LifI
Uma revis ta do seu mod o Decoração Estilo Gourmet Viagem Consumo Nº 20 Outubro 2011 R$ 10,00
Morar Ideias e conceitos que envolvem os ambientes da Casa Cor MS 2011 28
Comportamento Pet lovers, uma turma que apresenta amor quase que incondicional pelos animais 38 Viagem Dicas descoladas para quem curte se hospedar em hostels 100
Martha Medeiros o jeito atencioso e espontâneo de uma das escritoras mais lidas e conhecidas do país
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Pet Lovers Histórias de amor incondicional pelos animais de estimação
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Mood Sessions Crianças na cozinha, a descoberta de um mundo novo e apetitoso 14
Projetos Casa Cor MS 2011. Entenda o conceito que existe por traz de alguns ambientes 28
Eu sou A carreira de Josie Benatti e os caminhos do empresário Nelson Freitas 72
Tome Nota Literatura, teatro, música. Uma fina seleção de cultura e entretimento 16
Trend Beauty Duas tendências de make que vão inspirar seu visual na nova estação 46
Lounge A rotina da jornalista Juliana Ferreira 76
Feira Hype Ideias para vestir sua casa 18
Mistura Fina As novidades que fazem nosso desejo de consumo 58
Design Colorido, sustentável e contemporâneo. Sergio J. Matos cria mobiliários repletos de identidade brasileira 26
Perfil Com seu estilo boêmio e bem-humorado, jornalista Xico Sá fala sobre literatura e relacionamentos 70
DECORAÇÃO | ESTILO | GOURMET | VIAGEM | CONSUMO
Vox Vitor Arioli avalia o setor automotivo e José João de Jesus da Fonseca fala sobre carreira 78 Vida de Artista Espedito di Montebranco e sua trajetória no teatro 108
“Ser um bom fotógrafo é somente parte de um obra tão linda quanto essa, que precisa principalmente de ter uma grande sensibilidade para demonstrar tudo aquilo que uma foto pode nos transmitir. Simplesmente uma obra arte!!” Regeane Lago sobre a seção Meu Olhar
CONTATO Envie comentários e sugestões para a seção informando o seu nome completo. A revista MOOD Life se reserva o direito de resumir e adaptar os textos publicados, sem alterar o conteúdo. editor@moodlife.com.br www.twitter.com/revistamoodlife www.moodlife.com.br
O ESSENCIAL PODE SER INCOMPARÁVEL.
Incomparável é não ter limites. É criar livremente. É deixar tudo com o seu estilo. Incomparável é ter mais de 45.000 possibilidades de personalização em nossas cozinhas e dormitórios e compreender que isso ainda pode não ser suficiente. Por isso, desafie-nos. Permita-se viver de forma incomparável, com a Formaplas.
Campo Grande - Av. Fernando Corrêa da Costa, 1094 - Centro - (67) 3382 7096 - crg@formaplas - formaplas.com.br
Porto Alegre - Florianópolis - Balneário Camboriú - Curitiba - Londrina - Maringá - São Paulo - Campinas - Santos Piracicaba - Rio de Janeiro - Brasília - Salvador - Fortaleza
Expediente
O
utubro é um mês especial para Mood. São dois anos pautando referências para uma vida com mais! Apontando desejos de consumo, desmistificando estilos de vida e ditando propostas para morar bem. Para brindar o momento, convidamos para figurar como capa uma das escritoras mais lidas e conhecidas do país, Martha Medeiros. A autora do livro “Divã”, adaptado para o teatro, cinema e televisão, aborda o mundo das relações humanas por meio de poemas, romances e crônicas. Foi em sua casa, na região metropolitana de Porto Alegre, que ela recebeu nossa equipe para a sessão fotográfica que ilustra nossa reportagem de maior destaque. Ainda sobre relacionamentos, destinamos nossa seção Perfil ao cronista Xico Sá. Jornalista, autor de vários livros, ele também reafirma seu estilo boêmio e bem-humorado escrevendo em seu blog no site da Folha de São Paulo. Este mês também tem mais Casa Cor MS 2011. Exploramos novos espaços e revelamos ideias que os definem. Para quem aprecia a companhia de um bichinho de estimação, apresentamos em nossa matéria de Comportamento histórias de pet lovers, uma turma que apresenta amor quase que incondicional pelos animais. Para aproveitar as férias que se aproximam, apresentamos o mais novo hotel de luxo da rede Corinthia, em Londres. E quem assume um estilo mais deslocado vai curtir as preciosas dicas sobre hostels e pontos turísticos na Europa. Com a nova estação, surgem novidades de moda e beleza. Além da seção Mistura Fina estar recheada de lançamentos, preparamos um editorial de make pontuando o que é tendência de maquiagem.
CAPA Martha Medeiros. Foto: Alexis Prappas (Prappas Imagens) Produção Executiva: Cidiana Pellegrin
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diretores Iara Diniz iara@moodlife.com.br Josué Sanches josue@moodlife.com.br Luis Pedro Scalise luispedro@moodlife.com.br Conselho Editorial Alexis Prappas Iara Diniz Josué Sanches Linda Benites Luis Pedro Scalise Melissa Tamaciro Jornalista responsável Cidiana Pellegrin (MTB 687/ MS) redacao@moodlife.com.br editor Odirley Deotti editor@moodlife.com.br Editor de Imagem Alexis Prappas alexis@prappas.com.br Fotógrafos Alexis Prappas, Jean Vollkopf e Marcos Vollkopf Revisão Dáfini Lisboa dafini.lis@gmail.com Holder Gestão Comercial PARA ANUNCIAR LIGUE (67) 3029-3426 comercial@moodlife.com.br Colaboraram: Texto: Carla Gavilan, Cidiana Pellegrin, Thiago Andrade e Renato Lima. Ilustração: Efe Queiroz Revista MOOD Life é uma publicação mensal integrante do grupo DNZ Participações e Negócios Ltda. Rua da Paz, 1584 – Santa Fé. Campo Grande/MS CEP 79021-220. A Revista MOOD Life não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam no expediente não tem autorização para falar em nome da Revista MOOD Life. Impressão e acabamento Idealiza Gráfica e Editora.
Como você vê o mundo à sua volta? Mande a sua imagem para editor@moodlife.com.br
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« O olhar Instituição Divina. Um momento com a família reunida em Aquidauna (MS) presenteada pelo pôr do sol. «
O autor Marvimm é um brasileiro de poucas palavras criado em Avaré/SP, onde conviveu com filho de Luíz Trípolli, mas sem saber o mito que era aquele homem no mundo da fotografia. Sempre se interessou por imagens e olhar objetos de outro lado, até com a visão periférica. Assim surgiu o fotógrafo que hoje uns chamam de poeta, mágico, artista. Conheça o trabalho do fotógrafo no site www.flickr. com/marvimm
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Cozinhar para conhecer Crianças entram na cozinha e descobrem um novo mundo Por Thiago Andrade
Foto Alexis Prappas
A infância é um momento de descobrimento. Toda experiência revela um mundo novo e interessante. E se esse mundo for repleto de ingredientes, panelas e da magia de criar sabores e gostos diferentes? Para as crianças, cozinhar significa entrar em um mundo no qual a diversão e o conhecimento se misturam. Quanto mais aprendem, mais fundo querem mergulhar. Pais devem ficar atentos, pois essa é uma ótima maneira de inserir novos alimentos na dieta dos pequenos. Com Pedro Henrique e Gustavo, filhos da jornalista Scheila Canto, cozinhar é parte da rotina. Eles têm 10 e 8 anos, respectivamente, e entraram pela primeira vez na cozinha há três anos. Mesmo tão novos, os irmãos fazem muito mais que o básico. Surpreendem a qualquer um com pães, omeletes, purês, arroz e, até mesmo, frango à milanesa, um dos seus pratos favoritos. A cada prato que aprendem, uma novidade. Scheila explica que os dois começaram a comer cheiro-verde ao aprender a fazer recheio para pastel.
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MOOD Outubro 2011
“Eles não comiam, até que os chamei e expliquei como preparar. Mudaram os hábitos em seguida”, aponta. Aos poucos, a mãe passou a inserir novos ingredientes na alimentação dos dois filhos. Farelo de trigo, carne de soja, pães integrais. “Ainda há resistência com verduras e alguns legumes, porém, aos poucos, eles vão percebendo que não é coisa de outro mundo”, descreve. Mas basta perguntar para os dois o que eles mais gostam de comer e a resposta é rápida e direta: “Macarrão com salsicha ou arroz, feijão e frango”, afirmam. Vale lembrar que, enquanto Scheila ensina os truques do dia a dia, Paulo Cruz, o pai, é responsável por ensinar a parte mais rústica da cozinha. “Algo marcante foi o dia em que ele fez um churrasco. Improvisaram uma churrasqueira na cozinha e os espetos eram galhos”, conta a mãe. Segundo ela, embora usem aparelhos como grill e panelas elétricas, nada é feito sem a supervisão de adultos.
“Comecei a cozinhar com o meu primo. A gente ia para a cozinha e inventava coisas”, conta Pedro Henrique. O irmão mais novo decidiu seguir o exemplo e investiu nas empreitadas gastronômicas. Gustavo já está tão craque que dá dicas para os cozinheiros de primeira viagem. “Na hora de fazer ovo mexido, eu prefiro colocar uma colher cheia de manteiga. Fica mais gostoso”, explica.
Quer ensinar as crianças de forma divertida? “Aprenda a cozinhar!”, Annabel Karmel (Publifolha) Passo a passo, a autora criou um curso completo para crianças iniciantes na cozinha. Técnicas que ensinam a descascar e fatiar frutas e legumes para o preparo de 60 receitas. Que vão de saladas à cupcakes, passando por pizzas, omeletes, biscoitos e outros. Por R$ 47
“Fogãozinho – Culinária Infantil em Histórias”, Frei Betto, Maria Stella Christo e Regina Renno (Mercuryo) Mais que receitas, este livro mergulha na literatura com a ajuda da Turma do Fogãozinho para ensinar crianças de todas as idades a fazer receitas bastante interessantes. Espuma de morangos, cajuzinhos, canapés, além de falar sobre a variedade de frutas brasileiras. Por R$ 28
“Incentivo à Alimentação Infantil”, Evelyn del Carmen Lorca Rivera (Metha) Não basta falar sobre alimentação saudável, é preciso saber do que se trata. Este guia nutricional acompanha a criança do nascimento à adolescência. Pode ser ótimo para mães de primeira viagem ou aquelas que querem ensinar as crianças a comer bem. Por R$ 53
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t o me nota uma fina seleção de cultura e entretenimento
site
Fotografias em p&b Estilista e fotógrafo francês, Hedi Slimane ganhou o mundo da arte e da moda com retratos pungentes de modelos e estrelas do mundo do entretenimento. Sejam os retratos que fez de Amy Winehouse ou de Frances Bean Cobain – filha de Kurt Cobain, do Nirvana – as imagens que cria podem ser vistas no site www.hedislimane.com
música
Rock e sustentabilidade Em sua segunda edição, o festival Starts With You acontecerá entre 12 e 14 de novembro, na cidade de Paulínia, interior de São Paulo. Ingressos estão à venda pelo site www.swu.com.br. Apresentam-se no palco principal do evento cerca de 20 atrações internacionais que vão do hip-hop de Kanye West às misturas do Faith No More. Vale prestar atenção no show do Modest Mouse, que acontece no palco New Stage – reservado às bandas menos conhecidas. Ingressos para cada dia custam R$ 230 e o passaporte sai por R$ 586.
arte
Reunião de grandes criadores Na exposição “Em Nome dos Artistas – Arte Contemporânea Norte-Americana na Coleção Astrup Fearnley”, que segue em cartaz no Pavilhão da Bienal no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, até 4 de dezembro, estão reunidos 219 trabalhos de 50 artistas norte-americanos de diversas gerações. A exposição propõe um diálogo entre diversas linguagens artísticas, tendo como mote principal a produção contemporânea de arte. Por trazer obras de nomes como Damien Hirst, Jeff Koons, Sherrie Levine, Cindy Sherman, entre outros, é um dos grandes eventos de arte deste ano. Os ingressos custam R$ 20. Informações: www. emnomedosartistas.org.br
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ESPETÁCULO
Varekai O
novo espetáculo da companhia Cirque du Soleil, Varekai, estreou dia 15 de setembro em São Paulo e vai continuar na cidade até 27 de novembro. Os ingressos custam de R$ 140 a R$ 395 e estão à venda no site premier.ticketsforfun.com.br. A trupe se apresenta no Brasil até julho do ano que vem e ainda passará pelo Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Salvador, Curitiba e Porto Alegre. Local em São Paulo: Parque Villa-Lobos - av. Professor Fonseca Rodrigues, 2.001, Alto dos Pinheiros. GASTRONOMIA
Freddy Um dos restaurantes franceses mais tradicionais de São Paulo, o Freddy, inaugurado em 1935, promove um festival para quem é fã de estrogonofe. Durante todo o mês de novembro o local oferecerá quatro versões do prato: filé mignon, avestruz, galinha d'Angola e pato. Por R$ 79, o menu é servido com entrada, prato principal e sobremesa. Rua Pedroso Alvarenga, 1170, Itaim / Vila Olímpia. Tel.: (11) 3167-0977 www.restaurantefreddy.com.br
Textos Cidiana Pellegrin e thiago andrade / fotos Divulgação
cultura
conexão amsterdam Durante os meses de outubro e novembro acontece o Brasil Festival Amsterdam, evento que proporciona à capital holandesa um encontro com a cultura brasileira. São espetáculos, exposições, sessões de cinema e concertos, que reúnem artistas como o violonista e compositor Yamandu Costa, a sambista carioca Teresa Cristina e o grupo de choro Trio Corrente.
