Revista Mood Life Edição 09

Page 1

Decoração

Lifestyle

Gourmet

Viagem

Moda

Personalidade

Tecnologia

Consumo

U m a r e v i s ta d o s e u m o d o

LifI

EDIÇÃO 9 R$13,90

gente Adriano de Oliveira Ana Arminda dos Santos Carlos Alberto Assis Carlos Roledo Júnior Celina Pazin Danilo Bachega Luciana de Araújo Mara Dolzan Mile Dalpasquale Neide Garrido Waléria Leite

IRIAN COMPARI

A trajetória comovente e solidária da presidente e fundadora da AACC/MS

MEU CANTO

O lá fora também pode caber aqui dentro

ETIQUETA CONTEMPORÂNEA

dress code Um guia tira as dúvidas sobre o vestuário masculino

No aniversário de Campo Grande a Mood leva a seção para o outro lado da porta, diminui a fronteira entre a casa e a rua e lança um olhar diferenciado à capital

LIFESTYLE

NUm dia a dia diferente e inspirador,

Mara Dolzan se renova a partir da arte contemporânea


nome da seção

4

TEXTO DE LEGENDA


5


nome da seção

Promoção Beleza atrai Beleza do Boticário. Na compra de um produto da linha Intense e de outro produto da linha Cuide-se Bem, você ganha um desconto especial.

6

Na compra de um produto Intense, exceto acessórios, mais um produto da linha Cuide-se Bem, ganhe 15% de desconto. Na compra de um refil Intense mais um refil da linha Cuide-se Bem, ganhe 30% de desconto. Na compra de um produto da linha Cuide-se Bem ou Intense mais um refil da linha Intense ou Cuide-se Bem, ganhe 15% de desconto no produto e 30% de desconto no refil. Promoção válida de 9/8/2010 a 5/9/2010, ou enquanto durarem os estoques, apenas nas lojas Boticário. Mais de 2.800 lojas esperando por você. 0800 41 3011.Visite nossa loja virtual www.boticario.com.br TEXTO DE LEGENDA




Imagine o ambiente dos sonhos. Nรณs o tornamos real!

Campo Grande MS Rua Dom Aquino, 561 - Tel. 67 3029-2870 Rua Cearรก, 1951 - Tel. 67 3043-2870 Cuiabรก MT Rua 24 de Outubro, 09 - Tel. 65 3025-3111 www.westcortecidos.com.br


Decoração Lifestyle Gourmet Viagem Moda Personalidade Tecnologia Consumo

índice

20 CAPA

A solidariedade e a ocasião que levaram Mirian Comparin à fundação da AACC/MS 28 LIFESTYLE As inspirações e o dia a dia da galerista Mara Dolzan 46 LOUNGE A trajetória de um dos pioneiros da música eletrônica em MS, Danilo Bachega 56 EU SOU Há 20 anos a frente da CVC, Celina Pazin fala sobre sua relação com o turismo

Ao lado, Neide Garrido na Morada dos Baís. Abaixo, o jornalismo e o cotidiano da jornalista Waleria Leite revelados na seção Portrait

50

MEU CANTO

No

aniversário de Campo Grande a Mood leva a seção para o outro lado da porta, diminui a fronteira entre a casa e a rua e lança um olhar diferenciado à capital. Veja como o lá fora também pode caber aqui dentro

34 www.moodlife.com.br Nº 9 AGOSTo 2010


A plataforma de trabalho Legia privilegia a racionalização de espaço. Sua estrutura permite uma montagem rápida e precisa, assim como a instalação de equipamentos. Seus acessórios podem ser facilmente adicionados, retirados ou reposicionados, agilizando e permitindo o melhor uso do produto.

Showroom Bortolini • Campo Grande Rua 25 de Dezembro, 93 • Centro Campo Grande • MS • F o n e : 6 7 3 3 8 4 - 3 9 0 0 c o n t a t o @ o f f i c e f o r m m a t o . c o m . b r • www.bortolini.com.br

intervene.com.br

Legia, a evolução das plataformas de trabalho.


Dress Code Um

58

Guia tira as dúvidas sobre o vestuário masculino

O

Olhar Peregrino de Marcelo Buianain reflete sobre o tempo e a história (16). Do tecnológico aos acessórios mais descolados se encontram em nossa seção MISTURA FINA (68). Em FEIRA HYPE (78) o anuário da decoração Decor Book reflete os recentes melhores projetos do design de interiores. A cobertura das melhores festas em EVENTOS (104)

66 ESTILO

A moda e as referências do estilista Jefferson Kulig

74 EQUILÍBRIO

A reeducação do movimento através do diferente método GYROTONIC®. A fisioterapeuta Mariana Callejas Dibo fala sobre a técnica que convida o indivíduo a sensibilizar suas atividades cotidianas por meio de uma experiência prazerosa com o corpo

94 VIAGEM

A variedade cultural de um país de diversidades múltiplas, o Peru

100 GOURMET

Saiba como saborear o mais forte símbolo da gastronomia peruana, o Ceviche

80 CASA E ESTILO Um panorama do design brasileiro é tema central do livro “Design Brasil – 101 anos de história”. A identidade e as curiosidades por trás do móvel e do desenho nacional estão na matéria sobre esses 101 anos de história. Em sua 19ª edição, a Mostra Artefacto reúne grandes nomes da arquitetura, design de interiores e paisagismo e revela em seus três andares de loja ambientes criativos e luxuosos para inspirar um morar mais sofisticado

Confortável e versátil, o espaço de Adriana Cuoco na Mostra Artefacto evidencia um lugar para aconchegar-se e ler bons livros. A criação de Joaquim Tenreiro, a Cadeira de Três Pés feita em 1947 presente o livro Design Brasil

88

82 Nº 9 AGOSTo 2010



editorial www.twitter.com/revistamoodlife

mood ao nosso modo

Mirian Comparin Correa, fotografada por Alexis Prappas. Produção Executiva: André Furquim. Produção de Moda Adriana Estivalet. Cabelo e maquiagem: Claudir Fernandes. Ela usa vestido, casaqueto, cinto e colares TVZ, scarpin My Shoes

9

Campo Grande faz anos. Do dia de sua fundação, 26 de agosto de 1899 até os dias atuais, a cidade cresceu ao modo do coletivo, ao nosso modo. É para levar os leitores aos cantos da cidade morena, que elegemos alguns personagens e seus lugares favoritos em Campo Grande, em um especial da seção “Meu Canto”. Há desde os porquês que fazem a Praça Ary Coelho um espaço para se prestar mais atenção até o verde relaxante do Horto Florestal. Das comemorações da cidade, partimos para um especial masculino. Já que o mês de agosto também é associado aos homens, nossa consultora de imagem Adriana Estivalet traduz a elegância do vestuário deles para cada ocasião, apontando as dúvidas e soluções em um Dress Code contemporâneo e enxuto. Nossa atenção se voltou igualmente para a mostra “Design Brasil– 101 anos de história”, realizada no Museu da Casa Brasileira. A exposição detalha os marcos do design brasileiro e a importância de cada peça para a formação da identidade do mobiliário nacional. Os objetivos dessa mostra e os exemplos da trajetória do móvel no Brasil são detalhados nas páginas dessa edição. A solidariedade por trás da AACC/MS também é contada em nossa matéria de capa. Mirian Comparin Correa, presidente e fundadora da instituição em Campo Grande, conta as razões que a levaram a construir a entidade e os motivos que a fazem permanecer em sua missão. A galerista Mara Dolzan mostra seu dia a dia inspirado de arte e um lifestyle diferente da maioria. E para deixar nossa edição número nove leve e cultural, levamos você a desvendar os mistérios e sabores de um país que oferece tradição, história e gastronomia fortes: o Peru. É ao seu e ao nosso modo que fizemos mais uma edição, cheia de estilo, de conforto e inovação.

EXPEDIENTE REVISTA MOOD LIFE Diretores André Furquim andre@moodlife.com.br e Luis Pedro Scalise luis.pedro@moodlife.com.br  / Conselho Editorial Alexis Prappas, André Furquim, Carla Matsu, Eduardo Zeilmann, Luis Pedro Scalise e Melissa Tamaciro / Redação Carla Matsu redacao@moodlife.com.br / Jornalista Responsável Carla Matsu (DRT 543/MS) / Arte CHRISTIAN BENITEZ arte@moodlife.com.br / Editor de Arte EDUARDO ZEILMANN editor@moodlife.com.br / Editor de Imagem Alexis Prappas alexis@prappas.com.br Fotógrafos Alexis Prappas, Jean Vollkopf, Marcos Vollkopf e RODRIGO MARQUES Departamento Comercial atendimento@moodlife.com.br Alba Dalpasquale, Luciano Araújo e Rejane Moreira Para anunciar ligue (67) 3028-4377 Colaboraram nesta edição Texto ADRIANA ESTIVALET, CARLA GAVILAN, RENATO LIMA e SUE LIZZIE VIANA COITINHO. Foto Marcelo Buainain Revista MOOD Life é uma publicação mensal da Furquim e Scalise Serviços Ltda-ME. Rua Bahia, 10- Centro. Campo Grande/MS CEP 79003-032. A Revista MOOD Life não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam no expediente não tem autorização para falar em nome da Revista MOOD Life ou a retirar qualquer tipo de material se não tiverem em seu poder uma carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste no Conselho Editorial. Impressão e Acabamento Idealiza Gráfica e Editora PONTOS DE VENDA Banca Criativa Av. Afonso Pena, 1.985. (67) 3321-0194 Banca Monte Líbano Rua Sebastião de Lima, 848. (67) 3382-4245 Banca Itanhangá Park Rua Chaadi Scaff, 31 (esq. com a Rua Joaquim Murtinho). (67) 3384-0316 Banca Pop Rua 13 de Maio, 2.459. (67) 3324-0655 Banca Progresso Rua Antônio Maria Coelho, 2390. (67) 3027-5685 Banca Shopping Campo Grande (67) 3326-7678 Letras Du Café Comper Zahran: Av. Eduardo Elias Zahran, 2478. (67) 3026-6119 Comper Jd. dos Estados: Rua Ceará, 1553. (67) 3028-5485 Comper Ypê: Av. Mascarenha de Moraes, 2470. (67) 3356-6121 Pão e Tal Rua Euclides da Cunha, 595. (67) 3382-5344 Time Revistas Jornais e Livros Rua 14 de Julho, 1.419. (67) 3382-0204

14



comentários e sugestões

www.moodlife.com.br

mood ao seu modo

Alice Braga e o diretor Marco Ricca nos bastidores do filme “Cabeça a Premio”. Detalhe do editorial assinado por Adriana Estivalet

Quero cumprimentar os editores de Mood pelo excelente trabalho que vêm fazendo. A revista é uma pausa inteligente no dia-a-dia da mesmice. Tinha achado uma maravilha a matéria de Nina Rahe sobre Manoel de Barros. Agora, o pequeno ensaio de Marcelo Buainain sobre Saramago deu a exata dimensão do escritor, contemplando o que ele tinha/tem de melhor: o modo de olhar as coisas do mundo. Maria Adélia Menegazzo, crítica de arte Tenho recebido os exemplares da Revista Mood Life e escrevo para registrar os meus sinceros parabéns pela qualidade editorial, beleza e atrativos apresentados a cada uma das edições. Continuem assim! Sucesso! Elba Helena Cardoso, advogada A edição ficou super bonita e tenho a impressão que está cada vez mais “redodinha”. Parabéns a todos! Diego Ouro Preto, publicitário

CONTATO Quer deixar a MOOD do seu MODO? Faça comentários e sugestões. Tel: (67) 3028-4377, de 2ª a 6ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h.

editor@moodlife.com.br 16



O LH AR PEREGRIN O

M A R CELO B UAIN AIN

A fotografia e o tempo O

tempo não é objeto de inquietação e privilégio apenas dos cientistas, religiosos, filósofos, poetas e fotógrafos. Todos, sem exceção, comungamos e desenhamos o nosso próprio tempo. Para esse número comemorativo de mais um aniversário de Campo Grande, escolhi esse conjunto de imagens e fragmentos filosóficos que bem refletem o tema. Nikolai Berdiaeff, pensador soviético, faz a seguinte análise: "O tempo cósmico é calculado matematicamente sobre o movimento de rotação em torno do sol. Com ele se estabelecem os calendários e os relógios. Ele é simbolizado por um turbilhão. O tempo histórico está como que encaixado no tempo cósmico e se pode contá-lo matematicamente por dezenas de anos, por séculos, por milênios. Nenhum fato, porém, pode nele se repetir. Está simbolizado por uma linha dirigida para o futuro, para a novidade. O tempo existencial não se calcula matematicamente. Seu curso depende da intensidade com a qual se vive nele, depende de nossos sofrimentos e de nossas alegrias". Bem assinalou Vieira: "Nem todos os anos que passam se vivem: uma coisa é contar os anos, outra é vivêlos". As ações são, em verdade, os dias e é por elas que têm valor os anos.

À esquerda, Povoado do Remanso– Chapada da Diamantina, Bahia. À direita, Igatu – Chapada da Diamantina, Bahia

18

A imagem acima integra o acervo do Centro Português de Fotografia.


Documentarista, assim se define Marcelo, empresta seu olhar sensĂ­vel para registrar os fatos seja em foto ou vĂ­deo. Desde maio deste ano, abre seus arquivos para os leitores da MOOD. Para saber mais sobre o seu trabalho acesse www.buainain.com ou mande e-mail netbuainain@gmail.com 19




capa

Mirian Comparin Correa A presidente da AACC, a solidariedade e os elos que fundaram e consolidaram o combate ao c창ncer infantil no estado de Mato Grosso do Sul Por Carla Matsu FOTOS ALEXIS PRAPPAS

22


Miriam Comparin Correa é uma mulher forte, da fala segura, da explicação bem pontuada e de um olhar que não se esquiva. De estruturas inabaláveis à primeira vista e de uma sensibilidade que acolhe. Sua trajetória pessoal se encontrou no meio do caminho com a esperança de muita gente. Mas a ideia inicial não era essa, o projeto de vida era outro. Assim como todo mundo cuida da sua própria vida e da sua própria família, Mirian também cuidava da sua. Era mulher de números, de finanças, de objetividades. Enquanto envolvida com o marketing e a agropecuária, as inquietações eram as mais comuns, dessas que envolvem a sua, a minha e a vida de qualquer um. Mas havia algo no destino de Mirian que a faria mudar a direção de seu rumo e até agora não teve mais volta e nem precisaria. O ano era 1997 quando o filho mais velho adoeceu. De resfriados e febres, todas as mães já perderam algumas noites zelando pela saúde de um filho. Mas a consternação de Felipe, o filho em questão, era outra. Daquelas que não se curam em uma semana. Diversos médicos vieram até chegar a um diagnóstico preciso: Felipe tinha um linfoma aos 15 anos. “Na época eu perdi o sentido, perdi o chão, perdi tudo”, lembra ela. Ao pensar que dinheiro e um bom tratamento não eram sinônimos de cura, ela resolveu ir além. “Pensei em fazer uma proposta diferente”. De origem italiana, com crença católica, os pais a ensinaram o exercício do impalpável: praticar a fé e a gratidão. Era preciso agradecer sempre, pois no dia em que precisasse pedir por algo, ela seria atendida. “Eu sempre me achei em uma zona confortável a vida toda. Nunca precisei pedir. Mas nesse dia pensei ‘quero ver se tudo o que meus pais falaram desde a infância é verdade. Vou pedir a Deus uma coisa: ‘não levar o meu filho e em troca darei outra’. E procurei saber o que eu tinha de melhor para dar, e seria todo meu tempo. Eu ia doar o meu tempo enquanto eu respirasse para cuidar de crianças com câncer. E na hora foi como se eu tivesse consciência de que era um negócio muito sério. Eu senti que eu estava sendo atendida”. E Mirian foi. A cura para o câncer de Felipe veio depois de um tratamento que durou quatro meses. E com ela vieram muitas e mudanças de peso.

