Revista Mood Life Edição 13

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Uma revis ta do seu modo Decoração Estilo Gourmet Viagem Consumo Nº 13 Março 2011 R$ 13,90

Morar Uma lista dos móveis mais descolados para inspirar os cômodos com elegância e bom humor 16

Comportamento Renovar pra quê? Novos caminhos para um reinventar sempre melhor 42

MOOD Sessions Propostas para interagir com a cidade. Desta vez, uma família se reúne num piquenique 14

Lobão

Com biografia entre as mais vendidas do Brasil e coletânea do melhor de sua obra recém-lançada, ele fala sobre sua vida insólita, bandida e sempre humana

Mistura Fina Novidades em moda, design e luxo que fazem nosso desejo de consumo 46 Estilo As mesmas peças, incontáveis looks. Combinações para fugir do tédio 54






Lobão tem razão Com biografia entre as mais vendidas do Brasil e coletânea do melhor de sua obra recém-lançada, Lobão fala sobre sua vida insólita, bandida e sempre humana

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Meu Canto Um lugar familiar e de sossego para Rafael Black 78

Comportamento Reinventar pra quê? Os motivos e os caminhos para uma reinvenção pessoal sempre apropriada 42

Vox Os caminhos de Nilde Brun, diretora-presidente da Fundação de Turismo do Estado, para consolidar o turismo em MS 80

Mistura Fina As novidades em moda, design e luxo que fazem nosso desejo de consumo 46

MOOD Sessions Uma nova proposta de interagir tempo e espaço na cidade. Desta vez, uma família se reúne para desfrutar de um momento lúdico: um piquenique 14

Uma nova proposta de empreendimento para produtores e consumidores de Campo Grande. Conheça a Casulo, loja Colaborativa 52

Gourmet A tradicional culinária italiana em fase experimental 98

Estilo Visuais elaborados para um homem descolado 66

Vida de Artista Minha vida é rock ‘n’ roll. Uma das bandas de rock mais conhecidas de MS fala sobre a trajetória na música 100

Portrait Um retrato falado de Simone Veiga Michel, gerente de Beleza e Moda do Senac 72

Feira Hype Os móveis de design mais bacanas do momento 16

Eu Sou João Evaristo, empresário e publicitário, conta sobre seus empreendimentos e a busca pela criação 74

Design Pedro Franco e sua trajetória bem sucedida pelo design 24

Lounge A estilista Kakô em um momento descontraído 76

Estilo Uma mesma base, diferentes composições. Saiba como sair do lugar comum com o mesmo guarda-roupa de sempre 54 Beleza As mais recentes novidades para a beleza do seu rosto e corpo 62

R e v i s t a M O O D L i f e / E d i ç ã o 1 3 / Ma r ç o 2 0 1 1

Viagem Paisagens deslumbrantes e exclusividade em Punta del Este 106



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randes expectativas. Toda primeira edição do ano é repleta delas: cheias, incertas e sempre otimistas. Com novas ideias, projetos e rumos, pensamos em melhorar o que já deu certo e inovar para sempre dar um passo adiante. Nesta edição que você, caro leitor, segura, resolvemos cutucar um pouco. E ninguém melhor para fazê-lo do que um Lobão logo na capa. É claro, cheio de controvérsias, Lobão não é uma unanimidade. Ainda bem. Pois se toda unanimidade é burra, Lobão simplesmente não a é. Articulado, defende o que muita gente não tem coragem de dizer, mas antes de tudo sempre se posiciona. Em uma entrevista calorosa e divertida, dá as caras e levanta as mangas, mostrando a que veio e porque se orgulha de um passado tão turbulento, exposto em sua autobiografia “50 anos a mil”. Nesta primeira edição, também aproveitamos para renovar nossas páginas. Seja visualmente, seja no conteúdo. Em MOOD Sessions propomos uma nova forma de se relacionar com o espaço urbano. Se não tão novas assim, mostramos que resgatar certas atividades pode ser uma forma lúdica de intervir com a rotina. Para a estreia, um piquenique saboroso e acolhedor. Estreamos também a seção Vida de Artista, onde fazemos um perfil sobre aquele que você sempre quis saber um pouco mais. Ainda nesta edição, você encontra um Estilo mais versátil, tanto para as mulheres quanto para os homens. E se novas fases são momentos para grandes ou pequenas mudanças, trazemos os caminhos para se encontrar da melhor forma em uma nova reinvenção. Essas e outras novidades em mais uma edição da MOOD, que também se renova para ficar cada vez mais do seu modo.

Quis autem vel eum iure reprehenderit qui voluptate velit esse

CAPA Lobão. Foto Alexis Prappas (Prappas Imagens). Produção Executiva Melissa Tamaciro. Assistente de Produção Diego Ouro Preto. Maquiagem Celmis Júnior. Lobão veste acervo pessoal.

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Detalhe da matéria de estilo "Do dia pra noite", que propõe diferentes looks a partir de uma peça-chave



Expediente LifI

Parabéns pela excelente matéria "Um mundo à parte", onde são retratadas paisagens paradisíacas do México. Também gostei do artigo da Adriana Estivalet, sobre etiqueta nas publicações virtuais. Como sempre, a Mood, muito bem produzida, no editorial, no design e na publicidade. Cleider de Souza Costa

diretores Iara Diniz iara@moodlife.com.br Josué Sanches josue@moodlife.com.br Luis Pedro Scalise luispedro@moodlife.com.br Conselho Editorial Adriana Estivalet Alexis Prappas Carla Matsu Iara Diniz Josué Sanches Linda Benites Luis Pedro Scalise Melissa Tamaciro Redação e jornalista responsável Carla Matsu (DRT 543 / MS) redacao@moodlife.com.br Editor Eduardo Zeilmann editor@moodlife.com.br Arte Final Odirley Deotti arte@moodlife.com.br Editor de Imagem Alexis Prappas alexis@prappas.com.br Fotógrafos Alexis Prappas, Jean Vollkopf, Marcos Vollkopf, Miguel Palácios RodrigoMarques Atendimento Comercial Rejane Moreira e Alba Dalpasquale Holder Gestão Comercial PARA ANUNCIAR LIGUE (67) 3029-3426 comercial@moodlife.com.br

CONTATO Envie comentários e sugestões para a seção informando o seu nome completo. A revista MOOD Life se reserva o direito de resumir e adaptar os textos publicados, sem alterar o conteúdo. editor@moodlife.com.br www.twitter.com/revistamoodlife www.moodlife.com.br

Colaboraram nesta edição Texto Bruna Morales, Cidiana Pellegrin, Rafaela Gizzi e Taiene Pael Ilustração Efe

Revista MOOD Life é uma publicação mensal integrante do grupo DNZ Participações e Negócios Ltda. Rua da Paz, 1584 – Santa Fé - Campo Grande/MS CEP 79021-220. A Revista MOOD Life não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam no expediente não tem autorização para falar em nome da Revista MOOD Life. Impressão e acabamento Idealiza Gráfica e Editora.





De volta ao lúdico Um piquenique em meio à cidade para reunir a família de forma simples e saborosa Por Rafaela Gizzi

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FOTO ALEXIS PRAPPAS


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relógio é quem dita as ordens durante a semana. As atividades são programadas e os dias seguem com a mesma rotina. Sábado e, principalmente, domingo são dias para descanso e não parece ser boa ideia inventar programas que dêem muito trabalho. É assim que pensam muitas famílias que trabalham fora de casa e dividem as tarefas profissionais com as pessoais. Mas para fugir desta rotina que persegue até os finais de semana, a fisioterapeuta do esporte Irene Barros e o marido, o médico anestesista João Maximiano Barros, tiraram algumas horas de um domingo ensolarado e inspirador para participarem da nossa nova seção MOOD Sessions. Nela propomos uma nova forma de interagir com o espaço urbano, ou ainda, resgatar atividades simples que ficaram esquecidas pelo tumulto do cotidiano. Para a estreia, João e Irene curtem a companhia das filhas Beatriz, 7 anos e Maitê, 4 anos, em um piquenique, recheado de comidinhas e ar puro. Por estarem inseridos em um dia a dia corrido, que demanda, muitas vezes, plantões e expedientes até tarde da noite, Irene e João não abrem mão de um final de semana lúdico e simples com as filhas. Acampamentos no quintal da chácara, para onde seguem quando querem sossego, são comuns, assim como esticar uma toalha na grama e se reunir ao redor dela para desfrutar de petiscos saborosos. “Procuramos nos dedicar, porque senão, daqui a pouco elas têm 17 anos e não aproveitamos todas essas fases”, conta João. Irene também concorda “o programa é importante para sentirmos nossas filhas crescendo, para estarmos com elas”. A mãe ainda fala em dar um toque a mais no encontro e convidar as amigas das filhas para participarem e se divertirem juntas. E, de qualquer forma, montar um piquenique não é tão complicado quanto algumas pessoas pensam. Ter um dia assim proporciona muito mais diversão que trabalho. A prova disso é que a família Barros já se programa para o próximo. Receita de piquenique A arquiteta Anapaula Reiter, quem organizou nosso piquenique, lembra que tudo começa pela escolha do local, que além de bonito deve ser seguro. Sugere ainda cadeiras fáceis de manusear ou almofadas confortáveis e, para forrar a grama, uma toalha xadrez bem colorida. Uma cesta de piquenique bonita e prática, vasilhas e potes decorativos para servir os petiscos.

onde Armazém Fornari (67) 3323.9600. Padaria Filomena. (67) 3321.1531 Néctar Ateliê de Delícias atelienectar@gmail.com

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I d e i a s p a r a v e s t i r s u a c a s a Por carla Matsu

Contemporâneo e artesanal Criação do designer Marcus Ferreira, a poltrona Giramundo leva todo o DNA de sua marca, a Decameron. Criada em 1996, a empresa prioriza até os dias atuais a produção artesanal de seus produtos. Sofás, poltronas e chaises com design reto e limpo revelam detalhes sofisticados muito comuns na alfaiataria como o uso do capitonê, apliques e bordados. Atualmente, com a expansão da marca também no exterior, a Decameron se tornou um dos principais nomes em seu segmento, e Ferreira até ganhou a reputação em sua especialização, a de “designer de sofás”. Ganhadora de vários prêmios importantes do design, entre eles o do Museu da Casa Brasileira, é a única nacional a conquistar prêmios na categoria Sofás. Onde www.decamerondesign.com.br

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Conforto sem velocidade A referência a um dos mais charmosos e clássicos automóveis da década de 60 se encontra nas linhas e curvas da nova criação de Sergio Fahrer e seu irmão, o também designer Jack Fahrer. A poltrona Belair, que integra a coleção 2011, é fabricada com madeira curvada, técnica desenvolvida e patenteada por Sergio e pode ser revestida em tecido ou couro ecológico.

Onde Sergio Fahrer, tel. (11) 3822-0584. Em Campo Grande, Casa Design: (67) 3313-6001

Versátil O banco EX da Catallago assume suas funções básicas, mas também revela vocação para um simpático revisteiro. Já em versão ampliada, com várias peças agrupadas, ele dá forma a um banco maior. Em formato de X, o banquinho também pode ser formado por um painel em madeira ou uma almofada estofada, encontrada em várias cores.

Onde www.catallogo.com.br Tel. (11) 3061-0870

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nada convencionais Com a premissa de que design é para ser vivido e expresso em ideias e criatividade, a Desmobilia descomplica o móvel e suas linhas. As peças são únicas, com forte inspiração vintage e outras tantas garimpadas com preciosismo pelo mundo afora. Criada em 1990, pelo empresário paranaense João Carlos Livoti, a loja conceito tem como objetivo produzir e tornar acessível o melhor do design nacional e internacional. A reutilização de materiais também se encontra lá e explora o paradoxo “DescArte – Arte”. A Desmobilia se encontra em duas lojas, uma em São Paulo, outra em Curitiba e também no plano virtual.

Onde www.desmobilia.com.br

Céu e inferno A nova coleção do Studio Dupla, formado pelos designers Lúcio Carvalho e Tuca Corazza, se inspira no céu e inferno para trazer uma mobília de linhas minimalistas e nuvens de aconchego. O barzinho é um charme à parte e cumpre a função de guardar o necessário para receber os amigos em casa.

