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Uma revis ta do seu mod o Decoração Estilo Gourmet Viagem Consumo Nº 25 Maio 2012 R$ 10,00
décor Mostra Artefacto B&C apresenta a sofisticação carioca 20 design Zanini de Zanine e suas peças modernas e divertidas 30 comportamento A vida de quem está sempre conectado a gadgets 54
mood loop Nathalia Albuquerque traz as festas mais badaladas e incríveis na nova seção da Mood 78 Perfil Ana Teixeira e seu olhar artístico sobre as relações humanas 100
Luis Pedro Scalise Arquiteto Luis Pedro Scalise fala sobre sua trajetória profissional e identificação com a arte
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DESIGN CRIATIVO Zanini de Zanine mostra seu talento com a criação de peças modernas e divertidas
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Leitores ANA RUAS Edição deste mês mostra o ateliê, das páginas 18 a 23. Obrigada equipe da revista e fotógrafo Alexis Prappas, com um olhar preciso! Obrigada arquitetas Eloisa Vicari e Liana Godoy pelo carinho e sensibilidade na concepção do projeto! Via Facebook, sobre a edição 24 da Mood Life.
Tome nota Literatura, teatro, música. Uma fina seleção de cultura e entretenimento 8
Comportamento A vida de quem está sempre conectado a gadgets 54
Feira Hype Ideias para vestir sua casa 16
Vox Fabrício Berton e sua empresa que funciona 24horas por dia a favor da sustentabilidade 68
Projeto Uma casa que preza pelo aconchego, linguagem clean e sobriedade 24
Portfólio Diretora da escola Ativa Idade, Janeth Barbosa se dedica a educar 70
Capa Arquiteto Luis Pedro Scalise fala sobre sua trajetória profissional e identificação com a arte 36
Eu sou Um bate papo chei de temperos e sabores com a chef Luciana Junqueira 72
Mistura Fina As novidades em moda, design e luxo que fazem nosso desejo de consumo 44
Lounge Adelia Haddad e suas conquistas pessoais e profissionais 74
DECORAÇÃO | ESTILO | GOURMET | VIAGEM | CONSUMO
MOOD Loop Nathalia Albuquerque traz as festas mais badaladas e incríveis na nova seção da Mood 78 Cultura Palco Giratório do SESC. Um projeto de circulação teatral que abrange todo o país 92 Vida de artista Alexandre Basso trilha seu caminho no audiovisual 98 Perfil Ana Teixeira e seu olhar artístico sobre as relações humanas 100 Gourmet Alexandre Furquim desvenda os segredos dos produtos orgânicos e Douglas Mamoré Jr. explora o charmoso mundo dos vinhos 102
CONTATO Envie comentários e sugestões para a seção informando o seu nome completo. A revista MOOD Life se reserva o direito de resumir e adaptar os textos publicados, sem alterar o conteúdo. editor@moodlife.com.br redacao@moodlife.com.br www.twitter.com/revistamoodlife www.moodlife.com.br
Shopping Campo Grande 3027 1848
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Expediente
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epercussão nacional. No final de abril Luis Pedro Scalise ganhou a mídia por ter comprado a gravata de brilhantes que foi de Clodovil. Decidimos então contar a história e muitas outras sobre esse arquiteto. Luis figura nossa matéria de capa falando da trajetória profissional e seu relacionamento com a arte. Nascido em Santa Catarina, teve um infância nômade devido ao pai, engenheiro. Mas Campo Grande sempre foi o foco das férias. Foi aqui que se graduou e criou projetos premiados no país e até internacionalmente. Os detalhes podem ser conferidos na entrevista acompanhada de um ensaio clicado por Alexis Prapas. Voltado para casa, apresentamos ambientes de puro charme da mostra carioca Artefacto B&C compõem a seção Décor. Inspirações também podem ser vistas em um projeto cheio de referências de elegância e sobriedade, assinado por Annelise Giordano e Gelise Almeida. Para quem gosta de produto, Feira Hype está cheia de indicações. E por que não dar uma espiada em Design? As peças de Zanini de Zanine são divertidas e modernas. Em Comportamento tratamos sobre a forma que as pessoas se relacionam nessa época de fácil acesso à rede. Passamos 24 horas ligados a computadores, smartphones, mp3s e outros gadgets. Em um mundo como o atual, no qual toda informação é valiosa, o excesso delas também pode nos sufocar e nada melhor que o bom senso para saber quando se desconectar. Nesta edição também temos uma novidade. Estreamos MOOD LOOP, uma seção comandada por Nathalia Albuquerque que apresenta o social dos melhores eventos da cidade e uma agenda atualizada do que está por vir. É só mudar página e conferir!
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diretor Josué Sanches josue@moodlife.com.br Conselho Editorial Alexis Prappas Josué Sanches Linda Benites Luis Pedro Scalise Melissa Tamaciro Jornalista responsável Cidiana Pellegrin (MTB 687/MS) redacao@moodlife.com.br Editor Odirley Deotti editor@moodlife.com.br Editor de Imagem Alexis Prappas alexis@prappas.com.br Fotógrafos Alexis Prappas, Jean Vollkopf, Marcos Vollkopf Revisão Dáfini Lisboa dafini.lis@gmail.com PARA ANUNCIAR LIGUE Holder Gestão e Negócios (67) 3029-3426 Distribuição e assinatura Gabriela Galante operacao@holdergestao.com.br Colaboraram nesta edição Texto Alexandre Furquim, Cidiana Pellegrin, Douglas Mamoré Junior, Maria Adélia Menegazzo, Júlia de Miranda, Paulo Cruz, Thereza Christina Silva e Thiago Andrade. Ilustração Diogo Santiago
CAPA Luis Pedro Scalise Foto: Alexis Prappas (Prappas Imagens) Produção executiva: André Furquim
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Revista MOOD Life é uma publicação mensal. Rua Bahia, 10 – Itanhangá Park. Campo Grande/ MS CEP 79003-032. A Revista MOOD Life não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam no expediente não tem autorização para falar em nome da Revista MOOD Life. Impressão e acabamento Idealiza Gráfica e Editora.
nacio n a l uma fina seleção de cultura e entretenimento concurso
Gênios do Design O 26º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira está com inscrições abertas para criadores de todo o Brasil, profissionais ou não, desenvolverem o cartaz de divulgação deste ano. Abertas até 22 de maio, elas devem ser feitas por meio do site do MCB. A peça é fundamental, pois a partir dela será criada toda a identidade visual da edição. Não há tema definido e o designer deverá levar em consideração critérios como conceito, impacto visual e criatividade. O vencedor levará prêmio de R$ 3 mil, além de um contrato no valor de R$ 5 mil para a criação de outras peças. O júri, formado por acadêmicos e profissionais da área, tem liberdade para escolher outros cartazes que farão parte da mostra e os selecionados ganham um curso na Oficina Tipográfica São Paulo. Informações: www.mcb.org.br
música
Retorno memorável Os quatro homens barbudos que influenciaram toda a geração pós-2000 retornam aos palcos para uma turnê sem precedentes em comemoração aos 15 anos de carreira. Os shows dos Los Hermanos, que há mais de cinco anos não faziam um circuito tão grande de apresentações, tiveram ingressos esgotados rapidamente, mas ainda é possível encontrar algumas em cidades como Curitiba, Porto Alegre e Alegre, no Espírito Santo. Criadores de hits como “Anna Julia”, a banda também é responsável por discos maduros como “O Bloco do Eu Sozinho” e “Ventura”. Para tentar a sorte com os ingressos ou saber mais sobre os shows www.loshermanos.com.br
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MOOD
Fotografia
Abismável mundo Fotos gigantes, tiradas do alto, para mostrar um pouco das feições desse planeta no qual passamos todas as nossas vidas. É isso o que propõe a exposição “A terra vista do céu”, apresentada por Yann Arthus-Bertrand, um ambientalista francês que passou os últimos 20 anos viajando pelo mundo e realizando fotografias aéreas. As imagens estão expostas na Praça da Cinelândia, no Rio de Janeiro, até 24 de junho. Por um mundo sustentável, a mostra se encaixa nas programações que abrem espaço para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento, a Rio +20.
nacio n a l uma fina seleção de cultura e entretenimento teatro
ato em CENA Até 17 de junho, quem for ao Rio de Janeiro não pode perder as apresentações do espetáculo “A primeira vista”, dirigido por Enrique Diaz e protagonizado pelas atrizes Drica Moraes e Mariana Lima. Um dos renovadores da linguagem teatral, quando à frente do grupo Cia. dos Atores, o diretor se foca na amizade de longa data entre duas mulheres para desconstruir toda e qualquer teatralidade, assim como para construir um esboço do que é ser humano. A peça está em cartaz no Teatro Poeira (Rua São João Batista, 104, Botafogo). Com ingressos entre R$ 50 e R$ 70, ela fica em cartas de quinta-feira a sábado.
GASTRONOMIA INTERNET
Pop esperto
Um mineiro decidiu que para ter peixes como ingredientes principais de seus pratos, a única coisa razoável a se fazer era morar mais próximo do mar. Foi o que fez Lúcio Figueiredo, que há dez anos capitaneia o Vojnilô, restaurante luxuoso localizado na Rua Frederico Borges, 409, em Fortaleza. No Ceará, o chef optou por criar um ambiente com ares medievais, com tijolos a mostra nas paredes e cadeiras altas, como se feitas para reis e rainhas. Com uma vistosa vitrine, na qual são exibidos peixes e frutos do mar comprados diretamente de pescadores da região, saem as peças que se tornarão pratos belíssimos. De um aquário, mariscos nativos mantidos vivos são retirados para as entradas servidas na casa. Os preços dos pratos giram em torno dos R$ 80. Na adega, mais de 1500 garrafas de 200 rótulos completam o ambiente. Para saber mais: www.restaurantevojnilo.com.br
Textos thiago andrade / fotos Divulgação
O mundo se tornou uma torre de Babel e, como diria algum teórico famoso, informação demais produz desorientação. Nada melhor, portanto, que filtrar aquilo que nos dizem. Daí que o blog Move That Jukebox faz um ótimo serviço em relação à música, um dos ramos mais pululantes da produção cultural contemporânea. Lançamentos interessantes, críticas, informações sobre shows e novidades do que há de mais cool em relação a esse mundo, tudo pode ser encontrado no site, que começou independente e hoje faz parte do maior portal brasileiro, o UOL. O que chama a atenção é que o espaço surgiu quando um grupo de adolescentes resolveu levar a sério aquilo que mais gostavam. Antes mesmo de prestar vestibular, já haviam se tornando conhecidos nas rodas mais interessantes do país. Para acessar www.movethatjukebox.com.br
Na enseada
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regi o n a l uma fina seleção de cultura e entretenimento
INAUGURAÇÃO
Uma novidade inspirada nos botecos cariocas da década de 1960 chega a Campo Grande. Dia 16 de maio, será inaugurado o Real Botequim, um bar com decoração retrô e com serviços e cardápio bem antenados ao gosto do freguês. O diferencial é que, assim que o cliente chega ao local, já tem a oportunidade de tomar seu chope degustando petiscos servidos pelos garçons de mesa em mesa. Empadinha de queijo do reino, coxinha de camarão, bolinho de bacalhau, quibe, filezinho com queijo, tilápia com tomate e muitos outros aperitivos que prometem provocar o paladar.