Uma missão, vários amigos O cotidiano todo mudou. Se o dia a dia implicava em assuntos e negócios agropecuários, agora Mirian ia a congressos de voluntariado e centros de combate ao câncer infantil, como o Centro Infantil Boldrini, apontado como um dos melhores na América Latina. Era preciso fazer muito, já que não havia praticamente nada feito aqui. A AACC, em Mato Grosso do Sul, nascia em março de 1998 com a ajuda de muitos amigos, na ocasião 20 deles, e ela cresceu na mesma proporção de cura e ajuda. E até hoje é Mirian quem responde como presidente da instituição. “Eu ainda não sabia o que iria fazer diariamente, mas sabia que era uma coisa muito grande, pois cuidar de crianças com câncer não envolve só a criança, e sim toda uma estrutura familiar. Eu precisei me capacitar e me capacito até hoje para manter a AACC grande do jeito que ela é”, explica Mirian. Em 1998, oito crianças com câncer foram atendidas pela instituição e na ocasião não havia ainda nenhum índice de cura no estado. Hoje os saldos são positivos. Já passaram pela Casa de Apoio da AACC/MS mais de 2200 crianças- nem todas diagnosticadas com câncer, mas que receberam apoio até a confirmação do resultado. Atualmente são atendidas cerca de 400, vindas de todo o Mato Grosso do Sul e o índice de cura gira ao redor dos 70%. “Nós acreditamos que elevar esse número não é só tratar dentro de um hospital, é fazer com que essa criança chegue cedo para o tratamento”, ressalta Mirian que conta que para isso existe o projeto “Fique de olho, pode ser câncer infanto-juvenil”. Nele, uma equipe multidisciplinar percorre todo o estado para capacitar e alertar médicos, profissionais da saúde e incluindo universitários dos últimos anos do curso de Medicina, quanto aos sintomas do câncer infanto-juvenil. O apoio Há alguns pilares que sustentam o tratamento do câncer infantil no estado através da AACC. A Casa de Apoio, localizada na Avenida Presidente Ernesto Geisel, funciona como uma segunda casa para a mãe e a criança que recebe o tratamento, este totalmente gratui-

23


capa

to. O amparo social, pedagógico, e psicológico é feito todo ali tanto para mãe e filho. Quando é necessário outro tratamento que ainda não exista em Campo Grande, como é o caso de um transplante de medula, um transporte é providenciado assim como outra casa de apoio em outro estado. E ter toda essa sustentação múltipla é imprescindível também para uma cura: “A criança e essa mãe não podem sofrer aquilo que não seja a dor do câncer e tentamos amenizar essa dor ao máximo”, salienta Mirian. A educação também é aplicada, tanto para a criança não perder o ano letivo, assim como para a mãe, quando ela ainda permanece sem saber ler nem escrever, como é o caso da maioria que chega ali. E de lá saem alfabetizadas. Segundo Mirian, a ampliação do prédio, que já está em andamento, promete uma extensão de 1.240m², que será destinado a mais quartos e a um espaço de capacitação da família que ali se encontra, como uma sala de informática e outra para a prática do artesanato. Já todo procedimento médico é realizado no CETHOI- Centro de Tratamento Onco Hermatológico Infantil, localizado no 8° andar do Hospital Regional. É ali, em um espaço pensado para acolher de forma lúdica, que as crianças recebem todo o tratamento. Atualmente, a Casa de Apoio tem capacidade física para atender 20 crianças com suas acompanhantes por dia. Com a ampliação do prédio, mais dez vagas serão abertas, sendo duas delas para transplantados. “Um dos objetivos é criar um centro de transplante de medula óssea aqui no estado. Porque no Centro-Oeste só há em Goiânia e agora queremos abrir em Campo Grande, tanto para a criança quanto para o adulto”, explica a presidente da AACC/MS. A solidariedade Ao todo são cerca de 400 voluntários, incluindo os três filhos de Mirian, que ajudam e trabalham para que a AACC se mantenha firme e forte. Eles se dividem entre todos os setores, da administração a brinquedoteca. Para continuar nesse caminho evolutivo, Mirian diz que o apoio da sociedade em dizer ‘sim’ aos projetos da AACC é imprescindível, e isso tem sido conquistado com êxito e seriedade. “Nós vamos entendendo no nosso dia a dia o que podemos fazer sem sair do nosso foco que é cuidar de criança com câncer. Isso a gente vai percebendo e criando campanhas e projetos, porque os recursos para a manutenção da instituição, 99% deles, são obtidos através do nosso trabalho braçal, de eventos, campanhas, doações, parcerias de empresa, parcerias com o Ministério Público.

24

Mas o nosso grande aliado mesmo é o voluntariado e os nossos amigos que estão com a gente até hoje. Sem eles seria inviável. E nós temos a filosofia de ser muito transparente, cuidar muito da nossa imagem. De forma que qualquer pessoa que doe alguma coisa aqui, ela fique feliz em doar, porque ela sabe a forma como foi doado”, pontua Mirian. Nascida em Campos Novos, em Santa Catarina, Mirian vive em Campo Grande desde 1972. Mas diz não criar raízes. Seus planos futuros a levam na direção do mar de João Pessoa, na Paraíba. E é lá, em uma instituição, a Associação Donos do Amanhã, que cuida de crianças com câncer, que Mirian também tem dado seu apoio e motivação. “Eu sempre tive uma ligação muito forte com o nordeste, desde pequena. E quando fui em 2005, eu passei muito rápido pela Paraíba e jurei que ia voltar lá. Em 2008 fui, me ajoelhei na areia e prometi: aqui eu vou morar. E imagine, quantas crianças precisam de atendimento, se aqui é carente de informação, imagine lá”. No entanto, ela ainda continuará relacionada à AACC/MS e explica: “Estou fazendo uma estruturação muito sólida aqui. Temos uma equipe forte. Porque você pensa bem, estamos de passagem nessa vida, a instituição não. Então eu não posso achar que isso aqui é meu. E obter conhecimento e guardá-lo para mim, isso não faço, eu passo esse conhecimento adiante. Eu tenho pessoas bem competentes aqui que podem assumir a diretoria, e eu não vou me desfazer do que eu tenho aqui. Eu vou e venho e acabo ficando no conselho, sempre participando e hoje, com a internet, você administra qualquer negócio à distância”. Mesmo com tantas conquistas através da AACC, Mirian leva em si um peso enorme: o da responsabilidade de lidar com a esperança de muita gente. E não é nada fácil. Como se as lembranças das perdas lhe dessem um nó na garganta, Mirian precisa de equilíbrio e otimismo constante, pois é a própria exemplo para centenas de mães que vêem seus filhos na iminência da morte. Mas há também em Mirian a compreensão da gratidão. “Eu sempre falo para as pessoas: eu precisei de ajuda e hoje eu ajudo. E eu garanto que é muito melhor ajudar”. E quando pergunto o que a motiva ficar em sua missão há 12 anos sem nunca pensar em desistir, ela não hesita e pontua: “É a vida do meu filho em primeiro lugar. Foi por ela que eu entrei. E agregando as outras coisas é ver cada criança saindo daqui e eu digo ‘graças a deus que meu filho teve câncer, porque assim eu fundei isso aqui e pude oferecer isso a essas famílias todas”.


“Eu sempre falo para as pessoas: eu precisei de ajuda e hoje eu ajudo. E eu garanto que é muito melhor ajudar”. 25


capa

Do amor e da cura Perguntamos de sensibilidade e ensinamentos, Mirian responde com o amor que vem de dentro e uma disposição que vem da cura. É um trabalho que traz muito ensinamentos. O que você aprendeu aqui? Eu aprendo todos os dias. Estou com 48 anos e aprendo muito mais por dia agora, do que quando estava estudando e fazendo outras coisas. Eu aprendo muito através da criança, do olhar dela, através de uma palavra de uma mãe e, o que elas querem dizer através de um movimento, eu consigo absorver. Aqui tem coisas para ensinar que você não aprende em nenhum lugar. E quando essa mãe recebe a morte do filho, e ela te liga para te dizer ‘muito obrigada por tudo’... Uma mãe que passou cinco anos se dedicando para curar seu filho e não conseguir e ainda te ligar na hora da morte, não é um mês depois é na hora da morte, e te ligar para agradecer tudo o que você fez e você do lado de cá, sabendo que não era aquilo que você queria, mas aconteceu. Porque eu sempre motivo muito as mães quando vêm aqui. Pois quando o Felipe teve câncer, eu não tinha histórico de cura, primeiro eu nem sabia que câncer dava em criança! E eu não encontrava um exemplo, e falei agora na AACC eu vou fazer isso, eu vou colocar a foto do meu filho e vou dizer para cada mãe que aqui chega, que a cura do filho vai depender muito dela, e que o câncer tem cura, porque o meu filho está curado. Eu crio nelas uma expectativa muito grande, e quando essa criança morre, consequentemente eu fico muito arrasada, porque eu falo ‘meu deus, eu consegui e ela não conseguiu’. Eu fico com essa culpa, isso é uma coisa que eu administro depois, eu trabalho, mas não tem como não ficar.

O

McDia Feliz acontece no dia 28 de agosto em Campo grande. Toda a renda arrecadada através da compra de camisetas, toy arts e Big Macs será revertida Acredito que é de Deus, que venha do amor. É para melhorias na AACC/MS. Você pode ajudar impressionante como a minha vida realmente antecipadamente ao comprar os vales para o foi dividida até o câncer e do câncer para cá. lanche, assim como as camisetas do evento e outros produtos da AACC. Para mais inPorque até esse momento eu não ajudava ninformações, ligue: (67) 3322-8000 guém. Eu era muito financista, e achava que todos

E de onde vem essa intensidade para um trabalho tão sensível?

tinham que se virar. Eu não tinha problema de saúde na família, nunca tinha entrado num hospital público, isto não me sensibilizava, essa coisa da solidariedade, de forma alguma. E depois que eu passei a sentir isso, mudei tudo e passei a olhar para esse lado. Eu sei que não posso fazer tudo, mas criança com câncer, o que eu puder fazer eu faço. E eu acredito que contagio as pessoas através desse amor que eu sinto, para que elas venham aqui. E aquelas que não vêm pela dor, vêm pelo amor e as duas ficam. É impressionante essa coisa da energia, é só quem trabalha aqui que sente isso, como os setores se integram e funcionam tão harmoniosamente quando existe o amor nessas pessoas.

26





LIFESTYLE

Mara Dolzan vive e se inspira da inquietação que a arte contemporânea lhe traz Por Carla Matsu FOTOS ALEXIS PRAPPAS

30


É

na Art Galeria Mara Dolzan que a galerista que dá nome a própria galeria, me recebe numa manhã ensolarada e de bastante vento. De sorriso aberto e olhos bem atentos, Mara comenta com alegria sobre aquilo que vê como coincidência– o fato de eu entrevistála quando está em exposição a mostra coletiva intitulada “Caminhos Espirituais”, que traz obras de artistas contemporâneos japoneses. Ornamentando as paredes do segundo andar estão as peças de Mitsue Hosoido, para as quais Mara aponta com admiração e sobe as escadas me encaminhando até lá. Nisso, imagino que mesmo depois de ter visto tantas e tantas vezes as mesmas obras que ali se encontram, Mara parece ter a surpresa de vê-las como se fosse pela primeira vez, pois fala sobre elas com um encanto contemplativo, típicos de uma estreia. “Elas me abastecem”, reflete. Mara vive e se inspira dessa arte que tomou sua vida aos poucos. O gosto pelo assunto se anunciava nos esboços e traços que quando menina dedicava ao papel no colégio de freiras da cidade de Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul. Os desenhos e as pinturas chamavam a atenção de quem a ensinava e o gosto curioso pela as artes a acompanhou na adolescência até a maturidade de anos mais adultos. Seus pincéis seguiam despretensiosos pelas telas, enquanto ela, que já era formada em Pedagogia e especialista em Educação, assumia a missão de educadora.

O encontro com a profissão de galerista também não foi premeditado. Através do incentivo do irmão, que já trabalhava com galeria de arte em Goiânia, Mara decidiu fazer carreira como marchand, isso em 1984 e já em Campo Grande. “Fiz uma pesquisa de mercado e o resultado não foi muito positivo. As pessoas achavam uma loucura abrir uma galeria de arte aqui, ainda mais contemporânea. Mas determinamos que tinha que ser contemporânea, tinha que olhar o futuro”, relembra Mara que conta que o objetivo inicial sempre foi o de educar e lapidar o olhar para a arte. Pois decidida de que a galeria era o rumo de seus anos seguintes, Mara deu um jeito de unir o útil, o desejo e o prático. A primeira exposição acontecia não nas mediações de um cubo branco, mas sim em um cômodo bem acolhedor e íntimo de sua casa: a sala de estar. “Eu morava em um sobrado bem dividido, onde ficava totalmente independente a sala do resto da casa, e montei ali a primeira galeria”. Morar cercada de arte talvez seja um ponto acolhedor no dia a dia de Mara. A galeria mudou de lugar outra vez e mais outra. Há 12 anos, ela vive e acorda na pacata Rua Teldo Kasper, no bairro Chácara Cachoeira, e se antes as obras de arte foram ao encontro de sua casa, de uns anos para cá Mara fez o caminho inverso. Mudou-se para dormir com as artes plásticas. Ela vive literalmente na galeria. Pergunto se ali era como uma segunda casa, ela de imediato responde: “não, é minha primeira casa mesmo”. Mas como? “Montei uma suítezinha aqui. Não tenho mais essa vontade de ter casa. Estou em outra fase, quero viver nesse mundo e viajar. Casa dá muito trabalho, precisa de tempo e dedicação, não é?”, comenta ela na maior simplicidade.

31


lifestyle

Do Museu Louvre, em Paris, ao MoMa em Nova York e até Museu de Arte Contemporânea do Arizona, Mara conta ter se deslumbrado com muitos pelo mundo afora e, sempre que pode, visita as bienais internacionais de arte contemporânea. “Tenho que ficar cerca de 30 dias para poder estudar as tendências”, diz ela sobre as últimas bienais. E se ela volta mais inspirada? “Volto como um avião a jato”, conta ela entre risos. “Esse mundo aqui que me faz voar tão bem. Isso aqui não tem limites. É minha satisfação pessoal, minha felicidade, porque é uma linguagem universal, a arte. Você não precisa falar muito quando você se relaciona através da arte. Então isso é muito bom”, reflete.

