Revista Especial Expoece

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R$10,00

CEARÁ e

16

municípios

Integrando a Capital com o Interior

Adeus, aftosa!

“O Estado do Ceará vai ser certificado pelo Ministério da Agricultura, ainda este ano, como “Área Livre da Aftosa com Vacinação”, Nelson Martins.

Edição N 114- Ano XVI - Novembro 2012

EXPOECE 58 ANOS DE TRADIÇÃO, DISCUTINDO E MOSTRANDO A PECUÁRIA CEARENSE

PAULO HÉLDER:

EXPOECE É SÍMBOLO DA RESISTÊNCIA DO PRODUTOR RURAL EProgramação MAIS

Cultural Expositores do Nordeste Comercialização de produtos da Agricultura Familiar

HOMENAGENS E BALANÇO MARCAM ANIVERSÁRIO DO SEBRAE-CE

Flávio Saboya FAEC é parceira da ACC na EXPOECE promovendo cursos de capacitação


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EXPOECE

NÃO IMPORTA A RAÇA, O IMPORTANTE É VACINAR.

Vacine seu gado até

30/11 Seja qual for o tamanho do seu rebanho, não deixe de vaciná-lo contra a febre aftosa, uma doença contagiosa que ataca sua criação causando muitos prejuízos a você e ao Estado. Vacine seu gado até 30 de novembro. É bom para você e também para o Ceará.

Disque-Aftosa

0800 280 0410

aftosa@adagri.ce.gov.br



EXPOECE

Expediente

Editorial

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Ano XVI - N 114- Novembro 2012

O AGRONEGÓCIO É TAMBÉM O NOSSO FOCO

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esde que criamos a Revista Ceará e Municípios, há 16 anos atrás, vimos acompanhando o desempenho do agronegócio no nosso Estado. São pelo menos quatro edições por ano, uma durante o Seminário Nordestino de Pecuária-Pecnordeste, no mês de junho, outra em setembro, sobre o Seminário Internacional de Frutas, Flores e Agroindústria-FRUTAL e a outra sobre a Exposição Agropecuária e Industrial- Expoece, que este ano mudou para o mês de novembro devido o período eleitoral . Há quatro anos, introduzimos em nossa programação o Festival Internacional do Camarão, que será o quarto, sempre na Fazenda Cacimbas, no município de Acaraú. Embora a agropecuária represente apenas 7% do PIB cearense é importante para nós, enquanto veículo de comunicação social, apoiarmos esta atividade que é essencial na geração de alimentos, emprego e renda. O próprio governador Cid Gomes, já declarou várias vezes, e está publicado nesta edição, que após concluir seu mandato e passar uma temporada fora do País , pretende terminar seus dias de vida, no campo. Sua idéia é fazer uma classe média rural no campo, com boas escolas, educação de qualidade, saúde e equipamentos para ajudar no crescimento da atividade. O mês de novembro coincide com dois grandes eventos: a Expoece e o IV Festival Internacional do Camarão, por isso resolvemos reunir os dois temas em uma só edição, mas de forma separada e bem detalhada, vocês vão gostar. Contem conosco e não esqueçam, todo empreendedor necessita de parcerias para poder fazer seu trabalho.

Silvana Frota

PRESIDENTE DA ACC

EXPOECE É SÍMBOLO DA RESISTÊNCIA DO PRODUTOR RURAL

10 40 ANOS DO SEBRAE 18 Homenagens marcaram a comemoração 19 Opinião 20 Momentos de Confraternização Revista Ceará e Municípios

EDITORA GERAL jornalista Silvana Frota (653 JP) silvanaxgfrota@hotmail. com DIRETOR ADMINISTRATIVO Italo Frota Catunda REVISÃO Silvana Frota- MTB - 432 Carmem Frota Boelen REDAÇÃO Silvana Frota, Polianna Uchoa COLABORADORES Lúcio Flávio - SDA, Rejane Bastos- ACC

Editora da Revista Ceará e Municípios

EXPOECE 2012 06 58 anos de tradição, discutindo e mostrando a pecuária cearense 07 O Sistema Faec/Senar monta Espaço do Produtor 08 Expositores fazem acontecer a Expoece 08 Expositores 2012

Esta publicação é editada há 16 anos pela Editora Eventtus Ltda.

09 Projeto ALI E SEBRAETEC promovem melhoria nas queijarias 12 Cid Gomes: é possível fazer uma clase média rural 13 A nova classe média rural 16 Ceará é o 3º colocado no efetivo dos rebanhos bovinos do Nordeste 21 LEITE X SECA: queda de 50% no rebanho e no leite 23 Falta de milho impacta em vários setores 26 Suinocultura cearense participa do PNDS 27 Adece completa cinco anos de história

FOTOGRAFIA Arquivo Revista, Assessorias, internet. ARTE/CRIAÇÃO Polianna Uchoa poliannauchoa@gmail. com Gerente de Contas Michelle Fernandes municipiosdoceara@gmail. com Avenida Dom Luis,300, sala 725 Aldeota. Cep: 60160230 Aldeota Fortaleza- Ce Fones (85) 3264.3665 Cel.96621700/88144719 Acesse nosso site:

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Adeus, aftosa!

EXPOECE

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MÃO

O Estado do Ceará vai ser certificado pelo Ministério da Agricultura, ainda este ano, como “Área Livre da Aftosa com Vacinação”. Atualmente é “Médio Risco de Aftosa com Vacinação”. Segundo o secretário do Desenvolvimento Agrário, Nélson Martins, porque conseguiu cumprir todas as exigências definidas por Brasília. A Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adagri) foi equipada, ganhou reforço de pessoal e as barreiras contra a doença também estão operando. Além disso, conforme o secretário, o índice de 94% de vacinação do rebanho, hoje da ordem de 2,6 milhões de cabeças, foi atingido. Nélson adiantou que essa fase será vencida. Espera agora que o Estado ganhe também certificação internacional, o que só depende de algumas providências da Paraíba e Rio Grande o Norte, que atrasaram algumas de suas ações compartilhadas com o Ceará. “Em 2014, vamos atingir esse nível”, diz.

NOVA CAMPANHA CONTRA A FEBRE AFTOSA A Campanha foi lançada no dia 31 de outubro na Fazenda Experimental da UECE no município de Guaiuba e se desenvolverá de 1º de novembro a 30 de novembro.

Secretário de Desenvolvimento Agrário Nelson Martins ao lado de autoridade no lançamento da 2ª fase da Campanha

O Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria do Desenvolvimento Agrario (SDA) e da Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Ceará (Adagri), lançou no dia 31 de outubro a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. O evento aconteceu em Guaiuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, na Fazenda de Experimentação Agropecuária da Universidade Estadual do Ceará (UECE). A meta nesta etapa é vacinar mais de 95% do rebanho. Na primeira etapa, em junho, foram imunizados mais de 93% do rebanho, ou seja, cerca de 2,5 milhões de animais de um total de 2,7 milhões foram vacinados. Apesar do Ministerio da Agricultura, Pecuaria e Abastecimento (MAPA) ter deixado a critério dos estados o adiamento ou prorrogação da campanha, o Ceará optou por iniciar a vacinação dentro do periodo previsto, pois se houvesse adiamento os animais poderiam estar mais fracos e não há previsão de chuva até lá. “Nós decidimos começar agora porque temos que aproveitar o momento para vacinar os animais e atender as exigências do Mapa, se adiarmos corremos o risco de deixar os animais mais fracos”, afirmou o presidente da Adagri, Augusto Júnior. O secretário Nelson Martins ressaltou que o Governador Cid Gomes estruturou a Adagri, entendendo a importância da vacinação contra a febre aftosa, tanto no que diz respeito à contratação de novos servidores como na estruturação da Agência no interior do Estado: foram abertos em 2012, 15 novos escritórios atendendo às exigências

do Mapa. Para o secretário, a segunda etapa da Campanha em 2012 será histórica, pois vai confirmar até março de 2013, o Ceará como zona livre de aftosa com vacinação. “Os escritórios da Ematerce e da Adagri e as secretarias municipais de agricultura estão cientes do seu papel para o sucesso desta campanha, e os produtores também. Não temos dúvida de que atingiremos a meta e que o Ceará será reconhecido como zona livre de aftosa com vacinação”, afirmou Nelson Martins. VACINAÇÃO A vacinação contra a febre aftosa segue até o dia 30 de novembro. Os produtores devem procurar as lojas veterinárias para comprar as doses da vacina para o rebalho e solicitar a nota fiscal. A dose da vacina continua com preço médio de R$ 1,50. A multa para quem não vacinar o rebanho ainda é de R$ 13,43 por cabeça. A declaração de vacinação deve ser feita nos escritórios da Ematerce e da Adagri. FEBRE AFTOSA A febre aftosa é uma doença contagiosa, causada por vírus de rápida multiplicação. O animal infectado apresenta feridas na boca, nos lábios,tetas e nos cascos. Os bichos também se afastam do rebanho, babam, não comem e não bebem água. O último caso registrado de febre aftosa em território cearense foi em 11 de abril de 1997, no município de Porteiras, na região do Cariri.

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EXPOECE

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EXPOECE EXPOECE | Programação

58 ANOS DE TRADIÇÃO, DISCUTINDO E MOSTRANDO A PECUÁRIA CEARENSE

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erca de 250 mil pessoas devem visitar a 58ª edição da Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará (EXPOECE), de 18 a 25 de novembro, no Parque de Exposição Governador César Cals, o público de Fortaleza poderá conhecer o melhor da produção agrícola e pecuária do Ceará, e de outros Estados do Nordeste. Promovida pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) e pela Associação dos Criadores do Ceará (ACC), a EXPOECE 2012 apresentará também exposição de animais e produtos, com cerca de 500 estandes, movimentando aproximadamente R$12 milhões em negócios, na EXPOECE deste ano. Apesar da seca que assola o nosso Estado e a região Nordeste a expectativa é a participação de 4 mil animais dos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e São Paulo. Segundo o presidente da Associação dos Criadores do Ceará - ACC, engenheiro agrônomo Paulo Hélder de Alencar Braga, na programação haverá julgamento e exposição de animais das espécies, caprina, ovina, bovina, eqüina e concurso leiteiro, com premiação de R$40 mil reais aos animais julgados. As novidades deste ano é a presença de eqüinos da raça “Quarto de Milha”com

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realização da Prova de Tambores, e uma exposição homologada de pôneis que virão especialmente dos Estados de Pernambuco,Paraíba e Rio Grande do Norte. Objetivo da Feira

A Exposição Agropecuária e Industrial do Estado do Ceará (EXPOECE), inicialmente conhecida como Exposição Agroindustrial do Ceará, surgiu da necessidade de reunir os pecuaristas cearenses, os técnicos ligados à agropecuária, as lideranças locais e as instituições que atuavam no setor agrícola do Estado para discutir potencialidades e debater os principais problemas do segmento buscando soluções. Um dos objetivos da Exposição é o de promover a agropecuária cearense e fortalecer as cadeias produtivas que envolvem o setor, além de fortalecer a comercialização dos produtos da agricultura familiar, promover o empreendedorismo no meio rural, estimular o intercâmbio de experiências e divulgar o agronegócio cearense.