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t o me nota uma fina seleção de cultura e entretenimento
TEATRO
Festcamp Entre 15 e 23 de outubro, será realizada a 5ª edição do Festival de Teatro de Campo Grande (Festcamp), que contará com 18 espetáculos teatrais. Além dos grupos regionais, apresentam-se companhias de Minas Gerais, Paraíba, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outros Estados. Um dos destaques da programação é a peça “Esparrela”, na qual um ator de 72 anos apresenta monólogo baseado em suas desventuras. Informações: www. festcamp.blogspot.com música
Maria Rita A cantora traz seu charme em apresentação única na Capital, no dia 21 de outubro. Intérprete de canções famosas como “Cara Valente”, “Encontros e Despedidas” e “Não Deixe o Samba Morrer”, Maria Rita fará show no Buffet Ondara, às 22 horas. Os ingressos custam entre R$ 90 e R$ 300. Haverá open-bar – para ingressos a partir de R$ 150 – e a abertura ficará por conta do grupo Sampri. Outras informações no site www.dzm.com.br/mariarita música palestra
Bem casadas Blogueira de sucesso, Constance Zahn entende tudo de matrimônio. A administradora, que se apaixonou pelo universo dos casamentos, vem a Campo Grande falar sobre o assunto no dia 26 de outubro. A palestra começa às 18 horas, na loja Santa Graça Casa idealizadora do evento em parceria com o Centro de Beleza Galeria e a Going Turismo. Para participar é preciso confirmar presença pelo email santagraca@ santagraca.com.br. A entrada é gratuita. Local: Rua Espírito Santo, 281 – Jd dos Estados. Informações: (67) 3026-6605
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Em sua última edição de 2011, o projeto MS Canta Brasil traz a Campo Grande o grupo musical O Teatro Mágico. O show acontecerá no primeiro domingo de novembro, no Parque das Nações Indígenas. Com o recém-lançado “A Sociedade do Espetáculo”, o grupo retorna ao Estado para apresentar suas canções, que mesclam baladas acústicas ao teatro e circo. O show é gratuito e deverá ter início às 17h30. Ainda não foi confirmada a banda que fará a abertura. Informações: www.fundacaodecultura.ms.gov.br
Textos Cidiana Pellegrin e thiago andrade / fotos Divulgação
teatro mágico
Ideias para você vestir sua casa
Ninho de descanso Com estrutura firme e sólida, o Nestrest, desenvolvido pela marca de design alemã Dedon, é realmente um convite ao descanso. A peça parece a mistura de uma rede a um ninho de passarinho, mas com a sensação de conforto extremo. Com 2 metros de diâmetro e 2,6 de altura, a cabaninha possibilita que momentos de relax incluam uma companhia. R$ 47.680 no site www. collectania.com.br
Dupla função
Flexível Além de apoiar e compor o ambiente, a mesa de centro Ludus, desenvolvida pela empresa mineira Líder Interiores, tem como proposta divertir o espaço. O móvel em laca tem formato articulável e pode ser disposto em diversas maneiras. R$ 1.272,00 no site www.liderinteriores.com.br
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A descolada e antenada loja Marché Art de Vie, em São Paulo, acaba de receber novidades do designer Cristiano Schneider. Entre elas, está o simpático banco Gordo e Magro, feito de MDF e revestido em laca. A peça alia o colorido com traço retrô, dando um toque alegre ao espaço. Além disso, ela pode ser usada separadamente compondo duas mesas laterais. No site www.marcheartdevie.com.br
Ideias para você vestir sua casa
Cool
Instrumentos musicais, malas, caixas de som e câmeras fotográficas, são várias opções de pufes para decorar a casa de forma divertida. O responsável por essas criações é um estúdio de design de Barcelona chamado Woouf, que desenvolve itens com formatos e estampas inusitadas. Apesar da distância, é possível comprar online e receber os objetos na residência. De € 90 a € 265 no site www.woouf.com
Organizado Livros, fotos, coleções, dvds...muitos objetos precisam estar evidentes ao morador. A solução é abrigá-los em uma estante. Os modelos C-52, desenhados por Alessandra Delgado, propõem uma vibrante combinação entre amarelo e azul, conferindo identidade ao espaço. O móvel também se destaca pelas prateiras em formato de “L”, que dão a impressão de um labirinto. R$ 3.390,40 no site www.carbonodesign.com.br
A equipe do design Meninos Studio, no Rio de Janeiro, decidiu brincar com os condimentos mais apreciados no fast-food: mostarda e catchup. Eles criaram essas almofadas coloridas e descoladas, que levam o sabor da cozinha para outros cantos da casa. Além da inspiração gastronômica, temas pops estão em outros produtos criados pelo estúdio para decorar a casa inteira. R$ 52,40 cada no site www.meninos.us
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Texto Cidiana Pellegrin / fotos Divulgação
Condimento e conforto
Ideias para você vestir sua casa
Assinatura
fashion
A estilista britânica Vivienne Westwood, criadora do movimento punk na década de 1970 e conhecida por desenhar peças em sintonia com a moda “rebelde” ao estilo rock'n'roll, agora se aventura pelo mundo da decoração. Recentemente, assinou uma coleção de papéis de parede com a tradicional empresa britânica Cole & Son, onde criou estampas com traços fortes e desenhos marcantes e ousados. Alguns provocam até impressões de volume. A partir de R$ 794 (o rolo) no site www.wallpaper.com.br
Requinte Localizada em São Paulo, a loja da marca alemã Kare está entre as mais citadas quando o assunto é decoração e design. Produtos com pegada retrô, pop, clássica, futurista, ousada e chic, como a luminária de mesa Flow, compõem o catálogo com cinco mil peças da rede. R$ 1.110 no site www.kare-saopaulo.com.br
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Artesanal e contemporâneo Peças com referências brasileiras marcam a identidade do designer Sergio J. Matos
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ormas, fios e cores integram a descrição de muitas peças desenhadas por Sergio J. Matos. Nome recente no design de mobiliário, este profissional se destaca quando o assunto é brasilidade. A partir de cenários da própria vivência, ele cria peças que trazem interpretações da cultura e das paisagens do país com apelo artesanal e sustentável. Morando no Nordeste, é de lá que surgiram várias inspirações. A mesa lateral Xique-Xique, por exemplo, foi desenvolvida com base no cacto homônimo comum no sertão. A peça é composta por tocos de madeira colados um a um e recebe cobertura de esmalte sintético em diversas cores. A originalidade e os fortes conceitos locais também estão presentes em itens como a poltrona Balaio, inspirada nas cestas nordestinas, e o banco Carambola, que assume o formato da fruta. “Muita
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gente se espanta com as ideias que tenho. Acho que tenho facilidade em olhar para a natureza ou para objetos e imaginar novas formas de móveis,” confessa o designer. Além de trabalhar com madeira e fios de algodão, o designer já utilizou materiais como argila, couro e cipó. Sua admiração e preferência por produtos naturais se explicam pelo fato de ter nascido em uma região próxima à reserva indígena do Xingu, cercado pela cultura indígena e pela grande diversidade da floresta. Na hora de criar, ele também busca “fazer muitas pesquisas para desenvolver algo inédito no mercado”. Com 34 anos, Sergio atua como professor no curso de graduação em design na UFPB e, desde o ano passado, dirige seu estúdio. Entre os trabalhos atuais estão o desenvolvimento de novas linhas de móveis para empresas do Rio Grande do Sul e Minas Gerais, além de consultorias para associações de artesanato na Paraíba.
Outro móvel, a poltrona Balão, ganhou forma de balões das festas de São João, muito tradicionais na região. Sua confecção é feita artesanalmente com estrutura de aço revestida de fios de algodão coloridos
fotos divulgação
Banco Lanomami, inspirado nas pinturas faciais indígenas, vencedor do Prêmio SEBRAE Minas de Design em 2008
Nascido no Estado de Mato Grosso, Sergio J. Matos se mudou há dez anos para Campina Grande, para cursar desenho industrial na Universidade Federal da Paraíba. De lá, não saiu mais. Ainda na universidade, estagiou em uma empresa de móveis populares, mas com o término do curso passou alguns anos trabalhando longe de sua formação. Em 2008, sua carreira foi retomada com o Prêmio SEBRAE Minas de Design, que destacou o banco Lanomami, inspirado nas pinturas faciais indígenas. “Depois que venci o concurso, surgiu a oportunidade de produzir algumas peças em indústrias de São Paulo, além de convites para exposições e para a Bienal de Design,” revela. O grande salto aconteceu ano passado, quando foi convidado a expor em um dos principais eventos para jovens talentos do design: o Salão Satélite, realizado paralelamente ao Salão Internacional do Móvel de Milão. O sucesso garantiu seu retorno à edição 2011 da vitrine, que aconteceu em abril.
O mote geométrico aliado a traços contemporâneos é um estilo apreciado por Sérgio que aparece em quase todas as criações. A versátil mesa Galho é uma delas. Com estrutura independente, ela tem formato baseado em árvores que, na estação fria, ficam com os galhos à mostra
A originalidade e os fortes conceitos locais também estão presentes em itens como a poltrona Balaio, inspirada nas cestas nordestinas
Serviço Contato: (83) 8744.4512 ou (83) 3063.2366 Informações: www.sergiojmatos.com
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Mostra revela espaços que evidenciam o prazer da convivência familiar e de receber os amigos Por Cidiana Pellegrin
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dealizado pelas arquitetas Ana Paula Reither e Sandra Madeira, o Wine House une a comodidade da sala de estar à sofisticação que uma adega proporciona. O espaço pode ser um local para recepcionar amigos, ter uma boa conversa ou apenas relaxar durante a leitura, sempre aliando à degustação de um vinho. Pensando no bem-estar de família que aprecia essa bebida milenar, a dupla idealizou um ambiente contemporâneo e com leves toques de rusticidade. O mobiliário valoriza tons masculinos e transmite ao espaço sobriedade, mas objetos em cores vivas foram pontuados para “quebrar” a formalidade.
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Na mobília, opções retangulares e quadradas se mesclam a estantes e poltronas com curvas. Para harmonizar ainda mais a composição do décor, luzes foram direcionadas para os quadros e a bancada, possibilitando ao dono da casa optar pela aparência de penumbra e atmosfera intimista. Entre as propostas aparentes no Wine House está a integração, uma tendência que vem se mostrando duradoura na arquitetura. Nesse ambiente, a estante irregular expõe a bebida-tema de forma decorativa, mas a adega climatizada se encontra abaixo de um aparador, uma solução inteligente que a tornou quase imperceptível.
fotos alexis prappas
Requinte no estar
Perfeita para reunir a família, a Sala da Lareira oferece calor para os dias frios e ainda estimula o bate-papo acompanhado de um cafezinho. O ambiente também pode ser usado para recepcionar os amigos, assistir TV, ler ou trabalhar, já que possui um pequeno office. Inspirado em um casal com filhos jovens, o espaço de Maria Lenise Pasqualotto contempla o passado e o presente. Na decoração, mobiliário no estilo clássico convive com artefatos de design contemporâneo, como o sinuoso banco revestido em tom lima, a cor chave da sala. Outra ideia da profissional foi o resgate de peças
de antiquário. Na mesa, um berço indiano se tornou bandeja para as bebidas. A criatividade também pode ser vista na parede, um canto recebeu fitas de veludo agregando efeito diferenciado e elegante. Alimentando o amor da família pelos pets, a sala revela imagens de cachorros decorativos em formatos, estilos e tamanhos variados. Com a proposta de aconchego e identidade, alguns objetos do acervo da arquiteta foram incorporados ao décor. A iniciativa demonstra ser possível harmonizar peças pessoais à criação de um novo espaço.
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Além da funcionalidade Lavabo Social propõe releitura do espaço
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fotos alexis prappas
s arquitetas Silvia Cristina Braz Pinto e Karla Estrela, idealizadoras do Lavado Social, mostram uma nova maneira de ver o espaço. Geralmente associado à funcionalidade, aqui ele assume o conceito de Spa para que as pessoas possam passar mais tempo do que o habitual. O ambiente ainda foi pensado como ponto de apoio para eventualidades, como realizar uma ligação durante o jantar ou acessar o notebook de forma reservada. A dupla usou elementos que não são comuns em banheiros, como a construção de um pequeno lounge formado por uma poltrona - feita de fibra de algas marinhas – e vários banquinhos de cerâmica seat garden. O ambiente também incorporou um jardim com espelho d´água, onde as folhagens do paisagismo se somam a outros elementos naturais com a finalidade de aconchego e bem-estar. Na decoração, tons de madeira natural e de demolição nos revestimentos cerâmicos foram aliados a acessórios requintados, como o belíssimo pendente Bloom, desenhado pelo designer italiano Ferruccio Laviani para a Kartell. Um painel iluminado no meio de um espelho bronze dá maior destaque à tela de natureza morta, pintada pela artista plástica Celina Arantes. A preocupação com a sustentabilidade foi outra característica do projeto. Entre os exemplos está a persiana composta por folha de bananeira e fibra de coco e o revestimento cimentício em módulos esculpidos em relevo, que dispensou o uso de fornos no processo de elaboração.
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Estilo próprio Santa Graça Casa leva à Loja Casa Cor MS seu portfólio de produtos finos e originais
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assear pela Casa Cor MS 2011 é ter a certeza de encantamento. Além das tendências de arquitetura, paisagismo e decoração, os espaços da mostra carregam detalhes para se apreciar de perto. São utilidades domésticas, mobiliário, aromatizantes de ambientes e pequenos itens que dão charme aos projetos. Dentro da imensa vitrine, a Santa Graça Casa operacionaliza a Loja Casa Cor MS oferecendo um ambiente comercial de objetos de decoração, no qual o visitante pode comprar presentes finos e artefatos que compõem alguns ambientes da mostra. Entre os produtos expostos, as caçarolas da marca francesa Le Creuset, que enfeitam o Espaço Gourmet, podem ser encontradas no solarium que ambienta a Santa Graça. Outros artigos luxuosos e exclusivos, como as velas Voluspa, feitas de uma cera especial à base de coco, fazem parte do portfólio de itens da Loja. Elas são vistas na Sala de Banho do Casal, no Quarto da Publicitária e no Café Fim de Tarde. A linha de aromatizantes de ambientes com a assinatura da Santa Graça Casa também foi utilizada por um grupo de arquitetos para harmonizar e potencializar a sensação de bem-estar dos espaços. Até o dia 19 de outubro, a seleção criteriosa de produtos originais da Santa Graça Casa estará na Loja Casa Cor MS. Com o fim da mostra, a loja matriz, localizada na rua Espírito Santo, 281, no Jardim dos Estados, é o lugar certo para explorar as novidades dos objetos de decoração.
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Primor tecnol贸gico Cozinha apresenta equipamentos e novidades que deixam o ambiente mais confort谩vel de se estar
32 MOOD Outubro 2011
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foto marcos vollkopf
asta ter uma reunião de amigos, que lá estão os convidados dividindo o mesmo ambiente e até ajudando a preparar o prato. A cozinha se tornou um espaço aglutinador e a explicação para esse cômodo estar em evidência é o avanço da tecnologia, que ajudou muito no preparo e armazenamento dos alimentos. As novidades de mobiliário, iluminação e aparelhos também deixaram o espaço mais organizado, agradável e limpo. Na Casa Cor MS 2011, a Cozinha evidenciou o tema da mostra “Dia a Dia com Tecnologia”. Bem equipada, ela traz o conceito de continuidade das áreas sociais da casa. Assinado pelas arquitetas Eloisa Vicari e Liana Godoy, o ambiente apresenta gavetas refrigeradas que substituem a geladeira, lava-louças com triturador de alimentos, compactador de lixo seco, coifa com TV embutida e forno com compartimento para manter a refeição aquecida, sem ressecá-la. Praticidade e beleza também são vistas pela escolha da torneira gourmet, dos armários com gavetas elétricas abertas com apenas um toque, e revestimentos como as pastilhas de aço inox. Sinônimo de modernidade, o espaço ainda utiliza tinta com textura de camurça nas paredes, piso em mármore travertino, persianas de tecido e poltronas, proporcionando a sensação de aconchego que geralmente norteia os ambientes de estar. Com 36m², o local traz uma ilha central com espaço reservado para o plantio de pimentas e ervas frescas. A bancada serve para o preparo de alimentos e também como apoio para as refeições. Em meio à sofisticação, um painel imitando lousa adiciona um toque divertido ao ambiente.
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Inspiração rural
foto alexis prappas
Escritório destaca o agronegócio com elegância e requinte
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remiado como projeto mais original da Casa Cor MS 2011, o Escritório do Empreendedor Rural carrega materiais, texturas e objetos com temas do agronegócio. O espaço oferece tranquilidade e conforto ao morador que precisa estender os afazeres do trabalho para a casa. Criado pelas arquitetas Deborah Nazareth, Jussara Nazareth, Isabella Lolli Ghetti e a designer de interiores Sandra Lolli Ghetti, o ambiente incorpora raízes do campo por meio de obras de arte. O recurso dá um toque único ao espaço, traz status à decoração e ainda convida a uma viagem cultural. No escritório podem ser vistos os Bugres da Conceição, uma colorida tela da série Cupins, de Humberto Espíndola, e as xilogravuras de André de Miranda.
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As tonalidades de terra nas poltronas e no tapete, o revestimento em pedra bruta, as vigas de madeira no teto e um discreto jardim ao fundo da sala também remetem à calmaria rural com classe. Em contraste harmonioso foram usados materiais contemporâneos como: laca, vidro fosco e vários tipos de MDFs. A tecnologia, uma das grandes paixões do perfil inspirador do ambiente, aparece nos equipamentos de iluminação ressaltando painéis e a estação de trabalho. A luz natural não foi descartada, porém, compõe de maneira suave o espaço.
