Revista Passear n.º 23

Page 1

Nº. 23 . Ano II . 2013 . PVP: 2 € (IVA incluído)

passear by

BTL 2013 Turismo de Natureza ganha relevância

sente a natureza Trilho das Cascatas No coração de Vila de Rei

Trilho do Rio (PR4)

Crónica Travessia Lisboa - Sagres em BTT

Parques de Cascais Uma vila cheia de tradições


Praceta Mato da Cruz, 18 2655-355 Ericeira - Portugal Correspondência - P. O. Box 24 2656-909 Ericeira - Portugal Tel. +351 261 867 063 www.lobodomar.net

www.passear.com

Director Vasco Melo Gonçalves Editor Lobo do Mar Responsável editorial Vasco Melo Gonçalves Colaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves.... Publicidade Lobo do Mar Contactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041 e-mail geral@lobodomar.net

Grafismo

Contacto +351 965 510 041 emal: anagoncalves@lobodomar.net www.wix.com/lobodomardesign/comunicar

Turismo de Natureza na ordem do dia A última edição da Bolsa de Turismo de Lisboa revelou a importância que o Turismo de Natureza assume na realidade nacional. As Regiões de Turismo nomeadamente, Alentejo, Algarve e Turismo do Centro, apostam cada vez mais neste segmento de mercado através do lançamento de publicações especializadas, da criação de programas específicos e apoio à divulgação. Na reportagem que publicamos nesta edição apresentamos algumas das novidades que foram apresentadas durante o certame da BTL 2013. A revista Passear, ao longo destas 23 edições, teve 194 369 leitores sendo que a edição mais lida foi a nº. 10, com 13 317 leitores. Este interesse, por parte das pessoas, é importante para nós mas é essencial que continuem a assinar a revista para que o projeto seja viável. Estou a falar do custo de 1 Euro por edição! Boa leitura

2 Registada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social sob o nº. 125 987 Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Capa Fotografia Destino - Parques de Cascais (pág. 60)

Diretor vascogoncalves@lobodomar.net


Edição Nº.23

12

24 3

32 48 Sumário 04 Atualidades 12 Onde Comer 14 Onde Dormir 16 Reportagem: BTL 2013 24 Crónica: PUB Travessia Lisboa - Sagres BTT 32 Trilho do Rio - PR4 46 ASSINATURA PASSEAR 48 Trilho das Cascatas 60 Destino: Parques de Cascais

60


atualidades 4

Centro de BTT da Batalha celebra primeiro aniversário Mais de 5000 utilizadores no primeiro ano do Centro de BTT da Batalha – Pia do Urso O Centro de BTT da Batalha – Pia do Urso assinala a 24 de Março o primeiro aniversário e para assinalar esta efeméride, é apresentado nesse dia um novo percurso de dificuldade moderada, com cerca de 27 Km. Sendo o primeiro Centro de BTT do país homologado pela Federação Portuguesa de Ciclismo, esta infraestrutura desportiva e turística registou no primeiro ano de existência, mais de 5000 utilizadores, oriundos de Norte a Sul do país e mesmo do estrangeiro. Considerada pela Revista “Evasões” uma das melhores 100 ideias na área do Turismo e do Lazer em Portugal, o Centro de BTT da Batalha – Pia do Urso conta com mais de 20 parceiros na área da hotelaria, restauração e lojas de bicicleta que oferecem condições especiais aos utilizadores deste equipamento. Oferecendo, com o novo percurso a apresentar no dia 24 de Março, às 9h30,

na Aldeia da Pia do Urso cerca de 300 km de trilhos cicláveis e sinalizados, divididos em quatro níveis de dificuldade, o Centro de BTT da Batalha tem ainda à disposição dos praticantes desta modalidade, um moderno edifício com balneários e instalações sanitárias, espaço de lavagem de bicicletas e zona para pequenas reparações. Os interessados em participar na apresentação do novo percurso, devem efectuar a inscrição, gratuita, através do email: centrodebtt@cm-batalha.pt, facultando o nome completo e a data de nascimento. Refira-se que os Centros de BTT são infraestruturas desportivas e turísticas permanentes, com grande sucesso em países como o Reino Unido, França e EUA, onde existe um mercado de turismo sólido e crescente, no que concerne à Bicicleta e segmentos derivados. Para além do BTT, o Concelho da Batalha oferece ainda excelentes condições para a prática do Pedestrianismo e da Escalada, aliando a esta oferta uma interessante lista de património natural e construído classificado.


Festival de Caminhadas 2013 no Gerês

O Gerês ainda é um sitio raro onde vive experiências inesquecíveis, em intimo contacto com a natureza. Paisagens únicas, ar puro, água cristalina que brota por todo o lado e mais o rico património natural que nos classifica como Parque Nacional e Reserva da Biosfera, vão ser palco do primeiro Festival de Caminhadas, no dia 23 de Março, dando inicio ao programa anual de Trilhos Pedestres guiados, que se desenvolve até à passagem de ano. Não faltará a gastronomia com um fim-de-semana dedicado aos pratos típicos da região, com particular destaque para o Cozido à Terras de Bouro. A inscrição é gratuita e deverá ser feita para o seguinte endereço de email viverogeres@gmail.com com nome completo, data de nascimento e qual o trilho a participar. 1 - Trilho da Preguiça - 5,5km 2 - Trilho da Ermida - 10km 3 - Trilho de S.Bento - 9km 4 - Trilho do Campo do Gerês - 14,5km Programa: http://geres.pt/festival_de_caminhadas_2013_programa

5


atualidades

Rota do Românico lança Guia Juvenil

6

A dinamização do Serviço Educativo tem constituído uma das mais recentes apostas da Rota do Românico. Nesse sentido, acaba de ser lançado o “Guia Juvenil”, uma publicação de caráter pedagógico destinada à comunidade escolar do ensino básico. A publicação, cujos conteúdos seguem de perto os programas curriculares em vigor no ensino básico, nomeadamente nas disciplinas de Estudo do Meio, História e Geografia de Portugal e História, está dividida em três temáticas: - o primeiro capítulo versa sobre o território do Tâmega e Sousa e a Idade Média: o território do Tâmega e Sousa e a sua história em tempos medievais; personalidades medievais do Tâmega e Sousa; a sociedade na Idade Média; a vida quotidiana, a alimentação; o vestuário; as casas; a morte; os mosteiros e a vida monástica.

- o segundo capítulo diz respeito à arte românica: a invenção do estilo românico; o método construtivo; senhores e vassalos; as relíquias; os lugares e os artistas; a escultura; a pintura e outras artes; o poder dos símbolos. - o terceiro capítulo é dedicado à Rota do Românico: os monumentos e os percursos. O Guia Juvenil será distribuído em todas as escolas do ensino básico e secundário do Tâmega e Sousa. A par desta publicação, a Rota do Românico tinha já desenvolvido um conjunto de materiais de apoio às atividades dinamizadas nas escolas e/ou nas visitas aos monumentos, no qual se incluem três cadernos de atividades, um passaporte, oito personagens e um conjunto de jogos de tabuleiro. FONTE: ROTA DO ROMÂNICO

Curso de Identificação de Aves Exóticas Encontram-se abertas as inscrições para o curso online gratuito de Identificação de Aves Exóticas, que irá realizar-se no dia 24 de Março de 2013, Domingo, pelas 17h30. Para obter mais informações, por favor, visite a página: http://www.avesdeportugal.info/cursos.html


Roteiros Turísticos do Património Mundial “No Norte de Portugal”

O Turismo de Portugal apresentou na BTL 2013 – Feira Internacional de Turismo uma nova série dos Roteiros Turísticos do Património Mundial – “No Norte de Portugal” -, que abrange os territórios do Porto, Guimarães, Douro Vinhateiro e Vale do Côa. Este projeto é desenvolvido em parceria com o Centro Nacional de Cultura e a Imprensa Nacional da Casa da Moeda, tendo a primeira edição – “No Coração de Portugal” - incidido sobre o património incluído no triângulo formado pelo Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro da Batalha e Convento de Cristo. A segunda edição apresentada agora - No Norte de Portugal - é constituída por três publicações e um desdobrável, em portu-

guês, inglês e espanhol, que proporcionam diferentes itinerários temáticos em cada um dos quatro Sítios Património Mundial no Norte do País - Centro Histórico de Guimarães, Centro Histórico do Porto, Paisagem Cultural do Alto Douro Vinhateiro e Sítio de Arte Rupestre Pré-Histórica do Vale do Côa. Os Roteiros estão disponíveis no mercado livreiro e nos principais pontos da rede turístico-cultural do território – a brochura pode ser consultada em: www.turismodeportugal.pt. Com este projeto, o Turismo de Portugal pretende, no âmbito do Touring Cultural e Paisagístico, potenciar e enriquecer a experiência turística nos locais de maior valor cultural do País, nomeadamente os sítios classificados pela UNESCO como Património Mundial.

