Revista Arquitetura e Aço - 13

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& ARQUITETURA AÇO

ARQUITETURA AÇO

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Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 13 março de 2008

EdifĂ­cios de mĂşltiplos andares BFDSD SGI 12402_capa_TER.indd 1

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De d

^ciZa^\ZciZ !'),)$!$% #/.34254)6! $ENTRE AS MUITAS QUALIDADES DA ESTRUTURA EM AlO ESTA m A ±TOP OF MIND² DESTA EDIljO DE !RQUITETURA !lO TENDO SIDO MENCIONADA POR TODOS OS ARQUITETOS COMO UMA DAS PRINCIPAIS RAZzES DA ESCOLHA DO MATERIAL / FATO m QUE SEJA DEVIDO g NECESSIDADE DE RfPIDO RETORNO DOS INVESTIMENTOS OU DEVIDO AO CUMPRIMENTO DE PRAZOS APERTADOS ¯ AMBOS MUITAS VEZES ¯ O AlO VEM GANHANDO TERRENO QUANDO O ASSUNTO SjO EDIFqCIOS DE M{LTIPLOS ANDARES $ENTRE OS PRIMEIROS CONSTRUqDOS NO PAqS MERECE DESTAQUE O ANEXO DO #ONGRESSO .ACIONAL PROJETADO POR /SCAR .IEMEYER / ARQUITETO FAMOSO POR SUAS CONSTRUlzES EM CONCRETO RENDEU SE AO AlO EM FUNljO DA VELOCIDADE DE CONSTRUljO QUE O MATERIAL PERMITIA ! POSSIBILIDADE DE SE UTILIZAR UM CANTEIRO DE OBRAS BASTANTE REDUZIDO A ALTA QUALIDADE DE EXECUljO E A PREVISjO MAIS PRECISA DOS GASTOS COM A OBRA TAMBmM SjO OUTRAS CARACTERqSTICAS QUE LEVAM OS ARQUITETOS E CONSTRUTORES A OPTAR PELO AlO COMO SOLUljO CONSTRUTIVA %M ALGUNS CASOS A ESBELTEZ DA ESTRUTURA METfLICA PERMITE ATm MESMO A EXECUljO DE UM PAVIMENTO EXTRA COMO NO #ENTRO %MPRESARIAL !EROPORTO QUE AQUI PUBLICAMOS (f OUTRAS SITUAlzES EM QUE A ESTRUTURA m EXPLORADA TAMBmM PLASTICAMEN TE PELOS ARQUITETOS COMO NO FAMOSO PROJETO DO )TA{ #ULTURAL E NO RECmM CON CLUqDO EDIFqCIO DA 5NINOVE AMBOS EM 3jO 0AULO %STAS E AS OUTRAS OBRAS SELECIONADAS PARA ESTA EDIljO COM USOS BASTANTE DIVERSIFICADOS NOS MOSTRAM TODO O POTENCIAL TmCNICO E ESTmTICO DO AlO PARA A

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CONSTRUljO EM ALTURA "OA LEITURA


Foto Sidnei Palatnik

Arquitetura & Aço nº 13 março 2008

sumĂĄrio 08.

12.

14.

16.

20.

24.

27.

30.

Foto da capa: no Itaú Cultural, em São Paulo, o aço Ê solução estrutural e estÊtica

04.

SGI


04.

A racionalização da estrutura metálica existente, aliada à inserção de novos elementos em aço, transfor-

maram o edifício do Itaú Cultural, em São Paulo.

08.

No Centro Empresarial Aeroporto, em Porto Alegre, a

estrutura metálica permitiu a ampliação da área útil do edifício.

12.

O Hotel Ibis Maringá,

é o primeiro edifício de múltiplos andares do Paraná executado totalmente com estrutura em aço.

Objetivo

16.

inaugurado em 2005,

14.

No Colégio

de Ribeirão Preto, o aço é utilizado na estrutura do edifício e na ampla cobertura envidraçada do átrio central.

O Multimídia Trade Center, em São Paulo, é um exemplo da agilidade construtiva permitida pela estrutu-

20. No edifício da Uninove, em São Paulo, a implantação em etapas permitiu a ocupação paralela às obras. 24. Memória: em Brasília, duas das mais conhecidas obras de Oscar Niemeyer são construídas com aço. 27. Torre de escritórios na Marginal Pinheiros, em São Paulo, investe no aço como meio de atingir a sustentabilidade. 30. ra em aço.

Construção Industrializada constitui o diferencial do edifício Delta Ville, em Contagem, MG.

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Sidnei Palatnik

Fotos Eduardo Castanho

Cultura em evidência P rojeto fachada ,

de reforma assinado por

R oberto L oeb

transforma

estrutura e circulações de centro cultural

ARQUITETURA&AÇO

Eduardo Castanho

Em consonância com o projeto arquitetônico do edifício, elementos em aço como o balcão de informações permeiam os interiores do Itaú Cultural (acima). O acesso principal do edifício foi realçado com a inserção de uma marquise metálica (à esquerda e no alto da página ao lado). No pé da página ao lado, destaque para a amplitude do espaço, obtida com a substituição dos pilares centrais por tirantes embutidos em painéis de alumínio composto


Sidnei Palatnik Eduardo Castanho

Ao elaborar o projeto de reforma

o público. Um logotipo em fibra de vidro com 5 m de balanço anuncia

do Itaú Cultural, localizado na Avenida

à cidade a presença do centro cultural que, depois da transformação,

Paulista, em São Paulo, o arquiteto

passou a contar com espaços mais abertos e integrados. Pilares, pórti-

Roberto Loeb tinha como desafio fazer

cos e caixilharias foram postos abaixo com a intervenção, que interfe-

um projeto de arquitetura que cativasse

riu na estrutura metálica e racionalizou as circulações do edifício.

