Mood Life 8

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Decoração

Lifestyle

Gourmet

Viagem

Moda

Personalidade

Tecnologia

Consumo

EDIÇÃO Nº8 R$13,90

U m a r e v i s ta d o s e u m o d o

LifI

“Cabeça a Prêmio” marca a estrEia de

Gente ANGELO COMIN FERNANDO PIVA LEANDRO MARQUES MONIQUE MERLONI NAYARA BARBOSA RUY OHTAKE

MARCO

na direção de cinema e os detalhes desse longa-metragem rodado em ms estão aqui

It Bags

Símbolo de elegância e reflexo do estilo, elas são verdadeiros objetos de desejo

Quarto Mundo

Novidades para o cantinho mais querido da casa e os motivos que elegem nosso quarto um universo particular


nome da seção

2

TEXTO DE LEGENDA



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Decoração

Lifestyle

Gourmet

Viagem

Moda

Personalidade

Tecnologia

Consumo

52 IN THE MOOD FOR

QUARTO MUNDO O universo particular

que vive em nossos quartos é o ponto de partido para o Mood da edição. As novas tendências para ele se encontram na 10ª edição da Casapronta e os objetos de cabeceira que conferem personalidade ao nosso quarto

22 CAPA

Marco Ricca A estreia como diretor de cinema e os bastidores do seu filme “Cabeça a prêmio”

64 CASA E ESTILO

Uma das últimas tendências apontada pela mais recente edição da Casa Cor São Paulo revela um jeito integrado e contemporâneo de morar. O decorador Fernando Piva fala sobre seu estilo na decoração e uma das referências da arquitetura brasileira, Ruy Ohtake, conta sobre inspiração, trabalho e Oscar Niemeyer

30 MEU CANTO

A sala aconchegante e alternativa onde Monique Merloni recebe os amigos e medita 32 LOUNGE

A trajetória e as paixões do jovem empreendedor Angelo Comin 34 PORTRAIT

Um breve roteiro sobre Leandro Marques 36 EU SOU

O empenho de Nayara Barbosa para realizar os desejos das noivas 38 ETIQUETA CONTEMPORÂNEA

Conheça as boas maneiras que podem tornar o seu voo mais prazeroso

64 Nº 8 juLho 2010



índice

40

It BAGS

Um editorial onde a personagem central é levada a tiracolo

D

o tecnológico aos acessórios mais descolados se encontram em nossa seção MISTURA FINA (50). Em FEIRA HYPE (74) as novidades em decoração para colorir e dar personalidade a sua casa. Jorge Amado e exposição no museu MARCO conferem cultura à nossa ESTANTE DA MOOD (110) e a cobertura das melhoras festas em EVENTOS (114)

90 GOURMET

A trajetória de sucesso dos irmãos Eduardo Pegolo e Fábio Freitas, responsáveis pela franquia do Click Sushi Bar e Delivery em Campo Grande 92 Dica A alma a e a tradição de açougue fazem do Z Carniceria um bar e restaurante cheio de história 94 Receitas Algumas receitas de comidinhas simples e afetivas, que são a tentação de todos os paladares, sem exceções

96 EQUILÍBRIO Triatlo para a saúde e o bem-estar. Conheça todos os benefícios do morango, um potente aliado da saúde e outros produtos que prometem relaxamento 98 Perfil A trajetória e a credibilidade de Maria Lúcia Fialho e sua filha Fernanda, que administram as três unidades da Pharmacêutica

102 VIAGEM

Atacama de bike e outros

cinco roteiros imperdíveis pra explorar sobre duas rodas



editorial

mood ao nosso modo Há muitas maneiras de se traduzir e transmitir o que somos de forma não literal. Se nossas roupas e gestos refletem o nosso pensar e nossa postura no dia a dia, nossas casas também dizem muito sobre nós mesmos. Pensando nas particularidades de um dos cômodos mais queridos dela trazemos um caderno inspirado no universo que vive em nossos quartos. Nossa matéria de comportamento explica como fazemos dele um mundo à parte. Para mostrar as novidades desse cantinho onde a vida se completa, indicamos as tendências que a Mostra Casapronta Quartos revela. Também não deixamos de notar a forte presença dos lofts na recente 24ª edição da Casa Cor São Paulo. Se esse novo jeito integrado de morar está se tornando cada vez mais imperativo, fomos atrás de seus motivos. Alguns arquitetos responsáveis por projetos da Casa Cor apontam os porquês que os lofts se tornaram tão descolados e procurados nos dias atuais. Assim como os lofts tornaram sonho de consumo de muitos, há outro item a tiracolo que também o é. Um artigo sobre “It Bags” revela as razões de elas conferirem tamanho status às produções. Nesta edição também mostramos roteiros para fazer uma viagem ao seu modo, conversamos com um dos principais arquitetos brasileiros, Ruy Ohtake, e nossa matéria de capa revela a estreia do lado diretor de Marco Ricca, responsável pelo filme Cabeça a Prêmio, com cenas rodadas em Mato Grosso do Sul.

Marco Ricca fotografado por Elis Regina. Tratamento de imagem, Alexis Prappas

Foto: João Caldas / Divulgação

EXPEDIENTE REVISTA MOOD LIFE Diretores Responsáveis André Furquim andre@moodlife.com.br e Luis Pedro Scalise luis.pedro@moodlife.com.br Conselho Editorial Alexis Prappas, André Furquim, Carla Matsu, Eduardo Zeilmann, Luis Pedro Scalise e Melissa Tamaciro Redação Carla Matsu redacao@moodlife.com.br Jornalista Responsável Carla Matsu (DRT 543/MS) Revisão Lu Tanno Arte Eduardo Zeilmann arte@moodlife.com.br Editor de Imagem Alexis Prappas alexis@prappas.com.br Fotógrafos Alexis Prappas, Jean Vollkopf, Marcos Vollkopf e RODRIGO MARQUES Departamento Comercial atendimento@moodlife.com.br Alba Dalpasquale, Luciano Araújo e Rejane Moreira Para anunciar ligue (67) 3028-4377 Colaboraram nesta edição Texto ADRIANA ESTIVALET, LÚ BIGATTÃO e RENATO LIMA Foto Marcelo Buainain Diagramação e Tratamento de Imagem FAZ PUBLICIDADE Revista MOOD Life é uma publicação mensal da Furquim e Scalise Serviços Ltda-ME. Rua Bahia, 10- Centro. Campo Grande/MS CEP 79003-032. A Revista MOOD Life não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam no expediente não tem autorização para falar em nome da Revista MOOD Life ou a retirar qualquer tipo de material se não tiverem em seu poder uma carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste no Conselho Editorial. Impressão e Acabamento Idealiza Gráfica e Editora PONTOS DE VENDA Banca Criativa Av. Afonso Pena, 1.985. (67) 3321-0194 Banca Monte Líbano Rua Sebastião de Lima, 848. (67) 3382-4245 Banca Itanhangá Park Rua Chaadi Scaff, 31 (esq. com a Rua Joaquim Murtinho). (67) 3384-0316 Banca Pop Rua 13 de Maio, 2.459. (67) 3324-0655 Banca Progresso Rua Antônio Maria Coelho, 2390. (67) 3027-5685 Banca Shopping Campo Grande (67) 3326-7678 Letras Du Café Comper Zahran: Av. Eduardo Elias Zahran, 2478. (67) 3026-6119 Comper Jd. dos Estados: Rua Ceará, 1553. (67) 3028-5485 Comper Ypê: Av. Mascarenha de Moraes, 2470. (67) 3356-6121 Pão e Tal Rua Euclides da Cunha, 595. (67) 3382-5344 Time Revistas Jornais e Livros Rua 14 de Julho, 1.419. (67) 3382-0204

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convidados e colaboradores

mood ao modo deles alexis prappas Fotógrafo desde 1994, Alexis é do olhar criterioso e da finalização meticulosa das imagens que produz. Seu trabalho começa em 1994 quando atua com os retratos em preto e branco, revelando ele mesmo todo seu trabalho em filme. Pioneiro em fotografia digital em Mato Grosso do Sul, sempre está atualizado, unindo a técnica e desenvolvimento conceitual aos preceitos clássicos herdados da época do filme. Na revista MOOD, é de seu olhar grande parte das fotos que compõem nossas páginas. rodrigo marques Apesar de jovem, Rodrigo já tem uma trajetória longa com a fotografia. Há nove anos, começou como assistente de fotografia no Studio Marcos Vollkopf, lugar que lhe deu a experiência, tato e o olhar para a profissão escolhida. Fotógrafo, videomaker e editor, ele faz cobertura fotográfica das festas e dos eventos na revista. renato lima Um jovem jornalista com currículo versátil e ousado. Encarou Nova Iorque sozinho, onde morou e se engajou em uma ONG internacional. Aqui já trabalhou em televisão, jornalismo on-line, impresso e atualmente integra a equipe de assessoria de imprensa da agência de comunicação Contexto Mídia.

Fotos: Alexis Prappas (autorretrato), Rodrigo Marques (Diego Vollkopf) , Renato Lima (Alexis Prappas)

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comentários e sugestões

O apresentador e empresário José Marques e o estilo de vida da advogada Jane Resina, ambos clicados pelo fotógrafo Alexis Prappas, e ambiente da Casa Cor SP 2010

Erramos. Na matéria “Lúdico Feminino” (edição número 7, páginas 58 e 59) as legendas das fotos foram trocadas

mood ao seu modo Finalmente tive tempo de parar e ler a última edição da Revista Mood Life. Mais uma vez impecável, linda e cheia de conteúdo. Gil Saldanha A Mood Life é verdadeiramente uma revista de sucesso e credibilidade. Escrevi um artigo na edição de maio e a repercussão está sendo fantástica até hoje. Fico muito feliz e honrado por ter contribuído com este veículo de comunicação super bem qualificado. Obrigado pelo carinho de todos. Estevon Molica Neto Recebemos a Mood Life deste mês e queremos agradecer as matérias/notas com nossos clientes– Marton, Bobinex, Estúdio Glória e Rosenbaum. Ficou ótimo! Todos aqui gostaram muito! Livia Esteves e Juliana Almeida

CONTATO Quer deixar a MOOD do seu MODO? Faça comentários e sugestões. Tel: (67) 3028-4377, de 2ª a 6ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h.

editor@moodlife.com.br www.twitter.com/revistamoodlife

www.moodlife.com.br 16


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O LHAR PEREGRIN O

MAR CELO BUAIN A IN

Documentarista, assim se define Marcelo, empresta seu olhar sensĂ­vel para registrar os fatos seja em foto ou vĂ­deo. Desde maio deste ano, abre seus arquivos para os leitores da MOOD. Para saber mais sobre o seu trabalo acesse www.buainain.com.br ou mande e-mail netbuainain@gmail.com 20


ÍCONE SARAMAGO

O

ponto de partida é Lisboa, cidade onde vivi boa parte da década de 90. Nesse período, como fotógrafo freelancer, colaborava para inúmeras publicações brasileiras e européias, essencialmente produzindo portrait de anônimos e celebridades. Neste período, uma certa insatisfação com os clichês fotográficos agregada à minha natureza inquieta em busca de novos desafios levou-me a idealizar o projeto CARAS E PESSOAS, cuja proposta era retratar personalidades portuguesas sob duas óticas: uma face que espelhasse o normal e a outra, a exemplo da famosa fotografia de Albert Einstein, o insólito, o inusitado.

O drama humano narrado no livro Ensaio sobre a Cegueira, de autoria do Prêmio Nobel José Saramago, inspirou-me a produzir uma série de retratos com ênfase nos olhos do escritor português. É fato que este exercício de brincar com a visão do Nobel para mim não se tratou de uma experiência inédita, na década de 80, durante uma sessão fotográfica com o poeta brasileiro Manoel de Barros, em alusão à sua figura reservada e avessa à fotografia, servi-me de um caracol para vedar os seus olhos. Quando o assunto é retrato, acredito que além da técnica e criatividade seja necessário uma perfeita simbiose entre o fotógrafo e o seu personagem. Em se tratando do Nobel Saramago, nada foi as cegas, a sessão aconteceu com cumplicidade e sem perda da acuidade visual.

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CAPA

Alice Braga e o diretor Marco Ricca nos bastidores de “Cabeça a Premio”

Um diretor nada


“Cabeça a prêmio”, primeiro longa de Marco Ricca na direção, estreia nacionalmente e revela uma trama tensa com cenário em Mato Grosso do Sul Por Carla Matsu

estreante 23


CAPA

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Fotos: Otรกvio Muller, Fulvio Stefanini, Eduardo Moscovis e Via Negromonte (Elis Regina) Alice Braga e Cassio Gabus Mendes (Priscila Prade)


Se

a vida é feita de uma sucessão de desafios, Marco Ricca decidiu não ficar acomodado a somente um deles. Começou com o teatro ainda na adolescência, foi office-boy, formou-se em História, deu aulas como professor substituto e até firmou o equilíbrio das mãos nas bandejas quando fazia uns bicos de garçom. Do teatro à teledramaturgia brasileira, Ricca também refletiu seu rosto, voz e interpretações nas grandes telas. Inquieto, é, sem dúvida, um curioso nato. Ao todo, já são mais de 20 anos de carreira e bons saldos positivos. Atuou em cerca de trinta peças de teatro, assim como o mesmo número de filmes. Entre eles o premiado “O Invasor” e “Crime Delicado”, ambos do cultuado diretor Beto Brant. Em o “Casamento de Romeu e Julieta”, ao lado de Luana Piovani, conquistou o carisma que as comédias imprimem aos personagens. E com “Renascer”, novela de sua estréia, Marco Ricca saía definitivamente do anonimato. Do relacionamento bem-sucedido com a interpretação, Marco passou a flertar com algo próximo: a direção das grandes cenas. Primeiro vieram os palcos, as luzes e as cortinas- dirigiu diversas peças de teatro, sendo a mais recente “A Grande Volta”, com Rodri-

go Lombardi e Fúlvio Stefanini no elenco, em cartaz em São Paulo. E assim como o teatro, o cinema também despertou o interesse a partir dos bastidores. Co-produziu quatro longas e foi roteirista de “Crime Delicado”, o qual também protagonizou. Nessa trajetória era mais do que natural que Marco Ricca centrasse os olhos, ouvidos e atenção para atrás das câmeras e foi o que aconteceu. “Cabeça a Prêmio” é seu filme de estréia na direção. Já apresentado em alguns festivais no Brasil e mundo afora, entre eles Festival do Rio, Mostra Internacional de Cinema e Festival de Cinema de NY, “Cabeça a Prêmio”, baseado no livro homônimo de Marçal Aquino, colheu as boas opiniões da crítica e do público. Mas apesar de ser seu filme de estreia, “Cabeça a Prêmio” não soa nem de longe um filme de um diretor estreante. Tensão Filmado no final de 2008, a obra revela histórias que se cruzam numa paisagem desoladora de fronteira: fim da linha entre o Brasil, Paraguai e a Bolívia, cenário para personagens desgarrados que vivem vertiginosamente suas vidas. Com um elenco de peso para dar vida a papéis densos, entre eles Fúlvio Stefanini, Alice Braga,

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capa

Pergunta-se ao diretor Marco Ricca fala sobre a experiência na direção e a sensação de filmar no Mato Grosso do Sul

“Acho Campo Grande uma cidade inusitada. E tem uma luz muito especial. A questão da fotografia, da luz, da luminosidade.”

