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Bem-estar para cavalo e cavaleiro.
Número 16 | 2009
Nesta Edição R$ 8,90
Saiba Mais
Hunting: a caça a cavalo
Entrevista
O tratador Paulo Porto
Orlov
O trotador Russo Especial: A jornada evolutiva do cavalo
BLUMENAU 47
3037.5111
Rua Itajaí, 1373, Vordstadt
FLORIANÓPOLIS 48
3028.5111
BR 282, KM 3, Via Expressa
E D I TO R I A L
Caro Leitor, Nesta edição, trazemos como entrevistado o tratador profissional Paulo Porto. Com 25 anos de carreira, Paulo, com seu jeito simples e direto, expõe um pouco de sua experiência, explica questões sobre viagens com cavalos e a importância da figura do tratador para o sucesso do conjunto. Do Brasil para Rússia, resgatamos um pouco da história dos Orlovs, a primeira raça do mundo criada exclusivamente para a corrida de troles. Calmos, corajosos e obedientes, estes animais são utilizados como cavalos policiais na Rússia e na Escandinávia, além de servirem como potentes motores para as famosas troicas. Na seção Saiba Mais, uma novidade: a partir deste mês, abordaremos os mais diversos tipos de esporte realizados com cavalos. Neste mês, conheça um pouco das regras e curiosidades da polêmica “Caçada a cavalo”. Originada na França antiga, esta modalidade movimentou grande número de cavaleiros por mais de 500 anos e é muito popular na Inglaterra e Irlanda. Atualmente, devido a importantes questões relacionadas aos direitos dos animais, foram desenvolvidas práticas de caça ecologicamente corretas, mas igualmente emocionantes. Bem-vindos à edição de agosto!
Uma boa leitura a todos,
expediente Edição
Afonso Westphal direção EXECUTIVA E SUPERVISÃO GrÁFICA
Manuela Merico
Jornalista Responsável
Daniel Davila - SC01075-JP Redação e edição de texto
Sarah Westphal
Fotografia
Grace Carvalho
Alexandre Vidal Capa
Arquivo Departamento comercial
comercial@mundoequestre.com.br assessoria Jurídica
Merico Advogados
arte e diagramação
Uniqe Comunicação Revisão
Sarah Westphal Equipe veterinária
Pedro Vicente Michelotto Jr. Lívia Medalha Araújo Valdir Tonin
Redação e Administração
BemAmostra Editora Rua do Convento, 30 - sala 103 Centro - 88350-380 - Brusque - SC redacao@mundoequestre.com.br
Fone 41-3203.1960
Impressão e acabamento
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Para sugestões ou dúvidas, fale direto com a redação, enviando e-mail para redacao@mundoequestre.com.br ou escreva para Rua Desembargador Motta, 2175 / 502, Centro, CEP 80420-190 - Curitiba - PR.
Índice
ÍNDICE
8
Entrevista O tratador Paulo Porto
16
dicas Procedimentos de chegada em um concurso hípico
17
Pergunta veterinária Aerofagia. Como evitá-la?
18
saiba mais Hunter
24
especial A jornada evolutiva do cavalo
30
Clínica veterinária Termografia
36
12
variedades Laguna San Rafael
Orlov O Trotador Russo
Álbum
Notícias
Teu mundo equestre
22 32 34
35 40 42
Quadrinhos
Classificados
Agenda
entre v i s ta Texto: Equipe Mundo Equestre | Fotos: Arquivo Pessoal
Paulo Porto
Conhecimento de Causa
Em 25 anos de experiência, o tratador Paulo Porto alcançou uma sintonia fina com os cavalos. Hoje, ele sabe o que se passa com eles só pelo jeito de olhar. 8
Determinado, Paulo prefere ser reconhecido pela excelência do seu serviço do que pela lista de atletas famosos com quem já trabalhou. Atualmente, atua no Clube Hípico de Santo Amaro e faz parte da equipe brasileira de hipismo há dez anos. Nesta entrevista, Paulo comenta os principais desafios no transporte de cavalos, apresenta o perfil de um tratador de sucesso e compara os panoramas brasileiro e internacional.
1. Como você começou no hipismo?
que o cavalo vai encontrar no destino. No que se refere ao
Trabalhava como auxiliar de um veterinário. Eu ia ao haras fa-
transporte, primeiro você tem que saber dividir os animais nos
zer os curativos, vacinações e mexia com gado também. Até
containers. Cada container tem capacidade para três cavalos
que cheguei a um ponto em que eu me apeguei muito ao
e eles devem ser agrupados pelo temperamento. Um exem-
cavalo. Comecei preparando os animais para exposições. No
plo: em uma viagem ao Chile em 2005 para o campeonato
início, eu nunca ficava num lugar só, prestava serviço para
Sulamericano, mesmo com três garanhões na tropa, o que
vários haras.
me deu mais problemas foi um cavalo castrado, que queria se jogar de cima do elevador.
2. Qual a importância do tratador
Depois de embarcados, a maior atenção é com o levantar voo
de cavalo para o sucesso do conjunto?
e a aterrissagem. O Pardal, que é um tratador da Bahia, brinca
Para mim, o trabalho em equipe é fundamental e todas as
que a gente vira palhaço. Precisamos fazer com que os cavalos
peças são essenciais para o sucesso: cavaleiro, treinador, fer-
prestem atenção em nós de qualquer jeito, para que eles es-
rador, tratador, veterinário, etc. Conheço muitas equipes que
queçam o estresse do voo. Na hora de decolar, a tendência do
investem forte em professores, cavalos e cavaleiros, mas se
animal é se apoiar pra trás, e, se ele escorregar, pode aconte-
esquecem de uma peça fundamental, que é o tratador. Não se
cer de as mãos passarem por dentro dos pés. Para que ele não
preocupam com ele. Quando chega a hora da prova, se o con-
fique nesta posição, o tratador é obrigado a puxar o animal
junto vai bem, isso é reflexo do trabalho bem feito de todos.
pelo rabo, o que não é uma tarefa fácil.
Na minha opinião, se não houver cursos e até formação de tratadores profissionais, a tendência do nível do serviço é cair.
5. Você já trabalhou fora do país?
3. O que é fundamental
Já trabalhei nos Estados Unidos, com cavalos
para que uma viagem dê certo?
