Mood Life Edição 17 - Julho 2011

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Uma revis ta do seu modo Decoração Estilo Gourmet Viagem Consumo Nº 17 Julho 2011 R$ 13,90

Morar Uma lista dos móveis mais descolados para inspirar os cômodos com elegância e bom humor 12

Comportamento a aventura de quem decide morar sozinho 52

MOOD Sessions Revivendo o passado caricato das festas juninas 10

Mistura Fina Novidades em moda, design e luxo que fazem nosso desejo de consumo 54 Viagem Hotel Missoni, uma explosão de cores e design 94

Ney Matogrosso Atrevido e contestador, ele não tem medo de se renovar

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Ney Matogrosso

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Contestador, atrevido e sem medo de se renovar, Ney chega aos 70 anos em plena forma

A matéria sobre Comida de Boteco ficou TOP. Muito legal. Parabéns! Silvio Marães Campo Grande

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Muito bacana a matéria sobre moda com sustentabilidade. Maythe Markowski Assessoria Mormaii São Paulo

Mood Sessions Revivendo o passado caricato das festas juninas 10 Feira Hype Os móveis e objetos mais descolados e bacanas para a sua casa 12 Dècor Decora Etna traz soluções democráticas para renovar o visual do lar e escritório 18 Design Renata Moura inventa mobiliários que inspiram emoções 34

Comportamento Saiba por que morar sozinho deixou de ser uma conseqüência para se tornar uma opção de vida 50 Mistura Fina As novidades que fazem o nosso desejo de consumo 54 Estilo A moda inverno para enfrentar as baixas temperaturas com muita elegância 60 Portrait O jeito atencioso e dinâmico de Denise Bigolin 74

DECORAÇÃO | ESTILO | GOURMET | VIAGEM | CONSUMO

Lounge A rotina intensa da publicitária Mariana Bernardy 76 Eu sou O fundador da Multicoisas, Lindolfo Martin, revela sua trajetória de sucesso 80 Vox O executivo paulista Emerson Belan conta sobre o desafio da carreira 82 Perfil O humor e a originalidade de Bruno Motta 106

CONTATO Envie comentários e sugestões para a seção informando o seu nome completo. A revista MOOD Life se reserva o direito de resumir e adaptar os textos publicados, sem alterar o conteúdo. editor@moodlife.com.br www.twitter.com/revistamoodlife www.moodlife.com.br



Expediente

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em os trajes ornamentais de palco, mas nem por isso, menos teatral, Ney Matogrosso aparece de cara limpa em nossa matéria principal. Cantor, bailarino e ator, as várias performances do sulmatogrossense, reconhecido em todo Brasil, estão descritas e comentadas por ele sem qualquer censura. Prestes a completar 70 anos, e em ótima forma, o artista de mil faces também conta sobre o show - “Beijo Bandido” - a ser realizado durante o Festival de Inverno de Bonito. Performático, Ney rompeu com paradigmas muito cedo. No final da década de 1950, aos 17 anos saiu da casa do pai em busca do próprio canto. A atitude hoje, se tornou comum para a sociedade. Mas por quais motivos ela está influenciada? O desejo de “morar sozinho” e suas razões vêm retratados e explicados em nossa seção de Comportamento. Da música, passamos para a literatura. Os principais escritores que estiveram na 9ª edição da Feira Literária de Paraty (Flip) aparecem descritos na sessão Cultura. Em Perfil, o humorista Bruno Motta fala de sua trajetória e de como se tornou um dos nomes mais conhecidos no stand up comedy do Brasil. As tendências em produtos de decoração, gadgets e beleza continuam abrangendo nossas páginas. E como a cada edição destacamos o trabalho de um designer, desta vez o foco está no estilo irreverente e autoral da talentosa Renata Moura, uma catarinense que integra a nova safra de profissionais premiados. Antenada ao fervor das mostras de decoração em São Paulo, a MOOD traz este mês, os principais ambientes exclusivos da 1ª Hyundai Mostra Black, localizada em uma mansão histórica no Jardins. Como outra inspiração para quem busca renovar o visual do lar ou escritório, apresentamos a exposição Decora Etna, repleta de espaços com soluções criativas e democráticas. A chegada do inverno nos inspirou em moda e para enfrentar as baixas temperaturas, Adriana Estivalet preparou looks que preservam a elegância em diferentes ocasiões. Na seção Viagem desvendamos um inusitado hotel no Kuwait, assinado pela maison italiana Missoni. Suas cores fortes e estampas prometem fascinar já nas primeiras imagens. Boa leitura.

CAPA Ney Matogrosso Foto: Alexis Prappas (Prappas Imagens) Produção Executiva: Melissa Tamaciro

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diretores Iara Diniz iara@moodlife.com.br Josué Sanches josue@moodlife.com.br

Carla Gavilan Consumo, moda e luxo ocupam hoje boa parte do tempo de Carla Gavilan, jornalista e mestra em Estudos de Cultura Contemporânea. Depois de cinco anos atuando como repórter, produtora e editora no telejornalismo, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ela se dedica atualmente na área da docência, pesquisas independentes, arte e escrita livre, além da paixão por objetos, espaços e pessoas. Nesta edição Carla escreve sobre o desejo de morar só e os desafios de quem escolhe esse caminho.

Luis Pedro Scalise luispedro@moodlife.com.br Conselho Editorial Adriana Estivalet Alexis Prappas Iara Diniz Josué Sanches Linda Benites Luis Pedro Scalise Melissa Tamaciro Jornalista responsável Cidiana Pellegrin (MTB 687/ MS) redacao@moodlife.com.br editor Odirley Deotti editor@moodlife.com.br Editor de Imagem Alexis Prappas alexis@prappas.com.br Fotógrafos Alexis Prappas, Jean Vollkopf e Marcos Vollkopf Holder Gestão Comercial PARA ANUNCIAR LIGUE (67) 3029-3426 comercial@moodlife.com.br Colaboraram: Texto: Carla Gavilan, Cidiana Pellegrin e Thiago Andrade. Ilustração: Efe Queiroz

Rodolfo Junior Há 12 anos, o maquiador Rodolfo Junior é responsável pela beleza de vários editoriais, capas de revistas e campanhas nacionais. A formação em Visagismo aprimorou sua habilidade em valorizar o visual de quem busca mudanças estéticas. Antenado com as tendências, o profissional criou nesta edição, o make da modelo na MOOD Sessions.

Revista MOOD Life é uma publicação mensal integrante do grupo DNZ Participações e Negócios Ltda. Rua da Paz, 1584 – Santa Fé. Campo Grande/MS CEP 79021-220. A Revista MOOD Life não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam no expediente não tem autorização para falar em nome da Revista MOOD Life. Impressão e acabamento Idealiza Gráfica e Editora.



Lembranças juninas A festa tradicional traz a infância de volta e oferece descanso da rotina Por Thiago Andrade Foto Alexis Prappas

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nverno e São João. As noites frias são aquecidas pela fogueira, pelo quentão, pelas quadrilhas e pela animação da festa. Adultos e crianças se divertem em meio à fartura das barracas de comidas típicas e brincadeiras tradicionais. O figurino é famoso. Calça remendada, camisa xadrez e um chapéu de palha. Em meio ao colorido das bandeirinhas, as festas juninas oferecem descanso da rotina e oportunidade para viver um momento lúdico e diferente. Para reviver os tempos de colégio, em que o mês de junho era marcado por ansiedade e ensaios de quadrilha, Rodrigo e Renata Zamperlini toparam se vestir a caráter e arriscar alguns passos da típica dança. Ele, zootecnista de 34 anos, lembra que sempre gostou muitos das festas juninas. “Mas à medida que a idade passa, a gente vai se afastando. Passamos a ficar preocupados com tanta coisa que falta tempo para a diversão”, considera. Seguindo à risca as ordens de quem comanda a dança, Rodrigo e Renata concordam que as festas juninas estão entre as lembranças mais fortes da infância. “A comemoração traz de volta aquela alegria ingênua”, considera a

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administradora de 31 anos. Desde os tempos de colégio ela não se vestia como pedia um bom arraial. Foi durante a comemoração no condomínio onde moram que o casal pôde encarnar o espírito junino, deixar de lado a vergonha e entrar na dança. Em uma comemoração onde não se pode faltar pé de moleque, arroz carreteiro, canjica, milho verde cozido – e outro tanto de pratos típicos, a religiosidade se confunde com a brincadeira popular. As festas juninas comemoram os dias de Santo Antônio, São João e São Pedro, três importantes santos da fé católica. Mas quem não compartilha das crenças também pode participar. “Aqui no condomínio, chamou a atenção e muita gente resolveu se vestir para a festa. Foi uma situação gostosa”, considera Renata. Para ela, além de resgatar lembranças da infância, também é ocasião para curtir a família e as amizades. Momento de descontração para o casal, a festa virou assunto da semana. Há quem diga que a experiência vai se tornar tradição.


Ela veste look total Doka Vintage Store Produção de beleza Rodolfo Júnior

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Ideias para você vestir sua casa. Por Cidiana Pellegrin

Nemo O italiano Fabio Novembre retrata constantemente a figura humana em suas criações. Imponente, a poltrona Nemo, desenvolvida em polietileno para a marca Driade, apresenta características teatrais pelo design em forma de máscara. O mobiliário esconde e revela ao mesmo tempo, passando a sensação de proteger o ocupante. O produto está disponível na loja Ícone Casa, em São Paulo. Onde ww.iconecasa.com.br

Puff Desenhado pela designer japonesa Shiina Kaori, o puff Cube é uma boa opção para adicionar informalidade e diversão ao ambiente. Em formato de feijão, a peça também pode ser usada como mesa de centro, já que possui uma bandeja de metal como acessório opcional. O móvel está disponível em dois tamanhos e pode ser revestido em tecido ou couro. Onde ww.iconecasa.com.br

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Ideias para você vestir sua casa. Por Cidiana Pellegrin

Luminária A brasilidade vista nas criações da dupla Leonardo Lattavo e Pedro Moog, da Lattoog Design, agora pode ser encontrada em uma nova coleção desenvolvida em parceria com a indústria de gaúcha Schuster. Entre os produtos da linha Paisagem em Movimento está a luminária Arpoador, que remete ao desenho das curvas do calçadão de Ipanema e do Arpoador. O produto também está disponível em tamanho menor, na cor branca. Onde Informações pelo (55) 3541-1399 ou www.moveis-schuster.com.br

Móveis animais Muito ousada e com toques lúdicos, a coleção Wonderland da marca francesa Ibride, traz mobiliários em forma de animais, como a estante de urso, a cômoda Bambi e o banco Sultan, com pés em forma de pata de cachorro. Onde Loja Benedixt em www.benedixt.com.br

Sinuoso e atual Feito de cedro e disponível na cores desejadas pelo cliente, ou até mesmo em madeira natural, o aparador da Move Móvel foi criado para compor os mais diversos ambientes. Gostou?! Mas, não sabe como personalizar o móvel? É só acessar o site, simular a montagem e ainda realizar a compra online. Se preferir, atendimento pode ser feito pessoalmente no ateliê, localizado no bairro paulistano de Higienópolis. Onde Contato (11) 3667- 0648 ou www.movemovel.com.br

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O PRESENTE É FEITO DE PASSADO. O FUTURO É MELHOR QUANDO CONSTRUÍDO POR UMA HISTÓRIA. QUAL É A SUA?

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Ideias para você vestir sua casa. Por Cidiana Pellegrin

Design premiado Moringas são utensílios que marcaram época. Com a intenção de repaginar o visual das garrafas tradicionalmente feitas de argila, a Jödja criou versões bem mais modernas e requintadas. Os modelos correspondentes a série Moringa #1 foram os vencedores do importante prêmio IF Product Design Award 2011, na categoria Casa e Cozinha, na Alemanha. Muito charmosas, as moringas desenvolvidas em porcelana preservam a característica de resfriamento típica do barro e ainda podem ser usadas como objeto de decoração. Onde www.jodja.com

Casa decorada A estilista Isabela Capeto acaba de lançar sua primeira linha de produtos para casa. Ricos em estampas e bordados, os itens remetem um conceito artesanal, evidente nas coleções criadas pela profissional carioca. As novidades, que englobam bancos, caixas forradas, almofadas, louças e outros utensílios chegarão em fases à loja. Onde Rua Dias Ferreira 217, no Leblon, Rio de Janeiro www.isabelacapeto.com.br

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Decoração versátil Decora Etna São Paulo traz soluções criativas e democráticas para decorar ao seu estilo Por Cidiana Pellegrin

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equintado, contemporâneo, sustentável, prático ou casual. Diferentes estilos de decoração dominam os 26 espaços da Decora Etna São Paulo, que continua até setembro, na loja Berrini, no Booklin. A exposição promete inspirar os interessados em repaginar o visual do próprio ambiente. Oferecer ideias e combinações para decoração, a partir do knowhow de renomados profissionais do segmento, é a grande intenção do evento. Arquitetos e decoradores exploraram versatilidade na utilização de cores e objetos, além de indicar soluções para diferentes perfis de lar. Totalmente aberta ao público, a Decora Etna possui outro atrativo: segue as tendências de decoração utilizando os produtos da home store, que em geral, unem design a preços democráticos.