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Onde Marche Art de Vie Tel. (11)3823-9760



Cozinha da vovó A Brastemp lança em 2011 um novo charme para aqueles que se identificam com a atmosfera retrô. No entanto, o refrigerador com cara, cor e curvas dos anos 50 está totalmente evoluído. A carinha de antigo só fica por fora. Dentro, ela assume sua postura tecnológica. Frost free, puxadores em liga de alumínio cromado e a nostalgia em forma da logo do simpático esquimó, utilizado pela marca na década de 50, se encontram ali. Onde www.brastemp.com.br

Café perfeito Uma das mais importantes inovações do mercado de café nos últimos 15 anos já pode ser encontrada e saboreada no Firula’s Café. O método envolve três pontos únicos, como a utilização de uma máquina especialmente desenvolvida pela illy Café; a utilização das cápsulas Iperespresso, onde o café fica armazenado de forma higiênica e na quantidade certa. E, por último, faz uso de grãos selecionados das melhores safras de oito países. Segundo a empresa criadora do método, a diferença para outras preparações tradicionais está nas fases de extração. Com esta nova cápsula, o café passa através de duas fases: hiper-infusão e emulsão. Uma dupla ação que assegura uma extração melhor de todos os aromas do café e consegue um creme rico, aveludado e persistente durante mais de 15 minutos. O resultado é um café perfeito, sem defeitos e com um gostinho inconfundível. Em casa. Além da bebida, o Firula's também comercializa as máquinas da illy para quem quiser ter em casa sua própria cafeteria premium. Estão disponíveis para compra todos os modelos. ONDE No Firula's Café, Rua Euclides da Cunha, 1.102. Tel. (67) 3326-8691.

AGENDA

Kitchen & Bath De 22 a 25 de março acontece a mais importante feira de cozinhas e banheiros na América Latina. Em sua sexta edição, a Kitchen & Bath trará os principais lançamentos e tendências do setor e contará com a participação de cinco multinacionais, que escolheram o evento para entrar no mercado brasileiro, além de consagradas marcas, como Deca, Roca, Docol, Tramontina, entre outras. O evento, que reúne designers, arquitetos, decoradores, engenheiros e lojistas, acontecerá paralelamente à 9ª edição da Revestir - Feira Internacional de Revestimentos, e ao 9º Fórum Internacional de Arquitetura e Construção. Onde Transamérica Expo Center, São Paulo. De 22 a 25 de março. www.kitchenbathexpo.com.br

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A Lot Of Design Criatividade e inovação no design nacional de Pedro Franco POR TAIENE PAEL

Com apenas 33 anos, o designer paulistano Pedro Franco já conquistou o posto de um dos mais importantes e completos designers do Brasil. Era 1999 quando ele, ainda estudante, participava de um workshop com os irmãos Campana. O resultado seria a premiada Poltrona Orbital, na qual Pedro utilizou câmaras de pneus entrelaçadas para compor um móvel inovador e confortável. Formado em arquitetura e design, inaugurou a conceitual loja A Lot of Concept Store em 2004 e não parou por aí. Foi o primeiro a trazer a grife italiana Skitsch ao Brasil e se encontra à frente da direção da linha Home da marca Missoni, também italiana. “Minhas criações

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tem como ponto de partida a reutilização de matérias-primas, utilizando muitas vezes o trabalho de comunidades”, afirma. Ainda abaixo dos trópicos, Franco foi reconhecido por outra grande e tradicional empresa brasileira. Da Ronconi, indústria de móveis estabelecida no Rio Grande do Sul, veio o convite para assumir o posto de diretor de arte, assim como a responsabilidade de repaginar todo o design estratégico da marca. 2010 também foi um ano excelente para Pedro, que foi convidado por um grande nome do design internacional, Marva Griffin, para expor seu trabalho no Salão Satéllite, convite estendido para as edições de 2010 e 2011.


Poltrona SuperNova (acima). Design diferenciado e exposto na mostra ArtNhow, em Milão. A estrutura em aço se contrapõe à lycra esticada que faz a vez do assento e encosto Eliptical (à esquerda). A chaise eliptical possui design limpo com a possibilidade de se transformar em sofá com a composição de duas chaises

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A aNTIPASTEURIZAÇÃO

EM TODOS OS SEUS ASPECTOS, COMO CORES, TEXTURAS E MATERIAIS SERÁ TENDÊNCIA EM 2011

Móvel-arte Dividida em dois blocos e com dois andares cada um, a A Lot of possui um estilo que lembra um museu. A loja ganha personalidade através dos móveis de design italiano, de outros assinados por Pedro Franco, além daqueles que levam assinatura de designers nacionais, como Wagner Archela e André Cruz. Inspirada também é a A Lot of Arts, um espaço reservado a escultores e pintores. “A loja está preparada para atender apaixonados por design, e isso inclui profissionais da área e colecionadores. Trabalhamos de forma a atender pessoas conectadas em moda, artes plásticas e design”, diz Franco.

Inspirada no Sofá Antropófago, destaque na Semana de Design em Milão 2010, a poltrona de mesmo nome possui acabamento feito à mão com cordas de escalada costuradas por toda a peça e foi criada para dar continuidade na linha e opção para ambientes compactos



Inspiração maranhense Casa Cor Maranhão inaugura o calendário da mostra no Brasil e revela tendências em sua primeira edição FOTOS Miguel Veigas

Com uma vista eterna para o mar, em um dos pontos mais valorizados de São Luís, se encontra a primeira edição da Casa Cor Maranhão, que exibe o talento de 100 profissionais das áreas de arquitetura, decoração, design e paisagismo. Localizada no bairro do Calhau, o imóvel que abriga a mostra foi feito especialmente para ela. Ao todo são 3.500m² de área construída e 50 ambientes que passam a personificar a identidade da arquitetura e decoração maranhense. As referências ao estado e às suas belezas naturais são

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evidentes pelos espaços. A piscina de 1.500m², com borda infinita e um desenho fluido remete aos lençóis maranhenses. Já outro grande destaque é o heliponto construído em balanço sobre um barranco, que lhe confere um efeito de flutuação. As samambaias e orquídeas também marcam presença em ambientes externos e internos. O evento, que teve início em 1º de fevereiro, tem duração de 40 dias e também oferece aos visitantes atrações culturais, rodadas de negócios e lançamentos de produtos exclusivos.


Adega Situada no subsolo da Casa, a adega é climatizada e feita de alvenaria aparente, tijolos refratários amarelos que asseguram a temperatura e iluminação adequadas às bebidas. Flávia, Frederico e Leonardo Guerra, responsáveis pelo projeto, deram um toque inusitado ao espaço, onde garrafas de vinho foram transformadas em luminárias. TVs e led proporcionam tecnologia ao ambiente que também tem ares de porão Bistrô Madame Chanel inspirou o projeto do Bistrô da Casa Cor MA, idealizado por Antonio Macedo e Luis Carlos Mathias. Com tons pastel, poltronas imponentes de veludo e mesas de laca branca, o restaurante traduz a contemporaneidade da estilista francesa que marcou a história da moda Cafeteria Por ser um ambiente comercial da mostra, a decoração além de agradável é funcional. As arquitetas Iza Moreira e Cláudia Tourola usaram elementos clássicos nos móveis e objetos de decoração. As guloseimas são expostas em cristaleiras como se fossem jóias. Em meio ao estilo clássico, a cafeteria ainda cede lugar para o artesanato maranhense

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Banho do Casal

Closet Masculino

O banheiro do casal, projeto de Karla Baldez Saboya e Karla Mendes, foge do conceito tradicional. Desenvolvido em tons escuros, remete a um ambiente clássico, porém com adereços pouco convencionais. No espaço foi instalado um minisalão de beleza, com pia para lavagem de cabelo e iluminação especial no espelho de maquiagem

Praticidade define o closet masculino projetado por Ulysses Costa para atender às necessidades de homens entre 30 e 35 anos, que possuem um ritmo de vida agitado. Uma televisão foi instalada em uma das portas do armário. Com a iluminação é possível criar várias cenas de luz, que ajudam na escolha do visual do dia. Prevalecem cores sóbrias como preto, cinza e azul

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*Com informações da Assessoria de Imprensa

Closet Feminino O closet feminino, assinado por Caroline Gama, foi projetado para mulheres que acompanham tendências de moda e decoração. A iluminação multicolorida e, ainda assim econômica, é um detalhe à parte. Os armários com peças em acrílico evidenciam as cores das roupas, sapatos e objetos de uma mulher vaidosa. As cores são ousadas e quebram a monocromia dos closets tradicionais

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Eternamente Lobão O passado revisitado, da infância imaculada ao libertário rock ‘n’ roll de um artista sem amarras POR CARLA MATSU FOTOS ALEXIS PRAPPAS

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té virar Lobão, João era João. E era exatamente um típico protótipo daquele que tinha tudo para ser um verdadeiro e, como ele mesmo diz, “bunda mole”. Teve de tudo. Uma família classe média, educação em bons colégios, pais imperativamente presentes, férias libertárias em Petrópolis, tudo. Tímido, daqueles que não colavam na escola, que não sabiam amarrar o próprio cadarço, dedicado à sua primeira comunhão na Igreja, bem, digamos que era difícil imaginar o menino João Luiz Woerdenbag Filho, o Xurupito, como a personificação de tudo que Lobão se formou, construiu e ajudou a desconstruir até hoje. Foi preso por porte de drogas, deu com o dedo na cara de muita gente, colecionou inimizades (todas bem conhecidas). Foi além e não sossegou. Brigou com a indústria fonográfica, revolucionou o mercado da música independente no Brasil e chama de “imbecilidade” grande parte da música feita hoje, cita nomes, inclusive. Lobão também é um cara cheio das onomatopéias. Expressivo que só, gesticula, levanta uma sobrancelha de ironia, reproduz pensamentos em alto som e usa uns “TÁÁÁÁ, POOOO, AHHHH, PORRA, PORRA, PORRA!”. Ri, soando, às vezes, quase que maquiavélico. Um humor definitivamente cáustico. Corrosivo. E fala, fala ininterruptamente. A vida também lhe proporcionou momentos obtusos, cheios de arestas e bem espinhosos. Foi expulso de casa pelo pai que veio a se matar em 2003. No ano seguinte, sua mãe também morre e culpa Lobão em carta pela sua morte. Após uma discussão entre os dois, parou de tomar seu remédio para o coração e sofreu um enfarto fulminante. “Era daquelas

pessoas que tinham que tomar o remédio três vezes ao dia. Uma forma sutil e profissional de se matar”, conta ele em sua densa biografia “50 anos a mil”, lançada no final de 2010. O próprio também já tentou encontrar seu fim mais cedo. Era 1999, época da gravação de “A Vida é Doce”, em meio a uma depressão que, certo dia em Ipanema, se cortou todo e tentou se jogar do 8º andar de um prédio. Não vingou. Os bombeiros o seguraram. Rock errou Talvez clichê demais afirmar que foi o rock que salvou a pele de João, libertou e o condenou por algumas vezes. Mas foi. E ele o defende sempre. Ao liderar uma campanha que exigia que os números dos CDs e DVDs, lançados pelas gravadoras, fossem numerados para garantir um melhor controle dos pagamentos autorais e evitar a sonegação, cutucou a ferida de muita gente grande. A eterna briga com Herbert Vianna, líder do Paralamas do Sucesso, também se torna personagem nessa epopéia literária, onde Lobão o acusa terminantemente de plágio. A amizade com Cazuza e Julio Barroso, líder da banda Gang 90 e As Absurdetes, suas incursões pela música, sua expulsão da Blitz, e sua participação no grupo Vímana, ao lado de Lulu Santos e Ritchie também são relembradas, assim como a condenação e prisão em 1987, fato que repercutiu em toda imprensa nacional. Desencantado com tudo, Lobão virava então o mascote do Comando Vermelho, e ao sair da prisão despediu-se dos companheiros de cela aos prantos. Vida Bandida, seu terceiro álbum vinha logo depois.