música
Poetinha Em homenagem ao compositor e escritor Vinícius de Moraes, a Confraria do Tom apresenta o espetáculo “Para Sempre, Vinícius de Moraes”, com as irmãs do Quarteto em Cy e Wanda Sá. No dia 19 de maio, às 21h, o Auditório Manoel de Barros, do Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo, será palco do encontro de artistas que sempre estiveram conectados. O quarteto, formado por Cyva, Cynara, Cybele e Sonya, surgiu por incentivo do poetinha e a intérprete Wanda Sá guarda grande carinho pela obra de um dos artistas mais completos que o Brasil já concebeu. Os ingressos estão à venda no Shopping Campo Grande. Informações: 9943-2604
gastronomia
Sabores do mato A culinária do Estado ainda é desconhecida pelo Brasil e por uma grande fatia da população que habita a região. Para mostrar ao público quais são esses sabores, a Abrasel/MS lançou o livro “Guia Gastronômico de Mato Grosso do Sul”, que oferece um panorama dos sabores da região. A publicação serve de aperitivo para quem aguarda a Arena Gastronômica 2012, que será realizada no Armazém Cultural, de 29 de maio a 3 de junho. O evento trará para Campo Grande pratos selecionados nacionalmente, com o objetivo de reunir os principais chefs contemporâneos. Além disso, a feira também oferecerá workshops, palestras, aulas de culinária. Informações: 3324-9803 / 3321 4396
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Textos thiago andrade e cidiana pellegrin / fotos Divulgação
boteco do bom
Ideias para você vestir sua casa
Pelúcia
chique Criado em 2009 pelos designers Fernando e Humberto Campana, o sofá Cipria surgiu da ideia de experimentar com diferentes tipos de estofos, como pele falsa. A peça, que tem 9 almofadas em formatos diferentes, fixadas em um quadro invisível de metal, também pode ser vista como uma releitura lúdica do sofá Marshmallow de George Nelson. O produto é produzido pela marca italiana Edra e já foi exposto no Salão do Móvel em 2010. www.edra.com
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Multiestampas Referência em revestimentos, a marca carioca By Floor acaba de receber da grife francesa Élitis a coleção de papel de parede Serie Limitée. São 32 modelos disponíveis em várias cores, com destaque para as estampas que sugerem movimento e para os desenhos geométricos aplicados sobre papéis com textura e acabamento externo em verniz (lavável). R$ 1.100. Informações no site www.byfloor.com.br
Beleza e conforto
Ritual francês
Grandes, pequenas, coloridas, listradas ou lisas. As almofadas coloridas podem ser o recurso apropriado para deixar o ambiente mais quente, vivo e aconchegante. As estampas variam e você pode brincar com tons e tecidos no sofá de uma sala ou, até mesmo, uma varanda. As mais requisitadas para compor a decoração são as florais e as de temática indiana. Arara Azul - Tecidos para Decoração Rua Don Aquino, 530 – Centro. Tel.: (67) 3321-6842
Textos cidiana pellegrin / fotos Divulgação
Sucesso na Europa, as lamparinas de luxo Lampe Berger Paris purificam e perfumam o ambiente com uma fragrância originalmente francesa. A marca, que inaugurou sua loja no Brasil em 2011, é uma das mais tradicionais maisons do segmento, apresentando edições limitadas e assinadas por nomes importantes do design contemporâneo, como Hilton Mc Connico e Regis Dho. R$ 5.775 e R$ 7.875. Informações www.lampeberger.com.br
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Ideias para você vestir sua casa
Sono equilibrado
Textos cidiana pellegrin / fotos Divulgação
A Flex do Brasil lança a nova versão de sua linha de colchões, criada a partir de fibras de algodão da árvore Kapok, produto extremamente, leve, elástico e flexível. Intitulada Flex Kapok Earth, a novidade amplia sua gama de acabamentos e bordados exclusivos. Com propriedades de regulação térmica e dispersão de umidade, esta fibra possibilita o equilíbrio com a temperatura do ambiente, proporcionando um toque de frescor no verão e sensação mais calorosa no inverno. Preço sob consulta na ¼ Um Quarto Av. Afonso Pena, 3835, Centro. Tel.: 3043-5081
INUSITADA Elegância em madeira A Saccaro buscou influências nos canaviais brasileiros para criar uma nova coleção de móveis para salas de jantar. A linha Canavial, desenvolvida pelo designer Roque Frizzo, tem produtos fabricados em madeira escura – uma alusão à fuligem da pele dos trabalhadores – com traços retos e precisos como o corte da cana. A mesa em destaque tem 3.2m de largura, tampo de imbuia e 64 pés centrais. R$ 17.253,57 no site www.saccaro.com.br
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O designer paulista Wagner Archela criou a poltrona Pazetto com uma série de lâminas de EVA intercaladas com placas de metacrilato. A peça ganhou fama depois de aparecer na capa da revista nova-iorquina Interior Design. A partir disso, foi exposta na galeria de Rossana Orlandi em Milão e adquirida para fazer parte do acervo permanente do Salone Satellite. O produto original tinha outra versão: era composto por centenas de lápis espetados em EVA para dar a ideia de escultura com lápis e borracha, uma encomenda feita para ser exposta no lançamento de uma caneta luxuosa da Faber Castel. R$ 9.070 no site www.alotof.com.br
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Sofisticação carioca As tendências para moradias de praia, campo e cidade apontadas pela Mostra Artefacto Beach&Country
O
estilo carioca de viver aparece na 3ª Mostra Artefacto Beach & Country. O evento, que acontece na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, também lança as tendências de decoração interpretadas por 38 renomados arquitetos da cidade litorânea. Paola Ribeiro, Maurício Nóbrega, Luiz Fernando Grabowsky, Joy Garrido, Adriano Amado, Rachel Molinaro e Roselli Muller, entre outros, exploram o melhor da marca em 27 ambientes inspiradores. São lofts, quartos, livings, salas de jantar, de música e estudos, dispostos em 2.300m² do CasaShopping até dezembro. Leves, descontraídos e sofisticados, os ambientes foram projetados para casa de praia, campo e cidade. Dentre as tendências deste ano, muitos espaços para uma moradia no litoral. Eles priorizam tons de areia, luminárias em palhinha, móveis de junco, tecidos crus e étnicos, móveis com pintura e pátina provençal, madeira de demolição e envelhecida.
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A arquiteta Ana Lúcia Jucá projetou o home-theater em 60m². Um imenso sofá Conrad convida para um bom filme, assim como o papel de parede em pedrinhas e o projeto luminotécnico – com luz indireta e o mais perto possível da luz natural – garantem aconchego. A estante, leve e longilínea, com 8 metros de comprimento e desenhada pela arquiteta, completa o espaço.
Integração com a natureza e os amigos é a proposta de Raquel Molinaro para a varanda na praia. O off-white predomina no teto, nas paredes e no piso, dando leveza e criando harmonia entre os móveis, como o sofá branco revestido
em ratier de linho recheado de almofadas. O ambiente tem revestimento do teto formado por lascas de bambu traçado, produzido artesanalmente e montado no local
Inspiradas no prazer de receber amigos e saborear um ótimo vinho, Cristina Côrtes e Cláudia Sant’ana criaram o living com adega, de 44m². A sofisticação do ambiente é expressa pelos tons off-white, utilizados sem moderação, tanto nos reves-
timentos das paredes quanto nas peças do mobiliário. Em contraste com esta proposta de nuances mais claras, obras de arte de Kakau Höfke compõem a área do living, que conta com rasgos de iluminação indireta com lâmpadas fluorescentes.
SERVIÇO
Textos cidiana pellegrin / fotos Divulgação
3ª Mostra Beach & Country Visitação: até 20 de dezembro de 2012 Entrada franca Local: Artefacto do CasaShopping Av. Ayrton Senna, 2150 – Bloco K- Barra Visitação: de terça a sábado, das 10h às 22 horas. Segundas, das 12h às 22h. Aos domingos, das 15h às 21 horas. Feriados, das 15h às 21h.
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Madeira branca provençal e fibras naturais dão o tom de loft bem praiano assinado por Joy Garrido. Em 80 m², predominam tons neutros, com pitadas de amarelo, laranja e turquesa em almofadas e ventilador. As paredes são revestidas com palha natural, assim como os tapetes. Todos os móveis são da nova coleção da marca Pensado para uma mulher bem-sucedida e que adora viajar, o loft urbano de Roseli Muller tem linguagem limpa e muitos espelhos para aumentar o espaço de 75m², dividido em uma grande sala que integra estar, jantar e trabalho, além de sala de TV e quarto. No Jantar, destaque para a estante em gesso acartonado, com fundo espelhado e o lustre com 1,20m de diâmetro
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Textos cidiana pellegrin / fotos Divulgação
Rústico e sofisticado, o espaço gourmet idealizado por Paola Ribeiro apresenta madeiras cruas e detalhes em preto. Em torno de duas grandes mesas de jantar, cadeiras com modelos e cores diversos dão um charme incomum. Nas paredes, papel listrado em tons de areia e preto mantém a harmonia Tons de cinza, bege e branco compõem um quarto de casal moderno e cheio de personalidade, criado por Leila Dionízios. A profissional também empregou móveis com linhas contemporâneas em cores neutras e tapete listrado. Um tablado de madeira sustentável, com uma área para descanso e uma versão moderna de uma penteadeira, forma o espaço de relax do casal
Serviço 3ª Mostra Beach & Country Visitação: até 20 de dezembro Entrada franca Local: Artefacto do CasaShopping Av. Ayrton Senna, 2150 – Bloco K Barra Visitação: de terça a sábado, das 10h às 22 horas. Segundas, das 12h às 22h. Aos domingos, das 15h às 21 horas. Feriados, das 15h às 21h.
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Elegante e atemporal Casa de 480 m² preza pelo aconchego, linguagem clean e sobriedade dos tons beges
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Textos cidiana pellegrin / fotos gilson barbosa
U
ma casa para toda vida. Esse foi o ponto de partida para Annelise Giordano e Gelise Almeida, no trabalho da arquitetura de interiores dessa residência. O local foi planejado para um jovem casal, recém-casado e com uma filha pequena, que gosta de receber familiares e amigos. O desejo também era constituir um lar sem modismos, onde pudessem viver por muito tempo sem a preocupação de reformas. As profissionais atuaram na escolha das cores, revestimentos, organização e definição da mobília, confecção do projeto de iluminação e outros detalhes. O resultado são ambientes refinados, aconchegantes, que colocam o bem-estar dos moradores em evidência e valorizam o convívio social. Amplitude é outra característica chave da casa. As áreas sociais e de lazer foram planejadas dessa forma, proporcionando ainda mais a sensação de grandiosidade. O uso de tons claros dá luminosidade aos espaços e também facilita para a moradora mudar o visual do décor sem grandes interferências nos acabamentos, o que torna o local bem funcional. No quesito conforto, um dos materiais mais usados é a madeira, por conta do calor e da sensação orgânica que ela oferece. Essa matéria-prima está em móveis e armários que mesclam elementos clássicos e contemporâneos.
Convidativa, a área externa da casa apresenta nichos integrados, voltados ao lazer e ao descanso. Um espaço é reservado para a piscina com prainha, ofurô, deck para banho de sol, sauna e gazebo. O outro apresenta um canto gourmet com churrasqueira, forno a lenha e chopeira. As profissionais também optaram por utilizar tinta com efeito de mármore para promover um visual diferente no ambiente do “chef”. O bate-papo confortável fica ainda mais prazeroso no longe, ele foi montado com móveis da Artefacto, feitos com fibras naturais. Uma porta de vidro separa o interior da casa da área externa
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A cozinha é o coração da casa. A ilha em marmoglass bege serve de suporte para as refeições e dá destaque ao ambiente. O formato escolhido foi pensado para que os convidados fiquem próximos do anfitrião, amante da culinária. Devidamente equipado, o cômodo também recebeu acabamentos, revestimentos e armários em tonalidades neutras para resistir à passagem do tempo Sóbria e confortável, a sala de estar apresenta um generoso sofá para acomodar os visitantes. Duas mesas, desenhadas pelas arquitetas, foram revestidas com madrepérola, trazendo ainda mais elegância ao espaço. Para aquecer o ambiente com décor clean, um banco de madeira rústico foi inserido. Para tornar o espaço ainda mais acolhedor, foi projetada uma iluminação pontual para diferentes ocasiões. Na área de jantar, as cadeiras, também de madeira, têm detalhe clássico e sofisticado do capitonê nos encostos. A mesa é uma Saarinen legítima, peça tradicional de design
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Charmoso e sem a convencional cor de rosa, o quarto da primeira filha do casal apresenta móveis rústicos com desenho clássico, feitos por encomenda. O papel de parede, comumente usado nesses ambientes, foi substituído por um revestimento inusitado para a área íntima: a pedra. Apesar de rústico, o material se harmonizou perfeitamente ao décor.
Textos cidiana pellegrin / fotos gilson barbosa
No lavabo, uma proposta diferente: a iluminação foi implantada próximo ao rodapé, e não no teto, como é de costume. Além disso, o ambiente se destaca pela bancada reta esculpida em pedra bruta. Um toque de aconchego foi dado com as paredes revestidas com linho
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morar mais p o r m en o s Morar Mais por Menos Campo Grande Cerca de 400 empresários e profissionais do setor marcaram presença no lançamento. Aproximadamente 50% dos espaços foram comercializados na noite
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evento de arquitetura e decoração Morar Mais por Menos, que será realizado entre 2 de outubro e 11 de novembro em Campo Grande, foi lançado dia 25 no Loft Garden. Já presente em outros nove Estados, além do Distrito Federal, a mostra que tem em seu DNA os conceitos de brasilidade, sustentabilidade, inclusão social, customização, vendas, tecnologia e inovação, vai apresentar projetos sofisticados e criativos, provando que é possível equilibrar os custos. A edição Campo Grande tem 75 ambientes distribuídos em uma área de, aproximadamente, 5.350 m², localizada na rua da Paz, n° 342. Na noite do lançamento, cerca de 50% dos espaços foram comercializados para arquitetos, decoradores, designers de interiores e paisagistas. Encantado, o público pode comprovar o quanto o Morar Mais é uma mostra inteligente, abrindo espaço para o profissional apresentar sua criatividade de acordo com o perfil de seu cliente, afinal, até a classe mais alta quer um projeto viável. “Teremos excelentes projetos e variedade de produtos. A Morar Mais tem um apelo comercial, é um evento tangível”, afirma a diretora-executiva do evento, Iara Diniz. O sucesso do lançamento é a comprovação de que o mercado local comprou a ideia da mostra, que tem como um dos objetivos apresentar projetos arquitetônicos chiques e para todos os bolsos. Empresários do setor também participaram do evento e aproveitaram a oportunidade para fechar contratos comerciais com os espaços. Alguns ambientes já possuem quase 100% de patrocínio por empresas interessadas em mostrar seus produtos, facilitando ainda mais para os profissionais que irão projetá-los. Na ocasião, Sabrina Schuback, uma das fundadoras
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da mostra, e Sandro Schuback, diretor comercial nacional do evento, falaram sobre os conceitos da marca, o sistema de comercialização e o sucesso do Morar Mais em outros Estados. Giovana Sbaraini, vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado (CAU-MS), entidade que apoia a edição Campo Grande, também fez uso da palavra, confirmando “a identificação do Conselho com o compromisso da mostra.” Para o arquiteto Luiz Pedro Scalise, um dos convidados, a chegada da mostra em Campo Grande é um indicador positivo da qualidade do trabalho dos profissionais locais. “O evento é uma vitrine para arquitetos daqui mostrarem seu trabalho em âmbito nacional,” defende. A realização da mostra é do Grupo DNZ Participações, composto por empresas da área de comunicação, responsáveis por grandes eventos nos segmentos de varejo, esporte, cultura e arquitetura. Entre elas, está a Holder Gestão e Negócios, que responderá pela comercialização local.