ARQUITETURA&AÇO


Roberto Loeb e Associados

Acima, arena de mĂşltiplo uso, localizada sobre a laje do auditĂłrio (veja corte na pĂĄgina ao lado), onde sĂŁo realizadas oficinas, cursos e pequenos shows; a cobertura ĂŠ retrĂĄtil, toda ela basculante em estrutura metĂĄlica coberta por lona

Uma das alteraçþes mais significativas foi a criação de uma

dos espaços expositivos de arte contem-

escadaria metĂĄlica branca junto Ă caixa de elevadores, na fachada

porânea, respeitando as características

principal do prĂŠdio. “O projeto exigiu um trabalho de engenharia

da construção original, projetada pelo

delicado e competente�, explica Loeb, se referindo aos recortes fei-

engenheiro Ernest Mange. O vidro fumĂŞ

tos nas lajes protendidas para a passagem das novas circulaçþes.

da fachada foi substituĂ­do por placas de

Outro desafio tĂŠcnico foi liberar o tĂŠrreo de dois pilares que ocupa-

alumĂ­nio composto branco, cor que carac-

vam o centro da planta. Para tanto, foram instalados tirantes que

teriza tambĂŠm a estrutura, marquise de

percorrem uma viga metĂĄlica e transferem as cargas verticais para

acesso e teto escamoteĂĄvel no recuo late-

as treliças de aço do edifício.

ral. “AlĂŠm da cor absorver menos calor

Para Roberto Loeb, alĂŠm de evidenciar o prĂŠdio na paisagem

conclui o arquiteto. (V.F.) M

Fotos Eduardo Castanho

urbana, o projeto tinha como desafio adequĂĄ-lo Ă s novas demandas

solar, o projeto original previa o branco�,

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SGI

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corte longitudinal

Acima, o corte longitudinal destaca a nova escada metålica criada junto à caixa de elevadores, na fachada principal do edifício: sua construção, segundo o engenheiro calculista Jorge Zaven, foi a parte mais complexa de toda a obra, exigindo o corte das lajes protendidas. Na pågina ao lado, embaixo, vista da nova escada no trecho rumo ao subsolo. Na seqßência, o restaurante; destaque para a cobertura em balanço, construída pelo prolongamento da laje do prÊdio. Nesta pågina, abaixo, uma das salas de exposição; na seqßência, a nova fachada do edifício, que ganhou leveza com a estrutura metålica na cor branca, prevista originalmente no projeto

>

Projeto arquitetĂ´nico: Roberto Loeb (Roberto Loeb e Associados)

>

Colaboradores: Luis Capote, Nicola Pugliese, Francisco Cassimiro e Fernanda Pinha

>

à rea construída: 10 mil m²

>

Aço empregado: ASTM A572

>

CĂĄlculo estrutural: Kurkdjian & Fuchtengarten

>

Fornecimento da estrutura metĂĄlica: Icopel

>

Execução da obra: MÊtodo Engenharia

>

Local: SĂŁo Paulo, SP

>

Data do projeto: 2001

>

ConclusĂŁo da obra: 2002

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Tempo mínimo,

aproveitamento máximo

Das

lajes ao fechamento , estrutura metálica é a solução para ampliar espaços

e garantir qualidade e rapidez na construção de edifício empresarial próximo a aeroporto da capital gaúcha

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Fotos Alvaro Moraes

Para o fechamento, elaborou-se um sistema de painéis de concreto pré-fabricados, placas de granito fixadas por inserts metálicos e painéis compostos por duas chapas de aço tipo sanduíche, preenchidos com poliuretano expandido. Entre os painéis e placas, uma câmara de ar ventilada otimiza o isolamento térmico do prédio e, para reduzir a troca térmica nas aberturas, utilizou-se janelas de PVC com vidros duplos. Na página ao lado, o pórtico de entrada do edifício, executado em aço, remete à importância da estrutura metálica no projeto

PARA ERGUER UM EDIFÍCIO NO ENTORNO de aeroportos deve-se obedecer não apenas as diretrizes da prefeitura e do corpo de bombeiros locais, como também as determinações da Aeronáutica. A construção do Centro Empresarial Aeroporto, localizado nas proximidades do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, teve, portanto, que cumprir tais normas e também levar em conta outros fatores, como prazo apertado e certas características do terreno. Mas todas estas condicionantes não foram um ARQUITETURA&AÇO

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empecilho para a edificação de um centro empresarial de 9 mil m2.

à torre. E cada um dos nove andares

Grande parte do sucesso deve-se ao aço, revela o arquiteto respon-

de escritório, localizados do 4º ao 12º,

sável Alvaro Moraes.

possui área de 513,10 m2 e pavimento-

O aço possibilitou rapidez construtiva, canteiro reduzido de

tipo com plantas quadradas idênticas,

obras, maior precisão dos gastos e um melhor aproveitamento do

subdivididas em quatro quadrantes

terreno de pouco mais de 2,5 mil m2. O arquiteto revela como con-

que proporcionam vista panorâmica

seguiu ampliar a área útil do edifício: “Como as vigas da estrutura

da cidade.

de aço são mais esbeltas que as de concreto, a economia na altura

Toda sua estrutura foi executada

permitiu a construção de mais um pavimento de escritórios, com

com perfis laminados e perfis soldados,

pé-direito adequado e com todas as instalações sobre o forro”.

em vigas e pilares. Além disso, todas as

Assim, mesmo com a limitação de altura (45 m) estabelecida pela

lajes são do tipo steel deck, com exce-

Força Aérea Brasileira e apesar da existência do lençol freático muito

ção das rampas de acesso ao estaciona-

elevado, que inviabiliza a construção no subsolo, a questão de espa-

mento. De acordo com Alvaro Moraes,

ço foi plenamente equacionada. Constituído por dois volumes – um

a utilização da estrutura metálica e

vertical (uma torre com 12 pavimentos) e outro horizontal (uma base

dos componentes industrializados

com três pavimentos) –, o desenho arquitetônico equilibra formas

apresentaram vantagens claras para

orgânicas e geométricas.