Foto: João Caldas / Divulgação


Como foi a experiência na direção de um longa? Deu bastante trabalho. Foram dois anos e meio produzindo o filme e ainda estou nele, concentrado nessa parte de divulgação. Foi sensacional, muito gratificante. Acho que na verdade o meu trabalho de direção é uma extensão do meu trabalho de ator. Fiz isso no teatro. Foi meio que natural porque enquanto ator você não quer só atuar, você quer fazer a coisa como um todo, contar a história inteira. Eu já vinha me envolvendo muito nos filmes que eu tenho feito, mesmo como ator, mas interferindo. Como foi o “Crime Delicado”, onde protagonizei e foi um grande aprendizado. Chega uma hora que isso ia acabar acontecendo. Como foi rodar grande parte das cenas no MS? Acho Campo Grande uma cidade inusitada. E tem uma luz muito especial. A questão da fotografia, da luz, da luminosidade. E quando decidi que era aí que ia fazer o filme eu pesquisei muito sobre o estado e há certas particularidades de Mato Grosso do Sul que acabaram entrando no filme. É um filme de muito orgulho. Um pouco da ideia de fazer o filme no Centro-Oeste foi exatamente por querer fomentar a região. E foi uma paixão pelo lugar, espero fazer muita coisa por aí mais para frente. E quanto ao próximo projeto para o cinema, tem algo em mente? Eu tenho, mas ainda não estou divulgando porque agora estou muito concentrado no lançamento do filme. Estou numa novela (Ti ti ti), e mesmo que o filme tenha terminado ele dá ainda trabalho. E o que há na direção de “Cabeça a prêmio” que define sua identidade como diretor? Acho que a força das interpretações. O trabalho dos atores. É o que mais gosto de ver num filme. E considero o elenco a verdadeira CABEÇA deste filme. Se fizer outros filmes, espero conseguir esse mesmo resultado.

Otavio Muller, Cássio Gabus Mendes e Eduardo Moscovis, Ricca consegue um ritmo acelerado e grandes atuações para um drama familiar bem costurado. Baseado em livro de Marçal Aquino, Ricca assina o roteiro com Felipe Braga e com a colaboração do próprio autor. “Conheço o Marçal há muito tempo. Além de ser um grande amigo é dos maiores escritores que conheço. Tive a oportunidade de fazer “O Invasor” com direção de Beto Brant, e “Crime Delicado”, onde fiz o roteiro em parceria com Marçal. Quando “Cabeça a Prêmio” foi lançado, pensei em fazer um dos personagens. Depois de muito tempo, acabou decidindo adaptar e dirigir a obra, conta Ricca sobre seu encontro e decisão de levar a literatura de Marçal ao seu cinema. Quando pergunto o porquê das obras de Aquino serem constantemente adaptadas às telas, Ricca dá os créditos devidos: “os romances, contos e novelas dele flertam de uma forma brilhante com o cinema pois são histórias bem urdidas, com personagens fortes e bem desenvolvidos. Ele é um mestre na ação, sua literatura é feita de frase curtas, privilegiando o humano, sem rodeios, nem psicologismos”. Passado na fronteira do país, o longa retrata a história da família Menezes, onde os irmãos Miro (Fúlvio) e Abílio (Muller) são prósperos pecuaristas do Centro-Oeste brasileiro, que também controlam uma pequena rede de negócios ilícitos. O cenário muda e uma série de desentendimentos vão desconstruindo os protagonistas quando Eliane (Alice Braga) se envolve com o piloto de avião da fazenda Denis (Daniel Hendler) e fogem juntos. Brito e Albano, os dois seguranças-matadores, interpretados por Eduardo Moscovis e Cássio Gabus Mendes, passam a perseguir o casal a mando da família. Se num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra, como dizia Caio Fernando Abreu, no filme de Ricca, almas desérticas vão se encontrando e costuram a atmosfera tensa que envolve todo o longa. Apesar dessa tensão, é visível a liberdade que os atores tiveram para dar convicção a cada personagem. Como ator, o lado diretor de Ricca também ajudou na direção: “O elenco foi parceiro, são todos atores criadores, que compraram a ideia do filme desde o começo. A experiência de dirigi-los foi maravilhosa, pois além de talentosos, são todos meus grandes amigos”, conta Ricca.

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CAPA

“É uma história que poderia ser filmada em qualquer lugar, mas hoje tenho certeza que foi um dos maiores acertos do filme narrar essa história no Mato Grosso do Sul”.

A estreia nacional do filme acontece dia 20 de agosto e Campo Grande também será palco de uma pré-estreia especial.

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Dos lados de cá Para quem nasceu, cresceu ou pelo menos passou atentamente pelas bandas de Mato Grosso do Sul, vê que há em “Cabeça a prêmio” um cenário bem familiar. A maior parte das cenas do filme foi rodada em Campo Grande, Corumbá, Sidrolândia, Bonito e Bolívia, assim como Paulínia, município do interior de São Paulo. Da mesma forma que há paisagens que fazem parte do nosso cotidiano, há no filme rostos também conhecidos, como o do rei da pornochanchada, David Cardoso. Marco Ricca, inclusive, selecionou outros atores e profissionais locais para compor o filme.

Com uma bela fotografia assinada por José Roberto Eliezer, o mesmo de “Encarnação do Demônio”, as paisagens de um cenário árido ganharam nuances que enriqueceram a plasticidade do filme. Sobre a decisão de rodar boa parte do filme aqui, Ricca foi coerente ao querer retratar a literatura de Marçal em terras sul-matogrossenses. “É uma história que poderia ser filmada em qualquer lugar, mas hoje tenho certeza que foi um dos maiores acertos do filme narrar essa história no Mato Grosso do Sul”.

Foto: Elis Regina / Divulgação



MEU CANTO

Alma de artista MONIQUE MERLONE DESCOBRIU QUE SE SENTE BEM CERCADA POR ARTE, ENTÃO RESOLVEU TRANSFORMAR SUA CASA EM UMA GALERIA PARTICULAR Por Renato Lima Foto alexis prappas

Um

lugar onde se encontra paz e energia para receber os amigos e meditar. Esse é o canto que a artista plástica Monique Merlone chama de “meu”. Uma sala aconchegante e “alternativa”, como ela mesma descreve é o ambiente mais democrático da casa e onde ela passa grande parte do dia quando não está no seu ateliê criando. Nas paredes, um festival de quadros entre os móveis rústicos e muitas cores dá um tom cenográfico à sala, típica de uma artista plástica. Atualmente se expressando mais através do acrílico e colagem, Monique já se divertiu por diversas técnicas desde que começou a pintar, aos sete anos. Terceira geração de artistas plásticos traz no sangue e na alma a sensibilidade herdada do pai e incentivada pelo avô, dois grandes mestres das tintas. Quando não está pintando, Monique divide seu tempo na presidência da Associação dos Artistas Plásticos Profissionais de Mato Grosso do Sul e como arte educadora e arte terapeuta no Centro de Convivência do Idoso Vovó Ziza.

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Nascida e criada no Rio de Janeiro trouxe para Campo Grande dois ícones que a acompanham ao longo da carreira, os peixes e a água. O abstrato também já foi abordado por Monique, assim como a religiosidade nas versões: deuses indianos e santos católicos, evidenciando toda a versatilidade da artista. Cristã de batismo e budista por opção há 10 anos, Monique segue os princípios tibetanos de Dalai Lama, como a meditação diária e aposta na espiritualidade como fonte de inspiração. “Eu gosto de preparar um ambiente para pintar meus quadros. Ouvir mantras, acender incenso em um ambiente de serenidade ajuda muito a fluir a criatividade”, confessa.



lounge


Angelo Comin UM EMPREENDEDOR NOS NEGÓCIOS E NAS AMIZADES Por Renato Lima Foto alexis prappas

O

jeitão despojado denuncia. Angelo é a definição do “gente boa”. Esse sul-mato-grossense de 26 anos coleciona amigos que cultiva desde os tempos de escola, e não são poucos. A casa sempre cheia mostra que ele não tem receio de compartilhar sua intimidade. Aliás, receber os amigos é uma de suas especialidades. “Eu gosto de estar perto das pessoas que amo, quando eles não vêm aqui, eu vou até eles, mas estamos sempre juntos, no tereré, nas baladas, viagens, amizade pra mim é uma grande terapia”, comenta como um típico “outgoing”. Essa consciência de vínculo veio da família. Filho de gaúchos, Angelo recebeu uma criação tradicional com valores bem arraigados. Único filho homem, mesmo sendo o do meio, foi criado para cuidar das irmãs e trilhar os caminhos do pai. Angelo não se aproveitou da posição de herdeiro para criar atalhos em sua carreira. Filho de um grande empresário do setor da engenharia, começou a trabalhar aos 15 anos na empresa do pai no setor de manutenção de equipamentos. De lá pra cá foi muito trabalho galgando cada degrau até ocupar hoje uma cadeira no conselho deliberativo das empresas como assessor da diretoria. Formado em administração no modelo Harvard da Trevisan Escola de Negócios, em São Paulo, Angelo Comin se prepara para alçar voos ainda mais altos. Em breve lançará um negócio próprio e sente-se preparado para assumir a presidência antes dos 30 anos. “Meu pai sempre me ensinou a conquistar tudo com esforço. Há alguns anos já venho me dedicando integralmente ao trabalho. De segunda à sexta na empresa e nos fins de semana cuidando dos negócios nas fazendas. Então hoje me sinto preparado para assumir meu próprio negócio”, comenta.

Segurança que também veio de uma experiência internacional. Diante da crise financeira que abalava o mundo, Angelo decidiu ir para o olho do furacão. Mudou-se para a Califórnia, Estados Unidos, onde observou de perto como as grandes companhias lidavam com a crise econômica. “Foi uma experiência muito produtiva e marcante. Meu pai sempre me incentivou a não ficar no comodismo e buscar desafios. É isto que estou fazendo”. Sobre o novo projeto, Angelo prefere fazer surpresa. “Todos os meus projetos e até mesmo os relacionamentos, não gosto de comentar antes de estar bem estruturado”, justifica. Apesar do perfil empreendedor, da bagagem profissional e da rotina de executivo, ainda sobra um pouco de tempo para ele se dedicar ao seu hobby, a velocidade. Apaixonado por motores, já teve várias motos, corre de kart, entende de lancha e ainda coleciona miniaturas de carros e motos. Como ele dá conta de tudo isso com tão pouca idade? “Sou um camaleão”, revela. O segredo do empreendedorismo de Angelo é ser adaptativo, ou social, como ele mesmo enfatiza. “É preciso ser social e sociável, com qualquer pessoa, em qualquer lugar e em todos os momentos”.

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PORTRAIT

Estilo de vida: Interessante, engraçado e criativo. Idade: 25 com barba, 20 sem. Três Paixões: Me divertir, descobrir e me expressar. O Melhor de São Paulo: Acesso a tudo. (do melhor ao pior). Democracia! O melhor de Campo Grande: Meu colo. O que te move: A curiosidade. Já deixou pegadas em: Na Amazônia, ano passado. Passei por cidades do Acre, Amazonas e Pará e conheci a fundo sua cultura. Foi uma das minhas experiências mais fascinantes. Para fazer sozinho: Escrever. Para fazer com alguém especial: Quatro paredes. Para fazer no coletivo: Mesa de bar.

Leandro Miguel Marques Para ele a vida é um longa-metragem sem direito a cortes. Desde muito jovem decidiu escrever o próprio roteiro. Hoje morando em São Paulo, faz pósgraduação em cinema na Faap e já comemora sua participação no filme Cabeça a Prêmio, dirigido por Marco Ricca, que chega às telonas no próximo mês. por RENATO LIMA

foto alexis prappas

Inspirações: Suzana Amaral, Marco Ricca, Jorge Furtado, Orson Welles, Tarantino, Almodóvar, Jean-Marc Vallée, Fúlvio Stefanini, Daniel Hendler, Fátima Toledo, minha mãe. Qual roteiro te gruda na poltrona: O meu! Ainda estou escrevendo, é minha monografia e está literalmente me grudando na poltrona, mas da escrivaninha! Cabeça a Prêmio na sua vida: É um longa-metragem no currículo! Sou terceiro assistente de direção do filme e hoje, me especializando em Cinema, vejo como foi valiosa essa experiência. Ter contato e acesso direto a grandes nomes do cinema nacional e internacional, aprendendo com cada um deles foi genial. O cinema brasileiro hoje: Extremamente promissor, principalmente para nós, roteiristas. É quase unânime entre os grandes cineastas a opinião sobre a falta de mão-de-obra qualificada nesta área. Um filãozinho. MS como cenário de filme nacional: Original, acho o Mato Grosso do Sul afrodisíaco. Nossa terra é quente, selvagem por natureza, de cores fortes, locações surpreendentes, um céu incrível e cultura quase que intocada. Nosso valor é indiscutível, só precisamos que enxerguem melhor nosso potencial. Filme que ninguém pode morrer sem assistir: C.R.A.Z.Y. Loucos de Amor, de Jean-Marc Vallée. É magnífico! Daqui pra frente: Visibilidade! Quero trabalhar muito e mostrar meu trabalho.

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eu sou

Nayara Barbosa

O empenho da empresária para realizar os desejos das noivas por lú bigattão

foto alexis prappas

B

atalhadora, dedicada, alegre, assim Nayara Barbosa se define. Formada em Administração e Gestão de Eventos, trabalhou durante muitos anos em uma empresa multinacional. Mas aos poucos, a sua paixão começou tomar conta de sua vida- vestir as noivas para o grande dia. No início, atendia as clientes na organização do casamento, até que decidiu comprar um atelier que confeccionava vestidos para noivas. Ela e a sócia, Tânia Maria, o transformaram no Vis-a-Vis. Já são três anos e meio à frente da empresa, que cresceu e se consolidou. Hoje já são duas lojas- em uma atende as noivas e as damas, e na outra ficam os trajes masculinos, para padrinhos, pais, noivos. A receita do sucesso está na qualidade e seriedade com que encaram o trabalho, acredita Nayara e sabe que ainda tem muito caminho para ser trilhado. ”Estamos começando, acho que três anos e meio é pouco tempo para se conseguir excelência”, reconhece, sonhando que um dia os filhos possam ter orgulho em assumir o empreendimento. A empresária trabalha sempre com alegria, mas confessa que passa por alguns momentos de tensão. Embora seja responsável pela parte administrativa, acaba tendo contato com as noivas. Chega a conviver com algumas clientes por cerca de um ano. “Da escolhas dos tecidos, prova do forro, decidirem se o vestido vai ter renda, cetim... esse passo a passo com a noiva é longo. É prazeroso, mas exige paciência e atenção para conseguirmos atender a expectativa das clientes”, declara Nayara, afirmando que o vestido não é apenas uma roupa, mas a realização de um sonho. O desafio é captar os anseios e transformá-los em realidade.

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Apesar das profundas transformações que aconteceram na vida das mulheres, o sonho do casamento não acabou. “Nos preparamos a vida inteira para este momento”, assegura quem entende do assunto. E por mais diferente que a noiva seja, na hora de escolher o vestido, acaba optando pelos modelos mais tradicionais, o inusitado aparece apenas em pequenos detalhes. Nayara não abre não de seus momentos de lazer. Faz academia, hipismo e gosta principalmente de ficar em casa com a família- o marido e seus três filhos de 17, 14 e 9 anos. “Cada um em uma fase diferente da vida e quando conseguimos reunir todos em torno de um programa é uma delicia”, comemora. Em julho, ela se prepara para a terceira edição do desfile que apresenta a nova coleção 2010 de trajes para festa e dos tão aguardos vestidos de noivas. Segundo ela, o desfile é uma pequena mostra da coleção que vai para a loja que é representante exclusiva do estilista Enzoani. Mas já no evento, que acontece no Yotedy, dia 29, as futuras noivas podem vislumbrar os modelos e os detalhes com que tanto sonham para o esperado dia.



etiqueta contemporânea / POR ADRIANA ESTIVALET*

Etiqueta a bordo do avião “Sua atitude diante do outro fará toda a diferença para que a sua viagem seja uma experiência repleta de boas lembranças.”

Ao

viajar não deixe as boas maneiras em casa. Nos períodos de alta temporada é comum que alguma coisa saia fora do planejado, e a grande quantidade de pessoas nos aeroportos e aeronaves pode tornar seu roteiro um pesadelo. Então, sua atitude diante do outro fará toda a diferença para que a sua viagem seja uma experiência repleta de boas lembranças. Para isso, aqui vão algumas dicas que podem tornar o seu voo muito mais prazeroso. Se acontecer do seu voo atrasar, seu estresse não vai fazer com que isso mude tão pouco discutir com os atendentes da companhia aérea. Eles não têm culpa, o problema está na malha aérea. É muito deselegante ver pessoas gritando e gesticulando no balcão. Relaxe, vá até uma livraria do aeroporto ou beber algo e se achar que está sendo lesado pelo atraso, faça uma reclamação formal ao órgão competente. Dentro do avião acontecem as maiores bizarrices em termos de comportamento. O lugar é apertado e cheio de gente, terreno fácil para que aconteçam situações desagradáveis. Veja algumas dicas de como ser um passageiro elegante:

• Não se espalhe na poltrona, mantenha braços e pernas juntos para não incomodar quem está ao lado.

