Revista Arquitetura e Aço - 29

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& ARQUITETURA AÇO

ARQUITETURA AÇO Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 29 março de 2012

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Lazer e cultura


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As obras selecionadas para esta edição da Arquitetura & Aço mostram os avanços que o sistema construtivo em aço tem alcançado no Brasil, com o aumento do domínio de sua técnica. Em entrevista, o consagrado arquiteto mineiro Gustavo Penna fala de sua trajetória com o uso deste material, de seu impacto na indústria da construção civil e da busca de uma linguagem genuinamente brasileira. Nos segmentos de lazer e cultura, o uso de estruturas em aço tem se tornado uma tendência entre os profissionais. Seja em sua forma pura, mista ou híbrida, a vantagem é que agora elas recebem aços mais leves e resistentes, desenvolvidos para atender às exigências dos novos projetos. Repleta de simbolismos, a obra do Memorial da Imigração Japonesa no Brasil, em Belo Horizonte (MG), é um exemplo, pois sintetiza a discussão do arquiteto sobre a conjugação de linguagem harmônica, funcionalidade e contextualização de projeto. Já no interior de São Paulo, com perfil distinto, mas com grande expressão arquitetônica, o Museu do Chocolate também reforça a intenção de unir forma e função por meio do uso correto de materiais estruturais e de acabamento. De fato, os profissionais precisam estar prontos aos desafios, como aconteceu com o Teatro Riachuelo, em Natal (RN). Nele, o aço foi a solução mais adequada, visto que o projeto foi implantado em um shopping em funcionamento e com grandes restrições de sobrecargas. Assim como este, o Orquidário Ruth Cardoso, em São Paulo, não poderia traduzir de maneira tão assertiva a que se propôs: o encontro da arquitetura tradicional indígena, a oca, com a tecnologia arquitetônica moderna. Neste número, apresentamos ainda um antigo galpão que se transformou no Centro Cultural UFG, em Goiás, graças à utilização precisa dos componentes metálicos. Já na capital mineira, o Centro Comunitário BH Cidadania mostrou que quando bem-definidas as prioridades, é possível o uso do aço ainda que o orçamento seja restrito. Sem contar as vantagens no uso do material quando o terreno ou entorno impõem determinadas limitações, a exemplo do Sesc Bom Retiro, na capital paulista. Por fim, com o projeto do Opera House, em Guangzhou, China, mais uma vez a arquiteta Zaha Hadid propõe um desafio arquitetônico, respondido pela versatilidade

Divulgação/Christian Richters

da estrutura em aço. Boa leitura!

ARQUITETURA&AÇO

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Leonardo Finotti

Arquitetura & Aço nº 29 março 2012

Foto da capa: Museu do Chocolate – Caçapava/SP

sumário 04.

08.

12.

14.

18.

20.

26.

28.

30.

32.


ENDEREÇOS

34

04. Na Rodovia Presidente Dutra, Museu do Chocolate da Nestlé torna-se referência na paisagem. 08. Repleto de simbologia, Memorial da Imigração Japonesa, em Belo Horizonte (MG), celebra diálogo entre mineiros e japoneses. 12. Em entrevista, o arquiteto Gustavo Penna destaca a importância de se criar uma estética própria para o aço no Brasil. 14. Estrutura metálica possibilita implantação do Teatro Riachuelo em shopping de Natal (RN). 18. Orquidário Ruth Cardoso, em São Paulo, une arquitetura indígena à tecnologia moderna. 20. De autoria da arquiteta Zaha Hadid, edifício Guangzhou Opera House, na China, é projetado com complexa estrutura triangular. 26. Antigo galpão se transforma em um Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás. 28. Sesc Bom Retiro, em São Paulo, desafia restrições do lote e entorno. 30. Na capital mineira, Centro Comunitário BH Cidadania recebe envoltório metálico. 32. Acontece: novos museus em aço.


Maravilhosa fábrica de chocolates Estrutura

em aço e vidro chama a atenção por sua geometria e tom

vermelho vibrante

Criar um espaço específico para que os visitantes pudessem observar as várias etapas da produção de chocolate sem interferir na rotina da fábrica. Este foi o objetivo da Metro Arquitetos Associados ao projetar o percurso, ou Tour Nestlé Chocolover, do Museu do

As duas torres externas são conectadas ao edifício por passarelas metálicas com fechamento em vidro laminado e película vermelha, que servem de acesso ao museu

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ARQUITETURA&AÇO


externas, conectadas ao edifício por passarelas metálicas, com

intervenção dentro da fábrica, cons-

fechamento em vidro laminado e película vermelha, que servem

truída na década de 1960, em Caçapava

de acesso ao Museu. De acordo com os arquitetos, a escolha da

(SP), na Rodovia Presidente Dutra, eixo

cor não foi casual, mas em função dos estímulos sensoriais provo-

de ligação entre São Paulo e Rio de

cados por ela, uma vez que o vermelho estimula o apetite, sendo

Janeiro. “Desde o início, ela foi plane-

propício à indústria alimentícia.

Leonardo Finotti

Chocolate da Nestlé. Trata-se de uma

jada para receber o público externo, porém sem caráter museológico”, destaca Martin Corullon, um dos autores do projeto. O arquiteto explica que a intervenção buscou resolver o conflito de fluxos entre o público externo e os trabalhadores, além de ter transformado o simples percurso em um museu com conteúdo interativo. Para imprimir forte caráter simbólico à edificação – até então, um conjunto industrial inexpressivo que passava despercebido pelos transeuntes –, foram construídas duas torres

ARQUITETURA&AÇO

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Leonardo Finotti

A passarela maior, com 100 m de extensão, é composta por módulos triangulares não coplanares de 2,5 m, que se repetem a cada 10 m. Esta configuração faz com que os planos de vidro reflitam diferentes figuras da paisagem

Planta

> Projeto

arquitetônico: Anna Ferrari, Gustavo Cedroni e Martin Corullon (Metro Arquitetos Associados); Paloma Delgado, Paula Noia, Ricardo Canton e Alfonso Simelio (colaboradores); Felipe Fuchs, Bruno Kim, Marina Ioshii e Pedro Mesquita (estagiários)

> Área > Aço

construída: 1.850 m²

empregado: ASTM A36

> Volume

do aço: 55 t

> Projeto

estrutural: Heloisa Maringoni (Companhia de Projetos)

> Fornecimento

da estrutura metálica: Bandeirantes

> Execução > Local: > Data

da obra: Enplatec

Caçapava, SP

do projeto: 2009

> Conclusão

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ARQUITETURA&AÇO

da obra: 2011


Torres e passarelas A estrutura das torres e passarelas é composta por perfis tubulares com 100 mm de diâmetro e variações na espessura das paredes internas, possibilitando o mesmo detalhe de fixação dos vedos – ora painéis de vidro lamiora chapa de aço expandido, tipo brise (face norte). Para garantir ventilação e drenagem naturais e também gerar uma

Leonardo Finotti

nado com película vermelha (face sul),

estrutura mais esbelta destes elementos, adotaram-se pisos em chapa de aço perfurada nas passarelas externas. Já

que se repetem a cada 10 m. “Além de auxiliar estruturalmente

as coberturas são em chapa de aço lisa

no contraventamento, esta configuração faz com que os planos de

na parte superior, enquanto a inferior

vidro reflitam diferentes figuras da paisagem”, explica Corullon. A

recebeu EPS no miolo para melhorar o

passarela I tem vãos de 10 m, apoiados sobre pilares e vigas de aço

desempenho termoacústico.

