da Galé “Promises”, uma coleção masculina que explora a proteção em que as promessas envolvem o indivíduo e o conforto para que o transportam, até ao momento em que essas promessas são quebradas. Neste

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regresso à ModaLisboa o jovem formado no Modatex apostou em silhuetas oversized e na sobreposição de peças como símbolos da proteção, do sufoco e dos estados de alma causados por promessas não cumpridas. A coleção conjuga uma linha assumidamente streetwear com elementos mais tradicionais, como o perfecto ou o trench coat, que são reinventados com pormenores militares. O preto, o branco e o cinzento contrastam com tons de verde e de laranja. Ruben Damásio regressou à ModaLisboa, mas desta vez “a solo”, apresentando “Mist”, uma coleção urbana para ambos os sexos inspirada no fenómeno natural com mesmo nome: “O aspeto acinzentado do ar, formado devido a inversões térmicas provocado pela condensação do vapor da água, serviu de ponto de partida para a escolha da paleta de cores”, explica o descritivo. Combinando um design cuidado com detalhes inovadores, “Mist” é marcada por uma grande variedade têxtil, em que as fazendas de lã e o algodão ganham vida em peças clássicas e sóbrias, que contrastam com detalhes de streetwear em jersey, poliéster e outras fibras.

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Patrick de Pรกdua

Fotografia ModaLisboa

Fotografia ModaLisboa

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Cristina Real

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Patrick de Pรกdua

Fotografia ModaLisboa

Cristina Real

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Fotografia ModaLisboa

Fotografia ModaLisboa

Fotografia ModaLisboa

Ruben Damรกsio Fotografia ModaLisboa

Cristina Real Ruben Damรกsio

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Ruben Damรกsio


Super surfaces Fotografia: Rogério Martins MakeUp: Ana Cláudia Produção: Isabel Marcos Assistentes produção: Helena Quinan e Cristina Modelos: Tayla du Mont e Svala Lind L´Agence Agradecimentos: Tryp Hotel Lisboa Aeroporto Triângulo das Bermudas Cruzeta Torcida


Designer: Helena Quinan Sapatos: Eureka/Cruzeta torcida


Designer: Oleksandra Voloshchuk Sapatos: Eureka/Cruzeta torcida


Designer: Ana Catarina Garrudo Sapatos: Dkode /Tri창ngulo das Bermudas


Designer: Antonina Buhryk Sapatos: Dkode /Tri창ngulo das Bermudas


Designer: Ana Marques Sapatos: Dkode /Triângulo das Bermudas

Designer: Kátia Costa Sapatos: Eureka/Cruzeta torcida Óculos: Vonzippen/ Triângulo das Bermudas


Designer: Sara Sousa Sapatos: Eureka/Cruzeta Torcida

Designer: Hugo Courinha Sapatos: Dkode /Triテ「ngulo das Bermudas テ田ulos: Vonzippen/ Triテ「ngulo das Bermudas


Designer: Joana Caetano Sapatos: Dkode /Tri창ngulo das Bermudas


Designer: V창nia Fraga Sapatos: Dkode /Tri창ngulo das Bermudas


Designer: Ana Rita Gaspar Sapatos: Eureka/Cruzeta torcida


Designer: Ana Marques Sapatos: Dkode /Triângulo das BermudasÂ



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INTERCOLOR Portugal apresentou na Suíça as propostas de cor para a estação Primavera/Verão 2017

O

congresso da Intercolor, que reuniu especialistas em cor e em tendências de 15 países decorreu nos dias 28 e 29 de Maio, no Museu Têxtil de St. Gallen na Suíça. Reunindo cerca de 40 convidados do sector do têxtil e do vestuário, este encontro teve como objetivo a discussão e apresentação de propostas relativas às tendências da cor para a Primavera/Verão 2017. A ANIVEC/ APIV é o representante exclusivo de Portugal e o MODATEX foi designado entidade executora, pelo que desenvolve a proposta portuguesa e representa a ANIVEC/APIV nestes encontros. A projeção da Intercolor resulta da concertação das propostas de todos os países membros e baseia-se numa análise dos contextos macro e de cada país, dos valores, estilos de vida e ambientes transversais às diferentes realidades e mercados. As reuniões da Intercolor, que decorrem duas vezes por ano, são organizadas de forma rotativa entre os países membros e constituem um fórum de discussão para a indústria da moda e do design. Na abertura do congresso, Peter Flückiger, diretor da Swiss Textiles deu as boas-vindas aos visitantes: “Estou muito feliz por receber os nossos convidados num ambiente tão tradicionalmente têxtil, mas com uma perspetiva de futuro e uma troca de ideias para estabelecer as tendências das cores e dos materiais para os próximos dois anos”. A Swiss Textiles, que foi a anfitriã deste congresso é, juntamente com a França e o Japão, um dos membros fundadores da Intercolor, organização que atualmente integra também Portugal, China, Alemanha, Finlândia, Reino Unido, Itália, Suíça, Espanha, Coreia do Sul, Tailândia, Turquia, Hungria e Estados Unidos. A estadia dos convidados incluiu também uma perspetiva interna sobre o sector têxtil local, como por exemplo a visita à empresa Forster Rohner AG, que fornece bordados para estilistas de renome e que aposta também na inovação têxtil. A primeira parte do congresso centrou-se na apresentação das propostas dos membros da Intercolor. Após a apresentação individual por parte de cada país, foram debatidas as tendências, seguindo-se uma análise dos pontos comuns entre as várias propostas; estas tendências serão depois filtradas e compiladas num cartão de cor que será a base de inspiração para a coleção de Primavera/Verão 2017.

