PECUร RIA
ANO XVIII, Nยบ 108 OUT-NOV-DEZ/2012
Mastite:
saiba como aumentar a taxa de cura
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Sumário
Editorial
As atrações desta edição
Da nossa Redação
Caro (a) Leitor (a) da VetNews,
Perspectivas para 2013 Com as margens de lucro mais apertadas, em 2013 o pecuarista precisará melhorar a eficiência da produção dentro da fazenda.
Parece que ele mal começou, mas já está chegando ao fim. O que é bom, já que 2012 não foi um ano muito fácil para o produtor de agronegócio. Com a crise econômica que abalou a Europa e se disseminou para o res-
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tante do mundo, as commodities em geral tiveram uma redução de preço e os produtos exportados por nós, brasileiros, passaram a ter preços menores, afetando principalmente
E mais, nesta edição: 4 CONEXÕES E GIROS As novidades do setor de pecuária.
8 Novas Tecnologias Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada.
9 PARCERIA
os produtores de carne bovina e de
Mastite: Sucesso no tratamento depende da melhora clínica e da eliminação do agente causador.
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leite, que sofreram com os altos preços das rações – insumo que compõe até 70% do custo do produto final. Entretanto, para 2013, de acordo com o banco Rabobank, as expec-
Profissionalização da equipe de distribuição.
tativas são de aumento do preço da
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financeira, isso deve ocorrer devido
Grupo Maria Macia.
carne bovina. Segundo a instituição à seca em áreas produtoras ao redor
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do mundo e aos estoques apertados
Plano de carreira.
de culturas intensivas de alimentação, como a dos grãos. A previsão é de que essa situação cause o aumento do preços, principalmente da carne, seja bovina, suína ou ovina. Para ajudarmos você a entender o que está por vir e como se preparar
expediente
para isso, conversamos com especialistas que deram um panorama geral da atividade de exportação e explicaram o que é preciso para se manter no mercado e se destacar nele.
Ano XVIII, Nº 108, Out-Nov-Dez/2012 VetNews PEC é uma publicação trimestral, editada pela MSD Saúde Animal. Opiniões e conceitos emitidos pelos colunistas e colaboradores não representam necessariamente os do informativo. Todos os direitos são reservados. Distribuição gratuita. DIREÇÃO: Vilson Simon. COORDENAÇÃO: Vagner Santos. CONSELHO EDITORIAL: Alexandre Alves, Denis Antônio, Emerson Botelho, Maurício Morais, Sebastião Faria, Tiago Arantes e Tiago Lopes. REDAÇÃO: TEIA Editorial. Jornalista Responsável: Kelli Costalonga (Mtb 28.783). Edição: Danielly Herobetta. Redação: Érica Nacarato e Stefanie Leipert. DIAGRAMAÇÃO: Four Propaganda. REVISÃO: Liliane Bello.
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Uma excelente leitura e que 2013 seja um ano melhor e com bons resultados para todos! Maurício Morais Gerente de Produtos da Linha Corte da MSD Saúde Animal
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Conexões e Giros Novidades e principais assuntos do setor
Nasce o primeiro clone equino do Brasil Nasceu em 15 de setembro o primeiro clone equino do Brasil. Criado pela empresa In Vitro do Brasil, o animal foi clonado do cavalo da raça mangalarga Turbante JO, conhecido como o garanhão do século 20 e morto em 1998. O garanhão, inscrito no livro Guinness como o cavalo que produziu o maior número de filhos do mundo (1.678), teve seu material genético guardado por 15 anos. Para se ter uma ideia de sua importância, ele chegou a ser avaliado em mais de US$ 1 milhão, mas seu proprietário nunca quis vendê-lo. O primeiro clone equino do Brasil nasceu na sede da empresa, em Mogi Mirim, e representa a vanguarda da clonagem, à frente da de bovinos, como Nelore, Brahman e Gir Leiteiro.
Purunã: uma nova raça para a pecuária de corte Com sangue Caracu, Aberdeen Angus, Charolês e Canchim, a Purunã é a nova raça de gado de corte criada pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Desenvolvida pelo zootecnista José Luís Moletta e pelo agrônomo Daniel Perotto, cujos estudos tiveram início em 1980, a nova raça apresenta o desenvolvimento muscular do Charolês, com boa produção de carne, a resistência ao carrapato e a boa produção de leite do Caracu, o que a torna uma excelente raça materna, a rusticidade e a tolerância ao calor do Canchim e a qualidade da carne e a precocidade de abate do Aberdeen Angus. Os pesquisadores mantêm em um barracão de confinamento animais com idade entre 10 e 15 meses, alimentados com silagem de milho, farelo de soja e sal mineralizado. Esse tipo de manejo garante, hoje, o ganho médio de um quilo e meio por dia. Já no pasto, os tourinhos Purunãs selecionados como reprodutores apresentam, aos 22 meses de idade, um ganho de peso médio de 900 gramas por dia. Hoje, estima-se que o rebanho de purunã no Brasil englobe em torno de 1,3 mil animais, além dos do Iapar. Entretanto, para que a raça seja reconhecida pelo Ministério da Agricultura, precisa marcar uma presença maior na pecuária de corte nacional, seja com o aumento do número de animais, seja com a expansão do plantel para outros estados.
Consumidor exige carne selecionada Com o maior poder aquisitivo dos brasileiros e o aumento do número de famílias na classe média, aumenta a procura por produtos mais nobres, como a carne bovina. Segundo a consultoria BeefPoint, neste ano houve um crescimento de 25% no mercado de luxo, o que inclui a procura por carnes selecionadas. Entretanto, para oferecer um melhor produto ao consumidor, as entidades de raças bovinas buscam melhoramento genético e padronização da produção. A rede de fast food McDonald’s, por exemplo, promove desde 2003 o programa Carne Angus Certificada, que abateu, no primeiro semestre de 2012, 100 mil animais certificados, 25% a mais que no primeiro semestre de 2011. A Associação Brasileira de Hereford e Braford é outro exemplo. Ela mantém, desde 2001, o programa Carne Certificada Pampa. Só no primeiro semestre deste ano foram certificados 27 mil animais, número 78% superior ao mesmo período do ano passado. A preocupação também chega às propriedades, que buscam criar programas de certificação interna para atender à demanda do consumidor, cada vez mais exigente.