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“Deixem de ser idiotas, caipiras, Lobão tem razão É na Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo, onde Lobão chega se abanando por conta do calor de 36º graus e uma sensação térmica dos infernos. Reclama. “Vamos fazer tudo rápido e ir pra outro lugar fazer a entrevista. Porra, tá calor demais”, sugere. Os ânimos se acalmam quando o proprietário da pizzaria [onde estávamos] oferece nossa salvação: uma cerveja bem gelada a Lobão. Pronto. Foi como se a bebida normalizasse a temperatura do corpo e um sorriso no rosto aprovasse uma nova situação. Durante mais de uma hora de entrevista e outras mais de produção conhecemos um Lobão indignado, a lenda viva do rock e um cara bem simpático. Receptivo. E mesmo esbravejando aqui e ali sobre algum tópico levantado durante nossa conversa, Lobão soa, sobretudo, carismático. É durante essa mesma hora que percebemos que Lobão tem razão. A referência não fica por conta da música de Caetano Veloso [lançada em 2008 e que se referia ao próprio], com quem ele já trocou adjetivos não muito amigáveis. E sim por argumentos bem amarrados. Esses que se vê na entrevista a seguir e através das páginas de sua maior viagem literária, a biografia “50 anos a mil”.

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Vi que você editou quase 300 páginas do livro. Muitas histórias importantes ficaram de fora? Muitas, mas aí vem o E-book e ele vem com tudo, com todas as histórias, com todas as fotos que ficaram fora. O universo todo. Escrever pra muita gente é um lance meio terapêutico... É um psicodrama né. Lembrar da tua vida, se propor, fazer um inventário dela desde o início. Engraçado que quanto mais eu ia escrevendo, mais coisas me vinham à cabeça. Eu já estava escrevendo um livro "proustiano", porque quando eu parei nas 873 páginas eu ainda estava na minha adolescência. Eu queria fazer um livro assim. Mas depois quando eu pensei no título, eu pensei: "pô, 50 anos a mil”, eu tenho que dar uma velocidade, uma coisa cinematográfica. Então, eu não tive nenhum problema de tirar não. Eu achei ótimo, depois eu li inteiro e achei muito legal, a velocidade, o ritmo dele. Em uma autobiografia, você se encontra totalmente imerso. Você teve um distanciamento na hora de escrever? Sim. Eu tive 30 anos de história. Principalmente, as coisas que eu devia ter mais distanciamento, que me deixaram mais emocionalmente depauperado. Que foi a prisão, o Herbert Vianna... A pior foi o Herbert, eu acho, porque eu tive que editar mais que a metade. E mais, eu acho que exatamente


eu não sou doidão” por estar em São Paulo, se eu estivesse ainda no Rio eu não iria conseguir escrever. Eu estava naquela cidade da qual eu estava de saco cheio, e não ia ter o mínimo carinho de me lembrar dela, porque eu estava puto de estar ali. E quando eu já estava em São Paulo, quando me lembrei da cidade, principalmente das épocas mais remotas, eu lembrei com um certo carinho até. O Rio é um contexto do qual você não se sente parte então? Eu detesto. Eu não tenho nada a ver com o carioca, eu sou um peixe fora d’água. Eu não consigo, a mentalidade eu não gosto, eu não concordo, a estética, tudo. Sua mãe também sempre o controlou muito... É, no caso da minha mãe, ela era obsessivamente opressora. Então meu único lugar de liberdade era no sítio, em Petrópolis. E quando chegava ao Rio era a pior coisa do mundo. Nunca achei o Rio um mar de recordações legais. Ao escrever o livro e através dele, você acredita que resolveu algumas pendências? Eu descobri que eu estava muito bem com a minha vida. Eu não sabia que eu estava tão bem com o meu passado. E foi muito fácil escrever aquilo, foi divertido. Tiveram momentos

que eu fiquei muito emocionado, mas eu tinha muito na minha cabeça a história que eu queria contar. Eu só não sabia se ia soar ressentido, se de repente eu ia olhar pra minha história e falar: “pô, mas você é um cara frustrado, recalcado”. Mas eu adorei. E eu acho que isto está passando para as pessoas, porque eu me sinto uma caricatura ambulante desde que eu me entendo por gente, como pessoa pública. E agora as pessoas estão começando a relevar, até se simpatizar comigo... É... até porque você sempre teve aquela imagem de ser o roqueiro loucão. O livro de certa forma sensibiliza a sua figura, o Lobão... Na verdade, ele é mais uma outra tentativa de dizer: “deixem de ser idiotas, caipiras, eu não sou doidão”, eu nunca consegui convencer as pessoas. Eu pensei, bom, a maior vantagem que eu tenho em relação a tudo que foi produzido de injustiças em relação a mim, é que eu vou editar e não os outros. Você viu as atrocidades que escreviam sobre a minha pessoa, e aquilo realmente foi muito prejudicial pra mim. Aquilo forjou toda uma imagem, e era tudo meio que também patrocinado por aquele lobby paralâmico, né. Eles tinham o maior interesse em me deixar despotencializado. E não aconteceu nenhum reencontro com o Herbert até então?

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"Eu desfrutei de tudo, NĂŁo deixei a vida passar." 38

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O LIVRO

50 anos a mil

Escrito em parceria com o jornalista Claudio Tognolli, Lobão em “50 anos a mil” destrincha seu passado e encaminha sua literatura para contar a versão da sua própria história. A infância no Rio de Janeiro, o relacionamento opressor com os pais, à identificação com o rock e sua trajetória na música estão lá, assim como todos os desentendimentos, a prisão e seus amores. Claudio assume posição primordial no livro ao contextualizar o leitor dentro dos acontecimentos que foram retratados sobre Lobão na imprensa naquela época e ainda traz entrevistas com nomes importantes que fizeram parte da trajetória do músico, entre eles Elza Soares e Ritchie. O livro gerou grande polêmica por apresentar um conteúdo nada convencional e já se configura ente os mais vendidos no Brasil, segundo o ranking da revista VEJA. Com o livro também vem um link para download de duas músicas inéditas. A primeira que referencia São Paulo, cidade que escolheu para viver depois dos 50 anos e outra em homenagem ao amigo Julio Barroso.

Nunca, ele sempre fugiu. Tem histórias que você vai ver no próximo, porque eu vou ter que acabar contando. Você não vai acreditar. Eu não quero de maneira nenhuma com isso desmilingui-lo, mas eu vou acabar optando pela minha história. Mas eu estou tentando ser o mais civilizado possível em relação a isso, é que foi muito sério.

absolutamente previsível. Porque era só me cutucar que eu reagia. E também não era equilibrado e eu gostaria de mostrar a minha parte legal também, ficar mais tranqüilo, ser um cara normal. Isso me custou muito, tive que fazer muito tempo de análise. Mas acho que de maneira geral, eu estou bem melhor do que eu era. Eu tô felicíssimo [risos].

Você contextualiza o leitor nessa sua infância de timidez, mas também o leva até seus momentos mais extremos. Quando foi que o Xurupito se tornou o Lobão que conhecemos? Eu sempre fui um cara muito fora da casinha. Eu nunca tive uma turma. Mas por eu ser esquisito desse jeito, eu era um prato feito para os garotos daquela época. E na verdade eu comecei a me afirmar justamente quando todo meu estudo empírico, de música, etc, começou a dar certo. Com 12, 13 anos eu já tocava muito bem bateria, aí eu passei a me afirmar perante a minha turma. Inclusive, os caras que me sacaneavam, eles ficavam meio embaçados pelos irmãos mais velhos, que começavam a querer tocar comigo. Uns caras de 18 e 19 anos. Engraçado que para eu poder me afirmar, eu tive que me tornar um cara altamente reativo. Eu tinha que dar ESPORRO! [grita] E quando eu vi que o primeiro esporro que eu dei, funcionou, eu só passei a dar esporro em todo mundo. Depois eu comecei a perceber com a idade que eu estava me tornando um cara

Em uma entrevista sua vi que você afirmou que nunca foi autodestrutivo, mas... Não, autodestrutivo não. Eu entrei em crises muito grandes mediante às coisas que eu passei. Mas se eu fosse autodestrutivo eu não estaria aqui falando com você. Porque eu preservo muito a minha vida, eu gosto muito da minha história, se eu não gostasse tanto eu não teria escrito do jeito que escrevi. Mas aí me perguntam por que você teve tanta coragem em escrever... Coragem, não. Eu tenho orgulho, o que você teria vergonha eu tenho orgulho, porque eu sei o que eu pude tirar disso. Eu não tenho orgulho só porque passei e sobrevivi. Não, eu tenho orgulho porque eu consegui usufruir tudo na minha vida, até num catre com ratos, eu desfrutei tudo, não deixei a minha vida passar. Então acho que esse é meu trunfo, deixei de ser um idiota porque era para ser. A educação que eu tinha era altamente castradora, eu não sei dar um nó no meu sapato até hoje. Minha mãe criou um cara

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pra sempre ter uma dependência profunda por ela. Então era para eu ser um forte atrapalhado, um zero à esquerda. Bem, você sempre veio se reinventando e seu público também rejuvenesceu... Rejuvenesceu sim. Desde 1999, porque nos anos 90, a minha geração, eu acho que os tornou titios. Eu falava o tempo todo que o Acústico MTV ia acabar com esses caras. Aí as pessoas acharam que foi contradição quando eu fiz o meu acústico. Só que as pessoas não entenderam que eu coloquei 85% do meu repertório que ninguém conhecia, não era aquele caça-níqueis, daqueles que ao fazerem o MTV inteiro acústico, apontavam para o público assim: “olha, vocês não me conhecem muito porque eu já sou um cara mais velho, aqui estão todos os meus sucessos daquela época”. Então, pronto, é um titio. Óbvio. A única coisa que não aconteceu comigo porque, na verdade, durante aquele período que eles estavam fazendo esse caça-níquel eu estava escrevendo música nova. E as pessoas acharam que eu era maluco, porque eu coloquei também na banca de jornal, só que aí começou a atrair um público jovem, enquanto aqueles acústicos MTV atraíam aquele público quarentão tomando uísque que pedia: “Ah, toca aquela que eu ouvi quando eu... dei o primeiro beijo na minha mulher!”. Um público lixo. Saí correndo desse público. E quanto à cinebiografia do Cazuza que também o tirou da história? Na verdade me tiraram de todas as histórias. Eu fui ridicularizado. E por que você acha que isso sempre aconteceu? É um coronelato, uma capitania hereditária essa coisa toda. Você tem os filhos dos filhos, você tem que beijar a mão dos baianos, você tem que fazer assim [saudação] pro Chico Buarque, senão você não existe no Brasil. E as pessoas fizeram tudo isso. Por exemplo, no Rock in Rio, o Cachorro Grande, eu não entendo, é a melhor banda de rock e vai tocar numa tenda em segundo plano, e a Claudia Leite vai tocar na tenda principal. Eu não consigo entender isso. Agora, pior é o Cachorro Grande aceitar tocar ali, tinha que ser “Não vou tocar, rapá”, mas isso não tem aqui no Brasil. Aí não tem rock ‘n’ roll, porque se você não tem isso, você não tem rock' n' roll, porque rock ‘n’ roll é foda-se, mas foda-se mesmo. Então aí

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Lobão revisitado Um balanço da carreira solo também pode ser ouvido em uma nova edição lançada pela Sony Music. O Box 81-91 + DVD Acústico MTV Lobão, revela um painel amplo de sua produção. Ao todo são três CDs que, segundo Lobão, reúnem as canções mais representativas dos dez primeiros anos de sua carreira. O histórico Acústico MTV, que recebeu o Grammy Latino para o melhor disco de rock de 2007, também vem como presente.

