Feridas: avaliação , tecnologias e cuidados de enfermagem

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Feridas: avaliação, tecnologias e cuidados de enfermagem

Organizadores

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Dirce Guilhem. Enfermeira. Pós-Doutora em Bioética pela Universidad Complutense de Madrid. Pós-Doutora em Saúde Pública pelo University College London (UCL). Doutora em Ciências da Saúde (Bioética). Mestre em Psicologia Social e do Trabalho pela Universidade de Brasília (UnB). Docente do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB. E-mail: guilhem@unb.br

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Lúcia Helena Bueno da Fonseca. Enfermeira. Mestre em Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Pós-Graduada em Administração de Serviços Hospitalares pela Universidade de Ribeirão Preto. Enfermeira em Obstetrícia pela Universidade Católica de Goiás (UCG). Docente da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Enfermeira da Secretária de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). E-mail: luciafons@gmail.com

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Rinaldo de Souza Neves. Enfermeiro. Doutor em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Ciências da Saúde pela UnB. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Coordenador do Grupo de Pesquisa Cuidando de Pessoas com Feridas. Conselheiro do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-DF), gestão 2017-2020. E-mail: rinaldodesouza@gmail.com

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Rinaldo de Souza Neves, Dirce Guilhem e Lúcia Helena Bueno da Fonseca (Orgs.)

Colaboradores Alexandra Isabel de Amorim Lino. Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela Universidade de Brasília (UnB). Especialista em Enfermagem Cirúrgica pela Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS). Estomaterapeuta pela UnB. Responsável pelo Ambulatório de Estomaterapia do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (IHBDF). E-mail: alexandra.lino2@gmail.com

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Ana Cristina dos Santos. Enfermeira. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). Especialista em Enfermagem Clinico-Cirúrgica aos Moldes de Residência pelo Hospital de Base do Distrito Federal. Especialista em Enfermagem em Cardiologia pelo Centro de Ensino de Enfermagem e Nutrição. Especialista em Gestão em Paciente Crítico pelo Hospital Sírio-Libanês. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da ESCS. Enfermeira da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). E-mail: acsantos_14@yahoo.com.br

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Ana Cristina Carvalho da Costa. Enfermeira. Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Ciências da Saúde pelo Programa de Mestrado Profissional da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Especialista em Cardiologia pelo Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF). Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da ESCS. Enfermeira da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). E-mail: anacristina_costa@yahoo.com.br

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Ana Maria de Lima Palmeira. Enfermeira. Mestre em Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Pós-Graduada em Enfermagem Cardiovascular pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER). Pós-Graduada em Docência para a Educação Profissional pelo Centro Universitário SENAC-SP. Conselheira do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF). E-mail: ana.lima84@hotmail.com

Anna Luísa Torres Ribeiro. Graduanda em Enfermagem pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Participante do Grupo de Pesquisa na Saúde da Criança e Adolescente (GPESCA). Participante do Programa de Educação para o Trabalho em Saúde (PET) – Interprofissionalidade em Saúde: Produzindo Saberes e Saúde em Ceilândia/Distrito Federal. Participante da Liga Acadêmica em Urgência e Emergência (LUEM) da ESCS. Monitora de Habilidades Profissionais de Enfermagem (HPE) da ESCS. E-mail: annaluisatr@gmail.com

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Carla Sousa Silva. Graduanda de Enfermagem pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Participante da Liga Acadêmica de Curativos (LAC) da ESCS. E-mail: carlasousa1997@gmail.com Dirce Guilhem. Enfermeira. Pós-Doutora em Bioética pela Universidad Complutense de Madrid. Pós-Doutora em Saúde Pública pelo University College London (UCL). Doutora em Ciências da Saúde (Bioética). Mestre em Psicologia Social e do Trabalho pela Universidade de Brasília (UnB). Docente do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB. E-mail: guilhem@unb.br

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Eliana Cristina de Sousa Marques. Enfermeira. Graduada em Enfermagem pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Participante da Liga Acadêmica de Curativos (LAC) da ESCS. E-mail: eliana.s.marques@gmail.com

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Érika Tayná de Souza Nascimento. Enfermeira. Especialista em Terapia Intensiva pela Faculdade Unyleya/Distrito Federal. Assessora do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF). Docente do Curso Técnico em Enfermagem do Centro de Inovação Educacional em Saúde (CIES). E-mail: erikataynasn@gmail.com

