Mural 74 issuu

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Colombo Salles: uma ponte unindo gerações O aniversário de Jorge Bornhausen em Portugal Karol Meyer: fenômeno no mergulho, sucesso no ciclismo






6 editorial

foto laura sacchetti

A ilha passa por aqui

S

empre atenta ao que acontece de mais legal em Florianópolis, esta edição da Mural traz na capa Moyale Guardini, multimulher que vem conquistando cada vez mais espaço no disputado mundo da tv e do cinema. Modelo, apresentadora e atriz, Moyale está prestes a viajar para uma temporada de estudos em Los Angeles e planeja voos cada vez mais altos na carreira. Vestindo a alta costura da Nínevi, a musa posou com classe para o ensaio que começa na página 16. O repórter Urbano Salles conversou com o exgovernador Colombo Salles, ícone político do estado que aos 91 anos conserva a mesma lucidez e fina ironia dos tempos em que inaugurava obras importantes como o Aterro da Baía Sul e a ponte que leva seu nome. Urbano também foi conferir as obras de revitalização do Largo Benjamin Constant, que ganha novo projeto paisagístico sob a batuta da W Koerich Imóveis. Como relatam os moradores entrevistados por Urbano, o local tem profunda ligação com a história da ilha e em 1961 foi palco de um acidente aéreo que lhe rendeu o apelido de Praça do Avião. Olavo Moraes narra a trajetória da mergulhadora e ciclista Karol Meyer, que ficou 18 minutos e 32 segundos embaixo d’água, um tempo que até hoje ninguém superou e que a levou ao famoso Guiness Book, o livro do recordes. Como se não fosse suficiente, Karol também encara o ciclismo com o mesmo fôlego que a caracteriza na água. Número 1 do estado e top 6 do Brasil, a tenista Valentina Santos avança no ranking nacional dos 14 anos e inaugura a editoria Jovens Promessas, que vai revelar os novos talentos esportivos de Santa Catarina. Ainda falando de esporte, a Mural foi descobrir porque o wakesurf é a febre do momento para surfistas e atletas

de várias modalidades, garantindo diversão mesmo em dias sem onda no mar. Marcus Heise relata a trajetória de sucesso do Emporium Bocaiúva, mix de bar e delicatessen que completa 25 anos trazendo os melhores produtos importados e reunindo o primeiro time da cidade. Heise ainda conta como o desejo de alguns estudantes de juntar grana para a viagem de formatura acabou se transformando em 1968 na Fainco, a maior feira de Indústria e Comércio que a cidade havia visto até então. A colunista Juliana Wosgraus recheia suas páginas com as pessoas que fazem a diferença em Floripa, e, de quebra, declara seu amor pelo azul-símbolo da joalheria Tiffany, fazendo uma improvável ligação com esse tom e a produção de artistas e personalidades locais. Os colunistas de saúde dão as dicas para uma vida melhor: a dermatologista Mariana Barbato fala do Total Lift, a fisioterapeuta Roberta Ruiz ensina como tratar a bexiga hiperativa, a dentista Laura Sacchetti mostra a importância de cuidar dos dentes de leite e a nutricionista Ana Carolina Abreu defende a alimentação saudável, com ou sem carne na dieta. E como a gente adora festa, páginas e mais páginas deste número trazem festas variadas com muita gente legal: além do aniversário de 80 anos de Jorge Bornhausen, comemorado em Portugal com uma constelação de amigos catarinenses, tem a nova mania dos piqueniques na Beira-Mar e muita balada no P12, Donna, Acqua Plage, Milk, La Cave e Kanpai. Um abraço e boa leitura,



expediente

8 DIREÇÃO MARCO CEZAR marcocezar@marcocezar.com.br

personalidade Colombo Salles: uma ponte unindo gerações

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JULIANA WOSGRAUS leitura vip

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NOVIDADE NA ILHA A nova onda do wakesurf

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esporte AZUL PROFUNDO

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Jovens Promessas futuro promissor

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JULIANA WOSGRAUS Azul icônico

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PUBLIEDITORIAL COLEÇÃO RAINHA VITÓRIA

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saúde bucal DENTE DE LEITE

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saúde TOTAL LIFT

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PHYSIO PILATES bexiga hiperativa

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nutrição comida de verdade

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hora da feira Tomate almoço na floricultura

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EDITOR CHEFE MARCO CEZAR EDITOR assistente CAIO CEZAR JORNALISTA RESPONSÁVEL marcos heise (MTb-SC 0932 JP) PLANEJAMENTO GRÁFICO ayrton cruz COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Adriel Douglas ALEXANDRE SANTANA Ana Carolina Abreu Angelo Santos Bruno ropelato Caio Graça cesar carnero Cláudio Brandão DARLINE SANTOS evandro rossi fernando vargas Formiga Air Lines Giuliana Korzenowski juliana wosgraus kátia de Menezes Niebuhr Larissa Trentini laura sacchetti lauro maeda Leo Comin LUCAS MOÇO Marcos Heise mariana TREMEL Barbatto Monique Vandresen morgana festugato Olavo Moraes PAULINHO SEFTON Pedro Mox ROBERTA RUIZ urbano salles VITOR PIRES impressão Maxigráfica | Curitiba/PR 0 marco@marcocezar.com.br 5 www.marcocezar.com.br 5 www.revistamural.com.br 1 48 3025-1551


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comer & beber DE PRIMEIRA

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empreendimento O JAPÃO NA PRAIA DOS INGLESES

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especial Pioneirismo da FAINCO

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LUGAR Uma praça, muitas histórias

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happy hour piquenique na beira-mar

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oculto PEGA “NÓIS”

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mural da mural MESA E PISTA

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mural p12 p12

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mural Acqua Plage ACQUA PLAG

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mural Milk Club DIRETORIA

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mural la cave A TAÇA É NOSSA

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mural kampai na lagoa

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comemorações prestígio

índice

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16 capa Moyale Guardini Fotos caio cezar assistente pedro mox cabelo e maquiagem fernando vargas e evandro rossi roupas Nínevi locação estúdio brandão


PERSONALIDADE

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Colombo Salles: uma ponte unindo gerações


PERSONALIDADE

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Maria José Werner Salles (acima) e Colombo com a mulher, Daysi

Ex-governador e a filha recebem a Mural para uma conversa recheada de boas recordações texto URBANO SALLES fotos MARCO CEZAR

I

nício dos nos 1970. O engenheiro civil Colombo Machado Salles fazia uma palestra na Universidade Mackenzie, em São Paulo, quando vieram lhe contar que a Voz do Brasil acabara de noticiar que ele havia sido indicado para governar Santa Catarina. Um nome técnico, estranho às forças dominantes no cenário estadual, lançado de surpresa a um cargo que não cogitava ocupar. A entrada inesperada para a arena da política foi, como ele define, “um acidente, uma contingência”. Passadas quase cinco décadas, tudo indica que a escolha foi acertada. Hoje, quando sai de casa com a família, Colombo ouve com frequência elogios classificando-o como uma “reserva moral” que deveria servir de exemplo para a classe política. Pedem que ele volte, se candidate a algum cargo público. A todos, nega a intenção e agradece com sua fala serena, uma das características que o fizeram ser admirado e respeitado no decorrer da vida. Aos 91 anos, o ex-governador vive uma rotina condicionada às limitações de um nonagenário. Com ele, moram a mulher, a ex-primeira-dama Daysi Werner Salles, e a única filha mulher, a doutora em Teoria Literária Maria José Werner Salles. Não faz muito tempo, Colombo parou de dar aulas na Unisul, e agora não trabalha mais. “Eu me retirei de tudo. Sempre gostei muito de trabalhar, na nossa fase em Brasília cheguei a alugar um quarto ao lado de onde morávamos para servir de escritório. Fiquei grisalho aos 30 e poucos anos... O problema é que dizem que se hoje eu voltasse para a Engenharia ou para a sala de aula estaria tirando a oportunidade de emprego dos mais jovens”, comenta, usando uma fina ironia que perpassa boa parte dos seus comentários.


PERSONALIDADE

12 A saúde do ex-governador está boa, apesar das doenças que já enfrentou e do acompanhamento médico que necessita, prestado por um trio de profissionais amigos: Antônio Sbissa, Ylmar Corrêa Neto e Antônio César Cavallazzi. “Todos os dias a gente agradece a Deus. Ele teve problemas sérios e está superbem. O pai é muito corajoso, enfrenta como se não fosse uma coisa séria, vai em frente”, observa a filha, atualmente dedicada “24 horas” a cuidar dos pais. “Deus esqueceu de mim”, brinca o ex-governador. Além de Maria José, Colombo e Daysi têm dois filhos: Bertholdo, odontólogo e professor, e Marcelo, que seguiu a carreira do pai na engenharia e hoje é superintendente do Porto de Itajaí. O casal tem sete netos e dois bisnetos. “Ser bisavô é surpreendente, até porque perdi meu pai e meu avô ainda cedo.” As novas gerações dos Werner Salles são motivo de orgulho. Bertholdo tem quatro filhos. Bruno, o mais velho, é juiz de direito. André é agrônomo. Yago, de 17 anos, pretende ser diplomata. O caçula, Caio, tem 13 anos e ainda não escolheu a profissão. Maria José é mãe de Rodrigo, engenheiro civil como o avô e funcionário concursado da SCGás. A neta Ana Luiza é formada em Direito e Relações Internacionais e está trabalhando em um escritório de advocacia em Brasília especializado em assuntos portuários. Marcelo é pai de Ana Luiza e Daniel, que, assim como o avô, tem paixão pelo mar, tanto que ele já atua no mercado e está fazendo mestrado em Oceanografia. Nenhum descendente optou pela política. “Eu tinha uma lanchinha e gostava muito de sair cedinho com a família para passear”, relembra o ex-governador, cuja gestão (1971-1975) mudou a costa marítima do Centro de Florianópolis com obras como o Aterro da Baía Sul (incluindo o projeto original do paisagista Burle Marx desfigurado ao longo dos anos) e a ponte que leva seu nome, salvadora dos motoristas que sofriam

Objetos e documentos históricos estão guardados na biblioteca do ex-governador no Edifício Gustavo Richard

com o gargalo da época, a Hercílio Luz. Não à toa, há quem diga que ele foi o melhor “prefeito” que a cidade já teve. No último Natal, todos estavam no apartamento onde o engenheiro reside desde o final dos anos 1970, na esquina da avenida Trompowsky com o largo Benjamin Constant. O filho Bertholdo vai visitar os pais todos os dias na hora do almoço. Marcelo vem de Itajaí nos finais de semana. A ex-primeira-dama cultiva o hábito de, sempre que possível, ter a família à mesa. Quem comanda a preparação dos pratos é a cozinheira da casa há décadas, Rosângela. “Meu prato favorito? Filé com batata frita”, aponta, sem hesitar. “Não esqueço que na época da Segunda Guerra Mundial, quando estudava em Curitiba, a gente não tinha direito o que comer porque faltavam produtos.” Os Werner Salles tem também uma copeira, Valquíria, e um motorista, Genésio, indispensável desde que, por causa da idade avançada, o patrão não pôde mais dirigir. É ele que leva a família para passear, quebrando a “monotonia” de ficar demais em casa – uma queixa que o ex-governador costuma fazer aos amigos. Um dos programas favoritos de Colombo e Daysi é ir a cafés no entorno do prédio. “Gosto de passear na Ilha, especialmente pelas praias”, acrescenta. Com menor frequência, ele visita Laguna, sua cidade natal, com a mulher. Até cerca de 10 anos atrás, os dois viajavam muito pelo Brasil e ao exterior. Conheceram boa parte da Europa, da qual guarda ricas lembranças. Foi na França onde, ainda jovem, cursou Hidráulica. “Paris é a cidade do mundo que mais me encanta. A França formou minha base cultural.”


Para se atualizar, Colombo costuma ver o telejornal ancorado pelo jornalista Ricardo Boechat. Dependendo dos fatos, fica “tenso e abismado”, conforme relata a filha. O computador era outra fonte valiosa de informação – e trabalho – até o dia em que, por questões clínicas, foi convencido a não usar mais. “Ficava de dia e à noite na Internet. Eu ‘viajava’ muito lendo as reportagens sobre o Brasil e a Engenharia mundial”, salienta, sem esconder a contrariedade com a distância imposta ao mouse. Na infância, Colombo já era amante dos livros e gostava muito de ler na cama, antes de dormir. Sua mãe, Bertha, não gostava, apagava a luz, mas ele acendia uma vela escondido e continuava a leitura. O pai, Calistrato Müller Salles, tinha um vasto acervo literário em casa. O ex-governador lamenta que não tenha conservado consigo as obras. “Lia de tudo em casa, pena que não fiquei com nenhum livro dele.” Um dos últimos livros que leu foi a autobiografia de Jarbas Passarinho (1920-2016), ex-ministro e um dos homens fortes da República à sua época, com quem o catarinense tinha estreita amizade. Sua atual biblioteca, de cujas janelas ele avista a copa da figueira centenária que reina nos jardins do prédio e onde guarda documentos, objetos e imagens marcantes da sua trajetória como profissional e homem público, é o ambiente do apartamento que ele mais gosta. Foi nela que, no início da década, ele mesmo digitou “Desafio da Transformação” (Editora Unisul/2012), sua produção mais recente. Depois desse, havia o projeto de um livro a quatro mãos com o saudoso amigo Alcides Abreu, mas, com a saúde debilitada, a parceria não foi possível. A terceira parte de “Desafio da Transformação”, como o autor ressalta, tem um lado “meio filosófico”, com pensamentos registrados numa caderneta de anotações que ele carregava como fiel companheira. Dos cinco livros que compõem sua bibliografia, o livro mais conhecido nacionalmente é o monumental “Rios e Canais” (1993), também conhecido como a “bíblia dos portos”. O estudo tem mais de 1.400 páginas. O gosto pelas letras, aliás, influenciou a filha Maria José, profunda conhecedora de literatura francesa. Em sua tese de doutorado, sobre máscaras mortuárias em Mallarmé e Maurice Blanchot, chegou a entrevistar Didi-Huberman, um dos principais pensadores da França. Como outros da sua idade, Colombo valoriza boas e divertidas lembranças, e sente prazer em contá-las. “Pileque, só quando me formei em Engenharia, depois nunca mais”, revela, ao mesmo tempo em que reclama das restrições médicas ao consumo de bebidas. Com a “cumplicidade” carinhosa do filho Bertholdo e da mulher, porém, ele toma uma tacinha de vinho nos finais de semana. Avesso a discutir sobre a política dos dias atuais e a conduta dos políticos, ele faz apenas um alerta para a necessidade permanente de manutenção das pontes Colombo Salles e Pedro Ivo, únicas ligações em uso entre a Ilha de Santa Catarina e o Continente. “É uma missão de qualquer governante que esteja no poder, mas, veja bem, não estou criticando nenhum colega, até porque falar mal dos outros não é o meu gênero. Insisto nisso porque as pontes são vitais para a cidade.” Do alto de quase 70 anos de experiência como engenheiro e gestor, Colombo acha interessante a ideia da construção de uma quarta ligação, de preferência um túnel subaquático, no ponto mais próximo entre a Beira-mar Norte e a Beira-mar Continental. “Santa Catarina e Florianópolis mereceriam um investimento desse porte.” E a restauração da Hercílio Luz? “É uma obra de engenharia primorosa, digna dos maiores aplausos.”

