Revista Mundo Equestre - Julho 2011

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Bem-estar para cavalo e cavaleiro.

www.mundoequestre.com.br

Número 39 | Julho 2011

Nesta Edição #39

R$ 9,90

Esporte

II Jump Indoor

Especial

Julgamento técnico

Saiba mais

Final da

Cuidados com o cavalo durante o inverno

Knabstrupp

Descubra o cavalo exótico da Dinamarca Entrevista: Marcelo Blessmann comenta sua trajetória no esporte






E d i to r i a l

Caro Leitor, Valorizando a história e promovendo o desenvolvimento do esporte hípico nacional, trazemos como entrevistado Marcelo Blessmann. Com experiência olímpica e muitos anos de carreira, Blessmann, sempre simpático e atencioso, expõe um pouco de sua trajetória e aponta novos caminhos para o hipismo brasileiro.

Em Raça do Mês, apresentamos um cavalo ainda pouco conhecido pelos brasileiros. Por sua pelagem pintada, o Knabstrupper se confunde com o popular Apalloosa Americano, mas engana-se quem pensa que os dois partilham as mesmas características. A raça dinamarquesa tem colecionado admiradores por todo o mundo tendo em vista sua beleza e funcionalidade esportiva. Na matéria especial, informe-se sobre a importância do Julgamento Técnico nas provas da Equitação Fundamental. Realidade em muitos países, este tipo de julgamento avalia e ajuda o iniciante a melhorar a sua técnica, preparando o futuro atleta para voos mais altos. Ao avaliar separadamente vários quesitos, o julgamento possibilita traçar um plano de ensino focado na boa equitação e não apenas nos resultados. Confira na seção Saiba Mais alguns cuidados necessários para manter seu cavalo saudável neste inverno. As baixas temperaturas, especialmente na região sul e sudeste do Brasil, podem predispor os animais a algumas doenças respiratórias, de pele ou mesmo lesões musculares por falta de aquecimento adequado. Mundo Equestre, prezando pelo bem-estar dos cavalos e dos cavaleiros brasileiros.

Uma ótima leitura,

Editor



Índice 12

Entrevista Marcelo Blessmann

16

Raça do mês Knabstrupp

21

eduardo mOREIRA PIC-NIC

22

Saiba mais Cuidados no inverno

32

Especial Julgamento técnico

36

pergunta veterinária Tosse e secreção

38

clínica veterinária Hemiplegia Laringeana

12

16

32

44

26 30 34 40

álbum pERFIL Denis Gouvea notícias

expediente Impressão e acabamento

Edição

Redação

assessoria Jurídica

Afonso Westphal

Monique Silva

Merico Advogados

Posigraf

arte e diagramação

MALA DIRETA PARA: Sociedade Hípica de Brasília Sociedade Hípica Paranaense Sociedade Hípica Catarinense Sociedade Hípica Porto Alegrense Sociedade Hípica Paulista (no clube) Sociedade Hípica de Ribeirão Preto Criadores Brasileiro de Hipismo

direção EXECUTIVA E marketing

Manuela Merico

Fotografia

Grace Carvalho (Colaboração) Raphael Macek (Colaboração)

Editora BemAmostra

Capa

Revisão

Foto: Arquivo

Lays Coutinho

Departamento comercial

comercial@mundoequestre.com.br

Monique Silva Equipe veterinária

Pedro Vicente Michelotto Jr. Bruna Dzyekanski

8

Federações: FHPR | FCH | FHBR

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Todos os direitos reservados. Artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista.


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Yuri


S o rt e i o d o m ê s

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Clube Mundo Equestre: > “O mais legal da revista é que a leitura é fácil e agrada a todos aqui em casa (eu, esposo e três filhos). Nossa família é envolvida no mundo equestre e todo os meses temos a oportunidade de esclarecer dúvidas veterinárias e de conhecer um pouco mais sobre as raças. Também gostamos muito da cobertura que é feita sobre as principais competições nacionais e internacionais. Parabéns pelo conteúdo da revista.”.

Juliana Dantas - Prof. e Analista de Sistemas - PB

Errata: > Na matéria sobre a final da Copa do Mundo Rolex de Saltos, na edição 38 (junho/2011), não foi mencionado a excelente participação dos cavaleiros brasileiros Yuri Mansur, que montou QH Mega Mamute Chico Z Hipos e QH Mega Mamute Vip Hipos, e Eduardo Menezes, que montou Tomba. Yuri, que ano passado perdeu seu cavalo QH Ideal de cólica uma semana antes da disputa das finais da Copa Rolex, mostrou-se um exemplo de dedicação e superação, conquistando o 30º lugar em um dos campeonatos mais importantes do mundo. Eduardo ficou em 31º, nove posições atrás da paulista Luciana Diniz, que representa Portugal.



e n t r e v i s ta Texto e foto: Equipe Mundo Equestre

Marcelo Blessmann

Vida de cavaleiro Ao longo de uma bonita trajetória junto ao cavalo, Blessmann já disputou e venceu muitos Grandes Prêmios nacionais e internacionais. Apaixonado pelo esporte, dentre suas principais conquistas está a participação nas Olimpíadas do Los Angeles, em 1984. 12


Mesmo não montando mais, pode-se dizer que seu envolvimento com o cavalo está mais forte do que nunca. Diretor de Saltos da Sociedade Hípica Paulista e juíz da raça Brasileiro de Hipismo, Blessmann continua contribuindo para o desenvolvimento do esporte no País.

Como começou sua história dentro do Hipismo?

e nos damos super bem. Já Rodolfo Luis Figueira de Mello eu

Comecei a montar na hípica de Porto Alegre quando

conheci quando eu tinha 11 anos. Eu tenho muitos outros

tinha 9 anos de idade e a partir dai o cavalo se tornou a

amigos, mas esses três eu mantenho uma amizade muito

minha vida. Desde pequeno, estive acompanhado de bons

legal, a gente se fala, convive... O mais legal disso é que foi

cavaleiros e tendo acesso ao conhecimento de pessoas bem

o esporte que viabilizou essa amizade. O lado mais bonito

informadas. Para mim, o aprendizado é um processo infinito.

do esporte é esse.

Sempre acho que devo aprender mais e acredito que este

Falando sobre o esporte, o hipismo, às vezes, tira finais

pensamento foi o grande responsável pelas conquistas em

de semana de muitos pais e mães. Porém, tem o lado

minha vida. Pulei todos os Grandes Prêmios, de ponta a

positivo de você assistir seus filhos, conseguir conviver mais

ponta, alguns, duas vezes. Hoje, muitos mudaram de nome,

com eles e fazer novas amizades. É claro que existe um custo

mas já ganhei aqui (São Paulo) quando era Pão de Açúcar,

monetário e de tempo, mas tudo tem um custo na vida.

ganhei em Porto Alegre o The Best Jump, ganhei o Coca-Cola

Existem várias compras para você fazer, mas eu acredito que

no Rio.

a “compra” da felicidade é o melhor custo-benefício que você pode ter.

É verdade que você já foi sócio de inúmeras hípicas pelo Brasil? Acredito que eu tenha um recorde neste aspecto (risos), como por exemplo, ser sócio da hípica de Porto Alegre, da

Você montou por muito tempo e pôde desfrutar do prazer de ser cavaleiro. Qual, atualmente, é o seu grande prazer no hipismo?

hípica do Rio, da hípica de Juiz de Fora, da hípica de Santo

Quem gosta desse esporte dificilmente consegue

Amaro e da hípica Paulista. Pelo que eu sei, nunca niguém

abandonar. Hoje tenho alguns cavalos, treino alguns

foi sócio de cinco hípicas. Falando em números, eu também

cavaleiros, julgo garanhões da raça Brasileiro de Hipismo e

já representei cinco federações: a federação do Rio Grande

ajudo na criação nacional para a melhoria da raça.

do Sul, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e a de Pernambuco.

Quais foram os momentos mais marcantes para você dentro do hipismo?

Quais são os seus principais amigos da época em que montava?

