CURITIBA, 13 DE MARÇO DE 2013 | ANO 1 - Nº 1 | CIRCULAÇÃO MENSAL E GRATUITA Mãos ao alto, Capão!
CAPÃO DA IMBUIA SOFRE COM ASSALTOS E você, que tipo de cultura consome?
Por que não conhecemos o escritor que mora no nosso bairro, por que não compramos o CD da banda que ensaia a poucas quadras de nossa casa, por que não vamos ao festival de teatro independente em nossa cidade? Página 2
Diga que não!
As histórias do Capão da Imbuia no ritmo do samba
O mundo é dos espertos
A seção Capão da Imbuia é meu limo... trará todo mês personagens que irão mostrar o Capão de outros tempos. Confira na página 8.
Exercícios diários para empurrar barbante O dom da vida Leia as crônicas e reflexões dos nossos colunistas na Página 6
Os comerciantes e moradores do Capão da Imbuia estão assustados com a onda de assaltos que vem ocorrendo na região. São roubos frequentes e em plena luz do dia. Cometidos por jovens, em sua maioria, e sempre armados. Uma unidade da Caixa Aqui teve que colocar uma faixa, em frente seu ponto, alertando sobre os constantes assaltos e explicando aos clientes que ali não se pode mais pagar contas. A intensão é que não circule mais dinheiro no local. Até a máquina de auto atendimento foi retirada. Fora o prejuízo financeiro, o medo também passou a fazer parte da rotina destes comerciantes. O clima de insegurança é geral na região. Leia mais na Página 4
Volta às aulas para todas as idades no EJA Pessoas a partir de 15 anos que pararam de estudar ou nunca estudaram podem participar das turmas do EJA Página 5
2
CURITIBA, MARÇO DE 2013
Foi notícia... MARÇO DE 2000 Terminal do Capão ainda está em obras - A prefeitura trabalha na ampliação do Terminal, construindo duas plataformas para que este receba os ônibus biarticulados. Carteiros do Capão da Imbuia são campeões em torneio de futebol - O Time dos Carteiros do Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) do Capão da Imbuia conquistou o título de Campeão do Torneio de Futebol do VII Jogos de Verão dos Carteiros.
MARÇO DE 2001 Bandidos “pulam carnaval“ no Capão - Durante o feriado, enquanto muitos se divertiam, a PM registrou 248 ocorrências no bairro. Os delitos foram de furtos simples a violação de domicílios
Espaço do Leitor Mande seu texto para:
jornalcit@gmail.com O JCIT reserva-se ao direito de adequar o texto ao espaço e de não publicar artigos que contenham agressões pessoais.
EXPEDIENTE
Praça Ivo Rodrigues, 43 Loja 1 Bairro Alto Curitiba/PR CEP: 82.820-300
Fone: (41) 3367-5874 e-mail: jornalcit@gmail.com Diretor Angelo Garbossa Neto Jornalistas Responsáveis Ramon Ribeiro e Roberto Monteiro Diagramador/Repórter Everton Mossato Repórter José Pires Impressão: RBS Esta Edição: 8 páginas / 8.000 exemplares Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal.
