Edição: Câmara Municipal de Valongo
Museologia: DPCBAD Unidade deArquivo Manuela Ribeiro, Ilda Correia, Isabel Oliveira Manuel Carneiro
Projeto Expositivo: Eusébio & Rodrigues, Lda.
Catálogo: Eusébio & Rodrigues, Lda.
Coordenação Conteúdos: Manuela Ribeiro
Impressão: Gráfica de Paredes
Tiragem: 500 Exemplares
Exposição Patente de 25 de abril a 19 de outubro, de 2024
"ALIBERDADEDAIMAGEM"
Autocolante político – símbolo de podertomarpartidoemliberdade
Aexposição"ALiberdadedaImagem", que exibe centenas de autocolantes políticos que circularam por Portugal nos anos 70 e 80 do século XX, é um contributocoloridoefestivoparaascomemorações dos 50 anos do 25 de AbrilnoMunicípiodeValongo.
Podemos ver no Museu e Arquivo Histórico Municipal a forma como os partidos políticos apelaram ao voto e comoosautocolantespromoveramcausascomoaalfabetização,osdireitos deexpressãoedemanifestação,osindicalismo,osdireitosdasmulheres,os direitos da criança ou a Reforma Agrária.
Temos nos papéis que gerações de portugueses usaram colados ao peito umdosmanifestosmaisassumidosdo corte que a nova democracia fez com a ditadura: a liberdade de tomar parti-
do, o direito a poder exibir perante todosumasimpatiapolíticaouumafiliaçãopartidária!
Quemviveuessestemposentre1974 eosanos80falacomfrequêncianoclima de "festa" que então se viveu – a festa da democracia.Afesta de quem finalmente podia assumir-se politicamente–edissofaziaquestão!
Estes autocolantes transmitem-nos tambémaformacomosemoldouanova identidade de um país em mudança,quaisostemaseconómicosesociaisqueestiveramnalinhadafrenteda discussão política. Quais as causas principais que cada partido escolheu para os diferentes atos eleitorais ao longodosanos.
Portugal é, hoje, um país respeitado nomundo,comumsistemademocrático forte, um Estado de Direito e um Estado Social que integra e apoia todososseuscidadãosdesignadamenteosmaisfrágeis.
É o resultado de uma história que começou há 50 anos, de autocolante ao peito.Umahistóriadesucessodemocrático da qual os portugueses se devemorgulhar.
José Manuel Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Valongo
I EXPOSIÇÃO NACIONALDO AUTOCOLANTE POLÍTICO
(realizada no Porto, em junho de 1977)
"AOS VISITANTES DESTA EXPOSIÇÃO
Esta exposição e o interesse que a mesma certamente suscitará merece umaexplicaçãoprévia.
Oautocolanteimpõe-senonossoquotidiano como meio privilegiado de comunicaçãoecomoformanovadeafirmação duma identidade de princípios eprojetospolíticos.
Eleé,jáhoje,umamaneira,novagenuínaegeneralizadadecriaçãoartística popular
Ao expor os autocolantes presentes, independentemente da sua origem partidária,pretende-sesubsidiarapesquisaecompreensãodestefenómeno de comunicação e, simultaneamente, dartestemunhodacriatividadedasdiversasforçassociaisperanteosfactos sóciopolíticosmaisrelevantesdoprocessorevolucionárioportuguês,incluindo os seus desvios, mas principalmentenassuasafirmações.
Queremos também afirmar desta forma, que a Revolução está viva, que o Povo não perdeu a alegria de criar e que é necessário meditar o Passado se queremos agarrar e construir um Futuromelhor.
O colecionador, Alberto Martins
In I Exposição Nacional doAutocolante Político, Porto, junho 1977
''ALIBERDADEDAIMAGEM''
Estaexposiçãotrazaos50anosdo25 de Abril, em Valongo, um registo impressivo da Revolução dos Cravos e do processo democrático que se lhe seguiu,paracujaadesãomuitocontribuíram as campanhas eleitorais e um elementonovoqueosimboliza:osautocolantes.
O autor desta coleção foi Alberto Martins. Nasceu em Castelo Branco em 1935 e, depois de adulto, residiu no Grande Porto até à sua morte em 1997.
Profundamente envolvido na vida da comunidade,foiumbonvivant,amante das artes, tocava diversos instrumentosmusicaisegostavadeviverrodeadodeamigosedeestarsempreativo,tendocultivadoogostopelocolecionismo,sobretudodeautocolantespolíticos–umadassuaspaixões!
Estapaixãocruzou-secomoutra,ada vida cívico-política. Foi militante do Partido Socialista, tendo sido um dos fundadoresdaSecçãodeValadares–VilaNovadeGaia,onderesidia.
A coleção de autocolantes foi, também, uma das suas formas de intervenção política, uma intervenção não só partidária, como se pode ver pelos temas que fazem parte desta exposi-
ção:dasliberdadespolíticasnascidas com a democracia aos direitos de expressão,damulher,dasartes,daalfabetizaçãooudacriança.
Fascinou-oaformasimples,criativae barata como os autocolantes, aliando aforma(gráfica)aoconteúdo,permitiam disseminar eficazmente mensagensimportantes,tornando-seumpoderoso meio de comunicação coletiva acessível a todos, que considerava umaformadearte.
Lembro-medemuitopequenaoacompanharacolarcartazespolíticoseaassistir a manifestações partidárias. Também me lembro da alegria dele quando conseguia um novo autocolante, de o ver a organizar a coleção em álbuns e de os folhearmos juntos, revendo,assim,ahistóriadanossademocracia.
Esta coleção representa um bocadinhodasmemóriasqueguardodomeu queridopai.Osseusautocolantessão otestemunho de uma época de profunda transformação social em Portugal,feitadesonhosedemuitaesperança,queestiveramnaraizdaquilo quehojesomos.
25 de abril de 2024
Susana Marta Velhote Martins Belo da Silva Gomes
"Herdeira e proprietária da Coleção"
O DIA 25 LR AB I DE
"Foram dias, foram anos Aesperar por um só dia. Alegrias. Desenganos. Foi tempo que doía Com os seus riscos e seus danos. Foi a noite e foi o dia. Na esperança de um só dia."
ManuelAlegre