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Produção Executiva Melissa Tamaciro Maquiagem Celmis Júnior Assistente de Produção Diego Ouro Preto Making of Marvimm (Prappas Imagens) Agradecimentos Breno (Santa Pizza) Rua Harmonia 117. Vila Madalena, São Paulo

"Eu me sinto uma caricatura ambulante desde que eu me entendo por gente, como pessoa pública. E agora as pessoas estão começando a relevar, até se simpatizar comigo...

como a gente vai fazer a nossa cena, como modificar a nossa cultura, fazer a gente se enxergar de outra maneira, que não seja essa coisa antropofágica, tropicalista? Eu não sou isso, não quero seguir essa cartilha, eu quero respeitar essa cartilha, mas também quero que me respeitem pelo fato de eu não seguí-la, mas aí não tem como. Ou você segue ou você não existe, cara. E essa briga entre você e o Caetano? Você que fez uma música que o citava e vice-versa... Eu fui no Jô Soares, e ele estava tocando uma música, na minha frente, que falava “Rock Raul” e era uma “bala perdida para Lobão” [ele imita o sotaque de Caetano]. Eu não entendi,

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prestei muita atenção. Aí no meio da música tinha LOBO BOLO. Evidentemente eu jamais entenderei, porque as coisas que ele escreve são pra você não entender ou não, né. Aí você não sabe se ele está falando bem do Raul, se tá falando mal, e nem é pra saber. E a mesma coisa comigo. Depois, eu fui para as minhas férias na casa da mãe da Regina [sua esposa] lá no Sul. E aí num churrasco daqueles, e eu tinha que escrever pra um site El Foco toda quinta feira, eu pensei: "porra vou escrever uma coisa do Caetano", saiu então "Para o Mano Caetano". Meu concunhado disse “pô, isso poderia virar um rap”. Aí virou a música. Eu liguei pra Trip pra lançar, pra dar um ESPOOORRO no Caetano. Aí a Trip achou maravilhoso, comprou a ideia e ainda falou: “vamos fazer o seguinte, vamos fazer uma


entrevista e vocês serão a capa”, e eu falei “pô, demorou, bacanérrimo”. Só que eles fizeram a entrevista e não lançaram a música, provavelmente a Paula Lavigne [produtora e exesposa de Caetano] não deixou. Então essas coisas acontecem na cara da gente. Mas eu penso uma coisa, eles não vão prevalecer. Mas quando ele veio com “Lobão tem razão”, você não achou irônico? Eu acho que tudo que ele faz é irônico. Primeiro, achei desprovido de energia. “O Mano Caetano” era aquela coisa [sugere o rock ‘n’ roll na sonoridade] pra depois responder oito anos depois com o “Lobão tem razão”, com uma música assim... ah é muito triste. O cara vem Caim Caim Caim com aquela porra? E por que desse seu ranço com a MPB? Eu acho horrível. Eu gosto de músicas com dinâmica. Eu tenho que admitir que o que o Brasil produz atualmente é muito cafona. Muito. E o mais cafona não é as pessoas falarem mal do Luan Santana, isso é o óbvio. Mais cafona é o Edu Lobo, é a Maria Rita, essa MPB de quatro que tá aí, isso que é uma merda. Aquele programa que eu adoro da Maria Beltrão no Globo News, o Estudio i, todo dia tem um grupo universalóide, universotário, milimetricamente desengonçado, sem charme, sem glamour, e assecla, "ah, vou cantar uma música de Chico, de Edu, de Caetano". Eu quero que se foda esse tipo. Agora você pode imaginar eu, que fiquei preso, que virei síndico da cadeia, virei mascote do Comando Vermelho, você acha qual é a minha sensação de ver a “Ópera do Malandro”? Ouvir cinco vezes ‘favela’ daqueles caras de classe média que nunca viram aquilo? A minha prisão, na verdade, eu sabia que estava sendo um tesouro no sentido de que aquilo não tinha preço, porque eu estava vivenciando uma coisa que ninguém da classe média poderia viver. Por conseguinte, todos esses caras que quiseram tecer louvas ao submundo, “chama o ladrão, chama o ladrão!”, aí você faz PFFFF! É o fim da picada.

ver domesticado. Todos. “Agora você tá legal né, agora você tá evangélico, agora você tá romântico, agora você está low profile, careta, agora que casou você tá bonitinho?” É impressionante isso. Eu não consigo entender o porquê. As pessoas têm essa fixação em achar que agora você está mais adaptado. NÃO! Eu estou muito mais perigoso, porque eu estou muito mais municiado de habilidades que eu não tinha. Eu estou muito mais capaz de chegar aos meus objetivos. Sou muito mais capacitado hoje do que aquele cara de 20 anos atrás, e muito mais perigoso, inclusive, graças a Deus. [Risos] Você anda com uma agenda lotada, está em turnê, também tem o lançamento do livro, mas vi que você agora quer se acalmar para compor, mas isso já tem uma data programada? Não tem porque vai muito do vai da valsa. Mas é o seguinte, agora vai ter uma turnê grande, mesmo eu não estando recluso, com a minha banda, a gente se dá muito bem. A gente é amigo, a banda funciona como uma banda o que é uma raridade quando se é artista solo. Então a nossa própria convivência diária, nos shows, a gente passa o show, são nessas passagens de som que a gente vai colhendo material, mas de uma forma ou de outra eu percebi que você tem que estar totalmente ali. Eu não sei como eu tive condições de escrever aquelas duas músicas [inéditas e liberadas para download] porque elas estavam amalgamadas com a minha emoção em relação ao livro. Mas se fosse pra fazer um CD, eu não ia conseguir porque eu estava dentro do livro, mas agora eu quero fazer muito. Porque porra, eu passei muito tempo tendo que sobreviver, eu tive que ser editor, tive que gritar, tive que ser VJ, tive que salvar minha vida, agora eu quero fazer o que eu quero que é fazer música, porque me vedaram esse direito há muito tempo. E agora que estão me achando bonitinho, adorável, agora eu vou fazer direitinho. Confira o making of e outros trechos da entrevista em nosso site. www.moodlife.com.br

Você está casado com a Regina há 20 anos e me parece um pouco mais tranquilo agora... É engraçado isso, porque no transcorrer da minha vida acho que eu posso te dizer que a maior tara do repórter é me

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Inércia zero Sair do comodismo e se reinventar requer atitudes, às vezes, tão simples quanto um corte de cabelo Por Carla Matsu

ILUSTRAÇÃO EFE

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ntes, a rotina a envolvia entre o burburinho das clientes, frequentadoras do seu antigo salão de beleza. O som variava entre o barulho dos secadores, entre os causos diversos daquelas que faziam as unhas, daquelas que arrumavam os cabelos e pintavam o rosto. Hoje, o contexto é o do silêncio. Da palavra escrita. Da literatura nas prateleiras. Teresinha Pantalena, sócia-proprietária da livraria Leparole, em Campo Grande, assumiu há alguns anos um novo papel pra si e deixou para trás o passado de melhorar a aparência alheia. Mudouse até de cidade. Há quatro anos fixou residência em Santos, mas Campo Grande sempre se encontra em seus

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planos. Sair da zona de conforto foi necessário quando ela assumiu um empreendimento totalmente novo. Com a sócia Roberta Costa, que já havia trabalhado no mercado editorial, veio o convite para abrir uma nova livraria na cidade. O momento era oportuno para que as portas da Leparole, então, se abrissem. Com ela também vieram mais conhecimento, mais livros na cabeceira e uma nova rotina diária, dessas que incluem visitas constantes a editoras. A postura e o humor também se renovaram: “É um mercado interessantíssimo. É gostoso e vasto”, pontua. Da mesma forma que Teresinha, André Garde passou por mudanças

que o levaram a assumir novas fases e posturas. De tudo um pouco, ele já fez. Formou-se em Administração em Campo Grande, foi para Londres para aperfeiçoar o inglês e lá acabou ficando mais do que o programado. Ao todo, quatro anos na terra do Big Ben resultaram à ele diversas funções: desde a de chef de cozinha de uma família indiana influente à courier (algo como um officeboy de bicicleta, trabalho que levou André a perder cinco quilos em uma semana). Renovou-se e se reinventou, quase que obrigatoriamente. A carreira de DJ, já havia dado os primeiros passos em Campo Grande, mas foi nos clubes undergrounds londrinos que


André realmente deu ouvidos e as mãos para a coisa. Cresceu. Até uns bicos de borracheiro encarou. “Foi divertido”, conta ele. A publicidade e o marketing também o encontraram no meio do caminho britânico. Lá trabalhou para grandes agências. A grande volta veio em 2010, quando a ideia inicial era passar as férias de verão com a família, mas da mesma forma como Londres não foi tão programada assim, Campo Grande também o conquistou novamente. A maior reinvenção da vida vem agora: a de pai de sua primeira filha.

Em evolução Assim como André e Teresinha, renovações são recorrentes a todos, com raras exceções. Nos inventamos aos poucos, às fases, aos hormônios, ao virar de cada década. Tem gente que se reinventa a cada estação. Primaveraverão. Outono-inverno. Outros se reinventam por necessidade. Somos outros quando namoramos, diferentes quando casamos, mais nostálgicos com o passar dos anos. Seja o corte novo de cabelo, seja a profissão totalmente nova, mudamos, erramos e, bem, na maioria das vezes, seguimos em frente. Segundo a psicanalista e diretora do Ágora Instituto Lacaniano, Andréa Brunetto, nossas mudanças

acompanham o tempo de cada um. “Não podemos garantir que amanhã gostaremos das mesmas coisas, da mesma profissão”, pontua. O momento para mudar varia, mas geralmente, o grande despertar para a coisa toda atende pelo nome de insatisfação. “Quando a insatisfação com a própria vida está muito grande é a hora, pois, ou você muda, se reinventa, ou vai sentir que deixou a hora passar e então sobrevêm a tristeza, a sensação e covardia, de que a vida está sem sentido”, contextualiza Andréa. Neste caminho há soluções, ou pelo menos, direções mais palpáveis para tudo somar direito. Uma delas é o auxílio de um coach, que por meio

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“Por vezes vamos fazendo coisas na vida que a posteriori descobrimos que tem mais a ver com o que os outros esperam, do que com nosso próprio desejo. É exatamente aí o momento propício para se reinventar. Se reinventar pode ser buscar ser o que se é”.

de técnicas e ferramentas apropriadas, instiga a pessoa a determinar suas metas e a encontrar possibilidades que melhor funcionarão para cada caso. “Com isso, a pessoa constrói um novo cenário onde será capaz de avaliar seus ganhos e perdas com a mudança que fará. A partir daí, ela acompanha a realização das ações que propôs a se fazer, vibrando com os sucessos e apoiando em suas quedas”, defende Márcia Belmiro Nogueira, coach da Sociedade Brasileira de Coaching®. Esse treinamento abrange um campo vasto, já que um coach pode ser aquela sinceridade e determinação que faltavam nos seus planos. O profissional pode dar consultoria e estabelecer metas com um cliente que queira mudar tanto sua aparência, como perder alguns quilos, à abandonar a advocacia para se assumir como um chef de cozinha, só para citar um exemplo.

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Mexa-se Em “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”, a personagem interpretada por Kate Winslet, Clementine, vivia se renovando através da cor de seu cabelo. Senão azul, ora laranja, ora mais vermelho. De certa forma, a cor vinha para pontuar um calendário em sua vida. Acompanhava e evoluía em uma escala própria, assim como Clementine, que sempre fugia do tédio e de convencionalismos. Mudanças em relação à imagem também geram autoconfiança e renovam a autoestima, interferindo também na vida profissional. Karlise Casacurta, consultora de imagem, defende que personalizar a imagem pessoal é imprescindível para aqueles que pretendem alcançar sucesso em sua profissão. “A construção dessa imagem deve traduzir o conceito que a pessoa deseja ser ou já o é. Ela deve estar alinhada com nossos objetivos pessoais e profissionais. Desta forma, mudanças ou mesmo pequenas transformações interferem

na autoestima e, consequentemente, no lado profissional”, salienta Karlise. É claro que se você não é um ícone pop mundial, como Madonna, Lady Gaga e David Bowie, talvez suas reinvenções não gerem tanta repercussão. No entanto, elas acompanham seus desejos, por mais tímidos que eles venham a ser. Para Márcia Belmiro Nogueira, mudanças drásticas até podem funcionar. “Para algumas pessoas é necessário romper drasticamente para de forma impactante conseguir fazer a virada. Para outras é preciso manter as duas profissões, por exemplo, em paralelo por um tempo até poder desvencilharse sem dor da primeira com a qual se casou e mantém uma relação de intimidade e domínio”, ressalta.


