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dezembro 2005 :: ano 2 :: nº 24 :: www.arteccom.com.br/webdesign

2 anos de

Webdesign! Abasteça sua mente: Matéria especial sobre livros e revistas

o que

sobe desce

e o que

nas

case

tendências da web

Charlie

Brown Jr

R$ 7,90

Luli Radfahrer : “O que conhecemos por mídia deverá ocupar menos que 5% da web, o resto será composto de material comunitário” Entrevista com


direitos autorais


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Dessa vez decidimos fechar a última edição do ano da Webdesign não com previsões

Direção Geral Adriana Melo adriana@arteccom.com.br

Direção de Redação Luis Rocha luis@arteccom.com.br

para 2006, mas com uma retrospectiva 2005,

Criação e Diagramação Camila Oliveira

pois foram tantas novidades e tantos

camila@arteccom.com.br

assuntos discutidos no decorrer do ano que

Leandro Camacho

merecem um “balanço anual”. Como já dizia o Jô, meu professor de História: “É estudando o passado, que entendemos o presente para prevermos o futuro.”

leandro@arteccom.com.br

Ilustração Beto Vieira beto@arteccom.com.br

E, falando em Jô, lembrei dos passeios que ele fazia com a turma no Parque Laje. Fazíamos piqueniques, visitávamos as exposições, descobríamos trilhas, escalávamos, enfim... Hoje vejo que ele nos ensinou muito mais que História, nos fez pessoas mais corajosas, sociáveis e confiantes. O tempo todo recebemos todo o tipo de influências, ensinamentos, devemos estar atentos para aprendermos e crescermos

Assinaturas Jane Costa jane@arteccom.com.br

Gerência de Tecnologia Fabio Pinheiro fabio@arteccom.com.br

Desenvolvimento Web Eric Nascimento eric@arteccom.com.br

Financeiro

com elas. Não devemos apenas querer influenciar os outros, mudar o mundo,

Cristiane Dalmati cristiane@arteccom.com.br

mas também aceitar as necessidades de mudança. O que não significa ser “influenciável”, suscetível a qualquer opinião, mas ter uma mente aberta para aceitar críticas e mudar para melhor. Então, queria agradecer a vocês, leitores atentos, exigentes e “influentes”, pelo tanto que nos fizeram crescer em 2005. Conto com a ajuda de vocês no próximo ano! Feliz Natal e boas festas!

A Arteccom é uma empresa de design, especializada na criação de sites e responsável pelos seguintes projetos: Revista Webdesign :: www.arteccom.com.br/webdesign Curso Web para Designers :: www.arteccom.com.br/curso Encontro de Web Design :: www.arteccom.com.br/encontro Portal Banana Design :: www.bananadesign.com.br Projeto Social Magê-Malien :: www.arteccom.com.br/ong

Criação e edição www.arteccom.com.br

Produção gráfica

Adriana Melo

www.prolgrafica.com.br

Distribuição www.chinaglia.com.br

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:: A Arteccom não se responsabiliza por informações e opiniões contidas nos artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. :: Não é permitida a reprodução de textos ou imagens sem autorização da editora.

quem somos

Editorial

Trilhas no Parque Laje

Equipe


menu apresentação pág. 4 quem somos pág. 5 menu

contato pág. 6 emails pág. 6 fale conosco

fique por dentro pág. 8 direito na web pág. 10 clipping

portfólio pág. 12 veterano: Made pág. 18 calouro: André Rodrigues matéria de capa pág. 20 entrevista: Luli Radfahrer pág. 28 sobe ou desce? pág 38 debate: o que voou mais alto e-mais pág. 44 abasteça sua mente pág. 49 estudo de caso: charlie brown jr. pág. 54 tutorial: JavaScript orientado às normas do W3C

com a palavra pág. 58 mercado de trabalho: Michel Lent Schwartzman pág. 60 marketing: René de Paula Jr. pág. 62 bula da Catunda: Marcela Catunda pág. 64 webdesign: Luli Radfahrer

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emails

Assunto: Para todo o Brasil! Adorei o site de vocês. Fiquei me perguntando: por que esta revista não é vendida aqui na cidade (Goiânia - GO)? E aí, companheiros, tem algum motivo para não ser vendida esta maravilhosa revista aqui na cidade, pois fiquei muito interessado em adquiri-la em bancas de revistas. Abraços e sucesso, Carlos Augusto cespelho@yahoo.com.br

Pois agora será, Carlos! Distribuíamos em oito cidades do Brasil e a partir deste mês estaremos em, simplesmente, TODO O PAÍS! Não é maravilhoso? :-)

Assunto: Portfólios Acabei de cadastrar meu portfólio na página inicial do site. Porém, não sei se aquele campo é também para cadastro na seção “Portfólio Calouro”. Caso não seja, manifesto aqui meu enorme interesse em fazer parte dessa seção da revista. Grato e parabéns pela melhor revista de design para web do MUNDO! Revolucionaram o design digital! Atenciosamente, André Rodrigues andre@rodriguesdesign.com.br

do momento é o AJAX. Acho que

sobre internet: número de

isoladamente para cada uma

seria oportuno publicar algo na

pessoas com acesso à web,

das alterações que solicitam em

seção “Tutorial”. Outra coisa

números estimados de quantos

suas páginas, o que não deixa

que me chamou a atenção, e

sites existem, usuários com

de ser interessante para nossa

atualmente estou viciado, são

acesso por banda larga etc,

empresa. Entretanto, o penoso

os podcasts. Freqüentemente,

tanto no Brasil quanto no

trabalho de “suporte telefônico”

assino e escuto vários sobre

mundo. Esses indicadores nos

que, além de interromper uma

tecnologia. Quem sabe poderia

mantêm sempre atualizados do

tarefa que está em andamento,

existir um podcast da revista,

crescimento e rumo da internet.

dispende tempo e dispersa a

debatendo sobre um assunto

Grato,

concentração do programador,

apresentado na mesma ou

Junior Venturin Daniel junior@via-i.com.br

acaba passando batido - sem

algum outro relacionado na área? Jéferson Silveira jeferson@wddesign.com.br

para a nossa equipe. Antes era um espaço apenas para os iniciantes, hoje dividimos este link em dois: portfólio freelance e portfólio agência. Acho que assim conseguiremos atender melhor a demanda. E parece que você teve sorte... Confiram na página 18!

Adriana.

falaremos sobre Web 2.0, tema no qual o AJAX faz parte. Além disso, para desenvolver um tutorial sobre esta tecnologia. Sobre o podcast: vamos discutir em nossa próxima reunião de pauta, ok? Obrigado, Luis Rocha.

AJAX Gostaria de sugerir a criação de

Trabalho com desenvolvimento

uma seção dedicada totalmente

web e compro a revista desde

a indicadores, assim como

seu lançamento. Primeiramente

as revistas populares (Veja

gostaria de parabenizá-los pelo

etc) possuem indicadores

ótimo trabalho e compartilhar

econômicos. A idéia é ter uma

algumas dicas. Uma sensação

página exclusiva de indicadores

compreender que esse trabalho deve sim ser valorizado em espécie :-) Escrevi tudo isso para pedir que vocês usem a pauta para uma matéria. Valeu, Carla

Olá, pessoal. Somos assinantes

carla@polvo.com.br

da Webdesign aqui na Polvo e muitas vezes as matérias

Como poderíamos deixar de atender

de revista nos deram

esse pedido de vocês, já que, como

respaldo para sugestões

mencionou, estamos colaborando

ou discussões com nossos

para seus projetos.

clientes a respeito de serviços relacionados a seus websites. Ultimamente, temos percebido uma dificuldade imensa em

Ficamos muito honrados! Atender às necessidades de nossos leitores é nossa principal função. Aguarde!

“justificar” a cobrança de um valor (mensal, quinzenal

ERRATA: Na edição de outubro

etc) de manutenção para os

(nº22), página 38, publicamos

trabalhos que entregamos:

erroneamente a foto do leitor

os clientes acabam pagando

Eduardo Laghi Jr.

fale conosco pelo site www.arteccom.com.br/webdesign :: Os emails são apresentados resumidamente. :: Sugestões dadas através dos emails enviados à revista passam a ser de propriedade da Arteccom.

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tem enorme dificuldade em

“manutenção mensal” como Assunto: Manutenção de sites

vamos procurar algum especialista

Assunto: Indicadores Web Assunto:

Vamos tentar providenciar, ok? Abraços,

Ótima sugestão, Jéferson! Em janeiro, André, sua sugestão foi valiosíssima

Gostamos de sua idéia, Junior.

remuneração - e o cliente


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direito na web

Cookies Os cookies podem ser considerados uma invasão à privacidade? Daniel Campos (danielwrc@ig.com.br)

A

Marianna Furtado é advogada

proteção

à

privacidade

na

do Código de Defesa do Consumidor (CDC),

organização da Rede é questão central. O

impõe o conhecimento do consumidor sobre

usuário dispõe de seus dados pessoais e

a coleta de dados.

estes são registrados de diferentes maneiras

A página deve informar claramente ao

e utilizados para fins bastante diversos, que

visitante que tipo de dados registra. Deve-

envolvem aspectos variados, tais como o

se incluir o nome do provedor, a data e a

marketing, o controle da vida privada etc.

hora do acesso, a utilização dos “cookies”, e

Uma das formas mais usuais de coletar dados de consumidores na internet

A questão deve então ser analisada em

é através da utilização de “cookies”, que

outros dois momentos distintos da utilização

são fichários de dados gerados através

dos “cookies”: (i) o armazenamento; e (ii) a

Lioce Advogados.

das instruções que os servidores web

utilização dos dados pessoais:

Envie sua dúvida para:

enviam aos programas navegadores e que

-Armazenamento: o consumidor, por

são guardados num diretório específico do

força do artigo 43 do CDC, deverá ter acesso

computador do usuário. É um instrumento

aos seus dados constantes do banco de

para obtenção de dados sobre os hábitos de

dados da empresa que explora o site, sendo-

consumo, freqüências de visita a uma seção

lhe ainda permitido exigir a sua correção,

determinada, tipo de notícias a suprir.

caso encontre alguma inexatidão.

com pós-graduação em Direito da Propriedade Intelectual pela PUC-Rio. Atualmente, pertence à equipe do escritório Montaury Pimenta, Machado &

marianna@montaury.com.br

Nesse contexto, a privacidade não é

-Utilização dos dados: o artigo 43

apenas a reserva do “direito de estar só”, mas

submete a venda/transferência dos dados

também um problema de comunicação: as

armazenados ao crivo do consumidor.

informações serão posteriormente utilizadas,

Caso seja realizada a venda ou qualquer

provavelmente

transferência sem o consentimento do

sem

consentimento

do

usuário para construir um perfil do mesmo. Para responder a pergunta do leitor, deve-se primeiro esclarecer a seguinte

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outros dados relevantes.

consumidor, tal prática será considerada ilegal. Assim,

pode-se

concluir

que

a

questão: como determinada empresa teve

tecnologia dos “cookies” não representa

acesso às informações pessoais do usuário?

em si uma violação do direito à privacidade.

Pois para que a instalação dos “cookies”

Todavia, a forma pela qual irá se estruturar a

seja considerada lícita, o usuário deve ser

coleta, o armazenamento e a utilização das

notificado previamente da presença desses

informações pessoais é que irá determinar

fichários na página que visita, requerendo-

a ilicitude, ou ilegalidade da conduta do

se seu consentimento. O próprio artigo 43,

administrador do banco de dados.


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clipping

Palestra gratuita em São Paulo Para quem trabalha com quantidade grande de documentos como: contratos, normas, manuais e desejam acessar estes documentos eletronicamente de forma mais confortável e com ferramentas de navegação que facilitem o acesso ao conteúdo, a Impacta ministrará, no dia 17/12, uma palestra gratuita com o tema: " Navegando de forma inteligente nos seus documentos, com o Acrobat" . Data do evento: 17/12 Horário: 10h00 às 13h00 Local: Rua Arabé nº 71 - Próximo Metrô Sta Cruz Inscrições: www.impacta.com.br ou www.fiti.org.com

(02)

Lula viu DVD pirata de “2 Filhos de Francisco”, diz Sony O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assistiu a “2 Filhos de Francisco”, indicado do Brasil para concorrer a uma vaga no Oscar, em cópia pirata de DVD. A constatação é da Sony Pictures, distribuidora do filme sobre Zezé Di Camargo e Luciano. A sessão teria ocorrido no “aerolula”, o avião presidencial, em viagem da comitiva brasileira a Moscou, em outubro. O DVD

Rádio online para cães e gatos é sucesso nos EUA

original só chegará às lojas em 7 de dezembro, mas a Sony calcula que pelo menos 500 mil piratas já tenham sido vendidos, recorde no país. “Recebemos a informação de que o presidente assistiu ao filme em DVD e averiguamos que não houve de nossa parte envio de cópias. Ele não devia saber, mas só pode ser pirata”, afirmou Wilson Cabral Braga, diretor-geral de vídeo da Sony, em lançamento do DVD para a imprensa. O ministro Gilberto Gil (Cultura) e o secretário do audiovisual, Orlando Senna, que tiveram acesso a cópias originais, dizem não ter enviado ao presidente. Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto não havia dado resposta até o fechamento desta edição. Pirataria é crime, e o comprador também pode receber penas que variam de multa a detenção. A Sony acredita que um original do filme tenha sido desviada do laboratório ou da produtora, já que as cópias têm boa qualidade.

(01)

São Paulo - Uma rádio online para lá de exótica está se transformando na emissora preferida dos internautas americanos. Trata-se da DogCatRadio.com, sediada em Los Angeles, que foi ao ar em junho, com o objetivo de entreter cães e gatos, enquanto seus donos estão no trabalho. A rádio tem música, notícias e entrevistas. A música mais tocada é “Hound Dog”, de Jerry Leiber e Mike Stoller, marca registrada de Elvis Presley. O mais incrível da DogCatRadio.com é que seus apresentadores dão conselhos aos “ouvintes”, como, por exemplo, não morder o traseiro dos carteiros. Adrian Martinez, um dos donos da rádio, disse que teve a idéia de criá-la num dia em que seu gato estava meio agitado. “Coloquei uma música para tocar e ele se acalmou. Então resolvi passar o remédio adiante”, contou ao site do jornal espanhol El Pais. Martinez diz também que, na estréia, a DogCatRadio.com recebeu 130 mil visitas, o que congestionou os servidores do site onde ela transmite sua programação. “Tivemos que ampliar nosso negócio e atualmente temos mais de oito mil visitantes de todo o mundo,

(01) http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u55045.shtml (02) http://www.impacta.com.br (03) http://www.estadao.com.br/tecnologia/internet/2005/nov/09/43.htm (04) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u19200.shtml (05) http://www.bluebus.com.br/show.php?p=2&id=64958&st=busca (06)http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u19197.shtml (07) http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u47696.shtml

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diariamente”.

(03)


clipping Google oferece obras literárias completas na internet O Google passa a oferecer, a partir desta quinta-feira, dia 03/11 livros inteiros que pertencem ao domínio público --obras não protegidas pela lei dos direitos autorais. Até então, o endereço Google Print (www.print.google.com) tinha apenas trechos de livros e documentos. Entre o material oferecido há romances, histórias relacionadas a guerras e biografias de famílias ricas de Nova Iork --a maior parte do material já disponível foi escrita no século 19. A empresa não divulga quantas obras completas estão disponíveis no site. Nos próximos anos, o Google quer digitalizar milhões de livros da

Prancha permite que surfista use internet dentro do mar

Biblioteca Pública de Nova York e bibliotecas de quatro grandes universidades --Stanford, Harvard, Michigan e Oxford.

São poucas as chances de que um surfista queira entrar na

O projeto é polêmico, pois o gigante das buscas não pensa somente

internet quando está no mar. No entanto, para divulgar o

em oferecer títulos de domínio público. Autores e editoras vão

conceito de mobilidade da tecnologia Centrino --processador para

contra a iniciativa, alegando que o Google não pode colocar

computadores móveis--, a Intel criou pranchas de surfe que têm

conteúdos na internet sem a devida autorização.

laptops “embutidos”.

“O trabalho dos autores é oferecido em algumas bibliotecas

São cinco modelos espalhados pelo mundo: há protótipos nos EUA,

públicas e de universidades, mas não foi liberado para uso

França, Austrália, África do Sul e, agora, também no Brasil. Esta

comercial”, diz um processo contra o Google

última prancha ficará na sede brasileira da Intel, em São Paulo, até o

aberto pelo Author’s Guild Inc., uma

final do ano.

instituição que reúne cerca

Muitos profissionais --surfistas, designers e especialistas em produção-

de oito mil autores.