• Ao reclinar sua cadeira, lembre-se que pode ter um passageiro atrás de você com copo, notebook... dê uma olhada para não pega-lo desprevenido. • Seja rápido ao guardar sua bagagem de mão e não fique levantando toda hora para abrir o bagageiro e pegar algo, principalmente se estiver sentado na janela ou no meio. • Evite ficar passeando pelo corredor. • Evite falar alto ou conversar com um amigo que não esteja próximo, ninguém é obrigado a ouvir sua conversa e pode atrapalhar quem quer descansar.

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• Respeite os avisos de uso do celular, eles foram feitos para sua segurança.

• Não demore demais no banheiro e deixe-o em bom estado. • Junte o seu lixo e entregue à comissária quando ela estiver recolhendo.

• Jamais se exceda na bebida alcoólica durante o voo. • Ao levantar para sair do avião, mesmo que esteja com pressa, tenha calma: sair atropelando todo mundo é muito grosseiro. Dê passagem principalmente para idosos, mulheres grávidas ou com crianças. Algumas situações também incomodam bastante, como por exemplo, crianças que ficam gritando ou chutando a sua poltrona. Chame a comissária e peça que ela intervenha junto aos pais, se não funcionar, mude de assento se possível. Se o seu companheiro de poltrona não para de falar e você não está a fim de conversar, puxe uma revista e se mostre concentrado. Caso isso não funcione, seja sincero: diga que você está adorando a conversa mais gostaria de descansar um pouco. Viajar nos proporciona a experiência não só de conhecer lugares, mas pessoas também, e no trajeto temos que lidar com seres humanos que não conhecemos, pessoas de cultura, hábitos e educação diferentes, por isso fazendo a nossa parte independente do outro torna tudo mais agradável.

* Adriana Estivalet é consultora de estilo e imagem

Foto Alexis Prappas



Bolsas

estilo

Uma seleção para você carregar o seu universo particular por adriana estivalet

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fotos alexis prappas


Look total Le lis Blanc


estilo

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Na foto acima, BOLSA Moschino para Rose Fashion Camisa e calça de alfaiataria Le Lis Blanc, anel e brincos em safira e brilhantes Angela Pacheco Jóias, óculos Balenciaga na Joiarte Na página da esquerda, BOLSA Lenny e Cia na Brunna Boutique Blusa e calça Le Lis Blanc, óculos com aplicação de pérolas e brilhantes Marc Jacobs e relógio Michael Kors na Joiarte, brincos e anel Angela Pacheco Jóias 43


estilo


PASTA Vitor Hugo Palet贸-colete e saia l谩pis Le Lis Blanc,rel贸gio Michael Kors na Joiarte, colares e anel Angela Pacheco J贸ias, scarpin My Shoes 45


estilo

Na foto acima, BOLSA Mont Blanc na Lívari Joalheiros Vestido e casaqueto Le Lis Blanc, brincos e anel Fause Haten para Angela Pacheco Jóias Na página da direita, CLUTCH Dania Reiter na Celina Merem Vestido Barbara Bela, sandália / Alexandre Birman na Celina Merem, brincos e anel Angela Pacheco Jóias 46


AGRADECIMENTOS Angela Pacheco Jóias (67) 9963-6263. Brunna Boutique (67) 3326-5084. Celina Merem (67) 3321-3463. Joiarte (67) 3317-1159. Le lis Blanc (67) 3326-1882. Lívari Joalheiros (67) 3326-1006. My Shoes (67) 3043-5699. Rose Fashion (67) 3314-4131. Vitor Hugo (67) 3326-1172. Trattoria Zafferano (67) 3026-4565 e Floricultura Reunidas (67) 3321-0300

FOTOS Alexis Prappas MODELO Raiza (Arena Models) PRODUÇÃO EXECUTIVA André Furquim PRODUÇÃO DE MODA Adriana Estivalet MAKE AND HAIR Claudir Fernandes


estilo / POR ADRIANA ESTIVALET*

it Bags

Símbolo de elegância e reflexo do estilo, elas são verdadeiros objetos de desejo

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ara muitas mulheres a bolsa não é somente um acessório de moda, mas um estilo de vida, um verdadeiro símbolo da sua personalidade. A relação entre as mulheres e suas bolsas é algo íntimo, pois são nelas que carregam o seu universo particular. Há algum tempo as bolsas tornaram-se símbolo de status e verdadeiras joias à tiracolo. Quem já não ouviu falar na expressão “it bag” usada no mundo fashion para designar àquelas bolsas grifadas internacionalmente, essas que viraram objeto de desejo no mundo inteiro pelas mulheres. Uma bolsa pode ser “it” por uma temporada ou eterna. Mas para que ela alcance esse patamar, além de ter estrondoso sucesso, precisa permanecer como objeto de desejo por pelo menos dez anos após o seu lançamento, aí sim, podemos dizer que ela tornou-se um clássico, um ícone da moda.

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Saber as peculiaridades e o real significado de uma peça, talvez possa esclarecer o motivo pelo qual são tão caras. E entendendo toda a história, processo de fabricação aliado ao seu gosto pessoal, a tendência é a valorização de certas escolhas. Investir em luxo de forma consciente e não apenas por desejo é a melhor forma de adquirir uma peça. Conheça algumas curiosidades das bolsas clássicas mais desejadas no mundo inteiro:

SPEEDY [acima] Em dimensões maiores, originalmente era uma mala de viagem que recebia o nome “Express”. Com o passar do tempo ganhou versões menores e passou a se chamar Sppedy Louis Vuitton. Na década de 60, à pedido da atriz Audrey Hepburn, foi criado o modelo Speedy 25 que é o tamanho mais comercializado da marca.

BIRKIN Criada nos anos 80 pela grife Hermès, em homenagem à cantora, modelo e atriz Jane Birkin, é feita completamente à mão num trabalho que pode levar de três dias a duas semanas para ser completado. Produto top de linha da Hermés, a bolsa é feita com apenas um corte de couro, que não pode conter nenhuma imperfeição. De pele de bezerro, couro natural ou de avestruz é internamente forrada com couro da exata cor da parte exterior e costurada com linha tratada com cera de abelha. Como uma obra de arte, toda bolsa leva um código com o nome do artesão que a produziu, o ano e o ateliê. Mas para quem as deseja comprar é preciso entrar em uma lista de espera. Os modelos mais caros são vendidos sob encomenda e podem levar até dois anos para serem entregues ao comprador.


JACKIE Lançada em meados dos anos 50 pela Gucci, ela tinha admiradoras, mas a sua fã mais poderosa era, sem dúvida, a ex-primeira dama americana Jacqueline Kennedy Onassis, que sempre era vista com a peça e por isso passou a se chamar Jackie Bag. O modelo pode ser confeccionado em couro de carneiro, pônei, antílope e camurça ou com a lona estampada com o inconfundível monograma GG. Os artesãos costuram cada modelo manualmente, o que pode levar até 12 horas para ser produzido.

DICAS AO ADQUIRIR BOLSAS • O primeiro questionamento a ser feito é: Que tipo de mulher você é? Tradicional, moderna, sexy, romântica, esportiva, criativa, sofisticada... Porque uma bolsa irá transmitir o seu estilo, ou seja, sua personalidade. Mulheres mais assertivas geralmente gostam de bolsas estruturadas, retas e com metais, as mais delicadas gostam de bolsas arredondadas e couros macios, a mulher sexy adora uma bolsa pequena de mão para não ofuscar sua silhueta. Com certeza haverá uma que transmite a sutileza do seu estilo. • Uma das coisas mais importantes a serem observadas é a proporção da bolsa em relação ao corpo: Quem é pequena e fininha ficará melhor com bolsas menores, e quem é alta e possui ossatura grande ficará muito bem com bolsas maiores.

CHANEL 2.55

LADYDIOR

Foi criada por Coco Chanel em fevereiro de 1955, daí seu nome Chanel 2.55. Foi revolucionária, pois era a primeira bolsa de ombro com uma corrente dourada a tira colo. Com processo de fabricação que passa por 180 etapas, seu acolchoado do matelassê também é um processo secreto, único e impossível de copiar. São utilizados 60 moldes diferentes na sua fabricação e os triângulos da aba e da bolsa, na frente e atrás, casam de forma absolutamente simétrica. A parte interna da bolsa possui vários compartimentos, cabe ao flap (aba) um compartimento secreto que, segundo mademoiselle Chanel, serve para esconder dinheiro ou cartas de amor.

Em ocasião da visita de Lady Di a Paris na década de 90, a então primeira dama, Bernadette Chirac ligou para a Maison Dior pedindo um conselho sobre qual presente dar para a princesa, o então estilista da marca, Gianfranco Ferré, sugeriu o modelo, e posteriormente rebatizou-o de Lady Dior, em uma justa homenagem à princesa mais admirada dos últimos tempos.

Fotos: Alexis Prappas (Ladydior, Birkin, Chanel 2.55). Divulgação (Jackie e Speedy). Fonte de pesquisa: Telegraph

• E a cor? Sempre é uma dúvida na hora de escolher. Em tons neutros ou coloridas? Isso é relativo: as cores neutras são mais fáceis de coordenar com as roupas, porém o visual pode ficar monótono, já as coloridas podem agregar um toque especial ao look, mas não combinam com tudo. • Esses são alguns caminhos para se escolher uma bolsa, mas na verdade essa escolha tem muito a ver com sua personalidade e estilo de vida.

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MISTURA FINA (consumo + estilo + tendências + TECNOLOGIA) Por CARLA MATSU

Cinema em casa

Com design arrojado, o novo modelo de Home Theater da LG (HT304SL) traz caixas acústicas ovais tipo parábola, que proporcionam uma melhor propagação do som graças ao formato arredondado- que dificulta a dispersão das ondas sonoras. O aparelho também traz função USB Recording, permitindo assim a gravação, em MP3, de músicas de um CD ou emissora de rádio para um pen drive. Sua função VSM (Virtual Sound Matrix) simula 10.1 canais, produzindo sons mais reais. www.submarino.com.br

Perfume premiado

Se os melhores perfumes residem nos menores frascos, a fragrância que leva o nome de Isabela Capeto honra tal máxima. Com referência à Toy Art, sua embalagem ganhou, inclusive, dois prêmios da ABRE Design por melhor embalagem para perfume e melhor design. A fragrância feminina e exótica é resultado da parceria entre a Phebo e a perfumista Carmita, que, a pedido de Isabela, desenvolveram um perfume de suave expressividade. Onde: Santa Graça Casa Rua Espírito Santo, 281. Tel. (67)3026-6605

Urban Ears

Com cores que se sobressaem no mais tímido dos cabelos, o fone de ouvido da linha Plattan da Urbanears promete trazer um pouco mais de estilo a suas trilhas sonoras. E há um detalhe a acrescentar, além do seu design que relembra os clássicos fones usados nos anos 80, com um dispositivo, denominado pelo fabricante como “Zound”, é possível que outra pessoa possa conectar o seu próprio fone de ouvido ao Plattan, permitindo assim o compartilhamento das mesmas músicas. Disponível em 14 cores, ele é considerado um acessório à parte e ainda se caracteriza pela sua mobilidade, já que ele se dobra até o tamanho de seu pulso. Por U$$ 60 em www.urbanears.com

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Fotos Divulgação


Cool, cool thing A Surface to Air, um híbrido criativo de comunicação, arte, design, moda e música, surgia no cenário parisiense no ano 2000, resultado da criação de amigos de diferentes áreas. O conceito inspirador deu tão certo que se espalhou pelo mundo, são mais de 300 pontos de vendas, incluindo aí São Paulo. Estabelecida na charmosa Alameda Lorena, no bairro Jardins, desde 2006, a Surface no Brasil é encabeçada pelo duo criativo Karina Motta e Sebastien Orth, que aliam o que existe de melhor no mercado brasileiro e internacional, sem abrir mão da estética e da relação com a música e arte. A marca ainda possui uma equipe especializada na elaboração de projetos visionários, além de fazer curadoria dos últimos lançamentos da moda, assim como desenvolver ações conjuntas com a sede em Paris. Ponto de encontro entre os descolados e trend-setters, o espaço de dois andares recebe grifes consagradas como Juliana Jabour, Neon, Priscila Darolt, Amapô e Rober Dognani, além da marca própria Surface To Air, que investe no conceito clássico com pegada rock’n roll para criar peças e acessórios masculinos e femininos. É também possível ter um gostinho da loja visitando seu site. Lá estão disponíveis alguns dos produtos que a Surface comercializa, incluindo aqueles que participam da seção Outlet, que vem com descontos. Onde: Alameda Lorena, 1985. Tel (11) 3083-4206 www.surfacetoair.com.br

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in the mood for

QUARTO Do lado de dentro de um dos cômodos mais privativos da casa há muito mais do

que o repouso de nossos cansaços diários. Há em nossos quartos um universo à parte, um confessionário de inseguranças, sonhos, pesadelos e frustrações. Entre suas quatro paredes guardamos paixões, suspiros e lembranças. De tão íntimo que é, nele só entram os convidados. E assim como nossas inconstâncias, nossos quartos são o reflexo de nossa personalidade- eles amadurecem e mudam junto com nossas transformações. Se dizem muito sobre nossas vontades, nossos quartos também concentram as inquietações do tempo. No decorrer da história, eles desempenharam diversos papéis e importâncias. Se antes, eram apenas aquele cômodo que guardava o alívio das noites, de uns tempos para cá, se tornou um dos protagonistas da casa. E nele se reúnem muitas funções: o trabalho, as refeições e o entretenimento também se acomodam ali. E não importa se a decoração do resto da casa não é tão coerente quanto os nossos gostos. O quarto, por maior ou menor que seja, sempre traduzirá nossos gostos e especificações. Os livros, os discos, as fotografias e outros objetos pessoais conferem a ele um universo particular incomparável.

MUNDO O universo particular que dorme e acorda em nossos quartos Por Carla Matsu

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O quarto ideal Para a arquiteta Tânia Eustáquio, é preciso conhecer os gostos do cliente para que o projeto do quarto traduza sua personalidade. “Cabe a nós profissionais prestar atenção nas ‘bagagens’ dele, o que ele já tem e quer manter de objetos e mobiliário para um novo quarto. Por isso, uma arquitetura limpa evidencia essa ‘bagagem’, deixando o quarto exatamente com o jeito de cada um”, indica Tânia. Segundo Valéria Bartholi, do estúdio Duo Interiores e Design, o quarto ideal varia de acordo com o modo de vida de cada família, mas sempre há uma unanimidade: “ideal é aquele dormitório onde a pessoa se sinta bem!”, complementa. Se nossos quartos traduzem nossa individualidade, há certas adaptações que podem ajudar quando é preciso compartilhá-lo com um irmão, por exemplo. Tânia ensina que cada um deve ter seu espaço, mesmo que dentro do mesmo ambiente. Com isso cada irmão ou irmã tem sua maneira de organizar roupas e objetos. “Normalmente usamos a mesma linguagem de arquitetura no quarto todo, sem diferenciar a ocupação, mostrando a nossa intenção de deixá-los livres para o espaço conforme suas personalidades”, afirma. Já quando é preciso que o quarto evolua da infância para a adolescência, Valéria Bartholi indica focar na praticidade, transformando o quarto com cores e tecidos. “Por estarem em fase da busca pela identidade, os adolescentes buscam ter um quarto que reflita seus gostos e que transmita isso ao seu círculo de amizades”, pontua Valéria.

Universo particular O projeto e a decoração podem tanto interferir quanto auxiliar no descanso que acolhemos em nosso cômodo privado. Assim como boas noites de sono, o cantinho favorito da casa também pode servir como um estímulo ao próprio desenvolvimento da personalidade. Segundo a arquiteta Leticia Ruivo, um quarto pode incentivar uma criança ao estudo, ao próprio desenvolvimento social, assim como um convite ao horário certo de dormir. “Se bem elaborado, ele pode reunir muitas funções e com isso agregar mais valor ao quarto. Acaba não sendo só um dormitório, mas também um ambiente social”, afirma Leticia que se inspira em seus dois filhos pequenos quando é convidada para projetar um quarto infantil. “Eles acabam como referência porque você começa a entender como essa questão de mobiliário lúdico é importante, como funciona”, explica.