50 Programação | EXPOECE 50

PÚBLICO ALVO

•Pecuaristas e produtores rurais do Ceará e de Estados vizinhos como Piauí, Pernambuco, Alagoas, Maceió, Rio Grande do Norte e Paraíba. • Pecuaristas •Agricultores familiares •Técnicos •Estudantes de Agronomia, Veterinária, Zootecnia e Técnicos Agrícolas. •Empresários do Agronegócios •Instituições ligadas à agricultura e pecuária •Secretarias de Estado •Prefeituras municipais •Sindicatos Rurais •Cooperativas agrícolas •Público em geral

EVENTOS SIMULTÂNEOS

•Solenidades de Abertura; •Comercialização de produtos da Agricultura Familiar; •Apresentações folclóricas; •Parque das diversões; •Casa do Mel; •Abatedouro de aves; •Psicultura (filetagem de peixes); •Pesque e pague; •Casa de farinha/Engenho; •Fazendinha; •Shows com bandas de Forró Nacionais e Regionais •Solenidade e Coquetel de Encerramento

SDA E EMATERCE PROMOVEM FEIRA DO PEQUENO PRODUTOR

Na Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará -Expoece, o visitante terá a oportunidade de adquirir seus produtos na Feira do Pequeno Produtor, que vai mostrar o que há de melhor na agricultura e no artesanato. A feira que é organizada pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário,através da Ematerce e contará com a participação de 40 produtores de varias regiões do Estado, que vão expor entre outros produtos, compotas com vários tipos de doce, rapaduras, cocadas, tapioca, subprodutos do caju e da banana, como cajuína, castanha , banana passa,etc.

O SISTEMA FAEC/SENAR MONTA ESPAÇO DO PRODUTOR O Sistema FAEC/SENAR e SEBRAE-CE participam da Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará EXPOECE, com um estande de 200 metros quadrados, (Espaço do Produtor) com uma diversificada programação de oficinas e cursos de capacitação, que serão ofertadas aos criadores, produtores rurais e donas de casas, exposição de produtos de diversos segmentos do agronegócio e o Boteco Suíno a cargo da Associação dos Criadores de Suínos do Ceará - ASCE, fazendo a apresentação de cortes e degustação da carne suína. Os cursos e as oficinas serão ministrados pelos instrutores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SENAR-CE, os produtos trabalhados nas oficinas e cursos são macaxeira, caju, leite e seus derivados, mel de abelhas e carnes suínas com cortes e gastronomia. Os cursos e as oficinas serão realizadas no horário de 9 às 17 horas e as inscrições podem ser feitas no local. As novidades da EXPOECE em 2012, vai ser a realização do Agropacto no recinto do parque, com o tema Qualidade do Leite, assunto de grande importância para os pecuaristas, a outra novidade é a criação do Espaço da Criança, com direito a passeios de charetes, cavalos, tomar leite mugido e brincar no Parque de Diversão. O público poderá apreciar as delícias produzidas na casa de mel, casa de farinha, engenho, na bodega, restaurantes e bares. A diversão fica

por conta das manifestações culturais, das apresentações artísticas, do parque de diversões, do pesque e pague, além dos shows com forró pé de serra e grande bandas de renome nacionais que movimentarão a noite. Como parte do evento, ocorrerá uma Feira da Agricultura Familiar oferecendo produtos agrícolas e artesanato em palha de milho, couro e madeira,coordenado pela secretaria de Desenvolvimento Agrário e Ematerce. Agropacto na Expoece Bruno Barcelos Lucchi, assessor técnico da superintendência técnica da CNA, será o palestrante do Agropacto dentro da Expoece no dia 20 de novembro às 8h no auditório da ACC, com o tema: Projeto de Melhoria da Qualidade do Leite, do Senar -Administração Central que será desenvolvido em parceria com o Sebrae Nacional

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EXPOECE

| O evento

EXPOSITORES FAZEM ACONTECER A EXPOECE Apesar da seca que assola nosso Estado, o presidente da ACC Paulo Helder disse que a Expoece só se realizará esse ano pela tenacidade e persistência do produtor rural. Este ano muitos deles participaram do PECLEITE promovido dentro do PECNORDESTE, que ofereceu uma premiação no valor total de 15 mil reais para as grandes campeãs das raças expostas, jovens e adultas do concurso leiteiro de bovinos e caprinos, inclusive a entrega de troféus aos campeões. Na Expoece são ofertados 40 mil em prêmios aos animais.

Expositor de CAPRINOS •ALPINA BRITÂNICA - Tufi Said Nery •ANGLONUBIANA - João Marcelo Pinto de Araújo e José Nazareno Silva Lima •ANGLONUBIANA - Benício Olímpio de Melo Neto, Francisca de Guedes Matos, Francisco das Chagas de Souza Ribeiro, G&F Maricultura Ltda e Márcio Costa Napoleão do Rego •BOER- Eduardo Vidal Vasconcelos, Francisca de Matos Guedes e José Aurir Gonçalves de Almeida •SAANEN - Tufi Said Nery •SAVANNAH- Francisco de Assis Lustosa Xavier •TOGGENBURG- Tufi Said Neri Expositor de OVINOS •DORPER - Antonio José Rodrigues Bitar Cunha e Manoel Carlos de Oliveira Fontenele •MORADA NOVA - José Haroldo Nogueira Peixoto e Manoel Carlos de O. Fontenele •SANTA INÊS - Fabrício de Pontes Goes e José Nazareno Silva Lima •SANTA INÊS NACIONAL

Sabino, Gonçalinha Mororó Monteiro, José Eulino de Oliveira Filho e Rudinei Colares Botelho Sabino •SIMENTAL - Marcos Eduardo Ribeiro e Luiz Carlos Mourão Landim

– Avatam, Condomínio do Linik/Contap, Fabrício de Pontes Goes, Fernando Antº Figueiredo de Mesquita, Francisco das Chagas de Souza Ribeiro, G e F Maricultura Ltda, Gentil Lima Leite, José Amilcar de Araújo Silveira, Juvêncio C. de Araújo Horti Fruit Granjeiro, Juvêncio Carlos de Araújo e Moacir Cavalcante Albuquerque Sá

EQUINOS Expositor •MANGALARGA MARCHADOR - Adriano Mota Augusto Borges, Cornélio Nogueira Diógenes, Daniel Lima Araújo, Fernando Braga Damasceno, Frank Sgotti, Humberto C. Aragão Filho, João Batista Evangelista Júnior, João Marcos Batista de Souza, José Tavares Ferreira, Magdi Abdel Raduf Gabr Shaat, Marcelo Baptista de Oliveira, Mário Jorge Cavalcanti Moreira, Miguel Cavalcanti Petribú, Moacir Cavalcante de Albuquerque Sá, Paulo Guilherme Monteiro I. Ribeiro, Raphael Neves Bona, Ricardo Righi de Carvalho, Rogério Bivar Simonetti, Silvio Barbosa de Melo, Silvio Marcio Conde Paiva, Silvio Palácio de Mesquita, Ubiraci Palestino do Ocidente e Wilson Ribeiro Diniz

Expositor de BOVINOS (RAÇAS ZEBUÍNAS) •GIR - Alex Rabelo Nobre, Fernando Antonio Rocha, Fernando Antonio Rocha Júnior e Francisco Feitosa de Albuquerque Lima •GIR MOCHO- Alex Rabelo Nobre e Jurandir Oliveira Pascoal (RAÇA SINTÉTICA) Expositor •GIROLANDO - Cristiano Walter Moraes Rola •GUZERÁ - Teotônio Agropecuária Ltda e Ubiratan Souto Botelho (RAÇA EUROPEIA)Expositor •PARDO SUIÇO - Gilvan

EXPOSITORES EM 2011

Secretário Nelson Martins abrindo a Expoece em 2011

Secretário executivo, Antonio Amorim , entregando troféus aos expositores.

Caprinos em exposição na Expoece

Desfile de animais

Público interage com os animais

Concurso Leiteiro

Caprinos do produtor Tufi Said

Revista Ceará e Municípios

Desfile de animais

Animais da Tortuga


Empreendedorismo | EXPOECE 48

PROJETO ALI E SEBRAETEC PROMOVEM MELHORIA NAS QUEIJARIAS DO BAIXO JAGUARIBE E SERTÃO CENTRAL

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Sebrae Ceará, através dos programas ALIAgentes Locais de Inovação, e SEBRAETEC, está desenvolvendo programa de melhoria em 60 unidades de fabricação de leite e derivados em quatro municípios da Regiões Jaguaribana e Sertão Central. O objetivo é adequar as empresas para que elas obtenham o SIE-Sistema de Inspeção Estadual (SIE), hoje exigido pela Vigilância Sanitária para comercialização de produtos em supermercados, mercadinhos e lojas do município de Fortaleza e Região Metropolitana. Entretanto, para conseguir tais registros, algumas etapas precisam ser realizadas, como a necessidade de especificações técnicas estruturais e de novos equipamentos, por exemplo. Alguns números do ALI detalham o segmento de queijarias nestas regiões. De acordo com os dados levantados, a grande maioria das fábricas é de pequeno porte, onde 75% processavam até dois mil litros de leite por dia; enquanto que 35,7% processavam até 100 mil

litros/dia. Os dados do ALI dão conta de que, especificamente no Baixo e Médio Jaguaribe, apenas 29,1% das empresas que foram atendidas faziam controle de qualidade da matéria prima. Além disso, o mix de produtos ainda é restrito: 29% produziam apenas queijo coalho. Já no caso do SEBRATEC, o programa foca na melhoria da qualidade dos produtos dessas empresas, através da adequação das instalações, dimensionamento e aprimoramento da identidade visual, e o cuidado com detalhes como o rótulo e marca. Mas o trabalho do Sebrae Ceará junto às queijarias das duas regiões não se limita a esses dois programas. A instituição tem, nos últimos cinco anos, fomentado a participação das empresas em concursos de qualidade, missões técnicas a outros estados onde a indústria de fabricação de leite e derivados tem avanços significativos, e a realização de cursos e consultorias envolvendo os produtores das regiões, que são fornecedores das indústrias de laticínios do Estado.

