4 minute read
Mémória
OS CURSILHOS SE RENOVAM
Saudações De Colores!
Advertisement
Na edição anterior da Revista Alavanca foi apresentado um texto extraído do livro em epígrafe, tendo como base o III Encontro LatinoAmericano ocorrido em Caracas, Venezuela, em 1972. Nele, foram elencados os postulados essenciais relativos ao MCC.
Desta vez, focando o primeiro tempo, o Pré-cursilho ressalta que é preferentemente um tempo ‘comunitário de seleção’, tendo em vista o Pós-cursilho, que ‘estuda os ambientes’, deixando claro que o MCC está comprometido no processo de evangelização e tem por objetivo comprometer os outros que estão no mundo. Enfatiza que o Cursilho exige o Pré-cursilho e não tem razão de ser sem o Pós-cursilho. “Por isso cremos que se deva analisar separadamente os postulados essenciais dos três tempos. E, parece-nos que os principais sejam os seguintes: a) Sobre o Pré-cursilho - “seleciona em função dos planos pastorais diocesanos; da necessidade de mudança de estrutura”; “faz uma preparação ambiental”; “escolhe os indivíduos vértebras: com personalidade, maturidade humana (capacidade de captar, viver e comprometer-se com os sinais dos tempos)”; “sensibilidade social (agentes decisivos da mudança), que sejam capazes (aptidão) e vá despertando neles a necessidade (atitude) de viver na comunidade e para a comunidade, a fim de que procurem ser melhores como seres humanos e como cristãos (atitude em face do Evangelho)”.
Com base nessa proposta, o autor do livro faz menção aos candidatos escolhidos pelo apresentante. Pede a devida atenção ao perfil dos escolhidos: ”Que os candidatos aos cursilhos de cristandade sejam, ao menos em potência, líderes, locomotivas, capazes de ser fermento de evangelho em seus ambientes”. E continua, no parágrafo seguinte: “Que os candidatos aos cursilhos de cristandade tenham maturidade suficiente para captar a mensagem evangélica e comprometer-se”. E finaliza: “Que os candidatos ao cursilho de cristandade tenham aptidão e atitude para viver em comunidade e para a comunidade”. b) Sobre o Cursilho, enfatiza que é a proclamação comunitária do Querigma, isto é: “dar testemunho do que se diz com a vivência do fundamental cristão (experiência salvífica pessoal e comunitária do mistério pascal), ajudando a descobrir e realizar a vocação pessoal, para vivê-la na comunidade e para a comunidade (eclesial humana), pelo canal do Pós-cursilho (amplamente entendido), com a vontade decidida de transformar, a partir da fé, toda a vida pessoal e comunitária.”
Com base nessa prerrogativa, de ser Cursilho, se fundamentam, também, três pontos essenciais, com referência ao responsável que serve nos Cursilhos e o cursilhista que passa pela experiência.
“O Cursilho de Cristandade deve ser a proclamação querigmática da mensagem de Cristo, visando a vivência do Mistério Pascal.” E continua: “O Cursilho de Cristandade deve ajudar os assistentes a descobrirem sua vocação pessoal para realizá-la na comunidade e para a comunidade (humana e eclesial). O objetivo do Cursilho é apresentar a mensagem evangélica com um tríplice testemunho de: Doutrina, Vida e Convivência com o próprio ambiente”. E fecha, destacando “Que os dirigentes (responsáveis) dos Cursilhos de Cristandade, sacerdotes e leigos, devem ser sinais autênticos da Igreja-comunidade”. c) Sobre o Pós-cursilho, deixa claro que os métodos comunitários (núcleos, ultreias etc.) “são destinados a melhorar e a impulsionar a conversão e a vivência cristã iniciada no Cursilho, para
fazer com que os grupos que nele se originarem, cheguem a ser fermento comunitário de Evangelho na comunidade eclesial e humana, e nas estruturas temporais”. E, a partir dele, se fundamentam outros quatro postulados essenciais:
“O Pós-cursilho é para manter vivo no cursilhista o espírito de conversão cristã progressiva”.
“O Pós-cursilho deve estar orientado de modo que os cursilhistas façam de sua vida uma convivência com os irmãos, na própria comunidade eclesial e no mundo, onde devem realizar sua missão específica como leigos”.
“O Pós-cursilho tem que aumentar nos cursilhistas a consciência de que devem ser fermento de Evangelho nos ambientes”.
“Os Cursilhos de Cristandade, embora não sejam uma associação, mas um Movimento, exigem uma organização que os oriente e que sirva aos cursilhistas para se inserirem na comunidade eclesial e para realizar um cristianismo vivo e operante”.
Outro ponto que merece uma reflexão mais aprofundada é sobre a Perseverança. Essa palavra tem um significado vital na vida do cursilhista, independente do tempo que ele pertença à ‘comunidade cursilhista’ . Fala o livro que “‘peregrinar com os irmãos até o Pai’ é necessário para que se inculcasse mais a ideia de progresso e que a ‘prática é para a vida’ e que ‘a perseverança específica, dentro das estruturas do Movimento, não esgota a autêntica vida comunitária do cristão que participou do Cursilho, nem as responsabilidades do próprio Movimento. Fala-se de encarnação e de abertura, com a nobre intenção de dilatar os horizontes, de forma que não possamos voltar atrás, mas sintamos ímpetos de correr num ritmo mais acelerado. A conversão, assim entendida, é uma progressiva transformação em Cristo”.
O Pós-cursilho deve estar orientado de modo que os cursilhistas façam de sua vida uma convivência com os irmãos, na própria comunidade eclesial e no mundo, onde devem realizar sua missão específica como leigos.
Gostaria de destacar que o livro enfatiza, amplamente, sobre a vida comunitária. Somente nesse trecho, a palavra comunidade aparece catorze vezes; a palavra convivência quatro vezes... e a vivência comunitária, quatro vezes.
Convido os leitores a refletirem sobre essa proposta de vivência como ‘comunidade de amor’, procurando resgatar o exemplo das primeiras comunidades Cristãs, contida nos Atos dos Apóstolos, e que o mundo moderno tanto precisa. E para se viver essa experiência, é preciso: respeito, caridade, transparência e misericórdia, seguindo o legado deixado por Jesus Cristo.