Nossos quartos se organizam também à medida da nossa disposição e vontade. Se nos falta tempo para arrumá-lo, a bagunça pode se acumular da cama ao armário, do criado mudo ao chão. E como não é possível colocar todas as simpatias e problemas debaixo dos colchões, organizá-lo requer disciplina. Para o Feng Shui, manter a ordem não é só uma questão de estética, mas também importante para circular melhor a energia. E se a insônia ironiza o sono todos os dias, manter o quarto limpo, tranquilo e com todos os aparelhos eletrônicos desligados proporciona uma melhor atmosfera de tranquilidade e repouso. Nesta matemática das horas, passamos quase um terço de nossas vidas em um dos cômodos mais particulares da nossa casa. Uma vez que nossa vida se completa e se reduz na sombra de nossos quartos, fazer dele um espaço que reflita nossas vontades é criar um refúgio saudável, íntegro e acolhedor.

Dicas para o favorito da casa Organização– A bagunça criativa é até válida, mas excessos comprometem a boa circulação. O fundamental é ter um lugar para cada coisa. Os armários devem tornar mais fácil a tarefa de guardar seus pertences, reduzindo a confusão. Cores– Devem ser harmônicas e proporcionar bem-estar, caso contrário pode trazer inquietação. Criado-mudo– Descanse nele somente o livro do momento e um abajur. Muitos objetos empilhados acumulam poeira, prejudicial à saúde. Poeira– Cortinas e tapetes devem ser constantemente lavados ou aspirados. Plantas– Como liberam gás carbônico à noite não são indicadas para dormirem no quarto. Luz– A luz natural deve ser abundante. O calor do sol auxilia a eliminar ácaros e bactérias, por isso é indicado que se posicione a cama onde o sol a alcance. Cama– Sua posição deve ser o primeiro critério da elaboração do layout do quarto. A cama deve ter privacidade em relação à porta de entrada e ter um espaço de circulação agradável ao seu redor.

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casa e estilo / quarto mundo

Quartos

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em evidência Mostra Casapronta Quartos traz novidades para um dos cômodos mais queridos da casa Por Carla Matsu

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ersonagens diferentes inspiram quartos distintos na mostra que revela as novas tendências para um dos cantinhos mais agradáveis da casa, o nosso quarto. Em sua 10ª edição, a Casapronta- empresa especializada em móveis para o quarto, localizada em São Paulo- renova o seu showroom para abrigar as criações de renomados arquitetos, designers e decoradores. Multifuncionais e para todos os gostos, os projetos se definem sob temas diferentes, como o quarto pensado pelo arquiteto Marcelo Rosset para um jovem universitário. “Um espaço atual e moderno

destinado ao jovem que valoriza sua individualidade mesmo residindo na casa dos pais”, define ele. Contemporâneo, o ambiente criado por Marcelo evidencia uma elegância despojada. Pautado em tons de madeira mel claro, com aplicações em vidro marrom escuro nas gavetas e detalhes em laca marrom e vinho, o quarto é atemporal. Já a cama de madeira com cabeceira em palha no tom mel, uma das protagonistas do quarto, é valorizada pelo painel de couro aplicado na parede. “Minha maior preocupação foi que o quarto não tivesse um visual infantil”, explica Rosset.

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CASA E ESTILO / QUARTO MUNDO

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TEXTO DE LEGENDA


Com composição bastante masculina e escolhas sofisticadas, o decorador Fernando Piva criou um quarto imponente onde a iluminação foi cuidadosamente planejada

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CASA E ESTILO / QUARTO MUNDO

A ideia de criar um quarto feminino, jovem e sofisticado resultou no espaço pensado pela arquiteta Tânia Eustáquio. A decoração com cores marcantes se alia às paredes off-white para manter o conceito clean do projeto, que fica completo com a cama com carinha de sofá. “Deixei a arquitetura e o mobiliário limpo e concentrei a atenção e as cores no tapete e em alguns objetos. Como é um quarto, carregar muito nas cores e informações não o deixaria agradável na hora de dormir”, detalha Tânia. Já a dupla de arquitetas Carla Asevedo e Valéria Bartholi foram responsáveis por dois quartos voltados para crianças. Uma menina de 12 anos, em idade de transformações e muitas mudanças, foi o ponto de partida para o quarto “Borboletas”, que une o moderno e o atual, mostrando uma atmosfera romântica e delicada. Para o quarto com DNA esportivo, em que o personagem central é um menino de 10 anos, a peça fundamental se centra na bancada Giovanni, onde uma roda de bicicleta é a base de um tampo articulável. Letícia Ruivo também recebeu a missão de criar um ambiente acolhedor para dois irmãos pequenos. Tons de vermelho, azul e bege predominam no quarto onde a cama cabana é o grande destaque. É a partir dela que o espaço todo ganha unidade com tema aventureiro e lúdico. A mesma madeira usada na cama também aparece no rodameio, que emoldura a porta e a janela. Outro destaque da mostra é o quarto criado pelo decorador Fernando Piva, que fez escolhas sofisticadas e uma iluminação cuidadosamente planejada. Com composição bastante masculina, o ambiente traz paredes revestidas de ébano de macassar brilhante, painéis de espelho, folhas de ouro enfeitando a cabeceira e faux pergaminho ecológico, uma novidade nos acabamentos do mobiliário da Casapronta.

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A cama cabana é um dos destaques do ambiente projetado pela arquiteta Leticia Ruivo. O quarto criado para um menino ganhou uma bancada diferenciada no ambiente de Valéria Bartholi e Carla Asevedo. Já Tânia Eustáquio fez da cama Lola com carinha de sofá uma das protagonistas do quarto jovem e feminino que criou

Fotos Divulgação


O quarto atemporal com formas orgânicas e tons claros criado para um casal foi pensado pelo arquiteto Leonardo Junqueira. Já o projeto assinado pela dupla Beto Galvez e Nórea de Vitto levam móveis desenhados pelos próprios arquitetos

Se as inspirações são variadas, o conforto e a individualidade são denominadores comuns nos ambientes projetados. Ao todo, a 10ª edição da Casapronta apresenta 16 quartos que refletem a personalidade de seu dono e que abraçam nosso desejo de dormir bem. Composições ora neutras, ora repletas de glamour estão nos projetos dinâmicos que atendem necessidades práticas que um quarto exige. Entre o elenco de arquitetos convidados para a mostra, há ainda Carolina Rocco, Célia Whitaker, Detinha Nascimento, Leonardo Junqueira, Beto Galvez e Nórea de Vitto. Presente no mercado de decoração desde 1990, a Casapronta oferece produtos produzidos de forma semi-artesanal em indústria própria. A mostra ainda proporciona um bom tempo para seu visitante se inspirar nos ambientes projetados. Ela fica em exposição até o próximo ano, quando uma nova edição volta a renovar o espaço. 10ª MOSTRA QUARTOS DECORADOS www.casaprontaquartos.com.br R. Cristiano Viana, 144 Tel. (11) 3065-2436

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CASA E ESTILO / QUARTO MUNDO

Biografia Saramago João Marques Lopes, Editora Leya João Marques Lopes é doutorando em literatura brasileira e, depois de lançar a biografia de Fernando Pessoa, apresenta a biografia do escritor português falecido dia 18 de junho aos 87 anos. O livro traz a vida e obra de Saramago, primeiro e único escritor de língua portuguesa a receber um prêmio Nobel de literatura (1998), que começou a escrever ficção aos 53 anos. A pesquisa se inicia da infância pobre do menino serralheiro, passando pelas polêmicas literárias que culminam com a publicação de Caim, até a criação do estilo “saramaguiano” de escrever, caracterizado pela oralização da escrita. Quanto: R$ 35,90 Onde: Livraria Leitura

abaixe a luz Já para os singles, uma luminária articulada como esta México é ideal para direcionar o foco de luz, proporcionando um ambiente agradável para a leitura de um livro de cabeceira. O modelo escritório, com design italiano, de metal niquelado, dá um toque de leveza e modernidade. Quanto: R$ 1.315,00 Onde: Passado Presente

SE O CRIADO-MUDO FALASSE QUE TAL DAR UPGRADE NOS OBJETOS INANIMADOS QUE DÃO VIDA AO SEU FIEL COMPANHEIRO DE QUARTO? Por Renato Lima

set seu horário Em formato de tijolo, o despertador imitando madeira é dotado de leds que se acendem quando ligados mostrando os números escondidos. Uma combinação de elegância com baixo consumo de energia. Quanto: R$ 245,00 Onde: Imaginarium

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Fotos: luminária e livro (Alexis Prappas). Despertador (divultação)





CASA E ESTILO

Descolados 64


e integrados Lofts oferecem um novo e contempor창neo jeito de morar Por Carla Matsu

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casa e estilo

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E

les estavam por todos os lados na última edição da Casa Cor São Paulo 2010. Ao todo, dez projetos de lofts refletiram uma tendência bem recebida nos últimos anos: a de se morar de um jeito cada vez mais integrado. Descolados, eles caíram no gosto do mercado imobiliário devido a uma matemática simples- com apartamentos e espaços menores disponíveis, os lofts vêm resolver uma questão de metro quadrado. Sem as tradicionais divisórias, ganhamos a sensação de amplitude e aproveitamento de cada espaço. E não há como negar, eles parecem oferecer a seus donos um estilo de vida descontraído, um viver mais despojado. Mas não são indicados a todo tipo de personalidade. Se há a predisposição para se trancar no quarto depois de uma briga matrimonial, o loft pode limitar as birras. Assim como as tendências passionais de sair pelos corredores batendo as portas para criar o seu ponto de vista: o de indignação. Destinado a casais sem

filhos e a solteiros, os lofts são adequados ao sonho de consumo de muitos que pretendem ter um lugarzinho que reflita um estilo dinâmico e prático de morar. Tendência cool Na 24ª edição da Casa Cor São Paulo, personagens descolados inspiraram os lofts da mostra. Tem o loft do artista, do cineasta consagrado, da designer, do jovem investidor, entre outros. A arquiteta Simone Goltcher pensou em Ricardo Mansur para projetar o Loft do Jogador de Pólo. O resultado é um ambiente contemporâneo e sofisticado com detalhes que evidenciam a perso-

nalidade de Mansur. “Fiquei muito focada na personalidade dele, no fato de ele ser um personagem da noite. Há ali a atmosfera de um solteiro masculino, de um empresário bem sucedido e que gosta de receber os amigos”, explica Simone que conta que as pessoas se surpreendem ao saberem que o espaço só tem 49m². “Ganha-se muito com essa integração”, ressalta. O arquiteto Gustavo Motta também recebeu o desafio de planejar um loft que atendesse todas as necessidades de um jovem casal. Com elegância e conforto, Motta oferece um loft que integra sala com home, espaço para cozinhar e fazer as refeições,

“O loft tem que atender diferentes atividades no mesmo espaço de forma confortável e permitir que as pessoas que vivam ali tenham seu ritmo de vida e gostos atendidos”. Gustavo Motta

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CASA E ESTILO

“É uma tendência das grandes metrópoles. Cada vez mais as pessoas buscam morar sozinhas, é um mercado destinado aos solteiros”. Simone Goltcher assim como um lugar para trabalhar e estudar. Há o cantinho de leitura, banheiro confortável, armários e, claro, o dormitório. “Minhas referências foram móveis de design atemporal e muita obra de arte. Um casal cosmopolita que gosta de viajar e é ligado às artes”, conta Gustavo Motta. Para o arquiteto, os lofts ganharam mercado devido à sensação de espaço. “Como os móveis ficaram, na maioria, mais compactos, ter espaços integrados ou com mais de uma função e menos paredes é uma boa solução”. A grande procura por

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eles até pode mudar o nosso comportamento e um vocabulário comumente usado. “As perguntas tradicionais ‘quantos quartos têm’ devem ser substituídas por ‘qual é a metragem’, ‘e o pé direito’?, ‘há bastante luz e ventilação natural?”, indica Motta. Simone Goltcher aponta que o loft caminha junto com a tendência do espaço: “É uma tendência das grandes metrópoles, onde cada vez mais as pessoas buscam morar sozinhas”. Para o designer de interiores Francisco Cálio, o sucesso do loft também se dá devido a possibilidade de

unir a família em espaços maiores. “A integração dos ambientes pode-se fazer total ou parcial, através de portas de correr ou embutidas. Isto amplia os espaços e é tendência, pois os clientes recebem mais hoje em dia e precisam de espaços amplos, por isso a ideia de loft”, argumenta Cálio. É dele o projeto do Loft do Artista, onde se vê um simpático New Beatle estacionado dentro do próprio loft. Com referências e inspirações que desenham a personalidade de um artista, o projeto de Cálio reúne as novas tendências mundiais no setor de decoração, design do mobiliário, acabamentos e arquitetura.


Uma questão de privacidade Para os mais conservadores na questão de “como morar”, os lofts podem ir na contramão da privacidade, do recolhimento. Já que viver em um espaço onde tudo é integrado exige uma nova adaptação: a de se acostumar com a falta de paredes. Se a lacuna deixada por elas traz liberdade e amplitude, por outro lado ela pode gerar certo desconforto aos comportamentos mais tradicionais. E como resolver? A saída é fácil, segundo Gustavo Motta. No Loft do Jovem Casal, projeto dele para a Casa Cor, a privacidade é adequada ao estilo de vida do casal. “um pode estar cozinhando ou mesmo no computador, enquanto o outro está vendo um filme. Closet, pia e banheiro podem ser isolados do restante através de grandes portas de correr”, ensina.

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CASA E ESTILO

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Quando o casal resolve aumentar a família, a história pode complicar um pouco. Se o primeiro filho vem, a necessidade por divisórias pode exigir também mais portas. Para Simone Goltcher, um loft não é o mais indicado para um casal com filhos. “Até devido a uma questão de sossego e conforto. Se há um bebê, há a necessidade de uma babá, há o barulho que pode atrapalhar o seu sono e uma série de coisas. É complicado”, aponta. Mas se você faz parte do grupo “quanto mais espaço, melhor”, e se o seu mau humor se concilia muito bem com o bom humor alheio, um loft pode ser um bom modelo de moradia a você. “Para ele ser bem resolvido, tem que atender diferentes atividades no mesmo espaço de forma confortável e permitir que as pessoas que vivam ali tenham seu ritmo de vida e gostos atendidos”, ressalta Gustavo Motta.

DE ONDE VEIO Em sua tradução, loft nada mais é que um “grande galpão”, ou “depósito”. O conceito foi importado das grandes metrópoles como Londres, Nova York e Paris, que possuíam regiões industriais então decadentes que se tornaram descoladas a partir da reciclagem de suas antigas fábricas e frigoríficos. Os lofts originais consistiam em construções amplas, com pé direito alto, vãos livres, tijolos à mostra, assim como as tubulações existentes. Já no Brasil, como não se vê galpões em áreas habitáveis, os apartamentos foram readaptados usando a referência do loft original, daí o termo “ambiente loftado” para designar aqueles que são feitos aqui.

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casa e estilo / ENTREVISTA

Vocação: bom gosto A trajetória e os acertos de um dos grandes nomes da decoração, Fernando Piva Por Carla Matsu

O

nome de Fernando Piva poderia estar muito bem associado a um universo infinito de números, cotações e símbolos referentes à Economia. Mas as aulas de exatas que ele frequentou não cativaram tanto sua atenção quanto a vocação que o seduzia desde pequeno. O diploma em Economia até veio, mas foi a decoração de interiores que projetou seu nome entre aqueles que são grandes referências na área. Autodidata, Fernando tem o bom gosto como algo quase que instintivo. Seu escritório foi e é responsável por grandes projetos comerciais, residenciais e mostras de peso, como a CASA COR- participou de 14 eventos do grupo e ambientes na mostra Artefacto e Casapronta. O toque pessoal fica por conta da busca pela personalização de cada trabalho. O resultado são projetos que aliam conforto, harmonia, praticidade, estética e qualidade. E se a elegância parece ser inerente a ele, perguntamos a Fernando o que é chique e cafona em termos de decoração, sobre sua trajetória e até um lado kitsch que não vemos em seus projetos.

