Ministério da Cultura apresenta
CINCO ELEMENTOS JULIANE FUGANTI Five Elements
A artista é uma das maiores referências na gravura nacional e esta exposição no MON confirma e consolida a importância da sua trajetória. Juliane Fuganti também é professora da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), onde leciona Desenho e Gravura. Fuganti possui obras no acervo do MON e participou de exposições individuais e coletivas no Brasil e nas cidades de Buenos Aires, Madri, Lisboa, Porto, Frankfurt, Berlim, Paris, Lyon e Nova York. Exibir trabalhos de artistas contemporâneos reforça o compromisso do MON em dispor aos nossos visitantes o que está sendo realizado atualmente no circuito das artes visuais.
Em “Cinco Elementos”, a artista reinventa paisagens, como nas séries “Jardins Imprevisíveis” e “Jardins Impenetráveis”, que convidam o público a conhecer suas mais recentes obras e estimular a percepção para buscar novos olhares.
Ilana Lerner Diretora-presidente Museu Oscar Niemeyer
O Museu Oscar Niemeyer recebe a mostra “Cinco Elementos”, da artista Juliane Fuganti, constituída por 55 obras realizadas com técnicas diversas, como gravura em metal, fotogravura, pintura e cerâmica.
Jardins Possíveis Possible Gardens, 2018 | Cêramica Ceramics Conjunto de 200 pecas de aproximadamente 4x4x5cm até 7x5x4cm
Fuganti arrisca-se na paisagem noturna dos manguezais. Sempre mais gesto do que ortodoxia, mergulha nas raízes fecundas dos mangues, de onde irrompe com novas experiências, em que a matéria vibra de atualidade. Nesse oceano, cria seu jardim. Fuganti burla o cartesianismo da gravura por meio de ingerências tecnológicas, mais precisamente, pela fotografia. Apropria-se dessa imagem para, em seguida, subvertê-la. Diálogo entre mão e máquina, em que fotos-gravuras dialogam com a pintura e a cerâmica. A cerâmica labiríntica, guardiã dos vestígios da vida. Apossada das fotos, aquilo que está fora, volta ao ateliê e aí começa a festa, o trabalho da subjetividade, a criação da imagem, o des-encobrimento. Surpreende a natureza – os mangues – pela fotografia, o primeiro contato. No ateliê, retrabalha esse material, interfere com incisões, pintura e aquareladas.
Resulta uma foto-gravuraquase-pintura que escoa em surpreendentes paisagens. A fotografia é, agora, o ponto de des-encobrimento. É preciso quebrar a pedra, adubar a terra, vencer a aridez do conceito, expandir o geométrico, recuperar a organicidade da vida nos cinco elementos: terra, água, fogo, ar e arte. Não lhe interessa o branco sobre branco de Malevitch, mas o mundo habitado, turvo, as raízes entranhadas na terra, os cipós contorcidos dos mangues, o lodo, a carne da matéria. Os mangues, ligação entre terra e água, sal da vida, favorecem o universo enigmático e simbólico da artista. Nascimento e regeneração. Os mangues de Fuganti configuram o jardim invertido de Monet. A luz solar dá lugar à escuridão, que guarda tantas promessas. O jogo dos elementos com que brinca Fuganti é o nada sartriano, o vácuo quântico, a energia escura, o éter reabilitado por Einstein.
Grande Gravura em Metal (24 gravuras) Great Metal Engraving (24 engravings), 2018 Gravura em metal Metal engraving | 50x70cm (detalhe/detail)
Maria José Justino Curadora
O quinto elemento na arte é este éter imponderável, todavia real, que Fuganti soube extrair dos mangues, do subterrâneo da matéria escondida, sinais indiretos do silêncio que dá corpo ao invisível, de onde brotam sentidos. No desassossego dessa outra matéria, af lora uma outra face do belo.