7


atualidades 8

Semana Santa da Mata do Buçaco PROGRAMA DE CELEBRAÇÃO DA SEMANA SANTA 2013 FAZ JUS À TRADIÇÃO RELIGIOSA DA MATA DO BUÇACO O PROGRAMA DE CELEBRAÇÃO DA SEMANA SANTA 2013, QUE DECORRE DE 22 DE MARÇO ATÉ 01 DE ABRIL VAI FAZER JUS À GRANDE TRADIÇÃO RELIGIOSA DA MATA NACIONAL DO BUÇACO, LIGADA À PRESENÇA DA ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS, DESDE O SÉCULO XVI. NAQUELE EX-LÍBRIS DO CONCELHO DE MEALHADA, NA REGIÃO CENTRO DO PAÍS, EXISTE UM PATRIMÓNIO RELIGIOSO ÚNICO, COM A VIA-SACRA, RÉPLICA ÚNICA DE JERUSALÉM. ESTA É UMA OPORTUNIDADE PARA O (RE)DESCOBRIR.

A provar a importância e as potencialidades da valorização do património religioso da Mata Nacional do Buçaco, a Fundação Mata do Buçaco celebra mais uma vez a Semana Santa, sendo o cenário inserto na Mata o local ideal para se viverem essas celebrações. Assim, a Fundação Mata do Buçaco irá concretizar a celebração da Semana Santa que terá início a 22 de março e término a 01 de abril. Durante este período irão decorrer várias atividades desde recriações da Via-Sacra única no mundo com a réplica original de Jerusalém, atividades lúdicas e didáticas, entre muitas outras


que permitirão criar uma forte dinâmica entre o visitante e o visitado. Atividades a destacar: A programação da Semana Santa 2013 inicia-se com uma conferência ”O Drama da Paixão de Cristo no Convento de Santa Cruz do Buçaco” por Marta Simões, dia 22 de março – sexta-feira - pelas 15h30, no Convento de Santa Cruz do Buçaco. Já de 23 de março até 01 de abril, irá decorrer a Exposição de Pintura e Escultura “Artes no Convento”. Esta mostra vai estar patente no Convento de Santa Cruz do Buçaco, das 10h às 13h e das 14h às 18h. Dia 23 de março realiza-se um Passeio em Ambiente Natural, com várias paragens para a atividade física de relaxamento e recuperação do esforço, na Mata Nacional do Buçaco. Já dia 24 o programa contempla o “Movimento humano com sons naturais”, uma atividade física de grupo, na qual a música com sons naturais favorece a interpretação do ambiente através do movimento humano. Um dos momentos altos da Semana Santa

2013 será a Recriação da última Ceia seguida de Via-Sacra, pelo Grupo de Teatro NOC. A Recriação da Última Ceia de Cristo será seguida dos episódios centrais da Via Sacra pelo Grupo de Teatro NOC. Este momento vai decorrer dia 28 de março, quinta-feira Santa, pelas 21h00, no Convento de Santa Cruz do Buçaco. O custo de entrada é de 2€ (+ de 12 anos) ou 1€ (6 aos 12 anos), por pessoa. Por fim, o Grupo Etnográfico de Defesa do Património e Ambiente da Região da Pampilhosa – GEDEPA – vai atuar no núcleo central da Mata Nacional do Buçaco onde se desenrolará também uma mostra de folares da páscoa. Estas atividades realizar-se-ão no dia 30 de março. Para mais informações sobre horários, preços e inscrições os interessados podem contactar a Fundação Mata do Buçaco através do 23 937 000, do 92506710420 ou do email atividades@fmb.pt O site www.fmb.pt tem também todas as informações.

9


atualidades

Vila de Rei ultima preparativos para a Grande Rota do Zêzere

A AUTARQUIA DE VILA DE REI ESTÁ JÁ A ULTIMAR AS OBRAS A INCLUIR NOS PERCURSOS VILARREGENSES DA GRANDE ROTA DO ZÊZERE, COM ABERTURA PREVISTA PARA O INÍCIO DO VERÃO.

O projeto partiu de uma iniciativa conjunta de 14 Municípios e irá permitir percorrer todo o caudal do Rio Zêzere, desde a nas10 cente, próximo de Manteigas, até à sua foz, em Constância, através de trilhos para percorrer a pé ou de bicicleta, ou ainda descer o rio em canoa. Vila de Rei foi um dos Municípios que deram início a este projeto, sendo que a Grande Rota do Zêzere terá uma extensão de 47 km ao longo do Concelho, percorrendo quase toda a margem da barragem bem como as localidades mais próximas (Vilar do Ruivo, Fernandaires, Alcamim, Zaboeira e Cabecinha), terminando na Praia Fluvial do Penedo Furado. A participação de Vila de Rei na Grande Rota do Zêzere assume um importante papel no delinear de todo o projeto, sendo um dos

concelhos com maior extensão de percursos ao longo de toda a Rota, e ao possuir estações intermodais que permitem aos utilizadores alterar o seu modo de deslocação. Nesse sentido, a Autarquia providenciou a colocação de nova sinalética e placards informativos, a abertura e limpeza de caminhos e a colocação de duas pontes em madeira ao longo do percurso. Para Paulo César, Vereador do Turismo da Câmara Municipal de Vila de Rei, “a participação na Grande Rota do Zêzere apresenta-se como mais uma importante forma de dinamizar o Turismo da região, numa medida que esperamos que traga novos visitantes ao Concelho e aos nossos serviços de alojamento e restauração.” FONTE: C.M. VILA DE REI



Onde Comer

{ Restaurante Stanislav } EM PLENO CORAÇÃO DA VILA DE CASCAIS A OPORTUNIDADE DE EXPERIMENTAR OS PRATOS TÍPICOS DA RÚSSIA E DE OUTROS PAÍSES DO LESTE EUROPEU. COM UMA DECORAÇÃO SÓBRIA MAS DE BOM GOSTO, UM ATENDIMENTO SIMPÁTICO MAS PROFISSIONAL, O RESTAURANTE STANISLAV É UM VALOR SEGURO PARA QUEM QUER VIVER EXPERIÊNCIA CULINÁRIAS DIFERENTES.

onde comer

12

Restaurante Stanislav Rua Carlos Ribeiro 50 - Loja 9 e 10 2750-642 Cascais - Portugal Telefone: 916 430 551 info@restaurantestanislav.com www.restaurantestanislav.com


{Dom Diniz } EM PLENO CENTRO DE CASCAIS UM LOCAL MAGNÍFICO PARA DEGUSTAR UM VINHO ACOMPANHADO DE UM QUEIJO DE AZEITÃO E DE UM PÃO DE MAFRA. ESPAÇO ACOLHEDOR COM UM ATENDIMENTO CUIDADO NUM AMBIENTE DESCONTRAÍDO.

onde comer

13

Dom Diniz Rua Alexandre Herculano, 77 Cascais - Portugal Facebook | https://www.facebook.com/ dom.diniz?fref=ts


Onde Dormir

{ Aldeia de Pedralva

}

onde dormir

PERTO DE VILA DO BISPO, NO ALGARVE, UM NOVO CONCEITO DE TURISMO DE NATUREZA. MAIS DO QUE UM HOTEL, UMA EXPERIÊNCIA DE ALDEIA. IR À MERCEARIA E DEIXAR ANOTADO NA FOLHA DE PAPEL PARDO PARA PAGAR DEPOIS. ESCREVER UM POSTAL E COLOCA-LO NO MARCO DO CORREIO. FAZER UM PASSEIO DE BURRO COM AS CRIANÇAS. UMA VIDA EM TÍPICAS CASAS DE CAMPO, COM SERVIÇO DIÁRIO DE LIMPEZA, INCLUINDO COZINHA/LOUÇA E ARRUMAÇÃO DE CASAS. PACK’S ESPECIAIS DE SURF, HIKING, BIRD WATCHING E FISHING. COZIDO À PORTUGUESA PARA PROGRAMA DE SÁBADO NO RESTAURANTE 14 “SÍTIO DA PEDRALVA”.