“ESSE MUNDO AQUI ME FAZ VOAR TÃO BEM. VOCÊ NÃO PRECISA FALAR MUITO QUANDO SE RELACIONA ATRAVÉS DA ARTE. ENTÃO ISSO É MUITO BOM”

Desde o início da Art galeria, Mara confessa seu orgulho de trazer a Campo Grande, artistas arrojados, contemporâneos e nomes de peso. No mesmo ano de criação, a galeria tinha em seu acervo obras de artistas como Aldemir Martins, Siron Franco, Sciliar, Poteiro e Antonio Henrique do Amaral – além de gravuras de Volpi, Penacchi e outros. Foi responsável também por inúmeras mostras individuais de renome, como as de Iberê Camargo, Jorge Guinle, Borjalo, Burle Marx, Carlos Araújo e Tozzi. Como fomentar e sensibilizar o olhar para as artes sempre foi um objetivo, conseguiu com alegria em 1995 levar 30 artistas locais para Tóquio, Japão, por ocasião do Acordo Comercial Brasil/Japão, expondo em galerias reconhecidas do país. Quanto a arte regional, dedicou-se a ela com a mesma expectativa e intensidade. Desenvolveu projetos e mostras com artistas sul-mato-grossenses, como a mostra “Pantanal Cores e Formas”, com intensa repercussão no país, resultando na projeção de três artistas do estado, que tiveram a oportunidade de expor na Off Bienal. Mara realizou também diversos leilões para levar a arte contemporânea às paredes das casas de Mato Grosso do Sul, como o 1º Grande Leilão de Artes, com obras de Di Cavalcanti.

32



lifestyle

“MEU ESTILO DE VIDA É TOTALMENTE LIGADO AO APRENDIZADO DA CULTURA EM TODAS AS SUAS FORMAS”

34

Pioneira na abertura de uma galeria de arte no estado, Mara diz que tem consciência de que seu trabalho ajudou a sensibilizar o olhar para as artes. “Às vezes me pergunto se o que faço vale realmente à pena. Mas depois me reconstituo e penso que estou construindo uma história, estou abrindo um caminho. Alguém tem que fazer isso, e por que não eu que já estou aqui e gosto”, se indaga. Mara lembra que na época dos primeiros anos de sua galeria, cerca de dez outras abriram e fecharam: “trabalhar com arte é um investimento alto. Se você não gostar muito, amar e perseverar e tiver outra fonte para se manter, você desiste mesmo”. Há uma certa fluidez e inquietação em Mara. Enquanto conversamos, ela se levanta para buscar um livro sobre o artista Yukata Toyota e diz: “para você ver”. Logo depois me mostra algumas revistas, entre elas uma edição da Casa Vogue, onde a Art Galeria Mara Dolzan está entre outras nove galerias do país. Em seguida, mostra com carinho um livro de peso, a bíblia ilustrada do artista e amigo Carlos Araújo. Quando pergunto se ela é realmente agitada, ela reflete rápido e diz “minha personalidade mesmo é introspectiva, mas sou inquieta e ansiosa devido ao meu trabalho”. Casada, mãe de três filhos e avó de uma netinha, Mara conta que leva uma vida tranquila e comum: “levanto cedo para fazer uma meditação, no que dia que não medito não passo bem o dia”. Depois da meditação quase religiosa, Mara se dedica ao jardim, onde cuida com esmero de suas plantinhas. As caminhadas também são quase diárias e o dia-a-dia segue com tarefas comuns, rotineiras, onde as artes seguem como ponto de partida para tudo: “Meu estilo de vida é totalmente ligado ao aprendizado da cultura em todas as suas formas. Como me relaciono, minha vida familiar, minhas escolhas tem essa personalidade. Isso significa que vivo a realidade das pessoas e do mundo, interpretando o ontem e vivendo o hoje para compreender transformações e movimentos na arte e na vida”, poetiza.



especial meu canto |

Por Carla CAVILAN FOTOS ALEXIS PRAPPAS


COMO EXTENSÃO DO HOMEM M

esmo em linguagens distintas pensadores e poetas concordam que, quando precisamos definir casa versus rua, é com frequência que a associamos a primeira como o lugar íntimo, familiar, de paz, comunhão, o sagrado. Enquanto a segunda se encarrega do contraponto, sendo a arena de disputas, espaço das máscaras, perímetro de sobrevivência, negócios, trabalho, onde estão “os outros”, o profano. Na ocasião do aniversário de Campo Grande nós da Revista MOOD Life levamos a seção “Meu Canto” para o outro lado da porta com a proposta de diminuir essa fronteira entre a casa e a rua e assim lançar um olhar diferenciado à capital. Um convite para contemplar um pouco mais os espaços da cidade morena e, dessa forma, aumentar a quantidade de lugares que comumente classificamos como harmonioso, aconchegante e agradável em nossas vidas. Veja como o lá fora também pode caber aqui dentro.

meu canto de afetos neide Garrido Uma mistura de história e imaginação é como podemos definir o complexo arquitetônico da Esplanada da Ferroviária de Campo Grande, um dos principais cartões postais da capital. O espaço, abraçado por paralelepípedos, foi construído no ano de 1938 com a finalidade de armazenar produtos que eram transportados pela via férrea. Com as dezoito portas fechadas para preservação, vedadas com vidro temperado, o lugar é reaberto em 2004 após um longo período em reforma. O teto sem forro de telhas a vista abriga o que a história trouxe como Estação Ferroviária e o tempo transformou em Armazém Cultural. O canto utópico de Neide Garrido. “Há em Campo Grande alguns lugares que me comovem. Entre eles está a Estação Ferroviária. Hoje ela tem toda essa caracterização de ser um espaço que conhecemos como Armazém Cultural, tombado como patrimônio histórico, mas quando penso nela vejo algo a mais. É como se eu sentisse algo de sincero, de uma beleza pura. Aquele interior conservado é muito lindo”, afirma a empresária.


nome da meu especial seção canto |

Por Carla CAVILAN FOTO ALEXIS PRAPPAS

meu canto VERDE Carlos Roledo Júnior Por registrar temperaturas amenas e frequentemente estar com a umidade relativa do ar agradável, a área do Parque dos Poderes, tomada pela natureza, é a preferida de Carlos Roledo Júnior. O empresário do ramo noturno de Campo Grande, que comanda os trabalhos e a diversão do Miça Bar, comenta que na capital não há lugar melhor para renovar as energias. “O Parque dos Poderes é onde eu reflito, caminho, ando de bicicleta. Depois de uma noite toda de trabalho é um excelente local para relaxar”, destaca Carlos. Ele explica ainda que, com a correria dos compromissos no dia a dia, nem sempre é possível sair de Campo Grande para se desligar um pouco da vida cosmopolita. É por isso que o Parque tem sido uma solução para essa necessidade de estar mais próximo da natureza. “Todo ambiente ali faz bem. Além da vegetação natural temos a oportunidade de ter um contato também com os animais, sempre encontro alguma capivara ou um o quati”, afirma Carlos.

38



especial meu canto |

Por Carla CAVILAN FOTO ALEXIS PRAPPAS

meu canto SUBJETIVO Ana Arminda Garcia dos Santos Enquanto uma criança saboreia a pipoca sentada no banco, do outro lado da avenida um casal observa a vitrine. Automóveis sobem e descem ao passo que uma multidão se movimenta ao encontro da próxima esquina. Estamos entre a Avenida Afonso Pena e a Rua 13 de Junho onde acontece o encontro de duas importantes referências históricas da capital: Galeria Dona Neta e Praça Ary Coelho. O espaço mal resolvido em palavras e que possivelmente, em medidas, a geografia não consiga delimitar é eleito por Ana Arminda Garcia dos Santos como o “Meu Canto” em Campo Grande por causa da subjetividade. “Gosto desse burburinho de pessoas passando, dos carros, dessa confusão toda misturada”, afirma a presidente do Fundo de Assistência Feminina da Polícia Militar. Com formação em direito e Técnica em Transações Imobiliárias, Ana Arminda explica que o lugar remete a sua infância em momentos de passeio com a família ao centro da cidade. “É uma parte de Campo Grande guardado na minha memória. Um pedaço da cidade onde sempre trabalhei e que passo quase todos os dias”, comenta ela.

40



especial meu canto |

Por Carla CAVILAN FOTO ALEXIS PRAPPAS

meu canto meu Adriano Alberto de Oliveira Um espaço em que as necessidades contemporâneas podem ficar em segundo plano. Calmo, com sombra, água de coco e o sol no horizonte. Bons motivos para se perder no tempo com uma leitura, uma soneca ou uma caminhada. E quem sabe tudo isso em algumas poucas horas do seu dia? Não estamos falando de nenhuma região litorânea do Brasil, mas sim do conforto que a natureza se encarregou de oferecer no Parque do Sóter. O lugar que preserva a nascente de um dos córregos de Campo Grande, Córrego Sóter, é o doce canto de Adriano Alberto de Oliveira. O consultor de viagens que destaca Toronto e Israel como suas melhores experiências de passeio, coleciona atividades no Parque. “Acho o Sóter um lugar em Campo Grande bem cuidado, preservado, está sempre limpo e aconchegante. Gosto de sentar para ler um livro e dar algumas voltas. São programas simples que curto muito. Quando não vou sozinho estou com meu filho”, afirma Adriano.

42

TEXTO DE LEGENDA



especial meu canto |

Por Carla CAVILAN FOTO ALEXIS PRAPPAS

meu canto de liberdade Um encontro entre passado e presente. É como a Mile Dalpasquale define a paisagem de mangueiras altas, flores silvestres e ar puro do Horto Florestal. O local é escolhido como o preferido pela psicóloga por ter registrado suas maiores recordações de infância. “A melhor sensação que tenho quando venho aqui ou penso no Horto Florestal é a de brincar. Aquela vontade de criança de descobrir as coisas, de sair correndo. Aqui eu lembro o que é liberdade”, declara Mile. O espaço onde José Antônio Pereira, fundador de Campo Grande, ergueu acampamento em 1872, é referência quando o assunto é lazer e cultura na cidade com uma estrutura composta por um orquidário, biblioteca pública, teatro de arena e centro de convivência para idosos. Lugar de fazer histórias. “Eu quis passar isso também para meu filho, por isso quando ele era criança eu o trazia muito para brincar no Horto Florestal. Então aqui para mim é esse encontro de infâncias. Cheias de muita alegria e prazer. Um local que remete a inocência. Até hoje visito com minha família”, afirma a psicóloga.

44



especial meu canto |

46

Por Carla CAVILAN FOTO ALEXIS PRAPPAS


meu canto de paz Luciana de Araújo Shneider Puorro Mesmo sendo natural do Rio Grande do Sul, a empresária Luciana de Araújo Shneider afirma se considerar uma sul-matogrossense. Há 26 anos em Campo Grande, ela admira os espaços naturais da capital e faz de uma das paisagens mais belas da cidade o ponto de equilíbrio entre a profissão, a família e o pessoal. “Vou ao Parque das Nações Indígenas até duas vezes ao dia. De manhã geralmente caminho sozinha e no fim da tarde volto com meu marido. O lago, os pássaros, todo o ambiente me ajudam a renovar o ânimo, além de me proporcionarem paz”, afirma a empresária. Não é por menos, afinal são 119 hectares de extensão que colocam o Parque das Nações Indígenas entre os maiores parques do mundo localizado em perímetro urbano. A área que zela por espécies como jenipapo, aroeira, jatobá, angico, cedro, entre outras árvores nativas, também é onde Luciana costuma se encontrar com as amigas. “Enquanto caminhamos vamos colocando a conversa em dia. É uma terapia”, ela recomenda. Gosta tanto do espaço que frequenta até em dias de baixas temperaturas. “Coloco uma toquinha para agasalhar as orelhas e estou pronta para caminhar”, encerra Luciana.

47




lounge

U

Danilo Bachega

ma pessoa carismática e realizada profissionalmente, assim é Danilo Bachega. Para ele cada momento é para ser vivido da forma mais intensa possível, com dedicação em cada detalhe. Formado em Rádio e TV, já foi responsável por alguns programas musicais locais e foi residente de várias casas noturnas. É também um dos pioneiros da discotecagem no estado. Há 15 anos, frequentando festas em residências da Capital e atento a cada movimento dos DJs, foi aprendendo sozinho os primeiros passos da profissão. Com a experiência obtida, hoje ele arrasa nas pick-ups de eventos sociais, e acima de tudo é reconhecido pela sensibilidade que demonstra conduzindo o que há de melhor em festas, a pista de dança. Profissional de agenda lotada, em média realiza entre 15 e 20 eventos por mês, Bachega é também um exemplo de grande empreendedor. Em 2002 trouxe para Mato Grosso do Sul, toda estrutura para modernizar e recriar o cenário musical das festas. Desde então, a constante busca por atualização e recursos avançados em tecnologia, faz parte da sua rotina. Perfeccionista em seu trabalho, ele assume que, para não cometer erros, procura conhecer da melhor forma o perfil de cada cliente, para alcançar os melhores resultados. “Não tem nada melhor para um profissional do que realizar o trabalho de forma impecável e colher os melhores frutos”, destaca. Para alcançar o reconhecimento, passou por altos e baixos, que segundo ele, serviu para o crescimento e motivação. “Tudo que eu tenho hoje, com certeza foi por conseguir lidar da forma mais positiva com as surpresas da vida”, pontua. Nas poucas horas de descanso, aproveita para curtir a família, ver os amigos, apreciar uma boa gastronomia e raramente viajar. O DJ mexe com o ego das pessoas, com a estima de cada um e é responsável por um jogo de emoções e performances. Bachega ainda explica que é preciso muito equilíbrio, respeito e acima de tudo humildade, para não ficar deslumbrado.

A trajetória de um dos pioneiros da música eletrônica no estado Por SUE LIZZIE VIANA COITINHO foto ALEXIS PRAPPAS

50


TEE ESTIILO TER O É SSER LIVRE PARA SER DO SEU U JEIT JEITO. JE

COZINHAS | DORMITÓRIOS | HOME THEATERS | HOME OFFICES | BANHEIROS | ÁREAS DE SERVIÇO

A Criare chegou a Campo Grande e trouxe toda elegância e praticidade do seu estilo. Venha conhecer a loja, sentir a liberdade de escolha e realizar o seu sonho. O design da Criare vai levar estilo para sua casa e seu ambiente de trabalho, com todo conforto que você merece.

LIBERDADE PARA O SEU ESTILO. www.criare.com

ZAHRAN, 1409 67 3043.7335 51


PORTRAIT

Idade: 44 anos Nasci em: Campo Grande Formação: Jornalismo e Letras Bem estar para você: É esse momento da minha carreira profissional em que eu trabalho com o que gosto: o entretenimento. Nele estou em contato com o lúdico, com a alegria de viver e com o que realmente me interessa que são as pessoas e suas histórias, não os fatos. Mal estar: É trabalhar com esse formato de jornalismo, que ainda existe hoje, em que você dá a notícia como se ela não fizesse parte da sua vida. Reportagens que influenciaram sua vida: Várias. No jornalismo você muda todo dia. Por isso, afirmo que muitas histórias que contei nas reportagens ajudaram a escrever a minha. Desde a da celebridade até a dona da padaria e isso acontece até hoje. Uma outra profissão que te realizaria: Arquitetura. Gosto de construir e reconstruir. Derrubo e coloco paredes na minha casa em questão de dias. Meu marido fica doido. Haverá sempre tempo para: Meus filhos. Para fazer uma pizza para eles, tomar um sorvete, assistir a um filme, conversar. Abro mão de tudo por causa deles. Um livro: “O menino de pijama listrado”, do Jhon Boyne, que estou lendo no momento. Tem me surpreendido muito. Animal de estimação: Cachorro. Temos uma pincher. Uma viagem em boa hora: Disneylândia. Aconteceu agora em uma fase adulta e acredito que se tivesse conhecido quando era criança não teria me divertido tanto.