PERSONALIDADE

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Investimentos da época em que Colombo governava Santa Catarina mudaram a face de Florianópolis


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Fragmentos reflexivos* “Vive-se a era da prevalência dos bens materiais sobre os espirituais, a hora dos confrontos de gerações, de classes e de ideologias.” (junho, 1960) “O prestígio profissional, fruto da autoridade individual, produto do status funcional, propicia poder temporal, ensejando segurança ocasional, resultando pouco dinheiro material.” (1968)

“O silêncio é, às vezes, mais eloquente que os discursos, ouçamos com muita atenção o murmúrio das nossas próprias consciências.” (1978) “O sucesso tem uma multidão de aplausos, mas a derrota é solitária.” (1982)

“Os homens às vezes são tão imbecis que levam a sério uns aos outros.” (1983) “A dignidade espanta do homem a vocação de ser patético e vulgar.” (1984)

“O bom senso poderá aparentar um símbolo de covardia.” (1986)

“A força não substitui o saber.” (1994)

“Na sociedade atual, um segmento significativo fala o que pensa, e outro não fala o que está pensando.” (1997) “A verdade surge mais cedo ou mais tarde.” (1998)

“É muito difícil pilotar o barco da vida sem fazer ondas.” (2000) “O homem forte não tem vergonha de chorar.” (2005)

“A vida é semelhante ao sol, nasce e se põe, e, durante a trajetória, tem momentos nebulosos e de luz.” (2009) * Pensamentos extraídos do livro “Desafio da Transformação”.



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Consolidada como modelo, apresentadora e atriz, Moyale Guardini investe na carreira com curso em Los Angeles Alta, magra, olhos cor de mel e um conjunto de atributos de causar inveja. Parece impossível, mas no colégio, Moyale Guardini era daquelas alunas que, de tão tímida, nunca levantava a mão. A timidez foi sendo deixada para trás assim que a carreira de modelo ganhou força, e mais ainda quando começou a dar os primeiros passos nos ofícios de apresentadora e atriz. A catarinense evita o deslumbramento do mundo fashion e revela planos para fazer um curso em Los Angeles ainda em 2018. Por enquanto, sobre a temporada na Califórnia, Moyale não pode dar mais detalhes. O primeiro convite para entrar no mundo da moda aconteceu aos 11 anos, quando participou de um concurso promovido por uma agência de modelos. Aos 16, Santa Catarina ficou pequena para o talento da modelo, que era cada vez mais procurada para trabalhos em São Paulo. Foi apresentadora de um programa para crianças, participou da Liga (com Rafinha Bastos), do Agora é Tarde com Danilo Gentilli. Também cobriu para o programa Amaury Jr. a festa de lançamento da revista Ola, em Las Vegas. Formada em Rádio e TV pela FAAP, em São Paulo, foi noiva três vezes e terminou os três noivados: “minhas amigas me chamavam de “Noiva em Fuga” e “Furacão Moyale”, relembra. Com quase dez anos de carreira, a catarinense já desfilou e fotografou para várias marcas. Conhecida também pelo Instagram bem-humorado, onde tem mais de 140 mil seguidores, vem conquistando com seu carisma um respeitável espaço na mídia,


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com convites para participações no cinema e na TV. Moyale Guardini esteve no elenco de Dupla Identidade, série escrita por Glória Perez para a Rede Globo. A trama trata da história de um serial killer, vivido por Bruno Gagliasso. No cinema, Moyale também começa a chamar a atenção. Além da participação no filme Réveillon, dirigido por Fábio Mendonça, tem mais três projetos engatilhados para 2017 e 2018. Aos 25, Moyale ama cremes e toma muita água. Nos últimos tempos, trocou a água mineral pela alcalina: “limpa o organismo!”, ensina. Apaixonada pela Chanel, Dolce & Gabbana e Balmain, gosta de clássicos: “amo preto, tenho meu estilo próprio e não sou de seguir todas as tendências, mas se gosto de algo incluo no meu estilo. Ultimamente estou curtindo algo mais rock”. Mistura de árabe, italiana e judia, Moyale é capricorniana, workaholic e super racional. Na entrevista, vestindo um longo azul claro da Ninevi, a morena mostra que o sucesso não mexeu com a menina que consegue rir de si mesma e continuar fiel aos princípios da família, com frequentes elogios ao pai, que perdeu cedo, e a mãe, Mauren Cristina Guardini, que é sua maior incentivadora. “Meus pais são meus ídolos. Meu pai se foi e essa saudade vai ser eterna, por isso eu resolvi trocar por um tempo São Paulo por Santa Catarina, pra ficar perto da minha mãe e irmãos”, diz a moça, que estava há 10 anos longe da cidade e da família. “Meu pai era um cara sensacional, eu nunca vi um bairro inteiro ficar de luto por alguém. Se você perguntar aqui em Jurerê cada um tem uma história dele, era um exemplo de homem”, diz emocionada. “Minha mãe é forte e determinada, uma mulher incrível que me ensinou a ser quem eu sou. Minha força veio dela e da minha avó”. Também elogia os dois irmãos: “São dois príncipes! Perdi parte da infância deles porque fui morar fora muito novinha, mas agora voltei pra ficar perto. É uma benção ter a família reunida de novo, eles são tudo pra mim, meus melhores amigos”.


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JULIANA WOSGRAUS

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LEITURA VIP

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foto Helô Genish

empresário Jorge Freitas e Aninha Carvalho estão entre os vips que não deixam de ler a Mural. Olha a revista nas mãos dela. E ele, mentor dos novos rumos de uma das maiores empresas de tecnologia em telecomunicações e segurança em informática do Brasil, com clientes do exterior, a Intelbras, comemora mais um aniversário neste dia 31 de outubro.

Vivendo globalmente Catarinense de Floripa, nascida Heloísa Furtado Becker e há cinco anos a senhora Amos Genish, ela nem sonhava em viver tanto tempo longe da Ilha, e em três endereços simultâneos. Quando já estava formada em Direito pela UFSC foi fazer curso de gastronomia na Le Condor Bleu, em Paris. E na cidade luz Helô conheceu o israelense que havia criado no Brasil a empresa de telefonia GVT. Hoje casados, com dois filhos – Olívia, quatro anos, e Rafael, 2 –, moram em Londres. Mas também vivem entre Roma e Paris. Depois de comandar também a Vivo, no Brasil, Amos Genish foi oficializado no final de setembro como CEO e membro da Telecom Itália, que no Brasil controla a Tim. Justo uma das operadoras concorrentes da Vivo, que Amos comandou até o ano passado. A sede da Telecom fica em Roma, e sua controladora, Vivendi, em Paris. A base da família, em Londres, tem sido também o endereço da mãe da Helô, Ju Furtado, que está por lá no momento e fica até o final de outubro. E o Amos ainda tem trabalho no Brasil: é membro do Conselho de Administração do Banco Itaú. Já a esposa Helô aproveita bem o tempo na capital inglesa fazendo cursos de arte e fotografia. Depois repassa algumas aulas para a mãe.


JULIANA WOSGRAUS

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Edson e Andrea

Pioneiros no Brasil Dina e Robert Noebauer trabalham muito. Os detalhes de tanta labuta estão em matéria que assino nesta edição da Mural. Sócios na agência de modelos DN Models e da empresa de tecnologia em broadcast para TV, a Floripa Tecnologia – primeira do setor no país, também sabem dosar os momentos de lazer. E além de viajar muito, curtem os bons points de Floripa.

Tecnologia em alta Os irmãos Edson Silva e Edenir sempre unidos na vida pessoal, no lazer e no trabalho. Felizes comemorando o bom momento que vive o grupo do qual são sócios, o Nexxera, que atua, entre outras coisas, em soluções tecnológicas para transações financeiras. Edson e a esposa Andrea entraram o mês de outubro na Croácia, comemorando aniversário de casamento. Já Edenir e Ivana recém voltaram de férias com os filhos na África.

Novos ares Marilina Búrigo estava em viagem pela Ásia e voltou para Floripa no final de outubro. Na passagem por Dubai, além da arquitetura que faz a paisagem futurista, olha só o glamour das comissárias do voo feito pela companhia aérea Emirates. Viajando com casais e amigas como a lageana Lara Gamborgi e filha. Japão e China também entraram no roteiro.

Edenir e Ivana


foto lauro maeda

JULIANA WOSGRAUS

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Da raça DJ Henrique Fernandes, um dos profissionais de carreira mais duradoura em Floripa.

Agora é o casamento dele Lá e cá

Presença sempre marcante, Rico Grunfeld está de volta às origens, em São Paulo, sem abandonar a Ilha onde se tornou figura icônica no comando de uma das casas noturnas de maior sucesso e duração, a saudosa Confraria das Artes. Em Sampa, Rico voltou a trabalhar com moda – foi criado na indústria têxtil da família – e também na área de tecnologia. Mas mantém endereço em Floripa para passar uns dois finais de semana por mês. Encontrou a fórmula perfeita.

Depois de organizar e recepcionar casamentos com belas festas por 12 anos, neste dia 5 de novembro Fábio Queiroz estará no mais especial de todos para ele, na sua Alameda Casa Rosa, espaço de eventos que criou junto com a irmã Daniela. A noiva, Camila Guollo, também é empresária. Formada em Moda, há 11 anos é dona da loja de roupas Estação 961. Patrícia Lima comanda o cerimonial, a decoração é da Flor de Liz e a cozinha fica a cargo da Alameda, sob comando do chef Renato Stumpt, mais o Atelier de Doces, a Bruna Doces e a Mayra Pauli. Bolo da Patrícia Goedert. A lua de mel de Fábio e Camila será nas Ilhas Maldivas.


JULIANA WOSGRAUS

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Leda e Paulo Moritz

Cris Bisner e Alexandre Peccin

Gui Pereira e Vanessa Borowski foto lauro maeda

Pré-réveillon antecipado! E já que 2017 está “voando”, num piscar de olhos estaremos vivendo mais uma virada de ano. A coluna fez uma seleção de figuras conhecidas da cidade que circularam por baladas recentes usando branco. Praticamente um pré-réveillon, olha só.

Bodas

Carlos Valmorbida Valmorbida

e Raquel

Silvia Kowalski Pereira e Felipe Couto estão em contagem regressiva para seu casamento, nestes 15 de novembro, com celebração para familiares e amigos mais íntimos, no Hotel Costa Norte, em Ponta das Canas. Silvia, filha do fotógrafo Ricardo Pereira e de Leatrice Kowalski, é médica e está terminando a residência em pediatria no Hospital Infantil de Florianópolis. Felipe, filho da arquiteta Cláudia Couto e do empresário Renato Gasparino, também é empresário e fabrica pranchas de surfe. A lua de mel deles será também nas Ilhas Maldivas.




NOVIDADE NA ILHA

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A nova onda do foto Formiga Air Lines/equipe fullgas

wakesurf Esporte pode ser praticado com mar flat, basta prancha, cabo e barco a motor


NOVIDADE NA ILHA

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FORMIGA

textos Olavo Moraes fotos MARCO CEZAR

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ZEIN SAMMOUR

nda infinita, parede de bom tamanho. Esquerda ou direita, de front ou backside. Escolha o pico, reúna os amigos. Pegue a prancha. Diversão garantida. Conheça o wakesurf, esporte que garante os dias de surfe – mesmo com mar flat e sem swell. Vanguarda no Brasil, Floripa está nesta rota inovadora. O wakesurf surgiu como alternativa à ausência de ondas no mar. Para praticar é preciso prancha, cabo e barco (de preferência com motor potente). O surfista inicia segurando na corda, presa ao barco, até equilibrar-se na prancha. Depois de equilibrado, solta a corda. É possível fazer manobras em ondas de até 1,5 metros, dependendo do tamanho da embarcação. Praticado em rios, lagos e lagoas, em Floripa o wakesurf encontrou cenário ideal para performances mais extremas. Cenários paradisíacos, surfistas profissionais e atletas radicais, expertise no desenvolvimento do esporte náutico. Com a experiência na organização de provas de jet ski, de velocidade e nas ondas, etapas do Mundial Freeride em Santa Catarina, e, mais recentemente, a introdução do flyboard no Brasil, Tchello Brandão, além de praticante, é o grande incentivador do wakesurf catarinense. Há campeonatos por todo o Brasil. O mais conhecido é o Brasiliense, que ocorre no mês de agosto na Capital Federal. “Em Brasília tem campeonato no Lago Paranoá. Lá se pratica muito em lanchas de wakeboard, e em águas paradas”, lembra Tchello. Nessas condições, são ondas de até meio metro, e os movimentos, restritos. “Se faz alguns tipos de manobras. Mais de skate. O pessoal anda com prancha de ski, mais larga, sem quilha. Não é tão surfe...”


NOVIDADE NA ILHA

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PAULO MOURA

Uma trip radical Pegada mais surfe “O que estamos fazendo aqui não é novidade, já vi imagens do Medina brincando na lancha do Neymar, mas é em onda maior. Vamos comparar com uma onda de lagoa, que seria pequena, com uma oceânica”, explica Tchello Brandão. “Estamos andando em barcos de 50, 60 pés, que fazem ondas maiores. Uma lancha de 70 pés faz até mais do que 1 metro de onda.” Nessa condições, a onda é grande. Quando o barco se movimenta para um lado, a ondulação vira parede. “É mais surfe, porque não são só manobras de skate, de giro de prancha, são batidas, aéreos, em uma onda de verdade.” E a ondulação pode ser infinita. “Você vai atrás do barco enquanto tiver perna para surfar. Se não cair, vai andar o tempo todo na onda.”

Sábado no mar de Jurerê, em Floripa. Uma lancha Intermarine 53 e convidados muito especiais do empresário paulista Zein Sammour. Um dia pleno de wakesurf. Unidos pela mesma paixão pelo esporte, Luis Roberto “Formiga”, lenda dos esportes radicais; Paulo Moura e Jaqueline Silva, surfistas ex-top mundiais; Tchello Brandão e Zein Sammour, praticantes da modalidade, com extenso currículo no motocross e no jet ski. Organizador da trip, Tchello reuniu o grupo para o sábado pleno em Jurerê: “A barca foi sensacional. Só feras.” Além da curtição, para Zein o dia foi de aprendizado. O empresário, e o filho Alan, estão treinando com Formiga. “Apresentei os dois e rolou uma vibe muito legal. O Formiga começou todos os treinamentos com o Zein e, em dois meses, ele está surfando. E Alan, moleque de 15 anos, está arrebentando no wakesurf. Mandando muito bem”, garante Tchello. Na Ilha, o novo esporte chegou este ano. “Estamos praticando há uns seis meses. No barco grande é bem recente. Fazíamos na Lagoa, rebocado, no barco pequeno.”

