VetNews PEC 109

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PECUÁRIA

ANO XIX, Nº 109 JAN-FEV-MAR/2013

Tecnologia

Higiene na ordenha para a prevenção de mastites



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Sumário

Editorial

As atrações desta edição

Da nossa Redação

Caro (a) Leitor (a) da VetNews,

Vaquejadas O cavalo atleta requer cuidados especiais antes e depois da prática esportiva. Especialistas explicam o que fazer para evitar prejuízos.

Diversificado, o Brasil abriga diferentes povos e costumes. Em cada canto há uma festa tradicional, um rito e tradições típicas, como é o caso do Nordeste e as vaquejadas. Com forte presença na Bahia, no Rio Grande do Norte, no Ceará, em Fortaleza e em Pernambuco, a atividade recreativa e competitiva atrai muitos participantes e espectadores, movimentando cerca de R$ 2 milhões por evento.

10 E mais, nesta edição: 4 CONEXÕES E GIROS As novidades do setor de pecuária.

8 Gestão na pecuária Confinamento.

9 Fique ligado Nos eventos do setor.

14 perfil Fazenda Piedade.

Higiene para prevenção de mastites O produtor deve dar uma grande importância para a higiene no processo de ordenha, pois é nessa fase que a vaca dará o retorno esperado da exploração leiteira.

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16 Boas Práticas Aplicação de vacinas e medicamentos injetáveis.

18 Universidade Corporativa O entusiasmo pela vida profissional e a gestão de pessoas.

expediente

Ano XIX, Nº 109, Jan-Fev-Mar/2013 VetNews PEC é uma publicação trimestral, editada pela MSD Saúde Animal. Opiniões e conceitos emitidos pelos colunistas e colaboradores não representam necessariamente os do informativo. Todos os direitos são reservados. Distribuição gratuita. DIREÇÃO: Edival Santos. COORDENAÇÃO: Vagner Santos. CONSELHO EDITORIAL: Denis Antônio, Emerson Botelho, Maurício Morais, Sebastião Faria, Tiago Arantes e Tiago Lopes. TEXTOS: TEIA Editorial. Redação: Érica Nacarato e Stefanie Leipert. Edição: Danielly Herobetta. DIAGRAMAÇÃO: Four Propaganda. REVISÃO: Liliane Bello. www.msd-saude-animal.com.br | twitter: @msdsaudeanimal | facebook: msd Saúde Animal

Com o objetivo de derrubar um boi ao emparelhar a ele dois cavalos, um para cada vaqueiro, o esporte exige preparo físico e cuidados com os animais, antes e depois das provas. Prezar pela saúde dos cavalos, oferecendo a eles alimentação equilibrada, suplementos naturais específicos, bom condicionamento físico e métodos preventivos, é fundamental para evitar lesões e prolongar sua vida útil – com qualidade. Da mesma forma, é importante saber o que fazer no caso de problemas decorrentes desse estilo de vida. Na matéria de capa desta edição, preparamos um guia completo com todos os cuidados necessários para esses atletas, com o intuito de evitar prejuízos. Ainda falando sobre prevenção, destacamos a importância da assepsia correta para o controle e vigilância de mastite no processo de ordenha. Segundo estudo da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (UNESPBotucatu/SP), a assepsia do teto da vaca com dicloroisocianurato de sódio tem se mostrado uma ferramenta eficaz e os resultados da pesquisa atestam isso. Entenda também os cuidados necessários na hora da aplicação de medicamentos no gado, sejam eles antibióticos, anti-inflamatórios, vermífugos ou vacinas, e informe-se sobre a atenção que os pecuaristas que se utilizam do confinamento devem ter neste ano – do planejamento técnico à execução financeira. Uma ótima leitura e até a próxima! Denis Antonio Gerente de Produto - Linha Reprodutiva da MSD Saúde Animal


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Conexões e Giros Novidades e principais assuntos do setor

14º Prêmio de Pesquisa Clínica consagra trabalho de reprodução em novilhas

Gabriel da Silva Proença, Camila Martos Thomazini, Gustavo Pitrez Dariva, Lais Mendes Vieira e o estudante Douglas Perazzoli, todos premiados na noite de 5 de dezembro, durante o 39° Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária

Com a finalidade de gerar aprimoramento científico e tecnológico para estudantes e Médicos Veterinários, valorizá-los e incentivar a pesquisa, o Prêmio de Pesquisa Clínica (PPC) MSD Saúde Animal, realizado em parceria com a revista A Hora Veterinária, consagrou em sua 14ª edição cinco trabalhos. Entre eles, destaca-se o da Médica Veterinária Laís Mendes Vieira, de São Paulo/SP, intitulado “Dinâmica folicular em novilhas da raça Holandesa submetidas a protocolos curtos (cinco dias) de sincronização da ovulação utilizando DIB® ou Crestar®”.Parte de um projeto de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), o trabalho foi iniciado nos Estados Unidos. “Concluímos esse projeto aqui no Brasil, em um prazo de aproximadamente três meses. Quando soubemos da premiação resolvemos inscrevê-lo. A surpresa foi grande com o resultado. Não esperávamos, já que trabalhamos com pesquisa muito mais em fazendas”, conta Vieira. Os demais vencedores do Prêmio foram: Camila Martos Thomazini, Gabriel da Silva Proença, Gustavo Pitrez Dariva e Douglas Perazzoli. Eles receberam a premiação na noite de 5 de dezembro, durante o 39° Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária. Os cinco autores terão direito de participar de um evento veterinário a sua escolha, em qualquer parte do mundo, com todas as despesas pagas pela MSD Saúde Animal. As inscrições para o 15º PPC já estão abertas. Acesse www.msd-saude-animal.com.br e inscreva-se.

