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CEARÁ e
16
municípios
Integrando a Capital com o Interior
XIX
Edição Nº 113- Ano XVI - Outubro 2012
Congresso Brasileiro de Cancerologia
•Avanços no diagnóstico do Câncer •Estimativa de casos de câncer para 2012 •Hospitais, clinícas, laboratórios e a indústria farmacêutica buscam a tecnologia nos tratamentos •O Ceará e os investimentos na saúde •Artigos Científicos de especialistas
Dr. Pedro Wilson Leitão Lima Presidente do XIX Congresso Brasileiro de Cancerologia
Uma vida dedicada a medicina
A PRIMEIRA A PRIMEIRA
D I ADGI N AÓ GS N TÓI SC TOI CPOO R P OI M R AI G M EA M GEM Há 38Há anos 38 anos cuidando cuidando da sua da imagem sua imagem
3,0 3,0 TESLA TESLA DO CEARÁ DO CEARÁ
O futuro O futuro da medicina da medicina diagnóstica diagnóstica chegou chegou no Ceará. no Ceará. Nova Ressonância Nova Ressonância Magnética Magnética da Clínica da Clínica Trajano Trajano Almeida: Almeida: 3,0 Tesla 3,0 Tesla de campo de campo magnético magnético multitransmissão multitransmissão de sinais de sinais 16 canais. 16 canais. O dobro O dobro de tecnologia de tecnologia para um para melhor um melhor diagnóstico diagnóstico de seus deexames. seus exames.
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Saúde.
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
Mais que uma palavra, nossa missão.
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CONHEÇA O DEPARTAMENTO DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO CEARÁ
MEDICINA GERAL
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Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
Departamento de Saúde e Assistência Social
ESPECIAL CONCAN 2012
O DSAS disponibiliza, gratuitamente, serviços de assistência à saúde para parlamentares, servidores e seus dependentes. São diversas especialidades nas áreas de medicina geral, enfermagem, odontologia, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, análises clínicas e assistência social. Além disso, o departamento realiza periodicamente cursos, treinamentos e ações preventivas visando garantir o bem-estar e a saúde dos servidores.
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GOVERNADOR CID GOMES: Ceará terá o melhor sistema de saúde do país
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Entrevista Dr. Porto: Dr. Pedro Wilson Presidente do CONCAN
Exemplo de dedicação à pesquisa na oncologia
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Edição N 113- Ano XVI - Outubro 2012
Nossa 08 Editorial 54 Radiografando CONCAN 2012 12 Homenagens Especiais 14 Prêmio Lair Barbosa 22 Comissão Organizadora 23 Programação 24 Palestrantes 25 ODE a Pedro Wilson Fortaleza 32 Hospital da Mulher 33 Medicina do Ce em Números 34 Instituto do Câncer Câncer de Mama 40 Medo do diagnóstico 42 Quatro tipos de câncer de
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mama 43 Até 2013 mais de 6 mil novos casos 45 Um Guia Feminino para a Mamografia
Pesquisa
Guia Rápido 56 Muita fibra contra o câncer 58 Mandamentos para vencer
viva célula 49 CE terá 401 casos de câncer na tireoide 50 A era das armas inteligentes contra O MELANOMA 53 Técnica simplifica cura da próstata 60 CE deve ter 430 casos de câncer de boca
Artigos Científicos 65 O SUS e o Câncer 66 Ceará na nova gestão do
48 Descoberto mecanismo que mantém
Matéria Especial 26 Ceará é o 1º a aderir ao COAP
Artigos Científicos 64 Câncer: Alguns de seus incontáveis segredos 71 Adenectomia 6 76 Câncer de mama na gravidez
tumores 59 Estimativa de casos de câncer para o ano de 2012 62 HORA DO CHECK UP!
SUS 67 Tratamento do câncer de pele 68 A gestão da saúde no CE 69 Ressonância Magnética
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MENSAGEM DO
RESIDENTE Dr. Pedro Wilson Leitão Lima (CE)
Presidente do XIX Congresso Brasileiro de Cancerologia Caros companheiros,
Na qualidade de presidente do XIX Congresso Brasileiro de
Dr. Pedro Wilson Leitão Lima Presidente do XIX Congresso Brasileiro de Cancerologia
ESPECIAL CONCAN 2012
Cancerologia, e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, apresentamos nossas boas vindas a todos os colegas congressistas nacionais e internacionais. Temos certeza de que teremos aqui um dos maiores eventos da cancerologia da América Latina, por iniciativa da Sociedade Brasileira de Cancerologia. Durante os quatro dias do Congresso, serão oferecidos à vocês, conferências, simpósios, cursos e reuniões especializadas de alta significação para a ciência médica, além das programações sociais, culturais e turísticas. A programação científica foi elaborada com todo esmero pela comissão, formada por grandes profissionais da área da Cancerologia. Além disso, renomados palestrantes internacionais estão presentes no congresso, para abrilhantarem ainda mais o nosso evento. Sejam bem vindos e aproveitem também para conhecer as belezas do nosso Estado e de nossa Capital. Dr. Pedro Wilson condecorado com a maior comenda da cancerologia brasileira e eleito Presidente do XIX Congresso Brasileiro de Cancerologia
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Editorial
Expediente
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Ano XVI - N 113- Outubro 2012
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PAÍS PRECISA SE PREPARAR PARA AUMENTO DE DOENÇAS
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É com satisfação que, a convite do milhões de brasileiros (ou 9,1% do total) Presidente do Congresso Brasileiro de tinham acima de 60 anos. Em 2009, já eram Cancerologia, Dr. Pedro Wilson Leitão 21,6 milhões (11,3%). Em 2025, a estimativa Lima, apresentamos aos congressistas do é que os idosos serão mais de 30 milhões (ou XIX Congresso Brasileiro de Cancerologia – 15% do total). “Isso promoverá um grande CONCAN, que se realiza em Fortaleza-CE, impacto na economia do país”. de 23 a 27 de outubro, a edição especial da De acordo com Maurício Lima Barreto, Revista Ceará e Municípios sobre o tema. professor titular do Instituto de Saúde Coletiva O evento traz uma programação que da Universidade Federal da Bahia (UFBA), destaca a biologia genética e os tipos de problemas como diabetes e obesidade se câncer com os maiores especialistas nacionais tornarão ainda mais crônicos nas próximas e internacionais, além de vários eventos décadas. “Temos de resolver os velhos paralelos. problemas para podermos lidar com os novos Além de entrevistas, a edição mostra no futuro”, ressaltou. os números da saúde no Ceará, onde Para isso, o Brasil terá de investir ainda o Governador Cid Gomes, um dos mais em ciência, tecnologia e inovação no homenageados no CONCAN, afirma que o setor. No estado de São Paulo, por exemplo, nosso Estado terá em breve o melhor sistema a área de saúde é a maior destinatária dos de Saúde do País. Entre os temas em destaque, recursos destinados pela Fapesp ao apoio à pesquisas e estimativas de casos de câncer, pesquisa. “Em 2010, a Fapesp investiu R$ 215,3 os avanços no diagnóstico e tratamento da milhões em pesquisas na área de saúde, o que doença. Destaca também, a história desde a representa 27,61% do total investido pela antiguidade, até os nossos dias, apontando Fundação”, destacou Celso Lafer, presidente que no ano de 2030, 75 milhões de pessoas da Fapesp. conviverão com o câncer. Glaucius Oliva, presidente do Conselho Traz ainda, um estudo inédito realizado Nacional de Desenvolvimento Científico e no País, sobre o câncer de mama, apontando Tecnológico (CNPq), reforçou essa necessidade o medo do diagnóstico, onde 50% das de investimentos no setor de saúde. Segundo brasileiras, tem o temor de ser diagnosticada ele, o país também precisa superar a pequena com câncer de mama e o presença de doutores principal motivo é para no setor industrial. “Em Traz ainda, um estudo evitar a mamografia. 2008, 80% dos doutores inédito realizado no Uma das constatações atuavam em educação. dos especialistas é de que Isso, dois anos após País, sobre o câncer de o país precisa se preparar o doutoramento. O mama, apontando o para aumento de doenças restante estava na e um dos grandes desafios administração pública medo do diagnóstico, a serem enfrentados pelo e menos de 1% atuava onde 50% das brasileiras, com pesquisas em setor de saúde no Brasil em 2021 será o crescimento empresas”, ressaltou. tem o temor de ser no número de idosos com A revista Ceará o consequente aumento diagnosticada com câncer e Municípios que já que se pode esperar nos circula há 16 anos no de mama e o principal quadros gerais de diversas Ceará, espera que tenha motivo é para evitar a doenças. Para lidar com atingido a sua função esse cenário, a economia dentro do CONCAN, mamografia. brasileira deverá estar que é a de contribuir preparada. A constatação com a sua divulgação e também foi feita por especialistas de diversas maior informação para o público leitor sobre o áreas durante o Fórum Internacional Saúde em câncer. Sejam bem vindos, e obrigada aos que 2021, realizado em São Paulo, pela Associação acreditaram em nosso trabalho. Paulista pelo Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Silvana Frota Segundo dados do Instituto Brasileiro de Editora Geografia e Estatística (IBGE) em 2001, 14,5 Silvana Ximenes Gomes Frota (Silvana Frota) é jornalista há 35 anos, formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, com especialização em Marketing Político. Trabalhou nos jornais Tribuna do Ceará e O POVO, neste ultimo foi gerente da Sucursal em Sobral e colunista. Já atuou como Assessora de Imprensa em diversos Órgãos como Tribunal de Justiça, Fórum Clóvis Beviláqua, Assembléia Legislativa, Secretaria da Administração, Embrapa e UVA. É escritora autora de dois livros: de Santa Cruz a Reriutaba e Reriutaba, ontem e hoje. É Editora e Diretora da Revista Ceará e Municípios há 16 anos. E há quatro anos apresenta o Programa Boas Práticas de Gestão na TV Universitária de Fortaleza - FGF.
Esta publicação é editada há 16 anos pela Editora Eventtus Ltda. EDITORA GERAL jornalista Silvana Frota (653 JP) silvanaxgfrota@hotmail. com DIRETOR ADMINISTRATIVO Italo Frota Catunda REVISÃO Silvana Frota- MTB - 432 Carmem Frota Boelen REDAÇÃO Silvana Frota, Polianna Uchoa COLABORADORES Marcus Sá - Assessor da Secretaria de Saúde do Governo do Estado Sheyla Sousa Coordenadora do Departamento Científico da ARX Eventos FOTOGRAFIA Arquivo Revista, Assessorias, internet. ARTE/CRIAÇÃO Polianna Uchoa poliannauchoa@gmail. com IMPRESSÃO Grafica Pouchain Ramos Gerente de Contas Michelle Fernandes municipiosdoceara@gmail. com Avenida Dom Luis, 300, sala 725 Aldeota. Cep: 60160230 Aldeota Fortaleza- Ce Fones (85) 3264. 3665 Cel. 96621700/88144719 Acesse nosso site:
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ERSONALIDADE
Dr. Roberto Porto Fonseca (MG)
Presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia - SBC
A Sociedade Brasileira de Cancerologia é uma entidade civil e científica, de direito privado, sem fins lucrativos. Órgão maior da Cancerologia Brasileira, foi fundada em 25 de julho de 1946. Dentre suas finalidades está estudar e debater todos os problemas de combate ao câncer no país; reunir médicos, outros profissionais de nível superior e instituições sem finalidade lucrativa interessados no desenvolvimento e na difusão de todos os ramos da cancerologia; e promover o aperfeiçoamento técnico e científico de seus associados, por meio da realização de eventos específicos, assim como, zelar pelos interesses éticos e econômicos do exercício profissional dos diversos ramos da Cancerologia.
ESPECIAL CONCAN 2012
•Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da UFMG, em 1974. •Especialista em Medicina Interna e Oncologia Clínica. •Pós-graduação em Administração Hospitalar. •Membro Titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). •Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC). •Membro Efetivo da American Society of Clinical Oncology (ASCO). •Membro Efetivo da European Society for Medical Oncology (ESMO). •Diretor Executivo da Oncomed. •Diretor de Saúde do IPSEMG. •Oncologista Clínico nos hospitais Alberto Cavalcanti (INAMPS), Felício Rocho, Governador Israel Pinheiro (IPSEMG) e Luxemburgo (IMO), em Belo Horizonte, desde 1977/1978.
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Homenagens
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RANDE HOMENAGEM Dr. Antonio Carlos Campos Junqueira
Cancerologista, Ex-Presidente da Socidade Brasileira de Cancerologia
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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lto, muito alto mesmo, tal como os jogadores de Basquetebol (e ele foi um dos mais brilhantes em seu tempo), o grande JUNQUEIRA sempre se distinguiu por seu poder de cativar as pessoas. Senhor de uma dicção perfeita, dinâmico, sempre atencioso, foi um de meus ídolos quando eu mirava o futuro, ainda com olhos de um “carioca” nascido numa minúscula cidade (melhor dizendo, vila) fluminense. De início, dedicou-se à radioterapia. Sempre com grande afinco, foi membro brilhante da equipe então dirigida pelo Mestre ROXO NOBRE. Eis que um incidente fortuito revela para o Brasil e pouco mais tarde para o Mundo, o Cancerologista brilhante, dono de carisma inquestionável e de importante produção científica. Lecionou por longo tempo na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), desempenhou importante papel na equipe do então catedrático de farmacologia, Professor CHARLES COWBERT. Já desenvolvia importantes trabalhos com os produtos químicos que se dispunha então para o combate ao Câncer. Logo se une a JOSÉ CAETANO CANÇADO, então Professor da Cadeira de Terapêutica da Universidade Federal de Minas Gerais, o fundador da Sociedade Brasileira de Quimioterapia Antineoplásica, berço da hoje vibrante e prestigiada Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. Como ativo Presidente de nossa Sociedade Brasileira de Cancerologia, firmou a importância da especialidade entre nós, pois já havia se tornado Membro Efetivo e pouco após, depois representante do Brasil na UNIÃO INTERNACIONAL CONTRA O CÂNCER (UICC), entidade maior da especialidade, sediada na Suíça (em Genebra). Por sua admirável capacidade de trabalho, dono de sólida liderança, indiscutível dom agregador, JUNQUEIRA foi o primeiro Latinoamericano eleito Presidente da poderosa UICC.
Por sua admirável capacidade de trabalho, dono de sólida liderança, indiscutível dom agregador, JUNQUEIRA foi o primeiro Latinoamericano eleito Presidente da poderosa UICC.
Extremamente carismático, incansável batalhador na luta contra o Câncer, guardo como verdadeiro tesouro a amizade que me foi presenteada por ele. De minha parte, recebeu apenas umas desprezíveis aulas de “samba no pé” que lhe dei no então templo maior do samba no Rio de Janeiro, a sagrada quadra da Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira, no encerramento do XIV CONCAN, realizado no Rio de Janeiro, em 1997. Que rufem fortemente os tambores, solem os atabaques, que orem solenemente as Baianas, que todas avenidas se levantem, pois com o coração aos pulos, com as graças dos Deuses do candomblé, todos nós saudamos o grande JUNQUEIRA, agora nos protegendo de seu refúgio em São Paulo, precisamente no recanto do Pacaembú.
HIRAM SILVEIRA LUCAS
Conselheiro da Sociedade Brasileira de Cancerologia e expresidente da SBC e diretor presidente do Hospital Mário Kroeff, no Rio de Janeiro.
A Comissão Organizadora do XIX Congresso Brasileiro de Cancerologia homenageia os grandes especialistas da cancerologia, considerados vultos da história na luta contra o câncer.
Moacyr Alves Santos Silva
Adayr Eiras
Francisco Fialho
Jorge Marsillac
Lair Barbosa
Luiz Carlos de Oliveira Junior
Alberto Coutinho
Mario Kroeff
Exclusivo
VULTOS DA CANCEROLOGIA BRASILEIRA
Homenageados do CONCAN: RIO DE JANEIRO: Mário Kroeff BAHIA : Aristides Maltez BRASÍLIA: Amaury Barbosa CEARÁ: Haroldo Juaçaba PARÁ: Jean Bitar PARANÁ: Antônio Sady Pizatto RIO GRANDE DO SUL: Edgar Diffenthaler RIO GRANDE DO NORTE: Aloysio Bezerra MINAS GERAIS: José Caetano Cançado SANTA CATARINA: Alfredo José AMAZONAS: Mário Sahado SERGIPE: Oswaldo Leite PARAÍBA: Carneiro Arnaud PERNAMBUCO: Jaime Queiroz de Lima PIAUÍ: Alcenor Barbosa ESPÍRITO SANTO: Affonso Bianco
ESPECIAL CONCAN 2012
SÃO PAULO: Antônio Prudente
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Homenagens
Homenagens Especiais A Comissão Organizadora do XIX Congresso Brasileiro de Cancerologia - CONCAN homenageia algumas personalidades que fazem a história da Cancerologia no Brasil e no Estado. O Governador Cid Gomes será homenageado pelo grande trabalho que desenvolve na área da saúde no Ceará, e o empresário Beto Studart pela contribuição social através da Fundação Beto Studart, também são laureados. Confira alguns homenageados:
MEDALHA MEMBRO EMÉRITO DO CONCAN
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•Cid Ferreira Gomes-Governador do Estado do Ceará •Haroldo Juaçaba - Fundador do Instituto do Câncer do Ceará-ICC •Lúcio Gonçalo de Alcântara-Presidente do Instituto do Câncer do Ceará-ICC •José Aguiar Ramos-médico, pioneiro no serviço de oncologia da Santa Casa de Misericórdia •Raimundo Porfírio Sampaio Neto- secretário geral da Comissão Organizadora do XIX CONCAN •Roberto Porto Fonseca- Presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia-SBC •Luís José Sampaio Araújo- Tesoureiro da Comissão Executiva do XIX CONCAN e da SBC •Luiz Gonzaga Nogueira Marques -Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza-CE •José Alberto Fonseca Studart (Beto Studart) , empresário e presidente da Fundação Beto Studart •José Luís Amorim de Carvalho, médico de renome em Belém-PA •Francisco Carvalho Feitosa (Chiquinho Feitosa), empresário •Luiz Santini Rodrigues da Silva-Diretor Geral do INCA •Dr. Fernando Gentil, médico cearense com formação nos Estados Unidos e com respeitavél clínica em São Paulo •Dr. José Edson Pontes, médico cearense radicado nos Estados Unidos, de prestígio internacional •Coronel José Adauto Bezerra - Mordomo- Chefe da Santa Casa de Misericórdia e ex-governador do Ceará •Dr. Robson Freitas Moura - médico e membro da Sociedade Brasileira de Cancerologia •Casal Dr. Hiram Silveira Lucas e Thalita - ele é conselheiro e ex-presidente da SBC e diretor presidente do Hospital Mário Kroeff - RJ
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Cid Ferreira Gomes Governador do Ceará e Presidente de Honra do XIX CONCAN
Está fazendo uma revolução na área da saúde no Estado, com a construção de quatro Hospitais Regionais, 22 Policlínicas, 18 CEOS e 32 UPAS, além do SAMU nos 184 municípios do Ceará.
Haroldo Juaçaba Fundador do ICC
Considerado por muitos o precursor da cancerologia, no Estado, Haroldo Juaçaba foi responsável pela implantação da Residência em Medicina Preventiva e Social, no Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, o INAMPS, e do primeiro Banco de Sangue de Fortaleza, na Casa de Saúde César Cals, juntamente com os médicos José Carlos Ribeiro e José Banwart Bezerra. Foi o fundador do Instituto do Câncer do Ceará (ICC).
Diretor-geral do INCA
Luiz Antonio Santini Rodrigues da Silva é diretor Geral do Instituto Nacional do Câncer. Em 2008, foi nomeado membro do Conselho Diretor da União Internacional de Combate ao Câncer - UICC. Em 2009, recebeu a Medalha de Honra ao Mérito do Instituto Mário Penna e a Medalha de Mérito Oswaldo Cruz. Foi eleito Médico do Ano pela Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia em 2010.
Dr. José Edson Pontes Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará, o cearense José Edson Pontes tem carreira internacional com residência e assistência de cirurgia geral no Grace Hospital, em Detroit – Michigan (EUA), como professor em Urologia na Wayne State University, também em Michigan, e na State University of New York, até assumir a chefia do Departamento de Urologia Oncológica da The Cleveland Clinic Foundation, em Cleveland - Ohio.
Homenagens
Luiz Antonio Santini
Dr. Fernando Gentil Médico cearense, Fernando Gentil nasceu em 1920, cursou Medicina na Universidade Federal. Nos anos 40, durante a Segunda Guerra Mundial, seguiu para os Estados Unidos e se especializou no Memorial Sloan-Kettering, de Nova Iorque. Lá, foi assistente até 1949 de George T. Pack, uma das maiores autoridades em cirurgia oncológica e um dos primeiros a acreditar na quimioterapia como forma de combate ao câncer.
Beto Studart
Chiquinho Feitosa
Empresário Francisco Carvalho Feitosa, ex- deputado federal, 19992003, pelo PSDB-CE; Diretor da Autoviária São Vicente de Paulo, Auto Viação São José, Expresso Canindé em Fortaleza -CE; Brasilimp Transportes e Viação Urbana. É um dos colaboradores da Clínica Ginecológica da Santa Casa.
Dr. José de Aguiar Ramos Ex-Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza
Dr. José de Aguiar Ramos foi um dos pioneiros no setor da cancerologia no Estado, através do serviço de oncologia da Santa Casa. Tem 50 anos de profissão, e atualmente está com 81 anos de idade. Em 1980 e 1981 foi Presidente da Associação Médica Cearense. Devido a sua importância, a Santa Casa de Misericórdia concedeu seu nome ao Ambulatório de José de Aguiar Ramos.
Luiz Gonzaga Marques Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza Luiz Gonzaga Nogueira Marques é Engenheiro Civil, professor universitário e empresário. Foi secretário de obras de vários Governos Estaduais, Prefeito de Fortaleza, Deputado Federal, Diretor-Geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. E é desde 2010 o Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, onde realiza um trabalho dos mais profícuos.
ESPECIAL CONCAN 2012
Empresário diretor da Fundação Beto Studart Consciente de sua responsabilidade social, preside juntamente com sua esposa Ana Studart a Fundação Beto Studart, entidade criada em 2004 para apoiar crianças e adolescentes no desenvolvimento de seus talentos na educação e nas artes, sendo um dos patrocinadores da Clínica Ginecológica da Santa Casa. Instalou recentemente em Maracanaú o Centro Paradesportivo Edivaldo Prado.
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Homenagens
PRÊMIO LAIR BARBOSA DE CASTRO RIBEIRO
0 XIX Congresso Brasileiro de Cancerologia premia os melhores trabalhos livres
O
prêmio Lair Barbosa está nesta edição do CONCAN com o intuito de premiar os melhores trabalhos nas áreas da medicina, enfermagem, oncologia, psico-oncologia e psicologia. Ao todo foram inscritos 930 trabalhos de todo o país pelo site oficial do Congresso Brasileiro de Cancerologia. Desse total 700 foram aprovados em todas as categorias para a segunda fase do Prêmio, onde 25 avaliadores de todas as áreas da saúde que estarão no Congresso, juntamente com o presidente da Comissão de Temas Livres e Posters do CONCAN 2012, o Dr. Ronaldo Ribeiro selecionaram 60 trabalhos de temas livres para que dentre estes saia o vencedor. A lista dos 700 trabalhos aprovados foi publicada também no site do congresso, além de ter sido enviado um e-mail de confirmação para os participantes.
Quem foi Lair Barbosa Drª Lair Barbosa de Castro Ribeiro, atuou na área de ginecologia e obstetria, especializando-se, também, em mastologia. Foi a primeira e única mulher a assumir o cargo de presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, onde foi eleita por dois mandatos consecutivos. Drª Lair era alagoana, natural do povoado de Brejo, municipio de Limoeiro de Anadia, se formou em medicina pela Universidade Federal da Bahia em 1955 e faleceu em 23 de dezembro de 2011.
LAIR BARBOSA DE CASTRO RIBEIRO
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
DOCE E ETERNA LEMBRANÇA
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“O Câncer exige do mundo inteiro, um árduo tributo da humanidade e, em inúmeros países, ocupa o segundo lugar como “causa mortis”, superado apenas pela doenças coronariana e arteriais”. “O Câncer mata muito mais que a Aids e as doenças profissionais.” “Ademais, o câncer é uma enfermidade que sucintas emoções, as mais intensas, envolvendo familiares, profissionais de saúde e, nos dias atuais, ainda muitas pessoas evitam falar sobre ele, tem medo de falar sobre a doença.” “Prevenir é melhor que curar.” “Se você não consegue parar de fumar, aproveite bem seu tempo. Afinal de contas a vida é sua e você será o único responsável pelo tempo que você deliberadamente encurtou.” Estes trechos do trabalho “O CÂNCER PEDE PASSAGEM”, refletem o espírito aguerrido e as preocupações sociais que marcaram a rica passagem de nossa “MUSA”, a mui querida LAIR BARBOSA DE CASTRO FREITAS, foi escrito em um 29 de agosto, talvez em 2005. Sua vida foi caracterizada (sempre) por lutas: contra o Câncer da Mama, contra a falta de dignidade pessoal, contra o desrespeito à
sua devoção pela prática da Medicina Social, protegendo fervorosamente os desvalidos. Em “brava” quando defendia suas convicções, quando pregava pelo exercício integral e sadio da Medicina e especialmente, quando lutava pela classe Médica, assim como, enfrentava airosamente injustiças eventualmente cometidas com os desvalidos. No entanto, era docemente afetiva com seus amigos, configurando misto de mãe e irmã. Que saudade de você, minha doce LAIR. Quando se aproxima o início de um CONCAN, esta saudade doe; a lacuna aberta com sua falta se agiganta. Você brigava, mas conciliava, era dura, mas dotada de uma doçura indescritível. Foi e ainda é a “A GRANDE DAMA DA CANCEROLOGIA NACIONAL” Sentimos profundamente sua falta LALÁ, MAS TENHA CERTEZA QUE NOS REENCONTRAREMOS. Até então, doce irmã, SARAVÁ! HIRAM SILVEIRA LUCAS
Conselheiro da Sociedade Brasileira de Cancerologia e ex-presidente da SBC e diretor presidente do Hospital Mário Kroeff, no Rio de Janeiro.
PEDRO WILSON LEITÃO LIMA
Presidente do CONCAN 2012 e vice- presidente SBC
Entrevista Dr. Pedro Wilson Leitão Lima O CEARÁ FAZ UM DOS MAIORES CONGRESSOS DE CANCEROLOGIA
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édico, doutor especialista em mastologia, chefe da clínica ginecológica da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza e presidente do XIX Congresso Brasileiro de Cancerologia, Dr. Pedro Wilson Leitão Lima, é também vicepresidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, além de ter sido professor universitário, atua ainda como médico voluntário na Santa Casa de Misericórdia. Ainda em plena atividade, opera pelo menos duas vezes por semana e recebe em seu consultório particular no Hospital Monte Klinikum uma média de 17 pacientes por dia. Confira entrevista concedida à jornalista Silvana Frota.
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Silvana Frota: Qual o objetivo do XIX Congresso Brasileiro de Cancerologia? Dr. Pedro Wilson : O Congresso foi estudado, para que despertasse muito a área de saúde, como um todo, já que vivemos uma crise neste setor há muito tempo. O tema central sera “O Brasil, o Câncer e o Câncer no Brasil”. Um dos destaques do congresso é o Simpósio de Atualização em Câncer de Mama do Hospital São José, de São Paulo, em conjunto com o Hospital Monte Klinikum de Fortaleza, Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza e Universidade Federal do Ceará. Se formos analisar este será o maior congresso deste ano no Brasil. A programação do evento foi cuidadosamente elaborada pela Sociedade Brasileira de Cancerologia, de tal forma que, ele abrange a doença em várias partes do corpo
humano, com a participação de renomados especialistas nacionais e internacionais e também locais. Este ano, as grandes entidades, sociedades não têm congresso, só terão congresso no próximo ano. E, é por isso, que nós estamos bem à vontade para afirmar que será o maior de todos. Estamos esperando cerca de 3.500 participantes e coincide também com uma coisa muito importante, nós vamos ser, o maior congresso que vai estrear no nosso Centro de Eventos, que é o maior centro da América Latina. S. F.: Como os secretários municipais de saúde do Ceará participam desse congresso? P. W.: Nós temos uma mesa redonda de meio-dia especificamente para os médicos generalistas, para os médicos profissionais do Programa de Saúde da Família e para os profissionais da saúde como um todo, não só médicos. Um dos temas é o rastreamento, dos principais tipos de câncer, ou seja, como é que se diagnostica, como é que se orienta um paciente para procurar o diagnóstico. S. F.: Na programação do Congresso serão feitas algumas homenagens. E uma delas, é ao médico pioneiro no tratamento do câncer no Estado, Haroldo Juaçaba. Quem foi Haroldo Juaçaba? P.W. Ele é de fundamental importância, tudo que diz respeito ao câncer, ele sempre estava na frente. Um homem simples, que viveu a vida toda para trabalhar, deixou um legado muito grande para o filho, que tem seguido as pegadas dele. Construiu ainda um hospital de câncer, que no meu entender, hoje é um dos melhores hospitais de câncer do Brasil. Eu conheço muitos hospitais no Brasil, e sei que o daqui é bom porque é um hospital novo e todo equipado, diferente dos nossos hospitais do Rio de Janeiro, São Paulo, dos grandes Estados, que já são hospitais mais velhos, que têm muitos equipamentos já sucateados. Então, o doutor Haroldo, merece uma grande homenagem, assim como outras pessoas, como o Dr. Aguiar Ramos, Roberto Cabral, e outras pessoas na área de saúde, provedores da Santa
“Teremos mais de 400 palestrantes de 16 estados da federação, 18 internacionais e a participação de 3 mil e 500 congressistas, discutindo a problemática do câncer”. Dr. Pedro Wilson Leitão Lima Presidente do CONCAN 2012
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Entrevista
Casa de Misericórdia de Fortaleza, o empresário Beto Studart, Heloísa Juaçaba também vai ser homenageada, e o próprio governador Cid Gomes, que é o presidente de honra do CONCAN, e pelo trabalho que tem desenvolvido na área da saúde no nosso Estado. S.F. O Instituto do Câncer no Ceará, hoje é referência no Brasil. Que outros hospitais além do ICC, tratam do câncer aqui no Estado? P.W. O ICC que é chamado hoje de Hospital Haroldo Juaçaba, foi feito exclusivamente para o tratamento do câncer, diferente dos outros, que geralmente são adaptados. Esse hospital faz qualquer coisa, qualquer procedimento que é feito no Rio e em São Paulo. É lógico que eles têm mais experiência, em termos de tempo, mas tudo que é feito lá, aqui se faz no Hospital do Câncer e nos outros hospitais. Por exemplo: o CRIO é um hospital bom, a Santa Casa, sem falar nos hospitais privados, como o Hospital Mont Klinikum, o Hospital São Carlos, dentre outros. O fato é que hoje podemos tranquilizar a população de Fortaleza, que nós estamos bem situados no contexto das doenças da saúde e, principalmente, no que diz respeito ao câncer. Enfim, nós temos vários locais públicos e privados, que tratam muito bem. E isso não é somente em relação ao câncer não, por exemplo, na área de cardiologia nós estamos muito bem situados, na área de oftalmologia, na área de pediatria, enfim, eu acho que o nosso estado, é um estado privilegiado, e é um Estado que tem um preparo para desenvolver grandes programas de saúde. Mas, em termos públicos, nós ainda temos poucos locais para atender à demanda da população que é muito grande. S.F. Qual é preocupação cancerologistas?