a obra, que foi finalizada em apenas

O pavimento térreo reúne foyer, café, sala de eventos, outros

12 meses. Ainda segundo o arquiteto,

espaços sociais e áreas de serviço condominiais, além de abrigar

o aço é um produto altamente compe-

parte do estacionamento. E para atender plenamente aos usuá-

titivo no mercado da construção civil,

rios do complexo de escritórios, o segundo e terceiro pavimentos

indicado principalmente nos casos em

também são constituídos basicamente de vagas para carros. Com

que rapidez e qualidade são fatores

isso, os três primeiros andares têm a função principal de acesso

determinantes. (I.G.) M

O edifício, com dois volumes básicos, destaca-se na paisagem urbana. Abaixo, à extrema esquerda, em destaque a curva do volume horizontal que comporta vagas para carros e, logo abaixo o térreo que agrega áreas de convivência. Na seqüência, duas vistas da estrutura metálica, ainda em fase de construção

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Fotos Alvaro Moraes

Acima, vista geral do edifício, com três andares de garagem e 12 pavimentos de escritório, que foi construído em um prazo de 12 meses. A execução rápida deveu-se à compatibilidade da tecnologia construtiva da estrutura de aço, com complementos industrializados, como: lajes steel deck, painéis compostos de aço tipo sanduíche, entre outros

>

Projeto arquitetônico: Alvaro Moraes

>

Colaboradores: Gustavo Bassani, Daniel Moraes, Giovana Zereu, Jeane Alves e Leticia Barbosa

>

Fornecimento e montagem da estrutura metálica: Medabil Sistemas Construtivos

>

Execução da obra: Construtora Tedesco

>

Local: Porto Alegre, RS

>

Área construída: 9.622 m²

>

Data do projeto: 2003

>

Aço empregado: ASTM A572

>

Conclusão da obra: 2005

>

Cálculo estrutural: Ildony Bellei (IHB Engenharia e Consultoria S/C Ltda)

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Referência

local ERGUIDO

COM RECURSOS TECNOLÓGICOS DE ÚLTIMA GERAÇÃO ,

O HOTEL I BIS

MARINGÁ

INAUGURA O USO DO AÇO ESTRUTURAL

EM EDIFÍCIOS DE MÚLTIPLOS ANDARES NO

PARANÁ

O INVESTIMENTO INICIAL pode parecer mais alto, mas quem aposta

ções industrializadas. As divisórias

em sistemas construtivos industrializados garante: ao longo da obra,

internas são do tipo drywall, com pai-

o retorno é garantido. É o caso dos arquitetos paranaenses Manuel

néis de gesso acartonado, propician-

Dória, José Vicente Lopes e Waldeny Fiuza, do escritório Dória Lopes

do flexibilidade nas configurações do

Fiúza Arquitetura, que estão acostumados a lançar mão de soluções

hotel. As paredes externas, de blocos

pioneiras – e exemplares – para garantir obras mais rápidas, sem

de concreto celular, são mais leves e

desperdícios de materiais e livres de falhas de execução.

fáceis de montar do que a alvenaria

O hotel Ibis Maringá, assinado pelo trio, seguiu à risca este

comum, o que alivia a carga sobre as

conceito. Da escolha dos materiais à seleção de mão-de-obra, todos

fundações e dispensa equipamentos

os detalhes foram pensados para otimizar os recursos disponí-

pesados para transporte e fixação. Já

veis e aumentar a produtividade no canteiro. Segundo o arquiteto

o piso destaca-se pelo sistema de con-

Waldeny Fiuza, a opção pela estrutura metálica foi fundamental

trole acústico, constituído a partir de

para cumprir este objetivo – além de render ao empreendimento o

laje maciça moldada in loco e rechea-

título de primeiro edifício de múltiplos andares do estado a adotar

da por uma manta de microfibras de

o aço como solução estrutural.

elastômeros.

O detalhamento foi feito com um software para estruturas que

Para acomodar o extenso progra-

permite a criação de maquetes eletrônicas tridimensionais e propi-

ma exigido pela rede Ibis em um terre-

cia um minucioso detalhamento da estrutura, detectando quaisquer

no de 26x40 m, a estratégia foi investir

interferências ou desajustes entre os elementos que a compõem.

na verticalização: no total, foram exe-

Para os revestimentos, a escolha também recaiu sobre as solu-

cutados 11 pavimentos (nove andares e

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Fotos divulgação >

>

Projeto arquitetĂ´nico: Manuel DĂłria, JosĂŠ Vicente Lopes e Waldeny Fiuza (DĂłria Lopes Fiuza Arquitetura) Colaboradores: Gustavo Bassani, Daniel Moraes, Giovana Zereu,

Jeane Alves e Leticia Barbosa

>

Execução da obra: Zenith Engenharia Ltda.

Aço empregado: ASTM A36

>

Local: MaringĂĄ, PR

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CĂĄlculo estrutural: Celso Pasqual

>

Data do projeto: junho de 2001

>

Fornecimento e montagem da estrutura metĂĄlica: Brafer

>

ConclusĂŁo da obra: junho de 2002

>

à rea construída: 5.600 m²

>

cutados 11 pavimentos (nove andares e dois subsolos), que totalizam 6 mil m2 de ĂĄrea construĂ­da. A torre, estreita e comprida, chama ainda a atenção pela fachada de linhas contemporâneas e marcantes, que exibe elementos aparentes da estrutura metĂĄlica – inclusive os contraventamentos – pintados na cor vermelha. Entregue em apenas 12 meses, o empreendimento foi inaugurado em agosto de 2005. (C.P.) M

