Seitas para sites

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MĂ´nica Campello

S. E. I. T. A. S.

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Mônica Campello

Mônica Campello

S. E. I . T. A. S. 2ª edição

Mônica Conte Campello Rio de Janeiro 2010 3


S.E.I.T.A.S. Copyright © 2013 por Mônica Campello S.E.I.T.A.S. Mônica Campello 2ª Edição Ilustração Mônica Campello Revisão Mônica Campello e Celso Martins Capa Ingo Bertelli Diagramação Mônica Campello Impressão Perse – Publique-se

CIP – (Cataloguing-in-Publication) – PublicaçãoCatalogação na Publicação (CIP)

Brasil

Catalogação

na

Ficha Catalográfica feita pela autora

Campello, Mônica C193s

S.E.I.T.A.S./ Mônica Campello. 2ª ed. Rio de Janeiro: Mônica Conte Campello, 2013. 224 p.: il.; 21cm (broch.) ISBN 978-85-913659-2-0 1. Religiões. 2. Seitas cristãs. 3. Igreja critsã. 4. Temas bíblicos. 5. Apologia cristã. CDD 280

CDU 299, 28

Índice para catálogo sistemático 1. Religiões -299 2. Seitas - 28 3. Igreja cristã - 280

Contato com a autora: mococa@terra.com.br http://www.monicacampello.com.br http://www.kawek.com.br/ monicacampello

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Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar; porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras. II Coríntios 11:13-15

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Eu dedico este livro àqueles que sentem o chamado de Deus para o ministério da Apologia Cristã a fim de que sejam estimulados a lutar pela preservação da verdade divina exatamente conforme revelada na Bíblia Sagrada, sendo preparados continuamente para apresentar aos incrédulos as razões de sua fé, em consonância com a Palavra de Deus: Antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações. Estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós (I Pe 3:15).

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Sumário Lista de Figuras .................................................................... 15 Lista de Quadros .................................................................. 17 Lista de Siglas e abreviaturas ............................................. 19 Agradecimentos .................................................................... 21 1 - Introdução ....................................................................... 23 2 – Principais Religiões com respectivas características .. 26 Cristianismo ....................................................................... 26 Islamismo ........................................................................... 27 Fé Bahá’i ............................................................................ 28 Budismo ............................................................................. 28 Judaísmo ............................................................................. 29 Hinduísmo .......................................................................... 30 3 – Seitas: Visão Geral ......................................................... 32 3.1. Definição de Seita ....................................................... 36 3.2. Características e sinais das seitas ................................ 39 3.3. Práticas singulares das seitas ....................................... 43 3.4. Perigos representados pelas seitas ............................... 44 Como se fisga um peixe? ................................................... 44 Não se deixe engodar pela mentira! ................................... 45 9


S.E.I.T.A.S. 3.4.1. Perigos espirituais................................................. 46 3.4.2. Perigos psicológicos ............................................. 47 3.4.3. Perigos físicos....................................................... 47 3.5. Quadros das principais seitas cristãs com respectivas características ..................................................................... 48 Quadro 1. Seitas pseudocristãs ....................................... 49 Quadro 2. Seitas secretas ............................................... 50 Quadro 3. Seitas espíritas ............................................... 51 Quadro 4. Seitas afro-brasileiras ................................... 52 Quadro 5. Seitas tecnológicas ........................................ 53 Quadro 6. Seitas OVNI ................................................. 53 Quadro 7. Seitas orientais ............................................... 54 Quadro 8. Seitas unicistas ............................................. 55 3.6. Doutrinas centrais das seitas ....................................... 56 3.6.1. Literaturas sectaristas ........................................... 57 3.6.1.1. A morte se sobrepõe à vida de Jesus . ........... 57 3.6.1.2. A água se sobrepõe ao sangue de Jesus . ...... 61 3.6.1.3. O “Segredo” se sobrepõe a Jesus . ................ 69 3.6.2. Literaturas “webianas” ......................................... 87 3.6.2.1. Os ignorantes autointitulados sábios racionais iniciam ........................................................................ 88 3.6.2.2. Os ignorantes autointitulados sábios racionais medeiam .................................................................... 88 3.6.2.3. Os ignorantes autointitulados sábios racionais terminam ................................................................... 92 10


Mônica Campello 4 – Latria ou –latria? ........................................................... 94 Oração contraditória criada pelo homem ........................... 98 Quanto à devoção aos santos e aos anjos ........................... 99 5 – Doutrinas acerca de Deus ............................................ 104 Ateísmo ............................................................................ 104 Deísmo ............................................................................. 104 Espiritualismo................................................................... 105 Henoteísmo....................................................................... 105 Maniqueísmo .................................................................... 105 Monoteísmo...................................................................... 105 Pandeísmo ........................................................................ 105 Panenteísmo ..................................................................... 105 Panteísmo ......................................................................... 105 Politeísmo ......................................................................... 106 Teísmo .............................................................................. 106 Teísmo aberto ................................................................... 106 Triteísmo .......................................................................... 106 Unitarianismo ................................................................... 106 Universalidade .................................................................. 107 6 – Dados estatísticos acerca de religiões e seitas no Brasil . ..............................................................................................108 6.1. Dados estatísticos segundo o Instituo Vox Populi .... 108 6.2. Previsão estatística eclesiopopulacional brasileira .... 126 11


S.E.I.T.A.S. É assim que o homem constrói seu destino! E deve assumir as consequências. ............................................ 141 É assim que o homem destrói a sua salvação! E deve assumir as consequências. ............................................ 142 7 – Comparações entre Jesus e outros deuses ................. 150 7.1. Buda .......................................................................... 150 7.2. Krishna ...................................................................... 153 7.3. Deus mitológico ........................................................ 156 7.4. Krishna – uma reencarnação ..................................... 159 7.5. Reencarnação ............................................................ 161 7.6. Encarnação literária de Krishna ................................ 165 7.7. Krishna não é Deus ................................................... 169 7.8. Krishna não é SENHOR............................................ 172 7.9. Exoterismo, esoterismo para todos ........................... 174 8 – O uso inconsequente das línguas ................................ 176 8.1. Entendimento errôneo da palavra “mórmon”............ 178 8.2. Entendimento errôneo do nome Jesus ....................... 182 8.3. Interpretação semântica arbitrária ............................. 193 8.4. Elipses e substituições desconexas ............................ 198 8.4.1. Elipse mal justificada ......................................... 198 8.4.2. Elipse não reconhecida ....................................... 200 8.4.3. Elipse de conveniência ....................................... 202 9 – A ciência da fé ou a ciência na fé? .............................. 208 10 – Malignas influências novaerinas............................... 213 10.1. Situações favoráveis ................................................ 213 12


Mônica Campello 10.2. Situações desfavoráveis........................................... 217 10.3. Benefícios e malefícios andam juntos ..................... 219 11 – ‘Sexo’ como elemento de culto .................................. 222 11.1. Símbolos pagãos remetem à sexolatria .................. 227 12 – Evangelização equilibrada ........................................ 234 13 – Como combater as subversivas influências ............. 240 14 – Despertar para a batalha espiritual ......................... 254 15 – Conclusão .................................................................... 256 Referências bibliográficas ................................................. 263

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Lista de Figuras Figura 1. Símbolos Religiosos – Capa. Figura 2. Figura representativa da origem de uma seita unicista* – p.38 Figura 3. Figura da Declaração de Jerusalém – p. 113. Figura 4. Brasil 2010 – projeções – p. 126. Figura 5. Figura representativa do ateísmo – p. 135. Figura 6. Figura represenativa da posiçaõ de Bahá’u’lláh na sequência de mensageiros divinos – p. 144. Figura 7. Figuras de hieróglifos egípcios – pp. 180, 181. Figura 8. Figura de “São Cavalo”* – p. 182. Figura 9. Figura representativa do Casal Transpessoal – p. 217. Figura 10. Figura representativa da última oportunidade para o pecador arrependido* – p. 258.

(*) Figuras desenvolvidas pela autora.

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Lista de Quadros Quadros 1-8. Quadros das Principais Seitas Cristãs com respectivas características – pp.49–55. Quadro 1: Seitas pseudocristãs, 49 Quadro 2: Seitas secretas, 50 Quadro 3: Seitas espíritas, 51 Quadro 4: Seitas afro-brasileiras, 52 Quadro 5: Seitas tecnológicas, 53 Quadro 6: Seitas OVNI, 53 Quadro 7: Seitas orientais, 54 Quadro 8: Seitas unicistas, 55

Quadro 9. Quadro de hieróglifos egípcios e respectivas transliterações – p. 180. Quadro 10. Quadro representativo da evolução do nome Jesus – p. 184.

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Lista de Siglas e Abreviaturas 

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S.E.I.T.A.S. (Acróstico): Subversores Espirituais Intentam Trágicos Assaltos Satânicos. OVNI – Objeto Voador Não Identificado. MNE – Movimento Nova Era. URI – United Religions Initiative (Iniciativa das Religiões Unidas). NMR – Novos Movimentos Religiosos. ETs – Extraterrestres. UFOs – Unidentified Flying Objects (Objetos Voadores Não Identificados = OVNIs).

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Agradecimentos Ao Deus Todo-Poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo, pelo perdão e misericórdia, pelo fortalecimento espiritual, pela presença constante, pelo amor eterno com que tem me sustentado. Aos meus queridos pais (in memoriam) que me deram vida, amor, educação. Àqueles, parentes e amigos, que do fundo do coração, com toda sinceridade e amor, torceram pela realização deste meu trabalho. A todos que também contribuíram direta ou indiretamente mesmo ser ter conhecimento disso.

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1 Introdução

(Mônica Campello) Para se entender a proliferação de seitas e ensinos falsos é mister compreender a origem e a essência da religiosidade. A palavra “religião” vem do latim religionis. O termo que, em latim, deriva do verbo ‘religar’, envolve a ideia da busca incessante do homem em refazer sua comunhão com Deus desde que esta foi perdida devido à sua própria desobediência, proveniente de sua incredulidade. Gênesis 3:6 mostra como o ser humano em sua autossuficiência ignora o temor do Senhor que é o princípio da sabedoria (Pv 1:7) e afasta-se de Deus, mediante raciocínio falho de que pode subsistir fora dos desígnios de Deus. De acordo com o professor Mário Ferreira dos Santos 1 , “se realmente há na religião, e, sobretudo, em suas práticas, um ligar de novo do homem ao seu Criador, através dos meios que a religião oferece, preferimos procurar outra origem para a palavra.

Os meios que a “religião” oferece transpõem o genuíno cristianismo que só pode ser encontrado na verdadeira Igreja de Cristo. A Palavra de Deus admoesta a pessoa a não se desviar nem para a direita, nem para a esquerda. De certa forma, elas o 1

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. p. 253.

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S.E.I.T.A.S. fazem quando buscam um outro caminho: o que as conduz para baixo. Neste “novo e morto caminho”, onde há predominância das trevas e da condenação eterna, as pessoas vivem constantemente no erro, sofrendo suas consequências. O Senhor Jesus deixou claro que a frase “Todos os caminhos levam a Deus” é falsa, ensinando que só há dois caminhos – o estreito e o largo, ambos conduzindo, respectivamente, à vida eterna e à condenação eterna.

As seitas vêm ao encontro das pessoas que buscam novidade fora da “novidade de vida” (Rm 6:4): morte para o pecado e ressurreição com Cristo. Isto para elas é algo estático e enfadonho, pois não oferece atrativos místicos passíveis de serem vistos a olhos nus. Elas precisam “ver”, “apalpar”, “sentir o toque” devido a suas tendências materialistas, em geral, por elas ignoradas. Só percebem o que está em um plano horizontal, pois não conseguem enxergar além de sua estatura. Assim, somente podem crer naquilo que seus olhos podem ver. E, em se tratando de plano espiritual, sua visão continua restrita, pois, mesmo crendo que há forças sobrenaturais (e não, necessariamente, Deus), elas unem a essa crença a soberania de sua própria vontade, impondo àquelas “forças” o que lhes é satisfatório. Logo, não vivem em “novidade de vida”, mas uma vida de novidades que só pode conduzir à ruína espiritual. Para além da racionalidade só há insanidade, para além da medicina só há o veneno, para além do sexo só há a perversão, para além do fascínio só há o vício, para além do

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Mônica Campello amor só há a concupiscência, e, para além da realidade só há a fantasia.2

As pessoas precisam despertar para o “novo e vivo caminho” que é Jesus Cristo, reconhecendo que fora dele não há salvação. Elas precisam ser conscientizadas de que a verdadeira religião consiste na comunhão com Deus baseada em confiança que leva à obediência3. Elas precisam entender que Deus é Deus independente de suas circunstâncias de vida. Elas precisam aprender que, no Antigo Testamento, a maneira de aproximar-se de Deus era a observância da lei e dos sacrifícios (daí, a “deturpação sacrificial” desde então até os dias atuais); no Novo Testamento, a aproximação de Deus se dá unicamente através de Jesus, submetendo-se ao Seu senhorio e governo, e crendo na obra que Ele realizou em favor da Humanidade. O desejo do homem de restabelecer a paz com Deus deu origem à busca religiosa que abriu novos caminhos onde brotam tão-somente “ervas daninhas”.

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BREESE, Dave. Conheça as Marcas das Seitas. p. 7. Nota de rodapé (Gn 3:6). Bíblia de Estudo de Genebra.

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2 Principais Religiões com Respectivas Características

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CRISTIANISMO: Profeta/Fundador: Jesus Cristo. Fundado por volta dos anos 30-33 d.C. na Judeia, região da Palestina (atual Israel). Escritura: A Bíblia escrita originalmente em hebraico e aramaico (AT) e grego (NT). Deus: O Deus Único é Trino: Pai, Filho e Espírito Santo. Jesus: Jesus é Deus, a segunda pessoa da Trindade. É Deus e Homem. É igual a Deus Pai e Deus Espírito Santo. Espírito Santo: O Espírito Santo é Deus, a terceira Pessoa da Trindade. Salvação: Salvação pela Graça e não pelas obras; Crer que Jesus morreu por nossos pecados e ressuscitou fisicamente, dentre os Seitas Diversas Destrutivas. Religiões Comparadas. <http://www.cacp.org.br/religioes%20comparadas.htm> 4

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Mônica Campello mortos. Morte: Depois da morte, o Juízo Final. Salvos e perdidos ressuscitarão respectivamente para vida ou morte eternas. Outras crenças: Adoração nas igrejas. Batismo e Ceia do Senhor. Jesus é o Messias judeu prometido a Israel no AT. Amor fraternal. ISLAMISMO: Profeta/Fundador: Maomé (579-632). Sede: Meca, Arábia Saudita. Principais divisões: Sunitas e Xiitas. Escritura: Alcorão (em árabe). El Hadith (as palavras e obras de Maomé). Deus: Alá. Jesus: Um dos 124.000 profetas enviados por Deus a diferentes culturas. Não é Filho de Deus. Não é Deus. Não foi crucificado. Espírito Santo: Anjo Gabriel. Salvação: Boas e más obras determinam o destino eterno – paraíso ou inferno. Morte: Paraíso – crer no Islã; inferno – recusar o Islã. Outras crenças: Orar nas mesquitas, expandir o Jihad (Islã), dar esmolas, 27


S.E.I.T.A.S. jejum – Ramadã, etc. FÉ BAHÁ’I: Profeta/Fundador: Mirzá Ali Muham-mad e Mirzá Husayn Ali (Bahá’u’llah). Sede: Haifa, Israel. 1844, no Irã. Escritura: Escrituras de Bahá’u’llah (glória de Deus) e Abdu’-I-Bahá. Deus: Revela-se através de novas manifestações. Jesus: Uma manifestação de Deus. Cada manifestação suplanta a anterior. Jesus – suplantado por Bahá’u’llah. Não é Deus; não ressuscitou. Espírito Santo: Energia divina. Salvação: Fé na manifestação de Deus (Bahá’u’llah). Morte: Imortalidade baseada em boas obras. Outras crenças: A origem, os princípios e aspirações das religiões são iguais. Ênfase sobre unidade e unificação do mundo. BUDISMO: Profeta/Fundador: Buda (Sidharta Gautama). Fundado em 525 a.C., na Índia. Ramo do Hinduísmo.

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Mônica Campello Escritura: O Tripitaka (Os três cestos). Deus: Ateísta. Jesus: Homem iluminado. Espírito Santo: Não existe. Salvação: Nirvana: estado onde inexiste o sofrimento. Paz através de evasão do ser. Morte: Reencarnação. Não há céu; não há inferno. Nirvana: libertação final. Outras crenças: Caminho óctuplo. Ramos: Zen, Nitiren Shoshu, Budismo Tibetano (ocultista). JUDAÍSMO: Profeta/Fundador: Abraão (Gn 12:1-3). Cerca de 2000 a.C. Três ramos principais: ortodoxo, conservador e reformador. Escritura: Taná (AT), Torá (primeiros cinco livros do AT), Talmude (explicação do Taná).

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S.E.I.T.A.S. Deus: Deus é Espírito. Não há trindade. Jesus: Falso messias extremista ou rabi (mestre) judeu bom, mas martirizado. Espírito Santo: Atividade ou amor de Deus. Salvação: Oração, arrependimento melhoramento da sociedade.

e

obediência

à

lei

ou

Morte: Ressurreição física. Obedientes com Deus; injustos sofrerão. Outras crenças: Sinagogas aos sábados. Circuncisão. Jerusalém: cidade santa. Dias santos, festivos. HINDUÍSMO: Profeta/Fundador: Começou entre os anos de 1800-1000 a.C., na Índia com a religião bramânica. Não há um só fundador. Escritura: Bhagavad-Gita, Upanishad, Vedas (os mais antigos – cerca de 1000 a.C.) Deus: Panteísmo. As pessoas são deuses.

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Mônica Campello Jesus: Mestre, guru, um avatar – (encarnação de Vishnu). Filho de Deus como outros. Sua morte não expia pecados. Não ressuscitou. Espírito Santo: Não existe. Salvação: Libertação do ciclo de reencarnação. Recebida através de ioga / meditação. União com Brama. Morte: Reencarnação – bom carma e mau carma. Outras crenças: Ídolos de pedra e madeira. Meditam numa palavra, frase, foto. Fundação Nova Era.

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3 Seitas: Visão Geral

(Mônica Campello) As seitas cristãs nada têm de cristãs. Elas são, na verdade, meras meias-cópias do verdadeiro cristianismo. Em sentido mais amplo, seita significa “teoria de um mestre, e não O Mestre, seguida por numerosos prosélitos”5 (destaque da autora). O presente estudo sobre as seitas será desenvolvido com base numa perspectiva cristã e, nesse prisma, as seitas são apresentadas como falsificações da fé cristã. As seitas, na maioria das vezes, resultam de heresias oriundas do próprio ambiente eclesiástico, onde também iniciam sua prática através de pessoas dissimuladas e hipócritas. Nem sempre uma heresia poderá ser a causa primária da formação de uma seita, mas toda seita contém heresias. Os apóstolos tiveram a preocupação de não permitir que heresias, falsos ensinos, se infiltrassem na Igreja. O primeiro ataque doutrinário lançado contra a Igreja foi o legalismo. Alguns judeus-cristãos estavam instigando novos convertidos à prática das leis judaicas, principalmente a circuncisão. Em FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. p. 1563. 5

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Mônica Campello Antioquia, havia uma igreja constituída de pessoas bem preparadas no estudo das Escrituras (At 13:1), que perceberam a gravidade do ensino de alguns que haviam descido da Judeia e ensinavam que se eles não fizessem a circuncisão segundo o costume de Moisés, não poderiam ser salvos (At 15:1). Esses ensinamentos eram uma ameaça à Igreja. Em Atos 15:1-35, encontra-se a narrativa que demonstra a importância de se considerar os ensinos que contrariam a fé cristã. Outras fontes ameaçam a Igreja. Dentre elas, destaca-se a Pluralidade Religiosa6. Nos tempos de Jesus, já havia tal pluralidade, assim como acontece nos dias atuais. Essa diversidade religiosa abrange linhas doutrinárias baseadas em diferentes filosofias, oriundas de diferentes culturas e povos. As seitas possuem diversos traços característicos em comum que acabam por desvendar a realidade de uma mente diabólica que as conduz passo a passo até que tomem forma definitiva. Por isso, nunca se deve pelejar contra forças espirituais, utilizando-se de armas naturais. O estudo sobre as seitas é recomendável para pessoas que, um dia, estiveram aprisionadas pelas seitas ou que ainda se encontram nesse estado e que necessitam e desejam ser instruídas acerca da única verdade que poderá torná-las livres – Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (Jo 8:32); nunca, porém, deve-se aproveitar esse estudo para confrontos e discussões mesquinhas com seus seguidores em que não haja proveito para o maior objetivo cristão que é a salvação de pessoas. Deve-se, portanto, rejeitar seus ensinos sem discussão, amar as pessoas por eles

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Série Apologética. Instituto Cristão de Pesquisas. 6 volumes. Vol. I. p. 12.

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S.E.I.T.A.S. aprisionadas, e demonstrar a elas o verdadeiro cristianismo através de testemunho de vida. O estudo acerca das falsas doutrinas possibilita refutar biblicamente os falsos ensinamentos das mais diversas entidades religiosas, tanto em missões como no ambiente da própria igreja – escola bíblica, cursos, seminários – assim como permite a evangelização de sectários que ignoram a verdade do Evangelho. Para acautelar-se dos falsos profetas em conformidade com a admoestação de Jesus em Mateus 7:15 é mister identificálos através de juízos alicerçados nas Escrituras que oferecem base firme para um julgamento correto, pois nem sempre julgar é errado. Vejam-se exemplos disso em Lucas 7:43 em que Jesus diz Julgaste bem e em I Coríntios 2:15 em que o apóstolo Paulo diz O que é espiritual julga bem todas as coisas. Reconhecer uma seita não é algo tão difícil, pois em seu trabalho de proselitismo ela sempre utiliza determinados meios como o uso de outras fontes tais quais livros, folhetos, revistas, etc., buscando sempre enfatizar seus próprios e descabidos ensinamentos simultaneamente negando a divindade de Jesus Cristo, embora se respaldando nele, valorizando mais as obras dos homens do que o seu sacrifício vicário e, consequentemente, atribuindo a si própria o poder de salvar a Humanidade, monopolizando a salvação – que é pela graça – por crer-se como a única religião que detém a verdade. Contudo, veja o que diz a Palavra de Deus a esse respeito: Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé – e isto não vem de vós, é dom de Deus – não das obras, para que ninguém se glorie (Ef 2:8-9).

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Mônica Campello Como identificar uma seita?7 Esta é uma pergunta que propicia uma resposta muito simples e prática, de fácil entendimento e muito inteligível. As seitas seguem quatro caminhos: adição, subtração, multiplicação e divisão. Adição – o grupo adiciona algo à Bíblia. Esses acréscimos podem ocorrer através de má interpretação de versículos bíblicos, adicionando instruções ou ensinamentos disformes da Bíblia Sagrada; podem ocorrer através de escritos dos fundadores das seitas ou seus falsos profetas; através de bíblias recriadas, evangelhos recriados, livros, panfletos, apostilas, revistas, etc.; Subtração – o grupo tira algo da Pessoa de Jesus. Jesus não é reverenciado como deve: deixa de ser Deus para ser um mero fundador de uma religião, um homem iluminado que, em passo de igualdade com outros profetas, atingiu a iluminação, o nirvana, tornou-se um grande médium ou o médium maior; enfim, tudo o que é declarado acerca de sua vida, morte e ressurreição é negado; Multiplicação – pregam a autossalvação; a salvação é pelas obras – repúdio ao sangue de Jesus. É preciso fazer obras: fazer o bem, dar esmolas, praticar a caridade em instituições de amparo a órfãos, idosos, em hospitais, fazer proselitismo de porta em porta, nas portas das igrejas, fazer oferendas a ‘santos’, tudo isso em detrimento da obra salvífica de Jesus que ocorreu uma vez por todas sem mais haver necessidade de tais sacrifícios, e deve-se dizer literal e denotativamente a palavra sacrifício porque, em 99, 99% dos 7

Série Apologética. op. cit., Vol. I. p. 18-25.

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S.E.I.T.A.S. casos em que essas práticas de caridade ou boas obras são realizadas, há um verdadeiro desejo egoísta de se alcançar um benefício próprio por se ter feito benefício a alguém. É como dizer: “Olha, Deus, presta atenção, hein, eu fiz uma boa ação e também quero ser beneficiado!” Isso se chama barganha com Deus que nunca resultará em salvação. Divisão – dividem a fidelidade entre Deus e a organização. Obedecer à Igreja ou à organização religiosa a que se pertence seria, conforme a visão sectária, equivalente a obedecer a Deus. O que essas instituições ditam deve ser seguido à risca, sem questionamentos, sem indagações, ‘sem pestanejar’, pois até questionar seria interpretado como duvidar de seus ensinamentos, e essa não seria uma atitude digna de um fiel. Em conformidade com elas, fiel que é fiel deve aceitar tudo passivamente e agir como uma égua que usa viseiras nos olhos. Assim, a tendência natural de uma seita é rejeitar três elementos essenciais para a santificação do homem – o Sangue de Cristo, a Palavra de Deus e o Espírito de Deus. A Bíblia Sagrada, entretanto, é a única fonte segura e eterna (haja vista o poder de Deus sobre a preservação da sua Palavra, independentemente das vãs tentativas do homem maligno a fim de destruí-la) em que residem os ensinamentos de Deus que garantem a salvação de seu povo. À Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva (Is 8:20).

3.1. Definição de Seita As palavras “seita” e “heresia” derivam da palavra grega “háiresis”, que significa “escolha, partido tomado, corrente de

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Mônica Campello pensamento, divisão, escola, etc.8. No Latim, a palavra “háiresis” virou “secta” de “sequi”, seguir, acompanhar, da qual a palavra “seita” é oriunda. Le Petit Larousse define seita como: 1. Conjunto de pessoas que professam uma mesma doutrina (filosófica, religiosa, etc.). 2. Grupamento religioso fechado em si mesmo e criado em oposição às ideias e às práticas religiosas dominantes. Conforme o Dicionário Aurélio, a palavra “seita” significa: 1. Doutrina ou sistema que diverge da opinião geral e é seguido por muitos. 2. Conjunto de indivíduos que professam a mesma doutrina. 3. Comunidade fechada, de cunho radical. 4. Teoria de um mestre seguida por numerosos prosélitos9. Conforme o Dicionário Teológico, a palavra “seita” significa: Grupo de pessoas que optam por seguir uma doutrina contrária à ortodoxia. Não se pode confundir seita com religião, nem com denominação. No cristianismo evangélico, existem muitas denominações. Contudo, não podem ser tidas como seitas porque, na essência, todas elas adotam os mesmos artigos de fé e dogmas. Somente quando estes são feridos, criando dissensões e cismas, é que a seita passa a configurar-se10. Conforme o Dicionário de Teologia11, a palavra “seita” refere-se ao subgrupo de uma corporação maior, geralmente religiosa, identificada por liderança, ensinos e práticas próprios. Em geral, as seitas são grupos que se separaram de um grupo maior ou mantêm uma identidade própria, mesmo dentro de um grupo maior. (No Brasil, refere-se mais a comunidades fechadas e radicais que FRANGIOTTI, Roque. História das Heresias (séc.I-VII). p. 6. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.op. cit. p. 1563. 10 ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. p. 262. 11 GRENZ, Stanley J., GURETZKI, David, NORDLING, Cherith Fee. Dicionário de Teologia. p. 122. 8 9

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S.E.I.T.A.S. defendem um sistema de crenças contrário aos ensinos ortodoxos seguidos pela maioria). Podem também simplesmente ser movimentos religiosos não-organizados. Sectarismo é a devoção rígida a uma seita. Em outro sentido, refere-se também à crença que esse ou aquele grupo é a verdadeira igreja, com a exclusão de todos os demais grupos, considerados falsas igrejas. Conforme o Dicionário Teológico12, “sectarismo” significa: Doutrina que se atém mais à denominação do que aos seus artigos de fé. Proselitismo exagerado e contencioso que, nas Sagradas Escrituras, recebe forte reprimenda. Quanto à palavra “sectário”, é assim qualificada, diz Le Robert: 1. Membro intolerante de uma seita religiosa. 2. Pessoa que professa opiniões estreitas, que dá provas de intolerância (em política, em religião e em filosofia).

Teologicamente, pode-se dizer que “seita” corresponde a um grupo de pessoas e “heresia” às doutrinas antibíblicas preconizadas e defendidas por aquele grupo. Em 10 de dezembro de 1993, a Comissão dos Direitos do Homem definiu seita como “grupamento, apresentando-se ou não como religião, cujas práticas são suscetíveis de serem enquadradas na legislação que protege os direitos das pessoas ou o 12

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. op. cit. p. 261.

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Mônica Campello funcionamento do Estado de direito”, e descreve assim o comportamento sectário: “[...] a negação das leis, exercida através de atos que constituam desvio, abuso de confiança, apropriação indébita, infração financeira e fiscal, maus-tratos, falta de assistência à pessoa em perigo, incitação ao ódio racial, tráfico de drogas”.13

Com base nesta última definição, pode-se considerar “seita” qualquer grupo cuja doutrina, ideologia ou crença conduz a pessoa praticante à destruição psíquica, física ou financeira, na maioria das vezes, levando junto consigo sua própria família, seus amigos, os induzindo a aceitarem o que eles mesmos ignoram em sua real essência. Alguns especialistas dizem que há cerca de 700 seitas, enquanto outros declaram existir cerca de 3.000. De alguma forma, as seitas envolvem mais de vinte milhões de pessoas nos Estados Unidos, e estão se multiplicando a uma razão alarmante. Existem hoje espalhados pelo mundo mais de 5 milhões de Testemunhas de Jeová (que gastam mais de um bilhão de horashomem por ano no trabalho proselitista), quase 9 milhões de mórmons (atualmente crescendo à razão de 1.500 novos membros por dia), e dezenas de milhões de adeptos da Nova Era.14

3.2. Características e sinais das seitas Através dos aspectos sociológico, moral e/ou doutrinário pode-se reconhecer uma seita. Seus objetivos fundamentam-se primeiramente na ideia de provocar um desequilíbrio na sociedade por levá-la a crer que depende dela como única instituição filantrópica que poderá suprir suas necessidades materiais, emocionais, espirituais, incutindo-lhes na mente o

13 14

FILLAIRE, Bernard. As Seitas. p. 5. GEISLER, Norman L., RHODES, Ron. Resposta às Seitas. p. 9.

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S.E.I.T.A.S. sentido de gratidão, o que impede seus seguidores de associar-se a outros setores sociais. As seitas, em sua maioria, impedem seus adeptos de discernir o certo do errado, o bem do mal, pela simples imposição da obediência extrema a seus princípios legalistas. Os seguidores das seitas são pessoas destituídas de verdadeiro entendimento, mas são fieis aos ensinamentos recebidos, colocando-os em prática em seu cotidiano, crentes de que sua dedicação sincera as livrará de infortúnios, pois são pessoas que creem inocentemente que o descumprimento ou negligência de qualquer ato religioso as levará à ruína espiritual e material. Todas as seitas detêm um procedimento característico para levar seus adeptos a atingir objetivos pessoais específicos. Trata-se, geralmente, de práticas muito simples que servem para curar todos os males. Muitas vezes, um ensino é repetido ininterruptamente e indicado como solução para todos os tipos de problemas; dentro desse aspecto, porém, é imprescindível que o adepto se torne um servo dependente a quem o charlatão religioso se esforça para nunca fornecer a cura definitiva com o propósito de mantê-lo sempre necessitado de algo, o que o estimulará a oferecer sacrifícios contínuos àquela entidade religiosa. As doutrinas, que normalmente envolvem ritos ou práticas concretas, se traduzem por ensinamentos necessários numa seita, assim como numa religião, para tornar inteligível toda linguagem simbólica, para se compreender revelações, ou manifestações dos respectivos deuses com os quais as seitas costumam relacionar-se. Assim, uma seita costuma reclamar para si uma revelação específica da parte de Deus feita direta e 40


Mônica Campello exclusivamente para ela que naturalmente é liderada por um ‘profeta’ que se diz detentor dos mesmos atributos de Jesus. Seus ensinos divergem de verdades cristãs além de inventarem doutrinas que não possuem nenhuma base bíblica. Fazem, portanto, acréscimos à Palavra de Deus que, sobrepujando a Bíblia Sagrada, se tornam a base de seu sistema político-religioso. Por exemplo, as seitas desvirtuam as verdades evangélicas quando negam a salvação pela graça, crendo que esta se adquire através das boas obras, do consentimento de algum líder espiritual, da observância de costumes, da prática do bem, da reencarnação como condição sine qua non para a transformação progressiva do homem. Para firmar esse pensamento, Herbert W. Armstrong15 disse que “a ideia de que as obras não são um requisito para que uma pessoa alcance a salvação possui raízes em Satanás”. Quanto à salvação pela prática de boas obras, o espiritismo declara: “Meus filhos, na máxima ‘Fora da caridade não há salvação’ estão contidos os destinos dos homens na Terra como nos céus” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 631).16 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie (Ef 2:8-9). A mídia, por sua vez, costuma congraçar-se com questões religiosas oriundas das mais diversas fontes a fim de cativar seu público no tocante às suas respectivas religiões; assim, ninguém fica de fora e todos desfrutam de uma ponta de satisfação. Nesse contexto, priorizando outros objetivos que não a fé, a religião é usada para fins políticos das emissoras de rádio, TV, 15 16

GEISLER, Norman L., RHODES, Ron. Op. cit., p. 12. RINALDI, Natanael, ROMEIRO, Paulo. Desmascarando as Seitas. p. 212.

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S.E.I.T.A.S. enfim, de todo instrumento empregado para desenvolver o processo comunicacional. Ademais, há situações a que o público é exposto contrariamente à sua vontade sem ter o direito de reclamar, mas tão-somente acomodar-se àquela situação e paciente e tolerantemente aguardar que termine. Agradecemos profundamente a todos os espíritos que nos intuem e pacientemente nos acompanham para que, no fim da jornada, possamos estar de volta ao mundo dos espíritos e dizer: valeu a pena.” De um espírito que teria se incorporado no deputado federal Luiz Carlos Bassuma (PT-BA), durante sessão comemorativa dos 200 anos de nascimento de Allan Kardec, formulador do espiritismo, no plenário da Câmara dos Deputados.17

Essa é uma dentre tantas outras situações, por sinal até aberrantes, que já ocorreram e ainda ocorrem no plenário – porque encontram espaço e invadem espaço alheio – envolvendo manifestações de diferentes credos. Seria o caso de perguntar: Se se tratasse de uma manifestação evangélica teria sido aceita e respeitada com a mesma reverência?! A influência da religião nas decisões políticogovernamentais ajusta-se ao grau de religiosidade que vigora na sociedade como um todo. Normalmente, as políticas públicas não se coadunam com os princípios religiosos defendidos por seus manifestantes, quando, na maioria das vezes, a vontade do povo prevalece. Isso acaba direcionando a uma relação errônea entre favoritismo e democracia, em que ambos são reciprocamente confundidos em seus princípios de empregabilidade e, consequentemente, causando o prejuízo de muitos, seja na esfera religiosa, cultural, familiar, etc.

Revista VEJA On-Line. Edição 1878. 3 de novembro de 2004 <http://veja.abril.com.br/031104/vejaessa.html> 17

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Mônica Campello Há também o interesse mesquinho em se usar a religião, conforme a própria conveniência, para se angariar votos, tomando como base a fé do eleitorado que, muitas vezes, vota em políticos religiosos visando a alguma recompensa material. Quer dizer, há um jogo de interesses recíproco. Todavia, deve-se atentar para o fato de que isso não é regra geral; não se aplica a todos; ainda há os que têm uma atitude digna diante de Deus a quem temem e por isso são justificados por ele. Quanto àqueles, adverte a palavra de Deus: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nenhum sequer (Rm 3:1012).

3.3. Práticas singulares das seitas Normalmente, o fundador e/ou profeta de uma seita tem poderio sobre seus membros – social e psicologicamente – cabendo-lhe sempre a última palavra em qualquer assunto, já que se julga detentor da ‘verdade’ preconizada pela sua seita. Diante disso, seus fracos seguidores têm a tendência a nada questionar acerca de sua doutrina por medo de retaliação. Logo, experimentam uma fé tão cega que não lhes permite abrir espaço para um diálogo sensato acerca do que creem. Para determinadas seitas, verdadeiras ‘fortalezas’, quaisquer relações extramurais causam medo, pois podem nutrir influências nocivas desde que são vistas como maldição procedente de Satanás ou meramente forças inimigas políticofilosóficas. Esses fatos podem gerar um extremismo religioso que ocasione até mesmo guerras santas, guerras de religião em nome de Deus. 43


S.E.I.T.A.S.

3.4. Perigos representados pelas seitas

44


Mônica Campello

Deverá empenhar-se ao máximo para levar o indivíduo a raciocinar indutivamente através da narração de relatos de experiência que sirvam para comprovar a veracidade de seus ensinos, constrangendo-o a nada questionar, levando-o a crer que sua fé em Cristo é cega e irracional. Nessa fase do diálogo, sua mente já estará condicionada a rejeitar voluntariamente os atributos divinos de Jesus. Independentemente de seu nível cultural, todo prosélito deverá ser tratado como pessoa racional, inteligente, que não se deixa enganar por fábulas cristãs. Essa é uma prática persuasiva para levar o indivíduo a um envaidecimento pessoal que o fará entender que só o mencionar o nome de Jesus já é sinal de ignorância. Tal a mentalidade dos que se julgam entendidos, quando, sim, verdadeiros ignorantes da eterna lei de Deus. 45


S.E.I.T.A.S. Procuram atribuir tangibilidade a todas as coisas para reprimir qualquer ideia de ilusionismo ou usam de um sensacionalismo exacerbado para as mentes que precisam ‘ver’. Como numa novela, o sectarista deverá esforçar-se por deixar para ‘o próximo capítulo’, isto é, para o próximo encontro novas mensagens e maiores explicações a fim de atiçar a curiosidade do prosélito e mantê-lo interessado. O segredo da vitória nessa circunstância é não se inflar devido aos conhecimentos que possui acerca das verdades bíblicas, mas permanecer na dependência do poder de Deus para que não venha a ser ‘iscado’, isto é, tragado pelas forças do mal que possui todas as artimanhas de sedução. O mais importante é lutar contra a apostasia, trabalhando arduamente, a cada dia, com o firme propósito de se preservar a salvação que um dia foi conquistada. Quanto a essas coisas, Deus adverte: Será exaltado o humilde e abatido o soberbo (Ez 21:26). Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem (Mt 7:6). Quando não se respeita a palavra de Deus, não se pode ficar debaixo da proteção divina; todavia, até mesmo uma atitude inocente, infantil, Deus pode usar para livrar alguém do mal. Os perigos representados pelas seitas se dividem em espirituais, psicológicos e físicos. Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas (I Cr 16:22). Ai daquele que toca no ungido de Deus!

3.4.1. Perigos espirituais A principal estratégia de Satanás com relação às seitas é a semelhança com a fé cristã. Parecer não é ser. Aí jaz um engano maligno. Os adeptos das seitas, já “escravizados”, crendo em um Jesus falsificado, tentam convencer pessoas, crentes ou não, a 46


Mônica Campello ingressar no caminho dos sofismas, alegando que ali – “um bueiro negro” – encontrarão uma comunidade perfeita, uma sociedade una com propósitos filantrópicos, a comunidade dos salvos, etc. Tudo isso é uma mentira! E, quem é o pai da mentira? A Bíblia declara que o diabo é o pai da mentira: Ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira (Jo 8:44). Além das mais variadas consequências negativas que uma pessoa pode sofrer em vida, em decorrência de ter se tornado adepto de uma seita, ela certamente sofrerá consequências eternas ao perder sua salvação. 3.4.2. Perigos psicológicos As seitas normalmente têm como presas fáceis as pessoas fracas de consciência, inseguras, emocionalmente instáveis, solitárias, incautas. Essas pessoas, assim como peixes que necessitam de alimento, mordem a “isca” que, na realidade, não alimenta, mas mata! São pessoas passíveis de serem facilmente controladas por líderes autoritários, e naturalmente tornam-se dependentes deles – seja no âmbito profissional, familiar, cultural, entre outros.

3.4.3. Perigos físicos Todas as seitas podem causar sérios danos físicos àqueles que, sem questionamento prévio, aderem às suas práticas. Por exemplo, há casos de adeptos do espiritismo que no afã de desenvolver mediunidade deixam suas almas à vontade para que os espíritos se apoderem de seus corpos, usando seus membros conforme a sua conveniência – mãos para psicografar, para dar “passe”, o que normalmente causa um distúrbio neurológico e, 47


S.E.I.T.A.S. consequentemente, psicológico; além disso, a pessoa é usada além dos limites da sua consciência. Há casos de suicídios individuais e coletivos em nome da fé.

3.5. Quadros das principais seitas cristãs com respectivas características* Quadro 1: SEITAS PSEUDOCRISTÃS Quadro 2: SEITAS SECRETAS Quadro 3: SEITAS ESPÍRITAS Quadro 4: SEITAS AFRO-BRASILEIRAS Quadro 5: SEITAS TECNOLÓGICAS Quadro 6: SEITAS OVNI Quadro 7: SEITAS ORIENTAIS Quadro 8: SEITAS UNICISTAS

* O conceito dos Operadores Matemáticos foi incrementado pela autora tomando como base sua apresentação na Série Apologética, op.cit., Vol.I.

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Mônica Campello SEITAS ADIÇÃO CLASSIFICAÇÃO PSEUDOCRISTÃS Testemunhas de Jeová (TJ) Fundador: Charles Taze Russell

QUADRO 1 SUBTRAÇÃO MULTIPLICAÇÃO

Bíblia Tradução do Novo Mundo A Sentinela

Jesus = arcanjo Miguel, 1ª criação de Deus; não ressuscitou Conhecimento corporalmente; não pode ser adorado Adventismo do Ensinos de EGW Jesus = arcanjo Sétimo Dia(ASD) Miguel; natureza Literatura advenFundador: pecaminosa de Ellen Gould White tista Jesus Igreja de Jesus Livro de Mórmon Jesus = espírito Cristo dos Santos irmão de Lúcifer; dos Últimos Dias Doutrina e Convirgem Maria e vênios (SUD) E. S. não o A Pérola de Fundador: geraram; salvaJoseph Smith dor incapaz; e Grande valor não deve ser adorado; polígamo Igreja Apostólica Ensinos da Milagres e honSanta Vó Rosa ras pertencem à Santa Vó Rosa (IA) Vó Rosa; oração Fundador: em seu nome; = Bispo Eurico a Jesus, que Mattos Coutinho, voltará c/ ela e Odete Corrêa cujos atributos Coutinho e Vó lhes são transRosa feridos A Família Jesus = amante Cartas de Mo Fundador: de Maria e David Brandt Berg Marta; contraiu (Mo, Moisés Davi doenças venéou Pai Davi) reas: suas tentações Ciência Cristã Ciência e Saúde Jesus = Ideal da (CC) com a Chave das Virgem-mãe; Fundador: ideia espiritual; Escrituras Mary Baker Glover Ineficácia de sua Patterson Eddy morte na cruz. Congregação do A Bíblia (Só na versão Teologia Cristã no Brasil sentimento que Atualizada, sendo seu estu(CCB) afasta o homem do estritamente proibido) Fundador: de Jesus. Literaturas da Luis Francescon seita

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DIVISÃO

Proselitismo; tornar-se membro da Torre de Vigia; comparam sua igreja à Arca de Noé, fora da qual não há salvação Guarda do sábado; o sono da alma

Corpo Governante = canal de comunicação de Deus c/ os homens

Pecados expiados pelo sangue de Joseph Smith; batismo pelos mortos; batismo

SUD = única igreja verdadeira, pois tem o nome de Jesus

IASD = Igreja Remanescente

Batismo regeneracional; Vó Rosa = Arca de Noé

Única igreja verdadeira dirigida diretamente pelo Céu com o preparo da Santa Vó Rosa como Consolador Prostituição saRenúncia ao grada; honra mundo; seguir revolucionária as novas autoridades eleitas por Deus e lhes obedecer. Inexistência da Necessidade matéria da obra “Ciência e Saúde”

Ser batizado nas águas na CCB; Pertencer à Congregação; Manter-se fiel às suas doutrinas.

Obediência cega às orientações "espirituais", sem questionar, e c/ humildade serviçal.


S.E.I.T.A.S. SEITAS ADIÇÃO CLASSIFICAÇÃO SECRETAS Maçonaria Fundador: James Anderson e John Desagulhers Rosacrucianismo Fundador: Christian Rosenkreuz

Teosofia Fundador: Helena Petrovna Blavatsky

Esoterismo Fundador: Sábios e santos (como são considerados) da Índia, Himalaia, Nepal, Tibete. Não é centralizada em torno de um líder humano – pertence hoje à humanidade.

QUADRO 2 SUBTRAÇÃO MULTIPLICAÇÃO

Ocultismo – desenvolvimento do estado alterado da consciência – Interpretação Jesus – culminação Ocultismo em própria das da evolução de consciência grandes místicos evolução à Escrituras medida que recebe a Luz Maior; salvação por esforços pessoais; reencarnação A religião é o Reencarnação, Filosofia, princípio. Diz teoviagem astral religião, sofismo que cada ciência sub-raça presta uma contribuição especial a humanidade, e que ao iniciar cada subraça, surge um Cristo. O supremo mestre do mundo encarna em alguém. A atual raçatrono já teve cinco Cristos O controle da força Caminho da Conceitos interior, o poder da iluminação que panteístas, à evolucionistas mente conduz à conduz liberdade e à autorliberdade e à e humanistas, realização. O auto-realização postulados homem é Deus – através do pelo hindusalvação sem controle da força ísmo, budisJesus. interior mo, taoísmo, Autoconhecimento, gnosticismo, autodescobrimento. etc., abrangendo sociologia, teologia, ciências físicas, medicina, ufologia, parapsicologia e psicologia. Volume da Ciência Sagrada

Jesus – mero homem fundador de uma religião = Moisés, Krishna

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DIVISÃO

Juramento iniciático

Juramento

Contato direto com o divino através da iluminação e do conhecimento

A própria mídia, Medicina alternativa, etc.


