JCIT #6 - Agosto 2013

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CURITIBA, 7 DE AGOSTO DE 2013 | ANO 1 - Nº 6 | CIRCULAÇÃO MENSAL E GRATUITA

Museu de História Natural completa 50 anos em agosto

Eu não, o Bloco! O Capão da Imbuia é meu limo... fala sobre a privilegiada missão de manter a história do Bloco Ideais do Ritmo, o nome de seu fundador e o passado do bairro vivos. Pg. 7

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3367-5874* 9943-6521

* De Seg. a Sex. das 14h às 18h

Encravado numa propriedade de 36 mil metros quadrados, remanescente florestal de pinheiros e imbuias, tem uma das coleções científicas zoológicas mais representativas do Paraná e centenas de animais empalhados. Pág. 4


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CURITIBA, AGOSTO DE 2013

Social

Espaço do Leitor

ANGELO NETO

Mande sua mensagem para:

jornalcit@gmail.com

O JCIT reserva-se ao direito de adequar o texto ao espaço e de não publicar artigos que contenham agressões pessoais.

Habemus Francisco – Nasceu, no dia 21 de julho, o lindo Francisco. Seu nome é uma homenagem ao Chico Science e Chico Mendes. Mas uma abençoada coincidência o trouxe ao mundo um dia antes do Papa chegar ao Brasil. Nem precisa dizer que o casal Daniela Dada e Fabiano Mossato estão transbordando de alegria com a vinda do primogênito.

Rua da Cidadania Acho um absurdo o atraso na obra da futura Rua da Cidadania. O cara que começou saiu sem terminar e o outro que tá no comando não faz nada para coisa andar. Só quem perde com isso é a gente, que provavelmente vai ter que pagar duas obras pelo preço de uma. Achei importante que o jornal trate do assunto, mas ainda é pouco. O povo quer saber onde isso vai dar e se um dia terminam logo essa Rua. Porque do jeito que tá parece uma ruína e para encher de gente que não presta por ali não demora muito.

Pais precisam cadastrar crianças que entrarão na escola em 2014

Geraldo Baptista N.R.: Caro Geraldo, o jornal tem buscado contato, junto a prefeitura e a construtora responsável, para esclarecimentos sobre o assunto. Porém, até o momento nada de novo foi informado, além do já publicado.

Daltinho, Dona Naide e Neusa comemoram idade nova neste mês de agosto. Daltinho faz 54 anos no dia 23. Dona Naide faz 86 anos um dia depois, 24 de agosto. E a Neusa chega em seus 37 anos de vida no dia 29. Os três começaram a festa já no primeiro sábado do mês, em um delicioso churrasco na casa da matriarca. Felicidades a todos!

EXPEDIENTE

Praça Ivo Rodrigues, 43 Loja 1

Bairro Alto Curitiba/PR CEP: 82.820-300

Fone: (41) 3367-5874 Horário de atendimento:

Seg a Sex: 14h às 18h Sáb: 9h às 11h30

jornalcit@gmail.com www.facebook.com/jornalcit Diretor Angelo Garbossa Neto Jornalistas Responsáveis Ramon Ribeiro e Roberto Monteiro Diagramador/Repórter Everton Mossato Impressão: RBS Esta Edição: 8 páginas / 11.000 exemplares Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal.

Pais ou responsáveis por crianças nascidas em 2008 e que deverão ingressar em 2014 no 1º ano do ensino fundamental nas escolas municipais de Curitiba devem cadastrá-las para garantir a vaga. O cadastro é gratuito e deverá ser feito até o dia 23 de agosto, pelo site www.cidadedoconhecimento. org.br. As famílias com dúvidas sobre o processo, ou que não tenham acesso à internet, podem procurar qualquer escola municipal, de segunda a sexta-feira, das 8h às

11h30 ou das 13h30 às 17 horas. O cadastramento é a primeira etapa da matrícula e necessário apenas para as crianças que completarão 6 anos em 2014 e ainda não são atendidas pela rede municipal de ensino. O preenchimento dos dados é rápido e fácil. O cadastro não representa a matrícula. Ele é um instrumento para organizar a oferta de turmas, evitar filas e tentar garantir a vaga em escolas próximas da casa do estudante.

