Mood Life 52

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Nº 52 R$ 12,90

A vida e todos os seus estilos

LifI Pipoca e Pastel

Essas duas iguarias são as responsáveis pelo sucesso profissional de dois personagens que marcam a cena urbana de Campo Grande e Três Lagoas.

De primeira

Viagem

Campo-grandenses embarcam para Lisboa, Paris, Dublin e Berlim e realizam sonho.

Direto do Sítio

Na harmonia de uma propriedade a 25 quilômetros de Campo Grande, descubra a fabricação artesanal de queijos de cabra.

GABRIEL

SATER

Com sotaque típico de menino sul-mato-grossense, o cantor fala de suas raízes, a paixão pela música e projetos futuros.






Editorial

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o pensarmos na edição 52 e pautarmos todas as seções, tivemos ainda a certeza de que nossos leitores estão ávidos por assuntos e temas da nossa terra. Em nossa capa, trazemos uma conquista, o filho de uma geração que marcou a ainda conta história em nosso Estado, a família Sater. Gabriel Sater é simples, um querido, daquele tipo de pessoa que você consegue e pode falar na hora que quiser. Apesar do corre corre diário, ele se mostrou desde o primeiro contato, superdisposto, e a nós da redação agradou a todo o momento. Uma entrevista cheia de trechos de uma vida que ainda está em construção, mas recheada de vitórias e descobertas. O cantor e compositor abriu as páginas da sua vida e nos mostrou mais que sua essência. Em cultura, uma menina que encantou nossos ouvidos ao passarmos por Ponta Porã, durante a festa de lançamento da Mood no município. Jazmín Luján tem 9 anos e abrilhantou nosso evento ao fazer uma participação com músicas típicas do Paraguai. Em Negócios, duas iguarias que marcaram a história de empreendedores de Campo Grande e de Três Lagoas, a pipoca e o pastel. Nessa seção, conversamos com os protagonistas de duas histórias de encher os nossos corações de orgulho, o Baiano da pipoca e a Maria do Pastel. Em consumo, uma seleção apurada de produtos para enriquecer sua casa, do guarda-roupas até a cozinha. Nas demais páginas, ainda muita história de encantar os olhos e a alma. Aprecie e boa leitura!

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Capa Gabriel Sater Foto: Erich Sacco Produção Executiva: Clarissa de Faria

Clarissa de Faria. 5.000 exemplares impressos

EXPEDIENTE Editor Odirley Deotti (DRT 122/MS) editor@moodlife.com.br Jornalista responsável Clarissa de Faria (MTB 854/MS) reportagem@moodlife.com.br Equipe editorial: Clarissa de Faria, Odirley Deotti e Thaís Pimenta. Projeto gráfico e Design editorial: Odirley Deotti. Fotógrafos: Alex Garcia, Erich Sacco, Estúdio Sim, Gabriel Moreira, Gilson Barbosa, Jimena Bautista, Marcos Vollkopf e Yngrid Corsini. Revisão Dáfini Lisboa dafini.lis@gmail.com Colaboraram nesta edição: Carla Cecarello, Dirceu Peters, Douglas Mamoré Junior, Lúcia Coletto, Rafael Belo, Sonia Caldart, Thereza Christina Silva, Walter Gonçalves e Yngrid Corsini. DIRETORES Daniel Albuquerque e Marta Albuquerque Revista Mood Life é uma publicação mensal da Editora e Revista Mood Life. Rua da Paz, 1629. Santa Fé. Campo Grande/MS CEP 79102-210. Não nos responsabilizamos pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam no expediente não tem autorização para falar em nome da Revista Mood Life. Impressão e acabamento Gráfica Alvorada. Distribuição e assinatura contato@moodlife.com.br PARA ANUNCIAR LIGUE (67) 3222-7331

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Sumário

Gabriel Sater

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Com sotaque típico de menino sul-mato-grossense, o cantor fala de suas raízes, a paixão pela música e projetos futuros.

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Boas Ideias

Alfandegária, uma lojinha virtual com os produtos queridinhos da mulherada.

Cultura

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Estilo de Vida

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Décor

A dia a dia de quem opta por ser feirante.

O administrador e publicitário Kenzo Minata descobriu no upcycling uma paixão.

Na Estrada

Gourmet

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Entrevista

Empresário Maurício Vargas, proprietário do ReclameAQUI, conta como tudo começou.

Negócios

Uma paraguaita de apenas nove anos encanta aos olhos e ouvidos por onde passa.

Campo-grandenses embarcam para Lisboa, Paris, Dublin e Berlim e realizam sonho.

Descubra a fabricação artesanal de queijos de cabra.

Pipoca e pastel, o sucesso de dois empreededores de Campo Grande e Três Lagoas.

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da Redação Bastidores da Mood

#MoodLife

A dona Kika, mãe de Sabrina Sato, recebeu a edição 51 da Mood Life e conferiu a matéria especial de capa contando um pouquinho da trajetória de sua filha, uma mulher multitalentosa e cheia de história.

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Boas ideias

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Por Thaís Pimenta

Alfandegária

A Alfandegária é uma marca e uma lojinha virtual. Atualmente, ela vende produtos importados à pronta-entrega e, ainda neste semestre, começará a disponibilizar sapatos e roupas de marca própria. Produtos queridinhos da mulherada, como o creme hidratante para os fios Sillicon Mix e o gloss labial da Eos, são vendidos a preço de custo. A ideia da Alfandegária é deixar as mulheres lindas, da cabeça aos pés. "Pensamos num conceito diferente de tudo que já existia no mercado. Nossa loja vende cosméticos e, ainda neste semestre, começará a disponibilizar roupas e sapatilhas. É uma marca para a mulher", diz Viviane Helena de Moura, uma das sócias da marca. O envio dos produtos é feito para todo o Brasil. Para conferir, acesse www.facebook.com/alfandegaria.

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MARISAYURI

O que de início era um hobbie acabou guiando Mariana Sayuri para escolher sua profissão: artesã. Seu talento para ilustração e para trabalhos manuais é encantador. Com ilustrações divertidas em camisetas e bolsas, ela também cria bonecos, bichinhos de pelúcia e chaveirinhos, tudo sozinha. "Meu trabalho principal é com os orixás e as entidades das religiões africanas, mas também faço muitas coisas da cultura pop, desenhos animados e tudo mais", conta ela. Confira seus trabalhos e entre em contato pela página do Facebook migre.me/pzPDs.



Tome nota

FOTO GIULLIANO GONDIM

Por Thaís Pimenta

A Alimentar está preparando novidades para o mês de maio. Além do almoço, um cardápio recheado de delícias saudáveis. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h e aos sábados, das 8h30 às 12h. Acompanhe nas redes sociais ou ligue 3025-6364/8408-7734. #VemSerAlimentar

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Novidades Alimentar

MAIS BONITA DA CIDADE A Banda Mais Bonita da Cidade vem para Mato Grosso do Sul pela primeira vez para fazer um show cheio de encanto no Teatro Municipal de Dourados. A apresentação acontece dia 31 de maio e traz canções do último disco da banda, "O Mais Feliz da Vida". Para informações acesse abandamaisbonitadacidade.art.br

NOITE do VINIL Que tal ouvir um belo disco de vinil nas terças-feiras? Pois é, essa é a proposta que vem dando super certo no Baraúna Bar. A partir das 18 horas, o bar abre suas portas (e sua vitrola!) para os clientes, os que quiserem podem trazer seus próprios discos e curtirem um som tomando uma cervejinha gelada! Para mais informações acesse www.facebook.com/baraunabar

CASA BAZAR

Entre os dias 6 e 10 de maio acontece a quarta edição do Casa Bazar, uma iniciativa que disponibiliza peças de várias marcas conceituadas no mercado com ótimos preços. Entre os produtos vendidos estão acessórios, vestuário masculino e feminino, decoração e cosméticos, uma liquidação fora de época e, o melhor, com roupas de grife. Essa edição acontece na livraria Le Parole, que fica na rua Euclides da Cunha. Informações nos telefones 9223-0002 e 9237-8900. FOTO FERNANDO ANTUNES

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NÔMADE

EXPOAGRO

A 51ª edição da Expoagro (Feira Agropecuária Internacional de Dourados) será realizada este ano entre os dias 15 e 24 de maio. Considerada a maior feira agropecuária do interior de Mato Grosso do Sul, a Expoagro acontece todos os anos no Parque de Exposições João Humberto de Carvalho, sob organização do Sindicato Rural de Dourados. Dentre as atrações confirmadas estão as duplas Henrique e Juliano, Jads & Jadson, Henrique & Diego, Bruno & Marrone e a banda Paralamas do Sucesso.

Terra

As fotografias de Sebastião Salgado estão em cartaz até o dia 14 de junho no Museu Marco, em Campo Grande. A exposição "Terra" narra o massacre de Eldorado dos Carajás (Pará, 1996), em que 155 soldados da polícia militarizada abriram fogo contra uma manifestação de camponeses em protesto aos graves problemas dos trabalhadores do campo e ao atraso legal de expropriação de terras, além do registro de outros conflitos envolvendo o trabalhador. As fotografias fazem parte do acervo da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Adufms).

A partir do dia 21 de maio começa a funcionar o Nômade Food Park, um complexo com 16 trucks e 10 barracas de gastronomia variada. Ao ar livre, com luzinhas estilo varal, mesas comunitárias (como em festivais de música), serão servidos sanduíches gourmets, hambúrgueres, comidas étnicas, como a tailandesa, além de sucos naturais, cafés e doces. Tudo preparado com ingredientes especiais, feitos pelos chefs empreendedores, que entraram no negócio junto com as idealizadoras do Nômade, Isabela Blanco e Pilar Galceram Guim. Não deixe de conferir!

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na Estante

literatura

Convidada Henrique Pimenta

Amar É Crime Marcelino Freire

Marcelino Freire manipula como poucos a fala dos que vivem à margem. Com tal poder de manipulação, compôs esse livro de contos em que os personagens protagonizam o seu nada existencial, como a obesa com seus 240 kg de traumas, o vovô exguerrilheiro, a professora pedófila, o jovem negro sequestrador... E, por incrível que pareça, o fio que liga todas as histórias é o bom e velho amor.

música

Afrociberdelia Chico Science & Nação Zumbi

cinema

Um CD para lá de bem produzido, misturando ritmos nordestinos, rock, rap, funk e música eletrônica. É o ponto alto do movimento pernambucano manguebeat e um dos meus CDs prediletos. Pena que Chico Science tenha nos deixado tão cedo, com apenas 30 anos, mas por sua obra junto ao Nação Zumbi e, em especial, por nossa audição constante das 23 músicas de “Afrociberdelia”, sentimos a presença de sua genialidade, vida que pulsa. Um legado e tanto!

A Festa da Menina Morta Matheus Nachtergaele

Eis um exemplo de filme que incomoda: trama acerca da religiosidade popular vivida lá no fim do mundo amazônico, lugar que poderia se repetir em qualquer fim de mundo brasileiro. Fiquei surpreso com a qualidade da história e da fotografia, assim como a estreia na direção de Matheus Nachtergaele e as boas atuações do elenco, principalmente, de Daniel de Oliveira. Filme incômodo, e bom.

Henrique Pimenta

Antes de consumir filmes, músicas e livros, procuro me desafiar. O desafio precede o consumo de um bom produto cultural. Se não houver desafio, melhor ir dormir. FOTO GABRIEL MOREIRA

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Fotos: Studio Vollkopf

Quando o amor invadir o coração, você precisará de um lugar para celebrar tamanha felicidade.

Sinta a alegria de estar exatamente no lugar dos seus sonhos e realizar memoráveis momentos no Recanto Ratier, um espaço ímpar para eventos, onde o paisagismo faz morada até dentro dos recintos. 67

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Espaço para Eventos


Por Thaís Pimenta e Clarissa de Faria

Talento inato Uma paraguaita de apenas nove anos encanta aos olhos e ouvidos de todos, por onde passa.

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primeira vez que vi Jazmín foi no evento de lançamento da Mood, em Ponta Porã. Meus ouvidos ficaram atentos no momento em que soube que ela faria uma apresentação especial. No primeiro tom ecoado naquele salão, não tinha quem não se emocionasse com sua performance e voz perfeita. Doce, esperta, talentosa, simpática e um sorriso que vai de orelha a orelha. Ouvir “Mercedita” e outros clássicos da polca paraguaia, ao som da voz

dela, foi emocionante. Jazmín Luján tem 9 anos, começou a cantar com quatro e já disputou concursos de nível internacional. Tamanho talento é incentivado pelos pais, Oscar Adan Sanabria e Clável Ojeda, tanto é que os dois estão sempre presentes na vida da pequena notável; ele é assessor, e a mãe, Clável, faz de tudo um pouco: é assistente, maquiadora e assessora de imagem. Sua voz forte interpreta os


maiores clássicos da polca paraguaia e também arrisca novas composições, escritas pelo próprio pai. "Eu gosto de cantar todos os estilos, menos árabe, por enquanto, acho que ainda não estou pronta para esse ritmo", conta ela. Tanto talento é inato. "Nunca frequentei uma escola de canto, mas estou consciente de que, para me profissionalizar, vou precisar. Mesmo nos programas de talentos que vou, conto com professores de alto nível e que me ajudam muito." Além da profissionalização na música, ela também sonha em ser dançarina e atriz, uma profissional completa. "Para que me sinta plenamente realizada, quero ser ainda atriz, cantora profissional e bailarina." Este ano, Jazmín disputa com outras doze crianças, no programa de variedades da TV americana Univisión, o “Sábado Gigante”, no quadro “Estrelas do Futuro”. "No ano passado, participei de um programa similar na televisão paraguaia, um reality de talentos infantis que se chama 'Pequenos Gigantes'. Acho que os produtores

do Univisión, do ‘Sábado Gigante’, me encontraram pela internet, porque tenho registrado com vídeos as minhas apresentações, mas foi pela minha página no Facebook que eles entraram em contato comigo no começo." Entre milhares de pequenos, Jazmín foi a única escolhida para representar o Paraguai no programa. "Estar no programa ‘Sábado Gigante’ é o sonho de qualquer artista, porque é um show de alcance mundial. Com a matriz em Miami, a emissora repassa o sinal para mais de 43 países de língua espanhola", explica o pai da garota. Além disso, a produção do “Sábado Gigante” distribui um valor em dólares para os três primeiros colocados do reality. Para os pais, o talento da menina é inegável, mas garantem que ela ainda pode aperfeiçoar seu dom. "Sinto que ela tem que crescer um pouco mais na carreira e estudar para poder afinar todo esse talento, mas não podemos negar que ela é uma tremenda artista para sua pouca idade. Estamos orgulhosos!", afirmam.