ALAN SAMMOUR


Campeonato à vista Diferença entre embarcações A diferença básica entre um barco de 53 pés e as lanchas pequenas, é a potência e o peso, o volume de água que desloca e o tamanho da onda. Quanto maior, mais pesado, o barco pode produzir ondulação maior atrás. Mas ainda é possível evoluir. Para isso, Tchello tem a fórmula. “Estou desenvolvendo projeto para produzir estabilizadores laterais diferentes. Para mudar o formato da ondulação nos barcos grandes, deixar a onda mais cavada e perfeita. Uma parede maior. É um desafio que estamos enfrentando.”

Com vasta experiência em organizar eventos, Tchello Brandão promete movimentar o novo esporte. Quer realizar um campeonato em onda oceânica. “Já existem disputas em lagoas, mas a ideia é formatar com regulamento diferenciado.” Com juízes de surfe, porque as manobras são da modalidade da pranchinha. A ideia é juntar 20 atletas da nova geração, alguns da velha guarda e convidados. “O wakesurf é muito legal. Um dia que você não tem onda no mar, consegue surfar atrás da lancha.” O regulamento do campeonato deve se aproximar bastante ao do surfe. Pontuação das manobras, batidas, aéreos. São duplas, rebocadas atrás do barco, em chaves eliminatórias. Um atleta de vermelho, outro de verde, um na esquerda da onda e o outro na direita. “Quando volta inverte, porque você vai pegar uma onda de frontside e outra de backside. Com dois minutos de duração”, explica. Os juízes vão ficar a bordo, com visão privilegiada.

NOVIDADE NA ILHA

foto laura sacchetti

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NOVIDADE NA ILHA

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A EMOÇÃO DO WAKESURF O que pensam os feras

TCHELLO BRANDÃO

“É uma onda infinita, você vai atrás do barco enquanto tiver perna para surfar, ou não cair. Este é o diferencial do wakesurf em barcos grandes, de 50, 60, 70 pés. Tem pegada mais surfe do que o praticado com lanchinhas pequenas.” FORMIGA

“É a sensação de surfar uma onda sem fim. Um supertreino. Exercício para as pernas, para o posicionamento corporal sobre a prancha. Uma forma de lapidar a postura e a técnica, para, quando chegar nas ondas naturais, estar bem preparado, com estilo e posicionamento de pés, de joelho. Tudo correto.” PAULO MOURA

“Sensação irada de poder surfar uma onda diferente, muito longa (enquanto durar o diesel e se você aguentar). O surfe é bem parecido com o normal da praia.” ALAN SAMMOUR

“É incrível, porque é uma onda infinita. Você surfa quanto tempo aguentar, o tempo que tiver de perna e condicionamento físico. Pode mandar quantas manobras quiser, uma atrás da outra, sem parar. É incrível, divertido, uma evolução para o surfe.”

ZEIN SAMMOUR

“Pegar onda de wakesurf em um barco de 53 pés, é como surfar uma onda de verdade. Só que infinita. Te dá a possibilidade de surfar tanto uma direita, quanto uma esquerda, trocando o lado da onda que o barco faz, sem ter que remar, ou depender das condições do mar. Um excelente treino, você pode surfar por vários minutos.”

JAQUELINE SILVA

“A sensação foi demais. Um pouco de medo no início, por a onda quebrar muito próximo ao barco. É um treino muito bom pra ficar no ritmo, porquê ao longo das tentativas você vai pegando o jeito e ousando nas manobras.”



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AZUL PROFUNDO

Fenômeno do mergulho, Karol Meyer soma oito recordes mundiais, e agora faz sucesso no ciclismo

texto Olavo Moraes

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ma história única. Oito recordes mundiais, dois continentais, 30 sul-americanos, seis nacionais, nome no “Guinness Book”. Karol Meyer, uma das atletas mais completas da história do mergulho, agora faz sucesso no ciclismo. Em pouco mais de um ano pedalando, Karol é top 10 brasileira nos rankings de Mountain Bike e de Estrada. Mas suas marcas embaixo d’água ainda fazem a diferença. De seus oito recordes mundiais, dois ainda se mantêm. Entre eles o de apneia, que a levou ao “Guinness Book”, o livro de recordes. Foram 18 minutos e 32 segundos sem respirar. Pernambucana de nascimento, Karol Meyer veio para Florianópolis ainda criança, quando começou a mergulhar

por pura diversão. Desde pequena adorava praticar os mais variados esportes. Atraída pelo mar, costumava passar horas pescando e passeando pelos costões com o pai. O filme “Imensidão Azul” (Le grand bleu) foi um momento de encontro com o que seria, para ela, um fascínio indescritível. Durante a adolescência adorava ficar muito tempo debaixo d’água, nas piscinas do Lira Tênis Clube e do LIC (Lagoa Iate Clube). Logo chamou atenção de quem observava: “Ficava debaixo d’água porque me sentia muito bem, não sabia que aquilo poderia me levar a algum lugar. Até que, de tanto as pessoas falarem, comecei a pesquisar o assunto”. E, em 1997, aos 28 anos, descobriu e passou a fazer parte da Aida (Associação Internacional para o Desenvolvimento da Apneia). Foi quando a diversão se transformou em esporte.


“Não sou escrava de marcas” Praticante de yoga, Karol vive momento pleno de vida. “Me sinto livre, não sou escrava de marcas. Tenho muita vontade de melhorar, no ciclismo e no mergulho. Sou muito feliz. Tenho um filho e um marido. Somos um trio.” Em meio à agenda atribulada, a maior mergulhadora da história do país encontrou tempo para receber a Revista Mural e falar um pouco de seu cotidiano, atividades, transição para o ciclismo e objetivos de vida.

A rotina “Comecei a mergulhar competitivamente há 20 anos. Nesse período sempre tive outros treinamentos para estar condicionada para o mergulho. Hoje, além do mergulho, faço ciclismo desde o ano passado. Integro a primeira equipe feminina do Avaí. Busco periodizar. Tem época que mergulho mais. Por exemplo, uma viagem que vai requerer mais do físico para mergulhar, treino especificamente. Durante o verão, ministro vários cursos. Então, me preparo para isso. Tenho um cronograma. No período de inverno, que não tem mergulho, treino muito mais o ciclismo. Vou intercalando, de acordo com a necessidade. Busco um bom planejamento, para alcançar o retorno que procuro.”

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foto morgana festugato

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O cotidiano “Trabalho na Caixa Econômica, tenho bebê, treinamento de mergulho aos sábados e domingos, condicionamento físico durante a semana, academia, treinamento de ciclismo de estrada e de mountain bike. Vamos para a ultramaratona, a Brasil Ride, mais difícil das Américas. Dou palestras para empresas em todo o país, focadas nas minhas atividades e direcionadas para o dia a dia da empresa.”

A motivação “Gosto de desafios. Estou em transição para o ciclismo. Como conquistei vários recordes no mergulho, hoje treino para manter a segurança, a performance, e para ministrar treinamentos e cursos. Atualmente o treino mais forte é no ciclismo. Até o final do ano tem Jogos Abertos (de Santa Catarina) e Ultramaratona.”

Os recordes “Procuro não ficar escrava de recordes. Senão vira o ano e vem o pensamento: Qual o próximo recorde? Como se a vida fosse um recorde. E aí não vivo mais. Procuro separar bem. Penso: estou com vontade de? A vontade tem que estar na frente, não pode ser obrigação. Sem vontade, como fico sem respirar? Como vou pedalar com batimento cardíaco a 190? Tudo é sofrimento, o estresse do esporte. Tem que ser sob medida, do contrário não é possível suportar. Foco no porquê estou fazendo, tem que ser muito forte. Estou treinando apneia, agora, porque gosto de ficar embaixo d’água para ver os peixes. Isto não vou perder nunca. Tem o mergulho livre, de aventura. Ano passado a gente foi para o México, mergulhar com os tubarões-baleia.”


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Os planos “Os treinos do ciclismo, e também marcas que ainda tenho folga para investir. No recorde do ‘Guiness Book’, ou em profundidade maior, porque fui a 121 metros.”

O ciclismo “Estou em uma equipe da categoria elite (a principal da modalidade), vou fazer 49 anos, e estou correndo com pessoal de 20. Só isso já é um prêmio, estar correndo com eles. Estou em nono no ranking nacional Elite de ciclismo de estrada. E quero melhorar no ranking. No mountain bike fiquei em segundo em uma prova forte. O mais importante é que estou vendo minha evolução. Para o ciclismo é muito pouco tempo, um ano e meio. Minha expectativa é investir mais e crescer no ranking, talvez entre as cinco primeiras. Se ficar entre as três, tem a bolsa-atleta. O ciclismo é muito caro.”

Os dois esportes “No ciclismo são provas principalmente de resistência. E é aí que consigo o diferencial. Percebo no mountain bike que, como tenho toda uma educação para ‘ventilar’ corretamente, por causa do treinamento do mergulho, isso me ajuda muito em relação à resistência. Comecei a fazer ciclismo (no início da carreira) para condicionamento no mergulho. Os dois esportes interagem. Os treinos se complementam. E a respiração é a chave.“

Inigualável Recordes mundiais que se mantém Apneia Estática – 18min 32seg, na piscina. Guinness Book TM, em Florianópolis (10/07/2009) w O mergulho em apneia ou mergulho livre, consiste em o atleta permanecer o maior tempo submerso sob a água apenas com a reserva de ar de seus pulmões.

Skandalopetra – 61,5 metros. Em Lindos, na Grécia (26/06/2010) w Uma das modalidades mais antigas de mergulho livre, a Skandalopetra é um mergulho somente com uma pedra presa a um cabo, sem roupa de neoprene, nem máscara, nem nadadeiras, no mesmo estilo dos antigos pescadores de esponjas da região.


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Trabalho mental no mergulho “Eu costumo dizer para os meus alunos no curso, se tiveres algum problema, não adianta mergulhar, porque para baixo só piora. A dificuldade vai ser grande. Tu não vais resolver nada embaixo d’água, só vai piorar. Nem vá. Eu tenho uma boia em que a gente fica conversando como tratar, principalmente, os medos, porque não vai resolver embaixo d’água. A mente tem que estar positiva. Quando tu crias o negativo, já vivenciou ele na mente.”

Uma lista extensa w 8 recordes mundiais. w 2 recordes continentais. w 30 recordes sul-americanos. w Guinness Book Record Holder (livro oficial 2010). w Troféu RankBrasil – atleta com maior número de recordes mundiais na história desportiva do país. w Prêmio Internacional Suunto Aida Awards – “Melhor Instrutora de Mergulho”. w Bi-campeã do Prêmio Outsider – “Melhor atleta de aventura” – Revista GoOutside – 2006-2010. w Troféu Julio De Lamare – concedido pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos – CBDA – 2008. w Prêmio Internacional Icare – “Best Female Freediver 2007” Icare Trophie. w Prêmio Internacional Icare – “Special” pela completa carreira no esporte. w Prêmio Internacional Icare – “Best Coach 2006” de Mergulho Livre. w Bi-campeã do Prêmio Personalidade do Ano – Revista Mergulho 2000-2001. w Destaque da página de esportes radicais do 1o Atlas do Esporte no Brasil – Lamartine da Costa. w Primeira mergulhadora a tocar o naufrágio Corveta Ipiranga, em Fernando de Noronha. w Primeira mergulhadora a descer no abismo de “Paredes” em Fernando de Noronha. w Recordista Mundial na modalidade histórica “Skandalopetra”. w Atleta Top 1O AIDA Internacional (12 anos).

Concentração máxima Como Karol Meyer alcançou 18min32seg sem respirar e atingiu recorde mundial de apneia?

“Foquei no mantra Gayatri e em músicas que gosto, como ‘Bamboo Song’. Relaxamento total e mente estável, sensação de bem-estar até sentir a vontade de respirar e iniciar a concentração máxima para suportar o momento final.”



Jovens Promessas

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Número 1 do Estado e Top 6 do Brasil, Valentina Santos avança no ranking nacional dos 14 anos texto Olavo Moraes fotos MARCO CEZAR


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A

os 13 anos, a direita potente, a concentração em quadra e a estratégia de jogo surpreendem. Valentina Santos, líder do ranking Estadual e sexta melhor brasileira dos 14 anos, é um dos destaques do tênis infantojuvenil de Santa Catarina. Valentina começou a praticar tênis aos seis anos, no LIC (Lagoa Iate Clube), e aos oito começou a competir. Foi campeã estadual aos 12, encerrando a temporada como número 1 do ranking catarinense, e em nono lugar no Brasileiro. Agora, aos 13, lidera a classificação da categoria 14 anos em Santa Catarina. É a sexta melhor do Brasil nessa idade, e projeta encerrar o ano entre as três melhores tenistas nacionais. “Meu objetivo é jogar o profissional”, afirma Valentina. Mas a estudante do oitavo ano do Ensino Fundamental abre o leque de opções. “Também existe a possibilidade de estudar e jogar por uma universidade no exterior.” Entre as tenistas profissionais, a catarinense encontra inspiração no jogo da russa Maria Sharapova, ex-número 1 do ranking mundial. No masculino, cita o sérvio Novak Djocovic. O ídolo é Gustavo Kuerten. “É exemplo como atleta e como pessoa.” Valentina exibiu seu talento ao tricampeão de Roland Garros, ao vencer a edição de 2015 da Copa Guga Kuerten, nos 11 anos feminino.


Jovens Promessas

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Sucesso em duplas Em dupla, faz sucesso com outra catarinense: a amiga Carolina Laydner, número 1 do Brasil na categoria 12 anos. Recentemente, a parceria foi campeã dos 14 anos em Salvador, na Bahia. As duas conquistaram o título do Torneio Internacional Infantojuvenil de Tênis. Apesar da prioridade aos jogos de simples, Valentina garante: “Quando não jogo duplas, sinto falta.” Na reta final da temporada 2017, a número 1 do ranking catarinense vai disputar torneios internacionais. Valentina tem três torneios válidos pelo ranking Cosat (Confederação Sul-Americana de Tênis), no Chile, Paraguai e Uruguai.

Sob orientação de Cascata, dedicação e tênis moderno Por maior talento que tenha, um grande tenista precisa ser lapidado. Por isso, é indispensável o trabalho do treinador. De preferência, com êxito em quadra, competência e profissionalismo. Virtudes reconhecidas de Marcelo Rebelo, o Cascata, técnico de Valentina. “A Valentina está muito bem. É dedicada, treina bastante, e vem conseguindo grandes resultados”, avalia Cascata. “Ela está jogando um tênis moderno, batendo firme na bola.” O trabalho do treinador mira o futuro. “Estamos pensando lá na frente”. Na reta final da temporada, Valentina parte para torneios internacionais. E a expectativa de Cascata é de que ela dê um upgrade na performance. Em 2018, a evolução dever vir na maturidade. “Ela é nova, mas o tênis não. Não há muito tempo para amadurecer, tem que ser precoce. Valentina deve continuar cada vez mais competitiva.”

