TimeOut Edição Especial Oeiras

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SEMPRE JUNTO AO MAR: ESPLANADAS, PRAIAS E PASSEIOS OS MELHORES RESTAURANTES EM OEIRAS ATÉ 20€ JAMOR, MEU AMOR. 200 HECTARES DE NATUREZA

OEIRAS TIS GRÁ

NINGUÉM PÁRA

OEIR AS

30 RAZÕES PARA SER CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA EM 2027




Índice

Oeiras 27 Entre inovação, ciência, tecnologia, património, arte e cultura, 30 razões para Oeiras ser Capital Europeia da Cultura em 2027.

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Tudo na Linha De Algés a Oeiras, o melhor roteiro junto ao mar.

Pág. 29

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Oeiras nota 20 Os melhores restaurantes no concelho até 20 euros.

Pág. 62

Fotografia: MAriana Valle Lima; Manuel MAnso

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6 Pátio das Antigas 12 30 razões para Oeiras ser Capital Europeia da Cultura em 2027 29 Ouve, vamos ver o mar? 42 Jamor, meu amor 54 Miúdos 58 Compras 62 Comer & Beber

2021 Time Out Oeiras

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OEIRAS

Av. da Liberdade, 10, 4º 1250-144 Lisboa Tel: 21 120 2970 NIF: 513 739 157 www.timeout.pt Publicada por Time Out Portugal Proprietário e Editor Time Out Portugal Unipessoal Lda. Editorial Directora Vera Moura Director adjunto Hugo Torres Directora digital Steffany Casanova Editor executivo Mauro Gonçalves Editores Cláudia Lima Carvalho e Luís Filipe Rodrigues Jornalistas Ana Patrícia Silva, Clara Silva, Eurico de Barros, Joana Moreira, Mariana Duarte, Raquel Dias da Silva, Renata Lima Lobo (repórter) e Teresa David Assistente de redacção Rui Rato Copydesk Helena Galvão Soares Gestão de conteúdos Margarida Coutinho Projectos especiais Sara Sanz Pinto Fotografia e Vídeo Editora Mariana Valle Lima Fotógrafos Gabriell Vieira, Manuel Manso e Mariana Valle Lima Design Designers Ana Bernardes, Inês Martins, João Rego e Rui Pita Tratamento de imagem José Francisco Comercial & New Business Chief Revenue Officer Duarte Guerreiro [publicidade@timeout.com] Directora Diana Martin Departamento Financeiro Directora Michèle Boullier Faro Account financeira Catarina Novais Time Out Portugal Director-geral Duarte Vicente Time Out Group CEO Julio Bruno Produção Impressão Monterreina. Cabo de Gata, 1-3. Área empresarial Andalucía, sector 2, 28320 Pinto Madrid, Espanha Tiragem 70 000 exemplares Nº de Depósito legal: 264155/07 ERC: TOL 125225

Editorial

Apoiar Oeiras na candidatura à Capital Europeia da Cultura em 2027 é, como poderá verificar enquanto folheia a revista que tem nas mãos, a decisão certa. Como se o património histórico e os espaços verdes não fossem por si só suficientemente magnéticos, o legado arquitectónico e artístico de gerações passadas e que agora coexiste em harmonia com as tendências artísticas modernas apenas reforça a nossa convicção: apoiar activamente Oeiras é a decisão certa. A atmosfera agradável no centro histórico da cidade, os eventos do calendário que se espalharam para outras partes do município e o projecto para a transformar na futura Silicon Valley portuguesa fazem de Oeiras um belo sítio para se viver e trabalhar. Poderíamos seduzi-lo ainda com descrições do excelente peixe fresco e marisco para provar junto ao paredão, ou falar sobre as soluções de mobilidade sustentável e a qualidade de vida no concelho, mas preferimos que chegue a essa conclusão por si mesmo (se é que ainda não chegou) nas páginas seguintes. Neste guia encontra lugares imperdíveis, da restauração ao património, passando por negócios locais e actividades para fazer com os miúdos, que em suma o vão fazer rumar à decisão certa: apoiar Oeiras e participar no sucesso desta candidatura. E, vença ou não, uma coisa é certa: Oeiras e os oeirenses sairão sempre a ganhar. Este é um projecto especial da Time Out, feito com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras. A equipa editorial não interveio na sua realização.

É interdita a reprodução, ainda que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações desta revista, sob quaisquer meios e para quaisquer fins, sem a autorização escrita da Time Out Portugal.

Time Out Market Lisboa Directora Ana Alcobia

Continuamos a trabalhar para lhe trazer sempre a informação mais actualizada. Mas, infelizmente, vivemos tempos instáveis devido à Covid-19 e tudo pode mudar, muito rapidamente. Por isso, antes de qualquer deslocação, recomendamos que confirme as medidas de higiene e segurança em vigor, e se os espaços continuam abertos.

Fotografia de capa Mariana Valle Lima

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Time Out Oeiras 2021


o pátio das antigas Coisas e loisas da Oeiras de outras eras

Praia catita 2021 Time Out Oeiras

Numa crónica de Verão publicada na desaparecida revista Ilustração Portuguesa, nos anos 20 do século passado, o jornalista, autor e humorista Armando Ferreira referia-se elogiosamente a Santo Amaro de Oeiras como “uma das praias catitas” da Linha. Também muito elogiada pelo guia As Nossas Praias – Indicações Gerais para Uso de Banhistas e Turistas, publicado em 1918 pela Sociedade de Propaganda de

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Portugal, Oeiras era, diz-se, a favorita de Manuel de Arriaga, o primeiro Presidente da República português, para tomar banhos de mar. Há mais de um século que Oeiras, pela localização e pelos bons acessos, é uma das praias preferidas dos lisboetas, tendo atingido o auge da sua popularidade nas décadas de 50 e 60. É precisamente dos anos 60 que data a foto acima reproduzida, mostrando Oeiras repleta de veraneantes.


Out there

Banhos no Casino Quando foi inaugurado, no Verão de 1914, não havia jogo no Casino Eden de Santo Amaro de Oeiras, mesmo em frente à praia do mesmo nome. Isto porque a palavra “casino” não tinha então o significado que haveria de adquirir alguns anos mais tarde. O Eden de Santo Amaro, ou apenas “o Casino”, como era chamado por residentes e veraneantes, era um edifício que servia de balneário a quem frequentava a praia (“Banhos simples e salgados quentes. Serviço de duches. Instalações de primeira ordem em que foram observados todos os princípios de hygiene e conforto”, lia-se numa publicidade na imprensa) e também um local de entretenimento onde acorria muita gente, da zona e da capital. Também tinha restaurante, e serviço de chá, e havia concertos e cinema. Foi demolido nos anos 70, para se construir uma urbanização.

Mar e touros A 23 de Maio de 1895, era inaugurada a Praça de Touros de Oeiras-Algés, por iniciativa de um grupo de sócios do Real Clube Tauromáquico, que se tinham incompatibilizado com o grupo da Praça do Campo Pequeno, construída três anos antes. Tendo custado 50 contos, o recinto era anunciado como estando localizado “n’um sítio magnífico de onde se disfructa um lindo panorama de terra e mar – muito acessível e para onde há 7

transportes fáceis, cómodos e baratos”, como se lia então em A Gazeta de Oeiras. Lá foram rodadas algumas sequências de A Severa, de Leitão de Barros (1931), primeiro filme sonoro realizado em Portugal e por um português. A praça não conseguiu impor-se como alternativa à do Campo Pequeno e começou a degradar-se em meados do século XX, ficando praticamente inactiva desde 1960. Foi demolida em 1974. Time Out Oeiras 2021




Oeiras à lupa A mais importante concentração de astros da restauração por metro quadrado no concelho de Oeiras. Praça da República e rua costa pinto

Casa da Dízima

Casa Galega

Com posição privilegiada, em cima do mar, a cozinha portuguesa com alguma inspiração internacional é tão bem feita que se torna impossível decidir entre os filetes de peixe-galo, as gambas em caril à goesa ou as codornizes recheadas com cepes.

Marítima

Este popular restaurante da zona faz Alfredo Lacerda, crítico da Time Out, pegar no carro só para ir comer um prato: sardinhas panadas com salada russa. As favas à portuguesa também têm fãs, tal como as fanecas fritas com açorda. O melhor de tudo? O preço dos pratos.

Se não conseguiu ir a Espanha nas férias, tire aqui a sua desforra. A cozinha é de influência galega e basca, mas o restaurante serve todos os pratos da vizinhança: tortilha e mexilhão à espanhola, polvo à galega, calamares à sevilhana e uma afamada paelha valenciana.

Pátio Antico

Este restaurante italiano, instalado num edifício pombalino, existe desde 1996. O menu é variado e cheio de pratos de vários pontos de Itália. O ambiente aconchegante, a simpatia do pessoal e a bonita esplanada são óptimos argumentos a favor do espaço, assim como as pizzas altas e fofas nas bordas ou a tradicional burrata, que chega todas as semanas vinda de Itália.

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fotografia: gabriell vieira

Os Arcos

Com comida tradicional e bom peixe e marisco, Os Arcos são uma instituição para almoços e jantares de família. Além da dourada, no capote ou ao sal, o arroz de lebre desfiada e a perdiz estufada com castanhas e batatas estão entre as especialidades da casa.



fotografia: photography: Mariana Valle Lima

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Nas áreas da inovação, ciência, tecnologia, património, arte e cultura, não faltam pessoas, eventos, espaços e argumentos para Oeiras ser

Capital Europeia da Cultura em 2027. Ao estilo de guia da cidade, que tanto a caracteriza, a Time Out reuniu 30 coisas para fazer no concelho que o vão transformar num fervoroso adepto desta candidatura.

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ARTE & cultura

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1 De pequenino

se aprender a ler pepino

fotografia: Mariana Valle Lima; DR

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Perdoe-nos a piada seca ,

até porque o assunto é sério: há pouca tralha mais importante na vida de uma criança do que a sua biblioteca pessoal. E nestas duas livrarias leva-se essa máxima a sério. A GATAfunho nasceu como uma editora de livros para todas as idades, um negócio de Ana Paula Faria e Inês Araújo, mãe e filha. Abriu primeiro um espaço em Lisboa e depois mudou-se para Oeiras, onde está de portas abertas, mesmo no coração histórico da vila, a todas as crianças que se querem perder em páginas de encantar. Como seria de esperar, os últimos meses foram de algumas mudanças na livraria: de todas as actividades que costumavam fazer, mantêm apenas a música para bebés e os contos aos domingos, sempre ao ar livre, com inscrição prévia e divisão da plateia por famílias. Apostam também no online, com uma série de vídeos em que apresentam um livro especial e têm o projecto Livros às Cegas, onde interpretam o verdadeiro papel de livreiras, com a escolha de livro(s) surpresa consoante um montante pago pelo cliente. Já a Livraria e Papelaria Espaço, a mais antiga do concelho (n.1964), é um projecto familiar com oferta para todas as idades, mas dá um enfoque especial aos livros infantis e juvenis. “É uma área que nos interessa muito, porque também temos livros, mas não só”, explica Liliana, uma das quatro filhas dos fundadores. Têm uma relação próxima com editoras como a Orfeu Mini, a Planeta Tangerina ou a Kalandraka, por exemplo, e costumam organizar várias actividades para os mais pequenos, como a hora do conto. “Estes eventos para os mais novos também estimulam a nossa criatividade e ligação com a comunidade local.” Para os crescidos, há um clube de leitura, além de uma vasta oferta de livros. à GATAfunho: Largo 5 de Outubro, 9-10 (Oeiras). 91 015 3259. Ter-Sáb 11.00-17.30, Dom 11.00-13.00. | Espaço: Av. Combatentes da Grande Guerra, 51 (Algés). 21 411 4076. Seg-Sex 10.00-13.00/ 15.00-19.00, Sáb 10.00-13-00.

2 Um trio de

bibliotecas para explorar Um concelho x três

bibliotecas = milhares de livros para requisitar. Muito se tem falado nos dias de hoje sobre a importância de manter a cabeça nos livros para cultivo próprio e para desligar por uns momentos destes estranhíssimos tempos. Ora pode fazê-lo em três locais distintos, seja no modelo entrar-sentar-e-ler, seja no entrar-escolher-requisitar. A Biblioteca Municipal de Oeiras é a mais antiga de todas. Foi inaugurada em 1957, andou a saltitar de morada alguns anos e está, desde 1996, na Urbanização Moinho das Antas. Conta com espaços diferenciados para adultos e para os mais novos, com algumas actividades lúdicas a decorrer com frequência. Tem

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uma sala multimédia, uma zona de exposições e um auditório municipal, além de estar a dois passos da pastelaria de fabrico artesanal Lutece, a pausa perfeita entre leituras. Por ordem de idade, vem em segundo lugar a Biblioteca Municipal de Algés, outrora no Palácio dos Anjos e, desde 2001, no Palácio Ribamar, também com todos os serviços de requisição, sala de leitura, sala infantil e ainda um centro de documentação. Por último, apenas em termos cronológicos de criação, fica a Biblioteca Municipal de Carnaxide, no mesmo edifício onde funciona o Centro Cívico de Carnaxide, com diversos serviços, desde sala multimédia a zona de jornais e revistas. à Avenida Dr. Francisco de Sá Carneiro, 17 (Oeiras). 21 440 6340. Seg-Sex 10.00-20.00, Sáb 10.00-18.00 | Palácio Ribamar – Alameda Hermano Patrone (Algés). 21 097 7480/1. Seg-Sex 10.00-20.00, Sáb 10.00-18.00. | Edifício do Centro Cívico de Carnaxide – Rua Cesário Verde (Carnaxide). 21 097 7430. Seg-Sex 10.00-20.00, Sáb 10.00-18.00. Time Out Oeiras 2021


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3 Pôr os

munícipes a ler jornais

É um projecto recente das

e estrangeiros, que podem ser lidos a partir de qualquer dispositivo digital (telefone, tablet, computador) próprio ou das bibliotecas. Além dos principais títulos nacionais, disponibilizam o El País, o Wall Street Journal, o Le Figaro, o

Bibliotecas Municipais de Oeiras, que pretende pôr os munícipes a ler mais jornais e revistas. Através do serviço digital PressReader, há mais de sete mil jornais e revistas online, portugueses

The Guardian e a Folha de São Paulo. “São 172 mil pessoas que podem ter acesso a este serviço”, revela o responsável, Gaspar Matos. Para isso, basta sacar a aplicação PressReader e utilizar as credenciais de acesso às Bibliotecas de Oeiras.