Informação de contacto Aldeia de Pedralva, 8650 - 401 Vila do Bispo Vila do Bispo Telefone 282 639 342 E-mail reservas@aldeiadapedralva.com www.aldeiadapedralva.com


{O Abrigo } “O ABRIGO” É UM PROJETO DE TURISMO EM ESPAÇO RURAL QUE SE DISTINGUE POR UMA FILOSOFIA DE PROXIMIDADE BASEADA NUM CLIMA DE EMPATIA MÚLTIPLA ENTRE OS PROPRIETÁRIOS, OS CLIENTES E A REGIÃO. “O ABRIGO” ENCONTRA-SE SITUADO NO CHAMADO “TERRITÓRIO DO XISTO” E ESTÁ LOCALIZADO A APENAS 15 MINUTOS DA ALDEIA DO XISTO DE ÁGUA FORMOSA. POSSIBILIDADE DE REALIZAR ATIVIDADES ORGANIZADAS DE CANOAGEM, PASSEIOS DE CANOA E BARCO NO ZÊZERE (ALBUFEIRA DE CASTELO DE BODE), BTT E TODO O TERRENO.

onde dormir

15

Informação de contacto

Largo da Capela – Trutas 6110-156 Vila de Rei (Portugal) http://www.opalternativas.com/ Coordenadas Geográficas (para o GPS) N 39º 40’78” | O 08º 12’26” Tel. e Tm. :(+351) 274 898 642; (+351) 965 347 834; (+351) 962 783 634 E-mail: opalternativas@iol.pt


reportagem 16

BTL 2013

TURISMO DE NATUREZA GANHA RELEVÂNCIA Texto e Fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

A última edição da Bolsa de Turismo de Lisboa (27 de Fevereiro a 3 de Março) demonstrou, mais uma vez, que o Turismo de Natureza e Cultural são conceitos que não devem ser subestimados. A Região de Turismo do Centro foi a instituição convidada desta edição da BTL.


Durante 3 intensos dias, a revista Passear acompanhou as inúmeras atividades que decorreram na BTL. A edição de 2013 reflete, ao nível do número de expositores presentes, a atual situação económica que Portugal atravessa notando-se uma quebra de expositores e redução das áreas de exposição. Foi com grande agrado que vi o crescer da aposta no Turismo de Natureza e Cultural, por parte das regiões de turismo, municípios e empresas. Ao nível das Regiões de Turismo, o Algarve, O Alentejo, Turismo do Centro e Douro e Norte forma as que mais se

destacaram através de apresentação de propostas concretas.

LANÇAMENTOS E NOVIDADES TURISMO DO ALGARVE Na região do Algarve temos a criação do selo “Birdwatching Algarve”, microsite Turismo de Natureza e o Guia de Turismo de Natureza do Algarve. Para Desidério Silva, presidente do Turismo do Algarve, a região está a passar momentos difíceis e por isso é urgente encontrar soluções. O selo é, no fundo, um certificado que pretende distinguir as empresas que desenvolvem atividades turísticas li-

17


reportagem 18

gadas à observação de aves na região com base nos princípios da qualidade e do ecoturismo. Já o microsite terá endereço próprio (em www.algarvenatural.pt) e quer reunir num único espaço virtual a oferta de natureza que o destino tem vindo a estruturar, caso dos percursos pedestres e dos hot spots para observar aves. O «Guia de Turismo de Natureza», com 150 páginas, é de autoria de Paula Gaspar e João Eduardo Pinto e estará à venda nos postos de turismo do Algarve. Com um bom grafismo, o guia tem como conceito: viver experiências genuínas de contacto com os diversos

ambientes naturais do Algarve. Por fim temos a apresentação do projeto «Audioguias dos Castelos de Paderne e de Aljezur» pela Câmara Municipal de Albufeira, Câmara Municipal de Aljezur e Direção Regional da Cultura do Algarve.

TURISMO DO CENTRO O Turismo do Centro esteve muito ativo nesta edição da BTL. A sua principal iniciativa foi a apresentação conjunta da campanha “Ria de Aveiro” com a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro. Esta campanha tem como objetivo dar visibilidade à Ria no plano económico, turístico e


19

social. Criar uma imagem associada à Ria que credencia os produtos e os serviços que a utilizam. A campanha identifica e promove 15 produtos âncora, singulares e diferenciadores, dos quais oito estão diretamente ligados ao turismo (moliceiro; palheiros da costa nova; dunas de São Jacinto; ecomuseu Marinha da Troncalhada; arte xávega; arte nova; museu

marítimo de Ílhavo e desportos náuticos) e sete aos produtos típicos da Ria (enguias; ostras e bivalves; bacalhau; lampreia; conservas e sal). Para o Presidente da CI Região de Aveiro, Ribau Esteves, o principal objetivo desta campanha é que “a região passe a receber mais turistas e que as empresas vendam mais. Desta forma, será possível elevar o nível de vida das


reportagem

populações locais, aumentar a atratividade do território e estimular as atividades do setor das pescas e das múltiplas atividades características da Região e da Ria de Aveiro.” Para o Presidente da Entidade de Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado, “a Ria de Aveiro assume um papel relevante na oferta turística da Região Centro, sendo um território com uma dinâmica forte, e relevantes contributos ao nível da cultura, da natureza, da gastronomia, entre muitos outros”. Ainda dentro deste projeto foi apresentado o site - http://sig.riadeaveiro. 20 pt/web/ -desenvolvido pela Universidade de Aveiro que visa facilitar o acesso à informação sobre a região e preparar a visita. As Aldeias do Xisto são já uma referência nacional. No stand do Turismo do Centro decorreu o lançamento do Guia Aldeias do Xisto, A descoberta começa aqui. Da responsabilidade da Foge Comigo, em parceria com a ADXTUR, esta edição tem 504 páginas e será comercializado a 20 Euros. As Aldeias Históricas apresentaram o projeto Vestir a História que visa recuperar o Borel. Com a co-

laboração do estilista Miguel Gigante foram apresentados diversas peças de vestuário fabricadas em tecido de Borel. A Naturtejo apresentou 8 novos programas para 2013 nas áreas do Birdwatching, Bem-estar e Cultura, Património, Natureza Aventura. Birdwatching: “Cegonhas pretas no Tejo Internacional” / 3 dias; “Grifos no Monumento Natural” / 3 dias. Bem-estar e Cultura: “Rota da Seda” / 3 dias; “Rota da Água” / 3 dias. Património: “Rota das Aldeias Históricas” / 3 dias; “Rota das Aldeias do Xisto” / 3 dias. Natureza Aventura: “Geotrails” / 3 dias; “Aventura” / 3 dias.

TURISMO DO PORTO E NORTE O stand da Entidade Regional Turismo do Porto e Norte de Portugal foi um dos mais animados / movimentados da BTL. Com diversos pontos de interesse nomeadamente a Rota do Românico e Terras de Bouro, À Descoberta do Gerês passando pelo Caminho Português Interior de Santiago. Não da responsabilidade desta entidade regional mas inserido no seu território tivemos a apresentação da Série II do projeto desenvolvido pelo Tu-


rismo de Portugal, abrangendo o território dos Centros Históricos do Porto e Guimarães, a Paisagem Cultural do Alto Douro Vinhateiro e os Sítios Arqueológicos do Vale do Côa, visando potenciar e enriquecer a experiência turística em locais de extraordinário valor cultural, no âmbito do Turismo Cultural. Projeto desenvolvido em parceria com o Centro Nacional de Cultura e a Imprensa Nacional da Casa da Moeda. A segunda edição lançada agora - No Norte de Portugal - é constituída por três publicações e um desdobrável, em português, inglês e espanhol, que proporcionam diferentes itinerários temáticos em cada um dos quatro Sí-

tios Património Mundial no Norte do País - Centro Histórico de Guimarães, Centro Histórico do Porto, Paisagem Cultural do Alto Douro Vinhateiro e Sítio de Arte Rupestre Pré-Histórica do Vale do Côa. Os Roteiros estão disponíveis no mercado livreiro e nos principais pontos da rede turístico-cultural do território através do parceiro editorial desta iniciativa, a Imprensa Nacional da Casa da Moeda. O Município de Vila Pouca de Aguiar, através da VitAguiar, Empresa Municipal, promoveu o Caminho Português Interior de Santiago e a Rede de Albergues de Natureza de Vila Pouca de 21 Aguiar.


reportagem 22

TURISMO DO ALENTEJO

TURISMO DA MADEIRA

O Turismo de Alentejo apresentou o seu novo filme promocional. Um projeto bem conseguido e que mostra o grande potencial que a região tem para quase todo o tipo de turismo. A SPIRA apresentou o seu mais recente produto denominado de Rotas Tons de Mármore. Esta entidade é também responsável pela Rota dos Frescos. Odemira apresentou a Rota Vicentina que, não sendo uma novidade para 2013, é um projeto que se consolida ano após ano e com um grande potencial de crescimento.

Madeira também é cultura foi o tema da presença da região da Madeira na BTL. Os responsáveis pelo Turismo da Madeira fizeram um pequeno balanço da atividade em 2012 onde se notou um decréscimo de visitas para o qual o mercado português e inglês contribuíram. O início de 2013 está a ser positivo e a aposta no Turismo Cultural visa conquistar um novo tipo de turista que poderá encontrar na Madeira uma importante rede de museus temáticos e um dos mais importantes acervos de pintura Flamenga. No stand da Madeira foi também apresentado o novo Portal Madeira Outdoor / http://www.madeiraoutdoor.com/pt. Com base na experiência do projeto Madeira Rural, o novo portal assume-se como algo mais abrangente ao nível de atividades complementares ao alojamento.