Ano promissor para a ovinocultura em Mato Grosso

Produção de leite deve continuar em alta

De acordo com dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), o rebanho de ovinos e caprinos no Estado é de 1,4 milhão de cabeças, com uma taxa de crescimento de 27% ao ano, respondendo por cerca de 11% do rebanho nacional, que é de 17 milhões de animais. Uma das ações realizadas para o desenvolvimento dessa cadeia foi a criação do Grupo Gestor da Ovinocaprinocultura, cujo compromisso é fortalecer de modo capacitado todas as estruturas do setor para que haja o crescimento da atividade. De acordo com Paulo de Tarso, coordenador da Cadeia Produtiva da Ovinocaprinocultura no Estado, entidade vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), um dos alicerces do grupo são os consórcios intermunicipais, que estão realizando o acompanhamento de todas as atividades. O objetivo é que o produto chegue aos consumidores com alto padrão de qualidade. Tarso destaca ainda que 2013 pode ser um ano positivo para o setor, já que a ovinocultura torna-se uma atividade cada vez mais lucrativa, com ganho de mercado para a carne de cordeiro e excelente remuneração.

Estima-se que a pecuária leiteira tenha produzido no ano passado de 3% a 4% a mais que em 2011 – ou cerca de 32,5 bilhões de litros. Segundo Jéssyca Guerra, da Scot Consultoria, a alta reflete, sobretudo, o bom desempenho dos Estados do Sul a partir do terceiro trimestre do ano, decorrente de chuvas mais intensas e da suplementação do rebanho com o milho que não pôde ser comercializado por conta da má qualidade derivada da seca anterior. Conforme estudo do Rabobank, a previsão para o segmento no Brasil neste ano é de crescimento de 1,5% da produção só no primeiro semestre. Apesar dos sinais positivos, produtores e laticínios continuam a enfrentar a forte concorrência das importações (especialmente do Uruguai), que totalizaram aproximadamente US$ 690 milhões no ano passado – 13% a mais que em 2011 – em leite em pó, iogurte, manteiga e queijo, entre outros produtos derivados do leite. Os produtores têm tentado barrar as importações, sem sucesso, e programam protestos contra elas para este ano. Segundo a Scot Consultoria, as perspectivas para 2013 apontam para um pequeno aumento no preço do leite pago ao produtor, de 2,5% a 3%. Para Guerra, o pecuarista estará mais preparado para planejar a alimentação suplementar em virtude do encarecimento dos grãos.


Rally da Pecuária 2012 percorre mais de 50 mil quilômetros Já consolidado por trazer novas e importantes informações sobre a pecuária nacional, o Rally da Pecuária, realizado entre agosto e outubro de 2012, percorreu 52 mil quilômetros por nove estados brasileiros, tendo realizado 80 visitas a fazendas e nove eventos regionais com produtores para discutir o mercado, além de ter avaliado, in loco, a pecuária bovina de corte e a qualidade das pastagens nas principais regiões de cria, recria, engorda e confinamento de gado do País. Segundo o diretor da Agroconsult e membro do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Cosag/Fiesp), André Pessoa, a avaliação de 2012 manteve o foco qualitativo e quantitativo sobre as estatísticas avaliadas pelas cinco equipes das consultorias Agroconsult e Bigma. Para ele, embora a pecuária esteja sob pressão por causa da competição com outras atividades, como a

agricultura, as perspectivas são favoráveis. “Nos próximos dez anos as atividades de produção de grãos, açúcar e reflorestamento demandarão 15,3 milhões de hectares, e nossa expectativa é de que 82% dessa terra venha da pastagem. É um desafio grande e o sucesso depende de fatores como genética, estratégia de nutrição do gado, sanidade, reprodução, manejo e fertilização das pastagens, integração com lavoura e florestas, além de gestão e sucessão.” O perfil da amostra apontou que o rebanho médio por propriedade é de 3,4 mil cabeças e que o rebanho total é de 1,3 milhão de animais. Além disso, constatou-se que a área média destinada à pecuária é de 2.356 hectares, com ocupação média de 1,44 cabeça por hectare. Já o rebanho total confinado soma 549 mil cabeças, sendo que a produtividade média estimada é de 6,96 hectares por ano. A MSD Saúde Animal foi uma das patrocinadoras do evento.

Exportação de carne bovina salgada cresce em 2012 Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em 2012 as exportações de carne bovina salgada foram maiores do que em 2011. Ao todo, foram exportadas 4,8 mil toneladas equivalente carcaça (tec) de carne salgada, um volume 18,8% maior que o embarcado em 2011. O faturamento de 2012 aumentou em 11,1% comparado ao ano anterior, registrando US$ 28,61 milhões. Angola foi o principal destino do produto brasileiro, responsável pela compra de 99,1% do volume embarcado.

MSD Saúde Animal anuncia novo presidente no Brasil

Edival Santos é o novo presidente da MSD Saúde Animal no Brasil

Edival Santos é o novo Presidente da MSD Saúde Animal no Brasil, substituindo Vilson Simon, que assumiu a liderança global de operações comerciais da empresa, em Summit, New Jersey, nos Estados Unidos. Edival ocupava o cargo de Gerente Geral da MSD Saúde Animal na Espanha e passou a exercer a nova função em janeiro, reportando-se ao vice-presidente da América Latina, Ralph Cabezas. “Depois de um bem-sucedido desafio internacional, liderando a MSD Saúde Animal na Espanha, estou muito feliz de voltar para o Brasil, agora como Gerente Geral da segunda maior subsidiária global da empresa”, alegra-se. Edival Santos é Médico Veterinário, graduado pela Universidade de São Paulo (USP), e possui MBA em Administração pelo IBMEC. Iniciou sua carreira no campo, trabalhando nas áreas técnica e de marketing para a Coopers e a Novartis. Ingressou na Intervet Brasil em 2000, cresceu profissionalmente na companhia e, em 2005, foi nomeado Diretor de Marketing Global de Ruminantes, sediado em Boxmeer, na Holanda. Em 2010, passou a ocupar o cargo de Gerente Geral na Espanha da antiga Intervet/Schering-Plough, atual MSD Saúde Animal.