4 Há um sítio para

aprender tudo sobre o fundo do mar 2021 Time Out Oeiras

O Aquário Vasco da Gama

vive no coração de todos os portugueses, especialmente incrustado naquela cavidade dedicada à nostalgia. Quem não se lembra do seu primeiro mergulho no rico mundo do fundo do mar? Inaugurado dia 20 de Maio de 1898, como celebração dos 400 anos da descoberta do caminho marítimo para a Índia, é um dos poucos

aquários-museu construídos nessa época que ainda se mantém em funcionamento. De toda a visita destacam-se não só as espécies da fauna marítima portuguesa, que vivem nos 800 km de costa continental e nas ilhas, mas também a espantosa colecção oceanográfica que o Rei D. Carlos recolheu nas suas expedições no final do século XIX, inicialmente para uma

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exposição temporária do museu, que mais tarde viraram parte integrante da sua colecção. O resultado é uma aula viva sobre os oceanos e a vida marinha que se confunde com uma lição de história portuguesa. Intemporal e obrigatório. à Rua Direita do Dafundo, 18 (Algés). 21 420 5000. Seg-Dom 10.00-18.00. Grátis até 3 anos, 2,50€ dos 4 aos 12 anos, e adultos 5,00€.

fotografia: José Vicente

Aquário Vasco da Gama


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Livraria-Galeria Municipal Verney

5 Uma livraria-

-galeria a celebrar a multiculturalidade Chama-se Livraria-Galeria

Municipal Verney, fica mesmo no centro histórico de Oeiras e pretende ser um porta-estandarte da multiculturalidade. Permita-nos recuar um pouco no tempo para contextualizar o porquê deste caminho. O espaço foi inaugurado há 26 anos, com uma participação articulada entre o escritor David Mourão-

-Ferreira e o escultor Francisco Simões; funcionou sempre como pólo cultural de exposições, apresentações de livros e outros projectos didácticos; em 2008, a viúva do pintor Albano Neves de Sousa, nascido em Portugal, com vida passada em África e Brasil, doou o espólio ao município de Oeiras e, desde então, a galeria apontou o leme para o pluralismo das culturas, para o aprofundar de conceitos relacionados com a cidadania e eventos ligados às diversas religiões do mundo. “Desde 2019, temos convidado talentos emergentes da área

da ilustração a interpretar as obras do pintor Neves de Sousa”, conta Maria José Rijo, coordenadora da galeria. Caso do artista Nuno Saraiva, que expôs uma reinterpretação das obras do pintor e deixou a sua marca num mural, no espaço exterior – vale a pena espreitar. “Nos últimos anos reabilitámos também a parte da livraria, com várias publicações municipais ou edições conjuntas com outros parceiros.” Sim, é o sítio certo para comprar aquele livro que lhe vai contar tudo sobre a rica história do concelho. à Rua Cândido dos Reis, 90-90 A (Oeiras). 21 440 8329. TerSex 11.00-18.00, Sáb 12.00-18.00.

fotografia: Mariana Valle Lima; Teresa Sá; Mariana Valle Lima

Livraria-Galeria Municipal Verney

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6 A história do século XXI escreve-se com Palavras

Então havia de se escrever como?, pergunta o indignado leitor. Calma, esta história é especial. Faz parte da iniciativa Palavras para o Século XXI, lançada pela Câmara Municipal de Oeiras e pela rede de bibliotecas, em Maio de 2020. “Tivemos a ideia de, também nós bibliotecas, ir além do empréstimo de livros e produzir conteúdos”, conta Gaspar Matos, chefe da Divisão de Bibliotecas e Promoção da Língua. Para tal, convidaram o escritor Gonçalo M. Tavares a pensar e apresentar diferentes palavras e respectivas micronarrativas, divulgadas a cada 15 dias. Distância, Estupidez, Som, Ódio, Simulação ou Perfeição são algumas das que já foram divulgadas, com ilustrações de Rachel Caiano. “Estes textos têm diferentes formas de divulgação: ou nas redes sociais do município e das bibliotecas, ou em vídeos legendados, com voz de Miguel Lamas, ou em postais que espalhamos por vários locais, também em lonas no Passeio 5 de Outubro.” O sucesso do projecto fez com que fosse renovado. Time Out Oeiras 2021


7 Um parque

que respira poesia 2021 Time Out Oeiras

São nada mais, nada menos que 22,5 hectares entre os núcleos urbanos de Paço de Arcos e Oeiras, com estátuas de mais de 40 escultores, representando 60 poetas de diferentes épocas literárias (50 portugueses e 10 de oriundos de países ou territórios de expressão portuguesa). A Alameda dos

Poetas é o eixo central, percurso em que assenta a concepção geral do espaço. Projectado pelo paisagista Francisco Caldeira Cabral e pela arquitecta Elsa Severino, conta também com um auditório ao ar livre, uma fonte cibernética, o bosque da poesia e outro mediterrânico, e um labirinto. A programação é

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extensa em diversas áreas, do teatro à música, passando por exposições, actividades físicas para adultos e ateliers para crianças. à Rua de São Salvador da Baía (Oeiras). Aberto todos os dias. Horário de Verão, 1 de Maio a 30 de Setembro, 09.00-21.00. Horário de Inverno, 1 de Outubro a 30 de Abril, 10.00-18.00. Grátis.

fotografia: Mariana Valle Lima

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8 Três auditórios que homenageiam três grande actores portugueses

Situado no centro histórico

do concelho de Oeiras, o antigo Cineteatro de Oeiras, construído em 1945, foi rebaptizado nos anos 90 como Auditório Municipal Eunice Muñoz, em homenagem à actriz. O espaço, com capacidade para cerca de 263 pessoas, alberga os espectáculos do Centro de Artes Dramáticas de Oeiras, oferecendo uma programação regular durante o ano inteiro. Já o Auditório Lourdes Norberto é a casa do Intervalo Grupo de Teatro, que teve como

fotografia: DR; Manuel MAnso

Auditório Muncipal Eunice Muñoz

fundadores ilustres como José Saramago, Júlio Pomar ou José Cardoso Pires, entre muitos outros. Anualmente apresentam cinco espectáculos, quatro para adultos e um para crianças, e, quase sempre na 1ª. quinzena de Outubro, as Semanas Culturais em que se celebra o aniversário do grupo residente. Por fim, e mais do que um lugar que serve a cultura, o Auditório Municipal Ruy de Carvalho foi também uma homenagem merecida ao actor aquando da sua inauguração a 29 de Abril de 2004. Inserido no Centro Cívico de Carnaxide, recebe com frequência peças teatrais, recitais de piano, congressos e outros eventos. à Auditório Municipal Eunice Muñoz – Rua Mestre d’Aviz (Oeiras). 21 440 8411. | Auditório Lourdes Norberto – Largo da Pirâmide, 3 N (Linda-a-Velha). 21 414 1739. | Auditório Municipal Ruy de Carvalho – Rua 25 de Abril, Centro Cívico de Carnaxide.

9 O mundo da edição é mais bonito na Qual Albatroz

É uma editora, é uma gráfica, é uma oficina de artes, é uma plataforma de incentivo à leitura e ao desenho, é uma plataforma ecológica e sustentável, é… bom, façamos antes a pergunta ao contrário: o que é que a Qual Albatroz não é? A resposta é simples. Não é um sítio para entrar de mente fechada, porque aqui cabe o mundo. Um mundo construído de forma sustentada desde 2002, inicialmente por Marc Parchow e José Carlos Dias, ao qual se juntou mais tarde Conceição Candeias. “Sou formado em design e nessa altura fazia alguns trabalhos de ilustração para livros infantis. Porque achava que juntos conseguíamos mais trabalhos, decidi lançar um site de divulgação de trabalhos em ilustração, chamado Qual Albatroz”, conta Marc. O nome, propositadamente escolhido para ter o seu quê de absurdo – “consumia muito Monty Phyton nessa altura”, justifica Marc – manteve-se até hoje. Em 2007, juntou-se o amigo José, professor a residir na Polónia, e a empresa ganhou o estatuto de editora, sobretudo de livros de banda desenhada, para crianças 19

e de poesia. “E então resolvemos experimentar os livros artesanais. Dar-lhes qualidade gráfica, textual e narrativa.” Uma máxima que os guia até hoje. Testaram a serigrafia, a cianotipia e outras técnicas de impressão ditas mais antigas e mesmo quando imprimem no convencional método offset dão uma atenção especial a cada projecto. “Associamos a cada livro que fazemos um conjunto de actividades para continuar a partilhar a sua história ao longo do tempo”, explica Conceição Candeias, revisora e editora de profissão, que se juntou ao grupo em 2011. De cada trabalho resultam, por exemplo, oficinas para ensinar a desenhar ou promover a construção narrativa, em jogos ou noutro tipo de actividades lúdicas feitas tanto nas escolas como na oficina, instalada na Fábrica da Pólvora desde 2015. “Orientamos os miúdos para a criatividade”, acrescenta Marc. “De certa maneira, somos uns entusiastas e cada um traz para a empresa os seus interesses e capacidades”, completa. Daí o leque de trabalhos ter crescido e tanto terem oficinas de serigrafia, como de construir uma guitarra a partir de uma caixa de charutos, como para ajudar a escrever melhor, como para construir um diário gráfico. O mundo do papel e da tinta cabe mesmo aqui. à Fábrica da Pólvora, Ed. 25, Estrada das Fontainhas (Barcarena). 91 731 7022. www.qualabatroz.pt

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cativa leitores há 16 anos

É mais uma iniciativa de promoção da leitura organizada pelas bibliotecas municipais de Oeiras, que existe desde 2005. Trata-se de uma conversa sobre

11 O município que

mais bem trata os poetas Com um Parque dos Poetas e

um Templo da Poesia, só fazia sentido Oeiras passar também a ter um prémio dedicado a este género literário. E assim foi.

a vida e obra de um escritor português ou estrangeiro, com periodicidade mensal, para a qual todos os interessados são convidados. Um convívio para amantes de literatura? Nem mais. Pelo Café com Letras já passaram nomes como Afonso Cruz, Dulce Maria Cardoso e Ricardo Araújo Pereira, entre

muitos outros. Desde Março de 2020 (ler Covid-19) passaram a transmitir as conversas online, nas redes sociais do Município de Oeiras e das bibliotecas municipais, uma linha de divulgação que se irá manter, garante Gaspar Matos, mesmo quando a pandemia passar.

Em 2020 decorreu a primeira edição do Prémio de Poesia de Oeiras, com o patrocínio do mecenas Carlos Andrade. A iniciativa inclui dois prémios: o de consagração, para autores de língua portuguesa com obras publicadas no último ano, e o de revelação, para autores de língua portuguesa com obras inéditas. No ano passado, o primeiro prémio, no valor de 20 mil euros, foi para a obra Retratos com Erro, do autor brasileiro Eucanaã

Ferraz, e o segundo, de cinco mil euros, foi atribuído a A Fagulha, assinado por Pedro Teias, pseudónimo corresponde a Pedro Nuno Correia Santos Patada. De acordo com o município, este é o maior prémio da língua portuguesa e está programado realizar-se anualmente durante os próximos dez anos. A próxima edição ainda não tem data marcada, mas prevê-se que aconteça entre Outubro e Novembro deste ano.

BooksLive

12 Porque a vida sem livros tem muito menos graça

Nas Galerias Alto da Barra nasceu uma livraria generalista e independente. Chama-se BooksLive, começou por abrir 2021 Time Out Oeiras

portas em Fevereiro do ano passado, mas a pandemia obrigou-a a fechar dias depois. No Verão de 2020 voltou em força e continua até agora a fazer as delícias dos leitores. Por aqui encontra vários géneros literários e até livros usados com maior ou menor raridade. A disposição dos livros não é por acaso, foi pensada para que o maior número possível de exemplares tenha a capa visível

ao cliente. Já está cheio de vontade de renovar a estante lá de casa? Então pode tornarse membro da BooksLive e obter 10% de desconto em novidades e 15% nos restantes livros. Se preferir encomendar, também pode passar pela loja online em bookslivestore.pt. à Galerias Alto da Barra – Avenida das Descobertas, 59 (Oeiras). Seg-Sáb 10.00-14.00/ 15.0019.00. 21 453 2881.

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13 Fique atento à

programação do Teatro Municipal Amélia Rey Colaço e do Teatro Independente de Oeiras

fotografia: DR; Mariana Valle Lima

10 O Café com Letras


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fotografia: Mariana Valle Lima

Nirvana Studios

Tal como os filmes ou os livros, também o teatro nos transporta para outras realidades e nos acrescenta mundo. Felizmente, Oeiras tem uma vasta oferta cultural. Exemplo disso é o Teatro Independente de Oeiras, que faz este ano 31 anos de história, e continua a receber e promover não só peças de teatro, mas também workshops, tertúlias e espectáculos para bebés e crianças. Em Outubro deste ano, volta a subir ao palco a peça “H2M1 Parte 4 A Alzheimer é Lixada!” e,

mais uma vez, prevê tirar muitas gargalhadas ao público. Também o Teatro Municipal Amélia Rey Colaço, actualmente sob a tutela da companhia de teatro Companhia de Actores, aposta na produção de espetáculos e eventos culturais. É ir deitando o olho à programação na sua página de Facebook. à Teatro Independente de Oeiras – Rua Dr. José Joaquim de Almeida, 2 (Santo Amaro de Oeiras). 21 440 6878. teatrodeoeiras.com. | Teatro Municipal Amélia Rey Colaço – Rua Eduardo Augusto Pedroso, 16 A (Algés). 21 417 6255.

14 Ainda doidos, depois destes anos todos

Um antigo quartel militar dos anos 40 é agora um Centro Cultural Alternativo que recebe espectáculos, eventos e peças de teatro que resultam de parcerias nacionais e internacionais. Este espaço, chamado Nirvana Studios, foi adquirido em 2003 pela companhia de teatro Custom Circus com o 21

objectivo dar um tecto comum a uma comunidade de artistas independentes, estéticas vanguardistas e subculturas do mundo do espectáculo. É aqui que existem salas de ensaio para bandas e onde é possível assistir ao espectáculo “Going Crazy”, da companhia de teatro da casa, que apresenta de forma resumida os seus 18 anos de carreira e que vai estar em cena nos dias 6 e 27 de Novembro. O bilhete (35€) inclui jantar. à Estrada Militar, 66 (Oeiras). Seg-Dom 09.30-19.00 para público. 09.30-24.00 para residentes. www.nirvana.pt

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15 Trabalhar em

companhia não custa (tanto) Com base na ideia de que “quando as pessoas se sentem bem, trabalham melhor”, Ben e Julie Reed, ingleses, abriram o Well&Work, um cowork em Paço de Arcos que é muito mais do que um simples escritório

para partilhar. Começaram pelo espaço, de ambiente agradável, com decoração minimalista e muita luz; seguiram pela ideia de pausas produtivas, através de parcerias com escolas de surf, yoga, SUP ou HIT; e continuaram pelas cabinas para videochamadas, os balneários para banhos depois dos mergulhos (quem nunca?), a copa e a sala de eventos. Num caminho sustentável, construíram paredes com musgo, fizeram a mobília através do reaproveitamento de madeira local e não usam plástico.

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Sem IVA, os preços para uma secretária fixa mensal variam entre os 99€ e 159€, mas também é possível alugar salas privadas para duas, quatro ou cinco pessoas (entre 350€ e 600€) ou pagar um passe diário no valor de 15€. Aberto das nove da manhã às seis da tarde, os membros podem usá-lo a qualquer hora do dia e da noite, sete dias da semana, graças a uma chave que recebem quando se inscrevem. Noutro estilo mais convencional, o Cowork GDI é um espaço de quase 1500 m2, com 47

fotografia: DR

INOVAÇÃO, CIÊNCIA & TECNOLOGIA

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16 Ajudam-se

empreendedores Está à procura de emprego ou quer melhorar o seu currículo? Então a Fábrica do Empreendedor de Oeiras pode ajudá-lo de forma totalmente gratuita. Este espaço aberto à comunidade pretende ajudar a população a encontrar trabalho, a obter mais formação e a criar o seu próprio negócio. Ao mesmo tempo, fornece um serviço de recrutamento gratuito para as empresas de forma a conseguir o match perfeito entre empregado e empregador. Esta iniciativa é essencial para diminuir o desemprego, nomeadamente numa franja da sociedade ainda mais vulnerável: as pessoas em risco de exclusão social. Este espaço pertence à SEA – Agência de Empreendedores Sociais, uma cooperativa multissectorial que tem como objectivo o desenvolvimento e a implementação de projectos de empreendedorismo social. à Rua Professor Delfim dos Santos, 7 (Carnaxide). Seg-Sex 10.00-13.00/ 14.00-16.30. 21 410 2729. oeiras@fabricadoempreendedor.pt

secretárias, na Cruz Quebrada. De design moderno, com sala de reuniões, zona lounge, auditório, zona gráfica e copa – em suma, tudo o que importa para trabalhar –, este cowork tem diversas modalidades de entrada. Começa nos 100€ para uma mesa partilhada em regime de part-time, segue para os 150€ para uma mesa fixa a full-time, e termina nos 250€, para duas mesas e duas pessoas. É escolher. à Well&Work: Rua Marquês de Fronteira, 4

A (Paço de Arcos). 21 145 2500. | Cowork GDI: Rua Bento de Jesus Caraça, 17 (Cruz Quebrada). 91 875 2979.