Mônica Campello SEITAS ADIÇÃO CLASSIFICAÇÃO ESPÍRITAS Kardecismo Conjunto de Fundador: princípios básiA Família Fox cos codificados por Allan Kardec contidos nas obras fundamentais. LBV Missão que Fundador: Alziro Zarur Elias David recebeu dos Abraão (Alziro Espíritos CósZarur) micos Superio-

Racionalismo Cristão Fundador: Luiz José de Mattos e Luiz Alves Thomaz

QUADRO 3 SUBTRAÇÃO MULTIPLICAÇÃO

DIVISÃO

Nega a deidade de Jesus; nega sua ressurreição corporal; nega a redenção por Cristo; Jesus é médium de Deus

Fora da caridade não 3ª. Revelação há salvação; de Deus aos reencarnação; carma; homens esforços próprios

Jesus não ensinou toda a verdade; é preciso entender o significado oculto do Novo res Mandamento; corpo fluídico de Jesus; Jesus não é Deus; Jesus não faz parte da Trindade Textos bíblicos Jesus = Buda, Maomé, etc. alterados; Desencarnou e Ensinos encarnou várias racionais vezes; um grande espírito.

Vidas sucessivas até Religião do alcançar o estado de Novo perfeição Mandamento

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Reencarnação; Classes de espíritos = mundo-escola em que auxiliam astralmente o progresso dos seres humanos menos evoluídos encarnados neste planeta

Força Universal, Força Criadora ou Grande Foco


S.E.I.T.A.S. SEITAS ADIÇÃO

QUADRO 4 SUBTRAÇÃO MULTIPLICAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO AFROBRASILEIRAS Cultura Racional Universo em Jesus filósofo Fundador: como Buda, Desencanto Manoel Jacintho Alá, Maomé, Coelho Jeová; MJC = EmManoel  Deus conosco Santo Daime Juramidam  Hinário próprio Fundador: Jura – Pai, Raimundo Irineu Midam – Filho Serra = segunda volta de Jesus à Terra; Juramidam = Jesus Cristo

Cultos AfroBrasileiros Fundador: Cultura e crença africanas

Sincretismo religioso

Jesus = orixá, sendo superior – Oxalá ou um espírito que evoluiu

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DIVISÃO

Leitura dos livros UD MJC = o Deus é a chave da solução verdadeiro, o para a salvação Pai eterno, o Racional Superior Chá Oasca para ter comunhão com Deus; missa em favor dos mortos

Ritual do Ecletismo Evolutivo = várias correntes religiosas que se interpenetram, tendo como ponto de partida o Cristianismo – idolatria, feitiçaria, cerimônia católica adoração aos 4ª revelação antepassados, de Deus aos consulta a espíritos, homens; deus reencarnação, Zambi; deus fetichismo, Vodu descargas com pólvora, defumadores, banhos rituais, adivinhação com búzios


Mônica Campello SEITAS ADIÇÃO CLASSIFICAÇÃO TECNOLÓGICAS Igreja da Dianética Cientologia Fundador: Lafayette Ronald Hubbard

Free Zone Fundador: Os descontentes com os destinos da Cientologia

QUADRO 5 SUBTRAÇÃO MULTIPLICAÇÃO

Amante de jovens e homens, sofria de acessos incontroláveis de mau-gênio.

Os Body Thetans têm de ser erradicados até que reste apenas o Thetan original.

DIVISÃO

Organização eclesiástica nova baseada no estilo de vida do homem do século XX; Obediência cega ao che-fe supremo Hubbard e aos seus textos.

Aplica os métodos de Hubbard

SEITAS ADIÇÃO CLASSIFICAÇÃO OVNI Raelianos Elohim Fundador: (palabra Claude Vorilhon bíblica); (Rael) Página de Provas (website) Visões de OVNIs Projeto Segunda Interpretações Vinda deturpadas Fundador: de versículos Seita californiana bíblicos com 15 membros vindos de várias religiões

QUADRO 6 SUBTRAÇÃO MULTIPLICAÇÃO

DIVISÃO

Jesus – profeta como Buda, Maomé, etc; Não existe Deus nem alma – Yahweh (“o cara pálida”)

Clonagem é o caminho para a imortalidade.

Vorilhon é o profeta final antes do retorno dos Elohim em 2025.

A palavra de Jesus sobre sua volta não é suficiente; Cristo foi clonado por Ets.

Ação concreta – Jesus em carne, já! Clonagem de Jesus para salvar o mundo do pecado.

Esta é a mensagem da Bíblia: o homem é responsável pela sua salvação.

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S.E.I.T.A.S. SEITAS ADIÇÃO CLASSIFICAÇÃO ORIENTAIS Igreja Messiânica Fundador: Mokiti Okada (Meishu-Sama) Seicho-No-Ie Fundador: Masaharu Taniguchi

Ensinamentos de Meishu-Sama = revelações que recebeu de Deus

Meishu-Sama é o Contribuição para a homem que salva o IMM = remissão de próximo; oração a pecados; culto aos Meishu-Sama ancestrais

A Verdade da

Jesus não é unigênito; asceta; só res-suscitou em espírito; = a Buda

Vida; Escrituras budistas; Textos da antiguidade japonesa

Hare Krishna Fundador: Abhay Charan de Bhaktivedanta Swami Prabhupada Arte Mahikari (AM) Fundador: Yoshikazu Okada conhecido pelo título de Oshienushi-sama.

Bhagavad Gita ou Gita

Meditação Transcendental Fundador: Maharishi Mahesh Yogi

Vedas

Igreja da Unificação (Moonismo) Fundador: Sun Myung Moon

Princípio Divino

Revelações do fundador para esclarecer textos sagrados de todas as religiões.

Bhagavad-Gita Citação do Salmo 1:2 Teologia da Unificação Mundo Unificado Manual de treinamento em 120 dias

Perfeita Liberdade (PL) Fundador: Tokuchika Miki

QUADRO 7 SUBTRAÇÃO MULTIPLICAÇÃO

Preceitos que foram revelados a OshieoyáSamá

DIVISÃO

Johrei = luz divina canalizada por Meishu-Sama para o Okari Culto aos União do antepassados para xintoísmo, extinguir o carma e budismo e as doenças cristianismo

Sua Divina Graça Abhay Charan de Bhaktivedanta Swami Brabhupada  maior que Jesus Vários deuses protegem a humanidade. Deus antropomórfico que se lapida há bilhões de anos, assim com lapidou os deuses que criou. Negação do sofrimento de Jesus.

Yoga, mantra, Servir a trabalhos, cantos, Iskcon = Solegalismo, etc. ciedade Internacional p/ a Consciência de Krishna Okiyome AM: Solução (purificação); mais rápida reencarnação. de Deus para purificar espiritualmente as pessoas, pondo fim ao seu carma. Reencarnação. O Deus impessoal.

Negação de: 2ª. vinda de Cristo; suficiência da sua obra redentora; sua ressurreição física e deidade. Moon = Messias. Morte de Jesus = morte do filho de Moon – a missão de Jesus já terminou. A vida do homem é a autoexpressão = materialismo

Salvação pelas obras – atos de indenização: jejum, banhos frios, levantar cedo, levantar fundos, etc; Restauração da família.

A vontade de Deus tem sido sempre estabelecer uma família perfeita no mundo criado.

Estado de Perfeita Liberdade. Vida é Arte = potencial humano alcançado c/ o próprio esforço.

Os ensinos da PL são para o bem de toda a humanidade.

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Mônica Campello SEITAS ADIÇÃO

QUADRO 8 SUBTRAÇÃO MULTIPLICAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO UNICISTAS Adeptos do Nome Yehoshua e Suas Variantes (ASNYV) Fundador: José C. Pinheiro, Josué B. Paulino, Ivo S. Camargo...

Acusação às Escrituras: apocrifia e espuriedade. Gematria.

Igreja Local (IL) Fundador: Witness Lee

Método OrarLendo a Palavra; Ensinamentos de Witness Lee

Tabernáculo da Fé Fundador: William Marrion Branham

Las Siete Edades de la Iglesia; A Palavra Origi-

Voz da Verdade Fundador: Francisco Firmino dos Santos Filho

Instrução Inicial Jesus: só natureza humana; Pró-batismo não existia como pessoa espiritual; é o nome do Criador; corpo = parte física do E. S. é só Ensinos da seita Deus Jesus.

Só Jesus Fundador: John Schepp Cristadelfianism o Fundador: Dr. John Thomas

Erros (grego e hebraico) p/ justificar ensinos.

nal; O Profeta desta Era

Princípios Bíblicos – Um Manual de Estudo

DIVISÃO

Jesus = Deuscavalo; deus celta; portador do número 666; negação do nascimento virginal de Jesus

Salvação para quem invoca o nome Yehoshua; guarda do sábado

ASNYVs ostentam o monopólio da salvação

Jesus: 50% Deus e 50% homem. Deificação do homem. Corpo de Jesus invadido por Satanás. Deus processado = quaternidade. Batismo só em nome de Jesus Santiago, a Voz da Pedra = suas palavras são revelação divina

Batismo regeneracional = o batismo é condição da salvação e a água é o meio da salvação

Base da unidade = localismo = igreja unificada (Igreja Local) ≠ denominacionalismo

Cultos de cura

Fidelidade a Branham = Deus

Jesus inexistia antes da concepção; natureza humana caída o levou à morte; inferior a anjos; tinha demônio. Precisava ser salvo: pecador.

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Batismo regene- Detentores racional só em da verdade nome de Jesus absoluta.

Batismo regeneracional só em nome de Jesus. Compromissos Obediência com a organização. às afirmações do livro que são um selo divino.


S.E.I.T.A.S.

3.6. Doutrinas centrais das seitas As seitas professam serem capazes de restaurar o cristianismo primitivo que se perdeu mediante a apostasia, parcial e não geral como alguns pretendem. Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecer a espíritos enganadores e a ensinos de demônios (I Tm 4:1). Crendo-se que existe a possibilidade de se recuperar o que julgam ter sido perdido, criam-se seitas diversas com doutrinas tidas por potenciais que se caracterizam intrinsecamente à sua classificação. Conforme descrito nos quadros acima, há seitas pseudocristãs, secretas, espíritas, unicistas, orientais, afrobrasileiras, ovni, tecnológicas. Concernente a essas classificações, as seitas possuem doutrinas em comum. a. As seitas pseudocristãs sempre adotarão a ideia de que a obra de Jesus não está completa, e por isso elas nascem com o propósito de concluir a obra inacabada de Cristo através de acréscimos próprios; b. As seitas secretas sempre adotarão a ideia de que a obra de Jesus é envolta por mistérios, segredos, aspectos ocultistas que ainda estão por revelar-se; c. As seitas espíritas sempre adotarão a ideia de que a obra de Jesus só pode ser cumprida mediante práticas mediúnicas e reencarnaciosnistas; d. As seitas unicistas sempre adotarão a ideia de que a obra de Jesus só possui valor se professada unicamente em seu nome, em rejeição à Trindade; e. As seitas orientais sempre adotarão a ideia de que a obra de Jesus se realiza por meio do

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Mônica Campello reconhecimento e aceitação de outros juntamente com a divinização do homem;

deuses

f. As seitas afro-brasileiras sempre adotarão a ideia de que a obra de Jesus não pode ser realizada unicamente através dele, mas através do ecletismo religioso; g. As seitas ovni sempre adotarão a ideia de que a obra de Jesus só poderá ser efetivamente realizada através da engenharia genética; h. As seitas tecnológicas sempre adotarão a ideia de que a obra de Jesus só poderá ser concretizada através da ciência tecnológica.

3.6.1. Literaturas Sectaristas O pseudocristianismo tem a tendência a mostrar-se genuinamente cristão, apresentando verdades cristãs – porém de modo distorcido quase imperceptível aos olhos naturais, mas não aos espirituais – de modo que podem mesmo enganar alguém que não conhece e não reconhece a voz de Deus. Quando tira para fora todas as ovelhas que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não reconhecem a voz dos estranhos. Eu sou o bom pastor; eu conheço as minhas ovelhas, e as minhas ovelhas me conhecem (Jo 10:4-5, 14).

3.6.1.1. A morte se sobrepõe à vida de Jesus Observe o texto a seguir retirado de um panfleto (verso) de uma seita pseudocristã (destaques da autora):

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S.E.I.T.A.S. Jesus Cristo disse que dar a vida pelos amigos é a maior demonstração de amor que existe. (João 15:13) Foi exatamente isso o que ele fez poucas horas depois de fazer essa declaração. Como a morte de Jesus afeta você? Por que ela (observe: a morte) foi a maior demonstração de amor que já houve? Você será considerado amigo de Jesus? Se esse for o seu desejo, então nós o incentivamos a seguir as instruções de Jesus e comemorar a morte dele. – Lucas 22:19. Este ano, a comemoração da morte de Jesus será no sábado, 22 de março, após o pôr-do-sol. (...) Você também está convidado a assistir a um discurso bíblico especial intitulado “Quem está qualificado para governar a Humanidade?”18

Ao ler este texto, com bases bíblicas, até quem desconfia da seita passa a acreditar nela e ainda se julga culpado por um dia ter duvidado dela. Mas, atente para as frases destacadas em negrito. A começar pela palavra ‘amigos’, a seita em questão visa enfatizar a condição de Jesus como mero amigo e não como Salvador. Em João 15:13, Jesus diz: Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Como nunca se deve desprezar versículos anteriores ou posteriores ao referido para se evitar más interpretações ou interpretações tendenciosas, atente-se para o versículo seguinte que diz: Vós sois meus amigos se fazeis o que eu mando. E no versículo 12 ele esclarece o mandamento sobre o que os discípulos devem fazer: O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Amizade, aqui, define-se em termos de revelação e imitação. Fazer o que Jesus manda significa fazer o que ele vinha fazendo, visto que os mandamentos de Jesus se baseiam em seu próprio exemplo. A amizade realiza-se no serviço amoroso.19 2008 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania e Associação Torre de Vigia de Bíblias e tratados. <http://www.watchtower.org> 19 MICHAELS, J. Ramsey. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo JOÃO. pp. 282, 283. 18

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Mônica Campello Isso nada tem a ver com ‘comemorar sua morte’. A ênfase colocada sobre a palavra ‘morte’ é designada com a intenção de frisar, deixar claro, que Jesus morreu, que ele está morto. E o que é uma pessoa morta, senão apenas lembrança de seus bons (ou maus) feitos que para nada mais servem a não ser para valorizar (ou desvalorizar) sua memória? Em Lucas 22:19 está escrito: E tomou o pão, deu graças, partiu-o e deu-lhes, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Ele se identificou com os símbolos da Páscoa. Assim como o corpo e sangue do cordeiro foram o sacrifício instrumental para a redenção no Egito, ele seria o sacrifício que efetuaria a redenção da nova aliança.20 Isso nada tem a ver com morte e sim com vida, sua ressurreição! O mandamento aqui se refere à Santa Ceia do Senhor que se fez sacrifício e salvação pela Humanidade – amigo sim, mas acima de tudo Salvador! O que querem então? Subtrair-lhe a sua real condição: Salvador da Humanidade. Com que intenção? Essa primeira parte do texto do panfleto parece ser um preparo, uma introdução para a segunda parte – no primeiro evento se comemora a morte de Jesus; no segundo, se apresenta um novo governante mundial. Conforme palavras do panfleto, alguém será evidenciado mediante uma palestra como a pessoa qualificada para governar a Humanidade. Não se trata aqui de governar um estado, uma nação. Não! Trata-se de governar a Humanidade. Essa expressão ‘governar a Humanidade’ não tem um sentido político, mas espiritual e oculto, pois quem governa a Humanidade trata do ser humano enquanto pessoa dotada de PFEIFFER, Charles F., HARRISON, Everett F. Comentário Bíblico MOODY. Volume 4. Os Evangelhos e Atos. p. 167. 20

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S.E.I.T.A.S. alma e espírito e não o ser humano social no exercício de sua cidadania. Você entende o que isso significa? Quem então é a pessoa qualificada para exercer tal função? Jesus? Provavelmente não, haja vista subentender-se no panfleto que (eles querem que as pessoas pensem que) Jesus está morto! Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno (Ap 1:17, 18). Se não é Jesus, quem será? A expressão usada por eles ‘governar a Humanidade’ parece sugerir que eles querem introduzir nas mentes fracas e incautas, de maneira bastante suave, serena, aceitável, a presença de um ser que as Escrituras Sagradas declaram que ele deve surgir para que toda a Palavra se cumpra – o Anticristo. Logicamente, supõe-se que essa verdade não deva ser dita tão às claras, mas deve funcionar como uma mensagem subliminar que prepara as mentes gradativamente para a sua chegada. Como Jesus Cristo governaria a Humanidade? Como o Anticristo governaria a Humanidade? Essa questão nos remete ao seguinte texto: Quem seria mais qualificado para governar toda a Humanidade na "Era de Ouro" de paz? (...) Surgirá então um líder mundial que a Bíblia chama de Anticristo, ou Besta [1 João 2:18, Apocalipse 13:1-10]. Esse líder da Nova Ordem Mundial será adorado por todos aqueles cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro [Apocalipse 13:18]. Ele aparecerá como o grande pacificador, e governará o mundo inteiro em nome da paz. Entretanto, essa paz será falsa e temporária. (...) O Anticristo também será aceito por todas as outras religiões como o Santo profetizado (...) estabelecendo uma nova religião global. O livro do Apocalipse o descreve deste modo: "E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela? E foi-lhe dada uma boca, para proferir

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Mônica Campello grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para agir por quarenta e dois meses. E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu. E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo." [Apocalipse 13:4-8]21

Logo, entende-se que se quer que o verdadeiro Senhor, o verdadeiro Deus, o verdadeiro Rei pareça morto para que a Humanidade se permita adorar e reverenciar outro ‘deus’.

3.6.1.2. A água se sobrepõe ao sangue de Jesus Um outro texto bastante interessante, aliás todo o livro em que está inserido, passa também quase desapercebido pelos cristãos de fé pura e genuína. Observe: O BATISMO DE JESUS É A FIGURA DA SALVAÇÃO22 Portanto, sem fé no ‘batismo de Jesus’ não podemos ser salvos. (...) Será que podemos ser salvos crendo apenas no sangue de Jesus? Isso pode nos dar salvação? Não. (...) aqueles que não creem na ‘água, o batismo de Jesus’, certamente serão destruídos. (destaque da autora)

O Sangue de Jesus Tem Poder! Mas por que tantos repudiam seu sangue? Quem são esses ‘tantos’? Por trás de toda ação há sempre uma intenção, um propósito a ser alcançado. A cada dia surge uma nova seita, uma nova religião, sendo lideradas por um novo profeta que proclama uma nova revelação que normalmente só ele está preparado para compreendê-la e difundi-la. Há diversas maneiras de se fundar uma seita ou religião. Um programa de distribuição de livros A Espada do Espírito: <http://www.espada.eti.br/n1210.asp> JONG, Paul C. Você verdadeira mente nasceu de novo da água e do espírito? pp. 9-10. 21 22

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S.E.I.T.A.S. gratuitos pode ser uma dessas formas – uma “seita-livro” – e não necessariamente fundá-la em um prédio ou local específico. Distribuição gratuita de livros perfeitamente acabados, bem confeccionados, colocação textual irrepreensível, e ainda melhor (ou pior), citações bíblicas ‘quase’ convincentes de que seu propósito é digno. O “inimigo de nossas almas” usa pessoas potencialmente capazes e ainda, na maioria das vezes, financeiramente abastadas para ajudá-lo em sua obra de logros contra os mais inocentes. Normalmente as pessoas que ele usa são megalomaníacos espirituais querendo ser os maiorais antes de Jesus ou imediatamente após Ele. Pior ainda que isso, usam Jesus para validar todas as suas más intenções justamente por reconhecer o poder dele. Seus próprios sentimentos mesquinhos, sua jactância, transformam esse tipo de gente em presa muito fácil. E se tornam presas literais porque ficam permanentemente atadas à sua criação, não tendo mais como retornar. A não ser por um único expediente: o arrependimento sincero diante de Cristo, confessando seu pecado e pedindo perdão por tê-lo cometido. Mas parece que isso seria muita humilhação para alguém tão jactancioso! Lamentável! Há na página de começo do referido livro uma caixa de texto destacando o objetivo da ‘missão’ de estar procurando por associados que desejem trabalhar no ministério de distribuição ou remessa de livros, visando à pregação do evangelho ‘à moda deles’, diga-se de passagem. Para isso, contudo, é necessário que o interessado leia a série de livros que poderá receber gratuitamente e depois assinar a sociedade em um site da Internet. Assim, ele estará apto a ser um sócio qualificado. Isso significa que é preciso o candidato ler e aceitar em seu espírito 62


Mônica Campello que toda aquela doutrina está correta a ponto de desejar contribuir para a divulgação do trabalho da referida missão. Na orelha do livro se encontra a seguinte declaração: “Este é o primeiro livro da nossa geração que prega o ‘Evangelho da Água e do Espírito’,23 rigorosamente de acordo com as Escrituras”. RIGOROSAMENTE DE ACORDO COM AS ESCRITURAS?! O autor do livro quer levar as pessoas a crerem que para ser salvo é necessário crer na água (no batismo de Cristo), pois só o seu sangue não é suficiente. O que isto sugere? Que o sangue de Jesus não tem poder! Logo, um repúdio ao sangue de Jesus. Em que versículo bíblico se pode encontrar qualquer insinuação contrária à redenção pelo sangue de Jesus? Em nenhum. Mas, observe os seguintes versículos bíblicos nos quais não se encontra qualquer alusão ao batismo de Jesus: • Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua povo e nação (Ap 5:9). • e a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel (Hb 12:24). • Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que é derramado por muitos, para remissão de pecados (Mt 26:28). • Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira (Rm 5:9). • Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo? (Hb 9:14).

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ONG, Paul C. op. cit. (orelha do livro).

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S.E.I.T.A.S. • Mas se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado (I Jo 1:7). • Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados (Ap 1:5). • Disse-me ele: estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro (Ap 12:11). • eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo (I Pe 1:2). Contrariamente a esses versículos, há no referido livro o seguinte trecho: ‘Por que tais pessoas permanecem pecadores e estão longe da salvação, mesmo crendo em Jesus? Porque creem somente no sangue da Cruz sem transferir seus pecados para Jesus através do Seu batismo’.24 (destaque da autora) Assim foi que Cristo entrou no Santo dos Santos, não com a aspersão do sangue de bodes e de touros, mas mediante seu próprio sangue. (...) A oferta de seu próprio sangue é tão superior que produziu uma eterna redenção. (...) Visto que sua obra é uma vez por todas, sua consequência é uma eterna redenção. A superioridade da realização de Cristo é, portanto, qualitativa (intrínseca) e temporal (transcende o próprio tempo).25 O ‘Evangelho da Água e do Espírito’ baseia-se erroneamente em versículos bíblicos como João 3:5 – Jesus respondeu: Em verdade, em verdade, te digo que aquele que não nascer da JONG, Paul C. op. cit. p. 360. HAGNER, Donald A. Novo Comentário Bíblico contemporâneo. Hebreus. p. 159. 24 25

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Mônica Campello água e do espírito, não pode entrar no reino de Deus e I Pe 3:20-21 – os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água, a qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo para atestar a heresia de que somente o sangue de Jesus não pode oferecer salvação, mas que é necessário crer também na água, o seu batismo. Respectivamente ao primeiro versículo, ‘nascer da água’ significa ter fé na água do batismo (conforme ordenado por Jesus) ‘devido’ à salvação e não “para se obter” salvação; e “nascer do espírito” significa nascer espiritualmente pelo poder do Espírito Santo que renova e transforma o crente. O batismo espiritual é a realidade simbolizada, enquanto que o batismo em água é o sinal ou símbolo externo.26 O ponto crucial não é que o batismo seja sempre, e por toda parte, necessário para a salvação, nem que a pessoa nasceu de novo simplesmente porque se submeteu ao batismo de água. O ponto nevrálgico é que a fé que nada arrisca não é fé, e a ninguém conduz ao reino de Deus. (...) Somente mediante a aceitação de Jesus e seus seguidores e da participação na comunidade cristã pode uma pessoa penetrar no reino do Espírito. É o que Nicodemos e sua comunidade (até agora) não conseguiram perceber.27

O homem somente deve submeter-se ao batismo depois que der mostras de ser verdadeiramente discípulo de Cristo. Caso contrário: ainda que se batize, morrerá em suas iniquidades. O batismo não foi instituído para regenerar; foi 26 27

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. op. cit., p. 65. MICHAEL, J. Ramsey. op. cit., pp 68-69.

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S.E.I.T.A.S. instituído por Jesus para os que já foram regenerados.28 O texto a seguir em muito difere da denotação de batismo regeneracional (que tem o poder de regenerar). Batismo – [Do gr. baptisma, mergulho, submersão] Primeira ordenança de Cristo, através da qual o novo convertido passa a fazer parte da igreja visível. Não se trata de um mero rito de iniciação, pois, através da fé, o pecador (mesmo antes de passar pelas águas) já é recebido no seio da Igreja Invisível. Trata-se antes de uma confissão dramática da fé cristã: por intermédio de atos e palavras, o penitente mostra ter aceitado plenamente as verdades a respeito da encarnação, morte vicária e ressurreição do Cristo. No ato mesmo do batismo, mostra ainda o penitente ter morrido para o mundo; e, agora, renascido para Cristo, há de porfiar em novidade de vida.29

Com relação ao segundo versículo, a referência ao dilúvio remete ao simbolismo do batismo, em que ambos apagam, afogam, enterram o passado do crente (relativo a Noé), conferindo-lhe uma nova vida (mediante a ressurreição de Jesus). O versículo diz que o batismo (a água) não remove a imundícia da carne, isto é, não regenera; é tão-somente uma cerimônia que simboliza o sepultamento da ‘velha criatura’ e o início de uma vida renovada em Cristo. Regeneração é o ato realizado só por Deus. A regeneração é o dom da graça de Deus; é a obra imediata, sobrenatural do Espírito Santo, realizada em nós. Seu efeito é fazer com que nós, da morte espiritual, passemos à vida espiritual.30

Jesus em parte alguma faz do batismo de João uma exigência para a salvação. A salvação se obtém pela graça, mediante a fé que é um dom gratuito de Deus (Ef 2:8). ANDRADE, Claudionor Corrêa de. op. cit., p. 64. ANDRADE, Claudionor Corrêa de. op. cit., p. 64. 30 Bíblia de Estudo de Genebra. Nota teológica. p. 1233. 28 29

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Mônica Campello Interessante a disposição da palavra “verdadeiramente” no título do livro: “Você verdadeira mente nasceu de novo da água e do espírito?” A separação da palavra pode ser por razões tipográficas ou pode mesmo ser intencional, já que as palavras poderiam ter sido arrumadas de outra maneira. Intencional ou não, a verdade é que, quando se lê o título, se tem a impressão de estar lendo duas palavras soltas – um adjetivo e um substantivo. Essa arrumação das palavras na capa do livro parece sugerir que uma mente, isto é, uma mentalidade, nasce de novo ou do novo; uma nova mente, sendo agora a “verdadeira mente”, porque nasce não como Jesus ensina, mas como um novo profeta pretende, alegando a descoberta do ‘segredo da salvação’ como o livro insinua, suplantando a real doutrina cristã. Para referir-se a esse segredo, o autor cita as cores da porta do tabernáculo. A cor azul no tabernáculo representa o céu. A cor azul fala de Deus, Jesus; não significa o batismo de Jesus como afirma o autor. O batismo sendo voltado para a ideia de morte, teria mais a ver com a cor carmesim que representa o sacrifício e morte de Jesus. Esse erro contraria a ideia de que havia um segredo escondido na porta do santo tabernáculo.31 Em Jesus não há segredos que venham a ser descobertos por homens; se ele não os revelou, ninguém jamais poderá fazê-lo. As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem (Dt 29:29). O que Deus tinha que descobrir aos profetas já foi realizado nas Escrituras (Am 3:7); Portanto, não se pode mais lhes acrescentar nem um i ou um til (Mt 5:18). 31

JONG, Paul C. op. cit. p.275.

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S.E.I.T.A.S. Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido (Mt 10:26). Ele disse: Eu sou a porta (Jo 10:9), e ele é a porta sempre aberta! Na seção de perguntas e respostas (p. 362) do referido livro, um leitor declara sua convicção de que sua fé em Jesus o salvou, mas sente-se confuso devido às mensagens do autor, sem saber se deve ou não crer no batismo de Jesus e na sua Cruz para ser salvo. “Os convertidos há pouco tempo são os mais propensos a serem influenciados por falsas doutrinas”.32 O autor, então, responde à pergunta, baseando-se nos versículos 6 e 7 do capítulo 1 da Epístola aos Gálatas. Contudo, por razões muito óbvias, o autor cita apenas as palavras finais do versículo 6 e as iniciais do versículo 7, e indica entre parênteses como referência bíblica somente o versículo 7. Como explicar esse erro crasso do escritor negligente ou do “profeta” influenciador? Normalmente, quando alguém quer atestar algo como verdadeiro usando passagens bíblicas, estando cônscio de que aquilo não condiz com as Escrituras, só se costuma utilizar as partes interessantes de determinados versículos, descartando todo seu contexto anterior e posterior para evitar esclarecimentos maiores, além dos desejados, pois é sabido por todos que se alguém lê a Bíblia Sagrada acuradamente, e muito mais que isso, em espírito e em verdade, jamais será confundido, pois, agindo dessa forma, não tropeçará em Jesus (Rm 9:33). Trata-se, portanto, de perversão do único Evangelho – o de Jesus Cristo, e não o ‘evangelho da água e do Espírito’. “No Novo Testamento, além de indicar as narrativas escritas de Mateus, Marcos, Lucas e João, a palavra evangelho PFEIFFER, F. Charles, HARRISON, Everett F. op. cit., Vol. 5. Romanos a Apocalipse. p.142. 32

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Mônica Campello inclui a promessa de salvação e seu cumprimento pela vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo”.33 “Na verdade não há um outro, um segundo evangelho que alguém possa escolher e ainda manter a mensagem divina da salvação eterna. (...) Os mestres judaizantes desejavam perverter o evangelho mudando-o em algo bem diferente. Mas não lhes pertencia para que o alterassem, pois era o evangelho de Cristo. O privilégio de proclamá-lo não inclui o direito de mudá-lo. (...) Ele [o apóstolo Paulo] era um zeloso guardião da pureza do evangelho. Ao reiterar sua forte declaração, o apóstolo muda do modo subjuntivo da possibilidade para o modo indicativo da realidade – se algum homem está pregando um evangelho diferente (como os judaizantes estão), que seja anátema”.34 Eis a advertência feita pelo apóstolo Paulo aos Gálatas contra os mestres judaizantes, os falsos mestres, nos versículos 6 a 9 de Gálatas 1, na íntegra: Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu pregando evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.

3.6.1.3. “O Segredo” se sobrepõe a Jesus Cite-se, ainda, um livro best-seller “O segredo”. Um livro espiritualmente pobre porque não tem nenhuma inspiração divina. Um livro falacioso porque pretende proclamar vida e PALAVRA-CHAVE 1.1. Bíblia de estudo Plenitude. p. 994. PFEIFFER, F. Charles, HARRISON, Everett F. op. cit., Vol. 5. Romanos a Apocalipse. p. 143. 33 34

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S.E.I.T.A.S. poder espiritual através de recursos humanos. O que há no livro para receber tal classificação? A lei da atração? Não necessariamente! Ela sozinha não faria tanto estardalhaço. Associada a ela está uma lei maior: a lei da oferta da possibilidade nua e crua (ou melhor, cheia de roupagem alheia e preparada com ingredientes alheios) do homem desmitificar Deus, destronar Deus, de se tornar independente de Deus, de se tornar maior que Deus, de ser divinizado, levando-o a procurar algo fora de Deus que lhe permita realizar-se plenamente. O homem rejeita Deus, mas continua ininterruptamente em busca de algo superior a ele, capaz de suprir suas necessidades espirituais, materiais, afetivas, etc. – seu pensamento positivo está nessa escala de superioridade; ridículo, mas o homem entende o pensamento positivo como algo extra-humano, algo que não lhe é intrínseco, e ainda fica estupefato quando alguém lhe anuncia o pensamento positivo como uma novidade, algo extraordinário que o supera. Contudo, o homem não se dá conta dessa realidade e, ambiciosamente, troca Deus por um deus, troca a bênção por um prato de lentilhas [Gn 25:27-34]. O homem passou a crer que, por si próprio, pelo poder positivo da mente, pode superar, transpor quaisquer obstáculos – ele é agora um super-homem, sentindo-se maior que todas as coisas, acima de todo poder; ele é o poder supremo, e nada pode contê-lo ou detê-lo. Perdeu a noção de que há coisas ou seres maiores que ele, assim como prefere não aceitar que Deus é maior que todas as coisas e todos os seres e que somente Ele pode socorrê-lo em todas as circunstâncias. Derribada está na cova a tua soberba, e, também, o som da tua harpa; por baixo de ti, uma cama de gusanos, e os vermes são a tua coberta. Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste 70


Mônica Campello lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo (Is 14:11-15). No final das contas, no final, é isso o que o pensamento positivo causa ao homem, seu distanciamento de Deus e a consequente perda de muitos valores. A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda (Pv 16:18). A Bíblia vem sendo trocada por literaturas de mesmices renovadas. Todavia, essas literaturas não abandonam as citações bíblicas, pois logicamente lhes servem de sustentação doutrinária. Apesar disso, elas sempre têm a sórdida intenção de pôr Deus em xeque-mate, mas são todas literaturas en passant de enxadristas literários que desprezam a regra máxima do jogo: o Rei não está morto! O tempo passa e todas se tornam esquecidas, mas Deus não passa; subsiste eternamente, pois vive desde a eternidade. Por isso, nunca é esquecido, até por aqueles que querem destroná-lo. O livro “O Segredo”35 prova isso ao citar duas referências bíblicas: E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis (Mt 21:22); Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes em oração, crede que recebestes, e será vosso (Mc 11:24), e o faz para endossar o “Processo Criativo”36 – designação dada por sua autora à chamada ‘diretriz’ para a criação do que se deseja, afirmando tê-la extraído do Novo Testamento; isto é, como tal expressão não consta do Novo Testamento, conclui-se que ela fez essa ‘extraordinária descoberta’. O que ela fez (ou, eles fizeram) poderia ser a trajetória para a elaboração de um sermão 35 36

BYRNE, Rhonda. The Secret – O Segredo. p. 54. BYRNE, Rhonda. op. cit., p.47.

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S.E.I.T.A.S. bíblico, algo nada lucrativo; logo, como descoberta, se caracterizaria como nova doutrina. Toda doutrina tem seus dogmas de fé e prática. Para ‘O Segredo’ não seria diferente. Ele incita o leitor a confiar, a crer, a ter fé. Em quem? No Universo, na Mente Universal Única – Deus agora mudou de nome. De novo! Quantos nomes as novas doutrinas já deram para Deus? E as pessoas leem, mas não percebem, não entendem o que está escrito, pois está escrito nas entrelinhas. Este sim é o segredo, não o pretensamente desvendado no livro para a ‘alegria da Humanidade’, mas o segredo do livro: levar as pessoas a crerem que Deus não existe! Mais uma obra ocultista que logicamente é pertinente aos Últimos Dias. Assim consta no livro a seguinte frase: “Confie no Universo. Confie, creia, tenha fé”.37 Não se deve esquecer o que já foi dito anteriormente quanto à leitura obrigatoriamente necessária de versículos anteriores e posteriores ao citado para que se entendam, com clareza, as palavras bíblicas. Portanto, examine-se o versículo 21 de Mateus 21: Jesus, porém, lhes respondeu: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi feito à figueira, mas até mesmo, se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, tal sucederá; (aqui começa o versículo 22, o citado no livro). Jesus disse: se tiverdes FÉ e NÃO DUVIDARDES. Essa fé de que trata o versículo não está ligada às coisas relacionadas à vontade mundana do homem, mas àquelas concernentes à vontade de Deus. Essa seria a interpretação coerente do versículo, mas a tendência geral é direcionar a palavra de Deus única e exclusivamente para os propósitos do ser humano, ou seria mais apropriado dizer ‘humanistas’? 37

BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 58.

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Mônica Campello O mesmo ocorre com o outro versículo citado no livro, Marcos 11:24; não há indicação alguma para a leitura do versículo 22 de Marcos 11 onde está escrito: Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus. É para ter fé EM DEUS; não em si próprio, não na autora do livro, não nas suas palavras, não em filosofias vãs, não em religiões, não em falsos mestres, não em pensamentos positivos, não no poder da mente, não em palavras mágicas, não em mantras, não numa super-Humanidade, não em nada vezes nada, mas tão-somente em Deus! Parece que essa parte não é interessante para a autora do livro, já que isso com certeza tiraria sua popularidade e credibilidade, pois todos despertariam e inteligentemente diriam: “Ué, ela tá copiando as palavras de Jesus! Ah, então não vou mais perder meu tempo lendo isso, não; vou direto à fonte: a Bíblia Sagrada”. Para que perder tempo com cópias se você pode ter o original a seu dispor, na hora exata em que você precisar? Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração (Jr 29:13). “Ah, mas quando o homem fala, eu entendo melhor do que quando Deus fala”. Você precisa acreditar mais em Deus! Para acreditar mais em Deus você precisa ouvi-lo mais. Para ouvi-lo mais você precisa abrir seu coração para ele sem reservas e crer que tudo, tudo está abaixo dele porque ele é o SENHOR; só ele é Deus. É isso o que está faltando em você! Desperta, ó tu que dormes, levantate de entre os mortos, e Cristo te iluminará (Ef 5:14). Os famosos escritores espirituais ou religiosos ou filosóficos, como queiram, tão-somente incrementam as palavras de Deus com uma linguagem popular, moderna, inteligível, capaz de seduzir, chamar a atenção dos seus pobres leitores incautos que, em sua maioria, não são pobres tampouco 73


S.E.I.T.A.S. incautos, mas se permitem transformar nisso à medida que se tornam incapazes de perceber essa realidade, essa sim, nua e crua diante de seus olhos. O Dr. Joe Vitale, um dos co-autores do livro, diz: “Isso é bem divertido. É como ter o Universo como seu catálogo. Você o folheia e diz: “Eu gostaria de ter experiência, esse produto e uma pessoa como essa”. É Você fazendo seu pedido ao Universo. É realmente muito fácil”. Jesus declarou que haveria falsos messias e a prova disso é que todos plagiam a sabedoria de Deus em suas obras literárias de fundo religioso, de auto-ajuda, etc. O que a autora do livro diz a seguir é apenas mais uma paráfrase daquilo que já foi dito na Bíblia Sagrada: Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro (Sl 40:1). Você não precisa pedir várias vezes. Peça apenas uma vez. É exatamente como encomendar alguma coisa de um catálogo. Você apenas faz o pedido e aguarda. Você não faz um pedido, depois fica em dúvida se ele foi atendido ou não e torna a fazê-lo repetidamente. Você faz o pedido uma vez. Acontece a mesma coisa com o Processo Criativo. O primeiro passo é simplesmente seu passo para ter certeza do que você quer. Quando tiver certeza, 38 você já terá pedido.

Talvez por desleixo os leitores não façam uma leitura mais acurada, mais exigente, mais inquisitiva para descobrir que todo o vocabulário do livro gira em torno de ideias positivas. Ficam impressionados com aquele escritor e se deixam levar por suas doutrinas emprestadas, digo, copiadas de alguém que eles julgam estar morto, mas que, na verdade, só reclamará os seus direitos na hora certa e determinada. Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem. Ora, não levou Deus em 38

BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 48.

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Mônica Campello conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos (At 17:29-31). Eles pensam que Deus não está vendo nada e que nada fará. É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel (Sl 121: 4). O que um homem tem a oferecer a outro homem: Um livro com palavras persuasivas acerca de uma panaceia? Um discurso utópico acerca da concretização de projetos quiméricos? Um quadro de mentiras enganoso que hoje ilude, amanhã se esquece e depois ressurge, trazendo outras novas mentiras? E o que Deus tem a oferecer ao homem? Tudo! O que inclui sabedoria para não se deixar enganar por charlatões exploradores de almas – carentes, desesperadas, esperançosas, famintas da verdade – charlatões vazios em sua essência, plagiários das entrelinhas. Imediatamente ao abrir o livro se pode ler um princípio da Alquimia que contém os segredos para a realização de milagres que derivam da Coisa Única ou Poder Criador Universal (ressalte-se aqui, outro nome dado a Deus). A autora declara que a “lei da atração” foi gravada em pedra em 3000 a.C.39 Então, para que ler “O Segredo” de Rhonda Byrne se você pode ir diretamente à fonte “Tábua de Esmeralda” do (considerado) sábio egípcio Hermes Trismegisto que contém o segredo dos segredos e lá absorver o ensinamento completo? A todo-poderosa lei da atração dá forma a toda a sua experiência de vida ao ser posta em ação pelos seus pensamentos. 39

BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 5.