A sua voz Conquistar credibilidade e público são os maiores desafios para qualquer meio de comunicação. Esta é a tarefa diária de jornais, revistas, emissoras de rádio e de TV que estão batalhando por um espaço no mercado. A batalha é ainda maior quando o público é a população que vive nos bairros de uma capital. Gente que está acostumada a ficar longe das “grandes discussões” e das belas imagens de propaganda que se vê na mídia. Foi com a intenção de dar voz aos moradores do Capão da Imbuia e do Tarumã que uma equipe de profissionais resolveu lançar um jornal especialmente para quem vive nestes bairros. A idéia nem é nova. Entre 1999 e 2001 a Agência JBA publicou 18 edições do Jornal do Capão da Imbuia, mas a falta de profissionais que se dedicassem exclusivamente ao empreendimento abreviou a vida da publicação, mas não o desejo de se firmar como um jornal que revelasse os personagens, problemas e a rotina do bairro. O projeto da AJBA foi retomado com a chegada de dois profissionais que já estão percorrendo as ruas do Capão da Imbuia e do Tarumã atrás de notícias. O Everton Mossato e o José Pires estão revirando a região para saber quais os assuntos que dominam as conversas dos moradores, quais são suas reclamações e, claro, vão mostrar também os tipos pitorescos da região. Nosso assunto de capa - a falta de segurança - não é exclusividade do Capão da Imbuia, mas anda deixando os moradores de cabelo em pé. Nem só de reclamações é feito um jornal e esse primeiro número traz uma reportagem sobre o Bloco de samba do Chocolate, uma tradição que deve ser valorizada. É justamente esta a função do jornal que está nas suas mãos: mostrar a cara do Capão da Imbuia e Tarumã, dos seus moradores, do seu comércio e ser um instrumento para que as reclamações de quem vive aqui tenham eco junto a quem pode ajudar nas soluções dos problemas do bairro. Contamos com o apoio da comunidade. Boa leitura!
l a i c o S
ANGELO NETO Priscila Correia Costa, coordenadora do EJA, ao lado da chefe do núcleo regional de educação do Cajurú, Sandra Lenara. Ambas estão à frente do trabalho da Educação de Jovens e Adultos no bairro.
O Matheus Henrique Rodrigues fez aniversário de 6 anos no dia 13 de fevereiro. Os pais Celio Roberto Rodrigues e Cintia Andreola Taborda desejam tudo de bom para o filhão!
O Wellington Mossato (piu) faz aniversário no dia 15 e o Jordan Machado fez no dia 9 de março. Os dois prometem uma grande festa para comemorar mais um ano de vida. Tudo de bom para os amigos que agitam o Motodax!
E você, que tipo de cultura consome?
A
cultura no sentido de manifestação das produções artísticas como música, cinema, literatura, teatro, entre muitos outros, tem importância decisiva no comportamento, consumo e hábitos de muitas pessoas. Já diziam os teóricos da Escola de Frankfurt que a cultura, sob forma de produto de consumo, dita condutas e padrões em grande camada da sociedade. Sendo assim, o consumo de bens culturais diz muito sobre nossa organização social e como esta cria condições para o exercício da cidadania, a formação da opinião e a participação nos processos políticos e sociais. Mas e você, que tipo de cultura consome? A chamada “Cultura de Massa” seria aquela amplamente consumida pelo público: livros que vendem milhões de exemplares, filmes que abarrotam cinemas e músicas que tocam incessantemente em rádios AM, FM e mesmo nas online. Em Curitiba, cidade com ares europeus, a massificação do consumo cultural é tão comum quanto em qualquer outra cidade do país, mas não podia ser diferente né? Com centenas de bares e casas de show a capital do estado recebe muitos artistas de fora, vários inclusive do exterior. É comum milhares de curitibanos pagarem mais de R$ 200 para ver nomes do cenário internacional e nacional. É muito comum também pagar R$
por JOSÉ PIRES