No alto o Loft Urbano é um dos quatro lofts da Mostra Decora Etna. O arquiteto Fabio Morozini se inspirou na cidade de São Paulo e retratou o cinza, predominante nas ruas e por vezes na arquitetura, em grande parte do ambiente. A utilização de cadeiras amarelas deu um toque style ao décor À esquerda, um living com decoração atemporal, em que o preto é a cor predominante. Esse é o projeto All Black, de Karina Affonso. A escolha de objetos em tom claro equilibrou a elegância do ambiente de 22 m²

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No alto, pensado para um casal jovem, que aprecia receber os amigos e compartilhar experiências, Lia Cimadon montou o Jantar do Casal Gourmet. Para trabalhar o conceito, a profissional escolheu uma mesa aconchegante e anexou ao ambiente, um lugar para relaxar após a refeição Ao lado, cores vibrantes dão um toque inusitado ao quarto intitulado Happy-chic. Criado pela designer de interiores Giuliana Sammarone e a arquiteta Fernanda Vitale, o ambiente reporta a identidade de um casal que viaja constantemente e incorpora à decoração do quarto, objetos e fotografias de diferentes estilos e culturas

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No alto, Entre o Céu e a Terra é o título do quarto criado pela consultora de feng-shui, Mariangela Pagano e pela designer de interiores, Cida Moraes. A influência da técnica milenar chinesa de harmonização de ambientes pode ser vista já nas cores branco e azul, escolhidas para trazerem tranquilidade Ao lado, Mirella Andreoni propôs um Home Office integrado com a sala de TV. Ótima opção para quem mora sozinho, o ambiente tem estética masculina, cores sóbrias e peças contemporâneas. As obras de arte com imagens urbanas, dispostas na parede, complementaram a atmosfera moderna do local

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Exclusividade e sofisticação Renomados arquitetos, decoradores e paisagistas se reúnem para mostrar interpretações do Black Por Cidiana Pellegrin

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uma mansão de 1.500 m², construída em 1940 no Jardim Europa, em São Paulo, se encontram os ambientes conceituais da primeira Hyundai Mostra Black. O evento reuniu 14 importantes profissionais brasileiros da área de arquitetura, design de interiores e paisagismo para exporem sua criatividade a partir da resposta pessoal sobre "o que é Black?". O termo é empregado por diversas marcas para representar algo exclusivo e de alto padrão. O resultado não poderia ser diferente de uma mostra-boutique, ou uma galeria de luxo, repleta de importantes obras de arte – como Portinari, Vik Muniz, Mario Cravo e Rogério Degaki - artefatos originais e decoração em diferentes estilos convivendo de maneira curiosa com o tradicionalismo da locação histórica. O evento está aberto à visitação até 17 de julho.

No alto, a biblioteca, projeto do arquiteto Jorge Elias, revela imponência pelas obras de arte vistas por toda parte. Em grande destaque no ambiente está a imagem assinada por Steven Klein, um dos mais conceituados fotógrafos de moda dos anos 1990. O local ainda assume um estilo clássico com toque de modernidade, visto, por exemplo, na escolha das luminárias. Ao lado, o charmoso Champagne Bar, criado pelo arquiteto David Bastis, com a intenção de recepcionar os convidados do evento. Seu ambiente de 80m² - ponto de conexão da casa ao jardim – é feito todo em madeira, casual e aconchegante, com sofá e puffs

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No alto, em tons claros, muito arejado e repleto de iluminação natural, o sótão de quase 300m², feito pelo arquiteto João Armentano. Entre outras características do ambiente está a simplicidade, comprovada pela escolha nada exagerada de elementos decorativos sofisticados. O conforto e a sensação de acolhimento também são percebidos por quem visita o local

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Ao lado, um lavabo luxuoso que valoriza a acessibilidade é a proposta da designer de interiores, Renata Seripieri. Priorizando o estilo clássico francês, a profissional apontou boas alternativas para tornar o ambiente ainda mais sofisticado. Uma delas foi substituir as barras de apoio, geralmente produzidas em aço inox, por peças em bronze


Ao lado, como exemplo de um dos ambientes cheios de ousadia, o lounge em vermelho total, criado pelo arquiteto Roberto Migotto, retrata um estilo contemporâneo, mesmo fazendo uso de peças decorativas de várias épocas, como os puffes capitonê e a poltrona referente ao século XVIII

No alto, Dado Castello Branco criou um apartamento completo com hall, living, cozinha, quarto e banheiro. O espaço teve inspiração francesa e dispõe de objetos contemporâneos e vintage. O principal objetivo é promover alto bem-estar a um casal que aprecia arte, culinária e gosta de reunir os amigos

serviço A Hyundai Mostra Black está aberta à visitação até 17 de julho. Rua Groenlândia, n°448, Jardins, São Paulo www.mostrablack2011.com.br

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casa cor m s Talentos de casa Além de nomes já consagrados, Casa Cor MS revela talentos do interior Por Contexto Mídia

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Casa Cor MS oportuniza uma verdadeira vitrine de talentos em arquitetura, paisagismo e design, revelando para o mercado a ousadia de novos nomes e consagrando profissionais já renomados. Na edição 2011, a mostra mais uma vez destaca a força e a criatividade que vem do interior de Mato Grosso do Sul, mostrando a importância de ser um projeto que abrange todo o Estado e trazendo a assinatura de profissionais que surpreendem pela inovação e paixão ao dar forma aos ambientes da casa. Janete Padilha é design de interiores e vive em Dourados, mas sua vontade de trabalhar com Casa Cor MS ultrapassa fronteiras. Ela é a idealizadora do Family Room, ambiente que primará pelo aconchego e por materiais naturais. Para ela, a satisfação de estar na mostra não pode ser medida. “Sempre costumo dizer que temos nas mãos uma oportunidade de mostrar nosso trabalho em um projeto que é um referencial. Eu, como uma profissional do interior, tenho consciência da grandiosidade de Casa Cor MS. Sinto plenitude em cada momento em que estou aqui, aplicada na construção de meu ambiente”, afirma. Sobre qualquer tipo

“Me sinto realizada por poder participar” Janete Padilha

“É muito importante para conhecermos tendências, agregar valor ao nosso trabalho” Fábio Fernando

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de empecilho que possa existir em virtude da distância entre as cidades, Janete é categórica: “Não há desgaste nenhum, pelo contrário. Estou adorando tudo e me sinto realizada por poder participar, representando minha cidade”, declara. Outra profissional de Dourados é Luzia Arnez, que junto com o arquiteto Fábio Fernando, de Rio Brilhante, fará a Sala de Banho da Publicitária. A parceria também conta com Andrea Herzog, de Campo Grande. Luzia e Fábio foram convidados a participar por meio das ações de Casa Cor MS em Dourados no início deste ano, realizadas com o intuito de que mais profissionais do interior possam mostrar seus talentos. “Casa Cor é de Mato Grosso do Sul, e queremos mostrar nosso trabalho justamente por isso”, afirma Luzia. “A diretoria da mostra ter vindo até Dourados conversar com os profissionais, confirma a importância de uma Casa Cor MS, mostrando que ela também dá ênfase aos arquitetos do interior”, afirma Luzia. Fábio concorda. “É muito importante para conhecermos tendências e agregar valor ao nosso trabalho. Desejamos que mais e mais arquitetos da região participem a cada edição”.

“A Casa Cor MS também dá ênfase aos arquitetos do interior” Luzia Arnez

ATUAL E INOVADORA A edição 2011 ainda conta com os paisagistas de Dourados Marcos Antônio Meurer e José Carlos Sorgato, que farão o Jardim da Piscina, a arquiteta Cátia Silene de Naviraí, uma das idealizadoras do Café com Piscina, e o arquiteto Marcelo Penajo, de Maracaju, que em parceria com profissionais de Campo Grande, fará o Quarto do Casal. Casa Cor MS busca reinventar, ampliar e inovar, para que se torne uma mostra cada vez mais democrática, uma vez que já aborda temáticas atuais e importantes como sustentabilidade e tecnologia no cotidiano. Tudo para que seja um verdadeiro nascedouro de talentos, e consagre não só os arquitetos, paisagistas e designers de Campo Grande, mas também os profissionais, parceiros e colaboradores do interior. Mato Grosso do Sul aguarda com ansiedade pela estréia do projeto, que abre as portas no dia 2 de setembro.



Receitas de sucesso Bontempo Sete profissionais do décor em Campo Grande revelam receitas prediletas em livro especial da Bontempo e culinária tradicional à pratos sofisticados. Ao todo 200 receitas indicadas por arquitetos e decoradores parceiros da Bontempo em todo o país, compõem o livro “Receitas de Sucesso,” idealizado pela marca de móveis planejados de alto padrão. Campo Grande é representada na obra por sete profissionais. São eles

Hésio de Paula e Evandro Retamero. Ponto de integração com a sala de jantar e churrasqueira, esta cozinha apresenta a sofisticação do revestimento de pastilhas pretas harmonizando com o laminado madeirado do mobiliário, usado com o intuito de praticidade. O estilo um tanto sóbrio permitiu a utilização de cadeiras e objetos em cores vivas para gerar contraste

Luciana Teixeira . Após a reforma, a cozinha de 50 m² transformou-se em um elegante espaço gourmet, pensado para confortar os convidados da família de festeiros, que aprecia reuniões envolvendo a boa gastronomia. Na composição do ambiente, a arquiteta utilizou três tipos de acabamentos: o laminado camurça, a lâmina de madeira carvalho e o laminado branco, que juntos, deram um ar acolhedor

Izabela Kassar, Luciana Teixeira, Hésio de Paula, Evandro Retamero, Eliane Del Greco, Flávia Palhares e Paulo Delmondes. Nas páginas da obra é possível conferir a receita preferida e as imagens do projeto com acabamentos da Bontempo. Inicialmente, a obra será distribuída apenas entre clientes, profissionais e parceiros da marca.

Bontempo Campo Grande Rua Joaquin Murtinho, 1740 Tel:(67) 3384.9455 www.bontempo.com.br

Fotos: Gilson Barbosa. Foto ambiente Eliane Michelazzo e Flávia Palhares: Erich Sacco

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Flávia Palhares e Eliane Michelazzo . Charme e sofisticação são evidentes nesta cozinha. Os clientes desejavam um espaço que não fosse apenas prático, mas, bonito e acolhedor. Para isso, as arquitetas empregaram cores neutras, materiais modernos como aço escovado, armários com acabamento em microtextura camurça e vidros bambu da Bontempo, além de iluminação cuidadosa

Paulo Delmondes. Um ambiente prazeroso, equipado para cozinhar e que fizesse integração com o living e a área de lazer da casa. Essa é a proposta do projeto. Como recurso para unir estética à funcionalidade, o arquiteto optou pelo granito em tom claro combinado ao madeirado Macchiatto Alloro Bontempo. Um toque de modernidade pode ser visto pela escolha da churrasqueira com laterais em vidro e do kit de elevação em aço inox

Izabela kassar. Um conceito contemporâneo e requintado é apresentado por este espaço gourmet. O ambiente é área de convivência de moradores de uma edificação, o que exigiu preocupação com a funcionalidade. A arquiteta então utilizou materiais como a madeira, pastilha, vidro e variados equipamentos gastronômicos para tornar o ambiente prático


Bem-estar renovado Contemporâneo e despojado se harmonizam em ambientes aconchegantes Projeto Arquiteta Kamala Escalante

O lar dos sonhos pode ter vários estilos e concepções, mas uma característica prevalece no espaço: a personalidade de quem reside no local. Com o desafio de transformar o apartamento de aproximadamente 180 m² em um ambiente acolhedor e confortável, a arquiteta Kamala Escalante propôs uma leitura contemporânea e despojada como cenário para o encontro familiar. Em busca do bem morar, um toque de identidade foi empregado à decoração: o uso dos objetos e obras de

arte adquiridos pelo próprio cliente em viagens. Outro detalhe importante, que valorizou a estética do espaço e proporcionou requinte, foi a criação de conceitos luminotécnicos. Eles agregaram um ar intimista aos momentos de cimena, leitura e refeições. Na sala de estar, o clima agradável e convidativo ao conforto, também se deve a utilização de cores amenas no ambiente.


“Procuro sempre participar de feiras e eventos que aconteçam no Brasil e em outros países. É minha maneira de estar antenada com as tendências do segmento e oferecer aos meus clientes, novidades para projetos de arquitetura e interiores. Dedico-me a solucionar necessidades nas áreas residencial, comercial e institucional.” A arquiteta estará presente mais uma vez na Casa Cor MS, no ambiente Sala de Banho do Rapaz.

Acima, a sala de jantar - integrada à de estar – apresenta elementos como lustre, vidro e espelho, que dão leve modernidade ao ambiente. As tradicionais cadeiras em bambu aparecem harmoniosas, sem destacar o contraste de estilos. Abaixo, lavabo e quarto apresentam sobriedade na decoração. Os objetos e tons dos ambientes são suaves e leves


Fotos: Gilson Barbosa

A área íntima da residência oferece aos moradores conforto, moderação e estilo. Para dar sensação de amplitude, alguns cômodos ganharam espelhos. A iluminação também foi usada na medida certa para deixar os espaços aconchegantes. No destaque, o quarto do casal apresenta romantismo, com a roupa de cama floral, aliado ao contemporâneo em detalhes, visto nas esculturas

Rua Hermelita de Oliveira Gomes (antiga Roncador), 846, Sala 01 Bairro Santa Fé Fone: 67 3026.2305 / 8447.0985 kamalaescalante.carbonmade.com



Formas afetivas Renata Moura conquista com seu design emocional Por Cidiana Pellegrin

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m cada criação, ela procura estimular sensações. Conforto, curiosidade, vontade de tocar, de experimentar o produto, estão intrínsecos em suas peças. É assim, despertando desejos e sentimentos positivos, que a designer catarinense Renata Moura vem ganhando projeção nacional. Por quatro anos ela integrou a equipe de profissionais da Whirlpool, a fábrica da Brastemp e Consul. Nesse período participou da criação de muitos refrigeradores, inclusive da linha de frigobares retrô. Já em parceria com a têxtil Santista, Renata redesenhou a marca e novas embalagens para seus produtos. Recentemente também assinou poltronas lançadas pela Mannes, uma importante fábrica de estofados. “O Cake e o Teddy se tornaram campeões de vendas” revela a designer com entusiasmo.