PRODUÇÃO DE QUEIJO GANHA CERTIFICADO

Queijarias do Baixo Jaguaribe estão adequando suas empresas de acordo com as normas do Sistema de Inspeção Estadual (SIE), que é exigido para a comercialização do produto em todo Estado. O Sebrae, por meio de projetos, estimula a inovação de micro e pequenas empresas no setor. Atualmente,58 queijarias localizadas nos municípios de Limoeiro do Norte, Morada Nova, Jaguaribe e Jaguaretama estão se adequando, buscando conquistar novos mercados. Grande parte das queijarias de pequeno

porte ainda produz o queijo artesanalmente, vendendo de forma irregular no comércio local, sem a liberação do Sistema de Inspeção Municipal (SIM), que é emitido pela vigilância sanitária. Na região, o Sebrae tem acompanhado 58 queijarias, destas, dez já conseguiram a liberação do SIE. “Através do projeto Sebraetec, auxiliamos os pequenos produtores de laticínios no que compete ao acesso aos conhecimentos tecnológicos para produzir melhor seus produtos”, explica a Analista do Sebrae em Limoeiro do Norte,

Maria Eulizeide. Dentre as atividades realizadas pelo Sebrae com os produtores de laticínios, estão a consultoria para ao desenvolvimento de soluções e projetos de design gráfico e de produtos, realização de testes que façam parte do processo produtivo, consultoria sobre cuidados com a produção e manipulação de alimentos e demais questões pertinentes a adequação das pequenas empresas às normas e legislação vigentes.

Revista Ceará e Municípios


PRESIDENTE DA ACC

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EXPOECE EXPOECE

| Entrevista

EXPOECE É SÍMBOLO DA RESISTÊNCIA DO PRODUTOR RURAL

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ste ano comemoramos 58 anos de realização da Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará- EXPOECE, a primeira do gênero criada pela Associação dos Criadores do Ceará ACC, em conjunto com o governo do Estado. Apesar de estarmos vivenciado uma das piores secas dos últimos 40 anos, vamos promove-lá mais uma vez, pois a Expoece representa a própria resistência do produtor contra todas as dificuldades, mostrando que ele é capaz de transpor barreiras e procurar novas alternativas de convivência com o Semiárido. Em entrevista à jornalista Silvana Frota, editora da Revista Ceará e Municípios, o presidente da ACC, Engo Agrônomo Paulo Hélder de Alencar Braga, conta como será a Expoece deste ano, qual é o papel da Associação dos Criadores, sobre a seca deste ano que é uma das piores dos últimos 40 anos e sugere medidas de apoio ao produtor.

TRADIÇÃO DA FEIRA São 58 anos de realização, sempre na busca de oferecer ao produtor novas informações tecnológicas, para o melhoramento genético e consequente desempenho do rebanho bovino, caprino, suíno e equino. É a exposição mais importante do Estado, que reúne os animais premiados das exposições regionais e municipais, e traz produtores de outros estados. Sendo também uma feira agroindustrial, onde são expostos produtos e serviços voltados para o setor primário da economia, Hoje, o PIB da agropecuária é em torno de 7% do PIB estadual, e desse total 40% é representado pela pecuária leiteira. Desde o inicio a ACC, juntamente com a secretaria de Agricultura, hoje Secretaria de Desenvolvimento Agrário-SDA, vem trabalhando a Expoece. O atual presidente da Faec, Flávio Saboya foi Presidente da Associação durante oito anos, e nós estamos à frente da entidade desde o dia 19 de abril de 2010, com mandato até abril de 2013. Somos uma das associações mais antigas do Estado, considerada a associação-mãe que deu origem a outras associações.

O PAPEL DA ACC Hoje, o papel da ACC é agregar os criadores, realizar anualmente a Expoece, dando oportunidade dos criadores de mostrarem o seu plantel, promover cursos e palestras . Revista Ceará e Municípios

No entanto, eu acho que os produtores devem procurar cada vez mais a união em torno de suas entidades representativas, dando assim, maiores condições de apoio em momentos das necessidades, legitimando as reivindicações. A experiência em outros estados do Sul por exemplo, mostram que somente através do associativismo e do cooperativismo é que alcançaremos com maior êxito nossas conquistas.

A SECA A seca dificulta, mas acredito não será um empecilho para a realização de mais uma exposição, porque o nosso criador é um homem forte e destemido, mesmo enfrentando as dificuldades parte alimentar os rebanhos, vão mostrar animais de boa genética, com alta produção de leite durante a feira a alimentação de volumosos dos animais fica por conta da organização do evento, diminuindo os custos dos criadores por ocasião da Expoece.

ESCASSEZ DE MILHO Como presidente da Associação dos Criadores e primeiro vice-presidente da Faec, nos engajamos em uma verdadeira campanha pela oferta de milho -balcão , um programa da Conab, voltado para os pecuaristas. Esta situação foi alertada por nós e pelo presidente da Faec, Flávio Saboya, desde o dia 8 de maio deste ano, quando foi instalado o Comitê da Seca, , sob a direção do Secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins. Naquela época já se previa que era necessário esforços no sentido de viabilizar novos leilões para transporte do milho do Sudeste e Centro-oeste para o Ceará, sob pena de ocorrer um desabastecimento e foi o que acabou acontecendo. Apesar de ter ocorrido leilão para 30 mil toneladas, só chegaram ao Estado apenas 13 mil toneladas, ficando 17 mil que não foram transportadas, sob a alegativo das transportadoras, com relação ao preço do frete. Um outro motivo, foi o número de produtores que passaram a ser beneficiado pelo programa milho-balcão da Conab, que aumentou de 10 mil para 36 mil beneficiários. Das secas que já ocorreram esta tem sido uma das piores das últimas quatro décadas, não faltou alimento para o homem, mas faltou para o rebanho e estamos temendo a falta d’água também, porque os açudes estão baixando


Entrevista | EXPOECE 46 46

Hoje, o PIB da agropecuária está em torno de 7% do PIB estadual, e desse total 40% é representado pela pecuária leiteira.

Paulo Hélder - Presidente da ACC

de nível, enquanto os poços profundos e cacimbas também. Isso também foi alertado no Comitê da Seca, ou seja, a necessidade de um maior número de carros pipas para matar a sede do rebanho, esta seca é a pior do que a de 58.

MEDIDAS DE APOIO AO PRODUTOR

PRESIDENTES DA ACC ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DO CEARÁ (ACC)

PRESIDENTES 1º Presidente: Dr. Rui de Almeida Monte 2º Presidente: Dr. Oswaldo Studart Filho 3º Presidente: Dr. Stênio Gomes da Silva 4º Presidente: Dr. Walter Parente de Paula Pessoa 5º Presidente: Dr. Geraldo Paiva Câmara

6º Presidente: Dr. Expedito Leite de Sousa 7º Presidente: Dr. João Sidrin Ellery 8º Presidente: Dr. José Célio Gurgel de Castro 9º Presidente: Dr. Gerardo Magela Fonteles 10º Presidente: Dr. Flávio Viriato de Saboya Neto 11º Presidente: Dr. Paulo Helder de Alencar Braga

Na minha visão os governos deveriam olhar com mais atenção para o produtor rural, através da criação de programas de incentivo, como o crédito rural com menos burocracia. Um dos programas que deveria ter sido implantado imediatamente, era o do subsídio da energia rural, como foi concedido para a indústria; redução de impostos na compra de equipamentos, insumos para a agricultura e pecuária, como acontece com a linha branca da indústria de eletrodomésticos, com isso o produtor iria ter maiores condições de usar as áreas irrigáveis, para produzir alimento para o seu rebanho (reserva estratégica) para ser utilizada nos períodos de estiagem, com isso diminuiria a redução do rebanho nos períodos de seca. Precisamos também melhorar o parque de exposições, dando condições aos pecuaristas de mostrarem os seus rebanhos e produtos.


CID GOMES

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EXPOECE | Investimento

É POSSÍVEL FAZER UMA CLASE MÉDIA RURAL

Cid Gomes na abertura do Frutal no mês de setembro último ao lado da representante do Ministro do MAPA, Secretário Nelson Martins, Ary Joel Lanzarin presidente do BNB, e demais autoridades.

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esmo com o período de estiagem, o Estado vem mostrando que, atualmente, a tecnologia, além dos incentivos federais e estaduais, permitem lidar com a problemática do setor agrícola. A afirmação foi feita pelo governador do Ceará, Cid Gomes, durante a abertura da Semana Internacional da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria (Frutal), no Centro de Eventos do Ceará. “A gente vê que é perfeitamente possível, com toda essa dificuldade, superar e fazer coisas que seriam, há muito pouco tempo, improváveis, que é, por exemplo, produzir pera e maçã no Ceará”, disse. Na solenidade, o governador salientou a importância do evento e as ações de incentivo por parte do Governo Federal na estiagem. “Hoje, no Ceará, algo em torno de 25% dos cearenses tiram o seu sustento da terra, muitos até morando na zona urbana”, constatou. Esta Feira é um testemunho vivo da diversidade de produtos, a gente vê que é possível superarar, por exemplo produzir pera, maçã e uva, que achávamos ser privilégio de gente rica. Como 25% do nosso povo vive da agricultura, enquanto o PIB da agropecuária é de apenas 7%, considero este o maior de todos os desafios que temos de enfrentar. Temos que melhorar nossa produtividade, sendo fundamental a capacitação, Revista Ceará e Municípios

o crédito para que o setor primário possa superar este atraso. Cid afirma que o Ceará tem condições pelo talento e criatividade do seu povo, de aproveitar o nosso diferencial, lançando mão de novas tecnologias. “O meu sonho é fazer no Ceará uma classe média rural, universalizar a água, a energia, ofertar uma boa escola e um bom sistema de saúde para fazer no campo uma vida feliz”.

