Agradecimentos à Prefeitura Municipal de Teófilo Otoni, Fany Moreira, Arysburi B. Eleutério e Associação Cultural dos Ex-Ferroviários BAHIAMINAS.
MUCURY CULTURAL Rua Jalile Naaman, 80 / 302 - Bairro Jardim Iracema Teófilo Otoni - MG · CEP 39.801-118 Tel.: 33-3522-4097 / 33-8886-4097 / 31-9664-8181 E-mail: mucurycultural@gmail.com http://www.mucury.blogspot.com
EXPEDIENTE
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DIRETOR GERAL Bruno Dias Bento
EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVEL
O RETORNO DOS MORIBUNDOS - PEQUENO ENSAIO SOBRE OS ESFORÇOS DE “REVIVESCÊNCIA” DE PRÁTICAS CULTURAIS: A “CONTAÇÃO” DE HISTÓRIAS Alexandre Guilherme de Araújo Compart Graduado em Ciências Sociais, Mestre em Sociologia na UFMG
Clarice Palles 013349/MG
PROJETO GRÁFICO
Centro de Estudos e Desenvolvimento em Projetos de Design Escola de Design - UEMG
Daniella Salles Marcelo Torres Viviane Silva
EDITORIAL
FERAS O QUE É MEU PALPÁVEL O INFILTRADO O QUE VAI POR DENTRO RAPIDINHO MATEMÁTICA DO DESEJO
INTOCÁVEL SORRISO NERVOSO TEMPO RUIM NO RIO ENCADEAMENTO CORAÇÃO CALO SOBRE A INSPIRAÇÃO....
Luciane Goldstein Psicóloga e Escritora “amadora”. http://66.228.120.252/autor.php?id=6305
Bruno Dias Bento
ENTREVISTA - BANDA MOTOR V8 REFLEXÕES SOBRE A PHILADELPHIA OTONIANA
Revista Mucury (Bruno Dias Bento)
Bruno Dias Bento Graduado em Ciências Sociais pela UFMG e pesquisador
CONSUMO, DESIGUALDADE E (NÃO-)ECOLOGIA COTIDIANA
A SABEDORIA HUMANA
Arnaldo Lôpo Mont’Alvão Neto
Humberto Gomes Pereira Bacharel-licenciado em Filosofia pela PUC-MG, Pós-Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Ouro Preto, Professor no Ensino Médio e Superior em Teófilo Otoni
Graduado em Ciências Sociais, Mestre e Doutorando em Sociologia pela UFMG.
ASTRONOMIA - TELESCÓPIOS Cristiano da Conceição Carvalho
ESTILO João Evangelista Rodrigues Jornalista, Escritor e Compositor http://vialaxia.blogspot.com/
A VOLTA DA BAHIAMINAS
Astrônomo amador há 23 anos e bolsista do Parque da Ciência de Teófilo Otoni-UFVJM
FOTOS Igor Sorel e Luiz Roberto Andrade Santos Colaboração para identificação dos registros fotográficos
Bruno Dias Bento Graduado em Ciências Sociais pela UFMG e pesquisador.
2a MOSTRA MUCURY DE ARTE E CULTURA Revista Mucury (Bruno Dias Bento)
EDITORIAL
Bruno Dias Bento
São sete mil léguas imendada de camim prêsse mundão largo Corban, de Elomar Figueira de Melo, nas Cartas Catingueiras
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Olá caro leitor e leitora (em tempos de políticas afirmativas e outras lutas temos de nos lembrar de todos), nos versos de Corban, Elomar canta o apocalipse baseado no texto de João, o último livro da Bíblia... e o que temos aí? Toquei-me deste verso ao ouví-lo pela centésima décima quinta vez e ao lembrar-me da milionésima vez que esperei numa rodoviária, o ônibus, o passageiro, o dia raiar. E aí? Pois bem, estamos em nosso sétimo número, número 7 de sorte para uns, é cabalístico, bíblico e número mesmo! Estamos em nosso ano 03 e este número 7 significa diversas coisas, e boas coisas! Acho. Nossa Mucury vai indo para outros vales, mares, informares diversos e consegue chegar em cantos de nosso próprio Vale (do Mucuri) antes difíceis de acessar. Vamos inda mais para outros ares: as nuvens! Devagar chegamos às mãos, ou melhor, aos olhos, de mais mucuryanos. Como sempre em nossa antropofagia,
esta Mucury está recheada de ações afirmativas, astronomia, antropologia, humor, filosofia... Apostando no formato online – agora em tempos de crossmedia, coisas ecologicamente corretas, socialmente responsáveis e outros conceitos estrangeiros ou não –, e no conteúdo diverso de sempre, o qual já é nossa identidade, eis agora nossa Mucury 7, não das sete cabeças apocalípticas, ou das sete colinas de Roma, mas da revista que fazemos com grande ajuda dos que acreditam neste chão e, assim, “não fazemos feio” frente a outras iniciativas na capital ou na corte! Temos desta feita umas novidades excelentíssimas: 1 Esta Mucury só foi possível, mais de um ano depois do último número, graças aos esforços dos que já padecem deste mal mucuryano, e dos novos integrantes desta empresa, ao professor Frederico Motta e sua equipe Daniella, Marcelo e Viviane do Centro Design da Escola de Design da UEMG, a Universidade do Estado de Minas Gerais. Aproveitamos para agradecer a prontidão em colaborar nesta parceria do Roberto Werneck, diretor da Escola de Design e da Giselle Safar, Coordenadora Centro de Extensão. 2 Estamos também com uma turma lá das Faculdades Promove, do curso de Comunicação
com Habilitação em Publicidade e Propaganda, são eles a Virginia Bulhões, Lidiane Souza, Athammy Caroline, Alex Diniz sob a orientação da professora Marta Fenelon, será obra deles o Planejamento de Comunicação da Associação Histórico Cultural Mucury, qual inclui esta revista que por ora, anda sem papel. 3 Temos mais: nossa radioweb: a Mucury Cultural, o twitter, etc. Confira os endereços no expediente e visite-nos. Desejando que não se engasguem com esta refeição antropofágica às inteligências! E já que por aqui não dá pequi, comam muito andu e muita fibra para ajudar no trânsito intestinal! Fiquem com a Mucury e até a próxima, que oxalá esteja próxima.
“Treme a terra pela última veiz ais lamentos é vindo o Rei dos Reis sol nun seca meu pranto qui é preu refrescá meus péis” Bruno Dias Bento
SUMÁRIO
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REFLEXÕES SOBRE A PHILADELPHIA OTONIANA
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A SABEDORIA HUMANA
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Bruno Dias Bento
Humberto Gomes Pereira
ESTILO João Evangelista Rodrigues
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A VOLTA DA BAHIAMINAS
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O RETORNO DOS MORIBUNDOS
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Bruno Dias Bento
Alexandre Guilherme de Araújo Compart
FERAS Luciane Goldstein
ENTREVISTA - BANDA MOTOR V8 Bruno Dias Bento
CONSUMO, DESIGUALDADE E (NÃO-)ECOLOGIA COTIDIANA Arnaldo Lôpo Mont’Alvão Neto
ASTRONOMIA - TELESCÓPIOS Cristiano da Conceição Carvalho
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FOTOS
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2a MOSTRA MUCURY DE ARTE E CULTURA
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* legendas aprofundadas ao fim da revista
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Revista Mucury
REFLEXÕES SOBRE A PHILADELPHIA OTONIANA
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Pois bem, comecemos pela pior parte: o fracasso. O fracasso é plano de fundo dos empreendimentos nesta região: A Companhia de Commercio e Navegação do Mucury, CCNM foi encampada pelo governo assim como a Estrada de Ferro Bahia e Minas, EFBM, logo estas duas companhias repetiram um mesmo fim. Surgiram como um projeto não somente de desenvolvimento ou progresso, mas como redentores da realidade, da ocupação e ou estagnação daqueles Vales. Podemos notar uma relação entre os fracassos destas Cia’s: a falta de recursos e planejamento congênitos ao Estado brasileiro, deixando empreitadas de tamanho vulto à mercê de particulares, sendo estes bem ou mal intencionados. E a contradição inerente a este descuido? Se o capitalismo em sua forma original brada pela igualdade de oportunidades e a livre concorrência, este discurso é rapidamente revogado, se em algum lugar realmente foi efetivo. Quando o Estado delega a outrem suas atribuições, neste caso específico a infra-estrutura de transportes e comunicações, este outro necessita das garantias que o próprio Estado necessitaria para fazer tão grandes investimentos. Daí o Estado incontáveis vezes, pois é um todo composto por infinitos interesses, não cumpre com os privilégios acordados na medida em que
Bruno Dias Bento
o Capital necessita de mais espaço sempre, o monopólio fica profundamente abalado, logo, vem a bancarrota, e novamente, e quantas vezes outras as coisas se repetirem têm a tendência dos resultados da mesma maneira repetiremse. Portanto, a Modernidade que engendrara tais empreendimentos os mina, por sua contradição e continuidade de sempre ser mais moderno. Continuemos. No ano de 2009 passamos por uma conjuntura, uma vez que temos diversos investimentos dos governos Estadual e Federal, principalmente em infra-estrutura, coisa bastante parecida aos antigos projetos os quais deram origem à nossa civilização mucuryana. A proposta mais badalada por todos os níveis governamentais e por boa parte da população foi a implantação da Zona de Processamento de Exportação de Teófilo Otoni, a ZPE-TO. E o que tem isto a ver com a reflexão anterior? Bem, alguns gostariam de respondê-la com Nietzsche, filósofo alemão que entre outras coisas definiu o “Mito do Eterno Retorno”, como sendo o resultado do fim das combinações históricas, as repetições tais quais a derrota de Napoleão Bonaparte anunciar a derrota de Hitler na mesma Rússia com seu general Inverno. Outro filósofo alemão, Hegel analisa o dentro do processo histórico: se acontece pela 1 Do Fr. Fétiche. S.M.:objeto animado ou inanimado, natural ou feito pelo Homem, ao qual se atribui poder sobrenatural ou mágico e ao qual se presta culto.