Serviço O Morar Mais por Menos Campo Grande acontece de 2 de outubro a 11 de novembro, na rua da Paz, n° 342. Informações comerciais podem ser obtidas pelo telefone 3029-3426
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Moderno e divertido Cheio de boas ideias, Zanini de Zanine emplaca seu design experimental pelo mundo
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Textos cidiana pellegrin / fotos divulgação
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iberdade para criar sem exigências de materiais e formas é o desejo de quase todo designer. Zanini de Zanine desenvolve seu trabalho assim, sem moldes e de maneira experimental. Adotando esse estilo, vem se destacando no mercado de design no país e, também, conquistando marcas estrangeiras de alto padrão. Por suas obras, já foi reconhecido com mais de 15 prêmios, inclusive, levou o 1º lugar do Salão Casa Design em 2009, a maior premiação do segmento na América Latina. Este ano começou bem para Zanini. Ele já abraçou o prêmio IF Product Design Awards – Hannover Alemanha, considerado um dos mais importantes da Europa. Em março, também participou da exposição sobre design brasileiro em Berlim, evento no qual foi o curador. Ativo, acaba de voltar
da 51ª edição do Salão do Móvel de Milão, onde lançou peças em parceria com as marcas Cappellini (Itália) e Tolix (França). “O Salão foi oportunidade para mais negócios, fui convidado a desenhar para mais uma marca italiana, que ainda não posso divulgar, e recebi outros pedidos de colaboração, dentro da marca que já estou trabalhando”, revela. No Brasil, Zanini assina para empresas como Habitart, Saccaro e Alle Design. Além disso, ele é dono de uma marca própria, que é conduzida por seu estúdio. O carioca de 34 anos viu uma oportunidade de lançar novidades no mercado, a partir de uma série de desenhos, em que algumas marcas não acreditavam e não queriam produzir. Assim, nasceu a Doïz, com uma pegada mais conceitual e voltada para design de produto. Quando cria, o designer tem a
intenção de registrar um momento ou uma ideia que perpetue seu ponto de vista naquele período. “Quero sugerir e concretizar bem-estar, tanto funcional quanto visual,” declara. Para isso, ele coloca em prática todo seu contexto familiar, urbano e de onde vive. Versátil, já usou em suas peças materiais como: madeira de demolição, de reflorestamento, plástico reciclado, metacrilato, aço, aço carbono, cimento, alumínio, estofado, entre outros.
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Zanini tem uma aptidão criativa, que vai além de sua formação em desenho de produto, na PUC-Rio, no final de 2002. Seu talento é algo que vem de berço. Filho do saudoso arquiteto e designer brasileiro José Zanine Caldas, o carioca teve o pai como maior influenciador de sua carreira. A mãe era formada em cinema, e ambos o criaram com muita liberdade e proximidade de grandes personagens da cultura brasileira. Essa convivência o levou ao caminho do desenho e às artes. Desde a infância, vivia no laboratório do pai. “Eu adorava aquele ambiente de trabalho, pois via as maquetes nascendo, os móveis sendo talhados e as casas crescendo. Eu era e continuo sendo de falar pouco, mas observar muito. Nessa época, já colocava a mão na massa. Meu pai me dava toda a liberdade para
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fazer e montar meus brinquedos nestes ambientes”, relembra. Até o amadurecimento profissional, Zanini passou por várias etapas, uma delas foi o estágio de um ano no ateliê do célebre designer Sérgio Rodrigues. “Sem dúvida, uma escola de vida”, afirma. Depois disso, optou por uma carreira independente, na qual passou a patrocinar projetos próprios e a ser reconhecido por sua criatividade e ousadia.
Textos cidiana pellegrin / fotos divulgação
Outra característica de seu trabalho é a preocupação com a sustentabilidade. “Cresci vendo meu pai falar, praticar, procurar, incentivar este assunto. O papel do designer ou do arquiteto é esse: cuidar do mundo, torná-lo melhor, beneficiar o ser humano,” explica. Outro ensinamento tomado ao longo de 20 anos, ao lado do mestre, foi a valorização da própria personalidade, da cultura e de materiais brasileiros. Trabalhar com a madeira tem um sabor especial para o designer, já que seu pai era um grande escultor de produtos com esta matéria-prima. “Sinto um conforto muito grande quando estou no ateliê em que trabalho com peças em madeira maciça e de demolição. O barulho, cheiro, cenário, tudo remete a minha infância, e, por isso, fico muito à vontade”, confidencia. No portfólio do artista, as cadeiras Skate, Troca, Seringueira, Lenzi e Cross e as mesas de centro Alvorada, Gami, Quadri e Duran são algumas peças de madeira.
Serviço Studio Zanini de Zanine Tel.: 21 2233.5061 contato@studiozanini.com.br www.studiozanini.com.br
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Luis Pedro Scalise A Identidade de artista e um deleite de ousadia Por Cidiana Pellegrin
Fotos Alexis Prappas
inda pequeno, Luis Pedro Scalise demonstrava uma aptidão para arte. Pintou sua primeira tela aos três anos, recordação até hoje guardada. O carrinho e a bola de futebol, brinquedos muito comuns na infância, foram trocados pelo lápis de cor, canetinha e tintas. Na juventude, queria aprofundar essa aptidão em um curso superior, mas foi barrado pelos pais. A ideia, então, de fazer arquitetura, veio da mãe. E ele, sem gostar, deixou-se levar pela indicação. Ao longo dos três primeiros anos, a afinidade com o tema era quase nula. A descoberta de que trabalhar com arquitetura o faria feliz só aconteceu no último período, em 1990. “Realmente, minha mãe tinha razão, eu devia fazer arquitetura”, confessa. Com mais de 20 anos de formado, o arquiteto coleciona especializações e cursos na área. Mas não é preciso entender do segmento de arquitetura de interiores para reconhecer que os projetos de Luis Pedro Scalise são realmente diferentes. Quem frequentou a boate Pele Vermelha, por exemplo, impressionou-se com o avião perdido na selva. Essa criatividade incomum ainda foi vista nas casas noturnas Sec. XV e Sex XVII, sem esquecer a Casa do Papai Noel, que encantou Campo Grande em três edições. A ousadia sempre foi um privilégio em seu trabalho.
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Luis passou um tempo morando no exterior e voltou à Capital em 2008. Depois de ter participado da Casa Cor MS 2009, onde teve o espaço Oasis reconhecido como melhor projeto original, sua carreira tomou maiores proporções. Atualmente, oito prêmios importantes do segmento o destacam como um profissional requisitado nacionalmente. Na casa Cor Trio 2011, idealizou um restaurante tipicamente toscano, o Badebec, onde folhas de livros com a história da Itália foram colocados no teto, de maneira quase despretensiosa. O trabalho venceu na categoria “melhor projeto comercial”. Ano passado, seu espaço Loft ganhou como projeto mais ousado na segunda edição da Casa Cor MS. Para consagrar a boa fase, ainda recebeu um prêmio na Groelândia pelo projeto da Valley Pub de Campo Grande. E 2012 continua promissor. Luis foi convidado a integrar a equipe de arquitetos da Casa Cor São Paulo. Homem de negócios, ele não só é dono de seu escritório de arquitetura, como, também, é sócio de outras várias empresas, muitas no segmento de festas, inclusive, boates em São Paulo. Sua rotina são viagens constantes para conferir obras em outros Estados e, também, aproveitar a ocasião para visitar amigos. Mas a maturidade profissional ainda permite que a alma de artista seja alimentada. Luis, um nato autodidata no assunto, aprecia muito exposições e vernissages. Atualmente, dedica-se também à carreira de pintor e, este ano, vai expor 40 quadros nos Estados Unidos.
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fotos restaurante: divulgação
“Enquanto todo mundo ganhava bola e carrinho, eu ganhava lápis de cor”
Q
uando o interesse pela pintura surgiu? Eu pintei minha primeira tela com três anos e minha mãe a tem até hoje. Meus pais sempre me incentivaram muito. Enquanto todo mundo ganhava bola e carrinho, eu ganhava lápis de cor. Quando vinha passar as férias em Campo Grande, minhas tias me presenteavam com pincel, tintas e canetinhas, e eu adorava passar o tempo pintando. Nessa época, pintava muito no ateliê da saudosa tia Inês Correia da Costa, que é uma grande artista e foi aluna de Portinari. Ela falava para meus pais nunca me colocarem em uma aula de pintura, pois eu iria adquirir o estilo do professor. Ali, ela me dava alguns ensinamentos de sombra, luz e profundidade.
Badebec, o restaurante tipicamente toscano, idealizado na casa Cor Trio 2011. O trabalho venceu na categoria melhor Projeto Comercial. No detalhe, a Mona Lisa pelas mãos de Luis Pedro
um estilo só, como neoclássico, expressionista ou cubista. Eu frequentava exposições, via as técnicas dos pintores, e pensava: Se fizer dessa forma, pode ser que fique parecido, fui experimentando e descobrindo. Gosto de trabalhar com a tinta acrílica, porque ela seca rápido e aceita uma sobreposição na mesma velocidade, mas já usei tinta a óleo, creon, guache, e outras técnicas. Como é esse processo? Diário? Não sou um pintor de carreira, que tem horário para entrar e sair do ateliê. Tenho que estar pressionado para produzir. Por exemplo, agora eu tenho uma exposição nos Estados Unidos e tenho que pintar 40 quadros. Então, quando eu tenho um compromisso, eu passo a madrugada pintando. Gosto muito.
E posteriormente, não buscou cursos? Eu nunca estudei pintura, sou autodidata mesmo. Hoje, essa gama de quadros diferenciados que faço e as técnicas que utilizo se devem a esse fato. Não fui acadêmico e não sigo
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“Sou ousado nos meus projetos, essa é minha grande marca” Que exposição é essa? Eu tenho dois representantes americanos que cuidam da minha parte artística fora do país. Eu faço uma exposição por ano com cada um deles. Ano passado, eu fiz uma na Dinamarca e, agora, será nos Estados Unidos. Além de apreciar você também possui obras de arte? Acho que a obra de arte tem que te tocar, em algum momento da tua vida aquilo ou reflete ao passado, ou esmera teu futuro. De alguma forma, ela fala com você. Então, quando eu posso ter, eu tenho. Não possuo tudo que gosto. Com essa afinidade artística, porque escolheu fazer arquitetura? Eu não queria, isso foi ideia da minha mãe. Na época, o curso que eu desejava era Belas Artes, porém, era muito mal visto em Campo Grande. Minha mãe dizia que arquitetura ia me dar um leque de opções. E eu comecei o curso sem gostar da área. Só no último ano fui me apaixonar pelo assunto, pois começaram os projetos. Eu gosto é dessa parte artística. Como a arte influenciou sua maneira de trabalhar com arquitetura? Quando estou criando, vejo o quadro na parede. Se faço uma fachada, consigo visualizar o paisagismo junto, as cores, as texturas. Essa ligação é pelo dom artístico que eu tenho. Não sei se funciona para todos os arquitetos, cada um tem um sistema de criação, o meu é muito na hora. Seus projetos sempre são riquíssimos em detalhes. Certo? A gente tem de ter uma identidade. A riqueza de detalhes é uma assinatura do meu trabalho. Não que eu só faça isso. Eu acabei de terminar um consultório que é totalmente clean, mas, se você olhar, consegue perceber que foi feito por mim. Sou ousado nos meus projetos, essa é minha grande marca.