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Outro trabalho atual é a criação da linha batizada de TrimTic. À convite da multinacional alemã Impress, ela projetou uma família de móveis a partir de um material que substitui a lâmina de madeira. “São peças com formas assimétricas, que valorizam as texturas de linho e de madeira,” informa Renata, que atualmente mora em Curitiba. Para alimentar a criatividade, essa catarinense procura fugir da rotina. “Estou sempre viajando, conhecendo lugares e pessoas diferentes. Procuro assistir filmes, ler e visitar boas exposições de arte e de design,” conta. Camaleoa do design, como gosta de ser definir, Renata decidiu que seguiria esse caminho ainda criança. “Aos onze anos vi em uma revista de decoração da minha mãe, a cadeira Panton, do Verner Panton (primeira cadeira feita em plástico


Com 30 anos, a talentosa profissional que compõe a nova safra de designers, já coleciona diversos prêmios. Entre as criações que receberam destaque, está a sinuosa banqueta Ampoule, premiada pelo Craft Design 2009 e no puff Uooou, que ganhou Menção Honrosa no Museu da Casa Brasileira em 2004.

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injetado, projetada em 1960 e lançada em 1967) e ali tive certeza que era esse tipo de coisa que eu queria desenhar quando crescesse,” revelou. Aos 17, ela se mudou para Curitiba para ingressar no curso de Desenho Industrial, na PUC. No segundo ano da faculdade, em 1999, criou a mesa para telefone Triiim, que três anos mais tarde levou o Prêmio Nacional de Estudante da Movelsul. A peça também foi a primeira participar de uma exposição no exterior. Com o término da faculdade, ela descobriu que poderia se especializar naquilo que havia se tornado um hábito: desenhar pensando em como seu produto poderia transmitir emoções. “Busquei embasamento no Design Emocional para influenciar as pessoas positivamente, melhorar suas vidas despertando boas memórias,”esclarece a profissional. Acrescentando tom lúdico e colorido ao seu trabalho, Renata Moura produz um design de sentimentos.

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Seu estilo divertido, descolado e autoral ainda reflete em outros produtos, como o bem-humorado banco Goma, ganhador do IDEA/Brasil e Movelpar. A peça também foi finalista em três concursos: IF/ Alemanha, IDEA/EUA e Museu da Casa Brasileira.. Peças mais sofisticadas também estão em seu portfólio. A poltrona Flo é bom um exemplo.





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Mil faces de Ney Do rock ao tango, um artista que nunca é o mesmo Por Thiago Andrade

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Fotos Alexis Prappas

oucos homens são tão contestadores quanto Ney de Souza Pereira, ou melhor, Ney Matogrosso. Mais que isso, ele é atrevido e não tem medo de se renovar. Às vésperas de um show como atração principal do Festival de Inverno de Bonito e duas apresentações em Campo Grande, Ney concedeu uma entrevista na qual fala sobre seu universo ilimitado. Bela Vista, Mato Grosso do Sul. O pequeno município fronteiriço com o Paraguai foi o berço de um dos principais nomes da música nacional. Graças ao pai militar, a infância de Ney foi nômade. Sem tempo para se sentir um verdadeiro morador dos locais em que viveu, o jovem garoto preferia a solidão e a introspecção.

Difícil acreditar nisso ao vê-lo no palco, em plena forma, mesmo aproximando-se dos 70 anos, comemorados no próximo dia 1º de agosto. Sua postura ainda é crítica, questionadora e revoltada contra os bons costumes. Se há quase 40 anos, época em que se maquiava e subia ao palco na companhia de Secos & Molhados, posicionava-se contra a ditadura militar, hoje se posiciona contra a caretice do Brasil. Em alguns meses, será possível conhecer toda sua trajetória no documentário “Olho Nu”, dirigido por Joel Pizzini. Ninguém dribla a voracidade do tempo, reconhece, mas Ney a enfrenta muito bem. Com o último trabalho, “Beijo Bandido Ao Vivo”, lançado em CD e DVD em janeiro deste ano, o cantor se dedicou a falar de amor em todas as suas formas e fases. Do tango ao pop, passando pelos clássicos da canção, ele preparou um show intimista e mais contido. No entanto, em cena, a teatralidade aflora. A seu modo, segue contestador. Os movimentos são andrógenos e quebram com o machismo do tango. Em falsetes, canta “Fascinação”, mas endurece o tom em canções como “Tango Para Teresa”, composição de Evaldo Gouveia e Jair Amorim. Apesar de mais contido que em “Inclassificáveis”, show anterior, as canções atuais trazem clima de bordéis argentinos. Por outro lado, o romantismo é uma constante. Ney Matogrosso tem voz fina, porém masculina. Quando fala, parece dominar cada palavra, escolhendoas perfeitamente para suas respostas. Não existe assunto proibido com ele e se preferir não responder algo, não adianta insistir. A polidez se desfaz diante de assuntos aos quais se opõe. Entrevista rápida, menos de meiahora, ele expõe sua lucidez sobre assuntos diversos.

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Cantor, coreógrafo, bailarino, ator, você é um artista versátil. Como conciliar todas essas funções? Eu não sou coreógrafo, danço intuitivamente. Não é algo ensaiado, eu entro e faço. Não é sempre a mesma dança, cada dia depende do que esteja acontecendo comigo, eu vou para um lado e para outro, faço várias coisas. Com o tempo percebo o que funciona melhor, o que não funciona. Mas não sou coreógrafo. Por outro lado, eu gosto de fazer a luz em meus espetáculos, sempre gostei de mexer com isso. E, claro, eu canto. Por que você optou ter esse controle em suas apresentações? Porque eu comecei no teatro. E no teatro eu tinha que fazer tudo isso. Trouxe isso para a música. Fiz três peças que eram musicais, nas quais eu cantava, dançava, me caracterizava e fazia vários personagens. Quando virei cantor, trouxe toda essa referência do palco para a música.

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Seu trabalho sempre teve relação com a performance, não? Também é do teatro. Uma visão teatral do trabalho. Em seu último trabalho, “Beijo Bandido”, você canta desde “Fascinação” a “Nada por Mim”. Também há alguns tangos, como “As ilhas”, de Astor Piazolla. De onde surgiu esse repertório? Comecei a seleção a partir de uma caixa que eu esperava sair, mas não veio. Um disco com participações feitas em trabalhos de outras pessoas. Percebi que o repertório que deveria estar lá, mas não estava, era romântico. Continuei atrás de canções românticas. Desde que considere que o assunto seja o mesmo, eu não vejo menor problema em misturar. Você procura essa liberdade na hora de compor um novo trabalho? Faço tudo com muita liberdade, não estou preso a estilos ou formas. Foi desse modo que nasceu o repertório.


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”Em tese, um homem da minha idade não deveria se expor sexualmente.

Mas eu tenho vida sexual, ué!“ 44 MOOD Julho 2011


Cantei a canção de Piazolla, que nunca havia interpretado. Outra que nunca cantei foi “Mulher Sem Razão”, do Cazuza. A Lucinha tinha me dito que era a minha cara. “Por que você não a canta um dia?”, perguntou-me. Entre “Inclassificáveis” – em que você surgia como figura performática, com todos aqueles adereços – e “Beijo Bandido”, houve uma grande mudança. Eu preciso dessas alternâncias, preciso. Não posso ficar fazendo apenas uma coisa mais rock. Eu gosto de tudo, de samba-canção, de bolero. Meu movimento é esse. Eu vou, faço algo extravagante, mais expansivo e depois me fecho. Já estou em busca de repertório para o próximo trabalho que será ainda mais pop. Antes de cantar, você foi servidor público, largou tudo para ser hippie. A carreira de cantor começou aos 30 anos. Por que essa demora? Eu não perseguia isso, minha meta era o teatro, não a música. Eu cantava porque acreditava ser algo útil ao ator, mas não pensava em uma carreira de cantor. Só fui virar músico quando me procuraram e me convidaram para o Secos e Molhados. Você afirmou que quando foi hippie, acreditava na solidariedade, no amor entre as pessoas, que a guerra não fazia sentido. Nós caminhamos para o extremo oposto. Os anos 70 foram o último estertor da humanidade. Se olharmos para o mundo agora, sabemos que a desgraça está solta sobre o planeta. Guerra para todos os lados, miséria. Meu ideal era o contrário. É possível falar de solidariedade e amor entre as pessoas? Eu acredito nesse amor, mas acho que o mundo se tornou individualista demais. O que havia de solidariedade, de comunhão, se desviou totalmente. Eu acredito no ser humano, mas não sei se vou assistir a uma mudança de mentalidade.

Talvez... Talvez com esses cataclismas isso aflore, não sei. Às vésperas dos seus 70 anos, você é tema de um documentário, “Olho Nu”. O filme está sendo dirigido por Joel Pizzini, que também é de Mato Grosso do Sul. O que se pode esperar deste trabalho? Ainda não está pronto. Estão em montagem. Vi algumas sequências e tem muita coisa interessante, mas ainda não vi o inteiro. Não sei o que vai ficar, tem coisas que eu gostaria que ficassem, mas é muito material. Foram mais de 700 horas. Quero usar o material que sobrar para uma série de 10 DVDs. Eles contarão minha história em ordem cronológica. Disseram-me que o documentário será lançado este ano. Eu acho muito difícil. Ney, como é sua relação com o público mais jovem? Aqueles que não acompanharam você desde o início? Não vivo com essa preocupação, de ter um público jovem. Mas vou te dizer uma coisa que para mim é um paradoxo enorme. Notei a aproximação do público quando gravei Cartola. Nunca imaginei que fosse atingir esse público com um trabalho do tipo. Mas foi ali que começou, de lá para cá, percebo que a participação do público jovem aumentou nos shows. Fico feliz de não ficar restrito a um sexo ou faixa etária, sabe? Voltando ao cinema, você participou de “Luz das Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha”. Como foi assumir a continuação de um filme dessa importância? Olha, eu tive uma pequena preocupação antes das filmagens. Não conheci o Rogério Sganzerla, mas lembro do sucesso de “O Bandido da Luz Vermelha”. Usamos um roteiro deixado pelo próprio diretor. Fiquei tranquilo por isso, não tinha que me preocupar com o outro filme, afinal, são histórias diferentes. Gostei do resultado, é algo completamente diferente do que vem sendo feito no cinema brasileiro.

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”Faço tudo com muita liberdade, não estou preso a estilos ou formas.“ Algo que surgiu com força em “Inclassificáveis” foi sua exploração da sexualidade. No palco, você aparecia como figura erótica. Você rompeu um paradigma e mostrou que existe sexualidade depois dos 60. Foi proposital? Não, eu apenas sentia essa energia pulsando no meu corpo e não via motivos para esconder. Em tese, um homem da minha idade não deveria se expor sexualmente. Mas eu tenho vida sexual, ué! Tenho interesse por isso ainda, não vejo porque deveria fingir que não tenho. Os paradigmas estão ai para serem quebrados. Qual foi a resposta do público? A melhor possível. Eles parecem esperar essas coisas de mim. Quando você surgiu com Secos & Molhados, existe uma vontade de romper com o que existia. Aquele momento foi muito especial. Vivíamos debaixo de uma ditadura assassina, filha da puta! Eu queria me expressar em um país onde nada era permitido. Ainda tenho essa necessidade. Por mais incrível que pareça, o Brasil ainda é muito careta. Sempre assumo essa posição. Já fiz muito pior e melhor do que estou fazendo hoje, em relação a romper com o sistema. Hoje em dia existe uma “certa” imprensa que diz

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que sou escandaloso. Porra. Eles não sabem o que é escândalo. Se acham que eu sou escandaloso hoje, é porque não viram o que fiz na década de 70. Você fala abertamente sobre maconha. Disse em uma entrevista que usá-la te ajudou a resolver certas coisas consigo mesmo. Atualmente, a maconha está em evidência outra vez, com inúmeros debates sobre descriminalização e legalização. Tem que ser liberado, muitos problemas seriam resolvidos. Não é a maconha que tem que ser reprimida, mas sim crack, oxi, essas que matam. Maconha não mata. Cigarro faz mais mal que maconha. Aí me dizem, “ah, mas maconha é a porta de entrada...”. Mentira. O álcool é a porta de entrada, basta ver nos jornais. Sempre deixando bem claro que não pretende ficar preso a nada, você é uma figura bastante liberal. Por outro lado, sua vida sempre foi marcada pela relação com seu pai, alguém muito autoritário. Eu rompi com isso quando saí de casa aos 17 anos. Em 1959, ninguém saia de casa com essa idade. Assim você conseguiu se afirmar como artista? Não, eu fui viver minha vida. Passei por momentos difíceis e fáceis. Nunca dependi do meu pai, nunca pedi nada a ele. Quando sai de casa, tive a nítida consciência de que deveria depender apenas de mim, do meu trabalho. Como foi servir na aeronáutica? Foi interessante, sabe. Não vou dizer que foi ruim. Era algo cheio de regras, horários, mas não achei ruim. Saí de Campo Grande adolescente, não havia nem televisão e eu precisava me situar em um universo masculino, no Rio de Janeiro, aonde só havia homens. Foi muito interessante, eu tive que demarcar meu território.


de volta ao MS Entre 27 e 30 de julho, Bonito será o destino cultural de Mato Grosso do Sul. A cidade conhecida por suas belezas naturais será palco da 12ª edição do Festival de Inverno de Bonito (FestIn Bonito). Além de Ney Matogrosso, que será homenageado em razão do aniversário de 70 anos, a programação musical inclui Almir Sater, Erasmo Carlos, Marcelo Camelo, Falcão e os Locomotivos, Mart'nália e Jota Quest. Os shows tem entrada gratuita ou a preços populares. Também haverá apresentações teatrais, mostras de cinema, artesanato e artes plásticas, palestras com escritores e poetas, entre eles, Rubem Alves, que veio ao Estado há alguns meses. Depois de se apresentar em Bonito, no dia 28 de julho, Ney também fará show em Campo Grande por meados de agosto. É uma oportunidade única para conhecer o novo trabalho, já que ele não se apresenta na região desde outubro de 2009.