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Tecnologia Higiene na ordenha

Assepsia correta para prevenção e

controle de mastite

produtor deve dar uma grande importância para a higiene no processo de ordenha, pois é nessa fase que a vaca dará o retorno esperado da exploração leiteira. Entre os benefícios econômicos de uma boa ordenha, destaca-se a redução de novas infecções ocasionadas pela mastite, que tem como vantagens o aumento na produção, a melhor qualidade do leite, menores gastos com medicamentos, mão de obra e assistência veterinária, além da redução de vacas descartadas e quartos infectados, considerados como fonte de contaminação. Um recente estudo realizado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia

o

da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Botucatu/SP) constatou a eficácia do dicloroisocianurato de sódio na assepsia do teto da vaca para a prevenção e o controle da mastite bovina. Após seis semanas de pesquisa com animais de uma propriedade de Botucatu, observou-se uma redução de 87,5% da bactéria Corynebacterium spp, 82,8% da Staphylococcus spp, 81,48% da Streptococcus spp e 91,4% de enterobactérias. Segundo o professor Hélio Langoni, responsável pelo trabalho, o AGRISEPT® MC TABS, da MSD Saúde Animal, possui uma excelente ação, mais intensa se comparada a outros produtos à base de cloro. “Encontra-

mos resultados bastante favoráveis com a sua utilização, tanto no pré como no pós-dipping”, comenta Langoni. O AGRISEPT® MC TABS possibilita a desinfecção dos tetos antes e após a ordenha. Suas principais vantagens são rápida ação, maior penetração no teto e maior concentração de cloro sem deixar resíduo no leite e sem ressecar os tetos, proporcionando um bom custo-benefício ao pecuarista. O desinfetante é utilizado na forma de comprimidos efervescentes que se dissolvem na água. Um cuidado que precisa ser seriamente levado em conta no procedimento é a assepsia. O teto deve ser introduzido totalmente


no produto diluído em água, aguardando o tempo mínimo de 30 segundos para garantir a higienização completa. “Não adianta fazer o trabalho rapidamente, deixando somente dois terços do teto embebido na solução”, explica o professor. Os pecuaristas Klazina Petter Los e Raul Fernando Los, proprietários da fazenda São Cristóvão, em Castro/PR, contam que usam AGRISEPT® MC TABS desde 2008. O objetivo é reduzir os casos de mastite e melhorar a qualidade do leite, com a redução da contagem de células somáticas e a contagem bacteriana do leite, em um rebanho médio de 320 vacas em lactação. “Alcançamos uma média de 136 mil células somáticas por mililitro, resultado que nos rendeu o primeiro lugar na avaliação do programa Maxi-Leite, da MSD Saúde Animal, em 2012, que avalia a qualidade e a produtividade do leite por meio da evolução de contagem de células somáticas (CCS) e contagem bacteriana total (CBT)”, conta Klazina.

Saiba como usar o AGRISEPT® MC TABS: • Diluir em água e aguardar por cerca de dois minutos até que o comprimido se dissolva por completo.

Indicação

• A quantidade de água e de comprimidos varia de acordo com a finalidade de uso.

Imersão de tetos pré e pós-ordenha como prevenção de rotina.

1.400

• Manter a solução pronta em recipiente fechado, o que garante estabilidade de até sete dias.

Imersão de tetos pré e pós-ordenha durante surtos de mastite.

2.800

Nº de comprimidos

Concentrado comercial

Diluição de uso

Concentração média de cloro

pH da solução

AGRISEPT® MC comprimidos de 2,5g

1 comprimido / 1 litro

1.400

6,0

Hipoclorito 10% concentrado (100.00)

14 ml / 1litro

1.400

11,5

Nº de litros de água

HOCL % ppm

97,45

0,012

ppm de cloro

OCL ppm

1.364

36

0,17

1.399,32


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Gestão na pecuária Confinamento

Produtor de gado confinado

já deve começar a se preparar

Para um bom confinamento: • Projete o fluxo de caixa para não ter surpresas em relação ao desembolso exigido pela atividade; • Acompanhe os mercados presente e futuro para poder fazer boas negociações; • Verifique, na região do confinamento, se há programas para agregação de valor ao gado; • Tenha acompanhamento profissional adequado. Nessa atividade, os investimentos são elevados e o amadorismo pode trazer prejuízos.