O primeiro episódio que me marcou foi quando fui campeão brasileiro de mirim. Foi meu primeiro grande título

Eu tenho muitos amigos, bons amigos, mas são três os

e eu tinha apenas 13 anos. Depois, quando eu participei das

mais próximos. Um que conheci na primeira vez que montei,

Olimpíadas de Los Angeles. Outro momento que me lembro

o Carlos Johanpetter, que é meu amigo desde quando ele

bem foi quando ganhei o The Best Jump, que é um torneio

tinha 9 e eu 8 anos. Nós começamos a montar em Porto

muito tradicional no Brasil. Como foi em Porto Alegre

Alegre e, por acaso hoje, eu sou coordenador técnico de

que eu venci a minha primeira prova e onde dei os meus

toda a equipe dele. Carlos Vinícius Gonçalves da Motta

primeiros saltos, foi muito emocionante escrever meu nome

também é um grande amigo meu, conheci ele com 13 anos

em um troféu perpétuo. Nesta época, eu tinha 23 anos. De 13


lá para cá ganhei muitos grandes prêmios. Já saltei muito,

vida a gente cai e levanta. Aprendi que cair todo mundo

muita altura, aliás, sou um dos cavaleiros que saltaram mais

cai, o diferencial está em quem consegue se levantar.

alto no Brasil. Eu pulei 2,20m em Roma, 2,20m em Achen,

Depois disso, me deram o MC Alpes, o primeiro cavalo

2,20m em Madrid. Mas tudo isso não paga o preço de um

da criação nacional a ser registrado. Ele era um cavalo bom e

dia ter começado em uma pequena hípica em Porto Alegre.

foi evoluindo muito. Acabei levando ele para as Olimpíadas

De lá eu fui para o Rio, acabei em uma Olimpíada, e no ano

e este fato foi bastante importante, pois além do orgulho de

da Olimpíada eu voltei para Porto Alegre e ganhei o Grande

levar o primeiro cavalo registrado para uma Olimpíada, ele

Prêmio. A primeira vez que eu montei em Porto Alegre, eu

ainda me concedeu o privilégio de vencer o Grande Prêmio

vi um cavaleiro ganhando o GP e pensei: “será que um dia

do The Best Jump.

eu vou ganhar também?”.

Pela sua grande experiência dentro do esporte, o Tem algum cavalo que é especial para você? Eu tive um cavalo chamado Guarupe, que foi o

que os cavaleiros poderiam fazer pra melhorar a situação do hipismo no Brasil?

primeiro cavalo que me colocou “lá em cima”. Eu tinha

Eu acho que, aos poucos, eles já estão fazendo. Nós,

quase 18 anos e foi com ele que comecei a pular provas

às vezes, questionamos algumas decisões e escolhas de

grandes. Na época, a Atlântica Boa Vista realizou um

processos da Confederação Brasileira de Hipismo e só pelo

projeto de incentivo ao esporte que consistia em mandar

fato deles nos escutarem, eu já considero um começo. O

4 cavaleiros e 1 garoto promessa do futuro para uma

que os cavaleiros e envolvidos no esporte mais querem é

temporada na Europa. Eu fui o garoto escolhido. Era uma

uma coisa organizada, com regras claras.

turnê de 4 meses, nós fomos para a França, Espanha... e no segundo mês da turnê o meu cavalo morreu. Foi a

Como avalia o desenvolvimento do hipismo no

minha primeira decepção dentro do esporte, mas desta

Brasil?

situação tirei uma lição que carrego comigo até hoje: Na

14

O brasileiro sempre foi talentoso por natureza. É talentoso


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no automobilismo, no vôlei, no futebol. No hipismo é a mesma coisa, o Brasil é bom e evoluiu muito. Antigamente, tinham poucos cavaleiros bons, hoje em dia existem muitos. Há mais pessoas treinando e, com isso, mais gente habilidosa vai aparecer. O problema do Brasil não é a capacidade técnica, o problema é que o cavalo se tornou uma “coisa” extremamente cara por aqui. Nós não temos estrutura para segurar um bom cavalo em nosso país Se você tiver dinheiro e quiser gastar 3 milhões de euros em um cavalo, você não vai nem trazer ele para o Brasil, você vai deixar ele na Europa, treinando com algum cavaleiro de confiança, e uma vez por mês vai lá para pular um concurso. Existem muitos cavalos de qualidade criados no Brasil. Os estrangeiros notam essa qualidade e oferecem um valor que fica difícil do brasileiro “recusar”. Ou esse brasileiro tem disponibilidade de competir fora, ou não tem sentido ele ter um cavalo desse valor aqui. O nosso problema é financeiro, mas não é que sejamos pobres, é que “euro é euro”. É financeiramente inviável, as premiações aqui são mais baixas, o hipismo no Brasil não é uma tradição.

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Em sua opinão, quais cavaleiros serão o futuro do hipismo brasileiro? O Francisco Musa, o Fabinho, o José Roberto Reynoso e o Zé Luis Guimarães. Eu vejo no Musa o talento e a vontade que eu tinha. Digo “tinha” porque quando você está no auge, você dorme pensando em acordar. Com o tempo, é difícil você manter a vontade e a perseverança. O cavaleiro não pode perder o foco. Estes cavaleiros estão muito focados: O Musa, o Reynoso, o Fabinho e o Zé. Existem muitos cavaleiros promissores, mas dessa nova juventude, eu fico com esses quatro.

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raça do mês Texto: Monique Silva e American Knabstrupper Association | Foto: Bob Langrish

16 16


Knabstrupp Criado para o esporte, para o lazer, ou mesmo por sua beleza singular, a raรงa conseguiu se estabelecer graรงas aos seus admiradores. 17


De origem dinamarquesa, o Knabstrupp ou Knabstrupper confunde-se com o popular Appaloosa Americano, porém, embora tenham em comum os antepassados espanhóis, são raças distintas.

D

urante as guerras napo-

Uma raça quase perdida

leônicas, alguns cavalos

Até 1870, a continuação da raça foi gravemen-

da cavalaria espanhola,

te ameaçada já que o número limitado de cavalos

que estavam baseados

levava a problemas de consanguineidade. Mais tar-

na Dinamarca, possuíam uma pelagem diferenciada.

de, em 1891, um incêndio nos estábulos do Major

As pintas exóticas eram herança de antigas linhagens

Villard Lunn matou 22 dos melhores reprodutores

espanholas e atraíam especial atenção dos cavaleiros.

da raça. Em 1900, a qualidade e quantidade da cria-

Uma das mais antigas raças registradas na Euro-

ção de Knabstruppers declinou consideravelmente.

pa, o Knabstrupp foi estabelecido oficialmente em

Contudo, muitos defensores da raça continua-

1812. Tudo começou com uma única égua pinta-

ram a lutar por sua sobrevivência e, em 1947, o stud

da, adquirida de um oficial da cavalaria espanhola

“Egemosegaard” tentou reestabelecer a raça. Em

por um açougueiro chamado Flaeb. A égua, que foi

1971, o criador Frede Nielsen trouxe três garanhões

chamada Flaebehoppen (que significa literalmente:

Appaloosas para a Dinamarca para infundir san-

a égua de Flaeb), foi comprada pelo Major Villard

gue novo à raça. Este foi um passo lógico, já que o

Lunn, que era dono do estado de Knabstrupperga-

Appaloosa Americano se desenvolveu diretamente

ard, em Holbaek, na Dinamarca.

do cavalo espanhol, que foi trazido da Europa para

A égua era famosa por sua velocidade e re-

o Novo Mundo no começo de 1500.

sistência. Avermelhada escura, possuía uma capa

A criação do Knabstrupper atualmente é focada

branca com pintas castanhas e pequenas pintas cla-

mais no cavalo de esporte. O tipo barroco ou anti-

ras por todo o corpo. Sua crina e cauda eram bran-

go, hoje, é raro.

cas. Flaebehoppen aliava uma beleza excêntrica à grande funcionalidade e potência. Coberta com um

Temperamento

garanhão da raça Fredericksborg, produziu um filho

Além de suas cores inusitadas, os cavalos Knabs-

de pelagem colorida chamado Flaebehingsten (que

trupp valorizam-se pelo seu temperamento gentil, alto

significa garanhão de Flaeb).

nível de treinabilidade, força, resistência e boa saúde.