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grande dos
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P.W. A nossa maior preocupação é na verdade com a prevenção, sendo ela mais importante até do que o tratamento da doença. Pois ao fazer uma prevenção de câncer é baratíssimo, além do que, a prevenção só se faz, semestral ou anualmente. Agora, você fazer o tratamento do câncer de colo de útero e fazer o tratamento de câncer de mama, é uma coisa que demanda muito tempo, requer internamento, vários profissionais, é muito diferente. Nós temos que intensificar muito esses programas de atenção básica à saúde, não é campanha não. Porque campanha geralmente aparece em época de eleições, nós temos que fazer um programa que seja contínuo de prevenção e controle da doença. Não só do câncer, do tabagismo, das doenças cardíacas etc. Tem que se começar o trabalho desde a infância nos colégios, ensinando porque não fumar, porque não beber, isso sim é combater o câncer e as doenças degerenativas. Eu acho que tem é que sacudir mesmo o Estado, a população tem também que ficar alerta, cobrar, mais acesso ao esporte para fazer prevenção. S.F. O INCA disse que até o final deste ano, nós teremos mais 6.671 casos de novas mulheres cearenses com a doença. É um dado preocupante? P.W. É um dado preocupante e correto, pois a estatística não falha, pode não ser o número exato, mas este número é bem aproximado. Não só nas capitais, como nas cidades pequenas. Vale também lembrar que nós teremos no CONCAN o diretor geral do Instituto Nacional do Câncer, Dr. Luiz Antonio Santini Rodrigues da Silva, ele vem participar de uma mesa importante, que é: “Como se consegue conviver com o SUS?”. S.F. É verdade que o HPV pode causar câncer? P.W. Em alguns tipos de doenças sexualmente transmissíveis, como no caso do HPV, ela pode sim ocasionar o aparecimento de câncer no colo do útero.
Temos que começar o trabalho desde a infância nos colégios, ensinando porque não fumar, porque não beber, isso sim é combater o câncer e as doenças degenerativas. Eu acho que tem é que sacudir mesmo o Estado, a população tem também que ficar alerta, cobrar mais acesso ao esporte e fazer prevenção.
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Pedro Wilson Leitão Lima
boa prática de alimentação, nem pelas pessoas que têm nível econômico alto. Porque elas têm condição de selecionar o que vão se alimentar mas, na verdade, isso não existe, os que fazem isso ainda estão em uma faixa muito pequena.
S.F. Quanto tempo uma pessoa demora para ser atendida pelo SUS? P.W. Eu posso falar com muita propriedade, porque eu sou chefe da Clínica Ginecológica da Santa Casa e digo com toda certeza absoluta, que o nosso serviço da Santa Casa, é o que demora menos, demora em torno de 2 a 3 meses. Mas, tem hospital público aqui, que demora no mínimo seis meses, um ano ou mais .
S.F. E como a mulher deve fazer para se prevenir, principalmente do câncer de mama e do câncer de colo de útero? P.W. É difícil Silvana, pois para começar a mulher precisa ter educação para saber que todos os anos ela tem fazer os exames, mas isso não acontece nem nas grandes classes sociais. E as que têm dificuldades financeiras, fica mais difícil ainda, pois não têm pra onde ir, pois a demanda é muito grande, para o pequeno atendimento. A Santa Casa de Misericórdia é por incrível que pareça, onde a demanda é uma das maiores, mas ela demora pouco tempo quando comparado com as outras instituições. Para se ter ideia, nós temos em um ambulatório na Santa Casa, que em média recebe 100 a 150 pacientes por dia, ela não deixa a desejar, nem em relação a clínica particular nem pública.
S.F. – Quais são os principais fatores causadores do câncer? P.W. Primeiro temos que nos basear nos fatores ambientais, como o álcool, o fumo, as drogas, a poluição, todos eles são fatores que ajudam a incrementar o aparecimento da doença. E aliado à isso, existem as más práticas da população em função da falta de educação, o uso intempestivo de drogas, enfim, isso tudo vai fazendo com que a tendência dessa doença é de se disseminar cada vez mais. S.F. É verdade que o fator hereditário, equivale a apenas 5%? P.W. O fator hereditário, que a gente pensava que tinha uma carga muito grande, hoje nós vimos que é o menos importante. E esse fator quando é detectado, ele passa a ser curado. S.F. A alimentação é um fator importante? P.W. A qualidade de vida hoje depende de uma boa prática alimentar. Infelizmente, aqui no Nordeste de uma maneira geral, não existe essa
S.F. O medo da doença afasta a mulher do consultório? P.W. Tranquilamente, o medo faz parte da falta da educação. Pois o medo da doença todos nós temos, mas quando você sabe os problemas que você vai enfrentar, você tem que esquecer esse medo. Mas, o medo não resolve absolutamente nada. Nós temos que vencer isso, por meio da educação. S.F. O câncer de mama deixou de ser sinônimo de multilação e morte também? P. W. Hoje existem vários tipos de câncer, no nosso Congresso de Cancerologia debateremos vários tipos de câncer, como o câncer de mama e de colo de útero, se forem tratados, ou seja, se forem detectados numa fase inicial e se forem tratados convenientemente adequados, com certeza eles são curados em quase 100% dos casos. O problema é que os pacientes só procuram o médico, quando estão com poucas possibilidades de curar. S.F. É verdade que as drogas para o tratamento do câncer podem causar problemas cardiológicos? P.W. Infelizmente as drogas usadas na quimioterapia, são drogas que têm o potencial de toxilidade muito grande e, algumas delas, são cardiotóxicas. Ela atua muito bem para controlar a doença, mas por outro lado, ela pode piorar algum sistema, como por exemplo o coração. S.F. Por trás da palavra “câncer”, existem outras doenças diferentes que têm a ver com o câncer? P.W. Na verdade, o câncer é um nome genérico,
ESPECIAL CONCAN 2012
S.F. Há possibilidade de um dia nós termos a cura dessa doença? P.W. O câncer realmente é uma doença milenar. O que acontecia antigamente é que não sabíamos diagnosticar, mas ela fazia e faz muitas vítimas. Eu acho que o grande problema do câncer, não só no Ceará, mas no Brasil como um todo é exatamente baseado em alguns fatores: primeiro a educação, pois um país que não pode dar educação não se desenvolve em outras áreas; 2º: tem que ter uma prevenção; 3º: o diagnóstico, e, por último, saber tratar. A educação é o mais importante, pois só o povo tendo o conhecimento dessa doença, é que poderá se preocupar em fazer a prevenção e os outros fatores que falei. Mas, o que a gente vê na prática, é que isso não acontece. Hoje, o responsável pelo atendimento da população é o SUS, e no meu entender o SUS da maneira que está, vai durar muito pouco. Pois, ele não satisfaz as necessidades da população.
Entrevista
S.F. Existe vacina para o HPV? P.W. Existe sim, e somente agora é que o Governo está disponibilizando pelo SUS. Pois qual é o pobre que pode pagar R$ 500, 800 reais por essa vacina?
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Entrevista
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O câncer é um nome genérico, não é o nome de uma doença. São várias doenças que a gente não sabe, e que todo dia estão aparecendo com o nome de câncer que são diferentes. Daí é difícil dizer que algum dia nós vamos, em curto e médio prazo ter a cura do câncer, porque cada dia aparece um câncer diferente, o diagnóstico, tratamento, e a sua forma de apresentação.
S.F. Como o CONCAN vai integrar os municípios do Estado? P.W. A nossa vontade é que participem o Governo do Estado, a Associação dos Prefeitos e Municípios para fazermos logo no primeiro dia do Congresso a orientação das doenças neopláticas. O grupo de pessoas que trabalham no PSF é que ficaram responsáveis por essa explicação, pois os médicos que estão fazendo
Perfil
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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Prof. Dr. Pedro Wilson Leitão Lima, tem pós-graduação no Europen Institute of Oncology em Milan - Itália; no Allegheny General e no Hospital Pittsburg - Pennsylvania - USA. Division of Gynecology; Institute Du Cancer -Gustavo Roussy - Paris - França; Instituto de Pós – Graduação Médica Carlos Chagas – Rio de Janeiro. É membro emérito da Sociedade Brasileira de Cancerologia; Professor Émerito Agraciado pela Associação dos Professores do Ensino Superior do Estado do Ceará (APESC); médico titular de Mastologia e Genecologia do Hospital Monte Klinikum em Fortaleza-Ce; Chefe da Clínica Genecológica da Irmandade Beneficente da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza; Vice Presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia; Membro do Colégio Internacional de Cirurgiões; Membro de Colégio Americano de Cirurgiões; Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões; Membro Titular da Sociedade Brasileira de Mastologia; Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cancerologia; Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia; Especialista Cancerologia pela Sociedade Brasileira de Cancerologia; ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional – Ceará; ex – Vice Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (tendo assumido a presidência); ex – Vice Presidente Sociedade Brasileira de Cancerlogia (tendo assumido a presidência); ex –
PSF estão precisando muito disso, eles saem da faculdade e necessitam ainda de muito conhecimento para poder fazer as suas práticas no interior. Eu acho que a boa vontade que o Governo está tendo, com as novas Faculdades de Medicina no Estado, ficará mais fácil. Os outros três dias, serão para os tipos de câncer.
S.F. Qual o país mais avançado em termos de estudo e tecnologia contra a doença? P.W. A Europa como um todo, por exemplo, a Itália, principalmente Milão, tem um centro muito bom de oncologia, especialmente de mama. Os Estados Unidos, também existe vários centros. Na América Latina tem um centro de tratamento com muitas perspectivas de ser um grande centro. Mas, nós não podemos comparar este com os da Europa e dos Estados Unidos, pois eles são os mais antigos e têm mais dinheiro para investir em tecnologias.
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não é o nome de uma doença. São várias doenças que a gente não sabe, e que todo dia estão aparecendo com o nome de câncer que são diferentes. Daí é difícil de você ver que algum dia nós vamos, em curto e médio prazo ter a cura do câncer, porque a cada dia aparece um tipo de câncer diferente, o diagnóstico, o tratamento, e a sua forma de apresentação. Isso é a mutação dos agentes, não só biológicos, mas também o nosso meio, que gera essa mutação, que é responsável por esses fatores.
Dr. Pedro Wilson ao lado da família, a esposa Dra. Onélia Mota Leitão Lima no casamento da filha Marília e o genro Bruno, o filho Pedro, ao lado da nora Franciele.
Presidente de Associação Cearense de Combate ao Câncer; ex – Presidente do Núcleo Central de Controle e Prevenção do Câncer - Ministério da Saúde-Ceará; ex – Chefe do Serviço de Mastologia Professor Hiram Silveira Lucas – Hospital Geral Dr. César Cals; exDiretor Geral do Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará, onde foi seu construtor. Fez vários cursos e participou de vários Congressos nacionais e internacionais como na Venezuela, Argentina, USA, Rússia, Hungria, Itália e França. Natural de Tauá - Ceará, filho de Luís Alves Lima e Maria Vicência Leitão Lima, casado com Onélia Mota Leitão Lima, médica em Fortaleza, tendo como filhos, Marília Mota Leitão Lima, mestrado em Saúde Pública (USP) e Pedro Wilson Leitão Lima Filho, residente em ginecologia e obstetrícia. Dr. Pedro Wilson e seu netinho Lucas
Entrevista
CLÍNICA GINECOLÓGICA DA IRMANDADE DA SANTA DA CASA DE MISERICÓRDIA DE FORTALEZA
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a qualidade de Chefe da Clínica Ginecológica da Irmandade Beneficente da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza, sinto-me no dever de informar que a referida Unidade vem prestando inestimáveis serviços à população carente de Fortaleza, com uma média de 25 cirurgias por semana e de 130 a 150 pacientes ambulatoriais/mês. A Clínica Ginecológica da Irmandade Beneficente da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza oferece as seguintes atividades: citologia oncótica, histopatologia, bioquímica, radiologia geral, ultrasonografia, mamografia, ambulatório de pequenas cirurgias e biópsias, ginecologia geral, mastologista, cirurgia do assoalho pélvico, treinamento/ estágio e residência para estudantes de medicina de universidades públicas e particulares. Em 2011, tivemos 106 estagiários, incluindo residentes. É dotada de todos os equipamentos necessários às atividades clínico-cirúrgica e formação de professores, graças ao grande apoio que temos recebido do casal Ana e Beto Studart, que realizam um trabalho social exemplar na Fundação Beto Studart, como também a colaboração do empresário Chiquinho Feitosa. Beto e Ana Studart
Chiquinho Feitosa
Pedro Wilson Leitão Lima
Chefe da Clínica Ginecológica da Irmandade Beneficente da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza, Titular em ginecologia e mastologia do Hospital Monte Klininkum Fortaleza - CE e professor universitário.
ESPECIAL CONCAN 2012
Sede da Santa Casa localizada no centro de Fortaleza, tem mais de 150 anos.
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A programação científica do CONCAN vem inovando a cada ano e focando cada vez mais, nos assuntos e temas relacionados à saúde pública do nosso País, tendo como objetivo a integração entre médicos e a realidade das políticas públicas. Desta forma, entre os temas à serem abordados na grade cientifíca destacam-se o “Controle do Câncer nos Países da América do Sul” e “O Brasil, o Câncer e o Câncer no Brasil”, além do Curso de Oncologia Básica para os Profissionais da Saúde e do PSF, com o tema: “Rastreamento, prevenção e detecção precoce do câncer” para médicos generalistas, de famílias, e equipes de saúde do PSF, e o Fórum de Entidades Filantrópicas com o tema: “Como sobreviver ao SUS”. Para explicar cientificamente, os organizadores do Congresso convidaram cerca de 400 palestrantes nacionais e internacionais.
Comissão Organizadora REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
COMISSÃO EXECUTIVA
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Presidente - Pedro Wilson Leitão Lima Presidentes de Honra - Hiram Silveira Lucas e Roberto Gomes Vice-Presidente de Honra – Heloisa Juaçaba e Ana Studart. Secretário Geral – Raimundo Porfírio Sampaio Neto 2º Secretário - Robson Freitas de Moura 1º Tesoureiro - Vicente Pedro Filho 2º Tesoureiro - Luiz José Sampaio de Araújo Presidente da Comissão Científica Nacional – Hiram Silveira Lucas Presidente da Comissão Científica Internacional - Amândio Soares Fernandes Junior Presidente da Comissão de Temas Livres e Pôsteres - Ronaldo Albuquerque Ribeiro Presidente da Comissão do Mercosul Luiz Antônio Negrão Dias Comissão Social - Onélia Mota Leitão Lima e Thalita Cintrangolo
MAPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CANCEROLOGIA 2012 CENTRO DE EVENTOS - EXPO CEARÁ - SALÃO A
ENTRADA PRINCIPAL
MEMBROS DA COMISSÃO CIENTÍFICA Rui Kleber do Vale Martins (Ce) Onélia Mota Leitão Lima (CE) MARILIA MOTA LEITÃO LIMA (CE) PEDRO WILSON LEITÃO LIMA (ce) PEDRO WILSON LEITÃO LIMA FILHO ALBERTO REGIO CE AMÂNDIO SOARES FERNANDES JUNIOR - MG AMENE CIDRAO LIMA CE ANANIAS VASCONCELOS CE ANTONIO ALDO MELO FILHO CE ANTONIO DE PADUA ALMEIDA CE ARNOBIO LAVOR CE CARLOS AUGUSTO ALENCAR FILHO CE CELIA BARREIRA CE DANIEL WILLIAN LUSTOSA CE DANIELA MOTA CE ERIC FERNANDES DE SOUZA CE FERNANDA RODRIGUES AGUIAR CE FERNANDO MELO CE FERNANDO PEQUENO HOLANDA CE FRANCISCO EDSON LUCENA CE FRANCISCO EDSON XIMENES CE FRANCISCO SALVIO C. PINTO CE FRANCISCO TADEU LEITÃO FEITOSA CE FRANCISCO VALDENEY ROLIM CE FREDERICO SILVEIRA LUCAS RJ GUSTAVO CARDOSO GUIMARAES SP HIPOLITO SOUSA MONTE CE HIRAM SILVEIRA LUCAS RJ
INES TAVARES VALE MELO CE ROBERTO GOMES ES JOSE MIRANEUDO LINHARES GARCIA CE JOSE REGO FILHO CE JOSE WILSON MOURÃO CE JULIO GONÇALVES REGO CE LUCIA ALCANTARA CE LUCIO GONÇALO ALCANTARA CE LUIZ GONZAGA PORTO PINHEIRO CE MARCIO FRANÇA DE QUEIROZ CE MARCO ANTONIO NASSER AGUIAR CE MARIA EUGENIA DE SOUZA CE MARINALDO CAVALCANTE E MELO JUNIOR CE MARNEWTON PINHEIRO CE FRANCISCO DAS CHAGAS MEDEIROS CE PAULO EDNARDO CAMPELO CE PAULO AGUIAR CE RAIMUNDO PORFIRIO SAMPAIO CE ROBSON FREITAS DE MOURA BA RODRIGO SILVEIRA LUCAS RJ RONALDO DE ALBUQUERQUE RIBEIRO CE RONALDO FEITOSA RIBEIRO CE ROSANGELA DINIZ GONDIM CE THALITA CITRANGOLO RJ VICTOR HUGO M. ALENCAR CE VLADIMIR PINHEIRO CE
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Congresso Brasileiro de Cancerologia (CONCAN 2012) que se realiza em Fortaleza entre os dias 24 e 27 de outubro conta com a presença dos mais renomados especialistas nacionais e internacionais no tratamento multidisciplinar do câncer. Um dos destaques do congresso é o Simpósio de Atualização em Câncer de Mama do Hospital São José, de São Paulo, em conjunto com o Hospital Monte Klinikum de Fortaleza, Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza e Universidade Federal do Ceará. O câncer de mama é o tipo mais frequente de câncer que acomete as mulheres no Brasil e no mundo. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam 52.680 casos novos de câncer de mama em 2012 no Brasil. Felizmente, as pesquisas no diagnóstico precoce e tratamento do câncer de mama tem avançado nos últimos anos. Para se ter ideia das evoluções, somente nos últimos seis meses importantes descobertas foram apresentadas à comunidade médica em congressos internacionais e já são aplicadas na prática. É por estes motivos que o comitê organizador do CONCAN conjuntamente com o Dr. Antonio Carlos Buzaid, Chefe Geral do Centro Avançado de Oncologia do Hospital São José, desenvolveram um simpósio focado nas descobertas mais recentes sobre o câncer de mama. “Procuramos trazer para os especialistas o que há de mais importante no tratamento de câncer de mama e que poderá ser fundamental para o manejo dos pacientes”, afirma o Dr. Antonio Buzaid. Criado com a missão de oferecer atendimento de excelência ao paciente com câncer aliado ao ensino e pesquisa Oncologia, o Centro Avançado de
Oncologia do Hospital São José, ligado à Beneficência Portuguesa de São Paulo, conta com uma equipe de profissionais que atendem os diversos tipos de câncer. Reuniões multidisciplinares, onde oncologistas clínicos, cirurgiões, radioterapeutas, radiologistas e outros especialistas, são realizadas diariamente para avaliação integral dos casos e planejamento do tratamento mais adequado para cada paciente. Um serviço lançado recentemente pelos especialistas do Hospital São José é o Serviço de Segunda Opinião em Oncologia (SSO), realizado graças ao desenvolvimento do Programa de Telemedicina onde médicos de todo o país podem entrar em contato com os especialistas do Centro Avançado de Oncologia. Através da interação entre o médico do paciente e a equipe de especialistas do Hospital São José, o SSO tem como objetivo auxiliar o paciente e seu médico na determinação de um diagnóstico mais seguro e na seleção do tratamento ideal. Na maioria das vezes, as barreiras para o deslocamento do paciente e seus familiares até nosso centro, visando uma segunda opinião, dificultam tal avaliação. E, em muitos casos, esta informação pode fazer diferença. É com esta visão, trazer a inovação e informações que podem fazer a diferença no tratamento do câncer de mama, que foi desenvolvido o Simpósio de Atualização no Câncer de Mama.
SEXTA 26/10/2012
09:00 - 09:30
CONFERÊNCIA
CONFERÊNCIA
09:30 - 10:30
MESA REDONDA
MESA REDONDA
10:30 - 10:50
DISCUSSÃO
DISCUSSÃO
11:30 - 12:30 12:30 - 12:50 13:00 - 14:00 14:20 - 14:50
CURSOS PRÉCONGRESSO ATIVIDADES EXTRAS CONGRESSO SIMPÓSIOS
CONFERÊNCIA
CONFERÊNCIA
MESA REDONDA
MESA REDONDA
DISCUSSÃO
DISCUSSÃO
SIMPÓSIO SATÉLITE CONFERÊNCIA
CONFERÊNCIA
14:50 - 15:50
MESA REDONDA
MESA REDONDA
15:50 - 16:00
DISCUSSÃO
DISCUSSÃO
16:00 - 17:00
SIMPÓSIO SATÉLITE
17:00 - 18:00
HAPPY HOUR
18:00
ABERTURA
SÁBADO 27/10/2012
XIX
QUINTA 25/10/2012
11:00 - 11:30
QUARTA 24/10/2012
Congresso Brasileiro de Cancerologia
PREMIAÇÕES REUNIÕES DAS SOCIEDADES CURSOS ENCERRAMENTO
Tipos de câncer
•Câncer de Mama •Câncer Ginecológico •Câncer Gastrointestinal •Câncer de Pulmão •Melanoma •Câncer Unogenital •Tumores do Sistema Nervoso Central •Câncer de Cabeça e Pescoço •Ondohematologia
ESPECIAL CONCAN 2012
Dr. Antonio Carlos Buzaid
GRADE CIENTÍFICA E SOCIAL HORÁRIO
Programação
PROGRAMAÇÃO REÚNE OS MAIORES ESPECIALISTAS
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Programação
MAIS DE 400 PALESTRANTES NACIONAIS E INTERNACIONAIS PRESENTES NO CONCAN O CONCAN conta com a participação de mais de 400 palestrantes, sendo 25% deles dos
Estados Unidos, Itália, França, Espanha, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Argentina e Chile, e os outros 75% dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Bahia, Goiás e Distrito Federal e Ceará. Confira a lista de alguns dos 18 palestrantes internacionais.
CHARLES BALCH Professor de Cirurgia, Oncologia e Dermatologia da Faculdade de Medicina Johns Hopkins Vice-Diretor do Instituto de Pesquisa Clínica e Translacional Johns Hopkins
SILVIA SFORZA TUCCI
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
Equipe médica oncologista INC-PARAGUAI CHEFE DA UNIDADE DE ONCOLOGIA MIGONE_ASUNCION SANATORIUM SOCIDADES PAST_PRESIDENTE Federação de Câncer MERCOSUL PAST_PRESIDENTE e membro fundador da Sociedade Médica de Oncologia PYA (SPOM), Membro da sociedade PYA FUNDADOOR medicina paliativa, MEMBRO da ASCO, MEMBRO da ESMO
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MATTI AAPRO Decano do Instituto de Oncologia Multidisciplinar de Genolier, Suíça. Diretor Executivo da Sociedade Internacional de Oncologia Geriátrica (SIOG) , Membro da Escola Europeia de Oncologia Editor-chefe de Critical Reviews in Oncology/Hematology Recebeu em o prêmio B.J. Kennedy por Excelência Científica em Oncologia Geriátrica.
FERNANDO MANUEL CALAIS DA SILVA Faz parte do staf da Urologia do Hospital de São José em Lisboa Portugal, responsável pela consulta multidisciplinar de Oncologia Urológica, da lista de espera do serviço de Urologia e do programa de Braquiterapia prostatica, membro da EORTC,ASCO AUA, EAU, revisor do Congresso da Associação Européia de Urologia
DAMIANO RONDELLI Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Illinois. Residência em Hematologia na Universidade de Bolonha, Itália. Ex-pesquisador associado no Fred Hutchinson CRC, Ex-professor assistente na Universidade de Bolonha, Diretor do programa de TMO da Universidade de Illinois desde 2002.
MARCELO BLANCO Professor Adjunto da Cátedra de Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade Aberta Interamericana. Presidente da Sociedade Argentina de Cancerologia Diretor Médico do Centro Médico Austral Mestre em Gestão da Saúde Membro da ASCO e da Escola Européia de Oncologia Clínica
MAURÍCIO CAMUS Professor Associado do Departamento de Cirurgia Oncológica da Pontifícia Universidade Católica de Chile. Presidente da Sociedade Chilena de Cancerologia Vice-Presidente Sociedade de Cirurgiões do Chile
RICHARD D. SCHULICK Presidente do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de Colorado. Foi chefe da Divisão de Oncologia Cirúrgica do Hospital Johns Hopkins.
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Hiram Silveira Lucas Conselheiro da Sociedade Brasileira de Cancerologia e ex-presidente da SBC e diretor presidente do Hospital Mário Kroeff, no Rio de Janeiro.
Ex- Diretor do Instituto Nacional do Câncer, atualmente é Diretor - Presidente da ABAC Hospital Mário Kroeff. Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, da Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação e Membro Fundador da Academia de Medicina do Rio de Janeiro, além de Emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e do “American College of Surgeons”. Acadêmico Titular da Cadeira 33 - Patrono José Tostes de Campos. Seu currículo apresenta mais de 1.340 títulos.
odos nós conhecemos e reconhecemos este notável celeiro, sempre importante na política, na literatura, nas artes e até, muito especialmente, no humor que consegue estar presente mesmo com as vicissitudes que ainda persistem assolando o Nordeste de nosso país. Felizmente, identifica-se que esta notável região, vem reconquistando seu tesouro intelectual e até invertendo o fluxo, já que, figuras notáveis do mundo científico, retornam à terra, além do que, outros (os forasteiros sulinos) procuram cada vez mais fixar ali seus ninhos. A realidade promissora para nosso Brasil é que o Nordeste de hoje, constitue fonte de riqueza econômica e social de inquestionável importância. Com admirável perspicácia a Sociedade Brasileira de Cancerologia, há três anos atrás, escolheu Fortaleza para reunir seus sócios e convidados, objetivando não apenas difundir inovações, mas ainda, discutir as dúvidas (cada vez maiores) que cercam o câncer com seus mistérios. Assim decidido, surge a grande dúvida: quem eleger presidente do evento? Sim, porque nomes brilhantes não faltavam, pelo contrário, corria-se o risco de elegermos vários presidentes, tal a pletora de conhecimentos científicos que emana dos brilhantes cancerologistas que constituem nossa especialidade no Ceará. Certamente os Deuses do olimpo inspiraram nossos dirigentes. A escolha de Pedro Wilson Leitão de Lima foi unânime, Conheço Pedro de muitas andanças por nosso Brasil e por inúmeros outros cantos do mundo. Congressos, jornadas, cursos que juntos frequentamos são inúmeros; alguns inesquecíveis. Antes da era digital, que mudou a todos, reduzindo distâncias, economizando tempo, tirando mesmo um pouco do romantismo que sempre se fazia presente nestas viagens, cruzamos os mares algumas vezes. Graças a mais um dos incontáveis ensinamentos que recebemos de nosso querido Guru, o notável cirurgião humanista José de Aguiar Ramos, vi em Fortaleza, o sol nascer, espetáculo inarrável que marca a hora de se recolher, pois é ... “quando o mar está pegando fogo.” Estou certo que os ilustres diretores da SBC, foram muito felizes e argutos, escolhendo o presidente deste tão aguardado evento. Ele sabe escutar, delegar poderes, planejar temas, propor dilemas com sugestões sensatas para suas soluções. Sempre interessado em todas novidades da cancerologia, Pedro Wilson, admirável chefe de família (cá entre nós, em realidade, ele é dominado pela doce Onélia), sabe como ninguém conciliar amigos. Na história de sua vida, não há espaço para rancores sobretudo, porque tem uma dominadora amante: a terra cearense. Sejam todos bem vindos à esta terra e ao azul indescritível de seus maravilhoso mares.
EVENTOS PARALELOS
•Simpósio de Farmácia em Oncologia da ‘SOBRAFO’ •Programação do Simpósio de Cuidados Paliativos do Paciente com Câncer •II Simpósio de Nutrição Oncológica da SBC •12º Jornada da Associação Brasileira de Câncer Gástrico •Jornada da Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia •VI Congresso da Sociedade Brasileira de Fisioterapia em Cancerologia •XII Congresso Brasileiro de Enfermagem Oncológica •JORNADA FESCAS – Federação das Sociedades de Cancerologia da América do Sul •I Congresso das Ligas Acadêmicas de Cancerologia
Outros temas •Oncohematologia •Politica de Saúde em Oncologia •Suporte Clinico em Oncologia •Psico - oncologia •Pesquisa Básica •Enfermagem Oncológica •Odontologia e Farmácia em Oncologia
ESPECIAL CONCAN 2012
O NORDESTE CONTINUA FORNECENDO AO BRASIL FIGURAS NOTÁVEIS, NOS MAIS DIFERENTES SETORES, EM ESPECIAL NAS CIÊNCIAS.
Homenagem
ODE a Pedro Wilson
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Especial
CE É O 1º ESTADO A ADERIR AO COAP
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governador Cid Gomes, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o secretário da Saúde, Arruda Bastos, e prefeitos de 45 municípios das regiões de saúde de Brejo Santo, Maracanaú, Tauá e Sobral, assinaram no dia 17 de agosto, no Palácio da Abolição, o Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP). Dispositivo previsto no Decreto 7.508, o COAP tem a função de definir, entre os entes federativos, as responsabilidades para com o Sistema Único de Saúde (SUS). Diretrizes, metas e indicadores ficam claramente definidos no documento, que servirá de instrumento de planejamento, gestão compartilhada e controle social. O Decreto 7.508, assinado pela presidenta Dilma Rousseff em junho de 2011, institui mecanismos para a melhoria de acesso e da prestação de serviços no Sistema Único de Saúde (SUS). O decreto define e consolida o modelo de atenção regional, em que municípios vizinhos deverão se organizar para ofertar atendimento de saúde às suas populações. Cada uma das 419 regiões identificadas em todo o país deverão
Ministro Padilha no Palácio da Abolição, ao lado do Governador Cid Gomes e autoridades na assinatura do COAP
ter condições para realizar desde consultas de rotina até tratamentos complexos. Caso não haja capacidade física instalada naquela região para a execução de determinado procedimento, os gestores daquela rede têm de fechar parceria com outras regiões, que atenderão sua demanda. O Ceará tem 22 regiões de saúde. As quatro primeiras a formalizar o Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde são as regiões de saúde de Maracanaú, com oito municípios, de Sobral, 24 municípios, de Tauá, quatro municípios, e Brejo Santo, nove municípios.