DICIONÁRIO. http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx. Acesso em 06/06/2006, 13:36.
não sejamos antifetichistas e que vendendo nosso peixe deixemos os outros venderem limões, como nos aconselha Gil, lembrando do caso da Santa chutada há alguns anos. “A crença não é um estado mental, mas um efeito das 2 relações entre os povos [...] (LATOUR: 2002, 15)”. Com toda a tecnologia e aparato científico das diversas áreas do conhecimento, podemos nutrirmo-nos de todo o conhecimento adquirido e produzido sobre o Mucuri, por exemplo, e valendonos de pesquisas, levantamentos, mapeamentos e diagnósticos (que por ora não são poucos), construirmos o caminho qual desejamos, ou lembrando de Gramsci, ao menos o possível. Todavia não podemos fugir de nossos arquétipos, de nossos mitos de origem, de nossos heróis e de tudo aquilo que nos faz o que somos hoje: suor e sangue dos povos quais descendemos, o índio, o negro e o branco, o asiático, no nosso caso não só o europeu, mas os brasileiros de uma maneira geral que destruíram um mundo e construíram o que somos agora, isso sendo bom ou ruim. Portanto, temos a oportunidade única na nossa breve história mucuryana, a oportunidade de junto da virtú e da fortuna maquiavelianas, chegarmos à Philadelphia.
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LATOUR, Bruno. Reflexão sobre o culto moderno dos deuses fe(i)tiches. Bauru: Edusc, 2002.
13 Reflexão sobre a Philadelphia Otoniana
primeira vez é comédia; a segunda é tragédia. Ah, mas esses são os conceitos gregos e não o que comumente chamamos de comédia ou tragédia, apesar de que lá no fundo assemelham-se, sempre rimos ou choramos com a história. Calma, este pensamento que chega agora na reta final não é de maneira alguma nem determinista nem pessimista, longe disso. É bom sempre pensarmos sobre o processo histórico, pois é assim que devemos pensar a História vista como ciência. E aqui não somente é esta a ciência presente, pois que analisando os aspectos sociológicos e antropológicos desta região que é meio objeto de pesquisa, estamos num ponto sem precedentes para o que foi chamado acima de civilização mucuryana, estamos pela primeira vez com todo o subsídio necessário para uma boa atuação neste cenário (desculpem-me os atores e diretores de teatro pelo trocadilho). Outro filósofo, este migrou para a antropologia, Latour em um dos seus livros trata da crença, esta condição sine qua non para a ciência, assim como a religião e toda nossa realidade passem a nos dominar como fetiches.1 Tratando dos Fe(i)tichistas, que somos todos nós, devemos tomar bastante cuidado para não fazer do desenvolvimento nosso grande bezerro de ouro, e a ZPE tornar-se outro deus capaz de criar-nos, recriar-nos ou incinerar-nos. Mas que também
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Revista Mucury
A SABEDORIA HUMANA
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A intenção do presente texto centra-se na tentativa de analisar a temática que envolve o debate da ética e sabedoria humana no pensamento socrático. Sabemos que Sócrates é um verdadeiro divisor de águas para o conhecimento ocidental e sua reflexão ética estende da cultura clássica, passando por vários períodos históricos, e em nossos dias vem sendo retomada pela originalidade e influência que esta análise representa para o comportamento humano. Em nosso dia-a-dia, de acordo com Cotrim (2002), nos encontramos freqüentemente diante de situações nas quais a nossa decisão depende daquilo que consideramos bom, justo ou moralmente correto. Toda vez que isso ocorre estamos diante de uma decisão que envolve um julgamento moral da realidade, a partir do qual vamos nos orientar. Devemos resgatar do pensamento clássico a ideia de que a característica específica do homem em comparação com os outros animais é que somente ele tem o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto e de outras qualidades morais. De acordo com o pensamento socrático, o homem deve caminhar em direção à sabedoria divina, reconhecendo nela a possibilidade de caminhar rumo ao conhecimento perfeito de valores morais objetivos. O pensador destaca e reafirma que este aperfeiçoamento pessoal conduz
Humberto Gomes Pereira
o homem à felicidade suprema. Porém, este estágio não é conquistado sem esforço, na verdade nossos sentimentos, nossas condutas, nossas ações e nossos comportamentos são modelados pelas condições em que vivemos. Segundo Chauí (2007), somos formados pelos costumes de nossa sociedade, que nos educa para respeitarmos e reproduzirmos os valores propostos por ela como bons e, portanto, como obrigações e deveres. Assim, somos recompensados quando seguimos e punidos quando os transgredimos. A vinculação entre sabedoria humana e ética consiste na afirmação de que o pensamento socrático é profundamente ético e marcado pela reflexão do ser humano num contexto conflituoso em que a decisão não pode ser negada. O mais importante no seu pensamento, e que é afirmado por Bittar (2008), é que o ensinamento ético de Sócrates reside no conhecimento e na felicidade. Ética significa conhecimento e o conhecer-te a ti mesmo é um mandamento que se inscreve como necessário para a construção de uma ética sólida. Para finalizar essa breve exposição, convém destacar que a busca da felicidade e de uma vida ética pouco tem a ver com a posse de bens materiais ou com o conforto e a boa situação tão perseguida em nossos dias, tudo isso pode ser encontrado no cultivo da sabedoria humana.
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Revista Mucury
ESTILO
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«A única maneira de defender a língua é atacá-la» Marcel Proust inscrevo-me no tempo necessário na crista do galo canto de cristal se dissolve não sou escravo de aluguel peixe de aquário bacharel de queixas guardião de bestas sou operário do verso não sou otário não sou escravo da língua matriarca monarca arquiteto do universo não tenho pressa na morte me completo aqui a contrapelo da pedra me confesso arremesso palavras mal iluminadas contra o selo de qualidade dos textos literários contra o mofo das bibliotecas privadas das jóias poéticas hipotecadas no cartório público escrevo contra o lirismo fácil preso no peito tatuado nos armários de família
João Evangelista Rodrigues
contra o reumatismo dos dicionários de rimas de rusgas de rixas contra o hermetismo compacto das lagartixas em concílio contra estética da ordem da honra do mérito do bêbado equilíbrio das formas no espaço aéreo escrevo a favor dos parias dos piratas inconfessos da pirotecnia dos sonhos da clássica desarmonia dos gestos dos dilúvios de desejos dos verbetes marginais da veredas desiguais escrevo nos muros nas marés no jornal mural no pé da escadaria das igrejas nos suplementos de todas as receitas sei que o mar não está pra peixe que o tempo nada promete que tudo que se disser é fora de propósito motivo de escárnio
não merece crédito da crítica do ministério único que todo manifesto é objeto póstumo inoportuno e insólito insisto mesmo assim no dito invisto contra as palavras vanguarda engajado maldito
escrevo contra a palavra em minha pele contra a palavra que não fere contra a palavra eterna bela forma de granito.
Estilo
por nada deste mundo apago pago o preço de mercado pela vida e pela bolsa pelo que fiz de toda a minha escrita pelo que fiz e aqui repito
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A VOLTA DA BAHIAMINAS
Revista Mucury
EFBM
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O Menino O Trem O Rio O Ofegante Curiotizar O Movimento Preciso O Pacato Passar... marcarão,
um no outro: O Mover A Curiosidade O Certo O Vazio E tudo se vai...
“No ano de 1966 o Governo Militar decretou a desativação da estrada de ferro Bahia-Minas que ligava Minas Gerais ao mar. Desde esse momento, várias cidades que viviam em função dessa ferrovia e que nela tinham o seu único meio de comunicação, ficaram no abandono, no esquecimento, quase em ruína... 3 (NASCIMENTO: 2002, 11)”.
Há uma espécie de profecia latente por parte de uns e manifesta de outros acerca da possível volta da BAHIA-MINAS como reparação do mal provocado por sua extinção. Está contida no imaginário popular e na música “Estrada de Ferro BAHIA-MINAS” de José Emílio e Eros Januzzi, que em sua letra, além de cantar esta reparação, canta o apelo ao retorno desta estrada de ferro para a volta da paz, tranquilidade e riqueza sequestradas, sem as quais foram deixadas à comunidade dos trilhos ribeirinha, a melancolia e
decadência, e ainda profetiza o retorno triunfante da EFBM. Não somente esta música, mas o “ÚLTIMO TREM” trilha composta e gravada entre os anos de 1976 e 1980 para as apresentações de estréia do Grupo Corpo, de Belo Horizonte, que: “conta a história da estrada de ferro Bahia-Minas, que teve seu fim decretado pelos governantes da época. Estreando em 1980, o balé dança o drama dos habitantes da região que se tornou mais pobre sem o seu meio de transporte”.