Procura-se Andréa Brunetto, psicanalista, lembra da trajetória do pintor Paul Gauguin, que deixou seu trabalho na área de finanças para se assumir como o pintor que se tornou. Largou emprego, juntou-se aos artistas e viveu da inspiração que a Polinésia Francesa o proporcionou tantas vezes. “Sabemos o resultado de sua mudança de profissão, pois seus quadros estão em museus do mundo inteiro. Não sei se ele foi mais feliz com a nova escolha – sabemos pelas histórias que viveu, os percalços que teve na vida – mas não é só questão de felicidade, é de realização, de estar fazendo aquilo que você acha que é seu dom”, defende a psicanalista.

Reinventar-se também é abrir novos caminhos e oportunidades. Se na tradição e na rotina, caminhamos pelos mesmos lugares, encontramos as mesmas pessoas e até as mesmas conversas, sair dessa rota leva a outras situações. “Desenvolver novas atitudes faz com que as pessoas vivam novas experiências e novas emoções. E é assim que elas descobrem novos recursos internos que as levam a autosuperação, que atinge construtivamente a autoestima”, defende Márcia. Se para tanto nos reinventamos para nos reafirmarmos, incorporar uma nova imagem e novas experiências também tem a ver, segundo, Brunetto com “busca

da própria essência”. E ela indica: “Por vezes vamos fazendo coisas na vida que a posteriori descobrimos que tem mais a ver com o que os outros esperam, do que com nosso próprio desejo. É exatamente aí o momento propício para se reinventar. Se reinventar pode ser buscar ser o que se é”.

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Novidades em moda, design e luxo

Por carla Matsu

Desejo grifado O formato em envelope e a alça mais longa já não são mais novidade ao tiracolo. Mas a coleção Cruise 2011 da luxuosa Gucci revelou um novo item que já deixou consumidoras em fila de espera até no Brasil. A Marrakech Messenger Bag acaba de chegar à loja da marca em São Paulo e vem em duas versões. A primeira estampada com o monograma Gucci e a outra em couro liso. Ambas ultrapassam o preço de R$5 mil.

Joalheria de vanguarda Onde Shopping Iguatemi – Av. Brigadeiro Faria ima, 2232 Tel. (11) 3097-8655

O nome de Ara Vartanian sempre se fundiu com o do ouro e das pedras preciosas. Filho de tradicionais joalheiros, o caminho poderia até ser outro, mas sua criatividade e inspiração também acabaram dando forma à sinuosidade de jóias únicas. A referência ao estilo Art Nouveau e Art Déco se unem com simplicidade em pulseiras, colares e brincos que já apareceram em editoriais de revistas internacionais e acompanham gente como Naomi Campbell, Gisele Bündchen e Susan Sarandon. A seleção das pedras também tem caráter especial. É a partir delas que suas peças são desenvolvidas e o uso de forma invertida tornou-se uma das marcas do jovem joalheiro.

Onde Shopping Cidade Jardim, em São Paulo (11) 3044-0133.

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Novidades em moda, design e luxo

Por carla Matsu

tropical-chique A tradicional grife italiana BVLGARI se uniu ao dinamismo e ousadia do designer britânico Matthew Williamson para compor sua nova coleção de bolsas e clutches (bolsas de mão) exclusivas e delicadas, mas também imponentes. Mesmo pequenas, elas guardam grandes inspirações. As linhas duras de suas formas são tela, ora para estampas caleidoscópicas, ora para figuras geométricas. Já as cores intensas, que variam do verde ao pink, imprimem uma atmosfera tropical-urbana, essência da nova coleção. Para arrematar, algumas delas receberam pedras preciosas para dar um toque final ao fecho. Onde www.bulgari.com

Clássicos relançados A nova coleção de relógios da Swatch garante um visual despojado e, ao mesmo tempo, elegante para os homens. Em cinco versões diferentes, os relógios são uma releitura do já grande sucesso de vendas da marca, o modelo Irony Big. A pulseira de couro é natural e seu design, totalmente novo. Onde As peças têm previsão de chegarem às lojas em abril, disponíveis em todas as lojas Swatch no Brasil.

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Novidades em moda, design e luxo

Essência vip Depois dos já bem conhecidos 212 One e 212 Sexy, a marca Carolina Herrera lançou outra fragrância para integrar seu portfólio de perfumes. O 212 VIP se inspirou em um estilo de vida exclusivo para compor sua essência que conta com aromas frescos de rum e maracujá. Uma suave base de baunilha, gardênia e ainda musk compõem as notas finais do perfume.

Por carla Matsu

Sem Ctrl+Z Ele foi criado para envolver seu laptop, mas a estampa sugere outra época, naquela que ainda nem existia computador. Com clima retrô e imagem de uma máquina de escrever, a divertida capa de laptop da Imaginarium agora chega às lojas em versão pequena, para aqueles de 10 polegadas. Onde Nas lojas Imaginarium e no site www.imaginarium.com.br

Cheia de ginga

Onde SAC 0800 703 3440

A Chilli Beans foi se inspirar em um vasto mundo de referências e cores fortes para compor sua coleção Chita Bacana. As estampas populares brasileiras, a mexicana Lucha Libre, com suas máscaras características e o grafite urbano se encontram nas armações dos óculos. O clássico modelo aviador também ganhou roupagem nova, desta vez as lentes estão coloridas e mais charmosas. Onde Disponível nas lojas e quiosques Chilli Beans

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Caixa de talentos

Diferentes estilos se encontram no conceito de loja colaborativa Por Cidiana Pellegrin

fotoS alexis prappas

Artesãos, microempreendedores e profissionais liberais contam com um novo espaço para comercialização de produtos em Campo Grande. A Casulo - Loja Colaborativa traz uma solução para quem não tem tempo, espaço, ou capital para expor as criações de sua marca. A loja oferece uma nova proposta para quem vende e para quem compra. A empresária Wity Prado explica que o conceito loja colaborativa envolve três partes: a primeira é de quem monta a estrutura para os expositores. A segunda cabe aos microempreendedores, que devem apresentar os produtos. “Eles também respondem pela reposição dos artigos que são vendidos,” complementa. Mas a principal colaboração vem do consumidor que decide, por meio da compra, quais marcas serão mantidas na loja. “Só fica o que tem boa saída,” revela Wity. A Casulo é sinônimo de diversidade. Quem entra no espaço fica curioso para conhecer tantas opções. Grande parte está organizada em caixas vazadas dispostas na parede. Na loja é possível encontrar de tudo um pouco: bolsas de tecidos, couro bovino e suíno, bijuterias com pedras, madeiras ou feitas com retalhos de couro. Há também roupas femininas e infantis, artefatos de decoração, fotografias, adesivos, artigos em crochê, artesanatos para cozinha, uma infinidade de trabalhos e ideias inovadoras que imprimem a personalidade de cada empreendedor. Além de ser uma fonte de criatividade, o local comprova que os produtos elaborados por profissionais de Campo Grande e da região têm qualidade e sofisticação. Wity, a proprietária da loja, revela ser quase impossível os visitantes saírem sem levar nada. “As pessoas entram em busca de um presente e sempre acabam comprando algo para si mesmas", conta. ONDE Rua Dr. Arthur Jorge 1054. Tel. (67) 3044-1244

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DO DIA PRA NOITE Com a mesma peça-chave é possível criar visuais diferentes SEM ABRIR MÃO DO seu estilo PESSOAL FOTOS ALEXIS PRAPPAS PRODUÇÃO DE MODA ADRIANA ESTIVALET

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Calça de Alfaiataria Permite à mulher estar sempre com um visual mais arrumado, além da praticidade e conforto. A peça vai bem tanto no escritório como em um jantar. Calça TVZ. Camisa de gola laço e scarpin Le Lis Blanc. Cinto Forum Calça TVZ. Túnica de renda, colar de pérolas, carteira de mão e scarpin Le Lis Blanc

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jeans A calça jeans é campeã em versatilidade. O modelo de gancho baixo ainda é tendência, porém as mulheres de estatura baixa devem usá-la com salto bem alto. Jeans e pulseira TVZ. Regata, t-shirt e sandália Forum Jeans TVZ. Blusa de paetês e sandália Forum

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vestido preto O pretinho básico também chamado de LBD (litlle black dress) é uma das peças mais passíveis de transformação que uma mulher pode ter em seu guarda-roupa. Transita do dia para a noite com muita facilidade e criatividade. Dê preferência aos modelos retos sem muitos detalhes para facilitar as possíveis combinações. Vestido e sandália Forum. Carteira de mão Le Lis Blanc. Vestido, casaqueto e sandália Forum. Cinto TVZ.

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Saia em “A” A saia em modelagem “A” é um curinga no guarda-roupa, além de favorecer todos os tipos de corpo, principalmente para quem quer disfarçar quadris largos. Saia, regata, tricô e scarpin Le Lis Blanc. Bolsa Forum Saia, jaqueta de couro e bota Le Lis Blanc. Corset Forum

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Fotografia Alexis Prappas Modelo Ana França (Arena Models) Produção de Moda Adriana Estivalet Hair e Make Ivo Vilela Produção executiva Melissa Tamaciro Agradecimentos FORUM (67) 3326.7678 LE LIS BLANC (67) 3326.1882 TVZ (67) 3028.5399 TODESCHINI (67) 3312.8200

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Sugestões e tendências em beleza

Por Renato Lima

Esmaltes hipoalérgicos Pode não parecer comum, mas muitas pessoas apresentam sensibilidade a substâncias encontradas nos esmaltes, como os conservantes. A Alergoshop lançou a coleção de esmaltes Carros Antigos - Eclat. São dez cores intensas e alegres, inspiradas no pin-up. Além de modernos os esmaltes são hipoalérgicos, ou seja, não causam alergias.

Versão menos rigorosa do balé promete virar moda nas academias para definição corporal

Por R$ 11,60 em www.alergoshop.com.br

boca de verniz Sempre causando e ditando tendências, a novidade da MAC é a Stylishly Yours, uma linha completa de produtos em apenas quatro cores: vermelho, laranja, magenta e purple. É aposta da marca para garantir às mulheres um ar mais elegante e glamouroso. O efeito envernizado do batom é o protagonista do look. Perfeito para quem tem pouco tempo para se produzir e precisa de uma mudança rápida no visual. Disponível no Brasil a partir de março em www.maccosmetics.com Preço sob consulta

PELE MAIS FIRME É justamente esta a proposta do lançamento da L’OCCITANE. A Loção Firmadora Corporal promete combater a flacidez da pele. A marca francesa aposta na combinação da proteína da amêndoa com pérolas de silício para ajudar na firmeza do tecido cutâneo, dando uma aparência mais lisa, suave e luminosa. O princípio ativo ainda compõe uma linha completa com produtos para esfoliação, limpeza, hidratação e tratamento. Por R$ 125,00 nas 65 lojas espalhadas pelo Brasil

BRONZE EM SPRAY A Natura apresenta uma versão de bronzeador em aerosol. Da linha Fotoequilíbrio, o produto em spray é rapidamente absorvido pela pele permitindo tocar em pessoas e colocar roupa, sem engordurá-los. Além disso, o bronzeador conta com o exclusivo complexo antioxidante Natura (vitamina E + licopeno extraído do tomate + extrato de café) que ajuda a combater os radicais livres prevenindo o fotoenvelhecimento da pele. Proteção imediata UVA e UVB, FPS 30, é resistente à água e ao suor por até duas horas. Por R$ 55,60 com qualquer consultora Natura

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Fitness O efeito Cisne Negro nas academias Mais do que ter ganhado um Globo de Ouro e a indicação para o Oscar de melhor atriz, Natalie Portman, que protagoniza uma bailarina no filme Cisne Negro (Black Swan, 2010), ganhou um novo estilo de vida. Essa mudança começou durante a preparação corporal para a gravação do filme. Portman aprendeu a metodologia Ballet Beautiful, adaptação da técnica para ser ensinada em academias para adultos que nunca fizeram um plié. A criação é da professora da New York City Ballet, Mary Helen Bowers. Se depender do filme essa moda vai se espalhar em breve pelas academias do Brasil. Bowers afirma que a técnica define todos os músculos – incluindo os menores, corrige a postura corporal, além de auxiliar no equilíbrio.