Quarto de Milha e, como tratador de hi-
Na minha profissão, não pode existir o “se eu tivesse feito
pismo, viajei bastante com atletas bra-
isso…”. Quando programo uma viagem, planejo como se
sileiros para algumas temporadas na
tudo fosse dar errado. Por exemplo: levo medicação como se
Europa, que duravam de quatro a oito
o cavalo fosse ficar doente, levo cabeçada extra, caso arre-
meses. Já levei animais para competir
bente, etc.
em vários países e há dez anos faço
Eu tenho que me prevenir para todo o tipo de imprevisto para
parte da equipe brasileira: acompanho
poder garantir que tenho condições de ajeitar as coisas e dei-
os voos dos cavalos para os campeonatos,
xar o cavaleiro tranquilo.
principalmente Sulamericanos. Também já fiz diversas viagens como free lancer para buscar
4. E sobre o transporte
cavalos europeus que foram comprados aqui
de cavalos para o exterior?
do Brasil e vice-versa.
Viajar envolve despachante, exames veterinários e cuidados
Mas quando me perguntam se eu conheço
especiais. O tratador tem de fazer a pré-adaptação da comida
muitos países, a verdade é que eu conheço
Paulo Porto com Baloubet du Rouet
muitas hípicas. O que é esporte ou hobby para os cavaleiros,
7. Como você avalia as condições que
para nós é trabalho. Precisamos nos privar de muitas coisas,
os clubes hípicos nacionais oferecem
da família, do final de semana...Então, você tem que vir e dar
para os cavalos e para os tratadores
o seu melhor.
durante os campeonatos? De maneira geral, as condições estão melhorando, embora
6. Qual a diferença entre os
isso dependa do tamanho do concurso.
tratadores internacionais e os nossos?
De acordo com o código de conduta da FEI, a estrela princi-
A principal diferença entre os tratadores do Brasil e da Europa,
pal do evento é o cavalo, e os eventos estão respeitando isso
é que lá eles contratam muitas pessoas que tratam cavalo por
cada vez mais. Quanto aos tratadores, a situação está mu-
falta de opção. Aqui, grande parte dos tratadores já nasceu
dando. De uns tempos para cá os organizadores começaram
num ambiente de cavalos.
a se preocupar mais com a figura do tratador e passaram a
Outra diferença importante é o salário. Na última vez em que
perguntar nossa opinião sobre o que pode ser melhorado.
fui para Europa, conheci uma garota que estava aprenden-
Acho que isto é muito positivo para futuramente desenvolver
do a ser tratadora e trabalhando há dois meses. Ela ganhava
as competições hípicas por completo, com boas condições
mais do que eu, que tenho 25 anos de profissão. Além disso,
para todos os envolvidos.
a situação do tratador no Brasil é um pouco desconfortável,
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pois se for fazer um cadastro no banco, a profissão tratador
9. Quais as principais características
não existe.
que compõem um bom tratador?
Na Europa, o tratador é mais respeitado. Aqui, o proprietário
Você tem que ser organizado e principalmente saber cuidar de
não quer gastar contratando uma mão de obra qualificada.
si para poder tratar bem os animais. Você tem que buscar ser
Muitas vezes, contrata qualquer pessoa que se dispõe a cui-
responsável com horários e tentar ser o mais correto possível
dar dos cavalos, sem nenhuma experiência e até mesmo sem
para poder ser ouvido. Para mim, o tratador ter que ser res-
vontade verdadeira. Geralmente, a suposta “economia” do
peitado não por trabalhar por fulano ou beltrano, mas sim por
proprietário só gera prejuízos.
sua conduta. Tenho esse pensamento comigo: quando vou
trabalhar, eu não vou a passeio. O sustento da minha família vem do animal. Falam que sou muito regrado, mas não posso perder minha razão. Não me lembro de ter faltado ao trabalho ou de dizer que não posso fazer algo para meus patrões. Se você se compromete a fazer alguma coisa, tente fazer da melhor forma possível.
10. Quais foram os atletas famosos com quem você já trabalhou? A pessoa que mais acrescentou à minha vida profissional foi uma amazona carioca chamada Claúdia Itajaí, que sempre me cobrou muito. O trabalho básico do tratador, em geral, é um trabalho simples. Para ter um destaque, você tem que ter um diferencial. Outro atleta importante é o Marcelo Artiaga, um cavaleiro centrado e correto ao extremo. Também já trabalhei um tempo para o Doda, Vitor Alves Teixeira e César Almeida. Toty - Artemus de Almeida - Denis Gouveia - J . Roberto Reinoso - Fernando e Mariana Schilis
11. Você tem alguma história engraçada que possa compartilhar com nossos leitores? Um caso que é engraçado e que curiosamente já vi acontecer várias vezes em campeonatos é o cavaleiro chegar e perguntar para pessoa que está ao meu lado: Você viu a minha pista? A pessoa, sem ter visto, responde: Vi sim, foi muito bem! Aí o atleta comenta: “Mas como? Eu fui eliminado no oitavo obstáculo...” E a pessoa, para consertar, fala: “É , mas até o oito você estava montando muito bem mesmo...”
ulo Porto oa com Pa Nelson Pess
Ludger Beerba um
com Paulo Po rto
AN
ra ç a do m ê s Texto: Afonso Westphal
Orlov
Originários da Rússia, estes cavalos potentes e velozes foram os primeiros animais do mundo desenvolvidos especificamente para puxar pequenas carruagens com grande velocidade.
12
13
Ainda hoje, um grande número de cavalos é criado na antiga União Soviética para agricultura e transporte. Já nas províncias remotas do Oeste, principalmente nas tribos mongóis, estes animais são responsáveis por grande parte da economia local. Todavia, algumas raças foram desenvolvidas na antiga URSS para suprir demandas de uma pequena, porém promissora, elite. Um exemplo destas raças é o Orlov ou Orloff, que foi criado especificamente para puxar pequenas carruagens e participar de corridas de Troles.
A raça originou-se por iniciativa do Conde Aléxis Grigorievitch Orlov (1737-1808), que cruzou seu famoso garanhão Árabe, Smetanka (presente recebido de um sultão da Turquia) com algumas das melhores éguas da Dinamarca, Alemanha e Arábia. A coudelaria de Orloff estava situada em Ostrov, cidade próxima a Moscou. Insatisfeito com a reduzida área de pastagem disponível em Ostrov para sua nova linhagem, o conde decidiu transferir sua sede para a cidade de Kherenovoye, na região de Vorenej. Lá, conseguiu aliar uma vasta área de pasto, fontes de água cristalina e um clima seco e um pouco menos gelado. Fundada em 1778, a coudelaria de Kherenovoye deu origem a um potro chamado Polkan I, que posteriormente cruzou com uma égua dinamarquesa, portadora de sangue espanhol. Como resultado, Bars I, um potro que herdou o vigor da mãe e as qualidades extraordinárias de trote de seu pai, desencadeando toda uma linhagem que hoje conhecemos como cavalos Orlov.