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Éverton Fernandes de Araújo. Graduando em Enfermagem pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Participante do Grupo de Pesquisa na Saúde da Criança e Adolescente (GPESCA). Participante do Programa de Educação para o Trabalho em Saúde (PET) – Interprofissionalidade em Saúde: Produzindo Saberes e Saúde em Ceilândia/Distrito Federal. Participante da Liga Acadêmica de Curativos (LAC) da ESCS. Monitor de Habilidades Profissionais de Enfermagem (HPE) da ESCS. E-mail: evertonescs10@gmail.com

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Eva Maia. Graduando em Enfermagem pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), Graduada em Gestão Pública pela Universidade Cesumar – Brasília-DF (Unicesumar). E-mail: evamaialicy@gmail.com

Ezequiel Martins Miranda da Cunha. Enfermeiro. Pós-Graduando em Urgência e Emergência pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HC-UFG/Ebserh). Membro do Colegiado Integrar da Gerência de Ensino e Pesquisa do HC-UFG/Ebserh. E-mail: ezequiel-cunha@hotmail.com Gisley Gabriel Marques Matias. Enfermeiro. Residente em Atenção Básica pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). E-mail: gabrielmatias1102@gmail.com

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Rinaldo de Souza Neves, Dirce Guilhem e Lúcia Helena Bueno da Fonseca (Orgs.)

Guilherme Kelvin Araújo Alves. Graduando em Enfermagem da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Atual Presidente da Liga Acadêmica de Curativos (LAC) da ESCS. Pesquisador pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). E-mail: guiguikelvin@gmail.com

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Hellen Torres Coelho. Graduanda em Enfermagem pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). E-mail: hellentorrescoelho@gmail.com

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Huara Paiva Castelo Branco. Enfermeira. Mestre em Ciências para a Saúde pelo Programa de Mestrado Profissional da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Especialista em Gestão do Trabalho e Educação em Saúde pela ESCS. Especialista em Cardiologia pelo Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF). Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da ESCS. Enfermeira da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). E-mail: huarabsb@gmail.com

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Igor Ribeiro Oliveira. Enfermeiro. Especialista em Unidade de Terapia Intensiva pela Faculdade Unyleya. E-mail: enfermeiroigor@hotmail.com

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Isabel Pintas Marques Horta. Enfermeira. Mestranda em Enfermagem pela Universidade de Brasília (UnB). Pós-Graduanda em Cuidados Intensivos de Enfermagem ao paciente Adulto, Neonatal e Pediátrico pela Faculdade Laboro/Distrito Federal. E-mail: pintasisabel@gmail.com

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Lara Luiza de Sousa Barbalho de Melo. Graduanda em Enfermagem da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). E-mail: laraluizasbm@gmail.com

Levy Aniceto Santana. Fisioterapeuta. Doutor e Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). Coordenador e docente permanente do Programa de Mestrado Profissional em Ciências para a Saúde da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). E-mail: levysantana@escs.edu.br

Lígia Maria Carlos Aguiar. Graduanda em Enfermagem pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Bolsista pelo Programa de Iniciação Científica da ESCS na temática “Prevenção de lesão por pressão”. Pesquisadora em Interprofissionalidade

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Feridas: avaliação, tecnologias e cuidados de enfermagem

pelo Programa de Educação para o Trabalho (PET Saúde) - Ministério da Saúde/ ESCS/Universidade de Brasília (UnB). Componente da articulação nacional da Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem (ENEEnf ). E-mail: ligia9maria@gmail.com

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Linconl Agudo Oliveira Benito. Enfermeiro. Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Master Business Administration (MBA) em Gestão em Saúde pela Escola de Administração e Negócios (ESAD). Especialista em Bioética pela Cátedra Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) de Bioética da UnB. Doutorando em Ciências e Tecnologias em Saúde pela UnB. E-mail: linconlbenito@yahoo.com.br

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Lindalva Matos Ribeiro Farias. Enfermeira. Mestre em Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Especialista em Educação Profissional na Área de Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). Pós-Graduada em Condutas de Enfermagem no Paciente Crítico pela Faculdade São Camilo. Conselheira do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF). E-mail: lindalvafarias09@gmail.com

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Luana Nunes Lima. Enfermeira de Família e Comunidade da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). E-mail: luananlima@gmail.com

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Lucas de Sousa Braz. Graduando em Enfermagem pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Diretor e membro da Liga Acadêmica de Curativos (LAC) da ESCS. E-mail: lucas.sousak@gmail.com

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Lucas Ernesto do Rêgo Castro. Graduando em Medicina pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). E-mail: lucas.ernesto@sempreceub.com

Lúcia Helena Bueno da Fonseca. Enfermeira. Mestre em Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Pós-Graduada em Administração de Serviços Hospitalares pela Universidade de Ribeirão Preto. Enfermeira em Obstetrícia pela Universidade Católica de Goiás (UCG). Docente da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Enfermeira da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). E-mail: luciafons@gmail.com

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Rinaldo de Souza Neves, Dirce Guilhem e Lúcia Helena Bueno da Fonseca (Orgs.)