Antes de prosseguirmos por esta senda, nos remetamos a uma possível caracterização para esta volta da BAHIA-MINAS, o Sebastianismo. Dom Sebastião desaparecera em meio à batalha de Alcacer-Kibir para a retomada da península ibérica em 1578, logo após, há o que conhecemos como União Ibérica, momento pelo qual Portugal, por causa da sucessão do trono, passa por oitenta anos ao domínio Espanhol. E o grande Império Português dá sinais claros de decadência. O inusitado neste Mucuri é que a vitória sobre a decadência não será de um príncipe, um salvador, um herói, virá por meio da Estrada de Ferro. É possível entender essa variação de sebastianismo se considerarmos o processo no qual o produto torna-se mercadoria que por sua vez metamorfosea-se em fetiche e daí à
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das crianças e dos Vales que cortava. O derradeiro trem deixa o rastro de tristeza e desapontamento, seu fim significa a parada final de tantas vidas quantas eram as dormentes, e ficam esperando, como as que sobraram, por seu retorno. Milton Nascimento e Fernando Brant conseguem surpreendentemente decodificar a cultura popular, é este o poder da arte, da música, pois os sentimentos humanos são sempre os mesmos: na Oração, a confiança na Providência que é Justa, e o descontentamento com a vida presente. O trem, o trabalho, os amores, filhos e pão vão-se com o último horal, acabam-se os meninos que faziam caretas para o monstro contido pelos trilhos, por outro a fera mansa e serena a carregar como filhotes os passageiros, para cima e para baixo, o 7 que se lhe solicita. Na verdade o que é o trem? O que é um trem? Uma máquina a vapor, diesel ou elétrica, que leva uma composição de carga, gente e aço? Ou seria na realidade uma mercadoria encantada, dotada com o poder de alegrar com seus uivos e roncos, silvos e sons peculiares... Qual a mística que envolve o trem que não o ônibus? Pululam os sonhos infantis, as saudades dos velhos e a frustração de algumas gerações. Para Hardman é uma espécie de dinossauro da modernidade. Perguntemo-nos ainda qual será nossa capacidade de criar, creditar e conceder nosso
27 A Volta da BAHIAMINAS
fantasmagoria, pormenorizado por Hardman. A BAHIA-MINAS como produção humana ganha vida própria, é ainda sequestrada e levada para longe, para a Ilha das Brumas, distante daqueles que têm suas vidas por ela determinada, estes ficam à mercê da cruel realidade que toma conta das vidas antes preenchidas pelos silvos das locomotivas. A força informe (o Sebastianismo) revelada por Câmara Cascudo vai corporificar-se na espera por justiça de um povo malogrado desde sua gênese, injustiçado com a retirada e a extinção de suas Companhias – A de Commercio e Navegação 5 do Mucury e a EFBM. Especificamente na EFBM é personificada toda a esperança de retorno à prosperidade. Não nos esqueçamos da “babel” que era a Philadélphia – descrita por Chagas – e o Mucuri como um todo, formada principalmente de imigrantes europeus, e entre eles, os 6 portugueses de que fala Câmara Cascudo. A convicção com que algumas pessoas esperam o retorno da estrada de ferro é impressionante aos olhos de quem não a conheceu, e o sentimento de perda é repassado geração após geração. Chamamos a atenção do leitor à forma primaz como o sentimento popular é transcrito pela arte, pela música, na sensibilidade dos autores a personificação do trem é certeira: A máquina torna-se entidade responsável pela felicidade de um povo e alegria
Jardineira S/d
Júlio Costa e a Maria-Fumaça
Revista Mucury
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Estação Ferroviária da Bahia e Minas de Teófilo Otoni
Revista Mucury
Anos 20, do século XX
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haver e saber às nossas criações. E do que é feito nosso imaginário. Questões. Esperamos, os habitantes do Mucuri, a volta do muito querido e valorizado, mesmo àqueles que nunca viram o trem cortar o Veneta, as Palmeiras, Pedro Versiane, Valão, Pampam, Sucanga, Queixada, Caravelas, a Bahia e Minas... Esquecimento, abandono, fim e morte. Mas além de todos estes sentimentos, o povo daqui ainda crê que um dia voltará a ser feliz e ouvirá os sons das máquinas de ferro se locomovendo pelas serras e Vales. O retorno da BAHIA-MINAS é muito mais complexo do que parecera num primeiro momento, e como já o foi antes, a força informe qual nos alerta Câmara Cascudo, utilizada no sentido de tirar proveito da esperança do povo. Suponhamos a instalação de outra ferrovia, seus atuais moldes não seriam aqueles que existiam na época de sua desativação, e a complexidade ainda aumenta se prestarmos atenção aos depoimentos dos ex-ferroviários, dispostos em derramar seus suores ainda hoje pela BAHIA-MINAS e pelo resto de suas existências. Retornam também aquelas indagações acerca do poder do que criamos. Como, se não foi dado por nós mesmos, algo produzido pelo próprio homem pode ter tanto poder? Além do processo conhecido por fetichismo da mercadoria, há mais elementos a formar este cenário. A
desatenção governamental quanto às políticas para o desenvolvimento regional do Mucuri, apresentados rapidamente em trabalho anterior, nos dá noção do desleixo de todas as esferas governamentais para com tal região. Até o início do século XXI, há também a canalização de inúmeras frustrações pelas quais toda a população passou em sua relativamente curta existência, pouco mais de cento e cinqüenta anos. Assim, de qualquer maneira, seja qual for o motor do possível retorno, a bendita profecia ou lenda poderá tornar-se real. E então seria o povo satisfeito e o retorno traria novamente a prosperidade? E a que custo? Por quanto tempo? Mas não sejamos tão mesquinhos, ou 8 antifetichistas, como nos diria Bruno Latour: “A virgem não exige, de modo algum, ocupar a posição de coisa a ser vista – ou de ilusão a ser denunciada; o fermento de Pasteur não exige, em momento algum, para que possa realmente existir, o papel de objeto construído – ou de objeto descoberto; o shaligram não exige jamais ser outra coisa além de uma simples pedra. O envoltório ontológico criado pela Virgem salvadora, seu ‘caderno de encargos’, pode-se ousar dizer, obedece a exigências que não recortam, em nenhum momento, os dois pólos da pobre existência e 9 da pobre representação (LATOUR: 2002, 81)”.
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Nome dado pela população do Vale do Mucuri, NE de Minas Gerais à extinta Estrada de Ferro Bahia e Minas. Este texto representa parte do apresentado no capítulo 6 da monografia “As matrizes e a fundação: A Companhia de Commercio e Navegação do Mucury & A Estrada de Ferro Bahia e Minas - Um breve estudo da formação do Vale do Mucuri” de autoria de Bruno Dias Bento, apresentada para obtenção de bacharelado do curso de Ciências Sociais da UFMG.
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BENTO, Bruno Dias. As matrizes e a fundação: A Companhia de Commercio e Navegação do Mucury & A Estrada de Ferro Bahia e Minas - Um breve estudo da formação do Vale do Mucuri. Belo Horizonte: UFMG, 2006. pp 2. NASCIMENTO, Milton. ÚLTIMO TREM. Nascimento, 2004. HARDMAN, Francisco Foot. Trem fantasma a modernidade na selva. São Paulo: Schwarcz Ltda, 1988.
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CASCUDO, Luis da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. 4. ed. rev., aum e ilust. São Paulo: Global Editora, 2005. CHAGAS, Paulo Pinheiro. Teófilo Ottoni ministro do povo. 4 ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1982. Corruptela de Horário, e a maneira como as pessoas chamavam o Trem. LATOUR, Bruno. Reflexão sobre o culto moderno dos deuses fe(i)tiches. Bauru: Edusc, 2002. Nossa Senhora de Medjugorje. O caderno de encargos refere-se às “formas particulares de existência” (LATOUR: 2002, 86).
A Volta da BAHIAMINAS
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Funcionários EFBM na oficina de Ladainha
Revista Mucury
Meados dos anos 40, do século XX
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Pontilhão da Júlio Costa S/d
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O RETORNO DOS MORIBUNDOS
Revista Mucury
PEQUENO ENSAIO SOBRE OS ESFORÇOS DE “REVIVESCÊNCIA” DE PRÁTICAS CULTURAIS: A “CONTAÇÃO” DE HISTÓRIAS
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Desde os primórdios da ‘hominização’ da espécie humana, a narração oral de histórias figura no universo prático/ cultural dos grupamentos humanos. Seja veiculando acontecimentos cotidianos, memórias coletivas ou ensinamentos moralizantes e socializantes, a “contação” de histórias esteve sempre presente. A “contação” de histórias, como a entendemos, seria um conjunto de atos comunicacionais de caráter coletivo, empreendidos dentro de um tempo limitado, a encerrar uma história conclusiva, de ocorrência extraordinária, mesmo que freqüente. Um mecanismo de transmissão cultural privilegiado, socializador e integrador. Na “contação” de histórias se escapa da normalidade cotidiana e mergulha-se no universo da fantasia. Esta transposição se dá por meio das técnicas postas em ação, partes essenciais da “contação”: o lúdico, a teatralidade, a dramaticidade. Estas histórias seriam objetos simbólicos através dos quais seriam veiculados valores, ideias e crenças coletivas. Todos estes elementos também podem ser observados na “contação” contemporânea de histórias, uma vez que o conteúdo vinculado por meio desta prática espelharia ainda as crenças e costumes do social. No entanto, especulamos que o impacto de sua presença nos processos de socialização e construção identitária se veriam diminuídos, considerada a freqüência com que se
dariam (reduzida no momento atual a situações pontuais e efêmeras como em atividades extraordinárias da vida escolar) e o contexto de sua figuração carregado de emoção e afetividade, uma vez que em geral, no passado, teriam por contadores sujeitos muito próximos dos espectadores como mães, avós e babás. Enfrentando a concorrência dos novos meios de comunicação como a televisão, o cinema, a radiofonia, e a indústria a ‘fonovideográfica’ e seus produtos, a “contação” de histórias sobrevive. Mas sendo uma prática cultural espontânea do dia-a-dia, caracterizada pela cotidianidade de sua figuração vinculada à prática organizada e promovida por atores engajados em sua manutenção, também praticada por profissionais ou pretendentes a tal e empreendida em situações palco/ platéia, a “contação” de histórias guardaria ainda, nesta nova “roupagem”, a força de seu conjunto de símbolos e significados? Em todo o mundo, ou em grande parte deste, a “contação” de histórias ressurgiu no final do século XX com bastante intensidade, norteada principalmente pela ideia de preservação cultural. Uma espécie de resistência a uma pré-suposta massificação cultural, dada em razão principalmente da comunicação de massa, engajada na valorização da cultura popular. Os esforços neste sentido teriam tanto um elevado
Alexandre Guilherme de Araújo Compart