O HUMOR COMO VAIDADE Colocar alegria em todas as situações cotidianas é a proposta de vida da jornalista Waléria Leite. Ela já atuou nos principais veículos de comunicação de MS, adora ouvir e contar boas histórias e acredita em um jornalismo mais leve, humano e cheio de gargalhas por Carla Gavilan

52

foto alexis prappas

Se fosse possível, entrevistaria: Com certeza o Walt Disney. Ele produziu um mundo de sonhos e trouxe isso para as pessoas. Queria saber como ele fez aquilo, como foi criar a Disneylândia, o que ele tinha na cabeça. Não entrevistaria: Barack Obama. Não me interesso por pessoas sérias e acho ele muito sério. Espero que ele faça bem o serviço dele porque isso tem repercussão na vida de muita gente, mas não gostaria de entrevistá-lo. Uma surpresa da vida: O meu primeiro filho. Ele nasceu com Síndrome de Down e os primeiros quarenta dias de vida foram muito difíceis. Mas depois se tornou a melhor surpresa da minha vida, cada dia melhor, cada etapa mais gostosa que a outra. Vaidade: Humor. Eu me cobro em ser uma pessoa humorada porque acredito que o bom humor é o que eu tenho de melhor a oferecer e, por isso, é a minha vaidade. Frio ou calor: Temperatura amena. Já morei em lugares muito frios e em outros muito quentes. Hoje minha opção é o caminho do meio, o excesso sempre atrapalha.



vox

Carlos Alberto Assis A longa dedicação do presidente do Comercial pelo esporte por Carla MATSU

fotoS alexis prappas

Carlos Alberto Assis é bem humorado, ri vez ou outra quando se lembra das histórias que teve com o esporte. E são várias. De jogador de futebol do Marília, time de sua cidade Natal, a presidente da Confederação Brasileira de Tênis, acompanhando inclusive a carreira de Guga, Carlos Alberto passou por várias modalidades esportivas e diz ser um apaixonado pelo que faz. Desde 1978 em Campo Grande, aqui encontrou outra paixão: o Esporte Clube Comercial. Assumiu aquilo que considera um dos maiores desafios de sua vida: a presidência do time. E hoje comemora o fato de tê-lo levado ao campeonato estadual e ter vencido com glória. “A conquista do título pelo Comercial foi muito importante já que era um desafio enorme. Todo mundo achava que eu era um maluco por aceitar

54

uma empreitada dessas, mas eu gosto de desafios e o esporte é apaixonante”, ressalta. Atualmente presidente da Funesp– Fundação Municipal de Esporte, diz que não tem dúvidas que o esporte é um meio transformador. E é sobre tais transformações, sobre o time de coração e sobre sua trajetória que Carlos Alberto Assis detalha na entrevista a seguir.

MOOD Sua trajetória com o esporte é bem longa. Como começou seu envolvimento com ele? Carlos Alberto Assis Desde que eu me conheço por gente eu pratico esportes. Aos sete anos de idade, no colégio, eu jogava futsal. Com nove, eu já participava dos jogos escolares da minha cidade, que é Marília (São Paulo). E depois disso não parei

mais. Joguei como zagueiro no time da cidade até me mudar para cá. Fui gerente de banco e todos os bancos que passei eu incentivei a prática esportiva. O meu grande sonho era ser professor de educação física, mas por estar no banco eu não fiz a faculdade, só fui fazer e me formar aos 42 anos. Em 1989, fundei a Federação de Tênis com um grupo de amigos. Depois em 1992, eu me tornei vice-presidente da Confederação Brasileira de Tênis, acompanhei toda a carreira do Guga. Saí da Confederação, e em 1997 fui convidado a ser o diretor da Fundação de Cultura Esporte e Lazer– Funcesp. Foram oito anos muito proveitosos. Depois eu me tornei o diretor executivo da fundação, aí foi criada a Fundação de Esportes, onde o presidente era o João Rocha, ele saiu para vereador e eu assumi a fundação e estou aqui até hoje.


Quanto ao esporte em Campo Grande, ele evoluiu nos últimos anos? Eu faço esporte em Campo Grande há aproximadamente 30 anos, e houve sim uma evolução. Existem mais investimentos, mas acredito que o estado precisa de infraestrutura, porque para formar um grande nadador, você precisa de uma piscina olímpica, para formar um grande atleta na área do atletismo é preciso de uma pista oficial e nós não temos. Em todas as modalidades precisa de infraestrutura, e não é só o MS, mas o país é carente, por isso que eu acho que o país está atrasado para as Olimpíadas porque não investiu em infraestrutura ainda. É uma grande carência que existe. Mas existem bons técnicos, aqui é um celeiro natural de atletas, estamos exportando muitos deles. Nós trabalhamos muito bem a base, a iniciação esportiva até a formação. Mas quando chega o alto rendimento, a cidade não tem condições de absorver e segurar esses atletas. E qual é o projeto esportivo de maior relevância social aqui em Campo Grande? Eu destaco o “Atleta do Futuro”, que é um projeto que oferece 16 modalidades esportivas diferentes. Ele está nas regiões mais carentes da nossa cidade e é a porta de entrada da criança para a prática esportiva. Antes de querer formar um grande atleta, ele tem por finalidade ocupar um tempo ocioso dessas crianças, porque ele funciona no contra turno da escola. É um grande projeto, porque nesses 13 anos que estou à frente do esporte do município, eu vi grandes transformações. Vi surgir grandes atletas. Ou no mínimo projetou esse atleta para o esporte, e através de ser um bom atleta, ele conseguiu estudar numa boa escola e conseguiu um curso superior. Então hoje há vários profissionais de diversas áreas que conseguiram concluir uma faculdade, pois

foram bons atletas. Pois condição financeira ele não tinha de estar numa universidade e por ser um atleta ele conseguiu, então isso vale muito. E quanto ao Esporte Clube Comercial, você foi um dos responsáveis pelo ressurgimento do Clube. Como foi isso? É o que dizem! [risos] Quando cheguei a Campo Grande, em 1978, o primeiro jogo que eu assisti foi do Operário, e quando vi que as cores do time eram preto e branco, eu falei ‘esse não é meu time, porque eu sou palmeirense, e a cor do Corinthians não dá’, aí perguntei qual era o outro time da cidade

“Se eu estou na Copa do Brasil, eu vou sonhar em ser campeão, eu não vou entrar na Copa do Brasil achando que vou perder o primeiro jogo.” e me falaram do Comercial, cuja cor do uniforme era vermelho e branco. Pensei: esse é meu time! Fui assistir ao jogo do Comercial e me apaixonei. E fui eleito da seguinte forma, colocaram todo mundo em uma fila e um cara pegou e falou: ‘quem quiser ser o presidente dê um passo pra frente’, todo mundo deu um passo para trás e eu fiquei. Virei presidente. Fizemos um planejamento, porque o Comercial estava arrasado, com muitas dívidas, sem disputar nenhum campeonato. O time estava parado há dois anos. Na série B do campeonato estadual. Então era tudo de ruim. Fiz um planejamento, não prometi nada para torcida, e disse

que só poderíamos disputar um título em 2010. E em 2010, Deus ajudou e nós fomos campeões. E ontem nós acabamos de ser campeões estadual feminino. Mas nesses quatro anos tem grandes histórias, e não sou eu sozinho, tudo isso que a gente faz é porque temos grandes amigos, grandes parceiros, pessoas que acreditam, que nos ajudam. E fiquei muito feliz quando na final do campeonato, depois de mais de 20 anos, nós colocamos cerca de 20 mil pessoas no Morenão para assistir uma partida do futebol regional. Quanto à campanha “Sim, nós podemos”, o que o senhor poderia falar a respeito dela? O Clube não é meu, é um patrimônio da cidade e dos torcedores. Se Campo Grande tem 750 mil habitantes, eu acredito que 700 mil são comercialinos e 50 mil torce pelos outros. Eu não estou querendo muito, eu quero que mil pessoas de Campo Grande, do MS, doem mil reais para o Comercial até novembro. Fazendo isso, eu terei um milhão. Vou investir isso, juntar com o dinheiro dos patrocinadores, formar um grande time e tentar ser campeão da Copa do Brasil, para em 2012 disputar a Copa libertadores das Américas. Aí o pessoal fala: ‘você é louco’. Quando eu assumi em 2007 falaram que eu também era louco. Então já que a loucura deu certo, vamos fazer mais uma. Se eu estou na Copa do Brasil, eu vou sonhar em ser campeão, eu não vou entrar na Copa do Brasil achando que vou perder o primeiro jogo. Quero ser campeão, vencendo campeão eu vou estar na Libertadores. Agora eu quero dividir essa responsabilidade com a cidade. E como as pessoas podem participar? Você, no seu caso, eu não tenho mil reais para dar para o Comercial. Mas eu conheço dez pessoas que podem me ajudar com cem reais e nós vamos comprar uma cota de mil reais. Tendo um milhão eu

55


vox

“se eu sou alguém hoje foi porque o esporte me deu isso. E estou tentando retribuir o que um dia o esporte me deu. ” faço o projeto, chegar novembro e não tiver um milhão, tem 900 mil reais, eu não quero. Ou é um milhão ou é nada. Esse dinheiro você vai depositar em uma conta especial, a princípio da Caixa Econômica Federal e talvez do Banco do Brasil. Irão administrar essa conta, aproximadamente 10 pessoas representativas da sociedade que estarão me ajudando a gerir esse recurso. É uma conta poupança, então a partir do momento que você depositar ela vai render alguma coisa, não vai ficar parada. Então chegou

56

novembro, deu 900 mil, quem são os 900 que depositaram? Ah fulano de tal, alguém vai ligar e falar: ‘Senhor, nós estamos devolvendo 1010 reais na sua conta porque não deu certo o projeto’. Eu não quero o dinheiro de ninguém. Vou devolver o dinheiro com a correção que deu pra cada um. Mas por que não aceitar esses possíveis 900 mil? Porque aí eu acho que não deu certo a campanha, não foi vitoriosa. Vai faltar 100 mil para fazer o que eu quero. E eu não tenho cem mil pra colocar. Eu fui bancário por 20 anos, eu trabalhava com metas, todo mês eu tinha uma meta. Então acho que é uma meta, é um milhão. Se você fizer 999 não é um milhão. Não adianta. E o que te motiva ficar a tanto tempo nessa missão com o esporte? Sou um apaixonado pelo esporte. Sou de uma família muito pobre, meu pai era funcionário da prefeitura de Marília, mas ga-

nhava salário mínimo, sete filhos pra criar. Já passei fome, já passei frio. Com 12 anos eu comecei a trabalhar, registrado em carteira. Trabalhando, vendendo cigarro para a Souza Cruz dentro de um boteco. E nunca fumei. Então através do futebol que eu jogava na época, eu consegui estudar em bons colégios, eu fiz grandes amigos. Arrumei bons empregos e virei bancário em função do esporte. Então se eu sou alguém hoje foi porque o esporte me deu isso. E estou tentando retribuir o que um dia o esporte me deu, fazer por alguém o que um dia fizeram por mim. Porque eu sou a história da transformação que o esporte faz. Eu tento fazer isso, porque acredito no que eu faço. Sou um apaixonado, estando aqui ou não, eu estarei fazendo esporte como fiz em todos os bancos que passei. Eu sou um apaixonado, acredito no que faço e dá certo.



eu sou

Celina Pazin

A trajetória e os acertos da empresária que está à frente da CVC há 20 anos Por Carla Matsu foto ALEXIS PRAPPAS

E

mpreendedora e apreciadora de boas conversas, Celina Pazin é uma mulher que gosta de assumir grandes responsabilidades. Representante da CVC em Mato Grosso do Sul há duas décadas, Celina sempre esteve relacionada ao turismo de forma direta e indireta, como ela mesma conta. Atuou durante muitos anos no extinto Órgão Oficial de Turismo do Estado e foi nesse período que seu caminho se cruzou com as intenções da maior operadora de turismo da América Latina. “Nessa época eu participava de muitos eventos, congressos e feiras. Foi quando conheci o dono da CVC, o senhor Guilherme Paulus, e outras fortes operadoras. E começou a nascer em mim essa vontade de ter algo do ramo”, relembra Celina que conseguiu a representação da operadora num tempo em que a CVC ainda não concedia representação a nenhum outro estado. O convite para abrir uma loja terceirizada da CVC aconteceu de forma natural e como consequência do empenho da empresária. A primeira loja abria na Rua 25 de dezembro, no Centro, a qual ainda está lá. Outras vieram logo depois, como o espaço no Shopping Campo Grande. Com consciência de que havia mercado fora da capital, Celina abriu outra filial em Dourados e em seguida em Três Lagoas. Se há mais lojas por vir? Ela comenta que sim. “A CVC está fechando este mês com 500 lojas. E em breve, teremos o desafio de abrir mais três aqui em Mato Grosso do Sul”, afirma. E o mercado responde bem as expectativas de Celina. A procura por pacotes fechados desponta como a alternativa mais confiável e econômica para um turismo ágil. “São mais procurados por aqueles que precisam e querem fazer uma viagem de lazer ou de negócios

58

porque é a opção mais barata”, aponta Celina que complementa: “Campo Grande é uma capital voltada para o turismo de eventos. Não há muitos atrativos aqui, então a procura por viagens destinadas a praias, a montanhas, entre outras, é bem grande”. E ela comemora. Este ano a CVC Campo Grande contou com a primeira experiência de um voo internacional fretado, que saiu daqui a caminho de Bariloche. E como ele deu tão certo, outros voos fretados são esperados. Celina também é dona de uma fala com minúcias. Característica que talvez venha de seu lado jornalista, o qual desempenhou durante anos quando trabalhava na extinta MSTUR. “Escrevi no Jornal da Manhã, tive uma coluna lá chamada Arte Cultura e Turismo e fui colunista social por um bom tempo. Nessa época fui tomando gosto pelo turismo e dali para a CVC foi um passo”, lembra a empresária que conta que foi nesse período que fundou a Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores de Turismo do estado de MS da qual também foi presidente. De viagens dos sonhos, Celina fez muitas. As cidades brasileiras, em sua maioria, já estão em seus álbuns de fotografias, assim como alguns países desse mundo afora. “Assim como eu fiz e ainda faço viagens dos meus sonhos, eu creio que todos façam. E quando você consegue realizar esse sonho é um prazer enorme. É um trabalho muito grande essa operação toda, é uma engenharia administrar tudo isso, e ainda administrar cinco lojas, mas graças a Deus a gente tem dado conta. E o prazer de fazer uma coisa que você gosta, supera o estresse, contratempos e cansaço do dia a dia. E é muito bom receber o retorno dos clientes e saber que as viagens foram maravilhosas. Isso compensa”.