17 Tudo a cogitar Foi em 2020 que se estreou a primeira edição do programa Cogito, que procura estimular o diálogo e a reflexão da comunidade sobre o futuro. Isto através de masterclasses, conversas com especialistas de várias áreas e palestras com cientistas sobre temas como a tecnologia, o ambiente ou a economia. Além disto, o

Cogito lançou também um jornal online gratuito, o Jornal Cogito, com notícias e notícias-filme globais, nacionais e sobre Oeiras. Até ao final de Novembro e com uma programação bem recheada, está a decorrer a edição “Humanismo Tecnológico”, dedicada à tecnologia e à forma como esta está a transformar a sociedade e as nossas vidas. à Rua da Flor da Murta (Paço de Arcos).

info@cogito.pt. cogito.pt.

Lagoas Park

Quando se fala em

18 O futuro maior

ecossistema nacional de empresas muito à frente

400 milhões de euros de investimento até 2026, a conversa é séria. Seríssima. E quando a Câmara Municipal de Oeiras lançou o programa Oeiras Valley em 2019, sabia bem a dimensão do ambicioso objectivo a que se propôs – criar o maior ecossistema de inovação de Portugal, favorecendo a instalação de empresas das áreas tecnológica, farmacêutica, nanotecnológica

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e de investigação. Passados dois anos, o ritmo que tem vindo a ser marcado pela autarquia indica que iremos chegar a tempo e horas ao destino, leia-se, à futura Silicon Valley portuguesa. Para as tais empresas, tem vindo a ser traçada uma estratégia, que passa por políticas de dinamização económica, com uma perspectiva integrada do território. Venham as que vierem. Time Out Oeiras 2021


Oeiras 27

19 Antigamente

Pombal – Largo Marquês de Pombal. 21 443 0799. Há duas visitas guiadas por dia, de terça a sábado às 11.00-12.00 e 14.30-16.00. Visita livre aos domingos das 10.00 às 18.00 (última entrada às 17.30). Grátis.

fotografia: manuel Manso; Carlos Santos

Rico em estuques e azulejos, é um solar típico do século XVIII, herdado e ampliado pelo Marquês de Pombal, que ali morou. Na Sala da Concórdia encontra no tecto uma das mais relevantes criações desta casa: a representação dos seus três obreiros e irmãos – Sebastião José de Carvalho e Melo (político), Paulo António de Carvalho e Mendonça (religioso) e Francisco Xavier de Mendonça Furtado (militar), com a legenda Concordia Fratrum, numa pintura atribuída a Joana do Salitre. Anexados ao palácio, os jardins são gratuitos e estão cheios de recantos bonitos, fontes e antigas mesas de pedra. Conte com uma relva gigantesca para estender uma toalha de piquenique, uma zona cheia de namoradeiras perto de um jardim de buxos, uma antiga cascata feita por Machado de Castro e... bom, e podíamos continuar, mas mais vale ver com os próprios olhos. Estão abertos o ano inteiro. à Palácio do Marquês de

20 Conheça a

programação activa do Palácio dos Anjos Sem grandes rodeios, o Palácio

dos Anjos é, por excelência, o centro cultural de Algés. Mandado construir por Policarpo Anjos no final do século XIX, como residência de veraneio, segue uma linha romântica, extensível ao jardim, que ainda conserva grande parte das palmeiras, pimenteiras e outras árvores exóticas. Foi, entre 2006 e 2018, o Centro de Arte Colecção Manuel de Brito e hoje, ao cuidado do Município de Oeiras, recebe regularmente exposições de arte. à Alameda Hermano Patrone. 21 411

photography:

PATRIMÓNIO

é que era

1400. Ter-Dom 11.00-17.00. Entrada gratuita.

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Oeiras 27

21 Um lagar de azeite

histórico que merece a sua visita Estamos de volta ao Palácio Marquês de Pombal, em tempos uma grande quinta, com oito olivais. Estamos no século XVIII, na propriedade de Sebastião José de Carvalho e Melo, 1.º Conde de Oeiras, que, a par da actividade vínica (ver páginas 66-69), produzia azeite, supõe-se que para consumo próprio e utilização na iluminação. Abandonado em meados do século XIX, o lagar foi todo recuperado em 2009 e encontrase hoje aberto ao público, numa visita que recria todo o processo de produção, suportado por imponentes peças de madeira e pedra, que de certa maneira mecanizavam a técnica de extracção do azeite das azeitonas. à Rua do Aqueduto, 222 (Oeiras). Ter 9.30-12.30, Qui 14.30-17.30.

22 Imagine-se em Paris

fotografia: Mariana Valle Lima

Está em Caxias, colada à estação e

ao mar, tem entrada gratuita e poucos visitantes, pelo menos durante a semana. Mas podia estar em Paris, ter sido a residência de um qualquer monarca, ter uma entrada paga e estar pejada de turistas de máquina em punho. A Quinta Real de Caxias prestar-se-ia a todos esses luxos. Mandada construir no século XVIII, com forte influência do barroco francês, foi residência de Verão de D. Maria I e do seu marido (e tio) D. Pedro III, e mais tarde do seu filho primogénito D. João VI (o príncipe regente) e respectiva família depois do regresso do Brasil. Tem um incrível jardim de buxo e uma cascata – trabalho do escultor Machado de Castro – e várias estátuas que representam uma cena mitológica grega, com a deusa Diana a vir tomar banho junto da gruta onde o seu amado pastor Endimião dormia um sono eterno. Há ainda duas galerias em pequenos edifícios no jardim (fechadas ao público). à Estrada da Gibalta

(Caxias). Aberto todos os dias. Horário de Verão, 1 de Maio a 30 de Setembro, 09.00-21.00. Horário de Inverno, 1 de Outubro a 30 de Abril, 09.00-18.00. Grátis.

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Time Out Oeiras 2021


Oeiras 27

23 Explore a Fábrica da Pólvora de Barcarena

Adquirida pela Câmara

manutenção. Uma vez por lá, não deixe de visitar o Museu da Pólvora Negra. Mas antes, uma pequena contextualização. As duas primeiras fábricas de pólvora conhecidas em Portugal foram estabelecidas no reinado de D. Manuel I como resposta às necessidades impostas pela expansão ultramarina. Uma localizava-se nas Portas da Cruz, em Lisboa, e a outra em Barcarena, onde já existiam as Ferrarias d’El Rei, instituídas por D. João II para o fabrico de armas. Adaptando-se e ajustando-se aos vários tipos de pólvoras, às novas maquinarias

e às diversas fontes de energia, até ao seu encerramento em 1988, a Fábrica da Pólvora apresentava-se para a região como melhor alternativa de trabalho à actividade agrícola, com salário regular. Tudo isto e muito mais encontra-se explicado no Museu da Pólvora Negra, integrado neste antigo complexo fabril. à Fábrica da Pólvora de Barcarena e Museu da Pólvora Negra – Estrada das Fontaínhas (Barcarena). Todos os dias. Horário de Verão, 1 de Maio a 30 de Setembro, Ter-Dom, 10.00-13.00 e 14.0018.00. Horário de Inverno, 1 de Outubro a 30 de Abril, Ter-Dom, 10.00-13.00 e 14.0017.00. Grátis.

fotografia: Manuel Manso

Municipal de Oeiras em 1995, a Fábrica da Pólvora de Barcarena transformou-se num complexo aberto a todos. Palco de conceituados eventos musicais como o Festival Sete Sóis e Sete Luas, de entrada gratuita e que todos os anos promove artes

do Mediterrâneo e do mundo lusófono, e o Sons da Terra, uma festa onde cabe o país inteiro, a antiga fábrica oferece uma programação extensa e regular. Há teatro, workshops, literatura, festas populares em Junho e actividades para os mais novos, entre as quais se destacam os ateliers com artesãos nas suas próprias oficinas. Conta com jardins e recantos com bancos para descansar ou ler um livro, parque de merendas e infantil, um auditório ao ar livre com capacidade para 700 pessoas e um circuito desportivo de

2021 Time Out Oeiras

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Oeiras 27

24 Conheça o Museu dos Faróis

O Núcleo Museológico dos

Faróis, em Paço de Arcos, abriu portas ao público em 2017 e funciona às quartas-feiras e ao primeiro e terceiro domingo de cada mês. De entrada gratuita, foi criado a partir de peças que foram sendo retiradas dos faróis porque se tornaram obsoletas e porque a evolução assim o impôs. Das fogueiras à incandescência a petróleo e ao gás acetileno: toda a história da importância destes elementos na costa portuguesa condensada num só espaço, com peças únicas e com a possibilidade de perceber que alguns modelos ainda hoje continuam em funcionamento. A visita ao museu também pode ser virtual, no site da Autoridade Marítima, e aceitam-se marcações para outras visitas gratuitas aos faróis em funcionamento.

à Direcção Geral de Faróis, Estrada Marginal

(Paço de Arcos). Quartas 14.30-17.00, primeiro e terceiro domingo do mês 10.0012.30. Grátis.

Convento da Cartuxa

25 Espreite o Convento da Cartuxa

Sabia que as filmagens de Night Train to Lisbon (2013), com Jeremy Irons no papel do professor suíço Raimund

Gregorius, passaram por aqui? O antigo Convento da Cartuxa é, a par com o de Évora, um dos dois únicos conventos cartuxos portugueses, ordem fundada por São Bruno, que deve o seu nome à aldeia francesa de Saint Pierre de Chartreuse, perto de

Grenoble. Pela sua excelente acústica, o edifício tem recebido com regularidade os concertos da Orquestra Metropolitana de Lisboa e da Orquestra de Cascais e Oeiras. à Encontra-se aberto somente para a missa de domingo das 12.00 às 13.00. Estrada da Cartuxa (Caxias). Grátis.

26 Visite a loja da

Confraria do Vinho de Carcavelos

fotografia: Gabriell Vieira; Mariana Valle Lima

Se ainda não provou o vinho

generoso que se produz no concelho, pode ficar a conhecê-lo na Loja da Confraria do Vinho de Carcavelos acompanhado de uns petiscos ao final do dia – há queijos, enchidos, bruschettas e muito mais. A loja funciona como sede e, igualmente, como ponto de venda do Vinho de Carcavelos e dos demais que integram a Rota dos Vinhos de Bucelas, Carcavelos e Colares (têm mais de 250 referências), além da doçaria regional que lhes está associada. à Rua Cândido

Loja da Confraria do Vinho de Carcavelos

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dos Reis, 51 (Oeiras). 21 441 4908. SegSex 11.00-18.00. Time Out Oeiras 2021


Oeiras 27

27 Tenha uma

28 29 Viaje no tempo e vá Ponha-se a par

lição de História de Arte

parar ao Castro de Leceia

30 Há mais um espaço

da agenda verde no concelho. do Palácio do Egipto Adivinha qual é?

Em pleno centro da vila

Localizado em Barcarena, o Castro de Leceia é uma das estações arqueológicas mais importantes do país e nele foram encontradas estruturas habitacionais e defensivas, assim como numerosos artefactos. O estabelecimento de um povoado nesta zona, logo no Neolítico Final, e a subsequente construção a partir do Calcolítico Inicial, revelam a existência de uma sociedade agro-pastoril, embora também apanhassem mariscos na ribeira de Barcarena, na altura um rio. Há visitas guiadas ao local, organizadas pelo Centro de Estudos Arqueológicos do Concelho de Oeiras, com marcação prévia para grupos de número igual ou superior a 10 pessoas. à 21 440 8432. arqueologia@

Este foi o edifício mais distinto da Vila de Oeiras e um bom exemplo da arquitectura nobre rural do tempo de D. João V até à construção do Palácio Marquês de Pombal. Da antiga propriedade, pertencente originalmente à família Rebello de Andrade e estando na altura integrada na Quinta de Recreio Nossa Senhora do Egipto, só o palácio chegou até aos nossos dias, tendo, no entanto, sofrido profundas alterações ao longo dos tempos. Actualmente um espaço cultural equipado para receber colóquios e conferências, inclui uma galeria de exposições temporárias, uma livraria/loja municipal e três espaços de restauração. à Rua Álvaro António dos

Além das praias, Oeiras também é feita de bonitos espaços verdes para passear, fazer desporto ou estender a toalha e montar um piquenique. E agora tem mais um. Depois de quase dez anos de negociações, a Quinta do Cedro, um dos mais emblemáticos espaços do Dafundo, finalmente abriu as portas ao público. Agora já pode visitar os 5800 m² de jardim e sentar-se à sombra das inúmeras árvores ou num dos bancos disponíveis. Em breve vai ainda poder entrar no Palacete, um imóvel classificado no Plano de Salvaguarda do Património Construído e Ambiental do Concelho de Oeiras. Este edifício e outros anexos estão a ser recuperados e prometem dar ainda mais magia a este espaço verde.

Santos, 10 (Oeiras). Ter-Sáb 12.00-18.00. 2,00€.

à Avenida Marginal, 43 (Dafundo). Todos os dias,

de Oeiras, a igreja matriz, dedicada a Nossa Senhora da Purificação, começou a ser construída em 1702 mas só foi inaugurada passados 42 anos. A recente reorganização do rico arquivo histórico da igreja tem permitido ter um conhecimento mais profundo e documentado deste importante monumento de Oeiras, até há pouco tempo bastante desconhecido. A Espaço e Memória – Associação Cultural de Oeiras organiza visitas guiadas ao local que, diz quem já participou, são autênticas lições de História de Arte.

à Largo 5 de Outubro, 1 (Oeiras). 21 443

0553. Seg 09.00-13.00, Ter-Sex 09.0013.00/ 15.00-19.30, Sáb-Dom 09.0013.00/ 18.00-20.00. 2021 Time Out Oeiras

cm-oeiras.pt

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09.00-21.00 no Verão e 09.00-18.00 no Inverno.

fotografia: Mariana Valle Lima

Igreja Matriz de Oeiras


Junto ao mar

photography: fotografia: Mariana Valle lima

Ouve, vamos ver o mar?

Victor Espadinha inquiriu, nós respondemos: sim! Vamos vê-lo sentados na areia ou a bordo de uma embarcação desportiva, vamos conhecê-lo melhor num museu, imortalizá-lo em fotografia a partir dos fortes que o impedem de entrar marginal dentro e arranjar mais uma data de desculpas para não sairmos das suas imediações. 29

Time Out Oeiras 2021


AS PRAIAS Praia da Torre

fotografia: Manel MAnso photography:

Abrigada pela Fortaleza de São Julião da Barra, é bastante procurada nas tardes de vento da zona – regra geral, as manhãs são sempre de calmaria. Do lado oposto, fica o Porto de Recreio de Oeiras, onde não falta animação, e nas costas tem o clássico Luar da Barra, uma antiga carruagem de comboio transformada num restaurante-bar, a servir boas caipirinhas.