histórias apresentaria inúmeras características que a distinguiriam da “contação” tradicional. De modo resumido, destacamos quatro aspectos a protagonizar essa distinção: 1 O modo de transmissão: enquanto na “contação” tradicional de histórias o aprendizado das técnicas e conteúdos se daria por meio da vivência em um universo social, a partir de sua figuração cotidiana. Já na contemporânea haveria um aprendizado formal/ profissionalizante das técnicas envolvidas; 2 As fontes utilizadas pelos “contadores”: no modo tradicional o narrador faria uso, essencialmente, de registros orais, na “contação” contemporânea seriam tomados como fontes registros escritos; 3 A autoridade dos “contadores”: enquanto na “contação” tradicional de histórias figuraria a atribuição de autoridade ao narrador, sendo sua fala tomada como legítima pela audiência; na forma contemporânea o narrador seria percebido como profissional do entretenimento, como um ator, sendo na melhor das hipóteses o conteúdo das histórias tomado como legítimo; 4 O local de origem das histórias: na forma
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valor prático, uma vez empreendidos objetivando o resgate e valorização de um patrimônio cultural, como também um valor heurístico, já que a “contação” de histórias emergiria ressignificada, assumindo novos aspectos. A mola propulsora destes esforços para a ‘revivescência’ de práticas culturais em desuso, ou em vias de se tornarem extintas, residiria em dois principais pontos: a ideia de resgate do elemento cultural insubstituível e a nostalgia pelo passado. Antes do advento dos meios e instrumentos de comunicação acima referidos, a “contação” de histórias constituía uma das únicas atividades lúdicas comunicacionais que transmitia enredos conclusivos, configurando-se um momento central na vida dos sujeitos envolvidos. Momentos de afirmação identitária coletiva, através dos quais os sujeitos tomariam consciência de seu “pertencimento” à sociedade ou grupamento coletivo. Atualmente a contação de histórias se dá nos mais variados locais, como hospitais, escolas, centros culturais, etc; sendo suas “técnicas” “aprendidas” em cursos e o “contador” contemporâneo se municiando de histórias tanto em registros de contos populares quanto em comunicações autorais, ou seja, contos, crônicas, e mesmo em criações próprias. Embora o objeto de trabalho, ou seja, a narração oral de histórias seja semelhante, a “contação” contemporânea de
Revista Mucury 38
tradicional o conteúdo das histórias seria essencialmente local e na “contação” contemporânea, regional ou universal. O empenho em se promover o retorno de práticas culturais nas últimas décadas tem contribuído, a sua maneira, na preservação da cultura popular. Não é nossa intenção questionar a legitimidade dos esforços objetivando a revivescência de práticas culturais, mas, tomando-se a “contação” de histórias como ponto de partida para se refletir a respeito da enorme variedade de esforços atualmente empreendidos, não somente no Brasil, mas em todo o mundo, criar possibilidades críticas para contribuir para um processo de discussão futuro mais aprofundado a cerca das práticas culturais em desuso ou em vias de extinção. O espaço experimental da “contação” contemporânea de histórias nos parece ser o de sua própria limitação, enquanto prática contemporânea de figuração fundamentalmente urbana, mesmo que direcionados seus objetivos para o resgate do passado. Ainda que inspirada e, em muito municiada na tradição, a “contação” contemporânea de histórias não pode ser vista, em nossa opinião, como uma revivescência ou como novo fôlego de algo que perece. Mas deve ser entendida como um novo fenômeno social,
ato renovador e reatualizador, sendo um dos principais elementos a marcar essa distinção o fato de os “contadores” contemporâneos pertencerem a uma cultura essencialmente urbana. A principal conseqüência não pretendida, em nossa opinião também nefasta, desta nova configuração da “contação” de histórias seria a assimilação como natural da não identificação do conteúdo da narrativa oral com o contexto cultural de sua transmissão. Ou seja, como instrumento de valorização da cultural local, a “contação” contemporânea de histórias falharia, uma vez que o conteúdo das narrativas não emergiria, na grande maioria das vezes, do local de transmissão. Somado a isso também destacamos a externalidade da dinâmica de sua gestação, ou seja, o contador contemporâneo de histórias não seria um membro da localidade de transmissão, nem tampouco seu trabalho seria o culminar de um processo de pesquisa e resgate da oralidade local. As histórias, em nossa opinião, não deveriam apenas ser contadas, mas estimulados sua criação e registro, por meio da participação imaginativa do grupamento coletivo. Posto isso, em fechamento a estas superficiais considerações, gostaríamos de lançar à discussão uma última pergunta e esboçar uma resposta a esta: Os esforços de revivescência
meio de divulgação do “universal” sem alma, do enlatado consumido na televisão, no cinema ou nos jornais. A tradição oral e popular deve ser, não resgatada, mas promovida. Não por nostalgia, mas por ser rica, complexa, fecunda e legítima. Não apenas por ter tido um lugar de destaque no passado, mas porque pode falar muito ao presente.
39 O Retorno dos Moribundos
de práticas culturais como os empreendidos objetivando o retorno da “contação” de histórias contribuiriam realmente na valorização e preservação da cultura popular? Em resposta a esta pergunta acreditamos que não caberia uma simples negativa ou afirmativa. Entendida enquanto ação preservacionista relativa à prática de “contação” de histórias, o sucesso deste empreendimento é inegável. Como já referido, atualmente a “contação” de histórias figura nos mais variados locais, chegando a um público a cada dia mais amplo e heterogêneo. Suas técnicas são ensinadas em cursos oferecidos por organizações civis e governamentais em todo o mundo e vêm atualmente despertando a atenção de pesquisadores dos mais variados campos. No entanto, o sucesso na valorização da prática “contação” tem deixado à sombra a “história”, ou melhor, as “histórias”. Em outros termos, o que se pode perceber é a valorização da transmissão (técnica) em prejuízo ou mesmo esquecimento do conteúdo (tradição). As narrativas populares, tanto como o narrador tradicional, vêm desaparecendo, mas ainda é possível encontrá-los, e a partir deste encontro não apenas tomar nota de seus conhecimentos como se registrasse o testamento de um moribundo. É necessário deixar que eles falem. A contação de histórias sem um vínculo estreito com a tradição torna-se apenas mais um
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FERAS
Revista Mucury
O QUE É MEU
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É osso enterrado com patas aflitas pra ninguém ver (e olha que eu mordo) Mas também é favo colhido delicado mel que escorre É duro. É doce. É meu. E não é.
PALPÁVEL Meu amor chega mais do que prosa É verbo solto palavras em carne e osso.
Luciane Goldstein
O INFILTRADO Mudei. Mudei os móveis da sala de lugar. Esperando-te, olho o teto. Uma infiltração (tenho que falar com o vizinho). Do outro lado da sala, esse desenho era diferente, era amorfo. Desse ângulo, eu vejo, como nuvens estáticas, as bolhas da infiltração. Vejo assim: Dois corpos delineados, sendo que um deles mostra o caminho, como num convite. Vamos? O braço estendido aponta para a janela. E eu só olho. Muda. Mudei, calada.
O QUE VAI POR DENTRO
MATEMÁTICA DO DESEJO
Mesmo que ainda frio o rio hoje quero-o dentro de mim auto-aconchego, catando conchinhas
Vou esperar até terça meio dia de presença num quarto de desejos
Hoje senti uma vertigem É porque chego tão depressa que às vezes me assusto e debando no estouro da manada
INTOCÁVEL
e não me pergunto: e aí, como é que está para você? como é viver isso tudo?
A conta de luz que correu por debaixo da porta permanece obscura
SORRISO NERVOSO
tenho andado muito fora de casa.
RAPIDINHO Uma parte minha vai por carta registrada a alma, sedex 10
As unhas roídas viradas pra nós sorriem toscas
Feras
Mas hoje quero-o dentro de mim sem outras referências todas tão externas
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TEMPO RUIM NO RIO
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“Al viento enfurecido no se para con la mano. El agua se mete pro cualquier agujero. El fuego no se apaga soplando con la boca” (retirado de um trecho de uma música do Sargent Garcia)
Aqui chove. Escorrem pela janela e meu peito folhas verdes maduras de saudade. Vento, tempestade borbulham os deuses irados. Da cabeceira tento conter a avalanche com minhas mãos em pensamento Inútil. Inútil. Inútil. Inundada Inútil.
ENCADEAMENTO
(William E. Silva & Luciane Goldstein)
Quero um verso seco um colérico inventado vomitado em bile raivosa qualquer um desde que me faça gritar para sair do apartamento uso um machado a lenhar a porta cada acha eu acho é um pedaço do que me sufoca autópsia da minha alma arterial e venosa Rasgo o teu mais íntimo inspiro o quarto que pulsa na tua ausência e cuspo a chama lá fora Meu corpo tem tua letra marca de gado em alto relevo carne viva Essa noite eu quero um verso teu seco, colérico qualquer um desde que me tire daqui Necessito do meu vício para serenar a minha íris
SOBRE A INSPIRAÇÃO....
Perto do calo que sabe que inútil calar calar o calo de vida coração calo que não cala que bate bate mesmo assim bate coração madeira pesado cansado matéria bruta e alienada que bate mesmo sem querer descompassando quem o abriga
Sei o que sei e o que sei é escrever na sombra a luz não convém nessa inspiração à luz de velas esse raio que chegou nesse lampejo, iluminando tudo vez ou outra também traz o escuro dissipa... nada é sempre muito claro, por certo Um pouco de breu posso agora ousar caneta em riste à espreita tenho a noite inteira.
45 Feras
CORAÇÃO CALO
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ENTREVISTA
Revista Mucury
BANDA MOTOR V8
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Esse mês nossos entrevistados são os integrantes da banda MOTOR V8. Como bons mucurianos, eles têm o gosto apurado, curtem e tocam o bom rock dos anos 1970 e 1980. Esse grupo se juntou há alguns anos e já passou por poucas e boas, como vocês verão ao lerem essa nossa animada conversa. Divirtam-se!
Revista Mucury - Com esse nome podemos lembrar logo de um Maverik 75 ou 76, certo? Como surgiu o nome? MOTOR V8 - A ideia foi exatamente essa, porém, com a intenção de relembrar o rock dessa época. R.M. - E a banda? Como vocês se juntaram? Há quanto tempo? Se não for uma pergunta tão indiscreta assim... (risos) Nos falem da formação do grupo, quem faz o quê. MOTOR V8 - Bem, estamos juntos à aproximadamente 15 anos, não sabemos precisar. Já éramos velhos conhecidos por tocarmos em outras bandas do gênero quando, então, decidimos nos unir com a proposta de fazer covers de bandas que gostávamos. Formamos a banda INCÓGNITA, que teve várias formações e após anos de estrada se desfez. Há três anos o guitarrista Elton Fernandes, que havia ido embora por anos,
retornou para Teófilo Otoni o que motivou a volta da banda, contudo, com outro nome. O baixista Lacy Souza Neto sugeriu MOTOR V8, assim voltamos com novo repertório de covers das grandes bandas de rock nacional e internacional dos anos 70 e 80, bem como músicas de autoria do vocalista/ violão Carlos Alberto Pechir, além de integrarmos o tecladista Fabiano Collen e o baterista Lucas Peruhype Carvalho.