Exuberância Tropical Paisagismo com árvores, folhagens e flores nativas demonstra a amplitude da natureza
fotos Divulgação
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m dos maiores nomes do paisagismo do século XX, Roberto Burle Marx, reconhecido pela utilização de traçados orgânicos e preocupação ecológica em seus projetos, inspirou o trabalho de José Carlos Sorgato e Marcos Meurer na elaboração do jardim na Casa Cor MS 2011. Intitulado Exuberância Tropical, o espaço de 697m² projetado em formato sinuoso, utilizou bromélias imperiais, cicas, bambus mossôs, palmeiras elegans, pleomeles, minigrama preta, dracenas, cordilines e várias palmeiras butiá - espécie típica do Sul do país. O conceito apresentado pelos profissionais difere do paisagismo convencional, que utiliza flores delicadas e padronagens simétricas. Um jardim no estilo tropical incorpora plantas de origem nativa e exótica adaptada, proporcionando a sensação de natureza que não recebeu interferência do homem. Cores vivas e folhagens exuberantes de espécies ornamentais, como a palmeira moinho de vento, valorizaram a linguagem rústica e “selvagem” do lado externo da casa. Outro quesito importante na construção desse jardim foi a utilização de 11 toneladas de pedras - extraídas da fronteira de Tocantins com Goiás - na criação do lago. Para evidenciar as características do jardim, a iluminação foi a principal alternativa. Mais de 80 pontos de luz foram estrategicamente colocados, tornando o espaço ainda mais belo durante a noite. Como estímulo para contemplar a paisagem, o local recebeu sofás chese e bancos que proporcionam uma parada para o descanso. Além de remeter à tranquilidade, o jardim agrega o conceito de ecologicamente correto com a escolha de uma calçada que dispensa o cimento na hora de fixação ao solo. O piso intertravado de três pontas permite a infiltração da água da chuva, tornando o produto prático e sustentável.
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Referência décor
Apartamento decorado por Jóia Bergamo
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Detalhes da residência projetada por Ana Maria Vieira Santos
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onsiderado um dos maiores anuários de decoração do mundo, o Decor Year Book Brasil lança sua 17ª edição mostrando os mais sofisticados e interessantes espaços residenciais, corporativos e comerciais do país. A edição 2011 reúne 58 projetos inéditos que exploram diversos estilos de decoração. São mais de 500 páginas com soluções inspiradoras para ambientes luxuosos, integrados, que privilegiam a mistura de clássico e contemporâneo ou que buscam iniciativas ousadas. Por revelar o trabalho de profissionais renomados desde 1991, a obra consolida sua posição de livro referência no segmento. Neste volume, nomes importantes como Brunete Fraccaroli, Sig Bergamin, Fernando Piva, Débora Aguiar, Roberto Migotto, João Mansur, Arthur Casas, Ana Maria Vieira, Jóia Berrgamo, Francisco Calio e Oscar Mikail apresentam recentes tendências de design de interiores.
Além das novidades do mercado, o anuário publicado pela editora Decor Books tem valor histórico, já que registra o crescimento e a evolução da decoração no Brasil.
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Nova edição do livro Decor Year Book Brasil apresenta 58 projetos inéditos com o que há de melhor na decoração do país
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Sintonia animal Para os pet lovers, ter um animal de estimação vai muito além de apenas cuidar Por Thiago Andrade
a jornalista. O neologismo com o qual foi apelidada serviu à causa, inspirando uma coletânea de poemas intitulada “Poemas que Latem ao Coração”. De Olavo Bilac a Glauco Mattoso, o livro traz poemas que fazem ode aos cães. A apresentadora de 33 anos assina a apresentação. De casamento marcado com Gilberto Zaborowsky, ela afirma que o futuro marido aceitou bem a paixão pelos cães. Luisa toma conta de quatro. Consciente do número de animais abandonados, ela decidiu tomar conta de dois vira-latas encontrados nas ruas de São Paulo, Dino e Preta. Gisele e Marley são labradores que também foram salvos após serem abandonados. “Eu me considero uma amiga dos animais e trabalho em prol dos seres mais inocentes do planeta”, considera. Graças ao que vem fazendo na mídia, ela afirma que conseguiu salvar inúmeros cães e gatos.
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hegar em casa após um cansativo dia de trabalho e encontrar um companheiro à sua espera. Fidelidade é a palavra chave para aqueles que amam animais de estimação e, por vezes, trocam família e amigos pela companhia de cães, gatos, pássaros, hamsters ou serpentes. Reconhecer um pet lover é fácil. Eles nutrem uma paixão inexplicável pelos animais. Ao verem um bichinho abandonado, pode-se ter a certeza de que os levarão para casa. O amor desenfreado por cães e gatos garantiu a apresentadora Luisa Mell um apelido peculiar, “Cachorreira”, e o programa “Estação Pet” na TV Gazeta, que vai ao ar todos os domingos, das 19 às 20 horas. O primeiro contato com os animais se deu em “Late Show”, em 2002, no qual ela resgatava cães e os entregava para a adoção. A surpresa é que, antes do programa, a apresentadora não era uma entusiasta dos pets. “Eu tinha apreço por cães e gatos, mas nunca foi nada além disso. Com o programa, me aproximei mais e vi o quanto eles eram companhias amigáveis. Também me aproximei de todos os tipos de animais”, descreve
“Quero fazer ainda mais para conscientizar as pessoas a respeitarem os animais” 39
Uma vida pelos pets Para os pets lovers, estar ao lado de seu animal é uma experiência tão agradável que um único animal não é suficiente. Além de cuidar, procuram conhecer ao máximo o universo dos bichos e fazem de tudo para tratar o animal da melhor maneira possível. Não estranhe se eles dizem que não querem ter filhos ou se compram casas enormes apenas para dar mais espaço e liberdade aos cães ou gatos que criam. A veterinária Jucimara Costa Pereira é uma dessas pessoas. Tão apaixonada por pets, a escolha da profissão não poderia ser outra. Desde a infância, bastava ver um animal sofrendo na rua para trazê-lo para casa. Os pais tentavam argumentar com a menina de quatro anos que trouxe para a residência um gato todo machucado. De nada adiantou. “Eu fazia greve de fome, brigava e dava um jeito do bicho ficar. Se algum tivesse que ir, só iria depois que estivesse bem de saúde”, explica a proprietária da clínica Petit Bichon, em Campo Grande. Atualmente, cuida de oito cães e três gatos, mas chegou a ter 28. Ela sempre soube que teria de fazer alguns sacrifícios. Felizmente, o marido Alexandre topou viver em prol dos animais. A clínica veterinária que dirige se tornou ferramenta para reduzir o número de animais abandonados, oferecendo consultas e cirurgias com desconto – ou até mesmo gratuitas – para quem leva animais encontrados por aí.
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“Eu fazia greve de fome, brigava e dava um jeito do bicho ficar”
foto jucimara: alexis prappas. foto júlio: acervo pessoal
Escolha inusitada Julio Cesar de Sá é publicitário e mora, atualmente, em São Paulo. Como tantos que vivem em meio à selva de concreto, ele resolveu se aproximar do mundo animal. Não era afeito aos bichos na infância. Sempre gostou de cães e gatos. Mas, na hora de escolher, optou por um animal diferente. É dono de duas calopsitas cara branca. Pássaros peculiares, curiosos, dóceis e bastante interessantes. “Cães e gatos são animais incríveis, porém, um tanto carentes, e a vida
paulistana é muito corrida. Tive de procurar um pet independente, dócil e inteligente”, descreve o publicitário, que atualmente produz conteúdo para uma empresa da indústria farmacêutica. Por falta de um, retornou para casa com dois. Francisco e Madalena. “Ou Chico e Madá, para quem já lhes deu semente no bico”, brinca. A namorada, também publicitária, Silvia Silva, adorou as novas companhias. Na hora de escolher um pet mais exótico – isso vale para pássaros,
mamíferos, répteis, entre outros – o primeiro passo é verificar a procedência. Julio afirma que é preciso exigir criadores licenciados pelo Ibama. “Um veterinário especializado faz toda a diferença. No mais, é só conhecer os cuidados específicos para a espécie e aproveitar a alegria de ter essas aves em casa”, finaliza.
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Ativismo pela causa
“Vamos mostrar um pouco mais de perto o que significa ter um gato, que ainda hoje é um animal pouco compreendido e desprezado ”
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Do amor aos gatos nasceu a amizade duradoura entre a jornalista Juliana Bussab e a web designer Susan Yamamoto. Entretanto, mais do que um relacionamento entre duas paulistanas, o encontro gerou um dos projetos mais bem-sucedidos em prol de animais abandonados. A ONG Adote Um Gatinho, criada em 2003, já encontrou lar para cerca de três mil animais, tendo a internet como ferramenta essencial para alcançar o máximo de pessoas. Foi em um mutirão de castração no Parque do Ibirapuera que as fundadoras do Adote Um Gatinho se conheceram. “Percebemos desde o início a falta de lugares nos quais se pudesse procurar gatos para adoção”, descreve Juliana. Os animais eram recolhidos, castrados e, logo, voltavam às ruas. Para a ONG se tornar um caso de sucesso bastou oferecer o que não existia. “A internet ofereceu a proximidade necessária para que os donos buscassem seus felinos.”, aponta. Mas e o amor pelos bichanos? “É
eterno e cotidiano”, considera. Para quem costuma manter uma média de 20 gatos em casa, Juliana sabe que é preciso gostar muito para se dedicar a causa dessa maneira. Casada, ela mora em um apartamento espaçoso, mas só consegue cuidar de tantos animais por não ter filhos. Ela e Susan são contra a eutanásia, portanto, é preciso sempre arrumar espaço. “Ainda bem que a equipe tem crescido”. A história de Juliana e Susan se tornará livro. Ele está sendo escrito
pela jornalista e tem contrato para publicação, embora ainda falte um título. Serão contados oito casos de sucesso da ONG. “Vamos mostrar um pouco mais de perto o que significa ter um gato, que ainda hoje é um animal pouco compreendido e desprezado por uma grande parcela da população”, explica a autora. Ser um pet lover também é tentar fazer o mundo um lugar melhor para os animais de estimação.
Eles venceram! Pare por um segundo e lembre-se do nome de todos os pets que se tornaram ícones do entretenimento. Do esfomeado e preguiçoso Garfield ao filosófico Snoopy, são tantos que seria necessária uma reportagem inteira para lembrá-los. Na televisão, nos quadrinhos, no cinema, na literatura, na internet, vários animais ganharam fama mundo afora. Existem aqueles que assumem características humanas, como os Looney Tunes ou Scooby Doo, mas há aqueles que se tornaram famosos por serem, apenas, animais. Tom & Jerry são os mais conhecidos e retratam bem a eterna guerra entre gatos e ratos. Pensando em como pets exercem forte atração sobre os humanos, o cartunista e animador, Simon Tofield levou ao Youtube, há três anos, um curto desenho chamado “Cat Man Do”. Sucesso estrondoso. Na tela, nada além de um gato gordinho se comportando como o animal que é. Os pets nos fazem companhia, mas também sabem como ninguém nos emocionar.
RESPONSABILIDADE E CUIDADO
Divulgação
Pet lover que se preze entende que cuidar de um cão ou um gato – ou serpentes, iguanas, chinchilas, calopsitas, etc. – é se responsabilizar pela saúde e bem-estar do animal. Pensando nos pets, diversas cidades passaram a divulgar programas de posse responsável, que trazem 10 “mandamentos” simples para quem pretende criar um animal de estimação. Conheça alguns aqui e confira toda a lista no site da Mood Life (www.moodlife.com.br) 1. Antes de adquirir um animal, considere que seu tempo médio de vida é de 12 anos. Pergunte à família se todos estão de acordo, se há recursos necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará dele nas férias ou em feriados prolongados. 2. Adote animais de abrigos públicos e privados (vacinados e castrados), em vez de comprar por impulso. 4. Mantenha o seu animal sempre dentro de casa, jamais solto na rua. Para os cães, passeios são fundamentais, mas apenas com coleira/guia e conduzido por quem possa contê-lo.
Conheça alguns espaços em que você pode encontrar seu novo amigo Abrigo dos Bichos www.abrigodosbichos.com.br Associação que oferece cães e gatos para adoção, além de um serviço de divulgação de animais perdidos. (67) 8406-2288
Adote um gatinho www.adoteumgatinho.com.br A ONG atua na cidade de São Paulo desde 2003. O processo tem início pelo site e, posteriormente, são enviados integrantes para conferir as condições do local que receberá os felinos.
Vira Latas MS www.viralatasms.blogspot.com O blog reúne anúncios para adoção de cães, com fotos e informações sobre os animais. Voluntários fazem o trabalho de atualização e manutenção do espaço.
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da estação
Beleza
A cada temporada, desfiles nacionais e internacionais trazem novas variações de make. Entre as tendências que prometem virar hit, trazemos duas propostas inspiradoras para atualizar o visual
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« Colorida O segredo aqui é brincar com cores. A tendência color block presente na moda invadiu também a maquiagem, deixando-a mais alegre e vibrante. Para os dias quentes, sombras em tons de azul, amarelo, verde, vermelho e laranja estão liberadas, podendo ser combinadas entre si ou usadas separadamente. Nos lábios, opte por um batom de contraste.
Noturna » Na maquiagem noturna, tons metalizados voltam com tudo! Destaque para o prata, que esteve esquecido no verão passado. Para realçar o glamour na ocasião de festa, cílios postiços são acessórios indispensáveis. Destaque também para a boca nude. Lábios apagados caem bem com qualquer tendência e podem ser usados durante o dia ou à noite. Um blush “apessegado” completa o visual.
Fotos Alexis Prappas Cabelo e Make Rodolfo Junior (Salão Renascer) Tel. (67) 3321.2118 Modelos Jennifer Santos e Larissa Figueiredo (A Model) 47
sugestões e tendências em beleza
Cachos em ordem A marca de cosméticos de uso profissional Cavidéu apresenta uma novidade para as madeixas enroladas. A linha de tratamento Bossa Nova – Boccoli é composta por xampu, condicionador e leave-in formulados com óleo de palmeiras brasileiras e ativos catiônicos que vão nutrir e definir as ondas. Preço sob consulta no site www.cadiveu.com
Explosão de cores Além da coleção de calçados e acessórios da nova temporada, a Via Uno lançou sua primeira linha de esmaltes. São cinco cores exclusivas - Sweet Vanilla, Pink Disco, Fever Orange, Dune e Bothanic Rock- que seguem a tendência colorida e vibrante do verão 2012. R$ 9,90 cada. Disponíveis nas lojas Via Uno.