Ao lado, corte longitudinal: o estudo minucioso da estrutura, realizado com software de última geração, foi essencial para o ajuste perfeito entre as vigas e perfis metålicos. Acima, os registros de um canteiro limpo e organizado. Na pågina ao lado, o resultado final: em poucos meses, o Paranå ganhou seu primeiro grande edifício em aço

corte longitudinal

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Parceria

inteligente MESCLANDO

AÇO E CONCRETO PARA USUFRUIR AO MÁXIMO AS VAN -

TAGENS DE CADA MATERIAL , PROJETO DE COLÉGIO NO INTERIOR DE

SÃO PAULO PRESENTEIA OS ALUNOS COM ESPAÇOS SOB MEDIDA PARA APRENDER ... E VIVER

O partido do colégio foi definido a partir de quatro volumes. Ao norte e ao sul, pavilhões brancos (metálicos) acomodam as salas de aula. Nas laterais da construção, os volumes azuis (em concreto) abrigam os anfiteatros. Os quatro módulos foram implantados ao redor de um vazio central com jardim, que funciona como área de convívio (à esquerda)

COM PROGRAMAS CADA VEZ MAIS extensos e complexos, as edi-

A opção pela organização do edi-

ficações destinadas aos ensinos médio e fundamental começam

fício em quatro blocos (dois em aço e

a ganhar ares de universidade. Os novos projetos vão muito além

dois em concreto) ajudou a criar uma

do esquema pátio/salas de aula e surgem com ginásios polies-

afinidade construtiva entre o novo

portivos, anfiteatros, praça de alimentação e, sobretudo, amplas

volume e os prédios preexistentes,

áreas de convívio. Por isso mesmo, pedem prédios maiores e con-

reforçando a identidade visual do con-

figurações contemporâneas.

junto. Além disso, segundo o arquiteto,

Com base nesta tendência, o arquiteto Luiz César Barillari

o aço foi fundamental para garantir

definiu o partido arquitetônico do Colégio Objetivo de Ribeirão

agilidade na execução, o que era uma

Preto (SP). Pertencente ao mesmo grupo educacional da Unip

das maiores exigências do cliente.

(Universidade Paulista), o empreendimento foi construído no cam-

Formalmente, o programa foi distri-

pus da instituição, que já contava com dois blocos, também dese-

buído em quatro módulos: dois metáli-

nhados por Barillari.

cos e dois convencionais. O aço foi o

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Fotos divulgação

Segundo o plano diretor do campus, desenvolvido pelo próprio arquiteto, o projeto deveria seguir alguns conceitos básicos, como modulação, estrutura metálica e instalações aparentes. A estrutura em aço ganhou proteção com tinta intumescente e, os fechamentos de alvenaria, com tinta acrílica. Na cobertura, foram utilizadas telhas de aço pré-pintadas, com alto desempenho termoacústico

escolhido para dar vida aos pavilhões principais – implantados ao norte e

>

Projeto arquitetônico: Luiz César Barillari (Barillari Arquitetura e Planejamento)

>

olaboradores: Marcus Cley, C Fabiana Barillari Franchi, Rafael Lisboa Péra e Christiano dos Santos Pessoa

ao sul – que acomodam as instalações administrativas e 24 salas de aula. A leste e a oeste, surgem os volumes de concreto, erguidos neste material para facilitar a implantação das arquibancadas dos oito anfiteatros que compõem o setor. No centro do colégio, um átrio ajardinado recebe iluminação zenital

>

Área construída: 10 mil m²

>

ço empregado: ASTM A36, A ASTM A572 GR50

>

Cálculo estrutural: Eng. Waldecyr Pereira

da Silva (A36 – Projetos Industriais) >

Fornecimento da estrutura metálica: MCM e A36 – Projetos Industriais

>

Execução da obra: Marcelo Costa Construções

>

Local: Ribeirão Preto, SP

>

Data do projeto: janeiro de 2002

>

Conclusão da obra: abril de 2002

através de uma cobertura envidraçada, montada sobre estrutura em aço. A solução amplia a área de convívio e qualifica os espaços destinados ao público jovem. Na fachada, brises metálicos propiciam claridade também para as salas de aula, além de reforçar a ventilação natural, essencial

Corte transversal

ao clima abafado do interior paulista. Resolvido em cinco andares (térreo, três pavimentos-tipo e subsolo), o edifício totaliza 10 mil m2 de área construída e, apesar das medidas generosas, foi erguido em menos de quatro meses. Tudo para garantir a volta às aulas o mais rápido possível. (C.P.) M ARQUITETURA&AÇO

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03/2004

Ritmo acelerado A

AGILIDADE DA CONSTRUĂ‡ĂƒO METĂ LICA FOI A

ESCOLHA ACERTADA PARA ERGUER, EM MENOS DE SEIS MESES, O MONUMENTAL

MULTIMĂ?DIA

TRADE CENTER – UM DOS MAIORES CENTROS DE NEGÓCIOS FONOGRà FICOS DA AMÉRICA LATINA

A linha do tempo à esquerda mostra a rapidez com que a estrutura metålica, fornecida e executada pela Medabil, foi erguida: todo o processo durou menos de dois meses, com o canteiro funcionando 24 horas por dia, apenas com folga aos domingos. Durante este período, a obra consumiu 1.300 toneladas de aço ASTM A572 GR50 para as vigas e perfis, e mais de 200 toneladas de steel deck, para as lajes. Para a vedação da estrutura, a escolha recaiu sobre painÊis prÊ-moldados de concreto, com acabamento em granito. AlÊm de agilidade, a combinação de sistemas trouxe economia e organização à obra

05/2004 SGI


Voltada para o sul, com pouca incidência de raios solares, a fachada acima pôde ganhar uma face envidraçada, sem preocupação com a carga tÊrmica. O prÊdio foi construído ao redor de uma imponente paineira de 10 m: a idÊia inicial era eliminå-la, mas durante o desenvolvimento do projeto a equipe percebeu que poderia conservå-la em um vazio central