de sessão variável; no trecho entre a torre I e a fábrica, o vão é de 27,5

A passarela maior, com 100 m de extensão, é composta por módulos

m. Já na passarela II, o vão entre a torre e o pilar intermediário é de 15 m e de 5 m até a fábrica. Na parte interna do percurso, foram projetados dez núcleos

triangulares não coplanares de 2,5 m,

temáticos que acompanham a produção da fábrica, desde a chegada da matéria-prima, passando pelos diferentes estágios da preparação do chocolate e até a etapa final de embalagem. Cada núcleo tem cores, materiais e caráter distintos, como trilha sonora, narração e cenografia específica. Esta diversidade de recursos museológicos desenvolvida pelos arquitetos deixa o percurso mais atrativo e busca afirmar a identidade de cada produto da marca Nestlé. (N.F.) M

Leonardo Finotti

Divulgação

Acima, vista da parte interna com percurso guiado. Foram projetados dez núcleos temáticos que acompanham a produção da fábrica. Abaixo, etapa de montagem da passarela e, ao lado, vista da torre menor, com sua respectiva ligação com o percurso aéreo

ARQUITETURA&AÇO

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Simbologia oriental Aço

vence com esbeltez os vãos e curvas do

Leonardo Finotti

da I migração

O revestimento do Memorial foi feito em chapas metálicas com espessura de 3 mm e acabamento em pintura automotiva branca

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ARQUITETURA&AÇO

Japonesa,

em

Belo

Memorial Horizonte


Cada elemento do projeto dos

sobre o mar que os separa e a curva que celebra a troca entre

arquitetos Gustavo Penna e Mariza

estas duas culturas são as principais metáforas do projeto, mas

Machado Coelho para o Memorial da

não as únicas. O próprio aço simboliza a participação, especial-

Imigração Japonesa no Brasil tem mais

mente a partir da segunda metade do século XX, da comunida-

do que uma função, tem um senti-

de japonesa na indústria siderúrgica de Minas Gerais. No terreno de 13.224,60 m2 foi construído um espelho

do em estar ali. Localizado no Parque Ecológico da Pampulha, em Belo

d’água de 1.866,20 m2, que representa o oceano e os desa-

Horizonte (MG), o Memorial é uma

fios que os imigrantes tiveram de enfrentar ao chegar e se

grande ponte curva em aço que passa

adaptar à nova terra. O aço se curva sobre este espelho, ven-

por um espelho d’água e conecta a pai-

cendo com elegância e esbeltez este vão. “Buscamos toda a

sagem mineira às áreas internas.

plasticidade e a versatilidade do material”, ressalta Penna.

construção, “não trabalhamos com uma

O trajeto de 42 m da passarela culmina em uma sala de 201 m2, totalmente vermelha. O ambiente segue a forma

função específica, mas simbólica da

curva do projeto. A cenografia, idealizada por Paulo Peder-

arquitetura”, defende Gustavo Penna. A

neiras, previu paredes, teto e piso vermelhos, além de futons

ponte que une o povo japonês e mineiro

redondos, que fazem alusão à bandeira japonesa.

Devido à natureza deste tipo de

ARQUITETURA&AÇO

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Planta

> Projeto

arquitetônico: Gustavo Penna, Mariza Machado Coelho, Ricardo Gomes Lopes, Norberto Bambozzi, Laura Penna, Letícia Carneiro e Priscila Dias de Araújo

Estrutura curva O desenho do Memorial é composto por duas curvas que se unem em um pavilhão circular suspenso sobre o espelho d’água. Para vencer o vão de 31 m entre apoios, foi projetada uma estrutura em aço apoiada em apenas dois pontos, uma em cada passarela de acesso. A partir destes apoios parte a malha de perfis que sustenta as passarelas e o Memorial. Os principais perfis horizontais da base e da cobertura foram calandrados para conformar o cilindro do pavilhão e a curva da ponte de acesso. No entorno do Memorial, os perfis I curvos têm 400 mm x 300 mm, atingindo 600 mm x 400 mm na transição para a passarela. Nela, a altura varia de 300 mm a 400 mm, aumentando conforme se afasta do pavilhão central. A estrutura do pavilhão é formada por vigas I de 400 mm x 200 mm, na base, e 300 mm x 300 mm no topo. Na cobertura, vigas U de 200 mm x 85 mm complementam esta malha, diminuindo o vão da cobertura. 10 ARQUITETURA&AÇO

> Interiores: > Área

Paulo Pederneiras

construída: 534 m²

> Aço

empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão

> Volume

do aço: 400 t

> Projeto

estrutural: Marcello Cláudio Teixeira

> Detalhamento

do projeto estrutural: Projekt

> Fornecimento

da estrutura metálica: Usiminas Mecânica

> Execução

da obra: Valvifer Indústria e Comércio Ltda. (estrutura metálica) e Collem Construtora Mohallem (obras civis)

> Local: > Data

Belo Horizonte, MG

do projeto: 2007

> Conclusão

da obra: 2009


Fotos Leonardo Finotti

Piso, paredes, teto e futons vermelhos fazem alusão à bandeira japonesa. Abaixo, detalhe da ponte curva em aço, sobre o espelho d'água. Na sequência, percurso que leva ao interior do Memorial

O fechamento lateral também é composto por uma estrutura de aço, formada por pilares e vigas que seguem a modulação de 2 m de largura por 3,4 m de altura. Para completar a estrutura, o perímetro da passarela e do Memorial utiliza um sistema de contraventamentos em X e em V. (E.C.) M

ARQUITETURA&AÇO

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Minas Gerais (UFMG), Gustavo Penna foi professor da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG, além de ter ocupado funções públicas, como o de assessor do Ministério da Cultura para Espaços Culturais. Com várias premiações nacionais, sócio honorário da ABCEM, duas vezes finalista do World Architecture Festival e em reconhecimento ao seu trabalho, já mereceu citações espe-

Jomar Bragança

A busca pela linguagem própria

Formado em arquitetura pela Universidade Federal de

ciais de mestres como Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha e do escritor Carlos Drummond de Andrade. Neto de poeta, vê na arquitetura uma forma de poesia, pois entende que por meio de seus traços singulares é possível homenagear, pensar e, por que não, indignar-se. Indignação esta revelada em obras nas quais quer atender às

AA – A industrialização da construção

demandas da cidade, ajustadas aos avanços tecnológicos, porém

civil é um fato consumado nos países

sem perder características humanísticas, históricas e técnicas, e sem

mais desenvolvidos. Em sua opinião, do

esquecer a dimensão estética. “As necessidades têm de ser traduzidas

ponto de vista construtivo, há alguma

na edificação por meio de uma linguagem que fale sobre as relações

perda para o país devido ao baixo índi-

entre as pessoas, sobre a região em que vivem, seja qual for o sistema

ce de industrialização da construção

construtivo. O Brasil desenvolveu estética própria para o concreto, mas

civil brasileira?

não para o aço, e por isso ainda, quase sempre, importa soluções."