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Como foi surgiu o interesse pela decoração? Na verdade, sempre fui apaixonado por arquitetura, decoração... Desenho desde os 11 anos, e acho que sou um esteta por natureza. Acabei optando por Economia por engano, e também pela crise que o mercado imobiliário sofria na minha época de faculdade. Fazer Economia significava poder trabalhar em qualquer área depois. Antes mesmo de me formar, resolvi seguir meu coração e entrei nesta área! De onde vem o bom senso estético que vemos em seus projetos? Através da observação, pesquisa, revistas, livros... tudo na vida é referência. Observei muito também, sempre, as casas onde morei e as dos meus amigos. Você é consultor on-line do site www.casa.com.br. Como tem sido essa experiência praticamente didática a pessoas curiosas por decoração e com anseio de melhorarem seus espaços? Este foi um trabalho incrível, era para durar dois meses. O sucesso foi tanto, que ficamos juntos por três anos! Hoje não respondo mais as perguntas, mas elas estão lá para consulta dos internautas. Foi muito interessante poder interagir com tantas pessoas, descobrir suas dúvidas, percepções, além de conhecer melhor este público tão cativo que tivemos. E qual o maior erro em termos de decoração para casa? Ter uma casa que não reflita a sua alma, sua família, suas necessidades.

É esse o estilo que se reflete em sua casa? Sim. Minha casa é bem mesclada, tenho peças antigas, várias de família, itens dos anos 50/60... Gosto de ter uma casa cheia de referências. Fernando, há um lado seu kitsch ou você sempre é atraído por objetos de bom gosto? Claro que há. E podemos tirar partido disso. O clássico pinguim de geladeira pode virar o ponto central de uma cozinha, por exemplo! O que é chique e cafona em matéria de decoração? Chique é ser despojado, ter uma casa que seja o seu reflexo. Cafona é ter uma casa que não tenha nada a ver com você, só para mostrar para os outros. E o que é morar bem? Morar com conforto, independente do tamanho da casa Como é um dia comum em sua vida? Um dia sem rotina, com mil coisas acontecendo ao mesmo tempo... e muita água com gás. Em termos de decoração, qual seu grande plano que ainda não foi posto em prática? Decorar um hotel, criar um conceito um pouco diferente do que temos na grande maioria...

Como decorador você precisa levar em consideração o gosto do seu cliente. Mas quanto ao seu, qual estilo lhe agrada mais? Contemporâneo, com boa mescla de peças.

Foto Fernando Piva (Célia Weiss). Ambiente (Divulgação)

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CASA E ESTILO

FEIRA HYPE Para vestir e inovar a sua casa Por CARLA MATSU

Os Jardins de Roberto Riscala

Trabalho-Móvel Prática e com um design arrojado, a Laptable da Asys foi especialmente criada para dar mais espaço e mobilidade a sua mesa de trabalho. Os materiais, as curvas e os acabamentos andam paralelos ao conforto que ela oferece, assim como a altura correta e o espaço necessário para o trabalho render mais. Indicada para notebooks de até 15,4", ela possui ainda mesa auxiliar, revisteiro e local para o mouse. Onde: www.asys.com.br

Os projetos de um dos maiores paisagistas brasileiros são retratados em "Os Jardins de Roberto Riscala", na edição comemorativa aos seus 25 anos de carreira, lançada pela Editora Europa. O livro reúne seus melhores projetos e apresenta desde jardins grandiosos em estilo francês e italiano até sofisticadas coberturas de apartamentos, assim como aconchegantes espaços comerciais, evidenciando a diversidade do trabalho de Riscala. Com uma carreira extensa, Roberto contabiliza mais de mil jardins espalhados não só no Brasil, mas também na Argentina e no Uruguai. Dono de um estilo exclusivo, que combina inteligentemente o paisagismo e a arquitetura, o paulistano de ascendência libanesa executa todo e qualquer tipo de projeto, desde a manutenção de uma varanda residencial até os Jardins do Clube Paulistano. No livro, vemos que seu toque pessoal

é um dos diferenciais, já que ele não se limita a apenas pensar e criar as áreas verdes e floridas do jardim. É comum que ele também projete muito da parte estrutural, como as piscinas, pisos, caminhos, escadas, assim como muitos dos móveis que irão compor todo o cenário aconchegante do jardim. Assim, Riscala combina projetos impecáveis que são facilmente reconhecidos pelas características marcantes de seu criador. Onde: www.europanet.com.br

Madeira sustentável Imune contra pragas e fungos e mais resistente que a madeira convencional, a Ecoblock é uma madeira biossintética com selo 100% ecológico. Com as mesmas características visuais da madeira comum, ela apresenta inúmeras aplicações e é isenta de manutenção. Devido a sua total impermeabilidade e por não ter deterioração aparente, já que não é orgânica, seu processo de deterioração é semelhante ao do plástico. Todas essas caracaterísticas possibilitam aplicação em bancos, mesas, pisos, decks, pergolados, pisos industriais, andaimes, calços, etc. Feita com base de resíduos plásticos e fibras orgânicas recicladas- tais como bagaço de cana e filtros de cigarro, a Ecoblock tem matéria-prima 100% passivo ambiental, uma vez que é produzida com produtos recicláveis transformados em um substitutivo da madeira, evitando assim o desmatamento. Onde: Ecoblock- Rua Sete de Setembro, 1623 Tel. (67) 3382-0225

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casa e estilo

FEIRA HYPE Para vestir e inovar a sua casa Por CARLA MATSU

Segunda pele para a casa

Inspirada na tendência atual de focar no que é essencial, a indústria de mobiliário Schuster, reconhecida pelo investimento constante no design brasileiro assinado, apresenta sua nova coleção com peças que propõem soluções, design atemporal e se preocupam com materiais sustentáveis. Seguindo esse conceito, os móveis apostam na simplicidade da forma, com volumes limpos e muita geometria, e no contato próximo com a natureza. Ao todo são 70 peças de 14 estúdios que integram a nova linha intitulada de "Segunda Pele", que se inspira no romantismo de períodos distintos, como o Barroco e os anos 50. Um dos destaques da coleção fica por conta da participação da renomada artista plástica Heloisa Crocco, do Rio Grande do Sul, que interveio em peças existentes, tendo como base o grafismo do veio da madeira.

Onde: Em Campo Grande, na Casa Design- Rua Treze de Maio, 1616 Tel. (67) 3313-6000

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CASA E ESTILO

FEIRA HYPE Para vestir e inovar a sua casa Por CARLA MATSU

Azulejos Pop Arte A artista plástica Calu Fontes– conhecida por suas peças em cerâmica pintadas à mão de caráter único– se uniu a designer Carine Canavesi e criou a Amarelo Pavão, uma grife de azulejos que eleva o revestimento ao patamar de arte. Com estampas que quebram a monotonia em qualquer espaço, os azulejos da marca surgem com novas padronagens, design exclusivos e contemporâneos. Assim, a peça sai dos bastidores, onde ficavam restritos às cozinhas, lavabos e áreas de serviço, para se transformar em papéis de parede de living e salas, tornando-se também objetos de decoração. A coleção de estreia da Amarelo Pavão apresenta três linhas temáticas: barroco, geométrico e básico. Os azulejos vêm em tamanho único, de 15x15 cm e podem ser utilizados em ambientes internos e externos. Onde: www.amarelopavao.com.br

Especializada em móveis de alto padrão e objetos de decoração, a tradicional Saccaro esteve presente mais uma vez em diversos projetos da CASA COR SÃO PAULO 2010, como foi o caso do sofá da linha Materasso, novo lançamento da marca. A inspiração foi ao encontro da tradução de seu nome em italiano. Materasso significa colchão na língua napolitana e Capitonê é o trabalho de tapeçaria com botões costurados de forma profunda e regular compondo desenhos geométricos, datado do século XIX. Assim, o sofá Materasso tem na construção do colchão como elemento de conforto, associado a técnica do capitonê como detalhe de tapeçaria. As linhas ortogonais do estofado são aliviadas com o toque da almofada-colchão que faz às vezes de assento para o sofá. O resultado é um sofá jovem e ao mesmo tempo básico para ambientes contemporâneos e sofisticados.

Sofá conforto

Onde: Em Campo Grande, na Morada Móveis- Rua 13 de maio, 1459 Tel. (67) 3313-600

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CASA E ESTILO

FEIRA HYPE Para vestir e inovar a sua casa Por renato lima FOTOS ALEXIS PRAPPAS

CORTINAS COM TUDO Há 35 anos, Decorações Rone é referência quando o assunto é vestir a sua casa. A marca construída pelos sócios Ronaldo e Neuza, mantém um atendimento aconchegante e produtos modernos, sempre antenados com as tendências e lançamentos do mercado nacional e internacional. Estoque próprio, mão-de-obra especializada e grande variedade em tecidos para cortinas compõem o diferencial da Rone. A experiência de mercado permitiu a loja a criar moda, como os pingentes para cortina. A partir da técnica de composição com miçangas, espelhos e pedrarias em fios de nylon, a Rone produz pingentes personalizados de acordo com o modelo da cortina. O acessório promete repaginar a cortina, dando mais vida, movimento. Os tecidos também estão mais diversificados, o tradicional Voil ganhou texturas, aplicações, amassados e fios soltos, sem perder a leveza.

Mais sucesso que fofoca Essa é a definição que o ator Marcos Caruso encontrou para a Bandoca, a bandeja-almofada multi-uso que faz sucesso entre as celebridades. Para a atriz Tônia Carreiro, "a Bandoca é um espetáculo. Adorei quando ganhei a minha de presente de Natal, da Maria Zilda." O acessório é uma invenção européia do século XVIII, que substitui dois objetos, a almofada de colo e a bandeja que é colocada por cima. Dando mais segurança e conforto para realizar algumas das atividades mais prazerosas, como comer em frente à televisão, ler, escrever, desenhar, apoiar o laptop, relaxar as costas e o que mais você imaginar. No Brasil, a Bandoca foi reinventada pela atriz Lidoka que lançou diversas opções de estampas, com preenchimento de pérolas de isopor e base de madeira ou PVC, e distribuiu para alguns amigos. Foi uma questão de tempo para que as Bandocas se tornassem companheiras inseparáveis. A diretora teatral e criadora do espetáculo Terça Insana, Grace Gianoukas, possui uma relação de intimidade com o acessório. “As Bandocas, pra minha vida, foram uma revolução como a invenção da roda para a época. Acabaram os jantares entornados no sofá, as dores na cervical por ler na cama. Elas se tornaram um vagão no meu trem da alegria”, comenta.

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Onde encontrar: Decorações Rone Rua Padre João Crippa 2137 Tel (67) 3324-0510



CASA E ESTILO / FORMAS

Curvas autorais As linhas e sinuosidades de um dos maiores representantes da arquitetura brasileira, Ruy Ohtake Por Carla Matsu

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TEXTO DE LEGENDA


Com projeto de Ruy Ohtake, o Aquário do Pantanal pretende ser o maior do Brasil, abrigando cerca de 263 espécies de peixes

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uando Oscar Niemeyer desenhava as primeiras linhas da história da arquitetura brasileira, mal sabia ele que teria um herdeiro por associação de curvas, formas e irreverência. Ruy Ohtake, assim como Niemeyer, sempre teve apreço pelo sinuoso e pela audácia em desafiar uma lei infalível, a gravidade. Com edifícios que surpreendem pela imponência, pelas cores fortes e pela geometria de seus contornos, há nos projetos do arquiteto a criatividade que não se encontra em ângulos retos. Das cores fortes que vinham dos pincéis da mãe, a artista plástica Tomie Ohtake, Ruy adquiriu desde cedo o gosto pela arte e a ousadia. Assim como as pinturas e esculturas de Tomie, as obras projetadas por Ruy têm a identidade explícita de seu autor. E é no espaço urbano que elas são facilmente reconhecidas. São dele os hotéis Renaissance, Unique, o Complexo Ohtake Cultural, o Parque Ecológico do Tietê– esses em São Paulo, a Embaixada Brasileira em Tóquio, entre tantos outros. Ao todo são mais de 300 projetos que levam seu nome e seus ideais arquitetônicos. Um dos seus mais recentes trabalhos, o Aquário do Pantanal, terá seu espaço em Campo Grande, mais precisamente no Parque das Nações

Indígenas. Considerado o maior aquário do Brasil, o complexo está previsto para entrar em operação no final de 2011. É também ele o responsável pelo projeto de adequação do Estádio do Morumbi para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. Em sua visita a Campo Grande para a palestra que explicou os detalhes do Aquário do Pantanal, tivemos a oportunidade de conhecer o arquiteto que é referência nacional e internacional. E em entrevista à revista MOOD, ele fala sobre Oscar Niemeyer, sobre sua própria casa e sobre a gratificação em trabalhar com arquitetura. A casa ideal “Uma casa deve ter a área de convívio maior do que as outras para que o espaço promova o encontro entre as pessoas que ali vivem, seus amigos e familiares. O desenho é fundamental, tem que refletir a linguagem fundadora do arquiteto. Na beleza e na função há ideologia. A minha é de origem modernista, mas de estética contemporânea, que privilegia o coletivo em detrimento ao individual, com traços soltos, que se libertaram da simetria imposta pelo movimento. Ela é resultado do meu pensamento arquitetônico e do meu modo de

vida, no qual o trabalho é presença constante conceitual e espacialmente.” Oscar Niemeyer “O Niemeyer é um dos maiores mestres, um dos baluartes da história da arquitetura. Com Pampulha, em 1941, ele abre um novo caminho para o modernismo, ao libertar-se da linha reta e do ortogonalismo. Sua expressão arquitetônica é marcada pela preocupação em inserir o projeto na cidade, dissolvendo a divisão entre o espaço público e o privado. Ele sonha através do desenho, por isso o idílico e o político ecoam em seus projetos– espaços improváveis, atmosferas surpreendentes– e para todos. O seu legado é uma contribuição inestimável à arquitetura no mundo, por isso, é essencial permanecer permeável a ele. Tenho a sorte de poder conviver com Niemeyer. Uma vez por ano, pelo menos, dou um pulo no Rio para visitá-lo.” Trabalho e criação “Para criar, preciso apenas de papel e lápis, tanto no escritório, quanto em casa. E quando viajo, desenho no avião. Depois disto ainda há muito trabalho pela frente. Por isso tenho um escritório com uma boa

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casa e estilo / FORMAS

“Esse é o lado gratificante de enfrentar situações que em um primeiro momento parecem, aos olhos de muitos, intransponíveis. Afinal arquitetura serve para resolver problemas urbanos, tendo a questão estética como uma das principais bases da solução”.

equipe para desenvolver os projetos, como este Aquário de Campo Grande, a reforma do Estádio do Morumbi, a obra de atualização do Parque Ecológico do Tietê, com 70 km de extensão, o Expresso Tiradentes, a Orla de Bertioga, município de São Paulo, etc. Os projetos para áreas mais periféricas, como urbanização de Heliópolis (SP), o conjunto habitacional no Jardim Romano (SP), para que funcionem, é premissa conhecer os anseios das comunidades locais e a partir daí criar edificações que dignifiquem o sentimento desta população em relação ao seu espaço. Em Heliópolis, começamos com a pintura de casas– cujas cores fundamentais das fachadas eram escolhidas pelos moradores. A partir desta ação, conseguimos construir um grande centro educativo e cultural, que é motivo de orgulho de todos. Esse é o lado gratificante de enfrentar situações que em um primeiro momento parecem, aos olhos de muitos, intransponíveis. Afinal arquitetura serve para resolver problemas urbanos, tendo a questão estética como uma das principais bases da solução.”