Desempenho Até setembro de 2017 em 2017

geral

61.64% 61.88% w Jogos

73 w Jogos

181

w Vitórias

45 w Vitórias

112

w Derrotas

28 w Derrotas

69

w Sets vencidos

95 w Sets vencidos

229

w Saldo de sets

30 w Saldo de sets

75

w Games vencidos

819 w Games vencidos 1.874

w Saldo de games

148 w Saldo de games

325



JULIANA WOSGRAUS

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A cor da Tiffany na vida da gente texto JULIANA WOSGRAUS

G

arantia de alegria é receber um presente que vem na clássica caixinha azul da Tiffany & Co., que completou 180 anos de estilo e glamour em joalheria. Tradição de quase dois séculos que continua atual. Eternizada também no cinema, a grife fez história como a primeira e mais poderosa até hoje na associação de marca com uma cor. Tanto que a Pantone – empresa também norte-americana cujo sistema de cores é utilizado como referência na indústria têxtil, gráfica e outras do mundo todo –, sacramentou o tom batizando-o oficialmente de azul Tiffany. Aqui fiz uma associação entre a história da joalheria com catarinenses que brilham! De consagradas designers de joias, a artistas. Como diz a personagem de Audrey Hepburn no filme Breakfast at Tiffany’s (no Brasil, “Bonequinha de Luxo”), nada de mal pode acontecer quando você está dentro de uma loja da Tiffany. Aqui na minha coluna da Mural também é assim: só pessoas, coisas e energias boas.

1837 BLUE Moda e cinema Ligada ao mundo da moda através das estrelas que sempre usaram suas joias, a primeira consagração veio com Audrey Hepburn, que junto com a Givenchy formou outra dobradinha lendária de muita classe.

Mesmo consagrado mais de um século e meio antes, foi só em 2001 que o Azul Tiffany foi padronizado pela Pantone e batizado como 1837 BLUE, uma referência ao ano de fundação da primeira loja, em 1837. E desde então, não há como confundir o suave tom de azul, nem deixar de perceber tudo que ele representa. Segundo Laurie Pressman, vicepresidente do Instituto de Cores Pantone, 80% da experiência humana são captadas pelos olhos e uma cor aumenta o reconhecimento de qualquer marca em até 87%. Além de sentimentos, transferimos conceitos a uma cor.


47 JULIANA WOSGRAUS

Nas pedras preciosas brasileiras a icônica cor está nas águas marinhas. A designer catarinense Ruth Griecco tem reconhecimento internacional em suas joias com esta e outras pedras brasileiras coloridas. A que mais se parece com o azul Tiffany mesmo é também brasileiríssima: a rara – e carésima – turmalina paraíba. Dina Nouebauer, que além de dona da agência de modelos DN Models, é designer de joias e já criou coleção de anéis também no tom. Ela se insere neste azul em dose duplas, na moda e na joalheria.

foto marco cezar

Talentos daqui e pedras brasileiras

Dina Nouebauer

Ruth Griecco

foto caio cezar

Artes plásticas Na art pop é onde talvez mais se veja o 1837 BLUE. Andy Warhol usou e muito bem a cor. Aqui em Santa Catarina a gente se deleita no tom através das telas de Luciano Martins.


PUBLIEDITORIAL

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Inspiração, amor e arte para o dia do SIM

COLEÇÃO RAINHA VITÓRIA texto Giuliana Korzenowski fotos ALEXANDRE SANTANA

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ainha Vitória foi filha única do príncipe Eduardo, o Duque de Kent e Strathearn, e da princesa Vitória de Saxe-CoburgoSaalfeld. Herdou o trono do Reino Unido em 1837, após a morte do seu tio, o rei Guilherme IV. A jovem Rainha Vitória, nasceu em 24 de maio de 1819, em Londres, e se tornou rainha com apenas 18 anos. Casou-se com seu primo, Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, logo após assumir a coroa. Teve nove filhos e quarenta e dois netos. O seu reinado de 63 anos e sete meses foi o segundo mais longo da história do Reino Unido e ficou conhecido como a Era Vitoriana. Esta é apenas uma parte da história da soberania inglesa, mas é também uma linda história de amor. Contrariando a sociedade da época e o desejo da família real, que queria que Vitória se casasse com Alexandre dos Países Baixos, a jovem rainha trouxe consigo o desejo de se casar por amor, desafiando a todos em nome da sua felicidade. Em seu casamento, a apaixonada Rainha Vitória lançou o visual de noiva usado até hoje: um longo vestido branco e o rosto coberto por um véu. Foi ela também quem usou pela primeira vez a marcha de Felix Mendelssohn para conduzir sua entrada na cerimônia. Sua história percorreu o mundo e inspirou as mulheres a também fazerem suas escolhas, transformando o romantismo numa tradição da cultura ocidental.


PUBLIEDITORIAL

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Jusi Andrett, o nome por trás de acessórios cheios de amor e personalidade

Com essa inspiração, a designer Jusi Andrett, referência no Estado quando se fala em acessórios de luxo para noivas, criou a Coleção Rainha Vitória. A nova coleção marca os 10 anos de seu ateliê, comemorado em outubro deste ano, e é o perfeito equilíbrio entre sofisticação e romantismo, onde o luxo e a delicadeza da realeza se encontram para retratar nas joias a Era Vitoriana. As peças da coleção são todas em prata banhadas a ouro branco, e mesclam pérolas, diamantes híbridos, cristais de murano e zircônias. O destaque fica por conta do quartzo rosa, a pedra do amor, que traz energia para celebrar a união e a felicidade. Todas as peças são confeccionadas artesanalmente e com o olhar exigente da designer, que acompanha de perto todo o processo criativo – pesquisa, criação, ourivesaria, fabricação e atendimento, o que resulta em produtos exclusivos de altíssima qualidade e com acabamento impecável. “Criamos conceitos construindo coleções para que cada peça seja especial e diferente do que é encontrado no mercado”, conta Jusi, que faz questão de peças autorais, clássicas e atemporais.

Nascida em Lages na década de 80, veio para Florianópolis com sete anos. Formada em Design de Moda pela Unisul, tem conhecimentos em ourivesaria e gemas, sendo especializada em Millinery, tradicional arte de fazer chapéus e ornamentos para a cabeça, usada pelos famosos chapeleiros internacionais. Desde adolescente ela gostava de criar seus próprios acessórios. Em 2002 fez um vestido com a estilista Patrícia Sabiá e criou seus acessórios para a festa. Patrícia se encantou pelas peças e encomendou algumas, naquele mesmo estilo, para o seu ateliê e para um desfile que marcaria o lançamento de uma nova coleção. Deu tão certo que todos os acessórios foram vendidos. “Foi então que, com a ajuda da Patrícia Sabiá eu me descobri. Sou eternamente grata a ela, por ter me mostrado essa paixão”, completa a designer Jusi Andrett Fascinada pelo estilo Art Nouveau, que teve seu auge na França do século XIX, a designer se destaca por realizar verdadeiras obras de arte nos casquetes e fascinators de suas noivas, com um estilo único e romântico. “Para um momento único cuido de cada cliente de forma singular. Desenvolvo acessórios personalizados, onde a noiva decide cada detalhe. Cada peça tem uma estética única”, afirma Jusi. Além das peças exclusivas, feitas sob encomenda, o ateliê tem diversos acessórios para aluguel, incluindo modelos e tamanhos variados de grinalda. Com a opção Prêt-à-Porter, as noivas têm fácil acesso aos produtos, podendo realizar as provas já na primeira visita, com disponibilidade para testes de penteados e agilidade na entrega. Com este lançamento, Jusi Andrett materializa a emoção de realizar o sonho de centenas de noivas, compartilhando sua história de amor pela profissão. “Um sentimento imenso de gratidão me invade a cada momento que vejo minhas criações. É como se o sorriso de cada noiva também fosse o meu. Isso é o que me move e me motiva a fazer meu trabalho cada vez melhor” Para conhecer mais o trabalho da designer, acesse: <www. jusiandrett.com.br>.


saúde bucal

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Como garantir a boa higiene bucal das crianças

DENTE DE LEITE texto Laura Sacchetti – CRO-SC 12391 fotos divulgação

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uidados na higiene bucal desde o nascimento são essenciais para o desenvolvimento dos dentes de leite, que irão garantir dentes permanentes fortes. Hábitos de escovação aprendidos durante a infância tendem a ser mantidos no decorrer da vida. Embora não apresentando dentes aos dois meses de vida, a limpeza com auxílio de uma fralda enrolada no dedo deve ser aplicada na língua, bochecha e rebordo (onde irão nascer os dentes). Dos dois aos cinco meses de vida a primeira visita ao dentista deve ser agendada, para que os pais ou cuidadores sejam orientados sobre os cuidados com a boca do bebê. A primeira escova vai ser necessária assim que o primeiro dente surgir, lá pelos seis meses de vida. E assim que surgirem os dentes proximais o uso do fio dental também é indicado. Por volta dos cinco anos a criança já tem todos os 20 dentes de leite e se alimentam normalmente, portanto devem escovar os dentes de duas a três vezes por dia. O creme dental pode conter flúor na composição, sendo necessária uma medida de grão de ervilha para a escovação. É importante que essa escovação seja supervisionada por um adulto, pois nessa fase as crianças não apresentam coordenação motora suficiente para garantir uma boa higiene. O adulto também deve orientar sobre a forma de cuspir para retirar o excesso de creme dental. Dos seis aos nove anos, quando acontecem as trocas dos dentes de leite pelos dentes permanentes, os pais devem ficar atentos e orientar as crianças com os cuidados, já que os dentes serão os mesmos para o resto da vida. Também é importante que a criança se consulte com o ortodontista, para prevenir problemas futuros de má oclusão.

Dos dez aos doze anos se encerra o processo de troca de dentes. Com arcada maior, a criança ganha oito dentes a mais, totalizando 28 dentes permanentes, sendo quatro desses os sisos, que normalmente surgem por volta dos 18 anos. Além de levar a criança para consultas de rotina ao dentista, pelo menos 2 vezes ao ano, é importante que os pais sejam claros quanto à importância dos cuidados com os dentes permanentes. Dica: Na hora de escolher a escova, sempre olhar a idade indicada na embalagem e optar por cerdas macias e cabeça pequena, mais eficientes na higiene oral. Laura Sacchetti ( 4Life Odontologia) Ed. Planel Towers, 2o andar, sala 204. Torre I. Av. Rio Branco, 404 – Centro – Florianópolis/SC 1 (48) 3030-1440 / 99130-2077 0 laurasacchetti.implante@gmail.com



saúde

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TOTAL LIFT Tratando a pele em três dimensões

texto dr.a mariana TREMEL Barbatto (CRM/SC: 10877 / RQE: 6741) fotos banco de imagens/RM

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escontente com a flacidez do rosto, mas ainda não se sente preparado para uma intervenção cirúrgica? Com o uso de tecnologias minimamente invasivas é possível retrair a pele, melhorar o contorno facial e reposicionar estruturas faciais que se modificaram com o processo de envelhecimento. O chamado Total Lift atinge todas as camadas da pele do rosto, inclusive a mucosa. Consiste na soma de quatro procedimentos, cada um atingindo uma camada diferente da pele e tendo como resultado final o rejuvenescimento facial. Os procedimentos podem ser realizados no mesmo dia ou em etapas, em dias diferentes. O chamado downtime (tempo de recuperação da pele) é rápido e o paciente poderá voltar logo para suas atividades. As quatro camadas da pele atingidas pelo Total Lift: 1. Epiderme: é a camada mais externa da pele; o laser fracionado melhora a textura, homogeniza a pele e devolve o viço. 2. Derme: é a camada onde se encontram os fibroblastos. O microagulhamento com radiofrequência produz e remodela o colágeno. 3. Músculo: o ultrassom microfocado cria pontos de coagulação e retrai a musculatura do terço inferior da face, melhorando o tônus e o contorno, causando o efeito lift. 4. Mucosa: A aplicação do laser intra-bucal, visa retrair a mucosa, dando firmeza para as bochechas e finalizando o tratamento. Com isso, temos um tratamento tridimensional da pele, retardando os efeitos do tempo. O estímulo de colágeno, associado à retração da pele proporcionam um rejuvenescimento natural. O resultado final do procedimento será atingido em 3 meses.

mariana TREMEL Barbatto Rua Ferreira Lima, 238, 6.o andar, Florianópolis 1 (48) 3223-6891 e 9933-7000 0 contato@marianabarbato.com.br



PHYSIO PILATES

54 A bexiga hiperativa pode também surgir sem que haja um fator desencadeante claro, sendo classificada, nestes casos, como bexiga hiperativa idiopática.

Sintomas

Os benefícios da Fisioterapia Pélvica no tratamento

Urgência: principal sintoma, é definida como o desejo súbito e compulsivo de urinar. w Aumento de frequência urinária superior a oito micções em um período de 24 horas w Noctúria (incontinência urinária noturna): necessidade de acordar uma ou mais vezes por noite para urinar O diagnóstico é clínico e o médico irá atentar a um conjunto de sinais e sintomas onde a urgência urinária é o principal componente. Dessa forma, a primeira abordagem é avaliar se os sintomas são consistentes com bexiga hiperativa. Outras causas de aumento de frequência, urgência e incontinência urinária devem ser excluídas.

Prevenção Não há evidência científica comprovada a respeito de medidas preventivas para bexiga hiperativa. No entanto, hábitos saudáveis de vida como reduzir a obesidade e o tabagismo; evitar o consumo de bebidas alcoólicas e reduzir a ingestão de chás, cafeína, sucos cítricos e chocolates são medidas positivas que podem reduzir o impacto da bexiga hiperativa.

texto ROBERTA RUIZ foto banco de imagens/RM

A

pesar de se falar pouco no assunto, a bexiga hiperativa é um distúrbio relativamente comum, que atinge de 15 a 20% da população e se caracteriza pela redução da capacidade da bexiga de armazenar a urina. Esta disfunção pode vir ou não acompanhada de incontinência urinária, aumento da frequência das micções ao longo do dia e necessidade de levantar à noite para urinar várias vezes. Caso não tratada adequadamente, a bexiga hiperativa pode provocar grande redução da qualidade de vida do paciente, causar alteração na produtividade e desempenho profissional, além de várias alterações decorrentes da interrupção do sono. Entre os problemas que podem desencadear a hiperatividade do músculo detrusor (músculo que envolve a bexiga), podemos citar: w Lesões traumáticas de medula espinhal. w Hérnias de disco. w Esclerose múltipla. w Doença de Parkinson. w Demências, como o mal de Alzheimer. w Diabetes mellitus. w Insuficiência cardíaca. w Infecção urinária. w Hiperplasia benigna da próstata. w Cálculos na bexiga.