60, R$ 70, R$ 80 ou mais para assistir a espetáculos de dramaturgia no Teatro Guaíra. Colocamos também a mão no bolso para comprar uma obra como “Cinquenta Tons de Cinza” por um valor que gira em torno de R$ 40. Mas, não são somente os moradores da capital que gastam boa parte do seu “vale” em consumo de arte produzida em outros lugares. Moradores da Região Metropolitana, muitas vezes pegam três, quatro ônibus para se deleitar com a cultura no centro de Curitiba. Depois amanhecem no terminal do Guadalupe a espera da primeira condução. “Cults” é como muitos de nós nos definimos. Tomar “tubão” nas escadaria do Largo da Ordem, não pisar na grama do Paço da Liberdade durante a Virada Cultural e entupir as ruas do São Francisco durante o pré carnaval são demonstrações claras de como o curitibano gosta sim de cultura. Mas se somos tão “cultos” por que não conhecemos o escritor que mora no nosso bairro, por que não compramos o CD da banda que ensaia a poucas quadras de nossa casa, por que não vamos ao festival de teatro independente em nossa cidade? – Mas não conheço nenhum escritor independente!você me diz. Então eu te apresento a “Liga dos Autores Free” que reúne diversos escritores e ilustradores que produzem conteúdo
diariamente e o distribuem e disponibilizam na internet de maneira gratuita. – Não conheço as bandas da região metropolitana!- Você afirma. Te apresento o projeto “Cena Underground” que reúne diversas bandas da região metropolitana para gravar coletâneas e dar visibilidade à produção musical alternativa dessa região. Também posso lhe apresentar o “Foot Rock Colombo” que une futebol e música há cinco anos, o festival “Urra” da cidade de Araucária que existe há uma década e o “São José Rock Festival” que em 2013 fará sua quinta edição. Não há desculpas, em cada esquina de Curitiba e região há um artista tentando mostrar seu trabalho - Ah, mas eu gosto de arte com mais qualidade!- Você brada. Então lhe apresento Orlando Souza, morador de Pinhais, cujos Lápis Ecológicos que produz já foram parar nas mãos de pessoas como Bill Clynton e Kofi Annan. Tudo que precisamos é abrir nos-
sos olhos para a produção artística que brota perto de nós, em nossa cidade, em nosso bairro. Isso é valorizar a cultura, é contribuir inclusive para o desenvolvimento de nossa região e das pessoas que nela vivem. Mas, se você, consome somente a cultura apresentada e difundida na capital, só procura informação sobre produção artística nos grandes veículos, paga centenas de reais para ver bandas gringas, compras livros da “moda” escritos por autores cujo nome não sabe nem pronunciar, realmente você é só mais um da massa sem forma, sem gosto, sem vontade própria como diriam os teóricos Frankfurtianos. Quer mais? Então acesse:
CURITIBA, MARÇO DE 2013
3
4
CURITIBA, MARÇO DE 2013
Assaltos assustam comerciantes do Capão da Imbuia por JOSÉ PIRES
O comércio do Capão da Imbuia é muito diversificado e oferece um “leque” de lojas e produtos a seus clientes. No entanto, essa quantidade e diversidade de comércios e artigos não atraem apenas consumidores ao bairro, mas também criminosos que têm praticado muitos furtos e roubos na região.
SEM ALTERNATIVA - Além de comunicar aos clientes que ali o dinheiro não circula mais, a faixa serve de alerta às autoridades e uma última tentativa de inibir a ação dos criminosos
A
ndré Tiago Urbano é vendedor de uma loja de materiais de construção na Rua Del. Leopoldo Belczak e por duas vezes esteve sob a mira de uma arma. “Nossa loja foi assaltada duas vezes, a última foi no mês de janeiro por volta das 15hs. Um bandido entrou, olhou os produtos e saiu, voltou alguns minutos depois e deu voz de assalto”, revela o vendedor. Renata, gerente de uma loja de calçados na mesma rua, foi vítima de roubo duas vezes no mês de fevereiro. “Na primeira vez somente um assaltante entrou na loja, ele escolheu um tênis, experimentou e na hora de pagar anunciou o assalto. Na segunda vez dois criminosos pararam de moto em frente a loja, perguntaram sobre alguns calçados e deram voz de assalto”. Por causa dos constantes roubos os donos de uma farmácia da Rua Del. Leopoldo Belczak deixaram de receber contas- água, luz, telefone- de seus clientes. Vendo uma boa oportunidade de aumentar os lucros de seu empreendimento (Caixa Aqui) localizado na Rua Francisco Mota Machado, a comerciante Silvana e seus filhos Luiz Felipe e Guilher-