Luciene de Moraes Lacort Natividade. Enfermeira. Especialista em Educação Profissional na Área de Saúde e em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Enfermeira da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e do Ambulatório de Estomaterapia do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (IHBDF). Docente da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). E-mail: natividadeluciene@hotmail.com

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Maria Izabel Rocha Pereira. Enfermeira. Especialista em Dermatologia com ênfase em tratamento de feridas pela Faculdade Delta. Pós-Graduanda do Curso de Especialização em Estomaterapia pela Universidade de Brasília (UnB). Enfermeira assistencialista na Unidade Coronariana (UCO). Presidente da Comissão de Pele e Curativos do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF). E-mail: izabelrochaenf@gmail.com

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Marlon Tomazette. Advogado. Procurador do Distrito Federal. Doutor e Mestre pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Docente de Direito Empresarial do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), da Escola Superior do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e do UniCEUB. E-mail: marlon@direitocomercial.com

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Mateus Henrique Reis de Oliveira Rufino. Enfermeiro. Mestrando em Enfermagem pela Universidade de Brasília (UnB). Pós-Graduando em Gestão da Assistência de Enfermagem em Urgência e Emergência pela Faculdade Laboro/Distrito Federal. E-mail: mateus.rufs@gmail.com

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Renan Joseph de Moraes Custódio. Graduando em Enfermagem pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Técnico em Enfermagem pelo Colégio Logos. Ex-Monitor de Habilidades Profissionais de Enfermagem (HPE) da ESCS. Ex-Presidente da Liga Acadêmica de Curativos (LAC) da ESCS. E-mail: renanjmc@gmail.com

Renato da Veiga Guadagnin. Engenheiro Mecânico. Doutor em Administração pela Universidade Alemã de Ciências da Administração de Speyer. Mestre em Análise de Sistemas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). E-mail: renatoguada@gmail.com Renato de Lima. Médico. Graduado em Medicina pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) do Distrito Federal. E-mail: renatolima.escs@gmail.com

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Feridas: avaliação, tecnologias e cuidados de enfermagem

Rinaldo de Souza Neves. Enfermeiro. Doutor em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Ciências da Saúde pela UnB. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Coordenador do Grupo de Pesquisa Cuidando de Pessoas com Feridas. Conselheiro do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-DF), gestão 20172020. E-mail: rinaldodesouza@gmail.com

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Simone Luzia Fidélis de Oliveira. Enfermeira. Advogada. Licenciada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade de Brasília (UnB). Especialista em Direito Público pelo Centro Universitário Projeção. Especialista em Saúde da Família pela UnB. Enfermeira Controladora da Central de Regulação de Internação Hospitalar da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (CRDF/SES). E-mail: simoneluzia@gmail.com

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Victor dos Anjos Ferreira. Graduando em Enfermagem pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Ex-Presidente e ex-Diretor de Comunicação da Liga Acadêmica de Saúde e Espiritualidade (LiASE) da ESCS. Diretor de Comunicação da Liga Acadêmica de Curativos (LAC) da ESCS. E-mail: victordosanjos39@gmail.com

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Virgílio Luiz Marques de Macedo. Enfermeiro. Residente em Atenção Básica pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). E-mail: virgilioescs@gmail.com

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Rinaldo de Souza Neves, Dirce Guilhem e Lúcia Helena Bueno da Fonseca (Orgs.)