2021 Time Out Oeiras

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Junto ao mar

Segredo Time Out

Ver as vistas

photography:

Podemos chamar-lhe um miradouro. Fica na Praia da Torre, está marcado com uma cauda de baleia, que assinala esta espécie de rotunda pedestre, e tem alguns bancos para quem se quer sentar a mirar a praia e o oceano – é também bastante usado para os alongamentos pós-exercício físico.

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Time Out Oeiras 2021


Junto ao mar

Praia de Santo Amaro de Oeiras É a maior praia do concelho de Oeiras e, como tal, uma das mais procuradas. Situada entre a Ribeira da Laje e o Forte de São Julião das Maias, tem areia de sobra para reeceber todos os que a procuram em dias de sol, tem passeio suficiente para os que a procuram em alturas de fazer desporto, e ainda um jardim, do outro lado da Marginal, para quem segue os horários da exposição solar à risca e se abriga às horas de mais calor.

Segredo Time Out

LUAR DA BARRA

Uma explicação: a Praia de Paço de Arcos compreende duas praias, a Velha, de areal bastante reduzido e hoje quase destinada ao uso dos pescadores; a Nova, de areal grande, com o Passeio Marítimo de Oeiras nas costas, e rochas onde muitos aproveitam para estender a toalha em dias de enchente. Uma ou outra são garantia de um dia bem passado ao sol.

Passeio Marítimo de Oeiras. Seg-Dom 10.30-22.30. 21 441 1371.

fotografia: Manel MAnso

Praia de Paço de Arcos

A carruagem-bar, instalada em duas antigas carruagens da Linha do Tua, vale a pena pelo interior, onde se pode beber um copo – mojitos, gins e caipirinhas, por exemplo, ou cocktails com nomes mais sugestivos como Viagra ou Beijo Drácula – com a sensação de estar dentro do Expresso do Oriente. Sendo mais um bar de Inverno, no Verão, a esplanada com espreguiçadeiras e baloiços com vista para o mar é onde se está melhor. à Parque da Torre,


Junto ao mar

Praia de Caxias É a primeira praia de quem sai de Lisboa em direcção a Oeiras onde se pode tomar banho em segurança, isto é, tem Bandeira Azul. Bastante abrigada do vento em relação às suas vizinhas, é protegida pelo Forte de São Bruno – o que também ajuda a garantir aquelas fotografias-postal – e tem, desde 2020, um novo restaurante-bar cheio de onda, o Bahia Beach Club.

Segredo Time Out

Praia Secreta do Forte de São Bruno

photography:

Aqui usamos os critérios dos croatas, por exemplo, para apelidar de praia: qualquer pedaço de areia e rocha dá para estender uma toalha e apanhar sol. No caso, trata-se de uma entrada directa para o mar, com uns dois metros quadrados de areia e rochas que dão para entrar e sair do mar sem problemas. Para chegar, basta entrar para o forte pelo lado direito (de quem olha para o oceano), contorná-lo por esse mesmo lado e entrar numa janela que fica à esquerda.

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Time Out Oeiras 2021


Junto ao mar

oS restaurantes

Bahia Beach Club O clássico Baía dos Golfinhos fez um lifting este ano e apresentou-se ao público com um novo conceito: o Bahia Beach Club. Junta a ideia de restaurante de praia, de espaço para copo ao fim do dia ou até para passar a tarde estendido na relva ao sol, num dos pufes e espreguiçadeiras instalados para o efeito. Na carta há petiscos portugueses, pratos de inspiração sul-americana, saladas, wraps e até pizzas. Há ainda um corner de sushi, instalado de quarta a domingo. Tudo isto com vista para o mar. à Avenida Marginal.

photography: fotografia: DR

21 441 5175 / 93 839 7074. Qua, Qui, Dom 10.00-23.00, Sex-Sáb 10.00-00.00.

2021 Time Out Oeiras

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Junto ao mar

fotografia: Mariana VAlle Lima; Manuel MAnso; Duarte Drago; DR

Casa da Dízima

Os Arcos

Casa Galega

Comer a dois passos do mar Nos dias de hoje, o centro de restaurantes de Paço de Arcos ganharia o ilustre apelido de ‘hub gastronómico’. Ali, num pequeníssimo raio de pouquíssimos quilómetros

Marginalíssimo

quadrados, juntam-se algumas das melhores cozinhas da Linha, todas elas a dois passos do mar. Pode ler mais sobre cada um destes espaços na secção Comer & Beber, mas aqui deixamos-lhe um amuse bouche do que vai encontrar. A gastronomia portuguesa tradicional d’Os Arcos, uma instituição desde 1967;

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a cozinha galega e basca da Casa Galega; o sempre vencedor fondue do Marginalíssimo; a mistura entre os peixes frescos e os pratos internacionais da Casa da Dízima, com uma belíssima varanda em cima do mar; e os pratos a preços económicos da Marítima de Paço de Arcos, de que são exemplo as sardinhas panadas com salada russa. Time Out Oeiras 2021


Junto ao mar

OS PASSEIOS

Quem nunca sonhou percorrer a costa atlântica de helicóptero? Pois esta que vos escreve já sonhou. A Lisbon Helicopters anda há anos a realizar estes sonhos, seja para puro lazer, seja para transporte de passageiros. Com sede no Passeio Marítimo de Algés, de onde arrancam todos os voos, tem diversas rotas pré-definidas, quase todas elas a acompanhar a linha do mar, logo, com as melhores vistas aéreas de Oeiras. Nota: a rota de Sintra atravessa o interior 2021 Time Out Oeiras

do concelho e é surpreendente. Além dos tours a Cascais e Estoril, ao Cabo da Roca ou a Belém, estão disponíveis para fazer rotas tailor-made, bastando para isso entrar em contacto com a empresa com alguma antecedência (baptismo de voo a partir de 117€/5 minutos). àPasseio Marítimo de Algés, Torre VTS. 21 301 1794/ 91 722 5995.

Aquastart Há 12 anos a operar no mercado, a Aquastart é uma das empresas mais requisitadas para quem quer andar de barco em Oeiras. Com um cardápio de passeios

extensíssimo, que vai de uma romântica navegação em veleiro ao pôr-do-sol a passeio de lancha durante quatro horas, no top das escolhas dos clientes está uma viagem de ida e volta ao Bugio, conhecida na casa como Vá Bugiar (30 minutos, 15€/ pessoa). Tomadas as devidas restrições em relação à covid-19, ou seja, limitando o número de pessoas a bordo, a Aquastart continua a operar todos os dias, desde que as condições climatéricas permitam. Além das embarcações, tem também bicicletas e e-bicicletas para alugar (a partir de 5€/hora) e, para quem quer explorar o Passeio

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Marítimo de Oeiras em grande estilo, também há karts a pedais, para uma ou duas pessoas (a partir de 4€/30 minutos). Last but not least, trabalham com um operador de voos de helicópteros, com saída de Algés (a partir de 330€/ 10 minutos de voo). àEstrada Marginal, Marina de Oeiras, loja C14. 21 456 7324. Seg.Dom 10.00-18.00.

Passeio Marítimo de Oeiras Num futuro muito próximo, toda a orla marítima de Oeiras terá um passeio litoral. Já falta pouco, promete a autarquia,

fotografia: DR

Lisbon Helicopters


Junto ao mar Segredo Time Out

SÉ DA GUARDA “Isto é bonito. E é barato. E é bom.” Podia ser um haiku, mas são palavras do nosso crítico gastronómico, Alfredo Lacerda, extasiado pelos petiscos do Sé da Guarda e pelo “melhor peixe frito da Grande Lisboa, acompanhado pelo melhor arroz de grelos da Grande Lisboa”, garante. Se avistar cachuchos na carta, ataque-os. Mas tudo aqui é bom. O menu do dia é partilhado de manhã na página de Facebook deste monumento dos petiscos. O truque é dar uma olhada a ver os pratos do dia, e ir muito cedo (abre às 6 da manhã, mas não exagere), que a casa enche e nem o mercado de Algés, mesmo ao lado, desvia a clientela fiel. à Rua Sport Algés e Dafundo, 16. Seg-Sáb 06.00-22.00. 21 411 59 23

Quinta Real de Caxias

com dois grandes troços já construídos, a perfazer um total de 5500 metros. Um deles liga Oeiras a Paço de Arcos, o outro estende-se entre o Forte de São Bruno, em Caxias, e a Praia da Cruz Quebrada. Há espaço para bicicletas, postos com atividades desportivas e, claro, muita pista para andar, correr (sprintar) ou qualquer outra modalidade, desde que não incomode os transeuntes.

Marina de Oeiras As marinas em Portugal são, ao contrário do que acontece noutros países, sítios

carregados de turistas, com negócios para inglês ver, pratos a preços astronómicos e lojas fechadas porta sim, porta não. A pequena Marina de Oeiras, designação que não pretende ter um carácter carinhoso, mas se justifica pelo facto de ser mesmo pequena, tem muitas destas características, mas é, curiosamente, um sítio bem agradável para passear. É mesmo. Fica logo no arranque do Passeio Marítimo de Oeiras e, quando se passa a parte das lojas, onde é possível alugar bicicletas, marcar passeios de

barco e, entre outras coisas, de restaurantes – atenção ao Pure e ao Charkoal – acaba-se numa zona bem sossegada, onde existe um nanofarol com bancos para quem se quer sentar a ver a vista. Em dias de céu pouco nublado, é possível avistar a Ponte 25 de Abril. Ohh!

Núcleo Museológico dos Faróis É certo que com a mecanização dos faróis, a romântica profissão de faroleiro (concordamos

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nisto, certo?) deixou de fazer sentido. Porém, os faróis da costa portuguesa continuam abertos para visita (e valem muito a pena). Ora serve este intróito para falar de um núcleo museológico que conta a história dos vários faróis da costa portuguesa, apresenta a profissão de faroleiro e faz uma viagem pelos materiais e mecanismos usados durante séculos para auxiliar a navegação das embarcações – e evitar ataques piratas (lá está, o romantismo). à Estrada Marginal, Paço de Arcos. Visitas gratuitas e por marcação às quartas das 14.30 às 17.00 e aos domingos, de 15 em 15 dias, das 10.00 às 12.30. Time Out Oeiras 2021


Junto ao mar

OS FORTES

A costa mais protegida Uma breve lição de história sobre as fortificações marítimas do Concelho de Oeiras.

Forte do Areeiro Também conhecido como Forte de Santo Amaro, fica na ponta Oeste da praia homónima. Inserido no plano de defesa da Barra do Tejo, as obras de construção foram concluídas em 1649 e teve várias ocupações ao longo dos séculos. Na década de 50 foi entregue ao Ministério da Defesa. Com muita pena nossa, não é visitável.

Forte de São João das Maias É mais um forte fechado ao público, mas que se mantém intacto para contar a história. Construído no século XVII, 2021 Time Out Oeiras

Forte de São Julião da Barra

Forte de Nossa Senhora de Porto Salvo É um forte marítimo de estilo barroco, edificado sobre uma formação rochosa, cuja construção terminou em 1949. Tem uma planta pentagonal irregular, quatro compartimentos internos e duas guaritas circulares que, não é difícil imaginar, em tempos albergaram soldados. Ah! E é impossível visitar.

Forte de São Bruno É um dos mais famosos de toda a costa, construído também na época da Restauração, na 1ª linha de fortificações marítimas edificadas na época, para a defesa de Lisboa. Situado em Caxias, de planta estrelada, tem um núcleo central quadrangular e, não diga a ninguém, mas tem umas janelas que permitem entrar dali directamente para o mar.

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photography:

Em parceria com o Bugio, desempenhou, durante largas décadas, o papel de controlo de entrada de embarcações na Barra do Tejo e em Lisboa. Construído em meados do século XVI, continua a ser um dos mais importantes do país – e é a residência oficial do Ministro da Defesa – e chegou a ser prisão militar e política. É possível visitá-lo com marcação.

na época da Restauração, tem uma pequena capela e teve, em tempos, 17 bocas de fogo, hoje desartilhadas.

fotografia: Mariana Valle Lima; Manel MAnso; Mariana Valle Lima

Forte de São Julião da Barra

Forte de Nossa Senhora de Porto Salvo


Junto ao mar

photography:

Forte de São Bruno

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Time Out Oeiras 2021


Junto ao mar

Piscina Oceânica de Oeiras 2, 5 e 7,5 metros. Em 2021, adaptou-se às regras de saúde da DGS, limitou a ocupação, mas ainda assim manteve-se de portas abertas durante a época balnear. Tem um bar de apoio, aberto para quem quer manter a linha com uma salada e um sumo natural, ou, quem sabe, para aproveitar a vista e beber um gin tónico. Em 2022 há mais. àEstrada Marginal. Praia da Torre, Oeiras. 21 446 2552.

fotografia: DR photography:

Que atire a primeira pedra quem nunca azucrinou o juízo aos pais para o levar à Piscina Oceânica de Oeiras. E quem nunca fez planos de se auto-superar na escolha de pranchas para saltar. Verdade? Inaugurada em 1995, alimentada com água do mar, é um ícone da zona, com os seus dois planos de água: um para miúdos, de 330 m2, outra para graúdos, com 1500 m2, e pranchas de 0,70 centímetros,

2021 Time Out Oeiras

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Jamor, meu amor

PHOTOGRAPHY:

São perto de 200 hectares de natureza, espaço de desporto e bem-estar. Todos o conhecem como o lugar onde treinam atletas olímpicos e o palco da festa anual da Taça de Portugal. Mas o Centro Desportivo Nacional do Jamor, plantado aqui há 76 anos, é muito mais do que isso, tem espaço de sobra para respirar fundo e experimentar dezenas de actividades que talvez nunca lhe tenham ocorrido. Eis algumas ideias para desfrutar deste espaço aberto ao público e à imaginação.

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EXERCÍCIO QUE SABE A PATO

FOTOGRAFIA: PHOTOGRAPHY: MARIANA VALLE LIMA

Não leve o título em sentido literal, calma, não há patinhos a serem sacrificados nos terrenos circundantes. Segundo a obra Porto: “Naçom” de Falares’, de Alfredo Mendes, livro dedicado aos falares nortenhos, a expressão ‘saber a pato’ foi registada com o significado de “a reacção de alguém a quem ofereceram uma refeição”. Aqui não há comida, mas há muitos equipamentos que pode usar sem pagar um tusto. Ora veja.

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photography:

Tema

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Estádio Nacional do Jamor

Circuitos de manutenção

São dois circuitos, constituídos por 23 estações – estruturas em ferro ou madeira que o obrigam a recorrer à força e à aeróbica para as contornar. Um está na mata, na zona poente ao Estádio Nacional, e tem 12 estações numeradas e assinaladas com placas informativas. O outro, constituído por 11 estações, fica no parque urbano e pode ser utilizado por crianças a partir dos 10 anos.

Pista de cross

Tem 1500 metros de perímetro e fica na zona norte do Jamor. A pista, inserida no meio da natureza, pode ser usada para o treino e para a competição de cross. De Outubro a Março, está aberta das 08.00 às 18.00. A partir de Abril e até Setembro, o horário alarga-se até às 20.00. Saiba que foi nesta mesma pista que Carlos Lopes se sagrou campeão do mundo de corta-mato em 1985.