Produção de carne bovina brasileira aumenta quase 7% A produção de carne bovina brasileira entre janeiro e agosto de 2012 aumentou 6,7% na comparação com o mesmo período de 2011. No ano passado foram processadas 6,16 milhões de tec (toneladas equivalente carcaça), enquanto neste ano o número subiu para 6,57 milhões. Segundo levantamento da Scot Consultoria, o aumento da quantidade de bovinos abatidos e da produção de carne é reflexo do maior volume de fêmeas descartadas neste ano, especialmente no primeiro trimestre, quando 3,28 milhões de vacas e novilhas foram abatidas. Segundo a pesquisa, a disponibilidade interna de carne bovina em agosto foi a maior do período, alcançando 754,4 mil tec – um aumento de 4,8% em relação a julho e de 8,8% na comparação com o mesmo mês de 2011. Ainda em agosto deste ano, a produção foi de 910,51 mil tec, volume 10,7% maior que em agosto de 2011. O relatório aponta ainda que o Brasil importou 32,6 mil tec de carne bovina entre janeiro e agosto de 2012, 33,6% a mais que no mesmo período do ano passado. Já as exportações de carne industrializada, in natura e salgada, somaram 1,087 milhão de tec entre janeiro e agosto, aumento de 6% frente ao mesmo período de 2011.
Leite para alérgicos diretamente da vaca Para dar uma força aos alérgicos e apreciadores do leite de vaca, cientistas da AgResearch e da Universidade Waikato, na Nova Zelândia, desenvolveram uma vaca geneticamente modificada, que produz um leite com menos probabilidade de causar reações alérgicas. O animal produz o alimento sem beta-lactoglobulina – uma proteína do soro do leite a que algumas pessoas são alérgicas. Para criar essa vaca, os cientistas adicionaram material genético extra para interferir no processo de produção da beta-lactoglobulina em seu DNA, usando uma técnica chamada de RNA de interferência. O resultado foi o nascimento de uma bezerra sem rabo, embora os pesquisadores digam que é improvável que isso se deva à modificação genética. Como o animal ainda não ficou prenhe, nem começou a produzir leite normalmente, os cientistas usaram hormônios para apressar o início da produção de leite. A descoberta já foi publicada em artigos, um dos quais na publicação científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), em que os pesquisadores alegaram que todas as amostras de leite da bezerra transgênica foram desprovidas de beta-lactoglobulina. Apesar de o estudo ser revolucionário, pesquisadores ao redor do mundo afirmam que ainda será preciso provar que o efeito dura por toda a vida da vaca modificada e é transmitido por várias gerações.
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Melhores Práticas Mastite: taxa de cura da enfermidade ainda é baixa
Mastite
deve ser identificada e tratada rapidamente a
Para evitar prejuízos, o produtor de leite deve tomar algumas medidas durante o tratamento. Primeiro, recomenda-se que seja feito diagnóstico do caso clínico e, então, avaliar o escore de severidade das mastites clínicas para tomar as medidas adequadas. O próximo procedimento é coletar amostras de leite antes do tratamento para fazer a cultura individual dos quartos infectados em pelo menos 10% dos casos. O objetivo é identificar o tipo de agente causador da doença para auxiliar a escolha do antibiótico, que pode ser usado em conjunto com um anti-inflamatório e uma terapia de suporte, conforme recomendação do Médico Veterinário. “É importante respeitar o período mínimo de tratamento de três dias, dependendo do agente causador, além de ter uma boa assepsia no momento do tratamento”, aconselha. Segundo Cristiane Azevedo, Gerente Técnica da Linha Leite da MSD Saúde Animal, o escore da mastite clínica varia de 1 a 3, sendo 1 para mastite leve com a presença de grumos; 2 para mastite moderada, com a presença de grumos e inchaço do quarto; e 3 para mastite grave, na qual há comprometimento sistêmico, com sintomas como febre, apatia, desidratação, inchaço do quarto e leite geralmente de aspecto aquoso, podendo levar à morte do animal.
Marcos Veiga, da USP
Estatística
mastite é uma doença que acomete o rebanho leiteiro, com maior incidência no verão e taxa de cura normalmente baixa – entre 35% e 50%, em média, sendo que o ideal é de acima de 50%. O sucesso de seu tratamento depende da melhora clínica e da eliminação do agente causador (cura bacteriológica). Cerca de 80% das mastites clínicas são leves, com apenas a presença de grumos, e, por falhas de detecção no momento da ordenha, não são tratadas pelo ordenhador.
O professor Marcos Veiga, do Departamento de Nutrição e Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP) em Pirassununga/SP, ressalta que é fundamental o produtor identificar a enfermidade o mais rápido possível. “Quanto mais cedo ele descobrir o aparecimento da mastite, maiores serão as chances de recuperação da vaca. O ‘teste da caneca de fundo preto’ é simples e identifica a doença, caso haja alterações visuais no leite”, orienta Veiga.
Trabalhos em campo demonstram que somente 30% dos produtores usam o ‘teste da caneca’, importante no diagnóstico da mastite de escore 1. “Com isso, eles tratam, na maioria das vezes, as vacas de escore 2, quando a glândula mamária está mais comprometida com inflamação e menor resposta aos tratamentos”, conta a consultora. Casos novos de mastite têm maior taxa de cura em comparação com casos crônicos. Devido às falhas de detecção e o atraso no início do tratamento, muitas mastites apresentam baixa taxa de cura.