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S.E.I.T.A.S. Em 1912, Charles Haanel descreveu a lei da atração como “a maior e a mais infalível lei, da qual depende todo o sistema da criação”.40

Todo-Poderoso é Deus, infalível é Deus, todo o sistema da criação depende de Deus e não da “lei da atração” que nada criou. Quem és tu que te esqueces do SENHOR, que te criou, que estendeu os céus e fundou a terra, e temes continuamente todo o dia o furor do tirano, que se prepara para destruir? (Is 51:13). “Os maiores mestres de todos os tempos revelaram que a lei da atração é a lei mais poderosa do Universo”.41 Em Deuteronômio 30:19 se entende que Deus dá ao homem livre arbítrio para escolher entre o bem e o mal, entre a vida e a morte, entre a bênção e a maldição. Ele pode, portanto, escolher a quem seguir, se o homem (os mestres, os sábios, os filósofos) ou Deus – seguir o que o homem diz ou o que Deus diz, seguir palavras humanas de vida terrena ou palavras divinas de vida eterna. Dentro dessa liberdade de escolha que Deus lhe garante, ele não deve esquecer que a responsabilidade é pessoal (Ez 18) e intransferível; logo, ele precisa se conscientizar de que deve arcar com todas as consequências que lhe sobrevierem a partir de sua escolha. Bob Proctor, um dos co-autores do livro, aconselha o leitor: Veja a si mesmo com o bem que você deseja. Cada livro religioso nos diz isso, cada livro importante da filosofia, cada grande líder, todos os avatares que já viveram. Volte atrás e estude os sábios. Muitos deles foram apresentados a você neste livro, e todos eles entendem uma coisa. Eles entendem O Segredo. Agora você também o entende. E quanto mais usá-lo, mais irá entendêlo.42

BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 5. BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 4. 42 BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 181-182. 40 41

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Mônica Campello Em vez de ser orientado a seguir em frente, o leitor é orientado a “voltar atrás”. Se ele aceitar o conselho, seguir os passos conforme a orientação acima, automaticamente estará aceitando transformar-se numa “estátua de sal” [Gn 19:26] que para nada serve, pois ficará estático devido ao leque de opções que se descortinará diante dele sem uma orientação espiritual segura sobre qual caminho seguir; sua situação será caótica. Se “O Segredo” é tão maravilhoso, se é a descoberta definitiva para a cura de todos os males, por que não seguir adiante com suas próprias sugestões? Porque “O Segredo” não é a resposta definitiva para a cura de todos os males, pois se baseia em uma miscelânea de informações humanas alheias, todas suscetíveis ao erro. Os passos do conselho dado acima estão assim distribuídos: 1. Cada livro religioso – isso envolve a leitura de diversas fontes, o que resultaria numa mixórdia de doutrinas, que é o reflexo do próprio livro. Velho ditado: Filho de peixe, peixinho é. Se o livro o é, o leitor deve ser tal qual o livro – eis o exemplo do leitor fiel. Será caótica e complicada a aplicação de tantos princípios religiosos; 2. Cada livro importante da filosofia – isso envolve a leitura de diversas linhas de pensamento, isto é, diversas teorias associadas ao conhecimento humano que é questionável, enfatizando a ciência que afasta de Deus – nada mais que uma artimanha maligna; 3. Cada grande líder – isso envolve a ideia de todo tipo de liderança, das mais variadas formas de conduzir os liderados que têm sua liberdade de ação, de expressão, de culto, castrada ou não, conforme a administração do líder que pode, 77


S.E.I.T.A.S. por exemplo, liderar matanças em nome de Deus ou controlar vidas mediante pretenso benefício como faz o Big Brother de George Orwell em “1984”, e quantos se permitem isso hoje em dia de ter suas vidas, comportamentos e pensamentos controlados por um big brother que finge agir em seu beneficio? O que está por trás de um benefício financeiro? O ‘olho que tudo vê’ do big brother pode responder! 4. Todos os avatares – isso envolve a ideia de todo deus reencarnado que sofre sucessivas evoluções, um deus que sofre metamorfoses e que se manifesta de diversas formas, ora sendo humano, ora sendo animal, mas na realidade isso nunca será Deus, o SENHOR! As maiores personalidades da História não têm os atributos nem a natureza de Deus! O presente livro coloca Jesus como ultrapassado, na mesma escala dos sábios ou pensadores universais, fato totalmente aceitável pelo homem natural, mas não pelo espiritual nascido de Deus. À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele (Jo 6:66). A visão numérica dessa referência faz lembrar do Maligno, mas antes (como se trata de uma referência bíblica, pode ser considerada como ato divino volitivo) deve remeter à lembrança do poder de Deus que é maior que tudo o que está no mundo, assim como Jesus é maior que o homem que o abandona e não deixa de ser Deus por causa disso, independentemente do homem aceitá-lo como Deus ou não. Ai daquele que abandona o Senhor por objetivos tão mesquinhos como as vãs filosofias e religiosidades! O que dizer daqueles que debalde adotam tais ideias? E a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal (Gn 19:26). Jesus advertiu seus discípulos a não voltar para trás, fazendo-os 78


Mônica Campello lembrar daquela mulher [Lc 17:32]. Assim, ele exortava seus discípulos a obedecerem às ordens de Deus, a não se voltarem contra Deus em sua autossuficiência, em sua autoconfiança, tornando-se avarentos em seu vão materialismo. O documentário43 de “O Segredo” enaltece Charles Darwin por ter sido o precursor da teoria não provada que pretendia sobrepujar a ‘criação divina’, e, em letras garrafais, ressalta a pretendida superação da ciência. Enaltece, de igual forma, o comportamento aversivo da Humanidade concernente a Deus. Contudo, o outro lado da moeda de Darwin não foi revelado por este autor assim como por muitos outros que têm interesse na sobrevivência do evolucionismo. Se conhecem a verdadeira história de Darwin, parece haver um grande esforço para mantê-la em segredo. Tudo se resolve na base do segredo! Afinal de contas, o mérito dessa teoria está em desacreditar Deus. Darwin demonstrou arrependimento44 ao rejeitar sua própria teoria segundo consta na biografia escrita por Orlando Boyer “Âncora da Alma” que narra o relato de Lady Hope acerca de seu encontro com Darwin onde assevera que ele se converteu ao cristianismo em seu leito de morte: Ela foi convidada a entrar e visitar o célebre autor da obra Origem das Espécies por Via de Seleção Natural. Ele estava sentado e encostado em alguns travesseiros, na cama com a Bíblia na mão. “O que está lendo agora?”, perguntou-lhe ela. ‘Hebreus Slide Share. O Segredo – Apresentação do Documentário. Slide 8. <http:www.slideshare.net/renatosiqueira/o-segredo-apresentao-dodocumentario/> 44 Acervo Jesus Site. A Verdade Sobre o Evolucionismo. <http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?id=221> 43

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S.E.I.T.A.S. (um livro da Bíblia), ainda em Hebreus, o livro real’: e indicando algumas passagens com a ponta do dedo, fez alguns comentários sobre elas. Lady Hope falou algumas de suas afirmações claras que ele fizera sobre a história da criação. Darwin parecia perturbado e com expressão de agonia no rosto: ‘Era moço com ideias não bem formadas. Fizera algumas sugestões admirado com todas as coisas e ficava surpreendido de ver tudo começar a arder como fogo. O povo fez destas ideias uma religião’. Então ficou calado por um pouco e depois de mencionar a santidade de Deus e a grandeza da Bíblia que segurava na mão, disse de repente: ‘Lady Hope, tenho uma casa no jardim, na qual podem se ajuntar trinta pessoas. É aquela lá’, indicando pela janela aberta. ‘Quero que fale lá amanhã à tarde para criados e alguns vizinhos’. ‘Sobre qual assunto falarei?’, perguntou-lhe Lady Hope. ‘Cristo Jesus e a sua salvação’, respondeu ele com ênfase. ‘Há alguma coisa melhor? Quero também que cante com eles. Pode marcar a reunião para as três horas, a janela aqui ficará aberta e pode saber que estou acompanhando os hinos’, disse ele com muita animação. 45

A tendência dos intelectuais, dos que se autointitulam sábios, dos doutores e mestres das letras é julgar a fé em Jesus Cristo um atraso mental, e assim induzem pessoas de mente fraca a sentirem vergonha de tal atitude e isso consequentemente as induz a seguirem suas palavras. Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crê em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado nas profundezas do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo! (Mt 18:6-7). Outra tendência sua é atribuir o mérito da conquista a si próprio. Por que então se agradeceria a Deus por qualquer coisa? Contudo, parece haver uma necessidade intrínseca ao ser humano de agradecer a alguém por alguma coisa adquirida (interessante que não seja Deus, assumidamente). Elementar, Criacionismo x Evolucionismo. <http://boanova.tripod.com/criaxevo.htm> 45

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Mônica Campello mas o verbo já está dizendo: quem agradece, agradece a alguém por alguma coisa. Os segredistas, isto é, os seguidores de “O Segredo” têm o hábito de agradecer por tudo, todos os minutos do dia, repetida e exaustivamente até centenas de vezes, como eles mesmos confessam: Toda manhã eu me levanto e digo “Obrigado”. Toda manhã, quando coloco os pés no chão, “Obrigado”.(...) Nunca me esquecerei do dia em que filmamos James Ray partilhando conosco seu poderoso exercício de gratidão. A partir daquele dia eu incorporei o processo de James à minha vida. De manhã, eu não me levanto da cama antes de agradecer pelo novo dia e por tudo aquilo que sou grata em minha vida. Então eu me levanto e, ao botar cada um dos pés no chão digo “Muito” e “obrigada”. A cada passo que dou a caminho do banheiro eu digo “obrigada”. Continuo a dizer e sentir “Obrigada” enquanto tomo banho e me arrumo. Quando estou pronta para começar o dia, disse “Obrigada” centenas de vezes.46

Quer dizer que gratidão não é um ato espontâneo, mas um ato que se copia de alguém? Além disso, dizer obrigado, obrigada, centenas de vezes é como se fosse um mantra que atrai boa sorte, positividade. Eles dizem que a gratidão é um ensino proveniente dos avatares da História Universal, isto é, das diversas reencarnações divinas. Então, se não há Deus, há pelo menos deuses?! Conclui-se que pelo menos há alguém ou algo maior que os segredistas a quem eles devem gratidão, e isso pode até ser uma pedra, o que eles chamam de “pedra de gratidão” 47: obrigado, pedra! Se não é a Deus que estão agradecendo, é a quem então? Ao vazio? Ao léu? Que sentido há nisso? O homem intelectual, ou o que assim quer aparentar, tem o prazer de contrariar a verdade divina, e, em querendo fugir dela, acaba se perdendo, se 46 47

BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 75, 76. BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 79.

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S.E.I.T.A.S. enrolando, não sendo capaz de explicar suas próprias atitudes. Alguém, alguma vez, já perguntou a um segredista a quem ele agradece? Eles também confessam que as emoções são uma dádiva incrível.48 Desde que se entende ‘dádiva’ como algo dado a alguém por alguém, isto é, um dom, um presente, subentende-se que alguém os presenteou com a dádiva das emoções. Logo, nasce a questão: quem deu as emoções aos segredistas? Pergunta-se: Dádiva de quem? Eles se contradizem e não podem responder, pois a verdadeira resposta contradiria suas alegações. Resta-lhes, porém, um recurso muito viável: o gênio da lâmpada! Em meio a grandes pensadores da Humanidade, até o gênio da lâmpada teve sua vez; era escravo e se torna amo. Amo aqui representa o universo, e, em “O Segredo”, o universo é Deus; logo, o gênio é Deus – de escravo a Deus. Simples o processo de divinização, não?! Apenas uma troca de nomes. É mais fácil falar do gênio do que falar de Deus! O Gênio está reagindo aos seus pensamentos predominantes o tempo todo, não só no momento em que você pede. É por isso que, depois de ter pedido, você deve continuar a acreditar e saber. Tenha fé.49

Além de tudo isso, há também o emprego do verbo “pedir”, e não só pedir, mas pedir com fé. Logicamente, quem pede, pede algo a alguém, e quem tem fé, a tem em alguém ou até em alguma coisa. “Pedir é o primeiro passo do Processo Criativo; portanto, faça disso um hábito. Se precisar fazer uma escolha e não souber o que fazer, peça! (...) Simplesmente peça!”50 BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 30. BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 50. 50 BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 48. 48 49

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Mônica Campello Conclusão: Obrigado! A quem exatamente? Dádiva! De quem exatamente? Peça! A quem exatamente? Se “O Segredo” é autossuficiente, a quem se deve atribuir essas respostas? “O Segredo” revela que tudo o que uma pessoa deseja ela pode ter ou receber. A pessoa pode tudo: ter dinheiro, fama, posição, status, saúde, bens materiais, tudo! Mas, sabendo que as coisas não funcionam dessa maneira, que nem tudo se pode ter, pois essa é a realidade da vida, eles entram com uma atenuante. Quando um seguidor da “lei da atração” não consegue atrair para si aquilo que deseja, não consegue realizar seu sonho, jogando por terra a tese de que “um ímã atrai outro ímã, porque esse é o seu desejo!”, ele é induzido a crer que aquele sonho na verdade ele não quer, ele apenas pensa que quer; ademais, ele é induzido também a crer que o tempo não é favorável, mas não lhe revelam isso dessa maneira porque não admitem palavras negativas como “desfavorável”, e então lhe dizem que o tempo lhe é oportuno para novos pensamentos. Esta é uma forma de conformismo aplicada em “O Segredo” com a vestimenta da resignação onde os desejos não são realizados como se garante. Graças a Deus, existe um descompasso, e nem todos os pensamentos se realizam instantaneamente. Estaríamos em apuros se isso ocorresse. O fator descompasso é benéfico porque permite a você reavaliar, pensar sobre o que quer e fazer uma nova escolha. (...) O tempo lhe é oportuno porque você pode ter novos pensamentos e emitir uma nova freqüência [sic] agora!51

O que se lê acima não é uma tentativa de explicação da própria Palavra de Deus? Que novidade há nisso? Por que não explicar que esse é um princípio de sabedoria registrado na Palavra de Deus? Por que não ouvir a Palavra de Deus: Tudo tem 51

BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 22-23.

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S.E.I.T.A.S. o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu (Ec 3:1). A seguir destacam-se algumas das várias referências bíblicas contidas nesse livro de forma indireta, sem citação específica que pudesse esclarecê-las como ensinamentos bíblicos, mas como se fossem sábias palavras oriundas exclusivamente da mente de um grande pensador, mas nunca de um grande Salvador: Os atos de louvar e abençoar dissolvem toda negatividade, portanto, elogie e abençoe seus inimigos. Se você amaldiçoar os inimigos, a maldição retornará para você. Se os elogiar e abençoar irá dissolver toda negatividade e desavença, e o amor da bênção e do louvor retornará para você. 52

– Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis (Rm 12:14). Como em todas as leis da Natureza, nessa também a perfeição é absoluta. Você cria sua vida. Você colherá tudo o que semear! Seus pensamentos são sementes, e sua colheita dependerá do que plantar.53

– Aquilo que o homem semear, isso também ceifará (Gl 6:7). O segundo passo é acreditar. Acreditar que já é seu. Ter o que eu adoro chamar de fé inabalável. Acreditar no invisível. (...) Tem de possuir uma fé absoluta e incondicional. 54

– Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem (Hb 11:1, 3).

BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 152. BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 17. 54 BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 48-49. 52 53

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Mônica Campello Citando a frase célebre de Carl Jung, “Aquilo a que você resiste, persiste”, e nela apoiando-se, incentivam o leitor a não resistir ao mal porque a resistência o enfatiza e o fortalece devido ao alto investimento emocional que o indivíduo emprega nessa luta. Contudo, como Deus confere livre-arbítrio ao homem, este está livre para escolher entre seguir o que o homem diz ou o que Deus diz: – Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros (Tg 4:7, 8). Os milionários da Bíblia, de Catherine Ponder. Nesses ótimos livros você irá descobrir que Abraão, Isaac, José, Jacó, Moisés e Jesus não eram apenas mestres da prosperidade, mas também eram milionários, com estilos de vida muito mais opulentos do que muitos dos milionários de hoje poderiam conceber.55

Jesus era um operário comum (Mc 6:3). É possível que ele fosse um milionário? Há alguma referência bíblica indicando que ele era um milionário? Nem mesmo manobrando as maiores conjeturas se poderá provar tal coisa! Que novidade há nesse livro? Há cristãos dizendo que o livro é sobremodo excelente, bastando apenas ‘peneirá-lo’. Nos dias atuais virou moda o “crente peneira” – aquele que dá um jeitinho de ler tudo, qualquer literatura, dizendo que é bom aplicá-la na Igreja do Senhor; assistir a tudo, aproveitar-se de tudo em nome de Deus: “Vou aproveitar isso aqui na obra de Deus, no serviço cristão, na casa de Deus”, como se Deus precisasse de uma “mãozinha” do homem ou do diabo – coisas que afastam as pessoas de Deus. Se alguém quer prosperidade, 55

BYRNE, Rhonda. op. cit., p. 109.

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S.E.I.T.A.S. não precisa se afastar de Deus, lendo outros livros que acabarão substituindo a Bíblia – Palavra Eterna – para adquirir tal conhecimento, se Deus pode dar isso a ele. Mas parece que se tornou mais cômodo assimilar e praticar coisas oriundas da mente do homem porque não exige transformação espiritual e consagração em obediência a Deus. Fórmulas de enriquecimento são mais interessantes e mais facilmente praticáveis do que orar instantemente a Deus por uma transformação no caráter, na personalidade, a fim de compreender que sua prosperidade financeira começa a partir do momento em que ele reconhece que é melhor ser pobre, mas ter sabedoria para usar o dinheiro que possui do que tê-lo fácil nas mãos e perder a maior riqueza, o maior tesouro – Deus, que nunca deixará faltar nada mesmo em meio à escassez, coisa que homem algum pode fazer, nem mesmo o escritor do maior best seller. É duro entender isso, não é?! Mas uma relação de intimidade com Deus pode fazer uma pessoa entender isso de todo o coração. “O Segredo” é contraditório, repleto de palavras contraditórias. Deus não é contraditório jamais! O verdadeiro segredo é dizer para Deus em alto e bom som sim que não queremos isso ou aquilo e depois dizer a ele que queremos isso ou aquilo para que ele possa cancelar o que é ruim e acrescentar o que é bom. Por que temer se entregamos algo na mão do Senhor? “O Segredo” ensina a não dizer coisas negativas para não concentrar forças negativas naquilo que se deseja – isso é mentira (o diabo é pai da mentira [Jo 8:44]) para induzir a pessoa a não rejeitar o mal, citando só o bem que deseja, e o mal assim continuará lá, a existir. Induzem a pessoa a fazer com que o mal permaneça, pois elas não orarão a Deus

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Mônica Campello pela extirpação do mal, mas tão-somente pela aquisição do benefício. Ilustrativamente, eis a fórmula correta em substituição a esse erro de “O Segredo”: “Deus, atenda minha oração: Não quero que meu cônjuge me traia. Não quero que meu cônjuge me agrida. Não quero que meu cônjuge me desonre. Não quero que meu cônjuge me desrespeite. Não quero isso.... Não quero aquilo... Deus eu quero que meu cônjuge me ame. Eu quero que meu cônjuge me dê carinho. Eu quero que meu cônjuge me respeite. Eu quero que meu cônjuge seja fiel a mim. Eu quero que meu cônjuge me honre. Eu quero isso... Eu quero aquilo...” Isso sim é oração em que se fala tudo para Deus, o que se quer e o que não se quer, e ele que é Deus, segundo a sua misericórdia, dará o que é o melhor para a pessoa que o busca com fé, já que nunca se sabe o que é o melhor para si. Uma religião, uma seita, ou simplesmente literaturas diversas podem ter semelhanças com o cristianismo puro, adotar preceitos cristãos, mas isso não as caracteriza como cristãs em sua real essência, além de não poderem oferecer salvação, e por isso mesmo não devem ser seguidas em detrimento do Salvador.

3.6.2. Literaturas “webianas” Há o “escritor-aranha”, o que usa a WEB (ambiente da Internet) para divulgar seu(s) pobre(s) e infeliz(es) texto(s) com o intuito pernicioso de fisgar com argumentos anticristãos cruéis e ardilosos o leitor de textos na Internet que possui pouco ou nenhum conhecimento teológico. Mas aquele que vigia não é como mosca indefesa que se torna presa em “teia de aranha” – “web” em Inglês. Toda pessoa deve ter muito cuidado com o 87


S.E.I.T.A.S. que lê! A leitura penetra na mente, e dependendo do seu tipo, pode ocasionar grandes estragos.

3.6.2.1. Os ignorantes autointitulados sábios racionais iniciam seus pobres textos admirando Jesus. Como pode um simples médico querer entender a mente do “médico dos médicos”? Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? (Rm 9:20-21). Jesus jamais teve a intenção de levar qualquer criatura ao apogeu do autoentendimento, mas sua eterna intenção e propósito é levar qualquer criatura à salvação eterna. Jesus é Deus eterno Salvador, não é psicólogo, não é guru, não é filósofo, não é avatar, não é esotérico. Além disso, Jesus não precisa de adulações baratas que o consagrem com falsos atributos como “personalidade grandiosa”, “alma grandemente evoluída”, “grande alma”, pois até mesmo os que o reconheciam como Filho de Deus ele repreendia, porque conhecia suas reais intenções. Ninguém pode enganar Jesus! Por isso, ele repreende e dispensa falsos elogios e coloca os aduladores fingidos no seu devido lugar: Também de muitos saíam demônios, gritando e dizendo: Tu és o Filho de Deus! Ele, porém, os repreendia para que não falassem, pois sabiam ser ele o Cristo (Lc 4:41).

3.6.2.2. Os ignorantes autointitulados sábios racionais medeiam seus pobres textos desdenhando de Jesus, declarando que ele é fantasmagórico. Isso se dá porque pessoas mentecaptas não têm capacidade para compreender a natureza humana e divina de Jesus, e assim escarnecem dele sem conhecimento de causa, afirmando que ele se autointitula o Messias. Jesus não se conclama o Messias: ele é O Messias! 88


Mônica Campello Jesus jamais se contradiria, ora clamando guerra, ora clamando paz. Ele é o Deus Jeová Shalom, o Deus da paz, que mesmo em meio às guerras, seu objetivo final é a paz, e paz que excede todo entendimento humano. Em Lucas 22:36, ele usa a palavra ‘espada’ em sentido figurado e não literal. Ele não se referia a uma espada material, palpável, mas à espada do Espírito, significando a luta em oração, incitando seus discípulos a entrar numa guerra espiritual com suas orações e poder espiritual contra toda oposição que eles enfrentariam a partir daquele momento. Em Efésios 6:10-18, há uma explanação sobre “a armadura de Deus” para o soldado de Cristo que enfrenta batalhas espirituais, onde, especificamente no versículo 17 se lê a palavra “espada” como arma de ataque e defesa no arsenal do cristão: Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomais também o capacete da salvação e a espada do espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orendo em todo o tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos. Como deturpam as palavras de Jesus! Mais uma vez se alerta para o sentido de que não se pode analisar a palavra de 89


S.E.I.T.A.S. Deus baseando-se apenas num versículo separado de todo o seu contexto. Assim está escrito no versículo erroneamente criticado: Então, lhes disse: Agora, porém, quem tem bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem espada, venda a sua capa e compre uma. Pois vos digo que importa que se cumpra em mim o que está escrito: Ele foi contado com os malfeitores. Porque o que a mim se refere está sendo cumprido. Então, lhe disseram: Senhor, eis aqui duas espadas! Respondeulhes: Basta! (Lc 22:36-38). Ele não estava querendo dizer que duas espadas bastavam ou que eram suficientes. Se se tratasse de espada material, como eles poderiam enfrentar aquele bando com apenas duas espadas? Há pessoas que parece não quererem entender o que é tão óbvio apenas para ter motivo de criticar, ou, quiçá, realmente não têm capacidade intelectual tampouco espiritual para entender as letras, para entender os mistérios de Cristo, pois era assim que ele falava todo o tempo, só podendo compreendê-lo quem o ouvia em espírito e não com as orelhas simplesmente. Mas a palavra “basta” oferece um sentido tão claro que somente um estulto não pode perceber! Contudo, pela misericórdia de Deus, pode-se dar a essa pessoa uma explicação: “Basta!” significa: “Vê se pode!”, “Vê se tem cabimento uma coisa dessa!”. Será que ficou bastante claro agora em linguagem bastante popular para qualquer um entender? Para quem não conhece, o povo paraibano usa muito essa expressão com esse sentido repreensivo. Parece que os “entendidos” das letras não conhecem as expressões regionais concernentes ao campo das variações linguísticas diatópicas, o que deveriam conhecer por obrigação, principalmente quando querem criticar algo que não conhecem. Precisam aprender primeiro a estudar antes de criticar. A Bíblia Sagrada não foi feita para qualquer um chegar e 90


Mônica Campello abrir e criticar a seu bel-prazer, pois até para fazê-lo tem que saber! Devem lembrar também que para Jesus, Deus, as expressões são universais. Ele as conhece todas, já que é o Criador de tudo, inclusive do dileto autor da dileta façanha! Lamentável que (ainda) não possam desfrutar da filiação divina. Em Lucas 22:51, Jesus usa de novo a mesma expressão: Os que estavam ao redor dele, vendo o que ia sucerder, perguntaram: Senhor, feriremos à espada? Um deles feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe a orelha direita. Mas Jesus acudiu, dizendo: Deixai, basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou (Lc 22:49-51). “Basta” dessa vez significa: “Chega de agressão; não foi isso o que ensinei a vocês”. A pergunta feita pelo discípulo serve para revelar o quanto as pessoas estão longe de Cristo e de entender suas palavras. Também não custa aprender um pouco de Língua Portuguesa com relação ao uso de palavras em seus sentidos denotativos e conotativos, não é mesmo?! O pobre escritor, desconhecedor das verdades bíblicas, cita a passagem referente à mulher fenícia com críticas infundadas quanto à reação de Jesus diante da súplica da mulher. Diz ele que Jesus não atendeu ao pedido da mulher; e, além disso, ainda a chamou de cachorra. Que vergonha! Será que se pode chamar isso de escritor?! Um escritor não pode jamais ser desinformado quanto aos assuntos que deseja explanar. Jesus deu à mulher fenícia o que ela lhe pediu – a cura de sua filha. Isso é apenas um exemplo de que se deve ter cuidado ao ler as baboseiras de escritores-aranhas ignorantes de todo assunto concernente à verdade bíblica. Querem julgar o que não conhecem com palavras sem mérito algum. Quem disse que Jesus tratou a mulher fenícia como uma cachorra?! Quem disse 91


S.E.I.T.A.S. que Jesus não curou a filha da mulher fenícia?! Senhor, socorre-me! Entao, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançálo aos cachorrinhos. Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã (Mt 15:25-28). O tamanho da fé não vê o orgulho; permite agir com humildade. É por isso que a fé remove montanhas! Isto foi o que Jesus quis significar ao dizer “cachorrinhos”, que no original grego significa “cachorrinho de estimação”. Só se pode compreender Jesus em espírito e em verdade; jamais com as letras. Só ele pode falar ao nosso espírito mediante audição espiritual. Esse tipo de escritor precisa mesmo conhecer Jesus para ser liberto das garras da ignorância espitritual e de seu racionalismo barato que só o levará ao fundo do poço, ao tremedal de lama. Américo, Américo, ouça a voz do Espírito!

3.6.2.3. Os ignorantes autointitulados sábios racionais terminam seus pobres textos enaltecendo Jesus. Enaltecendo Jesus... juntamente com outros deuses ou gurus ou pensadores ou filósofos ou... ou... ou... o que for de sua preferência. Ao comparar a divindade de Jesus às vãs filosofias, em meio a palavras ofensivas, irônicas, escarnecedoras, levam o leitor a sentir uma presença maligna através da leitura do referido texto. Em suma, os escritores-aranhas costumam seguir três etapas para o desenvolvimento de seus pobres textos anticristãos: admiração inicial, desdém mediano e uma falsa doxologia final. Pelo pouco que foi apresentado já dá para entender que não vale a pena ler os textos destituídos de fundamentação real e 92


Mônica Campello lógica desses autores cuja meta é desencaminhar cristãos ingênuos e inocentes em sua pureza original. Eles não querem morrer sozinhos! Aqui foi apresentada uma pequeníssima amostra a fim de que os cristãos fiquem atentos para não se deixarem levar por armadilhas fatais, haja vista tudo o que dizem sempre ser desmascarado em um confronto rigoroso com a Bíblia Sagrada, pois esta por si mesma se explica e contraria toda injunção humana. Muito mais haveria que se falar sobre esse tipo de escritor de internet, o “escritor-aranha” e sobre os seus paupérrimos textos, mas o presente trabalho não pode se prestar a perder tanto tempo com vis produtos de mentes tão tacanhas. BASTA!

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S.E.I.T.A.S.

4 LATRIA ou -latria? Latria – adoração devida a Deus. -latria – elemento de composição – culto, adoração: Idolatria, Mariolatria. Filhinhos, guardai-vos dos ídolos (I Jo 5:21) Idolatria – [do gr. eidolon, imagem + latria, adoração] Culto destinado à adoração dos ídolos.56 A idolatria se refere basicamente à adoração de ídolos ou imagens, mas, em um sentido mais abrangente, pode indicar a adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição, ambição – honrarias, dinheiro, altas posições sociais, etc., que ocupe o lugar de Deus. Tudo a que se atribui demasiada importância na vida a ponto de exceder o mérito da excelência divina pode tornar-se um ídolo. Assim, a idolatria funda-se na adoração a algum deus e não a Deus. A Bíblia Sagrada descreve os tipos de ídolos que podem ser utilizados pelos idólatras: imagem de escultura, de ouro, de bronze, de prata, de ferro, de madeira, colunas, pedra com figuras, corpos celestes, pessoa canonizada ou deificada, postesídolos, etc. Qualquer ícone de idolatria é indigno de receber adoração do homem que é um ser inteligente criado por Deus. 56

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. op. cit. p. 182.

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Mônica Campello Como pode uma pessoa dotada de inteligência permanecer na idolatria uma vez que já lhe foram tiradas as vendas dos olhos através da própria Palavra de Deus que está ao seu alcance? Só permanece no engano quem quer; a verdade jaz estampada nua e crua para todos os viventes – as Escrituras Sagradas não são um segredo para ninguém; é uma obra redentora de Deus aberta a todos quantos queiram dela participar. Portanto, sendo nós geração de Deus, não havemos de pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida pela arte e imaginação do homem (At 17:29). Há pessoas que acreditam receberem proteção espiritual e física se levarem consigo fotos de seus líderes ou mestres. Podem, ainda, guardar ou levar consigo outros objetos que supersticiosamente têm poder sobrenatural para afastar influências ou cargas negativas e podem ser denominados de talismãs, amuletos, fetiches ou mesmo roupas especiais (íntimas também) com marcas e símbolos. Creem, também, que banhos rituais, uso de defumadores, cultos aos antepassados, e adoração aos demônios que reconhecem como ‘santos’ podem livrá-las de infortúnios. Há objetos de adoração feitos de papel chamados de ‘pergaminhos’ com palavras inscritas em caracteres chineses e em sânscrito medieval que representam deuses do bem e do mal e suas respectivas funções diante do qual se fazem orações repetitivas e se prestam cultos através do uso de língua estrangeira desconhecida (para todos os países fora do qual eles foram criados) pelo falante que a compreende apenas num sentido global e mecanizado. 95


S.E.I.T.A.S. Na Bíblia Sagrada, não se encontra mencionada especificamente a expressão ‘ídolo ou imagem de papel’ como há com relação às outras matérias da natureza, mas há uma passagem bíblica que denota claramente o povo que utiliza esse tipo de imagem: Levou-me para o átrio de dentro da Casa do SENHOR, e eis que estavam à entrada do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do SENHOR e com o rosto para o oriente; adoravam o sol, virados para o oriente (Ez 8:16). Aquele que não possui o objeto de adoração descrito no parágrafo acima pode fazer sua adoração exatamente conforme descrito nessa passagem bíblica: com o rosto virado para o oriente, adorando o sol, dando as costas ao Senhor. Total falta de reverência a Deus, o Criador do céu e da terra, funcionando como uma declaração de sua inexistência. A atitude de idolatria desses homens reflete sua rejeição a Deus que, por sua essência e natureza, a tem como abominação. Há organizações visíveis veneradas como retrato fiel de uma organização invisível (celestial) às quais as pessoas se associam e a partir daí devem depositar nelas toda sua fé e sujeitar-se a elas em obediência. Dentro desse contexto de visibilidade espiritual, há uma outra organização que explora uma construção piramidal produzida pelo homem onde se presta adoração a Deus (latria), devoção a Maria, mãe de Jesus (hiperdulia) e devoção aos santos e aos anjos (dulia). A hiperdulia remete à mariolatria (adoração, idolatria a Maria como mãe de Deus). Essa adoração é refutada biblicamente e pelo próprio Senhor Jesus em João 2:1-5: Três dias depois, houve um casamento em Cana da Galileia, achando-se ali a mãe de Jesus. Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento. Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm 96


Mônica Campello mais vinho. Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser. A frase: Mulher, que tenho eu contigo?, literalmente significa: Mulher, o que nós temos em comum?, refletindo o nível espiritual do diálogo de Jesus com sua mãe, enfatizando sua natureza e autoridade divinas, descartando qualquer possibilidade de conselhos humanos, não significando, em hipótese alguma, falta de respeito ou de consideração para com ela. Jesus tão-somente a conscientizou de que sua posição como mãe não lhe dava o direito de interferir em sua missão; sendo sábia, não redarguiu, mas instruiu os servos a obedecerem a ele, como ela mesma o fez, demonstrando, assim, sua confiança nele. A atitude de Jesus é a prova fundamental de que não se deve render glórias, ou graças, ou adoração a Maria. O fato de ela ter sido sua mãe não lhe confere o direito de ser tratada com a mesma reverência que se tem a Deus. Um dos motivos desse entendimento católico se dá devido à interpretação incorreta do título Theotókos (mãe de Deus) dado a Maria. No Evangelho de João 2:1-2, diz: mãe de Jesus, que na língua grega é meter ton Iesous. O título mãe de Deus do grego Theotókos foi dado a Maria no Concílio de Éfeso, em 431 a.C. (...) O título dado a Maria não tencionava ensinar que ela dera à luz Deus; o termo fazia parte de um argumento contra a cristologia duvidosa dos nestorianos. Realçava mais a divindade do Filho do que o privilégio da mãe; exaltava a pessoa de Jesus, reafirmando sua divindade. A intenção da mensagem era: Maria não deu à luz um mero homem. Mas isso sem a intenção de ensinar que Maria era a origem da natureza divina de Cristo. Assim sendo, Maria não possui atributos divinos.57

57

Série Apologética. op. cit., Vol. I. pp. 56, 57.

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S.E.I.T.A.S. Se os adoradores de Maria a prezam tanto a ponto de lhe renderem culto e adoração, por que não obedecem às suas palavras: “Fazei tudo o que ele vos disser”? E Jesus diz: • Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto (Mt 4:10). • Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens (Mt 15:7-9). • Ninguém pode servir a dois senhores. Ou há de odiar a um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro (Mt 6:24).

Oração contraditória criada pelo homem Santa Maria, mãe de Deus – Maria jamais foi deípara, e muito menos uma deusa. Jesus é Deus. Rogai por nós – Ela não é nossa intercessora. Por que pedir a Maria para rogar por nós se temos acesso direto ao Pai por meio de Jesus? Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. (...) E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Se me amais, guardareis os meus mandamentos (Jo 14:6, 13-15). Alguma vez já se leu na Bíblia Sagrada algum texto em que Jesus orientasse seus seguidores a pedir a intervenção de Maria? NUNCA! Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem (I Tm 2:5). UM SÓ MEDIADOR! Jesus é nosso advogado junto ao Pai e não Maria: Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo (I Jo 2:1). A verdadeira oração começa pelo sentido de obediência a Deus e esse é o maior dos sacrifícios que se pode oferecer a Ele. 98


Mônica Campello

Quanto à devoção aos santos e aos anjos Mais uma vez o homem entra com a sua providência e cria uma celebração a todos os santos. Essa é mais uma artimanha maligna que visa a afastar as pessoas de Deus, e assim amarrá-las àquilo que não pode salvar; isso só pode resultar numa coisa: a perdição eterna! O papa Bonifácio IV, em 610, celebrou pela primeira vez a festa a todos os santos e substituiu o panteão romano (templo pagão dedicado a todos os deuses) por um templo cristão para que as relíquias dos santos fossem ali colocadas, inclusive as de Maria. Dessa forma, o culto aos santos e a Maria substituiu o dos deuses e das deusas do paganismo.58

Conclusão: trocaram-se seis por meia dúzia! Cristo, ali, continua em desvantagem. Alguma vez já se leu na Bíblia Sagrada algum texto em que Jesus orientasse seus seguidores a invocar santos? NUNCA! Mas Jesus ensinou em Mateus 6:9-13 o modelo correto de oração a ser seguido: Pai nosso que estais nos céus... – Jesus disse: Pai nosso..., e não “Anjos que estão nos céus”, tampouco “Santos que estão nos céus”. Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles (At 14:15). Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, quando as ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo. Então, ele me disse: Vê, não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus (Ap 22:8-9).

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Série Apologética. op. cit., Vol. I. p. 74.

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S.E.I.T.A.S. Tudo o que o homem ensina à margem da Bíblia Sagrada não deve ser seguido por ninguém, desde que se queira seguir a Deus. Logo, a maneira humana como se concebe o significado da palavra “santo” difere totalmente de sua explicação bíblica. De acordo com os ensinamentos bíblicos, “santa” é a pessoa que, além de aceitar Jesus como seu Salvador, Deus a tem separado para realizar sua obra, cumprindo seu propósito, o que nada tem a ver com canonização. Aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo (I Co 1:2). Em vez de orar aos “santos” mortos, por que não orar a Jesus que vive eternamente e é o nosso único e suficiente Salvador? A propósito, há um assunto bastante oportuno a respeito de se aceitar a Jesus ou não. Houve um episódio dentro de um trem entre um padre e um pastor. O pastor pregava e exortava seus ouvintes a que aceitassem a Jesus como seu Salvador. O padre, mal-educada e inadvertidamente, intrometeu-se na pregação do pastor e num brado retumbante disse àqueles passageiros: “Não são vocês que têm que aceitar Jesus, não; Jesus é quem tem que aceitar vocês!” Lamentavelmente, esse padre é muito ignorante com relação às coisas de Deus, aos ensinamentos escriturísticos. Com certeza, se ele lesse mais a Bíblia Sagrada, ele já teria absorvido e compreendido seus ensinamentos: Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo (Ap 3:20). Jesus não entra na “casa” de ninguém sem ser convidado. Quem comete esse tipo de invasão é Satanás. Jesus, ao contrário, é muito bem educado; ele quer saber se a pessoa deseja ou não sua presença; para isso, ela precisa ACEITÁ-LO em seu meio, em seu coração. Então é coerente perguntar: Você 100


Mônica Campello aceita Jesus em sua vida, como seu Salvador? A pessoa precisa responder essa pergunta como uma declaração a Jesus de que ela deseja que ele aja em seu favor, lhe conceda suas bênçãos, pois Jesus não viola o livre-arbítrio de ninguém. Nessa história, o pastor educadamente calou-se, primeiramente porque não queria causar constrangimento aos seus ouvintes, criando um ambiente de confusão totalmente antagônico ao mover de Deus; em segundo lugar, ele era conhecedor da Palavra de Deus e sabia que aqueles que tinham aberto seus corações para recebê-la não perderiam a essência do que fora ouvido, pois está escrito: Assim será a palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei (Is 55:11). Assim, permitiu que o padre continuasse sua peripécia – a cena do “sermão roubado” – depois de tê-lo interrompido. Essa história foi contada por um católico romano, com muita empolgação, ignorando a verdade cristã, desconhecendo a Palavra de Deus, acreditando até aquele momento que o padre agira corretamente, sem perceber que, além de tudo, ele não seguira o exemplo de Jesus: a boa educação! Retornando ao assunto anterior, os crentes católicos apostólicos romanos, diferentemente dos crentes católicos apostólicos protestantes, adoram imagens de esculturas chamadas ‘santos’, mas não assumem tal atitude como adoração, pois eles mesmos dizem que não seriam loucos ou tolos a ponto de adorar uma imagem de barro, madeira, etc.; que aquela determinada imagem existe apenas para servir-lhes de exemplo, para lembrança dos bons atos praticados por aquela pessoa retratada naquela imagem, na época de sua existência. Se assim o 101


S.E.I.T.A.S. é, por que as romarias, os foguetórios, os feriados consagrados aos santos? Além disso assumem que possuir uma imagem é como ter um retrato do pai ou da mãe ou de algum ente querido, que possa até já ter falecido, que, quando se pega para olhar, serve para lembrar daquela pessoa, recordar seus bons atos, e isso não envolve nenhuma adoração. O retrato, a foto, a imagem, seja lá o que for, serve apenas para recordação das boas coisas praticadas por aquela pessoa, sendo retratada dessa ou daquela maneira. Contudo, o simples fato de olhar para um retrato, por exemplo, para lembrar dos bons atos de alguém que venham a servir de exemplo já é uma maneira de a pessoa se afastar de Jesus, pois ela já tem alguém em quem se espelhar fora dele. É uma forma de ocultar os predicados de Cristo, o maior exemplo a ser seguido e lembrado. Logo, uma prática ocultista ardilosamente maquinada a que todos os praticantes aderem sem o mínimo grau de entendimento do que realmente estão fazendo, que nada tem a ver com o bem cristão. Esta é a orientação que eles recebem de seus algozes espirituais e a aceitam, mas não a compreendem, haja vista eles mesmos precisarem explicar o motivo de tal adoração, antes que alguém os exorte, estando cônscios de que isso pode acontecer; ademais, quando tentam explicar, na verdade, estão tentando explicar primeiramente para si próprios, buscando ver se conseguem entender aquilo que eles mesmos estão dizendo; buscando se convencer de que aquilo que dizem é de fato verdadeiro, desde que eles também reconhecem que o próprio Deus em sua Palavra Eterna – a Bíblia Sagrada – proíbe veementemente adoração ou qualquer tipo de culto em louvor a imagens de barro, de pedra, de madeira, de papel, de cerâmica, 102


Mônica Campello de bronze, de ferro, de metal, de prata, de ouro, etc.; então, como animais irracionais adestrados que obedecem a seus donos, eles seguem em adoração ao que eles mesmos não consideram digno de adoração; com isso, provam que tão importante quanto obedecer à voz de Deus é obedecer à voz do papa, do padre, do frei, ou de qualquer autoridade eclesiástica que é tida como a voz de Deus. Esse tipo de adoração também pode ser direcionado a um grupo de pessoas tidas como o seu corpo governante a quem se deve total obediência, pois são instruídas a julgar seus ditames consentâneos com a verdade divina; não obedecer a ele seria equivalente a desobedecer às ordens diretas de Deus. A isso se chama divisão, como já foi dito anteriormente: dividir a fidelidade entre Deus e a organização a que se pertence. Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR! (Jr 17:5). A evangelização ordenada por Jesus tem sido malbaratada por um sincretismo religioso que foge totalmente aos ideais, preceitos e dogmas puramente cristãos, coadunando-se com práticas e crenças heréticas oriundas de diversas fontes, uma miscelânea religiosa – o caos religioso.

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S.E.I.T.A.S.

5 Doutrinas Acerca de Deus

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“Doutrina” [do lat. doctrina, do verbo docio, ensinar, instruir, educar] é a exposição sistemática e lógica das verdades extraídas da Bíblia, visando o aperfeiçoamento espiritual do crente.60 Essa palavra também pode ser definida como o conjunto de princípios básicos, fundamentais, de um sistema religioso, político ou filosófico.61 A doutrina acerca de Deus deve evidenciar a exatidão dos princípios bíblicos e fundamentar-se na revelação divina, rejeitando qualquer teoria meramente racional. Dentro desse aspecto, somente três das doutrinas abaixo relacionadas mantêm esse vínculo com a verdade divina: Ateísmo: [do gr. atheos, sem Deus] Doutrina dos que negam a existência de Deus. Deísmo: [do lat. dei, Deus + ismo] Doutrina que, apesar de admitir a existência do Supremo Ser, ensina não estar Ele interessado no curso da história. Aceita a existência de um Deus, destituído de atributos morais e intelectuais, e que poderá ou não haver influído na criação do universo.