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de volta ao MS

Ney, você vai apresentar o show “Beijo Bandido” em Bonito e em Campo Grande. O que o público pode esperar? É o trabalho mais teatral que já fiz. É um repertório romântico, mas não é restrito. Falo sobre as coisas boas e ruins do amor. Há margem para mais possibilidades. Tudo com um acabamento cinematográfico, algumas projeções significativas. É um show bem limpo, quase sem cenários ou figurinos. Essa era minha intenção. Algo menos extravagante. Este assunto é antigo, mas por que você não apareceu em “Cazuza – O Tempo Não Para”? Não sei, nunca me explicaram. Ou melhor, a diretora disse que eu era tão importante que não caberia no filme. Não quero saber se sou importante ou não. Eu fiz parte da história do Barão Vermelho por ter sido o primeiro a gravar uma canção deles. Sobre o próximo trabalho, você já tem algo definido? Ainda estou em fase de seleção do repertório, em um momento de expansão. Tem que passar de um número necessário para um show, para depois definir o que vai entrar. Não está fechado, então, não posso te dizer exatamente o que será.

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Gravado em agosto do ano passado, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, “Beijo Bandido ao Vivo” conta com 19 canções interpretadas por Ney Matogrosso. O cantor decidiu gravar o trabalho ao vivo após um ano de circulação com o show. Segundo ele, isso fez toda a diferença, oferecendo ao público um espetáculo maduro, com uma banda mais entrosada. A direção musical ficou por conta de Leandro Braga, que também é baterista. No repertório, foram incluídas canções como “Medo de Amar”, de Vinícius de Moraes, e “Incinero”, de Zé Paulo Becker e Mauro Aguiar. Por R$ 39,90 (DVD) e R$ 29,90 (CD).



Espaço, espaço meu Não importa o motivo, morar sozinho deixou de ser uma consequência e hoje é uma opção de vida Por Carla Gavilan

Ilustração Efe Queiroz

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uando desenvolveram os clássicos modelos de apartamentos de espaços pequenos, calculados, bem divididos e todos iguais, a arquitetura moderna não tentava apenas adequar as metrópoles às explosões demográficas decorridas da industrialização. Um dos grandes eixos que norteavam mapas e réguas desses pesquisadores, na conhecida Bauhaus, era, de fato, uma mudança social de comportamento. Em uma época que homens e mulheres, cada vez mais, demoram a se casar e ter filhos - ou não casam e não tem filhos - espaço é algo a ser repensado todos os dias. A estrutura inicialmente proposta, e consumida, por essa arquitetura de vanguarda, formada pelos cômodos

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sala, cozinha, banheiro, área de serviço, quarto do casal e quarto do filho ainda mantém o projeto, mas não a mesma nomenclatura. O quarto até pode ser do casal, mas especificamente aos fins de semana, quando o namorado (a) dorme por lá. Quarto da criança? Não, escritório. Essas são apenas algumas das principais mudanças na dinâmica de viver e morar de muitas pessoas na sociedade contemporânea.

Muda-se: endereços e relações Financiar a casa própria foi a meta de Luciano Rodrigues assim que terminou a faculdade. Logo que adquiriu o imóvel decidiu sair da casa da família. Para o corretor, de 27 anos, a mudança que começou no endereço para correspondência ainda é sentida após 1 ano e meio morando sozinho. “Tive de aprender a cozinhar, lavar roupa, limpar a casa, a pagar as contas e controlar meu próprio orçamento. Tudo o que não fazia antes”, ele explica. Mas mesmo com as dificuldades de adaptação na nova rotina, manteve firme a decisão. No começo até pensou em retornar à casa da mãe, mas não voltou. “Tudo fica em torno da liberdade. É aquela toalha fora do lugar


ou sair e chegar a hora que der sem deixar ninguém preocupado”, comenta. Outra mudança na vida de Luciano foi na relação com a família. “Hoje eu e minha mãe somos amigos. Quando morava com ela conversávamos pouco, não havia diálogo. Hoje adoro conversar e receber aqueles conselhos que antes entendia como bronca” explica o corretor. A opção de Luciano está entre as mais comuns no nicho dos que decidiram morar sozinhos. Longe do estereótipo de que ser e estar só se relaciona a tristeza e angústia, uma boa parte da geração adulta atual quer experimentar a própria companhia. “A solidão desejada é uma conquista”, tem afirmado frequentemente em suas obras Inês Pedrosa, uma

das principais escritoras portuguesas contemporâneas. As mulheres que o digam! Se antes, ir ao cinema ou a qualquer programa social sozinha era mal visto, hoje além de ser normal, chega até ser uma preferência, em vários casos, para muitas de nós. Assim como morar sozinha. Cuidar dos afazeres domésticos, compras de supermercado e não dividir espaço com mais ninguém também foi a escolha de Cibele Sodré há 3 anos. Ela e os pais estão na mesma cidade, em Campo Grande, mas em bairros diferentes. A jornalista explica que a decisão foi tomada pelo desejo de se desligar de algumas privações e de ser mais independente. “Mesmo quando

somos adultos os pais interferem em nossas escolhas e morando junto isso é ainda mais forte. Até quando você está certo do que quer pode se deixar levar pelas opiniões deles, e era justamente isso o que eu queria mudar em minha vida”, afirma Cibele. O começo é classificado por ela como um mar de rosas, mas depois a ficha começa a cair. “As contas chegam, os compromissos mudam e aí você pensa em voltar para casa da mãe. Mas depois que acostuma vem a melhor parte que é quando sua escolha passa de uma aventura e ousadia para uma responsabilidade madura”, ela explica.

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Com base em informações da Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o Instituto Data Popular divulgou no último dia 13 de junho (um dia após o Dia dos Namorados) que as pessoas solteiras correspondem a 36% da população do Brasil. O que em números é traduzido em 47 milhões de pessoas. As razões que motivam esse contingente de homens e mulheres a não dividir o teto, segundo o psicólogo Fernando Ulisses Rosalino, são multifatoriais, estando relacionadas à economia, questões familiares, educacionais, profissionais e principalmente individuais. “Sair de casa nos dias de hoje tornou-se algo mais fácil. Como estamos em um momento históricosocial em que a individualidade está

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em evidência, para muitas pessoas é preferível morar sozinha a ter de transformar as relações em um espaço familiar ou conjugal”, explica o psicólogo. Fernando destaca ainda que a mudança de valores e opiniões sociais também contribuem para o desenvolvimento desse estilo de vida. “Antigamente as pessoas que moravam sozinhas enfrentavam alguns estigmas de abandono, solteirona ou solteirão, uma pessoa anti-social, o que devido ao tempo e as transformações no núcleo familiar já não existe mais”, pontua Fernando.

Me-morar O que é apresentado nas estatísticas brasileiras não é algo isolado. Em diferentes países uma significativa parcela da população tem optado, cada vez mais, por viver só. Não é a toa, por exemplo, o sucesso do designer Maxwell Gillingham-Ryan, que comanda, desde 2001, o site Apartment Therapy. No portal, 16 editores são responsáveis por mostrar sugestões práticas e estilosas para decoração encontradas por moradores de Nova York, Chicago, Boston, Washington, São Francisco e Los Angeles. Embora trabalhe com casas e apartamentos de variados estilos e tamanhos, a fama de Maxwell devese principalmente a sua desenvoltura


com os pequenos espaços. O que é reverenciado, inclusive, em sua mais recente obra lançada nos Estados Unidos, “Grande livro de lugares pequenos e descolados” (Editora Pensamento, 33,90 reais). A necessidade de se identificar com o local onde mora pode ser ainda maior para quem vive apenas consigo mesmo. Depois do fim de um casamento de 5 anos, Kamyla optou por não retornar a casa dos pais, tanto pela privacidade quanto pela rotina de vida. O cômodo predileto é a cozinha, por ser funcional e ter apenas os utensílios que realmente utiliza. “Na minha casa tem tudo que

preciso e do tamanho que eu preciso. Gosto de poucos móveis e espaços menores, porque facilita a limpeza e a organização”, explica a advogada. Espaços conjugados e funcionais sempre foram as principais características das casas de quem vive sozinho. Uma tendência para o setor, conforme analisa a arquiteta Kamillie Versetti, é o maior consumo por aparelhos tecnológicos. “O microondas é certamente um dos aparelhos mais procurados,” comenta Kamillie. Uma orientação da arquiteta que trabalha com projetos para solteiros é a utilização de tecnologia nos espaços. “Há uma preocupação profissional da minha parte em conjugar também o funcional com o conforto. Os espaços para os aparelhos audiovisuais de alta

tecnologia, por exemplo, oferecem isso muito bem. Seja para quando se está só ou para fazer uma reunião com os amigos, ou com o namorado. É importante sempre lembrar que a pessoa que mora sozinha não é alguém enclausurada”, afirma a arquiteta.

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Novidades que fazem nosso desejo de consumo. Por Cidiana Pellegrin

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1.Joias gipsy Os anos 70 inspiraram a linha inverno 2011 de jóias da Guerreiro. A coleção Daisy, disponibiliza colares, braceletes e anéis em forma de margarida. As peças são grandes, ricas em detalhes e trazem toque gipsy-chic (cigano-chic), característica presente nos primeiros acessórios do designer José Carlos Guerreiro. A linha foi desenvolvida em prata e ouro amarelo, diamantes brancos e negros. A joalheira fica em São Paulo, na rua Oscar Freire, e Shoppings Iguatemi e Cidade Jardim. Informações www.guerreiro.com 2. Luxo em aço Criada em 1995 pela luxuosa Tiffany & Co, a coleção de relógios Atlas tem novos modelos em aço inoxidável que preservam o design atemporal e refinado, típico da marca norte-americana. Os produtos masculinos estão disponíveis em versões com mostradores cinza negro ou prata, além de pulseiras em crocodilo, borracha e aço inoxidável com decoração em borracha moldada. O produto suporta até 100 metros de profundidade. Onde: Rua Haddock Lobo, 1594, Jardim Paulista, São Paulo 3. Versão personalizada O clássico modelo aviador recebeu uma releitura assinada pelo músico de punk rock e ex-baterista da banda Ramones, Marky Ramone. A edição limitada dos óculos foi lançada pela marca brasileira Evoke, que traduz uma pegada street na maioria de suas coleções. O acessório tem hastes de acetato forradas artesanalmente em couro e plaquetas de silicone anti-alérgicas. Por enquanto, a pré-venda do Evoke by Marky Ramone acontece pelo SAC (11) 3034.3690. O produto chega final de julho às lojas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Goiás. O valor sugerido é R$ 1.599,00

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Novidades que fazem nosso desejo de consumo. Por Cidiana Pellegrin

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1.Inverno em cores fortes Tons vibrantes como amarelo, rosa e roxo marcam a coleção inverno 2011 da Victor Hugo, uma releitura das próprias produções lançadas nos anos 80. Em destaque, está a linha tiracolo feita em couro metalizado nas cores bronze, oliva e ouro rose. A utilização de matérias-primas diferenciadas - avestruz, a python e o jacaré continuam nesta estação, que também recebeu o couro de cabra na confecção de alguns modelos. A coleção completa pode ser vista na nova boutique da Victor Hugo no Shopping Norte Sul Plaza, localizado na Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande.

