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A ARTE DE PROJETAR NO CINETEATRO SÃO BRÁS POR ABÍLIO SANTOS

Prosseguimos o nosso caminho, por Vales da Memória…

Abílio Gonçalves dos Santos, atualmente com 82 anos, desvenda um pouco dos 15 anos em que foi projecionista no Cineteatro São Brás. No início dos anos 60, o projecionista do Cineteatro São Brás, José Rosa, preparava-se para emigrar e convida-o a aprender o ocio e substuí-lo. Assim foi durante uma década. Casou em 1970 e recorda: “Até no dia do meu casamento, fui ao Cineteatro. Deixei um ajudante sozinho e como nha pouca experiência, depois do Copo d'Água passei pelo Cineteatro para verificar como estava a correr a sessão. Qual não foi o meu espanto quando percebi que o filme estava a ser projetado de cabeça para baixo. Era um filme de cowboys”. As sessões de cinema no Cineteatro realizavam-se às quintas-feiras, aos sábados, domingos e feriados. “Nos dias em que havia cinema, havia um alfalante na torre do cineteatro a anunciar o filme que ia ser projetado e dava música para que as pessoas não se esquecessem que era dia de cinema”, conta Abílio Santos. Em 1972, começa a trabalhar no Sanatório e 2 anos mais tarde ruma até ao Canadá. Regressou a Portugal em 1979 e connuou a trabalhar como eletricista. Mais tarde, foi convidado por César Correia para voltar a projetar filmes no Cineteatro. Abílio acabou por deixar a avidade porque não nha férias, nem folgas. “Até no dia de Natal e nos dias de festas nha que projetar os filmes”, observa admindo que tem saudades daqueles tempos.

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