Mural 71

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HANG LOOSE PRO, 30 ANOS DEPOIS MAURA POSSAS, A COSTUREIRA DO REI e as melhores festas da ilha






editorial

6 foto celso martins

VERÃO NA ILHA

C

hegando junto com a estação mais aguardada do ano, esta Mural vem repleta de histórias, personagens e festas que fazem de Floripa um lugar tão especial no mapa. Empresária e ex-modelo, Daphine Lopes estampa nossa capa vestindo a alta costura da estilista Nilma Vieira, mestre das agulhas e tecidos que há 32 anos mantém-se à frente da marca Ninevi, produzindo vestidos de noiva e de festas que são um sonho. Em entrevista a Monique Vandresen, Nilma relembra a trajetória de uma vida inteira dedicada ao estilismo. Olavo Moraes traça um perfil da catarinense Maura Possas, costureira de mão cheia que há 40 anos faz as camisas que vestem o rei Roberto Carlos em seus shows. Zico, Erasmo Carlos e Sílvio Santos são outras estrelas que vestem as impecáveis camisas da Maura, a “camiseira” mais famosa no meio artístico brasileiro. Olavo Moraes também cobriu o Hang Loose Pro Contest, lendário campeonato de surfe que depois de 30 anos voltou à Joaquina e reuniu os grandes nomes do surfe internacional. Olavo ainda escreve sobre o legado olímpico de Guga Kuerten, que durante a cobertura das Olimpíadas foi elevado pelo público à condição de “labrador humano”, graças à sua simplicidade, carisma e simpatia. Simpatia e carisma também eram características do saudoso Ari Silva, famoso personagem da ilha, contador de “causos” e parceiro de festas e pescarias do “doutor” Aderbal Ramos da Silva e de outros nomes poderosos da política local nos anos 60 e 70. Na matéria que o repórter Marcos Heise traz a partir da página 48, familiares e amigos recordam as hilárias histórias de Ari e a amizade que nasceu em 1979 entre ele e o general Alfredo Strossner, então presidente do Paraguai. João Pedro Nascimento passou sete meses na Europa, estudando um pouco e bebendo bastante cerveja

artesanal, sua nova paixão. Trouxe na bagagem muitas boas lembranças, que ele divide com os leitores na seção “Mochilão”, que começa na página 60. Urbano Salles entrevistou a arquiteta Rose Campos, que está toda faceira com o sucesso da “Varanda do Historiador”, ambiente que ela criou em parceria com Marco Antonio Medeiros para a mostra de arquitetura Casa Cor Santa Catarina. Além do sucesso profissional, Rose vive a alegria de seu noivado com o cirurgião plástico Egidio Martorano. Os colunistas da Mural trazem assuntos relevantes e informações importantes para manter a saúde, a beleza e o bom humor: a dermatologista Mariana Barbato escreve sobre a importância de cuidar da pele do pescoço, Roberta Ruiz ensina como a fisioterapia pode fortalecer a região pélvica, Laura Sacchetti fala sobre o uso do Botox na odontologia e a nutricionista Ana Abreu mostra os benefícios do consumo do óleo de coco, da vagem e do pepino japonês. Contamos também a história do Grupo Novo Brasil, que foi responsável pela profissionalização do entretenimento em Floripa e comemora 20 anos de muito trabalho e sucesso, desde que inaugurou, em 1997, o lendário Café Cancun, palcos das melhores festas da época. E como sempre em nossas páginas, fechamos esta edição com chave de ouro, mostrando as fotos das festas e shows nos lugares mais legais do nosso pedacinho de terra: Donna Dinning Club, Toro, Lebarbaron, Milk, P12, Music Park, o show de Roberto Carlos no Centrosul, a comemoração dos 40 anos do Grupo Zanardo e a festa de aniversário de Kátia Menezes. Um beijo e um abraço,



expediente

8 DIREÇÃO MARCO CEZAR marcocezar@marcocezar.com.br

interiores charme de design na arquitetura

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PERSONAGEM vestindo o rei

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moda NÃO VAI TER SALTO

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saúde bucal Botox na odontologia

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saúde PESCOÇO

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PHYSIO PILATES FORTALECENDO O ASSOALHO PÉLVICO

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nutrição ÓLEO DE COCO

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hora da feira PEPINO JAPONÊS Vagem

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comer & beber TUDO NA MESMA PANELA

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PERSONAGEM AMIGO DE TODOS

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Hang Loose 30 Anos JOACA VAI DE KANOA

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Mochilão UM JOVEM NO VELHO MUNDO História, gastronomia e enologia

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EDITOR CHEFE MARCO CEZAR EDITOR assistente CAIO CEZAR JORNALISTA RESPONSÁVEL marcos heise (MTb-SC 0932 JP) PLANEJAMENTO GRÁFICO ayrton cruz COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Adriel Douglas Ana Carolina Abreu André Prado Angelo Santos Arley Reis caio graça Caroline Brasil cassiano de souza cesar carnero David Collaço eliane macagnan fernando vargas HEMERSON TOUCHE João Pedro de Siqueira Nascimento juliana wosgraus Julio Cavalheiro (SECOM) laura sacchetti Leo Comin Marcos Heise mariana TREMEL Barbatto Monique Vandresen Olavo Moraes Pedro Mox ROBERTA RUIZ urbano salles impressão Maxigráfica | Curitiba/PR marco@marcocezar.com.br www.marcocezar.com.br www.revistamural.com.br 48 3025-1551


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oculto K-CHAÇA

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empreendimento GRUPO NOVO BRASIL COMEMORA DUAS DÉCADAS

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floripa é show As melhores festas da cidade

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mural da mural MURAL 70: A FESTA

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mural milk primeiro time

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mural toro Toro

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mural Magic Island Circo eletrônico

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mural LeBarBaron NA BRAVA

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mural p12 parada obrigatória

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comemorações NESTA DATA QUERIDA Grupo Zanardo, 40 anos 60 AMIGAS

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publieditorial resgate da vocação náutica da Ilha

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empreendimento farah gomes advogados

índice

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REF. LG 360.2

18 capa daphine lopes Fotos caio cezar assistente pedro mox cabelo e maquiagem fernando vargas | rossi locação estúdio brandão


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interiores

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interiores

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Rose Campos está de volta ao circuito de mostras com a “Varanda do Historiador” na Casa Cor Santa Catarina 2016 texto URBANO SALLES fotos CAIO CEZAR e MARCO CEZAR

I

dealizada por Rose Campos em parceria com Marco Antonio Medeiros, a “Varanda do Historiador” dá as boas-vindas logo na entrada da Casa Cor Santa Catarina 2016, que abriu em outubro e vai até 4 de dezembro, na rua Esteves Júnior. O espaço marca o retorno da bela criciumense radicada há 15 anos em Florianópolis ao circuito de mostras de arquitetura e decoração. A Casa Cor caiu como uma luva para o atual momento da carreira da arquiteta. Rose não participava de um evento do gênero desde 2008. Nesse período, dedicou-se à arquitetura comercial, especializando-se em restaurantes. Executou obras em vários estados do país, especialmente para franquias. As longas viagens a trabalho eram frequentes. Depois de oito anos nessa rotina, ela resolveu voltar a centrar foco na arquitetura de interiores, e fez isso, em boa parte, estimulada pelo marido, o cirurgião plástico Egidio Martorano Filho, seu “maior incentivador”, como salienta.


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12 A arquiteta encontrou o parceiro certo para a nova fase profissional durante um evento social. Rose e Marco já eram amigos. Ela já havia decidido participar do evento, mas àquela altura ainda não sabia qual ambiente montaria. “Quer fazer a Casa Cor comigo?”, convidou Rose naquela noite. Um cafezinho e algumas conversas na sequência sacramentaram a união. “Foi muito agradável e divertido desenvolver o projeto. A gente logo se conectou nas ideias e no estilo. O meu é clássico, o do Marco também.” Na hora de escolher o ambiente, a varanda foi amor à primeira vista. “Ela é nossa, não quero ver mais nada!”, extasiou-se Marco ao lado da parceira, não menos impactada pela oportunidade de reinventar o espaço onde o antigo morador da casa, o historiador

Oswaldo Rodrigues Cabral (1903-1978), reunia a família para tomar decisões. Batido o martelo, Rose e Marco saíram em busca dos fornecedores. Pela posição estratégica da varanda, na fachada do imóvel, o projeto precisava respeitar ao máximo a personalidade e a arquitetura da casa, construída em estilo colonial eclético nos anos 1940/1950. O azul (em diferentes tons) escolhido para predominar no ambiente já era uma das cores originais da edificação, confirmadas após uma pesquisa meticulosa feita pelos organizadores da mostra. “Foi um casamento feliz. O azul é uma cor refrescante que remete ao mar e a coisas boas”, define a arquiteta.

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O mobiliário e demais itens da decoração foram encomendados seguindo um fio condutor que mixa influências da Espanha, Portugal, Grécia e Marrocos, as mesmas que se fundem na arquitetura da casa. Entre outras surpresas, o visitante logo se encanta com a composição de placas de musgo natural fixada no teto. Elas se alimentam da própria umidade do ar, dispensando rega. Há também bananeiras e samambaias dando um toque de brasilidade

e natureza que toda varanda precisa ter. “O acabamento em bambu na parede, pintado com tinta automotiva, tem desenho exclusivo e se destaca como um novo elemento inserido na fachada”, aponta. Também no teto chamam a atenção os delicados ventiladores de fibra natural feitos sob medida e uma lamparina importada da Itália, com ares venezianos, trazendo destaque ao hall. “O projeto é inspirador para quem adora luz de velas. A iluminação indireta traz conforto para toda a varanda”, observa Rose.


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Vasos simétricos distribuídos pelo ambiente preenchem o espaço e compõem com a vegetação. Duas ânforas gigantes impõem-se no centro da varanda. À esquerda, o móvel principal é uma mesa circular imaginada para um café da manhã ou um chá de mulheres. O canto à direita produz o efeito de uma sala de convívio. “Os novos projetos de interiores vêm, cada vez mais, tratando as varandas como extensões da sala de estar. Elas passaram a fazer parte da área social, muitas vezes sem que o limite entre os dois ambientes seja notado”, explica a arquiteta. “Com os móveis, cores e texturas certas, nossa varanda tornou-se um espaço excelente, por exemplo, para ouvir música ou ler um livro.” O design contemporâneo está representado por objetos e móveis de nomes conceituados, como a luminária Philippe Starck e as poltronas Bruno Faucz. A mesma contemporaneidade está impressa na estante sugerida para receber itens de predileção


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especial do morador. “A arquitetura deve falar do seu tempo e lugar”, resume. Há garden seats em cerâmica, em alta no mercado de decoração. Eles podem servir tanto para apoiar plantas quanto para sentar, servir de mesa de apoio ou lateral. Do acervo pessoal da dupla, vieram o serviço de xícaras e copos, livros e uma caixa umidora onde Martorano Filho guarda seus cubanos. Já na primeira tarde da mostra, um grupo de amigas da alta sociedade de Florianópolis chegou à varanda onde décadas atrás Oswaldo Cabral refrescava-se com o vento que soprava da Baía Norte, ainda sem os edifícios altos construídos na região. “Sinto como se estivesse em casa!”, exclamou uma delas. Segundo Rose, produzir esse sentimento de aconchego era justamente um dos objetivos do projeto. “Gosto de me relacionar com as pessoas”, ressalta.


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“Gosto de me relacionar com as pessoas e a arquitetura deve falar do seu tempo e lugar.” Rose Campos

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E depois da Casa Cor? A arquiteta antecipa que ela e Marco acabam de fechar dois contratos com conclusão prevista já para as próximas semanas: um restaurante em Jurerê Internacional e uma loja em um shopping em Balneário Camboriú. Entre 4 e 9 de abril de 2017, irão à feira de Milão. Paralelamente, Rose assina o projeto da clínica-spa que Martorano Filho irá inaugurar ano que vem numa grande área no interior da Ilha. Os dois, aliás, vão oficializar o casamento com uma festa para os mais íntimos no próximo inverno.



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texto MONIQUE VANDRESEN fotos caio Cezar


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Daphine Lopes, capa desta edição da Mural, tem 26 anos, é sobrinha de Nilma Vieira, filha de Neli Vieira Lopes, o “Ne” da Ninevi. Como modelo, Daphine fez breve carreira internacional, indo morar em Tóquio, mas depois de um tempo recusou outros convites do mundo das passarelas e optou por formar-se em Engenharia Química. Casada desde o ano passado com Vitor Stamm, Daphine atualmente faz MBA em Gestão Empresarial e é empresária da área de importações e exportações da Buffalo Motores.