Rodrigo Spengler, consultor em pecuária

om a perspectiva de crescimento do confinamento no Brasil em 2013, os produtores que usam essa tecnologia precisam ficar atentos aos custos de produção e já começar a fazer um planejamento técnico e financeiro para este ano. O confinamento é uma alternativa para engordar o gado para o abate, sendo considerada uma atividade de curto prazo. Segundo o consultor em pecuária Rodrigo Spengler, que atende produtores do Mato Grosso do Sul, o pecuarista deve se antecipar, investindo em coleta e análise de informações para um confinamento bem-sucedido. “Com números confiáveis é possível avaliar o andamento do confinamento e corrigir em tempo eventuais problemas que possam ocorrer. Outra preocupação do produtor deve ser o investimento em qualificação de mão de obra, fundamental para o sucesso da atividade”, alerta o consultor. O alimento volumoso que será utilizado precisa ser programado com antecedência. Caso seja produzido na propriedade, a implementação da cultura precisa ser programada no ano anterior. “É importante escolher uma área de topografia adequada ao maquinário que realizará a colheita, fazer análise do solo, realizar a correção e a adubação, de acordo com a orientação de um profissional habilitado, a cultura escolhida e o nível de produção esperado. Além disso, o terreno preci-

c

sa ser bem nivelado para permitir que o corte do alimento seja feito na altura adequada, evitando desperdícios”, orienta Spengler, lembrando que a separação dos animais precisa ser feita em lotes o mais homogêneos possível. Considerando a compra de insumos, o produtor já deve começar a observar o mercado, as alternativas de matéria-prima para compra e a possibilidade de negociações em conjunto a partir de fevereiro. “Nessa mesma época, ele precisa definir as datas de início e de término do confinamento, tendo em vista o custo dos insumos e os preços de venda do gado gordo”, explica o consultor. É importante ainda levar em conta a possibilidade de venda no mercado futuro para se proteger de oscilações de mercado ou para garantir margens que sejam interessantes em relação à média histórica da propriedade. O pecuarista Rogério Felipe, diretor do Grupo Eros Felipe, começou a fazer o planejamento no final do ano passado para ter aproximadamente 16 mil cabeças de gado confinado em 2013. “Estamos investindo mais em tecnologia e em crescimento de escala de produção para obtermos mais lucro, com diminuição dos custos e aumento de produtividade. Procuramos ainda nos manter antenados em relação ao mercado para a compra de grãos e a venda futura do gado”, diz Felipe, que administra as

três fazendas do grupo no Mato Grosso do Sul, localizadas nas cidades de Ribas do Rio Pardo, Rio Verde e Coxim. Além de receber assistência de um Veterinário e de um Engenheiro Agrônomo, as propriedades possuem trabalhadores treinados para a atividade do confinamento. Todos os procedimentos são gerenciados por computador. “Nós recriamos a pasto o gado que confinamos entre novembro e junho. Eles são alimentados com silagem de capim, milho, farelo de soja, polpa cítrica, entre outros suplementos, conforme a viabilidade econômica”, conta.


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Fique Ligado… …nos eventos do setor

Circuito Feicorte NFT 2013 terá etapas em três novas cidades Ji-Paraná/RO, Paragominas/PA e Palmas/TO foram incluídas no calendário do evento

elo segundo ano consecutivo, o Circuito Feicorte NFT irá rodar o Brasil para difundir conteúdo de relevância e levar ao pecuarista as tecnologias disponíveis para a garantia do seu negócio. Com o tema “Eficiência na produção e na comercialização da carne”, o circuito contemplará cinco etapas, sendo que em cada uma delas serão realizados dois dias de workshop com palestras e debates, além de leilão e de uma feira de negócios com as principais empresas da cadeia produtiva da carne. A primeira etapa foi nos dias 13 e 14 de março, em Cuiabá. A

p

próxima será em Palmas, de 7 a 11 de maio, seguida por Campo Grande, Ji-Paraná e Paragominas. No ano passado, o evento foi realizado em quatro etapas regionais (MT, BA, GO e MS), com a participação de 4 mil pessoas, representando mais de 17 milhões de cabeças de gado. Ao todo, foram feitas mais de 80 apresentações dentro dos painéis Tecnologia, Mercado e Gestão, com discussões de assuntos como avaliação genética, manejo, confinamento, cruzamento industrial, economia, tendências de mercado e gestão de pessoas, entre outros.

Pecuaristas, técnicos e empresários Público em 2012

83%

51%

70%

83%

1.115

362

1.236

1.316

Participantes no total

Participantes no total

Participantes no total

Participantes no total

Cuiabá

Salvador

Goiânia

Campo Grande

Os eventos receberam ao longo de suas quatro etapas cerca de 4 mil participantes, sendo que mais da metade eram pecuaristas. Técnicos e empresários também compareceram e contribuíram para a troca de informações e realização de negócios.

Data: 7 a 11 de maio Local: Palmas (TO) Informações: www.agrocentro.com.br/circuitofeicorte/

20ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação – AGRISHOW

Workshop BeefPoint 2013

evento é uma oportunidade para a realização de bons negócios, além da divulgação de produtos e serviços. Focado em um público altamente qualificado, será realizado em Ribeirão Preto, no Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste. É estimada a presença de aproximadamente 790 expositores de diferentes setores, como agricultura de precisão, agricultura familiar, centros de pesquisa, universidades, correti-

10 de abril: Como melhorar sua comercialização no abate 15 de maio: 10 análises sobre mercado do boi e da carne 11 de junho: 10 estudos de casos de sucesso na pecuária de cria 18 de julho: 10 pecuaristas de sucesso na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta 7 de agosto: 10 estudos de caso de excelência na gestão de pessoas na pecuária

o

vos, fertilizantes, defensivos, pecuária, entre outros. Isso tudo em um espaço de 440 mil metros quadrados. A previsão é de 152 mil visitantes. Data: 29 de abril a 3 de maio Local: Ribeirão Preto (SP) Informações e inscrições: www.agrishow.com.br/pt-br/

Encontro de Confinamento da Scot Consultoria ibeirão Preto receberá entre 3 e 5 de abril o Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, evento voltado para toda a cadeia pecuária, dentro e fora da porteira. Na oportunidade, os visitantes poderão participar de palestras, além de trocar informações com organizadores e patrocinadores – marca registrada dos eventos da Scot Consultoria.