R.M. - Hoje ela tem a mesma formação do início? A musicalidade, estilo ou alguma coisa mudou? MOTOR V8 - Da formação original só Elton, Lacy e Carlos. Já foram integrantes o baterista Juliano Macabro (um dos fundadores), o baterista Antônio Tiago (Kbça) e o baterista Fábio. Apesar das mudanças, a banda continuou com a mesma essência. R.M. - A identidade de vocês como banda existe desde o começo ou foi se definindo com o trabalho? Qual é o repertório da banda? E o que vocês mais gostam de tocar? MOTOR V8 - Desde o início a banda trabalha o mesmo estilo musical e com a mesma pegada, mantendo a mesma identidade de cada um no jeito de tocar. Tudo já bem definido desde
Bruno Dias Bento
o começo, tocando um pouco do que cada integrante gosta dentro do gênero rock dos anos 70, 80 e um pouco dos 90. Bandas como Rolling Stones, Beatles, Raul Seixas, Deep Purple, Neyl Young, Roberto Carlos, Pholhas, Creedance, Nazareth e outros.
MOTOR V8 - Para o rock não vejo boas perspectivas, os estilos musicais que são difundidos em eventos são bem diferentes.
R.M. - Quais são as fontes, os ídolos ou as bandas que ajudaram na formação do Motor V8?
MOTOR V8 - Já possuímos músicas próprias, mas trabalho como um disco ainda não vislumbramos, temos a banda ainda como um hobby que levamos a sério.
R.M. - Contem alguma coisa de inusitada, sui generis, engraçada, ou o que quiserem sobre o V8. MOTOR V8 - Toda viagem que a banda faz para tocar acontece algo que marca. A última aconteceu em uma cidade vizinha, onde após tudo pronto caiu uma chuva torrencial e em consequência ninguém compareceu. Outra foi há anos atrás em Caraí, onde na véspera ocorreu um vendaval que derrubou as torres de energia da cidade que ficou sem luz por dias. R.M. - Como vocês vêem a perspectiva cultural de Teófilo Otoni e do Mucuri?
R.M. - Há algum apoio para a valente teimosia com a música? MOTOR V8 - Nenhum. R.M. - E para as bandas que nesta nova onda vêm surgindo aqui, querem dizer algo a elas? MOTOR V8 - Persistência.
CONTATOS: http://www.myspace.com/motorv8 33-8809-9059
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MOTOR V8 - Led Zeppelin, Black Sabath, AcDc, Alice Coper, Pink Floyd, Creem, Jimi Hendrix e outros tantos.
R.M. - E o futuro da banda? Já pensaram em trabalho autoral, disco, estas coisas?
Carlos
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Fabiano
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Revista Mucury
CONSUMO, DESIGUALDADE E (NÃO-)ECOLOGIA COTIDIANA
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O “espírito” do consumismo moderno nasce da complementaridade de mentalidades que aparentemente mostram-se contraditórias: o sentimentalismo e racionalismo. 1 Valores românticos e analíticos, utilitarismo e sentimentalismo convivem na mesma pessoa no mundo moderno. Essa proposição, que à primeira vista parece tão contraditória e absurda, é extremamente válida nas discussões atuais sobre ciência e consumo. O modo de produção capitalista radicalizou o processo de construção social de necessidades, tornando a insaciabilidade uma das principais características do projeto modernista. Como mostrou Jean-Pierre Dupuy (1980), muitos economistas chegaram à conclusão de que “a tarefa principal do capitalismo era, ou deveria ser doravante, menos a de produzir mercadorias do que a de produzir uma demanda para essas mercadorias (publicidade, marketing, ‘aparelhos ideológicos’ etc)”. Acontece assim uma verdadeira produção dos consumidores dispostos numa tensão constante, numa “guerra cotidiana a que se entregam os homens, a luta derrisória por prestígio e poder” que “alimenta com consumidores ávidos a guerra a que se entregam os capitalistas” (Dupuy, 1980). 2 Já no início dos tempos modernos, havia, de acordo com Thomas, “um conflito
Arnaldo Lôpo Mont’Alvão Neto
crescente entre as novas sensibilidades e os fundamentos materiais da sociedade humana” 3 (1988). O romantismo setecentista impulsionou uma verdadeira revolução do consumo baseada no hedonismo, rebeldia, boemia e reflexão sobre a existência humana. O mesmo romantismo que, de forma bastante ambígua, em muitos momentos confundiu-se com um ufanismo, e em muitos outros foi conivente com o projeto ocidental de desenvolvimento. Paralelamente, a revolução tecnológica traria para o cotidiano a racionalidade e a eficiência da máquina capitalista como caminho para se atingir o desenvolvimento que, segundo o modelo econômico vigente nos últimos anos, seria capaz de dirimir as desigualdades entre as pessoas. Na vida cotidiana, o cerne da problemática ecológica contemporânea não se encontra, ao contrário do que convencionalmente se pensa, nos seus momentos excepcionais e especialmente chocantes ou desastrosos (um escapamento de petróleo, um acidente nuclear etc), mas sim no seu “funcionamento normal e cotidiano, que vem minando de forma crescente as bases materiais da ecosfera” (Pádua, 2000). Ficamos boquiabertos com esses acidentes e, no entanto, continua-se lavando as calçadas com água potável e comprando-se móveis cuja madeira utilizada para fabricação é de 4 procedência mais que duvidosa. Pádua mostra também que a ideologia do
desenvolvimento disseminou a expectativa de que o modelo de alto consumo poderia ser expandido indefinidamente, gerando sociedades afluentes em todas as partes do planeta. No entanto, mostra que só existe esse modelo de alto consumo porque há um outro, o do “consumo mínimo”. Em outras palavras, a sustentação do alto padrão de consumo de uns implica, necessariamente, na subexistência material de muitos. Nesse sentido, o modelo desenvolvimentista não combate, mas sim agrava as desigualdades e preenche o vazio do nãoconsumo com o sentimento de que sempre “falta” alguma coisa. Faltam-nos maior reflexão e conduta prática sobre as contradições que envolvem o nosso modo de vida. Consumismo, desigualdade e não-ecologia andam de mãos dadas e, sem uma mudançasubstancial dos rumos da ação humana sobre a natureza e sobre a relação consigo mesma, o futuro não será muito animador quando o presente já não o é.
2 DUPUY, Jean-Pierre (1980). Introdução à crítica da ecologia política. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, p.17.
Consumo, Desigualdade e (não-)Ecologia Cotidiana
1 Para uma visão aprofundada dessa complementaridade ver CAMPBELL, C. (2001), A ética romântica e o espírito do consumismo moderno. Rio de Janeiro, Rocco.
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3 THOMAS, Keith (1988). O Homem e o Mundo Natural. São Paulo, Companhia das Letras, p. 358. 4 PÁDUA, José Augusto (2000). Produção, consumo e sustentabilidade: o Brasil e o contexto planetário. Cadernos de Debate. Brasil Sustentável e Democrático, n° 6, p. 23.24.
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ASTRONOMIA
Cristiano da Conceição Carvalho
TELESCÓPIOS
Revista Mucury
UM BREVE HISTÓRICO
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Em 1608, na Holanda, o fabricante de óculos Hans Lippershey fez a primeira combinação de lentes em um instrumento, destinada a melhorar a visualização das óperas. Em 1610, o italiano Galileu Galilei ao tomar conhecimento deste invento modificou-o para uso na Astronomia, construindo, assim, o primeiro telescópio refrator. Tratava-se de um tubo com uma lente maior (objetiva) em uma extremidade voltada para o objeto observado e outra lente (ocular) na extremidade seguinte onde se aproximava o olho. Com ele, Galileu conseguiu ver fases de Vênus, crateras na Lua, descobriu 4 luas em torno de Júpiter e outros objetos celestes não visíveis sem o auxilio do telescópio. Em 1616 surgiu a ideia de substituir a lente objetiva por um espelho côncavo: nascia o telescópio refletor. Porém, surgiu também um problema que durou alguns anos para ser resolvido: como observar a imagem formada na frente do espelho sem bloquear a passagem da luz. A solução do problema veio em 1668 com Isaac Newton, que teve a brilhante percepção de colocar um pequeno espelho plano à frente do côncavo, para desviar a imagem para a lateral do telescópio. Dessa forma, a imagem poderia ser observada normalmente, sem que o pequeno espelho atrapalhasse a passagem da luz. A obs-
trução causada pelo espelho plano pode ser comparada a de um palito de fósforo colocado entre nossos olhos (a um palmo de distância) enquanto observamos uma paisagem bem distante. Esse telescópio ficou conhecido como Telescópio Newtoniano. Ao longo dos anos, várias modificações foram incorporadas aos refletores, procurando melhorar ainda mais a qualidade das observações.
TIPOS DE TELESCÓPIOS 1 REFRATORES Usam lentes
2 REFLETORES Usam espelhos
3 CATADIÓPTRICOS Usam lentes e espelhos (não serão explicados nesta matéria) OBS.: Somente são chamados de lunetas os telescópios refratores, não importa o tamanho. O termo “luneta” não significa que seja um telescópio refrator pequeno. Todo refletor é um telescópio.
ALGUMAS DEFINIÇÕES OBJETIVA Lente convexa voltada para o objeto observado. Muitas vezes uma objetiva é formada por mais de uma lente para evitar um colorido indesejável (aberração cromática) na imagem. A objetiva geralmente tem um grau “fraco”.
FOCO É o ponto para o qual os raios de luz são convergidos ao atravessar uma lente convexa ou ao serem refletidos por um espelho côncavo. No foco é formada uma pequena imagem (invertida) do objeto observado.
DISTÂNCIA FOCAL Distância que vai da lente (ou espelho) ao foco.
59 Astronomia - Telescópios
Distância focal da ocular (f oc)
Distância focal da objetiva (f ob)
ESQUEMAS TELESCÓPIOS
Revista Mucury
ocular
ESPELHO PRIMÁRIO Espelho côncavo voltado para o objeto observado. Tem a mesma função da lente objetiva: convergir os raios de luz para um único ponto, o foco. Um detalhe importante é que, ao contrário dos espelhos comuns, este tem a superfície da frente espelhada.
