Los Carpinteros - Objeto Vital

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Ministério da Cultura apresenta

LOS CARPINTEROS Objeto Vital Los Carpinteros – Vital Object


“Los Carpinteros: Objeto Vital” reúne parte da obra do coletivo artístico Los Carpinteros desde suas origens até hoje*. A exposição pretende desvendar esse conceito da “vitalidade” que os objetos ganham por meio da arte, e essa descoberta é proposta por meio de uma arqueologia da obra dos artistas. Três blocos de obras representam os espaços escavados, que revelam momentos e conteúdos criativos, bem como os contextos onde a criação acontece.

Robotica, 2013 Madeira, metal, LEGO® Cortesia Sean Kelly, New York © Los Carpinteros

Saiba mais sobre os artistas: www.loscarpinteros.net

O primeiro deles é “Objeto de Ofício”, denominação que agrupa as obras que remetem à gênese de Los Carpinteros, marcada pelo acento na manufatura artesanal de objetos inspirados no entorno cotidiano e no diálogo com a História. Nesses trabalhos é possível sentir as texturas vivas das peças, feitas com as ferramentas mais básicas, como


estruturas poéticas rudimentares e cheias de harmonia. São obras decorrentes da intensa troca criativa vinculada ao período formativo dos artistas no Instituto Superior de Arte, que também são reflexo do contexto cubano dos anos 1990, em franca crise econômica. A subsequente inserção de Los Carpinteros em circuitos internacionais da arte leva a um processo de transterritorialidade, que imprime outro cunho à obra. Aos poucos, abandona as marcas contextuais e altera sua fatura, enquanto revela uma demanda própria por assumir as texturas das máquinas, a perfeição dos cortes, a busca por materiais que já não permitem mais o manuseio artesanal, levando ao processo de terceirização da confecção de obras típico da contemporaneidade e que está na base do método conceitual. A poética gerada a partir dessa experiência é visível no conjunto de obras reunidas sob o nome “Objeto Possuído”.

Cuatro guitarras, 2015 Violões acústicos Dimensões variadas Fortes D’Aloia & Gabriel © Los Carpinteros


Cuarteto, 2011 Madeira pintada, metal e bronze cromado Coleção particular Comodato, Musée d’art contemporain de Montréal, Quebec, Canadá © Los Carpinteros

O núcleo “Espaço-Objeto”, por outro lado, junta os trabalhos que lidam com propostas de arquitetura, de intervenção no espaço urbano e também no espaço abstrato. O uso de uma semiótica aplicada diretamente à arquitetura aparece nas gigantescas aquarelas que propõem estruturas quase abstratas, bem como nos objetos que reproduzem prédios ou monumentos em materiais e formatos que subvertem o referente original. O sucesso e reconhecimento da obra de Los Carpinteros é um fenômeno dentro da arte internacional hoje: sua vocação universal emerge do equilíbrio entre referências contextuais e questionamentos globais. A obra, realizada como resultado de um processo aberto e coletivo, se materializa em objetos insuflados de altas doses de ironia, humor e crítica: objetos dotados de vitalidade. Rodolfo de Athayde *O coletivo Los Carpinteros foi fundado em 1992 por Alexandre Arrechea, Dagoberto Rodríguez e Marco Castillo, e manteve essa configuração até 2003, ano em que Arrechea saiu do coletivo para seguir com carreira solo.


EXPOGRAFIA

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1. Sala de Lectura Estrella, 2015

5. Trash - Shopping Cart, 2008

A obra apela à estrutura do panóptico, utilizada para a construção do chamado Presídio Modelo, penitenciária em Cuba que nos anos 1950 teve entre seus detentos Fidel Castro e seu irmão Raul. A transformação desse referente em um espaço circular de prateleiras vazias, sala de leitura sem livros, faz referência à vulnerabilidade do homem em meio a sistemas de vigilância.

Um carrinho de supermercado assume a forma de lixeira e, com isto, decreta a relação entre o consumismo e o lixo. A obra desperta a uma reflexão sobre como somos induzidos a comprar mercadorias descartáveis e desnecessárias para alimentar a sede por lucros, imperativo do sistema do capitalismo global.

2. Havana Country Club, 1994

Os artistas se autorretratam encenando um precário jogo de golf, no terreno da Universidade das Artes, que antigamente fizera parte do mais importante campo de golf em Cuba. Não se trata de um processo simples de reconciliação com o passado, mas de relativização das distâncias entre dois modelos de vida e sociedade.

Um pódio oferece o espaço à palavra, transfere a sensação de poder envolvida no privilégio de influenciar os outros por meio do discurso e magnifica a pessoa que o usa. Mas o fato de se tratar de uma peça de cartão corrugado e velcro imprime uma transitoriedade inédita para o objeto pesado e silencioso, que se assume símbolo da palavra e das ideias.

3. Sandalias, 2004

7. VDNHKh Toy, 2013

O objeto de uso cotidiano é transformado num mapa tridimensional urbano. A cartografia dos bairros de Havana, levada na sola de um chinelo (ou chancleta, no espanhol cubano), torna explícita a conotação de “chancletear” – gíria cubana para “gastar sola de sapato”, ou caminhar pela cidade. Ao mesmo tempo, é ter a cidade literalmente em seus pés.

Los Carpinteros fazem uma versão própria do Monumento aos Conquistadores do Cosmos, obelisco de 110 metros de altura que celebra as realizações soviéticas na exploração do espaço, alterando a escala, a cor e o material. O original revestimento em titânio é trocado por minúsculas peças amarelas de Lego. Com sua tendência ao lúdico reforçada no título, que associa a enigmática e ilegível referência de consoantes a um possível brinquedo, os artistas mais uma vez tentam dessacralizar os emblemas da utopia.