- trabalharam para acondicionar o laptop na prancha, em um abrigo impermeável. Além de bateria prolongada e tecnologia wireless (de acesso sem fio à web), o PC deveria ter medidas e peso reduzidos para

(04)

não atrapalhar as manobras dos atletas. Os modelos foram desenvolvidos para serem mostrados no Intel GoldCoast Oceanfest 2004, evento de esporte e música realizado em junho do ano passado, em North Devon, Inglaterra.

(06)

Eles fazem compras online bêbados e sem roupa

Cartas de Einstein e Darwin seguem padrão de e-mails

Uma pesquisa sobre consumo online diz que um número crescente de pessoas senta diante do computador para fazer compras depois de ter bebido alguns copos. O estudo foi feito na Inglaterra pela Conchango, especializada em comportamento de consumo. Indica que 7% dos entrevistados disseram conhecer alguém que já comprou na internet alguma coisa que não precisava, porque estava bêbado. Outro dado apurado pela pesquisa: 6% dos ingleses dizem que alguém que eles conhecem não usa roupa alguma quando faz compras na internet.

Uma análise do padrão das cartas escritas por Charles Darwin e Albert Einstein mostrou que os dois gênios se comunicavam da mesma forma usada por usuários de computadores atualmente. O padrão de sua correspondência segue as mesmas leis matemáticas obedecidas pelos usuários de e-mail, segundo pesquisadores. Os dois cientistas escreveram muitas cartas durante suas vidas. Darwin enviou, pelo menos, 7.591 cartas e recebeu a mesma quantidade de correspondências.

(05)

(07)

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portfólio veterano :: Made

Made: a perfeita tradução da palavra empreendedorismo

Sete anos de existência e muitas histórias para contar

Tudo começou na PUC-Rio. Alunos do curso de Engenharia de Computação, Bruno Pacheco e Fábio Dias acabaram se tornando também colegas de departamento na Brasilseg. O trabalho na área de Dados e Informações, gerenciando a intranet da empresa, serviu para que a dupla almejasse um futuro bem diferente do mundo do emprego convencional. Era o conceito de empreendedorismo que começava a fascinar a dupla. “Chegamos à conclusão que, com o nosso conhecimento técnico e jogo de cintura, poderíamos montar nossa empresa e não seria nada muito diferente do que estávamos fazendo”, revelam Bruno e Fábio. Assim, a primeira iniciativa em conjunto tomaria corpo em meados de 1997, quando o embrião da Made Internet Services surgiria no escritório da casa de Fábio. “Os primeiros clientes vieram ainda nessa época, através de contatos de familiares e amigos e de nosso ex-gerente da Brasilseg. O curioso é que alguns desses trabalhos ainda estão no ar, como o site da empresa DryTec e o Portal WebSaúde. Mas, mesmo com alguns bons clientes, a tarefa de buscar novos negócios no mercado era muito complicada, pois não tínhamos nem escritório próprio e algo que nos desse muita credibilidade”, relatam.

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vencer esse obstáculo, eles submeteriam, em 1998, um

X

Instituto Gênesis PUC-Rio Criado em 1996, conta com nove unidades operacionais:

plano de negócios ao Instituto Gênesis da PUC-Rio

comunicação, financeira, informação, jurídica, marketing,

(Incubadora Tecnológica). “Com a aprovação no edital, a

projetos e captação de recursos, qualidade, recursos

Made passou para um nível profissional, com suas próprias

humanos e TI. Incentiva a formação de empreendedores, a geração de empreendimentos e o incentivo a ações de

instalações e recursos de infra-estrutura e assessorias,

responsabilidade social do indivíduo.

que eram compartilhados por todas as empresas da

Fonte: http://www.genesis.puc-rio.br

Incubadora”, apontam. Os frutos seriam colhidos quatro anos mais tarde.

O resultado de tudo isso? “Atualmente, contamos com

“Depois desse tempo, a Made foi graduada pelo instituto e

20 profissionais na equipe, além de possuirmos grandes

se mudou para a Barra da Tijuca, para um escritório próprio.

clientes que conquistamos ao longo de nossa história,

Após vários projetos pequenos, conseguimos contratar os

como Rede Globo, Warner Music, Fundação Getúlio Vargas,

primeiros estagiários. Ao fechar um contrato com nosso

Módulo Security, dentre outros”, contam Fábio e Bruno, hoje

primeiro grande cliente (Rede Globo), entramos numa curva

diretores da empresa.

de crescimento e ampliamos sua equipe e sua estrutura”,

Lição: conhecimento em gestão é fundamental

dizem.

Ao

longo

dos

sete

anos

de

experiência

da

Nesse processo de evolução, a empresa passaria

Made, algumas lições foram aprendidas, diante das

ainda por uma estruturação em departamentos. “Na área

dificuldades enfrentadas por quem escolhe o caminho do

de Planejamento estão os Diretores, que também atuam

empreendedorismo. “A primeira dificuldade envolvia as

ativamente na geração de Novos Negócios junto com

habilidades gerenciais, já que o sócio mais velho tinha 22

os Gerentes de Contas. Na Produção, ficam diretor de

anos quando a empresa foi criada”, relata Fábio Dias.

arte, designers, desenvolvedores HTML, programadores,

Segundo ele, apesar da obstinação de sua equipe,

analistas e produtores de conteúdo. O gerente de cada

faltavam vivência no mercado e uma formação em

área cuida do recrutamento, treinamento, avaliações de

gestão. “Desta forma, métricas gerencias, processos de

desempenho dos profissionais e ‘quality assurance’ dos

desenvolvimento, conhecimento das leis brasileiras e

projetos”, explica Bruno.

sistemas para o autodesenvolvimento empresarial eram algumas das áreas que apresentaram falhas durante a formação da empresa. Assim, batemos muito com a cabeça na parede, aprendendo tudo de uma forma bem dispendiosa, ou seja, através da experimentação. Pelo menos, foi o que aconteceu nos primeiros anos de vida, até que treinamentos, consultores e a própria experiência transformassem a nossa realidade. Gastamos um pouco mais, porém o processo de aprendizagem foi único e inesquecível”, conta. Vencidos os obstáculos, algumas das principais conquistas se concretizaram na relação duradoura com clientes de peso. “Nossa maior realização é ver a satisfação

www.made.com.br

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portfólio veterano :: Made

Mas nada disso diminuiria o ânimo dos rapazes. Para


portfólio veterano :: Made

deles, medida pelo longo tempo de cada parceria que temos aqui. São seis anos prestando serviços para a Rede Globo, mais de dois anos para a Embratel, cinco anos de parceria com a Warner, dentre outras de igual sucesso”, cita Sílvia Mattoso, gerente de contas. Valorizando a formação acadêmica Na Made, toda vez que um novo projeto é iniciado, a dinâmica envolve a formação de um núcleo multidisciplinar, unindo diversas competências. E para que essa engrenagem possa funcionar, a formação acadêmica da equipe é considerada fundamental para o bom andamento dos trabalhos. “É notória a diferença na produtividade e na postura do colaborador. Por exemplo: uma boa formação dá a um programador/analista uma base sólida de conhecimentos, que fará com que ele seja um profissional bem mais

Portal FGV Online

completo, com conhecimentos em modelagem, especificação e implementação, independente da linguagem utilizada”,

pelo design no projeto. “A Made entende que o bom

explica Fábio Salles, gerente de produção.

designer de web se preocupa com fatores que vão muito

Outro exemplo são os gerentes de contas e projetos

além do aspecto estético de uma peça, tendo sempre em

da empresa. “Eles possuem formação em publicidade e

mente para quem se está desenvolvendo o trabalho”, diz

especialização em gerenciamento de projetos, segundo

Federico Arana, diretor de arte.

as boas práticas do PMI (Project Management Institute)”,

Os próximos passos

completa Bruno Pacheco.

E o que o futuro pode esperar da Made? “Pretendemos

Na área de design, o perfil é constituído por pessoas da

abrir um escritório em São Paulo para ampliar nossas

área de Desenho Industrial, com ênfase em Comunicação

operações e base instalada. A empresa sempre atendeu clientes

Visual. Além do conhecimento técnico e teórico, é exigido

do Estado de SP, como, por exemplo, a divisão comercial e de

que o profissional compreenda qual será o papel exercido

emissoras afiliadas da TV Globo”, explica Bruno. Além disso, eles almejam aumentar a participação no segmento de campanhas online. “Incluindo não só a produção e a criação de arte, que já é um dos focos da Made como produtora web, mas na criação da campanha e o planejamento de mídia e veiculação. Nossa meta é prestar esse serviço para os atuais clientes que possuem uma enorme demanda por esse tipo de trabalho, complementando o que já prestamos atualmente e, em paralelo, ganhar novos clientes através dessa nova frente”, complementa. E tudo isso movido ao sentimento que levou a

Curso online desenvolvido em parceria com a Módulo Security

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portfólio veterano :: Made

empresa a ter tudo o que já conquistou. “Definitivamente,

Case Embratel

montar uma empresa no Brasil não é uma tarefa das mais simples, demandando perseverança, determinação e espírito aventureiro. A falta de credibilidade no mercado, as dificuldades de acesso ao crédito e inexperiência nos processos gerenciais acabam temperando um cenário que, na maioria das vezes, quase não apresenta atrativos. Mas a estabilidade está no emprego tradicional? Os sócios da Made acreditam que não, entendendo que o progresso está no empreendedorismo”, afirmam Bruno e Fábio. Projetos de destaque da Made Case Warner Music Brasil “Fomos

contratados,

em

2003,

para

atender

inicialmente a Vice-Presidência de Marketing e Assuntos Externos da Embratel. O primeiro projeto envolvia o Portal de Marketing e Assuntos Externos, que faz parte da Intranet da empresa. Antes estático, o portal foi totalmente refeito, transformando-se em um modelo a ser seguido. Dividimos o projeto em algumas etapas: primeiro, fizemos um levantamento do conteúdo existente, junto com uma análise dos dados. De posse desses dados, foi feita uma análise de usabilidade. Somente após isso iniciamos o “O grande desafio era fazer com que o site não tivesse

desenvolvimento, executado em paralelo (desenvolvimento

o visual de um portal - formato extremamente rejeitado

da interface e do gerenciador de conteúdo). Após a sua

pela gravadora. A Warner dispunha de um excelente

conclusão, partimos para a última etapa, de migração dos

material fotográfico, que merecia ser explorado. A solução

dados anteriores para o novo portal.”

foi criar uma primeira página, onde as imagens têm grande importância (exibindo pouco conteúdo em forma de texto). Além disso, cada espaço utiliza imagens que se alternam, fazendo com que mais conteúdo possa ser exibido simultaneamente. Através do uso de Flash, as imagens ganharam movimento sem que isso poluísse o visual da página. A linguagem utilizada foi neutra, permitindo que artistas de diversos estilos se encaixassem no site.”

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portfólio veterano :: Made

Case Rede Globo “A parceria com a Rede Globo começou em 1999. Desde então foram desenvolvidos mais de 200 trabalhos para os diversos departamentos da empresa, como sites de novelas, minisséries, programas de auditório e o próprio portal da Rede Globo. Dentre os últimos trabalhos, estão os jogos em Flash desenvolvidos para o site Hoje é dia de Maria.”

Guia de sobrevivência para as agências de internet 1) Crie o ambiente ideal e motive Existe um ditado que diz que para fazer algo de bom para os outros, primeiro você tem que estar bem consigo mesmo. Nesse mercado, acredito que funcione da mesma forma. O principal ativo da empresa de internet são as pessoas e são elas que vão criar as idéias, desenvolvê-las e transformá-las no produto que será entregue ao cliente. É fundamental que essas pessoas estejam “inseridas” num ambiente organizacional com clima agradável e descontraído e sintam-se realizadas com o trabalho que estão desenvolvendo. 2) Invista nas pessoas O melhor planejamento não será convertido em sucesso se na hora de colocá-lo em prática, você não tiver pessoas competentes para executá-lo. De preferência, tenha as melhores. 3) Fique de olho nos resultados Medir os resultados dos projetos é fundamental para avaliar o retorno do investimento feito. A avaliação deve levar em consideração sempre o retorno para as duas partes: Cliente e Agência. 4) Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Uma empresa de internet não sobrevive sem estar alinhada com as novas tecnologias. P&D é tão importante para a sobrevivência e crescimento de uma empresa quanto para o profissional da nova era, que deve se atualizar constantemente para não ficar fora do mercado. Fonte: Bruno Pacheco - Diretor da Made

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portfólio calouro :: André Rodrigues

Design na web como sinônimo de prazer Aos 21 anos, André Rodrigues já experimentou os principais desafios da profissão Qual

André Rodrigues www.rodriguesdesign.com.br andre@rodriguesdesign.com.br

seria

a

ligação de cartazes

satisfeito se torna um bom divulgador para

impressos de bandas de hardcore do Espírito

o resto da vida. Como exemplo, posso citar

Santo com o design? Pois bem, esse elo faz

a produção do website da construtora Solar

parte do primeiro contato que fez despertar

Empreendimentos (www.solarempreendimen

o interesse do capixaba André Rodrigues

tos.com.br), projeto conquistado através da

pela área.

Francisco Rocha Imóveis, cliente fidelizado

“Era uma experiência ingênua, mas dali já se esboçava o que eu queria fazer para o

que sempre tem prazer em divulgar o meu trabalho para seus parceiros”, revela.

resto da minha vida”, diz Rodrigues, que cursa

Ele aponta ainda que a experiência

cadastre-se no site:

atualmente o oitavo período de Desenho

serviu para comprovar a força de um site

www.arteccom.com.br/webdesign

Industrial na UFES.

como mídia de divulgação. “A procura

Para participar desta seção

Já a entrada para o meio acadêmico

pelos imóveis da construtora aumentou

revelou as possibilidades que a internet

substancialmente (segundo a diretoria da

pode trazer para a carreira de um designer.

empresa, o aumento foi de cerca de 70%)

“Aprofundei-me em conceitos de design,

surpreendendo o proprietário, que nunca

dentre eles os propostos pela Gestalt,

havia investido na web. O grande desafio era

Bauhaus, Construtivismo Russo, e passei a

provar que a internet é uma boa alternativa

analisar melhor as possibilidades que a área

de divulgação”, afirma.

proporcionava. Uma delas era a atuação na web”, lembra.

Sobre o futuro, os planos envolvem o término do curso universitário. “Quero

Sobre as dificuldades da profissão, ele

finalizar a faculdade, pois devido ao grande

destaca a pressão para se executar as tarefas.

volume de trabalhos, eu a atrasei seu término.

“Uma das minhas principais complicações é

Pretendo também fazer pós-graduação,

a divisão do tempo, por vários fatores.

mestrado etc. Mas, por hora, busco, a cada

Além do trabalho, a faculdade ocupa um

dia, conquistar os meus clientes”, finaliza.

tempo muito grande do dia, dificultando a definição de um horário fixo de produção. Isso sem contar as outras atividades pessoais (namorar, praticar esportes etc.). Tudo isso somado é responsável por uma rotina agitada. Mas procuro me organizar, tendo sempre em mente que prazo é sinônimo de compromisso”, conta. Tal lema serviu para que Rodrigues aprendesse uma boa lição. “Um cliente Site da Solar, projeto de André Rodrigues

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entrevista :: Luli Radfahrer

O PAPEL DO DESIGNER NA WEB DO

20

FUTURO


o dicionário Houaiss aponta para um “conjunto de fatos, acontecimentos relacionados a um tempo que há de vir;

A falta de padronização e de regras básicas é tão grande que o elemento

existência futura”. Seria possível imaginar os próximos passos da Era Digital? O que fazemos hoje, que não faremos mais; e que tipo de conhecimentos não dominamos hoje, que

que mais se procura em um website é a ferramenta de busca

passaremos a dominar no futuro? Para traçarmos um pouco do amanhã na internet,

website é a ferramenta de busca.

conversamos com Luli Radfahrer, PhD em Comunicação

Em resumo: qualquer tendência para tornar o design

Digital e Professor-Doutor da ECA-USP, e um dos principais

relevante e adequado à mensagem que transmite é

personagens nos processos evolutivos já ocorridos na web

bem-vinda, o resto é firula e terá sempre vida curta. Os

brasileira. Boa leitura!

primeiros sites de banco, acredite você, tinham um balcão

Wd :: Com sua experiência na área, você poderia

3D na tela inicial. Os de companhias aéreas também. No

citar quais foram as principais transformações

futuro, riremos de coisas como o estilo “portal” que todos

ocorridas no mercado de design para web (conceitos

os sites têm hoje (três colunas, como uma página de jornal)

que sumiram e apareceram, tendências que deram

e, é claro, de letras tridimensionais que piscam, pulam e

certo e errado etc.)?

explodem quando se abre um site.