A qualidade do seu trabalho o levou a ser um arquiteto reconhecido nacionalmente. Como essa expansão aconteceu? Eu comecei a ganhar prêmios nacionais. Participei da Casa Cor e levei o primeiro lugar em uma mostra com 77 arquitetos. Fiz uma cozinha que também foi premiada como a número 1 do Brasil. Projetei a Valley Pub, que levou um prêmio na Groelândia. Então, esses reconhecimentos me deram destaque no mercado e, assim, novos convites foram surgindo. Agora, por exemplo, fui chamado para fazer a nova loja Artefacto no Shopping D&D, em São Paulo. Então, é uma sequência. Se você continua com a criatividade e ousadia, daqui para frente ganha cada vez mais notoriedade. Antes disso, a Casa do Papai Noel já era sucesso por aqui. Como nasceu o projeto? Ela foi montada pela primeira vez em 1996, porque eu estava indo morar nos Estados Unidos. Liguei para alguns amigos, avisei que tinha feito uma fachada de Natal e que a casa estava aberta para virem conhecer e se despedir. Depois de 10 anos, eu fiz novamente. Só que a casa do Papai Noel tem de ser uma empresa, acabou o evento, o planejamento para o próximo ano tem de começar. Por conta das outras empresas que tenho, não consegui tocar sozinho. Mas é uma coisa que sinto falta, gostaria de um dia retomar isso. A última edição foi em 2007. Quando retornou para Campo Grande, decidiu trabalhar em projetos próprios, como Pele Vermelha, o Sec. XV e o Sec. XVII. Somente há três anos, abriu novamente um escritório de arquitetura. Como foi essa volta para o mercado? Recebi alguns pedidos de projetos na época e não tinha como desenvolvê-los. Estava fazendo o casamento da minha amiga Eliane, também arquiteta, e pedi para ela desenvolver o trabalho. Novos pedidos foram surgindo e ela propôs sermos sócios. Eu não tinha interesse em voltar, mas
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ela me fez a proposta de entrarmos na Casa Cor MS 2009. Se o trabalho desse certo, abriríamos o escritório juntos. A gente ganhou o prêmio da Casa Cor e capa da revista da mostra. Depois, ela faleceu e eu continuei sozinho na área. Qual é o projeto ideal para você? É aquele que te dá satisfação. Não importa tamanho, nem importa preço. Muitas vezes, as pessoas pensam que o projeto ideal é construir um grupo hoteleiro. Para mim, é igual a vontade de comer, porque, às vezes, você está com vontade de cachorro-quente e não é outra coisa que vai te satisfazer. Com todas as empresas, são muitas tarefas e uma rotina sobrecarregada. Como você lida com isso? Minha facilidade é que sou muito rápido em tudo o que faço. Eu não sou uma pessoa que fica pensando. Quando um cliente chega e fala: quero que você construa a minha casa. Na primeira conversa com ele, desenho a casa dele inteira. E como você alimenta essa criatividade? Eu percebo tudo, sou muito observador. Conversando com você, eu olho a fivela do seu sapato e penso que um dia vou fazer o pé de uma mesa, por exemplo. Eu tenho uma memória fotográfica muito boa. Como é tua rotina além do trabalho? Já que as viagens são constantes. Há vezes que eu faço 4 Estados em um dia. Minha rotina é não ter rotina. Às vezes, acordo em um quarto de hotel e penso: estou em Cuiabá, ou estou em Brasília? Isso não cansa? Até hoje, não. Chega uma hora que dá um pouco de estafa, de cada dia comer num restaurante, dormir em um lugar diferente. Aí, bate aquele desejo de voltar para casa. Quando volto, dá dois, três dias, fico louco para ver como está aquela
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obra, ou a outra planta que estou fazendo. Sou muito dedicado à profissão. Mas sobra tempo para aproveitar algo além? Vou a exposições, vernissages e festas. Sou convidado a muitos jantares e recepções, gosto muito dessa vida social. E tem as casas noturnas também, às vezes passo por lá para ver como elas estão. Em abril, você ganhou destaque em muitas mídias por ter arrematado 22 lotes em um leilão com peças do Clodovil, inclusive, arrematou a gravata de brilhantes. O que te levou a comprá-la? De 1989 a 1995, eu desenhava estampas para o Clodovil. Não éramos amigos íntimos, mas nos víamos em eventos e jantares. Um dia, estava lhe mostrando uma coleção e o parabenizei por ter comprado uma gravata assim. E ele falou: “porque você não faz uma? Você gosta mais de joia do que eu e pode ter uma gravata como essa”. Eu ainda brinquei dizendo: “acho que gravata de brilhante só pode existir a sua”. Quando eu vi no Fantástico que ia ter o leilão da gravata, contei a história a um amigo que me incentivou a comprar a peça. Mas eu nem imaginava que teria toda essa repercussão. Além do gosto pelas joias, percebe-se um toque de luxo e certa imponência em seu trabalho. Porque essa identificação? Minha família é metade libanesa e metade italiana. Acho que libanês gosta de brilho, de ouro, essas coisas. Dessas raízes, quais outros valores você tomou para si? O principal das duas é a questão da família. Italiano briga junto, dorme junto, come junto. O libanês tem isso também, algo como uma autoproteção. Eu moro ao lado da minha mãe, e no mesmo prédio que vivo estão minhas duas irmãs, cada uma em um andar. Elas também trabalham comigo.
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Novidades que fazem nosso desejo de consumo
Passado original A Swatch lançou uma coleção em parceria com Lorenzo Petratoni, um artista italiano que ganhou prestígio como diretor de arte na França e fez sucesso pelas ilustrações inspiradas nos anos 1800, um forte registro em sua carreira. Para a marca suíça, ele criou desenhos com decorações, personagens, letras e símbolos do passado para estampar cinco modelos de relógios. Por US$ 70 no site store.swatch.com/new-forhim
Bagagem de estilo A coleção Spectra, da Victorinox, é perfeita para quem adora viajar com malas com design moderno e clean. Feitas com policarbonato puro, elas são consideradas as mais inovadoras malas rígidas do mercado mundial, combinando leveza e durabilidade. O uso de oito rodinhas acrescenta estabilidade e permite maior liberdade de movimento. Disponíveis em cinco tamanhos e quatro cores: preta, branca, vermelha e azul. De R$ 799 a R$ 1.190
glitter nos pés
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Pequena e charmosa Democráticas, as clutches viraram mania na hora de montar um look. A grife Diane Von Furstenberg, referência mundial entre celebridades e fashionistas, acaba de lançar uma linha desse acessório no Brasil. A coleção inclui modelos clássicos, com tonalidade mais sóbria e escura, e modernos, nos tons dourado, prata e bronze metálicos. Já quem assume um estilo mais ousado pode optar pelas versões coloridas em neon. De R$1.350 a R$1.800. Shopping Iguatemi – Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2232 – Pinheiros, São Paulo-SP Tel.: (11) 3034-4720
Textos cidiana pellegrin / fotos Divulgação
Os sapatos com brilho dominaram as vitrines das lojas de calçados e, também, os looks das fashionistas brasileiras e internacionais. Forte tendência no inverno 2012, os modelos com glitter podem promover um visual de arrasar, quando combinados com peças básicas ou minimalistas. A coleção inverno 2012 da Arezzo apresenta botas, sandálias e sapatilhas que vão chamar atenção por onde você passar. Preço sob consulta na Arezzo – 1º piso do Shopping Campo Grande.
Novidades que fazem nosso desejo de consumo
Toque especial Lenços são acessórios poderosos para complementar um visual. Lisos ou estampados, eles podem ser usados no pescoço, na cabeça, ou amarrados na alça da bolsa. A grife europeia Forget Me Not oferece peças cheias de pinturas e ilustrações feitas à mão, ou com técnicas digitais. Finos, elegantes e coloridos, os lenços trazem estampas lúdicas, gráficas e surrealistas. No site há tamanhos variados, que também são entregues no Brasil. De € 88 a € 248 no site www.forget-me-not.me
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Jeans A Levis estudou as formas femininas de mais de 60 mil mulheres e criou modelos de jeans perfeitos para elas. Eles foram pensados para se encaixar com exatidão na cintura e no quadril, diferentemente do que hoje é aplicado, já que apenas a cintura é levada em consideração. São três tipos diferentes: Slight Curve, indicado para definir a cintura enquanto valoriza as curvas do corpo, Demi Curve, que realça a cintura da mulher e ameniza suas formas, e Bold Curve, desenvolvido para abraçar a cintura, sem sobrar nas costas.
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Visual masculino Sapatos, cintos, tênis, bolsas e carteiras em cores sóbrias, como preto, grafite e café, formam uma coleção masculina especial da VR Menswear para o inverno 2012. Quem assina a linha de acessórios é Lorenzo Merlino, um importante estilista brasileiro que começou a atuar nos anos 1990. Para os produtos, ele usou couro natural e sintéticos de ponta, empregando um conceito minimalista e elegante, bem característico de seu trabalho. Essa é a quarta vez que o profissional é convidado para criar uma coleção para a marca. Preço sob consulta no site www.store.vrmenswear.com.br
gad g et s Novidades que fazem nosso desejo de consumo
Sem fio
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Desenvolvido pela Mobee, o Magic Charger é um carregador sem fio exclusivo para o Magic Mouse da Apple. O produto funciona por meio de uma base de carregamento com uma bateria especial inclusa. Para utilizá-lo, basta trocar as pilhas do mouse pela bateria e colocar o produto sobre a base do Magic Charger. Assim, a recarga será realizada. Por R$ 388,90 no site www.walmart.com.br
Windows Phone Após ter firmado uma parceria com a Microsoft, a Nokia acaba de lançar no Brasil o Lumia 800, um celular com sistema operacional Windows Phone. O smartphone tem design único, vem com tela curva de 3,7 polegadas, câmera de 8 megapixels com lente Carl Zeiss e ferramentas de configuração como ISO, modo de foco, efeitos, flash LED duplo, entre outros recursos. Por R$ 1.699,00 no site www.lojaonlinenokia.com.br
Virtual Portátil e supercompacto, Magic Cube é um teclado virtual projetado a laser com sistema multi-touch. O produto é compatível com Android 2.0/2.1/2.2, iPhone / iPad 4.0 e qualquer dispositivo com Bluetooth HID apoio, podendo ser usado em tablets, smartphones, laptops e PCs. Por R$ 980 no site www.asys.com.br
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Evolução A linha Cyber-shot da Sony ganhou três novos modelos de câmeras compactas: DSC-W610, DSC-W620 e DSC-W630. Os produtos apresentam novas funcionalidades, como Menu Diversão, que proporciona efeitos visuais nas fotos, e o recurso Sweep Panorama 360, que possibilita tirar uma foto panorâmica de 360 graus rapidamente. Os lançamentos também contam com o recurso Face Detection e tecnologia Smile Shutter. De R$ 399 a R$ 649 no site www.sony.com.br/store
DISTRIBUIDORA
BRASIL
texto do empresรกrio
Luiz Fernando Buainain
Foto: Guilherme Molento
Diretor de Vendas Atacado e Varejo - Grupo Buainain
mo t o r Novidades que fazem nosso desejo de consumo • Por Paulo Cruz
FORÇA E MUITO LUXO
Nova Ram 2500 chega ao Brasil
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ara quem quer mais que as picapes médias à venda no Brasil, como Toyota Hilux, Chevrolet S10, Volkswagen Amarok e Nissan Frontier, acaba de chegar ao país a renovada Ram 2500. Depois do fim da comercialização da Ford F-250, ela está sozinha no segmento de picapes grandes e tem atributos para conquistar um bom terreno. Com dimensões generosas, quase seis metros de comprimento e dois de largura, pesando 3.279 kg, a Ram não é das mais fáceis de se manobrar na cidade. Encontrar uma vaga de estacionamento é trabalhoso. Na estrada, no entanto, parece uma nave-mãe e pode carregar seis adultos confortavelmente (três em cada banco). O preço de R$ 146.899 é cerca de R$ 11 mil mais caro do que o das tops de linha das picapes médias. Essa pequena diferença já se reflete nas vendas. Todas as unidades que chegaram a Campo Grande foram vendidas em poucos dias. Outra qualidade da Ram é o seu motorzão diesel Cummins 6.7, seis cilindros em linha, 24 válvulas, com turbocompressor e intercooler, que rende 310 cv de potência. Segundo a Dodge, mesmo com todo peso e potência, o consumo gira em torno de 9 km/l. No teste que fizemos, na pista do Autódromo Internacional do Rio de Janeiro, a picape mostrou força e boa estabilidade, graças aos muitos controles eletrônicos que aumentam a segurança e permitem que se extraia o máximo dessa gigante.
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fotos divulgação
Caçamba anabolizada
A Ram 2500 já vem bem completa de fábrica. O interior mais parece um sedã de luxo. O revestimento de couro é de ótima qualidade e os bancos possuem regulagem elétrica com memória. Apliques que imitam madeira dão um toque de requinte. O ar-condicionado é digital de duas zonas e, no painel, há uma tela de cristal líquido sensível ao toque, que controla as funções multimídia do excelente sistema de som da picape. O GPS ainda não está homologado para o Brasil. Estão lá, também, os previsíveis airbags, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, computador de bordo, entre muitos outros itens, como uma útil tomada de 115 volts no painel, que permite carregar praticamente qualquer tipo de equipamento, como um notebook, por exemplo.
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Jovem, a fotógrafa paulistana Mariana Pekin começou a clicar aos 13 anos. Com 17 já trabalhava profissionalmente. “Amo o que eu faço, cada dia é uma foto diferente que se transforma em uma nova experiência” conta. Especializada em shows, retratos e bastidores da moda, já fez a cobertura de grandes eventos, como apresentações de Rihanna, Foo Fighters, Joan Jett, Paramore, Jane's Addiction, Band of Horses, Jack Johnson, entre outros.
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24 horas conectados O fรกcil acesso a rede mudou a forma como as pessoas se relacionam? Por Thiago Andrade
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esmo as maiores mentes da ficção científica não conseguiram prever a maneira que o mundo contemporâneo lidaria com a informação e a tecnologia. Como naquela sociedade regida pelo Grande Irmão – o clássico distópico de George Orwell – as telas se espalharam por todos os cantos. No entanto, em vez de nos cuidar, somos nós que as utilizamos para cuidar do mundo. Todavia, na tentativa de não deixar que nenhum detalhe nos escape, podemos acabar presos a elas. Por mais que pareça exagero, fica a pergunta: quem nunca teve de dividir a atenção de amigos com os smartphones, tablets ou mesmo notebooks, que oferecem o mundo ao alcance de um clique? De tão crônico, acabaram surgindo formas de evitar essa disputa. A mais famosa é aquela em que todos devem empilhar os celulares sobre a mesa e o primeiro que ceder a tentação é o que paga a conta. Se, no início, os smartphones e outros gadgets que provêm acesso móvel à web estavam ligados ao mundo corporativo, atualmente, cerca de 90% dos usuários brasileiros os utilizam para fins pessoais. No Brasil, ao contrário de dados mundiais, o uso para acesso de redes sociais também é maior. São mais de 78% dos usuários que preferem entrar em páginas como Facebook e Twitter em vez de ler notícias gerais ou relacionadas à tecnologia. Os dados foram publicados no ano passado, após uma pesquisa da empresa International Data Group (IDG), com mais de 13 mil pessoas em 16 países.
fotos shutterstock
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Espaço democrático “Essencialmente, as pessoas só querem se comunicar e os veículos digitais permitem isso com mais flexibilidade”, aponta a jornalista e mestra em Comunicação Claudia Durand-Zwarg. Misturando filosofia e cultura pop, ela lembra que em um determinado episódio da série “Game of Thrones”, produzida pela HBO, um pirata explica porque não acredita em mais nada. “Ele diz que depois de ter visto tantos deuses, cada um clamando por ser o verdadeiro, não havia como afirmar que nada era absoluto. Esse é o poder do mundo em que nós vivemos”. Claro que, como tudo que há na vida, essas ferramentas de comunicação podem ser usadas para o bem e para o mal, assim como com exagero ou na medida certa. À medida que o mundo se desenvolve, tornase cada vez mais difícil deixá-las de lado. No entanto, o bom senso ainda é fundamental. Embora já existam estudos que comprovem que desligar
o celular pode causar sintomas de abstinência, deixar de responder aquele SMS durante a sessão de cinema é um favor feito a todos. Para Claudia, que estudou as noções de virtual e humano na obra de Pierre Lévy – um dos principais filósofos da era da informação – a vida social física e numérica não é tão diferente assim, por isso, acaba sendo tão fácil substituir uma pela outra. Como produz menos decepções e conflitos, a vida on-line acaba se tornando a preferida por muitos. “O contato entre nós é da ordem dos signos, portanto, sempre será virtual. Logo, se estou no trabalho e só me relaciono fisicamente com gente chata, vou preferir mesmo falar com aquela pessoa legal que eu só conheço por causa da internet”, acrescenta.
