& ARQUITETURA AÇO Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 9 março de 2007
Edificações para o esporte
Performance invejável Agilidade, flexibilidade e resistência são características valorizadas no universo esportivo. Essenciais aos atletas de ponta, estas qualidades também são de extrema importância quando se trata dos edifícios que abrigam a prática de esportes. Assim, é natural que o aço tenha se firmado, especialmente nos últimos anos, como um dos materiais preferidos pelos arquitetos para a concepção destas edificações. Se, há algumas décadas, o uso das estruturas metálicas se restringia à cobertura, essa situação é bem diferente nos dias de hoje, como o leitor poderá acompanhar nesta edição. Os projetos passaram a incorporar o aço como solução estratégica, por motivos diversos, práticos ou formais – normalmente ambos. No ginásio do clube A Hebraica, por exemplo, a leveza e a robustez do mate-
Tubos Estruturais Vallourec & Mannesmann do Brasil Propiciando Soluções Leves e Econômicas
rial permitiram a criação de um pavilhão amplo e iluminado. A generosidade do espaço também aparece no projeto do ginásio de esportes de Barueri, que, com vãos de grandes dimensões, exigia resistência a esforços intensos. Além da necessidade de vencer grandes vãos, a possibilidade de explorar plasticamente as estruturas metálicas também é um atrativo, como no projeto do complexo esportivo da Unicenp. Na academia Pelé Club, o material assume destaque até mesmo na fachada e ajuda a definir a imagem do empreendimento. Mas a presença visual do aço na obra acabada também pode ser sutil, como mostra o projeto da academia A! Body Tech. Quando se trata de reformas, o material permite a rápida execução de novas estruturas (mezaninos e passarelas, por exemplo) e a conseqüente adequação do edifício existente a um novo uso, como no caso da academia First Personal Studio. A racionalização do projeto, por fim, permite a redução das perdas no canteiro de obra e torna o uso do aço uma opção econômica, como demonstram o estádio de Volta Redonda e o edifício poliesportivo da PUC/RS. Ao responder às solicitações projetuais de todas essas obras, com escalas e programas variados, o aço tem sua versatilidade comprovada, mais uma vez. Boa leitura!
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ARQUITETURA&AÇO
Foto Santini & Rocha Arquitetos
Arquitetura & Aço nº 9 março
Foto da capa: pilares em "V" demarcam as áreas das quadras no edifício poliesportivo da PUC/RS, em Porto Alegre
sumário 04.
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12.
14.
18.
22.
24.
27.
30.
04. O aço como solução para o projeto do novo ginásio do clube A Hebraica, contraponto a um dos primeiros edifícios modernistas de São Paulo 08. Com estrutura em aço e ambientes neutros, edifício vertical abriga academia no Rio de Janeiro 10. Rede de academias Pelé Club aposta em elementos metálicos para definir sua identidade visual 12. O projeto do novo estádio de Volta Redonda, a “cidade do aço”, teve na estrutura metálica seu ponto de partida 14. Aço e concreto se combinam na construção de um dos maiores complexos esportivos universitários do País 18. Leveza é a grande marca do projeto do Ginásio de Esportes de Barueri, apesar das 260 toneladas de sua estrutura 22. Elementos em aço permitem a construção de uma academia de ginástica em tempo recorde 24. Dois ginásios que ficaram na história ao usar o aço para vencer grandes vãos 27. Robustez e plasticidade se combinam no projeto de centro esportivo em Curitiba 30. Sistema de treliças dá forma ao Unisys Arena, voltado para esportes com raquete
Foto Nelson Kon
Revestimento das fachadas alterna telhas metálicas, venezianas em PVC e fechamento em vidro, por onde é possível ver a realização dos treinos de ginástica olímpica
Medidas olímpicas
ARQUITETURA&AÇO
Criatividade
e estrutura em aço solucionaram falta de espaço e pouco tempo para a
realização do novo ginásio da
Hebraica,
que dialoga com obra pioneira do modernismo
ARQUITETURA&AÇO
Fotos Nelson Kon
Conceber um ginásio que dialogue com um dos primeiros edi-
O novo ginásio foi especialmente
definido por outras edificações exis-
fícios modernistas de São Paulo é uma tarefa de grande responsabi-
tentes, o que exigiu do projeto uma
lidade, mas o escritório Barbosa & Corbucci Arquitetos Associados
projetado para a prática da ginástica olímpica e tem 800 m2 de área cons-
encontrou no aço a chave para essa relação pacífica entre o moder-
truída. No pavimento térreo, estão dis-
afirma Barbosa.
no e o contemporâneo. Assim, a fachada horizontal do novo ginásio
tribuídos os espaços e equipamentos
A estrutura em perfis metálicos tu-
do clube A Hebraica faz um contraponto ao edifício em frente,
para as diversas modalidades de exer-
bulares sustenta a cobertura de telhas
o ginásio em concreto projetado em 1958 pelo arquiteto Gregori
cícios, como as barras paralelas, pista
metálicas pré-pintadas (tipo sanduí-
Warchavchik, precursor da arquitetura moderna no Brasil.