Faça uma homenagem a quem você gosta. Envie a foto com descrição para o e-mail jornalcit@gmail.com. Não há custo para publicação.

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CURITIBA, AGOSTO DE 2013

Museu completa 50 anos em agosto Em 1963 o museu veio para o Capão da Imbuia sob o nome de Instituto de Defesa do Patrimônio Natural e em 1992 passa a ser o Museu de História Natural. Atualmente dispõe de um rico acervo para pesquisadores e belas vitrines recriando diversos habitats naturais que encanta seus visitantes. O Museu de História Natural alcançou meio século neste mês de agosto. Encravado numa propriedade de 36 mil metros quadrados, remanescente florestal de pinheiros e imbuias, tem uma das coleções científicas zoológicas mais representativas do Paraná e centenas de animais taxidermizados (empalhados). A ideia de um Museu de História Natural no Paraná nasceu ainda no século XIX. A primeira sede foi na Praça Zacarias no centro de Curitiba em 1876. Depois de se mudar para diversos lugares, em 1963 o museu veio para o Capão da Imbuia sob o nome de Instituto de Defesa do Patrimônio Natural e em 1992 passa a ser o Museu de História Natural do Paraná. No espaço interno do museu oito grandes vitrines que exibem os animais taxidermizados, inseridos em réplicas de seus habitas naturais. Cerrado, Banhado, Floresta Tropical e Floresta

com Araucárias são alguns dos ambientes recriados para os visitantes do museu. Um deste espaços é destinado aos animais dos Andes, onde estão um condor e um enorme urso de óculos, que foi taxidermizado anos atrás, após sofrer um atropelamento fatal. “Temos um acordo com concessionárias que administram as rodovias, que nos enviam animais vitimados por acidentes”, conta o biólogo do museu, Vinícius Abilhoa. Abilhoa informa que todos os animais foram preparados por uma equipe própria do museu, especializada em taxidermia. O biólogo destaca que a principal função da instituição é educativa. “Recebemos aqui um público de mais de 5 mil pessoas a cada mês, sendo que visitas guiadas de grupos escolares acontecem diariamente”, conta o biólogo, que há 20 anos trabalha no museu. “Uma vez por mês, or-

Dra. Ketty Klagenberg

A Onça Pintada é um dos animais (taxidermizados) que mais chama atençã dos visitante do Museu de História Natual Capão da Imbuia

ganizamos o evento ‘Uma Noite no Museu’, destinada apenas a estudantes técnicos ou universitários”, informa Abilhoa. Agendado com antecedência e sem custos, o encontro é uma visita mais aprofundada e detalhada às coleções, seguida de uma palestra. Ao sair do Museu de História Natural, o visitante tem ainda oportunidade de percorrer uma bela trilha suspensa, entre centenárias

FISIOTERAPIA

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Beleza e saúde na gravidez A gestação de um bebê é realmente muito especial e também uma fase de mudanças principalmente para a mulher. Para manterse bonita e saudável durante e após a gravidez é importante ter alguns cuidados. Boa qualidade na alimentação, exercícios regulares (e adequados para cada fase da gestação), e uso de bons cosméticos são alguns dos cuidados mais conhecidos. Porém com tantas mudanças ocorrendo na vida e no corpo feminino, alguns procedimentos / tratamentos são sempre bem vindos para manter a saúde, bem-estar e beleza da futura mamãe e consequentemente do bebê. A Drenagem linfática é a preferida das gestantes, indicada principalmente a partir do segundo trimestre. Trata-se de uma técnica de massagem suave, que favorece a eliminação de líquidos e toxinas do corpo, diminuindo

