& ARQUITETURA AÇO
ARQUITETURA AÇO
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Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 28 novembro de 2011
Edifícios corporativos
Telhas Térmicas Dânica TermoRoof PUR/PIR
• Núcleo isolante em (PUR)-Poliuretano ou (PIR)-Poliisocianurato; • Economia de energia elétrica e conforto térmico; • Economia de até 70% na estrutura do telhado; • Redução nos preços de seguros; • Versatilidade de cores para atender seu projeto; • Produção contínua de Norte a Sul do Brasil; • A maior largura útil do mercado 1050mm; • Agilidade na montagem; • Material impermeável; • Resistência ao fogo; • Dispensa o uso de forro.
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As Telhas termoisolantes podem ser revestidas com: Aço Pré-pintado (face superior e/ou inferior); Aço Galvalume Natural (face superior e/ou inferior); Filme PVC (face inferior).
Um rápido olhar sobre algumas referências arquitetônicas corporativas atuais, no Brasil e no mundo, é suficiente para perceber o caráter contemporâneo do aço. Flexível, o material se adapta ao conceito de fast construction, e essa tecnologia já faz parte do repertório de um número cada vez maior de profissionais brasileiros. A composição das formas, com perfis materializando os traços e a tridimensionalidade, motiva concepções estéticas únicas. Nesta edição de Arquitetura & Aço, as obras selecionadas demonstram diversas possibilidades técnicas dos sistemas estruturais em aço, em que, muitas vezes, se tornaria praticamente impossível chegar a resultados satisfatórios sem o seu uso, e, até mesmo, a possível inviabilização da construção. Um exemplo significativo é o da nova sede do Sebrae, na capital federal. Considerado um projeto “atípico”, dependia única e exclusivamente das facilidades do aço para ser colocado em prática, do contrário dificilmente seria possível a criação de grandes vãos livres e execução da obra em apenas 12 meses. O mesmo conceito estende-se ao prédio do Confea, na mesma cidade. Prazo enxuto também foi dado à obra do Centro Empresarial Senado, na região central do Rio de Janeiro. Neste caso, a eleição do aço foi muito além de uma opção estética, tornando-se uma condição do projeto, com o agravante das limitações do terreno, localizado, de um lado, em via de trânsito intenso e, de outro, em vias muito estreitas. De menor porte, mas muito interessante do ponto de vista corporativo, é o Módulo Alto de Pinheiros, localizado no tradicional bairro paulistano que deu nome ao conjunto. Com linguagem leve e descontraída, que mais se assemelha a uma casa, incorpora jardins e espaços de convivência, revelando, com o aço, um efeito inovador. Do mestre Zanettini apresentamos dois importantes projetos. A ampliação do Cenpes, no Rio de Janeiro, obra monumental da Petrobras, dedicada à produção do conhecimento, e que sintetiza os anos de carreira do arquiteto, e a dedicação ao uso de tecnologias limpas, ou como ele mesmo define “arquitetura ecossistêmica”. Já o Fórum do Meio Ambiente, em Brasília, simboliza um grande avanço na arquitetura da região, pois foi o primeiro edifício a seguir critérios internacionais de sustentabilidade e a receber o selo LEED. E para completar esta edição, a engenheira Heloísa Maringoni revela a impor-
Sidnei Palatnik
tância do conhecimento do aço, por parte dos arquitetos. Bem mais distante, nos Emirados Árabes, a Gate Capital Tower é a prova de que o material, de fato, não impõe limites à criatividade. Boa leitura!
ARQUITETURA&AÇO
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Nelson Kon
Arquitetura & Aço nº 28 novembro 2011
Foto da capa: Nova sede do Sebrae – Brasília
sumário 04.
08.
12.
14.
18.
22.
26.
28.
32.
ENDEREÇOS
04.
34
08. Na capital carioca, Centro empresarial está sendo implantando com alta tecnologia e estrutura em aço. 12. Módulo Alto de Pinheiros incorpora conceitos da arquitetura residencial. 14. Cenpes II se destaca pela arquitetura ecossistêmica e sustentável. 18. Fórum verde privilegia o aço e dá à Brasília certificação LEED. 22. Em entrevista, a engenheira Heloísa Maringoni fala sobre o desafio do arquiteto ao projetar em aço. 26. O aço foi indispensável à organização dos pavimentos no projeto do Confea, no Distrito Federal. 28. Torre mais inclinada do mundo pode ser vista em Abu Dhabi. 32. Acontece: mais obras metálicas em construção. Projeto da nova sede
do Sebrae Nacional em Brasília explora a espacialidade interna.
Ao lado, treliça de aço permitiu a exclusão de pilares do interior dos escritórios. Na página ao lado, detalhe da estrutura da cobertura do pátio em viga vagonada
Com
ênfase na espacialidade interna , estrutura
foi idealizada para se obter grandes vãos livres
Nova sede do Sebrae De autoria de Alvaro Puntoni, João Sodré e Jonathan Davies, do
Com 25 mil m2, distribuídos em
Grupo SP, e Luciano Margotto, da República Arquitetura, o conjunto
seis pavimentos, incluindo dois subso-
arquitetônico da nova sede nacional do Serviço de Apoio às Micro
los, a edificação se destaca pelo grande
e Pequenas Empresas (Sebrae), em Brasília (DF), tem como ênfase a
vazio do pátio interno, onde se concen-
espacialidade interna e a máxima flexibilidade para a organização
tram as atividades mais públicas.
dos escritórios. Outro objetivo dos arquitetos foi conseguir a integração entre a paisagem natural e a construção.
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ARQUITETURA&AÇO
Um dos diferenciais do projeto, segundo os arquitetos, foi a implanta-
iluminação e ventilação naturais, além da umidificação do ar, reforçado pela presença dos espelhos d’água, propícios à aridez da capital federal. Apesar da linguagem contemporânea do projeto, boa parte dos elementos faz referência à arquitetura típica da região, como brises, empenas e pilotis. Contudo, ao contrário das construções cinquentenárias, somente o concreto não foi suficiente para dar forma à construção. Devido à necessidade de grandes vãos, para a estrutura foi necessário combinar aço e concreto. De acordo com o arquiteto Luciano Margotto, a opção pela solução mista conferiu flexibilidade ao projeto, além de acelerar a execução da obra, que começou em 2009 com a concepção do Fotos Nelson Kon
projeto, sendo concluída em 2010. “Sem o uso de estrutura em aço, seria impossível chegar a esse tipo de configuração”, diz Margotto. Para tanto, foram utilizadas 550 toneladas de aço de maior resistência à corrosão. Ele destaca que, em acordo com a equipe da Kurkdjian & Fruchtengarten Engenheiros Associados, responsáveis pelo projeto ção de dois térreos. Ou seja, optou-se
estrutural, buscou-se, na versatilidade do aço, a estruturação do
por criar um plano abaixo do nível da
pavimento de escritórios com duas treliças longitudinais espaçadas
soleira deste pátio, integrando-o ver-
18 m entre si, e apoiadas em pórticos transversais com modulação
ticalmente ao nível dos acessos. No
de 7,5 m. Estas treliças, vinculadas às empenas laterais, são apoiadas
térreo inferior, encontra-se o espaço
a cada 15 m, em pilares de concreto, que saem dos níveis inferiores.
de formação e treinamento, salas mul-
Outra preocupação foi obter ótimo desempenho ambiental e
tiuso, auditório, biblioteca e a cafete-
econômico. “Os brises adotados na fachada, por exemplo, são pai-
ria, enquanto no térreo superior estão
néis de chapas perfuradas, que protegem as superfícies de vidro
os principais acessos do conjunto, com
de insolação direta e permitem a visualização da paisagem”, diz o
varandas abertas à cidade e ao lago.
arquiteto Alvaro Puntoni.