Luli :: É incrível que uma área com tão pouco tempo

Wd :: Em palestra recente, você apontou que

de vida tenha tido tantas mudanças e regras “definitivas”

“o objetivo de qualquer tecnologia é desaparecer”.

caírem por terra. De todas as que via em 1993, a única que

Como a internet se insere neste contexto?

ainda vale - e acredito que valerá para sempre -, é que

Luli :: Desaparecer, entenda bem, não quer dizer

webdesign é “só” design, ou seja, as regras de legibilidade,

acabar, mas tornar-se invisível. E, em parte, isso já

unidade, composição e harmonia que valem para a

acontece com a internet. Você não sabe o caminho que seu

sinalização de um supermercado e para a diagramação de

e-mail segue, não configura servidores ou roteadores e

um livro, valem para cá.

até a criação de uma conta de e-mail já foi dez vezes mais

Já ouvi que Flash não presta - e concordo que

complicada que tudo isso.

as introduções em Flash acabarão em breve (ou você

Com a banda larga, ninguém mais perde tempo em se

consegue imaginar uma abertura para o Google?). Pop-

“conectar”, nem faz sentido contar kbytes, a não ser que

ups, interstitials e layers em HTML para propaganda são

sua conexão seja via modem em GPRS (General Packet

espaços estúpidos e não devem ter vida longa. Tecnologias

Radio Service). Isso é que é desaparecer. Chegará a um

esquisitas, muito específicas, como VRML (Virtual Reality

ponto que, como celulares em regiões bem servidas, não se

Modeling Language) ou mesmo RealAudio, não farão

preocupará mais com a tecnologia, mas com a relação.

história. Já houve gente grande defendendo que botões

A prova disso é que você gesticula quando fala ao

deveriam ter a cara de botões (3D etc) e que as barras de

celular ou briga com o aparelho quando a rede não funciona.

navegação deveriam ser presentes em todas as páginas.

Isso é desaparecer. Quando sua CPU trava, quem sofre é o

Até isso mudou. A falta de padronização e de regras básicas

mouse (ou o monitor). Isso é desaparecer - é só chamar a

é tão grande que o elemento que mais se procura em um

atenção quando não funciona, como uma escada rolante.

21 21

entrevista :: Luli Radfahrer

Como definir a palavra futuro? Dentre as explicações,


entrevista :: Luli Radfahrer

O ser humano é e sempre será uma criatura social Ninguém quer realmente saber qual é o mecanismo que a

multicasteados. Ou seja, como a HDTV no Japão, o que

põe em funcionamento. Se pensar bem, aviões são mais ou

conhecemos por mídia deverá ocupar menos que 5% da web,

menos assim.

o resto será composto de material comunitário.

Nesse contexto, a internet desaparecerá porque será

Como explorar uma comunidade? Fácil - proponha uma

como a energia elétrica - tão onipresente que só será

boa infra-estrutura, crie ambientes interessantes para que as

percebida quando falhar.

pessoas se relacionem e interfira o mínimo possível. Desde

Wd :: Nesta mesma apresentação, você afirmou

1998 faço produtos assim e percebi que o moderador de uma

ainda que “em tempos digitais, o mais importante

comunidade é como o governo - fundamental como árbitro,

já não é mais falar a milhões, mas fazer esses

mas deve agir o mínimo possível para não tolher a ação dos

milhões falarem um ao outro”. Podemos considerar

membros.

as comunidades virtuais como o “mapa da mina” do

Para ser honesto, acho que o que se faz de comunidade

mercado web? De que forma seu potencial pode ser

hoje não chega a 20% do que pode ser feito. Cadê o Google

explorado?

Blogs? Cadê o Google de indicações feitas pelos próprios

Luli :: As comunidades são a verdadeira razão da web.

usuários? A Coréia tem um exemplo interessante de jornal

O mundo vivia bem sem e poderia continuar por muitos

comunitário, o OhMyNews (www.ohmynews.com), mas que

anos assim. Blogs, Flogs, Orkut, Flickr, Yahoo, MSN são o

ainda é novidade para o resto do mundo. Com Podcasts,

que toca a internet, sem falar de tecnologias P2P e rádios

MobLogs e vídeo digital, as possibilidades são gigantescas.

22 22


entrevista :: Luli Radfahrer

HTML e Flash são o papel couché do designer de 2010 Wd :: O professor Otávio Silveira, em entrevista recente para a Webdesign (edição 23), disse que “a internet, aos poucos, está atravessando as barreiras dos PCs, dando seus saltos por outros territórios, como os celulares, a televisão, os aparelhos domésticos etc”. Quais mudanças esse novo cenário traz para o cotidiano do profissional que trabalha com web? O que eles fazem hoje, que não farão mais no futuro; e o que não dominam hoje, que passarão a dominar? Luli :: É a verdade mais óbvia - e só o começo. Ela vai também para roupas, geladeiras, câmaras, casas, carros. O designer tem que, acima de tudo, conhecer o que a tecnologia permite e onde ela será usada. Mais ou menos como um designer gráfico deve conhecer os tipos de papel existentes, seus acabamentos e manuseio, o mesmo deve ser usado para o designer de tecnologias digitais. Não adianta sair decorando Flash ou actionscripts, mas pensar como se pode usar um PSP (Play Station Portable) como mídia e o que inserir nele que seja relevante. Caso contrário se estará sempre na rabeira da história. O designer gráfico não precisa conhecer a gramatura e LPI de cada papel que usa - para isso existe o produtor gráfico - mas deve saber, dentre a gama de materiais oferecidos, qual será o mais interessante. HTML e Flash são o papel couché do designer de 2010. Wd :: É possível imaginar quais habilidades humanas e tecnológicas serão necessárias para se fazer design na web no futuro? Luli

::

Design,

design,

design!

Informação,

atualização, pesquisa, briefing, conhecimento de público, relevância. O resto é papo de marqueteiro ou de quem não

A internet desaparecerá porque será como a energia elétrica - tão onipresente que só será percebida quando falhar

sabe o que faz.

23 23


entrevista :: Luli Radfahrer

O designer será uma espécie de projetista/inventor de novas coisas Wd :: Falando em habilidade humana, você costuma dizer que “criatividade e inovação são processos que demandam observação”. Em um futuro cada vez mais conectado e em tempo real, onde a produção de trabalho ganhou uma velocidade imensurável, empresas e profissionais terão tempo suficiente para investir em criatividade e inovação? Luli :: Sempre. Isso não precisa ser aplicado na produção diária, mas em seu planejamento. Revistas e jornais têm projetos gráficos, TV tem identidade visual e nada disso os impede de ser ágeis e dinâmicos. Acreditar que a velocidade dispensa a criatividade é o mesmo que acreditar que guiar rápido dispensa saber guiar. Pensar antes de agir, ajuda, na hipótese mais pragmática, a evitar a “refação” ou que se repitam erros anteriores. É o velho processo de aprendizado. Wd :: Quais reflexos o aumento excessivo do uso da tecnologia causará para o nosso futuro? Luli :: Usuários mais mimados e designers mais desesperados; especialização da força de trabalho; mensagens tão específicas que se tornam de difícil compreensão para outros públicos; aplicações dedicadas - o designer será uma espécie de projetista/inventor de novas coisas.

24


Para ser honesto, acho que o que se faz de comunidade hoje não chega a 20% do que pode ser feito Wd :: Em seu artigo “Estressou? Vá surfar!”, publicado na edição de julho da webdesign (número 19), há um trecho que diz o seguinte: “para se prever a onda, é necessário estar no mar. Para se descer a onda, é preciso tomar uns bons caldos”. Diante disso, podemos considerar a experiência como uma das principais ferramentas de aprendizado para se preparar para o futuro? Luli :: Sem dúvida. Mas se você não a tiver, não se desespere - a internet é uma gigantesca biblioteca e há uma enorme quantidade de exemplos de experiências fracassadas em que se pode basear, antes de se desenvolver um plano novo. O mesmo vale para planejamentos estratégicos e até (em uma escala menor) para soluções criativas. Wd :: Para finalizar, é possível imaginar como será feita a navegação pela internet no (de onde será possível acessar, quais serviços estarão disponíveis etc.)? Luli :: Imagine Amazon + comandos de voz + serviços baseados em local e hora do dia + comunidade + comunidade + comunidade + comunidade + comunidade + comunidade + comunidade + comunidade + comunidade... Nenhuma tecnologia funciona sozinha, o ser humano é e sempre será uma criatura social.

25


A 26


27


Sobe ou desce?

Saiba como ficou a gangorra de conceitos e tecnologias em 2005

28 28


ditam caminhos próprios. Em termos de planejamento

internet é um campo de trabalho que experimenta também

e funcionalidades, por exemplo, o internet banking

oscilações ocorridas em outras áreas. Principalmente quando

do Brasil é o melhor do mundo”, afirma Michel Lent

falamos do uso de tecnologias e conceitos profissionais.

Schwartzman, sócio-diretor da agência 10’Minutos e

Talvez hoje você possa ter um amplo domínio sobre determinada área envolvendo a web. Porém, em um

mestre em Telecomunicações Interativas pela New York University.

mercado onde tudo evolui (e desaparece) muito rápido,

Para Carlos Bahiana, professor da PUC-Rio e

lembre-se que essa realidade poderá provavelmente se

coordenador do curso de pós-graduação em Design de

tornar obsoleta num piscar de olhos.

Interfaces da Unicarioca, o país exerce um papel muito

Chegamos ao último mês do ano e uma das

mais de ocupação (uso) do que de desenvolvimento.

principais dúvidas de quem atua na área é saber se

“Basta ver o que aconteceu com o Orkut. É verdade

seus conhecimentos (tanto em tecnologias, como nos

que estamos estabelecendo nosso jeito de fazer as

conceitos) continuaram em alta ou se caíram em desuso.

coisas, uma competência na aplicação das tecnologias

Para responder tal pergunta, nada melhor do que ouvirmos

e de Web Standards. Exemplo disso é o pessoal da

a opinião dos profissionais envolvidos diretamente com o

Tableless.com.br”, cita.

mercado de internet.

E para quem acha demorada a adoção de novas

Criamos ou seguimos tendências?

tendências por aqui, a explicação envolveria o receio

É bem provável que você tenha ouvido e lido diversas

de se investir em projetos com expectativa de retorno

vezes nesse ano termos como Web 2.0, AJAX, Wiki,

incerto. “Aqui no Brasil, seja qual tecnologia a gente

Redes Sociais (Friendster, Gazzag, LinkedIn, Orkut etc), Web Standards (Padrões Web), entre outros. Diante de

Web 2.0

todas essas novidades, qual seria a realidade brasileira?

Termo de referência sobre as recentes transformações que

Seguimos as tendências de fora ou já trilhamos um

estão acontecendo na internet, envolvendo as principais

caminho próprio?

X

técnicas e os conceitos para o desenvolvimento de sites e serviços na web. Fonte: Google, Carreira Solo e Blog Canal Web

“Em termos de planejamento e funcionalidades, por exemplo, o internet banking do Brasil é o melhor do mundo”

Saiba mais sobre Web 2.0, na edição de janeiro.

AJAX (Asynchronous Javascript and XML)

X

A idéia é utilizar Javascript para transformar suas páginas em aplicações, de modo que não precise recarregar a tela cada vez

Michel Lent Schwartzman (10’Minutos)

que o usuário clicar em alguma coisa. Fonte: Tableless (www.tableless.com.br/ajaxdemo)

“Acho legal fazermos uma separação entre tecnologias e tendências. AJAX, por exemplo, é uma tecnologia

Wiki

fantástica que está permitindo transformar websites em

É uma coleção de páginas interligadas. Cada uma delas pode

verdadeiros aplicativos. O Gmail é um bom exemplo. Por

ser visitada e editada por qualquer pessoa.

outro lado, há a questão criativa e estratégica. Neste

X

Fonte: www.tiosam.com/enciclopedia/enciclopedia.php

sentido, acho que os profissionais do Brasil já trilham e até

29 29

Sobe ou desce?

Apesar de todas as suas inovações e vantagens, a


Sobe ou desce?

“As ferramentas que estimulam a interação e a comunicação entre seres humanos estão em alta” Felipe Memória (Globo.com)

fale, as coisas sempre demoram um pouco a chegar. As

RSS, a estrela de 2005

desvantagens para o ‘consumidor final’ são meio óbvias,

Dentre os principais destaques, os especialistas

mas há também a vantagem de se proteger de tecnologias

apontam que a tecnologia RSS foi a que mais ficou em

furadas, que desaparecem em alguns anos. O mercado

evidência nesse ano. “O RSS é a grande vedete do ano,

brasileiro está esperando para ver no que essa tal de Web

na minha opinião. Uma tecnologia que já está aí há muito

2.0 vai gerar e se ela não é, na verdade, como uns dizem

tempo, mas agora começa a ser usada em grande escala.

por aí, a Bolha 2.0. Mas quem pular na frente, bolha ou

Em todos os lados a vemos o "bloquinho laranja”, aponta

não bolha, vai se dar melhor do que quem esperar. Foi

Michel.

assim na Bolha 1.0”, explica Cristiano Dias, empresário do Vilago.com.br.

Bloquinho laranja

A visão dos clientes

X

Imagem [RSS ou XML] que indica que determinada

Apesar de não ser um fator ligado diretamente ao uso e a aplicação de conceitos e tecnologias na web, entender como anda a visão de quem contrata os serviços de

página está disponível para distribuição. Basta clicar sobre ela com o botão direito do mouse para capturar o endereço que deverá ser adicionado ao seu agregador de RSS. Fonte: www.uol.com.br/rss

agências e profissionais autônomos serve para descobrirmos o porquê de algumas mudanças. Será que a maturidade

Tanto é verdade que os grandes portais brasileiros

dos clientes sobre o que é o meio e suas particularidades

(UOL e Terra, por exemplo) foram alguns dos maiores

foi

2005?

incentivadores da tecnologia. “Acho que o grande

“Diria que já temos um bom grupo de clientes que chegou

medo dos tais grandes portais era que as pessoas se

neste estágio. Mas não considero isso uma situação

‘apropriassem’ do conteúdo sem os devidos créditos, que a

consolidada. Em muitos casos ainda há desconhecimento

audiência dos sites caísse. Mas eles acabaram descobrindo

e, em outros, há dentro das empresas aquelas pessoas que

que quem lê RSS visita mais sites do que o resto dos

entendem do assunto, mas muitas vezes ainda não são as

usuários, porque tem acesso mais direto a informação que

tomadoras de decisão”, alerta Michel Lent.

lhe é relevante. Além do mais, essas empresas também

o

primeiro

ponto

que

deu

certo

em

Segundo Cezar Calligaris, coordenador de criação online da agência DPTO, a heterogeneidade no perfil

têm hackers e tecnófilos que incentivam essas tecnologias lá dentro”, lembra Cristiano Dias.

dos usuários de internet se aplica também ao universo

A gangorra dos conhecimentos e tecnologias

de clientes. “Ao mesmo tempo em que há aqueles que

Mas nem só de RSS viveu a internet em 2005. Outras

sabem exatamente o que buscam (esses são ótimos para

tecnologias e conceitos para quem cria, desenvolve

trabalhar), existem os que necessitam de aprendizado, mas

e administra sites se consolidaram, sendo que outras

acreditam no meio e, nos piores casos, àqueles que não

começaram a cair em desuso. O primeiro exemplo dessa

acreditam na web. Um cliente com pouco conhecimento

gangorra aparece quando falamos de Padrões Web.

em internet geralmente implica em um projeto mais

“Utilizar tabelas do HTML para formatação do layout da

simples, com mais ‘refações’ e necessidade de mais horas

página vêm perdendo seu espaço para os sites baseados

de atendimento, ou seja, o nível de conhecimento tem

em CSS e que respeitam os padrões da W3C (World

impacto direto sobre o custo de um projeto”, complementa.

Wide Web Consortium)”, diz Felipe Memória, designer de

30 30


não faz mais sentido utilizar os velhos pop-ups” Adriana Menescal (Sirius Interativa)

interfaces da Globo.com. Já as ferramentas ligadas à interação se tornaram assunto principal na pauta dos profissionais. “Falamos muito em AJAX e em ferramentas Wiki, que são conceitos relacionados à revolução que está sendo chamada de Web 2.0. É o amadurecimento dos projetos para a web

“Uma tecnologia, dita Web 1.0, ainda tem bastante fôlego para crescer: os gerenciadores de conteúdo” Carlos Bahiana (PUC-Rio)

que passa pela participação de pessoas. As ferramentas que estimulam a interação e a comunicação entre seres

Lembrando ainda que esse cenário foi beneficiado pelo fato de os blogs e suas variantes atingirem seu

humanos estão em alta”, destaca Memória. Tudo isso estimulado pela visão de que a web é um

auge como ferramentas de publicação. “Por outro lado,

dos canais ideais para a aproximação com o público-alvo.

eles começam a mostrar suas limitações em termos de

“Considero que o grande avanço da internet nesse ano foi

personalização, serviços agregados, espaço em disco etc.

consolidar-se como uma ferramenta de relacionamento.