Sugestões e tendências em beleza

Por Renato Lima

A idade das mãos

Máscara Pré e Pós Party Hoje no mercado é possível encontrar máscaras para aliviar sinais de expressão e fortalecimento do colágeno. Mas a grande novidade são as máscaras descartáveis Pré e Pós Party da My Face Woks – MFW, que agem diretamente na pele. Antes da Festa. Para tirar a expressão opaca do dia a dia, a MFW sugere a Vitamin-C Radiance, com extrato de aloe vera, kiwi e enriquecido com vitamina C e antioxidantes. Depois da Festa. Após retirar a maquiagem, a MFW indica a máscara Replenish, para o reabastecimento da pele. A base de hialuronato de sódio, glicerina e extrato de cylindrica, ajuda a reter a umidade da pele, restaurando o vigor e nutrindo as células. Por 60 dólares a caixa com 6 envelopes em www.myfaceworks.com

Sombra num piscar de olhos

Essa é para aquelas que não têm muita intimidade com o pincel. A brand ColorOn lançou as sombras adesivas. Além de fácil aplicação é possível escolher desde cores sólidas, dégradé ou até mesmo estampas prontas como oncinha, camuflado, entre outros. A aplicação dura cerca de cinco segundos. A sombra adesiva é descartável, hipoalergênica e à prova d’água. A partir de 20 dólares o par em www.coloronpro.com (faz entregas no Brasil)

Sérum para eles A necessaire masculina está abrindo espaço para novos produtos até então desconhecidos por eles. E um que não pode faltar é o sérum, um dermocosmético – ou seja, atua como tratamento e não é maquiagem – fundamental para limpeza e proteção da pele facial. Uma espécie de soro que combate o cansaço, a flacidez e a desidratação, sem deixar a pela oleosa. Muitos homens já usam o sérum como pós-barba. No mercado o mais venerado é o Skin Empowering Cream, da Shiseido, com antioxidante e extrato da flor de faia. Por R$ 300,00 em www.shiseido.com.br

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Não adianta investir em tratamentos estéticos para o rejuvenescimento do rosto e se esquecer das mãos. Isso porque elas estão mais expostas às intempéries da natureza e a produtos químicos. Por isso, logo aparecem manchas, pintas e o envelhecimento da pele. No entanto, há algumas intervenções que resolvem o problema. As mais comum, segundo especialistas, são aplicações com laser, como o Q-switched. Mas para quem prefere algo menos agressivo, cremes à base de vitamina A, Retinol e Tretinoin, também agem eliminando as manchas. A receita deve ser solicitada por um dermatologista. Seja qual for o tratamento, há sempre o alerta: nunca se esqueça de usar protetor solar, com no mínimo 30 FPS.



VISUAL ANTENADO O vestuário masculino não oferece muitas variações como o feminino. Para aqueles que buscam um diferencial na hora de se vestir, selecionamos algumas sugestões que acrescentam um toque de charme à produção. A escolhida foi a grife paulistana Sessu FOTOS ALEXIS PRAPPAS

PRODUÇÃO DE MODA ADRIANA ESTIVALET

BLAZER COM BERMUDA O visual é cool e apropriado ao nosso clima. Mas só fica interessante se usar o blazer com bermuda de alfaiataria Look total SESSU

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Modelo CARLOS COLLATO (Arena Models) Produção executiva Melissa Tamaciro Produção de moda aDRIANA ESTIVALET Agradecimentos PEDRAMINAS (67) 3326.2789

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GOLA V

JAQUETA com GRAVATA

A gola em V é forte tendência e tem cativado seus adeptos. Além de afinar a silhueta, é sexy e contemporânea. No entanto, cuidado com o exagero na profundidade do decote

Quem nunca imaginou usar jaqueta com gravata? É um visual forte que pode resultar num look cheio de atitude para homens com personalidade

Suéter Sessu

Camisa e jaqueta Sessu. Gravata na HANS’TIL. Óculos acervo

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CARDIGÃ

SOBREPOSIÇÃO

Para aqueles que apreciam um visual retrô, o cardigã é uma peça que voltou com tudo e uma excelente opção para substituir o blazer tradicional. Uma gravata junto ao look deixa o visual mais arrumado

Homens que gostam de passar uma imagem sofisticada são adeptos de um visual mais elaborado. Para isso, agregue uma terceira peça ao restante do look

Camisa e cardigã Sessu

Camisa na HANS’TIL. Suéter e blazer SESSU

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Etiqueta sempre em forma Mesmo na academia os bons modos permanecem. Saiba como evitar alguns deslizes na hora de se exercitar POR ADRIANA ESTIVALET

ILUSTRAÇÃO EFE

O hábito de fazer exercícios é algo positivo para qualquer pessoa, faz bem para o corpo e a alma. Por ser um ambiente onde a interação com várias pessoas é intensa, palavras mágicas como “Bom dia”, “com licença”, “por favor” e “Obrigado” devem fazer parte da cartilha de todos. Preste atenção no que anda fazendo, o bate-papo entre as séries enquanto utiliza um aparelho pode ser muito desagradável para quem está esperando para utilizá-lo e você pode acabar sendo tachado de “sem noção” sem perceber. Ao terminar de utilizar um aparelho passe um pano com álcool ou pelo menos uma toalha, pois ele será utilizado por outra pessoa e é muito desagradável encontrar o mesmo besuntado de suor. As toalhinhas e squeeze devem ficar sempre junto ao dono e não espalhadas por aí, assim como seus pertences como mochilas e celulares para isso existe os armários no vestiário.

O cuidado com os materiais da academia é fundamental. Não deixe pesos ou outros objetos largados na sala, não pise nos colchonetes e depois que utilizar guarde nos devidos lugares. Vale lembrar que a academia de ginástica é um ambiente informal, mas nem por isso deve-se abrir mão de atitudes básicas da boa educação.

*Adriana Estivalet é consultora de estilo e imagem. Seu e-mail é adriana@adrianaestivalet.com.br



Desafios em moda Simone Veiga Michel incorpora no seu dia a dia uma área sempre reveladora POR CARLA MATSU

FOTO ALEXIS PRAPPAS

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ua relação com a Moda e Beleza é de um eterno encantamento. Gaúcha, Simone Veiga Michel, 37 anos, gerente de Beleza e Moda do Senac/MS, encara as duas áreas como um negócio desafiador e apaixonante. Há dez anos morando em Mato Grosso do Sul, casada com o engenheiro agrônomo Léo Carlos Michel Filho e mãe de dois garotos, Simone se encontra em uma fase em que está aprendendo a relaxar. “Sou muito intensa e isso me traz alguns desafios para conseguir desligar de

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alguma coisa que me preocupa, seja na vida pessoal, seja no trabalho”. Para ela, moda é mais do que um comportamento, é uma atitude. “Há uma valorização maior pela criatividade, pelo estilo, pela atitude de quem consome e também de quem faz, e isso é que é o mais sedutor destas duas áreas, por isso apaixona”, defende. Quanto às referências no seu próprio estilo, ela diz não ter uma única, algo que seja exclusivo. Já recorreu muito ao estilo clássico, principalmente, para os dias de

trabalho. Mas com a atuação nas áreas do Senac e com a ajuda do colega da área, Julian Medina, um “guru”, segundo ela, começou a vislumbrar novas possibilidades nesse contexto criativo da moda. “Comecei a me vestir adaptando, não exclusivamente olhando os lançamentos da moda ou tendências de cada estação, mas alinhando o que muda em mim mesma a cada momento da minha vida, à carreira, às atividades, os desafios do dia a dia, mas claro, ousando experimentar coisas diferentes”.


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Multiplicidades Criação, empreendedorismo e muitos detalhes para João Evaristo Por Bruna Morales

foto alexis prappas

Aos 33 anos, João Evaristo já circulou bastante pela criação e estratégias que sua área profissional tem a oferecer. Publicitário, esteve à frente de duas agências suas e não se deu por satisfeito. Abriu uma terceira, a mais nova delas: a NEOCOM. Conversamos com o empresário, pai de um garoto de 13 anos, e quem sabe, um futuro baterista. E é ele mesmo, João, quem se define por meio de suas experiências. Descoberta “Meu pai sempre trabalhou com engenharia e meus avós têm fazendas lá em Minas, assim eu pude conhecer um pouco essas áreas e perceber que não eram pra mim. E como tenho facilidade em escrever, gosto de música e literatura, acabei procurando algo na parte de humanas. Então escolhi

Publicidade e Propaganda, por ter um leque maior de possibilidades”. Fascínio “A Publicidade e Propaganda tem todo um lado estratégico e eu sempre acreditei muito no planejamento. Atualmente, a criação é obrigação da agência, não é mais seu diferencial, mas a criatividade ainda determina o sucesso. Temos que planejar a comunicação como um todo. Essa flexibilidade, a constante inovação e a amplitude de meios é o que mais me fascina nesta área”. 2011 “A NEOCOM é novinha, abrimos em outubro. Então nosso plano para este ano é nos posicionar no mercado, dentro daquilo que acreditamos.

Queremos realmente fazer a diferença”. Curiosidades “Gosto muito de música e tenho vontade de me aventurar neste ramo. Quero aprender a tocar bateria, mas ainda não encontrei tempo. Para me distrair, adoro andar de bike, fazer uma trilha e ficar em contato com a natureza. Isso é algo que me dá prazer, um tempo que tiro pra mim.” Aprendizado “Hoje tenho muito mais calma para tomar decisões, os riscos são mais calculados. Sei que as coisas não acontecem de uma hora pra outra, não vou resolver minha vida toda em um dia só! Se eu precisar abrir mão de alguma coisa, ou retroceder um pouco, não vejo problema. Já tive duas agências e acabei de abrir minha terceira, porque acredito nesse segmento e eu posso contribuir melhor assim. Há dez anos via as coisas de uma maneira diferente, e daqui há cinco anos, com certeza, terei mudado novamente. Sou um cara que não para de pensar”. Paternidade “Quando você tem filho muito jovem, como eu, aos 19 anos, ou vai ser pai mesmo, ou apenas mandar dinheiro. Não tem meio termo. E eu sempre gostei de estar presente. Hoje ele tem 13 anos, está entrando na adolescência... Gostamos de ir ao cinema, passear juntos, saímos para lanchar e às vezes também pedalamos.”

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Kakô Charme e irreverência são as características da jovem estilista Por Taiene Pael

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FOTO ALEXIS PRAPAS

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esde 2005 desenvolvendo coleções em parceria com arquitetos e artistas plásticos, a estilista Cláudia Ferraz, mais conhecida como Kakô, mostra sensibilidade em sua moda. O primeiro contato com este universo aconteceu de forma familiar. Era na loja de sapatos finos de sua avó que Kakô despertava para o ambiente que hoje, aos 29 anos, a transforma. “Há 50 anos, minha avó trazia tendências para Campo Grande. Ela, minha mãe e minha tia eram mulheres à frente de seu tempo. Eu cresci nesse contexto”, explica. Formada em jornalismo e professora de criação de moda do SENAC Beleza e Moda, começou a desenhar de forma autodidata. Em 2008 especializou-se nas técnicas de modelagem. “Percebi que eu precisava desenvolver a técnica, dominá-la. Antes eu desenhava e passava para a costureira. É impossível ser estilista sem conhecer modelagem”, afirma. O processo de criação vai desde o estudo de movimentos culturais e históricos, a pesquisas na internet e no mercado da moda. Também faz parte deste processo o contato com o tecido, cores e estamparia. Para Kakô, o aprofundamento do tema é uma solução que ela encontra para a coleção. Já o trabalho em parcerias conta com a participação da mãe Zilá Soares. Para o início de 2011, a estilista pretende continuar com a coleção “La Vie en Rose” que estreou em dezembro e tem como tema o Surrealismo Pop e a Arte Fantástica. Serão duas coleções temáticas por ano. Em junho tem início a nova coleção oriental, inspirada no Japão. Quanto ao estilo, ela define: “estilo é eterno, perpetua na história. A moda é passageira, acompanha a velocidade da informação”.