É TRABALHANDO NA TERRA QUE QUERO TERMINAR OS MEUS DIAS DE VIDA, DEPOIS DE UM TEMPINHO FORA DO BRASIL. Cid Gomes Governador do Ceará


Mercado | EXPOECE 44

A NOVA CLASSE MÉDIA RURAL C

om o objetivo de entender melhor o perfil social dos produtores rurais brasileiros, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), encomendou à Fundação Getúlio Vargas (FGV) um estudo sobre os perfis das classes de renda rural no Brasil. O estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV, utilizou os resultados do Censo Agropecuário de 2006, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para mensurar as informações e traçar o perfil das classes de renda agropecuária e assim contribuir para o desenvolvimento de novas políticas públicas para o setor. O estudo foi coordenado pelo professor Mauro de Rezende Lopes e contou com os pesquisadores Ignez Vidigal Lopes, Daniela de Paula Rocha e Rafael de Castro Bonfim. Os resultados desse trabalho foram apresentados em Brasília, no seminário de comemoração dos 60 anos da CNA e dos 20 anos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). De acordo com Daniela Rocha, uma das pesquisadoras, o estudo foi motivado após os resultados da pesquisa, Quem produz o quê no campo, quando e onde?, apresentar lacunas na classificação da renda líquida do produtor nacional. “Chegamos a um número um pouco assustador de mais de um milhão de produtores que tinha até quatro módulos rurais. ” De acordo com Daniela, teoricamente, eles poderiam ser enquadrados como agricultores familiares segundo as normas, mas foram excluídos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), por empregar mais de três trabalhadores permanentes, ou ainda, tiveram renda acima do estipulado pela normativa. “São produtores pequenos, mas que não se enquadram, nem na agricultura familiar, nem na agricultura comercial. Ficamos muito preocupados com esse grupo”. A pesquisadora conta que ao final do estudo os resultados aparecem moldando a realidade da agropecuária brasileira, até então deturpada. Foi possível traçar o perfil dos grupos de produtores existentes, estabelecer as escalas de participação na economia, produção, empregabilidade, custos e crescimento. “Tecnologia, políticas públicas e novas demandas têm impulsionado a diversificação do setor agropecuário. O fato é que agropecuária brasileira, assim como a classe urbana, é dividida em classes. No caso do campo classes A/B, C e D/E”, diz. Daniela ressalta que é importante frisar, que são essas informações que vão traçar metas e estimular a adequação e a criação de novas políticas públicas

Matéria e arte extraida da Revista Campo de Fevereiro de 2012

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EXPOECE | Mercado

que contribuirão para o desenvolvimento dessas classes. “Sempre existiu o produtor familiar e comercial, mas há ainda o produtor que não se enquadra em nenhuma dessas categorias, mas tem características dos dois. Essa classe precisa ter assistência ou correm o risco de passa para o nível D/E. ” O PERFIL DAS CLASSES A pesquisadora afirma que a classe D/E representa 70,4% do total de estabelecimentos produtores, ou seja, dos quase 5,2 milhões de estabelecimentos, mais de 3,6 milhões são formados por áreas de até seis hectares. Essa classe representa apenas 7,6% do valor bruto da produção (VBP), sendo assim, duas vezes menos se comparado a classe C. “O que mantêm esses produtores no ambiente rural são os programas governamentais e as aposentadorias, que representam 52% da receita. Os outros 30% são provenientes da produção e o restante são salários por fora”, explica Daniela. Ela avalia que a classe D/E concentra-se na região nordeste. A principal atividade é a pecuária, que representa 12% e a lavoura com 6%, destacando-se o feijão e o fumo. Sua maior despesa é com medicamentos, e o trabalho tem por base o grupo familiar. A fonte de crédito essencial são as empresas integradoras. Daniela aponta que o mais surpreendente da pesquisa é que a geração de renda da metade dos estabelecimentos da classe D/E gerou média de faturamento anual de R$ 1.455,00 de valor bruto da produção. “O crescimento é extremamente baixo. ” A classe A/B por sua vez só é minoria em número de propriedades, pouco mais de 300 mil, representando 5,8% do total de estabelecimentos. Mas com faturamento bruto de quase R$ 130 milhões, cinco vezes a produção da classe C. “Essa classe vive da sua produção, somente 6% são provenientes de outras rendas como aposentadoria, pensão, salários fora ou programas governamentais”, conta Daniela. A pesquisadora afirma que a classe D/E representa 70,4% do total de estabelecimentos produtores, ou seja, dos quase 5,2 milhões de estabelecimentos, mais de 3,6milhões são formados por áreas de até seis hectares. Essa classe representa apenas 7,6% do valor bruto da produção (VBP), sendo assim, duas vezes menos se comparado a classe C. “O que mantêm esses produtores no ambiente rural são os programas governamentais e as aposentadorias, que representam 52% da receita. Os outros 30% são provenientes da produção e o restante são salários por fora”, explica Daniela. Ela avalia que a classe D/E concentra-se na região nordeste. A principal atividade é a pecuária, que representa 12% e a lavoura com 6%, destacando-se o feijão e o fumo. Sua maior despesa é com medicamentos, e o trabalho tem por base o grupo familiar. A fonte de crédito essencial são as empresas integradoras. Daniela aponta que o mais surpreendente da pesquisa é que a geração de renda da metade dos estabelecimentos da classe D/E gerou média de faturamento anual de R$ 1.455,00 de valor bruto da produção. “O crescimento é Revista Ceará e Municípios

extremamente baixo. ” A classe A/B por sua vez só é minoria em número de propriedades, pouco mais de 300 mil, representando 5,8% do total de estabelecimentos. Mas com faturamento bruto de quase R$ 130 milhões, cinco vezes a produção da classe C. “Essa classe vive da sua produção, somente 6% são provenientes de outras rendas como aposentadoria, pensão, salários fora ou programas governamentais”, conta Daniela. A pesquisadora destaca que essa classe contribui com 83% da lavoura e 70% da pecuária produzida no país, em propriedades com o mínimo de 60 hectares. A classe é responsável também pela produção de 80% dos grãos e 85% da fruticultura. Os principais produtos são algodão, cana-de-açúcar, laranja, soja, trigo, arroz. Nas criações, aves, suínos, bovinos. “Em consequência, as principais despesas com insumos são com adubo e os agroquímicos. Como a tecnologia promove a mudança de classes, quanto maior a tecnologia maior a renda líquida das classes. ” Daniela revela que a classe A/B também é líder em contratações, além da mão de obra familiar, possui uma média de oito empregados permanentes e emprega aproximadamente 13 trabalhadores temporários. Suas fontes de crédito são, principalmente, os comerciantes de matéria-prima.

UM EXEMPLO NO CEARÁ

Wagner Gomes é um cearense de Apuiarés, cidade localizada no Vale do Curu. Ele tem apenas 30 anos de idade, e sofreu muito ao lado de seus pais que são agricultores com a problemática da seca, mas conseguiu vencer na vida, veio para Fortaleza, formou-se em Economia e voltou para sua terra mais preparado para ajudar não somente aos seus pais, como aos seus conterrâneos e mais seis municípios através de uma entidade fundada por ele e um grupo de jovens – a ADEL, Agência de Desenvolvimento Local. Hoje, são mais de 60 jovens envolvidos com projetos de desenvolvimento sustentável, única forma de trabalhar a convivência com as adversidades climáticas. Seu trabalho extrapolou fronteiras, já recebeu o Prêmio Generosida da Editora Globo, o Prêmio Empreendedor de Futuro da Folha de São Paulo e Prêmio Pnud Boas Práticas promovido pela Assembléia Legislativa do Ceará.

Wagner Gomes, exemplo de resistência


19 ANOS FORMANDO E PROMOVENDO O HOMEM DO CAMPO

Desmatamento | EXPOECE

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Novo Programa

“Viver BEM no Semiárido”

O que é o SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR – AR/CE é uma entidade privada sem fins lucrativos, vinculada à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará – FAEC. Missão Desenvolver ações de Formação Profissional Rural e atividades de Promoção Social, voltadas para o homem do campo contribuindo com sua profissionalização, integração na sociedade, melhoria da qualidade de vida e pleno exercício da cidadania.

Público Trabalhadores rurais, pequenos produtores rurais, pescadores artesanais e suas famílias. Quanto custa Todos os cursos são gratuitos. Onde são realizados Os cursos são realizados em propriedades e comunidades rurais, nas reais condições de trabalho. Como participar Procurar o Sindicato dos Produtores Rurais ou outra entidade parceira, como Secretaria de Agricultura do município, SEBRAE e Ematerce presente na sua região.

O Programa visa levantar a demanda da propriedade, realizar um diagnóstico e um plano de negócio para cada produtor, além de levar temas conceituais e de produção, e fazer validações de campo para avaliar se o que foi transmitido durante o projeto que está sendo realizado. O “Viver Bem no Semiárido” engloba a aplicação de ferramentas como os programas Negócio Certo Rural e Formação de Empreendedores.

“Precisamos aprender que o semiárido tem suas vantagens competitivas, é importante ensinar os produtores a aproveitar essas vantagens” Anizio de Carvalho Jr. Superintendente do SENAR/CE

www.senarce.org.br Para conhecer melhor os cursos do SENAR/CE acesse:

Inscrições: www.canaldoprodutor.com.br

46 ANOS ASSISTINDO O PRODUTOR RURAL A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará - FAEC filiada a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, é uma entidade Sindical de grau superior, sem fins lucrativos. É constituída para fins de estudos, coordenação, defesa e representação da categoria econômica dos ramos da agricultura, da pecuária, do extrativismo rural, da pesca, da silvicultura e da agroindústria, no que se refere às atividades primárias desta ou de qualquer outro ramo, independente da área, inspirando-se na solidariedade social, na livre iniciativa, no direito de propriedade, na economia de mercado e nos interesses do Pais, tendo duração por prazo indeterminado.

Nossa Missão

“Defender e representar a categoria econômica dos ramos da agricultura, da pecuária, do extrativismo rural, da pesca, da silvicultura e da agroindústria, no que se refere às atividades primárias, inspirando-se na solidariedade social, na livre iniciativa, no direito de propriedade, na economia de mercado e nos interesses do País”.

XVII SEMINÁRIO NORDESTINO DE PECUÁRIA XVII FEIRA DE PRODUTOS E DE SERVIÇOS AGROPECUÁRIOS II EXPOSIÇÃO ESPECIALIZADA DE BOVINOS E CAPRINOS LEITEIROS - PECLEITE

LOCAL: CENTRO DE EVENTOS DO CEARÁ PALESTRAS OFICINAS MINICURSOS

PROMOÇÃO E REALIZAÇÃO

03 a 05 SETEMBRO 2013 INFORMAÇÕES: (85) 3535.8009/ 3535.8006 email: pecnordeste@faec.org.br www.pecnordestefaec.org.br

Revista Ceará e Municípios


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EXPOECE

| Pesquisa IBGE

CEARÁ É O 3º COLOCADO NO EFETIVO DOS REBANHOS BOVINOS DO NORDESTE De acordo com informações do livro “Produção Pecuária Municipal” publicado pelo Instituto Brasileiro de Geográfia e Estatística - IBGE, o Ceará está em terceiro lugar no ranking no Nordeste, com 2.611.712 em relação ao efetivo dos rebanhos bovinos de grande porte, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação em 2011. Em primeiro lugar no Nordeste está a Bahia com um rebanho bovino de 10.667.903, em segundo lugar o Maranhão com 7.264.106. Já em primeiro lugar no rebanho bovino do país fica o estado do Mato Grosso 29.265.718.