A idade do animal também influencia na taxa de cura. Vacas mais jovens, que tenham tido de uma a duas lactações, apresentam maior taxa de cura em relação às mais velhas. “Se forem tratadas logo no início da lactação, com menos de 100 a 120 dias, responderão melhor ao tratamento”, ressalta Cristiane. Segundo pesquisas, somente cerca de 10% das fazendas fazem a análise de Contagem de Células Somáticas (CCS) nas vacas mensalmente. “Essa é a ferramenta mais precisa de diagnóstico das mastites subclínicas, mas poucos produtores a utilizam”, completa o professor da USP. A terapia de secagem é um investimento na saúde da glândula mamária. Se bem-sucedida, garantirá o futuro da próxima lactação. É por meio deste procedimento que são tratadas as mastites subclínicas e crônicas adquiridas durante a lactação, evitando novas infecções no período seco e mantendo a qualidade do leite pela redução de CCS das vacas tratadas.
Cristiane Azevedo, da MSD Saúde Animal
Saiba como tratar corretamente as mastites clínicas Escore 1 – Usar somente intramamários no tratamento, como o COBACTAN® VL, durante três a cinco ordenhas seguidas, conforme o caso, com descarte do leite por 60 horas. Outra opção é a aplicação de MASTIJET FORTE® no teto com repetições conforme avaliação de um Médico Veterinário. Escore 2 – Fazer terapia combinada com intramamário e antibiótico sistêmico. A sugestão é o MASTIJET FORTE® associado ao BORGAL®. Outra opção é o uso associado de COBACTAN® VL e COBACTAN® 2,5% injetável. Se a vaca apresentar mais de dois quartos infectados, o ideal é fazer a terapia associando COBACTAN® 2,5% injetável, por três dias, e BANAMINE® de 1 a 3 aplicações, que possui efeito anti-inflamatório e antiendotoxêmico.
Escore 3 – Utilizar terapia de suporte hidratando a vaca por via intravenosa ou oral, conjuntamente com um antiendotoxêmico, como o BANAMINE®, repetindo a aplicação após 24 horas. Além disso, o uso de protetores hepáticos (ANTITOXIL®) e cálcio (GLUCAFÓS®) acelera a recuperação. Recomenda-se ainda o uso de antibióticos como o BORGAL® associado ao MASTIJET FORTE®; de COBACTAN® 2,5% junto com COBACTAN® VL; ou então de NUFLOR® associado ao MASTIJET FORTE®. Tratamento de secagem – Recomenda-se o CEPRAVIN® para proteger a vaca durante todo o período seco. Em vacas com histórico de mastites clínicas e CCS alta no momento da secagem, o ideal é fazer uso da
terapia combinada. De acordo com o agente causador, emprega-se o antibiótico parenteral mais adequado. Se houver aparecimento de Staphylococcus aureus e Staphylococcus sp, sugere-se a utilização de PENCIVET® PLUS PPU ou FLOXIVET® PLUS junto com CEPRAVIN®. No caso de Corynebacterium sp, pode-se usar BORGAL® com CEPRAVIN®. Na presença de Streptococos ambientais (Streptococcus uberis, Streptococcus dysgalactiae e Streptococcus bovis), Streptococcus agalactiae e coliformes, são indicados COBACTAN® 2,5% e CEPRAVIN®.
A recomendação pelo Médico Veterinário é fundamental para o sucesso dos tratamentos.
Fluxograma Tratamento Mastite Clínica Mastite Clínica não
Sem febre
Vaca Doente
Com Febre
sim
Escore 1: Mastite leve
Escore 2: Mastite moderada
Escore 3: Mastite grave (vaca doente)
Presença de Leite com grumos
Úbere inchado + leite anormal (grumos)
Febre, inchaço do úbere e leite aguado
Caso Novo
Sugestão de tratamento: Tratar rápido com antibiótico intramamário: 1ª Opção: Cobactan VL. 1ª, 2ª, 3ª, 4ª ordenhas (80hs). 2ª Opção: Mastijet Forte. 1ª, 3ª, 5ª e 7ª ordenhas (72hs).
Caso Crônico
Sugestão de tratamento: Tratar rápido com antibiótico intramamário + injetável: 1ª Opção: Mastijet + Borgal. Acompanhar a evolução em 48 horas. 2ª Opção: Cobactan VL + Cobactan INJ. OBS: Inchaço severo e vaca. Usar Banamine.
Sugestão de tratamento: Mastite repetida pela 3ª vez: Fazer cultura Caso grave tratar com antibiótico. Nuflor + Banamine. Avaliar histórico de CCS. Tomada de decisão conforme resultado da cultura.
Sugestão de tratamento: Tratar rapidamente a vaca Hidratação da vaca e terapia de suporte a critério do Médico Veterinário. Aplicar Banamine EV 22 mg/kg ou repetir em 24 horas. Aplicar antibiótico injetável + intramamário. 1ª Opção: Cobactan VL intramamário, Borgal EV ou Cobactan IM. 2ª Opção: Mastijet Forte no teto, Nuflor IM ou Borgal IV. Ocitocina na ordenha durante 2 dias. Fenergan IV conforme gravidade.
Saiba mais em www.msd-saude-animal.com.br/especies/pecuaria/propec/
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Novas Tecnologias SIRAA
Resultados de trabalhos inéditos são apresentados em Simpósio Internacional Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada, organizado com o apoio da MSD Saúde Animal, contou com palestrantes renomados e apresentação de pesquisas aplicadas ao campo
ais de 700 pesquisadores brasileiros e estrangeiros, entre veterinários, zootecnistas e biólogos, reuniram-se em outubro, no Teatro Marista, para o 5º Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada (SIRAA), em Londrina/PR. O objetivo foi discutir temas aplicados à reprodução animal no Brasil, como o uso das tecnologias de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) e de transferência de embriões. Patrocinado pela MSD Saúde Animal e organizado pela Geraembryo, o encontro contou com palestras e apresentação de trabalhos científicos que
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permitem aplicação imediata no campo. A coordenação técnica foi, mais uma vez, dos professores Pietro Baruselli, da Universidade de São Paulo (USP), e Marcelo Seneda, da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Um dos trabalhos teve como objetivo avaliar o resultado de dois indutores de ovulação (FERTAGYL® e CHORULON® 5000 UI) sobre o retorno da ciclicidade de doadoras de embriões da raça Nelore com a presença de cisto folicular. Constatou-se que o CHORULON® 5000 UI apresenta melhores resultados do que o FERTAGYL® no tratamento de cisto folicular em vacas da raça Nelore.
