A Vastidão dos Mapas - Arte contemporânea em diálogo com mapas da Coleção Santander Brasil

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A VASTIDÃO DOS MAPAS Arte contemporânea em diálogo com mapas da Coleção Santander Brasil The vastness of the maps – Contemporary art in dialogue with maps of the Santander Brasil Collection

Período expositivo 31 mai > 06 ago 2017

Exhibition period 31 may > 06 aug 2017

Sala 4

Room 4


Deflagrada pelo conjunto de mapas da Coleção Santander Brasil, esta exposição nasceu de um permanente interesse pelos produtos da cartografia, esses dispositivos que buscam representar com a máxima precisão frações do território, do planeta, do universo. Os limites da nossa percepção, condenada ao que se alcança com os olhos e ouvidos, geram como reação a produção de mapas e modelos de toda ordem – nada mais que a expressão de um desejo primordial de controle das coisas. Descrever ou simplesmente nomear algo implica uma forma ainda que insubstancial de captura. Não se mapeia apenas o que se vê, mas mapeia-se para se ver melhor.

OS LIMITES DA NOSSA PERCEPÇÃO, CONDENADA AO QUE SE ALCANÇA COM OS OLHOS E OUVIDOS, GERAM COMO REAÇÃO A PRODUÇÃO DE MAPAS DE MODELOS DE TODA ORDEM.


Detalhe, Giacomo Gastaldi, sem título

Detail, Giacomo Gastaldi, untitled

Gastaldi anuncia não apenas a exploração do pau-brasil, mas apresenta uma contribuição para a investigação da hidrografia da “Terra não descoberta”.

Gastaldi announces not only the exploration of pau-brasil (Brazil wood), but also presents a contribution to the investigation of hydrography of the “Undiscovered Land”.


Ao longo de toda a sua história, a pintura quase sempre se ateve a representar o que os olhos dos pintores viam. Ou que fingiam, ou imaginavam ver. Em certo sentido, a pintura figurativa atua como os mapas antigos, que representavam as bordas dos continentes, deixando em branco, ou povoando de imagens – as mais variadas e extraordinárias – as chamadas terras não descobertas, terras de sonhos, de toda sorte de projeções e fantasias. Concluindo, os mapas nascem da observação e da imaginação. O coração desta mostra é composto por antigos mapas do Brasil e do continente americano. Partindo desse núcleo, a exposição espraia-se por uma surpreendente gama de especulações dos artistas sobre o tema, um leque irisado tanto do que se pode mapear quanto de como mapear. Trata-se, pois, de uma significativa amostragem de pensamentos sobre o espaço, sobre produções, modos de enunciar e fabricar o espaço, sobre como o homem está inevitavelmente implicado naquilo que faz.

OS MAPAS NASCEM DA OBSERVAÇÃO E DA IMAGINAÇÃO


Cristina Barroso, Sky Com a sobreposição de uma carta astronômica e a malha viária de Berlim, Barroso pesa a evolução das técnicas de orientação espacial. Em um turbilhão de escalas, “Sky” sugere o modo como o homem estabelece sua relação com o ambiente – demarcando-o e nomeando-o –, de bairros a constelações.

Overlapping an astronomical letter and Berlin’s railway network, Barroso combines what could be considered the evolution of spatial orientation techniques. In a myriad of scales, Sky illustrates the way humans relate to their surroundings – naming and demarcating them –, from neighborhood to constellations.


Originated by the group of maps of the Santander Brasil Collection, this exhibition came from a permanent interest by the cartographic products, these devices that represent tentatively with maximum precision fractions of the territory, the planet, and the universe. The limits of our perception that is condemned to what can be reached by the eyes and the ears, generate as reaction the production of maps and models of every sort – nothing more than the expression of a primordial desire of controlling things. To describe or simply to nominate something implies a way of capture, even though an insubstantial way. You do not map only what you see, but you do it to see it better. Throughout all its history, painting almost always relied on representing what the painters’ eyes saw; or what they pretended, or imagined to see. In a certain sense, the figurative painting is like the old maps, that represented the borders of the continents, leaving a blank or filling with the most assorted and extraordinary images the unknown inland.

THE MAPS COME FROM OBSERVATION AND IMAGINATION


Finally, the maps come from observation and imagination. The heart of this exhibition consists of old Brazilian maps, and of the American continent. Based on this nucleus the exhibition spreads out a surprisingly range of artists’speculations on the subject, a variegated range of what can be mapped as much as how to map. So, it is about a significant sampling of thoughts on the space; about productions, ways of enunciating and producing the space, on how men are inevitably involved in what they do. Anna Bella Geiger, Orbis Descriptio com degelo dos polos.

Orbis Descriptio with the melting of poles

Anna Bella Geiger convida a abrir uma seção de arquivo em busca, a princípio, de algo classificado, preparado para ser esquecido. Contudo, pulsa dentro da gaveta – movimento próprio das molas – o continente americano, do qual se dilui qualquer índice de fronteira, unificando-o de polo a polo.

Anna Bella Geiger makes an invitation to a file opening in order to, presumably, search for something classified and prepared to be forgotten. However, it pulses inside the drawer – a movement that is typical of the springs – the American continent, in which any sign of frontier is diluted, allowing its unification from pole to pole.


De terça a domingo, das 10h às 18h. Venda de ingressos até as 17h30. Entrada franca para maiores de 60 e menores de 12 anos. Acesso gratuito toda quarta-feira das 10h às 18h. Toda primeira quinta-feira do mês horário estendido das 10h às 20h; entrada gratuita a partir das 18h. From Tuesday through Sunday, from 10 a.m. to 6 p.m. Ticket sale until 5:30 p.m. Free admission to seniors over 60 and children under 12. Free access every Wednesday from 10 a.m. to 6 p.m. Extended hours every first Thursday of the month between 10 a.m. and 8 p.m. Free access from 6 p.m.

Rua Marechal Hermes, 999 · Centro Cívico · Curitiba PR CEP: 80530 230 · Tel.: 41 3350 4400

monmuseu monmuseu museuoscarniemeyer www.museuoscarniemeyer.org.br Obra em destaque/artwork: Carla Vendrami, Mapa (detalhe/detail), 1994, Carpete vermelho e dados de madeira pintados/Red Carpet and painted wooden dices. Materiais acessíveis - catálogo em braile, audiodescrição e audioguia à disposição do público durante toda a exposição.


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