Por isso, curiosamente uma tecnologia dita Web 1.0 ainda

Não

ambiente

tem bastante fôlego para crescer, na medida em que se

corporativo. As empresas investiram muito na criação de

torna cada vez mais fácil adotá-la: os gerenciadores de

sites e campanhas, onde a comunicação com seu usuário é

conteúdo”, revela Carlos Bahiana.

pessoal,

mas

principalmente

no

bastante intensa”, relata Paulo Roberto Kendzerski, diretor da agência WBI Brasil.

No entanto, o professor ressalta que são poucos os que se aproveitam das vantagens dessa tecnologia. “É impressionante a quantidade de pessoas, inclusive já

“O consumidor unido - com blogs e fotoblogs - jamais será vencido” Alessandro Barbosa (E-life Comunicação) Outro fator que contribuiu para o aumento de investimentos na área foi o conceito de “consumergenerated media” (mídia gerada pelo consumidor). “As organizações descobriram que o consumidor pode ser um aliado ou o inimigo número um no quesito reputação. Observamos isso em alguns fenômenos ocorridos neste ano (veja o Box da próxima página). Este poder vai crescer cada vez mais e as empresas terão que redimensionar suas estratégias para se incluírem neste novo mundo. O consumidor unido - com blogs e fotoblogs - jamais será vencido. Por mais estúpida que pareça esta afirmação”, diz Alessandro Barbosa Lima, diretor da E-life Comunicação.

com bagagem web, que desconhecem os CMS (Content Management System - gerenciador de conteúdo), sejam pagos ou gratuitos. Vemos inclusive muito site ser criado de modo artesanal, página a página, com alimentação por FTP e necessidade de alterar dezenas (eventualmente centenas) de arquivos HTML a cada atualização de design. Isso é absurdo! Ainda se se tratassem de hotsites pequenos e efêmeros, tudo bem, mas acontecem mesmo com sites institucionais permanentes”, critica. A conseqüência disso é que passamos a conhecer outra tendência que começa a cair: a de associar cada tela de conteúdo a um novo arquivo a ser carregado. “Muitos desenvolvedores ainda estão atrelados à idéia de ‘uma tela, um arquivo’, o que também é um tiro no pé em termos de administração do sistema”, completa Bahiana. Ainda no quesito desuso, um parece ser unânime na indicação dos profissionais: os pop-ups. “Algumas

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Sobe ou desce?

“Hoje, são tanto modelos de mídia, muito mais criativos e impactantes, que já


Sobe ou desce?

empresas insistem em usar pop-ups, mas é cada vez mais fácil ao internauta bloqueá-los”, aponta Alessandro Barbosa. “Eles foram recursos amplamente utilizados no início da internet e, junto com os banners, eram os principais

Exemplos de mídia gerada pelo consumidor em 2005

formatos de mídia online. Hoje, são tanto modelos de mídia, muito mais criativos e impactantes, que já não faz mais sentido utilizar os velhos pop-ups”,

- Luís Cláudio, filho do presidente Lula, teve as fotos

acrescenta Adriana Menescal, sócia-diretora da

de suas férias no Palácio da Alvorada, com mais 13

Sirius Interativa.

amigos, publicadas em diversos fotologs de sua turma. Numa das fotos, os adolescentes aparecem em frente

Usabilidade

e

Acessibilidade:

bem

falados, mas não utilizados?

ao avião da Força Aérea Brasileira. Bastou para que

Dos principais conceitos debatidos sobre a

a Folha de S.Paulo publicasse matéria sobre a má

internet nesse ano, talvez Usabilidade, Arquitetura

utilização do bem público. O Palácio do Planalto não se

da Informação e Acessibilidade foram alguns dos que

manifestou.

receberam mais atenção da mídia especializada e dos eventos focados em web.

- Nos EUA, os blogueiros receberam tratamento

“O profissional que conhece acessibilidade

especial nas eleições presidenciais deste ano. Os que

digital e procura se informar sobre esse assunto

cobriam a corrida presidencial foram incluídos na lista

está, certamente, se valorizando. Não saberia falar

de jornalistas convidados para cobrir as convenções

em quantidades, mas é certo que assuntos como

tanto republicanas quanto democratas.

Acessibilidade e Usabilidade não deverão sair mais das pranchetas dos designers e das exigências de

- A Editora Abril, pela primeira vez, publicou uma nota

contratação de profissionais, além de ser requisito

de esclarecimento a comentários feitos por leitores no

para concursos públicos”, revela Aracy Gonçalves,

site Comunique-se (http://tinyurl.com/drb).

analista de sistemas da PRODAM/SP. Segundo

Fonte: E-life Comunicação

a

especialista,

uma

prova

dessa

movimentação está no surgimento de cursos sobre Usabilidade em diferentes regiões do país. “Temos no Rio de Janeiro (PUC), Santa Catarina (LabUtil-UFSC) e Minas Gerais (curso ligado à Engenharia de Software - DCC/UFMG). Em São Paulo, além do SENAC, temos a Faculdade de Saúde Pública da USP, com os cursos ATIID (Acessibilidade, Tecnologia da Informação e Inclusão Digital). E já existem cursos de Usabilidade que também possuem a Acessibilidade como assunto relacionado na disciplina”, diz. Mas, se por um lado o cenário é positivo e o

32 32


“Como é fácil desenvolver em PHP,

usam tamanhos de fonte em pixels?”

também é fácil fazer besteira”

Carlos Bahiana

Cristiano Dias

Sobe ou desce?

“Quantos sites você conhece que

crescimento foi evidente, a sensação é que tais conceitos

Programação: sobe PHP, desce Java?

ainda precisam evoluir na cabeça de quem produz na

Na área de programação web, os especialistas

internet brasileira. “Acho que naturalmente as empresas

observaram que a tecnologia Java começa a apresentar

que produzem websites têm se preocupado mais com a

sinais de desaceleração em seu uso, ficando restrito às

questão da facilidade de uso. Mas ainda temos muito que

grandes empresas. “Cada um com seu cada um e, no

evoluir. Ainda não chegamos lá”, analisa Felipe Memória.

ambiente rápido ‘pra ontem’ da web, desenvolver um

A opinião é compartilhada pelo professor Bahiana,

site ou portal usando Java acabou ficando inviável. Ele

que cita alguns obstáculos para o progresso dos temas.

vai continuar com seu lugar mais do que consolidado no

“Estamos vivendo tempos interessantes. Avançamos em

mundo corporativo, mas ninguém hoje tem condições de

algumas áreas de ponta, em experimentação, mas temos

gastar R$ 1 milhão e 12 meses de projeto em um portal.

um enorme atraso em fundamentos básicos de Usabilidade,

Quando ele entrar no ar já estará ultrapassado e qualquer

por exemplo. Quantos sites você conhece que usam

ciclo de atualização será um novo projeto. Numa grande

tamanhos de fonte em pixels? Se algo banal assim ainda

empresa, demorar 12 meses para lançar um novo sistema,

acontece, imagine o resto”, aponta.

não é nenhuma novidade. Certo ou errado é assim que elas

A realidade também se aplica quando falamos em

operam desde sempre”, relata Cristiano Dias.

Acessibilidade e Arquitetura da Informação (AI). “É muito

Mas se a complexidade no desenvol-vimento em Java

comum confundir ‘validar no Bobby (atual WebXACT)’ ou

represente uma boa oportunidade para outras linguagens,

‘validar no daSilva’ com ‘ser acessível’. Acessibilidade é

a precariedade na hora da programação ainda representa

uma possibilidade e uma orientação, mas está longe de

um obstáculo para sua plena adoção. “O contraponto é que

ser realidade. AI é outra área em que se publica e se

na web muita gente ainda acha que ‘fazer site’ é sentar na

discute muito, mas é pouco utilizada na prática. Regras

frente do teclado e sair codificando. Nem tanto, é preciso

básicas, como criar estruturas de conteúdo largas e baixas

aprender um pouco com a metodologia corporativa.

(mais abrangência do que profundidade) e o melhor

É

desempenho da memória de curto prazo nos famosos

documentar. É por isso que as linguagens ‘só da web’,

‘7+/-2 itens’ são recomendações simples e conhecidas há

como PHP e ColdFusion, sofrem para conquistar mercado

anos, mas quem as usa?”, questiona Bahiana.

nas grandes empresas: muita gente faz muita porcaria

necessário

planejar,

modelar

e

(principalmente)

com elas. Como é fácil desenvolver em PHP, também é 7+/-2 itens Confira o artigo “Implications of Memory, Structure and Scent for Information Retrieval” (research.microsoft.com/users/marycz/chi981.htm)

X

fácil fazer besteira. Você pode deixar para lá algum passo importante do desenvolvimento, que vai voltar mais tarde para puxar seu pé”, alerta.

33

33


Sobe ou desce?

Apesar disso, Cristiano acredita que esse cenário pode

Serviços Online do British Council Brazil.

mudar quando as organizações apostarem nas vantagens em se trabalhar com tais tecnologias. “Devagarzinho, o PHP, e agora o Ruby on Rails, está ganhando seu espaço em empresas sérias que investem no corpo profissional. Na verdade, não é o Java em si que está caindo na web. É o conceito de que para desenvolver um portal você precisa de uma equipe de centenas de pessoas. Na web, você precisa de meia-dúzia de escovadores de bits, uma tropa de choque que vai entrar, dar o recado e partir para a próxima”, explica.

Ruby on Rails

“A propaganda online hoje, por exemplo, não existiria sem o Flash” Cezar Calligaris (DPTO) Segundo Cezar Calligaris, da agência DPTO, a tecnologia se tornou uma ferramenta indispensável para quem trabalha com publicidade online. “O Flash evoluiu bastante e permite a criação de animações mais

X

Tipo de plataforma aberta para desenvolvimento web. Fonte: www.rubyonrails.com.br/

elaboradas, assim como a integração com som e vídeo. Ele também permite muito mais interatividade, chegando a ser uma ferramenta para a criação de jogos simples. Por isso, seu uso tem crescido, seja em sites ou em campanhas

Flash: entre o céu e o inferno? Em 2005, boa parte dos sites lançados e reformulados

online. A propaganda online hoje, por exemplo, não existiria sem o Flash”, afirma.

utilizou o Flash como tecnologia principal de navegação.

Dez erros em Webdesign de 2005 -

Podemos citar como exemplos os sites da Kaiser, Coca-

Jakob Nielsen

Cola, Lojas Renner, C&A, dentre outros. Como sempre polêmico, Jakob Nielsen, em artigo

1) Problemas de legibilidade de textos

divulgado em outubro (veja o Box ao lado), apontou os

2) Links não-padronizados

dez erros principais em webdesign nesse ano (segundo

3) Uso abusivo do Flash

ele, escolhidos pelos leitores de sua newsletter “AlertBox”).

4) Conteúdo escrito de forma

Na lista, o especialista incluiu o uso abusivo do Flash

inadequada para a web

e apontou que ele não deve ser o guia principal de

5) Função ineficiente de busca no site

navegação.

6) Incompatibilidade entre navegadores

Afinal, o Flash subiu ou desceu na “bolsa de valores” da web? “Temos sempre que ter em mente que muitas das pesquisas usadas cegamente no Brasil vêm de fora (e, em particular, dos EUA). Por definição, não é automática a utilização de resultados de pesquisas em países diferentes. Provavelmente, até 2004, responderia que o Flash ainda

7) Formulários longos e confusos 8) Falta de informações sobre contato (endereço físico, email e telefone) 9) Layouts “congelados”, com larguras fixas de página 10) Redimensionamento inadequado de fotos

deveria ser usado com muita cautela. Com o avanço da web, dos internautas (inclusive brasileiros) e do próprio

Fonte: Jakob Nielsen

Flash, eu já diria o contrário: ele pode, sim, ser uma boa

(http://www.useit.com/alertboxdesignmistakes.html)

opção”, afirma Nino Carvalho, gerente nacional de Web e

34 34


Sobe ou desce?

E um dos principais segredos para que o sucesso no uso de Flash seja alcançado envolve o estudo do perfil de usuário. “O Flash usado no Vibezone da Coca-Cola (www.cocacolavibezone.com.br) faz muito sentido: casa direitinho com o tema do evento, com o público-alvo e potencializa a influência junto aos clientes. Por outro lado, quando gerenciava um portal de terceira idade, durante um teste de usabilidade vi um senhor arrancar o plug que ligava o PC à tomada quando viu o pop-up para instalação do Flash subir à tela. Quando perguntei, surpreso, o porquê de ele ter feito isso, o senhor me respondeu: ‘Você não viu? Era um vírus!”, conta Nino Carvalho. Dessa forma, sua aplicação deve respeitar os conceitos da boa utilização dos meios online. “O grande erro cometido em relação ao Flash foi tratá-lo como uma exceção e não aplicar a ele todas as regras que se aplicam nas outras tecnologias. Arquitetura da Informação, por exemplo, também precisa ser aplicada no Flash”, diz Calligaris. “O Flash continua em alta, mas no caso da adoção de regras de usabilidade em geral, tenho visto ainda muito uso inapropriado, às vezes provocado por pressão de cliente que insistem em ‘animar’ seus sites a qualquer custo”, acrescenta Carlos Bahiana. Como andam o marketing e a publicidade na web Esse ano parece ter confirmado o papel da internet como meio estratégico para divulgação e fortalecimento de marcas. Para que tal objetivo fosse alcançado, um dos recursos de marketing online mais explorados foi o Search Engine Marketing (SEM - Marketing em Sites de

“Os sites de

busca ntíssimos

são importa

o de

para captaçã

s”

novos cliente Nino Carvalho

l Brazil) (British Counci

Busca). “Cresceu muito este ano e ainda irá fazer barulho por um tempo. No entanto, depois de reportagens sobre o ‘vício’ dos principais mecanismos de busca, acho que o crescimento poderá desacelerar. Além disso, os sites de busca são importantíssimos para captação de novos clientes, mas o que é mais lucrativo em longo prazo é manter e fidelizar seus clientes”, explica Nino.

35 35


Sobe ou desce?

Outras campanhas muito utilizadas foram as que envolveram o marketing viral. “Considero uma das mais

sim aproveitar o melhor de cada meio de acordo com um objetivo em comum”, constata Cezar Calligaris.

eficazes e que maior retorno trouxe às empresas que

Desenvolvendo a experiência no uso

investiram nesta estratégia. Isso porque o internauta

O sobe e desce de tecnologias e conceitos em 2005

participa da ação. Quando ele indica para alguém um

acabou por fortalecer uma tendência para se atingir a

produto, serviço, ele, na verdade, está avalizando essa

plenitude envolvendo a criação e o desenvolvimento

marca, está sendo ativo no relacionamento. E isso é

na internet. “Antropologia, sociologia, psicologia e

fundamental para uma empresa avaliar o perfil do seu

etnologia vão nos ajudar a entender como se compõem

público e como ele ‘enxerga’ determinada empresa”, relata

e se comportam grupos de pessoas, quais seus valores e

Paulo Roberto Kendzerski.

motivações, como lidar com as emoções e os desejos. Não

Em termos de publicidade online, o entendimento é

envolve só Usabilidade, mas uma completa experiência, na

que a principal mudança envolveu os modelos estratégicos.

qual o website tem seu papel que só se completa através

“Os anunciantes estão pulverizando cada vez mais as suas

de outras mídias e outros dispositivos”, explica Carlos

verbas e migrando-as da publicidade tradicional para a

Bahiana.

internet, marketing direto e outros meios que possibilitem

Ou seja, caminhamos para um ambiente de total

obter medidas mais confiáveis de retorno. As agências

convergência. “A idéia, então, não é de que um dispositivo

estão fazendo todo tipo de tentativa para não perder sua

ou uma mídia vingue, eliminando as outras, mas do

parte da verba e por isso estão mudando seus modelos

entendimento do papel de cada dispositivo e mídia no

de atendimento. Basta ver a quantidade de agências

processo de experiência do usuário, cada um oferecendo

que está investindo em departamentos de internet. Uma

aquilo o que é melhor e se completando através dos

das palavras-chave nesse aspecto é a integração. O que

outros. Não vamos mais falar de webdesign, design gráfico

algumas delas não entenderam é que integração não é

ou design de interface, mas de Experience Design: o

apenas ter o mesmo visual para uma campanha, mas

projeto de uma experiência completa de uso”, orienta.

36 36


37


debate

O que voou mais alto em 2005? A cada passagem de ano, os principais veículos de comunicação pelo mundo procuram traçar as previsões sobre quais tecnologias e conceitos prometem vingar e quais poderão cair em desuso. Em 2005, muito desse debate no mercado de internet envolveu temas como Usabilidade, Arquitetura da Informação, DHTML, Web Standards, Flash, RIA, PHP, ASP, Pop-up, Publicidade online, Segurança, RSS, Podcast entre outras. Ninguém melhor para responder tal pergunta do que os profissionais que atuam ativamente no segmento. Assim, o que decolou na web nesse ano? Confira!