Outra investigação interessante teve como intuito determinar o efeito da administração do FOLLIGON® na remoção do CRESTAR® e do FERTAGYL® no momento da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), tanto na dinâmica folicular como na taxa de prenhez de vacas Nelore lactantes. Foi descoberto que as terapias com ambos os medicamentos aumentam a fertilidade de vacas Nelore lactantes submetidas à IATF com CRESTAR®. Com a intenção de avaliar se o uso da IATF, com ou sem ressincronização, possibilita o incremento da taxa de prenhez em vacas Nelore primíparas na estação de monta, foram utilizados 473 animais de duas fazendas do Estado de Mato Grosso do Sul. Eles foram divididos homogeneamente em três grupos de manejo. A experiência indica que a aplicação da técnica no início da estação reprodutiva aumenta a proporção de primíparas prenhes por inseminação e antecipa o momento médio de prenhez.
Confira os autores principais dos cinco estudos destacados: • Comparação da eficácia da hCG e do GnRH no tratamento de cisto folicular em doadoras da raça Nelore - Leonardo Teixeira; • Os tratamentos com FOLLIGON® e FERTAGYL® aumentam a fertilidade de vacas Nelore lactantes submetidas a protocolos de IATF com CRESTAR® - Manoel Francisco de Sá Filho; • Melhoria da eficiência reprodutiva através da IATF de vacas Nelore primíparas durante a estação de monta - Márcio de Oliveira Marques.
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Parceria Profissionalização da equipe de distribuição
MSD Saúde Animal firma parceria com ESPM para profissionalização dos distribuidores reocupada com o crescimento e a profissionalização da sua rede de distribuidores, a MSD Saúde Animal implementou em 2011 o Programa de Gestão e Liderança (PGL), parte do Programa Nacional de Distribuição. Para aperfeiçoá-lo, neste ano firmou uma parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), para que cursos sejam ministrados ao principal executivo de cada distribuidora, que poderá aplicar imediatamente os conhecimentos em seu negócio. De acordo com o Diretor de Operações de Negócios da MSD Saúde Animal, Gubio Almeida, responsável pelo programa, o objetivo é formar competências focadas na administração dos negócios. “O PGL e a parceria com a ESPM são atitudes inovadoras e pioneiras no mercado de saúde animal. Queremos desenvolver a gestão desses distribuidores para que componham a melhor rede de distribuição do Brasil”, explica. O programa contempla, em média, 50 empresas, que abrangem as linhas de ruminantes e pet. A proposta é que, em 2013, os distribuidores das demais unidades também possam participar. Com aulas teóricas e práticas, os treinamen-
P
tos para os distribuidores pet e pecuária foram ministrados em agosto e setembro, com duração de dois dias, em turmas de 25 pessoas. Os temas tratados no primeiro módulo foram gestão de relacionamento com os clientes e gestão financeira, enquanto no segundo foram abordados os assuntos merchandising estratégico e liderança. Ao final do curso, os participantes receberam certificado assinado pelas duas instituições. Gubio explica que a grade do curso foi definida em conjunto pela MSD Saúde Animal e pela ESPM, que encarregou alguns professores de visitarem distribuidores para confirmar quais eram as competências carentes de treinamento. “Já vemos uma evolução da nossa rede desde o início do curso. O faturamento individual de cada um cresceu cerca de 20%, sendo que a MSD Saúde Animal investiu 27% a mais em 2012, comparado ao ano anterior”, enfatiza. O professor da ESPM Marcelo Ermini, que abordou o tema merchandising estratégico, destaca que os assuntos são relativos às necessidades de uma nova postura do parceiro diante dos desafios do mercado e do novo perfil dos consumidores. Para a diretora de Educação Executiva da ESPM, Célia Marcondes Ferraz, faz parte da mis-
são da instituição de ensino contribuir para o aperfeiçoamento da gestão das empresas estabelecidas no Brasil. “O projeto da MSD Saúde Animal tem o mérito de oferecer aos distribuidores a oportunidade de aumentar a competitividade por meio dos cursos oferecidos. É uma louvável iniciativa, da qual tivemos a honra de participar”, afirma. Para 2013, a MSD Saúde Animal pretende focar a reflexão sobre o equilíbrio entre pessoas, resultados e delegação. “Percebemos essa necessidade, já que nossos distribuidores são empresas familiares, em que o dono é o primeiro executivo. Muitos deles começaram como empresas pequenas e hoje faturam milhões anualmente”, explica Gubio Almeida.
Gubio Almeida, da MSD Saúde Animal
depoimentos A mensagem que os distribuidores levaram dos treinamentos é de que é importante compreender as necessidades e desejos de cada público dos pontos-de-vendas para que a empresa se mantenha em destaque e atinja os objetivos de negócios.
Juliano Marques, da Vet Center Distribuidora “A MSD Saúde Animal saiu na frente, nos proporcionando um curso de alto nível, que transformará o nosso negócio. Além de preparar o distribuidor, capacita toda a cadeia para enfrentar o mercado.”
Diego Altoe, da Vetlog “Foi muito interessante o processo de capacitação dos profissionais para atuarem com menor risco no mercado, que está cada vez mais competitivo.”
Patrícia Arantes, da Abase “Os conteúdos foram bastante pertinentes e os professores apresentaram experiência prática, o que certamente contribuirá para que haja mudanças e aprimoramento no modo de trabalhar dos distribuidores.”