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Navegar com limites O ator e diretor teatral Vitor Hugo Samudio, 28 anos, considera-se uma pessoa conectada. “Às vezes, acho que um pouco demais até”, brinca. Segundo ele, o autocontrole é tão fundamental quanto se manter ligado ao que acontece no mundo virtual. “É fácil perceber que isso está se tornando um vício para muitos. Mas, se eu não souber quando eu preciso produzir e quando estou livre para navegar, vou ter problemas”, considera. Conectando-se por meio de smartphone e notebook, ele acredita que as redes se tornaram inseparáveis do cotidiano. Se, por um lado, existe o pessoal que acaba aparecendo sempre, também há a preocupação profissional. “A internet é um espaço de divulgação e de manobra, que funciona como meio de comunicação, mas a informação pode ser produzida por qualquer pessoa”, pontua. Para ele, o excesso precisa sempre ser filtrado, e, em meio à sensação de se perder algo sempre que se está ausente, surge a vontade de se conectar. “As relações sociais que temos acabam sendo as prejudicadas”. Outro atrativo oferecido pelo mundo virtual, potencializado pelos smartphones e tablets que permitem que se esteja cada vez mais conectado, é a necessidade de se decifrar para criar um perfil on-line. “Temos que nos traduzir, não é? Usar as palavras e os ícones, assim como as fotos, para mostrar quem somos. É um processo que responde algumas perguntas sobre
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quem eu sou, assim como facilita a inclusão em grupos, pois as referências de cada pessoa estão mais explícitas do que no mundo físico”, explica Claudia, que defende a internet e acredita que os smartphones são tão indispensáveis para a democracia quanto a comida. Considerando utilizar a rede de maneira branda, o acadêmico de história Johan Sathler, 25 anos, acredita que a internet, principalmente com a mobilidade oferecida hoje, pode tanto afastar quanto aproximar as pessoas. “Se, por um lado, eu me relaciono com um número muito maior de pessoas e ganho versatilidade com minha lista de contato, também existe o risco de que tudo se resuma a essa lista”, critica. Mas, para ele, a informação nunca foi tão fundamental no mundo, portanto, aproveitar cada momento em que se pode estar conectado é necessário. Logo, em um mundo como o atual, no qual toda informação é valiosa, mas o excesso dela pode nos sufocar, nada melhor do que o bom senso para saber quando se desconectar e curtir a paisagem e os amigos – os físicos, no caso. Se as pessoas que estão próximas tentam alertar sobre o exagero nas horas de conexão, talvez seja bom ouvi-las. Alguns minutos desconectado podem não ser tão ruins assim.
Fique esperto! Sinais de que você está conectado demais » Não conseguir se desconectar em momento algum, principalmente, ao ir ao cinema, sair comcolegas ou ir ao banheiro;
» Ouvir o toque telefônico quando o aparelho não está tocando;
» Abandonar as pessoas para conferir algo no notebook;
» Se o seu aparelho celular passou a exercer função de agenda, despertador, entretenimento;
» Se a internet está substituindo suas horas de trabalho ou lazer.
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OUTONO, INVERNO, LUZ, SOMBRA Aqui em terra brasilis, outono-inverno samba com nosso guarda roupa, como dança com nossa criatividade. Se há ventos gélidos, bem vindos! Porque o sol não deixa de dar seu ar da graça. Ah, não deixa. O couro é curto. A pele, tímida. A cor, presente sempre. Confusão deliciosa que assina a estação.
Conceito e texto Melissa Tamaciro Fotografia Alexis Prappas
Karol veste Camisa e colar Viz Store Saia e botas Bobô Clutch John John Karol veste Camisa e colar Viz Store Saia e botas Bobô Clutch John John
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Karol veste Blusa e pulseiras John John Colete Bob么 Shorts e cinto Viz Store
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Karol veste Blusa Bob么 Saia John John Cinto e coturno Viz Store
Karol veste Vestido e sand谩lias Viz Store Cinto e colar Lorane
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Karol veste Camisa e cinto Bob么 Colete, saia e botas Viz Store Colar John John
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Fotografia Alexis Prappas
prappas.com
Assistente de fotografia Maurício Lucchese Produção de moda Michelly Andrino
blogbackstage.com.br
Produção executiva Melissa Tamaciro Karol veste Jaqueta Majorelle Shorts Bobô
Make up and hair Helder Marucci
heldermarucci.com
Modelo Karol Hister (Arena Models)
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sugestões e tendências em beleza
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Textos cidiana pellegrin / fotos Divulgação
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A Benefit Cosmetics apresenta a linha b.right! Radiante Skincare, composta por itens de tratamento da pele que incluem limpeza e hidratação e redução de olheiras. Os produtos são indicados para as brasileiras porque não contêm óleo na formulação e carregam uma fragrância gostosa, que transmite a sensação de frescor e bem-estar. De R$ 96 a R$ 175 no site www.sacks.com.br
Capital reciclรกvel
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Fabrício Berton é diretor da empresa Porto Plast, indústria que atua na Capital com reciclagem de plásticos, ecologicamente correta, fabricando produtos 100% reciclados. Fundada há 15 anos e sob administração de Berton desde 2005, a empresa trabalha com matéria-prima originária de aterros e, também, coletada nas ruas. Fabrício coordena uma equipe de 40 funcionários, divididos em turnos, trabalhando 24 horas por dia, 7 dias por semana, a favor da sustentabilidade. Por Júlia de Miranda
Foto Gilson Barbosa
Quais são os produtos produzidos? Mangueiras de polietileno para irrigação e construção civil, eletroduto corrugado flexível para redes elétricas e embalagens plásticas (sacos para lixo). Como é o processo de fabricação desses produtos? Inicialmente, nós recebemos a matéria-prima proveniente dos depósitos e aterro, depois, executamos os processos de separação, lavagem e trituração até o produto final. Qualquer plástico pode ser reciclado? Sim. Existem vários tipos de plásticos, polietileno de alta densidade, baixa densidade, o PET, polipropileno. Cada empresa atua em um segmento, no nosso caso, processamos o polietileno de baixa densidade, que é, basicamente, o plástico mole, proveniente de sacolas plásticas e embalagens plásticas. Como é feita a escolha dos funcionários e o processo de treinamento deles? A Porto Plast está localizada na região do Nova Lima, onde só contratamos quem mora próximo ao bairro. Temos uma equipe antiga já treinada na empresa, e fazemos o treinamento dos novatos. Espalhamos uma cartilha pelo bairro que explica o que é a empresa, como funciona e a importância do nosso compromisso ambiental. Por que decidiu investir nesse negócio? Cada vez mais, o mercado vem exigindo produtos que sejam economicamente corretos. Resolvi investir nesses produtos também, e hoje somos líder de mercado dentro do nosso segmento. Mas, como esse mercado é informal, precisamos administrar a empresa de uma forma extremamente profissional, capacitando funcionários e adquirindo equipamentos de alta tecnologia. Dessa forma, fabricamos um produto com uma qualidade igual ou superior a um material novo. Não é só porque é reciclado que é mais barato ou
inferior, não tem nada a ver esse pensamento. Qual o maior desafio desse mercado? Uma dificuldade é a procedência e qualidade desse material. A maioria das cidades no Brasil não possuem um processo de coleta seletiva, por isso, o material vem muito sujo, com vários resíduos, gerando um alto custo na produção dessa matériaprima que é reciclada. Qual seria a melhor forma para a melhora da reciclagem atualmente? Precisamos de uma política diferenciada para o setor da Indústria de reciclagem, uma coleta específica para os resíduos recicláveis. Algumas pessoas até separam seus lixos em casa, mas de que adianta, se depois esse material vai para um lixão sem tratamento algum? O que falta é matéria-prima, e não mercado? Sim. Não é a sacolinha de supermercado que é a vilã, que agride o meio ambiente. O que falta é a reciclagem desse material. Falta incentivo público para motivar as indústrias a fazerem o processo destes materiais, seja plástico, papel, lata. Até a água é reutilizada na empresa? Toda nossa água ultilizada na lavagem do plástico é tratada e reutilizada dentro do processo. Com isso, também reduzimos o custo e o disperdício de água na Fabrica. O mercado de reciclagem é lucrativo? Como qualquer tipo de trabalho, desde que seja feito de forma profissional. É um mercado em fase de expansão e precisa ser tocado de forma séria e empresarial.
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“Temos de cuidar desses jovens, porque, um dia, eles vão cuidar da gente”
Janeth Barbosa Priorizando um ensino de qualidade, a diretora da escola Ativa Idade, Janeth Barbosa, acredita que só uma boa educação forma pessoas melhores para o mundo Por Júlia de Miranda
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Foto Gilson Barbosa
á 23 anos, a pedagoga Janeth Barbosa está cercada por livros, crianças e pais. Proprietária da escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Ativa Idade e diretora do Sindicato das Escolas Particulares de Mato Grosso do Sul (SINERPE/MS), Janeth começou seu trabalho na área da educação, em Campo Grande, no final dos anos 1980. Depois de formar-se em pedagogia no interior de São Paulo, a campo-grandense retornou para sua terra e, em 1989, fundou o hotel baby “Fajoli” para recém-nascidos de 15 dias e crianças de até 5 anos de idade. “Nossa cidade, na época, não tinha nenhum atendimento voltado para crianças pequenas, tínhamos um trabalho personalizado. Exige muito trabalhar com os pequenos, eles criam vínculos e é necessário mantê-los”, afirma Janeth. Os anos foram passando e os pais começaram a solicitar o crescimento da Fajoli. “Decidi, então, abrir do berçário à Educação Infantil, até o processo de alfabetização. Depois de uns anos, mais uma vez fui solicitada pelos pais
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e decidimos ampliar até o 9° ano. Trabalhamos, hoje em dia, com idade de 0 a 15 anos”, conta a pedagoga. Com uma trajetória de 23 anos, a escola Ativa Idade já atende os filhos de seus alunos. O colégio foi pioneiro na cidade, ao ter salas de aulas temáticas e instalar câmeras por todo o prédio, incluindo as salas de aulas. Com um espaço dinâmico, a escola possui uma área verde, pequenos animais, laboratórios de arte e ciência, tudo para que o aluno possa interagir. “Brinco que, atualmente, temos a geração “Chip”, as crianças e os adolescentes são ligados em tudo, e é bom usar isso de forma positiva no processo de educação deles. Fazemos, na escola, várias apresentações deles para os pais e para os próprios colegas, justamente, para se socializarem e ficarem mais desinibidos”, salienta a pedagoga. Como projeto futuro, a pedagoga pretende aprimorar o ensino, buscando atender bem seus alunos, com uma boa e correta orientação em todos os aspectos da vida.
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CRIARE CAMPO GRANDE AV. ZAHRAN, 1409 67 3043.7335
Luciana Junqueira Bate-papo temperado na cozinha Por Júlia de Miranda
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Foto Alexis Prappas
om paladar aguçado, quando coloca uma comida na boca é capaz de identificar todos os temperos e ingredientes que contém. Luciana Junqueira é a famosa “chef Lu”. Se você ainda não experimentou as delícias dessa campo-grandense de família mineira, não sabe o que está perdendo. Luciana aprendeu a cozinhar aos 8 anos de idade, com a mãe, dona Áurea. “Eu e minha irmã gêmea Mariana subíamos num banquinho para alcançar a bancada e ficávamos olhando ela cozinhar,” relembra a chef. Na maioridade, começou a viajar regularmente a São Paulo para fazer cursos na área de culinária. Luciana se define especialista em canapés,
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peixes, petiscos e risoto. Como personal chef, faz jantares particulares e é também responsável pelo cardápio de diversos restaurantes e bares da Capital, como: Miça, Cantina Masseria, Brasil Caipira, Território do Vinho e os tradicionais petiscos do Mercearia. Ministra cursos de risoto, sempre lotados. Adora quando as pessoas apreciam seus pratos e elogiam. Comunicativa, gosta de preparar jantares na sua casa para os amigos, mas não revela a ninguém a receita da sua geleia de pimenta. Perfeccionista e observadora, tem o hábito de conhecer as cozinhas dos lugares que vai. Gosta de viajar com amigos e a filha Joana. “Trabalho três meses sem parar e viajo dez dias, sempre faço isso”. Nos momentos de total relax, Lu curte ficar em casa (lugar onde fica
pouco tempo devido à intensa rotina de trabalho) ouvindo um bom samba de raiz. Pratica dança de salão e pretende, um dia, ser tão boa dançarina como é cozinheira. Como projeto futuro, deseja abrir um espaço para locação de festas, com jardim, bufê, um serviço completo. Para o ano de 2013, ela pretende dar aula de culinária para pessoas carentes. Quando questionada sobre como deve ser uma boa comida, é certeira: “Deve ser bem feita, com muito capricho e, claro, carinho”.
