Revista Arquitetura e Aço - 23

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ARQUITETURA AÇO Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 23 setembro de 2010

Habitações de Interesse Social

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& ARQUITETURA AÇO


Moradia de qualidade para todos:

o grande desafio

brasileiro

Em 2009, o ministério das CidadEs (MCidades), em parceria com a Fundação João Pinheiro (FJP), apurou, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) de 2007, que o déficit habitacional brasileiro totalizava 6,273 milhões de domicílios, revelando o grande desafio que tinha pela frente. Acreditamos que o uso de sistemas construtivos baseados em estruturas em aço pode ajudar, e muito, a minorar o problema. Os sistemas em aço apresentam agilidade na execução, obra limpa, possibilidade de trabalhar grandes vãos, que permitem liberar áreas para o convívio social das famílias atendidas. Esses sistemas incorporam o conceito de sustentabilidade ambiental, sendo o aço 100% reciclável e o material mais reciclado do mundo. Com o objetivo de mostrar a viabilidade dos sistemas construtivos em aço para a habitação, o Instituto Aço Brasil (IABr) e o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) montaram a exposição Vila do Aço na ExpoAço 2010 e na 4ª Conferência das Cidades, realizadas respectivamente em abril e junho, e que apresentamos em matéria especial desta edição de Arquitetura & Aço. Trazemos outros importantes exemplos da aplicação do aço na habitação de interesse social: a Vila Dignidade, projeto de vila para idosos desenvolvido pela CDHU para diversas cidades do interior paulista, e construído em steel framing; os prédios – de cinco e sete pavimentos – construídos na região metropolitana de São Paulo e em Campinas, também para o CDHU; o conjunto Paulo Freire, da Cohab-SP, erguido no sistema de mutirão e autogestão para 100 famílias; e as 510 unidades habitacionais construídas em Angra dos Reis, em apenas sete meses, e que beneficiaram as famílias desabrigadas pelas chuvas de 2002. Mostramos, também, a experiência de um empreendimento privado chileno para 6.800 casas, próximo de Santiago, e com unidades que variam de 54 m2 a 126 m2, e um estudo realizado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) para a affordable house, habitação unifamiliar que emprega de forma intensiva elementos e componentes de aço. E, ainda, o Diretor Técnico da CDHU, João Abukater Neto, conta em entrevista quais são as expectativas da estatal em relação à atuação da indústria do aço nas habitações de interesse social. Boa leitura! ARQUITETURA&AÇO

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ARQUITETURA&AÇO


Arquitetura & Aรงo nยบ 23 setembro 2010

Sidnei Palatnik

sumรกrio Foto de capa: Projeto Usiminas V072

05.

10.

14.

16.

20.

24.

26.

30.


ENDEREÇOS

05.

Em uma iniciativa

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inédita no país, IABr e Centro Brasileiro da Construção em Aço erguem a Vila do Aço para

divulgar as características dos sistemas de construção em aço.

10.

CDHU São Paulo

ergue 203 edifícios em aço

14. Em entrevista, Diretor Técnico da CDHU São Paulo fala sobre as expectativas em relação à atuação da indústria do aço nos projetos de interesse social. 16. No interior de na região metropolitana de São Paulo e de Campinas.

São Paulo, Vila Dignidade é o primeiro condomínio popular construído em light steel framing e será replicado em outras

20. Estruturas em aço viabilizaram plantas livres no conjunto Paulo Freire, da Cohab-SP, atendendo às necessidades de 100 famílias. 24. Em Angra dos Reis (RJ), projeto utiliza o aço para levantar 510 unidades habitacionais em apenas sete meses. 26. No Chile, um modelo eficiente do uso do aço em conjuntos residenciais. 30. Affordable house: um estudo para uma casa acessível realizado pela Escola Politécnica da USP.

cidades do Estado.


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ARQUITETURA&AÇO


Marcelo Scandaroli / CBCA

Vila do Aço:

canteiro de boas ideias Em uma iniciativa inédita no país, IABr e Centro Brasileiro da Construção em Aço erguem a V ila do A ço para apresentar as possibilidades de sistemas construtivos em aço e as contribuições que podem trazer para os projetos de habitações de interesse social ARQUITETURA&AÇO

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Durante uma reunião com a presença do Presidente Luiz

agora na 4ª Conferência Nacional das

Inácio Lula da Silva, ministros e outras autoridades governamen-

Cidades, em Brasília, onde estiveram

tais, os representantes do IABr – Instituto Aço Brasil – ouviram um

presentes representantes de diversas

comentário inquietante: muito se falava sobre a potencialidade do

entidades civis e movimentos sociais

uso do aço para a construção industrializada de moradias, sempre

ligados à questão da habitação, além

citando diversos exemplos do exterior, mas a maioria dos presentes

de autoridades governamentais. Entre

desconhecia ou sabia pouco sobre estes sistemas e as alternativas

elas, a atual presidenta da Caixa

disponíveis no Brasil.

Econômica Federal, Maria Fernanda

Estava lançado o desafio para a indústria do aço: apresentar

Ramos Coelho, que visitou a Vila e, após

as soluções existentes aos diferentes públicos envolvidos com a

conhecer as diversas soluções propos-

questão da habitação social, mostrando o que é possível realizar

tas e ouvir sobre a alta produtividade,

com a construção em aço, com foco especialmente voltado para o

a reciclabilidade do aço e a ecoficiência

programa do governo federal Minha Casa Minha Vida.

do processo de produção, mostrou-se

A resposta veio com a construção da Vila do Aço, apresentada

surpresa. “Precisamos adotar esse tipo

pela primeira vez durante a ExpoAço 2010, realizada em abril de

de estrutura”, comentou ao visitar uma

2010, em São Paulo.

das casas onde o engradamento de aço

Em uma área de 1.600 m2, a Vila do Aço apresentou em tama-

para telhado estava exposto.

nho real a aplicação do aço em projetos de casas, prédios e equi-

O Presidente Lula conheceu a Vila do

pamentos urbanos, além de mostrar o uso do sistema light steel

Aço durante a ExpoAço 2010 e em seu

framing, do engradamento metálico para telhados, das esquadrias,

discurso na abertura do evento comen-

coberturas, fachadas e passarelas.

tou que a construção em aço é uma

O público que visitou o evento pôde perceber claramente a

boa opção também para os projetos de

contribuição e os benefícios que a construção em aço oferece aos

moradias destinadas à população de

projetos habitacionais, empregando produtos e tecnologia avança-

baixa renda. “O importante é que todos

dos e disponíveis atualmente no mercado brasileiro.

conheçam”, disse o presidente, salientando que seria preciso expor muito

Em junho de 2010, a Vila do Aço foi novamente montada, Fotos Marcelo Scandaroli / CBCA

mais estes exemplos para mostrar as alternativas, e concluiu, “espero ver a Vila do Aço por todo o país”. Ao final dos dois eventos, a impressão que ficou é que a exposição foi um “canteiro de ideias” para todos que a visitaram. A Vila do Aço permitiu aos visitantes conhecer as diversas soluções em sistemas de construção industrializados estruturados em aço, e entender como o aço pode ajudar a transformar as nossas cidades, colaborar com a melhoria dos espaços urbanos e ampliar as possibilidades de acesso da população à moradia, ao saneamento e Vista de unidades habitacionais, mobiliário urbano e passarela na Vila do Aço