Renovação Com textura leve e de fácil absorção, um dos novos produtos da La Roche-Posay, o Derm AHA, é um soro feito com alfa-hidroxiácidos, ácido anísico e outros elementos que atuam na renovação das células, diminuição de rugas finas e redução no diâmetro dos poros. O cosmético ainda possui forte ação esfoliante, que causa uma descamação discreta nas três camadas da pele. R$ 136 no site www. epocacosmeticos.com.br
Homem urbano A clássica camiseta polo da Lacoste inspirou a marca a criar sua primeira coleção de perfumes masculinos, chamada Lacoste L.12.12. São três versões: Blanc, amadeirada e com toque fresco proporcionado pela mistura de ervas, Bleu, uma fragrância clássica que traz grapefruit cítrico e notas de menta, e a Vert, que também tem notas cítricas e leve aroma de grama natural. R$ 120 (30 ml) cada, no site www.shopluxo.com.br
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Texto Cidiana Pellegrin / fotos Divulgação
Trio Lacoste
A Feito Brasil Cosméticos lançou sua quarta linha voltada ao público masculino. A novidade, intitulada Homem Urbano, traz xampu, condicionador, pomada capilar, sabonete em barra e creme hidratante para as mãos, tudo desenvolvido especificamente para os cuidados pessoais do homem. R$ 141,70 – linha completa no site www.feitobrasilcosmeticos.com.br
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Conselhos de
Martha Com poemas, romances e crônicas, a escritora gaúcha se aprofunda no mundo das relações humanas Por Thiago Andrade
Fotos Alexis Prappas
”Nasci estrangeira para mim mesma. De certa forma, acho que escrevo para isso, para me reconhecer, me encontrar“
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ormou-se publicitária, mas optou pela escrita. Ótima escolha. Atualmente, é uma das escritoras mais lidas e conhecidas do país. Entre crônicas e romances, estilos aos quais tem se dedicado com mais afinco nos últimos anos, Martha Medeiros gosta de dissecar as relações humanas, mergulhando na complexidade do tema. “Gosto de investigar as “não escolhas”, ou seja, dar uma espiada nas nossas renúncias, porque elas também podem, de certa forma, nos identificar”, descreve. Mas não espere textos difíceis e complicados. A carreira como publicitária a ensinou a conquistar os leitores pela palavra. Basta checar as listas de livros mais vendidos nos últimos meses para perceber que ela soube, com sucesso, se tornar unanimidade graças aos textos inteligentes e bem escritos. “Feliz por Nada” é o trabalho que lidera as listas na categoria de não ficção. Com mais de 80 crônicas, é uma obra na qual fica explícito o olhar da escritora sobre
assuntos como Deus, o amor, a família, assim como o consumo, o materialismo e a correria do mundo contemporâneo. Temas essenciais para Martha. Madura e jovial, a escritora conta que hoje, aos 50 anos, sente-se mais nova do que na juventude, quando era dramática demais e sofria por poucas coisas. Foram nesses tempos que lançou seu primeiro trabalho. “Strip-tease” reúne poemas escritos por Martha e foi publicado quando tinha 24 anos. O tempo se passou, a poesia foi relegada ao segundo plano e outros 19 trabalhos foram publicados. Neles, percebe-se que a mulher é um assunto primordial, mas não se trata de tentar definir quem são elas, mas, sim, procurar entender um pouco mais esse universo. Por isso, seus livros são ótima leitura para elas e, claro, para eles. Embora já contasse com grande séquito de leitores, Martha ganhou popularidade inquestionável com a adaptação para o cinema e televisão de “Divã”. O livro, publicado em 2002,
conta a história de Mercedes, que acaba de chegar à meia-idade e precisa lidar com os dramas, conflitos e alegrias da nova fase. A personagem central foi vivida por Lilia Cabral e o filme fez tanto sucesso que ganhou série na Rede Globo. Mas esta não foi a única obra a ser adaptada. No teatro, outros dois livros da escritora ganharam vida. “Trem-bala” e “Tudo que Eu Queria te Dizer” também foram parar nos palcos. Mãe de duas filhas, a escritora foi casada por 17 anos. Foi em uma viagem, na qual acompanhou o ex-marido por nove meses no Chile, que Martha se decidiu pela escrita. A crônica sempre foi privilegiada em seu trabalho. Referências que vão do mundo pop ao erudito, da vida cotidiana às análises sobre a vida, tudo se mistura, e a escritora é capaz de criar textos que falam com todos. Os primeiros textos foram publicados no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, no qual publica até hoje. Atualmente, também é colunista de O Globo, do Rio de Janeiro.
Você se formou em publicidade e propaganda, mas seguiu por um caminho que costuma ser tomado por jornalistas. Por que essa guinada na carreira? Trabalhava há 13 anos em agências, mas já não me sentia desafiada, andava um pouco frustrada com a publicidade, até que meu marido foi chamado para trabalhar em Santiago, no Chile, e eu larguei tudo para ir com ele. Foi uma parada estratégica, para repensar minha vida profissional. Nesse período, que durou oito meses, eu escrevia muito. Um amigo jornalista nos visitou e trouxe alguns textos, que foram apresentados ao Augusto Nunes, diretor de redação do Zero Hora na época. Quando retornei para Porto Alegre, fui convidada. Hoje considero a ida ao Chile um divisor de águas na minha vida.
Quando a poesia passou a fazer parte do seu trabalho e por que deixou de publicar com o tempo? Comecei escrevendo na adolescência, apenas para me expressar para mim mesma. Mostrei o material para um editor paulista e a poesia foi minha porta de entrada na literatura. O último livro de poemas foi “Cartas Extraviadas”, de 2001. Meu preferido no gênero. Tenho um pequeno “lote” de poemas inéditos que um dia pretendo publicar. Você se preocupa com o que outros pensam sobre o seu trabalho? Não usaria o verbo “preocupar”, pois isso seria muito estressante, mas fico atenta, sim. Gosto de saber que as pessoas se identificam, e se julgam bem ou mal o que faço. Se não me importasse, escreveria apenas para mim mesma, sem publicar. Até escrevo
para mim mesma, mas é importante compartilhar e criar laços por meio da literatura. A meu ver, escrever crônicas ou ficção exige muita observação e também estar em contato com o mundo. Você prefere viver aquilo que escreve ou imaginar? Eu me coloco demais em tudo o que escrevo. A imaginação tem sua parcela de participação, lógico, mas como coadjuvante. O protagonismo está no que vivo, penso, questiono. Tudo isso vira conteúdo do que escrevo. O que a chegada aos 50 anos representa para você? Como se manter jovial? A jovialidade é do departamento do espírito: ou se tem um espírito desestressado, ou não. Em geral, para as coisas da vida, eu pego muito leve, mas isso é uma conquista da maturidade. Eu
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”Em geral, para as coisas da vida, eu pego muito leve, mas isso é uma conquista da maturidade“
era muito mais velha quando era jovem, mais dramática. O tempo passa, o corpo muda, a saúde exige mais cuidados, mas a consciência da finitude faz com que a gente não se desperdice com bobagens. Fica só o que vale a pena. Estou na melhor fase da minha vida, não tenho dúvida disso. Não é mais uma infinita highway, mas ainda dá pra se divertir no caminho. Em seu trabalho, você parece equilibrar referências mais “eruditas”, como citações de Milan Kundera, entre outros, a coisas mais cotidianas, como amizades, amores e outros dramas modernos. Isso vem da publicidade? A publicidade não é erudita, ela é popular, e tem que ser mesmo, na maior parte das vezes, se quiser ser eficiente. Eu cito o que me cerca, o que estou lendo, o que estou escutando.
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Não tenho a pretensão de me firmar com uma imagem única e cristalizada: eu trafego por vários universos, extraio deles o que me dá prazer e compartilho minhas impressões, só isso.
me renova e me conecta com o meu eu mais íntegro e verdadeiro. Nasci estrangeira para mim mesma. De certa forma, acho que escrevo para isso, para me reconhecer, me encontrar.
Parece-me que você é uma grande viajante. O Chile, por exemplo, foi essencial. O que te atrai em viajar? Adoro mesmo viajar. A viagem mais importante eu fiz quando tinha uns 24 anos e fui sozinha para a Europa, aquela fase de pouca grana e muita fome de aventura. Já andei bastante por esse mundo, mas ainda tem muita coisa pra ver e tantas outras para rever. Por muito tempo viajei pelos países europeus, meus preferidos, mas de uns anos pra cá tenho privilegiado roteiros mais exóticos, como Turquia, Marrocos, Japão... Daqui a poucas semanas estou indo para Machu Pichu, no Peru. Viajar
Rio Grande do Sul tem uma forte relação com a literatura. Grandes nomes surgiram daí, como Érico Veríssimo e Moacyr Scliar. Da nova geração, há Daniel Galera, você, entre outros. O que você acha disso? Essa forte relação com a literatura é uma bênção, porque, assim como há muitos escritores no sul, há também uma infinidade de leitores. É bacana porque aqui se lê o que se produz e isso fortalece o mercado editorial. Não sei explicar ao certo o que nos torna tão pró-literatura, acho que tem um pouco a ver com a localização geográfica – somos vizinhos do Uruguai, da Argentina
e do Chile, onde a literatura também é muito forte – e um pouco a ver com o clima, o frio faz com que tenhamos uma vida introspectiva, e isso favorece a leitura e a escrita. A vida familiar exerceu forte influência sobre sua produção? Fui casada por 17 anos, um período muito feliz que acabou, estou separada há quase seis. A influência é média, não sou uma pessoa fissurada em família. Claro que algumas experiências como mãe, como esposa e namorada apareceram nas crônicas, uma vez que o cotidiano é que inspira o cronista. Mas procuro escrever sobre as relações humanas sob um ponto de vista mais abrangente. Procuro ampliar a reflexão, mesmo que partindo do que vivo.
Você é dona de um gato e o assunto apareceu na crônica “Aristogatos”. Você é uma pet lover? Sempre morei em apartamento, por isso, o capítulo “animais domésticos” não dominava meus pensamentos. Até que, dois anos atrás, almoçando com minhas filhas, elas vieram com um papo de a gente ter um gato. Achei a ideia bacana e adotamos um gato de rua, o Nero, que já faz parte da família. Sempre preferi cachorro, se eu morasse em casa teria um labrador. Em apartamento é complicado. Não simpatizava com gatos, mas hoje acho o animal perfeito para o esquema aqui de casa. Ele é independente, limpo, na dele, não têm grandes exigências, não incomoda nada e, ao mesmo tempo, sabe ser afetivo e divertido. Minhas filhas querem mais um gato. Dessa vez, terão que se empenhar mais para me convencer. Um está mais que bom. “Divã” tornou-se um de seus trabalhos mais conhecidos, adaptado para o cinema, teatro e televisão. Como se sente ao ver o que produz ganhando outras mídias? É um privilégio. Adaptações são projetos com cara própria. É bacana ver como o meu trabalho pode ser interpretado de diferentes formas. Claro que sempre pinta um estranhamento ao assistir pela primeira vez, mas sou desapegada, compreendo que passa a ser um
trabalho de equipe e que é natural que a obra mude. O bacana é poder assistir a reação coletiva da plateia. Nunca vejo o leitor lendo, mas no teatro ou cinema, vejo 400 pessoas comovidas ou rindo de uma cena. Também gosto de conhecer mais intimamente como funcionam outros veículos, além de conhecer profissionais que eu admirava à distância, como a Lilia Cabral, a Cissa Guimarães ou a Ana Beatriz Nogueira, que encenaram textos meus. Acabamos virando amigas. Você escreve muito sobre a mulher contemporânea, mas como você a definiria? Reluto em acreditar que exista essa “mulher contemporânea”, como se todas nós tivéssemos um único perfil. O que nos define hoje é a ausência de definição. Antes podia se dizer que as mulheres eram donas de casas, mães de família, dependentes do pai ou do marido, enfim, coadjuvantes. Respeitadas, amadas, porém coadjuvantes. Hoje, quase todas são protagonistas da própria história. Não somos mais reduzidas a um único papel. Cada uma de nós é um tipo específico de mulher. Ser dona de casa hoje é escolha, não imposição.
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Você é muito citada em redes sociais. Qual a sua relação com os leitores? Não estou em nenhuma rede social: facebook, twitter, nada. Minha relação com os leitores ainda se dá por e-mail. Eles costumam opinar sobre o que escrevo, e isso é positivo, me sinto prestigiada por eles, mesmo quando discordam. Descubro como pode ser múltipla a interpretação de um texto. Respondo a quase todos, mesmo que com brevidade. É importante que saibam que do lado de cá não está uma secretária ou mensagem automática. Finalizando, gostaria de saber como é escrever hoje em dia, em uma época dominada pela imagem? Não costumo dramatizar essas situações, não vejo razão para o escritor se vitimizar. Existe espaço para todos os veículos e formas de comunicação. A palavra escrita é documental, e isso é muito forte. A literatura pode não ter tantos fãs quanto a música, o cinema e a internet, mas os amantes da leitura dignificam o nosso trabalho e, mesmo que sejam poucos, se comparados com outras tribos, são pessoas que amam os livros, que desejam crescer por meio deles, e isso basta para que a gente sinta um prazer enorme em fazer parte desse desejo.
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Lirismo contemporâneo Ao todo, são 20 livros publicados desde 1985. Os primeiros, poesia. Depois veio a crônica e, posteriormente, alguns romances como “Divã” e “Selma e Sinistra”. Há também um livro infantil, “Esquisita Como Eu”, e um guia de viagem para “Santiago do Chile”. A obra de Martha Medeiros é vasta, capaz de tratar dos mais diversos assuntos, com abordagens que primam pela criatividade. Em cada estilo, pode-se conhecer uma das facetas da escritora gaúcha, nascida e criada em Porto Alegre. Em comum, o coloquialismo e a facilidade de se comunicar com os leitores. Portanto, deixe as preocupações de lado por alguns instantes, escolha um livro de Martha e se deixe levar pela leveza de suas divagações.
Ilustração Efe de Queiroz
”E então? Somando os prós e os contras, as boas e más opções, onde, afinal, é o melhor lugar do mundo? Meu palpite: dentro de um abraço. Que lugar melhor para uma criança, para um idoso, para uma mulher apaixonada, para um adolescente com medo, para um doente, para alguém solitário? Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve.“ Martha Medeiros* em Feliz por Nada (2011)
Feliz por nada O que é necessário para ser feliz? A cada momento, uma resposta. Em seu novo trabalho, que reúne mais de 80 crônicas, Martha Medeiros fala sobre isso e muito mais. As angústias de um mundo pós-tudo, no qual resta apenas a incerteza, pede momentos de reflexão para que não se enlouqueça. E é isso que Martha faz, sobre os mais diversos assuntos. Até a gentileza aparece entre os temas, em uma análise divertida a partir de um livro sueco. Pequenos fatos cotidianos inspiram a cronista a falar sobre amizade, Deus, amor, família, consumo, sucesso e o que mais lhe der na telha. A partir do diálogo entre temas universais e questões do dia a dia os textos de Martha crescem e se tornam memoráveis. Publicado em julho, pela LPM, custa R$ 31
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Novidades que fazem nosso desejo de consumo
De corda Tiracolo As maxibolsas estão ficando para trás nesta temporada, e modelos médios e pequenos tomam conta das vitrines. Entre os mais vistos, está o tiracolo, que combina muito bem com look no estilo folk. Inspirada nos 70, a Arezzo lançou sua nova coleção repleta desses acessórios, com versões para o dia e noite. Preço sob consulta na Arezzo Shopping Campo Grande
Tesouro
natural A Talento Joias foi buscar inspiração no mar para compor sua coleção. Intitulada Ocean, a linha traz o movimento das águas e as cores do oceano em brincos, anéis e colares. A novidade nas peças que fascinam pelo estilo leve e elegante é a pedra desejo do momento: a Turmalina Paraíba, explorada em apenas cinco minas do mundo todo. Venda online através do site www.talentojoias.com.br
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Peça chave da estação passada, a saia longa vai continuar em alta no verão. Versátil, ela pode ser usada em ocasiões informais, no trabalho e até em produções mais glamorosas, conforme a escolha dos complementos e acessórios. Para as que se identificam com o estilo leve e praiano da grife carioca Totem, o modelo acima pede um momento casual.