me começaram a receber esse tipo de faturas. Mas, bastou o comércio oferecer esse serviço para também virar alvo dos bandidos. Foram dois assaltos nos últimos meses. No primeiro os criminosos conseguiram levar uma quantidade em dinheiro. Depois os lojistas decidiram deixar de receber as faturas, porém não conseguiram
“Só em fevereiro fomos assaltados duas vezes. É uma situação muito difícil, a gente se sente muito incapaz” RENATA, gerente evitar o segundo roubo. “Antes do segundo roubo recebemos algumas ligações perguntando se tínhamos certa quantia em dinheiro para saque, alguns dias depois dois sujeitos entraram e anunciaram o assalto, como não havia dinheiro eles levaram nosso Notebook”, conta Luiz Felipe. Investimentos em segurança Muitos comerciantes estão descrentes com o trabalho da
Policia Militar e têm investido cada vez mais em segurança. Entre os itens o que mais se destaca são as câmeras instaladas no interior dos comércios. Segundo a Associação Brasileira de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese) a venda desse tipo de aparelho cresceu 13% no ano de 2012. Entre os lojistas do Capão da Imbuia muitos apelam para estes artifícios para tentar inibir os criminosos. “Nossa loja existe há três anos e fomos assaltados quatro vezes nesse período, decidimos colocar câmeras de monitoramento para tentar evitar que novos roubos aconteçam”, revela a gerente Renata. Policia Militar promete intensificar ações no Capão da Imbuia Em entrevista ao Jornal Capão do Imbuia e Tarumã, o 1° Tenente Araújo da 2° Cia do 20° Batalhão da Policia Militar revela que o Capão da Imbuia é uma dos bairros que mais recebe policiamento entre os que são de responsabilidade de sua companhia. “Para se ter uma ideia, no fim de 2012 muitos policias que estavam se formando na Escola de Policia realizavam um patrulha-
mento a pé em toda aquela região. Depois começamos a Operação Papai Noel, em que intensificamos as patrulhas no bairro e conseguimos reduzir consideravelmente esse tipo de crime”, diz. Tenente Araújo esclareceu que tem uma viatura que circula no bairro 24hs por dia. Segundo ele, algumas situações contribuem para que esse tipo de crime seja praticado. “Há na região alguns fatores que contribuem para esse tipo de crime, algumas ruas são mal iluminadas, existem alguns terrenos baldios que podem contribuir com as ações dos bandidos, além da proximidade com a cidade de Pinhais onde há acesso tanto pela Rua Leopoldo Belczak que vai terminar na Afonso Camargo ou pela Avenida Victor Ferreira do Amaral”. Tenente Araújo afirma também que algumas atitudes dos comerciantes podem dificultar a ação dos criminosos. “Nossa primeira dica é nunca reagir diante de uma situação de assalto. Percebemos que cada vez mais esses criminosos são mais jovens e mais ousados, eles são também mais despreparados e um movimento do comerciante pode, para o bandido, caracterizar uma reação e ele pode acabar atirando”, esclarece. O Tenente revela que a PM vai intensificar o Policiamento Comunitário e os
comerciantes podem colaborar para que esse trabalho seja bem sucedido. “Vamos intensificar e estreitar cada vez mais nossa relação com os comerciantes. A PM vai até esses comércios fazer uma análise da organização destas lojas e dar dicas aos funcionários e empresários para que eles possam se organizar de uma maneira que seu estabelecimento fique menos vulnerável”. Araújo esclarece que as lojas que já foram assaltadas serão as primeiras a serem visitadas pela Policia Militar. “Nesses comércios nós faremos uma análise para tentar identificar quais fatores contribuíram para que o roubo acontecesse, é claro que esse trabalho é lento, para se ter uma ideia a minha companhia atende a sete bairros, temos uma população de quase 220 mil moradores fixos, então nós vamos, na medida do possível, fazer essa orientação junto aos comerciantes e outras patrulhas vão fazer um trabalho de com base nesses dados. Pedimos também para que os empresários participem das reuniões do Conselho de Segurança do Bairro que acontece toda a última segunda feira do mês no Colégio Estadual Maria Aguiar Teixeira”. No inicio do mês a Escola da Policia Militar formou novos policiais e segundo o Tenente Araújo alguns deles vão reforçar o trabalho da Policia Comunitária.