Adélia Calache Zaccur Haddad Dona do seu próprio tempo Por Júlia de Miranda
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Foto Alexis Prappas
eve, suave e boa de prosa, são essas as nítidas características quando se encontra com Adélia Haddad. A arquiteta comenta que está vivendo um momento mais desacelerado em sua vida "Nem uso mais relógio, faço coleção deles, mas atualmente estou tranquila e no meu tempo". Carioca, vive há 25 anos em Campo Grande e sempre que pode transita por Ipanema. Mora em meio a muito verde e pássaros, que todos os dias aparecem para uma visita na varanda de sua casa. Arquiteta formada aqui na capital, pós-graduada em design de interiores, gosta de trabalhar com o monumental, projetos de hotéis e empresariais. Casada com o cirurgião cardiovascular Silvio Haddad, passou por uma situação delicada há um ano, quando ele foi diagnosticado com câncer e fez transplante de medula óssea. "Me emociono toda vez que lembro desse momento, foi um período que pensei muito sobre a vida, em ter leveza e mais qualidade na forma de viver. Sílvio está melhorando, o tratamento está indo muito bem". Mãe coruja do também arquiteto Sílvio, gosta de ter a família por perto, sempre reunida. Descendente de sírio-libaneses, gregos e italianos, Adélia encontrou na dança de salão e na dança do ventre dois hobbies indispensáveis. "Danço desde garota, já passei pelo ballet clássico, jazz... gosto até hoje" revela. Fã de viagens, conhece boa parte do mundo, cair na estrada é com ela mesma. Para relaxar, curte cuidar do jardim de sua residência ao som dos cantos dos bem-te-vis e pintar telas. "É como terapia," salienta. Como próximo projeto, Adélia cita o evento de arquitetura "Morar Mais por Menos" que acontece em outubro na cidade, onde é responsável pelo ambiente "Sala de boas vindas" da casa.
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O melhor da agenda social e cultural de MS
« Reinauguração Joalheria Lívari Aconteceu no dia 26 abril a reinauguração da Joalheria Lívari, há 22 anos no Shopping Campo Grande. Com a assessoria de Jefferson de Almeida Turismo e Evento, o empresário Luiz Antônio Cese apresentou para os convidados o novo lav out, bem mais charmoso e amplo, digno das grandes joalherias parisienses. A loja é representante exclusiva das marcas Rolex e Montblanc e agora tem um espaço destinado só para elas.
« MINI comemora 3 anos de Brasil Em abril de 2009, a marca MINI chegava ao Brasil e no ano de 2010, a concessionária Raviera Motors, abriu suas portas em Campo Grande e mostrou ao mercado toda essa irreverência dos tradicionais carros ingleses. No dia 14 de abril os proprietários e fãs da marca puderam participar da MINI Parede, onde 20 carros reunidos fizeram um belo passeio pelas ruas da cidade. O destino dos MINI’s foi o Bar Lendas Pub, onde os participantes puderam saborear uma feijoada.
« Campo Grande Diesel apresenta linha 2012 da Mercedes-Benz
A Campo Grande Diesel, concessionária de veículos comerciais Mercedes-Benz, realizou no dia 12 de abril, a apresentação de sua nova linha de produtos 2012. No evento estiveram presentes representantes da Mercedes-Benz do Brasil que trouxeram aos clientes apresentações sobre a nova tecnologia Euro 5 e as tendências de mercado. Os convidados puderam conferir os novos produtos que estiveram expostos durante o evento.
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partir de agora, nessas páginas você vai acompanhar os principais acontecimentos de Campo Grande e um pouco do que rola lá fora. Mais que uma simples agenda, Mood Loop vai explorar os eventos dos mais diversos segmentos, dando um foco especial às festas mais badaladas e incríveis que marcam nossa cidade!
Nathália Albuquerque
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Por Nathália Albuquerque
Marcelo Provenzi, Veridiana Cavol e Sabrina Luzzi
UNICA Uma das festas mais aguardadas do ano deixou gostinho de quero mais. A Unica chegou a sua sétima edição em uma estrutura incrível, com muita gente bacana e os DJs mais renomados da cena eletrônica nacional. Uma noite que surpreendeu em todos os aspectos. E alguns detalhes você vê agora! Tamara Marques e Fernanda Saad
Natália Duarte e Dado Jacintho
Garbão e Michelle Soares com Nathalia Albuquerque Marcio Casagrande e Cleyse Gabiatti
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Unica 2012
Mariana Nogueira e Rodrigo Scardini
ve m a í 23.05.2012
26.05.2012
02.06.2012
Quarta Especial na Valley Acoustic Bar
Aniversário 1 ano Neo Club
Reinauguração Move Club
A Valley Acoustic Bar voltou com tudo nessa nova fase e prepara noites incríveis para os amantes da música sertaneja. E dia 23 de maio é a vez da dupla Israel & Rodolffo se apresentar no projeto “Quarta Especial”, que acontece uma vez por mês com os melhores shows nacionais. Informações 3025 5676
O Neo Club vai comemorar um ano de sucesso no dia 26 de maio no Golden Class. A grande atração da noite é o live de música eletrônica Dexterz, codinome usado por Julio Torres, Amon Lima e Junior Lima. Um projeto de três respeitados artistas, com um set up arrojado e visionário. Informações 3383 3930
A tão esperada reinauguração do Move Club já tem data marcada. Dia 02 de junho todos vão conferir de perto um novo clube, muito mais moderno e tecnológico. No comando do som, o DJ Fabrício Peçanha, queridinho pelo público de Campo Grande. Anote na agenda e prepare-se! Em breve o novo site estará no ar www.moveclub.com.br
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Giro pelo Brasil Projeto de circulação teatral completa 15 anos e abrange todo o país
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íbridas por essência, as fronteiras das artes cênicas nunca foram bem definidas. Afinal de contas, o que é teatro, circo ou dança? Capazes de se relacionar com todas as outras formas de produção expressivas, elas têm em comum o fato de que se realizam apenas diante do público, propiciando a troca de experiências no momento em que cada espetáculo é realizado. Daí vem a importância de um dos principais projetos de circulação nacionais, o Palco Giratório do Serviço Nacional do Comércio (SESC), que iniciou sua 15ª edição em março e chega a Campo Grande neste mês. Não há como negar que a experiência provocada pelas artes cênicas se diferencia de todas as outras. Tudo contribui para a atmosfera dos espetáculos. O espaço onde é realizado, a iluminação, os elementos
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que serão utilizados, o próprio local em que a plateia se encontra, tudo é parte da cena e é impossível falar dessa forma artística sem pensar em cada um desses detalhes. Por esse motivo, há necessidade de ações como a promovida pelo SESC, que é capaz de fazer com que o público brasileiro conheça a diversidade da produção nacional, a partir de trabalhos de grupos que lidam com o que existe de interessante na dramaturgia contemporânea. Participam desta edição – na qual o festival completa 15 anos – 16 grupos de teatro e dança de todas as cinco regiões brasileiras. Ao todo, serão 122 cidades visitadas, pelas quais passarão 23 espetáculos em mais de 700 exibições nos mais diversos gêneros teatrais. Em cada município, os grupos também realizarão oficinas,
nas quais os participantes terão contato com as formas de criação e realização de cada espetáculo. Além de formar público, o projeto se preocupa em disseminar a produção cênica pelo país, a partir de trabalhos de esmero estético, que dialoguem com questões importantes no mundo atual. “Não se trata dos melhores espetáculos, mas do que há de interessante na produção feita atualmente no Brasil. A curadoria do projeto tem essa preocupação. Descobrir o que merece ser visto aqui e acolá”, descreve Raphael Coutinho, assessor técnico de cultura do Departamento Nacional do SESC e um dos coordenadores do projeto. Para ele, mais que um projeto, trata-se de uma política cultural que se fortaleceu. “Por seu caráter rizomático, conseguimos penetrar nas
Confira as primeiras apresentações
comunidades e demonstrar que as artes cênicas vão além do palco”, completa. Por Campo Grande passam oito companhias com espetáculos de dança e teatro, em gêneros que vão da comédia ao policial. As apresentações acontecem no palco do Teatro Prosa, do SESC Horto – assim como as oficinas – além de ruas e espaços alternativos. É uma oportunidade de assistir a trabalhos de grande qualidade – como “Oxigênio”, da Companhia Brasileira de Teatro de Curitiba, que foi sucesso de crítica – que vão além do puro entretenimento para “discutir qual o lugar da arte hoje”, como considera Raphael.
to Leandro Dantas”, da Trupe Ensaia Aqui e Acolá (PE). Em 12 de maio, às 20h, no Teatro Prosa.
» “Roteiro escrito com a pena da galhofa e a tinta do inconformismo”, da Pausa Cia. de Teatro (PR). Em 13 de maio, às 20h, no ginásio do SESC Camillo Boni.
» “Escapada”, da Cia. Mário Nascimento (MG). Em 16 de maio, às 20h, no Teatro Glauce Rocha.
» “Menininha”, da JLM em Companhia
» “Instantâneos”, da Cia. dos Bondrés (RJ). Em 17 de julho, às 20h, no Teatro Prosa. » “Anjo Negro”, da Cia. Teatro Mosaico (MT). Em 26 de agosto, às 20h, no Teatro Prosa.
» “A barca”, do Grupo Grial de Dança (PE). Em 30 de outubro, às 17h, na Praça Ary Coelho (à confirmar). » “Oxigênio”, da Companhia Brasileira de Teatro (PR). Em 22 de novembro, às 20h, sem local confirmado.
(RJ). Em 17 de junho, às 18h, no Teatro Prosa. Mais sobre o Palco Giratório em www.sesc.com.br/palcogiratorio
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» “O amor de Clotilde por um cer-
ilustração diogo santiago
leit uras O enigma de viver As interpretações da vida pela arte Por Maria Adélia Menegazzo*
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m fim de semana totalmente cultural é o que muita gente às vezes deseja. Principalmente, quando se tem exposições do quilate de um Giacometti, De Chirico; cinema de Nanni Moretti e teatro com texto de John Logan, com direção de Jorge Takla. O que têm em comum? Uma discussão sobre a representação do humano. No meu último texto da Mood (nº 24), terminava com uma frase de Sartre que dizia da sociedade mágica que as figurinhas de Giacometti formam na sua solidão. Isto, porque, segundo o filósofo, Giacometti é um “escultor lírico”. Pensado nestes termos, é lírico todo sentimento interior, o eu que se manifesta em todas as formas de arte e que se dá ao observador para dele tomar posse. Ao mesmo tempo, é representação, na medida em que põe no presente a reflexão e o sentimento subjetivo, individual. Tornado espetáculo, seu alcance é ampliado e ilimitado. No filme Habemus Papam, o eleito (Michel Piccoli) se diz incapaz de assumir o posto máximo da Igreja Católica. Enquanto os fiéis reunidos na Praça de São Pedro aguardam seu pronunciamento, os cardeais chamam um psiquiatra (Nanni Moretti) para ajudar Melville a superar o medo e a assumir seu cargo. Representar o papel de Papa seria fácil, se ele não fosse um ator frustrado, sempre preterido em suas atuações no teatro. E, a partir daí, tem início um grande jogo de cena, um jogo entre ser e parecer. O encontro de Melville com um grupo de teatro propicia a inusitada resolução do problema, nos moldes de um personagem de Pirandello que procura seu autor. Como uma esfinge, toda obra de arte nos propõe um “decifra-me ou te devoro”. Diante de uma modernidade que se lhe apresenta como melancólica e inquietante, Giorgio de Chirico (1888-1978) se pergunta: “E o que devo amar senão o enigma? E o que devo amar senão a metafísica das coisas?” Estas são questões postas nos seus quadros, onde o jogo da representação se
instaura: a cidade é o espaço de todos os tempos, da antiguidade, da renascença e do moderno. Decorre daí a possibilidade de o sonho se posicionar ao lado da realidade; de torres medievais surgirem em frente de altos edifícios; de manequins assumirem a proporção e o papel de humanos. Impossível não amar. E o que dizer de Mark Rothko (1903-1970), o personagem principal da peça Vermelho, espetáculo que faz dialogar o teatro e a história da arte. São muitas as referências, mas nenhuma tão decisiva quanto o próprio Rothko. Grandes superfícies de cores planas que são os seus quadros invadem o palco, definem os espaços. Ken, o assistente, põe em cena o artista como personagem que reflete sobre o próprio fazer e a recepção de sua obra, a “dissonância perpétua”. Representar, aqui, implica atribuir sentidos ao vermelho – “O incêndio na noite de Dresden. O sol em Rousseau, a bandeira em Delacroix, o manto em El Greco”, diz o personagem. Implica identificar aquilo que nos faz compreender a arte, o humano e suas contradições, no espaço exíguo de um atelier, ampliado pela cena. Um atelier é o espaço para compreender, também, a solidão de cada um de nós. Assim é o de Alberto Giacometti (1901-1966) narrado por Jean Genet, fotografado por Sabine Weiss, Cartier-Bresson e Ernst Scheidegger, entre outros grandes fotógrafos. Mas o que fotografias e obras – esculturas, pinturas e objetos – são capazes de demonstrar é a infinita possibilidade de o artista fazer com que a realidade apareça em todas as suas faces, incertezas e indagações, mesmo colocando-a de lado. O constante desfazer do real pela arte repõe-na em um emaranhado de linhas na pintura, de incisões e marcas de modelagem na escultura, de jogos de luz e sombra nos objetos expostos. Giacometti é arte que existe por ela mesma, representação poética de nossas eternas dissonâncias. Como viver sem isso?
*Maria Adélia Menegazzo é Doutora em Teoria Literária com Pós-doutorado em Artes Plásticas, membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte e da Academia Sul-Mato-grossense de Letras
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Por Thiago Andrade
Música
Cinema
Literatura
avanta
dos seus lábios
no pantanal
O músico e compositor Siba Veloso, vocalista da saudosa banda Mestre Ambrósio, sucesso no início da década de 1990, surge em seu mais novo projeto solo, o excelente "Avante". O pernambucano agora cai na estrada Brasil afora para divulgar o disco, lançado no início do ano, com composições próprias e inéditas. Mais maduro profissionalmente, o músico nunca para de produzir bons sons. Siba é também responsável pelos projetos "Siba e a Fuloresta" e "Violas de Bronze". Com 11 faixas (disponíveis no site do artista para download), Avante carrega as referências de poesia, Jimi Hendrix, Biu Roque, jazz, Jack White, Cream, Recife e São Paulo, tudo misturado e ao vivo. Essa complexidade é muito mais bonita.