FOTO OSCAR SANABRIA

NUNCA FREQUENTEI UMA ESCOLA DE CANTO, MAS ESTOU CONSCIENTE DE QUE, PARA ME PROFISSIONALIZAR, VOU PRECISAR. MESMO NOS PROGRAMAS DE TALENTOS QUE VOU, CONTO COM PROFESSORES DE ALTO NÍVEL E QUE ME AJUDAM MUITO.

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Mistura Fina Por Odirley Deotti

ALTA

definição CONVERSÍVEL Praticidade é uma das palavras que descreve o Acer Aspire Switch 10. O novo gadget 2 em 1 conta com carcaça texturizada, que ajuda a prevenir arranhões; apesar de compacto, ele é pesadinho: no modo tablet, mede 262 x 180 x 10.95 mm e pesa 630 gramas. No modo notebook, as medidas são de 262 x 180 x 25.75 mm, e seu peso é de 1,28 kg. O Switch 10 vem com Gorilla Glass 3 protegendo a tela, e a base para o teclado é resistente contra quedas. Por dentro, ele agrada: processador Intel Atom, com 2 GB de RAM DDR3L, até 64 GB de armazenamento eMMC e discos rígidos opcionais de até 1 TB, no teclado destacável. Disponível em seis cores diferentes. Gostou? Então, aguarde até junho, que é a data prevista para ele chegar ao mercado.

de pulso

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Quem gosta de jogos eletrônicos sabe, um headset (fone de ouvido com microfone embutido) de qualidade faz uma enorme diferença. E foi pensando em gamers que a Edifier criou o K830. Com alta definição de som e ajuste de cabeça, o novo headset tem almofadas revestidas em couro e acabamento elegante. Ideal para jogos, vídeos, músicas e até fazer ligações, o fone K830 tem alto-falante de 40 mm NdFeB, o que garante um som nítido. O microfone é dobrável e removível, para facilitar o transporte, e tem ainda controle remoto no fio e conector P2. Disponível nas cores preta e branca. Por R$ 139, no site www.kabum.com.br.

Os smartwatches ainda não caíram na graça dos consumidores, mesmo assim, as fabricantes estão investindo pesado no setor. A Sony, uma das principais marcas, acaba de trazer para o Brasil o SmartWatch 3. O dispositivo é gerenciado pelo sistema operacional Android Wear, e a versão lançada no mercado nacional vem em couro preto. O design versátil permite seu uso por homens e mulheres, e é possível explorar as atividades do Google Now, responder a mensagens do WhatsApp e SMS, bem como realizar outras funções via comandos de voz. Além disso, recursos de pesquisa e localização por voz também podem ser facilmente acessados pelo relógio. O modelo é à prova d’água (IP68) e possui tela de 1.6 polegadas. Por R$ 999, no site www.casasbahia.com.br.



Mistura Fina Por Thaís Pimenta

BACK TO

90's Resgate os acessórios das antigas e fique na moda!

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moda é cíclica. Prova dessa afirmação são os acessórios que foram febre nos anos 90 e voltaram (com força total!) para o closet feminino. Duvida? É só dar uma reparada nas produções das fashionistas por aqui. O choker, aquela gargantilha que mais parece uma tatuagem tribal, volta a ser um acessório queridinho e dá uma graça a mais para o look. Falando nisso, os colares e as pulseiras com moedas também chegam com tudo, combinando com o estilo boho, trend neste outono/inverno. Turbantes e chapéus fazem a cabeça da mulherada. Ambos são democráticos e versáteis, pois não dependem de uma estação específica para sair do armário. Nos pés, a volta da plataforma e do salto tratorado. Ah, inclusive, é possível usar esses sapatos com uma meia 7/8, outra tendência da season!

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5 1. Turbante Sheika, da Virvin, por R$ 114,52. Disponível no link www.virvin.com/ product/sheikha-turban. 2. Choker tattoo, da Love Style, por R$ 20,60. Disponível no link http://lovestyle. com.br/choker-tattoo.html.

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3. Melissa Stellar, da Melissa, por R$ 290. Disponível para compra no link lojamelissa.com.br/melissa-star-walker/ stellar. 4. Meia 7/8 canelada, por R$ 5,99. Disponível na loja física da marca. 5. Maxi Colar Gypsy, da My Gloss, por R$ 249,90. Disponível na loja virtual da marca e nas lojas físicas. 6. Maxi Colar Medalhas, da My Gloss, por R$ 144,95. Disponível na loja virtual da marca e nas lojas físicas. 7. Chapéu Floopy, da Chapelaria Vintage, por R$ 104,90. Disponível no site: www.chapelariavintage.com.br/ floppy/.

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Mistura Fina Por Thaís Pimenta

Pele de

Pêssego C

hega um momento em que a pele já não corresponde a nossa idade interior, as rugas começam a aparecer, e aquele aspecto lisinho já não é refletido no espelho. Os chamados sinais costumam ficar visíveis lá pelos 35 anos, em homens e mulheres. Antes disso, protegerse com filtro solar e ter uma rotina de limpeza diária já é suficiente para prevenção da pele. A partir dos 30 é que os produtos anti-idade se fazem necessários. Por isso, selecionamos alguns que vão te ajudar a dar aquela esticadinha na pele; mas, antes de usá-los, é sempre bom consultar um dermatologista.

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1. Hidracare Antiox FPS 35, da Dermage, por R$ 82,80. Disponível no site www. dermage.com.br. 2. Redermic Hyalu C, da La Roche Posay, por R$ 174,90. Disponível no link goo.gl/ BT5t3X.

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3. Repairwear Intensive Lip Treatment, da Clinique, por R$ 142. Disponível no link goo.gl/2A4Ufl. 4. Serum 10, da Vichy, por R$ 175,90. Disponível no site www.vichy.com.br. 5. Capital Soleil FPS 50, com cor, da Vichy, por R$ 59,90. Disponível no site www.vichy.com.br. 6. Cellular Swiss Ice Crystal dry oil, da La Prairie, por R$ 1.409. Disponível no site laprairie.com. 7. Aquaporinas - Hydratant Mixte, da Anna Pegova, por R$ 228. Disponível no link goo.gl/cJRzke.

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8. Sublime Energy, da RoC, por R$ 204. Disponível no link goo.gl/CrDMub. 9. Vitamina C - Bio Nano C, da Bioage, por R$ 178. Disponível no link goo.gl/ wSWF4r.

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Intimidade

O erotismo em alta

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ual será a razão para este estrondoso êxito do filme “50 Tons de Cinza”? A razão para tudo isso é a mistura da história de amor clássica com passagens sexuais explícitas. Trata-se de um conto de fadas com um tempero de submissão. A trilogia se aproxima das leitoras por não ser apenas mais um romance água com açúcar. Tem, sim, uma história de amor, mas também relações sexuais, que é o que acontece em todos os relacionamentos. O livro e o filme fazem sucesso, não porque as mulheres desejam ser submissas, pelo contrário. Fazem sucesso porque são excitantes. E, por conta do feminismo e da liberação sexual, as mulheres, atualmente, podem escolher como querem viver o sexo, com muito prazer. Inclusive, se desejam estar

_ CARLA CECCARELLO É PSICÓLOGA E SEXÓLOGA CRP-06/35.812-0 Apresentadora de rádio e TV www.carlacecarello.com.br Tel.: 11 3887.5123

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em uma relação sem compromisso, como é o caso do sexo casual. A trilogia “50 Tons de Cinza” possibilitou a conquista dessa liberdade sexual. A popularidade desse título ajudou muitas mulheres a descobrir e aproveitar o erotismo, os brinquedos eróticos e até a pornografia, o que é fantástico, já que, por muitos anos, a mulher ficou trancada em um “mundinho” de que “nada pode, porque é feio”. Agora, uma coisa é verdade: os homens também precisam responder às mudanças. E o filme pode intensificar essa necessidade. E aí, há duas possibilidades. Ou eles podem gostar ou podem ficar assustados! Mas nada que uma boa conversa não ajuste os ponteiros da relação!



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Por Clarissa de Faria Colaboração Thaís Pimenta

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ABRIEL

A fala simples e o sotaque ainda lembram um típico menino sulmato-grossense. É inevitável falar que suas raízes ainda são muito fortes, inclusive nas canções. Sua simpatia e disponibilidade desmistificam qualquer perfil que remeta ao fato de ter ido para São Paulo há muito tempo. MOODLife 27


FOTOS ERICH SACCO

Por Clarissa de Faria Colaboração Thaís Pimenta

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ilho do violeiro Almir Sater, Gabriel nasceu em São Paulo (SP), em 27 de novembro de 1981, mas foi criado em Campo Grande desde os 2 anos de idade. Aos 15, começou a estudar violão como um hobby, sem pretensões profissionais, e aos 16 anos foi concluir seu último ano do Ensino Médio nos EUA, onde estudou teatro. Aos 18 anos, de volta ao Brasil, o lazer – aulas de violão – começou a virar coisa séria e, junto ao maestro gaúcho Cristiano Kotlinski, seu professor, ele decidiu se profissionalizar na carreira musical. De lá em diante, Gabriel foi ganhando destaque no cenário musical de Mato Grosso do Sul. Em 2006, lançou seu primeiro CD – “Gabriel Sater Instrumental”. Desde o início da carreira, Gabriel viveu entre MS e SP, mas só em 2008 mudou-se definitivamente para a capital paulista. Naquele ano, produziu seu segundo álbum, que foi lançado em 2009 – “A essência do Amanhecer”. Em 2013, Gabriel foi convidado pelo diretor Luiz Fernando Carvalho para interpretar Viramundo, personagem da novela “Meu Pedacinho de Chão”, da TV Globo, de Benedito Ruy Barbosa. O convite fez com que o músico mergulhasse de cabeça na preparação do papel, durante alguns meses, no Rio de Janeiro. Em abril do ano passado, lançou seu terceiro CD, “Indomável”, e, paralelamente, estreou na novela das seis. Em entrevista exclusiva para a Mood, ele conta tudo sobre sua carreira, as experiências na telinha e seus anseios para os próximos meses.

Quando despertou o interesse pela música? Tive a sorte de nascer em uma família musical. Desde pequeno, tive muito contato com a música. Apesar de não ter com meu pai aquele convívio diário, minha mãe e meu padrasto sempre me apresentaram ótimos artistas brasileiros e internacionais. Aos 15 anos, me despertou aquele interesse inicial, tive vontade de tocar mesmo, com os amigos, no colégio Dom Bosco, nas rodas de violão, inspirado nos grandes compositores da MPB, do blues e do rock, além dos mestres da música de Mato Grosso do Sul, como Paulo Simões, Guilherme Rondon, Dino Rocha, João Fígar, a família Espíndola e, é claro, a minha família. Em 2000, com 18 anos, comecei a pensar mesmo em trabalhar com a música profissionalmente.

Suas referências musicais são bem vastas. Como a paixão pelo blues e pelo rock fez você criar esse estilo Gabriel Sater? As pessoas sempre tentam enquadrar o meu trabalho em algum estilo. Não penso de uma forma muito teórica, sempre segui meu coração e o instinto musical de tocar aquilo que me faz feliz. Quem rotula é o mercado, você tem que fazer o que te faz bem. Comecei com um disco instrumental, depois, gravei dois CDs autorais com canções e instrumentais. Desde o início, estudei diversos estilos musicais, para adquirir vocabulário e bagagem para compor, que sempre foi minha meta. Sempre gostei de me sentar com o violão, sem nenhuma melodia pronta, e no final do dia ter algo novo, que eu criei a partir do zero. Ver meu pai compondo em casa também é uma

A gente faz música pela arte, é nossa maneira de viver e tocar; não quer dizer que é um som elitizado, nada disso. Nossa intenção final é de emocionar as pessoas, uma missão divina mesmo, de fazer com a nossa música um mundo melhor. Gabriel Sater

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Por Clarissa de Faria Colaboração Thaís Pimenta

grande influência e inspiração. Quando conheci o Cristiano Kotlinski, meu mestre, ele me apresentou várias linguagens musicais e, assim, nessa descoberta, fui ampliando meu universo musical. Mesmo sendo filho de músico, eu não conhecia muito a escola do choro, do violão clássico brasileiro e latino, do jazz. Não sabia ler nem escrever música. Essa formação musical eclética abriu meus olhos para o mundo, me mostrando como ele é grande e lindo, musicalmente falando. Tive sorte de ter sido criado em Mato Grosso do Sul, pois é um Estado que tem uma influência latina muito grande, com a nossa rítmica que pulsa de uma maneira diferente com o ritmo 3/4 e 6/8. Naturalmente, esses elementos fazem parte da minha vida e da minha base musical. Eu sou mesmo um artista híbrido, que ama tocar o que é verdadeiro pra mim. O que essa tradição significa pra você, como filho e artista? A primeira coisa que vem à cabeça, quando me lembro do meu pai, são as lições de vida que ele me passou. Ele me ensinou a ser a pessoa mais correta e o músico mais verdadeiro possível. Aquele que não segue tendências e modismos, que segue seu coração e respeita a música. Ele sempre teve um respeito muito grande com a arte. A gente faz música pela arte, é nossa maneira de viver e tocar; não quer dizer

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que é um som elitizado, nada disso. Nossa intenção final é de emocionar as pessoas, uma missão divina mesmo, de fazer com a nossa música um mundo melhor. Antes de ter a certeza do caminho que queria realmente seguir, quais eram seus planos? Na verdade, eu estava tentando me enganar todo esse tempo. Eu sempre quis ser músico, mas tinha um medo constante, por ver de perto a realidade da profissão. Prestei vestibular para publicidade; depois, pensei em engenharia ambiental, porque eu amo natureza, cheguei até a morar um tempo no campo, mas nada disso me preenchia como a música. O que significa, pra você, ser um músico sul-mato-grossense? Mato Grosso do Sul me recebeu tão bem. Toda a minha família, meus amigos e meu início musical foi em Campo Grande, tocando com todo mundo, dos mais tradicionais aos mais modernos; isso me ajudou muito como profissional, e eu sou muito grato por tudo que aprendi. É como eu disse, o Estado tem essa latinidade muito presente nas músicas, então, adquirir isso desde pequeno, ouvindo esses mestres tocarem, foi muito importante pra minha formação, é mais um diferencial dentro do meu trabalho, é uma raiz musical muito forte.