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. op. cit. (conceitos em ordem alfabética). 60 ANDRADE, Claudionor Corrêa de. op. cit. p. 128. 61 PRIBERAM Dicionário. Definir. <http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx> 59

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Mônica Campello Deus limitou-se tão-somente a criar-nos, abandonandonos a seguir à própria sorte. Espiritualismo: [do lat. spiritualis, espiritual + ismo] Doutrina que admite a existência do espírito. Admitindo também a imortalidade da alma, o espiritualismo deixa implícita sua crença na existência de Deus. (...) Não confundir espiritualismo com espiritismo. Henoteísmo: [do gr. henos, único + theos, Deus] Forma de religião em que se cultua um só deus sem que se exclua a existência de outros deuses menores. Maniqueísmo: Doutrina segundo a qual o Universo foi criado por dois princípios antagônicos, irredutíveis e igualmente eternos: Deus, representando o bem absoluto; e o diabo, o mal que também seria absoluto. Monoteísmo: [do gr. monós, um + theos, Deus] Crença na existência de um único Deus, Criador dos céus e da terra e do ser humano. Pandeísmo:62 Corrente religiosa sincrética proveniente da junção do panteísmo com o deísmo. (...) A afirmação concomitante de que Deus precede o Universo, sendo o seu criador e, ao mesmo tempo, sua Totalidade. Panenteísmo: Doutrina segundo a qual, Deus, não obstante encontrar-se em todo o universo, nada existe neste que lembre ou identifique a presença do Criador. Panteísmo: [do gr. pan, todo + theos, Deus] Doutrina segundo a qual Deus é tudo e tudo é Deus. A natureza é o próprio Pandeísmo – Wikipédia. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pande%C3%ADsmo> 62

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S.E.I.T.A.S. Deus. Não se faz distinção entre o Criador e a criatura. Deus e o universo são a mesma coisa. Só Deus é real e o mundo é um conjunto de manifestações ou emanações; só o mundo é real e Deus é a soma de tudo quanto existe. Politeísmo: [do gr. polys, muito + theos, Deus] Pluralidade de deuses. Sistema religioso que adotou a crença e a consequente adoração em muitos deuses. É uma distorção do monoteísmo hebreu, cuja adoração se acha centrada dogmaticamente no Deus Único e Verdadeiro. Teísmo: [do gr. theos, Deus + ismo] Doutrina que, baseada na teologia natural e revelada, admite a existência de um Deus pessoal, Criador e Preservador de tudo existe e que intervém nos negócios humanos. Teísmo aberto63: Doutrina que nega a onipresença, a onipotência e a onisciência de Deus. O Teísmo Aberto defende que Deus se relaciona intimamente com o homem, em detrimento de sua onisciência que seria prejudicada com a dádiva do livre-arbítrio; Deus saberia o futuro, mas não todo o futuro, pois esse futuro ainda não teria existência na presença de Deus, dado o livre arbítrio do homem concedido por Deus. Triteísmo: [do gr. trika, três + theos, Deus] Doutrina segundo a qual há em Deus não somente três Pessoas, mas também três essências, três substâncias e três deuses. Unitarianismo: [do lat. unitas + ismo] Doutrina que, embasada no monoteísmo radical, rejeita a realidade bíblica da Santíssima Trindade. Teísmo aberto – Wikipédia. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Te%C3%ADsmo_aberto> 63

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Mônica Campello Universalidade: A Maçonaria ensina a doutrina da Universalidade. Basicamente, é a irmandade de todos os homens e a paternidade de Deus. ISSO NÃO ESTÁ NA BÍBLIA. ALÉM DISSO, ESSA DOUTRINA É DIAMETRALMENTE OPOSTA AOS ENSINOS DAS ESCRITURAS. A Bíblia diz que quando Adão se afastou de Deus e caiu no pecado, sua natureza pecaminosa foi passada para seus descendentes. Devido ao fato de Deus não poder tolerar o pecado, a linhagem de toda a Humanidade foi então adotada pelo originador do pecado, Lúcifer. Como resultado, todos os homens são "nascidos em pecado" sob a paternidade de Lúcifer. Jesus deixou isso bem claro em João 8:44, onde disse aos fariseus, "Sois do Diabo, que é vosso pai..." O único modo de um homem tornar-se filho de Deus é convertendo-se, confessar seus pecados e sua condição de pecador diante de Deus, e confiar pela fé no poder purificador do sangue de Jesus Cristo para reconciliar-se com Deus. SOMENTE AS PESSOAS QUE ACEITAM A JESUS CRISTO COMO SALVADOR SÃO FILHOS DE DEUS!!64

A Maçonaria Realmente é Uma Religião. < http://www.espada.eti.br/n1144.asp> 64

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6 Dados Estatísticos Acerca de Religiões e Seitas no Brasil 6.1. Dados estatísticos segundo o Instituto Vox Populi Em resposta à pergunta “"Você acredita em Deus?", feita em pesquisa encomendada por VEJA ao Instituto Vox Populi, 99% dos entrevistados responderam "sim"”.65 Crença na vida eterna no paraíso, por religião: • Evangélicos – 96% • Católicos – 84% • Espíritas/Candomblé – 72% • Sem religião – 68% Expectativa após a morte: • Irá direto para o céu ou paraíso – 34% • Irá reencarnar – 15% • É o fim da existência – 14% • Irá para o purgatório – 11% • Irá para o inferno – 0%

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Revista VEJA. <http://veja.abril.uol.com.br/191201/p_130.html>

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Mônica Campello O rebanho católico vem sendo ceifado pelo crescimento acelerado das igrejas protestantes. Não há fenômeno que se compare à conversão nos últimos dez anos de 9 milhões de brasileiros às mais de 100 denominações pentecostais que existem no país. O sociólogo Ricardo Mariano, da Universidade de São Paulo (USP), destaca que os pentecostais conquistam 1 milhão de adeptos a cada ano. O maior país católico é também o terceiro do mundo em número de protestantes, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. A quase totalidade dos brasileiros crê em Deus (...) O fato de tantos brasileiros (55%) acreditarem no inferno significa que vão procurar só fazer o bem e evitar cair em tentação? "Não necessariamente", opina o antropólogo Otávio Velho. “Muitos podem contar com a misericórdia divina ou acreditar em outras formas de fugir do inferno. (...) muitos brasileiros (34%) acreditam que irão para o céu. Uns poucos, 11%, que passarão um período de penitência no purgatório. Mas nem um só admitiu a possibilidade de ir para o inferno”. (...) 83, 3% dos brasileiros se declararam católicos, quando na verdade muitos deles dão pouca atenção à religião formal. Essa é a realidade brasileira, muito influenciada pelo sincretismo religioso.66

Em meio a essa pesquisa há um ponto que se coloca em destaque, a assertiva: “Nem um só admitiu a possibilidade de ir para o inferno”. Por que alguém não admitiria tal possibilidade? O que o levaria a crer que isso não poderia lhe ocorrer? Há duas respostas muito pertinentes a essas perguntas. A primeira com relação à descrença quanto à existência real do inferno; a segunda com relação à concepção das pessoas de se julgarem boas demais para que esse tipo de mal lhes ocorra, caso o inferno realmente exista. A maioria das pessoas, religiosas ou não, não acredita na existência do inferno. Para justificar tal descrença usam de vários Veja On-line. Um povo que acredita. <http://veja.abril.com.br/191201/p_124.html> 66

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S.E.I.T.A.S. argumentos que podem mesmo levar a crer em sua inexistência. Contudo, o inferno existe! Como provar a veracidade dessa assertiva? Observando atenta e conscientemente os pontos a seguir: A leitura bíblica séria e consagrada possibilita a compreensão de que o inferno é a morada dos que sofrerão a condenação eterna, conforme o Juízo Final. Em meio à leitura bíblica, Deus adverte a todos em sua profunda misericórdia: E os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes (Mt 8:12). Assim fala Deus no Novo Testamento – sob a graça – sobre uma lei irrevogável. Quanto àquele tempo, ainda em tempo, Deus adverte toda a Humanidade a que opte pelo melhor: céu como sonho eterno ao invés de inferno como pesadelo eterno. Essa questão da eternidade Deus põe nas mãos de cada indivíduo, concedendo-lhe a liberdade de escolha; as consequências decorrentes dessa decisão serão de sua inteira responsabilidade. Há os que se afeiçoam ao pecado a ponto de julgarem a presença de Deus como um empecilho às suas más obras. Destarte, rejeitam tudo o que concerne à Divindade; daí, a busca por caminhos religiosos ou não religiosos que excluem a autoridade e o domínio do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Procuram caminhos que lhes permitam vivenciar todo desejo mundano, toda prevaricação, todo prazer desenfreado, toda religiosidade permissiva. Esse apego por poder fazer o que a “carne” lhe pede, sem oportunizar ocasião para o arrependimento, inevitavelmente o levará para o inferno, em vida e após esta. Por mais que se procure, não existe qualquer fundamentação bíblica que garanta oportunidade de 110


Mônica Campello arrependimento após a morte que possa reverter o quadro da punição eterna. Salvação eterna e Condenação eterna são tópicos bíblicos centrais elucidados nas Escrituras Sagradas de Gênesis a Apocalipse. Estudando sobre o inferno, aprende-se sobre a graça de Deus que salva do inferno; estudando sobre a salvação, aprende-se sobre a desgraça de Satanás que priva da salvação. Em meio aos estudos bíblicos, Deus adverte a todos em sua profunda misericórdia: Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva; convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis, ó casa de Israel? (Ez 33:11). Assim fala Deus no Antigo Testamento – sob a Lei – sobre uma graça irrevogável. ‘Inferno’, tradução do geena grego, que translitera o hebraico gẽ-hinnõm, “o vale do Hinom”. Era um vale ao sudoeste de Jerusalém que foi amaldiçoado por ter sido o cenário da adoração de Moloque. Durante o reinado de Manassés alguns judeus sacrificavam ali os seus próprios filhos, através do fogo, àquele ídolo. Tornou-se, por fim, o depósito de lixo da cidade, e de carcaças de animais e de criminosos executados. O fogo e a fumaça incessantes criaram o símbolo do castigo eterno. 67 Do Grego hades, não é geena, mas a habitação dos mortos no mundo inferior, até o juízo final. O paraíso está separado pelo abismo entre o mundo inferior e os lugares celestiais. No Novo Testamento é companheiro da morte; no Antigo Testamento, do hebraico she’ol – Seol, abismo, habitação dos mortos. Tanto sheol, quanto hades ou infernus (latim) representam o lugar que fica sob a terra. Lugar de suplício, penas e açoites, criado por Deus, para abrigar as almas dos iníquos até que se instaure o Juízo Final. Pela escatologia bíblica, o inferno é apenas um lugar intermediário. Dali, os ímpios hão de ressurgir para serem

PFEIFFER, F. Charles, HARRISON, Everett F. op. cit., Volume 4. Os Evangelhos e Atos. p. 101. 67

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S.E.I.T.A.S. lançados no lago de fogo. Eis algumas verdades bíblicas concernentes ao inferno: 1. Foi criado por Deus (Mt 25:41); 2. O seu mandatário, portanto, é o próprio Deus; 3. É o lugar de reclusão das almas impiedosas (Lc 16:23); 4. Nada tem a ver com o purgatório (Hb 9:27); 5. O mesmo inferno haverá de ser lançado no lago de fogo (Ap 20:14).68

Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo (Mt 5:22). As seitas costumam indagar: Se Deus é justo e bom como poderia criar seres eternamente voltados ao mal, demônios, e como poderia criar um lugar de eterno sofrimento? Assim concluem que Satã não é um ser real, mas apenas a personificação do mal, sob forma alegórica. Outras creem que o inferno foi criado, porém tão-somente para o diabo e seus anjos e para o anticristo e sua gente. Deus é tão bom que não deixou nem mesmo os maus sem um lugar, sem um teto para habitar – criou-lhes o inferno como morada! Quem são estes maus? 1. Os que querem fazer o povo crer que o inferno não existe e, consequentemente, fazê-los abandonar a Cruz. Pois para que serviria a cruz de Cristo e todo o seu sacrifício se Satanás e o inferno não existissem? Logo, essa é a primeira armadilha do ‘inimigo de nossas almas’ para nos afastar do único que pode resgatar nossas almas do mal eterno – Jesus Cristo! Citam ainda a ineficácia do sangue de Cristo para resgatar alguém, já que cada um pode e deve resgatar-se a si mesmo. Que poder o homem possui! Daí, a insistência em afirmar a inexistência de Satanás e do inferno. Assim, o povo fica do jeito que o diabo gosta! Veja a seguinte foto com respectivas frases (originais e 68

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. p. 189

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Mônica Campello traduzidas, seguidas de crítica apologética) obtida através do site A Espada do Espírito sob o tema: “O Reverendo Moon é declarado Messias em cerimônia no Senado Americano! A Organização de Moon está promovendo uma campanha para convencer os líderes cristãos a remover a cruz de suas Igrejas, enterrá-la no solo e substituí-la por uma coroa”.

Declaração de Jerusalém, 18 de maio de 2003. • Arrependimento das partes negras do nosso passado e a busca de um futuro brilhante juntos. • Os cristãos se arrependeram por glorificarem a execução que deu fim à vida física de Jesus e por perpetrarem (sic) uma história de anti-semitismo. • Os líderes judeus buscaram "se libertar de uma vez por todas do peso da crucificação de Jesus".

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S.E.I.T.A.S. E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade (2 Ts 2:10-12). Essas pessoas estão literalmente enterrando a cruz de Jesus Cristo em um buraco profundo no chão! Observe o formato do buraco. Ele foi cavado com o formato de uma cruz e agora a cruz está sendo enterrada. Que simbolismo para representar a destruição do autêntico cristianismo! Há 2.000 anos que Satanás está aguardando o dia em que a Humanidade enterrará o genuíno cristianismo em um túmulo profundo. Satanás está tentando enterrar o cristianismo há 2.000 anos. O fato que ele pode simbolicamente enterrar a cruz agora significa que o Espírito Santo está removendo Seu poder de restrição para que o Anticristo possa aparecer. Na Cerimônia ‘Coroa da Paz’ realizada em 23/3/2004 o Reverendo Moon é coroado e declara-se o Messias. Para completar a "reconciliação" entre o judaísmo e o cristianismo, obviamente é preciso "lidar" com a natureza divisiva da cruz do Calvário. Como o reverendo Moon pretende remover essa questão divisiva? A organização dele lançou a Declaração de Jerusalém em 18 de maio de 2003, no Encontro de Cúpula em Seul, para alcançar esse objetivo.69

2. Os que querem fazer o povo crer que o inferno existe sim, mas não para o sectário que ouve a falsa doutrina. Isto se aplica às vozes dos algozes falsos profetas ou fundadores de seitas que manipulam as mentes fracas destituídas do conhecimento bíblico que as libertaria: Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (Jo 8:32). O sectário, consequentemente, carregará também essa culpa indesculpável por permitir-se uma lavagem cerebral, uma manipulação dos pensamentos, um medo de abandonar o que já entende ser errado, mas não tem coragem de assumir por medo de ser castigado pelo falso 69

A Espada do Espírito: <http://www.espada.eti.br/n1932.asp>

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Mônica Campello deus e assim se torna escravo da mentira, cujo pai é Satanás: Vós pertenceis ao vosso pai, o diabo, e quereis executar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, pois não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, pois é mentiroso e pai da mentira (Jo 8:44). 3. Os que espontaneamente creem que o inferno não existe por razões sócio-cultural-político-filosóficas que têm como ponto de partida: a) a intelectualidade, a presunção de assumirem-se conhecedores de todas as coisas, não assumindo o mais importante – sua laicidade, e julgam todas as coisas sem conhecimento de causa. Creem no Jesus histórico como um homem revolucionário, o maior de todos. Veem as coisas com os olhos do homem natural, nada discernindo espiritualmente. Sua visão é horizontal – seus negócios, seus investimentos, seus lucros, seu bemestar material; resumidamente, tudo isso é o seu deus. Logo, não sentem o menor interesse em conhecer o Jesus espiritual, e agem com total aversão e repúdio a qualquer um que lhe fale sobre “Jesus, o vice-Deus”, pois este está em segundo plano, quiçá em último; ainda pior, em nenhum! Um leigo, sendo doutor em qualquer área do conhecimento humano, lê a Palavra de Deus e não consegue concebê-la em seu espírito, e, então, diz: entendi perfeitamente o que está escrito – isto é inteligência. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, pois lhe parecem loucura, e não pode entendêlas, porque elas se discernem espiritualmente (I Co 2:14). Um cristão, sendo um doutor em qualquer área do conhecimento humano ou um simples operário, lê a Palavra de Deus e a recebe em seu espírito, e, então, diz: Entendi perfeitamente o que Deus está falando – isto é 115


S.E.I.T.A.S. sabedoria. A sabedoria é aquela que vem do alto, por isso está num plano vertical e também ocorre no plano horizontal, pois Deus fala com aquele que o busca em todas e quaisquer circunstâncias, aquele que está com o coração disposto a ouvi-lo e a obedecer a ele, ou aquele que em sua sinceridade se propõe a, pelo menos, buscar aplicar em sua vida os ensinamentos divinos – Deus sonda os corações e conhece suas reais intenções; logo, não se deixa escarnecer. A inteligência, contudo, ocorre somente no plano horizontal em que o homem não busca Deus e não está interessado em seus desígnios. Por isso, sabedoria é dom de Deus e não é dada a todos, mas somente àqueles a quem Deus tem chamado segundo seu propósito. A inteligência, em comparação, é apenas o trivial, do qual todos precisam, mas não pode aproximar de Deus. Deus é espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade (Jo 4:24); b) o ambiente social em que se vive: se privilegiado, não há razão para pensar que o inferno existe, desde que não se tem falta de nada, não há qualquer tipo de privação material e isso lamentavelmente massageia o ego e compra o coração; se deploravelmente carente, não há razão para pensar que o inferno existe, desde que se crê que o inferno é ali mesmo e não em outra dimensão fora dali. A ideia do inferno real não subsiste em suas mentes dada a realidade cotidiana em que vivem. As circunstâncias de vida das pessoas as tornam céticas a tal ponto que desacreditam do bem e do mal, enxergando apenas com os olhos carnais e não com os olhos da alma – Vendo, vereis, e de maneira nenhuma percebereis (At 116


Mônica Campello 28:26), e ouvindo apenas com as orelhas, sendo totalmente destituídas de audição espiritual; (...) Exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (II Tm 4:2-4); c) a Filosofia, mais propriamente a Epistemologia, que julga a crença como um estado mental que pode ser verdadeiro ou falso; crença em oposição ao conhecimento que é tido como crença verdadeira e justificada. Uma pessoa pode acreditar em algo e, ainda assim, ter dúvidas. Acreditar em alguma coisa é dar a isso mais de 50% de chance de ser verdadeiro. 70 Acreditar é ação. Quando uma pessoa acredita em alguma coisa, no que ela acredita? Algo pode ser apontado como o objeto da crença? Sim, a proposição ou a frase são objetos da crença. Aquilo no que acreditamos é uma proposição (entidade abstrata) ou uma frase (construção concreta). Diferentes frases podem expressar a mesma proposição quando têm o mesmo significado. Por exemplo: “O inferno existe” e “Hell exists”. Ou poderia ser: “O inferno não existe” e “Hell does not exist”. Segundo a lógica aristotélica, a lei da nãocontradição exclui toda e qualquer possibilidade de um paradoxo. Uma mesma frase não pode ao mesmo tempo afirmar e negar alguma coisa. Não pode haver 70

Epistemologia. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Epistemologia>.

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S.E.I.T.A.S. contradição. Duas proposições contraditórias não podem ser ambas falsas ou ambas verdadeiras ao mesmo tempo; não podem ter o mesmo valor de verdade. Por exemplo: “O inferno existe e não existe”. Ou se afirma que o inferno existe ou se nega a sua existência. Assim, pode-se confirmar as palavras de Santo Agostinho com relação à Filosofia quando a considera como uma serva da Teologia – ramo fundamental da ciência filosófica, também chamada filosofia primeira – que ajuda na compreensão das coisas de Deus. O sábio, como sinônimo de filósofo, afirma: O inferno não existe! Destruirei a sabedoria dos sábios; aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio?(...) Não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. Os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria, (...) pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. (...) Mas Deus escolhe as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que ninguém se glorie perante ele (I Co 1:19-29). Em suma, filosoficamente o conhecimento está acima da crença; em contrapartida, a Teologia está 118


Mônica Campello acima da Filosofia. Sendo assim, a Teologia afirma: “O inferno existe!”; d) o ambiente político em que os povos podem ser governados sob diversos tipos de regime: monarquia, república, anarquia, autocracia, democracia, oligarquia e teocracia. Ressalte-se, portanto, a democracia (do grego demos, povo; kratos, poder) cujo sentido literal é um regime de governo em que o povo pode, direta ou indiretamente, tomar decisões políticas através de representantes ‘livremente’ eleitos. Contudo, certas práticas e princípios democráticos têm sofrido desajustes devido a uma extrapolação de direitos. Há direitos de minorias que ferem direitos da maioria. A voz do povo não é a voz de Deus! O povo, contudo, precisa tornar-se cônscio da admoestação de Deus nas Escrituras Sagradas: Toda pessoa esteja sujeita às autoridades superiores, pois não há autoridade que não venha de Deus. As autoridades que há foram ordenadas por Deus (Rm 13:1). A voz de Deus clama pela sua primeira instituição – a sagrada família – que vem sendo aviltada por interesses de alguns poucos que vêm se tornando maioria. A democracia anda a passos largos no tocante à restrição da liberdade humana de dizer NÃO! à restrição da liberdade de expressão de dizer NÃO! à restrição da liberdade de religião de dizer NÃO! Na atual democracia não se pode dizer NÃO; só se pode dizer SIM; caso contrário, configura-se 119


S.E.I.T.A.S. ‘crime’ qualquer manifestação contrária a hábitos avessos aos da maioria. Assim, a maioria, que agora é minoria, vem sendo vitimada por um silêncio forçado. A proteção aos direitos humanos tem ferido os direitos de outros humanos que agora sofrem discriminação: os valores se inverteram. Aquele que possivelmente discriminava, agora é discriminado. Que mudança há nisso?! Foi o mesmo que trocar seis por meia dúzia! Se é para acabar com a discriminação, que tudo então se torne maioria; caso contrário, a maioria que outrora massacrava a minoria agora é massacrada por ela. Deve-se abrir espaço para uma reestruturação holística das classes sociais de forma que todas se unifiquem. Isso é um tanto utópico, mas pode ser verdadeiro, independentemente do poder aquisitivo das classes, desde que se apreciem os valores humanos e não os materiais, pois é justamente aí que se encontra a raiz do problema. Tudo isso está acontecendo sob o novo mandamento: Não discriminarás! E, então, as autoridades ‘pilateiam’, i.e., lavam suas mãos com relação às ações democráticas. O povo já não pode pôr freios àquilo pelo que um dia lutou tão arduamente para conquistar. Involuntariamente deu asas à cobra! Criou-se, portanto, uma democracia anárquica – o povo já não governa! Na verdade, a partir de detalhes aparentemente insignificantes que surgem como simples necessidades ou demandas do avanço tecnológico, gradativamente, a fim de que se cumpram as Escrituras, vai surgindo 120


Mônica Campello uma nova era com características de uma “demo cracia”, expressão originada não da raiz grega demos (povo), mas de uma forma sincopada de ‘demônio’ em que o poder (-cracia) pertence a ele: o poder do demo! Sob essa óptica, analisaremos mais adiante, em capítulo oportuno, a quantas anda a ‘liberdade’ do povo de escolher seus governantes, conforme consta na frase da quarta linha, do segundo parágrafo do item (d) logo acima: representantes ‘livremente’ eleitos. Livremente?! E que representantes serão esses num futuro não muito distante? 4. Os que creem que o inferno existe, mas creem que não irão para o inferno por serem pessoas boas demais, “por não fazerem mal aos outros”, “por só fazerem o bem” (eis a sua concepção), porque dão esmolas, praticam a caridade, crendo que, assim, estão cumprindo as exigências divinas; enfim, fazem boas obras. Eu quero misericórdia, e não o sacrifício (Os 6:6). Na verdade, não têm consciência do que realmente seja “fazer o bem” e “fazer o mal”. “Não fiz bem (ou “o bem”), mas também não fiz mal (ou “o mal”)! Deixar de fazer o bem quando se sabe que deveria tê-lo feito é o mesmo que fazer o mal. Ele te declarou, ó homem, o que é bom. E o que é que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus? (Mq 6:8). Julgam-se, portanto, solidários filantropos altruístas, característica triplamente marcante que lhes garantirá lugar seguro no céu. Há um dito popular muito conhecido de todas as gentes: De boas intenções, o inferno está cheio! Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas 121


S.E.I.T.A.S. negligenciais o mais importante da lei, a justiça, a misericórdia e a fé (Mt 23:23). Esses “crentes” – haja vista que crente é alguém que crê em alguma coisa, não necessariamente uma pessoa evangélica – não entendem o real significado da salvação eterna; não entendem que salvação nada tem a ver com prática de boas obras, prática de caridade, prática de rituais religiosos, prática do legalismo religioso, prática de cidadania, prática, prática, prática, todo o tempo o homem tendo que praticar algo por outrem ou por ordenança como garantia de receber reconhecimento (do homem e) de Deus, galardão (do homem e) de Deus com base numa visão egoísta de angariar benefício próprio. Observe as respostas divinas aos tais: Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé – e isto não vem de vós, é dom de Deus – não das obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas (Ef 2:8-10); Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi abertamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade! (Mt 7:21-23); Guardai-vos de praticar vossos atos de justiça diante dos homens, para serdes vistos por eles. Se o fizerdes, não tereis galardão junto de vosso Pai que está nos céus. Portanto, quando deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam seu galardão (Mt 6:1-2). 122


Mônica Campello Assim como a falsa declaração de que o inferno não existe serve para afastar as pessoas do Deus vivo, o sincretismo religioso também o faz. Pessoas precisam apalpar, ver, tocar, ter uma referência visual, um modelo em que se espelhar, uma lembrança histórica de vitória, olhar nos olhos (mesmo que de madeira, de pau, de barro, de pedra, de papel, de ferro, etc.) para conversar, suplicar, rezar e ser ouvido. Mas nunca admitem que isso seja uma forma de adoração. Claro! Elas são orientadas, nesse sentido, a crerem que não estão adorando uma imagem, mas respeitando um(a) santo(a) representado(a) daquela forma. E, o que é de fato um(a) santo(a)? Os santos da igreja católica são identificados com entidades superiores das religiões africanas. Isto se denomina Sincretismo Religioso – a unificação de crenças espíritas e católicas. Mas, voltando à pergunta, o que é um(a) santo(a)? De acordo com a fé cristã, toda pessoa que se converte a Jesus e é salva por ele é considerada santa. Em contrapartida, a Igreja Católica, a Ortodoxa e a Anglicana reconhecem oficialmente como “santo” ou “santa”, mediante canonização após a sua morte, a pessoa dotada de virtudes especiais, que tenha sofrido martírio, praticado atos extraordinários, tido uma relação de íntima proximidade com Deus, vivido uma vida de santidade, e que possua milagres atribuídos a ela. Sincreticamente falando, há uma infinidade de santosorixás aos quais são atribuídos poderes específicos nas mais variadas áreas da vida humana, normalmente cobrindo a pessoa com seu manto de proteção. Em geral, os santos católicos são protetores, patronos ou padroeiros. Vejam-se alguns exemplos deste sincretismo: 123


S.E.I.T.A.S. Iemanjá – Virgem Maria, principalmente Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora dos Navegantes. Oxalá – Jesus. Oxum – Nossa Senhora das Candeias e Nossa Senhora Aparecida. Quando uma pessoa se devota a qualquer desses santos ou entidades entre outros, ela naturalmente se afasta de Deus, pois já não mais espera nele para socorrê-la em circunstâncias adversas, além de julgar que a justiça e o socorro divinos são muito lentos, mas crê que outro poder sobrenatural, um poder extradivino pode salvá-la de seus apuros. Não somente isso, também ela crê que um santo ou entidade deve ser venerado, i.e., respeitado, mas não adorado, por crer que ele seja intermediário entre Deus e o homem. O simples fato de crer que aquele santo ou entidade possa atender suas súplicas e operar milagres em sua vida, haja vista uma grande quantidade de testemunhos de cura e de libertação atribuídos a ele, leva a pessoa a cultuá-lo. A Palavra de Deus é muito clara quanto à manifestação de curas e milagres – pelo poder de Deus e pelo poder do diabo: Entretanto, demoraram-se ali muito tempo, falando ousadamente no Senhor, o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios (At 14:3); Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, (...) Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade (II Ts 2:9-12). Quando uma pessoa é ‘agraciada’ com um benefício advindo de um ser espiritual em detrimento do poder divino, ela, por medo ou por gratidão, torna-se ‘presa’ à fé de que foi 124


Mônica Campello abençoada por ele. Assim, torna-se devota dele, passa a rezar a ele, a oferecer sacrifícios a ele, e, por sua livre e espontânea vontade, Deus perde a majestade e autoridade em sua vida, mesmo que a pessoa não encare esse fato como realidade. Deus respeita essa pessoa, resguardando seu livre-arbítrio, mas também faz valer sua Palavra eterna: Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura (Is 42:8). Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a outrem (Is 48:11). Tal pessoa, contudo, ousa dizer que não abandonou Deus, que ele continua exercendo todo poder em sua vida, que ela confia em Deus e sabe que não há poder maior que o dele; quer dizer, nunca assume sua real posição diante de Deus ou a real posição de Deus diante dela – um Deus que está sempre em segundo plano; caso contrário, não andaria para cima e para baixo carregando uma imagem de escultura (santo ou santa) que tem boca, mas não fala, tem olhos, mas não enxerga, tem orelhas, mas não ouve, tem pernas, mas não anda, e ainda é protegida pela pessoa que a carrega; a pessoa, no entanto, não percebe, não reconhece que protege o “santo”. Onde foi parar o exercício de proteção do santo ao seu fiel? Além disso, normalmente está protegido dentro de uma caixa de madeira para evitar que se quebre, pois se ele(a) se quebrar não adianta querer colar; santo remendado pode não operar milagres corretamente. Também não pode ser jogado fora em sinal de respeito (medo), mas com certeza será substituído por outro. Além disso, há ainda as superstições de simplesmente manter ou carregar consigo um amuleto ou um talismã como garantia contra maus espíritos, más influências, fluidos 125


S.E.I.T.A.S. negativos, etc. Eis o objetivo final do diabo em oferecer curas, milagres, proteção, garantia de melhora em todos os setores da vida: obscurecer os corações das pessoas de forma que elas passem a estar sob suas rédeas, e não mais sob o controle de Deus. O Deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos (II Co 4:4).

6.2. Previsão estatística eclesiopopulacional brasileira Brasil 2010 – Projeções, População e Número de Igrejas71

Esse número não deve levar à ilusão de que todas as possíveis referidas igrejas seguirão verdadeiramente o Espírito de Deus. Dentro desse número, há também as igrejas que são apenas contrafações do cristianismo. Aquelas que se dizem cristãs, mas em sua essência não o são. Como assim? É mister analisar a visão, a ação, o comportamento de certos pregadores da Palavra cuja tendência será evidenciada no futuro em seus seguidores que proliferarão ilimitadamente. 71

Bíblia Apologética – Seção Mapas coloridos.

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Mônica Campello O que ocorre na atualidade, ocorrerá também no porvir. Os maus exemplos serão seguidos à risca como garantia de sucesso pastoral, evidenciado através do aumento do número de fiéis de suas respectivas igrejas. Eles sempre usarão a Bíblia Sagrada para respaldar suas invencionices. Citarão firmemente versículos bíblicos para provar que sua doutrina está correta; tudo, porém, de maneira deturpada, que pessoas incautas, desconhecedoras das verdades teológicas, não terão discernimento para contestar ou refutar, e, em sua inocente ignorância, aceitarão tais inverdades. Será preciso ter a sensibilidade de Deus no coração para que não sejam engodadas por iscas brilhantes que conduzem tão-somente à morte! Essas falsas igrejas ou seitas são apenas um microcosmo da grande religião que está por vir! Todos acusam uns aos outros de ‘serem uma seita’. Os católicos acusam os protestantes; os protestantes acusam os católicos; os adventistas acusam os mórmons; os mórmons acusam os adventistas; os cultos afros acusam os espíritas; os espíritas acusam os cultos afros, e por aí vai... Todos, de igual maneira, julgam-se detentores do monopólio da verdade e da salvação. Mas, onde jaz a verdade? Ela só pode pertencer a uma única pessoa em um único lugar. Não pode haver tantas entidades religiosas com doutrinas tão diferentes, proclamando cada uma deter a verdade. Se assim fosse, a verdade teria várias facetas. Quando, de fato, sabemos que a verdade é uma só e só tem uma face! Cada grupo ou organização ou instituição assumindo-se como religião salvífica tem a resposta na ponta da língua! Vejam-se alguns exemplos, a começar pela Igreja Católica. O Papa Bento XVI em seu documento “Congregação para a 127


S.E.I.T.A.S. doutrina da fé – Respostas a Questões Relativas a Alguns Aspectos da Doutrina Sobre a Igreja” aponta a Igreja Católica como a única plena, justificando que as igrejas protestantes não são igrejas verdadeiras; são simples "comunidades cristãs" pelo fato de ter quebrado a sucessão apostólica após a Reforma Protestante e ter abandonado os sacramentos tradicionais: Quinta questão: Por que razão os textos do Concílio e do subsequente Magistério não atribuem o título de "Igreja" às comunidades cristãs nascidas da Reforma do século XVI? Resposta: Porque, segundo a doutrina católica, tais comunidades não têm a sucessão apostólica no sacramento da Ordem e, por isso, estão privadas de um elemento essencial constitutivo da Igreja. Ditas comunidades eclesiais que, sobretudo pela falta do sacerdócio sacramental, não conservam a genuína e íntegra substância do Mistério eucarístico, não podem, segundo a doutrina católica, ser chamadas "Igrejas" em sentido próprio. As Testemunhas de Jeová afirmam: Foi apenas aquela única arca que sobreviveu ao Dilúvio e não um sem-número de embarcações. E haverá apenas uma organização – a organização visível de Deus – que sobreviverá à ‘grande tribulação’ que rapidamente se aproxima (...) Você precisa pertencer à organização de Jeová e fazer a vontade de Deus, a fim de receber Sua bênção de vida eterna.72

A Igreja Apostólica Santa Vó Rosa afirma: Nos tempos presentes anunciamos que a Santa Vó Rosa, como Espírito Consolador, é a nova arca da salvação, pois que à semelhança de Noé, Ela anuncia através de seu Sucessor e da 72

Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra. Sociedade Torre de Vigia e Tratados, 1983, p. 255/14.

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Mônica Campello realização desta Igreja Apostólica, que estamos nos Tempos do Fim, ou seja, nos tempos do juízo divino (...) Assim cumpre-se a palavra de Jesus quando disse que nos seus dias se daria um fato semelhante ao acontecido nos dias de Noé (...) e a Santa Vó Rosa, à semelhança da arca de Noé, constituiu-se na última oportunidade para todos quantos queiram encontrar-se realmente com Deus e alcançarem a verdadeira vida73

O Espiritismo de Allan Kardec afirma: “Meus filhos, na máxima, Fora da caridade não há salvação, estão contidos os destinos dos homens na terra como nos céus”.74 A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Igreja de Mórmon, afirma: A missão da verdadeira igreja, sob a inspiração e orientação divina é a de reunir numa igreja todas as verdades que são encontradas em todas as outras igrejas cristãs, bem como aquelas que não foram percebidas ou que foram ignoradas, e eliminar todos os erros e doutrinas feitas pelos homens. Isto foi o que o Senhor fez ao restaurar a sua Igreja à terra através da instrumentalidade do Profeta Joseph Smith.75 As diversas denominações protestantes, sob vários nomes, possuem um esboço doutrinário que é mantido por uma única coluna: a fé em Jesus Cristo. Por adotarem os mesmos artigos de fé e dogmas, não podem ser tidas como seitas. Contudo, há os que dizem que as igrejas evangélicas se julgam donas da verdade, justamente por dizerem a verdade, a verdade que consta na Bíblia Sagrada: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa. E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa” (At 16:31-32). “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos BERTONI, Primaz Aldo, COUTINHO, Ms. Odete Corrêa. O Consolador nos Tempos do Fim. 1ª. ed., 1989, p. 22. 74 KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 631. 75 RICHARDS, LeGrand. Uma Obra Maravilhosa e um Assombro. p.26. 73

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S.E.I.T.A.S. (At 4:12). Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé (Rm 1:16-17). Há os que julgam soberbos e arrogantes as igrejas evangélicas e todos os seus seguidores pelo simples fato de declararem abertamente a palavra de Deus a todos quantos possam e queiram ouvir. E essa é a palavra: Fora de Jesus Cristo não há salvação! Isto é uma verdade bíblica e não invencionice do homem! Jesus Cristo não é uma arca fundada, criada, estabelecida por homens. Ele é Deus! E derramou seu sangue na Cruz do Calvário para salvar a mim e a você! A verdade só pode ser encontrada na Bíblia Sagrada, a única capaz de responder verdadeiramente onde se encontra a verdade. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade (Jo 17:17). Porém, todos querem imitar o que nela está escrito ou copiar ou transcrever pequenos trechos com a mais vil intenção de angariar a confiança dos indoutos. Cristo não está circunscrito tampouco limitado a qualquer grupo religioso existente na sociedade. Limitar o poder de Jesus, subtrair o poder de Jesus, adicionar méritos humanos ao sacrifício de Jesus, dividir o poder de Jesus com organizações que se dizem cristãs, multiplicar a salvação de Cristo através de obras – o cristão faz obras porque é salvo, não para receber salvação; as boas obras resultam da fé que se tem em Cristo, e é através dessa fé que se pode obter a salvação – tudo isso só serve para confundir as mentes das pessoas para que elas não busquem a Jesus. Há muitas religiões: muitos caminhos, muitas direções, muitas opções para despistar, desviar de Jesus. Isso é o que é 130


Mônica Campello religião, em sentido mais abrangente de espírito de religiosidade. Nenhuma religião leva à salvação, mas tem o poder de distrair uma pessoa quanto a quem realmente pode fazê-lo: Jesus Cristo, Salvador e Senhor. Um evangélico, um protestante, um crente, um cristão como se queira chamar, não pode se contradizer sendo um religioso ou agindo como tal, pois ele não é um religioso, mas sim um homem de Deus. E isso faz toda a diferença. E aí, então, alguém pergunta: “Ué, cristianismo não é religião?! Se é religião, então o evangélico que é cristão, porque segue o cristianismo, é um religioso! Concorda?” Bom é responder esta pergunta com outra pergunta: o verdadeiro cristão segue a Cristo ou ao Cristianismo? E cabe ainda três outras perguntas: Quem é Cristo?, O que é Cristianismo? e O que é um cristão? A palavra Cristo vem do hebraico messiah, ungido e do grego christhos, ungido. Logo, a palavra Cristo significa ‘ungido’. Este é o título oficial de Jesus. Ele é o Cristo porque foi ungido por Deus para cumprir o plano de salvação para a Humanidade organizado pela Trindade desde a eternidade. Cristianismo (Cristo + [-ismo ] doutrina fundada por Cristo) é o conjunto das religiões cristãs com base nos ensinos, na pessoa e na vida de Jesus Cristo. Cristão é a pessoa que vive segundo os ensinamentos de Cristo, guardando seus mandamentos e desenvolvendo uma proximidade maior com Ele a cada novo dia. Se alguém lhe perguntar: “Qual é a sua religião?” Ele responderá: “Cristianismo”, ou como convencionalmente todos respondem: “Sou cristão”. Um budista responderia: “Budismo”, ou “sou budista”; um islamita responderia: “Islamismo”, ou “sou islamita” ou “sou muçulmano”, mas dificilmente responderia “sou maometano” 131


S.E.I.T.A.S. (o que ele não deixa de ser) – do maometismo – a fim de não declarar que segue os ensinos de Maomé, o homem. Preferem ser chamados de muçulmanos, do árabe muslim, que significa “submetido a Deus, fiel à religião”, assim como islão (islã ou islamismo) significa “submissão à vontade de Deus”. Essas respostas são lógicas e coerentes. O fato de responder que sua religião é o Cristianismo não significa que o cristão “segue religião”. Até que fosse esse o caso – Cristianismo é “doutrina de Cristo”; então, ele estaria seguindo os ensinamentos de Cristo. O mesmo se dá com as outras religiões: o budista segue os ensinamentos do Buda (a cuja seita ele pertence, pois há também seitas dentro do Budismo); o muçulmano segue os ensinamentos de Maomé (os muçulmanos estão divididos em dois grandes grupos, os sunitas e os xiitas). Três homens: Cristo, Buda, Maomé. Ainda há outros, mas fiquemos nestes exemplos. Cristo – o Verbo encarnado (Deus); Buda – o homem que atingiu a iluminação por si mesmo; Maomé – o homem que recebeu a revelação da palavra de Deus. Homens inspirados por Deus escreveram a Bíblia Sagrada: Moisés, Salomão, Daniel, Oseias, Joel, Miqueias, Mateus, Marcos, Lucas, João, Paulo, Pedro, entre alguns prováveis ou indeterminados autores. Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra (II Tm 3:16, 17). Nenhum desses homens seria capaz de resgatar a vida de ninguém por mais que recebessem a revelação de Deus, a autoridade de Deus para operar milagres, a unção do Espírito Santo. Eles eram e foram inspirados por Deus, mas não eram Deus; logo, não podiam oferecer salvação a ninguém. Salvar a 132


Mônica Campello Humanidade foi um sacrifício feito “uma vez por todas” por Jesus Cristo, e ninguém mais poderia fazê-lo. Não ocorre ser como afirmam certas seitas, que “Ele possuía natureza amalgamada, i.e., 50% homem e 50% Deus”, mas ele era 100% homem e 100% Deus: Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos; testemunho que se deve prestar em tempos oportunos (I Tm 2:5, 6); Tais homens não são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato (Rm 1 21); Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. Filhinhos, guardaivos dos ídolos (I Jo 5:20, 21); que “O sangue mesmo de um Deus não seria capaz de resgatar ninguém e que cada qual deve resgatar-se a si mesmo”: Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mt 20 28); Sem derramamento de sangue, não há remissão (Hb 9 22b). Sabendo que (...) fostes resgatados (...) pelo precioso sangue (...) o sangue de Cristo (I Pe 1:18, 19). O Sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado (I Jo 1:7); Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição (II Pe 2:1). 133


S.E.I.T.A.S. Você acredita em Deus? Se você acredita em Deus, logo você acredita que Jesus é o Filho de Deus, e acredita nas Escrituras Sagradas, pois Deus mesmo diz: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3:17). Deus não é mentiroso, mas a eterna verdade: Deus não é homem para que minta (Nm 23:19). Jesus esclareceu a verdade sobre a mentira: Vós pertenceis ao vosso pai, o diabo, e quereis executar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, pois não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, pois é mentiroso e pai da mentira (Jo 8:44). Se você acredita em Deus, quem você seguiria: Deus ou os homens que dizem receber revelações de Deus, que se autointitulam profetas de Deus? Se você não acredita em Deus, quem você seguiria: Deus ou os homens – filosofos, cientistas, magos, numerólogos, astrólogos, necromantes, quiromantes, cartomantes, terapeutas espirituais, adivinhadores, todos os que operam prodígios de mentira? Fique à vontade para escolher! Será que você já pode prever o seu futuro mediante sua escolha?! Ou simplesmente você também não seguiria “homem” algum (excetuando-se, porém, o homem da ciência), pois julgase ateu que somente crê no que é racional, lógico, inteligível, científico; por não crer em Deus e em muitas outras coisas, quiçá em nada. Espiritualmente falando, pelo menos em algo você crê: que seja o nada! Isso por si só já é uma crença – não se engane, tolo! O Nada é a terra do Nunca, onde você não é nada, nem nunca será. Jaz aqui uma eterna contradição ateísta: o que você é então, já que existe? Com certeza, você crê na sua existência; ela é real, está na esfera da realidade, que é o que você crê. Assim como em tantas outras coisas passíveis de 134


Mônica Campello comprovação empírica. Porque me viste, Tomé, creste; bemaventurados os que não viram e creram (Jo 20:29). Como é impossível erradicar a natureza espiritual do homem, em que ele sempre crê em alguma força extraordinária, justamente por reconhecer sua condição humana, o ateu logicamente sempre acaba por divinizar alguma outra coisa ou ser. Agora, pergunte-sa a si mesmo se isto não é verdade? O ateu somente crê no que tem indício de existência; por isso, não crê em Deus, pois sua existência ou inexistência não pode ser racionalmente provada. Contudo, são contraditórios quando dizem acreditar em Deus somente pela fé76 – a fé não é baseada no aspecto racional, mas no espiritual. E que outra maneira se haveria de acreditar em Deus se não fosse pela fé? Que prova científica ou que indício qualquer seria capaz de provar a existência de Deus se ele é Espírito? Como qualquer ciência poderia provar o que é espiritual? Ilógico! O perverso na sua soberba, não investiga; que não há Deus são todas as suas cogitações (Sl 10:4). Diz o insensato no seu coração: Não há Deus (Sl 14:1). Cuidado! O verdadeiro cristão busca seguir os ensinamentos de Cristo, objetivando aplicá-los em sua vida cotidiana. Ele busca espelharE os ateus, para onde vão? http://positividade.wordpress.com/2007/05/22/ateu/> 76

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S.E.I.T.A.S. se na pessoa de Cristo, manifestando o desejo de ter a mesma personalidade. Ele busca viver a vida com a mente de Cristo, perguntando a si próprio: O que Cristo faria nessa situação? Ele busca praticar pensamentos, ações, comportamentos, desejos, atitudes, sentimentos, emoções, concepções, conforme o Espírito de Deus. E como praticar desejos, sentimentos, emoções se são extrínsecos à vontade humana? O homem natural não tem poder para controlar sua humanidade, mas o homem de Deus recebe poder para sobrepujá-la. Como funciona esse poder? Cite-se como exemplo um sentimento mesquinho entranhado em toda e qualquer pessoa (já que é sabido que todos são pecadores). Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós (I Jo 1:8-10). Este sentimento pode se manifestar a qualquer momento, independentemente de sua vontade – a inveja. O que se deve fazer com relação a isso? Sentir a inveja e agir indiferentemente a ela, não lhe dando a devida importância até o ponto em que possa ser tratada e erradicada? Agir indiferentemente a ela, dando-lhe brecha para aguçar outros sentimentos piores como desejar o mal a alguém só porque ele tem algo que ‘eu não tenho’? É aí que entra o poder de Deus, o ser cristão, seguir a Cristo, manifestar a “mente de Cristo” e não o “seguir religião” – preceitos religiosos, formalidades, tradições, rituais; enfim, “receitas” religiosas as mais diversas, como: ir à igreja todo domingo como obrigação de “marcar o ponto” e ser visto pelos irmãos; participar dos ministérios da igreja para mostrar serviço, 136


Mônica Campello sendo visto pelos seus superiores, essas entre outras coisas, esquecendo-se, porém, de pôr em prática o mais importante: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo! (Mt 23:23). Com essa nova mentalidade em Cristo, ele será capaz de reconhecer seu pecado, tornar-se aversivo ao pecado, confessar o seu pecado a Deus, orar para que Deus repreenda tal sentimento de seu coração, orar para que Deus lhe proveja o necessário (não necessariamente o material, mas o fortalecimento espiritual) para não sofrer a tentação de vivenciar tal pecado, orar pela sua libertação, pedir perdão a Deus por não entender a prosperidade dos outros em detrimento da sua, por não compreender que Deus faz chover sobre justos e injustos conforme os seus desígnios, e que se a chuva não caiu sobre ele é porque ele não tinha guarda-chuva! Deus ainda está a protegêlo, mas ele é incapaz de compreender a providência divina! Passo a passo, no momento certo, Deus vai lhe dando as instruções divinamente aplicáveis, e lhe ensina a aprender com a própria vida. É como orar para receber de presente um avião sem antes orar por um lugar adequado para guardá-lo. Quer dizer, cada um recebe de Deus aquilo que Lhe apraz conceder às pessoas, aquelas que já estão preparadas para receber determinadas bênçãos. Isso nada tem a ver com resignação, mas com obediência à vontade soberana de Deus: Obedecer é melhor do que sacrificar (I Sm 15:22) e isso com a alegria do Senhor que é a nossa força em 137


S.E.I.T.A.S. nossos corações! Contudo, sempre lembrando que a vontade de Deus é soberana, o cristão pode e deve continuar lutando pelos seus sonhos; essa é a sua parte. E, quanto à parte de Deus, que seja feita a Sua vontade, assim na terra como no céu! Pois Deus é Deus independentemente das circunstâncias – se alguém foi ou não curado, conquistou ou não um objetivo, Deus seja louvado! Essa é a fé do cristão, sem hipocrisia! O verdadeiro cristão até no sofrer identifica-se com Cristo. O homem destituído dessa consciência, sofre, perece por falta de entendimento. O homem natural deixa-se levar unicamente pela razão, nada discernindo espiritualmente, mas quando ele se reveste do novo homem em Cristo, sua razão não será mais limitada. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo (I Co 2:14-16). Buda (do sânscrito Buddha, “Iluminado”), o homem que atingiu a iluminação por si mesmo quando meditava sob a árvore Bodhi. Ele apresenta uma filosofia de vida baseada em seus próprios ensinamentos, desejando levar a pessoa à iluminação que lhe garantirá paz interior, felicidade nesta vida, e o aprendizado da doutrina budista que poderá conduzi-la ao nirvana que a livrará do eterno ciclo de nascimento e morte, ou seja, a reencarnação que objetiva uma evolução espiritual capaz de ajudar o indivíduo a libertar-se dos pensamentos de apego ou desejos mundanos que são a causa de seu carma, além de conscientizar a pessoa sobre sua própria responsabilidade por 138


Mônica Campello seu destino a partir de suas ações, o que gera o princípio de “causa e efeito”. Para esse fim, há uma boa receita: um punhado de ascese, regada com porções de ioga, infinitas doses de mantras, ligar tudo através da meditação, untar com esquecimento do ‘eu’, e pronto! A massa é perfeita a ponto de poder receber acréscimos sem desandar, possibilitando uma dieta saudável para o corpo e a mente! Em termos cristãos, sabe-se que Deus concede o livre arbítrio a toda e qualquer criatura desde que Ele não viola o coração humano a seu bel-prazer. Por isso mesmo Ezequiel 18:2-32 versa sobre a responsabilidade pessoal de cada ser humano, em que cada um leva sobre si a própria iniquidade quanto às suas atitudes e aos seus comportamentos, suas ações e reações diante de diversas circunstâncias, em que se lê: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram? Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá. Sendo, pois, o homem justo e fazendo juízo e justiça, (...) o tal justo, certamente, viverá, diz o Senhor Deus. Se ele gerar um filho ladrão derramador de sangue, que fizer a seu irmão qualquer destas coisas(...) porventura, viverá? Não viverá. (...) Se ele gerar um filho que veja todos os pecados que seu pai fez, e, vendo-os, não cometer coisas semelhantes (...) o tal não morrerá pela iniquidade de seu pai; certamente, viverá. Quanto a seu pai, (...) eis que ele morrerá por causa de sua iniquidade. (...) A alma que pecar, essa morrerá. (...) Se o perverso se converter de todos os pecados que cometeu (...) certamente, viverá. (...) Desviando-se o justo das sua justiça e cometendo iniquidade (...) morrerá. (...) Convertei-vos e vivei. 139


S.E.I.T.A.S. O Senhor não tendo prazer na morte, na perdição do homem, querendo, antes, que ele se converta de seus maus caminhos, lhe propõe a bênção e a maldição para que ele livremente escolha o caminho que deve seguir, mas o Senhor lhe admoesta quanto ao bem e à vida, contrariamente ao mal e à morte, esclarecendo quais ações levarão ao bem e ao mal, e permitindo-lhe fazer a opção que melhor lhe aprouver. (...) Te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando o Senhor, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade (Dt 30:19, 20). A pessoa tem o direito de escolher que caminho seguir. Há pessoas que declaram explicitamente desejar ir para o inferno, por mais inacreditável que pareça ser, mas isso é verdade! Contudo, Deus em sua soberania majestosa sabe que deve acatar as decisões humanas, justamente para não violar esse direito; caso contrário, ele não seria Deus, mas um ditador totalitário. Dentro desta sabedoria, Deus pode intervir, em conformidade com seus atributos, em socorro à alma humana que normalmente se perde em meio às adversidades da vida, pois nessas horas é difícil equilibrar razão e emoção, e por encontrar-se perdida, toma decisões erradas que lhe acarretarão prejuízos de ordem moral, espiritual, emocional, física, etc. Assim, em Sua infinita bondade e misericórdia, Deus aconselha essa pessoa a buscar o melhor caminho, não se precipitando em assumir certas posições; para isso acontecer, porém, ela precisa estar com seu coração aberto para receber essa preciosa visita de Deus e as orelhas prontas para escutar e ouvir suas palavras santas e eternas, objetivando colocá-las em prática para o seu próprio bem. O homem rebelde, no entanto, não deseja dar 140


Mônica Campello atenção às palavras preciosas de Deus. E prefere ouvir o homem: Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor! Porque será como o arbusto solitário no deserto e não verá quando vier o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto. (...) Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações (Jr 17:5-10). E onde se encontra esse homem em quem o homem confia? Exatamente fora de Deus, dos caminhos santos de Deus, nas religiões, nas culturas, nas tradições, no legalismo religioso, nas obras filantrópicas de cunho meramente material ou espiritual aversivo às verdades cristãs, nas superstições, nas crendices e fábulas humanas, nas simpatias para se obter diversos tipos de conquistas, nos filmes, na Internet, no horóscopo, no poder aquisitivo, no status social. Enfim, ainda em tantos outros campos ou aspectos que não foram citados, mas que em se possuindo discernimento espiritual, se poderá perceber tal realidade.