Campos polidesportivos

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fotografia: Mariana Valle Lima; DR

São dois campos ao ar livre pensados para a prática de basquetebol ou voleibol, totalmente abertos a todos, salvo se for efectuada uma reserva para utilização exclusiva dos campos. O horário de utilização é das 08.00 às 20.00, nos dias de Verão e até às 18.00 durante o Inverno. Caso queira praticar voleibol, terá de solicitá-lo com uma antecedência de 48 horas, para o email reservas.jamor@ipdj.pt, para que a rede e os postes possam ser montados. Todos os utilizadores dispõem de 90 minutos de utilização. Ultrapassado esse período deverá ser cedida a vez.

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Time Out Oeiras 2021


Estádio Nacional do Jamor

Espaço de jogo e de recreio

É um espaço com cerca de 1500 metros quadrados e composto por nove equipamentos lúdicos em madeira. Há baloiços, escorregas e balancés, entre outros pensados para crianças entre os 3 e os 14 anos. O baloiço do ninho, a serpente de areia, o estaleiro com escorrega, a casinha das estacas e a colina dos anões farão as delícias dos mais pequenos. Neste espaço, houve especial preocupação para reforçar a plantação de espécies que permitam resguardar o terreno.

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Está homologada para a prática de cross country olímpico e enduro e inclui três traçados com diferentes níveis de dificuldade. A preta, a mais difícil, prolonga-se por sensivelmente quatro quilómetros e tem um desnível positivo de 220 metros. A pista vermelha, de dificuldade elevada, tem 3,4 quilómetros e um desnível positivo de 183 metros. Por fim, para os mais sensatos,

fotografia: Mariana Valle Lima

Pista de cross country e enduro

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Estádio Nacional do Jamor há a pista azul, com dois quilómetros de extensão e 95 metros de desnível. Também é possível praticar enduro (modalidade de motociclismo praticada em pista de todo-o-terreno). A utilização é livre e está aberta ao público todos os dias da semana.

Ginásio ao ar livre

São 12 equipamentos que permitem a prática de exercício físico de forma simples e segura. Seja a exercitar os braços, as pernas ou a praticar aeróbica. Encontra este ginásio ao ar livre entre a ponte pedonal da pista de actividades náuticas e o rio Jamor. A utilização, claro está, é gratuita.

Estrutura de força

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É uma aquisição recente do rol de equipamentos para prática desportiva. Encontra-a no parque urbano do Jamor, junto à parede de escalada e ao relvado de lazer. Tem à disposição espaldares, barras e cordas para a prática de exercícios de força com o peso do corpo. Qualquer um a pode utilizar, a qualquer altura do dia.

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Time Out Lisbon


Estádio Nacional do Jamor

AQUI TAMBÉM SE APRENDE

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Se o Jamor dispõe de uma série de infra-estruturas e equipamentos de utilização livre, a verdade é que há muitas outras actividades desportivas para explorar e desenvolver. Seja natação, ténis, corrida ou arborismo, aqui encontra o sítio certo para as praticar com o acompanhamento de especialistas. Nada tema se não dominar a arte de nadar um crawl ou se o serviço no court de ténis lhe sai frouxo. Aqui, pode ter aulas de tudo o que quiser. E, claro está, com a possibilidade de experimentar tudo antes de tomar a decisão de se inscrever. Importa notar que, por força das restrições impostas pela pandemia, o leque de actividades pode estar mais reduzido. Mas vá preparando a agenda.

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fotografia: Mariana Valle Lima photography:

Estádio Nacional do Jamor

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Estádio Nacional do Jamor

Escola de natação

Existe há 20 anos, disponibilizando sessões de hidroterapia, natação para bebés, natação pura e hidroginástica. Com as restrições impostas pela pandemia, a lotação dos espaços foi reduzida, mas a actividade desportiva mantém-se. O complexo de piscinas funciona todos os dias da semana e os preços variam entre 23€ (uma vez por semana, para as aulas de natação) e os 42,50€ (duas vezes por semana, para aulas de natação terapêutica). Acresce 18€ (de Março a Julho) ou 37€ (de Setembro a Julho) de inscrição. De preferência, os contactos devem ser feitos através do email piscinas.jamor@ipdj.pt. à Praça da Maratona (Cruz Quebrada). 21 054 0312. piscinas.jamor@ipdj.pt.

Escola de ténis

Está a cargo do Clube de Ténis do Jamor e oferece aulas para todos os níveis e para todas as idades, desde o mini-ténis ao alto rendimento. O preço das aulas começa nos 23€ (mini-ténis) e pode ir até aos 205€ (escalão de competição, com seis aulas semanais de duas horas). As aulas são todas em grupo, excepto para os alunos do escalão de competição. Se preferir, pode optar por reservar o campo a partir de 3,50€ por hora (court ao ar livre, sem iluminação). à Complexo de Ténis do Jamor. 21 419 3054 (reservas de campos). 21 419 1525 (escola de ténis).

É neste local que o Programa Nacional de Marcha e Corrida (PNMC) ganha forma. O centro de marcha e corrida disponibiliza sessões de treino orientadas a todos os que se interessam por estas práticas desportivas. Às segundas, quartas e sextas-feiras, das 19.00 às 21.00, o ponto de encontro é no Centro de Treino de Atletismo. Às terças e quintas-feiras, a dose repete-se, desta vez das 18.00 às 21.00. E aos sábados, das 10.00 às 13.00, com ponto de encontro no Complexo de Piscinas. Existem três percursos de marcha com diferentes dificuldades (7660 m, 6760 m e 5000 m) e dois de corrida (2750 m e 6100 m). à As inscrições têm o valor de 10€ e podem ser feitas no site marchaecorrida.pt, do PNMC.

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fotografia: Mariana Valle Lima

Centro de marcha e corrida do Jamor

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Estádio Nacional do Jamor

Parque aventura

PAALCO Jamor

É ideal para quem privilegia o contacto com a natureza através do arborismo e não só. Tem à disposição dois circuitos, um deles dedicado a crianças. O megacircuito demora duas horas a ser completado e a ligação entre as 44 actividades é feita através de pontes de corda, túneis, redes, estribos e carreiros. Termina com um slide de 200 metros de comprimento. A pequena floresta, por sua vez, é o circuito de 15 obstáculos especialmente pensado para crianças. Antes de se lançarem à aventura, são ligadas a um cabo de segurança que os acompanha durante a volta de uma hora. A aventura termina com um slide de 50 metros. Além do arborismo, é ainda possível praticar canoagem (12,50€ por pessoa) e provas de orientação (12,50€/por pessoa). Se preferir, pode ainda optar pelo combate laser (25€ por pessoa), em que cada praticante é equipado com uma arma de infra-vermelhors e respectivos sensores. à Rua da Carreira de Tiro

É um projecto que pretende abrir-se à comunidade envolvente. Ora, se a oferta desportiva está tão bem assegurada, também se sentiu a necessidade de aproximar o Jamor das associações locais de Oeiras. Eventos ao ar livre, como aulas de yoga, verificação da fauna e flora da mata e sessões de artes performativas têm sido algumas das actividades desenvolvidas em parceria com associações locais. E como funciona, afinal, este programa? As entidades interessadas, sediadas no concelho, deverão apresentar uma candidatura até 30 dias antes da data em que pretendem realizar a actividade. No site do Centro Desportivo Nacional do Jamor, no separador ‘Jamor para Todos’ encontra a informação detalhada sobre como proceder à candidatura.

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fotografia: Mariana Valle Lima

(Cruz Quebrada). 21 151 9400. Seg-Dom 10.00-12.00/ 14.00-16.00.

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Estádio Nacional do Jamor

Três ideias para aproveitar o Jamor

1

Gosta de correr, mas está farto de ir sempre aos mesmos sítios? Saiba que pode ir dar uma corridinha na pista de atletismo que circunda o relvado do Estádio Nacional. Ao aderir ao Programa Nacional de Marcha e Corrida, por 10€ anuais, pode correr no tapete do Jamor, sempre que a pista não esteja ocupada.

2

Pode também jogar no relvado do Estádio Nacional. Sim, leu bem. Pode organizar uma jogatana com os amigos no mesmo local onde todos os anos se joga a final da Taça de Portugal e onde, em 1967, os Lisbon Lions, equipa mítica do Celtic de Glasgow, derrotou o Inter de Milão e venceu a Taça dos Campeões Europeus. O preço da reserva é de 300€/hora.

3

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O Centro Desportivo do Jamor é um berço de biodiversidade. Não se admire se, entre os arbustos da mata, encontrar pessoas camufladas com câmaras fotográficas e binóculos apontados ao céu. É que o local é conhecido por ser um ponto privilegiado para a observação de pássaros. Existem, inclusivamente, dois casais de águias de asa redonda que escolheram a mata para fazer o ninho.

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Miúdos Tire bilhete

Oeiras também é uma espécie de parque de diversões. Fazemos-lhe uma visita guiada pelas melhores atracções para as famílias.

Recepção: Seg-Dom 10.00-13.00/ 14.00-18.00. Reserva recomendada.

Academia Petit Chef

Escola de Dança Eva Vieira de Almeida

Localizada no Centro Histórico de Oeiras, esta escola nasceu do sonho de formar pessoas e profissionais nas mais diversas vertentes da dança. Por vocação ou prazer, há aulas para todos os gostos e feitios. Desde o jazz ao teatro musical, passando pelo hip-hop e o contemporâneo, o mais importante é pôr os miúdos a mexer-se. Projectadas para crianças dos quatro aos seis anos, as turmas de pré-dança são perfeitas para um primeiro contacto. à Rua Conde Ferreira, 23-25. Horário da secretaria: Seg-Sex 15.00-20.00.

Teatro Independente de Oeiras

Criada há mais de dez anos pela chef Joana Byscaia, ainda antes de os programas de culinária serem o pão nosso de cada dia, esta academia é para miúdos dos oito aos 16 anos, com e sem mão para o tempero. A ideia é, mais do que ensinar as técnicas básicas da cozinha, conseguir introduzir os bons hábitos alimentares na vida de quem frequenta os workshops e ATLs da Petit Chef. à Av. D. João I,

Fundado em 1990, já conta mais de três décadas de teatro independente e continua a ser uma das colectividades mais dinâmicas do concelho. Para os mais novos, nunca faltam propostas, desde musicais para toda a família até espectáculos para bebés. Perfeito para equilibrar os níveis de energia e conseguir sentar os miúdos sem grandes fitas, este é o programa de que precisava e não sabia. à Auditório Novo Espaço | Edifício Parque Oceano,

loja 8. Mais informações por e-mail (info@petitchef.pt) ou telefone (91 880 2657).

Rua Dr. José Joaquim de Almeida, 2. Mais informações por telefone (21 440 6878).

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Academia Petit Chef

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Se tem quase metro e meio, espírito aventureiro e não percebe o conceito de vertigens, então está à espera do quê para ir praticar arborismo no Mega Circuito deste parque de aventura? Com mais de quatro dezenas de actividades, tem carta branca para balançar por entre as árvores, fazer uso do seu mais recente grito de guerra (se ainda não inventou um, é agora) e voar num slide com 200 metros sobre uma verde paisagem. à Complexo Desportivo do Jamor. Horário da

fotografia: Mariana Valle Lima; DR

Adventure Park


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Adventure Park

Aquário Vasco da Gama

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Kids

Fábrica da Pólvora

For Babies Brain

à Rua Monsenhor Manuel Teixeira, loja 5 B. Ter-Qui, Sáb 10.00-13.00/ 14.00-19.00, Sex 14.00-19.00, Dom 10.0014.00. Mais informações por telefone (21 936 3707 | 96 872 2005) ou através de e-mail (geraloeiras@forbabiesbrain.com)

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For Babies Brain

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Fundada em 2006 no Porto, esta clínica de psicologia pediátrica chegou a Oeiras em 2019, com consultas e programas de spa para bebés. A ideia é trabalhar a estimulação multissensorial, mas de uma forma pouco comum: as sessões acontecem dentro de água, aplicando-se uma série de ferramentas que permitem às crianças evoluírem a nível motor, emocional e cognitivo. Cada sessão dura 45 minutos e divide-se entre piscina com jactos terapêuticos e massagem.


Miúdos

Aquário Vasco da Gama

O Aquário Vasco da Gama abriu portas em 1898, 100 anos antes do Oceanário de Lisboa. 123 anos depois, ainda navega firme, é cenário de memórias para sucessivas gerações e continua a ter uma oferta pedagógica inigualável, sobretudo para quem queira aprender alguma coisa sobre a fauna da costa portuguesa. O ponto alto em matéria de espólio é a espantosa colecção oceanográfica que o Rei D. Carlos recolheu nas suas expedições em finais do século XIX. à Rua Direita do Dafundo, 18, Algés. Seg-Dom 10.00-18.00. 2,50€-5€. Grátis até 3 anos.

Don Pavili

Piscina Ocêanica de Oeiras

Fruto do sonho de um português e dois italianos, a Don Pavili é a escolha certa na hora de refrescar pais e filhos. Vencedora do prémio de O Melhor Gelado de Portugal, atribuído em 2018 pela Camera di Commercio Italiana per il Portogallo, esta gelataria artesanal destaca-se pelos sabores produzidos diariamente com matérias-primas provenientes dos quatro cantos do mundo, mas também pelos sorvetes sem lactose e com muita fruta. É provar.

Escola de Dança Eva Vieira de Almeida

à Rua Febus Moniz, 4 A. Qua-Qui 13.00-20.00, Sex 13.0022.30, Sáb 12.00-22.30, Dom 12.00-20.00.

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fotografia: Vítor Oliveira; DR

Fábrica da Pólvora

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Instalada no vale de Barcarena, a antiga Fábrica da Pólvora foi transformada num complexo aberto em 1998 e é, desde então, um dos grandes núcleos de cultura em Oeiras. Além dos espaços verdes e do popular parque de merendas, destaca-se o Museu da Pólvora Negra, com actividades durante todo o ano. Desde ateliers a brincadeiras ao ar livre, há propostas para todos os gostos e feitios. à Estrada das Fontaínhas. Mais informações por telefone (21 438 1400) ou e-mail (museudapolvoranegra@ cm-oeiras.pt). Time Out Oeiras 2021


Shopping

Compras A alma do negócio Aqui, o segredo não é a alma do negócio. Contamos-lhe a história de dez negócios locais, e dos seus protagonistas, e provamos que o comércio de bairro continua vivo. Faça o roteiro.

21 410 5609.

Farmácia Nifo

Quando, em 1912, Armando Nifo fundou a farmácia com o mesmo nome no Dafundo, não saberia que esta seria um negócio de família, passado de geração em geração. Bruno Nifo, seu trineto, formado em engenharia informática, já participa no negócio, ao lado do pai, que é quem está aos comandos desde 1997, altura em que sucedeu ao pai, José Almeida Nifo. Nos armários da farmácia, “que funcionam 2021 Time Out Oeiras

quase como um museu”, diz Bruno Nifo, pode-se revisitar os tempos em que no laboratório instalado nas traseiras eram preparados inúmeros fármacos caseiros, como o xarope Nifo, a água oxigenada ou o xarope peitoral da casa.à Av. Combatentes da Grande Guerra, 64 (Algés). 21 411 20 70. Seg-Dom 08.3022.00.

Jackpot

Começou por ser uma barbearia e cabeleireiro de bairro e, com o passar dos anos, transformou-se numa casa de jogos. Nos anos 1990, a barbearia à frente e o cabeleireiro na parte de trás dividiam o espaço com a venda de boletins de Totobola. Hoje, a casa chama-se Jackpot e já não há cortes de cabelo a acontecer ao mesmo tempo que se escolhem os números para as apostas da semana. A família Matos, contudo, continua a ser a orgulhosa proprietária do negócio. Lá dentro, só se vende jogos da Santa Casa e a clientela é fiel. O interior, ainda que singelo, transporta-nos para tempos idos, com as paredes espelhadas e os muito boletins de jogo dispostos nas prateleiras em jeito de montra, que dão vontade de raspar a raspadinha.à Av. Combatentes Grande Guerra, 68 (Algés). 21 411 6211.