Seus trabalhos, agora no terceiro disco, apresentam sempre uma roupagem nova e diferente. Como acontece esse processo de criação, desde as composições até o trabalho final? Um dos trabalhos mais prazerosos pra mim, realmente, é formatar um novo CD. Eu não consigo gravar um disco por ano; acho que, se tentasse, até conseguiria. Mas o artista precisa respirar, ter tempo pra maturar sua obra, amadurecer um trabalho. Eu não sou igual a cada trabalho, a cada disco eu quero soar diferente, dentro da minha identidade. O meu CD mais recente se chama “Indomável”. Comecei a escolher seu repertório, fazer os


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arranjos e a pré-produção em 2010, quando estava lançando o CD “A Essência do Amanhecer”. No repertório, as músicas têm que conversar umas com as outras, elas têm que combinar pra formar uma unidade no CD. Mais do que isso, você tem que, também, estar aberto a mudanças. Quando me convidaram para a novela “Meu Pedacinho de Chão”, eu tive oportunidade de aprender a tocar outro instrumento, a viola, para interpretar o Viramundo. Naturalmente, eu a inseri em algumas músicas do CD e compus uma música para a novela, chamada “Cabelos de Fogo” (em parceria com Luiz Carlos Sá), que teve uma repercussão maravilhosa

após eu tocar em vários capítulos, e ela acabou sendo a última a integrar este CD. No CD, contei com a participação especial de meu pai na viola, Luiz Carlos Sá, Fernando Anitelli (do Teatro Mágico), minha tia Gisele Sater, Negão dos Santos (do Grupo Paranga), Neymar Dias, João Gaspar e o quarteto de corda do Aramis Rocha. Outra novidade são meus parceiros de composição, o Luiz Carlos Sá (da dupla Sá e Guarabyra), Daniel Rondon, Fernando D’Andréa, Leandro Aguiari, Alexandre Lemos e César Leite. O CD é todo autoral, exceto pelo clássico “Vida Bela Vida”, de Paulo Simões e Guilherme Rondon.

A produção musical do CD é minha e do Leandro Aguiari. Estou em fase de lançamento do CD “Indomável”, mas já estou curtindo e amadurecendo o CD “Rio Negro”, que é o próximo. Já tenho o repertório dele pronto, porque o volume de composições foi muito grande nos últimos anos. Recentemente, você atuou em “Meu Pedacinho de Chão”. Conte-nos como essa surpresa aconteceu. Foi muito engraçado, porque eu não sabia quem tinha me indicado. No dia 14 de novembro de 2013 (aniversário do meu pai), recebi a ligação pra conhecer o Luiz Fernando Carvalho (diretor-

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CAPA

Por Clarissa de Faria

geral da novela) pessoalmente, então, pedi desculpas ao meu pai e falei: “Vou atrás do meu sonho”. No mesmo dia, peguei um voo para o Rio de Janeiro. O Luiz Fernando me apresentou o personagem Viramundo e a personagem Milita (par romântico na novela), e naquele mesmo dia tive um estalo pra criar uma serenata para a personagem. No dia seguinte, enviei para o Luiz Carlos Sá uma melodia bem especial que eu tinha guardada e, em um único dia, ele fez a letra da canção “Cabelos de Fogo”. Depois de um tempo, no aniversário da Juliana Paes, conheci o Nando Rodrigues, que comentou que tinha me indicado para uma produtora da novela, a qual,

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posteriormente, entrou em contato comigo. Fiquei muito agradecido, pois a indicação mudou a minha vida, o Viramundo virou meu mundo (risos). Agradeço pela indicação dele e também pela oportunidade de ter trabalhado com uma equipe tão competente. O Nando é uma pessoa ótima, do bem, e que está conquistando seu espaço com seu talento e lutando pelo sonho dele. O que essa experiência agregou para a sua vida? A preparação da novela foi feita junto da gravação do meu CD, então, eu consegui levar para o CD toda aquela mágica envolvida na produção e, de cara, já foi notória essa sinergia. Eu toco com muito


Nesses 14 anos de carreira, o que mais te marcou? O período em que morei na fazenda, em Maracaju (MS), entre 2007 e 2008, foi um momento muito difícil da carreira, pois tinha meu primeiro CD de canções pronto e arranjado para ser gravado, mas não tinha recursos para gravar. No fim de 2008, a Funarte lançou um edital do “Prêmio Pixinguinha Produção”, que patrocinaria dois artistas por estado. Minha produtora, Paula Cunha, fez um projeto lindo e, felizmente, fui um dos contemplados. Esse projeto me trouxe de volta pra São Paulo e pude gravar o CD “A Essência do Amanhecer”, com toda a produção que eu tinha sonhado, num estúdio de primeira, com a produção do Leandro Aguiari e a participação do sexteto de corda do Aramis

FOTOS ERICH SACCO

sentimento, muita energia; se eu estou num dia muito bom, isso transparece na minha música. Por isso, a gente tem que tomar muito cuidado com o modo que vive, a maneira de ser, ser uma pessoa de alma limpa, porque isso influencia muito na nossa arte. O músico é muito sensível, o artista em geral; então, por meio de todo esse estudo do personagem, eu consegui melhorar em vários aspectos, principalmente durante minhas apresentações no palco. Sou uma pessoa tímida, então, tudo isso me ajudou a perder um pouco a timidez e me soltar mais. E, quanto mais eu atuei, quanto mais eu vivi naquele ambiente, naquela magia, mais eu me senti preparado para novas experiências. Adoraria fazer um papel em que eu conseguisse mostrar minha musicalidade com o violão.

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Seção Por Autor

A primeira coisa que vem à cabeça, quando me lembro do meu pai, são as lições de vida que ele me passou. Ele me ensinou a ser a pessoa mais correta e o músico mais verdadeiro possível. Gabriel Sater

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Das suas composições, qual aquela que, por algum motivo ou outro, acabou se tornando diferente pra você? Bom, vou falar algumas, pra não ser injusto com minhas composições, minhas filhas, né? (risos). Uma música que eu gosto muito e que tem um significado e uma beleza muito diferente pra mim é “Boca do Mato”. Essa foi minha primeira parceria com o Luiz Carlos Sá e resultou de uma viagem muito especial que fiz para Minas Gerais, além de ter a participação do meu pai na gravação do CD. A outra canção é “Cabelos de Fogo”, que nasceu por conta da minha participação na novela. Tem duas outras, que são inéditas e são meus xodós. Uma se chama “Eletricidade” (parceria com

o Sá), e a segunda é “Tigre do Rio”; essa fiz em homenagem ao meu avô, Fuad Sater, que faleceu no ano passado. Quais são os próximos projetos e novidades? Como a produção e o lançamento do CD aconteceram simultaneamente a todo o processo de preparação e gravação da novela, agora, de fato, é que vou lançar este último disco. Minha meta, por agora, é a divulgação máxima do CD “Indomável”.

BATE-BOLA Uma música “Fronteira”, do meu pai. Um artista Paco de Lucía. Um amor Natureza. Indispensável na vida Felicidade. Uma viagem Taipu de Fora, na Bahia. Família Meu porto seguro.

FOTOS ERICH SACCO

Rocha em quase todo o CD. Esse novo CD abriu diversas portas, como tocar na Virada Cultural Paulista, um evento superprestigiado, difícil de tocar, e, após lotarmos este show da Virada que aconteceu em Franca (SP), fui convidado para fazer seis shows pelo Circuito Cultural Paulista, no qual poucos artistas são convidados pra fazer uma turnê por SP. E, é claro, também teve a novela “Meu Pedacinho de Chão”. O Viramundo foi a realização de um sonho, também.

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Por Clarissa de Faria

mesa PRA SERVIR A NOSSA

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m Campo Grande, acontecem diversas feirinhas ao mesmo tempo e, praticamente, todos os dias da semana. Em vários bairros da cidade, é possível nos depararmos com aquelas dezenas de barracas repletas de frutas, verduras, entre outros itens indispensáveis à nossa mesa.

FOTO GABRIEL MOREIRA

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ra quinta-feira, aproximadamente 17 horas, quando o fotógrafo Gabriel Moreira e eu chegamos à feira da Orla Morena. Nossa intenção era registrar os preparativos dos feirantes, a chegada deles e todo o processo de montagem das barracas, arrumação das frutas e verduras e, por fim, o atendimento da comunidade da região, que no período da noite lota aquele corredor. Sou suspeita, bairrista de marca maior, adoro toda a magia que envolve esse ambiente, como o cheiro de comida feita na hora, do pastel fritando e da fumaça do preparo dos espetinhos, as japonesas preparando o sobá e, claro, aquelas figuras que ouvimos a distância, oferecendo a verdura, o legume e a fruta mais fresca da feira. “Vamos escolher, moça?”. Foi essa a primeira frase que ouvi de Iracema, quando cheguei perto da barraca de frutas dela. Sorridente, bem disposta e falante, não me contive e, logo que me apresentei, perguntei se eu poderia conversar com ela, que em seguida pediu educadamente para que eu passasse para o lado de dentro da barraca. Enquanto ela atendia, respondia às minhas perguntas. O bate-papo foi rodeado pelos clientes. A cada minuto de conversa, eu me encantava mais pela sua história de vida e pela proximidade que ela adquiriu com cada cliente;

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Estilo de Vida Por Clarissa de Faria

alguns, atendia pelo nome, outros, com apenas seu sorriso largo. Iracema é feirante desde 1991, época em que a feira ainda acontecia nos trilhos da Vila Planalto, e, desde aquele tempo, oferece frutas e legumes. Ela conta que era doméstica, mas a vontade de criar os três filhos homens mais perto dela fez com que abandonasse o serviço e descobrisse, na feira, uma paixão. “Queria ter meus filhos debaixo das minhas asas e, como doméstica, eles ficavam muito na rua, eu tinha receio de que eles não se tornassem boas pessoas.” Boa parte do que Iracema vende em sua barraca é adquirido no Ceasa da Capital, na madrugada, horário ideal para conseguir comprar os produtos mais frescos. O restante ela produz em um assentamento, onde mora alguns dias da semana. Tudo é transportado em sua fiel escudeira, uma C10 azul, ano 76. Ela se divide entre a vida rural e a urbana, com seu cantinho na casa de um dos filhos. As mãos são típicas de quem trabalha no campo, de quem realmente planta, colhe e vende. Sobre a rotina e a vida que leva nesses 24 anos de feira, ela suspira e afirma:

É O QUE EU AMO FAZER

E É O QUE VOU CONTINUAR FAZENDO PELO RESTO DA MINHA VIDA.

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FOTOS GABRIEL MOREIRA


Realização Mais adiante, deparei-me com uma barraca que me chamou atenção. Era a maior da feira, com uns pés de alface que dava pra enxergar de longe, de tão verdes e brilhantes que eram. Um dos funcionários, Francisco Azambuja Fernandes, 42 anos, contou que trabalha no ramo há 17 anos e, assim como Iracema, desde a época em que a feira funcionava bem próxima dos trilhos da vila. Mas, ao contrário dela, Francisco teve idas e vindas; porém, hoje, confessa que a feira é mais que uma realização, é o que complementa a renda da casa e paga suas contas. “Quando comecei, foi a pedido dos meus primos que possuíam horta e precisavam de alguém para ajudar na colheita e no preparo de todas as verduras, até elas serem vendidas nas feiras. No início, tive

medo, pois era tudo novo pra mim, mas vi que valia a pena. Na época em que entrei, conseguia mexer só com isso, ganhava um bom salário, os incentivos ao produtor eram maiores, e as vendas também superavam as de agora. Sempre achei um produto delicado e superaceito pela população na época. Fui me apaixonando pelo processo e pela mercadoria. Mexer com o povo é muito bom, ter que ir até o cliente é uma satisfação pra mim, pois você cria um vínculo e uma amizade.” Além da feira da Orla Morena, Francisco ainda trabalha na da Moreninha, Coophavila e Piratininga, e concilia o fazer com o trabalho de vigilante. “Há alguns anos, já não faço mais colheita, somente a manipulação durante a venda. Hoje, tenho que me dividir com o trabalho de vigia, para poder conseguir arcar

com todas as contas.” Francisco atende uma família de japoneses em que a tradição de plantar hortaliças passou de pai para filho. Todos são muito reservados, e o que consegui extrair sobre eles foi por meio do seu funcionário. “Todos plantam e vendem. No total, são três hortas, e um ajuda o outro. Sempre que um deles, que cuida de uma plantação, não está muito bem, o outro vai lá e dá um jeito de ajudar a reerguer.” Sobre o futuro da profissão, ele garante que se sente temeroso. “Nesses anos todos, vi muitos produtores pararem de produzir, por falta de incentivo. Hoje, quem continua são os grandes ou aqueles em que o negócio é familiar. Não gostaria que esse costume de adquirir frutas e verduras se perdesse.”

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Por Yngrid Corsini

Europa "Ainda te levo pra

meu amor"

Campo-grandenses embarcam para Lisboa, Paris, Dublin e Berlim e realizam sonho.

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ortugal, França, Irlanda e Alemanha. Estes foram meus primeiros destinos internacionais. Acredito que comecei muito bem. Eu viajei com meu namorado, Renato Zaar, que é fotógrafo, assim como eu. A ideia da nossa viagem começou com um quê de brincadeira, de sonho. “Ainda te levo pra Europa, meu amor”, era o que o Renato sempre dizia. Então, resolvemos que isso não seria apenas um plano distante. Trabalhamos duro, criamos e aproveitamos oportunidades, e lá fomos nós! A mãe do Renato mora em Lisboa, há mais de 8 anos, e sempre nos chamava para ir visitá-la. Decidimos ir em agosto de 2014 e compramos nossa passagem em novembro. Eu já havia lido em um blog de viagens que o momento ideal para se comprar passagens internacionais era de aproximadamente 90 dias antes da data de ida, e foi o que fizemos. O dia 21 de janeiro de 2015 era o mais aguardado por nós três (eu, Renato e a Geni, minha sogra). Antes de irmos, comecei a pesquisar sobre viagens de trem. A princípio, apenas Lisboa era nosso destino; mas, já que estaríamos em Portugal, por que não visitar outros países que são tão próximos? Quando descobri os valores dos trens, percebi que eram bem mais caros do que imaginei, porém, as empresas áreas low cost eram muito mais baratas do que pensava. Com apenas 15 euros, era possível viajar entre países. A empresa chama-se Raynair (pra quem se interessar); apesar de não ter lá grande conforto durante a viagem, não tivemos problema algum, e o custo-benefício compensa muito! Mais do que rápido, providenciamos mais passagens. Então, além de Lisboa, fomos para Paris, Dublin e Berlim.