Frequentes roubos levaram lojista a instalar sistema de vigilância
5
CURITIBA, MARÇO DE 2013
EJA está com matrículas abertas por EVERTON MOSSATO
Pessoas a partir de 15 anos que pararam de estudar ou nunca estudaram podem participar das turmas do EJA
TODAS AS IDADES - Adolescentes adultos e idosos dividem a mesma sala em busca de conhecimento
O
programa EJA (Educação de Jovens e Adultos) está com as matrículas abertas. Esta é uma ótima oportunidade para quem deseja dar continuidade em seus estudos. O EJA oferece aulas que vão da alfabetização ao ensino médio. Nunca é tarde para começar, qualquer pessoa, a partir de 15 anos, pode ingressar no EJA. Segundo Sandra Lenara, Chefe do Núcleo de Educação da Regional Cajurú, o Censo do IBGE de 2010 mostrou que há em Curitiba cerca de 30 mil pessoas sem alfabetização. O EJA é um dos principais programas na busca da erradicação do analfabetismo. Para Sandra o projeto é importante
por que permite que “as pessoas se insiram na sociedade letrada com qualidade de ensino”. Com a experiência que anos como professora do EJA lhe deram, somadas à longa carreira na educação pública, Sandra salienta que os idosos são grande parte deste grupo sem alfabetização. “Muitos tem vergonha e receio de voltar a estudar, mas não tem com o que se preocupar, aconselha Sandra. Independente da idade é importante que procurem a escola e retomem os estudos”. As salas do EJA são multiseriadas, elas abrigam vários níveis escolares no mesmo ambiente e com omesmo professor. No Cajurú, por exem-
plo, alunos do 1ª ano podem dividir a sala com pessoas que estão cursando a 4ª série. “Os professores tem experiência e uma didática diferenciada com planejamento flexível, acompanhando a evolução de cada aluno”, explica a coordenado do EJA na Regional Cajurú, Priscila Correia Costa. O programa EJA comporta de 5 à 30 alunos por turma. As aulas são sempre a noite, das 18h às 22h e apenas de segunda a quintafeira. O EJA também recebe alunos de inclusão, com necessidades especiais. A média de tempo que o aluno leva para concluir todo o ensino fundamental é de 2 anos. Mas pode variar de acordo com o empenho e evolução de cada pessoa. Diversas escolas da cidade dispõem do programa EJA. Para fazer a matrícula basta procurar a escola mais perto da sua casa e levar um documento com foto, a cópia do comprovante de residência e o histórico escolar. Mais informações Núcleo Regional Cajurú: 3361-2356 Núcleo Regional Boa Vista 3313-5695
Um refúgio em meio ao grande movimento do Capão da Imbuia por JOSÉ PIRES
Todas as manhãs Mario Sérgio Caiam sai de casa para caminhar. Anda por cerca de 40 minutos sob a sombra de centenas de árvores ouvindo apenas o som de pássaros. Mário tem 64 anos e pratica caminhadas em meio a um lugar muito tranqüilo na região onde mora. O interessante é que o engenheiro aposentado mora no Capão da Imbuia, bairro com mais de 40 mil
habitantes, intenso comércio e com um trânsito cada vez mais intenso. No entanto há, na Rua Benedito Conceição, um “refúgio” da vida barulhenta e pulsante do Capão da Imbuia: o Museu de História Natural. Nele, um bosque com diversas espécies de árvores, pássaros, alguns roedores que se escondem sob tocas em meio à vegetação e um centro de exposição com diversas
espécies taxidermizadas, proporcionam interessantes surpresas aos visitantes “Eu costumo dizer que esse lugar é um oásis em meio a um deserto, é muito bom vir aqui todos os dias, me renova para encarar o movimento intenso como é o do Capão da Imbuia”, revela Mario Sérgio. A ideia de um Museu de História Natural no Paraná nasceu ainda no século XIX. A primeira cede foi na Praça Zacarias no centro de Curitiba em 1876. Depois de se mudar para diversos lugares, em 1963 o museu veio para o Capão da Imbuia sob o nome de Instituto de Defesa do Patrimônio Natural e em 1992 passa a ser o Museu de História Natural do Paraná. Ocupando uma área de 36.000 m² o Museu recebe milhares de pessoas todos os meses, boa parte delas estudantes e pesquisadores, como revela o biólogo Marco Aurélio Bregenski. “Recebemos diver-