de salto e o cavalo com alças. No pavi-
che, com lã de vidro). E, para o acaba-
Segundo Marcelo Barbosa, arquiteto sócio do Barbosa &
mento superior, ficam a arquibancada
mento, o revestimento das fachadas
Corbucci, o aço foi escolhido principalmente pela agilidade e fle-
e a sala de professores, instalada como
alterna telhas metálicas pré-pintadas,
xibilidade que proporcionou à obra. “O local era de difícil acesso,
uma caixa envidraçada que propor-
instaladas no sentido horizontal, vene-
cercado de outras edificações, e tínhamos um prazo muito aperta-
ciona visão de todo o conjunto. Essa
zianas em PVC e caixilharia de vidro.
do de trabalho”, afirma o arquiteto, lembrando que o aço também
foi a solução para o melhor aproveita-
Toda a obra foi realizada em menos de
conferiu um caráter minimalista ao edifício.
mento da área. “O espaço era pequeno,
um ano, quase um recorde. (V.S.) M
ARQUITETURA&AÇO
concisão na linguagem e nos espaços”,
No galpão, foram distribuídas as diversas modalidades de ginástica, que podem ser obervadas de uma arquibancada. A sala dos professores suspensa e envidraçada (no alto da página) foi a solução para otimizar o espaço reduzido. Acima, vista da implantação: o novo ginásio (à direita) dialoga com o edifício moderno de Warchavchik (à esquerda)
>
Projeto arquitetônico: Barbosa & Corbucci Arquitetos Associados
>
Área construída: 800 m2
>
ço empregado: aço de A maior resistência à corrosão
>
álculo estrutural: Yopanan C C. P. Rebello
>
Fornecimento da estrutura metálica: Camag
>
Execução da obra: Construtora Afonso França
>
Local: São Paulo, SP
>
Data do projeto: 2001
>
Conclusão da obra: 2002
ARQUITETURA&AÇO
Integrando
Criar ambientes integrados em um edifício de cinco pavimentos não é algo simples; a verticalidade impõe desafios. Mas, vencendo limites, a academia A! Body Tech, localizada no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, foi criada num espaço de 1.450 m2, com ambientes integrados que facilitam a comunicação entre os
espaços e pessoas
freqüentadores, estejam eles no térreo ou no terceiro piso. A estru-
O aço colaborou para a realização de um programa bem-sucedido
& Denton, responsável pelo projeto, destaca algumas peculiarida-
em uma academia de alto padrão
des, a começar pela necessidade de criar ambientes bem-ilumi-
turação do edifício em aço foi um fator determinante para ganhar agilidade na obra e atender as demandas do programa. A arquiteta Ana Lila Denton, sócia do escritório carioca Farias
nados e espaçosos que permitissem a convivência e o estímulo para a atividade física. Para isso, criou-se um átrio que atravessa os pavimentos. Em cada um deles, existe uma parede espelhada que também colabora para a sensação de amplitude. A piscina no térreo e o spa na cobertura fornecem atividades de relaxamento e Acima, a fachada do edifício, que foi totalmente remodelado para abrigar a academia. Abaixo, à direita, um pequeno átrio circular foi aberto para possibilitar a ligação entre os dois pavimentos onde se realizam as atividades de musculação. O aço foi utilizado nos guarda-corpos externos e internos, nas escadas e nos acabamentos
mindo aos ambientes um aspecto contemporâneo. Para facilitar a integração dos freqüentadores, um bar foi instalado no segundo pavimento, ao lado da sala de spinning (atividade com bicicleta ergométrica). E a sala de musculação foi dividida em dois pavimenEm pouco mais de um ano e meio tudo ficou pronto, do projeto ao acabamento, com materiais de alto padrão, como exige a marca da academia, que atende a um público de alto poder aquisitivo, num dos bairros mais nobres da cidade. (V.S.) M
Fotos Farias & Dentom
ARQUITETURA&AÇO
O aço permeia todo o edifício, de forma leve e limpa, impri-
tos, interligados por um átrio central.
Um átrio atravessa todos os pavimentos e interliga todos os ambientes, assim como o elevador com vista panorâmica. A piscina no térreo e o spa na cobertura são os pólos de relaxamento, enquanto a ginástica de impacto permeia os outros pisos
completam o conjunto.
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Projeto arquitetônico: Farias & Denton
>
Área construída: 1.450 m2
>
Aço empregado: ASTM A36
>
Cálculo estrutural: Welt Engenharia
>
Fornecimento da estrutura metálica: Lafem Engenharia
>
Execução da obra: Lafem Engenharia
>
Local: Rio de Janeiro, RJ
>
Data do projeto: 2003
>
Conclusão da obra: 2005
ARQUITETURA&AÇO
Design de personalidade Associada
a um nome valioso da cena esportiva, a rede de academias
Pelé Club
aposta em
Projeto arquitetônico: Maria Paula Ouang e Maria Regina Pertusier
>
Colaboradores: Alexandre Serrão de Araújo e Adriana Perez
>
Área construída: 1.800 m2
>
Aço empregado: ASTM A36 (perfis soldados e tubos sem costura), ASTM A572 (perfis laminados)
>
Cálculo estrutural: Leão e Associados
>
Fornecimento da estrutura metálica: Construmet
>
Execução da obra: Lock Engenharia
>
Local: São Paulo, SP
>
Data do projeto: 2004
>
Conclusão da obra: 2005
Fotos Zezinho Gracindo
>
Na página ao lado, em destaque, a expressiva cobertura de vidro e metal que privilegia a iluminação natural em todo o centro de fitness. Nas fotos menores, outros exemplos da parceria de sucesso entre os dois materiais: no átrio (foto superior) e na marquise da fachada principal (foto inferior), desenhada a partir de formas cúbicas e traços assimétricos. Nesta página, a linguagem do aço deixa sua marca na sala de musculação: as luminárias suspensas, formadas por pendentes cilíndricos, são fixadas diretamente nos perfis metálicos
elementos de aço para definir sua identidade visual
Pelé, o atleta do século XX, empresta seu nome e prestígio à
visual do conjunto”, analisa a arquiteta
prédio, de forma clara e transparente, através de grandes panos de
primeira rede de franquias de academias de ginástica do Brasil, a
Club está implantada em um prédio com 1.800 m2 e possui capacidade
Maria Regina Pertusier.