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O Orlov Moderno
Possível Declínio
Desenvolvidos para corrida de troles, devido ao seu trote bastante seguro e intrépido, eles foram soberanos nesta modalidade até finais do século XIX. Porém, devido à inserção do Standardbred nas corridas, forasteiros que desenvolviam um trote ainda mais veloz, os nativos Orlovs foram perdendo seu espaço aos poucos. Hoje, a Rússia possui uma raça de cavalos que apresenta um trote mais veloz que os Orlovs, denominados Trotadores Russos, que são resultado da cruza de garanhões Standardbred com éguas Orlovs. No entanto, ainda hoje, os Orlovs competem nas pistas russas em corridas de trole e participam da popular corrida de Troicas (trenós puxados por três cavalos: o do meio tem andamento de trote, e os laterais mantém o movimento ao passo. A polícia montada da Rússia e da Escandinávia também utiliza os Orlovs devido ao seu temperamento corajoso, calmo e obediente. Cavalo leve e ao mesmo tempo musculoso e de grande vitalidade, possui cabeça pequena e elegante, membros posteriores fortes e potentes, característico de raças trotadoras. Pode apresentar pelos um pouco mais compridos na região próxima ao casco. As pelagens mais usuais são: tordilho, baio, preto e alazã e medem de 1,59 a 1,72 m. O Trotador Orlov deu contribuição importante para a formação e aprimoramento de outras raças de trote através da importação de éguas, pela França, no final do século XIX e da introdução de cavalos em coudelarias italianas e alemãs.
Devido à superioridade dos Standardbred nas corridas de trole e a criação dos velozes Trotadores Russos, hoje o Stud Book dos Orlov se encontra em uma situação delicada, pois a finalidade principal da raça se vê abalada por concorrentes mais velozes. Os cavalos Orlov levam em média 2 min e 25 seg. para completar um percurso de 1,600m. Já os Standardbred finalizam o mesmo em apenas 2min e 05 seg. em média. Dentre os grandes campeões da raça Orlov, destaque para Ulov (1928) que, com apenas cinco anos, trotou uma distância de 1600m em 2’05”1.
Além da beleza, a raça também é conhecida por sua longevidade, tendo como expectativa de vida 25 anos.
dica s
Procedimentos de chegada em um concurso hípico
Dicas escritas por:
Paulo Porto
Tratador Profissional Autor do Livro “A Arte de Tratar Cavalos de Esportes”
O tratador deve prestar muita atenção aos
tiver acomodado na cocheira.
horários pré-estabelecidos nos programas
O tratador, com a orientação do veteriná-
das provas para que, na chegada, não haja
rio, pode fazer desde uma hidratação a
transtorno na acomodação do animal.
uma soroterapia para recuperar melhor o
Primeiramente, deve-se escolher e deter-
cavalo da viagem se houver necessidade.
minar o local em que o cavalo vai ficar
O cavalo sempre deverá ter água à von-
para que então ele seja desembarcado
tade, em quantidade suficiente para se
do caminhão e amarrado na cocheira. É
hidratar, e esta tem de permanecer lim-
importante amarrá-lo para que o trata-
pa. Se for preciso, um segundo balde po-
dor possa verificar se não há restos de
derá ser providenciado.
comida no cocho e troque a água, caso
Estes são cuidados básicos para uma boa
a cocheira tenha sido usada. Se não hou-
recuperação do animal quando chega de
ver cocho, colocar baldes com água lim-
viagem em um concurso hípico. É fun-
pa. Em seguida, arrumar a serragem de
damental prestar atenção para que tudo
maneira que o animal não se machuque
ocorra em perfeita harmonia na chega-
caso este role ou ao deitar.
da, para que o cavalo possa concorrer
A alimentação só deve ser oferecida de
sem debilidades provenientes do estresse
duas a três horas depois que o animal es-
do transporte.
p er g u nta v eterin á ria Pedro Vicente Michelotto Jr., Médico Veterinário, Clínica Santa Fé – Jockey Club do Paraná Professor do Curso de Medicina Veterinária da PUCPR
Meu cavalo vive em um clube hípico e está com aerofagia. O que posso fazer para evitá-la? Pergunta feita por Samanta Dias Bem, a aerofagia é um vício que normalmente é
e irregular dos dentes. Portanto, dar distração ao
aprendido com outros cavalos que também são
cavalo (piquete, passeio, exercício) e cuidar da
aerofágicos e estão estabulados próximos. Uma
saúde do trato digestório (dividir a alimentação
vez adquirido, dificilmente o animal se livra dele. O
concentrada em pelo menos quatro administrações
aborrecimento por estar estabulado estressa os cavalos
diárias e fornecer feno à vontade; diagnosticar
(uns mais que outros), porque o natural para a espécie
e
equina é viver em grandes campos, além de necessitar
odontológicos) são pontos importantes a serem
muito do convívio social. Então, o estresse por estar
instituidos ao cavalo aerofágico. Ainda, alguns
estabulado pode induzir o cavalo a alguns vícios, entre
necessitarão de coleira para evitar o ato de engolir
eles o da aerofagia. Recentemente, pesquisadores
ar. Para aqueles que apresentam cólicas repetidas,
observaram que muitos animais com aerofagia também
cirurgia pode ser indicada.
apresentavam gastrite.
Assim, deve-se procurar identificar os aspectos
O cavalo que engole ar poderá ter cólicas, dificuldade
importantes a serem melhorados no dia-a-dia e na
para adquirir boa condição física e desgaste excessivo
vida do cavalo aerofágico.
tratar
a
gastrite;
proporcionar
cuidados
Envie suas perguntas para redacao@mundoequestre.com.br ou para a rua Des. Motta, 2175/502 - Centro, CEP 80420-190, Curitiba-PR.
C u rio s idade s Por Marcela Martins, MV, CRMV-PR 5285 Marcelo Miranda, MV, CRMV-PR 4407
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A posição da sela muito à frente na cernelha pode provocar lesões musculares na escápula dos cavalos, além de diminuir a movimentação da
mesma
prejudicando
a
performance.
A utilização de 5 a 10 cm de areia entre o cimento do piso das cocheiras e a cama de serragem é benéfico para cavalos com sensibilidade na sola, cavalos com crescimento lento dos cascos, cavalos com a sola chata, cavalos com os talões amassados e para cavalos muito pesados. A utilização da areia ajuda a refazer a concavidade de sola e facilita o crescimento de um estojo córneo forte e capaz de suportar peso.