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Vintage Baazar

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Os tempos eram outros quando Ilídio Espada não tinha mãos a medir para as pessoas que lhe apareciam com as melhores roupas para fazer um retrato. Aberta em Algés há 61 anos, esta casa de fotografia é um poço de histórias. Agora, Ilídio, com 87 anos, que chegou a fotografou Marcello Caetano e Salazar, já não passa tanto tempo na loja, mas continua a aparecer lá todas as manhãs. O filho, José António Espada, foi quem assumiu o negócio desde 2010, mas a magia do sítio continua intacta. As câmaras fotográficas antigas estão à vista e continua a poder pedir um retrato – fotografado com recurso às modernices do digital.à Av. Combatentes da Grande Guerra, 110 A (Algés).

fotografia: Manuel Manso

Artebela


Shopping

Mercearia André

De 1942 até agora, muita coisa mudou. Que o diga António Fernandes, um dos actuais sócios da mercearia fundada em plena Segunda Guerra Mundial – e que por cá continua, ainda que com alguns melhoramentos. “Era uma mercearia de bairro em Santo Amaro de Oeiras, de um senhor de apelido André”, conta. Em 2014, António e outros dois sócios compraram o negócio. O pronto a comer chegou nos anos 1990, conferindo ao espaço outra valência. Mais tarde, a comida caseira ali confeccionada começou a ser vendida congelada e, por fim, surgiu o negócio do catering – estes já graças aos novos proprietários. Apesar de a loja ter mudado de mãos, o nome do senhor André não foi apagado.à Av. Carlos Silva, 3 (Santo Amaro de Oeiras). 21 443 00 77. Seg-Sex 08.30-20.00, Sáb 09.30-19.00.

Vintage Baazar

Nesta história, a coragem falou mais alto. É que há 14 anos, Patrícia Pereira despediu-se do seu trabalho e rumou à Ásia. De regresso a Lisboa, abriria a Vintage Baazar, primeiro em Santo Amaro de Oeiras, de onde é natural, depois em Lisboa, na Comporta e agora no Porto. Nesta loja de vestuário, que começou por ser de revenda, a inspiração são as mulheres. Agora, as peças são produzidas de raiz e resumem bem a força da proprietária. “Esta é a história de uma mulher que se lançou e deixou tudo e que conseguiu”, conclui. à Avenida Carlos Silva, 9A-B (Oeiras). 21 442 6909.

Seg-Sex 10.00-19.00; Sáb 10.00-13.00/ 14.00-19.00.

André Ópticas

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Corria o ano de 1981 e já os pais de André Leal trabalhavam numa óptica. Até que se aventurassem no ramo dos óculos por conta própria, não tardou muito e foi assim que surgiu a primeira André Ópticas, no bairro da Figueirinha, onde continua sediada a primeira loja do negócio familiar. O nome, esse, deve-se precisamente a André, que tinha três meses quando esse espaço foi adquirido. A partir daí, conta agora com 39

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Cerâmicas na Linha 2021 Time Out Oeiras

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fotografia: Manuel Manso photography:

Shopping


Compras anos, a família tem-se dedicado “a um serviço de excelência que dá atenção a um portefólio e selecção de marcas únicas”. Em 2006 foi o ano da expansão para Lisboa e, a partir daí, foi sempre a crescer. O primeiro espaço que ocuparam na capital foi a mítica oculista localizada na Rua Garrett e cinco anos depois desceram à Avenida da Liberdade, onde abriram a sua maior loja. à Rua da Figueirinha, 24 A (Oeiras). 21 440 6560. Seg-Sex 09.30-13.00/15.0019.30, Sáb 09.30-13.00.

QuartoSala

Quando em 1995 Pedro d’Orey criou a QuartoSala, Oeiras parecia o sítio ideal para abrir uma empresa. “As condições eram vantajosas, tudo pareceu alinhado”, diz. À altura, empresas de projecto de design de interiores não era algo comum, e assim começou a ser trilhado um caminho de 26 anos em que o luxo se funde com o bom gosto. Se antes bastava uma sala e um telefone, através do qual solicitavam um decorador que fosse a determinada casa, hoje muita coisa mudou. Além da loja-mãe de Paço de Arcos, a QuartoSala está presente em dois locais de Lisboa e dedica-se à venda a retalho de algumas das marcas de mobiliário e de decoração mais reputadas do mundo. Acima de tudo, defende Pedro, a marca “criou uma reputação baseada num aconselhamento de qualidade”. à Praceta José Epifânio de Abreu, 4 (Paço de Arcos). 21 441 1110. Seg-Sex 10.00-19.00, Sáb 10.00/17.00.

QuartoSala

Viplant

Foi em 1988 que os engenheiros Francisco Castelo Branco e António Mexia se juntaram para fundar este centro de jardinagem que, com os anos, foi evoluindo quase para um centro de bem-estar, explica Rita Bacelar Azevedo, responsável pela parte comercial da Viplant. Aqui, defende, “mais do que vir comprar uma planta, tem-se uma experiência com a natureza”. A cafetaria e a zona de esplanada fazem do espaço uma zona agradável para se estar, ao mesmo tempo que a oferta de plantas ornamentais, mediterrânicas, tropicais e aromáticas deixa qualquer um encantado. Além de encontrar de tudo ligado à botânica, a Viplant presta aconselhamento paisagista. No Algarve, em Vilamoura, é onde está localizado o seu centro de produção. à Estrada de Oeiras (Oeiras). 21 440 6590.

encontra uma variedade enorme de plantas e flores, vasos, cachepots e diversas peças de decoração, como almofadas, tapetes, jarras, velas e taças. A loja disponibiliza também serviços de home planting, bem como de consultoria para o ajudar a criar jardins de moradias, varandas ou terraços. à Rua da Figueirinha, 19 A. Ter-Sáb 10.00-19.00.

Cerâmicas na Linha

“Aos 60 [anos], as coisas podem começar.” Quem o diz é Natália Pires, que com essa idade, em 2011, decidiu dar forma a uma paixão e vontade antigas e criar uma loja de cerâmicas utilitárias. Em conjunto com o marido, abriu a primeira loja em Carcavelos (entretanto encerrada), onde começou por vender stocks excedentes de louças de fábricas nacionais que vendiam maioritariamente para o estrangeiro. Dois anos depois, o negócio mudou-se para Oeiras e é da loja-mãe que nos fala. Louça ao quilo, de stocks de fábricas e uma linha própria são agora os vectores principais de actuação. Por fim, em 2015 a loja de cerâmicas chegou a Lisboa, mais concretamente ao Chiado. “Tudo foi acontecendo naturalmente”, conclui a fundadora. à Rua José da Cunha, 20 B (Oeiras).

Mercearia André

Seg-Sex 09.00-19.00, Sáb-Dom 09.00-15.30.

fotografia: DR; Manuel Manso; Dr

Plants Corner

Foi em Paris, nos anos 90, que Carla Correia teve a ideia de abrir uma loja de flores e plantas, bem diferente das então floristas tradicionais. No entanto, só depois de mais de 25 anos a trabalhar como arquitecta paisagista é que sentiu que o momento certo tinha chegado. Na Plants Corner, que inaugurou em meados de Abril em Oeiras,

Viplant

21 457 5920. Seg-Sex 10.00-20.00, Sáb 10.00-19.00.

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FOTOGRAFIA:

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Comer & Beber

Oeiras nota 20 Oeiras é terra de inúmeros prazeres, já o sabemos. Há o mar, os espaços verdes, a programação cultural, mas é mesmo à mesa que somos mais felizes. Para que também o seja, indicamos-lhe as instituições gastronómicas do concelho onde só terá de puxar da carteira uma nota azulinha para pagar o repasto. E sair satisfeito, como convém.

O RASTILHO

tacho e de forno e também de frigideira. O nosso crítico Alfredo Lacerda deu-lhe cinco estrelas quando lá foi em Outubro e reza para que a popularidade não estrague o sítio.

A carta funciona muito com grelha, sendo que aos almoços há todos os dias alguma coisa de tacho (feijoada, favas, mão de vaca, arroz de garoupa, lulas à Nazaré...). Tudo isto é bem cozinhado, mas não pode perder os pratos mais simples, como a entrecôte de vitela, ou as costeletas de borrego e de novilho, ou mesmo as plumas de porco preto, que aqui parecem mesmo plumas e não bifanas cortadas na fiambreira. Serviço simpatiquíssimo e competente. Estacionamento à porta. Preços a rondar os 10, 15 euros por cabeça. É ir a Barcarena.

 Grupo Cultural de Vila Fria. Rua Carlos Paião, 23. 96 030 6524. Seg-Sex 12.00-17.00.

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 Rua 1º de Maio. 21 421 6775. Ter-Sex 12.00-15.00/ 19.00-22.00, Sáb e Seg 12.00-22.00.

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SÍTIO DE GENTE FELIZ

Fica em Vila Fria. Está na freguesia de Porto Salvo, sai-se da A5 e são dois minutos de carro. Só há duas mesas compridas, doze lugares, mais meia-dúzia ao balcão. Não se servem jantares, só almoços e só aos dias de semana. Apesar disso, a visita só vale a pena se não houver reunião no escritório às 15.00. O menu está só na cabeça de Miguel Gonçalves, o proprietário e cozinheiro, e dela só sai para a mesa, mas há sempre muita proteína animal, muito enchido, muito queijo. Estamos perante cozinha intuitiva de

de Maputo, 6 A. Seg-Dom 12.00-15.00/ 18.30-23.00. 21 441 5481.

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FOTOGRAFIA: MANUEL MANSO; DR

MACAU DIM SUM

Outrora conhecido como Yum Cha Garden, em 2016 mudou de identidade e começou um capítulo mais sério enquanto Macau Dim Sum. Importante será dizer que os responsáveis pelos famosos dim sums se mantiveram por lá a fazer o que melhor sabem, proeza que continua a levar enchentes de gente a Oeiras para comer esta especialidade chinesa. A carta é longa e não se fica só pelos dim sums: o pato à Pequim de Liu Yun Zhi também vale a pena.  Praceta

A TENDINHA

Mítico restaurante procurado por quem gosta de pratos tradicionais, como o polvo à lagareiro, a açorda de marisco ou o caril de camarão, tem no bife à Tendinha o ex-líbris. E vale a pena esperar por mesa se o quiser comer.  Rua Rodrigues de Freitas, 5. 21 240 1739.

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Comer & Beber

O Pombalino

O Pombalino, perto da Câmara Municipal de Oeiras, é um daqueles restaurantes tradicionais que toda a gente gostaria de ter à porta de casa. Bom, simples e barato. Nos meses frios atira-se para os cozidos, as favas, os cabritos e as dobradas; nos meses de calor dá uso à grelha com uma montra generosa de peixe fresco e carnes. “Tenho peixe fresco todo o ano, mas nesta altura 90% do que sai é isso.” Quem é o diz é Abel Amorim, minhoto de nascença, oeirense de coração, que há 26 anos pegou no Pombalino – “um antigo teatro, sociedade musical, com 100 anos” – e o transformou em casa de pasto. E apesar de ser um apaixonado por Oeiras, há um toque de origem que, para bem de todos os clientes, não desaparece: as doses têm a génese do Minho, são XL. O preço médio ronda os 15€. à Rua 7 de Junho, 6. 91 580 4952. Seg-Dom 12.00-15.00/ 19.00-22.30.

são alguns dos melhores pratos caseiros. à Rua Costa Pinto, 57 (Paço de Arcos). 21 442 0931. Qua-Seg 12.00-15.00, Sex-Sáb 12.00-15.00/ 19.00-22.30.

Quitanda

O tesouro do Quitanda é a banca do peixe. Antes de nos sentarmos, temos de lá ir escolher os bichos. A lista é isto, está à vista. Há gorazes, sargos gordos, corvinas de dez quilos, robalos, cherne, as sardinhas quando é tempo delas – tudo de mar, tudo fresco, comprado em várias lotas da região. À hora de ponta o serviço pode ser caótico mas a honestidade dos funcionários não engana ninguém. O Quitanda é um restaurante que não engana ninguém. Vai-se lá para comer quatro coisas e só quatro coisas: azeitonas, pão, amêijoas à Bulhão Pato e peixe grelhado. à Centro Náutico de Paço d’Arcos, Avenida Engenheiro Bonneville Franco, 8 A. 21 443 5366/ 967 47 4976. Seg-Dom 08.00-00.00.

O Orelhas

à Rua José Falcão, 25. 21 441 1839. Seg-Sáb 12.00-15.00/ 19.30-22.30.

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Um dos bastiões da comida tradicional nos arredores de Lisboa, o Orelhas, em Queijas, é um simpático restaurante onde se come por 20€ (a menos que se estique nos vinhos). A cozinha é aberta para a sala e tem uma vitrine de carnes e bom peixe de mar para assar, tarefa sob a alçada do Sr. Travassos. A carta é feita com base no que há no dia, mas pode nem chegar a vê-la e confiar no que sugerem. Com sorte, apanha pratos como o rabo de boi assado, as bochechas de porco, a língua de vaca estufada ou a barriga de freira.

Antes de chegar ao Bairro Alto, Zé Varunca chegou a Oeiras. A família saiu de Estremoz para a Parede em 2002 e dois anos depois instalou a sua cozinha regional com as loiças de barro pintadas a condizer no centro da vila. O receituário é tudo o que se espera: cozido de grão com vagens, sopa de cação, açordas, sopa de tomate, ensopado de borrego, pezinhos de coentrada e por aí fora, em doses que alimentam uma família. No final é descer a rua em direcção à praia para fazer aquela caminhada que sempre ajuda à digestão.

Tavola Calda

à Rua Cesário Verde, 80, Loja F. 21 416 4597/ 96 290 5799. Seg-Sáb 12.00-15.00/ 19.00-22.00.

Da mesma família da pizzaria Lucca, em Alvalade, e da La Finestra, perto da Gulbenkian, a Tavola Calda reúne nesta zona da cidade algumas das características dos outros restaurantes, começando nas toalhas, no espaço para fumadores dentro do restaurante e acabando no menu, com pizzas já famosas como a Lucca (com ricota, fiambre e rúcula) ou a La Finestra (com mozarela de búfala, feta, tomate fresco, azeitonas e manjericão). A cozinha fecha à meia-noite.

Marítima

à Praça 25 de Abril de 1974, 7 (Algés). Seg-Dom 12.0015.30/ 19.00-01.00.

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fOTOGRAfia: Arlindo Camacho; Joana Freitas; Duarte Drago

Cadeiras de madeira escura, molduras com décadas que cobrem as paredes, o ambiente de uma dessas pensões antigas onde as pessoas falam baixinho e onde há sempre uma mesa com um casal de velhinhos aprumados avaliando silenciosamente as pessoas em redor. A Marítima está longe das casas modernas e fancy de petiscos, e quem lá vai sabe o que realmente interessa – a comida. Os filetes de sardinha panados com salada russa, os jaquinzinhos fritos com açorda, ou um petisco cada vez mais raro, carapaus de escabeche com batata cozida,

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fotografia:

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Zé Varunca t


fOTOGRAfia:

Comer & Beber

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Comer & Beber

Pomada real

FOTOGRAFIA: FOTOGRAFIA: MARIANA VALLE LIMA

É um dos quatro vinhos generosos nacionais e passa ao lado do radar dos menos atentos. Faz-se na Quinta do Marquês de Pombal, em Oeiras, e a autarquia é a grande responsável pelo seu renascimento. Fomos conhecer o que faz do Villa Oeiras um vinho que resulta do seu património.