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
GOVERNO LANÇA PROGRAMA MAMOGRAFIA MÓVEL
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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou no dia 1º de outubro último, a portaria que cria um programa de unidades móveis para fazer mamografias em locais estratégicos, como o interior e as periferias das grandes cidades, principalmente entre mulheres das camadas mais carentes da população e na faixa prioritária de 50 a 69 anos. A implantação do programa está prevista ainda para este ano e a estimativa é de que cada unidade móvel tenha capacidade de realizar 800 mamografias por mês, de acordo com o ministério. Não foi informado o número de unidades que circularão pelo país. Os exames serão enviados via satélite para os estabelecimentos de saúde, para que o diagnóstico seja apresentado em até 24 horas. Segundo o ministro, as áreas mais carentes são nas regiões Norte e Nordeste, e no interior do CentroOeste, Sul e Sudeste. Segundo dados do Ministério da Saúde, mamografias realizadas pelo Sistema Único de Saúde para a faixa prioritária cresceram 41% primeiro semestre deste ano quando comparadas ao mesmo período de 2010.
Em 2012, 2.139.238 mulheres realizaram o exame preventivo de câncer, sendo 1.022.194 na faixa prioritária. Em 2010, foram feitas 1.677.272 mamografias, sendo 726.890 na faixa prioritária. O governo pretende dobrar o número de exames realizados para 8 milhões, cobrindo cerca de 65% da população alvo da realização de exames. O Brasil, em 2011, fez quase 4 milhões de exames.
“O Brasil cresceu 41% nos ultimos dois anos do caminho. Queremos continuar crescendo e atingir a meta de 8 milhões”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Artigos CientĂficos
Investimento REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS 28
GOVERNADOR CID GOMES: CEARÁ TERÁ O MELHOR SISTEMA DE SAÚDE DO PAÍS
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ara o Governador Cid Gomes, outro direito básico do cidadão é o direito à vida, através de uma saúde de qualidade. “O Ceará terá a melhor estrutura de saúde pública de todos os Estados do Brasil, esse é o meu compromisso”, afirmou o governador. Por isso o Governo do Estado do Ceará, tem trabalhado em parceria com o Ministério da Saúde e com os municípios para a melhoria do sistema de saúde do Estado. Em anúncio feito no dia 18 de setembro, o Governo do Ceará prometeu investir, até o fim de 2014, quase R$ 1 bilhão na construção de 75 novos equipamentos de saúde. Para chegar aos resultados prometidos o Governo do Estado já está com 30 unidades quase prontas ou em fase de construção, sendo quatro hospitais regionais, 21 policlínicas, 18 Centros de Especialidades Odontológica (CEOs) e 32 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), significando um aumento de 342% na oferta de unidades de saúde. De acordo com o secretário de saúde do Estado, José Arruda Bastos, as unidades irão contribuir para aumentar a oferta de serviços, gerar empregos e, principalmente, para amenizar um dos problemas enfrentados pela saúde de Fortaleza, a lotação. “A população do Interior, como não possui muitas unidades de saúde onde vive, opta por vir para a Capital, o que sufoca o atendimento, e nós somos cientes dessa dificuldade”. Por esse motivo, conforme Arruda Bastos, a maioria das novas unidades serão localizadas no Interior. Na Capital, será construído um hospital e quatro UPAs. O maior desafio, segundo o secretário, é manter os equipamentos. “Não basta construir, é preciso, antes de tudo, cuidar. Com as 75 novas unidades, o Governo irá enfrentar novos desafios, que é administrar estas unidades e fazer com que estejam sempre em bom funcionamento”.
Governador Cid Gomes quer deixar o Ceará com o melhor sistema de saúde do País.
18 CEOS
Compõem ainda a nova rede 18 Centros de Especialidades Odontológicas Regionais (CEOs). Desse total, 13 já entregues à população, faltando apenas cinco à serem inaugurados. As cidades de Crato, Ubajara, Acaraú, Baturité, Juazeiro do Norte, Russas, Sobral, Brejo Santo, Camocim, Caucaia, Crateús, Itapipoca e Limoeiro do Norte já estão com os seus Centros de Especialidades Odontológicas. No dia 26 de maio foi inaugurado em Limoeiro do Norte mais uma policlínica, o Centro de Especialidades Odontológicas Dr. João Eduardo Neto (FOTO). O novo CEO regional, vai atender a população de 216.392 habitantes dos 11 municípios da 10ª região de saúde:
Alto Santo, Ererê, Iracema, Jaguaribara, Jaguaribe, Limoeiro do Norte, Pereiro, Potiretama, Quixeré, São João do Jaguaribe e Tabuleiro do Norte. A população passa a ter acesso, na própria região, a atendimento especializado em saúde bucal, incluindo próteses, ortodontia, periodontia, endodontia, cirurgias, diagnóstico de câncer de boca.
O Governo do Estado em parceria com o Ministério da Saúde já inaugurou oito policlínicas em todo o Ceará. Ainda serão entregues aos cearenses mais 14 policlínicas entre elas, a de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, que já está sendo equipada para inauguração. Já em relação as policlínicas tipo I, o Governo do Estado concluiu e inaugurou seis, em Baturité, Tauá, Camocim, Pacajus, Itapipoca e Brejo Santo. As policlínicas tipo II, construídas em locais com maiores densidades populacionais, oferecem 13 especialidades médicas, três a mais do que as policlínicas tipo I. São acrescidas a neurologia, angiologia e endocrinologia às especialidades da oftalmologia, otorrinolaringologia, clínica geral, cardiologia, ginecologia, mastologia, cirurgia geral, gastroenterologia, urologia, traumato-ortopedia. Exames complexos também são assegurados nas policlínicas tipo II, como a regional em Sobral. Lá,
serão realizadas tomografias computadorizadas, eletroencefalograma e endoscopia respiratória. As policlínicas integram a nova rede de assistência que está sendo construída no governo Cid Gomes com o objetivo de ampliar a facilitar o acesso aos serviços de saúde na região onde as pessoas moram, sem necessidade de transferências para centros mais distantes de saúde. A nova rede de assistência é formada também por quatro hospitais regionais: Hospital Regional do Cariri - em funcionamento desde o início do ano passado, o Hospital regional Norte - com as obras em fase de conclusão, o Hospital e Maternidade Regional do Sertão Central em fase inicial de construção, e o Hospital Regional Metropolitano, com edital de licitação para as obras previsto para ser lançado até agosto. Foram inauguradas também as Policlínica de Brejo Santo, Pacajús, Baturité, Camocim, Tauá, Sobral, Itapipoca e Aracati.
Investimento
22 Policlínicas
POLICLÍNICA DE SOBRAL
A população de 614.103 habitantes dos 24 municípios da regional de Sobral tem acesso a exames e consultas especializadas perto de casa. No dia 4 de julho foi inaugurado a policlínica regional de Sobral. Esta é a primeira policlínica tipo II que o Governo do Estado entrega à população. Há outras oito policlínicas tipo II em fase de conclusão.
A rede de assistência à saúde da população da regional de Itapipoca, que também é formada pelos municípios de Amontada, Miraíma, Trairi, Tururu, Uruberatama e Umirim, tem uma nova Policlinica. O Governador Cid Gomes inaugurou no dia 25 de maio a policlínica, que vai garantir a região acesso a consultas e exames em 10 especialidades médicas, além de serviços de enfermagem, fonoaudiologia, terapia ocupacional, nutrição, fisioterapia, farmácia clínica, psicologia, assistência social.
POLICLÍNICA DE ARACATI
No dia 04 de agosto, foi inaugurada a oitava dentre as 22 prometidas pelo Governo do Estado. A Policlínica de Aracati atende a população dos municípios de Aracati, Fortim, Icapuí e Itaiçaba. “Esse equipamento é para o povo mais humilde e ninguém mais vai precisar pedir favor para conseguir um exame. Também não vai mais precisar ir até Fortaleza para ter um diagnóstico”, declarou o governador Cid Gomes. A instituição proporcionará que cerca de 110 mil pessoas terão acesso em sua própria Região a consultas e exames anteriormente só realizados em Fortaleza.
ESPECIAL CONCAN 2012
POLICLÍNICA DE ITAPIPOCA
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Investimento REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS 30
32 UPAS As UPAS 24h estão inseridas na rede Saúde Toda Hora, que está reorganizando a atenção às urgências e emergências no Sistema Único de Saúde (SUS). A estratégia de atendimento está diretamente relacionada ao trabalho do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) que organiza o fluxo de atendimento e encaminha o paciente ao serviço de saúde adequado à situação. Nas unidades, os pacientes são avaliados de acordo com uma classificação de risco, podendo ser liberados ou permanecer em observação por até 24 horas ou se necessário, serão removidos para um hospital de referência. Há outras UPAs 24 horas na Região Metropolitana de Fortaleza prontas para serem inauguradas pelo Governo do Estado no Eusébio e em Horizonte. Em São Gonçalo do Amarante, na área do Pecém, também há uma UPA 24h concluída para ser entregue à população, bem como em Pentecoste, São Benedito, Aracoiaba, Canindé e Crateús. QUATRO UPAS EM FORTALEZA Em conjunto, as quatro UPAS 24 horas da capital já realizaram – Praia do Futuro, Autran Nunes, Messejana e Canindezinho – realizaram 145.423 atendimentos. A UPA da Praia do Futuro possui porte 3, a unidade tem 15 leitos e conta com 43 médicos para atender 450 pacientes por dia, em casos de urgência e emergência, com serviço de raio x, laboratório para exames e aparelhos de eletrocardiograma. A UPA do Autran Nunes tem 13 leitos preparados para atender urgências e emergências de média e baixa complexidade durante 24 horas, todos os dias. A UPA Messejana é de porte II, tem 150 profissionais,
incluindo 36 médicos e 18 enfermeiros. Além de consultas médicas para adultos e crianças, realizará exames laboratoriais, Raio X e eletrocardiograma. Já a UPA do Canindezinho com porte 3, tem 15 leitos e conta com 43 médicos para atender em casos de urgência e emergência com apoio do serviço de raio x, laboratório para exames e aparelho de eletrocardiograma. Sua área é de 1.300 metros quadrados, a população pode resolver problemas de pressão alta, febre, cortes, queimaduras e receber os primeiros atendimentos em casos de AVC. UPA EM MARANGUAPE A UPA 24 horas de Maranguape foi a primeira do Estado a ser qualificada pelo Ministério da Saúde. A qualificação garante o recebimento de um incentivo de custeio, cerca de 300 mil reais mensais, conforme Portaria 2.821 ministerial publicada no Diário Oficial da União. a UPA 24 horas de Maranguape foi inaugurada em 4 de dezembro de 2011. Até o dia 26 de maio deste ano havia realizado 30.402 atendimentos. UPA EM CAUCAIA Inaugurada no dia 5 de julho deste ano a UPA 24 horas de Caucaia está na categoria do tipo III e já realizou até setembro deste ano mais de 14.137 atendimentos garantindo um serviço de pronto atendimento adulto e infantil. A estrutura possui 10 leitos de observação adulto, 03 infantil e 02 de reanimação. Há ainda pronto-socorro odontológico, sala de raios-X e equipamentos para coleta de exames laboratoriais dentro da unidade, conta ainda com salas de medicação e nebulização.
Samu no Ceará Fortaleza
Atende toda a cidade Número total de ambulâncias 26 Ambulâncias básicas22 Ambulâncias avançadas(mini-UTI)4 População atendida 2.315.116
Polo 1
Atende 79 municípios do Litoral Leste, do Icapuí a Amontada. No Sertão, vai até o Itapajé. Até o fim do ano, a estimativa é que seja concluída a extensão da área de atuação até o município de Senador Pompeu, no Sertão Central, englobando Quixadá, Quixeramobim, Canindé e Limoeiro do Norte. Número total de ambulâncias41 Ambulâncias básicas34 Ambulâncias avançadas(mini-UTI)8 População atendida2.928.885
Polo 2
Previsão de inuguração no fim do ano. Deve atender 55 municípios. Número total de ambulância43 Ambulâncias básicas36 Ambulâncias avançadas7 População atendida1.554.685
Polo 3
Previsão de inauguração no fim do ano. Deve atender 49 municípios. Número total de ambulâncias55 Ambulâncias básicas30 Ambulâncias avançadas6 População atendida1.516.626
O Hospital Regional do Cariri foi inaugurado em abril de 2011, em Juazeiro do Norte, sendo o primeiro hospital público da rede de assistência da Secretária da Saúde, no interior do Ceará. O equipamento de saúde possui 248 leitos, onde atende 44 municípios da macrorregião do Cariri, além dos municípios da microrregião de Iguatu e Icó, totalizando cerda de 1,5 milhão de habitantes.
Investimento
Hospital Regional do Cariri
O Hospital disponibiliza serviços e exames especializados que a população de 1,5 milhão dos 55 municípios da macrorregião Norte. Com 57 mil metros quadrados, o maior hospital do interior do Nordeste, possui 382 leitos, sendo desses, 70 são UTIs. Somente para a pediatria foram construídos 30 leitos semi-intensivos, além de todo o suporte na urgência e emergência com um prédio de internação de cinco andares. A população da região Norte tem agora atendimento especializado na saúde da mulher e da criança, e uma Unidade de Psiquiatria, com 21 leitos dentro do Hospital. Ao todo, o HRN tem 1.641 profissionais.
ATENDIMENTO AO CÂNCER É AMPLIADO De acordo com o secretário da Saúde do Estado, Arruda Bastos, o serviço do Instituto de Prevenção do Câncer foi ampliado para realizar mais mamografias. Além disso, foi implantada uma área de oncologia na Sesa. “Adquirimos 22 mamógrafos das policlínicas e mais quatro nos hospitais do Interior”. Sobre a rede de atendimento, o secretário argumenta que Estado e municípios estão integrados para fazer os procedimentos necessários. No que diz respeito às biópsias, diz que as policlínicas vão passar a realizá-las.
ESPECIAL CONCAN 2012
Hospital Regional de Sobral
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Fortaleza
HOSPITAL DA MULHER INICIA FUNCIONAMENTO
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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primeiro equipamento de saúde da cidade voltado exclusivamente para assistência à mulher começou a funcionar no dia 2 de julho oferecendo atendimento ambulatorial. A inauguração aconteceu no dia 15 de agosto, com a presença do ministro da Saúde Alexandre Padilha, da secretária municipal de saúde, Ana Maria de Carvalho, a prefeita Luizianne Lins e o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro de Andrade. O Hospital da Mulher está dividido em quatro blocos. No primeiro funcionam a administração, consultórios, pronto-atendimento, centro de parto normal, centro cirúrgico, centro de imagens, laboratório de análises, um centro de terapias integrativas e complementares e um centro de referência em saúde para mulheres vítimas de violência doméstica e sexual. As usuárias estão sendo encaminhadas de outras unidades de saúde para consultas nas especialidades de ginecologia, ortopedia e endocrinologia. O agendamento, com data e horário previamente informados, é feito pela Central de Marcação de Consultas e Exames Especializados da Secretaria Municipal de Saúde por meio de ligação telefônica para a residência das mulheres. As consultas estão sendo realizadas das 8 às 12 horas e das 14 às 17 horas. O hospital não
oferece serviços de emergência. A ampliação dos atendimentos ocorrerá de forma gradual, até atingir 16 especialidades e a capacidade total de oferta de serviços e procedimentos. Já foram montados tomógrafo e mamógrafo, dois aparelhos de ultrassonografia, um aparelho de raios X, uma esteira ergométrica, um aparelho de mapa e um de holter de pressão arterial, um aparelho de eletroneuromiografia, um de eletroencefalografia e outro de eletrocardiografia. O sistema de tomografia computadorizada, em espiral para corpo inteiro, foi concebido para gerar imagens de ótima qualidade, com a menor exposição possível à radiação. O mamógrafo, um dos mais modernos na tecnologia da imagem em mamografia, com apenas três modelos em todo o Brasil na rede pública, realiza o exame de mamografia digital 3D tomossíntese, uma nova modalidade de exame aplicada à mama, que adquire imagens tridimensionais do tecido mamário. Já o aparelho de eletroneuromiografia, para realização de exame complementar ao exame neurológico, permitindo o estudo do Sistema Nervoso Periférico, é o terceiro existente no serviço público no Ceará. SERVIÇO: Hospital da Mulher fica na Rua Carneiro de Mendonça, 155, no Bairro Jóquei Clube
Médicos do Estado
IDSUS: NOTA DE 5,47 PARA SAÚDE PÚBLICA DO BRASIL
1.Pacujá 2.Barbalha 3.Farias Brito 4.Sobral 5.Aratuba 6.Paraipaba 7.Itaiçaba 8.Cariré 9.Pacoti 10.Carnaubal
6,54 6,47 6,45 6,38 6,30 6,30 6,18 6,13 6,13 6,04
9.784 7.438 2.058 288 em todo o Ceará
Um índice criado pelo governo deu nota de 5,47 para a saúde pública brasileira em uma avaliação que vai de 0 a 10. O Índice de Desempenho do SUS (IDSUS), apresentado este ano pelo Ministério da Saúde, mostra um quadro desastroso. O levantamento aponta que 93,8% dos municípios tiveram nota abaixo da média, estabelecida como 7. A maior parte dos 5.563 dos municípios brasileiros ficou abaixo do regular: 2,4% (132 municípios) tiveram notas variando de 0 a 3,9; 18,3% (1.018) ganharam de 4 a 4,9; 47% (2.616) receberam de 5 a 5,9; 26,1% (1.450) de 6 a 6,9; 6,1% (341) de 7 a 7,9. Apenas seis municípios ficaram com nota acima de 8. São eles: Barueri (SP), Rosana (SP), Arco-Íris (SP), Pinhal (RS), Paulo Bento (RS) e Cássia dos Coqueiros (SP). Das capitais brasileiras, a única que teve considerado desempenho satisfatório foi Vitória, com 7,08. As capitais que têm a pior saúde pública são Maceió, Belém e Rio de Janeiro. As cidades brasileira avaliadas foram unificadas nos grupos com base em três índices: Desenvolvimento Socioeconômico (IDSE), Condições de Saúde (ICS) e Estrutura do Sistema de Saúde do Município (IESSM). Assim, os grupos 1 e 2 são formados por cidades que apresentam melhor infraestrutura e condições de atendimento à população; 3 e 4, pouca estrutura de média e alta complexidade; 5 e 6, não têm estrutura para atendimentos especializados.
Notas dos melhores indicadores do Índice de Desempenho do SUS (IDSUS 2011), por município no Ceará
Ceará
MEDICINA DO CE EM NÚMEROS
vivem na Capital
moram no interior
estão em outros estados
Cursos de Medicina no Ceará IES Uece UFC UFC UFC Unifor Christus Estácio FMJ
Município Fortaleza Fortaleza Cariri Sobral Fortaleza Fortaleza Juazeiro do Norte
Turno D D D D I I M/T
Vagas anuais 40 160 70 70 60 112 100
Acaraú Acopiara Alcântaras Altaneira Alto Santo Amontada Apuiarés Aquiraz Aracati Aracoiaba Ararendá Araripe Aratuba Arneiroz Assaré Aurora Barbalha Barro Baturité Beberibe Bela Cruz Boa Viagem Brejo Santo Camocim Campos Sales Canindé Caririaçu Cariús Caranaubal Cascavel Catarina Caucaia Cedro Chaval
18 15 1 1 1 1 1 8 30 2 1 4 1 3 5 7 95 4 4 2 3 3 73 25 7 9 1 4 2 9 4 33 10 1
Crateús Crato Croata Cruz Erere Eusébio Farias Brito Forquilha Fortaleza Fortim Gado dos Rodrigues Granja Guraciaba do Norte Hidrolândia Ibiapina Ibicuitinga Icapuí Icaraí Icó Iguatu Independência Ipaumirim Ipu Ipueiras Itaiçaba Itapagé Itapipoca Itapíuna Itarema Jaguaribara Jaguaribe Jaguaruana Jardim Jati
44 171 3 2 1 53 2 4 7206 3 2 6 14 2 4 1 4 1 17 76 4 1 13 4 2 8 32 1 2 1 6 1 5 1
Jijoca de Jericoacoara Juazeiro do Norte Jucás Lavras da Mangabeira Limoeiro do Norte Maracanaú Maranguape Marco Massapê Mauriti Meruoca Milagres Milhã Mineirolândia Missão Velha Mombaça Monsenhor Tabosa Morada Nova Mucambo Mundaú Nova Russas Novo Oriente Ocara Orós Pacajus Pacatuba Pacoti Palmacia Paracuru Paraipaba Parambu Pecem Pedra Branca Pereiro
4 384 2 11 35 11 4 1 1 5 1 9 4 1 14 9 1 8 1 1 13 2 1 6 3 2 1 1 6 2 7 1 4 4
Piquet Carneiro Poranga Porteiras Potengi Potiretama Quitterianópolis Quixadá Quixeramobim Quixeré Redenção Reriutaba Russas Saboeiro Santa Quitéria Santana do Acaraú Santana do Cariri São Benedito São Gonçalo do Amarante São João do Jaguaribe Senador Pompeu Sobral Solonópoles Tabuleiro do Norte Tamboril Tauá Tianguá Ubajara Umarim Uruburetama Uruoca Várzea Alegre Viçosa do Ceará
3 1 5 5 1 3 37 12 1 1 1 25 2 7 11 1 18 2 3 10 257 4 5 6 19 21 9 1 1 1 14 6
ESPECIAL CONCAN 2012
MÉDICOS RESIDENTES NOS MUNICÍPIOS DO CE
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INSTITUTO DO CÂNCER
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
Prevenir, diagnosticar e tratar o câncer de forma efetiva, eficiente e humanizada. Esta é a missão do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), criado há mais de seis décadas por dez médicos e um padre com o objetivo de prestar assistência aos doentes de câncer e promover a cancerologia no Ceará. Através da credibilidade da Instituição e da capacidade de aplicar projetos de forma eficiente, o ICC tornou-se a maior instituição de combate e tratamento do câncer no Estado do Ceará.
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1944 - Reunião de um grupo de médicos, objetivando discutir como prestar assistência aos doentes de câncer e promover a cancerologia no Ceará. Nascia aí o Instituto do Câncer do Ceará.
1948 1952 - Fundação da Faculdade de Medicina, representando uma das mais importantes parcerias do Instituto do Câncer do Ceará;
1945 1950 - Instalação de um ambulatório na Santa Casa de Misericórdia, considerada a primeira ação concreta do ICC;
- Concessão de ajuda ao Serviço de Câncer, pela Associação Cearense de Assistência aos Cancerosos;
- Execução de obras na Santa Casa de Misericórdia, para a instalação de um Serviço de Câncer, com 24 leitos e funcionamento garantido pelos médicos do ICC;
1963 - Assinatura de convênio com a Universidade do Ceará e com o Governo do Estado, para mútua prestação de serviços;
Linha do tempo 1965 -Apresentação de proposta, pelo D. Haroldo Juaçaba, para incorporação da Rede Feminina ao ICC;
1979 1968 1970 1977 Modernização do serviço de radioterapia;
- Inauguração do Centro de Radioterapia do ICC;
- Ampliação do Centro de Radioterapia;
- Implantação do Departamento de Prevenção, Diagnóstico e Controle de Câncer;
1985 - Construção do Ambulatório Corina Parente;
1991 - Instalação do Serviço de Endoscopia;
1954 1964 1967 1969 1976 1978 1982 1988 - Lançamento em Fortaleza da Primeira Campanha educativa contra o Câncer; - Oficialização da Rede Feminina do Instituto do Câncer do Ceará;
- Inclusão de verba, no orçamento do Ministério da Saúde, para aquisição de um aparelho de radioterapia profunda, a ser instalado no ICC;
- Autorização da compra de uma bomba de cobalto junto à Siemens, da Alemanha, para o ICC;
- Chegada da Bomba de Cobalto e início das obras do Centro de Radioterapia;
- Criação do Departamento de Física Médica;
- Consolidação do Registro do Câncer;
- Inauguração da Enfermaria Carmen Prudente;
- Início das atividades de Oncologia Clínica (quimioterapia), no ICC;
PIONEIRO NO CEARÁ O Instituto do Câncer do Ceará é uma entidade filantrópica de direito privado e de referência no tratamento, no ensino e na pesquisa em oncologia no Norte e Nordeste do país. Hoje, o ICC é sinônimo de excelência em todas as áreas oncológicas, com reconhecimento nacional e internacional. Mesmo com muitas conquistas e com uma estrutura que o posiciona entre os mais avançados centros de tratamento de câncer no Brasil, a situação atual exige a adoção de fontes alternativas de receita e ações estratégicas.
Dr. Lúcio Alcântara Presidente do Instituto do Câncer do Ceará
Dr. Sérgio Juaçaba Diretor Geral do Instituto do Câncer do Ceará
O INSTITUTO inicial: prestar atendimento aos doentes de câncer e promover a cancerologia no Ceará. Dessa forma, em 25 de novembro de 1944, nascia o Instituto do Câncer do Ceará, o ICC. Dez médicos faziam parte desse grupo: Antônio Jucá, Haroldo Juaçaba, João Batista Saraiva Leão, Waldemar de Alcântara, Jurandir Picanço, Livino Pinheiro, Luiz Gonzaga da Silveira, Newton Gonçalves, Walter Cantídio e Walter Porto. Além do grupo de médicos, também participou da fundação do ICC o padre Arquimedes Bruno, reforçando o ideal filantrópico da Instituição. Com o crescimento do ICC foi inaugurado, em 1999, o Hospital do Câncer, que em 25 de novembro de 2011 mudou de nome, chamando-se agora Hospital Haroldo Juaçaba, proporcionando uma nova dimensão no atendimento aos pacientes. Além dele, o ICC é mantenedor também da Escola Cearense de Oncologia (ECO) e da casa de apoio criada pela Rede Feminina do Instituto do Câncer do Ceará, a Casa Vida.
2009
2006 2004
1995 2001 - Início das obras do Hospital do Câncer;
- Implantação do Serviço de Oncologia Pediátrica;
- Celebração e manutenção de acordo com instituições internacionais - IPATIMUP e Wayne State University, para desenvolvimento de ações ligadas à cancerologia;
- Implantação da Escola Cearense de Oncologia - ECO, respaldada na autorização do Ministério da Educação; - Ampliação da área do serviço de radioterapia, com a construção de um “bunker”; - Expansão da área física do laboratório de Anatomia Patológica e Imunohistoquímica; - Cadastramento do Hospital do Câncer, para acesso ao portal de periódicos de CAPES; - Criação do Serviço de Cuidados Paliativos, agregando Clínica da Dor e Home Care; - Expansão da capacidade de leitos destinado aos pacientes do Sistema ùnico de Saúde; - Adaptação do laboratório de Anatomia, Patologia e Imunohistoquímica, para receber o Banco de Tumores;
1994 1999 2003 2005 - Criação do Registro Hospitalar de Câncer;
- Inauguração do Hospital do Câncer do Ceará;
- Realização do primeiro tratamento conformacional, propiciando menor risco e maiores chances de cura para o paciente;
- Inauguração do Prédio anexo ao Hospital do Câncer; - Incorporação de um novo tomógrafo ao acervo do setor de imagem do Hospital do Câncer; - Entrada em funcionamento do Bazar / Café Casa Vida; - Realização de seminários internacionais, em parceria com Mayo Clinic e com o Karmanos Cancer Center;
2008 - Agregação de novos programas à Residência Médica do ICC;
- Lançamento da nova logomarca do ICC; - Início da construção do novo prédio da CASA VIDA; - Comemorações dos 65 anos do ICC, com lançamento do livro “Resgate da Memória Institucional” e aposição de novos nomes no Memorial Benfeitores do ICC;
2011 - O HCC promove a 12ª edição do Simpósio Internacional do Hospital do Câncer e ganha um novo acelerador linear. - O Serviço de Enfermagem do HCC, cria o Programa de Gerenciamento de Riscos; - O ICC recebe, do SENAC, uma placa destacando as boas práticas de manipulação de alimentos, levadas a efeito pelo Serviço de Nutrição do Hospital do Câncer; - O Diretor do ICC Sérgio Ferreira Juaçaba toma posse na Academia Cearense de Medicina, ocupando a cadeira n° 56, patroneada por seu genitor, Haroldo Juaçaba; - O Hospital do Câncer do Ceará oferece uma nova técnica, para tratamento do câncer urológico; - O ICC firma parceria com a Santa Casa de Misericórdia de Sobral; - O ICC promove a sétima edição da Feira Solidária.