Um triângulo amoroso envolve Cauby (Gustavo Machado), um fotógrafo de passagem pelo interior da Amazônia, a bela e instável Lavínia (Camila Pitanga) e seu marido, o pastor Ernani (Zecarlos Machado), que acredita ser possível consertar as contradições do mundo. Lavínia, o corpo; Cauby, o olhar; Ernani, a palavra – os três vértices de uma paixão incandescente, em meio à natureza ameaçada de devastação. Esse é o envolvente enredo, adaptado do livro de Marçal Aquino, "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios" dos cineastas Beto Brand e Renato Ciasta. Gravado no Estado do Pará, o filme teve a fotografia assinada por Lula Araujo e conta com um cenário de tirar o fôlego.
Corumbá. Mato Grosso do Sul. No céu, um jovem piloto perde o controle no seu monomotor enquanto sobrevoa o Pantanal. Numa pescaria solitária, um homem presencia um acidente aéreo que vai mudar sua vida. Na cidade, uma jovem policial é transferida da delegacia para o necrotério local. Uma importante família de criadores de gado inicia uma busca desesperada pelo filho num acidente aéreo. Um poderoso traficante boliviano abastece o tráfico de drogas na região e chantageia seus credores. Personagens se cruzam em torno de um corpo desaparecido em “Ladrão de Cadáveres”, da escritora Patrícia Mello, famosa pelos seus romances policiais, que mais uma vez faz o leitor não querer parar de ler o livro.
Na loja virtual do artista www.mundosiba.com.br
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Por R$ 27,50, na Saraiva (www.livrariasaraiva.com.br)
Alexandre Basso Quando o olhar documental encontra a poesia Por Thiago Andrade
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Foto Alexis Prappas
cinema, por mais industrial que seja, carrega sempre a marca de seu criador. Cada filme se diferencia dos outros, não apenas no enredo, mas na linguagem própria criada por meio das imagens em movimento. Foi por essa possibilidade de falar ao mundo, por meio de enquadramentos, planos e montagem, que Alexandre Basso se enveredou pelo caminho do audiovisual. Diretor de documentários como “Entre Rios e Histórias” e “Paralelos”, atualmente se concentra, junto a Lia Mattos, com quem é casado, em projetos realizados pelo Espaço Imaginário. Ainda nos tempos de estudante da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), onde cursou comunicação, Basso iniciou a produção de filmes com colegas do curso. “Era uma época em que Porto Alegre retomava a indústria cinematográfica”, lembra. Cidade de importantes realizadores nacionais, como Jorge Furtado, Giba Assis Brasil e Carlos Gerbase, Porto Alegre sediava um verdadeiro polo de cinema independente. “Sempre havia alguém disposto a fazer cinema”, ressalta. Seu trabalho de estreia foi “The Beginning”, lançado em 2001, em que contava a história de dois jovens que decidem produzir o primeiro filme. Antes disso, Maurício passou alguns meses na Inglaterra, morando com o também cineasta Maurício Copetti. “Foi um período bacana. Tive a oportunidade de fazer cursos e planejamos a realização de um filme, que acabou se tornando ‘Nanquim’, com roteiro do Maurício e filmado em Corumbá”, descreve. Sempre em trânsito, Alexandre nasceu em Porto Alegre, mas se mudou ainda jovem para Campo Grande. O retorno à cidade natal aconteceu com o ingresso na graduação. Em 2000, o diretor retornou à capital de Mato Grosso do Sul. Por aqui, realizou “Entre Rios”, “Terra Vermelha”, “Paralelos”, entre outros. Também foi um dos fundadores da Associação de Cinema e Vídeo de Mato Grosso do Sul. Outra mudança, em meados de 2006, dessa vez em direção à Bahia, onde se associou à DocDoma Filmes, tendo atuado como produtor-executivo do longa-metragem “Trampolim do Forte”. O filme – que apresenta os dramas de garotos humildes de Salvador – serviu de introdução para Basso explorar um novo universo em seus trabalhos: a infância. Com o retorno a Campo Grande e a criação do Espaço Imaginário – local focado na cultura da criança – o cineasta se interessou pela documentação deste período da vida, que, por vezes, é visto como de pouca importância. Pai de dois filhos, Basso vem procurando formas de falar sobre a infância. E, entre os projetos, destaca-se “Memórias do Futuro – Olhares da Infância Brasileira”, no qual 20 crianças de diversos contextos sociais foram convidadas a retratar seus cotidianos a partir de tecnologias de filmagem móveis, como celulares e tablets. O tema principal são as brincadeiras tradicionais. “Como cineasta, eu me interesso por pessoas. Minha trajetória com cinema tem sido essa, contar histórias sobre as muitas vidas que existem por aí. Com o projeto, estamos multiplicando os contadores de histórias e deixando que as crianças falem de seu próprio universo”, aponta.
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Ana Teixeira O olhar da arte sobre o que é efêmero
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o meio da rua havia uma cadeira e, nela, uma mulher tricotava. Ao seu lado, uma placa anunciava “Escuto histórias de amor”. O que você faria se topasse com uma cena dessas por aí? Muita gente contou suas histórias à artista plástica Ana Teixeira, que vive na cidade de São Paulo. Esta ação foi realizada pela primeira vez em 2005 e circulou o mundo, chamando a atenção tanto dos interessados por arte contemporânea quanto dos transeuntes que viram a artista nas ruas de suas cidades. Viúva, mãe de dois filhos e graduada em artes visuais pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, Ana sempre esteve ligada a este universo, mas foi apenas quando entrou na graduação – já aos 37 anos – que sua produção ganhou corpo. Com isso, o reconhecimento veio em seguida. Tendo viajado o mundo com seus trabalhos, Ana dialoga com questões intrínsecas da arte contemporânea. Se seu trabalho pretende desarmar o real, colocando-o em dúvida, as relações humanas tem um espaço fundamental. Nisso, percebemos seus laços com tantos artistas, que vão de Marina Abramović e Sophie Calle a Hélio Oiticica e Lygia Clark. A obra da artista é aquele tipo de trabalho que, mais do que causar confusão na cabeça de quem o vê, oferece uma leitura do mundo, capaz de vencer as distâncias que separam público e criador.
Em um mundo que não para, você encontrou tempo para escutar histórias de amor. Qual a importância de um gesto como esse? E como ele se insere na arte contemporânea? Nos últimos 13 anos, eu trabalhei com o que chamam de “arte relacional”, ou seja, algo que toma como horizonte as interações humanas e seu contexto social, mais do que a afirmação de um espaço simbólico autônomo e privado. A maioria foi ambientada na rua, em interação com um público
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bastante diversificado. “Escuto Histórias de Amor” foi mais uma dessas ações. Por meio delas procuro criar aquilo que Michel Foucault chamou de “heterotopias”, algo que pode ser definido como um lugar da dúvida da realidade, espaços que contêm, em um só lugar real, vários espaços, vários posicionamentos que são em si próprios incompatíveis. Percebi que a maior parte da sua obra foi realizada pósanos 2000. Como a produção artística teve início em sua trajetória? O desenho, a pintura e outras modalidades artísticas foram prática constante em minha vida desde a infância, porém, só iniciei a graduação em artes visuais aos 37 anos. Sempre foi o que quis fazer. Após a graduação na USP, em 2000, meu trabalho começou a ganhar corpo e, consequentemente, a ser exposto e a ter mais visibilidade. Sua produção é bastante plural. Você trabalha com suportes tradicionais como o desenho e a fotografia, mas também se dá a liberdade de criar instalações e realizar ações. Qual é o papel do suporte no seu trabalho? Costumo dizer que uma das premissas da arte contemporânea é que nela as técnicas estão a serviço das ideias e dos conceitos. Isso fica bem claro em meu trabalho, pois primeiro vem a ideia do que quero fazer para, em seguida, resolver como ela será melhor trabalhada. O suporte é importantíssimo e é parte do conceito. Muitas vezes, uma mesma ideia transita por diversas mídias. O tema da exposição é o luto e utilizei desenhos, fotografias, instalação, objetos, filme e performance. O que você entende por arte no mundo contemporâneo e qual é o papel do fazer artístico hoje? Compartilho da ideia do artista Waltércio Caldas, que afirma que a arte não é o lugar de entendimento da realidade, a arte é o lugar da dúvida da realidade. A arte não trabalha com o
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conceito de realidade, ela trabalha com a possibilidade de uma coisa vir a ser mais do que isso. Não importa se este copo é um copo, na arte importa o que ele pode vir a ser, se ele não for o que ele é. O papel do artista? Fazer arte, pensar a arte, questionar a arte. Algo que me chamou atenção no seu trabalho é a maneira como você lida com as relações humanas. O amor, o olhar, os desejos, o vazio, a falta do que fazer; tudo se torna matéria. Você pode me falar um pouco sobre sua poética? Meus trabalhos nascem, geralmente, da palavra. Uma frase lida, uma reflexão anotada, um conceito, uma pergunta, uma dúvida, um questionamento, tudo isso pode ser um disparador. Em geral, meus projetos demoram algum tempo para se consolidarem, eles são gestados aos poucos e tomam forma internamente, antes de se concretizarem em algo. Bebo muito da literatura e do cinema. Filmes e livros são minha matéria-prima.
mas, certamente, nos dias atuais, o ir e vir dos artistas pelo mundo, em programas de residências, bienais, mostras e feiras, potencializou a inserção da arte em esferas impensadas até a primeira metade do século XX. A arte foi para as ruas e continua, ainda e, também, inserida no cubo branco das galerias e no sagrado dos museus. Todos estes espaços são espaços para a arte. Você tem uma ligação com a arte-educação. Qual a importância de agir nessa área? Quais são suas contribuições nesse meio? Eu trabalhei com arte e educação de 1990 até final de 2010. No momento, apenas ministro cursos teóricos e práticos sobre arte contemporânea, para adultos. Mantive, entre 2001 e 2010, o Ateliê Parangolé, numa fazenda localizada na periferia de Jundiaí, pertencente à Fundação Antônio Antonieta Cintra Gordinho. Foi um trabalho bastante significativo na minha vida, pois as crianças e os jovens podiam pensar, fazer e conhecer arte.
O mundo parece não ter fronteiras para o seu trabalho. Você acredita que a arte se tornou uma linguagem internacional? Acredito que a arte sempre foi uma linguagem internacional,
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g o ur met Desvendando os orgânicos Alimentos sem agrotóxicos realçam receitas e ganham espaço na preferência dos chefs Por Alexandre Furquim
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ada vez mais, chefs têm utilizado alimentos orgânicos, sem agrotóxicos, para realçarem as receitas com seu sabor mais acentuado. Esses alimentos estão na moda e nascem de um cultivo justo, que leva em consideração a qualidade de vida do produtor, consumidor e meio ambiente, dispensando qualquer substância química. Na gastronomia, chefs têm levantado a bandeira dos orgânicos de forma cada vez mais ativa, ressaltando seu sabor marcante. Para consumir produtos saudáveis, a recomendação dos especialistas é que se busque alimentos de sua região nas respectivas épocas, sejam orgânicos ou não. Para se ter uma ideia, o pimentão chega a ter índice de agrotóxico 70% acima do adequado para a alimentação. Se você não puder consumir pimentão orgânico, não coma pimentão. O orgânico não é a cura para todos os males, mas é uma opção nutricionalmente melhor do que os alimentos convencionais, e sua produção sustentável respeita o homem e o ambiente. Esses produtos costumam ser mais caros nos supermercados, pois são considerados de elite, mas, se comprados diretamente do produtor, têm preços melhores. Alguns estudos que avaliam sabor e aroma mostram uma leve superioridade do produto orgânico em relação ao convencional. Por serem colhidos apenas em sua época, são vegetais capazes de exibir sabor e aroma típicos, sem interferência de substâncias químicas. É difícil identificar os produtos orgânicos a olho nu, recomendo localizar os selos de certificação orgânica, que garantem que aquele alimento respeita as etapas de produção. Geralmente, esses alimentos são mais irregulares e são menos vibrantes de cor e tamanho. Eles são mais firmes, mais vigorosos e têm mais fibras e matéria seca, ao contrário dos alimentos convencionais que geralmente tem mais água, pois são nutridos com nitrogênio e incham rapidamente. Eles possuem uma estrutura mais robusta e sua durabilidade na geladeira costuma ser superior a dos convencionais, e por crescerem naturalmente, agregam elementos que os protegem. De maneira geral, as folhosas de produção orgânica – como alface, rúcula, almeirão etc. – têm vida bem mais longa na geladeira. Para quem está em busca de vida saudável, nada mais salutar do que adquirir esses produtos. Eu mesmo, em meu estabelecimento, cultivo uma horta orgânica para utilizar nos pratos que preparo, como rúcula, manjericão, tomate cereja, alecrim, alface, entre outros.
*Formado em Marketing e Gastronomia, Alexandre Furquim atua no ramo de restaurantes
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Onde encontrar Para quem estiver interessado, em Campo Grande temos uma feira de produtos orgânicos que acontece todas as quartas-feiras na praça do Rádio e, aos sábados, no pátio da prefeitura, na Avenida Afonso Pena, a partir das 7h. Confira e comece a viver com sua saúde em dia.