O alinhamento do eixo pata quartela ou podofalangeano é a melhor situação
de
amortecimento
do
impacto para todo sistema músculo esquelético dos equinos. 17
s ai b a m ai s Texto: Manuela Merico
Hunter A Caça como Esporte Equestre A partir deste mês, a seção Saiba Mais traz uma série de informações sobre os diversos tipos de interação entre cavalo e cavaleiro. Alta Escola de Equitação, Polo, Atrelagem e Western Sports estão entre os assuntos que iremos abordar nas próximas edições. Hoje é o dia da caça.
A caça está presente na vida do homem desde a pré-história. Tema freqüente entre as pinturas rupestres, elas representavam um meio de defesa e de garantir a sobrevivência. O tempo passou e as caçadas de hoje em dia pouco lembram as que se praticavam pelos nossos ancestrais. O que inspira os caçadores não é mais a necessidade de sobrevivência, e sim o esporte e a tradição. Montados em cavalos e acompanhados por uma matilha de cães farejadores, eles repetem as táticas dos nobres do século XIV da França antiga, época em que a caça tomou os moldes da que conhecemos atualmente. A maneira de caçar muda conforme os costumes do país e a legislação vigente. A caçada francesa, considerada uma forma de arte, é conhecida por ser uma das mais tradicionais e conservadoras. Dentro de campo, existe uma etiqueta que rege toda a atividade. Além de resistência, os caçadores precisam ter conhecimento de boas maneiras e de como se movimentar corretamente. Músicas e sons de cornetas indicam as ações a serem realizadas pelos caçadores. Já na Inglaterra e na Irlanda, a caça apresentou modificações mais expressivas. Nesses países, admite-se o salto, o que não acontece na França. Assim, os caçadores se dividem em dois grupos. Um deles percorre um caminho acidentado, mais curto e perigoso, onde saltam os obstáculos naturais, enquanto o outro grupo passa por um trajeto plano e um pouco mais extenso. Devido a colonização da América do Norte pelos ingleses, o esporte foi também introduzido nos Estados Unidos,
18
O cavalo
o campo A raça de cavalo a ser utilizada na caça varia de acordo com Inglaterra, a ser percorrido, o tipo de presa e a tradição do país. Na terrenos os e x) (RedFo a onde a principal presa é a raposa vermelh te para são planos, usa-se o Puro Sangue Inglês, cavalo ágil o suficien hora! por km 48 a chega acompanhar a velocidade da raposa, que pois a Nos Estados Unidos, a caçada é a Raposa Cinza (Grey Fox) Cinza Raposa a de espécie Vermelha não é típica do Pais. Apesar grande não traçar sua fuga em linha reta, ela também apresenta te. excitan te bastan velocidade, o que proporciona uma caçada s mais Na França, a caça ocorre em florestas densas e os animai lentos mais são Como comuns são o veado, o cervo e o javali.
a resistênque a raposa e a movimentação nas florestas é difícil, franceses cia se torna o aspecto mais importante. Por isso, os nd, usam cavalos mais fortes e pesados que o PSI, como o Clevela o Clydesdale, o Pecheron e o Shire. são: As características fundamentais para o cavalo de caça e segura rápida a maneir de ro • Força para carregar o cavalei através do campo;
rço os • Resistência, pois na temporada de caça Novembro/Ma 6a de animais são utilizados duas vezes por semana por cerca 8 horas diárias; • Capacidade de saltar cercas e diques sem hesitar; m. • Obediência aos comandos do cavaleiro e muita corage
Hierarquia da Caça A caçada é composta por uma hierarquia e cada componente tem uma função específica no campo.
MESTRE É o encarregado da caçada, pode também atuar como um caçador. Sua responsabilidade é encontrar um local ideal e negociar com o proprietário do campo da caçada e se certificar de que a atividade será realizada conforme os regulamentos da MFHA (Masters of Foxhound Association).
SECRETÁRIO DE CAÇADAS Assessora o mestre e é responsável pela administração e finanças. O MESTRE DO CAMPO Possui profundo conhecimento sobre o território e orienta os caçadores para os melhores e mais seguros trajetos.
O ORGANIZADOR Gerencia os cães dentro do campo, com uma série de chamados através da corneta de caça, e fora dele cuidando diariamente dos animais.
OS SOPRADORES Assistentes do organizador, geralmente cavalgam na frente do bando ajudando a controlar os cães durante a caçada.
OS CAÇADORES Cavaleiros pagantes, pertencentes a clubes de caça. OS SEGUIDORES São os espectadores, que acompanham a atividade a pé, de bicicleta ou de carro.
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Novas Modalidades:
chegar ao final em determinado tempo. É uma ótima alternativa
Existem hoje algumas vertentes do esporte que não caçam animais.
para os que gostam de cavalgar de maneira excitante e proteger
São elas a Drag Hunting e a Clean Boot.
os animais. Essa modalidade tem se popularizado na Europa, Estados Unidos
Drag Hunting
e também no Canadá. São usados de 20 a 22 cães.
A caçada consiste em perseguir uma linha mal cheirosa. A
Clean Boot
a pé ou a cavalo, percorre um caminho de aproximadamente 8
É uma modalidade menos usual, porém também poupa os
km, podendo chegar a 24 km nas caçadas mais difíceis, jogando
animais. A perseguição, neste caso, é a uma bota humana
por onde passa uma mistura de excremento com anis. Os cães
untada com uma mistura de odor intenso. Os cães utilizados
farejadores, foxhounds, têm de seguir a trilha “perfumada”.
são os BloodHounds, que possuem um olfato ainda melhor que
Os caçadores percorrem trajetos de extrema dificuldade,
os Foxhounds, pois muito embora o alvo tenha cheiro forte, o
aproximando-se a percursos de Cross country. O objetivo é
percurso não é composto por pistas odoríferas.
chorro de caça, especialmente quando a intenção é perseguir raposas. Além de serem menores, as raposas exalam um odor muito mais suave que o cheiro dos cervos, veados, coiotes e javalis. Como o próprio nome já diz, os Foxhounds Ingleses e Americanos são usados na caça às raposas. Enérgica e ativa, a raça tem um olfato incomparável.
O PSI está entre os
Puro sangue Inglês
Bom faro é fundamental para um ca-
Foxhounds
Os Caçadores
emoção, porém, é garantida. Um homem, chamado de Dragman,
cavalos mais usados nas caçadas da Inglaterra. Ágil, rápido e inteligente, ele possui as características ideais para perseguir raposas em campos abertos.