vidro. A partir da porta de entrada, salas integradas e caminhos flui-
Pelé Club. O projeto da unidade-piloto, que servirá de modelo para
para oferecer tratamento diferenciado
A partir da utilização do aço, tam-
todas as academias da marca a partir de um minucioso manual de
a até mil alunos.
dos convidam para uma exploração mais detalhada do edifício.
bém foram criados espaços com pés-
Na fachada principal, o destaque fica por conta da marquise
padronização, está localizado no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo,
Segundo as arquitetas, a opção pelo
direitos duplos e triplos, além de uma
metálica, desenhada em formas cúbicas e assimétricas. À noite, os
e leva a assinatura das arquitetas Maria Paula Caruso Ouang e
uso de elementos estruturais em aço foi
expressiva cobertura curva, de vidro
volumes são iluminados por refletores internos, criando um jogo
Maria Regina Pertusier.
determinante para definir a identidade
com metal, que privilegia a iluminação
de luz e sombras que divide a atenção do observador entre as ati-
A imagem do “rei do futebol”, que remete tanto à garra e sucesso
visual da academia, que pedia ambien-
natural em todo o centro de fitness.
vidades físicas realizadas nas salas de ginástica e a logomarca da
quanto à saúde e condicionamento físico, foi o ponto de partida
tes amplos, iluminados e, sobretudo,
Ainda de acordo com as profissio-
para a definição das diretrizes da obra. Com base nesses conceitos,
sofisticados. “A estrutura metálica foi
nais, o programa arquitetônico foi estra-
Para completar o apelo visual do conjunto, o projeto de interiores
Ouang e Pertusier criaram um centro de atividades esportivas sob
escolhida em função dos grandes vãos
tegicamente concebido para funcionar
privilegia a estética minimalista, com equipamentos e mobiliário
medida para o público da classe A.
pretendidos e esses vãos, projetados no
como um estímulo para entrar na aca-
predominantemente brancos e detalhes em prata e vermelho. Tudo
Dividida em salas de musculação, spinning e ginástica, além
átrio principal, são os maiores respon-
demia: mesmo quem está do lado de
para transmitir aos usuários uma atmosfera em que a prática de
de espaços destinados à área administrativa e alimentação, a Pelé
sáveis pela total transparência e beleza
fora consegue visualizar o interior do
atividades esportivas é sinônimo de prazer e bem-estar. (C.P.) M
10 ARQUITETURA&AÇO
rede de academias, que exibe a famosa assinatura de Pelé.
ARQUITETURA&AÇO
11
Para grandes partidas Na
À direita, vista aérea do Estádio Raulino de Oliveira; com capacidade para 20 mil pessoas, é todo estruturado em aço, das arquibancadas à cobertura
cidade do aço , nada mais adequado que um novo estádio totalmente executado com
Fotos divulgação
estrutura metálica , que permitiu melhor utilização de espaços ociosos
Acima, vista das arquibancadas cobertas. Abaixo, a obra em fase de construção: à esquerda, vista externa e, à direita, a estrutura projetada em aço sustenta os assentos de concreto pré-moldado e a cobertura em policarbonato translúcido
12 ARQUITETURA&AÇO
Várias paixões orientaram a con-
mais na FEM, mas seguiam carreiras independentes como especia-
cepção do estádio Raulino de Oliveira, de
listas em projeto e cálculo de estruturas metálicas.
Volta Redonda (RJ), mas entre as maiores
Além da cultura do aço em Volta Redonda, berço da Companhia
estão as do arquiteto Ricardo Ferreira
Siderúrgica Nacional, outros fatores pesaram na escolha do mate-
pela cidade, pelo futebol e pelo aço,
rial como elemento construtivo do estádio, entre eles, o baixo
material que é seu companheiro desde
custo alcançado com a racionalização do projeto e a rapidez na
que trabalhava para a extinta Fábrica de
execução da obra. Dessa forma, no mesmo lugar do antigo estádio
Estruturas Metálicas (FEM). Ali, pôde
com arquibancadas improvisadas, surgiram assentos estruturados
realizar, durante 15 anos, diversos pro-
em aço para 20 mil pessoas – o dobro da capacidade anterior –,
jetos de pontes, viadutos, passarelas e
cobertura em policarbonato sustentada em aço e, no espaço sob
edifícios para as mais diversas finali-
as arquibancadas, vestiários, salas de aquecimento, enfermaria e
dades. Ainda nessa época, foi consul-
ainda salas de aula e outros espaços para uso da população local.