GP – O momento é de encarar mudanças, obras rápidas e bem-acabadas, solu-

AA – Qual foi a primeira obra que o senhor realizou com estrutura

ções leves e criativas. Poderíamos gerar

metálica? Como surgiu o interesse pelo material e como foi o proces-

menos entulho e, consequentemente,

so de desenvolvimento de seu uso?

diminuir os impactos ambientais. Discu-

GP – Foi a Escola Guignard, em Belo Horizonte. Procurei fazer referên-

timos a preservação do meio ambiente e

cia à sinuosidade da montanha, e por isso desenhei uma estrutura

nos esquecemos de quanto a construção

curvilínea, que foge à geometria “natural” dos elementos metálicos,

civil ainda gera de resíduos.

para criar uma praça, um abrigo e um mirante. Repleta de simbolis-

AA – Apesar do concreto ainda ser hege-

mos, nesta obra a intenção foi revelar a tradição de Minas Gerais em

mônico na arquitetura brasileira, talvez

uma linguagem universal e contemporânea.

ainda marcada fortemente pela arqui-

AA – No seu entender, quais aspectos do projeto determinam ou

tetura moderna, o aumento do número

influenciam a escolha do aço?

de projetos com o uso de estruturas em

GP – É preciso analisar a melhor solução, de acordo com a linguagem

aço, de estruturas mistas (aço + concre-

arquitetônica. O aço não serve apenas para fazer um detalhe ou causar

to) e híbridas (aço e concreto) tem sido

impacto. Ele carrega características próprias: trabalha melhor a tração,

significativo. Como o senhor vê o uso

é mais esbelto, mais ágil. Aliás, sempre lembro disso: uma obra em

crescente destas outras soluções estru-

aço nasce em aço, não é “mera alternativa” ao concreto. Outro ponto

turais e qual o seu impacto na lingua-

fundamental é saber que a adoção de estruturas metálicas não está

gem da arquitetura?

atrelada necessariamente a uma geometria regular ou repleta de

GP – É um casamento perfeito. Sempre

diagonais. É possível criarmos espaços dinâmicos, com elementos

utilizei pilares metálicos com estrutura

silenciosos: as vigas e pilares de alma cheia, e não a estrutura metálica

em laje nervurada. Para mim, tudo o

como uma coisa irrequieta e interferente.

que aumenta a velocidade de execução

12 ARQUITETURA&AÇO


da obra e, sem perda de qualidade glo-

AA – Diversas obras na área cultural estão em projeto ou em constru-

bal, é bem-vindo. A melhor solução é

ção no Brasil. Algumas têm estrutura em aço e outras são mistas. É

sempre aquela que possibilita a liber-

um momento de se firmar a tecnologia?

dade para inventar, criar. Acho que não

GP – Sim. Agora surgem os desafios de se aplicar o sistema em proje-

há mais tempo para decidir se algo

tos mais nobres. Por anos, convencionou-se utilizar estruturas metá-

deve ser industrializado ou não. Este

licas em outros temas, casas, escolas, edifícios de escritório. Temos de

é o caminho e ponto. Se os construto-

aproveitar o momento para investir em pesquisa profunda sobre o

res não investirem, vão continuar exe-

material, algo que hoje não acontece. A intenção é que, com tudo isso,

cutando suas obras “à maneira quase

se gere qualidade, excelência.

medieval”. Sem falar que as conquis-

AA – Em sua obra há diversos exemplos do uso do aço. Poderia citar

tas aumentam a qualidade final e a

as obras que o senhor considera mais importantes e o porquê desta

garantia dos sistemas. A linguagem do

importância?

concreto já possui estética própria. O

GP – Costumo dizer que a melhor obra é sempre a que está por vir,

desafio agora é criar a linguagem bra-

pois esta sempre terá melhor adequação do material, produção e

sileira do aço, pois um país só se afirma

lugar mais acertados, já que estamos em constante aprimoramento.

quando gera sua própria cultura.

Buscamos excelência. Mas tenho algumas em que a tecnologia foi

AA – E, afinal, qual a importância e o

bem-aplicada, como o Expominas, o Memorial da Imigração Japonesa,

significado de se ter esta linguagem

entre outros.

própria?

O Centro de Feiras e Exposições de Minas Gerais (Expominas) foi

GP – O problema é que a maioria dos

uma obra projetada em aço. Esbelto. Outro projeto foi o Núcleo Estadual

projetos repete modelos importados. A

Empresa Escola (NEEC). É uma escola feita em aço com uma grande

solução não é simplesmente adaptar o

varanda, que não foi erguida apenas para os alunos, mas também

sistema, mas, sim, tropicalizá-lo, torná-lo

para os pais e o bairro onde está implantado.

brasileiro, em sintonia com nosso pensa-

Tanto no NEEC quanto no Expominas, evitei a especialização, o uso

mento estético. Isto é, precisamos enten-

rígido. Gosto de áreas amplas, multifuncionais, integradas com o exte-

der nosso clima, cultura e valores para,

rior. Quando vejo aquele varandão ou auditório sendo usado cada dia

assim, transportá-los às estruturas. É

para uma coisa, com funções que ninguém previa, sinto que o pouco

necessário utilizar nossos materiais, em

recurso foi bem-gasto.

vez de recorrer aos sistemas de fora. Ima-

AA – No seu entender, quais foram as contribuições tecnológicas

ginemos, por exemplo, as janelas: não

proporcionadas pelo sistema construtivo metálico à construção civil

precisamos ter o mesmo nível de veda-

brasileira nos últimos anos?

ção das janelas de países europeus, cujo

GP – Quero ser utópico e acreditar que é possível ter um projeto fun-

inverno é rigoroso. Talvez, quem sabe,

cional em harmonia com a cena urbana. Minas Gerais, minha terra,

voltar a incorporar a varanda às edifi-

por exemplo, é um dos locais que mais produzem minério de ferro.

cações, elemento tipicamente brasileiro.

Pisamos em chão de aço. Até mesmo Carlos Drummond de Andrade

O que Renzo Piano (arquiteto italiano)

lamentava em seus versos que “a riqueza de nossas montanhas foram

ou Richard Rogers (arquiteto britânico)

embora em vagões de trem, sem deixar rastro”. A essência de Minas

fazem com a estrutura metálica? Uma

é de ferro. Esquecer o aço como elemento arquitetônico é, no mínimo,

coisa extremamente livre. Por que o aço

alienação. Em meus projetos, o aço está à mostra, sem camuflagens,

não propõe aos arquitetos brasileiros

não apenas como elemento estrutural. Ele é uma alternativa de siste-

esta liberdade criativa?

ma construtivo. (N.F.) M ARQUITETURA&AÇO

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Fotos Nelson Kon

Teatro

multiuso Estrutura metálica possibilita a implantação de projeto no terceiro piso de um Shopping Center, em Natal Infraestrutura versátil, moderna e que privilegia múltiplos

shopping center. Além disso, havia

usos do espaço. Estas podem ser apontadas como as principais

a necessidade da transição de cargas

características arquitetônicas do Teatro Riachuelo, localizado em Natal (RN). Com 6 mil m2 o projeto implantado no terceiro piso do

entre a geometria dos pilares do tea-

Shopping Center Midway Mall se desenvolveu em três níveis bási-

lajes existentes nos pisos inferiores.

tro com a distribuição dos pilares e

cos: o primeiro concentra a entrada principal, a área do palco e o

“A opção foi pelo uso de supor-

acesso à plateia – no qual ainda foram construídos fosso de orques-

te do tipo ‘pés de galinha’, recurso

tra, poço de elevadores e instalações hidráulicas. Já o nível interme-

que se mostrou o mais apropriado”,

diário abriga os camarotes e as frisas laterais, enquanto o superior, o

explica o arquiteto. Para a estrutu-

balcão nobre. Construído para abrigar desde um concerto de música

ra, foram utilizados vigas e pilares

erudita a shows populares ou de rock, o espaço foi idealizado pelos

metálicos, em perfis compostos, com

arquitetos Rafael Perrone, Ângelo Cecco e Edna Nagle.

chapas de aço de espessuras varia-

“Logo de início, um fator determinante à implantação foi

das (de 1/4’’ até 2”), perfis lamina-

a concepção estrutural”, diz Perrone. Executada em concreto

dos, perfis dobrados e pisos de chapa

armado, após a construção de um supermercado no andar térreo,

xadrez. Ele destaca que o uso desta

a modulação original do centro de compras aumentou de 8 m x

técnica foi necessário, visto que lajes

9 m para 16 m x 9 m. Assim, para suportar os esforços da carga

de concreto ou mesmo compostas

do teatro, instalado no terceiro piso, foi necessária a adoção de

por steel deck inviabilizariam a exe-

estrutura metálica apoiada diretamente sobre o pavimento do

cução do projeto.