13º COLOCADO NOS EFETIVOS DE VACAS ORDENHADAS E PRODUÇÃO DE LEITE Os três municípios maiores produtores de leite no Brasil, em 2011, foram Castro (PR), Patos de Minas (MG) e Jataí (GO), assumindo as mesmas posições ocupadas no ano anterior. Carambeí (PR), que assumia, em 2010, a 12ª posição nacional no ranking de produção de leite, ocupou, em 2011, a quinta, em função da expansão da atividade leiteira para atender à demanda da indústria láctea local. Em sentido oposto, Piracanjuba (GO) registrou queda no número de posições, passando da quarta posição, em 2010, para a sétima em 2011. A maior produtividade nacional de leite foi alcançada pelo Estado do Rio Grande do Sul (2.536 litros/vaca/ano), seguido por Santa Catarina (2.478 litros/vaca/ano) e Paraná (2.404 litros/vaca/ano). Minas Gerais, embora seja o maior produtor nacional de leite de vaca, ocupa a quarta posição em termos de produtividade, que, em 2011, ficou em torno de 1.555 litros/vaca/ano. Roraima é o estado com a menor produtividade nacional, cerca de 309 litros/vaca/ano. Relativamente ao ano anterior, o Rio Grande do Sul apresentou um ganho de produtividade de 4,4%; Santa Catarina,1,9%; Paraná,3,7%; e Minas Gerais,1,0%. Região Nordeste A Região Nordeste exibiu crescimento de 2,9% no efetivo de bovinos em 2011 comparativamente a 2010. Igual comportamento foi observado no efetivo de bubalinos (4,3%). Os efetivos de equinos, asininos e muares tiveram redução, com quedas de 2,0%, 3,3% e 2,2%, respectivamente. O efetivo de suínos diminuiu 1,9%, enquanto o de caprinos manteve estabilidade. Merece atenção na região a redução do efetivo de coelhos em 54,4%. O número de galináceos registrou queda de 1,5%, enquanto o de galinhas e codornas permaneceu estável. Entre os produtos de origem animal, destaca-se o crescimento na produção de mel de abelha (28,9%), que pode ser atribuído ao aumento do número de colmeias, advindo do incentivo de aquisições governamentais, sobretudo para a merenda escolar. Além disso, o inverno chuvoso favoreceu boas floradas nos Estados do Piauí e do Ceará. O mel e seus subprodutos também têm como destino o mercado externo. Além disso, deve ser notada a maior organização da produção regional, assim como a vigência de um inverno bom em 2011, melhorando a floração. Este incremento gerou aumento no valor da produção da ordem de 16,8%, com leve redução no preço do produto. As produções de leite e de ovos de galinha também apresentaram incremento nesta região, tendo o preço médio do leite aumentado aproximadamente 6,0% e o dos ovos de galinha,7,6%. Na Região Nordeste não há registro das produções de casulos do bicho-daseda e de lã. Revista Ceará e Municípios

Efetivo de vacas ordenhadas no Ceará (1 000 cabeças) 2010: 539 2011: 550 VARIAÇÃO: 2,0

Produção de Leite (1.000 litros) 2010: 444 2011: 456 VARIAÇÃO: 2,6

Efetivo dos rebanhos Ceará Bovino: 2.611.712 Bulbalino: 2.076 Equino: 138.720 Muares: 81.161 Asininos: 193.380 Suínos: 1.193.630 Caprinos: 1.044.998 Ovinos: 2.142.567 Galos, frangas, frangos e pintos: 17.238.245 Galinhas: 8.490.025 Codornas: 104.676 Coelhos: 1.625


Cargas e encomendas urgentes para o Sertão Central, Cariri, Baixo•Cariri e Chapada do Araripe, DIARIAMENTE. Cargas e Encomendas Urgentes

Fortaleza - CE Juazeiro do Norte - CE Avenid para o Sertão Central, Cariri, Baixo (85) 3295.7878 (88) 3512.7164/ 3512.8980 Rua Crisanto arruda, 780 Avenida Padre Cícero, 2200 Cariri e Chapada do Araripe, Bairro Castelão Galpões 4 e 5 - Triangulo Galpo DIARIAMENTE. Juaz • Filiais: Quixadá, Quixeramobim, FILIAIS: 88.351

Quixadá, Quixeramobim, Senador Pompeu, Mombaça, Acopiara, Iguatu, Várzea Alegre e Juazeiro do Norte

Senador Pompeu, Mombaça, Acopiara, Iguatu, Várzea-Alegre e Juazeiro do Norte. www.birdexpress.com.br OPINIÃO João Nicédio Alves Nogueira - Presidente do Sistema OCB Ceará

w w w.

As Cooperativas e a Construção de um Mundo Melhor O cooperativismo é um sistema econômico que nasce da necessidade natural do ser humano de se unir em busca de objetivos comuns. Se, sob o conceito aristotélico, somos animais políticos, é necessário que vivamos em sociedade. É nessa necessidade que se fundamenta o espírito cooperativista. Assim nasceram as experiências cooperativistas em todo o mundo — no Ceará não foi diferente. A história da formação da sociedade cearense é marcada por experiências cooperativistas, ainda que de forma espontânea. Percorrendo diversas fases, o cooperativismo cearense evoluiu, conquistou espaços valiosos. As primeiras cooperativas institucionalmente formalizadas no Estado surgiram a partir da década de 1930 como alternativas à falta de crédito no meio rural. Data de 1931 a criação da Cooperativa de Crédito Caixeiral de Crato Limitada, considerada a primeira do Ceará ainda em funcionamento. Na década de 1970, o apogeu da produção de algodão delineou os primeiros traços do que seria o cooperativismo cearense. As cooperativas de crédito alteraram seus estatutos a fim de se adaptarem à legislação do regime militar, e se transformarem em cooperativas agropecuárias, ganhando apoio dos bancos do Nordeste, do Brasil e Interamericano de Desenvolvimento. Destaque para o impacto positivo que foi a criação, em 1971, da Cooperativa Central dos Produtores do Algodão (Cocentral), que chegou a contar com 46 cooperativas filiadas e controlar mais de 40% da produção local de algodão. O fim do apogeu do algodão no estado se deu no mesmo período das mudanças políticas e econômicas do país, com a diminuição dos subsídios estatais, a abertura do comércio exterior e a expansão da atividade no Centro-Oeste brasileiro, de alta produtividade e baixo uso de mão de obra. A praga do bicudo, a deficiência estratégica de políticas públicas e empresariais, bem

como a falta de iniciativas das lideranças motivaram a crise do cooperativismo do ramo agropecuário na década de 1980. Na década de 1990, a história do cooperativismo cearense é marcada pelas consequências da forte urbanização que o Brasil passa a experimentar. As cooperativas de trabalho se fortalecem, predominantemente as de transporte e de saúde. Esse tipo de associação, no contexto globalizado, tem contribuído para a geração de emprego e renda, sobretudo entre os trabalhadores excluídos do mercado formal. Presentemente, vive-se a terceira fase do cooperativismo no Ceará, graças a um sistema que compreende o Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Ceará e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Ceará (Sistema OCB/CE). Em 2002, a antiga Organização das Cooperativas do Estado do Ceará (OCEC) passou a se chamar OCB-CE, dando caráter federativo à entidade, que em seu papel de assessorar as instituições públicas e privadas, tem se destacado na contribuição da implementação de políticas publicas que se direcionem ao desenvolvimento de atividades voltadas ao cooperativismo do Estado. O Sistema OCB/CE começou o milênio revitalizando o movimento, dando prioridade à comunicação, à Intercooperação, à educação e à formação dos cooperados. É de sua vocação desenvolver políticas e ações de incentivo ao desenvolvimento sustentável das cooperativas, difundir a solidariedade, o trabalho coletivo e o interesse mútuo. Nesse ano internacional das cooperativas (2012), somos gratos a ONU (Organização das Nações Unidas) por reconhecer que as “cooperativas constroem um mundo melhor”.


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| Empreendedorismo

40 ANOS DO SEBRAE EXPOECE

A solenidade contou com homenagens a ex-colaboradores, ex-dirigentes e ao cantor Raimundo Fagner, que desenvolve importantes iniciativas empreendedoras sociais e culturais

D

esde a fundação, em 1972, o Sebrae imprimiu sua marca em todas as transformações da economia nacional. No Ceará, contribuiu para que milhões de pessoas pudessem melhorar de vida e concretizar o sonho de sobreviver do próprio negócio. Para celebrar essa história de sucesso, foi realizada no dia 26 de outubro, em Fortaleza, uma solenidade em comemoração ao aniversário de 40 anos da instituição. Foram exibidos vídeos de casos de sucesso de empreendedores atendidos ao longo desses anos e foram homenageados ex-colaboradores e ex-dirigentes da instituição. Uma homenagem especial foi dedicada ao cantor Raimundo Fagner, cearense

que também completa 40 anos de carreira, e desenvolve uma importante ação de empreendedorismo cultural e social no Ceará. Mais recentemente o Sebrae focou o trabalho no estímulo à inovação para melhorar as condições de competitividade dos produtos e serviços dessas empresas. “O lançamento com o apoio decisivo do Governo do Estado, em 2009, do programa Agentes Locais de Inovação (ALI) no Ceará, que bate na porta das empresas para, após diagnóstico, levar conhecimento e apontar soluções inovadoras de aplicação imediata, foi um verdadeiro marco nessa história, pois revelou uma nova etapa de proatividade na história da instituição”, destaca o superintendente do Sebrae-Ce, Carlos Cruz.

Fagner recebe troféu do pres. do Conselho Deliberativo João Porto Guimarães

Descerramento da Placa Alusiva aos 40 anos

CARLOS CRUZ – Superintendente do Sebrae Ceará Profundas mudanças no cenário econômico local e nacional marcaram a vida dos cearenses ao longo dos últimos 40 anos e no decorrer desse tempo o Sebrae atuou no sentindo de fomentar o empreendedorismo e promover o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios. Essa atuação se deu em diversas fases, sempre evoluindo com o passar dos anos de forma a obter resultados mais efetivos de acordo com as transformações pelas quais o segmento vivenciava. Inicialmente, tínhamos um atendimento de balcão. Depois, começamos a organizar as micro e pequenas empresas em grupos com o objetivo de atingir metas específicas de crescimento. Num outro momento, veio o incentivo à exportação com a utopia de que em cada município cearense pelo menos uma pequena empresa voltasse sua produção para o mercado externo Revista Ceará e Municípios


OPINIÃO

Jorge Parente – vice-presidente do Conselho Deliberativo do SebraeCE

40 anos de uma luta construtiva e com resultados, porque ao longo desses 40 anos o que nós vimos foi, um desenvolvimento no Brasil, mas especificamente na economia do Ceará, no crescimento de uma base muito forte do pequeno e micro empresário, que na média do Brasil representa mais de 95% das empresas, dentro desta faixa aqui no Ceará e no Nordeste todo, esse índice vai para 99%. O que é mais importante, é que hoje é significativo dentro do setor produtivo, e tem duas coisas importantes que o SEBRAE atua que são o empreendedorismo, estimulando jovens a abrir novos negócios, estimulando a economia e a outra é a geração de emprego, pois mais de 60% dos empregos gerados são das micro e pequena empresa.