É assim que o homem constrói seu destino! E deve assumir as consequências! O Senhor predestinou toda a Humanidade à salvação: Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? – diz o Senhor Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus maus caminhos e viva? (Ez 141


S.E.I.T.A.S. 18:23). Contudo, o homem pode perder a sua salvação a partir do momento em que ele apostata da fé, devido à incredulidade, e a fé é condição sine qua non para garantir-se a salvação; isso implica estar na presença de Deus sem desviar-se de seus caminhos, i. e., estar sempre pronto para ouvir a sua voz e predisposto a obedecer a ele, em seguir seus mandamentos, consciente de que eles existem para o seu próprio bem e não para constrangimento, proibição e inibição de atos voluntários; com a atitude de apostasia, no entanto, ele está dizendo para Deus: “Não te quero, pois não preciso de você. Posso muito bem me ‘virar’ sozinho”. Assim, ele se afasta de Deus e afasta Deus de seus caminhos.

É assim que o homem destrói a sua salvação! E deve assumir as consequências! Como poderia Deus, que não é um intruso, nem oferecido sem ser querido, querer confrontar ou contestar a decisão de tal homem?! Deus jamais poderá ser acusado pelas decisões do homem que o arrastam para a ruína, mas ele tem de ser fiel à sua palavra eterna, assim como o homem deve ter fé e ser fiel a Deus até a morte! O Budismo é uma religião humanista em que cada qual é responsável por sua autoiluminação, renunciando ao próprio corpo e à própria mente. Livre de toda e qualquer transcendência pode conduzir o homem ao endeusamento de si próprio. E isso é pura perdição! Quem tem ouvidos para ouvir, ouça (Mt 11:15). Não muito diferente dos profetas de Deus no Antigo Testamento, Maomé (em árabe, Muhammad, “aquele que é merecedor de elogios”), o homem, profeta de Deus, foi 142


Mônica Campello agraciado com a inspiração divina quando orava no alto de uma montanha, tendo sido visitado pelo anjo Gabriel que lhe anunciou que Deus o escolhera para ser seu último mensageiro para a Humanidade com a missão de salvá-la, ao conduzi-la ao Caminho da Verdade, e de restaurar as doutrinas judaico-cristãs que se degeneraram ao longo dos séculos. Maomé recebeu a palavra de Deus em forma de versos que deveriam ser recitados primeiramente por ele e depois deveriam ser integrados no Alcorão ou Corão que, etimologicamente, significa “recitação”. Parece contraditório o que se lê no parágrafo anterior, “Deus o escolhera para ser seu último mensageiro”, em vista de um outro texto: Ainda hoje milhões de pessoas em todas as partes do mundo, dizem as mesmas preces e leem o mesmo Livro Sagrado. Maomé, como todos os outros Manifestantes de Deus,

assegurou aos Seus discípulos que um grande Mensageiro viria depois d’Ele.

Disse que a religião de Deus, que viera dos céus através d’Ele, voltaria a Deus depois de passados mil anos. (...) O Chamado de Deus já feito duas vezes nesta era, como predisse Maomé. O Báb apareceu exatamente mil anos depois da revelação do Islã*. Quase que imediatamente após, Bahá’u’lláh declarou Sua Missão. Não foi o Báb quem chamou os homens para Deus, lembrando-os da grande promessa de Deus? E não foi Bahá’u’lláh quem levantou a voz em seguida, após o Báb num segundo chamado, conclamando os filhos de Deus para fitarem Sua face?77 (destaques da autora)

*Exatamente mil anos depois da revelação do Islã, não! Bab nasceu em 20 de outubro de 1819 e faleceu em 09 de julho

Maomé. <http://www.dhnet.org.br/direitos/bibpaz/profetas/maome.htm>. 77

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S.E.I.T.A.S. de 1850; a revelação do Islã, que na verdade é a revelação do livro sagrado do Islão, o Alcorão, data de 610. Bahá’u’lláh ensinou que existe apenas um único Deus, e que Ele tem enviado sucessivos Profetas (os fundadores das grandes religiões mundiais) com ensinamentos adequados à necessidade, capacidade e maturidade dos povos de cada época. A influência destes Mensageiros Divinos tem sido uma força civilizadora ao longo da história da Humanidade.78 Ainda mais desconcertantes são as seguintes palavras: Antes de deixar este mundo, Cristo, como Krishna e Moisés, assegurou aos povos do mundo que no fim dos tempos Ele voltaria novamente, na Glória de Seu Pai Celestial. Disse aos seus contemporâneos que tinha ainda outras coisas para lhes revelar, mas que eles não podiam ainda compreender.

Prometeu, porém, que outro grande Mensageiro viria mais tarde, para lhes contar muitos outros segredos sobre Deus e a Religião.79 (destaque da autora)

Povo de Bahá. <http://povodebaha.blogspot.com/2005/01/o-que-religio-bah.html> 79 Jesus Cristo. <http://www.bahai.org.br/religiao/Cristo.htm>. 78

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Mônica Campello Não se encontra em nenhum lugar na Bíblia Sagrada tal afirmação de Cristo (em destaque). Até os profetas não passam de vento, porque a palavra não está com eles, as suas ameaças se cumprirão contra eles mesmos (Jr 5:13). Acerca dos profetas. O meu coração está quebrantado dentro de mim; (...) por causa do Senhor e por causa das suas santas palavras. (...) Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs esperanças; falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do Senhor. (...) Não mandei esses profetas; todavia, eles foram correndo; não lhes falei a eles; contudo, profetizaram. (...) Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, proclamando mentiras em meu nome (...) Portanto, eis que eu sou contra esses profetas, diz o Senhor, que furtam as minhas palavras (...) pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e também proveito nenhum trouxeram a este povo, diz o Senhor. (...) porque a cada um lhe servirá de sentença pesada a sua própria palavra; pois torceis as palavras do Deus vivo, do Senhor dos Exércitos, o nosso Deus (Jr 23:9-36). Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro (Ap 22:18). Em verdade, as Sagradas Escrituras Bíblicas garantem que o próprio Senhor Jesus, Ele mesmo voltará: Logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua luz, as estrelas cairão do firmamento e os corpos celestes serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória (...) O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão (Mt 24:29-30, 35). (...) Quando do céu se manifestar O Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo. Ele tomará vingança dos que não conhecem a 145


S.E.I.T.A.S. Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus (II Ts 1:7, 8). Constam do Alcorão respectivamente nas Suratas 3: 45-49 e 5: 75 as seguintes palavras: 45. E quando os anjos disseram: Ó Maria, por certo que Deus te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será o Messias, Jesus, filho de Maria, nobre neste mundo e no outro, e que se contará entre os diletos de Deus. 46. Falará aos homens, ainda no berço, bem como na maturidade, e se contará entre os virtuosos. 47. Perguntou: Ó Senhor meu, como poderei ter um filho, se mortal algum jamais me tocou? Disse-lhe o anjo: Assim será. Deus cria o que deseja, posto que quando decreta algo, diz: Seja! e é. 48. Ele lhe ensinará o Livro, a sabedoria, a Tora e o Evangelho. 49. E ele será um Mensageiro para os israelitas. 75. O Messias, filho de Maria, não é mais do que um mensageiro, do nível dos mensageiros que o precederam. Jesus Cristo, segundo preconizam o Islão e a Fé Bahá’í, nada mais é do que um mensageiro, um servo de Deus. Isto não deixa de ser verdadeiro desde que Jesus é “Profeta”, “Sacerdote” e “Rei” ungido por Deus. Cada um desses termos enfatiza a mediação de Cristo entre o Pai, no Céu, e as pessoas, na terra. 80 Maomé declara-se substituto de Jesus sendo seu imediato sucessor como mensageiro de Deus. Contudo, Cristo fidedignamente aclamou-se Deus enquanto Maomé declarou tão-somente falar em nome de Deus. Além de tudo isso, não há registros de milagres na vida de Maomé como os referidos na Bíblia Sagrada atribuídos a Jesus Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus (I Co 1:24) – ele 80

MENZIES, William W., HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas. p.66.

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Mônica Campello perdoou pecados, curou enfermos, libertou cativos e endemoninhados, andou sobre as águas, transformou a água em vinho (no melhor vinho), pagou imposto miraculosamente, ressuscitou mortos, amaldiçoou uma figueira, restaurou a orelha do soldado Malco (observe o coração de Jesus, o momento e a circunstância em que esse fato ocorreu), efetuou as pescas maravilhosas (em uma a rede se rompeu, em outra, não), acalmou a tempestade (a natureza lhe obedece a autoridade), multiplicou pães, recebeu adoração e honras devidas somente a Deus, possui as chaves da morte e do inferno, ressuscitou e VOLTARÁ! Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! (...) pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; (...) Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, (...) e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai (Fp 2:6-11). Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU (Jo 8:58). Respondeu-lhes Jesus: (...) Eu e o Pai somos um (Jo 10:25, 30). Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles (Mt 18:20). Quem dentre vós me convence de pecado? Se vos digo a verdade, por que razão não me credes? Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus (Jo 8:46, 47). Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14:6). 147


S.E.I.T.A.S. Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra (Mt 28:18). Não temas. Eu sou o primeiro e o último. Eu sou o que vivo; fui morto, mas estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do inferno (Ap 1:17, 18). Pois qual é mais fácil? Dizer: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados – disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa (Mt 9:5, 6). Estude-se, portanto, a fundo, tudo o que é concernente a Deus, chegando mesmo a fazer uma avaliação crítica, como Ele mesmo adverte: (...) e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos (Ml 3:10). Deus não proíbe ninguém de fazer questionamentos contanto que não se permita que o questionamento se torne uma tendência para o mal e que leve alguém a se afastar dele. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2). Para evitar o mal, pode-se perguntar: “Esse questionamento é edificante?”, “Vale a pena indagar sobre isso?”, “Isso me levará a algum resultado positivo?”, “Em que isto me será útil?”, “Deus está nisso?”, “Quais são minhas reais intenções?”. Observe e tente responder as duas perguntas a seguir: a. Questionar a divindade de Cristo é edificante? b. Questionar sobre a divindade de Cristo é edificante? Levando-se em conta que ‘questionar algo’ tem significado diferente de ‘questionar sobre algo’, já que a primeira expressão denota a ideia de ‘pôr em dúvida’ (a veracidade de algo), e a 148


Mônica Campello segunda expressão denota a ideia de ‘indagar’, ‘procurar saber (mais) ’, entende-se que o modo como se emprega o verbo é de suma importância para levar ao fim desejado. A mudança da transitividade do verbo ‘questionar’ leva a significados diferentes que denotam intenções diferentes, respectivamente intenção de duvidar e intenção de indagar. Logo, precisa-se estar cônscio sobre o tipo de questionamento que se quer levantar – uma dúvida mal intencionada ou o sincero desejo de um aprendizado mais acurado. “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4:8). Independentemente de obter ou não as respostas desejadas, a pessoa deve perseverar em sua fé, jamais duvidando da verdade divina. “As coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt 29:29). É preciso que se reconheça a natureza, a autoridade e os atributos divinos para saber-se a verdade sobre Deus em detrimento de tudo o que pretenda subtrair seu Poder e Honra e Majestade e Glória pelos séculos dos séculos!

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S.E.I.T.A.S.

7 Comparações Entre Jesus e Outros deuses

(Mônica Campello)

7.1. Buda Há possíveis investidas de Satanás em iludir as mentes das pessoas quanto à verdadeira realidade de Deus, pois ele sabia que Cristo viria, Aquele que o derrotaria definitivamente, e começou a levantar homens que fossem capazes de criar histórias parecidas com aquelas que o Filho de Deus viveria só para gerar confusão mental e espiritual quanto à real existência de Deus. Para que quando contassem a história de Jesus sempre pudesse aparecer alguém que dissesse que a história de Jesus seria mera imitação de uma outra história religiosa conhecida cujos deuses foram antes de Jesus. Isso para haver contestação, para calar a boca dos cristãos, para desacreditar Jesus e seu poder de salvação e assim todos caírem na armadilha de Satanás; deixarem Jesus e caírem nas mãos dele. diz a autora deste livro,

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Mônica Campello

Observe a seguinte história: Sidartha Gautama, fundador do Budismo, o Buda Sakyamuni, o Buda histórico, como Buda subjugou todos os ataques de Mara Devaputra, o mestre da ilusão, o cabeça, o líder de todos os demônios, permanecendo inatingível pelo poder de sua mente. Mara tentou seduzi-lo com tentações mundanas diversas, mas ele venceu todas as suas investidas. Assim, então, tornou-se Buda. Note-se alguma semelhança dos ataques de Mara a Sakyamuni com fatos ocorridos com o Senhor Jesus, conforme consta em Mateus 4:1, “A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo”. Apesar da semelhança entre as duas histórias, ressalte-se um aspecto agravante: Buda venceu pelo poder da mente e Jesus pelo poder de Deus imanente em sua vida. Usar e exercitar o poder da mente, seja através de meditação, seja através de recitação de mantras (“Man” significa mente, e “tra” significa liberação), o que na visão bíblica é “vã repetição que Deus abomina”, rejeitando o poder de Deus, é uma atitude de rebeldia contra o Criador do universo. No Budismo de Nitiren Daishonin, se um seguidor não possui o respectivo objeto de adoração, o Gohonzon, um pergaminho inscrito em sânscrito com caracteres japoneses e chineses representando a incorporação da lei do Nam-MyohoRengue-Kyo, diante do qual se oferecem holocaustos e um mantra 151


S.E.I.T.A.S. específico, o Daimoku, que é a repetição prolongada do nome do Buda Nitiren Daishonin, ele deve adorar ao Buda virado para o leste, em direção ao sol. E levou-me para o átrio interior da casa do Senhor, e eis que estavam à entrada do templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do Senhor, e com os rostos para o oriente; e eles adoravam o sol virados para o oriente. Então me disse: Viste, filho do homem? Há coisa mais leviana para a casa de Judá do que essas abominações, que fazem aqui? (Ez 8:16, 17). E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, tu habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê; e tem ouvidos para ouvir e não ouve; porque é casa rebelde (Ez 12: 1, 2). Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomaram conselho, mas não de mim; e que se cobriram com uma cobertura, mas não do meu espírito, para acrescentarem pecado a pecado (Is 30:1). Porque a rebelião é como pecado de feitiçaria e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti (I Sm 15:23). Ressalte-se, ainda, um segundo aspecto agravante: após atingir a iluminação, o Buda foi exortado por Brahma a ensinar a Humanidade o caminho que leva à extinção do sofrimento. Parece haver aqui uma contradição de princípios budistas, haja vista Brahma ser um deus da Trimurti, a trindade hindu, juntamente com Vishnu e Shiva, de quem exatamente o Buda recebe exortação. Conclui-se, portanto, que não houve rejeição natural tampouco forçada a seres transcendentais! De igual importância, o Budismo rejeita a ideia da existência real de Deus, mas aceita a ideia da existência de vários deuses. O próprio Gohonzon citado anteriormente contém nomes de deuses: Grande Rei Celestial – Tamon-ten (Ouvidor 152


Mônica Campello de muitos ensinos); Grande Rei Celestial – Dai Jikoku-tenno (defensor da nação); Rei da Sabedoria e do Desejo Insaciável – Aizen-myo’o; O deus das estrelas – Dai Myojo-tenno; O deus da lua – Dai Gattenno; Grande Rei Celestial Shakra – Taishaku-tenno; Grande Rei Celestial Brahma – Dai Bontenno; Rei Demônio do Sexto Céu – Dai Rokuten no Mao; O Deus do sol – Dai Nittenno; Dez filhas do demônio feminino – Jurasetsunyo; Mãe das crianças-demônios – Kishimojin; Grande Rei Celestial da Ascensão e do Progresso – Dai Zojo-tenno; A deusa do sol – Tensho-daijin; Grande Rei Celestial de Ampla Visão – Dai Kamoku-tenno81.

7.2. Krishna Aproveitando o ensejo do penúltimo parágrafo, que traz um breve comentário sobre a trindade hindu, ao se mencionar Vishnu, lembra-se imediatamente de Krishna (3.227 a.C. – 3102 a.C.), personagem da mitologia hindu, seu oitavo avatar. Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem. O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas (Jo 10:7-11). Conta a lenda que o rei Kamsa tentou matar Krishna, ordenando a matança de todos os recém-nascidos meninos que tivessem nascido no mesmo dia que Krishna. Comparativamente, o rei Herodes ordenou a matança de todos 81

Terceira Civilização – Revista mensal publicada pela BSGI – 02/1998

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S.E.I.T.A.S. os recém-nascidos que tivessem nascido no mesmo dia que Jesus (Mt 2:16)82. Além dessa comparação, há outras entre Krishna e Jesus que servem como exemplo: Krishna é chamado de Senhor, o nascimento de Krishna, sua crucificação, seus milagres, etc. Há uma relação de semelhanças entre as duas religiões que causam um ‘desarranjo mental’ na cabeça de qualquer cristão. Por que? Essas semelhanças abalariam a fé de um cristão? Um cristão verdadeiramente devoto a Cristo não se abalaria em sua fé, mas com certeza questionaria acerca dessas declarações a fim de conhecer a verdade e ser capaz de refutar o mal, desde que ele reconhece o seu Deus como único e eterno Deus do qual não duvida em aspecto algum. Nesse seu questionamento descobre que a melhor maneira de conhecer a verdade é estudar sobre ela, e, ao fazer isso, começa a descobrir verdades encobertas. É de suma importância para Satanás que os seguidores de Jesus caiam em confusão de pensamentos para que se tornem incapazes de fazer a obra de Deus, deixando de cumprir seu ministério, atrasando ou cancelando a salvação de muitas almas devido à incredulidade que nasce em seus corações. ‘O Inimigo de nossas almas’ trabalha à custa dessa incredulidade; ela é seu principal ponto de partida, a chave mestra que abre todas as portas para a perdição. Todavia, Jesus afirma: Eu sou a porta (Jo 10:9). Uma chave única – a fé – para abrir a única porta – Jesus. Tudo o que o Inimigo puder fazer para impedir o desenvolvimento desse processo de salvação de almas, retardando-o o máximo possível, ele o fará com toda sua habilidade e destreza e malícia e perspicácia, e, Tradução da autora. <http://www.bobkwebsite.com/krishnajesusmyths.html> 82

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Mônica Campello para alcançar esse fim, ele se aproveitará da fraqueza espiritual de alguns que acabarão contaminando muitos, disseminando dúvidas em seus corações. Ele lançará nas mentes fracas a semente do mal que busca seus próprios prazeres como o sentir-se jactancioso por ter descoberto uma mentira com ares de verdade, que o torna vítima do Inimigo, mas também de sua própria soberba. Às vezes isso é mais fácil de se fazer do que se colocar aos pés de Jesus em contrição e humilhação. Jesus não ensina seus discípulos a permanecerem no campo das representações, dos simbolismos, mas a buscarem sempre a verdade concreta dos fatos, livres de toda subjetividade, com total firmeza e convicção espiritual, assim como foi concreta sua ressurreição e ascensão e não mera lenda! Em aspecto lendário se encaixa perfeitamente a noção de “demônio” e “serpente” conforme os princípios hinduístas, já que nessa visão os demônios representam o ego, e a serpente representa a mente. Todavia, conforme os princípios cristãos, demônios são seres reais no mundo atmosférico que circunda a Terra e a serpente, de acordo com a narração em Gênesis 3:1ss, é a própria personificação do mal. História e mitologia se misturam com relação aos atos de Krishna a ponto de confundir as ideias concernentes ao seu aspecto real e mítico. As histórias bíblicas não são lendas; são fatos. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! Só porque você não viu, não pode dizer que não aconteceu! A isso se chama prudência. Uma coisa é certa: as histórias bíblicas não geram confusão de ideias, pois tratam de fatos comprovados por pessoas que de fato existiram e atuaram

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S.E.I.T.A.S. como testemunhas oculares de tais narrações. Essa é uma verdade que a todo custo querem negar.

7.3. Deus mitológico Consta em um dos milagres de Krishna – o de segurar uma montanha com seu dedo mínimo – a presença do deus lendário Indra que perde seu reconhecimento divino aproximadamente 1.500 a. C. Que deus é esse que ao longo dos anos perde a sua majestade, haja vista ele ter sido rei de todos os deuses hinduístas?! A mitologia hindu – antes a palavra mitologia devido à ausência de características pertinentes a uma religião, refletindo mais propriamente o aspecto de lei humana ou social – apesar de possuir base histórica, não descreve fielmente os fatos, pois os adorna com feitos extraordinários atribuídos aos seus heróis com o propósito de exemplificar o melhor procedimento humano diante de circunstâncias diversas, sempre apresentando noções de ética, como normalmente ocorre em histórias cujo conteúdo se resume numa lição de moral. Jesus não quer transmitir apenas uma lição de moral que quem ouve pode decidir praticar ou não, mas ele quer ensinar a humildade em espírito de forma que, pelo seu poder de convencer da verdade, este aprendizado seja enraizado em sua mente e coração para que a pessoa aprenda a viver. Histórias que têm lição de moral como pano de fundo são bonitas, emocionam, criam o desejo de se fazer o mesmo; contudo, a efemeridade das emoções sentidas por um momento não permite que a essência do saber divino seja plantada no âmago do ser porque nasce de um poder superficial, que não pode perscrutar a alma, atingir o espírito; pode tão-somente inspirar alguém a fazer o bem, sem necessariamente ocasionar 156


Mônica Campello seu progresso espiritual. Essa verdade pode levar à seguinte conclusão: “Isso é coisa de herói, muito distante da minha realidade. Quem sou eu pra fazer isso?!”. Conseqüentemente, tal pensamento funcionará como impedimento para reais transformações espirituais. Em contrapartida, o Cristianismo apresenta histórias reais de Jesus Cristo – não um herói, mas um homem divino conforme provam os fatos – narradas fielmente em comum acordo com os acontecimentos sem exageros, nem alegorias, não apresentando uma lição de moral ao fundo, mas relatando o poder de Deus, a sabedoria de Deus, a salvação de Deus para os que desejam aprender dele, seguindo-o. As palavras e os ensinamento de Jesus soam e funcionam como instruções que podem ser executadas por uma pessoa para o seu bem viver nesta vida e que lhe garantirão a vida eterna. Não soam como mágica nem como poder inato de um super-herói que pratica um sem-número de peripécias para assombro dos espectadores. Jesus não se preocupava em mostrar seu poder extra-humano para as plateias a fim de ser aplaudido e, consequentemente, ser tido como um salvador na esfera das coisas terrenas e, por isso mesmo, transitórias. Ele é O Salvador! Exatamente por este motivo não pactua com as pobres mentes pobres de discernimento espiritual incapazes de compreender suas palavras, não satisfaz a insaciabilidade de seus ávidos desejos egoístas de assistir a um show de sensacionalismo barato que não os levaria a reter nenhum aprendizado, nenhum crescimento e nenhuma maturidade. Os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te 157


S.E.I.T.A.S. a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz! De igual modo, os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus. E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele (Mt 27:39-44). Essas palavras refletem os ‘Se’ satânicos que procuram instigar uma pessoa fraca de consciência a cometer atos reprováveis de caráter e de boa-fé: “Se você é mesmo inteligente,

jamais

vai

se

deixar

levar

pela

loucura do evangelho! Se você é mesmo um intelectual, nunca vai acreditar nos despautérios bíblicos! Se você é de fato uma pessoa culta deveria se envergonhar de dizer que segue Jesus! Se você é um seguidor de Jesus, não precisa nem estudar

pra

provar

que

você

passou

no

concurso!” Ao ouvir tais palavras, o tolo deixa-se levar pela

vaidade que lhe sobe à cabeça no afã de mostrar que é superior àquilo ou se deixa levar pela ignorância mediante atitudes de imprudência. Jesus quer que as pessoas sigam seu exemplo. Se ele pôde resistir às incitações malévolas das pessoas à sua volta, seus seguidores também podem fazer o mesmo. Só se pode exigir de alguém que faça algo se a própria pessoa for a primeira a fazê-lo. “Se sou capaz, você também é; se posso, você pode”. Por isso, Jesus se despiu de sua divindade e se fez carne, tornando-se homem para que vivesse na carne o que o homem vive e poder dizer: No mundo tereis aflições. Mas tende bom ânimo! Eu venci o mundo 158


Mônica Campello (Jo 16:33). Se ele venceu, eu também posso vencer. Eis a essência de seu ensinamento. Seguir

qualquer

religião,

qualquer

deus,

qualquer filosofia que não seja Jesus é atitude de um sábio! Seguir Jesus é mera estupidez! E, por que

justamente os ‘estúpidos’, que por serem assim – não oferecem nenhum perigo, não são dotados de inteligência e não têm nenhuma importância – são perseguidos? Por que os sábios não são perseguidos? Semelhanças de dados históricos da vida de Jesus e da vida de Krishna soam como perseguição à verdade cristã, visando a ridicularizá-la e negá-la. Há, contudo, argumentos que podem negar a falsa impressão de que o Cristianismo é uma cópia do hinduísmo, ou mais especificamente, de que Jesus Cristo é uma cópia de Krishna, como preconizam os defensores da mentira. Somente pelos pontos acima mencionados, já se pode afirmar que O CRISTIANSIMO NÃO É CÓPIA DO HINDUISMO!

7.4. Krishna – uma reencarnação Krishna é uma figura central no épico Mahabharata (séc. IV a.C.). Epopeia é um poema em que o poeta canta, narra ações heroicas e grandiosas de um personagem específico. Entre as principais histórias que formam o Mahabharata está a Bhagavad Gita (A canção do Senhor), um texto religioso que consiste de dezoito capítulos em que Krishna atua como o cocheiro de Arjuna, e lhe ensina, num campo de batalha, os princípios de ação, devoção e autoconhecimento, levando-o à iluminação. 159


S.E.I.T.A.S. Krishna é a oitava das dez (re)encarnações do deus Vishnu, o principal da Trimurti. Dentre essas dez, as quatro primeiras encarnações são de animais: peixe, tartaruga, javali e leão. Os reencarnacionistas, contudo, consideram a metempsicose – reencarnação do espírito em seres inferiores, animais ou vegetais – como um retrocesso, pois impossibilita o processo de evolução por vidas sucessivas. A metempsicose é vista como tendo sido originada numa interpretação errônea do conceito associado ao termo "Sthanu", apresentado no Kathopanishad (Capítulo 5, Verso 9).83 Como explicar, então, as reencarnações animalescas de Vishnu? De qualquer forma não há como mudar a história do referido deus, ou há? A verdade é que eles pegam emprestado e depois querem fazer mudanças! Segundo Sri Swami Sivananda, o homem desenvolve disposições da alma em várias existências e se torna um gênio em uma determinada existência. Buda ganhou experiências em várias existências. Ele se tornou um Buda somente na sua última existência. Em uma única existência, todas as virtudes não podem ser desenvolvidas. Só se podem cultivar as virtudes através da evolução gradual.84 Foi isso o que aconteceu com o deus Vishnu, um deus que evolui gradualmente, um deus progressivo que está sempre crescendo, ou melhor, nem sempre, e finaliza seu ciclo de encarnações com a figura híbrida do homem-cavalo! Pare agora por um momento e reflita sobre a natureza, os atributos, a essência, a eternidade de Deus, o grande Eu Sou! A que conclusão você chegou? <http://pt.wikipedia.org/wiki/Reencarna%C3%A7%C3%A3o> Tradução do texto pela autora. SIVANANDA, Sri Swami. Reincarnation: Transmigration of souls. <http://www.experiencefestival.com/a/reincarnation/id/9770> <http://www.experiencefestival.com/kathopanishad/articleindex> 83 84

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Mônica Campello O Verbo se fez carne uma única vez! Este foi o ato de encarnação do único Deus Todo-Poderoso através de seu Filho, unindo a natureza divina à natureza humana. Trata-se, portanto, de encarnação e não reencarnação, e sendo realizada sob a forma humana e não animal ou vegetal, e não mais que uma única vez, se fazendo sacrifício uma vez por todas! O Verbo se fez carne, e habitou entre nós (Jo 1:14). E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação (Hb 9.27). Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito (1 Pe 3.18).

7.5. Reencarnação A palavra “reencarnação” significa a reassunção da alma à forma material em vidas sucessivas e múltiplas. Este princípio é veementemente negado pelo cristianismo original – não o cristianismo esotérico que admite a reencarnação como princípio admitido por Deus para salvação das almas. A reencarnação funciona como uma oportunidade de se corrigir erros de vidas passadas, porém sem a mínima lembrança dos mesmos, como oportunidade para se aperfeiçoar o caráter, como oportunidade de progresso espiritual contínuo até atingir a perfeição, através da pluralidade de existências terrestres, sem descartar as possibilidades extraterrestres. A única oportunidade certa é Jesus, pois não há outro caminho a seguir, não há verdade além da sua verdade, e não há vida eterna fora dele, assim como não há vida além da única que 161


S.E.I.T.A.S. ele nos concede. Todos esses pontos são incompatíveis com a doutrina da reencarnação. Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14:6). Observe a conjugação do verbo VIR: ‘Vem’ e não ‘vai’. JESUS É O PAI! Os defensores da doutrina reencarnacionista costumam empregar versículos bíblicos para respaldar suas falsas teorias. Mas por que versículos bíblicos e não textos de outras religiões fora do contexto cristão verdadeiro? A resposta é simples: Jesus oferece respaldo! Jesus é a verdade eterna que ninguém pode contestar por mais que se busquem argumentos contrários à realidade da sua existência na terra e no céu. Assim, usam suas palavras a seu bel-prazer, segundo suas conveniências, para que se coadunem com seus propósitos vis e ardilosos. Para simples ilustração, citem-se os seguintes versículos: Mateus 11:14; 17:18; 19:29; Lucas 23:39-43; João 3:3. • Em Mateus 11:14, julgam João Batista como a reencarnação de Elias. Como poderia Elias reencarnar se não desencarnou, mas foi assunto ao céu sem ter experimentado a morte conforme consta em II Rs 2:11? A interpretação correta do texto recai sobre a semelhança das características e missão de ambos que leva à compreensão de João Batista como o Elias profético e não reencarnado; • Em Mateus 17:1-8, texto que versa sobre a Transfiguração de Jesus, se João Batista fosse a reencarnação de Elias, o mesmo João deveria aparecer e não Elias, já que de acordo com a doutrina da reencarnação o espírito encarnado assume o aspecto da última existência; • Em Mateus 19:29, se a reencarnação fosse possível e aplicável a toda a Humanidade, Jesus não teria dito em 162


Mônica Campello Lucas 18:30 (...) que não receba, no presente (o que significa “nesta vida”), muitas vezes mais e, no mundo por vir, a vida eterna (o que significa “vida eterna com Deus”, sem reencarnações). A má interpretação do primeiro texto aqui citado: (...) receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna, ocorre devido à ininteligibilidade dos espíritas que afirmam significar esta última frase uma promessa de Jesus, que ao proferir a expressão “muitas vezes mais”, (“cem vezes tanto” conforme Edição Corrigida e Revisada) significava uma centena de mães, (...) uma centena de nascimentos, uma centena de reencarnações, evidentemente; • Em Lucas 23:39-43, há um diálogo entre os dois malfeitores: Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. Há um velho ditado que diz: Aqui se faz, aqui se paga! Conforme as palavras de um dos malfeitores, eles estão recebendo nesta existência o castigo que merecem, e não em outra existência, em outro corpo. Eles estão pagando pelos seus próprios pecados, pois ninguém tem que carregar o pesado fardo deles. Oportuno lembrar o tema de Ezequiel 18: A responsabilidade é pessoal. Cada um responde pelos seus próprios atos. Somente Jesus como Deus pode carregar os pecados do mundo e absolver os culpados mediante sincero 163


S.E.I.T.A.S. arrependimento. Este foi o caso do segundo malfeitor em réplica ao primeiro: o temor de Deus, o reconhecimento dos erros, o reconhecimento da inocência de Jesus e de Seu poder para salvá-lo. Quem lhe falou acerca da soberania divina de Jesus? Quem o evangelizou? Ninguém especificamente! Ele simplesmente ouviu e creu, e isso lhe foi imputado por justiça, merecendo receber a salvação. Jesus estava ao seu lado e ele não o rejeitou, mas o aceitou em seu coração, não necessariamente tendo que proferir frases jargonizadas como “Eu o aceito como meu Salvador!” Há momentos em que não há necessidade do homem falar: Deus sonda e conhece os corações. Outras palavras que denotam o comportamento, traduzem o espírito que é discernido pelo Espírito Santo. Isso é expresso pela resposta de Jesus ao arrependido: ele não foi para o inferno, tampouco sofreu a reencarnação para corrigir-se de suas culpas através de outro corpo em outra existência, mas foi perdoado e salvo por Jesus, o que é subentendido por sua palavras – há momentos em que não há necessidade de Deus falar; Ele vai direto ao ponto. O perdão de Deus foi suficiente para libertá-lo de suas culpas. E por isso o malfeitor arrependido foi levado ao céu, onde ainda se encontra esperando o Juízo Final. • Em João 3:3, diferentemente de reencarnação, regeneração significa mudança das tendências da alma no mesmo corpo em que esta habita nesta existência; isto é “nascer de novo”, que de acordo com a etimologia grega significa “nascer do alto”; quer dizer, a pessoa é transformada pelo poder de Deus quando ela nasce de novo da água (Palavra de Deus) e do Espírito (v .5). Daí a importância da conversão genuína a Jesus Cristo, Deus, reconhecendo-o como Único e Suficiente Salvador. 164


Mônica Campello Você prefere pagar pelos erros de outros que você nem sequer conheceu em épocas remotas, depois de centenas de existências, num eterno vaivém, indo e voltando sem sossego a crer definitivamente que Jesus já pagou o preço de cruz por todos os teus pecados, por todas as tuas culpas e se fez culpado por você para que você tenha a vida eterna no céu? O que você prefere: reencarnação ou ressurreição (retorno da alma ao próprio corpo), i.e., se você não for arrebatado? Se você escolheu a segunda opção, você recebeu Jesus como teu Salvador! “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16.31). POR ESSE ASPECTO PODE-SE AFIRMAR QUE O CRISTIANISMO NÃO É CÓPIA DO HINDUISMO!

7.6. Encarnação literária de Krishna A literatura épica,85 especificamente o Mahabharata, surgiu antes de 3000 a. C. e foi transcrita para o Nágari entre os séculos III a. C. e IV d. C.* A Escrita Nagari ou Devanagari contribuiu para a transcrição do sânscrito (língua erudita e sagrada). Muito do que está presente no Mahabharata hoje compreende acréscimos posteriores. Isto inclui o Bhagavad Gita* e Uttar Gita. Questiona-se que a história original do Mahabharata era provavelmente cerca de um quarto da extensão do Mahabharata atual. Mas agora é impossível recuperar a história original desde que os manuscritos existentes que nos têm sido transmitidos são versões demasiadamente infladas com filosofia bramânica e instruções sobre moralidade, etc. A história original provavelmente foi construída mais sucintamente e a ação comprimia e abrangia uma história

85

<http://www.abyoga.blogger.com.br/> ** Destaques da autora

165


S.E.I.T.A.S. mais direta sobre uma batalha entre dois clãs kshatriya (sem as divagações filosóficas intermináveis presentes no Mahabharata de hoje).86 A Guerra de Mahabharata (incluindo Bhagavad Gita) ocorre no 4º milênio a.C. (3138 a.C. ou 3102 a.C.). O historiador A. L. Basham comenta sobre a diferença entre datas tradicionais e estimativas modernas: “Segundo a tradição popular a Guerra de Mahabharata ocorreu em 3102 a. C., o que, à luz de toda evidência, é completamente impossível. Mais razoável é uma outra tradição que a situa no século 15 a.C., mas isso também equivale a muitos séculos levando em consideração nosso conhecimento arqueológico. Provavelmente a guerra ocorreu no começo do século 9 a.C.; tal data parece ajustar-se com os restos arqueológicos escassos do período, e há evidência na literatura Bramana para mostrar que essa data não pode ser tão antiga”. Swami Vivekananda dispensa considerações sobre diferenças de opinião, considerando eventos históricos como insignificantes para o estudo do texto da Gita: Uma coisa deveria ser especialmente lembrada aqui, que não há conexão entre estas pesquisas históricas e nosso real objetivo, o conhecimento que conduz à aquisição do Dharma. Mesmo que a

historicidade do todo seja provada como absolutamente falsa hoje,* isto de modo algum significará perda para nós.87 As versões mais antigas dos poemas épicos Ramayana e Mahabharata foram oralmente transmitidas por séculos antes do período 500-100 a.C em que foram escritas. (...) Filósofos hindus proeminentes, incluindo Sri Aurobindo e Swami Prabhupada (fundador da ISKCON), 86Tradução

do texto pela autora. <http://rashmun.sulekha.com/blog/post/2007/09/krishna-the-quality-ofruthlessness.htm> 87Tradução

do texto pela autora. <http://en.wikipedia.org/wiki/Bhagavad_Gita#_note-26#_note-26>. *Destaque da autora.

166


Mônica Campello traduziram, reformularam e apresentaram os textos fundamentais do Hinduismo para o público contemporâneo em novas reiterações, atraindo seguidores e atenção na Índia e no exterior. Lembrando que há muitas semelhanças históricas nas vidas de Krishna e Jesus, pode-se afirmar através do parágrafo que discorre sobre a transcrição do Mahabharata para o Nágari que a data de ocorrência desse trabalho foi exatamente entre os séculos III a. C. e IV d. C., i.e., durante pelo menos quatro séculos depois de Cristo a referida obra sofreu alterações. Interessante é que essas alterações ocorreram quando a história de Jesus já era conhecida de todos. Estranho, não?!88 Acréscimos posteriores ao Mahabharata original modificaram seu conteúdo completamente. O que fora preservado pela tradição oral ou escrita se perdeu ao longo dos tempos através de acréscimos ou subtrações decorrentes de traduções e transcrições impróprias ou incongruentes, além de serem datados imprecisamente. Traduções e transcrições são respeitavelmente válidas desde que haja compatibilidade quanto às informações sobre os fatos apresentados; não devem gerar controvérsia, suspeita, incredibilidade. Que garantia se tem de que os atuais textos da literatura hindu sejam verossímeis? Horace Hayman Wilson, tradutor do Vishnu Purana (1840), declarou: Ao traduzir o texto para o Inglês, eu aderi a ele tão literalmente quanto compatível em consideração aos usos da composição em Inglês. Em geral, o original apresenta algumas dificuldades. O estilo dos Puránas é comumente muito simples e fácil, e a narrativa é feita clara e despretenciosamente. Nas referências às deidades, nas divagações sobre a natureza divina, nas descrições do universo, e na discussão argumentativa e 88

<http://en.wikipedia.org/wiki/Hinduism>.

167


S.E.I.T.A.S. matafísica, ocorrem passagens em que a dificuldade originando-se do próprio sujeito é realçada pela maneira breve e obscura com que é tratada. Em tais circunstâncias, eu obtive muita ajuda do comentário, mas é possível que algumas vezes eu possa ter entendido mal e deturpado o original; e também é possível que algumas vezes eu possa ter falhado em expressar seu conteúdo com precisão suficiente para torná-lo inteligível.89 Vyasadeva, encarnação literária de Krishna, compilou o Mahabharata entre outras obras da literatura hindu. Na Idade Contemporânea houve novas reiterações feitas por Sri Aurobindo e Swami Prabhupada. E Swami Vivekananda, contestando as palavras do historiador A. L. Basham, declara que não importa qualquer comprovação de quão falsa seja toda a respectiva historicidade, pois isso em nada afetará o seu objetivo. Ele está no seu direito, o que deve ser respeitado. Da mesma forma isso lhe obriga, quer dizer, não essa pessoa em especial, mas todos os responsáveis pela referida literatura e seus seguidores a respeitar e a se fazer respeitar a verdade alheia, que, devido às falhas citadas anteriormente, tem sofrido falsas acusações por parte de aproveitadores e escarnecedores e perseguidores que têm profundo desconhecimento de dados literários, históricos, etc., não sendo, portanto, capazes de julgar absolutamente nada como certo ou errado; logo, isso não lhes dá o direito de recriminar o que ignoram. “Contra fatos não há argumentos”, eis o dito popular. Houve testemunhas oculares que testificaram da história – vida e morte – de Jesus como homem e como Deus, fato ao qual não cabe contestação alguma. E quanto à história de Krishna, sua vida e sua morte, houve testemunhas oculares? A morte de 89

Tradução da autora. <http://www.sacred-texts.com/hin/vp/vp032.htm>

168


Mônica Campello Krishna é descrita de acordo com as tradições: uns dizem uma coisa; outros dizem outra... sendo ainda adaptável à situação de aplicabilidade em que venha a ser inserida. Sua morte tem várias versões, segundo estudos específicos e diversos sobre o assunto, enquanto a versão da morte de Cristo é uma só, ainda que especuladores queiram negar essa verdade, usando de variados subterfúgios, até mesmo de citações de outras religiões tão caóticas quanto essa para fazer apologética à sua própria. Ainda que se creia na história de Jesus unicamente pela fé, O justo viverá da fé (Rm 1:17), haja vista não ser contemporânea de Jesus, e, consequentemente, não ter podido ‘ver com os próprios olhos’ – pleonasmo perfeitamente viável neste contexto – uma pessoa cristã torna-se conhecedora das obras de Jesus pelo que ele tem operado em sua vida. Bem-aventurados os que não viram e creram (Jo 20:29). Há um propósito divino em que a incredulidade de Tomé seja ressaltada em seu diálogo com Jesus após Sua ressurreição. POR

ESSE

ASPECTO

PODE-SE

AFIRMAR

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O

CRISTIANISMO NÃO É CÓPIA DO HINDUISMO!

7.7. Krishna não é Deus Outro aspecto de igual importância tem relação com o caráter de Krishna. Conforme descrito no Mahabharata, Krishna é extremamente velhaco, engenhoso e cruel (...) Os personagens principais no lado Kaurava são todos mortos tipicamente através da velhacaria de Krishna. (...) Também se discute que no Mahabharata original Krishna não era Deus.90 Um deus velhaco e cruel que não é Deus?! Tradução da autora. <http://rashmun.sulekha.com/blog/post/2007/09/krishna-the-quality-ofruthlessness.htm> 90

169


S.E.I.T.A.S. Não se encontra na Bíblia Sagrada qualquer referência contrária à divindade de Jesus, tampouco que ele usasse de velhacaria para atingir seus objetivos, aliás, através de atos de crueldade. Todo o Novo Testamento aponta para a autoridade e divindade de Jesus:

• Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados – disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa (Mt 9:6); • Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade (Cl 2:8-9), assim como o Antigo Testamento aponta profeticamente para Ele como, o Renovo: “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo (Jr 23:5); • o Redentor: O seu Redentor é forte, SENHOR dos Exércitos é o seu nome (Jr 50:34); • o Messias: Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas (Dn 9:25). Sua autoridade e divindade jamais são questionadas e são sempre provadas, além de todas as coisas servirem como indício de que realmente Ele era e é Deus: • Se não faço as obras de meu Pai, não acrediteis em mim. Mas se as faço, e não credes em mim, crede nas obras, para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu nele (Jo 10:37-38); • A existência – Ele existia antes de toda a criação: No princípio, criou Deus os céus e a terra (Gn 1:1); 170


Mônica Campello • a natureza – transcendental e imanente: Para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós (At 17:27); • imutável: Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos (Ml 3:6); • infinito – não há limites para Ele: Mas, de fato, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei (I Rs 8:27). Além dos vários nomes e títulos que revelam sua natureza e o tipo de relação que estabelece com o seu povo: • Deus Jeová Rafá, o Deus que cura: Eu sou o SENHOR, que te sara (Ex 15:26); • Deus Jeová Nissi, o Deus que liberta, que concede vitória: O SENHOR é minha bandeira (Ex 17:15). Atributos naturais: • onipotência: Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso (Ap 1:8); • onipresença: Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos (Is 57:15); • onisciência: SENHOR, tu me sondas e me conheces (Sl 139:1 ss). Atributos morais: • bondade: Como é grande a tua bondade, que reservaste aos que te temem, da qual usas, perante os filhos dos homens, para com os que em ti se refugiam! (Sl 31:19); 171


S.E.I.T.A.S. • santidade: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos (Is 6:3); • justiça: Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto (Dt 32:4), divergem drasticamente desse comportamento amoral, decadente, contraditório, duvidoso de Krishna. Que semelhança de Krishna com Jesus?! POR

ESSE ASPECTO PODE-SE AFIRMAR CRISTIANISMO NÃO É CÓPIA DO HINDUISMO!

