3 minute read
Moto GP
Allez les bleus!
Fabio Quartararo cresce na segunda metade da temporada, e se torna o primeiro francês campeão da MotoGP com a azul Yamaha
Texto Leonardo Marson
Fotos Divulgação
Uma das maiores voltas por cima do esporte a motor em 2021 ocorreu na MotoGP. Fabio Quartararo, piloto da Yamaha, conquistou de forma contundente seu primeiro título mundial na “categoria rainha” do Mundial de Motovelocidade após uma temporada em que surgiu como favorito, mas acabou sucumbindo ao favoritismo em 2020, perdendo a taça para Joan Mir.
Pode-se dizer que a conquista do primeiro campeonato mundial de Quartararo começou ainda no ano passado. O piloto da Yamaha buscou ajuda psicológica para lidar com algo que não havia passado nas categorias de base: favoritismo ao título. A ajuda funcionou, e o piloto logo se colocou como um dos candidatos ao campeonato, disparando a partir da segunda metade da temporada.
Quartararo se colocou como principal candidato ao título após a vitória no GP da Inglaterra, em Silverstone, o quinto e último na caminhada pelo campeonato. A partir daí, o francês da Yamaha passou a marcar seu principal adversário, Francesco Bagnaia, da Ducati. O italiano, costumeiramente mais rápido em classificações, venceu em Aragón e em Austin, levando a decisão para a Emilia Romagna.
Em Misano, que por força da pandemia recebeu duas corridas, Bagnaia precisava terminar à frente de Quartararo para seguir com chances. E se manteve assim, chegando a tomar a liderança, enquanto o francês tinha uma jornada complicada. Tudo mudou nas voltas finais, quando o italiano caiu quando tinha vantagem na primeira posição, abrindo caminho para o piloto da Yamaha conquistar o título mesmo com um quarto lugar, se tornando o primeiro francês campeão da categoria máxima do motociclismo mundial.
Fabio Quartararo
Francesco Bagnaia
Bagnaia ainda venceria mais duas vezes, no Algarve e em Valência, conquistando o vice-campeonato mundial, mantendo um jejum incômodo à Ducati, que não tem um piloto campeão da MotoGP desde 2007, com Casey Stoner. Joan Mir, campeão de 2020, sofreu com a falta de evolução da Suzuki para este ano, terminando o ano em terceiro, sem vitórias.
Falando em vitórias, a temporada foi pródiga em pilotos com pelo menos uma vitória. Foram nada menos que oito vencedores em 18 corridas. Além de Quartararo e Bagnaia, triunfaram no ano Jack Miller, Miguel Oliveira, Jorge Martín, Brad Binder, Maverick Viñales e Marc Márquez. Desta lista, a diferença de trajetória entre os dois últimos chama atenção.
Finalmente recuperado da lesão no ombro sofrida na abertura do campeonato de 2020, em Jerez, Márquez estreou na temporada apenas na terceira etapa no Algarve, em Portugal. O espanhol da Honda precisou de seis corridas para voltar a vencer, triunfando em Sachsenring, na Alemanha. O piloto ainda venceria mais duas vezes no ano, em Austin e em Misano, no GP de San Marino. Uma nova queda, desta vez em treino privado, o tirou das últimas duas corridas do ano.
Viñales, por sua vez, até começou a temporada em alta, vencendo na abertura do campeonato, no Catar. Porém, logo passou a ser dominado por Quartararo na Yamaha, de onde foi demitido após um incidente bizarro: no GP da Estíria, o espanhol tentou danificar o motor da própria moto, o que foi percebido pela equipe japonesa pela telemetria.
Maverick foi demitido do time, perdeu dois GPs, e reapareceu no grid em Aragón, defendendo a Aprilia, onde substituiu o lesionado Lorenzo Savadori. Isso causou uma enorme dança das cadeiras na Yamaha e na SRT, equipe satélite dos japoneses. Cal Crutchlow andou na equipe oficial até que Franco Morbidelli, que se lesionou pela SRT, voltasse a correr, ocupando o lugar de Viñales. Na SRT, Jake Dixon e Garrett Gerloff fizeram alguns GPs, mas quem terminou a temporada foi Andrea Dovizioso, que saiu da Ducati no final de 2020.
Por fim, 2021 ainda marcou a despedida de Valentino Rossi do Mundial de Motovelocidade. O italiano, que neste ano correu pela SRT, esteve longe dos melhores momentos, tendo no oitavo lugar na Áustria seu melhor desempenho, em uma corrida em que apostou por seguir na pista com pneus de pista seca mesmo na chuva, e quase capitalizou o pódio.