OUTROS DESTAQUES O projeto Solares de Portugal comemorou 30 anos de existência e está pujante. Tem diversas iniciativas em mãos com especial destaque para o “Encontro Nacional do Turismo de Habitação e TER” a realizar no Convento de Refoios, em Ponte de Lima no dia 15 de Junho de 2013. Com este encontro, pretende-se promover uma reflexão conjunta sobre a qualificação da oferta, a promoção e a internacionalização do TH/TER, envolvendo os Associados, as 7 Regiões de Turismo, Parceiros nacionais e internacionais, Entidades Publicas e Privadas ligadas ao sector do Turismo. Durante este encontro serão nomeados os 5 melhores Operadores Turísticos que contribuíram decisivamente para a internacionalização dos Solares de Portugal e as Casas no Campo. E serão distinguidas Personalidades e Entidades que, ao longo dos 30 anos da TURIHAB, foram fundamentais para a implementação e desenvolvimento do Turismo de Habitação e TER em Portugal. O município de Tábua merece também uma referência pois apresentou dois percursos pedestres e o novo Centro de BTT. A Pequena Rota, Caminho do 23 Xisto Midões, tem 13 km de extensão e é circular. A segunda PR, denominada Sevilha, tem 11 km e é também circular. O Centro de BTT de Várzea de Candosa deverá estar operacional no próximo Verão e é composto por 4 percursos: verde, azul, vermelho e preto. Os dois primeiros estão sinalizados e, os dois últimos terão os tracks de GPS disponíveis para descarregar. Está previsto a criação de um site próprio para o centro mas, numa primeira fase, a informação será disponibilizada no site da autarquia de Tábua.


24

CRÓNICA

Travessia Lisboa Sagres em BTT para o...

Isto é Matemática! Texto: João Galvão Fotografia: José Alexandre

A CONVITE DO MATEMÁTICO, E NOSSO AMIGO, ROGÉRIO MARTINS, AUTOR DO PROGRAMA “ISTO É MATEMÁTICA”, DA SIC NOTÍCIAS, RECENTEMENTE NOMEADO PARA MELHOR PROGRAMA TELEVISIVO DE ENTRETENIMENTO, PELA SPA (SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES), PROPUSEMO-NOS FAZER ESTA LONGA TRAVESSIA (335 KM) EM APENAS DOIS DIAS E MEIO, COM O INTUITO DE COMPROVAR UMA TEORIA DE MEDIÇÃO DE DISTÂNCIAS, DE ERATÓSTENES, PARA UM EPISÓDIO DE “ISTO É MATEMÁTICA”, AO MESMO TEMPO QUE SE GRAVAVAM UMAS IMAGENS PARA POSTAR NO FACE, E PRINCIPALMENTE, NOS DIVERTÍAMOS A FAZER UMA DOS NOSSOS HOBBIES FAVORITOS, CLARO; - O BTT!


<

Primeiro almoço, em Setúbal. Enquanto aguardávamos pelas bicicletas, que estavam a arranjar, depois do miserável estado em que ficaram com a combinação de água e areia. < Entre a Fonte da Telha e a Mata dos Medos. Primeiras pedaladas, primeiras "arêas"... O Rogério já preparado para a chuvada diluviana que haveria de cair passados alguns minutos.

Tirando algumas avarias, muita chuva (dilúvio autêntico), muita lama, alguns riachos descontrolados, muita areia, poças intransponíveis, cansaço acumulado, falta de luminosidade causada pelos dias curtos e uma ou outra desistência, tudo correu bem. Toda a Travessia foi concluída por três elementos, mais três que a efetuaram a espaços. Totalizando mais de 330 km, em que a percentagem de BTT sem asfalto anda perto dos 80%. Além das duas travessias fluviais, no Tejo e Sado, andámos quase sempre em presença da água, elemento que dificulta de sobremaneira a progressão. A presença desta, e, de muita areia, aliado à chuva constante e fortíssima que apanhámos em

toda a herdade de Apostiça originaram inclusivamente um acontecimento inédito aos nossos olhos, na manha da primeira etapa; - Todos os participantes nessa parte da contenda ficaram com problemas nos travões, relacionados com as mais diferentes causas, o que nos obrigou a efectuar uma paragem em Setúbal nomeadamente na Bike Zone (mais uma vez, obrigado ao amigo Mário), que patrocinava esta viagem na forma de empréstimo de material, para o nosso Líder expedissional; - Rogério. Tal facto, somado à escassez de ferrys para nos levar até à Península de Tróia, foi aumentado o nosso atraso, que apesar de devidamente equacionado, chegou a colocar em dúvida a nossa pro-

25


01

03

02

26

04

01 - Segundo dia, algures entre Santiago do Cacém e Sonega, em plena "chinchada" devidamente autorizada. Eram um espetáculo, estas laranjas da baía. 02 - Serra do Cercal, a caminho de Vila Nova de Mil Fontes. Aspeto geral das dificuldades constantes pelas quais se desenvolve este traçado, ainda para mais, efetuado em Fevereiro...Só gente "doida"... 03 - Tão belo, e ao mesmo tempo; efémero, todo este verde alentejano. 04 – Durante cerca de cinco quilómetros pedalámos em cima de um carreiro que muitas vezes não tinha mais de quinze centímetros de largo, o do qual não podíamos sair, sob pena de irmos ao banho, na vala. Tão espetacular como arriscado.

gressão para esse dia. Iríamos chegar bem pela noite dentro, a Roncão. Primeiro local escolhido para a pernoita e janta. Pusemos logo os logísticos a trabalhar, para assegurar a reserva e o farnel, apesar de sabermos que chegaríamos bem perto das dez da noite. Apesar das piores condições e atrasos, alguns causados por aparatosas quedas, conseguimos chagar à Serra de Grândola antes das 22h e tomar o recon-

fortante banho e a retemperante janta, que na maioria dos elementos foi composta por uma inédita Feijoada de Leitão no “solar dos Leitões” Logo pela manhã cedo pusemo-nos de novo ao caminho para o que seria a etapa mais dura deste périplo. Composta por quase 140 km em que a componente bttística era de mais de 90%.


27

<

No fim dessa vala, e com a vista sobre Odeceixe e a sua extensa ribeira, fomos presenteados com uma pista de autêntico down hill, perfeitamente exequível para os mais afoitos. > Já no terceiro dia, na descida de mais uma arriba em direcção à praia. É sempre assim durante longos quilómetros, até ao planalto final, onde podemos vislumbrar o cabo de São Vicente e a vila de Sagres, à sua esquerda.

Passando por uma imensidão de povoados e localidades que nos trariam um acumulado ascensional a rondar os mil e quinhentos metros. Continuámos em plena Serra de Grândola e tivemos que transpor mais de uma dezena de enormes lençóis de água, onde, em alguns, quase só a nado teríamos sucesso. Passe o exagero, posso dizer que alturas houve, em que com a bicicleta às costas, a água nos cobria as pernas

por completo. Depois da tempestade vem a bonança... senão no todo, pelo menos em parte foi assim, já que as terras seguintes foram sendo transpostas sem a presença de chuva. Foi assim que visitámos Santiago do Cacém Sonega, a Serra do Cercal, Vila Nova de Mil Fontes, o Cabo Sardão, A Zambujeira do Mar, Almograve, Odeceixe, onde fizemos cerca de 6 km paralelos


28


< Mais uma ideia do traçado deste último dia, por sinal comum à já famosa Transportugal e, à agora restaurada, “Rota Vicentina” Aqui vemos o Rogério Martins a contemplar a paisagem. < ...Obviamente, à mão... <

...Inevitáveis, as avarias... Mesmo quando as bicicletas são novas...ololol

a uma “adrenalitica” vala, terminando com a descida vertical mais radical e entusiasmante de todo este percurso, Rogil, Aljezur, e a inevitável subida ao Castelo, e finalmente a chegada ao nosso segundo poiso, a Pousada de Juventude da praia da Arrifana, onde, como é de calcular, chegámos já com a noite elevada. Depois de um banho “possível”, fomos à procura de local para jantar, mas, depois de uma hora de incessantes buscas, não

lográmos o sucesso almejado. Tornava-se imperioso solucionar o caso, sob o risco de ficarmos sem alimento, depois daqueles quilómetros de esforço. A solução, inédita e generosa, passou pelo empréstimo dum carro, por parte do recepcionista da Pousada, a quem eu deixo um enorme agradecimento e promessa de uma futura rodada, completamente esquecida no próprio momento, talvez, pela falta de discernimento, causada pela fome; - Obrigado “primo” Filipe!