O espaço livre que circunscreve os
O aço também foi utilizado na execução da cobertura do pátio,
térreos também serve à entrada de
com duas vigas-vagão e vigamento secundário. As primeiras têm ARQUITETURA&AÇO
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3,6 m de altura e vencem o vão principal de 36 m de comprimento. “Esta solução procurou atender um aspecto relevante: a execução
> Projeto
arquitetônico: Alvaro Puntoni, Luciano Margotto, João Sodré e Jonathan Davies
da obra em um prazo máximo de 18 meses. Nosso trabalho foi feito de forma muito próxima e integrada com a estrutura. Não
> Área
podemos dizer aonde termina a arquitetura e começa a estrutura,
> Aço
e vice-versa. Elas são uma coisa só”, enfatiza Puntoni.
A cara de Brasília
empregado: aço de maior resistência mecânica e à corrosão
> Volume >
Em linhas gerais, o edifício contrasta a cor natural dos materiais utilizados com o azul do céu e o verde da paisagem envoltória.
co da capital. Algo tão raro e inusitado nos tempos atuais, que
rojeto estrutural: Kurkdjian P & Fruchtengarten Engenheiros Associados S/C Ltda. da estrutura metálica: Medabil Sistemas Construtivos S/A
> Execução
da obra: Termoeste S/A Construções e Instalações
nos parecia importante valorizar esta noção e permitir sua conti-
>
nuidade, ainda que sujeita à compreensão dos usuários”, explica o
> Data
arquiteto Alvaro Puntoni.
> Conclusão
Os escritórios ou espaços de trabalho permitem alterações nos arranjos e nas instalações prediais e de infraestrutura, em fun6
de aço: 550 t.
> Fornecimento
“Procuramos deixar o prédio ligado a uma ideia singular da cidade de Brasília (advinda do movimento modernista): o chão públi-
construída: 25 mil m2
ARQUITETURA&AÇO
Local: Brasília, DF do projeto: 2009 da obra: 2010
ção do piso elevado, forro e ausência de pilares no meio dos pavimentos. “Assim, a área disponível para os escritórios é, realmente, livre”, defi-
Fotos Nelson Kon
A obra exibe elementos modernos como empenas, pilotis e brises, típicos da arquitetura da região
nem os arquitetos. As várias estruturas do conjunto são conectadas por uma estrutura periférica dupla, chamadas de castelos de circulação vertical, infraestruturas e apoios diversos. Com várias possibilidades de ligação, utilizam escadas, varandas e elevadores coletivos ou privativos, que interligam os diversos espaços. A circulação incorpora no desenho do percurso cotidiano o vazio central, reforçando sua presença e interação com o pátio e toda a sua luminosidade. (A.M. e N.F.) M
Vista geral do conjunto. Os elementos metálicos integram o pátio à área interna
ARQUITETURA&AÇO
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Ousadia
no centro carioca
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Localizado em uma das regiões mais tradicionais da capital
velocidade à execução da obra e ao
carioca, o Centro Empresarial Senado (CES) será, a partir de 2012,
mesmo tempo minimizar a geração
referência para escritórios de alto padrão do Rio de Janeiro.
de entulho, ou quaisquer tipos de resí-
A construção da WTorre possui quatro blocos divididos em dois edifícios que, ao todo, somam 185 mil m2 e pouco mais de 95 mil m2
duos, reduzindo o impacto no entorno.
de área locável, além das mais de 1.700 vagas de estacionamento,
um dos responsáveis pelo projeto, a
divididas em cinco subsolos. O conjunto foi projetado e construído
adoção da estrutura em aço, entre
para uso da Petrobras, que deverá ocupá-lo por um período mínimo
outras vantagens, reduziu significati-
de 18 anos.
vamente o volume de concreto utili-
Segundo o arquiteto Sérgio Ficher,
Com projeto do escritório Edo Rocha Espaços Corporativos
zado na obra. “O emprego de estrutura
e implantado em meio a construções remanescentes e tomba-
de concreto seria inviável, devido ao
das pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
volume de insumo necessário a uma
(Iphan), como casarões coloniais, uma igreja barroca e um edifício
obra com estas dimensões, sem contar
público construído no século passado, um dos maiores desafios da
o curto prazo para a execução, de 26 a
WTorre foi investir em sistemas construtivos capazes de imprimir
28 meses”, diz.
ARQUITETURA&AÇO
Imagem cedidas por Edo Rocha Espaços Corporativos
Grandes dimensões e prazo reduzido levaram a construtora a adotar estrutura em aço no Centro Empresarial Senado, no Rio de Janeiro
A solução estrutural emprega pilares mistos de aço e concreto. O enge-
elevadores, que, ao contrário do modo mais usual, foram executados após o início da montagem da estrutura em aço.
nheiro Jader Daniel Oliveira de Araújo, gerente geral da obra, afirma que, para
Montagem
garantir a estabilização, foram utiliza-
Além do projeto, a execução também teve de ser muito bem pla-
dos pilares retangulares com núcleos
nejada. Segundo José Carlos Neuenschwander, gerente de monta-
em aço e concreto de 1,20 m x 0,60 m.
gem da Codeme Engenharia, a montagem das torres aconteceu em
Na parte interna das torres também
tempos diferentes, onde cada uma foi iniciada na medida em que
adotaram-se pilares em aço retangula-
a escavação evoluía e as fundações eram liberadas. “O canteiro de
res de 1,50m x 0,75m e circulares com
obras era muito restrito, em via de trânsito intenso. Com isso, a via-
1,10 m de diâmetro, além de pilares em
bilidade da obra, do ponto de vista da logística de movimentação,
“T” de até 3,50 m de comprimento. A
foi garantida pelo uso das estruturas em aço”, afirma.
estabilização efetiva das torres se dá
As estruturas foram produzidas em duas fábricas, uma em Betim
por meio dos núcleos centrais rígidos,
(MG) e a outra em Taubaté (SP). Na sequência, foram transportadas
em concreto, das caixas de escada e
até um canteiro de apoio em Nova Iguaçu, e de lá partiram para a ARQUITETURA&AÇO
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Ricardo Werneck
> Projeto
arquitetônico: Edo Rocha Espaços Corporativos
> Área
construída: 185 mil m²
> Aço
empregado: ASTM A588 (perfis), ASTM A653 GR40 (steel deck)
> Volume
do aço: 9.200 t.
> Projeto
estrutural: Codeme Engenharia S.A.
> Fornecimento
da estrutura metálica: Codeme Engenharia S.A.
> Execução > Local: > Data
da obra: WTorre S.A.
Rio de Janeiro, RJ
do projeto: 2009
> Conclusão
da obra: 2012
Sidnei Palatnik
Soluções industrializadas facilitaram a execução do complexo de escritórios. Projeto e montagem encontram-se alinhados: nas torres, a velocidade atingida foi de seis pavimentos a cada três semanas
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obra, conforme a programação do dia e horário que seriam içadas nas torres.