ENGLISH VERSION
Pintura 4 | Jardins Imprevisíveis, Painting 4| Unpredictable Gardens, 2017 Acrílica sobre foto em tela Acrylics over picture on canvas 117x88 cm (detalhe/detail)
The Oscar Niemeyer Museum is holding the artist Juliane Fuganti’s exhibition called “Five Elements,” composed of 55 pieces developed through several techniques, such as metal engraving, photogravure, painting, and ceramics. The artist is one of the greatest references in national engraving, and this exhibition at the MON confirms and consolidates the importance of her journey. Juliane Fuganti is also a teacher at the School of Music and Fine Arts of Paraná (EMBAP), where she teaches Drawing and Engraving. Her works are part of the MON’s collection and she took part of individual and collective exhibitions in Brazil and in the cities of Buenos Aires,
Madrid, Lisbon, Porto, Frankfurt, Berlin, Paris, Lyon, and New York. Exhibiting works of contemporary artists reinforces the MON’s commitment to make what is being currently produced in the visual art circuit available to our visitors. In “Five Elements,” the artist reinvents scenarios, such as in the “Unpredictable Gardens” and “Impenetrable Gardens” series, which invite the public to get acquainted with her most recent works and stimulate its perception in the search of new perspectives. Ilana Lerner Chief Executive Officer Oscar Niemeyer Museum
Fuganti ventures into the nocturnal landscape of the mangroves. Always more of a gesture than orthodoxy, she plunges into the fruitful roots of the mangroves, from where she erupts with new experiences, in which matter vibrates of actuality. In this ocean, she creates her garden. Fuganti mocks the Cartesianism of engraving by means of technological interference, more precisely by photography. She takes advantage of this image and then subverts it. A dialogue between hand and machine, in which photos-engravings dialogue with painting and ceramics. The labyrinthine pottery, guardian of the vestiges of life. With the photos taken, that which is out, she goes back to the studio and then the party starts, the work of subjectivity, the creation of the image, dis-covering. Surprising nature – the mangroves – by photography, the first contact. In the studio, she reworks this material, she interferes with incisions, paint and watercolors. The result is an almost-painting photo-engraving that flows in surprising landscapes. Photography is now the point of dis-covery. It is necessary to break the stone, fertilize the earth, overcome the aridity of the concept, expand the geometric, recover the organicity of life in the five elements: earth, water, fire, air and art. She is not interested in Malevitch’s white-on-white, but
the inhabited world, muddy, the roots deep down in the earth, the contorted vines of mangroves, the mud, the flesh of matter. The mangroves, connection between land and water, salt of life, favor the enigmatic and symbolic universe of the artist. Birth and regeneration. Fuganti’s mangroves form Monet’s inverted garden. Sunlight gives way to darkness, which holds so many promises. The play of the elements with which Fuganti plays is the Sartrian nothingness, the quantum vacuum, the dark energy, the ether rehabilitated by Einstein. The fifth element in art is this imponderable, yet real aether, which Fuganti was able to extract from the mangroves, from the underground of hidden matter, indirect signs of the silence that gives body to the invisible, from which flow senses. In the uneasiness of this other matter, another face of the beautiful emerges. Maria José Justino Curator
Museu Oscar Niemeyer Terça a domingo, das 10h às 18h Venda de ingressos até as 17h30 Entrada franca para maiores de 60 e menores de 12 anos
06 SET SEP
26 11 > NOV SALA NOV
ROOM
From Tuesday through Sunday, from 10 a.m. to 6 p.m. Ticket sale until 5:30 p.m. Free admission to seniors over 60 and children under 12
monmuseu monmuseu museuoscarniemeyer museuoscarniemeyer.org.br
Rua Marechal Hermes, 999 Centro Cívico · Curitiba · PR Tel.: 41 3350 4400
Capa e poster/cover and poster | detalhe/detail Pintura 6, “Jardins Imprevisíveis” Painting 6, “Unpredictable Gardens” 2017 | 155 x 118 cm Acrílica sobre foto em tela /Acrylics over picture on canvas (detalhe/detail)
patrocínio / sponsors
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apoio / support
realização / production
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Período expositivo / Exhibition period