FOTO ALEX GARCIA MOODLife

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FOTOS PORTUGAL ACERVO PESSOAL

Lisboa Chegamos a Lisboa por volta das 7h, ainda estava escuro. E, logo que clareou, o dia já se mostrou indisposto. Tempo cinza e chuvoso, não eram as melhores boas-vindas; mas, mesmo assim, fomos conhecer a cidade. Lisboa é linda! Não tem outra palavra para definir. Antiga, tem um charme clássico. Das cidades europeias, não é a mais velha, mas suas ruas estreitas, com sacadas pequenas e flores penduradas, fazem com que mesmo no frio a cidade se encha de calor. A temperatura lá estava em torno de 10°C; depois de encararmos temperaturas negativas nas outras cidades, descobrimos que isso não é muito frio. Um dos passeios mais encantadores de se fazer em Lisboa é andar à beira-mar, ou à beira rio, já que o Rio Tejo é enorme e facilmente se pode confundi-

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lo com um braço do mar. O Terreiro do Paço, que também é conhecido como Praça do Comércio, é uma praça enorme, cercada por palácios antigos que, hoje, são usados como ministérios e departamentos governamentais. O local fica em frente ao Rio Tejo. É possível pegar o metrô – que, diga-se de passagem, é extremamente eficiente –, descer no Terreiro do Paço e ir caminhando pela orla até o Cais de Sodré; ou, para quem tem disposição, ir até Cascais. É uma vista exuberante, não tem como descrever o mar azul de um lado, a arquitetura tão típica do outro. As gaivotas dançam na nossa frente, e o ar, apesar de gelado, parece que nos abraça. Neste trajeto, há várias freguesias, que são como pequenas cidades. Uma delas é Belém, muito famosa, tanto pelo pastel de belém, que é uma especialidade da doçaria portuguesa, como pela história, pois foi de lá que partiram as caravelas rumo ao descobrimento do Brasil. O céu em Portugal é lindíssimo. Nas outras cidades que fomos, o céu estava cinzento na maioria dos dias, e não tinha conversa. Em Lisboa, poucos foram os dias indispostos; na maioria do tempo, o azul era estonteante, convidando a gente pra sair e conhecer cada canto daquela cidade. Outro lugar incrível é o Parque das Nações, são 5 km à beira do Rio Tejo, com jardins e construções supermodernas. De lá, também é possível ver a ponte Vasco da Gama, a maior ponte da Europa. Posso falar mais cinco dias, sem parar, sobre cada esquina de Lisboa, cada museu, cada igreja, cada pedacinho. E também sobre os portugueses... Ah, os portugueses! Eles nos receberam com tanto carinho em seu país, sem nenhuma exceção, todos foram atenciosos, prestativos e muito queridos.


Paris Depois de uma semana em Lisboa, voamos para Paris. Como compramos uma passagem low cost, nosso voo não foi direto, fomos para o norte da França, em uma cidade chamada Beauvais, que também é o nome do aeroporto. Ao chegar, pegamos um ônibus para Paris. Logo que saímos do aeroporto, vimos algumas casinhas pequenas, estilo chalé, com os telhados alinhados. Parecia que eu tinha entrado em algum filme; desde o primeiro contato com a França, já pude ver história no ar. Durante a viagem de ônibus, não tinha nada de muito especial, além de várias árvores nuas e queimadas pela neve. Apesar da ansiedade, dormi um pouco e, quando acordei, já estava lá, na cidade mais visitada do mundo! Paris é encantadora! Essa é a palavra com a que eu a defino. Parece uma viagem no tempo, as ruas parecem artesanais, com postes antigos, contrastando com as lojas de luxo, os vários cafés, os monumentos em cada esquina. Paris cheira à história, à arte, a romantismo. Em cada lugar que você olha, dá para ficar um bom tempo percebendo apenas os detalhes. Ficamos lá apenas dois dias. Lógico que não foi suficiente. Nós nos hospedamos em um pequeno hotel no centro, não era bom; mas, para duas noites, supria nossas necessidades. A cidade é espetacular, mas caríssima. Tudo, absolutamente tudo é caro, se comparado às

FOTOS PARIS ALEX GARCIA

outras cidades. Uma observação do Renato que vale a pena ser citada: Paris é uma cidade fria, não apenas na temperatura, mas de calor humano. Talvez essa percepção tenha sido moldada pelo céu cinza, pelas árvores secas e pela rispidez da maioria dos parisienses. Isso não é boato, eles são grossos. Mas, de qualquer forma, Paris é mágica, e não é à toa que é a cidade mais visitada do mundo. Conhecemos poucos lugares por causa do tempo. Além das ruas e pontes, que em si são obras de arte, fomos à Catedral de Notre Dame, ao Museu do Louvre, e claro, à Torre Eiffel. Em Paris, encontramos um colega de trabalho do Renato, Alex Garcia, que também é fotógrafo e se dispôs a nos guiar pela cidade e tirar algumas fotos nossas. Resultado: fotos incríveis.

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Dublin De Paris, fomos para Dublin. Chegando ao aeroporto, começou a nevar. Que coisa linda é a neve! Nós nos perdemos na cidade para achar nosso hostel. Dessa vez, optamos por um hostel, em vez de hotel; ficamos no Avalon. Essa foi a primeira vez que fiquei em um hostel e adorei. Este, em específico, é muito aconchegante e é anexo a uma cafeteria, o que é maravilhoso para quem adora tomar chocolate quente como nós, que nos esbaldamos. Dublin tem um pub em cada esquina. Aliás, tem um bairro que, em sua maioria, é ocupado por pubs, o Temple Bar. Fizemos um passeio que é chamado de Pub Crawl e conhecemos, de uma só vez, 4 pubs. Cada um era diferente do outro; se me perguntassem qual era o mais legal, eu não saberia responder. As pessoas de lá são muito divertidas. Por causa dos cursos de inglês e das faculdades, a cidade tem muitos jovens e, à noite, as ruas lotam, sem falar dos pubs. Dublin simplesmente parece uma cidade cenográfica, bem pequena, com ruas estreitas e charmosas. Lá, vimos a neve pela primeira vez e, no jardim do Castelo de Dublin, ignoramos o frio e parecíamos crianças descobrindo o mundo. A Grafton Street é uma famosa rua de compras, e também de arte; vários músicos de diferentes estilos aparecem por lá, para fazer alguma apresentação. Deixou gosto de quero mais, e a diversão foi certa. Uma palavra para definir Dublin? Divertida! Em um dos dias que estivemos na Irlanda, alguns amigos que fizemos por lá, além de nos guiarem em Dublin durante nossa passagem, nos levaram até Howth, uma pitoresca vila à beira-mar. Mais uma vez, eu me senti em um filme, na costa da Irlanda que foi colonizada pelos vikings. 48 MOODLife


FOTOS ACERVO PESSOAL

Berlim Berlim era nosso último destino e já estavámos completamente esgotados. Depois de 2 dias em Paris, andando muito, e mais 4 dias em Dublin, andando mais ainda, chegamos a Berlim. E, claro, andamos um pouco mais. Acredito que só é possível conhecer de verdade uma cidade quando se anda nela. Em Berlim, nevou mais um pouco, conhecemos os principais pontos turísticos, mas lá não tem o mesmo charme que as outras três. Ela é mais dura, mais fria. Não faz muita questão de deixar estampada a história pelas ruas, como Paris. É uma mistura de cidade moderna com cidade antiga, tem seu encanto. Pelos restaurantes, é possível perceber que várias culturas estão lá. Em uma pequena rua, é possível comer em restaurantes indianos, mexicanos, italianos, chineses, árabes, tailandeses... e o melhor, são bons e baratos. Pra quem gosta de cerveja, é um copo cheio. Muitos tipos e com valor baixo. Algumas são gostosas, outras, eu diria que são exóticas. Para nossa sorte, a recepção do nosso hostel era um bar. Experimentamos todas as cervejas do lugar, e sem nos preocupar com a volta. Quando fomos embora de Berlim, voltamos para Portugal e ainda tínhamos mais 30 dias para curtir por lá. Conhecemos muitas coisas, visitamos muitos lugares. Alexandre, namorado da minha sogra, um português

muito divertido e querido, nos levou para fazer uma rápida viagem pela Serra da Estrela. Lá, conhecemos vilas tradicionais, inteiras de pedra. Só a paisagem da serra em si já é maravilhosa, curvas e mais curvas com uma vista de tirar o fôlego. Passamos por Coimbra, Fátima e outras cidades. Tudo é diferente, tudo é bonito. E viajar é realmente a melhor coisa que existe. Conhecemos lugares lindos, comemos comidas deliciosas, mas o mais importante, que eu mais valorizo, são as pessoas que estiveram conosco e que conhecemos por lá. Queridos amigos, que pode ser que nunca mais nos vejamos, mas que fizeram valer a pena. Quando nos perguntam se gastamos muito, a resposta é não! Nós ficamos muito tempo em Lisboa com estadia, porém, mesmo que você não conheça alguém, com planejamento é possível gastar pouco, conhecer muito e realizar sonhos, como eu realizei. E já estou a planear, como dizem os portugueses, a próxima viagem!

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Feira Hype Por Thaís Pimenta

Sweet SOO SOO

Na hora de repaginar o ambiente, dê atenção especial às candy colors.

Tendência em alta, os tons pastel são ótima opção para a composição de espaços com toque de sutileza. Quem pensa que tais cores estão sujeitas sempre aos dormitórios infantis ou às moradas de românticos, engana-se. Uma das maiores vantagens de escolher uma paleta de tons pastel é que, mesmo suaves, eles são capazes de injetar energia instantânea em um ambiente. Mas, para que isso aconteça, é necessário que estejam presentes em quantidade e variedade. Invista nessa tendência!

FOTOS DIVULGAÇÃO

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8 1. Estampa Adesiva Chevron Menta, da Decohouse, por R$ 139,90. Disponível no link goo.gl/ciZgqQ. 2. Abajur Étnico G, da Decohouse, por R$ 279,90. Disponível no link goo.gl/ NHPJhI. 3. Poster adesivo – Plante o Bem, da Decohouse, de R$ 34,90 a R$ 64,90. Disponível no link goo.gl/7KahHb. 4. Mesa de Apoio Pierre 3058, da Estar Móveis, por R$ 8.762. Disponível no site www.estarmoveis.com.br. 5. Gaveteiro Pope, da Estar Móveis, por R$ 6.863. Disponível no site www. estarmoveis.com.br. 6. Banco Nórdico, da Estar Móveis, por R$ 1.503. Disponível no site www. estarmoveis.com.br. 7. Aparador Desk Rocca, da Estar Móveis, por R$ 2.949. Disponível no link www.estarmoveis.com.br. 8. Sofá C104, da Inove Design, preço não divulgado. Disponível no site www. inovedesign.com.br. 9. Almofada Triangles Mountain, da Decohouse, por R$ 79,90. Disponível no link goo.gl/wvztvU. 10. Almofada Flowers Love, da Decohouse, por R$ 79,90. Disponível no link goo.gl/Tv86pr. 11. Buffet Dobradura, da Estar Móveis, por R$ 4.106. Disponível no site www. estarmoveis.com.br.

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Décor Por Thaís Pimenta

UP

DANDO UM

O administrador e publicitário Kenzo Minata descobriu no upcycling uma paixão.

Essa estante é toda produzida a partir de madeira de demolição, caibros de obra e tábuas de obra. As cores foram escolhidas por Kenzo

FOTO GABRIEL MOREIRA

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FOTOS JIMENA BAUTISTA

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ouco conhecida no Brasil, a tendência upcycling parte dos princípios de sustentabilidade e se aplica a todos os segmentos, inclusive na arquitetura e decoração. Com uma pegada mais limpa e barata do que a própria reciclagem, no upcycling não existe a transformação da matéria prima, a criatividade do designer apenas dá um up no material descartado. Tambores de óleo, pedaços de madeira, pallets, descartes eletrônicos, garrafas de vidro, molas de carros e até mesmo pneus são transformados em criados, mesas de centro, cabeceiras, poltronas, luminárias e copo estilizados. Em Campo Grande, Leonardo Kenzo Minata é uma das referências desse estilo que já faz sucesso fora do Brasil. À frente da Kenzo Minata Upcycling Design, sua empresa, ele mostra que é possível abraçar a sustentabilidade e torná-la uma fonte de renda, mesmo tendo outra formação acadêmica.

"O conceito do upcycling surgiu na Alemanha, em 1994 num artigo escrito pelo engenheiro alemão Reiner Pilz. Nesse documento, ele definia a reciclagem como downcycle, por gerar resíduo, ter muito gasto de energia e água, ou seja, ele caracterizou como um processo sujo, porque acabava gastando muito mais para reaproveitar um material do que deveria. Partindo disso, ele conceituou o upcycle como um processo de reaproveitamento bem mais limpo, tentando diminuir ao máximo os resíduos nesse processo. "

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Décor Por Thaís Pimenta

O tambor é cortado, soldado, tudo feito a partir da funilaria automotiva. As cores das almofadas variam de acordo com a pintura externa, que pode ser laranja, preta, cinza, vermelha e turquesa. Os pés são feitos com molas automotivass

FOTO FERNANDO ANTUNES

Suas referências são encontradas na internet, inclusive a Poltrona Tambor, um dos carros chefe da marca, foi pensada a partir de um modelo que Kenzo encontrou nas redes sociais. "Fiz algumas mudanças no modelo e organizei as medidas de acordo com as normas da ABNT brasileira. Essa poltrona também segue todos os padrões de ergonomia exigidos, por isso o conforto é garantido!" Por enquanto, as peças criadas são vendidas apenas para clientes de Campo Grande. Os preços dos móveis variam de 200 até 700 reais, já as peças de decoração, como luminárias e lustres, são vendidas a partir de 50 reais.

Arquitetura sustentável

FOTO GABRIEL MOREIRA

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Surgida em meados de 1970, a arquitetura sustentável preconiza que uma construção deve alterar minimamente o meio ambiente em que está inserida. Utilizando a maior quantidade possível de elementos de origem natural e garantindo um aproveitamento racional dos recursos necessários para iluminar e ventilar os ambientes, de forma a reduzir os desperdícios nessas áreas. Em 1997, em Helsinki, na Finlândia, houve a primeira convenção internacional sobre construção sustentável e um ano após, no Reino Unido, foi lançada a primeira entidade de certificação de prédios sustentáveis, a BREEAM. O Brasil ocupa o quarto lugar entre os países que mais produzem prédios verdes no mundo, atrás apenas de EUA, China e Emirados Árabes, segundo a USGBC (United States Green Building Council), responsável pelo selo de construção responsável mais respeitado, o LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental, em português).


A cabeceira foi feita a partir de pallets descartados, que receberam o tratamento correto e foram moldados a partir do tamanho escolhido pelo cliente de Kenzo

FOTO GABRIEL MOREIRA

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Por Clarissa de Faria

Direto do

SÍTIO

Na harmonia de uma propriedade a 25 quilômetros de Campo Grande, dezenas de cabras produzem litros de leite que resultam em combinações espetaculares.

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FOTOS JIMENA BAUTISTA

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á presente na rotina de crianças e adultos, o leite de cabra foi introduzido na alimentação das pessoas de forma gradativa. Há aqueles que nem ao menos o experimentaram. O fato é que o produto, feito artesanalmente ou não, possui um custo maior que o leite da vaca, mas revela um sabor e potencial nutricional de invejar. Para descobrir essas e outras características desse leite, fomos até o Sítio Harmonia, localizado no distrito de Rochedinho, distante 25 quilômetros de Campo Grande, que cuida de 65 cabras, com muito carinho, e produz com todo o cuidado diversas variedades de queijos de cabra.