Texto Cidiana Pellegrin / fotos Divulgação
Item obrigatório da estação, as espadrilhas – sapatos com saltos feitos de ráfia, palha, corda ou juta – são perfeitas para dar um charme rústico ao visual. A grife carioca Andarella apostou na peça hit e disponibiliza vários modelos na coleção primavera/ verão 2012. Para enfrentar os dias quentes, não há restrições: elas podem ser coloridas, em tons neutros, abertas, ou fechadas, você escolhe! Preço sob consulta na Andarella - Shopping Campo Grande
Novidades que fazem nosso desejo de consumo
Elegância
Traços clássicos e contemporâneos estão presentes nas novas joias do designer Antonio Bernardo, que realizou uma seleção de peças inéditas e reedições, empregando toques de geometria e grafismo. A linha é masculina e tem como destaque anéis em prata, ouro amarelo e branco. Brincos, abotoaduras, chaveiros, pulseiras e colares também completam o catálogo. De R$ 340 a R$ 16.900 no site www.antoniobernardo.com.br
Doce momento
Que tal dar um toque divertido ao Iphone? A grife japonesa Tokidoki, em parceria com a Marvel -editora líder na publicação de histórias em quadrinhos-, lançou capas para o aparelho que trazem estampados os super-heróis Capitão América, Incrível Hulk e Homem-Aranha. A case funciona para as quatro versões do celular. US$ 39,99 no site www.tokidoki.it
Texto Cidiana Pellegrin / fotos Divulgação
A Imaginarium estudou como fazer um delicioso piquenique para criar uma coleção com a temática. São peças de moda, decoração e uso pessoal estampadas com elementos campestres e guloseimas, como a almofada Donuts. Na vitrine ainda estão camisetas, capas de laptops, carteiras, tênis e outros acessórios descolados. Preço sob consulta na Imaginarium - Shopping Campo Grande
Proteção toy art
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gad g et s novidades que fazem nosso desejo de consumo
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1. Para descansar o smartphone no suporte Milo, criado pelo estúdio de design internacional Bluelounge, é só encaixar o aparelho no bloco de sucção que integra o acessório. A fabricante garante que a almofada de micro aspiração não agride nem mancha a traseira do telefone. U$ 14,95 no site www.bluelounge.com
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2. Todo fone de ouvido deve proporcionar transmissão sonora agradável e de qualidade para o usuário. Mas, além disso, ele deve ser leve e confortável. É o caso do iCon2, da Skullcandy, marca que possui grande variedade de headphones estilosos e de alto padrão. R$ 99,90 no site www.osegredodovitorio.com 3. Opção fácil para se refrescar enquanto se está em frente ao computador, esse pequeno ventilador retrô funciona via USB e ainda pode ser levado para outros locais, já que também é ativado com quatro pilhas AA. Disponível nas cores branco, pink e azul. R$ 82 no site www.uatt.com.br
5. A Jabra acaba de lançar no Brasil o aparelho Jabra GO 6470, um acessório que permite ao usuário atender ligações de telefone fixo, celular e computador, (voip e skype) tudo em um único fone de ouvido sem fio. Com base fixa e visor touchscreen, o dispositivo reúne e controla todas as chamadas. R$ 1.100 no site www.mobimax.com.br
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Texto Cidiana Pellegrin / fotos Divulgação
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4. Já pensou em registrar o sol enquanto ele está se pondo? Com essa câmera digital é possível fazer vídeos em time lapse - fotografias tiradas em intervalos de tempo pré-definidos. O usuário só precisa escolher uma das seis configurações padrão e a máquina faz o vídeo sozinha. US$ 149 no site www.photojojo.com
mo t o r Novidades que fazem nosso desejo de consumo • Por Mário Salgado
Direto da Alemanha Novo Tiguan será vendido no Brasil por R$ 110 mil
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novo Tiguan carrega a nova identidade visual da Volkswagen, em parte desenhada pelo brasileiro Luiz Veiga: não por acaso, a traseira lembra bastante a perua SpaceFox. A marca avalia que o Tiguan traz ganhos de imagem à Volkswagen com seu avançado pacote tecnológico – como a segunda geração do sistema Park Assist, que estaciona o carro automaticamente, sem interferência do motorista, em vagas laterais e agora também a 90 graus. Interior caprichado e desempenho garantido pelo motor 2.0 TSI turbinado, de 200 cavalos, com transmissão automática Tiptronic de seis velocidades, que leva o novo Tiguan a máxima de 207 km/h, com a segurança do controle de estabilidade eletrônico (ESP) e freios com ABS e assistência eletrônica de frenagem Brake Assist, que entende qualquer tipo de emergência e calibra a intensidade dos freios de acordo com a necessidade. Para o ambiente fora-de-estrada
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ele também vai bem com a tração 4Motion integral nas quatro rodas, que dosa a força na frente ou atrás automaticamente, conforme a aderência. O Novo Tiguan adota o DNA de estilo da Volkswagen, com predominância de linhas horizontais bem definidas. Como no Novo Touareg, sua grade é marcada por dois frisos cromados duplos que fazem a ligação entre os dois grandes grupos óticos nas extremidades. Logo abaixo do para-choque, os faróis de neblina, alojados nas aberturas de ventilação laterais, dão um toque de dinamismo adicional ao carro. Já as lanternas traseiras são bipartidas, com a parte interna incorporada à porta do compartimento de bagagem. A borda inferior das novas lanternas segue uma linha horizontal, contribuindo para uma aparência ainda mais requintada da parte traseira do veículo.
mo t o r Novidades que fazem nosso desejo de consumo • Por Mário Salgado
SsangYong Refinado Novo Korando chega com apelo inovador entre utilitários esportivos
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SsangYong não quis saber de maquiar o Korando 2012. Resolveu inovar e pedir que o projeto fosse feito pelo renomado estilista italiano Giorgetto Giugiaro. Visualmente, é fácil perceber que o carro ficou muito bonito e agrada ao olhar, além de chamar muita atenção por onde passa. O modelo mescla o baixo custo de operação e a capacidade dinâmica de um hatchback, com o apelo visual, espírito aventureiro e capacidade de enfrentar estradas mais acidentadas de um SUV. Com motor Diesel de 4 cilindros, 16 válvulas, 2.0 litros, 175 cavalos de potência a 4.000 rpm, que já atende à nova legislação de emissão do Proconve L6, o Korando passou a ser disponibilizado ao mercado brasileiro a partir do dia 15 de agosto, nas versões com câmbio mecânico de 6 marchas e automático de 6 velocidades. Priorizando segurança, o sistema 4x4 inteligente do Korando trabalha em conjunto com o ESP (Electronic Stability Program) e o ABS (Antilock Braking System), o que proporciona melhor aderência e controle, independentemente das condições. O EPS (Electric Power Steering) da SsangYong usa um motor elétrico que fornece quantidade ideal de assistência para o condutor girar o volante. O sistema é sensível à velocidade e oferece assistência máxima durante as manobras de estacionamento. No quesito segurança veicular, o SsangYong Korando traz de série seis airbags - dois frontais, laterais e de cortina, além dos sistemas ABS (AntiLock Braking System) e ARP (Active Rool-over Protection) reduzindo o risco de capotamento.
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Quando nascemos a primeira coisa que acontece depois da escolha do nome é o registro. Antes disso não existíamos para a sociedade. Por isso, registrar é proteger sua marca, patente, software e direito autoral. Há 27 anos, a Remat Marcas e Patentes possui uma equipe preparada para prestar assessoria jurídica, garantindo seu patrimônio e propriedades intelectuais. Entre em contato e descubra que o registro é um passo indispensável para garantir que o sucesso nos negócios não desapareça.
Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial - ABAPI
» Em pose inusitada, o ator Wagner Moura aparece no clic de um dos maiores fotógrafos da América Latina. O veterano Bob Wolfenson foi considerado um grande ensaísta da revista Playboy, fez famosas capas de editoriais de moda e lançou livros e exposições com suas fotografias.O retrato (ao lado) compõe a obra “Cartas a um Jovem Fotógrafo - O Mundo Através das Lentes”, lançada por ele em 2009. (www. travessa.com.br, R$ 39,90)
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Xico Sá A resistência da boemia e da contracultura Por Thiago Andrade
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omem é macho. Mulher é fêmea. Em vez de sexo, acasalamento. O cronista Xico Sá simplifica ao máximo a complexidade dos relacionamentos humanos e arranca pérolas da realidade. “Cadê a macieza das moças? A vida já é muito osso”, escreve em seu blog, a favor das cheinhas. Em 1962, chegava ao mundo na cidade de Crato, ao sul do Ceará, vizinha de Pernambuco. Viveu a efervescência cultural nordestina em meio às mesas de bar e às redações dos principais jornais nordestinos. Exemplo raro de um jornalismo cada vez mais escasso, Xico Sá é boêmio e bem-humorado. Atuou no cinema, fez televisão, escreveu roteiros e letras para músicas, mas sua paixão é a literatura. É autor de 10 livros e coautor de vários outros, dos quais destacam-se “Modos de Macho & Modinhas de Fêmea”, “Caballeros Solitários Rumo ao Sol Poente” e “Chabadabadá”. Hoje mora em São Paulo, produz reportagens para revistas e alimenta um blog no site da Folha de S. Paulo. Ainda não é o escritor que deseja se tornar desde a infância, mas continua trilhando o caminho que se iniciou nas redações. “Quando comecei, a redação era o caminho para quem queria escrever. Ninguém vivia de literatura, só o Jorge Amado”, lembra. Em meio a correria paulistana, Xico Sá encontrou alguns momentos para conversar com a reportagem da Mood Life.
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Você recuperou a figura do jornalista boêmio, que desapareceu das redações. É um personagem ou puro Xico Sá? Quem me dera! Se fosse um personagem estaria tudo bem, meu fígado que o diga. Mas quem me colocou nessa vida foi o próprio jornalismo. Quando eu comecei no Recife, o ambiente era altamente boêmio. Nós saíamos da redação para a mesa do bar enquanto o jornal era impresso. Trabalhava-se do mesmo jeito, mas o ambiente era de muita boemia. Em suas colunas ou livros, você nutre grande interesse pela relação entre homens e mulheres. Por quê? Eu faço isso há muito tempo. Tinha 14 ou 15 anos e participava de um programa de rádio em Juazeiro do Norte. Mal sabia o que era uma mulher e escrevia sobre elas. Nas redações, fiz crônicas para os jornais do Recife. Em 1995, me “profissionalizei” no assunto, assinando a coluna “Macho”, na Revista da Folha. O que significa “Chabadabadá”, título de seu último livro? Estava sem título quando revi “Um homem, uma Mulher”, do francês Claude Lelouch. A música tema era uma canção romântica, quase brega. O refrão era “chabadabadá... chabadabadá”. No Brasil, fizeram uma versão sacana em que o substituíram por “sábado ela dá...”. Também se dizia
Foto Divulgação
que quando um cara estava no clima com uma mulher, eles estavam no maior chabadabadá, isso na década de 80. O livro fala desse universo e o nome tinha tudo a ver. Você foi mediador de Pedro Juan Gutiérrez em uma palestra. Qual sua relação com a literatura latino-americana? Não é tanto com a literatura latino-americana, mas com uma literatura mais visceral, erótica. Henry Miller, Bukowski, por exemplo. Escrevi muito sobre eles. Com o Pedro Juan, encontrei-o uma vez pela noite paulistana. Ele escreve sobre um universo que me interessa. Para alguém que fala tanto sobre os feitios da mulher, como é sua relação com elas? Minha relação é um desastre, para variar. Acerto uns pitacos quando se trata dos outros. Mas quando é comigo mesmo... Vivi com cinco mulheres, nunca me casei em altar, mas passei por muitos relacionamentos. Sou muito observador e procuro entender o universo delas. Na conquista, tento ser o mais devoto possível, até exagero no romantismo. Quebro a cara, às vezes, mas estou sempre tentando. Como foi participar do Saia Justa, no GNT, discutindo temas sempre ligados ao mundo feminino? Participei em dois programas e me chamaram para ficar. Sou um cara que escreve e, na televisão, continuo sendo cronista.
Me divirto, mas jamais isso será minha primeira ocupação. O mundo vem se abrindo para diversas questões. Mas também se torna cada vez mais careta. Acredito que está mais para careta. Por sorte ainda há resistência. Dizem que a história acabou, todos estão conformados, então, surge algo como a primavera árabe e mostra que não é bem assim. Em relação aos costumes e ao comportamento, o mundo é bastante careta. Mas, desde que existam loucos e malucos para empunhar as bandeiras do contra, há chances. Essa cota de rebeldia nunca morre, mas aqui ela ainda é pequena. Seu estilo faz bom uso do humor. Qual a importância de saber rir da vida? Fundamental! Tudo que eu escrevo transita entre o trágico e o cômico. A maior das tragédias, os desastres amorosos que me aconteceram, tudo isso precisa de uma pitada de humor. Eu não me levo a sério, rio de tudo que me acontece e isso aparece no meu trabalho.
Mais! Confira as publicações on-line de Xico Sá em www.xicosa.folha.blog.uol.com.br
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Josie Benatti 15 anos de história com a Chanton Por Carla Gavilan
Foto Marcos Vollkopf
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apidamente traço um paralelo entre a rotina de Josie e a clássica obra cinematográfica “A Fantástica Fábrica de Chocolate”. A especiaria é pronunciada ao telefone, comentada com os funcionários, preparada na cozinha, avaliada nos moldes das embalagens e aí fica difícil não cair no clichê da pergunta: Como é trabalhar com chocolate? “Eu sou chocólatra então é tudo muito bom. As pessoas perguntam se a gente não enjoa, sempre respondemos que não, que amamos isso”, explica Josie Benatti, proprietária da marca Chanton. A poucas semanas da franquia completar um ano de registro, a empresária recorda como o negócio saboroso teve início em Campo Grande. “Chegamos de São Paulo em uma época que o chocolate artesanal estava no auge entre os paulistanos e percebemos que por aqui não. Foi então que decidimos apostar”, ela comenta. O primeiro produto, por excelência, foi a especiaria a base de cacau que acabou por despertar caminhos a outros paladares. “Como o consumo de chocolate ainda era algo sazonal tivemos lançamos o sorvete da Chanton, que equilibrava nosso mercado. Logo
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depois, ocorreu do público começar a sugerir outras ideias e aí chegaram as tortas”, afirma Josie. Investimento que tem dado certo não por acaso. A carreira de Josie nesse universo teve início ainda em Campinas, sua cidade natal, onde cursou biologia e Ciência e Tecnologia de Alimentos. Ao chegar em Mato Grosso do Sul recheou o currículo com uma especialização no setor. “Acho minha profissão um privilégio. Porque além de ser com doce, que é algo lúdico, trabalho para comemorações. É uma alegria saber que participo dos bons momentos da vida das pessoas”, fala a empresária.
HORA-H
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Porque a vida não é
cinza
Nelson Farias Metas traçadas, caminhos tecidos Por Carla Gavilan
Foto Marcos Vollkopf
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m jogo de cadeiras e mesa nas cores azul e rosa me interpelam um ar de infância logo que adentro o ambiente. A experiência é na loja mais nova da marca WestCor. “Nossa intenção era de construir algo que lembrasse casa e conforto, mas com sonho e lúdico, que levem as pessoas a outro lugar”, explica a minha sensação o empresário Nelson Farias. O espaço foi produzido a partir de uma pesquisa histórica e da trajetória do grupo. Uma curiosidade na vida profissional do empresário está em sua primeira formação, era piloto. “Tinha de decidir entre continuar em São Paulo, e seguir a carreira de piloto comercial, ou vir para Mato Grosso do Sul. Busquei por uma decisão sensata: tinha 21 anos e nada a perder. Optei por
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acompanhar minha família”, explica ele. Em Campo Grande iniciou os trabalhos da marca junto ao pai. Com a graduação em administração passou a dedicar-se de forma autodidata ao setor da decoração. “Este ano já estivemos na Grécia e em Istambul. Essas viagens aprimoram nosso conhecimento. A feira que acontece em Frankfurt, por exemplo, reúne todos os papéis de parede e tecidos do mundo. Ali eu tenho acesso a tudo que estará nas coleções daqui a pouco”, afirma o empresário. A terceira loja do grupo, segundo ele, consolida maturidade e entrega. “Para qualquer empreendimento acredito que é preciso entrar de cabeça e coração. Não dá para trabalhar apenas com a razão ou somente com emoção, elas precisam estar ajustadas”, reforça Nelson.