tado sobre uma reforma no estádio da
Para o arquiteto, um dos maiores desafios do projeto foi conseguir
cidade – projeto que demorou mais de
o máximo aproveitamento do espaço em um programa com tantas
dez anos para sair do papel, tendo sido
necessidades. A utilização das áreas sob as arquibancadas seria a
desenvolvido por Prado e pelo enge-
melhor solução. Então, o aço foi novamente utilizado, em forma de
nheiro calculista Ildoni Bellei. Neste
lajes do tipo steel deck apoiadas sobre a estrutura de pórticos metá-
momento, ambos já não trabalhavam
licos, permitindo a realização de vários pavimentos. (V.S.) M
>
Projeto arquitetônico: Ricardo Ferreira Pires
>
Área construída: 13.695 m2
>
Aço empregado: ASTM A709 - aço de maior resistência à corrosão
>
Cálculo estrutural: IHB Engenharia
>
Fornecimento da estrutura metálica: CSN
>
Montagem da estrutura: Soteme /Moraes Lopes
>
Construção: PMVR
>
Local: Volta Redonda, RJ
>
Data do projeto: 2002
>
Conclusão da obra: 2004
ARQUITETURA&AÇO
13
Elogio
ao esporte
Inserida em uma volumetria forte e vigorosa, estrutura mista em aço e concreto dá vida
Fotos Santini & Rocha Arquitetos
a um dos maiores e mais importantes complexos esportivos universitários do país
Na página ao lado, a grande cobertura metálica que envolve as quadras de tênis e arremata, externamente, o desenho arquitetônico do edifício. Nesta página, acima, vistas da piscina olímpica e da pista de atletismo; abaixo, a quadra poliesportiva, que exibe pilares metálicos e laje nervurada aparente sobre o piso de madeira esportiva
14 ARQUITETURA&AÇO
ARQUITETURA&AÇO
15
6 8
>
Área construída: 19.204 m2
>
Aço empregado: ASTM A36
>
Cálculo estrutural: Tecnolínea, Eng. Francisco Luis Volpato e Andrade e Rezende Engenharia
22
xecução da obra: A. Yoshii E Engenharia
>
Local: Porto Alegre, RS
>
Data do projeto: 2001
>
Conclusão da obra: 2003
Corte transversal do bloco maior
5
7
4
3
19
7
24
21 14
1 2
10 23
Fornecimento da estrutura metálica: Medabil
>
20
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7
9
16 17
olaboradores: Rafael Ártico e C Luís Felipe S. Duarte
>
>
15
rojeto arquitetônico: Santini P & Rocha Arquitetos
iranga
Visão geral do novo edifício poliesportivo: um presente para os atletas em aço e concreto
Resistência, flexibilidade e capacidade de vencer desafios: os
criar os dois elementos de maior impacto do projeto: a cobertura do
mais nobres ideais do esporte serviram de inspiração para os arqui-
bloco principal, (60 x 40 m, com 12 m de altura), formada por arcos
tetos Henrique Rocha e Cícero Santini e Silva projetarem um novo
treliçados que ajudam a compor o expressivo desenho arquitetônico
edifício poliesportivo para a Pontifícia Universidade Católica do Rio
do edifício; e a estrutura que sustenta a laje da cobertura da piscina
Grande do Sul (PUC/RS).
olímpica (60 x 40 m, com 7 m de altura), concebida a partir de duas
A grande preocupação conceitual, que fez com que os profissio-
vigas também treliçadas, que servem de apoio aos pilares dos pavi-
nais buscassem imprimir o “espírito esportivo” em cada traço de
mentos superiores.
seu desenho, tem justificativa: a obra faz parte de um verdadeiro
Segundo Santini, “as soluções em aço são esbeltas, versáteis,
templo do esporte – um parque que aumentou em mais de 50 mil m2 as instalações já dedicadas às atividades esportivas no princi-
modernas e tecnicamente completas”. O arquiteto ressalta, ainda,
pal campus da instituição, em Porto Alegre.
processo construtivo, que é bastante vantajoso em relação às demais
que a utilização do aço foi estimulada pelo caráter industrial de seu
O edifício poliesportivo, com quase 20 mil m2, conta com salas
técnicas: “a partir dessa escolha, pudemos reduzir perdas no canteiro
de aula e laboratórios da Faculdade de Educação Física, quatro piscinas (sendo uma de dimensões olímpicas), espaço para ginástica olímpica, sanitários, vestiários e quadras poliesportivas, de squash e de tênis.
de obras, diminuir prazos e controlar com eficiência os custos da No detalhe acima, vista externa do estádio que faz parte do novo parque esportivo avançado
construção”, analisa. O resultado final, caracterizado por volumes de linhas contemporâneas e marcantes, rendeu ao escritório Santini & Rocha Arquitetos
Composto por dois blocos interligados, o prédio foi concebido
menção honrosa no prêmio AsBEA 2003 (Associação Brasileira dos
em estrutura mista de aço e concreto. O aço foi escolhido para
Escritórios de Arquitetura), na categoria edifícios institucionais. (C.P.) M
16 ARQUITETURA&AÇO
12
11 Av. Ip
Fotos Santini & Rocha Arquitetos
>
13
1. Campo de futebol 2. Pista de atletismo 3. Arquibancadas 4. Futebol grama sintética 5. Quadras de pádel 6. Quadra de bocha 7. Quiosques 8. Paredão de tênis 9. Quadras de tênis (saibro) 10. Futebol de areia 11. Pista de caminhada 12. Área verde 13. Acesso de veículos 14. Piscina olímpica 15. Quadra poliesportiva 16. Quadras poliesportivas 17. Faculdade de fisioterapia 18. Restaurante / administração 19. Lago 20. Rapel 21. Hidroterapia / hidroginástica 22. Laboratórios 23. Estacionamento coberto (sob o estádio) 24. Prédio 81: Quadras polivalentes (4º pav.) Quadras de tênis (9º pav.) Ginástica olímpica (6º pav.) Squash (9º pav.) Parede de escalada (6º pav.)