ETIQUETA CONTEMPORÂNEA

Do black-tie a looks mais esportivos, solucionamos as dúvidas mais freqUentes do vestuário de um homem contemporâneo por adriana estivalet fotos alexis prappas

C

om que roupa eu vou? Essa dúvida também faz parte do universo masculino. Nada mais desagradável do que ir com a produção equivocada a um evento. A maioria dos convites geralmente vem com a indicação do traje e isso não è à toa, ela existe para dar ao evento o tom que se deseja. É uma gentileza por parte do convidado atender ao pedido de quem está promovendo a festa ou cerimônia, e quem entende como frescura ou excesso de formalidade acolher o que pede o convite corre o risco de ser extremamente deselegante com o anfitrião. Mesmo não sendo tão rígido como em décadas passadas, o dress code– palavra em inglês que designa o código de se vestir para determinados eventos– torna mais fácil a escolha da roupa na hora de ir a um vernissage, casamento... sem que o homem se sinta um “estranho no ninho” por ter ido arrumado demais ou de menos. Os convites verbais são que podem gerar mais dúvida, neste caso pergunte ao anfitrião qual o traje para os convidados. Informação e bom senso são essenciais quando o assunto é traje. O bom senso também deve ser aplicado para eventos registrados em convite, mas que não indica o traje. Muitas vezes não é necessário seguir o dress code ao pé da le-

60

tra, como por exemplo: o traje indicado para coquetéis é o passeio completo, ou seja, o terno escuro. Se for um coquetel de posse de autoridade esse traje será o mais indicado. Porém, se for um coquetel de lançamento do CD de uma dupla sertaneja ou de inauguração de uma loja esse traje pode se tornar mais flexível como uma calça, camisa e blazer ou até mesmo calça e camisa sociais... Muitas vezes o tom do evento simplifica o traje. É importante ressaltar que a indicação do traje não interfere no estilo de quem está usando-o. É perfeitamente possível que um

homem use um traje formal e mantenha seu estilo mais informal. Com certeza esse traje será usado com toques de despojamento como o tecido, a modelagem e o seu jeito informal. Assim como homens mais sexys usarão o traje com modelagem mais ajustada ao corpo e os criativos irão lançar mão das cores e mistura de estampas. Cada traje possui suas peculiaridades, é importante conhecê-los mesmo para quem não queira segui-los. Afinal, mesmo para quem quer ser anticonvencional precisa saber o que é convencional.

É o mais simples e informal. Mas isso não quer dizer camiseta, bermuda e chinelo de dedo que se usa nos encontros íntimos com a família ou aquela roupa de praticar esportes. Ocasiões Churrascos, feijoadas, almoços informais, feiras, exposições. O traje Calças jeans, de brim ou gabardine– o cáqui é uma boa opção– camisas de manga comprida ou curta e do tipo pólo; jaquetas ou parkas; mocassim ou outro sapato de couro ou camurça. Evite Shorts, camisetas– do time de futebol nem pensar! – chinelos e tênis esportivos.


Camisa pólo, calça jeans e tênis de couro na Maria Pitanga Homem. Óculos de sol Prada e relógio Storm na Luneterri ótica e Joalheria. 61


etiqueta contemporânea

Passeio ou Tunue de Ville O traje pede um pouco mais de elaboração. O horário é importante na variação do traje que fica um pouco mais formal após as 18 horas.

Ocasiões Vernissages, almoços formais, teatro, batizados, conferências. O traje Até as 18 h é permitido o uso de cores claras, calça mais esportiva e blazer. Terno claro com gravata ou calça, camisa e blazer– que pode ser de algodão– com sapato de couro esportivo. Ao escurecer use tons como o marinho, cinza escuro ou preto em ternos ou blazer e sapato mais social. Lembrando sempre que no caso dos homens, a cor do cinto deve combinar com a do sapato. A gravata é opcional nos dois horários. Porém, se o convite indicar tenue de ville, aí sim, o uso da gravata é bastante pertinente. Evite Camisas de mangas curtas; vestir somente camisa e calça: use com o blazer.

Blazer, camisa, calça, cinto e sapato Richard’s. Óculos de grau Ray Ban e relógio Jean Vernier na Luneterri Ótica e Joalheria 62

TEXTO DE LEGENDA


63


etiqueta contempor창nea

64


ou Passeio completo Formalidade total. O convidado que vai ao evento de forma incompatível pode passar por constrangimentos.

Ocasiões Eventos formais como casamentos, jantares formais, posses de autoridades, coquetéis, óperas. O traje Terno ou costume escuro. Ressaltando que o terno possui três peças: paletó, colete e calça. O costume é composto de duas peças: o paletó e a calça. A camisa deve ser social, uma bela gravata, sapatos escuros com solado de couro, meia no mesmo tom da calça e relógios clássicos de metal. Evite Tons claros para o terno ou costume; camisas com botões no colarinho.

Look total Crawford 65


etiqueta contemporânea

TENUE DE SOIRÉE OU RIGOR É o traje para uma noite de glamour, sofisticação e requinte. Não existe flexibilização para este traje, e nem adianta perguntar aos anfitriões se pode abster-se do smoking, seria falta de elegância.

Ocasiões Bailes, banquetes, premiéres teatrais, jantares com altas autoridades, casamentos sofisticados de alta repercussão. O traje O smoking composto de camisa branca com pregas, gravata borboleta e faixa preta é o mais usual. Se quiser variar é possível o uso do Summer– que é o mesmo smoking, com paletó branco. O sapato deve ser liso de verniz ou preto de amarrar. Evite Usar o smoking com camisas coloridas.

66

Smoking na Spazio Bianco Noivas


FOTOS Alexis Prappas MODELO Marco Antonio Bazan (Arena Models) PRODUÇÃO EXECUTIVA André Furquim PRODUÇÃO DE MODA Adriana Estivalet MAKE AND HAIR Claudir Fernandes AGRADECIMENTOS Crawford (67) 3326-0064. Luneterri Ótica e Joalheria (67) 3324-5310. Maria Pitanga Homem (67) 3382-5030. Richard´s (67) 3326-5982. Spazio Bianco Noivas (67) 3028-3486 67


estilo

A MODA MESTIÇA DE

Jefferson Kulig Boa parte da infância foi na fábrica de tricô dos pais, espaço onde teve a oportunidade de fazer os primeiros experimentos com tecidos. Levou para a passarela a discussão da tecnologia na criação de moda em tempos que não se imaginava tamanha ousadia. Hoje administra a marca que leva seu nome e é figurinha carimbada da São Paulo Fashion Week. por carla gavilan

Ciência, arte, música. A interdisciplinaridade é uma característica do seu trabalho. Por que acha isso importante na moda? Eu acredito que tudo na sociedade mudou e o processo criativo também. Eu vejo moda em tudo, eu absorvo tudo a minha volta para criar. Penso em moda na borracharia, no laboratório, na cadeira do dentista. Olho as coisas e os objetos e fico pensando em como elas seriam úteis para o meu trabalho. É assim que eu crio e que funciona comigo. No trabalho sobre Memética existe uma discussão sobre a imitação. Um assunto polêmico em vários setores da sociedade, inclusive no circuito da moda. Por que escolheu esse tema? Quando fiz esse trabalho eu estava em um momento muito difícil da minha vida. Tinha acabado de chegar em São Paulo e fui muito criticado, as pessoas, o meio da moda, foram muito resistentes com meu trabalho. Então percebi de forma muito clara o quanto o que vinha de fora, o que era copiado de outros países, era mais valorizado. E aí pensei nesse trabalho com as camisetas Meméticas que foi uma maneira de criticar essa moda rançosa. Você é a favor da pirataria? Eu entendo que ela não é correta, mas não acredito que interfira nas vendas ou que prejudique determinada marca. As pessoas continuam comprando e o mercado de luxo vendendo. Há público para tudo. Vivemos em uma época que tem por excelência consumir. Tudo envelhece muito rápido e com o luxo não é diferente. Para você, o que é luxo? Ele pode ser resumido apenas em consumir uma marca?

68

No dia a dia, vejo o luxo em coisas que não são palpáveis, como ter tempo, uma boa educação e qualidade de vida. Na moda vejo que é um luxo ter essa liberdade de se vestir que hoje nós temos da maneira que quiser. Antes isso não existia, era tudo padronizado, uma ditadura. Produzir moda é estar constantemente pesquisando o que, na sua opinião? Tudo. Na minha opinião a moda é um constante estudo. Gosto de pesquisar moda como alguém diz que adora chocolate, isso já é algo natural na minha vida. Estou pesquisando, por exemplo, nanotecnologia e ilusão óptica para ver como posso aplicar nos meus projetos. Eu não entro na livraria para ver somente livros de moda, vejo arquitetura, artes plásticas, ciência. E como a ilusão óptica caberia em uma coleção? Eu penso em uma estratégia de enganar o olho humano com a ilusão óptica. Algo como, desenvolver um tecido em que a mulher possa parecer mais magra, uma fibra que tenha essa capacidade. Suas coleções costumam apresentar conceitos futuristas de se vestir, por quê? O passado já foi criado e feito. Eu crio para o futuro. Por isso penso no meu trabalho para um futuro em que a mulher continua a não ter tempo, que viaja muito e que, por exemplo, não passa roupa. Mas não podemos somente mudar o tecido, tem que ter qualidade, essa roupa precisa ser útil, confortável e também ter qualidade.

Em Campo Grande, as peças do estilista podem ser encontradas na loja La Dame. Endereço: Rua Carlos Hugueney, 75 Tel. (67) 3025-3301

Fotos Divulgação



Consumo Estilo Tendências Tecnologia | por carla MATSU colaboração renato lima

O Clube do Filme David Gilmour, Ed. Intrínseca. David é critico de cinema no Canadá e narra uma história pessoal que vivenciou com o filho, quando estava com 15 anos. Desempregado, vivia uma fase complicada em casa e como se não bastasse o filho adolescente colecionava reprovações em todas as disciplinas. Diante desse cenário o pai faz uma proposta radical: o filho poderia sair da escola desde que se comprometesse em assistir a três filmes por semana escolhidos pelo pai e, com o pai. Assim surge o clube do filme que revela um desfecho surpreendente. Quanto R$ 24,90 Onde Livraria Leitura

Moderno e sinuoso Com formas delicadas e linhas sinuosas, a Coleção CK Delight por Vana apresenta relógios femininos com materiais e formatos exclusivos. Elegante e de geometria moderna, o relógio pode ser encontrado em três modelos no Brasil, variando do prata ao dourado.

Onde SAC Vana (11) 3035-1010

Charme exclusivo É na tranqüila Rua Vahia de Abreu, na Vila Olímpia, que se encontra um achado de nome carismático e de uma aparência vintage charmosa. A loja Angelina Vai às Compras, inaugurada há três anos, oferece aos seus clientes um ambiente despojado onde é possível encontrar bolsas assinadas por artesões contemporâneos que primam pelo design e acabamento impecável, assim como outros produtos exclusivos. Como é o caso dos sapatos feitos à mão e as roupas assinadas por estilistas que investem nos tecidos de fibras naturais tingidos com pigmentos e corantes orgânicos. Há também peças garimpadas em pequenos ateliês e outros itens de decoração para casa ou para presentear, e todos sempre com uma pitada retrô. Onde Rua Vahia de Abreu, 653 Tel. (11) 3845-6828 www.angelinavaiascompras.com.br

70

Fotos Divulgação



Consumo Estilo Tendências Tecnologia | por carla MATSU

Joias premiadas

O talento veio de família. Com avô comerciante de joias, pai que desenhava e mandava fabricar as próprias peças para presentear a esposa, a mineira Terezinha Géo Rodrigues não poderia ter escolhido uma profissão melhor. E a escolha e vocação familiar deram certo. Fundada em 1990 pela empresária, a joalheria Talento Joias conta com uma equipe coesa de designers responsáveis por criar peças originais e exclusivas. O resultado são peças harmoniosas e pedras preciosas capazes de seduzir diferentes personalidades femininas. O talento foi reconhecido tanto no Brasil quanto lá fora. As joias criadas pela Talento receberam os mais importantes prêmios nacionais e internacionais do setor, entre eles: o Diamonds International Awards de 1996 e 2003. Há criações também expostas em vários lugares do mundo, circulando desde os Estados Unidos ao Oriente Médio. Onde www.talentojoias.com.br

72

Fotos Divulgação


73


Consumo Estilo Tendências Tecnologia | por renato lima

SONÍFERO DA NATUREZA Baseado em mais de 23 anos de pesquisa científica, uma das líderes americanas em tecnologia, a Brookstone, traz o sistema de terapia Tranquil Moments® Sleep Sound. Um dispositivo eletrônico que ajuda a atingir os estados mais profundos do sono, relaxamento e renovação. O equipamento, ligado na tomada ou pilhas, reproduz 12 sons da natureza, incluindo um coro de verão dos grilos, gravações autênticas da NASA, o ruído branco suave, chuva, oceano, celestial, entre outros, emitidos na intensidade das ondas cerebrais, conduzindo ao estado de relaxamento saudável Alpha e Delta, que agem no corpo mesmo depois que você já tiver pegado no sono. Pode ser programado para desligar automaticamente depois de 30, 60 ou 90 minutos. Quanto R$ 363,36 Onde www.brookstone.com

74

TEXTO DE LEGENDA


Vegetalização já! Pouca gente sabe, mas a maioria dos produtos cosméticos e não cosméticos utiliza matérias-primas de origem sintética ou outras de origem não renovável, como, por exemplo, o petróleo. As matérias-primas não renováveis são aquelas que se encontram na natureza em quantidades limitadas e se extinguem com a sua utilização. Uma vez esgotadas, as reservas não podem ser regeneradas. Tirar da natureza o que não podemos devolver a ela significa colocar o equilíbrio e a saúde do planeta em risco. Foi daí que surgiu a necessidade de substituir essas matérias primas por outras de origem vegetal, derivadas das plantas. Este movimento é chamado pela Natura de VEGETALIZAÇÃO dos produtos. Educando as comunidades na maneira certa de cultivo e extração dessas plantas, de forma sustentável, elas se renovam sempre. Os hidratantes corporais dos ativos Castanha, Andiroba, Cacau, Buriti, Maracujá e Cupuaçu, incluindo brumas de leite, néctares e polpas para mãos, pernas e pés, da linha Natura Ekos, apresentam agora fórmulas mais vegetalizadas. Isto significa que até 88% das matérias-primas destes produtos são de origem vegetal renovável.

Que gesto coloca seu amor em movimento? Pensando na importância das relações e na crença de que o amor a dois também é feito de ciclos e precisa ser cuidado, a Natura lança Amó. A marca fala do amor de verdade, que não é ideal porque é possível. Do amor construído todos os dias, com nossos gestos. Do amor que cuida, seduz e surpreende; sem regras ou modelos, do jeito de cada um. Inspirada em gestos de amor, a linha traz quatro produtos, entre perfumes, óleo de massagem e sabonete, formulados para estimular o toque, o encontro, e a intimidade. Sensuais, os produtos foram feitos para usar junto, encantar, presentear, e criados com base em gestos bem brasileiros: Amasso (masculino) e Chamego (feminino). A brasilidade também está expressa no uso de óleos da biodiversidade brasileira, que compõem o coração das fragrâncias, criados pela perfumista exclusiva da Natura, em conjunto com alguns perfumistas internacionais. “Isso garante um cheiro exclusivo e diferente para nossa perfumaria, impossível de ser reproduzido”, afirma Verônica Kato, perfumista in house da Natura. Os produtos complementares de cada gesto, óleo de massagem que esquenta e sabonete que refresca, também são convites para inspirar as pessoas a colocar o amor em movimento.