Ál b u m
Bruna Barbosa - na Sociedade Hípica de Jaraguá
Camila, Miro, Matheus e Cristina Moreira - Atletas de Maringá Paranaense de Escola
Mariana Cassetari - CEHIP
Cristine Lopes e Thais Marques - SHC
Paula e Fátima Marchezoni Força Livre
Fotos: equipe mundo equestre
Nestor, Fabiana e Luiz Augusto Deluchi, representantes do Paraíso Equestre - Gaspar
Pódio Amador A e Pré-Mirim - FGEE
Premiação Igor Oppitz Regimento Cel. Dulcideo
Premiação Rafaela Stroppa Paranaense de Escola 0,90 cm
Premiação da amazona Marian Weiss, representante do Movimento Equestre Florianópolis
Premiação de Giovanna Bussador Matrakas - CSE 0,70cm
Rita, Juarez Guimarães e Elisa Guimarães Forchezatto - Paranaense de Escola
esPECIAL Texto: Gustavo Vazquez
A jornada evolutiva do cavalo Somos o que comemos
Assim como outros animais domesticados pelo homem, o cavalo possuía, em seu estado selvagem, características que impeliram e facilitaram sua domesticação. Sua aptidão para servir de montaria, somada à sua velocidade e resistência, foram fatores determinantes para aproximálo do homem primitivo, em uma união que se mantém e se manterá estável e frutífera. Se nos perguntarmos o que levou os equinos a possuírem tais características dentro de sua escala evolutiva, encontraremos um princípio aparentemente corriqueiro: a alimentação. Dizem que somos o que comemos, e isso se aplica aos animais. Ao contrário da maioria dos herbívoros, que se alimentam de frutos e sementes e que assim dependem da existência de certas árvores e de condições climáticas específicas, o cavalo, sendo pouco
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exigente, é capaz de nutrir-se de vegetais pobres em proteínas ou, em outras palavras, de pasto, encontrado em abundância na natureza. Seu metabolismo sobrevive em áreas onde mesmo ruminantes, como vacas e carneiros, não conseguiriam se alimentar. Isso já é um fator a favor de sua domesticação – se um homem decide cuidar de um carnívoro precisará supri-lo com carne, que muitas vezes é dispendiosa; uma vaca exige um grande terreno por onde pastar; o cavalo, nesse aspecto, exige menos esforço de seu criador. Somado a isso, comer plantas pouco energéticas adicionou à sua sobrevivência a eliminação de disputas territoriais. Animais mais exigentes em relação à comida muitas vezes precisam brigar entre si por um pequeno espaço de terra aproveitável. Para o cavalo, visto que seu alimento
está presente nos mais diversos climas e regiões, é mais fácil locomover-se em busca de um novo pasto do que brigar por aquele desejado por outro animal. E de fato sua mobilidade veio a ser sua grande defesa contra os predadores. Não tendo chifres ou couraças, sua opção quando em perigo é simples: fugir. A seleção natural fazia então que os cavalos primitivos rápidos tivessem mais chance de sobreviver do que os lentos. Acontece que, na natureza, a velocidade de um animal é relativa ao seu tamanho – um pônei, por exemplo, precisa dar mais passadas que um cavalo para superar a mesma distância, e com isso gasta mais tempo e energia. Assim, com os maiores tendo uma vantagem em relação aos menores, com o passar dos milênios o cavalo deixou de ser um animal do tamanho de um cachorro até alcançar o tamanho atual. Na tortuosa escalada da montanha evolutiva, muitas vezes uma vantagem acaba por trazer uma desvantagem e vice-versa. A natureza exige compensações: ser mais rápido e, consequentemente, maior, exige uma alimentação melhor. Já tendo encontrado seu nicho – plantas de baixo valor alimentar – não seria vantajoso voltar atrás; se decidisse buscar plantas mais nutritivas, seria preciso disputar com os animais que já a comiam e que possuíam corpos mais propensos à luta. A solução mais simples,
então, foi comer mais; um cavalo hoje chega a permanecer mais de doze horas por dia comendo. Sendo seu alimento pouco nutritivo, é preciso passar muita comida pelo seu corpo para que se extraia a energia necessária para sua sobrevivência. E comer durante tanto tempo, por sua vez, causou algo especial. Quão essencial é para a manejabilidade de um cavalo suas rédeas – e o diastema, tão apropriadamente posicionado, nada mais é que um fruto de sua alimentação. Passando grande parte do dia com a cabeça encosta-
25
uinos q e s o evou l e u q O tais m e r í u s a pos entro d s a c i t rís tiva? caracte u l o v e scala e a u s de
da ao chão, o cavalo primitivo, que possuía uma mandíbula convencional, tinha sua percepção sensorial prejudicada; seu campo de visão era muito baixo, sendo difícil notar um predador a menos que este estivesse próximo. O que aconteceu foi seus dentes frontais se separarem dos restantes, “subindo” assim sua visão periférica – com o diastema, seus olhos ficaram mais distantes do solo, permitindo uma percepção mais ampla do espaço ao seu redor. Por fim, aumentando de tamanho, o cavalo viu-se sujeito a outra exigência além de alimentar-se mais – as consequências da força da gravidade. Um animal gasta tempo
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e energia para se deitar ou levantar, proporcional ao peso de seu corpo e à altura necessária para passar de um estado a outro. A dificuldade de fugir de um predador, caso se esteja deitado, é maior quanto maior for o animal; um cachorro doméstico, por exemplo, pesando meia dúzia de quilos, necessita erguer-se alguns centímetros se deseja levantar-se; um cavalo precisa erguer em torno de meia tonelada em aproximadamente um metro de altura! A resposta a este problema é única aos equinos: manter-se constantemente em pé. Sua estrutura óssea encaixa-se de tal maneira que ela suporta a si mesma, sem precisar haver
gasto de energia muscular. Poderíamos até dizer que seu esforço, ao estar de pé, seria o equivalente de um humano estando deitado! Assim, quando está comendo ou mesmo dormindo, ao notar a presença de algum animal nocivo nas proximidades, o cavalo não precisa levantar-se antes de começar a fugir – basta-lhe correr, pois já está de pé. E isso traduziu-se, em sua convivência com os homens, a servir de montaria. Embora seja necessário adestramento para que um cavalo aceite um cavaleiro sobre ele, ao menos possui de antemão uma estrutura propícia para tal. Qualquer outro animal, gastando energia muscular
apenas ficando em pé, não é capaz de suportar-se por períodos longos nesta posição – quanto mais com o peso de um homem sobre ele. Os equinos, poderíamos dizer, partem de uma incumbência zero. Assim, quando homens e cavalos se encontraram nos primórdios da humanidade, houve uma recompensa mútua. De um lado, o homem pôde proteger o animal de predadores e oferecer-lhe cuidados; do outro, encontrou um animal pacífico, com estrutura e tamanho adequados à montaria, rápido, de fácil alimentação. Há vantagens em ser pouco exigente!