Tanto a égua quanto seu filho foram cruzados

O Knabstrupper é energético e espirituoso, mas não

com uma grande variedade de cavalos de alta quali-

temperamental, características que destacavam a raça

dade e produziram vários animais coloridos, que ins-

nos campos de combate.

tituíram o Knabstrupper como uma das raças mais procuradas na Europa daquela época. Outro potro

Tipos

da égua de Flaeb, Mikkel, nascido em 1818, era filho

Nos últimos dois séculos, três diferentes tipos se

de seu meio-irmão, Flaebehingsten. Reconhecido por

desenvolveram: o knabstrupp de esporte, o barroco e

suas performances em corridas, é provavelmente o

o pônei. O tipo esportivo tem sido criado para atender

mais famoso Knabstrupper de todos os tempos.

aos interesses de cavaleiros de Adestramento, de CCE e de Salto, e são fruto do cruzamento com cavalos de

18


sangue quente europeus. Os mehores resultados vieram

Mike e Caroline Athey ficaram interessados em criar o

do cruzamento com Trakehners e Holsteiners. O Knabs-

Knabstrupper. Por ser uma raça europeia, que requer ins-

trupper é um trotador natural, e o Trakehner é a raça que

peção para criação e registro, um acordo foi feito com

mais se aproxima desta característica.

a German Rheinland-Pfalz-Saar (RPSI) para inspecionar e

O tipo barroco é menor, descendente de cavalos de carruagem e de guerra. Mais fortes, pesados, com pescoço curto e musculoso eram utilizados para o trabalho atrelado e bem populares como cavalos de circo.

registrar os Knabstruppers nascidos em solo norte-americano. Como não haviam éguas Knabstruppers na América do Norte, a busca focou em excepcionais éguas Appaloo-

Logo que a raça se tornou conhecida nacionalmen-

sas, que atendiam às exigências para registro. Três éguas

te, pareceu lógico criar pôneis knabstruppers devido ao

foram selecionadas, inspecionadas, aprovadas e cruza-

grande apelo que sua pelagem diferenciada causava nas

das com Apollon. No dia 1º de abril de 2002, nasceu o

crianças. Como muitos animais possuíam em torno de

primeiro potro americano Knabstruppper. Chamado de

1,50m, não foi difícil focar a criação para a produção de

“American Beauty (Beleza Americana)”, a potra é criação

pequenos animais.

da fazenda Athey’s Macarn, em Canton, no Texas. Em 2003, os criadores americanos ficaram felizes em

Pelagem

saber que Apollon foi importado para os Estados Unidos,

O Knabstrupper é famoso pela sua pelagem exótica.

pela fazenda e criatório Silverwood, em Virginia. Recen-

Suas pintas e cores lembram o Appaloosa Americano, já

temente, algumas éguas Knabstruppers e garanhões es-

que ambas as raças tem os mesmos genes para cores.

tão disponíveis para os criadores americanos.

A cor mais popular é o leopardo: pintas em preto, castanho ou alazão sobre um fundo branco. Outras pelagens, incluindo a “capa”, o floco de neve, e o “pouco pintado”, que é praticamente um cavalo de uma só cor que, quando cruzado, sempre produz um potro pintado. Conseguir que um potro nasça pintado não é uma tarefa fácil. Não existem garantias que o potro de um cruzamento entre dois animais pintados herde a pelagem de seus pais. O gene para a pelagem tordilha (que é dominante) também pode surgir e é de difícil remoção.

O Knabstrupp na América do Norte Até 2002, não existiam Knabstruppers na América do Norte. Quando o sêmem congelado do premiado garanhão Apollon foi disponibilizado, os criadores texanos

Apresentando uma pelagem exótica e grande disposição, o Knabstrupp é uma das mais antigas raças da Europa.

19



E d u a r d o m OR E IRA

PIC-NIC Desenvolvido por Monty Roberts, o método “PIC-NIC” propõe uma melhor maneira de recompensar seu cavalo. PIC-NIC significa: Positive Immediate

momento em que consegue o objetivo, ao

Consequence, Negative Immediate Conse-

invés de se repetir o exercício para fixá-lo

quence. Ou em português, consequência

(novamente a lógica humana), deveríamos

imediata positiva, consequência imediata

agradar o cavalo com uma carícia entre os

negativa. O método de Monty Roberts tem

olhos e levá-lo para uma pequena cami-

neste conceito um de seus principais pila-

nhada e descanso. Sua mente irá associar

res. Ele consiste em associar uma atitude

o fato de transpor o obstáculo com uma

positiva do cavalo imediatamente a uma

recompensa, uma sensação boa e, natural-

recompensa, e punir uma atitude negativa

mente, tentará repetí-lo.

imediatamente com um estímulo também negativo.

Assim, você terá um cavalo efetuando suas tarefas e, ao mesmo tempo, se

Até aí muitos dirão que não há novida-

divertindo. Monty Roberts sempre diz que

de e que já agem desta forma (o que parti-

estarmos nos divertindo com os cavalos é

cularmente tenho dificuldade em acreditar

a segunda coisa mais importante quando

e aceitar). O problema é a maneira como

estamos com eles. A primeira é que ELES

recompensam ou punem seus cavalos. A

estejam se divertindo.

lógica, ao punir ou recompensar um cavalo, deve ser a lógica do cavalo e não a nossa. Petiscos, como descrito na última coluna, estão longe de serem recompensa, apenas imputam o péssimo habito de morder ao cavalo. As pessoas, porém, seguem dando comida aos cavalos e pensando sob a lógica humana, onde comida significa sim uma recompensa. Uma coisa é certa: Violência nunca deve ser a punição. Um cavalo, por exemplo, que está sendo treinado para o salto e não consegue transpor um obstáculo, ao ser colocado para tentar novamente tem uma consequência que já é negativa o suficiente. O esforço de mover todo o seu peso sobre o obstáculo é algo cansativo e penoso. No


saiba mais Texto: Monique MV, Msc. Silva José Ronaldo | Foto: Arquivo Garotti - Membro do Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária CARE – Centro Avançado de Reabilitação Equina – Curitiba – PR. Bibliografia – The North America Veterinary Clinics – Equine Praticioners – Purchase Examen

Cuidados no Inverno Descubra as necessidades dos cavalos durante esta estação para manter a saúde e bem-estar do seu animal.

No inverno, as temperaturas caem e não somos apenas nós, humanos, que sofremos com a estação. Os cavalos de esporte, sempre sensíveis, acostumados a ter quatro paredes que o protegem do sol, do frio, do vento e da chuva, também sentem o frio e precisam de alguns cuidados extras.

Alimentação e principais doenças No inverno, as pastagens sofrem com as baixas temperaturas e a produção de feno é afetada. É nesta época que o preço dos volumosos (feno/alfafa/ capim) sobe, porém, a atenção do proprietário deve estar focada na qualidade da alimentação de seu animal. O veterinário das Fazendas Interagro, Alexander Bloem, ressalta que a administração de volumosos de baixa qualidade pode gerar cólicas por compactação. Além da cólica, outras doenças costumam acometer os equinos nesta época mais fria, entre elas, a Gripe Equina, causada pelo Influenza Vírus, a Adenite Equina (o popular garrotilho) e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) que consiste em um estado alérgico crônico com crises respiratórias. No caso da Gripe e da Adenite, os animais suspeitos devem ser mantidos isolados dos demais. O ideal é que animais recém adquiridos sejam mantidos em quarentena antes de juntar-se ao grupo. “Como ambas as doenças são comuns onde há grande aglomeração de cavalos, é recomendado a vacinação dos animais que vivem em hípicas, grandes haras, ou ainda, os que participam de competições ou feiras agropecuárias”, recomenda Bloem. Quanto à DPOC, a prevenção é feita com mudanças no manejo do animal, isto é, evitar friagens e choque térmico, manter a cama limpa e evitar o contato do 22


animal com alergenos (ex: poeira, pólem). Fornecer feno

cavalos a serem trabalhados, nem sempre isto é possível.

úmido ou capim verde também é de vital importância.

Deste modo, algumas medidas devem ser observadas pelo cavaleiro quando retirar o seu cavalo da cocheira, onde ele

Cuidados com a pelagem

está quente e protegido, para trabalhar.