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ARQUITETURA&AÇO

ao transporte. (Da Redação) M


Foto Ian Lopes

No topo da página, lixeiras para a coleta seletiva revestidas com aço pré-pintado. Acima, ponto de ônibus coberto, estruturado com perfis laminados

Acima, perfis em aço eletrosoldados utilizados como elementos estruturais em projeto residencial. Ao lado, casa estruturada com perfis leves em aço (Steel Framing). Abaixo, modelo de apartamento com estrutura em perfis laminados

ARQUITETURA&AÇO

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A Vila do Aço 1. Edifícios habitacionais de 5 a 7 pavimentos com perfis estruturais formados a frio Sistema construtivo que permite receber paredes industrializadas ou alvenaria convencional, assim como diversos tipos de lajes. Na Vila do Aço, utilizou-se sistema de lajes steel deck. 2. Edifícios residenciais com perfis estruturais laminados Sistema que utiliza perfis laminados como elementos estruturais para vigas e pilares. Trabalha com qualquer componente pré-fabricado ou com um mix de pré-fabricados e componentes da construção convencional. 3. Casa com parede de concreto Este sistema utiliza formas metálicas pré-fabricadas para a moldagem in loco da vedação estrutural em concreto, permitindo produção em escala com qualidade e economia.

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4. Casa com colunas e vigas prontas e convencionais Sistema que utiliza os convencionais vergalhões CA-50 e CA-60 em treliças e armaduras das colunas e vigas prontas. 5. Casas ou edifícios em light steel framing Sistema que tem como estrutura perfis leves em aço galvanizado zincado ou com liga de alumínio-zinco. Os perfis são distribuídos de forma a compor painéis estruturais. Os mesmos perfis são usados para engradamento de telhado. 6. Galpão em pórticos com perfis estruturais laminados Com um pavimento, tem estrutura principal formada por um conjunto de pórticos rígidos com perfis estruturais laminados. Com menor número de elementos (2 vigas e 2 pilares), é de simples fabricação e montagem rápida, com ligações aparafusadas. 7. Telhas de aço De grande resistência mecânica, baixo peso e em vários formatos, podem ser simples ou com isolamento termo-acústico. Podem ser usadas em telhados de baixa declividade, e resistem a sobrecargas de vento e de pessoas. Com diversos tipos de seção, permitem efeitos estéticos em fachadas. 8. Telhas pré-pintadas Em aço zincado ou revestido com liga alumínio-zinco, apresentam diversos acabamentos e cores. No caso específico da telha de cor branca, pontua na obtenção da certificação LEED, pois auxilia na redução de consumo energético. 9. Telha tipo sanduíche Composta por duas chapas de aço pré-pintadas com injeção de espuma de alta pressão, oferece alto isolamento termo-acústico, dispensa laje ou forro, é de montagem rápida, reduz o peso da estrutura da cobertura, resiste ao fogo e é ecológica. 10. Telha de aço com acabamento em gravilha Produzida com substrato em aço revestido de liga alumínio-zinco, estampada em formato de telha para uso residencial, com acabamento granular que confere aspecto próximo ao das telhas cerâmicas. 11. Fachadas com aço pré-pintado Fáceis de instalar e de simples manutenção, foram desenvolvidas especificamente para o segmento de revestimento de fachadas e comunicação visual, com dupla proteção à corrosão por serem revestidas com liga alumínio-zinco. 8

ARQUITETURA&AÇO


12. Estação de coleta seletiva Fabricada em estrutura de aço com perfis laminados a quente e revestimento com aço pré-pintado, tem diversidade estética, de cores e principalmente longa vida útil. 13. Portas e janelas em aço – filme PVC com aparência de madeira Fabricadas nas opções aço ao cobre, aço revestido e aço inox para portas e janelas. Para portas é possível aplicar uma película de PVC com aparência de madeira para efeito estético. 14. Passarela com estrutura em aço Constituída de perfis tubulares, perfis laminados, soldados ou conformados a frio, proporciona travessias com vão livres que eliminam pilares no canteiro central das vias, rapidez na conclusão da obra e menos interferências no tráfego. 15. Fachadas em aço inox Modulares e de fácil instalação, diversos sistemas de revestimentos em inox se adaptam à concepção do projeto arquitetônico. As peças podem ser perfuradas e instaladas em posição horizontal, vertical e curva. 16. Guarda-corpo em aço inox Devido a sua versatilidade e durabilidade, o inox é adequado para guarda-corpos. Fabricados em diferentes tipos, formas e sistemas de fixação, são usados em corrimãos e grades e executados com tubos e chapas de aço inox de diferentes dimensões e acabamentos. 17. Piso podotátil em aço inox Confeccionado por estampagem a partir de chapas de aço inox com 1 mm de espessura e acabamento microtexturizado, atende à NBR 9050 e pode ser aplicado em travessias de vias urbanas, acessos a elevadores, escadas e escadas rolantes, área de embarque de trens, metrô etc.

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18. Elementos táteis em aço inox Com sistema furo-cola ou furo-parafuso, podem ser instalados sobre pisos existentes e são ideais para reforma ou adaptação de edificações às normas brasileiras de acessibilidade com aplicação de alta performance. 19. Aquecedor solar com reservatório em aço inox Composto por coletores solares com aletas soldadas por ultrassom e reservatórios térmicos com cilindros em aço inoxidável, que proporciona maior qualidade ao produto. Gera uma economia de até 80% no consumo de energia. 20. Ponto de ônibus em estrutura de aço Além de atender aos requisitos de resistência, durabilidade e estética, os pontos de ônibus com perfis estruturais laminados ou tubos garantem rapidez na montagem e desmontagem. 21. Coprodutos para pavimentos Os agregados siderúrgicos de aciaria têm capacidade de carga elevada, alta resistência ao desgaste e peso próprio elevado. Para aplicação principalmente em pavimentação rodoviária, com redução de 40% no custo da obra. 22. Sistema drywall Utilizado em paredes divisórias e forros, é constituído por uma estrutura de perfis de aço zincado, no qual são aparafusadas, em ambos os lados, chapas de gesso acartonado. Tem excelente desempenho acústico, térmico e mecânico.