ARQUITETURA&AÇO
17
Leveza é a palavra-chave no projeto do ginásio de Barueri: com estrutura treliçada, a imensa cobertura parece flutuar. A amplitude do espaço é acentuada pelas generosas entradas de luz natural (no alto da página ao lado), tanto laterais quanto zenitais
maior comprova a resistência e a versatilidade do material, além de exaltar a grande habilidade técnica da engenharia brasileira, explica Biselli. Com cerca de 6 mil m2, a cobertura recebeu telhas zipadas termoacúsáreas ligadas aos dois arcos principais, cobertas com telhas de policarbonato translúcido para permitir a entrada de luz natural.
Fotos Stepan Norair
ticas de aço galvanizado – exceto as
A estrutura secundária, por sua vez,
Desafio à técnica Duzentas e sessenta toneladas de aço compõem a cobertura do Ginásio de Esportes de Barueri. No entanto, uma das principais características do edifício é justamente a leveza. O aparente paradoxo é, na verdade, reflexo da versatilidade deste material
é composta por treliças executadas com perfis tipo U, L e I, posicionadas a 40 m de distância entre si. A obra, que foi executada entre 2001 e 2003 em uma área de 6.700 m, sediou, no final de 2006, dois jogos do 15º Campeonato Mundial Feminino de Basquete, reafirmando o propósito para o qual foi construída. Questionado sobre sua preferência pelo aço, Mario Biselli exalta as virtu-
Quando a prefeitura de Barueri, na Grande São Paulo, enco-
dade do material e projetaram uma
des do material: flexibilidade, robus-
mendou o projeto do ginásio de esportes da cidade aos arquitetos
cobertura marcante, e que acaba por
tez, leveza e agilidade. E acrescenta: “o
Mario Biselli e Paola Biselli Sauaiá foram feitas duas únicas reco-
caracterizar o projeto.
momento é propício para privilegiar o
A estrutura principal vence um
aço. As siderúrgicas brasileiras adqui-
vão de aproximadamente 100 m e é
riram, depois de privatizadas, uma efi-
A dupla, então, partiu para o dimensionamento da quadra e
composta por dois arcos com treliças
ciência extraordinária”. A opção pelo
da arquibancada e, em seguida, concentrou-se na cobertura.
tubulares, os quais tocam as arqui-
material é freqüente nos projetos de
“Escolhemos o aço para compor toda essa parte da obra por ser um
bancadas de concreto; esta conexão é
Biselli, como o novo terminal de pas-
material leve, de fácil montagem e também por suportar grandes
feita por rótulas metálicas com 60 cm
sageiros do aeroporto de Florianópolis,
esforços estruturais”, explica Mario.
de diâmetro.
cuja construção deverá ter início ainda
mendações: um espaço com capacidade para 5 mil pessoas e características olímpicas.
Com maestria, os arquitetos souberam tirar partido da plastici18 ARQUITETURA&AÇO
A decisão de vencer o vão pelo lado
Acima, vista externa da obra: o vão amplo é, segundo Biselli, uma exaltação à grande habilidade técnica da engenharia brasileira, além de comprovar a resistência e a versatilidade do material. No alto da página, detalhe das telhas de policarbonato translúcido que compõem o fechamento lateral do ginásio
em 2007. (K.B.) M ARQUITETURA&AÇO
19
Fotos Stepan Norair
20 ARQUITETURA&AÇO
>
Projeto arquitetônico: Mario Biselli, Paola Biselli Sauaia (Mario Biselli & Artur Katchborian Arquitetos Associados)
>
Colaboradores: Cristiana G. P. Rodrigues, Sergio Matera, Paula M. Fontana Cavaggione
>
Área construída: 10.223,43 m2
>
Aço empregado: ASTM A36
>
Cálculo estrutural: Kurkdjiam & Fruchtengarten Engenheiros
>
Fornecimento da estrutura metálica: Fortmetal
>
Execução da obra: Planarc Engenharia S/C Ltda
>
Local: Barueri, SP
>
Data do projeto: 1999
>
Conclusão da obra: 2003
Ao lado, detalhe de uma das treliças tubulares da cobertura, sob a qual localizam-se telhas translúcidas para entrada de luz zenital
Forma & função Fotos Gal Oppido
Estrutura metálica confere aproveitamento de espaço e modernidade estética a academia da capital paulista, além de permitir a construção em tempo recorde – apenas nove meses
Já na fachada é possível observar a adoção de um partido moderno que utiliza a linguagem do aço para compor sua identidade. A grelha quadriculada utilizada para aproveitar a iluminação natural na recepção e a passarela metálica confirmam essa decisão projetual
22 ARQUITETURA&AÇO
Localizada em um bairro nobre
a fachada estreita e uma extensão razoavelmente grande na parte
da cidade de São Paulo, a academia
de trás, tive que tomar cuidado para não criar ambientes muito
de ginástica First Personal Studio tem
amplos, e sim aconchegantes e convidativos”, conta Basiches.