É o inverno chegar para a pelagem dos equinos ficar

É recomendável, em temperaturas baixas, colocar

mais espessa e comprida. Para um cavalo solto no pasto,

uma capa que transpire sobre as costas do animal

a pelagem é um mecanismo de defesa que o ajuda a se

e, assim, caminhá-lo por um tempo. Quando estiver

proteger das baixas temperaturas e do vento gelado.

aquecido, a capa deve ser retirada e você poderá seguir

Contudo, para um animal em treinamento esportivo,

com o trabalho. O mesmo deve ser observado no término

a pelagem muito grossa torna-se um problema já que

do treino. Caminhe o seu cavalo para ele esfriar, a capa

dificulta a secagem do animal após os exercícios. Um

que usou no aquecimento pode ser colocada novamente

cavalo com a pelagem longa que sua constantemente e

sobre as costas, região sensível do cavalo.

toma banhos está mais suscetível a problemas de pele,

O aquecimento no inverno aspira mais cuidados.

pois ele demora muito tempo para secar e está sujeito

Caminhar o cavalo por no mínimo 10 minutos faz com que

à ação de bactérias e fungos. O veterinário Alexander

as articulações se lubrifiquem, os músculos se aqueçam

Bloem ressalta que o pelo longo e molhado, no inverno,

e se soltem. Exercícios de alongamento muscular e

pode acarretar também problemas respiratórios. Vale

flexionamento também auxiliam na preparação para

ressaltar que a pelagem só protege o animal das variações

movimentos mais exigentes.

térmicas se estiver seca. Molhada, ela só irá fazer que o animal se resfrie mais rapidamente.

A amazona sueca, radicada no Brasil, Pia Aragão, alerta para alguns pontos relacionados ao trabalho:

Sobretudo se falarmos de cavalos de esporte, não

“Você precisa de mais tempo para aquecer os grandes

se pode generalizar. Muitos animais, no inverno, não

grupos musculares e conseguir que o sangue circule

engrossam o pelo a ponto de causar-lhes um transtorno

antes que possa pedir um esforço mais intenso”.

no manejo. Outros, ficam parecendo ursos. Alguns são

Após o treino, deve se impedir que os músculos

mais sensíveis ao frio, outros nem tanto. Levar em conta

esfriem rapidamente. A utilização de capas transpirantes

as características de cada animal é fundamental para uma

e longo período de passo são recomendados.

análise do que deve ser feito. Se o seu cavalo atleta sofre para secar no inverno, ele

O banho

deve ser tosquiado. Lembre-se que o cavalo tosquiado

O ideal é não molhar o cavalo quando está muito frio.

deve usar capas e mantas. As capas de inverno, feitas

Evitar que ele transpire demais durante o trabalho é uma

de nylon, lã, soft, fleeze, entre outros materiais, além de

alternativa, mas nem sempre possível. Escolher a hora mais

aquecerem e protegerem o animal, também evitam ou

quente do dia para o banho é o mais recomendável. Alguns

atenuam o espessamento dos pelos. Fique atento na hora

lugares possuem água quente e um sistema de aquecimento

de retirar a capa para que não ocorra um choque térmico.

que acelera a secagem do animal. Se não houver, deve-se colocar uma capa telada embaixo da capa de fleeze para

No trabalho

que o cavalo seque mais rapidamente.

Em um inverno rigoroso, o melhor seria trabalhar sob o

Segundo o veterinário, “aquecer o corpo do cavalo

sol nos horários mais quentes do dia, fugindo do início da

durante o trabalho, seja ele intenso ou não, e submetê-lo

manhã e do fim de tarde, quando a temperatura cai. Mas,

a um banho frio imediatamente após o exercício, sempre

com os compromissos diários ou devido ao número de

poderá pré dispor o animal ao choque térmico”. 23 23


IN f o r m e Fotos: Juliana Ribas / Raphael Macek

Horse Riding Estimulando o consumo de produtos nacionais, a marca convida os amantes do hipismo para serem seus parceiros na valorização da indústria equestre brasileira. Quando algo nasce a partir de um grande desejo, a

nalidade. Apresentando uma boa variedade de produtos,

motivação aparece e as chances de todo o projeto tornar-

a marca atende desde o iniciante que procura por mate-

se real se multiplicam. A Horse Riding não nasceu voltada

riais mais básicos e acessíveis, o praticante intermediário,

ao vestuário equestre, mas sim ao público infantil. Con-

que procura materiais mais resistentes, indicados para

tudo, foi a partir da paixão pelos cavalos que a marca se

treinos mais constantes, até o profissional, que faz ques-

desenvolveu e conquista, a cada dia, mais e mais admi-

tão de um produto de alta tecnologia que acompanhe

radores e clientes. Em 1996, a marca aliou o amor aos

suas necessidades de alta performance.

cavalos à demanda por roupas nacionais para equitação. Adotando uma postura em prol da indústria brasilei-

Nguyen, proprietária da Horse Riding Wear, não concorda

ra, a marca apostou suas fichas na confecção de produ-

com a política brasileira de importações, alegando que os

tos nacionais com qualidade e modelagem adequadas

altos tributos de produção torna a situação dos industriais

ao clima, ao gosto e ao corpo do brasileiro. Hoje, com

brasileiros complicada, fator este que favorece empresas

15 anos de atividade, a Horse Riding já está presente em

estrangeiras, sobretudo as chinesas, prejudicando assim

muitos países, como os Estados Unidos, Israel, Espanha,

a venda dos produtos nacionais. “Deveríamos nos unir,

Portugal, Argentina, mas é no mercado brasileiro que a

valorizar nossos produtos e nos fortalecer como um país

marca sonha em alcançar novas metas.

que tem tudo para dar certo e se destacar no mundo hípi-

Seguindo a tendência da moda equestre internacional, a Horse Riding trabalha para aliar a estética à funcio24

A respeito da indústria equestre brasileira, Jane

co tanto quanto as marcas internacionais”, comenta Jane Nguyen.


80% dos produtos Horse Riding são fabricados com material nacional. Esta porcentagem só não é maior porque, no Brasil, ainda não são encontrados materiais específicos para o desenvolvimento de artigos hípicos. Este é um défict que a marca se preocupa, e que reflete a falta de incentivo por parte do governo em favorecer a produção nacional. Contudo, a Horse Riding se renova a cada coleção, um incentivo à indústria brasileira que poder ver na marca um exemplo de sucesso, fruto de persistência e dedicação.

Novidades Neste ano, a Horse Riding reformulou seu website. Nele, atletas nacionais transformaram-se em modelos e apresentam, além dos produtos já consagrados, os lançamentos da marca. Clicados por diferentes fotógrafos, as fotos montam o que a proprietária da marca, Jane, gosta de chamar de “álbum de amigos”. “Cada participante é um atleta que abraçou esse projeto novo da Horse Riding com muito amor”, revela Jane, orgulhosa da nova proposta da marca. E as novidades não se restringem ao campo virtual. Em 2011, a Horse Riding começou a por em prática um velho sonho muito mais ousado. Pretende conquistar, através de investimentos técnicos em materiais mais elaborados e diferenciados, um outro nicho de mercado do hipismo. A empresa lançou o culote FIT, o Cláudia e o Tween, desenvolvidos a partir de tecidos de alta tecnologia, os lançamentos prometem agregar valor e credibilidade à marca. E mais novidades estão programadas ainda para este ano, o que demonstra o empenho da Horse Riding Wear em criar para suprir as expectativas e as necessidades dos seus clientes. Sempre aliando a qualidade às exigências do atleta brasileiro.