29


30

Três dos BBTistas que efectuaram esta "longa e Dura" travessia. Cabo de São Vicente, Sagres, Vila do Bispo, Faro, Algarve, Portugal, Península Ibérica, Europa, Terra.

<

Tão cedo quanto possível, saímos para a terceira e última etapa desta dura travessia. Etapa que depois do que passámos nas anteriores, seria obrigatoriamente de consagração e desfruto. Foi sem dúvida o que nos aconteceu. O espírito reinante era de salutar convívio, e nem as intermináveis ascensões e “quedas” às mais variadas praias da costa Vicentina, e do seu Parque Natural, nos conseguiram desmotivar. Saliento as da Carrapateira e de Cordoama, ao que se seguiu uma passagem de consagração no Cabo de São Vicente e a inevitável chegada a Sagres, para almoço e filmagens. Enquanto o “SR PROFESSOR” e o staff faziam as ditas, alguns de nós; - BTTistas degustávamos os sabores e aromas no “A Sagres”, generosamente patrocinados pela produção do programa. Em meu nome e dos restantes convivas, aqui deixo o meu sincero agradecimento pelo facto, e desejo a todos o sucesso profissional e pessoal que estar Travessia acabou por ter.

Foi muita durezzzzzzaaaaaaaaaa! ESTAMOS TODOS DE PARABÉNS!


Já na banca!

Para sua comodidade encomende já o seu exemplar e receba-o em sua casa exactamente pelo mesmo valor de banca.

Sem Custos de Envio

apenas

€ 4,20 Edição nº23

Para encomendar clique

Pagamentos efectuados por transferência bancária ou envio de cheque. Para mais informações contacte: T: +351 261 867063 . E-mail: online@tudosobrejardins.com


32

O GRUPO PÉNOTRILHO DE BRAGA,

sugere para este mês um trilho pedestre na zona do Barroso, em Montalegre. O “TRILHO DO RIO” É UM PERCURSO PEDESTRE DE PEQUENA ROTA, COM SINALIZAÇÃO CONVENCIONAL, DE CARÁCTER CULTURAL, AMBIENTAL E PAISAGÍSTICO. ESTE TRILHO TEM COMO PRINCIPAIS PONTOS DE INTERESSE OS ANTIGOS CAMINHOS DE PASTORES QUE FAZIAM A LIGAÇÃO ENTRE AS ALDEIAS DE FIÃES DO RIO, PAREDES, COVELÃES, TRAVASSOS, SEZELHE, FRADES, S.PEDRO E VILAÇA, O QUE PERMITE ENTRAR EM CONTACTO COM A CULTURA E VIVÊNCIA LOCAIS, MAS TAMBÉM COM PAISAGENS VERDEJANTES, EXTENSOS BOSQUES E HARMONIOSOS CAMPOS CULTIVADOS EM VOLTA DO RIO CÁVADO.


Ficha do percurso: Nome do Trilho:

Trilho do Rio

(PR4) Local ( Inicio e Fim ) : Fiães do Rio

( Montalegre

)

Dificuldade: Médio/Alto Extensão: 22 km Tempo: 10 h Tipo: Circular Cota Máxima Atingida:

1056 mts

Âmbito do Percurso: Cultural, ambiental e paisagístico. Sinalizado : Sim Gps / Mapa :

http://pt.wikiloc.

com/wikiloc/view.do?id=4046312

33 PATRIMÓNIO NATURAL: Este troço do vale do rio Cávado possui uma das maiores e mais bem conservadas manchas de carvalhal em Portugal, incluindo várias espécies de árvores e arbustos tais como o azevinho, a lamagueira, o vidoeiro, o zangarinho e o salgueiro. Outro tipo de paisagem que podemos aqui encontrar são os prados de lima e os lameiros, normalmente localizados em redor das aldeias e com uma grande diversidade de flores silvestres. Nesta área, associado ao carvalhal e aos lameiros, encontra-se uma elevada diversidade de fauna, sendo este um dos poucos locais de ocorrência no nosso país de algumas espécies raras e ameaçadas. Para além de mamíferos raros como o Corço, o gato bravo, o arminho, a lontra e a toupeirade-água, vários répteis e anfíbios como a víbora-de Seoane e a salamandra-lusitánica. De

realçar o omnipotente rio Cávado, um dos mais bonitos e bem conservados rios de montanha do Noroeste de Portugal, onde ocorrem duas espécies de invertebrados muito raros em Portugal; o escaravelhoveado e o mexilhão-de-água-doce. 1) ALDEIA DE FIÃES DO RIO: É o local onde iniciamos e terminamos esta aventura, é uma simpática aldeia aconchegada no vale do Cávado, a aldeia sustenta-se de férteis terrenos agrícolas que servem o sector agropecuário. Aqui, podemos encontrar a casa onde nasceu em 1902, Bento António Gonçalves, que bem cedo migrou para Lisboa. Muito jovem encabeçou as lutas laborais/ sindicais como operário (torneiro mecânico)


Aldeia de Fiães do Rio

no Arsenal da Marinha o que o levaria a ser

34 detido pela Pide e condenado a degredo no Tarrafal (Cabo Verde) onde viria a morrer com quarenta anos. Foi o primeiro Secretário-Geral do Partido Comunista Português (PCP). 2) PONTE DE MADEIRA A sua ponte de madeira, tal como a de Covelães, sobre o rio Cávado, é muito antiga. Referidas a ela contam-se muitas peripécias de imensa graça e alguma história. Por lá passavam grupos de pessoas da margem norte, em romagem a São Bartolomeu, o menos conhecido dos doze apóstolos, para que da sua capelinha acorrentasse o demónio e os livrasse das malignas possessões. 3) FREGUESIA DE COVELÃES: A freguesia de Covelães abrange os lugares de Covelães e Paredes.

Na aldeia de Paredes destaca-se o conjunto agrícola constituído por moinho, serra hidráulica e pisão, bem como a igreja de Santo António ( Séc. XVIII ), sendo ainda de realçar os moinhos e existentes nas duas aldeias É a primeira das freguesias que circuitam a serra da Mourela. Esta serra, verdadeiro planalto de altitude média a caminho dos 1100 metros, é e foi, desde os tempos megalíticos, um local muito apto para a transumância ascendente. Com efeito, as povoações próximas aí conduzem numerosas vezeiras de gado que por lá demoram todo o verão. Tal costume há de ter origem nos ancestrais pré-históricos que encheram aquele espaço de mamoas, sinal de que aí viveram e morreram. O que também já morreu ou quase (nos dias que correm!) foi a raríssima perdiz cinzenta, também conhecida por charrela! Devíamos envergonharmo-nos de tal notícia! Mas enfim


Ponte de Madeira de Fi達es do Rio

35


Rio Cรกvado

36


é o país em que vivemos só damos a devida importância quando morrem ou desaparecem.

Azenha

4) FREGUESIA DE SEZELHE Esta freguesia engloba os lugares de Travassos e Sezelhe. A sua maior riqueza é a agro pecuária, que advém da forte irrigação dos lameiros. Em Travassos, a tradição das chegas de bois está bem patente no centro da aldeia, no monumento construído por uma torre da qual se destaca uma cabeça de boi meticulosamente gravada na pedra, recordando um campeão de muitas chegas vitoriosas. Ambos os lugares desta freguesia foram sede de freguesia, porém anexas a Santa Maria de Montalegre. Todos os edifícios de ambas as localidades estão construídos entre os novecentos e os mil metros de atitude. Como o resto do concelho são terras de produção agro-pecuária, de largos montes de caça e de boas manchas de arvoredo para madeira e lenhas. A criação de gado foi tão importante que os de Travassos do Rio ergueram a meio do povo uma torre ao boi campeão. Os seus habitantes devem sentir-se orgulhosos também porque Travassos é, depois de Salto, a terra barrosã referida em documentos autênticos e mais antigos: trata-se de dois documentos do Tombo de Celanova, na Galiza, referentes a doações destinadas ao Mosteiro e ambas no termo de Travassos, datadas, respectivamente, dos anos 953 e 976, sendo que numa delas é doadora a própria mãe do bispo São Rosendo! Há 1053 anos! Muitas vezes “o coração tem razões que a

37


Aldeia de Paredes

38


Aldeia de Paredes

39

Artesanato


Torre da Igreja de Sto Ant贸nio

40


41

razão não conhece” e assim, por vezes, encontramos canastros, tulhões, cortes de boi, fornos e moinhos feitos com tanto primor e equilíbrio como se de altares ou sacrários se tratasse. 5 ) ALDEIA DE FRADES: Esta pequena aldeia pertence á freguesia de Cambezes. Possui as ruinas do Castro Picoto e da Cividade. Foi nesta aldeia que nasceu Vítor Branco, advogado e administrador do Conselho de Montalegre, e um defensor dos

pobres, dos desfavorecidos e da democracia social e politica. NOTA FINAL: É um trajeto onde tivemos a oportunidade de desfrutar das belezas paisagísticas do Minho rural, sem dúvida que podemos encontrar um equilíbrio natural entre as populações das aldeias por onde passamos e meio natural da região. Este trajeto assim como tantos outros está sinalizado, no entanto convém irem


42 equipados com mapa e gps para evitar enganos. percurso calcorrear pastoreio,

Aconselha-mos a fazer este todos aqueles que gostam de por aldeias típicas e caminhos de com certeza que irão trazer para

casa fotografias fantásticas e uma grande vontade de voltar. Vamos lá malta tirem as pantufas e venham passar um fim-de-semana diferente no nosso norte de Portugal. COMO CHEGAR: Seguir na estrada nacional nº 103 que liga, Braga a Montalegre, atravessar o paredão da barragem de Venda nova e seguir em direção á barragem de Paradela, chegando á aldeia de Paradela virar á direita em direção da Aldeia de Fiães do Rio, local onde tem inicio á caminhada.