Tratamento De acordo com o guideline da Associação Americana de Urologia a primeira linha de tratamento são medidas comportamentais incluindo treinamento vesical, estratégias de controle vesical, controle da ingestão de líquidos e treinamento dos músculos do assoalho pélvico juntamente com a neuromodulação. São medidas que devem ser recomendadas para todos os pacientes e fazem parte do tratamento da Fisioterapia Pélvica. Depois de uma minuciosa avaliação, é iniciada a terapia comportamental e desenvolvido um protocolo de tratamento dependendo da avaliação de força, resistência e coordenação dos músculos do assoalho pélvico. Também é feito um trabalho de neuromodulação onde o objetivo é reordenar as informações nervosas que estão alteradas nesta disfunção. A Fisioterapia Pélvica tem como objetivo reestabelecer a função e melhorar a qualidade de vida destes pacientes. Roberta Ruiz é fisioterapeuta, com

pós-graduação pela USP, e instrutora de pilates pela Physio Pilates – Polestar (USA). Acesse o blog e veja notícias e artigos sobre pilates, http://robertaruizstudiodepilates.blogspot.com/ 0 ropidias@gmail.com | C robertaruizfisio





nutrição

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A importância de se alimentar bem

textos Ana Carolina Abreu fotos banco de imagens/RM

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esmo numa época em que as informações estão mais acessíveis, muita gente ainda tem dúvidas sobre o que significa ser vegano ou vegetariano. Longe de querer levantar bandeiras ou defender esta ou aquela dieta, pensei apenas em explicar de forma resumida o veganismo e vegetarianismo, para ajudar quem busca informações sobre esses assuntos. Vegetarianismo se caracteriza por uma dieta que exclui qualquer tipo de carne animal. Existem algumas variações dentro do vegetarianismo: ovolactovegetarianismo, lactovegetarianismo e ovovegetarianismo, onde o consumo de ovos ou laticínios são incluídos ou não. Mais do que uma dieta, geralmente o veganismo é uma filosofia de vida, pois além de uma alimentação sem nenhum tipo de derivado animal (inclusive mel), a utilização de roupas, produtos de beleza ou de limpeza não podem ser derivados de animais nem serem testados em animais. Não significa que quem é adepto do vegetarianismo ou veganismo é necessariamente mais saudável. Não adianta, por exemplo, não comer carne, mas se encher de batata frita ou macarrão com molho branco. O mais importante é a qualidade da alimentação. Independente de rótulos,


nutrição

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temos que entender que comida de verdade – frutas, vegetais e alimentos minimamente processados – sempre vai ser a melhor opção. Se ela vai ter carne, glúten ou leite depende de cada indivíduo, suas escolhas, seu metabolismo e eventuais intolerâncias. Claro que temos que ter cuidados maiores quando há uma restrição de proteína importante, mas na prática percebo que quem tem uma alimentação variada e de qualidade, mesmo sem a proteína animal consegue manter bons níveis de vitamina B12 e ferro, geralmente os primeiros a caírem quando não se consome carne. No ritmo de vida contemporâneo é difícil manter uma alimentação vegana de qualidade sem algum tipo de suplementação, então muitas vezes temos que complementar. Em todas as dietas devemos valorizar as sementes, grãos e leguminosas como feijão, lentilha, grão de bico, ervilha e tantas outras. São alimentos riquíssimos em aminoácidos (que combinados formam uma proteína completa), vitaminas e minerais essenciais para uma boa nutrição. Alguns pequenos truques como consumir fontes de vitamina C ao ingerir fontes de ferro vindas dos vegetais também ajudam na sua absorção, bem como evitar a cafeína nestes momentos. O mais importante é analisarmos o dia alimentar e não a divisão de nutrientes em cada refeição, assim fica mais fácil manter um equilíbrio e adequar as necessidades. É possível, por exemplo, manter uma

gestação saudável sendo vegana e também é possível ganhar massa muscular ou ser atleta (desde que com supervisão médica e nutricional). Observo muitos pacientes que não são vegetarianos ou veganos e tem níveis de B12 extremamente baixos. Em geral, isso se deve a uma alimentação extremamente acidificante e pobre em nutrientes. É pior ter um intestino desequilibrado do que não consumir proteína animal. Além disso, inúmeros são os estudos mostrando o quanto o consumo de carnes predispõe o indivíduo a alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. É importante sermos críticos com relação ao que colocamos em nossa mesa. De onde vem o alimento? Como foi produzido? Quais impactos minhas escolhas estão gerando? E isto tudo independe de se consumir derivados animais ou não. Já falei em outra edição sobre o movimento “segunda sem carne” e o que ele representa. Hoje sou adepta do movimento, não porque pretendo me tornar vegetariana, mas por uma questão de responsabilidade social e também de cuidado com o meu corpo. Optar por alguns dias ou refeições sem proteínas animais facilita a digestão e alcaliniza o organismo, além de ajudar o planeta. Se alimentar bem é uma forma de resgatar o contato com a natureza e ter consciência sobre a origem do que comemos. Afinal, comida de verdade não vem em pacote e nem fica pronta em três minutos no micro-ondas. Independente da sua opção alimentar, aprenda a ouvir os sinais do seu corpo.


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Tomate Antioxidante democrático textos Ana Carolina Abreu fotos banco de imagens/RM

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opular em todas as classes sociais e dietas, podemos considerar o tomate um dos alimentos mais democráticos da nossa mesa. Apesar de muitos associarem o tomate à Itália, ele é originário de países como Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Chile. Só depois de 1500 é que o tomate ficou conhecido em outros países, através dos espanhóis. A partir daí, os italianos adotaram o tomate como parte da sua alimentação e o difundiram para o mundo. Muita gente já sabe que o tomate é rico em licopeno e previne diversos tipos de câncer, especialmente o de próstata. O que nem

todo mundo sabe, é que seu teor de licopeno é aumentado em molhos e com um veículo gorduroso (utilizar azeite já ajuda). E não pense que em cápsulas o efeito é melhor. Estudos comprovam que os efeitos do licopeno são maiores quando consumimos o alimento, o nutriente isolado não tem a mesma eficácia. Seu potencial antioxidante vai muito além do licopeno e inclui benefícios na prevenção de infarto e doenças cardiovasculares, melhora da visão (previne degeneração macular), função cognitiva e redução da pressão arterial.


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Tipos de tomate No mundo existem centenas de tipos de tomates. Aqui no Brasil, os mais comuns são: Tomate Carmem: (o famoso tomate salada) é mais aguado e pouco saboroso. Tomate Caqui: tem boa acidez e frescor, bom para fazer vinagrete ou comer em fatias. Tomate Débora: bem versátil pode ser utilizado para salada ou molho, tem mais sementes do que o italiano. Tomate holandês: é sempre vendido em raminhos e tem sabor bem adocicado. Tomate italiano: ideal para molhos, tem formato mais longo, com poucas sementes e bastante polpa. Tomate cereja: bem aguado e mais adocicado, fica bom em saladas e entradas. Tomate sweet grape: é mais doce do que o cereja, parece um mini tomate italiano, bom para a lancheira das crianças.

Agrotóxicos

Solanáceas

Como nem sempre os orgânicos são uma opção acessível, aí vão duas dicas para minimizar os efeitos dos agrotóxicos no tomate: w Prefira consumir o tomate sem molhos ou gorduras, inclusive azeite de oliva (um artigo publicado este ano comprovou que as gorduras, apesar de potencializarem os efeitos dos compostos fitoquímicos, também potencializam os efeitos dos agrotóxicos). w Para molhos e preparações quentes opte pelos tomates pelados italianos em vidros ou lata, pois o controle de utilização de agrotóxicos na Itália é bem mais rigoroso do que no Brasil.

O tomate pertence à família das solanáceas, junto com a batata inglesa, o pimentão e a berinjela. Este grupo de alimentos contém uma substância chamada solanina, um alcalóide tóxico que funciona como mecanismo de defesa da planta. No nosso organismo, o consumo excessivo pode acarretar problemas gastrointestinais ou artrites, principalmente em pessoas com predisposição genética. Curiosidade: Inicialmente, o tomate era tido como venenoso pelos europeus e cultivado apenas para efeitos ornamentais, supostamente por causa de sua conexão com as mandrágoras, variedades de solanáceas usadas em feitiçaria.

Gazpacho (sopa fria de tomate) Ingredientes w 4 tomates italianos w 1 dente de alho w 1 cebola roxa w ¼ pepino w ¼ pimentão vermelho w ¼ pimentão verde w 1 colher de sopa de azeite de oliva w 1 colher de sopa de água w Sal marinho w Pimenta preta Modo de preparo w Bata todos os ingredientes no liquidificador e coe em peneira fina. Coloque mais um fio de azeite e corrija o tempero se necessário.


hora da feira

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Cresce a procura por flores comestíveis

textos Ana Carolina Abreu fotos banco de imagens/RM

P

ANC é o termo utilizado para se referir às Plantas Alimentícias Não Convencionais, tema cada vez mais comum em congressos, livros e artigos científicos, graças à necessidade da sociedade contemporânea de equilibrar produtividade, sustentabilidade e qualidade nutricional. A maioria das flores comestíveis se enquadram neste grupo. Se antes elas apareciam apenas com fins decorativos em pratos de chefs, hoje elas estão presentes até nas gôndolas de supermercados, à disposição dos que querem se arriscar na cozinha ou estão em busca de variedade de nutrientes e alimentos saudáveis. Elas dão um toque especial nos pratos, seu sabor suave não compromete o paladar e ainda deixam a refeição mais nutritiva. Claro que não dá para sair comendo qualquer flor, e nem comprar em qualquer lugar. As flores geralmente potencializam o efeito dos agrotóxicos e metais pesados, e muitas delas são naturalmente tóxicas. Nas pétalas é onde se encontram a maior parte dos minerais, vitaminas e compostos fitoquímicos, como compostos fenólicos (que possuem ação antioxidante e anti-inflamatória) e flavonoides, que tem efeito anti-inflamatório, antimicrobiano e antiviral. Muitas delas são ricas em vitamina C e carotenoides, tendo efeito antioxidante. Estudos científicos demonstraram que o extrato das flores atua na prevenção de doenças crônicas como o diabetes tipo 2 e controle da pressão arterial. Para completar a lista de benefícios, possuem baixo valor calórico.



hora da feira

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Algumas opções de flores comestíveis encontradas por aqui: Capuchinha (Tropaeolum majus) É considerada uma planta medicinal, tem maior importância econômica e é de fácil cultivo. Além de seu consumo como alimento, ela também é utilizada como corante. Suas flores podem ser vermelhas, laranjas, amarelas e mescladas. Seu sabor é picante e pode ser utilizada tanto crua quanto cozida. Os minerais presentes na capuchinha são o zinco, ferro, cobre, manganês e potássio. Ainda são fontes de carotenoides e óleos essenciais. Alguns estudos sugerem que a capuchinha atua na prevenção do câncer, pela presença de glucotropaeolina, um composto aromático de defesa da planta. Em outro estudo, o consumo de capuchinha demonstrou efeito na secreção de PYY (que atua na redução de apetite e ingestão alimentar), podendo ser útil no tratamento da obesidade e diabetes tipo 2. Na medicina popular é utilizada no tratamento de infecções respiratórias, urinárias e na cicatrização de feridas. Dente de leão (Taraxacum officinalis) Além da flor, toda planta pode ser utilizada com fins medicinais. Possui compostos flavonoides e vitaminas antioxidantes, além de potássio e manganês. Pode ser utilizada em saladas, refogados e geleias. Calêndula (Calendula officinalis) Tem ação anti-inflamatória e cicatrizante, também é rica em carotenoides, flavonoides e óleos essenciais. Suas pétalas podem ser misturadas ao arroz, ao peixe, à sopa, aos queijos, iogurtes e omeletes, dando uma coloração como a do açafrão; usada também como corante de manteiga e queijo.

Manjericão (Ocimum sp.) Muitas pessoas não sabem é que as flores do manjericão são tão deliciosas quanto suas folhas. Muito versáteis as flores perfumadas desta planta podem ser utilizadas no preparo de saladas, patês e molhos. O manjericão adora o sol, água com frequência, mas sem excessos. Muito fácil de cuidar, o manjericão é uma erva super comum que pode ser totalmente aproveitada. Amor-perfeito (Viola x wittrockiana) Uma flor comestível delicada e linda é o amor-perfeito, até por isso é comumente utilizada na decoração de pratos como doces e saladas. Gosta de climas mais amenos e se desenvolve muito bem em áreas mais frias com menos sol. É extremamente colorida e floresce no período do inverno até a primavera, seu plantio é possível tanto em vasos quanto em canteiros. Atenção: a maioria das flores é potencialmente alergênica, portanto se você é suscetível a alergias (pólen, pigmentos, insetos) tenha precaução ao consumir. Dica de livro para quem quiser estudar um pouco mais ou começar uma horta em casa: “Plantas alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas”, de Valdely Ferreira Kinupp e Harri Lorenzi (Editora Instituto Plantarum, 2014). Ana Carolina Abreu, CRN 1453, é graduada em nutrição pela UFSC e pós-graduada em nutrição clínica funcional pela CVPE/Unisul. Pós-graduanda em Nutrição Funcional Esportiva, pós-graduanda em Fitoterapia e membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional. Koerich Beiramar Office. Av. Mauro Ramos, 1970 – Sala 201 – Centro – Florianópolis. 1 (48) 3371-0711/ 9155-0711 0 anacarolinaabreu@clinicanut.com.br C @anabreu11


Aberto de terça a sábado.

Avenida dos Búzios . 1136 . Jurerê Internacional . Florianópolis . SC 48 3364.5997 . jaybistro@hotmail.com . www.jaybistro.com.br


comer & beber

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DE PRIMEIRA texto Marcos Heise fotos Marco cezar

M

ix de delicatessen e bar, o Emporium Bocaiúva está comemorando 25 anos de atividades. Famoso por seu atendimento, ambiente agradável e variedade de produtos nacionais e importados, tem clientela fiel e passou a fazer parte do roteiro gastronômico da ilha. De tempos em tempos a casa passa por uma reforma na decoração, para acompanhar as tendências do mercado e oferecer mais conforto aos freqüentadores. O cardápio também é renovado para incluir novos pratos, petiscos e bebidas. O proprietário Sérgio Arruda é figura das mais conhecidas da cidade e sempre está presente no local para receber os clientes, muitos de tradicionais famílias da sociedade catarinense. A ideia de criar o Emporium surgiu nos anos 90, época em que o mercado de importados era bastante restrito e Florianópolis já sentia aumentar a demanda de vinhos e iguarias de todo o mundo. A delicatessen fica em ambiente conjugado ao bar, que também conta com mesas ao ar livre, às margens da rua Bocaiúva, próxima à avenida Beira-Mar, região nobre da cidade. O atendimento do bar é feito por atenciosas garçonetes, que trabalham no local há anos. A loja também conta com profissionais experientes e capacitados para servir da melhor forma seu exigente público. Na programação de eventos especiais da casa destaca-se o Emporium Jazz, onde cozinheiros convidados, profissionais ou amadores, preparam o melhor de seus cardápios, sempre

Emporium Bocaiúva completa 25 anos

harmonizados com vinhos de fornecedores escalados cuidadosamente pela casa. Para completar, a trilha sonora fica a cargo de bandas da melhor qualidade, consagradas no circuito. Tenho uma ligação especial com o Serginho Arruda e o Emporium, onde sou convidado a cozinhar há onze anos consecutivos, sempre com excelente resultado, servindo no mínimo 70 pratos por evento. Em todos estes anos não consigo escapar de servir o famoso Hackepeter, também o arroz de pato e agora mais recentemente o bolinho de marreco, todas receitas com versões autorais e que fazem bastante sucesso por lá. É como uma vez o Serginho me disse ao final de um evento: “Tomara que a gente consiga ficar velhinho fazendo isso”. Tomara mesmo.