PROGRAMA COMPLEXO, CRONOGRAMA APERTADO: diante deste duplo desafio, a equipe de arquitetos do escritĂłrio paulista Alcindo Dell’Agnese tomou duas importantes decisĂľes ao receber a encomenda de uma nova sede para o grupo A Universal FonogrĂĄfica. A primeira foi iniciar a construção do edifĂ­cio, que recebeu o nome de MultimĂ­dia Trade Center, com o projeto ainda em fase de desen-

Fotos Arq. Claudia Jacoponi

volvimento. A segunda, fundamental para que esta ousada estratĂŠgia funcionasse, foi optar pela estrutura metĂĄlica, o que garantiu extrema precisĂŁo e rapidez Ă obra. Multifuncional, o prĂŠdio deveria reunir o Museu da MĂşsica Brasileira, uma megaloja de CDs e DVDs, gravadora, estĂşdio, ĂĄrea para shows e eventos, teatro, escritĂłrios, centro de distribuição de produtos, restaurante e, ainda, uma ĂĄrea de lazer para mais de 350 funcionĂĄrios. Para atender a necessidades tĂŁo diferentes, o programa foi desenvolvido em seis pavimentos e dois mezaninos, chegando a quase 20 mil m2 de ĂĄrea total construĂ­da. O prazo era mĂ­nimo: apenas oito meses, para a concepção e a execução do projeto. A largada foi dada em março de 2004. Em menos de 60 dias, a estrutura metĂĄlica jĂĄ estava pronta. Entre vigas e pilares, foram consumidas 1.300 toneladas de aço, e mais 200 toneladas de steel deck. Para o fechamento da estrutura, optou-se pela fixação de painĂŠis prĂŠ-moldados de concreto. Segundo os arquitetos, esta combinação foi essencial para a racionalização do canteiro, implantado em um terreno exĂ­guo – de pouco mais de 6 mil m2 – na Marginal ARQUITETURA&AÇO

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Projeto arquitetônico: Alcindo Dell’Agnese, Cláudia Jacoponi e Jacqueline Paro (Alcindo Dell’Agnese Arquitetos Associados)

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Colaboradores: Cláudio Jadão, Luiz Eugênio Ciampi, Rita Schiripa e Gisela Maffei

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Área construída: 17.300 m2

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ço empregado: ASTM A A572 GR50

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Cálculo estrutural: Eng. Fabiano Fincatto (Medabil)

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Fornecimento e montagem da estrutura metálica: Medabil

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Execução da obra: Racional Engenharia

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Local: São Paulo, SP

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Data do projeto: março de 2004

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Conclusão da obra: novembro de 2004

Tietê, em São Paulo. “Ao chegarem as peças, a montagem era muito rápida e a obra manteve-se sempre organizada”, lembram os profissionais. A corrida contra o tempo foi vencida: o prédio foi entregue em novembro de 2004, atendendo às expectativas do cliente. Quanto à qualidade dos espaços, a missão também foi cumprida: além de acomodar o extenso programa de maneira organizada e funcional, o edifício ainda chama atenção pelo dinamismo da fachada de linhas curvas, pela amplitude e iluminação dos espaços internos e pelas soluções relacionadas ao conforto acústico – como caixilhos insulados e vidros duplos –, imprescindíveis a um edifício destinado exclusivamente ao universo musical. (C.P.) M 18 ARQUITETURA&AÇO

Os cinco pavimentos do Multimídia Trade Center organizam um programa de necessidades que compreende gravadora, estúdio, lojas, escritórios, call center, bar, teatro, restaurantes e centro de distribuição e estocagem de produtos. Para garantir o bem-estar dos visitantes e funcionários, a amplitude dos ambientes e a iluminação natural foram priorizadas

Arq. Claudia Jacoponi

>



Obra rápida e discreta EM

UNIVERSIDADE PAULISTANA , A OPÇÃO PELA ESTRUTURA EM AÇO FAVORECEU A

EXECUÇÃO DO PRÉDIO EM ETAPAS E SUA OCUPAÇÃO SIMULTÂNEA À OBRA

ANTES MESMO DE INICIAR o anteprojeto do campus Memorial da

obra rápida e, dessa forma, o retorno do

América Latina do Centro Universitário Nove de Julho (Uninove),

investimento num tempo curto.

os arquitetos Marcos Paravela e Maria Regina Lagonegro já sabiam

O campus entrou em funciona-

como seria o sistema estrutural do edifício: em aço. Devido às

mento mesmo antes de estar total-

suas vantagens construtivas, a estrutura metálica é comum a

mente concluído. Daí a importância

todos os edifícios da rede, embora a linguagem arquitetônica se

da execução do prédio em etapas. “A

modifique em cada caso.

obra deveria ter seus prazos e custos

Com 15 pavimentos – incluindo três subsolos – o prédio, é sus-

otimizados, aproveitando o máximo

tentado por perfis de aço aparafusados e utiliza lajes em steel deck

do coeficiente do terreno, trazendo

(lajes-fôrma). A opção por este sistema construtivo assegurou uma

materiais e tecnologia contemporâ-

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Fotos Handmade Design

Acima, as fachadas principal e lateral do edifício, com fechamento em vidro e painéis de alumínio composto. Na página ao lado, vista do hall de circulação dos pavimentos-tipo, com lajes tipo steel deck e pilares metálicos revestidos com alvenaria para proteção contra fogo: destaque para os grandes vãos e espaços generosos permitidos pela estrutura em aço

neos e a possibilidade de uma ocupação simultânea ao andamento da obra”, afirmam os arquitetos, cujo grande desafio foi desenvolver o projeto em apenas dois meses. Além de dar estabilidade à estrutura, os contraventamentos metálicos caracterizam a composição arquitetônica, marcando, sobretudo, os espaços internos. Externamente, a universidade se destaca pela volumetria horizontalizada, cuja maior fachada poderia ser descrita como “uma grande lâmina curva que é secionada em sua área central por uma estrutura metálica composta por vigas alveolares que fazem parte do contraventamento”, nas palavras dos ARQUITETURA&AÇO