sas alunos de escolas de Curitiba e Região Metropolitana, além desses alunos, também passam por aqui estudantes universitários, pesquisadores e moradores de vários bairros”. Quem visita o lugar encontra, logo na entrada da exposição, um enorme tigre taxidermizado. Nas demais vitrines, os visitantes podem admirar alguns animais que representam os muitos biomas brasileiros. “Temos aqui muitos animais como onça, gaviões, corujas, Lobo Guará, pequenos roedores, espécies marinhas, ovos e esqueletos”, completa Bregenski. O Museu tem ainda o ser vivo mais velho de Curitiba, uma imponente imbuia que tem cerca de mil anos de idade. SERVIÇOS - O Museu de História Natural oferece visitas orientadas a escolas de Curitiba e Região Metropolitana, além de um serviço de empréstimo de animais taxidermizados a Universidades ou grupos de Educação Ambiental. Mais informações: (41) 3313-5582 O Museu fica na Rua Professor Benedito Conceição, 407- Capão da Imbuia e fica aberto de terça a do-
mingo das 9h às 17h. Não há taxa de entrada.
6
CURITIBA, MARÇO DE 2013
Copa Brasil de Basquete dos Surdos Promovida pela Confederação Brasileira de Desportos de Surdos e com organização da Federação Desportiva dos Surdos do Paraná, a Copa Brasil de Surdos proporciona preparação adequada para as novas gerações de jogadores na categoria adulto. O evento também é uma ótima oportunidade de manter
o ritmo de jogo dos atletas que irão disputar campeonato Internacionais nos próximos anos. 1ª Copa Brasil de Basquete dos Surdos Data: 29 a 31 de março - 10h Local: Associação Viking - Rua Eduardo Sprada, 6447 - CIC Entrada Franca
Procura-se a Dunguinha Vira-latas de ótima estirpe, dócil, inteligente e obediente. Ela desapareceu no Capão da Imbuia, no início de março. Quem encontrar pode entrar em contato com o jornal. Mande um e-amil para jornalcit@gmail. com ou ligue para 3367-5874.
7
CURITIBA, MARÇO DE 2013
Com a inauguração da Casabella região ganha imobiliária modelo
No último dia 18 um concorrido coquetel marcou a inauguração da Casabella Imobiliária. Amigos e gente do ramo imobiliário compareceram à moderna sede da empresa, na rua José de Oliveira Franco, para dar as boas vindas para o novo empreendimento. A Casabella abriu as portas na manhã seguinte já com uma boa carteira de imóveis para locação e venda, não só no Bairro Alto como em outras regiões da cidade e municípios vizinhos. A imobiliária faz parte do grupo ao qual pertence a Portomag (que atende a empresas de telecomunicações) e a Perfil importadora e exportadora de pisos. De acordo com Luiz Carlos de Souza, consultor corporativo, a imobiliária chegou para dar um atendimento especializado, de alto padrão para todos que precisam uma assessoria na hora de com-
prar, alugar ou vender um imóvel. “Temos profissionais experientes, com mais de dez anos de atuação no mercado. E nosso maior diferencial está no atendimento. Queremos dar um atendimento VIP a todos que entrarem pela nossa porta”, ressaltou. Morador do Bairro há mais de trinta anos, Anaías Reis Pereira, um dos sócios da empresa e responsável pela área de desenvol-
vimento de negócios, informou que a Casabella começa com uma carteira de 80 imóveis para locação e venda. Está nos planos da empresa entrar logo no ramo da construção civil. “Quem sabe ainda neste ano”, disse Anaías. Ele chama atenção para o fato de que a imobiliária não tem limites de atuação, vai atender clientes de toda a cidade e de municípios vizinhos, como Colombo e Pinhais.