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2. Parceria de estilo Criativa e cheia de estilo, a Melissa lança constantemente produtos assinados por ícones da moda e do design. Desta vez a novidade é a parceria com o estilista inglês da atualidade, Gareth Pugh, reconhecido por transformar materiais diferentes em verdadeiras esculturas. Para a marca, ele desenvolveu dois modelos de estampas da linha Ultragirl. Por enquanto só um circula no mercado (demonstrado na foto), o outro ainda está em fase de acabamento. Disponível em seis combinações de cores, a Melissa Ultragirl + Gareth Pugh está sendo vendida por R$ 109,90. Informações www. melissa.com.br 3. Romantismo até nos pés O estilo esportivo da Nike se aliou pela terceira vez ao romantismo dos florais da loja de departamentos Liberty of London. A parceria de 2011 resultou em uma coleção exclusiva com cinco modelos de tênis estampados, que preservam os tons suaves e as pequenas flores da padronagem da marca britânica. Repletos de originalidade, os produtos têm preços convidativos que variam de R$ 259,90 a R$ 299,90. Disponíveis na Nike Store de São Paulo, localizada na Praça dos Omaguás, n° 100 – Pinheiros. Tel. (11) 3031.7598



gad g et s Novidades que fazem nosso desejo de consumo

Por Cidiana Pellegrin

1 1. Notebook ultrafino Design sofisticado aliado ao bom desempenho são os principais atrativos do Samsung série 9, novo notebook da marca. O modelo é ultrafino 16,3mm de espessura e pesa apenas 1,31kg. Equipado com processador i5 da segunda geração da família Intel, possui memória RAM de 4Gb. Além de belo, o equipamento foi elaborado com material utilizado em aeronaves, o duraluminium, duas vezes mais resistente que o alumínio, presente em grande número de notebooks. Outra vantagem garantida pela fabricante é a autonomia da bateria, que chega a ultrapassar sete horas de duração. Por R$ 4.999,00 no www.submarino.com.br

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2. Inspiração em quadrinhos Com design criativo, o conjunto de caixas de som em formato de balões de diálogo é um recurso para ouvir música com muito estilo. O produto pode ser conectado a todos os tipos computadores, iPods e Mp3 players e não utiliza pilha, pois funciona com a energia do aparelho ao qual está conectado. Com apenas 8cm de altura e 10cm de largura, o item integra a linha Interativa da marca Ludi, pertencente ao grupo Imaginarium. Por R$ 55,99 no site www.hmmm.com.br

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3. Novidade Walkman A Sony retoma o mercado da linha Walkman no Brasil e lança novos MP3 players. Com design moderno e prático, os produtos foram desenvolvidos para satisfazer diversos perfis de consumidores. Um dos modelos, o player NWZ-B162F, oferece vantagens como: capacidade para 470 músicas, bateria com 18 horas de duração e tecnologia Drag & Drop que permite a transferência de arquivos do computador para o Walkman, sem um software específico para atividade. Disponível nas cores preta, verde, rosa e azul, o gadget chega ao mercado este mês. Preço sugerido de R$ 199,00 4. Porta-retratos digital Kodak apresenta o primeiro porta-retratos com conexão wi-fi do mundo. Intitulado Pulse, o albúm digital expõe fotos recebidas via celular, e-mail e Facebook. Para ativar a visualização é preciso realizar um cadastro no site oficial do produto. Ainda nesta etapa o consumidor habilita a atualização de albuns próprios e de outros usuários, além de criar playlists. O produto inovador possui tela LED touchscreen de 7 polegadas e capacidade de armazenamento de até 4.000 fotos. Por R$ 699,00 nas lojas Polishop ou no site www.polishop.com.br

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Protegida por


Viagem de inverno Na hora de fazer a mala para viajar é necessário critério para não acabar levando excesso. Uma mala enxuta e bem elaborada é o ideal, sem comprometer um visual bonito. Selecionamos algumas sugestões de looks e um “checklist” para sua próxima viagem.

Para viajar A roupa para viajar precisa ser confortável principalmente se o vôo for longo. Calças mais soltinhas e levar um casaco à mão é imprescindível Tricô de gola boba, calça “flare” e Pelerine tudo loja Priscila Sandri


Passear durante o dia O jeans é excelente companheiro nesse momento, prefira tons mais escuros que suja menos Tricô de gola alta camelo, Parka, colete de pele, calça jeans e botas na Bob Store

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O que levar na mala Inicialmente procure separar as peças em três ou quatro cores que coordenem entre si. Economize nas bolsas e calçados que fazem muito volume na mala. Em contrapartida, leve bastante pashminas e cachecóis, bijouterias e cintos que mudam a cara das roupas. » 1 calça jeans escura, 1 calça de veludo cotelê, 1 calça de lã xadrez, 1 calça preta para noite, 1 saia de tweed, 1 trench coat, 1 Jaqueta de couro, 1 colete (de lã ou pele), 1 Casaco impermeável, 4 suéteres (várias cores), 4 camisetas de mangas compridas, 4 camisas, 1 vestido preto, 1 vestido habillée, 2 cachecóis, 3 pashminas (várias cores), 1 par de luvas, 2 botas (uma preta e outra marrom), 1 tênis ou mocassim, 1 escarpim, 1 sandália de salto alto, 1 Bolsa grande, 1 Bolsa pequena ou de mão, 3 cintos, 1 Robe, 2 camisolas ou pijamas, 2 meia-calça grossas, 1 meiacalça fina, 6 pares de meias soquetes, 6 conjuntos completos de lingerie

Festa Formal Se surgir uma festa mais chique como um baile de navio, o vestido não precisa ser longo, porém o visual pede algo mais sofisticado Vestido, casaco e sandálias na Boutique Mara Lima


Sair à noite O pretinho vai muito bem neste momento e rende vários looks Vestido de paête fosco, Colete preto, carteira de mão, brincos e bracelete na loja Vila & Co.

Fotografia Alexis Prappas Modelo Ana lucia vargas (Arena Models) Produção de Moda Adriana Estivalet Hair e Make rodolfo junior - renascer Produção executiva Melissa Tamaciro

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Sugestões e tendências em beleza. Por Cidiana Pellegrin

Mais Givenchy A linha de cuidados para a pele Hidra Sparkling, lançada ano passado pela Givenchy, ficou mais completa. A grife criou dois novos produtos, máscara e sérum hidratante, que vão realçar e cuidar da beleza da pele facial, proporcionando luminosidade e revitalização instantânea. Os itens são indicados para peles ressecadas e cansadas. Por R$ 190,00 (máscara), R$ 234,00 (sérum) no site www.sepha.com.br

Elixir para os fios Hidratação, resistência, proteção e brilho intenso sem deixar os fios pesados. Essas são algumas propostas do Elixir Ultime, da Kérastase, que une em sua composição os óleos argan, gérmen de milho, pracaxi e camélia. O sérum é indicado para todos os tipos de cabelo e pode ser aplicado como tratamento capilar, leave in, ou até mesmo antes do xampu. Por R$ 199,00 nos melhores salões de beleza e no site www.megacosmeticos.com.br

Hidratação reforçada Para recuperar os cabelos muito danificados a Acquaflora Cosméticos lançou o Selante Vegetal, um kit composto por três produtos de origem vegetal, que não possuem química em sua formulação. O uso combinado do pré-xampu, xampu e fluído resulta na máxima hidratação e sela as cutículas dos fios, além de reduzir o volume. Outra vantagem dos cosméticos é praticidade, já que todo tratamento pode ser feito em casa. Por R$ 55,50 no site www.nissey.com.br

ALTA PROTEÇÃO A Neutrogena desenvolveu uma linha de protetores solares com textura extremamente leve e fluida, a Ultra Sheer Face Liquid Lotion. O produto pode ser aplicado diariamente em conjunto com qualquer creme facial ou maquiagem. Inicialmente seu lançamento ocorreu na Ásia, onde o público feminino tem por hábito usar 11 tipos de cosméticos para o rosto todos os dias. A experiência incentivou a criação da versão para as brasileiras, com uma tecnologia que deixa o acabamento bem seco. Por R$ 45,00 (FPS 35) e R$ 50,00 (FPS 55) nas farmácias a partir de julho

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For man A Keune Haircosmetics, marca holandesa com itens de beleza para uso profissional, lançou no Brasil sua linha para homens: a Keune Care Line Man. A série capilar de cuidados diários tem produtos específicos para hidratação, finalização e tratamentos que combatem a oleosidade e a queda dos fios. Sua formulação foi enriquecida com cinco minerais importantes para a saúde dos cabelos: zinco, cobre, magnésio, silício e ferro, que ajudam a manter os fios macios e disciplinados. Os produtos são vendidos avulsos no site www.hairbeleza.com.br. Preço sob consulta



Sugestões e tendências em beleza. Por Cidiana Pellegrin

Leveza na maquiagem O Boticário ampliou seu portfólio de maquiagem e lançou a linha Make B. Mineral. A coleção que acabou de chegar às lojas traz novidades como primer facial, base e delineador, na versão pó. O lançamento ainda engloba lápis batom, blush, corretivo bicolor, duo de sombras e lápis para os olhos, todos com fórmulas livres de conservantes. Indicados a todos os tipos de pele, os produtos proporcionam maior durabilidade ao make e suavidade no disfarce das imperfeições. Disponível nas lojas da rede e no site www.oboticario.com.br. Preço sob consulta

Batom com Ômega 3 Ativos especiais integram a fórmula do batom da nova linha da Yes Cosmetics, a Yes! Make Up. O produto contém complexo 100% vegetal retirado da flor de camelina, que é rica em ômega-3 e 6. Os componentes ajudam a nutrir e devolver a elasticidade da pele dos lábios. Disponível em 15 cores, o item ainda garante alta cobertura e longa duração. Por R$16,00. Rua 15 de Novembro, 517 – Centro

Make profissional Pinceis são ferramentas importantes para se obter um bom make. Se o desejo é adquirir alguns desses apetrechos compatíveis ao que o seu maquiador utiliza, a Revlon já disponibilizou ao mercado brasileiro a linha Profissional Premium Quality. Ao todo são sete pincéis e um kit, todos com design moderno e cerdas macias, resultado da combinação de fibra natural e sintética. Por R$ 301,30 linha completa e R$ 52,90 o Kit, no site www.sacks.com.br

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Fragrâncias preciosas Referência em cosméticos de luxo, a La Prairie também se destaca pelas coleções exclusivas de perfumaria. Como lançamento, a marca suíça apresenta a linha Life Threads Gemstones, um trio de perfumes inspirados em pedras preciosas. A fragrância Sapphire revela um ar de romance por ser um âmbar floral amadeirado. A Ruby é um floral oriental que remete sensualidade e Emerald, também um floral oriental, apresenta toques de frescor. O requinte próprio da La Prairie ainda aparece nos frascos. Todos envoltos em fios de prata com pequenos cristais de safira, rubi ou esmeralda. Por R$ 460,00 (cada) www.epocacosmeticos.com.br



Moda antenada para os pequenos A Roda Gigante acompanhou todas as tendências para a próxima estação, nas três feiras de moda infantil que aconteceram em São Paulo no mês de junho

A temporada primavera verão 2011/2012 de moda infantil se mostra pela preferência de uma vida simples, pelo compartilhar e pelas novas tecnologias, sempre com o foco na sustentabilidade. Todo esse espírito de simplificar se transfere para as coisas boas da vida, como viajar, escrever, ler e apreciar um fim de tarde na praia, curtindo a natureza. E é em torno dessa tranquilidade e comprometimento com o planeta que vem as principais tendências da próxima estação. Alguns tecidos discretos que estavam um pouco esquecidos, como os cambraias e o popeline voltam fortes. Como sempre, o algodão fino continua em alta, o algodão peruano também, com sua maciez extrema. As costuras com nervuras na gola pólo deixarão os meninos com estilo mais homenzinhos e, é claro, as camisetas flames continuam em alta. O linho grosso vem com charme nos vestidos das mocinhas. A sarja de algodão para as calças dos meninos continua, agora com cortes mais afinados. Os tecidos brilhosos também terão vez nas coleções junto com a lesi que bombou e que veremos muito nos vestidos

e nos barrados de saia e shorts. Claro que não poderia faltar o nosso clássico jeans, que como em todas as outras estações é o campeão em variações de looks. As calças justas, o molde alicate e os cortes boyfriend seguem na tendência e os meninos terão bermudas em sarja com muitas listras no estilo italiano. Já as estampas terão principalmente o tema marinheiro, com barcos e muito wave nos tons de azul, do claro ao marinho. Os florais pequenos e grandes continuam em alta, estampas havaianas são tendência total. O branco vem arrematando os corações dos estilistas, assim veremos muito branco em todos os looks. Também o preto segue, em vestidos estilo bonequinha de luxo. Os tons cítricos, como amarelo, verde e rosa, continuam em alta. O verde militar entra como o grande destaque da temporada, contrastando com o marrom enferrujado e o alaranjado. Essas são as tonalidades e as matérias-primas que mais veremos desfilando por aí, entre os pequenos fashionistas para a primaveraverão 2011/2012 no Brasil.


INFOPUBLI

A Roda Gigante convida vocĂŞ a vivenciar a simplicidade. Venha para o Norte Sul Plaza.