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C línica v eterin á ria
Termografia no auxílio ao diagnóstico das claudicações em equinos Lívia Medalha – Clínica Santa Fé – Jockey Club do Paraná
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A termografia é uma técnica de inspeção não invasiva que
prever lesões entre 30 e 60 dias antes de surgirem os primeiros sinais clínicos. Grande
permite estender a visão humana ao espectro infraverme-
parte das lesões músculo-esqueléticas sofridas por equinos atletas e de trabalho têm
lho. O princípio da termografia está baseado na medição da
caráter cumulativo, iniciando com um pequeno dano, imperceptível e indolor, que
distribuição de temperatura superficial do corpo do animal,
se agrava progressivamente com a repetição da atividade física. Como a maioria das
quando este estiver sujeito a tensões térmicas. Embora a utili-
estruturas que sofrem estresse nas atividades eqüestres está próxima da superfície
zação da termografia seja relativamente recente em Medicina
corporal, a termografia é capaz de localizar pequenos danos, em estágios tão ini-
Veterinária, esta técnica foi utilizada pelas forças armadas de
ciais que não são detectados por outras técnicas diagnósticas. Com isso, os custos de
alguns países há vários anos. Ela permite medir o calor emitido
tratamento, o tempo que o animal tem de permanecer parado e o sofrimento, são
por navios, aviões, tanques e perceber se estes foram utiliza-
reduzido e ainda incrementando a possibilidade de recuperação completa da lesão.
dos há pouco tempo ou se estão prestes a partir.
Entre as mais modernas técnicas de diagnóstico, a termografia ocupa um lugar de
É um método de exame complementar que se baseia nas va-
eleição, mas tem, no entanto limites, como todas as técnicas diagnósticas.
riações de temperatura, diagnosticando as patologias antes de
O seu princípio de atuação se baseia em que todo ser vivo emite raios infraver-
aparecerem ou no decorrer do curso, se são crônicas ou agu-
melhos e estes podem aumentar nos casos de inflamação, mas também podem
das. A termografia é uma ferramenta profilática, pois permite
diminuir em algumas outras afecções. Na termografia o corpo todo do animal é
explorado observando-se imagens que variam nos tons do vermelho
minutos à temperatura ambiente do local em que irá se realiza o exame.
ao verde, tons de azul, de branco e de amarelo. O branco representa
Em termografia procuramos essencialmente as assimetrias: em condições
as zonas de maior temperatura, o azul as áreas mais frias (Figura 1).
normais as imagens dos dois membros são idênticas. Uma alteração de
As modificações de temperatura de certas zonas do organismo estão
1ºC em 25% da área observada é considerada caso patológico. Os ten-
diretamente ligadas à irrigação sanguínea. Um tecido lesionado, por
dões e articulações apresentam normalmente alterações de temperatura
exemplo, está mais fortemente irrigado do que um normal, pois há
cerca de duas semanas antes de aparecer uma claudicação.
uma inflamação aguda presente no local.
Problemas no dorso, abcessos do casco, sinovites, tendinites, lesões ner-
Em certas claudicações, há um aumento no fluxo de sangue à área
vosas, musculares, atrofias musculares, são condições bem visíveis quan-
afetada, mesmo antes de aparecerem os sintomas. Compreende-se
do se utiliza a termografia como meio de diagnóstico (Figura 2).
assim que em cavalos de grande valor se faça exames termográficos como medida de prevenção, antes de competições importantes. É
Alterações Visualizadas pela Termografia:
recomendável realizar check-up termográfico periódico em eqüinos
• Laminite e outros processos inflamatórios nos cascos;
que desempenhem atividade física freqüente e intensa, para que iní-
• Lesões músculo-esqueléticas antes de serem detectáveis por radiologia
cios de lesões possam ser detectados e tratados antes de se tornarem
e de 30 a 60 dias antes de surgirem sinais clínicos;
um grave problema de difícil recuperação.
• Lesões músculo esqueléticas já estabelecidas e tumores não-profundos;
Um “Hot Spot” ou ponto quente indica normalmente uma inflamação
• O estado da musculatura;
com conseqüente afluxo de sangue e um ponto mais frio indica um ede-
• Um exame termográfico imediatamente após exercício na guia em am-
ma, uma trombose ou a existência de tecido cicatricial.
bas as mãos pode revelar se há simetria na utilização muscular e se há
A técnica requer experiência, pois por vezes há artefatos, tais como a
grupamentos musculares subutilizados.
utilização de ligas ou pomadas que falseiam o diagnóstico, sendo reco-
A termografia revela se a sela do animal está prejudicando o seu rendi-
mendável que se deixe o animal aclimatar-se durante cerca de 15 a 30
mento. Adequação do Ferrageamento e Casqueamento (Figura 3).
Figura 1
Figura 2
Figura 3
N OT Í C I A S
Fonte: Country Press | Site FPH
Pré-mirim e Mini-mirim Foto: Cidinha Frazão
Enduro
Mais de 45 conjuntos do Sul do País se reuniram em Matinhos, no litoral Paranaense, para participar Foto: Tim Maia
da 2ª Etapa do Campeonato Paranaense de Enduro, realizada no dia 25 de julho. À beira mar, as trilhas conciliaram o belo cenário da praia com percursos desafiadores através dos morros próximos ao mar. De acordo com o diretor e organizador da prova, Marco Antônio Nunes, a competição superou expectativas: “Foi simplesmente um show, a trilha foi maravilhosa, com percursos pela praia e ainda contamos com uma temperatura muito agradável.” Um grande número de expectadores acompanhou a prova com emoção e aproveitou o clima favorável para curtir a praia. A próxima etapa do concurso acontecerá no dia 26 de julho em São Luiz do Purunã, no Paraná. “Reitero meu convite para todos os atletas que já participam das provas para prestigiar o campeonato e aproveito para convidar aqueles que ainda não o conhecem”, diz Nunes.
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Apresentações impecáveis marcaram o Campeonato Brasileiro Prémirim (12 a 14 anos) e Mini-mirim (8 a 12 anos) no tradicional Clube Hípico e Campestre Juiz de Fora em Minas Gerais, entre 9 e 12 de julho, evento concomitante com o Brasileiro Sênior Top, além de provas regionais e da Copa BH. Com armação da course-designer brasileira Marina Azevedo, os jovens atletas mostraram muita categoria em pista - o que se refletiu em páreos bem acirrados. Na categoria Pré-mirim, dos 66 atletas inscritos, o cavaleiro Gilberto Keiji Haraguchi com Cavallus Europa sagrou-se campeão brasileiro, sem faltas, em 30s25. Já o campeão brasileiro mini-mirim 2008, Emyr Diniz Costa Neto com Enadine Tok, representante de São Paulo, mostrou muita categoria em seu primeiro campeonato pré-mirim conquistando o vice-campeonato, sem faltas, em 31s01 Na categoria Mini-mirim,entre 48 atletas participantes, sagrou-se campeão o jovem talento paranaense João Henrique Schneider com Black, em um percurso limpo, em 45s33, uma aproximação de 33 centésimos ao tempo de ideal de 45 segundos. A Amazona pernambucana Amanda Crescencio Pedrosa com Landirene Max Horse zerou a pista em 46s37 e ocupou a segunda colocação. Em terceiro lugar, o também pernambucano João Victor Black com Dark CS ,1 pp em 47s26.