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22 ARQUITETURA&AÇO

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Laboratórios Hall dos elevadores Salas de aula Hall

Na página ao lado, vista do vão criado para trazer ventilação e luz natural ao hall de distribuição dos elevadores, em todos os pavimentos; o contraventamento em "X" e os perfis “I” alveolares assumem função estética no projeto. À direita, vista da biblioteca, que apresenta um contraventamento bastante original; segundo o arquiteto Marcos Paravela, esta é a primeira obra da Uninove que apresenta este tipo de solução

arquitetos. O vão central que percorre verticalmente o edifício leva luz natural A horizontalidade do prédio é reforçada pelas fachadas, que expõem uma seqüência de linhas simétricas horizontais resultantes do uso intercalado de panos de vidro (structural

Fotos Handmade Design

ao hall de circulação dos pavimentos.

glazing) e faixas curvas revestidas com painéis de alumínio composto. Apesar dos componentes industrializados,

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Projeto arquitetônico: Marcos Paravela e Maria Regina Lagonegro (Studio Brasil Arquitetura e Design)

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Colaboradores: Alessandra Hurtado e Vanessa de Carvalho Junqueira

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Área construída: 30 mil m²

>

Aço empregado: ASTM A572 GR50

>

Cálculo estrutural: Bruno Cugini (BMC Engenharia e Construção)

>

Fornecimento da estrutura metálica: BMC Engenharia e Construção

gida com lã de rocha e as abas com

>

Execução da obra: CJW Engenharia

tinta intumescente. Já nos subsolos, os

>

Local: São Paulo, SP

perfis foram revestidos com argamas-

>

Data do projeto: 2000

sa projetada a base de gesso, fibras de

>

Conclusão da obra: fevereiro de 2006

sistemas construtivos tradicionais, como a alvenaria, foram utilizados como vedação parcial das fachadas e para proteger as colunas da edificação contra o fogo. Também foram empregados outros métodos de proteção contra incêndio. Nas salas de aula, por exemplo, a alma das vigas foi prote-

celulose e cargas inertes. (V.F.) M ARQUITETURA&AÇO

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O aço e o maior arquiteto brasileiro 1950, Oscar Niemeyer tira partido do aço para cumprir os prazos de construção do Congresso Nacional e Esplanada dos Ministérios, edificações de seu mais importante trabalho, Brasília final da década de

Ousadia, tenacidade, inventividade. Estas três palavras descrevem o processo pelo qual passou a criação de Brasília, há 51 anos. No centro-oeste brasileiro, praticamente inóspito no ano de 1957, o arquiteto Oscar Niemeyer colocou em prática sua nova concepção estética, adquirida após uma longa viagem em contato com as grandes edificações européias, sem, contudo, renunciar aos princípios fundamentais que até então nortearam sua obra: a exploração da flexibilidade do concreto e a linguagem incessantemente renovada por sua fértil imaginação plástica. O trabalho de Niemeyer em Brasília pode ser dividido em três categorias distintas: os palácios de pórticos, os edifícios compos24 ARQUITETURA&AÇO

Fotos Marcelo Micali

No


memória tos por jogos de volumes simples e os

aço ao se defrontar com o prazo exíguo da construção da nova capi-

edifícios religiosos de planta centra-

tal do Brasil. Um dos seus primeiros projetos, então, foi o Brasília

da. Destes grupos, o mais inesperado

Palace Hotel, inaugurado em 1958 e cujas estruturas metálicas con-

e homogêneo em sua inigualável ori-

tabilizaram 905 toneladas de aço, fabricadas em Volta Redonda e

ginalidade é o primeiro. E é no segun-

transportadas de trem até Anápolis (GO) e por rodovia até Brasília,

do grupo que se encontra um aspecto

onde foram montadas até dezembro de 1957.

também inesperado na obra do mais

A segunda vez em que as estruturas metálicas novamente foram

renomado arquiteto brasileiro: o aço.

necessárias para que ele cumprisse o compromisso de construir

Defensor do uso do concreto na

Brasília em prazo recorde foi para agilizar as obras dos Ministérios e

arquitetura, Niemeyer tirou partido

do Anexo do Congresso Nacional. Fabricadas nos Estados Unidos pela

pela primeira vez das estruturas em

Bethleheim Steel, as estruturas tinham 15 mil toneladas e desembarcaram no porto do Rio de Janeiro. Para chegarem até o canteiro de obras, percorreram o mesmo caminho daquelas utilizadas no Brasília Palace Hotel e a responsabilidade da montagem ficou a cargo da empresa norte-americana Reymond Pill, especializada em fundações e que no Brasil se estabeleceu sob o nome de Construtora Planalto. Devido ao pouco conhecimento sobre a edificação em aço na época, a maior dificuldade encontrada por Niemeyer foi o despreparo da mão-de-obra, a qual, diante das dificuldades da montagem da estrutura, precisou receber, de forma quase que precária, os rudimentos da técnica de construção em aço. A obra de maior complexidade foi o edifício do Anexo do Congresso Nacional, com 29 pavimentos, iniciada quando as obras do edifício principal já estavam bem adiantadas e que recebeu estruturas metálicas no lugar das de concreto para agilizar o processo. Na Esplanada dos Ministérios, situada de ambos os lados do Eixo Monumental, foram dispostos os 11 primeiros edifícios ministeriais, todos com estrutura metálica. Cada edifício compreende, além do térreo, mais oito pavimentos-tipo, com 16 mil m² de área construída, na qual foram empregadas 1.080 toneladas de estruturas metálicas. Fotos Arquivo Público do Distrito Federal

A história de Brasília é, portanto, a prova da ousadia, tenacidade e inventividade de Oscar Niemeyer, que visualizou o aço como meio para chegar aos seus objetivos construtivos. Afinal, ele afirmou que “antigamente quando se terminava uma estrutura via-se apenas lajes e apoios. A arquitetura vinha depois, como uma coisa secundária e eu queria o contrário, essa junção das estruturas com a arquitetura; queria que elas nascessem juntas e fossem bastante sem nenhum detalhe para demonstrar o projeto de arquitetura”.(D.P.) M Em sentido horário: o Congresso Nacional hoje e a construção do edifício anexo com 29 pavimentos, que recebeu estrutura em aço quando as obras já haviam se iniciado; na seqüência, as obras dos prédios ministeriais, que receberam 1.080 toneladas de estruturas metálicas e a Esplanada dos Ministérios nos dias atuais

ARQUITETURA&AÇO

25


Associação Brasileira da Construção Metálica Atuando há mais de 30 anos no mercado brasileiro da construção em aço, a ABCEM reúne fabricantes de estruturas e coberturas metálicas, empresas de galvanização, indústria de componentes e materiais complementares, escritórios e profissionais de arquitetura e engenharia.