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ESPELHO SECUNDÁRIO Usado somente em refletores, desvia os raios de luz convergidos pelo espelho primário para fora do tubo (idéia de Newton). OCULAR Lente de grau “forte” que serve para aumentar a imagem projetada pela objetiva (em refratores) ou espelho primário (em refletores). A ocular é a lente que fica próxima ao olho do observador.
FOCALIZADOR Tubo deslizante onde se encaixa a ocular. Serve para ajustar a ocular na distância certa do foco.
DIAFRAGMA Serve para regular a quantidade de luz que entra pela objetiva e evitar que raios de luz refletidos dentro do tubo da luneta atrapalhem a imagem final. É utilizado apenas em refratores. QUEBRA-LUZ Sobra de tubo, além da objetiva, para impedir que raios de luz externos e indese-jáveis passem pela objetiva. AUMENTO Quantidade de vezes que o objeto é ampliado (obs.: o aumento é linear, não superfi-cial ou volumétrico). O aumento é determinado pela divisão da distância focal da objetiva (ou espelho) pela distância focal da ocular. Ex.: Um telescópio que tem objetiva com distância focal (f ob) = 600 mm e ocular com distância focal (f oc) = 10 mm, o aumento (A) será de 60 vezes (A= f ob / f oc) > A=600/10 > A= 60. Se com a mesma objetiva, trocarmos apenas a ocular por uma de 5 mm de distância focal, o aumento será de 120 vezes ( A= 600 / 5 ) > A= 120.
objetiva tubo principal foco
focalizador quebra-luz
diafragmas
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focalizador
foco
espelho secundรกrio
espelho primรกrio
tubo principal
Astronomia - Telescรณpios
ocular
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Praça Argolo
Revista Mucury
Anos 10, do século XX
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Rua Direita Segunda metade dos anos 20, do sĂŠculo XX
65 Fotos - Antigas
Inauguração do busto de Epaminondas Esteves Otoni.
Revista Mucury
07 de setembro de 1953
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Catedral Imaculada Conceição Final dos anos 30, do século XX
67 Fotos - Antigas
Planta da Col么nia de Filad茅lfia
Revista Mucury
1853
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Rua das Flores Meados dos anos 30, do sĂŠculo XX
69 Fotos - Antigas
Tipografia do Jornal Semanal A FAMÍLIA
Revista Mucury
Primeira metade do século XX
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Jardim Público – Praça Tiradentes Anos 10, do século XX
71 Fotos - Antigas
Rua Direita
Revista Mucury
Anos 20, do sĂŠculo XX
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Praça Argolo Meados dos anos 10, do século XX
73 Fotos - Antigas
Câmara e Casa de Adolfo Sá
Revista Mucury
Década de 1910 do Século XX
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Praça Tiradentes Período entre as décadas de 20 e 30 do século XX
75 Fotos - Antigas
Enchente de 1954
Revista Mucury
1954
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Câmara e Matriz Primeira década, do século XX
77 Fotos - Antigas
Câmara, e praças Tiradentes e Argolo
Revista Mucury
Década de 1910 do Século XX
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Praça Argolo Década de 1910 do Século XX
79 Fotos - Antigas
Epaminondas Otoni
Revista Mucury
Segunda metade do sĂŠculo XIX
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Filhos do Segundo Casamento de Friedrich Marx Segunda metade da primeira dĂŠcada do sĂŠculo XX
81 Fotos - Pessoas
Coral da Igreja Martin Luther
Revista Mucury
Segunda metade da primeira dĂŠcada do sĂŠculo XX
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Desfile de 7 de Setembro - Praça Tiradentes Anos 50, do sÊculo XX.
83 Fotos - Pessoas
Presidente Juscelino Kubitschek
Revista Mucury
1960
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Cortejo levando as ExĂŠquias de Th. Ottoni 1960
85 Fotos - Traslado
Saída do cortejo da Catedral Imaculada Conceição em Teófilo Otoni rumo ao Mausoléu. 1960
Cerimônia na Catedral Imaculada Conceição em Teófilo Otoni
Revista Mucury
1960
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Fotos - Traslado
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2 MOSTRA MUCURY DE ARTE E CULTURA
Revista Mucury
a
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Depois do êxito da primeira edição, a 2aª Mostra Mucury de Arte e Cultura repetiu a dose! Sucesso! Com outros sabores mucuryanos, claro. Pois bem, os participantes depararam-se com as atrações e as surpresas da noite do último dia 8 de maio, neste evento realizado pela Associação Histórico Cultural Mucury em parceria com o Automóvel Clube de Teófilo Otoni. O vernissage ficou a cargo de Lúcia Dantés e Vilma Leão, artistas plásticas, quais apresentaram o trabalho a quatro mãos intitulado do “Romântico ao Moderno”, com telas representando diversas escolas e tendências das Artes Plásticas. Demonstraram grandemente o potencial artístico deste nosso Mucuri. Suas telas prenderam a atenção dos que participaram, por conseguinte, os adjetivos brotaram aos borbotões do talento e potencial destas artistas de evidente relevância no cenário cultural regional. O pianista Pedro Paulo do Altinujazz Trio deu um show à parte com uma delirante surpresa no piano de calda do Automóvel Clube, foi mais de uma hora jazz da melhor qualidade! Privilegiando os monstros do jazz internacional e nacional. O lançamento da Revista Mucury no 6, já há muito esperado, também foi em grande estilo. Com seu novo formato, programação visual de Lucas Ribeiro, ilustrações do próprio Lucas e de
Bruno Dias Bento
J. J. Ribeiro (Johnny) e editoração de Clarice Palles, aproveitamos para parabenizá-los pelo excelente trabalho! Além do mais, a Revista Mucury tem uma proposta inovadora para os editoriais deste nosso Mucuri. Com textos dos mais variados temas, a revista tem como objetivo trazer à tona discussões e informações de nossa região. Ela já circula em importantes instituições como UFMG, MAM-SP (Museu de Arte Moderna de São Paulo), Fundação Biblioteca Nacional, Casa da Leitura, entre outras. Mais novidades ainda: ela passa a fazer parte das ações do Proler (Programa Nacional de Incentivo à Leitura), programa do Ministério da Cultura. E finalmente, a Mucury 6 obteve agora o ISSN (o registro internacional de publicações)! Com entrevista de Bilora, textos de antropologia, ciência política, astronomia, humor e muito mais! Bilora, que está por todo o Brasil em turnê, é um dos principais nomes da música regional brasileira, um dos melhores violeiros das Minas Gerais e um grande artista do Vale do Mucuri, premiado em festivais em todo o Brasil, como o Festival de Música Brasileira da Rede Globo de Televisão em 2000. Aproveitou a noite para lançar aqui seu mais novo trabalho, o disco “NAS ENTRELINHAS”, com faixas emocionantes como ‘Frutear’ do compositor teófilo-otonense Marcílio Meneses, e divertidas como ‘Calango na Cidade’ de composição do próprio
ps.: desculpem-nos o atraso de mais de um ano e meio desde a última publicação, mas assim anda este mundo nosso! Mas muito obrigado pelo prestígio!
91 2a Mostra Mucury de Arte e Cultura
violeiro. Aí outra grande surpresa, Clarissa foi ao palco e junto de Bilora arrebentou com clássicos da MPB, do regional e de compositores locais! Mais um espetáculo hipnotizando o público atônito da Mostra com a voz maravilhosa desta cantora com incrível talento. Finalmente, Lucas Tolentino apresentouse como DJ com muita bossa-nova, lounge e mais algo dançante, trazendo o que há de mais atual das pistas de BH, São Paulo e Rio de Janeiro. Seu repertório diversificado, rico em nuances, sons e impressões fez todo mundo dançar, e dançar muito! Enfim, novamente repetimos: um SUCESSO! Cumprimentamos a todos os colaboradores, artistas, aos parceiros, à diretoria do ACTO –Automóvel Clube de Teófilo Otoni – e ao público. Obrigado!
Revista Mucury
Legendas - Imagens
Imagem Expediente Ônibus Data: Ano de 1954 Procedência: S/R Dados Históricos: Ônibus: Marca Ford, utilizado para o transporte de passageiros, adquirido de Waldemar Ervilha pela Empresa São Geraldo, de propriedade dos irmãos Penna, no ano de 1954.
Imagem Editorial Palmeira dos Índios Data: Segunda metade dos anos 20, do século XX. Procedência: Coleção Carl Hugo Ziemmer Dados Históricos: Palmeira dos Índios: Planta ornamental nativa da região. Suas folhas lembram as da bananeira e os cachos são formados por um aglomerado de flores vermelhas pontiagudas. Pela sua semelhança com o cocar dos caciques é designada como palmeira dos índios.
Imagem 01 – Sumário Mercado Municipal Data: Ano de 1938 Procedência: Antonio Soares Leal Dados Históricos: Mercado Municipal, na sua originalidade, construído pelo prefeito, Adolfo Sá, a partir de 1924. Vê-se ainda a extinta Praça Argolo, casario da época e à direita parte do prédio da Casa Martiniano.
Imagem 02 – Sumário Praça Argolo e Casa Martiniano Data: Primeira metade dos anos 20 do século XX Procedência: Coleção de Sérgio Martins Dados Históricos: Esta praça só existiu em seu espaço físico mas nem chegou a ser arborizada, dado que seu espaço, aos poucos foi tomado por construções, em um loteamento desnecessário promovido pelo então prefeito Dr. Manoel Pimenta. Destaque para o sobrado da Casa Martiniano construído em 1914. Ao fundo vê-se o morro do Orfanato, ainda desabitado.
Primeiro aniversário da Casa Tiradentes, situada ainda no imóvel antigo, sendo proprietários, os irmãos Bernard e Cloude Loutfi, sírios de Damasco, que chegaram em Teófilo Otoni em 1955.