GRUPO PÉNOTRILHO: O Pénotrilho, é um pequeno grupo de trekking, composto por antigos escuteiros do Agrupamento n º 1 da Freguesia da Sé da cidade de Braga (Corpo Nacional de Escutas) e mais alguns bons amigos, que partilham a paixão e o respeito pela natureza. A paisagem, a fauna, a flora, a grande camaradagem e amizade entre nós, é o que nos move nestas andanças de caminheiros da aventura. O nosso site, http://sites.google.com/site/ grupopedestrianismopenotrilho/ , para além da sensibilização para a conservação do meio ambiente e da biodiversidade, pretende dar a conhecer alguns dos bons momentos vividos por nós. Aqui podem testemunhar as nossas aventuras e a boa disposição que nos acompanha nestes trilhos através das fotos e dos textos que as acompanham.


Igreja de Travassos

Torre

Ponte dos Galegos

43


Aldeia de Sezelhe

44 Barragem do Alto Cรกvado


www.lobodomar.net siga-nos em facebook.com/editoralobodomar

VISITE-NOS em


número de leitores edição digital gratuita

Nº. 2 . Ano I . 2011

passear by

sente a natureza

edição digital gratuita

Nº.3 . Ano I . 2011

passear by

sente a natureza

Destino Geoparque de

Porto Santo

edição digital gratuita

Nº.4 . Ano I . 2011

passear by

sente a natureza

Equipamentos

tudo para viajar de bicicleta

Bicicleta Cube Delhi Disc 2011 Mochila Deuter Kid Comfort II Mochila Eagle Creek Switchback Max 22 Ténis La Sportiva Electron Wenger Traveler Pocket Alarm 73015

Equipamentos

Bolsas Aquapac Bicicleta Specialized Crosstrail Deluxe Comp Garmin Montana™ 600

Rota da Biodiversidade

Lisboa

Rumo a Cuenca

Crónica de viagens

Crónica de Viagens

Um lugar mítico

Equipamento

GPS Oregon 450 Gama Stormproof™ Camera Pouch Tenda Specula Alpine da Vaude Oregon Scientific ATC9K HD Walkies-talkies Cobra MT600

Nº. 0

4975

Nº. 1

6650

edição digital gratuita

Nº.5 . Ano I . 2011

5382 edição digital gratuita

Nº.7 . Ano I . 2011

passear by

Nº. 2

passear by

sente a natureza

Crónica de Viagens

Estrada da Morte

Bolívia II

Opinião Gerês, o PNPG e o seu potencial

Destino

Ponte de Lima

PRS3

CASTELO DOS MOUROS

Nº. 5

10187

edição digital

Nº.10 . Ano I . 2012

10150 Nº. 7

passear

Destino

Kayak

sente a natureza

Cidades e vilas medievais Crónicas do Gerês

Ecovia

Lisboa a Badajoz AS VIVÊNCIAS DE FRANCISCO MORAIS

Leitura deturpada da Portaria

PRS7 CABO DA ROCA

Nº. 3

Nº. 4

8650 edição digital gratuita

Nº.8 . Ano I . 2011

passear by

6834

Ecovia1 De Lisboa a Badajoz Canoagem Douro Internacional

À descoberta dos castelos de Monsaraz e Mourão

Reportagem II Ultra-rota dos Templários

Contacto

Specialized CrossTrail

ORVALHO

Passeio numa aldeia beirã

6913

Nº.9 . Ano I . 2011

passear by

100%

recomenda do

sente a natureza

Caminhada Nas margens do rio Lizandro Crónicas do Gerês

O trilho de Carris Contato GARMIN Montana 650T

Évora e Montemor-o-Novo

MonuMentos GRANDIOSOS

Nº. 8

11957 Nº. 9

11067

Nº. 13

9752

Nº. 14

6294

Nº. 18

8341

Nº. 19

9971

edição digital

Nº.11 . Ano I . 2012

passear by

DESTINO Allariz, no coração da Galiza

De MÉRTOLA por lugares adormecidos

Nº. 6

Aldeia de Pedralva

sente a natureza

sente a natureza

Crónica de Viagens

Destino

by

sente a natureza

Volta Ibérica

Ecovia 2

Caminhada

Trilho da Mesa dos 4 Abades

Reconhecimento na Serra de Sintra

Passeio

Parque da Espanha Industrial

Ligação Angola a Moçambique

A aventura em BTT

Castelos de Portugal

de PEDRO FONTES Ericeira – S. Lourenço – Ericeira

Uma CAMINHADA de contrastes

Nº. 10

Alcácer e Viana do Alentejo

13317 Nº 11

7049

Nº.12 7280

Nº.17 . Ano II . 2012 . PVP: 2 € (IVA incluído)

edição digital

passear by

sente a natureza

Rota dos Moinhos Crónica

Ruta de los Túneles Destinos

Parque das Necessidades Mata Bom Jesus do Monte

Equipamento

Mochila Deuter Futura 28 Washington Summit Bobble, a garrafa

Nº. 15

9066

Nº. 16

9469

Nº. 17

8970

Nº. 20

7850

Nº. 21

9103

Nº. 22

5400


assinatura

1€ por revista ASSINE JÁ Pagamento através do PayPal de 12€ que corresponde à assinatura de 12 edições da revista digital Passear. ou Transferência bancária para a conta do BPI 0010 0000 75906740001 04 em nome de LOBO DO MAR SOCIEDADE EDITORIAL LDA, enviar comprovativo por email para geral@lobodomar.net com nome completo, morada e número de contribuinte.

Envie informação para geral@lobodomar.net ou clique no link acima para pagamento PayPal

Nome: E-mail: Assinatura a partir do exemplar Nº. : Modo de Pagamento Transferência: PayPal: Os dados recolhidos são objecto de tratamento informatizado e destinam-se à gestão do seu pedido. Poderá igualmente receber outras informações relacionadas com as publicações da Lobo do Mar - Sociedade Editorial, Lda www.lobodomar.net. Para qualquer esclarecimento escreva-nos para geral@lobodomar.net

passear nº 23


TRILHO DAS CASCATAS No coração de Vila de Rei EM VILA REI COMEÇA E ACABA O TRILHO DAS CASCATAS UMA PEQUENA ROTA COM CERCA DE 10 KM DE EXTENSÃO. Texto e Fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

48


49

Ficha do percurso: Tipo: Circular Distância: 10 km Dificuldade: MÊdio / alto Tempo: 4 horas


