Idanhenses pelo mundo

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Este suplemento faz parte integrante da edição de dezembro de 2015 do Jornal Raiano. Não pode ser vendido separadamente.

#2 IDANHENSES PELO MUNDO Universidade Sénior: gerações em diálogo EDITORIAL O segundo número do boletim Idanhenses pelo Mundo reflete a aposta do Município de Idanha-a-Nova em estratégias que fazem deste concelho um exemplo de vitalidade, empreendedorismo e atratividade. Nestas páginas damos a conhecer um novo e ambicioso projeto: a Universidade Sénior de Idanha-aNova. O investimento na USIN é um investimento nas pessoas. Na população mais idosa, que desta forma encontra novos desafios e novas oportunidades para manter uma vida ativa após a reforma. Mas também nos mais jovens.

Por isso, os cantares, os saberes e os sabores que tantos nos orgulham ocupam nesta Universidade Sénior um lugar central. A exemplo do que antes fizeram os nossos pais e avós, cabe-nos hoje o dever de legar estes tesouros às gerações vindouras. Estamos, portanto, no tempo certo para o regresso dos idanhenses que, chegados à idade da reforma, residem fora do concelho. Em Idanha-a-Nova descobrirão oportunidades para continuar a aprender, para se manterem ativos e para se envolverem em projetos de imensurável valor. É o momento ideal para reforçarem a ligação com a nossa terra e abraçarem a mais genuína cultura de Idanha.

Desde o início quisemos dar à USIN essa vocação intergeracional. Entendemo-la como uma excelente oportunidade para colocar em diálogo as diferentes gerações de idanhenses. É o veículo perfeito para consolidar o esforço de preservação, divulgação e transmissão dos nossos usos, costumes e tradições. Armindo Jacinto

Presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova

CONTE-NOS A SUA HISTÓRIA. ELA PODE DAR UM LIVRO! Se os portugueses são, desde sempre, conhecidos pela coragem de partir à aventura, os idanhenses são o exemplo perfeito dessa bravura. Razões económicas, entre outras de natureza social, religiosa ou política, levaram à criação de uma vasta diáspora nos cinco continentes. Se vive ou viveu a experiência da emigração e tem histórias que queira partilhar, este é o momento certo. Dê-nos o seu testemunho, conte-nos a sua história, gostaríamos muito de a poder ouvir. Estamos a preparar um livro que reúna relatos da emigração Idanhense. O primeiro passo é contactar-nos ou enviar-nos, desde já, as suas histórias, os seus testemunhos e as suas fotografias para: recomecar@cm-idanhanova.pt Ou contacte-nos através do telefone: (+351) 277 200 570 (Programa Recomeçar)


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ENTREVISTA Maria Manuela Silva Filha de idanhenses, Maria Manuela Silva nasceu em França. Lille foi a sua casa durante os primeiros 32 anos de vida. Um dia decidiu partir. Em Idanha-a-Nova, onde abriu a encantadora loja de acessórios Ripichic, encontrou a qualidade de vida que procurava.

Onde nasceu a Maria Manuela?

E surge então a Ripichic…

Nasci perto de Lille há 45 anos. Sou filha de naturais de Idanha que foram viver para França. Tanto eu como o meu irmão nascemos e fizemos lá os estudos. Curiosamente, eu trabalhava na Bélgica, uma vez que Lille é junto à fronteira.

Sim. Eu e o meu marido trabalhávamos numa pastelaria quando reparámos que a casa onde hoje temos a loja estava em obras. Decidimos então abrir uma lojinha nossa. Investimos numa loja de acessórios, porque era algo que não existia em Idanha.

Quando vivia em França mantinha a ligação a Idanha?

Quando é que abriu?

Completamente. Em casa falava-se sempre português e as férias de verão eram passadas em Idanha-a-Nova. Eu até trabalhava aos sábados para conseguir uma semana extra de férias. Do que gostava tanto nessa altura? Era uma coisa por demais. Adorava ver toda a malta da nossa idade reunida em Idanha-a-Nova no verão. Vivia-se um ambiente de férias inesquecível. Quando foi que decidiu ir viver para Idanha? Tinha 32 anos. Não queria continuar a viver em França. Fui primeiro para Lisboa, onde conheci o meu marido. Trabalhei durante um ano num restaurante, mas quando esse estabelecimento encerrou resolvi vir para Idanha.

«É em Idanha que me sinto bem»

Abriu em 2003 e desde aí vende acessórios de moda, artigos para homem, mulher, criança, perfumes, presentes, produtos de cortiça… São mais de 10 anos. A loja faz já parte da paisagem de Idanha-a-Nova. Acredito que sim. As pessoas dizem que a minha loja é muito bonita. Dizem-me para nunca a fechar, porque tem coisas muito giras. E entretanto constituiu família? Sim, casámos em Idanha-a-Nova e temos dois filhos que estudam na vila. Um de 11 anos e outro de 5 anos. É aqui que me sinto bem. A loja é presença assídua nos festivais no concelho de Idanha-a-Nova. O que motiva essa participação? Dar a conhecer a loja. Dou o exemplo da feira medieval de Penha Garcia. Encontrei muitas pessoas que não conheciam a loja. Dei-lhes o meu cartão-de-visita e na semana seguinte vieram conhecer a Ripichic.