14 ARQUITETURA&AÇO


Desafios técnicos Circulação vertical feita por meio de escadas metálicas fechadas por guarda-corpo de vidro. Ao lado, vista geral do foyer. Na imagem abaixo, área da plateia montada em plataformas deslizantes e com motores elétricos

Outra dificuldade foi em relação às dimensões dos elementos estruturais. Uma estrutura em concreto exigiria alturas de vigas com o dobro das dimensões dos perfis metálicos. “Qualquer solução estrutural diferente seria impeditiva para abrigar o escalonamento das poltronas requerido pelas curvas de visibilidade, pois grande parte das alturas teria de ser utilizada pelos elementos estruturais”, explica Perrone. O mesmo ocorreu em relação ao forro. Para

ARQUITETURA&AÇO

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> Projeto

arquitetônico: Rafael Perrone, Ângelo Cecco e Edna Nagle

> Área

construída: 6 mil m²

>A ço

empregado: ASTM A36; ASTM A572 GR50; ASTM A570 GRC

> Volume

do aço: 1.800 t

Fotos Divulgaçao

>P rojeto

estrutural: TSL Engenharia de Projetos Ltda.

>F ornecedor

da estrutura metálica:

Engemetal >F ornecedor

de aço inox: Aço Brasil

>E xecução

da obra: Saddock Albuquerque Filho

> Local: > Data

Natal, RN

do projeto: 2007

> Conclusão

da obra: 2011

Fase de montagem das arquibancadas, estruturadas em aço. Os perfis em aço adotados têm altura de 1.080 mm

estruturais, por ser instalado no terceiro piso de um shopping em funcionamento, havia limitação logística”, diz Rafael Perrone. O aço possibilitou a confecção de peças com dimensões suportar as cargas das placas e dos isolamentos acústicos necessá-

e peso compatíveis, uma vez que

rios, além dos elementos cênicos e de iluminação, foram utilizados

antes da instalação, todos os elemen-

perfis de aço com altura de 1.080 mm. Na opção convencional em

tos tiveram de passar pelo estaciona-

concreto, estas vigas teriam uma dimensão aproximada de 2.000

mento de veículos.

mm, o que por si só inviabilizaria o uso de três níveis de plateia, reduzindo o número de espectadores.

Para reduzir ainda mais as sobrecargas, todas as vedações foram exe-

A área da plateia também teve configuração diferenciada. Mon-

cutadas em drywall com isolamento

tada sobre plataformas deslizantes, com motores elétricos, possui

acústico dimensionado para atender

capacidade para 1.504 lugares. Porém, quando recolhidas as poltro-

aos requisitos do projeto. Contra ruí-

nas sob o nível mais elevado das arquibancadas, a pista é ampliada,

dos ou vibrações, nas paredes empre-

sendo capaz de comportar até 2.495 pessoas.

garam-se mantas de lã de rocha e,

De um modo geral, a estrutura em aço respondeu aos vários desafios técnicos na concepção do teatro. “Além das preocupações 16 ARQUITETURA&AÇO

nos pisos e forro, peças ou mantas de EPDM. (C.E.) M


TEMA

5

2012

Unidade Educativa de uso comunitário

Obtenha mais informações no edital do concurso através do site: www.cbca-acobrasil.org.br/arquitetura

www.cbca-acobrasil.org.br

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R E A L I Z A Ç Ã O ANOS


Tradução

arquitetônica Domo

high tech abriga orquídeas em

São Paulo

Em 2010, o arquiteto Decio Tozzi, autor do projeto do Parque Villa-Lobos, em São Paulo, foi convidado para projetar, no mesmo parque, o Orquidário Professora Ruth Cardoso. O objetivo era homenagear a antropóloga e ex-primeira dama, falecida em 2008. Mas como traduzir uma das grandes intelectuais brasileiras por meio da arquitetura? De fato, um desafio e tanto. Para isso, o arquiteto buscou no próprio universo da antropologia uma solução. Em referência a alguns grupos étnicos estudados por Dona Ruth, como tribos indígenas brasileiras e africanas, além de grupos pré-colombianos, ele criou uma edificação com forma inspirada em uma oca. Para concretizar o projeto, o arquiteto imaginou um volume semiesférico, composto por estrutura em aço e pele translúcida em polietileno, com proteção ultravioleta, que oferecesse às delicadas orquídeas a proteção adequada. A montagem da semiesfera foi feita com a utilização de treliças espaciais de seção triangular, comuns em pequenos galpões. Tozzi lembra que, embora esta tenha sido uma obra perfeitamente racional, erguida em menos de cinco meses, sua estrutura não é tão simples. É composta por um arco de concreto armado de 12,5 m de altura. A parede lateral que acompanha a circunferência da cúpula tem 3 m de altura, sendo 1,5 m abaixo e 1,5 m acima do nível do solo. “É deste arco que partem os dois quartos de esfera que conformam o orquidário – um deles sai do banzo superior do arco enquanto o outro sai de seu banzo inferior”, explica.

Livre de ventos O deslocamento dos dois semiesféricos, além de tornar o projeto Foto Cristiano Mascaro

mais dinâmico, permite que o ar circule em todo o interior da edificação. Manter os espaços arejados era essencial, uma vez que as orquídeas são plantas extremamente delicadas e que necessitam de aeração constante, mas não suportam exposição ao vento forte.

18 ARQUITETURA&AÇO


Cristiano Mascaro

Sidnei Palatnik

Tanto o vidro quanto a pele de polietileno são estruturados com treliças metálicas de seção triangular pintadas de branco, solução que garante leveza à estrutura do domo. No ponto mais alto a cúpula tem 12 m de altura

Ainda com base nos povos pré-colombianos, Decio Tozzi utilizou as técnicas de enterramento da construção. “Usei esta habilidade cultural para resolver o problema da fragilidade e delicadeza das orquídeas. A estrutura é semienterrada de acordo com a lição pré-colombiana, e, desta forma, o vento entra sobre as orquídeas sem bater diretamente nelas, aquece e sai pela parte vazada do arco, mantendo uma circulação permanente”, comenta. Com isto, ele chegou ao que descreve como uma “oca diáfana” que seria perpassada pela luz do sol filtrada. O resultado já lhe rendeu premiações na Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, de 2011, no concurso Melhor da Arquitetura 2011 e será o representante do Brasil na Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo, que acontece em setembro de 2012, na cidade espanhola de Cádiz. (F.R.) M

> Projeto

arquitetônico: Decio Tozzi; Rafael Briche e Nelson Barberdo (colaboradores)

> Área > Aço

construída: 500 m²

empregado: ASTM A36

> Volume > Projeto

> Fornecimento

da estrutura

metálica: Gtec > Execução

da obra: Planos Construções

> Local:

São Paulo, SP

do aço: 14 t

> Data

estrutural: Veirano

> Conclusão

do projeto: 2010 da obra: 2010

e Alves

ARQUITETURA&AÇO

19


Esculpido Complexa

estrutura

em aço

triangular compõe o edifício G uangzhou Opera House, na China, projetado por Z aha H adid

Não é a primeira vez que Guangzhou, uma das mais antigas cidades da China, historicamente conhecida como Cantão, é destaque quando o assunto é arquitetura e inovação. O Guangzhou Opera House, projetado pela renomada arquiteta iraquiana Zaha Hadid, e inaugurado em fevereiro de 2011, não foge à regra. Implantado em um terreno de 42 mil m2, à beira do Rio Guangdong (Rio das Pérolas), a obra consiste, basicamente, de dois prédios distintos conectados por uma passarela. Obviamente, o resultado é muito mais complexo. Sua arquitetura é composta por superfícies triangulares dobradas em diferentes direções, fato que resulta em grande impacto visual. A menor das edificações tem quatro pavimentos superiores e um subterrâneo, além de um auditório polivalente com capacidade para 440 pessoas; já a maior é composta por sete paviNela, está localizada a sala de concertos principal, com capacidade para 1,8 mil pessoas na plateia e um palco de 300 m2. A área construída totaliza 73 mil

m2, sendo 40,5 mil m2 acima do solo e 32,4 mil m2 abaixo. O prédio maior tem altura de 43 m. Com uma complexa estrutura espacial triangular em aço, cujos nós estruturais foram fundidos em moldes de areia, 20 ARQUITETURA&AÇO

Divulgação/Christian Richters

mentos superiores e quatro inferiores.