Vinho é diversidade Por Douglas Mamoré Jr
Iniciamos a coluna deste mês festejando um ano de parceria com a revista Mood Life. Sim, amigo leitor, sua companhia transformou nossa inicial “viagem” em um passeio pra lá de agradável, no qual não vimos o tempo passar. Foram doze meses dedicados à descoberta do vinho. Juntos, discutimos muitas questões, algumas polêmicas, outras mais agradáveis, e esclarecemos dúvidas e conceitos errados sobre o vinho. Espero prosseguir ainda por um bom tempo, para continuarmos desvendando juntos os “mistérios” desta bebida maravilhosa, de tantas nuances, possibilidades e estilos diferentes. Nosso tópico deste mês é um convite para que você, sem abrir mão da qualidade, abra a mente ao prazer e à diversidade, e exercite seu direito de ser eclético, principalmente, quando o assunto for vinho. Festeje os vários estilos sem preconceito, delicie-se com os fortificados, brancos, rosados e espumantes, nas festas, reuniões com os amigos, sempre que uma taça destes vinhos surgir em suas mãos. Não perca a oportunidade de valorizá-los e conhecê-los intimamente, você verá que cada estilo tem um propósito, uma missão, que é sempre agradá-lo nas mais variadas ocasiões. Apesar de vivermos em um Estado onde o calor é presença quase constante, a maioria dos vinhos consumidos é de tintos. Muita gente “entorta o nariz” para os rosados, brancos e espumantes, o que não se justifica, já que nosso clima é perfeito para estes vinhos, e, no caso dos espumantes, o nível alcançado pelo Brasil já os coloca entre os melhores do mundo. Portanto, é preciso valorizálos e aproveitar o nosso clima para consumi-los. Perceba que, em muitos países, alguns até de clima bem frio, há o consumo de brancos, rosados e espumantes em um ponto de equilíbrio com os tintos, demonstrando mais racionalidade de escolha. Em países de maior tradição vinícola, as pessoas já concordam que existem produtos dos mais variados tipos, alguns mais leves e descompromissados como os Lambruscos e Astis, e também brancos mais florais e cítricos, como os Rieslings alemães ou Sauvignons blancs franceses e Neo Zelandeses, que, aliás, combinam perfeitamente com a comida japonesa e são fantásticos aperitivos. Igualmente refrescantes são os espumantes brasileiros, companhia certa para dias quentes, e alguns brancos mais potentes e untuosos como os Chardonnays barricados do novo mundo, Austrália e Argentina – apesar de serem mais amadeirados e sérios, são igualmente refrescantes e deliciosos, harmonizam perfeitamente com pratos de peixes da nossa região - Pintado, Pacu ou Dourado. Vale a pena buscar uma evolução no paladar e apreciar os vinhos mais leves e que você, normalmente, não arriscaria. Muitas vezes, um vinho da mesma uva, mas de países e regiões diferentes, tem aroma e sabor bastante distintos. Uma boa pedida e opção de frescor para nossa região são os deliciosos vinhos verdes, pois são leves, frescos e de baixo teor alcoólico. Muito agradáveis e fáceis de beber, harmonizam muito bem com pratos leves, ideais para o clima da nossa região. Saúde!
Sileni Cellar Selection Sauvignon Blanc 2010 Marlborough/New Zealand Verdadeiro achado, este delicioso branco de Sauvignon Blanc é elaborado com uvas da famosa região de Marlborough. Sem nenhum contato com a madeira, mostra grande exuberância de fruta e boa elegância. Ele possui o clássico aroma de frutas cítricas e tropicais, típico dos vinhos neozelandeses da cepa, com ótimo frescor e presença de boca.
Espumante Baga rosado bruto 2009 (Luís Pato) - Bairrada/Portugal Uma escolha diferente e cheia de charme, este belo espumante rosado é elaborado com a uva Baga pelo famoso Luís Pato. Com um aroma intenso e uma bela coloração salmonada, ele é delicioso na boca, bem seco e refrescante, com boa concentração e grande estrutura. Encorpado e complexo, com excelente relação qualidade/preço.
Você encontra estes fantásticos vinhos no Restaurante Tiboni ou na Pizzaria La’aqua in Bocca em Campo Grande.
*Desde 2005, o enófilo Douglas Mamoré Jr. dedica-se exclusivamente ao universo dos vinhos. Seu e-mail é douglas@mistral.com.br
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UD dicas para incrementar sua cozinha
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1 1. A Tipping Teacup foi desenvolvida para quem gosta de chá com folhas frescas em vez daquele de saquinho, tudo sem nenhuma complicação. Basta colocar as folhas de sua preferência e adicionar a água quente. E, quando ele estiver no ponto, mude a base de apoio do recipiente para desfrutar da bebida. US$20 no site www.uncommongoods.com
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2. Chega o outono e as noites ficam mais fresquinhas, propícias para um bom vinho. E que tal acompanhar a bebida com queijo? A marca australiana S&P lançou duas tábuas de madeira acácia – eco sustentável, resistente e duradoura – com design elegante e minimalista. R$ 155 (40 cm) e R$ 96 (28 cm) no site www.imeltron.com.br 3. A marca alemã Koziol, famosa pelo moderno e colorido design de seus produtos, é a responsável pelo divertido cortador de pizza. Ergonomicamente projetado para uma “pegada” confortável e segura, o cortador possui lâmina inoxidável. Disponível no modelo transparente e nas cores laranja, vermelho, verde e azul. US$ 25,87 no site www.amazon.com
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Textos júlia de miranda / fotos Divulgação
4. Pop Fun - Além de estilosa, a pipoqueira Pop Fun proporciona um alimento saudável. Isso, porque, no preparo da pipoca, não é necessário utilizar óleo ou gordura. Depois de pronta, como sugestão, coloque tempero em pó com sabor de bacon ou ervas. Se quiser pipoca doce, experimente cobrir com calda de chocolate ou morango. Mondial, R$ 104,90 5. Click’n Cook é um sistema modular de espátulas que mantém todos os utensílios essenciais em um só lugar, de fácil acesso e sem ocupar muito espaço. É só encaixar o acessório desejado e liberar com um simples clique. Todas as peças são feitas de plástico resistente e seguro para uso em alimentos e podem ser facilmente lavadas à máquina. R$ 149,90 no site www.cosenonparole.com.br 6. Geladinha e com sabor, dê um toque de laranja, limão ou qualquer tipo de fruta em sua água. Para isso, basta adicionar algumas fatias no infusor e deixar dentro da jarra. Escolha a fruta ou erva desejada (serve para chás também) curtindo por 30 minutos antes de beber. R$ 9,10 no site www.larideal.com.br
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Public Chicago Hotel
Textos júlia de miranda / fotos Divulgação
Beleza, conforto e muita história no meio de Chicago
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o coração da cidade de Chicago, Estados Unidos, em um bairro residencial próximo ao centro e aos melhores clubes noturnos, localiza-se o hotel Public Chicago. Inaugurado em 2011 sob a administração do experiente hoteleiro Ian Schrager (especialista em hotéis de luxo e um dos fundadores da lendária discoteca Studio 54 em Nova Iorque), o Public está instalado em um prédio de 17 andares com muita história. Durante várias décadas, funcionou no mesmo local o hotel "The Ambassador East", com seu badalado bar "Pump Room", frequentado por músicos, escritores e atores de cinema. O Public Chicago se denomina uma nova geração de hotel com conceito de boutique. Como atributos principais, preza pelo estilo sofisticado e autêntico, conforto, elegância no design, atendimento personalizado e ótimo serviço para os seus hóspedes, proporcionando tudo o que eles precisam por um valor acessível, mesmo fazendo parte de um segmento hoteleiro de luxo. Com 285 suítes, o Public faz com que seus hóspedes se sintam em um lar fora de casa. Espaçosos e de grandes dimensões, os quartos são individualmente decorados no estilo "chique e clean", com muita funcionalidade. Nas paredes, as cores claras remetem a uma sensação de tranquilidade e os mobiliários escolhidos – que fazem uma mescla entre o moderno e o clássico – evocam uma sensação de facilidade e conforto. Algumas suítes possuem sala de jantar ou estar separada e terraço ao ar livre. Todas elas possuem cofre, minibar, internet Wi-Fi, computadores portáteis, telefones celulares, iPads, iPods, máquinas de fax e impressoras, disponíveis mediante solicitação.
Em homenagem ao antigo bar, o restaurante do hotel leva o nome de Pump Room. Inúmeros lustres redondos decoram o local, dando um clima charmoso ao ambiente, intensificado pela meia luz. O menu preparado pelo chef francês Jean-Georges Vongerichten traz preços razoáveis em pratos exóticos, asiáticos e indianos. À noite, o bar retoma o glamour das décadas de 1930 e 1940, com um toque moderno. Ao som de uma boa música, o hóspede tem como opção uma carta de cervejas variadas, drinks e coquetéis preparados pelos exclusivos barmans. Para petiscar, a sugestão mais indicada fica para as "Tapas" espanholas, o tira-gosto mais pedido no hotel
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Biblioteca & Café Com referência às confeitarias francesas, a biblioteca abriga uma cafeteria que oferece todos os tipos da bebida, além de doces. O hóspede pode trabalhar e comer nas enormes mesas espalhadas pelo salão, ou ler em frente à lareira de pedra calcária.
Serviço Diárias a partir de US$225 Endereço: North State Parkway 1301 - Chicago , IL 60610 Telefone: (312) 404.5218 www.publichotels.com
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Meu bem, você me dá água na boca Os possessivos e teimosos touros Por Thereza Christina Silva*
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lemento terra, planeta regente Vênus, sim, a poderosa Afrodite, ou a caprichosa Ishtar, enfim, em meio a várias figuras míticas, os taurinos estão sempre reinando no mundo dos sentidos. Se existe um signo que entende de prazer, é esse. Sensual, teimoso, materialista, inflexível, difícil; são muitos os adjetivos, mas quem disse que ser regido pela deusa da beleza e do amor seria fácil? Touro é um signo fixo, sua natureza pede constância, por isso mesmo os taurinos odeiam mudanças, odeiam coisas fora do lugar. A casa de um taurino é sempre arrumada e com móveis bons, aliás, se possível, os mais caros e duradouros. E como eles têm bom gosto, você reconhecerá um taurino de cara: eles usam perfume, a roupa é impecável, o cabelo é arrumado, e tudo é da melhor qualidade. Liquidação? Só se for da Chanel. Costumam ser fiéis, são apegados a tudo que possuem, inclusive, gente. Para eles, tudo é posse, e a frase que mais se ouve deles é o famoso “É MEU!”. Eles têm amor às coisas, aos objetos e tudo o que estiver em seu domínio. É a turma do “Quem usa, cuida”. E são teimosos demais, não há embromação, tudo tem de ser às claras. Se você pensa em discutir, economize seu tempo, eles nunca irão mudar de ideia, grave bem isso: nunca. São ligados à arte, música, pintura, escultura, tudo o que dê forma e tenha beleza. Geralmente, possuem uma boa voz, pois Touro rege a região da garganta, razão pela qual os taurinos costumam ter torcicolos. Eles enfiam uma coisa na cabeça e não olham para os lados, aí, trava tudo. Touro guarda, quem gosta de deletar é o signo oposto, Escorpião. Taurinos adoram comer, este é um signo que
engorda fácil, pois, como eu já disse acima, Touro conserva; sua digestão é lenta, ele come devagar, mas come muito e tem de ter prazer. Sem sombra de dúvidas, é o signo que melhor utiliza os cinco sentidos. E falando em comida, taurinos adoram doces. Pessoas com muitos planetas em Touro são verdadeiras formiguinhas. A razão disso? Eles sabem o que é bom. São muito afetuosos, são aqueles amigos de anos a fio, demonstram carinho, cuidam das pessoas. Uma vez fisgado por um taurino, você irá se sentir a pessoa mais especial do mundo, porque eles curtem dar prazer ao outro. Com eles, é real o sentimento, diferentemente de Libra, que também é regido por Vênus, mas conquista por impulso. Taurino seduz porque quer, e ele fica junto. Na ideia dele, é para sempre, não gosta de separações, ele tem preguiça de ir para outras bandas. São “bon vivants”, sim, mas excelentes administradores, porque se tem uma coisa que enlouquece taurino é a falta de dinheiro. Eles não suportam instabilidades, e se for financeira, ficam irascíveis, de um mau humor ferrenho. Então, procuram sempre ser cautelosos, fazem tudo devagar mesmo. Nunca perdem a cabeça, quem perde é quem convive com ele. Lembrem-se: Touro é forte e bravo, se ele enfurecer, saia de baixo, é chifrada na certa.
Dedico este texto aos afetuosos taurinos, curtir a vida com eles é uma delícia, é um prazer. Jony Catan, Deise Sinésio e Paula Lima, que tem
*Thereza Christina Silva é jornalista, astróloga, taróloga e professora. E-mail: tecaemaju@hotmail.com Twitter: Teca_Astro Facebook: Tecaemaju
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ascendente em Touro, mas é tão brava quanto um!
ilustração diogo santiago
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O ESSENCIAL PODE SER INCOMPARÁVEL.
Incomparável é não ter limites. É criar livremente. É deixar tudo com o seu estilo. Incomparável é ter mais de 45.000 possibilidades de personalização em nossas cozinhas e dormitórios e compreender que isso ainda pode não ser suficiente. Por isso, desafie-nos. Permita-se viver de forma incomparável, com a Formaplas.
Campo Grande - Av. Fernando Corrêa da Costa, 1094 - Centro - (67) 3382 7096 - crg@formaplas - formaplas.com.br
Porto Alegre - Florianópolis - Balneário Camboriú - Curitiba - Londrina - Maringá - São Paulo - Campinas - Santos 112 MOOD Piracicaba - Rio de Janeiro - Brasília - Salvador - Fortaleza