Juliana Ferreira A comunicação que gera conquistas Por Cidiana Pellegrin
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Foto Alexis Prappas
ona de gestos delicados e fala segura, Juliana Ferreira segue o estilo reservada e sempre de bem com a vida. Há nove anos trabalhando com comunicação na área televisiva, a jornalista já atou como produtora, apresentadora e repórter de programas locais e nacionais. Sua aptidão e desenvoltura frente às câmeras já lhe renderam diversas campanhas publicitárias e também eleitorais. Atualmente integrando a equipe da agência de publicidade MVCom, Juliana atua nas áreas de atendimento e assessoria de imprensa de clientes da empresa. Além da rotina fixa no local, ela se ocupa de trabalhos freelancers como cerimonialista e modelo. “Estou sempre correndo para atender os compromissos que surgem. O horário de almoço é reduzido e o final de semana também,” conta a então apresentadora do projeto MS Canta Brasil. Tanto trabalho tem uma explicação: Juliana gosta “de ser independente, de buscar maneiras de alcançar os próprios objetivos”. Cheia de atitude, ela também carrega no currículo uma especialização em moda e a tremenda identificação com o tema. “Sou muito vaidosa, vivo pesquisando sobre o assunto e tirando dúvidas das amigas,” confessa a jornalista. Em meio à correria, o pouco tempo que sobra ela divide com a família e com o namorado. “Sou muito caseira e curto programas familiares,” revela. Frequentar o cinema e viajar são outros hábitos apreciados. “Assim tenho contato com novas ideias e consigo espairecer,” completa.
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Geração bem-estar Vitor Arioli fala sobre as transformações no perfil do consumo de carros no Brasil Por Carla Gavilan
Foto Alexis Prappas
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17 anos no setor automobilístico, o gerente das revendedoras Audi e Land Hover, em Campo Grande, fala sobre a diversificação do público e as transformações no perfil do consumo de carros no Brasil. Recém-chegado a Mato Grosso do Sul, Vitor Arioli, especialista em administração de concessionárias, também avalia como o mercado está mais seguro e promissor. Na sua opinião, há uma definição para carro? Há muitos anos, o carro tem sido o primeiro item de consumo de bens nas pesquisas de mercado e, isso, se deve por diferentes motivos. Há quem deseje um automóvel essencialmente por necessidade e, outros, apenas por vaidade. Então, o carro simboliza muitas coisas ao mesmo tempo: é acessório, roupa, status, personalidade e também satisfação. Você já presenciou duas crises econômicas, como avalia o mercado de automóveis atualmente? Muito bom. Vejo que está receptivo e promissor, mas não em quantidade e vendas e, sim, em estabilidade. Mundialmente, há uma crise anunciada e o Brasil tem conseguido se sobressair economicamente. Isso nos mostra, cada vez mais, que tem amadurecido. O que analisa desse setor em Mato Grosso do Sul? Um mercado que acompanha o ritmo nacional com independência. A autonomia do Estado tem se destacado e podemos notar, por exemplo, que não é mais qualquer eventualidade das produções agropecuárias que desestabilizam o consumo. Não há mais tanta dependência dos serviços de outros Estados, então, vejo Mato Grosso do Sul mais dinâmico.
O sr. é gerente de duas indústrias automobilísticas, Audi e Land Rover, que atuam, por excelência, no mercado do consumo de luxo. Como está esse público? Diversificado. Não temos mais um único perfil de consumidor, isso já é passado. O público da década de 80, por exemplo, desejava comprar um veículo por questões financeiras, por valorização de mercado. Já nos anos 90 temos consumidores mais preocupados com status, com a construção da sua aparência. Hoje, tudo isso mudou. E o que o consumidor de hoje deseja? Conforto. A “Geração 2000”, como costumo chamar, quer conforto. É um público que trabalha muito, se esforça muito, está constantemente buscando ser melhor no que faz, tem decidido que merece um carro com muito conforto e, hoje, quer mostrar isso. A questão do status não acabou, mas o que o consumidor quer não é mostrar apenas o carro e, sim, uma opção de vida. A maior parte da sua formação é dedicada ao comércio de carros, como surgiu esse interesse? Meu pai trabalhou por 30 anos com a GM, então, tudo isso começou em casa, com minha família mesmo, onde carro é uma paixão. Depois de me formar em administração, fiz uma pós-graduação em administração de concessionária, na FAAP, e não parei mais. Esse tipo de especialização tem ganhado destaque, por quê? Para se ter um cargo administrativo em uma concessionária, é preciso saber mais do que vender um carro. É importante entender sobre a questão tributária do país, gestão financeira, os custos da empresa. É um mercado específico e, por isso, necessita de profissionais que compreendam esse campo. Na pós-graduação tive a oportunidade de focar nesse setor.
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Sempre preparado José João da Fonseca fala sobre família, ídolos e os 15 anos de dedicação ao saneamento básico Por Carla Gavilan
Foto Alexis Prappas
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formação em engenharia civil e as pós-graduações em gestão empresarial e saúde pública conferem hoje a José João de Jesus da Fonseca, diretor- executivo da Águas Guariroba, mais de 15 anos de experiência na área de saneamento básico. Para ele, um lugar que vale a pena conhecer é o Jalapão, em Tocantins. Para viver, Campo Grande, sem dúvida.
Vivemos atualmente em uma sociedade que valoriza metas e desafios. Qual desafio profissional te marcou? O maior desafio profissional foi na Saneatins. O Estado do Tocantins estava recém-criado e a nossa missão era implantar sistemas de abastecimento de água em muitas cidades ao mesmo tempo. Em alguns locais, tínhamos de começar do zero, pois, até então, essas cidades não contavam com qualquer serviço de fornecimento de água. E na vida pessoal? Foi enfrentar o nascimento problemático da minha filha Yasmin. Ela nasceu prematura e não conseguia respirar naturalmente, o problema foi se agravando e ela chegou a ficar 14 dias internada numa UTI. Mas, no final, correu tudo bem, hoje ela está linda e saudável e o pai cada vez mais apaixonado por ela.
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Quais personalidades que o inspiram? Chico Xavier, pela forma como viveu e pregou o bem de todas as formas; Ayrton Senna, pela dedicação extrema ao que fazia, com uma vontade incrível de vencer e o esforço, às vezes, quase não suportado pelo corpo. Como define um bom profissional hoje? Dedicado, motivado, aquele que busca sempre melhorar o que está fazendo, aquele que nunca está contente com o resultado. Você só consegue entender aquilo que você está preparado para entender, assim, é preciso se preparar sempre.
O que considera como ‘o melhor’ de Campo Grande? Em primeiro lugar, as pessoas, com essa mistura de povos, com origens de várias nacionalidades e também de regiões do Brasil. Entendo que é um povo que ainda está em formação e acredito que, por isso, é muito aberto aos desafios. Em segundo lugar, a cidade, que é muita bonita, com avenidas largas e bem cuidadas, com opção de parques muito verdes para o lazer da população. É uma cidade onde podemos viver e criar nossos filhos com muita qualidade de vida.
O que pensa sobre o uso das novas tecnologias no cotidiano profissional? São extremamente importantes e não há como não utilizá-las. É preciso usar o que está disponível e ir sempre além, pois as ferramentas existentes são totalmente disponíveis e ilimitadas. Na Águas Guariroba utilizamos o que há de mais moderno e conhecido no mundo a favor da segurança e qualidade dos serviços prestados.
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O melhor da agenda social e cultural de MS
« Aniversário de Sidney Volpe A empresária Sidney Volpe comemorou seu aniversário no dia 24 de setembro, com festa surpresa organizada pelo filho Jardis Volpe. Ao som da banda Nova Era, familiares e amigos se reuniram para prestigiar a data.
« Nova coleção Capodarte Aconteceu no dia 29 de setembro o coquetel de lançamento da coleção Verão 2012 da Capodarte, localizada no 2° piso do Shopping Campo Grande. A marca traz bolsas, sapatos e acessórios inspirados na Toscana. O coquetel contou com a produção de Jefferson de Almeida que, junto do casal Rose e Ricardo Kuninari, recebeu os convidados.
« Lançamento internacional Os empresários Anita e Thiago Belim participaram do lançamento internacional da coleção Verão 2012 do designer de calçados Alexandre Birman, proprietário de grife homônima e das marcas Arezzo e Schutz. O coquetel aconteceu no mês de setembro, em Nova Iorque.
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e ve n t os NOITE DE HOMENAGENS DO CLUBE IDDEA Dia 12 de setembro, na Casa Cor MS 2011, em noite de sofisticação e glamour, o Clube Iddea promoveu sua tradicional homenagem aos profissionais da área de engenharia, arquitetura, design e decoração de Mato Grosso do Sul. Total sucesso e animação, com o buffet impecável da La Buona Cucina. Fotos Marcos Vollkopf 1
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1 Tania Sueli Veris Teslenco e Gabriel Antunes. 2 Daniela Perez, Arthur Perez e Eduardo Henn. 3 Paulo Henrique Delmondes e Miriam Telesca Bigolin. 4 Miralba Moraes, Joana Moraes e Denise Bigolin. 5 Larissa Maria R. Bortoli, Ana Paula Magalhães e José Manoel Pépe. 6 Jamil Paroschi Jr. e Maria Helena Bonotto. 7 Milena Adri, Samária Rosa e Luiz Antonio. 8 Mário Lino Aranda Jr., Renata Daige Aranda e Juliana Caldart. 9 Eloisa Vicari representando sua sócia Liana Godoy e Glauco Cerantola. 10 Juliana Oliveira Nogueira e Carla Vetorazzo. 11 Luiz Fernando Bogdanovicz e Adelson Britto. 12 Gisele Leite Romeiro e Paulo Belarmino. 13 Andréia Fava representando Luciane Santos e Monalisa Cheirlia Deiss. 14 Olinda Beatriz Meneghini e Marco Antonio Leite Demarco.
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e ve n t os Encontro formaliza parceria de SENAC MS e Skope.ca No dia 21 de setembro, o Senac MS firmou parceria com a empresa canadense especializada em viagens educacionais, Skope.ca. O termo, assinado no espaço Gourmet da Casa Cor MS, formaliza objetivo do programa Inglês e Gastronomia, que vai levar estudantes e profissionais de Mato Grosso do Sul para um intercâmbio de idiomas e culinária em Toronto, no Canadá. O evento contou com a presença dos dirigentes do Sistema Fecomércio MS, Senac MS e de empresários do setor gastronômico do Estado. Fotos Elis Regina
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A New Line tem um presente para Campo Grande Agora de Casa Nova, ela oferece muito mais que segurança.
Tranquilidade para vocĂŞ viver bem.
Queijo de cabra Fazenda no Rio traz experiência francesa na produção do queijo de cabra e abastece restaurantes renomados Por Alexandre Furquim*
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nova moda da culinária a ganhar território nos restaurantes renomados no Brasil são os pratos elaborados a partir do queijo de cabra. Feito com leite cru ou pasteurizado, o queijo de cabra pode ser encontrado em diversas variedades de sabor e formato. Geralmente, são produzidos apenas com leite caprino, porém, pode haver mistura com leite de vaca ou ovelha. A palavra “chèvre” (cabra em francês) estampada na embalagem mostra que o queijo é feito somente com leite de cabra. Se for feito com 50% de leite de cabra e 50% de outro tipo é chamado de “demi-chèvre”. O queijo de cabra pode ser classificado de acordo com a consistência da massa e o processo de cura, que irão determinar o aroma e o sabor. Algumas versões apresentam ervas e especiarias em sua superfície. Especificamente em Teresópolis, na fazenda Genève, o zootecnista Reinaldo Pires e sua mulher, a veterinária Rose Pires, logo que acertaram a mão na produção artesanal de queijos de cabra em 1997, correram para o Rio e bateram na porta de chefs franceses. Os chefs Olivier Cozan, Roland Villard e Claude Troisgros são seus conhecidos e, desde então, continuam a usar o “crottin”(textura firme, aveludada e paladar com leve sabor de cabra puxado para nozes), o “ste maure” (com consistência sólida e homogênea de sabor suave e com toques frutados) e o “boursin” (queijo em bolinhas de boursin natural no azeite, ervas e pimenta rosa) produzidos pelo casal, seja em degustações ou pratos principais. Reinaldo e Rose foram estagiar numa fazenda de criação caprina na região central da França, onde aprenderam técnicas de inseminação artificial e de ultrassonografia para aplicar ao rebanho, mas a fabricação de queijos era o que mais lhes chamava a atenção, além da forma como eles apresentavam os produtos aos clientes nas feiras e na loja. Foram alguns anos tentando produzir o melhor queijo após experiências catastróficas e muitos quilos jogados no lixo. Só depois de várias trocas de informações com a fazenda de criação na França eles chegaram ao resultado definitivo do queijo brasileiro com sotaque francês. O queijo de cabra pode ser consumido ao natural, mas fica ótimo amassado com um garfo e temperado com azeite de oliva e ervas frescas (salsinha, cebolinha e até hortelã) ou com especiarias (experimente com pimenta-do-reino moída, pimenta rosa ou curry). Também pode ser servido como aperitivo, em saladas, sanduíches ou entrar no preparo de massas e recheios. O queijo de cabra vem conquistando espaço no mercado nacional. Primando pela qualidade, caprinocultores conseguem derrubar o preconceito do consumidor em relação aos derivados do leite caprino, trabalhar com lucro e até atender a nichos de mercado que optavam exclusivamente pelos queijos importados, sobretudo da França.