QUE

O

7.8. Krishna não é SENHOR Como Krishna é chamado por seus seguidores? Senhor. Como Jesus é chamado por seus seguidores? Senhor. Contudo, como no Ocidente o nome do SENHOR é bem conhecido, a mensagem subliminar da música My Sweet Lord de Harrison seduziu e enganou a muitos, pois multidões de pessoas não discerniam que o “Senhor” de My Sweet Lord não era o SENHOR, e sim Krishna, mais um dentre os milhões de falsos deuses do Hinduísmo. Na referida música, enquanto Harrison canta “my sweet lord” um coro de devotos do Hare Krishna entoa, no fundo, o mantra “Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna, Krishna”. “O Cristianismo desaparecerá. Encolherá e desaparecerá. Eu nem preciso discutir a esse respeito. Eu estou certo e será provado que eu estou certo. Agora nós (os Beatles) somos mais populares do que Jesus.” (John Lennon, em entrevista à jornalista Maureen Cleeve, 1966). Krishna ora é reconhecido como um simples antepassado humano, ora como uma divindade, ora como uma simples lenda. No dia 8 de dezembro de 1980, John Lennon foi assassinado ao chegar em casa por Mark Chapman, um desequilibrado mental. “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” Gl (6:7).91 Os Beatles e Krishna. Como o Hare Krishna chegou ao Ocidente. <http://our.homewithgod.com/drleadnet/textos/sequence/os_beatles_ e_krishna_tp.htm> 91

172


Mônica Campello É preciso ter cuidado com o que se ouve, com o que se fala, com o que se canta, com o que se vê, para que não se esteja concordando, mesmo que inconscientemente, com aquilo que se lhe oferece, cuja procedência pode ser maligna. É preciso conhecer a procedência de todas as coisas antes de fazer uso delas: seja um adesivo para o carro, para a porta de casa, uma canção proveniente de determinado conjunto musical – o KISS, por exemplo, que é a abreviação de Knights in satan’s service que significa: Cavaleiros a serviço de Satanás, um programa de TV, de rádio, uma poesia, a repetição de uma frase, uma foto, um colar, um presente, etc. Tudo o que se recebe, tudo o que se tem, tudo o que se dá deve ser primeiramente consagrado a Deus que dará o discernimento necessário para reconhecer o bem ou o mal da coisa em questão. Isso é prudência. Mas ser influenciado pela teoria que afirma que o bem e o mal são a mesma coisa e que o homem é Deus, significa prenúncio de queda. O mundo tem muito a oferecer, e quem poderá dizer que o que ele oferece é de todo ruim? Não, pelo contrário, tudo o que ele oferece é bom, até mesmo as coisas que se sabe serem ruins, mas o prazer que as norteia é o que fala mais alto. Por isso, tudo é aparentemente bom! Assim dizem: O sexo fora do casamento é bom para sair da rotina! O devaneio das drogas e do alcoolismo libera prazeres e emoções múltiplas e desconhecidas que de ‘cara limpa’ não se pode alcançar! O tabagismo é um amigo e um consolo nas horas de ansiedade! A astrologia é excelente porque instrui acerca do que deve ser feito no dia-a-dia! O sobrenatural é adrenalina pura, emoção e aventura! A recitação dos mantras libera o espírito! As práticas 173


S.E.I.T.A.S. esotéricas são o máximo porque aproximam o homem do Cosmo – a gente fica ‘zen’! Chique, bem! Mas ser evangélico, por exemplo, é démodé! Contudo, o fim de tudo isso é só derrota, e não há quem o possa negar.

7.9. Exoterismo, esoterismo para todos Os Novos Movimentos Religiosos que envolvem, principalmente, práticas esotéricas, agora abertas a todos, assumindo mais necessariamente a condição de exotéricas, desde que qualquer pessoa pode tornar-se um iniciado, atraem milhares de pessoas em todo o mundo devido à espiritualidade sem compromisso, com a esperança de ‘ganhos’ fáceis – cura da mente, do coração, do corpo, das finanças, das relações, sem aprimoramento e correção da alma; à permissividade sóciomoral que envolve liberdade de expressão sexual, visando à extinção da família, do casamento que são tidos como empecilhos ao processo de divindade do homem. Tudo isso é consequência da troca do certo pelo errado, do certo pelo duvidoso: trocar O MESTRE, Jesus Cristo, por outro mestre qualquer; O SENHOR Jesus Cristo por outro senhor qualquer; trocar O CRISTO ressurreto por outro cristo qualquer; trocar O Verdadeiro MESSIAS por um messias qualquer. Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou (Jo 13:13). Por que somente Krishna foi chamado Senhor se Vishnu teve dez avatares? Será isso um indício da insignificância dos outros nove? Será isso uma supervalorização (em detrimento dos outros nove) daquele que serviria para enraizar no ocidente ensinamentos orientais, justamente na metade do século XX, já que a Sociedade Internacional para Consciência de Krishna 174


Mônica Campello (ISKCON) foi fundada por Swami Prabhupada em julho de 1966, época que coincide exatamente com a Era de Aquário, a que apregoa a divindade do homem? Ou será isso mera coincidência com o período séc. III a. C. e IV d. C., em que o Mahabharata foi transcrito para o Nágari, justamente quando Jesus já era conhecido como O Senhor? O Senhor é Deus, e no hinduísmo não há uma palavra específica que represente Deus conforme ele é conhecido pela comunidade cristã. Além disso, ensina-se que não se deve ofender um vaixnava (devoto de Vishnu), pois isto seria semelhante a declarar a própria ruína. Segundo o Vishnu Purana, “adorar ao servo de Deus é mais elevado do que adorar o próprio Deus”. Isto significa que se perde a misericórdia deste deus imediatamente ao se ofender um devoto seu, pois só se pode voltar a esse deus através de um representante.92 No capítulo 4 do Evangelho de Mateus que descreve a tentação de Jesus, consta no versículo 10: Então Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto. POR

ESSE

ASPECTO

PODE-SE

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CRISTIANISMO NÃO É CÓPIA DO HINDUÍSMO!

Hare Krishna Recife. O Sagrado Mantra. <http://harekrishna.org.br/modules/soapbox/article.php?articleID=3> 92

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O


S.E.I.T.A.S.

8 O Uso Inconsequente das Línguas Especificamente com relação à forma escrita de uma língua, deve-se reconhecer que esta é mais exigente. Linguagens de livros, documentos, textos científicos, literários, religiosos, são mais técnicas, mais formais, e seguem mais rigidamente a norma culta da língua, diferentemente da linguagem coloquial ou informal. Dentro desse padrão rígido do uso da língua, destacase o uso correto da gramática, sintática ou semanticamente. O conhecimento de uma língua é essencial para o desenvolvimento de uma perfeita comunicação. Muitas vezes, esse conhecimento pode ser elementar, mas, desde que ele consiga comunicar, ele atinge o seu objetivo. Esta comunicação, no entanto, não deve usurpar o limite da inocência ou mesmo da falta de conhecimento do próximo com o vil intuito de manipular as mentes despreparadas e desamparadas. Há vários meios de se comunicar: através de gestos, expressões faciais, expressões corporais, o próprio silêncio, a música, a dança, um desenho, o olhar, um toque, a fala, a escrita. Tratando mais especificamente da escrita, esta possui uma característica bastante singular: deve ser coerente para surtir o efeito esperado – uma comunicação inteligível. 176


Mônica Campello Contrário a isso, há casos muito caóticos relativos ao uso sintático e/ou semântico da língua que resultam em má, falsa e omissa comunicação que intencionalmente geram uma compreensão errônea por parte do público-alvo dos respectivos mensageiros. A isso se pode denominar ‘exploração dos desavisados’, às vezes, também, não tão desavisados assim; muitas pessoas se enganam porque se deixam enganar, preferindo crer no que elas mesmas não creem, ou porque esperam tirar algum proveito de determinadas ações que ofereçam aparentemente algo de bom, mesmo estando cônscias de que são más ações – isso é o mesmo que má-fé. Esse tipo de comunicação ocorre frequentemente na esfera religiosa onde manipuladores das mentes incautas reais ou artificiais fazem disso um fator propício para o seu ‘negócio’. A linguagem torna-se, portanto, um dos meios mais viáveis para se atingir tal propósito. Uma linguagem que atinja todas as classes sociais ou pelo menos aquela classe social no ambiente em que está inserida. Uma linguagem acessível a todos os ouvintes que possibilite a devida comunicação. Uma linguagem direta e pertinaz que gere pensamentos positivos ou negativos conforme a sua destinação a fim de que seu intento seja satisfeito. Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. (...) Tornate, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito (Tt 2:1, 7-8). Há diversas frases que exemplificam tais casos. Frases em que há falha no uso de elementos gramaticais indevidamente explicados e empregados, frases em que há falhas semânticas, 177


S.E.I.T.A.S. frases em que há supressão proposital de elementos necessários à sua congruência, frases que usam palavras estrangeiras rebuscadas para explicar supostas verdades na língua materna, frases resultantes da má interpretação de palavras provenientes de falsos hibridismos, frases advindas de idiomas inexistentes (inventados), frases cujas palavras apresentam significado diverso de seu sentido denotativo, etc.

8.1. Entendimento errôneo da palavra “mórmon” Observe abaixo a explicação dada pelo fundador do Mormonismo, Joseph Smith, acerca do significado da palavra ‘mórmon’: ...Antes de dar uma definição da palavra, permita-me dizer que, na Bíblia, em seu significado mais amplo, quer dizer ‘bom’; porque o Salvador o disse, segundo o evangelho de João: ‘Eu sou o bom pastor’. E não é exagero dizer que a palavra ‘bom’ é uma das mais importantes que se usam e embora se conheça por vários nomes nos diferentes idiomas, seu significado não muda, e sempre é o oposto de ‘mau’. Em saxão se diz ‘good’; em dinamarquês, ‘god’; em godo, ‘goda’; em alemão, ‘gut’; em holandês, ‘goed’; em latim, ‘bonus’; em grego, ‘kalos’; em hebraico, ‘tob’; e em egípcio, ‘mon’. De modo que, acrescentando-se-lhe a palavra ‘more’, ou a contração ‘mor’, temos a palavra ‘mórmon’, que significa literalmente ‘muito bom’.93

Conforme descrito acima, Joseph Smith criou uma contração que jamais existiu. Investiguem-se os dicionários de língua inglesa e nunca se encontrará sequer uma palavra formada através de aglutinação da palavra “more” contraída (mor-) com outra palavra qualquer. Pode-se até admitir que ele tenha querido criar um neologismo para fundamentar sua crença de que sua religião é ‘muito boa’. Contudo, afirmar que o radical 93

Ensinamentos do Profeta Joseph Smith. Ed. 1975. p. 292.

178


Mônica Campello “mor” é aceito como uma contração da palavra “more” é o mesmo que, por livre decisão, sem a permissão da lei que rege a língua inglesa, lançar à gramática (então e agora) vigente uma alteração não reconhecida, como se de fato ela existisse. Ademais, a palavra “more” em si não significa “muito”, porém “mais”, naturalmente conferindo ideia de comparação e não de intensidade. Conforme consta no dicionário Oxford94 de Língua Inglesa, a palavra “more” é 1) um determinante usado como comparativo de “much” (muito/a), “a lot of” (muitos/as), “many” (muito/as), significando um número ou quantidade maior de (algo); 2) um advérbio usado para formar o comparativo de adjetivos e advérbios com duas ou mais sílabas, normalmente seguido da palavra “than” posposta ao adjetivo. Neste mesmo dicionário,95 encontra-se a descrição da palavra “Mórmon” nos seguintes termos, assim traduzidos: membro de uma religião formada por Joseph Smith nos EUA em 1830, oficialmente chamada “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”. Se na língua inglesa houvesse o significado da palavra “mórmon” como descrito no penúltimo parágrafo, naturalmente isto estaria registrado no respectivo dicionário, como também em outros, constando a devida apresentação e explicação de todo o processo de formação da referida palavra. Fato que não é fato! Joseph Smith diz que a palavra “bom” em saxão é “good”. Por que “saxão” (Inglês antigo – séculos V-XII d.C.) e não simplesmente “Inglês”, já que a palavra “good” ainda existe HORNBY, A. S. Oxford Advanced Learner’s Dictionary. Sixth Edition. p. 861. 95 HORNBY, A. S. op. cit., p. 862. 94

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S.E.I.T.A.S. na referida língua? Será isso para comparar com a data aproximada da última inscrição hieróglifa egípcia no século IV d.C. para aparentar que a palavra “good” é tão antiga quanto a palavra “mon”? Ou para demonstrar que foi realizado um estudo muito profundo e acurado de línguas remotas até as suas origens? Será que Joseph Smith quis dar ao seu leitor a impressão de que ele era um ‘expert’ em estudos linguísticos a ponto de intimidar qualquer indouto que porventura viesse a contestá-lo? Conforme a citação abaixo, os hieróglifos egípcios que formam o adjetivo “bom” são transliterados “nfr” e pronunciados /nefer/ não /mon/. Observe: Hieróglifos Português (tipo de palavra) Código Transliteração bom, bonito, belo (adjectivo)

nfr

96

Muitas vezes, sinais adicionais eram acrescentados para preencher os espaços (vazios). Esses sinais são chamados de complementos fonéticos.

xpr (xpr-r)

nfr (nfr-f-r)

sDm (sDm-m)

96

http://hieroglifos.com.sapo.pt/dic-b.htm>

180


Mônica Campello Como se vê, são fonogramas que repetem parte ou todo o valor fonético do sinal anterior. Isto também se torna útil quando se tem dúvida sobre como ler determinado símbolo: os complementos fonéticos estão sempre lá para ajudar.97 Com duas únicas palavrinhas soltas, e até com algumas outrazinhas, Joseph Smith queria provar que “mórmon” significa “muito bom”. Mas o resultado não foi muito bom! Diga-se en passant que, segundo Joseph Smith, os hieróglifos eram "egípcio reformado", língua "que nenhum homem conhece". Desta forma, o Livro de Mórmon “supostamente” foi revelado.98 Martin Harris foi uma das "três testemunhas" do Livro de Mórmon. Pediram-lhe que hipotecasse a sua fazenda para ajudar a publicar e distribuir o Livro de Mórmon. Como cautela, Harris foi ao professor Charles Anthon, renomado erudito da Universidade de Columbia, com uma ou duas páginas de caracteres do "egípcio reformado". Depois de examinar o material, Anthon preveniu a Harris que estava sendo vítima de uma fraude. Os caracteres não eram hieróglifos egípcios. (...) Ainda que Anthon não tivesse, em carta, refutado o testemunho de José Smith, a afirmação de Smith suscita vários problemas. Primeiro diz-se que o egípcio reformado é uma língua completamente perdida "que nenhum homem conhece". (...) O egípcio era uma língua conhecida dos egiptologistas, ao passo que o "egípcio reformado" não o era.99

Será este

ou este

<http://www.geocities.com/babel1800/intrhier.htm> MCELVEEN, Floyd C. A Ilusão Mórmon. Trad. João Barbosa Batista. 99 MCELVEEN, Floyd C. op. cit., Parte 3 (Capítulos 5 e 6). 97 98

181


S.E.I.T.A.S. o ‘mon’ de Joseph Smith em escrita hieroglífica? Ah, claro, não pode ser nenhum dos dois, pois o seu ‘mon’ foi escrito em egípcio reformado o qual ninguém conhece! Qualquer tentativa de se escrever “mon” com hieróglifos do egípcio antigo ou de se encontrar tal palavra no respectivo léxico será vã. Que língua no mundo existiria e deixaria de existir sem que os estudiosos não a conhecessem? Que língua no mundo morreria sem deixar seus rastros? Tentar-se-ia debalde explicar uma pretensa espiritualidade de tal língua para declarar sua existência, já que a língua de Deus e a dos anjos não é falada ordinária e cotidianamente no mundo secular. Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme (II Pe 2:1-3).

8.2. Entendimento errôneo do nome Jesus Tente descrever essa figura. Creio que a primeira ideia que se tem é a de um cavalo santo. Logo, poderia ser chamado de São Cavalo. Concorda?! Será que alguém poderia imaginar essa figura como sendo a representação de um deus, um deus-cavalo? Sim, e por que não? As várias falsas doutrinas de que se tem conhecimento ensinam sobre deuses animalescos das mais variadas formas. E quantos acreditam nessas histórias! 182


Mônica Campello Há, contudo, os que não ensinam sobre esses deuses, i. e., não adotam tal doutrina. Em contrapartida, ensinam inadvertidamente que os seguidores de Jesus são pagãos por fazê-lo. Por que tão falsa acusação? Porque os próprios acusadores ignoram todo o conteúdo de suas mais vis acusações. Falam do que não conhecem, e tolo é o homem que fala sem conhecimento de causa. Julgam-se os donos da verdade com base em teorias desarrazoadas, passíveis de ser investigadas e ter suas inverdades constatadas. Esse é o caso da seita “Adeptos do Nome Yehoshua e Suas Variantes”. Para eles, quem adora Jesus, adora um deus-cavalo, pois este nome significa “deus-cavalo”. O correto seria adorar Yehoshua  ַ‫ י ְהֹוׁשּוע‬Veja-se, então, como esses sectários chegaram a tão absurda conclusão. Eis a fórmula: YESUS (deveria ser escrito com ‘I’ já que Iesous vem do grego; usaram ‘Y’ para surtir efeito de transliteração hebraica)  YE = Deus + SUS = Cavalo; logo, Jesus = deus-cavalo. Observe: Jesus vem de IESUS que vem de IESOUS / Іησους / que vem de YESHUA, que vem de YEHOSHUA, que vem de ַ‫י ְהֹוׁשּוע‬. Afirmam que a palavra grega Іησους (Iesus) significa “deus-cavalo” em hebraico. É possível um vocábulo encontrar seu significado em outra língua? Sua própria língua não pode prover seu significado? O que houve foi a separação de uma palavra única oriunda de um idioma específico, o grego, em duas sílabas IE – SUS, transformou-se uma única palavra grega em duas palavras separadas transliteradas em língua hebraica, resultando numa palavra YE + SUS = “YESUS”, fugindo ao devido equivalente gráfico em grego. O resultado de tudo isso seria a formação de uma nova palavra hebraica, que de fato não 183


S.E.I.T.A.S. existe no vernáculo hebraico. Essa palavra deveria ser escrita com os seguintes caracteres:

‫ = יְסּוס‬YESUS?!! Existe essa palavra em Hebraico? NÃO! Quando transliterado do grego para o latim, resulta em IESUS e não YESUS. Nome Transliteração hebraico100 latina ‫עשוהי‬

Yehoshua

Equivalente grego

Equivalente latino

Equivalente português

Іησους

Iesus

Jesus

Não se pode conhecer o significado de uma palavra em outra língua se não for através de tradução. Não se pode obter o significado de uma palavra de uma determinada língua através de transcrição fonética: som é uma coisa, grafia é outra bem diferente. Por exemplo: A palavra “mercado” em grego se pronuncia /agora/, mas se escreve αγορά. Essa palavra se pronuncia /agora/, mas não significa “agora”. Apesar de ter uma sonoridade semelhante à palavra “agora” em língua portuguesa não significa que essa seja a respectiva tradução nessa língua. A palavra grega Іησους, implica alguns traços marcantes: • É uma transliteração hebraica de “Ieshua” que é a abreviação de “Iehoshua”; logo, “Iesous” vem de “Yehoshua” como pretendem negar para sua própria conveniência, através de invencionices infundadas; • O grego não possui um som equivalente ao “shin” (‫)ׁש‬ hebraico; por isso, o som do “s” intervocálico na segunda

100

HORNBY, A. S. op. cit. Pronunciation and phonetic symbols.

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Mônica Campello sílaba não pode corresponder à pronúncia /sus/ no hebraico, mas a um equivalente fonético /zus/; • Há o ditongo grego “ού” que se pronuncia /u/ o que levaria à necessidade de se encontrar algo parecido no hebraico, e não a vogal shurek (‫)ּו‬, apesar da representação sonora ser semelhante; • “Ieshua” tem como equivalente “Iesous” cuja terminação “– ous” representa o substantivo masculino no grego; • Quanto ao “J” de Jesus no equivalente em português, surge em decorrência da representação fonética do som /i/. Vejam-se exemplos de palavras inglesas transcritas foneticamente: “Yes”/jes/101  a representação fonética através da letra “jota” não significa que a palavra “Yes” se pronuncia /gés/, mas aquele “j” representa o som /i/; o mesmo ocorre com a palavra “uniform” /’ju:nifo:m/ cujo som representado pela letra ‘j’ tem som de ‘i’. O J foi originalmente uma versão alternativa à letra I. A distinção tornou-se evidente a partir da Idade Média. Pedro de la Ramée (c. 1515 – 26 de Agosto de 1572) foi o primeiro a distinguir explicitamente as letras I e J representando sons diferentes. Originalmente, estas letras representavam /i/, /i/, e /j/; mas as línguas românicas desenvolveram novos sons que vieram a ser representados utilizando o I e o J, daí a actual distinção na 102 pronunciação destas duas letras.

Como mera ilustração de invencionice seria possível dizer que RAÍZES (aproveitando-se da fonética) em português significa: RA = Deus-sol Rá egípcio + ÍSIS = deusa egípcia, esposa de Osíris  resultado: união de dois deuses egípcios – 101 102

Série Apologética. op cit., VOL II, p.214 <http://pt.wikipedia.org/wiki/J>

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S.E.I.T.A.S. exemplo típico de adultério que poderia resultar em morte! Imagine se alguém quisesse criar uma seita com o nome de “Raízes” tendo como fundamento da sua doutrina esse método de composição de nomes! O que seria dos casamentos? Com certeza, uma catástrofe! Como seria para a autora deste livro encarar seu próprio nome, haja vista algumas possibilidades de interpretação a partir dele: Mônica vem do grego “mono” que significa “um só”, “único”; logo, ilustrando a arrogância: Mônica é única, sem igual; ilustrando a desolação: Mônica é solitária, vive só no mundo; ilustrando um absurdo: Mônica veio de um só, ou

um pai ou uma mãe – impossível! Outro nome, Judite. O sufixo grego “–ite” é utilizado na medicina para compor palavras que designam “inflamação”. Então, se poderia deduzir que “Judite” seria uma ‘inflamação dos judeus’, ‘inflamação que veio de Judas’, ‘uma judia inflamada’... Quando, na verdade, o nome Judite de origem

hebraica significa “a elogiada, a louvada, a homenageada”: E, passados aqueles dias, cada um tornou para sua casa, e Judith ficou sendo célebre em Betúlia, e era a pessoa mais considerável de toda a terra de Israel (Judith 16:25).103 Aliás, uma possível explicação para sua apocrifia. Poderiam surgir, portanto, várias interpretações, adequando-se elas à capacidade do intérprete mediante a conveniência de cada recebedor. Ou, quando não, poderiam causar desequilíbrios psíquicos e emocionais, levando-o a atitudes desastrosas por medo do significado de seu nome. Bíblia Sagrada (versão católica romana). Trad. Padre Antonio Pereira de Figueiredo. p. 456. 103

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Mônica Campello Se esses próprios sectários consideram tanto a fonética como primordial para classificar um nome como bom ou mau, deveriam perceber um som que é pronunciado no centro do nome Yehoshua  /Y + ERRO + XUA/; sendo assim, apenas para ilustração, pode-se também afirmar que o nome Yehoshua contém a palavra erro na sua pronúncia, indicando que há erro na doutrina que estão criando, não na palavra em si. Que absurdo! Não, eu digo: Absurdeto! Esse é o resultado do ensinamento deles – destrinchar nomes, para ver no que dá, sem um prévio estudo meticuloso, rigoroso, racional, confiável, incontestável e com bases sólidas. Isso só pode resultar em um grande problema religioso-cultural. Contudo, na verdade, o nome Yehoshua ou Yeshua foi pronunciado de diversas maneiras ao longo dos tempos, e isso em nada afetou o seu real significado: “Salvador” ou “Yahweh” ou “Javé” ou “Jeová” ou “Josué é a Salvação”, conforme consta no original em hebraico (Nm 13:16). Quantos nomes podem ser atribuídos a Deus?! Uma infinidade, e isso não muda seus atributos. Essas falsas teorias que geram falsas deduções só servem para atentar contra a verdade divina. Mais se assemelham a uma prática ocultista, buscando encontrar mistérios onde não existem. Equivalem a mais uma das diversas artimanhas satânicas para repudiar o nome de Jesus que é o único poderoso para salvar. Quem cria esse tipo de atentado revela o claro propósito de afastar pessoas inocentes da presença de Deus – objetivo satânico. Atribuem a Jerônimo (São Jerônimo) essa monstruosa heresia sem fundamento. 187


S.E.I.T.A.S. Antes de continuar esse assunto, cabe aqui uma pergunta: Quem é Jerônimo? Seu nome completo é Eusebius Sophronius Hieronymus (347-420 d.C.), tradutor das Sagradas Escrituras do hebraico e do grego para o latim; esta tradução é conhecida como Vulgata (de versio vulgata que quer dizer “versão dos vulgares”, pois foi uma versão latina da Bíblia em linguagem popular), e foi feita a pedido do Papa Damaso I. Em 25 de abril de 1997, o Papa João Paulo II promulgou a revisão da Vulgata, concluída em 1995, sendo denominada Nova Vulgata. Este homem, contudo, apesar de tão árduo e sincero trabalho – sincero porque o fez para Deus e não para o Papa – tem sido aviltado por pessoas com total descrédito aos olhos de Deus simplesmente pelo fato de elas não conhecerem a Deus em espírito e em verdade, mas tão-somente em letras e, aliás, muito mal interpretadas. Dele disse o Papa Bento XVI: (...) É interessante ressaltar os critérios aos quais o grande biblista se ateve na sua obra de tradutor. Revela-o ele mesmo quando afirma respeitar até a ordem das palavras das Sagradas Escrituras, porque nelas, diz, “até a ordem das palavras é um mistério” (Ep. 57, 5), isto é, uma revelação. Reafirma ainda a necessidade de recorrer aos textos originários: “Quando surge um debate entre os Latinos sobre o Novo Testamento, para as relações discordantes dos manuscritos, recorremos ao original, isto é, ao texto grego, no qual foi escrito o Novo Pacto. Do mesmo modo para o Antigo Testamento, se existem divergências entre os textos gregos e latinos, apelamos ao texto original, o hebraico; assim tudo o que brota da nascente, podemo-lo encontrar nos ribeiros” (Ep. 106, 2). (Audiência geral, Roma, em 7 de novembro de 2007).104

O real problema está no fato de alguns indivíduos mal informados colherem apenas partes de um texto e nelas se Wikipédia. Jerónimo de Strídon <http://pt.wikipedia.org/wiki/Jer%C3%B3nimo_de_Str%C3%ADdon#Cr. C3.ADtica>. 104

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Mônica Campello basearem para ensejo de avacalhação do nome de Jesus, fazendo disso um pretexto para divulgar suas tolices na ‘rede’ onde muitos têm acesso e podem inocentemente ser mal influenciados por esses malfeitores espirituais. Eis, a seguir, o texto mal interpretado (destaques da autora): Carta ao papa Damaso I: “Da velha Obra me obrigais a fazer nova Obra. Quereis que, de alguma sorte, me coloque como árbitro entre os exemplares das Escrituras que estão dispersos por todo mundo, e, como diferem entre si, que eu distinga os que estão de acordo com o verdadeiro Texto Grego. É um piedoso trabalho, mas é também um perigoso arrojo, da parte de quem deve ser por todos julgado, julgar ele mesmo os outros, querer mudar a língua de um velho e conduzir à infância o mundo já envelhecido. Qual, de fato, o sábio e mesmo o ignorante que, desde que tiver nas mãos um exemplar (novo), depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um “sacrílego”, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir e corrigir alguma coisa nos antigos Livros? Um duplo motivo me consola dessa acusação: O primeiro é que Vós, que sois o Soberano Pontífice, me ordenais que o faça; O segundo é que a verdade não poderia existir em coisas que divergem, mesmo quando tivessem elas por si a aprovação dos 105 maus.”

O que Jerônimo fez foi um prenúncio do protesto de Lutero. Ele estava se referindo especificamente aos livros deuterocanônicos, i.e., os livros apócrifos, aqueles NÃO INSPIRADOS POR DEUS que não fazem parte da Bíblia Protestante. Na Bíblia grega dos judeus [aquela usada pelos católicos] romanos foram acrescentados sete livros a mais: Eclesiástico, Carta ao Papa Dâmaso. < http://vincentklein.blogspot.com/2007/09/carta-ao-papa-dmaso.html>. 105

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S.E.I.T.A.S. Sabedoria, os dois dos Macabeus, Tobias, Judite e Baruc. Além disso, uns trechos de Daniel e Ester e uma Carta de Jeremias. Sendo assim a Bíblia deles ficou sendo mais comprida. (...) Jerônimo ficou influenciado pelo rabino e começou a pensar que a verdadeira Bíblia era aquela mais curta, aquela dos judeus. Jerônimo, porém, sabia que a Igreja não pensava como ele, então traduziu tudo, mas disse que os sete livros que não estavam na Bíblia hebraica eram “deuterocanônicos”. “Dêutero” que dizer segundo; “cânon” significa lista ou categoria. São livros da segunda lista, de segunda categoria.106

Jerônimo sabia que a verdade não poderia existir em coisas que divergem, conforme declarado em sua carta, o que está em perfeito acordo com a Palavra Divina: Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? (Mt 7:16). O verdadeiro profeta está sempre em conformidade com as Escrituras. Foi por isso que Jerônimo, em sua concepção da realidade escriturística, reagiu contrariamente às ordens dadas a ele pelo Papa Damaso I, que era tão-somente um homem e não Deus, mas obedeceu a ele. Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas (Rm 13:1). Entendese, portanto, que tudo o que aconteceu, mesmo que o homem não entenda, está de acordo com a vontade e com os propósitos divinos e há mistérios que não é dado ao homem conhecer, conforme está escrito. Logo não cabe a ninguém questionar por que ou para que Deus permitiu que aquele papa agisse daquela maneira; mas uma coisa é certa: tudo tem caminhado desde a eternidade em direção ao cumprimento das Escrituras, e os tempos finais estão chegando e com eles a verdade eterna que todos conhecerão e diante da qual todos pasmarão, e aqueles que seguiam falsos caminhos descobrirão a verdade, em tempo Por que a diferença entre a Bíblia Católica e a Protestante? <http://br. groups.yahoo.com/group/lista-mrp/message/4691>. 106

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Mônica Campello oportuno ou não; portanto, é preciso que essas coisas se cumpram para que o Anticristo venha e Jesus volte, e só então a verdade será conhecida de todos e inquestionavelmente revelada. O feito de Jerônimo, todavia, não produziu qualquer efeito destrutivo sobre a verdade divina como alguns tolos ainda pretendem, pois ela permanece viva e eficaz contra todo veneno humano porque a tudo subsiste. Os livros inspirados por Deus em nada foram alterados. Através de estudos exaustivos pode-se comprovar que Jerônimo não adulterou o conteúdo da tradução da Vulgata do grego para o latim: Em meados do quarto século havia tantas versões parciais e insatisfatórias em latim que no ano 382 A.D. o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer uma tradução oficial. Para poder fazer a melhor tradução possível, Jerônimo foi à Palestina, onde viveu durante vinte anos. Estudou hebraico com rabinos famosos e examinou todos os manuscritos que conseguiu localizar.107

“O livro de Jerônimo”, como o homem natural e totalmente destituído de fé o nomeia, não é fraudulento como alguns asseveram. Em primeiro lugar, porque não é o livro de Jerônimo; em segundo, porque é o Livro de Deus, aquele que tem como base a inspiração divina, que mesmo em meio às diversas traduções que sofreu, não puderam eliminar a essência do poder de Deus que é sentido quando o necessitado, em espírito e em verdade, o abre e lê e é invadido pelo amor de Deus que é inexplicável e insondável, que nenhuma mente pode perscrutar. Essa parte da tradução não poderia jamais ser História da Tradução da Bíblia. Primeiras Traduções em Outras Línguas. <http://www.bibliaberta.hpg.ig.com.br/biblia/traduc.htm> 107

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S.E.I.T.A.S. afetada, pois é intangível, não podendo ser vencida ou adulterada por inteligência alguma. Tudo parecia em paz, quando o assunto voltou à tona por causa de Lutero. Tendo deixado, por protesto, a Igreja Católica, Lutero tinha começado a Igreja Protestante. A primeira preocupação dele foi traduzir a Bíblia do latim para o alemão. Este foi um trabalho muito bom porque, como Lutero dizia: “O povo tem que poder ler a Bíblia, com sua cabeça e com seus olhos”. A Bíblia que Lutero traduziu, porém, foi a Bíblia pequena, aquela dos Hebreus. Com ela reabriu-se a discussão dentro da Igreja. Então, no Concílio de Trento, os Bispos definiram a coisa e, encerraram a discussão: “A Bíblia que a Igreja Católica aceita como inspirada por Deus é aquela comprida”. Os católicos ficaram com a Bíblia comprida e os protestantes com a curta, como Lutero tinha traduzido. E esta diferença existe ainda hoje. Hoje em dia já tem Bíblias protestantes que trazem os outros Livros, porque muitos deles sabem que são Livros antiquíssimos e de grande valor.108

“Livros antiquíssimos e de grande valor” não significa que sejam livros divinamente inspirados. Contudo, reconhecidamente, possuem inestimável valor histórico utilíssimo para estudos teológicos. A nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica (II Co 3:5-6). Mestres, doutores, aparentemente conhecem muito das letras, mas, na verdade, pouco conhecem, pois, pelo que se lê, demonstram terem estudado muito pouco antes de apresentarem suas contestações, e de Deus não conhecem nada, pois Deus se conhece com a alma, com a vida; tem que ter experiência com Deus, e depois dessa experiência já não caberão críticas, mas apenas fome e sede do poder de Deus, que Por que a diferença entre a Bíblia Católica e a Protestante? <http://br. groups.yahoo.com/group/lista-mrp/message/4691> 108

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Mônica Campello lamentavelmente, por ignorância ou rejeição espontânea, muitos desprezam e não reconhecem a legitimidade do que estão perdendo ou jogando fora. O paganismo criado em torno do nome Jesus jamais poderá ser atribuído a Jerônimo, pois a letra “J” só foi adicionada ao alfabeto latino aproximadamente mil anos após sua morte. Além disso, a seita que deu origem a toda essa heresia pensa que Esus é um deus mitológico romano quando, na verdade, os romanos nem conheciam Esus, que é de fato um deus da mitologia celta ignorado por ela mesma. Como podem, então, acusar de pagão o nome “Jesus”, afirmando que ele veio da junção de J+Esus = Jesus? Ademais, os judeus transliteraram o nome “Іησους”, Iesous /iesus/ e não os gregos ou os romanos. Quanta falta de conhecimento! A etimologia forçada do nome de Jesus, ligando-O a deuses pagãos, não só representa falta de conhecimento da parte daqueles que a formularam, mas aparenta ser o resultado de um esforço pré-concebido, deliberado, de encontrar nomes da antiga mitologia greco-romana que pudessem ser combinados, de qualquer jeito, para dar a impressão de que o nome Jesus tem uma origem pagã. Os erros e o modo forçado como os argumentos são apresentados chegam a ser aberrantes.109

8.3. Interpretação semântica arbitrária (Dito popular) Cada nação tem sua própria língua e cada língua seu próprio léxico. Não se pode e não se deve, portanto, querer Ministério Apologético CACP. O Nome Jesus Veio do Paganismo? <http://www.cacp.org.br/movimentos/artigo.aspx?lng=PTBR&article=826&menu=12&submenu=6> 109

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S.E.I.T.A.S. universalizar os vocábulos a ele pertinentes. A maneira como uma palavra é usada numa língua difere da maneira como é usada em outra, tanto em nível semântico quanto em nível etimológico. Não se deve julgar inadvertidamente os termos originais de um determinado idioma com base nos significados de um outro qualquer. A seita Adventismo do Sétimo Dia condena o louvor e a adoração a Deus no dia de domingo, rejeitando, portanto, a própria palavra de Deus: Este é o dia que o SENHOR fez; regozijemonos e alegremo-nos nele (Sl 118:24). Logo acima, no versículo 22 deste mesmo salmo, a pedra rejeitada pelos construtores que veio a ser a principal refere-se ao próprio Senhor Jesus que ressuscitou em um dia de domingo. Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo (Jo 20: 19, 22). Todos esses fatos fazem referência ao dia de domingo. As palavras no Antigo Testamento prenunciam os acontecimentos messiânicos; citam os diversos tipos de Cristo. Se Jesus Cristo aparece no Novo Testamento cumprindo cabalmente as Escrituras, por que rejeitar as profecias e mandamentos do Antigo Testamento? O povo de Deus no Antigo Testamento foi selado com a ‘guarda do sábado’, mas, com o advento de Jesus, época do Novo Testamento, o povo de Deus foi selado com o Espírito Santo, não havendo mais necessidade de se guardar tal observância por mandamento do próprio Senhor Jesus. Desconhecendo essa verdade ou não (o que é mais provável por questão de interesse), os adventistas inadvertidamente julgam o domingo como o dia da besta e os que guardam esse dia são os 194


Mônica Campello seus adoradores. Absurdeto! Contudo, eis a verdade eterna: Quem não segue o Senhor Jesus, segue os desígnios da besta. Para provar a veracidade, na verdade uma inverdade, de suas conclusões arbitrárias, os adventistas usam uma palavra do calendário da Língua Inglesa – Sunday (sun = sol + day = dia). Usam-na porque significa “dia do sol”, portanto um dia pagão por se referir a um deus egípcio. Os satanistas do Egito acreditavam que o espírito do deus sol, Rá, habitava nos obeliscos. Portanto, os seguidores dessa religião egípcia adoravam o espírito de Rá. Eles deviam olhar para um obelisco de preferência três vezes por dia. A adoração ao deus sol foi preservada nas sociedades secretas até o dia de hoje, e os adoradores “olham para o obelisco diariamente!”110

Estes monumentos (os obeliscos) simbolizam a estabilidade e a força criativa do deus-sol Rá.111 É absolutamente inquietante que um símbolo do deus sol egípcio, o sol (o obelisco), apareça no jazigo onde foram sepultados Tiago e Ellen White112 (fundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia). Conforme a seguinte referência bíblica, entende-se que Deus provou sua superioridade ao mais poderoso símbolo religioso do Egito, o sol, pois os egípcios consideravam Faraó como a própria encarnação de Amón-Rá, o deus-sol. As trevas enviadas por Deus não eram comuns, mas sobrenaturais, as quais o deus sol não podia deter com sua inexistente luz. Então, disse o Senhor a Moisés: Estende a tua mão para o céu, e virão trevas O Papa João Paulo II Aceita a Teoria da Evolução!! <http://www. espada.eti.br/n1034.asp> 111 Tradução pela autora. History of the Egyptian Obelisks. <http://www.egipto.com/obeliscos/histo2.html> 112 O OBELISCO WHITE <http://www.adventistasbereanos.com.br/2007agosto/obeliscowhite.htm>. 110

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S.E.I.T.A.S. sobre a terra do Egito, trevas que se apalpem. E Moisés estendeu a sua mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias. Não viu um ao outro e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; mas todos os filhos de Israel tinham luz em suas habitações (Êx 10:2123). Que deus era aquele que não podia vencer aquelas densas trevas? Do latim dies Domenica (dia do Senhor), dia em que os cristãos se uniam para fazer sua reunião de fé e de mercado e que hoje é o domingo, representa ou é dedicado ao sol nos calendários espanhol, esperanto, japonês, inglês, alemão e ao Senhor nos calendários português, romeno, italiano e francês. Em 325 d.C. a Igreja Cristã alterou o nome do dia Prima Feria para Dies Domenica.113 Assim como há uma explicação para o significado de um dos sete dias da semana em Inglês, o domingo, há também para todos os demais. Nos calendários inglês, alemão e holandês, os dias da semana, de segunda-feira a sábado, são dedicados a deuses mitológicos.114 Cabe, aqui, uma explicação específica para o dia de sábado, o dia guardado pelos adventistas, haja vista eles se referirem especificamente ao dia de domingo – Sunday – como pretexto para acusar o povo de Deus de adoradores da besta. Sábado de shabbath, em latim litúrgico sabbatum, dia em que judeus e primeiros cristãos se uniam para fazer suas respectivas reuniões de fé e de mercado e que hoje é o sábado.115 O dia de sábado no calendário inglês, Saturday (satur = saturno + day = Domingo. <http://pt.wiktionary.org/wiki/Domingo>. Apêndice:Dias da Semana <http://pt.wiktionary.org/wiki/Ap%C3%AAndice:Dias_da_Semana#Portu gu.C3.AAs>. 115 Sábado. <http://pt.wiktionary.org/wiki/S%C3%A1bado> 113 114

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Mônica Campello dia) é dedicado ao deus Saturno. Por que os fundadores da referida seita escolheram exatamente o dia de sábado para guardar? Terá sido unicamente em obediência ao mandamento de Deus (Êx 20:8-11) para o seu povo no Antigo Testamento? Se assim o é, uma coisa é certa: eles invalidam as palavras de Jesus no Novo Testamento que atestam o selamento do povo de Deus através do recebimento do Espírito Santo, não havendo mais, portanto, a necessidade de se guardar o sábado. As seitas sempre buscam uma maneira persuasiva de afastar as pessoas de Jesus, justamente para que percam sua salvação ou para que percam a simples oportunidade de poder ouvir a respeito dela e, consequentemente, buscá-la para obtê-la. Dentro dessa perspectiva, cada uma usa o meio mais adequado para atingir o seu fim. Especificamente no caso em questão, os que adoram e guardam o sábado em detrimento da exortação de Jesus, o fazem porque eles mesmos acreditam na guarda do sábado não como uma ordenança de Deus a ser observada, mas como um dia, tomando-se como base o calendário inglês (seguindo seu próprio exemplo), cuja origem remete à homenagem a um deus pagão que governa o “mundo”, Saturno. Qual é a ideia de mundo nesse contexto, o universo criado por Deus ou a vida secular com seus prazeres materiais? A esse deus os romanos costumavam celebrar uma festa orgíaca, a saturnália, onde predominava a decadência do comportamento humano – o hedonismo em todas as suas mais variáveis formas; dessa celebração pagã se originou o carnaval. De quem é mesmo essa festa cujo dono reverencia o sexo como um dos ícones mais ‘sagrados’?!

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S.E.I.T.A.S. Eis um ditado popular: “ ”. Esta frase se encaixa perfeitamente à acusação dos adventistas contra o povo de Deus, pois, quando o fazem, disfarçam seu verdadeiro propósito em guardar o sábado – adorar a besta – pois, primeiramente, foi deles que procedeu a ideia de acusar o povo de Deus de adorar a besta, pelo fato de adorá-lo no domingo. Qual foi sua intenção primária? Se eles condenaram pessoas que não carregavam tal culpa, fizeram-no com a má-fé de acusar antes que os acusassem; acusaram primeiro para desvirtuar as mentes. Há um significado oculto na guarda do sábado que os sabatistas conhecem bem e que concorre para o cumprimento dos Últimos Dias. Todos os dias da semana em Inglês são dedicados a deuses mitológicos. Será, então, que todos os dias são dias da besta?! Como é possível se querer basear a vida de uma nação no calendário de outra, nos costumes de outra, no vernáculo de outra?

8.4. Elipses e substituições desconexas 8.4.1. Elipse mal justificada Conforme a Gramática da Língua Portuguesa, ELIPSE é uma Figura de Sintaxe de Construção. Sua função é omitir uma ou mais palavras que o contexto ou a situação permitem facilmente subentender. Observe as seguintes frases: 1. “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”; 2. “Em nome do Senhor Jesus te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

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Mônica Campello Observe agora a conjugação do verbo ‘batizar’ no Presente do Indicativo: • Eu batizo • Tu batizas • Ele batiza • Nós batizamos • Vós batizais • Eles batizam “Batizo” é a forma conjugada do verbo “batizar” no Presente do Indicativo na primeira pessoa do singular cujo pronome pessoal do caso reto é “EU”. Logo, quando se diz: “eu te batizo” é o mesmo que estar dizendo “te batizo”, independentemente do que quer que venha antes dessa expressão. No exemplo acima o que houve foi apenas uma omissão do pronome “EU” sendo substituído pela expressão “Em nome do Senhor Jesus”; contudo, a frase continua:”te batizo em nome...” Observe: “Em nome do Senhor Jesus (EU) te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Quem batiza? EU EU te batizo. Ou seria possível dizer: ELE te batizo? ou VOCÊ te batizo? Logicamente, não! TE BATIZO somente pede o pronome pessoal reto EU. Portanto, quando se diz ‘te batizo’ ou ‘eu te batizo’ se está dizendo a mesma coisa. O fato de colocar na frente dessa frase a expressão ‘Em nome do Senhor Jesus’, omitindo o pronome “eu”, não altera em nada o fato de ser alguém que está batizando outra pessoa; usando ou não essa expressão, a própria pessoa estará efetuando o batismo, e isso, em hipótese alguma, pode ser considerado desrespeito a 199


S.E.I.T.A.S. Deus ou tentativa de se sobrepor a Deus, desde que aquele que batiza em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, seja consagrado a Deus e por Deus, e receba de Deus esse ministério, tendo, portanto, autoridade divina e eclesiástica para fazê-lo. Aliás, para evitar dizer que é o homem que está realizando o batismo ainda usam de uma redundância desnecessária: ‘Em nome do Senhor Jesus te batizo em nome do Pai, do Filho,... ’, pois o Filho é Jesus. Então a frase inteira ficaria assim: ‘Em nome do Senhor Jesus te batizo em nome do Pai, de Jesus, e do Espírito Santo’; i.e., ‘Em nome de Jesus te batizo em nome de Jesus’. Que consistência sintática ou semântica há em tudo isso? Chega-se à conclusão de que sectários como os da Congregação Cristã no Brasil que usam esse argumento falho para fundamentar sua rejeição ao batismo de outras denominações, classificando apenas o seu como a fórmula correta para a realização do batismo, precisam revisar seu estudo de Língua Portuguesa para não falar asneiras e induzir centenas ou milhares de pessoas inocentes ao erro.