R

Data: 3 a 5 de abril Local: Ribeirão Preto (SP) Informações e inscrições: www.scotconsultoria.com.br/eventos/47/encontro-de-confinamento-da-scot-consultoria.htm

Informações e inscrições: www.beefpoint.com.br


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Capa Cavalo atleta

O sucesso das

vaquejadas O cavalo atleta requer cuidados especiais antes e depois da prática esportiva. Especialistas explicam o que fazer para evitar prejuízos

opular no Nordeste brasileiro, especialmente na Bahia, no Rio Grande do Norte, no Ceará, em Fortaleza e em Pernambuco, a vaquejada não é só considerada um esporte, mas também faz parte da cultura da região. São mais de 600 competições por ano, com numerosa presença de público. Há eventos que atraem até 80 mil frequentadores. Mas, embora haja maior quantidade de eventos e participantes no Nordeste, o Rio de Janeiro tem uma das maiores pistas do País – um reflexo da introdução da cultura em outras localidades por competidores que saem daquela região. De acordo com o presidente do Comitê Nacional de Vaquejada, Eduardo Borba, as premiações são variadas, mas é comum ganhadores serem recompensados com R$ 200 mil, em média. “Observamos, com frequência, vários eventos acontecerem simultaneamente em um único final de semana nas mais diversas regiões do País. Algumas vaquejadas são realizadas juntamente com a apresentação de shows, chegando a movimentar diretamente R$ 2 milhões por evento”, conta Borba. Os cavalos de vaquejada, normalmente das raças quarto–de-milha e crioulo, apresentam um perfil semelhante ao dos animais de corrida, pois ambos são indicados para esportes de tiro curto, de explosão. A diferença é que na corrida o animal faz o percurso somente uma vez por dia, enquanto na vaquejada participa de várias provas em um único dia e, às vezes, até em dias seguidos. Segundo o professor e diretor acadêmico adjunto da Escola de Ciências da Saúde da Universidade Anhembi Morumbi, Rui Carlos Vincenzi, os animais que possuem mais gordura estocada conseguem se preparar melhor para a com-

P

no Nordeste brasileiro


Rui Carlos Vincenzi, professor e diretor acadêmico adjunto da Escola de Ciências da Saúde da Universidade Anhembi Morumbi

Iaçanã Ferreira, doutoranda em Nutrição e Produção Animal pela FMVZ/USP

São mais de 600 competições por ano, com numerosa presença de público. Há eventos que atraem até 80 mil frequentadores.


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Capa Cavalo atleta petição seguinte. “Por isso, necessitam de um maior volume de massa muscular e de uma melhoria em seu condicionamento físico”, ressalta o professor.

Nutrição

Emerson Botelho, Gerente de Produtos da MSD Saúde Animal

Uma alimentação completa e balanceada é fundamental para o bom desempenho do animal. Segundo estudos de pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo (USP/ Pirassununga), a utilização de óleo de arroz em uma dieta equilibrada, com minerais, proteína e fibra de alta qualidade, contribui para a melhoria da saúde digestiva, aumentando a densidade energética da comida. De acordo com a Médica Veterinária Iaçanã Ferreira, doutoranda em Nutrição e

Produção Animal pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (FMVZ/ USP), como o óleo de arroz incrementa a densidade energética da dieta, a quantidade de carboidratos fornecidos pode ser reduzida, evitando, assim, distúrbios digestivos ou metabólicos, como cólicas e laminites. “Além disso, essa prática melhora o temperamento dos animais, já que o menor teor de amido na refeição produz menores picos de insulina”, esclarece. Os cavalos de vaquejada competem em provas de curtíssima duração, com, no máximo, 30 segundos, porém em velocidades que atingem 40 km/h. “Nessa situação, seu metabolismo é essencialmente anaeróbico, demandando grande quantidade de energia, que é


utilizada no momento da explosão. Para que o animal atinja um bom resultado nesse tipo de prova, na qual ele sequer respira, é preciso condicioná-lo por meio do metabolismo aeróbico, ou seja, por meio de treinamentos de longa duração e baixa intensidade, como passos e caminhadas. Esse tipo de trabalho permite o aumento do número de fibras musculares, aprimorando o estoque de glicogênio muscular”, explica a Médica Veterinária.

ganho de peso dos animais após 60 dias de suplementação. Em outro estudo, ainda em andamento, resultados preliminares mostram que a substância gama-orizanol pode proporcionar menor frequência cardíaca máxima em equinos submetidos a exercício aeróbico, quando comparados com animais sem suplementação. “Isso significa que esses cavalos tiveram o mesmo desempenho com menor desgaste”, destaca Ferreira.

Os benefícios do gama-orizanol

Lesões articulares e inflamações

Uma recente pesquisa desenvolvida com a utilização de óleo de arroz (GAMA HORSE®) na dieta de garanhões na USP/ Pirassununga, coordenada pelo professor Alexandre Gobesso, demonstrou expressivo

Quando o equino é atleta, sofre cotidianamente de problemas decorrentes desse estilo de vida, podendo sofrer uma lesão temporária ou definitiva. O resultado é sempre a redução do tempo de vida útil do atleta. O tratamento

é quase sempre caro e demorado. Portanto, a melhor maneira de evitar prejuízos é a prevenção. Para evitar inflamações e dores articulares, especialistas recomendam o uso de anti-inflamatórios não esteroidais, como o BANAMINE®, da MSD Saúde Animal. Seu uso pode ser associado ao ARTROGLYCAN®, que atua em todos os processos de lesão e inflamação articular de tendões e ligamentos. “O produto é bastante eficaz e não tem efeitos colaterais”, destaca o Gerente de Produtos da MSD Saúde Animal, Emerson Botelho. Quando o animal tiver alguma lesão, o tratamento pode ser feito com o produto injetável, com a aplicação de 5 ml a cada cinco dias, durante 25 dias.