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Capa Perspectivas para 2013
Pecuarista terá de ser mais produtivo em 2013, antecipam especialistas O incremento de novas tecnologias de produção E a assessoria técnica de Médico Veterinário em campo SERÃO FUNDAMENTAIS
rises internacionais normalmente são acompanhadas por redução nos preços das commodities. Como um importante exportador de produtos do agronegócio, o Brasil é diretamente afetado por elas. Os preços da comercialização para a União Europeia (UE) caíram, em média, 5,8% no primeiro semestre de 2012 em comparação ao mesmo período do ano anterior. A combinação de custos crescentes e preços em queda poderá trazer prejuízo ao pecuarista, caso ele não se modernize para alcançar uma maior produtividade, segundo dados divulgados no BeefPoint. Produtores de carne bovina e de leite sofrem com o aumento dos gastos com rações, que compõem até 70% do custo do produto final.
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Carne
O cenário de 2013 será uma continuação do de 2012, com aumento do abate de fêmeas, crescimento da oferta de carne bovina e pressão nos preços, diz o Engenheiro Agrônomo e diretor do BeefPoint, Miguel Cavalcanti. “Como as margens de lucro deverão ser mais apertadas, o pecuarista precisará melhorar a eficiência da produção dentro da fazenda. Além de usar tecnologias, ele deverá saber como aplicá-las de forma inteligente, trabalhando em conjunto com consultores técnicos, de modo que o custo de produção por unidade mantenha-se mais baixo. Só assim poderá alcançar rentabilidade em um cenário de preços reduzidos, que vão prevalecer nos mesmos patamares de 2012, embora menores em relação a 2011”, enfatiza Cavalcanti. Para o diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres, a receita para manter-se no mercado neste quadro de preços reduzidos é o incremento da escala de produção, aliado à diminuição de custos. Com o crescimento do abate precoce de fêmeas, a oferta de bovinos para abate está em expansão. Um dos motivos pode ser o abandono da pecuária por culturas mais rentáveis, como o eucalipto, a cana-de-açúcar, a soja e o milho. “Tendo a oportunidade de ganhar por hectare com o arrendamento da propriedade, o pecuarista muda de atividade e liquida o rebanho, que vai para abate”, exemplifica Torres. Outra razão é a elevação dos custos de produção/manutenção da vaca sem o respectivo aumento de preço do bezerro. Quando isso ocorre, historicamente, há um aumento do abate de fêmeas, provocando sobreoferta e queda, por tabela, nos preços da arroba do boi gordo.
Além disso, o rebanho está equilibrado para o atual consumo da carne brasileira, seja no mercado interno, seja no externo. “Quando isso ocorre, a participação das fêmeas no abate de bovinos gira em torno de 45%” calcula Torres.
Exportações
Com a crise econômica em alguns países europeus, a região vem reduzindo as importações, enquanto os países emergentes da Ásia e da África assumem esse papel, incrementando suas importações por conta do aumento do consumo interno. “O foco agora é exportar carne bovina para o Oriente Médio e países como Rússia, China e outros asiáticos”, informa Cavalcanti. Os mercados em desenvolvimento estabelecem menos regras em relação à Europa, que impõe diversas barreiras não tarifárias para impedir a entrada de carne. Um exemplo refere-se aos bovinos criados com beta-agonistas, comumente utilizados nos Estados Unidos e na Austrália e recentemente liberados no Brasil. Como a principal região que impõe essa restrição é a Europa e ela não é mais considerada estratégica para o Brasil, novas oportunidades de negócios devem surgir. O diretor da Scot Consultoria acrescenta que um dos concorrentes do Brasil no mercado mundial de carne bovina e que atende justamente os mercados menos exigentes é a Índia, cuja participação tem crescido ano a ano. Apesar dessa ameaça, o Brasil possui um vasto rebanho e sistemas de produção competitivos.
Miguel Cavalcanti, do BeefPoint
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Capa Perspectivas para 2013
Alcides Torres, da Scot Consultoria
“Com a elevação do preço da carne no mercado mundial, teremos um incentivo global do incremento da produção de carne vermelha, tanto no Brasil como em outros países”, assinala Torres. O mercado nacional também tem crescido em razão da evolução da renda da população. O País, hoje, é o segundo consumidor de carne bovina do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Os 27 países da UE, por exemplo, consomem menos carne vermelha do que o Brasil. Além disso, os compradores estão em busca de produtos de melhor qualidade e, em certa medida, aceitam pagar mais por isso. Essa demanda tem sido atendida pela profissionalização da produção, com o pecuarista entregando rebanhos padronizados obtidos por meio da terminação em confinamentos e produzindo boiadas prontas para o abate com menos idade e maior quantidade de gordura.
Inovações
Para o diretor de Pecuária da MSD Saúde Animal, Alexandre Alves, 2013 será um ano de grandes oportunidades e desafios para o setor produtivo, principalmente devido ao incremento dos custos dos insumos voltados à alimentação
animal, como o milho e a soja, que irão impactar no custo do produto final. “Os pecuaristas devem se apoiar na adoção de novas tecnologias como fator de diferenciação, rentabilidade e sobrevivência nos períodos em que a pressão sobre os custos de produção é inevitável. O aumento da produtividade pode ser alcançado por meio da adoção de novas tecnologias e manejo diferenciado”. A capacitação técnica é fator crucial para a obtenção de uma maior lucratividade. “A MSD Saúde Animal tem investido de forma significativa na capacitação de sua equipe, no lançamento de produtos diferenciados, no desenvolvimento de plataformas de serviços e na realização de eventos que propiciem ao criador o acesso a essas novas tecnologias”, cita Alves. Dias de campo em parceria com cooperativas e entidades de classe, palestras e visitas a propriedades são realizadas periodicamente. O intuito é entender as necessidades do produtor para que o diagnóstico seja elaborado e soluções customizadas sejam apresentadas.
Novas tecnologias
A otimização dos recursos utilizados, atrelada à preocupação do pecuarista em se
modernizar, aderindo a técnicas para tornar o animal mais saudável e produtivo, é o caminho para o sucesso da atividade. Investir em Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), assistência técnica, mão de obra qualificada, nutrição e qualidade de vida do rebanho são exemplos de ações que dão certo. A IATF é uma tecnologia que tem crescido entre os pecuaristas, com o intuito de aumentar a eficiência reprodutiva do rebanho. Para o professor Enrico Ortolani, diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), o produtor terá de aplicar em melhoramento genético e retorno de IATF para que a produtividade seja incrementada. “Dessa forma, obterá aumento do rendimento e da qualidade de carcaça, bem como do ganho de peso do animal”, diz Ortolani. Com o apoio de Médicos Veterinários, o pecuarista precisará aprimorar a eficiência da fazenda em áreas menores, usando tecnologias para melhoramento do solo e das pastagens. “Há produtores que criam bovinos em áreas degradadas, com baixa lotação e pastagens de baixa qualidade”, acrescenta o professor.