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REF. LG 355.2

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A estilista por trás dos “Vestidos Sonho”

T

rinta e dois anos de carreira, um atelier dos sonhos, fornecedores como Elie Saab e Cavalli e uma marca muito precisa com “vestidos sonho” que são sua marca registrada, consolidada em todo o Brasil. A menina que desde criança já sabia que queria ser estilista e criar roupas só tem motivos para festejar. Nilma Vieira tem uma agenda cheia, com noivas que casarão somente em 2018, mas arranjou um tempinho para receber a Mural na Ninevi, espaço que une loja multimarcas com a linha prêt-à-porter na arara, primeiro aluguel e ateliê, onde recebe as clientes que optam pelo serviço sob medida e modelos únicos. O atendimento no ateliê é feito com hora marcada, de maneira personalizada, a fim de atender aos gostos e expectativas de cada madrinha, formanda ou bride to be. Para quem chega sem ideia de que linha seguir, o ateliê disponibiliza um mostruário com modelos que servem de ponto de partida para a concepção do vestido ideal, ou de inspiração para a criação de um modelo exclusivo. É a estilista quem coordena todo o processo de confecção sob medida, além de assessorar a cliente em seu look completo. As últimas coleções trazem muitos decotes, quadrados ou bem arredondados, que dividem as atenções com os vestidos mais fechados, sempre com muita renda e transparência. A exclusividade do ateliê não se limita aos vestidos de noiva. Todos os vestidos de festa são únicos e exclusivos. Drapeados, bordados, rendas e transparência aparecem em modelos longos e curtos, alguns com cintura marcada, em camadas, retos ou volumosos. Algumas calças e casacos seguem a mesma linha, com riqueza de detalhes nos tecidos, pedrarias e modelagem. A modelagem e o acabamento primoroso, aliás, são a marca registrada da grife. A cartela de cor é bem variada, e um dos destaques são os tecidos e aviamentos assinados por Elie Saab, Dior, Chanel, Cavalli, Versace, Prada e Missoni mostram que tudo ali é de primeira, dos aviamentos aos têxteis. No espaço Primeiro Aluguel a Ninevi oferece a possibilidade de “inaugurar” um vestido sob medida. Os modelos prontos podem ser customizados ou adaptados pequenas alterações, já que, avisa a estilista, “mesmo no prèt-à-porter um Ninevi precisa estar sob medida”. O ateliê oferece ainda véus, acessórios como flores, tiaras, guirlandas e apliques de renda para o cabelo e um serviço completo de styling. Bordados cheios de pérolas, com efeito ombré, chamam a atenção nos manequins de moulage. O ateliê de Nilma é aconchegante e sofisticado. Pilhas de revistas Hola Prèt-à-Porter, Vogue e Elle estão organizadas no espaço claro e iluminado, com pouquíssimos móveis, onde se destacam as flores naturais, trocadas a cada três dias, e um abajur Tiffany. As roupas de festa vieram em seguida, com modelagem espartilhada, que na época era pouco utilizada por aqui. A marca já recebeu críticas positivas de

nomes expressivos da moda e até um convite para exportar para os Emirados Árabes. No Paraná, recebeu o Agulha de Ouro, e em Punta desfilou ao lado de marcas como Paco Rabanne, a argentina Karin Coo e a chilena Hernán Zajar. No espaço multimarcas, as clientes podem escolher entre o que há de melhor das marcas mineiras e de outras grifes conceituadas, como os looks diferenciados com estampas exclusivas e bordados ricos da a Anne Fernandes ou as peças finas e elegantes de Carina Duek, filha de Tufi Duek. Tem ainda a moda jovem e colorida da mineira Fruttacor e a sofisticação, qualidade e caimento perfeito de Regina Salomão. As duas irmãs e Galdino Lenzi, ícone da moda catarinense que faleceu este ano, nutriam uma admiração mútua. Ninevi é a marca criada por Nilma com a irmã, Neli. As duas irmãs, autodidatas, criaram a Ninevi porque imaginavam roupas que não encontravam no mercado. As primeiras coleções foram em couro, com matéria prima vinda de um curtume que usava matéria prima espanhola. Embora tenha aposentado a tesoura, Neli foi a responsável pela solidificação da marca no Paraná. A gratidão com quem fez parte da história da Ninevi também é grande. A cunhada, Marita Helena, e as irmãs Zélia e Vanilde, entendiam e executavam a modelagem e a costura como poucas, lembra Nilma. As três são filhas da dona Alice Furlanetto, “que fazia uma bainha em seda como só ela”, elogia a estilista. Depois de 24 anos de carreira, resolveu fazer uma pós-graduação em moda. “Alguns professores perguntavam se eu era mesmo “a” Nilma Vieira”, mas só tenho a dizer que valeu a pena. Tive professores excelentes”, lembra. A irmã, Neli, se aposentou do ateliê no auge da carreira que construiu para a marca em Curitiba, mas Nilma ainda tem muita passarela pela frente. Até porque as herdeiras da marca, embora envolvidas com a moda, não pretendem dar continuidade ao ateliê: Taísa acabou um doutorado em Semiótica na PUC de São Paulo, e é professora de Moda. Heloisa fez pós graduação na área, mas alçou outros voos no mundo da moda, e Daphine e Luiza seguiram outros caminhos. “Um sonho bem cultivado e bem trabalhado com certeza vira uma realidade. Mas não podemos esquecer de trabalha-lo bem”, diz Nilma quando perguntada sobre o que diria para quem está começando agora.




PERSONAGEM

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Costureira de famosos, catarinense Maura Possas confecciona as camisas de Roberto Carlos há mais de quatro décadas

texto OLAVO MORAES fotos marco cezar


reprodução do livro Laços de Amizade — de doméstica a costureira dos artistas

PERSONAGEM

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A

quela manhã do ano de 1970, em um teatro da cidade de São Paulo, está viva na memória de Maura Passos. A catarinense de Indaial vestia bege. Estava trêmula, em um misto de euforia e nervosismo. Foi o primeiro encontro com Roberto Carlos. Levada ao camarim, foi apresentada pelo amigo Dedé, baterista da banda. “Quem é esta moça?”, perguntou o cantor. “Esta é a moça que lhe falei, que faz as minhas camisas”, respondeu o músico. “Eu pensei que fosse uma senhora e não uma jovem. Venha cá me dar um abraço que não mordo”, brincou Roberto Carlos, com sorriso no rosto. Foi o suficiente para a “Lourinha” se derreter. Abraçada ao ídolo, tremia e chorava como uma criança. “Não chore, você vai inundar o camarim.”

Melhor cliente e amigo A partir do primeiro encontro profissional nasceu uma amizade que perdura até hoje com o “Rei”. Já se passaram 46 anos desde a primeira confecção de camisas para Roberto Carlos. “Roberto Carlos é meu melhor amigo e maior cliente, devo a ele minha casa e duas máquinas de costura. Quando entreguei ao Roberto uma camisa branca de seda, toda detalhada, ele me disse que nem em Paris encontrava algo igual”, recorda Maurinha, sentada em seu ateliê, em São José. Aos 81 anos, e com vivacidade de fazer inveja a muito “brotinho”, Maurinha recebeu a Revista Mural com a simpatia que cativou artistas da Jovem Guarda e famosos da década de 1970 para produzir suas camisas.

Zico, Chacrinha e Trapalhões No elenco de clientes brilhavam Roberto e Erasmo Carlos, Jerry Adriany, Wanderley Cardoso, Antônio Marcos, Sílvio Santos, Zico, Chacrinha e os Trapalhões, entre outros cantores, músicos e atores. O sorriso que encantou artistas há mais de quatro décadas ainda segue no rosto da “Lourinha” que confeccionava camisas para os principais artistas do país. Muito à vontade, Maurinha contou um pouco de sua trajetória, que teve início aos 20 anos, quando, sozinha, foi tentar a sorte no Rio de Janeiro. Começou como empregada doméstica até chegar a costureira de artistas.


PERSONAGEM

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Desenhando as próprias camisas Sobre o “Rei”, explica que Roberto Carlos desenha as próprias camisas, e que evita a cor marrom. Outro detalhe curioso sobre clientes famosos foram os pedidos de Sílvio Santos. O empresário chegou a trazer tecido de uma viagem ao Havaí e pediu para Maura fazer camisas e shorts. Estas, e outras histórias, Maura Possas revela no livro Laços de Amizade — de doméstica a costureira dos artistas, publicado em 2014. ROBERTO NO PALCO EM CAMBORIÚ COM A CAMISA DA DONA MAURA

Paixão pelo Carnaval Com o som ao fundo do CD Emoções Sertanejas — álbum ao vivo de Roberto Carlos com a participação de diversos cantores do gênero sertanejo — Maura Possas falou sobre sua paixão pelo Carnaval carioca. Foi por três vezes rainha, e uma princesa, do Cordão do Bola Preta, no Rio de Janeiro. Também foi portaestandarte por uma década e mamãe Noel por três anos no famoso bloco, que frequenta desde 1958 e ainda acompanha nos carnavais. De volta a Santa Catarina, foi eleita por duas vezes Rainha da Terceira Idade do Clube Flamenguinho e uma vez Princesa do Carnaval. Maurinha exibe suas fotos com famosos com muita naturalidade, mas destaca, com carinho especial, as de Roberto Carlos. Emocionada, empunha a garrafa de Prosecco Pasqua, que trouxe de sua viagem no Cruzeiro Emoções, em janeiro deste ano. Ela e a neta foram convidadas pelo cantor, que pagou todas as passagens aéreas e despesas no transatlântico.

Livro de memórias “Coloquei no livro histórias o que fui escrevendo ao longo dos anos, em cadernos e folhas de papel. São fatos que ocorreram com os amigos queridos e que queria homenagear”, resume Maurinha, que se prepara para muito trabalho neste final de ano. “Quando o Verão se aproxima, começa a chover pedidos.”



moda

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NÃO VAI TER SALTO Anistia ampla e irrestrita para os flats texto Monique Vandresen fotos divulgação

Durante muito tempo,

o salto alto foi sinônimo de elegância

e glamour. Mas a moda e esses padrões rígidos se transformaram

ao longo dos anos e se tornaram mais democráticos.


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udrey Hepburn e Brigitte Bardot viviam de sapatilhas. A francesa Inès de la Fressange, queridinha de Coco Chanel e autora do livro A Pariense, é partidária dos modelos flat. Tênis, sapatilhas, rasteirinhas e oxfords alastraram-se pelas passarelas de alta-costura há algumas temporadas, e com o ok de marcas poderosas como Viktor & Rolf e Dior, o salto baixo foi definitivamente absolvido do crime de deselegância. O salto entrou em pauta depois que atrizes como Julia Roberts e Kristen Stewart protestaram contra a exigência do calçado, entrando descalças no tapete vermelho do Festival de Cannes. Durante muito tempo, o salto alto foi sinônimo de elegância e glamour. Mas a moda e seus limites se modificaram ao longo dos anos e se tornaram mais democráticos. O resultado é que até os vestidos de festa ganham um ar mais despojado, com pezinhos quase descalços. E, no tapete vermelho, as fãs da rasteirinha não são apenas as altas e esguias. Natalie Portman, Sofia Coppola e Karlie Kloss têm pouco mais de 1,60m, altura mediana da maioria das mulheres que não pensariam nem duas vezes em usar um belo saltão num evento de gala. Saltos altos deixam as pernas mais definidas, alongam a silhueta e até dão uma maquiada na postura, mas o que deixa um sapato elegante não é o salto. Deselegante não é sair sem salto, é sair com um sapato desconfortável — ou porque não temos o costume de usá-lo, ou porque cansa os pés. Nas passarelas, o conforto também impera: os saltos aparecem com mais volume, são mocassins sem calcanhar, mules, gladiadores, sandálias, sapatilhas, tênis e, como se não faltasse mais nada... chinelos!

Kristen Stewart

Sofia Coppola Brigite Bardot

Audrey Hepburn


moda

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Para alongar a silhueta É possível conservar o visual sofisticado com sapatilhas e rasteirinhas. Para festas, sapatos com detalhes marcantes, como brilho, pedrarias, materiais diferentes e cores que ressaltem todo o look podem substituir o salto alto. Para escolher o melhor modelo de flat, basta ficar atenta a alguns truques: • mulheres com pernas grossas devem apostar em modelos em que as laterais do calçado sejam fechadas e com o bico mais fino para criar o efeito inverso. • Para quem tem pés grandes, a dica é apostar nas sapatilhas bicolores, que dão a impressão de que ele é menor. • Para alongar a silhueta, o ideal é usar sapatilhas com o mesmo tom da pele, calça ou meia. • Apostar nos modelos em que os dedos ficam à mostra também alonga a silhueta. • Quanto mais aberto o sapato, mais alongado seu corpo ficará. • Se for usar salto baixo, cuidado com a bainha dos longos!

Mas atenção! Da mesma forma que abusar de saltos muito altos prejudica a saúde, rasteiras sem salto nenhum podem causar danos também. Para longas caminhadas, mesmo fazendo turismo ou compras, o ideal é o tênis.