4. Casa en Forma de Alicate, 2003

Em um jogo de escalas e de re-semantização continuado, as ferramentas cotidianas podem ser pensadas como estruturas arquitetônicas: na aquarela, o formato de um alicate é a base de uma planta para um espaço residencial.

6. Podium, 2008


by Rodolfo de Athayde “Los Carpinteros: Vital Object” features a selection of the work of the artist collective Los Carpinteros, from their origins up until present day *. This exhibition looks at the concept of vitality which objects acquire through art, and we propose to do so through an archeology of the work of these artists. Three thematic blocks present these excavated spaces, where creative moments and contents are revealed, as well as the contexts in which this creation takes place. The first of these blocks, Objeto de Ofício or Object of Craft features works which bring us back to the origins of Los Carpinteros’ art, marked by the artisan process of objects inspired by everyday surroundings and in a dialogue with history. We can feel the live textures of these pieces, made with the most basic of tools, like primitive poetic structures, full of harmony. Los Carpinteros’ subsequent entry into international art circuits results in a process of trans-territoriality which provides another characteristic to their work. Their art gradually abandons the contextual marks and alters its very fabric, while revealing its own demand for assuming the textures of the machines, the perfection of the cuts, and the search for materials that cannot be handcrafted. This leads to an outsourcing of work production, typical

of contemporariness, and which is at the foundation of the conceptual method. The poetics created from this experience are visible in the group of works called Objeto Possuído or Possessed Object. The thematic block called Espaço-Objeto or Object of Space, on the other hand, groups together works which verse on architectural proposals for interventions in both urban and abstract spaces. The use of semiotics directly applied to architecture is apparent in the huge watercolors that propose quasi abstract structures, as well as in the objects which reproduce buildings or monuments in materials or formats which subvert the original reference. The success and recognition of the work by Los Carpinteros is a phenomenon within international art today; its universal appeal comes from a balance between contextual references and global questioning. The artists’ methods of production in an open, collective process create objects of art infused with high doses of irony, humor and criticism - objects full of vitality.

* The collective Los Carpinteros was founded in 1992 by Alexandre Arrechea, Dagoberto Rodríguez and Marco Castillo, and maintained this formation until 2003, when Arrechea left the group to pursue a solo career.


Captions

Expography

Robotica, 2013 Wood, metal, LEGO® Courtesy Sean Kelly, New York Collection

1. Sala de Lectura Estrella, 2015

© Los Carpinteros Cuatro guitarras, 2015 Acoustic guitars Variable dimensions Fortes D’Aloia & Gabriel © Los Carpinteros Cuarteto, 2011 Painted wood, metal and chromed bronze Private collection On loan, Musée d’art contemporain de Montréal, Quebec, Canada © Los Carpinteros

The work appeals to the structure of the panopticon, used for the construction of the so-called Model Prison, a penitentiary in Cuba that in the 1950s had as its inmates Fidel Castro and his brother Raul. The transformation of this referent into a circular space of empty shelves, a reading room without books, refers to the vulnerability of man through surveillance systems. 2. Havana Country Club, 1994 The artists self-portray themselves staging a precarious game of golf, in the grounds of the University of the Arts, formerly part of the most important golf course in Cuba. This is not a simple process of reconciliation with the past, but a relativization of the distances between two models of life and society. 3. Sandalias, 2004 The object of everyday use is turned into a three-dimensional urban map. The cartography of Havana’s neighborhoods, carried on the sole of a flip-flop (or chancleta, in Cuban Spanish), makes explicit the connotation of “chancletear” - Cuban slang for walking through the city. At the same time, to literally have the city at your feet. 4. Casa en Forma de Alicate, 2003 In a set of scales and continued re-semantization, everyday tools can be thought of as architectural

structures: in watercolor, the shape of a plier is the basis of a plan for a residential space. 5. Trash - Shopping Cart, 2008 A grocery cart takes the form of a trash can and, with it, decrees the relationship between consumerism and garbage. The work calls for a reflection on how we are induced to buy disposable and unnecessary goods to feed the thirst for profits, imperative of the system of global capitalism. 6. Podium, 2008 A podium offers the space of the word, transfers the sense of power involved in the privilege of influencing others through discourse and magnifies the person who uses it. But the fact that it is a piece of corrugated cardboard and Velcro imprints an unprecedented transience to the heavy and silent object, which is a supposed symbol of the word and ideas. 7. VDNHKh Toy, 2013 Los Carpinteros make their own version of the Monument to the Conquerors of Space, a 110-meter high obelisk that celebrates Soviet achievements in space exploration, changing scale, color and material. The original titanium coating is exchanged for minuscule yellow Lego pieces. With its tendency towards the playful reinforced by the title, that associates the enigmatic and illegible reference of consonants to a possible toy, the artists once again try to desacralize the emblems of utopia.

Puente Almendrado, 2008 Aquarela sobre papel Coleção particuar Watercolor on paper Private collection Fortes D’Aloia & Gabriel © Los Carpinteros


Museu Oscar Niemeyer Terça a domingo, 10h às 18h. Venda de ingressos até as 17h30. Entrada franca para maiores de 60 e menores de 12 anos.

22 03 AGO > DEZ

4e5 SALAS

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Período expositivo / Exhibition period

From Tuesday through Sunday, from 10 a.m. to 6 p.m. Ticket sale until 5:30 p.m. Free admission to seniors over 60 and children under 12.

Rua Marechal Hermes, 999 Centro Cívico · Curitiba · PR Tel.: 41 3350 4400

patrocínio / sponsorship

realização / promotion

monmuseu monmuseu museuoscarniemeyer museuoscarniemeyer.org.br

apoio institucional / institutional support

produção / production


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