75


equilíbrio | InfoPubli

FILOSOFIA DO MOVIMENTO: QUANDO O CORPO PRECISA DA MENTE Colocar o cinto de segurança, segurar o bebê no colo, alcançar um livro na estante, levantar para atender a porta. Atividades corriqueiras que participam do cotidiano de qualquer pessoa. Está satisfeito com o seu? Ele pode ficar ainda melhor, acredite. Por Carla CAVILAN FOTOS ALEXIS PRAPPAS

76


U

ma reeducação do movimento. É assim que a fisioterapeuta Mariana Callejas Dibo define o método GYROTONIC® de exercícios físicos. A técnica, criada pelo húngaro Juliu Horvath, ultrapassa os propósitos estéticos ao convidar o indivíduo a sensibilizar suas atividades cotidianas por meio de uma experiência prazerosa com o corpo. Assim que concluiu a formação em fisioterapia em Campo Grande, foi em busca de se profissionalizar na área em que sempre teve aguçado interesse: movimentos corporais. “Sempre desejei ajudar pessoas que sofrem com desequilíbrios, sejam físicos ou emocionais. Porque acredito que através do movimento é possível equalizar as emoções e as atitudes.”, explica ela. A filosofia busca trabalhar as articulações e os músculos do corpo de forma suave e em ritmo ondulante de movimentos, que adotam princípios considerados chaves, também encontrados em exercícios como o tai chi chuan, yoga e natação. A grande diferença, segundo a especialista, está na execução do treinamento. O nome, GYROTONIC EXPANSION SYSTEM®, também lido como “A arte de se exercitar e ir além”, pede um pouco mais do corpo e da mente. “Com o GYROTONIC® não é fazer exercício por fazer. Na técnica são trabalhados movimentos funcionais usados nas atividades de vida diária, e o desempenho dos mesmos requer antes de tudo uma intenção verdadeira por parte do aluno, um envolvimento com a expressão e a conscientização do próprio corpo. A metodologia é fazer com que o aluno pense nessa intenção, para, em seguida, deslocar a energia para a ação e é muito importante que essa energia seja bem colocada”, comenta Mariana.

77


equilíbrio | InfoPubli

“Exercício é igual escovar os dentes e tomar banho, é higiene mental e física”, afirma Mariana FELIZ COM A MENTE, DE BEM COM O CORPO E EM PAZ COM A ESTIMA Um método de exercícios que previne, controla e cura. Através de uma forma lúdica e sensibilizada de se exercitar é possível fortalecer e alongar os músculos, melhorar o equilíbrio, força e flexibilidade. De acordo com Mariana, a técnica oferece uma gama de exercícios e, por isso, o GYROTONIC® pode ser praticado por qualquer pessoa. É recomendado para quem nunca realizou nenhum tipo de atividade física, às pessoas que já praticaram mas que estão paradas há algum tempo e até mesmo para aquelas que praticam algo, mas buscam um complemento. “Tenho alunos, por exemplo, que fazem musculação e que encontraram uma forma de melhorar o desempenho através dos trabalhos do GYROTONIC®. E isso funciona para todas as modalidades físicas, o método ajuda a dar esse plus, como eu costumo chamar, naquilo que também já vem sendo desenvolvido em outra atividade”, destaca a especialista.

ATIVIDADE FÍSICA. REABILITAÇÃO. TERAPIA Não saber emitir uma opinião, falar em exagero, não saber ouvir o que outros têm a dizer. Exemplos de faltas graves em qualquer tipo de situação e relacionamento em nossas vidas. Para quem está incomodado com determinados padrões de comportamento e busca uma forma de mudar pode encontrar nesse método bons resultados. “A pessoa que é muito tímida, por exemplo, será estimulada a se expressar, diferente de quem possui um jeito mais expansivo ou muito agitado, que terá de aprender os mecanismos para canalizar melhor essa energia. Tudo a partir de exercícios que privilegiam a respiração e o controle dos movimentos”, afirma Mariana.

SERVIÇO No espaço Anima – Movimento e percepção corporal, localizado em Campo Grande, onde a fisioterapeuta desenvolve os trabalhos com essa modalidade de atividade física, o método GYROTONIC®. pode ser executado a partir de duas formas. No sistema individual onde o aluno realiza as atividades em máquinas específicas que possibilitam diversos planos de movimentos, com suporte e resistência. Outra forma de praticar a técnica é nas aulas de GYROKINESIS®, realizadas em grupo. Não há a utilização de equipamentos, os exercícios são feitos em pequenos bancos e primam por uma postura correta. ANIMA – MOVIMENTO E PERCEPÇÃO CORPORAL Rua: Manoel de Souza Lima, 1093. Sala: 04. Santa Fé. Tel. (67) 3026-5659 / 9296-2266

78



Casa e Estilo

Para vestir e inovar a sua casa | por carla MATSU

O Decor Year Book reúne 600 páginas de projetos belos e originais, fruto do talento e criatividade de 70 profissionais de todo o país, entre eles Arthur Casas [à esquerda] e André Piva [página da direira]

Decor Year Book Brasil Referência em decoração, o anuário reúne o que há de melhor no cenário do design de interiores brasileiro Por Carla Matsu Reafirmando sua posição de livro referência no mercado editorial dentro do segmento de arquitetura, decoração e design, o Decor Year Book Brasil chega a sua 16ª edição em paralelo a comemoração de 20 anos da Editora Decor Books. Com páginas inspiradoras que trazem projetos de arquitetos e decoradores consagrados, o anuário de design é considerado a “Bíblia da decoração”, uma vez que aponta e resume o que há de melhor no cenário do design de interiores do país. Pioneiro e um dos únicos livros de referência para o mercado, desde sua primeira edição, a obra registra o crescimento e a evolução do design de interior brasileiro, dando assim base histórica ao que já se viu de decoração e arquitetura nesses últimos anos. A 16ª edição do Decor Year Book reúne 600 páginas de projetos belos e originais, fruto do talento e criatividade de 70 profissionais de todo o país. Entre eles estão Arthur Casas, Debora Aguiar, Fabio Morozini, Fernanda Marques, Fernando Piva, Francisco Calio, Leticia Ruivo, Patrícia Anastassiadis, Toninho Noronha e Martha Ornellas. O resultado é uma publicação inspiradora que revela as últimas tendências internacionais e a identidade do design de interiores brasileiro.

80

Fotos Divulgação



Casa e Estilo

Design Brasil Um panorama de 101 anos do design e do mobiliário brasileiro POR CARLA MATSU

Era

início do século 20 quando o espanhol Celso Martinez Carrera, no interior de São Paulo, deu início a uma criação que na época nem imaginaria as proporções que ela teria. Uma prova de como a adversidade impulsiona a criatividade, Celso, recebeu uma encomenda de peso e responsabilidade em sua oficina: criar simples e úteis camas de ferro. O pedido vinha de um médico com dificuldades de importá-las da Inglaterra para sua clínica. Com forte influência do design austríaco, Carrera, dá início a produção em série da cama em 1915, em razão da facilidade para produzi-la. Considerada um marco do móvel brasileiro, a Cama Patente pôde ser vista, entre outras 49 peças, durante a mostra “Design Brasil - 101 anos de História” no Museu da Casa Brasileira. Com o mesmo título da mostra, o livro editado pela revista Casa Claudia, reconta trajetórias memoráveis de criadores de móveis e outros objetos que fizeram parte do cotidiano e das casas brasileiras ao longo desse século. Através de exemplos que incluem desde a cama de Carrera, a famosa espreguiçadeira de Niemeyer, a designers mais contemporâneos, tanto livro quanto a exposição mostram como a indústria nacional do mobiliário se consolidou, evidenciando a identidade do móvel brasileiro e a

82

visibilidade que nossos designers ganharam através de suas inovações. Para o jornalista e arquiteto Pedro Ariel Santana, também curador da exposição e autor do livro, as peças levam o observador a entender como a vida doméstica foi facilitada ao longo dos anos com ajuda desses grandes pensadores do design. Aliando design a função, e contextualizando suas trajetórias em nossas vidas, tais peças levam a discussão do conceito de morar, da própria tecnologia, assim como o uso dos materiais no século passado. O livro amplia a questão e traz o perfil de 83 profissionais e informações detalhadas de 500 peças construídas durante esses 101 anos e reúne um elenco de renome, que vai de Santos Dummont aos irmãos Campana, passando por nomes consagrados da época de ouro do design nacional, como Sérgio Rodrigues, Zanine Caldas e Joaquim Tenreiro. Através da obra, o leitor se encontra com curiosidades a respeito das criações, assim como de seus criadores. Vemos que grandes arquitetos também se dedicaram a arte de inovar no mobiliário, aplicando linhas sinuosas a peças de utilização diária, como foi o caso de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, para quem a projeção de móveis completava a arquitetura de uma casa, por exemplo. Certa vez Niemeyer disse, como

Foto Gal Oppido


conta no livro “Móvel Moderno no Brasil”, de Marilia Cecilia Loschiavo dos Santos, que essa vertente de seu trabalho de certa forma complementa o ofício do arquiteto. Segundo ele, ao projetar uma construção, o arquiteto já prevê os espaços entre os móveis. Porém nem sempre o mobiliário é colocado da forma prevista, o que prejudica o que foi pensado pelo arquiteto. “nós procuramos sempre marcar os lugares dos móveis, mas, mesmo assim, às vezes eles não estão de acordo com a arquitetura, e o ambiente se faz sem a unidade que a gente gostaria”. E assim como ele, o arquiteto Sergio Rodrigues, considerado nosso primeiro designer internacional, impulsionado pelo traço intuitivo, começou a criar móveis adaptados ao clima e à cultura brasileiros, que colocava a venda em seu show room, junto às criações de outros designers.

Projetado para o Clube Paulistano, de 1958, pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, a poltrona de mesmo nome ficou famosa pela leveza e elegância e entrou para a coleção permanente do MoMa

83


Casa e Estilo

A criação de Joaquim Tenreiro, a Cadeira de Três Pés foi feita em 1947 para o cenário de uma peça do dramaturgo Silveira Sampaio que tratava de um triângulo amoroso. Composta por um listrado entre peças escuras e claras de distintas madeiras, elas eram unidas por meio de um sistema de prensagem que tornava as junções imperceptíveis. Para saber se o móvel havia ficado perfeito, Tenreiro fechava os olhos e passava as mãos sobre a madeira. Se as emendas fossem sentidas pelo tato, o serviço não estava bom

84


Fácil de executar e montar, a Cama Patente, de Celso Martinez Carrera, tinha preço acessível e logo foi cobiçada pelas camadas populares. Pela visão modernizadora dessa cama, que antecipou o design brasileiro no início do século 20, o móvel também ganhou versões contemporâneas

Design Brasil, o livro desvenda os novos rumos e significados do design, apontando os designers e estúdios que têm construído a face da inovação e do desenho atual

85


Casa e Estilo

A Poltrona Dinamarquesa de Jorge Zalszupin feita pela primeira vez em 1959 foi reeditada no ano de 2004, produzida com madeira de reflorestamento

Criação de Lina Bo Bardi, uma das precursoras do móvel moderno brasileiro, a cadeira Bowl fez parte da exposição Mobília Moderna Brasileira- 1940/1970

Criada em 2003 por Manuel Bandeira, a cadeira de balanço Levita é seu móvel mais famoso. Com capa de cordura, sua estrutura de barra de aço inox funciona como uma mola

86


Eleito em 1999 pelo Corning Museum of Glass como uma das 100 melhores peças de vidro do mundo, o Vaso Boat é criação do duo Eduardo Prado e Elisabeth Prado, bons conhecedores da arte vítrea

87


Casa e Estilo

Em sentido horário a partir da esquerda, o Bar feito pelo mestre das madeiras, o baiano autodidata Zanine Caldas. O encontro da arte e arquitetura se dava nas peças do polêmico artista-arquiteto Flávio de Carvalho, como é o caso de sua cadeira de ferro e percintas de couro, reeditada pela Futon Company.

Fabio Falanghe e Giorgio Giorgi inovaram ao pensar o abajur Hot Hat com inédita cúpula de policarbonato. Cadeira Vermelha com estrutura de alumínio e assento de cordões de algodão, criação dos irreverentes irmãos Campana. Poltrona Anel, criada por Ricardo Fasanello, misturava matériasprimas novas como resina de poliéster e fibra de vidro aos tradicionais couro, ferro e aço.

Design Brasil,

o livro, contextualiza esses últimos 101 anos do design no Brasil e a importância e o preciosismo de cada obra para a identidade do móvel nacional. Desvenda a irreverência, os novos rumos e significados, apontando os designers e estúdios que têm construído a face da inovação e do desenho atual. É uma contribuição significativa e referência para o reconhecimento e a memória do design brasileiro.

88

Fotos Divulgação



Casa e Estilo

Confortável e versátil, o espaço de Adriana Cuoco evidencia um lugar para aconchegar-se e ler bons livros

Por um morar mais sofisticado Mostra Artefacto reúne profissionais renomados e evidencia ambientes luxuosos em sua 19ª edição POR CARLA MATSU

90


U A sensação de aconchego e intimidade se reflete no living de Fabio Morozini que se inspirou na Hermès e Gucci para criar um ambiente exclusivo

ma das principais ruas do charmoso Jardim Paulista, em São Paulo, a Rua Haddock Lobo abriga restaurantes encantadores e lojas de grifes conceituadas, entre elas a tradicional Artefacto. A loja brasileira, voltada para decoração e móveis de alto padrão, está com mostra que reúne grandes nomes da arquitetura, design de interiores e paisagismo. Em sua 19ª edição, os três andares da loja são ocupados por ambientes criativos e luxuosos. Como em anos anteriores, alguns espaços refletiram o projetar de veteranos, como é o caso de Roberto Migotto, que assina a vitrine da exposição e Fernando Piva, responsável por um amplo living com jantar. Desde sua estreia em 1991, a Mostra Artefacto se tornou referência tanto para profissionais do ramo quanto consumidores, que vêem nela como um indicativo das novas tendências na decoração e mobiliário. Passeando pelos andares da loja, o visitante pode se identificar com distintos perfis inspirados em diferentes personalidades. Do despojado ao minimalista, do clássico ao contemporâneo, passando pelo rústico sofisticado, há ambientes

para jovens casais, solteiros, antenados e outros que agradam as referências mais tradicionais. Ao todo são 30 ambientes que projetam um desejo eterno, o de morar bem. Além deles, há também a urbana vitrine da mostra feita pelo arquiteto Roberto Migotto, que priorizou cores sóbrias, fazendo uso da geometria na parede laqueada de branco e detalhes em preto, assim como o piso, que quebram qualquer monotonia. O conforto e a versatilidade, prioridades em todo ambiente moderno, foram ponto de partida para a Sala de Leitura, criada por Adriana Bijarra Cuoco. Os 20m² foram bem aproveitados e a sensação de amplitude é dada pelo espelho sob o painel de madeira. Com o conceito de ser um ambiente que possa ser instalado tanto em uma residência quanto em um local público, como uma livraria ou biblioteca, Adriana desenvolveu um cantinho aconchegante e inspirador, onde objetos de decoração, livros, quadros e abajures dão o tom elegante, porém descontraído de um local voltado para uma atividade mais reservada.

91


Casa e Estilo

Na vitrine da Artefacto, pensada por Roberto Migotto, as luminárias do designer inglês Tom Dixon se aliam com o desenho moderno e cheio de ângulos projetados na parede.

Já um jovem casal de publicitários e colecionadores de arte foi a inspiração de Consuelo Jorge para a criação da Sala de Jantar, que leva um ar retrô, mas sem perder a contemporaneidade. A personalidade de seus moradores é refletida no ambiente que tem design arrojado e referências de arte na parede. A geometria dos tecidos foi aplicada no tapete que traz uma referência dos anos 1950 e as poltronas em capitonê foram propostas em seda amarela para contrapor seu desenho clássico. A sala de jantar também se destaca com a iluminação pontual, que propõe uma luz cênica e intimista proporcionando uma atmosfera agradável aos convidados.