Por Clarissa de Faria

Ao adentrar no sítio, fomos recebidos com um cafezinho quente, feito na hora, acompanhado de um batepapo cheio de histórias bacanas, mudança de ares e uma paixão inexplicável por essa cultura e rotina: acordar cedo, tirar o leite da cabra, cuidar delas e produzir minuciosamente o queijo. Anderson Jorge de Medeiros tem 38 anos, é formado em gestão financeira, mas um caprinocultor, aprendiz de queijeiro e um estudante de gastronomia de marca maior. Ah, e, atualmente, o líder do convívio Slow Food Campo Grande. “Acordo às 6 horas, desço para a ordenha todos os dias. No local, é necessária toda a higiene do

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ordenhador e dos tetos dos animais, a fim de evitar a contaminação do leite. Posteriormente, é feita a limpeza da sala de ordenha, com todos os produtos químicos; depois, os animais são encaminhados de volta às suas baias para receber ração no cocho. Quando o sol estiver bem quente, os animais são soltos no pasto, no qual permanecem em torno de três horas, e depois voltam às baias, onde ficam o restante do dia. No final da tarde, são mais uma vez alimentados com ração, água e sal mineral à vontade”, explica Anderson, sobre a rotina diária. Ele ainda detalha que, após a retirada do leite, ele corre para a produção dos queijos. Na sala

equipada e preparada para esse processo – feito artesanalmente –, Anderson fabrica o frescal, boursin, entre outros. “Todo o processo é feito sob rigoroso cuidado na manipulação do leite, assim, resulta um produto de qualidade e sabor diferenciado.”

O queijo boursin é um queijo de origem francesa, classificado como fresco (consumo imediato), pastoso e ou semicremoso, que pode ser acrescido de especiarias, frutas e geleias.


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FOTOS JIMENA BAUTISTA

“Atualmente, estamos com 65 animais, produzindo 20 litros de leite/dia, (estamos na fase de entressafra, pouca produção) e fazendo em torno de 3 kg de queijos por dia (depende do tipo de queijo). Temos o objetivo de ter o limite de 120 matrizes.”


Por Clarissa de Faria

Leite de cabra x leite de vaca O leite de cabra possui menos colesterol e mais vitaminas A e B, sais minerais, ferro e fósforo, além de ser mais digestivo, o que favorece a absorção de nutrientes. Existem muitos tipos de queijos de cabra, cada qual tem um sabor diferente, em decorrência do terroir, ou seja, pasto, clima, solo, temperatura, manejo e dieta alimentar. “O queijo de cabra produzido no Sítio Harmonia foi classificado como um queijo suave.”

Harmonização Anderson explica que, atualmente, faz diversos experimentos para descobrir e produzir outras variedades de queijo de cabra. Hoje, além de frescal, ele produz o tipo boursin com ervas, entre outros temperos, e o boursin em bolinhas, que é armazenado em frascos de vidro, com azeite e temperos.

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“Produzimos mais queijos frescos; então, para harmonizar com um queijo frescal ou o tipo boursin (pastinhas), o ideal é um vinho branco, rosé ou espumante. Se for o meia cura ou o boursin bolinha no azeite, aconselho um vinho tinto (Cabernet Sauvignon)”.

Sugestão de entradas O boursin bolinha e o frescal, em uma tábua de queijos ou grelhados no azeite ou na manteiga, são boas combinações para uma pizza ou bruschetta com um pesto de manjericão.

Adicionados O meia cura ralado pode ser usado no preparo de sopa paraguaia ou chipa. O boursin pode ser adicionado no recheio de massas, como no canelone. “Todos esses queijos também harmonizam com cerveja artesanal, mas não muito forte, para não mascarar o seu sabor.”

SERVIÇO Os queijos podem ser degustados durante um café da manhã realizado todo domingo, na sede do sítio (somente com reserva). Além disso, no local, os visitantes podem conferir de perto os animais, o local da produção e levar para casa a variedade que desejar. Reservas (67) 9985-4310


FOTOS JIMENA BAUTISTA

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Por Odirley Deotti

A favorita N

essa edição, vou falar de um estilo que muito aprecio. As IPAs, ou India Pale Ale, fazem parte de um tipo de cerveja que você ama ou faz cara feia ao primeiro gole. Isso por conta da grande carga de lúpulo presente, que deixa um forte amargor e, geralmente, alto teor alcoólico. Primeiro, o termo: a expressão “Pale Ale” é utilizada para indicar uma cerveja clara. Ela possui vários subestilos, entre eles, IPA (India Pale Ale), English Pale Ale, Imperial IPA, Golden Pale Ale, American Pale Ale, American IPA, Double IPA e outras. Voltando à nossa IPA, dizem as histórias que ela surgiu no final do século 18, pela necessidade de levar cerveja da Inglaterra para a Índia, daí o India. Na época, a viagem demorava de quatro a cinco meses, e as tradicionais English Pale Ale londrinas chegavam ao destino

Invicta + Sixpoint 6 O'Clock Gosto bastante dessa cerveja, fruto de uma parceria Brasil (Invicta) / Estados Unidos (Sixpoint). De coloração dourada clara e ligeiramente turva, tem boa formação de espuma branca, densa e cremosa. Ao paladar, é de amargor considerável, já o aroma remete a limão, maracujá e laranja. Uma ótima IPA.

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azedas ou chocas. Naquele século, produzir na Índia ainda era inviável, pela falta de insumos, clima e outros fatores. Para tentar contornar o problema, um cervejeiro inglês da época teve a ideia de aumentar o teor alcoólico, a quantidade de lúpulo – um conservante natural –, além de adicionar açúcar ao barril, para a fermentação durar mais tempo, e, por fim, uma nova adição de lúpulo a frio, durante a maturação, o chamado “DryHopping”. E, assim, os ingleses que viviam na Índia e, atualmente, nós, do mundo todo, temos o prazer de apreciar uma boa India Pale Ale.

Para se ter uma ideia do quanto a IPA vem ganhando fiéis apreciadores, no Brasil já existe o IPA Day, que neste ano acontece em agosto. Para saber mais, acesse www.facebook.com/IPADayBrasil.

Brooklyn East India Pale Ale O lúpulo desta cerveja americana nos presenteia com um forte e agradável aroma floral e, claro, um amargor na medida certa de uma IPA respeitável. É uma cerveja forte, com seus 7% de álcool, amarga, para apreciadores de lúpulo.

Fuller's India Pale Ale A beleza dela já começa na garrafa, que exala elegância. Como uma tradicional IPA inglesa, nela o amargor e o aroma de lúpulo não são tão intensos quanto o das americanas, mas estão bem presentes, acompanhados de um leve caráter de malte. Indiquei IPAs de três origens, pra que você, leitor, aprecie e perceba as diferenças marcantes entre as escolas cervejeiras ao redor do mundo, mesmo se tratando de um único estilo.



Vinhos

Por Douglas Mamoré Junior

mês Dica do

om a tecnologia, a produção de vinhos deu um salto C em todo o mundo. Regiões que antes não podiam sonhar em produzir vinhos de qualidade, subitamente,

começaram a gerar vinhos bem elaborados e honestos, incomodando bastante os países e as regiões mais tradicionais na produção de vinho. Este, porém, não é o caso da África do Sul, país que já possuía um terroir adequado para vinhos nobres. A tecnologia, ali, permitiu que vinhos sul-africanos atingissem níveis muito mais altos, com rótulos hoje bastante disputados no mercado internacional. Algo semelhante ocorreu no Brasil, que foi sacudido por enólogos criativos e proprietários que investiram muito em técnica e tecnologia, aperfeiçoando principalmente os espumantes nacionais, que atingiram um novo patamar de qualidade, transformando-os em campeões de venda no Brasil, exportados inclusive para a Europa. Nos restaurantes em Campo Grande e região, temos bons exemplos da qualidade dos vinhos sul-africanos, que, entre outras, têm na uva Pinotage a sua maior expressão. São vinhos encorpados e potentes, mas de taninos domados e bem agradáveis. Harmonizam muito bem com carnes e massas de mesma estrutura e em grande número, bastante acessíveis. As dicas deste mês são quatro vinhos sul-africanos, todos de muito sucesso em Campo Grande.

The Wolftrap Blend Boekenhoutskloof África do Sul

Boekenhoutskloof é uma das mais premiadas e competentes vinícolas da África do Sul. Elaborado com um blend de muitas uvas-tintas diferentes, o Wolftrap é bastante saboroso e fácil de agradar, tendo sido indicado pela Wine Spectator como uma das melhores relações qualidade/preço no mundo todo.

Barista Pinotage Paarl África do Sul

Delicioso e suculento, o exuberante Barista é um tinto carismático, que encanta fácil, repleto de frutas maduras e um notável toque de café, chocolate e ameixas. Elaborado com a casta tipicamente sul-africana Pinotage, vinificada com perfeição e parcialmente fermentada em barricas de carvalho tostadas. O enólogo é o talentoso Bertus Fourie, um dos mais reputados da África do Sul.

Chocolate Block Boekenhoutskloof África do Sul

Produzido a partir de um fantástico blend de Grenache, Syrah, Cabernet, Cinsault e a branca Viognier, é muito cativante e lembra um bom Châteauneuf-du-Pape. O intenso bouquet de frutas maduras e flores é inebriante. Na boca, é tão equilibrado e prazeroso que é impossível resistir a uma segunda taça.

_ DOUGLAS MAMORÉ JUNIOR

ENÓFILO DESDE 2005, DEDICA-SE EXCLUSIVAMENTE AO UNIVERSO DOS VINHOS douglas@mistral.com.br

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Kadette Kanonkop África do Sul

Saboroso corte de Cabernet Sauvignon, Pinotage e Merlot, elaborado por Kanonkop, um dos maiores nomes do vinho sul-africano. Frutado, exuberante e muito agradável na boca. Maturação por até 16 meses em barricas francesas (de Nevers) de 225 litros (estilo da Borgonha). Wine Enthusiast 91 pontos - 2008


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Abridor de garrafas Mjolnir Thor, da Marvel, por R$ 109,90. Disponível no link goo.gl/kBs6J8.

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Geek cozinha

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Star Wars Darth Vader Toaster, da Star Wars Shop, preço não divulgado. Disponível no link goo.gl/U4HvIU.

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3

Coqueteleira de metal Batman DC Comics, da Loja Mundo Geek, por R$ 79,90. Disponível no link www.lojamundogeek.com.br/ copos/coqueteleira-metalbatman.

4

Count Dooku Star Wars Lightsabers Chopsticks, da Black Cat Store, por R$ 69,99. Disponível no link goo.gl/dzK5dW.

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Caneca de Porcelana Space Invaders, da Loja Tip, por R$ 29,90. Disponível no link www.lojatip.com.br/caneca-deporcelana-space-invaders.

6

Luva de Forno Fantasma, da loja Casa Geek, por R$ 35,90. Disponível no link goo.gl/nQTXRC.

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Yellow Submarine Os Beatles Infusor de Chá, da Black Cat Store, por R$ 59,99. Disponível no link goo.gl/BrusMx.escondidinho O Autêntico, disponível no site Loopday.

Geeks, preparem os seus corações, pois separamos alguns acessórios super “in” para sua cozinha ficar ainda mais com a sua cara. São canecas, abridores de garrafa e até torradeiras, com temática de séries, filmes e personagens marcantes. Confira!


Cozinhe e coma com

PRAZER Bolo da Barbie

INGREDIENTES MASSA DO PÃO DE LÓ 3 xícaras (chá) de farinha de trigo; 2 xícaras (chá) de açúcar; 3 ovos; 1 copo de leite morno; 1 copo de óleo de soja; 1 colher (sopa) de fermento em pó. MODO DE PREPARO Bata os ingredientes no líquidificador, em seguida, despeje em uma tigela e misture delicadamente o restante dos ingredientes. Unte com manteiga e farinha uma assadeira redonda, de preferência antiaderente, e leve para assar em forno pré-aquecido a 210ºC. O bolo da foto, foi feito com 3 receitas de pão de ló e 5 receitas de recheios. CALDA 1 abacaxi picado; 1 xícara (chá) de açúcar; 1/2 xícara (chá) de água. MODO DE FAZER Em uma panela, misture todos os ingredientes e leve ao fogo até que o abacaxi fique bem macio e a calda caramelada.

RECHEIO 1 lata de leite condensado; 1 lata de leite; 2 gemas; 1 colher (sopa) de amido de milho; Essência de baunilha a gosto; 500g de coco fresco ralado. MODO DE FAZER Dissolva o amido de milho no leite e reserve. Misture os ingredientes, menos o coco ralado. Leve ao fogo e quando começar a atingir fervura, despeje o amido de milho dissolvido na água. Vá mexendo sempre até engrossar. Reserve. MONTAGEM Desenforme o bolo frio, corte ao meio e faça pequenos furos com o garfo e vá umedecendo com a calda. Coloque o creme, pedaços de abacaxi e pulverize o coco ralado. Faça isso em várias camadas de bolo. No site do Cenário Feminino, você acompanha o passo a passo dos recortes dos bolos, assim como toda a técnica de confeitar. Toda cobertura do bolo é feita em chantilly. São necessários 2 palitos de churrasco para firmar os bolos, 1 palito de churrasco para desenhar a saia.

São usados vários tipos de bico de confeitar: Blusa: bico pitanga nº5; Saia: bico de pétala, bico de folha; Corante em gel, líquido ou pó, cor a gosto. Para ver o modo de preparo, acesse o nosso canal no Youtube. www.youtube.com/cenariofeminino

DULCY ALMEIDA Confeiteira. Aceita encomendas de diversos tipos de bolos. dulcydoces@gmail.com Facebook Dulcy Doces Fone (67) 9129.9559 e (67) 9984.3899


Cenário Feminino

Cookies da Charmosa INGREDIENTES 1 ¼ xícara (chá) de açúcar; 1 ½ xícara (chá) de açúcar mascavo; 300g de manteiga; 3 ovos; 4 xícaras (chá) de farinha de trigo; 1 colher (chá) de fermento em pó; 500g de chocolate branco picado; 500g de chocolate meio amargo picado; 2 xícaras (chá) de granola; ½ xícara (chá) de uva passas (ou nozes, castanhas etc). MODO DE FAZER Misture na batedeira o açúcar e a manteiga até formar um creme. Junte os ovos, a farinha e o fermento em pó,

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batendo levemente apenas para a massa ficar homogênea. Os demais ingredientes devem ser adicionados e misturados com uma colher. Modele a massa em rolos, embale em papel filme e leve ao freezer por pelo menos 24hs. Corte em fatias e asse ainda congelados em forno a 170º. Retire do forno antes que endureçam, aproximadamente 10 minutos. Uma delícia!