Um passo para a revitalização A localização do Centro Empresarial Senado abrigou, no início do século XIX, uma vila de operários, região que mais tarde concentrou adeptos da boemia carioca até culminar em sua decadência. Foi esta degradação e demolição que abriu espaço para a expansão imobiliária desta parte do Centro do Rio de Janeiro. O arquiteto Sérgio Ficher lembra que a obra do CES tem gerado outras modificações no entorno, como a revitalização do antigo edifício da Polícia Federal, que está sendo transformado em museu, da fachada da igreja barrocomo a reforma da galeria de águas pluviais. Outra iniciativa será a criação do piscinão na Rua dos Inválidos, para evitar enchentes naquele local. Os investimentos fazem parte de um acordo entre o incorporador e a Prefeitura do Rio. O complexo está em processo de certificação pelo Leadership in Energy and Environmental Design® (LEED), concedido pelo USGBG. Para tanto, foi conce-
Passarelas interligam os prédios, que abrigarão as salas de escritórios Imagens cedidas por Edo Rocha Espaços Corporativos
ca de Santo Antônio dos Pobres, bem
bido de acordo com os mais modernos padrões tecnológicos e sustentáveis, como programas de eficiência energética, ar-condicionado insuflado no piso e sistema de reaproveitamento de água, entre outros. (N.F.) M
ARQUITETURA&AÇO
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Módulo Alto
de
Pinheiros
se distancia
da impessoalidade do setor corporativo ao incorporar conceitos próprios da arquitetura residencial
Extensão da casa O projeto concebido pelo escritório Rocco, Vidal + Arquitetos
trutivas industrializadas. O empre-
difere bastante do que já foi projetado em matéria de arquitetu-
go de estruturas em aço e cobertura
ra corporativa. O pedido do cliente era de que fosse impresso ao
metálica termoacústica foi essencial
conjunto de escritórios Módulo Alto de Pinheiros um jeito des-
ao sucesso do projeto. Primeiramen-
contraído e leve, muito mais próximo do que se costuma encon-
te, porque permitiu que a montagem
trar em espaços residenciais. Ao contrário das janelas que não
fosse finalizada em um prazo de ape-
abrem e dos ambientes banhados por luz fria e ar-condicionado,
nas dez meses, ao facilitar o processo
a exigência era pelo uso marcante da transparência, integração
logístico do canteiro. “Isso diminuiu
com o exterior e muito verde, como se a edificação funcionasse
o prazo de construção pela metade”,
como extensão da própria casa de todos que ali permanecessem
explicam os arquitetos.
por longas horas do dia.
Em segundo lugar, a opção por um
Com volumetria predominantemente retilínea, o edifício locali-
material caracterizadamente indus-
zado no tradicional bairro paulistano Alto de Pinheiros harmoniza-
trial sublinha o efeito inovador e des-
-se completamente com o entorno. Em vez da criação de uma única
pojado que os arquitetos queriam dar
torre esbelta e envidraçada, a equipe propôs a construção de três
à construção. A estrutura “exposta em
módulos baixos: dois periféricos com dois pavimentos cada, e um
vigas e pilares” confere traço contem-
central que contempla três andares.
porâneo ao conjunto. Além disso, a
Segundo os arquitetos, as características do projeto e as con-
opção estrutural facilitou a composi-
dições de implantação recomendaram apostar em soluções cons-
ção de espaços internos amplos, nos
12 ARQUITETURA&AÇO
Fotos Daniel Ducci
Os arquitetos optaram por soluções construtivas industrializadas, como estrutura em aço e cobertura em telhas termoacústicas. Um gradil metálico fixa um conjunto de 30 jardineiras e garante a presença de vegetação no topo da torre
ARQUITETURA&AÇO
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quais os vãos livres em alguns pontos chegam a 12 m. Sem contar que, para completar a intenção de uma linguagem descontraída, boa parte da infraestrutura das instalações permaneceu aparente. O aço também permitiu aos arquitetos ousar na fachada do edifício central para torná-la marcante. Um gradil metálico fixa um conjunto de 30 jardineiras, que permite levar um pouco de verde até o topo da construção.
> Projeto
arquitetônico: Luiz Fernando Rocco, Fernando Vidal, Douglas Tolaine, Daniela Cunha, Erico Pacheco e Vinicius Mazzoni; (Rocco,Vidal + Arquitetos); Isabel Duprat (paisagismo)
> Área > Aço
construída: 1.627 m2
empregado: ASTM A572 Gr50
> Volume
do aço: 45,5 t.
Fotos Daniel Ducci
> Projeto
estrutural: VMC Projetos Mecânicos e Estruturais
> Fornecimento
da estrutura metálica: VMC Projetos Mecânicos e Estruturais
> Execução > Local: > Data
da obra: Engeform
São Paulo, SP
do projeto: 2007 a 2008
> Conclusão
da obra: 2008
Os beirais e as jardineiras foram adotados para proporcionar conforto térmico ao conjunto. Abaixo, na imagem interna da edificação, vão livre com vigas metálicas aparentes fazem parte da linguagem arquitetônica proposta
Outros elementos Para garantir conforto térmico e energético aos edifícios, pérgulas e beirais cumprem a função de brises, assim como as jardineiras evitam a entrada de insolação excessiva. No projeto também não faltou ventilação cruzada, graças ao uso de caixilhos basculantes, bem como de boa iluminação frontal e lateral. Uma área de 40 m2 também foi transformada em praça aberta ao público – programa acrescido de jardins e espaços de convivência que prolongam o clima descompromissado por todo o conjunto. (F.R.) M 14 ARQUITETURA&AÇO
Cenpes um novo paradigma Centro
de pesquisa privilegia
o aço e traça novos rumos para a arquitetura
No primeiro semestre de 2011, a Petrobras foi considerada a
na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro,
quarta maior empresa do mundo no setor de energia. Por trás
incluiu reforma e ampliação do prédio
disso estão investimentos em diversas áreas, principalmente em
já existente (o Cenpes I) e transformou os 150 mil m2 da área construída ante-
tecnologia e pesquisa, e também em suas próprias instalações. É o que se percebe quando o assunto é o Centro de Pesquisas e
riormente em um total de 305 mil m2.
Desenvolvimento da Petrobras II (Cenpes), considerado um novo
Segundo Zanettini, o aço foi escolhi-
paradigma da arquitetura contemporânea sustentável.
do por “garantir a permeabilidade do olhar e transparência; possibilitar sime-
teto Siegbert Zanettini, em coautoria com José Wagner Garcia, pri-
tria e regularidade estrutural; garantir
vilegia, nas novas instalações, o uso das estruturas em aço. A obra,
equalização de vãos e dimensões das
Divulgação
Inaugurado em outubro de 2010, o prédio, projetado pelo arqui-
16 ARQUITETURA&AÇO
peças estruturais; além de favorecer a padronização em função do uso”. A engenheira Heloísa Maringoni, da Companhia de Projetos, empresa responsável pelo cálculo das estruturas do Cenpes, acrescenta à lista de vantagens do material, flexibilidade, custo/benefício, facilidade no transporte, rapidez de montagem e organização dos canteiros de obras. Em 2004, sem interromper as ati-
Acima, vista do prédio principal, com a geodésica do Centro de Realidade Virtual, à esquerda. Abaixo, área interna em montagem, e, na sequência, vista posterior do complexo
vidades do Centro, que continuou gas, e prevendo futuras modificações do espaço em função das pesquisas desenvolvidas e do crescimento da Petrobras, foram adotadas, basica-
Fotos divulgação
funcionando nas instalações anti-
mente, cinco soluções estruturais distintas para o complexo: estrutura dos laboratórios, do prédio central, do centro de convenções, do centro de realidade virtual e dos edifícios de apoio.