Julia Roberts



saúde bucal

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Botox na odontologia

Uso da toxina foi liberado, mas com restrições texto Laura Sacchetti – CRO-SC 12391 fotos banco de imagens/RM

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opularmente conhecido como botox, toxina botulínica é uma neurotoxina de origem bacteriana de alta especificidade secretada pelas bactérias Clostridium botulinum e Clostridium parabotulinum. Por ser uma neurotoxina, a toxina age no sistema nervoso, causando paralisia ou contraturas musculares na região aplicada. A paralisação do músculo causa relaxamento na região aplicada e por consequência atenua rugas e diminui a dor. Ficou popularmente conhecida para tratamentos estéticos, porém sua aplicação na odontologia estende-se para o tratamento de disfunções nos músculos mastigatórios, causadoras do bruxismo, assimetrias faciais, hipertrofia do músculo masseter e disfunção das articulações têmporo mandibulares (ATM). Também pode ser aplicado para corrigir sorriso assimétrico, sorriso gengival (quando a pessoa expõe com excesso a gengiva ao sorrir). Em setembro deste ano (2016), o Conselho Federal de Odontologia autorizou os cirurgiões-dentistas a utilizarem a

toxina botulíca e os preenchedores faciais para fins terapêuticos ou estéticos, desde que não se extrapole a área anatômica de atuação do profissional da odontologia. O uso estético dessas substâncias deve ter como finalidade a harmonização facial em sua plenitude. É preciso ter cautela, pois se usado em excesso ou por um profissional que não domine a técnica pode causar complicações estéticas e funcionais. A ação da toxina pode ser observada de 48 a 72 horas após a aplicação. É eliminada de 3 a 6 meses e reaplicações são necessárias para se manter o efeito desejado. Laura Sacchetti Avenida

Rio Branco, Centro, 691, 8.o andar, Florianópolis 1 49 99966-2077 e 48 3225-1082 0 laurasacchetti.implante@gmail.com



saúde

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Não esqueça de tratar a pele do pescoço texto dr.a mariana TREMEL Barbatto (CRMSC: 10877 / RQE: 6741) foto banco de imagens/RM

A

preocupação com o tratamento do rosto costuma se iniciar com o aparecimento das primeiras ruguinhas, por volta dos 30 anos. Como a pele do pescoço ainda costuma estar firme nesta idade, na maioria dos casos quem começa a tratar o rosto acaba não tratando da mesma forma a região do pescoço. Com o passar dos anos a flacidez dessa região se acentua de forma rápida, pois perde-se colágeno e as linhas ficam bem evidentes e demarcadas. Para que se consiga, então, acompanhar o viço e firmeza da pele do rosto, além de cremes, alguns procedimentos dermatológicos ou cirúrgicos podem ser muito úteis para o rejuvenescimento mais rápido da região. Para resultados mais rápidos na melhora da pele dessa região, podemos citar alguns procedimentos já disponíveis nos consultórios dermatológicos: • Ultrassom microfocado (Megafocus, Ulthera): o ultrassom atinge a camada mais profunda da pele, penetrando até 4.5mm criando pontos de coagulação. Logo após a aplicação, temos um efeito lift imediato, pela contração dos tecidos, com melhora progressiva em até 3 meses.

• Laser Fracionado: o laser atinge frações de pele, realizando pequenas fissuras que vão até a derme, estimulando o colágeno, melhorando a textura da pele, diminuindo a flacidez e clareando as manchas. • Microagulhamento com radiofrequência: as agulhas criam pequenas lesões na derme, o que inicia um processo natural de cicatrização. Com isso, conseguimos uma produção intensificada de ácido hialurônico (preenchedor natural), regeneração de colágeno e aumento de elastina. •S kin Boosters: a técnica consiste em aplicar ácido hialurônico de baixa densidade (mais fluido), para hidratação e firmeza da região. Ajuda a suavizar os sulcos e são recomendadas 3 sessões com intervalos de 30 dias. • Toxina botulínica: a aplicação de pontos no pescoço e linha da mandíbula (técnica Nefertite), ajudam melhorar o contorno facial e suavizar as linhas. Para quem ainda mantém a pele do pescoço jovem e firme, fica a dica: abuse do protetor solar e sempre use os produtos anti-rugas do rosto também no pescoço. mariana TREMEL Barbatto Rua Ferreira Lima, 238, 6.o andar, Florianópolis 1 (48) 3223-6891 e 9933-7000 0 contato@marianabarbato.com.br



PHYSIO PILATES

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FORTALECENDO O ASSOALHO PÉLVICO Fisioterapia auxilia no tratamento de disfunções texto ROBERTA RUIZ fotos banco de imagens/RM

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assoalho pélvico é uma estrutura complexa, formada por músculos, ligamentos e fáscias. Localiza-se na pelve, entre o osso púbis e o cóccix. Tem as funções de suportar os órgãos pélvicos (bexiga, útero e reto) em suas posições anatômicas, manter a continência urinária e fecal, e tem um papel primordial na função sexual. As disfunções do assoalho pélvico nem sempre estão relacionadas com a idade e o envelhecimento. Podem ocorrer em homens, mulheres e crianças. Com relação a incontinência urinária, entre 15% e 30% da população acima de 60 anos apresenta algum grau de incontinência, sendo que nas mulheres a incidência é duas vezes maior que nos homens. A perda de urina pode causar problemas sociais, higiênicos, sexuais, levando a pessoa ao isolamento social e até mesmo à depressão. A fisioterapia pélvica é reconhecida por sua eficácia no tratamento das disfunções dos músculos do assoalho pélvico.


O assoalho pélvico em disfunção pode levar a diversos sintomas • Incontinência urinária de esforço: perda de urina quando tosse, espirra, pula e durante a risada. • Hiperatividade vesical (bexiga hiperativa): vontade constante de ir ao banheiro mesmo com pouca urina. • Incontinência urinária de urgência: quando perde urina antes mesmo de conseguir chegar ao banheiro. • Incontinência urinária após prostatectomia radical (retirada da próstata). • Incontinência fecal e de flatos: perda de fezes e gases.

Técnicas fisioterapêuticas no tratamento das disfunções do assoalho pélvico • Biofeedback Eletromiográfico — a utilização do Biofeedback Eletromiográfico no treinamento do assoalho pélvico tem como vantagens capacitar o paciente a identificar os músculos a serem trabalhados, aumentar a percepção sensorial, reestabelecer a coordenação e o controle motor voluntário, resultando numa melhora funcional e, consequentemente, dos sintomas. Utilizando eletrodos de superfície e ou intracavitários, que captam a atividade elétrica das fibras musculares dos músculos do assoalho pélvico, o Biofeedback Eletromiográfico permite uma leitura e interpretação em tempo real das disfunções pélvicas, através de sinais auditivos e/ou visuais.

• Constipação ou prisão de ventre: dificuldade em defecar. • Disfunções sexuais masculina e feminina: como dor, disfunção erétil, e diminuição do desejo, da excitação e do orgasmo.

• Treinamento dos músculos do assoalho pélvico: através de exercícios específicos, o paciente consegue identificar os músculos e realizar um treino individualizado para a disfunção apresentada. • Terapia manual: visa a propriocepção muscular, a melhora da fibrose causada por cicatrizes, liberação de pontos gatilhos e o relaxamento muscular. Também faz parte deste trabalho a conscientização da contração muscular e desenvolvimento de força. • Eletroestimulação: utilizada tanto para melhorar a dor e também para fortalecimento muscular. • Terapia comportamental: através de modificações comportamentais, o paciente é orientado a controlar a ingestão de líquidos durante o dia e à noite, controlar os intervalos entre as micções, diminuir o consumo de café, chá, refrigerantes, álcool, controlar a alimentação através do consumo de alimentos mais saudáveis e ricos em fibras, como frutas e verduras, diminuindo assim o peso corporal e melhorando os hábitos intestinais.

A fisioterapia pélvica trata, previne e promove uma significativa melhora na qualidade de vida das pessoas.

Roberta Ruiz é fisioterapeuta, com pós-graduação pela USP, e instrutora de pilates pela Physio Pilates — Polestar (USA). E-mail ropidias@gmail.com Acesse o blog e veja notícias e artigos sobre pilates, http://robertaruizstudiodepilates.blogspot.com/

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ÓLEO DE COCO

Os benefícios do novo queridinho das dietas texto Ana Carolina Abreu foto banco de imagens/RM

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s benefícios do coco já são conhecidos há mais de 4.000 anos na cultura indiana e medicina Ayurveda. No entanto, o consumo era muito maior na forma de polpa e leite. A extração na forma de óleo é um fenômeno mais recente. De 2005 a 2015, o número de publicações científicas relacionadas aos subprodutos do coco saltou de 500 para mais de 5.000. Com todo esse interesse, também houve o aumento da produção e do consumo, principalmente do óleo. A primeira coisa que temos que levar em consideração é que a maior parte dos estudos e alegações científicas relacionados à alimentação são feitos com o óleo de coco extravirgem, que mantém as melhores propriedades do fruto. O óleo de coco tem nível elevado de ácidos graxos de cadeia média (MCFAs), rapidamente absorvida pelo organismo, gerando

maior gasto de energia pelo corpo, daí a sua função termogênica. A rápida liberação de energia, associada ao aumento de temperatura corporal estimulam a glândula tireoide, sendo uma boa opção para quem sente falta de energia. Alguns estudos apontam uma redução dos níveis de LDL e colesterol total em dietas, bem como uma melhora dos triglicerídeos e HDL, comparando o óleo de coco com o óleo de soja, mas os níveis só reduziram em dietas com baixo teor de carboidratos. Já outros estudos alegam que não há uma grande diferença ao compararmos com a manteiga. Outro grande alvo de estudos é o uso do óleo de coco na prevenção e tratamento da Candida albicans. A cândida é fungo patogênico comum, que faz parte da nossa flora intestinal e é bem regulada pelo sistema imune. No entanto, quando nossa imunidade está comprometida, o fungo pode se espalhar além do trato gastrointestinal e causar doenças. O uso de antifúngicos repetidamente pode gerar um desequilíbrio e, com isso, uma resistência. Nos testes realizados, o uso de óleo de coco isolado ou associado aos antifúngicos, demonstrou redução significativa dos fungos e diminuiu as ocorrências da Candida albicans.


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Uso culinário Por apresentar maior estabilidade, o óleo de coco resiste a altas temperaturas sem causar tanta oxidação, ou seja, é uma opção melhor quando pensamos em preparações como assados e frituras. Mas lembrem que qualquer fritura, principalmente as que atingem altas temperaturas e levam tempo, são prejudiciais com qualquer tipo de óleo. Como o cheiro é mais adocicado, pode combinar melhor com preparações doces, mas hoje já existem versões aromatizadas com alho e até “manteiga” de coco.

Pelo resto do corpo Além dos benefícios internos, sabe-se que o óleo de coco pode ter várias aplicações na pele. Alguns estudos demonstram inclusive melhora da dermatite atópica. Há quem também use para “hidratar” o cabelo. Apesar de cosmetologia não ser a minha área, confesso que já testei no cabelo e adorei o resultado.

Conclusões O mais importante é que qualquer alimento deve ser consumido dentro de uma dieta equilibrada e variada. Nenhum alimento fará milagres pelo seu organismo se você continuar com uma alimentação rica em processados, refinados e gorduras. Por causa do seu alto teor de gorduras saturadas, lembre que seu consumo não deve ser exagerado. Na minha despensa tenho o óleo de coco, a manteiga de coco, a versão com alho, mas também utilizo a manteiga ghee, o azeite de oliva, óleo de gergelim, de abacate, de macadâmia e mais alguns não refinados. Aproveite o óleo de coco como mais um tipo de gordura na sua dieta.

Ana Carolina Abreu, CRN 1453, é graduada em nutrição pela UFSC e pós-graduada em nutrição clínica funcional pela CVPE/ Unisul. Pós-graduanda em Nutrição Funcional Esportiva, pós-graduanda em Fitoterapia e membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional. Centro Médico Florianópolis — Fones (48) 3371-0711/ 9155-0711 — E-mail: anacarolinaabreu@clinicanut.com.br — Instagram: @anabreu11


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PEPINO JAPONÊS Seu consumo ajuda a combater os radicais livres

textos Ana Carolina Abreu fotos banco de imagens/RM

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uito popular no Brasil, o pepino combina com o clima quente, graças ao sabor refrescante e suave e textura crocante. Seu nome científico é Cucumis sativus, sua origem mais provável é a Índia e de lá os romanos iniciaram seu cultivo na Europa. Cultivado especialmente nas regiões Sul e Sudeste, a melhor época para seu consumo é de outubro a dezembro. De baixo valor calórico e alto valor nutricional, o pepino possui apenas 16 calorias a cada 100g e mais de 90% da sua constituição é água. Possui altos teores de vitamina K, potássio e manganês. Também concentra bons níveis de vitamina C, B5, B6 e ácido fólico. O pepino e seu extrato são muito estudados e demonstram diversos benefícios para a saúde: • Ação antiinflamatória: seu extrato inibe a COX 2, uma enzima que participa do mecanismo de inflamação (a COX 2 é alvo de muitos medicamentos antiinflamatórios). • Ação antioxidante: pela sua composição de carotenoides e flavonoides, o pepino auxilia na diminuição dos radicais livres. • Prevenção do câncer: estudos demonstraram que as curcubitacinas, triterpenos presentes no pepino, são capazes de bloquear vias de sinalização cruciais para a multiplicação e a sobrevivência das células cancerígenas. Em um estudo publicado no Journal of Cancer Research constatou-se que suplementos de cucurbitacina B foram capazes de impedir em 50% o crescimento de sete linhagens de células malignas do pâncreas humano. • As lignanas também tem papel importante: estudos em importantes revistas científicas demonstraram que ela diminuem a atividade estrogênica, reduzindo o risco de desenvolvimento de câncer de mama, ovário, endométrio, útero e próstata. • Ação diurética e funcionamento do intestino: pelo seu alto teor de água e concentração de fibras insolúveis, o pepino é uma excelente opção para regularizar o organismo e diminuir a retenção hídrica.