Prefácio “Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade.”1

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Este é um livro muito sonhado e escrito a muitas mãos por profissionais provenientes de diferentes áreas do conhecimento e de estudantes de enfermagem e egressos da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Oferece ao público – equipe multiprofissional e comunidade em geral – um conjunto de informações que favorecerá a adoção de boas práticas no cuidado de pessoas com diferentes tipos de feridas. No entanto, vale ressaltar que esta é uma atividade precípua e fundamental exercida pela Equipe de Enfermagem em diferentes níveis de atenção: hospitais, clínicas, unidades de pronto atendimento, unidades básicas de saúde e na própria residência dos pacientes. Essas atividades estão previstas na Lei nº 7498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do Exercício da Enfermagem e dá outras providências2. Foi regulamentada pelo Decreto nº 94.406, de 9 de junho de 19873. Mais recentemente, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) elaborou e divulgou a Resolução nº 567/2018, de 29 de janeiro de 2018, que aprovou o regulamento para a atuação da Equipe de Enfermagem no cuidado aos pacientes com feridas4. Indica que a enfermagem deve assumir a prerrogativa de realizar curativos em todos os tipos de feridas, independente do grau de comprometimento tecidual em conformidade com os aspectos explicitados no Anexo dessa Resolução. Para além de um cuidado corriqueiro, essa atividade exige conhecimento técnico e científico, domínio de habilidades manuais e atitudinais, incluindo profunda apropriação da sistematização da assistência de enfermagem, quando se considera que o planejamento e a execução ou supervisão dos cuidados podem ser bastante prologados a depender do tipo de ferida. A mudança do perfil epidemiológico e de saúde da população brasileira – caracterizado pelo envelhecimento populacional, aumento das doenças crônicodegenerativas (DCN) e cânceres, aumento do número de acidentes automotivos, ferimentos por armas brancas e de fogo, entre outras possibilidades – trouxe novos desafios para o tratamento das feridas, considerando-se sua complexidade e particularidades. De acordo com sua classificação, as feridas podem ser agudas

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ou crônicas; superficiais ou profundas; cirúrgicas, contusas, traumáticas, tumorais ou ulcerativas; limpas, contaminadas ou infectadas; abertas e fechadas; com cicatrização por primeira, segunda ou terceira intenção, entre outros aspectos. Cada um desses tipos requer a utilização de produtos e diferentes tipos de cobertura para o cuidado efetivo5. Nesse contexto, o enfermeiro assume fundamental importância na prevenção desse agravo e, também, na diminuição do tempo de tratamento oferecendo o máximo de conforto ao paciente6. Essa situação ocasiona problemas de ordem física e emocional para a pessoa. No que se refere às questões físicas podem ser citados: dor, distúrbios de padrão do sono, imobilidade e incapacidade para atividades da vida cotidiana. Os aspectos emocionais dizem respeito principalmente à autoestima e autoimagem impactando sua inserção na vida em sociedade6,7. Por outro lado, as vivências relacionadas à saúde e doença são influenciadas pelo contexto de inserção da pessoa e “...valores, crenças, práticas, representações, imaginário, significados, experiências individuais e coletivas, reafirmando o caráter sociocultural desses fenômenos”7:2. Justamente por isso, a atenção proporcionada pela equipe multiprofissional e de enfermagem deve brindar assistência integral, na qual o indivíduo deve ser olhado com um todo holístico e indissociável. As intervenções serão baseadas em julgamento clínico e conhecimento científico, por meio da sistematização da assistência de enfermagem (SAE) e do processo de enfermagem (PE), com vistas ao alcance do melhor resultado possível para aquela pessoa e seu entorno social. Para avançar nesse processo, a Equipe de Enfermagem começou a utilizar diagnósticos padronizados, divulgados incialmente pela NANDA Internacional a partir de 1973. No entanto, a terminologia utilizada não foi capaz uniformizar a linguagem utilizada. Em 1987, o projeto Nursing Interventions Classification (NIC) iniciou a construção de uma linguagem padronizada para descrever as atividades executadas pelos enfermeiros no cuidado dos pacientes. Paralelamente a isso, a Nursing Outcomes Classification (NOC) é um sistema de classificação abrangente, contendo definições e medidas padronizadas, que descrevem os desfechos dos pacientes sensíveis à intervenção de enfermagem8,9. O cuidado de enfermagem às pessoas com feridas é um tema importante na agenda do processo de formação da Equipe de Enfermagem, especialmente pela responsabilidade profissional de promover tanto o melhor cuidado, como o cuidado livre de imprudência, negligência e imperícia9. É nesse contexto que essa obra se insere. Está dividida em três partes: avaliação, tecnologias e cuidados de enfermagem propriamente ditos.

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Rinaldo de Souza Neves, Dirce Guilhem e Lúcia Helena Bueno da Fonseca (Orgs.)