2010 - Recebe o certificado de “Hospital Acreditado Nível I”, emitido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA); - O Hospital do Câncer toma a iniciativa de criar uma central de entrega, em domicilio; - É lançada no Hospital do Câncer o Time de Resposta Rápida; - Sai o primeiro número da revista Conexão ICC; - O serviço de Oncologia Pediátrica do HCC, é pioneiro no Ceará ao realizar a cirurgia pediátrica oncológica minimamente invasiva; - ICC promove o II Ciclo de Palestras para pacientes. - A Farmácia do HCC tem ampliada a sua área de atuação. - ICC firma parceria com o Centro de Cancerologia (Cancéropôle) de Toulose, na França;
ESPECIAL CONCAN 2012
A história do câncer no Brasil tem inicio em 1921, após a Reforma Carlos Chagas que incentivou, através de organismos oficiais, o estabelecimento de estatísticas sobre o câncer, criando o Departamento Nacional de Câncer. Na época era recomendado que os atestados de óbito fossem fornecidos em impressos apropriados, com quesitos sobre a doença. Também era incentivada a notificação dos casos, e não apenas dos óbitos. Em 1944, visando realizar um levantamento da morbidade e mortalidade por câncer, em todo o território nacional, o Decreto-Lei 15.971, de 04 de julho daquele ano, criou o Serviço Nacional do Câncer, que tinha como uma de suas atribuições cooperar com o Serviço Federal de Bio-Estatítica. No Ceará, a criação do Serviço Nacional do Câncer repercutiu rapidamente dentro da classe médica, que já testemunhava o assustador aumento de casos da doença, principalmente entre as pessoas mais carentes, que não tinham condições de pagar tratamentos particulares. Ciente de suas obrigações para com o bem-estar da sociedade e preocupado com o alarmante crescimento do câncer, no Estado, um grupo de médicos reuniu-se com um objetivo
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Empreendedorismo REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS 36
Comenda Edson Queiroz para Deusmar Queirós
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rancisco Deusmar de Queirós, presidente da maior rede de farmácias do Brasil, a Pague Menos, foi escolhido pelo Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza- Sindilojas para receber este ano a Comenda Edson Queiroz, a maior honraria concedida pelo sindicato. A escolha por unanimidade foi feita pela diretoria do Sindilojas, composta por 23 membros e levou em conta o empreendedorismo e o planejamento estratégico do empresário Deusmar Queirós. Deusmar está entre os 30 cearenses mais influentes do Ceará. Nasceu em Amontoada, no interior do Estado, e aos oito anos de idade já trabalhava para ajudar a família. Francisco Deusmar de Queirós percorreu uma longa trajetória, se formando em Ciências Econômicas e Administrativas pela Universidade Federal do Ceará, ingressando no ano seguinte como professor da Universidade de Fortaleza e coordenador do curso de Economia. Três anos após sair da universidade, esteve à frente das operações para montar a Bolsa de Valores do Ceará, em 1976, tida como a maior em extensão geográfica. Com especialização de alto nível na Bolsa de Valores de Nova York na Graduate School of Business Administration e curso na University of Central Florida, Deusmar voltou ao Brasil para abrir, em Fortaleza no ano de 1981, o que se tornaria a maior rede de farmácias do País, com mais de 550 lojas e única com presença em todos os estados. O empresário, de 65 anos, criou também a Fundação Deusmar Queirós, com o intuito de desenvolver projetos sociais em benefício de comunidades, fomentando inclusive a pesquisa.
“Vejo o meu trabalho como uma fonte de geração de renda, para mim e para a sociedade. Esse é o meu desejo maior, crescer para ajudar mais e mais pessoas”. Deusmar Queirós
ALGUNS PRÊMIOS RECEBIDOS: •1º Prêmio Alshop Lojista Norte & Nordeste •Anuário Época Negócios 360° •Prêmio Melhores dos Maiores do Comércio (SP) •Deusmar Queirós eleito o Empreendedor do Ano 2012 pela Ernest & Young •Prêmio Contribuintes 2009 e 2010 - SEFAZ - CE(já recebeu o mesmo prêmio em vários outros Estados,
www.ems.com.br
como Piauí, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe) • 1000 maiores empresas do Brasil - Revista EXAME • Pague Menos recebe dois prêmios da ADBV - PE • Maiores Contribuintes de Alagoas • Prêmio Mérito Lojista na categoria Destaque Excelência Comercia- CDL-CE
A EMS PHARMA PARABENIZA O SINDILOJAS PELA ESCOLHA A DEUSMAR QUEIRÓS PELA BRAVURA E EMPREENDEDORISMO
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DIAGnÓsTIco Tecnologia do fotos diVUlGAÇÃo
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DIAGnÓs e
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de diagnósticos por imagens e realizando tratamento de câncer de tireóide
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Ressonância magnética a 1,5 Tesla
Re
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Câncer de mama 40
CÂNCER DE MAMA
O medo do diagnóstico
Para 50% das brasileiras, o temor de ser diagnosticada com câncer de mama é o principal motivo para evitar a mamografia. Esta é uma das conclusões de estudo inédito realizado no País, que mostra ainda como as mulheres lidam com a doença
M
etade das mulheres brasileiras não faz mamografia por medo de descobrir que estão com alguma doença, principalmente câncer. Outras 21% evitam o exame por vergonha. No Nordeste, este número sobe para 31%. Estas são algumas das conclusões do estudo Percepções sobre o Câncer de Mama, realizado pelo Instituto Avon/ DataPopular e divulgado esta semana em Recife (PE). O curioso é que o receio em realizar a mamografia persiste mesmo com 85% delas acreditando que câncer de mama têm cura e 93% afirmando que a detecção precoce significa mais chance de ter um tratamento bem-sucedido (veja gráficos nesta página). A explicação para este comportamento aparentemente contraditório está em outros dados da pesquisa. Segundo o levantamento, duas em cada dez mulheres consideram o diagnóstico de câncer de mama uma sentença de morte. E 27% das entrevistadas declararam achar que “não suportariam o ‘baque’ de receber um diagnóstico desta doença”. Para 60% delas, o câncer é a pior doença que alguém pode ter. Além disso, três em cada dez brasileiras acham que não estão sujeitas a ter câncer de mama (neste grupo, 56,2% acreditam que a doença tem caráter hereditário). Entre as nordestinas este índice chega a quatro em cada dez mulheres. PERCEPÇÃO DE CAUSA Aliás, a hereditariedade é apontada por 85% das entrevistadas que nunca tiveram câncer de mama como a principal causa da doença. Em segundo lugar neste ranking, aparecem os fatores emocionais (estresse, tristeza, mágoas, rancor), com 45%. “Quando fizemos a sondagem sobre a percepção de causas de câncer de mama entre as mulheres que estão se tratando da doença temos uma mudança
considerável”, pondera o sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles. Esta mudança é ascensão para os primeiros lugares dos fatores emocionais como principais causas: Tristeza, depressão e mágoas (54%); Estresse (48%) e Rancor, ressentimento e angústia (43%). “Isso mostra que as mulheres se sentem culpada de ter câncer de mama e nos serve de alerta”, analisa Meirelles. “Ou se trata com leveza e naturalidade este tema ou corremos o risco de não ter diagnósticos precoces com medo de se culpar. Quanto mais pesado este tema permanecer, mais afastamos da sociedade brasileira a discussão necessária sobre o assunto”. O jornalista viajou a convite do Instituto Avon ENTENDA A NOTÍCIA A pesquisa Percepções sobre o Cãncer de Mama aponta que 56% das mulheres que se curaram da doença se consideram vencedoras e 17% delas acham que “estão mais fortes para lidar com novas situações”.
93% das mulheres com cãncer de mama acham que avisar a família é a primeira opção após diagnóstico e 79% falaram assim que souberam As mulheres continuam apontando a hereditariedade como o principal fator. Em seguida, fatores emocionais: estresse/tristeza/mágoas/rancor
Fatores que podem causar câncer de mama 85%
Hereditariedade Fatores emocionais estresse/tristeza/ mágoas/rancor Pancadas na região do seio Má alimentação
54% 52% 35%
mulheres não acham que podem ter câncer de mama
consideram o diagnóstico de câncer uma setença de morte. 1/4 não aguentaria passar pelo diagnóstico
“O diagnóstico de câncer de mamaé praticamente uma sentença de morte”
68%
Discordam totalmente ou em parte
NS/NR
Outros
6%
9%
Tristeza, depressão, mágoas
“Eu acho que não suportaria o ‘baque’ de receber um diagnóstico de câncer de mama”
65%
27%
Discordam totalmente ou em parte
Concordam totalmente ou em parte
8%
20%
Não concordam, nem discordam
Concordam totalmente ou em parte
Não concordam, nem discordam
94%
dizem que suas prioridades mudaram após o diagnóstico de câncer de mama
hábitos que a familía mudou 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
38% Família 31% Trabalho 15% Saúde dos filhos 9% Cuidar da própria saúde 3% Qualidade de vida 3% Estudos dos filhos 1% Casa 0,2% Estudo
Estresse Rancor, sentimento, angústia É genético Má alimentação Sedentarismo Fumo Consumo de bebidas alcoólicas Pancada na região do seio Menopausa tardia Amamentação Uso de desodorante antitranspirante Não há uma causa principal
54% 48% 43% 37% 35% 31% 23% 14% 8% 7% 1% 0,2% 31%
78%
Para , a primeira preocupação ao receberem o diagnóstico foi a família
12%
Prioridades Antes do diagnóstico
Mulheres que têm/ tiveram câncer de mama consideram os fatores emocionais principal causa
Depois do diagnóstico 67% Cuidar da própria saúde 14% Família 12% Qualidade de vida 5% Saúde dos filhos 1% Casa 0,3% Trabalho 0,3% Estudo dos filhos 0% Estudo
Base: 240 mulheres que têm/tiveram câncer de mama
Pesquisa divulgada no Jornal O Povo do dia 28 de setembro pelo jornalista Émerson Maranhão emerson@opovo.com.br
Sensação quando soube do diagnóstico 78%
Fiquei preocupada com minha família Não acreditei que aquilo estivesse acontecendo comigo Me apoiei na minha religião Pensei que iria morrer Pensei que iria perder a mama Fiquei com raiva Entrei em depressão Fiquei com medo do que as pessoas iriram pensar Outros
55% 52% 48% 22% 8% 7% 4% 24%
ESPECIAL CONCAN 2012
2 em cada 10 mulheres
3% Comodismo/ Preguiça
5% 4% Não têm histórico de CM na família
5%
Falta de tempo
7%
Falta de interesse na saúde
12% O exame dói
Medo de descobrir alguma doença
Vergonha
21%
Falta de necessidade
50%
Câncer de mama
Medo de descobrir a doença: principal razão para não fazer mamografia Percepção sobre por que algumas mulheres não fazem a mamografia 3 em cada 10
41
U
m estudo publicado no dia 23 de setembro no site da revista Nature reclassifica o câncer de mama em quatro classes principais. Dentro da nova classificação, os pesquisadores encontraram mutações genéticas que podem aproximar o câncer de mama com outros tipos de câncer, como o de ovário. O achado revela uma nova maneira de ver o câncer, que pode passar a ser definido não apenas pelo órgão que ele afeta. Essas descobertas deverão levar a novos tratamentos com drogas já aprovadas para os casos de câncer em outras partes do corpo, além de novos tratamentos mais precisos no combate a anomalias genéticas que hoje não têm tratamento. O estudo é a primeira análise genética ampla do câncer de mama, que mata 35 mil mulheres ao ano nos Estados Unidos e quase 12 mil no Brasil. “É a indicação do caminho para uma cura do câncer no futuro”, disse Matthew Ellis, da Universidade de Washington, um dos envolvidos na pesquisa. A pesquisa é parte de um amplo projeto federal americano, o Atlas do Genoma do Câncer, destinado a criar mapas de mudanças genéticas em cânceres comuns. O levantamento sobre o câncer de mama foi baseado numa análise de tumores em 825 pacientes. A investigação identificou pelo menos 40 alterações genéticas que podem ser atacadas por
medicamentos. Muitos já foram desenvolvidos para outros tipos de câncer que têm as mesmas mutações. “Nós agora temos uma boa perspectiva do que está errado no câncer de mama”, disse Joe Gray, especialista em genética na Universidade de Ciência e Saúde do Oregon, que não participou do estudo. A nova classificação divide o câncer de mama nas seguintes classes: HER2 amplificado, Luminal A, Luminal B e basal. Essa divisão foi feita com base em dados antes não disponíveis, que identificaram novos caminhos de atuação do tumor, possibilitando aos pesquisadores novos alvos para combater a doença. A maior surpresa do estudo envolveu um tipo de câncer atualmente conhecido como triplo negativo, mais frequente em mulheres mais jovens, em negras e em mulheres com genes cancerígenos BRCA1 e BRCA2. Segundo os pesquisadores, os distúrbios genéticos tornam esse tipo de câncer mais similar ao do ovário do que outros cânceres de mama. Suas células também se assemelham às células escamosas do câncer de pulmão. O estudo dá uma razão biológica para se tentar os tratamentos de rotina para câncer de ovário neste tipo de câncer de mama. E uma classe comum de drogas usadas no câncer de mama, das antraciclinas, podem ser descartadas, já que não ajudaram muito no câncer ovariano.
FALTAM UNIDADES PARA REALIZAR BIÓPSIAS NO CE
Apesar do crescimento no número de mamografias no Ceará, ficando atrás apenas do Acidente Vascular de 33% em todo o Estado, entre o primeiro semestre Cerebral (AVC). Em cada oito mulheres, uma de 2011 e igual período de 2012, ainda há desafios desenvolve a patologia, como aponta o médico. a serem enfrentados na luta contra o câncer de Entre os tipos de cânceres, o de mama é o que mama. O mais importante deles é provoca mais mortes e é o mais que no Ceará faltam unidades de comum de todos. Em 2010, Em 2010, 492 mulheres saúde que realizem a biópsia guiada, 492 mulheres morreram em procedimento adicional que ajuda morreram em consequência da consequência da doença, 99 no esclarecimento e determinação doença, 99 delas na faixa etária delas na faixa etária de 40 a 49 de benignidade/malignidade das de 40 a 49 anos; 108, de 50 a 59 anos; 108, de 50 a 59 anos; e lesões. O exame é fundamental para o anos; e 93, de 60 a 69 anos. A 93, de 60 a 69 anos. A taxa de taxa de mortalidade por câncer mortalidade por câncer de mama diagnóstico do câncer de mama. No interior do Estado, a espera de mama naquele ano ficou em naquele ano ficou em 11,36 por para realizar a biópsia é de quatro a 11,36 por 100 mil habitantes. 100 mil habitantes. seis meses, como informa o presidente O diagnóstico precoce é da Sociedade Brasileira de Mastologia essencial para a cura da doença. Regional Ceará e chefe da mastologia do Hospital do Quando o câncer é detectado em estágio inicial, com Câncer, Antônio de Pádua Carneiro. até dois centímetros, a chance de total recuperação é A doença já se tornou um problema de saúde de mais de 90%. “Assim, é possível preservar a mama”, pública. É a segunda causa de morte de mulheres pontua Antônio de Pádua.
Matéria extraida do jornal O Estado de S.Paulo do dia 24/09/2012
Câncer de mama REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS 42
4 TIPOS DE CÂNCER DE MAMA
A
mulher possui características somente suas, dentre elas estão a gestação e a amamentação. Por essas e outras peculiaridades, elas recebem atenção especial de várias áreas, principalmente
da saúde. A prevenção e o combate de certas doenças, especialmente o câncer, é luta constante de todos. Hoje, os principais carcinomas que atingem e vitimam as mulheres são na mama, colo e corpo do útero e ovário. Para se ter uma ideia, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, em 2012, 6.670 novas mulheres cearenses tenham a doença até o ano que vem. Apesar de o câncer de mama ser o que mais as acomete, o de colo de útero é o mais preocupante para a comunidade médica. O oncoginecologista do Hospital Haroldo Juaçaba, Marnewton Pinheiro, explica que as baixas condições socioculturais e econômicas são os principais motivos da incidência. Além disso, o médico acrescenta que esse tipo de carcinoma está extremamente ligado aos
vírus do papiloma humano (HPV). “É um câncer sexualmente transmissível, e fácil de se prevenir usando camisinha. Fora isso temos, hoje, a vacina contra o HPV, que é 100% eficiente, mas que ainda não está disponível no calendário do Governo. Por isso a necessidade de programas mais consistentes e duradouros, em vez de campanhas pontuais”, destaca. Fora o trabalho de conscientização da população, o médico aponta também a necessidade de desburocratizar o atendimento na rede de saúde pública como forma de dar celeridade ao tratamento. “A paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) demora, em média, seis meses para chegar até o atendimento especializado. Ou seja, da chegada dela ao atendimento primário até conseguir ser tratada por nós é uma eternidade, o que compromete o tratamento. São muitos os entraves. A dificuldade para ser atendida, a burocracia para ser encaminhada e a ausência de médicos no Interior são fatores que resultam nessa lentidão”, diz Pinheiro.
Câncer de mama
ATÉ 2013 MAIS DE 6 MIL MULHERES TERÃO CÂNCER
Segundo especialistas as células tumorais em uma amostra de sangue, quando analisadas na etapa inicial da doença, permitem prognosticar acertadamente as probabilidades de sobrevivência da paciente, destacaram cientistas no jornal The Lancet Oncology. Esta descoberta pode ajudar a identificar rapidamente as pacientes para as quais seria benéfico receber um tratamento adicional como a quimioterapia. Quantas mais CTSs encontrarem, maior será o risco de morte. Em geral, não se costuma fazer exames de sangue de CTC, já que em geral os tumores cancerosos se disseminem através do sistema linfático. (AFP) PESQUISA: Diário do Nordeste
ESPECIAL CONCAN 2012
EXAME DE SANGUE PODE SALVAR VIDA DE PACIENTES
43
Câncer de mama
AVANÇO NO DIAGNÓSTICO
P
ara vencer o inimigo é preciso conhecê-lo, saber onde ele se esconde. E, em se tratando de câncer de mama, o mal pode estar restrito ao seio (é o que a medicina chama de crescimento local) ou se desenvolver também na axila (crescimento locorregional) e ir além, alojando-se em ossos, pulmões, fígado e até cérebro (metástase à distância). Pesquisa do Grupo de Educação e Estudos Oncológicos da Universidade Federal do Ceará (Geeon-UFC) segue os passos do câncer de mama e descobre um caminho que avança no diagnóstico. Em fase de testes com seres humanos, o estudo já contribui para o tratamento da doença que mata 35% dos pacientes com câncer de mama tratados no Hospital das Clínicas (HC). A pesquisa do Geeon-UFC rastreia o linfonodo sentinela, espécie de gânglio linfático - imagine um canal de passagem para a primeira metástase. Para alcançá-lo a tempo de menos mutilações, antes que as células cancerígenas sigam para a axila, corantes e substâncias radioativas são comumente usados na identificação do linfonodo. Na contramão dessa investigação do gânglio podem acontecer reações alérgicas, “inclusive, fatais”, e se ter um custo “muito alto, em torno de R$ 800 (exame)”, pondera o médico Luiz Gonzaga Porto Pinheiro, presidente do Geeon-UFC. Em par com o médico Paulo Henrique Diógenes Vasques, Porto coordena o estudo que descobriu
um meio mais seguro e barato de investigar o linfonodo sentinela. Utilizando um derivado do sangue da própria paciente, os especialistas perceberam que o linfonodo sentinela é marcado da mesma maneira de quando se usam os corantes ou radioativos. A conclusão veio com a repetição do método em 30 cadelas, durante 18 meses (entre 2010 e 2011). Foi o primeiro estágio da pesquisa, já reconhecido em publicações internacionais – a exemplo do site norte-americano Tree of Medicine (www.treeofmedicine.com).
SAIBA MAIS Nódulos nos seios podem ser percebidos pelo exame do toque (ou autoexame). O melhor período para o autoexame é uma semana após a menstruação. Exame clínico, mamografia e ultrassonografia, realizados pelo médico, dão diagnósticos mais precisos do câncer de mama. A periodicidade varia de seis meses a um ano, considerando-se os fatores de risco. O médico Luiz Porto, uma das referências na área de mastologia, lembra os fatores de risco do câncer de mama: idade (a partir de 50 anos, toda mulher é do grupo de risco), história familiar (ter parentes em primeiro grau com a doença), não ter filhos ou tê-los depois dos 30 anos, não amamentar, tomar hormônios (reposição hormonal) ou anticoncepcional de forma abusiva (sem orientação médica e por mais de cinco anos), obesidade, sedentarismo e álcool em excesso. PESQUISA: O Povo
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•Faça mamografias de rotina: Todos os anos, a partir dos 40 anos de idade.
•Comece a fazer o auto-exame nas mamas a partir dos 20 anos de idade. •Solicite um exame clínico ao seu médico: A cada três anos, dos 20 aos 39 anos de idade. Todos os anos, a partir dos 40 anos de idade.
A punção e a biópsia de mama são procedimentos ambulatoriais, realizados na clínica, com o objetivo de esclarecer a natureza de uma lesão visualizada na mamografia ou ultra-som. A classificação internacional do BI-RADS®, que acompanha toda mamografia, recomenda que uma imagem visualizada através da mamografia e/ ou ultrassom, que seja de natureza provavelmente sólida, deve ser investigada com a punção ou biópsia para a confirmação ou não de benignidade. Por isso, estes procedimentos estão cada vez mais frequentes hoje em dia. As punções e biópsias, hoje, são um complemento no diagnóstico de uma imagem visualizada na mamografia e/ou ultrassom. PUNÇÃO DE MAMA (CITO-PUNÇÃO OU PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA-PAAF) A punção de mama é um procedimento realizado para obter material (neste caso células) de uma lesão na mama. A punção consiste em aspirar o material, por meio de uma agulha fina (do mesmo tipo utilizado para coleta de sangue nos exames laboratoriais). A agulha é acoplada numa seringa de 20ml, a qual está encaixada num aparelho específico através do qual o médico irá aspirar o material. BIÓPSIA DE MAMA POR AGULHA GROSSA (COREBIOPSY OU PUNÇÃO POR AGULHA GROSSA) A biópsia de mama é um procedimento realizado para se obter material (neste caso tecido) de uma lesão na mama. A biópsia consiste em se obter fragmentos de uma lesão através de uma agulha grossa (com uma espessura de cerca de 2-3 milímetros). Esta agulha é acoplada em um aparelho chamado “pistola”, através do qual o médico coletará os fragmentos. No caso de biópsia de microcalcificações, os fragmentos devem ser radiografados e, se necessário, pode-se coletar mais fragmentos. A compressão, o curativo e as restrições pós-biópsias são as mesmas descritas no procedimento acima. O material obtido pela biópsia é fixado em formol e enviado ao laboratório de anatomia patológica, para ser analisado pelo médico patologista, que dará o resultado anátomopatológico da lesão.
ESPECIAL CONCAN 2012
A mamografia é um exame de diagnóstico por imagem, que tem como finalidade estudar a glândula mamaria. Esse tipo de exame pode detectar um nódulo, mesmo que este ainda não seja palpável. A mamografia é o principal exame para diagnóstico precoce do câncer de mama. Quando realizada dentro dos padrões ideais de qualidade é capaz de reduzir a mortalidade por esta patologia em torno de 30 a 50%. A partir dos 40 anos de idade é recomendada a mamografia anual. Dependendo de seus fatores de risco (por exemplo, se fuma ou se sua família tem antecedentes de câncer no seio). O exame é feito através de um técnico treinado em mamografia realizando o exame com um equipamento especialmente projetado para isso (um médico especializado em radiologia interpreta o exame). O procedimento produzirá uma compressão, por alguns segundos, em cada mama, em algumas posições diferentes. O exame completo geralmente leva apenas 15 minutos. Normalmente, o técnico tirará duas ou mais radiografias de cada mama depois que a mesma tenha sido ligeiramente comprimida até ficar com uma espessura mais uniforme.
Câncer de mama
UM GUIA PUNÇÕES E BIÓPSIA FEMININO PARA ESCLARECEM A MAMOGRAFIA ORIGEM DA LESÃO
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Câncer de mama
DR PORTO:
EXEMPLO DE DEDICAÇÃO À PESQUISA NA ONCOLOGIA GEEON é o Grupo de Educação e Estudos Oncológicos, Extensão do Departamento de Cirurgia, da Universidade Federal do Ceará. O GEEON é uma iniciativa do médico oncologista Prof. Dr. Luiz Porto da Universidade Federal do Ceará, fundado oficialmente como projeto de extensão universitária em 21/08/1992, contando com 12 integrantes - acadêmicos de medicina - na tentativa de implementar ações efetivas na prevenção e controle do câncer. É também uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP - sem fins lucrativos, tendo sido reconhecido como Utilidade Pública pela Assembléia Legislativa do Estado do Ceará no ano de 2002. O Grupo é um projeto acadêmico comprometido com a prevenção e controle do câncer, bem como com a conscientização do estudante e da comunidade-alvo. Suas atividades incluem: Curso Básico de Oncologia anual para acadêmicos e profissionais da área da saúde, suporte da Cadeira de Oncologia da Faculdade de Medicina da UFC, manutenção de serviço de mamografia com mamógrafo próprio, promoção e realização de pesquisas na área de Oncologia, com destaque na área de Mastologia, recebendo o prêmio Prof. Haroldo Juaçaba na 11º Jornada Anual de Cirurgia do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFC, pela pesquisa “Identificação cirúrgica das estações de Drenagem (Linfonodo Sentinela) da mama em cadelas. Atualmente também promove cursos de Especialização em Mastologia para médicos da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, financiado pelo INCA. Além disso, desenvolve atividades como: campanhas pontuais, palestras educativas a empresas e escolas públicas e privadas realizadas pelos acadêmicos do projeto e elaboração e fornecimento gratuito de material informativo. Acesse: http://geeon.ufc.br/
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
QUEM É
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Médico Luiz Gonzaga Porto Pinheiro é um Iracemense nascido no Sítio Santo Antônio, próximo aos Barreiros. Concluiu os estudos em Fortaleza especializando-se em cirurgia, cancerologia e mastologia, sendo professor titular da Faculdade de Medicina, presidente do Geeon além coordenador do controle do câncer de mama da Secretaria de Saúde do estado do Ceará. Seus estudos relacionados ao câncer de mama são altamente reconhecidos sobretudo na área de pesquisa. Sua entrevista foi bastante esclarecedora discorrendo dentre outros temas sobre o Projeto Iracema que ele implantou em Fortaleza e em Iracema, graças ao seu apoio e estimulo. De inicio funcionando no Hospital Maria Roque e depois com a reforma do Centro Saúde Francisco Pinheiro de Souza (SESP) foi instalado um consultório de ginecologia, com atendimento diário no período da manhã. Com isso são realizadas além das consultas em ginecologia e mastologia, pequenos procedimentos visando o diagnóstico precoce do câncer de mama. As mulheres acima de quarenta anos são encaminhadas para mamografia em Limoeiro do Norte em transporteda Secretaria de Saúde.
O médico Luiz Porto, uma das referências na área de mastologia, lembra os fatores de risco do câncer de mama: idade (a partir de 50 anos, toda mulher é do grupo de risco), história familiar (ter parentes em primeiro grau com a doença), não ter filhos ou tê-los depois dos 30 anos, não amamentar, tomar hormônios (reposição hormonal) ou anticoncepcional de forma abusiva (sem orientação médica e por mais de cinco anos), obesidade, sedentarismo e álcool em excesso.
- Presidente do GEEON - Mestre pela Universidade Federal Fluminense. - Doutor em Cirurgia pela Universidade Federal de Pernambuco. - Prof. Doutor Adjunto do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. - Coordenador da Cadeira de Oncologia da Fac. de Medicina da UFC . - Coordenador do Grupo de Educação e Estudos Oncológicos do Dep. de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFC.
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Clínica de Quimioterapia
OncoClinic A Clínica tem credenciamento com os seguintes planos de saúde: CAFAZ, CAMED, CASSI, CORREIOS, GEAP, SULAMÉRICA E UNIMED.
A Oncoclinic é uma das mais renomadas clínicas de oncologia do Ceará. Inaugurada em 1996, é hoje uma referência no Estado, contando com profissionais qualificados e equipamentos de última geração para a prevenção, diagnósticos e tratamento de neoplasias, além do constante investimento em projetos de ensino e pesquisa clínica. Na Oncoclinic os pacientes contam com uma equipe multidisciplinar integrada que visa informar e orientar pacientes e familiares antes, durante e após o tratamento realizado. À sua frente estão dois dos mais capacitados especialistas em Oncologia: a Dra. Célia Nogueira Barreira e o Dr. Victor Hugo Medeiros Alencar, além de equipe altamente gabaritada nas áreas de Oncologia, Hematologia, Clínica da dor, Cirurgia Geral, Pneumologia e Psico-Oncologia. A Oncoclinic prima pelo excelente padrão de atendimento, com instalações modernas, áreas classificadas seguras e confortáveis, manipulação exclusiva em sala limpa, com projeto assinado pelo Arquiteto André Luiz Evangelho Lopes (especialista em projetos hospitalares do Rio de Janeiro), auditório para eventos científicos, reciclagem de profissionais e educação continuada. A Oncoclinic está localizada em um espaço privilegiado,
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ma pesquisa realizada nos Estados Unidos com participação brasileira identificou as alterações epigenéticas que são essenciais para a sobrevivência de células cancerosas. O estudo demonstrou experimentalmente que as células tumorais morrem quando são reativados os genes que haviam sido “desligados” pela anomalia epigenética. Epigenética é a informação genômica que não faz parte da sequência do DNA. Em geral, as células cancerosas apresentam padrões anômalos de metilação do DNA. A metilação é o principal mecanismo epigenético, no qual um grupo metil é transferido para algumas bases de citosina do DNA. Padrões aberrantes de metilação podem levar as células cancerosas a uma transformação maligna. O trabalho teve seus resultados publicados na revista Cancer Cell. O primeiro autor do artigo, Daniel Diniz de Carvalho, realiza pós-doutorado no Departamento de Urologia, Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade do Sul da Califórnia (Estados Unidos). Graduado em medicina veterinária pela Universidade de Brasília (UnB), Carvalho concluiu em 2009 doutorado, no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), na área de imunologia. Trabalhos anteriores de Carvalho já haviam gerado resultados importantes, publicados nas revistas Oncogene , do grupo Nature, e PLoS Genetics. O cientista acaba de ser contratado pela Universidade de Toronto (Canadá), onde coordenará seu próprio laboratório no Instituto de Câncer de Ontário, da mesma
instituição. Segundo Carvalho, o principal objetivo de sua linha de pesquisa, que terá continuidade no Canadá, é contribuir para o desenvolvimento de uma nova geração de terapias epigenéticas. “Há terapias epigenéticas sendo usadas clinicamente, mas elas mudam todo o padrão do DNA, ativando não apenas os genes que impedem a sobrevivência do tumor, mas também vários outros que não deveriam ser ativados. Por serem inespecíficas, são terapias de alto risco. Neste estudo, identificamos alvos importantes para o futuro desenvolvimento de uma segunda geração, mais eficiente, de terapias epigenéticas”, disse. Todas as células do organismo possuem a mesma informação genética. O que garante a diferenciação entre elas, possibilitando a formação de vários tecidos, é o fato de determinados genes estarem ligados ou desligados. Essa regulagem é feita por mecanismos epigenéticos, com a metilação de DNA e alterações na cromatina. “Quando esse mecanismo é desfigurado por uma alteração epigenética, podem surgir várias doenças, em especial o câncer. Quando essa alteração leva a célula a se tornar um tumor, ela perde ainda mais o controle do mecanismo de regulação. A célula começa então a acumular outras mutações que não têm importância nenhuma na gênese do tumor”, explicou. Distinguir as alterações epigenéticas importantes – que garantem a sobrevivência do tumor – das alterações causadas pela própria presença do tumor é um grande problema para a ciência. “Com as novas técnicas de sequenciamento disponíveis, mapeamos todas as alterações genéticas e epigenéticas. Mas como só analisamos a célula tumoral no fim do processo, não sabemos quais alterações são a causa e quais são consequências”, disse Carvalho.
O artigo DNA Methylation Screening Identifies Driver Epigenetic Events of Cancer Cell Survival, de Daniel Diniz de Carvalho e outros, pode ser lido por assinantes da Cancer Cell
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em www.cell.com/cancer-cell.