Para anunciar ligue:
3367-5874
8 mil exemplares - entregues de casa em casa
OSCAR 2013 ASSISTA OS FILMES VENCEDORES DO OSCAR 2013 NO CONFORTO DA SUA CASA ARGO - MELHOR FILME / ROTEIRO /MONTAGEM Baseado em fatos reais, o filme se passa em novembro de 1979, no ápice da revolução iraniana. Tony Mendez (Ben Affleck), um especialista em fugas da CIA, faz um plano arriscado para retirar 6 refêns americanos regugiados na embaixada canadense no Irã. VALENTE - MELHOR LONGA ANIMADO Filha do rei Fergus e da rainha Elinor, Merida é uma jovem impetuosa que vai contra as tradições e se recusa a ficar dentro do castelo e ser apenas mais uma esposa para o filho de algum lorde. Ela sonha com a liberdade e desafia até seus pais para conquistá-la. AMOR - MELHOR FILME ESTRANGEIRO Georges e Anne são um casal de idosos professores de música aposentados. Sua filha, que também trave balha com música, mora no exterior com a família e e r b em não os visita há algum tempo. Quando Anne tem um derrame, o amor do casal é colocado a teste. Estes e muitos outros títulos podem ser encontrados na locadora Vídeo Vip
PROMOÇÃO DE MARÇO (1 à 31 de março) A cada 3 LANÇAMENTOS (DVD ou BLU-RAY) GANHE 1 CATÁLOGO + 1 PACOTE DE PIPOCA
Segunda a Sexta 13h30 - 20h30 Sábado 10h - 20h30
ODONTOLOGIA MARIA CARLA GUIMARÃES CIRURGIÃ DENTISTA (CRO 22428) e JORNALISTA
LENTES DE CONTATO DENTAIS
A última novidade em estética dental que vem cativando artistas globais e pacientes que primam pela boa aparência As lentes de contato dentais surgiram na tentativa de minimizar os danos causados aos dentes com um preparo invasivo e devolver ou criar uma estética mais agradável no sorriso dos pacientes. Em busca de naturalidade e perfeição este procedimento esta sendo utilizado em larga escala por atores expostos às câmeras de alta definição na televisão e no cinema. As lentes nada mais são do que uma “casquinha” de porcelana tão fina que em muitos casos dispensa o preparo com uso de brocas nos elementos dentais, e quando o mesmo existe não causa danos consideráveis. Neste último caso podemos chamar as lentes dentais de facetas minimamente invasivas. As lentes de contato são indicadas para pacientes que desejam mudar a cor ou forma dos elementos dentais anteriores. Obviamente existe uma limitação em relação a mudanças drásticas de cor pois se a porcelana é fina certamente também é translúcida podendo corrigir manchas, defeitos e alterar levemente a tonalidade dos elementos dentais. As lentes de contato também podem ser uma alternativa ao aparelho ortodôn-
tico para quem apresenta espaço entre os dentes ou deformidades. Assim estes defeitos são compensados como uma inserção maior de porcelana na lente. O aspecto natural é o objetivo final deste trabalho por isso a translucidez da porcelana é priorizada ao invés de uma coroa branca “leitosa” e artificial. Trincas, fraturas, anomalias capazes de estragar qualquer sorriso atualmente podem ser res-
tauradas com o uso destas facetas ultrafinas de porcelana projetadas para dar ao paciente um sorriso perfeito sem danos as estruturas remanescentes e com a mais alta tecnologia em estética oferecida no mercado odontológico. AGUARDE: NA PRÓXIMA EDIÇÃO FALAREMOS SOBRE PLÁSTICA GENGIVAL !
CURITIBA, MARÇO DE 2013
Capão da Imbuia é meu limo...