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Perfil Fazenda Piedade

Uma vida inteira á 68 anos na atividade leiteira, o engenheiro agrônomo Manoel José Alcântara não se cansa de trabalhar. Aos 92 anos, Dr. Manoel, como é conhecido na região de Caçapava/SP, onde está situada sua propriedade – a fazenda Piedade –, gerencia seus funcionários para a produção de leite de

h

boa qualidade, do tipo B. Detalhista e enérgico, ele faz questão de conferir todas as ações do dia a dia de sua fazenda. Embora vibre com seu trabalho, sua maior paixão é a família. Casado e pai de quatro filhos, tem oito netos e 12 bisnetos. “Minha esposa, Lygia, e meus filhos João e Paulo me

ajudam bastante aqui na fazenda. A família é o que tenho de mais precioso”, conta, com empolgação. “Vivi a infância neste local e minha intenção, já no ginásio, era cuidar desta fazenda, que pertencia a meu pai e tinha como única atividade o plantio e a colheita de café”, recorda. Em 1944, após formar-se em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), decidiu adequar a propriedade para a produção de leite. Especializado em zootecnia leiteira, dedicou-se à atividade por cerca de quatro anos, até que resolveu trabalhar para o governo, passando por várias entidades, áreas e cargos relacionados à pecuária leiteira. “Durante 35 anos atuei em diversas instituições e órgãos governamentais, tendo a possibilidade de estar cerca de duas vezes por semana na fazenda para acompanhar de perto o trabalho realizado”, conta. No final da década de 1960, Manoel fez uma viagem histórica para os Estados Unidos e o Canadá. A intenção foi aprimorar seus conhecimentos na pecuária de leite. De lá, ele trouxe a ideia de mudar o sistema de transporte do produto da fazenda para a usina, trocando o uso de latões pelo de tanques isotérmicos, visando, além da melhoria na qualidade do produto, à redução do custo de transporte. Fomentando a necessidade de instalações de resfriadores nas fazendas e nos sítios, ele preparou o caminho para uma grande mudança. Em 1968, a pioneira na produção de leite B foi a então Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos – atual Leite Cooper, que concretizou o transporte de leite B em carro-tanque isotérmico. “Devido aos benefícios trazidos, essa inovação iniciada no Vale do Paraíba passou a ser adotada em todo o País”, lembra o pecuarista. Além de ter atuado como juiz de gado leiteiro no Brasil e no Uruguai, Manoel foi laureado como o Homem da Pecuária Leiteira da Década de 1970, homenagem realizada pela Comissão Executiva da Exposição de Animais e Produtos Derivados de Bauru e pela Associação Paulista dos Criadores de Nelore. Aposentado do serviço público em 1980, Manoel continuou a atuar como orientador técnico e produtor de leite tipo B. Além disso, é o atual vice-presidente do Sindicato Rural de Caçapava.


dedicada ao leite

Investimento em qualidade

Comprometido com a produção do leite tipo B de melhor qualidade para o consumo in natura (pasteurizado), ele acompanha em sua fazenda todos os detalhes relacionados à dieta dos animais. “Mantemos um regime de pasto com ração suplementar, farelos de soja, algodão e milho, polpa cítrica e sais minerais. O manejo e a alimentação de minhas vacas são calculados minuciosamente”, diz o fazendeiro, que fornece leite para a empresa de laticínios Danúbio, fabricante de requeijão, queijos, sobremesas, entre outros produtos. “Eles recebem nosso leite e pagam por qualidade e volume”, acrescenta. Em uma área de 215 hectares, a fazenda Piedade possui atividade leiteira e culturas destinadas à atividade, como milho e cana-de-açúcar, que alimentam os 466 animais, entre bezerros e vacas, produtores de cerca de 120 mil litros de leite mensalmente. “Devido às limitações topográficas da propriedade, utilizamos 113,5 hectares para o leite, sendo o restante voltado para o plantio de milho e cana-de-açúcar para silagem, a base da dieta do gado”, explica. O rebanho é constituído, em grande parte, por vacas holandesas – mais produtivas – e girolandas. “Realizamos um cruzamento de touro sueco com a holandesa e deu certo.

Agora pretendemos fazer um cruzamento com a vaca australiana para aumentar a resistência da holandesa”, revela, com entusiasmo e paixão pelo que faz. “Como as holandesas sofrem muito mais com o clima quente do que as mestiças e as girolandas, instalamos recentemente um sistema de umedecimento e ventilação para que os animais se mantenham secos e não fiquem estressados quando chegam do pasto”, destaca o produtor. A propriedade faz parte do programa Maxi-Leite, da MSD Saúde Animal, que tem como objetivo estimular produtores a melhorar a qualidade do produto e aumentar a produtividade. Por meio dele, o pecuarista recebe assistência para aprimorar o rendimento de seu rebanho, contando com diagnóstico de situação e monitoramento, análises laboratoriais, check-list de ordenha, planos de ações para prevenção ou correção de gargalos, treinamento de mão de obra e material para consulta.

Desafios

Embora o leite tipo B seja mais rico em cálcio, fósforo e vitaminas A, B1 e B6, a população acostumou-se com o consumo do leite longa-vida, que não possui tantos nutrientes.

O pecuarista Manuel José Alcântara

Para suprir essa carência, nota-se um aumento do consumo de derivados, como iogurtes, queijos e manteiga. Segundo Manoel, o longa-vida possui qualidade inferior, mas não causa prejuízos à saúde das pessoas, por ser esterilizado. “Ele é livre de bactérias, o que envolve tanto as ruins como as boas, como os lactobacilos, que ajudam no funcionamento do intestino”, diz Manoel, que gosta muito de leite, especialmente o de sua fazenda ou então o pasteurizado comprado de cooperativas.


