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Carta o MCC

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Fala Jovem

Fala Jovem

CARTA AO MCC • 261ª

“Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. Então apareceram línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava (At 2,1-4).

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Caríssimos irmãos e irmãs, leitores (as), estejam com todos vocês os sete dons do Espírito Santo!

Introdução. Chegamos ao mês de maio. Mês muito rico em celebrações litúrgicas que facilitam o fortalecimento de nossa fé, ajudando-nos na prática da vida cristã e no exercício da nossa vida de seguidores de Jesus. Diante de tantas oportunidades, convido meus caros leitores e leitoras para que nos detenhamos numa breve reflexão sobre que sentido tem hoje a celebração da descida do Espírito Santo.

Pentecostes. Pela leitura dos Atos dos Apóstolos, podemos imaginar como foram difíceis e cheios de percalços os inícios das primeiras comunidades cristãs. Ainda que tivessem sido testemunhas da ressurreição de Jesus, os Apóstolos e discípulos tinham medo. Estavam muito mais impressionados com a crucificação do Mestre do que com sua Ressurreição. Continuavam reclusos, pois lá fora espreitavam-nos aqueles que estavam determinados a impedi-los de insistir em anunciar aquele Reino que poderia ameaçar o Império Romano. Então, no Dia de Pentecostes, realiza-se a promessa que Jesus lhes havia feito de enviar o seu Espírito. Assim, ganhava impulso a Igreja que Cristo edificaria a partir de Pedro e que chegaria até os confins da terra.

Novo Pentecostes. E hoje? Passados mais de vinte séculos, não estaríamos

nós, os seguidores de Jesus, na mesma situação dos Apóstolos? Temos urgente necessidade de escutar de Jesus aquele: “Não tenhais medo. Sou eu”. Precisamos nos abrir a um “novo Pentecostes”, isto é, a receber a efusão do Espírito Santo para “sair”, para anunciar a Boa Notícia. Para isso, nos convoca e encoraja nosso papa Francisco, mostrando que devemos viver uma “Igreja em saída”. A esse respeito, assim se expressa ele na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium: “Na Palavra de Deus, aparece constantemente este dinamismo de «saída», que Deus quer provocar nos que creem. Abraão aceitou a chamada para partir rumo a uma nova terra (cf. Gn 12,1-3).

Moisés ouviu a chamada de Deus: ‘‘Vai; Eu te envio’’ (Ex 3,10), e fez sair o povo para a terra prometida (cf. Ex 3,17). A Jeremias disse: ‘‘Irás aonde Eu te enviar’’ (Jr 1,7). Naquele ‘‘ide’’ de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova ‘‘saída’’ missionária. Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (EG 20).

Igreja em saída e Movimentos. Não nos esqueçamos de como são desafiadores os tempos em que estamos vivendo. Estamos acostumados a viver “épocas de mudanças” cada vez mais frequentes. Mas, o que estamos vivendo agora é uma “mudança de época”, cujos contornos mais nítidos e profundos pedem um posicionamento mais radical. É tempo de saída, tempo de testemunho pessoal e comunitário. Os Movimentos Eclesiais não podem transformar-se em “guetos”, cujos integrantes não saem de sua zona de necessidade de evangelizar o homem e a mulher contemporâneos. Devemos, pois, sentir-nos privilegiados por ser agentes dessa transição e procurar deixar-nos interpelar pela presença do Espírito Santo que nos conferiu seus dons, através do batismo e da confirmação.

Sugestões para reflexão pessoal ou

em grupo. Você já ouviu falar nos sete dons do Espírito Santo: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus? Então, procure saber qual o significado de cada um deles e busque colocá-los em prática na sua vida familiar, profissional, social. E, sobretudo neste tempo de Pentecostes, peça, insistentemente, a Deus a coragem de testemunhá-los.

Na certeza de que caminhamos juntos na construção do Reino, sob o impulso do Espírito Santo, despeço-me fraternalmente.