A história do bairro na batida do samba
E
les viviam a utopia de uma “Saudosa Maloca”. Churrasco, cachaça, samba e a companhia da figura marcante do mestre. Todos os dias a casa de Tia Hilda se enchia de pandeiros e cavacos. As reverências ao grande Chocolate eram a senha para a roda de pagode. Entre tragos no cigarro, chacoalhadas no afuxê e piscadelas para a morena no outro lado da sala, Moysés, Annes, Romário, Josi, nosso Shenté, de saudosa memória, Ezidio, Adilson, Laé, Totó, Do Pé e tantos outros que fitavam o velho e absorviam todos os ensinamentos e essência daquela figura distinta. Chocolate dividiu a história do Capão em duas partes: Uma antes e outra depois de sua chegada ao bairro. Mansueden dos Santos Prudente, uma lenda que transformou a vida de muitos, continua vivo na lembrança dos que tiveram a chance de conviver com o velho Chocô. Em 1969 ele deixou a pioneira escola de samba Colorado e em 14/01/1970 criou o Bloco Carnavalesco Ideais do Ritmo, que se tornaria lendário no carnaval de Curitiba.
8
por JOSÉ PIRES e EVERTON MOSSATO
Instrumentos afinados para trazer de volta o ritmo do mestre Chocô
Mas ele fez muito mais do que criar uma agremiação. O velho marcou e moldou toda uma geração, fez história no carnaval de Curitiba e tatuou sua passagem neste mundo na mente e no coração de todos que tiveram o prazer de sua presença. Eram tempos de malandragem. Moysés Ramos, artesão, capoeirista, ogã, tocador de afuxê e braço direito do velho Chocô, lembra com saudades daquele tempo. As horas passam e as histórias não terminam quando ele resolve relembrar dos
bons tempos. Ali, na mesa de seu ateliê, na Rua Leopoldo Belczak, local onde mora há mais de 40 anos, ele se emociona, levanta, gesticula, canta e conta histórias da época em que os Ideais do Ritmo agitavam não só a avenida, mas a cidade toda com seu samba. “Eram grandes carnavais, nossa escola chegou a colocar mais de 400 integrantes na avenida. O Mestre Chocô sabia fazer a coisa funcionar, comandava, compunha, cantava com sua voz grave e marcante, sempre
com inspiração de sua musa maior, tia Hilda. Criou uma legião de seguidores, todos amantes do samba, da boêmia e do grande mestre”, lembra Moysés. Eles trabalhavam muito para o carnaval. Ganharam títulos, fizeram história e arrancaram uma nota 9,5 do sambista Cartola (sim, aquele da Mangueira) quando apresentaram o samba enredo “Mamangava” em 1973, ano em que conquistaram um tricampeonato. Em 1984 Mestre Chocolate “pulou o muro” como diz Moysés. Foi para a cidade do samba eterno. Tia Hilda e os dezenas de “órfãos” deixados por ele não participaram do carnaval de 1985. Voltaram em 1986, mas decidiram não esquentar mais o asfalto frio da Marechal com os sambas quentes da Ideais do Ritmo. Mas agora eles voltaram e o samba vai renascer no Capão da Imbuia. Com a volta do Bloco Carnavalesco Ideais do Ritmo voltam também as histórias, lembranças que não podem se perder no tempo. Voltam figuras como Nelson Furquilha, velho Manteiga e Odilon
Ferri, Arcírio do violão, Pernanbuco, Seu Zinho, entre muitos outros. Tudo sob a narração de quem viveu na “Saudosa Maloca do Capão”. Todos os meses o Jornal Capão da Imbuia e Tarumã trará uma história da “velha guarda”. Aquela que viu o bairro crescer e se tornar o que é hoje. E em julho, uma reportagem especial irá homenagear o mestre Chocolate na data em que o velho Chocô, completaria 82 anos. No mês de abril a bola vai rolar no Capão da Imbuia é meu limo. A viagem no tempo será na companhia do Pernambuco, boleiro, olheiro e responsável por organizar grandes peladas no campo que levava seu apelido. Foi ali que os Ideais do Ritmo mostraram que tinham talento também dentro das quatro linhas. Da inspiração do mestre Chocô nasceu, de improviso, o time chamado U.V.A. Pois estamos falando de uma época em que o que era bom era uma “uva”... Será que o lendário sambista usou apenas este significado para dar nome ao time? Vamos descobrir na próxima edição. Até lá!