Estruturas Nos laboratórios, localizados no térreo, a estrutura foi padronizada, com vigas mistas em “I” e vãos principais de 10 m x 10 m, com espaçamento secundário a cada 2,5 m, para a adoção de lajes alveolares protendidas, voltadas às instalações técnicas e pipe-racks. Os números impressionam: só de perfis de aço foram consumidas 1.762 toneladas e erguidos, no total, 227 laboratórios, que podem abrigar mais de 3.500 cientistas, que desenvolvem estudos simultâneos em áreas como biotecnologia, meio ambiente, gás e energia, além de demandas do pré-sal, tornando-o o maior centro de pesquisas da América Latina. ARQUITETURA&AÇO
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Acima dos laboratórios está a estrutura do prédio central, uma
inusitada, desafiadora e complexa do
espécie de circulação articuladora do edifício. Constituída por
projeto. “Por ter forma geodésica elíp-
cinco blocos, utiliza a mesma modulação principal, de 10 m, e
tica, esta estrutura exigiu uma gran-
secundária de 2,5 m, que apoiam lajes steel deck. O travamento
de variedade nas angulações de nós e
da estrutura metálica se dá nos blocos de circulação vertical em
comprimento de barras. Precisou ser
concreto moldado in loco. O vigamento a cada 2,50 m dispensa
desenvolvido um sistema especial de
qualquer escoramento.
equalização de custos para barras e
Além da concepção de arquitetura limpa, segura e ecoeficiente
nós, e para isso foi desenvolvido um
do projeto (ver box), conta ainda com uma grande cobertura em
sistema original, mas muito próximo
estrutura espacial, suportada por pilares tubulares em árvore, e
de algo ancestral: as cestarias”, expli-
revestida com telhas termoacústicas. A cobertura dos beirais rece-
ca Heloísa, da Companhia de Projetos.
beu chapas perfuradas.
A geodésica elíptica construída tem
Já para o centro de convenções, foi projetada uma estrutu-
dimensões de 35 m x 20 m x 14 m, for-
ra radial com 75 m de diâmetro e cobertura secundária de
madas por 960 triângulos, 1.623 barras
sombreamento em tensoestrutura em alguns espaços. Tal material
e 477 nós, o que consumiu 345 tonela-
fica sobre uma estrutura metálica formada por 11 módulos – com-
das de aço.
posta por arcos tubulares calandrados, dispostos em planos radiais
As coberturas, em sheds, colaboram
sustentados e articulados nas extremidades de duas maneiras:
para a iluminação e ventilação natu-
internamente, por mastro vinculado ao solo e aos próprios arcos, e
rais dos ambientes. Um dado que dá a
externamente, por duas escoras tubulares inclinadas.
medida do gigantismo do conjunto é que o projeto contou com 50 mil m2 de
O Centro De Realidade Virtual é lembrado como a parte mais
18 ARQUITETURA&AÇO
> Projeto
arquitetônico: Siegbert Zanettini (Zanettini – Arquitetura, Planejamento e Consultoria); José Wagner Garcia (coautor)
> Área > Aço
Ecoeficiência e sustentabilidade O projeto de ampliação do Cenpes ganhou o prêmio Green Building Brasil na categoria Obra Pública Sustentável, em 26 de outubro deste ano. “Esta premiação reconhece a política da Petrobras em atuar de forma sustentável, sempre preocupada com as questões ambientais em todas as esferas de atuação”, afirmou, em nota à imprensa, o gerente geral da Petrobras, José Alfredo Thomaz.
construída: 305 mil m²
empregado: ASTM A572
> Volume
de aço: 6.800 t.
> Projeto
estrutural: Heloísa Maringoni (Companhia de Projetos Ltda.)
Segundo informações da Zanettini – Arquitetura, Planejamento e Consultoria, os sistemas construtivos estruturais estão aliados à arquitetura, urbanização, sistemas de conforto ambiental e eficiência energética, sistemas prediais de utilidades e de recomposição dos ecossistemas naturais para garantir o “equilíbrio e a harmonia arquitetônica, decorrentes do dimensionamento adequado de cada espaço”.
> Fornecedor
da estrutura metálica: não informado
> Execução
da obra: Consórcio Cenpes (Construtora OAS Ltda., Construbase Engenharia Ltda., Carioca Christiani-Nielsen Engenharia S.A., Schahin Engenharia S.A. e Construcap – CCPS Engenharia e Comércio S.A.)
> Local: > Data
Além disso, a empresa ressalta que o projeto é resultante de uma “nova prática profissional multidisciplinar integrada”. No total, a obra envolveu 30 especialidades, entre arquitetura, estrutura, instalações, ecoeficiência, paisagismo, planejamento e organização. De acordo com informações divulgadas pela Petrobras, durante a execução da obra foram gerados cerca de seis mil empregos diretos e 15 mil empregos indiretos.
Rio de Janeiro, RJ
do projeto: 2004
> Conclusão
da obra: 2010
lajes steel deck e 48 mil m2 de telhas e coberturas metálicas, que corresponfutebol e uma dimensão suficiente para cobrir o Estádio do Maracanã, no Rio, respectivamente. Outro desafio da parte estrutu-
Vista geral do piso de ligação entre os blocos de laboratórios, com a estrutura diferenciada de cobertura
Divulgação
dem ao tamanho de seis campos de
ral, foi lidar com o clima e salinidade do local. Devido a estes fatores, houve uma preocupação maior com a proteção da estrutura metálica, o que exigiu soluções complementares, como revestimento externo em fibra de vidro e resina pigmentada. Além disso, o material recebeu proteção contra corrosão e fogo. (C.E.) M
ARQUITETURA&AÇO
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Construção verde Estrutura em aço e princípios de sustentabilidade dão Fórum Verde o primeiro certificado LEED de Brasília
ao
Se 1960 é um marco para a arquitetura brasileira devido
Ao avaliar o emprego do aço no pro-
à inauguração de Brasília – projetada pelo urbanista Lúcio Costa e
jeto, o engenheiro André Sosti Perini,
com obras assinadas por Oscar Niemeyer –, 2011 coloca novamente
da Caenge, empresa responsável pela
a Capital Federal em destaque no cenário arquitetônico. Em abril
execução da obra, diz que o material
deste ano, foi inaugurado na cidade o Fórum do Meio Ambiente
trouxe dinamismo à construção, redu-
e da Fazenda Pública do Distrito Federal, o primeiro prédio do
ção no tempo de obra, bem como na
Centro-Oeste a seguir critérios internacionais de construções sus-
geração de resíduos, e na limpeza do
tentáveis para a obtenção da certificação Leadership in Energy and
canteiro, além de ter facilitado o trans-
Environmental Design® (LEED), do Green Building Council (USGBC).
porte dos materiais e minimizado o
O projeto foi elaborado pela Zanettini Arquitetura, em coautoria
uso de formas e escoramentos. Segun-
com a arquiteta Sandra Henriques, do Tribunal de Justiça do Distri-
do ele, para uma construção sustentá-
to Federal e dos Territórios (TJDFT), seguindo normas estabelecidas
vel, estes fatores são relevantes, ainda
pelo plano urbanístico local. A obra durou cerca de dois anos e a
mais se relacionados aos processos de
estrutura, toda em aço ASTM A572, foi um dos fatores determinan-
certificação.
tes para a obtenção do selo LEED.