e /ou evitando o inchaço. É relaxante e auxilia o funcionamento do sistema imunológico (sistema de defesa do corpo) o que é especialmente interessante para gestantes, já que elas têm limitações no uso de medicamentos. As esfoliações e hidratações também podem ser indicadas para melhorar a qualidade e elasticidade da pele, minimizando o aparecimento as temidas estrias gestacionais. No rosto, limpeza de pele profunda específica para gestantes com produtos hipoalergênicos, deve ser realizada com intervalos que variam de acordo com cada tipo de

pele. Hidratações e muito protetor solar, também ajudam a manter uma pele radiante. Com uma boa avaliação e conduta profissional adequada é possível realizar estes e outros tratamentos com muita segurança. Assim a gestante se preocupa com o que é realmente importante: sentir-se bem e saudável durante toda a gestação. Após o nascimento do bebê, a rotina muda completamente e os dias costumam ser de muito trabalho e pouco sono. Mas existem aspectos importantes em relação à recuperação da mulher que não devem ser ignorados, e é sobre esses cuidados que falaremos na próxima edição. Até lá! Mais informações:

3045-4584 / 9933-2728 www.kettyfisio.com.br

Curta: Facebook.com/kettyfisio Consultório: R. Arthur Ferreira de Abreu,183 (piso superior) Capão da Imbuia

árvores e onde está a mais antiga da cidade: uma imbuia com cerca de mil anos de idade. “O nome do bairro não é por acaso, pois existe aqui uma representativa quantidade desta árvore”, explica Abilhoa. Para alguns moradores a arborização do local é uma fuga do estresse cotidiano. “Esse lugar é um oásis em meio a um deserto, é muito bom vir aqui todos os dias, me renova para encarar o movimento intenso como é o do Capão da Im-

Dra. Márcia Tkacz

buia”, revela Mario Sérgio, morador da região.

Serviço: Museu de História Natural Endereço: Rua Professor Benedito Conceição, 407 (esquina com a Rua Nivaldo Braga), Capão da Imbuia. Telefone: (41) 3313-5584 Horário: De terça a domingo das 9h às 17 horas, com entrada gratuita.

VETERINÁRIA

MÉDICA VETERINÁRIA CRMV – PR 4911

É verdade que mulheres grávidas não podem ter gatos? É muito comum eu atender pessoas que se desfazem de seus gatos por medo da toxoplasmose, principalmente as mulheres grávidas. Mas qual é a participação real dos felinos na transmissão dessa doença? A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. A infecção no homem é usualmente assintomática, entretanto sérios sintomas ou até mesmo a morte do feto podem ocorrer quando mulheres contraem primariamente a infecção durante a gestação ou em indivíduos imunossuprimidos. Mulheres que entraram em contato com o agente antes da gravidez não infectam seus fetos. Estimase que 20 a 90% da população adulta mundial já teve contato com o toxoplasma. Um dos maiores problemas da toxoplasmose é o desconhecimento das pessoas e principalmente dos profissionais de saúde em relação ao verdadeiro mecanismo de transmissão dessa doença. Vamos entender o ciclo deste protozoário:

áreas quentes e úmidas e ocorre mais em áreas rurais e em gatos de rua do que nos domésticos e urbanos. A infecção congênita em gatos é rara. OS OOCISTOS ESPORULADOS CONTAMINAM ÁGUA, SOLO, FRUTAS, VERDURAS E CARNE DE OUTROS ANIMAIS O SER HUMANO INGERE ESSES OOCISTOS E SE CONTAMINA COM O TOXOPLASMA

tocar e acariciar um gato é praticamente inexistente. É importante lembrar que nem todo gato entrou em contato com o agente, portanto nem todos são portadores. O convívio entre gatos e mulheres grávidas é saudável quando as gestantes são orientadas sobre os mecanismos de transmissão da doença. Eu sou a maior prova de que os gatos não são os maiores culpados pela toxoplasmose em humanos, possuo e atendo gatos há muitos anos e não sou reagente ao Toxoplasma gondii.