Fotos Divulgação/Iwan Baan

Dois prédios distintos são conectados por uma passarela. Peças triangulares de granito e vidro, moldadas de acordo com os vãos da estrutura, revestem o exterior e o interior da construção

ARQUITETURA&AÇO

21


Divulgação/Hufton and Crow

técnica que remonta aos primórdios da construção metálica, sua

nito e vidro, moldadas de acordo com

estrutura foi montada com precisão milimétrica com o uso de laser

os vãos da estrutura, revestem o exte-

e de sistemas GPS. “É emocionante quando um projeto permite a

rior e o interior da construção.

junção de conceitos e métodos arquitetônicos antigos com técni-

Outro ponto destacado pelo enge-

cas construtivas modernas”, afirma Zaha. “Unimos as juntas de aço

nheiro é o rigor do sistema deste tipo de

como se fossem sinos medievais, para assegurar a rigidez, e utiliza-

estrutura. Apesar da estrutura aparen-

mos tecnologias inovadoras para concluir a obra”, acrescenta.

tar similaridade com as cascas estruturais, não possui a mesma rigidez devido

Estética rigorosa

a sua extrema irregularidade formal.

A arquiteta definiu exigências estéticas rigorosas para o sistema

“Nestes casos, faltava uma membrana

estrutural de forma a coincidir com o projeto arquitetônico, além

para garantir isso, a exemplo do que

da organização dos membros da estrutura com certa regularidade e

ocorre em estruturas de treliças trian-

ritmo e ainda tendo, os mesmos, seção transversal uniforme.

gulares. Com o Opera, chegamos à

O engenheiro responsável pela estrutura, Huang Tai Yun, ressalta

conclusão de que a rigidez do sistema

que, devido a estas exigências e à complexidade arquitetônica, foi

estrutural depende da ação dos qua-

necessário optar por um sistema espacial de dupla camada, de pla-

dros estruturais, fornecida pela cone-

cas estruturadas em rede, a fim de introduzir uma nova modalidade

xão entre seus componentes”, explica

de malha de aço para superfícies complexas. “A partir da experiên-

Tai Yun. Neste caso, ela provém da inte-

cia da obra chinesa, o sistema se mostrou de grande aplicabilidade

gração dos nós rígidos, de aço fundi-

em edifícios de forma irregular e de grande valor estético”, diz.

do, com os membros estruturais, em

O projeto adota, ainda, um sistema integrado de cobertura e

sua maioria tubulares. Estes membros

fechamentos em superfícies contínuas. Peças triangulares de gra-

estão sujeitos a forças de cisalhamen-

22 ARQUITETURA&AÇO


Divulgação/Iwan Baan

to, flexão e torção, nos quais a flexão mostrou-se preponderante. A estrutura possui, inclusive, gran-

Devido à forma irregular da edificação, não foi possível a criação de reforço intermediário no interior do conjunto. Abaixo, vista da maior área de superfície estrutural do prédio, o teatro, de 23.180 m², com comprimento e largura projetados sobre plano horizontal de 136 m e 129 m, respectivamente

de fundações apoiadas sobre rótulas de aço de livre deslizamento, que reduzem a transmissão das vibrações, e anéis protendidos em concreto, na base dos pilares, que aumentam a sua rigidez. A maior área de superfície estrutural do prédio é a do teatro, com 23.180 m2,

Divulgação/Hufton and Crow

de rigidez lateral e antisísmica, além

com comprimento e largura projetados sobre plano horizontal de 136 m e 129 m, respectivamente. Já a área de superfície da estrutura do chamado prédio polivalente é de 9.440 m2, com comprimento e largura projetados em plano horizontal de 87,6 m e 62 m, respectivamente.

Articulações A fim de melhorar a estabilidade da estrutura, ligações rígidas são adotaARQUITETURA&AÇO

23


Corte longitudinal

À noite, a iluminação garante ainda mais impacto visual à edificação

das até o terceiro nível das ligações. As vigas principais penetram através da junta, enquanto os outros membros são truncados e soldados nas vigas principais com solda de filete. Enrijecedores intermediários são utilizados nas ligações para garantir a rigidez da conexão. Um dos maiores desafios do projeto foi justamente o desenho e execução dos nós de ligação, uma vez que eles integram de seis a dez elementos estruturais, em ângulos muito diversi-

Divulgação/Iwan Baan

Divulgação/Hufton and Crow

ficados. Por causa da forma extremamente irregular, não foi possível criar reforços intermediários no interior do conjunto, e a tensão residual é inevitável devido à concentração de grande quantidade de solda. Assim, a soldagem com o uso de placas foi inviável neste projeto. Para resolver o problema, foram adotadas ligações tubulares em aço fundido. No início da carreira de Zaha Hadid, muitos de seus projetos tinham formas consideradas inexequíveis. Na verdade, com o tempo, eles se mostraram verdadeiros desafios arquitetônicos que a boa engenharia pode e consegue resolver. (C.E. e S.P.) M



Helio Sperandio

Pró-cultura

Antigo galpão recebe novo sistema estrutural em aço e se transforma em centro de atividades culturais para alunos da

Situado junto à Praça Universitária, o Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia, é um equipamento com cerca de 2.800 m2 e que tem por objetivo oferecer atividades variadas à comunidade universitária, tais como música, dança,

Universidade Federal de Goiás

A construção tem fechamento com telhas de aço com revestimento alumínio-zinco de 60 m de comprimento. A lado, o uso do sistema estrutural em aço deu origem a mezaninos, passarelas em aço e demais ambientes

artes cênicas, artes plásticas e oficinas experimentais, além de palestras. Antes da readequação arquitetônica, havia no espaço um galpão onde funcionava uma oficina de manutenção de veículos. Mais tarde, o local serviu para ensaios de grupos de dança e teatro. Convidado para elaborar o projeto, o arquiteto Fernando Simon, professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, destaca que o novo programa comporta áreas necessárias à realização das fun-

> Projeto

arquitetônico: Fernando Simon e Suzy Simon (Designo Arquitetura)

> Área

construída: 2.800 m²

> Aço

empregado: ASTM A36 (estrutura), aço galvanizado Al-Zn 55% (cobertura e fechamento)

ções propostas, e por isso dividiu-se em três setores principais:

> Volume

administração, teatro e galeria de arte.

> Projeto

A construção existente era composta por estrutura de concreto pré-moldada e alvenaria cerâmica. Para a intervenção, a estrutura original foi mantida e acrescentou-se um novo sistema estrutural metálico, tanto externamente, nas fachadas, quanto internamente, para a execução de mezaninos, passarelas e ambientes fechados, além de forros, painéis e demais instalações. De acordo com Simon, o novo conjunto é formado por cubos diagonais inseridos nas laterais de um prisma retangular, horizontalmente 26 ARQUITETURA&AÇO

do aço: 35 t

estrutural: Emmanuel Gomes Fontenelle

> Fornecimento

da estrutura metálica: Perfinasa

> Execução

da obra: Construtora Dínamo Engenharia Ltda. e Three Way Construções Ltda.