• Recuperação hepática e efeito detox (bom para ressaca!): um estudo realizado este ano, simulando os efeitos do álcool na corrente sanguínea e no fígado, demonstraram que a ingestão de suco de pepino aumentou as atividades enzimáticas da ADH e ALDH no fígado de ratos, melhorando a metabolização hepática do álcool e seus níveis sanguíneos. O estudo foi realizado com suco aquecido e o melhor resultado foi quando consumido antes da ingestão de álcool. Para quem reclama que o pepino é indigesto, saiba que este efeito também é causado pela curcubitacina. Uma das formas de amenizar essa indigestão é retirar a casca. A melhor forma de conservar o pepino é refrigerado. Em saquinhos plásticos perfurados duram até uma semana. Lave muito bem antes de consumir e deixe de molho em água com vinagre e peróxido de hidrogênio, pois a casca do pepino contém muito agrotóxico. Dê preferência aos orgânicos.

Suco de pepino com gengibre Ingredientes w 1 pepino japonês w cravinhos da índia w 1 pedaço de gengibre w folha de hortelã w 1 colher de chá de néctar de coco ou xylitol Modo de preparo w Bata todos os ingredientes no liquidificador e sirva bem gelado.


Aberto de terça a sábado.

Avenida dos Búzios . 1136 . Jurerê Internacional . Florianópolis . SC 48 3364.5997 . jaybistro@hotmail.com . www.jaybistro.com.br


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Vagem Conhecida como “feijão verde”, fica uma delícia em pratos frios ou quentes

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uer uma sugestão de ingrediente para inovar no cardápio e incrementar o sabor das refeições? Que tal consumir a vagem, também conhecida como feijão verde? Apesar de esquecida por muitos, a vagem tem um grande potencial e valor nutricional incrível. A China é o principal produtor mundial, e o Brasil ocupa o sexto lugar. A região sudeste é o maior local de cultivo por aqui, pois crescem em clima seco e quente, mas não toleram temperaturas excessivamente altas e nem geadas. Segundo a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), a melhor época para comprar é dezembro. Os preços mais elevados ocorrem de junho a setembro. Pode ser preparada em pratos frios e quentes. Para manter seu valor nutricional, o ideal é refogar ou cozinhar no vapor, por pouco tempo. Seu grande potencial fica por conta da variedade de fitoquímicos, ação antioxidante e vasta lista de antocianinas, flavonoides e compostos fenólicos. Estudos mostram que ela tem um importante papel na prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e câncer. Inibem a atividade mutagênica das aflatoxinas e compostos policíclicos aromáticos e também inibem a formação de radicais livres. Rica em fibras, auxilia na saciedade e funcionamento do intestino. Possui ácido fólico e vitaminas do complexo B, além de manganês, magnésio, vitamina C e vitamina K.

Vagem com alho e raspas de limão Ingredientes w 1 maço de vagem w 3 colheres de sopa de manteiga ghee ou óleo de coco w 1 colher de sopa de azeite de oliva w 4 dentes de alho w 1 colher de chá de pimenta calabresa w 1 colher de sopa de raspas de limão w Sal rosa w Pimenta Modo de preparo w Coloque a vagem em água fervendo por 2 minutos e em seguida coloque em uma tigela com água e gelo para parar o cozimento. w Em uma frigideira, coloque o azeite e a manteiga, adicione o alho e a pimenta calabresa e refogue. Acrescente a vagem e refogue por mais alguns minutos e por fim adicione as raspas de limão, o sal e a pimenta.

Ana Carolina Abreu, CRN 1453, é graduada em nutrição pela UFSC e pós-graduada em nutrição clínica funcional pela CVPE/Unisul. Pós-graduanda em Nutrição Funcional Esportiva, pós-graduanda em Fitoterapia e membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional. Clínica Nut – Centro Médico Florianópolis. Fones (48) 3371-0711/ 9155-0711 – E-mail: anacarolinaabreu@ clinicanut.com.br – Instagram: @anabreu11



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TUDO NA MESMA PANELA Clássico da mesa portuguesa, cozido é refeição completa

texto Marcos Heise foto banco de imagens/RM

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rato típico da culinária portuguesa, o cozido tem a vantagem de ser uma refeição completa, pois o caldinho rende aperitivo e não precisa de outros acompanhamentos. A raça da Ilha adora preparar cozido quando tem festa, embora dificilmente o prato seja encontrado em restaurantes da cidade. O cozido é como se fosse um ritual e tem a versatilidade de ser completo porque rende aperitivo (caldinho) e não necessita de demais acompanhamentos. Claro, tem o pirão, que é feito do próprio caldo. Pedro Goulart, sobrinho do seu Ari Carroceria, (que é personagem da matéria que começa na página 50 desta edição) é exímio no preparo deste prato, que ele costuma servir à beira da Baía Sul, no Ribeirão da Ilha, onde mantém uma bela propriedade. Minha receita de cozido começa de véspera. Faço um caldo separado com costela de boi e legumes e verduras. Esse caldo é que, depois de coado e desengordurado, será a base do cozido em si. A carne desfiada que fica deste cozimento vai para o pirão. Uso bem pouco sal aqui. A receita é muito variável, vale incluir ingredientes de acordo com o gosto de cada um.


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Ingredientes Vegetais w Batatas doce, baroa e inglesa w Cenoura w Alho poró w Nabo w Repolho w Abóbora w Cebola branca w Chuchu Vegetais w Músculo mole w Peito (granito) w Costela suína w Linguiça Blumenau, calabresa e portuguesa

Dicas • Salgue as carnes que for usar, aguarde por uns 30 minutos e depois dê uma selada nelas em panela de ferro e azeite, bem quentes, antes do cozimento. • Não use sal em nenhuma outra parte do processo, porque as linguiças irão soltar bastante sal. Faça o ajuste nos finalmentes. • Se não tiver uma panela grande o suficiente, use duas dividindo todas as quantidades e seguindo os mesmos procedimentos. Considere que precisa ser produzida uma boa quantidade de caldo para o aperitivo e depois o pirão. • O pirão eu faço com batedor de arame mexendo o tempo todo para não empelotar. Separo uma quantidade de caldo e vou acrescentando a farinha com uma peneira, aos poucos, mexendo sempre até dar o ponto de mingau mole.

Preparo Uso aqui uma proporção de 500 gramas de carnes por pessoa, mais os legumes somando de 200 gramas a 300 gramas por pessoa. Tem aquela história, são medidas de referência, porque na maioria das vezes é tudo a olho. Apenas considere que o músculo, costela e peito diminuem bastante após a limpeza e o preparo. As carnes mais duras exigirão umas duas horas de cozimento com bastante caldo e espaço para receber os vegetais, As linguiças entram antes dos vegetais, que podem entrar na sequinte ordem: milho, nabo e cenoura; depois de 30 minutos, cebola, batata inglesa e doce; mais 15 minutos batata baroa, repolho, alho poró picado, chuchu (que vai desmanchar, mas dá sabor) e abóbora.

Marcos Heise é jornalista metido a cozinheiro e vice-versa. Autodidata na cozinha, faz atendimentos gastronômicos nos finais de semana em festas e espaços gourmet de condomínios. Suas especialidades são receitas exclusivas e pratos nada ortodoxos como o alemão hackepeter, o lusitano arroz de pato, a mediterrânea caponata e novidades como o bolinho de marreco, sua última criação.


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AMIGO DE TODOS Ari Silva, um personagem de muitas histórias texto Marcos Heise fotos álbum de família

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grande baú de personagens folclóricos da Ilha de Santa Catarina tem um lugar especial para o funcionário público Ari Silva, popularmente conhecido como “Ari Carroceria”, homem de muita aptidão para confraternizações e que adorava a boa mesa e a boa bebida. Um bonachão e festeiro de mão cheia. Ari fez parte do privilegiado e seleto grupo de fiéis parceiros do ex-governador Aderbal Ramos da Silva. Os que usufruíam do privilégio de sentar à mesa com o “Dr. Deba” eram admirados e — porque não dizer — invejados em Santa Catarina. Afinal de contas, Aderbal, governador, foi o político mais influente e poderoso em sua época.

Uma das filhas de Ari Silva, Beatriz, lembra bem da época em que Ari era um dos escudeiros favoritos do Dr. Aderbal, cujo QG era a sede da prainha do Iate Clube de Santa Catarina (Veleiros da Ilha), que na época se chamada VISC (Veleiros da Ilha de Santa Catarina), com o qual ele também teve muita identificação. “A primeira coisa era sempre o Veleiros, não tinha nada na frente, era o Veleiros”, recorda Beatriz. O envolvimento foi tanto que ele chegou a ser comodoro do clube (comodoro é o nome dado ao presidente de um clube náutico) de 1956 a 1958. Figura agradável, Ari Silva cultivou muitas amizades, algumas especiais, com a do ex-presidente do Paraguai, Alfredo Strossner. Filho de Oscar Gustavo da Silva, Ari era manezinho do Ribeirão da Ilha, foi primogênito e único filho homem. As irmãs paparicavam o irmão mais velho, caprichavam no seu visual quando ele ia para a cidade, porque o consideravam bonitão e bom partido. Nascido na Freguesia do Ribeirão, a vida de Ari foi naturalmente acontecendo sempre perto das coisas do mar e não foi difícil ele acabar se encontrando com os associados do Veleiros da Ilha.


No clube ele conheceu o Dr. Aderbal e rapidamente passou a fazer parte de sua turma de preferês, sempre um dos primeiros a serem chamados para viagens e festas. As pescarias no rancho da Caieira da Barra do Sul, onde Aderbal gostava de ir, eram famosas e sempre contavam com uma surpresa gastronômica do Ari, que uma vez preparou uma omelete com nada menos que 60 ovos. Sua galinha com macarrão encantava o jornalista Adolfo Ziguelli. A amizade com tantas figuras ligadas ao poder acabou rendendo uma nomeação para um emprego público e Ari passou a ser o responsável pela da manutenção da frota da Secretaria de Segurança Pública. Em 1979, uma comitiva governo do Paraguai, liderada pelo então presidente General Alfredo Strossner veio para Florianópolis. Ari foi encarregado de ser o cicerone e ajudante de ordens local de Strossner. Viraram amigos e protagonistas de uma história de pescaria que ganhou repercussão nacional Ari foi um dos únicos convidados do general para um passeio de barco e uma pescaria. O outro convidado era Napoleão Amarante, e além deles depois só a tripulação, os seguranças e o Tonico garçom. icial documento of Reprodução do Rolava a recebido pelo to en cim de de agra guarda que a família pescaria e Strossner catarinense, estranhou, em dado momento, que ninguém bebia nada à bordo da lancha. E ele perguntou ao Ari se essa condição ´seca´ iria perdurar por muito tempo, pois o general tinha sede. Ari respondeu ao general que todos poderiam se servir à vontade desde que ele se levantasse de onde estava, pois a geladeira do barco lhe servia de assento. Foi uma gargalhada geral. (confira a história completa no box ao lado). Em seguida o então governador de Santa Catarina, Jorge Konder Bornhausen foi ao Paraguai retribuir a visita. E quem foi intimado a fazer parte da comitiva? Ari Silva, é claro. Ari levou de presente toalhas e camisas do Veleiros da Ilha. A filha Beatriz cuidou pessoalmente de providenciar os embrulhos. Vivo, Ari Silva estaria hoje com 93 anos. Quando morreu, aos 64 anos, o velho amigo Alfredo Strossner não se esqueceu de reverenciar a família. Mandou uma correspondência datada de 01.02.1986 e dirigida à viúva Aracy e demais familiares, registrando suas condolências.

Os causos do Ari Carroceria Um dos parceiros mais fiéis de Ari Silva nos tempos de pescarias e de festas foi José Wittinrich, o seu Juca, também uma figura tradicional ligada ao Veleiros da Ilha. Ele relata aqui histórias bem engraçadas envolvendo nosso personagem Ari Silva. 1) A vinda de Strossner a Florianópolis gerou em retribuição uma visita não oficial. Uma delegação embarcou em Florianópolis a bordo de um ônibus cedido pelo sr. Aldo Rocha para Assunção, no Paraguai. Instalaram-se num hotel especialmente reservado. Ari resolveu sair para dar uma volta. Neste meio tempo um militar do staff de Strossner esteve no hotel. Não encontrando Ari, deixou um bilhete ao ou menos dizendo: “Estuvimos aqui”, ou seja, estivemos aqui. Seu Ari, hospedado no quarto com Gilberto Guerreiro, leu o bilhete e concluiu que Strossner tinha deixado um presente — vinhos. Não teve dúvida, entrou aos berros no quarto atrás de seu companheiro: “Gilberto, cadê os vinhos do homem? Onde vocês esconderam?” 2) O respeito que os militares que assessoravam o general presidente Strossner tinham por Ari Silva em sua visita ao Paraguai era impressionante. Numa recepção, Ari não gostou da temperatura da cerveja e reclamou diretamente ao ministro mais importante do gabinete: “Ministro, essa cerveja está quente!” Foi uma correria até encontrarem cervejas bem geladas ao gosto do amigão do general. 3) Ari não tinha papas na língua. Apresentado ao ministro da Marinha do Paraguai numa recepção, Ari não teve dúvidas e lascou essa: “Marinha? Como assim? O Paraguai nem tem contato com o mar!” 4) Quando se encontravam no rancho da Caieira, Ari Silva sempre se escalava para preparar um prato especial. Mas nem sempre as coisas davam certo. Certa vez ele tentou fazer uma torta com um cacho inteiro de bananas. Ficou tão ruim que nem o cachorro do caseiro Alonso aceitou.