Para diminuir os riscos de se O gato é um importante infectar pela toxoplasmose elo na cadeia epidemiológica segue algumas dicas: da doença, porém o principal mecanismo de transmissão para • lavar sempre as mãos antes o homem é o hábito deste não de se alimentar e após manusear higienizar corretamente suas carnes cruas; mãos; comer carne crua ou mal • lavar sempre as mãos após mepassada, além da ingestão de le- xer na terra e areia; gumes, frutas, leite e água con- • não ingerir água não filtrada, taminados. Medidas de higiene legumes e frutas mal lavadas; são fundamentais para diminuir • não ingerir linguiças caseiras, a infecção. leite e queijos processados inaOs cães não oferecem ne- dequadamente; nhum risco ao homem. A única • não ingerir carne mal passada, maneira de se infectar pelo cão é principalmente de suínos e ovicomendo a sua carne contamina- nos; GATOS E OUTROS da e mal cozida. • não ingerir alimentos expostos FELÍDEOS A transmissão para seres a moscas, formigas e insetos. Cerca de 1% dos gatos humanos pelo simples ato de são contaminados e liberam os oocistos em algum momento de sua vida no ambiente durante 1 a 2 semanas. Após tornam-se imunes e não liberam mais. EsVocê e seu pet podem usufruir tes oocistos precisam encontrar de todos os nossos serviços com baixo custo mensal através no ambiente temperatura, oxido Plano de Saúde PETLUZ. gênio e umidade adequada (35 graus) durante 5 dias para se esporularem e tornarem-se infecAv. Victor Ferreira do Amaral, 1580 - Tarumã tantes. A prevalência é maior em

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Crônicas & Contos

Crônicas de ontem

Verso & Reverso

Marco Polo - Jornalista, editor do JBA

Rui Werneck de Capistrano - Publicitário, poeta, contista, escritor, autor de NEM BOBO NEM NADA, romancérele de 150 capitulos do capeta.

Frio de rachar e outras coisas Chegava em casa cheirando a mimosa da casca fina, agarradinha, que nem precisava roubar no vizinho: dava aí por toda parte. Ou com o pulôver fedendo a fumaça do campo queimado pela gurizada. Mimosa boa e campo seco só depois de uma boa geada, daquelas que pintavam de branco telhados e jardins, congelavam a torneira, partiam os lábios, carnudos ou não, sem a proteção da manteiga de cacau; geada daquelas que exigiam capote, sobretudo, manta enrolada até o nariz, luvas de camurça e ceroula por baixo das calças. Tempo bom para uma feijoada no Onha, uma sopa de cebola na Gui Sopas, uma carne-de-onça no Buraco do Tatu e uma noitada na Caverna da Bruxa. Coisas que ainda vagam pela cabeça de quem custava a ajustar a sintonia

Cotidiano

fina no seletor de canais da TV; daqueles que não sabiam no que estavam pensando enquanto só pensavam em sexo; daqueles que ainda custam a acertar os ponteiros do relógio digital, tal qual o literato contemporâneo nas salas, corredores, escolinha de arte e cantina do CEP (Colégio Estadual do Paraná), Rui Werneck Capistrano, que se qualifica como vendedor de sonhos de nata, creme e goiabada. Frio e geada andavam ali no inverno curitibano de quando pernelongo zumbia no seu ouvido e chupava seu sangue somente no verão e na escuridão do seu quarto - Detefon neles. Este inverno foi mesmo de rachar. Desta vez foi preciso trocar o liquinho do meu aquecedor Prosdócimo ? Quem não viveu não verá. O tempo muda até o tempo. Se você ainda acha que todos os caminhos levam a

Aquecedor a gás Prosdócimo

Roma toma cuidado porque você pode entrar numa rua sem saída.