> Local: > Data

Goiânia, GO

do projeto: 2009

> Conclusão

da obra: 2010


apoiado no solo. “Ou seja, um cubo

um sistema de treliças metálicas e de telhas isotérmicas onduladas

vermelho, um amarelo e um prisma

e calandradas, jateadas externamente com vermiculita e interna-

retangular com envelopamento cinza

mente, com miolo de poliuretano expandido.

metálico”, afirma. Além de sustentar

Nas palavras do arquiteto, “a intervenção proposta buscou

a fachada, o sistema tem fechamento

simultaneamente a preservação e a inovação. Isto foi possível com

com telhas de aço com revestimento

a utilização de componentes metálicos, tanto pela leveza quanto

alumínio-zinco (55% Al-Zn) com 60 m,

pela velocidade e versatilidade da execução”. (N.F.) M

evidenciando a volumetria simples do conjunto. “Tais características acentuam o caráter simbólico do local e sugerem a ideia de um contêiner utilizado para comportar a criação artística contemporânea local, estadual e nacional”, acrescenta.

Modificações Pilares metálicos compostos por perfis duplos U, aparentes e pintados, sustensuperior. Simon explica que, para a execução destas passarelas, foi necessário um reforço com tirantes, fixados nas estruturas do piso técnico. Este mesmo pavimento técnico foi execu-

Fotos Helio Sperandio

tam passarelas e mezaninos no andar

tado a partir de duas treliças metálicas, com capacidade para suportar o piso industrial metálico. O acesso entre os pavimentos é feito por escadas metálicas, estruturadas com perfis U, e piso em chapa de aço dobrada. Na cobertura, utilizou-se ARQUITETURA&AÇO

27


Sesc Bom Retiro Projeto une modernidade e sustentabilidade com ampla praça interna que integra blocos multifuncionais

Aliar o programa de múltiplas atividades de uma das mais

Diante de tantas limitações, a opção

importantes redes de lazer, cultura e esporte do Estado de São Paulo

do arquiteto foi propor um edifício retan-

às restrições legais de um terreno situado no centro de São Paulo foi

gular, que vai de uma rua à outra do quar-

o grande desafio do arquiteto Leon Diksztejn para projetar a unidade

teirão. Segundo Diksztejn, foi necessário

Sesc Bom Retiro.

chegar a um coeficiente de ocupação

Por um lado, um programa que deveria contemplar todo o mix

máximo, com o maior aproveitamento

de atividades características do Sesc: quadra, piscina, solarium, tea-

possível do terreno. Desta forma, a edifi-

tro, biblioteca, brinquedoteca, áreas de apoio e administrativa, entre

cação conta com dois subsolos, pavimen-

outros. Por outro, devido às restrições de zoneamento a construção

to térreo e quatro andares.

não poderia contar com muitos pavimentos. Tampouco ocupar mui-

Para a distribuição do programa, o

tos andares no subsolo, pois se corria o risco de atingir o lençol freáti-

conjunto foi dividido em três partes:

co, trazendo riscos para as diversas edificações existentes, tombadas

uma praça ao centro, um bloco esportivo

pelo Instituto do Patrimônio Histórico (IPHAN), no entorno do lote.

à esquerda e um bloco cultural à direita.

28 ARQUITETURA&AÇO


Fotos Divulgação

Na página anterior, vista da praça central, a partir da qual se organizam os fluxos. Acima, pórticos sobre a quadra poliesportiva que suportam a piscina. Abaixo, fachadas principal e lateral, que utilizam fechamento em painéis de aço

> Projeto

arquitetônico: Leon Diksztejn

> Área

construída: 12.257 m²

> Área

do terreno: 3.998 m²

> Aço

empregado: ASTM A 572 Grau 50 (perfis laminados); ASTM A 570 GR40 (perfis de chapa dobrados)

> Volume

do aço: 352 t

> Projeto

estrutural: Escritório Técnico César Pereira Lopes

> Projeto

de proteção passiva: Tecsteel Engenharia e Consultoria Técnica

> Fornecimento

da estrutura metálica: Novatec Engenharia e Empreendimentos Imobiliários

> Execução

da obra: Omar Maksoud Engenharia

> Local: > Data

São Paulo, SP

do projeto: 2005

> Conclusão

da obra: 2011

“É em torno da praça que os caminhos

Integração visual

estão organizados”, explica o arquiteto.

Esteticamente, a leveza das estruturas em aço promoveu também

Pelo vão livre central de 35 m, é possível

uma maior integração entre os espaços, com a redução da altura

avistar os corredores que circundam os

das vigas. Além do conforto térmico, as aberturas com claraboias

quatro pavimentos de cada um dos blocos.

na cobertura permitiu a iluminação natural nos ambientes – duas

Desta praça partem rampas que

preocupações muito presentes nas discussões sobre a sustentabili-

levam aos dois blocos. O bloco esportivo

dade das construções contemporâneas.

conta com quadra, piscina, vestiário e

As vigas principais da praça central, incluindo a claraboia, foram

área de apoio. O programa incluía ainda

executadas com perfis do tipo caixão apoiados em vigas do tipo

um solarium para a piscina. Como o

vierendeel, com altura de 2.300 mm. Há ainda vigas I secundárias, e

espaço era limitado, o arquiteto optou

terças em perfil U.

por posicioná-los na cobertura do edifí-

O espaço de 24 x 33 m, destinado a quadra poliesportiva não pode-

cio, sobre a piscina e com um teto retrá-

ria comportar pilares intermediários. E, uma vez que a piscina semio-

til. Na área cultural, à direita, localiza-se

límpica foi posicionada sobre ele, a solução estrutural encontrada foi

o teatro, a biblioteca e a administração

a construção de dois pórticos metálicos treliçados e paralelos, arti-

da unidade.

culados nas bases e longitudinais à piscina, vencendo o vão de 33 m.

A estrutura é formada por pilares e vigas metálicas, e lajes em concreto. O

Vigas secundárias unem os pórticos e vencem o vão de 15 m de largura da piscina.

arquiteto aponta que, desta forma, foi

O esforço de tração nas bases dos pórticos foi absorvido por tiran-

possível conseguir uma solução mais

tes protendidos de aço com capacidade para 200 tf de carga útil,

elegante para vencer o grande vão livre.

embutidos na laje do piso da quadra. (E.C.) M ARQUITETURA&AÇO

29


Fotos Leonardo Finotti

Resgate da cidadania Envoltório metálico que compõe o Centro Comunitário BH Cidadania oferece volume e leveza à edificação O Dois sistemas diferentes foram adotados: estrutura metálica pré-fabricada para a cobertura e alvenaria para para a vedação das salas de aula

Centro

Comunitário

BH

Cidadania, projeto dos arquitetos Carlos Teixeira, Alexandre Campos, Ana Paula Assis, Silvio Todeschi e Flávio Agostini, está localizado dentro do Parque da Terceira Água, ou H3O, no conjunto de favelas e vilas Aglomerado da Serra, na encosta da Serra do Curral, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Este conjunto ocupa uma área de 1,5 milhão de m2 e abriga cerca de 50 mil habitantes. Com área construída de 1,2 mil m2, o prédio do Centro foi dividido em dois pavimentos onde são realizados os cursos profissionalizantes, programas

30 ARQUITETURA&AÇO


de educação ambiental, oficinas de

ASTM A570 e perfis laminados ASTM A572, indicados pela alta

marcenaria e tipografia, além de dis-

resistência mecânica.