Mapa astral não é horóscopo “A astrologia é uma fotografia exata do céu que você nasceu” Por Thereza Christina Silva*

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pessoas estão sempre perguntando qual a finalidade de um mapa astral, porém, percebo que a maioria não sabe ou não entende o que é de fato uma análise astrológica. Sempre ouço especulações sobre o assunto, em qualquer rodinha de conversa, volta e meia, o papo cai em signos, aí é sempre um show de suposições. Muitos confundem com horóscopos, aqueles de jornal, e esse tipo de texto geralmente publicado para entretenimento não pode ser confundido com a verdadeira astrologia. O mapa astral é a fotografia exata do céu que você nasceu, por isso é necessário saber o horário de nascimento. O signo solar indica a posição do sol, ele é realmente o ponto chave de um mapa, porque é nosso caminho de vida, quanto mais estivermos conectados nesta energia, melhor cumpriremos nossa estadia na terra e nos conectaremos ao nosso self, porém temos outros planetas se relacionando, então fica difícil você traçar uma personalidade vendo apenas um pedaço de um todo. Como planetas e signos influenciam uma existência? A dinâmica de uma carta natal funciona através das energias do Universo, tudo que está no Universo está em constante movimento. A lua não influencia as marés? É o macro, o todo, agindo no microcosmo, que é o homem. Portando ao nascer sob determinada configuração planetária, esta estará ativando potencialidades que estão em você. É assim que funciona, o mapa fornece simbologias para você trilhar seu roteiro na terra. É a configuração celeste em interação com a terrestre. O mapa astral é representado por um círculo de 360 graus, divididos em doze setores de 30 graus, onde cada setor é regido por um signo e representa uma área de nossa

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vida que são as casas astrológicas. Quando você analisa um mapa irá ver como esses elementos (planetas e signos) se organizam. Você pode ser de escorpião, mas seu ascendente virgem e lua em aquário, ou seja, você tem várias energias interligadas. A análise vai decodificar como a pessoa sente e as vivencia. Eu sempre repito que temos um pouco de cada signo e em determinada área você vai agir de acordo com ele. Então esta é a verdadeira finalidade do mapa Astral, tornar visível à consciência aquilo que está na sua inconsciência sob a luz de uma linguagem cósmica. Não existe signo ruim, nem signo bom, tudo que está dentro do sistema tem sua ordem e sua função, temos os aspectos necessários para nossa evolução, sejam eles fáceis ou não, cada um tem sua marca individual e um universo dentro de si, passemos a olhar as cartas natais com todo o respeito que elas merecem. “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia” (William Sheakspeare)

*Thereza Christina Silva é jornalista, astróloga, taróloga e professora tutora Ead. E-mail: tecaemaju@hotmail.com Twitter: Teca2011 Blog: www.astroloteca.blogspot.com



Negócios à mesa Um almoço de trabalho pode ser descontraído, mas cuidado com os exageros Por Adriana Estivalet

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arcar um almoço para tratar de negócios é uma forma mais descontraída e agradável do que fazer a reunião no ambiente sisudo do escritório. Porém, não se esqueça que estará representando sua empresa, seu negócio e, por mais informal que seja esse encontro, não perca o foco. Nesse momento, algumas atitudes serão lembradas, terão impacto e podem até facilitar a negociação. O mais importante é ser atencioso e agir com naturalidade; para isso, vamos a algumas recomendações de comportamento e à mesa: Quem convida reserva o local e paga a conta, independente de ser homem ou mulher. Também chega antes do convidado, para recebê-lo. Nesse tipo de compromisso sentar frente a frente é o mais indicado. E, a primeira coisa a fazer ao sentar-se, é colocar o guardanapo no colo. Não queira impressionar ou exibir-se pedindo vinhos ou iguarias caras demais, essas atitudes são desagradáveis e pedantes. Em restaurantes, é preferível pedir alimentos fáceis de ser consumidos. A postura é algo muito importante: ela deve ser natural, mas é preciso evitar inclinar-se sobre o prato, pois isso dará a impressão de que a sua atenção está toda voltada para a comida. As pernas devem permanecer retas, evite trançá-las na cadeira, cruzar os pés para trás ou esticar-se cutucando a pessoa que está à sua frente, essas posturas são bastante deselegantes. Cuidado também com os gestos, para não esbarrar nas pessoas ou acabar derrubando copos. Ao encontrar conhecidos e estes estiverem comendo, o cumprimento ideal é um leve aceno; ir até onde estão para abraçá-los causa transtorno por interromper a refeição. À mesa, os talheres são usados de fora para dentro, conforme os pratos são servidos. A mão direita segura a faca e

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a esquerda o garfo, mas hoje em dia já não é uma exigência, principalmente para aquelas pessoas que não estão acostumadas. O pão é partido em pequenos pedaços, com as mãos, e jamais devem ser mergulhados em molhos ou sopas. Algumas atitudes são consideradas imperdoáveis à mesa, como: falar com a boca cheia e mastigar com a boca aberta, fazer ruídos com os talheres, pressionar o garfo sobre aquele restinho de comida no prato, assoprar o alimento para resfriá-lo, encher em demasia o prato, palitar os dentes. Ao terminar a refeição, o guardanapo é colocado do lado direito do prato, sem dobrá-lo. Os talheres devem ser colocados dentro do prato, unidos, com o cabo voltado para a direita ou na sua direção. É importante lembrar que bebida alcoólica e negócios não combinam, portanto não exagere nas doses. Não se deve ultrapassar duas horas em um almoço de negócios; isso pode causar transtornos para pessoas muito ocupadas.

*Adriana Estivalet é consultora de estilo e imagem. Seu e-mail é adriana@adrianaestivalet.com.br



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Denise Bigolin Um jeito atencioso e dinâmico de ser Por Cidiana Pellegrin Foto Alexis Prappas

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os 26 anos, Denise exibe um currículo de peso. É formada em economia, administração, fez pósgraduação em marketing na Flórida, e esta concluindo um MBA em Varejo e Franquias em São Paulo. Sua rotina é sempre acelerada e exigente de atenção. A responsável pelo marketing da Rede de Materiais de Construção Bigolin alimenta relacionamentos comerciais e projetos paralelos que envolvem a empresa. Trabalho que demanda viagens constantes e habilidades para equalizar o tempo. Para se desligar das preocupações, ela pratica esportes ao ar livre, como corrida. Mas, sua grande paixão é o hipismo, vivenciado apenas na juventude. “Me identifico muito com o campo e adoro estar em contato com a natureza,” afirma a ex-amazona. Ainda entre a lista de prazeres de Denise, está a culinária aliada a boas conversas e companhias. “Gosto de preparar um risoto e reunir os amigos no espaço gourmet do meu prédio,” conta. Buscar alegria nas pequenas coisas e compartilhar as conquistas pessoais com as amizades verdadeiras são atitudes que fazem parte da essência dessa campo-grandense. “São valores familiares que procuro cultivar sempre,” finaliza.



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Mariana Bernardy Intensidade para viver cada momento Por Cidiana Pellegrin

Foto Alexis Prappas

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spontânea, bem humorada, comunicativa e gentil. Mariana Bernandy emprega todas estas qualidades na vida pessoal e no trabalho. A publicitária e sócia da agência BW3 enfrenta uma rotina agitada, em que o relacionamento comercial é a base para novos projetos. Quando questionada sobre o que mais lhe agrada na área, agilidade é a resposta. “Sou muito acelerada, gosto de solucionar os problemas. Normalmente o cliente deixa a decisão do investimento em publicidade para última hora,” conta a empresária. Ainda criança, Mariana construía sua história com a publicidade. Frequentava a empresa de propaganda da madrinha, onde brincava nos estúdios e “usava canetinhas dos diretores de arte pra desenhar.” Apesar da experiência, ela não seguiu a área criativa e sim, de atendimento. Para equilibrar energias e sentimentos, a publicitária pratica yoga. “Encontro um tempo com silêncio absoluto, em que consigo olhar pra dentro de mim,” declara. Outra atitude essencial para seu bem-estar é encontrar as amigas. “Adoro me reunir com mulherada e comer coisinhas gostosas,” define. Acompanhada pelo marido ela também não dispensa uma viagem. Sua meta é conhecer pelo menos um lugar diferente por ano, seja dentro ou fora do país.

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Lindolfo Martin A trajetória e os ideais do empresário pioneiro do Centro-Oeste Por Cidiana Pellegrin

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Foto Alexis Prappas

omem visionário, persistente e que carrega a simplicidade como lema de vida. Lindolfo Martin é um nome com projeção nacional quando o assunto é varejo. Fundador da Multicoisas, a Melhor Franquia do Brasil em 2011 segundo o ranking da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, o empresário adotou Campo Grande como lar há 33 anos. Nascido no Rio Grande do Sul, Lindolfo se mudou criança para o Paraná. Mais tarde, já casado, veio para Mato Grosso do Sul com planos de abrir um negócio. Aqui, em sociedade com o cunhado, ele montou a loja de material de construção Multicasa. Não demorou muito para que percebesse uma necessidade de mercado. “Via que os clientes precisam de peças para pequenos reparos. Assim abri a Multicoisas, que trouxe um modo diferente de tratar o cliente e de expor os produtos,” conta. O empreendedor apostou em uma loja nada convencional para o ano de 1984. Aboliu o ‘balcão,’ dispôs os produtos em prateleiras e destinou um atendimento com orientação para sanar dúvidas do consumidor. No fundo da loja também havia o setor para simples consertos. Com a boa aceitação do mercado aliada a visão estratégica de Lindolfo Martin, a Multicoisas se tornou uma franquia no início dos anos 90. “Quase não havia franquias no Brasil, nós fomos a primeira loja do Centro-Oeste a incorporar o sistema,” revela o empresário audacioso. Hoje a empresa é reconhecida por oferecer soluções aliadas a um mix de produtos que facilitem a vida de seus clientes. São cerca de 120 lojas distribuídas pelo Brasil. E o segredo para esse feito de crescimento é descrito pelo fundador como um trabalho de mão dupla, onde “o franqueado é ouvido constantemente e a franqueadora

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busca soluções e inovações, seja de produtos ou projetos.” Contrariando o que a maioria pensa, Martin não é presidente da Multicoisas. Há mais de dez anos, a esposa Elza - a quem destaca como imensa parceira - assumiu o cargo. Pode ser até difícil de compreender, mas, o empresário não tem cargo oficial devido uma decisão tomada em 2005. “Um dia me questionei sobre o que aconteceria com a empresa se eu deixasse de existir. Então, encaminhei meu desligamento informando que o dia seguinte seria o último de trabalho” declarou. Depois que deixou a empresa, ele passou um longo período percorrendo o Pantanal em um jipe. Mas o administrador não está mais distante da empresa, sua bagagem profissional agora é canalizada na busca de novas ideias comerciais para a Multicoisas. Mesmo com a rotina menos exigente, ele garante estar mergulhado no trabalho. Para aliviar a tensão, o recurso passou a ser a prática do ciclismo no Parque dos Poderes. “É um esporte que permite o convívio com a natureza, um bom condicionamento físico e ainda arejar a mente,” afirma o empreendedor que revela assumir a filosofia de vida simples: “não sou apegado a bens, procuro evitar o desperdício e não ser escravo do consumo.”


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Emerson Belan Um executivo fascinado pelo dinamismo da área comercial Por Cidiana Pellegrin

Foto Alexis Prappas

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acilidade em lidar com pessoas é característica que prevalece em um líder. Para o novo diretor regional da Coca-Cola FEMSA, Emerson Belan, é algo que também fascina. Em um bate-papo com a MOOD, o paulista conta sobre suas dedicações e a trajetória de sucesso na empresa. Seu ingresso no Sistema Coca-Cola aconteceu aos 18 anos. Como foi o início? Entrei como vendedor. Na época visitava pontos de vendas, como bares e restaurantes. Realizava pedidos, executava estratégias de merchandising e outras funções. Depois, passei a chefe e gerente de vendas. Adquiri experiência em toda área comercial, até com contas nacionais. Atuei também em logística, distribuição e diretoria regional de unidades do estado de São Paulo. São 21 anos trabalhando na mesma empresa e hoje em um cargo de liderança. O que você mais se identifica na função? Sou apaixonado pelo dinamismo que a empresa exige, lidar com pessoas é algo que me fascina muito. Apesar de estar à frente da direção de MS, costumamos dizer que sempre seremos vendedores, afinal somos uma empresa que comercializa bebidas. Esse apreço pela negociação tem alguma origem pessoal? Meus tios vendiam roupas. Acompanhei esse trabalho, mas não cheguei a exercê-lo. Talvez ali tenha nascido o interesse pela área comercial. Quando surgiu a oportunidade na Coca-Cola FEMSA, não tive dúvidas, esse seria o caminho.

Dirigir a Operação de MS é diferente de outras pelas quais já passou? Ela vai aprimorar meu conhecimento sobre o processo fabril do sistema da Coca-Cola FEMSA, algo que tive pouco contato. Vim para o Estado para desenvolver habilidades e aperfeiçoar experiências de todo o mercado da empresa. Se distanciar de São Paulo - onde viveu e construiu sua carreira até então - para morar em Campo Grande, trouxe mudanças ao estilo de vida? Em pouco tempo me apaixonei pela cultura do Estado. Conheci o tereré e um pouco mais dessa socialização. Aqui o clima é agradável, limpo, o que me encantou. Também consegui voltar para as atividades esportivas, algo que estava difícil. Quais esportes mais aprecia? Gosto muito de correr e participar de provas. Já descobri que a Capital promove algumas. Por enquanto, o Parque dos Poderes se tornou meu lugar predileto para praticar. Outras fontes de lazer? Nas horas vagas gosto de estar com minha família e brincar com meus filhos. Ler também é um hábito que cultivo, especialmente sobre assuntos na área estratégica. A biografia de Nelson Mandela é a que estou lendo agora.