Roberto Monteiro - Jornalista/Editor do JBA

Descrença com a política Todo político deveria ter seu mandato sujeito a uma revalidação anual. Talvez esta fosse uma forma de manter o cidadão alerta e sempre atento ao seu compromisso com o eleitor. Enquanto isso não acontece, o que vemos é que a maioria deles se desprende rapidamente das promessas de campanha, às vezes até do partido que o elegeu. Seria bom que todo político tivesse que usar, obrigatoriamente, o transporte público e os postos de saúde para saber como andam os serviços prestados pela municipalidade. Talvez assim pudéssemos ver nossos problemas resolvidos. Enquanto as oligarquias continuarem no poder, tal qual a nobreza privilegiada da

França de Luiz XVI, vamos viver numa sociedade carente de direitos e rica em deveres. A população tem sua parte de culpa neste sistema perverso. Não raro os governos municipais, estaduais e nacionais são avaliados como “bons” ou “muito bons”, apesar da inflação, da violência e da desigualdade social andar a passos largos. Das duas uma, ou as pessoas são falsas quando respondem as pesquisas ou faltam com a verdade quando dão a reclamar nos ônibus, filas de hospitais e supermercados. Fazem-no porque vai aparecer no jornal ou na TV. Dá mídia. Afinal, tudo vira um espetáculo nessa terra. Tomara que um dia os represen-

novo desenho, mesmo que apenas em detalhes sutis. A roupa dos banhistas muda conforme a cabeça dos estilistas. Os peixes nadam de lado ou de barriga para cima acompanhando as novas tendências dos usos e costumes marítimos. As tartarugas marinhas dão autógrafos aos ambientalistas renitentes. Tudo sugere que o dramático embate das consciências é condição para o autoconhecimento. Os peixes, porém, relutaram em assumir essa briga e não têm autoconhecimento. Estranham até com seu próprio reflexo no vidro do aquário. O ser humano não estranha, mas sempre acha que aquele que olha do espelho é mais velho, mais feio, mais carrancudo. Tem dentro de si mesmo autoimagem brilhante, bonita e feliz. O jogo das hipóteses interligadas pode terminar zero a zero, mas quem sai ganhando são as causas intemporais que atestam nossa capacidade de resistir. O mundo das idéias precisa de nova iluminação, calefação e novo ar-condicionado. Pode pedir comida chinesa, também. E pintar as paredes com 30% de magenta mais 30% de cian e o que sobrar das cores das madrugadas assustadas na cidade grande.

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tantes do povo (não, meus porque não voto em nenhum destes que estão aí) retomem o caminho da Política... aquela ciência que, por definição, é “a arte de bem governar os povos”. Até lá teremos que levar a vida, pagar impostos, enfrentar filas, levar esse país para a frente, apesar da nossa classe política ser tão inferior ao povo que aqui trabalha.

Alguém precisa de ajuda? Em todas as livrarias de Curitiba abundam livros de auto-ajuda. O nome parece um tanto quanto estranho, porque geralmente a ajuda é algo que se concede a alguém, uma pessoa ou algum outro ser que carece de meios para obter o que necessita. Quem nunca se sentiu bem ao fazer a simples pergunta: “Precisa de ajuda???” Agora, parece muito estranho o monólogo que se dá quando voltamos a pergunta para nós mesmos e dizemos: “Preciso de ajuda?” Quantos de nós não nos desviamos dessa pergunta sempre com alguma tipo de desculpa: “Ah! Isso é uma balela!” ou “Tô nem aí!”. A pergunta é ardilosa a primeira vista, mas quando decidimos nos aprofundar nela, percebemos que a ajuda não se refere a algo de nossa superfície, mas lá das profundezas de nosso ser, nossa “Psiquê”ou “Alma”. A princípio, podemos pensar essa pergunta partindo do ponto de que apenas nós temos acesso imediato à nossa consciência, que sabemos de nossas necessidades e dificuldades pessoais. E justo em relação a essas dificuldades é que somos ardis em jogá-las para baixo do tapete, fingir que não passa nada, que pouco importa. Mas elas estarão sempre ali, como uma sombra, batendo em nossa porta e pedindo para entrar. Finalmente lhe damos ouvidos e dizemos a essa voz: “o que você quer? Porque não se desgruda de mim?” Inicia-se o trabalho interno de “auto-ajuda”, porque ele não é nada mais nada menos do que nós mesmos irmos de fato fuçar as raízes desses males que nos afligem, encontrar “instrumentos psicológicos” que nos possibilitem investigar o porquê de nossas angustias e medos e re-orientar nossas ações cotidianas em função desses questionamentos importantes para todo humano. Dizia o provérbio: “Separar o joio do trigo”, é somente a partir dessa abertura para uma “auto-análise” que podemos reconhecer nossas dificuldades, e tratá-las como são em sua verdade, sem querer escondê-las, fingindo que não são nossas. Reconhecendo então o que queremos mudar, o que não faz bem a nós mesmos e aos que nos cercam, começamos o verdadeiro e árduo trabalho interno de “auto-ajuda”, o trabalho de desconstrução de nossos demônios, de nossas sombras. Eis o momento em que o livros perdem o seu sentido, pois passase das palavras estáticas para as atitudes cinéticas. Bom dia!