O presidente paraguaio, na pescaria famosa em que ele ficou sentado em um banco que era também a geladeira

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5) Seu Abelardo Goulart, faroleiro da Barra do Sul, chegou um dia para o seu Ari Silva e comentou: “Dia bom para pegar Camucim!”. Sem perguntar o que era, imaginando que fosse um peixe, Ari foi logo perguntando como seria esta pescaria. “Fácil”, respondeu o faroleiro. Entregou sacos de aninhagem e indicou passagens de água entre as pedras. Os sacos precisavam ficar ali nas passagens, os pescadores segurando e aguardando os Camucins. Não podiam falar, nem fumar, nem beber, tinha que ficar ali bem paradinho. O faroleiro foi embora dormir e Ari e seus amigos ficaram lá por horas. Como nada aconteceu, desistiram. O caso é que o tal do Camucim simplesmente não existia, foi tudo inventado pelo faroleiro. 6) Dr. Aderbal estava a caminho da Caieira. Ari Silva, já no rancho, decidiu preparar uma canja. Os amigos Tatinha, Guerreiro e Brandalise estavam na assessoria. Ari ia provando a sopa e dizia: “falta sal”. Ia colocando mais sal. Mais sal. Mais sal. Daí chegou uma hora todos chegaram à conclusão que a canja ficou salgada demais. “Vamos colocar açúcar para equilibrar!” Colocaram açúcar, aquilo ficou uma espuma intragável, uma coisa horrorosa. Mais uma vez, nem o cachorro do Alonso comeu. 7) Registro da história como ela aconteceu, publicada na Folha de S.Paulo: “O presidente do Paraguai, Alfredo Stroessner veio à posse de Jorge Bornhausen como governador de Santa Catarina, em 1979. Convidado de honra, foi tratado com mesuras pelos anfitriões. Na época, o Estado disputava com o Paraná a primazia de ser o corredor de exportação paraguaio. Os catarinenses ofereciam o porto de São Francisco do Sul e os paranaenses, o de Paranaguá. Como parte da estratégia, Stroessner foi convidado a ficar mais uns dias. Para seu divertimento, preparou-se extensa programação. E, como mestre de cerimônias, foi destacado um

funcionário público aposentado chamado Ari Silva. Com seus 145 kg, era conhecido por Ari Carroceria. No dia seguinte à posse, os dois foram pescar. Lá pelas 10 horas, Stroessner perguntou: — Don Ari! Você não bebe? — Ô, senhor! Bebo muito. — Já estamos aqui há horas e até agora você não bebeu nada. — Doutor: não bebi até agora porque o senhor está sentado em cima do isopor. Levanta para o senhor ver...”



Nissei norte-americano ergue troféu do histórico campeonato na Ilha, e conquista o público com carisma e show de surfe

texto OLAVO MORAES fotos Marco Cezar, Olavo Moraes e Julio Cavalheiro (SECOM) — Kanoa, speak portuguese? — pergunta o locutor. — Falo, mas estou muito nervoso agora... — responde o atleta, com sorriso sincero, em um misto de timidez e euforia. [Gargalhada geral]. O público, que se esparrama em torno do palanque para se aproximar dos ídolos, responde com aplausos, saudações e admiração, pela conquista do histórico Hang Loose 30 Anos na Joaquina. Mesmo que, para isso, o nissei Kanoa Igarashi tenha superado o brasileiro Jadson André, favorito do público na decisão.

Depois de responder perguntas em inglês, o campeão, à vontade, resume agora em português. — Obrigado galera, vocês são demais. Estou muito feliz. O Jadson (ao seu lado) é um competidor muito difícil (de vencer). Tenho muito respeito por ele. Tô sem palavras. Issa, urrrú... E a praia, em uníssono, vem abaixo, na saudação aos finalistas do campeonato válido pelo WQS (a divisão de acesso ao Mundial da World Surf League).

fotos Julio Cavalheiro (SECOM)

Hang Loose 30 Anos

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foto Olavo Moraes

Talento, humildade e simpatia Kanoa Igarashi, o carismático atleta norte-americano filho de japoneses, conquistou o público com talento, humildade e simpatia. O jovem de 19 anos venceu todas as baterias que disputou. Deu show, com surfe de linhas modernas, fluidez e radicalidade. A vitória no QS 6000 de Santa Catarina garantiu a permanência de Kanoa Igarashi na elite da World Surf League para o ano que vem e a liderança isolada no ranking do WSL Qualifying Series (divisão de acesso). Além de US$ 25 mil na conta, acrescidos aos US$ 301,490 mil na curta carreira. Kanoa Igarashi

Intimidade com o Brasil — É uma sensação incrível ganhar de novo aqui no Brasil. Foi muito parecido com o ano passado (2015), quando precisava de um bom resultado para me classificar para o CT — recorda Igarashi. Ele ocupava um perigoso oitavo lugar na lista dos dez indicados pelo WSL Qualifying Series para a elite dos top-34 do CT. — Agora vou ao Havaí sem pressão por resultados. Esta foi a segunda vez que Kanoa Igarashi confirma sua vaga no CT no Brasil. No ano passado, ele entrou na elite dos top-34 da World Surf League com a vitória conquistada no QS 6000 da Bahia, em Itacaré. Agora, garante sua permanência com outro título no País. Dessa vez no campeonato mais emblemático da história do surfe brasileiro.

Hang Loose 30 Anos

foto Julio Cavalheiro (SECOM)

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Namorada portuguesa O atleta foi um dos destaques nas ondas da Joaquina todos os dias de competição, sempre obtendo notas altas para superar os rivais em Florianópolis. — Gosto muito das ondas daqui, das pessoas, da comida. Falo português, então isso ajuda também. Igarashi aprendeu o idioma luso com a namorada, uma surfista portuguesa.


Hang Loose Pro Contest 30 anos

1.o Kanoa Igarashi (EUA) 2.o Jadson André (BRA) 3.o Griffin Colapinto (EUA)

Pontos valiosos para Jadson André O potiguar Jadson André também faz parte da elite. Como Kanoa Igarashi, não está conseguindo garantir sua permanência entre os 22 primeiros que serão mantidos no WSL Championship Tour. Com os 4.500 pontos do vice-campeonato no Hang Loose Pro Contest 30 Anos, Jadson (que sofre com lesão que o tirou das primeiras etapas do ano) saltou de 58.o para 22.o no ranking WSL Qualifying Series. o (SECOM) foto Julio Cavalheir

Classificação

Deivid Silva (BRA)

5.o Soli Bailey (AUS) Tomas Hermes (BRA) Miguel Pupo (BRA) Frederico Morais (PRT)

9.o Gabriel Medina (BRA)

Jadson André

Chance na Divisão de Acesso Na Joaca, Jadson aumentou as chances de confirmar vaga entre os 10 primeiros (que sobem à elite) nas duas etapas do QS 10000 que encerram a temporada no Havaí. Mesmo porque não completou os cinco resultados que são computados, enquanto os que estão à sua frente vão trocar pontos na Tríplice Coroa Havaiana. — Foi fenomenal fazer uma final aqui no Brasil e é sempre uma sensação muito boa poder surfar em frente da melhor torcida do mundo. foto Julio Cavalheiro (SECOM)

Marco Giorgi (URU) Mitch Crews (AUS) Willian Cardoso (BRA) Ian Gouveia (BRA) Mitch Coleborn (AUS) Juninho Urcia (PER) Adriano de Souza (BRA)

30 anos de história

O primeiro campeão do Hang Loose, em 1986, foi Dave Macaulay. Em uma decisão de surfistas australianos, ele venceu o favorito Mark Occhilupo na melhor de três baterias que decidiram o título. Os finalistas deixaram o sulafricano Shaun Tomson e o havaiano Hans Hendemann nas semifinais. Já o brasileiro mais bem colocado foi o carioca Sergio Noronha, ainda muito jovem, que só perdeu para o campeão Dave Macaulay nas quartas-de-final e ficou em quinto lugar.

Jadson André saúda campeão Kanoa Igarashi foto DIVULGAÇÃO HANG LOOSE

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Dave Macaulay, campeão do hang Loose de 1986

Superando mal-estar — Gostaria de ter vencido o campeonato, mas não posso reclamar. O segundo lugar ainda é um bom resultado. Parabéns para o Kanoa (Igarashi), que surfou muito durante toda a semana. Jadson enfrentou problemas nos primeiros dias de campeonato. — Estava fraco, meio doente. Ainda bem que teve um day-off (dia sem competições) para me recuperar. Depois fui melhorando a cada dia e minhas notas refletiram isso. Quero manter minha vaga no CT em Pipeline e nem estava prestando atenção no ranking do QS, mas é bom saber que eu subi e posso me garantir pelo QS também.


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Hang Loose 30 Anos

Mineirinho e Medina, as estrelas da festa

foto Julio Cavalheiro (SECOM)

Kanoa Igarashi venceu o campeonato, Jadson Andre foi vice, mas as estrelas da festa foram os ídolos Adriano de Souza “Mineirinho” e Gabriel Medina. O público lotou a Joaquina para acompanhar o show de surfe dos dois últimos campeões mundiais. Enquanto os dois estiveram em ação, a galera prestigiou a participação dos heróis nacionais. Um total de 144 surfistas de 22 países exibiram seu talento em uma das mais famosas praias da história do surfe no país.

Diretor-geral da WSL e organizador do campeonato, Xandi Fontes entrega troféu de campeão mundial de 2015 para Mineirinho

Competindo em casa Para Mineirinho, fortes emoções na Joaquina. Ele recebeu o troféu de campeão mundial de 2015 do novo diretor-geral da WSL na América do Sul e organizador do Hang Loose Pro Contest, o catarinense Xandi Fontes, e, pela primeira vez, teve a oportunidade de competir em casa. — Sou casado com uma manezinha. É o meu primeiro campeonato profissional que vou sair da minha casa para competir. Estou há 15 anos competindo lá fora e nunca fiz isso. foto marco cezar

Mineirinho

Mundial em Floripa

foto Julio Cavalheiro (SECOM)

Gabriel Medina lembrou as conquistas em Floripa. Incluindo o título mundial Pro Júnior na Joaquina, em 2013. — Com 15 anos ganhei meu primeiro grande campeonato na Praia Mole. Estou feliz de estar de volta, e, só de estar competindo no Brasil, já é demais.

Álfio Lagnado

Alegria de patrocinador Álfio Lagnado estava eufórico. O empresário que acreditou e patrocinou o evento há 30 anos, também apostou em Adriano “Mineirinho”e Gabriel Medina. Ele bancou o início de carreira dos dois top mundiais, que foram patrocinados pela Hang Loose. — Estamos com nossos campeões mundiais, as estrelas do campeonato. É uma satisfação pessoal ter patrocinado os dois quando eram meninos.

medina


Revival nas areias da Joaca

Identidade visual

Uma multidão lotou a Praia da Joaquina nos dias de competição. O Hang Loose Pro Contest 30 Anos teve um astral diferente. De revival. Um clima especial durante toda a semana. Muitos que participaram do campeonato em 1986 vieram à praia. Agora com os filhos, para relembrar os momentos que marcaram época há 30 anos. E assistir alguns dos melhores surfistas do mundo em ação.

— Muito legal ver o palanque azul, da mesma cor e o mesmo logotipo daquela edição (de 1986), o costão (à esquerda de quem está na praia) cheio de gente, todo mundo amarradão — destaca o empresário Alfio Lagnado. — É um sentimento muito parecido com o de 30 anos atrás. Estou muito feliz presenciando tudo isso, valeu muito a pena, muito mais até do que eu imaginava. Naquela época (1986), era um sonho fazer um campeonato da ASP (hoje World Surf League), ter os campeões mundiais aqui em areias do Brasil. O campeonato foi um dos pilares para o sucesso da Hang Loose. A gente sempre acreditou e investiu no surfe, a marca já tem mais de 35 anos, continua bombando e o maior segredo é acreditar e investir no surfe.

Nos bastidores, histórias e recordações. Muitos dos que fizeram aquele campeonato histórico trabalharam no evento. Como o organizador de 1986, Flavio Boabaid, que atuou como diretor de prova. Outros, como Xandi Fontes e Roberto Perdigão, da WSL South America, juiz e organizador na época, além do australiano Al Hunt, Tour Manager da World Surf League desde então, e o patrocinador, Álfio Lagnado, da Hang Loose.

foto Julio Cavalheir

o (SECOM)

foto Julio Cavalheiro (SECOM)

Histórias de bastidores

foto DIVULGAÇÃO HANG LOOSE

1986 foto marco cezar

foto DIVULGAÇÃO HANG LOOSE

2016

foto marco cezar

Hang Loose 30 Anos

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Flávio Boabaid, organizador em 1986 e diretor de prova em 2016

medina



Mochilão

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Grandvalira — Andorra

As aventuras de João na Europa texto e fotos João Pedro de Siqueira Nascimento

fábrica da Pisner Urquell

universidad DE LEÓN


Mochilão

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espanha

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paris — frança

Lagos — Portugal

om o pretexto de cursar algumas disciplinas na Universidad de León, na Espanha, realizei em 2016 o antigo sonho de fazer um mochilão pela Europa. Juntei minhas economias e passei sete meses no Velho Mundo, conhecendo e curtindo 40 cidades em 13 países. A primeira parada foi a cosmopolita Madrid, onde morei e estudei na Universidad de León, uma cidade incrível, com a catedral gótica mais impressionante que já vi. León tem 120 mil habitantes e quase 1.200 bares, o que dá em média um bar para cada dez pessoas. Foi no bairro de Humedo, que tem 800 bares colados uns nos outros que entrei em contato com o universo das cervejas artesanais, minha nova paixão.