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Rafael Black O empreendimento que traz sossego Por Cidiana Pellegrin

foto alexis prappas

Dinâmico, Rafael Black é sinônimo de empreendedorismo. Com apenas 29 anos já acumula muitas conquistas. Formado em Administração de Empresas, apaixonado por marketing e eventos, ele é idealizador de festas tradicionais em Campo Grande, como a “Noite do Branco”. Mas não para por aí, ele ainda é assessor parlamentar e proprietário da casa de sucos Kalua, na Avenida Afonso Pena. O final do ano passado foi marcado por uma nova aquisição, a boate Neo Club. Assumindo um estilo de vida saudável, Rafael diz ser viciado em esportes. Frequenta a academia diariamente, joga futebol duas vezes por semana, e um dia é reservado para a corrida de kart e prática de wakeboard. Na hora de relaxar, procura ir à casa de sucos, que além de lanches naturais, oferece o energizante açaí na tigela. O ambiente rústico tem um clima de tranquilidade, que, segundo Rafael, ajuda a aliviar o estresse. “É um astral que lembra a natureza”, conta. Casado há quase quatro anos, ele faz questão de lembrar que a esposa foi aliada nas realizações. Pai de um casal de crianças, o empresário se revela brincalhão quando está com os filhos, que assim como ele, apreciam um programa no Kalua. “Eles também são apaixonados pelo local”.

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Nilde Brum Diretora-presidente da Fundação de Turismo de MS conta sobre os desafios de estruturar o setor no estado Por Cidiana Pellegrin

Foto Alexis Prappas

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á seis anos ela ocupa o cargo de diretora-presidente da Fundação de Turismo do Estado e não mede esforços para atingir os objetivos profissionais. Ajudou na criação da Fundação, como também, da Feira Internacional e do Salão de Turismo Estadual. Em um bate-papo, Nilde falou sobre a trajetória no setor e a grande missão de consolidar o turismo como base econômica de Mato Grosso do Sul.

De 1999 à 2002, a senhora ocupou o mesmo cargo na antiga Superintendência de Turismo do MS. Qual o principal desafio da época?

Era estrutural. Não tínhamos orçamento próprio. Buscamos independência administrativo–financeira para tocar o turismo sem depender de outras secretarias. Encabecei a criação da Fundação de Turismo e o Fundo de Turismo, aprovados por lei. O fato de ser economista foi primordial?

Sim. O turismo precisa de números por ser uma economia. A estruturação passa por orçamento, salários, e uma série de dados necessários que dão credibilidade ao setor. Além do conhecimento técnico, a

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senhora considera outra característica importante para desempenhar a função diretora-presidente da Fundtur?

A experiência com a gestão pública com certeza é uma vantagem. Mas sempre procurei me aprimorar, estudar, fiz especializações sempre voltadas ao turismo. Com o cargo de presidente do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur) foi possível chamar mais a atenção do Ministério do Turismo para o MS?

Conseguimos estabelecer uma relação mais próxima. O tratamento aos projetos do estado é diferenciado. Uma prova disso veio no ano passado com a participação do MS pela primeira vez no Salão do Automóvel, o maior evento da América Latina, com um público em média de 730 mil pessoas em 10 dias. A Feira Internacional e o Salão de Turismo são incentivos para divulgar o potencial do estado. Eles podem ser considerados a marca de sua gestão?

Eu acredito que sim, mas é importante dizer que recebemos contribuições para sedimentar e fortalecer o Salão. O Ministério do Turismo criou o Salão Nacional de Turismo e nós tivemos

que nos adequar para participar. Para dar mais destaque ao Estado, senti a necessidade de criar o nosso Salão e também a Feira Internacional que nasceram com dois objetivos: mostrar MS para o sul-mato-grossense e divulgar e comercializar MS para o mercado nacional e internacional. Na primeira edição os negócios ultrapassaram R$ 6 milhões. Na segunda foram mais de 12 milhões de negócios gerados.

"Eu gosto muito do turismo rural, fui criada em fazenda, por isso me identifico com o Estado." Há planos para 2011?

Além dos preparativos para mais uma edição do Salão, queremos montar uma inteligência comercial com utilização de estudos e pesquisas que vai lidar com os números gerados pelo setor. Com isso, poderemos buscar investimentos


e investidores. O turismo faz parte da base econômica do estado, temos que dar continuidade nesta política para garantir o futuro do segmento. Por conhecer todo o Estado, tem algum local especial para você?

Eu gosto muito do turismo rural, fui criada em fazenda, por isso me identifico com o estado. Meu sonho ainda é voltar para as minhas origens, quem sabe na aposentadoria. Desde que comecei trabalhar com turismo, já visitei muitos lugares e até fiquei perdida um dia inteiro com a equipe. Ficamos sem alimento, sorte que encontramos um pé de laranja. (risos) A senhora sempre reserva um espaço na agenda para algo em particular?

Reservo sempre um tempo para passar com a família. E andar de bicicleta com meus filhos é um hobby.

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CREA-MS. DIA DO ARQUITETO E DO ENGENHEIRO O CREA-MS promoveu no dia 11 de dezembro, no Yotedy, em Campo Grande, o tradicional jantar dançante em homenagem ao Dia do Engenheiro e do Arquiteto, que é comemorado no mesmo dia. O presidente do Crea-MS, engenheiro Jary Castro, recepcionou diretores, conselheiros e inspetores do Crea-MS, profissionais da engenharia, arquitetura e agronomia, jornalistas e autoridades para comemorar as inúmeras conquistas obtidas pelo Conselho e pelos profissionais em 2010. Realizado com o apoio de inúmeros patrocinadores, os participantes concorreram a prêmios, entre eles assinaturas da Revista Mood Life , e ainda se divertiram ao som da Banda Sol, Sandro Moreno e o Dj Diogo Bacchi.

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10 1 Ana Carolina, Jary, Ana Cristina, Farid Castro. 2 Domingos Sahib e Julieta. 3 Renato Roscoe e Renata, Ana e Jary. 4 Laís Maksoud e Luís Antônio. 5 Deputado Arroyo e Cidinha. 6 Elizabeth e Reinaldo Leite. 7 Dirson e Anamaria Freitag. 8 Celso Moreira, Vera, Sandra, Vânia Mello, Evandro. 9 Ivete e Edson Shimabukuro. 10 Nivaldo e Conceição. 11 Valter e Ruth, Alessandra e Luis Eduardo. 12 Pierre Adri, Mirna, Milena e Gustavo Faverão.

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13 Fabianne, Oscar, Edneyde, Liliana e Armando. 14 Zenaide e Neimar. 15 Janaína, Fabiane e Keilla. 16 Ana Maria e Francisco Torres. 17 Virgínia, Mário Basso, Ribas e Dulce. 18 Gebara, Domingos e Ribas. 19 Gerson e Lousiane. 20 Natália, Leila e Teruel. 21 Marlon e Flávia. 22 Luiz Carlos e Meire, Ana e Julmei. 23 Jary Castro e Paulo Keniti. 24 José João e Adriana. 25 Sônia e Renê Miguel.

Fotos Miguel Palácios e Wagner Guimarães

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2º Ciclo de 2010 do IDDEA Homenagem aos profissionais da área de engenharia, arquitetura, design e decoração, que prestigiaram o circuito do IDDEA no 2º Ciclo de 2010. O evento contou com a presença da Editora Ciranda Cultural e da arquiteta e designer Sueli Adorni, que fez o lançamento de seu livro, Sueli Adorni Ambientes. FOTOS MIGUEL PALÁCIOS

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1 Arthur Perez, Daniela Perez e Glauco Cerantola, da Casa Nova Mármores e Granitos. 2 Patrick Machado representando José Candido e Miriam Bigolin, da Portobello Shop. 3 César Marques Pollefrone e Rodrigo dos Santos Cristaldo. 4 Mara Lúcia Barros Corrêa e Maria de Lourdes Batistton, da Multinox. 5 Renata Daige, Mário Lino Aranda Jr e Maria Helena Bonotto, da Perfatto Persianas e Revestimentos. 6 Carlos Roberto de Oliveira representando Herbert Betman e Denise Bigolin, da Bigolin Materiais de Construção. 7 Eloisa Vicari, Liana 10

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Godoy e Mariana Caldart Morales, da Léo Madeiras. 8 Christine Zeni e João Ramalho, da Cena Iluminação. 9 Luciana Teixeira e Marco Antônio Demarco, da Uniflex Santa Fé. 10 Vivian Breier e Adelson Brito, da Vidraçaria Vidroban. 11 Ude Abdalla e Fábio Bolfer Moura, da Casa das Cores. 12 Márcia Corrêa Ribeiro e Christian Villaescusa Rodrigues, da Arara Azul. 13 Luiz Fernando Bogdanovicz e Elizabeth Gomes dos Santos, da Todeschini 13 de Maio. 14 Jorge Paulinetti, Sonia Caldart e Sueli Adorni. 12

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e ve n t os TODESCHINI AFONSO PENA COMEMORA RESULTADOS Uma grande festa realizada dia 9 de fevereiro, na loja da Todeschini Afonso Pena, marcou a premiação dos principais arquitetos e decoradores de Campo Grande e do interior do estado. O evento contou com a presença do gestor da Todeschini em MS/ MT/ RO/ AC, Edmilson Valino. Como resultado da promoção Lá Vou Eu, oferecida pela Todeschini e realizada no segundo semestre de 2010, os vencedores ganharam viagens para os locais mais desejados do Brasil e do mundo. Um reconhecimento da Todeschini Afonso Pena aos profissionais que valorizam a qualidade da marca. 1 2

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1 Interior da loja. 2 Amanda Fernandes, arquiteta, e a coordenadora da Todeschini Afonso Pena, Pollyana Janoski. 3 Arquiteta Anapaula Reiter com Andréa Seba, consultora de vendas. 4 Arquiteta Juliana Nogueira com Wagner Freitas, diretor executivo da Todeschini Afonso Pena. 5 Beto e Lucimar Gusmão, entre os coordenadores Edimilson Junior e Pollyana Janoski. 6 Edmilson Valino, gestor da Todeschini, e o casal de arquitetos Arthur e Daniela Perez. 7 Jean Carlos, consultor premiado,

Fotos Miguel Palácios, exceto 14 (Alexis Prappas)

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entre o arquiteto Luis Pedro Scalise e Edimilson Junior. 8 Beto Gusmão e o consultor de vendas Luciano Arruda. 9 Representante da arquiteta Leila Ally e Luciano Arruda. 10 Arquiteta Liana Godoy. 11 Arquiteto Luis Pedro Scalise, o maior premiado da noite, e Wagner Freitas. 12 Maria Lenise Pasqualoto, design de interiores, e o projetista Renan Trindade. 13 Marília de Oliveira, representando a arquiteta Luciane Teixeira.

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Noite de premiação No último dia 7 de fevereiro, data em que completou 57 anos de atividades e de informação com credibilidade, o Correio do Estado promoveu a festa da primeira edição do Prêmio Prof. J. Barbosa Rodrigues, entregue às melhores criações publicitárias veiculadas nas páginas do jornal em 2010. O evento contou com amigos, boa música, humor e emoção. Das 21 agências participantes, foram selecionadas cinco finalistas em três categorias – "Data comemorativa", "Peça isolada" e "Campanha". Além de troféus, as vencedoras ganharam uma viagem com acompanhante para Dubai, nos Emirados Árabes e outra para Bariloche, na Argentina. Acompanhe aqui quem prestigiou a festa.