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Se você encontrasse o fundamento absoluto da verdade, o que faria? Encamparia? Moitaria? Espalharia? Se ajoelharia? Talvez fosse melhor encontrar um alien na noite estrelada. O alien pode ter dúvidas e algumas respostas, mas a verdade absoluta iria te encostar na parede e massacrar. Chutes e socos. Nariz quebrado, maxilar deslocado e outras luxações de menor importância. Nem verdade, nem meia verdade… O absoluto habita além das últimas hipóteses. Mais precisamente naquela casinha de pau-a-pique do fim da rua, dobrando a direita e se perdendo no mato. Lá onde o diabo perdeu os chifres. Filósofos anteriores tentaram enriquecer o conhecimento pelas investigações dos diferentes processos de transformação do universo. A cada temporada, a praia mostra

João Triska * Email: joãotriska@gmail.com www. myspace.com/joaotrikska

Para ler, ouvir e sentir

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João Triska é Bacharelado em Filosofia pela UFPR, Músico e Compositor.

José Luiz Batista (*)

MINISTÉRIO DIVINA GRAÇA

Depois da arca Em Gênesis 4 vemos três homicídios pouco explicados. Caim, por inveja e amargura, premedita, mata e some com o corpo de Abel, sai da presença de Deus, funda uma nação na qual um seu descendente, Lameque, mata dois homens por motivos fúteis. A Bíblia encurta a história de vários séculos e chega a um momento em que a corrupção está generalizada, então, Deus resolve acabar com o projeto que parecia não estar dando certo, não sem antes preservar uma muda de integridade, Noé, para retomar o projeto original. Nessa nova configuração a sede de sangue da humanidade se repete milênio após milênio, encontra-se sempre um motivo para tirar a vida do próximo, para o assassinato de Jesus há justificativas de todos os tipos. Atualmente, tanto se mata em nome de Deus como em produção independente, o crime está banalizado, o que se lê na Bíblia e nos livros de História ganhou impacto flagrante graças à avidez dos meios de comunicação que levam em tempo real a herança de Caim para dentro das casas. Diariamente, relatos aterrorizantes e imagens inacreditáveis povoam a pauta dos noticiários e nunca esgotam a capacidade analítica dos profissionais que vivem à custa da desgraça alheia. A intensidade com que o homem moderno extrai dor de suas vítimas quase excede a tortura