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Boas Práticas Aplicação de vacinas e medicamentos injetáveis

Medicamentos injetáveis em

bovinos

m dos procedimentos mais frequentes no dia a dia de uma criação de gado é a aplicação de medicamentos, sejam antibióticos, anti-inflamatórios, vermífugos ou vacinas. Apesar de parecer simples, a utilização correta desses produtos exige uma série de cuidados, que começam com a condução dos animais a serem medicados e vão até a escolha do produto e sua aplicação adequada. O ideal é oferecer a dose correta, aumentando a chance de cura do animal e diminuindo os riscos do responsável pela aplicação, com a consequente eliminação dos prejuízos decorrentes de erros. Segundo Rafael Massoli, consultor em Pecuária da MSD Saúde Animal, há um grande volume de descarte de carne no frigorífico

U

em razão da falta de cuidado nas aplicações de injetáveis, causando perdas ao pecuarista. “Cerca de 40% do rebanho abatido apresenta lesões, o que representa de 300 gramas a 1.400 gramas de tecido retirado da carcaça”, aponta Massoli. O Médico Veterinário e doutor em clínica veterinária Pedro Paulo Pires, da Embrapa Gado de Corte, ressalta a importância de prender cada animal para a aplicação de medicamentos, como a vacina contra a febre aftosa, por exemplo. “Se a propriedade tiver 10 mil cabeças, o tempo gasto com a contenção de cada animal no tronco é vantajoso quando comparado com os possíveis acidentes que possam ocorrer se ele estiver solto. Se o animal for

Cuidados e precauções que vão desde a assepsia do material utilizado à contenção do animal evitam prejuízos ao produtor

contido, ele não vai machucar o peão nem sofrer fraturas e, nesse momento, pode-se fazer a imunização corretamente. A subdosagem da vacinação acontece mais frequentemente devido à falta de contenção do animal”, esclarece. A primeira ação do produtor deve ser separar animais debilitados ou doentes para posterior avaliação. O local escolhido para a aplicação dos medicamentos deve ser limpo e de fácil acesso, além de calmo, pois animais tranquilos facilitam o trabalho. No caso de vacinações, a Embrapa Gado de Corte recomenda a utilização sempre de vacinas e agulhas corretas, além da assepsia mínima no procedimento – lavar e ferver por dez minutos as agulhas, as seringas e as pistolas, além de trocar o material antes, durante e após o trabalho. É importante também que as agulhas de todo o material utilizado estejam esterilizadas. Para aplicação subcutânea, o vacinador deve usar agulhas de 10 x 1,5 mm, 15 x 1,5 mm ou 15 x 1,0 mm. No caso de intramuscular, as medidas devem ser 40 x 1,2 mm ou 40 x 1,6 mm. Outro fator importante é a limpeza e a desinfecção das mãos do aplicador, bem como da área de aplicação. “O responsável deve tomar o cuidado de não aplicar a vacina em locais sujos ou molhados. A limpeza é importante para que não haja contaminação durante a picada da agulha”, ressalta Pires. Conservar adequadamente a vacina também é fundamental. Ela deve ser aplicada gelada no rebanho, com uma temperatura de dois a oito graus Celsius. A vacina VISION®, indicada contra clostridioses, possui uma tecnologia conhecida como Spur®, adjuvante que


dicas

Fique atento a importantes precauções:

Maurício Morais, gerente de Produtos de Pecuária da MSD Saúde Animal

provoca menos reação inflamatória no local, protegendo o animal. “A probabilidade de ele ter uma reação inflamatória é muito menor e, por isso, o risco de perda de carcaça é inferior, não havendo a necessidade de toalete no local da aplicação”, explica o gerente de Produtos de Pecuária da MSD Saúde Animal, Maurício Morais. Já para os antibióticos, o maior dano é a perda do produto no caso de uma aplicação mal feita. Se um bom antibiótico que deve ser aplicado na veia for aplicado em outro local, haverá um problema de absorção do medicamento. “Em bovinos, nunca deve-se aplicar mais do que 10 ml em um único local. Se o pecuarista tiver um produto com 20 ml para ser aplicado no músculo, ele deve dividir a dose, metade em uma perna e metade em outra, por exemplo”, orienta Pires.

Thais Gomes Carrazza, do SENAR

De acordo com a assessora técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) Thais Gomes Carrazza, a entidade recomenda diversos cuidados para a administração de medicamentos em bovinos por meio de sua cartilha de sanidade animal. “Entre as precauções, que são muitas, algumas destacam-se: sempre ler a bula com atenção, verificar a dosagem recomendada, o local da aplicação, o período de carência do produto, se ele está dentro da data de vencimento e suas indicações de uso, além de conhecer os tipos de seringa e os materiais necessários para os procedimentos”, destaca a assessora. Com administrações regionais nos 26 Estados e no Distrito Federal, o SENAR oferece cursos teóricos e práticos para produtores e trabalhadores rurais, incluindo treinamentos de boas práticas na agropecuária.

Programa aumenta produtividade de rebanhos Fazendas parceiras do PROPEC são beneficiadas com qualificação e motivação de seus funcionários O PROPEC (Procedimentos Técnicos para Pecuária) é um projeto de capacitação e certificação em boas práticas na pecuária que leva para a propriedade rural o conceito de procedimento operacional padrão (POP), além de fornecer certificados para os funcionários e as fazendas envolvidas.