ARQUITETURA&AÇO

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Erigindo

sonhos CDHU investe em 203 edifícios, de cinco ou sete pavimentos e com estrutura em aço. O resultado são 4.363 unidades habitacionais de qualidade para famílias de baixa renda do

Estado de São Paulo

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Caminhão, carregado com as estruturas em aço pré-fabricadas, chega ao canteiro

Nas fotos de 1 a 10, o passo a passo da construção dos 203 edifícios da CDHU. Abaixo, imagem de um dos conjuntos habitacionais entregues pela estatal

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Após o desembarque, as estruturas em aço são separadas conforme a sua numeração

Os baldrames foram executados enquanto as estruturas eram fabricadas e estão prontos para a montagem

Segundo estimativas do Ministério das Cidades, em 2007 o déficit habitacional brasileiro, um de nossos maiores problemas estruturais, correspondia a 6,273 milhões de domicílios. Especialistas defendem que o déficit deve-se a dificuldade de gestão de obras, realizadas com sistemas não industrializados. Há, entretanto, investimentos de órgãos estatais e empresas privadas direcionados a se Fotos Roberto Inaba

construir mais, com custos menores e

10 ARQUITETURA&AÇO

maior velocidade. Neste aspecto, a missão do setor da construção civil não é pequena. Encontrar soluções tecnológicas que


melhorem a qualidade das habitações de interesse social e diminuam seus

regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas, em diversos canteiros, totalizando mais de 230 mil m2 de construção e que se

custos, em todas as fases do proces-

apresentam como um modelo de solução construtiva em aço.

so de produção, são dois importantes

Os apartamentos têm dois quartos, sala, cozinha, banheiro e

passos para diminuir esse abismo no

área de serviço. No total, são 4.364 unidades, que atendem às

caminho do desenvolvimento do país.

necessidades de moradia de famílias de baixa renda em duas das

Os sistemas construtivos em aço

maiores cidades do Estado de São Paulo.

apresentam-se como uma das escolhas

Seguindo o padrão de arquitetura adotado pela CDHU, a prin-

mais interessantes e acessíveis, princi-

cipal diferença entre eles está no tipo de estrutura em aço e nos

palmente no que diz respeito à raciona-

engradamentos. Nos projetos Usiminas V052 e V072, os pilares são

lização de materiais e de mão-de-obra,

tubulares de seção circular e retangular, as vigas são em perfis de

alto grau de qualidade, menor prazo de

chapa dobrada, e os engradamentos em perfis conformados a frio.

execução, além de apresentar flexibili-

Já no projeto Usiminas 5P, os pilares e vigas são em perfis de

dade e reciclabilidade do material. A

Companhia

de

chapa dobrada duplo-cartola, formando uma espécie de H, que per-

Desenvolvi-

mite o encaixe da alvenaria em quatro direções, com os engrada-

mento Habitacional e Urbano (CDHU)

mentos em perfis U também de chapa dobrada. Nos três projetos,

de São Paulo construiu 203 prédios

as paredes externas, e também as internas, são de alvenaria (tijolo

– de cinco e sete pavimentos – nas

cerâmico), e as lajes são pré-moldadas treliçadas.

As unidades habitacionais da CDHU em São Paulo e Campinas possuem dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço.

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Detalhe de fixação do pilar de aço na base de concreto

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Detalhe de montagem do pilar

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Detalhe da ligação da viga com o pilar e o contaventamento

ARQUITETURA&AÇO

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Para o arquiteto Roberto Inaba, que participou do projeto da Usiminas, o principal diferencial do uso das estruturas em aço nos projetos de habitação de interesse social reside na “maior velocidade de execução, ajudando a reduzir mais rapidamente o déficit habitacional brasileiro e minimizando os desperdícios”. Com modelos aplicados com sucesso, a realidade da habitação de baixa renda começa a mudar no Brasil. Uma prova está na adoção pela CDHU de São Paulo, em 2008, dos conceitos do Desenho Universal da Habitação de Interesse Social em seus programas habitacionais. Estes projetos utilizam sistemas construtivos que permitem

Elevação

Fotos Roberto Inaba

que as dimensões dos ambientes

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Vista geral da montagem das estruturas dos edifícios

12 ARQUITETURA&AÇO

Escada pré-fabricada em aço e preenchida com concreto

Em projetos de habitação social, as estruturas em aço ajudam a reduzir o déficit habitacional brasileiro.


Projeto Usiminas V052

possam ser alteradas, de forma a atender às necessidades e preferências dos diferentes usuários, admitindo adequações e transformações. Para isso, os projetos devem prever a possibilidade de deslocamento de paredes, ou divisórias, para readequar os cômodos da moradia. De acordo com a Gerente de

> Projeto

de arquitetura: arq. Jaime Gonçalves de Souza (Tecsteel Engenharia e Consultoria Técnica S/C Ltda.)

> Projeto

estrutural: eng. Mauri Resende Vargas (Tecsteel Engenharia e Consultoria Técnica S/C Ltda.)

> Fabricação > Aço

empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão atmosférica

> Área

construída por prédio: 1.015,60 m²

> Área

construída total: 29.452,40 m²

> Total

de prédios: 29

> Total

de apartamentos: 580

Projetos da CDHU, Irene Rizzo, os sis-

> Volume

temas industrializados de construção

> Local:

agilizam as obras no sistema em muti-

> Data

rão. Nestes projetos, as fundações, a estrutura e as lajes ficaram a cargo das empresas vencedoras da licitação. As vedações e acabamentos são feitos pelos mutirantes. Pela dinâmica obtida na obra, esta escolha se mostrou extremamente acertada. (D.P.) M

e montagem da estrutura metálica: Brastubo

do aço: 800 t

região metropolitana da cidade de São Paulo e de Campinas

do projeto: 2001

> Início

da obra: 2002

> Conclusão

da obra: 2005

Projeto Usiminas V072 (sete pavimentos) > Projeto

de arquitetura: arq. Jaime Gonçalves de Souza (Tecsteel Engenharia e Consultoria Técnica S/C Ltda.)

> Projeto

estrutural: eng. Mauri Resende Vargas (Tecsteel Engenharia e Consultoria Técnica S/C Ltda.)

> Fabricação

e montagem da estrutura metálica: Brastubo

> Aço

empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão atmosférica

> Área

construída por prédio: 1.552,87m²

> Área

construída total: 59.009,06 m²

> Total

de prédios: 38

> Total

de apartamentos: 1.064

> Volume >

do aço: 1.800 t

Local: região metropolitana da cidade de São Paulo

> Data

do projeto: 2001

> Início

da obra: 2002

> Conclusão

da obra: 2005

Projeto Usiminas 5P (cinco pavimentos) > Projeto

de arquitetura: projeto-padrão CDHU

> Projeto

estrutural: Usiminas

> Fabricação

e montagem da estrutura: Pórtico Construções Metálicas e Soufer Industrial Ltda.

> Aço

empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão atmosférica

> Área

construída: 1.037,8 m²

> Área

construída total: 141.140,80 m²

> Total

de prédios: 136

>

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Total de apartamentos: 2.720

> Volume

Mutirante executa a vedação em bloco cerâmico Conjunto semiacabado: vista dos prédios com a vedação em alvenaria

>

do aço: 3.200 t

Local: região metropolitana da cidade de São Paulo

> Data

do projeto: 2001

>

Início da obra: 2002/2003

>

Conclusão da obra: 2004

ARQUITETURA&AÇO

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Espaço para todos

As indústrias do aço precisam ter interesse no mercado da habitação popular.

André Siqueira

João Abukater Neto

Ocupando a cadeira de Diretor Técnico da Companhia de

sos em Avaré, no interior de São Paulo.

Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do Estado de São

O modelo servirá para os outros dez

Paulo desde janeiro de 2007, João Abukater Neto tem reforçado a

projetos, com 24 unidades cada, sendo

adoção de práticas modernas para oferecer habitação de qualidade

quatro já contratados e o restante em

às famílias de baixa renda.

licitação (ver reportagem à página 16).