Quem é de fora pode adquirir os vossos produtos? Sim, pode conhecer e adquirir os nossos produtos no Facebook (na página Ripichic Acessórios & Complementos) ou perguntar-nos o que temos na loja. Temos todo o gosto em enviar ou reservar. Há muito pessoal de fora que já conhece a nossa loja. Idanha-a-Nova é um meio pequeno. O que deve fazer uma loja para ter sucesso? É preciso ter coisas diferentes, atrativas e acessíveis. Ter uma gama de artigos variada e adequada aos gostos dos clientes. Mas é, sobretudo, importante apostar num atendimento personalizado e trabalhar em grande proximidade com o cliente. O número de habitantes é reduzido mas há, por exemplo, muitos idanhenses que vivem em Lisboa e noutras cidades, e quando regressam de férias ou nas datas festivas do concelho passam sempre na loja para me cumprimentar e levam sempre alguma coisa, pois há sempre algo que lhes agrada. Que balanço faz da aposta em Idanha? Não me arrependo nada. Hoje não me vejo a regressar a França e a viver naquela confusão. Era uma vida de trabalho-casa, enquanto aqui gozamos mais a vida. Gosto de saber que os meus filhos podem ir a pé para a escola. Nunca tivemos problemas de segurança. São mais de 10 anos a viver em Idanha e muitas amizades que se fizeram. Eu e o meu marido já nos sentimos idanhenses.

Como foi dar esse passo? Não tinha planos. O plano tinha sido trabalhar no tal restaurante em Lisboa. Lembrome que no primeiro ano a adaptação a Idanha foi complicada, porque estava habituada a outro ritmo de vida. Hoje não troco esta tranquilidade por nada no mundo.

Maria Manuela Silva Natural de Lille


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FIGO-DA-ÍNDIA Uma oportunidade à medida da Diáspora Arquiteto de formação, António Fonseca chegou de Lisboa, em 2013, para apostar na produção de figo-da-índia em Idanha-a-Nova. O empreendedor entende que esta cultura pode ser uma enorme oportunidade para terrenos que hoje estão incultos e são um peso para os proprietários. Leia a totalidade da entrevista no site Idanha Emprego [ emprego.recomecar.pt ]

É responsável pela empresa Figo d’Idanha. Que atividade desenvolve?

Em Idanha-a-Nova as terras são favoráveis à figueira-da-índia?

A empresa Figo d'Idanha, sediada no Ladoeiro, dedica-se ao cultivo de figueirada-índia, com o objetivo de explorar as possibilidades que tanto o fruto como o cladódio (palma) apresentam. Essas possibilidades são muito vastas, desde a alimentação humana em fresco e processada, bem como a alimentação animal, indústria farmacêutica, cosmética entre outras. Nesse sentido, a empresa estuda e investiga soluções de plantio, técnicas de mobilização do solo, de fertilização, de controle de infestantes/competidoras, compassos. Também executamos plantações, providenciamos a manutenção dos pomares e finalmente recolhemos a fruta e palmas para processamento.

Em Idanha-a-Nova é comum encontrar esta planta disseminada por todo o território. A Opuntia Ficus Indica, mesmo em situações de total abandono, prospera e resiste, frutificando com abundância. Essas constatações são suficientes para perceber que existem aqui condições para a cultura. O número de horas de sol é um fator crítico, sendo que solos mais 'soltos' (franco-arenosos ou arenosos) serão mais adequados, embora a planta seja muito tolerante a quase todos os tipos de solo. De referir que Ph do solo também tem influência. Uma das particularidades que tenho vindo a notar, e que a confirmar-se será importante explorar, é o momento de maturação do fruto. Normalmente antecipa uma ou mais semanas relativamente a outras zonas do país, e esse fator pode ser determinante para uma melhor cotação do fruto. Além disso temos em Idanha-a-Nova uma vantagem acrescida que é a proximidade ao mercado espanhol, consumidor do fruto.

Que área explora na Herdade do Couto da Várzea (Ladoeiro)? Representa vários produtores agrupados? A Incubadora de Base Rural na Herdade do Couto da Várzea é uma louvável iniciativa da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova que nos permitiu fazer o arranque desta atividade. Assim temos instalado na Várzea o nosso viveiro-laboratório em cerca de 3 hectares, onde conduzimos experiências e ensaios sobre novas técnicas e aplicações, e onde também produzimos plantas para novos pomares. Estamos ainda a finalizar os estudos para a instalação da unidade fabril de transformação e temos igualmente a responsabilidade por outros dois pomares que já instalámos, de outros promotores, totalizando neste momento cerca de 33 hectares. No próximo ano estamos a prever a instalação de 12 novos hectares de três novos promotores, também na Várzea.