38


debate debate Web 2.0: novos métodos de desenvolvimento de aplicações web (saiba mais na edição de Janeiro)

:: Abel Reis Vice-Presidente de Tecnologia e Projetos da Agência Click www.agenciaclick.com.br

“2005: Evoluções depois das Revoluções. A evolução das tecnologias de internet já não se faz por grandes saltos

e outras inovações que farão a vida dos programadores um mar de delícias... Mas isso é outra história.

em padrões ou técnicas. Sinal de amadurecimento. Hoje,

VoIP (Voz sobre IP). É verdade! Enfim,`a ficha caiu´.

este progresso acontece principalmente por soluções con-

Pessoas - as jurídicas e as físicas - que têm custos de

struídas a partir de bases já bem consolidadas. Esse ano

telefonia expressivos viram que VoIP funciona. Ainda

parece confirmar tal avaliação.

mais integrado aos messengers! Ah! O MSN Messenger 7!

Vamos a um bom exemplo: os padrões RSS e Podcasting.

Ganhou as massas no Brasil e veiculou algumas das mais

Ambos nasceram como protocolos para distribuição de

originais ações de mídia online em 2005 (Coca-Cola, você

conteúdo (textos, áudios) na web baseados no padrão XML

não viu?!?).

que se (re)confirmou como um autêntico `esperanto´ da

Sim, esse ano também fica na memória pelo impor-

comunicação entre sistemas e dispositivos pela internet.

tante boom nas ações de mídia online no país. Não apenas

Vale ressaltar que essas evoluções são mais incríveis porque

banners engraçadinhos. Ações inovadoras e de alto impacto

são simples.

publicitário que exploraram plenamente os (atuais) recur-

Por outro lado, firmou-se o conceito das aplicações

sos do meio. Junte-se a isso também o crescimento dos

RIA (Rich Internet Application), que prometem (e estão

investimentos de anunciantes na web, como decorrência do

cumprindo) trazer para a navegação na web, a fluência e o

ponto de maturidade que a internet alcançou no Brasil e o

ritmo típicos da experiência desktop. Que o digam as plata-

aumento consistente do comércio eletrônico B2C (Business

formas Flash e Flex da Macromedia. Tudo apontando para

to Consumer). No mais: a briga `.Net x Java´, DHTML em

um novo conceito: a Web 2.0. Veremos novos métodos de

baixa e milhões de celulares à procura da `killer applica-

desenvolvimento de aplicações web, bibliotecas de scripts

tion´. Bem-vindo, 2006.”

turbinando browsers, APIs de web services em larga escala,

39 39


debate

:: Adriana Menescal Sócia-diretora da Sirius Interativa www.sirius.com.br

Computação ubíqua - é quase um estado de contínua conectividade, onde através de ferramentas visíveis e, algumas vezes invisíveis, podemos nos comunicar, interagir e colaborar a qualquer momento em qualquer lugar. Você vai ver cada vez mais os chips se integrando a objetos do seu dia-a-dia como um objeto de decoração da Ambient Devices, que, através de uma conexão wireless, muda de cor de acordo com a previsão do tempo. Web services - recentemente, um especialista em web services, Phil Wainewright, disse que a Microsoft não poderia derrotar o Google, entre outras razões, porque Artigo “Why Microsoft can’t best Google”

X

Usuários participam ativamente no processo de melhoria do Google Aplicações AJAX- acostumamos a um fluxo fragmentado de navegação por conta dos acessos que o navegador tem que fazer todo o tempo ao servidor, trazer e carregar novas páginas HTML. Quando vemos serviços web que usam aplicações AJAX, achamos que estamos trabalhando offline no nosso próprio computador. Quem já usou o Google Maps se impressiona com a velocidade de resposta. O interessante é que o AJAX é um conjunto de tecnologias que já existiam na internet há anos, assim como o RSS. Nós, a web - parafraseando o Dan Gilmour, que em

http://blogs.zdnet.com/SAAS/?p=13&part=rss&tag=feed&s

seu livro “We the media” fala sobre o impacto dos blogs

ubj=zdblog

na mídia, estamos testemunhando uma grande revolução

eles trabalham com um paradigma ultrapassado, no qual os ciclos de atualização acontecem a cada três anos e o Google trabalha em um ambiente de contínua atualização e colaboração, onde o seu conjunto de usuários participa ativamente no processo de melhoria. O Gmail, por exemplo, vem sofrendo todo o tempo micro-atualizações, muitas vezes imperceptíveis, mas que do ponto de vista da sua qualidade de interação já o tornaram um produto muito melhor. É o estado de “beta perpétuo”, como disse Tim O’Reilly, em um recente artigo. Artigo “What Is Web 2.0’

X

no fazer e pensar a web no qual ferramentas de auto expressão e colaboração causam um impacto cada vez maior. Wikis começam a entrar nos ambientes corporativos, recursos de classificação social, como os que encontramos no Flickr, Delicious, Technorati ou 37 Signals, nos permitem, através de tags, novas formas de localizar a informação e as transferências peer-to-peer (P2P), através do BitTorrent, já ocupam mais de um terço de todo o tráfego na web, segundo analistas da CacheLogic. E na China, eles querem controlar a web..."

Livro “We, the media”

http://www.oreillynet.com/pub/a/oreilly/tim/news/2005/09/

Versão online gratuita (em pdf)

30/what-is-web-20.html?page=1

http://www.oreilly.com/catalog/wemedia/book/index

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Coordenador acadêmico do Centro de Treinamento iLearn www.ilearn.com.br

Adoção de novos conceitos trazem economia e retorno do investimento de forma imediata

“Muitas novas idéias foram lançadas em 2005, mas fico feliz que outras tantas, não muito novas, foram consolidadas, tais como a adoção dos Padrões Web (Web Standards), a Arquitetura da Informação e a Usabilidade. As corporações estão, cada vez mais, se conscientizando da importância na adoção destes novos conceitos e obtendo economia e retorno do investimento de forma imediata. Algumas tecnologias e conceitos passaram pelo processo de contínua evolução. Nesta categoria, poderia citar os RSS, os pop-ups (cada dia mais chatos, embora eficientes), a publicidade online, o Flash (e o RIA), os Browsers com “B” maiúsculo (família Mozilla e tantos outros que seguem os Padrões), por exemplo. Outras prometem bastante evolução no mundo corporativo brasileiro, tais como: blog, podcast, CMS (Content Management Systems) e software livre (Linux, PHP, MySQL etc).

:: Frederick van Amstel Consultor de Usabilidade e Arquitetura da Informação de websites www.usabilidoido.com.br

e das relações públicas. Além disso, ela precisa dar liberdade ao blogueiro para escrever até mesmo sobre pontos fracos

“Este ano, mais do que nunca, deu certo aquilo que está

da empresa, senão o blog perde a característica que mais o

de acordo com os princípios fundamentais da Web: descen-

diferencia de outros veículos: a personalidade. Esses pontos

tralização, liberdade e colaboração. Algumas iniciativas

podem ser discutidos entre profissionais de dentro e fora da

comerciais demonstram que o mercado está superando a

companhia, gerando verdadeira colaboração.

influência da mídia de massa e aproveitando as oportunidades do meio de comunicação Web.

Poucas empresas estariam preparadas para funcionar dessa forma hoje, mas a Web demonstra que essa é a

O blog profissional é um bom exemplo disso. Todos

tendência para o futuro. Quem quiser ficar atualizado tem

sabemos o quão precioso é a Gestão do Conhecimento para

que dar liberdade aos seus clientes para escolher o dis-

uma empresa na Era da Informação. Quem sabe mais, ganha

positivo que querem usar para acessar a aplicação Web da

mais. O desafio é manter o conhecimento mesmo que os

empresa (Webstandards), diminuir as verbas de publicidade

profissionais que o detém deixem a empresa. A Microsoft in-

em veículos centralizadores, aproveitar os próprios clientes

centiva que seus funcionários mantenham blogs em horário

para propagar idéias (Marketing Viral) e incentivar que o

de trabalho, porque assim o conhecimento fica disponível

usuário crie conteúdo colaborativo (Redes Sociais). Só para

para outros setores da empresa e para novos profissionais.

citar alguns exemplos que me chamaram a atenção este ano:

De quebra, a sua imagem é associada à transparência e à

Flickr (nota da redação: gerenciamento de álbum de fotos),

difusão do conhecimento, já que os blogs ficam disponíveis

Orkut, Del.icio.us (nota da redação: página para organização

para o público externo.

de links favoritos), Camiseteria (nota da redação: site de

Essa iniciativa contempla a descentralização, porque não é mais um único departamento que cuida do conhecimento

vendas de camisetas feitas pelos próprios usuários), Google Adsense e outras iniciativas menos conhecidas.”

Deu certo aquilo que está de acordo com os princípios fundamentais da Web: descentralização, liberdade e colaboração

41

debate

:: Professor Everaldo Bechara


debate

“Tecnologias são a fundação para que os novos conceitos se materializem. Para entendermos quais os principais sucessos na internet, temos de identificar primeiro os caminhos que a rede tem tomado. O estouro da ‘bolha’ em 2001 foi uma ruptura não somente no modelo financeiro da web, mas também o começo de uma nova etapa em seu desenvolvimento. Passamos de uma web estática e unidirecional para um modelo mais dinâmico, no qual sites passam de expositores de conteúdo a verdadeiros aplicativos, onde a informação está em constante ebulição de processamento. Os sistemas passam a tomar decisões mais “inteligentes”, baseados em algoritmos sofisticados (Relevância na busca e a Publicidade no Google), e o usuário a ter o poder de participação na geração e qualificação da informação (Blogs, Wikipedia).

Houve uma explosão na penetração de celulares que trouxeram o aspecto de mobilidade para a internet Ao mesmo tempo, surgem modelos de interação entre pessoas, gerando comunidades que funcionam de forma orgânica, sem um controle centralizado (Orkut, BitTorrent). A digitalização dos conteúdos (vídeo, áudio) e o aumento da banda na base instalada possibilitaram uma distribuição em escalas massivas, gerando uma revolução já em andamento na indústria fonográfica (iTunes), e que começa na TV e no Cinema. Em paralelo, houve uma explosão na penetração de celulares que trouxeram o aspecto de mobilidade para a internet. Podemos então começar a identificar alguns fatores que tem tido e terão papel importante no futuro. O crescimento exponencial de informação na web demandará por formas eficientes de criar relevância na informação. Neste momento, o Google tem o reinado da busca, mas fiquemos de olho, pois a Microsoft já demonstrou abertamente que está entrando neste jogo. Na publicidade, o modelo Google Adsense quebra o paradigma da compra tradicional de espaço, gerando quantidades significativas de receita. O RSS inverte a direção da mídia tradicional: o conteúdo agora vai até o usuário. O DRM (Digital Rights Management) é a forma encontrada pela indústria de conteúdo para proteger seus ativos. Os Tags invertem a dinâmica clássica da taxonomia: o conteúdo se “autoclassifica” baseado em parâmetros pré-determinados. Como sites se tornaram verdadeiros aplicativos, o uso de processos bem estabelecidos no projeto se tornam cruciais. Assim, disciplinas como Arquitetura e Usabilidade ganham cada vez mais importância.”

:: Marcello Póvoa Sócio-Diretor da MPP Solutions www.mppsolutions.com

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Abasteça sua mente Conheça os principais livros e revistas sobre o mercado web Reportagem sugerida pela leitora Maria Seidel (maseidel@gmail.com)

O tempo passa, o tempo voa, e a sopa de letrinhas (ASP, PHP, RSS, CSS, XHTML etc), envolvendo tecnologias e

de tudo o que aconteceu no último período”, completa Luiz Siqueira, editor da revista WWW.

conceitos de internet, continua a crescer numa velocidade

Onde encontrar bom conteúdo

sem igual.

Para ajudar quem precisa ficar por dentro das princi-

Então, se você não quer ficar desatualizado, é preciso

pais novidades, vamos revelar quais revistas e livros andam

acompanhar este ritmo alucinante. Mas como? Um curso

fazendo a cabeça de alguns profissionais de destaque no

superior pode ser uma opção, porém boa parte das grades

mercado de internet.

curriculares das universidades brasileiras ainda passa por um processo de adaptação quando falamos da web.

A revista americana Wired (www.wired.com.br/wired) parece ser uma unanimidade entre os especialistas. “É a

Assim, o atalho nesta caminhada é ler o máximo de

bíblia, fundamental para uma existência completa”, resume

publicações que apontam as tendências no ambiente digi-

Roberto Cassano, editor executivo da agência Selulloid Ag.

tal. E talvez seja essa a razão para se explicar o fascínio

“Ela é um clássico de qualquer lista. Os artigos abordam

que faz com que os leitores separem, semanalmente ou

temas como cultura, negócios e tecnologia, sempre com

mensalmente, parte de seus orçamentos para comprar uma

um olhar no que está por vir. Importante para planejar

revista ou livro.

e antecipar tendências”, relata Sérgio Carvalho, sócio da

“Gasta-se dinheiro com revistas - pouco, aliás -, mas

Sirius Interativa.

economiza-se tempo. Informações que estão dispersas,

Outra bem cotada é a Fast Company. “É uma revista

desconectadas, contraditórias, parciais e soltas na inter-

mensal, que cobre o que há de mais atual no mundo dos

net, a custo zero, estão reunidas e editadas com critério nas

negócios, em particular nas áreas de design, inovação

revistas, analisadas, mastigadas, colocadas em contexto,

e tecnologia. Há até uma edição especial de design

vistas sob um prisma crítico de quem entende do assunto.

(www.fastcompany.com/design)”,

Pelo menos nas boas revistas é assim que acontece”, aponta

Toyama, Chief Experience Strategist da Brand Experience

Sandra Carvalho, diretora de redação da revista INFO. “O

| Studio.

recomenda

Claudio

nome revista vem de ‘rever’. Logo a função de toda revista

Mas as opções não param por aí. “Valorizamos muito

é trazer para os leitores uma revisão com mais profundidade

a HOW e a Communications Arts, tanto nas suas edições

44


Abasteça sua debate mente

impressas como as revistas eletrônicas. A Communications é uma revista tradicional americana que fala de design,

“Design e tecnologia são inseparáveis”

tecnologia, usabilidade e design de interação, além de publicar portfólios e edições anuais bem legais. Já a HOW é

forma geral, suas intervenções e impactos na sociedade,

Bate-papo: Bryn Mooth, editora da revista HOW

prêmios, marcas, identidades corporativas”, afirma Cesar

(confira a versão original,

mais clássica, excelente, que trata de design gráfico de uma

em inglês, no site

Paz, diretor da AG2 (Agência de Inteligência Digital).

www.arteccom.com.br/webdesign)

Apesar de recorrer cada vez mais a internet como meio de informação, Michel Lent Schwartzman, sócio-diretor da agência 10’Minutos e mestre em Telecomunicações Interativas pela New York University, ressalta que as revistas ainda possuem forte influência na formação do profissional. “É claro que existe espaço para ótimas revistas dedicadas ao assunto. Mas, neste caso, eu fico mesmo com a Webdesign”, revela. Em termos de livros, a recomendação é que a leitura não seja focada somente em publicações voltadas para a web. “É claro que é importante ler sobre internet, tecnologia e técnicas, mas para mim, o grande diferencial é o conhecimento geral de design, artístico e cultural. O design está muito além da janela do seu navegador. É essencial ler muito sobre movimentos artísticos, história do design, designers importantes, processos criativos, idéias e arte”, explica Gui Borchert, diretor de arte da agência R/GA em Nova York. “Prefiro abordar aqueles menos técnicos, mas que façam os profissionais pensarem um pouco mais no impacto da profissão em nossas comunidades, além de ‘abrir a cabeça’ para outros aspectos não comumente abordados em escolas de design”, complementa Toyama.

Wd :: Qual o segredo do sucesso da HOW? Bryn :: Nós temos um papel muito bem definido na comunidade de design, que é trazer para os designers informação e inspiração para que eles possam se tornar profissionais de sucesso. A HOW é diferente das outras revistas, que exibem com freqüência bons projetos de design, mas não apresentam informação significativa que ajudem os designers a fazer seus trabalhos no dia-a-dia. Wd :: Quais tecnologias e conceitos você apontaria como fundamentais para os profissionais de design atualmente? Bryn :: Quase todas as tecnologias que você pode pensar que influenciam o design - telefones celulares e PDAs, computadores e TVs, broadcasting e podcasting. Designers utilizam todas estas tecnologias para comunicação e criação. E eles vão desenvolver ou embalar conteúdo para todas estas tecnologias. Design e tecnologia são inseparáveis. Wd :: Muitas vezes, as revistas são as grandes responsáveis pela divulgação de novas tecnologias e conceitos. Você poderia citar alguns casos envolvendo a atuação da HOW? Bryn :: O melhor exemplo são os anuários de design da HOW. Os profissionais buscam nessas

Revista Webdesign

X

edições novas tendências e idéias. Neste momento,

Em dezembro, comemoramos dois anos de existência.

eles poderão observar várias tendências - mais so-

Confira, na página 48, as edições que mais fizeram a cabeça

fisticação em embalagens, cores mais elegantes,

de nossos leitores.