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Álb u m

Alcides Jefferson Jimenez, Sinimbu, PedroHermano Leon e Guilherme Marin e Alberto Alonso Sinimbu

Bruna Vicense, Marina Bongiorno e Carla Christiano Rinaldi e Bernardo Mansur Batista

Ricardo Calixto, Arnaldo Viana e Otaviano Guilherme Foroni e Marcelo Blessmann Angelo

Mario Morgenstern, Erleno Schenkel e Cristian Elaine Zander e Magda Giudi Schenkel

Marcelo Miranda Goldbaum e Marcella Falcão

Aida Mendonça Anna Paula Isabela ee Shirley HeusiCarvalho

Mariana, Andressa, Sandra, Giovana Eduardo Arruda e Clarissa Rechden e Pricila - DrogaVet

Carlos Gamarra Dyego Neves ReinaldoeIshida

Monique Silva, Manuela Merico Gabriela Pruner, Germano e Bruno e Lays Coutinho

Equipe Momento Equestre - José Sanches, Cacazinho e Carlos Motta Ribas (Cacá) Samys Montanaro, André Calió e Silvia Milani

Flavia Anna Oliveria Dora Fischer e Hemily Boos Tiemi

Marina Carlos Seixas Dal Agnol e Fernanda e Vitor Alves Ceconello Teixeira

26


Andréa Panza e Manuela Merico

Equipe Agrofarma

Anna AnaDora PaulaFischer Sperinde Boos

João Luiz dos Santos e Pedro

Samantha Tiveron, Afonso Westphal e Siew Chiang

Graciana, Adriano, Ronaldo, Juliano, Gabriel e Marcello - Equus Nutrition

Luis Frias, Otaviano Angelo e Antonio Fortino

André Bora Neto e Elma Oliveira

Barbara Sandini, Juliana Lindemann, Nicole Schlosser, Gabriela Curti e Fabiana Amaral

Equipe Vetnil

Carlos Ary Menegario Gamarra e Carol DyegoFranco Neves

Carlos Seixas e Fernanda Equipe Supra Ceconello

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informe Texto: Luana Martins | Foto: Telmo Emerin

II Jump Indoor Com o patrocínio do Haras MD, o evento chega à sua segunda edição com a participação de mais de 200 conjuntos. Nos dias 2, 3 e 4 de junho, Porto Alegre ganhou mais

relação ao ano de 2010. “A ideia é, a cada ano, melho-

um excelente espaço para a realização de provas de salto.

rar a premiação e aperfeiçoar o campeonato para, assim,

A pista coberta do Centro de Eventos Querência foi palco

transformá-lo em um Concurso de Saltos Nacional (CSN)”,

da segunda edição do Concurso de Saltos Estadual (CSE)

diz um de seus realizadores, Leandro Balen.

Jump Indoor. Este ano, o Jump Indoor, que tem o patrocínio do maior incentivador do hipismo gaúcho, o Centro

28

Provas

Hípico e Haras MD, acontecerá em duas etapas, sendo a

Realizou-se no Jump Indoor uma prova de caráter lú-

segunda entre os dias 24 a 26 de novembro. O concurso é

dico, o Golfe X Cavalo, onde atletas convidados de Golfe

realizado pela ABC Esporte Marketing e Eventos, sob res-

formaram duplas com os cavaleiros. Enquanto o golfista

ponsabilidade de três atletas renomados do Rio Grande do

realizava um percurso de balizas com um carro de golfe

Sul: Alberi Rodrigues, Leandro Balen e Cristiano Quadros.

e um arremesso no alvo, o cavaleiro fazia um percurso de

O Jump Indoor disponibilizou 30 mil reais em prêmios e

obstáculos. O público presente aplaudiu e torceu muito

contou com a presença de 215 conjuntos de todo o estado

para seus atletas favoritos. Sagraram-se campeões o cava-

do Rio Grande do Sul. A armação dos percursos ficou a

leiro Cristóvão Dellagerisi, montando Verona, e o golfista

cargo do course designer Jorge Lora.

Sérgio, com o menor tempo (73s18). Felipe Godoi com

Esta foi a segunda edição do Jump Indoor e, nesta pri-

Dom Peppy e Jimi Filho do golfe (75s79) levaram o vice-

meira etapa, doubrou-se o valor da premiação em todas as

campeonato e, em terceiro lugar ficou Marcelo Lemes de

categorias, atraindo também o dobro de competidores em

Souza com Zina da Boa Vista e Mica do golfe (76s24).


O campeonato, que apresentou categorias desde 80 cm até 1,30m, foi realizado no turno da tarde e da noite, aproveitando a boa iluminação do local. No primeiro dia, a prova principal de 1,30m, ao cronômetro, foi vencida pelo experiente cavaleiro Lucas Brambilla e CRM Tequila, em 57s14. O segundo posto coube a Guilherme Fernandes com Caetano Jmen (58s70). Denis Gouvêa com VDL Usqvarn (59s08) terminou em terceiro. Na sequência, a prova de 1,20m contou com a presença de 38 conjuntos e sagrou campeã a jovem amazona Thainan Ferreira com

Os campeões da prova Golfe x Cavalo, sendo premiados por Cristiano Quadros

Pretty Fleur. O segundo dia de competições foi marcado pelas provas de amadores nas alturas de 1m e 1,10m, além da prova extra Golfe X Cavalo. Em seu último dia, sábado (4), o concurso realizou provas de Escolas 80 cm e 0,90cm com a presença de 65 conjuntos, e as finais de 1m até 1,30m. Na categoria 1m, o vencedor foi Major Luiz Porto e Leman’s pelo 4º RPMon, André Carvalho e Ouro da Boa Vista fechou na segunda colocação e o Major Leandro Balen com Nevoeiro terminou em terceiro. Na altura de 1,10m, ouro para Paulo Piment Tigre com Free Love T, prata para Roberta Tavares e Honey Regina e bronze para Ana Paula Rodri-

Aliando dois nobres esportes, a prova golfe e cavalo foi um dos pontos altos

gues e Cassandra Jmen. Em 1,20m, categoria aberta, a vitória coube a Cristóvão Dellagerisi, do Centro Hípico e Haras MD de Passo Fundo, montando Verona, vice para o também representante do MD, Eroni Pacheco com MD Robine Z. Na categoria amador, Paulo Piment Tigre sagrou-se novamente campeão, mas agora no dorso de Issuê de La Monerie. Antônio Tigre com Sam T foi vice-campeão. A disputa principal, a 1,30m, foi vencida pelo cavaleiro Cristóvão Dellagerisi, do Haras MD, montando SS Tijuca. Cristóvão, que está em ótima fase, foi o destaque do campeonato, vencendo duas alturas e a

Os organizadores do evento: Alberi, Leandro Balen e Cristiano Quadros

prova Golfe X Cavalo, o vice-campeão foi Lucas Brambilla com CRM Tequila e, em terceiro, ficou Denis Gouvêa e MD VDL Anizell. Além das emoções dentro da pista, o público do evento aproveitou as atrações paralelas. Na noite de sexta e sábado, foi servido coquetel com cerveja Stella Artois, os Djs garantiram boa música e as duplas sertanejas esquentaram a noite ao final das provas. Os organizadores do concurso ficaram muito satisfeitos com esta primeira etapa e aguardam ansiosos a realização da segunda etapa, em novembro deste ano.

Salto do cavaleiro Leandro Balen, durante prova de 1,20m,realizada no sábado (04/06) 29


perfil Foto: Raphael Macek

Giulia Scampini Tantas vitórias são resultado de muita dedicação e disciplina. Incentivada por seu pediatra, Giulia

Tantas conquistas não são por acaso.

começou a montar em Indaiatuba-SP com

Giulia tem uma rotina regrada, acorda

apenas seis anos de idade. Apaixonada

às 5:30 da manhã para ir à escola, onde

por cavalos, a amazona não parou mais

permanece até às 15:45h. As tardes são

e acumulou rapidamente importantes tí-

reservadas para os treinos, que acontecem

tulos, tais como o de campeã paulista de

todos os dias até o anoitecer. À noite, mais

2010 e o brasileiro de amazonas do mes-

um treino na academia e ainda arranja

mo ano.

tempo para colocar as tarefas escolares

Em 2004, com apenas um ano de treino, foi campeã regional. Aos 10 anos,

em ordem antes de descansar para mais um dia corrido.

venceu, por equipes, o brasileiro de equi-

Sobre a Angel RCLI, Giulia não escon-

tação fundamental e foi vice no campeo-

de que a égua é sua preferida. “A Angel

nato paulista, também por equipes. De lá

é minha companheira, é ela a grande ven-

pra cá foram inúmeros bons resultados.

cedora, pretendo continuar com ela até o

Giulia foi vice-campeã no FEI Children’s In-

fim deste ano, no mínimo”, conta a ama-

ternational Jumping, em 2009, e campeã

zona.

do ranking CBH e do ranking da FPH em

Atualmente, Giulia tem dois treinado-

2010, o que lhe garantiu o troféu eficiên-

res: o José Luiz Guimarães de Carvalho, e

cia, prêmio concedido aos atletas que mais

o Caio Sérgio de Carvalho. “Eles me aju-

se destacaram na temporada.

dam muito no aperfeiçoamento técnico”, diz Giulia que não esquece de mencionar Eric Zorzetto, que a treinou até meados de 2010. Sobre seus planos futuros, Giulia quer seguir na área da diplomacia. Quanto ao hipismo, a amazona anseia representar o Brasil em competições internacionais.