como proposta um trabalho individua
Para resolver esta questão no galpão principal, o arquiteto
lizado, ou – como o próprio nome da
optou pela estrutura em aço. “A estrutura metálica foi a solução
empresa elucida – personalizado às
encontrada para aproveitar o pé-direito alto (5 m), criar um meza-
especificidades de cada um. Assim,
nino e, assim, dividir o ambiente em duas áreas distintas: uma
mais do que elaborar um espaço si
para esteiras e outra para os aparelhos de musculação”, explica
milar ao das grandes academias, o
Basiches. O arquiteto destaca, ainda, que a opção pelo aço foi
arquiteto José Carlos Basiches aceitou
acertada desde o início devido também à racionalização da obra,
o desafio de criar um ambiente espaço
limpeza do terreno e agilidade de construção.
so e aconchegante para que cada aluno
Para garantir a luminosidade do setor de atividades físicas, o te
usufruísse desse atendimento parti-
lhado com estrutura treliçada de madeira foi mantido como na obra
cular com o maior conforto possível.
original, mas pintado de branco. Além disso, foram retiradas algumas
O prédio, que antes abrigava uma
telhas que deram lugar a estruturas transparentes. Outros setores da
danceteria constituída basicamente
obra se destacam, como a recepção, com iluminação zenital, resul-
por um galpão escuro, precisou ser
tado da sobreposição da grade metálica à cobertura transparente, e
totalmente reformado para dar lugar
a fachada, formada por cubos iluminados com fotos de dois atletas,
a uma iluminada academia. Como
reveladas em chapas acrílicas. O arquiteto criou, ainda, o logotipo da
o terreno retangular – com 10 m de
academia, que foi utilizado de forma inusitada na fachada: com cerca
frente e 62 m de profundidade – não
de 6 m de altura, o número “1” acompanhado das letras “st”, derivação
permitia recuos, o arquiteto priorizou
da palavra first, recepciona de maneira elegante seus freqüentadores
a valorização do espaço interno. “Com
e chama atenção de quem passa nas imediações. (I.G.) M
>
Projeto arquitetônico: José Ricardo Basiches
>
Colaboradores: Ronaldo Shinohara (coordenador); Alessandra Guarino e Maria Resende (arquitetas assistentes)
>
Área construída: 1.065 m2
>
Aço empregado: ASTM A572
>
Cálculo estrutural: Eng. Marco Antônio Bambicini
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Fornecimento da estrutura metálica: Serralheria Custódio Macedo
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Execução da obra: Think Engenharia Ltda.
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Local: São Paulo, SP
>
Data do projeto: fevereiro de 2004
>
Conclusão da obra: novembro de 2004
A utilização de telhas transparentes no galpão principal criou um ambiente mais acolhedor e representou uma economia de energia ARQUITETURA&AÇO
23
memória
O desafio dos grandes vãos Esses dois projetos abriram espaço para o uso do aço não somente enquanto solução plástica, mas também para vencer os imensos vãos das construções esportivas
Desafiando receitas prontas “Havia uma resistência do poder públi-
tetônica, mas como otimização de tempo na execução da obra. Na
co em realizar construções com estru-
cobertura, inclusive, o aço seria ideal para vencer os vãos de 30 m por
tura de aço”, afirma Siegbert Zanettini,
60 m que cobrem as duas quadras contíguas do centro esportivo.
referindo-se ao ano de 1988. Na época,
Assim, Zanettini desenhou para a cobertura uma estrutura
o arquiteto projetava o ginásio polies-
poligonal, “como um conjunto de taças”, destaca, criando um cená-
portivo da então Telefonia de São
rio geométrico e harmonioso no interior do ginásio. Os polígonos,
Paulo, a extinta Telesp. O novo ginásio
por sua vez, fixam-se aos pilares que atuam como receptáculos
deveria ser construído no tempo recor-
de água da chuva. Sobre esta trama, telhas de alumínio cobrem a
de de oito meses.
construção, cujas laterais são conseqüência do desenho da cober-
O emprego do aço em toda a estrutura surgiu não só como solução arqui-
tura. Inaugurado em 1° de maio de 1989, o Ginásio Poliesportivo da Telesp foi o presente da estatal para seus funcionários. (M.L.) M
de janeiro de 1957, o jornal O Estado de S. Paulo anunciava a programação de inauguração do Ginásio do Ibirapuera – nome popular do Ginásio José de Almeida. A série de eventos marcaria o aniversário de 404 anos de São Paulo. O novo marco da cidade também pontuou a história da arquitetura brasileira. Até então, nunca uma estrutura metálica tinha sido
Fotos Acervo Castro Mello Arquitetos
Ginástica olímpica, bola ao cesto, handebol, futebol de salão. Em 12
Fotos Acervo Zanettini Arquitetura
Marco da cidade
Uma ousadia do arquiteto Ícaro de Castro Mello (1913-1986), que, por isso, foi premiado pelo Salão Paulista de Belas Artes e terminou firmando o seu escritório como um dos mais importantes do Brasil na construção de equipamentos esportivos. Na época, o País ainda tinha no concreto armado a principal alternativa para a construção de grande porte. Fazer uma cobertura com estrutura de aço seria a alternativa mais rápida e eco-
Reticuladas, as estruturas de aço apóiam-se sobre pórticos de concreto armado. É esta estrutura que sustenta a cúpula do Ginásio do Ibirapuera, em seus 104,8 m de diâmetro – medida ousada para construções da década de 50. O ponto mais alto da cobertura, de folhas de alumínio, fica a 40 m do piso
Formas geométricas definiram toda estrutura de aço do ginásio poliesportivo da antiga Telesp, construído em 1989. Apenas a arquibancada, colocada sobre a área dos vestiários, é em concreto. Laterais e cobertura receberam pla cas de alumínio pintadas, intercaladas com poliuretano expandido, responsável pelo isolamento térmico e acústico do centro esportivo
Foto Luis Andrade
utilizada numa cobertura tão generosa, de 104,8 m de diâmetro.