Aplicados pelos consultores em Pecuária da MSD Saúde Animal, esses cursos têm o objetivo de melhorar os índices zootécnicos das fazendas participantes, aumentando sua produtividade e possibilitando a implementação de certificações para exportação. Para saber mais sobre o programa e entrar em contato com consultores de sua região, acesse: www.msd-saude-animal.com.br/ especies/pecuaria/propec/index.aspx.

• Mantenha as vacinas e pistolas abastecidas e sem uso em caixa com gelo; • Faça a contenção adequada do animal antes da aplicação do medicamento; • Utilize seringas diferentes se aplicar mais de uma vacina ou medicamento na mesma ocasião; • Troque a agulha periodicamente e coloque-a em água fervente durante a vacinação dos animais; • Distribua as vacinas ao longo do corpo do animal.

Cuidados com seringas e agulhas: • Descarte agulhas e seringas danificadas; • Não reutilize seringas e agulhas descartáveis; • Não utilize agulhas sujas ou que caíram no chão; • Faça higiene com água fervente e troca de agulhas a cada 10 animais; • Tenha seringas e agulhas suficientes; • Desmonte, lave, ferva e seque a seringa após o uso; • Troque peças da seringa quando necessário; • Ferva as agulhas antes de utilizá-las; • Utilize uma agulha específica para cada via de aplicação.

Procedimentos pós-vacinação: • Lave todo o material; • Mantenha os frascos de vacina sob refrigeração até 8 ºC; • Descarte os frascos utilizados em local apropriado, contribuindo para a preservação do meio ambiente. Fontes: Embrapa Gado de Corte, SENAR e MSD Saúde Animal.


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Universidade Corporativa O entusiasmo pela vida profissional e a gestão de pessoas

O entusiasmo pela vida profissional

e a gestão de pessoas em sido comum em encontros de empresários e profissionais de recursos humanos o relato de que os jovens não mais se entusiasmam pelos bons empregos em empresas conceituadas da região, como faziam antigamente. Jamais pesquisei o tema por meio de uma pesquisa científica com grandes amostras de jovens pretendentes ao primeiro emprego, mas a minha percepção é a mesma. Muitos jovens consideram o trabalho regular, seja na indústria, no comércio ou no segmento de serviços, como algo desinteressante e que deve ser evitado. Abrir o seu próprio negócio tem sido um desejo cada vez mais constante. Embora sem uma pesquisa profunda, algumas pistas nos induzem à reflexão. O primeiro fio que eu puxaria seria o dos critérios utilizados na seleção dos profissionais, que valoriza excessivamente o curso superior completo, em especial se o candidato cursou uma das chamadas faculdades de primeira linha. Certamente, alunos de excelentes escolas receberam uma carga conceitual de bom nível. Porém, não há como discriminar um aluno medíocre que fez uma faculdade de excelente pontuação pelo MEC de um outro brilhante, que cursou outra não tão bem posicionada. Além disso, no Brasil, aqueles que cursam as melhores faculdades pertencem às camadas de maior renda. Pode ser que as melhores condições de vida arrefeçam o entusiasmo pela conquista de um posto mesmo em uma grande empresa. Para esse jovem, o final do processo seletivo não é conquista, mas destino, levando-o a olhar sem entusiasmo para o emprego conquistado. Outro fio que eu puxaria seria a hipótese de que o jovem que chegou entre os cem melhores do processo seletivo está entre os cem melhores do processo de diversas empresas, algo que me parece bastante possível. E, talvez, a falta de entusiasmo se deva ao fato de aquela empresa específica para a qual foi selecionado não ser a sua favorita, o que explicaria até mesmo a sua frustração. Uma terceira possibilidade, entre muitas outras, é que, talvez, o que se diz de uma determinada empresa nas redes sociais, o que falam seus funcionários e fornecedores nem sempre

T

são elogios. Às vezes comenta-se que não há políticas de recursos humanos, que os critérios de promoção não são justos, que as pessoas são tratadas pelos chefes com agressividade, que a empresa não paga em dia os seus fornecedores, que atrasa o pagamento de impostos, ou seja, que não tem uma conduta adequada junto a seus parceiros de negócios e à comunidade onde está inserida. Stakeholders são todos os personagens que interferem na forma como a empresa atinge os seus objetivos. Dentre eles estão a comunidade, o governo, a imprensa, a concorrência, os clientes, os fornecedores, os funcionários e ex-funcionários, além de tantos outros que com ela estabelecem contato. Agir conscientemente na comunidade é fundamental para atrair bons profissionais. A preocupação com a retenção de funcionários é nova no Brasil. Motivar para reter é o mesmo que tornar a empresa um excelente lugar para se trabalhar e, nesse caminho, a liderança é de crucial importância. Se liderar é influenciar pessoas, o primeiro passo para um bom líder é conhecer as pessoas que trabalham consigo. Sob a denominação impessoal de empregado, funcionário ou colaborador

há um ser humano que tem uma história de vida, uma família, uma trajetória que ajudou a formar a sua identidade. Motivar para reter nos obriga a despertar nos líderes sensibilidade para as questões humanas, cultivar o agir com generosidade, desenvolver habilidades de comunicação com foco na linguagem e nas formas de expressão do outro. Essa poderia ser uma relevante contribuição para a retenção de talentos. Pense nisso!

Célia Marcondes Ferraz Diretora de Educação Executiva da ESPM



Mudou-se Desconhecido Recusado Endereço insuficiente

Informação escrita pelo porteiro ou síndico Falecido Não existe o nº indicado

Ausente Não procurado

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___ ___/___/___ ______________________________ RESPONSÁVEL Endereço para devolução: av. Sir Henry Wellcome, 335, Moinho Velho, Cotia-SP, 06714-050

IMPRESSO – Envelopamento fechado pode ser aberto pela ECT

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