Ganhar escala é importante neste negócio. Como é que isso pode ser conseguido? Como em todas as atividades a escala tem uma influência determinante. Se demasiado pequeno o negócio será de nicho e terá poucas hipóteses de se tornar vantajoso para muitos, se crescer descontroladamente pode também pôr em causa as previsões e estimativas dos investidores. Existe um ponto de equilíbrio que não é estático, e depende de fatores como a mecanização, otimização de recursos e redução de custos entre outros.

A grande dificuldade é conseguir que os múltiplos produtores estejam organizados por forma a não dispersar a oferta que apenas traz vantagens para os intermediários. A organização dos produtores é aquilo a que a empresa ambiciona, e julgo ser a única forma de obter sucesso. Este boletim é destinado aos Idanhenses da diáspora. Que oportunidades podem encontrar na cultura do figo-da-índia? Não sendo eu Idanhense, mas reconhecendo aqui condições de vida muito atraentes, também me interesso por conhecer um pouco das características do município. Entendo que a figueira-da-índia (assim como outras plantas que existem no território) podem ser uma enorme oportunidade por possibilitarem a obtenção de um rendimento extra de plantas que já existem e estão desaproveitadas, como também rendimentos significativos em terrenos que estarão incultos e que se tornam um peso para os proprietários que habitam longe.


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UNIVERSIDADE SÉNIOR DE IDANHA-A-NOVA

São já mais de 130 os idanhenses, e não só, que diariamente convivem e adquirem novos conhecimentos, nas mais diferentes disciplinas. As turmas incluem ainda alunos franceses, canadianos, belgas, ingleses e alemães, a residir no concelho, que dão um apreciável toque “internacional” ao dia-adia da USIN.

Nunca é tarde para aprender… nem para ensinar

A música é a temática principal deste projeto educativo, com destaque para os cantares e instrumentos tradicionais. Mas existem mais de 32 aulas semanais à disposição dos alunos – todas gratuitas. Uma excelente oportunidade para quem, após uma vida de trabalho, quer continuar a desenvolver competências ou ensinar o que aprendeu.

Em Idanha-a-Nova a educação é encarada como uma aprendizagem ao longo da vida. O ensino gratuito e de qualidade está ao alcance de pessoas de todas as idades. Nunca é tarde para aprender nem para ensinar. Este poderia ser o lema da recém-inaugurada Unidade Sénior de Idanha-aNova (USIN), que desde outubro deste ano criou um espaço de ensino e partilha de saberes para maiores de 50 anos. SEGUNDA

TERÇA

QUARTA

QUINTA

Segurança em At. Diárias

Gastronomia Regional

Hidroginástica

Primeiros Socorros

Informática 4 Canto Tradicional

Canto Tradicional

Informática 1

Informática 3

Canto Tradicional Informática 5

Informática 2 Património e Memória

Música, Hist. e Tradições Informática Apl. à Música Escola de Música

Artes e Ofícios Cultura Regional

Canto Tradicional

SEXTA Fotografia Cont. Hist. da M. Tradicional Liturgia

Instrumentos Tradicionais

Os idanhenses residentes na diáspora têm aqui um desafio inédito. Alguns já o aceitaram. Por uma razão muito simples: é a ocasião ideal para regressar e transmitir os conhecimentos adquiridos ao longo da vida. Ao mesmo tempo revivem-se usos, costumes e tradições que são autênticos “tesouros” do nosso concelho.

Canto Coral

Linguas Escola de Música Cuidados Alim. e de Saúde

Atividades no Hotel Estrela da Idanha O Hotel Estrela da Idanha está situado dentro da vila de Idanha-a-Nova. Conheça o seu programa de atividades semanal.

A cereja no topo do bolo é o convívio saudável que caracteriza o dia-a-dia. Arranca as pessoas de casa e une-as numa verdadeira comunidade “universitária”. O aumento da autoestima, da vitalidade e da qualidade de vida são o efeito imediato das aulas.

AGENDA IV Fora do Lugar Festival Internacional de Músicas Antigas 26 de novembro a 12 de dezembro Festival de Teatro Ajidanha Idanha-a-Nova 4 a 20 de dezembro “Alentejo, Alentejo” de Sérgio Tréfaut Centro Cultural Raiano 7 de dezembro (21h30) Sabores com Tradição Idanha-a-Nova 12 e 13 de dezembro En'Canto' Disney Centro Cultural Raiano 13 de dezembro (15h) 2ª São Silvestre Idanha-a-Nova 13 de dezembro 3º Músicas e Tradições de Natal Oledo 19 e 20 de dezembro V Passeio BTT Raia Sul Zebreira 17 de janeiro

Atividade

Dias

Horário

HipHop

Terça-feira

19 - 20 h

Zumba

Terça-feira

19 - 20 h

Esteticista

Quinta-feira

Todo o dia

Taekwondo

Quarta-feira

19 - 20 h

Dança Capoeira

Sexta-feira

Ténis Massagista

Atualização permanente da agenda em: www.cm-idanhanova.pt


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