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Acima, as formas inusitadas do imponente Hotel Unique e, ao lado, o complexo Ohtake Cultural, ambos em São Paulo

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gourmet perfil

Ary Eduardo Pegolo e Fábio Freitas ELES AJUDARAM A CRIAR UM NOVO COMPORTAMENTO EM CAMPO GRANDE. POPULARIZARAM O SUSHI E INTRODUZIRAM O PRATO NO CARDÁPIO DA CIDADE Por Renato Lima Foto alexis prappas

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uem anda pelas ruas do centro da Capital percebe a presença dominante de sushi bares e restaurantes sobre as churrascarias. Na terra do boi, o peixe cru faz a festa. Mas não foi sempre assim. Para que a iguaria oriental a base do gorran (arroz japonês usado em sushi e niguiri) se popularizasse, foi preciso quebrar paradigmas e criar uma nova cultura. “Antes, aqui em Campo Grande, o sushi era servido apenas em restaurantes tradicionais de família japonesa, e os clientes eram os próprios descendentes. Era um nicho bastante restrito”, comenta Ary Eduardo Pegolo, que fez pesquisa de mercado na época, antes de abrir um sushi bar. Hoje o sushi é servido em rodízios e porções, em mais de 10 ba-

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res e restaurantes e até em bandejas nos supermercados. Tudo começou há dois anos, quando os irmãos Eduardo, hoje com 27 anos, e Fábio, com 22, decidiram apostar em um novo comportamento gastronômico para a Cidade Morena e montaram uma franquia do Click Sushi Bar e Delivery. Empresa brasileira com 26 unidades em todo o País. Inovar não foi fácil. Além de acreditar na ideia, os irmãos contaram com o incentivo e apoio dos pais, que foram os primeiros investidores. Na sociedade, Eduardo cuida da administração e Fábio é o sushiman responsável pela qualidade dos pratos. Treinado pela própria rede, ele se orgulha de contar com a melhor equipe de sushi-

man de Campo Grande, ao lado de José Luís e Heitor. “Um dos nossos diferenciais é a padronização dos pratos. Tudo para que o resultado final para o cliente seja uma apresentação impecável e um sabor delicado, esse é o nosso lema. Para isso, só trabalhamos com produtos de primeira linha. Além do tradicional salmão, temos o peixe branco, atum, lula, camarão sempre frescos. Seguimos um rigoroso protocolo sanitário. Priorizando a qualidade dos nossos serviços”, explica Fábio. O outro diferencial é o delivery de sushi. Pelo site da empresa é possível encomendar, agendar e até pagar, sem sair de casa. Isso graças a um exclusivo software que proporciona ao cliente, segurança e praticidade na compra. As vendas pelo site já resultaram em cerca de mil entregas. No ano passado, o Click Sushi esteve presente na Casa Cor MS, a maior mostra de arquitetura e decoração das Américas. Uma ação inédita que resultou na consolidação da empresa. Mesmo com essa trajetória de sucesso em apenas dois anos, os irmãos mantêm os pés no chão. Continuam estudando engenharia civil, mas fazem planos para expandir os negócios. O próximo passo é montar o Click Sushi Restaurante, uma estrutura maior, moderna e mais aconchegante para os clientes.



gourmet dicas

Originalidade na tradição História, boa música e cardápio variado se encontram no Z Carniceria Por Carla Matsu FOTOS CaROL QUINTANILHA

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om alma e tradição de açougue, o bar e restaurante Z Carniceria chama atenção de quem passa pela histórica e agitada Rua Augusta, em São Paulo. Na vitrine de entrada, ganchos de pendurar carne, se amontoam interrogativos e a iluminação, próxima dos tons âmbar e vermelho-sangue, dá ainda mais intensidade ao lugar. Com azulejos branquinhos nas paredes e painéis que retratam um tema constante- o açougue– há ali uma estética um pouco incomodativa. É só olhar para a cabeça de boi, empalhada e pendurada ao alto, que lembramos que o Z Carniceria não é um simples empreendimento que serve comidas e bebidas, há nele toda uma atmosfera que relembra constantemente sua história: a de um real matadouro e açougue. Estruturado dentro do primeiro açougue que existiu na Augusta no início dos anos 1950, o bar, além de preservar diversas características peculiares e elementos arquitetônicos originais do local, também manteve seu mesmo nome: Z. A direção de arte do local ficou por conta de Frank Dezeuxis, da loja “Teu É o Mundo– Ateliê das Ideias”, que usou materiais das décadas de 1950 e 1970, adaptando-os às necessidades de hoje. O resultado são materiais brutos, crus, deixando aparentes pequenas imperfeições feitas pelo passar dos anos nas paredes outrora pertencentes ao Z, que na década de 1970 encerrou suas atividades e cedeu lugar a um mercadinho.

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Cardápio de música e boa comida O espaço, idealizado pelos proprietários Facundo Guerra e José Tibiriçá, não desperta interesses somente pelo visual. Há no Z música agradável, comidinhas apetitosas e drinks que não deixam o paladar indiferente. É, inclusive, dos seus sócios a primeira casa noturna que surgia na então decadente Augusta, hoje já vista com outros olhos. Era em um galpão sexagenário, rodeado por prostíbulos, o local a dar origem a um dos clubes mais descolados da rua, o Vegas Club. E se música é um fator essencial para o público antenado do Z, opções e novidades não faltam aos ouvidos. A programação musical inova ao trazer o som de rádios on-line do mundo todo, ao invés de DJs. O resultado é um set list de músicas sempre inéditas e segmentadas, que vão dos estilos que deram origem ao rock- como o Blues e o Bluegrass, o Jazz de New Orleans e o Big Band, o Hillbilly, Psycobilly– à música latina. Quanto aos pedidos de salivar a boca, entre os destaques está o prato apelidado de “Sacanagem”, que leva azeitona, queijo muçarela e pimenta biquinho. O contraponto fica por conta também do cardápio. Em um lugar que transpira a história de um matadouro, boa parte de seus pratos, assinado pelo chef Vitor Lagden, não leva carne. Na carta de drinks, o cliente encontra desde clássicos como o Cosmopolitan até novidades como o drink Mad Butcher, que leva pimenta e suco de maracujá em sua composição. Entre outros drinks, estão Angels Wings, Fresh Summer, Fresh Summer 2 e o Sweet Jack. Mesmo com muitos símbolos e cores que remetem a sua história original, o Z consegue criar um ambiente aconchegante e receptivo. Com iluminação um tanto incomum, feita com lâmpadas gigantes de postes da década de 1950, puxando para os tons de âmbar e vermelho-sangue, o Z Carniceria se sobressai entre o comum e o sem graça. E é por sua incoerência e personalidade que ele se contextualiza e se encaixa muito bem em uma das ruas mais contraditórias de São Paulo, a Augusta.

SERVIÇO Z Carniceria Bar Rua Augusta, 934 – Bela Vista, São Paulo/SP Funcionamento: de terça a sábado, das 19h às 2h / domingos, das 17h à 0h Entrada gratuita Oferece serviço de Wi Fi e ar condicionado Telefone: (11) 2936.0934 Site: www.zcarniceria.com.br

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gourmet pRATOS

Tentações Hummm...

Todo mundo possui desejos que impossíveis de conter. São aquelas lembranças que chegam de repente, sem aviso, e saem boca afora: “Ai, que vontade de comer um pastel!” ou “Nossa, eu daria qual-

quer coisa por um bolinho de chuva!” e ainda: “Onde podemos comer um pão de queijo e um pudim de leite dos bons?”. Do pastel, não se privam nem aqueles que acreditam que manter o peso certo é questão de caráter. Os fãs da iguaria cedem à tentação mesmo quando ela aparece em uma feira livre, logo às 7h da manhã. O bolinho– como o nome já diz– nasceu para ser comido em dias de chuva. A friturinha redonda é morena, crocante, exibe o açúcar com perfume de canela e esconde a massa quente e sedutora que exala baunilha. É definitivo: não dá para passar sem ele. A turma do pudim de leite busca o doce onde puder encontrá-lo. Alguns torcem por um doce lisinho, cremoso, sem nenhum buraquinho sequer. Outros gostam mesmo é desse defeito de preparo, que ocorre quando os ingredientes são batidos por pouco tempo, e o pudim é assado em fogo alto e mais rápido que o normal. O segredo é caprichar no contraste de sabor entre a bela calda dourada e a provocante textura que só o “deleite” pode dar. São poucos os pães de queijo comprados na rua que valem uma predileção. As preferências compensam as calorias, os triglicérides e o colesterol. Só que tem de ser uma vez ou outra. A condição para o perdão é a receita ser suficientemente boa para valer o pecado. Assim, se alguma destas sugestões é uma predileção sua, vá em frente.

Pudim de leite

PÃO DE QUEIJO PREDILETO

Ingredientes Para a calda 1 xícara (chá) de açúcar Para o pudim 1 lata de leite condensado 2 medidas (da lata) de leite 3 ovos

Ingredientes 150 g de óleo 550 g de leite 600 g de polvilho azedo 400 g de polvilho doce 20 g de sal 125 g de ovos 600 g de queijo meia-cura 280 g de parmesão

Modo de preparo Em uma panela de fundo largo, derreta o açúcar até ficar dourado. Junte meia xícara (chá) de água quente e mexa com uma colher de cabo longo. Deixe ferver até dissolver os torrões de açúcar e engrossar a calda. Derrame o líquido em uma forma com furo central (19 cm de diâmetro) e reserve. Em um liquidificador, bata todos os ingredientes listados. Despeje a mistura na forma reservada. Cubra com papel-alumínio e asse em banho-maria, no forno médio (180 ºC) preaquecido, por cerca de 90 minutos. Depois de frio, leve à geladeira por cerca de 6 horas. Desenforme e sirva a seguir.

Modo de preparo Em uma panela, ferva o óleo e o leite juntos. Desligue o fogo. Coloque os dois tipos de polvilho e o sal em uma tigela grande. Acrescente a mistura de leite ainda bem quente e misture. Deixe amornar e adicione os ovos, batidos como se fosse preparar uma omelete. Acrescente os queijos (ralados) e misture bem. Molde bolinhas e coloque em uma assadeira com revestimento antiaderente. Leve ao forno médio preaquecido até o pão dourar

Dica Para saber se o pudim já está assado, espete-o com uma faca. Ela deve sair limpa. Receita e foto: Nestlé.http://www.nestle.com.br/site/home.aspx

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Texto e Imagens Mônica Mortara / FolhaPress


BOLINHO DE CHUVA Ingredientes 3 xícaras (chá) de farinha de trigo 1 colher (sobremesa) de fermento 3 colheres (sopa) de açúcar 3 ovos em temperatura ambiente 1 xícara (chá) de leite 1/2 colher (chá) de essência de baunilha Açúcar e canela a gosto para polvilhar Óleo de milho para fritar 1 pitada de sal Modo de preparo Passe a farinha por uma peneira por três vezes e misture com o açúcar e com o fermento. Abra os ovos e bata as claras em neve, colocando a pitada de sal enquanto estiver batendo. Misture as gemas com uma xícara (chá) de leite e misture à farinha. Delicadamente, vá colocando as claras

de ovo, misturando de baixo para cima para que a massa mantenha volume. Complete com o leite que for preciso para que o preparado fique o mais fofo possível. Adicione a baunilha. Aqueça o óleo enquanto acerta o ponto da massa– que deve ficar em uma consistência tal que, colocada em uma colher, possa ser disposta no óleo quente e fritar inchando. Retire os bolinhos quando estiveDICA rem ligeiramente dourados. Uma boa ideia é colocar rodelas Seque em papel absorvenbem grossas de banana na massa te e passe no açúcar com dos bolinhos e fritá-las envoltas no canela. creme. A fruta amolece com a fritura, Dicas Certifique-se de que e o sabor invade o paladar já na prio fermento seja novo e em meira mordida boas condições de armazenamento. Frite bolinhos pequenos para que fiquem leves


EQUILíBRIO

dicas

NUTRIÇÃO

Morango auxilia na prevenção do câncer POR MARIANA GARCIA*

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ma das frutas mais procuradas durante o inverno brasileiro, o morango é um potente aliado da saúde. As substâncias responsáveis por sua cor vermelha– conhecidas como compostos fenólicos– estão entre os mais eficientes combatentes do envelhecimento e de doenças como o câncer. Mesma função tem a vitamina C, também encontrada em doses significativas nesse vegetal. “Ambos protegem as estruturas celulares e previnem os danos causados pelos radicais livres. Por isso, são chamados de antioxidantes”, explica a nutricionista Suzy Naomi Yamaguchi, do Hospital Sírio-Libanês. “Ele também se destaca pela quantidade de fibras solúveis e insolúveis, que ajudam principalmente no controle do colesterol e das taxas de açúcar, mas também a regular o intestino”, completa a especialista. No entanto, o morango é um dos alimentos com maiores taxas de agrotóxicos, no Brasil. Segundo uma pesquisa da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), só fica atrás do pimentão. “Por isso, é preferível consumir a opção orgânica ou então lavar bem antes de consumir”, ensina Suzy. Já quem sofre de problemas intestinais ou tem propensão para o desenvolvimento de cálculos (pedras) nos rins deve evitar a fruta, afirma a nutricionista. “Aqueles pontinhos pretos do morango podem desencadear inflamações no intestino. Além disso, um ácido presente na composição do morango pode ocasionar a formação dos cálculos, em que é mais suscetível.” Outro problema bastante comum associado ao seu consumo é a ocorrência de alergias, completa Suzy.

SAIBA MAIS Qual é o valor calórico do morango? Cinco unidades de tamanho médio da fruta têm cerca de 30 calorias. É uma das frutas de mais baixo valor calórico, bastante indicada para quem está de dieta Qual é a melhor forma de consumir a fruta? Ao natural, pois, desta forma, é preservada a sua concentração de vitamina C Quais são os principais nutrientes encontrados nele? Os compostos fenólicos (que possuem função antioxidante), fibras solúveis e insolúveis e potássio, além da vitamina C Quem deve evitar sua ingestão? Quem têm predisposição para desenvolver pedras nos rins e quem sofre de algum distúrbio intestinal Qual é a melhor época do ano para comer morango? No inverno brasileiro, quando ocorre sua safra, pois a fruta está em sua melhor forma. Além disso, é mais barata *Texto e imagem FolhaPress


PRODUTOS

Pílulas de informação para o bem-estar POR RENATO LIMA

PÉS RELAXADOS

MÚSICA PARA O CORAÇÃO

ROMÃ CONTRA O ENVELHECIMENTO

Pensando no cansaço do fim do dia, depois de um longo período de trabalho, a Natura buscou na sabedoria popular de antigamente uma receita para aliviar a tensão e proporcionar relaxamento. A marca apresenta o Natura Erva Doce Escalda-Pés, que traz o mesmo perfume suave e marcante da linha, chega para diminuir o estresse e o ritmo do dia a dia. O produto, com sua formulação suave, pH fisiológico e princípios ativos capazes de preservar o equilíbrio da pele, propicia não só o alívio da pressão nos pés como também o conforto e bem-estar. Natura Erva Doce Escalda-Pés vem em sachets de 15g. Cada envelope deve ser adicionado a aproximadamente três litros de água morna para uma utilização de dez minutos. Ao final, deve-se enxaguar os pés em água corrente. É a medida certa para criar um momento único de recuperação das energias.

Que a música faz bem para a alma todo mundo já sabe. Mas que a melodia faz bem para o coração é a novidade apresentada na Associação Americana do Coração, através de um estudo desenvolvido na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, ouvir as músicas preferidas durante a prática de esporte, em especial, caminhada e corrida, exerce efeitos positivos sobre a saúde cardíaca. A sensação de bemestar proporcionada pela música, dilata os vasos sanguíneos, aumentando a circulação e contribuindo para abaixar a pressão e oxigenar mais o corpo inteiro. O estudo já chegou às indústrias de tênis que lançaram modelos com MP3 integrado. Mas o grande salto em tecnologia vem da Nike, com o lançamento do Nike+ (plus). Uma parceria com a Apple, que desenvolveu um chip que é instalado no solado do tênis e sincronizado com um Ipod, registra todas as informações como tempo, distância, ritmo, calorias, etc. A função Power Song é a sugestão do Nike+ para ser usada quando o corredor se depara com uma subida íngreme e precisa daquela ajuda extra. Você aperta um botão e, por exemplo, começa a tocar "Eyes of Tiger", aquela música do filme Rocky, O Lutador. No site da nikerunning.com a empresa sugere um playlist com as melhores músicas para cada momento da caminhada ou corrida.