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Maquetes eletrônicas Edo Rocha Espaços Corporativos

Uma escolha

sustentável

OPÇÃO

PELA ESTRUTURA METÁLICA EM NOVO EMPREENDIMENTO CORPORATIVO NA

CIDADE DE

SÃO PAULO

É FORTE ALIADA NA BUSCA DE UM PADRÃO INTERNACIONAL

DE SUSTENTABILIDADE

Com localização privilegiada, em um dos maiores centros financeiros da cidade de São Paulo, o WTorre Nações Unidas deverá ser inaugurado em julho de 2008. O projeto elaborado pelo escritório Edo Rocha Espaços Corporativos agregou conceitos da chamada “construção verde”, em que o desenho e a funcionalidade dos edifícios visam a eficiência energética, uso racional da água, entre outros quesitos

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3/15/08 6:44:37 AM


Fotos Mauro Halluli

>

Projeto arquitetônico: Edo Rocha

>

Colaboradores: Mauro Halluli (coordenação de projeto), Anderson Oliveira, Andrea Lopes, Fernanda Boggi, Marcio Leme, Paula Oliveira (colaboração), Márcia Rizzo (coordenação de arquitetura de interiores), Camila Gama e Daniela Oliveira (colaboração)

>

Área construída: 63.316,76 m2

>

Aço empregado: ASTM A572 GR50

>

Cálculo estrutural: Janaína Soraya Machado e equipe da Codeme Engenharia/VMC

>

Fornecimento da estrutura metálica: Codeme Engenharia / VMC

>

Execução da obra: WTorre Engenharia

>

Local: São Paulo, SP

>

Data do projeto: dezembro de 2006

>

Data de conclusão da obra: junho de 2008 (previsão)

Abaixo, corte longitudinal do complexo corporativo: à esquerda, a torre com 13 andares e, à direita, a torre com dez andares. Acima, as fotos mostram detalhes construtivos das passarelas estruturadas em treliças de aço que interligam os prédios e os funde em um único conjunto harmônico. A estrutura em aço permite vencer os vãos de maneira precisa, uma vez que as peças são projetadas, fabricadas e numeradas uma a uma

corte longitudinal 28 ARQUITETURA&AÇO

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3/15/08 6:44:53 AM


ECONOMIA DE RECURSOS, PRESERVAÇÃO ambiental, reciclagem... Há algum tempo estes e outros conceitos já não são temas restritos apenas a ecologistas. Diversos segmentos industriais passaram a adotá-los, seja para atender a um novo perfil de consumidor ou devido à conscientização de questões como o aquecimento global. No setor da construção civil não é diferente. A “onda verde” que começou nas residências, aos poucos começa a ganhar novos adeptos do setor corporativo. Um exemplo disso é o projeto que está sendo executado pela WTorre Engenharia em São Paulo. Batizado de WTorre Nações Unidas, por estar localizado na avenida de mesmo nome, o projeto concebido pelo escritório Edo Rocha Espaços Corporativos segue padrões da chamada “construção verde”, que tem entre suas premissas a otimização energética e a minimização do impacto ambiental. Tanto assim, que o empreendimento busca conquistar a certificação internacional LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) junto ao USGBC (United States Green Building Council). Em um terreno de 8.929,50 m2, totalizando 63.316,76 m2 de área construída, os edifícios que compõem o empreendimento são padrão AAA, de estrutura com solução mista (pilares mistos de aço Adotou-se o sistema construtivo misto: vigas metálicas e pilares mistos de aço e concreto. As formas metálicas reaproveitáveis permitiram a execução do concreto com precisão e economia. Segundo os responsáveis pela obra, o aço foi a opção acertada para o cumprimento dos prazos exíguos, execução de uma obra “limpa e seca”, de forma mais industrializada. Nas fotos é possível, ainda, observar as lajes tipo steel deck que, por serem mais leves, permitiram a redução do peso da estrutura

e concreto e vigas de aço), com lajes em steel deck. Segundo o arquiteto Mauro Halluli, da Edo Rocha, a diretriz construtiva adotada veio atender às necessidades de mercado em termos de eficiência energética, otimização das instalações, reuso de água, geração de energia para consumo próprio e demais conceitos de sustentabilidade. Neste sentido, a escolha do aço deveu-se não apenas ao prazo exíguo e à maior precisão da obra, como também ao menor Além de estar presente no sistema estrutural do edifício, o aço foi utilizado para a execução dos subsolos, revela a arquiteta Rosa Pezzini, do grupo WTorre. “Esta opção, apesar de ter o custo um pouco mais elevado que o de uma estrutura em concreto, pos-

Fotos Mauro Halluli

desperdício de material.

sibilitou maior rapidez”, explica. O material é utilizado ainda na fachada (na qual elementos com padrão de madeira serão fixados em subestruturas de aço galvanizado), no revestimento em aço inoxidável dos pilares do térreo e nas marquises e peças de fixação (treliças metálicas) nos áticos. Constituído por dois edifícios – o primeiro com 13 andares e o segundo com dez – interligados por passarelas estruturadas em treliças de aço que vencem um vão de 20 m, o complexo deverá ser concluído em junho deste ano. (I.G.) M