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1 Antônio João Hugo Rodrigues e Márcia Rodrigues. 2 Carmem Lucia Tedesco Rodrigues e Marcelo Rodrigues. 3 Cynthia Silveira e Murillo Mathias Costa. 4 Débora Possi e Tito Manuel Sarabando Bola Estanqueiro. 5 Edson Ferreira de Araújo e Thales De Souza Campos. 6 Eduardo Crivellente. 7 Elvia Antunes e Nei Silveira. 8 Gisele Brun de Arruda e Carlos Eduardo Girão de Arruda. 9 Gislaine Brum e Ariosto Barbieri. 10 Henrique Medeiros, Luis Pedro Scalise e André Furquim. 11 José João Fonseca e Lúcia dos Santos. Fotos MARCOS VOLLKOPF

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12 Tatyane Figueiredo Gameiro, João Carlos de Souza Gameiro e Ester Figueiredo Gameiro. 13 Leandro Figueiredo Gameiro e Patricia Reis Vendramin. 14 Liane dos Santos Pereira e João Evaristo Esteves Jr. 15 José Marques. 16 Marcos Rodrigues e Carla Simões Rodrigues. 17 Mariana Vale e Jackson Hass. 18 Nilvana e Luiz Mujica. 19 Paulo Ribeiro Júnior e Carol. 20 Peterson Fernandes, Letícia Barboza e Ivan Serra. 21 Pedro Chaves e Reni dos Santos. 22 René Sayegh e Ana Lúcia Ferreira Sayegh. 23 Maria Elsa Medeiros, Luciano Rodrigues e Paloma Ujacow Marti.

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Revolução gastronômica A cozinha italiana se renova e revela novas técnicas para revisitar grandes clássicos saborosos Por alexandre furquim*

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cozinha clássica italiana está mudando de cara. No entanto, os italianos não querem nem pensar na ideia que alguém de fora poderá mudar essa cozinha tão desejada. E é por isso que a mudança está partindo dos próprios chefs italianos, que oferecem campo aos artesãos, aos produtores locais e utilizam ingredientes da própria região. São os chefs contemporâneos que, ao se aprofundarem em técnicas modernas e de vanguarda, para revisitarem receitas clássicas, estão redefinindo a culinária no país. Eles estão se rendendo à regionalidade, à matéria-prima de extrema qualidade e variedade, desde ervas frescas em profusão, os cortes de carne e caça, a abundância do azeite, e claro, juntando tudo isso, a massa. Este ano será comemorado o ano da Itália no Brasil, um evento que reunirá grandes nomes da cozinha italiana. O “Momento Itália Brasil 2011/2012” promete em setembro mostrar as novas tendências gastronômicas da cultura italiana. Diversos chefs estarão reunidos aqui no Brasil para revelar novos produtos e sabores da enogastronomia. Muitos, inclusive, contam com três estrelas no Guia Michelin, como a Luisa Valazza do Al Sorriso, que esteve no festival La Tambouille, em São Paulo, ano passado, onde mostrou toda sua culinária baseada na procura pelos produtos genuínos de cada região, partindo da tradição, mas elaborando os pratos de forma moderna, com novas técnicas de cozimento. A cozinha tradicional italiana ainda é valorizada, já que se acredita que a comida da mãe e avó é o que há de melhor em termos de culinária. Porém, são os novos chefs que garantem que deveremos provar essa grande mudança e estar convencidos de que a Itália também pode abrigar o novo.

RESTAURANTES Quem estiver na Itália, precisamente em Soriso - Novara, não deixe de conhecer o Hotel Ristorante Al Sorriso comandado pela Chef Luisa Valazza que estará no Brasil em setembro apresentando suas novas combinações da gastronomia italiana. www.alsorriso.com

*Formado em Marketing e Gastronomia, Alexandre Furquim atua no ramo de restaurantes

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Outra dica para quem quer conhecer um pouco mais da culinária moderna italiana, se estiver em Modena, é a Osteria Francescana, que oferece um belo exemplo dessa gastronomia. www.osteriafrancescana.it



Hit the Road, Jack Uma das bandas mais clássicas do rock sul-mato-grossense conta aqui sobre seu velho rock ‘n’ roll Por Bruna Morales

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FOTOS ALEXIS PRAPPAS

estrada tem sido longa para Rodrigo Tozzete, Alex Cavalheri, Fábio Terra, João Bosco e Marcos Yallouz. Juntos eles compõem O Bando do Velho Jack e somam 16 anos de carreira com cinco CDs, um DVD e boas histórias para relembrar. Formada em 1995, a banda assumia na época outra formação e até outro nome: atendia pela alcunha de Jack Daniels, o mesmo que dá notoriedade e tradição ao whisky. Com a morte do então vocalista, Alex Batata, também vieram momentos difíceis para a banda, que retomou aos poucos suas atividades. Apesar de inseridos em um cenário onde a música sertaneja é quase absoluta, a banda diz tocar o que gosta e é fiel ao rock‘n’ roll. “O nosso sucesso vem exatamente do som que nós fazemos e amamos isso! Somos conhecidos e admirados por aqueles que também compartilham do mesmo sentimento que nós”, explica o baixista Marcos Yallouz. Quanto ao reconhecimento, este ultrapassou as barreiras do regional e atingiu várias partes do país, onde

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eles já se apresentaram. São Paulo é um deles. “Já aconteceu de estarmos andando pela Galeria do Rock ou em casas de shows e nos pararem para pedir autógrafo. Isso é muito legal, principalmente porque nós sabemos que é difícil ser reconhecido pelo som que fazemos”, comemora Yallouz. Quando se apresentam para um público maior, além das músicas próprias, procuram variar o repertório tocando grandes clássicos. Pois são estes que também ajudam a cativar qualquer um que vê ao vivo uma banda tocar sucessos do rock. “Participar de eventos grandes é ótimo. Não há quem não se emocione com um dueto de guitarra! E isso também ajuda a divulgar nosso trabalho. O programa da TVE, por exemplo, passava no Brasil todo e reprisava bastante. Às vezes alguém me ligava de Manaus! Aí ficamos muito conhecidos”, relembra o baixista.



A minha vida é Rock´n´Roll Algumas curiosidades sobre os roqueiros

Discografia Procurado (1999) Old Jack (2000) Como ser feliz ganhando pouco (2002)

Era 1998 quando eles ganharam a edição regional do evento Skol Rock, tendo ficado entre as setes bandas finais, das 4500 inscritas. Foi aí também que abriram os shows do Iron Maiden, Helloween e Raimundos.

CD/ DVD Ao vivo e acústico no Som do Mato (2004) Bicho do Mato (2007 )

Foram eleitos no Brasil e também por um site americano como a melhor banda de southern rock.

Um fã de São Paulo já ganhou de presente da esposa passagens para conferir um show exclusivo do Bando em Campo Grande. Resultado: ficaram amigos.

No começo da década de 90, o baterista Bosco tocou na banda Made in Brazil, a mais antiga de São Paulo.

Vida de roqueiro Os integrantes do Bando não vivem só de música: o baixista é analista de sistemas, o vocalista tem uma marcenaria, o guitarrista é arquiteto e professor de música, assim como o baterista, também professor de música, e o tecladista possui um estúdio. “Viver só da música seria algo bom, mas é muito perigoso depender comercialmente da sua arte. E hoje em dia, a música é vista muito como uma mercadoria, ao invés de arte”, pondera o baixista. Todavia, Marcos diz que não se considera um artista. “A música está o tempo inteiro rolando, às vezes tenho que lembrar que sou um analista de sistemas. Apesar disso, pra

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Fábio Terra (guitarra), Marcos Yallouz (baixo), Rodrigo Tozzette (vocal e guitarra), João Bosco (bateria) e Alex Cavalheri (teclado)

mim o Paulo Simões, o Almir Sater e o Bosco (baterista) são artistas! Eu sou só um apaixonado pela música.” O Bando do Velho Jack reconhece que o rock´n´roll pode não ser o estilo mais popular, no entanto, ele está repleto de seguidores fieis, o que acaba sempre unindo sentimentos. “Toda cidade tem as suas igrejinhas, o Banco do Brasil, a pracinha e os seus malucos. E toda cidade tem seus roqueiros doidos por lá”, finaliza Yallouz.



Cinema Família Von Trapp em casa

Literatura Clarice na cabeceira As memórias da infância, a vida, a morte, o silêncio, o amor, a indignação, o próprio ato de escrever. Temas que Clarice Lispector tratava, das vísceras às escritas, são apresentados sob um prisma diferente em “Clarice na Cabeceira”. Ao todo, 20 textos foram escolhidos e reunidos por convidados que se identificam com sua obra. Nomes como Ferreira Gullar, Marília Pêra, Caetano e Lygia Fagundes Telles introduzem o leitor de forma íntima e peculiar às crônicas e ao universo sensível e literário de Clarice. O livro conta com a organização de Teresa Montero, autora de “Eu sou uma pergunta. Uma biografia de Clarice Lispector”, publicada pela editora Rocco. ONDE www.submarino.com.br

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Um clássico foi relançado em edição remasterizada e versão limitada, para fãs e colecionadores. Trata-se de uma edição comemorativa aos 45 anos de “A Noviça Rebelde”, filme vencedor de cinco Oscars, incluindo aí o de melhor filme. A história, que se passa em meados da década de 30 e acompanha Julia Andrews no papel da noviça rebelde e babá dos filhos do rígido capitão Von Trapp, ganhou versão em Blu-ray, com direito a extras e outra versão, esta limitada, que abrange uma caixa especial. Nela, além de um livro de 100 páginas com fotos e curiosidades, o comprador adquire uma caixinha de músicas e uma experiência inédita aos fãs. O Blu-ray de extras traz um karaokê para cantar as canções, entrevistas (incluindo a que Andrews fez na TV com a verdadeira Maria Von Trapp, em 1973), comentários, mapa virtual dos locais das filmagens e um tour interativo da cidade de Salzburgo, na Áustria, entre outros. ONDE www.americanas.com.br

Música Chico buarque a todo volume Os 20 CDs mais representativos de Chico Buarque estão reunidos na coleção Chico Buarque, lançada pela Abril Coleções. Cada disco é acompanhado de um livreto, que reconta a vida e obra de um dos maiores compositores da MPB. É neste livreto também, que o leitor é convidado a entender o contexto em que cada disco foi composto, já que a história por trás de cada faixa é um mergulho à inspiração de Chico.Pra tornar o conteúdo mais especial, a Abril colheu depoimentos de artistas que conviveram com o compositor, entre eles Toquinho, Miúcha e Francis Hime. ONDE www.colecaochico.com.br



Uruguai exuberante Um dos mais elegantes balneários da América do Sul se encontra em Punta Del Leste POR CARLA MATSU

Em meio à natureza, sobre um campo com vista para o Rio Maldonado, em La Barra, se encontra o Hotel Fasano Las Piedras, novo empreendimento do Grupo Fasano. A paisagem é deslumbrante. Ao entardecer, o visitante tem acesso a uma das vistas mais espetaculares da Costa Uruguaia. Composto por vilas e bangalôs de luxo, o hotel tem baixa densidade de construção, paisagismo abrangente e alto nível de proteção ao meio ambiente. Além da exclusividade e todo o conforto, também proporciona singulares experiências gastronômicas, por meio de dois restaurantes, o El Fasano e o Las Piedras, e ainda oferece aos visitantes um refrescante bar na piscina. A arquitetura e interiores foram projetados por Isay Weinfeld, o mesmo responsável pelo hotel do grupo em São Paulo. Os elementos que fazem referência ao campo estão lá, e o charme rústico deixa tudo mais aconchegante. Ao todo são 32 bangalôs que variam entre os 80 e 120m² e 31 vilas, entre 217 e 550m², todos com vista panorâmica da propriedade. Quanto à infraestrutura, além dos restaurantes, bar e spa, o Fasano Las Piedras possui um centro hípico, campos de pólo e tênis, um clube de praia no Rio Maldonado e um exclusivo campo de golfe.

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SERVIÇO Diárias. Variam entre U$600 para baixa temporada e U$1300 para a alta. Acesso. Aeroporto Internacional de Montevideu e Aeroporto Internacional de Punta Del Este. Localização. O Hotel fica a 9 km de La Barra, em Punta Del Este. informações. Tel. (005511) 3896-4109 ou puntadeleste@fasano.com.br


Vista para o Rio Maldonado, em La Barra. Ao todo são 32 bangalôs que variam entre os 80 e 120m² e 31 vilas, entre 217 e 550m², todos com vista panorâmica da propriedade

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Na próxima edição a

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espiritualidade estará de portas abertas

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