Abertura Família Marx Data: 1892 Procedência: Coleção de Maria de Lourdes Maia Kalil Dados Históricos: Friedrich Marx, assentado à direita, com cinco dos seus seis filhos do primeiro casamento com Augusta Keller, falecida em 1º de outubro de 1882, que são: Ethelvine Augusta, (assentada), Oskar, Hermann, Johann Friedrich e Bruno, da esquerda para a direita. Falta na foto o filho caçula August. Friedrich, que imigrou para o Brasil em 1868 com a mulher Augusta Keller e com o filho Johann Friedrich Marx.
primeiro plano aparece o Colégio São Francisco e outras edificações de um e de dois pavimentos. No meio da foto aparecem os prédios da Sucam, atual FUNASA. Ao fundo, o Campo da Baixinha e uma estrada.
Abertura Automóvel de Linha Data: Período entre as décadas de 20 e 30 do século XX Procedência: Arysbure Eleutério Batista Dados Histáricos: Primeiro Automóvel de Linha a ser fabricado nas Officinas Geraes da Estrada de Ferro Bahia e Minas - EFBM no município de Ladainha. Na foto, o servidor Otávio Gomes. Esta foto está reproduzida no livro de Arysbure “ESTRADA DE FERRO BAHIA E MINAS a ferrovia do adeus” e no livro “As Ferrovias em Minas Gerais”, organizado pelo SESC-MG.
Legendas
Abertura Casa Tiradentes Data: 1960 Procedência: Coleção José Eduardo Kour Dados Históricos:
Abertura Bairro Grão Pará Data: 1942 Procedência: João Cannizza Dados Históricos: Em
Revista Mucury
Estação3 (acima) Estação de Francisco Sá Data: S/d. Procedência: Acervo Arysbure Batista Eleutério / Associação Cultural dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS. Dados Históricos: Inaugurada no final do século XIX. Localiza-se no município de Carlos Chagas.
Mapa “E. F. Baía e Minas” Data: 1949 Procedência: Acervo Arysbure Batista Eleutério / Associação Cultural dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS. Dados Histáricos: Mapa do antigo “Ministério da Viação e Obras Públicas”, com toda a extensão da EFBM e respectivas estações de Ponta de Areia-Caravelas na Bahia a Araçuaí no vale do Jequitinhonha em Minas Gerais.
Estação 1 (acima) Estação Ferroviária da Bahia e Minas de Teófilo Otoni Data: Anos 30, do século XX. Procedência: S/R Dados Históricos: Estação
Estação 2 (acima) Estação de São João Data: Década de 2000. Procedência: Acervo Associação Cultural dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS. Dados Históricos:
da Estrada de Ferro Bahia e Minas, inaugurada em 03/05/1898, ao fundo, vista parcial dos armazéns do Departamento Nacional do Café. É digno de nota que o prédio foi completamente descaracterizado após a extinção da EFBM.
Inaugurada em 1927 fica próxima à estação de Pedro Versiani, município de Teófilo Otoni. Nota-se o estado de abandono qual se encontra.
Estação 4 (acima) Estação de Mangalô Data: S/d. Procedência: Acervo Arysbure Batista Eleutério / Associação Cultural dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS. Dados Históricos: Localiza-se no município de Carlos Chagas.
Estação 5(acima) Estação de Presidente Pena Data: S/d. Procedência: Acervo Arysbure Batista
Eleutério / Associação Cultural dos ExFerroviários da BAHIAMINAS. Dados Históricos: Inaugurada em 1985. Localiza-se no município de Carlos Chagas.
Inaugurada sob o nome de Presidente Bueno em 1919. Em destaque um guardafreio e ao fundo a Pedra de Nanuque.
Estação 2 (embaixo) Estação de Helvécia Data: Década de 2000. Procedência: Acervo Associação Cultural dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS. Dados Históricos: Inaugurada em 1897, o município baiano de Helvécia assegurou boa parte da mão-de-obra da EFBM em toda sua extensão.
Carro de Passageiros Data: S/d. Procedência: Acervo Arysbure Batista Eleutério Dados Históricos: Carro “A1”, vagão de transporte de 1ª casse para passageiros da EFBM.
Inaugurada em 1882, uma das primeiras estações inauguradas ainda em território baiano. Seu estado de conservação é também precário.
Carro de Passageiros Data: S/d. Procedência: Acervo Arysbure Batista Eleutério Dados Históricos: Interior do Carro “A1”, vagão de transporte de 1ª casse para passageiros da EFBM.
Estação 4 (embaixo) Estação de Aparaju Data: S/d. Procedência: Acervo Arysbure Batista Eleutério / Associação Cultural dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS. Dados Históricos:
dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS. Dados Históricos: O
Inaugurada em 1926 está em território baiano.
Júlio Costa e a MariaFumaça Data: S/d. Procedência: Acervo Arysbure Batista Eleutério / Associação Cultural
Maquinista Júlio Costa, uma das personagens mais famosas da EFBM, dá nome à principal rua do bairro Palmeiras em Teófilo Otoni, onde há grande concentração de ex-ferroviários e seus descendentes. Na Rua Júlio Costa está localizada a sede da Associação Cultural dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS.
Legendas
Estação 1 (embaixo) Estação de Nanuque Data: S/d. Procedência: Acervo Associação Cultural dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS. Dados Históricos:
Estação 3 (embaixo) Estação de Juerana Data: Década de 2000. Procedência: Acervo Associação Cultural dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS. Dados Históricos:
Revista Mucury
Jardineira Data: S/d. Procedência: Acervo Arysbure Batista Eleutério / Associação Cultural dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS Dados Históricos: Tipo carro de linha para transporte de passageiros especiais, como diretores da Ferrovia, autoridades, etc.
Estação Ferroviária da Bahia e Minas de Teófilo Otoni Data: Anos 20, do século XX Procedência: João cannizza Dados Históricos: Estação Ferroviária da Estrada de Ferro Bahia e Minas, cujo prédio foi inaugurado em 3 de maio, às 11:30 horas, numa terça-feira, do ano de 1898, com uma grande festa, onde não faltaram morteiros, foguetes e grande entusiasmo popular.
Funcionários EFBM na oficina de Ladainha Data: Meados dos anos 40, do século XX Procedência: Acervo Arysbure Batista Eleutério Dados Históricos: Funcionários da E.F.B.M. na oficina de Teófilo Otoni onde aparece a locomotiva de número 127, de fabricação alemã, com funcionários de manutenção e do escritório, posando para fotografia.
Pontilhão da Júlio Costa Data: S/d. Procedência: Acervo Arysbure Batista Eleutério / Associação Cultural dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS. Dados Históricos: Na Rua Júlio Costa está localizada a sede da Associação Cultural dos Ex-Ferroviários da BAHIAMINAS e ao fundo o pontilhão.
Cinema aberto nos anos 20, no local em que hoje se encontra a Baby Maninho e a Drogaria Indiana, na Avenida Getúlio Vargas. Á direita, músicos do cinema. Ao centro crianças vestidas a caráter. Á esquerda, dois adultos, presumivelmente professores das crianças. Esclarecendo-se que, à época, o cinema era mudo e consequentemente fazia parte em suas apresentações músicos especializados em melodias sonoras.
Praça Tiradentes Data: Início dos anos 30, do século XX Procedência: João cannizza Dados Históricos: Praça Tiradentes na época de sua construção (parte nova), apresentando à esquerda a Rua Nova, depois Rua João Pessoa e atualmente, Rua Epaminondas Otoni. Do outro lado, a Rua Direita, atual Av. Getúlio Vargas. Ao fundo, o Morro do Campo do América e Morro dos Velhacos, atual Morro da Legião.
Empresa de Transportes Itambacury Data: Final da década de 20 do século XX Procedência: João Cannizza Dados Históricos: Empresa de Transportes Itambacury, situada na Av. Israel Pinheiro (hoje Av.Luiz Boali), esquina da Rua Engenheiro Lindemberg, de propriedade da família Shaper.
Rua Epaminondas Otoni nos Anos 50 Data: Primeira metade da década de 50, do século XX. Procedência: S/R Dados Históricos: Antiga Rua João Pessoa. Á esquerda, em destaque, Casa Aureira e prédio da Casa Martiniano. Á direita prédio do Brasil América Hotel onde aparece a primeira agência da Caixa Econômica Federal, na parte baixa, em loja de esquina que teve como seu primeiro gerente Dr. Lucrécio Rosemburg.
Legendas
Abertura Cinema Th. Ottoni Data:1927 Coleção Patrulheiro Murça Dados Históricos:
Revista Mucury
Morro dos Velhacos Procedência: Coleção Antonio Soares Leal Dados Históricos: Morro dos Velhacos, atualmente Rua Mário Campos. Em primeiro plano temos o vale onde se situa a Avenida Francisco Sá e Visconde do Rio Branco. À esquerda temos a rua do Pau Velho e à Direita, o Bairro dos Alemães, atual Grão-Pará.
Praça Tiradentes Data: Período entre as décadas de 1920 e 1930 Procedência: Coleção de Fany Moreira Dados Históricos: Esta fotografia foi feita do antigo Morro do Cruzeiro, hoje, morro da COPASA, em primeiro Plano parte da Praça Tiradentes, podese ver ainda os fundos do casario da Rua Antônio Alves Benjamin, a rua da Matriz, a rua Ana Amália, parte do atual bairro Altino Barbosa e a rua Engenheiro Antunes.
Praça Argolo Data: Anos 10, do século XX Procedência: João cannizza Autoria: A. Pinto Dados Históricos: Praça Argolo. À esquerda, a lateral da residência de Adolfo Sá, posteriormente foi de Pedro Abrantes.
Rua Direita Data: Segunda metade dos anos 20, do século XX. Procedência: Coleção de Marcio Graça Versiani Dados Históricos: Atual avenida Getúlio Vargas, exibindo todo o resplendor do seu casario do final do século XIX a inicio do século XX. A primeira casa à esquerda, com dois telhados iguais, data de 1919, identifica-se ainda o Bar Santo Antônio de propriedade de Sadi Ribeiro. Ao fundo, vê-se o Morro dos Velhacos, atual Morro da Legião, desabitado e no centro da rua a presença dos trilhos do bonde.
Inauguração do busto de Epaminondas Esteves Otoni, engenheiro fiscal da Estrada de Ferro Bahia e Minas em ocasião do 1º Centenário do município de Teófilo Otoni A fotografia foi feita no Jardim da Praça Tiradentes, atualmente sede do Banco Mercantil do Brasil. Não se tem notícias da localização atual do busto retirado na década de 80 para a construção do referido banco.