Adestramento
Durante os dias 24, 25 e 26 de julho, Curitiba foi palco do CBS Escola de Equitação. Realizado pela primeira vez na capital Paranaense, o campeonato foi composto por provas de 0,80cm e 0,90cm e contou com um total de 160 conjuntos de todo o País. Para o início das competições, foi organizado um desfile com os instrutores e alunos das federações participantes, que entraram com suas respectivas bandeiras em uma bela cerimônia. “Há algumas décadas não via um desfile com as bandeiras das federações tão bonito e empolgante como foi neste campeonato”, comenta o presidente da Sociedade Hípica Paranaense, Fernando Sperb. Durante o evento, também circulou um abaixo assinado contra o futuro plano de transformar o CBS em Campeonato Nacional (CSN). De acordo com Fernando Sperb, esta medida seria prejudicial para o incentivo do hipismo nas categorias de Base. “Em primeiro lugar, transformar o Campeonato Brasileiro em Campeonato Nacional resultaria na perda de todo o glamour e charme que esta disputa costuma ter, além disso, os atletas não poderiam competir pelo título de Campeão Brasileiro, o que seria uma lástima”. Os percursos foram assinados pelo course designer brasiliense David Navarro, que pôs à prova a técnica e vontade dos jovens atletas. Segundo a diretora de escola da SHPr, Silvana Furquim Vaz, o índice técnico foi elevado. “Os atletas tiveram que demonstrar seus aprendizados e colocar em prática toda a técnica que eles realmente possuem, as pistas foram muito bem armadas.”
Vencedores do Campeonato
1º Sofia Monteiro S. Fillizola – FPH
1º Lidia Chiang – FPH
2º Giovanna Almeida Benedetti – FPH
2º Matheus Fernandes P. Moreira – FPrH
3º Gabriela Curti – FPH
3º José Eduardo Passerli – FPH
Foto: FALTA CRÉDITO
Foto: Greice Carvalho
Brasileiro de Escola
Fonte: Country Press | Site FPH
Montando Ludewig G, a amazo-
Mais de 3.000 pessoas compana mineira Renata Rabello Costa receram ao Jockey Club Tarumã que reside na Holanda, conquistou para acompanhar a 66ª edição seu segundo índice de qualificação do Grande Prêmio Paraná durante o Prix Recyma, no 2008. CDI3* Composto páreos, o evenStrassen, nopor Audi9 Cup International to com disputas emociona contou cidade de Luxemburgo. nantes e a conquistou presença de jockeys A amazona o índice de de carreira internacional, como 64,25% em nota atribuída pelo juiz oholandês grandeJan nome do turfe brasiPeeters. No final de leiro Jorge Ricardo e o argentino sua apresentação, apresentou média Pablo final deFalero. 63,362%. O primeiro índice Reunindo os melhores animais da atleta mineira foi conquistado em em campanha do país, o GPPrix Pano dia 18 de junho, no Grand B raná é a principal prova do país 3* no Domaine Equestre dês Grands realizada de areia e gaPins, regiãoem de pista St. Tropez, na França. nha status de Grupo 1 (G1) no Com a conquista do segundo índicenário internacional. ce, Renata se iguala aos seus dois Devido a relevância, evento companheiros da equipeo medalha atrai celebridades cenário de bronze nos Jogos do Panamericanacional. Políticos, empresários nos do Rio, Luiza Tavares de Almeiedaartístas marcam que monta Sambapresença e Rogérionas da tribunas sociais do clube e auSilva Clementino com seu Puro Sanmentam ainda mais o charme gue Lusitano Nilo VO. do concurso. Com a qualificação de Renata, o Neste o GP mínimo Paranáde teve Brasil já ano, tem número atlecomo padrinho a Fundação Prótas para formar a inédita equipe de Renal Brasil e nos doou parte do diAdestramento Jogos Equestres nheiro arrecadado com a venda Mundiais, que acontecem no segunde vip2010 paraem investimendo ingressos semestre de Lexington, tos e melhorias na entidade. no Estado americano Kentucky.
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Teu Mundo Equestre
Mostre sua paixão pelo mundo equestre! Não importa a idade, se você ama cavalos e tem algum desenho ou foto que deseja compartilhar, mande para nós. Sua imagem será publicada nesta seção, e todos vão poder conhecer um pouquinho do seu mundo equestre.
“Me chamo Kathrin, tenho 17 anos e fiz esse desenho para minha amiga Vitória da sua égua, Fortacha.” Meu nome é Jéssica e desde pequena sempre fui apaixonada por cavalos. Adoro a Mundo Equestre. Realmente acho as matérias muito boas e as fotos são um show a parte. A revista está de parabéns! Um abraço a todos os amantes dos cavalos!
Me chamo Sofia, tenho 6 anos e adoro desenhar cavalos. Estes dois desenhos fiz em homenagem a minha prima que é amazona. O primeiro é da égua dela e o outro é ela montando num campeonato.
Para enviar on line, entre em nosso site e clique em “Teu mundo equestre”. Se você preferir, mande uma carta para Rua Desembargador Motta 2175 – 502, Curitiba – PR, CEP 80420-190. 34
q u adrin h o s
Ilustração: Kathrin Friedl
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Com o auxílio da mãe, o potro deve tentar se livrar da placenta, que o impede de respirar. Caso a égua esteja muito debilitada, é importante que alguém experiente o ajude a se liberar da placenta, desobstruindo assim as narinas, a boca e as orelhas do filhote. Isso é essencial para que o potro possa respirar. Um potro saudável deve estar de pé em, no máximo, duas horas após o parto.
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v ariedade s Texto: Afonso Westpal
Laguna San Rafael
Motivos não faltam para que San Rafael seja considerada a mais famosa geleira da patagônia chilena.