O Fórum Verde, como vem sendo chamado, tem 6.282 m2 de área construída, divididos em cinco pavimentos para abrigar oito varas de Fazenda Pública, além da Vara do Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do Distrito Federal. A estrutura em aço aparente foi desenvolvida em uma malha de 1,25 m x 1,25 m, além de contemplar o uso de lajes steel deck. Para ampliar ainda mais o conforto térmico na edificação, de acordo com a Zanettini Arquitetura, a 80 cm da fachada, foram instaladas telas de sombreamento em aço inoxidável. Tais telas foram voltadas para as faces de sol nascente e poente, integradas aos jardins horizontais. Somadas aos terraços e cobertura verdes, lajes ajardinadas na garagem e jardins térreos “cumprem o papel de amenizar o calor
20 ARQUITETURA&AÇO
Fotos divulgação
Para ampliar ainda mais o conforto térmico na edificação, a 80 cm da fachada foram instaladas telas de sombreamento em aço inoxidável
As tensoestruturas conseguiram se integrar perfeitamente à paisagem orgânica do Rio de Janeiro. Nesta foto, vista noturna do Morro da Urca: a cobertura é capaz de suportar cargas de ventos de 240 km/h ARQUITETURA&AÇO
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Divulgação
processo educacional de conscientização e capacitação contínua de todos os envolvidos. “A participação de diverAlém da Vara do Meio Ambiente, o conjunto abriga oito varas de Fazenda Pública. A estrutura, toda em aço, foi o fator determinante para a obtenção do selo LEED
sos profissionais no processo facilita a tomada de decisão e a adequação do projeto, evitando-se problemas futuros, além de proporcionar redução no
e criar o microclima ideal, além de humanizar os ambientes de trabalho”, destaca a equipe do escritório.
tempo de obra”, completa. O projeto também incluiu a adoção
Na cobertura, simultaneamente ao sistema ajardinado, foram
de sistemas que garantem eficiência
utilizadas lajes impermeabilizadas e telhas metálicas zipadas sim-
energética, economia e reuso de água,
ples, com 1 mm de espessura.
madeira de reflorestamento, tintas, mantas e colas que obedecem às nor-
Equipe multidisciplinar
mas técnicas restritivas quanto à libe-
A obra foi realizada em nove etapas, segundo o engenheiro da Caen-
ração de Compostos Orgânicos Voláteis
ge: preparação do terreno; instalações provisórias; movimento de
(COV’s), entre outros itens. (C.E.) M
terra; execução das fundações; execução das estruturas: pilares e vigas metálicas e de concreto para as caixas dos elevadores e das escadas; execução das lajes steel deck, seguida de concretagem; execução dos projetos complementares (elétrico, hidráulico etc.); vedações (divisórias, envoltória, vidros); revestimentos e acessórios. Já na primeira etapa, os critérios de sustentabilidade prevaleceram. A locação do edifício no terreno – com área de 1.980 m2 no Lote M do Setor de Administração Municipal – e a implantação longitudinal no eixo noroeste-sudeste, com circulação horizontal, privilegiaram a presença da natureza e a integração com a paisagem do entorno, formada por vegetação nativa. Tais soluções projetuais garantiram a entrada de iluminação e ventilação cruzadas em todos os ambientes do edifício. O trabalho multidisciplinar também foi fundamental à construção, devido às exigências do projeto. “Uma obra que busca a certificação ambiental LEED deve incorporar mudanças de comportamento das equipes envolvidas no trabalho, sejam próprias ou empreitadas”, afirma o engenheiro Perini. Ainda de acordo com o profissional, para a obra do Fórum Verde foi fundamental um
22 ARQUITETURA&AÇO
> Projeto
arquitetônico: Zanettini Arquitetura e Sandra Henriques, TJDFT
> Área > Aço
construída: 6.282 m²
empregado: ASTM A572
> Volume
do aço: 384 t.
> Projeto
estrutural: Meirelles Carvalho Engenharia e Projetos S/C Ltda.
> Fornecimento
da estrutura metálica: CPC Estruturas
> Fornecimento
de steel deck:
Perfilor > Execução
da obra: Caenge S.A. – Construção, Administração e Engenharia
> Local: > Data
Brasília, DF
do projeto: 2008
> Conclusão
da obra: 2011
Obras de reforma do Estádio Independência - BH/MG.
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São José dos Campos e bacharel em matemática, Heloísa Maringoni é sócia-fundadora da Companhia de Projetos, além de docente de arquitetura desde 2004. No contato com os alunos, diz reciclar seus conhecimentos e energia profissional. Sua aproximação com o aço começou há 30 anos, quando recém-formada foi contratada por um fabricante de estruturas metálicas, passando por todas as etapas, desde o dese-
Sidnei Palatnik
A solução está nas bases
Formada em engenharia civil pela Faculdade de Engenharia de
nho, o cálculo estrutural, a fabricação e a montagem das estruturas. Em sua opinião, a linguagem do projeto é a estrutura, enquanto a escolha do tipo de material é uma consequência, por isso a importância de se conhecer as propriedades de todos, seja o aço, a madeira ou o concreto. Sabedoria que procura aplicar durante as aulas de
cimento, isto é, dos alunos nas escolas
arquitetura, na Escola da Cidade. Vencedora do 9º prêmio Talento
de arquitetura e engenharia. Afinal, é
Engenharia Estrutural, com o edifício Cenpes II, nesta entrevista,
natural termos receio ou insegurança
Heloísa destaca os benefícios do aço e os paradigmas estabelecidos
de algo que não dominamos.
pelo mercado da construção.
AA – Por isso, então, ainda são raros os engenheiros de cálculo estrutural
AA – Como a senhora avalia o atual estágio da construção em aço
especializados em aço?
no Brasil?
HM – Sim. Acontece que o ensino no
HM – Nossa luta é melhorar a interface entre este mercado e a arqui-
Brasil sempre esteve atrelado à Esco-
tetura. O problema é que, por anos, convencionou-se relacionar o uso
la Paulista de Arquitetura. Não estou
do aço aos projetos industriais. O objetivo é indicar cada vez mais o
criticando o movimento modernista,
seu uso em obras em que há participação efetiva do arquiteto, como
foi bárbaro, mas o momento é outro.
as de edificações residenciais e corporativas. Num primeiro momen-
Embora na grade curricular das facul-
to, aqui no Brasil, um dos fatores de maior tabu foi o custo. Para se
dades sempre tenha constado o ensino
ter idéia, há 15 anos, a estrutura metálica era cerca de 30% mais cara.
de estruturas metálicas, muitos pro-
Atualmente, deve oscilar entre 15% e 20%. Porém, se analisarmos os
fessores acabaram reduzindo o núme-
custos gerais, a parcela que se refere à estrutura será da ordem de
ro de aulas devido à demanda maior
20% a 25% do valor total da obra. Tomando-se os maiores porcen-
pelo concreto. Mas a realidade tem sido
tuais, estaremos falando de 5% de acréscimo no custo final, valor
outra, e a tendência é mudar cada vez
muito pequeno.
mais. Digo que hoje é fundamental que
AA – Em projetos corporativos tem sido cada vez mais comum o
o conhecimento seja levado, primeira-
uso misto (aço e concreto). Que avaliação a senhora faz deste tipo
mente, ao professor de arquitetura, pois
de solução?
as escolas de engenharia, em geral, pro-
HM – Eu gosto bastante. Aliás, a tendência é usarmos os dois siste-
porcionam um embasamento maior
mas. Daí você tira o melhor partido que cada um pode oferecer ao
para se projetar qualquer tipo de cons-
projeto. A verdade é que, em primeiro lugar, é preciso analisar o que
trução, a partir de materiais variados.
se espera de cada obra. O profissional tem de avaliar quando usar
Basta que o docente direcione o ensi-
o concreto ou aço, ou os dois. Para isso, é preciso conhecer muito
no, como tenho feito com meus alunos.
bem as propriedades dos materiais, pois assim terá confiança e
Leciono cálculo estrutural, o material
condições de escolher o mais apropriado. Mas acredito que essa
depende do tipo de projeto calculado
crítica somente será possível com a preparação das bases do conhe-
naquele momento.