nômica. “Pois as peças chegaram prontas para montagem”, diz o engenheiro civil Arthur Luiz Pitta, responsável pela construção do Ginásio. Ele explica, ainda, que foram utilizadas barras redondas de aço CA – 24, as mesmas usadas na montagem do concreto armado. Soldadas entre si, as barras formaram uma estrutura reticulada que recebeu uma cobertura de alumínio. “Mesmo 50 anos após sua construção, a estrutura nunca teve problemas”, diz Pitta. 24 ARQUITETURA&AÇO
ARQUITETURA&AÇO
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Títulos Disponíveis:
Manuais da Construção em Aço
Edifícios de Pequeno Porte Estruturados em Aço | Galpões para Usos Gerais | Ligações em Estruturas Metálicas | Alvenarias | Painéis de Vedação | Tratamento de Superfície e Pintura | Resistência ao Fogo das Estruturas de Aço | Transporte e Montagem | Steel Framing: Arquitetura | Interfaces Aço-Concreto | Steel Framing: Engenharia
Princípio fundamental A opção pelo aço foi fundamental para atender as exigências funcionais, plásticas e estru turais do complexo esportivo de centro universitário na capital paranaense
Foto Brasílio Wille
Acesse o site para mais informações: www.cbca-ibs.org.br
Revista Arquitetura & Aço
Segundo os arquitetos, a necessidade de vencer grandes vãos e o ótimo resultado plástico fazem do aço a melhor alternativa para a construção de complexos esportivos
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Projeto arquitetônico: Manoel Coelho (direção geral), Antonio Abrão (coordenação de projeto)
>
Colaboradores: Lucas Bertholdo e Patrícia Gasparelo
>
Área construída: 5.600 m2
>
Aço empregado: perfis dobrados - aço de maior resistência à corrosão - ASTM A709 GR50; perfis laminados - aço ASTM A588
>
Cálculo estrutural: Kalkulo Projetos Estruturais Ltda
>
Fornecimento da estrutura metálica: Açotec Estruturas Metálicas
>
Local: Curitiba, PR
>
Data do projeto: 1999
>
Conclusão da obra: 2000
Em 1998, os arquitetos Manoel Coelho e Antonio Abrão, do escri-
a cobertura das piscinas, que apresen-
ventilação e iluminação zenital atra-
tório curitibano MCA Manoel Coelho Arquitetura & Design, foram
ta como principal elemento estrutural
vés de telhas alveolares translúcidas.
convidados para desenvolver o projeto de todos os edifícios do Centro
arcos treliçados semi-espaciais com
Os arquitetos explicam, também, que
Universitário Positivo (Unicenp). Além dos blocos administrativos e de
seção transversal triangular, compos-
o módulo retrátil é preso aos trilhos
ensino, o plano diretor previa a construção de um centro esportivo.
tos por tubos metálicos, que vencem
curvos por meio de cabos de aço liga-
Concluído no início de 2000, esse complexo é formado por duas
vãos de 58,60 m. De acordo com os
dos a dois motores de uso sincroniza-
piscinas (uma olímpica, para competições e treinamentos, e outra
arquitetos, a geometria em elevação
do. Estes motores são acionados por
para atividades fisioterápicas), vestiários, salas de aula, espaços
do arco não é simétrica, já que apre-
um painel de controle central, o que
para instalações técnicas e mezanino com academia de ginástica,
senta três trechos com raios de curva-
possibilita, além da exaustão dos gases
dança e musculação.
turas diferentes. “Uma das extremida-
de tratamento da água da piscina, o
Para que um projeto deste porte atendesse as exigências fun-
des do arco fica diretamente apoiada
desenvolvimento de atividades ao “ar
cionais, plásticas e estruturais, o aço tornou-se um elemento indis-
em um pilar de concreto armado e, do
livre” nos dias de calor.
pensável, revelam os autores. “A necessidade de se criar espaços
outro lado, uma treliça espacial trans-
Atualmente, está em andamento a
com grandes vãos e a possibilidade de se explorar plasticamente
mite as ações dos apoios de dois arcos
as estruturas metálicas fazem com que o uso do aço no projeto
para cada pilar, aumentando o espaça-
segunda fase do Complexo Esportivo, com área prevista de 5 mil m2 e que en
de complexos esportivos seja o mais indicado”, consideram. “Além
mento dos pilares para 16,20 m”, reve-
globará quadras oficiais, arquibancadas
disso, características como racionalidade de produção, rapidez na
lam. A cobertura é, ainda, formada por
para 1.600 pessoas, vestiários, salas de
montagem e execução, redução de custos operacionais, possibilida-
telhas de chapa de aço conformado
aula e equipamentos. “O projeto seguirá
des de desmontagem e reutilização de peças, oferecem vantagens
a frio, que se apóiam em terças com
a mesma concepção plástica e estrutu-
na escolha de estruturas de aço em qualquer tipo de obra e confe-
modulação média de 2 m. No centro
ral do restante do conjunto”, informa
rem versatilidade e contemporaneidade à edificação”, ressaltam.