“Hoje, eu não me imagino sem saltar, sem o contato com os cavalos. O hipismo ocupa uma grande parte da minha vida”, conta Giulia.

30

• Nome: Giulia Dal Canton Scampini • Idade: 14 anos • Onde monta: Sociedade Hípica Paulista • Categoria: Mirim – 1,20 m • Cavalo: Angel RCLI


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sEsa SaPi bEi b aC IAL a ia s is am m Texto: Monique Silva - Luiz Ribeiro | Foto: Arquivo

Julgamento Técnico A avaliação subjetiva espera conscientizar a comunidade hípica sobre a importância da equitação de base.

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Realidade em países mais tradicionais no Hipismo, o

rentemente da Europa ou dos Estados Unidos, o foco do

Julgamento Técnico chegou ao Brasil no segundo semestre

ensino hípico está muito no salto e no resultado final. Que-

do ano passado, nas competições da Equitação Fundamen-

rendo ou não, professores, pais e alunos esquecem de todo

tal. Neste ano, o novo modo de avaliação foi implantado

o trabalho de base, de adestramento, que deve ser feito

oficialmente pela Federação Paulista de Hipismo (FPH) e

para atingir objetivos. A vitória deve ser encarada como

visa incentivar e valorizar o ensino de base do esporte.

consequência de um bom trabalho e não como meta pri-

Segundo o assistente técnico da FPH e responsável

mordial da equitação, especialmente na Equitação Funda-

por colocar em prática o Julgamento Técnico na Equita-

mental. “O julgamento subjetivo ou técnico vai realmente

ção Fundamental, Luiz Ribeiro, a formação dos cavaleiros

expor os erros, vai mostrar aos pais, atletas e professores,

e amazonas brasileiros é muito rápida. “Existe pressa por

que querem pular etapas do ensino, que o que se espera

parte dos pais, que querem ver seus filhos saltando mui-

não é apenas um bom resultado e sim uma equitação me-

to rapidamente, e existe pressa por parte dos professores,

lhor das crianças”, explica Ribeiro.

que querem que seus alunos demonstrem uma boa perfor-

Há muitos anos, as provas da Equitação Fundamental

mance e encurtam o processo para que seus alunos iniciem

são feitas pelo critério do Tempo Ideal, que é um tempo

logo nas provas”, relata Ribeiro.

determinado levando em consideração a metragem do

O segredo do sucesso em muitas coisas consiste em

percurso e o ritmo necessário. Teoricamente, no Tempo

construir uma base sólida de aprendizado. No Brasil, dife-

Ideal, uma criança que fazia um bom traçado em um ritmo


adequado conseguia uma melhor aproximação com o

provas, Luiz Ribeiro fica à disposição dos competidores

tempo estabelecido. Contudo, o que se vê são muitas

para esclarecer dúvidas a respeito das notas e observa-

crianças não preparadas para saltar, fazendo um traçado

ções feitas pelos juízes.

todo errado e, mesmo assim, cravando o melhor tempo

Aliás, o feedback, ou seja, o retorno para o atleta so-

e vencendo provas. Concluiu-se que, na prática, o fator

bre sua performance em pista, é uma das melhores par-

sorte é muito grande no Tempo Ideal e foi necessário

tes do Julgamento Técnico. Nos Estados Unidos, onde

avaliar quais eram as prioridades no ensino do Hipismo.

a avaliação subjetiva já é realizada há muito tempo e

Para um cavaleiro ou amazona que monta bem e faz

de modo bem mais complexo, com inúmeros quesitos

uma bela apresentação nas provas, é muito mais justo

de avaliação, o feedback não é muito explorado. Já no

o julgamento subjetivo, já que a vitória será por puro

Brasil, espera-se que o retorno ao aluno das posições dos

mérito e não apenas sorte. A criança, nesta nova ava-

juízes ajude a mudar a mentalidade da comunidade hí-

liação, pode ter muito mais certeza de estar trilhando o

pica, que deve direcionar sua atenção para uma melhor

caminho certo. Além de ajudar os próprios atletas, um

evolução da técnica esportiva.

parecer técnico de um profissional capacitado também ajuda professores e pais a entenderem em quais pontos o cavaleiro precisa melhorar, assim, podem desenvolver um plano de ensino rumo a uma melhor equitação. Já parte da programação das provas de Equitação Fundamental em todo o estado de São Paulo, o Julgamento Técnico é realizado por cavaleiros e profissionais renomados do esporte. Já foram juízes a treinadora Dorothy Carlson, os cavaleiros Marcelo Blessmann, Marcos Ribeiro dos Santos, Marcos Ribeiro Junior, Sérgio Stock,

Promovido pelo senhor Luiz Ribeiro, a Federação Paulista foi a primeira entidade a incorporar o novo modelo de julgamento.

Ivo Rosa Filho e a amazona Lucia Santa Cruz. Ao final das

Conheça os cinco quesitos avaliados no Julgamento Técnico: 1) Ritmo: será analisado se a cadência escolhida pelo ginete é adequada ao lance do cavalo e às exigências do percurso, bem como, se o cavaleiro consegue manter o mesmo ritmo ao longo da prova. 2) Traçado : é o desenho que o cavaleiro faz durante o percurso. É avaliado como são feitas as curvas, a abordagem do obstáculo, se a criança entrou em linha reta, na perpendicular e no centro do obstáculo. 3) Posição : como o cavaleiro está posicionado na sela durante todo o percurso. É analisado a posição do pé no estribo, das mãos e o olhar. Duas linhas básicas são observadas: linha do ombro- quadril – calcanhar e linha do cotovelo– mão – boca do cavalo.

4) Atitude : as crianças não serão avaliadas se abordarem o obstáculo na distância incorreta, mas serão observadas as ajudas do atleta em cada situação.

5) Linhas : é analisado a estratégia escolhida pela criança nas linhas de obstáculos. Por exemplo, uma linha de 21m, teoricamente, o cavalo dará 5 lances (galopes), mas o cavaleiro pode optar por dar 6 ou 7 lances. É avaliado o planejamento, a decisão da criança e seu resultado, se os lances ficaram homogêneos, a abordagem do primeiro e a aproximação do segundo elemento.

33


denis gouvea

Planejamento Como faço para manter o meu cavalo em condição de competição durante toda a temporada? Ao longo do ano estão programadas diversas competi-

rédea auxiliar. Isto dá às costas e ao corpo do animal uma

ções no calendário hípico. Você deve fazer um cronograma

chance melhor de recuperação e me permite recomeçar a

e escolher os eventos que deseja participar. Tenha em mente

exigi-los novamente.

que todo tipo de competição gera um estresse para o cavalo,

Após uma sequência de eventos, três ou quatro competi-

seja ele físico ou psicológico. Por esta razão, antes de planejar

ções seguidas, o período de descanso deve ser maior, em tor-

quais provas participar, você deve estabelecer o seu objetivo

no de uma semana, só realizando trabalhos de relaxamento e

e avaliar bem o tipo de evento, a localização e as alterações

passeios, sem saltos.

que você vai precisar fazer para levar o seu cavalo. O desgaste

Um fator muito importante é a revisão veterinária. Peça

que o animal sofre por ser transportado de caminhão até o

para o seu veterinário examinar seu animal após cada evento,

local da competição é intenso, sem contar as alterações de

podendo assim prevenir futuras lesões.

alojamento, clima e alimentação.