A proposta portuguesa A proposta portuguesa para o Verão de 2017 prossegue a procura de soluções pós-crise, iniciada com o conceito de “Reconciliação” (Primavera/Verão 201616), passando para o conceito de “Do It Yourself” (Outono/Inverno 16/17). De acordo com os autores, “atualmente estamos no lugar de todas as incertezas e o futuro parece não acontecer”: O futuro é retratado na peça de teatro “O fim das possibilidades”, escrita por Jean-Pierre Sarrazac e em estreia mundial no Teatro Nacional São João, como uma parábola, uma série de caminhos paralelos que se vão referindo uns aos outros sucessivamente. Este futuro acomoda temáticas culturais, artísticas e científicas que anunciam novas realidades, exorcizando a ideia de um presente em que estamos fechados sobre nós próprios. Uma alusão aos tempos de crise que atravessamos, mas cujo verdadeiro significado da mensagem é o oposto. Assim, poderá ser altura de “colocar tudo em questão, discutir e abrir novos caminhos para: A masculinidade enquanto reconfiguração social dos géneros masculino e feminino. Significa a abertura dos referenciais; A intemporalidade é o verdadeiro sentido da palavra permanência; São as propriedades inalteráveis das Coisas, os valores que persistem e se enquadram em qualquer realidade; O inconstante significa assumir que a única coisa estável é a própria instabilidade. É imperativa a mudança das trajetórias lineares para trajetórias oscilantes; O natural parece uma temática repetida até à exaustão, mas é inevitável traze-la sempre à discussão. Não selecionar exclusivamente a partir da Natureza, mas tudo o que é inato e natural.

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17-5335 TPX

19-4205 TPX

19-0419 TPX

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11-4201 TPX

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Metallic Blue Metallic Green Green Yellow

Metallic Blue

Metallic Orange

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Everything Goes

Everything Will Be

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18-1140 TPX

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SILVER

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CARTAZ BIOGRAFIA DOS ILUSTRADORES

Ana Marques

Sara de Sousa

Nasceu em 1980, em Lisboa. Foi encarregada geral de marcenaria artística durante 15 anos, tendo coordenado e dirigido uma equipa de cerca de 20 elementos, na parte de execução e direção artística. Ingressou no MODATEX/Lisboa, em 2011, onde concluiu a formação de Técnico de Desenho de Vestuário, com estágio no ateliê do designer Valentim Quaresma, onde continua a colaborar. Frequenta, neste momento, o curso de Técnico de Design de Moda no MODATEX/Lisboa. Participou em vários Workshops e concursos: “Workshop – kk”, promovido pela YKK e ministrado pelo Designer de moda Kei Kagami, Mostra Internacional de Rendas de Bilros de Peniche, em 2012, Fardamento Profissional IEFP, em 2012, e no Projecto Commenius Fashion and Cinema, onde apresentou uma mini coleção, em Berlim, em 2014.

Nasceu a 21 de Outubro de 1990, no Barreiro. Sempre com especial gosto pela moda, artes e cultura, no qual baseava a maioria dos seus trabalhos, termina em 2012 a licenciatura de Animação Sociocultural em Setúbal, com um projeto ligado a área de organização de eventos relacionado com artes e património. Nesse ano ingressa no curso Técnico de Desenho de Vestuário, no MODATEX Lisboa, e seguidamente no curso de Design de Moda. Estagia na marca QWIU e participa em concursos nacionais e internacionais: Mostra internacional de rendas de Bilros – Peniche, Projeto internacional de azulejos, IEFP- Fardamentos, Young Creative Chevrolet (YCC), Projecto Commenius Fashion and Cinema, Workshop promovido pela YKK ministrado pelo designer de moda Kei Kagami; paralelamente cria e comercializa peças/projetos originais, enquanto freelancer. É na área da moda que encontra a sua liberdade de expressão.

Tiago Silva

Joana Cardinal

Nasceu na cidade de Braga em 1991. Após o secundário no curso de artes visuais na escola Secundária D.Maria II, em Braga, descobre o seu interesse pelo Design de Moda e ingressa no curso de Design de Moda do Modatex – Porto em Janeiro de 2013. Em Setembro de 2014 participou no concurso PFN onde obteve o 1º lugar, apresentando Stand com colecção individual no Fórum Jovens Talentos da feira ModTissimo na edição de Fevereiro de 2015. Em Outubro de 2015 irá participar com colecção própria no Espaço Bloom do PortugalFashion.

Nasceu na cidade do Porto em 1984. Desde cedo escolheu artes e design, percurso que a trouxe ao curso de Design de Moda do Modatex Porto, onde é finalista. Antes de ter ingressado no Modatex, licenciou-se em Design de Interiores pela ESAD e frequentou o curso de Artes e Serigrafia na Escola Secundária de Rio Tinto. Em Setembro de 2014 participou no concurso PFN.

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