Alternativas
A tendência é que o próprio mercado selecione os pecuaristas mais produtivos. Atualmente, o Brasil produz, em média, de três a cinco arrobas por hectare, sendo que o potencial é de 30 a 40 arrobas por hectare. Nos próximos 10 a 20 anos, o País dará um salto tecnológico, com a liberação de pelo menos a metade de sua área de pastagem para atividades agrícolas. “Será um pacote de ações que envolverá o uso de capins melhorados e animais geneticamente selecionados, permitindo ganho de produtividade”, diz Torres, da Scot Consultoria.
Leite
Os produtores têm buscado alcançar maior produtividade, devido à valorização das áreas agrícolas nos últimos anos. Segundo o diretor-executivo da AgriPoint Consultoria e responsável pelo site MilkPoint, Marcelo Pereira, o produtor que está em uma área com baixa produtividade não consegue ter um retorno ideal em relação aos seus ativos. “Com isso, ele é estimulado a produzir mais de modo mais eficiente, a investir em outra atividade ou até mesmo a vender sua propriedade”, ilustra Pereira.
Marcelo Pereira, do MilkPoint
O aumento da lucratividade com aportes em tecnificação envolve o incremento do valor da terra. Por outro lado, há uma pressão por elevação da produção em área por propriedade devido ao aumento do salário mínimo, do emprego e dos custos de mão de obra.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o médio produtor brasileiro produz menos de cem litros de leite por dia. Dessa forma, ele tem uma renda líquida mensal muito baixa e não há incentivo para ele continuar na atividade. “A
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Capa Perspectivas para 2013
propensão, então, é de concentração do trabalho com aumento de produção, mas entre um menor número de pecuaristas com maior profissionalização”, diz o diretor-executivo da AgriPoint. O professor Ortolani ressalta a importância de o produtor investir em tecnologias para melhorar a qualidade do leite, englobando higiene na ordenha, sanidade e conservação do produto. “Pelo menos 30% dos produtores de leite são pouco produtivos e não conseguem atender à Instrução Normativa nº 62, em vigor desde janeiro de 2012, que determina os padrões de qualidade do produto. Nesse contexto, entra o papel do Veterinário, capacitado para dar assistência técnica ao fazendeiro”, orienta.
uma crise econômica em 2008, optou por resguardar o mercado interno, aumentando as taxas de importações para o leite que não fosse proveniente do Mercosul. Além disso, foram estabelecidas cotas para as compras da Argentina, que é o principal fornecedor do Brasil. “Devido a essas medidas, o mercado interno ganhou uma dinâmica própria e o preço local se tornou mais alto em comparação ao externo”, destaca Pereira.
países emergentes, deverá haver uma forte recuperação do valor externo do produto, que deve retornar a patamares de US$ 4 mil a US$ 5 mil por tonelada”, prevê Pereira.
Mesmo com os baixos custos de produção, o País não consegue concorrer com o produto europeu, que é fortemente subsidiado. A produtividade média brasileira é de 1.350 litros de leite de vaca por ano. Nos Estados Unidos, esse índice é de 9.590 litros e na Alemanha, de 7.080 litros. “O que está faltando é investimento em intervalo tecnológico na produção de leite, sendo mais facilmente conseguido em comparação ao gado de corte”, argumenta o diretor da Scot Consultoria. De acordo com cálculos da AgriPoint Consultoria, o litro de leite brasileiro para exportação teria de custar cerca de R$ 0,58. Entretanto, a quantia paga ao produtor é de R$ 0,80. Para que o País volte a exportar, o preço da tonelada precisaria subir para US$ 4 mil. Atualmente, esse montante está na faixa de US$ 2,8 mil.
Criadores de Ovinos (Arco) revelam que 92% dos abates realizados na ovinocultura são informais, o que tem levado o Brasil a importar esse tipo de carne do Uruguai. Quase 35% de toda a produção desse país é exportada para o Brasil, tornando-o seu principal consumidor. Além disso, o produto uruguaio chega ao Brasil entre 15% e 20% mais barato, enquanto que internamente o custo de produção é bastante elevado. Embora o consumo nacional desse alimento ainda seja baixo, somando 400 gramas anuais por habitante, diversas churrascarias já oferecem o produto, especialmente nos mercados consumidores de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o pós-graduado em produção e reprodução de caprinos e ovinos e diretor executivo da revista Cabra & Ovelha, Denis Deli, a criação de ovelhas na Região Sul do País tem sido destinada basicamente à produção de lã, mas essa realidade tem mudado há cerca de dois anos, devendo se manter em 2013. “Como a produção de carne vai crescer mais do que a produção genética, os produtores estão passando a investir mais em padrão e rendimento de carcaça, rastreabilidade e em uma alimentação adequada do animal para atender ao consumo interno”, sinaliza Deli.