Dentre as ações de modernização dos processos habitacio-

A política habitacional que a CDHU

nais estão o Qualihab, programa de qualidade da CDHU que tem

tem colocado em prática prevê dobrar o

materiais e sistemas construtivos industrializados aprovados

número de unidades construídas, e sua

a partir do cumprimento de exigências técnicas e de ensaios

diretoria espera que a indústria do aço

em laboratórios acreditados pelo Inmetro (Instituto Nacional de

participe com sua tecnologia e matéria-

Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), e que serviu

-prima, já que, como diz Abukater Neto,

de referência para o PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e

o Brasil é rico na produção de aço.

Produtividade no Habitat). Para o Diretor Técnico, sistemas construtivos em aço são um

AA – Quais experiências a CDHU já teve

caminho para atender à demanda por novas moradias e suprir o

com projetos construídos com estrutu-

grande déficit habitacional brasileiro. A CDHU já possui várias uni-

ras em aço?

dades construídas com estrutura em aço e apostou no steel framing

JAN – A CDHU talvez seja a empresa

para construir o primeiro Vila Dignidade, condomínio para ido-

de construção que tem a maior escala

14 ARQUITETURA&AÇO


de empreendimentos feitos em estru-

como diferenciais a velocidade na construção e a consequente dimi-

tura metálica no país. São milhares de

nuição dos custos indiretos, proporcionando retorno financeiro.

unidades construídas neste sistema.

Temos, atualmente, escassez de mão-de-obra qualificada na construção civil – e não conseguiremos suprir nem a demanda

AA – A performance dos projetos reali-

atual, nem a demanda futura – e isso não pode impactar no aumen-

zados em aço atendeu às expectativas

to do custo dos projetos. No processo industrializado isso não acon-

da CDHU?

tece, pois sua mão-de-obra é qualificada.

JAN – As unidades construídas estão em pleno uso e as estruturas estão fun-

AA – Pensando no custo total do empreendimento, como se compor-

cionando bem, cumprindo seu papel.

ta um projeto construído em aço, comparativamente aos sistemas

Tivemos alguns recalls, que foram fruto

convencionais?

da própria falta de experiência dos

JAN – Qualquer sistema industrializado de construção só é compe-

construtores, que não estavam acostu-

titivo se tiver condições de ser produzido em escala. Nos programas

mados com este sistema construtivo.

habitacionais, a garantia são as escalas, uma vez que o déficit habi-

Em resumo, a CDHU está preparada e

tacional é muito grande.

aberta para as construções que utilizem a estrutura em aço.

O custo do sistema em aço, como já disse, é competitivo nas questões prazo da construção, uso e manutenção, porque, às vezes, é mais caro manter uma obra do que construi-la.

AA – Os editais recentes da CDHU permitem que as empresas licitadas optem

AA – Em sua opinião, a indústria da construção em aço está prepa-

pelos sistemas construtivos industria-

rada para atender adequadamente à demanda dos programas de

lizados. Neste caso, quais as principais

moradia popular, considerando os aspectos de projeto, execução e

características e diferenciais da constru-

manutenção durante a vida útil do empreendimento?

ção em aço em relação aos demais siste-

JAN – Isso quem sabe são as próprias empresas, mas espero que

mas? Quais benefícios o senhor pode

sim. E afirmo que as indústrias do setor precisam ter interesse no

destacar com a experiência da CDHU?

mercado da habitação popular. Se não houver interesse por parte

JAN – Historicamente e enquanto

das indústrias em absorver a nossa demanda, eu diria que este é

Estado, a CDHU sempre procurou a

um erro estratégico. Sinceramente, espero que a indústria do aço

vanguarda de políticas públicas que

dê atenção às nossas necessidades, e não apenas ao fornecimento

tratem tanto das questões sociais do

de vergalhões, mas também em estruturas, laminados e perfis,

setor, quanto dos sistemas construti-

para contribuir com o crescimento da construção civil, tanto em

vos. Um exemplo é o PBQP-H, que nas-

sistemas abertos, fechados e mistos. Lembrando que o Brasil é rico

ceu depois do Qualihab e foi criado com

na matéria-prima do aço, não podemos deixar de usar essa riqueza.

a experiência de São Paulo.

E se houve uma ausência da indústria do aço no passado nos

Os editais permitem que os siste-

programas do setor não foi por vontade nossa. Por isso, espero que

mas construtivos concorram entre si,

o investimento das empresas do aço nos programas habitacionais

desde que sejam sistemas aprovados

se torne uma política permanente.

pela QualiHab, isto é, sejam certificados. As empresas que concorrem às lici-

AA – E, por fim, qual a perspectiva do uso das estruturas metálicas nos

tações estão pensando em construir,

projetos habitacionais de interesse social para os próximos anos?

hoje, com sistemas industrializados. No

JAN – O mercado é muito grande e, com certeza, tem espaço para

caso das estruturas em aço, elas têm

todos! (D.P.) M ARQUITETURA&AÇO

15


Vila Dignidade:

o melhor para os idosos O primeiro condomínio popular construído em light steel framing no Estado de São Paulo foi erguido em curto espaço de tempo e permitiu atender às necessidades dos moradores especiais nos requisitos

Fotos cedidas / Construtora Sequência

conforto térmico e acústico , e também na acessibilidade

Em Avaré, no interior paulista, uma vila vem chamando a

“Este sistema veio para ficar, prin-

atenção por seu ineditismo. Além de oferecer assistência e abri-

cipalmente quando se trata de repe-

go gratuitos a idosos de baixa renda da região, é um projeto de

tição. Ganhamos muito em produ-

condomínio popular que causou impacto por ter sido erguido em

ção quando conseguimos fazer casas

light steel framing. Este sistema construtivo utiliza perfis de aço

iguais. Isso realmente é um diferen-

galvanizado de 0,80 mm a 1,25 mm, com revestimento mínimo de 180 g/m2 de zinco, e entre suas vantagens – além da velocidade de

cial. Em uma obra popular, consegui-

execução e limpeza da obra –, está o conforto térmico e acústico das

produção que tende a baixar preços e

habitações, fundamentais para a proposta do projeto.

aumentar a produtividade”, afirma o

16 ARQUITETURA&AÇO

mos viabilizar a tão sonhada escala de


Nas fotos abaixo, à esquerda, montagem da estrutura em light steel framing da Vila Dignidade, em Avaré, no interior paulista, e à direita, as casas prontas: conforto térmico e acústico são as características deste projeto que será replicado em outras cidades

arquiteto Alexandre Mariutti, diretor

três mil unidades de habitação de interesse social no sistema con-

da Construtora Sequência, responsável

vencional. E, apesar de trabalhar com o sistema construtivo steel

pela execução da obra. Ele conta que o

framing há 12 anos, essa é a primeira vez que a empresa o utiliza

contrato para a realização do empreen-

em obras desse segmento. “Não foi preciso fazer nenhuma adequa-

dimento era de oito meses, mas com

ção para utilizá-lo nas casas populares. O que mudou, em relação

apenas três de trabalho as primeiras

às construções que costumamos fazer, foi o tipo de acabamento

casas começaram a ser entregues.

adotado, como os metais, as louças, cerâmicas e revestimentos, que

Há 47 anos no mercado, a Construtora Sequência já construiu mais de

nesse caso são mais simples do que aqueles para a classe média”, explica Mariutti. ARQUITETURA&AÇO

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Fotos cedidas / Construtora Sequência

Shed metálico permite entrada de luz e ventilação nas casas da Vila Dignidade, À esquerda. Na foto à direita, peças especiais nos banheiros para a segurança dos idosos

Nas fotos ao lado, preparação do sistema hidráulico e execução da fundação com sistema radier

> Projeto

arquitetônico: CDHU Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo

> Área

construída: 1.160 m²

> Aço

empregado: ZAR 230, chapa galvanizada

> Volume

do aço: 32 ton.