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Na primeira parte – Avaliação –, composta por 6 capítulos, são abordados temas relacionados às informações requeridas pelo profissional para o reconhecimento dos diferentes tipos e classificação das feridas. O enfoque está direcionado para a retomada e aprofundamento sobre Anatomia da pele, Fisiologia da cicatrização, Fatores intervenientes no processo de cicatrização das feridas, Classificação das feridas, Avaliação da pessoa com feridas, e Lesão por pressão e mortalidade em idosos no Brasil. Este último capítulo encerra a primeira parte do livro com uma abordagem importante para reflexão dos profissionais e estudantes da área de saúde sobre o tema. Ou seja, o livro oferece a oportunidade de reaproximação aos assuntos e informações que fornecem a base para a oferta de atenção qualificada à pessoa com lesões cutâneas e feridas. A segunda parte – Tecnologias – é composta por nove capítulos, que apresentam diferentes tecnologias utilizadas para reconhecimento e implementação dos cuidados requeridos nesse contexto. Os capítulos intitulados: Instrumentos de avaliação de feridas, Tecnologias computacionais de avaliação de feridas por meio de imagens e aplicativos, Técnicas de avaliação de área e volume de feridas, Guia de boas práticas para fotografia e gerenciamento de feridas, Recomendações práticas para o registro fotográfico de feridas: revisão de escopo, Procedimento operacional padrão para o cuidado à pessoas com feridas, Consultórios e Clínicas de Enfermagem, Como elaborar um protocolo institucional de feridas? Breves apontamentos, e Casos clínicos de lesão por pressão e exercícios práticos trazem avanços expressivos para os profissionais que almejam introduzir novas tecnologias no cuidado em saúde e enfermagem e fazer a diferença no contexto de atenção à saúde. Capítulos sobre tecnologias inovadoras, como a utilização de fotografias, oferecem recomendações práticas para o registro fotográfico de feridas em conformidade com a Resolução Cofen nº 567/20184. A inclusão de casos clínicos contribui para aproximação dos profissionais de saúde à realidade vivenciada nos cenários das práticas cotidianas. A terceira parte – Cuidados de Enfermagem –, composta por nove capítulos, convida os leitores para analisar as diferentes possibilidades de cuidados de enfermagem que podem ser utilizados para atender as necessidades individualizadas de cada paciente. Os capítulos intitulados: Relação histórica da atuação da equipe de enfermagem no cuidado à pessoa com feridas, Aspectos legais no tratamento de feridas pelo Enfermeiro, Aspectos psicossociais enfrentados por pessoas com feridas crônicas, Sistematização da Assistência de

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Enfermagem no cuidado à pessoa com feridas, Lesões cutâneas em pacientes críticos e cuidados de enfermagem relacionados, Atenção integral ao indivíduo com lesões oncológicas, O uso de fitoterápicos no tratamento de lesões, O uso da terapia de fotobiomodulação no tratamento de feridas e Lesões cutâneas decorrentes da COVID-19 apresentam visão ampliada sobre os diferentes tipos de cuidados de enfermagem a serem ofertados para proporcionar cuidado integral holístico para as demandas apresentadas. Acompanha, ainda, a atualidade do momento de emergência sanitária em saúde pública que vivemos, focalizando lesões provenientes da infecção pelo SARS-CoV-2 que ocasiona a COVID-19. Como pode ser observado, esta obra tem como objetivo incentivar a busca por melhores respostas para o oferecimento de cuidados de enfermagem que sejam efetivos e individualizados para cada pessoa. Esse é um campo com grandes avanços, mas com inúmeras perguntas que emergem da prática cotidiana. As melhores respostas ainda estão sendo elaboradas e este livro traz alguns bons exemplos de como isso pode acontecer. Esperamos que essa iniciativa contribua para a reflexão e a melhora inequívoca do ser, saber e fazer dos profissionais de enfermagem e de outros membros da equipe multiprofissional. Os Organizadores.

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Referências

1. Ono Y. Grapefruit: a book of instructions and drawings. Riverside, New Jersey: Simon & Schuster; 1970. [Reprint; 2000].

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2. Brasil. Câmara dos Deputados (CD). Lei nº 7498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem e dá outras providências. [resolução na internet]. Diário Oficial da União 26 jun 1986 [acesso em 27 abr 2020]. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1980-1987/lei-7498-25-junho-1986-368005publicacaooriginal-1-pl.html.

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3. Brasil. Presidência da República (PR). Decreto No 94.406 de 09 de junho de 1987. [resolução na internet]. Diário Oficial da União 9 jun 1987 [acesso em 27 abr 2020]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/decreto-n-9440687_4173.html.