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A sustentável leveza da industrialização Fotos Divulgação

Ao se decidir pela utilização de tecnologias construtivas como a estrutura em aço, a Castro Pimenta ergue, em Minas Gerais, edifício de apartamentos em tempo recorde

Introduzir gradativamente a industrialização em suas obras. Este foi um dos objetivos da Construtora Castro Pimenta ao tirar partido das estruturas em aço e do drywall em seus projetos. Um dos primeiros exemplos desta aplicação da construtora mineira, que atua na Grande Belo Horizonte há quase duas décadas, é o edifício residencial Delta Ville, localizado em Contagem. Iniciado em 2003 e finalizado em 2005, o edifício é considerado um dos mais industrializados do Brasil, e contou com parceria técnica da Usiminas em várias fases da construção (da análise do peso da obra e quantidade de aço, até a escolha do fabricante). "A etapa da estrutura, fachada e esquadrias levou apenas nove meses para ser finalizada", afirma Alaor Pimenta, diretor da Castro Pimenta. A obra reúne 200 toneladas de aço, utilizado na estrutura, lajes, estruturas de parede e teto (drywall), estrutura da fachada (painéis de concreto aerado, revestidos de granito, e aparafusados na estrutura de aço) e portões. “A veda30 ARQUITETURA&AÇO


Acima, à esquerda, vista da estrutura em aço junto ao fechamento; à direita, vista da janela do apartamento. Na página ao lado, a fachada principal do edifício Delta Ville, revestida em granito aerado aparafusado na estrutura em aço

ção externa é de granito e a interna, de gesso acartonado, tipo drywall, sustentadas por estruturas metálicas”, exemplifica Pimenta. O que chama a atenção num projeto deste porte, uma torre de apartamentos de 12 pavimentos, além da dimensão do terreno, de 600 m2, é que a tecnologia construtiva permitiu à Castro Pimenta utilizar menos processos, menos transporte interno e menos mão-de-obra, além de gerar menos desperdícios e exigir menos tempo para a conclusão da obra. Um dos destaques do edifício Delta Ville é seu peso total: apenas 1.600

Acima, o edifício durante as obras; a opção pela estrutura em aço, combinada com o uso de drywall e painéis de granito no lugar dos tradicionais blocos de alvenaria, resultou em um edifício bastante leve

toneladas, uma vez que não há blocos de alvenaria, com exceção das paredes curvas da caixa de escadas e na

>

Projeto arquitetônico: Construtora Castro Pimenta

optado pelo concreto, a obra teria mais

>

Área construída: 3.200 m2

de 5 mil toneladas”, destaca Pimenta.

>

vedação das garagens. “Se tivéssemos

“Precisamos parar de mexer com o concreto, amarrar com arame, dobrar ferro. A tecnologia construtiva do aço é muito mais adequada, pois o metal já vem pronto da usina e a montagem

>

>

Fornecimento da estrutura metálica: Pórtico e Metform (steel decks)

ço empregado: ASTM A572 A GR50 (vigas e pilares); ZAR 280 (steel deck); ZAR 230 (perfil para drywall)

>

Montagem da estrutura metálica: Pórtico

>

Execução da obra: Construtora Castro Pimenta

Cálculo estrutural: Açominas

>

Local: Contagem, MG

>

Data do projeto: 2003

>

Conclusão da obra: 2005

da estrutura é feita com mão-de-obra especializada”, finaliza. (D.P.) M ARQUITETURA&AÇO

31


expediente

Apoio:

Números ante­rio­res: Os núme­ros ante­rio­res da revista Arquitetura & Aço estão dis­po­ní­veis para down­load na área de biblio­te­ca do site:

Revista Arquitetura & Aço Uma publi­ca­ção tri­mes­tral da Quadrifoglio Editora para o CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 2141-0001 cbca@ibs.org.br www.cbca-ibs.org.br Conselho Editorial Catia Mac Cord Simões Coelho – CBCA/IBS Marcelo Micali – CSN Paulo Cesar Arcoverde Lellis – Usiminas Roberto Inaba – Cosipa Ronaldo do Carmo Soares – Gerdau Açominas Silvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão

www.cbca-ibs.org.br

Supervisão Técnica Sidnei Palatnik

Próximas ediçÕES:

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Equipamentos urbanos – junho de 2008 Escadas e marquises – setembro de 2008 Coberturas e fechamentos – dezembro de 2008

Quadrifoglio Editora Rua Lisboa, 493 – 05413-000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 6808-6000 cbca@arcdesign.com.br

Material para publi­ca­ção: Contribuições para as próximas edições podem ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço. Entretanto, não nos comprometemos com a sua publicação. O material enviado deverá ser acompanhado de uma autorização para a sua publicação nesta revista ou no site do CBCA, em versão eletrônica. Todo o material recebido será arquivado e não será devolvido. Caso seja possível publicá-lo, o autor será comunicado. É necessário o envio das seguintes informações em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data do projeto e da construção, autor do projeto, engenheiro calculista e construtor) e dados do arquiteto (endereço, telefone de contato e e-mail).

& 32 ARQUITETURA AÇO

Direção Cristiano S. Barata Coordenação Editorial Winnie Bastian Redação Carine Portela, Deborah Peleias, Isabel Silvares, Isis Gabriel e Valentina Figuerola Revisão Deborah Peleias Projeto Gráfico e Editoração Cibele Cipola e Jefferson Moura (estagiário) Pré-impres­são e Impres­são Copypress Endereço para envio de material: Revista Arquitetura & Aço – CBCA Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ cbca@quadried.com.br É per­mi­ti­da a repro­du­ção total dos tex­tos, desde que men­cio­na­da a fonte. É proi­bi­da a repro­du­ção das fotos e dese­nhos, exce­to median­te auto­ri­za­ ção ex­pres­­sa do autor.



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