8.4.2. Elipse não reconhecida Os mesmos sectaristas cometem outro erro: saúdam as pessoas com ‘a paz de Deus’ e não com “a paz do Senhor”. O que se subentende da expressão “a paz do Senhor”? Observe: “Eu, fulano de tal, desejo que você, fulano de tal, receba a paz de nosso Senhor Jesus Cristo, Deus Filho”. A não ser que não se queira encarar Jesus como Filho de Deus, ou que o próprio Deus seja o Senhor, se usa essa substituição infundada concernente a seu nível semântico desde que “A Paz de Deus” e “A Paz do Senhor” significam a mesma coisa. Além disso, por que alguém deveria proferir todas essas palavras 200


Mônica Campello desnecessariamente se a Língua Portuguesa permite o uso de elipses justamente para encurtar frases prolixas? As elipses não tornam as frases menos inteligíveis; apenas omitem palavras cujo significado pode ser claramente subentendido. Esses sectaristas argumentam que usam a expressão ‘a paz de Deus’ para evitar a exaltação a vários ou outros senhores, e assim trocam a palavra “Senhor” por “Deus”, se valendo de versículos bíblicos que atestam a existência de um único Deus, mas de muitos senhores. Mas a referência bíblica que usam não justifica sua falsa tese. Ademais, quando alguém usa a palavra “senhor” se referindo a um homem comum, a escreve com letra minúscula, a não ser que, por via de regra gramatical, ao iniciar frases, se usem letras maiúsculas; mas quando se refere à pessoa de Jesus, a palavra “senhor” sempre deverá ser escrita com letra maiúscula, pois se refere a Deus, que é um só. Citam os seguintes versículos bíblicos para respaldar sua teoria totalmente errada, sem o perfeito entendimento do significado das palavras: Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele (I Co 8:5,6). Citaram, mas não enxergaram ou não prestaram atenção. O versículo esclarece: um só Senhor, Jesus Cristo. Não importa quantos senhores e que tipos de senhores existam; eles nada têm a ver com o Senhor Jesus Cristo. Tudo isso prova que esses sectaristas não sabem ou fingem não saber interpretar as Escrituras, e, como se isso não bastasse, ensinam teologia errada às pessoas, induzindo-as a cometer os mesmos erros. Estão a caminho do inferno, levando muitos consigo. A 201


S.E.I.T.A.S. cada um lhe servirá de sentença pesada a sua própria palavra; pois torceis as palavras do Deus vivo, do SENHOR dos Exércitos, o nosso Deus (Jr 23:36). Pior que tudo isso, toda essa teoria infundada desses sectaristas reflete uma atitude egoísta, ou melhor dizendo, exclusivista em que se percebe que o objetivo final de tal artimanha é angariar pessoas para a sua organização, visando o seu crescimento numérico – lucro – em detrimento de um aprendizado cristão de qualidade, desde que preconizam que somente eles detêm a fórmula batismal correta, como se o batismo pudesse propiciar a salvação de alguém conforme o pensamento de muitos. Eles precisam de um motivo convincente para atrair as pessoas. Um peixe engodado é um peixe tapeado! Sendo assim, parece que os desvios da Língua Portuguesa são bastante oportunos, conhecidos e usados estrategicamente por seus autores conforme a sua conveniência. Uma obra elaborada por ‘experts’!

8.4.3. Elipse de conveniência Alguns sectários costumam usar os seguintes versículos para validar o espiritismo concernente ao sentido literal da palavra. Em Lucas 16:29, até se poderia imaginar que Abraão quisesse dizer (como querem os espíritas) ou que estivesse implícita no versículo a ideia de possibilidade de comunicação com os mortos, conforme a frase sublinhada a seguir: Elipse desejada  Não, não é necessário que Lázaro vá até lá porque se ele for vai falar com eles e eles poderão ouvi-lo, mas Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. Mas, se fosse assim, o versículo 31 contradiria toda essa ideia: ...ainda que ressuscite alguém dentre os mortos, i.e., para o morto falar seria necessário antes ressuscitar. Quer dizer, eles têm Moisés e os profetas (o 202


Mônica Campello seu testemunho); não precisam de um morto para lhes dizer nada; um morto nada poderia lhes transmitir. Então, deveria ser assim: Elipse apropriada  Não, pra que mandar Lázaro lá. Lázaro é morto, não pode fazer mais nada; nada tem a lhes transmitir. Isso não está em conformidade com os propósitos de Deus, por isso Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. Quer dizer, os espíritas preferem usar a primeira ideia porque é mais conveniente para seus argumentos; já a segunda não seria favorável a seus argumentos. O uso da elipse desejada serviria para rejeitar as seguintes verdades bíblicas: 1. Em Lucas 9:35 se lê: Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi. Em Lucas 16:29, no diálogo entre Abraão e o rico, Abraão diz que os familiares do rico têm o testemunho de Moisés e dos profetas, e responde ao rico: Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. Deus mostra a quem se deve ouvir – não os mortos, mas Jesus e a sua palavra; 2. Em I Samuel 15:24, Saul confessa não ter dado ouvidos à voz do Senhor, mas deu ouvidos à voz do povo e à voz de um espírito através de uma necromante. Quais foram as consequências? Para não cair no esquecimento, em Gênesis há também um exemplo de sessão espírita quando Satanás incorpora a serpente. Quer dizer, a própria Bíblia não esconde tais possibilidades. Mas, pergunta-se: está correto? E mais uma vez: quais foram as consequências dessa sessão espírita no Éden? É isso o que os espíritas não querem enxergar! Pior cego é aquele que não quer enxergar! 3. Em I Samuel 28:7-25 também houve testemunha ocular como no caso da transfiguração, sendo aquela um dos servos de Saul que o acompanhou até a necromante. Quem pode afirmar que esse servo falava a verdade? O texto 203


S.E.I.T.A.S. mostra Saul desobedecendo a essa vontade divina, pois, quando Saul consulta ao Senhor, o faz instigado por um sentimento de angústia e não por devoção sincera. Saul, portanto, coloca a humanidade acima da santidade, pois sua atitude não revelava devoção a Deus. Buscou a Deus por interesse próprio, agindo como se Deus fosse seu escravo ou empregado pronto a lhe obedecer. Ele queria respostas prontas e imediatas capazes de resolver seus problemas sem nenhum consequente crescimento espiritual, compromisso com Deus como obediência, louvor, adoração, etc. Assim, qualquer um que lhe respondesse, serviria. Deus, sabendo desse seu mau pensamento, que mais uma vez revela sua rebeldia contra o Senhor, rejeitou sua oração, permitindo-lhe que seus pensamentos fluíssem até o ponto de buscar uma necromante, o que Deus reprova. Ao desobedecer e rejeitar Deus, consultando uma necromante e não ao Senhor, Saul contribui para sua derradeira derrota. Esse ponto, contudo, é apenas a gota d’água no oceano, pois o que aconteceu com Saul foi o resultado de um acúmulo de erros por parte dele. Porque a rebelião é como pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste à palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei. Então, disse Saul a Samuel: Pequei, pois transgredi o mandamento do Senhor e as tuas palavras; porque temi o povo e dei ouvidos à sua voz (I Sm 15:23, 24). Há uma ligação muito estreita entre o fato do Novo Testamento (a transfiguração) e o fato do Antigo Testamento (a desobediência e rejeição de Saul): o “Ouvir unicamente a Deus!” Quando esta obediência não é posta em prática, as consequências são desastrosas. Por isso, pode-se entender que Deus permite que esses eventos de comunicação entre vivos e mortos aconteçam: primeiro, porque é possível (note-se: conforme o propósito de Deus, conforme a sua providência, com a sua permissão; fora isso não serão espíritos familiares e 204


Mônica Campello sim demônios – deixam de consultar a Deus para consultar necromantes nas sessões espíritas. Há nisso um propósito divino como no evento em questão? Isso está em conformidade com a palavra, a vontade e os desígnios de Deus?); segundo, porque Deus quer que se saiba que é possível, mas admoesta através desses eventos que não se deve executá-los em hipótese alguma. Ouvir unicamente a Deus, dirigir-se a ele diretamente é intrínseco à vontade de Deus. Eis a essência dos eventos e seu propósito na Bíblia Sagrada, como muitos não entendem e os deturpam. Não se deve esquecer que estes mortos eram santos de Deus, e não qualquer espírito de falecido, ou espírito familiar, o que remete a uma ideia de possessão demoníaca, já que Deus não permite a comunicação entre vivos e mortos (Lc 16:19-31). Logo, subentende-se que Deus permitiu o fato e não Satanás como ocorre nas sessões espíritas, pois Deus não está ali. Deus é supremo e ele age conforme seus propósitos. Se ele quiser usar um morto para falar, ele o fará, pois isso é intrínseco à sua onipotência, e não a um necromante cujas ações são pura dissimulação e fraude quando ele conhece os princípios divinos; não é o caso de espíritas inocentes que ignoram tais verdades. Jesus tem poder para trazer o morto até ele fazendo-o reviver para o propósito ao qual lhe chamou de novo à luz por um breve momento, mas o necromante não tem poder para trazer o morto, assim só pode trazer demônio e não a alma do morto. Em resposta às falsas doutrinas baseadas nesses versículos, explica-se que a transfiguração ocorreu uma única vez, diferentemente da frequência com que ocorrem as sessões espíritas, onde há invocação de mortos, ou melhor, espíritos em um local previamente organizado por médiuns que obedecem a 205


S.E.I.T.A.S. horários, posições, etc. Ali tudo se faz às escuras num ambiente em que os espíritos dão as ordens, conforme as palavras do próprio Chico Xavier: “O telefone só toca de lá para cá”, i.e., são os espíritos que decidem comunicar-se ou não. Se os vivos pudessem de fato comunicar-se com os mortos, os discípulos de Jesus teriam conversado com os profetas, Moisés e Elias, mas serviram apenas como testemunhas oculares para a glória de Deus [2 Pe 1:16-18]. Por que Deus proíbe a comunicação com os mortos? De fato, é possível tal comunicação? SIM, com propósito divino como explicado acima; NÃO, como ocorre em sessões espíritas, pois a comunicação que ocorre é com demônios e não com as almas dos entes queridos falecidos ou de um morto qualquer como explicado acima. Deus ordena que não se realize tal prática a fim de poupar as pessoas de iminente infortúnio. Explica-se, também, com base em fatos bíblicos, que Samuel não participou do evento com a médium de En-Dor e Saul, como defendem alguns interessados: Saul não foi morto pelos filisteus, mas suicidou-se, fato este que o impediu de ir para o mesmo lugar de Samuel; e não morreu no dia seguinte, mas aproximadamente dezoito dias depois do falso prognóstico da médium. Quem conversou com Saul não foi Samuel, mas um espírito, um anjo mau. Conforme a veracidade bíblica, há anjos bons e anjos maus. Os maus têm a capacidade de representar uma pessoa falecida, simulando todos os seus traços característicos, através da mediunidade haja vista conhecerem toda sua trajetória de vida. Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes (Ef 6:12). Assim, 206


Mônica Campello os demônios se comportam como os mortos em todos os aspectos e sentidos, dando toda a impressão de que são sua pura manifestação. Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? a favor dos vivos se consultarão os mortos? À Lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva (Is 8:19, 20). Deus não proibiria tal aberração? Para Jesus, demônios e espíritos são a mesma coisa, diferentemente de anjos (bons) ou espíritos humanos. Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! Mas ele lhes disse: Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago. Eis aí vos dei autoridade para pisaredes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano. Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus (Lc 10:17-20).

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9 A Ciência da Fé ou a Ciência na Fé? A ciência incha, mas o amor edifica (I Co 8:1). Os cientistas buscam incessantemente uma explicação lógica e racional para assuntos ligados ao sobrenatural que possam desmitificar Deus. São cônscios da sua incapacidade de prover respostas satisfatórias e eficazes concernentes à realidade divina (não à religiosa), mas ainda assim querem se intrometer em assuntos que não lhes são pertinentes. Contudo, quanto à religiosidade de qualquer origem e espécie, podem ter competência investigativa mediante atividades empíricas que garantem a obtenção de resultados concretos. Isso nada tem a ver com Deus que, cientificamente falando, encaixa-se dentro de uma visão extraempirista. Stephen Jay Gould afirma: “Fizemos assombrosos avanços, mas temos de reconhecer que a ciência não respondeu a alguns dos enigmas básicos, como a origem da vida e do universo”. O pai da cosmologia moderna, o inglês Stephen Hawking, acha fascinante a chamada “hipótese teológica”, a ideia de que entender Deus seria o alvo supremo da física, mas alerta para o fato de que o caminho para chegar lá é a ciência, e não a metafísica ou o misticismo. Quando lhe perguntam se Deus teve 208


Mônica Campello um papel no universo antes do Big Bang, Hawking admite que sim. “Acho que só Ele pode responder por que o universo existe”, diz o famoso astrofísico. 116 Albert Einstein disse: “Ciência sem religião é manca. Religião sem ciência é cega”. Cabe aqui uma pergunta: qual é a relação de Jesus com religião e com ciência? Jesus está acima de toda religião e de toda ciência. Se uma não pode viver sem a outra, as duas não podem subsistir sem a permissão de Jesus – Deus. Há um propósito divino para a existência de todas as coisas sob o céu. Nada existe ou acontece por acaso; tudo tem sua razão de ser e de acontecer. Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai (Mt 10:29). Dentro dessa perspectiva, há também que se lembrar: Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Rm 8:28). Deus é o dono de todo o saber e nem por isso ele rechaça a ciência: Mas Jesus, ouvindo, disse: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes (Mt 9:12), significando, nesse contexto, que ele trata das doenças espirituais além das físicas e os médicos tratam das doenças físicas. Deus tão-somente adverte a que se tenha o cuidado para que a ciência não se sobreleve a Deus: O temor do Senhor é a instrução da sabedoria (Pv 15:33). Contudo, homens envoltos com a ciência não entendem esse princípio divino e se aplicam ao conhecimento experimental (nem sempre tão experimental assim) que rejeita a participação de Deus em

Veja On-line. A ciência da fé <http://veja.abril.uol.com.br/191201/p_130.html>. 116

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S.E.I.T.A.S. qualquer hipótese. Assim, em detrimento da Criação por Deus, criam suas teses. Inseridas na perspectiva hegeliana estão a tese, a antítese e a síntese. As duas primeiras se opõem reciprocamente, mas resultam na terceira. Com relação às teses pró e contra a Criação, citam-se, com a respectiva classificação hipotética, o Criacionismo (tese), o Darwinismo (antítese), e o Projeto Inteligente ou Design Inteligente (síntese). Esta última acabará resultando novamente em uma tese, que vai gerar uma antítese, que vai gerar uma síntese, e de novo, e de novo, e de novo, como um cachorro atrás do rabo – um ciclo contínuo de buscas acerca da verdade que jamais será encontrada fora de Deus; por isso, a falível e infinita continuidade das tentativas de descobertas quanto à origem da Humanidade. Enquanto o homem não acreditar em Deus como o Criador do universo, ele vai executar experimentos, ou melhor, criar teorias eternamente errantes – empiricamente reprovadas – que levam pessoas inocentes a crer em ‘ fábulas enganosas’: o próprio Darwin, ao reconhecer a soberania de Deus, se arrependeu de ter proclamado sua falsa teoria que, de fato, é uma filosofia contraditória às verdades criacionistas e não ciência, pois é impassível de comprovação científica. Darwin estava defendendo a ideia de que a vida universal originou-se inteiramente da matéria inorgânica ou, pelo menos, de algum germe primitivo. Unicamente por acaso. Todavia, até ele admitia não conseguir encontrar qualquer evidência real para sua teoria. (...) A evolução ganhou estatura no espaço de trinta anos, não por causa de evidência convincente a seu favor, mas porque o clima intelectual americano já havia sido preparado para uma mudança do teísmo e sobrenaturalismo para o humanismo e

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Mônica Campello naturalismo. De fato, o mundo recebeu Darwin de braços abertos por estar pronto para ele.117

O criacionismo, contudo, pode ser considerado científico por cientistas criacionistas ou não: H. Kenyon, doutor em biofísica, ex-evolucionista e co-autor do livro Biochemical Predestination (Predestinação Bioquímica), acredita que a situação atual – em que a maioria considera a ciência da criação uma religião disfarçada – mostra estreiteza mental completamente avessa ao espírito da verdadeira investigação científica. Kenyon é apenas um dos cientistas proeminentes que examinou com todo o cuidado a questão científica da criação e a considerou legítima. 118

Esse criacionismo é biblicamente evidenciado através das palavras de Jesus quando declara em Marcos 13:19 que Deus criou o mundo e em Gênesis nos capítulos 1 e 2. Aparentemente como opositor ao criacionismo e ao evolucionismo surge o Projeto Inteligente (Design Inteligente), uma visão deísta da criação, que defende a ideia de que uma inteligência extraterrena tenha criado a Humanidade e, posteriormente, retornado ao seu planeta de origem. Que inteligência há nisso? Afinal de contas, de quem descende o homem: de Deus, do macaco ou dos ETs? O que a inteligência do homem lhe permite responder? Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos. Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da 117 118

ANKERBERG, John, WELDON, John. Criação e Evolução. pp. 11, 12. ANKERBERG, John, WELDON, John. Criação e Evolução. p. 48.

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S.E.I.T.A.S. pregação. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens (I Co 1:18-21, 25). Os inimigos da cruz de Cristo, os inimigos da verdade divina, têm a missão de criar teses que causem dúvidas nos corações das pessoas que creem que Deus criou o mundo, destruindo, assim, a sua fé. O Projeto Inteligente (síntese) têm a seu favor expedientes científicos comprobatórios que podem atrair e convencer as pessoas da real existência de OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados) palavra oriunda de UFO (Unidentified Flying Object) – daí, Ufologia – embora os relatos de suas atividades sejam contestáveis pelas leis da Física. Logo, também essa tese é falha, e o que vem a ser um OVNI pode envolver questões meramente políticas, quiçá bélicas intercontinentais, ou pode envolver um mistério escatológico que só Deus pode revelar! A experiência, contudo, de pessoas que afirmam ter entrado em contato com extraterrestres ou simplesmente os terem visto diante de si, deixa claro, conforme a descrição das aparições e a descrição das reações das ditas testemunhas oculares, que se trata de um contato demoníaco em que espíritos disfarçados de uma aparência supostamente extraterrena, criadas com esse intuito de confundir as mentes, a ponto de fazê-las acreditar que realmente sejam seres de outro planeta é mais uma artimanha satânica pertinente à presente época conhecida como “Nova Era”. Essa última situação parece ser mais de cunho espiritual; logo, como é ligada à primeira, essa, por sua vez, tende a adotar a mesma característica. Até aqui, tudo é simples conjetura. A verdade, porém, despontará em tempo propício mediante o poder de Deus.

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Mônica Campello

10 Malignas Influências Novaerinas E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8:32). Quem diz de si mesmo com plena autoridade, “Eu sou a verdade”? Jesus! Só Jesus pode libertar o cativo. Quem é o cativo? Cativo é todo aquele que está enredado pelas vicissitudes do mundo. Essas podem estar relacionadas às circunstâncias boas ou más da vida de uma pessoa. E em cada situação a pessoa terá uma reação, positiva ou negativa. O modo como a pessoa reage em face das diversas situações que enfrenta, a maneira como encara os fatos revelarão o seu modo de ser, sua verdadeira personalidade.

10.1. Situações favoráveis Normalmente, enfrentando circunstâncias boas, as pessoas tendem a deixar-se levar por elas e acabam por ensoberbecer-se espiritualmente – não precisam de Jesus. Seu deus é o dinheiro, são suas conquistas, toda materialidade adquirida. Esse apego ao dinheiro e todo o materialismo que ele abarca é nocivo a toda pessoa. Isso caracteriza a presença de uma influência maligna que dá margens a que o homem adquira uma nova consciência, a da autossuficiência, da supervalorização do “eu” que descarta a necessidade de se buscar a Deus, pois ele mesmo se entende como um homem-Deus. Esse é um dos 213


S.E.I.T.A.S. princípios da Nova Era – o homem precisa entender que ele é um ser independente avesso a qualquer manifestação transcendentalista. Assim, qualquer hipótese lançada sobre a possível existência de um ser divino é descartada e o homem passa então a ter que cuidar de si mesmo. Contudo, lamentavelmente, ele não reconhece sua incapacidade para lidar com seus problemas espirituais os quais não pode e não consegue resolver; daí, em meio à sua autoexaltação como homem divinizado busca todos os recursos possíveis e disponíveis que ele acredita que possam socorrê-lo: escritos ou vozes ou toques ou visões do além, orientações prognosticadas pelos astros do zodíaco, pseudociências e pseudoterapias que oferecem pseudocuras, correntes da sorte divulgadas e praticadas através da mídia, um jesus ‘de mentirinha’ permissivo que anda de boca em boca sendo tido como símbolo de conforto e prosperidade, etc. Quando, porém, os resultados esperados não são atingidos, nasce um outro problema: a frustração, a decepção, a desilusão, e, consequentemente, a desesperança que conduz à depressão e essa, na maioria das vezes, ao suicídio. Os problemas existenciais do homem só podem ser solucionados por Deus que, sendo ele mesmo o Criador de tudo – do bem e do mal, da vida e da morte – pode lhe dar sabedoria, entendimento e discernimento dos fatos, assim como esclarecer o porquê e a finalidade de todas as coisas que lhe tocam a alma, o espírito, o corpo, a mente, o coração como o campo das emoções. Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados (Lc 12:7). Por isso, para o crente em Deus não há desculpas para os ‘autofazimentos’ que só podem levar à extinção da fé pura e genuína naquele que é o único poderoso para salvar. Ele deve se conscientizar sobre suas potencialidades já outorgadas a ele por 214


Mônica Campello Deus e compreender que há limites para tudo: o ponto até onde ele pode fazer, e o ponto a partir do qual ele nada pode fazer. Quando ele tiver essa consciência, ele vai se superar em termos de uma bipolaridade humana e espiritual. Logo, ele poderá desfrutar de suas realizações e de suas não-realizações como bênçãos de Deus e não como maldições disfarçadas de bênçãos advindas de meios ocultistas. A Nova Era é a ‘Era do Eu-Todo-Poderoso’ dominador e jactancioso em que tudo emana de si próprio. O homem deveria, antes, reconhecer e aceitar a sua dependência de Deus, e encarar isso como bem-aventurança e não como retrocesso psicossocial, entendendo que, estando ele nas mãos de Deus, o diabo, ícone principal da Nova Era, jamais poderá tocá-lo. David Spangler, um dos líderes do movimento Nova Era declara em ‘Reflexões sobre o Cristo’ (p. 40-44), publicada pela Fundação Findhorn, ‘Cristo tem o mesmo poder de Lúcifer’, (que) é um agente do amor de Deus através da Evolução... Lúcifer prepara o homem... para a experiência do próprio Cristo... A luz que nos revela o caminho para Cristo vem de Lúcifer... o grande iniciador... Lúcifer opera dentro de cada um de nós para conduzirnos à plenitude conforme adentramos a Nova Era... cada um é conduzido até o ponto que eu designo Iniciação Luciférica,... Lúcifer vem para nos dar a Iniciação Luciférica final... que muitas pessoas nos dias vindouros enfrentarão porque é uma iniciação à Nova Era.119

Como se pode ler no texto acima, a Nova Era (em conjunto com todos os seus apetrechos), ao contrário do que muitos afirmam – não ter ela um líder – possui um líder central, Lúcifer, cujo nome vem do latim “Luciferus” que significa “aquele que traz a luz”. Entenda-se o que essa luz significa: Tradução da autora. A Christian Response to the New Age Movement <http://www.tmtestimony.org.uk/library/1998_9.htm>. 119

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S.E.I.T.A.S. Designação conferida ao arqui-inimigo de Deus tendo em vista a sua primitiva ocupação nas regiões celestes: levar a luz (Is 14:12). Antes de haver-se rebelado contra o Senhor era o ser angélico de maior expressividade. Ninguém lhe era superior. Agora, porém, ei-lo como o senhor das regiões tenebrosas.120 Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo (Is 14:12-15). Essa é a sua real condição, nada mais tendo a ver com “luz”, mas sim com trevas, assim como o que se encontra ao abrir a Bíblia Satânica cujo escritor Anton Szandor LaVey é o fundador da Igreja de Satanás – se Deus possui a Bíblia Sagrada, por que ele também não teria sua própria bíblia? Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira (Jo 8:44). O Adversário aparece majestoso na sua queda, ele é aquele que desce os sete graus da involução, se encarna na matéria para iluminar a escuridão. O Satã medieval desapareceu...O Anjo de Fogo desempenha de novo a sua função inicial; ele é o gênio do homem, o grau mais alto da sua evolução, a ponta extrema do saber, a lucidez, a visão cósmica universal. (...) A partir daí, o homem reconhece nele um irmão ideal, um fim a atingir... o rosto do seu próprio futuro. A iniciação luciferina lembra-lhe os seus 121 poderes perdidos (...).

A luz que ele usa serve para fortalecer a escuridão, que permanece escura com sua presença. Ele reconhece a própria 120 121

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. p. 208. BOURRE, Jean-Paul. As Seitas Luciferinas de Hoje. pp. 166-167.

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Mônica Campello queda que em seu orgulho a declara majestosa para não perder a ‘pose’. É esse caminho que se quer seguir: tê-lo como irmão e ser o seu reflexo? Aquele que admira as obras e manobras tendenciosas da Nova Era – leituras, audiências, tendências, modismos, práticas esotéricas, etc. – está naturalmente apreciando e aceitando as obras do Maligno. Casal Transpessoal: símbolo do fim do casamento representado pela letra ômega, última letra do alfabeto grego. Os adeptos da Nova Era dizem que o ser humano não deve pertencer a nenhuma família possessiva, mas deve ficar sempre livre para buscar outros parceiros.122

10.2. Situações desfavoráveis Normalmente, enfrentando circunstâncias ruins, as pessoas tendem a deixar-se levar por elas e acabam por esmorecer perante as adversidades – não buscam Jesus, pois sua fraqueza não permite. Substituem o Deus eterno (que julgam incapaz de solucionar seus problemas) por práticas nocivas cujos efeitos colaterais provocarão distúrbios ainda maiores, afetando outras áreas que até então não estavam sofrendo dano algum. Isso caracteriza a presença de uma influência maligna que dá margens a que o homem busque um novo deus ou vários outros deuses já conhecidos ‘de ouvir falar’; agora ele quer testá-lo para ver se realmente funciona e se é verdade o que andam dizendo a seu respeito. Ele paga pra ver! Com a vida e com a alma, diga-se de passagem.

Tabernaculonet. Símbolos Diversos. <http://www.tabernaculonet.com.br/luz.php?facho=t00142> 122

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S.E.I.T.A.S. Nesse ritmo, o homem, sem perceber, adentra-se nos caminhos da Nova Era, encontrando as mais diversas ofertas para a solução de seus problemas de maneira rápida, indolor e descompromissada: rápida porque não ocorre no tempo de Deus, mas do diabo para se tornar presa fácil; indolor porque não será vacinado contra o mal, mas vaticinado acerca dele; descompromissada porque, conforme as premissas da Nova Era, o homem é um ser independente. Esse último ponto é muito agradável ao homem que não gosta de ter e não pretende ter compromisso com ninguém e com nada, a não ser com ele mesmo, refletindo, assim, um caráter irresponsável e volúvel. Relações pessoais como o casamento são tidas por antiquadas e já não há espaço para isso; logo, se a pessoa está enfrentando uma crise conjugal, nada melhor que ouvir os conselhos novaerinos de busca por relacionamentos livres, troca contínua de parceiros a fim de livrar-se do enfado matrimonial. Pronto! Está resolvido o problema! Os recursos utilizados por todas as empreitadas desse movimento são meros subterfúgios para se fugir às dificuldades da vida em todos os sentidos. Portanto, nesse meio só se pode encontrar pseudossoluções que mais cedo ou mais tarde trarão suas terríveis consequências. Contrariamente ao sacrifício vicário de Cristo, Assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação (Hb 9:28), nada ali é definitivo: não há cura definitiva – a aparente cura pode levar à morte, física ou espiritual; não há libertação definitiva – o mal do qual se sente livre por um tempo pode voltar a qualquer momento, à mínima tentação; não há prosperidade definitiva – o progresso adquirido pode se reverter em regresso ao estado anterior ou pior, ao 218


Mônica Campello menor sinal de desgoverno. Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, tendo voltado, a encontra varrida e ornamentada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o primeiro (Lc 11:24-26). Em nenhuma das hipóteses acima haverá um deus para salvar o infortunado; nessa hora, os deuses com quem ele conta assumem sua real natureza pérfida. Nada podem fazer para livrá-lo das garras do mal! E, assim, sob a tensão do medo, da perda, da angústia, da insegurança, passa a viver depressivamente a ponto de desejar a própria morte. Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei (Ez 18:32). O homem precisa se conscientizar de que ele precisa de Deus porque o diabo é maior do que o homem, mas Deus é maior do que o diabo.

10.3. Benefícios e malefícios andam juntos Os aparentes benefícios provenientes do emprego de métodos novaerinos trazem consigo os malefícios que lhes são intrínsecos que, em tempo oportuno, haverão de manifestar-se na vida da pessoa que disso tira proveito. Esses malefícios estão encobertos apenas por um “breve momento” isto é, o tempo que o Adversário determina como apropriado para sacar-lhe a alma. Contudo, se em tempo hábil, essa pessoa buscar a Deus, ela poderá desfrutar da sua poderosa palavra que lhe assevera: Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido. Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo (Mt 10:26, 28). 219


S.E.I.T.A.S. Assim, segura em Deus, a pessoa se tornará livre do medo e descobrirá a verdade em tempo de não ser tragada pelo mal. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (II Tm 3:16-17). A palavra poderosa de Deus, a palavra da verdade, encontra-se na Bíblia Sagrada que vem a ser um conjunto dos livros do Antigo Testamento e do Novo Testamento que formam a sagrada Escritura. Um livro que fala do poder de Deus. Sim, esse livro fala! Ele é a voz de Deus que tem boca, ouvidos, olhos e, por isso, fala e ouve e vê, diferentemente dos ídolos de madeira, de bronze, de ferro, de ouro de prata, etc., que têm olhos, mas não veem, têm boca mas não falam, têm ouvidos, mas não ouvem. Só se deixa enganar quem o quer, já que Deus não deixa ninguém enganado. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade (Jo 17:17). A palavra tenebrosa do diabo, a palavra da mentira, encontra-se na Bíblia Satânica que vem a ser um livro de 272 páginas. Um livro que fala do poder de Satanás, o qual é subjugado por Deus. Aliás, como pode ser chamado ‘bíblia’ se etimologicamente essa palavra significa ‘coleção de pequenos livros’? Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos (Mc 8:38). As pessoas podem até ouvir acerca da verdade divina, mas, por opção, por envergonhar-se de Deus, para não serem tachadas de ignorantes, preferem seguir caminhos mais fáceis e mais cômodos, porém tortuosos. Isso acontece porque elas também preferem parecer ‘racionais’ aos olhos dos outros e 220


Mônica Campello fingem acreditar que só existe vida aqui nessa dimensão terrestre. Rejeitam a doutrina da vida eterna – eterna salvação e eterna perdição – como muitos dizem: ‘O inferno é aqui. Morreu, cabô!’ Por que não acreditam em frases tão simples e tão pequenas, mas de tão grande poder?! • O Sangue de Jesus tem poder! • Só Jesus Cristo salva! • Jesus te ama!

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S.E.I.T.A.S.

11 ‘Sexo’ como Elemento de Culto Cultuar o sexo nas suas mais variadas formas tem sido uma ação idólatra para algumas religiões e seitas cujos seguidores o consideram um ato sagrado que pode levar o ser humano a uma relação de intimidade com uma divindade, uma forma de estar ‘ligado com deus’, mas não Deus. Visto por um prisma religioso inidôneo, dizem que o sexo tem o poder de divinizar o homem porque pode proporcionar um equilíbrio perfeito entre ele e o espírito cósmico, o que nada tem a ver com o Espírito Santo, haja vista o sexo ser entendido como o meio de unir energias espirituais, mesmo as opostas, associando o sexo à ideia de novos nascimentos que propiciem a experiência da transformação cármica ou do poder criativo do homem que é tido como um homem-deus. O sexo é e deve ser sagrado no sentido de ser praticado em santidade com amor como dádiva de Deus, não baseado no erotismo, na sensualidade carnal como fator primordial. Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem cono o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros (Hb 13:4). Portanto, não deve ser praticado: a) no sentido profano em culto a entidades espirituais ou como sacrifício a elas para obtenção de favores; b) de forma banalizada sob a égide da 222


Mônica Campello modernidade que em meio a uma concepção holística tudo aprova sem resguardar noções de ética, pudor e bom senso Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santidade e honra, não na paixão da concupiscência, como os gentios que não conhecem a Deus (1 Ts 4:3-5). Que diferença há entre sexo ritualístico e sexo hedonista se ambos são praticados unicamente pelo prazer, destituídos da essência do amor? Mesmo que sempre tenham existido desde a mais remota Antiguidade, esses tipos de sexo jamais foram sagrados, consequentemente não abençoados por Deus, porque baseados no erotismo, na carnalidade, na cobiça. Aliás, só para refrescar a memória, a quem de fato é consagrado o sexo ritualístico?! As formas pelas quais eram praticados aludiam a uma prostituição sagrada, o que ainda se vê claramente em seitas contemporâneas que vulgarizam o amor de Deus quando repetem desdenhosamente a frase: ‘Deus é amor!’ Em seu profano raciocínio, questionam: Se Deus é amor, o que haveria de maligno em qualquer prática que envolve ‘amor’? Amor?! Amor ou tara? Os cultos de Dionísio também eram conhecidos pelo nome de culto ao Deus Baco (Bacchus) e suas sacerdotisas iniciadas nos cultos lunares eram conhecidas como Menades ou Bacantes. O poeta Homero escreveu que elas “iam para as montanhas e realizavam estranhos rituais”. O culto começou na Grécia mas sua popularidade cresceu a ponto de se tornar conhecida em Roma a partir de 200 AC. Registros famosos destes rituais de Bacchanalia foram escritos por uma sacerdotisa e poetisa chamada Sappho, cujo templo de Mytilene ficava na Ilha de Lesbos, por volta de 600 AC. Estes textos retrataram alguns dos rituais envolvendo sexo mágico entre as iniciadas e uma série de poemas narrando o amor entre

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S.E.I.T.A.S. mulheres. Da perseguição religiosa, surgiram as palavras Safada (no sentido depreciativo para a mulher) e Lésbica.123

Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. Semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, inflamaram-se em sua sensualidade uns para como os outros, homem com homem, cometendo torpeza, e recebendo em si mesmos a penalidade devida ao seu erro (Rm 1:26-27). Davi e Jônatas, personagens bíblicos, são caluniosamente citados por pessoas interessadas em defender qualquer envolvimento sexual extraordinário. Para isso, tomam como base II Samuel 1:26: Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; tu eras amabilíssimo para comigo! Excepcional era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres. Contudo, essa acusação é infundada. Em primeiro lugar, a palavra hebraica para “amor” (‫)אהבה‬ transliterada “ahava” é empregada em outros versículos bíblicos além desse, implicando noção de amor fraternal, paternal, conjugal. Se esse amor de que trata o versículo se ativesse tãosomente à ideia de amor sexual, então todos os demais versículos bíblicos que usam essa mesma palavra no original hebraico conotariam amor sexual. Logo, em que acepção se tomariam os seguintes versículos: Isaque amava Esaú e Rebeca amava Jacó (Gn 25:28); Saul amou muito Davi (I Sm 16:21); Amarás o Senhor teu Deus (Dt 6:5); Amarás o teu próximo (Lv 19:18). Respectivamente: Isaque e Rebeca tinham relações sexuais com os próprios filhos?! Saul teve relações sexuais com Davi?! Tu terás relações sexuais com Deus?! Tu terás relações sexuais com toda e qualquer pessoa?! Rascunhos de um pagão.Hieros Gamos e Magia Sexual. <http://betoquintas.blogspot.com/2008/02/hieros-gamos-e-magiasexual.html> 123

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Mônica Campello Em segundo lugar, Davi teve várias mulheres e uma ele amou sobremaneira. No entanto, com aquelas palavras, Davi quis significar exatamente que seu amor fraternal por Jônatas era superior ao seu amor sexual por mulheres, i.e., a amizade se sobrelevava ao sexo. Essa assertiva é igualmente válida para todo ser humano que conhece o verdadeiro sentido da amizade. Como ele enalteceu ali o valor da amizade! Isso é o que alguns, por motivos óbvios, não conseguem, ou melhor, não querem enxergar. O modo de Davi se expressar traduz uma prova de amizade pura, sincera e desinteressada. Quem não acredita no amor fraternal jamais poderá compreender a seguinte frase: Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão (Pv. 17.17). As pessoas precisam discernir os propósitos dos feitos que vêm sendo realizados mediante a evolução dos tempos com relação à promiscuidade sexual. Contaminaram-se com as suas obras; corromperam-se com os seus feitos (Sl 106:39). Um objetivo satânico permeia toda essa investida: a destruição da primeira instituição sagrada criada por Deus – a família. Os meios de comunicação têm sido as fontes mais indicadas para propagar aqueles feitos e instigar seus receptores a aceitá-los como algo muito natural e até desejar experimentá-los. Hodiernamente, o homem que se permite ser endeusado também se permite ser ‘encreusado’, sofrendo todas as consequências malignas desse ritmo frenético que invade corpos e mentes (tanto na fase adulta quanto infantojuvenil), destituindo-lhes do senso da moral e dos bons costumes, confundindo princípios vitais que constituem uma família tradicional passível de ser verdadeiramente feliz sem precisar de subterfúgios.

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S.E.I.T.A.S. A indústria da beleza tem conquistado um grande espaço e fabulosos lucros em meio a todo esse frenesi sexual que prioriza o culto ao corpo. A todo custo, as pessoas inseridas no mundo do fitness anseiam por ter corpos esculturais, siliconizados, definidos, onde o conceito de estética varia conforme os objetivos a serem alcançados, sempre, porém, supervalorizando o corpo acima de qualquer virtude que porventura possa atrapalhar seus desígnios – a beleza interior tem perdido seu prestígio, seu valor e sua aplicabilidade em meio à sociedade moderna. Tudo isso reflete o verdadeiro pensamento de quem não está em nada satisfeito com o que Deus lhe deu. Se não tem condições de tomar parte daquele mundo, a pessoa passa a procurar melhorar sua aparência através de coisas mais simples que estão ao seu alcance, como uma roupa insinuante, que no fundo acabam revelando intenções de disputa e conquista baseadas em ações egoístas. Ainda pode ocorrer da pessoa não ter condições de acompanhar o avanço da ciência com tudo o que ela pode oferecer, e, por isso, busca recursos fora dela, de ordem espiritual – um pacto, uma promessa, uma simpatia, um trabalho de magia, etc. Isso lembra bem “O Retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde que retrata um espírito de juventude decadente em que superabunda o materialismo vil da mocidade cujas marcas se evidenciam no recôndito de uma alma velha e decrépita que nenhum cirurgião seria capaz de arrancar. Somente o cirurgião que nesse meio todos rejeitam poderia efetuar tal cirurgia, do qual escarnecem: “A título de curiosidade, Hórus, Rá, Zoroastro, Krishna, Platão, Apolônio, Pitágoras, Esculápio e aquele outro cara famoso na Bíblia também nasceram de ‘virgens’”124 124

Rascunhos de um pagão.Hieros Gamos e Magia Sexual. loc.cit.

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Mônica Campello Aproveitando o ensejo do tema, o sexo fora do casamento também uma prática de idolatria é pecaminoso por tudo o que ele acarreta. O salário do pecado é a morte e ter um amante (ou uma amante) representa a morte do amor que um dia levou o casal a unir-se pelos laços do matrimônio, a morte de tudo o que propricia a manifestação desse amor; enfim, a morte do casamento, a morte da família. Não se pode servir a dois senhores – não se pode servir a Deus e ao Diabo; considera-se, entretanto, que o adultério (ação diabólica) que se pratica envolve um sentimento puro de amor (ação divina), mas isso inevitavelmente prejudicará qualquer uma das partes nas relações conjugais e extraconjugais; com certeza, alguém pagará um preço muito caro por esse feito. A falsa ideia de amor mascara a solidão, o atraso, a perda de tempo, as frustrações e decepções provenientes desse relacionamento infrutífero que só pode produzir destruição. Se as duas ações pudessem ocorrer concomitantemente, isso seria um paradoxo em que duas proposições contraditórias não se coadunam. A justiça de Deus não permite ações paradoxais quanto ao juízo por ele já estabelecido. Sua natureza é eterna e não muda com a evolução dos tempos. Porque eu, o SENHOR, não mudo (Ml 3:6).

11.1. Símbolos pagãos remetem à sexolatria A rejeição à supremacia de Deus e a consequente aceitação de outros deuses fazem referência ao paganismo em que todos eles possuem uma simbologia própria que varia de acordo com os seus atributos. Nesse contexto, deuses que fazem alusão ao sexo são reverenciados através de símbolos que representam suas respectivas genitálias: 227


S.E.I.T.A.S. O obelisco, símbolo fálico no paganismo. A palavra fálico é de origem grega “phallós” que significa “pênis”. O obelisco situado sempre no centro de um círculo sugere a cópula sexual entre homem e mulher. “Os obeliscos representavam o mundo do praticante da Magia Negra! O propósito do obelisco era adorar o antigo deus egípcio do Sol, chamado Rá. (...). Em Êxodo 10:21-23 vemos que Deus fez cair densas trevas sobre toda a terra do Egito, para demonstrar que era mais poderoso que o reverenciado deus do sol, Rá. (...). Os satanistas do Egito acreditavam que o espírito do deus sol, Rá, habitava nos obeliscos. Portanto, os seguidores dessa religião egípcia adoravam o espírito de Rá. Eles deviam olhar para um obelisco, de preferência, três vezes por dia. A adoração ao deus sol foi preservada nas sociedades secretas até o dia de hoje, e os adoradores olham para o obelisco diariamente!125 Você quer encorajar seus filhos a se tornarem adoradores de Baal e do pênis dele quando crescerem?”126 O obelisco é o maior e o mais comum símbolo fálico no paganismo e várias cidades foram planejadas através de símbolos ocultistas, como Washington por exemplo, onde se vê o maior obelisco do mundo. O obelisco levantado sobre a spina da arena de Nero conservou-se no mesmo lugar até 158, mais ou menos onde hoje se vê a torre do relógio da fachada esquerda da Igreja de São Pedro. Naquele ano, a pedido do papa Sisto V, Domenico Fontana transladou o obelisco para o lugar que ocupa atualmente na Praça de São Pedro. Os satanistas simbolizam mais comumente o ato sexual com o falo no meio da roda das oito etapas para a

O Papa João Paulo II Aceita a Teoria da Evolução! <http://www. espada.eti.br/n1034.asp>. 126 O Presidente Norte-Americano George W. Bush – Cristão ou Iluminista? <http://www.espada.eti.br/n1463.asp>. 125

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Mônica Campello iluminação. Uma representação desta relação sexual encontra-se na Cidade do Vaticano, na Praça de São Pedro.127

Quanto ao Deus sol Rá, há um outro aspecto de igual importância com relação à prática sexual considerada sagrada. Observe o seguinte texto: A autofelação é a prática de sexo oral por um homem em si mesmo. A prática (hipotética) em mulheres, é a autocunilíngua. (...) O acadêmico americano David Lorton menciona que encontrou muitos textos religiosos da mitologia egípcia onde a prática da autofelação é mencionada e considerada sagrada. Segundo referência encontrada nesses escritos, Rá, o deus do Sol, teria criado o deus Shu e a deusa Tefnut (irmã gêmea de Shu) ao ter soltado o próprio sémen no solo depois de ter praticado a autofelação. Rituais de autofelação eram aparentemente realizados em honra ao nascimento de Shu e Tefnut.128

Que sêmen poderoso o de Rá (ou Ré), capaz de criar dois deuses ao cair sobre a terra! Isso é que é exemplo de solo fértil! A ideia da criação de dois deuses a partir dessa prática faz parecer que o deus egípcio é todo-poderoso. Contudo, Deus pode criar tudo a partir do nada! Enquanto na mitologia egípcia derramar o sêmen no solo é motivo de honra a um deus, na Bíblia Sagrada é motivo de maldição por Deus; o que é amaldiçoado por Deus, em Rá é pecado múltiplo. Sabia, porém, Onã que o filho não seria tido por seu; e todas as vezes que possuía a mulher de seu irmão deixava o sêmen cair na terra, para não dar descendência a seu irmão. Isso, porém, que fazia, era mau perante o SENHOR, pelo que também a este fez morrer (Gn 38:9-10). Adoração aos obeliscos (baals) / Canonização dos Santos <http://www. montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=outros&artigo= 200408122107 39&lang=bra> 128 Autofelação. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Auto-fela%C3%A7%C3% A3o> 127

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S.E.I.T.A.S. A pinha, símbolo de imortalidade e fertilidade – Dinísio (mitologia grega) ou Baco (mitologia romana) costuma ser representado carregando em uma das mãos um dardo enfeitado com folhagens, fitas e uma pinha na ponta. Das festas bacanais em homenagem a Baco participavam mulheres desvairadas, adoradoras do vinho, ávidas por sexo que eram chamadas bacantes. A maior pinha do mundo se encontra na Praça de São Pedro, no Pátio da Pinha, no Vaticano. Dionísio, Diónisos ou Dioniso (do grego ) era o deus grego equivalente ao deus romano Baco, das festas, do vinho, do lazer e do prazer.129 Bacanal é uma festa em homenagem a Baco, deus do vinho, sendo hoje uma designação para festas libertinosas, banquetes crapulosos e orgias.130 Na mitologia grega, as Ménades, ou Mênades, (de mainomai, ”enfurecido”), também conhecidas como bacantes, tíades ou bassáridas, eram mulheres seguidoras e adoradoras do cul to de Dioniso (ou Baco). Eram conhecidas como selvagens e endoidecidas, de quem não se conseguia um raciocínio claro. Durante o culto, dançavam de uma maneira muito livre e lasciva, em total concordância com as forças mais primitivas da Natureza. Os mistérios que envolviam o deus, provocavam nelas um estado de êxtase absoluto, entregando-se a desmedida violência, derramamento de sangue, sexo, embriaguez e autoflagelação. 131

O lingam na yoni (lingam, pênis; yoni, vagina), símbolos da filosofia hindu que representam o encontro íntimo de Shiva (Deus hindu da Trimurti) e Shakti (esposa de Shiva, Párvati, a deusa mãe). Ambos são considerados sagrados. A yoni é reverenciada como o caminho sagrado que conduz ao êxtase sexual.