92

A sala de jantar de Consuelo Jorge revela o gosto pelas artes e as duas luminárias pendentes proporcionam praticidade, pois podem girar livremente no espaço


Outra sala de jantar atual foi criada pela arquiteta Graciela Piñero. Como proposta a elegância a partir do uso de tons branco, preto e cinza em diferentes texturas, materiais e efeitos, a sala de 20m² ganhou iluminação com efeitos de cena e um espelho que imprime sensação de que a sala é bem maior do que se apresenta. Os arabescos no papel de parede, assim como no tapete, ajudam a criar uma identidade visual de sofisticação, mas sem excessos. O living pensado pelo arquiteto Fabio Morozini se inspira em duas marcas internacionais responsáveis por criar desejos de consumo atemporais. As últimas coleções da Gucci e a Hermès foram o ponto de partida para a sala de um casal viajado, exigente e acostumado a peças exclusivas. Essas referências se refletem nos detalhes, como o tapete com desenhos nos tons caramelo e cru, inspirados em uma bolsa de couro e o uso de materiais diferenciados e de grande valor visual. A simetria revelada em pórticos, guarnições e rodapés de 50 cm de altura também imprimem um caráter visual único ao ambiente que recebeu uma tela de Cícero Silva, especialmente executada para a mostra.

Graciela Piñero criou uma elegante sala de jantar, que mescla cores contrastantes mas que se nivelam e integram harmoniosamente

93


Casa e Estilo

O lounge de Débora Aguiar propõe o bem-estar e o relaxamento

Intimista e acolhedor, o lounge de Débora Aguiar propõe o bem-estar e relaxamento de seu morador e convidados. Os tons neutros dos pisos se contrapõem harmoniosamente com a madeira escura dos mobiliários, criando uma sensação de conforto e de casa acessível. Outro diferencial se reflete nas paredes revestidas de linho e estantes revestidas de couro que servem para abrigar livros, plantas e esculturas. A iluminação é igualmente bem explorada, com uma abóboda de vidro que possibilita a entrada de luz natural para dentro da sala. A 19ª edição da mostra exibe também os lançamentos da marca que este ano está reeditando alguns modelos que passam a fazer parte da linha Vintage. Além de refletir escolhas de bom gosto e inspirar o visitante a decorar sua casa, a mostra anual pode ser uma boa oportunidade para conhecer o trabalho de decoradores e arquitetos distintos, assim como os produtos da marca. Ela fica exposta na Rua Haddock Lobo, 1405 até o final do ano e a entrada é gratuita.

94

Fotos Divulgação



VIAGEM

Peru Com 29 milhões de habitantes e 1,3 milhão de km², país sul-americano reúne diversidade étnicocultural e geográfica, como relata o escritor Alonso Cueto; descubra, em Lima, museus e iguarias e, em São Paulo, confira receitas de dois chefs peruanos Em Lima, peças de ouro do museu Rafael Larco Herrera, cuja coleção reúne objetos pré-colombianos de mais de 3,000 anos

POR ALONSO CUETO

P

oucos países receberam tanto do resto da humanidade. No passar dos séculos, chegaram as imigrações de europeus, de africanos, de asiáticos que se mimetizaram com as culturas indígenas e entre si. Cada uma delas trouxe uma grande mistura para o idioma, a arte, os costumes. Essa variedade cultural do Peru tem seu correlato na variedade geográfica. Poucos países oferecem tantos tipos climáticos e geográficos. A selva amazônica de Loreto, onde se pode ver os golfinhos no rio, a selva alta de Tarapoto, Chachapoyas e suas cachoeiras, as “punas” (tipo de planalto) do lago mais alto do mundo, o lago Titicaca, as cadeias de montanha e as passagens andinas, e os enormes desertos da costa, com os 52 rios que desembocam em algumas de suas espetaculares praias. Um dos parques perto de Cusco, o Manu, tem a maior biodiversidade do planeta, com 200 espécies de mamíferos, mil tipos de aves e 200 tipos de árvores por cada hectare e meio. Até há alguns anos se falava 2.000 línguas no Peru, a maioria delas concentradas nas áreas de serra e selva. *Alonso Cueto, 56, escritor peruano, é autor de “A Hora Azul” e publicou, entre contos e romances, 12 livros

96

Sala do museu Larco parece “sex shop” pré-incaico POR JAMES CIMINO

A repressão sexual não é exclusividade da cultura cristã. Constata isso quem visita o museu Rafael Larco Herrera (www.museolarco.org), em Lima, que tem uma das maiores e mais ricas coleções de objetos cerâmicos e de ouro que remontam a mais de 3.000 anos de história pré-colombiana. Dentre as mais de 44 mil peças, destaca-se uma sala específica, que guarda a coleção erótica da cultura Mochica. São vasos e estátuas com representações de práticas e órgãos sexuais. Chega-se a ter a sensação de estar dentro de um “sex shop” préincaico, com jarras cerâmicas no formato de pênis e, se não fosse absurdo o adjetivo, bonecas “infláveis” em barro. Algumas das peças, segundo os guias, eram utilizadas para representar os períodos de colheita e, portanto, de fertilidade. Outras, remetiam à morte, como uma estátua com um pênis gigante e uma cabeça de caveira, demonstrando a preocupação dessas civilizações com o apego excessivo aos prazeres da carne. SALA ERÓTICA? Um dos inúmeros taxistas da capital peruana, mas dono de um raro conhecimento sobre museus limenhos, conduz a reportagem ao Larco Herrera, que classifica como “um dos melhores de Lima”. O motorista explica que o acervo daquele museu está situado dentro de uma mansão colonial do século 18, que, por sua vez, foi construída sobre uma pirâmide pré-colombiana do século 7. “Lá, tem uma sala erótica. É um lugar de onde as pessoas costumam sair mudas. Aí você pergunta: ‘O que achou da sala erótica?’ E te respondem: “Havia uma? Não me avisaram’.”

Texto e Imagens FOLHAPRESS


EXPOSIÇÃO PERMANENTE Nas salas de exposição permanente também há objetos menos “constrangedores”, como tecidos que demonstram o desenvolvimento da técnica de confecção em teares e coloração de fibras que datam de 1.000 a.C. Pouco depois de detalhar o apurado método têxtil, o guia se atém a explicar detalhes de uma pintura que demonstra a forma simbólica de colonização espanhola. O quadro mostra toda a dinastia inca que, em determinado momento, é sucedida pelo rei espanhol Carlos 1º, apresentado como “legítimo herdeiro dos reis incas”.

Plaza de Armas, ou plaza Mayor, fica no centro histórico da capital peruana

Acervo mostra o ouro usado em funerais Ainda no museu Larco Herrera, há um depósito, com 40 mil objetos arqueológicos, um dos poucos no mundo dessa importância abertos à visitação pública. Nele, encontram-se jarros com expressões faciais humanas tão realistas que dão ao visitante a impressão de estar conhecendo os remotos habitantes daquele país. Já nas salas finais da exposição permanente, surgem as hipnotizantes peças em ouro destinadas aos funerais da elite, que, assim como na cultura egípcia, deveriam servir aos governantes quando eles ressuscitassem. O ouro, ainda, é muito presente na economia e na cultura peruanas. Assim como a prata, é um de seus principais produtos de exportação. Embora costume-se dizer que os colonizadores espanhóis saquearam tudo, seria mais correta a tese de que saquearam tudo o que puderam encontrar. Após a independência do Peru (1821), muitos fazendeiros e barões do açúcar, como era o caso de Rafael Larco Doyle (1901 - 1966), fundador do museu Larco Herrera, bancaram escavações e localizaram sítios arqueológicos e tumbas nunca encontradas durante a colonização. Uma parte desse ouro pode ser visto no Museo del Oro, localizado em um antigo cofre do Banco de la Reserva del Perú, próximo à exuberante Plaza de Armas, no centro de Lima. Outra parte está no Museo de Oro y Armas, menos organizado e com um acervo meio amontoado, mas que vale a visita pela impressionante coleção de 40 mil armas e artefatos bélicos das mais variadas civilizações. Lá, há uma espada que pertenceu ao rei José Bonaparte, irmão de Napoleão, armaduras de samurais, adagas de membros do alto escalão nazista e até uma farda de veraneio do general Francisco Franco, ditador espanhol, encardida pelo tempo. James Cimino viajou a convite do site Poker Stars

Testino organiza livro sobre a capital Lima

Célebre fotógrafo de moda editou obra sobre a cidade peruana Um dos mais célebres fotógrafos de moda do mundo, o peruano Mario Testino homenageia a capital peruana, sua cidade natal, no livro “Lima Peru”, editado por ele. “Lima Peru” foi publicado em 2007 e traz fotos de Lima clicadas por Testino e por outros artistas peruanos. Além disso, há textos de escritores como o também peruano Mario Vargas Llosa. Na apresentação em seu site (mariotestino.com/page/127), Testino afirma que quis mostrar a Lima que conhece hoje e a que mora em sua memória. O livro pode ser encontrado por cerca de R$ 150.

97


VIAGEM

“Peru é uma só alma que não esquece dos seus fragmentos” Um dos frutos mais óbvios das fusões de imigrantes é a gastronomia, com os tamales e as humitas Por Alonso Cueto Tradução de Luisa Alcantara e Silva

D

as cerca de 2.000 línguas que eram faladas no Peru até há alguns anos, muitas desapareceram. Mas, línguas como o machiguenga, o aguaruna e, obviamente, o quéchua e o aimará, têm ainda dezenas ou centenas de milhares de falantes. Um dos frutos mais óbvios das fusões dos imigrantes é a gastronomia. Os primeiros escravos marroquinos criaram o seco de carne (carne cozida com molho), com o uso de coentro; os chineses trouxeram o costume do arroz (acompanhamento obrigatório para qualquer peruano que se apresenta como tal) e inventaram o prato lomo saltado; os negros produziram os tamales (pratos que lembram a pamonha) e as humitas (à base de milho). Vista de Machu Picchu, sítio arqueológico peruano a 2.350 metros de altura descoberto só em 1911; local recebe cerca de 2.000 visitantes por dia

Os italianos fizeram de Lima um dos melhores lugares para comer massa. Outro fruto é a música. Hoje é possível escutar nos teatros da capital Lima a músicos que cantam em quéchua e se pode assistir a programas de TV com flautas, “zampoñas” e “charangos” (instrumentos peruanos), incorporados ao violino, à arpa e ao saxofone. Na história do Peru, por último, todos os caminhos conduzem a Machu Picchu, o templo apoiado não só por seus muros, escadas e portas, como também pelo sítio natural em que está encravado, sobre um sólido céu azul, no pé de uma montanha verde– e junto ao vale sagrado. A história do Peru, como a do Brasil, é um experimento da humanidade por mostrar que pessoas de todos os cantos do planeta podem conviver e criar, em meio às diferenças, num país com tantas geografias, uma cultura. Uma só alma que não esquece seus fragmentos.

Brasil

terá seminários e promoções Em 2009, desembarcaram no Peru 80.940 viajantes brasileiros e, segundo o órgão oficial de fomento turístico PromPeru (www.peru.info/peruptg. asp)– o número representa uma majoração de 28,7% no número de visitantes de 2008. Ancorado nesse número crescente de visitação, o país prepara um conjunto de promoções e seminários no Brasil que tem parceiros nas operadoras ADV, Ambiental, Be Happy Fortaleza, Flot, Nascimento, TGK e na companhia aérea Taca. No bojo da campanha “Descubra o Peru”, serão capacitados, segundo os organizadores, 3.000 agentes de viagem e uma centena de estudantes de turismo. As atividades de promoção e as palestras ocorrem entre agosto e novembro em São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Novo Hamburgo, Brasília, Fortaleza, Teresina, São Luís e Belo Horizonte. Por Silvio Cioffi

Estique até Machu Picchu Quem vai a Lima e tiver tempo– e dinheiro– deve passar por Machu Picchu, símbolo mais conhecido do Peru no exterior. Erguida pelo império inca no século 15, a cidadela está a 2.350 metros de altitude. Tanto vale a visita que o local é considerado patrimônio mundial pela Unesco e, em 2007, entrou para a lista das sete maravilhas do mundo. Machu Picchu só foi descoberto em 1911, pelo historiador americano Hiran Bingham. O local ficou conhecido como “a cidade perdida”. Para conhecer Machu Picchu, umas das opções é hospedar-se em Cusco. A partir dali é possível seguir de carro, ônibus, helicóptero e até a pé– o percurso leva de três a quatro dias. A região, visitada diariamente por cerca de 2.000 turistas, foi bastante afetada por chuvas no início deste ano e ficou fechada entre os meses de janeiro e março.

98


Praia de Makaja é reduto dos surfistas Distrito de Barranco, de artistas e intelectuais, lembra Vila Madalena à noite e praça Benedito Calixto de dia Por James Cimino

“É

Acima, num píer, o restaurante La Rosa Nautica, em Miraflores. No alto, a Ermita preserva a antiga fachada; atrás dela existe um mirante do oceano Pacífico

verdade que em Lima nunca chove?”, perguntava o repórter da Folha a quem quer que puxasse conversa na capital peruana, onde parte das casas não têm telhados, apenas finas lajes ou telhas de amianto sem forro. A resposta tinha duas variáveis: “Sim, é verdade” ou “Não, só garoa...” Lima, que compreende uma região metropolitana de uns 9 milhões de habitantes, está envolta em uma nuvem de umidade e de poeira na maior parte do tempo. Mas, quando as nuvens se dissipam, surgem o céu azul e o verde do oceano Pacífico. Embora costeira, a capital peruana está sobre uma falésia de 154 metros de altura. Graças a isso, as praias da chamada costa verde, que lambe os ricos distritos de Miraflores, Surco e Barranco, são fruto de um aterro pedregoso que também pavimenta a via Costanera. Isso, no entanto, não impede que os surfistas se emborrachem dos pés à cabeça para pegar ondas nas frias águas da praia Makaja, de onde podem ser vistos os luxuosos edifícios de Miraflores e os parapentes no céu.

99


VIAGEM

O restaurante Rosa Náutica é o mais badalado de Lima

Lá de cima, namorados observam o quebrar das ondas abaixo do parque do Amor, que tem esse nome por causa de uma estátua de um casal deitado, aos beijos. À sua direita, há o farol da Marinha, cuja área abriga playgrounds e “cachorródromos”. À esquerda, o shopping Larcomar, ao ar livre. BARRANCO Ao sul da costa verde está o distrito de Barranco, um reduto de artistas e intelectuais que lembra muito a Vila Madalena à noite (pela alta concentração de bares e baladas) e a praça Benedito Calixto durante o dia (pela presença de feirinhas e artistas de rua). A noite, porém, termina cedo para os padrões paulistanos. Devido à lei do silêncio, as casas não recebem mais clientes após as 3h. Mas a principal “locação” de Barranco é a ponte dos Suspiros, que passa sobre a Ladeira dos Banhos que se estende até a praia. Em seus arredores, a Ermita, igreja incendiada em 1881 após invasão chilena– com interior em ruínas, mas de fachada preservada, cuja lateral leva a um belo mirante– é ideal para ver o pôr do sol no mar do Pacífico.

100

Peixes garantem o sabor da viagem Prove também carnes, como o lomo saltado

N

ão foi à toa que o “Cordon Bleu”, a célebre escola francesa de culinária, instalou uma filial em Lima. É porque lá se come, como se diz, do bom e do melhor– e de maneira única, original. No restaurante do hotel Thunderbird (www.thunderbirdhotels.com), o chef oferece uma sobremesa premiada na França como “a melhor do mundo”: a mousse de lúcuma (fruta típica do Peru) com chocolate. Também devido às águas frias da costa do Pacífico, os peixes e frutos do mar são frescos e abundantes. Isso faz com que qualquer ceviche de boteco seja uma experiência gastronômica. Mas não é só de peixe que vive a mesa peruana. O lomo saltado, um prato feito de filé mignon, também merece ser degustado. Para acompanhá-lo, peça um suco de chicha, um tipo de milho roxo que deixa a bebida com aparência de suco de uva.