Dr Alci Porto Gurgel - Diretor Técnico do Sebrae-CE

Os 40 anos do SEBRAE, significa esforço e dedicação em prol de um segmento que até então era desconhecido, não havia políticas públicas, não havia legislação e a partir do momento em que o Sistema SEBRAE, anteriormente CEAG foi instalado, iniciou-se uma cultura de apoio às micro e pequenas empresas, surgindo as linhas de crédito, as Feiras e Eventos, e os Simpósios Nacionais e Internacionais e, principalmente, uma gama de líderes empresariais que tornaram hoje o segmento de pequena empresa reconhecido em todo o país. Esse é o significado grande da contribuição do SEBRAE nesses 40 anos. Um dos grandes projetos exitosos do SEBRAE, onde o Ceará foi pioneiro é o de Compras Governamentais, onde tivemos como grande idealizador, o Deputado Antonio Balhmann, que na época foi o superintendente do SEBRAE e que hoje, nós temos como uma grande referência do Programa aqui no nosso Estado do Ceará e no Brasil. Desde 2006 quando a Lei Geral foi implementada hoje nós temos a participação de 27% do PIB da economia voltado para a pequena empresa no Ceará.

OS NÚMEROS ( jan a a set. de 2012)

•143.512 atendimentos •40.453 empresas •70% do total atendidas •224 mesas redondas e missões

Empreendedorismo | EXPOECE 38

•108.839 orientações técnicas •31.328 consultorias •1.247 cursos •104 participações em feiras

JOÃO PORTO GUIMARÃES – presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Ceará

Ao longo dos últimos 40 anos, o Sebrae se consolidou como o principal suporte e interlocutor dos empreendedores brasileiros, incentivando a formalização dos negócios, a geração de emprego e renda e garantindo a sobrevivência e o crescimento dos pequenos empreendimentos. Buscando atender às 6,8 milhões de micro e pequenas empresas (MPE), que representam 99% do total de negócios hoje, no país e, aproximadamente, 25% do Produto Interno Bruto, o Sebrae utiliza ferramentas como o acesso a novos mercados, capacitação, associativismo, desenvolvimento territorial, novas tecnologias e soluções gerenciais. O resultado destas ações mudaram o cenário nacional: só em agosto, as micro e pequenas empresas brasileiras foram responsáveis pela geração de 97,4% postos de trabalho, o equivalente a 98.283 vagas. Já as médias e grandes responderam por apenas 2,6% do total.

JOSÉ RAMOS TORRES DE MELO - diretor de Infraestrutura e Logística da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil-CNA

O Sebrae-Ce, representa uma mudança de cultura na relação da sociedade com o governo, na medida em que cria um conselho no qual participam várias entidades representativas de classe, para discutir os problemas de cada um, nasce uma nova cultura, cultura essa que foi absorvida pelo Sebrae e foi levada como política pública a ser desenvolvida a nível nacional. Assim, a síndrome de centralização foi sendo superada pela reação forte dos governos estaduais que se convenceram da necessidade de uma política diferenciada para o País, na dimensão e com especificidade de cada uma das regiões.

Deputado Federal Antonio Balhmann

Eu tenho um amor especial por essa Casa. Essa Casa que foi pioneira nacional de muitas ideias que hoje se esplaram pelo Brasil. Sua própria organização de política, através das associações de micro e pequena empresas, das suas federações, a participação do parlamento, e a criação na legislatura de 94 e 99, da Frente Parlamentar de Apoio a Micro e Pequeno Empresa, a grande participação na Câmara Federal. Essa Frente é hoje uma das mais atuantes Frentes Parlamentares Brasileiras, envolve senadores, deputados, toda uma legislação que foi criada específica para esse setor empresarial na Câmara e no Senado. Destaco ainda, a incorporação do microempresário nas políticas públicas desde àquele período, onde muitos estados, centenas de prefeituras, incorporaram esse conceito passivo de estímulo as compras governamentais, isso é um fato que nasce muito especialmente, quando o ex-prefeito e ex-governador Ciro Gomes assumiu a prefeitura e generalizou o conceito de estimular os pequenos e deu sequência na sua ação dentro do governo. Então, é toda uma história de conquistas nascidas no Ceará, ideias que nasceram em Fortaleza e se difundiram no Estado e depois, se espalharam para o Brasil inteiro.

Deputado Sergio Aguiar

Esses 40 anos do SEBRAE significa a valorização sobretudo no negócio brasileiro, que é feito através do pequeno, micro e do médio, aquele que está na ponta, sabe fazer com o seu negócio possa virar realmente um atrativo e uma forma de se valorizar ainda mais a maneira da relação negocial do produtor brasileiro e o Sistema de Apoio a Micro Empresa que é o SEBRAE, tem tido essa tarefa ao longo dos últimos 40 anos de promover essa integração, assim como também incluir junto a toda a forma de produção do País para a micro e pequena empresa e todos os setores poderem atuar e poderem ter essa forma de se fortalecer as suas ações, o que ocorreu ao longo destes anos. Revista Ceará e Municípios


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| Empreendedorismo

Paulo Jorge - Articulador da Unidade Setorial de Agronegócio do Sebrae-CE

Um grande setor que o SEBRAE investiu bastante foi o da apicultura, não se falava em apicultura há 12 anos atrás no estado do Ceará, então o SEBRAECE, iniciou com o Projeto Rainha, que foi um projeto feito em parceria com o Banco do Nordeste, onde o SEBRAE fazia a capacitação e o BNB financiava os pequenos produtores. A partir daí iniciamos a capacitação e a treinar esses produtores e assim, começamos a difundir a apicultura em todo o estado do Ceará, que hoje já é o segundo maior produtor de mel do Nordeste, um dos maiores do Brasil e um dos maiores exportadores. Outra ação que destacamos é a questão da bovinocultura leiteira, a partir de modelos que nós trabalhamos em Iguatu, Quixeramobim, na Região do Jaguaribe, hoje nós temos vários projetos implantados, estamos modernizando as queijarias, hoje elas estão certificadas, legalizadas, só nesse momento, estamos com mais de 60 queijarias sendo certificadas e legalizadas através do Projeto SEBRAE TEC, e do ALIAgente Local de Inovação, que vêm mostrando o resultado e a importância do SEBRAE para o agronegócio.

Presidente da FACIC Francisco Barreto

Quarenta anos de mudança de paradigma e quebra de paradigmas, 40 anos de mudança em patamares de crescimento e, principalmente, do pequeno e do micro empresário. Resumindo esses 40 anos está de parabéns o SEBRAE, e todos os que fazem esse Sistema bem como os que já passaram por ele e que deram a sua parcela de contribuição, porque o SEBRAE é o diferencial implantando uma nova cultura do empreendedorismo desse estado e desse país.

Revista Ceará e Municípios

MOMENTOS DE CONFRATERNIZAÇÃO


LEITE X SECA QUEDA DE 50% NO REBANHO E NO LEITE

É cada vez mais grave a situação da pecuária no sertão cearense em decorrência da seca que se abateu neste ano. A reserva de forragem armazenada em silos chegou ao fim e a de água está no limite. O milho comercializado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não atende à demanda. O resultado desse quadro é a queda de 50% da produção de leite e do número de rebanho bovino, segundo estimativa do Sindicato dos Produtores de Leite do Ceará (Sindleite). O diretor de Sanidade Animal da Agência de Defesa Agropecuária (Adagri), Nélio Morais, disse que a tendência é de crescimento na venda de bovinos por causa da estiagem, mas oficialmente ainda não há dados sobre redução do rebanho de gado de corte e de leite. O número de Guias de Transporte de Animal (GTA) cresceu 55% no primeiro semestre deste ano em comparação com igual período de 2011. O coordenador de Cadeias Produtivas da Pecuária da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Márcio Peixoto, disse que o governo investe em capacitação e orientação para

Seca | EXPOECE 36

que os criadores tenham alternativa de alimentação como a palma forrageira e a formação de silos. “Em novembro, por ocasião da segunda etapa da vacinação da febre aftosa, teremos atualização do cadastro dos criadores e saberemos o quantitativo de redução do rebanho”. O secretário de Políticas Agrícolas da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Ceará (Fetraece), Luis Carlos Ribeiro de Lima, considera de extrema gravidade a situação dos criadores de bovinos. “O setor da agricultura familiar é o mais afetado”, disse. “A oferta de milho é insuficiente e os pequenos criadores têm dificuldades para adquirir o produto, que logo se acaba na Conab”. Luis Carlos criticou o atraso na liberação dos projetos de financiamento do crédito agrícola especial para a seca que se acumulam nas agências do Banco do Nordeste. “Temos informações de que animais que valem R$ 600,00 são vendidos por R$ 200,00 ou R$ 100,00”, frisou. “Falta alimento e água”. matéria extraida do Jornal Diario do Nordeste

PROPOSTAS DO SETOR PRODUTIVO APRESENTADAS PELO SISTEMA FAEC/SENAR NA CONFERÊNCIA REGIONAL DO LEITE NO CEARÁ Durante a Conferência Regional do Leite no Ceará, realizada este ano na Assembleia Legislativa, uma promoção da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural - CAPADR da Câmara Federal, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, Flávio Saboya apresentou em nome do setor produtivo do leite, uma proposta com 22 itens. A mesma proposta ele também apresentou na Conferência Nacional do Leite, dia 6 de novembro último. As 22 propostas apresentadas pela Faec foram: 1-estender o horário sazonal da energia elétrica para as atividades produtivas rurais das6:oo hs até 12 hs; 2- Disponibilizar linha de credito especifica para a modernização da Cadeira Produtiva do Leite, com destaque para a atividade irrigada; 3-Implantar um Programa Nacional de Assistência Técnica específica para a cadeia do leite; 4-definir uma política de ocupação, pela cadeia produtiva do leite, nos Perímetros Irrigados (DNOCS, Codevasf); 5-Implantar o Conseleite, ou um modelo equivalente para análise de custo mensal da produção de leite; 6-Estimular a implantação das Câmaras Setoriais do Leite e/ou entidade representativa da produção de leite; 7-Implantar pela Conab, um Programa de Estoques Reguladores de Grãos , na região Nordeste, ronceiramente, nas áreas produtoras de broa nos Estados do Piauí, do Maranhão e da Bahia; 8-Implantar armazéns centrais estaduais, através da Conab, para estocagem de grandes volumes de grãos; 9-Ampliar o número de postos do sistema " venda balcão" da Conab, reestruturação da Infraestrutura, equipamentos e recursos humanos adequados para o recebimento, armazéns, então , distribuição e venda dos grãos nos estados do Nordeste; 10-Implantar o programa de Segurança Alimentar Animal, conforme modelo criado pela Faec, assegurando o fornecimento de volumoso (silagem ou feno), aos animais, mediante a sua contratação com o