50 O Trilho das Cascatas é um percurso muito ao permitir com os seus caprichos, a formação interessante com um grau de dificuldade, em certos troços, de elevada exigência. Esta situação deve-se aos troços sobre rochas que, em época de chuva, torna os lugares muito escorregadios. A subida na cascata dos Poios também é difícil e merece uma atenção muito grande pois, uma queda pode trazer graves consequências. Na subida temos diversos patamares com vistas deslumbrantes onde o elemento água tem um impacto muito grande. O final do percurso é mais relaxante e o regresso a Vila de Rei faz-se a um ritmo calmo. DESCRIÇÃO Percurso pedestre circular de Pequena Rota, com início e chegada a Vila de Rei. Este trilho efetua-se ao longo da ribeira do Lavadouro, ribeira do Vale Feito e ribeiro da Vila. A natureza dotou generosamente este percurso,

de várias cascatas nos seus vales rochosos, com recantos e paisagens magníficas. O facto de apresentar características diferenciadas confere um ambiente muito tranquilo e relaxante a este percurso, envolvido numa paisagem selvagem em que é possível associar o encanto das cascatas com a existência de numerosas aves e uma flora específica. O QUE DIZEM DO TRILHO DAS CASCATAS O dinâmico Grupo Rompe Solas já fez o Trilho das Cascatas no dia 20 de Junho de 2010 / http://osrompesolas.blogspot.pt/2010/10/ pr1-trilho-das-cascatas-vila-de-rei.html “O trilho das Cascatas começa no centro da vila junto ao centro paroquial, levandonos a percorrer algumas ruas até sairmos da povoação e entrar num estradão em terra


batida junto do campo de futebol. São cerca de 3 km até ao Escalvadouro, num trilho pouco interessante e muito exposto ao sol, salvando-se aqui e ali, umas paisagens fotogénicas. Chegámos assim à primeira cascata do percurso onde é necessário ter algum cuidado porque o trilho faz-nos chegar pelo lado de cima da cascata e esta não tem protecções de segurança, podendo provocar acidentes aos mais incautos. Embora com pouca água, a cascata é magnífica, oferecendo uma vista deslumbrante para o vale, obrigando o visitante a saborear uns momentos de rara beleza. Depois de descer até à base da cascata, o trilho, agora mais interessante, faz-nos alternar entre zonas expostas, zonas arbóreas com alguma sombra e zonas de vegetação

rasteira muito densa. Aqui apanhámos a Ribeira do Lavadouro com o seu leito quase seco, que acompanhámos durante algum tempo. Como já iam sendo horas, procurámos encontrar uma sombra para comer umas “sandochas” e descansar um pouco, contemplando a beleza da paisagem com a aldeia de Lavadouro ao fundo. Já com as energias repostas, seguimos por um carreiro agrícola, muito fotogénico, que nos levou talvez, à zona mais fresca e bonita do percurso, com muita água e bastante cor. O trilho obriga-nos agora a subir a cascata, permitindo ter perspectivas diferentes da água a cair fluidamente pela rocha. Depois de experimentar a frescura da água num dia tão quente, restava-nos continuar a subir a montanha, o que se revelou uma tarefa um pouco difícil devido à inclinação um pouco

51


52


acentuada. Quando chegámos ao topo fomos premiados com vistas magníficas de todo o vale, onde aproveitámos para descansar um pouco e tirar algumas fotografias. Daqui até ao final, o percurso é feito por um carreiro de pinhal pouco interessante, que faz ligação à estrada que nos levou até Vila de Rei”. O blogue Somos pelos Gatos... E pelo BTT (http://somospelosgatos.blogspot.pt/2010/12/ pr1-trilho-das-cascatas-vila-de-rei.html também já caminhou neste trilho e com condições atmosféricas bem diferentes. “Mais uma vez não tivemos medo da chuva e do frio e fomos até Vila de Rei, uma rica vila no centro de Portugal. Rica, literalmente, impressiona a quantidade de escolas, jardins de infância, arruamentos, tudo novo, que há e que estão a fazer nesta terra. Quase não se vê ninguém na rua, o que torna tudo isso mais impressionante. Já tínhamos decidido a caminhada a fazer, trilho das cascatas, mesmo assim passámos pelo posto de turismo/informação. Estava fechado. Não tínhamos folheto da caminhada, por isso avançámos, de carro, pela vila à procura das setas da rota. Junto do mercado municipal (edifício imponente e muito bem conservado, claro) lá estavam as setas de madeira com as cores de pequena rota, amarelo e vermelho, e a indicação do Trilho das Cascatas. Após breve passagem pelas lindíssimas ruas empedradas da vila, deixámos o povoado e entrámos nos trilhos. Caminhos muito fáceis, estradões largos, até ouvir o som da água a precipitar-se pelas cascatas do Escalvadouro. A descoberta destas cascatas é uma surpresa,

vamos por um caminho florestal normalíssimo com sobreiros. De repente a vegetação começa a ser apenas rastejante, aparecem as pedras largas e ouve-se a água a cair mas não se vê. Avançamos um pouco até sermos travados pela vertigem da vista espectacular sobre as várias sequências de cascatas. Esta é uma das partes mais difíceis da caminhada, onde é preciso muito equilíbrio e técnica para trepar entre as pedras estrategicamente colocadas (ou pura coincidência) no leito da ribeira do Lavadouro. Ao deixar o leito da pequena ribeira, o trilho torna-se novamente fácil, mais uns quilómetros de estradão sempre na companhia de belas paisagens. A próxima dificuldade, absolutamente secundária dada a sua beleza selvagem, foi a subida por um vale rochoso, com sucessivas cascatas, conhecido por quedas de água de Poios. Esta parte é particularmente difícil, fica o aviso. Os quilómetros iam passando e depois deste conjunto de cascatas estávamos quase no fim da nossa caminhada. O percurso tem algumas deficiências de marcação, principalmente na parte final. Uma dica: quando não há marcação sigam em frente, excepto na parte final em que junto ao cemitério (novo, claro) em que virámos à direita por alcatrão e entrámos novamente no trilho um pouco mais à frente à esquerda. Sigam pelo estradão e escolham, tal como nós fizemos, o melhor caminho até Vila de Rei. Para o blogue Arzebiu aos Molhos! / http:// www.arzebiu.com/2010/09/17/trilho-dascascatas/ a experiência foi positiva. “Depois de fazermos o Caminho do Xisto e o Trilho das Bufareiras, deixámos para um dia

53


54


55


56

com mais preparação o Trilho das Cascatas. No catálogo dizia que era de nível avançado e de 10 km. Além de ser considerado o mais difícil era também o mais longo. Consegui seduzir vários amigos a ir comigo percorrer este trilho, e nem foi preciso esforçar-me muito. Ironicamente as nossas namoradas também participaram... iam mais naquela de espreitar e voltar para trás mas conseguiram fazer tudo. Encontrar o início foi fácil, tal como a maior parte dos trilhos que começam em Vila de Rei, este trilho começa na Câmara Municipal. Quem está de costas para a câmara, é só seguir a estrada que sobe e começa logo a encontrar as indicações. Infelizmente as indicações deste percurso estão muito mazinhas, mas a parte inicial é sempre a andar. O caminho inicial é bastante acessível. Vamos percorrendo os trilhos campestres, sempre no meio da natureza, com muito ar fresco e amoras para ir devorando. A certa altura já devíamos ir em 30% do trilho e estávamos a achar tudo muito fácil. Pensámos então que o pior ainda estava para vir. O nosso objectivo era encontrar várias cascatas e idealmente ainda nadar um pouco por lá. Infelizmente as cascatas que encontrámos estavam como esta imagem acima... secas. Provavelmente é melhor fazer este trilho no início da primavera, para tentar encontrar mais água. Não encontrámos água mas encontramos outra coisa que queríamos: dificuldade. Seguimos o trilho que nos levava por onde deveria haver o ribeiro das cascatas. Caminho algo difícil, sobretudo pela vegetação que se apoderou dos caminhos. A certa altura já nem sabíamos se íamos no

trilho, pois estávamos há algum tempo a andar por caminhos esquisitos e não víamos qualquer sinalização. Até considerámos voltar atrás. Mas voltar atrás não parecia muito boa ideia e fomos seguindo. Até que lá no fundo vimos uma tabuleta do trilho e ficámos aliviados de saber que estávamos no caminho correcto. Após a parte grande da cascata seca, voltámos ao caminho normal e fácil, sempre com alguns pontos de interesse para ver, como este bonito riacho na foto anterior. A esta hora o calor já começava a espreitar e as meninas já começavam a sentir o peso do trilho. Pouco depois perdemos o rasto ao trilho... fruto da muito má sinalização. Demos por nós a seguir uma estrada nacional, e não fazemos ideia de onde tínhamos perdido o caminho certo. Fomos avançando e a certa altura vimos uma indicação do trilho, mas não percebemos bem como é que lá devíamos ter chegado. Nesta altura já estávamos a subir há muito tempo e as meninas já se ressentiam. Então elas seguiram para Vila de Rei pela estrada e nós voltámos ao trilho. Não faltou muito até que perdêssemos novamente o rasto. Demos por nós num cruzamento sem saber para onde ir. Um habitante local passou por nós e ao ver que estávamos meio confusos parou para nos ajudar. Indicou-nos o caminho para Vila de Rei, e disse que se fossemos ali por um certo sítio iriamos passar por uma estrada romana. Nós lá fomos experimentar esta alternativa. Esta estrada romana é numa subida de respeito. Depois de 2h40m a andar, fazer uma subida assim puxou bem por nós. Passado um pouco estávamos perto de onde


57


tínhamos começado. Não conseguimos recuperar o rasto do Trilho das Cascatas mas pelo menos voltámos ao ponto inicial. Nesta altura estávamos todos já desgastados e as meninas sugeriram comermos por Vila de Rei. Foi boa ideia, comemos lá numa churrasqueira local, por 6€ por pessoa com prato, bebidas, entradas e sobremesas. De seguida, fomos para casa descansar. É um trilho bonito e porreiro, mas é para experimentar fazer em época de chuva. Em termos de dificuldade, achei o Caminho de Xisto mais desgastante, mas este também deu para queimar calorias. No final fizemos o trajecto em 3h10m”.