CYNTHYA BELIN Charmosa Gourmet/ Espaço Kaza Buffet próprio Capacidade 100 pessoas. Aceita encomendas para festas, Coffee Break e eventos corporativos no local ou residência. Rua Bom Pastor, 582 Vilas Boas Fone (67) 3341.0171 (67) 8412.9339


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PROFª. SUZANA MARQUES PEREIRA professora artesanato. Contato (67) 9149.2705 e (67) 3380.0643 suarteseva@hotmail.com BLOG

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Entrevista

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FOTO ASSESSORIA DE IMPRENSA

Por Clarissa de Faria


MAURÍCIO VARGAS

“Toda empresa tem problemas, boa é aquela que sabe resolver”

A

frase é um jargão do empresário Maurício Vargas, proprietário do ReclameAQUI, o maior portal de reclamações do Brasil contra empresas, serviços e produtos. Criado em 2000, o site foi fundado e iniciou suas atividades em Campo Grande-MS. Hoje, possui escritório na capital sulmato-grossense e em São Paulo. Em entrevista para a Mood, ele conta como tudo começou e sobre o perfil do novo consumidor brasileiro.

Como surgiu o anseio de criar o ReclameAQUI? O anseio surgiu a partir de uma necessidade que virou oportunidade. Em 1999, um voo que eu ia pegar de Campo Grande para São Paulo sofreu um overbooking e acabei perdendo uma oportunidade de negócios. De que forma o site se mantém hoje, já que não possui anúncios? O site se mantém por meio de ferramentas para atendimento, cursos, treinamentos, palestras e consultorias para empresas que querem entender quem é o seu novo consumidor, o qual está ligado em tudo, que tem uma voz tão ativa nas redes sociais e que

ganhou um canal por intermédio do ReclameAQUI. Outra fonte de renda do site vem de softwares que nós fornecemos para que as empresas incrementem o seu atendimento ao consumidor e organizem melhor as suas equipes de atendimento. Sobre sua equipe, qual o tamanho dela e de que forma todos trabalham para manter o site? Atualmente, nós temos 70 funcionários, 60 em São Paulo e 10 em Campo Grande. Muitas vezes, por sermos uma empresa da internet, algumas pessoas se espantam com o nosso tamanho, quando visitam o nosso escritório. Temos uma empresa nos moldes

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Entrevista Por Clarissa de Faria

EU COSTUMO DIZER QUE O CENÁRIO EM QUE O RECLAMEAQUI NASCEU FOI DE UMA GUERRA FRIA ENTRE OS CONSUMIDORES E AS EMPRESAS.

O CONSUMIDOR TINHA UM PROBLEMA, ESTAVA INSATISFEITO, E AS EMPRESAS ESTAVAM CONFORTÁVEIS NAS SITUAÇÕES EM QUE ESTAVAM, EM VIRTUDE DA FALTA DE VISIBILIDADE DESSAS INSATISFAÇÕES.

das outras, com funcionários que trabalham em setores que vão da TI e do Relacionamento, até trabalhos de marketing e demandas administrativas internas. Hoje, quantos acessos diários o site tem e como funciona toda a logística das reclamações, desde o primeiro contato do consumidor até a solução do problema, a partir do momento em que a empresa é comunicada? O ReclameAQUI possui uma grande audiência, o que pesa bastante na responsabilidade e no orgulho pelo trabalho que realizamos. Hoje, o site recebe mais de 12 milhões de acessos por mês. A vida de uma reclamação no site é muito

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simples: o consumidor faz o seu login, pesquisa a empresa que quer reclamar, digita a sua reclamação e voilà, reclamação feita! A partir desse momento, a bola está com as empresas, que são notificadas automaticamente, por meio do seu e-mail de cadastro no site, e cabe a elas responder e solucionar o caso do consumidor. Você cita sempre sobre o “novo consumidor”. Quem é ele? Enquanto, antes, o consumidor ligava para o SAC das empresas, esperava horas intermináveis, ouvindo uma musiquinha, e informava o seu CPF incontáveis vezes para diferentes atendentes, hoje, o novo consumidor que eu

sempre cito tem um canal e uma voz para fazer os seus direitos valerem. O novo consumidor entra no ReclameAQUI, faz a sua reclamação, compartilha nas redes sociais com todos os seus amigos, pede para esses amigos compartilharem o post com outra centena de amigos e, de repente, essa reclamação e, especialmente, essa insatisfação com um produto ou serviço estão viralizadas por toda a internet. Assim como o novo consumidor aprendeu que não precisa ser refém do atendimento das empresas e de toda a burocracia que acompanha o processo, a maioria das empresas também já aprendeu a lidar com esse seu novo consumidor, que é


FOTO ASSESSORIA DE IMPRENSA

muito mais exigente e conhece os seus direitos. Você acredita que o consumidor de hoje está mais preocupado com a reputação de determinada empresa do que propriamente em reclamar sobre o serviço? Com certeza! Tanto que mais de 90% (mais de 100 milhões de consumidores) dos acessos no ReclameAQUI são de consumidores entrando para pesquisar a reputação das empresas, e não para fazer uma reclamação, propriamente. O consumidor sabe que prevenir é melhor do que remediar, então, está cada vez mais atento em relação à reputação das empresas.

Você nota uma mudança de cultura, até mesmo por parte das empresas, depois que o site foi criado? Eu costumo dizer que o cenário em que o ReclameAQUI nasceu foi de uma guerra fria entre os consumidores e as empresas. O consumidor tinha um problema, estava insatisfeito, e as empresas estavam confortáveis nas situações em que estavam, em virtude da falta de visibilidade dessas insatisfações. A partir do nascimento do ReclameAQUI, um canal para que o consumidor expusesse os seus problemas, o cenário presente na época foi abalado, e os dois lados tiveram que aprender a conviver e

solucionar os seus problemas dentro desse novo panorama. Se, antes, algumas empresas nos viam como vilões, que estavam tentando prejudicar o seu negócio, hoje a maioria já entende a oportunidade que tem ao fazer um bom atendimento no ReclameAQUI e fidelizar o seu consumidor. Até hoje, qual foi o feedback que mais te chamou atenção? Uma reclamação ou até mesmo a resposta de uma empresa. Ainda nessa temática, da “vilanização” que algumas empresas fazem, a história que sempre vem à minha cabeça, quando penso nisso, com certeza aconteceu em uma das minhas palestras. O dono

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Entrevista Por Clarissa de Faria

de uma loja de móveis planejados compareceu antes do início do evento para falar comigo, furioso, esbravejando e fazendo até mesmo ameaças contra a minha vida. Não me abalei. Subi ao palco e contei a minha história, a história do ReclameAQUI e qual a nossa intenção, como nós queremos ajudar os consumidores, e não prejudicar as empresas. Resultado: este mesmo empresário veio até mim, ao final do evento, e falou que a concepção dele em relação ao site estava completamente errada, que ele estava enganado esse tempo todo e até me

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pediu dicas de como poderia melhorar o atendimento com os seus consumidores. Para nós, é extremamente gratificante quando conseguimos fazer uma empresa entender a importância de tratar o consumidor com o respeito que ele merece, afinal de contas, ele escolheu a sua empresa para fazer negócio, entre tantas outras! Quais os tipos de serviço que costumam gerar mais reclamações? O campeão, ano após ano, é o setor de e-commerce, especialmente com o boom de lojas

virtuais que nós tivemos nos últimos anos. Depois dele, nós temos o setor de telefonia, em que nenhuma das quatro grandes empresas do mercado responde ao consumidor; e, em terceiro, nós temos as fabricantes em geral, de eletrodomésticos, eletrônicos e informática. Quais empresas já os contrataram para melhorar o atendimento ao cliente? Nós geramos mais de 16 mil empregos indiretos, em empresas que já entraram em contato conosco e possuem setores


O DONO DE UMA LOJA DE MÓVEIS PLANEJADOS COMPARECEU ANTES DO INÍCIO DO EVENTO PARA FALAR COMIGO, FURIOSO, ESBRAVEJANDO E FAZENDO ATÉ MESMO AMEAÇAS CONTRA A MINHA VIDA. NÃO ME ABALEI. SUBI AO PALCO E CONTEI A MINHA HISTÓRIA RESULTADO: ESTE MESMO EMPRESÁRIO VEIO ATÉ MIM, AO FINAL DO EVENTO, E FALOU QUE A CONCEPÇÃO DELE EM RELAÇÃO AO SITE ESTAVA COMPLETAMENTE ERRADA, QUE ELE ESTAVA ENGANADO ESSE TEMPO TODO E ATÉ ME PEDIU DICAS DE COMO PODERIA MELHORAR O ATENDIMENTO COM OS SEUS CONSUMIDORES.

inteiros dedicados a responder às reclamações no ReclameAQUI e que, em alguns casos, até mesmo já contrataram nossos serviços de consultoria. Entre essas empresas, nós temos o grupo B2W, a Cnova, a Net, e por aí vai. O site já foi alvo de ataques virtuais? É muito complicado, com a visibilidade que temos, escapar ilesos das atitudes desonestas de algumas pessoas ou entidades, mas isso não nos abala, seguimos de cabeça erguida, reforçamos as nossas defesas e seguimos com tudo na luta pelos direitos dos consumidores. Alguma novidade e/ou anseio para os próximos meses? O ano de 2015 é muito importante para o ReclameAQUI! No começo do ano, nós lançamos o ReclameAQUI – Serviços Públicos (cidadao.reclameaqui.com.br), para que os cidadãos possam fazer as suas reclamações em assuntos relacionados aos órgãos públicos e à esfera federal. Além disso, nós estamos expandindo o nosso negócio para a Europa, começando por Portugal, no primeiro semestre, e pela Espanha, no segundo.

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Carreira

A GERAÇÃO Y NO AMBIENTE DE TRABALHO

V

_ LÚCIA COLETTO É COACH E CONSULTORA ORGANIZACIONAL, ESPECIALISTA EM GESTÃO DE PESSOAS E EMPRESAS consultoria@aghil.com.br

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ocê sabia que a geração Y é a geração da autoestima e da novidade? Sim, os nascidos a partir de 1980 fazem parte dessa classificação e estão no cenário corporativo trazendo benefícios, mas também prejuízos! Para que as perdas sejam minimizadas, é preciso entendê-los nas suas necessidades e fazer com que os ganhos nas empresas sejam maiores, porque esses jovens estão no mercado de trabalho conquistando cada vez mais espaço e, com isso, divergindo de gerações anteriores, como baby boomers (nascidos na década de 60) e geração X (nascidos na década de 70); daqui a pouco, estarão se confrontando também com a geração Z (nascidos a partir da década de 90)! As empresas precisam estar preparadas para lidar com todas as faixas etárias, mas como? Voltando à geração Y, que é o foco deste artigo, até porque hoje eles estão ocupando cada vez mais cedo cargos de liderança, e isso vem causando alguns desconfortos no ambiente organizacional. Os nascidos em 1980 (alguns dizem final dos anos 70) não se sujeitam a realizar tarefas ou atividades que não tenham sentido de valor, eles precisam encontrar motivos que os realizem em médio e longo prazo. Lidam com superiores hierárquicos de igual para igual e, mesmo sendo um deles, sabem ouvir melhor seus liderados. Possuem consciência social e ambiental,

aceitando com facilidade políticas sustentáveis aplicadas nas empresas, e contribuem positivamente para que elas saiam do papel e sejam realmente implementadas. Por serem superexpostos à informação e à tecnologia, também se adaptam mais facilmente a novos sistemas de informação e novos modelos de gestão de negócios. Aproveitar essa energia e motivação, que é uma característica marcante desses jovens, traz um ganho maior de produtividade para as empresas. Em contrapartida, são rápidos em mudar de opinião e de emprego, se econhecem uma oportunidade e um desafio melhor para sua carreira. Um fator muito importante é, independentemente das gerações e de sermos um país jovem, que as organizações pequenas, médias ou de grande porte, por meio do seu departamento de RH, tenham políticas claras e algumas regras estabelecidas para que a cultura do local seja entendida por todos; dessa forma, teremos trocas de experiências enriquecedoras para a equipe.



Negócios Por Walter Gonçalves

Baiano

da Pipoca Um vendedor de amizades.

P

astel e pipoca. Essas duas iguarias do hábito alimentar cotidiano das pessoas resistem ao tempo e permanecem firmes como manias nacionais. O pastel, que hoje tem uma infinita variedade de sabores, e é vendido até por metro, nos socorre naqueles momentos em que bate a fome e não temos tempo para o almoço, fruto da correria do dia a dia. Sempre associado ao café, suco ou ao velho caldo de cana, esse alimento popular quebra o galho com eficiência. E, revigorados, seguimos em frente. A pipoca, esta é secular,

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acompanha gerações, da infância à velhice. Faz a alegria das crianças, é companheira no escurinho do cinema e na frente da TV. Essa mania está tão ligada à sétima arte, que é até nome de um canal de filmes por assinatura. Pois esses dois ícones, tão intimamente presentes na vida das pessoas, são os responsáveis pelo sucesso profissional de dois personagens que marcam a cena urbana das comunidades em que atuam e que até acoplaram aos seus nomes os produtos alvos de suas atividades comerciais. Em Campo Grande, José Luiz

dos Santos, 67 anos, é o Baiano da Pipoca. E, em Três Lagoas, reina dona Maria de Lourdes Correia, a Maria do Pastel. Mineiro de nascimento, José Luiz ganhou o apelido de baiano quando se iniciou no ofício de vendedor nas ruas da Capital, em meados dos anos 70. “Vendia frutas. Para algumas pessoas, todo vendedor era baiano. Aí, ficou“, explica ele, sobre a origem do codinome, que acabou virando sua marca registrada. A vocação para vendas só foi percebida quando se mudou para Campo Grande, em 1972, depois


fui ficando”, afirma. Há 35 anos nesse ponto, Baiano viu passar por seu carrinho de pipoca três gerações de estudantes da Mace. Com o negócio de vender pipoca, ele bancou a família, mulher e três filhos, ajudou um deles a se formar em Administração de Empresas, tem casa própria e uma caminhonete branca “para passear” e transportar o carrinho, seu fiel escudeiro na lida. Houve uma época, ele conta, em que bateu uma crise e as vendas caíram. Era 1985. E foi na adversidade que Baiano se destacou. Lançou, então, a pipoca com pedaços de queijo, uma novidade na época, que faz sucesso

até hoje. Outra opção nova foi a pipoca com salsicha, além da insuperável e tradicional pipoca doce. Por dia, em média, ele utiliza cinco quilos de milho para produzir as iguarias. Nos 35 anos em que está colado ao centro educacional, Baiano fez uma legião de amigos. “Sou amigo dos alunos e dos pais deles, trato todos muito bem. Nas conversas com a molecada, eles falam dos seus problemas e eu dou conselhos”, diz, orgulhoso. O vendedor de pipocas conta que não foram poucas as vezes em que demoveu dos estudantes a ideia de faltar às aulas. “Eu argumentava que isso é errado, e eles voltavam para a sala de aula.”