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Abasteça sua mente

elementos de design como listras e formas/modelos são predominantes. Wd :: Hoje a internet é uma grande biblioteca gratuita para quem precisa de informação. Como a

Dicas de Revistas - About (www.about.com.br) - Eye Magazine (www.eyemagazine.com) - Giant Robot (www.giantrobot.com) - Harvard Business Review (www.hbral.com)

HOW consegue manter um público fiel a sua versão

- HOW (www.howdesign.com)

impressa?

- Icon (www.icon-magazine.co.uk)

Bryn :: A HOW tem uma presença significativa

- ID (www.idonline.com) - IdN (www.idnproshop.com/idnworld)

na web, com o nosso site www.howdesign.com. O

- INFO (www.infoexame.com.br)

website e a revista se complementam, mas o site não

- Info Corporate (info.abril.com.br/corporate)

substitui a versão impressa da revista. Freqüente-

- Lodown (www.lodownmagazine.com) - Mood (www.mood.fr)

mente, publicamos conteúdo online sobre as últimas

- Nylon (www.nylonmag.com)

edições, mas a web ainda não consegue demonstrar

- Numero (www.numero-magazine.com)

os projetos de design como fazemos na versão im-

- PC Magazine (www.pcmag.com) - PC World (www.pcworld.com.br)

pressa. O website e a revista desempenham papéis

- Print Magazine (www.printmag.com)

diferentes: o site ajuda a criar uma comunidade de

- Relax (relax.magazine.co.jp)

designers (com fórum, dezenas de links e pesqui-

- Technology Review (www.techreview.com) - The Economist (www.economist.com)

sas), enquanto a revista nos permite cobrir tópicos

- Tokion (www.tokion.com)

sobre o design de forma mais ampla e profunda. A

- Webdesign (www.arteccom.com.br/webdesign)

HOW está conectada com os designers de diversas formas: online, impressa e pessoalmente, através de conferências.

- WWW (www.europanet.com.br) - +81 (www.plus81.com) Fontes: Gui Borchert, Claudio Toyama, Sandra Carvalho, Ricardo Bräutigam, Gil Giardelli, Marcello Póvoa, Bob Wollheim, Luiz Siqueira.

Qual a sua principal fonte de leitura sobre criação de sites? total de votos: 300

16% Livros

Biblioteca comentada, por Gui Borchert - “Tibor Kalman, Perverse Optimist”: dedicado a vida

33% Revistas

e ao trabalho de um dos maiores designers gráficos ameri-

33% Sites Nacionais

canos, fundador da M&Co. Tibor nos deixou uma lição de o

17% Sites Internacionais acessa e participe! www.arteccom.com.br/webdesign

quanto o design pode ser muito mais do que simples forma, mas mensagem e instrumento social. Seu trabalho é uma aula de criatividade e relevância, uma bela exceção no mar de excessos visuais sem conteúdo que se vê por aí. - “Sagmeister: Made You Look”: livro sobre Stefan Sagmeister, disparado um dos melhores designers gráficos da atualidade. Criativo e inovador, Sagmeister tem o poder de surpreender a cada projeto de seu portfólio extremamente interessante e original

46 46


primeiro e fazer o público querer comprar depois?

Design Compilation”: para quem curte arte digital, é uma

- “The rise of the Creative Class”, de Richard Florida

fonte de inspiração bacana. Uma coletânea de artistas da

- examina como e porque a sociedade atual valoriza tanto a

América Latina, um pouco antigo, mas vale a pena. Para

criatividade. Muito interessante para designers e qualquer

quem se interessa pelo tema, vale uma visita ao site da

pessoa trabalhando com a classe criativa.

editora Die Gestalten (www.die-gestalten.de) e uma olhada geral nos livros de lá.

Serviço: onde encontrar revistas internacionais?

- “The Tipping Point”: livro de marketing que estuda fenô-

Uma boa opção é a empresa paulista Assineshop.com

menos virais, moda e propagação de costumes e atitudes.

(www.assineshop.com.br), especializada em venda de assi-

Muito interessante em um momento onde tudo se espalha e

naturas de revistas importadas. O site disponibiliza algumas

se perde com enorme velocidade, na ruas, na internet, em

das principais publicações internacionais sobre tecnologia e

nossos pensamentos.

design - Wired, Fast Company, Business 2.0 etc.

- “Creative Advertising: Ideas and Techniques from the World’s Best Campaigns”: tem uma boa coletânea de propagandas interessantes, além de falar um pouco dos

Dicas de livros em português

processos de geração de idéias e formatos de brainstorm-

- “design / web/ design”, por Luli Radfahrer:, fala de

ings. Uma boa fonte de inspiração para quem curte boas

todos os aspectos que envolvem o web design.

idéias e um approach criativo mais tradicional.

- “Design para a Internet, Projetando a Experiência

- “Writing: Urban Calligraphy and Beyond”: estuda di-

Perfeita”, por Felipe Memória: uma visão atual sobre os

versas formas de caligrafia urbana, desde grafite até tipo-

conceitos de navegabilidade e usabilidade (saiba mais, na

grafia popular e instalações artísticas. O poder da tipografia

edição de Janeiro).

em um trabalho de design por si só já seria motivo suficiente

- “Projetando Websites”, por Jakob Nielsen: usabi-

para que se estude cada aspecto e manifestação da forma

lidade e relação com o internauta são os principais temas

escrita. Curtir nesse livro as mais diversas e originais formas

abordados neste livro.

de se expressar palavras graficamente é uma ótima forma

- “Homepage: Usabilidade 50 Web Sites Desconstruí-

de dar uma sacudida em caso de monotonia tipográfica.

dos”, por Jakob Nielsen e Marie Tahir: os autores analisam 50 sites e oferecem sugestões para melhorar o design

Biblioteca comentada, por Claudio Toyama

para a usabilidade.

- “Metaphors we live by”, de George Lakoff e Mark

- “Da cor a cor inexistente”, por Israel Pedrosa: es-

Johnson - trata de metáforas que usamos em nosso cotidi-

tudo completo sobre a importância da cor e seus fenômenos

ano e como elas influenciam a nossa percepção de realidade

interferentes na visão.

e as nossas interações com a mesma.

- “As Cores na Mídia”, por Luciano Guimarães: realiza

- "Não me faça pensar”, de Steve Krug - trata de usabi-

uma análise crítica do uso da cor em jornais, revistas, sites

lidade de uma forma bem irreverente e descontraída.

e telejornais.

- “In the Bubble: Designing in a Complex World”,

- “A Cor como Informação”, por Luciano Guimarães:

de John Thackara - basicamente, questiona o papel das

referência atual para o uso do fenômeno cromático.

inovações tecnológicas na sociedade. Estas invenções são realmente necessárias? Ou é o famoso caso de inventar

Fonte: Banana Design (www.bananadesign.com.br)

47 47 47

Abasteça sua mente

- “Latino: America Grafica - Contemporary Graphic


Participação dos assinantes Nestes dois anos da Webdesign, qual foi a edição que você mais gostou? Por quê? Edjames Oliveira edjames_oliveira@yahoo.com.br

Na verdade, gostei de todas, mas o que me surpreende até hoje é o conteúdo atualizado que vocês disponibilizam. As matérias sobre tableless, acessibilidade, isso prova a vanguarda que a revista se propõe a estar e o faz com competência!

Diego Mascarenhas diego@diegomascarenhas.com.br

A 1ª edição. Sem dúvidas foi um marco para a história. Quando olhei nas bancas, não acreditei, finalmente uma revista sobre design tipicamente brasileira. E aquela caipirinha então? Quando a vi, corri para preparar uma e beber enquanto lia. Foi paixão a primeira vista, nunca mais deixei de comprar e sou assinante hoje. Não sei se por culpa do álcool, mas de alguma maneira vocês me pegaram.

Disnay Batista disnay@hotmail.com

Seria quase impossível falar apenas de uma edição que mais gostei. Cada uma tem um tema que considero importante, pois aí está o grande diferencial em relação às outras revistas. Já que tem que ser uma, apenas uma, então vamos lá: gostei da edição de fevereiro de 2005 (nº 14), onde o tema é “Quanto cobrar???”, pois trata de um assunto extremamente importante para quem opta pelas aventuras do “freelance”. Dentre outras, a matéria demonstra como o profissional deve organizar seu tempo na hora de elaborar um projeto.

Éric Coutinho email@ericcoutinho.com

A 1ª edição. Em seguida, vieram outras com mais e melhor conteúdo, mas a primeira marcou justamente por ser uma novidade no Brasil - uma revista inteira voltada ao design para a web. Sabia, a partir dali, que poderia contar com uma publicação especializada para o ramo que estava seguindo (e estou ainda). Uma excelente iniciativa. E creio que muito mais está por vir.

Bruno Lima pereira.bruno@ig.com.br

A edição que mais gostei foi a que vocês abordaram o tema sobre imagem. Apesar de não ser da área de web, por enquanto, gosto muito de poder brincar com fotografias com o Photoshop e, com certeza, o tema da edição 20 acrescentou e muito em meu aprendizado. Vale destacar ainda a entrevista com Helenbar, vocês acertaram em cheio. Meus parabéns pela revista e continuem sempre mudando e para melhor. Se você é assinante, participe desta seção pelo site www.arteccom.com.br/webdesign/clube

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debate estudo de caso :: Charlie Brown Jr.


estudo de caso :: Charlie Brown Jr.

“Um verdadeiro sonho que se realiza. Poder ter um por-

brainstorm

tal de comunicação direto e eficaz, onde agora vou interagir realmente com a galera. E as comunidades e sites do Charlie Brown Jr. vão poder também baixar fotos inéditas e infor-

Técnica de reunião coletiva de criação, adotada principalmente em agências de Publicidade/Propaganda. Consiste em reunir pessoas de diferentes especialidades, envolvidas na elaboração

mações realmente verdadeiras”. As palavras são de Chorão,

de uma campanha, para a discussão livre e descontraída,

vocalista e líder do Charlie Brown Jr. (CBJR), em depoimento

onde os participantes podem expor qualquer idéia sobre todos

publicado em seu site. O motivo da alegria deve-se ao lançamento da nova versão do website oficial da banda (www.charliebrownjuni

os aspectos relacionados à criação e ao desenvolvimento da campanha, sobre o produto, seu mercado, possibilidades, características, possíveis slogans etc. Fonte: http://www.softmarketing.com.br/glossary.php?item=b

or.com.br). A novidade culmina com a divulgação do oitavo CD (Imunidade Musical) e a apresentação da nova formação do CBJR. A responsabilidade de se atender tamanha expectativa ficou a cargo da agência Mkt Virtual (www.mktvirtual.com.br). Nesta entrevista, Ludmilla Rossi, sócia-proprietária da empresa e responsável pela direção de arte, revela os bastidores para a conquista do projeto, além dos detalhes técnicos envolvendo a produção da página. Boa leitura! Wd :: Como surgiu a oportunidade de a Mkt Virtual criar o novo site do Charlie Brown Jr.? Ludmilla :: Em 2001, tivemos o primeiro contato com a banda, através de uma cliente que nos indicou. Nesta época, foi cogitada a questão do site, mas devido a outras prioridades da banda, o projeto ficou em stand-by.

nos procurou informando que o Charlie Brown Jr. queria desenvolver um site. Como o Chorão havia gostado do que apresentamos para ele anos atrás, ela passou nosso telefone e estabelecemos um contato mais próximo desde então. Reunimos a equipe internamente para um brainstorm e desenvolvemos diversas idéias até se chegar ao resultado que temos hoje. Devido a uma série de mudanças que envolveram a banda, novamente o projeto do site ficou em espera, sendo retomado espontaneamente pelo próprio Chorão em agosto de 2005, em paralelo à nova formação e ao novo CD. Wd :: Quantos profissionais estiveram envolvidos neste projeto e qual o tempo necessário para a sua elaboração? Ludmilla :: Sete profissionais: diretora de arte, gerente de projetos, dois flashers, dois programadores PHP e um

Dois anos depois, no final de 2003, a mesma cliente

responsável pelo conteúdo e revisão. Apesar da longa espera para o start definitivo, o tempo útil de desenvolvimento não passou de 30 dias. Iniciamos efetivamente o projeto em 03 de setembro de 2005 e o nosso deadline foi 02 de outubro, quando o site foi lançado com a participação da banda no programa Domingão do Faustão, na Rede Globo. Nesta mesma oportunidade, eles receberam o disco de platina pelo novo CD, que saiu com 125 mil cópias vendidas. Acreditamos que o site, assim como a banda, faça parte desse sucesso.

www.charliebrownjunior.com.br

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estudo de caso :: Charlie Brown Jr.

l atualizado, Por não ter justamente um site oficia extra-oficiais a banda ficou sujeita à informações Wd :: Durante o projeto, vocês utilizaram dois programadores de PHP. Por que a escolha do PHP e não do ASP? Ludmilla :: Utilizamos a linguagem que os clientes exigem, seja ASP, JAVA, PHP. Quando é indiferente, normalmente optamos pelo PHP. Alguns fatores levam a esta escolha, como, por exemplo, a maioria dos hostings terem menor custo de hospedagem em PHP do que para ASP. Simpatizamos bastante com o Open Source, por sua segurança e evolução. Wd :: A banda participou da criação do novo site

www.charliebrownjunior.com.br

(escolha de cores, imagens, sugestão de seções etc.)? Qual a importância da troca de idéias entre cliente e agência? Ludmilla :: A banda acompanhou o desenvolvimento de perto. A sugestão das seções, conteúdo, arquitetura e conceito partiram de nossa equipe. Houve troca de idéias, o contato foi constante e essencial para todos compreenderem o momento e o posicionamento da banda, que por sua vez abraçou o site como um projeto especial. Não se pouparam em acompanhá-lo pessoalmente na produtora, mesmo durante a correria de shows. Os músicos trabalharam em conjunto com a Mkt Virtual gravando as vinhetas para a rádio, aprovando e garimpando conteúdo inédito.

Vale citar que o Charlie Brown Jr. ainda não tinha lançado um site oficial de peso. Durante a fase de transição que passou no início deste ano, a banda ficou sujeita à informações extra-oficiais por não ter justamente um site oficial atualizado, que seria o principal veículo de comunicação com seu públicoalvo. O resultado disso acabou sendo a publicação de diversas inverdades em sites de fãs-clubes e mídia em geral.

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estudo de caso :: Charlie Brown Jr.

O acesso via HTML foi implantado para o perfil de usuário

que busca conteúdo dinâmico

brainstorm

Charlie Brown teve alguma influência na hora do de-

e uma pesquisa com alguns fãs da banda, além de coleta de

senvolvimento? De que forma? Quais são as principais

informações com os próprios músicos, foram essenciais para

“iscas” para atrair o internauta?

elaborarmos a estrutura e conteúdo do site, além de itens

Ludmilla :: O novo CD da banda acabou de ser lançado

importantes que deveriam compô-lo. A idéia era que ele fosse

e as letras das músicas não constam no encarte, estão

diagramado para dispor, da melhor forma, o entretenimento

d i s p o n í v e i s e x c l u s i va m e n t e n o s i t e .

e o conteúdo. Wd :: O novo site foi desenvolvido

Outras atrações são os vídeos e as fotos exclusivas, além do Tour Reports, seção que relata o dia-a-dia da banda, shows e bastidores. A rádio virtual é outro diferencial, onde os visitantes podem ouvir as músicas

através do uso do Flash. Qual o motivo

Tecnologia que permite

da escolha dessa tecnologia no pro-

o envio de informação

cesso de criação?

multimídia através de pacotes, utilizando redes de computadores, sobretudo a internet.