24 ARQUITETURA&AÇO
AA – Quais são os pontos principais do
AA – Aos longos dos anos, em um país como o Brasil, com tanta tra-
projeto estrutural em aço?
dição em concreto, houve uma evolução no "pensar arquitetônico"
HM – O sistema é um verdadeiro
a partir do uso do aço?
“Lego”. O primeiro passo é entender
HM – Com certeza. E isso teve início com a globalização, sobretudo
como dimensionar cada elemento
com o advento da internet. Hoje é possível viajar o mundo e pesqui-
isoladamente, porém, é necessário ter
sar obras fantásticas em aço. Os profissionais começam a se espelhar
uma visão muito clara do funciona-
nisso para fazer algo semelhante.
mento desse elemento no conjunto. O
AA – A cadeia produtiva da construção civil brasileira ainda é arte-
pensar em aço é diferente. As inten-
sanal e de baixa tecnologia. A maior aplicação da lógica construti-
ções devem ser muito claras. O mate-
va do aço pode elevar o nível do setor?
rial tem sua própria linguagem, que,
HM – Sim. A maioria das construtoras é familiarizada com o con-
geralmente, vem pronta, industriali-
creto e acabam resistindo ao aço. Além disso, existe o agravante
zada. Você pode querer coisas prêt-à-
cultural, “o tal do improviso no canteiro”. O aço, felizmente ou infeliz-
-porter, ou sob medida.
mente, não permite isso. Já perdi concorrência técnica, que, do ponto
AA – Quantas obras a senhora já pro-
de vista financeiro, era até mais viável a aplicação de estrutura em
jetou com estrutura metálica? Quais
aço, mas por falta de conhecimento e domínio na aplicação do aço,
as principais?
a empresa preferiu não optar pelo material. Se o arquiteto não se
HM – Ao longo dos 30 anos de carreira,
posicionar, de fato, não consegue adotar o sistema.
já projetei cerca de 380 obras com o uso
AA – Quais são os erros mais graves a partir de uma interface mal-
do sistema estrutural metálico. Entre as
feita entre o aço e os outros sistemas?
quais, a torre da emissora Bandeiran-
HM – As conexões, ou seja, os detalhes de ligação entre um e outro. A
tes; o Terminal Rodoviário de Goiânia;
estrutura metálica é composta de elementos mais leves, logo, quanto
as ampliações do Shopping Iguatemi; a
mais articulada for a ligação, mais barato sai o projeto. Portanto, é indis-
sede da Natura, em Cajamar – uma das
pensável a precisão entre os dois materiais (aço e concreto). Esta exa-
mais significativas; a reforma do Banco
tidão, por vezes, será conseguida se houver integração entre as equipes
Santander, em Porto Alegre; a Casa de
de calculistas ou entre o calculista e a empreiteira. Por isso a importân-
Cultura de Israel; o Cenpes II; o Hotel
cia da contratação do projeto estrutural em aço desde o início da obra.
Hilton Morumbi; entre outras.
AA – Quer dizer que a opção pelo emprego de estruturas metáli-
AA – Quais os principais critérios que
cas requer algumas modificações nos parâmetros projetuais e até
levaram à escolha do aço?
mudança de conceitos?
HM – Em alguns, como por exemplo o
HM – Em minha opinião, deve acontecer uma mudança nos parâme-
do prédio do Hilton, tínhamos um pro-
tros projetuais e também de execução. Por isso, é imprescindível que
blema sério que era resolver a altura
o arquiteto esteja familiarizado com tudo. Ele será responsável pelo
das vigas de transição. Se a construção
intercâmbio com o cliente, e deverá orientá-lo sobre os sistemas. Já na
fosse executada em concreto, teria uma
parte de cálculo, também deve haver conhecimento pleno do enge-
altura maior, que inviabilizaria o pro-
nheiro para definir adequadamente o material, conforme as necessi-
jeto. Em outras obras, necessitávamos
dades do projeto. Outro conceito equivocado se refere à manutenção
da diminuição dos resíduos gerados em
das edificações. Algumas pessoas imaginam que o concreto requer
canteiro, devido ao perfil sustentável
menos reparos, o que não é verdade. Seja aço ou concreto, ambos
do projeto, como o Cenpes II; em outras,
necessitam de manutenção ao longo dos anos. O mesmo se aplica
tínhamos todos estes fatores aliados ao
quando o assunto é incêndio, o concreto também não resiste a altas
prazo reduzido, e por aí vai.
temperaturas, requer tratamento especial tanto quanto o aço. (N.F.) M ARQUITETURA&AÇO
25
Livre de pilares Estrutura
confere leveza à fachada e permite vão livre à sede do
Confea
A estrutura metálica da fachada se diferencia do concreto
têxtil perfurada, estruturados em cai-
predominante nas edificações modernistas de Brasília (DF). Esta,
xilhos de perfis metálicos, afastados 4
porém, não foi a única ousadia do escritório de arquitetura Pedro
m da fachada de vidro. Esta estrutura
Paulo de Melo Saraiva para o projeto da sede do Conselho Federal
propicia um espaço vazio de circulação
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). Atendendo a
de ar que diminui o calor e o consumo
todas as restrições da Companhia Urbanizadora da Nova Capital
de ar-condicionado e energia no edi-
(Novacap) em termos de recuos e gabaritos, os profissionais investi-
fício. Além disso, segundo o arquite-
ram na composição do aço com o concreto como forma de conferir
to, a membrana têxtil foi uma opção
leveza, fluidez e flexibilidade ao projeto do edifício.
ao brise soleil, pois oferece proteção
“Considerávamos essencial desenvolver um projeto em que a ino-
ao mesmo tempo em que proporcio-
vação tecnológica e a flexibilidade fossem fatores fundamentais, tanto
na maior integração visual entre os
do ponto de vista do desempenho, quanto dos quesitos atuais de sus-
ambientes externo e interno do prédio.
tentabilidade, conforto termoacústico e economia de escala”, explica
A estrutura central do edifício é for-
o arquiteto Pedro de Melo Saraiva, um dos responsáveis pelo projeto.
mada por perfis metálicos, vigas “I” de
O edifício é composto por térreo, quatro pavimentos-tipo, cober-
15 m de comprimento e 63 cm de altura,
tura e três subsolos para estacionamento. A fachada é revestida por
apoiados em uma estrutura de concre-
um sistema de proteção solar formado por painéis de membrana
to em forma de “T”, com balanços de
26 ARQUITETURA&AÇO
> Projeto
arquitetônico: Pedro Paulo de Melo Saraiva Arquitetos Associados
> Área > Aço
construída: 10.460 m²
empregado: ASTM A572 GR 50
> Volume
do aço: 151,32 t.
> Projeto
estrutural: Kurkdjian & Fruchtengarten Engenheiros Associados
> Fornecimento
da estrutura metálica: Badaruco
> Execução > Local: > Data
da obra: Kremer Engenharia
Brasília, DF
do projeto: 2007-2008
> Conclusão
A fachada é revestida por um sistema de proteção solar formado por painéis de membrana têxtil perfurada, estruturados em caixilhos. O partido foi executado com estrutura mista de aço e concreto
da obra: 2010
3,75 m em cada lado. O carregamento
bilidade aumenta a vida útil do edifício, que pode receber grandes
do vão central é compensado pelo ati-
mudanças de uso no decorrer dos anos.” Para se ter ideia, a partir do
rantamento das extremidades exter-
sistema misto, os profissionais executaram um vão livre de 22,5 m.
nas destes balanços. O arquiteto expli-
No pavimento de cobertura estão o refeitório, a copa, a cozinha
ca, ainda, que os tirantes de todos os
e um espaço de lazer para os funcionários com ampla área livre e
pavimentos são ancorados nas pare-
jardim. Uma cobertura formada por sistema de arcos triarticulados
des laterais de fundação, responsável
com perfis de 63 cm coroa o prédio com uma estrutura diferenciada
também pelo sistema de contenção
para um ambiente de convívio e descontração.
lateral dos subsolos.