dessa cobertura, há um módulo retrá-
o arquiteto Antonio Abrão, responsável
til (16,52 m x 38,78 m) que possibilita
pela coordenação do projeto. (I.G.) M
Uma das estruturas em aço que mais se destaca no complexo é 28 ARQUITETURA&AÇO
Fotos Brasílio Wille
>
O complexo possui áreas abertas, como campos de futebol e pista olímpica, além de setores cobertos. Nestes últimos, destaca-se a cobertura metálica retrátil que fica sobre as piscinas olímpicas. Formada por arcos treliçados, tubos metálicos e telhas de chapa de aço, a cobertura é acionada por motores sincronizados, o que possibilita a exaustão de gases e o aproveitamento da luz natural em dias de sol ARQUITETURA&AÇO
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Solução campeã Para
escritório paulistano, aço
é alternativa certa para garantir rapidez, limpeza e controle tecnológico em construções de grande porte, como a do complexo esportivo
Unisys Arena O complexo abriga 12 quadras de tênis, quadras de squash e pádel. O conforto térmico e acústico do edifício foi garantido por um sistema de casca com quatro camadas: telha galvanizada, placas de isopor, placas de OSB e manta impermeável
O escritório GCP Arquitetos tinha
“Por isso, cerca de 85% dos projetos da
Assim, a primeira camada é formada por telha metálica galva-
o desafio de criar um complexo esporti-
GCP são concebidos em estrutura metá-
nizada de 0,5 mm, sobreposta por barreira de vapor; a segunda
vo que não ultrapassasse o orçamento
lica”, salienta. A estrutura de aço do edi-
camada é composta por placas de isopor e a terceira, por placas de
determinado pelos clientes e se tor-
fício principal do Unisys Arena é um
OSB com 14 mm de espessura, com uma camada final de manta
nasse um marco para os praticantes
exemplo desta opção. Nela, foi utiliza-
impermeabilizadora da alemã Alwitra. “O efeito plástico do edifício
de esportes com raquete (como tênis,
do o sistema de treliças que compõem
foi possível devido à leveza resultante dessa casca que se sobrepõe
squash e pádel). Hoje, quem passa pela
o arrojado e bem-resolvido conjunto de
à estrutura”, comenta.
marginal Pinheiros, na cidade de São
cobertura e fechamento curvo.
Paulo, pode comprovar que o intento
“Dessa maneira, com grande criatividade de soluções, o GCP
“Para que se garantisse um ótimo
conseguiu desenhar um complexo que leva em conta as premissas
foi cumprido com sucesso.
isolamento termoacústico e perfeita
fundamentais de qualidade técnica e conforto para a prática espor-
O complexo Unisys Arena tem cerca de 8 mil m2 e abriga 12 quadras de tênis,
estanqueidade, foi utilizado, sobre a
tiva e para o público espectador. A experiência de praticar esportes
estrutura metálica, um fechamento
naquele centro é realmente única, como desejavam seus proprietá-
academia de fitness, quadras de squash
de casca em camadas”, explica Coelho.
rios”, descreve o arquiteto. (I.G.) M
e pádel, além de loja temática, núcleo Fotos Kiko Coelho
de medicina esportiva e fisioterapia, vestiários, saunas e restaurantes. Para que o projeto comportasse todos estes setores e ainda atingisse premissas de
>
Projeto arquitetônico: Sergio Coelho e Andreas Gyarfas
>
Cálculo estrutural: Wilson Kikuti
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olaboradores: Adriana C Oliveira, Letícia Mansur, Daniela Simões, Sidney Jun Webster, Rodrigo Aguiar, Denise Favoreto, Fabiana Pedroso, Daniel Mariano
>
Fornecimento da estrutura metálica: Medabil e Systemac
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Execução da obra: Artin Construtora
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Local: São Paulo, SP
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Data do projeto: 2001/2002
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Conclusão da obra: 2002
modernidade, beleza e racionalidade construtiva, a estrutura metálica foi a solução mais acertada. O arquiteto Sergio Coelho afirma No edifício principal do complexo esportivo destaca-se um sistema de treliças metálicas na cobertura e fechamento curvo, compondo um arrojado e bem-resolvido conjunto arquitetônico
>
que o aço, além de trazer flexibilidade, rapidez, limpeza à construção, permite um controle tecnológico incomparável.
A adoção de estrutura metálica permitiu atingir as exigências de beleza plástica do edifício
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rea construída: 8 mil m2 Á (1ª fase) Aço empregado: ASTM A572
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expediente
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Números anteriores: Os números anteriores da revista Arquitetura & Aço estão disponíveis para download na área de biblioteca do site: www.cbca-ibs.org.br Próximas edições: Instalações comerciais – junho de 2007 Retrofit – setembro de 2007
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Lazer e cultura – dezembro de 2007
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| Construindo um futuro sustentável |
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O que faz o CBCA ? Incentiva e promove a construção em aço no país.
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