Emporium Bocaiúva F Rua Bocaiúva, 1901 – Centro – Florianópolis/SC. 1 (48) 3224-1670 5 www.emporiumbocaiuva.com.br

Marcos Heise é jornalista e cozinheiro. Nos finais de semana faz atendimentos gastronômicos em espaços gourmet de condomínios, salões de festas e residências. Sua comida segue a linha autoral e artesanal. 0 heise@unetvale.com.br



empreendimento

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O JAPÃO NA PRAIA DOS INGLESES O sushiman João Lisboa equilibra sabor, textura, aparência e cores no cardápio do seu Koniko, uma pérola escondida no norte da Ilha

texto Monique Vandresen

J

oão Lisboa começou sua trajetória em Florianópolis há quase duas décadas, quando este baiano criado em Ilhabela, no litoral norte paulista, estreou como sushiman do Golden Café. Único chef em Santa Catarina certificado pela Nagoya Sushi School, “João Baiano” acredita e investe em uma cozinha japonesa que consegue ser delicada, moderna, inventiva e tradicional. Aprendiz de mestres como Andre Kawai, ele dá asas à imaginação no cardápio do Koniko, que funciona há três anos no norte da Ilha. Jantar no restaurante deste suhiman um pouco baiano, quase manezinho é, mais que uma refeição, uma experiência. João, que acaba de voltar de uma temporada de 25 dias de treinamento no Japão, preocupa-se com detalhes que vão do jeito de plantar certos ingredientes à qualidade de cada equipamento, da vassourinha de bambu às facas.

joão lisboa, eduardo nakahara e André Nobuyuki


empreendimento

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Cada ingrediente é tratado de forma que seja apresentado na sua forma mais natural possível, na hora que é servido, de forma que torne esta experiência mais especial. É possível identificar e separar cada ingrediente, que quando se juntam é uma explosão de sabor e delicadeza. As criações são devidamente finalizadas por folhas, flores e produtos sazonais. A equipe é atenciosa, especializada e talentosa. Além de João Lisboa, Fagner Teixeira, pupilo do empresário e chef, trabalha para que os pratos tenham sempre um toque especial de inovação, que mistura diferentes elementos e sabores. O resultado é um toque contemporâneo à tradição japonesa.

Entre os destaques, estão o Ebi Joe (camarão empanado com cream cheese, envolto por lâmina de salmão, coberto por crisp de couve), o Tartar de Atum (base de abacate, pescado batido na ponta da faca, ovas de massagô, os novos pratos depois finalizado com uma gema de ovo de codorna, molho da viagem ao ponzu e gergelim) e o Ebi Furai Fila (camarão empanado japão: Shissô com cream cheese e molho agridoce). Em cada prato, tempurá as combinações de quente e frio, as texturas e a mistura (Acima) e Ebi roll spicy de sabores. A casa também oferece sobremesas (Hot Doce, Tempura de Banana, Petit Gateau ou Brownie, além do exclusivo Koniko, um rolinho primavera de chocolate) e os tradicionais Teppan Uakis e Yakissobas.


empreendimento

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João e Hirotoshi Ogawa

acima, alguns momentos da viagem ao japão. Abaixo, João e Renata Tronquini no Kiniko

O Koniko não se inspira na ideia clandestina dos bares speakeasy da época da Lei Seca americana, mas, como eles, tem um endereço longe do óbvio e ficou conhecido pelo boca a boca de um público exigente. Em uma esquina da rodovia João Gualberto Soares, na praia dos Ingleses, o Koniko fez de um lugar que tinha tudo para permanecer escondido um marco para a culinária oriental feita de forma inovadora e irreverente. João está sempre presente, gentil e colhendo o feedback dos clientes. Os garçons sabem explicar cada prato e o atendimento é impecável. O imóvel, no caminho para o Costão Golf, foi especialmente projetado

para o restaurante. A fachada envidraçada já evidencia a ambientação sofisticada e o clima descontraído. São 400 metros quadrados, com lugar para 70 pessoas, que podem escolher entre o balcão, duas mesas altas para grupos maiores ou espaços mais intimistas, com mesas para duas ou quatro pessoas. A iluminação indireta e os tons sóbrios dos pisos, dos móveis e das paredes tornam a experiência no Koniko aconchegante e acolhedora. A música ambiente convida o cliente a saborear outra especialidade do lugar: a coquetelaria caprichada, com um menu de drinques alcoólicos e não alcoólicos. Preste atenção nas caipirinhas, no Moscow Mule e no Koniko Sicilian Ginger, com saquê, limão siciliano e physalis.





especial

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Pioneirismo da

FAINCO A primeira feira completou 49 anos texto Marcos Heise fotos Marco cezar

I

magine uma feira de exposições onde um dos estandes tenha um sensor de presença e que esteja mostrando um traje espacial. E que, neste mesmo evento, exista uma central de circuito fechado de TV com transmissão ao vivo para uma rede de monitores espalhadas pelo local do evento. Agora transfira esta situação para 49 anos atrás em Florianópolis, quando nem televisão existia. Estas eram algumas das atrações da Fainco, evento absolutamente inovador e de grande repercussão que sacudiu a então bucólica Floripa em setembro de 1968.

Autoridades presentes no tradicional descerramento da fita na solenidade de abertura da Fainco. Destaque para o Reitor Ferreira Lima, à esquerda, e o Prefeito Acácio Garibaldi São Thiago

Fainco era o nome da I Feira de Amostras da Indústria e do Comércio de Santa Catarina. Foi realizada de 1o a 15 de setembro de 1968 nas dependências do Centro Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O evento marcou a inauguração não oficial do novo espaço da UFSC na Trindade, que mais tarde seria transformado em campus universitário. A Fainco foi realizada no espaço que hoje é conhecido como o “prédio do Básico”. O interessante é que a força motivadora que resultou no surgimento de um dos eventos mais emblemáticos da história da Capital não surgiu de nenhum órgão de planejamento municipal ou entidade classista. A Fainco foi resultado da ousadia de uma turma de estudantes de Engenharia Elétrica da UFSC que queria porque queria fazer uma viagem internacional de formatura e produziu o evento para arrecadar o dinheiro. O resultado comercial do evento foi tão bom que rendeu 130 mil dólares de lucro aos nove estudantes. Quem for pesquisar dados históricos sobre a Fainco nas atuais ferramentas de busca na Internet não vai encontrar a verdadeira história da Fainco, que esta Mural conta com exclusividade. O que vai aparecer são menções ao famoso robô da Fainco de 1969, um personagem que se tornou mais famoso que a própria mostra.


especial

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Roberto Wolowski, engenheiro, empresário, Presidente da CCO da Primeira Fainco

Tudo começou com o sonho de uma viagem internacional

Aos 20 anos, em 1966, o futuro engenheiro elétrico Roberto Wolowski aspirava, no Rio de Janeiro, cursar a Escola Naval para formar-se oficial e realizar o sonho de viajar ao redor do mundo a bordo de um navio da Marinha. Viagens internacionais eram caríssimas naquela época. Mas este objetivo não se concretizou. Na volta para Florianópolis, surgiu a chance de cursar Engenharia Elétrica na UFSC, numa turma que teve dez aprovados. O sonho da viagem à Europa passou a ser compartilhado entre os colegas como o grande prêmio de formatura. Roberto já havia feito vários contatos com representações oficiais, embaixadas, definindo um roteiro e conseguindo apoios em hospedagens e outros suporte à estadia nas diversas capitais europeias. Mas faltava o dinheiro para custear a viagem do grupo. Daí veio a ideia de uma feira, como a Famosc de Blumenau. O local definido foi o terreno da UFSC na Trindade, que na época tinha um prédio em construção. Os estudantes saíram em busca de apoio e levaram a ideia ao então diretor do Centro de Engenharia da UFSC, professor Erich Caspar Stemmer, que gostou do que ouviu e levou o projeto ao reitor David Ferreira Lima, que colocou a estrutura da instituição à disposição dos estudantes. O apoio também veio do prefeito Acácio Garibaldi São Thiago e do governador Ivo Silveira.


especial

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Ultrapassando expectativas CCO da I Fainco A Comissão Organizadora da Associação Turma de Engenheiros Eletricistas de 1969: w Diretoria executiva: Presidente: Roberto Makiolke Wolowski Secretário: Rogério Matos Tesoureiro: Hamilton Silveira w Comissão de Relações Públicas: Amilcar Gazaniga

e

Benedito Carraro w Comissão de Venda: Roberto M. Wolowski, Djalma

Martins e Luiz Fernando Balsini w Comissão de Obras: João Medeiros Santiago, Odilon

Antonio Silva, Rogério Matos e Hamilton Medeiros Silveira. w Comissão de hospedagem: Valter José da Luz e Rogério Zotsche w Coordenador: professor Hamilton Savi

Os jovens estudantes começaram a colocar suas ideias em prática e a visitar potenciais expositores, primeiro em Florianópolis, depois em várias regiões do Estado. Roberto Wolowski dá detalhes: “Neste momento começamos a lidar com uma estrutura de evento que atingiu uma proporção que nunca havíamos imaginado. A coisa foi crescendo, a CCO tomou um ritmo frenético e para a turma de futuros engenheiros aquele primeiro semestre de 1968 não teve uma dedicação integral aos estudos. A prioridade passou a ser a feira, com a compreensão e complacência dos nossos professores e coordenadores. O reitor Ferreira Lima ficou entusiasmado com a dimensão que a feira de amostras alcançava”, relata. Em Florianópolis os contatos priorizavam o setor do comércio. Não havia uma indústria muito expressiva por aqui. Uma das primeiras lideranças engajadas na feira foram as Organizações Koerich, através dos irmãos Antonio e Walter Koerich, que também se mobilizaram em busca de apoios e de novos expositores. Os estudantes viajaram para cidades do interior e fecharam contratos com as empresas como a Olinkraft, de Lages; Metalúrgica Wetzel, de Joinville; Berger e Cia., de Caçador; Germano Kuerten, de Tubarão; e Schlosser, de Brusque. As prefeituras de Joinville e Blumenau e até o Sindicato Nacional da Indústria da Extração de Carvão, de Criciúma, garantiram seus espaços como expositores, que foram 65 ao todo. O radialista e comunicador Antunes Severo montou na Fainco uma estação de TV em circuito interno com mais de 20 televisores,


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aparelhos emprestados pela Phillips. Contatos com a embaixada dos EUA garantiram a vinda de um traje espacial autêntico da Nasa, em cujo estande estava instalado um dispositivo de presença eletrônico. “Tivemos apoios que foram fundamentais para conseguir a atenção da imprensa, destacando o Antunes Severo e Wilson Libório de Medeiros. Tínhamos, naquele momento, as emissoras de rádios e os jornais. A TV só veio mais tarde para Florianópolis. E todos os veículos de comunicação deram cobertura maciça à Fainco. Na área do turismo, contamos também com o apoio do Antonio Pereira Oliveira, também um expositor com a sua Ilhatur”, relembra Wolowski. A programação cultural também foi memorável. O “Rancho de Amor à Ilha”, hino da cidade criado pelo poeta Zininho, foi lançado oficialmente durante a Fainco, interpretado pela cantora Neide Maria Rosa. A repercussão na imprensa foi enorme. Editoriais, comentários, fotos, todos exaltavam o evento. Na edição de O Estado do dia 3 de setembro daquele ano, o jornalista Marcílio Medeiros Filho escreveu assim: “A Capital começa a despertar para a opção comunitária em favor das grandes causas que implicam na sua afirmação como centro político e cultural de SC.” O colunista Zury Machado também enaltecia o “brilhantismo da feira“. “Estupendo Sucesso”, proclamou Osvaldo Melo em sua coluna no dia 10 de outubro de 1968, já na fase de avaliações do pós-evento.

O pronunciamento de abertura foi transmitido ao vivo pelas emissoras de rádio da Capital. Aqui, Roberto Wolowski discursa e José Nazareno Coelho acompanha, em primeiro plano, com o microfone de sua emissora


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O grupo em uma das capitais europeias do roteiro de viagem

A sonhada viagem O resultado financeiro da Fainco foi tão espetacular que até os Estados Unidos foram incluídos no roteiro da viagem dos estudantes, que convidaram o professor Hamilton Savi para acompanhar e dar respaldo ao grupo. A viagem aconteceu de 11 de dezembro de 1968 a 28 de fevereiro de 1969. Deste grupo, cinco nunca haviam viajado de avião, quatro nunca haviam estado fora de Santa Catarina e todos saíram do Brasil pela primeira vez. O roteiro incluiu vários países, os catarinenses tiveram contato com neve e muito frio em vários destinos. Eles passaram pelos Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Holanda, Bélgica, Alemanha, Suíça e Itália. “A viagem acabou sendo um pouco longa e no final o grupo não via a hora de voltar para casa”, recorda Wolowski, que chegou a escrever cartas para os familiares contando detalhes dos pontos turísticos visitados e das novas experiências. “O Natal foi passado fora de casa, longe da família, mas éramos um grupo muito unido e a convivência tornou a viagem uma experiência inesquecível.”

a charge do genial artista local Fossari, brincando com as maternidades do evento



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Uma praça, muitas histórias Revitalização do Largo Benjamin Constant dá vida nova a espaço centenário


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Carmen Damiani, decoradora e estilista de festas

texto Urbano Salles fotos Marco cezar

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m dos lugares mais emblemáticos do Centro de Florianópolis virou um canteiro de obras. Até março de 2018, o Largo Benjamin Constant passará por uma revitalização – a mais recente da já encorpada lista de intervenções urbanas da W Koerich Imóveis, aprovada pelo IPUF, Comcap e Floram, com o apoio da Prefeitura de Florianópolis e da Associação FloripAmanhã. As mudanças iniciadas em setembro estão gerando expectativa especialmente entre aqueles que moram no entorno ou próximo. É como se a reforma da praça estivesse acontecendo numa extensão da própria casa. A sensação é compartilhada por Carmen Damiani, decoradora e estilista de festas, para quem o ambiente da praça é sinônimo de “convivência”. Suas calçadas, os perfumes da floricultura, o

movimento no supermercado, os sabores requintados no bistrô, tudo convida a encontrar amigos e celebrar a vida sem precisar ir longe. Carmen tem um cão adotado há cinco anos, o Mikail. É sua companhia mais frequente quando desce do prédio para passear e, como ela diz, “tomar um banho de vitamina D” nos dias de sol. Da portaria do edifício ao pet shop, são apenas alguns passos. “O Largo é muito charmoso e hoje aqui tem tudo perto, na porta de casa”, exalta. A história do Largo da Princesa, nome pelo qual o Largo Benjamin Constant era chamado até exato um século atrás, é entrelaçada com a dos Damiani. Carmen observa que eles estão ali há mais de 100 anos, desde os avós. A casa número 4, que não existe mais, era o endereço de trabalho da primeira decoradora profissional de Santa Catarina, a saudosa Alicinha Damiani, mãe de Carminha.