Também foi importante garantir a integração do prédio com o espaço urbano e com a antiga sede do Confea, que se tornará o
reo, sustentando cada um dos pisos
Centro Cultural da entidade. Para isso, o térreo recebeu pilotis com
com um par de cabos. Esta estrutura
galerias amplas em seu entorno e um projeto paisagístico que pre-
se repete a cada 3,75 m. “A combinação
viu na pequena praça um espelho d’água para amenizar o clima seco
estrutural mista entre aço e concreto
da Capital Federal. Os três andares de estacionamento têm acesso
procura extrair engenhosamente de
por vias de mão única com inclinação de meio pé-direito. Tal medida
cada material sua melhor proprieda-
confere maior segurança e integração visual ao espaço, que conta
de: no caso do aço, a tração e a flexão”,
com 122 vagas. (E.C.) M
explica Pedro de Melo Saraiva.
Sem obstáculos Os arquitetos consideraram essencial para os quatro pisos de uso adminis-
Fotos Leonardo Finotti
São dez tirantes que partem do tér-
trativo que estes fossem livres de pilares internos, e que pudessem receber qualquer configuração dos ambientes. “O uso do aço foi ‘salutar’ para a obtenção do vão livre e fundamental flexibilidade de organização da planta dos pavimentos”, afirma o arquiteto Saraiva. “Outra vantagem é que essa flexiARQUITETURA&AÇO
27
A torre mais inclinada
do mundo
Capital Gate
Inteiramente
28 ARQUITETURA&AÇO
em aço , a
Gate Capital Tower
tem inclinação recorde
ARQUITETURA&AÇO
29
Quatro vezes mais inclinada que a Torre de Pisa, na Itália, a Gate Capital, erguiO peso total de aço utilizado na torre é de cerca de 21.500 toneladas. Ao lado, detalhe do splash (grelha de aço inoxidável) que imita o movimento das ondas e serve como um dispositivo de sombreamento. Cerca de 12.500 placas de vidro fazem o fechamento da torre
da em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, é uma construção que à primeira vista parece surreal. Decididamente ousado, o projeto assinado pelo escritório RMJM Arquitetos, de Nova York, busca se destacar na paisagem urbana, cuja principal característica é o arrojo de boa parte das edificações da região. Esta ousadia resultou em sua inclusão no livro Guinness como a mais inclinada do mundo, com uma inclinação de 18 graus em direção oeste. Quando indagados sobre a falta de simetria do partido, os arquitetos dizem que um dos objetivos era justamente este, fato que tornou o projeto ainda mais desafiador. Em pleno funcionamento, abriga o hotel Hyatt Capital Gate, além de 20 mil m2 para escritórios. Ao todo, são 35 andares, distribuídos entre os generosos 160 m de altura.
Superestrutura Para dar origem a esta complexa configuração e sustentar os 53 mil m2 de construção, foi necessário criar um esqueleto em aço, do tipo diagrid, de diagonal grid, ou grelha em diagonais. De acordo com os arquitetos, esta solução é utilizada em diversas edificações de grande porte, pois exige uma quantidade menor de aço estrutural. A opção se deu também em razão do sistema estrutural adotado formar uma espécie de átrio cônico, na parte interna do edifício, recurso que facilita a entrada de iluminação natural em todo o prédio. Devido às características peculiares da torre, para que a construção suportasse as grandes cargas de vento e as pressões sísmicas empregou-se, na etapa da fundação, 490 estacas de aço cravadas a 30 m de profundidade. 30 ARQUITETURA&AÇO
Uso misto Com 35 andares, a torre tem dois tipos de ocupação. Do 2º ao 16º andares, foram instalados escritórios; já do 18º em diante, os pisos foram projetados para o hotel Hyatt Capital Gate. O primeiro piso e o 17º são plant rooms, ou pisos técnicos, salas utilizadas para abrigar máquinas de grande porte, como equipamentos de ar-condicionado. Ao todo foram utilizadas 13.200 toneladas de aço estrutural, sendo 7 mil toneladas nos sistemas de diagonais. Nestas estruturas, foram adotados perfis tubulares com 600 mm x 400 mm de diâmetro, na parte externa, e com 457 mm de diâmetro, na parte interna. A inclinação do conjunto só foi possível devido à posição do núcleo rígido, deslocada para fora do centro.
Ecoeficiência Outro elemento de destaque, principalmente em relação ao desempenho térmico da edificação, foi o uso de vidros duplos, empregados em toda a fachada: 12.500 placas de vidro foram instaladas em ângulos diferentes, devido ao perfil curvo da torre, e com proteção capaz de filtrar a radiação solar. Outro recurso foi a aplicação, também na fachada, de uma sobrecobertura de aço inoxidável, denominada pelos arquitetos de "splash". “Ele funciona como um dispositivo de sombreamento e elimina mais de 30% do calor do sol antes que chegue à torre, diminuindo, portanto, o uso de refrigeração no interior do edifício”, explicam os arquitetos. A concepção do Gate Capital exigiu esforços extras de toda a equipe, e somendemandou o trabalho de 240 funcionários por um período de 14 meses. As obras tiveram início em setembro de 2009 e o prédio foi entregue no final de 2010. (N.F.) M
Fotos Capital Gate
te a montagem das estruturas em aço
ARQUITETURA&AÇO
31
ACONTECE
Silvia Scalzo
Nova sede do TRT Bahia
32 ARQUITETURA&AÇO
De autoria do arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé), a nova sede do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região da Bahia (TRT-BA), com 122 mil m², tem planta circular e núcleos de apoio restritos às áreas de circulação vertical. Trata-se de um complexo formado por oito edificações que estão sendo implantadas em um terreno densamente arborizado e com topografia em forma de vale. Devido a tais características, o arquiteto
idealizou um partido arquitetônico de baixo impacto no terreno. Os edifícios são interligados por um caminho suspenso (a 30 m do solo), na forma de passarelas fechadas e envidraçadas que totalizam 200 m de vias lineares. Em favor da sustentabilidade da obra, entre outras soluções, adotou-se o sistema industrializado, com estruturas em aço. No mesmo sentido, a passarela foi projetada com número reduzido de pilares, em comprimentos variáveis de acordo com a topografia local. A maior intervenção será nas bordas do lote, onde um corte escalonado de 13 m de altura permitirá a execução de quatro pavimentos de garagem e estacionamento descoberto. O período de execução da obra é de 30 meses.