> Projeto

estrutural: Micura Steel

Frame > Fornecimento

da estrutura metálica: Construtora Sequência

> Execução

da obra: Construtora Sequência

> Local: > Data

Avaré, SP

do projeto: outubro de 2009

> Conclusão

18 ARQUITETURA&AÇO

da obra: março de 2010


O projeto da Vila Dignidade leva em consideração aspectos importantes do dia a dia dos moradores, como área de lazer para as atividades físicas dos idosos e aquecimento solar, iniciativas inéditas no Brasil

Foi também a primeira vez que

tem infraestrutura completa e espaços de convivência, onde

a Companhia de Desenvolvimento

os moradores terão assistência social e atividades socioculturais

Habitacional e Urbano do Estado de

e de lazer.

São Paulo (CDHU) utilizou o sistema

Todo o processo de montagem das residências foi dividido em

em um projeto seu, adotando também

três etapas. A primeira delas compreende a execução da fundação

as premissas da arquitetura univer-

do tipo radier – uma laje simples e de fácil execução, a montagem

sal, com unidades habitacionais que

dos perfis, que já vêm prontos de fábrica, e a montagem do telhado.

apresentam vãos maiores de portas e

“Em uma semana, a casa já está coberta”, lembra Mariutti. O passo

piso antiderrapante, entre outros itens,

seguinte foi revestir a parede externa com placas cimentícias,

para promover a segurança e a acessi-

fazendo, ao mesmo tempo, a instalação hidráulica e elétrica da resi-

bilidade ao usuário.

dência. Por fim, a construtora montou o drywall na parte interna e

As 22 casas da Vila Dignidade são

fez os acabamentos da casa.

térreas, com sala conjugada à cozinha,

A Vila Dignidade de Avaré é o primeiro de uma série de con-

um dormitório, banheiro, área de ser-

juntos habitacionais da CDHU e ainda em 2010 serão construí-

viço e uma pequena área externa nos

dos projetos similares em Presidente Prudente, São José do Rio

fundos, que pode ser utilizada como

Preto e Araraquara, enquanto outros já estão em licitação em

jardim ou horta. O condomínio ainda

Caraguatatuba, Ribeirão Preto e Ituverava. (F.L.) M ARQUITETURA&AÇO

19


Respeito às diferenças SiStemaS conStrutivoS induStrializadoS flexibilizam unidadeS-padrão da cohab, no conjunto habitacional paulo freire, de forma a atender aS diferenteS

Usina-ctah

neceSSidadeS daS famíliaS contempladaS

20 ARQUITETURA&AÇO


Fotos Usina-ctah

Mutirão de autogestão no conjunto habitacional Paulo Freire, da Cohab-São Paulo: as 100 famílias atendidas trabalharam nos fins de semana sob a orientação de um grupo de profissionais da Usina-ctah. Abaixo, modelo de planta das unidades habitacionais

famílias que ocuparão os imóveis – desde a elaboração do projeto, a construção e a administração dos recursos, contribuindo na realização de algumas etapas da obra. As tecnologias construtivas em

Autogestão e utilização de prin-

aço têm permitido realizações rápidas, de baixo impacto ambiental

cípios construtivos mais sustentáveis

e com grandes possibilidades de adaptação às unidades.

são duas das grandes evoluções das

Um exemplo da construção a partir de mutirão e autogestão é o

habitações de interesse social ligadas à

conjunto Paulo Freire, da Cohab-São Paulo, entregue em 2010 às 100

iniciativa pública. A autogestão envolve

famílias da Associação de Construção Comunitária Paulo Freire,

a participação, em todo o processo, das

filiada à União dos Movimentos de Moradia.

ARQUITETURA&AÇO

21


A Usina-ctah (centro de trabalhos para o ambiente habitado),

Além disso, os coordenadores da

grupo multidisciplinar de assessoria a movimentos e adminis-

Usina-ctah consideraram que o uso da

trações públicas para a produção do ambiente construído, atuou

estrutura metálica agilizaria a obra,

em conjunto com a associação em todas as etapas do processo.

encurtando significativamente seu

Beatriz Tone, uma das arquitetas do grupo, que também conta

prazo de execução total. “Também

com profissionais de outras áreas, diz que, originalmente, estava prevista a adoção de prédio-padrão da Cohab, que prevê 42 m2

diminuiria o trabalho não remunerado

por unidade, e, neste caso, 50% das janelas dos quartos ficariam

integrantes durante os fins de sema-

voltadas para face sul.

na e facilitaria a execução das etapas

(em forma de mutirão) das 100 famílias

As famílias envolvidas não concordaram com o partido, uma vez

seguintes, pelo fato da estrutura servir

que a estrutura-padrão não atenderia às diferentes necessidades

como referência de prumo, esquadro,

dos contemplados. A arquiteta afirma que, graças ao uso do aço,

nível, medidas em geral e, inclusive,

foi possível viabilizar uma estrutura independente da vedação. “Só

reduzindo o transporte vertical de

assim”, lembra Beatriz, “foi possível estabelecer uma ‘planta livre’

materiais e dos próprios trabalhado-

para as unidades. Cada família pode configurar os ambientes de

res, resultando em maior segurança no

acordo com suas necessidades e preferências.”

trabalho”, destaca a arquiteta. (D.P.) M

22 ARQUITETURA&AÇO


Fotos Usina-ctah

O uso do aço permitiu adequar a planta das unidades conforme a necessidade e preferência de cada família

Características técnicas O conjunto Paulo Freire foi construído em um terreno de 3,7 mil m2, possui 100 unidades de 55 m2 em edifícios de cinco e sete andares com estrutura metálica e cinco variações de planta livre, além de um centro comunitário. Segundo Flávio Gibram, Diretor de Planejamento da Pórtico Construções Metálicas, responsável pelo cálculo estrutural, projeto básico e executivo, detalhamento e montagem da estrutura, a estrutura metálica é composta de colunas de seção retangular, formadas por dois perfis U enrijecidos 240 x 60 x 20, formando colunas 240 x 120 mm. Já as vigas são tipo I enrijecido 190 x 120 mm e 240 x 120 mm, trabalhando como vigas mistas, com conectores de cisalhamento tipo U, para interação com lajes pré-moldadas. A fabricação dos perfis, sob medida e sem emendas, foi executada em perfiladeiras contínuas, e as soldas de fábrica feitas em processo MIG semiautomatizado. “A montagem foi feita em seis etapas, com o propósito de liberar frentes para a execução de lajes e alvenarias, em regime de mutirão administrado”, finaliza Flávio.