Todas as Cartas Mensais escritas pelo Pe. Beraldo podem ser encontradas no site do MCC, através do seguinte link: www.cursilho.org.br/index.php/cartas-mensais Pe. José Gilberto Beraldo

Equipe Sacerdotal do Grupo Executivo Nacional  jberaldo79@gmail.com

PENTECOSTES

A Festa de Pentecostes é uma das mais importantes comemorações da Igreja Católica. Ela ocorre 50 dias após a Páscoa e, neste ano, será celebrada no dia 23 de maio. Mas, exatamente, qual o mistério que celebramos em Pentecostes?

Deus Pai, por seu Filho Jesus, envia o Espírito Santo, fazendo de Pentecostes o nascimento da Igreja militante, o sopro do Espírito Santo que desce sobre Maria e os Discípulos, reunidos no cenáculo em Jerusalém. Com Pentecostes, os discípulos assumem, plenamente, a missão de anunciar o Evangelho, ser profeta com testemunho e ardor, buscando a conversão e a vida nova em Cristo. Da mesma forma, nós somos chamados para a mesma missão.

Após sua ressurreição, Jesus Cristo, glorioso, ficou 40 dias com seus discípulos completando os ensinamentos, até sua Ascensão aos Céus. Na Ascensão, Jesus eleva nossa humanidade à presença de Deus Pai. Mas, no desejo de nos conduzir, sustentar e vivificar sua Igreja, Jesus promete o envio do Espírito Santo. Toda Palavra de Cristo é cumprida e, após 10 dias da sua Ascensão, a ação da Santíssima Trindade se faz presente e atuante no Cenáculo Santo (At 2,1-11).

É verdade que Pentecostes se dá em dois momentos significativos. Não dois Pentecostes, mas dois momentos do mesmo Pentecostes. Em João 20, 19-23, os Discípulos estavam reunidos de portas fechadas, ainda não tinham consciência da missão, de que deveriam sair e se colocar a serviço. Jesus soprou sobre eles o Espírito Santo, como o sopro de Deus nas narinas de Adão (Gênesis 2,7), que lhe concedeu a vida, Jesus sopra o Espírito Santo dando vida nova aos Apóstolos. Este é o primeiro momento de Pentecostes, o primeiro sopro divino, que vai gerar a graça na vida dos discípulos, na presença do Ressuscitado. Este primeiro momento de Pentecostes é na intimidade da Igreja, Cristo o confere para os seus discípulos, para que a Igreja seja o seu Corpo Místico, vivificada e conduzida pelo Espírito Santo.

O segundo momento de Pentecostes é a manifestação plena e pública do Espírito Santo, que se deu na Festa de Pentecostes judaica, 50 dias após a Páscoa. Para os judeus, era a Festa de SHAVUOT, ou a Festa da Aliança, recordando Deus dando as tábuas da Lei para Moisés no monte Sinai, para que o povo vivesse segundo esta aliança. Foi nesta Festa que Jesus cumpriu sua promessa. Jesus havia dito aos discípulos: “é necessário que eu parta para que o Paráclito (Espírito Santo) venha” (Jo 16, 7). Paráclito é traduzido como Advogado, ou seja, o que está perto de alguém para defendê-lo, para guiá-lo. O Espírito Santo tem essa missão junto aos discípulos de Jesus.

Se, na Páscoa, Deus Filho morre em nosso lugar, para nos libertar do mal, do pecado e da morte, fazendo do Mistério Pascal a Nova e Eterna Aliança, em Pentecostes, Deus Pai confirma que a vida de Jesus abre para a humanidade esta nova aliança de esperança e salvação. Deus Pai resgata a humanidade no Sangue de Deus Filho. Em sua Ressurreição, abre-nos à vida eterna e nos envia o Espírito Santo para nos conservar no Caminho que conduz à Verdade e à Vida.