4. Conselho Federal de Enfermagem (Brasil). Resolução nº 567, de 29 de janeiro de 2018. Regulamenta a atuação da Equipe de Enfermagem no Cuidado aos pacientes com feridas [resolução na internet]. Diário Oficial da União 6 fev 2018 [acesso em 13 dez 2019]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofenno-5672018_60340.html. 5. Liedke DCF, Johann DA, Danski MTR. Consultório de enfermagem para tratamento de feridas em hospital de ensino. Cogitare Enferm. 2014 [acesso em 27 abr 2020]; 19(3): 590-596. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/viewFile/34486/23254.

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Rinaldo de Souza Neves, Dirce Guilhem e Lúcia Helena Bueno da Fonseca (Orgs.)

6. Favreto FJL, Betiolli SE, Silva FB, Campa A. O papel do enfermeiro na prevenção, avaliação e tratamento das lesões por pressão. RGS 2017 [acesso em 28 abr 2020]; 17(2):37-47. Disponível em: http://www.herrero.com.br/files/revista/ filea2aa9e889071e2802a49296ce895310b.pdf. 7. Chibante CLP, Santo FHE, Santos TD, Porto IS, Daher DV, Brito WAP. Saberes e práticas no cuidado centrado na pessoa com feridas. Esc Anna Nery 2017; 21(2):e20170036. https://doi.org/10.5935/1414-8145.20170036. 8. Oliveira FP, Oliveira BGRB, Santana RF, Silva BP, Candido JSC. Nursing interventions and outcomes classifications in patients with wounds: cross-mapping. Rev Gaúcha Enferm. 2016 jun;37(2):e55033. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2016.02.55033.

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9. Moorhead S, Johnson M, Meridean MAAS. Classificação dos resultados de enfermagem (NOC). 3. ed. Porto Alegre: Artmed; 2010.

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10. Conselho Federal de Enfermagem (Brasil). Resolução nº 564, de 06 de novembro de 2017. Aprova o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem [resolução na internet]. Diário Oficial da União 6 dez 2017 [acesso em 13 dez 2019]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-5642017_59145.html

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Sumário

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1 Anatomia da pele…………………………………………………………………… 2 Fisiologia da cicatrização…………………………………………………………… 3 Fatores intervenientes no processo de cicatrização das feridas… 4 Classificação das feridas…………………………………………………………… 5 Avaliação das pessoas com feridas…………………………………………… 6 Lesão por pressão e mortalidade de idosos no Brasil……………

23 31 37 45 55 67 83

de imagens e aplicativos…………………………………………………………………

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7 Instrumentos de avaliação de feridas……………………………………… 8 Tecnologias computacionais de avaliação de feridas por meio 9 Técnicas de avaliação de 10 Guia de boas práticas

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para fotografia e gerenciamento de feridas……………………………………………………………………………………………

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área e volume de feridas…………………

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Recomendações práticas para o registro fotográfico de feridas: Revisão de escopo……………………………………………………………

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Procedimento operacional padrão no cuidado à pessoa com feridas……………………………………………………………………………………………

135 155 169

Breves apontamentos……………………………………………………………………

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15 Casos clínicos de lesão por pressão e exercícios práticos……… 16 Relação histórica da atuação da equipe de enfermagem no

209

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13 Consultório e clínicas de enfermagem…………………………………… 14 Como elaborar um protocolo institucional de feridas?

cuidado à pessoa com feridas………………………………………………………… 229

17

Aspectos legais no tratamento de feridas pelo enfermeiro… 243

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Rinaldo de Souza Neves, Dirce Guilhem e Lúcia Helena Bueno da Fonseca (Orgs.)

18

Aspectos psicossociais enfrentados por pessoas com feridas crônicas……………………………………………………………………………… 259

19

Sistematização da assistência de enfermagem no cuidado à pessoa com feridas…………………………………………………………………………

281

20

Lesões cutâneas em pacientes críticos e cuidados de enfermagem relacionados……………………………………………………………… 293

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feridas……………………………………………………………………………………………

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21 Atenção integral ao indivíduo com lesões oncológicas…………… 22 O uso de fitoterápicos no tratamento de lesões……………… 23 O uso da terapia de fotobiomodulação no tratamento de

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Lesões cutâneas decorrentes da COVID-19………………………… 365

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1 ANATOMIA DA PELE Rinaldo de Souza Neves

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Neste Capítulo, vamos conhecer alguns aspectos importantes da anatomia da pele para que possamos entender como as camadas da pele estão distribuídas.

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Desta forma, podemos nos perguntar: Porque é importante entender a anatomia da pele para o cuidado à pessoa com feridas? Vamos pensar!