> Projeto

arquitetônico e estrutural: Usina-ctah centro de trabalhos para o ambiente habitado

> Equipe:

Beatriz Bezerra Tone (arquiteta), Flávio Ramos (engenheiro civil), Heloisa Diniz de Rezende (arquiteta), Irani Ramos (engenheiro civil), Jade Percassi (educadora), João Marcos de Almeida Lopes (arquiteto), Pedro Fiori Arantes (arquiteto), Eduardo Costa (arquiteto), Paula Constante (arquiteta), Tiaraju D’Andrea (cientista social)

>C olaboradores:

Eder Camargo (historiador), Guilherme Petrella (arquiteto), Luciana Ferrara (arquiteta), Melina Andrade

(cientista social), Renata Moreira (arquiteta), Yopanan Rebello (engenheiro civil) >P rojeto

estrutural: Usina-ctah e Pórtico Construções Metálicas

>F ornecimento

e montagem da estrutura: Pórtico Construções Metálicas

>P rojetos

complementares: KML Engenharia

> Área

construída: 7.070 m²

>A ço

empregado: aço patinável de maior resistência a corrosão

> Volume > Local: > Data

de aço: 1,34 t

São Paulo

do projeto: 2001-2003

> Início

da obra: 2003

>C onclusão

da obra: agosto

de 2010

ARQUITETURA&AÇO

23


24 ARQUITETURA&AÇO

Acolhendo desabrigados

Fotos Construtora Pires do Rio

Casas em Angra dos Reis são construídas a partir de um kit metálico padronizado, composto por uma estrutura de engradamento de telhado, colunas e vigas metálicas, com fechamento em alvenaria

Projeto utiliza o aço para levantar 510 unidades habitacionais em apenas sete meses e beneficiar as famílias

Angra dos Reis desabrigadas pelas chuvas de 2002 de

Na passagem de 2009 para 2010, o Brasil se assustou com o desastre que acometeu um dos mais belos destinos turísticos do país, Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, quando o excesso de chuvas causou grandes enchentes e deslizamentos de morros e encostas, resultando na morte de dezenas de pessoas e em milhares de desabrigados. Em dezembro de 2002, um episódio semelhante resultou em 1,5 mil desabrigados. Naquele ano, as ações para recuperar as moradias destruídas pelas chuvas foram bastante rápidas. Usando estruturas em aço, em apenas sete meses uma parceria entre a Usiminas, a Prefeitura de Angra e o governo federal levantou condomínios de casas populares que beneficiaram 510 famílias desabrigadas pelas enchentes. De abril a novembro de 2003, foram construídos dois condomínios horizontais com unidades habitacionais geminadas, o Morada do Areal, com 110 unidades, e o Bracuí, com 400. Com projeto arquitetônico da Construtora Direta e execução da Construtora Pires do Rio, cada unidade tem 37 m2 de área construída e possui dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro. O aço foi utilizado na estrutura das casas e no engradamento dos telhados.


Wagner Gusmo

Condomínio horizontal no bairro Areal, em Angra dos Reis: uso das estruturas em aço permitiu abrigar 510 famílias em apenas sete meses

A rapidez com que os condomínios foram erguidos deve-se a uma tecnologia desenvolvida pela Usiminas. Segundo Orlando Braccaiolli, da Pires do Rio, a contribuição dessa tecnologia em soluções para a habitação de interesse social “reside no desenvolvimento técnico de uma alternativa econômica, simples e de rápida execução quando comparada ao sistema convencional de construção de casas populares”. Neste projeto, foi utilizado um kit metálico padronizado composto por uma estrutura com engradamento de telhado, colunas e vigas metálicas que, quando montados, servem de guia para o ali-

> Projeto

arquitetônico: Construtora Direta

> Projeto

estrutural: Usiminas

> Fornecimento

da estrutura metálica: Pires do Rio, Citep – Ind. e Com. Ferro e Aço Ltda.

> Execução

da obra: Construtora Pires do Rio

> Aço

empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão

> Volume

de aço: 2,93 t

> Área

construída: 18.870 m² (37 m² por unidade)

> Local: > Data

Angra dos Reis, RJ

do projeto: abril 2003

> Conclusão

da obra: novembro 2003

nhamento das paredes. As peças da estrutura são perfis formados a frio em aço de maior resistência à corrosão, em chapas de 2 mm de espessura, o que torna a estrutura leve e resistente, com qualidade e durabilidade, de acordo com Braccaiolli. As estruturas em aço contribuíram com diversos benefícios, tais como a velocidade de construção, limpeza na obra, redução no desperdício de material, e a possibilidade do uso de alvenaria apenas na vedação, proporcionando redução de custo em relação à alvenaria estrutural. Há mais de 20 anos, a Usiminas vem pesquisando e desenvolvendo diversos sistemas construtivos baseados em estrutura de aço, que permitem a construção de prédios e casas em um menor espaço de tempo por associar a estrutura metálica a materiais complementares de fechamento e divisória. (E.F.) M ARQUITETURA&AÇO

25


Microcosmo

Rubens Campos

urbano

Quase 7 mil casas implantadas em um lote de 1,68 milhão de m2: a escala monumental do megacondomínio chileno Ciudad

hoje, mais de 4 mil já foram entregues

del Sol, localizado em Puente Alto, na região metropolitana de

Dois renomados escritórios de

Santiago, exigia a adoção de um sistema construtivo que, além de

arquitetura, Benkel/Larraín e Judson

competividade de mercado, proporcionasse extrema racionalidade

& Olivos, uniram suas pranchetas para

para a obra. Com todas as condicionantes do projeto devidamente

conceber o projeto grandioso. Em uma

calculadas e analisadas, a escolha natural da equipe técnica recaiu

parceria afinada, as duplas criaram

sobre o light steel framing.

nove tipos diferentes de residências, com plantas que variam entre 54 m2

O sistema adotado ofereceu aos construtores uma extensa lista

aos proprietários.

de benefícios, como velocidade na execução, redução de mão-de-

e 140 m2. Há opções inteiramente

-obra, precisão dimensional e baixo desperdício de materiais. Com

estruturadas em steel framing e outras

a industrialização da obra, o light steel framing ainda simplifi-

que contam com o primeiro pavimento

cou o controle dos trabalhos realizados nos canteiros e viabilizou

em alvenaria convencional e o segundo

a construção das casas em etapas, realizadas de acordo com as

em aço. Este modelo híbrido de cons-

vendas das unidades – as primeiras saíram do papel em 2001;

trução vem se tornando bastante

26 ARQUITETURA&AÇO


Condomínio de mais de 6 mil casas, no Chile, evidencia uma promissora tendência: o uso do light steel framing na construção residencial em série. Racionalidade e segurança são pontos altos

Condomínio Ciudad del Sol: localizado em Puente Alto, próximo a Santiago, teve na utilização do light steel framing um importante diferencial para a execução de casas seguras e confortáveis, com alto desempenho termoacústico

popular no Chile, contabilizando exce-

mento em siding vinílico fazem os fechamentos externos e, placas

lentes índices de aceitação, especial-

de gesso acartonado, a vedação interna, tendo ainda isolamentos

mente no mercado imobiliário resi-

termoacústicos em lã de vidro no interior das paredes.

