Algumas mulheres do mundo

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REVISÃO

Mariana Pires Santos

cip-brasil. catalogação na publicação sindicato nacional dos editores de livros, rj

C468a

Chiquinha, 1984

Algumas mulheres do mundo / Chiquinha. – 1. ed. Rio de Janeiro : Mórula, 2014.

192 p. : il.; 18 cm.

ISBN 978-85-65679-24-4

1. Humorismo brasileiro. I. Título.

14-13523

CDD: 869.97 CDU: 821.134.3(81)-75

R. Teotônio Regadas 26, 904 – Lapa – Rio de Janeiro www.morula.com.br | contato@morula.com.br


As mulheres de Chiquinha têm algo em comum: são muito divertidas, extremamente irreverentes e dramaticamente insatisfeitas. O slogan delas é: “nunca tá bom!”. E nunca está bom, mesmo! Elas querem tudo e muito mais. Elas somam interesses, curiosidades e projetos. Elas acumulam papéis, obrigações e dúvidas. Elas querem ser magras, jovens e sensuais. Elas são desengonçadas, atrapalhadas e confusas. Elas são contraditórias. Elas não têm medo de ser ridículas. Elas são muito ridículas. Elas querem estar na moda.


Elas são muito vaidosas. Elas não têm a menor noção do que é estar na moda. Elas querem um homem gostoso. Elas só encontram sapos. Elas curtem a casa. Elas são muito bagunceiras. Elas fazem dietas malucas Elas têm amigas malucas. Elas trabalham e são independentes. Elas querem casar e ter filhos. Elas querem ser solteiras para sempre. Elas são muito românticas. Elas têm hábitos nada saudáveis. Elas comem besteira, não fazem ginástica. Elas reclamam muito de tudo. Elas são diferentes, únicas e especiais. Elas são iguais a todas as mulheres do mundo.


As mulheres de Chiquinha são maluquinhas e esquisitinhas. Mas elas são, mais do que tudo, muito engraçadas. Chiquinha busca pegar o lado mais ridículo das preocupações e obsessões femininas e expor sem censura, por meio do humor, os sofrimentos, as vaidades e as contradições das mulheres. Ela diz que a figura típica das mulheres nos quadrinhos é a musa, idealizada pelos homens. “As minhas mulheres, não. Tento fazê-las mais reais, apelando para o grotesco mesmo: suor, lágrimas, peitões. Geralmente figuras com bastante apelo dramático. Tento desconstruir esses arquétipos de beleza. As mulheres de Chiquinha têm algo muito especial e raro: elas sabem rir das próprias loucuras, imperfeições e neuroses. E, fazendo isso, mostram que as mulheres deveriam aprender a rir, brincar e se divertir muito mais. As mulheres de Chiquinha ensinam que rir de si mesmas é fundamental para quebrar os clichês, tabus e estereótipos que atormentam as brasileiras. Chiquinha brinca com o título do filme que fez de Leila Diniz um mito de mulher revolucionária: Todas as mulheres do mundo, de Domingos de Oliveira. Ela mostra que algumas mulheres do mundo conseguem, sim, ser “meio Leila Diniz”: com muito prazer, muito coração e muitas risadas.

Mirian Goldenberg



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1a edi巽達o julho 2014 impress達o rotaplan papel miolo offset 90g/m2 papel capa cart達o supremo 300g/m2



LAERTE COUTINHO

w w w.morula.com.br

9 78 8 5 6 5 6 7 9 2 4 4

ISBN 978856567924-4

Da Chiquinha, tenho uma caneca ilustrada que gosto de usar no café da manhã. Ali vejo uma criatura possuída, depilando pernas e pintando unhas do pé enquanto fuma de bobes no banheiro. É bom começar o dia com a visão desse balé que a Chiquinha desenvolve em seus desenhos como ninguém: nossa busca por equilíbrio entre o grotesco e o gracioso, o patético e o encantador, o terror do fracasso e a esperança de um empate honroso. Tá tudo aqui neste livro. E a cor do esmalte da louca é a minha preferida…


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