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Rose Smaniotto Os altos da Afonso Pena para curtir os amigos Por Cidiana Pellegrin

Foto Alexis Prappas

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ma mistura de hábitos e sensações define o canto preferido de Rose Smaniotto. A bacharel em direito escolheu os altos da avenida Afonso Pena para revelar sua identificação com as paisagens da Capital. O ponto é apreciado por muitos campo-grandenses para a prática de caminhada ou encontro com amigos. Com Rose, não é diferente. “Era rotina. Todo o fim de tarde me reunia com os colegas da faculdade para tomar tereré. Às vezes aproveitava para fazer uma caminhada,” lembra. Mesmo com o término do curso universitário, as visitas ao local continuam frequentes e em companhia dos cachorros de estimação, um casal Chow-chow que recebe muitos elogios. “Eles são lindos, carinhosos, parceiros e amigos” declara Rose. Apaixonada não só pelos seus cães, ela conta que ainda criança “pescava, andava à cavalo, era curiosa para aprender sobre os animais.” Isso foi tão intenso, que quase optou pela profissão de médica veterinária. “Se vejo um bichinho na rua tento recolhê-lo. Não tenho frescura. Cheguei até ajudar no parto de uma cachorra”, conta. De amiga dos animais, Rose revela outras qualidades. É autêntica, comunicativa, alegre. Atualmente está se dedicando aos estudos voltados a concursos. Apesar da disciplina exigida para alcançar o objetivo, um tempo diário está reservado para curtir um filme ou seriado. Rose possui um acervo pessoal com quase 400 DVDs. “Meus preferidos são Poderoso Chefão, Gladiador e Friends,” revela a cinéfila.

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e ve n t os Inauguração jam sports club e saúde gourmet Surge em Campo Grande dois novos empreendimentos na área da Saúde, o moderno Studio de Personal Trainer JAM SPORTS CLUB - Fitness Center By Reebok & Cybex, e o SAÚDE GOURMET – Personal Diet. O JAM SPORTS CLUB oferece programas para emagrecimento, estética, saúde, e condicionamento físico com equipamentos modernos e únicos na cidade. O SAÚDE GOURMET visa atender todas as faixas etárias e nas mais diversas circunstâncias. Com serviço de entrega de alimentação diária personalizada (KIT), atendimento clínico mensal personalizado e/ou em grupo, treinamento de cozinheiras e reeducação alimentar. Essa parceria de sucesso agora se encontra com novo espaço para melhor atender, na Rua da Paz, 970A, Jardim dos Estados. 1

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1 Fachada JAM Sports Club + Saúde Gourmet. 2 Julyann e Paula no consultório Saúde Gourmet. 3 Julyann e Paula. 4 Brinde de Julyann, Paula, José Luis e Alzira. 5 Ester, Julyann, Paula e Luciana. 6 Júlio César, Julyann, Paula e Eliane. 7 Luiz Darcy e Astrid.

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Fotos Marcos Vollkopf 7

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e ve n t os VICTOR HUGO INAUGURA NOVA LOJA EM CAMPO GRANDE

Há mais de 20 anos na Capital, a grife brasileira de bolsas e acessórios, Victor Hugo, inaugurou no dia 9 de junho sua nova loja no Shopping Norte Sul Plaza. No momento também foi apresentada aos convidados a luxuosa coleção inverno 2011 da marca, inspirada em peças de coleções dos anos 80. Os modelos apresentaram diversidade de cores, materiais e texturas, para atender todos os estilos. Fotos Marcos Vollkopf 1

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e ve n t os TWD - Território Wine Festival

Em comemoração a 1 ano da adega/bistrô Território do Vinho, o empresário Diogo Wendling promoveu no dia 16 de junho, a primeira edição do TWF - Território Wine Festival. O encontro, inédito na capital reuniu um grupo seleto de 150 pessoas, entre enólogos, sommeliers, chefs de cozinha, bem como apreciadores do vinho em ações simultâneas, que mostraram como harmonizar a bebida com gastronomia e cultura. Fotos Marcos Vollkopf 1

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Seja em pequenos cantos, ou vastos jardins, ambientes com paisagismo se tornam mais agradáveis e convidativos

Fotos: Gilson Barbosa

Paisagismo sob medida

Solução perfeita para transformar áreas externas ou espaços de concreto, o paisagismo torna os ambientes mais aconchegantes e belos. Esse é o papel da empresa Califórnia Mudas, que atua no segmento há oito anos, integrando casa e jardim com projetos em estilo rústico sofisticado. Com uma equipe especializada para atender as exigências do cliente, a Califórnia Mudas leva o conceito de bem-estar e natureza a ambientes comerciais e residenciais, trabalhando com idéias e produtos sustentáveis. Entre as soluções empregadas pela empresa está o uso de madeira de reflorestamento aplicada na confecção de bancos e todos os utensílios de jardim. Outra opção oferecida pela empresa é a madeira biossintética, imitação fiel da madeira natural, porém, elaborada a partir de material reciclável. Ainda seguindo o conceito ecologicamente correto, a empresa incorpora em seus projetos o piso drenante, alternativa viável para cobrir totalmente uma área, sem desrespeitar a lei municipal do uso do solo. O piso drenante possui design moderno acompanhando as tendências da Arquitetura atual, alem de possuir grande variedade de cores. Em amplo espaço, muito charmoso e repleto de verde, a Califórnia Mudas disponibiliza ambientes decorados para a melhor visualização dos serviços oferecidos ao cliente. No local também funciona o Califórnia Café’s, aberto ao público que aprecia momentos em sintonia com natureza.

Av. Afonso Pena, 4348 Jd. dos Estados Contato: (67)3349-0302 www.californiamudas.com.br


e ve n t os palestra solidária com maestro João Carlos Martins

O maestro João Carlos Martins esteve no Palácio Popular da Cultura a convite da Fecomércio MS e Sebrae MS para a 2ª edição da Palestra Solidária. Mais de mil pessoas lotaram o auditório para conhecer a história de superação do maestro. “Encontramos o exemplo de um vencedor que emociona a todos com seu amor pela música e sua conquista profissional. Nada melhor do que unir a conquista profissional com o amor a carreira”, comentou Edison Araújo, presidente do Sistema Fecomércio/MS. Na foto 1, Edison Araújo ao lado do maestro joão Carlos Martins. Fotos Mário Bueno

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Hospedagem fascinante Além da assinatura fashion, Hotel Missoni impressiona pelo design irreverente e colorido Por Cidiana Pellegrin

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universo hoteleiro parece estar seduzindo grifes de luxo. Um novo padrão de décor, que alia moda, cores vibrantes e design autêntico, pode ser visto no Hotel da maison Missoni, inaugurado este ano no Kuwait. O empreendimento cinco estrelas se destaca pela estética interior nada convencional. Todos seus ambientes são ousados, em grande parte, cobertos pelas estampas coloridas em zigue-zague, a identidade da grife italiana. Situado na principal área comercial da cidade do Kuwait, que abriga muitas boutiques, o empreendimento tem vista para o Golfo Pérsico. Sua localização, em meio a praias reluzentes, inspirou a diretora de criação da maison, Rosita Missoni, a aplicar os tons da areia e do mar em cada detalhe do hotel.

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O Kuwait não é o único país a sediar o hotel de luxo da grife. A primeira unidade da maison nesse segmento foi inaugurada em Edimburgo, na Escócia. Em ritmo de expansão, a marca planeja novos empreendimentos inclusive no Brasil. O local escolhido é a Ilha de Cajaíba, na Bahia.

As cores rosa e roxo dão tom feminino e irreverente ao Lobby. Os estofados vestidos com a padronagem Missoni provocam uma experiência fashion que agrega modernidade ao lounge


O bar da piscina é o local perfeito para curtir o pôr do sol, a brisa fresca do mar, enquanto se saboreia algo do menu, repleto com opções da gastronomia do Oriente Médio, como o falafel, um tipo de bolinho de grão-de-bico frito, servido em pão sírio com hamus (pasta de grão de bico), tahine (pasta de gergelim) e salada

Abaixo, diferentes cores e texturas revestem os 169 quartos do hotel. As acomodações são funcionais e tem formas sinuosas do design italiano, o que transmite a sensação de conforto absoluto. Benefícios como lavanderia, café da manhã, internet, chamadas locais, filmes e minibar estão inclusos como serviços prestados, sem custo adicional

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Charmoso e acolhedor, o Choco Café é um lugar destinado a encontros aliados a pequenas refeições. Os hóspedes podem desfrutar de uma variedade de chocolates, sobremesas e quitutes, sentados no grande terraço com vista para o mar A boa gastronomia está automaticamente ligada à essência italiana. Aqui ela é representada pelo restaurante Cucina, com cardápio que mistura culinária árabe-oriental e mediterrânica. Localizado no centro do Hotel, o ambiente, que acomoda 106 pessoas, é aberto e traz uma atmosfera vibrante, como a alma dos italianos

SERVIÇO Sobre o Kuwait Essencialmente mulçumana e repleta de arquitetura moderna, a cidade do Kuwait, capital do país que leva o mesmo nome, é um roteiro turístico para quem aprecia compras e praias. O clima é marcado por verões muito quentes e invernos curtos, nada amenos. O país exibe o reflexo da colonização britânica mantida até a década de 1960. Apesar de ocidentalizado, o destino conserva tradições de leis do islã. Vale lembrar aos visitantes, que o local exige adequações de comportamento. Em praias, por exemplo, as mulheres não devem usar biquínis. Existe um traje especial de banho, chamado Burkini, em que todo corpo fica coberto.

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Diárias: a partir de R$ 561 Localização: Kuwait, capital do Kuwait - Oriente Médio Acesso: 16km do Aeroporto Internacioal da cidade do Kuwait Informações: www.hotelmissoni.com Contato: + 965 9999 1357 Reservas: info.kuwait@hotelmissoni.com



Gastronomia em alta A arte da cozinha atrai cada dia mais adeptos Por Alexandre Furquim*

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uinze anos atrás não se ouvia falar que alguém queria ser chef de cozinha, hoje a história mudou por completo. Houve uma grande evolução na área gastronômica e com o crescente interesse de pessoas em aprender essa arte, as instituições resolveram “mexer o doce”. Não faltam escolas para encurtar o caminho entre o aluno e o mundo da gastronomia. O que antes levava tempos para a pessoa aprender dentro da cozinha, desde cortar cebolas e descascar batatas, as escolas de gastronomia aceleraram e fizeram com que o aluno já enfrente o mercado bem mais preparado. O número de escolas profissionalizantes cresceu muito nos últimos anos devido à grande demanda. Em 2009 foram mais de 13 mil pessoas matriculadas em cursos de gastronomia no Brasil, contra pouco mais de nove mil em 2008. E a informação é que as inscrições continuam em alta. Um curso pode durar até dois anos e que com certeza abre portas para o mercado de trabalho. A Faculdade Estácio está abrindo uma unidade em São Paulo depois do grande sucesso da sua escola no Rio de Janeiro e ainda com uma parceria de peso, o renomado chef de cuisine Alain Ducasse, que comanda 27 restaurantes, sendo três deles com três estrelas no Guia Michelin e também com sua escola de gastronomia Alain Ducasse Formation, na França – as mensalidades variam entre R$ 1.300 e R$ 1.600. A pioneira na área, Anhembi Morumbi, que montou seus cursos nos moldes internacionais através da California Culinary Academy e membro do Institut Paul Bocuse – tem mensalidades de R$ 1.997. Também o SENAC oferece cursos na área. Todo o glamour que envolve a gastronomia tem mudado o destino profissional de muitos jovens e colocado a profissão de cozinheiro entre as opções dos estudantes. Não raro é ouvir de muitos jovens quando prestam o vestibular, que eles tinham a gastronomia como opção de curso. Mas é importante lembrar que a rotina de um cozinheiro é longa, com horas em pé e trabalho nos finais de semana. Um cozinheiro com experiência ganha em média R$ 2.500 e com um crescimento gradual, um chef pode chegar a um salário de 12 mil.

*Formado em Marketing e Gastronomia, Alexandre Furquim atua no ramo de restaurantes

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Para quem está interessado em cursar Gastronomia, vale a pena conhecer estes sites: www.anhembi.br O curso de Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi foi pioneiro no país, e oferece competências em cozinha geral e internacional e gestão de negócios na área de alimentos e bebidas. Ainda existe a possibilidade de estudar pósgraduação e de participar de programas de verão e de férias em algumas das melhores instituições internacionais ligadas à área, por meio da Rede Laureate, como o Glion Institute of Higher Education, na Suíça, e o Les Roches Hotel Management School, na Espanha, e Kendall College, nos Estados Unidos. www.sp.senac.br O Senac SP oferece atualmente mais de 90 cursos relacionados a Gastronomia. O aluno pode escolher desde a arte da culinária japonesa, montagem de buffet, planejamento e administração de cardápios às técnicas avançadas de gastronomia. www.estacio.br A Faculdade oferece o curso superior internacional em gastronomia, que habilita o profissional para realizar atividades de planejamento, organização, execução e comercialização de serviços de alimentação em nível tático e gerencial. Conta também com os conceitos da Alain Ducasse Formation, já citado.