dencial de médio padrão na região da Grande Santiago. A construção do empreendimento ficou a cargo do conglomerado MBI,

Dividido em setores chamados de “microbairros”, o conjunto residencial Ciudad del Sol possui amplas áreas verdes, praças, pistas de corrida e caminhada, quadras poliesportivas, colégios e centro comercial com bancos, supermercado e lojas.

formado pelas empresas Inmobiliaria

Em mais uma aposta nas soluções tecnológicas de ponta, o com-

Manquehue, Brotec S.A. e Icafal,

plexo ganhou rede de distribuição subterrânea, que agrega cabos

que padronizou o sistema light steel

de eletricidade, telefonia, internet e TV. Tudo para gerar a menor

framing em todas as edificações do

interferência possível na paisagem e abrir ao máximo a vista para

conjunto: sobre os frames metálicos,

a Cordilheira dos Andes, que se descortina ao fundo do lote.

painéis estruturais OSB com revesti-

Dentro de casa, o conforto é garantido pelas propriedades acúsARQUITETURA&AÇO

27


Rubens Campos

Além da versatilidade para atendimento a projetos diversificados, um dos grandes destaques do light steel framing é a alta resistência, inclusive antissísmica, que no caso de Ciudad del Sol garantiu a integridade das casas no terremoto ocorrido no início de 2010

Exemplo chileno Estruturado em perfis de aço galvanizado, extremamente leves e resistentes, o light steel framing já havia conquistado países de Primeiro Mundo como os Estados Unidos e o Japão quando chegou ao Chile, no fim dos anos 1990, abrindo novas possibilidades para o incremento tecnológico da construção civil no país. O desenvolvimento da cadeia de fornecedores foi impulsionado pelo centro de serviços metalúrgicos Cintac, que lançou uma linha completa de perfis para steel framing sob o nome de Metalcon. Em 2001, o início das operações no Chile da LP, líder mundial na fabricação de painéis do tipo OSB, utilizados em conjunto com o light steel framing, tornou o sistema ainda mais competitivo. Em 2009, aproximadamente 35% das construções no Chile utilizaram o light steel framing. Com o sucesso da implantação chilena, a perspectiva para o mercado brasileiro é promissora: uma vez que os sistemas convencionais não estão conseguindo atender à demanda de nosso déficit habitacional, um sistema racional, veloz e flexível apresenta-se como uma alternativa certeira para suprir essa carência.

28 ARQUITETURA&AÇO

tica, térmica e, consequentemente, energética, dos materiais empregados. Outro ponto de destaque é a alta resistência antissísmica do light steel framing, que ocorre porque a ligação entre seus perfis não é rígida. Além disso, a placa de OSB, que resiste bem ao cisalhamento, ajuda a aumentar o número de ligações por parafusos, reforçando as conexões, impedindo a movimentação do conjunto e evitando trincas ou rachaduras. Para alívio dos moradores, o condomínio não sofreu danos durante o terremoto de 8,8° na escala Richter que atingiu boa parte do Chile – inclusive a localidade de Puente Alto –, em 27 de fevereiro deste ano. (C.P.) M


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ARQUITETURA&AÇO

29


Affordable house: a casa acessível FRUTO

ESCOLA POLITÉCNICA DA USP PELA ARCELORMITTAL, POR MEIO DE SEU PROGRAMA I NTERNATIONAL N ETWORK OF S CIENTIFIC P ARTNERS IN THE FIELD OF S TEEL CONSTRUCTION, FOI DESENVOLVIDA A AFFORDABLE HOUSE, UMA HABITAÇÃO UNIFAMILIAR QUE EMPREGA DE UM DESAFIO PROPOSTO À

DE FORMA INTENSIVA ELEMENTOS E COMPONENTES DE AÇO

Autores do estudo: Prof. Dr. Francisco F. Cardoso; Prof.ª Dr.ª Mercia M.S.B. de Barros; Márcio Teixeira; Douglas Ito; Camila Conti; Lígia de Aquino; Daniel Gallardo-Alarcon; Herbert Gomes; Rosa M. Messaros.

PAUTADA PELA NECESSIDADE DE SE COMPETIR com as casas

nios horizontais. As necessidades do

comumente vendidas no mercado brasileiro, e tendo-se como

público-alvo exigem habitações para

público-alvo prioritário as famílias com renda entre oito e 12 salá-

apenas uma família por moradia, com

rios mínimos, a solução deveria se parecer com a casa produzida

ao menos duas unidades sanitárias

com a tecnologia tradicional (alvenaria) de forma a aumentar o

internas e, no máximo, dois moradores

potencial de comercialização.

por dormitório.

Caracterizado o público-alvo, foi possível estabelecer as carac-

Nas regiões metropolitanas onde o

terísticas funcionais e técnicas do produto, bem como definir um

custo do solo é elevado, é comum adota-

custo-meta adequado para atender à proposta do projeto.

rem-se áreas pequenas para os ambien-

optou-se por uma habitação de dois pavimentos, geminada duas a

tes, resultando em habitações com área total de 42 m2 a 65 m2 (dois dormitórios)

duas, passível de ser construída de forma isolada ou em condomí-

e de 65 m2 a 90 m2 (três dormitórios).

Com vistas à diminuição dos custos do terreno e de construção,

30 ARQUITETURA&AÇO

10_Tecnica e Servico_TERI_CORRETO.indd 30

8/26/10 4:46 PM


O uso do aço neste projeto levou à adoção de tecnologias que permitiram reduzir desperdícios, melhorar a produtividade e garantir a qualidade do produto. Em termos da sustentabilidade da obra, foi possível a redução de resíduos de construção pela racionalização construtiva; redução do consumo de água, com equipamentos mais eficientes e adoção de princípios de reuso; redução do consumo de energia, pela adoção do aquecimento solar e minimização de refrigeração mecânica, com adequado projeto arquitetônico. Para a estrutura, optou-se pelo sis-

Modelo da affordable house: casas com dois pavimentos geminadas em light steel framing, construídas com montantes e guias estruturais de perfis leves de aço galvanizado, fechamento externo com chapas de OSB e em drywall nas paredes internas

tema do light steel framing, constituído por montantes e guias estruturais de perfis leves de aço galvanizado.

tradicionais lajes “pré” ou maciças. Esquadrias de aço ou de PVC

O fechamento externo é produzido

estruturadas em aço. A estrutura da cobertura é feita com perfis de

com chapas de OSB, com revestimen-

aço conformados a frio e telhas de aço com isolamento termoacús-

to polimérico de 3 mm; fechamento

tico. Sistemas hidráulicos em PEX (polietileno reticulado).

interno em drywall; incorporação de

Por se tratar de um método construtivo que utiliza materiais

isolamento termoacústico, quando

de custo mais elevado, a competitividade deste sistema frente aos

necessário para atender a exigências

tradicionais deve ser viabilizada com a produção em escala e com

de desempenho. Pisos inter-andares

um processo adequado de gestão, uma vez que há um enorme

em placas de OSB, substituindo as

incremento na produtividade.