imposta ao Messias. O Filho do Homem continua a ser massacrado diariamente nas tragédias de Brayan, de Tayná e dos milhares de sacrificados que tombam no solo deste país, lamentados por algum tempo, depois transformados em estatísticas e, finalmente, esquecidos. Quatro ou cinco mil anos não foram suficientes para aperfeiçoar o caráter do homem, mas desta vez o Criador tem outros planos em vez do dilúvio porque a herança de Noé frutificou em homens de boa vontade e milhares de seres atuam como contraponto à selvageria. Você é uma dessas pessoas e não se conforma com o extermínio inexplicável de preciosas vidas. Em tempos de violência os filhos de Deus assumem a conduta de Noé: fidelidade, obediência e paciência; perseverança diante da adversidade, esperança que leve o mundo a mudar, Desta vez não será construído um artefato para boiar, o mundo transformado será a nave dos que não desistem e dos demais que, cansados da desobediência reconhecerão finalmente a vantagem de conviver em PAZ. PAI – Você é o GPS da sua casa. Seus filhos precisam da sua direção para trilhar o áspero caminho da vida. Caráter e senso de justiça é o presente vindo de Deus que desejamos para todos os pais, hoje e sempre.

* joselbatista2004@ig.com.br - Cel. (41)99584921


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Samba não se aprende no colégio Grupo Os Velhos Guris, formado por moradores do Recanto Tarumã, completa dez anos ‘Relembrando Sambas‘

Integrantes em uma manhã de ensaio no Lar dos Idosos Recanto Tarumã

| por Everton Mossato Em 2003 Claudimara Zanchetta chegou ao Lar dos Idosos Recanto Tarumã para implantar o serviço de musicoterapia. Em pouco tempo conheceu alguns moradores músicos que a convenceram a formar um grupo que tocasse samba. Neste momento nascia Os Velhos Guris. O projeto visava melhorar a autoestima, autoexpressão, estimular a comunicação, as relações pessoais, o aprendizado e a memória dos idosos. Porém nestes dez anos de existência o grupo conquistou muito mais que isso. Muitos moradores já passaram pelo grupo de samba do Recanto Tarumã, mas atualmente apenas quatro permanecem. Eles ensaiam durante uma hora, toda semana, sob a liderança da musicoterapeuta Claudimara Zanchetta. “Não ensinei ninguém a tocar. O que eles sabem aprenderam sozinhos (...) quando tocamos cada um se acha no ritmo”, explica Claudimara. Odamir Bartholomeu, um dos fundadores do grupo, complementa a fala da musicoterapeuta: “Samba não se aprende no colégio”, dz sorridente. Os Velhos Guris já tocaram em muitos lugares. Respeitando sempre a rotina do Lar dos Idosos, eles vão onde são convidados. São serenatas, igrejas, universidades, praças, empresas, eventos da prefeitura... eles não negam fogo na hora que o samba é solicitado. Em um evento da Petrobras chegaram a tocar para um publico de 3 mil pessoas. Momentos tristes também já tiveram como pano de fundo a música dos Velhos Guris. “Tocamos no velório de um dos

nossos integrantes”, conta Claudimara. Relembrando Sambas Em 2010 o grupo ganhou o 1º lugar da Região Sul no Prêmio Cultural de Inclusão da Pessoa Idosa. Com a verba da premiação do edital do Ministério da Cultura eles gravaram o CD Relembrando Sambas, que conta com 16 faixas executadas pelos Velhos Guris. Adoniram Barbosa, Dorival Caymmi, Zé Keti, Mario Lago, Noel Rosa e outros bambas do samba são homenageados nesse trabalho. O repertório do grupo é escolhido por lembranças, são sambas que ficaram na memória e que nunca perderam o sentido e a validade. O CD, que foi lançado em 2012, traz Odamir Bartholomeu no pandeiro, José Ferreira da Costa no ganzá, Ivo Domingues Mendes no tamborim, Flavio Nunes na percussão, a musicoterapeuta Claudimara, que lidera o projeto e também toca violão e Urias Alves Cordeiro também no violão. Quem tiver interesse em conhecer melhor o trabalho do grupo, comprar o CD (R$ 15,00) ou até mesmo contratá-los para tocar, basta entrar em contato com o Lar dos Idosos Recanto Tarumã no telefone 3083-4900. O Recanto fica na rua Konrad Adenauer, 576 no Tarumã (próximo da Unibrasil).