Complementando a paisagem, enormes icebergs formados
Uma paisagem admirável, a imponente natureza virgem e a
Considerado um dos maiores “refrigeradores” do planeta,
impressão de estar vivenciando o passado são algumas das
este lendário parque se encontra no cume mais alto dos
possibilidades que os visitantes da Laguna San Rafael – gelei-
Andes Austral e proporciona aos seus visitantes memórias,
ra localizada no extremo Sul do Chile - podem experimentar.
no mínimo, inusitadas. Seu acesso é realizado por grandes
Em plena região patagônica, a Sudeste de Porto Chacabuco
embarcações que atravessam os fiordes chilenos e desafiam
e aos pés dos Campos de Gelo Norte, o Parque Nacional
a natureza gélida com seus grandes cascos de aço. Chegan-
Laguna San Rafael foi declarado Reserva da Biosfera pela
do à Laguna San Rafael, os navio não podem se arriscar a
UNESCO em 1979.
ficar muito próximos ao paredão de gelo. Logo pequenos
Principal ventisqueiro (lugar onde a neve se amontoa e se
botes infláveis são acionados, permitindo aos viajantes apro-
conserva por muito tempo) dos Campos de Gelo Norte, pos-
ximarem-se da muralha e navegarem em meio a este cená-
sui um extensão total de 45 Km. San Rafael é uma forma-
rio nada convencional desfrutando o tradicional uísque com
ção originária das neves que caem no alto das Cordilheiras
pedras de gelo milenar.
dos Andes. Esta neve, movimentando-se vagarosamente ao
Na fauna local, destacam-se os golfinhos, cisnes, lobos, lon-
longo de milhares de anos, forma um “rio congelado”, que
tras, e elefantes marinhos.
desemboca no mar. Ao encontrar a laguna, sua altura varia
Para quem deseja sair da rotina e curtir uma aventura literal-
de impressionantes 50 a 70 metros, originando uma enorme
mente arrepiante, a Laguna San Rafael é uma grande opção,
parede branca de gelo com um impacto visual inesquecível.
aliando fortes emoções a um visual estonteante.
pelo desprendimento de grandes blocos de gelo flutuam sobre as águas calmas e geladas da Laguna.
Sorteio do mês
Apoio
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Sacola de Botas, Salto e Sela
Sorteada de julho
Capa Térmica Cavallus
Raul Eduardo Faust
P
NOME: Cristóvão Teixeira Dellagerisi
IDADE: 24 anos
ONDE MONTA: Centro hípico e haras MD
CAVALOS: Ofélia Lacañada BH 6 anos e Lord Listh BH 4anos
CATEGORIA: Sênior
Perfil
ara Cristóvão Dellagerisi, o hipismo foi um caminho natural. Ele começou a montar ainda pequeno, influenciado pela família, que sempre teve cavalos. Quando criança, acompanhava seu pai em passeios e cavalgadas. Fez laço, rédeas e enduro equestre. Entrou para uma escola de equitação e acabou se profissionalizando com o tempo. Hoje, Cristóvão dá aulas e treina com persistência para chegar o mais próximo à perfeição, como ele mesmo diz. Aos 24 anos, o cavaleiro é objetivo ao responder o que o hipismo significa em sua vida. “Este esporte é minha vida. Vivo isso todos os dia. Na hípica, encontro meus amigos e familiares. É meu trabalho e meu lazer, adoro o que faço e amo este esporte. Exige muita dedicação, disciplina e força de vontade.” Para o cavaleiro, competir é a parte mais emocionante do hipismo, mas admite que também gosta muito de cuidar dos animais e de assistir aos campeonatos:“Ver os saltos dos cavaleiros importantes traz uma energia muito grande, um impulso para evoluirmos, aumenta a vontade de treinar.” Em relação aos atletas brasileiros que admira, Cristóvão destaca César Almeida: “É um cavaleiro que se sobressai, um cara compenetrado, sempre ligado no cavalo, rápido e de muito talento! Um dia chego lá.” E chega mesmo. Entre as provas que já venceu, Cristóvão considera que a mais importante foi o Campeonato Brasileiro de Sênior em 2007, na Sociedade Hípica Portoalegrense, em que saltou 1,45m.
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AGENDA
PA R A N Á
Campeonato Paranaense de AMADOR – SHPR
21 a 23
CSE Ponta grossa – SHPR
RIO GRANDO DO SUL 42
15 e 16
07
6ª ETAPA DO RCCS (LCH) - SHPr
COPA GERDAU 3ª ETAPA SANTA MARIA
PRÊMIO “WENSESLAU GLASER NETO/WENSESLAU GLASER JR.”
07
PROVA ESPECIAL “PAULO PIMENTEL”2.200 M. PRODUTOS DE 3 E MAIS ANOS. (PESOS ESPECIAIS)
14
07 a 09
PROVA ESPECIAL “ALCIDES COLTRI”1.900 M. ÉGUAS DE 3 E MAIS ANOS. (PESOS ESPECIAIS)
13 a 16
PROVA ESPECIAL “POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ” 1.100 M. PRODUTOS DE 3 E MAIS ANOS. (PESOS ESPECIAIS)
CSN GRAMADO – GARRIÉRE DO LAGO NEGRO
CBS Amador e Sênior – S.H. de Brasília
28
PROVA ESPECIAL “PAULO AFONSO ALVES DE CAMARGO” 1.200 M. PRODUTOS DE 3 E MAIS ANOS. (PESOS ESPECIAIS)
06
JOCKEY CLUB PR
PA R A N Á
S A N TA C ATA R I N A
CSE Final Ranking SHPA + 4a Et RG Escolas – FHPA
PROVA ESPECIAL “DUQUE DE CAXIAS”1.400 M. PRODUTOS DE 3 E MAIS ANOS. (PESOS ESPECIAIS)
JOCKEY CLUB RS
3ª Etapa da XVII Campeonato Paranaense - Ponto GrossA PARANÁ/PR
16 a 19
01 e 02
Campeonato Paulista de Amazonas – SHP
01 e 02
CSE 5ª ETAPA DO RANKING DA SHPr
CSE 4ª ETAPA DO RANKING FCH – C.E. Leme
28 a 30
A P PA LO O S A
29 e 30
29 e 30
14
CSN** Polana Haras Polana PA R A N Á
07 a 09
21 a 23
RIO GRANDE DO SUL
HIPISMO
SÃO PA U L O B R A S Í L I A
Agosto CLÁSSICO A. J. PEIXOTO DE CASTRO 2.200 M – Produtos de 3 anos e mais idade. Pesos da Tabela II
13
CLÁSSICO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 1.609 M – Produtos de 3 anos e mais idade. Peso da Tabela II
20
CLÁSSICO DUQUE DE CAXIAS 1.200 M – Produtos de 3 anos e mais idade. Pesos da Tabela II
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CLÁSSICO JOCKEY CLUB DO RGS CRITERIUM DE POTROS 1.609 M Potros de 3 anos (com exclusão das fêmeas). Pesos da Tabela I