58

A VISÃO DE BRUNO CARDOSO* O Trilho das Cascatas é aquele que podemos considerar como sendo o ex-libris da rede de percursos pedestres do concelho de Vila de Rei. Tendo como marcos de referência as cascatas das Ribeiras da Vila e do Lavadouro, já por si de grande beleza, o percurso também serve de mostruário de uma série de elementos relevantes. O património natural diversificado, os exemplos da utilização da água pela população local, os vestígios da extração aurífera durante a era romana e prospeção mineira realizada durante o século passado, fazem desta pequena rota um motivo mais do que suficiente para ser alvo de uma visita. Para quem gosta de pedestrianismo e tenha como passatempo a fotografia de natureza, o local é ideal para essas atividades. Se também forem entusiastas do geocaching, este percurso também revela agradáveis surpresas. * Bruno Cardoso é técnico da autarquia de Vila de Rei e foi o nosso guia neste percurso.


INFORMAÇÕES ÚTEIS Percurso Tipo: Circular Distância: 10 km Dificuldade: Médio / alto Tempo: 4 horas Onde comer: Restaurante "Churrasqueira Central" - 274 898 565 Onde dormir: "O Abrigo" em Trutas - 965 347 834 Contactos úteis: SOS Emergência: 112 SOS Floresta: 117 Informação antivenenos: 217 950 143 GNR de Vila de Rei: 274 890 020 Bombeiros Voluntários de Vila de Rei: 274 890 030 Centro de Saúde de Vila de Rei: 274 890 190 Junta de Freguesia de Vila de Rei: 274 898 457 Câmara Municipal de Vila de Rei: 274 890 010 Track de GPS para descarregar: http://ridewithgps.com/routes/2207585

59


60

DESTINO – Parques de Cascais

Uma vila cheia de tradições TEXTO E FOTOGRAFIA VASCO DE MELO GONÇALVES

Numa manhã solarenga de Inverno partimos à descoberta dos parques de Cascais Marechal Carmona e Palmela. Um percurso fácil com cerca de 7 km de extensão e ideal para ser feito em família.


O principal motivo de passeio na bela vila de Cascais era visitar as suas grandes manchas verdes nomeadamente, o Parque Marechal Carmona e o Parque de Palmela. Na criação do percurso incorporei outros locais que são bem interessantes como o Farol e Museu de Santa Maria, a Casa das Histórias de Paula Rego e a Cidadela e a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz. Depois da visita ao Farol e Museu de Santa Maria - uma das casas mais emblemáticas de Cascais – rumámos ao Parque Marechal Carmona onde, o Palácio dos Condes Castro Guimarães domina a entrada.

Parque Marechal Carmona

O Parque Marechal Carmona é, a meu ver, o mais interessante dos dois que visitámos. Esta preferência está ligada à conceção de parque e sua vivência. É, definitivamente, um local para estar com zonais mais recolhidas e outras mais movimentadas e abertas. Os amplos relvados com esculturas, canteiros de herbáceas e arbustos, uma mata com árvores de grande porte e percursos com um toque de romantismo. Segundo a informação recolhida no site da Câmara de Cascais, o parque foi “… criado na década de 40, este grande espaço verde resulta da junção dos Jardins do Palácio Condes Castro Guimarães com a propriedade do Visconde da Gandarinha. Desde a primeira metade do século XVI, o espaço já era utilizado como quinta de recreio, lazer e produção. Foi comprado à Misericórdia de Cascais pelos Carmelitas Descalços, sob o patronato do D. António de Castro. Depois de, em 1834 passar para os bens do Estado, teve vários donos, até ter sido finalmente adquirido pelo Visconde da Gandarinha, que construiu aí um parque romântico. O jardim do Palácio Condes Castro Guimarães também se caracterizava por um toque de romantismo e em 1944, após o terreno da Gandarinha ter sido adquirido, os dois espaços foram unidos e abertos ao público. Após a revolução de 1974, passou a designar-se Parque do Gandarinha, apesar de ainda hoje ser conhecido como Marechal Carmona”. O parque possui casas de banho e diversos cafés com esplanadas bem como parques infantis. Saímos pelo lado oposto ao que entrámos pois a Casa das Histórias Paula Rego fica muito perto, é só atravessar a rua.

Casa das Histórias Paula Rego.

Com um edifício de arquitetura contemporânea da autoria de Eduardo Souto de Moura, e um jardim dominado por um amplo relvado e inúmeras árvores de grande porte, a Casa das Histórias Paula Rego é um espaço interessante e que merece uma visita. O equipamento tem uma implantação cuidada, conseguindo através de uma fragmentação volumétrica – tanto na forma, como em altura

61


Parque Marechal Carmona

62


Casa das Histórias Paula Rego.

ao mar com uma visita ao recuperado forte onde está uma unidade das Pousadas de Portugal e diversas lojas.

Junto ao Atlântico

O diálogo de Cascais com o Atlântico é muito intenso. No trajeto da marginal, Praia dos Pescadores e pontão junto à Capitania a luz de Inverno é única e molda uma arquitetura que tornou Cascais um dos locais distintos da aristocracia europeia, na primeira metade do século XX. É sempre mais junto ao Mar e por ruelas estreitas que nos dirigimos ao Parque Palmela (passagem subterrânea que atravessa a linha férrea e Marginal). Este espaço verde foi durante muitos anos palco de diversos eventos musicais de renome internacional.

Parque de Palmela

O espaço em frente da entrada do Parque de Palmela foi completamente transformado na sequência da construção do novo hotel Miragem e do bloco de apartamentos. O projeto de autoria de Caldeira Cabral e Elsa Severino é muito refrescante e contemporâneo

63


Parque de Palmela

64

o que contrasta com a história do Parque de Palmela. O Parque de Palmela fica “…Localizado na ‘fronteira’ entre Cascais e o Estoril, foi mandado construir pelos Duques de Palmela, por volta de 1870. A própria Duquesa, mulher com grande interesse nas artes plásticas, fez questão de acompanhar de perto a construção do jardim, para que o espaço refletisse o seu gosto. Com um amplo espaço, grandes árvores e regado por uma linha de água - a Ribeira dos Boqueiros - naquela época o Parque foi palco de muitas festas, incluindo quermesses e exibições da Lanterna Mágica. Talvez por isso ainda hoje continue a receber várias atividades culturais, como concertos, peças de teatro ou espetáculos de dança, no Auditório Fernando Lopes Graça”. Ao nível da flora, temos o pinheiro-dasCanárias (Pinus canariensis), uma espécie de pinheiro originária da região da Europa e Mediterrâneo. Mais precisamente, e como o nome indica, ocorre nas Ilhas Canárias: Gran Canaria, Tenerife, La Gomera, Hierro, Las Palmas. É uma espécie subtropical, não tolerando baixas temperaturas. É uma árvore de folha persistente, podendo atingir os 30 – 45 m de altura e um diâmetro de 1,5 m. As folhas (agulhas) são verdes amareladas, têm 15 – 30 cm de comprimento e ocorrem em grupos de três. O Parque de Palmela é mais “selvagem”, as

plantas desenvolvem-se sem grande intervenção humana. Ao passear pelos caminhos de terra batida entre árvores de grande porte a filtrarem a luz solar senti-me, por vezes, que estava na Serra de Sintra.

De regresso ao coração da vila

Estamos de regresso ao coração da vila para deambular pelas ruas estreitas tão características de Cascais. Está na hora do almoço e escolhemos um restaurante de origem Russa, o Stanislav, para ir retemperar as forças. A ementa é variada e também serve pratos de outros países de leste. Como não sou conhecedor pedi que me sugerissem uma refeição típica da Rússia. A refeição e o serviço são excelentes! O nosso passeio terminou a deambular pela vila de Cascais à descoberta dos recantos pitorescos que o dito “progresso” não apagou.


65


1

3

2

66 INFORMAÇÕES ÚTEIS Onde comer Restaurante Stanislav Rua Carlos Ribeiro 50 - Loja 9 e 10 2750-642 Cascais Telefone: 916 430 551 info@restaurantestanislav.com www.restaurantestanislav.com Para petiscar Dom Diniz Rua Alexandre Herculano, 77 Cascais Percurso Tema: Cultural e paisagístico Tipo: Circular Extensão: 7 km Grau de dificuldade: Fácil Ver o percurso e descarregar track de GPS: http://ridewithgps.com/routes/2159335

Restaurante Stanislav 1 Beringela 2 Frango_Kiev 3 Golubsi



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.