Mochilão

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polônia

Minha meta era beber uma cerveja em cada bar e descobrir qual era a melhor cerveja de León, mas infelizmente não consegui beber em todos, porque não há fígado que aguente. Conheci então a cervejaria Celtica e parei por ali mesmo. Minha meta passou a ser beber todas as cervejas artesanais da casa, o que também não consegui, mas virei cliente vip. Depois da experiência em León, a vontade de ver a Europa através de suas cervejas me estimulou a viajar com meu amigo Gustavo para conhecer as grandes escolas cervejeiras daquele continente. Passamos quase um mês no Leste Europeu: Cracóvia na Polônia, Bratislava na Eslováquia, Budapeste na Hungria, Viena na Áustria e finalmente a tão aguardada chegada em Praga, na República Checa.

BUDAPESTe — HUNGRIA

FINAL da CHAMPIONS LEAGUE — MADRI


Mochilão

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Viena — Áustria

Sagres — Portugal

Lagos — Portugal

fábrica da Pisner Urquell

Nos restaurantes de Praga, um “pint” (copo em que cabem 568 ml) é mais barato do que a mesma quantidade de água. É a cidade onde mais se bebe cerveja no mundo. Além das microcervejarias em pequenas cidades do país, fomos conhecer a fábrica da Pisner Urquell, na pequena cidade de Plzen, onde surgiu a cerveja Pilsen, o tipo de cerveja mais consumido no planeta. Diariamente a gente procurava por passagens de avião baratas para conhecer melhor o continente. Acabamos indo para a Croácia, onde conhecemos a bela ilha de Hvar e Dubrovnik, cidade que serviu de locação para a série Game Of Thrones. Portugal me surpreendeu. Visitei museus em Lisboa e aprendi bastante sobre a história dos navegadores que colonizaram o Brasil. Depois fiquei 10 dias nas paradisíacas praias de Lagos, na região sul do país.


Mochilão

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Hvar — Croácia

Dubróvinik — Croácia

Parlamento Hungáro

No verão europeu fui conhecer as ilhas gregas e seu mar de um azul indescritível, um paraíso de tirar o fôlego. Pequeno principado entre a França e a Espanha, Andorra tem um dos melhores resorts de inverno da Europa, Grandvalira. Como amante e praticante de snowboard não poderia deixar de conhecer as melhores pistas da Europa. Fiquei uma semana matando as saudades da prancha e aproveitando para fazer alguma atividade física que compensasse tanto “pints” de cerveja. Com experiências memoráveis na bagagem e saudades dos amigos que fiz nesses sete meses, voltei para Floripa já planejando a próxima viagem. Que Deus me dê fígado!

Óia — Grécia

Cracóvia — PolÔnia

João Pedro de Siqueira Nascimento, 23, é estudante de Administração, amante dos esportes e das cervejas artesanais. AUSCHWITZ





Mochilão

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História, gastronomia e enologia

Contraste do moderno e o antigo é característica cultural da cosmopolita capital uruguaia, entre praças, museus, prédios históricos, obras de escultura e vocação para o turismo


Mochilão

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Uruguai tem cidades acolhedoras, identidade cultural com o Brasil, gastronomia de excelência e vinhos de qualidade texto OLAVO MORAES fotos Olavo Moraes, Arley Reis e Carolina Moraes

O

Uruguai seduz. Não há quem passe incólume ao destino. História, cultura, gastronomia e bons vinhos. Inspirados nessas virtudes, resolvemos conferir os encantos da nação de Pepe Mujica. Aproveitamos as férias de inverno e projetamos um roteiro de sete dias em família — minha esposa Arley, minha filha Carolina e eu. Com base em Montevideo, conhecemos outras cidades importantes. Com extensão territorial menor do que muito estados brasileiros, é tranquilo viajar pelo país. Descobrir os encantos do Uruguai é também conhecer um pouco do Brasil. País vizinho, carrega contornos geográficos e históricos intimamente relacionados com a nossa civilização. Os territórios do Sul do Brasil e da região do Rio da Prata foram regiões em disputa entre Portugal e Espanha, devido a discordâncias quanto ao exato traçado do Meridiano de Tordesilhas.

No centro da Praça Independência está o monumento ao herói nacional José Gervásio Artigas, e, no seu entorno, encontram-se algumas das construções mais destacadas da cidade


Mochilão

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São mais de mil praças e espaços públicos em Montevideo, cidade verde em sintonia com a natureza, com estatística generosa de uma árvore a cada três habitantes

Independência do Brasil

Patrimônio da humanidade

Conquistada por Portugal em 1817, Montevideo tornou-se capital da Província Cisplatina do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve em 1821. Pertenceu ao Brasil durante o reinado de Dom Pedro I, quando recebeu o título de Cidade Imperial em 1825. Três anos mais tarde conquistaria independência, na Guerra da Cisplatina., quando se tornou capital uruguaia. Fundamental para a economia da região, o Rio da Prata servia para escoar a riqueza do coração da América do Sul, como o ouro do Brasil e da Bolívia.

Para demarcar território, os portugueses fundaram em 1680 Colonia Sacramento, com objetivo de estender as fronteiras meridionais de sua colônia americana até ao rio da Prata. Localizada a Oeste do país, em frente a Buenos Aires — na margem oposta do rio — Colonia Sacramento é tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. Está distante 180 quilômetros da capital. Caminhar pelo Centro Histórico, por suas ruas estreitas, com casarios centenários, é enxergar o passado. Banhado pelo Rio da Prata, Colonia preserva as origens açorianas, com suas igrejas e o farol, onde, do alto, é possível observar toda a cidade.

Fonte dos Cadeados carrega lenda romântica, e é atração turística na avenida 18 de julho

Passear pelas estreitas ruas de Colônia, tombada pela Unesco, é mergulho no passado


Casapueblo, cidadela-escultura inclui museu, galeria de arte e hotel, em Punta Ballena

Encontro com o mar No extremo leste do Uruguai, Punta del Leste abraça o Rio da Prata e o Oceano Atlântico. É onde, oficialmente, a água doce se encontra com a salgada. Um dos balneários mais badalados do mundo, Punta se desnuda no inverno, quando apenas a população local habita a cidade, cuja efervescência se dá no verão. É quando milionários de todo o mundo desfilam seus carrões, iates e esbanjam em boates e cassinos. Nos meses frios e chuvosos não passa de um balneário com arranha-céus e hoteis desabitados. No caminho para Punta, conhecemos a pequena Piriápolis e seus misticismos, além da Casapueblo, antiga casa de verão do artista plástico e arquiteto uruguaio Carlos Páez Vilaró, atualmente uma cidadela-escultura que inclui um museu, uma galeria de arte e um hotel, localizados em Punta Ballena.

Monumento Ao Afogado é um dos atrativos mais famosos do badalado balneário de Punta del Este, escultura é obra do artista chileno Mario Irrazábal e está localizada na Praia Brava

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Mochilão

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Vitrine de loja no Mercado Agrícola, em Montevideo, exibe produtos da farta gastronomia e culinária uruguaia, entre eles os doces, com destaque para alfajores, azeites e especiarias

Carnes e vinhos A rica gastronomia uruguaia é baseada nos cortes de primeirísssima qualidade. Carnes nobres, assadas ao ponto. Ou antes dele. De acordo com o corte, mal-passadas ou bem cozidas. Acompanhamentos, como a morcilia e o queijo, enriquecem a refeição. E a harmonia dos vinhos completam o manjar. Destaque para o Taná, uva exclusiva da região. Entre as muitas bodegas, onde se produz vinhos conceituados em todo o mundo, optamos pela Bouza. Lá, tivemos a oportunidade de conhecer o processo de produção e degustar a bebida premium, harmonizada com os excelentes queijos uruguaios.

Saborear assados no Mercado do Porto é ponto alto da culinária uruguaia

Bodega Bouza, tem vinhos premium da premiada e exclusiva uva Taná

Morcilha e queijo provolone assados na brasa são aperitivos tradicionais

Feira Tristan Narvaja acontece todos os domingos em Montevideo



oculto

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K-CHAÇA Rapper da Vila Aparecida conta como vai ser seu novo disco de inéditas

A

ligação do rapper Wagner K-Chaça com a música começou na infância, quando acompanhava seus avós em rodas de samba no bairro de Coqueiros, onde nasceu e foi criado. Pegou gosto pela rima e pela dança e mantém com muita luta uma carreira que já dura 26 anos. Dividiu o palco com grandes nomes do gênero, como Racionais MC’s e Charlie Brown Jr., do falecido cantor Chorão, com quem K-Chaça desenvolveu uma amizade genuína que durou até a morte do cantor paulistano, em 2013.

texto Leo Comin fotos marco cezar


revista mural | Quem é o K-Chaça? K-Chaça | Um artista de Floripa, com música

na veia e samba no

pé, morador do bairro Vila Aparecida. Lembro de ti nas festas do Oculto, na época do Café Cancun… K-Chaça | Eu era frequentador assíduo, apaixonado pelo rap. Até hoje não inventaram festa melhor de hip-hop, Café Cancun, El Divino, o Oculto fazia as melhores. revista mural |

revista mural | De onde vem o gosto pela música? K-Chaça | Desde criança fui influenciado pelos meus pais e avós,

que eram bambas nas rodas de samba de coqueiros. Com sete anos eu já dançava e cantava nas ruas. revista mural | Quando pensa em tudo que fez na sua carreira, de que momentos você mais gosta de lembrar? K-Chaça | Participei de muitos shows nacionais, Sandra de Sá, Gabriel Pensador, Jigaboo, Bezerra da Silva, Racionais MCS, Planet Hemp. E o Charlie Brown Jr., o Chorão virou meu padrinho no rap, começamos uma amizade verdadeira e gravamos algumas vezes juntos. revista mural | E o futuro, K-Chaça? K-Chaça | Estou finalizando meu primeiro

disco independente, com músicas inéditas e participação do Chorão e Tadeu Patola, produtor do Charlie Brown Jr. O disco está sendo produzido após uma jornada que fiz pela América Latina, captando influências e inspiração. Passei pela Argentina, Uruguai e Peru. Cuba é meu próximo destino, onde quero finalizar o álbum, que vai chamar Libertad Music.

oculto

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empreendimento

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GRUPO NOVO BRASIL COMEMORA DUAS DÉCADAS Gigante do mercado de entretenimento inaugurou sua primeira casa em 1997. Hoje o Grupo coordena os movimentados Donna, P12, Milk, Le Barbaron, Cervejaria Devassa e Toro texto MONIQUE VANDRESEN fotos BANCO DE IMAGENS GNB

O

Grupo Novo Brasil (GNB) comemora duas décadas. A história da empresa, que hoje é uma autoridade no mercado de entretenimento, começou em 1997, com a inauguração do Café Cancún. O prédio onde tudo começou, na avenida Beira-mar, é tombado pelo patrimônio histórico e já foi o endereço, além do Café Cancun, do El Divino, Red, Sete e Cash. O local foi restaurado e reformado pela renomada arquiteta Taty Iriê, que assina os projetos dos demais empreendimentos do Grupo Novo Brasil, Donna Dinning, P12, Milk Club, Le Barbaron, Cervejaria Devassa e Toro.

Com uma trajetória que acabou colocando Florianópolis no mapa internacional dos ritmos digitais e como endereço das maiores baladas de verão no Hemisfério Sul, o GNB se solidificou ao longo destes 20 anos como uma marca vitoriosa que não tem medo de inovar. Além disso, ficou conhecida pela credibilidade e qualidade na área de entretenimento para um público jovem/adulto das classes A/AB. As comemorações começaram em novembro, em grande estilo, com um show do DJ e produtor Francês David Guetta no P12 — Parador Internacional. Guetta está entre os artistas mais aclamados da atualidade, com prestígio no mundo todo. Em uma edição recente da revista Forbes, com uma lista dos DJs mais bem pagos do mundo, David Guetta aparece na terceira posição, com um faturamento de U$ 28 milhões só no ano passado. Capitaneado pelos empresários Aroldo Cruz Lima e Odilon Tayer, o GNB comemora estas duas décadas com escritório novo, no topo do Koerich Beiramar Office, na avenida Mauro Ramos. Cada uma das salas tem uma vista total da Beira-mar Norte. A programação de aniversário não parou no show de David Guetta e continua com as festas do Reveillon 2017 e eventos na temporada. As casas do Grupo, que já contou com a participação dos empresários Vinícius Lummerts, Marcello Petrelli, Roger Rodrigues, Augusto Cruz e Paulinho Ferrarini movimentam pelo mais de 500 mil pessoas por ano e já receberam nomes como Tiësto, Paul van Dyk, Black Eyed Peas, Ben Harper e Fatboy Slim, todos estrangeiros e gigantes em seus respectivos estilos.