Legendas
Inauguração do busto de Epaminondas Esteves Otoni. Data: 07 de setembro de 1953 Dados Históricos:
Planta da Colônia de Filadélfia Data: 1853 Procedência: Livro do Frei Olavo Timmers Dados Históricos:
Catedral Imaculada Conceição Data: Final dos anos 30, do século XX Procedência: João cannizza Dados Históricos: Construída na sua forma definitiva, como se encontra nos dias atuais, no início dos anos 30 do século XX. Igreja da Matriz cuja construção foi iniciada em 1899, pelo Padre Virgulino, prosseguindo em 1901, pelo Monsenhor Antônio.
A Igreja foi construída em estilo neoclássico (romano) e só na segunda metade da década de 20 do século 20, e que, numa reforma geral, a Igreja adquiriu as formas, que são preservadas até os dias de hoje.
Planta da Colônia de Filadélfia, trata-se de um mapeamento da região ao redor de Teófilo Otoni onde o engenheiro alemão Roberto Schlobach lança os rios, córregos e carreiros da época, assim como um loteamento de chácaras em torno do traçado da cidade, também elaborado por ele, no ano e 1853.
Revista Mucury
Rua das Flores Data: Meados dos anos 30, do século XX Procedência: João Cannizza Dados Históricos: Rua das Flores, atualmente, Rua Dr. Manoel Esteves. Foto tirada da ponte sobre o Córrego Santo Antonio, onde aparecem os trilhos do bonde, já motorizado, como se vê ao fundo.
Tipografia do Jornal Semanal A FAMÍLIA Data: Primeira metade do século XX. Procedência: Coleção de Fany Moreira Dados Históricos: Localizado na Praça Tiradentes, era um imóvel construído pela Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, onde funcionou a tipografia do jornal semanal “A Família”. Este imóvel foi demolido e em seu lugar edificado o prédio da Minas Caixa, hoje banco ACCREDI. Ao fundo, a Catedral Imaculada Conceição. A primeira casa baixa à esquerda, na esquina da rua Dr. João Antonio, era a residência do dentista Nozinho
Jardim Público – Praça Tiradentes Data: Anos 10, do século XX Procedência: Fany Moreira Dados Históricos: Queiroga. Atualmente neste local está construído o Lancaster Palace Hotel.
Local onde se construiu a Praça Tiradentes. Em segudo plano, à direita, a igreja de Nossa senhora da Conceição, atual Catedral, em sua primeira configuração, antes de ser instalada a torre.
avenida Getúlio Vargas, exibindo todo o resplendor do seu casario do final do século XIX a inicio do século XX. A primeira casa à esquerda, com dois telhados iguais, data de 1919, identifica-se ainda o Bar Santo Antônio de propriedade de Sadi Ribeiro. Ao fundo, vê-se o Morro dos Velhacos, atual Morro da Legião, desabitado e no centro da rua a presença dos trilhos do bonde.
Praça Argolo Data: Meados dos anos 10, do século XX Procedência: Fany Moreira Dados Históricos: Praça Argolo ao fundo, à esquerda prédio da Câmara, construído em 1906 e Matriz (canto superior esquerdo).E entre as duas praças nota-se a construção de um galpão, que funcionava como “mercado”, um rancho onde era comercializado os produtos da região.
Câmara e Casa de Adolfo Sá Data: Década de 1910 do Século XX Procedência: Fany Moreira Dados Históricos: Fotografia provavelmente feita sobre o teto da Matriz, no primeiro plano a casa de Adolfo Sá, posteriormente do Prefeito Pedro Abrantes, à esquerda o prédio da Câmara, ao fundo os morros do Cemitério e Filadélfia.
Praça Tiradentes Data: Período entre as décadas de 20 e 30 do século XX. Procedência: Fany Moreira Dados Históricos: Casario do início do século XX com destaques o sobrado do Hotel Belo Horizonte, de Deoclécio Santana, hoje no local Hotel Plaza e extinto Cine Palácio, respectivamente. Ao fundo, o morro do Cruzeiro, atual bairro Cidade Alta, à época ainda despovoado.
Legendas
Rua Direita Data: Anos 20, do século XX Procedência: Coleção de Fany Moreira Dados Históricos: Atual
Revista Mucury
Enchente de 1954 Data: 1954 Procedência: Fany Moreira Dados Históricos: enchente do Rio Todos os Santos no ano de 1954, ao fundo a torre da Estação Ferroviária (atual Estação Rodoviária).
Câmara e Matriz Data:Primeira década, do século XX. Procedência: Coleção Fany Moreira Dados Históricos: Câmara e Matriz. Em primeiro plano, terreno da Praça Argolo. Destaque para a Câmara Municipal, construção de 1906, tendo como mestre-de-obras o italiano Carlos Torino. Em segundo plano temos o casario voltado para a Praça Tiradentes e sobre ele a Igreja da Matriz.
Câmara, e praças Tiradentes e Argolo Data: Década de 1910 do Século XX Procedência: Fany Moreira Dados Históricos: Ao centro o prédio da Câmara ao lado do galpão, que servia de mercado antes da construção do Mercado Municipal, estas edificações estão entre a Praça Argolo e a atual Praça Tiradentes.
Praça Argolo Data: Década de 1910 do Século XX Procedência: Fany Moreira Dados Históricos: Ao centro o prédio da Câmara ao lado do galpão, que servia de mercado antes da construção do Mercado Municipal, estas edificações estão entre a Praça Argolo e a atual Praça Tiradentes.
Epaminondas Esteves Ottoni foi o 1º engenheiro fiscal da EFBM. A criança não foi identificada. Foi inaugurado um busto em sua homenagem no centenário da cidade em 1953, mas entre as décadas de 80 e 90 a prefeitura município negociou o terreno onde estava o monumento e
atualmente é a sede do banco Mercantil do Brasil. Tem seu nome atualmente em uma das ruas mais movimentadas de Teófilo Otoni.
do segundo casamento de Friedrich Marx e Jhoanna Theresia Anna Hollerbach, nascida em Filadélfia em 1864: Carlos Marx, Hélia Marx, Helena, Cícero Marx (assentado) e Erna Sofia Marx. Está faltando Arnulf Marx, também filho, nascido em Filadélfia, na década de 80 do século XIX. O casamento de Friedrich Marx com Jhoanna se deu
Legendas
Epaminondas Ottoni. Data: Segunda metade do século XIX. Procedência: Acervo Fany Moreira Dados Históricos:
Filhos do Segundo Casamento de Friedrich Marx Data: Segunda metade da primeira década do século XX Procedência: Acervo de Maria de Lourdes Maia Kalil Dados Históricos: Filhos
em 1884. Curioso é que Friedrich Marx casado com Jhoanna com o tempo tornou-se concunhado dos seus filhos Bruno e João, dado que estes se casaram com irmãs de Johanna.
Revista Mucury
Coral da Igreja Martin Luther Data: Segunda metade da primeira década do século XX Procedência: Acervo de Maria de Lourdes Maia Kalil Dados Históricos: O coral da Igreja Luterana, composto por homens e mulheres da comunidade em pose, na frente da casa do pastor. O coral tinha como regente o humanista Alberto Schirmer, imigrante de Potsdam na Alemanha. Em 1855 chegou ao Rio de Janeiro, depois veio para o Mucuri, onde se casou com Luisa Schirmer Koch e fixou residência definitiva em 1880. Nasceu em 2 de dezembro de 1834,
chegando ao Brasil com 21 anos onde se naturalizou cidadão brasileiro. Morreu em Teófilo Otoni em 2 de dezembro de 1924. Na foto, em segundo plano, no topo dos degraus, o senhor de barba e cabelos brancos é o professor, agrônomo, pintor e regente, Alberto Schirmer.
Desfile de 7 de Setembro - Praça Tiradentes Data: Anos 50, do século XX. Procedência: Acervo de Waldemar Rodrigues Dados Históricos: Desfile comemorativo do aniversário da pátria, acontecendo na Praça Tiradentes, em primeiro plano. Ao fundo a rua João Pessoa, atual Epaminondas Otoni, com destaque para a Farmácia Mucuri, na esquina, onde está construído o Palácio do Comércio.
Presidente Juscelino Kubitschek Data: 1960. Procedência: Acervo Fany Moreira Dados Históricos: Presença do presidente da república Juscelino Kubitschek Traslado das exéquias de Theophilo Benedicto Ottoni do cemitério da Candelária no Rio de Janeiro ao Mausoléu construído na praça Tiradentes, realizado pela Marinha do Brasil. Atualmente não há mais mausoléu e não há notícias acerca da localização da urna funerária.
Presidente Juscelino Kubitschek Data: 1960. Procedência: Acervo Fany Moreira Dados Históricos:
Cortejo levando as Exéquias de Th. Ottoni à Igreja da Candelária, no Rio de janeiro.
Cerimônia na Catedral Imaculada Conceição em Teófilo Otoni antes de seguir para o Mausoléu
Presidente Juscelino Kubitschek Data: 1960. Procedência: Acervo Fany Moreira Dados Históricos: Saída do cortejo da Catedral Imaculada Conceição em Teófilo Otoni rumo ao Mausoléu.
a inauguração se deu em 3 de maio de 1898, o maior acontecimento do século. Fala-se que o Dr. Francisco Sá, Secretário de Agricultura de Minas estivera presente. A Praça do Governo [atual praça Antônio Carlos] estava tomada de visitantes com roupas domingueiras. Teófilo Otoni estava ligada ao Oceano Atlântico em dois dias de viagem”. Relata Arysbure no capítulo sobre a EFBM no livro “As Ferrovias em Minas Gerais”.
Legendas
Presidente Juscelino Kubitschek Data: 1960. Procedência: Acervo Fany Moreira Dados Históricos:
Abertura Chegada da Estrada de Ferro Bahia e Minas em Teófilo Otoni Data: 03 de maio de 1898. Procedência: Arysbure Eleutério Batista Dados Históricos: “[...]
Revista composta na família tipográfica Fontin em suas variações: Regular, Bold, Italic e Small Caps, em corpo: 8 / 10 / 11,4 / 12 / 14 / 16 / 24,3 / 30