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Comer & Beber

NOTA DE PROVA Villa Oeiras Superior

FOTOGRAFIA:

É branco e generoso. Fortificado (maioritariamente) com a afamada aguardente da Lourinhã. É das castas Arinto, Galego Dourado e Ratinho, dos solos calcários e do estágio de 15 anos em carvalho nacional e francês que ganha as notas complexas e a textura aveludada. Com muito fruto seco, mel, melaço e fruta branca cristalizada, tem um perfume delicado que o impele para a boca. Lá dentro, mostra um excelente equilíbrio ácido, com os frutos secos complementados com a leve cereja, a compota de ameixa, a gila e a toranja. Agradavelmente seco, é elegante, prazeroso e persistente. No final de boca é fresco, muito salino, a fazer sentir o oceano que está perto e o iodo da água. Um licoroso que vale, sem dúvida, o que custa, e é fácil de encontrar nas principais garrafeiras. Mariana Lopes (@winemariana)  30€

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Comer & Beber

2021 Time Out Oeiras

fotografia:

fotografia: MAriana Valle lima

“Não faz muito sentido uma Câmara Municipal produzir vinho”, diz Alexandre Lisboa. O arquitecto paisagista de formação é, desde 2006, o responsável pela Adega do Casal da Manteiga, em Oeiras – é nos 13 hectares de vinha que circundam a adega, inseridos na Quinta do Marquês de Pombal, que se colhem as uvas É um vinho com que se produz o Villa Oeiras, com história. vinho da região demarcada de Os primeiros relatos históricos Carcavelos. Foi a pensar que este de vinhos fortificados datam vinho deveria ter “representação do século XIV e documentos da no mercado” que a autarquia época, selados com a chancela assumiu, em 2006, toda a real, já se referiam aos “bem responsabilidade pela produção. cuidados vinhedos de Desde então muito tem sido feito. Oeyras”. “É um vinho atlântico. Sente o vento que vem de noroeste?”, pergunta, virando-se para trás e apontando para a Serra de Sintra, que se vislumbra ao longe, enevoada. Mais à frente, o Forte de São Lourenço do Bugio, nas águas do Atlântico, completa o corredor que confere a este vinho a salinidade que lhe chega do mar. Os solos calcários virados a sudoeste e a brisa marítima que polvilha os terrenos durante a noite, num processo de precipitação oculta – explica com um claro entusiasmo na voz – conferem-lhe características minerais complexas. As castas, claro, são outro dos factores determinantes na singularidade deste vinho, cuja história remonta ao reinado de D. José I e que muito deveu a Sebastião de José Carvalho e Melo, o marquês de Pombal. O Carcavelos, tal como o Porto, o Moscatel e o Madeira, é um dos poucos vinhos generosos no país. São quatro no total e o objectivo do município é conferir ao Carcavelos o prestígio e reconhecimento nacional dos outros generosos. E se à primeira vista se aproxima dos restantes generosos, o que o distingue dos demais são mesmo as castas. A O vinho é de sua constituição é relativamente Carcavelos. A região simples: são três as castas demarcada é a mais pequena do essenciais (brancas). O Arinto, país, abrangendo dois concelhos: que predomina no país, o Oeiras e Cascais, indo desde Paço Galego Dourado, a casta mais de Arcos até São João do Estoril. representativa deste vinho, Actualmente, dos 25 hectares que presente em Carcavelos e constituem a região demarcada, também na zona de Setúbal e metade está em Oeiras. O restante na zona de Colares, e o Ratinho, em Cascais. É a vida, com o casta autóctone, que permite ao vinho do Porto é igual. produto “envelhecer bem”. No tinto, é a combinação das castas Castelão, Amostrinha e Trincadeira que lhe dá origem. A famosa aguardente da Lourinhã, note-se, é utilizada para fortificar o vinho, conferindo-lhe uma cor de mel. A produção ainda não é biológica, “mas caminha-se para isso e para a redução de utilização de produtos de síntese”, aponta o responsável pela adega do século XVIII recuperada pela Câmara oeirense. É lá que 68


Comer & Beber hoje se produzem cerca de 46 mil litros – este ano a produção do Villa Oeiras branco chegou mesmo aos 52 mil litros. Por norma, em Agosto testa-se a maturação das uvas e em Setembro vindima-se, mas este ano tudo aconteceu mais cedo. Depois da vindima feita, é obrigatório o Hoje em dia não goza estágio em barrica de madeira de tanta fama, mas por altura do durante pelo menos dois reinado de El-Rei D. José I, em 1752, anos, seguindo-se, no foram enviadas para a corte de Pequim mínimo, outros seis meses duas garrafinhas de vinho generoso que em garrafa. Actualmente, fizeram um brilharete. Shakespeare e Thomas a Câmara Municipal de Jefferson foram também outros dos ilustres Oeiras dispõe de dois que se deixaram encantar pelo vinho licoroso. lotes, um com 7 e outro Numa visita ao país, o terceiro Presidente dos com 15 anos. Depois Estados Unidos disse mesmo que a adega de aí produzidos, parte do Palácio do Marquês de Pombal é transportada para a era uma das mais avançadas da Adega do Palácio Marquês Europa. de Pombal, onde envelhece rodeada de história secular. Em 2021, já foram plantados mais de seis hectares de vinha. O objectivo, sublinha Alexandre, é “recuperar o património” e democratizar o conhecimento sobre este generoso. O Villa Oeiras aqui produzido é vendido em três categorias: o Carcavelos Villa Oeiras, que estagia 7 anos em madeira (21€), o Villa Oeiras Superior, que fica em barrica 15 anos (32€) e o Villa Oeiras Colheita (64€). Qualquer um deles uma excelente opção para acompanhar com queijos curados, com frutos secos ou mesmo com sobremesas intensas de ovos. Para um digestivo depois do café, aposte no Villa Oeiras Superior.

Um segredo bem guardado

fOTOGRAfia:

Confraria do Vinho de Carcavelos É um estabelecimento onde o vinho reina e apesar de ter o nome de terra vizinha, acaba por ser um agradável pousio para os amantes da arte de bem beber. Aqui, encontra exemplares dos três segmentos do Villa Oeiras – o único vinho de Carcavelos ainda em produção –, mas também raridades “que vão aparecendo”, como um Quinta da Bela Vista com 70 ou 80 anos ou uma garrafa de Quinta do Barão, assegura Paulo Rocha, concessionário da garrafeira. A par da venda de vinhos de todas as regiões do país, Paulo promove também uma espécie de tertúlias vínicas. “Faço tapas e brinco com os vinhos, pondo as pessoas a passear pelas diferentes regiões”, diz. Também costuma haver queijos, enchidos e um petisco quente. Estas sessões rondam os 25€ por pessoa e incluem o preço dos vinhos a prova. É aconselhada a reserva com alguma antecedência (de momento só são aceites grupos até cinco pessoas). à Rua Cândido dos Reis, 51. 21 441 4908. Ter-Sáb, 11.00-19.00.

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mais que comer

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encontra no cardápio variadas pastas, desde o tradicional spaghetti com manteiga, parmesão e trufa negra (22€), a lasanha de beringela (15€), ou pratos de carne – são eles a cotoletta alla milanese (14€) ou o filetto masaniello (20€). àPraça da República, 6, (Paço de Arcos). Seg-Dom 12.3015:00/ 19.30- 22.30.

Casa Galega Na zona histórica de Paço de Arcos há um pequeno estabelecimento que o leva através da gastronomia até Espanha. Lá dentro, encontra pratos de inspiração galega, basca e de outras regiões do país vizinho. É uma instituição e continua a servir com qualidade

clássicos como o mexilhão de vinagrete, as setas al ajillo (5,50€), a paella valenciana (24€) ou a sopa de peixe com lagosta (44€, 2/p). àAvenida Patrão Joaquim Lopes, 7 C (Paço de Arcos). 21 443 2400. Seg-Sáb 12.0015.00/ 19.30-22.30.

Marginalíssimo Comer fondue a olhar para o mar tem sido a receita perfeita para manter o Marginalíssimo sempre cheio. Os menus incluem entradas, fondues, sobremesa, café e bebidas. Custam entre 23,50€ (o de carne) e 26€ (o de carne e camarão) por pessoa. No final, quando chegar a casa, não se esqueça de pôr a roupa no cesto da roupa suja: o cheiro a fritos vai consigo, tal como uma barriga

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bem acomodada. àRua Costa Pinto, 84 (Paço de Arcos). 91 816 9718. Seg-Dom 20.00-01.00. La Siesta É um restaurante isolado que goza de uma fama invulgar, dado o local onde está instalado. A resposta para tal fenómeno pode estar no ambiente do restaurante, com uma decoração colorida, ou na vista desimpedida que tem para o Tejo. Por outro lado, a comida, com tacos (a partir de 14,80€), ceviches (a partir de 6,30€) e chili com carne (14,20€) são outros dos chamarizes. E, claro, as margaritas (a partir de 5,50€) e os mojitos (5,90€) sempre a saírem. Se for o dia do seu aniversário e se se fizer

fotografia: MAnuel MAnso

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Pátio Antico É uma referência em Paço de Arcos, instalado num edifício pombalino, desde 1996. O chef napolitano Rosario Corsa está há mais de 20 anos em Portugal e diz ter vindo cá parar por amor. O menu é variado e cheio de pratos de diferentes regiões de Itália. O ambiente aconchegante, a simpatia do pessoal e a bonita esplanada no centro histórico são óptimos argumentos a favor do espaço numa altura tão delicada como esta. As pizzas são altas e fofas nas bordas, a tradicional burrata chega de Itália todas as semanas, há risotos de espargos e cogumelos (15€), de polvo e camarão (15€) e de caranguejo real e courgete (22€). Também


Comer & Beber

Tomoaki Kanazawa abriu, no final de 2015, o restaurante com que sempre sonhou: oito lugares apenas, cozinha japonesa de degustação, sazonalidade e proximidade com os clientes. Em meados de 2017, voltou para o Japão e deixou a cozinha nas mãos de Paulo Morais, conhecido chef da nossa praça. Com 30 anos de carreira, é o português que há mais tempo trabalha a cozinha japonesa. Começou em 1990, num restaurante japonês no Tamariz, passou pelo Midori, do Penha Longa, e pelo extinto Bica do Sapato, antes de abraçar o Umai e o Rabo de Pêxe, em Lisboa. Além dos jantares, há menus de almoço entre os 20 e os 40€. Para este mês, Paulo Morais irá servir sukiyaka aos almoços – um fondue japonês com carne wagyu. Convém notar que o chef mantém a filosofia original do restaurante, com menus criativos que mudam todos os meses. Há quatro, entre os 60€ e os 150€. Prepare-se para uma experiência única inspirada na cozinha kaiseki, o equivalente ao fine dining ocidental. àRua Damião de Góis, 3A (Algés). 21 301 0292. Seg-Sáb 19.00-21.30.

acompanhar de outra pessoa, o restaurante oferece-lhe a refeição. àPasseio Marítimo de Algés

Pombal, 7 (Paço de Arcos). 93 643 4217. Ter-Sáb 12.00-00.00, Dom 12.00-19.00.

Tomo Tomoaki Kanazawa deixou a sua herança em Lisboa, tanto que tem dois restaurantes com o seu nome. O Tomo foi a sua primeira morada em nome próprio, um sítio onde muitos iam para o ver ao balcão a manejar a faca e criar. Antes de regressar ao Japão, passou-o aos antigos colaboradores, que seguiram a sua linha tradicional e ainda é um sítio onde se comem dos melhores pratos ao estilo Edomae em Lisboa. Há menus de almoço a partir dos 14€, que vão até aos 22€. àLargo Comandante Augusto Madureira, 2 A (Algés). 21 301 0705. Seg 19.30-23.00, Ter-Sáb 12.30-15.00/ 19.30-23.00.

(Algés). 21 301 1522. Seg-Ter, Qui-Sex 12.0001.00, Sáb-Dom 12.30-01.00.

A Curva Em Caxias encontra um restaurante em que a veracidade da cozinha alentejana é objecto de extrema devoção. As doses são fartas, o atendimento acolhedor. O cardápio anda à volta de sabores da região e de pratos de grelha. A sopa de beldroegas com queijo e ovos escalfados (12,50€), o arroz de cabidela de frango do campo (12,90€) ou o arroz de lebre malandrinho são algumas das iguarias no cardápio. Mas há mais: o cozido de grão, a sopa de cação ou o cabrito assado vão figurando no menu. Quer um conselho? Vá com fome.à Av. Conselheiro Ferreira Lobo,

Os Arcos Saiba de antemão que nesta casa o que é bom vem do mar, e que tem de ser cozinhado à maneira tradicional portuguesa. Neste clássico de Paço de Arcos, além do bom marisco – se não souber o que pedir, aposte nas amêijoas e nas santolas –, têm iguarias típicas como o robalo no capote, a açorda de gambas (31€, 2 pessoas) ou o arroz de lagosta (34€). Para pratos menos convencionais, a carta oferece umas gambas panadas com arroz de alho (21,50€) ou o bife do lombo em folhado à General Wellington (24€). O serviço, esse, é eficiente e atencioso, como se quer. àRua Costa Pinto, 47-51 (Paço de

28 (Caxias). 21 441 9334. Seg-Sáb 09.0015.00/18.30-22.00.

Beija-me Burro Nesta casa na zona residencial de Oeiras, meio escondida de baixo de umas arcadas, a palavra de ordem é petiscar. António e Fernando Leão, pai e filho, têm aqui um balcão e pouco mais de uma dezena de mesas onde se servem porções pensadas para encher a mesa e partilhar. Há um bacalhau fumado com queijo de ervas, há salmão marinado com hummus de beterraba e há frigideiras com moelas, lulinhas e ovos escalfados ou tiras de novilho; além

Arcos). 21 443 3374. Seg-Sáb 12.00-16.00/ 19.00-00.00, Dom 12.00-00.00.

fOTOGRAfia: Arlindo Camacho; Joana Freitas

Bulhão Pato (15€), a sapateira (27,50€/kg) ou o camarão de Moçambique cozido (41€/kg) escorregam melhor com uma cerveja gelada. àAvenida Marquês de

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Kanazawa

Praia Velha Depois de décadas à frente do Klass Bar, também em Paço de Arcos, Rui Barbosa olhou para este edifício, que já foi casa de um restaurante e de um banco, e pensou que seria o local perfeito para um estabelecimento de petiscos. Os amigos, contudo, disseram-lhe que o que faltava mesmo na zona era uma marisqueira – e assim nasceu a Praia Velha. O lingueirão à

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Comer & Beber sobremesas, tudo feito “com ingredientes de alta qualidade e produzidos exclusivamente em Itália, como a mozarela de bufala ou a burrata di Puglia”. àRua Cândido dos Reis, 123. 21 581 6495. Seg-Dom 12.3015.00/ 19.30-23.00.

El Train Não tenha medo das travagens bruscas. Este comboio não sai do sítio e tem as portas sempre abertas para quem quiser embarcar. Há lugar nos sofás junto às janelas da carruagem ou na esplanada, onde até os cães são bem-vindos. O bar foi renovado no Verão de 2018 e, além de cocktails e sumos, passou a ter hambúrgueres em bolo do caco.à Largo da Estação de Caxias. 91 394 2785. Ter- Qui e Dom 15.0000.00, Sex-Sáb 15.00-03.00.