GENES FUNDAMENTAIS Identificar as alterações epigenéticas essenciais para a sobrevivência do tumor é fundamental para identificar alvos terapêuticos adequados, segundo o pesquisador Daniel Diniz de Carvalho. Para identificar essas alterações, os cientistas analisaram uma célula tumoral com grande quantidade de metilação aberrante e, gradualmente, reduziram os níveis de enzimas que produzem a metilação no DNA. “Reduzindo a disponibilidade de metilação. Até certo momento a célula cancerosa sobrevivia. Depois de certo nível de redução, a célula não sobrevivia e sabíamos que os últimos genes metilados eram essenciais para a sobrevivência do tumor”, disse Carvalho. Em seguida, os cientistas mapearam o genoma e descobriram onde se localizavam os genes fundamentais. Verificaram que os genes fundamentais estavam sempre metilados e inativos em células tumorais.
PESQUISA: O Povo
Pesquisa REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
DESCOBERTO MECANISMO QUE MANTÉM VIVA CÉLULA
S
ilenciosa e, muitas vezes, assintomática. É assim a maior parte das doenças relacionadas à tireoide. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é que, nos anos de 2012 e 2013, ocorra um total de 401 novos casos de câncer apenas em mulheres no Estado do Ceará. A empresária Tâmara de Araújo Silveira, 47 anos, tem hipotireoidismo disfunção tireoideana mais frequente - onde há um ganho discreto de peso e o organismo, de forma geral, fica mais lento. Ela conta que, há três anos, foi para uma consulta de rotina ao ginecologista, e este pediu uma ultrassonografia da tireoide. “Foi quando detectaram um nódulo sólido, mas benigno. Logo comecei a ser atendida por um endocrinologista, e ele foi acompanhando as minhas taxas de hormônio TSH, que, a princípio, davam normais, mas, depois, foram apresentando déficit. Desde então, estou em tratamento”, relatou Tâmara. Assim como a empresária, existem muitos outros pacientes que não sentem nada, mas possuem alguma doença da tireoide. A presidente da Sociedade Brasileira
de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) / Regional Ceará, Cristina Façanha, explica que a incidência vem aumentado a cada ano e que, por isso, é necessário alertar tanto a comunidade médica quanto a população da importância de ficar atento a essa questão. “Nódulos na tireoide são bastante comuns e, felizmente, a maioria, entre 90% e 95%, é benigna. Apesar de comuns, apenas 5% do total de nódulos é maligno”, explica. Ela informou, ainda, que fatores ambientais, conteúdo de iodo na dieta, obesidade, exposição a radiações, inclusive aquelas utilizadas em exames de diagnóstico ou para certos tipos de tratamentos, estão associadas a esse aumento. “Ele é mais comum entre as mulheres, mas não é exclusivo delas”, revelou a presidente da SBEM . Como forma de alerta, estimular o diagnóstico precoce e tratamento adequado destas patologias, entidades internacionais que incluem a Sociedade Brasileira de Endocrinologia instituíram a Semana de Alerta a Doenças da Tireoide.
INCIDÊNCIA
5% nos nódulos que nascem na tireoide são malignos, conforme as informações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional Ceará
ESPECIAL CONCAN 2012
PESQUISA: Diário do Nordeste
O Núcleo de Anatomia Patológica do Hospital A.C. Camargo e a Fundação Parque Zoológico de São Paulo anunciaram parceria para estudo do câncer em animais selvagens. Saber o que ocorre com os animais pode contribuir no combate ao câncer, a partir do cruzamento de informações com o que se sabe sobre a doença entre humanos. O objetivo das instituições é estabelecer meios avançados de diagnóstico em animais selvagens, criar um banco de tumores no zoológico e identificar genes que sejam marcadores prognósticos e possíveis alvos terapêuticos. Veterinários do zoológico, que detêm o histórico clínico dos animais, e patologistas do A.C.Camargo, que reúnem experiência em diagnóstico molecular, somam conhecimento e competências para viabilizar o estudo. É possível, por exemplo, realizar biópsias de tecidos de diferentes espécies para indicar a existência ou não de câncer, apontar características da doença, como tamanho do tumor, grau de agressividade e potencial para metástases.
CE TERÁ 401 CASOS DE CÂNCER NA TIREÓIDE
Pesquisa
ESTUDO DO CÂNCER EM ANIMAIS SELVAGENS
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Novidades REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS 50
A ERA DAS ARMAS INTELIGENTES CONTRA O MELANOMA Antes limitado e quase tão nocivo ao organismo quanto ao tumor, o arsenal à disposição dos oncologistas evoluiu drasticamente e, hoje, provoca menos trauma aos indivíduos que enfrentam esse mal.
A
estratégia para superar esse inimigo mudou nas últimas décadas. Até os anos 1990, os médicos basicamente bombardeavam o câncer com as tradicionais quimio, radio e hormonioterapia ou tentavam extirpá-lo por meio de cirurgias. Esses tratamentos, embora ainda sejam fundamentais na batalha, causam baixas expressivas no organismo por atingirem tanto o vilão da história como o tecido sadio, o que sempre traz complicações. No entanto, com um conhecimento cada vez maior nesse front, surgiu um conceito inovador: em vez de golpear o adversário diretamente, por que não tornar as tropas do próprio corpo mais eficazes contra ele, e apenas ele? Essa tática inusitada ganhou destaque e avança a passos largos. Prova disso é o aparecimento do ipilimumabe, fármaco já aprovado nos Estados Unidos ? e que deve desembarcar no Brasil nos próximos meses ? para tratar o melanoma, um tipo extremamente agressivo de tumor de pele. "As células cancerosas, apesar de possuírem alterações, têm semelhanças com as saudáveis, e isso faz com que o sistema imunológico não as veja como ameaça. O ipilimumabe tira o freio das nossas defesas, deixandoas propensas a identificar e atacar a doença", esclarece Paulo Hoff, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde parte das pesquisas com a droga foram realizadas, e autor do livro Como Superar o Câncer, publicado por SAÚDE. "A utilização dela aumentou em quatro meses a sobrevida dos pacientes. E isso é apenas uma média. Há casos em que o tempo foi significativamente superior", ressalta Hoff. Por atuar nos glóbulos brancos, em tese o remédio deixaria o organismo mais preparado para debelar outros cânceres além do melanoma. "A lógica realmente faz sentido, mas são necessários estudos para corroborar essa teoria", avisa o oncologista Ricardo Caponero, da Clínica de Oncologia Médica, na capital paulista. O fato é que o medicamento se mostrou eficiente e, acima de tudo, foi bem tolerado por quem Da Antiguidade aos dias de hoje
O câncer faz párte da nossa história. Veja na sequência como o ser humano lidou com essa doença ao longo dos séculos
460-377 A.C.
Século 2 D.C.
1775
1890
O grego Hipócrates, considerado o pai da medicina, foi quem cunhou o termo cãncer, sinônimo de carangueijo na sua língua, para designar o mal.
Claudio Galeno, o médico mais influente de Roma, afirmou que o câncer não teria nem como ser tratado. Isso explica por que a doença foi negligenciada até o Renascimento.
Percebe-se que limpadores de chaminé tinham um alto índice de tumor na bolsa escrotal. É uma mostra de como o ambiente influencia no surgimento do problema.
É realizada a primeira mastectomia radical, ou seja, a retirada do seio inteiro por causa de um câncer. Começa, então, o uso da cirurgia contra a enfermidade.
2500 A.C.
Um papiro egípcio relata o caso de mulheres com uma massa proeminente na mama. os detalhes dão a entender que se trata de tumores.
recebeu suas doses. O ipilimumabe é um anticorpo monoclonal, unidade de defesa feita em laboratório que age em moléculas específicas no exterior de uma célula. "A diferença é que a nova droga atua diretamente no sistema imune, enquanto as outras da mesma classe se ligam ao câncer para avisar que ele está ali e deve ser exterminado", diferencia Caponero. Acontece que, antes de criar essas armas teleguiadas, é preciso achar alvos, ou melhor, antígenos onde elas possam fazer seu trabalho. "E cada tipo de tumor tem antígenos únicos", diz a radioterapeuta Deborah Kuban, diretora do MD Anderson Câncer Center, nos Estados Unidos. Em outras palavras, a luta contra esse mal tende a ficar mais individualizada, porque os medicamentos começam a agir, de maneira bem eficaz, em mecanismos restritos a poucas versões da enfermidade. "Já estão disponíveis tratamentos sob medida para uma série de variações e esperamos que, no futuro, tenhamos opções para todas", afirma Sérgio Simon, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Na contramão, pesquisadores da americana Universidade Stanford estão em busca de um remédio com potencial para arrasar muitos tumores distintos sem danificar tecidos saudáveis. Em testes com camundongos, eles encontraram a proteína CD47, presente em cânceres de mama, ovário, cólon, bexiga, fígado, entre outros, e que, ao ser travada por um anticorpo monoclonal, inibia o crescimento da doença. "Isso mostra que essa proteína é um alvo promissor", opina o patologista Irving Weissman, envolvido no projeto. Embora animadora, a descoberta é vista com cautela. "Mesmo que o antígeno seja comum a vários tumores, em seres humanos a resposta ao seu bloqueio pode ser diferente de um caso para outro", contrapõe Hoff. ABAIXO A RESISTÊNCIA! Frequentemente se observa uma terapia surtindo efeito a princípio, mas que, logo depois, não contém mais o avanço do câncer. "Por isso, é fundamental contar com um arsenal vasto como o que começamos a ter hoje em dia. Quando um tratamento para de
Pesquisa: 01/05/2012 - Revista Saúde! É vital Jornalista: THEO RUPRECHT
VILÃO CAMUFLADO
O NOVO ALIADO
O ipilimumabe estimula o organismo a se defender
CELÚLA CANCEROSA
Novidades
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Existem linfócitos cujo papel é regular a atividade das outras c´lulas de defesa. Apesar de essenciais em certas condições, eles inibem o trabalho desses soldados diante do câncer por não o enxergarem como um malfeitor.
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anticorpo atacando o tumor
ATAQUE LIBERADO
O ipulimimabe se liga a uma proteína da superfície desses linfócitos chamada CTLA-4. Ao fazer isso, o medicamento desativa esses reguladores naturais e, com isso, deixa o sistema imunológico terrivelmente agressivo.
célula de defesa
3 SEM LUGAR PARA SE ESCONDER
regulador desativado
funcionar, outro o substitui", explica Carlos Henrique Barrios, oncologista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. A resistência se instala devido a mutações que ocorrem no DNA das células cancerosas. Ainda bem que surgem maneiras de ao menos postergá-las. Um bom exemplo é o everolimo. Esse novo fármaco retarda a adaptação de um tipo de tumor de mama à hormonioterapia, que diminui a atuação de hormônios por trás do mal. Com ele, o tempo de sobrevida médio das mulheres acometidas por essa moléstia mais do que duplicou. "Os resultados são tão impressionantes que acreditamos se tratar de um dos maiores progressos dos últimos 20 anos", analisa Barrios. Os radares que flagram o câncer também passaram por uma modernização. "A acurácia dos métodos de detecção está maior e começamos a utilizar reagentes que tornam as imagens mais nítidas", destaca Hoff. Explica-se: antes da avaliação em si, é administrada uma substância que, ao entrar em contato com determinado tumor, promove uma reação química
1903
1929
1946
A polonesa Marie Curle ganha o Prêmio Nobel de Física por, entre outras coisas, estudar o efeito da radiação sobre tecidos vivos e, assim, firmar as bases da radioterapia.
O hormônio estrogênio, mais ligado às mulheres, é descoberto. Está dado o passo inicial para a aparição de seus antagonistas, utilizados na hormonioterapia.
É a data de largada da químio. Com base no gás mostarda, arma usada na 1ª e na 2ª guerras Mundiais, cientistas produzem uma substãncia que mata células malignas.
CTLA-4 ipilimumabe
visível no exame. Isso ajuda a enxergar melhor a extensão e a agressividade do problema. "Estamos chegando a um momento em que o diagnóstico poderá ser feito por meio de procedimentos simples e com menos trauma ao paciente", assegura Deborah. Uma amostra de sangue, hoje, já ajuda o médico a verificar a existência de um câncer de próstata. E espera-se que daqui a pouco tempo esteja disponível um exame de fezes que acuse a presença de um tumor no intestino. Isso, além de dar mais segurança ao oncologista sobre o que está enfrentando, vai evitar que muita gente passe sem necessidade por métodos como a colonoscopia, tão eficiente quanto invasiva. "Como todos os cânceres são banhados por sangue, talvez no futuro consigamos identificar qualquer um deles com uma mera avaliação do líquido vermelho", aposta Hoff. Ao longo da história, esse inimigo se mostrou mais perspicaz do que imaginávamos. Mas a ciência, sempre no seu encalço, está cada vez mais próxima de agarrá-lo.
1971
Richard Nixon, então presidente dos Estados Unidos, assina o Ato Nacional contra o Câncer, documento que estimula a busca por novos tratamentos.
1997
2012
A Agência americana que regula fármacos aprova o rituximabe, primeiro anticorpo monoclonal voltado ao cãncer. Essa terapia ganha força a partir daí.
O Instituto Nacional de Câncer estima que, neste ano, serão diagnósticados nada menos que 519 mil casos de tumores malignos no Brasil.
ESPECIAL CONCAN 2012
inibição
linfócito regulador
Como não há mais nada para contê-los, os anticorpos conseguem identificar o tumor e, a partir daí, usam todos os recursos disponíveis para aniquilar cada uma de suas partes.
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Câncer infantil
ASSOCIAÇÃO PETER PAN 16 ANOS DE VITÓRIA
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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colorido dos balões e das roupas e o sorriso da criançada marcaram a festa de comemoração dos 16 anos da Associação Peter Pan. A ONG participa, ativamente, do tratamento de crianças e adolescentes com câncer. “Trabalhamos para aumentar o índice de cura e oferecer uma melhor qualidade de vida”, explica a diretora Olga Maia. Basta passear um pouco pelos corredores do Centro Pediátrico do Câncer (CPC) - concluído em 2010 e fruto de doações - para perceber o atendimento humanizado prestado aos pequenos e às famílias. Cada espaço é pensado para dar mais conforto e aconchego aos pacientes em tratamento, seja nas brinquedotecas ou no design criativo dos móveis. O problema é que a instituição passa por dificuldades financeiras, por causa do aumento da demanda por atendimento. E logo no momento em que precisa ampliar os serviços. “Temos o olhar voltado para a expansão do hospital, com a construção de mais leitos, de uma sala para cirurgia de grande porte,
de uma agência transfusional e de um lar dentro do hospital para acolher as crianças e familiares”, cita Olga. Por isso, foi iniciada uma campanha na qual as pessoas podem doar qualquer valor para a associação através da conta de energia. São 2.019 crianças e adolescentes atendidos pelo Centro Pediátrico. Uma delas, a estudante Vangela Oliveira, 11, precisou ficar internada por sete meses, para fazer o tratamento de quimioterapia contra um linfoma. “Aqui nós fomos muito bem recebidas. Acredito que o fato dela ter vindo pra cá ajudou na recuperação. Hoje, a Vangela leva uma vida normal”, afirma a mãe dela, Vânia Oliveira, 35. Durante a festa, a garotada pode cortar o cabelo, fazer pinturas no corpo e comer pipoca e algodão doce à vontade. E muitas ficaram olhando pelas janelas do hospital, para não perder a apresentação da banda do Corpo de Bombeiros. Ver a alegria estampada no rosto das crianças é a recompensa para cada um dos voluntários. “É um trabalho muito gratificante”, diz o aposentado Agenor Barbosa, com lágrimas nos olhos.
Serviço Para saber como doar para a Associação Peter Pan através da conta de energia, você deve ligar para (85) 3402 7900 Se você quer ser voluntário, pode conseguir informações pelo telefone (85) 4008 4109 História A semente foi plantada em 1996, quando um grupo de amigos decidiu ajudar as crianças em tratamento contra o câncer no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias). A Associação Peter Pan tem como objetivo promover a humanização no atendimento e apoiar as famílias através do apadrinhamento das crianças. Em dezembro de 2000, foi inaugurado o Hospital Dia Peter Pan. PESQUISA: Diário do Nordeste
explica Francisco Carnevale, médico radiologista intervencionista. E outra boa notícia é que essa técnica é bem mais simples em tudo. “A técnica não é tão cara. É realizada com materiais que já dispomos no Brasil. Ela vem para ser uma alternativa de tratamento às outras técnicas já existentes”, diz o médico. Exceções O método não é aplicado em pacientes com câncer de próstata, problemas na bexiga ou insuficiência renal. Os médicos dizem que para o tratamento de câncer existem outras técnicas já testadas e bastante eficazes. O estudo foi coordenado pelo Dr. Francisco César Carnevale e se trata de novo tratamento da radiologia intervencionista, chamado de ´embolização das artérias prostáticas´.
O RESGATE DA GLÂNDULA O câncer de próstata dispõe de diversos tratamentos. A escolha depende do estágio em que foi descoberta a doença e as condições do paciente.
ESPECIAL CONCAN 2012
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ma nova técnica desenvolvida por médicos brasileiros está revolucionando o tratamento de quem tem próstata aumentada. O procedimento foi apresentado, ontem, em um simpósio mundial, realizado nos Estados Unidos. A vantagem da nova técnica é que o paciente recebe apenas anestesia local, tem alta no mesmo dia e volta mais rápido às atividades normais. Um cateter é introduzido pela virilha e libera esferas de resina para bloquear a passagem do sangue. Com menos sangue e menos hormônios, a próstata diminui de tamanho e desobstrui a uretra. O paciente então, volta a urinar normalmente. Milhares de brasileiros ainda não fazem a prevenção dos problemas de próstata. O assunto é grave: de cada seis homens, um tem câncer de próstata. Além disso, depois dos 40 anos, o aumento de tamanho da próstata pode comprometer demais a qualidade de vida do homem. “Passa a urinar muitas vezes, levantar à noite, dorme mal, não consegue ir a uma reunião por conta disso, ou seja, são várias repercussões, ele fica muito tolhido”, explica Miguel Srougi, urologista. Esse procedimento tem tudo para mudar o que se sabe no mundo inteiro sobre o tratamento de próstata aumentada. O interesse é tão grande, que na tarde de ontem, médicos americanos acompanharam, ao vivo, através de uma videoconferência, uma cirurgia feita no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. “Nem chamamos de cirurgia, chamamos de procedimento, que dura em torno de uma hora e meia, duas horas, em que nós ficamos conversando com o paciente, tranquilizando. Após o procedimento, o paciente fica em um período de recuperação de seis horas, já podendo se alimentar, e vai pra casa no mesmo dia”,
Pesquisa
TÉCNICA SIMPLIFICA CURA DA PRÓSTATA
1.Cirurgia 2. Radioterapia 3.Quimioterapia
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Próstata em segurança Um levantamento internacional com a participação do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, legitima o uso de um tipo de braquiterapia – técnica que consiste no implante, temporário ou não, de sementes radioativas em um tecido – no tratamento do câncer nessa glândula. O modelo que recebe o aval desta vez é a braquiterapia de alta taxa de dose, que se vale do elemento irídio, e pode ser aplicada tanto em tumores de baixo quanto nos de alto risco. “É um método que resulta em menos efeitos colaterais, como incontinência urinária e disfunção erétil”, diz o radiologista Antonio Cássio Pellizzon, da instituição paulistana.
4.Braquiterapia 5.Hormonioterapia
Radi
grafando 91% Por Silvana Frota
38% dos homem acham que o câncer de mama causa o fim do relacionamento
Diretrizes para pessoas com SÍNDROME DE DOWN O Brasil possui hoje 300 mil pessoas com Síndrome de Down e para que os profissionais de saúde estejam preparados para dar um atendimento qualificado a este público, o Ministério da Saúde lança as Diretrizes de Atenção à Saúde da Pessoa com Síndrome de Down. O lançamento oficial foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no dia 26 de setembro, no Rio de Janeiro. “Seja qual for o tipo de deficiência, os limites que essas pessoas enfrentam são impostos pela sociedade, pela falta de acessibilidade e pelo preconceito. Nosso propósito é mobilizar esforços para romper qualquer limite que a sociedade impõe ao portador de necessidades especiais”, destacou Padilha.
Falta companheirismo ao homem brasileiro em um dos momentos mais delicados pelo qual podem passar suas mulheres: a descoberta e o tratamento de um câncer de mama. Esta é uma das principais conclusões da pesquisa inédita Percepções sobre o Câncer de Mama, realizada pelo Instituto Avon/Data Popular e divulgada na última terça-feira, em Recife (PE). O levantamento mostra que 38% dos homens entrevistados admitem que o câncer de mama pode levar um relacionamento ao fim e 75% acreditam que a doença “acaba com a vaidade de qualquer mulher” (veja gráficos nesta página). Apesar de 74% deles afirmarem saber que, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura de um câncer de mama aumentam, quase a metade dos entrevistados (45%) dizem que nunca estimularam suas parceiras a realizar os exames. Este número é ainda maior, 55%, quando a mulher em questão é a mãe destes homens.
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
RECURSOS PARA HOSPITAIS
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O secretário nacional de Gestão e Participação Popular do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro (FOTO), garantiu, ao embarcar no dia 17 de setembro, a vinda de R$33 milhões em verba para os hospitais universitários cearenses. O dinheiro, conforme informou, faz parte de um programa de reestruturação dos hospitais universitários que está sendo tocado pelos ministérios da Educação e da Saúde. O Ceará é o estado que mais está recebendo recursos, já que o total repassado pelo programa no País inteiro é de R$46 milhões. Serão R$11 milhões para a Maternidade Escola e R$22 milhões para o Hospital Walter Cantídio. Os recursos vão ser utilizados para a ampliação de centro cirúrgico, visando o crescimento da área de transplantes do HUWC; ampliação de UTI e estruturação da pediatria.
Planos de saúde: mudança sem carência Desde julho de 2011 que mais de 13 milhões de usuários de planos de saúde tem o direito de mudar de operadora sem precisar cumprir novos prazos de carência, que é o período no qual o usuário paga as mensalidades. A nova regra foi estabelecida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Para fazer a portabilidade, o cliente precisa estar com o pagamento das mensalidades em dia. A permanência mínima no plano é reduzida de 2 anos para 1 ano a partir da segunda portabilidade. A ANS disponibiliza em seu site (www.ans.gov.br) um guia de planos de saúde.
DAS PESSOAS DEPENDEM DO SUS
As dificuldades de acesso ao Sistema foram discutidas durante a 6ª Conferência Estadual de Saúde no Ceará A população cearense corresponde, hoje, a 8.449.405 milhões de habitantes. Destes, 91% dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa exatos 7,6 milhões de pessoas. Pelo menos é o que demonstram as informações da Secretária da Saúde do Estado (Sesa). Pelo SUS, são feitos anualmente, 110 mil partos no Estado. O Sistema mantém, ainda, 17 mil leitos na Capital e Interior, e já realizou 6.967 transplantes desde 1998. O secretário estadual de Saúde, Arruda Bastos, destacou a importância da conferência para o avanço qualitativo do sistema viabilizando propostas em saúde de acordo com a realidade local. “Nós já realizamos 184 conferência municipais, e daqui sairão mais propostas a serem defendidas na conferência nacional, em novembro, que irão contribuir para um novo SUS”, destacou Arruda Bastos.
DO PIB É GASTO COM SAÚDE PÚBLICA Para melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS) é preciso mais dinheiro. Segundo o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) é gasto com saúde pública. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que para ter sistema universal (como o SUS) devese gastar entre 7% e 7,5% do PIB, no mínimo”, informa o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), José Maria Pontes. O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso, denuncia uma queda nos investimentos federais na área da saúde. “Há 10 anos, o Governo Federal contribuía com 60% dos recursos da saúde.
Começou a vigorar desde dezembro de 2011 a norma que estabelece que beneficiários de planos de saúde não poderão esperar mais do que sete dias por uma consulta com especialistas das áreas de pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia. Além do prazo de sete dias para consultas nessas especialidades, há ainda o prazo de três dias para serviços
de diagnóstico por laboratório de análise clínica em regime ambulatorial, 21 dias para procedimentos de alta complexidade, entre outros. A LEI Caso as operadoras de saúde não atendam a lei, os beneficiários podem fazer denúncias pelo site da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ans.gov.br). E pelos telefones 08007019656 (ANS) e 0800 858001 (Procon)
Saúde deve ter R$ 79 bilhões Em meio ao turbilhão gerado pela Emenda 29, que aumenta os gastos com ações e serviços públicos de saúde, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2012 elevou em 11,3% o orçamento da função, cerca de R$ 79,5 bilhões estão previstos para o ano que vem. Com o acréscimo das emendas parlamentares, no orçamento de 2011, a verba destinada para a saúde chegou à cifra de R$ 71,4 bilhões. A proposta enviada pelo Executivo para a Câmara é contraponto aos dois mil prefeitos, que semana passada,
pressionavam o Congresso Nacional pela aprovação da Emenda 29. Sem as emendas parlamentares, comparado o valor reservado para a função saúde no Ploa de 2011 com o de 2012, há aumento de 16,2%. O montante deve crescer com a apresentação de emendas parlamentares. Aumento 11,3 por cento é o valor da elevação dos recursos destinados para a saúde no próximo ano, de acordo com o Projeto de Lei Orçamentária criado pelo Executivo.
Novos leitos para a Santa Casa O Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e o Instituto Dr. José Frota (IJF), que sofrem constantemente com superlotação, vão receber reforço. Dos 325 leitos no total, a Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza disponibilizou 40 leitos de internação - 20 para cada uma das unidades. Segundo Estado e Prefeitura, até a próxima sexta-feira os convênios devem ser firmados. Previsão é que Santa Casa comece a receber pacientes do HGF e IJF na próxima semana. O provedor da Santa Casa, Luiz Marques, informou que os leitos de retaguarda vão ser destinados a pacientes
clínicos com o perfil do hospital. A l é m dos 20 leitos da Santa Casa, a Sesa pretende conveniar outros 20 no Hospital Fernandes Távora (20 já estão disponíveis para o Estado). Mais 20 leitos do Hospital da PM, que hoje pertence ao Estado, vão ser destinados a atender a demanda do HGF.
“
O Imperador de Todos Os Males - Uma Biografia do Câncer Autor: Mukherjee, Siddhartha Fornecedor: Companhia das Letras Sinopse: Com a precisão de um biólogo, a visão É um exagero dizer que a de um historiador e a guerra contra o câncer está paixão de um biógrafo, o perdida, mas também não oncologista Siddhartha Mukherjee traça uma é realista dizer que ela pode biografia detalhada ser completamente vencida. do câncer, do primeiro registro às mais avançadas pesquisas, últimas descobertas e expectativas para o futuro, abrindo caminho para a desmistificação dessa doença tão temida.
Siddhartha Mukherjee, ganhador do Prêmio Pulitez 2011
ESPECIAL CONCAN 2012
3,8%
Consultas tem prazo para marcação
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Novidades REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS 56
MUITA FIBRA CONTRA O CÂNCER
À
primeira vista, alimentos como goiaba, cebolinha, c e n o u r a , tangerina, soja, arroz integral e aveia não têm nada em comum. Mas, perdoe-nos pelo clichê, as aparências enganam. É que esses itens — e muitos outros — são carregados de fibras, substâncias valiosas. Entre seus feitos estão o estímulo da saciedade, a melhora do funcionamento do intestino e a proteção contra câncer nesse órgão. Agora a ciência acaba de apontar, veja só, que elas também previnem tumores no pâncreas e na mama. No mínimo. Vem do Colégio Imperial de Londres e da Universidade de Leeds, na Inglaterra, o estudo que associou o consumo de fibras a uma menor incidência de tumores mamários. Para realizá-lo, os pesquisadores esmiuçaram 16 trabalhos sobre o tema. “Notamos que a ingestão diária de 10 gramas de fibras solúveis derruba em 26% o risco de o mal se desenvolver. Ainda não sabemos por que as insolúveis não promoveram o mesmo benefício”, conta
Dagfinn Aune, líder do projeto. Uma das hipóteses levantadas para explicar tal façanha é que as fibras reduziriam o estrogênio que perambula pelo sangue. É que elas prejudicam a ação de uma enzima responsável por quebrar o hormônio para facilitar sua absorção. Assim, boa parte dele vai embora junto com as fezes. Mas há um mistério: “Em pesquisas com cobaias, tanto as fibras solúveis como as insolúveis causaram esse efeito”, pondera a nutricionista oncológica Thais Manfrinato Miola, do Hospital A.C. Camargo, na capital paulista. Se você está se perguntando por que é importante evitar picos de estrogênio, fique sabendo que ele incita a proliferação das células mamárias, independentemente de serem normais ou cancerosas. “Sabese que outros hormônios agem assim, ou seja, estimulam a multiplicação celular. Então, quando eles estão controlados, o risco de desenvolver câncer diminui”, explica Fábio Gomes, nutricionista do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
MAIS FIBRAS, MENOS INSULINA
obesidade e essa doença caminham lado a lado. Quando a dieta é rica em fibras, fica mais fácil escapar dos ataques à geladeira e, dessa forma, administrar o ponteiro da balança. “Mas, se uma mulher está 40 quilos acima do peso, não adianta só apostar nas fibras. O consumo isolado da substância não contrabalançará todos os outros problemas”, avisa Artur Katz, coordenador do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Já no Centro de Referência Oncológico de Aviano, na Itália, os cientistas voltaram suas atenções para a relação entre uma dieta campeã em fibras e o aparecimento de câncer no pâncreas. Para explorá-
Só para constar, outro hormônio intimamente relacionado ao câncer de mama é a insulina, responsável por botar a glicose dentro das células. E as fibras dão um jeito nela também. Afinal, retardam o esvaziamento gástrico — em outras palavras, você fica com o estômago cheio por mais tempo —, o que torna a absorção de açúcar mais lenta. Diante disso, não há necessidade de ter um monte de insulina circulando. E, por falar em barriga bem forrada, está aí outro fator que, indiretamente, é capaz de afastar a ameaça do câncer mamário. É que a
ALIADAS NA PERDA DE PESO Decididamente, quem anseia por conquistar uma silhueta mais elegante não pode deixar as fibras de fora do cardápio. Uma refeição lotada delas demora a ser mastigada e também digerida. Como consequência, a sensação de saciedade dura mais tempo e a vontade maluca de comer não aparece tão cedo. “Além disso, ao caprichar em cereais, leguminosas, raízes e frutas, tende a haver uma redução no consumo de gorduras e açúcares”, lembra a nutricionista Paula Riccioppo, da clínica Be Healthy, no Rio de Janeiro. “Essa mudança contribui tanto para a perda quanto para a manutenção do peso ideal.” la, eles avaliaram a dieta de 326 pacientes diagnosticados com a doença e 652 indivíduos saudáveis. Foi quando notaram que o consumo da versão solúvel fez despencar em 60% a probabilidade de tumores surgirem no órgão. A insolúvel, por sua vez, diminuiu o perigo em 50%. Ao que tudo indica, a partir do momento em que tais substâncias passam a controlar a produção e a liberação desenfreada de insulina, evitam não só o boom de células malignas nas mamas como também no pâncreas. “Isso não está 100% comprovado, mas é uma teoria que ganha força”, avalia Paulo Hoff, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês. “E esse mecanismo
1º SOJA
23,9 g em 1 concha média.