Corte transversal

Corte longitudinal ARQUITETURA&AÇO

10_Tecnica e Servico_TERI_CORRETO.indd 31

31

8/26/10 4:46 PM


Planta 1º pavimento

Com área de construção entre 70 m2 e 80 m2 para a casa de três dormitórios, e terreno de cerca de 100 m2, foram criadas duas

Vida, permaneceu na faixa de valor de

opções de planta para o térreo e para o primeiro pavimento, de

de construção.

forma a aumentar a atratividade das casas.

mercado compatível com este padrão

Além disso, podem-se considerar

Apesar do valor final ainda ter ficado um pouco acima do limi-

outras vantagens como a maior veloci-

te imposto pelo programa do governo federal Minha Casa Minha

dade de construção que permite alcançar as metas de produção do programa habitacional brasileiro com maior facilidade; canteiro de obras mais organizado, com menos perdas, menor impacto ambiental e maior segurança do trabalho. Assim, o estudo indica que esta solução tem condições de ser adotada no modelo de empreendimento que parece ser o que terá maior emprego no país: condomínios horizontais de habitações unifamiliares geminadas, além de poder ser usada também em unidades isoladas. M

O uso do aço neste projeto levou à adoção de tecnologias que permitiram reduzir desperdícios, melhorar a produtividade e garantir a qualidade do produto

O artigo completo esta disponível no site do CBCA.

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ARQUITETURA&AÇO

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Endereços

> Projeto de arquitetura

Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano End.: Edifício Cidade I, Rua Boa Vista, n° 170, 14º ao 16º andares Centro, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3638-5100 www.habitacao.sp.gov.br Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab-São Paulo) End.: Av. São João, n° 299, Centro, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3396-8989 www.prefeitura.sp.gov.br/ cidade/secretarias/habitacao/ cohab/ Direta Construções Serviços Ltda. End.: Rod Rio-Santos, s/n, km 123, Vila do Frade, Cunhambebe (RJ) Tel.: (24) 3369-2598 KML Engenharia e Projetos S/C Ltda. End.: Rua Padre Chico, n° 85, conj. 62, Perdizes, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3673-5584 Tecsteel Engenharia e Consultoria Técnica S/C Ltda. End.: Al. Iraé, nº 620, conj. 37, Moema, São Paulo (SP) Tel.: (11) 5051-1160 E-mail: tecsteel@uol.com.br Usina-ctah End.: Rua Barão de Campinas, nº 693, Campos Elíseos, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3225-0914 E-mail: usina@usinactah.org.br www.usinactah.org.br

34 ARQUITETURA&AÇO

> Projeto Estrutural

Daruix Engenharia End.: Rua Frei Caneca, nº 322, 1º andar, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3151-3019/3020/3033 E-mail: daruix@daruix.com.br www.daruix.com.br Tecsteel Engenharia e Consultoria Técnica S/C Ltda. End.: Al. Iraé, nº 620, conj. 37, Moema, São Paulo (SP) Tel.: (11) 5051-1160 E-mail: tecsteel@uol.com.br Pórtico Construções Metálicas End.: Av. N. Senhora do Carmo, nº 1.275, Sion, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3284-4000 www.portico.ind.br Usina-ctah End.: Rua Barão de Campinas, nº 693, Campos Elíseos, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3225-0914 E-mail: usina@usinactah.org.br www.usinactah.org.br Usiminas End.: Rua Professor José Vieira de Mendonça, nº 3.011, 6º andar, sala 15, Engenho Nogueira, CP 806, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3499-8000 E-mail: www.usiminas.com.br > Estrutura METÁLICA

Brastubo End.: Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 1234, 13º andar, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3035-4933 E-mail: comercial.aco@ brastubo.com.br www.brastubo.com.br

Construtora Sequência End.: Rua Oscar Freire, nº 1.836, Cerqueira César, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3081-7633 E-mail: sequencia@ construturasequencia.com.br www.construtorasequencia. com.br Pórtico Construções Metálicas End.: Av. N. Senhora do Carmo, nº 1.275, Sion, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3284-4000 www.portico.ind.br Soufer Industrial Ltda. End.: Av. Marginal Luiza Bodanio Farnetani, s/n, Distrito Industrial, São João da Boa Vista (SP) Tel.: (19) 3634-3600 E-mail: soufer@soufer.com.br www.soufer.com.br Pires do Rio End.: Rua Felipe Camarão, nº 559, Vila Prosperidade, São Caetano do Sul (SP) Tel.: (11) 4225-9777 E-mail: vendas@piresdorio. com.br www.piresdorio.com.br > Construtoras

Pires do Rio End.: Rua Felipe Camarão, nº 559, Vila Prosperidade, São Caetano do Sul (SP) Tel.: (11) 4225-9777 E-mail: vendas@piresdorio. com.br www.piresdorio.com.br Construtora Sequência End.: Rua Oscar Freire, nº 1.836, Cerqueira César, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3081-7633 E-mail: sequencia@ construturasequencia.com.br www.construtorasequencia. com.br


ARQUITETURA&AÇO

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expediente Revista Arquitetura & Aço Uma publi­ca­ção tri­mes­tral da Roma Editora para o CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br www.cbca-iabr.org.br

Números ante­rio­res: Os núme­ros ante­rio­res da revista Arquitetura & Aço estão dis­po­ní­veis para down­load na área de biblio­te­ca do site: www.cbca-iabr.org.br PRÓXIMA EDIÇÃO: Obras Metroviárias – dezembro de 2010

Material para publi­ca­ção: Contribuições para as próximas edições podem ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço. Entretanto, não nos comprometemos com a sua publicação. O material enviado deverá ser acompanhado de uma autorização para a sua publicação nesta revista ou no site do CBCA, em versão eletrônica. Todo o material recebido será arquivado e não será devolvido. Caso seja possível publicá-lo, o autor será comunicado. É necessário o envio das seguintes informações em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data do projeto e da construção, autor

Conselho Editorial Catia Mac Cord Simões Coelho – CBCA/IABr Marcelo Micali – CSN Paulo César Arcoverde Lellis – Usiminas ("In memoriam") Roberto Inaba – Usiminas Ronaldo do Carmo Soares – Gerdau Açominas Silvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão Supervisão Técnica Sidnei Palatnik Publicidade Ricardo Werneck tel: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br Roma Editora Rua Lisboa, 493 – 05413-000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 2808-6000 cbca@arcdesign.com.br Direção Cristiano S. Barata Redação Carine Portela, Deborah Peleias, Érica Fernandes e Fernanda Lopes Revisão Érica Fernandes Editoração Cibele Cipola (edição de arte), Mariana Zanarelli e Rafael Carrochi (estagiários) Pré-impres­são e Impres­são www.graficamundo.com.br Endereço para envio de material: Revista Arquitetura & Aço – CBCA Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ cbca@quadried.com.br

do projeto, projetista estrutural e construtor) e dados do arquiteto (endereço, telefone de contato e e-mail).

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É per­mi­ti­da a repro­du­ção total dos tex­tos, desde que men­cio­na­da a fonte. É proi­bi­da a repro­du­ção das fotos e dese­nhos, exce­to median­te auto­ri­za­ ção ex­pres­­sa do autor.


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