por de cozinha coletiva, academia de

O diferencial do prédio é justamente o envelope metálico, que

ginástica, creche, sala de brinquedos e

marca e dá volume ao Centro Comunitário. “O uso do sistema

centro de inclusão digital.

se mostrou importante porque trouxe, além das facilidades de

“Dois sistemas diferentes foram

execução, leveza à edificação”, explica o arquiteto. Formado por

adotados para a construção: estrutura

estrutura e telhas metálicas, o telhado independente, além de

em aço pré-fabricada para a cobertura e

impedir a entrada de insolação direta e chuva na edificação, cria um

alvenaria convencional para as vedações

espaço fluido integrado com a área externa. A cobertura é composta

dos blocos de atividades, que são sepa-

por telhas termoacústicas em aço galvanizado e claraboias, recurso

rados por circulações e pátios internos”,

arquitetônico que favorece a entrada de luz e ventilação em toda

destaca o arquiteto Todeschi. Segundo

a construção. Já a fachada, que apresenta diversas aberturas que

ele, a estrutura híbrida em aço e alve-

enquadram parte da paisagem do bairro, recebeu chapas perfuradas

naria pode ser erguida em etapas, e o

pré-pintadas na cor verde, cuja tinta é composta por uma resina

fechamento lateral e a cobertura utiliza-

orgânica que aumenta a proteção à corrosão e aos raios UV. (C.E.) M

ram, respectivamente, chapas perfuradas em aço e telhas termoacústicas. “Primeiramente, devido à rapidez da montagem, construiu-se a cobertura em estrutura metálica, garantindo proteção aos trabalhadores durante o período de chuva. Em seguida, o restante da construção.” A estrutura utilizou chapas ASTM A36, perfis dobrados

Corte > Projeto

arquitetônico: Carlos Teixeira, Alexandre Campos e Ana Paula Assis; Silvio Todeschi e Flávio Agostini; Michelle Moura e Mara Coelho (colaboradoras)

> Área

Vista interna com a edificação em alvenaria e estrutura de cobertura em aço

construída: 1,2 mil m²

> Aço

empregado: ASTM A36 (chapas), ASTM A570 (perfis dobrados) e ASTM A572 (perfis laminados); telhas em aço galvanizado.

> Fornecimento

das telhas metálicas e fechamentos laterais: Perfilor da obra: Consórcio Camargo Corrêa/Santa Bárbara

> Local: > Data

Belo Horizonte, MG

do projeto: 2008

> Conclusão

da obra: 2009

Leonardo Finotti

> Execução

ARQUITETURA&AÇO

31


Divulgação

ACONTECE

Museu do Aço Um grande equipamento cultural será construído na zona leste de São Paulo. Trata-se do Instituto Cultural e Educacional – Museu do Aço (ICEMA), projeto desenvolvido pelo FGMF Arquitetos. O complexo cultural inclui um teatro para 500 pessoas, espaço de exposições temporárias, salas de capacitação profissional e o Museu do Aço. A edificação será implantada em um terreno em via movimentada, ao lado de uma estação de metrô. Dentro do Museu, a forma

32 ARQUITETURA&AÇO

irregular que se vê de fora se transforma em um espaço com dimensões variadas e aberturas eventuais de vidro e tela perfurada. A passarela que liga a estação de metrô ao outro lado da avenida será modificada com um novo braço que se integra ao Museu, formando uma espécie de túnel suspenso de entrada. Na outra extremidade, a passarela faz a ligação com o teatro e um local de exposições temporárias. O revestimento do teatro será

em chapas de aço patinável. Já a estrutura que sustenta o Museu receberá uma malha metálica inox que define as fronteiras da praça coberta e a protege da incidência direta do sol, permitindo uma iluminação natural mais controlada. A tela metálica, durante o dia, deixa o grande volume do edifício ligeiramente enevoado. À noite, com recursos de iluminação apropriados, a edificação terá destaque na paisagem urbana.


Imagens divulgação

Corte

Novo museu na avenida Paulista

O Instituto Moreira Salles terá um novo museu em São Paulo. O projeto do escritório Andrade Morettin Arquitetos venceu o concurso, do qual participaram outros cinco escritórios brasileiros, para a construção, em um terreno na Avenida Paulista, entre as ruas Bela Cintra e Consolação, de um edifício que destinará três andares só para exposições, além de cinema/auditório, biblioteca, sala de fotografia, salas de aula para cursos, cafeteria, além de lojas e a administração do IMS nos demais andares. Com estrutura mista de aço-concreto que se apoia em dois pilares e no núcleo rígido da circulação vertical, a edificação se destaca em meio à avenida movimentada, porém, sem perda da privacidade, necessária ao Museu. Para isso, a

proposta dos arquitetos foi de uma fachada translúcida e deslocada, como uma segunda pele. Outra preocupação dos arquitetos foi estabelecer uma relação entre o edifício e o espaço público, conceito comum àquela região. Para isso, foi especificado para o piso externo do térreo o mesmo material utilizado na calçada. Deste espaço, os visitantes são conduzidos até uma praça, localizada em um pavimento acima e de onde, através de grandes aberturas, pode ser observado o entorno. Além de ser um novo marco arquitetônico para a cidade, o objetivo é que o Museu faça jus à importância que o IMS sempre deu a São Paulo, considerada o centro de irradiação cultural do país.

ARQUITETURA&AÇO

33


Endereços > Escritórios de Arquitetura Ana Paula Assis End.: Rua Raul Pompéia, nº 225, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3286-3869 E-mail: info@vazio.com.br www.vazio.com.br Alexandre Campos End.: Rua Raul Pompéia, nº 225, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3286-3869 E-mail: info@vazio.com.br www.vazio.com.br Andrade Morettin Arquitetos End.: Rua Major Sertório, nº 463, cj. 22, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3257- 3293 E-mail: contato@ andrademorettin.com www.andrademorettin.com.br Carlos Teixeira End.: Rua Raul Pompéia, nº 225, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3286-3869 E-mail: info@vazio.com.br www.vazio.com.br Decio Tozzi End.: Rua Wanderley, nº 550, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3871-2719 www.deciotozzi.com.br Diksztejn Arquitetos End.: Rua Albuquerque Lins, 738, cj 12, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3825-1313 E-mail: dikleo@bol.com.br Fernando e Suzy Simon Arquitetos – DESIGNO Arquitetura End.: Av. Cristo Rei, lt 10, qd 112, setor Jaó, Goiânia (GO) Tel.: (62) 3567-3237 E-mails: fernandosimon.arq@ gmail.com e suzypsimon@ gmsil.com FGMF Arquitetos End.: Rua Mourato Coelho, nº 923, Vila Madalena, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3032-2826 E-mail: fgmf@fgmf.com.br www.fgmf.com.br Flávio Agostini End.: Av. Álvares Cabral, nº 344, sala 606, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3273-9753 E-mail: flavio@m3 arquitetura.com.br www.m3arquitetura.com.br

34 ARQUITETURA&AÇO

Gustavo Penna End.: Av. Álvares Cabral, nº 414, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3218-2400 www.gustavopenna.com.br Metro Arquitetos Associados End.: Rua General Jardim, nº 645, cj. 11, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3255-1221 www.metroo.com.br Nagle e Cecco Arquitetos Associados End.: Rua Natingui, nº 822, 2º andar, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3815-7095 Rafael Perrone Arquitetos Associados End.: Av. Caxingui, nº 95, sala 11, São Paulo (SP) Tel.: (11) 2638-0048 Silvio Todeschi End.: Rua Raul Pompéia, nº 225, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3281-2707 E-mail: bcmf@ bcmfarquitetos.com www.bcmfarquitetos.com Zaha Hadid End.: 10 Bowling Green Lane, Londres, EC1R 0BQ Tel.: +44 20 7253-5147 www.zaha-hadid.com > PROJETO ESTRUTURAL Companhia de Projetos End.: Rua Mourato Coelho, nº 69, sala 6, São Paulo (SP) Tel. (11) 3061-2603 Escritório Técnico Cesar Pereira Lopes End.: Al. Joaquim Eugênio de Lima, nº 696, 8º andar, cj. 82/84, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3289-6288 E-mail: etcpl@terra.com.br TSL Engenharia de Projetos End.: Rua Major Sertório, nº 349, 2º andar, sala 2, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3159-1117 www.tslengenharia.com.br Veirano e Alves Engenharia Tel.: (11) 3331-2629 E-mail: veirano@veiranoalves. com.br