António Patrício Gouveia, 8, Loja B. 96 162 0947. Seg-Dom 12.00-15.30/ 19.30-24.00. t

Blue Jeans – Burger and Bar Fernando Matos e Marina Alonso olhavam com insistência para o prédio da Rua Costa Pinto à procura de inspiração para o nome do espaço. Encontraram-

-na na cor das paredes. Os proprietários da Casa Galega, que fica a uns metros, pensaram num conceito para clientes mais jovens e criaram esta hamburgueria e bar. A carta é longa mas, para não se perder, damos uma ajuda: peça o six baby (19,50€), um tabuleiro que junta seis hambúrgueres da carta em miniatura com batatas fritas. Ideal para partilhar. àRua Costa Pinto, 100 (Paço de Arcos). 21 442 1021. Ter-Dom 12.00-00.00.

Salti Vera Pizza Mesmo no centro da vila de Oeiras, a Salti Vera Pizza pode facilmente passar despercebida, já que fica numa rua estreita e sem grande movimento. O espaço em si é pequeno, com uma primeira sala onde se encontra o forno a lenha, uma espécie de mezzanine e ainda um pequeno pátio. No menu encontra aperitivos e saladas, pratos de massa, pizzas variadas de massa artesanal e

O Pastus

Antes de se lançar neste projecto em Junho de 2020, Hugo Dias de Castro passou pela Casa da Dízima e pela Casa de Pasto, em Lisboa. N’O Pastus é posta em prática “uma cozinha de mercado e de proximidade”, assegura o chef. O peixe chega-lhe pela mão de Quim, afamado pescador da zona. Os enchidos, queijos, frutas e legumes são-lhe assegurados pela Dona Rosa, comerciante veterana do Mercado de Paço de Arcos. De há um ano para cá, em Oeiras, dedica-se a praticar uma cozinha com técnica, que revisita o passado “mas sem grandes floreados”. Prova disso, exemplifica, é a aposta num prato tão típico como o bacalhau, em que a azeitona é desconstruída numa pasta e colocada sob a batata palha, exemplificando bem o que Hugo quer transmitir. Que um prato banal do quotidiano pode ser executado com modernidade. Mas há mais: seja um tártaro de lírio dos Açores (13€) ou uma empada de perdiz e mexilhão em escabeche (8€). àAvenida Marquês de Pombal, 5. 93 271 1785. Qua-Qui 12.30-15.00/ 19.30-22.30, Sex-Sáb 12.30-15.30/ 18.00-22.30, Dom 12.30-15.00/ 19.30-22.30.

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da Grande Guerra, 10 C. 21 411 4063. Qui-Ter 12.00-00.00.

O Caçador Todos sabemos como se come de norte a sul de Portugal: muito, e muito bem. N’O Caçador também é assim: as especialidades tradicionais chegam à mesa em doses monumentais e bem apuradas. Destaque para os arrozes (de coelho, bacalhau ou lingueirão). àRua Bento de Jesus Caraça, 10 A (Cruz Quebrada) 21 419 6309. Seg-Sáb 10.00-23.30.

Farol da Torre Por mais restaurantes étnicos que apareçam em Lisboa, ainda há uma pontinha de orgulho em cada um de nós que vem ao de cima quando se fala de um restaurante português de comida tradicional. Este Farol da Torre, casa minhota em Linda-a-Velha, é um daqueles

fotografia: Duarte drago; Tiago Maya

disso, tem uma lista de pratos vegetarianos e, claro, tábuas. Tudo acompanhado com o vinho com o nome da casa. àRua Doutor

O Relento É uma popular cervejaria/ marisqueira de Algés com mais de 50 anos. Tem sempre óptimos mariscos e, na devida época, até tem o raro camarão da Quarteira (de rabo azul). Em tempos garantiu à Time Out que há sempre percebes na lista, não interessa quão bravo está o mar, já que trabalha com vários fornecedores. Mas antes de se encher de marisco, tenha em conta dois factores: os salgados de entrada são divinais, as carnes idem. E agora? àAvenida Combatentes


Comer & Beber acolhedor, simples e familiar, é especialista nas saladas, ceviches, rissóis e pataniscas de polvo. Caso ainda haja espaço para mais tentáculos, avance para os filetes ou para a feijoada, vire para o polvo à Confraria ou à lagareiro e dê a volta no caril ou no polvo à minhota. àRua Cândido do Reis, 168. 21

Mesquita, 13, loja 5. 21 301 1338. Seg-Sáb 12.00-15.00/ 19.00-22.00.

586 9064. Ter 12.00-15.00, Qua-Sáb 12.0015.00/ 19.30-00.00, Dom 12.00-16.00.

Confraria do Polvo A Confraria do Polvo em Oeiras tem polvo para todos os gostos, mesmo para aqueles que não gostam do nobre molusco. Para esses há pratos sem polvo como lasanha ou lombo de porco à Confraria com batata no forno. Instalado em pleno centro histórico de Oeiras, num espaço

Casa da Dízima O nome foi herdado de um imposto medieval. Era neste edifício, que mantém a traça originária do século XV, que era cobrado a quem desembarcava no porto mais próximo. Há muitos clássicos na carta, mas peça as gambas de Moçambique em massa kataifi sobre risoto de

maracujá (18,50€). As gambas são marinadas e envoltas em massa kataifi; o risoto é Carnaroli, originário do Norte de Itália. É cozido num caldo de legumes e depois acrescenta-se o maracujá fresco e em polpa. O mais importante é o queijo: usa-se parmigiano reggiano com 24 meses de cura. Do lado dos doces, há cornetos estaladiços de pastel de nata com gelado de canela (6,50€) e mil-folhas de framboesas frescas com creme mascarpone para provar (7€). O melhor fica para o fim, ou para o topo, melhor dizendo. Tudo pode ser servido no terraço com 60 lugares e vista para o oceano. àRua Costa Pinto, 17 (Paço de

Hamburguês São hambúrgueres artesanais portugueses. Daí que se inspirem nas várias regiões do país: o de Portalegre tem ovos mexidos com farinheira (7,45€), o do Porto tem, naturalmente, molho de francesinha (9,95€), o de São Miguel é servido com queijo da Ilha (8,95€) e o de Seia com queijo da Serra (8,45€). Para os fãs de tomatada alentejana com chouriço há o Alentejo (7,95€). E isto tudo com pão de brioche, bolo lêvedo ou bolo do caco. Tem ainda a opção de fazer o seu próprio hambúrguer de carne, peixe ou vegetariano e juntar os ingredientes que bem entender. àRua Doutor José da Cunha,

Arcos). 21 446 2965. Seg-Sáb 12.30-15.30/ 19.30- 00.00, Dom 12.30-15.30.

24 A. 21 133 8485. Seg-Dom 12.00-15.30/ 19.00-22.30.

fOTOGRAfia: duarte drago

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que não gostaríamos de ver trocados nem por uma estrela Michelin. Tem peixes e carnes na brasa, algumas especialidades de forno, bons pratos de caça, lampreia na devida época e até caracóis para picar nos meses de Verão. Às quintas há cozido com carnes fumadas. à Rua Marcelino

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Comer & Beber

três

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sitios para...

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Comer & Beber Comprar pão

Isco fácil Com o pão não se brinca. E é por esse motivo que lhe dizemos onde comprar este alimento fascinante, constituído apenas por farinha, água e sal. Há-os artesanais ou oriundos de outras partes do mundo.

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Padaria Spica

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Se o estudo dos astros não é o seu

Sacolinha

É famosa pela variedade infindável de pães, bolos e salgados. E é uma das mais completas padarias e pastelarias da região de Lisboa. Nascida em Cascais, em 1986, pela mão de um casal de portugueses regressado do Brasil, tem em Oeiras a sua sede e uma das suas muitas lojas. Entre a concentração de calorias acima mencionada, convém ainda destacar aquelas que são as melhores bolas de Berlim com doce de leite da cidade. Do país. Do mundo. à Rua Dr. José da Cunha, 26 A/B. 21 402

forte, ora atente: Spica é uma constelação em forma de espiga. E é, desde Agosto de 2015, o nome escolhido para uma loja com pães de todo o mundo, fundada por Ana Gomes e pela mãe. Tem bagels dos Estados Unidos, tem lavash (um tipo de tosta) da Arménia e pão de queijo do Brasil. Depois há bolo do caco da Madeira, broa de Avintes e pão alentejano, entre outros. Há sempre pão quente de manhã e a partir das cinco da tarde. Entretanto, abriram um bistrô no número 28 da Rua 7 de Junho, onde servem tapas, petiscos, cocktails e gin. à Rua Costa Pinto, 121 B (Paço de Arcos). 21 090

9382. Seg-Sex 08.00-13.00/ 16.00-19.00, Sáb 08.00-14.00.

6159. Seg-Dom 08.00-20.00.

Momentos no Paço fOTOGRAfia: Manuel Manso; Dr Inês felix

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Ora aqui está um bom sítio para comprar pão e quase tudo o que vai bem com ele. A padaria artesanal Gleba vai lá deixá-lo às terças e sextas (é aconselhável reservar de véspera: 91 875 0710) e depois há queijos, enchidos caseiros e de porco preto, presunto de Chaves, doces, conservas, patés, azeites, geleias e vinho. à Rua Costa Pinto, 27. (Paço de Arcos). 91 875 0710. Seg 15.00-20.00, Ter 15.00-17.00/ 18.0019.00, Qua-Sáb 10.00-13.00/ 15.00-20.00.

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Comer & Beber COMPRAR BOLOS

Nós é mais bolos

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A arte da pastelaria corre no sangue dos portugueses. Haverá prazer maior do que chegar a uma pastelaria de confiança, sentar-se numa mesa, e esperar pelo tão desejado aconchego para o estômago em formato de doçaria? Aqui, fique de olhos nas montras. E não lhe falamos só de bolos.

Pastelaria Paris

ESTA PASTELARIA Paris, no bairro Dr. Augusto

de Castro, existe há mais de uma década, mas a Paris original, na Rua Gil Vicente, mais central, perto do Centro Comercial Palmeiras, abriu portas em 1975. Entre as especialidades estão as queijadas de Oeiras, produzidas em exclusivo pela casa, os pastéis de nata, os pastéis de feijão, as queijadinhas de laranja e os croissants pequenos, de açúcar ou doce de ovos.  Av. Embaixador Augusto de Castro, 18C.

21 823 5011. 07.00-23.00.

Pastelaria Oceania PARA SER PASTELARIA, tem de ter fabrico

próprio. E esta em concreto ganhou fama com um bolo peculiar, criado em homenagem aos heróis hoquistas da vila, que fizeram parte da selecção nacional, campeã do mundo em 1947. Chama-se stick, tem a forma que imagina e leva frutas cristalizadas e frutos secos.  Av. Patrão Joaquim Lopes, 7 A (Paço de Arcos). Seg-Ter, Qui-Dom 07.00-20.00.

Queques da Linha t FOTOGRAFIA: MANUEL MANSO; MARIANA VALLE LIMA

constam 44 tipos de queques. Leu bem, 44. Por dia, fazem, em média, 8 a 12 variedades, pois os tempos de incerteza não dão para mais. A fazer sombra aos tradicionais de manteiga, criaram-se os de chocolate e noz, de mármore, de iogurte com alperce, de caramelo, de frutos silvestres, de baunilha, sem glúten, sem açúcar. O negócio familiar tem ainda uma padaria cada vez mais especializada e tem aquele look anos 1990, com néons a dividir as zonas de padaria, pastelaria, gelados, snack-bar e churrasco.  Rua

Conde das Alcáçovas, 14 (Paço de Arcos). 21 441 2148. Seg-Dom 07.00-20.00.

2021 Time Out Oeiras

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FOTOGRAFIA:

ESTA CASA FUNDADA em 1994 tem um receituário onde


Comer & Beber Comprar Bolos

Vem cá, gelado não dá Há muito que a ideia de que os gelados só se comem no Verão está ultrapassada. Nesta matéria, Oeiras está bastante bem servida. Eis três das melhores geladarias do burgo para quando lhe apetecer uma bolinha num cone ou em copo – faça chuva ou faça sol.

Santini

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Antes de Attilio Santini, o fundador,

instalar os seus gelados no Tamariz, em 1949, já os fazia em Itália. Quando cá chegaram fizeram suspirar meio mundo e até foram considerados os melhores do mundo. Agora já fazem parte de um império com sede em Oeiras. Morango e nata são os mais batidos, mas a carta já não é só clássicos: pode calhar encontrar torrone, pistáchio, doce de ovo com pinhão e canela, que são alguns dos novos sabores sazonais. à Avenida António Bernardo Cabral de Macedo, Centro Comercial Oeiras Parque, piso 1, loja K6. SegDom 10.00-23.00.

fOTOGRAfia: DR; Mariana Valle lima

fOTOGRAfia:

Pedro Mendanha Dias, Andrea Marsili

e Michele Pavan abriram, em 2015, uma gelataria artesanal no centro de Oeiras. Os produtos vêm do mundo inteiro; a avelã é italiana, o chocolate é belga e a fruta chega-lhes do Brasil. Há, claro, produtos portugueses, de época, que são usados nas suas criações. Produzem gelados e sorvetes todos os dias, mas também há crepes, gaufres, tiramissù, frappé (uma bebida fria) e chocolates artesanais, feitos no local, nos meses de Inverno. à Rua Febus Moniz, 4 A. 93 559 3032. Qua 09.00-20.00, Qui 13.00-20.00, Sex-Dom 12.00-20.00.

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Gelato Davvero Oeiras

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Gelataria Don Pavili

É uma das novidades mais recentes no que

diz respeito à gelataria. A Davvero expandiu-se ainda mais e está agora em Oeiras, mais concretamente num quiosque localizado na marina do concelho. São, ao todo, cerca de 20 os sabores disponíveis todo o ano. Falando de sabores exclusivos da estação, a oferta aumenta para 30. Todos eles preparados na fábrica de Santos, no vizinho concelho de Lisboa. Os ingredientes são naturais e combinam os melhores produtos italianos e portugueses, disponíveis em três tamanhos: piccolo (2,50€), médio (3,50€) e grande (4,50€). à Av. Marginal, Praia da Torre. 91 228 7793. Ter-Sex 13.00-20.00, Sáb-Dom 11.00-21.00. Time Out Oeiras 2021


Comer & Beber

Um segredo Bem guardado

Palitos do Marquês Esta especialidade de Oeiras tem fama antiga, pelo menos desde finais do século XIX. Eram vendidos como uma iguaria de luxo e exibidos nas melhores montras de Lisboa, onde eram conhecidos como palitos d’Oeiras.

Receita dada por Ana D’Orey, cozinheira da Mercearia André

Bate-se tudo junto, muito, muito bem batido, põe-se a massa numa forma de torta grande e leva-se ao forno a cozer a 170 ºC. Depois de cozido, vira-se para uma tábua, deixa-se arrefecer, corta-se ao meio na horizontal e depois corta-se tudo em palitos com 5 milímetros de espessura. Depois de cortados, metem-se todos num tabuleiro e vão novamente ao forno para ficarem estaladiços.

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fotografia: Manuel Manso; DR

½ kg de açúcar 375 g de farinha 10 ovos inteiros 1 colher de sopa de canela Raspa de um limão grande 125 g de manteiga


fOTOGRAfia:

Comer & Beber

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Time Out Oeiras 2021



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