FOTOS BAIANO JIMENA BAUTISTA

de anos em que trabalhou na lavoura, em Miranda, e em outras ocupações, como vigia e servente de pedreiro. “Notei que me dava bem em vendas, quando comecei no ramo de frutas. Daí, um conhecido meu sugeriu que eu trabalhasse com pipoca”. Baiano, então, comprou um carrinho e, em 1976, passou a circular por bairros e vias do centro da cidade, até estacionar quatro anos depois, em 1980, na esquina da avenida Fernando Corrêa da Costa com a rua Íria Lourenço e Viana, em frente ao Centro Educacional Mace, de onde nunca mais saiu. “Certa vez, ia passando por aqui e vi a movimentação de estudantes. Notei que não tinha concorrente, e

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Gente que hoje tem destaque na sociedade campo-grandense foi e continua sendo sua clientela, como o prefeito Gilmar Olarte, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Waldir Neves, e o médico Robson Ajala. Sobre este último, Baiano recorda de uma passagem de sua vida. Uma vez, sofreu um acidente de carro próximo a Nioaque. Com alguns ferimentos, ele foi transferido para Aquidauana. Para surpresa dele,

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o médico que o atendeu era um freguês de sua pipoca na Mace, que reconheceu o paciente na hora, para alívio de Baiano. O vendedor de pipocas é personagem querido na Capital. Por causa de seu profissionalismo e jeito de ser, já recebeu homenagens especiais do Rotary Club e de alunos da Mace. Volta e meia, ele é convidado para falar sobre sua experiência de vida a estudantes do centro educacional.

E esse mineiro, travestido de baiano, tem muito a ensinar sobre a vida, sem mesmo ter um diploma. Quando perguntado sobre qual é o segredo de seu sucesso, Baiano responde sem titubear. “Os meus produtos são de qualidade, sou rigoroso com a higiene e, principalmente, gosto de ser amigo dos meus clientes. Sou um vendedor de amizades”, filosofa.


FOTOS MARIA JJ CAJÚ

Maria do Pastel

Uma empreendedora nata.

D

ona Maria de Lourdes Correia. Esse nome talvez passe despercebido na memória de quem vive em Três Lagoas. Mas, se perguntarem “você conhece a Maria do Pastel?”, a resposta positiva vem de pronto. Essa mulher de 63 anos, divorciada, mãe de três filhos e avó de seis

netos, é uma empreendedora nata. Partiu de uma barraquinha de vender pastel na feira, lá no início dos anos 80, para chegar, ao final dos anos 90, à abertura de uma fábrica de massas, a Massas Maria, e de uma pastelaria, há três anos. Porém, sem abandonar as origens de seu negócio: ela ainda mantém

a barraca na feira. Esses três empreendimentos geram, hoje, 25 empregos. De família de irmãos e cunhados comerciantes, Maria de Lourdes um dia sentiu necessidade de trabalhar. Foi então que um cunhado, que vendia miúdos de boi na feira, sugeriu que ela oferecesse pastéis lá

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Negócios Por Walter Gonçalves

também. Munida de “uma panelinha, um fogãozinho de duas bocas e de um cilindro antigo para preparar a massa”, Maria iniciou sua trajetória rumo ao sucesso, embaixo de uma lona que cobria quatro caibros, a barraca montada por seu pai. No começo, eram só duas variedades de pastéis, carne e queijo. Vendia 100 unidades por dia. “Eu fazia tudo, preparava a massa, fritava os pastéis e servia a clientela”, conta a pasteleira, sobre os primeiros passos nos negócios. “Foram tempos difíceis, mas eu recebia apoio dos fregueses e da família, todos me davam muita força para seguir em frente”, destaca, agradecida. Para melhorar o atendimento

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e crescer as vendas, Maria do Pastel, alguns anos após iniciarse na atividade, visitou feiras livres de São Paulo para conhecer o trabalho dos pasteleiros paulistanos. Aproveitou e adquiriu cilindros mais modernos, que possibilitaram a ela ampliar para dez as opções de sabores e, também, a produção, que pulou para em torno de 600 pastéis diários. Com o dinheiro que juntava no trabalho, Maria investiu em terrenos. A microempresária iniciante nunca recebeu orientações de especialistas sobre como tocar um negócio, e nada sabia sobre linhas de financiamentos para ampliar o empreendimento. “Não conhecia nada disso, fui fazendo as coisas eu

mesma”, recorda. E foi com esse ofício de vendedora de pastel que Maria criou os filhos, Cristina, Carla e Cristian. As duas filhas, aliás, formaram-se em Enfermagem e Farmácia, respectivamente, outra vitória da Maria do Pastel. Mas a veia empreendedora pulsou forte, e ela pensou em alçar voos mais altos. Vendeu os terrenos e, em 1999, instalou a fábrica de massas em prédio próprio, que fica em frente à casa dela, no Bairro Santa Terezinha. A unidade produz massas para lasanha, rondelli, nhoque, canelone, salgados congelados, além, é claro, de massa para pastel. Hoje, a empresa tem uma produção de dez mil quilos de


via onde também funciona a feira e a barraca, o começo de tudo. “Os filhos tocam os negócios, mas, apesar de estar afastada, nada é feito sem eles me consultarem ou sem a minha assinatura”, observa Maria, numa demonstração de que o comando ainda é seu. “Mas são eles que vão dar continuidade no futuro, naquilo que plantei”, emenda. A exemplo do Baiano da Pipoca, em Campo Grande, Maria do Pastel também é respeitada e admirada em Três Lagoas, pela sua história de luta como empreendedora. Por isso, igualmente ao pipoqueiro, ela recebeu o reconhecimento do Rotary local, e suas empresas, por duas vezes, conquistaram o Prêmio de Qualidade Total. A empresária e os filhos

patentearam a marca Massas Maria, investiram R$ 600 mil em maquinários e na infraestrutura da fábrica, nos últimos cinco anos, e, agora, preparam-se para colocar em prática um novo projeto comercial: fabricar massas para macarrão. Para isso, pretendem ampliar o prédio da fábrica de massas. “Eu me sinto uma vitoriosa, uma mulher realizada”, diz, emocionada, ao encerrar o depoimento sobre sua história de vida. Especialista em preparar receitas de sabores para pastéis, Maria revela qual é o pulo do gato para quem quer empreender com sucesso como ela. “Ser persistente, não abandonar o objetivo, nunca”, ensina.

FOTOS MARIA JJ CAJÚ

massas por mês. E os voos da empreendedora têm mesmo alcançado longas distâncias. Duas distribuidoras independentes abastecem com os produtos da Massas Maria as cidades do interior de MS e de outros estados, como São Paulo e Paraná. Aposentada desde 2011, Maria do Pastel divide o seu tempo entre cuidar dos netos e um prazer do qual não abre mão: ir aos bailes da terceira idade. Namorar? “Nem pensar!”, diz ela. “Isso dá muito trabalho.” Após a aposentadoria da mãe, os três filhos assumiram a administração das empresas: à fábrica e à barraca da feira, juntou-se a pastelaria, inaugurada há três anos, na avenida Rosário Congro, no centro de Três Lagoas,

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Transparência Por Walter Gonçalves

Longo e

complexo Para juristas, pressão nas ruas e nas mídias sociais, em favor da saída de Dilma do poder, não é suficiente para tirar um governante eleito pelo voto popular.

L

ogo após eclodirem os escândalos de corrupção na Petrobras, em razão das investigações promovidas pela Operação Lava Jato, sobre pagamentos de propinas milionárias envolvendo diretores da empresa, empresários e políticos, uma palavra passou a ecoar insistentemente nas manifestações de rua e nas redes sociais: impeachment; no caso, da presidente Dilma Rousseff. Porém, a despeito de toda a indignação que esses fatos provocam em boa parcela da sociedade brasileira, e de serem legítimas as manifestações populares que pedem a saída da petista, do poder no Brasil, seu impedimento é um processo

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complexo, uma vez que ela foi democraticamente eleita pelo voto direto. Mas, já que o tema está na ordem do dia, vamos saber, inicialmente, o que significa o impeachment? Palavra de origem inglesa, que quer dizer “impedimento” ou “impugnação”. Esse ato ocorre no Poder Executivo. Além do presidente da República, o instrumento pode ser utilizado, também, contra governadores de estados e prefeitos municipais. O impeachment significa que o mandato fica impugnado ou cassado. No caso do presidente da República, o assunto alvo do momento, o processo acontece


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FOTOS GILSON BARBOSA

e planejamento

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quando este incorre em alguma violação grave, como abuso de poder, crime de responsabilidade, crime comum, violação da Constituição e improbidade administrativa, entre outras, cometidas durante a vigência do mandato. Ou, quando se omite diante de irregularidades que ocorrem na administração. Ou seja, sabia do malfeito e não tomou providências. Esse caso se caracteriza como crime comum. “Os chamados crimes de responsabilidade correspondem às infrações político-administrativas cometidas no desempenho da função presidencial, como condutas que atentam contra a Constituição e, especialmente,

Cabe à Câmara Federal examinar a questão. Se os deputados admitirem a iniciativa, a Constituição Federal estabelece que o presidente da República seja processado e julgado perante o Senado. O processo de impeachment, por sua vez, é longo. E, para que ocorra, devem ser cumpridos vários passos, entre eles, a denúncia, a acusação e o julgamento. Caso o presidente seja considerado culpado, ele é afastado de suas funções, e seus direitos políticos ficam suspensos por oito anos. Ocorrido o afastamento do presidente, assume o posto, o vicepresidente da República, que é

da presidente Dilma deixar o poder, assumiria o senador tucano Aécio Neves, segundo colocado nas eleições presidenciais de 2014. Essa possibilidade não existe. Para o advogado constitucionalista André Luiz Borges Netto, de Campo Grande, por enquanto, não há indícios de envolvimento concreto da petista nos escândalos do petrolão. E, nem de que ela tenha se omitido diante desses fatos. “Há que se ter calma e moderação. Ela foi eleita, devemos aceitar o resultado das urnas. Isso é democracia”, pondera o advogado. Borges diz que, a menos que aconteça, daqui para frente, um fato grave e concreto praticado pela presidente, que

O impeachment não é juridicamente viável, porque os atos que poderiam justificá-lo ocorreram no mandato anterior. Mas acabou o mandato e Dilma foi reeleita para outro.

Para se pedir o impeachment, a presidente precisaria ser suspeita de algum malfeito de janeiro até agora.

contra a existência da União, o livre exercício dos Poderes do Estado, a segurança interna do País, a probidade da Administração, a lei orçamentária, o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais e o cumprimento das leis e das decisões judiciais” (CF, art. 85). Qualquer cidadão pode ingressar com pedido de impeachment contra o presidente da República, se julgar que o titular da Nação está cometendo crimes de responsabilidade.

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o primeiro na linha de sucessão no Brasil. Se este também ficar impedido, toma posse o presidente da Câmara Federal. Caso ele, por algum motivo, não puder ocupar o cargo presidencial, é o presidente do Senado quem assume. Por último, tomará posse o presidente do Supremo Tribunal Federal, se o presidente do Senado não assumir. É equivocado, portanto, o entendimento que alguns internautas postaram nas redes sociais, no qual, na eventualidade

venha a destitui-la do cargo, a mudança de comando no país só se dará mesmo nas eleições de 2018. “Democracia também requer estabilidade política e institucional”, ressalta o advogado constitucionalista. Outro advogado, Miguel Reale Júnior, que já ocupou todas as posições que um jurista pode almejar, inclusive a de ministro da Justiça, em 2002, além de ter sido um dos principais responsáveis pelo processo de impeachment que levou à renúncia do ex-presidente


FOTOS GILSON BARBOSA

Fernando Collor de Mello, ao ser consultado recentemente sobre a questão do impeachment de Dilma, declarou estar cético em relação a essa possibilidade, por, de acordo com ele, não haver bases jurídicas para que esse fato se concretize. ”O impeachment não é juridicamente viável, porque os atos que poderiam justificá-lo ocorreram no mandato anterior. A pena do impeachment é a perda do cargo. Mas acabou o mandato e Dilma foi reeleita para outro. Não existe vaso comunicante. Para se pedir o impeachment, a presidente precisaria ser suspeita de algum malfeito de janeiro até agora”,

explica o jurista. Entretanto, Reale Júnior destaca que outra forma que poderia ensejar o afastamento da presidente seria a apuração de crime comum por prevaricação. Segundo o jurista, Dilma prevaricou se sabia do esquema do petrolão quando era presidente do Conselho de Administração da Petrobras e manteve a diretoria após assumir a Presidência. “Caso seja enquadrada num crime comum, ela será processada perante o Supremo, com autorização da Câmara dos Deputados”. Se condenada, de acordo com Reale Júnior, Dilma

perderia o mandato como qualquer outro político. “Resta examinar se existem elementos mostrando que ela foi omissa ou conivente ao manter a diretoria”, ressalta. Enquanto fatos novos que venham a mudar o curso desse cenário não acontecem, a única forma de a presidente deixar o poder seria por meio de renúncia ao cargo. Nesse caso, também assumiria o vice, o peemedebista Michel Temer.

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Transparência Por Walter Gonçalves

Escândalo de Watergate, o caso mais emblemático O caso Watergate, como ficou conhecido um dos maiores escândalos políticos do século 20, que virou livro e filme, consistiu em uma série de investigações que desnudou uma complexa operação de escutas telefônicas e espionagem nos escritórios do Partido Democrata, por parte de membros da cúpula da presidência dos EUA, no ano eleitoral de 1972. As investigações tiveram como ponto de partida a prisão de cinco homens, na madrugada de 17 de junho daquele ano, que tentavam implantar escutas telefônicas no Comitê Central Democrata, sede do partido democrata em Washington. O Comitê ocupava salas no complexo de escritórios Watergate, daí o nome do acontecimento. Esse escândalo culminou na renúncia do presidente Richard Nixon, no ano de 1974. A prisão dos cinco homens em Watergate também desencadeou uma investigação jornalística, pelos repórteres Bob Woodward e Carl Berstein, a partir de junho de 1972. Woodward e Bernstein trabalhavam no jornal The Washington Post. As investigações dos dois jornalistas descobriram ligações da Casa Branca com a espionagem na sede do Partido Democrata. Ainda em 1972, Richard Nixon conseguiu reelegerse como presidente da República pelo Partido Republicano. Entretanto, o escândalo de Watergate passou a ser fortemente associado aos seus exassessores, que foram investigados e condenados em 1973, por formação de quadrilha e espionagem eletrônica. Em 1974, depois de grande avanço das investigações e análises de material cedido pela Casa Branca, a Comissão de Justiça da Câmara de Representantes concluiu que Nixon sabia de todo o esquema de escutas eletrônicas e exigiu que o presidente se afastasse do cargo, sob pena de sofrer impeachment. Em 9 de agosto de 1974, Nixon renunciou ao cargo, tendo sido o primeiro e único presidente dos Estados Unidos a fazê-lo. Assumiria então a presidência, o vice Gerald Ford.