seguro alimentar, a ser instituído pelo governo federal; 11-Implantar o "cartão de crédito rotativo do Bndes" para investimento das atividades produtivas; 12- Instituir o preço mínimo do leite ao nível do produtor; 13-Ampliar as compras governamentais SOS produtos lácteos, para os programas sociais; 14-Criar o Fundo do Leite com a participação do governo e dos integrantes da cadeia produtiva do leite; 15 - Ampliar o controle e a erradicação da brucelose e da tuberculose, com garantia de indenização governamental; 16-Implantar o Laboratório de análise do leite do Estado do Ceará; 17-Criar um programa se marketing para o aumento da produção e do consumo de leite, com a realização de campanha nacional; 18-Fomentar as instituições para a realização de pesquisa das espécies forrageiras especificas para o Nordeste; 19-Transformar o Centro da Embrapa Caprinos e Ovinos de Sobral no Centro de Pecuária do Nordeste; 20-Implantar um programa de Melhoramento Genético, Te, Fiv, marcação molecular e tecnologia do índice de desempenho dos reprodutores - Testes de Progênies; 21. Implantar um programa regional ou um programa de capacitação na atividade leiteira, em parceria com o Senar, inclusive de convivência com o semiárido; 22-Implantar o Programa de Melhoria da Qualidade do Leite, atendendo aos ditames da instrução normativa 62, do MAPA.

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R$23, 6 MILHÕES É O QUE O CEARÁ TERÁ PARA A SECA

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EXPOECE

| Investimento

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om o acirramento da seca que assola o Estado, sem chuvas há quase um ano, o Ministério da Integração Nacional e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) celebraram em setembro convênio para execução de obras que garantem a convivência com o clima do semiárido cearense. O contrato assegura R$ 23,656 milhões, para investimentos em 505 projetos de irrigação, voltados à produção de hortaliças, e construção de 632 quintais produtivos com barragens subterrâneas. As obras serão executadas pela Secretaria Estadual do Desenvolvimento Agrário (SDA), em parceria com o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), beneficiando aproximadamente duas mil famílias. Segundo o titular da SDA, Nelson Martins, pelo convênio, cada barragem custará R$ 16 mil, e cada sistema de irrigação de dois hectares, cerca de R$ 20 mil. “Falta a SDA assinar (o convênio) agora com o Dnocs, que vai repassar, acredito, ainda esse ano os valores”, sinalizou Martins. Da solenidade participaram também o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e o governador do estado de Pernambuco, Eduardo Campos. Na ocasião, foram anunciados ainda, investimentos de R$ 57 milhões, do BNDES e Ministério da Integração, para ações de mitigação dos efeitos da seca nos Estados do Nordeste e na região Norte de Minas Gerais.

PAC DO SEMIÁRIDO De acordo ainda com Nelson Martins, os secretários de SDA do Nordeste irão pedir aos governadores que agendem audiência com a presidente Dilma, a fim de criar o PAC do Semiárido. Os recursos seriam aplicados para plantações de palmas forrageiras e de poços de água para consumo animal, como forma de minimizar duas das principais deficiências dos rebanhos: alimentação e água para os animais. Publicado no Diario do Nordeste dia 29.09.2012

SECRETÁRIO NELSON MARTINS FAZ BALANÇO DOS RESULTADOS DO COMITÊ DA SECA

Para o Secretário de Desenvolvimento Agrário Nelson Martins, o Comitê da Seca criado desde maio deste ano para fazer o acompanhamento da situação climática e adotar providencias de apoio às vítimas da calamidade, já realizou uma série de ações consideradas importantes. Entre elas citou três ações: de segurança hídrica, segurança alimentar e transferência de renda. O balanço ele fez dia 9 de outubro, durante a reunião semanal do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense-Agropcato, coordenado pelo Sistema FAEC/Senar

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No tocante à segurança hídrica, o Secretário Nelson Martins disse que o Governo do Estado conseguiu recursos de R$ 23 milhões do Ministério da Integração, 8 milhões para carro pipa, hoje são 93 municípios atendidos com carro pipa pelo Exército, e 78 municípios pela Defesa Civil, com 300 carros pipa beneficiando um total de 171 municípios e 1.155.448 pessoas. A outra parte dos recursos, cerca de R$ 15 milhões está sendo usado para recuperação e instalação de poços com a FUNASA e DNOCS. No tocante a construção de cisterna

de placa, Nelson Martins mostrou que a SDA irá entregar 134.049 unidades. Das quais 49 mil já construídas, 33.400 em processo de convênios, 36.500 em negociação, sendo 931 pela Funasa e 14.228 cisterna de polietileno, com o Ministério da Integração Nacional. Implantação de 168 projetos de cisternas de abastecimento d'água, Através do Projeto Sao José foram liberados 63 projetos, no valor de R$% 17 milhões e 105 projetos, via FUNASA, no valor de R$ 180 milhões.


FALTA DE MILHO O

fortalezense já se acostumou a ouvir falar que qualquer oscilação mínima de preço de alguns produtos vai desembocar no bolso dele. Barril de petróleo, energia elétrica e trigo são exemplos disso. Contudo, o que muitos não perceberam é que o milho também impacta bastante no orçamento da família. Bem mais do que se imagina. O milho, que é utilizado como ração na avicultura, suinocultura, bovinocultura e caprinocultura, está em falta - e já faz algum tempo. A quebra de safra desse cereal no acumulado do ano até setembro foi de 86%, no Ceará. A situação é considerada alarmante. Como se não bastasse, o maior produtor mundial (EUA) também sofre com quebra histórica na safra, e está comprando milho do Brasil. Logo, a preferência é pela exportação. Além disso, o milho adquirido na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) demora a vir ao Estado. Uma das razões é a recusa de transportadores em pagar multas nas estradas do Ceará, alegando excesso de peso. Porém, para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Flávio Saboya, o problema é outro. “Não está faltando milho por causa da exportação. O milho da Conab está comprado há anos. Está armazenado. O problema é que é mais vantajoso para o transportador levar cargas de outros produtos para Santos e Paranaguá do que para o Nordeste. Quem vem para o Ceará, vem carregado, mas volta vazio. Já quem vai a esses portos traz de volta outras mercadorias. O que é mais lucrativo para ele? Essa é a problemática”, aponta. Ele indica uma solução a longo prazo que passaria por construções de grandes armazéns no Nordeste. “Se tivéssemos os armazéns e o governo estivesse comprando milho na região sempre no momento de baixa de preço, ele guardaria em um lugar próximo”, disse. CEARÁ PRECISA DE 8 MIL TON/SEMANA Segundo o presidente da FAEC, nós últimos dias houve uma melhora significativa na quantidade de milho do Programa Venda Balcão da Conab chegando ao Estado, mas continua a insistir que o Ceará necessita, de no mínimo, oito mil ton por semana, e o que está chegando até o final do ano, são 36 mil ton, para suprir os meses de outubro, novembro e dezembro. Conforme disse, está havendo racionamento na distribuição do produto, nos postos da Conab.

O Sistema FAEC/ SENAR-CE é parceiro da Expoece, com um estande ofertando cursos de capacitação, além disso nós incentivamos os produtores a participarem do evento e durante muitos anos fomos presidente da ACC quando coordenamos esta feira e reconhecemos a sua importância. Flávio Saboya Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará FAEC FOTO: MARÍLIA CAMELO

IMPACTA EM VÁRIOS SETORES

Seca | EXPOECE 34

SINDICATOS DA REGIÃO METROPOLITANA QUEREM MAIS MILHO Dia 26 de outubro, a FAEC esteve reunida com todos os presidentes de sindicatos de proprietários rurais da Região Metropolitana de Fortaleza, na sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, com a participação dos presidentes da FETRAECE, Ematerce e representantes da SDA. Na pauta a solicitação de mais 5 mil toneladas de milho para a Unidade da Conab, em Maracanaú. SDA GARANTE 4 MIL TONELADAS O titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins, informou em outubro que quatro mil toneladas de grãos de milho serão trazidas do município de Porteirão (GO) até o Ceará, onde serão distribuídas nos oito armazéns da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), como previa a negociação que o Estado fez com o Ministério da Agricultura. Revista Ceará e Municípios


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UNIFOR PRODUZ OS PRIMEIROS CAPRINOS TRANSGÊNICOS PARA LISOZIMA HUMANA

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Universidade de Fortaleza celebrou em 2012 o nascimento de duas cabras transgênicas pelo método da microinjeção. O feito é pioneiro em todo o país e sua causa é nobre. Os caprinos foram mudados geneticamente com o intuito de servir como ferramenta ao combate à diarreia infantil no semiárido nordestino, terceira causa de mortalidade em crianças abaixo de dois anos na região. Intitulada “Desenvolvimento de Imunocompostos no Leite de Caprinos Transgênicos para Prevenção e Tratamento da Diarreia Infantil no Semiárido do Brasil”, a pesquisa, nesta primeira etapa, consiste em expressar no leite do caprino transgênico uma proteína humana (ou gene humano) que funciona como antibiótico natural no combate à diarreia – a lisozima. As cabras foram fecundadas in vitro, sendo injetado para dentro do embrião animal o DNA humano. “A lisozima é um antibiótico natural que nós temos em todas as secreções e em alta concentração no leite materno. É uma imunidade passiva para as crianças, que não só ficam com a saúde intestinal favorecida, mas também com outros processos inflamatórios das vias aéreas respiratórias superiores menos incidentes. Com esses animais, o projeto propriamente começa. Até então, estávamos trabalhando na raiz da árvore, que ninguém enxerga”, explica o professor Marcelo Bertolini. “O nascimento do animal transgênico é um marco, fruto de vários esforços e uma conquista fantástica. Ainda são poucos os laboratórios do mundo que trabalham com animais transgênicos. Demos o primeiro passo. A Unifor desde o início apoiou esse projeto, que poderá ter um impacto muito grade no combate à diarreia e à subnutrição infantil no semiárido nordestino”, acrescenta a professora Luciana Bertolini. O casal de professores do programa de doutorado da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio) coordena o projeto na Unifor. Segundo a professora Luciana, os testes para saber se o leite dos caprinos transgênicos possui índices satisfatórios de lisozima devem iniciar em poucos meses. “Vamos induzir a lactação hormonalmente. A expectativa é grande”. A pesquisa na Unifor está sendo desenvolvida há um ano e meio no Laboratório de Biologia Molecular e do Desenvolvimento e na Unidade Animal de uma fazenda associada ao projeto e pertencente ao Grupo Revista Ceará e Municípios