Avalie constantemente o seu animal, física e mentalmen-

Para participar de uma série de eventos, o truque é man-

te, para ver como ele está se adaptando com o seu programa

ter o seu cavalo bem condicionado. Uma vez que ele esteja

de competição. Por exemplo, se um cavalo meu foi muito

com uma boa condição de trabalho e fôlego você pode pla-

bem em dois eventos em finais de semana consecutivos, eu

nejar o seu cronograma de eventos.

pensaria muito antes de levá-lo para outra competição segui-

É muito importante que o cavalo tenha um período de re-

da. Ele precisa estar em forma e ansioso para dar o melhor

cuperação após cada prova. Afinal, você treina mais intensa-

de si. Pense em preservar ao máximo o bem-estar do animal

mente antes de uma competição; exige o máximo do seu cava-

a longo prazo, ao invés de colocá-lo em outra competição,

lo durante as provas; nada mais razoável que dar-lhe um tempo

submetê-lo a um novo stress e pensar somente no ganho

de recuperação e descanso. Esse período vai depender do grau

imediato.

de exigência requisitado. Pode ser um dia ou uma semana. Eu gosto de dar aos meus cavalos dois dias de relaxamento após uma competição. No primeiro dia, deixo-os soltos nos piquetes e, caso não tenha piquete disponível, gosto de tirá-

Sobre o Autor

los no cabresto e levá-los para a grama, ou colocá-los em um

Cavaleiro e instrutor há 15 anos,

andador para cavalos. O segundo dia reservo para exercícios

Denis Gouvea representou o Brasil no

leves, de descontração e relaxamento, sem nenhum tipo de

Rolex Finals 2007, em Las Vegas.



p e r g u n ta v e t e r i n á r i a

Tosse e secreção Pergunta feita por: Lucas dos passos

Meu cavalo está apresentando secreção nas narinas e tosse durante o trabalho, o que pode ser? A secreção nas narinas é um sinal de que algo está irritando a traqueia e os brônquios do cavalo. Ou seja, está ocorrendo uma inflamação nesta região. A tosse, por sua vez, nada mais é do que um mecanismo de defesa, uma expulsão de ar pela glote para a eliminação de muco ou corpo estranho, que esteja irritando o local. O fato de ele tossir durante o trabalho pode ser apenas para eliminar partículas de poeira inaladas durante o exercício, mas como há também a presença de secreção nasal, isto pode significar uma inflamação nas vias aéreas. Esse tipo de inflamação é muito comum em cavalos estabulados, os quais estão frequentemente aspirando partículas irritantes, como feno, serragem, etc. Os sinais clínicos que demonstram esta inflamação podem, muitas vezes, passar despercebidos, dependendo da gravidade da doença.

Com isso, é muito importante que um médico veterinário faça um

exame bem detalhado, com auscultação pulmonar, endoscopia e tudo o que for possível para detectar exatamente o problema e, assim, tratá-lo. Se a doença for diagnosticada precocemente, as chances de cura ficam muito mais prováveis.

Sobre a Veterinária A Dra. Bruna Dzyekanski é graduada pela PUCPR e cursa mestrado em Ciência Animal.

Envie suas perguntas para redacao@mundoequestre.com.br que as encaminharemos para nosso conselho de veterinários.


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Clínica veterinária

Hemiplegia Laringeana Monalisa Lukascek de Castro Médica Veterinária formada na Pontifícia Universidade Católica do Paraná O cavalo possui uma particularidade anatômica, a in-

o cavalo é vulgarmente conhecido como “roncador” ou

capacidade de respirar pela cavidade bucal, sendo consi-

“chiador”. Trata-se de uma enfermidade considerada co-

derado então, um respirador nasal obrigatório. A estrutu-

mum, ocasionada por uma degeneração do nervo laríngeo

ra responsável por essa característica é a laringe, região

recorrente, cuja principal função é realizar os movimentos

da garganta constituída de cartilagens responsáveis por

da laringe durante a respiração. Esta degeneração ocasio-

abrir para a passagem de ar e fechar para a passagem

na paralisia das cartilagens que compõem a laringe, usual-

dos alimentos para o esôfago. Portanto, a laringe possui

mente a do lado esquerdo, reduzindo e dificultando o flu-

papel fundamental na respiração, principalmente durante

xo de ar nesta região. Em casos mais severos pode ocorrer

o exercício, pois como o cavalo respira somente pelas na-

hipóxia, ou seja, o baixo teor de oxigênio no ar respirado,

rinas, é de suma importância que o cavalo atleta possua

durante o exercício mais intenso.

uma laringe que funcione da melhor forma possível. As

Na grande maioria dos cavalos, apesar de ainda não se

patologias que afetam esta região interferem diretamente

saber ao certo a razão, a lesão acomete o lado esquerdo

no desempenho atlético do animal e devem ser diagnosti-

da laringe, de forma total ou parcial. Porém, apesar de

cadas apropriadamente e tratadas.

mais raro, é possível que ocorra no lado direito ou bilate-

Uma das afecções mais comumente encontradas na la-

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ralmente.

ringe é a hemiplegia laringeana, conhecida também como

Alguns fatores de risco que podem causar a parali-

neuropatia laringeana recorrente ou paralisia da laringe, e

sia da laringe são conhecidos, desde a adenite equina


(garrotilho) até fatores hereditários. A importância deste

te, pode ser instituído um tratamento conservador, ou

último é mais conhecida no cavalo puro sangue inglês.

seja, medicamentoso, o qual dependerá da causa primá-

Uma questão importante é a inflamação da veia jugular

ria da lesão, por exemplo, nos casos de adenite.

(tromboflebite) causada por injeção endovenosa irritante,

O prognóstico deve ser considerado reservado, uma vez

ou aquela injeção que extravasa para o espaço ao redor

que o animal pode ter seu desempenho atlético compro-

da jugular. Nestes casos, o nervo laríngeo recorrente que

metido, mas isto depende muito do nível de atividade de-

passa próximo à veia pode ser afetado de forma defini-

sempenhada pelo cavalo. Os cavalos de corrida terão mais

tiva, resultando em um cavalo que passa a ser chiador e

dificuldade em desempenhar sua atividade em alto nível em

tem seu potencial desportivo comprometido.

relação a um cavalo de baliza ou de hipismo, onde o exercí-

A apresentação clínica se dá especialmente pela queda no rendimento desportivo e pelo ruído durante o exercício. É nesse momento que entra o papel fundamental do médico veterinário em diagnosticar a hemiplegia, por meio do histórico e exames físico e endoscópico das vias aéreas. A endoscopia é essencial e conclusiva para um diagnóstico preciso, chamada de laringoscopia, sendo realizada em três momentos: com o animal em repouso, durante e logo após o exercício, com o intuito de avaliar os movimentos laringeanos e o grau de paralisia das cartilagens. Quando confirmada, o tratamento de eleição na maioria dos casos é cirúrgico e a técnica varia de acordo com o grau de comprometimento presente. Em animais atletas, como os cavalos de corrida e de salto, geralmente é instituída uma técnica específica que irá reduzir o ruído e melhorar o fluxo de ar, para melhorar o rendimento do animal durante o exercício, sempre em centro cirúrgico com o cavalo mantido sob anestesia geral. Porém, em casos em que o cavalo é atendido precocemen-

cio ou é de curta duração ou intervalado.


NOTÍ C IA S Fonte: FPH - Carola May | Foto: Raphael Macek

Campeonato Brasileiro

Masters e Senior César Almeida com Vanity Império Egípcio sagra-se campeão senior top e, de quebra, conquista vaga no Pan

A alegria de Cesar Almeida

Realizado na Sociedade Hípica Paulista entre os dias 9 e 12 de

vou para casa 10 mil reais em premiação. O vice campeonato ficou

junho, o evento reuniu atletas de vários estados brasileiros e con-

com o também paulista, Rafael Ribeiro, montando Rhea Climber.

tou além da corrida pelo título de campeão brasileiro, com a 4ª e

Masters - Após três dias de campeonato, sagrou-se campeã

última seletiva para os Jogos Pan-americanos 2011. Os percursos

brasileira Master B (1m) a amazona de Brasília, Deborah Duprat

foram desenhados pelo armador alemão, Frank Rothenberger.

com Priscol JMen. O conjunto Emyr Diniz Costa Junior e Lady

César Almeida, que estava na vice-liderança do campeonato,

Madonna HI terminaram com o vice-campeonato. No Master A

com Vanity Império Egípcio fechou o percurso final com uma falta

(1,10m), o campeão veio de Minas Gerais: Carlos Floriano L. Perei-

e 1 ponto por excesso, sagrando-se campeão brasileiro senior top

ra montando Kira. O vice-campeonato ficou com o representante

com 19,18 pp e totalizando 24,40 pp no processo seletivo do Pan.

do Paraná, João Gilberto Freire e Temprament.