Carne de cordeiro
Estima-se que, do total de 74 mil toneladas de carne de cordeiro produzidas no País, apenas 6 mil toneladas (8%) sejam submetidas à inspeção sanitária. Dados da Associação Brasileira de
Exportações
Como o preço do leite praticado no Brasil é bem mais alto em relação aos valores definidos no mercado internacional, as exportações brasileiras são praticamente nulas, estando abaixo de 0,5%, segundo dados da MilkPoint. Um dos motivos é a valorização do real frente ao dólar nos últimos anos, tornando o leite brasileiro internamente caro. “Quando o País passou por
Previsão
A perspectiva é de retomada dos preços internos e externos do produto. No Brasil, nos Estados Unidos e na Europa, os custos de produção devem sofrer elevação. “Como o mantimento estará mais caro globalmente, a pressão para as importações brasileiras será reduzida, com espaço para a recuperação de preços internos. Com o predomínio das importações pelos
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Perfil Grupo Maria Macia
Carnes especiais
são alvo de grupo de pecuaristas Com uma produção padronizada e uso da técnica do confinamento, cooperativa tem marca própria de carnes de alta qualidade
riado oficialmente em 2008, o Grupo Maria Macia é originário de uma aliança entre produtores de gado de corte do Paraná, que tem sua ori-
c
gem dois anos antes, em 2006. Atualmente, a cooperativa é composta por 54 integrantes, distribuídos em oito municípios paranaenses (Amaporã, Astorga, Campo Mourão, Congonhinhas, Cornélio Procópio, Luiziana, Mamborê e Umuarama). Segundo o diretor técnico do Grupo Maria Macia e consultor agropecuário, Paulo Emílio Fernandes Prohmann, a cooperativa foi estabelecida com a intenção de aumentar a força dos pecuaristas a partir da organização da cadeia produtiva e da discussão de tecnologias para o desenvolvimento da atividade. “Os abates têm aumentado significativamente a cada ano. Nos primeiros anos, a média era de 3,6 mil animais
anualmente, sendo que hoje a quantidade está próxima de 9 mil no mesmo período. A meta é chegar a 12 mil por ano”, revela Prohmann. Embora a cooperativa só produza carnes especiais para atender ao mercado interno, o objetivo é obter certificação e condições necessárias para começar a exportá-las. De acordo com o diretor técnico da cooperativa, os padrões estabelecidos para as carnes especiais são bastante rígidos. “Animais com menos de 24 meses devem ter um peso vivo de 400 a 550 quilos e gordura entre 4 e 7 milímetros de espessura. Não é fácil alcançar essas exigências”, diz.
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Cuidados
Perfil Grupo Maria Macia
Uma série de passos e precauções devem ser levados em conta, tanto em relação à fazenda quanto ao animal, para que a carne seja especial. Segundo o consultor técnico em pecuária da MSD Saúde Animal para o Grupo Maria Macia, Claudinei Pereira, o trabalho com os produtores é realizado de acordo com rigorosos protocolos de recepção dos animais. “O gado que chega às fazendas recebe um medicamento para controle de vermes gastrointestinais (SOLUTION® 3,5 % LA), além de uma vacina, a VISION 10, que previne contra clostridioses. Para prevenir o surgimento de enfermidades respiratórias e infecções, que podem ser adquiridas durante o transporte até o campo, sugere-se a aplicação de um antibiótico, como o NUFLOR®”, orienta Pereira. Outra intervenção importante é a quimioprofilaxia, que deve ser feita em animais que estejam sob risco de apresentar a tristeza parasitária bovina – doença infecciosa e parasitária causada por uma riquétsia do gênero Anaplasma (anaplasmose) e um protozoário do gênero Babesia (babesiose), sendo transmitida aos animais pelo carrapato dos bovinos,
Ripicephallus (Boophilus) microplus. “Cinco dias após a entrada na fazenda, os animais devem receber uma dose de IMIZOL® como forma de prevenção, sendo 1 ml de produto para cada 40 quilos de peso vivo. Já para tratar lesões de casco, é indicado o uso associado de produtos como BANAMINE® e NUFLOR®.
Bezerros
Os animais jovens requerem uma atenção diferenciada. Para evitar infecções, é necessário queimar o umbigo com uma dosagem de iodo de 10%, além de aplicar 1 ml/50 kg de IVOTAN® logo no primeiro mês de vida. A partir do quarto mês, o novilho pode começar a tomar doses de SOLUTION® 3,5 % LA para o controle de vermes e ectoparasitas. Segundo Pereira, as fazendas do Grupo Maria Macia seguem à risca esses protocolos de prevenção e tratamento de doenças. O resultado tem sido tão positivo que, em uma das fazendas, o índice de mortalidade do rebanho caiu de 7% para 0,5%. Com as lesões de carcaça, alguns pecuaristas chegavam a perder 800 gramas de carne. Atualmente, o prejuízo é de apenas 300 gramas. “Temos conseguido excelentes melhorias, prin-
cipalmente devido aos treinamentos realizados junto aos produtores”, conta o consultor. O diretor técnico da Maria Macia demonstra satisfação ao falar dos ganhos conquistados. “Nas propriedades, são implantados protocolos sanitários por meio de um trabalho preventivo em parceria com a MSD Saúde Animal, o que tem dado muito certo. Utilizamos seus produtos e, com isso, padronizamos as ações. Organizamos eventos para o aprimoramento técnico dos cooperados, além de treinamentos para os campeiros, com o corpo técnico da empresa, refletindo em melhores resultados”, destaca Prohmann. Ele acrescenta: “Além de tudo isso, teremos uma carne especial se inseminarmos a vaca com o sêmen de um grande touro, desmamarmos um ótimo bezerro, engordarmos esse garrote em pastos bem manejados, seguirmos um calendário sanitário minucioso e bem delineado e engordarmos o animal por 60 dias em confinamento, levando-o ao abate com 18 meses, com excelente acabamento de carcaça”. Todas as carcaças comercializadas pelas fazendas do Grupo são lacradas com numeração individual, sendo possível rastrear a mercadoria nos estabelecimentos.
Capacitação
Os treinamentos dos fazendeiros e seus profissionais são ministrados quatro vezes por ano, através do PROPEC (Procedimentos Técnicos para Pecuária), um programa da Universidade Corporativa da MSD Saúde Animal. Entre os temas, destacam-se a apli-
cação correta de vacinas e medicamentos, a assepsia do material usado e o manejo do animal no momento da utilização do produto. Os pecuaristas aprendem ainda como reconhecer o comportamento do animal em uma situação de estresse, para que ele tenha um melhor desempenho.