Deve chegar ao Brasil em breve uma das bebidas de maior sucesso entre as celebridades americanas. O suco de romã, POM Wonderful. O que ele tem de tão especial? O elixir se apóia em pesquisas científicas que comprovam que o extrato da romã possui substâncias capazes de deter o envelhecimento celular, evitar o câncer de próstata e doenças cardíacas. O POM começou como uma produção caseira e virou febre depois de aparecer no seriado Desperate Housewives, do canal ABC. O segredo do casal Stewart e Lynda, que criaram a marca, é o investimento em pesquisa. Já foram financiados mais de 200 milhões de dólares em estudos em parceria com universidade dos Estados Unidos e Israel. Hoje, existem mais de 350 bebidas que usam a romã como ingrediente. O que indica que a frutinha é mesmo milagrosa!

Quanto: R$ 18,00 (com 6 sachets) Onde: www.natura.net

Onde: www.pomwonderful.com

Quanto: R$ 99,00 (apenas o chip) Onde: www.apple.com.br

Fotos Divulgação

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EQUILÍBRIO

PERFIL

Maria Lúcia Fialho

UMA ENTUSIASTA DA VIDA QUE HÁ 20 ANOS SE DEDICA A PRODUZIR BEM-ESTAR EM CÁPSULAS E CREMES Por Renato Lima Foto alexis prappas

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com o sempre presente bom humor que a farmacêutica bioquímica, Maria Lúcia Fialho administra as três unidades da Pharmacêutica, duas em Campo Grande e uma no bairro Higienópolis, em São Paulo, ao lado da filha e, colega de profissão, Fernanda Fialho. Precursora na cosmetologia de manipulação em Mato Grosso do Sul, Maria Lúcia construiu duas décadas de credibilidade priorizando tecnologia e inovação aliada a um atendimento personalizado. “Trabalhamos sempre com ativos de ponta, alguns importados da França e Israel, e produzimos aqui nossas próprias bases. Temos tudo que é encontrado nos melhores centros do País e do exterior”, comenta. Uma das novidades da Pharmacêutica é o Glycoxil, conhecido como cápsula da beleza interior, é um medicamento de uso que age in-out (de dentro para fora) na prevenção e tratamento de diversas desordens metabólicas, estancando alguns tipos de envelhecimento celular. A Pharmacêutica é hoje a realização de um sonho antigo de Maria Lúcia. “Eu acredito que minha vocação é ajudar na melhora da qualidade de vida das pessoas”. Vocação que a levou para a Argentina, na época em que aquele país era referência internacional em botica. No retorno ao Brasil, decidiu abrir, em 1989, uma das primeiras farmácias de manipulação do Estado.

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“Nós acreditamos na individualização do ser humano. Nossos produtos são desenvolvidos para atender as necessidades específicas de cada cliente. A pele da brasileira é diferente da europeia e da americana, o clima daqui também é diferente do encontrado em outros países. Tudo isso deve ser levado em consideração na hora de produzir e escolher um cosmético”, explica Maria Lúcia. Além da preocupação com a satisfação dos clientes, a empresária também é uma ativista das causas ambientais. A Pharmacêutica realiza em Campo Grande e em São Paulo, projetos de reciclagem das embalagens de produtos e cosméticos, além do Vamos Caminhar e do PH+Verde, que são ações de convívio que melhoram a saúde e o bem-estar das pessoas, contribuindo para o futuro, social, econômico e ambiental do País. Essa mesma filosofia Maria Lúcia procura viver quando está sem o jaleco. Três vezes por semana ela pratica tênis com as amigas no Radio Clube e nas horas vagas se dedica aos trabalhos manuais com bordados. Para ela, equilíbrio é buscar o melhor para você, fazendo o melhor para o próximo e para o meio ambiente.



EQUILíBRIO terapia

Equilíbrio em dose tripla Natação, ciclismo e corrida integram o esporte de alto rendimento que agora mostra uma versão terapêutica. É triatlo para a saúde e o bem-estar Por Renato Lima Foto alexis prappas

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uperação é o principal objetivo do esporte. Seja a do adversário ou a de si mesmo, melhorar o próprio desempenho vale mais que qualquer medalha. Sidney Menezes Carneiro sabe bem o que é isso. Exatleta de elite disputou várias competições nacionais de triatlo na década de 90, consagrando-se entre os 20 melhores do País. Sua melhor marca foi de uma hora e seis segundos na modalidade Sprint, que compreende 750 metros de natação, 20 quilômetros de bicicleta e cinco quilômetros de corrida. Hoje, trabalhando como personal trainer, descobriu uma nova face do esporte. Fora dos campeonatos, Sidney continua treinando as três modalidades, mas como estilo de vida. “O triatlo é um esporte completo. Trabalha todo o corpo, desde musculatura até o sistema cardiorrespiratório. Além de ser uma terapia, o contato com a água e com a natureza, dá uma boa receita para aliviar o estresse”, comenta. O personal trainer indica a prática do esporte para aqueles não gostam de rotina, nem de malhar em lugares fechados. Além da liberação de endorfina, substância produzida pelo corpo que dá a sensação de prazer durante a prática esportiva, o triatlo, de acordo com Sidney, conta com muita adrenalina devido às transições entre as modalidades: natação, ciclismo e corrida, sem tempo para descanso.

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Nessa versão terapêutica, indicada para qualquer pessoa e de qualquer idade, o praticante pode intercalar os treinos entre os dias da semana, evitando assim, o overtraining. Para a prática da corrida e o ciclismo, Sidney indica o Parque dos Poderes e as saída da cidade, além de contar com vias arborizadas é possível praticar em grupo. Apaixonado pelo triatlo, Sidney usa muito da bagagem de atleta nos treinamentos como personal. “O triatlo me ensinou a ser disciplinado. Quem quer atingir um objetivo, seja ele qual for, é preciso ter disciplina. Com o triatlo aprendi também muito sobre equilíbrio. Você não precisa ser o melhor em tudo, mas pode tirar vantagem daquilo que você faz de melhor, para suprir as dificuldades em outras práticas. Uma ajuda a outra”.

SAIBA MAIS Pode-se classificar as provas de triatlo de acordo com as distâncias percorridas e com os locais onde as provas são disputadas. As principais são as seguintes: Sprint: 750 metros de natação / 20 km de bicicleta / 5 km de corrida Olímpico: 1.5 km de natação / 40 km de bicicleta / 10 km de corrida Ironman: 3.8 km de natação / 180 km de bicicleta / 42 km de corrida



viagem

Atacama de bike E OUTROS CINCO ROTEIROS IMPERDÍVEIS PARA EXPLORAR SOBRE DUAS RODAS

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Viajar em duas rodas alia lazer e saúde Com o cicloturismo, é possível observar paisagens com calma; há percursos com vários níveis de dificuldade POR LUISA DE ALCÂNTARA E SILVA* / Folhapress

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cada vez maior o número de turistas que buscam roteiros com passeios de bicicleta. Pedalar pelas vinícolas da França ou da Toscana, na Itália, ganha mais e mais adeptos. Na atividade conhecida como cicloturismo, o viajante passeia por cidades e vê paisagens no seu ritmo. “Não é tão rápido quanto o carro, que impede de fazer paradas para foto, nem tão lento quanto ir a pé”, diz o escritor, fotógrafo e cicloturista José Antonio Ramalho. A explicação para o aumento da procura por viagens com ciclismo, segundo Rodrigo Taddei, sócio da Bike Expedition (www. bike expedition.com.br), mora no fato de as pessoas estarem “cada vez mais preocupadas em ter qualidade de vida.” A agência de Taddei é uma mostra desse crescimento: ela foi inaugurada em 2005, com apenas um roteiro, pelo sul da França, e hoje, apenas cinco anos depois, oferece percursos em 12 destinos. Ao lado da Bike Expedition está a Auroraeco (www.auroraeco. com.br)– considerada referência quando o assunto é cicloturismo. Focada no Brasil e na América do Sul, a agência tem entre seus roteiros viagem para Mendoza, na Argentina, por exemplo. Ela nasceu no ano 2000, oferecendo alguns roteiros para finais de semana e feriados no interior de São Paulo e em Minas Gerais. Dez anos de-

Texto e Imangens FolhaPress. * A repórter L se hospedou em San Pedro de Atacama a convite do hotel Tierra Atacama

pois, opera passeios de bicicleta no Uruguai, na Argentina, no Chile e no Brasil. Em 2007, quando se associou à agência norte-americana do ramo de cicloturismo Duvine Adventures (www.duvine.com), organizou seis viagens. No ano passado, foram 40 saídas. Entrando em forma Não precisa ser atleta para conhecer lugares sobre duas rodas. Os roteiros normalmente têm diferentes níveis de dificuldade, e mesmo o turista mais sedentário pode se arriscar por algumas horas em um passeio em cima de uma magrela. “Há roteiros de vários níveis”, diz Guilherme Padilha, sócio da Auroraeco. “Então, só precisa ter um condicionamento físico mínimo.” Além disso, existe a possibilidade de desistir. Nos passeios organizados por agências de viagem ou hotéis, um carro de apoio segue os ciclistas viajantes. Caso ocorra algum acidente– ou se o turista simplesmente não aguentar mais–, é só colocar a magrela no rack e seguir a viagem no veículo. Os passeios normalmente são acompanhados por um guia, mas o viajante pode também alugar uma magrela e sair pela cidade– e também fora dela– pedalando. Mas, lembre-se: o capacete deve ser sempre usado (veja recomendações na página 106).

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VIAGEM

Vulcão emoldura percurso no deserto Depois de quase 17 quilômetros pedalando na aridez do Atacama, grupo se surpreende com lagoas salgadas

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reportagem esteve em San Pedro de Atacama, no norte do Chile, para experimentar a modalidade de viagem que inclui no roteiro passeios de bicicleta. Eram 15h30 quando o grupo de cinco pessoas saiu, levado por uma guia e seguido por uma van com um rack múltiplo. Antes de subir na magrela, a guia distribuiu os capacetes, dizendo que são obrigatórios, e as luvas– boas para evitar calos nas mãos–, opcionais. Foram 17 km pedalando por paisagens emolduradas por uma linha de montanhas e o vulcão inativo Licancabur. Como o clima é bastante seco, já que se trata do deserto do Atacama, o mais árido do mundo, a guia ficava sempre insistindo para que o grupo se hidratasse. A regra é: se for pedalar mais de cinco quilômetros, ou mais de 20 minutos, hidrate-se constantemente. Lá pelo quilômetro dez, a guia fala para o grupo fazer uma parada “naquela árvore, ali na frente”. A árvore parece estar bem próxima mesmo. Ledo engano. Após pedalar muito, a árvore continua sendo uma mancha escura no horizonte bege. Só depois de pedalar cerca de três quilômetros– que no piso árido parecem o dobro–, o grupo chega. Uma parada para tomar água e dar uma descansada e o grupo volta ao pedal. Mas, logo em seguida, uma das participantes derrapa no chão arenoso, cai e machuca o tornozelo. A guia, que está mais à frente, vê que algo errado aconteceu e volta. E a van que seguia logo atrás vai socorrer a participante e o marido, que também para e vai ajudá-la.

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Recompensa Os outros três integrantes do grupo seguem viagem. Cansados, depois dos 17 km– em São Paulo, a distância seria o equivalente a uma caminhada de ida de volta entre o Conjunto Nacional, na avenida Paulista, e a entrada principal da Cidade Universitária– o grupo se depara com a laguna Sejas. A água da lagoa tem concentração de sal três vezes maior que a do oceano, assemelhando-se à água do mar Morto, no Oriente Médio. É hora de pular na água gelada, antes que o corpo esfrie. Então, a diversão: o corpo flutua na água nesse que é um dos passeios mais concorridos do Atacama. Mas está frio e, poucos minutos depois ninguém aguenta mais. A guia oferece frutas secas, água e cerveja– os piqueniques são comuns nos passeios de bike em viagens. Como o esforço do dia já foi feito, todos comem e entram na van para voltar. No dia seguinte, sinto uma leve dor no corpo, de quem ficou pedalando em um terreno irregular, cheio de momentos de trepidação. Mas nada que em algumas horas em território novo não passe. Com mapa, dá para fazer passeios sem guia. Em San Pedro de Atacama é possível alugar magrelas– cerca de 7.000 pesos chilenos (US$ 13) por 12 horas– em algumas agências de turismo na rua Caracoles e transversais. Mas não se esqueça de levar uma garrafinha d'água e, tão imprescindível quanto, um mapa da região.

* Texto e Imangens FolhaPress.


Noite de San Pedro de Atacama também reserva boas surpresas

Gêiseres formam cenário de filme de ficção científica Local com água a 80 C saindo do chão com colunas de vapor que chegam a 50 metros impressiona viajantes

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m dos “highlights”– ou programas imperdíveis– para quem está no deserto do Atacama é conhecer os gêiseres. Ativos, eles borbulham água a 80 C. O vapor que sai com os jatos d'água chega a cerca de 50 metros de altura e tem cheiro de enxofre. Mas para ver o melhor momento da atividade das formações– em uma cena que mais parece um filme de ficção científica–, é preciso sair às 5h30 de San Pedro de Atacama, de onde normalmente partem os passeios. Chega-se ao El Tatio– onde estão esses gêiseres– antes do pôr do sol, que costuma ser pouco antes das 7h. E não é recomendável tomar bebida alcoólica no dia anterior, pois o local está a 4.300 metros de altura. Essa mudança de altitude pode fazer com que o turista passe mal– os sintomas vão de dor de cabeça a vômito. Outra dica é se agasalhar. Nas manhãs de inverno, costuma fazer -15 C. Logo que o sol aparece, a temperatura sobe, e os turistas começam a tirar seus casacos e luvas.

E é também quando vem o o sol que a atividade dos gêiseres, ou fontes termais, se intensifica. Mas, conforme o dia esquenta, a ação de alguns gêiseres diminui. É quando é possível observar o fundo deles, laranja. Agências de turismo e hotéis que oferecem o passeio organizam café da manhã em estilo piquenique. Na volta para San Pedro, o turista vê vicunhas (animais típícos da região) se alimentando da vegetação rasteira na beira da estrada.

Para ver A cena, é preciso sair de San Pedro de Atacama, de onde normalmente começam Os passeios, às 5h30

Além dos incríveis gêiseres, o deserto do Atacama guarda vários outros passeios obrigatórios. Um deles é o salar do Atacama, que fica a cerca de uma hora de carro de San Pedro. Vale a pena. Não vá pela manhã. À tarde, é possível ver o pôr do sol, um dos cenários mais lindos da natureza, daquelas cenas que entram para a galeria de imagens inesquecíveis. O horizonte bege com céu azul vai mudando de cor. Começa com amarelo e segue para diferentes tons de laranja, até chegar ao azul, ao roxo, e então escurecer. Em outro dia, vá ao vale da Lua e ao vale da Morte–são próximos. No primeiro, a paisagem com o chão claro lembra a do satélite lunar. O vale da Morte, de formações escuras, também é chamado de vale de Marte. Conta-se que o francês que registrou o nome escreveu Marte. Mas, como ele era estrangeiro, os locais pensaram que ele queria ter escrito Morte. Distante Em uma das noites, reserve o tour astronômico– em espanhol, inglês ou francês. Na rua Caracoles, 166, está a agência do francês Alain (www.spaceobs.com). Por 15 mil pesos chilenos (cerca de US$ 30), um ônibus leva ao centro de observação, a 15 minutos de San Pedro. Os turistas são acomodados em uma sala, onde receberão uma aula de iniciação em astronomia. Depois, seguem para o lado de fora, onde Alain continua as explicações– um pouco longas no frio de uma noite no deserto. É a hora de ver a olho nu constelações como Escorpião e Cruzeiro do Sul. Mais de uma hora depois, ele então libera para a observação nos telescópios. Aí, sim, chega a hora da diversão! Saturno, com seu anel, é visto perfeitamente– outra cena para guardar na lista dos momentos inesquecíveis da viagem.