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A Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) nº 567/20181, que descreve a regulamentação e a atuação da equipe de enfermagem no cuidado aos pacientes com feridas, cita que a enfermagem deve realizar curativos em todos os tipos de feridas, independente do grau de comprometimento tecidual. Por este motivo, iremos apresentar, principalmente, as camadas da pele e seus anexos. O sistema tegumentar é constituído pela pele e seus anexos: pelos, unhas e glândulas sebáceas e sudoríparas. O conhecimento do profissional de enfermagem sobre a constituição e a função da pele é essencial para diagnosticar e prognosticar as injúrias acometidas ao sistema tegumentar, bem como avaliar o processo cicatricial e subsidiar informações importantes para o planejamento da assistência de enfermagem ao indivíduo com lesão cutânea2. Para o adequado planejamento da assistência de enfermagem à pessoa com feridas, torna-se necessário que o profissional de enfermagem conheça a embriologia e a histologia da pele e seus anexos, que serão apresentadas a seguir. Em termos embrionários, a pele e seus anexos são originados pelos folhetos germinativos ectoderma, mesoderma e endoderma, cuja formação se inicia pela epiderme, pelos folículos pilosos, pelas unhas e pelas glândulas sudoríparas e sebáceas. Posteriormente, formam-se os melanócitos, os nervos e os receptores sensoriais especializados da pele2. Considerando a histologia humana, a pele é composta de epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, tecido conjuntivo e tecido conjuntivo frouxo, e células adiposas, conforme as camadas anatômicas: epiderme, derme e hipoderme, respectivamente2.

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Feridas: avaliação, tecnologias e cuidados de enfermagem

7 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DE FERIDAS Maria Izabel Rocha Pereira Huara Paiva Castelo Branco

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As lesões cutâneas sucedem a interrupção da integridade da pele, levando à perda de suas funções básicas. Por tratar-se de um fenômeno complexo, multifatorial e com repercussões na qualidade de vida dos indivíduos, o cuidado com o tegumento é uma importante atribuição do Enfermeiro1. Segundo a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) no 567/20182, é responsabilidade legal do Enfermeiro a execução de cuidados de maior complexidade e, para tal, precisa realizar uma acurada avaliação clínica baseada em conhecimentos técnico-científicos, a fim de estabelecer um diagnóstico, monitorar eficácia da terapia tópica, identificar processos infecciosos, além de prever resultados diante das terapêuticas propostas1,2. Historicamente, a avaliação da ferida se baseou em observações visuais dos profissionais, com o uso inconsistente de vários instrumentos, o que acarretou diferentes registros para uma mesma lesão, gerando interpretações divergentes ou conflitantes, dificuldades na correta identificação das fases de cicatrização e equívocos no reconhecimento das características normais e anormais associadas a esse processo3,4. Dentre os parâmetros apreciados, temos: localização anatômica, tamanho da lesão, cor, tipo de tecido lesado e sua extensão, presença de corpos estranhos, fístulas, túneis, condição da pele ao redor e características do exsudato5. Nessa perspectiva, a utilização de ferramentas padronizadas permite um julgamento assertivo das características da lesão e monitoramento do progresso na cicatrização, além de promover a comunicação entre os serviços e profissionais de saúde4,5. Esses instrumentos possibilitam a elaboração de intervenções fundamentadas em evidências, auxiliam na prevenção de complicações e permitem o acompanhamento do tratamento estabelecido. Além disso, é possível reduzir falhas durante a apreciação das lesões, tendo em vista as variações na expertise profissional podem ocasionar interpretações variadas as características clínicas da lesão6.

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Feridas: avaliação, tecnologias e cuidados de enfermagem

10 Renato Guadagnin

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GUIA DE BOAS PRÁTICAS PARA FOTOGRAFIA E GERENCIAMENTO DE FERIDAS 1 Este Capítulo apresenta aspectos técnicos pertinentes à sessão de fotografia