*Formado em Marketing e Gastronomia, Alexandre Furquim atua no ramo de restaurantes
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Gastronomia responsável Projeto estimula mudanças na alimentação para ajudar o meio ambiente Conservar a natureza por meio da culinária é a proposta do movimento Gastronomia Responsável, uma iniciativa organizada pela Fundação O Boticário que reúne diversos restaurantes de Curitiba. A curadoria do projeto convidou chefs de cozinha para criarem receitas sofisticadas, incorporando ingredientes orgânicos e regionais com total aproveitamento de matérias-primas e sem utilizar espécies ameaçadas de extinção. O resultado são pratos primorosos que são vendidos por até R$ 30. Na lista Ao todo, 27 restaurantes aderiram à causa. Entre eles, o charmoso Vindouro, especializado em cozinha internacional, com ênfase na gastronomia francesa moderna e ingredientes brasileiros. O local reúne loja de vinhos, bistrô, wine bar e espaço gourmet, além de dois ambientes externos. No cardápio, destaque para os pratos preparados com peixe. Como indicação de gastronomia sustentável, o restaurante oferece o Robalo de Banana da Terra, receita elaborada pelo chef Marco Araújo. Serviço Almoço todos os dias, das 12 às 15 horas. Jantar de segunda-feira a sábado, das 19 às 24 horas. R. Guarda-mor Lustosa, 129, Juvevê, Curitiba. PR Tel.: (41) 3027-0700
UD dicas para incrementar sua cozinha
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1. Divertido e original, o faqueiro Voodoo vem com cinco facas de cortes diferentes: uma ideal para pão, outra para carnes, duas para legumes em tamanhos medianos e outra intitulada como faca do chef. R$ 475,15 no site www.magazineluiza.com.br
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2. O cortador de pizza, fabricado pela americana Microplane, tem lâmina em aço inox de altíssima qualidade, o que possibilita um corte sem esforço até mesmo das massas mais crocantes. R$ 69 no site www.spicy.com.br 3. Além de tendência na moda, a renda inspira produtos de gastronomia. A Biona Cerâmica lançou aparelhos de chá e jantar estampados com essa temática romântica, que promete fazer sucesso à mesa. R$ 219,91 – aparelho com 30 peças no site www.biona.com.br 4. Com design inspirado nas antigas balanças italianas, o utensílio de inox da Typhoon é indispensável para executar com precisão a medida de qualquer ingrediente. R$ 199 no site www.pepper.com.br
6. O Cooler Vértice Vitra, da <OU>, tem desenho inédito no mundo para esse utensílio. A criação é do premiado estúdio Bertussi Designdustrial, que deu ao item formas que remetem a um diamante lapidado. A peça ainda dispõe de duas alças e tem capacidade para 14 litros. R$ 122 no site www.ou.ind.br
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Texto Cidiana Pellegrin / fotos Divulgação
5. Ideal para pequenas quantidades de sucos, o espremedor Citro Vitra esbanja funcionalidade e personalidade com formas arrojadas. Sua aba mais alta facilita a concentração dos resíduos, deixando o ambiente limpo. Em acrílico e diversas cores. R$ 30,50 no site www.ou.ind.br
Harmonizando vinhos e comida ”Fugindo de erros clássicos abordaremos dicas simples que podem reduzir muito sua margem de erro“ Por Douglas Mamoré Jr.*
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odos nós que somos apaixonados por vinho, e não é por coincidência, também somos apreciadores de um bom prato e das delícias da gastronomia moderna. Muitos enófilos, inclusive, “pilotam” o fogão com maestria e são “bons de garfo”, como se diz. Porém, é aí que nos deparamos com um dos mais desafiadores e polêmicos assuntos que envolvem o vinho. Sem dúvida, a maioria das pessoas concorda que vinho e comida combinam e que, bem escolhidos, melhoram muito os sabores um do outro. Infelizmente, o consenso acaba por aí. Mas podemos, sim, harmonizá-los com alguma sabedoria. Fugindo de erros clássicos e de neuroses absurdas, abordaremos dicas simples que podem reduzir muito sua margem de erro. Vamos falar, principalmente, de equilíbrio, mas também de flexibilidade, porque o seu estado de espírito e gosto pessoal contam muito quando o assunto é *enogastronomia. A regra simples e básica de que carnes vermelhas pedem vinhos tintos e carnes brancas são escoltadas apenas com vinhos brancos não é ruim, e serve como parâmetro para os iniciantes. Porém, esta regrinha não responde a todas as perguntas. Existem, a partir daí, muitas sutilezas gastronômicas envolvidas, fantásticas combinações montadas por chefs criativos. E os outros estilos de vinhos, onde se encaixam? Saladas e pratos delicados com peixes como salmão e a culinária japonesa, por exemplo, que estão muito na moda em Campo Grande, vão muito bem com brancos mais delicados e aromáticos, como Sauvignon Blanc, Gewürztraminer ou Riesling. Para peixes mais fortes como bacalhau ou atum, um opulento Chardonnay com toques de *carvalho é, certamente, uma boa pedida. Temos aí um exemplo clássico de opiniões divergentes, muitas pessoas preferem bacalhau com um tinto suave, como alguns Carmenère ou alguns Pinot Noir mais leves, como os da *Borgonha, é nesse caso que a rigidez só atrapalha. Siga o seu gosto pessoal! Queijos são casos à parte. Na prática, escolher um vinho para combinar com uma seleção de queijos pode ser uma tarefa árdua, alguns queijos são muito fortes e acabam se sobrepondo a quase qualquer vinho, outros, por sua textura
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macia e mais gordurosa, pedem mais acidez e combinam mais com vinhos brancos. Por isso, não vale a pena ser extremamente purista, basta escolher um vinho de boa relação qualidade/preço, como as muitas opções do novo mundo. Escolha com bom senso e sem muita preocupação, afinal, mesmo que a combinação não seja perfeita, bons queijos e bons vinhos são sempre uma delícia. Alguns ingredientes dificultam muito as harmonizações, como alcaparras, alcachofras, alho frito, azeitonas, limão, vinagres, entre outros. Ao usar esses ingredientes, use-os com moderação, pois eles não gostam de vinhos! Uma boa forma de acertar na harmonização consiste em combinar vinhos estruturados e tânicos com comidas igualmente fortes. Já para os pratos mais delicados e de molhos suaves, procure os vinhos na mesma proporção de intensidade. No entanto, nem sempre temos pratos “fáceis”, hoje existe uma miríade de ingredientes variados, um verdadeiro caleidoscópio de sabores, e combiná-los tornou-se um desafio. A única saída nesse caso é a deliciosa prática, que, com o tempo, lhe dará certo tipo de “instinto”, uma percepção natural sobre a melhor harmonização. Há muito o que falar sobre este tema, conversaremos mais sobre ele oportunamente. Saúde!
*Desde 2005, o enófilo Douglas Mamoré Jr. dedica-se exclusivamente ao universo dos vinhos. Seu e-mail é douglas@mistral.com.br
Dica Celar Selleccion Sauvignon Blanc 2010 Sileni State/Nova Zealndia Bourgogne rouge 2008 Joseph Drouhin – Bourgogne/França
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Requinte Neoclássico Localizado no coração de Londres, o hotel Corinthia está entre os melhores cinco estrelas da capital inglesa Por Cidiana Pellegrin
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ona de um cenário cosmopolita, Londres é destino certo para aprender sobre arte, moda, arquitetura e design. A capital dos pubs ingleses também tem museus para todo tipo de assunto e ainda reúne sotaques de inúmeros estrangeiros à tradição histórica da realeza. Multicultural e com ares de nobreza, ela abriga um dos novos hotéis da rede italiana Corinthia, reconhecida no segmento de hospedagem de luxo pelas instalações e serviços sofisticados, com tratamento intimista. O empreendimento se destaca pela elegância e classe. A construção é datada de 1885 e passou por uma reforma de quatro anos que reestruturou o interior do espaço, mas conservou os detalhes da era vitoriana. Com atmosfera extremamente requintada, o Corinthia London dispõe de 294 quartos, sendo que as acomodações simples têm cerca 42m² e a maior suíte do hotel também leva o título de uma das mais amplas da cidade, medindo 470 m². Localizado a 150 metros do centro oficial de Londres, o hotel fica próximo de várias atrações turísticas da capital inglesa, como a igreja Abadia de Westminster, onde o príncipe Willian se casou com Kate Middleton.
Na vizinhança ainda estão a praça Trafalgar Square (foto), as casas do Parlamento inglês, o Palácio de Buckingham e o St. James Park
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Na River Suite, um clima aconchegante toma conta do ambiente decorado em tons de azul claro e branco. Móveis de madeira, poltronas confortáveis e paredes revestidas com tecidos dão ao design interior um aspecto relaxante, para que o hóspede tenha a sensação de estar em uma residência No Lobby Lounge, o hóspede pode apreciar um chá enquanto lê uma revista. O local oferece uma sensação de aconchego reforçada pela combinação eclética de mobiliário e obras de arte. Como destaque está o lustre Lua, composto de 1.001 bolas de cristal produzidas por Baccarat, fabricante francês de cristais que possui muito prestígio
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fotos Divulgação
Entre os atrativos do hotel está o Spa, um complexo que ocupa quatro andares do prédio com 17 salas de tratamento, saunas, piscinas, salão de beleza, espaços privados e uma moderna academia.
Um dos ambientes idealizados pelo premiado David Collins Studio, o bar Basson tem décor totalmente inspirado na música, tanto que se assemelha a um clube de jazz. O espaço tem no cardápio coquetéis moleculares e bebidas coloniais, que fazem sucesso entre os hóspedes
No quesito gastronomia, Corinthia London disponibiliza dois restaurantes. Um celebra o melhor da produção artesanal britânica, o outro, intitulado Massino - no detalhe – oferece menu mediterrâneo, repleto de frutos do mar. O ambiente é grandioso, com pés-direitos duplos e poderosos lustres de cristal
Serviço Diárias a partir de US$ 955 Localização: Whitehall Place, Londres Telefone: +44 (0) 20 7930-8181 Informações: www.corinthia.com/london
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foto shutterstock
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Social hospedagem Ficar em albergue é a forma mais prática, divertida, segura e barata de viajar Por Renato Lima*
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mbiente descontraído, decoração alternativa, móveis customizados e um drink grátis de boas-vindas. Tudo isso por um valor bem mais acessível do que o de um hotel cheio de firulas. Internacionalmente conhecido como hostel, os albergues são o maior sistema de hospedagem do mundo. Com mais de 100 anos de tradição, esse sistema é uma rede internacional de hospedagem com foco total em relacionamento. Ganhou fama e força graças aos mochileiros, como uma opção alternativa e independente de viajar. No Brasil, são centenas de albergues espalhados por 18 Estados, e alguns possuem destaque internacional, como o Bonito Hi Hostels. O destino sul-mato-grossense foi destaque na edição 2011 do Lonely Planet, um dos mais importantes guias internacionais de viagem, como um dos melhores albergues do Brasil. Na prática, os albergues parecem casas. Na Europa, é possível se hospedar em escolas, prédios históricos e até castelos, mas nenhum
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garante muita privacidade. Em geral, são quartos coletivos que podem chegar a até 16 camas, a maioria misto - homens e mulheres juntos – e acredite, tudo com o maior respeito. Para quem ainda não chegou a esse nível de socialização imediata, é possível -pagando um pouco mais - escolher um quarto privativo, e com um plus dá até para conseguir um banheiro exclusivo e fugir da fila do banho no final do corredor. Mas é bom saber, em um hostel, mais cedo ou mais tarde, você terá que se relacionar – e essa é a graça do negócio – as cozinhas são coletivas e um ótimo ponto de encontro para fazer amigos. Na hora das refeições, é uma grande oportunidade para troca de experiências e saberes com outros hóspedes, além de ser uma forma bem descontraída de aprender outros idiomas.
Roteiros PARIS Principal destino turístico do mundo, Paris é parada obrigatória para quem vai à Europa. O local se tornou um dos destinos mais caros e se hospedar em hostel é uma boa opção de estadia na cidade luz. Entre os mais baratos está o Blue Planet, indicado para quem aceita apenas uma boa cama para dormir. O café da manhã é incluso no valor da diária, mas preparese para receber um croissant e chocolate quente de máquina. O lugar fica ao lado da estação de metrô Gare Du Nord, o que facilita o deslocamento para qualquer ponto da cidade. E isso inclui visitas ao bairro boêmio Montmartre, a Igreja de Sacre Couer e ao café de Deux Moulin, cenário do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. A essa altura você também já subiu os 324 metros da Torre Eiffel.
Uma das capitais europeias mais modernas e animadas, a Berlim de hoje é bem mais colorida que a dos livros de história da Segunda Guerra Mundial. Democrática e acolhedora, é um destino cheio de atrativos, que vão do Muro que dividia a cidade em dois mundos à panorâmica torre de TV da antiga RDA. O Hostel Baxpax Mitte é a dica pra quem quer uma hospedagem bem divertida; os quartos são temáticos e a localização é central, dá para explorar a pé a Friedrich Strasse, principal rua de Berlim, de ponta a ponta. Não deixe de experimentar o Currywurst, tradicional iguaria que une a salsicha alemã com muito curry. Prepare suas emoções para visitar a Topografia do Terror e pisar no lugar onde foi o QG do Nazismo e berço das estratégias lideradas por Hitler.
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fotos renato lima
BERLIM
v i a gem PRAGA Um dos destinos mais excêntricos na Europa, Praga descobriu o turismo recentemente e ainda não perdeu o jeitão de Leste Europeu. Mas a capital da República Tcheca tem tudo que a Europa tradicional não tem. De manhã, a visita ao castelo na Colina de Hradcany é uma viagem por um tempo medieval intacto, ainda mais suntuoso se a travessia do rio Vlatva for pela famosa Charles Bridge. Mas é a noite que a cidade se defende como um dos maiores points jovens do mundo, além da famosa cerveja Tchecas, as baladas chamam a atenção. O Karlov Lazne, por exemplo, tem quatro andares e cinco ambientes e se intitula o maior clube da Europa Central. Se pintar dúvida na hora de se hospedar, a rede St. Christopher tem hostel nas principais capitais europeias, e todos com o mesmo padrão de segurança e higiene. Especificamente em Praga, vale a pena pagar mais por um hostel melhor.
ROMA Não importa a religião, ir ao Vaticano é uma experiência de vida. Todos os turistas madrugam para chegar cedo e passam até 10 horas na fila. Porém, para aproveitar o menor país do mundo sem passar horas esperando, a dica é ir durante o horário de almoço. Já passear por Roma é como estar em um grande campo arqueológico, que até limita a malha do metrô e oferece inúmeras ruelas estreitas, nas quais é fácil se perder. A visita ao Coliseu ficou ainda mais disputada depois que a atração entrou no hall das 7 Maravilhas do Mundo moderno. Para ficar na cidade, o hostel Casa Omalta é um dos mais acessíveis e, apesar de não ter muito conforto, fica bem perto da estação de trem. O local também tem outro ponto positivo: um terraço que oferece visão privilegiada do Coliseu e ainda serve para festinhas animadas todas as noites.
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PASSO A PASSO Como fazer reservas em um hostel O Hostel World (www.hostelworld. com) e o Hosteling International (www.hihostels.com) são os dois maiores sites de pesquisas para hostels independentes ou de rede.
Pelo segundo ano consecutivo, o prêmio de melhor hostel do mundo foi para o albergue Baan Dinso, localizado em Bancoc, na Tailândia. A eleição é feita pelos próprios hóspedes, que seguem um critério rigoroso de avaliação da Hosteling International, classificando-o como “albergue-boutique”. Com diárias a partir de 35 dólares, conforto, limpeza e hospitalidade do Baan Dinso obtiveram as notas mais altas. Faça um tour virtual pelo site: www.baandinso.com
Dica No Brasil, os valores das diárias giram em torno de R$ 25 a R$ 55. Já na Europa é possível achar muitas barganhas na baixa temporada. Em Barcelona, por exemplo, com R$ 26 é possível ficar no Hostel Grafitti, localizado perto da Sagrada Família e a 10 blocos da praia. A carteirinha nacional ou internacional da Federação Brasileira de Albergues da Juventude - FBAJ garante descontos especiais (www.hostel.org.br)
fotos praga e roma: renato lima, demais fotos divulgação
O melhor do mundo
1. É possível fazer a seleção dos hostels por preço ou classificação. É claro que os melhores classificados pela segurança, limpeza, e até diversão, são mais caros. Escolha sempre hostels perto de estação de metrô ou ponto de ônibus. 2. Antes de efetuar o pagamento, confira os comentários de pessoas que já se hospedaram. Veja também as facilidades que o hostel oferece, como transfer, acesso a internet e café da manhã, por exemplo. 3. Pense bem na hora de escolher o tipo de quarto em que você ficará hospedado. Lembre-se que existe a opção de privativo e dormitório (coletivo), isso causa impacto no preço. 4. Na hora de fazer a reserva é de praxe pagar 10% do valor. Esse depósito é descontado do cartão de crédito na hora (e sem reembolso). O restante deve ser pago na hora do check in – verifique se o hostel aceita cartão de crédito. 5. Confira sempre a política de cancelamento de reserva. Alguns albergues exigem cancelamento com sete dias de antecedência.