2º GRÃO-DE-BICO
17,3 g em 1 concha média.
3º ERVILHA
3,5 g em 1 concha média.
4º FEIJÃO-CARIOCA 11,9 g em 1 concha média.
5º CEREAL À BASE DE TRIGO 11,5 g em 1/2 xícara de chá.
- Insolúveis Não são nada viscosas e têm como principal função aumentar o bolo fecal e, assim, melhorar o funcionamento do intestino. Representadas pela celulose e pela lignina, são encontradas na camada externa de grãos e cereais, no farelo de trigo, na casca de frutas e na soja.
POR QUE ELAS NÃO SÃO NUTRIENTES? A explicação é simples: embora façam parte dos alimentos, as fibras são resistentes à digestão e não são absorvidas no intestino delgado. “É durante a própria passagem pelo trato digestório que interferem no aproveitamento de nutrientes e ajudam no combate a doenças”, diz a nutricionista Michele Trindade, da UEL.
provavelmente garante proteção contra vários outros tipos de tumores”, completa Fábio Gomes, do Inca. Outra explicação plausível para essa blindagem é a capacidade que as fibras têm de aliviar o engarrafamento que muitas vezes atravanca o trânsito intestinal. “Elas não permitem que o organismo tenha tempo de absorver agentes potencialmente cancerígenos. Dessa maneira, os inimigos são rapidamente eliminados”, esclarece a nutricionista Juliana Pereira Lima Gropp, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Ainda que as evidências deem às fibras o troféu de anticancerígenas, Artur Katz pede cautela ao discutir seus efeitos: “Elas podem ser indicadores de outros comportamentos benéficos, PESQUISA: Revista Saúde
- Solúveis Ao entrar em contato com a água, elas formam uma espécie de gel, que promove saciedade e ajuda a controlar a presença de glicose no sangue, além de domar o colesterol. Nesse grupo, estão a pectina, a goma e a mucilagem, que dão as caras nas leguminosas, nas frutas e no farelo de aveia.
já que as pessoas que capricham no seu consumo geralmente seguem um estilo de vida mais saudável, com dieta balanceada e prática de exercícios físicos”. Sem contar que as substâncias são encontradas em leguminosas, frutas e hortaliças, alimentos abastecidos de uma variedade de compostos considerados aliados no combate a tumores, como quercetina, betacaroteno e licopeno. Portanto, é necessário avançar nas investigações para confirmar se as benesses alardeadas por todos esses estudos são causadas só pelas fibras. De qualquer forma, sua ingestão é mais do que incentivada pelos especialistas ouvidos nesta reportagem. Nem tem como ser diferente. Afinal,
como ficou claro, elas estão alojadas em alimentos de alto valor nutricional — e apostar neles possivelmente freia a procura por itens pouco saudáveis, como os industrializados cheios de gordura e açúcar. Ao mexer no cardápio, não se esqueça de molhar a garganta com bastante água, chás e sucos. “O líquido é esssencial para que as fibras solúveis se transformem em gel e as insolúveis formem fezes macias”, informa a nutricionista Michele Trindade, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no interior do Paraná. Só não enrole muito para mudar os hábitos. “A dieta deve ser equilibrada desde cedo para que exerça um papel realmente significativo na batalha contra o câncer”, adverte Paulo Hoff.
ESPECIAL CONCAN 2012
• 1 concha média de lentilha - 11,1 g. • 1 goiaba branca - 10,7 g. • 1 colher (sobremesa) de cebolinha - 6,4 g. • 1 mexerica - 4,19 g. • 1 pera - 3,3 g. • 1 colher (sopa) de semente de linhaça - 3,3 g. • 1 colher (sopa) de farelo de trigo - 3,1 g. • 1 colher (sopa) de abacate • 2,83 g. • 1 maçã argentina - 2,6 g. • 1 laranja com membrana • 2,6 g. • 5 folhas de couvemanteiga - 2,35 g. • 3 colheres (sopa) de batata-doce cozida - 1,98 g. • 1 escumadeira de arroz integral - 1,62 g. • 3 colheres (sopa)de beterraba crua - 1,62 g. • 1 colher (sopa)de farinha de centeio - 1,5 g. • 3 colheres (sopa)de mandioca - 1,44 g. • 1 figo fresco - 1,4 g. • 1 colher (sopa) de flocos de aveia - 1,37 g. • 1 fatia de pão de fôrma integral - 1,3 g. • 1 ameixa-preta seca - 1,2 g. • 3 colheres (sopa) de cenoura ralada - 1,14 g. • 3 folhas de alface lisa 1,05 g. • 1 colher (sopa) de farelo de aveia - 1,02 g. • 3 colheres (sopa) de brócolis cozidos - 1 g. • 1 escumadeira de arroz branco - 0,96 g.
O RANKING DAS FIBRAS
DUAS VERSÕES DA SUBSTÂNCIA
Novidades
ELAS ESTÃO ABRIGADAS EM VÁRIOS ALIMENTOS
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Entenda
MANDAMENTOS PARA VENCER TUMORES COMERÁS MENOS CARNE VERMELHA E MAIS VEGETAIS O consumo excessivo de cortes bovinos e embutidos está associado a modificações celulares que levam ao câncer. Não se trata de aboli-los da dieta, mas dar mais espaço aos peixes. Já frutas e verdiras são bem-vindas porque possuem fibras e antioxidantes, substâncias antitumores.
PRATICARÁS EXERCÍCIOS
A atividade física tem de ser regular, a menos que haja contraindicações- não se deve suar a camisa no período que segue a quimioterapia, por exemplo. “O exercício combate a perda de massa muscular e a fadiga”, conta o oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz, do instituto do Câncer do Estado de São Paulo.
NÃO TOMARÁS SUPLEMENTOS SEM CONSULTA MÉDICA
PERDERÁS OU MANTERÁS O PESO
Essa medida vale essencialmente para os fitoterápicos que prometem combater o problema. Faltam evidências sobre seu efeito, não existem doses seguras e ainda há risco de interação com o tratamento oficial. Quem quiser usar precisa conversar com o médico antes.
Os quilos a mais parecem favorecer o aparecimento de diversos tipos de tumor, assim como sua recidiva. “A obesidade pode elevar a quantidade de hormônios que contribuem para a doença nas mamas e no endométrico”, exemplifica Maria del Pilar. Olho na balança! Por Diogo SponchiatoRevista Saúde
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A Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), integrante do Complexo Hospitalar da UFC, realizou com sucesso tratamento de radioterapia interna – também chamada braquiterapia – na paciente F.M.A., de 33 anos, grávida e com câncer de colo de útero em estágio avançado. Para que o procedimento fosse bemsucedido, foi realizada uma cesariana eletiva com suspensão ovariana, para retirar os ovários da região pélvica e fixá-los na região abdôminolateral – técnica conhecida como transposição ovariana lateral. O procedimento foi realizado no mês de abril deste ano e permitiu a preservação dos ovários quanto aos efeitos do tratamento radioterápico, evitando a menopausa por irradiação. Comumente, a cirurgia é realizada por via laparoscópica. Segundo o Coordenador do Serviço de Ginecologia da MEAC, Prof. Francisco das Chagas Medeiros, a cirurgia permitiu a radioterapia de colo uterino sem afetar a função dos ovários, evitando que a paciente viesse a ter menopausa precoce e permitindo que fosse mantida sua fertilidade. “É um tempo de esperança que se vislumbra para o tratamento desse tipo de câncer”, disse.
FOTO JOSÉ LEOMAR do Jornal Diário do Nordeste
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
MEAC INOVA NO TRATAMENTO DE CÂNCER DE COLO UTERINO
Sede do MEAC
Como se tratava de paciente grávida, o trabalho foi realizado por equipe multiprofissional envolvendo obstetras, neonatologistas e cirurgiões. O cirurgião responsável pelo procedimento foi o Prof. Manuel Oliveira, juntamente com a médica residente Gilvânia Zaparoli. De acordo com o cirurgião, foi a primeira cirurgia desse tipo efetuada em paciente grávida, durante uma cesariana, de que se tem conhecimento na literatura médica. “Vimos a oportunidade de salvar seu bebê, seu ovário e sua vida”, afirmou o Prof. Manuel Oliveira.
Fonte: Lorena Martins, da Divisão de Imprensa e Marketing do Complexo Hospitalar da UFC Matéria retirada da Revista Universidade Pública edição jul/ago 2012
ESTIMATIVA DE CASOS DE CÂNCER PARA O ANO DE 2012 518.510
257.870 em homens 30,8%
Traqueia, Brônquio e Pulmão
8,8%
Cólon e Reto
7,3%
Estômago
Bexiga
8.330
3,2% 3,1%
Linfoma não Hodgkin
2,7%
* Números arredondados para 10 ou múltiplos de 10
Fonte: INCA
6,5% 4,0%
Laringe
Sistema Nervoso Central
em mulheres
novos casos de câncer
Próstata
Esôfago
260.640
2,5%
52.680
60.180
17.210
17.540 15.960
14.180 12.670
7.770 6.210
9,3%
Colo do Útero
8,4%
Colón e Reto
15.960
5,6%
Glândula Tireoide
15.960
5,6%
Glândula Tireoide
10.110
6.110
Ceará 17.390 novos casos de câncer
Traqueia, Brônquio e Pulmão
5,3%
7.420
5.190 4.820
Mama Feminina
27,9%
3,9%
6.190
3,3%
4.520
2,4%
Estômago Ovário Corpo do Útero
4.450 2,4% Sistema Nervoso Central 4.450 2,4%
Linfoma não Hodgkin
9.060
Respostas do Instituto Nacional do Câncer - INCA
Entenda
CE DEVE TER 430 CASOS DE CÂNCER DE BOCA O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que o número de diagnósticos de câncer de boca no Ceará deve chegar a cerca de 430 em 2012. Desse total, 140 somente em Fortaleza. Os homens são as principais vítimas e devem representar 60% dos casos. De acordo com dados mais atualizados do Instituto, 6.510 pessoas morreram, no Brasil, em decorrência desse tipo de câncer em 2009. Desse total, 5.136 foram homens e 1.394, mulheres. O câncer de boca ataca mais os homens acima dos 40 anos. Os fatores de risco mais conhecidos são o tabaco, o álcool, o vírus HPV e radiação solar. Além disso, segundo o Inca, observa-se em pacientes com câncer de boca uma higiene bucal deficiente. Em 2010, o Inca registrou 172 óbitos no Ceará em decorrência desse tipo de câncer. Foram 137 mortes a mais do que as registradas 11 anos antes. COMO DETECTAR Segundo a cirurgiã dentista Christiane Oliveira, do plano odontológico Odonto System, os primeiros sinais desse tipo de câncer podem ser identificados por dentistas nas visitas de prevenção. “Muitas vezes as lesões passam despercebidas ao longo dos anos e, quando tratadas tardiamente, exigem medidas
invasivas e mutiladoras que podem levar o indivíduo até ao óbito”, afirma. De acordo com a especialista, a falta de tratamento dentário pode provocar ou facilitar a incidência de câncer de boca. “Hábitos como a má higiene oral, focos de infecção, dentes quebrados, raízes e próteses mal adaptadas muitas vezes associados aos estilos de vida estão relacionados como fatores de risco para uma maior incidência do câncer bucal”, alerta. INCIDÊNCIA NO NORDESTE A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é que o câncer de boca represente 2,88% de todas as neoplasias diagnosticas no Nordeste em 2012. O número de casos este ano deve chegar a 2.550. Os homens devem ser as maiores vítimas com 1.640 casos. No Brasil, a estimativa é que sejam diagnosticados 14.170 casos. O número representa 2,73% de todas as neoplasias previstas para este no País. Do total de casos, 9.990 devem ser registrados em homens e 4.180 em mulheres. Redação O POVO Online
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
BORDA DE TUMOR INFLUÊNCIA REINCIDÊNCIA DE CÂNCER NO FÍGADO
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Pacientes com metástase hepática de tumores — e, logo, de menor tamanho — uma possível [retorno colorretais têm mais chances de apresentar reincidência da doença], aumentando as chances de cura”, diz o da doença quando as extremidades do tumor invadem autor. livremente o tecido do órgão, as chamadas “bordas O estudo também observou que a sobrevida e infiltrativas”. recorrência da doença não são afetados pela distância A pesquisa Avaliação das margens cirúrgicas e entre o tumor e a porção de fígado com ele retirada. Essa do tipo de borda tumoral nas ressecções hepáticas distância é denominada margem de segurança e ajuda por metástase de câncer colorretal e seu impacto na a garantir que o nódulo tumoral seja completamente mortalidade e recidiva, desenvolvida na Faculdade tirado do órgão. Há, no entanto, divergências na de Medicina da USP (FMUSP), identificou e analisou literatura médica quanto ao seu tamanho ideal. os prontuários de todos os pacientes do Hospital das Enquanto alguns autores afirmam que é preciso Clínicas (HC) submetidos à cirurgia para eliminação deixá-la com pelo menos um centímetro, outros desse tipo de tumor nos últimos dez anos — a dizem que mesmo deixando-a menor, obtém-se os hepatectomia ou ressecção de parte mesmos resultados de sobrevida do fígado. e recaída do primeiro caso. A A constatação do trabalho, pesquisa da FMUSP respalda explica o médico Rafael Soares este último ponto de vista, Nunes Pinheiro, pode auxiliar no dando preferência a margens tratamento de novas ocorrências cirúrgicas pequenas, o que da enfermidade, prevenindo seu possibilita preservar o máximo avanço. O método permite apontar, de fígado sadio. “Precisamos com a análise da borda tumoral, nos assegurar que o fígado os pacientes com maior risco de restante seja suficiente para desenvolverem novamente o câncer. cumprir sua função, pois se ficar A metástase hepática de tumores “Assim, para pacientes com bordas muito pequeno, pode ocorrer a colorretais é quando um câncer infiltrativas, podemos fazer exames insuficiência hepática, o que é inicialmente originário da parte final de rastreamento mais frequentes com mortal”, explica Pinheiro. do intestino (cólon e reto) se instala o intuito de identificar precocemente no fígado. Matéria retirada da Revista Exame edição online do dia 24/09/2012
Dr. Gothardo Peixoto Figueiredo Lima
Contando com um quadro de pessoal altamente qualificado, amplas e confortáveis instalações, arsenal terapêutico de última geração e suporte técnico especializado para proporcionar o atendimento diferenciado ao nosso paciente oferecendo-lhe tratamentos dentro dos mais atualizados padrões de qualidade em cancerologia praticada no mundo.
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() CORPO CORPO CLÍNICO CLÍNICO • Oncologia Clínica Dr. Gothardo Peixoto Figueiredo Lima Drª Iane Pinto Figueiredo Lima Dr. Eduardo Henrique Cronemberger Costa e Silva • Uro-Oncologia Dr. Carlos Augusto Gonçalves Vasconcelos • Psico-Oncologia
Drª Maria Celina Peixoto Lima • Mastologia Dr. Júlio Marcos Caldas • Radioterapia Dr. Igor Moreira Veras • Enfermagem Oncológica Christine Eufrásio Rodrigues de Araújo Clarisse Gracielle Santos de Oliveira
Quimioclinic Rua Oswaldo Cruz, 2612 - Dionísio Torres - Fortaleza - CE Telefone: (85) 3261.3111
Dicas
HORA DO CHECK UP!
Ao longo da vida, alguns exames são essenciais para prevenir doenças de acordo com a faixa etária, homens e mulheres devem ficar atentos
Saúde da Mulher Auto-exame das mama
Frequência: mensalmente, a partir de 21 anos, sete dias depois da menstruação, quando as mamas se apresentam mais flácidas e indolores. Após a menopausa, deve-se definir um dia do mês e realizar o exame sempre com intervalo de 30 dias. Objetivo: Prevenção do câncer de mama
Mamografia
Uma radiografia das mamas em várias incidências. Frequência: Dos 40 aos 50 anos, deve ser feita de dois em dois anos. A partir dos 50 passar a anual. Objetivo: As doses de radiações que são usadas atualmente são muito pequenas e o exame anual não representa qualquer risco. A mamografia é um exame insubstituível na prevenção do câncer de mama. Só a mamografia permite detectar alterações mínimas e revelar nódulos que não são perceptíveis à palpação. O câncer de mama é curável, mas a possibilidade de cura é tanto maior quanto menor for a lesão. A rotina para a sua realização é a seguinte: se o exame clinico for negativo raramente está indicada antes dos 40 anos.
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
Papanicolau
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Para prevenção de câncer de colo uterino Frequência: As mulheres, principalmente as sexualmente ativas, deveriam se submeter a um exame preventivo no mínimo uma vez por ano. O médico recomendará a frequência com que o exame será feito baseados nos seus fatores de risco para desenvolver câncer cervical. Objetivo: O exame de Papanicolau verifica alterações nas células do colo do útero. O Papanicolau pode detectar doenças précancerígenas e, se estas doenças são descobertas a tempo, há uma grande chance de o desenvolvimento do câncer ser combatido.
Ultrassonografia transvaginal
Para prevenção do câncer de ovário e endométrio Frequência: A indicação para a realização anual de ecografia transvaginal é discutível Objetivo: Essa prática pode auxiliar na detecção precoce de doenças do ovário e útero.
ultrasom das vias urinárias. A partir dos 60 anos de idade, seria para os homens os exames da prevenção do câncer de próstata associados a ultrassom de vias urinárias para pesquisar rins e bexiga.
Para prevenção de osteoporose Frequência: Indicações formais para o estudo da massa óssea: todos os indivíduos com mais de 65 anos; indivíduos com deficiência de hormônios sexuais; mulheres na perimenopausa que estejam cogitando usar terapia de reposição hormonal, para auxiliar essa decisão; pacientes com alterações radiológicas sugestivas de osteopenia ou que apresentem fraturas osteoporóticas; pacientes em uso de corticoterapia crônica; pacientes com hiperparatiroidismo primário; pacientes em tratamento osteoporose, para controle da eficácia da terapêutica. Como funciona: A Densitometria Óssea é o método mais moderno, aprimorado e inócuo para se medir a densidade mineral óssea. Essa é condição indispensável para o diagnóstico e tratamento da osteoporose.
PSA (Antígeno Prostático Específico)
Densitometria Óssea
Saúde do Homem
Ultra-som de vias urinárias
Frequência: A partir dos 20 até os 40 anos de idade do ponto de vista urológico, mas vale tanto para homens quanto para mulheres. Esse exame pode ser realizado a cada três anos. Objetivos: Para checar se há alguma alteração da anatomia das vias urinárias ou cálculos renais.
Prevenção do câncer de próstata
Frequência: Dos 40 anos em diante. Esse ultra-som é valido também para as mulheres e pode ser realizado a cada 2 anos. Objetivo: É realizado com os exames de sangue (psa) e o toque retal. Esses exames devem ser realiados anualmente. Para as mulheres continua apenas o
Saúde geral
Frequência: Deve-se começar a fazer o exame aos 50 anos, se não tiver parente que tenham tido câncer de próstata, ou entre 40 e 45 anos, se tiver parentes de primeiro grau que tenham tido câncer de próstata, deverá ser feito a cada um ou dois anos. Objetivo: Exame de sangue utilizado para detectar câncer de próstata, mas pode dar alterado também em casos como inflamação da próstata (prostatite), aumento benigno da próstata, traumas na região da próstata.
Glicemia de Jejum
Frequência: Iniciar rastreamento aos 20 anos. Se sobrepeso, pressão alta, uso de corticoides etc poderá fazer antes. Se normal, repetir de 1 a 3 anos. Objetivos: Exame de sangue realizado para diagnosticar diabetes.
TSH (Hormônio Tireoestimulante)
Frequência: Iniciar a dosagem aos 35 anos em mulheres de 65 anos em homens. Se necessário, poderá ser realizado antes. Repetir de 5 em 5 anos se exame normal ou a critério médico. Objetivo: Exame de sangue realizado para detectar doenças hormonais da tireoide. Fontes: Médico Marcelo Cavalcante, ginecologista; José Everton de Castro Filho, médico urologista e Hastencoubath da Costa, médico clínico geral.
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ARTIGOS CIENTÍFICOS
O CÂNCER EM NÚMEROS
Com o envelhecimento da população, ele se tornou frequente. por outro lado, deixou de ser o monstro de antes
CELÚLA CANCEROSA
no ano
2030 75 milhões
90%
17 milhões morerão do mal
62% 50% 35%
em 1998
em 1974
em 2950
Em seis décadas...
... a porcentagem de pacientes que sobreviveram ao menos cinco anos após o diagnóstico da doença simplismente dobrou!
70%
em 2012
ESPECIAL CONCAN 2012
conviverão com câncer
é a chance de cura da maioria dos tumores com diagnóstico precoce
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Artigos Científicos
CÂNCER: alguns de seus incontáveis segredos PEDRO WILSON LEITÃO DE LIMA (CE)
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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HIRAM SILVEIRA LUCAS (RJ)
ão se sabe quando foram identificados os primeiros casos de Câncer no Mundo. É certo que, em muitos pesquisas, foram encontrados fósseis com deformidades semelhantes às provocadas por esta doença. Conta a história que o próprio nome dado a estas diversas e diferentes moléstias, qual seja o CÂNCER, tem origem no vocábulo grego (?) KARKINOS = a Caranguejo. Por que?... A centenas de milhares de anos, eram muito frequentes as “feridas” abertas nas Mamas, que lembravam as marcas das causadas pelas garras destes crustáceos decápodes, com pernas terminadas em unhas . Assim seria a razão do nome Caranguejo > Câncer, que se generalizou. O certo é que este conjunto de moléstias diferentes entre si, não só na aparência, como no tratamento, vem atraindo cada vez mais a atenção dos pesquisadores, além de onerar de modo assustadoramente crescente, as despesas dos Governos em geral . Alguns aspetos do Câncer vem sendo progressivamente elucidados. Por exemplo, nas populações ou comunidades pobres, ele surge com formas mais graves e consequentemente mais letais. Por que? O organismo está mais fraco. O diagnóstico é feito em fase mais adiantada da moléstia. O tratamento é mais difícil pela falta (ou má distribuição) de Médicos especializados. Pela dificuldade de se conseguir aparelhos ( em especial de Radioterapia) ou ainda, de medicamentos espec (Quimioterapia). Isto se agrava pela entrada dos Anticorpos Monoclonais no arsenal terapêutico. Alguns destes já foram identificados como drogas altamente benéficas na terapêutica antineoplásica, entretanto, de modo geral, ainda são acessíveis apenas a uma pequena faixa de brasileiros. Tudo isto, infelizmente, é verdade e se soma à distribuição geográfica extremamente desigual dos Centros ou Unidades de Tratamento (UNACONS) em nosso País. A Organização das Nações Unidas definiu a EXTREMA POBREZA, com o código CID Z-59.5, como a principal causa de morbi-mortalidade no Mundo, sendo definida por pessoas que “recebem menos de US$ 1,00 (um dólar) ao dia”. Em nosso País, com mais de 196 milhões de habitantes (IBGE-2011/12), 7,5 milhões da PESSOAS vivem em condições de EXTREMA POBREZA.
Ainda mais, das 27 capitais estaduais em nosso País, apenas 7 (SETE) tem mais de 80% de seus domicílios conetados à rede de ESGOTO, ou seja, o restante NÃO recebe qualquer tipo de tratamento de seus dejetos. Segundo o notável Pensador (e...casualmente também Senador) CRISTOVAM BUARQUE afirmou recentemente (6/outubro/2012): “Os historiadores terão dificuldade de explicar como foi possível a Sociedade Brasileira desprezar tanto suas crianças. Como foi possível a SEXTA ECONOMIA DO MUNDO NÃO ser capaz de cuidar decente e competentemente de suas crianças, deixando milhões delas de fora da pré-escola. Sabendo que centenas de milhares de mães são obrigadas a deixar seus filhos na primeira infância sob cuidados de outros filhos, às vezes com 10 anos de idade e “retirados da escola para este trabalho”. E mais, continua este brilhante Intelectual: “Por que esta rica Sociedade ainda tem fóra da Escola 3,5 MILHÕES dos seus 50 MILHÕES EM IDADE ESCOLAR”. E ainda mais: lastimàvelmente sabese que a grande maioria daqueles matriculados, NÃO frequentam, NÃO assistem, NÃO permanecem na Escola; portanto, NÃO APRENDEM. Na Conferência Nacional de Saúde (Março de 1988) foi aprovada a Emenda Constitucional nº 29, que vincula parcelas dos Orçamentos Federal, Estadual e Municipal à Saúde. Foi criado assim o SUDS ( Sistema Único Descentralizado de Saúde), que passou a ser conhecido como SUS. Esta emenda, incluída em nossa Constituição, determina que o Orçamento da Saúde seria formado por: 15% do Orçamento Municipal, 12% do Estadual; cabendo ao Orçamento Federal 5% a mais sobre o montante do ano anterior, corrigido pela variação do PIB (pelo menos 15% da Receita Bruta). Como sabemos, esta foi mais uma Lei “que não pegou”. Resultado do somatório destes fatos: continuamos a receber ( e lamentàvelmente, cada vez mais) casos de Câncer em fase avançada. A Auditoria procedida pelo Tribunal de Contas da União em 2011, na Política Nacional de Atenção Oncológica, comparou o tempo de espera para início de Radioterapia entre o Brasil (2007,2008 e 2010) com Dez Províncias do Canadá (como se sabe País que tem um sistema de Saúde Universal como “pretendemos” que fosse o nosso). Foram cotejadas DEZ províncias canadenses, sendo apresentadas apenas a de melhor e a de pior desempenho. RESUMO: tratamentos iniciados em até 30 dias: CANADÁ: 62%, 92% e 100%. BRASIL: 15,7%, 17,1% E 15,9% Os números falam por si, lamentàvelmente dispensando qualquer comentário.
Há muito a ser feito, para isto é IMPRESCINDIVEL conscientizar os CancerologistaS das novas gerações e sobretudo, REZAR... mesmo porque (dizem) que DEUS É BRASILEIRO.
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s cancerologistas brasileiros estão cada vez mais preocupados com a deterioração progressiva das condições do atendimento ao paciente oncológico no Sistema Único de Saúde (SUS). E não é para menos: até o final deste ano, estima-se que no Brasil ocorrerão cerca de 466 mil novos casos de câncer, com uma mortalidade de cerca de 160 mil pacientes.
Artigos Científicos
O SUS e o Câncer O tratamento de câncer no Brasil, no que se refere ao SUS, deixa enormes lacunas nas opções à disposição dos cancerologistas, impossibilitados de utilizar tecnologias e drogas já incorporadas à prática médica há muito tempo. Cerca de 80% dos casos de câncer no Brasil são tratados no âmbito do SUS, tornando imprescindível a adoção de novos medicamentos e tecnologias, bem como a atualização da tabela de procedimentos oncológicos, nas quais ocorreram apenas alterações pontuais nos últimos 11 anos, com a transferência de parte dos custos para os prestadores de serviço.
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Cerca de 80% dos casos de câncer no Brasil são tratados no âmbito do SUS
Exemplo do equívoco de tais políticas foi a forma como se incorporou a droga Imatinibe à tabela de procedimentos da oncologia no SUS em 2001. Na época, o governo promoveu a isenção de impostos para o medicamento para que o preço ficasse compatível com o valor pago pela Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alto Custo (Apac). Ainda assim, o procedimento era deficitário para os prestadores de serviço, pois o valor pago cobria apenas o preço do medicamento, o que era insuficiente para arcar com seus custos operacionais. O número de pacientes que usam Imatinibe vem se avolumando, o que o torna extremamente oneroso para o sistema, a tal ponto que, em 2007, o gasto do ministério com essa medicação totalizou R$ 203 milhões, ou seja, 19,8% de todo o gasto do SUS com quimioterapia, embora o número desses pacientes representasse menos de 2% do número total em tratamento oncológico. É necessária, ainda, a revisão do orçamento ministerial destinado aos procedimentos da oncologia clínica, assim como a melhoria no acesso e na cobertura do atendimento cirúrgico oncológico e de radioterapia. Desde 2004, soluções técnicas bem embasadas vêm sendo discutidas pelas sociedades de especialidades, em conjunto com o órgão normatizador da política de atenção oncológica do Ministério da Saúde, o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Essas propostas já foram aprovadas no Conselho Consultivo do Inca, mas não houve sua implantação efetiva pelo ministério, ocorrendo um atraso de mais de 10 anos na inclusão de procedimentos sabidamente curativos, que teriam salvado a vida de milhares de pacientes, a despeito de sucessivos alertas feitos às autoridades de saúde. Os cancerologistas defendem a justiça e a equanimidade no tratamento clínico do câncer e pedem ao Ministério da Saúde que examine, com prioridade, a inclusão de novas tecnologias e de novos medicamentos oncológicos, tendo como objetivo final o respeito ao paciente de oncologia atendido pelo SUS.
ESPECIAL CONCAN 2012
Roberto Porto Fonseca Presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia
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Artigos Científicos
Ceará na nova gestão do SUS
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Ceará é o primeiro estado do País a assinar o Contrato Organizativo de Ação Pública (Coap), um valioso dispositivo de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). O Contrato, definido no Decreto 7.508/11 e assinado pela presidente Dilma, paga uma dívida de 22 anos com o povo brasileiro: regulamentar a Lei Orgânica da Saúde (8.080/90). O Decreto é um marco no aprimoramento das relações interfederativas no SUS e no fortalecimento da participação social. Por meio do Coap, é traçado um novo contorno para a oficialização dos compromissos públicos entre os gestores, nas três esferas de governo, a partir da delimitação das atribuições no âmbito das regiões de Saúde.
Luiz Odorico Monteiro de Andrade
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REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
Médico, professor da UFC e secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde
O propósito é unir forças para oferecer atendimento de qualidade aonde quer que ele esteja.