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Collor, o primeiro a ser apeado do poder no Brasil No Brasil, o processo de impeachment contra um presidente da República aconteceu pela primeira vez no dia 29 de dezembro de 1992, quando Fernando Collor de Mello foi julgado pelo Senado, após ser investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito, do Congresso Nacional, acusado por atos de corrupção durante sua gestão. Afastado do cargo, ele também ficou inelegível por oito anos. À época, tomou posse da Presidência o vice Itamar Franco. Collor, ainda presidente, antes que o processo de impeachment fosse aprovado, renunciou ao cargo para não ficar inelegível. Mesmo assim, os parlamentares reunidos em plenário, para a votação do impeachment, decidiram que o presidente não poderia evitar o processo de cassação, pela apresentação tardia da carta de renúncia. Acusado por Pedro Collor de Mello, irmão do presidente, em matéria de capa da revista Veja, em 1992, Paulo César Farias, o PC Farias, seria o testa de ferro em diversos esquemas de corrupção. Em outras entrevistas, Pedro Collor afirmou que o irmão presidente seria conivente com os crimes de Farias. Em valores atualizados, o "esquema Paulo César" arrecadou, exclusivamente de empresários, o equivalente a US$ 8 milhões em dois anos e meio do governo Collor (1990-1992). Nenhuma destas contribuições teve qualquer ligação com benefício ao "cliente" de Paulo César, por conta de favor prestado por Fernando Collor. O "esquema PC" movimentou mais de US$ 1 bilhão dos cofres públicos.


Opinião

SE EU FOSSE POETA

E

_ DIRCEU PETERS

É ARQUITETO E URBANISTA E ENTUSIASTA DAS CAUSAS POLÍTICO-SOCIAIS.

sta edição de maio merecia um texto mais poético e estruturado, mas, como sou somente um arquiteto e urbanista com pretensão de passar meus pensamentos, escreverei de uma forma livre e que expresse tudo que sinto ao ler ou pronunciar esta palavra: Mãe. No Wikipédia, lemos que “mãe é o ser do sexo feminino que gera uma vida em seu útero como consequência de fertilização, ou que adota uma criança ou filhote que, por alguma razão, não pode ficar com seus pais”. Podemos perceber que até nessa definição a mãe já se diferencia, quando aparece a palavra “filhote”; ou seja, até entre os animais ela é um ser especial. Acredito que muitos, aqui, vão se identificar com o que direi, mas tudo que vem a seguir é a partir do exemplo e do conhecimento que tenho da minha mãe. Em primeiro lugar, tenho a dizer que ela é movida por amor e fé. Com ela, aprendi o que é verdade, o que é proteção, o que é felicidade, responsabilidade, e a valorizar o que temos. Todos nós devemos agradecer, e eu agradeço por ter uma mãe vigilante, uma pessoa que nos deu a vida, nos ajudou quando caímos, nos aconselhou. Com a minha, também aprendi a dizer não, o que muito me ajudou na educação de minhas filhas e na vida. Ela esteve sempre

com os olhos e o coração atentos, até para nos dar as broncas. Qual mãe, na nossa infância, não nos ajudou a caminhar, a respeitar, a escrever, a rezar, a sorrir? A minha, além disso, me ensinou a ter discernimento do errado e do certo, participou de todos os momentos tristes e felizes da minha vida. E ouso afirmar que, como todas as mães, daria a vida pelo filho. As mães são um exemplo a ser seguido, pois são dedicadas, esforçadas, lutadoras, amigas, carinhosas, companheiras, educadoras, sábias, afetuosas e fonte de amor. Só ela pode me criticar, se outra pessoa o faz, lá vem ela em defesa, com todas as suas forças. Nesse meu cantinho, é essa a homenagem que quero prestar a todas as mães, neste mês em que se comemora o seu dia. Sei que esta data tem muito a ver com o comércio, mas minhas palavras foram ditas com bastante sinceridade e com muito amor de um filho agradecido. Espero que todos possam pensar em suas mães, como eu pensei no dia de hoje, que passa. Rezar, orar, agradecer, perdoar, abraçar a sua mãe e dizer como eu: “Mãe, obrigado. A senhora é a fonte, é a minha raiz, é o meu infinito e eterno amor, é a melhor mãe do mundo. Te Amo, Diva de Oliveira Peters”.

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Em um país cheio de desigualdades, estas se perdem ao nos depararmos com tanta gente fazendo a diferença com a bola de futebol nos pés e no coração.

Dedicação que dá

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e olhos bem atentos, disposto e com uma humildade que transparece na fala e nos gestos, eu me encantei pelo João Vitor Nascimento de Araújo nos primeiros segundos. Ele tem 11 anos de idade, e a paixão pelo futebol vem desde os seis. Filho de pais muito trabalhadores, o menino treina três vezes por semana no projeto Atleta Novo, do Clube Novo Operário. Fiquei durante alguns minutos, não muitos, sentada frente a frente com ele, antes de o seu treino começar, e ao mesmo tempo me veio à cabeça algumas lembranças que remetiam a uma certeza: do quão bom e importante é o esporte na vida de qualquer criança.

João Vitor conta que sempre recebeu o apoio dos pais e que eles o alertam sobre a importância de se dedicar aos estudos e ao esporte como forma de crescer na vida. “Todos os dias de treino, meus pais ficam no meu pé para que eu não me atrase para pegar o ônibus e esteja com tudo arrumado antes de sair de casa”. Ao ser questionado sobre essa paixão pela bola, ele é claro: “Quero poder ajudar minha família, ser um grande homem”. E ressalta: “Aqui, todo mundo se respeita, ninguém se xinga, e é bem mais organizado que qualquer outro lugar em que já treinei”. Além do João Vitor, mais outros 179 jovens, dos 5 aos 18 anos, divididos por categorias, fazem

parte do projeto Atleta Novo. Para que a iniciativa consiga andar com as próprias pernas e beneficiar crianças carentes de qualquer região de Campo Grande, eles contam com os padrinhos, que nada mais são que pais de outras crianças que se sensibilizam com as histórias de muitos e contribuem no pagamento das mensalidades, do transporte público e até da alimentação, além, é claro, dos diretores do clube.

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Virtudes Por Clarissa de Faria

O PROJETO É A MINHA REALIZAÇÃO, É O MEU SONHO. ESTAR À FRENTE DELE É UM DESEJO PESSOAL DE TRABALHAR COM UMA INICIATIVA SÉRIA, QUE FORMA ATLETAS E HOMENS DE VERDADE. Marcos Rezende

O projeto Janete Rodrigues tem 49 anos, é professora de educação física, treinadora da categoria até 10 anos e também uma das coordenadoras do projeto. Desde o primeiro contato com ela, percebi o amor que envolve todo esse processo, desde as crianças até a vontade que todos têm de que tudo dê muito certo. Ela explica que a iniciativa começou em 2012 e

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sempre contou com a colaboração de diversos voluntários, até mesmo dos próprios treinadores. O lema do clube Novo Operário é: “Da base ao profissional”. O que justifica o empenho em continuar com as atividades e buscando auxílio de quem possa ajudar. O presidente do conselho fiscal do clube e diretor da categoria de base, Marcos Rezende, destaca que o projeto é mantido pelo Novo

Operário, que, com o auxílio de demais pessoas, consegue fazer com que todo e qualquer jovem possa treinar e receber a ajuda necessária. “O projeto é a minha realização, é o meu sonho. Estar à frente dele é um desejo pessoal de trabalhar com uma iniciativa séria, que forma atletas e homens de verdade.”


Anjos da Guarda Jairo dos Santos Marco é comerciante, tem 46 anos e apadrinha João Vitor e mais alguns meninos do projeto, desde 2014. “Meu interesse, inicialmente, era inscrever alguns garotos que eu já acompanhava em outra escolinha de futebol, mas acabei convencendo apenas três deles. Logo que soube da necessidade que outros meninos tinham de

se manter ativos e presentes nos treinos, resolvi fazer um pouco mais e apadrinhei alguns.” Sobre o sentimento de contribuir com o crescimento dessas crianças, ele garante que “é uma sensação de orgulho ver o esforço demonstrado por eles” e que se sente feliz em participar de algo importante para a vida desses jovens. “É inexplicável quando os vejo se atirarem de corpo e alma

em uma jogada ou uma defesa; isso causa um sentimento de ser humano, saber que todos têm potencial, basta que encontrem o caminho, pois aí estarão longe de coisas ruins, gastando energia em algo bom, nem que seja apenas por um pequeno momento de suas vidas.”

ILUSTRAÇÕES DOLLARPHOTOCLUB.COM

Para ajudar o projeto Atleta Novo, entre em contato pelo telefone (67) 3204-1000 ou acesse www.projetoatletanovo.com.br

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Astral

Só as mães são felizes (Cazuza)

A

mãe de Áries é estressadinha, brava e não tem paciência com quase nada. Não é do tipo de ficar mimando a cria e nem lambendo, porém, em compensação, ela é uma grande incentivadora de filhos independentes. Dica: não a faça esperar. A mãe de Touro é possessiva com sua prole e extremamente carinhosa. É a mãe ursa que vai proteger sempre. Gosta de educação baseada em valores

_ TECA SILVA É ASTRÓLOGA E TARÓLOGA. TWITTER: TECA_ASTRO FACEBOOK.COM/TECAEMAJU

tecaemaju@hotmail.com

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tradicionais. É muito ciumenta. Dica: não a contrarie, porque, quando ela fica brava, é que nem um touro. A mãe de Gêmeos é divertida; com seu humor variável, é possível que a cada dia você tenha um tipo de mãe. Valoriza demais os estudos e adora conversar, é a que adora discutir a relação. Dica: nunca use o silêncio, ela adora saber de tudo. A mãe de Câncer é a supermãe, que mima, cuida, protege e vive para os filhos. É a mãe que vai levar leitinho no quarto e que, mesmo você estando com 50 anos, ainda o coloca no colo. Dica: é a drama queen da chantagem emocional. A mãe de Leão é vaidosa com seus filhos, é a que adora mostrar a prole “MARAVILHOSA” que tem. Autoritária, mas alegre, ama uma festa e é muito companheira. É uma mãe possessiva também. Dica: elogie sempre, muitas vezes. “Você é a melhor, mamãe!” A mãe de Virgem é a que prima por saúde e limpeza. Organizada e bastante prática, incentiva muito a independência dos filhos por meio da rotina. É a mãe da alimentação saudável e politicamente correta. Dica: ela vai sempre achar um defeito, acostume-se. A mãe de Libra é a mãe linda, sempre cheirosa e na moda. Preza por educação e adora justiça. É uma mãe que gosta também de dialogar, mas tem dificuldades para tomar decisões. Dica: não ofereça

muitas opções a ela. A mãe de Escorpião é a mãe brava, costuma ser ferrenha na defesa dos filhos. É extremamente firme e odeia mentiras. É a mais protetora de todas as mães, ama tanto que não mede esforços e, por isso, tem fama de difícil. Dica: não cutuque onça com vara curta. A mãe de Sagitário é a mãe piadista, vive tirando onda; mas, quando fica brava, lá vem coice. É a mãe que incentiva a independência por meio dos estudos. Ama viajar e vai falar a vida toda que você tem que se formar. Dica: jamais diga que prefere trabalhar a estudar. Mãe de Capricórnio é a mãe que incentiva a carreira do filho. É uma mãe que impõe muitas regras e não é de colocar no colo, mas é uma fiel incentivadora do sucesso das crias. Dica: não chore muito nem faça birra, seja proativo. A mãe de Aquário é a mãe moderna, diferente. Detesta filhos dependentes e os educa para o mundo. Não é muito maternal, mas é firme com os filhos. É a mãe que briga pelos valores humanitários. Dica: seja o menos infantil possível. A mãe de Peixes é sensível, é aquela mãe que adora contar história de contos de fadas e mais tarde vai acreditar nas histórias que você conta pra ela. Costuma não ser muito firme na educação, mas é muito meiga e carinhosa. Dica: dê um GPS para ela, senão...



Pensando bem

MINIATURAS

pela janela O

_ RAFAEL BELO É JORNALISTA, ESCREVE

DESDE CRIANÇA E PASSOU A POSTAR FOTOS E TEXTOS DE SUA AUTORIA EM 2008 NO BLOG olharesdoavesso.blogspot.com QUE COMPLETA SETE ANOS.

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passado sempre está presente, não só nas vias urbanas malplanejadas, nos alagamentos, nas estruturas tombadas, nos resquícios do respeito pelas cidades, na herança política falida, mas no comportamento disfarçado das pessoas. O eufemismo exagerado diante da vida alheia, o julgamento e a extensão dos sonhos na geração seguinte. Filhos, sobrinhos, primos e netos são espelhos das vontades de seus responsáveis preocupados com o futuro, exagerando nos afazeres do presente. O trabalho infantil é retrô e vive na moda. Nunca conheci uma criança com vontade de desagradar aos pais, e tal comportamento pode frustrar o talento para a criança que, em vez de brincar e fazer novos amigos, está se preparando para ser empreendedora, para passar no vestibular... Uma carga pesada, impossível de descarregar nos vindouros anos. Quando o futuro chegar, será que a criança teve infância? Sonhou, imaginou, correu, suou...? Não.

Suas vontades e seus desejos são realizados em contrapartida a uma carga horária diária, planejada, de estudos e preparação. Mas, e o amor familiar, o tempo para si mesma, para conhecer outras crianças, para aprender com os pés no chão, onde estão? Estamos criando adultos profissionais, carentes, sem direito à infância ou ao tempo necessário para conhecer os pais, e estes conhecerem seus filhos e familiares. Como cobrar afeto e atenção da miniatura de nós, refletindo nossos gostos e atos, se nós não o fazemos? Não é justo impor nossas escolhas a quem deveria ser criança e viver a infância em plenitude, estudando na mesma medida em que brinca e convive de verdade com seus familiares. É clichê, mas tenho saudades de ver crianças pulando em poças e brincado de escondeesconde, subindo em árvores, desbravando o próprio quintal e soltando a imaginação pela janela.




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