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82 A mesma relação afetiva com o Largo nutre o empresário Marcelo De Luca Dias, filho do ex-ministro Manoel Dias. “Morei mais de 30 anos em frente à praça e meus pais ainda residem no mesmo apartamento”, observa. Suas lembranças de infância e juventude são de pura diversão. “Quando pequeno, soltávamos pipa, pois o espaço era aberto. Na época, sem tantos prédios em volta, aconteciam embates com a turma do morro. Muito joguinho de futebol e encontros rolavam por ali... Durante a noite, o zunzunzum do Kioski fervia a cidade”. Marcelo elogia a iniciativa da W Koerich Imóveis. “A praça viu a cidade crescer e sua importância aumentar. Essa parceria vem em bom momento.”

Jeanne Vieira

Marcelo De Luca Dias

A ex-modelo Jeanne Vieira é moradora do local há 22 anos. Ganhou o apartamento do pai quando se casou. Ele preferia que fosse na Beira-Mar, mas a filha optou pelo Largo por considerálo mais arborizado e tranquilo. Hoje, o imóvel é dividido com a filha, a modelo Cecília Boabaid (capa da Mural 72), e com o gato Tito. “Amo morar aqui, não troco por lugar nenhum de Floripa. A praça fica em frente à janela do meu quarto e acordar com o canto dos pássaros não tem preço! Saio de casa a pé para comer, ir ao shopping, ao salão de beleza, à academia. Sem contar que sou vizinha da minha melhor amiga, a Cris (Cristina de Vincenzi Homem de Mello).”


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Endereço nobre em transformação

Walter e Linda Koerich, padrinhos da revitalização

A revitalização do Largo Benjamin Constant integra o “Boa Praça W Koerich Imóveis”, programa que já adotou e revitalizou 13 espaços públicos na cidade e que mantém esses espaços com limpeza e conservação. Desenvolvido pelo paisagista Jordi Ribeiro, do escritório A Boa Vista Paisagismo, o projeto está sob a supervisão do engenheiro Felipe Koerich e da arquiteta e urbanista Ana Carolina Ogata, ambos da W Koerich Imóveis. Para Jordi, o projeto do Largo é um dos maiores desafios que o escritório já enfrentou, pois o local sofreu ao longo dos anos diversas intervenções sem planejamento. “Foram plantadas mais árvores do que o Largo comporta e o resultado é que existia uma disputa por espaços. Foi preciso selecionar as que poderiam permanecer, as que precisavam ser podadas e as que deveriam ser retiradas” explica. Um dos trabalhos mais marcantes e importantes do local é o petit-pavé, uma obra do artista plástico Hassis e que se encontra em estado deteriorado, o que torna o projeto ainda mais desafiador. O objetivo é recuperar todos os desenhos originais feitos em 1965 sob a supervisão do próprio Hassis. Os desenhos ilustram o cotidiano da comunidade da época, sendo o do avião o mais memorável. Para Salomão Sobrinho, representante do Grupo de Revitalização de Espaços Urbanos e Meio Ambiente, da FloripAmanhã, a revitalização e adoção do Largo Benjamin Constant “significa beleza, conforto, segurança e bem-estar para os habitantes da região e pessoas que visitam a cidade. O Largo tem uma história relevante para Florianópolis”. Além da recuperação de todo o petit-pavé e a seleção das árvores, o projeto prevê a instalação de novos bancos, lixeiras, recuperação da calçada, paisagismo, iluminação e a reestruturação do quiosque e do ponto de táxi. A sinalização terá placas indicando a distância de diversos pontos do centro da cidade.


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Curiosidades O primeiro registro catalogado sobre o Largo Benjamin Constant é encontrado no Mapa de Alfredo d’Escragnolle Taunay, presidente da Província de Santa Catarina, de 1876. Nomeado Largo da Princesa, o local contribuiu na expansão da cidade sobre as colinas, interligando uma rede viária. Por volta de 1907, quando o Governo Municipal abriu concorrência para promover novas obras de expansão na região, o Largo da Princesa recebeu o nome de Largo Benjamin Constant, em homenagem a Benjamin Constant Botelho de Magalhães, militar, engenheiro, professor e estadista brasileiro. De importante localização estratégica para o crescimento de Florianópolis, foi próximo ao Largo Benjamin Constant que abriu o primeiro supermercado pegue e pague da Capital, o Supermercado Koerich, em 1962. Nos anos 70 existiam na cidade dois pontos de encontro da juventude – a avenida Beira-Mar Norte e o Bar do Kioski. A Turma do Kioski, como ficou conhecida, atraía diferentes gerações e ajudou a quebrar velhos costumes e tabus da sociedade da época por meio de um saudável anarquismo. Nomes conhecidos na cidade como Karin e Ricardinho Machado, Cacau Menezes, Celso Ramos Neto, Rô Koerich, Nenem Alves, Beto Stodieck, Denise Richard, Rômulo Azevedo, Max Moura, Luiz Paulo Peixoto, entre tantos outros, deixaram sua marca na história do Kioski. Gilberto Gil é um dos famosos que estiveram no local nos anos 1970.

Obras do “Boa Praça” w Mirante da ponte Hercílio Luz w Praça do Naval w Praça Dom Pedro I w Praça da rótula do CIC w Praça Loteamento Costa Azul w Alargamento da rua Frei Evaristo w Praça Parque São Jorge w Asfaltamento da rua Alba Dias Cunha w Mocotó Cor – Galeria de Arte Urbana w Mocotó Cor – construção do playground w Espaço Nereu Ramos w Centro Cultura Escrava Anastácia w Largo Benjamin Constant (em andamento)


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foto carlos damião

Um piloto para chamar de herói O Largo Benjamin Constant também é conhecido como “Praça do Avião”. O nome vem de um fato ocorrido em 28 de novembro de 1961, durante uma solenidade militar, realizada na época do comando do coronel Lara Ribas. Dois aviões modelo Texan T-6 colidiram no ar. Um deles, pilotado pelo capitão Durval Pinto Trindade, perdeu o leme e caiu. O outro piloto conseguiu fazer um pouso de emergência na Base Aérea de Florianópolis. Segundo o engenheiro José Henrique Damiani (irmão de Carmen), do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), o capitão Durval provavelmente procurou, após o choque, pousar no antigo Estádio Adolfo Konder – o Campo da Liga – ou na Baía Norte para minimizar as consequências da queda da sua aeronave, poupando vidas e danos materiais. Não tendo sucesso, buscou espaço no Largo Benjamin Constant até chocar-se contra o chão. Durval morreu, mas o acidente provocou o mínimo impacto no Largo. A aeronave caiu na parte norte da praça e projetou-se contra a residência do general Vieira da Rosa, atingindo os fundos de um terreno vizinho. José Henrique lembra que, fora o heroico piloto, não houve outra perdas humanas e os danos materiais foram pequenos “em virtude da competência e do sacrifício extremo do capitão Durval, que faleceu no acidente e buscou um local de pouso que provocasse os menores riscos e danos possíveis, ao custo de sua própria vida”. O engenheiro observa que a hipótese de que a aeronave tenha se projetado sem controle ao solo em local urbano, já naquela época circundado por residências, sem causar prejuízos materiais maiores ou a perda de vidas, pode ser descartada, uma vez que as probabilidades associadas à ocorrência seriam, a rigor, muito reduzidas. Desta forma, salienta Damiani, é mais plausível que o capitão Durval tenha mesmo se sacrificado para poupar, em situação extrema, vidas e maiores prejuízos materiais. “Entendo que seu nobre ato deva merecer o devido reconhecimento de Florianópolis e seus habitantes.”

a praça no início da década de 1970 foto carlos damião


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Grafite no tapume Rodrigo Rizo, um dos mais talentosos grafiteiros de Santa Catarina, foi convidado pela W Koerich Imóveis a pintar um tapume da obra de revitalização do Largo Benjamin Constant. O trabalho já ficou pronto, incorporando ao local um toque de arte. Ao lado de borboletas azuis, aparece discretamente um camaleão, sua marca registrada nas ruas de Florianópolis. Na Mural 54, João Pedro Nascimento entrevistou Rizo. Confira alguns trechos. mural | Como você começou a grafitar e qual o significado desta arte na tua vida? Rizo | Surgiu bem naturalmente, desenho desde pequeno. Quando saía de carro em São Paulo com minha família ficava olhando os grafites nas paredes da cidade. Eles desenhavam nos muros o que eu desenhava no meu caderno de escola. Quando vim para Floripa fui estudar num colégio que tinha os muros grafitados. Acabei conhecendo aqueles artistas e aí isso abriu um monte de portas pra mim. Descobri que podia transformar em grafite aqueles desenhos que eu já fazia no caderno. Hoje em dia com meus trabalhos posso me manifestar a favor ou contra alguma coisa que me agrade ou desagrade na rua, porque o grafite é na rua mesmo, é naquele habitat que ele se desenvolve. É também uma forma de imortalizar o ambiente em que vivo, porque de certa forma várias pessoas vão ver aquilo e ter a mesma sensação que tive quando estava pintando. mural | Como é a relação entre pichadores e grafiteiros? Rizo | Existe um certo respeito, justamente pela apropriação do espa-

ço. Um sabe que a pichação dele não vai ter destaque em cima de um grafite, e o outro sabe que pintando em cima de uma pichação vai se incomodar. O grafite usa mais tinta, tem que ter mais empenho porque leva horas pra fazer um grafite, então o grafiteiro não vai querer por aquilo a perder. Atualmente está tendo meio que uma guerra entre os grafiteiros e os pichadores, justamente por os pichadores estarem pintando em cima de grandes painéis, como forma de manifestação contra os grafiteiros. Na minha opinião tem que rolar um certo respeito, conheço o princípio do grafite e sei que vem da pichação, ambos descendem da mesma atitude, que é pintar na rua.

mural | Você já conseguiu fazer do grafite uma profissão? Como é esse mercado de trabalho? Rizo | Hoje em dia já somos reconhecidos como artistas que têm uma capacidade criativa diferenciada, porque nossas referências são aquilo que os jovens vivem. Posso dizer que o grafite é a linguagem artística da juventude, então ele se comunica com várias tribos urbanas, como os skatistas, surfistas e punks, por exemplo. As empresas que trabalham com esses tipos de público já perceberam isso. Como trabalho remunerado mesmo é muito comum nos convidarem para fazer customizações em roupas e objetos decorativos. Também rola bastante o livepaint (pintura ao vivo) em festas e eventos, além de trabalhos de decoração e pinturas em casas e lojas. Isso sem contar o mercado de arte convencional, com exposições em galerias, que são uma excelente forma de levar o trabalho para pessoas de gosto mais apurado. É, realmente não falta trabalho para nós. (risos) mural | Uma frase que te represente. Rizo | Uma frase de Nietzsche (filósofo alemão

do século XIX), que é a seguinte: “A arte existe para que a realidade não nos destrua”. Me definiria em duas palavras: seriedade e dedicação. Meu trabalho é totalmente isso. Muitas vezes parece que toda aquela tua dedicação, pintando horas o mesmo mural com as tintas que você mesmo pagou, não tem retorno. Mas isso representa muito, estamos doando uma obra de arte para a sociedade. Não tem como não se levar a sério ou fazer isso apenas como um hobby. mural | Deixe uma mensagem para os jovens. Rizo | Acho que todo os jovens devem investir em

seus sonhos. Hoje em dia tem espaço para tudo. Sua vida não vai ser boa só se tiver dinheiro, status ou fama. Tem que fazer o que você gosta pois é o seu amor que vai te levar para onde você quer chegar.



happy hour

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foto Paulinho Sefton


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texto da redação

J

ardim Botânico, Horto Florestal, Parque Linear do Córrego Grande, Parque de Coqueiros. É só fazer sol em um fim de semana da primavera florianopolitana e os gramados se enchem de grupos para aproveitar uma mania antiga que voltou à moda nos últimos anos: os piqueniques. E se o piquenique ressurgiu como alternativa para aproveitar os dias mais longos do horário de verão com os amigos, ele já se profissionalizou: é possível pagar até R$ 2 mil por um evento com champanhe e canapés. Com um inverno que teve cara de outono, a temporada dos piqueniques começou em junho, quando o “Picnic Sunset Floripa” reuniu mais de quinhentas pessoas no gramado da Beira-mar Norte, próximo à praça Sesquicentenário. Criado por Monica Corrêa, jornalista da TextoCom, Patrícia Ferraz, da vinícola Monte Agudo e Cibele Godoy, proprietária da wine bike Terroir Catarina, o Sunset tinha como objetivo promover um evento simples, coletivo e que ocupasse a Beira-mar de uma forma divertida. O evento trouxe doces lembranças para a chef Luciane Daux, que na infância fazia piqueniques na Praça dos Bombeiros, conhecida pelos locais como “Praça da Dona Tilinha”. Como morava na Trompowsky, “era só subir a rua de bicicleta”. Luciane exalta a iniciativa da jornalista Monica Corrêa: “foi maravilhoso, especialmente o primeiro. A adesão foi impressionante. As pessoas iam chegando, muitas conhecidas entre si e outras que esticaram a conversa até a toalha do lado. Piquenique é muito democrático, né?”. A chef, que mora na Beira-mar há 25 anos, conta que nunca tinha se dado conta das possibilidades do espaço, e sugere alguns ajustes, como banheiro e venda de bebidas não alcoólicas.

happy hour

Florianópolis se rende ao hábito de reunir amigos para happy hours ao ar livre

A civilidade do público também foi uma grata surpresa. Tanto Luciane quanto Monica lembram que, ao fim dos dois eventos, não havia um lixinho sequer no chão: “acho que vi lugar para lixo em todas as toalhas. Cada um que levantava deixava seu espaço limpo. O dia colaborou, as pessoas estavam alegres, enfim, foi uma conjunção de vários fatores bons. Espero que continuem acontecendo, mesmo com a instalação das quadras do beach tennis”, diz a chef. A médica Dulce Luz foi com várias amigas: “vi o magnífico pôr do sol. Estava tudo lindo. Levamos cestas com toalhas, pães e frios, taças e vinho, e quando saímos já eram quase oito horas”. O segundo Sunset, que aconteceu em julho, reuniu mais de 1.300 pessoas com suas toalhas xadrezes, cestas e taças para o brinde ao pôr do sol, desta vez com música ao vivo. “A repercussão muito positiva e o uso do espaço público foi feito de forma tão consciente que as organizadoras foram convidadas pela Prefeitura Municipal de Florianópolis a integrarem a programação do Floripa em Movimento, criado pela Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude para atrair a comunidade em um dos bolsões de estacionamento com diversas atrações esportivas e de lazer”, comemora a jornalista Monica Corrêa, que idealizou o evento. A funcionária pública Jaqueline Gonçalves esteve nos dois. “Combinamos com amigos com antecedência, levamos toalhas, mantas, bebidas, tábua de frios. Percebi que muitas famílias se unem, assim como grupos de amigos. Havia boa música com um grupo de jazz e a opção de comprar seu vinho ou espumante na hora. Na segunda vez que fui, fomos os últimos a sair. Já eram 21 horas quando recolhemos tudo. Reencontrei muitas pessoas e o pôr do sol estava lindo nos dois.”