O resultado é fazer cumprir o princípio da assistência integral à saúde. Ou seja, ao dividir as responsabilidades do atendimento entre um conjunto de municípios, levando em conta as necessidades locais, temse maior resolutividade dos casos, além do planejamento e da redução do percurso de pacientes. Também será possível planejar e acompanhar a execução das metas. Fazendo jus ao histórico de pioneirismo no processo de municipalização, com políticas inovadoras como os agentes comunitários de Saúde e o Programa Saúde da Família, o Ceará entendeu estar pronto para o desafio de organizar ações e serviços de saúde, por meio do Coap, em suas 22 regiões de Saúde. O Contrato foi construído a partir de uma agenda conjunta entre o Ministério da Saúde, a Secretaria de Saúde do Ceará, a Associação dos Prefeitos do Ceará e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde. As discussões e pactuações aconteceram no âmbito das Comissões Intergestores Regionais, nova instância de pactuação da gestão do SUS. Isso possibilitou a melhor apropriação, por parte dos gestores, da situação de saúde, dos recursos existentes e da expressão de responsabilidades solidárias na região. O Estado vive, portanto, mais um momento importante na organização de seu sistema de saúde. A inauguração do Hospital da Mulher equipamento público de referência voltado à atenção integral à saúde das mulheres -, a construção de hospitais regionais (Cariri e Zona Norte), policlínicas, Centros de Especialidades Odontológicas e agora o processo de contratualização da gestão, consolidam a vanguarda em ações que se tornam modelo para o País. Mais do que proporcionar ao cidadão um acompanhamento da gestão, o propósito é unir forças para oferecer atendimento de qualidade aonde quer que ele esteja. A força da gestão participativa e interfederativa é o melhor caminho.
Prof. Dr. Ivan Dunshee de Abranches Oliveira Santos Doutorando Dino Bandiera de Oliveira Santos
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idaos@terra.com.br São Paulo
A cirurgia no melanoma teve um grande avanço graças aos grandes protocolos multiinstitucionais realizados principalmente pela OMS, nas décadas anteriores.
ESPECIAL CONCAN 2012
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cancer de pele continua sendo a neoplasia mais comum. Os tipos mais comuns de cancer de pele são o carcinoma basocelular (CBC), o carcinoma espinocelular (CEC) e o melanoma cutâneo. O CBC é o mais frequente, tem uma evolução lenta, as metástases são raríssimas e a sua disseminação é por invasão local. O CEC tem um crescimento rápido, pode dar metástases, ocorre em pele e mucosas, apresenta uma maior relação com raio UV do Sol. Pode também se originar de transformação maligna de úlceras crônicas. A excisão cirúrgica é o tratamento de escolha para os carcinomas de pele. A margem de segurança, isto, é a distância entre o tumor e o local da incisão cirúrgica deve ser de 0,5 cm para o CBC e de 1,0 cm para o CEC. As margens devem ser adequadas p/ cada paciente, observandose a localização e as características da lesão. Nunca devemos diminuir a margem de segurança em prejuízo do ponto de vista oncológico apenas por dificuldade na reparação. Em alguns casos podemos necessitar de exame anatomopatológico intra operatório de congelação. Apesar da cirurgia com margem de segurança ser considerada a melhor opção na grande maioria dos casos, existem outros tipos de tratamento. A curetagem e eletrocoagulação é realizada em CBCs bem delimitados. A vaporização, realizada com laser de CO2, destrói o tumor, com menos danos térmicos e com boa precisão. A radioterapia é usada como complemento à cirurgia quando nāo se consegue margens adequadas ou em pacientes inoperáveis. A crioterapia com nitrogênio líquido destrói o tumor por congelamento. A cirurgia micrográfica de Mohs é realizada com controle histológico intraoperatório das margens mas é bastante demorada e cansativa quando realizada sob anestesia local. As pomadas de 5 FU tópico e de imiquimode tem a sua aplicaçāo em tumores bem superficiais ou em queratoses actínicas. A TFD ( terapia fotodinâmica), tem o seu lugar no tratamento dos CBCs bem superficiais mas a sua melhor indicação é nas queratoses actínicas múltiplas. O melanoma cutâneo apesar de corresponder a apenas 5 a 6 % das neoplasias da pele é o mais grave porque pode levar o paciente ao óbito. A cirurgia no melanoma teve um grande avanço graças aos grandes protocolos multiinstitucionais realizados principalmente pela OMS, nas décadas anteriores. Foi constatado que cada paciente com melanoma deveria ser tratado de acordo com alguns fatores que influenciavam a capacidade de disseminação do tumor. Os principais fatores prognósticos, quando consideramos a lesão primária, são a espessura da lesão (Breslow), ulceração e índice mitótico, (mitoses por mm2) Antes da cirurgia definitiva, deve ser realizada uma biópsia, de preferência excisional para avaliar esses fatores prognósticos e planejar a margem de segurança cirúrgica e a possibilidade a biópsia do linfonodo sentinela (BLS). A margem de segurança de acordo com a espessura de Breslow deve ser: In situ ...................................................... 0,5 cm Até 1 mm ..................................................1,0 cm De 1 a 2 mm ...........................................1 a 2 cm Maior que 2 mm ....................................2 cm ou mais Com relação aos linfonodos, considerar a (BLS) a partir de 0,76 mm de Breslow. Quando consideramos a presença ou ausência de comprometimento linfonodal, este fator torna-se o de maior influência no prognóstico, alterando o estadiamento. A biópsia do linfonodo sentinela é o padrão ouro para estadiamento desta neoplasia. As linfadenectomias eletivas praticamente não são mais realizadas. A (BLS) deve usar três equipes médicas integradas: medicina nuclear, equipe cirúrgica e anatomia patológica. A medicina nuclear para uma linfocintilografia pré operatória. A equipe cirúrgica para detecção e retirada do linfonodo sentinela, usando um aparelho de detecção gama portátil, além da infiltração com azul patente a 0,5 cm da cicatriz anterior ou ao redor da lesão para corar o linfonodo. A sonda do aparelho de cintilação indica a direção onde está o linfonodo, o linfonodo sentinela fica de cor azul. O linfonodo é enviado para a anatomia patológica. Se no linfonodo for detectada micrometástase, deverá ser realizada uma linfadenectomia, geralmente algumas semanas depois. Se no estadiamento do paciente houver clinicamente linfonodo palpável ou detectado por métodos de imagem, deverá ser realizada a linfadenectomia. As metástases em trânsito, isto é lesões em pele e subcutâneo entre a lesão primária e a sua respectiva cadeia linfonodal, quando em membros, podem ser tratadas com perfusão de membro isolado, usando melfalan e em alguns casos também TNF, isto é, fator de necrose tumoral. A doença disseminada tem como principal abordagem a terapia sistêmica. A dacarbazina ainda é a principal droga antineoplásica no melanoma, usada isoladamente ou em combinação com outra drogas. A interleucina-2 ou mesmo a bioquimioterapia que é a combinação da quimioterapia com agentes biológicos é restrita a poucos pacientes com condições clínicas ótimas e mesmo assim é restrita a poucos centros. Recentemente foram desenvolvidas algumas drogas através de anticorpos monoclonais, como a ipilimumabe e vemurafenibe, com benefícios importantes, pela primeira vez aumentando a sobrevida de pacientes com melanoma metastático em estudo de fase III, embora com rápido desenvolvimento de resistência. Portanto o problema do melanoma metastático ainda não está resolvido, embora esses novos avanços terapêuticos sejam promissores Atualmente com as cirurgias adequadas para cada paciente, a morbidade diminuiu, a qualidade de vida melhorou e a sobrevida aumentou embora grande parte desse aumento deva ser atribuído à melhoria no diagnóstico precoce. O tratamento do melanoma, portanto ainda tem a sua maior efetividade quando a lesão é inicial e a cirurgia é realizada de modo correto.
Artigos Científicos
Tratamento do câncer de pele
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Artigos Científicos
A gestão da saúde no Estado do Ceará
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Ceará arrola, entre suas maiores obras, a construção de três grandes hospitais regionais no Interior: no Cariri, em funcionamento; outro em Sobral e prestes a entrar em funcionamento; e o terceiro, em fase de elaboração de projeto, a ser edificado em Quixeramobim. Essas estruturas se completam com a rede de hospitais-polo, policlínicas, unidades de pronto atendimento (UPA) e centros de especialidades odontológicas (CEO), que dotarão o Ceará de ampla malha de atendimento à saúde, digna de região próspera, que deveria atuar em articulação com as Unidades Básicas de Saúde da Família, sob a égide da estratégia saúde da família. A Secretaria de Saúde (Sesa), ainda quando esse arcabouço estruturante estava sendo engendrado, anteviu dificuldades que teria ao recrutar mão de obra mais qualificada para dar conta da operação de empreitada dessa envergadura.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
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marcelo.gurgel@uece.br
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Muitos postos de trabalho, criados com a instalação desses novos equipa-mentos, permanecem desocupados.
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REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
Médico e economista
Assim, instituiu um grupo de trabalho, com técnicos da Sesa, professores universitários e representantes das entidades de classes, para diagnosticar a situação da formação de profissionais da saúde, projetando as necessidades de recursos humanos especializados e indicando mecanismos apropriados para suprir esses serviços, sobretudo de médicos habilitados em especialidades de complexa formação e restrita oferta. Como resultado, a Sesa respondeu, direta ou indiretamente, pelo substancial incremento do número de programas e da oferta de vagas em Residência Médica e de outras modalidades de residência para profissionais de saúde ou multiprofissional em saúde, no Ceará. O que se lamenta, porém, é que o esforço não tenha rendido o quanto dele se esperava, pois muitos postos de trabalho, criados com a instalação desses novos equipamentos, permanecem desocupados, notadamente os de médicos especialistas, pouco atraídos pelas condições laborais, incluindo a forma de vínculo e a hipossuficiência pecuniária. Por outro lado, alguns hospitais de referência estadual vivenciam situação paradoxal, ostentando serviços de excelência e de alta complexidade, enquanto simultaneamente exibem corredores apinhados de pacientes em macas, medicamente assistidos, mas desrespeitados em seus direitos de cidadãos. Tal cenário espelha a ineficiência da atenção primária de saúde, em grande parte de sob a alçada dos municípios. O Governo do Estado, no segundo ano do segundo mandato, não tendo qualquer ruptura gerencial na pasta da saúde, desde 2007, sinaliza mais quase dois anos e meio para encarar esses transtornos, tornandoos mínimos na passagem do cargo ao próximo governante.
Vantagens do Aparelho de 3.0 tesla com multitransmissão de sinais
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Ressonância Magnética Achieva 3,0 Tesla (T) Tx com tecnologia de multitransmissão paralela de radiofrequência, também conhecida como multitransmit, foi projetada para oferecer mais uniformidade de imagem, consistência e aquisição mais rápida, com ganho na qualidade do exame comparada com exames realizados em aparelhos de menor campo magnético. Estes benefícios podem ser encontrados nos diversos aparelhos e sistemas do corpo humano, como sistema nervoso central, abdome e sistema músculo-esquelético.
Médico Assistente da Clínica Trajano Almeida Especialização em Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética no Hospital Beneficiência Portuguesa em São Paulo- SP Médico Especialista em Radiologia pela Sociedade Brasileira de Radiologia Professor do Curso de Medicina da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
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O aumento da relação sinal ruído com melhor qualidade de imagem, melhora significativa da resolução espacial e redução do tempo de aquisição do exame.
A relevante vantagem da imagem em 3,0 Tesla para o sistema neurovascular, incluindo principalmente a angioressonância, é o aumento da relação sinal ruído com melhor qualidade de imagem, melhora significativa da resolução espacial e redução do tempo de aquisição do exame. A literatura sugere superior eficácia da angiorressonância magnética 3,0 T para o diagnóstico específico de patologias neurovasculares e doenças esteno-oclusivas das carótidas. Esta tecnologia permitiu desenvolver protocolos com aquisições volumétricas isotrópicas milimétricas e submilimétricas, com vantagem evidente na detecção de pequenas lesões e com maior acuidade nos estudos comparativos de seguimento como, entre outros, de lesões tumorais e de esclerose múltipla. Em relação a imagem do abdome, o aumento da susceptibilidade magnética e do efeito chemical shift promovidos pelo aparelho em 3T, beneficiam muitas aplicações abdominais tornando as lesões mais evidentes, requerendo menor quantidade de contraste, melhorando a qualidade da angioressonância de abdome e da colangioressonância. A literatura reforça o valor da imagem em 3T também para o sistema musculo-esquelético, focalizando o uso de técnicas para otimização do exame, com melhora na acurácia diagnóstica especialmente para avaliações de estruturas cartilaginosas e ligamentares. A Clínica Trajano Almeida acompanhando a evolução tecnológica relacionada ao diagnóstico médico por imagem, oferece a oportunidade da realização de exames de ressonância em 3,0 Tesla (T) com multitransmissão paralela de radiofrequência capazes de gerar uma flexibilidade superior na gestão do binômio qualidade e rapidez de execução, ampliando e enriquecendo os seus serviços médicos prestados.
ESPECIAL CONCAN 2012
Marcio Braga
Artigos Científicos
Ressonância Magnética:
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Artigos Científicos
REFLEXÕES AINDA ATUAIS: BIÓPSIA OU BIOPSIA, CIRURGIA OU EXAME TECIDUAL? AGLIBERTO BARBOSA DE OLIVEIRA Podem ser irrelevantes as diferenças , “vou fazer uma biópsia ou aguardo sua biópsia”, mas como interpreta o paciente cada uma destas informações que para os médicos podem ser iguais? A biópsia para analise tecidual para confirmar o diagnóstico de neoplasias malignas data de pouco mais de um século, seu efetivo uso foi desencadeado após a publicação de Ruge e Veit que analisando peças cirurgicas de pacientes tratadas como portadoras de câncer de colo do útero, em Berlim, quando observaram que apenas 40% apresentavam neoplasia maligna. A biópsia é o último passo para o diagnóstico e o primeiro para o tratamento do câncer. Vejamos a etmologia: Biópsia : neologismo, em 1879, do dermatologista francês, E. H. Besnier ( Ernest H. Besnier que descreveu o conhecido Sarcoide de Besnier – Boeck, em (¹). De Bio - ( do grego - vida) + OP ( ver) + sis ( ação de ver ) + A ( terminação). É de formação paralela a necrópsia ( ou autópsia), o termo utilizado oferece dois problemas: A) Prosódico: O vocabulario ortográfico de 1943 só admitia a prosódia paroxítona : BIOPSIA ( ainda que se admitisse a autópsia não remetia a autopsia . O léxico opulento e moderno , Michaelis, registra biópsia e biopsia ( ²).
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
B) Semântico: Em um dos mais considerados léxicos franceses(¹)
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assim (e somente assim) define biopsie “Examen histologique et histochimique d’um prélèvement tissulaire ou organique sur lê vivant em vue de diagnostique”. O conhecido léxico etimologico dos termos de origem grega do começo do século XX assim define: “biopsia ( que acentua como paroxítona): Ablação de fragmentos de tecidos vivos para um exame microscópico”( ³). Se para um é um exame microscópico de tecido retirado de um organismo vivo, para o outro é o processo cirúrgico de ablação. No mesmo léxico francês supracitado há uma nota :“ por metonímia é o próprio material colhido para exame”. Na verdade biópsia não é processo cirúrgico mas sim o exame de tecido vivo em microscópio. É por metonímia, como bem anota o léxico de Paul Imbs, que o termo ganhou o sentido de : “ peça examinada e processo cirúrgico de ablação do tecido vivo. Prótese, em antigos léxicos era processo cirúrgico hoje é peça colocada no lugar de uma ausência de parte ou de um membro. Consultor “in memorian” Cássio Galvão Monteiro. Leitura Recomendada 1) Imbs, Paul- Trésor de la Langue Fraçaise. Edit. Du Centre Nátional de la Recherche Scientifique , Paris 1975.t IV. 2) Michaelis – Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. Melhoramentos - São Paulo 1998. 3) Ramiz Galvão – Vocabulário Etymologico, orthografico e prosódico das palavras portuguesas derivadas da Língua Grega. Livr. Francisco Alves – Rio de Janeiro 1909.
ODONTO-ONCOLOGIA: A saúde começa pela boca RODRIGO SILVEIRA LUCAS O tratamento do câncer envolve atuação multiprofissional, tanto entre especialidades médicas, assim como envolvendo outros profissionais de saúde.
pacientes portadores de tumores sólidos com metástase óssea, com hipercalcemia maligna, bem como, em pacientes portadores de Mieloma Múltiplo.
A Radioterapia nos tumores de Cabeça e do Pescoço e a Quimioterapia Antineoplásica em qualquer malignidade podem causar efeitos colaterais bucais tão debilitantes que afetam a capacidade do paciente em suportar o tratamento antineoplásico. Em muitos casos impõe-se a sua interrupção.
Diante desses fatores, a obtenção e manutenção da saúde bucal vem merecendo atenção especial. E é nesse contexto que a Odontologia vem se envolvendo com maior relevância na Oncologia, desenvolvendo sua terapêutica tradicional e a adaptando às necessidades e condições específicas do paciente oncológico, caracterizando como bem definida, a Odonto-Oncologia.
Tais efeitos colaterais e suas complicações, podem ser agudos e/ou crônicos, como: mucosite oral, infecções fúngicas e bacterianas, fibrose tecidual, trismo, xerostomia, cárie de radiação, osteorradionecrose, alterações de desenvolvimento esquelético e dentário (em crianças), hemorragias, alteração de paladar e comprometimento nutricional. Devemos acrescentar às complicações crônicas ou tardias, a Osteonecrose dos maxilares associada ao uso de agentes modificadores ósseos, como os Bisfosfonados utilizados em
O caminho da integração multidisciplinar parece em consonância com a realidade de nossos dias, em que o conhecimento é cada vez acessível e compartilhado. E os benefícios para a equipe e para o paciente são evidentes, reduzindo ou evitando morbidades e complicações em prol da qualidade de vida. (O Dr. RODRIGO LUCAS é Odonto-Oncologista do Hospital Mario Kroeff-RJ)
Introdução: Adenomastectomia, adenectomia ou mastectomia subcutânea são denominações atribuídas à variações da técnica clássica da mastectomia. O objetivo é remover o máximo de tecido mamário preservando-se pele, tecido subcutâneo e o complexo aréolo-papilar. Por se tratar de um procedimento cirúrgico onde há remoção parcial da glândula, o termo adenectomia é mais apropriado. Chegou a ser usada de forma indiscrimimada na década de 80, inclusive em doenças benignas, como alterações fibrocísticas. Foi abandonada pelo mau resultado estético e alto índice de complicações . Recentemente, a identificação de pacientes com risco elevado para câncer, o aprimoramento das próteses juntamente com as técnicas de reconstrução mamária, a adenectomia voltou a fazer parte do arsenal dos mastologistas. Indicações: Cabe ao mastologista a indicação da cirurgia, seja ela profilática ou terapêutica, exigindo um planejamento prévio com o cirurgião plástico a localização da incisão e o tipo de reconstrução, etapas fundamentais para se obter bons resultados. Nos casos de câncer já diagnosticado, o exame intra-operatório por congelação da região retro-areolar definirá a necessidade da remoção do complexo aréolo-papilar. Além do diagnóstico histopatológico é importante considerarmos o tamanho das mamas, grau de ptose, idade, personalidade e grau de ansiedade da paciente. Pacientes jovens, com mamas pequenas e sem ptose ou de grau leve seriam as candidatas ideais. Porém com muito critério e cuidado também podemos obter bons resultados em outras situações menos favoráveis. Lesões pré-canceroras ou o carcinoma pré invasivo são as indicações mais freqüentes para a MSc. Usualmente existem combinações de diferentes fatores que acabam por determinar esta operação. Dentre as indicações destacam-se Carcinoma in situ, hiperplasia atípica ductal ou lobular, papilomatose difusa com atipia, “cancerofobia” com risco real de câncer de mama, câncer prévio em uma mama e lesão suspeita na outra, história familiar de câncer de mama na pré-menopausa. Pacientes com mama pequena e com indicação para uma quadrantectomia também devem ser consideradas para esta seleção. a-Mulheres sem câncer de mama prévio: Hiperplasia atípica prévia , história familiar de câncer de mama bilateral na prémenopausa , dificuldade de rastreamento em jovens ou mamas radiologicamente densas, alterações imaginológicas (Bi-Rads 4) múltiplas ou repetidas. b-Mulheres com câncer inicial de mama com pelo menos uma das situação citadas no item anterior. Técnica Operatória: 1-Escolha da Incisão e marcação: Durante muito tempo a incisão no sulco infra-mamário foi a mais utilizada seguida pela incisão na axila, que já permitia exploração linfonodal. A nosso ver, estas incisões dificultam a dissecção e aumentam a possibilidade de permanência de tecido mamário residual. Uma incisão mais central nos permite o acesso por igual de toda mama favorecendo uma ressecção mais regular, revisão da hemostasia , acesso adequado para a reparação além de permitir melhor estratégia caso haja comprometimento do complexo aréolo-papilar. Temos dado preferência para incisão hemiareolar para pacientes com mama pequena e aréola grande, e que nos caso de mamas maiores ou aréolas pequenas pode ter um prolongamento vertical em direção ao sulco infra-mamário . Em mamas de maior volume ou com ptose, podemos utilizar incisão de técnicas de mastoplastia ou mastopexia. Pacientes que apresentem incisões prévias nas mamas podem ter estas como opção para a adenectomia. A marcação pré-operatória é feita com a paciente sentada onde
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ADENECTOMIA
demarcamos o sulco infra-mamário e a linha médio-esternal. 2-Técnica cirúrgica: A cirurgia é realizada sob anestesia geral, com a paciente em decúbito dorsal horizontal sem elevação do dorso. Após a incisão da pele e tecido celular subcutâneo, o mastologista inicia a ressecção do tecido glandular mantendo retalho de espessura entre 0,5 a 0,7cm. Esta dissecção deve ser regular em toda a mama fato este que mantém a integridade circulatória e é determinante para o bom resultado estético. Nossa preferência tem sido pela dissecção com eletrocautério e com uso sistemático de afastador iluminado por fibra ótica. Após a remoção em monobloco do tecido mamário fazemos revisão da hemostasia, avaliação se há tecido mamário residual, e da regularidade dos retalhos (Figs 4 e 5). 3-Reconstrução: Temos dado preferência à reparação com implantes de silicone texturizados, de formato redondo e com projeção alta. Os implantes são posicionados em espaço retro-peitoral e não temos utilizado o músculo serrátil anterior na maioria dos casos, pela dor e desconforto que acarreta nos pós-operatório tardio. A escolha do tamanho é feita levando em conta o desejo da paciente, o volume das mamas e a avaliação intra-operatória do peso da glândula e da conformação do músculo peitoral. Uma regra que pode ser aplicada para as mamas pequenas é do peso do tecido ressecado mais 100 sendo igual ao do implante a ser utilizado. A dissecção do peitoral é feita à partir de sua margem lateral em direção ao esterno. Este plano é de fácil dissecção com cautério, manobras digitais e minimizando assim o sangramento. Devemos avançar até cerca de 1cm abaixo do sulco-inframamário e evitar liberação muito ampla no sentido cranial. Pequena incisão próxima ao esterno pode ser realizada promovendo uma desinserção parcial do músculo que permite uma melhor acomodação do implante. Após nova revisão da hemostasia posicionarmos o implante com ajuda de manobra de “Valsalva” complementandose com drenagem a vácuo, posicionando o dreno entre a pele e o músculo. O implante é introduzido e ajustado antes de realizarmos o fechamento por planos. Outras opções podem ser utilizadas como o uso de implantes ajustáveis, expansores de tecidos, e retalhos como o TRAM e grande dorsal. Na nossa prática estes têm sido de indicação mais restrita como em casos de mamas muito volumosas, desejo das pacientes, ou reconstrução tardia. Cabe salientar que o tratamento bilateral tem sido a nossa opção prefererencial já realizando a cirurgia profilática contra-lateral no mesmo tempo o que confere também melhor simetria. A cirurgia em etapa única oferece maior satisfação às pacientes e melhores resultados do que quando realizada em duas etapas. Como curativo temos utilizado compressão leve feita com sutiã cirúrgico por período de 30 a 40 dias. Os drenos são removidos quando há débito seroso o sero-hemático inferior a 20ml, geralmente após o 9º pós-operatório. Recomendamos às pacientes atividade física moderada por período de 30 dias. 4-Resultados: Pré e pós-operatório tardio (1 ano) de adenectomia bilateral com técnica de mastopexia e inclusão de implante de 200cc retropeitoral. Adenectomia bilateral e reconstrução com implante de 300cc retro-peitoral 5-Complicações: A complicação mais comum é a presença de hematoma que deve ser tratada imediatamente com reintervenção cirúrgica e revisão da hemostasia. Gentil em 1985 relatou necrose das margens dos retalhos em 13% dos casos. Necrose da papila e aréola podem ocorrer e estão relacionadas com a espessura dos retalhos e tração excessiva dos mesmos durante a operação. Infecções são raras porém podemos encontrar alguns casos de mastite em pósoperatório tardio. A contratura capsular pode ocorrer estando mais relacionada ao tempo de pós-operatório e exposição radioterápica. Os prazos para a contratura capsular tendem a ser mais curtos na reconstrução mamária do que na cirurgia estética. O risco de contratura em 10 anos é estimado em 20 a 30% e em 20 anos em cerca de 60%. Quando da contratura capsular deve-se promover a troca do implante e se possível com capsulectomia. Em determinadas situações pode-se optar por uso de retalhos para a substituição do implante. 6-Referências Bibliográficas: 1-Sabino Neto, M, Gebrim, LH, Ferreira, LM. Adenectomia IN: Mastologia de Consultório, São Paulo, Atheneu, 2012.
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Importância do atendimento integrado em Mastologia para redução da mortalidade por câncer de mama. Luiz Henrique Gebrim
Introdução O carcinoma de mama representa um dos principais problemas de saúde no Brasil, ocupando o primeiro lugar entre as neoplasias malignas na mulher. Trata-se de doença complexa e multifatorial que sofre fortes influências de fatores genéticos e ambientais. Acomete principalmente mulheres na pós menopausa. Entretanto, cerca de 15% dos casos ocorrem em pacientes com idade inferior a 40 anos, onde é menor a acurácia da mamografia o que torna mais oneroso o rastreamento mamográfico . Segundo estimativas do Ministério da Saúde em 2008, cerca de 60% das pacientes são tratadas em estádios avançados. A ampla divulgação pelos meios de comunicação da importância do diagnóstico precoce, modificou o conceito de que a falta de conscientização e o medo de câncer eram os principais responsáveis pelo grande número pacientes com tumores avançados no Brasil. O problema atual decorre, basicamente, da falta de acesso aos poucos Centros Especializados, que nem sempre estão capacitados para um diagnóstico rápido, possível de se fazer em numa única consulta. Estes , além de escassos e mal distribuídos, atuam com recursos humanos e infraestrutura subutilizados. A falta de um programa nacional regionalizado e hierarquizado para detecção precoce, dificulta o gerenciamento das ações e a capacitação médica, sendo freqüente a migração de pacientes provenientes de áreas com atendimento deficiente, sobrecarregando e onerando os de mais ágeis e de fácil acesso. Apesar dos esforços para aumentar o número de mamógrafos para se detectar tumores não palpáveis, o tempo médio para diagnóstico e início do tratamento das pacientes com tumores palpáveis, supera 150 dias. O atendimento da rede primária é deficiente, faltam diretrizes e treinamento para o profissional de saúde que primeiro atende estas pacientes solicitando exames, muitas vezes desnecessários, que retardam o diagnóstico do câncer e sobrecarregam os Centros de Referência com pacientes com alterações benignas. Essa distorção dificulta o acesso e piora o prognostico das pacientes com câncer pela demora em iniciar o tratamento especializado além de aumenta o tempo de elucidação das queixas e a ansiedade das pacientes com alterações benignas. A terapêutica dos casos avançados, além de mais onerosa, resulta em sobrevida de apenas 30% das pacientes em 10 anos . Desta maneira, a detecção precoce e principalmente o tratamento em estágios iniciais aumenta substancialmente as chances de cura, diminuindo também o gasto com o tratamento.