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TORO STEAK HOUSE O restaurante “Toro” é uma steak house desenhada para quem gosta de carnes, mas prefere um espaço menor e mais acolhedor que os tradicionais rodízios. Oferece menu degustação, com entradas, saladas, acompanhamentos e seleção de carnes nobres. Os clientes tem também a opção do serviço à la carte. De terça a sexta-feira, na hora do almoço, é também oferecido um menu executivo, sempre com 3 diferentes opções. O piano bar está aberto de terça a domingo e programação especial com músicos locais de quarta a sábado. Oferece petiscos e uma ampla carta de drinks, whiskies e vinhos. A carta de vinhos, com 150 rótulos vindos de 13 países, é um dos pontos altos do no espaço. Aberto de terça a sexta, das 12 às 16h e das 18 às 23h30, aos sábados das 12 às 23h30 e aos domingos das 12 às 18h. Localizado na avenida Beira-mar Norte, em frente ao trapiche. Fone: 48 3225.5881.

P12 — PARADOR INTERNACIONAL É um day club onde se pode curtir boa música na piscina, na praia artificial com camas confortáveis, em bangalôs, no espaço lounge, em camarotes com jacuzzis, no deck de frente para a praia, nos restaurantes e nos bares. Situado na praia de Jurerê Internacional em Florianópolis, já foi palco para shows das principais bandas do país e para os maiores nomes da cena eletrônica mundial. Fica aberto na alta temporada de quarta a domingo, das 10 às 22h e na baixa temporada em dias de eventos especiais. Servidão José Cardoso de Oliveira, Jurerê Internacional. Fone: 3284.8156.

DONNA JURERÊ INTERNACIONAL Dinning club que aposta na tendência de misturar música e alta gastronomia, comum em grandes centros como Nova Iorque e Londres. No cardápio, há uma boa variedade entre massas, carnes nobres e frutos do mar. O cardápio foi desenhado pelos chefes peruanos Hugo Olaechea e Sara Sanchez. Na alta temporada, abre de terça a domingo, das 11 à 1h. Na baixa temporada, abre de quinta e sexta, das 19 à 1h, aos sábados das 11 à 1h e aos domingos, das 11 à 20h. Avenida dos Pampos, Jurerê Internacional. Fone: 48 3282.1816.

LE BARBARON Nas areias da praia Brava, este beach club tem espaço para shows e apresentações, ambiente interno climatizado com capacidade para 100 pessoas e externo com acomodações para 215 pessoas. É possível observar o pôr do sol no restaurante, apreciando um prato assinado pelo chef, ou curtir um campeonato de surfe relaxando numa poltrona sob o sol. O cardápio oferece o melhor da cozinha internacional e pratos típicos da culinária local. Fone: 48 9622-7913.

MILK CLUB O clube usou como referência a rede de hotéis W, célebre por agregar classe a espaços descolados. O local é arrojado, sofisticado e totalmente voltado para o público de luxo. A carta de bebidas é uma das melhores da cidade, e o local recebe Djs, famosos e jet setters e todo o planeta. Servidão José Cardoso de Oliveira, s/n.o, Jurerê Internacional. Fone: 9132.7529.


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78 CERVEJARIA DEVASSA FLORIANÓPOLIS É a primeira franquia da Cervejaria Devassa no Sul do Brasil. Desde 2013 oferece saborosos pratos e tira-gostos e chopes irresistíveis. Aberto de quarta a domingo, sempre a partir das 18h, a cada dia com uma programação diferenciada. Todos os dias, jogos de futebol dos principais campeonatos de futebol do Brasil e do mundo e lutas do UFC são transmitidos ao vivo e com áudio. Rua Bocaiúva, 2198, esquina com a rua Rafael Bandeira. Centro. Fone: 48 3304.9800.

O primeiro endereço O GNB nasceu em 1997, com a inauguração do Café Cancún e o investimento na recuperação de um prédio histórico. O endereço que hoje abriga o Toro Steak House, na avenida Beira-mar, foi construído em 1897. Com inspiração neoclássica, a edificação hospedava a Inspetoria de Rios e Portos, que funcionou até a década de 1960. O conjunto arquitetônico ficou abandonado por quase 30 anos, e em 1993 foi realizado o seu tombamento histórico, através de um decreto municipal. A restauração foi feita pelo empresário Aroldo Cruz Lima entre 1996 e 1997. A obra durou cerca de 10 meses e foi realizada

por uma equipe de 25 pessoas. Algumas estruturas do casarão exigiram uma capacidade técnica minuciosa. As paredes que davam para a rua Almirante Lamego estavam inclinadas em cerca de 26 centímetros. Para a recuperação, cabos de aço puxavam cuidadosamente a estrutura em cerca de um centímetro por dia, para evitar danos. A estrutura do telhado também foi restaurada, com a preservação da armação original. Até hoje, algumas telhas francesas são da época da construção do prédio. Como o prédio é tombado, até hoje qualquer obra segue as normas de restauração do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF). A cor da primeira pintura do casarão, por exemplo, feita em um tom de amarelo, era tradicionalmente usada nas construções do século passado.



floripa é show

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floripa é show

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As melhores festas da cidade fotos ADRIEL DOUGLAS, MARCO CEZAR, HEMERSON TOUCHE e CAIO GRAÇA

C

ada vez mais mágica, nossa Ilha acolhe os grandes artistas do mundo em shows memoráveis, e as lentes da Revista Mural se mantiveram apontadas para o que de melhor aconteceu nos palcos e pistas da cidade: além do rei Roberto Carlos, que levou uma multidão ao Centrosul, teve Wesley Safadão, a lenda da música eletrônica David Guetta e muitos outros que ilustram as próximas páginas desta edição. Entre e fique à vontade.


mural da mural

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MURAL 70: A FESTA

Niver Nina Ribeiro

Raça da Ilha lota o Donna Dinning Club no lançamento da revista fotos Marco Cezar

E

m grande estilo, a Revista Mural comemorou o lançamento de sua edição 70 no Donna Dinning Club. Desta vez quem estampou a capa foi o cirurgião plástico Egidio Martorano, que convidou amigos, parceiros, pacientes e família para prestigiar a noite de festa, regada a muito espumante e animada pelo som do Dj Henrique Fernandes.

Ana Paula e Ana

Cristina Siqueira e Adilson Oliveira

AngÉlica e Pietra

Ana, Dani, Karina, Michelle, Elise, Simone, Caroline, Marcele e Adriana

Audrey Búrigo

TURMA DO BRANDÃO

Egidio Martorano e Ro Campos


mural da mural

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Lu, Dani, Flávia, Marise, Marcela e Maria Luiza

Letícia CorrÊa

Eduarda e Rebeca

turma do Rossi

Daninha Daotro

Fernanda e Pedro

Turma do Orlando Fernandes

Luiza e Marina

Joice Mussi

Turma da Angela Filomeno

Kadu e Angela

Marcos, Larissa e Cesar

Priscila Mattos

Alice Harger


mural da mural

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dj Henrique Fernandes

Laura Sacchetti

Rafinha Zeni

Zeco, Clรกudio, Silvinho, Clรกudio e Beto Boris

Leo Comin e Mariana Machado

Tais e Fabian Londero

Shirlei Albuquerque, Lia e Vanessa Pereira

Elisa Honorato

Sandra Mara

Natรกlia, Felipe, val e Fernando Grisard

Michele Costa

Wilson Pereira, Celso Daotro, Aluisio Guedes e Claudinho Sabonete

rose



mural milk

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primeiro time

Lorena Camano

Kauna Stephanie

a liga

Milk é pista de alto nínel em Jurerê Internacional

Aline Boigues e Camila Galante

Àgata Ribas

Monalisa Guollo e Mônica Guollo

alice matos

Taise Hermes

Letícia Baumle

fotos Angelo Santos, Adriel Douglas e André Prado

O

clube de Jurerê Internacional vem se tornando destino dos descolados de todo o país. O top DJ e produtor Vintage Culture foi uma das atrações que passaram por lá, além das festas temáticas como o já consolidado Halloween da Milk e a festa de encerramento do Weekend Carpevita no começo do mês de outubro.

Giovana Raupp e Mariana Maragno

Aline Silva

Lais Soratto

Eliane Ciulla

Cris Rocha, Camila Lemos, Bruna Silva, Natália Nunes e Marina Furlan



mural toro

88

toro

Eduardo Scheer e Aline

Waltinho Koerich e Aninha Koerich

_Cacau Menezes e Elvira

Monique Koerich

Família Cesar Gomes

A steak house que faltava na cidade fotos marco cezar

O

restaurante “Toro” é uma steak house desenhada para quem gosta de carnes, mas prefere um espaço menor e mais acolhedor que os tradicionais rodízios. Oferece menu degustação, com entradas, saladas, acompanhamentos e seleção de carnes nobres. Os clientes tem também a opção do serviço à la carte. De terça a sexta-feira, na hora do almoço, é também oferecido um menu executivo. Também conta com piano bar com programação especial com músicos locais de quarta a sábado. Oferece petiscos e uma ampla carta de drinks, whiskies e vinhos. A carta de vinhos, com 150 rótulos vindos de 13 países, é um dos pontos altos do no espaço. Localizado na avenida Beira-mar Norte, em frente ao trapiche.

Taina Mello

Maria Fernanda Santiago

Ana Paula Bornhausen

Cris, Valentina e Aroldo Cruz Lima

Lucinha e Luiz Fernando de Vincenci

Cláudia Wendausen e Paulo Cordeiro

Daniel Mirkin

Aurélio Paladino e Ângela


mural toro

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Renato Sá e Fernanda Bornhausen

Bruna Muniz e Rodrigo Daux

Vinicius Lummertz e Simone Lummertz

Carlota e Salomão Ribas junior

Cesar Abreu e Maria Do Rocio

Cláudio Gastão Filho e Christiane

Cristiane e Eduardo Gutierrez

Demostenes e Kátia Dimatos

Andrea Druck

Diogo Florentino e Juana Sirotsky

Lurdinha e Amaury Silva

Liliane Mello e Eduardo Gallo

Felipe Koerich e Flávia Mussi

Rodrigo Biguaçu e Heloisa Luz

João Amin e Beatriz Nascimentro

Jorge Freitas e Aninha

Neia e Heraldo Santiago

Ronaldo Daux e Maria Cristina

Mário Petrelli Filho e Patrícia

Amandinha Gomes e Wilfredo Gomes


90 mural Magic Island

Circo eletrônico

Magic Island levou a sério o tema “circo” e impressionou o público com estrutura e decoração inéditas fotos Adriel douglas e Angelo Santos

E

m sua quinta edição, a festa Magic Island, lotou mais uma vez o complexo Music Park, em Jurerê Internacional. Nada menos que 47 atrações se revezaram no comando do som, nos quatro ambientes — incluindo a nova pista Black Tark, que conferiu ares de festival à maior festa a fantasia do Brasil. Entre os DJs, o belga Mystique, o fenômeno nacional Illusionize e Chapeleiro. Mas quem chamou a atenção mesmo foi o público, que mais uma vez garantiu o alto astral do evento com muita criatividade nas fantasias. Mágicos, palhaços, arlequinas, zorros, cantoras pop, princesas, militares, piratas, personagens de games e muitos outros. Além da estrutura expandida, a Magic Island 2016 também foi marcada pela limitação de ingressos, estratégia da organização para garantir mais conforto e segurança ao público. A próxima edição já está garantida e com data confirmada: 9 de setembro de 2017.

Leo Ribeiro, Eduardo Gutierrez, André Sada e Pedro Freitas

Carlos Sérgio e Leandro Dias

Eduardo Hammes

Fábio Coelho

Marcelo Kalman



mural Magic Island

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Maykon Donizete, Luciano Vissotto e Kauê Soares

Marcelle Araújo e Mike David

FALCAO E ERNANE

Giovana Raupp e Cinthia Massa

Tony Mendes e André Sada

Thales Cavallazi da Silva e Diana Dias

Naza Martins e Rianna Ribeiro

Hélio Passos, Bruno Cruz e Felipe Panis



mural LeBarBaron

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Juliane Mussi, MÔnica Petrelli, Maria do Rocio e Yara

NA BRAVA

Álvaro Bertoli e Fabiola Bortoluzzi

Bruno Araújo e Júlia Freitas

GRUPO GUACA MOLE

LeBarBaron pronto para a temporada fotos marco cezar

N

as areias da praia Brava, o LeBarBaron reabriu no mês de setembro para começar a esquentar o seu público para a temporada de verão 2017. Realizou a Feijoada do Barão em setembro e a Tequila do Barão no mês de outubro, e recebeu o jet set da Ilha da Magia na praia mais charmosa do Norte da Ilha.