Edson Queiroz, de onde foram fornecidas as matrizes selecionadas para o estudo. Os professores contam com uma equipe de 22 pessoas: dois pós-doutorandos, seis doutorandos, nove estudantes da graduação dos cursos de Medicina, Fisioterapia, Farmácia e Enfermagem, e ainda cinco técnicos. O projeto está atrelado à Rede de CaprinoOvinocultura e Diarreia Infantil do Semiárido (Recodisa). Outras três universidades são parceiras da rede: a Universidade Federal do Ceará, a Universidade Estadual do Ceará e a Universidade da Califórnia. “Este é um projeto de cunho sociocultural e de prioridade nacional. Doenças endêmicas como diarreia e desnutrição severa ainda existem em 8% de crianças abaixo de cinco anos em todo o território semiárido nordestino. A área do semiárido é quase do tamanho da Europa. A UFC está com a parte da etiologia, mapeando os agentes causadores da diarreia no semiárido brasileiro. A perspectiva é que os produtos da pesquisa (leite de caprinos que expressem proteínas humanas) sejam usados no tratamento de infecções intestinais. Temos dados de que o leite de cabra in vitro é eficiente na recuperação da mucosa intestinal lesada e previne infecção e desnutrição a curto e médio prazo. A ideia do projeto é fechar essas evidências científicas para que o leite possa ser produzido em larga escala”, avalia o coordenador da Recodisa, professor Aldo Ângelo Moreira Lima. matéria extraida do Jornal da UNIFOR


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PRODUTORES SUINOCULTURA SE QUEIXAM DA FALTA DE INSUMOS

O impacto da estiagem e a queda da produção do milho no Ceará estão prejudicando os produtores de suínos, que buscam alternativas na lavoura de outros estados, já que 70% da alimentação do animal é feita do insumo. “A situação não está ruim apenas no Ceará. É um problema nacional”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes. Para ele, o setor só vai se recuperar no fim do ano, quando será colhida outra safra do milho. “Com essa falta de milho, nós estamos tendo um alto custo de produção, ou seja, o preço pago pelo suíno está inferior ao custo, deixando o produtor no prejuízo. Mas estamos reivindicando melhoras para o setor”. De acordo com Rafael Bueno, superintendente de Armazenagem e Movimentações de Estoque da Conab, a safra prejudicou o desenvolvimento do milho, mas há sementes disponíveis nos balcões, para os pequenos e médios produtores cadastrados. Na última sextafeira,14,190 mil tonelada chegaram aos balcões. Temos contratado ainda 46 mil toneladas, que em breve devem estar chegando. O milho está sendo enviado. Tivemos apenas uma diminuição, por conta da logística”, explicou Bueno. Preço equilibrado O presidente da Associação dos Suinocultores do Ceará, Paulo Helder Braga, explicou que o mercado teve uma queda, mas que o preço do suíno no Estado está equilibrado. Porém, o milho armazenado na Conab não está suprindo a demanda dos produtores. “Antes do aumento do preço dos insumos, existiam dez mil produtores inscritos na Conab. Agora são 36 mil. Os produtores de bovino também estão recorrendo ao órgão e o milho está ficando concorrido”. Segundo Paulo Helder, no Ceará há 80 suinocultores tecníficados, com 12 mil matrizes (fêmeas) e 120 mil cabeças. Por ano há uma produção de 274 mil animais e 18,5 mil toneladas de carne. Esses 120 mil animais consomem por mês seis mil toneladas de ração, que é formada por 70% de milho e 30% de farelo de soja e vitaminas. Para Carlos Bezerra, diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, a situação está lamentável. “O Governo tem o milho, mas não tem o transporte. Precisamos em média de oito mil toneladas por semana”, diz. Revista Ceará e Municípios

CEARENSE PARTICIPA DO PNDS

O Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura surge da parceria entre a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Associação de Suinocultores do Ceará (ASCE), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), tendo como partícipe a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Ceará (SENAR-CE) , além do Banco do Nordeste ( BNB) que com sua implantação e execução das ações deste projeto colocaram a suinocultura cearense em elevado patamar de competitividade e beneficiar os diversos segmentos da cadeia produtiva, além modernizar a oferta de cortes de carne suína e criar as condições para que o produto atenda às exigências dos consumidores. O PNDS baseia-se na tríade de ações de produção, industrialização e varejo, paralelo a oportunidade de minimizar uma das grandes deficiências do setor que é a carência de informações, estudos e pesquisas capazes de gerar uma base de conhecimento que auxiliem no posicionamento estratégico e operacional do segmento. As ações desenvolvidas no Ceará através do PNDS, são: na área da produção, as ações foram cursos de capacitação para produtores e consultorias nas granjas de suínos para um melhoramento na tecnificação da produção de suínos; na área da indústria, cursos de cortes suínos para açougueiros de frigoríficos, consultoria de boas práticas de fabricação na agroindústia, com objetivo de solucionar questões relacionadas ao processo produtivo, na manipulação de alimentos e higienização da indústria, além de consultoria de marcas e embalagens, para quue se tenha uma boa apresentação do produto; na área da comercialização , ações de cortes suínos para açougueiros de supermercados,oficinas gastronômicas com receitas de carne suína para consumidores dos supermercados, Campanha “Um Novo Olhar Sobre

Reunião ASCE, ABCS e SEBRAE-CE para discutir ações PNDS, Germano Blumh, articulador Sebrae-Ce, Lívia Machado, coordenadora Nacional PNDS, Paulo Jorge Leitão, articulador Sebrae-Ce, Carlos Eugênio Botelho, associado ASCE, Paula Braga, gestora PNDS-Ce e Paulo Helder Braga, presidente ASCE.

à Carne Suína”, na qual se faz degustação da carne suína, além da distribuição de cartilhas com receitas de carne suína e sobre a saudabilidade da mesma para os consumidores desses estabelecimentos; e na área do conhecimento que visa disseminar as informações sobre on benefícios da carne suína e desmistificar o preconceito existente com essa carne são realizadas as seguintes ações, participação em feiras agropecuárias como PEC NORDESTE e EXPOECE, feiras ligadas ao setor supermercadista e agroindústria, cursos de cortes suínos e oficinas gastronômicas para estudantes e profissionais da área de Gastronomia, Palestras de Saudabilidade da Carne Suína para profissionais e estudantes de Nutrição , Medicina e áreas afim da saúde. Diversas parcerias foram acampadas para o projeto , como associação de supermercados do estado, associação gastronômica cearense, redes de hipermercados, universidades renomadas, dando uma força maior para o desenvolvimento das ações do PNDS Ceará. Promover e valorizar a carne suína são o elo que concretiza todas as ações do PNDS, por isso, a ASCE em parceria com a ABCS, SEBRAE-CE, BANCO DO NORDESTE, FAEC, SENAR-CE dará continuidade ao PNDS no Ceará para que a suinocultura do estado cresça cada vez mais.

Diretoria da ASCE marcando presença na Feira Tecnofrigorífico, João Jorge, 2º vice-presidente ASCE, Paulo Helder Braga, presidente ASCE, João Wanderilo, secretário diretor ASCE, Germano Blumh, articulador Sebrae-Ce.


ADECE

30 FOTO: VIVIANE PINHEIRO

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COMPLETA CINCO ANOS DE HISTÓRIA

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etembro foi um mês de comemorações especiais para a Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece). Foi quando o órgão faz aniversário. Há exatos cinco anos, no dia 28 de setembro de 2007, a Adece foi constituída por meio de Assembleia Geral. No dia 28 de setembro deste ano, o presidente Roberto Smith esteve à frente dos festejos e destacou a importância do entusiasmo de cada um que trabalha e contribui para os bons resultados já alcançados na breve, porém rica trajetória da Adece. Coordenado pela ouvidora Estela Sampaio, o evento contou ainda com a exposição do diretor de infraestrutura Eduardo Neves, que relatou, em detalhes, a história da Empresa, conforme o texto abaixo: É missão da Adece “executar a política de desenvolvimento econômico, por meio da geração de ambiente propício à viabilização de novos negócios e investimentos, contribuindo para o avanço da competitividade econômica e da equidade social da população do Ceará”. A Agência atua nas áreas de mineração, indústria, agronegócio empresarial, comércio, serviços e energia. O primeiro presidente foi Antonio Balhmann Cardoso Nunes Filho, engenheiro mecânico graduado pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Funcionário concursado do Sebrae, Balhmann já foi Diretor Superintendente e Presidente do Conselho de Administração do órgão. Também lecionou no curso de Engenharia Mecânica da Unifor. Segundo Presidente da Adece foi o agrônomo Francisco Zuza de Oliveira, que exerceu o cargo por um ano e meio. Além da função de Presidente, Zuza ocupou antes o cargo de Diretor de Agronegócios da Adece.

Em outubro de 2011, assumiu a Presidência da Adece o Economista Roberto Smith, depois de oito anos no comando do Banco do Nordeste (BNB). Smith é professor aposentado do Departamento de Teoria Econômica da Universidade Federal do Ceará (UFC) e foi membro do Conselho Federal de Economia e do Conselho Regional de Economia do Ceará. Nestes cinco anos, visando sempre enfatizar as potencialidades de sua economia, vários projetos executados pela Adece foram fundamentais para impulsionar a atividade produtiva do Ceará. Dentre eles, estão: - o desenvolvimento do CIPP, o Complexo Industrial e Portuário do Porto do Pecém, onde estão desenvolvidos os projetos da CSP, Silat, Eternit, Aeris Energy e Bom Cearense Terminais de Carga. - Polo Tecnológico da Saúde, no Eusébio, com a atração também de uma unidade da Fundação Oswaldo Cruz – FioCruz e Biomanguinhos e Renato Archer; - a atração de grandes empresas para o Estado, criando ambiência pela dotação de infraestrutura básica e incentivos, como a maior e mais recente filial da Malwee no País, inaugurada em Pacajus; - no agronegócio, o desenvolvimento de novas culturas antes inimagináveis no estado do Ceará, como pera, maçã, rosas. - o crescimento do setor de desenvolvimento setorial, principalmente quanto a comércio e serviços; - com relação à infraestrutura foram construídos e disponibilizados galpões a empresas de diversos segmentos, gerando muitos novos empregos no interior do Estado. - a capacitação de mão de obra.

“EXECUTAR A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, POR MEIO DA GERAÇÃO DE AMBIENTE PROPÍCIO À VIABILIZAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS E INVESTIMENTOS, CONTRIBUINDO PARA O AVANÇO DA COMPETITIVIDADE ECONÔMICA E DA EQUIDADE SOCIAL DA POPULAÇÃO DO CEARÁ”

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