Ludmilla :: O Flash permitiu que criássemos toda a interatividade para dar

em streaming. O público visitante é com-

Fonte: http://pt.wikipedia.org/

vida ao layout, além de implantar recursos

posto, em sua maior parte, por fãs adoles-

wiki/Streaming

interessantes com agilidade de produção.

centes, jovens, homens e mulheres. Durante o período de pesquisa, iden-

Integramos o Flash com XML para dar velocidade no acesso às informações, além de

tificamos mais de 30 blogs e fotologs de fãs, que a partir de

ir ao encontro do dinamismo do target. Um exemplo é a parte

agora têm o site oficial como principal fonte de informação

do grafite, onde o usuário customiza o site pichando o muro,

e, o que é melhor, informações verídicas e inéditas. A criação

recurso que pôde ser bem explorado no Flash.

do site está diretamente ligada a eles: o visual é moderno, usando a estética do grafite, da arte na rua e do skate. Wd :: Quais fatores influenciaram no processo de Arquitetura da Informação do novo site? Ludmilla :: A facilidade para se buscar as informações

O site foi diagramado para dispor, da melhor forma, o entretenime nto e o conteúdo Wd :: Apesar da navegação baseada no Flash, a Mkt Virtual disponibilizou um “acesso rápido via HTML”. Por quê? Ludmilla :: O acesso via HTML foi implantado para o perfil de usuário que busca conteúdo dinâmico, que, no caso, são as notícias, a agenda e o Tour Reports. O acesso rápido também foi necessário devido aos profissionais de imprensa e os fãs-clubes. Além disso, o site atende ao internauta que não disponibiliza de acesso à banda-larga ou possui um computador mais lento. Wd :: O site funciona da mesma ma-

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o Mozilla Firefox, por exemplo. Você acredita que a preocupação com o acesso envolvendo diferentes navegadores web deve ser um ponto fundamental na etapa de desenvolvimento?

outros projetos que enriqueceram nosso portfólio, porém o Campanha online

Suzana site do CBJR é um dos “âncoras” desenvolvida que temospor hoje. Obtivemos Apelbaum para Trident.

alguns contatos de pessoas que conheceram a produtora Apesar de não ser um e-card tradicional, funcionava como através do site da banda, mas ainda temos muitos frutos a

colher por este trabalho.

tal, por ser um vídeo divertido que os amigos repassavam

Ludmilla :: Sem dúvida. Toda produtora web deve

O maior retorno foi o reconhecimento de toda a equipe

primar por esta excelência. Apesar de a grande massa uti-

da banda que não é somente composta pelos músicos, há de-

lizar o Internet Explorer, é necessária a preocupação com

signers, produtores e formadores de opinião envolvidos, que

a interpretação dos outros browsers. Além disso, é impor-

conosco celebraram muito o sucesso do site, além, é claro, do

tante o cuidado com a visualização de forma adequada nas

próprio reconhecimento do mercado em geral. Acreditamos

resoluções superiores a 800 x 600.

que tudo isso seja refletido em novos contatos para futuros

Wd :: Como foi planejada a atualização do site? Já foi feita alguma mensuração em relação ao seu

entre si.

projetos e principalmente no reconhecimento, crescimento e na motivação dos profissionais da Mkt Virtual.

lançamento? Ludmilla :: O próprio assessor de comunicação e fotógrafo da banda tem condições de atualizar o site de qualquer computador conectado à internet, mesmo sem conhecimento técnico. Criamos uma área administrativa em PHP e MySQL para que seja inserido, excluído e editado o conteúdo do Tour Reports, notícias e agenda. Além disso, é possível monitorar os cadastrados no site e controlar as informações de áreas diversas. Quanto à mensuração, os resultados surpreendem: na primeira quinzena de outubro, o site superou quatro milhões de hits, com o tempo médio de permanência dos usuários em dez minutos, demonstrando que realmente os visitantes permanecem navegando e ficam entretidos no cenário. O sucesso do site reflete o empenho da banda, de toda equipe Mkt Virtual e das pessoas que participaram diretamente ou indiretamente deste projeto de alguma forma. Nossa gratidão é diretamente proporcional ao tamanho do orgulho de tê-lo desenvolvido. Wd :: Qual o retorno que a agência obteve após a finalização desse projeto, afinal foram praticamente quatro anos de espera para se fechar o contrato? Ludmilla :: O projeto aconteceu no momento certo. Durante esses quatro anos, a empresa concretizou muitos

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estudo de caso :: Charlie Brown Jr.

neira se o internauta utilizar o Internet Explorer ou


tutorial

JavaScript orientado às normas do W3C

Alexandre Junqueira Professor do Centro de Treinamento iLearn falacom@iLearn.com.br

Deseja acrescentar interatividade em uma página web? Sim? Então, você precisa de JavaScript e está é uma boa oportunidade para começar a estudá-lo.

indústrias fundada em 1961, voltada para a padronização de tecnologias de informação e comunicação. O JavaScript segue uma das especificações da ECMA,

E para você que já trabalha com JavaScript, aproveite a oportunidade para consolidar alguns aspectos fundamentais desta tecnologia, necessários para implementá-la de forma orientada às normas do W3C.

o ECMA-262, que descreve os aspectos da linguagem de programação ECMAScript. Existem outras implementações do ECMAScript, o ActionScript por exemplo, a linguagem de programação da Macrome-

Boa leitura!

dia (www.macromedia.com) implementada no Flash. Por ter a mesma base de implementação, as duas lin-

O que é JavaScript? JavaScript

é

uma

guagens, JavaScript e ActionScript, são semelhantes em linguagem

de

programação,

diversos aspectos.

criada em 1995 por Brendan Eich da Netscape (http:

Especificações como o ECMA-262 são extremamente

//www.netscape.com/), para acrescentar interatividade às

importantes. É fundamental que os fabricantes de dispositi-

páginas web.

vos de acesso sigam as especificações do ECMA e do W3C.

O primeiro dispositivo com suporte ao JavaScript foi o Netscape Navigator 2.0. Atualmente, quase todos os dispositivos de acesso à web incluem uma versão do JavaScript. Por ser uma linguagem de script implementada nos dispositivos de acesso, browser, por exemplo, o JavaScript é considerado uma tecnologia “client-side”. Existe uma versão “server-side” do JavaScript, semelhante a outras tecnologias como ASP, ColdFusion e PHP, que é pouco utilizada. A implementação “client-side” do JavaScript não acessa banco de dados, por isto, precisa trabalhar em conjunto com alguma tecnologia “server-side”. Nas aplicações modernas, o JavaScript interage com

O JavaScript e as especificações do W3C Um projeto orientado às especificações do W3C é constituído de três camadas: estrutura, apresentação e comportamento. Na camada “estrutura”, está o conteúdo da página, estruturado por uma das seguintes linguagens de marcação do W3C: HTML, XHTML ou XML. Na camada “apresentação”, aparece o conjunto de regras para formatação do conteúdo, por meio da linguagem de formatação do W3C, o CSS. E finalmente, na camada “comportamento”, temos o JavaScript interagindo com as outras camadas por meio do DOM.

outras linguagens que acessam bancos de dados, enviando

DOM

e recebendo informações do servidor.

DOM, Document Object Model (http://www.w3.org/

ECMAScript

DOM/), é a solução do W3C que fornece as diversas lin-

A ECMA, European Computer Manufacturers Associa-

guagens de programação, um meio comum para acessar e

tion (www.ecma-international.org/), é uma associação de

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manipular os elementos e propriedades de uma página.


tutorial Atenção, alguns dispositivos, como o Internet Explorer, por exemplo, possuem uma versão modificada do DOM. O programador de JavaScript deve procurar por

mações e folhas de estilo. Por isto, é fundamental codificar scripts leves, para que o carregamento da página não seja prejudicado.

soluções compatíveis com o DOM do W3C, e evitar os

A importância da simplicidade

recursos proprietários, para ampliar e promover a com-

Os programadores que utilizam linguagens robustas,

patibilidade. Compatibilidade com diversos dispositivos e plataformas

como Java, estão acostumados com um modelo de programação que envolve a criação de bibliotecas de código reutilizáveis.

Existem outras tecnologias com o mesmo propósito do

É comum encontrar na internet, bibliotecas de JavaS-

JavaScript. A Microsoft (http://www.microsoft.com/), por

cript escritas por programadores Java. Tais bibliotecas são

exemplo, desenvolveu o VBScript que funciona apenas no

extremamente abrangentes, contendo dezenas e até cen-

browser Internet Explorer em plataforma Windows.

tenas de funções.

Outra linguagem de script criada pela Microsoft é o

O problema destas bibliotecas é que por serem muito

JScript, uma implementação do ECMAScript semelhante ao

abrangentes, tornam-se pesadas, aumentando o tempo de

JavaScript com alguns recursos proprietários adicionados.

download de uma página.

Apesar de ter sido desenvolvido pela Netscape, o

Você não precisa de uma bazuca para matar um mos-

JavaScript, está implementado nos diversos dispositivos e

quito. Por isto, cuidado com as bibliotecas genéricas de

plataformas existentes no mercado, inclusive no Internet

JavaScript.

Explorer. Por ser independente de dispositivo e plataforma, o JavaScript é a escolha ideal em projetos para internet. Diferenças e semelhanças com outras linguagens As linguagens de programação são semelhantes em

Para projetos web, o ideal é que sejam desenvolvidos scripts mais simples e personalizados para atender a necessidades especifícas, com menos código escrito para não atrapalhar o download das páginas. Acrescentando interatividade

diversos aspectos, principalmente as que foram projetadas

Com JavaScript, você tem acesso direto aos elementos

sobre a mesma base, como acontece com as implementa-

que compõem uma página: imagens, campos de formulário,

ções do ECMAScript.

textos, regras de estilo e outros.

Mas, apesar das semelhanças sintáticas, existem

O JavaScript pode ser escrito diretamente na página,

grandes diferenças relacionadas ao ambiente em que a

junto com o HTML, ou pode estar em um arquivo externo

linguagem está implementada, e os fins para o qual foi pro-

com a extensão “js”, exemplo: “script.js”.

jetada. O JavaScript é freqüentemente confundido com outra linguagem de programação, o Java, certamente pela semelhança do nome.

Um script, geralmente, é composto por “ações” que são executadas quando acontece algum “evento”, então temos dois fundamentos no JavaScript: ações e eventos. Um exemplo de “ação” do JavaScript é a validação dos

Uma particularidade do JavaScript que o diferencia

campos de um formulário de cadastro em uma página. E

de outras linguagens, como o Java, é o fato de que ele é

um exemplo de “evento” é o ato de enviar o formulário de

interpretado pelo dispositivo do usuário.

cadastro.

O dispositivo precisa fazer o download do código, junto

Relacionando um “evento” com uma “ação”, criamos

com os outros elementos vinculados a página: imagens, ani-

um “comportamento”. Exemplo: quando o formulário de

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tutorial cadastro for enviado os campos serão validados. Lembra das três camadas? Estrutura, apresentação

haverá um atributo “onclick” invocando a função e passando o parâmetro que representa o tamanho da fonte.

e comportamento? Pois é isto que acontece na camada

Escreva o seguinte código no corpo da página, em

comportamento, uma série de eventos relacionados a uma

qualquer posição, entre os elementos <body> e </body>:

série de ações. Alterando o tamanho do texto de uma página

<a href=”#” onclick=”setFontSize(‘100%’)”>normal</a>

A seguir, vamos construir um recurso de acessibilidade,

<a href=”#” onclick=”setFontSize(‘120%’)”>médio</a>

que permite ao usuário alterar o tamanho do texto de uma

<a href=”#” onclick=”setFontSize(‘150%’)”>grande</a>

página. É um recurso útil para usuários portadores de baixa visão, que, clicando em um link, podem escolher um dos três tamanhos de texto: normal, médio e grande. Crie uma página HTML ou XHTML e acrescente alguns parágrafos com texto para que você possa visualizar o resultado da ação que irá alterar o tamanho do texto da página. O primeiro passo é escrever uma função para executar a ação que criaremos. A sintaxe do JavaScript para isto é:

Pronto, carregue a página no browser de sua preferência e faça o teste clicando em uma das opções. Atenção: o JavaScript é uma linguagem que faz distinção entre letras maiúsculas e minúsculas. Esteja sempre atento a este aspecto. Fique atento ao que está acontecendo O JavaScript está em alta, existem excelentes aplicações disponíveis na web, que são ótimas fontes de inspiração: - Gmail (http://gmail.google.com), serviço de webmail

function [nome da função] ([parâmetro(s)])

gratuito do Google, é um ótimo exemplo de interface rica

{

que faz uso extensivo e inteligente do JavaScript.

[ação]; }

- Google Suggest (http://www.google.com/webhp? complete=1), enquanto você digita a palavra que deseja pesquisar, vai recebendo sugestões do Google.

A função deve ser escrita em uma área especial da página, demarcada com o elemento “script”, e só será executada quando for invocada por algum evento. Para incluir a ação na página, escreva o seguinte código no cabeçalho do documento, em qualquer posição, entre os elementos <head> e </head>:

- Google Maps (http://maps.google.com/), veja você mesmo. - del.icio.us (http://del.icio.us), um sistema para organizar seus links favoritos, e compartilha-los com outros usuários. Experimente usar este serviço e se surpreenda. Conclusão Espero que você tenha gostado desta introdução. Há

<script type=”text/javascript”>

muito a ser dito sobre JavaScript, mas os fundamentos que

function setFontSize(size)

abordamos representam um sólido começo para você.

{ document.body.style.fontSize = size; } </script>

O segundo passo é criar os eventos que irão chamar a função, para isso criaremos três links e, em cada um,

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Um abraço e sucesso em seus projetos!


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tutorial mercado de trabalho

Michel Lent Schwartzman Sócio-diretor da 10’Minutos, designer gráfico e mestre em Telecomunicações Interativas pela New York University. Um dos primeiros brasileiros a trabalhar com internet, começou sua carreira em 95, em Nova York, na EURO/RSCG. Foi diretor de criação da Mlab e membro do board executivo da Globo.com e da DM9DDB. michel@10minutos.com.br

A hora da sofisticação

O mercado está cheio de oportunidades - mas só para aqueles que decidirem se especializar Sorriso de orelha a orelha. Não disse? Eu disse! Disse que as coisas estavam caminhando bem, que a gente ia sair da depressão, que haveria demanda pelos serviços, que logo logo a gente ia ter de volta um mercado agitado, como nos velhos tempos. Minto. Melhor que nos velhos tempos, sem aquela loucura dos investimentos de risco, construídos sobre o nada. Nem demorou tanto e estamos aqui: mercado agitado, clientes demandando de forma constante, coerente. Acabou a época do “preciso de um website não sei pra quê”. A maioria dos que investem hoje em dia já sabe muito bem para quê e quanto mais experimentam, mais descobrem o meio e mais investem. Precisamos crescer. Mais espaço físico, computadores, software, gente. Um time forte e competente, precisamos (isso mesmo! isso mesmo!) CONTRATAR! Necessitamos de bons designers de interface. Bons, não, os melhores! E o mercado já tem gente muito boa. Uma turma cada vez melhor, muitos premiados internacionalmente. Junto com a turma da interface, precisa vir a turma da TI. Um não funciona sem o outro. O programador de hoje é um cara diferente. Uma turma fera que começa cada dia mais cedo. Imagina, tem gente programando PHP desde os nove, fazendo música, jogando bola. Uma beleza! Resolvido. OK, teremos uma ótima produção. Mas, e o resto da equipe? Oh-oh. Alguém aí perguntou “que resto da equipe?”, hum, olha aí o problema. E a oportunidade. Um bom designer de interface e um programador, com a ajuda de um bom redator, podem entregar uma boa produção. E isso pode ser suficiente para alguns casos específicos, clientes pequenos realizando projetos de internet bem pontuais. Mas, quando estamos falando de projetos maiores, mais complicados e de longa duração, a produção (design + tecnologia) é apenas uma parte pequena do time. E hoje em dia, a mais comum. Projetos grandes precisam, antes e acima de tudo, de um excelente atendimento. Fundamental é o gerente de projetos para os prazos e controle de qualidade. Projetos complexos exigem arquiteturas de informação e definições funcionais detalhadas, para garantir que o produto saia de acordo com o planejado em termos de escopo e prazo. E claro, projetos precisam de planejadores que irão definir os produtos, estratégias, ações de mídia e investimentos. Eu falei em oportunidade. Você já viu onde ela está? Então procure hoje no mercado qualquer tipo de profissional que não seja de produção (designer, programador, redator) e você vai entender do que estou falando. Procure um bom atendimento. Tente encontrar um bom planejador de mídia. Coloque um anúncio procurando um gerente de projetos experiente e você verá.

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mercado de trabalho

“Alô você que está entrando no mercado agora, ou que está no mercado e não consegue entrar. Está na hora de se especializar ”

Verá na sua caixa 82 currículos de ‘webdesigners’ com

a concorrência e, do outro, as empresas procurando design-

cursos de Dreamweaver, Flash e ASP, procurando por um

ers de interface, programadores actionscript, planejadores,

estágio ou uma oportunidade ‘pelamordedeus’ em marketing/

atendimentos, redatores especializados, gerentes de projeto,

internet/comunicação. Você procura atendimento, vem ‘web-

sem encontrar.

designer’, você procura planejamento vem ‘webdesigner’, você

Capicce? Alô você que está entrando no mercado agora,

procura gerente de projetos vem ‘webdesigner’, você procura

ou que está no mercado e não consegue entrar. Está na hora

um diretor de arte vem ‘webdesigner’. Alguém aí já sacou?

de se especializar. Entenda que as empresas de internet pre-

Galera, nosso mercado está SATURADO de ‘webdesign-

cisam mais do que ‘webdesigners’, que as equipes são multi-

ers’ e generalistas. Sim, há demanda por essa turma que faz

disciplinares. Descubra qual é sua, aproveite o momento e seja

de tudo, mas a concorrência é ENORME e cada dia vem mais

feliz na sua carreira. Mas ande rápido! A hora de se sofisticar

gente fazer o mesmo. De um lado do mercado, a saturação e

é agora.