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e seu consentimento, fundamentando-se nas orientações para gestão de feridas contidas no Guide to Good Practice. Wound Management Photography, do Institute of Medical Illustrators National Guidelines1, e na Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) nº 567/20182, a qual estabelece diretrizes para a realização de documentação fotográfica para acompanhamento da evolução da ferida, desde que autorizada formalmente pelo paciente ou responsável por meio de formulário institucional, respeitando os preceitos éticos e legais do uso de imagens. Fotografias de uso médico são frequentemente requeridas para subsidiar a documentação fotográfica sobre más condições da pele, conhecidas como “feridas”, para as quais, na verdade, existem inúmeras classificações. As fotografias de uma ferida são frequentemente solicitadas pelos médicos para apoiar a assistência ao paciente, incluindo monitoramento da progressão da ferida. Os intervalos de tempo entre fotografias dependem do tipo de ferida. As feridas agudas progridem mais rapidamente e devem ser fotografadas a cada troca de curativos. As feridas crônicas se desenvolvem mais lentamente, havendo pouco benefício em fotografar com mais frequência do que a cada 2-4 semanas, caso contrário, a avaliação do progresso será dificultada. É sempre importante fotografar uma ferida se ocorrerem alterações significativas, pois isso pode ter implicações no andamento do tratamento.

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1 Texto traduzido e adaptado de Institute of Medical Illustrators National Guidelines - A Guide to Good Practice por Renato Guadagnin.

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Feridas: avaliação, tecnologias e cuidados de enfermagem

14 COMO ELABORAR UM PROTOCOLO INSTITUCIONAL DE FERIDAS? BREVES APONTAMENTOS

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Linconl Agudo Oliveira Benito Rinaldo de Souza Neves Ana Maria de Lima Palmeira Lindalva Matos Ribeiro Farias

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Não é das mais fáceis a tarefa de desenvolvimento de um protocolo institucional de feridas (PIF), objetivando balizar todas as atividades a serem implementadas no tratamento, na terapia e na reabilitação de pessoas acometidas por esses fenômenos. Desta forma, objetivando a transposição mais facilitada desta dificuldade, além de atingir os objetivos propostos para realização desta atividade, procedeu-se à identificação por intermédios dos PIF disponibilizados por meio eletrônico. No decurso do processo de levantamento bibliográfico informatizado, desenvolvido junto a várias bases de dados eletrônicas, e após realização de minuciosa leitura dos documentos identificados, foi possível verificar a complexidade desta temática, tendo como base a grande diversidade de informações contidas nos PIF e, também, de Procedimentos Operacionais Padrões (POP) acessados. Percebeu-se que várias instituições de saúde, tanto da administração pública como não estatal, propuseram em seus PIF e POP ações, procedimentos e protocolos para a utilização por seus profissionais e colaboradores 1. Foi identificado que a maior preponderância nessas instituições se constituiu nas dimensões da Atenção Básica em Saúde (ABS), dos Programas de Saúde da Família (PSF), das Secretarias Estaduais de Saúde (SES), das Secretarias Municipais de Saúde (SMS), das Comissões de Prevenção e Tratamento de Feridas (CPTF), de Hospitais de Clínicas (HC) e também de Hospitais Universitários (HU). Outra questão evidenciada é a maior preponderância de PIF direcionados para instituições hospitalares, o que aponta ainda para o atendimento de LP verificado mais fortemente em ambientes desta natureza.

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Feridas: avaliação, tecnologias e cuidados de enfermagem

24 Lígia Maria Carlos Aguiar

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LESÕES CUTÂNEAS DECORRENTES DA COVID-19

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Em dezembro de 2019, um surto de pneumonia iniciou-se em Wuhan-Hubei, na China. Essa infecção foi causada por um novo betacoronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-COV-2), causador da doença denominada COVID-191. Desde então, o mundo todo entrou em alerta e, no dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia da COVID-19, que se constitui uma emergência de saúde pública de importância internacional, o mais alto nível de alerta da Organização2.

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O VÍRUS

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Os coronavírus são uma grande família de vírus que causam doenças em animais e humanos. Nos humanos, são conhecidos por causar infecções respiratórias, desde o resfriado comum a doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAS, do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome SARS). Existem quatro gêneros de coronavírus: Alphacoronavirus, Betacoronavirus, Deltacoronavirus e Gamacoronavirus3. No caso da COVID-19, o agente etiológico se trata de RNA vírus da ordem Nidovirales e da família Coronaviridae. Os vírus da SARS-CoV, MERS-CoV e 2019-nCoV são da subfamília Betacoronavírus, que infecta somente mamíferos; é altamente patogênica e responsável por causar síndrome respiratória e gastrointestinal2. São os maiores RNA vírus de cadeia envelopada e apenas sete coronavírus sabidamente causam doença nos humanos: quatro deles causam mais frequentemente os sintomas de resfriado comum (229E, OC43, NL63 e HUK1), sendo que, raramente, pode haver infecção grave do trato respiratório inferior, como pneumonia, principalmente nas crianças, nos idosos e nos pacientes

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