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viagem

Ponte ferroviária que leva à Randall´s Island, em NY

Mundo bike Confira quais são os cinco melhores destinos para o cicloturismo escolhidos por quatro profissionais que entendem do assunto

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caderno de Turismo da Folha conversou com quatro experts em bikes para descobrir quais são os melhores destinos para quem quiser fazer uma viagem que inclua roteiros de bicicleta. A proposta foi a de mostrar os mais bonitos locais para conhecer sobre duas rodas fora o Deserto do Atacama, visitado– e aprovado– pela reportagem. Guilherme Padilha, sócio da agência Auroraeco, Rodrigo Taddei e Adriana Kroehne, ambos proprietários da Bike Expedition, e José Antonio Ramalho, fotógrafo, escritor e cicloturista, foram os consultados. A unanimidade foi a região da Toscana, na Itália. Leia a seguir sobre os top ciclodestinos e veja qual se encaixa melhor no seu perfil de viajante.

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Patagônia Cordilheira dos Andes é cenário de caminho por região de lagos

O roteiro pelo norte da Patagônia, na Argentina, é oferecido apenas na primavera e no verão do hemisfério Sul, “mas é de cair o queixo”, como afirma Guilherme Padilha, sócio da Auroraeco. “Você pedala entre o azul dos lagos, o amarelo da paisagem e o branco do topo da cordilheira dos Andes. É uma sensação incrível.” Ou seja, uma vez em cima da bicicleta, o turista já entra em contato com a natureza. Pedalase por diferentes paisagens, como estepes e florestas, sempre com a cordilheira ao fundo. Nas estações mais quentes, a neve das montanhas está derretendo, e a água dos lagos é cristalina. Para observar, paradas para piquenique à beira dos lagos. “Dá para ver a pedrinha no fundo do lago”, diz Adriana Kroehne, da Bike Expedition.

O roteiro organizado pela agência de Adriana inclui, além de bicicleta, rafting, trekking e cavalgadas. E uma das opções de rota é descer uma montanha. A parte da subida fica por conta de um teleférico, que leva o viajante e sua bike. “É um destino muito bom para quem gosta de aventura”, afirma Adriana.

No roteiro, visitar pelo menos uma vinícola é obrigatório. Uma das opções é fazer uma parada na região do Chianti e experimentar os ótimos vinhos dali. A paisagem verde e as construções antigas surpreendem o cicloturista.

Toscana No caminho, pare para bebericar um bom vinho

A França é outro destino entre os melhores para andar de bicicleta. Mais especificamente, Provence, no sul, onde os moradores respeitam o ciclista, que trazem lucro para as pequenas cidades. Com a magrela, é possível admirar– sem pressa– as plantações de lavanda e os castelos da região. “O clima e as estradas são perfeitos e há boas opções de hotel”, diz Rodrigo Taddei, da Bike Expedition. “E ainda tem a culinária e os vinhos, que são maravilhosos.” Na opinião de Taddei, que já fez mais de 30 viagens com bicicleta, Provence é o melhor destino para pedalar.

É unânime. A Toscana, na Itália, é um ótimo local para quem quer conhecer um lugar sobre duas rodas. “Há vinhos excelentes”, diz Adriana Kroehne, sócia da Bike Expedition. “Além disso, a região possui várias estradinhas com pouco movimento, perfeitas para pedalar com calma.” Cidades pequenas são atração do passeio na Itália

Provence Plantações de lavanda colorem trajeto ao ar livre

Alemanha Castelos de conto de fada estão na Rota Romântica

“A Alemanha é o paraíso do cicloturismo.” A afirmação é do escritor e fotógrafo José Antonio Ramalho, que tem livros publicados sobre suas viagens em duas rodas. Ele indica a Rota Romântica, que liga Füssen a Würzburg, com cerca de 350 km. Entre as atrações estão as construções de Ludwig 2º (1845-

Texto e imagens FolhaPress


1886), famoso por seus castelos de contos de fadas– o da Cinderela, nos EUA, é baseado em um de Ludwig. Holanda Estradas planas levam a campos de flores típicas

Por ser plana, a Holanda só sai ganhando com o cicloturismo. É ideal para quem gosta de percorrer longas distâncias, pois a ausência de grandes subidas evita aquele cansaço rápido. Nas estradas pouco movimentadas podem ser vistas as coloridas plantações de flores, como a tulipa, uma das atrações do país europeu. Igrejas antigas e castelos também são pontos que rendem belas lembranças. Internacional (sem aéreo) HOLANDA

Seis noites em quarto duplo custam 3.200 por pessoa, sendo três no Sandton Château De Raay, em Limburg, e três no Château St. Gerlach. Inclui traslados, seis jantares, piquenique, dois guias, bicicleta, van de apoio com água e fruta e assistências médica e mecânica. Na Bike Expedition: 0/xx/11/ 34594160; www.bikeexpedition.com.br NORTE DA PATAGÔNIA

Cinco noites em quarto duplo na hosteria Santa Rita, na região do parque nacional Nahuel Huapi, na Argentina, custam US$ 1.610 por pessoa, com café, traslados, três almoços, dois jantares com vinho, guia, subida de teleférico ao Cerro Catedral, rafting, e entrada para todos os parques. Na

Bike Expedition: (11) 3459-4160 ww.bikeexpedition.com.br PROVENCE (FRANÇA)

Cinco noites em quarto duplo em hotéis de luxo custam US$ 3.995 por pessoa, com café, dois almoços e quatro jantares com vinho, ingressos a locais históricos, museus e parques e todas as gratificações. Na Auroraeco: (11) 30861731 www.auroraeco.com.br TOSCANA (ITÁLIA)

O pacote de seis noites de hospedagem em quarto duplo em hotéis de luxo custa US$ 3.190 por pessoa, com café e cinco jantares, além de um passeio de bicicleta por dia. Inclui dois guias, bicicletas, van de apoio com água e frutas e transporte da bagagem. Na Sem Fronteiras: (11) 20913595 www.semfronteiras.tur.br Internacional (com aéreo- preço por pessoa em quarto duplo) ALEMANHA

Sete noites custam US$ 2.904 (de 19/6 a 24/7), com café, passando por Bad Godesberg, Colônia, Frankfurt, Koblenz, Mainz, Rüdesheim e St. Goar. Inclui aluguel de bicicleta, tour em Colônia e Mainz. Na New Age: (11) 31384888 www.newage.tur.br


VIAGEM

ROTEIRO CVC

Ciclistas em estradinha da Toscana (Itália), um dos principais destinos de cicloturismo.

Hidratação e capacete são essenciais Cicloturismo não exige esforço muito grande, mas preparo podeevitarcontratempos,como dores, na viagem

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ara quem se animar e decidir fazer uma viagem cujo roteiro inclua alguns passeios de bicicleta por dia, vale seguir algumas dicas. Uma das mais importantes é sobre hidratação. “Se o percurso tem mais de cinco quilômetros, o turista deve levar água”, diz Guilherme Padilha, sócio da Auroraeco. Outra sugestão é a de José Antonio Ramalho, escritor e fotógrafo, autor dos livros Guia da Mountain Bike e Sete Roteiros de Aventuras. “Se vai fazer uma viagem com três horas de pedal por dia, comece uns dias antes a pedalar por três horas”. Ele lembra da importância do alongamento: “Viagens de cicloturismo não exigem muito esforço, mas o alongamento pode evitar dores”. Veja ao lado equipamentos recomendados para a atividade.

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EQUIPAMENTOS SUGERIDOS Veja dicas do que usar nos passeios de bicicleta

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Bermuda

O selin pode ser desconfortável; para não ficar dolorido, leve uma bermuda com almofadinha 2

Óculos de sol

Use para proteger os olhos da radiação solar; prefira as armações de plástico 4

Luvas

Mãos mais sensíveis podem ficar com calo; use um par de luva esportiva 5

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ma cidade privilegiada. É assim que Santiago, capital do Chile, pode ser definida. E não é pra menos, afinal a região tem como cenário de fundo uma das obras mais belas da natureza, a Cordilheira dos Andes. Não bastasse isso, Santiago ainda se destaca pela preservação de sua história e cultura. Assim que o turista chega à cidade percebe o amor e orgulho do povo chileno em relação ao seu país, cultivando costumes, tradições e preservando espaços. As ruas, parques e praças, juntamente com as estações de esqui e vinícolas próximas a Santiago, transformaram a cidade em um destino inesquecível. A cidade é o centro cultural do Chile, onde se encontra tudo o que uma grande metrópole pode oferecer: diversão, edifícios corporativos, inúmeros serviços e infraestrutura turística. A Grande Santiago, ou simplesmente Santiago, é considerada a cidade com a melhor qualidade de vida de toda a América Latina.

Capacete

O item deve ser usado em qualquer passeio de bicicleta 3

Santiago, a melhor vista para a Cordilheira dos Andes

Pochete

Mochila atrapalha na hora de pedalar; leve na pochete alimentos como barras de cereal

Esqueeze de água

É importante hidratar-se em qualquer atividade física

Dica CVC • Não comente sobre a viagem com todos os vizinhos do prédio ou da rua; • Conte a apenas um vizinho mais próximo que estará ausente; • Informe seu destino, data de partida e retorno e um contato para emergências; • Cancele o recebimento de cartas e jornais durante o período da viagem; • Configure o telefone de sua casa para direcionamento de chamadas ao seu celular; • Adquira um sensor que acenda e apague a luz de ambientes conforme a variação de luz natural. A CVC oferece dicas de roteiros para você aproveitar ao máximo a sua viagem. Consulte seu agente de viagens.



NA ESTANTE DA MOOD Por CARLA MATSU

O homem

por trás do festival

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Amor Pop Jesus, Maria e Buda recebem as roupagens de uma linguagem pop na exposição "Incondicional", do designer Thiago Barros, em cartaz no Museu MARCO. O colorido psicodélico de Andy Warhol e a descontextualização da Arte Pop integram-se à mensagem e reflexão das 12 obras do artista, instaladas na Sala Preta do museu. Entre manipulações digitais impressas em papel fotográfico e serigrafia em tecido e da apropriação de ícones religosos, Thiago reflete sobre o efeito das leis maiores de uma religião universal, mais conhecida sob a alcunha de um simples e eficaz sentimento, o amor. Onde: A exposição permanece no MARCO- Museu de Arte Contemporânea até o mês de agosto

escritor e crítico francês Gilles Jacob narra os bastidores do cinema mundial que ele observa há mais de três décadas de um ponto de vista privilegiado: o de diretor do mais prestigioso festival de cinema do mundo, o festival de Cannes. Entre as memórias de sua vida pessoal, em que se destacam as peripécias de uma família judia durante a ocupação nazista, Cidadão Cannes cativa pela nostalgia e pela comovente crônica de tudo que Jacob viu e ouviu à frente do festival. Com personagens como Clint Eastwood, Stanley Kubrick, Sharon Stone e Woody Allen, Jacob constrói uma versão moderna das Mil e uma noites e ainda entrega as intrigas políticas, os chiliques dos grandes astros, as idiossincrasias dos maiores cineastas e a sedução irresistível das divas. Por 54,00 em www.ciadasletras.com.br

JORG3 Amado AO CUBO A editora Cia das Letras lançou uma caixa especial que traz três edições primorosas do escritor Jorge Amado. As narrativas breves reúnem boa parte dos temas que o consagraram, entre eles o microcosmo baiano, a malandragem, a prostituição, a religião, o erotismo e a morte. Ilustrados por artistas gráficos consagrados e comentados por grandes nomes da literatura, os três contos trazem a prosa malemolente e desfechos mirabolantes, com pitadas do realismo fantástico, realçado pelos desenhos que acompanham as narrativas de De como o mulato Porciúncula descarregou seu defunto, O milagre dos pássaros e As mortes e o triunfo de Rosalinda. Por 48,00 em www.ciadasletras.com.br

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Fotos Divulgação





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HOMENAGEM IDDEA HOMENAGEIA OS PROFISSIONAIS DO 1º CICLO DE 2010! Com sofisticado coquetel, os associados do IDDEA recepcionaram arquitetos, engenheiros, decoradores e designers na loja Leo Madeiras, a mais nova associada.

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1 Arq. Artur Perez, Arq. Daniela Perez e Bruno de Barros Solano, Alínea Refrigeração 2 Alberto Cabral da Casa. Com e Arq. e Urbanista Luciana Teixeira 3 Mirian T. Bigolin e Arq. Jamil Paroschi Junior 4 Arq. Eliane Nogueira (in memorian), Juliana Caldart, Arq. Luis Pedro Scalise 5 Arq. Gil Carlos de Camillo e Lourdes Batiston, Multinox 6 Arq. Paulo Delmondes e Luiz Antonio 7 Arq. Rodrigo Viana Macedo e Francisco de Assis, Bomtempo 8 Arq. Gelise Almeida e Adelson Britto 9 Arq. Christine Zeni e Marco Antonio, Marcoflex Persianas

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10 João Ramalho, Cena Iluminações e Arq. José Apolinário Ramos 11 Categoria Decoradores e Designers de Interiores: Ana Muzzi Youssif e Wladimir Es18 tenes Nogueira, Estilo & Design 12 Meire Cacique da Costa, representada pela Paisagista Eliane Oliveira e Maria Helena Bonotto, Perfatto 13 Julian Soam Barbosires Youssif e Monaliza Cheirlia Deiss, Forme e Transforme 14 Categoria Construtora: Mapa Incorporações Ltda Engº Jean Michel Marsala Junior e Glauco Cerantola, Casa Nova Mármores 15 Jamile e Fábio Caldart, Leo Madeiras 16 Sonia Caldart e Luiz Caldart, Madecal 17 Denise Bigolin, Roberto Bigolin, Mirian T. Bigolin da Portobello Shop, Arq. Deise Bigolin e Roberto Bigolin Filho, Bigolin 18 Juliana Caldart e Mariana Caldart Morales, Leo Madeiras

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NO DIA 25/6, NO YOTEDY, foi realizada a solenidade de posse do presidente do Sistema Fecomércio MS, Edison Ferreira de Araújo e nova diretoria. O empresário Edison Araújo vai conduzir um segmento que representa – de acordo com os dados do Ministério do Trabalho e Emprego - 61% da receita de Mato Grosso do Sul e cerca de 41% da massa de trabalhadores. Um novo tempo - Para os próximos quatro anos, Edison Araújo propõe um período de mudanças e avanços tecnológicos para o setor de comércio, bens, serviços e turismo de MS. “Nossa gestão será pautada pela aproximação com os sindicatos, pela excelência em gestão empresarial. Um novo tempo para comerciantes que serão atendidos por meio dos serviços e atividades do Sesc, Senac e pela própria Federação”. Para garantir um segmento fortalecido e bem representado, o Sistema Fecomércio entende que o processo também deve melhorar o atendimento aos Sindicatos e seus representados. Para isso, uma das propostas que já está sendo desenvolvida desde o início do ano é uma “profissionalização da gestão sindical”, por meio do SEGS (Sistema de Excelência em Gestão Sindical), orientado pela Confederação Nacional do Comércio e com princípios da Fundação Nacional da Qualidade. Outros compromissos assumidos são o fortalecimento da representatividade das empresas do setor; promoção da gestão pública e eficácia; racionalização dos impostos; combate à informalidade e luta pela longevidade das empresas.


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1 Edison Araújo, no momento da posse 2 Edison Araújo, e sua esposa Luiza 3 Sérgio Longen, Presidente da FIEMS 4 Sérgio Longen, presidente da FIEMS, Edison Araújo, presidente da FECOMÉRCIO/MS, Leocir Montagna, presidente da FAEMS e Eduardo Riedel, presidente em exercício da FAMASUL 5 Nova diretoria da FECOMÉRCIO/MS 6 Sérgio Longen, presidente da FIEMS e a Senadora Marisa Serrano 7 Edison e Regina Ferro, diretora regional do Senac/MS 8 Hilário Pistori, ex-presidente da FECOMÉRCIO e Edison Araújo, presidente da FECOMÉRCIO/MS 9 Edison e Luiza Araújo, Renata e Rodrigo 10 Irene Maria Buainain Pereira de Souza, diretora regional do Sesc e Alexandre Coutinho de Souza 11 Ambiente da festa 12 Deputado Estadual Paulo Correa 13 Deputado Estadual Paulo Correa, Márcio Thibau, vice-presidente do TRT e Sérgio Longen, presidente da FIEMS 14 Eliana e Aldoir Czizeski, empresário

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the next mood

In Style O repert贸rio do bem vestir que comp玫e o atual dresscode masculino

For Men 118

Foto Alexis Prappas Modelo Carlos Colato/ Arena Models




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