Para todos os climas A realidade do vinho em Campo Grande Por Douglas Mamoré Jr.*

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ada mais natural que após a nossa escolha de seguir pelo caminho dos melhores vinhos, déssemos uma espiada na realidade do nosso próprio Estado. No início do meu trabalho com vinhos, muitos me alertaram que eu teria uma difícil jornada em Campo Grande, já que a cidade tinha pouca tradição com a bebida, e que o forte calor da região não seriam tradicionalmente bons aliados. Realmente, a tarefa não foi fácil e mesmo hoje, após vários anos, sinto que o trabalho está apenas começando. Mas a própria natureza nos dá uma grande lição de persistência, porque os melhores vinhos são originários de regiões de solos áridos, pedregosos e pouco férteis, onde a videira precisa superar-se muito para encontrar nutrientes, crescer e produzir os melhores frutos. O resultado deste esforço, no entanto, são simplesmente os melhores vinhos do mundo. Enófilos e profissionais que trabalham ou divulgam a bebida, podem nos momentos difíceis, inspirar-se neste ensinamento da natureza. E muitos têm sido os companheiros e clientes que nos nutriram nos últimos anos, todos eles contribuindo bastante para o crescimento do vinho em nosso Estado. Proprietários que fazem um excelente trabalho de divulgação das suas adegas e de seus rótulos, conquistando dia a dia novos clientes e apreciadores. Com sensibilidade e informação provam que é dentro de lojas e restaurantes que se aprende a tomar vinho, e somente a informação correta e atenciosa transporta o iniciante para a compreensão e a beleza que uma garrafa proporciona. Assim todo o espetacular trabalho que os grandes produtores dedicam a este produto mágico é totalmente desvendado, estendendo a maravilhosa experiência do vinho, seu caráter, prazer e cultura para mais

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pessoas, mais clientes, mais amigos, enfim. Nem o nosso conhecido calor, presente quase o ano todo, pode resistir a algumas verdades que favorecem o vinho. Existem vinhos para todas as ocasiões e para todos os climas. O inverno não é a única estação adequada para apreciar a bebida. Muitas pessoas já perceberam a delícia de se tomar um bom Sauvignon Blanc ou Rosado, perfeitamente resfriados, em dias quentes de verão. Portanto, na próxima vez que se reunir com amigos para o tradicional encontro de final de semana, leve brancos e rosados para serem servidos com pratos leves ou até como aperitivo, acho que um pouco de ousadia pode lhe cair bem e prepare-se para os elogios, porque além de uma atitude muito elegante eles harmonizam perfeitamente com o sol. É assim que vemos nosso Estado e particularmente Campo Grande num futuro próximo, inserida entre as capitais brasileiras onde o vinho já é a bebida mais celebrada em lojas, bares e restaurantes, contribuindo para elevar a cultura e o desenvolvimento da região. Saúde!

*Desde 2005, o enófilo Douglas Mamoré Jr. dedica-se exclusivamente ao universo dos vinhos. Seu e-mail é douglas@mistral.com.br



Guto Naveira Pop art cartoon para alcançar o público de forma diferente Por Thiago Andrade

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Foto Alexis Prappas

igura inquieta, sempre em busca de maneiras para se expressar, o artista plástico Guto Naveira encontrou os elementos para formar sua identidade artística nas ruas de São Paulo. Fugir do convencional se tornou seu lema. Para tanto, uniu grafite, cubismo, pop art, história em quadrinhos e levou tudo para a tela. Com oito anos de carreira e um estilo inconfundível, ele retornou a Campo Grande para dar continuidade ao trabalho iniciado fora daqui. Cheiro de tinta, manchas de cores vibrantes no chão e telas ainda não finalizadas espalhadas pela sala. Assim é o ateliê de Guto, localizado em um condomínio da cidade. Nele, o artista dá conta da produção ininterrupta de pinturas. “Eu levo dois ou três dias para terminar uma obra. Algumas mais complexas pedem mais tempo. Todo trabalho que venho produzindo é feito sob encomenda”, afirma. Para quem acha que arte e mercado não tem a ver um com o outro, Guto responde que é exatamente o contrário. “Eu não quero expor meu trabalho nesses espaços em que

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ninguém vai. Quero que as pessoas vejam o que eu faço e por isso meus quadros estão em bares, restaurantes, capas de CD. Os museus não me interessam”, ressalta. Polêmica para muitos, a estratégia do artista formado em Publicidade e Propaganda tem rendido bons resultados. Com obras avaliadas em até R$ 18 mil, representado por importantes galerias paulistanas e se preparando para iniciar carreira em Nova York, o artista tenta fugir da regionalidade que marca importantes nomes de Mato Grosso do Sul. O retorno à cidade natal marca uma tentativa de explorar novos assuntos e abrir espaço para uma arte que pouco aparece por aqui. “Enquanto em São Paulo os artistas de rua estão tomando conta dos principais espaços de arte, aqui eles continuam invisíveis. Basta olhar para o patamar em que estão nomes como Eduardo Kobra, os Gêmeos ou Piá”, avalia, referindo-se a quem considera influências em seu trabalho. Guto acredita que ainda tem muito a aperfeiçoar, mas por enquanto está feliz com seu trabalho.



Foto: Divulgação

Festa intelectual Flip reúne 29 grandes escritores em quatro dias de debates sobre literatura Por Thiago Andrade

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s paralelepípedos de Paraty, antiga cidade carioca, sentiram os passos de inúmeros transeuntes que buscavam ouvir palestras e debates de importantes escritores nacionais e internacionais. A Festa Literária de Paraty (Flip), que aconteceu entre os dias 6 e 10 de julho, reuniu nomes em voga como o do neurocientista brasileiro, Miguel Nicolelis, um dos concorrentes ao Nobel de medicina, e o escritor americano, James Ellroy, autor de romances policiais aclamados pela crítica e devorados pelo público. Como afirma João Gabriel de Lima, editor da revista Bravo!,existe algo de especial em pessoas que enfrentam chuva, frio, filas, hotéis a preços acima da tarifa, para assistir eventos como esse. Neste ano, o homenageado da Flip é o escritor modernista Oswaldo de Andrade. Ele foi homenageado na primeira mesa da festa com mesa. Reunindo um dos principais ensaístas e estudiosos de literatura no país, o crítico Antônio Cândido, e o professor de Teoria Literária da Universidade de São Paulo (USP), José Miguel Wisnik, que lembraram porque o autor de “O Manifesto Antropofágico” é um dos nomes fundadores da literatura brasileira. No decorrer da programação, mesas e debates nas tendas da cidade disputadíssimas entre o público. A festa vem sendo realizada desde 2003.

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merecem ser lidos Miguel Nicolelis “Muito Além do Nosso Eu – A nova neurociência que une cérebro e máquinas e como ela pode mudar nossas vidas”, publicado pela Companhia das Letras, coloca em xeque a forma como se percebia o homem ao expor as possibilidades levantadas pela ciência a partir dos experimentos realizados pelo cientista brasileiro em universidade americana. Tendo encontrado formas de curar o Mal de Parkinson e controlar tecnologia robótica a partir da mente humana, Nicolelis (foto acima) quebrou aquilo que separava a realidade da ficção científica. James Ellroy Entre 1995 e 2009, escreveu a trilogia Underworld USA, iniciada com os trabalhos “Tablóide Americano” e “6 Mil em espécie”, e encerrada com “Sangue Errante”, que teve suas 960 páginas recém-lançadas no Brasil pela Editora Record. O retrato dos Estados Unidos entre os conturbados anos de 1968 e 1972, fez com que o James traçasse um retrato cru e violento da recente história norte-americana, se valendo de personagens históricos, como ícones da década, assassinos, políticos corruptos e policiais. Péter Esterházy Nascido em Budapeste, é considerado um dos principais autores europeus contemporâneos. Publicou mais de trinta livros, mas no Brasil apenas dois foram traduzidos. “Uma Mulher” e “Os Verbos Auxiliares do Coração”, ambos publicados pela Cosac Naify. Valendo-se de elementos de vanguarda em suas obras, o autor problematiza a própria noção de romance. Seus escritos giram em torno de temas como o amor, a perda, o luto e as relações familiares.



“a primeira piada que ouvi foi meu pai quem contou”

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Bruno Motta Humorista aposta na originalidade para cativar o público Por Thiago Andrade

Foto Moisés Pazianotto

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ssistir televisão, pagar contas, andar pelo centro da cidade ou pegar um ônibus lotado. Se para uns, isso é parte do cotidiano, para o humorista, comentarista e ator, Bruno Motta, as pequenas ações rotineiras são inspiração para espetáculos. Mineiro de 31 anos, ele é um dos grandes nomes do stand-up comedy no Brasil. Além dos palcos, do banquinho e do microfone na mão, ele também aparece em frente às câmeras, como no programa “Furo MTV”, entre os alunos da “Escolinha do Professor Raimundo” e ao lado de Bruno Mazzeo em “Cilada”, do Multishow. Até participação no Guinness Book, Bruno Motta tem. Ele passou 38 horas em um único show. Atualmente, é comentarista na Record News. O comediante esteve em Campo Grande com “!”, no qual seu humor cortante se volta para a televisão. Esbanjando humor, ele falou sobre trabalho e mostrou que apesar de viver de piadas, também tem muita seriedade com sua arte. Ser humorista parece fácil, mas poucos sabem fazer o público rir. Como você descobriu que tinha jeito para isso? Meus pais sempre foram muito bem humorados e eu sempre gostei de ser o centro das atenções (risos). As pessoas riam de mim e eu achava bom. Como profissional, não me espelhei em alguém específico, mas tinha um público em mente. Pessoas que iam a shows de humor e ouviam as mesmas piadas. Imaginei que seria legal ir a um espetáculo todo inédito. Você tem mais de dez anos de profissão. Esteve entre a turma que começou a popularizar o stand-up no Brasil. Por que esse tipo de humor cresceu tanto? É uma arte que prima pela identificação. O público ri porque se identifica. Esse é um dos três pilares do "boom" do estilo que aconteceu pelo país. O segundo é a facilidade com que se pode repetir um espetáculo de stand-up. Também começamos junto

com o crescimento da internet no país, o que criou um tipo especial de boca a boca. Quem quiser pode reproduzir aquilo que você faz e a divulgação só cresce. Qual a maior dificuldade na hora de escrever qualquer peça de humor? Para quem sabe fazer, não tem dificuldade. Nessa hora se aplica o que Oscar Wilde disse. Foi o Chico Anysio quem me contou. Um dia, uma senhora pergunta: “Sr. Wilde, escrever é difícil?”, ao que ele responde, “Minha senhora, escrever ou é fácil ou impossível”. A gente faz o que sabe fazer e ganha dinheiro com isso. Parece férias. Humor tem limite? Humor não tem limite e todo mundo sabe disso, intimamente. Pode ter passado pela cabeça do leitor alguma piada proibida sobre o chefe. Humor não é correto ou incorreto. Pode não ter graça para alguns, mas a culpa do que os humoristas estão reproduzindo não é dos humoristas. Não somos nós que atrapalhamos o país. Consertem o Brasil e nossas piadas serão outras. Qual a relação entre humor e família? Sou solteiro, sem filhos e achava que essa era uma característica da minha geração. Mas, de repente, todo mundo se casou. O Marcelo Adnet e a Dani Calabresa, o Robson Nunes teve filho com a Micheli Machado. Será que eu vou ficar para trás? O importante é lembrar que a primeira piada que ouvi foi meu pai quem contou. Como você se sente frente às câmeras? Incrivelmente à vontade, gosto de qualquer palco que me ofereçam. Um dos segredos de viver bem é aceitar, não é?

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Por Thiago Andrade

Literatura

Música

Cinema

O morto literário

Talvez sim, talvez não

Claro e escuro

Théo escreveu um único livro, foi aclamado pela crítica e esquecido pelo público. Contudo, morreu sem realizar seu maior desejo. Ele esperava ser lido por Enrique VilaMatas, autor de Doutor Pasavento, que odiava por escrever melhor e pode fazê-lo acreditar (em vida) que a única literatura que lhe restava era o pastiche. A missão de fazer com que os manuscritos cheguem ao espanhol cai sobre sua namorada, Sofia. Escrito magistralmente por Paulo Roberto Pires, “Se um de nós dois morrer”, é um divertimento literário que pode ser lido por quem goste de boa literatura. Zombando de si mesmo, Paulo brinca com as pretensões dos que dedicam a vida, ou a morte, à escrita.

Com quase dois anos de atraso, o álbum de estreia de Mayer Hawthorne, cantor, produtor, multiinstrumentista – entre outras qualificações, chegou ao Brasil. “A strange arrangement” é o tipo de disco para ser ouvido em busca de boas vibrações. Dançante, com letras bem sacadas e ótima produção, o trabalho dá nova roupagem à música negra americana, principalmente, ao soul. Preste atenção nas faixas “One track mind”, “The ills” e “Your easy lovin’ ain’t pleasin”, provas de como o artista consegue criar canções inteligentes, que flertam com o melhor do pop, sempre soando original e moderno. A Universal acertou em disponibilizar este disco para o público brasileiro.

O caminho para a perfeição pode despertar os mais obscuros pesadelos. A bailarina Nina, interpretada por Natalie Portman, vencedora do Oscar de Melhor Atriz, descobre isso ao tentar se tornar digna dos papéis centrais de “O lago dos cisnes”. Dirigido por Darren Aronofsky, “Cisne negro” é um thriller que equilibra bem o terror e a fragilidade da protagonista, que mergulha em si mesma para encontrar o que é necessário para dançar o famoso balé de Tchaikovsky. O filme ganhou fama pela dedicação da atriz e por uma cena de lesbianismo. Contudo, os arroubos psicanalíticos do roteiro e a trama de suspense fazem com que seja um filme que merece ser assistido.

Por R$ 36,90 no loja virtual da Saraiva (www.livrariasaraiva.com.br)

Por R$ 25,60 no site da Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br)

Por R$ 39,90

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Na próxima edição

vida de artista

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