Bruna Rebelatto

Júlia Lara

Bruna Moraes e Raisa Reicheirt

niver da Mariana

Arnaldo Bittencourt

Ana Rebelatto

Aline Mambelli

Shirlei Albuquerque e Claudinho Sabonete


mural LeBarBaron

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Evelin Schilikckmann e Cristiane Capelari

Sarah Olivo e Laura Sacchetti

Carmen e Cláudio Zattar

Ricardo Pereira e Camila Fraga

Edson Lima e Marina Wangenhein

Egidio Martorano e Ro Campos

Heloisa Tayer e Odilon Tayer

Heloisa e Zeno

Jorge Mussi e Mário Petrelli

Rogério Gomese Débora Salvadore

Rodrigo Fucheter e ana Paula

Sabrina e Diogo Pitsica

Taryn Vasconcelos e Bernardo Meier

Vanessa Slovinski e Jorge Librelotto

Maria Eduarda e Pedro AntÔnio Cheren Filho

Zulmar Accioli e Luciana Pietroski

Grillo e Fernanda Berreta

Paulo Muniz e Leda

Max Mazzafera

Elisa Honorato


mural p12

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Rafaela Spillere, Natália Cignachi e Manoela Justi

parada obrigatória

maria eduarda e a liga

Bárbara CAVALAZZI

Música e sunset na beira da praia fotos Adriel Douglas e Angelo Santos

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a baixa temporada, que não teve nada de baixa, o P12 realizou variados eventos e recebeu grandes nomes da cena eletrônica, como A Liga e Renato Ratier, além dos shows nacionais do Biquíni Cavadão, Roupa Nova, Thiaguinho, Thaeme & Thiago, Capital Inicial, Jota Quest e Natiruts — os três últimos na chamada semana do Saco Cheio, que agitou Florianópolis no mês de outubro.

Ana Cardoso

LUIZA JOHN REIS

Thaiz didone

GUSTAVO CHRIST, BERNARDO AMORIM E IVO PIRES

Francieli Nascimento

MÔNICA HESS

Débora Brasil

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mural p12

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Bruno e Renato Tristao e Xandinho Fontes

Daiane Santos

ALEXANDRE SOUZA E SARAH PERUZZO

JULIANA POLICASTRO

Camila mirco

fernanda machado e laércio queiroz

elisa honorato

GABRIELA LOSEKAN

Tiago Cardoso e Aline Mombelli

ISABELA SONCINI

JAQUELINE LAVINA E EDUARDO QUEIROZ

Lais Yamanaka e Lelo Rosa

CARLOS MAY E MALU FERREIRA

DAVI GUIMARÃES E JúLIA

Júlia Abdala

MANOEL E CACAU MENEZES





comemorações

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NESTA DATA QUERIDA

Kátia Menezes reúne amigas em seu aniversário

texto JULIANA WOSGRAUS fotos MARCO CEZAR

K

átia Menezes é um ícone catarinense, e muito especialmente de Floripa, sua terra natal. Mas ela não tem fronteiras, pessoal ou profissionalmente. Como decoradora — há mais de 20 anos — assina endereços elegantes e requintados também de Brusque, Blumenau, Balneário Camboriú, Joinville, São Paulo e Brasil afora. Já ganhou tantos prêmios que fica impossível enumerar. Filha mais velha do lendário jornalista Manoel de Menezes, e da querida Brasília, Kátia também militou no jornalismo, assim como seu irmão Cacau, outro ícone da família. Kátia trocou de profissão e o sucesso continuou. Casada há 41 anos com Joel Niebuhr, de tradicional família de Brusque; mãe do Joel, Pinho e Pedro — o mais velho e o caçula advogados, o do meio empresário, todos bem sucedidos, avó de gêmeos e com mais um neto a caminho, enquanto trabalhava Kátia construiu uma bela família. Este aniversário de 64 anos foi pra lá de especial porque marcou mais uma vitória: a cura de um câncer de mama, que enfrentou bravamente. Um grande brinde à nossa querida Kátia Menezes Niebuhr! E aqui brindamos juntos através das fotos do Marco Cezar na festa de aniversário, em sua casa, no final de outubro, entre amigas íntimas, a irmã Mirella Siqueira e a mãe, Brasília Menezes.


comemoraçþes

103


comemorações

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Grupo Zanardo, 40 anos Evento em Joaçaba marca o aniversário da empresa

fotos eliane macagnan

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o último sábado do mês de agosto o Grupo Zanardo comemorou suas quatro décadas com um emocionante evento na cidade de Joaçaba, meio-oeste Catarinense, onde sua história começou. O evento foi marcado por muita emoção e homenagens a quem fez e faz parte desta grande empresa e ajuda a construir esta história de sucesso, tornando o Grupo Zanardo uma referência na prestação de serviços e segurança privada em todo o Sul do Brasil. Presente no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o Grupo divide-se em 22 unidades de negócio, distribuídas de forma estratégica, gerando emprego e renda para mais de 3.300 colaboradores. Desde 1976, o Grupo inova na prestação de serviços voltados à segurança e mão-de-obra terceirizada, preocupando-se sempre com a tranquilidade e bem-estar de cada um dos seus mais de 10 mil clientes e agindo com responsabilidade socioambiental. Sobre os 40 anos da empresa, Ivan Zanardo, diretor-presidente do Grupo, afirma que o segredo da longevidade é “manter os pés no chão, trabalhar sempre com boas intenções e fazer uma excelente prestação de serviços. Nossos bons resultados podem ser percebidos na confiança dos nossos parceiros, comunidade e clientes”. A direção do Grupo agradece a todos os seus colaboradores, que diariamente se dedicam em fazer sempre o melhor. O diretor Marcos Zanardo afirma que “vamos continuar investindo cada vez mais nas relações humanas, em nossos colaboradores e nas áreas de treinamento, sempre trazendo novas tecnologias para a empresa, e claro, novas pessoas, com visão de futuro e negócios”.


comemoraçþes

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comemorações

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60 AMIGAS

Lu Fernandes reúne as mais chegadas fotos marco cezar

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omo faz todos os anos, Lu Fernandes abriu as portas de sua casa para receber um seleto grupo de amigas para festejar as conquistas de 2016 e celebrar antecipadamente o fim do ano. A festa começou cedo e rolou até altas horas, animada por bebidinhas, pizzas variadas e muita conversa.



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Projeto de Parque e Marina na Beira-mar Norte foi liderado pelos escritórios de arquitetura ARK7 e JA8

resgate da vocação náutica da Ilha

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stá em avaliação dos vereadores de Florianópolis o projeto de lei que permite a cessão de espaço para a construção de um parque urbano e marina na avenida Beira-mar Norte, cartão-postal da cidade. Quando aprovada, possibilitará que a Prefeitura lance edital de licitação pública para que a área se torne um espaço público que transformará a cidade: projetado pelas equipes dos escritórios de arquitetura ARK7 e JA8, o Parque Urbano e Marina Beira-mar Norte representará uma nova e ampla opção de convivência, lazer, geração de negócios e oportunidades de trabalho, além de resgatar a vocação náutica e proporcionar o uso do mar para diversas finalidades. São 320 mil metros quadrados na Baía Norte e paralelos à avenida Jornalista Rubens de Arruda Ramos (popularmente chamada de Beira-mar Norte), sendo 850 metros paralelos à

avenida e cerca de 400 metros mar adentro, divididos em quatro grandes áreas: Praça da Água, Praça Central, Praça do Mar e uma marina com vagas públicas e privadas. “É um projeto conectado com a cidade e a análise que o fundamentou envolveu outras áreas de lazer e espaços públicos de Florianópolis”, explica o arquiteto Giovani Bonetti, sócio da ARK7, junto com os também arquitetos Marcos Jobim e Silvana Calevaro. “O parque vai irradiar soluções para toda a orla da Baía Norte e seu entorno”, acrescenta Jobim. “A cidade ressente-se de espaços públicos, em especial de áreas interativas com o mar”, observa Silvana Calevaro. Para Juliana Castro, da JA8, o parque é acessível, diversificado e abrangente — o que proporcionará o uso da população em larga escala.


As quatro grandes áreas

O Parque Urbano e Marina Beira-mar Norte é uma iniciativa da Prefeitura de Florianópolis, que promoveu concurso para selecionar o projeto do futuro espaço. A equipe liderada pela ARK7 e JA8 venceu nos quesitos “Estudo preliminar arquitetônico e urbanístico” e “Viabilidade econômica e financeira”. A implantação envolve novo projeto de licitação pública, no qual os vencedores terão direito a explorar a área por 30 anos — e a expectativa da Prefeitura é de realizá-la ainda em 2016. O local de implantação, seus equipamentos e outras demandas foram definidos em edital da Prefeitura de Florianópolis — e a elaboração do projeto escolhido envolveu uma equipe multidisciplinar de quase 50 profissionais e quatro meses de trabalho intensivo.

Na marina, três quebra-mares assegurarão o mar calmo em seu interior, com todos os píeres flutuantes (sustentáveis). Ao todo serão 660 vagas, sendo 600 para uso privado e outras 60 públicas. Um píer central para carga/descarga e/ou embarque e desembarque e um posto de combustíveis completam a área. A Praça da Água terá um trapiche para a saída e chegada de escunas de turismo, traslado de turistas náuticos e para transporte marítimo, tendo área de espera com cobertura — além de rampa de acesso público e vagas cativas para embarcações dos Bombeiros, Ibama e Capitania dos Portos, entre outros. O mais importante, entretanto, será o grande espelho d’água, que possibilitará o lazer com pedalinhos, stand up paddle ou caiaque, protegido por um braço de quebra-mar e com a água naturalmente renovada. Na Praça Central, elevada em relação à pista de trânsito, estará concentrada a maioria dos equipamentos esportivos e de lazer e o edifício da Marina, com lojas de produtos e serviços náuticos, conveniências, quiosques de café e lanches, além de restaurante panorâmico. No subsolo ficará o estacionamento para 500 veículos e a área de serviços — banheiros e vestiários para marinheiros e contêineres para uso das lojas. Ainda consta no projeto vagas de estacionamento para ônibus de turismo e central de resíduos limpos. Já a Praça do Mar (um braço de terra, resultante do quebramar) será um espaço amplo e aberto, apropriado para regatas e eventos náuticos comerciais. O enrocamento [maciço de pedras destinado a proteger aterros ou estruturas dos efeitos da erosão] ampliará a praia existente. “A posição de todos os equipamentos e até da vegetação obedeceu a um estudo de incidência de ventos e de insolação. A proposta é oferecer o máximo de conforto”, resume Bonetti. Em paralelo, há uma forte ênfase em sustentabilidade: todos os tetos disporão de sensores de captação fotovoltaicas ou cobertura verde.

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20 anos de atuação na advocacia catarinense

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escritório Farah, Gomes e Advogados foi fundado em 1996, em Florianópolis. No início, o âmbito de atuação estava voltado exclusivamente ao Direito Tributário, por conta da experiência dos seus fundadores na área, Alexandre Gomes, Nelson Amâncio Madalena e Rycharde Farah. Durante suas carreiras já ocuparam, por exemplo, os cargos de secretário da Administração e da Fazenda do Estado de Santa Catarina, membro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e conselheiro do Sebrae em matéria tributária.

Posteriormente, visando propiciar um atendimento completo aos clientes, as atividades foram sendo gradativamente ampliadas para outras áreas, como o Direito Administrativo, Direito Civil, Direito Empresarial e o Direito Penal Econômico. O escritório Farah, Gomes e Advogados é o associado para todo o Estado de Santa Catarina da Aliança de Advocacia Empresarial (ALAE). Fundada em 2004, a ALAE é a principal rede de escritórios de advocacia com abrangência nacional e na América Latina. Os escritórios aliados estão presentes em todos os estados brasileiros e em quase todos países da América Latina.


Saiba mais

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Áreas de atuação • Direito Administrativo • Direito Ambiental e Urbanístico • Direito Civil • Direito Empresarial e Societário • Direito Financeiro e Cambial • Direito Internacional e Arbitragem • Direito Penal • Direito Trabalhista • Direito Tributário • Licitações e Contratos Administrativos • Mercado de Capitais • Propriedade Intelectual • Advocacia de Apoio

Atendimento em Direito Penal A partir de 2016, o escritório ganhou o reforço de uma nova especialidade no atendimento, os casos de Direto Penal, com a vinda para Santa Catarina do criminalista paranaense Robson Galvão. Robson atua em advocacia penal em todo o Brasil e tem um currículo sólido. Foi professor de Direito Penal na Escola da Magistratura do Paraná, Faculdade Dom Bosco e na Academia Brasileira de Direito Constitucional. Formou-se na PUC/PR, estudou na instituição de ensino Universidad de Castilla la Mancha (UCLM) e também fez especialização em Direito Penal e Criminologia na UFPR (Universidade Federal do Paraná). Robson atendia a vários casos em Santa Catarina e dessa convivência surgiu a amizade com advogados locais, entre eles Rycharde Farah, um dos sócios fundadores do escritório Farah, Gomes Advogados Associados. Com o passar do tempo as novas amizades em Florianópolis se consolidaram e surgiu a oportunidade do escritório ampliar seu portfólio para o Direito Penal, com a equipe formada por Robson Galvão, Rodolfo Macedo do Prado e Thiago Ferrari Ribeiro.

Dissertação se transforma em livro Oito anos após a conclusão de dissertação de mestrado na PUC-PR, este trabalho se transformou numa obra jurídica, com o título “O Erro no Direto Penal Brasileiro”, com lançamento no final de 2016 em Florianópolis e Curitiba, num primeiro momento. Nesta obra, dirigida aos operadores do Direito, Robson aprofunda uma análise sobre qual é o tratamento jurídico-penal mais adequado para o erro no Direito Penal socioeconômico, com base na teoria do crime e nos moldes da legislação brasileira em vigor, de modo que não haja a redução de qualquer princípio penal de garantia.







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