FOLIO 2021

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omos arrancados pela raiz e foi preciso parar a vida e esperar ver o tempo passar, jorrar desperdiçado, como matéria fluida que não se consegue estancar.

Ainda que magoados de ausência e de vazio, regressamos inteiros para a 6ª Edição do Festival Literário Internacional de Óbidos. A expectativa do reencontro sarou-nos. “Os outros. Dão e cuidam, constroem. Amarram e tiram, destroem. Seguram a vida e o fim. Prolongam o pensamento, o fio invisível que comanda as mãos cegas que sempre veem. As mãos do escultor, do ilustrador, do criador, fantasiam e desobedecem quase sempre, procurando sozinhas no escuro a forma, o traço, a criação, numa deriva sem tempo que exaspera de vez em quando e que é extraordinária de quando em vez. A mão do mestre acode à criação, torna real pensamentos, ideias, materializa palavras e metáforas que anunciam a liberdade, desafiam as regras do desequilíbrio humano e organizam imagens no mundo dos outros. A mão do ilustrador reinventa a obra do mestre A ilustração procura equilíbrio em movimento Achamo-nos sempre nas pontas dos dedos dos outros, sem esse contacto, sem esse encontro dérmico, tudo era silêncio. Nas nossas mãos, o Outro. Nas nossas mãos, os outros.” AnaA Brás

Nesta edição vemos o Outro pela mão do mestre José Aurélio, homem que, em 1970, imiscuiu a arte contemporânea na densa camada de cal que caia a vila de Óbidos. E celebramos 50 anos de vida, da Galeria Ogiva, casa que acolheu a PIM!_Mostra de Ilustração para Imaginar o Mundo desde a sua primeira edição. Hoje celebramos o “Outro” num encontro inevitável entre a Ilustração e a Arte Contemporânea. Mafalda Milhões Curadoria FOLIO Ilustra


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