Capão da Imbuia é meu limo... A história do bairro na batida do samba

Eu não, o Bloco!

| por Everton Mossato

Desde a primeira conversa ele foi enfático: “Quando digo Eu, eu falo do Bloco. O Eu é o Bloco”. Moysés se refere ao Bloco Carnavalesco Ideais do Ritmo. Fundado pelo cidadão samba de Curitiba, o Mestre Chocolate. Radicado no Capão da Imbuia, porém figura conhecida em toda a cidade como um dos baluartes do samba da capital paranaense. O negro de voz grave e personalidade mais forte ainda deixou “uma pedra a ser lapidada”, como conta seu pupilo, Moysés. Lapidar, manter viva a memória e seguir fazendo história. São com estes princípios que o estandarte dos Ideiais do Ritmo é erguido nas mãos dos integrantes remanescentes. Os homens - que não são eles, “são o bloco” - atendem por alguns nomes. Annes, Romário, Josi (Zé Picuíra), Ednilson (Toca), Moysés e Daltinho são alguns deles. Como uma boa casa de bamba, a porta não está fechada para os mais novos. Capim, que faz ‘miséria’ com seu cavaco, também tem lugar garantido ao lado dos “dinossauros” do Bloco. Meu Limo Há cinco meses, no melhor estilo do malandro antigo, Moysés deu um nó em dois jovens repórteres que o visitaram para fazer dele fonte em uma matéria. O perfil do artista e sambista, pauta inicial que motivou a visita, ainda não saiu do papel. No lugar, o velho malandro (no melhor sentido da palavra), sugeriu uma homenagem ao bairro todo. Sobretudo àqueles que por aqui fizeram história. De março até hoje alguns deles já saíram da memória e vi-

A modesta roda de samba revive o clima dos bambas de outros tempos no Capão da Imbuia

raram tinta nas páginas do Jornal Capão da Imbuia e Tarumã. Este singelo espaço, ganhou a alcunha de Capão da Imbuia é meu limo..., e nele o objetivo maior é de manter vivo o passado do bairro, relembrando histórias e personagens antigos. Isso, sempre que possível, ‘na batida do samba’. A lembrança dos velhos tempos é o combustível para a nova história que vai sendo escrita dia-a-dia. Foi o que ocorreu aconteceu mais uma vez no primeiro sábado de agosto. Um sábado de céu limpo e sol ardente. Clima perfeito para Moysés receber em sua casa, na rua Leopoldo Belczak, alguns amigos. Entre as peças de seu ateliê (Art D’toco) - local que em breve irá abrigar a confraria dos Ideais do Ritmo - foram relembradas histórias do Capão antigo. Histórias estas que, num futuro próximo, virão a compor as páginas deste humilde periódico. Entre um ‘causo’ e outro Capim fazia seu cavaco chorar inundando o ambiente com sua música e repertório

impecáveis. Acompanhado da sua esposa, que tira os primeiros sons do pandeiro, e da voz do anfitrião o samba ficava mais completo. O brilho no olhar de Daltinho e Neusa (esposa do Moysés) aprovavam o som do trio e eram a senha para que mais um samba seja puxado. Nesse ritmo de samba, cerveja e churrasco mais faces do Capão da Imbuia se revelam aos olhos do repórter que redige estas linhas. Um Capão de vizinhos antigos e amigos que são como irmãos. Um Capão que começa em um churrasco no Moysés e termina com a saideira no bar do Edson Barba. Um Capão que borbulha felicidade. Seja rodeado de troféus no reduto do Mixto ou ao som do pandeiro de Nelson Forquinha, no Bar do Ademir, a história do bairro permanece viva. Nas rodas de conversa, a nostalgia empolga os ouvintes e deixa sempre o gosto de quero mais. Isso tudo porque “o Eu não sou eu, o Eu é Bloco”, o Eu é o Bairro e o Capão da Imbuia é meu limo...


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