Ao receberem o Espírito Santo, os discípulos receberam seus Dons (Conselho, Entendimento, Fortaleza, Sabedoria, Piedade, Ciência e Temor a Deus) e se dão conta que deveriam se colocar em movimento, sair e evangelizar. O barulho do vento forte mostra que, na ventania, a realidade sempre muda. Nas línguas de fogo, recordamos que o fogo aquece, ilumina, encoraja, mas também queima tudo o que não serve, todo o “lixo” que, muitas vezes, carregamos conosco: nossos peca-

dos, nossas mágoas, rancores. O Espírito Santo vem purificar, fortalecer e conduzir a missão confiada aos apóstolos, aos discípulos e a todos nós. Pelo batismo, fazemos parte do Corpo Místico de Cristo e é o Espírito Santo que gera em nós esta vida missionária. São Paulo nos exorta a viver esta missão em 1 Cor 12, 3-13. Somos Igreja e o Espírito Santo nos conduz à missão.

Da mesma forma, acontece conosco todo ano. Na noite da Vigília Pascal, renovamos nosso batismo, guiados pela luz do Círio Pascal e pela Renovação das nossas promessas batismais. Assim como o Ressuscitado permaneceu com os discípulos, no tempo pascal contemplamos, a cada missa, as aparições e palavras do Cristo Ressuscitado entre nós. Caminhamos com Jesus na vida nova para renovarmos, em Pentecostes, a presença do Espírito Santo em nós. Tudo é dom e graça do amor do Pai, através de Jesus, na ação do Espírito Santo. Mas, devemos nos perguntar: O que estamos fazendo com esses Dons?

O subsídio para nossas AR’s, este ano, traz como dimensão: Profetas rumo ao Jubileu. O texto nos recorda que somos todos irmãos e Deus nos chama para uma missão; uma missão que tem exigências e compromissos. Às vezes, fazemos como o Profeta Jonas... diante da palavra do Senhor, que nos envia as novas Nínives, nós fugimos. O que Deus espera de cada um de nós? Quem e onde é essa “Nínive” em nossa vida? Por que você não quer ir? Você se esquece que entrar num barco de fuga não salvou Jonas, que ele teve que enfrentar as ondas da tempestade?

O Espírito Santo, o fogo ardente, o inspirador, distribui seus dons a cada um, segundo a Providência e Sabedoria Divinas. Não devemos ter medo, mas nos deixar guiar por seu sopro divino. Sobretudo, nesse tempo de pandemia, reflitamos sobre nossa vida, nossa missão: estamos sendo Profetas, anunciando a Boa Nova com dinamismo, criatividade, ardor missionário e misericórdia? Ou usamos a desculpa da pandemia

para ficar no comodismo, parados, anestesiados e conformados? Estamos usando este tempo difícil que a humanidade sofre como “barco” de fuga, deixando de testemunhar o Cristo Ressuscitado? É importante recordar que Jesus enviou seus discípulos para enfrentar as dificuldades do seu tempo. Cristo não nos abandona. Ele continua nos alimentando com seu Corpo Eucarístico, com sua Divina Palavra de Salvação e com o sopro de vida no Espírito Santo.

TODOS NÓS, CURSILHISTAS, DEVEMOS VIVER UM PERMANENTE PENTECOSTES, CONFIANDO NO ESPÍRITO SANTO QUE ESTÁ CONOSCO, COMO HOMENS E MULHERES RENOVADOS E FORTALECIDOS, ARREGAÇANDO AS MANGAS E MOSTRANDO AO MUNDO O CRISTO QUE VIVE E HABITA EM NÓS, COMO TESTEMUNHAS DA VIDA, COM ARDOR MISSIONÁRIO, LEVANDO O NOSSO

CARISMA, ANUNCIANDO, COMO PROFETAS, O QUERIGMA, A SALVAÇÃO!

Não se trata de correr riscos desnecessários quanto à saúde ou se expor sem prudência e consciência. Mas, onde o Senhor nos colocar, usando de todas as ferramentas possíveis, é continuar sendo sal, fermento e luz em nossos ambientes; sendo verdadeiros Profetas anunciadores, com alegria e entusiasmo, alicerçados em nosso tripé: a oração, o estudo e a ação.

Sejamos misericordiosos como o Pai, rumo ao Jubileu, onde todos somos irmãos, criados à imagem e semelhança de Deus, impulsionadores do seu Reino, no amor a Cristo e na vivência nos dada pelo Espírito Santo!

Decolores!

Roberto Leandro Alves

2º Secretário do GEN

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