happy hour

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Karina Zulian, Patrícia Ferraz, Paulinho Sefton e Luciane Daux

Patrícia Ferraz e Itane Borges

Lugares como a Lagoa do Peri, o Sesc Cacupé, o Parque Ecológico do Rio Vermelho e a pracinha de Santo Antônio de Lisboa também têm visto toalhas xadrezes e cestas de vime. No início de outubro, a jornalista e RP Jéssica Maia, da Fábrica de Comunicação, preparou um piquenique para a imprensa e influenciadoras digitais – celebridades, experts e blogueiras com muitos seguidores nas redes sociais, vistas e respeitadas pelas mesmas pessoas que fazem parte do público-alvo de uma marca. A ideia era promover o lançamento do novo Floratta Flores Secretas, perfume da marca O Boticário. O lugar escolhido por Jéssica foi Santo Antônio de Lisboa, e o figo (o “segredinho” da composição deste novo perfume) e as flores do campo foram os protagonistas do evento, que teve ainda caixotes de madeira, xadrez vermelho e branco e vime. A produção da decoração e do menu, todo elaborado com combinações para os figos, ficou por conta da empreendedora Roberta Paes. A wine bike Terroir Catarina, que também esteve no Sunset, serviu rótulos catarinenses de espumante e vinho rosé brut. A wine bike, idealizada pela jornalista e empreendedora Cibele Garrido Godoy, só vende rótulos de vinhos produzidos em Santa Catarina. A proposta é levar o melhor da produção de vinhos feitos no Estado para a rua, para que todos experimentem e consumam mais aquilo que é feito aqui. Hoje são cerca de 20 vinícolas na região serrana do Estado, e 35 produtores (é comum utilizar a estrutura de uma vinícola maior). Para conhecer a proposta, é só acompanhar o itinerário da wine bike pela página da Terroir Catarina no Facebook. O publicitário Gabriel Folis, da PicNix, também investe nestes encontros. A empresa entrega cestas personalizadas, que interagem com o cliente com selinhos “simpáticos” nas embalagens, que também buscam proteger o meio ambiente. As cestas personalizadas podem ser entregues em sacola de papel pardo, em caixa de papelão em formato de maleta ou na tradicional cesta de vime, reconhecida facilmente como de piquenique, com duas abas nas laterais. Com o horário de verão, o hábito de ir até o gramado levando um vinho para ver o pôr do sol, tão comum em diversos países, deve ganhar mais adeptos. O piquenique agora faz parte do Projeto Floripa em Movimento, uma parceria da Prefeitura e da Associação Empresarial de Florianópolis (ACIF).

Rosangela Witthinrich

Cibele Garrido Godoy, da wine bike Terroir Catarina



oculto

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GIU E ALICE Labellamafia

DUDU e LEO OCULTO LIKE A BOSS

PEGA “NÓIS” Shows lotam a pista da Fields

O

lá, Família Oculto-Like a Boss! Nesta edição vou falar um pouco sobre os artistas que se apresentaram ou se apresentarão no palco da Like a Boss. Após a apresentação do Cacife Clandestino, passaram pelo palco da Like a Boss atrações nacionais como Projota, Cone Crew, Costa Gold e 3030, com público total superior a seis mil pessoas. Rolou muita coisa boa por lá. O Projota dispensa apresentações. Fez um show pra cima, com a pista pulando a noite toda. Quase tudo que ele compõem vira hit, é impressionante. Mais de 1.800 pessoas presentes. O cara começou a ganhar notoriedade ao vencer quatro batalhas de MC’s da Santa Cruz e três vezes a Rinha dos MC’s. Daí pra frente foram só sucessos, como “Muleque da Vila”, “Ela Só Quer Paz” e “Oh, Meu Deus”. A Cone Crew surgiu em 2006, no Rio de Janeiro, quando as batidas de Thiago “Papatinho” encontraram as rimas do André Cert. Com a chegada de Gabriel Rany Money e Maomé, o time completa sua primeira formação. Logo depois de entrar no grupo Maomé é internado por 100 dias em uma clínica, de onde escreve a letra de “Detido por Ser Livre e Escravizado”. Em 2008, Rafael Batoré e Adriano Ari chegam para fechar a Cone Crew (Cone é uma abreviação de “com os neurônios evaporando”). Lançado em 2011, “Com os Neurônios Evoluindo” é o disco de maior expressão do grupo, com os hits “Rainha da Pista”, “Chama os Mulekes”, “Fênix” e outros. O álbum teve a texto Leo Comin participação Marcelo D2, Don L e Shawlin.

TUCA e RAFA LIKE A BOSS

CONE CREW

O Costa Gold tem público garantido em Floripa. Músicas muito bem cantadas e rimas que fazem até os seguranças cantarem juntos quando eles sobem ao palco. O público vai ao delírio. Foi formado em 2012 por Pedrella, Adonai MC, Caio e Dj Cidy, e seus principais sucessos são “Quem Tava Lá”, “Sexy Lady” e “Nada Bom” O 3030 é um grupo recente, mas nem por isso fica atrás dos mais antigos e bons grupos de rap brasileiro. Criado em 2010 por Bruno Chelles, LK e Rod, é fenômeno no YouTube e mistura MPB com rap. Tem álbuns excelentes como “Entre a Carne e a Alma”, “Quinta Dimensão”, “Acústico 3030” e “A Iniciação do Alquimista”. Suas músicas mais tocadas são “Mundo de Ilusões”, “Foda Que Ela É Linda”, “Tudo Que Ela Quer” e “Bom Dia”. Abaixo, nossa agenda: somente shows nacionais de primeira na melhor festa rap da cidade, sempre com abertura dos djs residentes da Like A Boss (Tuca e Leo Oculto) e MC’s convidados de Florianópolis e outras quebradas. Venha, dance e se divirta na Like a Boss!

Nossa Agenda na Fields w0 4/11 Festival Damassaclan (37 integrantes, entre

MCs e Djs das melhores bandas de hip-hop nacional três horas de show) w1 0/11 Felipe Ret e Reis do Nada w0 8/12 3030 w2 7/12 Projota w0 2/01/2018 Cacife Clandestino e 1 Kilo





mural da mural

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MESA E PISTA

Kleber e Mirian

Gastronomia internacional e boa música no Donna fotos Marco Cezar

Q

uando o assunto é boa gastronomia aliada a música de qualidade, o Donna Dinning Club Jurerê é parada obrigatória. A casa, que abre de quinta a domingo em Jurerê Internacional, resgata a cultura da gastronomia cosmopolita, misturando tendências da culinária internacional com frutos do mar, abundantes na cidade. O beach club recebe DJs renomados que animam as noites e festas super badaladas. Nos últimos meses, destaque para a festa da edição no 73 da revista Mural e o lançamento do Réveillon Luxury, duas noites que reuniram uma galera festeira e alto astral.

Aldo e Vivian

ana e paulo

Shirlei e Claudinho Sabonete

Francini e Gabriela

Renata e Jéssica

Karin Medeiros

Thais Oliveira

bruna souza

Lorraine Medeiros

Cesar, Carla, Tatiana e Guilherme

Adriano Cavalli

Juliana Policastro


mural da mural

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Laura Sacchetti

Rodrigo Luca e Elisa Honorato

Turma do Diego

Du Oliveira e Pinho Menezes

Addo e Fernanda

Lucrécia, elaine e Fernanda

turma do pedro

Ariane Benetton

mônica bun

Paulo Alceu e Nani Machado

Otávio, Manoel e Hugo

Elaine Koerich

Theodora

Isabella Guedes

turma do joão

Alemão de Jurere

Beatriz Halspaz e Joanna Mello

Cintia Rosa

Melissa, Fabiana e Shirlei


mural p12

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p12

Ana Bennert e Kamila Lohn

Cecília Boabaid

Beach club é referência em diversão à luz do dia fotos ADRIEL DOUGLAS

C

om quase 10 anos desde a inauguração, o P12 é referência mundial quando o assunto é beach club. Adequado às características locais e direcionado para um público exigente, o P12 apresenta um espaço moderno e sofisticado que define o turismo qualificado no Brasil. Piscina, praia artificial, camas e bangalôs, espaço lounge, camarotes, jacuzzis, deck de frente para praia, restaurante e bares fazem parte de uma estrutura única que ainda conta com um dos palcos mais badalados do país. Bandas e DJs de todos os cantos do mundo já passaram pelo beach club de Jurerê Internacional.

Sandro Horta, Conor Sheldon e Tiago Maia

DÉbora Brasil

Diandra Honorato

Fabiana Calazans

Fernanda Napoleão

Jéssica Souza

Francielly Ouriques

Jordana Harger

Maria Luisa Carioni

Sofia Scheer e Gabriel Rocha

Gabriela Lückmann

Gustavo Christi e Isabella Soncini

Cintya Comelli

Nicoli Ketryn



mural Acqua Plage

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Aloísio Guedes e Lia Lemos

Fernanda e Joel Niebuhr

Laura Sacchetti, Sarah Olivo e Thays Ribeiro

ACQUA PLAGE Simplicidade e sofisticação fotos MARCO CEZAR

L

ocalizado no primeiro posto de praia, do lado direito de Jurerê Internacional, o Acqua Plage é o mais novo restaurante do bairro. Idealizado e projetado com a frase de Leonardo da Vinci como inspiração, “a simplicidade é o último grau da sofisticação”, as referências mediterrâneas, tanto para a gastronomia quanto para decoração são visíveis no menu de frutos do mar desenhado pelos chefes peruanos Hugo Olaechea e Sarah Sanchez. O projeto arquitetônico foi desenvolvido pela renomada Taty Iriê, onde a paisagem deslumbrante da região se integra com a proposta em que os clientes poderão desfrutar o entorno, tomando sol e curtindo a praia. Todos os espaços aliam conforto à ambientes leves e despojados, que tornaram o Acqua um local democrático, abraçando todo o tipo de público que deseja curtir boa música, degustar de boa gastronomia e apreciar o pôr do sol.

Fabiola Bortoluzzi e Álvaro Bertoli

Egidio Martorano Filho e Ro Campos

Daniel Araújo e Carol

Kadu Almeida e Ângela Zill

GIULIANA SANTOS

Lousiane e Tullo Cavalazzi

Max Mazzafera

Bernardo Amorin e Cinthia Heinzen

Bruna Girardi e Bruna Ferreira

Shirlei Albuquerque e Cladinho Sabonete

cacau menezes

Nani Machado



mural Milk Club

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Ana Madeira

DIRETORIA

Ana Amorin

Josieli Oliveira e Renata Schwerz

Milk Club é a sensação de Jurerê

Ed Pereira, Eudes Rampinelli e Otávio Baldanca

fotos Lucas Moço, Angelo Santos, Adriel Douglas e Larissa Trentini

H

á três anos a sensação de Jurerê Internacional, a Milk Club, reúne em suas seletas noites os mais consagrados DJs nacionais e internacionais. Com capacidade para até mil pessoas e focada no mercado de luxo de Florianópolis, a Milk é conhecida pelo conceito premium de festas como a recente Red Lights X.X.X., com atmosfera criada para remeter ao Red Lights District, de Amsterdã.

Diego Florentino e Juana Sirotsky

Juliana Luz

Roberta Rojas

Ana Martinez

Larissa Oliveira

Renata Schwerz e peterson Ungaretti

Naiara Bruggemann e Gustavo Brüggemann

Bárbara Amin

Ana paula Silveira e Eduarda Caroline

Letícia Sodré

Gabriel Paixão

Jéssica Franzoni





mural la cave

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A TAÇA É NOSSA La Cave oferece bons rótulos franceses fotos PAULINHO SEFTON

C

asa de vinhos com o conceito de gastrobar, o La Cave oferece em taças rótulos de diversas regiões da França, entre espumantes, tintos, brancos e rosés. Para acompanhar, pratos de culinária contemporânea e tapas variados, com sofisticação, mas sem frescura. Depois de cinco anos na rua Altamiro Guimarães, a La Cave funciona desde junho no número 51, da rua Demétrio Ribeiro, no charmoso prédio da Koerich Beiramar Office.



mural kampai

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Marcelo Scherer e Flávia Scherer

na lagoa

as descendentes

Kanpai apresenta Sushi, Music & Friends

Marcelo Dias e Rita Cruz Lima

fotos marco cezar

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Kanpai, tradicional restaurante japonês no Morro da Lagoa, tem sua noite de sushi e música eletrônica: é nas quintas-feiras, sempre às 19 horas. Entre os DJ´s que passaram pela noite de quinta estão Thon Soriedem, Patricia Ross e Jeffe, o DJ residente da academia F.Scherer. Thon, destaque em diversas temporadas em Jurerê Internacional, é o que mais se apresentou na festa que tem reunido pessoas de várias tribos e de diferentes gerações. A data serve também como “laboratório para a equipe do Kanpai testar e também apresentar novidades do cardápio, como a nova carta de drinques, que está espetacular e digna dos melhores bares do mundo.

Luiz Dantas, Karina Dantas, Ana Paula Burigo e Daniel Vieira

Jana Motta, Gabriel Santos, ricardo Macuco e Suelen Hanes

Luciano Santa Rita e Aninha Tayer

Paula Gomes, Vanessa Lemos e Maria Eduarda Lima

Aninha e Waltinho Koerich

Jurandir Oliveira e Silvana Bastos

Cris Cruz Lima

Cristinha De Vincenzi

Maneca Dias e Rodrigo Dias

Luiza Gomes e ManoelaDias

Henrique Luchese e DÉbora Viegas

Anelise Gonçalves, Ana Barros Santos, Tácia Lisboa, Ana Cláudia de Brito e Andréa Dobes



comemorações

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Em terras lusitanas, Jorge Bornhausen comemora 80 anos texto kátia de Menezes Niebuhr fotos VITOR PIRES

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ano começou alegre e festivo nas areias da praia Brava, onde Dulcinha e Jorge Bornhausen passam seus verões. Ainda em janeiro, o casal comunicou que em outubro comemoraria em Lisboa o aniversário de 80 anos de Jorge. Sem convite formal, os amigos mais chegados foram se programando para o brinde além mar. Na sequência, os quatro filhos, genro, noras e netos foram contagiando seus amigos que presentearam o casal anfitrião com uma bela e divertida ala jovem, receita de sucesso para uma boa festa. Um coquetel com vista para Lisboa foi o esquenta para um elegantíssimo jantar com direito a show emocionante da cantora de fado Cuca Roseta.


comemoraçþes

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