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Polidez e comunicação Dicas para manter uma boa impressão durante a conversa Por Adriana Estivalet
Você sabe ser polido ao falar com as pessoas no seu dia a dia? Talvez a polidez, mesmo não parecendo, seja uma das mais importantes virtudes na hora de uma conversa.A comunicação ideal envolve dois componentes importantes: a autoestima e o respeito, e é aí que ser polido faz toda a diferença. Existem pessoas que rebaixam a autoestima de seus interlocutores ou que não os respeitam. Quem age dessa forma, sem se preocupar com o outro, causa um grave desconforto às pessoas com quem se relaciona, gerando dificuldades para iniciar, desenvolver e manter relacionamentos, tanto profissionais como amorosos. É muito fácil atingir a estima de alguém pela forma de conversar, principalmente, pela polidez, ou falta desta, por parte da outra pessoa. Falo da polidez como tato para se relacionar e não ser somente chique. Saber usar os talheres ou o tipo certo de roupa nos eventos sociais é importante, mas não é tudo. Muitas pessoas estudam em excelentes escolas, são viajadas, bem informadas sobre o universo da moda, gastronomia, decoração, porém, ao conversar com outras são prepotentes, falam o que lhes vêm à cabeça e usam a desculpa da autenticidade. Ser autêntico não tem relação com não ter papas na língua, a autenticidade pode ser praticada sem agressão ou constrangimento aos outros. Do contrário só vai gerar problemas de relacionamento com amigos, parentes, possíveis casos amorosos e no ambiente de trabalho. Existem muitas formas de ser polido: através de atitudes que expressam respeito e visam ao bem-estar da outra pessoa (abrir a porta e deixá-la passar primeiro; ceder o lugar para ela se sentar; deixá-la se servir primeiro); ao telefonar, verificar se pessoa pode falar naquele momento com você; quando estiver conversando com alguém, cessar outras atividades para lhe dar
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toda a atenção; redimir-se por ter causado algum desconforto, enviando flores ou justificando-se; fazer da conversa algo agradável, se o seu interlocutor está tentando passar uma imagem boa de si mesmo, contribua; falar ativamente, mas, também, ouvir com atenção; Não submeter as pessoas ao ridículo, se tiver algo constrangedor a dizer, que seja em particular; Sempre usar as palavrinhas mágicas “por favor”, “desculpe” e “obrigado”. É trivial dizer que estas palavrinhas só se aprendem pelo exemplo, pela educação e cultura; e, uma vez assimiladas, tornam-se ‘virtudes’ que tendem a permanecer a vida inteira encarnada no sujeito. Então, além de praticá-las na vida social, use-as em casa, com seus filhos. Essas são algumas formas mais agradáveis e produtivas de se comunicar, respeitando a si mesmo e ao outro. Criando relacionamentos de qualidade e apreço. Sem mencionar que uma pessoa polida possui uma ótima imagem. E você, já exercitou sua polidez hoje?
*Adriana Estivalet é consultora de estilo e imagem. Seu e-mail é adriana@adrianaestivalet.com.br
E por falar em paisagem “Elas se deixam contaminar pelo olhar e pelo gosto” Por Maria Adélia Menegazzo*
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ão há como negar que, historicamente, a ideia de paisagem está vinculada à ideia de natureza. No livro “A Invenção da Paisagem”, Anne Cauquelin afirma que ela é tida pelo senso comum como algo natural; quando, na verdade, ela é uma criação artificial e estética para indicar a relação do homem com a natureza, desde o Renascimento. Em nossos dias, no entanto, o espaço de uso da paisagem se ampliou para outras áreas como, por exemplo, a geografia, a biologia, o urbanismo e a política. Mais pontualmente, a ecologia amplia o sentido de paisagem natural ao trabalhar com o conceito de ecossistema; a arte interfere na natureza e constrói paisagens na paisagem com a land art; no campo tecnológico, a paisagem virtual torna mais complexa nossa presença e significado no mundo. Mesmo assim, a percepção da paisagem ainda expressa a expectativa do reconhecimento. Podemos lembrar do quadro “A Condição Humana”, de René Magritte, para pensar esta relação: numa sala vemos um cavalete com uma tela na qual está pintada uma paisagem idêntica à paisagem que se pode ver pela janela, que também pertence ao quadro. Não importam as possibilidades dadas à arte, à ficção, ainda se espera reconhecer o que é visto ou lido numa constante infinita. Os mecanismos que garantem esta passagem pertencem à retórica, arte da sedução, do convencimento. Seus lugares agradáveis (locus amoenus) são aguardados e saudados com euforia. Territórios porosos, segundo alguns, as paisagens se deixam contaminar pelo olhar (o modo de percepção) e pelo gosto (os valores estéticos de quem olha). Portanto, deveriam ser tratadas cuidadosamente quando manipuladas. As paisagens explicitam de modo evidente os processos de transculturação a que estão submetidas, tornando ágeis a troca, a transformação e a elaboração de valores com que se apresentam. No que toca diretamente a Campo Grande, podemos pensar nas intervenções “artísticas” na paisagem urbana, cujos exemplos são por demais conhecidos. Refiro-me mais especificamente aos enormes tuiuiús de cimento colocados em frente ao
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Aeroporto Internacional e aos exemplares da fauna e da flora regionais na praça ao lado da Prefeitura, bem como aos telefones públicos colocados diante dos hotéis. Todos estes exemplares reforçam imagens já bastante consumidas, estendendo para a paisagem urbana referenciais da paisagem natural (leia-se pantaneira). São imagens utilizadas para nos definir culturalmente para os turistas e, embora represente apenas uma dentre as infinitas possibilidades, parece não haver qualquer espírito crítico nessas escolhas. O que não se tem levado em conta é a formação do gosto (ou do mau gosto) da população. Por que não seguir os passos do nosso artesanato que vem apresentando um apuro técnico e estético? Talvez seja necessário afirmar que a paisagem é uma elaboração mental que realizamos por meio dos fenômenos da cultura e, mesmo quando exuberante, é sempre artificial porque, quando olhamos algo como paisagem, estamos no campo do estético, com “disposição para desfrutar o mero ato de sua contemplação” (Maderuelo). É evidente que há, no fundo, questões de identidade que têm mais a ver com processos de reconhecimento do que de conhecimento e, portanto, resistentes à absorção de novos conteúdos (Menezes). Acompanho de perto a disposição dos artistas sul-matogrossenses na busca de perspectivas singulares com as quais possam elaborar suas paisagens, construindo uma visualidade plural e diversificada, criando imagens nos limites dos ícones regionais, nem sempre suficientemente contraditórios a ponto de revelarem a riqueza da cultura regional e nem suficientemente descontínuos para estimular a renovação. Por isso, a arte vai além deles, além dos estereótipos. Por isso, nossas fronteiras vão além dos marcos fronteiriços. Como diz o poeta, não se pode passar régua naquilo que não tem limites.
*Maria Adélia Menegazzo é Doutora em Teoria Literária com Pósdoutorado em Artes Plásticas, membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte e da Academia Sul-Mato-grossense de Letras
Festinha sem personalidade.
Festa c om as i deias persona lizadas da PEX Mais ale . gre e co lorida.
www.graficapex.com.br (67) 3044-5566 Avenida Mato Grosso, 1316, Centro - Campo Grande - MS
Espedito di Montebranco A arte de representar a favor da crítica social Por thiago andrade foto alexis prappas
“No teatro, tenho liberdade para me expressar, escrever o que penso e montar as coisas da forma que gosto”
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uando chegou a Campo Grande, aos dois anos de idade, Espedito ainda não era Di Montebranco. O nome artístico veio mais tarde, mas o apreço pela arte de atuar é de infância. Não teve vida fácil, mas sempre que podia, o garoto encontrava uma maneira de assistir os filmes que sempre gostou. Pulava as janelas de casa e, escondido, ia com os amigos ao cinema. Mazaropi, Zé do Caixão, Os Trapalhões, foram as primeiras descobertas. Infestado de piolhos – que tomavam conta da sala em que assistia aos filmes – retornava para casa e, assim, era pego pela mãe, Dona Francisca. Ator, diretor, dramaturgo e coordenador do Festival de Teatro de Campo Grande (Festcamp), Espedito é um multi-artista. Aprendeu por conta própria, nem que tivesse de prender vagalumes em um saco plástico para obter a iluminação necessária para as leituras noite adentro. Nessa época vivia em Presidente Médici, vilarejo de Rondônia, que em 1974 só tinha energia graças ao gerador movido a diesel. Nesses dias ainda era Espedito Pedro. Nasceu em Pernambuco, mas foi conquistado por Mato Grosso do Sul. Considera-se um cidadão do mundo e adora viajar, sempre buscando aperfeiçoar a arte que escolheu como profissão. “Trabalhei 20 anos como funcionário público, até perceber que não me sentia feliz. Decidi abandonar tudo e me dedicar ao teatro”, descreve. Fez boa escolha. Graças a ela apareceu nas telas que o fascinavam quando criança. “Cabeça a prêmio” e “Birdwatchers – Terra vermelha” foram as maiores produções, nas quais teve contato com atores como Matheus Nachtergaele e Alice Braga. “No cinema ou televisão, estou trabalhando para alguém. No teatro, tenho liberdade para me expressar, escrever o que penso e montar as coisas da forma que gosto”, afirma
Espedito. Em seus trabalhos, procura oferecer um olhar crítico sobre a realidade, mesmo quando faz comédia. Na verdade, segundo ele, consegue um efeito muito mais poderoso fazendo a plateia rir. “Depois da gargalhada, vem a pancada”, define. Já falou sobre prisões em “Temos vagas para sonhadores”; sobre família em “Socorro, minha casa é uma comédia”; sobre amor em “Amor por anexins”; e em “O Terceiro Quarto Amarelo ou Diário de um Homem So’Lo”, Espedito colocou em cena o próprio fazer teatral. A história de um ator frustrado fez com que alguns colegas de arte o criticassem duramente. Sem medo de oferecer a cara à tapa, Espedito trabalhou com um dos atores que admira. Ele fez um papel em “Murro em ponta de faca”, trabalho dirigido pelo gaúcho Paulo José. Com essa peça, viajou o Brasil em 2011, apresentando-se no Festival de Curitiba, um dos mais importantes do País, e no Rio de Janeiro. Reconhecendo que é preciso correr atrás das próprias metas, Espedito afirma – assim como um dos personagens que viveu – “sou uma empresa e não posso decretar minha falência”. O ator, neste mês, deixa de lado a encenação para ficar nos bastidores teatrais produzindo o 5º Festcamp, organizado em parceria com Anderson Lima e Marineide Cervigne. O festival será realizado entre 15 e 23 de outubro, reunindo 20 companhias de todo o Brasil em 26 apresentações em teatros, praças e ruas da cidade. “Fazemos este trabalho com 30% do que seria necessário, mas é um evento que está crescendo e ganhando visibilidade”, finaliza, consciente de que o principal na vida é fazê-la valer o ingresso.
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Por Thiago Andrade
Música O diabo bate à porta
Literatura super-herói O primeiro volume da trilogia do argentino Alan Pauls, “História do Pranto”, parte de digressões de um jovem que não conseguia chorar e vivia as tribulações do divórcio dos pais. A narrativa tem como pano de fundo o cenário político da década de 1970, mas a abordagem do autor é mais psicológica do que direta. A Cosac Naify acaba de lançar o segundo volume da trilogia escrita por Alan Pauls, por esse motivo indicamos esse trabalho genial lançado em 2008. Uma ótima introdução ao universo de um dos maiores escritores latinoamericanos vivos, também autor de “O Passado”, adaptado para os cinemas por Hector Babenco. Por R$ 45,00 no site (www. cosacnaify.com.br)
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Na contagem regressiva para um dos grandes festivais musicais do país, o Starts With You (SWU), vale a pena relembrar um dos álbuns clássicos do grupo norte-americano Black Rebel Motorcycle Club, que fecha a segunda noite do evento. “Howl”, lançado em 2005, marcou uma guinada na trajetória do trio. Canções mais densas e lentas, em vez de guitarras estridentes, e letras pessimistas marcam um dos trabalhos mais interessantes do rock produzido na última década. Imagine um encontro entre Johnny Cash, The Jesus and Mary Chain e a poesia beatnik de Allen Ginsberg. Mesmo reunindo referências tão imponentes, o grupo consegue encontrar voz própria e produzir um trabalho original. Por R$ 57,00 no site da Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br)
Cinema Tensão ininterrupta A fotografia acinzentada de “Escritor Fantasma”, de Roman Polanski, dá ao filme o ar opressor que contribui muito para a trama. Nela, um escritor fantasma (Ewan McGregor) é convidado a terminar a biografia de Adam Lang, polêmico primeiro-ministro da Inglaterra. À medida que o autor investiga a vida de Lang, descobre uma trama de intrigas que o deixa sem saber em quem acreditar. O filme foi produzido durante momento complicado na vida de Polanski, quando foi preso por uma acusação de abuso sexual cometida na década de 1970. Por R$ 31,00 no site da FNAC (www.fnac.com.br)
Escorpião, meu malvado favorito “Misterioso, desconfiado, bravo. São muitos os adjetivos que o acompanham” Por Thereza Christina Silva*
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á percebi que muitas pessoas ao perguntarem o signo da outra, e quando a resposta vem escorpião, geralmente, mudam o semblante; a fama de difícil persegue este signo sempre. Temido, misterioso, desconfiado, bravo, inflexível, malvado, fechado, são muitos os adjetivos que o acompanham, porém, nem todos fazem jus a sua personalidade. Regido por Plutão e corregido por Marte, este signo está ligado à transformação e, para que esta ocorra e seja verdadeira, é necessário um fim. Podem perceber que escorpião não costuma fazer vista grossa, para ele é ou não é -essa coisa de ficar no meio é mais para libra-, ele já gosta de definir as coisas, geralmente, optando por terminar. Depois, ele recomeça tudo de novo. Colar pedaços não é sua praia, vem daí a fama de inflexível. É um signo feminino, elemento água; os escorpianos são extremamente emocionais e passionais, desconfiadíssimos. Para eles, todos são culpados até que se prove a inocência. Esse tipo de atitude é porque são extremamente sensíveis, na verdade, eles têm uma fé imensa e acreditam que, se essa confiança for quebrada, serão destroçados. Então eles não dão espaço mesmo. Mas, uma vez conquistada a confiança de um escorpião, você terá alguém capaz de morrer por você, acredite, são de uma lealdade linda! Outra questão fundamental para o escorpião é a entrega, eles gostam de pessoas profundas, tem que olhar nos olhos e, se possível, entregar a alma. Por isso, os signos de ar acabam correndo dos escorpianos. Uma coisa impressionante nas pessoas deste signo, é a capacidade que eles têm para serem “detetives”, é como se possuíssem uma antena que desvenda as mazelas alheias, são mestres em adivinhar os “podres da galera”, e são mestres também
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em bastidores, sabem como ninguém se esconder. Costumam fazer um drama imenso de pequenas coisas, sempre quietinhos, nunca revelam, mas, se alguém tem qualquer atitude suspeita, eles já se afastam e, então, nunca mais. É assim para o escorpião e, se ele te atacar, tenha certeza de que foi para se defender. Quando estão certos de uma coisa, vão até o fim, sai de baixo, porque seu corregente, Marte, adora uma guerra. É aquele que vai direto à ferida e nas brigas vai pegar seu maior recalque e te jogar na cara, não se esqueça de que eles enxergam no escuro. São sensuais, misteriosos, amam cruelmente, defendem os seus como onça, possuem uma aura de mistério que acaba fascinando as pessoas, afinal de contas, eles nunca entregam o ouro e sabem como ninguém traçar estratégias. Se tem uma coisa que escorpião faz bem, é guardar tudo para depois de anos a fio jogar na sua cara; não esquecem nunca. Mas são adoráveis, tem uma cumplicidade absoluta e verdadeira, e essas qualidades positivas eles exercem com toda força do mundo. E, na boa? No fundo, eles gostam mesmo é de manter a fama de maus, porque sabem o quanto são frágeis. Chegar ao seu coração não é fácil, mas, uma vez lá, é para sempre.
Este mês dedico meu texto a minha mãe e Elba Helena Cardoso, duas escorpianas de carteirinha! Meu mundo é recheado deles.
*Thereza Christina Silva é jornalista, astróloga, taróloga e professora tutora Ead. E-mail: tecaemaju@hotmail.com Twitter: Teca2011 Blog: www.astroloteca.blogspot.com
“É. Eu me acostumo mas não amanso. Por Deus! eu me dou melhor com os bichos do que com gente. Quando vejo o meu cavalo livre e solto no prado - tenho vontade de encostar meu rosto no seu vigoroso e aveludado pescoço e contar-lhe a minha vida. E quando acaricio a cabeça de meu cão - sei que ele não exige que eu faça sentido ou me explique.”
Ilustração Efe de Queiroz
Clarice Lispector* em A hora da Estrela (1977).
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