Outros tópicos importantes estão ligados ao uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), ao manejo da mãe e do bezerro antes e após o parto e à coleta de fezes para verificação de vermes por meio do exame OPG (contagem de ovos por grama). “Para complementar os treinamentos, três encontros técnicos direcionados aos pecuaristas são organizados anualmente pela MSD Saúde Animal em parceria com universidades. Nesses eventos, professores e especialistas ministram palestras sobre produção, sanidade e reprodução bovinas”, informa Pereira. Os motoristas de caminhão também são treinados periodicamente por técnicos do próprio grupo e da MSD Saúde Animal para que os animais sejam transportados com conforto e segurança. Para Prohmann, de nada adianta seguir as recomendações e os cuidados da porteira para dentro se o motorista que leva o gado não passar por uma capacitação adequada. “Quando o caminhoneiro corre mais do que o aconselhado e faz manobras arriscadas, ele acaba provocando estresse no animal. Assim, o trabalho de meses é perdido em alguns minutos, devido à falta de treinamento do motorista”, argumenta.
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Universidade Corporativa Plano de Carreira
Um plano de carreira
na Medicina Veterinária Sebastião Faria Jr., M.V., Ph.D. - Gerente Técnico de Pecuária - MSD Saúde Animal
frequente o comentário de que a medicina veterinária é uma profissão que exige muito amor, porque “não dá dinheiro”. Também são recorrentes as observações sobre a precariedade do trabalho, nas histórias de quem viu frustradas as expectativas da juventude e buscou outra atividade. Será mesmo que as desilusões são culpa de nossa profissão? Na vida profissional, como na vida sentimental, estas histórias fazem pensar nos versos de Camões: “As altas torres que fundei no vento, Levou, enfim, o vento que as sustinha, Do mal, que me ficou, a culpa é minha, Pois sobre coisas vãs fiz fundamento”. É possível, sim, superar o falso dilema entre “ganhar dinheiro ou fazer o que gosta”. Definir o tipo de trabalho que gostamos de fazer e encontrar, de maneira objetiva, o melhor formato para remunera-lo. Talvez tenha faltado aplicar a uma carreira levada ao sabor do acaso uma dose de planejamento estratégico, e nunca é tarde demais para fazê-lo. Pois aqui vão três ideias para o veterinário tomar o controle de sua carreira: Profissões e Ocupações, Competências Essenciais e Plano de Desenvolvimento.
É
Profissões e ocupações
Antes de mais nada, é preciso fazer uma distinção muito clara entre profissão e ocupação, um tema que tem sido bastante explorado pelo professor Roberto Macedo, economista e estudioso do mundo do trabalho. Escolhemos a profissão de médico veterinário, enveredamos por uma área de atuação, mas desconhecemos as diferentes ocupações a elas associadas. Como exemplo, pode-se exercer a profissão de veterinário, na área de clínica de pequenos animais, em diferentes ocupações: - clínico autônomo - empregado em hospital veterinário - professor universitário - promotor técnico, vendedor ou executivo na indústria de saúde animal.
A vida desses trabalhadores difere bastante, embora sejam todos veterinários e atuem na mesma especialidade. O que fazemos no dia a dia tem mais a ver com a ocupação, que define nossa rotina de trabalho. Você pode amar a clínica de equinos mas não ter perfil para trabalhar como autônomo; pode gostar de sanidade de bovinos mas por questões pessoais não poder mudar para uma região de pecuária forte. Nos dois casos é possível manter a área de atuação, se conseguimos encontrar outra ocupação.
Competências essenciais
O segundo ponto é lembrar que uma excelente qualificação técnica é condição necessária, porém não suficiente para o sucesso profissional. Por que alguns excelentes alunos na universidade não se tornam profissionais bem sucedidos? Competências essenciais a qualquer trabalho, mais ligadas a comportamento e gerenciamento, costumam definir o futuro da carreira. Desenvolve-las é cuidar da própria evolução pessoal. Veja como algumas delas podem ser decisivas. - boa comunicação – timidez pode ser vista como insegurança! - capacidade de trabalhar em equipe – sem ela, não há talento que resista... - visão de contexto – quem está atento ao mundo entende melhor a realidade. - rede de relacionamentos – contatos abrem portas; entrar e ficar é com você. - atitude empreendedora – o que posso fazer melhor, em vez de reclamar?
cada objetivo de desenvolvimento: o que vai ser feito, quando, como e onde. Um exemplo: com o objetivo de passar de um nível básico do inglês para avançado, fazer um curso na escola x, aos sábados, a partir de janeiro próximo, ouvir CDs de conversação no carro e participar de uma imersão intensiva nos EUA em julho. Vale destacar que nem tudo precisa ou deve ser aprendido com cursos ou livros, mas também com desafios novos e envolvimento em projetos específicos. Seu plano de desenvolvimento deve ser um contrato com você mesmo. Através desta página na VetNews, a U-CORP tem procurado estimular a atenção dos veterinários aos detalhes gerenciais da vida profissional. A partir da próxima edição e ao longo de todo o ano de 2013, teremos aqui a valiosa colaboração da renomada Escola Superior de Propaganda e Marketing, a ESPM. Um feliz ano novo e um ótimo Plano de Carreira a todos!
Plano de desenvolvimento
O conceito de planejamento estratégico usado pelas empresas vem da cultura militar, e pressupõe constante autoconhecimento e avaliação de cenários. A partir da lista de competências essenciais, o profissional poderá identificar seus pontos fortes e pontos fracos (ou “pontos a desenvolver”, no eufemismo corporativo...). E no lugar de lamentar suas limitações, na linha “sou assim mesmo”, planejará o que fazer para supera-las. É fundamental detalhar e por no papel (ou na planilha) as ações que serão efetuadas para
Sebastião Faria, Gerente Técnico de Pecuária da MSD Saúde Animal
Mudou-se Desconhecido Recusado Endereço insuficiente
Informação escrita pelo porteiro ou síndico Falecido Não existe o nº indicado
Ausente Não procurado
REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___ ___/___/___ ______________________________ RESPONSÁVEL Endereço para devolução: av. Sir Henry Wellcome, 335, Moinho Velho, Cotia-SP, 06714-050
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