Tudo isso regado a muito pisco sour, drinque feito com uma espécie de aguardente local, chamada de pisco, limão e clara de ovo [leia a receita na página 107]. Esses pratos, assim como o espeto de coração de boi, podem ser provados em um dos restaurantes mais sofisticados da cidade. Não somente pela pompa mas também– e principalmente– porque o Huaca Pucllana (www. resthuacapucllana.com) fica dentro de um sítio arqueológico no distrito de Miraflores. A Huaca Pucllana era um imponente centro cerimonial e administrativo, que se desenvolveu entre os anos 200 e 700. Durante o dia, funciona ali um museu com peças de cerâmica. Enquanto faz a visita, o turista pode escalar as muralhas de tijolos adobos brancos, construídos para resistir a terremotos. Mas, se além da comida, o visitante quiser uma bela vista para o mar, também em Miraflores há o Rosa Náutica (www.larosanautica.com). Construído sobre um píer de pedras, é conhecido como o restaurante mais chique da capital. Por James Cimino


SERVIÇO

PACOTES PARA LIMA PREÇO POR PESSOA, EM APARTAMENTO DUPLO

✈ COM AÉREO R$ 950 Três noites no hotel Continental. Na Submarino Viagens: 4003-9888; www.submarinoviagens.com.br US$ 570 Três noites no hotel Leon de Oro, com café. Inclui city tour e traslados. Na Decolar.com: (11) 2124-9000 www.decolar.com US$ 619 Três noites no hotel Miraflores, com café. Inclui traslados. Na Sem Fronteiras: (11) 3853-4401; www.semfronteiras.tur.br US$ 691 Três noites na Posada Inca Miraflores ou na La Hacienta Hotel & Casino, com café. Inclui city tour, um almoço em restaurante típico peruano e um jantar com show folclórico. Na Maktour: (11) 3818-2222; www.maktour.com.br US$ 619 Três noites no hotel Casa Andina ou similar, com café e city tour. Tarifa válida para embarque entre 4/8 e 10/12. Na Flot: (11) 4504-4544; www.flot.com.br US$ 696 Três noites no hotel Casa Andina Miraflores Centro, com café. Inclui traslados, almoço em restaurante típico peruano e city tour. Na Turismo Vianet: (11) 3129-3052; www.turismovianet.com.br US$ 698 Quatro noites no hotel Casa Andina Miraflores, com café. Inclui city tour. Na MGM Operadora (11) 3266-3844; www.mgmoperadora.com.br US$ 729 Três noites no Casa Andina Classic Miraflores San Antonio, com café e traslados. Na ADVtour: (11) 2167-0677; www.advtour.com.br

US$ 752 Três noites no hotel Casa Andina Miraflores Centro, com café. Inclui city tour e almoço em restaurante com comida típica peruana. Na Agaxtur:(11) 3067-0900; www.agaxtur.com.br US$ 888 Três noites no hotel Casa Andina San Antonio. Inclui city tour, traslado entre hotel e aeroporto, passeio pelas ruínas de Pachacamac, Museu do Ouro e Museu Larco Herrara e um jantar no restaurante La Dama Juana. Tarifa válida para o segundo semestre de 2010, exceto feriados. Na Freeway: (11) 50880999; www.freeway.tur.br US$ 890 Três noites no hotel Casa Andina San Antonio, com café e um jantar. Inclui traslados, city tour, passeios pelas ruínas de Pachacamac, ao Museu do Ouro, Museu Larco Herrera e Museu Arqueológico. Na Pisa Trekking: (11) 5052-4085; www.pisa.tur.br US$ 988 Três noites no hotel Mariel, com café. Inclui traslados, um jantar no restaurante Junius com show, um jantar no restaurante Rosa Náutica, city tour, passeio ao Museo Larco e ao Parque Circuito das Águas (aberto de quarta a domingo). Na CVC: (11) 2191-8911; www.cvc.com.br US$ 1.070 Três noites, com café. Inclui traslados, city tour, visita ao mercado municipal com degustação de ceviche e pisco sour, visita ao bairro de Barranco, à ruína de Pachacamac e ao museu Larco Herrera com almoço no Café del Museo. Tarifa válida para junho. Na Ambiental Expedições: (11) 3818-4600; www.ambiental.tur.br US$ 2.200 Cinco noites no hotel Miraflores Park Hotel, com café. Inclui city tour e traslados. Na Tereza Ferrari Viagens: 0/xx/11/ 3021-1699; www.terezaferrariviagens. com.br

101


gourmet À esquerda, o chef Fábio Barbosa na cozinha do restaurante La Mar. Abaixo, o chef de cozinha do restaurante peruano Killa, Dylan Koishi, preparando o prato Ceviche

DETALHES DOS RESTAURANTES ◀ LA MAR

São Paulo experimenta o sabor do ceviche peruano

Rua Tabapuã, 1.410, Itaim Bibi (zona oeste), São Paulo (11) 3073-1213 Funcionamento. Almoço: de segunda à sexta, das 12h às 15h; aos sábados, das 12h às 16h; aos domingos, das 13h às 17h; jantar: de segunda à quinta, das 19h a 0h; às sextas e sábados, das 20h à 1h www.lamarcebicheria.com

Veja restaurantes no Itaim Bibi e em Perdizes e prove temperos andinos POR PRISCILA PASTRE-ROSSI* Em São Paulo, que se orgulha de comportar a cozinha de 52 nacionalidades, a culinária peruana aportou apenas recentemente. Até o ano passado, era preciso embarcar em direção a Maceió para provar um ceviche que obedecesse fielmente à receita original peruana– fica na capital alagoana, há 14 anos, o pioneiro Wanchako. Mas São Paulo capitulou. No começo, pela porta dos fundos: o ceviche passou a frequentar cardápios de restaurantes japoneses, italianos, franceses, contemporâneos... Agora, há nela bons endereços para provar a culinária peruana tradicional. O mais famoso é o La Mar (www. lamarcebicheria.com), de Gastón Acurio– o chef peruano que ficou conhecido com a rede de restaurantes Astrid & Gastón (www. astridygaston.com). O La Mar é franquia da sua rede de cevicherias. Já com casas em Cidade do México (México), Lima (Peru), San Francisco (EUA) e Santiago (Chile), ele abriu as portas em 2009 em São Paulo. Prove a degustação de quatro ceviches em porção para dividir (R$ 49). Cada ceviche vem em uma tacinha– ótima opção de entra-

102

da para quem vai a dois. A barca de causas (R$ 42), como são chamadas as combinações de batata com limão e ajies (pimentas peruanas), cobertas com sabores variados, também são interessantes. Mas só peça se já tiver experimentado os ceviches, imbatíveis. Para acompanhar, experimente o pisco sour (R$ 21). E, para finalizar, a degustação de sobremesas (R$ 29). Quem fica à frente da cozinha de Gastón no Brasil é o chef Fabio Barbosa, 36, que vai ao Peru pelo menos quatro vezes por ano. “A gastronomia peruana é como o futebol para o brasileiro”, diz. “Eles não dão valor só para a comida que está na mesa. Dão valor para cada etapa, desde a plantação da batata pelo agricultor.” Um endereço menos imponente que o La Mar, mas com cozinha igualmente saborosa, é o restaurante Killa (www.killa.com.br), uma das boas surpresas de uma sossegada esquina de Perdizes, na zona oeste da capital. O chef Dylan Koishi, 32, lidera a cozinha. Peça a degustação de quatro pratos– ceviche, polvo (crocante e delicioso!), tiradito de salmão e um prato quente–, a R$ 90.

▲ KILLA

Rua Tucuna, 689, Perdizes (zona oeste), São Paulo (11) 3872-1625 Funcionamento. Almoço: de quinta à sexta, das 12h às 15h; aos sábados, das 13h às 16h; aos domingos e feriados, das 13h às 17h; jantar: de terça à quinta, das 19h às 23h30; às sextas e sábados, das 20h a 0h www.killa.com.br

*FolhaPress. Fotos: Carlos Cecconello / FolhaPress



gourmet

Ceviche

Veja como saborear o mais forte símbolo da gastronomia peruana POR PRISCILA PASTRE-ROSSI*

” CEVICHE Ingredientes: Peixe de carne branca sem fibras e cortado em cubinhos; limão (para ser espremido na hora); sal; coentro; ahí amarillo (para substituir a pimenta peruana, dificilmente encontrada no Brasil, a chef do Wanchako (leia ao lado) sugere “um dedinho de moça sem o carocinho”, alho; uma pitada de sal condimentado; cebola roxa picadinha (não pode ser a branca); batata doce cozida; alface. Como fazer: Corte o filé de peixe em cubinhos. Separadamente, junte todos os temperos ao caldo de limão. Regue o peixe com esse caldo (tomando cuidado para não cobrir o peixe com ele). Coloque em cima a cebola roxa. Sirva com batata-doce e alface. ▶ COMO SERVIR Com alface, batata-doce cozida (para cortar a acidez do limão) e chocos (o milho peruano).

Em 1996, chef abriu em ALAGOAS bistrô peruano “Precisei educar o paladar das pessoas para o sabor peruano”. A frase é da chef Simone Bert, 47, dona do restaurante Wanchako (www.wanchako.com.br), em Maceió, aberto em 1996. Casada com um peruano, Simone aprendeu os segredos daquela culinária com a sogra. Nas viagens que fazia com a família ao Peru, descobriu os produtos. E se apaixonou. “Quando abri o Wanchako ninguém no Brasil falava em comida peruana.” Mas atrair clientes dispostos a descobrir um sabor diferente foi somente um dos obstáculos de Simone. Há ingredientes que não são encontrados no Brasil, como a pimenta peruana. E peixes que só vivem no Pacífico. Desde então, o que é possível trazer do Peru, ela traz. O que não dá, adapta. “O limão peruano, por exemplo, é mais ácido. Por isso, os cubinhos de peixe no Brasil precisam ficar dois minutinhos a mais em contato com o caldo do limão.” Abrir uma casa em São Paulo está nos planos. Mas, por enquanto, a chef trabalha em outro projeto: aulas de comida peruana, dadas no restaurante. WANCHACO Rua São Francisco de Assis, 93 Jatiúca, Maceió (82) 3377-6024 Funcionamento. Almoço: de segunda à quinta, das 12h às 15h; às sextas, das 12h às 16h; jantar: de segunda à quinta, das 19h às 23h30; às sextas e sábados, das 19h a 0h30 www.wanchako.com.br

Entrada ou prato principal? Os peruanos comem o ceviche das duas formas (como entrada ou prato). No almoço ou no jantar? No Peru, as cevicherias ficam abertas até as 17h, já que os peruanos não comem ceviche à noite. Mas é possível pedi-lo no jantar em outros tipos de restaurante. No Brasil, as cevicherias costumam abrir normalmente à noite.

104

*FolhaPress. Fotos: Carlos Cecconello / FolhaPress


▶ A ETIQUETA Coma de garfo e faca. Pela relação que muita gente faz entre o ceviche e a comida japonesa, alguns restaurantes perguntam se o cliente quer usar o hashi. Dispense. Tradicionalmente, no Peru come-se ceviche com garfo e faca. Use a colher para tomar o leche de tigre, que é aquele caldo que fica no fundo do prato. Quando terminar de comer, nada de virar o potinho na boca. ▶ O VERDADEIRO Os dois ingredientes principais são peixe branco fresco e ají (a pimenta peruana). ▶ A DIFERENÇA A variedade de peixes de carne branca encontrada no oceano Pacífico é muito maior do que a encontrada no Atlântico. Mora aí a principal diferença entre os ceviches feitos no Brasil e no Peru.

« PISCO SOUR Ingredientes: 150 ml de pisco; 50 ml de suco de limão; 50 ml de xarope de açúcar, 1 clara de ovo. Como fazer: Na coqueteleira, acrescente o pisco, o suco de limão, o xarope de açúcar e a clara de ovo. Bata todos os ingredientes. Coloque em um copo e decore com três gotas de angostura. Acrescente gelo a gosto. Para fazer o xarope de açúcar: 25 gramas de açúcar refinado e 25 ml de água. Coloque os ingredientes em uma panela em fogo baixo e, assim que estiver diluído, antes de ferver, retire do fogo e deixe esfriar.

105


eventos

O Mundo É DOS NETS

106


1

2

3

4

5

6 7

1- Renata Razuk, Cel. Tutchenko, Elaine Atala (TV Morena), Gustavo Pitoluga (Net CPE) e Marcelo Campos 2- Marcio Carvalho (Dir. Produtos), José Marques (Festas e Eventos), Daniel Barros (Vice-Presidente Net), Peralta (Shoptour) 3- Milze de Paula e João Borges Jr. 4- Djalma Loubet e Jussara Loubet 5- Cel. Alfarone, Andréa La Selva e Pierre Adri 6- Getúlio, Geverton, Rybamar, Enivon e Ricardo 7- Cel. Tutchenko, Luis Antônio Alves (Dir. Regional Net Serviços), Andréa La Selva (Ger. Net) e Anderson Pacheco (Net Campo Grande) 8- Cleidson Lima e Janaína Ivo

8

107


eventos

A

migos, clientes e autoridades locais estiveram presentes no dia 02 de Agosto no Golden Class, para prestigiar o lançamento da Net Digital HD e seu novo portfólio de produtos. A Net Serviços, maior empresa de multiserviços via cabo da América Latina, lançou novidades em TV por assinatura com alta definição (HDTV) e banda larga, telefonia fixa e no Net Combo, que reúne os três serviços, incluindo a melhor tecnologia, conteúdo e oferta do mercado. NET Digital HD Max e NET Digital HD são os serviços de transmissão digital em alta definição (HDTV) que conjugam o melhor conteúdo da TV por assinatura brasileira com qualidade de imagem e som até então nunca vista. NET Digital HD Max também traz a capacidade de personalizar e construir a própria programação, pois permite reproduzir e gravar imagens em alta definição. Além disso, os clientes Net Digital HD Max têm a sua disposição o mais avançado equipamento de TV digital do país, no qual por meio de um único decodificador, os clientes da NET recebem os canais abertos e da TV por assinatura.

108


NET traz tambÊm para Campo Grande novas velocidades de banda larga e mais vantagens em telefonia fixa. O novo Virtua Megaflash agora possui novas opçþes de velocidades: 1,5, 10 e 20 Mega.

109


eventos

LANÇAMENTO As empresárias Nayara Barbosa e Tânia Silva reuniram mais de 700 pessoas no Yotedy para o lançamento da coleção Vis-a-Vis 2011. O frisson foi enorme, o estilista Waldir Ribeiro mais uma vez arrasou nos modelos e esbanjou glamour e criatividade na passarela com lindos vestidos para as noivas. Confira aqui alguns momentos dessa inesquecível noite. Fotos Marcos Vollkopf

1

3

2

4

5

6

110

1- Momento desfile 2- Melissa, Alexis, Arlindinho e Márcia Lima 3- Maria Adelaide e Nayara Barbosa 4- Nelson Oliver e Jorge 5- Juci, Marcos Volkopf, Maria Adelaide e Patricia 6Nayara, Waldir Ribeiro e Tânia Silva



the next mood

Cores

usar e ousar sem medo Um guia para


113


nome da seção

120 lojas no Brasil Shopping Campo Grande • 1º Piso Campo Grande • MS Fone: (67) 3326.5050 Shopping Avenida Center • 1º Piso Dourados • MS Fone: (67) 3421.5051

114

TEXTO DE LEGENDA


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.