Sobrevida 10 anos após o tratamento conforme o estadiamento (ACS2009)
As principais diretrizes para tratamento do carcinoma de mama são baseadas no estadiamento inicial e principalmente o histopatológico. Assim, preconiza-se a terapia sistêmica em quase todos os casos em que há comprometimento linfonodal, em especial tumores maiores que 2cm, representando um gasto expressivo e uma tímida redução na mortalidade. Dados do DATASUS em 2006, mostram que apesar de haver um gasto crescente com o tratamento quimioterápico , não houve redução na mortalidade nas diferentes regiões do Brasil. Há dificuldades de se realizar uma biópsia investigacional e alguns Hospitais terciários só aceitam pacientes com diagnóstico histopatológico contribuindo ainda mais para o aumento de casos avançados. O Câncer de Mama no Município de São Paulo No Estado de São Paulo, o Ministério da Saúde estimou para 2010 o aparecimento de cerca de 16.000 casos novos de câncer de mama , com uma taxa bruta de 78,01, sendo quase 6.200 casos na capital. A maior concentração de recursos materiais e humanos no Município de São Paulo e a grande população de migrantes que lá residem, contribuem para que a Metrópole tenha cerca de 4.150 óbitos por câncer de mama dos 10.000 existentes em todo país. Apesar do crescente número de casos iniciais nas pacientes oriundas das clínicas privadas ou conveniadas, submetidas ao rastreamento mamográfico oportunístico, a mortalidade por câncer de mama mantém-se estável no Município de São Paulo nas últimas décadas. Uma das principais causas é o grande número de casos avançados nas mulheres pertencentes às camadas mais carentes da população . Tais evidências mostram claramente que antes de se desencadear ações no sentido de se implementar o rastreamento mamográfico, temos que priorizar as pacientes com tumores palpáveis, facilitar o acesso à Rede Pública que deve estar capacitada e hierarquizada para o diagnóstico imediato e início do tratamento no menor prazo possível . Para reverter essa realidade em curto espaço de tempo, precisamos otimizar os recursos já existentes, disponibilizando as equipes de atendimento de forma integrada e multidisciplinar , para o atendimento resolutivo em consulta única, pactuando-se responsabilidades entre as Unidades de atendimento Primário e Secundário, e os Centros de Referência (Terciários) para o encaminhamento e acesso imediato das pacientes com nódulos mamários. O modelo de atendimento em consulta única Nesses moldes, viabilizamos no Centro de Referência da Saúde da Mulher (Hospital Pérola Byington) em julho de 2005, um Centro de Alta Resolutividade em Mastologia com atendimento em mesma área física com mamógrafos , ultra-som, coloração imediata para exames citopatológicos e agulhas para biópsias percutâneas ambulatoriais. O atendimento em consulta única foi implantado com supervisão de Mastologistas capacitados para o atendimento resolutivo em conjunto com médicos ginecologistas e residentes. A equipe atende toda demanda espontânea e referenciada das Unidades Básicas de Saúde, cerca de 80 casos novos por dia. O modelo de atendimento tem finalidade não só assistencial, mas também de ensino, capacitando futuros especialistas. As pacientes são submetidas a um breve questionário
Ao analisar 42.589 mulheres atendidas de julho de 2005 a maio de 2011 no Centro de Referência da Saúde da Mulher (Hospital Estadual Pérola Byington), observamos que o atendimento resolutivo permitiu concluir o diagnóstico em lesões clínicas em 95,4% das pacientes. Cerca de 34,5% das pacientes encaminhadas não tinham nenhuma patologia mamária, destas, mais de 68% tinham realizado exames por imagem solicitados pelo ginecologista. Os dados revelaram um grande contingente de casos com encaminhamentos e exames desnecessários, evidenciando a necessidade da realização de cursos de capacitação para os médicos que atuam na rede primária. O atendimento resolutivo por outro lado abreviou o período de ansiedade das pacientes cancerofóbicas. As demais causas de encaminhamento foram as alterações não palpáveis (28%), fibroadenomas (18 %), cistos (15%) e os carcinomas com apenas 7% do total de pacientes atendidas. Tendo em vista o grande número de alterações mamográficas e doenças benignas, há necessidade de qualificar os Hospitais ou Unidades Secundárias de contra-referência para triagem e resolução desses casos, impedindo o deslocamento da paciente ou realização de exames subsidiários desnecessários. Outro aspecto importante observado foi o grande número de mulheres jovens com faixa etária próxima dos 38 anos, mostrando maior conscientização nesse grupo etário, possivelmente pela constante exposição à mídia de mulheres jovens com câncer de mama. O aspecto negativo que tal distorção gera é a grande cancerofobia, e a demanda por consultas e exames, o que dificulta ainda mais o acesso da paciente idosa, menos conscientizada do risco de câncer e muitas vezes dependente de algum familiar para acompanhamento à consulta . Por fim, podemos observar dentre as pacientes com carcinoma, um aumento no número de pacientes pertencentes aos estádios iniciais I e II após o início do atendimento integrado resolutivo. A porcentagem de pacientes no estádio I aumentou de 12,7 para 19,3 e 23,4%. Igualmente no estádio II, houve aumento de 40,3 para 54,2 e 54,1% das pacientes diagnosticadas. Ao contrário, houve redução no número de tumores no estádio III de 40,2 para 20,0 e 15,2% nos três períodos estudados. Entretanto, não houve variação significativa na proporção de pacientes diagnosticadas no estádio IV, que se mantiveram entre 6 e 7%. Os resultados obtidos permitem concluir que no
Gráfico 8: Estadiamento clínico das 3.765 pacientes atendidas em consulta única no Hospital Pérola Byington(SP) no período de Jan/2004 a Maio/2011 . Esse resultado mostra de forma clara que a falta de acesso e de resolutividade diagnóstica são as mais importantes causas de progressão da doença, pois certamente em 3 ou 6 meses , grande parte das neoplasias das pacientes diagnosticadas e tratadas nos Estádio I e II progrediria para II ou III. A rápida redução no número de casos avançados permite estimar que tenhamos uma redução de mortalidade de 19,8% pela doença. O modelo de atendimento nos mostra uma excelente estratégia de custo efetividade voltado para Instituições com grande demanda das grandes cidades brasileiras, que tratam mais de 80% dos casos de câncer de mama, permitindo uma rápida redução da taxa de mortalidade . CONCLUSÃO: O atendimento integrado e resolutivo torna mais ágil o atendimento na Rede Pública, utiliza recursos humanos e materiais já existentes nas Instituições , acarreta imediata redução no número de casos avançados e a médio e longo prazo o efeito multiplicador de ações integradas irá reduzir a mortalidade da doença, permitindo em etapa subseqüente, implementar o rastreamento mamográfico com infraestrutura voltada para a investigação de lesões não palpáveis nos Centros Secundários, resgatando aos Centros Terciários sua função primordial que é essencialmente a terapêutica e o seguimento oncológico .
Referências bibliográficas. 1-Gebrim, LH- Breast cancer screening and diagnoses. Rev Bras Ginecol Obstet. 2009 May; 31(5):216-8. 2-Ramirez AJ, Westcombe AM, Burgess CC, Sutton S, Littlejohns P, Richards MA. Factors predicting delayed presentation of symptomatic breast cancer: a systematic review. . Lancet. 1999 Apr 3;353(9159):1127-31.
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RESULTADOS
momento do diagnóstico, os tumores nos estádios I e II representaram 77,5% dos casos. A proporção de casos avançados (Estádios III e IV) foi de apenas 21,5%, ou seja 60% menor que a relatada pelo Ministério da Saúde em torno de 55%.
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para identificar o motivo da consulta. Após o exame físico para confirmação de alterações clínicas, procede-se a critério médico, à propedêutica imagenológica, punção biópsia com coloração e leitura imediata da lâmina e nos casos duvidosos, a biópsia por agulha grossa ou incisional. Havendo apenas alterações imaginológicas (Bi-Rads 4 ou 5), o grupo de lesões não palpáveis reavalia e agenda a investigação (core ou biópsia vácuo-assistida). As pacientes que necessitam de tratamento oncológico têm seus exames pré-operatórios ou pré-quimioterapia solicitados e a modalidade terapêutica inicial (cirurgia ou quimioterapia) agendada para um período de no máximo 30 dias. Pela incidência de câncer ser maior após os 40 anos de idade, as mulheres com nódulos pertencentes a esse grupo etário são priorizadas e geralmente submetidas à punção biópsia para elucidação diagnóstica . A implantação de uma ação integrada voltada para o diagnóstico precoce é fundamental para uma rápida redução na mortalidade no Brasil, pois aumenta a resolutividade das complexas e dispendiosas etapas do diagnóstico, evitando exames desnecessários, propiciando uma terapêutica imediata e individualizada.
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DR JOSÉ COSTA DE ANDRADE Santos Andrade, AC
É doença rara , considerado tipo especial de câncer da mama, sua incidência vai de 0,5 a 5% , acomete mulheres entre 30 a 90 anos de idade com média de 56,9 anos é extremamente incomum no sexo masculino, embora seja uma patologia de menor incidência, possui grande importância na oncologia mamária. Em 1856 Velpeau, descreveu pela primeira vez as características clínicas da lesão do mamilo como, erupção, eczema, crostas espessas, descamação e exudação copiosa, porém este autor não associou estas lesões eczematosas encontradas no mamilo com a presença de câncer. Em 1874 James Paget ao descrever lesões semelhantes associou-as ao desenvolvimento de uma neoplasia maligna, porém este autor não descreveu a histopalogia da doença, mas inferiu em suas observações clínicas que a doença cutânea superficial atuava sobre as estruturas subjacentes, induzindo a degeneração carcinomatosa. Clinicamente é caracterizado por eritema , eczema, formação de crostas, erosão ou ulceração e exudação, confinados ao mamilo e aréola , encontra-se quase sempre associado a neoplasia ductal subjacente “ in situ” ou invasora. Associada a esta sintomatologia podemos ter descarga papilar sanguinolenta, dor, prurido, sensação de queimação e exudação. A inversão do mamilo está presente em 10% dos casos e em 50 a 70% dos casos apresentam massa palpável. O carcinoma de Paget da mama,encontra-se definido no relatório da OMS, sobre a classificação histológica dos tumores mamários,como lesão na qual as células de coloração pálida estão presentes no interior da epiderme do mamilo,(Rosen,1997) Histogênese: A histogênese da célula de Paget,ainda é amplamente discutida, existem duas teorias que explicam a origem das células de Paget. A teoria da Transformação in situ, sugere o desenvolvimento espontâneo das células de Paget a partir de células epidérmicas de forma independente. A teoria Epidermotrófica diz que as células de Paget seriam originadas de carcinoma ductal latente,que migrariam através da membrana basal dos ductos para a epiderme do mamilo,esta é a teoria mais aceita. Diagnóstico : Do ponto de vista clínico trata-se de patologia de fácil diagnóstico, desde que tenhamos em mente a sua possibilidade. Na maioria das vezes, encontramos a lesão em um único mamilo, sendo a bilateralidade excepcional. Mamografia é fundamental para a identificação das lesões sub-clinicas como presença de nódulos suspeitos na região retroareolar e microcalcificações que são detectadas em aproximadamente 60% dos
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DOENÇA DE PAGET DA MAMA A citologia pode ser realizada através da raspagem da lesão eczematosa ao nível do complexo areolo- mamilar. Faz-se um esfregaço em lâmina de vidro. A presença de células atípicas são sugestivas mas não conclusivas para carcinoma Paget. casos. Citologia: A citologia pode ser realizada através da raspagem da lesão eczematosa ao nível do complexo areolo- mamilar. Faz-se um esfregaço em lâmina de vidro. A presença de células atípicas são sugestivas mas não conclusivas para carcinoma Paget. A citologia tem sido advogada por alguns autores para screening diante de qualquer lesão eczematosa do complexo areolo-mamilar. Histologia : O diagnóstico definitivo se baseia na biópsia incisional da lesão do mamilo e aréola. O diagnóstico histopatológico é dado com relativa facilidade, sendo patognomônico o encontro das células de Paget. que são células grandes de origem glandular, com citoplasma abundante, vacuolizado, descorado e pálido. O núcleo também é grande, vesicular, hipercromático, proeminente e irregular em forma e tamanho, com variável número de mitoses o que evidencia o caráter maligno dessas células. Com relação a imuno histoquímica o carcinoma de Paget é receptor de estrógeno e progesterona negativo em torno de 70% dos casos , p53 negativo em torno de 80% dos casos e c-erbB-2 positivo em torno de 80 a 90% dos casos. Diagnóstico diferencial : Eczema do complexo areolo mamilar, dermatite de contato, processo inflamatório, melanoma maligno, papiloma intra ductal, doença de Bowen, dermatite actinica. Tratamento: Com relação ao tratamento do carcinoma de Paget existe um concenso geral de que a cirurgia a melhor opção terapêutica. A extenção da cirurgia depende de cada situação e estadiamento clínico, o parâmetro discriminador é a presença ou não de tumor palpável . A radioterapia é utilizada no tratamento complementar das cirurgias conservadoras . Dependo do estadiamento clínico e patológico indicase quimioterapia e /ou hormonioterapia adjuvante, adequada para cada caso em particular.
Dr Rafael Aron Schmerling HOSPITAL SÃO JOSÉ DA BENEFICENCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO Desde a década de 80, com a aprovação da interleucina-2 (IL-2), não havia novas drogas ou alternativas terapêuticas que pudessem mudar o tratamento do melanoma metastático, até que nos últimos dois anos tivemos os resultados que iniciaram uma importante mudança desta história. Os resultados de ipilimumabe, um anticorpo monoclonal direcionado para o receptor CTLA-4 do linfócito T, e vemurafenibe, um inibidor do BRAF mutado, representaram mais do que alternativas terapêuticas: estabeleceram duas frentes com conceitos particulares que nortearam o tratamento e a pesquisa do melanoma, nos próximos anos. Em 2010, foi apresentado o estudo randomizado de ipilimumabe isolado, em combinação com a vacina gp100 e a vacina isolada, em pacientes com melanoma previamente tratados. Este foi o primeiro estudo randomizado nesta doença em que se conseguiu demonstrar aumento de sobrevida global. A redução de risco de morte foi de 34% (HR 0,66; p=0,003) e a sobrevida mediana foi de 10,1 meses, em comparação com o grupo da vacina com 6,4 meses1. Posteriormente, em pacientes sem tratamento prévio, a combinação de ipilimumabe e dacarbazina, demonstrou significativo ganho de sobrevida (HR 0,72; p<0,001) em comparação com a dacarbazina isolada: sobrevida mediana de 11,2 meses em comparação com 9,1 meses respectivamente2. Até então, limitada pela IL-2, cuja toxicidade e complexidade sempre preponderaram sobre o entusiasmo da perspectiva de cura3, a imunoterapia foi sempre considerara algo restrito a centros entusiastas e pacientes privilegiados. Ademais, todas as expectativas depositadas nas vacinas vinham frustrando médicos, pesquisadores e, sobretudo pacientes. Os resultados do ipilimumabe trouxeram consigo, mais que uma alternativa terapêutica, mas o estabelecimento definitivo do conceito de atividade da imunoterapia no tratamento do melanoma. Ainda indisponível comercialmente no Brasil, o ipilimumabe trará um desafio para toda a comunidade de profissionais envolvidos no cuidado do paciente com melanoma. O seu perfil de resposta é distinto dos antineoplásicos e drogas-alvo. Com respostas mais lentas e a ocorrência de eventuais crescimentos de lesões antes da redução, a droga tem expectativa diminuída de sucesso em pacientes sintomáticos e com alta carga de doença. Assim, os dermatologistas e cirurgiões que acompanham os pacientes serão peça fundamental para a identificação das recidivas e referenciamento aos oncologistas. Estes, por sua vez, terão que se adaptar ao perfil de toxicidade peculiar (e não mais grave) da droga. Com complicações relacionadas a fenômenos auto-imunes, a toxicidade do ipilimumabe merecerá atenção dos oncologistas4. Os resultados do vemurafenibe estabeleceram o conceito de terapia-alvo e o uso de biomarcadores preditivos no manejo do melanoma metastático. Desde a sua fase precoce de
O entusiasmo da comunidade científica ligada ao melanoma é em especial elevado pelas novas perspectivas que foram abertas. No campo da imunoterapia, o desenvolvimento dos anticorpos contra o PD1 e o PDL1, moléculas que participa do sistema regulador da imunidade, estão em desenvolvimento com resultados preliminares promissores, não só em melanoma. Na área da terapia-alvo, já se desenvolveu um novo inibidor de BRAF com importante atividade em lesões de sistema nervoso central e um inibidor de MEK, um passo a seguir na via da MAP-K, da qual participa o BRAF. A inibição isolada do MEK não aparenta ser melhor que a inibição do BRAF em pacientes com a mutação deste último. Entretanto a combinação do dabrafenibe (inibidor de BRAF) e do trametinibe (inibidor de MEK), tiveram importantes respostas em estudos bastante preliminares7. Além disso, existe uma expetativa que a inibição do MEK possa ser útil em pacientes com melanoma em mutação do gene NRAS, o que ainda está para ser demonstrado claramente8. Por fim, o cenário do melanoma metastático mudou e os médicos terão à sua disposição, ferramentas capazes de ajudar seus pacientes com melanoma no controle, no ganho de sobrevida e com potencial de controles duradouros. 1. Hodi FS, O’Day SJ, McDermott DF et al. Improved Survival with Ipilimumab in Patients with Metastatic Melanoma. N Engl J Med 2010; 363: 711-23. 2. Robert C, Thomas L, Bondarenko I et al. Ipilimumab Plus Dacarbazine for Previously Untreated Metastatic Melanoma. N Engl J Med 2011; 364: 2517-26. 3. Atkins MB, Lotze MT, Dutcher JP et al. High-Dose Recombinant IL-2 Therapy for Patients with Metastatic Melanoma: Analysis of 270 Patients Treated Between 1985-1993. J Clin Oncol 1999; 17: 2105-2116. 4. Weber JS, Kähler KC and Hauschild A. Management of Immune-Mediated Adverse Events and Kinectics of Response With Ipilimumab. J Clin Oncol 2012; 30: 2691-2697. 5. Flaherty KT, Puzanov I, Kim KB et al. Inhibition of Mutated, Activated BRAF in Metastatic Melanoma. N Engl J Med 2010; 363:809-19. 6. Chapman PB, Hauschild A, Robert C et al. Updated overall survival (OS) results for BRIM-3, a phase III randomized, open-label, multicenter trial comparing BRAF inhibitor vemurafenib (vem) with dacarbazine (DTIC) in previously untreated patients with BRAFV600E-mutated melanoma. J Clin Oncol 2012; 30: suppl; abstr 8502. 7. Weber JS, Flaherty KT, Infante JR et al. Updated safety and efficacy results from a phase I/II study of the oral BRAF inhibitor dabrafenib (GSK2118436) combined with the oral MEK 1/2 inhibitor trametinib (GSK1120212) in patients with BRAFi-naive metastatic melanoma. J Clin Oncol 2012; 30: suppl; abstr 8510. 8. Ascierto PA, Berking C, Agarwala SS et al. Efficacy and safety of oral MEK162 in patients with locally advanced and unresectable or metastatic cutaneous melanoma harboring BRAFV600 or NRAS mutations. J Clin Oncol 2012; 30: suppl; abstr 8511.
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Dr Antonio Carlos Buzaid
Também indisponível no Brasil, o vemurafenibe representará uma importante ferramenta para o controle sintomático dos pacientes com doença metastática, em especial por conta das rápidas respostas observadas. Quanto a sua toxicidade, chamam a atenção o desenvolvimento de novas neoplasias de pele como queratoacantomas, carcinomas espinocelulares e a importante fotossensibilidade, que demandará do oncologista uma atenção especial e orientação detalhada quanto à necessidade de fotoproteção. Além disso, pirexia, artralgia e outras alterações cutâneas, como queratose pilar e queratoses palmo-plantares são observadas e envolverão um cuidado peculiar dos profissionais que assistem estes pacientes.
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Melanoma Metastático: novos conceitos para a prática clínica
desenvolvimento, no estudo de Fase I, o então PLX4032 evidenciou uma taxa de resposta de 80% em pacientes com melanoma metastáticos portadores da mutação V600E do gene BRAF5. Em um rápido desenvolvimento, foi realizado um estudo de fase III em pacientes, portadores da mutação, sem tratamento prévio. Neste, 57% dos pacientes tratados tiveram resposta parcial, com uma redução de risco de progressão de 62% (HR=0,38; p<0,001) e de morte de 30% (HR=0,70; p<0,001), conforme a última atualização6. Foi a primeira vez em que se utilizou um marcador molecular para a decisão terapêutica em melanoma, com sucesso.
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Câncer de mama na gravidez: Luiz Henrique Gebrim
O câncer de mama associado à gestação é pouco freqüente e acarreta um grande impacto emocional e psicossocial. Conceitualmente, corresponde à ocorrência do carcinoma durante a gestação ou até um ano após o parto. O antecedente de gravidez prévia até três anos ao do diagnóstico do carcinoma vem sendo evidenciado por alguns autores como provável coexistência da neoplasia em fase microscópica com a gestação e uma possível piora no prognóstico. Dentre as grávidas, essa associação varia entre os autores, podendo ocorrer de cada 3 a 10 mil gestações. Na população de mulheres com câncer de mama, a proporção destas com gestação, varia entre 0,2 a 3,8 % dos casos. Dentre as mulheres com câncer de mama antes dos 40 anos, alguns estudos chegam a identificar uma freqüência de 14% associados à gestação. O aumento da incidência pode ser compreendido pelo fato das mulheres terem retardado suas gestações, o que coincide com a faixa etária onde a incidência de carcinoma é maior. O tema é importante por ser o câncer de mama a segunda neoplasia maligna mais freqüentemente associada à gestação, tendo as pacientes, idade média de 33 anos. O câncer de mama é uma doença multifatorial, sendo a exposição a estrógenos um importante fator promocional. Muito embora o número de gestações exerça um fator protetor direto para o câncer mamário, esta doença paradoxalmente tem prognóstico desfavorável na gravidez, atingindo índices de mortalidade mais elevados quando comparados ao grupo da população não-gestante. Entretanto, esta evidência não se relaciona à característica biológica tumoral, e sim ao diagnóstico tardio. Saunders et al em 2003 observaram que a maioria dos tumores diagnosticados durante a gravidez foram diagnosticados com diâmetro superior a 2 cm, corroborando a dificuldade da detecção precoce nesta faixa etária, retardo na terapêutica e prognóstico desfavorável. Um modelo matemático desenvolvido para quantificar o efeito do retardo diagnóstico na gestação, constatou que uma demora de 3 a 6 meses no tratamento sistêmico aumenta o risco de metástases em 5 a 10 %. Postergar a quimioterapia em pacientes com pior prognóstico diminui a sobrevida livre da doença. Estima-se que cada mês de atraso aumenta em 0,9% o risco de metástases axilares A pré-eclâmpsia ou a hipertensão induzida pela gestação, por um desequilíbrio no balanço entre esteróides e outros hormônios da gravidez, leva à diminuição do estrogênio e aumento do androgênio circulante, reduzindo assim a incidência de câncer de mama nestas pacientes. O gene p53, conhecido como supressor tumoral, é ativado pelo estrogênio e progesterona na célula não neoplásica predisposta, conferindo uma proteção hormônio-induzida. Entretanto, quando mutado, nas células do carcinoma, confere maior agressividade tumoral. Estudos experimentais em animais revelaram que a alfa-feto-proteína, cuja concentração sérica nas mulheres grávidas está aumentada em mais de 100 vezes, tem propriedades antiestrogênicas e inibe o crescimento de células tumorais. No tocante aos tipos histopatológicos, não há diferença entre a população de mulheres não grávidas com a de gestantes. O carcinoma associado à gestação apresenta, na maioria das vezes, receptores de estradiol e progesterona
negativos. Esse achado pode algumas vezes, ser interpretado como falso negativo, pois a alta concentração de estradiol e progesterona circulantes levam à diminuição dos próprios receptores pela auto-regulação. Observa-se também maior freqüência de tumores c-erbB-2 positivos e de mutações de BRCA-2. Acredita-se que a gestação possa aumentar o risco de câncer de mama em portadoras de mutações BRCA1 e BRCA2. Alguns fatores que explicariam o pior prognóstico na gestação seriam a menor proporção de casos com receptores de estrogênio positivo, maior comprometimento linfonodal axilar, maior índice de proliferação celular e invasão vascular. Além disso, muitos dos estudos que realizaram avaliação imuno-histoquímica encontraram no grupo associado à gestação maior superexpressão de c-erbB-2, sabidamente um marcador de prognóstico desfavorável. DIAGNÓSTICO O ingurgitamento mamário na gestação, edema, hipertrofia e a lactogênese dificultam a avaliação clínica e mamográfica. O sintoma mais freqüente é a presença de nódulo em mais de 70% dos casos. Isto enfatiza a importância da avaliação mamária pré-concepcional, especialmente naquelas pacientes com idade maior que 35 anos pretensas a engravidar. A propedêutica mamária deve ser realizada a cada consulta pré-natal, com ênfase no primeiro trimestre, pela melhor acurácia da palpação nesse período. A mamografia tem alto índice de resultado falso-negativo antes dos 40 anos pela alta densidade mamográfica, mas pode ser reconsiderada quando houver suspeita clínica. A ultra-sonografia é um método complementar que pode ser empregado em gestantes, quando a palpação for duvidosa, mas nunca como rastreamento. Permite definir e diferenciar imagens sólidas de císticas em 97% dos casos. O diagnóstico diferencial inclui patologias do ciclo grávido-puerperal como: mastite, galactocele, cistos, ingurgitamento mamário, adenoma, fibroadenoma ou carcinoma. Para tanto, requer equipamento apropriado e profissional experiente em patologia mamária. A punção aspirativa com agulha fina (PAAF) em nódulos possui alta acurácia, tem baixo custo e pode ser feita na consulta de pré-natal, mas o patologista deve ser informado do estado gestacional para melhor interpretação diagnóstica uma vez que resultado falsopositivo embora raro pode ocorrer na gestação. A biópsia percutânea ou excisional deve ser indicada nos casos suspeitos para excluir carcinoma. A exposição da gestante a procedimentos radiológicos aumenta o risco de leucemia e de tumores sólidos no concepto. A mamografia pode ser indicada quando houver suspeita clínica. Vale ressaltar que a acurácia do método diminui na gestação pelo aumento na densidade radiológica. Não há contra indicações para a radiografia de tórax que poderá ser realizada com proteção abdominal ou pélvica com finalidade de detecção de metástases. A cintilografia óssea não traz benefícios no rastreamento durante a gestação devendo ser realizada após o parto. A tomografia deve ser evitada pela exposição fetal às radiações. Nos casos onde houver necessidade de diagnóstico diferencial de metástases parenquimatosas ou intracavitárias, a ressonância nuclear magnética é segura apesar de alguns radiologistas preferirem realizar o exame após o primeiro trimestre. TRATAMENTO Deve ser imediato e a conduta baseada no estadiamento clínico e cirúrgico. O protocolo de conduta é similar ao aplicado à não-gestante e envolve equipe multidisciplinar. Prioriza-se a cirurgia nos estádios I e II, dando-se preferência à mastectomia com linfadenectomia axilar com reconstrução tardia. A anestesia geral pode ser utilizada, sendo segura para o feto. Deve-se entretanto, manter
Muito embora alguns autores apresentem tendências ao parto cesáreo, não foram encontradas evidências consistentes que contra-indiquem o parto normal. Caso haja necessidade de tratamento antiblástico, o parto não
GESTAÇÃO SUBSEQUENTE . A radioterapia interrompe a lactogênese da mama tratada no caso de uma futura gestação, mas não modifica o da mama contralateral. A quimioterapia não possui efeitos embriopáticos para uma gestação futura. Entretanto, reduz a fertilidade por induzir amenorréia em pelo menos 30% das mulheres com idade inferior a 40 anos. Acima desta faixa etária, o índice aumenta para 90%%. Tal efeito deve ser considerado nas nulíparas que pretendem uma gestação futura. A criopreservação de óvulos e de embriões deve ser vista com cautela, pois as terapêuticas empregadas para fertilização in vitro estão associadas a um risco maior para câncer de mama, mas representam uma alternativa a ser considerada. Preconizamos nessas pacientes o uso de análogos de GnRh durante o período de quimioterapia, para proteção dos folículos.Gelber et al, utilizando grupo controle, não identificaram maior risco para óbito por câncer de mama nas mulheres que engravidaram após o tratamento . Assim, mulheres que tiveram câncer de mama nos estádios iniciais e que desejarem engravidar podem optar pela escolha sem alterar a história natural da doença. Cabe ao médico esclarecer o casal a respeito do prognóstico da doença antes da decisão da nova gestação. Alguns autores recomendam retardar essa decisão por pelo menos dois anos, por ser este o período da maior recorrência da doença. PROGNÓSTICO E SOBREVIDA Estudos randomizados não demonstraram diferenças na sobrevida entre mulheres gestantes e não gestantes, quando estratificadas pelo estadiamento. Porém, há de se considerar que os tumores associados à gravidez têm um comportamento mais agressivo e geralmente encontram-se em estádios mais avançados no momento do diagnóstico. Sendo assim, considera-se como fator de mau prognóstico associação entre carcinoma de mama e gestação. Os autores mostram uma sobrevida global em 5 anos de 41%%, sendo que 70% dos tumores tinham mais de 2 cm de diâmetro. Mais de 72% das pacientes tinham comprometimento dos linfonodos axilares e 95% dos tumores com graus histológicos II e III. Cerca de 75 % dos tumores eram negativos para receptores de estrógeno e progesterona. Referências Bibliográficas: 1- Crivellari D, Lombardi D, Scuderi C, Spazzapan S et al. Breast cancer and pregnancy. Tumori; 88:187-192; 2002. 2- Medina, D. Breast cancer: the protective effect of pregnancy. Clin Cancer Res. 2004 Jan 10:380s-384s 3-Zhang J, Liu G, Wu J, Lu JS et al. Pregnancy-associated breast cancer: a case control and long-term follow up study in China. J Exp Clin Cancer Res. 2003 Mar;22(1):23-27.
ESPECIAL CONCAN 2012
O PARTO E AMAMENTAÇÃO
deverá coincidir com o momento mais neutropênico da quimioterapia, sendo recomendado um intervalo de 3 semanas do último ciclo até a data do parto . A amamentação fica contra-indicada durante o tratamento sistêmico.
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cuidados na gestação pelo aumento da volemia, o aumento do fibrinogênio e das plaquetas Há controvérsia a respeito da cirurgia conservadora na gestação. Apesar da escassez de dados na literatura, a pesquisa do linfonodo sentinela com radioisótopos pode ser feita com doses de 500 a 600 µCi usando colóide marcado com tecnécio Tc99m. Também não há relatos contra-indicando a técnica que emprega o Azul Patente. A radioterapia é contra-indicada na gravidez por ser teratogênica, podendo induzir a distúrbios hematológicos e doenças malignas na infância. Pode levar ainda à restrição de crescimento intra-uterino, retardo mental e à prematuridade. Sendo assim, somente deve ser iniciada após a resolução do parto. A complementação radioterápica pós cirurgia conservadora deve ser postergada mas não se sabe ainda se o prognóstico se modifica. Temos indicado o tratamento conservador apenas em tumores menores de 2 cm com margens histopatológicas negativas. Iniciamos o tratamento apenas 30 dias após o parto. Em tumores iniciais diagnosticados no último trimestre, a quimioterapia adjuvante pode ser postergada para o pós parto para evitar complicações maternas. Nos estádios avançados, deve ser iniciada logo após o diagnóstico, independente do período gestacional. Em casos onde a quimioterapia é realizada nos segundo e terceiro trimestres, a toxicidade fetal é baixa, podendo acarretar malformações em 4% das gestações expostas, considerando-se o risco de 3% de malformações da população em geral. Pode, entretanto, acarretar complicações como: retardo no crescimento intra-uterino, prematuridade, infecções, etc. O uso de quimioterápicos eleva as taxas de aborto, prematuridade e mortalidade fetal. Porém, quando as drogas são aplicadas a partir do segundo trimestre são consideradas de baixo risco (categoria D). O esquema FAC (5-fluoracil/adriamicina/ciclofosfamida) pode ser usado durante a gravidez e a antraciclina, por ter baixa transferência placentária tem-se mostrado segura para o feto. Apesar de não haver dados que atestem a segurança dos taxanos para o feto, Gadducci et al em 2003, empregaram epirrubicina e paclitaxel em uma grávida de 36 anos com carcinoma avançado de mama e não observou toxicidade materna ou fetal. A alta taxa de superexpressão do c-erbB-2 em tumores associados à gravidez sugere que a terapia com trastuzumab (Herceptin®) possa ter um papel relevante. No tocante à hormonioterapia, quando os receptores de estrogênio e ou progesterona forem positivos, o tamoxifeno deve ser ministrado após as demais formas de tratamento por cinco anos na dose de 20 mg/dia. Ressaltese a necessidade de se utilizar método contraceptivo não hormonal neste período (ligadura tubária ou D.I.U), pois uma nova gravidez na vigência de tratamento com tamoxifeno associa-se ao desenvolvimento de anomalias fetais . A ooforectomia não tem sido recomendada como terapêutica antiestrogênica uma vez que a maioria destes tumores é receptor negativo, entretanto, naquelas pacientes com estádios avançados, cuja neoplasia é receptor-positivo, a ablação cirúrgica deve considerada. A interrupção da gravidez não melhora o prognóstico. Ao contrário, segundo alguns autores, aquelas pacientes que tiveram a gravidez interrompida apresentaram pior prognóstico.
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