“Estou muito feliz. Sabia que o Brasileiro seria muito puxado e que ficar dentro do índice técnico seria muito difícil.” comemorou. Francisco Musa com o Brasileiro de Hipismo Premiere Xindoctro Método completou o percurso com só uma falta, finalizando

Saltando por Santa Catarina, o gaúcho Alexander S. Dattelkremer e Prince Calido Datt levaram o troféu no Master (1,20m). Com Amore Mio, o carioca Luiz Carlos fez 4 pontos e terminou em segundo.

com 19,27pp e ficando com o 2º posto na seletiva do Pan, com

Eloy Valles Prieto Junior e Kokochka des Hayettes foram os

25,45 pp. Completou o placar, Yuri Mansur e QH Mega Mamute

grandes campeões do Master Top (1,30m), defendendo as cores

Chico Z Hipos na terceira colocação.

da bandeira paulista. Sagrou-se vice Wilson Mathias de Lima e

Na categoria Senior, a vitória foi para o jovem de São Paulo, Rodrigo Tsau com BB Seg vida Mulher Teka GMS. O campeão le-

Pavarotti JMen e em terceiro, o mineiro Marcos da Silva Fernandes com Ivvy Xango.

Abraveq A edição 2011 do evento contou com o número recorde de 1200 participantes de todas as partes do Brasil Nos dias 11 e 12 de junho, aconteceu a XII Conferência Anual

Além dos palestrantes nacionais, nesta edição, a Abraveq con-

da Associação Brasileira dos Médicos Veterinários de Equídeos, a

tou com 50 empresas expositoras, que apresentaram diversos equi-

Abraveq. O evento, que é considerado o maior da medicina vete-

pamentos, produtos e inovações. No Painel de Negócios, palestras

rinária de equídeos da América do Sul, foi realizado em Campinas,

sobre questões jurídicas, empregabilidade, marketing de relaciona-

na casa de campo do Royal Palm Plaza Resort.

mento, entre outros assuntos também foram contemplados.

A programação foi extensa, com atividades que começavam

A Conferência ainda contou com exposição de produtos de

às 7 horas da manhã e terminavam por volta das 18h. Entre os

vários países, mostra de mais de 200 resumos de trabalhos cien-

programas realizados, a conferência deste ano apresentou 6 pales-

tíficos publicados e quatro mini cursos, que foram realizados no

trantes internacionais: Dr. Tom Stout, da Holanda, Dr. Jordi Miró, da

Hospital Veterinário da Faculdade de Jaguariúna, em São Paulo.

Espanha, e Dr. Patrick McCue, dos Estados Unidos, que abordaram

No domingo, 12 de junho, a programação encerrou com a

questões referentes à reprodução. Dr.Roger Smith, da Inglaterra,

palestra sobre doma racional com o Dr. Fernando Rolim, reconhe-

Dra. Mimi Porter, dos EUA, e Dr. Antônio Alfaro, da Costa Rica,

cido pelos seus métodos não agressivos, ele abordou o comporta-

discutiram questões da clínica e cirurgia.

mento e o relacionamento do homem com o cavalo. www.abraveq.com.br

40


Fonte: FPH - Carola May | Foto: Mundo Equestre

Polo - II Etapa Tríplice Coroa

Copa

> A final da segunda etapa da Tríplice Co-

São Paulo A 40ª edição da Copa São Paulo reuniu grandes nomes do hipismo

roa aconteceu nos dias 18 e 19 de junho no Helvetia Polo Country Club. O já campeão da primeira etapa, o São José, garantiu a vitória Espectadores puderam assistir as provas simultaneamente

sobre o Itanhangá por 12 a 10 e levou o campeonato. A terceira e última etapa acontece em agosto quando será anunciado o cam-

Neste ano a Sociedade Hípica Paulista completa 100 anos. Fundada no dia 31

peão do torneio.

de julho de 1911, a Sociedade foi o primeiro clube de equitação e esportes hípicos

www.mvl.com.br

de São Paulo e é considerada, até hoje, um dos mais importantes centros de treinamento e ensino equestre do país. A 40ª Copa São Paulo 100 anos da SHP, realizada entre os dias 18 e 19 de junho, apresentou uma bela organização com direito a uma praça de alimentação montada entre as duas pistas de prova, permitindo que os espectadores assistissem a duas provas simultaneamente.

Coronel Reynildo e o campeão do GP André Miranda

GCT Mônaco > Rodrigo Pessoa ficou em terceiro no GP Príncipe Albert II, válido como a 5ª etapa do Global Champions Tour, realizado entre os

GP 100 Anos Sociedade Hípica Paulista

dias 23 a 26 de junho. O vencedor foi o sueco

Realizado no dia 19 de junho, a prova contou com

Rolf-Göran Bengtsson, seguido pelo alemão

a participação da nata do hipismo brasileiro, selando

Christian Ahlmann. O brasileiro Doda Miranda

com grande sucesso a 40ª Copa São Paulo.

conquistou seis pontos nesta etapa e ocupa a

Com armação da course designer Marina Azevedo,

terceira colocação na classificação geral do GCT,

apenas quatro dos 46 participantes garantiram pista

com 123 pontos.

limpa na 1ª passagem e habilitaram-se ao desempate.

www.globalchampionstour.com

Primeiro a largar, Bartholomeu Bueno de Miranda Neto com QK Romy Voltaire Designer, cometeu apenas um

derrube em 40s42. A seguir, José Roberto Reynoso Fernandez Filho e Gina JMen Sanol Dog, garantiram pista limpa, em 39s59, e assumiram a liderança. Penúltimo a largar, André Miranda com Chardon JMen II cruzou a linha de chegada sem faltas em 39s04. Resultado que lhe garantiu o título de campeão do GP. Finalmente, o olímpico carioca e, hoje, cavaleiro amador, Paulo de Barros Stewart com QH Carlos começou em ritmo forte, mas acabou cometendo dois derrubes, em 41s00, fechando na 4ª colocação.

Paulista de Jovens e Amador > A Soc. Hípica de Ribeirão Preto sediou entre os dias 23 a 26 de junho o Campeonato Paulista de Jovens Cavaleiros (JC) e Amadores. Na série JC (1,20m), Marcelo Goldbaum foi o grande campeão. Na série JC Top (1,30m), venceu a amazona Rianne Moraes Clímaco. Já na categoria Amador (1,20m), sagrou-se campeão

Mini Grande Prêmio

Roberto Carvalho de Macedo e no Amador

O mini GP Gerdau da 40ª Copa São Paulo foi realiza-

Top (1,30m), Sergino Ribeiro de Mendonça

do no dia 18 de junho e apresentou uma disputa de

conquistou o primeiro lugar do pódio.

tirar o fôlego. Ao todo, 9 dos 78 inscritos habilitaram-

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se ao desempate, que sagrou campeão o brasiliense Geraldo Gomes de Lemos, que montou Piemont.

Adestramento Oi Serra & Mar

A 1ª passagem contou com 13 obstáculos e o de-

> No dia 5 de junho, Luiza Almeida e Rogério

sempate com 8. Segundo a largar, o paulista José Ro-

Clementino sagraram-se campeões do Cicuito Oi

berto Reynoso Fernandez Filho, com Cartujano JMen

Serra e Mar de Hipismo. A vitória da amazona no

SanolDog Protécnica, registrou apenas uma falta em 43s87, melhor tempo do desem-

Big Tour lhe garantiu uma vaga para o Oi Athina

pate. O resultado garantiu a Reynoso o vice-campeonato da Copa.

Onassis Horse Show. Além de Luiza, o cavaleiro

Número quatro em pista, Geraldo e Piemont foram os únicos a completar o desem-

Marcelo Alexandre também conquistou sua vaga

pate sem faltas e conquistaram o título do mini GP, em 45s45. O 3º posto coube ao

pelo critério objetivo. Leandro Silva venceu o

cavaleiro paulista, Rafael Ribeiro com Bruce Climber, conjunto vice-campeão do Brasi-

Freestyle e a Inter I e segue na liderança para o

leiro Senior 2011, que registrou um derrube, em 43s88.

Pan Americano do México.

Geraldo Lemos e Cadu D’Lacerda

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