> SISTEMA DE FECHAMENTO LATERAL E COBERTURAS Perfilor End.: Rua Alfredo Mário Pizzoti, nº 97, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3065-3400 E-mail: perfilor@ perfilor.com.br www.perfilor.com.br

Tessler End.: Rua Dr. Cesário Mota Júnior, nº 424, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3154-2727 E-mail: tessler@tessler.com.br www.tessler.com.br

> ESTRUTURA METÁLICA Bandeirantes Estruturas Metálicas End.: Av. José Fortunato Molina, nº 5-15, Dist. Ind. I, Bauru (SP) Tel.: (14) 3203-1021 E-mail: band.estruturas@ terra.com.br

Valvifer Indústria e Comércio Ltda. End.: Rua Emalto, nº 250, Timóteo (MG) Tel.: (31) 3848-8073

Construtora Dínamo Tel.: (31) 3490-4353 www.construtoradinamo. com.br Engemetal End.: Rua Pedro Paulo Celestino, nº 150, Diadema (SP) Tel.: (11) 4070-7070 www.engemetal.com.br GTEC Construções Metálicas End.: Av. Visconde de Nova Granada, nº 1.945, Osasco (SP) Tel.: (11) 3681-6831 www.gtecconstrucoes.com.br Novatec Engenharia e Empreendimentos Imobiliários End.: Al. Rio Preto, nº 261 Barueri (SP) Tel.: (11) 4195-4359 Projekt Tel.: (31) 3491-9057 E-mail: projetos@projektonline.com.br > ACABAMENTOS EM INOX Aço Brasil End.: Rua Rio Ipojuca, nº 200, Parnamirim (RN) Tel.: (84) 3643.3456 www.acobrasil.com.br > PROJETO DE PROTEÇÃO PASSIVA Tecsteel Engenharia e Consultoria Técnica End.: Rua Irae, nº 620, São Paulo (SP) Tel.: (11) 5051-1160

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> CONSTRUTORAS Camargo Corrêa Tel.: (11) 3841-5511 www.camargocorrea.com.br Collem Construtora Mohallem End.: Rua Canoas, nº 719, Betânia (MG) Tel.: (31) 3303-1999 CSB – Construtora Santa Bárbara End.: Rua Rivadávio Lucas Mendes, nº 447, Montes Claros (MG) Tel.: (38) 3212-2705 Enplatec Engenharia End.: Rua Heitor dos Prazeres, nº 119, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3507-0987 www.enplatec.com.br Planos Engenharia End.: Rua Havaí, nº 427, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3511-7399 www.grupoplanos.com.br Omar Maksoud Engenharia End.: Rua Manoel Dutra, nº 225, 7º andar, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3016-5000 E-mail: omarmaksoud@ omarmaksoud.com.br www.omarmaksoud.com.br Saddock Albuquerque Filho Tel.: (84) 4006-3424 Three Way Construções End.: Rua CP 10 Qd. CP 10 Lt. 05, Celina Park, Goiânia (GO) Tel.: (62) 3583-0106 www.threeway.com.br


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expediente

Material para publi­ca­ção: Contribuições para as próximas edições podem ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço. É desejável o envio das seguintes informações, em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data do projeto e da construção, autor do projeto, projetista estrutural e construtor) e referências do arquiteto (telefone, endereço e e-mail).

Errata: na edição 28, matéria Extensão de Casa (páginas 12, 13 e 14) a empresa responsável pelo fornecimento da estrutura metálica foi a Sinovo Construção Civil e Estruturas Metálicas. Mais informações no site: www.sinovo.com.br

Números ante­rio­res: Os números anteriores da revista Arquitetura & Aço estão disponíveis para download na área de biblioteca do site: www.cbca-acobrasil.org.br A&A nº 01 - Edifícios Educacionais A&A nº 02 - Edifícios de Múltiplos Andares A&A nº 03 - Terminais de Passageiros A&A nº 04 - Shopping Centers e Centros Comerciais A&A nº 05 - Pontes e Passarelas A&A nº 06 - Residências A&A nº 07 - Hospitais e Clínicas A&A nº 08 - Indústrias A&A nº 09 - Edificações para o Esporte A&A nº 10 - Instalações Comerciais A&A nº 11 - Retrofit e Outras Intervenções A&A nº 12 - Lazer e Cultura A&A nº 13 - Edifícios de Múltiplos Andares A&A nº 14 - Equipamentos Urbanos A&A nº 15 - Marquises e Escadas A&A nº 16 - Coberturas A&A nº 17 - Instituições de Ensino II A&A nº 18 - Envelope A&A nº 19 - Residências II A&A nº 20 - Indústrias II A&A Especial – Copa do Mundo 2014 A&A nº 21 - Aeroportos A&A nº 22 - Copa 2010 A&A nº 23 - Habitações de Interesse Social A&A nº 24 - Metrô A&A nº 25 - Instituições de Ensino III A&A nº 26 - Mobilidade Urbana A&A nº 27 - Soluções Rápidas A&A nº 28 - Edifícios Corporativos A&A Especial – Estação Intermodal de Transporte Terrestre de Passageiros

Próxima Edição: Edifícios sustentáveis

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Revista Arquitetura & Aço é uma publicação trimestral do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) produzida pela Roma Editora. CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br www.cbca-acobrasil.org.br Conselho Editorial Catia Mac Cord Simões Coelho – Aço Brasil Roberto Inaba – Usiminas Ronaldo do Carmo Soares – Gerdau Açominas Silvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão Supervisão Técnica Sidnei Palatnik Publicidade Ricardo Werneck tel: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br Roma Editora Rua Lisboa, 493 – 05413-000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 2808-6000 cbca@arcdesign.com.br Direção Cristiano S. Barata Coordenação Editorial Nádia Fischer Redação Camila Escudero, Evelyn Carvalho, Fábio Rodrigues, Nádia Fischer e Sidnei Palatnik Revisão Deborah Peleias Editoração Cibele Cipola (edição de arte), Luiz Marques e Emílio Fim Neto (estagiários) Pré-impres­são e Impres­são www.graficamundo.com.br Endereço para envio de material: Revista Arquitetura & Aço – CBCA Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ cbca@quadried.com.br

É per­mi­ti­da a repro­du­ção total dos tex­tos, desde que men­cio­na­da a fonte. É proi­bi­da a repro­du­ção das fotos e dese­nhos, exce­to median­te auto­ri­za­ ção ex­pres­­sa do autor.


O CBCA apresenta a Revista tecnocientífica virtual da Construção em Aço Revista da Estrutura de Aço. A Revista reúne os requisitos exigidos pela CAPES para se candidatar a ser considerada como bem qualificada. Possui cunho científico, é apoiada por uma associação nacional e apresenta um Comitê Científico atuante e independente na avaliação dos artigos. A Revista abre espaço, hoje inexistente, para profissionais exporem seus artigos científicos ou notas técnicas sobre temas relacionados a estruturas de aço e a estruturas mistas de aço e concreto.

Acesse o site:

www.cbca-acobrasil.org.br

Informações: Telefone: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br

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