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marketing

René de Paula Jr. Diretor de conteúdo do Yahoo Brasil. É profissional de internet desde 1996, passou pelas maiores agências e empresas do país: Wunderman, AlmapBBDO, Agência Click, Banco Real ABN AMRO. É criador da “usina.com”, portal focado no mundo online, e do “radinho de pilha” (www.radinhodepilha.com), comunidade de profissionais da área. rene@usina.com

Design em Revista Revista é bom

Meu pai me conta que na sua infância no interior de São Paulo a Seleções do Reader’s Digest era esperada com ansiedade. Tenho pilhas de Wired que me recuso a jogar fora. E as Fast Company então? E a Business 2.0? Pilhas. Jornal ninguém guarda nem aguarda. Jornal simplesmente vem. Revista não: ela surge, enfim, radiante e perfumada. Não me pergunte por quê. Colorido o jornal é. Fotos também tem. O papel bom, será? O formato? Pense nas revistas que você gosta. Esta aqui, por exemplo. Há algo nela que te agradou uma vez e você encontra de novo, edição após edição: a profundidade dos artigos, o tone and manner ( o tom e a abordagem), o mix de articulistas, os temas, e por aí vai. Se algum desses aspectos mudar, você vai estranhar: “o que aconteceu com esta revista? Ela não é mais a mesma”. Revistas têm uma “cara” e isso não é por acaso. Em algum momento definiram seu perfil editorial, seu formato, seu público, e a cada edição um time profissional junta os elementos todos, cada um vindo de um lado, e costura o quebra-cabeças tão bem que a revista parece um bebê nascido de uma romântica noite de amor. E o parto, sofridíssimo? E a gestação tumultuada? Nem se adivinha. Uma boa revista, assim como um bom site ou um bom produto qualquer, é uma boa experiência, uma experiência intelectual, tátil, visual, olfativa, afetiva etc. A embalagem da vitamina é um horror, coisa que só o Wolverine abre? Ops, experiência ruim. Você teve dúvidas com o DVD, mas o call-center te orientou direitinho? Experiência boa. Você clicou no link e o servidor deu pau? Experiência ruim. Experiência é algo que vai além da guerra perpétua “é-lindo” x “funciona”: experiência vai desde o site até a embalagem, do preço camarada até aquele telefonema simpaticíssimo perguntando se você está feliz com a compra. Experiência engloba cada vez mais coisas. OK, você é um especialista, e só te cabe fazer uma dessas coisas. O que vão fazer depois disso não te compete, certo? Nesta revista, por exemplo, meu papel é mandar um artigo decente, no tamanho adequado, no prazo correto, e ponto. Há outros colaboradores cuja função é ilustrar os artigos, enquanto um outro zela pela diagramação. Se você é um especialista, por que se preocupar com a tal da experiência do usuário? Simples: num projeto complexo ou você é parte da solução ou é do problema. Ponto. A tal

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marketing

“Uma boa revista, assim como um bom site ou um bom produto qualquer, é uma boa experiência, uma experiência intelectual, tátil, visual, olfativa, afetiva”

da experiência final só vai ser consistente e redonda se

Pois é, fomos enganados. Alguém nos convenceu que

cada um dos colaboradores... colaborar. Não cumpriu o

genialidade é improviso, é inspiração, nasce por arroubos

prazo? Não leu o briefing? Mandou fora da especificação?

criativos, que rigor e método é coisa para quem não tem

Desculpe, mas mesmo que você seja o rei da cocada preta,

talento. Balela: Picasso dominava as técnicas clássicas,

que tenha diplomas e prêmios, que seja lindo... você é parte

Beethoven rabiscava as partituras, os acrobatas do Cirque

do problema, e se não se corrigir a solução pode incluir...

de Soleil se esfalfam o dia inteiro para poder dar uma piru-

excluir você.

eta graciosa.

Fui direto demais? Fui pouco romântico? Então tá. Falemos de arte, então. Van Gogh, que tal? Todos nós gostamos de Van Gogh. Atormentado, ins-

Anos atrás me pediram para não cobrar de criativos que cumprissem prazos, que respeitassem cronogramas, que lessem todos os emails.

pirado, impulsivo. Bem, era o que eu pensava até ontem:

Criação é jardim-de-infância?, eu retruquei. Se eu

numa matéria da Lúcia Guimarães descobri que o Van Gogh

fosse um de seus criativos, ia me sentir tratado como um

era, antes de mais nada, um desenhista extraordinário. Lin-

bocó (Jardim-de-infância, aliás, é um dos primeiros casos

dos, os desenhos. Ele desenhava em detalhe, inclusive, os

notórios de Experience Design: dê uma olhada no sempre

quadros que planejava pintar. Planejava meticulosamente.

excelente Boxes and Arrows (www.boxesandarrows.com).

Por essa você não esperava, não? Você não imaginava

Voltando aos acrobatas: circo só é mágico porque não

que esse artista genial planejasse e concebesse de antemão, rascunhasse, refizesse.

há mágica, há suor e compromisso. E não me venha com truques. ;)

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bula da Catunda

Marcela Catunda Trabalhou na TV Globo, TV Bandeirantes, TV Gazeta, Manchete e SBT. Foi redatora da DM9DDB e Supervisora de Criação de Mídia Interativa da Publicis Salles Norton. É sócia do site Banheiro Feminino, está no Orkut e trabalha como autônoma. marcelacatunda@terra.com.br

A é? Então tá. A vida como ela é, mas não precisava ser

- Pelo amor de Deus, por que tá tudo tão parado? A vida congelou? Tão subindo os créditos? Abre a janela aí? Vê se tem alguém se mexendo. Olha aí nesse mapa, algum trânsito de Mercúrio com Netuno? Alguma quadratura... Enquanto enlouqueço minha astróloga, lavo umas verduras. Nada mais relaxante do que lavar uma alface, um pé de espinafre, cortar uma couve. Sei lá. Enobrece. É impressionante como tem épocas que as coisas não acontecem naquele aspecto profissional, ou, até acontecem. Mas estou Hollywood demais para aceitá-las. Pô, mas será que é pecado querer mais? E Papai Noel, será que existe? Mais um ano chegando ao seu derradeiro fim e cá estou eu vivendo aquela coisa retrospectiva. Comecei pelos melhores momentos, claro. Sou uma pessoa que me disfarço bem de otimista. Pesando isso e aquilo, rompo 2005 menos nobre, mas no balanço geral, mais madura. É aquela coisa de tudo na vida ter os dois lados... Nesse ano que se encerra eu me virei, me desvirei, cambalhotei, batalhei, ganhei e sambei, sambei, sambei. Momento camarins! Freelei em boas agências, para grandes produtoras, para as pequenas, médias e canalhas também. Até que nem levei tanto calote nesse ano. Pela primeira vez na minha vida de freelar eu disse mais “nãos” do que “tá! Eu faço” e isso teve resultados. Trabalhei menos pra quem não confiava e mais para os ponta firme. Apostei menos? Talvez sim, ou pensando bem, talvez pela primeira vez eu tenha verdadeiramente apostado em mim. A poupança vai mal, obrigada. Mas 2006 tá chegando e enquanto existir calendário existirá esperança e umas faturas das Lojas Americanas pra eu pagar. - Então, o projeto é aquela coisa lei de incentivo. Se sair eu te pago. - Não, obrigada. - A coisa toda é sua cara, mas agora só vou investir em produção. Você faz o roteiro e quando tiver patrocínio, eu te repasso a verba. - Repassa a verba? De repente me senti fazendo algo ilegal. Cruzes. - Você entra no risco e a gente divide o lucro. O que acha? - Hum. Acho ruim.

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- Preciso daquele texto só seu. Você faz e depois a gente deposita na sua conta.

caminho do final de América? Não.

- Ahãm. E dá pra você pedir os dados para depósito

Romperei o ano novo com os votos de sempre. Dese-

ou assim como eu vocês já pressentiram que vão me dar

jando para todos o mesmo que desejo pra mim. Um montão

calote?

de coisas boas. Um ano prazeroso, muito trabalho, cria-

- Você faz, a gente mostra pro diretor e se ele gostar a gente compra. - Pô, como vocês são legais. Vão mostrar pro dire-

tividade pra dar e principalmente vender, reconhecimento, saúde, sucesso, amor, alegrias, experiências, felicidades e tudo mais e mais e mais.

tor? Puxa. Vocês têm alguma sala aqui em que eu possa

Que 2006 seja mais que mais um ano. Que ele seja

chorar um pouco. É que fiquei tão emocionada com essa

“duca”. Que ele faça a diferença. Que ele me projete (mas

proposta.

se for pra muito longe, sem que eu bata a cabeça), que ele

Não faço. Não faço. Não faço. E não fiz.

me ensine, que ele me proporcione idas e vindas a Amazon,

Tô pensando em ter um agente. Deve ser legal ter um. Os

e que me traga, leve e deixe cada vez mais perto dos que

atletas têm, atores, artistas plásticos também. Esse povo todo tem agente e começam com a letra A. Eu também quero. Então penso no que pedir pro Bom Velhinho. Uma TV

amo e admiro. Um grande, imenso e gigantesco 2006 para todos vocês.

nova? A minha tá um lixo, tá tão escura que, quando a cena

E não é que o Bial diz algo como: não sei o que, não

é noturna, é preciso reconhecer os atores pela voz. Será

sei o que lá pra você, porque o resto a gente corre atrás?

que peço as parcelas quitadas por um ano do meu plano de

Então. Se embora correr.

saúde? Ou uma viagem internacional? Nacional? De bote.

E leia na minha camiseta: A é? Então tá.

A nado? Tirando baldinho de água da balsa como a Sol a

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bula da Catunda

“ Freelei em boas agências, para grandes produtoras, para as pequenas, médias e canalhas também. Até que nem levei tanto calote nesse ano.. ”


webdesign

Luli Radfahrer PhD em Comunicação Digital, já dirigiu a divisão de internet de algumas das maiores agências de propaganda e de alguns dos maiores portais do Brasil. Hoje, é ProfessorDoutor da ECA-USP, Diretor Associado do Museu de Arte Contemporânea e consultor independente. Autor do livro ‘design/web/design:2’, administra uma comunidade de difusão do conhecimento digital pelo País. webdesign@luli.com.br

Respeito não faz bem a ninguém Muita gente fala em talento específico para direção de arte e design, seja ela em qualquer mídia (embora em breve todas as mídias sejam vídeo, mas isso é outra história). Por mais que alguns espertos queiram defender uma reserva de mercado, ninguém nasce sabendo e já é senso comum que até o mais talentoso designer precisa de educação e reciclagem para não se atolar no mercado. O que poucos param para pensar é que pode-se martelar por aí a falta de acesso às boas escolas ou mesmo a exclusão digital, mas o fato é que as boas escolas não costumam ensinar muito mais que um bom livro ou conversa. Às vezes, menos até. Principalmente quando o assunto é o processo criativo. O fato real é que o profissional de criação de produtos de comunicação (de anúncios a websites) tende a ser muito preguiçoso, ególatra e reciclante. Poucos procuram desenvolver sua capacidade de percepção visual, ou mesmo seu texto – e para fazer isso só se é preciso ver e ler, mas ver e ler as coisas certas. Não é se visitando website que se aprende a fazer webdesign, muito pelo contrário – isso tende a restringir o horizonte criativo, pois a maioria das soluções é muito, muito parecida. A mesma coisa pode ser dita sobre texto: quanto mais se pratica a leitura, mais rápido se lê e melhor se escreve. Em países de melhor educação e mercado mais desenvolvido (que é muito mais fácil de chamar de “primeiro mundo”, que buscar as verdadeiras razões para seu sucesso), designers são críticos de arte ou curadores de exposições, redatores escrevem romances nas horas vagas. Pois ao contrário de matemática, física ou filosofia, que precisam de altas doses de raciocínio abstrato, ou de áreas técnicas que demandam equipamento caro e especializado, os objetos de estudo para o processo criativo estão verdadeiramente ao alcance de qualquer um. Aliás, a maior queixa que se faz em nosso país é que esses espaços são, geralmente, muito pouco freqüentados. Me refiro a museus e bibliotecas – quantas vezes você já foi a algum deles neste mês? Bimestre? Semestre? Ano? Biênio? Qüinqüênio? Vida? Por que a maioria das pessoas só os visita quando viaja, se é que os visita? Muita gente reclama da baixa ocupação dos museus, mas parte da culpa é de seus organizadores. É certo que obras de arte devam ser admiradas, mas há um exagero na forma com que se tratam artistas e correntes. Em muitas exposições, é mais complicado entender o texto de apresentação que as obras mostradas. Alguém enfiou na cabeça deles que ser intelectual significa escrever difícil, e muitos fazem questão de apresentar as peças em códigos herméticos, com textos incompreensíveis. Isso, para mim, só dificulta o acesso. Assim, os que se dedicam a estudar arte clássica passam a pertencer a uma espécie 64


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“É melhor não gostar de Rembrandt que não saber nada dele"

de ordem secreta – os Eruditos – e colocam barreiras sobre

cruzar a porta de algum santuário – talvez até peregrinar para

barreiras para dificultar o caminho de quem queira admirá-las

ele – e se ajoelhar perante a divindade. É uma pena.

sem compromisso. As artes “populares”, por sua vez, fazem

Por isso, se você pretende fazer bom design, sugiro uma

exatamente o contrário. O resultado é para lá de previsível:

mudança de atitude que pode ser bem diferente do que ensina-

mesmo nas lanchonetes das melhores universidades e escolas

ram na escola. Você deve concordar comigo que nenhum dos

de arte, discute-se Quentin Tarantino vs. Pedro Almodóvar,

grandes artistas (nem mesmo Pablo Picasso) é um semideus.

Walt Disney vs. Cartoon Network, mas nunca Renoir vs. Cé-

Se é assim, deixe de ver a obra deles como intervenção divina

zanne – quem os faz é “culto” (ou pedante mesmo). Juro que

e a veja como quem examina se um tomate está bom: olhe por

adoraria ver escrito na parede de entrada de uma exposição:

todos os lados, tire suas conclusões e faça a sua própria inter-

“Van Gogh é brilhante e deprê. Antes ele que você. O resto é

pretação. É melhor não gostar de Rembrandt que não saber

por sua conta.”

nada dele, e o mesmo vale para texto. É melhor ler uma versão

As pessoas parecem ter vergonha de expressar sua ignorância, ou de tentar acabar com ela. É mais chique ter

simplificada de Hamlet que procurar o original só para saber – pedantemente – citar o “ser ou não ser” em inglês.

preconceito com relação a um tipo de manifestação (cinema

Por falar em inglês, faça como os britânicos e americanos

iraniano, por exemplo) que confessar sua ignorância sobre o

fazem e torne a visita a um museu um programa divertido,

tema. O mesmo acontece com a música, clássica ou até gêne-

como quem vai conhecer uma nova cidade, não como quem

ros mais modernos, como Jazz. Por mais que tenham nome,

toma vitaminas para aumentar a “cultura”. Uma vez lá den-

Thelonious Monk ou Miles Davis são “só” música, consumi-los

tro, se uma sala chamar a sua atenção, tente pensar no que

dá o mesmo trabalho que Brahms, Beethoven, Beatles, Back-

passou pela cabeça do curador ao organizá-la. Qual foi seu

street Boys ou Britney Spears.

critério, por que as obras estão dispostas dessa maneira e as-

No século passado, alguns movimentos mostraram que

sim por diante. Em vez de fotografar os quadros (você sempre

“arte” é uma forma diferente de se olhar para um objeto.

poderá comprar um postal muito melhor, sem contar que não

Para eles, qualquer coisa poderia virar arte, qualquer coisa

vai tomar uma bronca do segurança), experimente examiná-

MESMO, até um bidê ou uma foto de jornal. Seu alvo predi-

los como se fossem fotografias – repare no enquadramento e,

leto? A Mona Lisa, tão falada em tempos de Código Da Vinci.

principalmente, na luz. Não na iluminação do museu, mas nas

Marcel Duchamp desenhou um bigode e cavanhaque sobre

cores que o pintor usou para reproduzir luzes e sombras.

uma reprodução dela e escreveu as letras L.H.O.O.Q. embaixo

Um dia, quando você menos esperar, verá na foto que

(em francês, essas letras têm o som de “ela tem um traseiro

está prestes a bater uma cor especial, uma coisa meio Rem-

quente”). Mais tarde, Andy Warhol reproduziu a Gioconda em

brandt.

telas de silk screen, e fez o mesmo com a Santa Ceia. Hoje,

A mágica está feita. E não tem volta.

Warhol e Duchamp são “arte” e, para vê-los, é necessário

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