Torre tem prazo de obra de apenas 11 meses Localizada no Itaim Bibi, a torre de 26.000 m² com 26 andares, pertencente ao Wtorre Plaza, foi estruturada em aço. Os pilares são mistos em aço-concreto, as vigas em aço e as lajes em steel deck. A montagem da estrutura ocorreu em 90 dias, com montagem de dois andares a cada 11 dias. O vão principal dos andares de escritórios é de 18 m, o que facilita e favorece o aproveitamento máximo da área útil de escritórios, forte argumento para a locação. Além do uso de estrutura metálica, reúne outras características baseadas nos princípios de sustentabilidade, como eficiência energética, reaproveitamento de águas pluviais, entre outras. A obra encontra-se em processo de certificação Leadership in Energy and Environmental Design® (LEED). Em fase final de construção, tem entrega prevista para dezembro de 2011. Fornecimento da Estrutura: Medabil Peso total da estrutura: 2.120 t. ARQUITETURA&AÇO
33
Endereços
> Escritórios de Arquitetura Edo Rocha Espaços Corporativos End.: Av. das Nações Unidas, nº 11.857, 8º andar, São Paulo (SP) Tel.: (11) 5505-1255 www.edorocha.com.br Grupo SP End.: Praça da República, nº 76, cj. 901, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3068-0112 E-mail: contato@gruposp. arq.br www.gruposp.arq.br Pedro Paulo de Melo Saraiva Arquitetos Associados End.: Rua Bela Cintra, nº 299, cj. 41, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3259-4240 E-mail: ppms@ppms.com.br www.ppms.com.br República Arquitetura End.: Praça da República, nº 776, cj. 901, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3129-3996 E-mail: luciano@republica. arq.br www.republica.arq.br RMJM Arquitetos www.rmjm.com Rocco, Vidal + Arquitetos End.: Rua Eugênio de Medeiros, nº 639, 1º andar, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3817-6963 www.roccovidal.com.br Zanettini – Arquitetura, Planejamento Consultoria Ltda. End.: Rua Chilon, nº 310, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3849-0394 E-mail: zanettini@zanettini. com.br www.zanettini.com.br
34 ARQUITETURA&AÇO
> PROJETO ESTRUTURAL Codeme Engenharia S.A. End.: Av. Roberto Bertoletti, nº 851 A, Distrito Industrial, Vale do Piracangagua, Taubaté (SP) Tel.: (12) 2123-9700 E-mail: codeme@codeme. com.br www.codeme.com.br Companhia de Projetos Ltda. End.: Rua Mourato Coelho, nº 69, loja 6, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3061-2603 Kurkdjian e Fruchtengarten Eng. Associados S.S. Ltda. End.: Rua George Eastman, nº 160, 6º andar, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3759-1394 Meirelles Carvalho Engenharia e Projetos S/C Ltda. End.: Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 1.478, cj.715, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3031-6021 VMC Projetos Mecânicos e Estruturais End.: Rua São Benedito, nº 1.890, São Paulo (SP) Tel.: (11) 5681-6762 > Sistemas de Fechamento Lateral, Coberturas e Steel Deck Bemo do Brasil End.: Av. Prestes Maia, nº 539, São Paulo (SP) Tel.: (11) 4053-2366 www.bemo.com.br Perfilor End.: Rua Alfredo Mário Pizzotti, nº 97, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3065-3400 E-mail: perfilor@perfilor. com.br www.perfilor.com.br
> ESTRUTURA METÁLICA Badaruco End.: Setor de Indústria Taguatinga Norte – QI 06 Lotes 41/42, Brasília (DF) Tel.: (61) 3355-1078 www.badaruco.com.br Codeme Engenharia S.A End.: Av. Roberto Bertoletti, 851 A - Distrito Industrial Vale do Piracangagua,Taubaté (SP) Tel.: (12) 2123-9700 E-mail: codeme@codeme. com.br www.codeme.com.br CPC Estruturas End.: SAAN quadra 2 lote 310, Brasília (DF) Tel.: (61) 3361-0030 www.cpcestruturas.com.br Medabil Sistemas Construtivos S.A. End.: Rua Fidêncio Ramos, nº 223, 14°andar, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3573-3322 www.medabil.com.br > CONSTRUTORAS Caenge S.A. End.: SIA Trecho 03, lote 1.893, Brasília (DF) Tel.: (61) 3410-0000 E-mail: caenge@caenge. com.br www.caenge.com.br Carioca Christiani-Nielsen Engenharia S.A. End.: Rua do Parque, nº 31, Rio de Janeiro (RJ) Tel.: (21) 3891-2200 www.cariocaengenharia.com.br Construbase Engenharia End.: Rua da Paz, nº 1.106, Campo Grande (MS) Tel.: (67) 3326-8643 www.construbase.com.br
Construcap – CCPS Engenharia e Comércio S.A. End.: Rua Bela Cintra, nº24, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3017-8000 www.construcap.com.br Engeform End.: Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 1.931, 1º andar, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3030-7200 E-mail: contato@engeform. com.br www.engeform.com.br Kremer Engenharia End.: SCLN quadra 115, bloco D, nº 50, Brasília (DF) Tel.: (61) 3349-3579 OAS Ltda. End.: Av. Angélica, nº 3.346, São Paulo (SP) Tel.: (11) 2124-1122 www.oas.com Schahin Engenharia S.A. End.: Rua Vergueiro, nº 2.009, São Paulo (SP) Tel.: (11) 5576-8080 www.schahin.com.br Termoeste S.A. Construções e Instalações End.: Av. T-2, nº 2.227, Goiânia (GO) Tel.: (62) 4005-5100 www.termoeste.com.br WTorre S.A. End.: Rua George Eastman, nº 280, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3759-3300 www.wtorre.com.br
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expediente
Material para publicação: Contribuições para as próximas edições podem ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço. É desejável o envio das seguintes informações, em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data do projeto e da construção, autor do projeto, projetista estrutural e construtor) e referências do arquiteto (telefone, endereço e e-mail).
Números anteriores: Os números anteriores da revista Arquitetura & Aço estão disponíveis para download na área de biblioteca do site: www.cbca-acobrasil.org.br A&A nº 01 - Edifícios Educacionais A&A nº 02 - Edifícios de Múltiplos Andares A&A nº 03 - Terminais de Passageiros A&A nº 04 - Shopping Centers e Centros Comerciais A&A nº 05 - Pontes e Passarelas A&A nº 06 - Residências A&A nº 07 - Hospitais e Clínicas A&A nº 08 - Indústrias A&A nº 09 - Edificações para o Esporte A&A nº 10 - Instalações Comerciais A&A nº 11 - Retrofit e Outras Intervenções A&A nº 12 - Lazer e Cultura A&A nº 13 - Edifícios de Múltiplos Andares A&A nº 14 - Equipamentos Urbanos A&A nº 15 - Marquises e Escadas A&A nº 16 - Coberturas A&A nº 17 - Instituições de Ensino II A&A nº 18 - Envelope A&A nº 19 - Residências II A&A nº 20 - Indústrias II A&A Especial – Copa do Mundo 2014 A&A nº 21 - Aeroportos A&A nº 22 - Copa 2010 A&A nº 23 - Habitações de Interesse Social A&A nº 24 - Metrô A&A nº 25 - Instituições de Ensino III A&A nº 26 - Mobilidade Urbana A&A nº 27 - Soluções Rápidas A&A nº 28 - Edifícios Corporativos
Próxima Edição: Especial - Estação Intermodal de Transporte Terrestre de Passageiros
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Revista Arquitetura & Aço Uma publicação trimestral da Roma Editora para o CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br www.cbca-acobrasil.org.br Conselho Editorial Catia Mac Cord Simões Coelho – Aço Brasil Roberto Inaba – Usiminas Ronaldo do Carmo Soares – Gerdau Açominas Silvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão Supervisão Técnica Sidnei Palatnik Publicidade Ricardo Werneck tel: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br Roma Editora Rua Lisboa, 493 – 05413-000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 2808-6000 cbca@arcdesign.com.br Direção Cristiano S. Barata Coordenação Editorial Nádia Fischer Redação Alessandra Morgado, Camila Escudero, Evelyn Carvalho, Fábio Rodrigues e Nádia Fischer Revisão Deborah Peleias Editoração Cibele Cipola (edição de arte), Luiz Marques (estagiário) Pré-impressão e Impressão www.graficamundo.com.br Endereço para envio de material: Revista Arquitetura & Aço – CBCA Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ cbca@quadried.com.br
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