Dionísio. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Dion%C3%ADsio>. Bacanal. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Bacanal>. 131 Ménades. <http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9nades>. 129 130

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Mônica Campello O Lingam é o símbolo da energia criadora masculina, viril, e sua definição é a de ser "fixo", "imóvel" (Dhruva), "forma fundamental" (Mulavigraha). É o pênis enrijecido, pleno de vida, desejoso de penetração. Este símbolo, na forma de um falo de pedra, pode ser encontrado já no período Neolítico da civilização do Indo. Lingam está associado ao fogo, e sua natureza é a mesma do ÁXIS MUNDI, assim com pode ser considerado o Raio (ou Vajra). Yoni é a Terra, a MÃE DO FOGO, abriga a energia potencial e a vivifica numa união não apenas divina, mas supra-divina. É o receptáculo, o Altar-Mor da Criação, do Ovo do Mundo, onde ele é gestado e ao mesmo tempo honrado. Desse modo, o LingamRaio penetra e fertiliza Yoni-Altar. A Yoni é a vagina molhada e sedenta por ser penetrada, é o Yantra ou Pitha da Deusa (sobre o Yantra falarei adiante). O adepto do tantra não pode considerar a yoni de outra maneira senão como o Altar. E quando ele (o Sadhaka) atinge o mais alto grau nesta disciplina ele é capaz então de prestar homenagem "amorosa" – Mithuna.132

A cornucópia, símbolo do Thanksgiving (Dia de Ação de Graças) – vaso em forma de chifre que representa o símbolo fálico do sagrado masculino e seu interior, o útero da deusa, o sagrado feminino, resultando num símbolo de fertilidade e riqueza proveniente de uma farta colheita. “E como a cornucópia lembra-nos um chifre (como o próprio nome diz) temos nela um dos símbolos mais utilizados na representação do Deus nas religiões pagãs e neopagãs.” 133

As celebrações de Ações de Graças eram organizadas pelos antigos gregos, romanos, hebreus, chineses e egípcios. Os gregos adoravam muitos deuses e deusas. Sua deusa do milho (na verdade, de todos os grãos) foi Demeter. Os romanos Lingam e Yoni. Morte Súbita Inc. <http://mortesubita.org/jack/magiasexual/textossexuais/lingam-eyoni/view>. 133 Cornucópia. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cornuc%C3%B3pia>. 132

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S.E.I.T.A.S. também celebravam o festival da colheita chamado Cerelia que reverenciava Ceres sua deusa do milho (de onde vem a palavra ‘cereal’). As famílias judias também celebravam o festival da colheita chamado Sukkoth, nome para as tendas em que Moisés e os israelitas viveram durante os quarenta anos que andaram pelo deserto antes de chegarem à Terra Prometida. Os chineses celebravam seu festival da colheita, Chung Ch'ui, com a chegada da lua cheia. Acreditavam que durante os três dias de festival as flores cairiam da lua e aqueles que as vissem seriam recompensados com boa sorte. Os egípcios celebravam seu festival da colheita em reverência a Min, seu deus da vegetação e da fertilidade.134 O primeiro Thanksgiving foi comemorado pelos colonos e índios americanos da colônia Nova Inglaterra no início do século 17, com a intenção de agradecer a Deus pela ótima colheita. Sua verdadeira origem, entretanto, remonta aos festivais de colheita tradicionais em muitas partes do mundo desde tempos antigos. (...) Muitas das imagens associadas ao dia de Ação de Graças tem origem em tradições antigas de celebrações da colheita de outono. Por exemplo, a Cornucópia (um chifre onde são colocadas muitas flores e frutas) é um típico símbolo do Thanksgiving, representando a abundância, que data de festivais de colheitas medievais. Em mui tas comunidades as igrejas são também decoradas com frutas, flores e plantas, tais quais as decorações que comunidades europeias fazem por séculos durante a colheita no outono. 135

Todos esses objetos de adoração sexual, entre tantos outros, são adquiridos, manuseados, vistos, apreciados, naturalmente por pessoas conscientes ou não de suas origens. Os que o fazem conscientemente denotam sua real concepção e Tradução da autora. The History of Thanksgiving and its Celebrations. <http://www.holidays.net/thanksgiving/story.htm>. 135 Thanksgiving Day – Dia de Ação de Graças. <http://vitalpolidoro.blogspot.com/2007/11/transksgiving-day-dia-de-aode-graça-html> 134

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Mônica Campello opção religiosas, tornando-se responsáveis pelos resultados provenientes de suas atitudes; contrariamente, os que o fazem levados pela falta de conhecimento não carregam sobre si culpa alguma, como o caso de fieis ou leigos que não sabem onde pisam. Contudo, isso não os exime de receberem os resquícios malignos do ambiente religioso que frequentam. Como, então, livrar-se desses perigos que rondam as almas inocentes? Seguindo a orientação bíblica: Conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus (Ef 3:19).

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S.E.I.T.A.S.

12 Evangelização Equilibrada Todo ser humano tem o direito de manifestar sua confissão de fé em qualquer religião e praticar livremente os cultos religiosos a ela pertinentes, sem qualquer impedimento, conforme dispõe o artigo 5º., inciso VI do capítulo ‘DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS’ da Constituição Federal, de outubro de 1988. Essa “Lei” denota claramente que não se permitem ataques de qualquer natureza contra entidades religiosas e seus membros participantes. Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos (Zc 4:6). É necessária a existência de uma lei para que as pessoas se conscientizem da obrigação de respeito ao próximo? Respeito é dom inato, porém descartado arbitrariamente por muitos. O fato de se entender que alguma doutrina é contrária à cristã não justifica atitudes desrespeitosas ou violentas em nome da verdade divina ou ‘em nome de Deus’ mediante um comportamento fundamentalista que viola o direito alheio à liberdade de expressão. Não se deve ser transigente com essas atitudes; de igual modo, não se deve ser transigente com subversivas influências. Como, então, equilibrar esses dois pólos equidistantes?

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Mônica Campello O primeiríssimo passo é o combate à hipocrisia. Quantas pessoas há que falam em nome de Deus apenas para ‘mostrar serviço’? São aqueles que pertencem àquele grupo que cobra de Jesus: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade (Mt 7:2123). Quantas pessoas há que falam em nome de Deus apenas para serem lembradas pelo seu ouvinte em momentos cruciais, ao vivenciar infortúnios, fatalidades, com a única esperança de ouvi-lo dizer: “Pôxa, bem que você falou de Jesus e eu não quis ouvir, né?!”. E isso, preferencialmente, na frente de outras pessoas, testemunhas de seu testemunho de que ‘fez a sua parte’, de que evangelizou e que o sangue não poderá ser cobrado de sua cabeça, citando Ezequiel 3:18-19? Mesmo ouvindo pregações acerca da vontade e verdade divinas, essas pessoas têm a mente tão cauterizada que não conseguem perceber que esse alerta serve para elas mesmas. O segundíssimo passo é vestir, de verdade, a roupa do sofredor. Sentir como ele sente, chorar o que ele chora, compartilhar de sua dor com amor sincero e desinteressado com o único desejo de conduzi-las ao Único Caminho – Jesus, de quem somente pode emanar tal desprendimento. Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele (I Co 9:22-23). De que adianta fingir amor se Deus que é amor sonda 235


S.E.I.T.A.S. os corações? Esse sentimento é puro e só se manifesta no momento que Deus designa. Por isso, se em dada circunstância não houver amor suficiente para suprir determinada necessidade, não se deve forçar uma situação, mas entender que Deus tem capacitado outras pessoas para fazê-lo, e isso não acarretará culpa alguma àquele que, naquele momento específico, não está preparado. Isso é uma atitude de fé, uma atitude de respeito à missão alheia, e uma atitude de consciência quanto a direitos e deveres de si próprio e de outrem. Dessa forma, todos estarão cumprindo cabalmente o que há de mais importante em tudo isso, a palavra de Deus que diz: Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar (I Sm 15:22). O terceiríssimo passo é esclarecer a verdade divina sem confrontos. Quantas pessoas há que, pelo fato de serem cristãs, se julgam detentoras da verdade, não dando espaço para que ninguém manifeste seus pensamentos, seus objetivos, seus ideais, sua concepção de vida, simplesmente porque julgam como errado tudo o que aquela pessoa pensa e faz? Começam por querer monopolizar a mente da pessoa conforme os seus próprios princípios, contrariando, assim, os atributos que Deus tem dado a cada ser humano: natureza vital singular, individualidade nas palavras, pensamentos e ações; personalidade e caráter distintos. O verdadeiro cristão tem por obrigação tolerar pessoas de credos diferentes com o firme propósito de guiá-las à salvação, criando sabiamente um momento oportuno em um ambiente propício para falar sobre o poder de Deus em detrimento do falso poder da religião que elas abraçam. Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: tempo de estar calado e tempo de falar (Ec 3:1, 7). Mediante respaldo bíblico, o cristão poderá tranquilamente 236


Mônica Campello ressaltar as incongruências da doutrina que elas praticam; todavia, em caso de rejeição, é preciso entender que não se pode convencer uma pessoa acerca da verdade divina por meio da força ou persuasão em nível psicológico através de palavras engendradas. Isso seria equivalente a desviar-se do caminho. Como se poderia, no entanto, levar alguém a um caminho do qual se está desviando? Se ela não aceita, somente o Espírito Santo poderá, em tempo hábil, convencê-la dessa verdade. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8). Mas nem por isso o cristão deverá sentir-se derrotado ou envergonhado, assumindo a postura de alguém que não sabe fazer a obra redentora de Cristo. A própria frase já diz, a obra redentora é de Cristo e não do evangelista. Cada pessoa no Reino de Deus recebe dele um dom, um ministério e suas devidas ferramentas, isto é, todos são capacitados por Deus para desenvolver sua missão. E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo (Ef 4:11-12). Contudo, todos podem evangelizar, levar a palavra de salvação ao cativo com toda habilidade pelo poder do Espírito Santo. Para isso, a atitude correta do cristão que quer ganhar almas para Cristo implica o conhecimento prévio dos aspectos culturais, regionais, sociais e religiosos vivenciados pelo ouvinte da sua mensagem, visando unicamente atingir o objetivo de levar aquela pessoa das trevas para a luz, da perdição para a salvação em Cristo Jesus. Ao final de todo esse trabalho, cabe à pessoa a responsabilidade da decisão (Ez 18) quanto ao caminho que ela 237


S.E.I.T.A.S. quer seguir, depois de haver recebido toda a admoestação necessária para chegar a ser salva. Lamentavelmente, algumas pessoas preferem não se submeter à autoridade de Deus e acabam por desprezar o privilégio que teriam de se tornarem seus filhos, seguindo-o de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e de toda a força (Mc 12:30). Tudo isso decorre do desconhecimento das próprias necessidades, pois não sabem do que necessitam; não sabem que do que realmente precisam não se encontra fora delas – riquezas, bens materiais, posição social, status, etc., mas no âmago do seu ser, no mais profundo do coração; que Jesus é o seu único e suficiente Salvador, capaz de prover todas as suas necessidades materiais e espirituais em justa medida, mesmo em meio às privações. A quem nunca teve a oportunidade de conhecer o Jesus vivo, esse raciocínio parece paradoxalmente contraditório, mas é uma realidade sobrenatural que só pode ser compreendida quando vivida. Deve-se dar mais atenção à necessidade de se pregar o Evangelho. As pessoas estão perdidas porque não o conhecem. Elas, de fato, estão em busca da verdade, e, por estarem desorientadas, se entregam de corpo e alma àquilo que se lhes depara pela frente: filosofias, religiões, seitas, heresias, movimentos carismáticos, tudo o que aparentemente lhes oferece conforto espiritual; assim, são engodadas por falsos profetas, falsos líderes, falsos messias, falsas doutrinas que só podem oferecer mentiras. É mister que se fale do amor de Jesus para que essas pessoas não venham a ser condenadas. Eis a razão para o “Ide” de Jesus aos povos que não o conhecem, no sentido mais profundo da palavra, porque ele não quer que ninguém morra, mas que todos possam desfrutar da vida eterna. 238


Mônica Campello O emprego das devidas estratégias evangelísticas favorece a conquista desse objetivo. Se não ouvirem falar de Jesus, não poderão segui-lo; mas se ouvirem e não quiserem segui-lo, terão de assumir a responsabilidade pelos resultados decorrentes dessa decisão. Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras. Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas porque feitas em Deus (Jo 3:16-21).

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S.E.I.T.A.S.

13 Como Combater as Subversivas Influências?

(Mônica Campello) O fato de uma religião ou seita apresentar traços semelhantes com o Cristianismo não significa que ela seja cristã. No fundo, no fundo, as pessoas sabem que Jesus é Deus, e é por isso que elas, em busca da autorrealização, adentram-se nas seitas, acreditando que Jesus está ali. Todas usam Jesus para atrair as pessoas – a famosa ‘pescaria’, mas quando o ‘peixe’ já está na rede ou fisgado pelo anzol, começam a manipular suas mentes para aceitarem sua doutrina e rejeitar Jesus, revelando-o como incapaz para suprir-lhes as necessidades e oferecer-lhes salvação. O processo do descarte da pessoa de Cristo ocorre da mesma maneira em todas as seitas que admitem uma ou outra verdade acerca dele ou de seu ministério na Terra. Esse processo é o inicial para chegar ao final. As seitas são apenas ‘a ponta do iceberg’. Funcionam como um preparo subliminar das mentes para o cumprimento dos Últimos Dias. No final, elas formarão um pacote de uma religião única, uma religião ecumênica que já existe sob o nome de URI (United Religions Initiative). – Iniciativa das Religiões Unidas. Todas têm o mesmo preceito – destruir 240


Mônica Campello Jesus para destruir toda esperança de vida eterna e fazer prevalecer a morte eterna. A cada dia que passa novas seitas vão surgindo, tendo, todas elas, como líder maior o próprio Satanás. Seguindo seus malévolos desígnios, os líderes de seitas, que não têm um conhecimento perfeito da Palavra de Deus ou quando têm não o revelam, são movidos por suas próprias concupiscências. Assim, criam, a seu bel-prazer, quaisquer doutrinas que se coadunem com suas conveniências, desvirtuando todo ensinamento contido nas Escrituras Sagradas. Para combater tais influências malignas é necessário colocar Jesus Cristo em primeiro lugar: Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim (Gl 2:20). Isso implica pôr em prática (ou pelo menos se esforçar por fazê-lo) os ensinamentos bíblicos na vida cotidiana como o faz aquele que serve a Deus com inteireza de coração. Hoje as igrejas cristãs têm de lutar não só contra a descristianização, mas também contra uma série de diferentes tendências religiosas, entre elas algo que pode ser chamado de esoterismo.136

Costuma haver um acordo entre cristãos e não-cristãos, principalmente no início de um relacionamento, seja amoroso, amigável, que se resume na ideia do ‘toma lá, dá cá’ – ‘Eu já fui; agora é a tua vez. Você falou, agora tem que cumprir’. Concordam em ir um à igreja ou templo do outro, às vezes com a tentativa de se ganhar um adepto, às vezes para se provar quem está com a verdade, às vezes apenas para massagear o ego. A verdade é que as pessoas são livres para ir a qualquer lugar, 136

GAARDER, Jostein. O Livro das Religiões. p. 215.

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S.E.I.T.A.S. contanto que, sendo cristãs, estejam revestidas do poder de Deus mediante prévia consagração e com o firme propósito da evangelização conforme o favorecimento das circunstâncias, o que envolve um princípio de sabedoria e temor do Senhor. Retendo o propósito da refutação às falsas doutrinas, visando uma evangelização segura, o cristão precisa primordialmente conhecer a fundo a palavra, a verdade, os desígnios de Deus, não apenas através da leitura bíblica (diária – necessidade da comunicação constante com Deus), mas com a própria vida e, só então, partir para o estudo (apenas o essencial) acerca dos preceitos defendidos por uma seita, não tendo, necessariamente, que participar de seus cultos ou rituais. Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (II Tm 2:15). Igualmente, o cristão precisa ter em mente que o novo normalmente atrai: ensinos, pessoas, coisas, ambientes, etc. Ele precisa estar revestido do poder de Deus contra os perigos das novidades para que não seja enganado por falsos profetas que apenas conduzem ao erro e a terríveis consequências: Não sejamos mais como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro (Ef 4:14). Os ventos de doutrinas envolvem não somente seitas, mas também movimentos religiosos que promovem doutrinas e comportamentos antibíblicos: • O movimento Creciendo en Gracia do fundador chamado Dr. Apóstolo José Luis de Jesús Miranda, autointitulado Jesus Cristo Homem, usurpador do lugar de Jesus, preconiza doutrinas neomarcionistas que excluem o Antigo Testamento e acabam supervalorizando 242


Mônica Campello no Novo Testamento não a pessoa de Jesus, mas a pessoa de Paulo, essencialmente as epístolas paulinas, tidas por evangelho em lugar dos evangelhos, em detrimento dos ensinamentos de Jesus; • O movimento G-12 ou A visão, como é chamado, do fundador César Castellanos Domínguez, promove ‘encontros tremendos’ pelos quais se deve pagar determinada quantia para poder participar deles. O fato de os participantes serem orientados a não revelar o que acontece nos encontros sugere indício de ocultismo. Empregam técnicas, às vezes com sequelas irreversíveis, como mapeamento espiritual, regressão psicológica, revelações extrabíblicas, assim como a saturação de músicas até o ponto de abalar freneticamente as emoções das pessoas e confundi-las quanto à atuação do mal em suas vidas que toma a aparência do bem; • O movimento Soka Gakkai ou “Sociedade para a criação de valores” visando o Kossen-rufu (paz mundial) do fundador Tsunessaburo Makiguchi apresenta, na função de seita budista, o Buda Nitiren Daishonin com o título de Buda Original em lugar do Buda Sidharta Gautama. O movimento pretende fundar a terceira Civilização através da recitação diária de um mantra, daimoku, que é expresso através das palavras “Nam-myoho-rengue-kyo” que significa “devoção ao Buda”, através da leitura diária (manhã e noite) do Sutra de Lótus, através da leitura semanal do Jornal Brasil Seykio e da leitura mensal da revista Terceira Civilização que contêm as orientações do presidente da organização Daisaku Ikeda assim como de 243


S.E.I.T.A.S. outros participantes colaboradores. Os seguidores recebem a orientação de que Deus não existe, mas vários deuses, e de que Jesus foi apenas um homem iluminado. O objetivo maior dos seguidores é atingir o ‘estado de buda’, crendo que o princípio budista ‘os desejos mundanos são iluminação’ leva ao daimoku que por sua vez leva ao nirvana; •

O movimento Hare Krishna ou Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON) do fundador Swami Bhaktivedanta Prabhupada, chamado Sua Divina Graça porque o julgam maior do que Jesus, pratica sua devoção a Krishna, o Senhor, (ele é o Senhor, e não Jesus) proveniente do Hinduísmo. Para alcançar a iluminação, recitam diariamente o mantra “Hare Krishna, Hare Krishna, Hare Krishna, Hare Hare, Hare Rama, Rama, Rama, Hare Hare. Hare” significa energia do Senhor; Krishna e Rama, títulos do deus Krishna. A Sociedade se divide em grupos de trabalhadores, comerciantes e administradores, conscientes da necessidade de uma extensa quantidade de trabalhos para obter a remissão de pecados. Seus devotos são seus servos. Recebem salvação através da prática de yoga;

• O movimento raeliano do fundador Claude Vorilhon. Recebeu dos seres extraterrestres superiores o nome de Rael que significa ‘mensageiro’, sendo ele o ‘profeta final’ ou o ‘o profeta do terceiro milênio’. Ele foi levado num disco voador por aqueles seres ao planeta dos Elohim onde se encontrou com Jesus entre outros terráqueos famosos e lá recebeu a missão de propagar uma 244


Mônica Campello mensagem de paz baseada em meditação sensual. Os extraterrestres criaram o Universo através da Genética. A ‘Embaixada Raeliana para Extraterrestres’ deverá recepcionar os Elohim quando retornarem ao planeta Terra, mais especificamente a Jerusalém, em 2025; • O movimento da Renovação Carismática da Igreja Católica conforme as palavras (na íntegra) do Pastor Paulo Solonca, da Primeira Igreja Batista de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil: A Renovação Carismática é uma Grande Fraude “Tenho acompanhado as declarações que muitos estão fazendo em relação ao Padre Marcelo. Gostaria de acrescentar os seguintes fatos: 0 padre Marcelo, bem como o padre Zeca e o padre Jorjão, são todos peças de uma estratégia muito bem bolada da CNBB. Na verdade, todos eles são apenas peças de um jogo de xadrez. São fantoches elaborados, pesquisados e treinados por um laboratório de comunicação contratado pelo Vaticano. 0 que ocorre é que a Igreja Católica já não suportava mais a pressão de seus dirigentes, pelo fato de estarem perdendo a olhos vistos muitos de seus adeptos para as igrejas evangélicas. A coisa estava se tornando séria demais. Preocupados com este fato, resolveram contratar entendidos na área de comunicação e marketing e bolaram uma estratégia para reconquistar os seus adeptos. Para tanto, o Pe. Marcelo, bem como outros padres, foram enviados para dentro das igrejas evangélicas onde permaneceram como “interessados”, durante muitos meses. Gravaram cultos, cânticos, corinhos e hinos e depois adotaram em suas paróquias. Tudo foi minuciosamente copiado. Tudo que estes novos padres estão fazendo é coisa antiga na igreja evangélica. Eles conseguiram bons resultados. Estes resultados, na verdade, têm muito a ver com o esquema contratado junto à mídia. Numa mesma semana, a Igreja Católica comprou espaço em vários programas de grande audiência, como Gugu, Xuxa, Faustão, Programa do Hulk, Sílvio Santos, Fantástico, etc. Não se iludam com o Pe. Marcelo. É uma farsa. Como pode dizer que é um mensageiro de Cristo se ele é um ferrenho

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S.E.I.T.A.S. mariólatra e adorador de imagens? Além disso, ele continua rezando pelas almas dos mortos, fato este condenado pelas Escrituras. Além do mais, ele continua acreditando que Maria é a Mãe de Deus e que tem poderes para interceder pelos pecadores. Este mesmo padre continua acreditando que o Papa é infalível e o representante de Deus na terra. Como se isso não bastasse, o ex-Frei Leonardo Boff é uma tragédia. Viaja pelo Brasil todo fazendo palestras ao custo de R$ 30,00 por pessoa. Suas palestras são heresia pura. Ele não acredita na autenticidade da Bíblia; acha que ela está impregnada de erros. Ele não acredita que Jesus é o único caminho para a salvação. Ele acredita que Maomé é enviado de Deus assim como Buda. Boff não acredita na segunda vinda de Jesus, nem na salvação oferecida por Jesus. Ele não acredita na destruição da Terra e acha que o homem vai se superar. Enfim, o dono da maior editora católica é um grande herege. Não se iludam. 0 novo catolicismo é uma grande fraude (apesar de ter gente honesta e sincera em seu meio). Quero pedir que vocês multipliquem esta mensagem. Passem para tantos quantos puderem. Vamos denunciar esta estratégia satânica. A Bíblia afirma que nos últimos tempos muitos apostatarão da fé e seguirão falsos mestres apesar de sua aparência de bondade. “Só Jesus é o Senhor”.

As causas que levaram a concentrar uma oposição tão forte, e mesmo violenta, contra o corpo eclesiástico e contra as verdades tradicionais da Igreja Romana foram uma tentativa de apontar os erros e os desvios da instituição eclesiástica, da sua intervenção no poder secular à custa de sua missão espiritual, buscando alertar a sociedade cristã de que os seus representantes desvirtuaram a verdadeira imagem da religião fundada por Cristo.137 Em vista dessas doutrinas e de muitas outras não citadas nesse espaço, ou em outro desse livro, o que é realmente digno da maior apreciação é a atitude do cristão ou daquele que está na iminência de tornar-se um cristão (um alerta!) por já ter ouvido 137

FALBEL, Nachman. Heresias Medievais. p. 14.

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Mônica Campello falar de Cristo, de não se desviar da verdade expressa em toda a Bíblia Sagrada que é a eterna palavra de Deus. Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade (II Pe 2:1-2). Todas as heresias criadas e praticadas pelas seitas e pelos novos movimentos religiosos são propagadas como uma metástase em todos os ambientes onde possam penetrar. Elas evidenciam o prenúncio dos Últimos Dias antes que Jesus volte. Separadas não terão força alguma, mas unificadas exercerão poderosa influência sobre a sociedade como um todo. Isso é tão simples como imaginar os ingredientes de um bolo separadamente e um bolo pronto. Assim, visando esse fim, a URI (United Religions Initiative, ou seja, Iniciativa das Religiões Unidas) foi criada no ano 2000 por pessoas de diferentes religiões em todo o mundo que cooperam para a concretização do objetivo de melhorar a qualidade de vida e de alcançar a paz mundial, mediante a prática de um verdadeiro ecumenismo com uma errônea visão unilateral de Deus visto que confunde as palavras de Jesus quando cita ‘um só rebanho e um só pastor’. O que Jesus quis dizer com essas palavras nada tem a ver com ecumenismo em que seus vários credos e vários deuses e vários ícones de idolatria serão respeitados reciprocamente sem preconceitos, mas que ele é a base da Igreja Universal, sendo ele o Cabeça, o supremo Pastor, favorecendo a identificação entre as ‘ovelhas de diferentes apriscos’, isto é, sem discriminação 247


S.E.I.T.A.S. racial, religiosa, social, desde que ele seja seu ÚNICO E SUFICIENTE SALVADOR, o que descarta a possibilidade de adoração a qualquer outro ser, de que origem for, haja vista no ecumenismo a base para a fé professada ser mantida pelos seus mais diversos devotos. A ‘paz mundial’ preconizada pela URI e por outras seitas e religiões é puramente utópica, uma artimanha de Satanás para iludir as mentes destituídas de elucidação espiritual. A paz de que fala a Bíblia é para o povo de Deus que recebe sua palavra e lhe obedece, podendo estender-se àqueles entes queridos de seu convívio familiar ou social que acabam por beneficiar-se de tamanha graça, e não ‘paz mundial’. Diz a palavra de Deus: • Para os perversos, todavia, não há paz, diz o SENHOR (Is 48:22). Quando deixará de existir o perverso? Aqueles que não fogem da contaminação do mundo jamais poderão desfrutar da paz de Deus. • Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada (Mt 10:34). Jesus não trará paz enquanto o mundo não estiver em comunhão com Deus.138 No mundo passado e atual, quando houve essa comunhão do mundo com Deus? O mundo quer saber de Deus? O que o mundo está buscando, Deus ou deuses? • Pois nunca deixará de haver pobres na terra; por isso, eu te ordeno: livremente, abrirás a mão para o teu irmão, para o necessitado, para o pobre na tua terra (Dt 15:11). Quantos em nome da pobreza cometem erros ou mesmo crimes? Quantas vezes um homem por ser pobre é discriminado e, consequentemente, não descriminado, em que descartam indícios de sua 138

138. Nota de rodapé. Bíblia Shedd. p. 1344.

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Mônica Campello inocência, contrariamente ao que ocorre com um homem rico ou um célebre sem ser necessariamente rico? Eis a eterna discrepância entre o Seu Fulano e o Dr. Sicrano. Quantas vezes alguém por não poder possuir bens, riquezas, sente inveja de seu próximo a ponto de desejar-lhe o mal ou mesmo a morte? Quem obedece a Deus, oferecendo socorro ao pobre, de modo que esse socorro fosse oferecido por todas as pessoas em todos os lugares, abrangendo todos os pobres a ponto de erradicar totalmente a pobreza e todos os males pudessem ser extintos da face da terra? Todos obedecem a Deus? Não, antes visam unicamente seu próprio ventre. • Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens (Lc 2:14). A paz não foi dada aos homens que têm boa vontade para com Deus, mas aos homens que ele está inclinado a favorecer.139 • Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz (Jr 6:14). Há os que têm a petulância de falar da inexistente existência de paz em meio às calamidades com vis interesses de ordem política, financeira, etc., com o intuito de angariar lucro material, não importando que prejuízos possam causar a outrem. Quando isso vai parar? • Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas (Is 45:7). A antítese da paz é a calamidade decorrente do mal. O mal é a ausência do bem, impedindo que este se manifeste. O mal sobrevém ao homem por causa do pecado, i.e., seu afastamento de Deus, PFEIFFER, F. Charles, HARRISON, Everett F. op. cit., Volume 4. Os Evangelhos e Atos. p.129. 139

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S.E.I.T.A.S. quando deixa de ter comunhão com ele. Deus, então, envia calamidades com o propósito de que seu povo o busque para do mal tirar o bem e corrigir os que ele ama. Quando é mais comum adquirir aprendizado de vida: na felicidade ou no sofrimento? Com relação à paz tão desejada, deve-se buscar a paz do Senhor que somente dele pode emanar: Cristo Jesus...ele é a nossa paz (Ef 2:13-14). E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus (Fp 4:7). Ora, o Senhor da paz, ele mesmo, vos dê continuamente a paz em todas as circunstâncias. O Senhor seja com todos vós (II Ts 3:16). Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo (Jo 14:27). Somente o governo de Jesus Cristo pode trazer a paz, pois ele é o Príncipe da Paz (Is 9:6). Nunca será possível adquirir essa paz fora de seus caminhos, e ele é o único Caminho; não existe outro! A hipocrisia da declaração da paz mundial em vez da legitimidade da declaração da paz do Senhor evidencia o tipo de paz que os falsos profetas divulgam: a paz na carne que para nada servirá no Dia Final – são as curas fora de Cristo, são os bons salários fora de Cristo, são os bons relacionamentos fora de Cristo, são os prazeres fora de Cristo; todas as conquistas fora de Cristo. Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve (Ml 3:18). A minha graça te basta (II Co 12:9). Mesmo em meio à dor, à tristeza, às frustrações, pode-se desfrutar de uma paz sem igual como se aquela dor não existisse. Por um momento, breve ou longo, o suficiente para receber o poder de Deus, pode-se sentir livre daquela dor, mesmo quando o objetivo não foi alcançado. A pessoa ainda não recebeu a bênção, mas não sofre por isso. 250


Mônica Campello Não sente tristeza nenhuma, tampouco se sente afetada. Isso é a graça de Deus que extirpa as funções da dor que, embora exista, já não tem poder destrutivo; está ali, mas não afeta, e a pessoa já nem lembra dela. Isso é a paz de Deus no coração. Deus trabalha com cada pessoa individualmente porque ele vê cada filho seu como uma pessoa separada da multidão. Diante de todas essas provas, há ainda o que se argumentar em favor de uma ‘paz mundial’ que jamais existirá? Para participar da salvação oferecida por Cristo, basta aceitá-lo como Salvador. Contudo, há os inimigos da cruz que não querem que as pessoas sejam salvas; antes, querem vê-las nas mãos de Satanás. Costumam repelir a palavra “aceitar”, declarando que ninguém pode ou tem condições de aceitar Jesus, mas que somente Jesus pode aceitar alguém: Quem é você pra aceitar Jesus? Ele é que tem que te aceitar!, significando que o fato de uma pessoa aceitar Jesus seria para ele uma humilhação. Os ignorantes dos ensinamentos de Jesus não são capazes de fazer uma hermenêutica segura das palavras bíblicas que possam levá-los a uma exegese perfeita. No estudo da Bíblia, a tarefa do exegeta é determinar tão intimamente quanto possível o que Deus queria dizer em determinada passagem, e não o que ela significa para mim.140

Está escrito: Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo (Ap 3:20). Se alguém ouvir a voz de Deus, abrir a porta e convidá-lo para entrar, ele entrará e ceará com ele. Ou seja, para Jesus entrar é preciso que a pessoa o convide, e, se ela o convida 140

VIRKLER, Henry A. Hermenêutica Avançada. p. 16.

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S.E.I.T.A.S. a entrar, pressupõe-se que ela aceita a sua presença. Abrir a porta significa dizer SIM à presença e permanência de Jesus em seu lar, em sua vida. Primeiro, ela ouve a sua voz e, então, decide aceitá-lo. Perceba-se que antes ele bateu na porta, não foi mal-educado, invadindo espaço alheio; mas se a pessoa não o aceitar, ele irá embora sem nada questionar. Quer dizer, a salvação por ele oferecida depende da pessoa aceitá-lo ou não como seu Salvador – a pessoa é responsável pela sua salvação eterna ou pela sua perdição eterna. Uma pessoa só perde a salvação adquirida ao se afastar de Jesus. Igualmente, ele não poderia salvar alguém que não quer salvação, pois ele não viola o livre arbítrio de ninguém. É como estar num buraco sem poder sair; alguém se aproxima e estica o braço, mas o emburacado retém o braço, por medo ou falta de confiança, demonstrando sentir-se mais seguro onde está, não permitindo que o outro o puxe. Como poderá ser salvo, se prefere permanecer no estado em que se encontra? Mediante sabedoria divina que se adquire através de leitura bíblica e consagração a Deus, deve-se declarar a verdade do Evangelho a todos quanto possíveis do meio em que se vive, através de exortação, de ensinamento, de elucidação de mensagens bíblicas, impedindo, dessa forma, que o mal se instaure em seus corações. É preciso seguir o exemplo da autoridade de Jesus, sem, contudo, perder a essência do amor pelo ouvinte, seja quem for: Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens (Mt 16:23). O mundo em que se vive é um verdadeiro campo de batalha onde, para o cristão, deve imperar o desejo de lutar pela 252


MĂ´nica Campello verdade contra toda inverdade, contra toda mentira, contra toda hipocrisia.

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S.E.I.T.A.S.

14 Despertar para a Batalha Espiritual Os falsos profetas não têm condições para livrar encarcerados espirituais pelo fato de lhes faltar a unção do Senhor Jesus. Por isso, são incapazes de conduzir uma guerra contra o mal que assola seus seguidores. Costumam, portanto, criar falsas esperanças em seus corações que nunca se concretizarão, e, quando a esperança é frustrada, alegam a necessidade de resignação como o melhor remédio contra o mal. Não são capazes de dizer a verdade por medo de perderem aqueles fieis que fazem número lucrativo em sua ordem religiosa. Agem, portanto, em seu profundo egoísmo, sendo impotentes para garantir paz perene. Imperceptivelmente, o homem sem Deus passa a buscar coisas relacionadas a Satanás que sabe como atraí-lo a partir de suas necessidades. As obras demoníacas são aparentemente eficazes para solucionar uma vasta gama de problemas existenciais, consequentemente criando no homem uma cegueira espiritual quanto à real existência, ao poder e à soberania de Deus. Esse homem precisa ser despertado, e, para isso acontecer, é preciso que algum cristão, mediante o dom da misericórdia, deseje livrá-lo das garras do Inimigo pelo poder que há no Sangue Redentor de Jesus! 254


Mônica Campello O homem-de-Deus que desenvolverá essa obra de libertação deve entender primeiramente que a batalha não é contra o homem-sem-Deus: A nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes (Ef 6:12), e que, portanto, para evangelizar, ele depende do poder e da autoridade de Deus para cumprir sua missão simultaneamente ao entendimento de que deve respeitar o pecador que está a um passo da libertação, esclarecendo as verdades cristãs em contraste com as falsas doutrinas, evitando, porém, qualquer tipo de afronta. A palavra de Deus é a máxima autoridade nesse diálogo de amor e de paz em que se esforça por buscar a reciprocidade dessas virtudes em meio à elaboração de um plano de conscientização acerca de todos os pontos falhos concernentes àquele caminho tortuoso, seita ou religião, cujo mais ínfimo exemplo de declínio deve ser realçado a fim de provar sua incompetência para realizar qualquer obra na esfera espiritual. Uma das melhores coisas a ser feita nesse contexto é a narração do próprio testemunho de vitória do homem-de-Deus de forma sincera, humilde e espontânea, reconhecendo o momento apropriado para fazê-lo. É aconselhável que ele possa também discorrer sobre qualquer assunto sem qualquer dificuldade, e isso envolve discursar com propriedade tanto sobre o Jesus histórico quanto sobre o Jesus espiritual, assim como sobre as realidades cotidianas da Humanidade com mente aberta baseada na razão que o próprio Senhor Jesus defende em detrimento de qualquer fanatismo religioso.

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S.E.I.T.A.S.

15 Conclusão

(Mônica Campello)

Todos terão a oportunidade de ouvir sobre o Dia do Senhor de forma que não haverá espaço para desculpas. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão (II Pe 3:9-12). Aquele, contudo, que se crê salvo não deve ser arrogante a ponto de afirmar que alguém irá para o inferno pelo fato de não aceitar ou não ter aceitado Jesus como Salvador no momento 256


MĂ´nica Campello em que evangelizava, pois, ele pensa que para aquela pessoa

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S.E.I.T.A.S. estar salva, ele deveria tĂŞ-la ouvido dizer: “Sim, aceito Jesus

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Mônica Campello como meu Salvador!” Isso reflete um caráter de hipocrisia por

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S.E.I.T.A.S. parte de quem fala como se ele fosse muito importante por que se crê salvo. Quem tem que ouvir e receber a frase da aceitação salvífica em Cristo é o próprio Senhor da Salvação e mais

ninguém; ninguém tem que provar a ninguém que aceitou Jesus como Salvador. Isso é uma relação de intimidade pessoal com Deus e ninguém tem nada a ver com isso. Algumas pessoas têm o mau hábito de se intrometer na vida alheia e maldizê-la. O importante é cada um fazer o seu trabalho, cumprir com a sua missão e deixar que Deus faça o que é de sua exclusiva competência. Ninguém tem o direito de afirmar que alguém irá para o inferno. Uma pessoa pode passar uma vida inteira sem aceitar Jesus, em pecado constante, mas na hora crucial, no momento da morte, por exemplo, essa pessoa terá a sua última oportunidade de fazê-lo. Aquele momento é único – dela com Deus – e ninguém sabe o que acontece ali, como se desenvolve o diálogo entre eles. ‘Ah, essa pessoa em fase terminal não pode falar, mas se pelo menos ela piscar os olhos, ou se balançar a cabeça, eu saberei se ela aceitou Jesus e que foi salva, depois de tudo o que eu lhe disse!’ Que diferença faz esse evangelista ‘de meia tigela’ saber ou não se aquela pessoa foi salva? Uma vida de pecados sendo no final atingida pelo arrependimento sincero pode ser salva por Cristo, fato que ninguém pode negar, mesmo que não aceite. Note-se a representação gráfica da trajetória de vida até o momento da morte iminente do pecador arrependido: 260


Mônica Campello Há quem questione: ‘E quando ele não tem tempo e é apanhado de surpresa em morte trágica e repentina, o que acontece? Ele não poderia ter aceitado Jesus enquanto teve tempo? Se não o fez, vai pro inferno!’ Resposta: Isso também é problema dele com Deus; é da competência de Deus atribuir o julgamento final a cada indivíduo. Há quem diga: ‘Pôxa, eu passei a vida inteira lutando contra o mal, contra o pecado, me esforçando para obedecer a Deus e não decepcioná-lo de maneira alguma, e agora vem esse aí que pecou a vida inteira e agora vai ser salvo? Isso não é justo! Ora, Deus é um Deus de justiça! Claro que ele vai pro inferno!’ Há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também as demais Escrituras, para a própria destruição deles (II Pe 3:16). Ninguém tem o direito de afirmar que alguém irá para o inferno. Essa atitude reflete o aspecto miserável desse que se diz cristão. Mas a palavra de Deus diz: Porque o reino dos céus é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar trabalhadores para a sua vinha. E, tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha. Saindo pela terceira hora, viu, na praça, outros que estavam desocupados e disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e vos darei o que for justo. Eles foram. Tendo saído outra vez, perto da hora sexta e da nona, procedeu da mesma forma, e, saindo por volta da hora undécima, encontrou outros que estavam desocupados e perguntou-lhes: Por que estivestes aqui desocupados o dia todo? Responderam-lhe: Porque ninguém nos contratou. Então, lhes disse ele: Ide também vós para a vinha. Ao cair da tarde, disse o senhor da vinha ao seu administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos, indo até aos 261


S.E.I.T.A.S. primeiros. Vindo os da hora undécima, recebeu cada um deles um denário. Ao chegarem os primeiros, pensaram que receberiam mais; porém também estes receberam um denário cada um. Mas, tendo-o recebido, murmuravam contra o dono da casa, dizendo: Estes últimos trabalharam apenas uma hora; contudo, os igualaste a nós, que suportamos a fadiga e o calor do dia. Mas o proprietário, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não combinaste comigo um denário? Toma o que é teu e vai-te; pois quero dar a este último tanto quanto a ti. Porventura, não me é lícito fazer o quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom? Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos [porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos] (Mt 20:1-16). Muitas pessoas se preocupam demais com coisas desnecessárias quando o mais importante é deixado de lado. Urge que pessoas com mentes escravizadas pelo domínio do mal recebam um alerta sobre a verdade que jaz oculta no meio sectarista em que tem vivido. Quem pode fazê-lo, que o faça! Importa que a pessoa ouça; a decisão final pertencerá tãosomente a ela – se estiver ou não predisposta a livrar-se das algemas de seus conflitos e das correntes de seus desvarios que a impedem de chegar até Deus, o que condiz com o propósito de Satanás. Concernentes àquele ambiente religioso se encontram as seguintes seitas, verdadeiras aberrações, que defendem as respectivas doutrinas-chaves subsequentes que contrariam princípios bíblicos: “Adventistas do Sétimo Dia”, “Testemunhas de Jeová”, “Mormonismo”, “Família do Amor”, “Igreja da Unificação” (Moonismo), “Kardecismo”, “Legião da Boa Vontade”, “Maçonaria”, “Umbanda”, “Igreja Local” – a guarda do sábado, a não-divindade de Jesus, a apostasia geral, o sexo liberado, a idolatria, a reencarnação, a restauração do 262


Mônica Campello cristianismo, o henoteísmo, a incorporação de seres espirituais, o batismo regeneracional. Nos Últimos Dias, todas essas doutrinas juntamente com muitas outras nascedouras formarão uma estrutura única que se resumirá numa ‘trindade negativista’ dos atributos de Cristo: amor, verdade e poder. À luz da Bíblia, todos esses ensinamentos errôneos só servem como empecilho para o mover de Deus nas vidas de seus praticantes. Contudo, se cada cristão, conforme a determinação de Deus e com coração sincero, pregar sobre a verdade contida nas Escrituras às pessoas de seu convívio, muitas poderão se converter de seus maus caminhos, que acreditam serem bons, e, consequentemente, garantirão sua salvação pela graça e misericórdia de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Decidindo-se por Jesus, naturalmente a pessoa passa a frequentar a igreja. Nasce agora uma tendência entre seus irmãos em Cristo: uma cobrança acerca de mudanças comportamentais, conforme o caso. Se Deus não acusa o pecador, quem o acusará? Então, clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui; acontecerá isso se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo e o falar vaidade (Is 58 9). Tudo acontece no devido tempo de Deus e isso deve ser sempre lembrado e respeitado. Só o tempo de Deus traz a cura verdadeira; não o tempo do homem. De que adiantaria fazer coisas para agradar os outros, dissimulando perfeição? Uma pessoa que verdadeiramente está com Cristo tem consciência de seus erros e pecados, e, certamente, por sua sinceridade, terá a sabedoria de Deus para não escandalizar a Igreja nem o nome de Jesus. Só a própria pessoa sabe o que está passando para tornar-se agradável aos olhos de Deus que sonda 263


S.E.I.T.A.S. os corações. Ela pode ter cometido um pecado, aquele visível que leva os ‘irmãos-sem-pecados’ a criticá-la, mas, independentemente disso, ela tem boas atitudes para com Deus que conhecendo suas boas intenções, mesmo antes de se tornarem reais, exorta os apressados e cobradores que surgem em seu caminho, os que não têm o mínimo direito em fazê-lo: Deixai-a, para que a molestais? Ela fez-me boa obra (Mc 14:6). Os ‘irmãos-sem-pecados’ lembram que ela comete um pecado que eles não cometem, mas esquecem que eles cometem pecados que ela não comete. Por que a cobrança se a única diferença está em que um faz o que o outro não faz e vice-versa? Não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e nunca peque (Ec 7:20). O cristão, na verdadeira acepção da palavra, deve agir conforme os preceitos cristãos, sem jamais esquecer que também já experimentou o período da ignorância e que, pela misericórdia de Deus, foi agraciado com a salvação. Por isso, em forma de gratidão, mais do que obrigação, o cristão deve orar a Deus para que as pessoas passem a buscá-lo em espírito e em verdade e possam, então, encontrar sua verdadeira luz que as livrará de toda cegueira espiritual. Essa obra de libertação só pode ser efetivamente realizada pelo eterno Criador e Salvador Jesus Cristo. Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida (Jo 8:12). Assim como João Batista preparou o caminho para Jesus Cristo (Mc 1:2), as seitas preparam o caminho para o Anticristo. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam (Mt 24:34).

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Mônica Campello

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